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PROVAS
1. Noção
Provar é convencer alguém sobre alguma coisa.
No processo, a prova tem por objeto os fatos da causa. Sua finalidade é a formação da convicção do juiz a
respeito dos fatos da causa.
A prova é uma reconstituição dos fatos perante o juiz, que é o destinatário da prova. Fato provado é fato
não inexistente.
No processo de Trabalho, prevalece, assim como no processo civil, o princípio do livre convencimento da
apreciação da prova, ou o princípio da persuasão racional da prova.
2. Princípios
1. a)Necessidade da prova: é preciso que a parte faça a prova de suas afirmações.
2. b)Unidade da prova: a prova deve ser apreciada em seu conjunto, em sua unidade.
3. c)Lealdade da prova: as provas devem ser feitas com lealdade.
4. d)Contraditório: apresentada uma prova em juízo, a parte contrária tem o direito de sobre ela se
manifestar, impugnando-a.
5. e)Igualdade da oportunidade de prova: todos têm os mesmos direitos de apresentar a prova nos
momentos adequados.
6. f)Oportunidade da prova: a prova deve ser produzida nos momentos próprios para esse fim. Em
situações excepcionais, poderá ser antecipada.
7. g)Comunhão da prova: uma vez produzida, aproveita a ambas as partes.
8. h)Legalidade: somente as provas admitidas pela lei.
9. i)Imediação: é diante do juiz que a prova será produzida.
10. j)Obrigatoriedade da prova: a prova é de interesse não só das partes, mas também do Estado, que
pretende o esclarecimento da verdade.
11. k)Aptidão para a prova: a parte que tem melhores condições de fazer a prova o fará, por ter melhor
acesso a ela ou porque é inacessível à parte contrária;
12. l)Disponibilidade da prova: a prova deve ser apresentada nos momentos próprios previstos em lei
ou para a instrução do processo.
3. Objetivo da Prova
É demonstrar os negócios jurídicos praticados pelas partes.
Somente os fatos deverão ser provados em juízo, pois o direito é de conhecimento do juiz.
1. a)O direito federal é de conhecimento obrigatório do juiz.
2. b)Necessidade provar o seu teor e vigência: o direito municipal, estadual, estrangeiro,
consuetudinário, as normas coletivas e regulamentos interno do empregador.
Não precisam ser provados:
1. a)Fatos notórios;
2. b)Fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
3. c)Fatos incontroversos (não contestados);
4. d)Fatos com presunção legal de existência ou de veracidade.
4. Ônus da prova
Ônus probandi é o encargo da parte de provar em juízo suas alegações para o convencimento do juiz.
O ônus da prova não é obrigação ou dever, mas um encargo que a parte deve-se desincumbir para provar
suas alegações.
A prova é ônus de quem afirma e não de que nega a existência de um fato.
O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
SÚMULAS RELACIONADAS
Súmula 16: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem.
O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.
Súmula 6, VII: É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da
equiparação salarial.
Súmula 212: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de
serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Súmula 254: O termo inicial do direito ao salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita
em juízo, corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que anteriormente
o empregador se recusara a receber a respectiva certidão.
5. Meios de Prova
Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados no CPC, são
hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa (art. 332 do CPC).
São meios de prova: o depoimento pessoal das partes, as testemunhas, os documentos, as perícias e a
inspeção judicial.
O depoimento pessoal é meio de prova e não prova. Prova é a confissão da parte por intermédio do
depoimento pessoal.
PROVAS NA CLT
Art. 818 – A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
Art. 819 – O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será
feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
1º – Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não
saiba escrever.
2º – Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o
depoimento.
Art. 820 – As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou
advogados.
Art. 821 – Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo
quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis). (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
Art. 822 – As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço,
ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou
convocadas.
Art. 823 – Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço,
será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
Art. 824 – O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não
seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
Art. 826 – É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico. (Vide Lei nº 5.584,
de 1970)
Art. 827 – O juiz ou presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e
rubricará, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
Art. 828 – Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o
nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço
prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.
Parágrafo único – Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência,
pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada
pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes.
Art. 829 – A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de
qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação.
Art. 830 – O documento oferecido para prova só será aceito se estiver no original ou em certidão
autêntica, ou quando conferida a respectiva pública-forma ou cópia perante o juiz ou Tribunal.
DEPOIMENTO PESSOAL
É a declaração prestada pelo autor e pelo réu perante o juiz, sobre os fatos objeto da lide.
A instrução processual começa com o interrogatório dos litigantes, a requerimento do juiz (art. 828,
CLT).
A CLT consagrou o sistema do interrogatório e não do depoimento pessoal propriamente dito, sendo o
interrogatório do juiz e não da parte, no qual o magistrado pretende esclarecimentos sobre os fatos da
causa, em busca da verdade real.
CPC
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento
pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa.
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento
pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento.
1o A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos
contra ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
2o Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz Ihe aplicará a pena
de confissão.
Art. 344. A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de testemunhas.
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte.
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que Ihe for perguntado,
ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e elementos de prova,
declarará, na sentença, se houve recusa de depor.
Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de
escritos adrede preparados; o juiz Ihe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que
objetivem completar esclarecimentos.
Confissão
Conceito: é a admissão da verdade de um fato que é contrário ao interesse da parte e favorável ao
adversário.
A confissão é considerada a rainha das provas.
Pode ser obtida em depoimento pessoal ou feita por procurador com poderes expressos para tanto.
A confissão poderá ser real ou ficta.
Aplica-se a confissão ficta a quem comparece e se recusa a depor ou a responder às perguntas que lhe são
formuladas, ou também a quem não comparece para depor.
A parte, porém, não está obrigada a depor sobre fatos: criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; a
cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo, como ocorre com o advogado.
Aplica-se também a confissão ficta a quem comparece e se recusa a depor ou a responder às perguntas
que lhe são formuladas, ou também a quem não comparece para depor.
A confissão judicial fará prova contra o confidente, não prejudicando, contudo, os demais litisconsortes.
Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os
fatos confessados (art. 213, CC).
A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada (ação anulatória), se pendente o processo em que foi
feita ou rescindida (ação rescisória), se houver o trânsito em julgado da decisão.
A revelia não induz os efeitos da confissão quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis (art. 320,
II, do CPC).
A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
A confissão extrajudicial feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória
da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz (Art. 353,
CPC). Se for feita verbalmente, só terá validade nos casos em que a lei não exija prova literal.
CONFISSÃO NO CPC
Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e
favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.
Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto
que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada
constará do depoimento pessoal prestado pela parte.
Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte, ou por mandatário
com poderes especiais.
Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a
confissão de um cônjuge não valerá sem a do outro.
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada:
II – por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único
fundamento.
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de propor a ação, nos casos de que trata este
artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros.
Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma
eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente
apreciada pelo juiz.
Parágrafo único. Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não
exija prova literal.
Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como
prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á,
todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de
defesa de direito material ou de reconvenção.
PERÍCIA
1. Noção
Faltando conhecimento especializado ao juiz, este indica um técnico que possa fazer o exame dos fatos
objeto da causa, transmitindo esses conhecimentos ao magistrado, por meio de um parecer. Eis a perícia.
Perito é a pessoa que faz o exame dos fatos dos quais o juiz não tem conhecimento técnico: a perícia.
Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo juiz, que fixará o prazo para a
entrega do laudo.
A perícia pode ser:
1. a)Exame, em que é feita inspeção de pessoas, coisas, ou semoventes;
2. b)Vistoria, em que o perito inspeciona terrenos, prédios, locais;
3. c)Avaliação, em que o perito estima o valor de coisas móveis e imóveis.
ü No processo do trabalho, a avaliação dos bens penhorados é feita pelo oficial de justiça
avaliador.
2. Particularidades
A perícia por insalubridade ou periculosidade poderá ser feita tanto por médico como por engenheiro (art.
195, CLT), e pode ser feita ex officio pelo juiz da causa.
A perícia de cálculos pode ser feita por qualquer pessoa, não necessitando aquela ser contador; pode,
portanto, ser feita por economista, administrador de empresas, engenheiro, matemático, estatísticos, etc.
Quando a perícia envolver o exame de escrita, balanço, escrituração contábil somente poderá ser feita por
contador ou auditor.
Custo da Perícia: Em regra, o ônus é do empregador.
PROVA DOCUMENTAL
1. Noção
É algo, uma coisa, um objeto que representa um fato.
2. Classificação
Quanto à origem:
1. a)Documento Público: quando feito perante um agente público.
2. b)Documento Particular: feito entre as partes.
Quanto ao material que o constitui:
1. a)Gráficos;
2. b)Plásticos;
3. c)
Documentos são diferentes de instrumentos.
3. Valor probatório
Se for documento público presume-se autêntico, tem fé pública.
Os particulares só se presumem verdadeiros quando devidamente subscritos por ambas as partes.
A fé pública pode ser contestada.
4. Produção da prova
Ônus para provar a veracidade do documento é de quem apresentada (assinatura)
Se for o conteúdo, o ônus é de quem alega.
Em regra, a prova documental deve ser apresentada o mais breve possível, nas pecas postulatórias.
Exceção: a) por motivo de força maior não o fez; b) surgimento de um fato novo; e c) contra-prova.
Ø Exibição de Documentos
É um incidente processual oferecido quando no documento estiver de posse do reclamado ou de terceiro.
Juntar aos autos.
É um instrumento endoprocessual.
O demandado pode defender-se:
ü Exibir o documento;
INSPEÇÃO JUDICIAL
Quando o juiz vai ao local onde se desenvolve a lide
O juiz pode ir diretamente ao local de trabalho do empregado, por exemplo, fazer observações de pessoas
ou coisas, que são objetos dos fatos articulados pelas partes nos autos.
Possível no processo de trabalho.
O juiz indo ao local, o mesmo produz um auto de inspeção.
A inspeção judicial é pouco usual.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais peritos.
I – julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II – a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e
fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
RESPOSTA DO RÉU
1. Introdução
Processo é debate, dialética, argumentação.
A defesa a ser realizado pelo reclamado, pode ser assim dividida:
1. a)Indireta
De Mérito: fulmina o direito em sua origem.
Ex: prescrição e decadência.
CONTESTAÇÃO
1. Noção
É um ato processual que o demandado apresenta sua versão ou se opõe a lide.
Onde o demandado apresenta sua versão sobre os fatos da causa.
2. Princípios Informadores
1. a) Da Impugnação Específica:
Toda afirmação do autor, deve ser impugnada, sob pena de ser reputado como verdade, ou seja, de serem
considerados incontroversos, sem a necessidade de ser provados.
1. b) Da Eventualidade
Toda matéria defensiva deve ser apresentada na contestação, sob pena de preclusão.
Todos os argumentos possíveis dever ser opostos de imediato.
Os argumentos defensivos não podem ser conflitantes entre si.
Deve-se primar pela logicidade da defesa.
3. Forma
A regra é que seja escrita, apesar de ser admitida a oral em audiência.
Não existe prorrogação de prazo na forma oral.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume
de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem
aproveita.
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a
absolutamente incapaz.(Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes
ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
4.2. Decadência
A decadência consiste na perda do próprio direito, em razão de este não ter sido exercitado no prazo
legal.
Pode ser também conhecida de ofício, quando estabelecida em lei.
A decadência deve ser alegada como preliminar de mérito na defesa, extinguindo-se o processo sem
julgamento de mérito, caso em acolhida (art. 269, IV, do CPC).
A decadência, ao contrário da prescrição, não se interrompe e nem se suspende, salva disposição legal em
contrário.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
4.3. Direito de Retenção
Seria genericamente a compensação utilizando-se de uma coisa.
Constitui direito de defesa do réu a retenção. Só pode também ser alegada com a defesa (Art. 767, CLT).
Requisitos:
1. a)Ser retentor credor;
2. b)Deter o credor legitimamente a coisa;
3. c)Haja relação de conexidade entre crédito e a coisa retida;
4. d)Na existir nenhum impedimento legal ou convencional para seu exercício.
5. e)Não pode o credor dispor nem usar a coisa, somente guardar.
Exemplo: o trabalhador que retém mostruário de vendas ou ferramentas do empregador, porque este lhe
deve dinheiro, decorrente da relação de trabalho.
4.4. Compensação
A compensação é uma forma indireta da extinção das obrigações no Direito Civil.
Requisitos para a compensação:
1. a)Reciprocidade de dívidas;
2. b)Dívidas líquidas e certas;
3. c)Dívidas vencidas;
4. d)Dívidas homogêneas.
A compensação no processo do trabalho só pode ser argüida como matéria de defesa. Não poderá ser
alegada nas razões finais ou em recurso.
No processo do trabalho, as dívidas que se pretendam compensar só poderão ser de natureza trabalhista,
ou seja, somente se compensa dívida trabalhista com outra dívida trabalhista.
Art. 767 da CLT – A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de defesa.
Súmula 18 do TST: A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza
trabalhista.
Súmula 48 do TST: A compensação só poderá ser argüida com a contestação.
Compete ao réu, na contestação, porém, antes de discutir o mérito, alegar (art. 301, CPC):
ü Inexistência ou nulidade da citação;
ü Incompetência absoluta;
ü Perempção;
ü Litispendência;
ü Coisa julgada;
ü Conexão;
ü Convenção de arbitragem;
ü Carência de ação;
Defesas processuais
Discute-se o direito de ação e a viabilidade do processo.
Só não se aplica a perempção, uma vez que a CLT traz uma perempção específica (doutrina majoritária).
– Para o prof. Hamilton Vieira, a perempção do CPC também se aplica ao processo do trabalho, já
que na ótica do mesma, a CLT só cria uma plus, ou seja, mais um tipo de perempção.
6. Defesa de Mérito
O réu pode opor fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito autor, cabendo-lhe provar o mesmo.
O réu deverá impugnar ponto a ponto dos fatos articulados na inicial, contestando-os todos
Não sendo impugnados os fatos alegados na inicial, presumem-se verdadeiros (art. 302 do CPC).
A contestação deve ser apresentada em audiência, tornando-se impossível a apresentação da mesma fora
desse prazo ou de uma segunda contestação, a não ser se a outra parte permitir.
O autor não poderá desistir da ação após a apresentação da contestação (§ 4º do art. 267 do CPC), salvo
se houver a concordância do réu, pois houve a formação da litis contestatio.
Depois da contestação, somente é lítico realizar novas alegações quando:
1. a)relativas a direito superveniente;
2. b)competir ao juiz conhecer delas de oficio (matérias de ordem pública);
3. c)por expressa permissão legal, haja a possibilidade de sua formulação em qualquer tempo e juízo.
Ex: Incompetência Absoluta ou Incidente de Falsidade.
RECONVENÇÃO
1. Noção
É uma ação incidental que o réu formula postulação contra o autor da ação primária.
É a ação proposta pelo réu em face do autor, no mesmo processo em que está sendo demandado.
2. Natureza
De ação autônoma.
3. Procedimento
No sumaríssimo, não se admite reconvenção, admitindo somente pedido contraposto na defesa
(Excepcionalidade).
RECONVENÇÃO NO CPC
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja
conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este
demandar em nome de outrem.
2º (Revogado pela Lei nº 9.245, de 1995)
Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu
procurador, para contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao
prosseguimento da reconvenção.
EXCEÇÃO
1. Noção
A exceção compreende a defesa processual ou indireta contra o processo. São as exceções no sentido
estrito, em que a parte denuncia a falta de capacidade do juiz.
A exceção é uma defesa contra defeitos, irregularidades, ou vícios do processo, que impedem seu
desenvolvimento normal, não se discutindo o mérito da questão.
Tipos de exceção:
1. a) de competência;
2. b) suspeição;
3. c) impedimento.
Quem ingressa com a exceção é o excipiente. Exceto (ou excepto) é a pessoa contra a qual se ingressa
com a exceção.
Qualquer das partes poderá argüir exceção, não apenas o réu.
O direito processual do trabalho dispôs que as exceções seriam apenas as de suspeição e de
incompetência (art. 799, CLT). As demais deveriam ser alegadas como matéria de defesa.
As exceções, no processo do trabalho, ficam em autos apartados.
EXCEÇÕES NA CLT
Art. 799 – Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
Art. 801 – O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por
algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes:
1. a) inimizade pessoal;
2. b) amizade íntima;
3. c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
4. d) interesse particular na causa.
Parágrafo único – Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la
anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou,
finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
Art. 802 – Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de
48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
1º – Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de
suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do
membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma
maneira quando algum dos membros se declarar suspeito.
2º – Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização judiciária
local.
SENTENÇA
1. Noção
A mesma lógica do processo civil.
É o ato processual onde o juiz resolve a lide, e não mas que extingue o processo, modificação dada pelo
advento do cumprimento de sentença.
É o ato processual onde o juiz extingue o processo sem resolução do mérito ou encera uma fase do
processo do conhecimento com resolução do mérito, para devido cumprimento da sentença.
A sentença deve ser clara, precisa e concisa.
O autor apresenta sua tese; o réu, a antítese; e o juiz formula síntese na sentença.
Deve resolver todos os incidentes não resolvidos no curso do processo.
Deve-se manifestar sobre todos os pontos relevantes da causa argüidos pelas partes.
A súmula 136 do TST afirma que não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do
juiz.
Natureza Jurídica: Montesquieu afirma que o juiz é a boca que pronuncia as palavras da lei. Nesse
diapasão, a natureza jurídica da sentença é a afirmação da vontade da lei, declarada pelo juiz, como órgão
do Estado, aplicada a um caso concreto a ele submetido.
3. Efeitos da Sentença
1. a)Declaratórias: são as sentenças que vão declarar a existência ou inexistência da relação
2. jurídica (art. 4º, I, do CPC); ou a autenticidade ou falsidade de documento (art. 4º, II, do CPC).
Ex: a sentença que reconhece a existência de vínculo de emprego ou a estabilidade.
1. b)Constitutivas: são as sentenças que criam, modificam ou extinguem certa relação jurídica.
Ex: Dissídio coletivo de natureza econômica.
1. c)Condenatórias: são sentenças que envolvem obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa,
dando ensejo à execução.
Ex: a sentença que manda o empregador pagar as verbas rescisórias, horas extras ou recolher o
FGTS.
A sentença declaratória retroage à data dos fatos(ex tunc), como ocorre no que diz respeito ao
reconhecimento da existência da relação de emprego.
Já a sentença constitutiva vale para o futuro(ex nunc). Exemplo: o dissídio coletivo de natureza
econômica, em que são fixadas cláusulas novas, ou novas condições de trabalho.
4. Estrutura da Sentença
A sentença pode ser dividida em três partes: relatório, fundamentos e dispositivo.
1. a)Relatório: o juiz deverá indicar as principais ocorrências existentes no processo:
ü Nome das partes;
1. b)Fundamentação: o juiz deverá apreciar as provas existentes nos autos, desenvolvendo seu
raciocínio lógico, fundamentando porque decidiu desta ou daquela forma, indicando as normas
jurídicas aplicáveis ao caso examinado.
ü A sentença que não tiver fundamentação será considera nula, uma vez que a mesma é um
ato motivado do juiz.
Ø Omissão;
Ø Obscuridade (confusa)
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. (Redação dada
pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)
Art. 832 – Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a
apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
1º – Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o
seu cumprimento.
2º – A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas
constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte
pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. (Incluído pela Lei nº 10.035, de
25.10.2000)
4oO INSS será intimado, por via postal, das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela
indenizatória, sendo-lhe facultado interpor recurso relativo às contribuições que lhe forem
devidas. (Incluído pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)
Art. 833 – Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de
cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos
interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
Art. 834 – Salvo nos casos previstos nesta Consolidação, a publicação das decisões e sua
notificação aos litigantes, ou a seus patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências
em que forem as mesmas proferidas.
Art. 836 – É vedado aos órgãos de Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas,
excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida,
na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código
de Processo Civil, dispensado o depósito referido nos artigos 488, inciso II, e 494 daquele diploma
legal. (Redação dada pela Lei nº 7.351, de 27.8.1985)
COISA JULGADA
1. Noção
Todo processo deve tem começo, meio e fim.
Objetivo: a estabilidade dos julgamentos (da tutela jurisdicional acabada).
É eficácia especial da sentença que a torna imutável e indiscutível (doutrina tradicional).
É a sentença que não mais cabe recurso
2. Classificação:
1. a)Coisa Julgada Formal: quando a sentença não mais pode ser modificada em razão da preclusão
dos prazos para recursos, seja porque da sentença não caibam mais recursos ou porque estes não
foram interpostos nos prazos apropriados, ou na existência da renúncia ou desistência do recurso.
1. b)Coisa Julgada Material: o art. 467 do CPC denomina de coisa julgada material a eficácia que
torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita de recurso ordinário ou extraordinário.
3. Efeitos (Limites)
Subjetivos: a sentença faz a coisa julgada entre as partes do processo, não beneficiando, nem
prejudicando, terceiros (art. 472, do CPC).
Objetivos: tornam imutáveis e indiscutíveis as questões debatidas no processo (a lide).
Anexos: as conseqüências juridicamente válidas da coisa julgada, estabelecidas pela própria lei.
Ex: hipoteca judicial.
4. Não fazem coisa julgada:
ü Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
ü A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
ü A apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.
A COISA JULGADA NO CPC
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
Art. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e
das questões decididas.
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem
prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no
processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada
em relação a terceiros.
Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito
se operou a preclusão.
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:(Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias
e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da
Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
1oNos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação;
não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
2oNão se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor
certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do
devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
3oTambém não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do
plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior
competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
RECURSOS
1. Noção
O recurso é o meio processual estabelecido para provocar o reexame de determinada decisão, visando à
obtenção de sua reforma ou modificação.
A natureza jurídica do recurso é um direito subjetivo processual que nasce no transcurso do processo
quando proferida uma decisão.
2. FUNDAMENTOS
3. a) Jurídicos
A possibilidade de erro, ignorância ou má-fé do juiz ao julgar.
A oportunidade do reexame da sentença por juízes a mais experientes ou de reconhecimento merecimento.
A uniformização da interpretação da legislação.
1. a) Psicológicos:
A tendência humana de não se conformar com apenas uma decisão. É o que se costuma dizer: vencido, mas não
convencido.
A possibilidade da reforma da decisão de um julgamento injusto.
3. Princípios Informadores
1. a)Uni-recorribilidade: só é possível a interposição de um recurso de cada vez. Não há
simultaneidade da interposição de recursos, mas a sucessividade.
2. b)Fungibilidade: quando ocorre o aproveitamento do recurso erroneamente nominado, como se
fosse o que deveria ser interposto. Requisitos: (a) dúvida; (b) inexistência de erro grosseiro; (c) deve
ser apresentado no prazo para o recurso que seria cabível.
3. c)Temporalidade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em lei, sob pena de ser
deserto.
4. d)Tipicidade: apenas aqueles previstos em texto legal.
5. e)Instrumentalidade
6. f)Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias: Não cabe recurso para qualquer decisão
interlocutória. É um principio próprio do processo do trabalho.
Exceção: Súmula 214 do TST:
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não
ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
1. a)de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho;
2. b)suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
3. c)que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no 799, § 2º, da CLT.
4. Efeitos
1. a) Devolutivo:quando reabre o debate para instância superior.
Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo,
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
1. b) Suspensivo:quando obsta o andamento do processo.
– Em regra, no processo de trabalho, não há efeito suspensivo nos recursos.
– Exceção: se interpuser outros expedientes.
Súmula 414, I, do TST: A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação
cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.
1. c) Translativo:questões de ordem pública, que não foi apreciada em instância inicial, mesmo que
não argüida no recurso interposto pelo recorrente, podendo ser apreciada.
Ä A instância superior, verificando matéria de ordem pública, pode reformar a decisão em
prejuízo a recorrente (exceção ao princípio da proibição da reformacio in pejus).
5. Pressupostos Recursais
I – Objetivos:
1. a)Previsão legal: as partes somente podem utilizar-se os recursos previstos em lei.
– No processo do trabalho são os previstos no art. 893 da CLT: ordinário, de revista, embargos,
agravo de instrumento e de petição.
1. b)Adequação ou cabimento: o ato a ser impugnado deve ensejar o apelo escolhido pelo recorrente.
1. c)Tempestividade: os recursos dever ser interpostos no prazo previsto em lei. Nos casos dos
trabalhista o prazo é de 8 (oito) dias.
1. d)Preparo: é composto pelas custas e/ou depósito.
– As custas serão pagas pelo vencido.
– A parte deverá fazer o pagamento das custas mediante DARF.
– Para a empresa recorre é preciso que seja garantido o juízo com o deposito recursal.
– O depósito recursal é feito na conta vinculada do FGTS do empregado. Inexistindo conta
vinculada, a empresa deverá abrir conta em nome do empregado para esse fim, ou fazer
depósito em conta à disposição do juízo que renda juros e correção monetária.
Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de
deserção. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998)
1o São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos
Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. (Parágra único
renumerado pela Lei nº 9.756, de 1998)
2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo
no prazo de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 1998)
1. e)Representação: no processo do trabalho não há necessidade da parte estar assinada por advogado
(art. 791 e 839 da CLT). Podem as partes exercer o ius postulandi.
– No entanto, se a parte irá apresentar recurso por advogado, deve estar ter procuração para
esse fim, sob pena de não-conhecimento do recurso.
II – Subjetivos
1. a)Legitimidade: somente aquele que teve sentença que lhe foi desfavorável, no todo ou em parte,
poderá recorrer. O art. 499 do CPC dispõe que poderão o terceiro interessado, a parte, e a
Procuradoria do Trabalho.
– Das decisões proferidas em dissídio coletivo que afete empresa de serviço público, ou, em
qualquer caso, das proferidas em revisão, poderão recorrer, além dos interessados, o Presidente
do Tribunal e a Procuradoria da Justiça do Trabalho (art. 898 da CLT).
– O Ministério Público do Trabalho pode recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando
entender necessário, tantos nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como
fiscal da lei.
1. b)Capacidade: é necessário que as partes tenham capacidade para estar em juízo. Não havendo
capacidade da pessoa num certo momento, ela também não poderá recorrer.
1. c)Interesse: na interposição do recurso, a parte tem demonstrar interesse.
– O terceiro também tem que mostrar interesse para recorrer.
RECURSOS EM ESPÉCIES
RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário tem semelhanças com a apelação no processo civil.
1. Hipóteses
Hipóteses de Cabimento (art. 985 da CLT)
1. a)Das decisões definitivas do juiz do trabalho e do juiz de Direito no prazo de 8 (oito) dias;
2. b)Das decisões dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo 8
(oito).
Também cabe recurso ordinário das decisões terminativas em que se extingue o processo sem
julgamento de mérito, como:
1. a)Das decisões interlocutórias, de caráter terminativo do feito, como que acolhe a exceção de
incompetência em razão da matéria (§ 2º do art. 799 da CLT).
2. b)Do indeferimento da petição inicial, seja por inépcia ou qualquer outro vício (art. 267, I, CPC);
3. c)Do arquivamento dos autos em razão do não-comparecimento do reclamante à audiência;
4. d)Da paralisação do processo por mais de um ano, em razão da negligência das partes (art. 267, II,
CPC);
5. e)Do não-atendimento, pelo autor, do despacho que determinou que se promovessem os atos e
diligências que lhe competir, pelo abandono da causa por mais de 30 dias (art. 267, III, do CPC);
6. f)Verificando o juiz a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo (art. 267, IV, do CPC);
7. g)Se o juiz acolher a alegação de litispendência ou coisa julgada (art. 267, V, do CPC);
8. h)Se o processo for extinto por carência de ação, por não estarem presentes a possibilidade jurídica
do pedido, o interesse de agir, ou a legitimidade da parte (art. 267, VI, do CPC);
9. i)Pela desistência da ação (art. 267, VIII, do CPC);
10. j)Se ocorrer que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por seis meses (perempção
trazida pela CLT);
11. k)Nos casos em que o juiz extinguir o processo sem julgamento de mérito por falta de pedido certo
ou determinado e de indicação do valor correspondente no procedimento sumaríssimo.
Das decisões definitivas da Vara que o recurso ordinário são, em suma, as seguintes:
1. a)Quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor (art. 269, I, do CPC);
2. b)Quando o juiz acolher a decadência ou prescrição (art. 269, IV, do CPC).
Cabe também recurso ordinário das decisões de processos de competência originária do TRT,
como:
1. a)Dissídios coletivos;
2. b)Ação rescisória;
3. c)Mandado de segurança;
4. d)Habeas corpus;
5. e)Decisões que aplicam penalidades a servidores da Justiça do Trabalho.
Não cabe recurso ordinário da decisão que homologa acordo entre as partes, pois tal decisão é irrecorrível
(art. 831 da CLT).
2. Prazo:8 (oito) dias
3. Procedimento
4. Súmulas
Súmula 158 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível
recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária
trabalhista.
Súmula 192 do TST: I – Se não houver o conhecimento de recurso de revista ou de embargos, a
competência para julgar ação que vise a rescindir a decisão de mérito é do Tribunal Regional do
Trabalho, ressalvado o disposto no item II.
II – Acórdão rescindendo do Tribunal Superior do Trabalho que não conhece de recurso de
embargos ou de revista, analisando argüição de violação de dispositivo de lei material ou
decidindo em consonância com súmula de direito material ou com iterativa, notória e atual
jurisprudência de direito material da Seção de Dissídios Individuais (Súmula nº 333), examina o
mérito da causa, cabendo ação rescisória da competência do Tribunal Superior do Trabalho.
III – Em face do disposto no art. 512 do CPC, é juridicamente impossível o pedido explícito de
desconstituição de sentença quando substituída por acórdão Regional.
V – A decisão proferida pela SDI, em sede de agravo regimental, calcada na Súmula nº 333,
substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte
rescisório.
Súmula 192 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe
recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação
para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
RECURSO DE REVISTA
1. Noção
Era um recurso trabalhista extraordinário.
o Eliminar divergências interpretativas.
2. Hipóteses de Cabimento
1. a)Divergência jurisprudencial entre decisões de Tribunais Regionais do Trabalho (em relação
ao direito federal);
– Tem que haver espeficidade.
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da
Constituição.
Art. 896 do CLT- Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das
decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais
Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
9. a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro
Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior
do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; (Redação dada pela Lei nº 9.756,
de 17.12.1998)
10. b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo,
sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que
exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na
forma da alínea a;(Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
11. c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à
Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
1 O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao Presidente do Tribunal
o
3. Objetivo:Uniformização da Jurisprudência
– Fundamentação vinculada
4. Pressupostos Especiais
Prequestionamento;
Transcedência (só conhece o que achar pertinente, somente questões relevantes).
6. Procedimento
Similar ao recurso ordinário.
7. Preparo
Para recorrer de revista a parte deverá fazer o depósito da condenação, que terá como limite o valor de R$
9.356,25.
Se a condenação for acrescida pelo acórdão regional, deverá a parte fazer o complemento do depósito e
das custas, sob pena de deserção.
Se a parte foi vencedora na primeira instância, mas vencida na segunda, está obrigada,
independentemente de intimação, a fazer o pagamento das custas fixadas na sentença originária das quais
ficará isenta a parte então vencida.
EMBARGOS NO TST
2. b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do
Trabalho, bem como estender ou rever suas próprias decisões normativas, nos casos previstos em
lei; (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
3. c) homologar os acordos celebrados em dissídios de que trata a alínea anterior;(Redação dada pela
Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
2. Súmulas
Súmula 221 do TST:
I – A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como pressuposto a
indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado.
II – Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá ensejo à
admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base,
respectivamente, na alínea “c” do art. 896 e na alínea “b” do art. 894 da CLT. A violação há de estar
ligada à literalidade do preceito.
Súmula 333 do TST: Não ensejam recursos de revista ou de embargos decisões superadas por
iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. Conceito
É o recurso adequado para impugnar os despachos que denegarem seguimento a interpretação de outro
recurso.
? Formação de autos em apartados, sem implicar na suspensão do andamento do processo.
No processo do trabalho serve apenas para destrancar ao qual foi negado seguimento, e não para as
decisões interlocutórias.
2. Hipóteses de Cabimento
Caberá agravo de instrumento no processo do trabalho contra despacho que denegar seguimento ao
recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição e recurso extraordinário.
? Não caberá o agravo de instrumento de despacho que não admitir os embargos, pois neste
caso, o remédio é o agravo regimental.
3. Requisitos Específicos
1. a) juntada do recurso negado;
2. b) certidão de intimação da decisão.
4. Efeitos
5. a) Liberação do recurso não conhecido, se dado provimento.
6. b) Não tem efeito suspensivo;
7. c) O juízo admissibilidade não é feito no juízoa quo.
AGRAVO DE PETIÇÃO
1. Conceito
É o recurso que serve que atacar as decisões do juiz nas execuções, via embargos.
2. Hipóteses
Da decisão do juiz na decisão.
3. Pressupostos
Delimitação matemática à questionamento de valores quantitativos.
4. Efeitos
Meramente devolutivo
o Excepcionalmente tem efeito suspensivo se causar grande gravame ao erário.
5. Procedimento
Muito semelhante ao recurso ordinário.
2. Requisitos Específicos
Necessidade de inexistência do recurso específico.
Atuação tumultuário do julgador.
3. Objetivo
Restauração da ordem processual legal.