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APOSTILA DE DIREITO DO TRABALHO I

Conceito –

O Direito do Trabalho é um ramo autônomo do Direito que tem por objeto tratar das
normas e princípios que regulam as relações de trabalho.

Direito Individual do Trabalho rege as relações entre empregado e empregador e


os acordos diretamente tratados de forma individual, como função, local e horário de
trabalho, salário, entre outros.

Direito Coletivo do Trabalho, também conhecido como Direito Sindical, regula a


relação entre Sindicatos de Trabalhadores e Sindicatos Patronais ou Empresas, que
tratam sobre os direitos coletivos de categorias de trabalho. Aqui, observa-se a
equivalência dos contratantes coletivos, tratando ambas com igual relação de natureza
jurídica.

OBJETIVO Relação de trabalho subordinado

SUJEITOS Empregado empregador (Arts 2º e 3º CLT)


FUNDAMENTO Proteção ao empregado

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os


riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego,


os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou
outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.

§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias,


para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de


trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

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RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO

? (Arts 2º e 3º da CLT)

Pessoalidade

Onerosidade

Pessoa física

Subordinação

Alteridade

Não eventualidade

Natureza Jurídica

Teoria de Direito Público que ponderam que nas relações de trabalho, a livre
manifestação da vontade das partes é substituída pela do Estado que intervém na
relação jurídica entre empregador e empregado, por meio de leis imperativas e
irrenunciáveis.

Teoria do Direito Social segundo a qual o interesse coletivo da sociedade prevalece


sobre o privado.

Teoria do Direito Privado que estabelece que a raiz do Direito de Trabalho


encontra-se no Direito Civil, nas locações de serviços. Dispõe que existam normas
cogentes sobre a matéria, estas não afastam a natureza privada da relação jurídica, haja
vista que os contratantes (empregador e empregado) são livres para estipular as regras
de seu pacto de emprego, restando claro que a maioria das normas da CLT são de
natureza privada.

Teoria do Direito Misto que entende que na verdade o Direito do Trabalho é um


complexo de normas públicas e privadas.

CONCEITO: “O contrato de trabalho é o acordo expresso (escrito ou verbal) ou tácito


firmado entre uma pessoa física (empregado) e outra pessoa física, jurídica ou entidade
(empregador), por meio do qual o primeiro se compromete a executar, pessoalmente,
em favor de segundo um serviço de natureza não eventual, mediante salário e
subordinação jurídica. Sua nota típica é a subordinação jurídica. É ela que irá distinguir o
contrato de trabalho dos contratos que lhe são afins e, evidentemente, o trabalho
subordinado do trabalho autônomo” (Alice Monteiro de Barros).

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ELEMENTOS ESSENCIAIS:
Pelo art. 104 do CC é necessário que existam concomitantemente:
Agente Capaz (capacidade das partes)
Objeto Lícito e possível
Forma prescrita ou não defesa em Lei
O trabalho proibido acontece quando as leis trabalhistas proíbem, vedam a sua
realização por certas pessoas ou em determinadas condições. A proibição visa proteger
trabalhadores (ex: menor, mulher, gestante.) Ex.: Trabalho prestado por menor de 14
anos; trabalho prestado por estrangeiro em situação irregular; trabalho prestado por
menor de 18 anos à noite.
O trabalho ilícito é aquele que tem por objeto uma atividade ilícita, contraria as
Legislações vigentes. Ex.: Trabalho com contrabando, plantação de psicotrópicos,
trabalho com tráfico de armas.
Obs.: Lei – art. 28 § 2, Lei 7210/84 - o trabalho do condenado, como dever social e
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. O trabalho do
preso não está sujeito ao regime da CLT.

No Direito do Trabalho pode–se aplicar o art. 9º CLT.


Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

ESPÉCIES:

Indeterminado – Regra Geral


Determinado

CLT
Leis especiais
Art. 443 CLT O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.

§1º Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência


dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

§2º O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:


a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência

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SUM. 163 TST - AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do
art. 481 da CLT.

SUM. 188 TST - CONTRATO DE TRABALHO. EXPERIÊNCIA. PRORROGAÇÃO


(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90


(noventa) dias.

Art. 445 CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado
por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451 CLT.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Prorrogável 1 vez (art. 451 CLT)


Dentro do prazo (art.451 CLT)

Não precisa ser por igual período

Obs.: Art. 442-A CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato
a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade.

TRABALHADOR INTERMITENTE

O chamado contrato de trabalho intermitente nasceu, no Brasil, com a reforma


trabalhista, trazida pela Lei 13467/2017, sob o argumento de que era necessário para
dar uma resposta às necessidades de adequação da legislação trabalhista.

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou


expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
para prestação de trabalho intermitente.

§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de


serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os
aeronautas, regidos por legislação própria.

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Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao
valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.

§ 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a


prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias
corridos de antecedência.

§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para


responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de


trabalho intermitente.

§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir,


sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta
por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

§ 5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do


empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

§ 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o


pagamento imediato das seguintes parcelas:

I - remuneração;

II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;

III - décimo terceiro salário proporcional;

IV - repouso semanal remunerado; e

V - adicionais legais.

§ 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos


relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.

§ 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o


depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos
valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do
cumprimento dessas obrigações.

§ 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para
prestar serviços pelo mesmo empregador.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência


sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
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(...)

VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

TRABALHADOR AUTÔNOMO DA CLT

Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades


legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.

HIPERTRABALHADORES

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a
duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde
que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos
previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

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