Você está na página 1de 9

FACULDADE DE ROLIM DE MOURA.

CURSO DE DIREITO.

CURSO DE DIREITO DO TRABALHO II.

PROFESSOR JOSÉ ROBERTO COELHO MENDES

JÚNIOR.

Módulo 1. Regulamento do trabalho. Regulamentação

geral do trabalho. Jornada de trabalho: trabalho intermitente, home office,

trabalho extraordinário, trabalho noturno, trabalho insalubre e perigoso,


horários de trabalho, turnos ininterruptos de revezamento, regime

compensatório, banco de horas e intervalos. Repouso intra e inter jornadas,

Repouso semanal e em feriados.

Aula 1 – Regulamento do trabalho e regulamentação geral


do trabalho.

1. Constituição Federal de 1988.

Vide vídeo 1 “7ª Constituição Brasileira – 1988: resumo


completo – história contada.” na aba de materiais.

2. Convenções e recomendações da OIT (princípios e

normas).
Vide vídeo 2 “OIT pede que Brasil assine tratado de

combate ao trabalho forçado.” na aba de materiais.

3. CLT.
Vide vídeo 3 “Série CLT 70 Anos – História da CLT.” na

aba de materiais.

4. Leis (trabalhistas ou não).

CLT.
Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do

Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão,

conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e

outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do


trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito

comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito

do trabalho.

§ 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência

editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais


do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem

criar obrigações que não estejam previstas em lei.

5. Normas coletivas (ACT e CCT).


Acordo coletivo: uma ou mais empresas x sindicato de

trabalhadores.

Convenção coletiva de trabalho: sindicato de empresas x

sindicato de trabalhadores.

6. Regulamento interno das empresas.


O cotidiano das empresas faz surgir inúmeras situações não

previstas em uma única norma, ou mesmo em nenhuma norma, o que gera

diversas lacunas jurídicas. É necessário que as empresas se utilizem de outras

fontes normativas, nos termos do artigo 444, da CLT:

CLT.
Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser

objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não

contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos

coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades


competentes.

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o

caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no artigo 611-A desta

Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os

instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de


nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas

vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência

Social.

R$ 6.433,57 x 2 = R$ 12.867,14

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de

trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem


sobre:

VI – regulamento empresarial;
§ 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo

coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o

do art. 8o desta Consolidação.

§ 2o A inexistência de expressa indicação de

contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de


trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do

negócio jurídico.

Art. 8o. § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo


coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a

conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado

o disposto no art. 104 do Código Civil, e balizará sua atuação pelo


princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

Código Civil.

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I – agente capaz;

II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;


III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Conclusão: é proibida a utilização de normas que sejam

contrárias à constituição, às convenções e acordos coletivos e às


decisões das autoridades competentes. A exceção são os empregados

com nível superior e que ganhem a partir de R$ 12.867,14.

Debate/reflexão: como juiz, você aplicaria essa regra?


Assim, e como forma alternativa para normatizar a relação

contratual de trabalho, as empresas buscam complementar a formalização da

prestação de serviço por meio de um regulamento interno.

Conceito: regulamento interno da empresa é o


instrumento pelo qual o empregador pode se valer para estabelecer

regras (direitos e obrigações) aos empregados que a ela prestam

serviços. De forma geral, o regulamento interno estabelece o que é

permitido ou não dentro da organização, e pode abranger regras tanto


para os empregados quanto para o próprio empregador.

Dentre as principais regras que normalmente estão

dispostas em um regulamento, podemos citar:

a) obrigatoriedade da utilização de uniformes;


b) cuidados no manejo de máquinas e equipamentos;

c) correta utilização dos computadores;

d) prudência na condução dos veículos da empresa;

e) requisitos gerais de admissão;


f) condição de indenização nos prejuízos causados ao

empregador por dolo, culpa, negligência, imprudência e imperícia nos atos

praticados pelo empregado, abrangendo, inclusive, danos causados a

terceiros (outros empregados, clientes ou fornecedores);


g) respeito aos superiores hierárquicos e aos colegas de

trabalho;

h) regras sobre faltas e atrasos;

i) tempo disponível para marcação do cartão de ponto;


j) licenças;

l) férias;

m) transferências;

n) benefícios;

o) ingresso em setores restritos;


p) proibições ou orientações para o uso do tabaco;

q) visitas;

r) respeito e cordialidade na representação da empresa

perante a sociedade;
s) vestimentas condizentes com o ambiente de trabalho ou

com a formalidade que determinadas condições exigem;

t) ética dentro e fora da empresa;

u) punições por divulgar informações sigilosas da empresa.

Tais cláusulas podem ser regras estabelecidas


unilateralmente. A empresa, utilizando-se de seu poder diretivo, é quem dita

as regras, cabe ao empregado cumpri-las de acordo com o estabelecido.

Conceito: jus variandi é o direito que o empregador


possui de alterar unilateralmente, somente em casos excepcionais, as

condições de trabalho dos empregados. Tal variação decorre do poder

de direção do empregador.

Mas há limites para o exercício válido do jus variandi.

Havendo abuso no exercício, o empregado pode se opor, valendo-se do

chamado direito de resistência ou jus resistente. Exemplos:


a) alteração do horário noturno para o diurno ou vice-versa.

O empregador tem o poder de direção do seu negócio. A alteração de horário

do empregado está dentro da possibilidade do poder diretivo do empregador.

TST.
Súmula 265. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE

TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO. A

transferência para o período diurno de trabalho implica na perda do

direito ao adicional noturno.

b) determinação do empregador de transferir um

empregado de um local insalubre ou perigoso para outro em que as condições

de higiene ou de segurança sejam melhores e, por isso, tornam inexigíveis os

adicionais de insalubridade ou de periculosidade.

O importante, no caso, é que o salário contratual e as

condições de trabalho mantenham-se inalterados. Seria uma incongruência

censurar uma empresa porque procura propiciar condições mais saudáveis de


trabalho ao empregado.

Conceito: jus resistentiae é o direito que o empregado

possui de resistir ao abuso na utilização do jus variandi por parte do


empregador.

Caso concreto de regulamento interno de empresa.


Vide peça 1 “regulamento interno” na aba de materiais.

Conclusão: embora seja prerrogativa do empregador

utilizar o regulamento interno da empresa para obrigar o empregado a

cumprir o que ali foi estabelecido, os limitadores para esta imposição são
a Constituição federal, o acordo ou a convenção coletiva de trabalho da

categoria profissional.

É essencial que o empregador, por meio da área de


recursos humanos (departamento pessoal ou de pessoal ou ainda gestão de

pessoas), faça com que os empregados ativos e os que ingressam na empresa

tenham conhecimento do regulamento interno (com assinatura de leitura e

recebimento), de forma a garantir que tais regras possam ser cobradas

quando da sua violação, pois o empregador não pode demitir um empregado


por infringir regra que o mesmo desconhece.

7. Normas Regulamentadoras do Ministério da

Economia – Secretaria de Trabalho.


https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-

saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default

8. Trabalhos bimestrais.
8.1. Elaborar o regulamento interno de uma empresa fictícia:

a) um trabalho só para toda a turma;

b) todos os alunos devem participar, sob pena de receber a

nota zero como primeira avaliação;


c) vale nota 10;

d) entrega prevista para o dia 20-4-2021.

8.2. Resumir todas as NR´s do Ministério da Economia –

Secretaria de Trabalho:
a) um trabalho só para toda a turma;

b) todos os alunos devem participar, sob pena de receber a

nota zero como primeira avaliação;

c) vale nota 10;


d) entrega prevista para o dia 23-6-2021.

Você também pode gostar