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COLEÇÃO – PROFISSIONALIZANTE – EQUIPE PRAXIS

Coordenação Geral
Priscila Isaías da Silva

Coordenação Pedagógica
Maiara Caroline Braz Sobrinho

Projeto Gráfico, Editoração


Matheus Carrara de Oliveira Gerth

Revisão
Marllan Silva de Souza

Montagem da Capa
Leonardo Moreira Campos

Autores
Lucas Sérvio Gonçalves (Direito do Trabalho)
Ailton Sales dos Santos (Português)
Mario Henrique (Matemática)
Jéssica Mendes Miranda (Educação Ambiental)
wallace Rafael França Sousa (Educação Ambiental)

2023
Caros alunos e alunas,

Sejam bem-vindos à nossa apostila. Nosso objetivo


é fornecer um guia expositivo e norteador para o assunto
em questão. Este material foi elaborado com o objetivo
de fornecer informações claras e precisas sobre o assunto,
de forma a permitir que o estudante compreenda os
conceitos e teorias básicas.

No entanto, é importante destacar que alguns dos


conteúdos apresentados nesta apostila não incluem
a parte prática, pois o foco principal, como já dito
anteriormente, é fornecer uma base sólida e teórica
sobre o assunto. Assim, é recomendável que o estudante
complemente seus estudos com outros materiais
sugeridos pelos professores.

Esperamos que esta apostila seja de grande


ajuda para o seu aprendizado e compreensão
sobre o assunto, e não hesite em entrar em contato
conosco caso tenha alguma dúvida ou sugestão.

Atenciosamente,
Coordenação Pedagógica Qualifica DF
Equipe Praxis
MÓDULO GERAL
DIREITO DO TRABALHO
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos,

Nossa apostila trará as noções necessárias sobre o direito do trabalho, com o


fim de guiar e orientar vocês que estão se preparando para o mercado de trabalho.
Com o estudo desse material, você terá condições de identificar e reivindicar
os direitos trabalhistas no geral e também terá um suporte inicial caso no futuro
deseje empreender com segurança e respeito às nossas leis laborais. Concurseiros e
examinandos da ordem? Não me esqueci de vocês, tem um conteúdo a mais que vai
ajudar também!

Sobre o autor,
Lucas Sérvio Gonçalves Ramadas é advogado inscrito nos quadros da Ordem
dos Advogados do Brasil – Distrito Federal sob o nº: 53.468, formado pelo Centro
Universitário Euro Americano de Brasília (UNIEURO) (2013), pós-graduado em Direito
e Processo do Trabalho pelo instituto LFG – São Paulo (2018), pós-graduado em
Direito do Consumidor e Responsabilidade Civil pelo instituto UNYLEYA – São Paulo
(2020), mestre em direito econômico e desenvolvimento pelo Instituto Brasiliense de
Direito Público (IDP) (2021-2023). É professor de direito universitário bem como para
preparatório para exame de ordem e cursos profissionalizantes e concurso público.

“O que não somos nós, senão intermináveis forças de vontade que


caminham sobre essa terra? Caminhadas longas que às vezes se
cruzam. Seja sempre gentil. Não me tome por fraco por ter um coração
gentil. Eu sou tão forte quanto à tempestade que cerca todos nós e
assim que sairmos dela, não seremos mais os mesmos.”
– Prof. Lucas Sérvio.

Espero que todos tenham um excelente curso, preparei tudo com bastante
carinho e cuidado, pois a sua jornada também faz parte da minha. Meus alunos são
para sempre e o sucesso de vocês é o meu objetivo. Muito obrigado e bons estudos!

DIREITO DO 4 Qualifica DF
TRABALHO
ÍNDICE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1. O Direito do Trabalho, Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a justiça do
trabalho.
1.1 Direito do Trabalho
1.2 A Consolidação das Leis do Trabalho
1.3 A Justiça do Trabalho e sua organização
2. Empregador, empregado e a carteira de trabalho e previdência social.
2.1 Empregado
2.2 Empregador
2.3 Características do vínculo trabalhista
2.4 Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS
3. Espécies de contratos de trabalho.
3.1 Tipos de Contratação TRABALHISTA
3.2 Tipos de Relação sem vínculo TRABALHISTA
4. Direitos e garantias trabalhistas.
4.1 Direito ao salário
4.2 Direito as faltas justificáveis
4.3 Direito aos adicionais por atenuante
4.4 Direito as Horas Extras
4.5 Benefícios e garantias trabalhistas remuneratórias
4.6 Acidente de Trabalho
4.7 Garantias gerais
5. Tipos de rescisão e seus reflexos.
5.1 Verbas Rescisórias
5.2 Tipos de Rescisão
5.3 Prazos e multas
6. O Microempreendedor Individual – MEI.
6.1 O que é o MEI?
6.2 Quais são as exigências para ser um MEI?
6.3 Como é ser um MEI?
6.4 Como se tornar e se registrar como MEI?
6.5 Qual tipo de atividade econômica pode ser desenvolvida como MEI?
7. Considerações sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
7.1 Curiosidades sobre o saque do FGTS
8. Considerações sobre o dano moral no ambiente de trabalho.

DIREITO DO 5 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 1 – O Direito do Trabalho, Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) e a Justiça do Trabalho.

Neste primeiro capítulo vamos conhecer um pouco do direito trabalhista


brasileiro, seu código que é onde estão às leis que devem ser aplicadas e finalmente
a instituição responsável pelo processamento e julgamento dos litígios trabalhistas,
a Justiça do Trabalho.

(Diário de São Paulo, 1º de Maio de 1941 – Fonte: TRT).

1.1 Direito do Trabalho

Foi em 1923 com a criação do Conselho Nacional do Trabalho, que o conceito


de direito e justiça trabalhista brasileira tiveram sua origem, fruto de um intenso
movimento da classe trabalhadora que cada dia mais exigia o reconhecimento e
a segurança de seus direitos. O direito do trabalho é o ramo das ciências jurídicas
que detalha e estuda todas as relações trabalhistas, são compostos por diversas
regulamentações legais, princípios doutrinários e repercussões de decisões de
Tribunais Superiores.
Os princípios trabalhistas fundamentais são os seguintes:

Princípio da proteção; Garante ao trabalhador a aplicação da norma


mais favorável ao seu caso, sempre que houver divergência legislativa ou de
entendimento no momento da negociação ou litígio. Neste mesmo sentido, a
condição mais benéfica, caso haja mudanças “negativas” no contrato de trabalho,
estas valerão apenas para os empregados contratados após as mesmas. E caso haja
dois regulamentos idênticos, é direito de o trabalhador escolher aquele que o atende
melhor. Finalmente, nas decisões ou interpretações que tragam dúvida, as decisões
devem sempre favorecer o lado hipossuficiente, ou seja, o empregado.

DIREITO DO 6 Qualifica DF
TRABALHO
Súmula nº 51 do TST
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULA-
MENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163
da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens de-
feridas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a re-
vogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ
14.06.1973)
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do
empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do siste-
ma do outro. (ex-OJ nº 163 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999)

Princípio da primazia da realidade; Por este princípio, os fatos que realmente


aconteceram, prevalecem sobre o que estiver escrito ou formalizado. Descrito
no art.º 9 da CLT, este princípio tem por objetivo proteger o trabalhador de fraudes
e coações no ambiente de trabalho, tendo em vista que a realidade irá valer mais
do que os documentos. Por exemplo, está em contrato e em registro de ponto, que
o funcionário trabalha quatro dias e por seis horas, mas na realidade ele trabalha
cinco dias e por oito horas, caso haja comprovação testemunhal ou documental, a
realidade é que vai prevalecer em caso de litígio.

Princípio da continuidade; Todo contrato de trabalho deve ter prazo de


validade por tempo indeterminado, salvo por definição contrária que for previamente
estabelecida. Ou seja, o empregador não pode deixar o empregado sem ciência do
início de sua contratação ou do fim dela.

Súmula Nº 212 - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA


O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a
prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio
da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao
empregado.
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Princípio da irrenunciabilidade de direitos; O empregado não poderá em


hipótese alguma renunciar aos seus direitos previstos em lei, como por exemplo,
férias, 13º salário ou FGTS. Ainda que o empregado venha a assinar algum contrato
ou termo de renúncia, este será nulo de pleno direito. Esse princípio visa proteger o
empregado de situações em que suas vulnerabilidades o fariam abrir mão de seus
direitos em prol de conseguir ou manter um emprego.

Princípio da inalterabilidade contratual lesiva; Após o contrato de trabalho


ser combinado, é vedado ao empregador executar mudanças nas cláusulas que
resultem em imediato prejuízo para o trabalhador. Ou seja, após serem combinadas
as funções, remuneração e afins, isso não pode ser alterado sem autorização legal.
Vejamos o art. 468 da CLT:

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das res-
pectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nu-
lidade da cláusula infringente desta garantia.
§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador
para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente

DIREITO DO 7 Qualifica DF
TRABALHO
ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017).
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo,
não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gra-
tificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do
tempo de exercício da respectiva função.

Princípio da intangibilidade salarial; Dentro da relação trabalhista, o salário é o


fator mais importante tendo em vista seu caráter alimentício sendo ele indispensável,
por isso ele goza de todas as proteções como o art. 468 da CLT, que veta qualquer
mudança que não seja benéfica ao trabalhador, ou o art. 8º, §1 da Convenção n. 95
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que não recomenda as diminuições
salariais, exceto quando há previsão legal no país, geralmente autorizada por acordo
coletivo com as agremiações da categoria ou nos casos de calamidade e crise pública,
como por exemplo a recente pandemia de COVID-19.

1.2 A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT

(Promulgação da CLT fonte: Diário Oficial).

DIREITO DO 8 Qualifica DF
TRABALHO
(Estadão – 70 anos da CLT).

Foi pelo Decreto-Lei nº 5.452 de 1 de maio de 1943, sancionado pelo presidente


da república Getúlio Vargas, que surgiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
que veio para condensar toda as legislações trabalhistas existentes no Brasil em
apenas um código legal.
No mesmo princípio de outros diplomas legais, a CLT veio para regulamentar
todas as relações de trabalho, fossem individuais ou de caráter coletivo, que nela
fossem previstas, embarcando tanto os trabalhadores urbanos quanto os rurais.
Como todos os demais códigos legais, sofreu várias alterações para se adaptar as
relações trabalhistas mais modernas, a exemplo da reforma ocorrida em 2017. É o
principal instrumento guia de instrução e proteção dos trabalhadores brasileiros e
estrangeiros que nela se enquadrem.
Aquele que tem o contrato de trabalho pautado pela CLT é o trabalhador
celetista, o qual não se confunde com o servidor público que possui regime próprio
e são geralmente conhecidos como estatutários.
Os assuntos principais de interesse que estão descritos na CLT e devem ser obedecidos são:

• Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho: O trabalhador só é celetista


se tiver sua carteira de trabalho registrada pelo empregador e mediante esse
registro ele terá acesso aos seus direitos e garantias trabalhistas. Atenção! O
trabalhador que aceita trabalhar sem o registro na sua carteira de trabalho está
sofrendo lesão em seus direitos, ainda que receba um maior salário por isso.
Carteira de trabalho sem registro ou com registro à menor constituem fraude
trabalhista e tanto o empregado quanto o empregador é responsabilizado em
caso de má-fé de ambos.
• Jornada de Trabalho: Salvo as previsões especiais, a CLT estabelece que a
jornada normal de trabalho seja de 8 (oito) horas diárias e de 44 (quarenta e
quatro) horas semanais. Não se computa na jornada normal os cinco minutos
anteriores e posteriores ao seu cumprimento, observando o limite de dez
minutos diários. Esse é o tempo conhecido como “tolerância”. O que ultrapassar,
é contado como hora extra.

DIREITO DO 9 Qualifica DF
TRABALHO
• Período de Descanso: Nas funções de natureza contínua, que a jornada
exceda seis horas, é obrigatório um intervalo para repouso ou alimentação
(intervalo intrajornada) de, no mínimo, uma hora e, salvo acordo escrito ou
convenção coletiva em contrário, não poderá exceder duas horas. No caso da
jornada de trabalho que não exceda seis horas, mas ultrapasse quatro horas,
será obrigatório o intervalo de 15 minutos. A Lei 13.467/2017 alterou o inciso III
do art. 611-A da CLT, permitindo a redução do intervalo de uma hora, para o
mínimo de meia hora nas jornadas acima de seis horas, podendo o trabalhador
usar o tempo restante ao seu critério.
• Férias: É o descanso anual remunerado, que deve ser concedido ao empregado
que completou o ciclo de um ano na sua atividade laboral, sendo esses 12 meses
chamados de período “aquisitivo”. Adiante, as férias do empregado devem ser
concedidas dentro dos 12 meses após a aquisição do direito, que passa a ser
chamado de período “concessivo”. As férias devem ser pagas até dois dias antes
do início do período de férias. Computa-se o período de férias como tempo de
serviço, conforme tabela adiante.

Importante: A lei trabalhista não autoriza a venda de todo o período de férias,


sendo permitida a aquisição ou oferta de apenas um 1/3 do período.

Importante também: O trabalhador que faltar mais de 32 dias durante seu


período aquisitivo, perde o seu direito às férias.

Mais importante ainda: As férias que não forem concedidas no período correto
devem ser pagas ao empregado em dobro!

Vejamos abaixo:

Férias Proporcio- Até 5 faltas 6 a 14 faltas 15 a 23 faltas 24 a 32 faltas


nais:
1/12 2,5 dias 02 dias 1,5 dias 01 dia
2/12 05 dias 04 dias 03 dias 02 dias
3/12 7,5 dias 06 dias 4,5 dias 03 dias
4/12 10 dias 08 dias 6 dias 04 dias
5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 05 dias
6/12 15 dias 12 dias 9 dias 06 dias
7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 07 dias
8/12 20 dias 16 dias 12 dias 08 dias
9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 09 dias
10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias
11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias
12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias
A Lei 13.467/2017 também alterou o § 1º do art. 134 da CLT) a partir de 11.11.2017,
as férias poderão ser divididas em até três períodos, tendo que um deles ser superior
a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos.
Essa divisão só poderá ocorrer com a concordância do empregado.

DIREITO DO 10 Qualifica DF
TRABALHO
1.3 A Justiça do Trabalho e sua organização.

A Justiça do Trabalho no Brasil tem sua origem histórica no ano de 1923 quando
da criação do Conselho Nacional do Trabalho, que veio atender as expectativas da
classe trabalhadora em franca formação e expansão.

(Biblioteca do TST).

Atualmente, a Justiça do Trabalho, que faz parte do Poder Judiciário, tem a


responsabilidade de processar e julgar as matérias trabalhistas, decorrentes dos litígios
originados das relações de trabalho entre os empregadores e seus empregados. Essa
atribuição foi dada pela Constituição Federal em seu art. 114:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide ADIN
3432)
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 45, de 2004)
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos
e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, res-
salvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empre-
gadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

DIREITO DO 11 Qualifica DF
TRABALHO
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a,
e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

A Justiça do Trabalho e as Varas do Trabalho: É a primeira instância do


processo trabalhista, local onde os processos trabalhistas terão seu início e irão ter
a sua primeira decisão de mérito. Para definir a competência, ou seja, o local de
apresentação da sua ação, no caso do direito do trabalho, ela deverá ser apresentada
na Justiça do Trabalho em que estiver o seu local de trabalho. IMPORTANTE: O prazo
para apresentar uma ação trabalhista é de 2 anos após o término da relação de
trabalho. Após definida essa questão o processo agora protocolado deverá receber
uma numeração para acompanhamento e identificação, e doravante o empregado
e o empregador serão definidos como reclamante ou reclamado. Após essa etapa o
processo trabalhista irá seguir os seguintes procedimentos:

• Marcação de audiência de tentativa de conciliação: Essa audiência tem


como objetivo fazer com que as partes envolvidas conversem, possibilitando,
dentro do ambiente judicial que seja elaborado um acordo, com força de
sentença que atenderá ambas as partes de maneira satisfatória. Havendo o
acordo, será elaborada uma ata detalhando todos os compromissos e após o
seu cumprimento se dará por encerrado o processo. No caso contrário, a ação
segue para a próxima etapa e será emitida ata de não acordo.
• Marcação de audiência de instrução: Instrução é onde as partes envolvidas
irão apresentar seu depoimento perante o juiz e corroborar as alegações com a
presença de até três testemunhas de cada lado, as quais devem ser empregadas
da mesma empresa que tenham testemunhado visual ou por outros meios os
acontecidos trazidos ao processo. A oitiva das testemunhas estará condicionada
a conexão delas com os fatos e será tomado delas o compromisso de dizer a
verdade, podendo haver sua prisão em caso de mentira flagrante. Após essa
audiência o processo seguirá para sentença. Sentença é a decisão do juiz de
primeira instância, onde ele dirá “quem ganhou e quem perdeu” detalhando
sua decisão e a forma como ela deverá ser cumprida.

Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT): Caso uma das partes envolvidas


reste insatisfeita com a decisão do juiz de primeira instância a mesma poderá recorrer
aos Tribunais Regionais do Trabalho em uma tentativa da decisão ser revista. Neste
momento não há mais audiência e nem oitiva, a questão apreciada será apenas
o direito material contido nas alegações. Essa é a segunda instância da justiça
trabalhista e o seu acesso inicial comum é pelo Recurso Ordinário. Cada região em o
seu Tribunal Regional do Trabalho, por exemplo, Brasília está localizada na 10º Região.

DIREITO DO 12 Qualifica DF
TRABALHO
O Tribunal Superior do Trabalho (TST): A última instância da justiça trabalhista
é o Tribunal Superior do Trabalho localizado em Brasília. Como última instância, todas
as decisões que necessitem ser reavaliadas, no Brasil inteiro, são enviadas para o TST.
É do TST que saem as jurisprudências mais sólidas e é onde são firmadas as súmulas.
O Tribunal Superior do Trabalho é o “teto” da justiça trabalhista, da última decisão
que é tomada aqui, não caberá mais recurso. Após certificado o trânsito em julgado
da última decisão, o processo retorna para a Vara do Trabalho de origem, para dar
início ao processo de execução.

Professor, o que é jurisprudência e o que são súmulas?

R: Jurisprudência são decisões ou interpretações reiteradas de tribunais


que tornam um determinado assunto já discutido de tal forma, que
são tomadas como referência para outros processos. Já uma súmula é
o termo jurídico utilizado para o resumo de uma decisão, que também
serve como referência para casos futuros.

Ex: Não adianta tentar resolver a questão dessa maneira, pois os Tribunais já
fizeram jurisprudência sobre esse assunto.
Ex²: Não adianta entrar com essa ação, pois a súmula nº... já indica que não há
chance de vitória.

(www.tst.jus.br).

DIREITO DO 13 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 2 – Empregado, empregador e carteira
de trabalho e previdência social (CTPS).

Conforme foi visto no capítulo um, as relações trabalhistas são formadas pela
convivência laboral entre empregado e empregador. Esses dois atores, dentro da
relação trabalhista, possuem direitos e obrigações que devem ser observadas para
que tudo ocorra dentro da Lei e para que não haja resultado prejudicial ou fraudulento.
Porém, para que a pessoa seja considerada empregada ou empregadora, ela necessita
cumprir algumas características típicas para ser classificada como tal.

(Fonte: TST)

DIREITO DO 14 Qualifica DF
TRABALHO
2.1 Empregador.

O Empregador, ou seja, aquele que disponibiliza vagas de trabalho pode ser


pessoa física (CPF), que ao exercer, elaborar ou explorar uma atividade econômica,
necessite de empregados e os remunere pelo ofício ou função. Também pode ser
pessoa jurídica (CNPJ), que visa explorar atividade econômica, com organização
jurídica própria e delimitação de responsabilidades. A CLT traz sua própria definição
de empregador em seu art. 2º:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, as-


sumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a pres-
tação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de
emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as asso-
ciações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.

2.2 Empregado

Do outro lado da relação trabalhista está o empregado. Que se trata da pessoa


física que pode ser contratada para exercer ofício ou função mediante contraprestação
(salário). É aquele que durante período determinado, fica à disposição de outrem que
lhe contrata, estando durante esse tempo às suas ordens e sob sua responsabilidade.
A CLT é bem clara na hora de conceituar quem pode ser considerado empregado,
conforme os preceitos do art. 3º:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

Dúvida: Isso significa que eu não posso ser contratado como pessoa jurídica?
A resposta é: Sim, você pode ser contratado como pessoa jurídica ou “PJ”, mas
conforme visto a CLT é bem clara no sentido de que a pessoa para ser considerada
empregada é pessoa física. Logo, se houver uma contração via “PJ”, mas que o
contratante exija rotina e serviço típico de um empregado comum se trata de fraude
na relação trabalhista. Resumo, empregado legalizado, não “abre empresa e nem
emite nota”.

2.3 Características do vínculo trabalhista.

Tendo como base o que vimos acima, como identificar uma relação trabalhista
existente? Para que a pessoa seja considerada empregada, ela possui alguns requisitos
fundamentais que devem estar presentes, para que ela possa confirmar seu vínculo
empregatício, no caso de seu empregador estar agindo de má-fé. Os requisitos são:
• Subordinação: É o direito do empregador de supervisionar e dar ordens ao
seu colaborador contratado, desde dentro das funções que foram designadas
no contrato de trabalho e que respeitem as funções do cargo. Ordens que são
dadas pelos superiores que não tenham estrita relação com a função, não

DIREITO DO 15 Qualifica DF
TRABALHO
geram insubordinação no caso de não serem seguidas.
• Onerosidade: Não há vínculo empregatício sem que haja o pagamento da
contraprestação ou salário. A onerosidade, ou seja, uma despesa com o salário
é ponto indispensável na identificação do vínculo. Aquele que exerce função
sem remuneração é o voluntário.
• Habitualidade: Um dos vínculos principais é o da habitualidade ou não
eventualidade do empregado. Significa que para ser empregado deve existir
uma relação contínua de trabalho, ou seja, que o funcionário não realize serviços
pontuais ou eventuais, mas sim permanentemente e com jornada de trabalho
definida. Exemplo: O pintor que é contratado para executar o serviço de uma
semana não é um emprego, mas o funcionário da limpeza que trabalha todos
os dias seis horas por dia é considerado empregado.
• Pessoalidade: Aqui se caracteriza o empregado como aquele que foi contratado
para desempenhar uma determinação função, mediante jornada e salário. Ou
seja, aquele que foi contratado é quem deve se apresentar para o trabalho,
sendo vedado ao empregado se fazer substituir por outrem alheio ao contrato
de trabalho ainda que mais qualificado tecnicamente.
• Alteridade: Este princípio prevê a impossibilidade do empregador repassar
aos empregados os riscos inerentes a sua atividade. Ou seja, não podem os
empregadores em desfavor de seus empregados repassarem os prejuízos de
sua má-gestão ou de imprevistos econômicos. No entanto, é possível a divisão
dos lucros.

2.4 Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS

(Carteira de Trabalho e Previdência Social).

A Carteira de Trabalho e Previdência Social, abreviada como “CTPS”, conforme


conhecemos hoje, é o documento que foi criado pelo decreto-lei nº. 926, de 10 de
outubro de 1969. Com essa lei a CTPS passou a ter também informações registradas
sobre o estado civil, vida profissional do trabalhador e sua situação junto ao Instituto
Nacional de Seguridade Social – INSS.

DIREITO DO 16 Qualifica DF
TRABALHO
Atualmente, desde o ano de 2019, todos os trabalhadores tem a emissão
prioritária de sua CTPS no formato digital, o qual pode ser acessado por um aparelho
celular com acesso a internet. O documento em formato impresso, ainda é exigido
somente nos casos de trabalhadores que são contratados por órgãos públicos e por
organismos internacionais

(Fonte: Gov.br).

DIREITO DO 17 Qualifica DF
TRABALHO
O que significa ser um trabalhador de carteira assinada? O trabalhador que
possui o registro de sua situação laboral em sua CTPS é considerado um trabalhador
formal, que está devidamente dentro das leis trabalhistas e tem a garantia de
direitos respeitada. Nesse registro, é obrigação do empregador, precisar qual é a
função do empregado, sua remuneração, tempo de serviço e recolhimento de FGTS
e INSS. Aquele que registra o empregado em uma função, mas o obriga a fazer outra
diferente ou ao mesmo tempo pratica fraude trabalhista.

Do Registro do Empregado

(Fonte: Google imagens).

Após a admissão do trabalhador, o empregador deverá obrigatoriamente efetuar


o registro descrito acima no prazo de 5 (cinco) dias úteis, conforme determinação da
CLT em seu artigo 29:

Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na
CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a re-
muneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de siste-
ma manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedi-
das pelo Ministério da Economia.

Na hipótese do descumprimento por parte do empregador, em efetuar o


registro obrigatório na CTPS do empregado, o mesmo deverá pagar multa, conforme
redação do artigo 29-A:

Art. 29-A. O empregador que infringir o disposto no caput e no § 1º do art. 29


desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil
reais) por empregado prejudicado, acrescido de igual valor em cada reinci-
dência.
§ 1º No caso de microempresa ou de empresa de pequeno porte, o valor final
da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado preju-
dicado.
§ 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério
da dupla visita.

DIREITO DO 18 Qualifica DF
TRABALHO
Do Desvio ou Acumulo de Função

(Fonte: TST).

Ainda que o empregador aparentemente tenha feito o registro de maneira


correta, ainda pode haver desrespeito aos direitos trabalhistas do empregado, como
por exemplo a ocorrência de desvio ou o acúmulo de função. A diferença é:

Desvio: Ocorre o desvio de função quando, o empregado é obrigado pelo


empregador a executar funções, tarefas ou atividades que não estão descritas no
contrato de trabalho e no registro da CTPS. Ou quando é contratado para um cargo
inferior, mas na realidade desempenha funções de cargo superior. Ex: Registro na
CTPS como assistente de jornalista, mas atua como jornalista.

Acúmulo: O acúmulo é caracterizado pelo empregado que além do serviço para


o qual foi contratado, também necessita exercer outro cargo diferente de maneira
não eventual, ou seja, de forma contínua. Também não é estritamente necessário
que o cargo acumulado seja diferente. Ex: Funcionário que é demitido e todo o seu
serviço é distribuído para o colega remanescente de cargo igual ou diferente.
No tocante ao desvio e ao acúmulo, temos o artigo 468 da CLT, expresso no
sentido de que toda alteração contratual, no sentido de mudança de cargo ou de
carga de serviço, não pode ser feita à custa de prejuízo do empregado:

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das res-
pectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nu-
lidade da cláusula infringente desta garantia.

DIREITO DO 19 Qualifica DF
TRABALHO
Na ocorrência do desvio ou do acúmulo, é devida indenização para o empregado
em razão das condições anormais de trabalho impostas, bem como a rescisão indireta
do contrato de trabalho. A proteção do trabalhador contra o desvio e o acúmulo é
homenageada inclusive nos Tribunais Superiores:
TRT-7 - Recurso Ordinário RO 7372520105070004 CE 0000737-
2520105070004 (TRT-7)
Ementa: ART. 460 DA CLT. DESVIO DE FUNÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. Para a
caracterização do desvio de função basta apenas a comprovação de que a
função existe e a empregada a exerceu, em desconformidade com a função
na qual estava enquadrada e era remunerada, prescindindo, portanto, de
paradigma no mesmo estabelecimento. Comprovado nos autos que a recla-
mante exercia funções de responsabilidades superiores às do cargo para o
qual foi contratado sem a devida remuneração, impõe-se reconhecer correta
a sentença que condenou o empregador ao pagamento de diferenças sala-
riais, nos exatos termos do artigo 460 da CLT.

TRT-10 - RECURSO ORDINÁRIO RO XXXXX20195100104 DF (TRT-10)


ACÚMULO DE FUNÇÃO. ACRÉSCIMO SALARIAL. Na inteligência do artigo
456 da CLT, atividades correlatas à função para a qual o empregado foi con-
tratado não geram direito a acréscimo salarial por acúmulo de função. De
modo contrário, não havendo correlação entre elas, a imposição de ativi-
dades diversas acarreta violação do contrato, cujo respeito impõe o Direito
(“pacta sunt servanda”). No caso, Operador de Caixa não contém correlação
com Repositor de Estoques, tampouco Atendente de Eletrônicos se relacio-
na com a atividade de Operador de Empilhadeira. O desvirtuamento do con-
trato impõe o pagamento de acréscimo salarial, sob pena de enriquecimen-
to sem causa do empregador.

DIREITO DO 20 Qualifica DF
TRABALHO
DIREITO DO 21 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 3 - Espécies de contratos de trabalho.

(Fonte: https://pt.linkedin.com/pulse/reforma-trabalhista-rescis%C3%A3o-por-acordo-entre-empre-
gado-cleber-gomes-1f).

Conforme visto anteriormente, para ser considerado empregado formalizado o


empregador tem por obrigação efetuar o devido registro de em sua CTPS (Carteira
de trabalho e previdência social). A contratação formal é feita mediante o Contrato
de Trabalho, livremente ajustado entre as partes, escrito ou verbal, desde que
respeite as leis em vigor. Por exemplo, ainda que por contrato de trabalho formal, o
empregado não pode se obrigar à escravidão, nem ao cometimento de delitos ou
crimes. O contrato de trabalho é o meio seguro e escrito, de especificar as funções
do empregado, bem como as vantagens advindas daquela relação de emprego,
sobrevindo também suas obrigações e as do empregador. A CLT dispõe dos tipos de
contrato em seu artigo 443:

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou


expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou inde-
terminado, ou para prestação de trabalho intermitente.

Vamos conhecer agora, os tipos possíveis de contratos de trabalho e suas


variações em nosso ordenamento jurídico:

• Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado: Por meio deste contrato,


o empregador visa à efetivação de um trabalhador sem determinar período
específico para sua permanência como empregado. Ou seja, o empregado pode
ficar sob a contratação por um mês ou um ano, ou até mesmo dez, vinte ou mais
anos. Resumo, enquanto houver vontade de ambas as partes de seguirem com
a relação de trabalho, o contrato continuará em vigor, necessitando apenas o
seu ajuste quanto à remuneração ou mudanças de rotina.
• Contrato de Trabalho por Tempo Determinado: Nesta modalidade, há uma
contratação formal, garantindo todos os direitos trabalhistas ao empregado,
mas somente pelo período máximo de até 2 (dois) anos. Sua prorrogação
implica em contratação por tempo indeterminado. Caso não haja necessidade
ou vontade do período completo, o contrato também pode ser feito por menos
tempo. Lembrete: Caso o período estipulado inicialmente se esgote, e não
houver determinação expressa de renovação ou extinção, ele se torna por
tempo indeterminado.

DIREITO DO 22 Qualifica DF
TRABALHO
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser esti-
pulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou ex-
pressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem deter-
minação de prazo.

• Contrato de Trabalho Intermitente: É considerada uma nova modalidade


de contrato de trabalho formal, tendo sido criado pela Lei 13.467/2017,
implementado via artigo 443, §3º da CLT. Trata-se da contratação, no qual a
prestação de serviços não tem natureza contínua, podendo ser executado com
alternância de períodos e de inatividade. Pode conter em seu texto os períodos
já determinados, exceto nos casos em que haja legislação própria. Lembrando,
que o período em que o empregado está em inatividade, não consta como
tempo à disposição do empregador e também não impede o empregado de
prestar outros serviços.

• Contrato de Experiência: Forma de contratação voltada para averiguar a


aptidão do empregado para a vaga oferecida pelo empregador e para decidirem
se desejam efetivar o vínculo. O prazo máximo de duração é de 90 (noventa)
dias. Ao final desse período, se não houver o término expresso da experiência,
vale a regra do artigo 451 da CLT. Pelo período trabalhado, o empregado tem
direito à 13º salário proporcional; férias proporcionais; INSS; FGTS.

• Contrato de Trabalho Temporário: O contrato de trabalho temporário foi


instituído no Brasil por meio da Lei 6.019/1974 e regulamentado pelo Decreto
10.060/2019, diferente do indeterminado e determinado tem como período
180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis por mais 90 (noventa) dias. Apesar de
não ser CLT, garante os mesmos benefícios. Utilizado geralmente para suprir
demanda pontual e transitória.
3.1 Tipos de Contratação TRABALHISTA.

Tendo em vista a importância de diferenciar tipo de contrato dos tipos de


trabalhador, abaixo veremos espécies de trabalhadores que podem ser contratados
mediante os contratos que vimos anteriormente.

• Empregado doméstico: Implementado pela Lei Complementar Nº 150, de 1º


de junho de 2015, que formalizou e equiparou os empregados domésticos ao
empregado celetista, respeitando suas diferenças funcionais. É considerado
empregado doméstico, todo aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa, pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família,
no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. Pode ser
contratado por tempo indeterminado, determinado ou experiência.

DIREITO DO 23 Qualifica DF
TRABALHO
• Empregado rural: O trabalho rural está na Lei nº 5.889/73, regulamentado
pelo Decreto nº 73.626/74 e no artigo 7º da Constituição Federal/88. É todo
trabalhador pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a
empregador rural, em propriedade rural ou prédio rústico, à disposição do
empregador e mediante o pagamento de salário e o devido registro.

• Empregado terceirizado: O terceirizado é contratado por um determinado


empregador, que se responsabiliza por seu registro trabalhista, bem como
é com ele que mantém o vínculo de emprego. No entanto, os serviços irão
ser prestados na dependência que o contratante da empresa terceirizada
determinar. No entanto, tendo em vista a proteção do trabalhador, o tomador
de serviço também pode ser responsabilizado em caso de desrespeito aos
direitos trabalhistas. Vejamos:

Súmula 331 do TST


Se a prestadora de serviços não efetuar o pagamento dos créditos salariais
devidos ao trabalhador, a responsabilidade deve ser transferida à tomadora
de serviços, responsável subsidiária.

• Empregado estrangeiro: O empregador nacional pode oferecer posto de


trabalho formal para cidadão estrangeiro, desde que solicite uma autorização
de trabalho a Coordenação Geral de Imigração (CGI), órgão subordinado ao
Ministério do Trabalho e Emprego, que irá fornecer ou não. Essa autorização é
apenas para trabalhar e não concede nacionalidade ou visto de permanência
de qualquer espécie.

• Estagiário: Os contratos de estágio são voltados para o jovem estudante


oriundo de instituição de ensino superior, com o objetivo de obter experiência
profissional ainda durante seus estudos. Tem a duração máxima de um ano,
prorrogável por mais um ano e dá direito ao salário, carga horária de no máximo
6 horas, reduzidas pela metade em dia de prova, vale transporte e férias de 30
dias sem acréscimo de um terço. Lei nº 11788 /2008.

• Aprendiz: Os elegíveis para serem aprendizes são os jovens de 14 a 24 anos de


idade, que além de contratados para exercer função objetivando aprimoramento
profissional, também recebem formação técnica. Importante, o menor de 16
anos só pode trabalhar na condição de aprendiz, conforme autoriza o artigo
428 da CLT. Além disso, se o aprendiz em questão for considerado pessoa
com deficiência, não há limite de idade, podendo ter mais que 24 anos. A Lei
10.097/2000 incentiva as empresas de médio e grande porte a contratarem
aprendizes.

• Empregado idoso: É considerado idoso para os fins legais, o trabalhador que


possuir 60 anos de idade, conforme o Estatuto do Idoso. Na seara trabalhista, é
vedado que o candidato idoso seja preterido em razão de outro candidato de
menor idade, exceto em casos em que a função seja incompatível com a idade
avançada.

DIREITO DO 24 Qualifica DF
TRABALHO
• Empregado deficiente: Por definição legal a pessoa com deficiência é aquela
que possui restrições ou impedimentos de longo prazo (pelo menos 2 anos)
seja de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Nesses casos, serão as
pessoas com deficiência contratadas normalmente, respeitadas suas limitações
e peculiaridades. As empresas são obrigadas a quotizar seus cargos de modo
a contratar pessoas com deficiência nas seguintes proporções: - Até 200
empregados 2%, - de 201 a 500 empregados 3%, - de 501 a 1.000 empregados
4%, - de 1.001 em diante 5%.

3.2 Tipos de Relação sem vínculo TRABALHISTA.

Visto os tipos de trabalhadores que podem ser efetivados mediante o vínculo


gerado pelo contrato trabalhista, existem ainda os trabalhadores que, apesar
de prestarem algum tipo de serviço ou exerceram alguma função, não serão
necessariamente empregados daquele que requisitam seus ofícios. Ou seja, ao
contratar determinado profissional, não há geração de vínculo entre ele e o tomador
do serviço, se tratando de uma mera relação temporária de prestação de serviços.

• Trabalhador autônomo: O autônomo é a pessoa que desenvolve ou


desempenha uma determinada atividade econômica por sua própria conta e
assume sozinho o risco e o benefício dessa mesma atividade. Sua contratação,
se é que seja possível, não gera vínculo nem subordinação, se tratando de uma
mera prestação de serviço regida por contrato particular verbal ou escrito.

• Trabalhador voluntário: O voluntário é a pessoa que oferece seus serviços sem


salário ou remuneração. O voluntariado é voltado para o auxílio de entidades
públicas ou privadas, sem fins lucrativos, em várias áreas como: ciência, saúde,
educação, religião ou lazer. O trabalho voluntário não gera vínculo de nenhuma
espécie e sequer necessita de um contrato para ser fornecido ou requerido.

• Trabalhador eventual: O trabalhador eventual é aquele prestador de serviço


que executa o que foi combinado sem gerar vínculo ou relação trabalhista.
Pode ser empregado de alguma empresa ou prestador, mas o serviço prestado
para o recebedor final não gera vínculo com o mesmo. Ex: pintor, técnico de
internet, eletricista.

• Trabalhador cooperado: O cooperado é aquele que integra uma cooperativa


com um determinado fim. Ao se vincular a uma cooperativa o trabalhador
ganha o status de cooperado, mas isso não gera vínculo empregatício com a
referida instituição. Ex: Cooperativa de artesanato, reciclagem.

DIREITO DO 25 Qualifica DF
TRABALHO
DIREITO DO 26 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 4 – Direitos e garantias trabalhistas.

Conforme visto nos capítulos anteriores, o trabalhador que obtêm vínculo


trabalhista com o empregador se torna sujeito de diversos direitos e deveres. Os
direitos e garantias trabalhistas são marcos que foram obtidos ao longo de anos
de luta e estudos dentro da área laboral. Muitos já nascem diretamente do poder
Legislativo no momento da criação das leis específicas, outros são conquistados após
movimentos de trabalhadores após detectarem as necessidades que aparecem no
dia de trabalho. A partir daqui vamos conhecer os direitos e garantias trabalhistas
que acompanham o trabalhador formal.

4.1 Direito ao salário e remuneração

(Google imagens).

O direito trabalhista mais importante, tendo em vista que o empregado, busca


sua colocação no mercado de trabalho em prol de ser remunerado e conseguir o
sustento seu e de sua família. O salário é todo valor pago ao empregado efetivado
em contraprestação aos seus serviços, conforme contrato de trabalho. Assim que
devidamente efetivado, o empregado tem o direito de receber no mínimo o piso
de acordo com a categoria a qual ele pertence. Nos casos em que não haja piso
definido, o empregado deve receber pelo menos o salário mínimo nacional. Assim
como os demais direitos, o salário do trabalhador também possui sua natureza e suas
características os quais além de lhe trazerem definição, também trazem proteção. O
salário principalmente é:

• Alimentar: Tendo em vista que o empregado utilizará seu salário para sustento
próprio ou de sua família, o salário possui a proteção e a preferência da verba
alimentar.

• Indisponível: Sendo a verba salarial considerada alimentar, a mesma é protegida


de bloqueios, penhoras e confiscos, exceto nos casos em que as constrições
sejam devidas para saldar débitos de pensão alimentícia.

DIREITO DO 27 Qualifica DF
TRABALHO
• Irredutível: Após o contrato de trabalho ser assinado e o salário definido, o
empregador não poderá em hipótese alguma reduzir o salário do empregado.
Reduzir o salário do empregado só é possível por força de acordo coletivo ou
pelas regras da MP 1045/2021.
• Pós-numerado: Deve ser pago sempre após a prestação do serviço.

• Composto: Não necessita ser pago necessariamente em dinheiro, podendo


ser composto por produtos ou serviços. Por definição, pagamento in natura
é aquele que é feito ao empregado em bens ou serviços, em substituição ao
pagamento em dinheiro. Importante: o empregado não é obrigado a aceitar
pagamento in natura. Mais importante ainda: bebida alcoólica, cigarro e
demais substâncias ilícitas não podem ser pagas como salário in natura.

Remuneração

Dentro do direito ao salário, temos o conceito de remuneração que se trata da


soma total de tudo que o empregado recebe ao final do período de trabalho. Os valores
que compõem a remuneração podem ser pagos diretamente pelo empregador ou
não, podendo receber inclusive de terceiros. A remuneração compõe a base cálculo
do décimo terceiro salário, férias, rescisões e demais verbas trabalhistas São exemplos
de remuneração:

• Adicional noturno;
• Adicional de periculosidade;
• Adicional de Insalubridade;
• Pagamento de horas extras;
• Participação nos lucros (PL);
• Gorjetas e gratificações;
• Gastos de viagens e hospedagens a serviço;
• Comissões e percentagens;
A forma de remuneração também pode variar dependendo do caso em
questão. Por exemplo, no caso da remuneração variável, que pode ser definida como
as gratificações e bonificações derivadas de metas atingidas ou objetivas da função.
Remuneração funcional é a mais conhecida e geralmente acompanha uma função
especial dentro do local de trabalho, como um cargo de gerência ou especialista
técnico. Remuneração por habilidade é aquela que beneficia o funcionário pela
função que ele vai executar e não apenas pelo cargo que vai ocupar. Remuneração
por competência é paga ao profissional que possui, diferentemente dos outros,
alguma competência adicional ou meritória. Ex: Domínio de línguas, perícia em
determinado ofício.

DIREITO DO 28 Qualifica DF
TRABALHO
4.2 Direito as faltas justificáveis

(Fonte: @cnj_oficial).
Conforme visto no capítulo 1, o empregado que possuir mais de 32 faltas perde
seu direito as férias, bem como ao dia trabalhado. No entanto, existem situações em
que lei ampara o trabalhador caso necessite faltar ao dia de serviço, sem que haja a
penalidade de perda da hora trabalhada e do dia para contagem das férias. As faltas
justificáveis são:

1. Doação de sangue: O empregado pode, uma vez ao ano, faltar ao serviço para
doar sangue. O dia da doação é o dia em que não pode ser computada a falta.
Não há como o empregado “escolher” o dia em que irá faltar após a coleta.

2. Morte de parentes: Nos casos de falecimento dos parentes da linha


ascendente ou descendente, irmão ou pessoa sob sua tutela, bem como
falecimento de cônjuges o empregado terá direito a licença nojo de até 2 dias
consecutivos.

3. Casamento: O empregado que contrair matrimônio tem direito a 3 dias


consecutivos de folga.

4. Gravidez: até dois dias por ano para acompanhar cônjuge em exames de
rotina. Nos casos de empregada gestante, é terminantemente proibido que o
empregador peça ou exija exames que comprovem sua situação gestacional.

5. Acompanhar filho: um dia por ano para acompanhar filho até os 6 anos de
idade.

6. Licença maternidade e paternidade: A empregada terá direito a 120 dias


de licença maternidade e os empregados 5 dias. No caso da empresa possuir
cadastro no programa empresa cidadã, a genitora contará com 180 dias e o
genitor mais 15 dias, totalizando 20. Em caso de aborto não criminoso, a licença
é de 2 semanas.

DIREITO DO 29 Qualifica DF
TRABALHO
7. Mesário: o empregado que for mesário, tem direito ao dia de trabalho como
mesário convertido em folga mais outro dia subsequente.

8. Alistamento militar: o empregado poderá se apresentar a junta militar e


justificar o dia com documento oficial fornecido pelo órgão.

9. Convocação do poder judiciário: o empregado terá o dia ou período de folga


necessário para atender convocação do poder judiciário, desde que apresenta a
ressalva fornecida pelo órgão. Ressalva é o nome do documento que comprova
que o empregado esteve presente no ato judicial.

10. Título de eleitor: são concedidos 2 dias para emissão de título de eleitor.

11. Exames de câncer: 3 dias ao ano, para exames de acompanhamento. Atente


que são dias para especificamente os exames, no caso do tratamento e da
quimioterapia é outra modalidade de falta justificável.

12. Afastamento por doença ou acidente: até 15 dias, transcorrido esse prazo o
afastamento pelo INSS é obrigatório.

4.3 Direito aos adicionais por atenuante

(Google imagens).

Determinadas funções trazem atenuantes para a jornada de trabalho do


empregado, pois são comprovadamente são perigosas ou podem trazer ameaça a
integridade física. Pela necessidade de tais funções serem desempenhadas, aqueles
que as exercem tem como retribuição pagamento de adicionais em sua remuneração,
para amenizar os efeitos do ofício em questão.

• Adicional Noturno: Para o empregado que labora no período noturno,


reconhecido pela CLT como o tempo entre as 22 e as 05 horas, será pago um
percentual de 20% calculado sobre o seu salário básico. Lembrete: as horas
noturnas são computadas a casa 52 minutos e 30 segundos. Artigo 73 da CLT.

• Adicional de Insalubridade: O ambiente considerado insalubre para o


trabalhador é todo aquele que expõe o trabalhador a algum agente com grau
de nocividade, acima do tolerado, e em razão do tempo ou intensidade de

DIREITO DO 30 Qualifica DF
TRABALHO
exposição. A exposição é classificada em grau mínimo, médio ou máximo e
geram pagamento adicional na ordem de 10%, 20% e 40%. Caso o empregador
forneça equipamento de proteção individual, que amenize ou cesse os efeitos
do agente nocivo o adicional pode ser revisto. O pagamento é de natureza
condicionada, ou seja, caso o empregado deixe a função exposta, ele deve ser
revogado. Artigos 189 a 192 da CLT.

• Adicional de Periculosidade: É pago para o trabalhador que labora em situação


de extremo perigo para a vida durante todo o seu expediente. Situações
perigosas podem compreender local com risco de explosão, choque elétrico
ou violência física. É pago no valor de 30% do salário sem contagem de outras
remunerações eventualmente existentes. Artigo 193 da CLT.

Com exceção do adicional noturno, existe possibilidade de acumular os


adicionais de insalubridade e de periculosidade? Mesmo sem autorização ou negativa
expressa da CLT, que pelo teor do texto compreende-se apenas que o empregado tem
direito à escolha do adicional que for mais benéfico, a resposta é NÃO. Não é possível,
na corrente majoritária, que o empregado acumule os dois adicionais, conforme já
visto inclusive pelo Tribunal Superior do Trabalho:

INCIDENTE DE RECURSOS REPETITIVOS. ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE


E DE INSALUBRIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO, AINDA QUE
AMPARADOS EM FATOS GERADORES DISTINTOS E AUTÔNOMOS. INTER-
PRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO. RECEPÇÃO DO
ART. 193, § 2º, DA CLT, PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (…) Gramaticalmente,
a conjunção “ou”, bem como a utilização da palavra “adicional”, no inciso
XXIII do art. 7º, da Carta Magna, no singular, admite supor-se alternatividade
entre os adicionais. 4. O legislador, no art. 193, § 2º, da CLT, ao facultar ao em-
pregado a opção pelo recebimento de um dos adicionais devidos, por certo,
vedou o pagamento cumulado dos títulos, sem qualquer ressalva. (…) 7. Há
Lei e jurisprudência consolidada sobre a matéria. Nada, na conjuntura social,
foi alterado, para a ampliação da remuneração dos trabalhadores no caso
sob exame. O art. 193, § 2º, da CLT, não se choca com o regramento constitu-
cional ou convencional. 8. Pelo exposto, fixa-se a tese jurídica: o art. 193, § 2º,
da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal e veda a cumulação dos
adicionais de insalubridade e de periculosidade, ainda que decorrentes de
fatos geradores distintos e autônomos. Tese fixada. Recurso de embargos
conhecido e desprovido.

No entanto, dando destaque também ao argumento contrário, já houve


decisão do mesmo Tribunal, no sentido de que é possível o acúmulo dos adicionais,
nos casos em que a origem do malefício venha de fontes distintas, ou seja, caso no
local de trabalho a insalubridade e periculosidade derivem de agentes diferentes.

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE.


POSSIBILIDADE. PREVALÊNCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E SU-
PRALEGAIS SOBRE A CLT. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO STF QUAN-
TO AO EFEITO PARALISANTE DAS NORMAS INTERNAS EM DESCOMPASSO
COM OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS. INCOMPA-
TIBILIDADE MATERIAL. CONVENÇÕES NOS 148 E 155 DA OIT. NORMAS DE
DIREITO SOCIAL. CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE. NOVA FORMA DE
VERIFICAÇÃO DE COMPATIBILIDADE DAS NORMAS INTEGRANTES DO OR-
DENAMENTO JURÍDICO.”

DIREITO DO 31 Qualifica DF
TRABALHO
4.4 Direito as Horas Extras

Computam-se extras as horas que são trabalhadas diariamente além da


jornada legal ou contratual. A remuneração pelo excedente trabalhado será paga,
no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. No caso do
Banco de Horas o excedente ao invés de ser pago em pecúnia, será convertido em
horas para folga ou diminuição da jornada de trabalho. Nos casos de feriado que cair
aos sábados, as horas deverão ser pagas e não compensadas, tendo em vista que o
sábado é considerado repouso semanal remunerado.

4.5 Benefícios e garantias trabalhistas remuneratórias

Acompanhando o salário do trabalhador, existem outras verbas e garantias


remuneratórias que o pagamento é exigido por lei ou que podem ou não ser
concedidas a depender da forma que o contrato de trabalhado é negociado. São elas:
• FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço): É um depósito mensal na
modalidade de poupança compulsória, calculado em um percentual de 8% do
salário do empregado, sendo obrigação do empregador depositar o valor em
uma conta bancária no nome do empregado na Caixa Econômica Federal.
• INSS: É um valor descontado do salário no formato de contribuição para fazer
jus ao benefício da aposentadoria. Esse desconto integra o cálculo de tempo de
contribuição, o qual é averbado para estabelecer se o empregado terá direito
ao benefício da aposentadoria ou não. O desconto em regra é 7,5% para um
salário mínimo vigente. Se tomarmos como exemplo o salário mínimo de 2022
de R$ 1.212 temos: 9% entre R$ 1.212,01 e R$ 2.427,35. 12% entre R$ 2.427,36 e R$
3.641,03. 14% entre R$ 3.641,04 e R$ 7.087,22.
• 13º Salário: Considerado um abono salarial de natal, o 13° salário, é uma espécie
de gratificação. O benefício foi instituído no Brasil pela Lei 4.090, e garante
ao trabalhador que possui carteira assinada o correspondente a 1/12 da
remuneração por mês trabalhado.
• Vale-transporte (VR) e vale-refeição (VT): O vale-transporte só é obrigatório se
o trabalhador necessitar de condução para chegar ao local de trabalho. Para
vale-transporte o empregador pode descontar, no máximo, 6% do salário base
do empregado. Já o vale-alimentação não é obrigatório, mas um benefício.

DIREITO DO 32 Qualifica DF
TRABALHO
4.6 Acidente de Trabalho

É considerado Acidente do trabalho o que ocorre ao trabalhador em razão


do exercício do trabalho a serviço do empregador, no exercício de suas atividades,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que venha causar a morte,
a perda ou redução, temporária ou permanente para capacidade de trabalho. O
empregador é permanentemente responsável pela saúde e segurança de seus
funcionários enquanto deles tiver a guarda e o tempo à disposição. O empregado
que houver sofrido acidente de trabalho tem estabilidade garantida pelo prazo de
12 meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da
percepção de auxílio-acidente, conforme dispõe o art. 118 da Lei 8.213/1991.

4.7 Garantias gerais

• Acordo coletivo: Após a reforma trabalhista de 2017, os acordos que forem


feitos entre as categorias e os empregadores terão validade total, ainda que
em choque com a legislação vigente, desde que não ultrapassem o limite da
condição mais benéfica ao trabalhador.
• Jornada de 12x36: O empregado que assim desejar em concordância com o
empregador, poderá requerer a jornada de 12 horas com descanso de 36.
• Gratuidade nos processos judiciais: O Supremo Tribunal Federal revogou o
dispositivo da reforma trabalhista que passou a condenar os empregados que
fossem derrotados em ações judiciais, retornando a cobertura de gratuidade
sem importar a renda. Foi mantido, no entanto, o pagamento das custas do
processo para os empregados que faltassem as audiências.
• Equiparação salarial: Nos casos de empregados que exercem a mesma função,
a todo trabalho de igual valor, que seja prestado ao mesmo empregador, nas
mesmas condições de trabalho e localidade, deverá ser igual o salário, sem
distinções de qualquer natureza, entre os trabalhadores cuja diferença de
tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos artigo 461 da CLT. Importante:
a equiparação só pode ser requerida no mesmo ambiente de trabalho e na
mesma empresa, não podendo ser estendida ao mesmo grupo econômico.

DIREITO DO 33 Qualifica DF
TRABALHO
DIREITO DO 34 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 5 – Rescisão e Verbas Rescisórias.

(Fonte: Jusbrasil google imagens).

As relações trabalhistas formais possuem seu início durante a contratação, sua


efetividade durante o período trabalhado e encontram seu fim com o término da
prestação do serviço por vontade do empregado, do empregador ou falha de algum
deles ou de ambos. Neste momento se trata da Rescisão do contrato de trabalho, a
rescisão é o ato formal de finalização completa do vínculo trabalhista. São vários tipos
de rescisão e todas elas são acompanhadas por algum tipo de verba rescisória, ou
seja, pagamentos que são feitos em razão do término da relação de trabalho.

5.1 Verbas Rescisórias

Quando o contrato de trabalho chega ao fim, as verbas rescisórias comumente


devidas são: saldo de salário, férias vencidas ou proporcionais acrescidas de um terço
se houver, 13º proporcional, multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O pagamento ou
não dessas verbas, varia de acordo com o tipo de rescisão que ocorrer.
Em alguns casos, há ocorrência do Aviso Prévio, que apesar de não ser uma
verba conceitualmente rescisória, se trata de uma obrigação decorrente da rescisão.
Aplica-se a necessidade de aviso prévio caso a empregado, peça demissão, tendo
que cumprir 30 dias da sua jornada, o qual pode ser dispensando caso o empregador
deseje. Caso a demissão seja sem justa causa, o empregador deve pagar os 30 dias
mais três dias para cada ano que o empregado trabalhou. O aviso prévio não pode
ser exigido quando o empregado já tiver conseguido outro emprego na ocasião de
sua saída do anterior.

DIREITO DO 35 Qualifica DF
TRABALHO
5.2 Tipos de Rescisão

• Dispensa do empregado sem justa causa: Ocorre quando o empregador, sem


que o empregado tenha dado causa, decide por sua dispensa e rompimento do
vínculo trabalhista. É uma decisão unilateral por parte do empregador, advindo
de seu direito de gerência. Nesse caso são devidas as seguintes verbas: saldo de
salário, férias vencidas ou proporcionais, 13º proporcional, liberação da conta do
FGTS e multa de 40% sobre o valor do FGTS.

• Dispensa do empregado com justa causa: Nos casos em que o empregado


concorrer para sua demissão, ou seja, na ocorrência do cometimento de falta
grave, o empregador poderá dar fim ao vínculo trabalhista por responsabilidade
única do empregado. O empregado receberá somente o saldo de salário e as
férias vencidas mais um terço. A justa causa, segundo a CLT é caracterizada por:

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do em-
pregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra
o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercí-
cio da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.

• Pedido de demissão voluntário: O rompimento do vínculo é causado por


requerimento unilateral do empregado, o qual não deseja mais laborar para
o empregador, sem que o mesmo tenha cometido algum tipo de falta grave.
Nesse caso o empregado só terá direito ao saldo de salário, férias vencidas ou
proporcionais acrescidas de um terço se houver e 13º proporcional.

DIREITO DO 36 Qualifica DF
TRABALHO
• Demissão por acordo: No caso da rescisão em comum acordo, nesse caso o
empregado garante o recebimento do FGTS até o limite de 80% do saldo da
conta. A multa é reduzida para 20% que ainda deve ser paga pelo empregador.
No caso de demissão por acordo, não há pagamento de seguro-desemprego. É
importante ressaltar que simular rescisão por acordo, para que uma das partes
se beneficie é fraude trabalhista.

• Rescisão indireta: O contrato de trabalho na maioria dos casos termina em


relação ao empregado e de seus atos ou atitudes, em se tratando de rescisão
indireta, obrigatoriamente aquele que a provoca é o empregador. Sendo assim,
nos casos em que o empregador é quem comete uma falta grave contra o
empregado, o mesmo pode se fazer valer do instituto da rescisão indireta que
se trata popularmente da “justa causa do patrão” e imediatamente requerer o
fim da relação de trabalho com sua imediata rescisão. A CLT trata da rescisão
indireta e de suas causas:

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a


devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrá-
rios aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com ri-
gor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; Ex: Atrasar ou não
honrar o pagamento do salário, não fornecer EPI (Equipamento de proteção
individual), não efetivar o registro do empregado, não conceder as férias ou
descansos, etc.
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua
família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. Ex: Quem trabalha
por demanda ou meta.

O empregado deverá provar que um ou mais requisitos ocorreram, de modo


a validar sua rescisão por culta exclusiva do empregador. Em caso comprovado, ele
receberá os mesmos benefícios da demissão sem justa causa.

• Rescisão por Culpa Recíproca: Ocorre quando empregado e empregador,


dão causa à rescisão do contrato de trabalho. Pela complexidade geralmente é
diagnosticada e definida em momento judicial. Está descrita no artigo 484 da
CLT. Sua ocorrência se dá pelo cometimento de duas faltas graves, que devem
se dar ao mesmo tempo, não podendo haver diferença de tempo entre elas. Ex:
Briga física.

DIREITO DO 37 Qualifica DF
TRABALHO
• Aposentadoria ou morte do empregado: Em ambos os casos, o aposentado
ou seus herdeiros, devem receber saldo de salário, férias vencidas mais um
terço, 13º salário. Importante: Qual deve ser a providência do empregador no
caso do empregado que faleceu, não ter deixado herdeiros conhecidos para o
pagamento da rescisão?
a) Morto não gasta dinheiro.
b) Consignação em pagamento.
c) Empregador embolsa a rescisão.

Resposta: Consignação em pagamento! No caso de não haver possibilidade


de localizar herdeiros do empregado falecido, o empregador pode depositar o valor
da rescisão em conta judicial para garantir sua quitação com relação ao término do
vínculo trabalhista.
Resumindo para facilitar a compreensão e quando precisar de uma consulta
rápida:
RESCISÃO VERBAS RESCISÓRIAS
Rescisão sem justa causa Saldo de salário, férias vencidas ou pro-
porcionais, 13º proporcional, liberação
da conta do FGTS e multa de 40% so-
bre o valor do FGTS.
Rescisão com justa causa Saldo de salário e as férias vencidas
mais um terço,
Pedido de demissão Saldo de salário, férias vencidas ou pro-
porcionais acrescidas de um terço se
houver e 13º proporcional.
Demissão por acordo bilateral Saldo de salário, 13º proporcional, fé-
rias proporcionais mais um terço, 20%
da multa do FGTS.
Rescisão indireta Saldo de salário, férias vencidas ou pro-
porcionais, 13º proporcional, liberação
da conta do FGTS e multa de 40% so-
bre o valor do FGTS.
Culpa recíproca 50% do valor do aviso prévio, do 13º
salário, das férias proporcionais e 20%
dos depósitos do FGTS.
Aposentadoria e/ou morte saldo de salário, férias vencidas mais
um terço, 13º salário

5.3 Prazos e multas

Quando a rescisão é devidamente firmada, o empregador tem o prazo de 10


(dez) dias para quitar os valores advindos do fim do vínculo trabalhista. No caso de
não cumprimento do prazo, o empregador será penalizado com multa em favor do
empregado. Artigo 477 § 6º e 8§º da CLT.

DIREITO DO 38 Qualifica DF
TRABALHO
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à
multa de 160 BTN (Bônus do Tesouro Nacional) , por trabalhador, bem assim
ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao
seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo
quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora. (Incluído pela
Lei nº 7.855, de 24.10.1989).

O não pagamento dessas multas e dos valores considerados incontroversos


também gera multa, conforme artigo 467 da CLT.
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia
sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar
ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta
por cento”. (Redação dada pela Lei nº 10.272, de 5.9.2001).

DIREITO DO 39 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 6 – Microempreendedor Individual –
MEI

(Google imagens).

Conforme nosso cronograma de ensino todas as turmas deverão participar da


feira prática ao final do curso, oportunidade em que apresentarão seus conhecimentos
na área de estudo escolhida e alguns terão também a necessidade de criar uma
empresa fictícia, se utilizando dos conhecimentos obtidos também do curso de
direito do trabalho. Com esse pensamento, vamos conhecer agora um dos modelos
de empreendimento mais utilizados, que é o microempreendedor individual, o MEI.

6.1 O que é o MEI?

Microempreendedor Individual é um modelo empresarial de formalização


do trabalhador autônomo. Esse modelo foi criado e implementado pela Lei
complementar nº 128 de 19 de dezembro de 2008, que alterou a Lei complementar
123/2006. Com essa Lei o governo pensou em uma maneira de trazer o trabalhador
autônomo para a formalidade, dando status e benefícios de um empreendedor,
buscando assim acolher esses exploradores de atividade econômica de forma que
não prejudicasse seu rendimento e desincentivando a informalidade.

Qual a natureza jurídica do MEI? R: É um modelo empresarial simplificado.

6.2 Quais são as exigências para ser um MEI?

1 – Não ter sócios no negócio que está sendo aberto; O nome já diz, é um
microempreendedor individual, ou seja, não existe abertura de negócio em
que vai existir um sócio ou mais.
2 – Não ter o solicitante outra empresa aberta em seu nome/titularidade.
Quando for solicitar registro como MEI, não pode haver outra empresa exis-
tente.
3 – Não participar de outros negócios, seja como sócio, nem como admi-
nistrador. Sendo assim, ainda que o negócio aberto não seja seu, caso você
queira ser MEI, não poderá continuar como sócio ou administrador, devendo
se retirar para criar o seu próprio.

DIREITO DO 40 Qualifica DF
TRABALHO
6.3 Como é ser um MEI?

O cidadão que se inscreve para ser MEI recebe um número de CNPJ e então
passa a ter todos os direitos e deveres de uma pessoa jurídica. O que é uma pessoa
jurídica? A pessoa jurídica é definida como uma “entidade” desprovida de forma
física material ou natural, se tratando de uma construção da sociedade para definir
o que é uma empresa ou empreendimento. Pode ser formada por várias pessoas,
mas no caso do MEI, por uma pessoa só. Ainda assim, a principal característica da
pessoa jurídica é que sua personalidade não se mistura com a da pessoa física que a
representa.

Como assim? Como a pessoa jurídica é um ente capaz de direitos e deveres, ela
responde apenas ao que for de sua responsabilidade, ainda que existam múltiplos
sócios. Por exemplo, quando se entra com uma ação trabalhista, contra uma grande
rede de supermercados, o trabalhador não está processando o dono da rede, mas a
própria rede, ou seja, nos casos em que não há desconsideração da personalidade
jurídica, o patrimônio do dono da rede de supermercados não se mistura com o da
pessoa jurídica.

O empreendedor pode firmar contratos, adquirir bens e serviços, assinando


tudo com a sua pessoa jurídica, o que garante uma série de benefícios e estabilidade.

6.4 Como se tornar e se registrar como MEI?

Aqui vamos conhecer um guia passo-a-passo de como requerer seu registro


como microempreendedor individual:

1. Acessar o portal do empreendedor: https://www.gov.br/empresas-e-ne-


gocios/pt-br/empreendedor;
2. Clique em “Quero ser MEI” e, em seguida, em “Formalize-se”;
3. Crie uma conta utilizando o novo cadastro unificado “gov.br” ou utilize o
seu CPF;
4. Preste atenção e siga as instruções disponíveis. Nessa parte do cadastro,
será necessário ter em mãos e colocar todos os seus dados pessoais, como
RG, CPF, número da declaração do Imposto de Renda, endereço residencial
completo e telefones de contatos;
5. Defina as atividades que serão exercidas, prestando atenção antes se a
sua atividade pode ser desempenhada como MEI, o nome fantasia e informe
o endereço provável de onde irá trabalhar, mesmo que seja em casa, presen-
cialmente ou via internet, em endereço comercial e afins;
6. Após conferir todos os dados informados, finalize com as declarações
solicitadas e complete a sua inscrição.

DIREITO DO 41 Qualifica DF
TRABALHO
Depois de confirmada a inscrição ocorrerá à emissão de um CCMEI – Certificado
de Condição de Microempreendedor Individual que comprova o registro do novo
CNPJ na Junta Comercial.

(CCMEI - Fonte: Emitte).

Professor, o que é Junta Comercial? Uma Junta Comercial é um órgão público


que tem a responsabilidade de organizar e realizas registros de empresas que são
abertas na região, para as mesmas possam realizar suas atividades de maneira legal e
formal. As Juntas Comerciais também são responsáveis pela abertura e fechamento
de empresas.

DIREITO DO 42 Qualifica DF
TRABALHO
6.5 Qual tipo de atividade econômica pode ser desenvolvida como MEI?

(Google imagens).

Não são todas as espécies de atividade econômica ou profissões que podem


ser legalmente exploradas como MEI. Antes de tentar fazer a inscrição como MEI, o
solicitante deve consultar o CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
Alguns exemplos de quem não pode ser MEI:

Médicos, nutricionistas, advogados, contadores, consultores, psicólogos,


dentistas, engenheiros, veterinários, jornalistas, publicitários, administradores...

Essa proibição se deve ao fato de que, essas profissões costumam possuir


estatutos e regulamentações próprias, que as tornam incompatíveis com o modelo
do MEI, por não serem puramente profissões com natureza empresarial. Esses
estatutos e regulamentos são emitidos pelos conselhos de classe responsáveis
por regular e fiscalizar os profissionais que desenvolvem tais profissões, como por
exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil, que credencia e fiscaliza o advogado em
todo território nacional.

E quem pode ser MEI? Já dentro das possibilidades, o CNAE contabiliza diversas
atividades econômicas que podem ser desenvolvidas mediante o enquadramento
no MEI, por exemplo:

Cabelereiros, manicure, pedicure, varejista de vestuário, promotor de vendas,


lanchonetes, casas de chá/similares, alimentos à domicilio, instalações elétricas,
estética e cuidados e assim por diante.

DIREITO DO 43 Qualifica DF
TRABALHO
6.6 O limite de faturamento do MEI.

O MEI foi modulado para atender o trabalhador autônomo individual, portanto,


para garantir que os direitos e obrigações sejam justos e condizentes, foi estabelecido
um teto anual de quanto um MEI pode alcançar. O teto anual do MEI é R$ 81.000,00
(oitenta e um mil reais), dividido em R$ 6.750,00 (seis mil setecentos e cinquenta
reais) por mês. Uma vez que o MEI ultrapassa o teto em mais de 20% de maneira
seguida, o cidadão é obrigado a migrar para outro modelo empresarial, no caso
o ME(Microempresa). Caso o empreendedor ultrapasse o teto em mais de 20%,
obrigatoriamente ele deve:
1. Continuar pagando o seu DAS/MEI (Documento de Arrecadação do Sim-
ples Nacional) até o último mês do ano;
2. No mês de janeiro subsequente emitir um DAS proporcional à ultrapassa-
gem do teto;
3. A partir dai já começar a recolher como microempreendedor;
4. Solicitar o seu desenquadramento como MEI;
5. Mudar definitivamente do MEI para o ME.

Qual é o custo de se inscrever como MEI?

O empreendedor que deseja se enquadrar como MEI, deve arcar com uma
taxa que dependerá do tipo de atividade que escolheu desempenhar.

O MEI sempre precisa emitir a nota fiscal? Caso o serviço seja prestado para
uma pessoa jurídica, a emissão de nota é obrigatória.
Quais são os direitos de um MEI? O cidadão que aderir ao MEI terá direito aos
seguintes benefícios desde que esteja com suas obrigações em dia:

Aposentadoria por invalidez ou idade; salário maternidade; auxílio doença;


auxílio reclusão; pensão por morte.

Quais são as facilidades de ter um CNPJ em razão do MEI? Ser MEI garante
ao empreendedor a facilidade de iniciar um empreendimento ou de encerrá-lo
sem muita burocracia. Dispensa alvarás e licenças graças ao enquadramento. Tem
baixo custo de manutenção do CNPJ e opera na legalidade. Tem acesso facilitado
ao crédito. Declaração de renda facilitada. Apoio dos técnicos do SEBRAE. Pode abrir
conta em banco como pessoa jurídica. Pode emitir nota fiscal, o que dá segurança e
transparência.

DIREITO DO 44 Qualifica DF
TRABALHO
Capítulo 7 – Considerações sobre o FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço)

(Fonte: Caixa.gov)

DIREITO DO 45 Qualifica DF
TRABALHO
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi uma criação do Governo
Federal que entrou vigor em 1967, instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de
1966. Foi criado visando à proteção do trabalhador que pudesse ser demitido sem
justa causa, funcionando então como uma espécie de poupança obrigatória. O FGTS
funciona por meio de uma conta vinculada ao trabalhador na Caixa Econômica
Federal, que é aberta em seu nome, quando o empregador faz o primeiro pagamento.
Então essa conta é mensalmente alimentada, com o equivalente a 8% do salário
pago ao empregado com atualização monetária e juros de correção. O empregado
pode consultar todos os meses se o seu empregador está fazendo os depósitos em
seu nome, bem como é obrigação do patrão comprovar os depósitos.

Os 8% do FGTS não pode ser descontado do salário do empregado.


Diferentemente do desconto da previdência social, o cálculo do FGTS tem que ser
feito pelo empregado em cima do salário bruto do empregado e pago por conta
própria.

Caso o empregado seja demitido sem justa causa ou requerer rescisão indireta,
o empregador deve pagar uma multa de 40% do valor depositado do FGTS e o
empregado recebe o direito de movimentar a quantia que lá estiver depositada.
No caso da demissão ocorrer por pedido do empregado, não há autorização de
movimentar o saldo. Caso a demissão venha por acordo, a movimentação é autorizada
até 80% e a multa cai para 20%. O saldo do FGTS deve ser pago aos herdeiros em caso
de falecimento do empregado.

7.1 Curiosidades sobre o saque do FGTS

(Google imagens).

1º Posso sacar o FGTS para financiar minha casa própria? É permitido sim, o
saque ou utilização do saldo do FGTS sem necessidade de haver demissão ou acordo,
para financiar a quitação ou amortizar as prestações de financiamento habitacional
(compra da casa própria) desde que o imóvel não faça parte de nenhum sistema de
moradia, como por exemplo, o programa Minha casa minha vida ou Casa verde e
amarela.

2º Posso usar o meu FGTS para financiar imóvel em nome de cônjuge?


O empregado também pode usar seu saldo do FGTS para pagar parcelas de
financiamento em nome de seu cônjuge/companheiro (a) quando fique comprovado
que imóvel se destina à moradia da família.

DIREITO DO 46 Qualifica DF
TRABALHO
3º Posso movimentar minha conta do FGTS em razão de doença grave?
Sim, caso o empregado seja acometido por uma doença grave, que conste no rol de
autorização da Caixa Econômica Federal, a conta pode ser movimentada. Ex: Câncer.

4º Posso utilizar meu FGTS para adquirir uma prótese ou órtese? Com o
decreto nº 9.345/18 foi ampliado o direito ao saque do FGTS para os trabalhadores
com deficiência de natureza física ou sensorial (auditiva e visual), desde que os
efeitos durem por pelo menos 2 (dois) anos, para aquisição de órtese e/ou prótese.
Esse decreto não ampara movimentação de natureza unicamente estética.

5º O que é Saque Aniversário? O Saque Aniversário é uma nova autorização de


saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) onde o beneficiado pode
receber o valor a partir do primeiro dia útil do mês de aniversário do trabalhador em
parcelas disponíveis por três meses.

Capítulo 8 – Considerações sobre o dano moral


no ambiente de trabalho
O assédio moral é quando pessoas são expostas a situações constrangedoras
ou humilhantes no local de trabalho, de maneira repetitiva e prolongada, enquanto
exercem suas funções. A conduta do assediador é extremamente danosa para a
dignidade do empregado e inclusive coloca em risco sua saúde mental e física. Um
assediador também provoca grandes danos ao ambiente de trabalho em si, em razão
do clima que gera.

Aquele que assedia moralmente o outro, ainda que no ambiente de trabalho,


tem obrigação legal de proceder com a devida reparação. Nos casos de empresas,
mesmo o funcionário comum que não detêm poder de gerência também pode
ser considerado assediador e o empregador também responde pelo dano por ele
causado, caso tenha sido anteriormente avisado da conduta e não tenha tomado
nenhuma providência. O dano causado pelo assédio moral está retratado no Código
Civil Brasileiro em seu art. 186:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, co-
mete ato ilícito.

Formas que o empregado tem de identificar que está sendo vítima de assédio
moral no ambiente de trabalho:

• - Quando é retirada a sua autonomia ou em todo momento suas decisões são


contestadas ou invalidadas.
• - Sobrecarregando o empregado com novas tarefas ou retirando o trabalho que
habitualmente executava, sem a devida orientação, provocando a sensação de
inutilidade e de incompetência;
• - Ignorar a presença do empregado, dirigindo-se apenas aos demais
colaboradores;
• - Exigir tarefas humilhantes e não condizentes com a função;
• - Se dirigir ao empregado constantemente aos gritos ou com tratamento

DIREITO DO 47 Qualifica DF
TRABALHO
desrespeitoso;
• - Espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito do colaborador;
• - Fazer pouco caso de seus problemas de saúde;
• - Criticar a vida particular da vítima quando não é lhe dado o direito;
• - Atribuir apelidos pejorativos ou humilhantes;
• - Impor punições vexatórias (dancinhas, prendas);
• - Divulgar mensagens depreciativas em grupos, ainda que particulares, nas
redes sociais;
• - Evitando comunicação direta, sempre se dirigindo à vítima de assédio por
e-mail, bilhetes ou terceiros e outras formas de comunicação indireta;
• - Isolar fisicamente o colaborador para que não haja comunicação com os
demais colegas;
• - Desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima;
• - Retirar cargos e funções sem justo motivo;
• - Impor condições e regras de trabalho personalizadas, diferentes das que são
cobradas dos outros profissionais;
• - Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou determinar prazos
incompatíveis para finalização de um trabalho;
• - Manipular informações, deixando de repassá-las com a devida antecedência
necessária para que o colaborador realize suas atividades, assim expondo-o a
incompetência ou vexame;
• - Vigilância excessiva apenas com o mesmo empregado;
• - Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro e monitorar o
tempo que lá ele permanece;
• - Advertir o empregado sem razão aparente;
• - Instigar o controle de um colaborador por outro, criando um controle fora
do contexto da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a
solidariedade entre colegas.
O assédio moral por parte do empregador ou de seus subordinados diretos é motivo para de-
missão desse empregado ou rescisão indireta do empregado.

Eu desejo do fundo do coração, que todos que aqui chegaram,


aprendam e vençam, perseverem no caminho, ele árduo, mas desde
o início você nunca esteve sozinho. Obrigado!

Professor Lucas Sérvio.

DIREITO DO 48 Qualifica DF
TRABALHO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOUCINHAS FILHO, Jorge Cavalcanti e BARBAS, Leandro Moreira Valente – Migração de


trabalhadores para o Brasil: Aspectos teóricos e práticos. Editora Saraiva, 2013 – ISBN:
978-85-02-17595-2.

CAHALI, Yussef Said – Estatuto do estrangeiro. Editora Revista dos Tribunais, 2010(RT) –
ISBN: 978-85-203-3813-1.

Dicionário Dia a Dia Jurídico 2012 – Expressões em latim – Editora Saraiva.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito do Trabalho - 14 edição, 2022 – Saraiva
Jur – eBook Kindle.

LENZA, Pedro e ROMAR, Carla Teresa Martins - Direito do trabalho - 8ª edição 2022 - Saraiva
Jur - eBook Kindle.

LIMA, Francisco Meton Marques de e LIMA, Francisco Péricles Rodrigues Marques de – Re-
forma trabalhista: entenda ponto por ponto. Editora LTr, 2017 – ISBN: 978-85-361-9354-0.

LONGHI, Dânia Fiorin – Direito e processo do trabalho – São Paulo: Atlas, 2010. (Coleção
exame de ordem; v.8). ISBN 978-85-224-5558-4.

MARTINEZ, Luciano - Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e cole-


tivas do trabalho - 13ª edição 2022 – Saraiva Jur – eBook Kindle.

MARTINS, Sérgio Pinto – Direito processual do trabalho. Editora Saraiva, 2017 – ISBN: 978-
85-472-1455-5.

MIGLIORANZI, Juliana Migot e HABERMANN, Raíra Tuckmantel – Comentários à reforma


trabalhista. Habermann Editora, 2017 – ISBN: 978-85-89206-68-6.

NICOLI, Pedro Augusto Gravatá – A condição jurídica do trabalhador imigrante no direito


brasileiro. Editora LTr. 2011 – ISBN: 978-85-361-1847-5.

PINTO, Marcio Morena – Introdução ao direito internacional do trabalho. LTr, -2014 – ISBN:
978-85-361-2865-8.

DIREITO DO 49 Qualifica DF
TRABALHO
RAMADAS, Lucas Sérvio Gonçalves. A condição jurídica do trabalhador imigrante. Revista
OAB 360° Ordem dos Advogados do Brasil - 1º Edição - 2019.

SANTOS, Ana Claudia Schwenck dos – Empregados domésticos: O que mudou? – 2º Edi-
ção – São Paulo: Rideel, 2015. ISBN 978-85-339-3580-8

Segurança e medicina do trabalho / Obra coletiva de autoria da Editora Ri-


deel – São Paulo: Rideel, 2013. ISBN: 978-85-339-2358-4.

REFERÊNCIAS ONLINE

Portal da Legislação, 2022. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/ Acesso em:


18/01/2023.

DIREITO DO 50 Qualifica DF
TRABALHO
MÓDULO GERAL
LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA
Apresentação do Autor................................................. 53 NUMERAL............................................................................... 95

LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA................................... 54 PRONOMES.......................................................................... 96

LINGUAGEM VERBAL E CONJUNÇÕES..................................................................... 96


LINGUAGEM NÃO VERBAL............................................55
PREPOSIÇÕES ................................................................... 96
EXERCÍCIOS.......................................................................... 55
INTERJEIÇÃO....................................................................... 97
A LINGUAGEM E OS CÓDIGOS................................ 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................... 98
EXERCÍCIOS.......................................................................... 58

AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS.............................. 61

EXERCÍCIOS.......................................................................... 62

LINGUAGEM FORMAL E LINGUAGEM


INFORMAL............................................................................. 64

TIPOS DE VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS................. 66

NORMA-PADRÃO E VARIEDADES DE
PRESTÍGIO.............................................................................. 68

Variação linguística e preconceito social.......... 69

PRECONCEITO LINGUÍSTICO.................................... 70

COMPREENSÃO E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO...................................... 70

EXERCÍCIOS.......................................................................... 71

TIPOLOGIA TEXTUAL...................................................... 73

EXERCÍCIOS.......................................................................... 74

COESÃO E COERÊNCIA................................................ 76

GRAMÁTICA........................................................................... 77

MORFOLOGIA – Classes de palavras.................... 77

SUBSTANTIVOS................................................................... 77

CONCEITUANDO .............................................................. 78

EXERCÍCIOS.......................................................................... 78

Classificação dos substantivos................................. 79

EXERCÍCIOS.......................................................................... 82

ADJETIVOS............................................................................. 83

EXERCÍCIOS.......................................................................... 91

ARTIGOS.................................................................................. 92

VERBOS................................................................................... 93

ADVÉRBIOS ²⁷..................................................................... 95

LÍNGUA 52 Qualifica DF
PORTUGUESA
Apresentação do Autor
Ailton Sales dos Santos – Graduado em Pedagogia (Licenciatura), pela Faculdade
JK- Gama-DF. É Pós-graduado em Docência Virtual e Presencial no Ensino Superior e
Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Empresarial pela Universidade Católica
de Brasília -DF (UCB-DF). Trabalhou como Analista Pedagógico na Universidade
Católica de Brasília, assessorando a alta gestão na elaboração, execução e avaliação
das políticas e estratégias nas áreas de Pesquisa, Extensão, Empreendedorismo e
Inovação, para alinhar com o planejamento.

Desenvolveu atividades no Projeto SER+ da Universidade Católica de Brasília


(UCB), com o objetivo de ampliar a formação acadêmica do(a) estudante para que
ele tenha acesso, não só a conceitos e vivências que consolidem sua formação
humanística/cidadã. Contribuindo para o desenvolvimento das instituições e
comunidades parceiras, oferecendo ao estudante a oportunidade de participar
do dia a dia de uma determinada comunidade, entender as suas dinâmicas, seus
problemas e suas particularidades, ajudá-la a pensar soluções.

Atuou na Secretaria de Educação do DF (SEDF), como Professor da EJA


(Educação de Jovens e Adultos) no Ensino Fundamental I e II.

Participou do planejamento de aulas na área de atividades; elaboração de ma-


terial didático específico para os vários letramentos necessários ao desenvolvimento
dos componentes curriculares da EJA; Atuou em atividades de coordenação peda-
gógica (reuniões, elaboração de projetos, planejamento de eventos e outros); Ava-
liação de estudantes para classificação e matrícula; registros de atividades docentes
através de diários de classe e relatório; estudos de casos de alunos com laudos mé-
dicos de TGD. atividades extraclasse como: feiras culturais, exposições, aulas, pas-
seio, palestras, concertos musicais, apresentações teatrais e outros. aulas remotas,
aplicativo Escola em casa e presencial. Comprometeu -se, em mostrar que a EJA é
uma educação possível e capaz de mudar significativamente a vida de uma pessoa,
permitindo-lhe reescrever sua história de vida; compreender melhor o aluno e sua
realidade diária e acreditar nas possibilidades do ser humano, buscando seu cresci-
mento pessoal e profissional

LÍNGUA 53 Qualifica DF
PORTUGUESA
LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA
• Leia esta tira abaixo:

• 1. A tira retrata uma situação cotidiana. Quem são as personagens? Onde elas
estão?
• 2. Observe o 2º e o 3º quadrinhos da tira. Na sua opinião, por que Mafalda estica
os olhos, puxando-os com os dedos? A que língua pertencem as palavras que
ela diz à mulher?
• 3. Converse com os colegas e tente descobrir o que significa cada uma das
palavras faladas por Mafalda. Essas palavras formam frases com sentido?
• 4. No 4º quadrinho da tira, a mulher foge. Você acha que a mulher entendeu
o que Mafalda disse? Deduza: O que a mulher pode ter pensado a respeito de
Mafalda?
• 5 O humor da tira concentra-se no último quadrinho, quando Mafalda diz:
“E depois ficam falando de maior compreensão entre Oriente e Ocidente!”
Quem você acha que é o enunciador de uma fala como essa? Que tipo de
compreensão é essa a que Mafalda se refere? Na imaginação de Mafalda, qual
das duas personagens representa o Ocidente? E o oriente?

Conceituando

A partir da 2ª cena da tira, Mafalda utiliza palavras de outra língua e estica os


olhos com os dedos para caracterizar o formato dos olhos de povos orientais. O que
Mafalda diz e expressa com gestos é linguagem. As pessoas se comunicam entre si
por meio da linguagem.

Linguagem é um processo comunicativo


pelo qual as pessoas interagem entre si.

Português Linguagens, William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães –


6.ed. p. 27, São Paulo: Atual, 2010.

¹https://diogoprofessor.blogspot.com/2016/11/atividade-sobre-linguagem-acao-e.html

LÍNGUA 54 Qualifica DF
PORTUGUESA
LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO VERBAL
Na situação retratada na tira, as pessoas se comunicam usando palavras e gestos.
Na linguagem verbal, a unidade básica é a palavra falada ou escrita. Em linguagens
não verbais, como pintura, música, dança, código Morse e regras de trânsito, as
unidades são de outro tipo: podendo ser gestos, notas, movimentos, imagens, etc.
Existem também as linguagens mistas, que combinam unidades próprias e
diferentes linguagens. É o caso, por exemplo, da tira de Quino, que apresenta imagens
e palavras.
Com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital, que
valendo-se da combinação de números, permite armazenar e transmitir informações
em meios eletrônicos.

Os interlocutores

Na tira de Quino, as personagens se inter-relacionam e interagem por meio


da linguagem. A comunicação é, assim, construída solidariamente por elas, que são
interlocutores no processo comunicativo.

Interlocutores são as pessoas que participam do processo de


interação que se dá por meio de linguagem.

Ao se referir àquele que cria a linguagem - aquele que fala, aquele que pinta,
aquele que cria, etc. – ele é chamado de locutor, e quem recebe a língua é o locutário.
Dessa forma os interlocutores são o locutor e o locutário no processo de comunicação

EXERCÍCIOS
1. Leia este cartum, de Maitena:

a) Na situação retratada no cartum, que tipo de linguagem


as pessoas estão utilizando: verbal ou não verbal? Se verbal,
oral ou escrita?
b) O humor do cartum está na resposta da personagem que
segura uma xícara de café, para quem a fala não é uma for-
ma de comunicação.
O conceito de comunicação dessa personagem coincide
com o que você aprendeu? Por que?

Português Linguagens, p. 27 – 2010.

LÍNGUA 55 Qualifica DF
PORTUGUESA
Leia a tira a seguir e responda às questões de 2 a 4.

2. O fator surpresa da tira está no 1º quadrinho.

a) Por que ele é surpreendente?


b) Apesar de informar que não haverá piada, a tira continua engraçada. Por quê?

3. Na tira, a personagem está falando; logo, ela é o locutor. Quem você acha que
é o locutário? Por quê?

4. Considere agora a tira como um todo. Ela foi criada pelo cartunista Adão Itur-
rusgarai e foi impressa num jornal.

a) Quem são os locutários do cartunista?


b) Que tipo de linguagem o artista utilizou para criá-la? Por quê?

A língua

Ao ler a tira de Quino reproduzida no início dessa seção, vimos que a linguagem
verbal é apenas uma das formas de comunicação existentes. Ao utilizarmos este
tipo de linguagem, inevitavelmente fazemos uso de uma língua. A linguagem varia
dependendo do indivíduo e da cultura.
Na tira por exemplo, aparecem na fala de Mafalda, além de palavras em
português, palavras em japonês.
No Brasil, nos comunicamos em português porque essa língua foi trazida pelos
portugueses durante sua expansão marítima no século XV. Outros países colonizados
por Portugal, como Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné
Bissau, na África, também tem o português como língua oficial.
Mas o que é necessário para falar uma língua? Será que basta conhecer um
conjunto de palavras para começarmos a falar uma língua?

Kimono Hitachi Fuji-Yama haraquiri Minolta Hirohito


Oriente e falando maior depois entre ficam e compreensão
Ocidente de
“E depois ficam falando de maior compreensão entre Oriente e Ocidente!”

LÍNGUA 56 Qualifica DF
PORTUGUESA
Apesar de haver algumas palavras japonesas na primeira frase, nem mesmo
um falante nativo da língua conseguiria entendê-las por não haver uma conexão
lógica entre as palavras. O mesmo ocorre na segunda frase, na qual há palavras
da língua portuguesa, mas também sem nenhuma conexão lógica. Já na terceira
frase há sentido lógico para falantes da língua portuguesa, porque nela, as palavras
dessa língua estão dispostas de uma forma lógica. Portanto, para dominarmos uma
língua, é necessário que conheçamos, além das palavras e seus sentidos, as leis de
combinação dessas palavras.

Assim, concluímos:

“Língua é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio


da qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.”
(Português Linguagens, p. 29 – 2010)

Irmãos pela língua

Os povos dos países de outros continentes que, como nós, falam a língua
portuguesa são nossos irmãos. Temos com eles muitas afinidades culturais, pois o
fato de ter uma língua em comum nos leva a ler os mesmos livros, ouvir as mesmas
canções, etc.
Para o escritor angolano Eduardo Agualusa, o português está em franca
expansão. Diz ele:

“Há países, como a Itália, em que o número de alunos em português


nas universidades cresceu extraordinariamente. Nos EUA também
ocorre assim. Isso tem a ver como o Brasil, e um pouco da África. Como
Angola está a crescer economicamente, há muitas pessoas a viajar
ao país, sobretudo empresários, estudiosos e pesquisadores, que
precisam aprender o idioma português. Mas isso se deve acima de
tudo à força da cultura popular brasileira [...]”.

(Entrevista de Eduardo Agualusa concedida a Edgard Murano. Revista


Língua Portuguesa, nº 39, jan, p.12. Editora Segmento)

LÍNGUA 57 Qualifica DF
PORTUGUESA
A LINGUAGEM E OS CÓDIGOS
Pevopecê pejá peinpevenpetou pealpegum pecópedipego pesepecrepeto?
Se você conseguiu entender o que essa frase quer dizer, é porque conhece a
língua do pê. Se não conseguiu, veja como é fácil se comunicar nessa língua: basta
pôr pê antes de cada sílaba das palavras. Assim, para transmitir ou receber uma
mensagem na língua do pê, você tem que conhecer o código dessa língua.
Em qualquer tipo de comunicação, a mensagem só será compreendida pelo
interlocutor se ele também conhecer o código utilizado.

Código é um conjunto de sinais e regras utilizados por


uma comunidade para se comunicar.

Existem muitos tipos de código. Os códigos verbais são as línguas. Existem


também os códigos não verbais, como o braile (usado pelos deficientes visuais), o
usado pelos surdos, o código de trânsito, o musical etc.

EXERCÍCIOS
Leia a tira a seguir, de Laerte, e responda às questões 1, 2 e 3.

1. O homem da tira chega à conclusão de que, na vida, tudo é informação.


a) O que provavelmente aconteceu com ele no 2º quadrinho?
b) Explique o humor que existe no último e o segundo quadrinho.

2. Nessa tira, há elementos pertencentes a mais de um código.


a) Que códigos verbais estão representados na tira?
b) A que código pertence o sinal apontado pela mulher?

LÍNGUA 58 Qualifica DF
PORTUGUESA
3. As revistas e os jornais são exemplos de meios que utilizam sobre as
linguagens verbal e não verbal, é correto afirmar que:³
a) As linguagens verbal e não verbal são duas modalidades de comunicação que
nunca são empregadas juntas.
b) A linguagem verbal representa a linguagem formal, enquanto a linguagem não
verbal é representada pela linguagem informal.
c) A linguagem verbal é sempre culta e segue os padrões da gramática da língua.
d) A linguagem não verbal não pode ser realizada nem com a fala, nem com a escrita.
e) A linguagem verbal também pode ser chamada de linguagem mista, pois utiliza
diversas variantes da língua.

4. Os emojis foram criados em 1999 pela designer


japonês Shigetaka Kurita com a ideia de aperfeiçoar a
comunicação da população japonesa.
Sobre a linguagem é correto afirmar:4
a) Os emojis complementam a linguagem verbal
manifestando as emoções dos emissores nas mensagens.
b) Os emojis utilizam a linguagem mista, em que há o uso da linguagem verbal e não verbal.
c) Os emojis representam a linguagem verbal expressa por figurinhas.
d) São sempre utilizados com os emoticons, outro tipo de linguagem não verbal.
e) São essencialmente uma comunicação linguística expressa pela ordem das palavras.

5. I- Apresentações teatrais e dança utilizam exclusivamente, a linguagem não


verbal.
II- As esculturas são uma forma artística de comunicação não verbal a
linguagem mista.⁵

Segundo as afirmações acima marque a(s)


que está (ão) corretas.

a) Somente I
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) I, II e III

6. sobre a história em quadrinhos, podemos


afirmar que:⁶
a) A linguagem verbal pode ser dispensada sem
que o sentido da mensagem se altere.
b) A linguagem não verbal é utilizada no segundo
e no último quadro.
c) A linguagem não verbal é a mais importante,
pois auxilia no entendimento da mensagem.
d) A linguagem mista é utilizada no último
quadro da sequência narrativa.
e) A Mônica, que está tirando a foto, é a única que
usa a linguagem verbal.
3 4 5 6 https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-linguagem-verbal-e-nao-verbal/

LÍNGUA 59 Qualifica DF
PORTUGUESA
7. Todos utilizam as linguagens verbal e não verbal em simultâneo, exceto:⁷
a) as sinalizações de trânsito
b) as apresentações teatrais
c) as charges e os cartoons
d) as publicidades e os filmes
e) as poesias e as palestras

8. Vamos resolver essa questão baseada na tirinha abaixo, aplicada na prova do


ENEM.⁸
Mafalda é uma garotinha de seis anos que sempre lança perguntas desconcertantes para os
adultos
QUINO, J. L Mafalda.
Tradução de Mônica S. M. da Silva, São
Paulo: Martins Fontes, 1988.

O efeito de humor foi um recurso utilizado


pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de
Mafalda:

a) mostrou desinteresse na leitura do dicionário;


b) tentava ler um dicionário que é uma obra muito
extensa;
c) ocasionou surpresa em sua filha, ao se dedicar a
leitura de um livro tão grande;
d) queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o livro como sua filha
pensava;
e) evidenciou que a leitura do dicionário o desagradou bastante, fato que decepcio-
nou muito sua filha.

9. (Enem–2017)Nesse cartaz publicitário de uma


empresa de papel e celulose, a combinação dos
elementos verbais e não verbais visa

a) justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao


vincular a empresa à difusão da cultura.
b) incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-
se a títulos consagrados do acervo mundial.
c) seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante
às histórias clássicas da literatura universal.
d) promover uma reflexão sobre a preservação
ambiental ao aliar o desmatamento aos clássicos
da literatura.
e) construir uma imagem positiva do anunciante,
ao associar a exploração alegadamente sustentável
à produção de livros.

10. (ENEM-2019) Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto


verbal tem o objetivo de:
a) criticar as difíceis condições de vida dos refugiados.
b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.
c) incentivar a campanha de doações para os refugiados.
d) denunciar a situação de carência vivida pelos refugiados.
e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados.
⁷ https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-linguagem-verbal-e-nao-verbal/
⁸ brasilescola.uol.com.br

LÍNGUA 60 Qualifica DF
PORTUGUESA
AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Pechada

O apelido foi instantâneo. No primeiro dia


de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de
“Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do
Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.
— Aí, Gaúcho!
— Fala, Gaúcho!
Perguntaram para a professora por que o
Gaúcho falava diferente. A professora explicou que
cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças
não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia,
mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do
tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?
— Mas o Gaúcho fala “tu”! — disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava
com o novato.
— E fala certo — disse a professora. — Pode-se dizer “tu” e pode-se dizer “você”.
Os dois estão certos. Os dois são português.
O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.
Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que
acontecera.
— O pai atravessou a sinaleira e pechou.
— O quê?
— O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.
A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do
menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em
algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do
seu corpo.
— O que foi que ele disse, tia? — quis saber o gordo Jorge.
— Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.
— E o que é isso?
— Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.
— Nós vinha...
— Nós vínhamos.
— Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho
e deu uma pechada noutro auto.
A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera?
Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia
admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. “Sinaleira”,
obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas “pechar” o que era?
Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a
professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o
peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo
brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.⁹
— Aí, Pechada!
— Fala, Pechada!
⁹ Nova Escola, maio 2001

LÍNGUA 61 Qualifica DF
PORTUGUESA
EXERCÍCIOS
1. Rodrigo logo recebe o apelido de Gaúcho quando entra na nova escola.
a) O que os colegas mais estranham em Rodrigo?
b) Essa escola fica no Rio Grande do Sul ou em outro Estado Brasileiro? Por quê?

2. Dos colegas da sala, o gordo Jorge era o que mais insistia em rir e debochar
de Rodrigo. Por que você acha que ele agia desse modo?

3. Quando Rodrigo, ao contar por que achegou atrasado, diz “Nós vinha...” a
professora o interrompe dizendo “Nós vínhamos”. Por que você acha que ela
disse isso?

4. Rodrigo conta que seu pai “atravessou a sinaleira e pechou”. A professora


não conhecia a palavra pechar, mas conseguiu descobrir o sentido dela.
a) Como foi que ela descobriu o significado da palavra?
b) Qual é a origem da palavra que hoje também pertence ao português.

5. professora ensina à classe que, apesar de o país inteiro falar português,


“cada região tinha seu idioma”
a) Sabendo-se que idioma é o mesmo que língua, é correta a explicação da professo-
ra? Caso não seja, como você corrigiria a explicação?
b) Que palavras a professora provavelmente usaria em lugar de tu, sinaleira e auto?

6. Rodrigo acabou sofrendo preconceito por falar português de modo diferente


do falado pela maioria. Você já viveu ou presenciou uma situação parecida com
essa? Conte como foi.

Leia a seguinte anedota, contada por Ziraldo, e responda às questões 1 e 2.

E tinha aquele professor de Gramática que gostava de falar direiti-


nho, um português limpo, a pronúncia bem caprichada, os termos
bem escolhidos. Ao ouvir as gírias que os filhos usavam, ficou es-
candalizado e pediu:
— Eu queria pedir um favor, pode ser?
— Claro, papai.
— Por favor, não falem duas palavrinhas: uma é “cafona” e a outra
é “careta”. Está bem?
— Tudo bem, papai. Quais são as palavras?¹⁰

1. A graça da anedota está na falta de entendimento entre pai e filhos.


a) Por que o pai não queria que os filhos falassem cafona e careta?
b) Como os filhos entenderam o pedido do pai?

¹⁰Ziraldo. As anedotinhas do Bichinho da Maçã. 14. Ed. São Paulo: Melhoramentos, 1998.p. 8.

LÍNGUA 62 Qualifica DF
PORTUGUESA
2. A gíria é uma espécie de modismo linguístico, que geralmente dura um
tempo curto. Se, entretanto, ela persiste, acaba se incorporando ao vocabulário
da língua deixa ser gíria. A palavra cafona, por exemplo, foi uma gíria muito
utilizada na década de 1970.

3. Levante hipóteses: Com que sentido provavelmente o pai entendia a palavra


cafona? Que outro termo da gíria de hoje você empregaria no lugar de cafona?

4. A palavra careta vem sendo empregada ultimamente na gíria de alguns


grupos sociais. Com que sentido provavelmente o pai a entendia? Que outra
palavra da gíria poderia ser empregada no lugar dela?

Faz mais de 500 anos que a língua portuguesa foi trazida pelos por-
tugueses ao Brasil. Desde então, houveram muitas mudanças nas
línguas dos dois países. Às vezes temos a impressão de que falamos
línguas diferentes. Veja as palavras postas no Brasil e seus corres-
pondentes lusos.

Brasil Portugal
Ônibus Autocarro
Abridor de garrafas Tira-cápsulas
Aeromoça Hospedeira
Café da manhã Pequeno almoço
Chiclete Pastilha elástica

Filmes em Portugal

As diferenças entre o português brasileiro e o lusitano também se refletem nos no-


mes dos filmes. Veja algumas delas:

A bela e a fera A bela e o monstro


Arquivo x Ficheiros secretos
O gordo e o magro Bucha e estica
O professor aloprado O professor chanfrado
Querida, encolhi as crianças Querida, encolhi os miúdos
Fonte: Marcelo Duarte. Guiados curiosos – língua portuguesa. São Paulo:
Panda, 2003.p. 60.

LÍNGUA 63 Qualifica DF
PORTUGUESA
Agora, tente descobrir a correspondência entre as palavras do português brasileiro e
do português lusitano. Indique-as em seu caderno.

a)Calcinha gelado
b)Caqui miúdo
c)Encanador chapéu de chuva
d)Esmalte cueca
e)Fila bicha
f)Garoto banda desenhada
g)Guarda-chuva dióspiro
h)História em quadrinhos canalizador
i)Pimenta banheiro
j)Salva-vidas telemóvel
k)Sorvete verniz para unhas
l)Telefone celular piri-piri
m) Bola esférico

LINGUAGEM FORMAL E LINGUAGEM INFORMAL


Sabemos que a língua é a caraterística que nos difere dos demais seres,
permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, obter conhecimento,
e, promover a inserção do convício social. Dentre os fatores que a linguagem se
relaciona, destacam-se os níveis da fala como o padrão, o coloquial, o regional e o
vulgar, dentre outros.
As linguagens formal e informal são variações da língua. A informal é usada em
momentos com a família e amigos. Já com superiores hierárquicos devemos usar a
linguagem formal. Dessa forma, concluímos que as linguagens formal e informal são
aplicadas em diferentes contextos.
Para tanto, num contexto de formalidade, é necessário que façamos o uso
do PP (Português padrão), também chamado de norma culta, língua culta ou
português formal. Já no contexto da informalidade, fazemos uso da língua coloquial
ou informal. Para compreender melhor o que isso significa, vejamos abaixo alguns
tópicos relacionados ao uso da língua.

LINGUAGEM FORMAL

A gramática normativa é um conjunto de regras


que devem ser seguidas pelos falantes, tendo em
vista que ela é a norma culta ou língua padrão. Essa
linguagem é usada quando não há familiaridade
entre os interlocutores da comunicação ou em
situações que requer uma maior seriedade.

Características
• utilização das normas gramaticais;
• pronúncia clara das palavras; e
• registro cuidadoso, prestigiado, complexo e erudito.

LÍNGUA 64 Qualifica DF
PORTUGUESA
Situações de uso
• em discursos públicos ou políticos;
• em salas de aula, conferências, palestras ou seminários;
• em exames e concursos públicos;
• em reuniões de trabalho e entrevista de emprego; e
• em documentos oficiais, cartas e requerimentos.

Público-alvo
• Superiores hierárquicos;
• Autoridades religiosas, oficiais ou políticas; e
• Público desconhecido.

LINGUAGEM INFORMAL
Ela é comumente usada quando há familiaridade entre os interlocutores ou
em situações descontraídas. Essa variante espontânea não apresenta preocupações
com as regras gramaticais. É um falar mais à vontade.

Características
• despreocupação com o uso das normas;
• utilização de vocabulário simples, expressões populares e coloquialismos;
• utilização de gírias, palavrões, neologismos, onomatopeias;
• uso de palavras abreviadas ou contraídas como “cê”, “pra”, “tá”
• sujeita a variações regionais,
culturais e sociais; e
• registro espontâneo pouco
prestigiado.

Situações de uso
• conversas cotidianas;
• mensagens de celular;
• chat na internet;

Público-alvo
• familiares e
• amigos

Fonte: https://cursoenemgratuito.com.br/norma-culta-e-lingua-falada/
CONCEITUANDO VARIEDADES LINGUÍSTICAS

LÍNGUA 65 Qualifica DF
PORTUGUESA
As diferentes formas de falar a língua de um país são chamadas de variantes
linguísticas porque a língua padrão de um país não é homogêneo. No Brasil, por
exemplo, essas variantes são percebidas nos diversos dialetos existentes como o
mineiro, carioca, gaúcho, baiano, pernambucano, sulista, paulistano etc.
O sistema de línguas é formado por um conjunto de variantes que podem ser
socioculturais, estilísticos, regionais, etários e ocupacionais. Isso faz com que cada
grupo social, de diferentes ocupações, faixas etárias e regiões criem o seu próprio
dialeto, que é a sua forma de comunicação coloquial.
Assim, é possível notar-se que existem variações linguísticas nas comunicações
verbais de pessoas em diferentes partes do mundo. Elas ocorrem sob influências dos
contextos social, regional e histórico, em que tais processos de construção da fala
ajudam a caracterizar a forma como o sujeito vai se comunicar com o seu grupo.

TIPOS DE VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS


Geográficas/regionais ou diatópicas: englobam o local em que ocorre a
variação. Exemplos: inglês britânico e americano, português de Portugal e brasileiro.

Nordeste
• amofinado - aborrecido;
• azuretado – confuso;
• botar a barba de molho –
tomar as devidas precauções;
• cafuringa – coisa muito pequena;
• estrambólico - esquisito, extravagante;
• fuzuê – barulho, confusão;
• guenzo – magro, esquelético;
• rebole no mato – jogue fora;
• sustança – força, vigor

Norte
• Égua de largura – muita sorte;
• Gaiato – pessoa cheia de gracinhas;
• Levou o farelo – morreu;
• Miudinho – pequeno;
• Paga uma aí – paga uma bebida;
• Popudinho – pessoa alcóolatra;
• Umborimbora? Vamos embora?
• Zé ruela – abestado, besta.

LÍNGUA 66 Qualifica DF
PORTUGUESA
Sul
• alçar a perna – montar a cavalo;
• campo santo – cemitério;
• guri – menino;
• a cabresto – submetido, controlado;
• em cima do laço – imediatamente;
em cima da hora;
• estômago frio – pessoa que não sabe guardar
segredo;
• solito – sozinho, isolado;
• mas que barbaridade, tchê! =
expressão para algum fato ruim ou horrível.

Sudeste
• bicuda – chutar a bola;
• chapar o coco – beber todas;
• da hora – legal;
• encher linguiça – falar muito e explicar pouco;
• ôrra meu – admiração por algo;
• quebrado – sem dinheiro;
• marombado – pessoa viciada em musculação;
musculoso;
• rolê – dar um passeio, volta;
• tá ligado? – tá atento? Tá sabendo?

Centro-Oeste
• arruinou – piorou a saúde;
• borracho – bêbado;
• camelo – bicicleta;
• abiscoitar – receber dinheiro, herdar;
• empatar- atrapalhar;
• patife – mole, tímido, medroso.

Históricas: englobam a transição do idioma com base no contexto histórico.


Exemplos: português medieval e português atual.

Antigamente

“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas


e muito prendadas. Não faziam anos; completavam primaveras, em geral dezoito.
Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa,
mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” (Carlos Drummond de Andrade).

LÍNGUA 67 Qualifica DF
PORTUGUESA
Sociais ou diastráticas: englobam as classes sociais, considerando que cada
grupo usa palavras restritas à sua comunidade, tendo em vista fatores como os
diferentes graus de escolaridade. As variações desse tipo chamam-se dialetos, que
são as formas de expressão na oratória adotadas por uma comunidade falante do
mesmo idioma. O campo de estudo sobre as variações desse tipo abrangem os
socioletos, que são as formas de falar em comum a um grupo social.

Tipos de dialetos brasileiros


• Baiano
• Brasiliense
• Caipira
• Carioca
• Florianopolitano ou manezinho da ilha
• Fluminense
• Gaúcho
• Mineiro
• Nordestino central
• Nortista
• Paulistano
• Recifense
• Serra Amazônia
• Sulista¹¹

Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta


em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é
utilizada. (Português Linguagens p. 42 ed. Atual. 2010)

NORMA-PADRÃO E VARIEDADES DE PRESTÍGIO


A língua está sempre em mudança, em renovação. Palavras novas surgem a
todo instante e formas valorizadas caem em desuso com o tempo. Com a internet,
até mesmo a forma de escrever as palavras tem se modificado.
Para evitar que cada um use a língua à sua maneira, em todo o mundo existem
especialistas que catalogaram, estudam e sintetizam o que é a língua de um povo em
determinado momento, o que dá origem à norma padrão, uma espécie de “lei“ que
orienta o uso social da linguagem. Esta norma padrão é estabelecida em dicionários
e livros de gramática.
É claro que a norma-padrão não existe como uma língua de fato, pois ninguém
fala português em norma-padrão em todos os momentos da vida. É um modelo, um
parâmetro que orienta os usuários do idioma sempre que precisam usar o português
de forma mais formal.

¹¹fonte:https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/variacoes-linguisticas

LÍNGUA 68 Qualifica DF
PORTUGUESA
Há situações em que a norma padrão não se faz necessária como em momentos
descontraídos, entretanto, há momentos em que ela é obrigatória, por exemplo
quando temos uma entrevista de emprego, quando apresentamos um trabalho
escolar, participamos de um debate, escrevemos uma carta para uma autoridade
pública, redigimos um requerimento etc. Dada a importância da norma-padrão, a
escola se propõe ensiná-la a todas as crianças e jovens do país, preparando-os para
ingressar na vida social.
As variedades do português que mais se aproximam da norma-padrão são
prestigiadas socialmente. É o caso das variedades linguísticas urbanas, faladas nas
grandes cidades por pessoas escolarizadas e de renda mais alta. Outras variedades,
faladas em lugares distantes dos grandes centros ou faladas por pessoas analfabetas
ou de baixa escolaridade, ou por pessoas mais pobres, são menos prestigiadas e, por
isso, frequentemente aqueles que as falam são vítimas de preconceito.

Norma-padrão é uma referência, uma espécie de modelo ou de


“lei” que normatiza o uso da língua, falada ou escrita.

Variedades urbanas de prestígio, também conhecidas como


norma culta, são as variedades empregadas pelos falantes urba-
nos, mais escolarizados e de renda mais alta.

Variação linguística e preconceito social


Você já deve ter ouvido alguém dizer que o português de uma cidade ou de
um Estado é melhor do que o de outro lugar. Do ponto de vista linguístico, não
existe uma variedade linguística melhor ou mais correta que outra. Mesmo que uma
variedade seja bastante diferente da norma-padrão, ela será boa se permitir aos seus
falantes se comunicar e interagir entre si de modo eficiente.
Contudo, as variações da língua frequentemente são motivo de preconceito.
Pessoas de baixa escolaridade, ou vindas do interior, ou vindas de regiões distantes
dos grandes centros urbanos podem ser ridicularizadas ou inferiorizadas por falarem
uma variedade daquelas prestigiadas socialmente.¹²

¹² Português Linguagens p. 42 e 43 -ed. Atual 2010.

LÍNGUA 69 Qualifica DF
PORTUGUESA
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Preconceito linguístico “é uma forma de discriminação
social que consiste em julgar o indivíduo pela forma
como ele se comunica, seja oralmente, seja por escrito.
O parâmetro desse julgamento é a chamada norma cul-
ta: quanto mais distante dela, mais criticado (e rebaixa-
do) é o falante”. ¹³
O preconceito linguístico está intimamente relacionado
com as variações linguísticas. As pessoas cometem esse
preconceito tendem a pensar que seu modo de falar é
o correto e superior ao do outro. Entretanto, devemos
salientar que que todas as variações são aceitas se ne-
nhuma delas é superior, ou considerada mais correta.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO


Interpretar e compreender o texto são coisas diferentes. Quanto à compreensão,
a respostas relacionadas às perguntas de compreensão estão no próprio texto. Para
isso, eis algumas possíveis palavras chaves que vão nos ajudar a fazer a compressão
textual. Ex.:
• Segundo o texto...
• O autor/narrador do texto quis dizer que...
• O texto informa que...
• No texto...

Em relação à interpretação, as respostas relacionadas às perguntas de


interpretação extrapolam o texto. Isso significa que os questionamentos vão além
do texto. Para isso, eis algumas possíveis palavras chaves que vão nos ajudar a fazer
a interpretação textual.

• Depreende-se/ infere-se do texto...


• Conclui-se do texto que...
• O texto permite deduzir que...
• É possível submeter-se a partir do texto...
• Qual a intenção do autor quando afirma que...

¹³ fonte: https://toodi.com.br/blog/portugues/preconceito-linguistico-o-que/

LÍNGUA 70 Qualifica DF
PORTUGUESA
EXERCÍCIOS
1) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – VUNESP/2012) De acordo com o poema, é
correto afirmar que:

Não te abras com teu amigo


Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...

a) Não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo ruim.
b) Amigo que não guarda segredo não merece respeito.
c) O melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
d) Revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.

2) (GOVERNO DO ESTADO DO ESÍRITO SANTO – VUNESP/2013) Leia o poema de


Adélia Prado para responder à questão.

Casamento

Há mulheres que dizem:


Meu marido, se quiser pescar, que pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
Ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

a) As mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam que os maridos fre-
quentem pescarias, pois acham difícil limpar os peixes.
b) O eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que não gostam de limpar
os peixes, embora valorizem os esbarrões de cotovelos na cozinha.
c) Há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas com seus maridos na co-
zinha, enquanto limpam os peixes.
d) As mulheres que amam valorizam os momentos mais simples do cotidiano vivi-
dos com a pessoa amada.
e) O casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para limpar, abrir e salgar o peixe.

LÍNGUA 71 Qualifica DF
PORTUGUESA
3) (SABESP/SP) Atenção: para responder à questão, considere o texto abaixo.

Deitado de bruços sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino


espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma
tenda de penumbra da tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um di-
minuto caminho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando
pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de
viver para, apenas, ver.
Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.

No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzido no qual o me-


nino detém sua atenção é:

a) fresta
b) marca
c) alma
d) solidão
e) penumbra.

4) (CORREIOS – CARTEIRO - CESP – 2011) Um carteiro chega ao portão do hospício


e grita:
- Carta para o 9.326!!!
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em branco, e um outro per-
gunta:
- Quem te mandou essa carta?
- Minha irmã.
- Mas por que não está escrito nada?
- Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!

O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima decorre:

a) Da identificação numérica atribuída ao louco.


b) Da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no hospício.
c) Do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
d) Da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
e) Do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.

LÍNGUA 72 Qualifica DF
PORTUGUESA
TIPOLOGIA TEXTUAL
Os gêneros textuais são enunciados fundamentados em tipos textuais. Eles apare-
cem, especialmente, em virtude do dinamismo das interações sociais.

Os tipos textuais são limitados e estão relacionados com a forma: narrativo, descriti-
vo, dissertativo, injuntivo e prescritivo.

1) Texto descritivo: função de descrever lugar, paisagem, animal, pessoa,


acontecimento etc. Descrever é “fotografar” ou “pintar” um determinado
objeto (uma pessoa, um lugar, uma coisa, uma cena etc.) por meio de
palavras que caracterizem, de forma a ressaltar a sua singularidade, a sua
especificidade. Enquanto a imagem plástica ou visual permite que o sujeito
aprenda o objeto em sua totalidade a descrição verbal o mostra sequencial e
progressiva, destacando-lhe os detalhes significativos

1.1 Características essenciais:

a) Objetivo e ponto de vista - O objetivo pelo qual se produz uma descrição define o
ponto de vista ou a perspectiva que o sujeito tem diante do objeto descrito: se ele o
vê de dentro ou de fora, de frente, de trás, de cima, de baixo, de lado, com proximida-
de ou distanciamento etc.
b) Uso da percepção sensorial - A matéria-prima da descrição é a percepção senso-
rial, os nossos cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar.
c) A linguagem descritiva: pode ser um tipo de texto cuja finalidade é caracterizar, a
descrição apresenta uma linguagem em que predominam os substantivos, os adje-
tivos, os verbos de estado e de ligação. Os tempos verbais mais utilizados na descri-
ção são o presente do indicativo e o pretérito imperfeito do indicativo.

2) Texto narrativo - Narrar é contar histórias, reais ou imaginadas, relacionando


personagens e ações e considerando circunstâncias de tempo e lugar.

2.1 Características essenciais:

a) presença de um narrador, que pode contar os fatos sob sua ótica, ou pode estar
inserido na história como um personagem;
b) possui enredo;
c) personagens;
d) tempo específico cronológico ou psicológico;
e) espaço;
f) discurso (direto quando a própria personagem fala ou indireto, quando o narrador
interfere na fala da personagem).

LÍNGUA 73 Qualifica DF
PORTUGUESA
3) Dissertativo: sua estrutura é baseada em três momentos como introdução
(tese), desenvolvimento (antítese) em que desenvolve argumentos através de
opiniões ou dados e o terceiro momento, a conclusão em que se colocam as
intervenções para melhorar.

3.1 Estrutura

a) Introdução – delimitação do tema e apresentação do ponto de vista


b) Desenvolvimento – argumentação
c)Conclusão – reafirmação do ponto de vista.

4) Injuntivo/instrucional (ordem): explicar algo ou descrever um método para


a realização de alguma atividade como bulas de remédio ou manuais de
instrução.

5) Texto expositivo (informativo): apresentar um assunto ou acrescentar


informações sobre o tema.

Transmitir a informação de maneira objetiva e clara. (notícias de jornais, verbete de


um dicionário

- Não possui argumentos nem características persuasivas;


- Apresenta muitas informações; e
- É claro e objetivo.
- Expositivo-informativo
- Expositivo argumentativo (apresenta o tema e utiliza recursos comprobatórios
como dados)
- A diferença do expositivo-argumentativo para a dissertação-argumentativa é o juí-
zo de valor/opinião).¹⁴

EXERCÍCIOS
1 (CORREIOS – CARTEIRO - CESP – 2011) Um carteiro chega ao portão do hospício
e grita:
- Carta para o 9.326!!!
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em branco, e um outro per-
gunta:
- Quem te mandou essa carta?
- Minha irmã.
- Mas por que não está escrito nada?
- Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima decorre:

f) Da identificação numérica atribuída ao louco.


g) Da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no hospício.
h) Do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
i) Da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
j) Do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
¹⁴ Coleção Novas Palavras – português Ensino Médio. 2010

LÍNGUA 74 Qualifica DF
PORTUGUESA
2 – (Universidade Estácio de Sá – RJ) – Preencha os parênteses com os
números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que indica a
correspondência correta.¹⁵
1. Narrar
2. Argumentar
3. Expor
4. Descrever
5. Prescrever

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como


realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado
assunto, assim como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem
clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num
determinado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é
fator importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar,
uma pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de
temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja
preocupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação
de ideia principal, argumentos e conclusão.

a) 3, 5, 1, 2, 4
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5
d) 5, 3, 4, 1, 2
e) 2, 3, 1, 4, 5

3 - Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?¹⁶

Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã
de domingo, o dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a
situação do pai, que não tinha no momento condição de colocá-los em uma escola
melhor.

a) dissertação subjetiva
b) descrição
c) narração com alguns traços descritivos
d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos
e) narração com alguns traços dissertativos.

¹⁵ https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-redacao/exercicios-sobre-tipos-textuais.htm.
¹⁶ https://brainly.com.br/tarefa/30599909#:~:text=Dona%20Julieta%20chamou%20os%20filhos%20mais%20
novos%20para%20uma%20conversa,dissertação%20subjetiva

LÍNGUA 75 Qualifica DF
PORTUGUESA
4 - Leia o texto abaixo e resolva à questão:¹⁷

Os tipos de textos são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e finalida-
de. A tirinha acima é um exemplo de texto:

a) narrativo.
b) descritivo.
c) dissertativo.
d) injuntivo.

5 - Leia o texto da imagem e


resolva à questão: ¹⁸

A tipologia predominante do
texto é:

a) narrativa.
b) dissertativa.
c) descritiva.
d) injuntiva.

COESÃO E COERÊNCIA
Coesão textual são as conexões existentes entre palavras, orações, frases,
parágrafos e partes maiores de um texto.

Coerência textual é a estruturação lógico-semântica de um texto, isto é, a


articulação de ideias que faz com que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para os interlocutores.¹⁹

Agora que você já sabe o que é coesão e coerência na produção textual, produza
em seu caderno um texto dissertativo, em torno de 15 linhas, com o tema: Preconceito
Linguístico.
¹⁷ https://brainly.com.br/tarefa/48008816
¹⁸ https://brainly.com.br/tarefa/47981156
¹⁹ Fonte: Cereja e Magalhães (2013, p.149)

LÍNGUA 76 Qualifica DF
PORTUGUESA
GRAMÁTICA
Afinal, o que é gramática? A gramática tem como principal função regular a
linguagem e estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua.
Graças à gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades
e estruturas que permitem o uso da língua portuguesa.

MORFOLOGIA – Classes de palavras


A língua portuguesa é um rico assunto a ser estudado como você certamente
já notou. Por apresentar tantas especificidades, é natural que ela tenha sido dividida
em diferentes áreas, a fim de facilitar sua análise. Entre essas áreas, está a Morfologia,
que é o estudo da estrutura, da formação e da categorização das palavras. Na
Morfologia, as palavras são estudadas separadamente, deixando o estudo da função
que exercem dentro da frase ou do período para a Sintaxe. Nos estudos morfológicos,
as palavras são divididas dez classes, que podemos chamar de classes de palavras ou
classes gramaticais. São elas:

1- Artigo 6 - Numeral
2- Adjetivo 7 - Preposição
3- Advérbio 8 - Pronome
4- Conjunção 9 - Substantivo
5- Interjeição 10 – Verbo

SUBSTANTIVOS
Drácula chamando Hugo

Fonte: https://www2.uol.com.br/níquel/cinema.shtml. Acesso em 11/01/2023)

1. Nos contos e filmes de vampiros, o Conde Drácula provoca muito medo nas pes-
soas, porque se alimenta do sangue de suas vítimas até matá-las. Na tirinha, a moça
não parece amedrontada. O que demonstra que ela está tranquila?

²⁰https://www.portugues.com.br/gramatica

LÍNGUA 77 Qualifica DF
PORTUGUESA
2. Na tira, a palavra segredo tem sentidos diferentes para a moça e para o Drácula.
a) Qual o sentido de segredo na fala da moça?
b) O que o Drácula considera segredo?

3. Explique o título da tira, “Drácula chamando Hugo”


(https://brainly.com.br/tarefa/10169606)

CONCEITUANDO
“Substantivos são palavras que nomeiam seres – visíveis ou não,
animados ou não -, ações, estados, sentimentos, desejos e ideias.”
(Cereja e Magalhães, 2011, p. 91)

Veja outros exemplos de substantivos neste pensamento de Mário Quintana:

“Quando guri, eu tinha de me calar à mesa: só as pessoas grandes


falavam. Agora, depois de adulto, tenho de ficar calado para as
crianças falarem.”
(Sapato furado. São Paulo: Global, 2006.)

EXERCÍCIOS
1. Escreva em seu caderno, pelo menos três substantivos que nomeiam objetos
usados pelos seguintes profissionais: ²¹
a) cozinheiro d) modelo g) engenheiro
b) jogador de futebol e) médico h) pintor
c) pedreiro f) bombeiro

2. Você já sentiu falta de algo ou alguém? Existem vários sentimentos ou


sensações que experimentamos na vida.
a) Faça uma lista de sentimentos e sensações que você já sentiu.
b) A que classe de palavras os nomes correspondentes a esses sentimentos e sensa-
ções pertencem?
²¹ https://brainly.com.br/tarefa/15927639

LÍNGUA 78 Qualifica DF
PORTUGUESA
Classificação dos substantivos
Existem diferentes tipos de substantivo. Há substantivos que se referem a
coisas, a pessoas, a sentimentos, entre outros. Alguns são compostos por uma só
palavra, outros por duas ou mais palavras. No estudo gramatical da língua, eles
são classificados, isto é, organizados, de acordo com certas características que
apresentam. Assim, os substantivos classificam-se em:

primitivos e derivados

Primitivos são substantivos que dão origem a outras palavras.


Derivados são os substantivos que se originam de outras palavras.

telha – telhado
ferro – ferrugem
jardim – jardinagem

simples e compostos

Simples são os substantivos formados por apenas uma palavra: luz, mesa, chocolate
etc.
Compostos são os substantivos formados por mais de uma palavra: beija-flor, para-
-raios, pontapé.

comuns e próprios

Comuns são os substantivos que se referem a todos os seres de uma espécie, sem
particularizá-los.

Aquele rapaz é muito estanho!

Próprios são os substantivos que nomeiam um ser em particular, destacando-


-o na espécie ou no grupo; por isso, é substantivo próprio.

Drácula ficou irritado com sua vítima.

O substantivo rapaz serve para nomear qualquer homem; por isso é substantivo
comum. Já Drácula particulariza um homem; por isso, é substantivo próprio.

Quanto ao gênero, os substantivos são:

uniformes

São os que possuem apenas uma forma para representar os gêneros masculino e
feminino dos seres.
a policial / o policial;
a cartomante / o cartomante.

LÍNGUA 79 Qualifica DF
PORTUGUESA
biformes

São os que possuem duas formas diferentes para marcar o gênero masculino e fe-
minino dos seres.
menino / menina
Traidor / traidora

sobrecomuns

São os que não admitem variação de gênero, ou seja, ou são apenas masculinos ou
apenas femininos.

A criança – a testemunha – o ente – o membro – o ser

epicenos

O gênero é dado pelas palavras “macho”, “fêmea” usado majoritariamente para ani-
mais.

A águia A foca O hipopótamo A pulga


A andorinha A formiga O jacaré O rinoceronte
A anta A gaivota A mosca O sapo
O beija-flor O crocodilo O mosquito O tatu
A borboleta O escorpião A onça O tigre
A cobra O gavião O peixe A zebra

concretos e abstratos

Concretos são substantivos que nomeiam seres de existência autônoma, isto


é, que não dependem de outro para existir, e que podem ser reais ou imaginários:
pescoço, criança, mesa, fada, sol, Deus, vampiro.

Abstratos são os substantivos que nomeiam seres de existência não autônoma,


isto é, que dependem de outro para existir. Designam sentimentos, ações e qualidades:
alegria, medo, esforço, orgulho, emoção, beleza, segredo, sorte.

LÍNGUA 80 Qualifica DF
PORTUGUESA
As palavras fome e perfeição empregadas na tira são substantivos abstratos,
pois dependem de outro para existir. A fome é sempre sentida por alguém, e a per-
feição existe em pessoas ou coisas. A característica principal de Magali, personagem
da tira de Maurício de Sousa, é comer muito; portanto, ela só fica feliz quando está
saciada. Para ela, a perfeição depende principalmente da saciedade, isto é, de não ter
fome.

coletivos

São os substantivos que, mesmo estando no singular, transmitem a ideia de


agrupamento de vários seres da mesma espécie.

assembleia de estudantes, de operários etc.


bando de garimpeiros, de desocupados etc.
batalhão de soldados, de rebeldes etc.
caravana de professores, de artistas etc.
chusma de marinheiros.
classe de alunos, de médicos etc.
colônia de imigrantes.
concílio de bispos.
elenco de artistas.
júri de jurados.
pelotão de soldados.
quadrilha de bandidos.
esquadrilha De aviões
bosque de árvores.
buquê de flores.
cacho de bananas, de uvas etc.
flora de plantas de uma região.
floresta de árvores.
penca de bananas, de uvas etc.
ramalhete de flores.
alcateia de lobos.
bando de ovelhas, de pássaros etc.
cáfila de camelos.
cardume de peixes.
colmeia de abelhas.
colônia de formigas, de insetos etc.
enxame de abelhas.

LÍNGUA 81 Qualifica DF
PORTUGUESA
fauna de animais de uma região.
manada de gado.
matilha de cães.
panapaná de borboletas.
rebanho de ovelhas, de cabras etc.
vara de porcos.
acervo de obras
álbum de fotografias, de figurinhas etc.
antologia de textos.
arquipélago de ilhas.
arsenal de armas ou de munições.
atlas de mapas.
constelação de astros ou de estrelas.
cordilheira de montanhas.
esquadra de navios de guerra.
frota de navios, de carros etc.
pinacoteca de quadros.

EXERCÍCIOS
1- Classifique se os substantivos abaixo em: epiceno, comum de dois gêneros ou
sobrecomum. ²²
a) cobra
b) cônjuge
c) camarada
d) mártir
e) testemunha
f) piranha

2- Identifique os substantivos compostos abaixo:


a) girassol g) extraoficial
b) rouxinol h) guarda-roupa
c) paraquedas i) madrepérola
d) louva-a-deus j) bombom
e) moleque k) antissocial
f) mandachuva l) lobisomem

²² https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-substantivos-simples-e-compostos/

LÍNGUA 82 Qualifica DF
PORTUGUESA
3- complete as frases com o plural das palavras.
a) Falou para os __________ (alemão)
b) Os ____________foram apresentados primeiro. (escrivão)
c) Não sei quais __________escolher. (cão)
d) Costuma colocar alguns _______na comida. (anis)
e) Apenas consegui resolver o problema das formigas com uns _____. (pó)
f) Tinham __________muito bem definidos. (abdômen)
g) Os ____________ foram agredidos. (jogador).
h) Comprou __________em alta. (dólar)
i) Há ________que vêm para o bem. (mal)
j) Foram tão _________comigo. (gentil)
k) Eles são muito _______para fazer as coisas. (ágil)
l) A caneta que eu tenho é diferente das ___________que você tem. (caneta)

4- Todas as palavras abaixo destacadas são substantivo simples, exceto:


a) Ganhou uma xícara do seu padrinho.
b) Fomos ao zoológico no sábado à tarde.
c) Maria Luiza cantou no karaokê pela primeira vez.
d) A flor favorita de Sofia é o girassol.
e) Assinou o documento na presença do advogado.
f) Aquele cachorro é muito grande.

5- (UFJF-MG) Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples,


concreto e abstrato, respectivamente;
a) Água, vinho
b) Pedro, Jesus
c) Pilatos, verdade
d) Jesus, abaixo-assinado
e) Nova Iorque, Deus

ADJETIVOS
Observe a foto ao lado de Inês Calixto

1 – Observe os elementos que compõem a foto.


a) Que tipo de lugar pode ser esse?
b) Como é esse lugar? Descreva-o.
c) Como está o dia? Claro, escuro ou chuvoso?

2 – Observe a menina.
a) O que ela está fazendo?
b) Como ela está vestida?

3 – Pela expressão da menina, como você imagina


que ela esteja?
a) Eufórica
b) Triste
c) Pensativa

LÍNGUA 83 Qualifica DF
PORTUGUESA
4– A menina da foto vive em Moçambique, na África, num distrito da Zambézia,
chamado Gilé. Nesse país também se fala português. Você acha que a menina
tem uma vida diferente da sua? Por que?²³

As palavras que modificam os substantivos, atribuindo-lhes


certas características, são chamadas de adjetivos.

Classificação dos adjetivos

Os adjetivos podem ser classificados em:

simples

São os adjetivos construídos por uma só palavra.:


laranja madura
noite enluarada

compostos

São os adjetivos construídos por duas ou mais palavras.


camiseta azul-marinho
política econômico-financeira

pátrios ou gentílicos

São os adjetivos utilizados para indicar procedência ou nacionalidade

Adjetivos pátrios dos estados do Brasil


ESTADO ADJETIVO ESTADO ADJETIVO
Acre acreano Pará paraense, paroara
ou parauara
Alagoas alagoano ou alago- Paraíba paraibano
ense
Amapá amapaense Pernambuco pernambucano
Amazonas amazonense Piauí piauiense ou piaui-
zeiro
Bahia baiano (sem h) Rio de Janeiro fluminense
Ceará cearense Rio Grande do Nor- rio-grandense-do-
te -norte, norte-rio-
-grandense ou po-
tiguar
Espírito Santo espírito-santense Rio Grande do Sul rio-grandense-do-
ou capixaba -sul, sul-rio-gran-
dense ou gaúcho
²³ https://diogoprofessor.blogspot.com/2012/12/aula-sobre-adjetivos.html

LÍNGUA 84 Qualifica DF
PORTUGUESA
Goiás goiano Rondônia rondoniense ou
rondoniano
Maranhão maranhense ou Roraima roraimense
maranhão
Mato Grosso mato-grossense Santa Catarina catarinense, santa-
-catarinense, cata-
rineta ou barriga-
-verde
Mato Grosso do Sul mato - grossense- São Paulo paulista ou bandei-
-do-sul ou sul-ma- rante
to-grossense
Minas Gerais mineiro ou geralis- Sergipe sergipano ou sergi-
ta pense
Pará paraense, paroara Tocantins tocantinense
ou parauara

Adjetivos pátrios das capitais do Brasil


Capital adjetivo Capital adjetivo
Aracaju aracajuano ou ara- Manaus manauense, ma-
cajuense nauara ou baré
Belém belenense Natal natalense
Belo Horizonte belo-horizontino Palmas palmense
Boa Vista boa-vistense Porto Alegre porto-alegrense
Campo Grande campo-grandense Porto Velho porto-velhense
Cuiabá cuiabano Recife recifense
Curitiba curitibano Rio Branco rio-branquense
Florianópolis florianopolitano Rio de Janeiro carioca
Fortaleza fortalezense Salvador soteropolitano ou
salvadorense
Goiânia goianense São Luís são-luisense ou lu-
dovicense
João Pessoa pessoense São Paulo paulistano
Macapá macapaense Teresina teresinense
Maceió maceioense Vitória vitoriense

LÍNGUA 85 Qualifica DF
PORTUGUESA
Adjetivos pátrios de países ²⁴
País adjetivo País adjetivo
Afeganistão afegane ou afegão Arábia Saudita saudita, árabe-sau-
dita
África do Sul sul-africano ou aus- Argélia argelino ou argelia-
tro-africano no
Albânia albanês Argentina argentino
Alemanha alemão, germânico, Austrália australiano, austra-
germano ou teutô- lês ou austrálio
nico
Andorra andorrano ou an- Áustria austríaco
dorrense
Angola angolano ou ango- Azerbaijão azerbaijano, azeri
lense
Antígua e Barbuda antiguano
Bahamas bahamense, baa- Cabo Verde cabo-verdiano
mense, baamês,
baamiano ou baha-
miano
Bangladesh bangladeshiano Camarões camaronense ou
camaronês
Barbados barbadiano Camboja cambojano, cam-
bojiano ou campu-
cheano
Bélgica belga Canadá canadense, cana-
diano ou canadien-
se
Belize belizenho ou beli- Catar catariano ou cata-
zense rense
Benim beninense Cazaquistão cazaquistanês
Bielorússia bielo-russo Chade chadiano ou cha-
diense
Birmânia birmanês, bir- Chile chileno
mã, birmane ou
mianmarense
Bolívia boliviano China chinês, china, chim
ou chino
Bósnia e Herzegó- bósnio Chipre cipriota, cíprio ou
vina chiprense
Botsuana botsuanense ou Colômbia colombiano
botsuanês
²⁴ https://www.todamateria.com.br/adjetivos-patrios/

LÍNGUA 86 Qualifica DF
PORTUGUESA
Brasil brasileiro ou brasi- Comores comorense ou co-
liano moriano
Brunei bruneano Congo congolês, congo ou
conguês
Bulgária búlgaro Coreia do Norte coreano, norte-co-
reano
Burkina Faso burquinense, bur- Coreia do Sul coreano, sul-corea-
quinabê ou burqui- no
no
Burundi burundiano, bu- Costa do Marfim marfiniano, marfi-
rundinês nense, ebúrneo ou
costa-marfinense
Butão butanês, butanen- Costa Rica costa-riquenho ou
se, butâni ou butani costa-riquense
Croácia croata
Cuba cubano

Dinamarca dinamarquês, da- Jamaica jamaicano ou ja-


nês ou dano maicense
Djibuti djibutiano Japão japonês ou nipôni-
co
Egito egípcio, egipcíaco Jordânia jordaniano, jorda-
ou egipciano niense ou jordânio
El Salvador salvadorenho ou Kiribati kiribatiano
salvatoriano
Emirados Árabes emiradense Kuwait kuwaitiano
Unidos
Equador equatoriano Laos laosiano ou laosen-
se
Escócia escocês Lesoto lesotiano
Eslováquia eslovaco Líbano libanês
Espanha espanhol Libéria liberiano
Estados Unidos da norte-americano, Líbia líbio ou líbico
América estadunidense,
americano, ianque,
americano-do-nor-
te ou estado-uni-
dense
Estônia estoniano ou estô- Liechtenstein liechtensteinense,
nio liechtensteiniano,
liechtensteiniense
ou listenstainiano

LÍNGUA 87 Qualifica DF
PORTUGUESA
Eslovênia esloveno Luxemburgo luxemburguês
Etiópia etíope ou etiópio Macedônia macedônio
Fiji fijiano, fidjiano Malásia malásio, malaio ou
malasiano
Filipinas filipino Malaui malaviano ou ma-
lauiano
Finlândia finlandês ou finês Maldivas maldívio, maldiva-
no, maldiviano ou
maldivo
França francês Mali maliano
Gabão gabonense ou ga- Malta maltês
bonês
Gâmbia gambiano ou gam- Marrocos marroquino
biense
Gana ganense ou ganês Maurícia mauriciano
Geórgia georgiano Mauritânia mauritaniano ou
mauritano
Granada granadino México mexicano
Grécia grego, heleno ou Moçambique moçambicano
argivo
Groenlândia groenlandês ou Moldávia moldávio
gronelandês
Guatemala guatemalteco ou Mônaco monegasco
guatemalense
Guiana guianense ou guia- Mongólia mongol, mongoli-
nês no ou mongólico
Guiné guineano ou gui- Myanmar birmane, birmanês
néu ou birmã
Guiné-Bissau guineense Namíbia namibiano ou na-
míbio
Guiné Equatorial guinéu-equatoria- Nauru nauruano
no
Haiti haitiano Nepal nepalês
Holanda holandês, neerlan- Nicarágua nicaraguano ou ni-
dês ou batavo caraguense
Honduras hondurenho Níger nigerino ou nige-
rense
Hungria húngaro ou hunga- Nigéria nigeriano
rês
Iêmen iemenita Noruega norueguês

LÍNGUA 88 Qualifica DF
PORTUGUESA
Ilhas Marshall marshalino Nova Zelândia neozelandês
Ilhas Salomão salomônico Omã omanense, oma-
niano ou omani
Índia indiano, índio, índu Palau palauano, palauen-
ou hindu se
Indonésia Indonésia Panamá panamenho ou pa-
namense
Inglaterra inglês, anglo, an- Papua Nova Guiné papua ou papuásio
glo-saxão ou britâ-
nico
Irã iraniano ou irânico Paquistão paquistanense ou
paquistanês
Iraque iraquiano Paraguai paraguaio ou para-
guaiano
Irlanda irlandês Peru peruano ou peru-
viano
Islândia islandês Polônia polonês ou polaco
Israel israelense ou israe- Porto Rico porto-riquenho ou
liano, israelita (rela- porto-riquense
tivo à religião)
Itália italiano, itálico ou Portugal português, lusitano
ítalo ou luso
Iugoslávia iugoslavo ou iugos-
lavo

Quênia queniano Sudão do Sul sul-suldanês


Quirguistão quirguistanês, quir- Suécia sueco
guiz
República Centro- centro-africano Suíça suíço, helvécio ou
-Africana helvético
República Checa checo Suriname surinamense ou su-
rinamês
República Domini- dominicano Tailândia tailandês
cana
Romênia romeno Tajiquistão tajique, tajiquista-
nês
Ruanda ruandês Tanzânia tanzaniano
Rússia russo Tibete tibetano
Samoa Ocidental samoano ou samo- Timor-Leste timorense
ou Americana ense

LÍNGUA 89 Qualifica DF
PORTUGUESA
Santa Lúcia santa-lucense Togo togolês, togolen-
se, toguense ou to-
guês
São Cristóvão e Ne- são-cristovense Tonga tonganês
vis
São Marino são-marinense ou Trinidade e Tobago trinitário, trinitário-
são-marinense -tobagense e toba-
guiano
São Tomé e Prínci- são-tomense ou Tunísia tunisiano
pe santomense
São Vicente e Gra- são-vicentino Turquia turco
nadinas
Seicheles seichelense ou sey- Tuvalu tuvaluano
chellense
Senegal senegalês, senega- Ucrânia ucraniano
lense ou senegalia-
no
Serra Leoa serra-leonense ou Uganda ugandense ou
serra-leonês ugandês
Singapura singapurense ou Uruguai uruguaio ou uru-
singapurano guaiano
Síria sírio ou siríaco Uzbequistão uzbeque, uzbequis-
tanês
Somália somali ou somalia- Venezuela venezuelano
no
Sri Lanka cingalês Vietnã vietnamita ou viet-
namense
Suazilândia suazi, suázi ou sua- Zaire zairense
zilandês
Sudão sudanês Zâmbia zambiano, zam-
biense ou zâmbio
Zimbábue zimbabuense ou
zimbabuano

LÍNGUA 90 Qualifica DF
PORTUGUESA
EXERCÍCIOS
1 – (Prefeitura de Petrópolis) Assinale a alternativa correta em relação à
classificação dos adjetivos destacados nas frases:²⁵

I. Carolina comprou para a mãe um vestido amarelo-claro.


II. Ele estava feliz porque foi aprovado no vestibular.
III. A torcida ficou feliz pela conquista do título
IV. O mineiro Carlos Drumond de Andrade é considerado um dos maiores poetas
brasileiros.
V. A menina bonita colocou um laço de fita no cabelo e foi para a escola.

a) biforme, pátrio, derivado, primitivo e composto.


b) primitivo, composto, biforme, pátrio e derivado.
c) composto, primitivo, primitivo, pátrio e biforme.
d) composto, derivado, primitivo, pátrio e biforme.
e) biforme, primitivo, primitivo, pátrio e composto.

2 – (Prefeitura de Petrópolis) Assinale a sequência correta em relação aos tipos


de adjetivos e suas definições: ²⁶

I. Adjetivos formados por apenas um radical.


II. Adjetivos formados por dois ou mais radicais.
III. Adjetivos que não são derivados de outra palavra em língua portuguesa.
IV. Adjetivos formados a partir de outros substantivos ou verbos.
V. Adjetivos que se referem à origem ou nacionalidade do substantivo.

( ) pátrios
( ) primitivos
( ) compostos
( ) derivados
( ) simples

a) II, III, V, IV e I
b) V, IV, III, III e I
c) I, III, IV, II e V
d) V, III, II, IV e I

3 – (Prefeitura de Petrópolis) Assinale a oração em que o termo cego(s) é um


adjetivo.

a) ( ) Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem onde ir...


b) ( ) O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noi-
te escura da alma...
c) ( ) Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool.
d) ( ) Naquele instante era só um pobre cego.
e) ( ) ...Terra que é um globo cego girando no caos.

²⁵https://educaemcasa.petropolis.rj.gov.br/uploads/arquivos
²⁶ https://educaemcasa.petropolis.rj.gov.br/uploads/arquivos

LÍNGUA 91 Qualifica DF
PORTUGUESA
4 – (Prefeitura de Petrópolis) Meu crush é inteligente.

A palavra “inteligente” é um?

a) substantivo;
b) adjetivo;
c) pronome.

Grau dos adjetivos

Os adjetivos são classificados em dois tipos:

1- Comparativo: utilizado para comparar qualidades.

Exemplo:

comparativo de igualdade – O professor de matemática é tão bom quanto o


de geografia.
Comparativo de superioridade – Marta é mais habilidosa do que a Patrícia.
Comparativo de inferioridade – João é menos feliz que Pablo.

2- Superlativo: utilizado para intensificar qualidades.

• Absoluto – refere-se a um substantivo somente, sendo classificados em:


• Analítico – A moça é extremamente organizada
• Sintético – Luiz é inteligentíssimo.

Relativo – refere-se a um conjunto, sendo classificados em:


• Superioridade – A menina é a mais Inteligente da turma.
• Inferioridade – o garoto é o menos esperto da classe.

ARTIGOS
Leia a tira de Laerte.

LÍNGUA 92 Qualifica DF
PORTUGUESA
No primeiro quadrinho, a pessoa que fala com Overman diz: “Anote o endereço”. Na
sua opinião, por que ela empregou o e não um?

Como você viu, algumas palavras que antecedem um substantivo podem mo-
dificar o seu sentido, definindo-o ou particularizando-o, como é o caso de o e a, ou
indefinindo - o ou generalizando-o como é o caso de um e uma. Quando dizemos
um endereço, estamos nos referindo a um endereço qualquer, indefinido. Quando,
porém, dizemos “o” endereço, estamos nos referindo a um endereço determinado,
definido.
As palavras o, a, os, as e um, uma, uns, umas são denominados artigos.

Artigos são palavras que antecedem os substantivos, definindo-


os ou indefinindo-os, particularizando-os ou generalizando-os.
(Português Linguagens, p. 170 - 2010)

VERBOS
Leia esta tira, do desenhista argentino Nick:

1 – Nas tiras de Nick, Gaturro é uma personagem que vive tentando conquistar o
coração de sua amada. Para responder à pergunta de Gaturro, Agatha utiliza três
formas verbais. “não te amei, não te amo e não te amarei”

a) Em que tempo estão essas formas verbais?


b) A que verbo todas elas pertencem?

LÍNGUA 93 Qualifica DF
PORTUGUESA
A estrutura do verbo

Os verbos, como quaisquer outras palavras da língua, apresentam em sua estrutura


pequenas unidades ou partes. Veja por exemplo, como se forma a palavra pergunta-
rei:

pergunt + a + rei

radical vogal temática desinência

As partes dos verbos são radical, vogal temática e desinências. Cada uma dessas par-
tes informa alguma coisa.

Radical: é a parte que contém a significação básica da palavra. Normalmente se re-


pete em todos os tempos e modos.

pergunto, perguntas, pergunta.

Vogal temática: é a parte constituída pela vogal que a aprece depois do radical e in-
dica a conjugação que o verbo pertence.

- a indica 1ª conjugação
- e indica 2ª conjugação
- i indica 3ª conjugação

Desinências: são as partes que indicam as pessoas do discurso (1ª, 2ª ou 3ª), o número
(singular ou plural), o tempo e o modo do verbo:

pergunta/re/mos

pergunt- radical
a – Vogal temática
re – desinência de modo e tempo (futuro do indicativo)
mos – desinência de número e pessoa

Verbos regulares e irregulares

Todos os verbos cujo radical não mudam e que conservam as mesmas desinências
do modelo de conjugação são chamados de regulares.

PRESENTE DO INDICATIVO PRESENTE DO INDICATIVO


BEBER CABER
Eu bebo Eu caibo
Tu bebes Tu cabes
Ele bebe Ele cabe
Nós bebemos Nós cabemos
Vós bebeis Vós cabeis
Eles bebem Eles cabem

LÍNGUA 94 Qualifica DF
PORTUGUESA
ADVÉRBIOS ²⁷
Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que se dá a ação verbal.

Eis alguns dos valores semânticos dos advérbios e das locuções adverbiais:

tempo

hoje, ontem, amanhã, sempre, nunca, jamais, na semana passada, daqui a dois anos,
numa tarde, às vezes, de vez em quando etc.

lugar

aqui, ali, acolá, na esquina, em casa, no estádio, no meio da rua etc.

modo

devagar, rápido, com cuidado, mal, melhor, pior, bem e quase todos os advérbios ter-
minados em -mente: regularmente, gradativamente, vagarosamente etc.

intensidade

muito, pouco, bem, tão, tanto, bastante, quase, mais etc.

meio ou instrumento

cortar a faca, escrever a mão, bater com uma flor, viajar de avião, andar a pé.

NUMERAL
Numeral é a palavra que manifesta a ideia de quantidade ou de posição numa de-
terminada sequência.

Eles podem ser:

• Cardinais – são os que dão nome ao número dos seres:


Engordei um quilo.

• Ordinais – são os que mostram a posição de um ser em estipulada sequência:


Você nem sequer pensou o primeiro número.

• Multiplicativos – são os que indicam o número de vezes pelo qual uma


quantidade é multiplicada.
Se quiser engordar, você precisa comer o dobro do que você normal-
mente come.
²⁷ https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/4997107

LÍNGUA 95 Qualifica DF
PORTUGUESA
Fracionários – são os que indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é
dividida:

Se quiser perder peso, coma um terço do que costuma comer normalmente.

PRONOMES
Pronomes são as palavras que substituem ou acompanham um nome, principal-
mente o substantivo.
(Português Linguagens, p. 211, 2010)

PRONOMES PESSOAIS
RETOS OBLÍQUOS
1ª pessoa do singular eu me, mim, comigo
2ª pessoa do singular tu te, ti, contigo
3ª pessoa do singular ele (a) o, a, lhe, se, si, consigo
1ª pessoa do plural nós nos, conosco
2ª pessoa do plural vós vos, convosco
3ª pessoa do plural eles (as) os, as, lhes, se, si, consigo

CONJUNÇÕES
Assim como a preposição, a conjunção é um importante elemento de conexão
entre as orações. Conjunções são palavras invariáveis que ligam duas orações ou dois
termos semelhantes de uma mesma oração.

Vejamos a seguir:

O garoto segurou o brinquedo e mostrou quando chegou da escola.

PREPOSIÇÕES
A preposição é uma palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando
um ao outro. A preposição estabelece ainda, uma certa relação de dependência en-
tre elas.

É uma questão fácil de resolver


Moravam em Maceió
Gostava de chocolate
É uma novela imprópria para crianças

LÍNGUA 96 Qualifica DF
PORTUGUESA
INTERJEIÇÃO
A interjeição é a reação espontânea da emoção de determinadas situações.
Elas expressam diferentes tipos de sentimentos como sensações e emoções e não
possuem função sintática.

Ui!
Ah!
Oh!

Parabéns!
Atenção!
Obrigada!

Meu Deus!
Muito obrigada!
Que horror!
Muito Bem!
Que Pena!
Santo Deus!
Nossa senhora!
Puxa Vida!

(PASCHOALIN, Maria Aparecida. Gramática: teoria e atividades. 1. Ed. São


Paulo: FTD, 2014. 512p.)

LÍNGUA 97 Qualifica DF
PORTUGUESA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL Emília; FERREIRA Mauro; LEITE Ricardo; ANTÔNIO Severino. Novas Pala-
vras. Ed. FTD. São Paulo, 2010.

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. Ed. 49, edições Loyola, 2007.


CHÉROLET, Brenda. Variações Linguísticas. Educa Mais Brasil, 2019-2023.Disponí-
vel em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/variacoes-lin-
guisticas. Acesso em: 01 fev 2023.
DIANA, Daniela. Exercícios sobre linguagem verbal e não verbal. Toda Matéria, 2011
– 2023. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-linguagem-
-verbal-e-nao-verbal/ . Acesso em: 01 fev. 2023.

DUARTE, Marcelo. Guiados curiosos – língua portuguesa. São Paulo: Panda, 2003.p.
60
Entrevista de Eduardo Agualusa concedida a Edgard Murano. Revista Língua Portu-
guesa, nº 39, jan, p.12. Editora Segmento
ROBERTO, William Cereja e COCHAR, Thereza Magalhães. Português Linguagens. 6.
Ed. São Paulo: Atual, 2010.

ROBERTO, William Cereja e COCHAR, Thereza Magalhães. Português Linguagens. 7.


Ed. São Paulo: Atual, 2010.
Ziraldo. As anedotinhas do Bichinho da Maçã. 14. Ed. São Paulo: Melhoramentos,
1998.p. 8.
FERNANDES, Márcia. Adjetivos pátrios: lista completa. Toda Matéria, 2011-2023.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/adjetivos-patrios/ . Acesso em: 01 fev
2023.

LÍNGUA 98 Qualifica DF
PORTUGUESA
MÓDULO GERAL
MATEMÁTICA
sumário matemática
Apresentação.........................................................................................................................................................101

CONJUNTOS NUMÉRICOS.................................................................................................................................102

EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................105

AS 4 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS...............................................................................................................108

EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................116

EXERCÍCIOS ...........................................................................................................................................................120

Exercícios................................................................................................................................................................124

RADICIAÇÃO...........................................................................................................................................................125

Exercícios................................................................................................................................................................128

PORCENTAGEM.....................................................................................................................................................130

Exercícios................................................................................................................................................................131

REGRA DE TRÊS....................................................................................................................................................133

EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................140

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................142

MATEMÁTICA 100 Qualifica DF


Apresentação
Seja bem-vindo a este curso de Matemática Básica, desenvolvido para atender
a sua preparação para os cursos profissionalizantes da Praxis voltados para atender o
mercado de trabalho.

Esse material tem como finalidade ensinar e revisar noções básicas de


matemática, preparando para situações relacionadas ao gerenciamento das tarefas
cotidianas tanto no expediente quanto na vida pessoal.

Sou o professor Mario Henrique, formado em Licenciatura em Matemática pela


Faculdade Santa Terezinha – Anhanguera - DF no ano de 2015. Lecionei matemática
na rede pública no CEF-04, e no Abrigo do Marinheiro.

Hoje colaboro com projetos sociais no ensino de matemática nas comunidades


da Vila Kenedy e Alemão
.

MATEMÁTICA 101 Qualifica DF


CONJUNTOS NUMÉRICOS
Os números existem em uma variedade de situações em nossas vidas diárias.
Em mídias como jornais, nos deparamos com uma grande quantidade de informações
numéricas contidas em tabelas, gráficos e textos. Devemos estar preparados para
enfrentar e entender situações envolvendo dados numéricos relacionados à medidas,
comparações, dados de pesquisas, etc.

Os dois principais objetos com os quais a matemática lida são os números


e a geometria. Nosso objetivo aqui é relembrar e aprofundar os conhecimentos
numéricos adquiridos no ensino fundamental.

Um conjunto cujos elementos são números que compartilham alguma


propriedade comum são chamados de Conjuntos Numéricos.

CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N)

O surgimento do conjunto dos Números Naturais deve-se à necessidade da


contagem dos objetos ou de ordená-los.
Atualmente, o conjunto dos números naturais é representado pela letra N.
ℕ = 1, 2, 3, 4, 5, . . . .

Quando for representar o Conjunto dos Naturais não – nulos (excluindo o zero)
devemos colocar * ao lado do N.
Representado assim:

N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,...}

A reticência indica que sempre é possível acrescentar mais um elemento.


N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...} ou N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... }
Qualquer que seja o elemento de N, ele sempre tem um sucessor. Também
falamos em antecessor de um número.
• 6 é o sucessor de 5.
• 7 é o sucessor de 6.
• 19 é antecessor de 20.
• 47 é o antecessor de 48.

Como todo número natural tem um sucessor, dizemos que o conjunto N é


infinito.
Os conjuntos naturais também podem ser representados das seguintes forma:
Conjunto dos números naturais pares:
P = {0 , 2, 4, 6, 8, 10, …}
Conjunto dos números naturais ímpares:
I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, ...}”
Podemos também resolver alguns problemas com os números naturais, como
somas, multiplicações, algumas divisões e subtrações. Mas neste momento vamos
nos atentar apenas à formalidade dos conjuntos.

MATEMÁTICA 102 Qualifica DF


CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS(Z)

O que acontece se você subtrair 2-3?

Por muito tempo, problemas desse tipo foram considerados sem resposta, pois
a subtração a – b entre dois números naturais só era aceita enquanto a ≥ b.

Situações cotidianas, como leituras de altitude lendo o saldo bancário e registro


de temperatura ajudam a entender melhor o que todos os números significam, em
especial os números negativos.

Representamos o conjunto dos números inteiros pela letra Z, isto é, Z= {...,-3, -2,
-1, 0, 1, 2, 3,...}.

Temos também outros subconjuntos de Z:


• Z =Z - {0} = {...,-3, -2, -1, 1, 2, 3,...} = conjunto dos inteiros não nulos;
• Z+ = {0,1,2,3,4,5,...} = conjunto dos inteiros não negativos; observe que Z+ = N;
• Z+* = {1,2,3,4,5,...} = conjunto dos inteiros positivos; observe que Z*+ = N*;
• Z -*= {...,-3, -2, -1, 0} = conjunto dos inteiros não positivos; e
• Z− = {...,-3, -2, -1} = conjunto dos inteiros negativos.

Os números negativos são identificados pelo sinal de menos (-) na frente,


enquanto os números positivos podem ter ou não um sinal de mais (+) na frente. O
zero, não é positivo nem negativo, mas sim neutro.
Os sinais de mais e menos possibilita que os números inteiros, com exceção do
zero, sejam simétricos ou opostos. Por exemplo, o número 4 é oposto de -4 e estão à
mesma distância do ponto de origem (zero). Observe os exemplos:
• O oposto de 4 é -4;
• O oposto de 1 é -1;
• O oposto de 10 é -10.
• CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS(Q)

Os números racionais são todos aqueles que podem ser colocados na forma
de fração (com o numerador ∈Z e denominador ∈ Z*). O conjunto dos números
racionais é indicado pela letra Q.

MATEMÁTICA 103 Qualifica DF


Todos os inteiros são números racionais, mas nem todos os números racionais
são inteiros. Por exemplo, -1 é um número inteiro e é racional, mas 4/3 é racional, mas
não inteiro. Consequentemente, o conjunto dos números inteiros está incluído no
conjunto dos números racionais.

Exemplos:
a) ⅝ ou 0,625
b) 1/9 s ou 0,111...
c) -13/1 ou -13
d) 15/3 ou 5
e) -7/50 ou -0,14
f) 35/11 ou 3,181818...

Os números racionais são pedaços de números, podendo ser eles fracionários


ou decimais.

Os números racionais podem ser positivos ou negativos, englobando os


números naturais e inteiros.

MATEMÁTICA 104 Qualifica DF


EXERCÍCIOS
1) Considerando o conjunto A = {-10, -9, -3, 1, 12, 30} indique neste conjunto quais
números são pertencentes ao conjunto dos números naturais.

2) Escreva o sucessor e o antecessor dos números naturais abaixo:


a) 23
b) 1092
c) 18
d) 92
e) 1

3) Sobre os números naturais, julgue as afirmativas a seguir:


I. Todo número natural possui sucessor.
II. Todo número natural possui antecessor.
III. O conjunto dos números naturais é infinito.
Marque a alternativa correta.
A) Somente a afirmativa I é verdadeira.
B) Somente a afirmativa II é verdadeira.
C) Somente a afirmativa III é verdadeira.
D) Somente a afirmativa I é falsa.
E) Somente a afirmativa II é falsa.

4) Analise os números a seguir:


I) 230
II) -3
III) 12/6
IV) 0,5
São considerados números naturais:
A) Somente I e II
B) Somente II e IV
C) Somente III e IV
D) Somente I e III
E) Somente II e III

5) Analise os conjuntos a seguir e os relacione com os conjuntos descritos nas


sentenças I, II e III.
A = {0,2,4,6,8,10…}
B = {1,3,5,7,9,11…}
C = {1,2,4,8}
I – Conjunto dos números ímpares
II – Conjunto dos divisores de 8
III – Conjunto dos números pares
Ao relacionar o conjunto com as sentenças, temos que:
A) A – I; B – II; C – III.
B) A – III; B – II; C – I.
C) A – I; B – III ; C – II.
D) A – III; B – I; C – II.
E) A – II; B – I; C – III.

MATEMÁTICA 105 Qualifica DF


6) Dado o número 1000, o seu antecessor e o seu sucessor são,
respectivamente:
A) 900 e 1100.
B) 990 e 1010.
C) 1001 e 900.
D) 999 e 1001.
E) 1001 e 999.

7) A soma do sucessor de um número n com o antecessor de 35 é igual a 60.


Então, podemos afirmar que o antecessor de n é:
A) 27.
B) 26.
C) 25.
D) 24.
E) 23.

8) A diferença entre um número x e o sucessor de 28 é igual a 61, então, o valor


do sucessor de x é:
A) 30
C) 32
D) 33
E) 34

9) Sobre os números naturais, julgue as afirmativas a seguir:


I → A soma de dois números ímpares é sempre um número par.
II → O sucessor de um número é igual à soma dele com 1.
III → O antecessor de 0 é 1.
Assim:
A) Somente a afirmativa I é falsa.
B) Somente a afirmativa II é falsa.
C) Somente a afirmativa III é falsa.
D) Todas as afirmativas são verdadeiras.

10) As idades de Mariana, Maria Alice e Marcela são três números consecutivos.
Sabendo que a soma desses números é igual a 48, qual é a idade da mais
velha?
A) 14
B) 15
C) 16
D) 17
E) 18

11) Sendo a = -3, b = -2 e c = 6, resolva as seguintes sentenças:


a) a+b+c=
b) c-b+a=
c) c/a-b=
d) c.b+a=
e) c + a . b =

MATEMÁTICA 106 Qualifica DF


12) Utilize números inteiros para representar as seguintes situações:
a) João verificou sua conta bancária e constatou dever R$ 64,00 ao banco.
b) A temperatura na cidade de Urupema, Santa Catarina, chegou a três graus
negativos no último inverno.
c) O lucro na quitanda do Sr. Quinino hoje foi de R$ 350,00.
d) O submarino se encontra a quarenta e cinco metros abaixo do nível da
superfície.

13) A sequência de números inteiros, menores que – 4, é:


a) – 4, – 5, – 6, ...
b) – 4, – 3, – 2, ...
c) – 5, – 6, – 7, ...
d) – 5, – 4, – 3, ...
e) – 3, – 2, – 1, 0

14) O oposto de – 7 é:
a) 7
b) – 7
c)1/7
d) 0,7
e) – 1/7

15) A soma e a diferença entre – 7 e 5 valem, respectivamente:


a) – 12 e 2
b) 2 e 12
c) 12 e 2
d) – 2 e – 12
e) 12 e – 2

16) Qual afirmação é verdadeira?


a) 5/15 = 15/20
b) 7/3 = 84/30
c) 11/5 = 22/10
d) 10/5 = 5
e) 6/5 = 48/35

17) Qual é o resultado da expressão (0,012 + 1,5) : 1,68?


a) 1,512
b) 1,3
c) 0,9
d) 0,68
e) 0,027

MATEMÁTICA 107 Qualifica DF


18) O professor de Matemática pediu a um aluno que escrevesse a
representação decimal da fração 215/100. Qual é o número decimal que esse
aluno escreveu?
a) 0,000215
b) 0,00215
c) 0,0215
d) 0,215
e) 2,15

AS 4 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
Adição
Operação com o objetivo de somar (+), ou seja, ela agrupa dois números, os
quais, se somarmos tornam-se apenas um. Esta operação nada mais é que reunir
todas as frações ou totalidades de algo. O resultado da soma dos números é o
resultado da operação.

Exemplo:
• 10 + 5 = 15
• 10 e 5 são as parcelas;
• 15 é a soma ou resultado da operação de adição.

A ação acima é chamada de ADIÇÃO.

Para determinar a adição, posicionamos os números na ordem de unidade,


dezena, centena e milhar. Feito isso, a adição da operação de adição pode ser realizada.

Exemplo:
1.253 + 2.715

MILHAR CENTENA DEZENA UNIDADE


1 2 5 3
2 7 1 5

Resultado:
• Adiciona-se 1 milhar a 2 milhares = 3 milhares (3 mil),
• Adiciona-se 2 centenas a 7 centenas = (9 centenas),
• Adiciona-se 5 dezenas a 1 dezena = (6 dezenas),
• Adiciona-se 3 unidades a 5 unidades = (8 unidades),
• Então 3.968 é o resultado (ou seja, a soma) da operação adição dos números
1.253+2.715.

MATEMÁTICA 108 Qualifica DF


Diante da operação de adição, são retiradas algumas propriedades, que serão
definidas:

Observe:
+ 5 = 9 ▶ 4 + 5 = 5 + 4 onde 5 + 4 = 9

Deduz-se :
4 + 5 e 5 + 4 possuem a mesma soma.
As ordens das parcelas não alteram o resultado da soma.

Na adição, tanto faz o número que será somado primeiro. O resultado final será
igual.

Observe o exemplo abaixo:


24 + 13 + 7=44
Sejam a e b números reais quaisquer, a propriedade comutativa da adição é a
seguinte:
a+b=b+a

Propriedades da adição

Existem algumas propriedades na adição, são elas: comutativa, associativa,


existência de um elemento neutro, e existência de um elemento oposto.

Propriedade comutativa

Na adição de dois números, a ordem da parcela não altera a soma.


Exemplo:
5+8=8+5
5 + 8 = 13
8 + 5 = 13

Propriedade associativa

Em uma adição com três ou mais parcelas, independentemente da ordem em


que realizamos as somas, o resultado é o mesmo.
Exemplo:
4 + (2 + 1) = (4 + 2) + 1
4 + (2 + 1) = 4 + 3 = 7
(4 + 2) + 1 = 6 + 1 = 7

Elemento neutro

O elemento neutro da adição é o 0. Ao realizar a soma de um número com 0, o


resultado é sempre o próprio número.
Exemplo:
8+0=8

MATEMÁTICA 109 Qualifica DF


Existência de um oposto

Para todo número diferente de zero, existe um número que é o seu oposto, e a
soma desse número com o seu oposto é igual a zero.

Exemplo:
5 + (-5) = 0
–3+3=0

Subtração
A subtração é o ato ou efeito de subtrair algo. É diminuir alguma coisa. O
resultado desta operação de subtração denomina-se diferença ou resto e pode ser
representada pelo sinal (–).
Como fazer conta de subtração:
O cálculo é feito da direita (coluna das unidades) para à esquerda e os termos
da subtração ficam organizados assim:

D U
3 4 Minuendo
- 1 2 Subtraendo
2 2 Resto ou diferença

• O número maior, o minuendo, fica na primeira linha.


• O número menor, o subtraendo, fica na segunda linha.
• O resto fica abaixo do traço da conta.
• Os números devem estar organizados em colunas, pelas suas ordens. Unidade
embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena.
• O símbolo da subtração, fica à esquerda.

Exemplo: 9 – 5 = 4

Pedir emprestado: subtração com reserva

Subtração com reserva é quando o minuendo é menor que o subtraendo, não


sendo possível realizar a conta com os números naturais. Nesse caso, é preciso “pedir
emprestado”.
Retira-se da ordem maior, vizinha à esquerda, o valor que será acrescido à
ordem que estamos subtraindo.

MATEMÁTICA 110 Qualifica DF


Exemplo: Na ordem das unidades, o 5 é menor que o 8, sendo preciso pedir
emprestado.

D U
3 5 Minuendo
- 1 8 Subtraendo
2 2 Resto ou diferença

Para continuar a conta, retira-se uma dezena do 3 e soma-se ao cinco.

D U
32 ¹5 Minuendo
- 1 8 Subtraendo
Resto ou diferença

O 3 passa a valer 2, e o 5 passa a valer 15, pois fizemos uma dezena mais 5.
Assim, podemos prosseguir a conta.

D U
2 15 Minuendo
- 1 8 Subtraendo
1 7 Resto ou diferença

Propriedades da subtração

As propriedades da adição não se aplicam na subtração de números naturais,


pois:

Comutativa

Comutar é trocar a ordem.


30 - 20 difere de 20 - 30, por isso a comutativa não se aplica à subtração.

Elemento Neutro

Embora um valor menos zero não altere o resultado, o contrário é falso.


4 - 0 = 4 mas,
0-4=-4

MATEMÁTICA 111 Qualifica DF


Fechamento

A propriedade do fechamento diz que o resultado de uma subtração de


números naturais resulta sempre em um número natural. Isso não acontece sempre,
por isso essa propriedade não se aplica à subtração.
4 - 5 = -1
Quatro menos cinco é igual a menos um (-1), que não é um número natural.

Associativa

Não podemos associar três ou mais parcelas na subtração.


(140 - 60) - 30 = 80 - 30 = 50
Ao fazermos:
140 - (60 - 30) = 140 - 30 = 110

Veja as análises abaixo:


• 10 – 10 = 0 > O minuendo pode ser igual ao subtraendo.
• 8 – 11 >é impraticável em N, é o mesmo que escrever 8 – 11 não pertence N.
Assim, o subtraendo deve ser menor ou igual ao minuendo, para que uma
operação de subtração se realize em N.

6 – 0 = 6 Entretanto: 0 – 6 ≠ 6
Logo: 0 – 6 ≠ 6 -0

A subtração no conjunto N não admite propriedade comutativa, pois: 5 – 6 ≠


6 – 5.
A subtração no conjunto N não aceita a propriedade associativa, pois (12 – 4) – 2
≠ 12 – (4 -2)
A operação de subtração pode ser considerada como a operação inversa da
adição.

Considerando:
7 + 2 = 9 “equivale a” 7= 9 – 2
7 + 2 = 9 “equivale a” 2= 9 - 7
Concluindo:
a) A subtração é inversa à adição.
b) Uma das parcelas é igual a soma menos a outra.
Veja as análises abaixo:
10 – 10 = 0 > O minuendo pode ser igual ao subtraendo.
9 – 11 > é impraticável em N, é o mesmo que escrever 9 – 11 não pertence N.

MATEMÁTICA 112 Qualifica DF


Portanto, o subtraendo deve ser menor ou igual ao minuendo para que uma
operação de subtração seja realizada em N.

6 - 0 = 6 No entanto: 0 - 6 ≠ 6
Consequentemente: 0 - 6 ≠ 6 -0

A subtração no conjunto N não tem propriedade comutativa, pois: 4 - 5 ≠ 5 - 4.


A subtração no conjunto N não utiliza a propriedade associativa, pois (10 - 4) - 2
≠ 10 - (4-2).
A operação de subtração pode ser considerada como o inverso da operação de
adição.

Considerando:
7 + 2 = 9 “equivale a” 7= 9 – 2
7 + 2 = 9 “equivale a” 2= 9 - 7

Concluindo:
a) A subtração é inversa à adição.
b) Uma das parcelas é igual a soma menos a outra.

Multiplicação
Conhecida pelo sinal de X, esta operação multiplica-se um número vezes o
outro para se obter o resultado final que é chamado de produto.

Exemplos:
3x9 = 9+9+9=27
3x9> fatores
27 > produto da operação.
Propriedades da multiplicação
Comutatividade
A ordem dos fatores não altera o valor do produto.

Exemplo: 3 x 5 = 15 ou 5 x 3 = 15
Associatividade
Quando multiplicamos três fatores não importa se eles foram agrupados ou
não, o resultado é o mesmo.
Exemplo: (3 x 5) x 2 = 30 ou 3 x (5 x 2) = 30
Distributividade
Quando multiplicamos um valor por uma soma, o resultado é a soma do
produto desse valor com as parcelas da soma.

MATEMÁTICA 113 Qualifica DF


Exemplo: 3 x (2 + 3) = (3 x 2) + (3 x 3) = 6 + 9 = 15

Veja na imagem abaixo como fazer, siga a indicação das setas vermelhas:

Elemento neutro
Na multiplicação o número 1 (um) é o elemento neutro, ou seja, qualquer valor
multiplicado por 1 (um) é o próprio valor.

Exemplo: 2 x 1 = 2

Anulação
O número 0 (zero) anula qualquer produto.

Exemplos: 2 x 3 x 6 x 0 = 0 ou 10 x 0 = 0
Jogo dos Sinais
Quando multiplicamos dois números com sinais iguais, a resposta é sempre
positiva; quando os números possuem sinais opostos, o produto é sempre negativo

Sinal do primeiro fator Sinal do segundo fator Sinal do produto


+ × + = +
– × – = +
+ × – = –
– × + = –

Exemplo:
a) – 4 × 5 = – 20
b) 4 × (– 5) = – 20
c) 4 × 5 = 20
d) – 4 × (– 5) = 20

Divisão
É o ato de dividir ou fragmentar algo. É a operação na matemática em que
se procura achar quantas vezes um número contém em outro ou mesmo pode ser
definido como parte de um todo que se dividiu.
Ato de quebrar ou quebrar algo em nacos. Em matemática, uma operação
que tenta descobrir quantas vezes um número contém outro número ou pode ser
redigido como parte de um todo dividido.
A divisão dá o nome de operação e o resultado é chamado de Quociente.

MATEMÁTICA 114 Qualifica DF


A divisão exata
Exemplos:
8 ÷ 4 é igual a 2, onde 8 é o dividendo, 2 é o quociente, 4 é o divisor, 0 é o resto
A prova do resultado é: 2 x 4 + 0 = 8

(10 + 6) ÷ 2 = 16 ÷ 2 = 8
(10+6) ÷ 2 = 10 ÷ 2 + 6 ÷ 2 = 8

Um dos mandamentos da matemática é JAMAIS DIVIDA POR ZERO. Isto


significa dizer que em uma operação o divisor tem que ser maior do que zero.

A divisão não-exata
Exemplo:
9 ÷ 4 é igual a resultado 2, com resto 1, onde 9 é dividendo, 4 é o divisor, 2 é o
quociente e 1 é o resto.
A prova do resultado é: 2 x 4 + 1 = 9

Passo a passo da divisão


Para facilitar o processo de divisão, temos um algoritmo, isto é, temos um passo
a passo que
pode facilitar. Para verificarmos esse processo, vamos tomar a seguinte divisão
64 ÷ 4.

Primeiro passo: montar a operação utilizando o método da chave.

64 4

Segundo passo: Procurar encontrar um número que ao ser multiplicado por 4


seja igual a 64. Como essa não é uma atividade fácil, vamos tomar somente o número
6 para dividir com o número 4, ou seja, o algarismo da dezena. Assim, devemos
determinar um número inteiro que multiplicado por 4 seja igual a 6 ou que chegue
o mais próximo possível. Veja:

6’4 4 4
- 4 1 x 1
2 4

Terceiro passo: retomar a divisão descendo o algarismo da unidade, que não


foi dividido, nesse caso, o 4. Veja:

6’4 4 4
- 4 16 x 6
24 24
- 24
0

MATEMÁTICA 115 Qualifica DF


O processo chega ao fim, quando obtemos que o resto é igual a 0. Caso contrário,
devemos continuar a divisão seguindo os mesmos procedimentos.
Jogo dos Sinais
Devemos lembrar-nos das propriedades dos números inteiros:

Sinal do primeiro fator Sinal do segundo fator Sinal do resultado


+ + = +
+ – = -
- + = –
– - = +

Exemplos:
a) (+ 55) ÷ (+11) = +5
b) (+243) ÷ (– 3) = – 81
c) (– 1050) ÷ (+5) = – 210
d) (– 12) ÷ (– 6) = +2

EXERCÍCIOS
1) Arme e efetue as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
a) 8.337 + 2.791
b) 7.594 + 5.872
c) 275.103 + 94.924
d) 8.649 + 7.514 + 3.211
e) 2.620 – 945
f) 7.000 – 1.096
g) 11.011 – 7.997
h) 140.926 – 78.016
i) 153 x 7
j) 1.007 x 9
k) 758 x 46
l) 1.782 x 240
m) 7.650 ÷ 3
n) 11.376 ÷ 2
o) 4.416 ÷ 6
p) 2397 ÷ 17

2) Resolva os problemas:
a) Um reservatório contém 400 litros de água e efetuamos, sucessivamente, as
seguintes operações:
- retiramos 70 litros
- colocamos 36 litros
- retiramos 193 litros
- colocamos 101 litros
- colocamos 18 litros

MATEMÁTICA 116 Qualifica DF


Qual a quantidade de água que ficou no reservatório?

b) Numa divisão, o divisor é 62, o quociente é 35 e o resto é 27. Descubra o


dividendo.

c) Numa divisão, o resto 11 é o maior possível e o quociente é 28. Qual é o


dividendo?

d)Numa divisão, o divisor é 50, o quociente é 9 e o resto é 4. Descubra o dividendo.

3) Calcule o valor das expressões:


a) 60 – ( 14 – 4 + 6 ) – 16 – 6 =
b) ( 140 + 20 – 10 ) – 63 – ( 18 – 10 – 8 ) =
c) 135 – 35 + ( 13 – 8 + 4 ) – 7 + 20 =
d) 500 + 36 – ( 8 + 12 – 6 ) + 21 – ( 80 + 123) =
e) 889 + 123 + 12 =
f) 482,83 + 20 + 23.902,1 =
g) 2,56 + 1.002,9 + 23 =
h) 3 + (-2) =

4) Responda às seguintes questões:


a) Quanto é o triplo de 125
b) Quanto é o quíntuplo de 500.

5) Determine o quociente e o resto das divisão


a) 48 ÷ 16
b) 253 ÷ 18
c) 192 ÷ 32
d) 1.242 ÷ 23
e) 2.400 ÷ 800
f) 1.208 ÷ 17

6) Resolva as divisões
a) 30/2 – 25/7 – 35/7
b) 44/4 + 32/8 – 38/3
c) 18/6 – 13/8
d) 20/4 – 32/8 - 38/3

7) Efetue as adições e subtrações abaixo:


a) 2 + 4 =
b) – 2 – 4 =
c) 5 – 3 = + 2 =
d) – 5 + 3 =
e) 2 + 3 – 1 – 2 = 5 – 3 =
f) – 1 – 3 + 2 – 4 + 21 – 5 – 32 = 23 – 45 =

MATEMÁTICA 117 Qualifica DF


8) Resolva as multiplicações:
a) -53 x 53
b) -50 x 41 x -91
c) -19 x 35 x -43 x 39
d) -85 x -89 x -26 x -28

9) De acordo com o Censo de 1980, a população de uma cidade era de 79.412


habitantes. Feito o Censo em 1991, verificou-se que a população dessa cidade
passou a ser de 94.070 habitantes. Qual foi o aumento da população dessa
cidade nesse período de tempo?

10) Uma escola funciona em dois turnos. No turno matutino há 1.407 alunos e
no turno vespertino há 1.825 alunos. Quantos alunos estudam nessa escola?

11) De acordo com o censo realizado em 1991, o estado da Paraíba tem 1.546.042
homens e 1.654.578 mulheres. Qual é a população da Paraíba segundo esse
censo?

12) Um avião pode transportar 295 passageiros. Em determinado voo, o avião


está transportando 209 passageiros. Quantas poltronas desse avião não estão
ocupadas?

Potenciação

Potenciação é a operação matemática utilizada para escrever de forma


resumida números muito grandes, onde é feita a multiplicação de n fatores iguais
que se repetem.

Exemplos:
3.3.3.3 = 34= 81
5.5.5 = 53= 125
7.7 = 72= 49


3 é a base (o número que está sendo multiplicado por ele mesmo)
2 é o expoente (quantidade de vezes que a base se repete na multiplicação)
32 = três elevado ao quadrado
32 = 3 . 3 = 9

Lembre-se!
- Todo número elevado a um tem como resultado ele mesmo (21=2).
a¹ = a
2¹ = 2;
25¹ = 25
- Todo número elevado a zero tem como resultado 1 (20=1).

MATEMÁTICA 118 Qualifica DF


Se o expoente for 0, a resposta referente à potência sempre será 1. Acompanhe
os exemplos:

a0 = 1
10000 = 1
250 = 1

• Todo número negativo elevado a um expoente par tem resultado positivo (-22
= 4).

O valor da base -2 (menos dois) está sendo elevado ao expoente 2, por isso é
necessário uso de parênteses.
(-2)2 = (-2) . (-2) = 4.

• Todo número negativo elevado a um expoente ímpar tem resultado negativo


-23= - 8.

(-2)3= (-2) . (-2) . (-2)


(-2)3 = 4 . (-2)
(-2)3 = -8

• Toda base inteira elevada a um expoente negativo o resultado é o inverso da


base. Ou seja, devemos inverter a base e junto com ele o sinal do expoente (2-1
= ½).

Exemplo de base inteira com expoente negativo


5-2 = (1/5)2 = 12/52 = 1/25

Exemplo: base fracionária com expoente negativo


(2/3)-3 = (3/2)3 = 3/2.3/2.3/2 = 28/8

Outros exemplos de potencialização

6³ 6.6.6 216
2⁷ 2.2.2.2.2.2.2 128
(-1)² -1 x (-1) 1
-2² - (2.2) o sinal negativo não está e parênteses -4
(-2)² -2 . (-2) 4

MATEMÁTICA 119 Qualifica DF


EXERCÍCIOS
1) Em 8² = 64, responda às seguintes perguntas:
a) Qual é a base?
b) Qual é o expoente?
c) Qual é a potência?

2) Escreva na forma de potência, depois dê os resultados:


a) 6 · 6 · 6 · 6 =
b) 9 · 9 =
c) 7 · 7 · 7 · 7 · 7 · 7 · 7 · 7 =
d) a · a · a · a · a =

3) Calcule o valor das expressões (primeiro as potências):


a) 35 + 5²=
b) 50 - 4² =
c) -18 + 10² =
d) -6² + 20 =
e) -12 - 1⁶ =
f) -2⁵ - 40

4) Calcule as potências:
a) (+6)¹ =
b) (-2)¹ =
c) (+10)¹ =
d) (-4)⁰ =
e) (+7)⁰ =
f) (-10)⁰ =
g) (-1)⁰ =
h) (+1)⁰ =
i) (-1)⁴²³ =
j) (-50)¹ =
k) (-100)⁰ =
l) 20000⁰ =

5) Calcule:
a) (-2)⁶ =
b) -2⁶ =

6) Calcule as potências:
a) (-5)² =
b) -5² =
c) (-7)² =
d) -7² =
e) (-1)⁴ =
f) -1⁴ =

MATEMÁTICA 120 Qualifica DF


7) Qual das sentenças abaixo são verdadeiras?
a) 3² + 4² = 5²
b) 5² + 12² = 13²
c) 7² – 24³ = 25²
d) 9³ + 4³ = 41³

8) O valor de (0,2)3 + (0,16)2 é:


a) 0,0264.
b) 0,0336.
c) 0,1056.
d) 0,2568.
e) 0,6256.

9) Calcule as seguintes expressões


a) 2-1
b) 3-2
c) (5/3)-1
d) (2/4)-2
e) (-2/3)-2
f) (1/3)-3

10) Determine o valor de cada uma das potências abaixo.


a) 251
b) 1500
c) (7/9)-2

11) As potências (-2)4 e -24 são iguais ou diferentes? E qual o resultado?

12) O algarismo das unidades de 92 – 43 é:

13) A expressão 3²+ 5³ – 7² equivale a:


a) 134.
b) 85.
c) 35.
d) 7.

Notação Científica
A notação científica é um método formal de escrever números que representam
algo muito grande ou muito pequeno. É uma forma de retratar esses números e
algumas de suas características de forma mais simples. Para converter um número
para notação científica, é necessário entender o que são as potências de base 10.

Da definição de potência, temos que:


• 100 = 1
• 101 = 10
• 102 = 10 · 10 = 100
• 103 = 10 · 10 · 10 = 1.000
• 104 = 10 · 10· 10· 10 = 10.000
• 105 = 10· 10· 10· 10· 10 = 100.000

MATEMÁTICA 121 Qualifica DF


A medida que o expoente aumenta, também aumenta-se os zeros que irão
compor a resposta. Perceba que o número na potência é o número de zeros que
temos à direita. Isso equivale a dizer que o número de casas decimais deslocadas
para a direita é igual ao expoente. Por exemplo, 1010 é igual a 10.000.000.000.

Outro caso que devemos analisar é quando a potência é um número negativo.

• 10-1 = 1/10¹= 0,1


• 10-2 = 1/10² = 0,01
• 10-³ = 1/10³ = 0,001
• 10-⁴ = 1/10⁴ = 0,0001
• 10-⁵ = 1/10⁵ = 0,00001

Se o expoente for negativo, as casas decimais aparecem à esquerda do número.


Ou seja, ele “anda” as casas decimais para a esquerda. Veja também que o número
de casas decimais movidas para a esquerda coincide com o expoente da potência.
Consequentemente, o número de zeros à esquerda do número 1 coincide com o
número do expoente. Por exemplo, elevado a 10-¹⁰ é igual a 0,0000000001. ”

Operações com notação científica

Para operar em dois números escritos em notação científica, devemos


primeiramente operar nos números em potências de 10 e depois em potências de 10.
Para tal, é necessário lembrar as propriedades das potências. Os mais comumente
usados ​​são:

Multiplicação
A multiplicação de números na forma de notação científica é feita multiplicando
os números, repetindo a base 10 e somando os expoentes.

a*10m*b*10n=(a*b)10m+n
Exemplos:
a) 1,4 . 10 3 x 3,1 . 10 2 = (1,4 x 3,1) . 10 (3 + 2) = 4,34 . 10 5
b) 2,5 . 10 - 8 x 2,3 . 10 6 = (2,5 x 2,3) . 10 ( - 8 + 6) = 5,75 . 10 - 2
c) 4·103)·(2.10²)= (4·2)·10³+²
d) (5,5·10-2)·(3·10³) == (5,5·3)·10-²+³
e) (9·109)·(1·105) = (9·1)·109+5

- Produto de potências de mesma base:


am ·an = am + n Quociente de potências de mesma base:

Divisão
Para dividir números na forma de notação científica devemos dividir os
números, repetir a base 10 e subtrair os expoentes.

MATEMÁTICA 122 Qualifica DF


Exemplos
a) 9,42 . 10 ⁵ ÷ 1,2 . 10 ² = (9,42 ÷ 1,2) . 10 (5 - 2) = 7,85 . 10 3
b) 8,64 . 10 - 3 ÷ 3,2 . 10 6 = (8,64 ÷ 3,2) . 10 ( - 3 - 6) = 2,7 . 10 – 9
c) 12.106 ÷ 4 .103 = (12 ÷ 4) .106–3 = 3 .103

Soma e subtração
Para efetuar a soma ou a subtração com números em notação científica
devemos somar ou subtrair os números e repetir a potência de 10. Por isso, para fazer
essas operações, é necessário que as potências de 10 apresentem o mesmo expoente.

Exemplos
a) 3,3 . 10 8 + 4,8 . 10 ⁸ = (3,3 + 4,8) . 10 ⁸ = 8,1 . 10 ⁸
b) 6,4 . 10 3 - 8,3 . 10 ³ = (6,4 - 8,3) . 10 3 = - 1,9 . 10 3
c) 3,1.103 + 6.103 = (3,1 + 6).103 = 9,1. 103
d) 8 .10-4 – 2 .10-4 = (8 – 2).10-4 = 6 .10-4

2 - Potência de uma potência:


(am)n = am ·n
Exemplos
a) 0,00003 · 0,0027

Sabemos que:
0,00003 = 3 · 10– 5 e que 0,0027 = 27 · 10 – 4 , então, temos que:

0,00003 · 0,0027
3 · 10 – 5 · 27 · 10 – 4
(3 · 27) · 10 – 5+ (– 4)
81· 10 – 9
R: 0,000000081

b) 0,0000055 : 11.000.000.000
Vamos escrever os números utilizando a notação científica, logo 0,0000055 =
55 · 10 – 7 e 11.000.000.000 = 11 · 109.

0,0000055 : 11.000.000.000
55 · 10 – 7 : 11 · 109
(55 : 11) · 10 (– 7 – 9)
5 · 10 – 16
0,0000000000000005

MATEMÁTICA 123 Qualifica DF


Exercícios
1) Escreva os valores em notação científica
a) 200 =
d) 200000 =
c) 200 000 000 =
d) 200 000 000 000 000 000 =
e) 1 200 000 000 000 =
f) 0,02 =
g) 0,002 =
h) 0,000 000 002 =
i) 0,00000000000000000016 =

2) Escreva os números em notação científica:


a) 800
b) 0,08
c) 1.900.000
d) 0,0000004
e) – 11.250.000.000

3) Escreva os números em notação decimal:


a) 3,4 . 10-5
b) 7,801 . 106
c) 1,56 . 10-9
d) 3,3 . 108
e) 6,7054 . 1012

4) Calcule e escreva os resultados das adições e subtrações em notação


científica:
a) 2 . 10-4 + 7.10-4
b) 2 . 105 + 2,8.105
c) 8,5 . 10-7 – 3,5.10-7
d) -9 . 105 + 6.105
e) 5 . 103 + 4.102

5) Calcule e escreva os resultados das multiplicações em notação científica:


a) (7 . 108 ) . ( 3.105 )
b) (2 . 106 ) . ( 2.10-6 )
c) (2,94 . 10-4 ) . (1.10-5 )
d) (4 . 10-9 ) . (3,6.10-10 )

6) Calcule e escreva os resultados das divisões em notação científica:


a) 18 . 107 ÷ 6.102
b) 8 . 10-6 ÷ 6.105
c) 3 . 107 ÷ 5.104
d) 9 . 108 ÷ 3.10-5

MATEMÁTICA 124 Qualifica DF


7) Efetue as multiplicações
a) 2.102 . 3.102 =
b) 6.105 .12.109 =
c) 8.102 . 3.10-2 =
d) 9.109 . 2.109 =
e) 5.109 . 2.1013 =
f) 9.109 . 2.10-4. 0,5.103 =
g) 9.109 .2 .105 .12,5.10-6 =
h) 15.10-9 .2 . 10-9 .12 . 104 =

8) Efetue as divisões.
a) 6 . 108 / 3 .103 =
b) 9 .108 / 3 . 10-3 =
c) 9 . 108 / 2 . 10⁵ =
d) 25.108 / 2.108 =
e) 9.108 / 18.10-3.0,5. 08 =
f) 2 . 10-3 / 20 . 103 =
g) 99 . 10-8 / 99 . 10-8 =

9) Efetue a adição das notações científicas abaixo:


a)1,2 . 10 2+ 11,5 . 102 =
b)0,23 . 10-3 + 0,4 . 10-3 =
c)200 + 3,5 . 102 =

10) Obtenha os resultados das subtrações abaixo:


a) 34,567 . 103– 5,6 . 103 =
b) 1,14 . 10-2 – 0,26 . 10-2 =
c) 25,4 . 102 – 12,3 . 103 =

RADICIAÇÃO
Radiciação é a operação matemática inversa à potenciação. Ao passo que a
potenciação é uma multiplicação na qual todos os fatores são iguais, a radiciação
procura descobrir que fatores são esses, dando o resultado dessa multiplicação.

Exemplos:
Dada a potência: 42=4·4=16
Dizemos que a raiz quadrada (raiz com índice 2) de 16 é igual a 4 →

Dada a potência:
Dizemos que a raiz sexta de 64 é igual a 2→
Note que, ao dizer raiz sexta, estamos deixando claro que procuramos
um número que foi multiplicado por ele mesmo 6 vezes e cujo resultado desta
multiplicação é igual a 64.

MATEMÁTICA 125 Qualifica DF


A notação usada para as raízes é a seguinte:

Propriedades da Radiciação

As propriedades da radiciação são muito úteis quando necessitamos


simplificar radicais.

1ªpropriedade:
Já que a radiciação é a operação inversa da potenciação, todo radical pode ser
escrito na forma de potência.
Exemplo:

2ªpropriedade:

Multiplicando-se ou dividindo-se índice e expoente pelo mesmo número, a raiz


não se altera.

3ªpropriedade:

Na multiplicação ou divisão com radicais de mesmo índice realiza-se a operação


com os radicando se mantém-se o índice do radical.

4ªpropriedade:

A potência da raiz pode ser transformada no expoente do radicando para que


a raiz seja encontrada.

Exemplo:
Obs.:Quando o índice e a potência apresentam o mesmo valor:

Exemplo:

MATEMÁTICA 126 Qualifica DF


5ªpropriedade:

A raiz de uma outra raiz pode ser calculada mantendo-se o radicando e


multiplicando-se os índices.

Exemplo:

Simplificação de radicais

Para fazer a simplificação devemos seguir os seguintes passos:


Fatorar o número em fatores primos.
Escrever o número na forma de potência.
Colocar a potência encontrada no radical e dividir por um mesmo número o
índice do radical e o expoente da potência (propriedade da radiciação).

Muitas vezes, não sabemos o resultado direto da radiciação ou o resultado não


é um número inteiro. Neste caso, o radical pode ser simplificado.

Para fazer a simplificação devemos seguir os seguintes passos:


Fatorar o número em fatores primos.
Escrever o número na forma de potência.
Colocar a potência encontrada no radical e dividir por um mesmo número o
índice do radical e o expoente da potência (propriedade da radiciação).

Exemplo1:
Escreva na forma simplificada a raiz quadrada de 360. Vamos realizar a fatoração
de 360.

Logo,360=2·2·2·3·3·5
Como o nosso objetivo é simplificar uma raiz quadrada, vamos agrupar esses
fatores de 2 em 2, logo, podemos reescrever 200 como:

360=2²·2·3²·5

Assim, podemos reescrever a raiz de 360, utilizaremos a primeira propriedade


para simplificar a raiz quadrada, o que significa que os termos que estão elevados ao
quadrado

MATEMÁTICA 127 Qualifica DF


sairão do radical, e os que não estão permanecem dentro do radical:
Exemplo 2: Calcule
1ºpasso: transformar o número 243 em fatores primos

2ºpasso: inserir resultado,na forma de potência,dentro da raiz

3ºpasso: simplificar o radical

Para simplificar, devemos dividir o índice e o expoente da potenciação por um


mesmo número. Quando isso não for possível, significa que o resultado da raiz não
é um número inteiro.
Note que ao dividir o índice por 5 o resultado é igual a 1,desta forma cancelamos o
radical. Assim,

Exercícios
1) Calcule os radicais a seguir.

2) Utilizando o método da fatoração, identifique qual a forma simplificada de

MATEMÁTICA 128 Qualifica DF


3) Sabendo que todas as expressões abaixo são definidas no conjunto dos números
reais, determine o resultado para:

4) Qual o valor de x na igualdade

a) 4
b) 6
c) 8
d) 12

5) O radical possui uma raiz não exata e, por isso, a sua forma simplificada é:

6) Efetue a divisão 1,147 . 1023 : 3,7 . 10-31.

7) Use as propriedades da radiciação para simplificar a expressão numérica abaixo:


2.[√(2.√10) + 9.(4.√3)]

8) Encontre o valor de x para a expressão: √8 + √64 – 5√2 = x

9) Seja x = √ 100 – √5 e y = √ 3 . √50, então x / y é igual a:

10) Fatore o radicando e simplifique os radicais

a) √8
b) √27
c) 3√81
d) √50
e) √72
f) √98
g) √99
h) √200

MATEMÁTICA 129 Qualifica DF


11) Calcule
a) √36 – √49
b) √100 – √4
c) 5√1 + √9 - 3√8
d) 4√16 + 7√1 - 5√-1

PORCENTAGEM
A Porcentagem ou Percentagem representa uma razão cujo denominador é
igual a 100 e indica uma comparação de uma parte com o todo.
O símbolo % é usado para designar a porcentagem. Um valor em porcentagem
pode ainda ser expresso na forma de fração centesimal (denominador igual a 100) ou
como um número decimal.

Exemplo:
3 0 % = 30/100 = 3/10 = 0,3
Calcule 20% de 50.
Resolução:
Pode-se escrever 20% da seguinte maneira:

Agora, como já mencionado, basta substituir a preposição “de” pelo sinal de


multiplicação e calcular a fração encontrada (2/10) pelo número 50:

Resposta: 20% de 50 é igual a 10.


Outra maneira de resolver esse mesmo problema seria, ao invés de utilizar a
representação fracionária da porcentagem, utilizar-se da sua representação decimal.
Ou seja:

Novamente, o valor da porcentagem na representação decimal (0,2) deve ser


multiplicado pelo número 50:
0,2×50=10
Naturalmente, o resultado será igual. Dessa forma, dependendo da forma
como o exercício é apresentado, é possível optar por utilizar uma ou outra forma de
representar a porcentagem (fracionária ou decimal).

MATEMÁTICA 130 Qualifica DF


Para facilitar o entendimento, veja a tabela abaixo:

Porcentagem Fração Número Decimal


1% 1/100 0,01
5% 5/100 0,05
10% 10/100 0,1
120% 120/100 1,2
250% 250/100 2,5

Exercícios
1) Calcule os valores abaixo:
a) 6% de 100
b) 70% de 100
c) 30% de 50
d) 20 % de 60
e) 25% de 200
f) 7,5% de 400
g) 42% de 300
h) 10% de 62,5
i) 0,1% de 350
j) 0,5% de 6000

2) Júlia acertou 75% das questões de Matemática do teste e Mariana acertou


4/5. Quem acertou mais questões?

3) Na promoção de uma loja de eletrodomésticos, um aparelho de som que


custava R$ 400,00 teve um desconto de 12%. Quanto o cliente que decidir
comprar o equipamento pagará?

4) Em um concurso, 520 candidatos se inscreveram. No dia da prova apenas 364


candidatos compareceram. Neste caso, qual foi a porcentagem dos candidatos
que faltaram a prova?

5) Na última liquidação de verão, uma loja vendia todos os seus produtos com
um desconto de 15%. Se uma camisa antes da liquidação custava R$ 145,00,
quanto passou a custar na liquidação?

6) Um funcionário de uma empresa recebeu a quantia de R$ 315,00 a mais no


seu salário, referente a um aumento de 12,5%. Sendo assim, o seu salário atual é
de:
a) R$ 2.205,00.
b) R$ 2.520,00.
c) R$ 2.835,00.
d) R$ 2.913,00.
e) R$ 3.050,00.

MATEMÁTICA 131 Qualifica DF


7) Após fazer 80 arremessos à cesta, Marcelinho constatou que acertou 70%
deles. Após fazer mais 20 arremessos, ele melhorou seu percentual de acertos para
71% do total de arremessos. Dos últimos 20 arremessos, Marcelinho errou apenas:
a)6.
b)5.
c)4.
d)3.

8) João recebeu um aumento de 10% e com isso seu salário chegou a R$1.320,00.
O salário de João antes do aumento era igual a ?
a) R$ 1.188,00.
b) R$ 1.200,00.
c) R$ 1.220,00.
d) R$ 1.310,00.
e) R$ 1.452,00
9) Um plano de uma empresa de sinal de tv custava R$50,00, porém houve um
aumento de 4%. Qual é o valor do aumento em reais? Qual é o novo valor da fatura?

10) Uma cesta básica custava R$ 400,00 e teve um desconto de R$ 25,00. Qual
foi o valor percentual de desconto?

12) Um computador custava R$ 300,00. Seu preço foi aumentado em 12%. Qual
o seu novo preço?

13) Uma geladeira custava R$ 2.100,00. Seu preço foi aumentado em 8%. Qual o
seu novo preço?

14) Uma casa custava R$ 45.000,00. Seu preço foi aumentado em 4%. Qual o
novo preço?
15) Um skate custava R$ 400,00. Seu preço foi aumentado em 11%. Qual o novo
preço?

MATEMÁTICA 132 Qualifica DF


REGRA DE TRÊS
A regra de três é um processo matemático para a resolução de muitos problemas
que envolvem duas ou mais grandezas diretamente, ou inversamente proporcionais.
Em outras palavras, a regra de três permite achar um valor não identificado, por
meio de outros três ou mais valores conhecidos.

Regra de Três Simples


A regra de três simples é uma proporção entre duas grandezas, por exemplo:
velocidade e tempo; venda e lucro, mão de obra e produção…
Para resolver uma regra de três simples, colocamos a proporção entre as razões
das grandezas, com uma letra para representar o valor desconhecido. Sendo assim
devemos:
1º passo – Deve identificar as grandezas e construção da tabela.
2º passo – Deve analisar se as grandezas são diretamente ou inversamente
proporcionais.
3º passo – Deverá aplicar o método de resolução correto para cada um dos
casos, e, por fim, resolver a equação.

Grandezas diretamente proporcionais


Quando as grandezas forem diretas (aumentando uma, a outra também
aumenta, e vice e versa) a proporção é mantida.

1ª Exemplo:
Em um determinado mês do ano, o litro de leite custava R$ 0,50. Tomando
como base esse dado podemos formar a seguinte tabela.

Quantidade de leite (em litros) Valor do leite (em litros)


1 0,50
2 1,00
3 1,50

Observe:
I. Se a quantidade de leite dobra, o preço a ser pago também dobra.
II. Se a quantidade de leite triplica, o preço a ser pago também triplica.
III. Neste caso as duas grandezas envolvidas, quantia a ser paga e quantidade
de leite, são chamadas grandezas diretamente proporcionais.
IV. Duas grandezas são chamadas, diretamente proporcionais quando,
dobrando uma delas a outra também dobra; triplicando uma delas a outra também
triplica.

MATEMÁTICA 133 Qualifica DF


2ª Exemplo
Para analisar os processos, a prefeitura dispôs de 18 funcionários, que conseguiam
realizar o trabalho diariamente analisando 135 processos. Em um dia, infelizmente, 4
funcionários não compareceram. Supondo-se que todos os funcionários atendem
a mesma demanda de processos, nesse dia, a quantidade de processos analisados
será de:
A) 135
B) 120
C) 110
D) 105
E) 100

Resolução

Analisando-se a situação, as grandezas são: quantidade de funcionários


e quantidade de processos. Sabemos que quanto mais funcionários tiver, mais
processos serão analisados, logo, as grandezas são diretamente proporcionais. 18 – 4
= 14 funcionários. Montando a tabela, temos que:
Frango (↑) Dias (↑)
18 135
14 x

Como as grandezas são diretamente proporcionais, multiplicamos cruzado:


18x = 135 · 14
18x = 1890
x = 1890 ÷ 18
x = 105

Grandezas inversamente proporcionais


Quando as grandezas forem indiretas (aumentando uma, a outra diminui, e
vice e versa) inverte-se uma razão. Sendo assim, é necessário inverter a fração (trocar
numerador e denominador) de uma das frações, para, posteriormente, multiplicar-se
cruzado.

1ª Exemplo¹
Um professor de português tem 24 livros para distribuir entre os seus melhores
alunos. Se ele escolher apenas 2 alunos, cada um deles receberá 12 livros. Se ele
escolher 4 alunos, cada um deles receberá 6 livros. Se ele escolher 6 alunos, cada um
deles receberá 4 livros.

Número de aluno escolhidos Número de livros para cada aluno


2 12
4 5
6 4

¹ https://www.mundovestibular.com.br/blog/grandezas-regra-de-tres Acesso em: 06 de fev 2023

MATEMÁTICA 134 Qualifica DF


I Se o número de alunos dobra, a quantidade de livros cai pela metade.
II. Se o número de alunos triplica, a quantidade de livros cai para a terça parte.
III. Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, dobrando uma
delas, a outra se reduz para a metade; triplicando uma delas, a outra se reduz para a
terça parte… e assim por diante.

Quando duas grandezas são inversamente proporcionais, os números que


expressam essas grandezas variam um na razão inversa do outro.

2ª Exemplo:
Em uma fazenda com 800 frangos, 984 kg de ração duram exatamente 10 dias.
Caso a fazenda tivesse 200 frangos a mais, essa ração duraria:

A) 9 dias
B) 8 dias
C) 7 dias
D) 6 dias
E) 12 dias

Resolução:
Primeiro vamos identificar as grandezas, são elas: tempo e quantidade de
frangos. Agora é possível montar a tabela e analisar se elas são diretas ou inversamente
proporcionais. Sabemos que quanto maior a quantidade de frangos, menos tempo a
ração vai durar, logo, as grandezas são inversamente proporcionais.
A informação da quantidade de ração torna-se irrelevante para responder o
problema.
Sabemos que 800 + 200 = 1000, e queremos descobrir por quanto tempo a
ração duraria se tivessem 1000 frangos.”

Frango (↑) Dias (↓)


800 10
1000 x

Como são inversamente proporcionais, multiplicaremos reto:


1000x = 800 · 10
1000x = 8000
x = 8000 : 1000
x = 8 dias

MATEMÁTICA 135 Qualifica DF


Regra de Três Composta

A regra de três composta possibilita encontrar valores de 3 ou mais valores


conhecidos e analisar a razão entre 3 ou mais quantidades.
As razões para cada ordem de grandeza são escritas, com o valor desconhecido
em letras.
Para resolver problemas relacionados com a regra de três composta, temos
que passar por algumas etapas. Essas etapas são as mesmas, independentemente
do número de variáveis ​​envolvidas na tarefa.

1º passo: Deverá identificar as grandezas e construção da tabela.

2º passo: Deverá analisar a proporção que existe entre a grandeza que contém
a incógnita.

3º passo: Deverá inverter a razão caso exista alguma grandeza inversamente


proporcional à grandeza que contém a incógnita; caso não exista, ir direto para o
passo quatro.

4º passo: Deverá montar a equação, deixando a grandeza que possui incógnita


no primeiro membro da igualdade e calcular o produto entre as demais, que ficarão
no segundo membro.

Regra de três composta com três grandezas

Exemplo²
Uma construtora foi contratada para realizar a reforma de todas as creches
do município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. As escolas são construídas com
formato e tamanho padrão nessa cidade, logo o muro externo possui a mesma
medida. Sabendo que 4 pintores levariam 8 dias para pintar 6 creches, quanto tempo
8 pintores levariam para pintar 18 creches?

As grandezas são: quantidade de pintores, dias e quantidade de creches


pintadas.
Agora vamos construir a tabela, começando sempre pela grandeza que possui
a incógnita:

Dias Pintores Creches


10 5 7
x 9 19

² https://brasilescola.uol.com.br/matematica/regra-tres-composta.htm Acesso em 06 de fev 2023.

MATEMÁTICA 136 Qualifica DF


Agora é necessário analisar a relação que existe entre as grandezas.

Dias↓ Pintores↑
10 5
x 9

Comparando dias e escolas e fixando a quantidade de pintores, ao analisar a


proporcionalidade, se o número de creches aumenta, a quantidade de dias também
aumenta.

Dias↑ Creches↑
10 7
x 19

Em resumo, temos que os dias são inversamente proporcionais à quantidade


de pintores e diretamente proporcional à quantidade de creches.
Para construir a equação, é necessário isolar a fração da incógnita e inverter a
fração da grandeza inversamente proporcional

63x = 760

Regra de três composta com quatro grandezas

Para resolver problemas de regra de três composta com quatro grandezas,


seguimos os mesmos passos apresentados anteriormente.

Exemplo:
Uma loja de peças para carro, fabrica uma determinada roda de carro e sabemos
que 3 máquinas, trabalhando durante 5 dias, ligadas 4 horas, conseguem produzir
4.000 rodas e que é a demanda mensal da loja. Durante a fabricação, uma das
máquinas estragou, o que fez com que a loja decidisse por aumentar a quantidade
de dias de produção para 6 dias, e o tempo de trabalho das máquinas para 8 horas.
Qual será a quantidade de rodas produzidas na loja nesta situação?
As grandezas são: quantidade de máquinas, dias, horas e quantidade de rodas
produzidas.
Analisando as proporções entre as grandezas, comparando máquinas com
rodas, dias com rodas e horas com rodas, podemos afirmar:

• Se eu aumento a quantidade de máquinas, consequentemente a produção de


rodas vai aumentar;
• Se eu aumento a quantidade de dias de trabalho das máquinas ou mesmo de
horas de trabalho, há também um aumento na quantidade de rodas produzidas,
sendo assim, todas as grandezas são diretamente proporcionais à quantidade
de rodas produzidas.

MATEMÁTICA 137 Qualifica DF


Montando a tabela, temos que:

Máquinas Dias Horas Rodas


3 5 4 4.000
2 6 8 x

5x = 4000 . 8
5x = 32000
x=6400

Diferença entre regra de três simples e composta

A regra de três simples é utilizada para problemas com somente duas grandezas.
Ela é aplicada quando conhecemos três valores, dois de uma grandeza e um de outra.
Já a regra de três composta é aplicada em situações um pouco mais complexas,
envolvendo mais de duas grandezas.

Exercícios resolvidos

1º) Para ler os 8 livros indicados pela professora para realizar o exame final, o
estudante precisa estudar 6 horas durante 7 dias para atingir sua meta.

Porém, a data do exame foi antecipada e, ao invés de 7 dias para estudar, o


estudante terá apenas 4 dias. Assim, quantas horas ele terá de estudar por dia, para
se preparar para o exame?

Primeiramente, agruparemos numa tabela, os valores fornecidos acima:


Livros Horas Dias
8 6 7
8 x 4

Observe que ao diminuir o número de dias, será necessário aumentar o número


de horas de estudo para a leitura dos 8 livros.
Portanto, trata-se de grandezas inversamente proporcionais e, por isso, inverte-
se o valor dos dias para realizar a equação:
Livros Horas Dias
8 6 4
8 x 7
6/x=8/8.4/7
6/x=32/56=4/7
6/x=4/7
4x=42
x=42/4 x = 10,5 horas

MATEMÁTICA 138 Qualifica DF


Logo, o estudante precisará estudar 10,5 horas por dia, durante os 4 dias, a fim
de realizar a leitura dos 8 livros indicados pela professora.

2º) Para fazer o bolo de aniversário utilizamos 300 gramas de chocolate. No


entanto, faremos 5 bolos. Qual a quantidade de chocolate que necessitaremos?
Inicialmente, é importante agrupar as grandezas da mesma espécie em duas
colunas, a saber:
1 bolo 300 g
5 bolos x

Nesse caso, x é a nossa incógnita, ou seja, o quarto valor a ser descoberto. Feito
isso, os valores serão multiplicados de cima para baixo no sentido contrário:

1x=300.5
1x = 1500 g

Logo, para fazer os 5 bolos, precisaremos de 1500 g de chocolate ou 1,5 kg.

3º) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se


comprasse 5 camisetas do mesmo tipo e preço?
3 = 120
5=x

Observe que, aumentando o número de camisetas, o preço aumenta. Como as


palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais.

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

3x = 5120

Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas.

MATEMÁTICA 139 Qualifica DF


EXERCÍCIOS
1 - Três carretas transportam 200 m³ de areia. Para transportar 1600 m³ de
areia, quantas carretas iguais a essa seriam necessárias?

2 - A comida que restou para 3 tripulantes de um barco à deriva seria suficiente


para alimentá-los por 12 dias. Um deles resolveu saltar do barco e tentar chegar em
terra nadando. Com uma pessoa a menos, qual será a duração dos alimentos?

3 - Para atender todos os pedidos feitos por ligações uma pizzaria empresa
utiliza 3 telefonistas, atendendo cada uma delas, em média, a 125 ligações diárias.
Aumentando-se para 5 o número de telefonistas, quantas ligações atenderá
diariamente cada uma delas em média?

4 - Um pedreiro, trabalhando 8 horas por dia, durante 10 dias, consegue


arrumar 7.500 telhas. Quantas horas por dia deve trabalhar esse pintor para que
ele possa arrumar 6.000 telhas em 4 dias?

5 - Em uma disputa de tiro, uma catapulta, operando durante 6 baterias de


15 minutos cada, lança 300 objetos. Quantas objetos lançará em 10 baterias de 12
minutos cada?

6 - Dez guindastes móveis carregam 200 carros num navio em 18 dias de 8


horas de trabalho. Quantas carros serão carregadas em 15 dias, por 6 guindastes,
trabalhando 6 horas por dia?

7 - Com a velocidade de 75 Km/h, uma moto faz um trajeto em 40 min. Devido


a um congestionamento, essa moto fez o percurso de volta em 50 min. Qual a
velocidade média dessa moto?

8 - Sabendo que os números a, 12 e 15 são diretamente proporcionais aos


números 28, b e 20, determine os números a e b.

9 - Uma madeira com 1,5 m de comprimento foi colocada na vertical em


relação ao chão e projetou uma sombra de 53 cm. Qual seria a sombra projetada
no mesmo instante por um poste que tem 10,5 m de altura?

10 - Uma certa quantidade de bebida foi colocada em latas de 2 litros cada


uma, obtendo-se assim 60 latas. Se fossem usadas latas de 3 litros, quantas latas
seriam necessárias para colocar a mesma quantidade de bebidas?

11 - Dois irmãos levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura.


Trabalhando 3 irmãos e aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário
para completar esse muro?
12 - Três torneiras enchem um poço em 10 horas. Quantas horas levarão 10
torneiras para encher 2 poços?

MATEMÁTICA 140 Qualifica DF


13 - Uma equipe composta de 15 homens extrai, em 30 dias, 3,6 toneladas de
mármore. Se for aumentada para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair
5,6 toneladas de mármore?
14 - Vinte pedreiros, trabalhando 8 horas por dia, gastam 18 dias para construir
um muro de 300m. Quanto tempo levará uma turma de 16 pedreiros, trabalhando
9 horas por dia, para construir um muro de 225m?

MATEMÁTICA 141 Qualifica DF


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PINHEIRO, Roberto. Curso de Matemática Básica. 1ª. ed. [S.l.: s.n.], 2012.

MORI, Iracema;ONAGA, Dulce Satiko. Matemática: Idéias e Desafios. 6º, 7º, 8º e 9º


ano. 17ª Edição. Ed. Saraiva, 2012.

ELIAS DE ASSIS, Luciana M. . Matemática Básica. [S.l.: s.n.], 2013.

FIRMO, Sebastião (SAPONGA) . Lições de Matemática Básica. [S.l.: s.n.], 2012.

GIOVANNI JÚNIOR, JOSÉ RUY; CASTRUCCI, BENEDICTO. – Ed. Renovada. – São


Paulo: FTD, 2009. – (Coleção a conquista da matemática)

Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informação, 1998-2018. Consultado


em 21/01/2018 às 18:09. Disponível na Internet em https://www.somatematica.com.
br/

SOUZA, JOAMIR ROBERTO DE; PATARO, PATRÍCIA ROSANA MORENO. Vontade de


saber matemática, 8° ano. São Paulo: FTD, 2009. – (Coleção vontade de saber)

Matemática para concursos/Regra de três simples e regra de três composta.


Disponível em: <http://pt.wikibooks.org/wiki/Matem%C3%A1tica_para_concursos/
Regra_de_tr%C3%AAs_simples_e_regra_de_tr%C3%AAs_composta>. Acesso em: 01
de dezembro de 2012.

Regra de três. Disponível em: <http://www.slideshare.net/edigleyg3/regra-de-


trs#btnPrevious>. Acesso em: 02 de dezembro de 2012.

MATEMÁTICA 142 Qualifica DF


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MÓDULO GERAL
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
SUMÁRIO EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Conceito De Educação Ambiental................................................................................................................... 145
Qual a importância da Educação Ambiental?............................................................................................. 146
Exercícios.................................................................................................................................................................. 147
Conferências sobre o Meio Ambiente............................................................................................................. 147
Conferência Intergovernamental de Tbilisi.................................................................................................. 150
Agenda 21.................................................................................................................................................................. 152
Rio + 20....................................................................................................................................................................... 155
Exercícios.................................................................................................................................................................. 156
Educação Ambiental, Cidadania E Cultura................................................................................................... 156
Hábitos que conservam o meio ambiente.................................................................................................... 158
Decomposição dos materiais............................................................................................................................. 159
Tipos de poluição................................................................................................................................................... 160
Exercícios.................................................................................................................................................................. 164
Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável..........................................................................................166
Desafios da sustentabilidade............................................................................................................................. 168
Exercícios.................................................................................................................................................................. 169
O Papel Da Educação Ambiental Na Empresa............................................................................................ 170
ISO 14001 e 9001...................................................................................................................................................... 171
Exemplos de empresas preocupadas com o meio ambiente................................................................ 173
Exercícios.................................................................................................................................................................. 174
Educação Ambiental na Constituição Federal............................................................................................. 174
Exercícios.................................................................................................................................................................. 179
Resíduos Sólidos - Reuso e Reciclagem......................................................................................................... 180
Mas por que é errado jogar o lixo no lixão?.................................................................................................. 182
Reuso e Reciclagem.............................................................................................................................................. 186
Exercícios.................................................................................................................................................................. 187
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)............................................................................................. 189
Logística Reversa.................................................................................................................................................... 190
Tipos de Lixos.......................................................................................................................................................... 192
Coleta Seletiva......................................................................................................................................................... 192
Exercícios.................................................................................................................................................................. 194
Indicadores Ambientais....................................................................................................................................... 194
Exercícios.................................................................................................................................................................. 199
Projeto Final............................................................................................................................................................. 199
Considerações Finais............................................................................................................................................. 200

EDUCAÇÃO 144 Qualifica DF


AMBIENTAL
Frente ao alto consumismo da sociedade e a enorme necessidade de produzir
mais para aumentar os lucros, viu-se a necessidade de debater sobre o meio que
disponibiliza os recursos para a produção de bens para a sociedade.
Mobilizações em prol do meio ambiente foram organizadas mesmo com a
resistência de alguns chefes de estado, principalmente dos países em desenvolvimento
que necessitavam explorar os recursos para alcançar o desenvolvimento pleno.
Das conferências sobre o meio ambiente surgiram diversos objetivos a serem
alcançados e desafios a enfrentar para formar as pessoas para que ajam de um modo
que não prejudique o próximo, de uma forma menos egoísta.
Uma das propostas de eventos sobre meio ambiente era o desafio de educar,
assim a Educação Ambiental surge, após anos de debate, como uma estratégia para
enfrentar o avanço da ação humana sobre o meio e suas consequências negativas.
Tem uma perspectiva interdisciplinar com o objetivo de capacitar, sensibilizar e
conscientizar os cidadãos para a preservação do patrimônio cultural de que todos
têm direito de usufruir e o dever de zelar.
A Educação Ambiental busca formar sociedades sustentáveis, ou seja,
sociedades que procurem utilizar mais os recursos renováveis, aqueles que a natureza
consegue repor, uma sociedade que consuma somente o necessário para garantir
que as próximas gerações também possam se desenvolver.
Nesse material de estudo buscaremos entender a Educação Ambiental como
uma prática diária e interdisciplinar de adquirir conhecimento e prática e aprender
e ensinar o próximo a adotar hábitos que não prejudiquem o meio em que nos
desenvolvemos.

Conceito De Educação Ambiental


Desde sempre os seres humanos utilizaram o meio Ambiente para sua
sobrevivência, porém muito recentemente surgiram as preocupações do uso
descontrolado dos recursos que ele nos oferece.
O termo Educação Ambiental (EA) surgiu na década de 1970, com o objetivo
de espalhar o conhecimento sobre o Meio Ambiente, fazendo parte de um processo
infindável de aquisição de práticas, experiência e valores que nos dão capacidade de
buscar soluções para a degradação ambiental.
A humanidade começou a perceber que seu alto padrão de consumo e a
apropriação inadequada dos recursos naturais poderiam ocasionar uma severa
escassez e desequilíbrio do Meio Ambiente.
A partir desse pensamento, algumas medidas urgentes e necessárias foram
tomadas, em todo o planeta, para frear essa intensa degradação. O fator primordial
para a preservação dos recursos foi a conscientização das populações sobre a
importância de viver em um ambiente saudável e que todas as gerações necessitam
desse ambiente para se reproduzir e sobreviver.
Assim, a Educação Ambiental se tornou uma ferramenta para contribuir
positivamente nesse processo de conhecimento e conscientização. Vários estudiosos
pensaram, individualmente ou coletivamente (em eventos relacionados ao Meio
Ambiente), em significações e conceitos para o termo Educação Ambiental.

EDUCAÇÃO 145 Qualifica DF


AMBIENTAL
Para Sorrentino (2005):
A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a
um saber ambiental materializado nos valores céticos e nas regras políticas
de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre be-
nefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto,
ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de perten-
cimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada,
busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais
dos problemas ambientais.

Ou seja, a Educação Ambiental surge para conscientizar e educar os cidadãos,


baseando-se sempre nas regras de convívio interpessoal e mostrando-lhes que os
mesmos pertencem ao meio em que vivem e que, de forma coletiva e colaborativa,
podem diminuir os danos causados no Meio Ambiente.

Semelhante ao conceito exposto anteriormente, Santos et al (2005) diz que:


A Educação Ambiental é a prática educacional que ocorre em sintonia com
a vida em sociedade, que pode (e deveria) ser inserida sob diversos enfo-
ques: social, econômico, político, cultural, artístico etc., não podendo ser con-
siderada como uma prática estanque, uma vez que abrange diversas áreas.
Desta forma também pode ser considerada como uma arte, no sentido de
trabalhar com a criatividade no que tange procurar alternativas para envol-
ver os indivíduos num processo de reeducação de valores, percepções e sen-
tidos em relação a forma de ver e viver o mundo.

Nesse curso adotaremos Educação Ambiental como ferramenta interdiscipli-


nar de poder, onde transforma os cidadãos em agentes participantes e transfor-
madores, que busquem alternativas para reduzir os impactos ambientais e que
utilizem de forma consciente os recursos naturais.

Qual a importância da Educação Ambiental?


A importância com o Meio Ambiente está cada vez visível, necessitando da
preocupação de todos, de forma que a EA deve se manter contínua em todos os
contextos, desde a preocupação com práticas de redução de impactos nos domicílios
até em grandes corporações.

Ei, você! Você mesmo que está lendo aqui. Tem alguma dúvida?
Não deixe de anotar para perguntar para o (a) professor (a)!

Finalizada a conceituação de Educação Ambiental, partiremos para os


exercícios.

EDUCAÇÃO 146 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1 - Escreva com suas palavras o que é Educação Ambiental e por que ela é
importante.

2 - Pesquise o que é meio ambiente

Conferências sobre o Meio Ambiente


A situação do meio ambiente é discutida há vários anos, para isso reúnem-se
diversos países dispostos a adotar práticas diferentes para a redução dos impactos
ambientais. Abaixo conheceremos algumas que ocorreram e sua importância.

Figura 1 - Conferência de Estocolmo, 1972.


Fonte: https://www.colegioweb.com.br/biologia/conferencia-estocolmo-1972-debate-meio-ambiente.html

A primeira que devemos destacar é a Conferência das Nações Unidas sobre


o Meio Ambiente Humano que ocorreu em 1972 em Estocolmo, capital da Suécia.
Participaram representantes de 113 países, 250 organizações não governamentais
e organismos da ONU (Organização das Nações Unidas). Essa conferência chamou
a atenção dos países para o fato do crescimento populacional e a alta taxa de
consumo estarem causando diversos danos ao meio ambiente, podendo interferir
no desenvolvimento das gerações futuras.

EDUCAÇÃO 147 Qualifica DF


AMBIENTAL
Presentes nessa conferência havia dois grandes grupos de nações: países que
defendiam o “crescimento zero” como forma de preservar o meio ambiente; e países
que defendiam o desenvolvimento e o crescimento econômico de forma a minimizar
as desigualdades sociais.
O resultado dessa reunião foi a produção da Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano, onde prescrevia princípios de comportamentos e responsabilidades que
deveriam ser levados em conta nas decisões governamentais que permeavam as
questões ambientais.
Abaixo alguns trechos da declaração da conferência:

O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o


cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desen-
volver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. Em larga e tortuosa evo-
lução da raça humana neste planeta chegou-se a uma etapa em que, graças
à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem adquiriu o poder de
transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo
que o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o arti-
ficial, são essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos
humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma.
[...]
O homem deve fazer constante avaliação de sua experiência e continuar des-
cobrindo, inventando, criando e progredindo. Hoje em dia, a capacidade do
homem de transformar o que o cerca, utilizada com discernimento, pode le-
var a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e oferecer-lhes a opor-
tunidade de enobrecer sua existência. Aplicado errônea e imprudentemente,
o mesmo poder pode causar danos incalculáveis ao ser humano e ao seu
meio ambiente. Em nosso redor vemos multiplicar-se as provas do dano cau-
sado pelo homem em muitas regiões da terra, níveis perigosos de poluição
da água, do ar, da terra e dos seres vivos; grandes transtornos de equilíbrio
ecológico da biosfera; destruição e esgotamento de recursos insubstituíveis e
graves deficiências, nocivas para a saúde física, mental e social do homem, no
meio ambiente por ele criado, especialmente naquele em que vive e trabalha.
[...]
Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos atos
em todo o mundo com particular atenção às consequências que podem ter
para o meio ambiente. Por ignorância ou indiferença, podemos causar danos
imensos e irreparáveis ao meio ambiente da terra do qual dependem nossa
vida e nosso bem-estar. Ao contrário, com um conhecimento mais profun-
do e uma ação mais prudente, podemos conseguir para nós mesmos e para
nossa posteridade, condições melhores de vida, em um meio ambiente mais
de acordo com as necessidades e aspirações do homem. As perspectivas
de elevar a qualidade do meio ambiente e de criar uma vida satisfatória são
grandes. [...] A defesa e o melhoramento do meio ambiente humano para as
gerações presentes e futuras se converteram na meta imperiosa da humani-
dade, que se deve perseguir, ao mesmo tempo em que se mantém as metas
fundamentais já estabelecidas, da paz e do desenvolvimento econômico e
social em todo o mundo, e em conformidade com elas.
Para se chegar a esta meta será necessário que cidadãos e comunidades,
empresas e instituições, em todos os planos, aceitem as responsabilidades
que possuem e que todos eles participem equitativamente, nesse esforço co-
mum. Homens de toda condição e organizações de diferentes tipos plasma-
rão o meio ambiente do futuro, integrando seus próprios valores e a soma de
suas atividades. As administrações locais e nacionais, e suas respectivas juris-
dições são as responsáveis pela maior parte do estabelecimento de normas

EDUCAÇÃO 148 Qualifica DF


AMBIENTAL
e aplicações de medidas em grande escala sobre o meio ambiente. Também
se requer a cooperação internacional com o fim de conseguir recursos que
ajudem aos países em desenvolvimento a cumprir sua parte nesta esfera. Há
um número cada vez maior de problemas relativos ao meio ambiente que,
por ser de alcance regional ou mundial ou por repercutir no âmbito interna-
cional comum, exigem uma ampla colaboração entre as nações e a adoção
de medidas para as organizações internacionais, no interesse de todos. A Con-
ferência encarece aos governos e aos povos que unam esforços para preser-
var e melhorar o meio ambiente humano em benefício do homem e de sua
posteridade

(Declaração de Estocolmo, 1972).

Alguns princípios:

Princípio 1
O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute
de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que
lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obri-
gação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e
futuras [...]

Princípio 2
Os recursos naturais da terra incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna
e especialmente amostras representativas dos ecossistemas naturais devem
ser preservadas em benefício das gerações presentes e futuras, mediante
uma cuidadosa planificação ou ordenamento.

Princípio 3
Deve-se manter, e sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade
da terra em produzir recursos vitais renováveis.

Princípios 4
O homem tem a responsabilidade especial de preservar e administrar judi-
ciosamente o patrimônio da flora e da fauna silvestres e seu habitat, que se
encontram atualmente, em grave perigo, devido a uma combinação de fato-
res adversos. Consequentemente, ao planificar o desenvolvimento econômi-
co deve-se atribuir importância à conservação da natureza, incluídas a flora e
a fauna silvestres.

[...]

EDUCAÇÃO 149 Qualifica DF


AMBIENTAL
Princípio 19

É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, diri-


gida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida aten-
ção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de
uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das
empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade
sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão
humana. É Igualmente essencial que os meios de comunicação de massas
evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao con-
trário, difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de pro-
tegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos
os aspectos (Declaração de Estocolmo, 1972).

Conferência Intergovernamental de Tbilisi


Outro importante debate ocorreu na Conferência Intergovernamental de Tbilisi,
na Antiga União Soviética. Esse evento é considerado um marco para a Educação
Ambiental no mundo. Foi organizada pela ONU e pela PNUMA (Programa de Meio
Ambiente da ONU), e a partir dessa conferência surgiram algumas definições,
objetivos, princípios e estratégias para a prática da Educação Ambiental.
Essa conferência adotava como proposta que a Educação Ambiental atingisse
todas as pessoas – de todas as idades -, todos os âmbitos educacionais – educação
formal e não-formal. A EA deve ser tomada como permanente e interdisciplinar que
forme indivíduos que possam tomar decisões de maneira a repercutir os deveres de
todos para manter o Meio Ambiente saudável.
O resultado dessa conferência foram 41 recomendações, a nível mundial,
listadas para uma melhor inserção e desempenho da EA. Recomendações feitas ao
Estado e aos indivíduos.
Recomendações aos Estados Membros:
- Integrar a Educação Ambiental em sua política geral e adotar, como referência
de suas estruturas nacionais, as medidas apropriadas, visando, sobretudo:
- Sensibilizar o público para os problemas ambientais e para as grandes ações
em curso, ou previstas;
- Elaborar uma informação geral mais profunda, objetivando uma visão de
conjunto dos grandes problemas, das possibilidades de tratá-los e da respectiva
urgência das diversas medidas adotadas ou que tenham de ser adotadas;
- Estimular o meio familiar e as organizações que se ocupam da educação
pré-escolar, objetivando que os jovens, sobretudo antes da idade da escolaridade
obrigatória, recebam uma Educação Ambiental;
- Atribuir à escola um papel determinante no conjunto da Educação Ambiental
e, com este objetivo, organizar uma ação sistemática na educação primária e
secundária;
- Aumentar o número de cursos no ensino superior relativos ao meio ambiente;
- Estabelecer os meios e os métodos de uma política de formação permanente,
que permita conceder a formação complementar e sobretudo a prática, àqueles que
dela necessitem e que, por diversas razões, nos setores públicos e privados, assumem
responsabilidades em relação ao meio ambiente;

EDUCAÇÃO 150 Qualifica DF


AMBIENTAL
- Que, mediante a Educação Ambiental, tentem transformar progressivamente
as atitudes e os comportamentos, para fazer com que todos os membros da
comunidade tomem consciência de suas responsabilidades na concepção, elaboração
e aplicação dos programas nacionais ou internacionais relativos ao meio ambiente;
- Que contribuam, desse modo, na busca de uma nova ética fundamentada no
respeito à natureza, no respeito ao homem e a sua dignidade, no respeito ao futuro
e na exigência de uma qualidade de vida acessível a todos, com um espírito geral de
participação (MAD,1993).

ATENÇÃO!!

A próxima conferência é um marco para o desenvolvimento de atitudes sustentáveis


para evitar que as futuras gerações sofram com os impactos que causamos hoje.

ECO 92

Figura 2 - ECO 92.


Fonte: https://diariodorio.com/rio-92-completa-30-anos-em-junho-relembre-a-conferencia-e-impor-
tancia-dela-para-o-desenvolvimento-sustentavel/

EDUCAÇÃO 151 Qualifica DF


AMBIENTAL
Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento – também conhecida como ECO 92 ou Cúpula
da Terra. Foi nessa época que as nações admitiram que era imprescindível combinar
o desenvolvimento econômico com a noção de apropriação dos recursos naturais.
Esse evento é considerado um marco para a discussão sobre políticas públicas
internacionais, participaram 172 países e diversas organizações ambientais e resultou
na assinatura de cinco grandes e importantes acordos: a Declaração do Rio sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Agenda 21; os Princípios para a Administração
das Florestas; a Convenção da Biodiversidade; e a Convenção do Clima.
Além desses acordos, essa conferência lançou um novo conceito, o de
Desenvolvimento Sustentável, seguindo o princípio de não prejudicar gerações
futuras com o desenvolvimento atual da sociedade.

Caro aluno,

No próximo tópico vamos falar do principal resultado dessa importantíssima


conferência que foi a ECO 92. Preste muita atenção, pois faremos exercícios
posteriormente.

Agenda 21
Agenda 21, como resultado da ECO 92, apresenta-se como um plano
internacional de objetivos que deve ser adotado de forma global, nacional e local
pelos governantes e pela sociedade civil em tudo que diz respeito à ação humana
sobre o meio ambiente. É resultado de um consenso de todas as nações que estiveram
presentes no evento.
Essa agenda busca firmar um compromisso mundial e permanente de maneira
que haja um desenvolvimento mais igual e justo entre as nações buscando um
padrão de desenvolvimento no século 21 que vise a sustentabilidade dos recursos
ambientais.
Abaixo, alguns trechos da Agenda 21:

Sobre a pobreza:

[...]3.2. Uma política de meio ambiente voltada sobretudo para a conservação


e a proteção dos recursos deve considerar devidamente aqueles que depen-
dem dos recursos para sua sobrevivência, ademais de gerenciar os recursos
de forma sustentável. Não sendo assim, tal política poderia ter um impac-
to adverso tanto sobre o combate à pobreza como sobre as possibilidades
de êxito a longo prazo da conservação dos recursos e do meio ambiente. Do
mesmo modo, qualquer política de desenvolvimento voltada principalmente
para o aumento da produção de bens, caso deixe de levar em conta a sus-
tentabilidade dos recursos sobre os quais se baseia a produção, mais cedo
ou mais tarde haverá de defrontar-se com um declínio da produtividade -- e
isso também poderia ter um impacto adverso sobre a pobreza. Uma estraté-
gia voltada especificamente para o combate à pobreza, portanto, é requisito

EDUCAÇÃO 152 Qualifica DF


AMBIENTAL
básico para a existência de desenvolvimento sustentável. A fim de que uma
estratégia possa fazer frente simultaneamente aos problemas da pobreza, do
desenvolvimento e do meio ambiente, é necessário que se comece por con-
siderar os recursos, a produção e as pessoas, bem como, simultaneamente,
questões demográficas, o aperfeiçoamento dos cuidados com a saúde e a
educação, os direitos da mulher, o papel dos jovens, dos indígenas e das co-
munidades locais, e, ao mesmo tempo, um processo democrático de partici-
pação, associado a um aperfeiçoamento de sua gestão (MMA, 1992).

Objetivos [...]

Oferecer urgentemente a todas as pessoas a oportunidade de ganhar a vida


de forma sustentável;
(b) Implementar políticas e estratégias que promovam níveis adequados de
financiamento e se centrem em políticas integradas de desenvolvimento
humano, inclusive geração de rendimentos, maior controle local dos recur-
sos, reforço das instituições locais e do fortalecimento institucional e técnico,
bem como maior envolvimento das organizações não-governamentais e das
autoridades locais enquanto instâncias de implementação;
(c) Desenvolver, para todas as áreas atingidas pela pobreza, estratégias e
programas integrados de manejo saudável e sustentável do meio ambiente,
mobilização de recursos, erradicação e mitigação da pobreza, emprego e ge-
ração de rendimentos;
(d) Criar, nos planos de desenvolvimento e nos orçamentos nacionais, um
núcleo de investimento no capital humano que inclua políticas e programas
especiais dirigidos para as zonas rurais, os pobres das áreas urbanas, mulhe-
res e crianças (MMA, 1992).

Da mudança dos padrões de consumo

[...]
4.3. A pobreza e a degradação do meio ambiente estão estreitamente rela-
cionadas. Enquanto a pobreza tem como resultado determinados tipos de
pressão ambiental, as principais causas da deterioração ininterrupta do meio
ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção,
especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais
padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e
dos desequilíbrios.
4.5. Especial atenção deve ser dedicada à demanda de recursos naturais
gerada pelo consumo insustentável, bem como ao uso eficiente desses re-
cursos, coerentemente com o objetivo de reduzir ao mínimo o esgotamento
desses recursos e de reduzir a poluição. Embora em determinadas partes do
mundo os padrões de consumo sejam muito altos, as necessidades básicas
do consumidor de um amplo segmento da humanidade não estão sendo
atendidas. Isso se traduz em demanda excessiva e estilos de vida insustentá-
veis nos segmentos mais ricos, que exercem imensas pressões sobre o meio
ambiente. Enquanto isso, os segmentos mais pobres não têm condições
de ser atendidos em suas necessidades de alimentação, saúde, moradia e
educação. A mudança dos padrões de consumo exigirá uma estratégia mul-
tifacetada centrada na demanda, no atendimento das necessidades básicas
dos pobres e na redução do desperdício e do uso de recursos finitos no pro-
cesso de produção [...] (MMA, 1992).

EDUCAÇÃO 153 Qualifica DF


AMBIENTAL
Objetivos [...]

(a) Promover padrões de consumo e produção que reduzam as pressões


ambientais e atendam às necessidades básicas da humanidade;
(b) Desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma
de se implementar padrões de consumo mais sustentáveis.

Da dinâmica demográfica e sustentabilidade:

5.3. O crescimento da população mundial e da produção, associado a pa-


drões não sustentáveis de consumo, aplica uma pressão cada vez mais in-
tensa sobre as condições que tem nosso planeta de sustentar a vida. Esses
processos interativos afetam o uso da terra, a água, o ar, a energia e outros
recursos. As cidades em rápido crescimento, caso mal administradas, de-
param-se com problemas ambientais gravíssimos. O aumento do número
e da dimensão das cidades exige maior atenção para questões de Governo
local e gerenciamento municipal. Os fatores humanos são elementos fun-
damentais a considerar nesse intricado conjunto de vínculos; eles devem
ser adequadamente levados em consideração na formulação de políticas
abrangentes para o desenvolvimento sustentável. Tais políticas devem aten-
tar para os elos existentes entre as tendências e os fatores demográficos, a
utilização dos recursos, a difusão de tecnologias adequadas e o desenvol-
vimento. As políticas de controle demográfico também devem reconhecer
o papel desempenhado pelos seres humanos sobre o meio ambiente e o
desenvolvimento. É necessário acentuar a percepção dessa questão entre
as pessoas em posição de tomar decisões em todos os níveis e oferecer, de
um lado, melhores informações sobre as quais apoiar as políticas nacionais
e internacionais e, de outro, uma estrutura conceitual para a interpretação
dessas informações.
5.4. Há a necessidade de desenvolver estratégias para mitigar tanto o impac-
to adverso das atividades humanas sobre o meio ambiente como o impacto
adverso das mudanças ambientais sobre as populações humanas. Prevê-se
que em 2020 a população mundial já tenha ultrapassado os 8 bilhões de
habitantes. Sessenta por cento da população mundial já vivem em áreas
litorâneas, enquanto 65 por cento das cidades com populações de mais de
2,5 milhões de habitantes estão localizadas ao longo dos litorais do mundo;
várias delas já estão no atual nível do mar -- ou abaixo do atual nível do mar
(MMA, 1992).

Objetivos [...]

(a) Incorporação de tendências e fatores demográficos à análise mundial das


questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento;
(b) Desenvolvimento de uma melhor compreensão dos vínculos entre dinâmica
demográfica, tecnologia, comportamento cultural, recursos naturais e sistemas de
sustento da vida;
(c) Avaliação da vulnerabilidade humana em áreas ecologicamente sensíveis e
centros populacionais, para determinar as prioridades para a ação em todos os níveis,
levando plenamente em conta as necessidades definidas pela comunidade (MMA,
1992).

EDUCAÇÃO 154 Qualifica DF


AMBIENTAL
Como dito anteriormente, a Agenda 21 é uma ferramenta a ser adotada de
forma global, nacional e local, tendo isso em vista, existe a Agenda 21 Brasileira que,
segundo o Ministério do Meio Ambiente, é um “instrumento de planejamento
participativo para o desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a
sustentabilidade, compatibilizando a conservação ambiental, a justiça social e o
crescimento econômico” (MMA). Ou seja, o objetivo geral dessa agenda nacional é
o desenvolvimento da sociedade em conjunto com a sustentabilidade do uso dos
recursos da natureza. Uma das metas dessa agenda é a implementação da Agenda
21 local, para que haja mobilização e um consenso para soluções dos problemas
ambientais.

Rio + 20

Figura 3 - RIO+20.
Fonte:http://professordegeografiaatual.blogspot.com.br/2012/06/brasil-na-rio20-crescer-incluir.html

Em 2012, vinte anos após o ECO 92, foi realizada a Conferência das Nações Unidas
sobre o Desenvolvimento Sustentável – também chamada de RIO+20 - participaram
193 países. Note que a palavra Sustentável já intitula a conferência, significando uma
renovação do compromisso da Agenda 21. A RIO+20 também buscou avaliar as
lacunas deixadas na última conferência e tratar de decisões tomadas pelas principais
cúpulas ambientais.

EDUCAÇÃO 155 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1- Quais foram as principais conferências sobre o meio ambiente que ocorreram
no mundo? Cite o nome da conferência, o local em que ocorreu e o ano.

2- Qual conferência tratou especificamente sobre Educação Ambiental? E o que


esse debate propôs?

3- (FGV-SP) - Nos jornais em todo o mundo, cotidianamente a palavra crise


está presente e associada à economia. Várias reuniões de lideranças mundiais
são realizadas para discutir a crise econômica e, nelas, a questão ambiental
é geralmente tratada com menor profundidade com que se discutem os
problemas econômicos. Um dos grandes desafios para diminuir o peso da crise
ambiental é:

a) Difundir, em escala global, os hábitos de consumo que estão presentes nos


países tradicionalmente desenvolvidos.
b) Controlar a natalidade nos países mais pobres e emergentes de modo a
retardar a chegada dos 8 bilhões de habitantes previstos para 2015.
c) Desenvolver pesquisas de novas tecnologias para incentivar o uso de recursos
naturais menos susceptíveis ao esgotamento.
d) Expandir modelos econômicos neoliberais que concretizem ações voltadas
à educação ambiental nos países pobres.
e) Promover a desconcentração espacial das populações que vivem nos vales
fluviais onde há forte pressão sobre os recursos naturais. Fonte: Descomplica.

4- Escreva o que é a Agenda 21 e seus objetivos.

5- De que forma esses grandes eventos contribuíram para que hoje haja uma
maior preocupação com o meio ambiente, diferentemente da década de 1960?

Educação Ambiental, Cidadania E Cultura


Antes de continuarmos, você sabe o que é Cidadania?

Você sabia que Cidadania tem origem do latim? Sim, civitas, que
quer dizer cidade. Assim, na Grécia só era considerado cidadão
o indivíduo que era nascido nas terras gregas. Atualmente, esse
conceito extrapola os limites urbanos.
Porém, juridicamente, qualificar um indivíduo como cidadão diz
respeito ao entendimento dos seus direitos e deveres vivendo
em sociedade.
Entre esses direitos e deveres podemos destacar o voto eleitoral,
o cumprimento das leis e o cuidado com o espaço de convivência.

EDUCAÇÃO 156 Qualifica DF


AMBIENTAL
A maioria da população mundial reside em cidades, isso reflete substancialmente
na crise ambiental e crescente degradação das condições de vida da humanidade.
Essa reflexão nos leva a compreender que a ação humana agrava de forma severa a
escassez dos recursos naturais básicos para a sobrevivência como a água.
Diversos argumentos são lançados para que as futuras gerações não se deparem
com a falta de um ambiente sadio para desenvolverem-se. Frente aos desafios para
que isso ocorra, proponho uma observação: será que é possível reverter o quadro
ambiental sem que haja mudanças no comportamento humano?
Já vimos que a EA é um campo interdisciplinar da educação - necessário não
entender educação apenas como o ensino formal desenvolvido nas escolas, sim a
educação como um agente que transforma o indivíduo em um cidadão empoderado
de seus direitos e deveres – então insistentemente é preciso que a sociedade colabore
e participe de uma mudança de hábitos em relação à problemática ambiental.
O Estado sozinho não é capaz de acabar com o conjunto de problemas que
afetam as condições ambientais, é necessário colocar o bem comum em primeiro
lugar e sempre buscar tomar partido da vida em sociedade, participando ativamente
dos problemas sociais.

Figura 4- Cidadania.
Fonte: <http://raquelmichelline.blogspot.com.br/2014/07/cidadania-ilustre-
desconhecida_41.html>. Acesso em: 11 jan. 2018.

A sociedade pode contribuir de forma positiva ou negativa para que o mundo


se desenvolva de modo sustentável através do consumo consciente e pela exigência
que se cumpram as leis pelo Estado e pelos indivíduos civis.

EDUCAÇÃO 157 Qualifica DF


AMBIENTAL
Hábitos que conservam o meio ambiente
Não utilização de sacolas plásticas na hora de fazer as compras, adote uma
sacola reutilizável sempre que for ao mercado.
Desligar a luz do cômodo sempre que se ausentar do mesmo. Os impactos
ambientais que uma usina hidrelétrica causa para gerar a energia são imensos:
desmatamento de grandes áreas sem a preocupação com o reflorestamento;
contaminação dos rios com a decomposição da matéria orgânica dos residuais das
árvores; alagamento de grandes regiões cobertas por vegetação nativa.
Não demore no banho, não escove os dentes com a torneira aberta. A água é
um recurso natural FINITO, ou seja, um dia ela pode acabar.
Separe o lixo em sua casa mesmo que não haja coleta seletiva. Essa separação
vai ajudar as pessoas que trabalham recolhendo os materiais recicláveis.
Descarte dispositivos eletrônicos nos locais apropriados, quando não for
possível doá-los para alguém.
Não jogue lixo no chão. Guarde no bolso ou na bolsa até que ache uma lixeira.
Existem muitos outros hábitos que adotados diariamente reduzem os impactos
ambientais propiciando uma natureza saudável.

EDUCAÇÃO 158 Qualifica DF


AMBIENTAL
Decomposição dos materiais
Descartar incorretamente os resíduos é, não somente irresponsável, mas
também um desperdício, pois todo material reciclável possui um valor quando
separado corretamente. Além disso, todo material leva tempo para se decompor e
não mais prejudicar o meio ambiente, como veremos abaixo.

EDUCAÇÃO 159 Qualifica DF


AMBIENTAL
Atenção! Observe bem a imagem na página anterior, pois faremos exercícios
mais tarde.
Você conseguiria acompanhar a decomposição de quais materiais citados
acima?

Atmosfera é uma camada gasosa da Terra que a protege da intensidade dos


raios solares e a mantém nosso planeta.

Tipos de poluição
Poluição atmosférica – poluição do ar: é o resultado do lançamento de gases
poluentes na atmosfera. São exemplos de gases poluentes o monóxido de carbono,
efeito da queima de combustíveis; o dióxido de carbono liberado pela decomposição
da matéria orgânica.
Esse tipo de poluição é um grave problema nas grandes cidades pela
concentração de automóveis, indústrias e é uma das poluições que causam mais
danos à saúde.
Outras consequências além das doenças, podemos citar a chuva ácida e as
ilhas de calor:

Figura 8 - Formação da Chuva ácida.


Fonte: https://www.todamateria.com.br/chuva-acida/

EDUCAÇÃO 160 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 9 - Ilha de calor. Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/ilhas-calor.htm

Figura 10 - Poluição atmosférica pelas indústrias.


Fonte: https://wertambiental.com.br/2019/06/17/emissoes-atmosfericas/

Poluição dos recursos hídricos – poluição das águas: contaminação da


água através de materiais que modifiquem suas propriedades físico-químicas. Nas
cidades pode-se poluir a água com a destinação incorreta do esgoto doméstico e
dos resíduos. O chorume também pode poluir as águas. No meio rural o uso intenso
de agrotóxicos pode poluir as águas subterrâneas e superficiais.
A imagem abaixo mostra parte do Rio Tietê no Estado de São Paulo, grande
parte desse curso d’água encontra-se poluído.

EDUCAÇÃO 161 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 11 - Rio Tietê. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/rio-tiete.htm

Poluição Sonora: caracteriza-se pelo excesso de ruídos que, mesmo não


ficando concentrada como outros tipos de poluição, de alguma forma pode afetar a
saúde da população. Essa poluição afeta os grandes centros urbanos.
A Organização Mundial da Saúde considera um limite de 50 db- decibéis – para
não causar prejuízo à população.

Nível de ruído provocado por alguns equipamentos:

• Secador de cabelo (90 db)


• Caminhão (100 db)
• Britadeira (110 db)
• Buzina de automóvel (110 db)
• Turbina de avião (130 db)

EDUCAÇÃO 162 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 12 - Poluição Sonora. Fonte: BioSon

Poluição visual: excesso de informações visuais que cause algum desequilíbrio


na estética do local afetando negativamente a qualidade de vida das pessoas. Também
característica das grandes cidades principalmente pelo excesso de propagandas,
pichações que desvalorizem algum monumento histórico.

Figura 13 - Poluição visual no Japão. Fonte: NeoVide

EDUCAÇÃO 163 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1. De que maneira você pode contribuir para prejudicar o meio ambiente? Cite
exemplos.

2. (ENEM) A falta de água doce no Planeta será, possivelmente, um dos mais


graves problemas deste século. Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a
quantidade de água doce disponível para cada habitante será drasticamente
reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas
interferem no ciclo da água, alterando

a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no Planeta.


b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das
populações.
c) a qualidade da água disponível, apenas no subsolo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e lagos.
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no Planeta.

3. Existem vários tipos de poluição e todos prejudicam a saúde da população


de alguma forma. Algumas são pouco discutidas, como a que é causada pelo
excesso de ruídos acima do que é considerado normal. Qual das alternativas
abaixo representa o nome dessa poluição:

a )Poluição atmosférica

b )Poluição dos recursos hídricos

c )Poluição de ruídos

d )Poluição sonora

e )Poluição visual

4. A partir dos conhecimentos adquiridos nesta unidade, julgue os itens abaixo


marcando C para os certos e E para os errados.

• 1) Cidadania é o entendimento dos indivíduos sobre seus direitos e deveres. ( )


• 2) Morar em grandes não significa que a população estará exposta a diversos
tipos de poluição. ( )
• 3) O Estado tem capacidade para agir sozinho na conservação dos recursos
naturais. ( )
• 4) Uma garrafa pet que você joga na rua demora cerca de 100 anos para se
desfazer no meio ambiente. ( )
• 5) A chuva ácida é formada a partir do contato de uma partícula de água com
gases poluentes presentes na atmosfera. ( )

EDUCAÇÃO 164 Qualifica DF


AMBIENTAL
5. Observe a cidade que mora e escreva aqui um tipo de poluição que você
pôde perceber. ( )

6. Pesquise e descreva nesse espaço quais são as destinações corretas para o


lixo doméstico, o lixo hospitalar e o lixo eletrônico.

7. Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da


temperatura de uma área urbana se comparado a uma zona rural, por exemplo.
Isso quer dizer que nas cidades, especialmente nas grandes, a temperatura é
superior a de áreas periféricas, consolidando literalmente uma ilha (climática). 1

Para entendermos melhor este fenômeno climático, podemos usar como


exemplo a cidade de São Paulo que é considerada uma ilha de calor. Como esta
cidade tem grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas
e outras construções), ela concentra mais calor, fazendo com que a temperatura fique
acima da média dos municípios da região. 2

Qual das alternativas abaixo não representa um fator que favorece a ocorrência
da Ilha de calor?
a) Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiros
e galerias, o que reduz o processo de evaporação;
b )Grande concentração de área natural preservada, como parques e áreas
verdes;
c) Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas como o
asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;
d) Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;

8. (ENEM -2012)
A maior parte dos veículos de transporte atualmente é movida por motores a
combustão que utilizam derivados de petróleo. Por causa disso, esse setor é o maior
consumidor de petróleo do mundo, com altas taxas de crescimento ao longo do
tempo. Enquanto outros setores têm obtido bons resultados na redução do consumo,
os transportes tendem a concentrar ainda mais o uso de derivados do óleo. ³
Um impacto ambiental da tecnologia mais empregada pelo setor de
transportes e uma medida para promover a redução do seu uso, estão indicados,
respectivamente, em:
A) Aumento da poluição sonora – construção de barreiras acústicas.
B) Incidência da chuva ácida – estatização da indústria automobilística.
C) Derretimento das calotas polares – incentivo aos transportes de massa.
D) Propagação de doenças respiratórias – distribuição de medicamentos
gratuitos.
E) Elevação das temperaturas médias – criminalização da emissão de gás
carbônico

1Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ilha-de-calor.htm. Acesso em: 08 fev 2017.


2Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=244. Acesso em: 08 fev 2017.
3 MURTA, A. Energia: o vício da civilização. Rio de Janeiro: Garamond, 2011 (adaptado).

EDUCAÇÃO 165 Qualifica DF


AMBIENTAL
Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável
A expressão sustentabilidade surgiu a partir das discussões desenvolvidas nas
grandes conferências a respeito do meio ambiente e trata-se de uma preocupação
que se justifica no processo de desenvolvimento econômico acelerado utilizando os
recursos naturais sem pensar nos limites naturais para renovação desses recursos.
A ideia de desenvolvimento sustentável é muito clara: desenvolver-se
econômica, cultural e socialmente utilizando os recursos naturais, sempre os
preservando e assegurando que as próximas gerações possam usufruir de um
ambiente de qualidade e que possam também se desenvolver.
Passou a ser divulgada a necessidade de preservar o meio ambiente não só para
a geração presente, mas também para as futuras, de modo a ampliar a consciência
ecológica, principalmente nos países mais ricos.
Vivemos atualmente a “era do descartável” e do consumo. Quanto mais rica
uma sociedade, maior o desejo de consumir bens não duráveis. Isso é o Capitalismo:
quanto mais se consome, mais se produz e maiores são os lucros. Para obter mais
lucro o mercado consumidor também precisa crescer consequentemente mais
produção industrial deve existir.

Figura 14 - Sociedade consumista. Fonte: Portal do Professor

“O interesse sobre a sustentabilidade vem crescendo, a procura por estratégias


e abordagens que buscam uma produção mais limpa, gestão ambiental e controle
da poluição ambiental, responsabilidade social e ecológica”. (GLAVI apud SARTORI
et al, 2014).
O Desenvolvimento Social é o processo, a via que a sociedade precisa percorrer,
se adaptar e resistir a mudanças de hábitos e práticas para que o produto final desse
processo seja uma humanidade vivendo através da Sustentabilidade. Resumindo:
Desenvolvimento sustentável é o processo e Sustentabilidade o resultado.
Elkington criou o termo Triple Bottom Line, para ele a Sustentabilidade é o
equilíbrio entre três pilares: o ambiental, o econômico e o social. Esses pilares devem
interagir como um todo para que a Sustentabilidade exista.

EDUCAÇÃO 166 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 15 - Tripé da Sustentabilidade. Fonte: Nord Eletric

O pilar social refere-se ao ser humano, da comunidade, sociedade como um


todo. É preciso pensar as questões sociais mais básicas do ser humano como viver
em um ambiente tranquilo, salário, educação, saúde, entre outros.
O pilar econômico está relacionado à produção de bens de consumo e prestação
de serviços. E o pilar ambiental refere-se ao natural sempre pensado como meio em
que a sociedade vive e desenvolve suas atividades.
Mesmo que toda atividade econômica cause um impacto ambiental negativo,
é necessário que as empresas repensem a forma que se apropriam dos recursos, e
desenvolvam projetos que possibilitem a reposição desses recursos para a natureza.

EDUCAÇÃO 167 Qualifica DF


AMBIENTAL
Desafios da sustentabilidade
Segundo SARTORI et al. (apud REID et al., 2014), os desafios seguem os seguintes
critérios: a) a necessidade de uma coordenação global; b) relevância para quem toma
as decisões; e c) alavancagem. Baseando-se nesses critérios, os principais desafios da
sustentabilidade são:

1. Implementar normas de proteção ambiental;


2. Capturar os impactos externos das atividades além do nível local;
3. Reconhecimento da sustentabilidade social;
4. Desenvolvimento humano;
5. Erradicação da pobreza;
6. Produção e consumo equilibrado;
7. Incentivo à educação;
8. Desenvolvimento e manutenção de recursos ambientais
9. Eficiência na alocação de recursos;
10. Cooperação entre stakeholders, governos e sociedade civil;
11. Metodologias e indicadores de sustentabilidade de acesso público;
12. Uso de indicadores complementares nas avaliações;
13. Uso de abordagens holísticas;
14. Indicadores para a medição do consumo de recursos;
15. Sensibilização da população;
16. Usar um padrão de avaliação comparativa entre países;
17. Conciliar objetivos locais com os objetivos globais;
18. Pesquisas aplicadas e que trazem resultados práticos;
19. Equilíbrio entre os pilares da sustentabilidade;
20. Indicadores de sustentabilidade dinâmicos;
21. Indicadores voltados para os sistemas empresariais e locais;
22. Participação pública no planejamento;
23. Participação da ciência e da tecnologia.

EDUCAÇÃO 168 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1. (UDESC) A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente
utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a
capacidade das gerações futuras. Isso significa optar pelo consumo de bens
produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente,
utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso
e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever
padrões insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais. O Brasil
está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se
acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte
significativa da biodiversidade e da água doce existente no planeta; grande
extensão de terras cultiváveis.

De acordo com esta definição, o desenvolvimento sustentável pressupõe:


a) Traçar um novo modelo de desenvolvimento econômico para nossa sociedade
com o uso racional dos recursos naturais disponíveis e indisponíveis.
b) A redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação
do desenvolvimento econômico e tecnológico;
c) A preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o
que não justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma
sociedade;
d) A distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões
em nível global e regional.
e) Definir os critérios e instrumentos de avaliação do custo-benefício e os efeitos
socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação.

2. A expressão “desenvolvimento sustentável” é amplamente empregada


para designar a preservação da natureza, com vistas à promoção de uma
maior conscientização ambiental na sociedade. Esse termo designa,
especificamente:⁴

a) A interrupção das práticas econômicas para garantir, primeiramente, a


conservação dos elementos naturais.
b) A manutenção do desenvolvimento econômico de modo a garantir a
preservação da natureza e dos recursos naturais para as gerações futuras.
c) A adoção de medidas de expansão das áreas naturais sobre as zonas de
ocupação humana, de forma a reconstruir o império dos domínios da natureza.
d) A ampliação das medidas socioeducativas para o uso consciente da natureza,
de modo a garantir, sobretudo, o desenvolvimento econômico e urbano.

4Fonte: Mundo educação

EDUCAÇÃO 169 Qualifica DF


AMBIENTAL
O Papel Da Educação Ambiental Na Empresa
Contextualizando

Na década de 1950, em Londres, um grande número de pessoas morreram


por doenças do sistema respiratório, fazendo com que diversos pesquisadores
investigassem profundamente as circunstâncias do agravamento dessas doenças.
Chegando a conclusão que as pessoas morreram por causa da poluição atmosférica
causada pelas indústrias.
A Revolução Industrial foi um grupo de mudanças que aconteceram na Europa
no século XVII e XIX. O que marca esse evento é a substituição da mão-de-obra que
era caracterizada pela manufatura pela assalariada com o uso de máquinas. Com
essa revolução, buscava se baratear a produção de diversos itens.

Figura 16 - Revolução Industrial. Fonte: www.tudodomundo.com.br

Essa revolução iniciou uma transformação na relação entre o homem e a


natureza, de maneira que essa mudança propiciou inicialmente um grande progresso
trazido pelas máquinas. Recursos naturais, que anteriormente eram inexplorados,
com a criação de equipamentos modernos puderam ser descobertos e explorados
sem limitação do meio natural.
O impacto mais direto foi a intensa poluição do ar – que vamos chamar de
poluição atmosférica – causada pela intensa queima de carvão para o funcionamento
das máquinas nas indústrias.
Por ser uma poluição que apresenta seus efeitos em longo prazo, na década
de 1950, a concentração de gases poluentes estava tão alta que ocasionou inúmeras
doenças, chegando até matar algumas pessoas.

EDUCAÇÃO 170 Qualifica DF


AMBIENTAL
A Educação Ambiental é necessária em todos os segmentos sociais como
ferramenta de sensibilização, desenvolvimento e reprodução de conhecimentos
voltados para o uso sustentável do meio ambiente. À medida que as pessoas se
tornam mais conscientes, crescem as exigências com relação a prática desses
conhecimentos nas organizações, pressionando empresários para mudanças de
comportamento.

Figura 17 - Conscientização. Fonte: http://helioprint.com.br/blog/economia-de-papel-nas-empresas/

Inserir novos conceitos no ambiente empresarial exige um eficiente método


de divulgação e comunicação em todos os níveis hierárquicos, para que a Educação
Ambiental mobilize todos que integram o ambiente empresarial (VALLE, 2000). Isso
conduz os funcionários a uma mudança significativa de comportamento e atitudes
em relação ao meio em que vivem.
As empresas têm papel importante nessa construção de conhecimento, tendo
que proporcionar aos seus trabalhadores condições para que atuem positivamente
na mudança do quadro atual de poluição e escassez dos recursos.
De toda maneira não é uma tarefa simples mobilizar os funcionários para as
causas ambientais, porém simples gestos e ações como separação do lixo, diminuir
o consumo de descartáveis são comportamentos que fortalecem a comunicação e o
alinhamento dos pensamentos dentro de uma empresa.

ISO 14001 e 9001

Figura 18 - ISO 14001 - Fonte: http://rrenergy.pt/ciclo-de-vida-iso-14001/

EDUCAÇÃO 171 Qualifica DF


AMBIENTAL
ISO é um conjunto de normas desenvolvidas pela International Organization
For Standardization - Organização Internacional para Padronização – que tem
como objetivo instituir sistemas gestacionais em empresas de todos os portes. Essa
certificação apresenta um diferencial dentre a concorrência.
A ISO 9001 certifica a qualidade dos produtos de maneira que o consumidor
adquira um item produzido a partir de uma padronização avaliada por uma comissão
certificadora. Já ISO 14001 tem como objetivo principal elencar os requisitos que
uma empresa precisa para adotar um sistema de gestão ambiental, ou seja, é uma
certificação de que a empresa desenvolve práticas sustentáveis em seus negócios.
Muito significativo para uma empresa tendo em vista que reduzir o consumo de
recursos resulta em uma redução de gastos e proporciona ganhos econômicos.
A certificação ISO se torna importante para atender as necessidades atuais
de consumo reduzido e consciente, sendo indispensável a adequação da empresa
em suas práticas. No caso da ISO 14001 controla os impactos severos sobre o meio
ambiente, causados pela produção.
Atualmente o consumo excedeu a capacidade que a natureza pode nos
oferecer. Produzem-se cada vez mais novas espécies de lixo que o meio ambiente
não consegue se desfazer e há pouca preocupação com o consumo excessivo da
água. Tratar questões ambientais nas empresas é uma estratégia muito valiosa, pois
desenvolve a educação de adultos que, na maioria dos casos, não desenvolveu na
educação formal, nas escolas.

Ações de ordem social e ambiental não se restringem apenas a grandes


empresas, as pequenas corporações também estão se destacando. Para trilhar
esse caminho é fundamental entender o que é responsabilidade socioambiental.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente são ações que respeitam o meio ambiente
e que tenham como objetivo a sustentabilidade. Uma produção sustentável:
“... é a incorporação, ao longo de todo ciclo de vida de bens e serviços, das melho-
res alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e sociais. Já o consumo
sustentável pode ser definido, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), como o uso de bens e serviços que atendam às necessidades
básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o
uso de recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de
poluentes durante todo ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se
coloque em risco as necessidades das futuras gerações.” (MMA).

A gestão ambiental de uma empresa precisa estar pautada no tripé da


sustentabilidade (visto anteriormente): meio ambiente, economia e sociedade.
Segundo PEREIRA (2007), “a ética nos negócios ocorre quando as decisões de interesse
da empresa também respeitam os direitos, os valores e os interesses relacionados
aos impactos gerados por ela, seja na sociedade, no meio ambiente ou no futuro da
própria organização”. É muito importante que o gestor exerça o seu papel de líder
para facilitar o processo de mudança de pensamento e incentive seus funcionários a
adotar a sustentabilidade não só na empresa, mas em todos os lugares.

EDUCAÇÃO 172 Qualifica DF


AMBIENTAL
Pereira (apud SANTOS,2007) apresenta as cinco etapas essenciais que a
empresa deve seguir para se tornar ambientalmente responsável: a primeira etapa
é avaliar todos os possíveis impactos que a empresa poderá causar na economia,
sociedade e no meio ambiente; a segunda é cruzar esses dados com o planejamento
estratégico da empresa; a terceira é pegar o resultado, avaliar e definir ou reformular
sua missão; a quarta etapa é buscar e implantar estratégias para efetivar essa missão;
e a quinta e última é divulgar as ações e os resultados para o público que presta
serviço.

A empresa não precisa investir muito capital para se efetivar sustentável, precisa
apenas capacitar e esclarecer seus objetivos para a sociedade e se tornar consciente
a respeito dos seus impactos para com o meio ambiente.
As ações sustentáveis de uma empresa podem gerar um retorno positivo à
medida que a produtividade aumenta por causa da economia da matéria-prima.

Exemplos de empresas preocupadas com o


meio ambiente
Algumas empresas que são conhecidas por terem uma preocupação com o
meio ambiente incluem:
Patagonia: Uma empresa de vestuário outdoor que se orgulha de sua dedicação
à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente.
Tesla: Uma empresa de automóveis elétricos que busca revolucionar a indústria
automotiva e ajudar a combater as mudanças climáticas.
IKEA: Uma empresa de móveis que trabalha para tornar seus produtos mais
sustentáveis e minimizar o impacto ambiental de suas operações.
Unilever: Uma empresa de produtos de consumo que se compromete a alcançar
a neutralidade de carbono em suas operações até 2030 e a promover a agricultura
sustentável.
Google: Uma empresa de tecnologia que busca ser 100% alimentada por energia
renovável e ajudar a desenvolver soluções tecnológicas para os desafios ambientais.
Estas são apenas alguns exemplos, existem muitas outras empresas que
também estão comprometidas com a preservação do meio ambiente.

EDUCAÇÃO 173 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1 (CESGRANRIO) A sustentabilidade é um conceito fundamental na política de
segurança do meio ambiente e da saúde nas empresas. Esse conceito visa a:

a) Buscar, permanentemente, o aumento de produtividade e do crescimento


econômico, gerando emprego e renda.
b) preservar as fontes de recursos naturais, evitando uma maior exploração
desses recursos, de modo a evitar a degradação ambiental.
c) conciliar produção e crescimento econômico com preservação dos recursos
naturais.
d) demonstrar a total incompatibilidade entre crescimento econômico, geração
de emprego, renda e preservação ambiental.
e) manter os lucros da empresa, melhorando as condições de trabalho dos
funcionários.

2 (CESGRANRIO) As afirmações abaixo foram feitas por analistas em um fórum


sobre problemas ambientais no mundo de hoje.

João – O uso do meio ambiente na produção de bens e serviços para os seres


humanos sempre gerou degradação ambiental em grande escala, em função dos
despejos de materiais e energia não aproveitados.
Luiza – A Revolução Industrial é considerada um marco importante na
intensificação dos problemas ambientais, pois antes dela a sociedade considerava a
degradação do ambiente como um sério risco para as gerações futuras.
Antônio – O aumento da escala de produção e consumo tem sido um importante
fator que estimula a exploração dos recursos naturais e eleva a quantidade de
resíduos, contribuindo para o estado atual de degradação ambiental.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões) de
a) João, apenas;
b) Antônio, apenas;
c) João e Luiza, apenas;
d) Luiza e Antônio, apenas;
e) João, Luiza e Antônio;

Educação Ambiental na Constituição Federal


O que é a Constituição Federal?
Você sabia que a constituição de 1988, a atual, é a sétima constituição do
Brasil. A constituição é um documento que apresenta um conjunto de leis
que organiza a sociedade e foi elaborado por uma Assembleia Constituinte.
Basicamente representa os direitos e os deveres dos cidadãos brasileiros.

EDUCAÇÃO 174 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 19 - Constituição Federal.
Fonte:http://www.jornalgrandebahia.com.br/2015/12/impeachment-e-mais-que-um-juizo-de-conve-
niencia-por-fernando-santana/constituicao-federal-de-1988/

Tratar do meio ambiente na Constituição Federal é revelar a importância da


preocupação com a escassez dos recursos que necessitamos para sobreviver. O
Brasil nem sempre se preocupou com a questão ambiental, seu primeiro passo
rumo à proposta de preservação do meio ambiente foi dado quando participou da
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo no
ano de 1972.
Após diversos debates sobre a importância de buscar a conscientização cidadã,
formularam-se várias leis extremamente importantes, como a de número nº 6.938/81
que trata da Política Nacional do Meio Ambiente e a preservação da qualidade
ambiental para o desenvolvimento humano com base em alguns princípios:
[...]

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,


melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I - Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando
o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - Recuperação de áreas degradadas;
IX - Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente (BRASIL, 1981).

EDUCAÇÃO 175 Qualifica DF


AMBIENTAL
Com base nesse artigo percebe-se a relevância do tema discutido em
Estocolmo sobre desenvolver-se de modo a preservar o meio ambiente para vida
humana no futuro. Além de salientar princípios para que essa conscientização ocorra,
essa lei esclarece alguns conceitos como o de meio ambiente, poluição, degradação
ambiental e o agente poluidor:

[...]
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - Meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;
II - Degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características
do meio ambiente;
III - Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) Afetem desfavoravelmente a biota;
d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV - Poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental [...]
(BRASIL, 1981).
A partir dessa lei um sistema de políticas públicas começou a sair do papel e
de fato atuar efetivamente na proteção ambiental. Pode-se destacar a Lei nº 6.902 de
1981 que institui áreas de preservação ambiental.
Na constituição atual o meio ambiente é tratado em diversas categorias. No
título II, capítulo II (dos direitos e deveres individuais e coletivos), art. 5º, inciso LXXIII
que versa sobre a atuação do cidadão frente à atos danosos:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência; [...] (BRASIL, 1988).
No título VII, capítulo III (da política agrícola e fundiária e da reforma agrária),
art. 186, trata sobre a função social da terra, onde para que esta seja cumprida precisa
seguir requisitos, sendo um deles o de “[...] utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;” (BRASIL, 1988).
O título VII trata da Ordem Social e traz um capítulo que aborda especificamente
a questão ambiental. O capítulo IV, art. 225 nos diz que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações (BRASIL, 1988).
Ou seja, todo cidadão tem direito de usufruir o meio ambiente não degradado,
sendo essencial para o desenvolvimento do ser vivo, revelando a necessidade do uso
consciente dos recursos naturais, cabendo ao Estado e ao povo não o destruírem,
tendo em vista que esta e futuras gerações precisarão dele.

EDUCAÇÃO 176 Qualifica DF


AMBIENTAL
Para que isso seja efetivado é necessário que o Poder Público
[...]
III - Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988).
Note que há a promoção da Educação Ambiental como ferramenta para
o cumprimento do que está disposto na constituição, de modo que a partir dela
e, conscientizados de seu papel importantíssimo para a preservação do meio, o
ser humano poderá fiscalizar e possibilitar um meio ambiente sadio para seus
descendentes.
Para finalizar, no capítulo sobre o Meio Ambiente a constituição nos diz em
seus parágrafos que:
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
A inserção do meio ambiente na Constituição de 1988 fez com que essa questão
tivesse uma maior visibilidade, mostrando que a proteção do meio é feita de forma
coletiva.
A Lei nº. 10.257/2001, denominada como Estatuto da Cidade, estabelece as
diretrizes para regulamentar o uso da propriedade urbana de maneira a atender os
interesses e o bem coletivo, levando em consideração o equilíbrio ambiental. No art. 2,
inciso I, fica garantido o direito a cidades sustentáveis, ou seja, cidades que ofereçam
saneamento ambiental, infraestrutura urbana, transporte, serviços públicos, entre
outros para essa geração e as futuras.
O inciso IV diz que é necessário um planejamento das cidades, pensando na
distribuição da população e das atividades de modo a evitar distorções no crescimento
urbano e efeitos negativos sobre o meio ambiente; incluindo a proteção, preservação
e recuperação do mesmo.
A Lei nº 9.605 de 1998 dispõe sobre as sanções penais e administrativas a respeito
da conduta lesiva ao meio ambiente, podendo o infrator ser preso e/ou pagar multas
a depender da gravidade do dano causado ao meio ambiente.
O Decreto de lei de nº 25 de novembro de1937 institui a Proteção ao Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, incluindo os patrimônios de ordem natural, como diz o
parágrafo 2º deste decreto:
Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos
a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que
importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela
natureza ou agenciados pela indústria humana (BRASIL, 1937).

EDUCAÇÃO 177 Qualifica DF


AMBIENTAL
A Lei nº 9.433 de janeiro de 1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos
e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. Essa política se
baseia nos seguintes fundamentos:
I - A água é um bem de domínio público;
II - A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
humano e a dessedentação de animais;
IV - A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas;
V - A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
VI - A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com
a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades (BRASIL,
1997).
Observe que essa lei informa aos cidadãos que a água é um bem público e
que, além de poder ser comercializada, é um recurso natural finito, ou seja, que um
dia esse recurso pode acabar. Além de esclarecer que é com a participação do Poder
Público e das pessoas que essa política trará resultados.

Espere aí! Você sabe o que são os recursos hídricos?


Recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas que estão
disponíveis para utilização.

Para isso, foram lançados diversos objetivos:


I - Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água,
em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II - A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte
aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
IV - Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de
águas pluviais (BRASIL, 1997).
Ficaram esclarecidas aqui as principais leis que citam a necessidade da
preservação e do uso controlado dos recursos naturais terrestres. Tratar desse
assunto é de extrema importância para que todos tomem consciência do valor que
a ação coletiva exerce no meio ambiente, tanto para fins de degradação quanto para
manter o ambiente salubre.

EDUCAÇÃO 178 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1. Assinale C para os itens corretos e E para os incorretos. Corrija os itens
errados.

1- O Brasil possuiu apenas uma constituição que é a atual, formulada em 1988.


2- A constituição é um documento que apresenta um conjunto de leis que
organiza a sociedade e foi elaborado por uma Assembleia Constituinte.
3- A Lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo a
permanência da degradação ambiental, de modo a propiciar uma qualidade de vida
adequada para os seres vivos.
4- Essa mesma Lei conceitua o meio ambiente como o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas.
5- Degradação a alteração positiva das características do meio ambiente.
6- Poluidor é toda pessoa física ou jurídica responsável, direta ou indiretamente,
por atividade danosa ao meio ambiente.

2. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência; [...] (BRASIL, 1988).
De que forma esse trecho se assemelha à Educação Ambiental?

3. Com base na Lei n.º 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), julgue em CERTO ou


ERRADO os itens subsequentes. Justifique as erradas.
1- O direito a cidades sustentáveis, conforme definição legal compreende o
direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana,
ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações.
2- É necessário um planejamento das cidades, pensando na distribuição da
população e das atividades de modo a evitar o crescimento urbano e efeitos positivos
sobre o meio ambiente;

4. A respeito da Política Nacional de Meio Ambiente, dos recursos hídricos e


florestais e dos espaços territoriais especialmente protegidos, julgue os itens a
seguir. Justifique os itens errados.
1- De acordo com a Lei n.º 9.433/1997, a unidade territorial para a implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos é a bacia hidrográfica, cuja gestão é
centralizada e de responsabilidade dos entes da Federação por ela abrangidos.
2- A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei no 9.433 de 8 de janeiro
de 1997, tem como objetivos assegurar à atual e às futuras gerações a necessária
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
a utilização racional e integrada dos recursos hídricos [...].
3- A água é um bem público, é considerado um recurso ilimitado e pode ser
comercializada.
4- A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

EDUCAÇÃO 179 Qualifica DF


AMBIENTAL
Resíduos Sólidos - Reuso e Reciclagem
Você já se perguntou“para onde vão todos os resíduos que produzimos em
casa? E nos hospitais? E os produtos eletrônicos que tanto gostamos?”.
No caso do Distrito Federal, todos esses resíduos, até 2018, íam para o Lixão
do Jóquei (também chamado de lixão da Estrutural) ou erroneamente chamado de
Aterro do Jóquei. Mas por que é errado chamar de aterro? Explicarei nas próximas
páginas.

O Lixão do Jóquei já foi maior depósito de lixo a


céu aberto da América Latina. Chegou a ter cerca de 55 metros de altura e
ocupava 200 hectares.

Figura 20 - Projeto do Plano Piloto,DF. Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitex-


tos/08.086/234

Brasília foi pensada e planejada minuciosamente, na época de sua construção


era vista como “a Capital da esperança”, título esse que encheu os olhos de pessoas
que viviam em precárias condições de vida em outras regiões. Em busca de emprego,
melhores condições de sustentar suas famílias, diversos trabalhadores se deslocaram,
principalmente do Nordeste, para o centro do Brasil. Obviamente haveria um enorme
crescimento demográfico acarretando diversas ocupações irregulares no que hoje
se solidificou como a Esplanada dos Ministérios.

EDUCAÇÃO 180 Qualifica DF


AMBIENTAL
Dado o enorme crescimento populacional e quanto mais gente mais rejeitos
são produzidos, houve a necessidade de alocar tudo isso. Na época – década de
1960 – a distância entre um local e outro era diferente de como é atualmente, havia
poucas estradas para deslocamento de pessoas e veículos. Então, há cerca de 20 km
do Plano Piloto iniciaram a deposição do lixo produzido na Nova Capital.
A Cidade Estrutural “abrigou” por vários anos o maior lixão a céu aberto da
América Latina. O lixão da Estrutural, como era conhecido, tinha uma enorme
importância econômica para a cidade, esse depósito de lixo trazia diversos danos
ao meio ambiente e consequentemente à saúde pela sua falta de planejamento
locacional, tendo em vista que o local se dispõe muito próximos às casas e os limites
do aterro coincidem com os limites do Parque Nacional de Brasília.
A Lei Federal nº 12.305 de agosto de 2010 instituiu um Política Nacional de
Resíduos Sólidos e determinou a desativação de lixões e a implantação de aterros
sanitários para a destinação final de rejeitos.

A Lei nos diz:


VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos; (BRASIL, 2010).
Mesmo com essa Lei do ano de 2010, o lixão da Estrutural só foi desativado no
dia 20 de janeiro do ano de 2018 após uma determinação do Tribunal de Justiça do
DF que já se arrastava desde 2007. Para receber o lixo que outrora ia para o lixão da
Estrutural, foi criado o Aterro Sanitário de Brasília, na cidade de Samambaia, que
recebe cerca de 2,4 mil toneladas de lixo por dia.
Para muitos moradores o lixão é a única fonte de renda, vinda da separação
e venda de produtos recicláveis. Porém, a presença de algo tão danoso ao meio
ambiente numa cidade que ainda é tão precária de infraestrutura pública, faz com
que moradores de outras localidades vejam com preconceito a Cidade Estrutural,
chegando a chamá-los de lixeiros.

Figura 21 - Sociedade consumista.


Fonte: http://consumocomresponsabilidade.blogspot.com.br/2015/12/consumismo-o-ter-o-ser-con-
sumo.html

EDUCAÇÃO 181 Qualifica DF


AMBIENTAL
ATENÇÃO PARA AS PRÓXIMAS PÁGINAS: É DE GRANDE IMPORTÂNCIA QUE
SAIBAMOS PARA ONDE VAI O LIXO QUE PRODUZIMOS EM NOSSA SOCIEDADE.

Mas por que é errado jogar o lixo no lixão?


A figura 22 representa uma área de deposição final sem preparação anterior
do solo e nenhum tipo de tratamento do chorume. Este penetra no solo e leva
substâncias que podem contaminar tanto o solo quanto as águas subterrâneas.

Chorume é um líquido residual produzido pela decomposição de matéria


orgânica, como esterco, restos de alimentos, entre outros. É composto por uma
mistura de água, resíduos e bactérias e pode ser altamente tóxico e poluente. É
frequentemente gerado em aterros sanitários e indústrias agropecuárias, entre
outros. Por ser uma fonte de contaminação, o manejo adequado do chorume é
importante para preservar o meio ambiente e a saúde pública.

O funcionamento do lixão é simples: caminhões coletam o lixo, o transportam


até o local do lixão e o descarregam. Isso acontece diariamente, resultando em uma
montanha crescente de lixo.
Essa falsa solução tem como consequência a poluição de água, solo, ar e atração
de vetores de doenças, tais como moscas e ratos. Além disso, há riscos de ferimentos
graves causados por objetos cortantes, alimentos estragados e atropelamentos por
máquinas. Adicionalmente, a presença de pessoas, incluindo crianças, procurando
material para venda agrava a situação.
]

Figura 22 - Lixão.
Fonte: http://sustentahabilidadeanchietana.blogspot.com.br/2016/06/lixoes-vs-aterros-sanitarios.html

EDUCAÇÃO 182 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 23 e 24 - Caminhão depositando lixo e lagoa de chorume no lixão da estrutural.
Fonte: G1, 2018.

Mesmo após ser desativado, o lixão da estrutural segue recebendo entulho,


que são os resíduos da construção civil. O Aterro Sanitário Brasília, em Samambaia,
recebe apenas rejeitos que são resíduos sólidos que não podem ser processados
ou tratados pelos métodos convencionais de gestão de resíduos, como reciclagem,
compostagem ou tratamento térmico. Esses resíduos são geralmente perigosos ou
tóxicos e, por esse motivo, precisam ser armazenados em locais específicos e seguros,
longe da população e do meio ambiente.

Figura 25 - Aterro do Jóquei. Foto por Paula Froés.

Como o chorume polui as águas?


No nosso planeta existem águas subterrâneas, que são todas as águas situadas
abaixo da superfície terrestre e desempenham um papel crucial no ciclo da água e
na preservação da biodiversidade. Quando o chorume se infiltra na terra, essas águas
são contaminadas por todos os componentes químicos presentes nesse líquido. Se
for perfurado um poço artesiano próximo a esses depósitos de lixo, há uma grande
possibilidade de a água estar contaminada.

EDUCAÇÃO 183 Qualifica DF


AMBIENTAL
Diferentemente do lixão, o aterro sanitário é uma área que foi adequadamente
preparada para receber os resíduos, sendo atualmente considerada a melhor
alternativa para o descarte de lixo que não pode ser reutilizado.
Como funcionam os aterros: primeiramente, é escolhido um local distante das
áreas urbanas. Em seguida, o solo é nivelado e impermeabilizado com materiais
adequados para evitar vazamentos de chorume para o lençol freático. Então, os
resíduos não recicláveis, como lixo orgânico e hospitalar, começam a ser depositados.
Todos os dias, eles são cobertos com terra e compactados para evitar a proliferação
de animais que podem transmitir doenças.
Além da preocupação com o chorume, o aterro também pode utilizar o gás
metano como fonte de energia. Não há presença de catadores no local, e todo material
reciclável é separado dos resíduos orgânicos e hospitalares para ser encaminhado
para usinas de reciclagem.

Figura 26 - Usina de Triagem e Compostagem de Ceilândia. Fonte:CORSAP.

EDUCAÇÃO 184 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 27- Aterro Sanitário.
Fontehttp://sustentahabilidadeanchietana.blogspot.com.br/2016/06/lixoes-vs-aterros-sanitarios.html

Figura 28 - Aterro sanitário - Samambaia/DF. Fonte: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2017/01/17/


aterro-sanitario-de-brasilia-comeca-a-funcionar/

EDUCAÇÃO 185 Qualifica DF


AMBIENTAL
Vale destacar que todo aterro sanitário tem um tempo limitado de
funcionamento e, eventualmente, precisará deixar de receber resíduos. Isso significa
que outros locais serão necessários para construir novos aterros.
A vida útil de um aterro sanitário depende de vários fatores, como a capacidade
do aterro, a taxa de deposição de lixo, as condições climáticas e a implementação de
práticas de gestão ambiental. Em média, a vida útil de um aterro sanitário pode ser de
10 a 30 anos. No entanto, isso varia consideravelmente e alguns aterros podem durar
mais tempo ou precisar ser fechados antes, dependendo dessas condições. Logo,
quando um aterro é desativado, outro local já deve estar preparado para receber o
lixo.
É importante mencionar que ambos os métodos de descarte de lixo, o aterro
e o lixão, causam danos ambientais, embora o aterro tenha um impacto menor no
meio ambiente e na saúde humana.

SE LIGA!
Aterro sanitário e lixão são duas formas distintas de descarte de resíduos.
Ambas causam danos ao meio ambiente, como a liberação de gás metano.
No entanto, o aterro apresenta menor grau de contaminação do que o lixão.

Reuso e Reciclagem

Figura 29 – Triângulo da Reciclagem -


Fonte: https://comodescartar.com.br/3260/quais-os-simbolos-da-reciclagem-cores-e-significados/

Existem várias práticas que visam preservar o meio ambiente e garantir o


correto descarte de lixo, como a reciclagem e o reaproveitamento de materiais. O
símbolo da reciclagem é composto por três setas que ilustram o ciclo que começa na
indústria, passa pelo consumidor e termina na reciclagem pelo retorno ao processo
industrial.
A reciclagem é o processo de coleta, separação, tratamento e transformação
de materiais que já foram utilizados em novos produtos. A reciclagem tem como
objetivo aproveitar os recursos naturais de forma mais eficiente e proteger o meio
ambiente, reduzindo a quantidade de resíduos e a emissão de gases poluentes.

EDUCAÇÃO 186 Qualifica DF


AMBIENTAL
As principais etapas da reciclagem são:

Coleta seletiva: é a separação dos materiais recicláveis por parte dos


consumidores, para que possam ser encaminhados para reciclagem.
Triagem e separação: é a verificação dos materiais coletados para classificação
dos materiais e separação dos diferentes tipos de materiais, como papel, vidro,
plástico, etc.
Limpeza e trituração: consiste na limpeza dos materiais separados, retirada
de impurezas e trituração dos materiais para transformá-los em pequenos pedaços.
Processamento: é a fase de transformação dos materiais triturados em novos
materiais, como plásticos, papéis, etc.
Reutilização: é o uso dos novos materiais produzidos em processo de reciclagem
em novos produtos, completando o ciclo da reciclagem.

O reuso tem como objetivo prolongar a vida útil de um material, ou seja, o


item pode ser utilizado mais de uma vez. Existem vários exemplos de como reutilizar
produtos, como quando pessoas fazem doação de roupas, quando uma empresa
adota a postura de não utilização de copos descartáveis, ou seja, cada funcionário
possui seu próprio copo que pode ser utilizados muitas vezes, quando doa-se um
equipamento eletrônico que não atende mais às suas demandas.
Essas atitudes fazem com que cada vez menos resíduos sejam depositados em
lixões e aterros. Como vimos anteriormente, atualmente o aterro sanitário é o local
mais indicado para deposição do lixo não reciclável, porém esses aterros têm uma
idade para funcionar. Quando um aterro é desativado, outro deve estar pronto para
receber, com atitudes mínimas de reuso e reciclagem, haverá menos aterros e lixões.

Exercícios
1 Qual a destinação da maior parte dos resíduos produzidos no Distrito Federal?

2 Como funciona o lixão e de que forma ele pode contaminar o meio ambiente?

3 Como funciona o aterro sanitário e de que forma ele pode contaminar o meio
ambiente?

4 Tendo em vista as respostas das questões anteriores, qual é a destinação


mais apropriada para o lixo? Por quê?

EDUCAÇÃO 187 Qualifica DF


AMBIENTAL
5 Analise as alternativas sobre aspectos relacionados ao lixo e marque (V) para
as verdadeiras e (F) para as falsas.

a) O lixo é caracterizado como tudo aquilo que não tem mais utilidade e não
apresenta nenhum valor para o homem e, consequentemente, é jogado fora.
b) A destinação inadequada do lixo pode desencadear vários problemas
socioambientais, como, por exemplo, poluição do solo, entupimento de bueiros e
poluição visual.
c) A produção de lixo não é tão prejudicial ao meio ambiente, visto que em
todas as cidades brasileiras ocorre a coleta e o tratamento adequado desse material.
d) O lixo urbano recebe classificação de acordo com sua fonte geradora e
composição do material, havendo a necessidade de tratamento específico para cada
tipo de lixo.
e) A população não deve se preocupar em reduzir a produção de lixo, pois todo
esse material é reciclado, fato que fortalece a economia local.

6 Pesquise e escreva quais doenças podem ser causadas pela destinação


incorreta do lixo.

7 (SEE-MG 2012) No caso do Brasil, a geração do lixo ainda é, em sua maioria, de


procedência orgânica; contudo, nos últimos anos vem se incorporando o modo
de consumo de países ricos, o que tem levado a uma intensificação do uso de
produtos descartáveis. Sem dúvida, a associação do crescimento populacional
à intensa urbanização e às mudanças de consumo estão mudando o perfil do
lixo brasileiro. Porém, essa “modernidade” não está sendo acompanhada das
medidas necessárias para dar ao lixo gerado um destino adequado. Segundo
a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada em 1989 pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o brasileiro convive
com a maioria do lixo que produz. São 241.614 toneladas de lixo produzidas
diariamente no país. Fica a céu aberto (lixão) 76% de todo esse lixo. Apenas 24%
recebe tratamento mais adequado.
(Lixo, desafios e compromissos. http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/
lixo.pdf. Acesso em 20/09/2011)

Sobre a questão do lixo, está correto afirmar:


A. O lixo que fica a céu aberto tem um papel importante na transmissão de
doenças provocadas por vários organismos que vivem nele ou são atraídos por ele.
B. A quantidade de lixo doméstico produzida nas cidades é menor em bairros
mais ricos, pois o maior poder aquisitivo produz mais consciência em relação à
produção do lixo.
C. O destino adequado do lixo doméstico não deve ser responsabilidade
da população, mas do poder público, que deve implantar os serviços de coleta e
tratamento de lixo.
D. O lixo orgânico é mais prejudicial ao meio ambiente porque não pode ser
reutilizado nem reciclado, ficando acumulado nos lixões, ao contrário do que ocorre
com os produtos recicláveis

8 Quais as principais diferenças entre o ato de reciclar e reusar um material?

EDUCAÇÃO 188 Qualifica DF


AMBIENTAL
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei federal do Brasil que foi
estabelecida em 2010 com o objetivo de regulamentar a gestão de resíduos sólidos
no país. Ela visa promover ações efetivas para a gestão integrada e ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos, com o objetivo de proteger a saúde pública e o meio
ambiente.
A PNRS estabelece diretrizes e metas para a gestão de resíduos sólidos,
incluindo a responsabilidade compartilhada entre o poder público, a sociedade e
o setor empresarial, a promoção da logística reversa, o aumento da coleta seletiva
e o tratamento adequado dos resíduos. Além disso, a política também prevê a
criação de programas de educação ambiental para conscientizar a sociedade sobre
a importância da gestão adequada de resíduos.

Figura 30 – Política Nacional de Resíduos Sólidos. Fonte: https://www.redeodsbrasil.org/


post/2016/03/02/politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-lei-n-12305-2010

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é um conjunto de medidas e


diretrizes estabelecidas pelo Governo Federal do Brasil com o objetivo de regulamentar
a gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos no país. A PNRS foi instituída
pela Lei nº 12.305/2010 e tem como objetivos principais:
1. Promover a redução da geração de resíduos sólidos;
2. Fomentar a reciclagem e o reuso de materiais;
3. Assegurar a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos;
4. Garantir a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

EDUCAÇÃO 189 Qualifica DF


AMBIENTAL
Alguns dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
são:
1. Responsabilidade Compartilhada: A PNRS estabelece que a gestão de
resíduos sólidos é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público,
a sociedade e o setor empresarial. O poder público é responsável por estabelecer
políticas e diretrizes para a gestão de resíduos, enquanto a sociedade e o setor
empresarial são responsáveis por seguir as normas e práticas adequadas para a
gestão de resíduos.
2. Logística Reversa: A PNRS também prevê a implementação da logística
reversa, ou seja, o retorno dos resíduos ao setor produtivo para reaproveitamento ou
destinação adequada. Isso ajuda a reduzir a quantidade de resíduos que vão para
aterros e lixões e aumenta a reutilização e reciclagem de materiais.
3. Coleta Seletiva: A política incentiva a coleta seletiva de resíduos, que consiste
na separação dos materiais recicláveis dos resíduos destinados a aterros e lixões. Isso
ajuda a aumentar a reciclagem e a preservar os recursos naturais.
4. Tratamento Adequado: A PNRS estabelece a obrigatoriedade de tratamento
adequado dos resíduos sólidos, incluindo aterros sanitários e usinas de tratamento
de resíduos, para garantir a proteção da saúde pública e do meio ambiente.
5. Educação Ambiental: A política também inclui programas de educação
ambiental para conscientizar a sociedade sobre a importância da gestão adequada
de resíduos sólidos e estimular a participação da sociedade na implementação da
PNRS.
Em resumo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos é uma lei importante que
visa promover a gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos no Brasil,
protegendo a saúde pública e o meio ambiente e estimulando a responsabilidade
compartilhada entre o poder público, a sociedade e o setor empresarial.

Logística Reversa
A logística reversa é um conceito importante na gestão de resíduos sólidos que
se refere à prática de devolver os resíduos ao setor produtivo para reaproveitamento
ou destinação adequada. Ela é considerada uma das principais estratégias para a
gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
A logística reversa tem como objetivo reduzir a quantidade de resíduos
destinados a aterros e lixões, aumentar a reciclagem e reutilização de materiais e
preservar os recursos naturais. Além disso, a logística reversa também pode trazer
benefícios econômicos, pois permite ao setor produtivo obter matérias-primas a um
custo mais baixo e evita o desperdício de materiais valiosos.

EDUCAÇÃO 190 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 31 – Logística Reversa. Fonte: https://www.meioambiente.go.gov.br/noticias/2344-consulta-p%-
C3%BAblica-da-semad-ouve-popula%C3%A7%C3%A3o-para-implanta%C3%A7%C3%A3o-do-sistema-
-de-log%C3%ADstica-reserva-de-embalagens.html

A logística reversa é regulamentada por leis e normas específicas em muitos


países, incluindo o Brasil, onde é prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). Essas leis determinam quais tipos de resíduos são obrigatórios a serem
coletados de forma seletiva e como deve ser feita a logística reversa dos materiais.
Dá maior importância para resíduos como pneus, medicamentos, óleos, produtos
eletrônicos entre outros que não podem ser descartados como lixo comum.
A logística reversa funciona como um sistema de coleta seletiva e devolução de
resíduos sólidos ao setor produtivo para reaproveitamento ou destinação adequada.
O processo geralmente se desenvolve da seguinte maneira:

1. Coleta seletiva: O primeiro passo é a separação dos resíduos gerados pelos


consumidores e sua coleta seletiva. Isso pode ser feito através de contêineres de lixo
destinados a diferentes tipos de resíduos, como plásticos, papel, vidro e outros.
2. Armazenamento: Após a coleta seletiva, os resíduos são armazenados em
locais adequados até serem transportados para a destinação final.
3. Triagem: Antes de serem encaminhados ao setor produtivo, os resíduos
são submetidos a uma triagem para verificar a qualidade e a viabilidade de seu
reaproveitamento.
4. Devolução ao setor produtivo: Os resíduos que foram classificados
como viáveis para reutilização são encaminhados ao setor produtivo para serem
transformados em novos produtos.
5. Destinação final: Aqueles resíduos que não são viáveis para reutilização são
destinados a aterros sanitários ou outros locais adequados, de acordo com as normas
ambientais.

EDUCAÇÃO 191 Qualifica DF


AMBIENTAL
Em resumo, a logística reversa é uma estratégia importante na gestão de
resíduos sólidos que visa reduzir a quantidade de resíduos destinados a aterros e
lixões, aumentar a reciclagem e reutilização de materiais e preservar os recursos
naturais. É o produto retornar ao fabricante para a correta destinação.

Tipos de Lixos
Os tipos de lixo são classificados de acordo com sua composição e suas
características, sendo os mais comuns:
1. Orgânicos: São compostos por restos de alimentos, folhas, madeiras e outros
materiais que podem ser decompostos pela natureza.
2. Recicláveis: São compostos por materiais como plástico, vidro, papel, metal
e outros que podem ser reciclados e transformados em novos produtos.
3. Eletrônicos: São compostos por equipamentos eletrônicos como
computadores, televisores, telefones celulares e outros que possuem componentes
perigosos e precisam ser destinados corretamente para evitar impactos ambientais.
4. Perigosos: São compostos por materiais tóxicos e inflamáveis, como lâmpadas
fluorescentes, baterias, pilhas e outros que precisam ser destinados corretamente
para evitar impactos ambientais.
5. Resíduos hospitalares: São compostos por resíduos gerados em hospitais
e clínicas, como seringas, equipamentos contaminados e outros que precisam ser
destinados corretamente para evitar impactos à saúde pública.
Essa classificação é importante para que os resíduos possam ser destinados
corretamente e minimizar os impactos ambientais negativos. A regulamentação da
classificação de resíduos pode variar de país para país, porém é uma prática essencial
para a gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos.

Coleta Seletiva
As lixeiras coloridas para separação do lixo são uma estratégia utilizada para
fomentar a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos. Elas funcionam separando
os resíduos por tipos, como papel, plástico, vidro, metal, entre outros, em lixeiras de
cores diferentes.
A ideia por trás da utilização de lixeiras coloridas é incentivar a separação dos
resíduos em casa, para que possam ser reciclados de forma mais eficiente e adequada.
Isso permite a separação dos materiais por tipos, facilitando o trabalho dos coletores
e aumentando as chances de reciclagem dos resíduos.
Além disso, a utilização de lixeiras coloridas também ajuda a conscientizar a
população sobre a importância da gestão ambientalmente adequada de resíduos
sólidos e sobre a importância da reciclagem.
A utilização de lixeiras coloridas para separação do lixo é uma estratégia
amplamente utilizada em muitas cidades e países, e pode ser uma importante
ferramenta na busca por soluções mais sustentáveis para a gestão de resíduos sólidos.
A cor das lixeiras coloridas para separação do lixo é utilizada para identificar
o tipo de resíduo que deve ser descartado em cada uma delas. Embora as cores
possam variar de acordo com a cidade ou região, algumas das cores mais comuns e
seus respectivos significados são:

EDUCAÇÃO 192 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 32 – Lixeiras Para a Coleta Seletiva.
Fonte:https://sustentarqui.com.br/como-separar-o-lixo-para-reciclagem/

• Azul: para papel e papelão;


• Vermelho: para plástico;
• Verde: para vidro;
• Amarelo: para metal (alumínio e latas);
• Marrom: para resíduos orgânicos (restos de alimentos);

Existem mais cores de lixeiras para outros tipos de materiais como madeira,
resíduos perigosos como pilhas e baterias e lixeiras para lixo hospitalar, mas é
importante destacar que a cor das lixeiras coloridas para separação do lixo pode
variar de acordo com a cidade ou região, por isso é importante verificar as orientações
específicas de sua localidade antes de descartar os resíduos.
A utilização correta das lixeiras coloridas para separação do lixo é fundamental
para garantir a eficiência da coleta seletiva e a qualidade da reciclagem dos resíduos,
contribuindo para uma gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
Também é importante lembrar que não é necessário ter uma lixeira de cada cor para
fazer a separação do lixo em casa, separando o lixo úmido do lixo seco (orgânico e
reciclável) já é de grande ajuda para os catadores e para todo o processo de gestão
dos resíduos.

EDUCAÇÃO 193 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1. Qual é o objetivo principal da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) do
Brasil?

2. Quais são as principais medidas incluídas na Política Nacional de Resíduos


Sólidos (PNRS)?

3. Qual é a responsabilidade compartilhada estabelecida pela Política Nacional


de Resíduos Sólidos (PNRS)?

4. O que é logística reversa?

5. Como funciona a logística reversa?

6. Qual é o objetivo da logística reversa?

7. Quais são os tipos de lixo mais comuns e do que eles são compostos?

8. Por que é importante classificar os tipos de lixo?

9. Como as lixeiras coloridas para separação do lixo incentivam a coleta seletiva


e a reciclagem?

10. Quais são algumas das cores mais comuns usadas nas lixeiras coloridas para
separação do lixo e seus respectivos significados?

Indicadores Ambientais
Indicador ambiental é uma representação gráfica de dados e informações
acerca de um fenômeno urbano e/ou ambiental com o objetivo de informar de
maneira mais fácil as características desses fenômenos. Abaixo podemos perceber
que pouco sobrou do Bioma Mata Atlântica, o bioma mais desmatado da história do
Brasil.

EDUCAÇÃO 194 Qualifica DF


AMBIENTAL
Figura 33 - Remanescentes da Mata Atlântica. Fonte: SOS Mata Atlântica

EDUCAÇÃO 195 Qualifica DF


AMBIENTAL
A tabela abaixo demonstra os tipos de problemas ambientais mais comuns e
sugere uma forma de controle. Você consegue perceber algum desses problemas na
cidade em que mora?
PROBLEMA CARACTERÍSTICA FORMA DE CONTROLE
1. Poluição urbana, - Contaminação contínua - Tratamento, reciclagem
industrial e de mineração do ar, águas e do solo. de resíduos, mudanças
para tecnologias não
poluentes e restrição à
implantação de atividades
agressivas em locais
sensíveis.
2. Impactos ambientais - Construção de - Alterações tecnológicas
de empreendimentos reservatórios que e locacionais nos projetos,
econômicos de grande inundam grandes reposição da vegetação,
porte áreas e/ ou alteram as repovoamento de
vazões líquidas e sólidas espécies, implantação de
(sedimentos) dos cursos corredores de fauna etc.
de água; desmatamentos,
aterros e dragagem para
implantação de rodovias,
ferrovias e hidrovias,
barragens
3. Poluição originada na - Carreamento sazonal - Uso controlado de
atividades agrícolas de agroquímicos, agroquímicos; controle
contaminando o solo, biológico de praga,
águas superficiais e mudança para a
subterrâneas. agricultura orgânica ou
ecológica.
4. Diminuição das vazões - Aumento do consumo - Coordenação do uso da
fluviais pela irrigação de água em projetos água através de sistema
de irrigação, causando de outorga de direitos de
conflitos com outros uso; aumento da oferta
usos antrópicos e com o através de regularização
ambiente. de rios, controle de perdas
e adoção de tecnologias
de baixo consumo.
5. Degradação do solo. - Degradação acelerada - Uso de técnicas
Desertificação dos processos físicos, de controle; manejo
químicos e biológicos dos agrossilvipastoril;
solos em decorrência da terraceamento;
ação humana. agricultura florestal.
6. Poluição originada do - Caça e pesca - Controle e discriminação
turismo predatórias, despejo de das áreas para o uso
lixo, perturbação dos turístico.
ninhais e de outras áreas
de reprodução da fauna
silvestre.
Tabela 1 -Principais problemas ambientais - Fonte: http://www.semace.ce.gov.br

EDUCAÇÃO 196 Qualifica DF


AMBIENTAL
A emissão de CO2 na atmosfera pelo Brasil é menor que a média mundial, isso
ocorre porque a porcentagem de energia renovável que nosso país utiliza é de 39%.
Energia renovável é aquela produzida por recursos naturais renováveis, ou seja,
recursos que a natureza é capaz de repor e que estão disponíveis por um longo prazo.
Por exemplo, a energia eólica, energia gerada a partir dos ventos.

Figura 33 – Emissão de CO2 - Brasil

Já os recursos não renováveis são aqueles que não têm a capacidade de renovar-
se e demoram muito tempo para que se renove.
São esses recursos que o homem precisa ter consciência na hora de utilizar.
Carvão mineral, alumínio e gás natural são exemplos desses recursos.
A concentração de CO2 na atmosfera teve um crescimento significativo desde
o final do século XVII, isso é explicado pela expansão do número de indústrias,
urbanização e meios de transporte no mundo no século XXI. A queima de combustíveis
fósseis é a principal causa das emissões desse gás poluente, que se concentram nos
países ricos onde há um excessivo consumo de energia para atender as demandas

EDUCAÇÃO 197 Qualifica DF


AMBIENTAL
industriais, de transporte de residenciais. Os países pobres, os que se concentram na
faixa tropical do globo, contribuem para a poluição atmosférica com as queimadas
florestais.

Figura 34 - Os maiores emissores de CO2. Fonte: Silva porto consultoria.

Observando o gráfico acima é possível notar que entre os dez maiores


emissores de CO2 no mundo existem países altamente industrializados e também
países considerados em desenvolvimento.
A China, graças ao crescimento econômico acelerado nos últimos anos,
ultrapassou a maior economia do mundo – os Estados Unidos - na emissão de gases.
A Rússia tem apresentado uma queda na emissão devido a dissolução da União
Soviética e fragmentação de seu território.

EDUCAÇÃO 198 Qualifica DF


AMBIENTAL
Exercícios
1 Qual o país que mais emite CO2 na atmosfera? Por quê?

2. Observe a tabela dos problemas ambientais mais comuns, feito isso escreva
nesse espaço com detalhes de você identificou um desses problemas na cidade
onde você mora. (Não repita o mesmo de um exercício anterior, se for observar
apenas um tipo de poluição na sua cidade, escreva sobre alguma cidade que
você visitou e observou)

3. Pesquise outro tipo de energia renovável e escreva neste espaço. Cite ainda
se é possível que nosso país adote essa maneira de gerar energia.

Projeto Final
Esse projeto tem como objetivo colocar em prática toda a teoria apreendida até
agora. Esse trabalho deve ser elaborado por todos os alunos da turma em coletividade,
ou seja, haverá apenas um projeto por turma.
Para a elaboração desse projeto devem-se seguir três etapas:

A primeira é conhecer e listar quais prejuízos o seu campo de atuação pode


causar no meio ambiente.

A segunda é buscar soluções para esses prejuízos

A terceira é como executar essas soluções

Notem que a proposta do trabalho é que você tome conhecimento das suas
práticas profissionais e seja consciente no que tange a conservação do meio ambiente.

Lembre-se que Educação Ambiental é interdisciplinar. Utilize conhecimentos


adquiridos nas outras disciplinas para compor o projeto.

A produção de material impresso é obrigatória. Dê preferência para produção


de cartazes, pois o projeto final de todas as turmas será exposto na unidade de
ensino.

É obrigatória a participação de todos os alunos na confecção do projeto final.

EDUCAÇÃO 199 Qualifica DF


AMBIENTAL
Considerações Finais

Figura 35 - Irracionais. Fonte: Imagine

Espero que esse material contribua de forma significativa na vida de cada um.
Todos somos educadores, o que torna fácil a transmissão de conhecimento e sua
chegada em todo tipo de cultura.
Quanto mais cedo tomarmos consciência dos nossos danos ao meio ambiente,
mais cedo conseguiremos buscar soluções para preservação dele. Buscando sempre
um futuro sustentável, garantindo um meio ambiente saudável para as gerações
futuras.

EDUCAÇÃO 200 Qualifica DF


AMBIENTAL
Apresentação dos Autores
Jéssica Mendes Miranda,

Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de Brasília. Durante a


graduação desenvolveu projetos voltados para a educação e planejamento urbano,
permeando pelos temas de infraestrutura e qualidade de vida. Estagiou no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), na avaliação de desmatamento no
bioma Amazônico e Cerrado.
Possui formação complementar em cursos de curta duração como Cobrança
Pelo Uso dos Recursos Hídricos, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas;
Extensão Universitária em Ocupação e impactos ambientais no Cerrado pela
Universidade Estadual de Goiás; Extensão Universitária em Biogeografia e na análise
ambiental e monitora da disciplina de Cartografia na Universidade de Brasília. Além
de expor e apresentar trabalho no 13º Congresso de Iniciação Científica do DF e no
22º Congresso de Iniciação Científica da UnB.
Atuou como professora de Geografia na Secretaria de Educação do Distrito
Federal, no Projeto #Bora Vencer e professora de Educação Ambiental no mesmo
projeto.

Wallace Rafael França Sousa,

Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de Brasília. Durante


a graduação participou de projetos voltados para a educação como o projeto de
Residência Pedagógica – Subprograma de Geografia da CAPES atuando como aluno
residente dando aulas de Geografia para turmas do ensino fundamental. Também
atuou como professor de Educação Ambiental no Programa Qualifica DF.

EDUCAÇÃO 201 Qualifica DF


AMBIENTAL
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EDUCAÇÃO 203 Qualifica DF


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