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2ªFREQUÊNCIA
Cristiana Correia
2022/2023
DR. JOÃO LEAL AMADO
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Cedência ocasional de trabalhador
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
acordo do trabalhador numa declaração de vontade imprescindível
para a perfeição do contrato de cedência.
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Poder disciplinar
As sanções que podem ser aplicadas seguem os princípios da tipicidade, isto
é, o catálogo das sanções disciplinares possíveis está previsto no art.º 328
nº1 do Código do Trabalho, e está organizado desde a sanção mais “leve” à
sanção mais “pesada”, devendo a sanção disciplinar ser proporcional à
gravidade da infração e à culpabilidade do infrator (art.º 330 nº1), para além
disso o empregador não pode “inventar” ou aplicar outras sanções que não
estejam previstas na lei e/ou nos instrumentos de regulamentação coletiva de
trabalho.
As sanções disciplinares podem ser:
a) Repreensão;
b) Repreensão registada;
c) Sanção pecuniária;
d) Perda de dias de férias;
e) Suspensão do trabalho com perda de retribuição e de antiguidade;
f) Despedimento sem indeminização ou compensação.
O nº2 deste artigo acrescenta que o instrumento de regulação coletiva de
trabalho pode prever outras sanções disciplinares, desde que não
prejudiquem os direitos e garantias do trabalhador.
É também importante referir que os instrumentos de regulamentação coletiva
do contrato de trabalho poderão acrescentar sanções às que estão previstas
na lei, porém, apenas podem faze-lo se não prejudicarem os direitos
liberdades e garantias dos trabalhadores.
NOTA: isto levanta duvidas acerca da legalidade de algumas sanções
previstas pela contratação coletiva, é o caso da despromoção, que colide com
a garantia da irreversibilidade consagrada no art.º 129, nº1 e), assim como é
o caso da sanção de transferência do trabalhador para outro local de trabalho,
que entra em conflito com garantia da inamovibilidade prevista no (art.º 129
nº1 al f).
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se um trabalhador pratica uma infração hoje e é sancionado por essa
mesma infração, se daqui a 2 meses se vier a descobrir que a infração
cometida foi afinal mais grave que o suposto, o trabalhador não pode
voltar a ser sancionado pela mesma infração).
➢ Princípio do contraditório (art.º nº329 nº6): a sanção disciplinar
não pode ser aplicada sem a audiência prévia do trabalhador. Ou seja,
deve ser cedida ao trabalhador a possibilidade de defesa contra os
factos de que é acusado. Sobre todos os factos, deve ser dada a
possibilidade do trabalhador suspeito se defender, sob pena da
ilicitude da sanção aplicada final.
➢ Princípio da celeridade: procura evitar-se que o trabalhador fique
sujeito, por largo período de tempo, à ameaça de vir a ser punido pelo
empregador. Este último princípio compreende diversas dimensões:
o O direito de exercer o poder disciplinar prescreve um ano após
a prática da infração, ou no prazo de prescrição da lei penal se
o facto constituir igualmente crime (art.º 329 nº1)
o O procedimento disciplinar deve iniciar-se nos 60 dias
subsequentes àquele em que o empregador, ou o superior
hierárquico com competência disciplinar, teve conhecimento da
infração (art.º 329 nº2).
o O procedimento disciplinar prescreve decorrido um ano
contado da data em que é instaurado quando, nesse prazo, o
trabalhador não seja notificado da decisão final (art.º 329 nº3);
o A aplicação da sanção deve ter lugar nos três meses
subsequentes à decisão sob pena de caducidade (art.º 330 nº2).
Mais uma vez torna-se importante para o legislador, criar balizas
temporais nessas matérias, com o principal objetivo de proteger o
trabalhador face à virtual eternização da ameaça de uma punição
disciplinar.
NOTA: Findo o processo disciplinar seja qualquer que for a sanção aplicada
o trabalhador tem o direito de agir judicialmente sobre ela. art.º 329 nº7. E
sendo o poder disciplinar patronal judicialmente sindicável, o tribunal
poderá então confirmar ou anual a sanção aplicada.
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direitos de cidadania? Ou pelo contrário, no espaço tempo laboral o
trabalhador é como que uma pessoa/cidadão em suspenso, visto ter de se
incorporar numa estrutura produtiva alheia e numa organização controlada
e gerida por outrem?
Alguns exemplos destas questões são:
o Pode o empregador utilizar meios de vigilância à distância no local de
trabalho (ex. camaras de vídeo), com a finalidade de fiscalizar e
controlar o desempenho profissional do trabalhador?
o Goza o trabalhador do direito de reserva e confidencialidade
relativamente ao conteúdo das mensagens que envie ou receba através
do correio eletrónico da empresa?
o Etc.
Estas e muitas outras questões análogas revelam-nos a delicadeza do tema
em apreço. Estamos, afinal, no coração do conflito entre as exigências
gestionárias, organizativas e disciplinares do empregador, por um lado, e os
direitos do trabalhador, por outro. Não direitos propriamente os seus direitos
enquanto trabalhador (ex. direito à greve, liberdade sindical…), mas sim os
seus direitos inespecíficos, isto é, os seus direitos não especificamente
laborais, os seus direitos enquanto pessoas e enquanto cidadão (direitos de
segunda geração, hoc sensu).
Nesta matéria assistimos a uma dialética aplicação/modulação. A tutela da
situação pessoal do trabalhador salvaguarda a chamada cidadania na empresa
pressupõe a aplicação/eficácia dos direitos fundamentais da pessoa humana
no âmbito da relação de trabalho.
Os interesses legítimos do empregador e a posição de inequívoca supremacia
que este detém na relação de trabalho implicam necessariamente, uma certa
compreensão daqueles direitos do trabalhador.
Os art.º 14 a 22 do Contrato de Trabalho são referentes ais “direitos de
personalidade” , isto é, trata-se dos direitos que incidem sobre os vários
modos de ser, físicos ou morais de personalidade de cada pessoa, aos direitos
da pessoa enquanto pessoas, aos direitos da pessoa sobre si mesma (jura in
se ipsum), são, portanto, direitos gerais e necessários, de que todos gozam,
pois representam o conteúdo mínimo e imprescindível da esfera jurídica de
cada pessoa.
Posto isto, o atual Código do Trabalho adota uma perspetiva paritária entre
trabalhador e empregador (art.º 16 nº1), “o empregador e o trabalhador
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devem respeitar os direitos de personalidade da contraparte”, garantindo que
ficam então consagrados os direitos de personalidade tanto do empregador
como do trabalhador.
Compete ao Direito do Trabalho garantir que homens e mulheres, no tempo
e local de trabalham não abandonam a sua qualidade de cidadãos nem se
despem dos atributos jurídicos da sua humanidade.
Assédio no Trabalho
O assédio constitui ainda hoje um conceito juridicamente fluido e impreciso,
podendo traduzir-se em comportamentos bastante diversificados. O assédio
por ser de dois tipos:
➢ Vertical: neste caso o assediante será em princípio o próprio
empregador ou superior hierárquico do trabalhador;
➢ Horizontal: neste caso o assédio ocorre entre trabalhadores, entre os
quais não existe qualquer tipo de relação hierárquica.
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Tendo em conta esta problemática, bem como o estabelecido no texto
constitucional, no art.º 59 nº1, b (todos os trabalhadores têm direito à
organização do trabalho em condições socialmente dignificantes de
forma a facultar a realização pessoal), seria de esperar que também o
estivesse estabelecido no Código do Trabalho, no art.º 129, nº1, b, que
defende ser proibido ao empregador obstar injustificadamente à prestação
de trabalho.
Definição de assédio: art.º 29 nº1,2,3.
Ónus da prova do assédio
➢ Assédio não discriminatório: o ónus da prova recai sobre o
trabalhador assediado, por força da regra geral constante do art.º
342 nº1 do Código Civil, segundo a qual, aquele que invocar um
direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito
alegado;
➢ Assédio discriminatório: será aplicado o art.º 25 nº5 do Código
do Trabalho, cabendo o assediado indicar o trabalhador ou
trabalhadores em relação a quem se considera discriminado e
incumbido depois ao empregador provar que a diferença de
tratamento não assenta em qualquer fator de discriminação.
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o A prática de assédio constitui contraordenação muito grave, pela qual
responde o empregador (art.º 551 do Código do Trabalho), sem
prejuízo da eventual responsabilidade penal prevista nos termos da lei
(art.º 29, nº5 do Código do Trabalho).
o A lei reconhece que da prática de assédio poderão resultar doenças
profissionais, cabendo a responsabilidade pela reparação de tais danos
ao empregador, mas devendo o pagamento da reparação ser feito, em
primeira linha, pela segurança social, a qual ficará sub-rogada nos
direitos do trabalhador, na medida dos pagamentos efetuados,
acrescidos de juros de mora vincendos, nos termos de regulamentação
própria a aprovar pelo Governo (art.º 283 nº8 e 9 do Código do
Trabalho);
o A prática de assédio por parte de um trabalhador legitima a utilização
do poder disciplinar patronal, podendo levar ao despedimento com
justa causa do autor do assédio;
o A prática de assédio pelo empregador constituirá justa causa de
resolução do contrato por iniciativa do trabalhador. O mesmo pode
acontecer quando se trata da prática de assédio por para de um
trabalhador em relação a outro trabalhador e a entidade empregadora
tomou conhecimento e nada fez para pôr fim ao mesmo (art.º 394 nº2
b) e f) do Código do Trabalho);
Categoria profissional
Traduz-se numa forma de exprimir o objeto do contrato de trabalho, de
maneira a identificar a delimitar as funções que um trabalhador pode ser
obrigado a realizar.
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A existência da categoria profissional tem como principal objetivo, limitar
o poder de direção da entidade empregadora. Porém o que acontece é que o
aumento destas categorias, levou a que estas se tornassem num fator de
excessiva rigidez laboral, e a necessidade de flexibilizar a mão de obra levou
a que o legislador a ir “contra” o principio da contratualidade do objeto do
contrato de trabalho, com efeito o art.º 118 nº2 do Código do Trabalho diz-
nos que “A atividade contratada, ainda que determinada por remissão para
categoria profissional de instrumento de regulamentação coletiva de trabalho
ou regulamento interno de empresa, compreende funções que lhe sejam afins
ou funcionalmente ligadas, para as quais o trabalhador tenha qualificação
adequada e que não impliquem desvalorização profissional”, isto é o objeto
do contrato de trabalho deixa de ser definido apenas pela categoria
profissional e passa a ser definido pela mesma porém também pelas funções
que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas.
Mobilidade funcional
Princípio da invariabilidade da prestação: com case no art.º 118 nº1 do
Código do Trabalho, o trabalhador deve em princípio exercer funções
correspondentes à atividade em que se encontra contratado, devendo por sua
vez o empregador atribuir-lhe as funções mais adequadas às suas aptidões e
qualificação profissional. Ou seja, trata-se do princípio do desempenho de
funções correspondentes à atividade para a qual foi contratado.
Porém a lei atende às exigências da flexibilidade empresarial, pelo que o
trabalhador deverá ser funcionalmente móvel, e, portanto, o empregador
pode, quando o interesse da empresa assim o exija, encarregar o trabalhador
de exercer temporariamente funções não compreendidas da atividade pela
qual foi contratado, desde que tal não implique modificação substancial da
posição do trabalhador (art.º 120 do Código do Trabalho).
Contudo a lei impõe limites, dos quais:
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➢ Como diz no art.º 120 do Código do Trabalho, “se o interesse da
empresa assim o exigir” é necessário saber se esse interesse existe e
como é que ele se afere;
➢ A duração da alteração não deverá ultrapassar o prazo de dois anos
(art.º 120 nº3 do Código do Trabalho);
➢ Não pode implicar diminuição da retribuição, podendo aplicar o
aumento da mesma (art.º 120 nº4 do Código do Trabalho);
➢ O trabalhador não adquire a categoria correspondente às funções que
exerce temporariamente (art.º 120 nº5 do Código do Trabalho);
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O local contratualmente definido, coincide com a zona geográfica
contratualmente ajustada pelos sujeitos, e coincidirá em regra com a área da
empresa, estabelecimento ou unidade produtiva em que o trabalhador labore.
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➢ A decisão deverá ser comunicada ao trabalhador, em termos
fundamentados e por escrito, com oito dias em caso de transferência
temporária ou 30 dias em caso de transferência definitiva ( visto que
uma transferência definitiva tem mais implicações na vida pessoal e
familiar do trabalhador do que uma transferência temporária, pelo que
o tempo de aviso prévio é superior) (art.º 196 do Código do Trabalho)
➢ o empregador deverá custear as despesas do trabalhador que sejam
decorrentes do acréscimo dos custos devido à sua transferência (como
é o caso de transportes, mudança de residência) (art.º 194 nº4 do
Código do Trabalho);
➢ A transferência do trabalhador tem com pressuposto, ser realizada
com base num motivo do interesse da empresa (art.º 194 nº1 b) do
Código do Trabalho);
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apenas um estabelecimento não poderá ser transferido para outro local,
infelizmente).
Tempo de trabalho
✓ tempo de trabalho efetivo (art.º 197 nº1 do Código do Trabalho):
corresponde período de desempenho da prestação (quando o
trabalhador exerce a atividade)
✓ períodos de inatividade equiparados a tempo de trabalho (art.º 197 nº2
do Código do Trabalho) e também ao tempo de disponibilidade para
o trabalho.
Período de descanso
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Todo aquele que não seja tempo de trabalho (art.º 199 do Código do
Trabalho).
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Banco de horas
O banco de horas confere ao empregador o poder de alargar o período normal
de trabalho, podendo então o empregador alargar o período normal de
trabalho diário e/ou semanal até certo limite (por exemplo, duas até 4 horas
diárias, ou 50 a 60 horas semanais), dependendo e de acordo com as
conveniências e necessidades da empresa. A compensação pelo trabalho
prestado em acréscimo poderá ser feita através de compensação pecuniária
ou através da redução do número de horas equivalente ao tempo de trabalho
prestado em acréscimo, ou então através do aumento do período de férias do
trabalhador.
Horário de trabalho
Compete ao empregador determinar o horário de trabalho do trabalhador
(dentro dos limites legais estabelecidos. (art.º 212 do Código do Trabalho).
O período de trabalho diário deverá:
✓ ser interrompido por intervalo de descanso de duração não inferior a
uma hora nem superior a duas, de modo que o trabalhador não preste
mais de cinco horas de trabalho consecutivo (art.º 213 nº1 do Código
do Trabalho);
✓ o trabalhado tem direito a um período de descanso de, pelo menos 11
horas seguidas entre dois períodos de trabalho consecutivos (art.º 214
nº1 Do Código do Trabalho);
Alteração do Horário de Trabalho (art.º 217 Do Código do Trabalho)
➢ O empregador goza da faculdade de alterar o horário de trabalho por
decisão unilateral;
➢ A alteração do horário de trabalho deve ser precedida de consulta dos
trabalhadores envolvidos e à respetiva estrutura representativa
➢ A alteração deve ser afixada na empresa com antecedência de sete dias
relativamente ao início da sua aplicação aos 3 dias em caso de micro
empresas;
➢ Não poderá ser unilateralmente alterado o horário que tenha sido
individualmente acordado;
➢ A alteração que implique o acréscimo de despesas para o trabalhador
confere o direito a compensação económica;
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Descanso semanal (art.º 232 do Código do Trabalho)
➢ o trabalhador tem direito a pelo menos um dia de descanso por semana
(descanso semanal obrigatório) (art.º 232 nº1 do Código do Trabalho);
➢ o dia de descanso semanal coincidirá em regra com o domingo, porém
a lei não deixa de prever diversos casos em que o dia de descanso
semanal pode deixar de ser gozado ao domingo (art.º 231 nº2 do
Código do Trabalho);
➢ Por IRCT ou por contrato de trabalho pode ser instituído um período
de descanso semanal complementar, geralmente ao sábado (art.º 231
nº3 do Código do Trabalho);
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A lei prevê o direito a uma retribuição especifica para o trabalhador isento
de horário, contrapartida da disponibilidade acrescida que lhe é exigida (art.º
265 do Código do Trabalho).
Trabalho noturno
O trabalho noturno é, em princípio o trabalho compreendido entre as 22
horas de um dia e as 7 do dia seguinte. (art.º 223º do Código do Trabalho).
A lei não só se preocupa com a proteção do trabalhador noturno (art.º 224 e
225 do Código do Trabalho), como, em regra prevê o pagamento de uma
retribuição acrescida para quem preste esse tipo de trabalho (art.º 266 do
Código do Trabalho), contudo essa regra apresenta algumas exceções (art.º
266 nº3 do Código do Trabalho).
Trabalho suplementar
Este regime encontra-se regulado nos art.º 226 a 231 do Código do Trabalho,
com os seus efeitos retributivos a ser previstos no art.º 268 do Código do
Trabalho.
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O trabalho suplementar é todo aquele que é prestado fora do horário de
trabalho. Trata se de situações em que se verifica um desvio em relação ao
programa normal do trabalhador.
Este tipo de caracter é de caracter excecional, visto que o mesmo apenas
poderá ser prestado em dois tipos de situações:
➢ Quando a empresa tenha de fazer face a acréscimo eventual e
transitório de trabalho e não se justifique para tal admissão de
trabalhador (art.º 227 nº1 do Código do Trabalho);
➢ Em caso de força maior ou quando seja indispensável para prevenir ou
reparar prejuízo grave para a empresa ou para a sua viabilidade (art.º
227 nº2 do Código do Trabalho);
O trabalho suplementar também é de caracter obrigatório. Preenchidos os
motivos justificativos, a lei estabelece que o trabalhador é obrigado a realizar
a prestação de trabalho suplementar, salvo quando, havendo motivos
atendíveis, expressamente solicite a sua dispensa. (art.º 227 nº3 do Código
do Trabalho).
A prestação de trabalho suplementar produz dois tipos de efeitos jurídicos,
efeitos estes que dependem do número de horas de trabalho prestado por dia
e da circunstância de esse trabalho ser executado em dia normal de trabalho
ou em dia de descanso ou feriado:
o Confere ao trabalhador (embora se tratem de casos limitados) o
direito a descanso compensatório remunerado (art.º 229 e 130 do
Código do Trabalho).
o Confere ao trabalhador direito a retribuição acrescida (art.º 268 do
Código do Trabalho).
Feriados
Nos dias considerados como feriado obrigatório, têm de encerrar ou
suspender a laboração todas as atividades que não sejam permitidas aos
domingos (art.º 263 nº1 do Código do Trabalho), pelo que os
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trabalhadores dessas atividades ficam exonerados do dever de prestar
trabalho.
O trabalhador tem direito à retribuição correspondente a feriado, sem
que o empregador a possa compensar com trabalho suplementar. (art.º
269 nº1 do Código do Trabalho).
Os feriados obrigatórios são (art.º 234 nº1 do Código do Trabalho)
➢ Dia 1 de janeiro;
➢ Sexta-feira Santa;
➢ Domingo de Páscoa;
➢ 25 de abril;
➢ 1º de maio;
➢ Corpo de Deus;
➢ 10 de junho;
➢ 15 de agosto;
➢ 5 de outubro;
➢ 1 de novembro;
➢ 1 de dezembro;
➢ 8 de dezembro;
➢ 25 de dezembro;
(mediante legislação especifica, determinados feriados obrigatórios
podem ser observados na segunda feira de semana subsequente)
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O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um período de férias
retribuídas, que em regra vence a 1 de janeiro (art.º 237 nº1 do Código do
Trabalho), o direito a férias reporta-se em regra ao trabalho prestado no ano
civil anterior (art.º 237 nº2 do Código do Trabalho).
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extinção do vinculo, em abril de 2017 (art.º 245 nº1 b do Código do
Trabalho).
Caso o contrato cesse o ano civil subsequente ao da admissão, ou cesse no
próprio ano em que o trabalhador foi admitido deve ser atendido um critério
da proporcionalidade. (art.º 245 nº3 do Código do Trabalho).
NOTA: Nos casos de contratos de duração inferior a 6 meses, o trabalhador
terá direito a dois dias uteis de férias por cada mês completo de duração do
contrato, a gozar antes da cessação do mesmo (art.º 239 nº4 e nº5 do Código
do Trabalho).
Marcação de férias
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O gozo do período de férias pode ser interpolado, se ambas as partes
acordarem e desde que sejam gozados, no mínimo 10 dias uteis consecutivos
(art.º 241 nº8 do Contrato de Trabalho).
Tendo o período de férias sido marcado, este poderá ser alterado, seja por
motivos relativos à empresa (art.º 243 do Contrato de Trabalho), seja por
motivos relativos ao trabalhador (art.º 244 do Código do Trabalho).
Ano da contratação
Se o direito às férias se vai formando progressivamente ao longo do ano e só
vence no dia 1 de janeiro do ano subsequente, isto significa que, que no ano
da contratação o trabalhador jamais gozará férias. Imaginando que o
trabalhador é contratado no dia 1 de janeiro de 2018 o seu direito às ferias
vence a 1 de janeiro de 2019 pelo que este só poderá gozar das ferias durante
o ano de 2019.
Para evitar situações como esta, a lei introduz um importante desvio à regra
segundo a qual as férias se vencem apenas no dia 1 de janeiro. Assim nos
termos do art.º 239 nº1 do Código do Trabalho, no ano da admissão, o
trabalhador tem direito a 2 dias uteis de férias por cada mês de duração do
contrato, até 20 dias, cujo gozo pode ter lugar após seis meses completos de
execução do contrato.
No caso de o ano civil terminar antes de decorrido o prazo de 6 meses, as
férias serão gozadas até 30 de junho do ano seguinte. (art.º 239 nº2 do Código
do Trabalho)
Assim imaginemos que um trabalhador é admitido no dia 1 de agosto. Assim
terá direito a 10 dias de férias, porém o gozo dessas ferias só poderá ter lugar
6 meses apos a execução do contrato então as mesmas (10 dias) transitarão
para o ano seguinte.
O trabalhador não pode gozar no mesmo ano civil mais de 30 dias uteis de
férias (art.º 239 nº3 do Contrato de Trabalho).
Nos casos de impedimento prolongado do trabalhador
➢ No ano em que se iniciou o impedimento e este tiver determinado a
impossibilidade do gozo das férias já vencidas o trabalhador terá
direito à retribuição correspondente ao período de férias não gozado
ou ao gozo do mesmo até dia 30 de abril do na seguinte e, em qualquer
caso, ao respetivo subsídio (art.º 244 nº3 do Código do Trabalho).
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➢ Se o contrato cessar após o impedimento prolongado do trabalhador,
este terá direito à retribuição e ao subsídio de férias correspondente ao
tempo de serviço prestado no ano de início de suspensão (art.º 244 n~4
do Código do Trabalho).
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✓ A motivada pela prestação de prova em estabelecimento de
ensino (nos termos do art.º 91 do código do trabalho);
✓ A motivada por impossibilidade de prestar trabalho devido a
facto não imputável ao trabalhador, nomeadamente a
observância de prescrição medica no seguimento de recurso a
técnica de procriação medicamente assistida, doença, acidente
ou cumprimento de obrigação legal;
✓ A motivada pela prestação de assistência inadiável e
imprescindível a filho, a neto ou a membro do agregado familiar
de trabalhador;
✓ A motivada pelo acompanhamento de grávida que de desloque
a unidade hospitalar fora da ilha de residência para realização
do parto;
✓ A motivada por deslocação a estabelecimento de ensino de
responsável pela educação de menor por motivo da situação
educativa deste, pelo tempo estritamente necessário, até quatro
horas por trimestre, por cada um;
✓ A de trabalhador eleito para estrutura de representação coletiva
dos trabalhadores;
✓ A de candidato a cargo publico, nos termos correspondentes a
lei eleitoral;
✓ A autorizada ou aprovada pelo empregador;
✓ A que por lei seja como tal considerada;
A falta só será justificada se a ausência foi comunicada a tempo ao
empregador, e com a indicação do motivo justificativo (art.º 254
do Código do Trabalho)
➢ Faltas injustificadas: qualquer falta que não seja prevista no número
anterior será considerada injustificada.
A falta injustificada constitui violação do dever de assiduidade,
determinando a perda da retribuição correspondente ao período de
ausência, o qual não será contado na antiguidade do trabalhador (art.º
256 nº1) . A falta injustificada pode levar à aplicação da
correspondente sanção disciplinar por parte do empregador,
respeitando o princípio da proporcionalidade. No limite, as faltas
injustificadas poderão consubstanciar justa causa de despedimento do
trabalhador (art.º 351 nº1 e nº2 g) do Código do Trabalho.
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Retribuição
Trata-se da prestação a que , nos termos do contrato, das normas que o regem
ou dos usos, o trabalhador tem direito em contrapartida do seu trabalho. (art.º
258 nº1 do Código do Trabalho).
O salário é uma realidade multiforme e heterogénea.
Presume-se constituir retribuição qualquer prestação do empregador ao
trabalhador (art.º 258 nº3 do Código do Trabalho).
O Código do Trabalho fornece ao aplicador alguns subsídios (art.º 260 do
Código do Trabalho).
Modalidades da retribuição
A retribuição pode ser certa, variável ou mista, sendo esta constituída por
uma parte certa e outra variável (art.º 261 nº1 do Código do Trabalho).
➢ Retribuição certa: a unidade de calculo é constituída pelo tempo (a
hora, o dia, a semana, a quinzena, o mês) (art.º 261 nº2);
➢ Retribuição variável: é calculada com base em critérios diversos da
medida temporal, o rendimento (o rendimento do trabalhador
individualmente considerado ou rendimento de um determinado grupo
de trabalhadores), é o caso do salário à peça, o salário à tarefa, das
comissões etc.
➢ Retribuição mista: calculada através de uma parte certa (calculada em
função do tempo) e uma parte variável, (calculada em função do
rendimento).
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de estabelecer e atualizar o salário mínimo nacional. (art.º 59 nº2 a) da
CRP).
Este preceito tem como principal objetivo estabelecer uma retribuição
mensal mínima, de maneira a garantir o mínimo aos trabalhadores
mais desfavorecidos e com menos poder negocial face aos
empregadores.
✓ Na determinação do valor da retribuição deve ter-se em conta a
quantidade, natureza e qualidade do trabalho, observando-se o
princípio de que para trabalho igual ou de valor igual, salário igual.
(art.º 270 do Código do Trabalho), este preceito traduz-se no texto
Constitucional, nos termos do qual para trabalho igual, salário igual
(art.º 59 nº1 a) da CRP) e (art.º 23 º1 c) e d) Do Código do Trabalho).
✓ É proibido ao empregador diminuir a retribuição, salvo nos casos
previsto no Código do Trabalho ou em instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho (art.º 129 nº1 d) do Código do Trabalho), isto é,
não é lícita a diminuição da retribuição, nem por decisão unilateral do
empregador, nem por acordo das partes. No caso da baixa de
categoria, caso essa baixa implique a diminuição da retribuição, esta
estará sujeita às exigências do art.º 119 do Código do Trabalho.
Prova
Incumbe ao empregador fazer a prova do respetivo cumprimento da
obrigação retributiva, sendo admissível qualquer tipo de meio para prova,
porém note-se que o melhor meio de prova do cumprimento é a quitação
(documento que prova o pagamento ou recibo). A entidade empregadora
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
pode exigir a quitação do trabalhador (art.º 787 nº1 do Código Civil: quem
cumpre a obrigação tem direito de exigir quitação daquele a quem a
prestação é feita), podendo ainda recusar-se a cumprir enquanto a quitação
não for dada (art.º 787 nº2 do Código Civil).
Lugar da retribuição
Tempo da retribuição
A obrigação retributiva trata-se de uma obrigação duradoura.
O tempo faz sentir-se em dois níveis:
➢ O tempo traduz-se na unidade de calculo da retribuição certa (art.º 261
do Código do Trabalho);
➢ O tempo funciona como unidade de vencimento da retribuição (art.º
278 nº1 do Código do Trabalho);
A obrigação retributiva há de vencer sempre por períodos certos e iguais,
vence-se automaticamente, pelo que deve existir logicamente uma data
predeterminada para o respetivo cumprimento (art.º 805 nº1 e nº2 a) do
Código Civil), e o montante da retribuição deve estar à disposição do
trabalhador na data do vencimento ou em dia útil anterior(art.º 278 nº4).
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Cessação do crédito retributivo
O trabalhador só pode ceder crédito a retribuição, a título gratuito ou
oneroso, na medida em que o mesmo seja penhorável. (art.º 280 do Código
do Trabalho)
Regime da penhora: (art.º 738 do Código Civil)
➢ Dois terços da parte líquida do salário são impenhoráveis (nº1)
➢ A impenhorabilidade tem como limite máximo o montante
equivalente a três salário mínimos nacionais e tem como limite
mínimo quando o executado não tenha outro rendimento o montante
equivalente ao salário mínimo nacional (nº3).
Prescrição de créditos
O crédito de empregador ou de trabalhador emergente de contrato de
trabalho, da sua violação ou cessação, prescreve decorrido um ano a partir
do dia seguinte àquele em que cessou o contrato de trabalho. (art.º 337 nº1
do Código do Trabalho).
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Suspensão do contrato de trabalho
O contrato de trabalho sendo um contrato duradouro, pode sofrer
modificação de diversa índole, algumas subjetivas, posto isto o contrato de
trabalho pode ficar transitoriamente suspenso, isto é, o contrato pode não se
extinguir, mas manter-se em estado latente (em hibernação jurídica).
O art.º 295 do Código do Trabalho determina os efeitos da suspensão do
contrato:
➢ Durante a suspensão, mantêm-se os direitos, deveres e garantias das
partes que não pressuponham a efetiva prestação de trabalho (nº1).
(deveres como a assiduidade, obediência ou diligencia ficam
paralisados durante a suspensão contratual, mas já o dever da lealdade
mantém-se atuante.
Quanto à retribuição, saber se o empregador fica adstrito a paga-la, o
todo ou a parte, durante o período de paralisação vai depender do tipo
de suspensão contratual em causa.
➢ O tempo de suspensão conta-se para efeitos de antiguidade (nº2) e a
suspensão não tem efeitos no decurso do prazo de caducidade, nem
obsta a que qualquer das partes faça cessar o contrato nos termos
gerais (nº3).
O contrato permanece vivo.
➢ Terminado o período de suspensão, são restabelecidos os direitos,
deveres e garantias das partes decorrentes da efetiva prestação de
trabalho (nº4)
Terminado o período de “hibernação jurídica” todas as funções vitais
do contrato voltam à normalidade, pelo que o trabalhador deverá
retomar a sua atividade e o empregador irá resumir a totalidade dos
seus direitos e deveres.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
Suspensão individual por facto respeitante ao trabalhador
Determina a suspensão do contrato de trabalho o impedimento temporário
por facto respeitante ao trabalhador que não lhe seja imputável (isto é, que
não seja responsabilidade do trabalhador) e se prolongue por mais de um
mês, nomeadamente doença, acidente ou facto decorrente da aplicação da lei
do serviço militar (art.º 296 do Código do Trabalho).
Para que se trate de um caso de suspensão individual terá de ser verificar:
➢ Que o trabalhador se veja na impossibilidade de prestar trabalho,
porém esse impedimento tem de ser de caracter transitório (se for
definitivo o contrato caducará (art.º 296 nº4 do Código do Trabalho),
e se prolongue por mais de um mês (se o impedimento durar menos
de um mês será aplicado o regime das faltas ao trabalho (art.º 249 nº2
d) do Código do Trabalho).
➢ O facto gerador do impedimento não deverá ser imputável ao
trabalhador.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
o Posteriormente abre-se uma fase de informações e negociações entre
as partes, com o objetivo de obter um acordo sobre a matéria (art.º
300 do Código do Trabalho).
A suspensão deve:
o Ser resultante de acordo com a estrutura representativa dos
trabalhadores ou por decisão unilateral do empregador;
o Ter uma duração previamente definida, não superior a 6 meses (pode
ser um ano, caso catástrofe ou outra ocorrência que tenha afetado
gravemente a atividade normal da empresa), prazo que pode ser
prolongado para mais 6 meses mediante decisão escrita e
fundamentada do empregador (art.º 301 do Código do Trabalho).
NOTA: O empregador só poderá recorrer novamente à aplicação de
medida de suspensão depois de decorrido um período de tempo
equivalente a metade do período anteriormente utilizado, salvo se houver
acordo entre empregador e trabalhadores abrangidos ou suas estruturas
representativas (art.º 298-A do Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
Encerramento temporário do estabelecimento
A suspensão do contrato de trabalho pode resultar do encerramento
temporário da empresa ou do estabelecimento.
Nestes casos o trabalhador conserva direitos em matéria retributiva (art.º 309
do Código do Trabalho):
o Terá direito a receber 75% da retribuição se, o encerramento
temporário se dever a caso imprevisível ou de força maior e inevitável
(ex. destruição das instalações, falta de combustível, falta de matérias
primas);
o Terá direito a receber 100% da retribuição se o encerramento se ficar
a dever a facto imputável ao empregador ou a motivo de interesse
deste (encerramento por obras e remodelação entre outros…).
NOTA: O art.º 309 nº2 do Código do Trabalho manda reduzir ao valor da
retribuição o que o trabalhador receba no período em causa por outra
atividade que tenha passado a exercer por efeito do encerramento.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
Se o empregador não pagar pontualmente a prestação de pré-reforma, o
trabalhador terá o direito de retomar o pleno exercício de funções ou, em
alternativa, o de resolver o contrato com direito a indeminização (art.º 321
do Código do Trabalho).
As hipóteses de cessação da pré reforma encontram-se previstas no art.º 322
do Código do Trabalho.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
➢ Revogação;
➢ Despedimento por facto imputável ao trabalhador;
➢ Despedimento coletivo;
➢ Despedimento por extinção de posto de trabalho;
➢ Despedimento por inadaptação;
➢ Resolução pelo trabalhador;
➢ Denuncia pelo trabalhador;
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
previsto nos art.º 360 do Código de Trabalho e seguintes com as respetivas
adaptações.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
Extinção por mútuo acordo (revogação)
O trabalhador e o empregador podem fazer cessar o contrato de trabalho por
acordo. Assim a qualquer momento, em qualquer modalidade do contrato de
trabalho, por qualquer razão e sem necessidade de apresentação de qualquer
motivo para a rotura, o empregador e o trabalhador podem proceder à
revogação bilateral do vínculo jurídico-laboral. (art.º 349 nº1 do Código do
Trabalho).
É exigível a forma escrita, isto é, o acordo de revogação deve constar de
documento assinado por ambas as partes, ficando cada uma com um
exemplar. (art.º 349 nº2 do Código do Trabalho), baseando-se no princípio
do consensualismo (art.º 110 do Código do Trabalho).
NOTA: a inobservância da forma escrita implicará a nulidade do acordo
revogatório (art 220 do Código Civil).
Os efeitos extintivos do acordo revogatório podem ser:
o Imediatos: podem coincidir com a data da celebração do acordo.
o Para momento ulterior: ao acordo revogatório será aposto um termo
suspensivo.
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atraso) mais z (montante relativo a créditos de formação sucessiva, como
férias ou Natal). Contudo a lei presume que a compensação pecuniária x já
engloba y e z.
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demais circunstâncias que no caso sejam relevantes” (art 351 nº3 do Código
do Trabalho).
Procedimento disciplinar
O regime jurídico do despedimento assenta em três pilares fundamentais:
o Na existência de motivação do despedimento, sendo proibidos os
despedimentos sem justa causa;
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
o Processualização ou procedimentalização do despedimento, sendo
que a inexistência ou a nulidade do processo/procedimento disciplinar
determinam a ilicitude do despedimento que, apesar disso, tenha sido
proferido pela entidade empregadora;
o Técnica sancionatória de despedimento contra legem,
designadamente através da aquisição da ideia de invalidade do
despedimento, implicando, entre outras consequências, o direito à
reintegração do trabalhador , ilicitamente despedido.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
➢ Instrução : o trabalhador pode solicitar as diligencias probatórias que
se mostrem pertinente para o esclarecimento da verdade.
O empregador sempre deverá proceder às diligencias probatórias
requeridas pelo trabalhador, a menos que as considere patentemente
dilatórias ou impertinentes, devendo, nesse caso, alega-lo
fundamentalmente por escrito. (art 356 nº1 do Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
o 30 dias a contar da conclusão da última diligencia probatória realizada
(art 358 nº3 do Código do Trabalho);
o Se o empregador não proferir decisão até ao termo dos
supramencionados
o 30 dias, o direito de aplicar a sanção caduca (art 358 nº4 do Código do
Trabalho).
A decisão deve ser comunicada por copia ou por transcrição ao trabalhador.
Despedimento coletivo
Considera-se despedimento coletivo a cessação de contratos de trabalho
promovida pelo empregador e operada simultânea ou sucessivamente no
período de três mesas, abrangendo pelo menos, dois (microempresa) ou
cinco (media ou grande empresa) trabalhadores. Sempre que essa ocorrência
dê lugar a encerramento de uma vária secção ou estrutura equivalente ou a
redução do número de trabalhadores seja determinada por motivos de
mercado, estruturais ou tecnológicos. (art 359 nº1 do Código do Trabalho).
Procedimento:
➢ O empregador que tenha como intenção proceder a um despedimento
coletivo deve comunicar essa intenção à estritura representativa dos
trabalhadores (art 360 do Código do Trabalho);
➢ Segue-se a fase de informação e negociação, com o principal objetivo
de chegar a um acordo sobre a dimensão e efeitos das medidas a
aplicar e, de outras medidas que reduzam o número de trabalhadores
a despedir (art 361 e 362 do Código do Trabalho)
Caso o despedimento se consume
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
➢ Dever ser comunicado por escrito, ao trabalhador abrangido, com a
antecedência mínima, relativamente à data da cessação de 15,30, 60,
75 dias consoante a antiguidade do trabalhador (art 363 do Código do
Trabalho).
➢ Caso o trabalhador não observe o prazo mínimo de aviso prévio, o
contrato só cessará uma vez decorrido o período de aviso prévio em
falta, devendo o empregador pagar a retribuição correspondente a esse
período (art 363 do Código do Trabalho)
➢ Durante o prezo de aviso prévio, o trabalhador tem direito a um crédito
de horas correspondente a dois dias de trabalho por semana sem
prejuízo da retribuição (tempo dedicado à busca de um novo
emprego), o trabalhador também poderá denunciar o contrato durante
esse prazo de aviso prévio, mediante declaração com a antecedência
mínima de três dias uteis, mantendo o direito à compensação prevista
(art 366 e 365 do Código do Trabalho).
Compensação
✓ Corresponde a 12 dias de retribuição e diuturnidades por cada ano de
antiguidade (art 366 nº1 do Código do Trabalho).
✓ O valor da retribuição base mensal e diuturnidades a considerar para
efeitos de calculo da compensação, não pode ser superior a 20 vezes a
retribuição mínima mensal garantida;
✓ O montante global da compensação não pode ser superior a 12 vezes
a retribuição base mensal e diuturnidades do trabalhador (ou a 240
vezes a retribuição mínima mensal garantida);
✓ O valor diário de retribuição base e diuturnidades é o resultante da
divisão por 30 da retribuição mensal e diuturnidades;
✓ Em caso de fração de ano o montante da compensação é calculado
proporcionalmente.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
extinção, quando esta seja devida a motivos de mercado, estrituras ou
tecnológicos, relativos à empresa (art 367 do Código do Trabalho).
Para que este despedimento possa ocorrer terão de se verificar os seguintes
requisitos: (art 368 nº1 do Código do Trabalho)
➢ Os motivos indicados não sejam devidos a conduta culposa de
qualquer das partes;
➢ Seja praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho
(nos termos do nº4 a subsistência da relação laboral será praticamente
impossível quando o empregador não disponha de outro posto de
trabalho compatível com a categoria profissional do trabalhador.
➢ Não existam na empresa contratos a termo para tarefas
correspondentes às dos postos de trabalho extintivo;
➢ Não seja aplicado a despedimento coletivo
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
Esta modalidade de despedimento carece de aviso prévio (art 371 nº3 do
Código do Trabalho).
O trabalhador em o direito a crédito de horas e a faculdade de denuncia
contratual durante o prazo de aviso prévio e a uma compensação pecuniária
calculada em função da respetiva retribuição e antiguidade (art 372 do
Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
✓ O trabalhador poderá requerer a suspensão preventiva do
despedimento, no prazo de cinco dias uteis, mediante providencia
cautelar regulado no CPT.
✓ Tenha ou não utilizado a via da providencia cautelar o trabalhador que
pretenda combater um despedimento ilícito terá de intentar a
correspondente ação judicial (art 387 nº1 e 388 nº1 do Código do
Trabalho);
✓ Para esse efeito o trabalhador possui um prazo de 60 dias (art 387 nº2),
caso de trate de um despedimento coletivo a ação de impugnação pode
ser intentada no prazo de 6 meses (art 388 nº2). Trata-se, portanto, de
uma ação declarativa de condenação com processo especial e de
natureza urente , cujo o âmbito de aplicação circunscreve aos casos
em que seja comunicada por escrito ao trabalhador a decisão de
despedimento individual, seja por facto imputável ao trabalhador seja
por extinção do posto de trabalho seja por inadaptação (art 98 C do
CPT).
✓ Na ação de apreciação do despedimento, assim como na ação de
impugnação do despedimento coletivo, o empregador apenas pode
invocar factos e fundamentos constantes da decisão de despedimento
comunicada ao trabalhador (art 387nº3 e 388 nº3 do Código do
Trabalho).
✓ O tribunal deverá sempre pronunciar-se sobre a verificação e
procedência dos fundamentos invocados para o despedimento.( art
387 nº4 do Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
➢ Não ser solicitado o parecer prévio da entidade competente, em caso
de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, ou de trabalhador
durante o gozo de licença parental inicial (art 63 do Código do
Trabalho)
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
remissão do art 372 ou exigíveis em virtude de cessação do
contrato de trabalho, sem prejuízo do disposto na parte final
do nº5 do art 363.
o Despedimento por extinção do posto de trabalho: o despedimento
por extinção do posto de trabalho é ilícito se o empregador: (art
384 do Código do Trabalho):
✓ Não cumprir os requisitos no nº1 do art 368 do Código do
Trabalho;
✓ Não observar o disposto no nº2 do art 368 do Código do
Trabalho;
✓ Não tiver feito as comunicações previstas no art 369 do
Código do Trabalho;
✓ Não tiver posto à disposição do trabalhador despedido até ao
termo do prezo de aviso prévio, a compensação por ele
devida a que se refere o art 366 por remissão do art 372 e os
créditos vencidos ou exigíveis em virtude da cessação do
contrato de trabalho.
o Despedimento por inadaptação: o despedimento por inadaptação é
ilícito se o empregador (art 385 do Código do Trabalho):
✓ Não cumprir os requisitos do disposto nos nº3 e 4 do artigo
374 ou nos nº1 a 3 do art 375;
✓ Não tiver feito as comunicações previstas no art 376;
✓ Não tiver posto à disposição do trabalhador despedido, até
termo do prazo de aviso prévio, a compensação por ele
devida a que se refere o art 366 e os créditos vencidos por
remissão do art 372 ou exigíveis em virtude de cessação do
contrato de trabalho;
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
em julgado da decisão do tribunal que declare a ilicitude do
despedimento (art 390 nº1 do Código do Trabalho). NOTA: em casos
em que o contrato de trabalho se extinga antes da decisão judicial por
motivos de morte, reforma etc., o pagamento dos salários intercalares
ocorre logicamente até à data em que o contrato se extinguiu.
Reintegração do trabalhador
O trabalhador pode optar pela sua reintegração na empresa ou então pela
chamada indemnização de antiguidade. É de ressalvar que se o trabalhador
optar inicialmente pela sua reintegração na empresa, mais tarde não poderá
decidir em contrário e optar pela indemnização da antiguidade e vice versa.
Despedimento irregular
O despedimento irregular existe quando no mesmo se registam vários vícios
procedimentais de segunda linha, não invalidantes (art 389 nº2 do Código do
Trabalho), os tais vícios de segunda linha são os seguintes:
➢ A omissão, sem apresentação de fundamento, das diligencias
probatórias requeridas pelo trabalhador na resposta à nota de culpa: é
cero que a instrução é obrigatória, de maneira a salvaguardar a defesa
do trabalhador , porém as deficiências procedimentais relativas à
instrução (falta de instrução, falta de audição de uma das testemunhas
indicadas pelo trabalhador), são consideradas deficiências
procedimentais de segunda linha, que não bastam para invalidar o
procedimento.
➢ A omissão, com apresentação de fundamento julgado improcedente
das diligencias probatórias requeridas pelo trabalhador: caso o
empregador não realize as diligencias requeridas na resposta à nota de
culpa, invocando, por escrito que as mesmas seriam patentemente
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
dilatórias ou impertinentes, o trabalhador poderá contestar os
fundamentos aduzidos pelo empregador para se furtar à realização de
tais diligencias. Se o tribunal entender que os fundamentos invocados
pelo empregador não são convincentes, o despedimento será
considerado irregular.
Demissão
O trabalhador pode denunciar o contrato independentemente de justa causa,
mediante comunicação ao empregador, por escrito com a antecedência
mínima de 30 ou 60 dias, conforme tenha, respetivamente até dois anos, ou
mais de dois anos de antiguidade . (art 400 nº1 do Código do Trabalho).
Este princípio da livre demissão vigora, que relativamente aos contratos a
termo indeterminado quer nos contratos a termo.
O aviso prévio funciona como um termo suspensivo aposta à denuncia do
contrato, pelo que, enquanto decorrer o respetivo prazo a relação laboral
mantém-se em vigor.
Duração do aviso prévio:
➢ Contrato a termo indeterminado (art 400 nº1 do Código do Trabalho):
os prazos mínimos são de 30 dias se o trabalhador tiver até dois anos
de antiguidade e de 60 dias se a respetiva antiguidade for superior a
dois anos;
➢ Trabalhador que ocupe cargo de administração ou direção, bem como
funções de representação ou de responsabilidade (art 400 nº2 do
Código do Trabalho): a lei admite que, quer através de IRCT quer
mesmo mediante contrato individual de trabalho, o prazo de aviso
prévio seja alargado até ao limite de seis meses.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
➢ Contrato a termo certo (art 400 nº3 do Código do Trabalho): o aviso
prévio devido pelo trabalhador será de 30 dias, salvo se o contrato tiver
duração inferior a 6 meses, caso em que o aviso prévio será de 15 dias.
➢ Contrato de termo incerto (art 400 nº4 do Código do Trabalho): em
lugar de se atender à duração do prazo estipulado, atender-se-á à
duração do contrato já decorrida.
Se o trabalhador não cumprir com o prazo de aviso prévio deve pagar ao
empregador uma indemnização de igual à retribuição base e diuturnidades
correspondentes ao período de antecedência em falta (art 401 do Código do
Trabalho)
Pacto de permanência
As partes podem convencionar que o trabalhador se obriga a não denunciar
o contrato de trabalho, por um período não superior a três anos, como
compensação ao empregador por despesas avultadas feitas com a sua
formação profissional (art 137 nº1 do Código do Trabalho). Contudo, o
trabalhador pode desobrigar-se do cumprimento do acordo/pacto de
permanência mediante pagamento do montante correspondente às despesas
nele referidas.
Revogação da denúncia
A lei confere ao trabalhador a possibilidade de proceder à revogação
unilateral da sua declaração demissória, esta possibilidade tem como
objetivo garantir que o trabalhador pondere devidamente sobre as
consequências da sua declaração, possibilitando-lhe o exercício do chamado
direito de arrependimento.
O trabalhador poderá revogar a denuncia do contrato até ao sétimo dia
seguinte à data em que a mesma chegar ao poder do empregador, mediante
comunicação escrita dirigida a este (art 402 nº1 do Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
ainda conferir-lhe o direito a uma indemnização pelos danos sofridos, de
acordo com o disposto no art 396 do Código do Trabalho.
A justa causa pode ser de dois tipos: objetiva e subjetiva.
➢ Justa causa subjetiva (art 394 nº2 do Código do Trabalho)
o Falta culposa de pagamento pontual da retribuição.
o Violação culposa de garantias legais ou convencionais do
trabalhador, designadamente a prática de assédio praticada pela
entidade empregadora ou por outros trabalhadores.
o Aplicação de sanção abusiva;
o Falta culposa de interesses patrimoniais sérios do trabalhador;
o Lesão culposa de interesses patrimoniais sérios do trabalhador;
o Ofensa à integridade física ou moral, liberdade, honra, ou
dignidade do trabalhador, punível por lei, incluindo a prática de
assédio denunciada ao serviço com competência inspetiva na área
laboral, praticada pelo empregador ou seu representante.
➢ Justa causa objetiva(art 394 nº3 do Código do Trabalho)
o Necessidade de cumprimento de obrigação legal incompatível
com a continuação do contrato;
o Alteração substancial e duradoura das condições de trabalho no
exercício lícito de poderes do empregador;
o Falta não culposa de pagamento pontual da retribuição;
o Transmissão para o adquirente da posição do empregador no
respetivo contrato de trabalho, em consequência da transmissão
da empresa.
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia
resolução conta-se a partir do termo desses 60 dias. (art 394 e 395 nº1 do
Código do Trabalho).
NOTA: o desrespeito pelas exigências formuladas no art 395 (inobservância
de forma escrita, indicação insuficiente dos factos justificativos da resolução,
ultrapassagem do prazo de caducidade) determinará a ilicitude, da rotura
contratual promovida pelo trabalhador.
Abandono ao trabalho
Trata-se numa rescisão contratual tacita por parte do trabalhador, o qual
promove uma dissolução do vínculo jurídico sem invocar qualquer justa
causa para o efeito e sem respeitar o competente aviso prévio.
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Elementos constitutivos do abandono do trabalho (art 403 do Código do
Trabalho)
➢ Ausência do trabalhador do serviço;
➢ Acompanhada de factos reveladores da intenção de não o retomar;
Verifica-se abandono ao trabalho quando a ausência do trabalhador se
prolongue durante, pelo menos, 10 dias uteis seguidos sem que o empregador
seja informado do motivo da ausência.
A presunção de abandono poderá ser ilidida mediante prova da ocorrência
de motivo de força maior impeditivo da comunicação ao empregador da
causa da ausência.
Uma vez que o abandono ao trabalho se traduz numa cessação irregular do
contrato por iniciativa do trabalhador, logicamente que este tem de o
indemnizar pelos prejuízos causados (art 403 nº5 do Código do Trabalho).
A lei remete para norma referente à indemnização devida em caso de falta
de cumprimento do prazo de aviso prévio por parte do trabalhador (art 401
do Código do Trabalho).
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DIREITO DO TRABALHO 2ªFREQUÊNCIA | Cristiana Correia