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9 de março
Capítulo I - Noções introdutórias e Fontes do Direito do Trabalho
Docentes:
Mini-teste (que vale 100%) – a ideia é que será marcado para dia 17 de junho
Bibliografia:
Xavier, Bernardo da Gama Lobo — Manual de Direito do Trabalho. 4.ª edição revista e atualizada. Lisboa: Rei
dos Livros, 2020
RAMALHO, Maria do Rosário Palma - Tratado de Direito do Trabalho, Parte II - Situações Laborais Individuais.
7.ª Edição. Coimbra: Almedina, 2019
Código do Trabalho
16 de março
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a
sua atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas.
Artigo 97.º:
Artigo 97.º - Poder de direção
Compete ao empregador estabelecer os termos em que o trabalho deve ser prestado, dentro dos limites
decorrentes do contrato e das normas que o regem.
Cessando o contrato de trabalho, tenho o prazo de 1 ano para reclamar quaisquer créditos
emergentes da relaçao contratual – durante a vigência não é expectável que o trabalhador
exija os seus direitos. Muitos que levam o empregador a tribunal amargam esse facto por
terem tido a ousadia de o fazer.
Supressio – figura do abuso de direito. Pessoa que se conforma durante muito tempo sobre
um determinado resultado e passado muitos anos decide reclamar um direito.
10855/15.9T8CBR-A.C1.S1
1 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho podem ser afastadas por instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho, salvo quando delas resultar o contrário.
(…)
O trabalhador é uma pessoa singular e não uma pessoa coletiva, apesar de haver
divergência na doutrina.
Quem é que tenho do lado do trabalhador? Pessoa singular. Temos um trabalhador-tipo, ou
seja, há uma categoria só de trabalhador? Não. Há efetivamente normas que não fazem a
diferença entre o tipo de trabalhadores, mas há normas que fazem. Um dos aspetos que
vamos estudar é, por exemplo, o trabalho de menores. Há menores que em certas
condições podem trabalhar (artigo 66.º e ss.) e vão ter regras, por exemplo, na organização
do tempo de trabalho, diferentes, exatamente por estarem em causa menores. Atendemos
também ao trabalhador que tem responsabilidades parentais, tendo um regime próprio que
é o da parentalidade (art. 33.º e ss.). avançamos e vemos o estatuto do trabalhador
estudante (89.º e ss.) e ainda mais à frente encontramos a proteção que o legislador (artigo
85.º a 88.º) dá ao trabalhador que tem uma doença crónica. Assim, não há um trabalhador-
tipo.
Um ultimo exemplo é o chamado período experimental – vamos aprender que este existe e
consiste num período de experiencia definido na lei para verificar se a relaçao laboral tem
razão de ser, se há condições para ela ter lugar, se terá êxito, se há interesse na sua
manutenção. Há uma contrapartida – se não houver interesse qualquer parte pode por
termo a esta relaçao laboral sem qualquer problema. Ver. artigo 400.º
Nota – artigo 53.º da CRP – despedimento por justa causa. Tem de existir.
Quem é o empregador? Não tem especificidades. Que aspeto característico há que
atender? Artigo 100.º do código do trabalho, seguido do artigo 101.º:
Ex. Vamos aprender que quando estamos perante menos de 10 trabalhadores, estamos
perante uma micro empresa.
Artigo 100.º Tipos de empresas
1 - Considera-se:
2 - Para efeitos do número anterior, o número de trabalhadores corresponde à média do ano civil
antecedente.
3 - No ano de início da atividade, o número de trabalhadores a ter em conta para aplicação do regime é o
existente no dia da ocorrência do facto.
1 - O trabalhador pode obrigar-se a prestar trabalho a vários empregadores entre os quais exista uma relação
societária de participações recíprocas, de domínio ou de grupo, ou que tenham estruturas organizativas
comuns. 2 - O contrato de trabalho com pluralidade de empregadores está sujeito a forma escrita e deve conter:
c) Indicação do empregador que representa os demais no cumprimento dos deveres e no exercício dos direitos
emergentes do contrato de trabalho.
4 - Cessando a situação referida no n.º 1, considera-se que o trabalhador fica apenas vinculado ao empregador
a que se refere a alínea c) do n.º 2, salvo acordo em contrário.
5 - A violação de requisitos indicados nos n.os 1 ou 2 confere ao trabalhador o direito de optar pelo empregador
ao qual fica vinculado. 6 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto nos n.os 1 ou 2, sendo
responsáveis pela mesma todos os empregadores, os quais são representados para este efeito por aquele a
que se refere a alínea c) do n.º 2.
Relação coletiva é onde vamos ter os sujeitos desta relaçao coletiva. Começamos por
analisar o código do trabalho no seu artigo 404.º:
Artigo 404.º Estruturas de representação coletiva dos trabalhadores
Para defesa e prossecução coletivas dos seus direitos e interesses, podem os trabalhadores constituir:
a) Associações sindicais;
b) Comissões de trabalhadores e subcomissões de trabalhadores;
c) Representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho;
d) Outras estruturas previstas em lei específica, designadamente conselhos de empresa europeus.
1. É direito dos trabalhadores criarem comissões de trabalhadores para defesa dos seus interesses e
intervenção democrática na vida da empresa, visando o reforço da unidade das classes trabalhadoras e a sua
mobilização para o processo revolucionário de construção do poder democrático dos trabalhadores.
2. As comissões são eleitas em plenários de trabalhadores por voto direto e secreto.
3. O estatuto das comissões deve ser aprovado em plenário de trabalhadores.
4. Os membros das comissões gozam da proteção legal reconhecida aos delegados sindicais.
5. Podem ser criadas comissões coordenadoras para melhor intervenção na reestruturação económica e
por forma a garantir os interesses dos trabalhadores.
Artigo 56.º - (Direitos das associações sindicais e contratação coletiva)
1. Compete às associações sindicais defender e promover a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores
que representem.
b) Participar na gestão das instituições de segurança social e outras organizações que visem satisfazer os
interesses dos trabalhadores;
3. Compete às associações sindicais exercer o direito de contratação coletiva, o qual é garantido nos termos da
lei.
4. A lei estabelece as regras respeitantes à legitimidade para a celebração das convenções coletivas de
trabalho, bem como à eficácia das respetivas normas.
1 - Os trabalhadores têm o direito de constituir associações sindicais a todos os níveis para defesa e promoção
dos seus interesses socioprofissionais.
2 - Os empregadores têm o direito de constituir associações de empregadores a todos os níveis para defesa e
promoção dos seus interesses empresariais.
3 - As associações sindicais abrangem sindicatos, federações, uniões e confederações.
4 - As associações de empregadores abrangem associações, federações, uniões e confederações.
5 - Os estatutos de federações, uniões e confederações podem admitir a representação direta de trabalhadores
não representados por sindicatos, ou de empregadores não representados por associações de empregadores.
Artigo 470.º:
Artigo 470.º Precedência de discussão
Qualquer projeto ou proposta de lei, projeto de decreto-lei ou projeto ou proposta de decreto regional relativo a
legislação do trabalho só pode ser discutido e votado pela Assembleia da República, pelo Governo da República,
pelas Assembleias Legislativas das regiões autónomas e pelos Governos Regionais depois de as comissões de
trabalhadores ou as respetivas comissões coordenadoras, as associações sindicais e as associações de
empregadores se terem podido pronunciar sobre ele.
b) Acordo coletivo, a convenção celebrada entre associação sindical e uma pluralidade de empregadores para
diferentes empresas;
c) Acordo de empresa, a convenção celebrada entre associação sindical e um empregador para uma empresa
ou estabelecimento.
4 - Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho não negociais são a portaria de extensão, a portaria
de condições de trabalho e a decisão arbitral em processo de arbitragem obrigatória ou necessária.
Dentro dos negociais os mais importantes são as convenções coletivas mencionadas nestes 3 pontos do nº3.
Esta matéria das convenções coletivas não será muito abordada em aula, mas serão dadas
algumas notas: está presente nos artigos 485.º e seguintes.
Artigos 460.º e seguintes – ser desenvolvida a atividade sindical através de delegado
sindical.
23 de março
Subordinação
Retribuição
Artigo 59.º da CRP – este artigo, na sua alinea a), diz que “trabalho igual, salário igual” –
principio da igualdade.
Diploma que fixa a retribuição mínima mensal – 109-D/2021 e 273.º código do trabalho
258.º e ss – retribuição
O trabalhador coloca-se à disposição do trabalhador para exercer a sua atividade e o
empregador assume o risco.
Divagação:
Menção dos artigos 408.º, 410.º, 411.º código do trabalho
Falando da comissão do trabalhador, da associação sindical, etc, olhando para o regime da
comissão de trabalhadores, estão aqui previstos o credito de horas, direito a reunião,… ;
464.º e ss.; lembro da direção da associação sindical tem um regime especifico de crédito
de horas e faltas.
Ver 3 exemplos de acórdãos do moodle que dão uma perceção que algumas normas do
código civil que se aplicam às associações foram consideradas inconstitucionais
Fonte do direito – direito da união europeia (ver no moodle)
Não negociais
o Decisão de arbitragem necessária
496.º - principio da filiação – só são abrangidos pela convenção coletiva o empregador que
a subscreveu, ou o que faz parte da associação patronal que o subscreveu, …
Nota: 491.º
Instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho
Enquadramento
Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho são uma fonte de direito específica do contrato de trabalho em
funções públicas.
Assim, as relações de trabalho constituídas por contrato são reguladas não apenas pela lei, mas também pelos
instrumentos de regulamentação coletiva que lhes sejam aplicáveis.
Modalidades
Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho podem ser convencionais ou não convencionais, consoante,
respetivamente, as suas normas sejam ou não fruto da concordância obtida no decurso da negociação de um acordo
coletivo de trabalho.
Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho convencionais são: o acordo coletivo de trabalho, o acordo de
adesão e a decisão de arbitragem voluntária.
O instrumento de regulamentação coletiva de trabalho não convencional é a decisão de arbitragem necessária.
Os acordos coletivos de trabalho sejam eles, acordos coletivos de carreira ou acordos coletivos de empregador público,
são aplicáveis:
a) aos trabalhadores que exerçam funções nos empregadores públicos abrangidos, filiados nas associações sindicais
outorgantes no momento do início do processo negocial, bem como os que nela se filiem durante o período de vigência
dos mesmos acordos (nº 2 do artigo 370.º e n.º 1 artigo 371.º da LTFP)
b) aos restantes trabalhadores integrados em carreira ou em funções no empregador público a que é aplicável o acordo
coletivo de trabalho, salvo oposição expressa do trabalhador não sindicalizado ou de associação sindical interessada e
com legitimidade para celebrar o acordo coletivo de trabalho, relativamente aos seus filiados (nº 3 do artigo 370.º da
LTFP)
Depósito e Publicação
Os instrumentos de regulamentação coletiva são depositados na DGAEP, uma vez que esteja verificada a reunião dos
requisitos legais previstos no artigo 368.º da LTFP e posteriormente publicados na 2.ª série do Diário da República (n.º
1 do artigo 356.º da LTFP), também por iniciativa da DGAEP.
Negociais:
Acordo de adesão, art. 504º; processo de arbitragem voluntária 506º e 507º e convenções
coletivas de trabalho (encontrado em associação sindical e associação de empregadores.
Convenção coletiva: Contrato ativo de trabalho (quem negoceia é a associação sindical
daquele setor, do outro lado temos a associação de empregadores)
Art. 496º - princípio da filiação. Só são abrangidos o empregador que o subscreveu, ou o
empregador que faz parte da associação patronal que o escreveu.
491º nº3 admite que a própria associação sindical releve poderes. Não é comum, mas é
possível, desde que a empresa tenha 150 trabalhadores.
Art. 492º nº2 - o que se coloca numa convenção coletiva? As partes procuram estabelecer
regras relativamente ao cumprimento da convenção, meio de funções coletivos, os efeitos
da convenção se se verificarem as mesmas. A convenção tem natureza hibrida.
(nota: é possível ser estipulada na convenção uma clausula de paz social 1) o
trabalhador é sempre livre de aderir a greve, mesmo com a clausula de paz social, isto não
limita o direito constitucional do direito a greve; 2) se se verificar uma alteração anormal das
circunstancias - pandemia - poderá haver alterações a clausula.
Acordo coletivo de trabalho: no ponto de vista dos trabalhadores, nada muda, continua a ser
o sindicato. O que muda é o lado do empregador, ao invés da associação, temos uma
pluralidade de empregadores.
Acordo de empresa: do lado do trabalhador não muda nada também, mas do lado do
empregador temos uma empresa grande que possui força suficiente para regular.
PORTARIA DE EXTENSÃO
Definição Instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho (IRCT) de natureza
administrativa que estende total ou parcialmente uma convenção coletiva de trabalho ou
decisão arbitral a empregadores e/ou trabalhadores não filiados nas organizações
outorgantes.
PORTARIA DE CONDIÇOES DE TRABALHO (https://www.e-konomista.pt/portarias-de-
condicoes-de-trabalho/)
As portarias de condições de trabalho são atos emitidos em nome do Governo, submetidos
a aprovação por um ou mais ministros, sobre as condições de trabalho, e sendo assim
constituem um dos instrumentos de regulamentação coletiva não negociais. Quer isto dizer
que uma portaria serve para regulamentar grupos de trabalhadores que não são abrangidos
por uma regulamentação coletiva específica.
As portarias de condições de trabalho só podem ser emitidas como alternativa aos
instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais, nomeadamente às
associações sindicais e às portarias de extensão, ou seja, entram em ação sempre que
nenhuma destas situações, por razões de ordem social e económica, estejam em cima da
mesa.
A portaria das condições de trabalho está hierarquicamente abaixo das leis e de decretos
leis sobre esse tema. Por outras palavras, quando uma portaria de condições de trabalho é
aprovada e publicada, a lei não pode ser afastada no processo de regulamentação coletiva
em causa.
Ver: artigo 194.º - há normas que são imperativas, não podendo ser afastadas (art. 236.º;
250.º) e vamos ter normas que se podem ser afastadas por instrumentos de
regulamentação coletiva – artigo 3.º - em sentido mais favorável ou menos favorável? Salvo
se for nas matérias do nº3, o instrumento de regulamentação coletiva pode consagrar uma
solução menos favorável. A partir de 2003 temos esta regra. Ex. temos como limite 22 dias
de férias (237.º e 238.º).
O contrato de trabalho pode afastar o que está previsto na lei ou no instrumento de
regulamentação coletiva? a norma legal reguladora do contrato de trabalho só pode ser
afastada se a do contrato de trabalho for mais favorável.
Nota – artigo 3.º remete para 476.º
Usos
Código civil artigo 1.º - admitem-se os usos desde que não contrariem a boa fé.
Quando falamos de usos laborais temos de estar perante usos que não contrariam a boa fé,
que sejam rígidos (no sentido que não são mutáveis, são permanentes, por isso dizermos
que os usos devem ser fixos e devem ter a caraterística da constância).
1. As normas criadas por usos laborais são fonte (mediata) de direito e aplicam-se ao
contrato individual e à relação por ele criada.
2. Para relevarem como tal, os usos laborais devem representar uma prática social
reiterada e geral, sem a convicção da sua obrigatoriedade, passível de gerar efeitos
associados à tutela da confiança e expectativas das partes.
3. A aplicação temporalmente continuada e voluntária de um CCT pelo empregador à
generalidade dos seus trabalhadores é passível de integral um uso laboral relevante.
30 de março
CONTRATO DE TRABALHO
Contrato de trabalho – negócio jurídico obrigacional (inserido no âmbito do direito das
obrigações em especial e previsto no art 1152.º CC), de direito privado, bilateral (fruto do
encontro de duas declarações contrapostas com uma finalidade comum), típico, nominado,
sinalagmático (não perfeito), oneroso, comutativo, consensual (liberdade de forma, art 110.º
CT – apenas não estão sujeitos a forma os contratos que se desviam do contrato de
trabalho padrão; dever de informação, art 106.º + 107.º CT – empregador tem de prestar
determinado tipo de informações ao trabalhador por escrito – + 108.º + 109.º CT), tem
caráter intuito persona (art 777.º n2 CC – o empregador tem toda a legitimidade em se
recusar a receber de terceiro a prestação à qual está vinculado o trabalhador)
Esta presunção apenas se aplica contudo a relações laborais iniciadas após fevereiro/2009.
Às relações laborais iniciadas entre 2006 e 2009 aplica-se a presunção constante do CT de
2006, às iniciadas entre 2003 e 2006 aplica-se a presunção constante do CT de 2003, às
relações iniciadas antes de 2003 não se aplica a presunção.
O Supremo considera que a presunção do atual art 12.º CT não se pode aplicar a relações
laborais iniciadas antes da elaboração da norma, há contudo doutrina que considera que a
presunção deve ser imediatamente aplicada. [num exercício prático podemos tomar
qualquer posição, a que considerarmos mais adequada -> ler artigo do moodle]
Combater a utilização indevida do contrato de prestação de serviços:
Art 2.º n3 + 15.º-A da Lei n.º 107/2009 (aplicável às contraordenações laborais e de
segurança social; p.401 – meter post-it !)
Art 186.º-K e ss CPT
Lei n.º 63/2013 + Lei n.º 55/2017
6 de abril
Questão do objeto ou fim corresponder a uma atividade contraria à lei ou ordem publica –
124.º
Se uma das partes o souber, vai perder a favor da segurança social as vantagens auferidas
decorrentes do contrato e não se vai poder negar a cumprir as suas obrigações.
Professor Pedro Romano Martinez relaçao laboral de facto – não temos contrato de
trabalho porque é nulo ou anulável mas ficcionamos que o contrato produz efeitos como se
valido fosse. É uma Relaçao laboral de facto, pois não é de direito, porque não há contrato
de trabalho. ex. artigo 147.º nº2 alinea c) referencia a converter-se num contrato de trabalho
sem termo o celebrado a termo incerto ; ex. 2. O trabalhador é despedido no âmbito do
despedimento por justa causa e pode lançar mão de um procedimento cautelar que é
urgente e com rapidez que visa evitar a cessação do contrato suspendendo o
despedimento. Ou a decisão transitada em julgado nos dá razão e fica tudo bem, ou o
tribunal dá razão ao empregador. Como eu tinha pedido a suspensão do despedimento vou
trabalhar entre o momento em que fui despedida e a decisão transitou em julgado, então
estive a trabalhar enquanto na realidade não havia contrato de trabalho, então há uma
relaçao laboral de facto.
Podemos acordar certo tipo de clausulas (clausulas acessórias) – artigo 135.º (condição ou
termo suspensivo) , 136.º (pacto de não concorrência) e 137.º (pacto de permanência –
aquele empregador que quer oferecer uma pós-graduação, mestrado, licenciatura, etc, que
seja avultado)
Artigo 139.º (contrato a termo resolutivo)
Formação profissional – 130.º e ss.
Pacto de não concorrência 136.º nº2 requisitos
20 de abril
27 de abril
1 - O empregador não pode utilizar meios de vigilância a distância no local de trabalho, mediante o emprego de
equipamento tecnológico, com a finalidade de controlar o desempenho profissional do trabalhador. 2 - A
utilização de equipamento referido no número anterior é lícita sempre que tenha por finalidade a proteção e
segurança de pessoas e bens ou quando particulares exigências inerentes à natureza da atividade o justifiquem.
3 - Nos casos previstos no número anterior, o empregador informa o trabalhador sobre a existência e finalidade
dos meios de vigilância utilizados, devendo nomeadamente afixar nos locais sujeitos os seguintes dizeres,
consoante os casos: «Este local encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de televisão» ou «Este local
encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de televisão, procedendo-se à gravação de imagem e som»,
seguido de símbolo identificativo. 4 - Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto no n.º 1 e
constitui contraordenação leve a violação do disposto no n.º 3.
As camaras podem ser utilizadas, mas têm de ser utilizadas única e exclusivamente para
proteção de pessoas e bens. Ex. bancos, farmácia, supermercado. Hoje em dia temos de
considerar o artigo 21.º tacitamente revogado – o RGPD foi consagrado no nosso
ordenamento – lei 58/2019 que também se debruça nesta questão no artigo 28.º que vem
dizer até que ponto imagens podem ser utilizadas para fins disciplinares e é a mesma para
finalidades penais, tem de ser uma camara licita e tem de obedecer a este nosso artigo 20.º
do código do trabalho.
Política de compliance – não pedimos autorização à CNPD (comissão nacional da proteção
de dados) – tem de analisar o meio de vigilância, submeter aos critérios do RGPD e utilizar
os meios de vigilância. Estes meios não existem para vigiar/controlar o trabalhador. Quem
fala das camaras também fala do próprio sistema GPS. Ex. caso dos transportes ou até os
vendedores, os comerciais. Não pode ser utilizado para controlar os passos do trabalhador
nem as horas em que trabalha.
Sendo o meio perfeitamente lícito, e os trabalhadores saibam que têm GPS, que os dados
sejam descarregados pela empresa, e nesses downloads o empregador perceber que há
um comportamento ilícito pelo trabalhador, pode utilizar esta informação.
Nas camaras há ainda a obrigatoriedade de cumprir formalidades – dístico e em caso da
gravação o dístico informar isso mesmo. Não cumprindo isto, não podemos utilizar mesmo
que tenha captado uma infração disciplinar grave. Tudo isto vem entroncar no artigo 29.º - o
assédio:
Pode ser sexual, moral, no trabalho, etc. O assédio moral pode passar pela violação dos
direitos de personalidade, do uso abusivo de meios de vigilância à distância, do excesso de
tarefas (burnout), e vai passar por outros comportamentos como a questão das garantias do
129.º como a diminuição da retribuição, das limitações da transferência do local de trabalho
(129.º alinea f)), a categoria do trabalhador (não pode ser diminuída, salvo exceções), etc.
O assédio moral (29.º) demonstra-se por muitas e diversas práticas, mas em especial a
moral. Na moral, temos um comportamento indesejado, uma intenção imediata de exercer
pressão moral, e o objetivo ou efeito de criar um ambiente hostil/intimidativo. Não se exige
um objetivo, basta que se produza esse efeito. Ex. violação do dever de ocupação efetiva.
Artigo 23.º - Conceitos em matéria de igualdade e não discriminação
Artigo 24.º - Direito à igualdade no acesso a emprego e no trabalho
Artigo 25.º - proibição da discriminação – qual é então a arquitetura jurídica? Nesta situação
o trabalhador deve identificar os trabalhadores relativamente aos quais há a prática de um
ato discriminatório. Assim, há uma inversão do ónus da prova.
Quando estamos no âmbito do assédio com uma nuance de discriminação temos esta
vantagem e o empregador tem ele que demonstrar que afinal não há ali um assédio
discriminatório – um dos graves problemas do assédio é efetivamente a prova, pois a prova
é feita pelos colegas do trabalho, de modo interno, e então é difícil pois os colegas de
trabalho muitas vezes não se querem envolver. Assim, vemos no artigo 29.º a estabelecer
uma espécie de imunidade! “6 - O denunciante e as testemunhas por si indicadas não
podem ser sancionados disciplinarmente, a menos que atuem com dolo, com base em
declarações ou factos constantes dos autos de processo, judicial ou contraordenacional,
desencadeado por assédio até decisão final, transitada em julgado, sem prejuízo do
exercício do direito ao contraditório.”
Artigo 66.º código do processo do trabalho - as testemunhas de assédio têm de ser
notificadas para comparecer em tribunal.
Artigo 127.º do código do trabalho – deveres do empregador dever (alinea a)) de respeito
por parte do empregador, alargamento para fazer constar a obrigação de afastar quaisquer
atos que afetem a dignidade do trabalho, etc.
283.º nº8 e nº9 do código do trabalho – Acidentes de trabalho e doenças profissionais
Assédio e condenação ser objeto de publicidade não pode ser dispensada no caso de
assédio!
Defesa do trabalhador vítima de assédio 331.º - o trabalhador pode ser objeto de sanção
disciplinar. – Sanções abusivas. Ex. 331.º nº1 a) reclamar legitimamente contra as
condições de trabalho. ; recusa de cumprir ordem a que não deva obediência (128.º),
exercer funções em estrutura de representação coletiva, e, claro, o assédio, na alínea d).
Não nos ficamos só por aqui, pois também se presume abusivo o despedimento quando
tem lugar até 6 meses após qualquer dos factos enunciados, e até 1 ano após a denuncia
ou (…).
O outro instrumento que o trabalhador tem ao seu alcance:
f) Ofensa à integridade física ou moral, liberdade, honra ou dignidade do trabalhador, punível por lei,
incluindo a prática de assédio denunciada ao serviço com competência inspetiva na área laboral,
praticada pelo empregador ou seu representante.
4 - A justa causa é apreciada nos termos do n.º 3 do artigo 351.º, com as necessárias adaptações.
5 - Considera-se culposa a falta de pagamento pontual da retribuição que se prolongue por período de 60
dias, ou quando o empregador, a pedido do trabalhador, declare por escrito a previsão de não pagamento
da retribuição em falta, até ao termo daquele prazo.
Estes são os fundamentos (140.º) mas não chega! Nos termos do 141.º o contrato tem de
ser reduzido a escrito, pois é um desvio ao contrato-regra, e deve conter:
Artigo 141.º Forma e conteúdo de contrato de trabalho a termo
Artigo 148.º - a duração máxima do contrato de trabalho a termo certo não pode exceder 2
anos; o contrato de trabalho a termo incerto não pode exceder 4 anos; aquele contrato que
tem como fundamento lançamento de atividade empresarial não pode exceder os 2 anos
posteriores.
Artigo 149.º - o contrato pode ser renovado até 3 vezes, mas temos uma nota no nº4 a
duração total das renovações não pode exceder a duração inicial. Se celebrar um contrato
por 6 meses a lei diz que o máximo são 2 anos, mas a renovação dele não vai poder
ultrapassar os 6 meses iniciais.
Qual a consequência da violação destas regras? Artigo 147.º nº2 – converte-se em contrato
de trabalho sem termo.
11 de maio
A Compensação
A compensação surge na linha do regime jurídico do contrato de trabalho a termo resolutivo.
Trabalho temporário: situação em que uma empresa especializada cede a título oneroso e
por tempo limitado a outra empresa a disponibilidade da força de trabalho de certo número
de trabalhadores que ficam funcionalmente integrados na organização da empresa
utilizadora.
Possibilita as empresas utilizadoras (EU) disporem de pessoal em caso de períodos de
ponta, ou em outros casos especiais sem necessitar de admitir mão-de-obra permanente -
empresa que, necessitando de preencher ocasionalmente determinados postos de trabalho,
recorre aos serviços de uma empresa de trabalho temporário (ETT), a qual tem por objeto
ceder onerosamente, isto é, a troco de trabalhadores que para aquele efeito contrata ou
então de que dispõe previamente através de um contrato próprio.
Na perspetiva da EU, trata-se de uma forma flexível de contratação de trabalhadores,
através de um contrato de prestação de serviço com uma ETT, pelo qual esta se obriga a
ceder um ou mais trabalhadores temporários (art.172º, alínea c).
Pressupõe-se um contrato de trabalho celebrado ou a celebrar entre uma ETT e um
trabalhador temporário pelo qual este se obriga a prestar a sua atividade a EU, mantendo-
se vinculado à ETT(art.172º).
A ETT, em execução do contrato entre ambas as empresas celebrado, vai contratar e ceder
à EU os trabalhadores necessários, os quais previamente se obrigam a desempenhar a sua
atividade ao utilizador em questão (ou a quaisquer utilizadores que lhes sejam indicados)
sob sua autoridade e direção.
Há uma verdadeira cisão da posição patronal, cujos poderes se repartem entre EU e a ETT:
uma dissociação ou partilha do estatuto do empregador pela ETT e pelo utilizador, sendo
atribuídas à ETT a quase totalidade das obrigações patronais e ao utilizador a quase
totalidade das obrigações patronais e aos utilizador a quase totalidade das respetivas
prerrogativas.
● o utilizador dirige, organiza e aproveita a prestação do trabalho e a empresa
fornecedora de trabalho temporário cuida do recrutamento, exerce o poder
disciplinar e garante a regularização da retribuição e da situação previdencial.
● o utilizado corre menos riscos de consolidação necessário do emprego (ex.: uma
admissão tornada obrigatória por força da lei) se recorrer à intermediação que lhe é
proporcionada pela ETT.
Lucro da ETT: remuneração, pela qual cede mão-de-obra por preço mais elevado do que
aquele que constituem os seus encargos com os trabalhadores, tendo ainda a vantagem de
dispor desses trabalhadores sem grandes encargos fixos ( e sem riscos, já que o contrato
com a antecede normalmente a contratação dos trabalhadores temporários) e em regime
não estável(modelo do contrato a prazo).
O trabalho temporário pode ser representado por uma estrutura triangular cujos vértices
são: a empresa de trabalho temporário; a empresa utilizadora; o prestador de trabalho.
● No vértice ETT encontram-se dois contratos: um de prestação de serviços entre a
ETT ea EU; um contrato de trabalho entre aquela ETT e o trabalhador temporário.
● Existe um relacionamento entre a EU e o trabalhador, que não é apenas de facto, já
que o trabalhador temporário voluntariamente e por força do seu contrato com a ETT
presta serviço à EU, que o recebe e dirige ao abrigo do contrato de utilização.
● Entre empresa utilizadora e o trabalhador temporária não há aqui um CT, não há
uma relação laboral, somente dá ordens; quem tem o poder disciplinar e quem tem
um CT com o trabalhador é a ETT.
Se não for cumprido, o contrato é nulo e o exercer por tempo indeterminado a atividade
para o utilizador.
NOTA: o contrato de utilização de trabalho temporário deve ter em anexo cópia da apólice
de seguro de trabalho que englobe o trabalhador temporário e a atividade a exercer por
este, sem que o utilizador é solidariamente responsável pela reparação dos danos
emergentes de acidente de trabalho.
Segundo o art 180º CT, o contrato de trabalho temporário só pode ser celebrado a termo
resolutivo, certo ou incerto, nas situações previstas para a celebração de contrato de
utilização.
À luz do art 180º, nº22 CT, é nulo o termo estipulado em violação do nº1, considera-se o
trabalho efetuado em execução do contrato como prestado à empresa de trabalho
temporário em regime de contrato sem termo (aplica-se o art 173º, nº6 CT), ou seja,
estamos perante um trabalhador contratador por tempo indeterminado.
18 de maio
Notas introdutórias:
Nos termos do artigo 147.º nº2 alinea c), há uma situação identifica à do artigo 178.º
modificação do tipo de contrato.
Menção do artigo 122.º - relação laboral de facto – aqui é igual
Vimos a possibilidade também de ser pactuada uma clausula de caducidade automática –
no termo do contrato, é referido que o contrato não irá ser renovado – há a possibilidade de
o trabalhador continuar a desenvolver a sua atividade na empresa sendo levantada a
questão, está contratado por tempo indeterminado, ou entende-se que verbalmente ou
tacitamente as partes entenderam que aquela clausula deveria ficar sem efeito (isto não é
possível – se o contrato de trabalho está sujeito ao forma escrita, também estão sujeitas as
suas alterações 221.º nº2 e 220.º do código civil). Se as partes não quiserem que a
clausula produza os seus efeitos fazem, por escrito, então, essa alteração. Se não for,
temos uma nulidade.
Artigo 366.º - falámos no cálculo da indemnização – para o contrato de trabalho a termo
temos de ter em atençao ao nº2 alinea c) e depois o nº6 (quem recebe a compensação
presume-se que aceitou o despedimento, e se quiser afastar a presunção tem de devolver
imediatamente o dinheiro). Não se aplica apenas ao âmbito do despedimento coletivo! Se
houver um contrato a tempo incerto isto aplica-se.
O contrato a termo, do qual estamos a falar, é um contrato que o legislador cada vez é mais
restritivo na medida em que vem criar, manter, sustentar uma situação de precaridade no
trabalho que contraria o artigo 53.º da CRP, e então temos um regime bastante exigente, e
o direito do trabalho, estando muito vinculado à segurança social, no 55.º-A está
inclusivamente prevista a existência de um agravamento da contribuição para os que
utilizarem o contrato a termo de forma excessiva. Então, se uma determinada empresa está
acima da média, terá um agravamento no seu TSU.
// fim do contrato a termo //
Categoria e Antiguidade
Antiguidade artigo 129.º j), 112.º
Importante não só no caso de despedimento por justa causa, mas também no IRCT onde se
fala das Diuturnidades, que são em função da antiguidade. Artigo 391.º relativo à
indemnização do despedimento por justa causa, o 396.º, o 366.º, vemos que se fala da
retribuição-base e diuturnidades.
Categoria aparece relacionada a vários outros conceitos. Funções que o trabalhador
exerce na empresa. Categoria normativa – estão previstas no instrumento de
regulamentação coletiva. A categoria profissional também acaba por ser importante na
medida em que nos explica quais as qualificações que o trabalhador deve ter para exercer
as funções. Acaba também por assumir relevo no âmbito da posição hierárquica do
trabalhador na empresa – consigo em sede de organograma identificar a posição do
trabalhador na empresa e pode ser importante em termos de salvaguarda dos direitos.
Artigo 129.º e) mudar o trabalhador para categoria inferior – proteção da categoria. Uma
vez atribuída, não a pode ver diminuída, salvo nos casos previstos na lei (ex. comissão de
serviço e as situações que veremos adiante).
115.º cabe as partes determinar por acordo as atividades para que o trabalhador é
contratado. O nº2 faz a ressalva de que isto pode ser feito se fizermos a remissão para o
instrumento de regulamentação coletiva.
O trabalhador é contratado para prestar que tipo de funções? Artigo 118.º nº1 –
correspondentes à atividade para que se encontra contratado – princípio do pacta sunt
servanda/ princípio da invariabilidade da prestação (406.º código civil). será que este
princípio é absoluto? Não!
O trabalhador não só é contratado para exercer as funções para as quais foi contratado,
mas também para exercer funções afins ou funcionalmente ligadas – 118.º nº2 e nº3
polivalência funcional. Requisitos:
1. A função tem de ser afim ou funcionalmente ligada àquela para a qual foi contratada
2. Para as quais o trabalhador tenha qualificação adequada – que tipo de qualificação
é esta? Não diz se é académica ou profissional. O Supremo entende, bem como a
doutrina, que seja profissional.
3. Esta ordem não pode implicar desvalorização profissional do trabalhador – o que
quer dizer, visto que a lei não define? A doutrina e a jurisprudência dizem-nos que a
desvalorização profissional existe quando o trabalhador é colocado numa situação
humilhante, verdadeiramente numa posição de vergonha objetivamente falando, e
não pessoalmente.
Verificados estes requisitos, o trabalhador tem de cumprir estas funções, e se não fizer está
a incorrer no previsto no 129.º e).
Acresce o que nos diz o nº4 do artigo 118.º - remissão para 267.º do código do trabalho.
Definição de função afim ou funcionalmente ligada acórdão que está no moodle “ius
variandi” de 20 de outubro de 89. Nº1 “quando há uma relaçao de condição, ou porque é
condição dela ou condicionada por ela.” / ”quando têm em comum os conhecimento
técnicos ou capacidade prática”.
Nº5 salvo acordo em contrário, o trabalhador não adquire a categoria relativa às funções
temporariamente exercidas – coloca-se com especial enfase quando são funções de
categoria superior – durante muito tempo eu que era assistente administrativa na empresa,
e que tinha o curso de contabilidade, e assumi funções de contabilista na empresa.
Ganhando antes 700 euros, como contabilista 800 euros, durante esse tempo desenvolverei
as funções de contabilista e ganharei 800 euros. Não irá, no entanto, adquirir a categoria.
Se for excedido o período de 2 anos significa que o exercício das funções não foi
temporário! Portanto, nestas circunstâncias sim, o trabalhador deverá adquirir a categoria,
mas os tribunais têm entendido que não.
Norma facultativa que as partes podem lançar mão ou não 120.º nº2 – este acordo
caduca no prazo de 2 anos se não tiver sido aplicado. Isto pode dar aso a abusos e levanta-
se o problema de em que termos iremos alargar o ius variandi. O que temos de fazer é uma
interpretação restritiva! Este alargamento é possível, mas teremos de observar o que está
minimamente previsto no artigo 120.º. Nos termos do nº6, poderá ser alterado por IRCT.
Há a possibilidade de neste ius variandi exercer funções de categoria inferior, mas manter a
minha retribuição anterior, superior – isto é mais uma exceção da alinea e) do artigo 129.º.
outra exceção é a do artigo 119.º.
129.º alinea d), alinea e)
129.º aliena f) – esta última consagra o princípio da inamobilidade do trabalhador. Remissão
para 193.º e 194.º do código do trabalho – questão do local de trabalho.
O que é o local do trabalho? Artigo 193.º.
Pode o trabalhador ser transferido de local de trabalho? Sim, se for observado o disposto no
código do trabalho – artigo 194.º - ou no IRCT. A transferência pode ser uma transferência
individual (só aquele trabalhador) ou coletiva (toda a gente). Estas transferências podem ser
temporárias (vai trabalhar naquele local durante um tempo apenas) ou definitivas (vai
passar a trabalhar naquele sítio). Por regra, tem caráter definitivo.
Artigo 194.º remete para o Artigo 411.º - aquele trabalhador representante dos
trabalhadores só pode ser transferido com o seu acordo a não ser que seja a extinção ou
mudança total do estabelecimento.
Remissão do artigo 194.º para o artigo 425.º alinea b)
Em termos de regime:
25 de maio
Tempo de trabalho
Cessação de contrato – questão do despedimento com justa causa
3 grandes temas até agora cessação do contrato, retribuição e tempo de trabalho
Tempo de trabalho
Está associado, também, à retribuição e à cessação do trabalho. Não é possível dar esta
matéria sem abordar as outras, de forma estanque, é uma matéria articulada.
É um dos aspetos mais importantes para o trabalhador porque obviamente vamos balizar
aquilo que é o período normal de trabalho, o que o vai ultrapassar, quais os limites do
tempo de trabalho, para entendermos também se a pessoa está ou não bem retribuída, se
há prestações que estão em falta, e é em termos práticos uma das principais questões
analisadas em tribunal – menção do trabalho suplementar, aquele que é prestado para além
do período normal de trabalho.
Esta matéria do tempo de trabalho está plasmada no artigo 197.º do código do trabalho.
1.º aspeto: o que é o tempo de trabalho? É o período de tempo em que o trabalhador está a
prestar atividade ou permanece adstrito à prestação dessa atividade.
197.º nº2 pausas estão articuladas, integradas, no tempo de trabalho
Período normal de trabalho -Tempo de trabalho a que o trabalhador se obriga
Artigo 200.º Horário de trabalho – as horas de início e termo do período normal de
trabalho
201.º período de funcionamento – matéria que aparece na lei 105/2009 que regula o
código do trabalho (remissão para o artigo 16.º)
202.º referência ao aspeto de, quando um dia prestarmos assessoria a uma empresa, ou
tivermos uma empresa, temos de ter atençao ao registo do tempo de trabalho
3. Horário concentrado dizem que poderá ser um caminho para o futuro, de maneira
a reduzir a semana de trabalho, e é mesmo isso que ele vem permitir. Vai permitir
que seja aumentada até 4h diárias o período normal de trabalho por acordo ou por
IRCT, ou seja, concentrar os dias de trabalho em 4h, e é vantajoso para ambas as
partes. O empregador consegue uma melhor gestão dos recursos humanos e o
trabalhador tem mais tempo livre. Quem tem horário concentrado não pode ficar
sujeito, ao mesmo tempo, à adaptabilidade.
Estas são as formas que temos para conseguir moldar o tempo de trabalho do trabalhador
às necessidades da empresa.
Há um conjunto de trabalhadores que tem um regime especial!
Artigo 204.º - tomar nota das seguintes remissões:
o Parentalidade – artigo 58.º - a trabalhadora grávida (…) tem direito a ser
dispensada destas 3 figuras
o Regime do trabalho de menores – artigo 74.º - estão dispensados desta
prestação de trabalho se puder prejudicar a segurança e saúde no trabalho
o Artigo 87.º - doente cronico ou trabalhador com deficiência
o O trabalhador-estudante – artigo 90.º - também tem no nº7 o direito a um dia
por mês de dispensa sem perda de direitos quando presta trabalho de
acordo com um destes 3 institutos – este exemplo não é uma dispensa,
como os anteriores, mas sim um regime especial per si.
Trabalho suplementar
Artigo 226.º - o que é? A lei é clara, sendo o que é prestado fora do horário de trabalho.
Artigo 218.º - isenção de horário – as partes celebram em acordo escrito não com qualquer
trabalhador, havendo uma delimitação subjetiva, é o trabalhador que exerce um cargo de
administração/direção, o trabalhador que só pode trabalhar fora dos limites do horário, o
trabalhador em teletrabalho, e outros casos de trabalhador que trabalha fora do local de
trabalho (comerciantes). O IRCT pode prever outras modalidades. Uma assistente
administrativa, uma rececionista, não pode ter isenção de horário. Que modalidades é que
temos?
1. A regra, a supletiva, é a isenção de horário total, não há limites máximos para o
horário total de trabalho - Alinea a). A isenção de horário não prejudica o direito aos
feriados, ao descanso diário e ao descanso semanal.
2. Isenção de horário parcial – alinea b)
3. Isenção de horário com a manutenção do horário normal de trabalho – modalidade
de isenção de horário modelada. Estou dispensada de cumprir um horário, mas sei
que naquele dia tenho de trabalhar 8h e na semana tenho de trabalhar 40h.
Remissão para artigo 265.º - o trabalho isento do horário de trabalho tem direito a uma
comissão especifica prevista em IRCT
É por isso que, quando vimos o artigo 226.º do CT sobre o trabalho suplementar é
exatamente feita esta ressalva – atençao que o trabalho suplementar é prestado fora do
horário do trabalho, mas no caso em que o acordo de isenção de trabalho tenha limitado a
prestação deste a um determinado período diário ou semanal, tudo o que o excede será
trabalho suplementar.
Menção: Descanso diário – artigo 214.º - o trabalhador deve entre jornadas ter uma pausa
de 11h. ; atençao para os intervalos, também previsto na jornada de trabalho (213.º).
Interrupção de 1h a 2h, normalmente a pausa para almoço. A lei admite por IRCT ser
excluído, reduzido, ou até ter uma duração superior a este período, mas só mesmo por
IRCT e a ACT tem de apreciar o requerimento do empregador e os seus elementos.
Artigo 212.º - Quem elabora e determinada o horário de trabalho é o empregador, mas deve
ter em conta a segurança e saúde no trabalho, a conciliação entre vida pessoal e laboral,
etc. remissão deste artigo para 217.º.
Alteração do horário de trabalho a alteração deve ser sujeita à consulta dos
trabalhadores envolvidos, e até à comissão sindical se a houver, e ainda que vigore o
regime da adaptabilidade deve ser fixado no prazo de 7 dias.
Não é considerado trabalho suplementar o trabalho que é prestado pelo isento de horário
de trabalho em dia normal, quando não tem limites, aquele que é prestado para compensar
a suspensão da atividade (…), na tolerância dos 15 minutos, formação profissional, … e
depois temos a alinea g) que não falaremos agora. O trabalhador que se ausentou também
não se considera trabalho suplementar.
Cuidado! O trabalho suplementar está sujeito a requisitos:
1. Pode existir trabalho suplementar para fazer face a um acréscimo temporário da
minha atividade – tenho uma encomenda para terminar até à próxima semana, vou
pedir aos meus empregadores para que prestem trabalho suplementar – limites do
artigo 228.º
2. Aqui sem limites do 228.º nº1, pois vemos que o nº4 nos diz. Qual é? É o trabalho
prestado por motivo de força maior, quando visa reparar um prejuízo grave para a
empresa – 227.º nº2.
Nota: o trabalhador é obrigado a prestar trabalho suplementar. Pode, porem, solicitar, com
motivo atendível, a sua dispensa, mas há uma obrigação de prestar trabalho suplementar.
Também temos aqui um conjunto de trabalhadores que têm um regime distinto no que diz
respeito ao trabalho suplementar:
1. Artigo 59.º - parentalidade – por força deste artigo nós verificamos que a
trabalhadora gravida, com filho com idade inferior a 12 meses, não está obrigada a
prestar trabalho suplementar
Remissão do 227.º para 59.º
A trabalhadora que está a amamentar, se puser em causa a sua saúde, também
não está obrigada a prestar este trabalho.
2. Artigo 75.º - o menor – não pode prestar trabalho suplementar, mas, atençao, pois
se já é aquele trabalhador que tem 16 anos e for indispensável para reparar
prejuízo grave devido a facto anormal, imprevisível, pode prestar trabalho
suplementar, mas só se não houver outro trabalhador disponível, e só por 5 dias
uteis, e vai ter direito a descanso compensatório.
3. Artigo 88.º - doente crónico – não é obrigado a prestar trabalho suplementar.
4. Artigo 90.º - Trabalhador estudante – não +e obrigado exceto por motivo de força
maior ou (…)
229.º - não tenho direito a ter um descanso para compensar o trabalho que prestei? Esse
trabalho suplementar? Impedindo-o do descanso diário (remissão para 214.º), nos 3 dias
uteis seguintes tem direito ao descanso correspondente às horas em que não pôde
descansar.; Tem direito a um dia de descanso compensatório a gozar nos 3 dias uteis
seguintes; menção do artigo 230.º.
Tem de constar do registo, estar assinado pelo trabalhador, e se isto falha, se o trabalhador
mostrar que trabalhou para alem do horário do trabalho, a falta de registo vai implicar que
possa receber a retribuição correspondente a 2h.
É preciso pagar o trabalho suplementar ao lado do artigo 227.º devemos remeter para o
artigo 268.º. é pago pelo valor da retribuição horaria (271.º - valor hora) remuneração
mensal x 12 a dividir pelas 4h semanais x 52 semanas. Se se tratar de uma hora de
trabalho suplementar, ou da primeira hora, tem um acréscimo de 25%. Se for a segunda
hora tem um acréscimo de 37,5%. ; a outra retribuição é os 50% quando presta trabalho em
dia de descanso obrigatório ou feriado.
Quando o trabalhador vai para tribunal exigir o pagamento de trabalho suplementar, sendo
a prova difícil, tem de ser cumprido o nº3! Ou seja, não é o trabalhador por ser preguiçoso
durante o dia ou andar a passear. Só é trabalho suplementar se lhe foi pedido pelo
empregador, não é o trabalhador que decide ficar até mais tarde e depois ir para tribunal
pedir a remuneração/retribuição por esse trabalho suplementar.
Trabalho noturno
223.º - duração mínima de 7h e máximo de 11h e deve apanhar este intervalo das 00h às
05h
O IRCT deve regular isto. Quando não há, temos a lei, que diz que se presta trabalho
noturno entre as 22h e as 07h.
Temos aqui, também, pessoas protegidas! Estabelece o início do período noturno às 20h.
artigo 60.º - parentalidade – é dispensada de prestar trabalho nesse horário, entre as 20h e
as 07h. ; doente crónico – artigo 87.º
Quem é trabalhador noturno? artigo 224.º - aquele que presta pelo menos 3h de trabalho
noturno diário ou o seguinte caso descrito.
266.º - também tem especial retribuição com um acréscimo de 25%, sendo que o IRCT
pode restabelecer outra retribuição, aumentando, por exemplo, o vencimento-base.
Remeter do 269.º para 234.º , 235.º, 236.º
Feriados obrigatórios e feriados facultativos (ex. no Porto, o S. João). Por IRCT não é
possível mudar este regime previsto no código do trabalho! Artigo 236.º
Retribuição O trabalhador vai ter direito à retribuição correspondente ao feriado, vai
receber uma compensação: um descanso compensatório correspondente à metade do que
trabalhou, ou receber uma retribuição com acréscimo de 50%, e quem decide é o
empregador.