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DIREITO DO TRABALHO

META 01
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

SUMÁRIO

SUMÁRIO ........................................................................................................................................................................... 3
D. TRAB - META 01 ......................................................................................................................................................... 5
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................................... 5
1. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO ........................................................................................................................ 5
2. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ................................................................................................ 5
2.1. Fontes do Direito do Trabalho ..................................................................................................................................... 5
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO .................................................................................................................. 10
3.1. Proteção ao trabalhador: ............................................................................................................................................ 10
3.2. Imperatividade das normas trabalhistas ............................................................................................................... 14
3.3. Primazia da realidade................................................................................................................................................... 14
3.4. Inalterabilidade contratual lesiva:............................................................................................................................ 15
3.5. Continuidade da relação de emprego .................................................................................................................... 15
3.6. Indisponibilidade dos direitos trabalhistas ........................................................................................................... 15
3.7. Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva: .......................................................... 16
4. DIREITO CONSTITUCIONAL TRABALHISTA.............................................................................................................. 16
4.1. Art.7º da Constituição Federal – Análise constitucional via julgados do STF ........................................... 16
4.2. Aplicação dos direitos do art.7º da Constituição Federal ao servidor público .......................................... 40
QUESTÕES PROPOSTAS ....................................................................................................................................................... 45

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D. TRAB - META 01
TEMA DO DIA

Princípios e fontes do direito do trabalho. Direitos constitucionais dos trabalhadores (Art. 7º da

Constituição Federal de 1988).

Material revisado em 16/02/2022

QUAL DEVE SER O FOCO?

1. Princípios do direito do trabalho. Princípio da proteção ao trabalhador.

2. Princípio da irrenunciabilidade de direitos, da primazia da realidade e da continuidade da relação

de trabalho.

1. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO

Segundo Maurício Godinho Delgado, o Direito do Trabalho é ramo jurídico especializado, que

regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea. Prepondera, hoje, a

classificação do ramo justrabalhista no segmento do Direito Privado.

Nesse sentido, o autor define o Direito do Trabalho como o complexo de princípios, regras e

institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações

normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos

concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através

de suas associações coletivas.

2. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

2.1. Fontes do Direito do Trabalho

É o meio pelo qual nascem as normas jurídicas. Podem ser:

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• Fontes Materiais (momento pré-jurídico): Fatores e acontecimentos sociais que inspiram o

legislador, a exemplo das reivindicações sociais por mais direitos trabalhistas. Podem se

dividir em fontes materiais econômicas (ligadas à existência e evolução do sistema

capitalista), sociológicas (relacionadas aos distintos processos de agregação de

trabalhadores assalariados), políticas (relacionadas aos movimentos sociais organizados

pelos trabalhadores) e, ainda, filosóficas (ideias e pensamentos que influíram na construção

e mudança do Direito do Trabalho);

• Fontes Formais (momento tipicamente jurídico): Normas de observância obrigatória da

sociedade. Segundo Maurício Godinho Delgado, são os mecanismos exteriores e estilizados

pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica. Podem

ser:

o Fontes formais autônomas: Discutidas e elaboradas diretamente pelas partes, ou

seja, há imediata participação dos destinatários principais das normas. Ex: Convenção

coletiva, acordo coletivo, usos e costumes;

o Fontes formais heterônomas: Possuem origem estatal, ou seja, não se caracteriza

pela imediata participação dos destinatários principais das normas. Ex: Constituição

Federal, tratados internacionais, leis, medida provisória, sentenças normativas,

súmulas vinculantes.

Dispõe a CLT:

Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de

disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela

jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais

de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os

usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum

interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

§ 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal

Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão

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restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam

previstas em lei.

§ 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a

Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos

essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no

10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo

princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

ATENÇÃO: Em caso de conflito entre as fontes formais, há teorias que definem qual norma deve ser

aplicada:

Teoria do Aplica apenas uma fonte em sua totalidade. Ou seja, não cabe se

conglobamento fracionarem preceitos ou institutos jurídicos, realizando-se a

comparação, em busca da norma mais favorável, a partir da totalidade

dos sistemas ou diplomas jurídicos comparados (neste caso, trata-se

do chamado conglobamento amplo, total ou puro) ou, pelo menos, a

partir de um bloco relevante e coerente dessa totalidade (neste caso,

trata-se do conglobamento mitigado ou setorizado). Majoritária;

Teoria da O intérprete deve aplicar todas as fontes ao caso concreto, utilizando

acumulação/atomização as normas mais favoráveis ao trabalhador e desprezando os

desfavoráveis. Ou seja, propõe como procedimento de seleção, análise

e classificação das normas cotejadas, o fracionamento do conteúdo

dos textos normativos, retirando-se os preceitos e institutos singulares

de cada um que se destaquem por seu sentido mais favorável ao

trabalhador. É corrente minoritária.

Contudo, quanto às normas coletivas, a reforma trabalhista deixou expresso que as cláusulas

de acordo coletivo sempre prevalecerão sobre convenção coletiva, independentemente de seu

conteúdo ou de serem mais favoráveis ou não ao empregado (art. 620, CLT).

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Ainda, a CLT, com a Reforma Trabalhista, passou a dispor sobre as situações em que as

convenções e acordos coletivos de trabalho prevalecem sobre a lei:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm

prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem

sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites

constitucionais; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - banco de horas anual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para

jornadas superiores a seis horas; (Incluído pela Lei nº 13.467,

de 2017)

IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei

no 13.189, de 19 de novembro de 2015; (Incluído pela Lei nº

13.467, de 2017)

V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal

do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como

funções de confiança; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

VI - regulamento empresarial; (Incluído pela Lei nº 13.467, de

2017)

VII - representante dos trabalhadores no local de

trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho

intermitente; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo

empregado, e remuneração por desempenho individual; (Incluído

pela Lei nº 13.467, de 2017)

X - modalidade de registro de jornada de trabalho; (Incluído pela

Lei nº 13.467, de 2017)

XI - troca do dia de feriado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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XII - enquadramento do grau de insalubridade; (Incluído pela Lei

nº 13.467, de 2017)

XII - enquadramento do grau de insalubridade; (Incluído pela Lei nº

13.467, de 2017)

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia

das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; (Incluído

pela Lei nº 13.467, de 2017)

XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos

em programas de incentivo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. (Incluído

pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a

Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o desta

Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em

convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade

por não caracterizar um vício do negócio jurídico. (Incluído pela Lei

nº 13.467, de 2017)

§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção

coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos

empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do

instrumento coletivo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de

convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a

cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição

do indébito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo

de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação

individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses

instrumentos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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3. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

São espécies do gênero “normas”, ao lado das regras. São também chamados de “mandados

de otimização”, pois representam um “dever-ser” (Robert Alexy).

Influenciam tanto a elaboração das normas quanto em sua interpretação, além de incidir nos

casos concretos: funções informadora, interpretativa e normativa, respectivamente.

3.1. Proteção ao trabalhador:

Objetiva estabelecer o equilíbrio na relação de trabalho, ou seja, promover a igualdade

material às partes da relação de trabalho, por meio de um protecionismo normativo. Segundo

Maurício Godinho Delgado, esse princípio informa o Direito do Trabalho no sentido de formar uma

teia de proteção à parte vulnerável e hipossuficiente na relação empregatícia, o obreiro, visando

retificar, no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. Este

princípio influi em todos os seguimentos do direito individual do trabalho. Do princípio da

proteção ao trabalhador decorrem outros três princípios:

1. In dubio pro operário: Quando houver várias interpretações, deve ser utilizada a mais

favorável ao empregado. NÃO se aplica o aludido princípio na seara processual.

2. Norma mais favorável: Entre duas ou mais normas, utiliza-se a norma mais favorável

ao empregado. Esse princípio pode incidir em três momentos distintos: no instante da

elaboração da regra; no contexto de confronto entre regras concorrentes; ou no contexto de

interpretação das regras jurídicas. Perceba-se que a norma mais favorável deve ser aplicada

ao empregado, independemente da hierarquia entre elas.

São exceções aos princípios da norma mais favorável:

→ Art. 620 da CLT: condições estabelecidas em ACT sempre prevalecerão sobre as

estipuladas em CCT;

→ Normas coletivas – autonomia da negociação coletiva;

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→ Poder Público: não está autorizado a firmar convenções coletivas de cunho econômico,

tendo em vista que a Administração pública está adstrita ao princípio da legalidade. Sobre

o tema, temos a OJ 05 da SDC:

05. 5. DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.

POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL (redação

alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res.

186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados,

cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de

natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização

Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010

ATENÇÃO!

Conforme esclarecem Felipe Fernandes, Gustavo Andrade e Raquel Gouveia1, “o princípio da


legalidade é de extrema importância na atuação prática do administrador público. Mas, o que justifica
tamanha importância? Só quem pode dispor do patrimônio público são os seus titulares. O
administrador apenas gere em nome e em benefício daqueles. E como é que a coletividade poderá
expressar sua vontade quando quiser se desfazer de seu patrimônio? Por meio da lei, tendo em vista
que essa é cunhada por quem a representa. Daí a tamanha impor tância do princípio da legalidade.
É ele parte do pacto social e confere legitimidade à atuação do administrador público. Além disso, a
população tem o direito de saber o que está sendo feito com o patri mónio público. Por essa razão,
salvo exceções legais, a todos os atos administrativos deve ser dada ampla publicidade. Inclusive
no que tange à intimidade dos servido res públicos, mitigada se comparada à de um empregado
comum”.

3. Condição mais benéfica: As conquistas dos empregados NÃO podem ser alteradas

para pior (art. 468, CLT). Entende-se que suas conquistas foram incorporadas ao seu

“patrimônio individual” (direito adquirido).

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das


respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que

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Direito e Processo do Trabalho para a Advocacia Pública (2021) – 2ª Edição – JusPodivm.
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não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena


de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador


para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente
ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo,


não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da
gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente
do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)

Como se pode perceber da leitura do art. 468, tal princípio não é absoluto. São

exemplos de alterações permitidas a supressão dos salários-condição, do adicional de

insalubridade, que somente é pago enquanto o trabalhador está exposto ao agente

insalubre, cessando o pagamento, sem violação a esse princípio, quando da eliminação da

insalubridade (Súmula 80, TST). Além dessa, são também exceções ao princípio da condição

mais benéfica:

→ Supressão da prestação de horas extras habituais;

→ Art. 457, § 2º, CLT – admite o pagamento habitual e incondicional de determinadas

verbas, porém veda a incorporação;

→ Empregado que reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício

de função de confiança, não tem direito à incorporação da gratificação,

independentemente do tempo que exerceu a função de confiança;

→ Empregado que reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o

exercício de função de confiança, não tem direito à incorporação da gratificação,

independentemente do tempo que exerceu a função de confiança;


➔ Adicional de insalubridade: ainda que percebido o adicional de insalubridade por muito

tempo, se houver alteração das condições de trabalho pela eliminação ou neutralização

do agente nocivo, o adicional poderá ter seu grau reduzido ou mesmo o pagamento

cessado.
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➔ Opção do empregado por um dos regulamentos da empresa.

→ Possibilidade de retorno do servidor público (da administração direta, autárquica e

fundacional) à jornada definida em lei ou no contrato, sem pagamentos suplementares

(OJ 308, SDI-I, TST).

308. JORNADA DE TRABALHO. ALTERAÇÃO. RETORNO À JORNADA

INICIALMENTE CONTRATADA. SERVIDOR PÚBLICO (DJ 11.08.2003)

O retorno do servidor público (administração direta, autárquica e fundacional)

à jornada inicialmente contratada não se insere nas vedações do art. 468 da

CLT, sendo a sua jornada definida em lei e no contrato de trabalho firmado

entre as partes.

OBSERVAÇÃO: O princípio da proteção tem por objetivo uma intervenção estatal no sentido de

proteger a parte mais fraca (trabalhador), com o fito de garantir que abusos não sejam perpetrados

sob o pretexto de uma liberdade contratual.

Não obstante a hipossuficiência do empregado seja a regra que orienta o direito do trabalho, a reforma

trabalhista de 2017 trouxe uma nova figura: o EMPREGADO HIPERSUFICIENTE!

Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes

interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos

coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses

previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os

instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba

salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de

Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

OBSERVAÇÃO:

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As empresas podem alterar seus regulamentos e, caso haja retirada de direitos na

alteração, as novas regras somente serão aplicadas aos empregados admitidos após a alteração.

Entretanto, cumpre ressaltar que na coexistência de dois regulamenos, caso o empregado opte

por um deles, estará renunciando ao outro.

3.2. Imperatividade das normas trabalhistas

Há restrição das partes em modificar cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho,

considerando serem as normas justrabalhistas normas essencialmente de ordem pública. No

entanto, a Reforma Trabalhista flexibilizou a aplicação desse princípio, como, por exemplo, no art.

611-A da CLT.

3.3. Primazia da realidade

A realidade se sobrepõe às condições contratuais escritas, ou mesmo a ausência de contrato

escrito ou de anotações na CTPS. Assim, a prática habitural, na qualidade de uso, altera o contrato

pactuado, gerando direitos e obrigações novos às partes contratantes.

No concurso da PGE - GO (FCC - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Em relação aos princípios que norteiam o Direito do Trabalho, considerando-se a doutrina,


a legislação e as Súmulas de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,

A) de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, o conteúdo do contrato


de emprego pode ser modificado, caso ocorra efetiva mudança no plano do sujeito
empresarial.
B) o princípio da irrenunciabilidade informa que o Direito do Trabalho impede a supressão
de direitos trabalhistas em face do exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa
legal.
C) não há nenhum dispositivo expresso que atribui aos princípios uma função integrativa
ou que indique a primazia do interesse público na Consolidação das Leis do Trabalho,
porque a mesma regula o contrato individual nas relações de trabalho.
D) em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma, o Juiz do Trabalho
privilegia a situação de fato, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou
do rótulo conferido à relação de direito material.

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E) o princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui presunção favorável ao


empregador, razão pela qual tanto o ônus da prova quanto seu término é do empregado,
nas hipóteses em que são negados a prestação dos serviços e o despedimento.

A alternativa considerada correta foi a letra D.

3.4. Inalterabilidade contratual lesiva:

É vedada qualquer alteração contratual lesiva ao empregado, ainda que haja consentimento

deste. Foi atenuado pela Reforma Trabalhista e o empregado “hipersuficiente” (art. 444, § único,

CLT – empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou

superior a 2 vezes o limite máximo do benefícios do RGPS).

OBSERVAÇÃO:

Intangibilidade contratual objetiva = o contrato de trabalho seria intangível, do ponto de vista

objetivo, embora mutável do ponto de vista subjetivo, desde que a mudança envolvesse apenas o

sujeito-empregador.

3.5. Continuidade da relação de emprego

Em regra, o contrato de trabalho é estabelecido por prazo indeterminado. Logo, o ônus de

provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Nesse sentido, o TST sumulou

entendimento:

Súmula 212 TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho,

quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador,

pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção

favorável ao empregado.

3.6. Indisponibilidade dos direitos trabalhistas

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O empregado não pode renunciar aos direitos e vantagens que lhe são assegurados em lei.

Decorrem os seguintes princípios:

• Princípio da irredutibilidade salarial: Veda-se a redução dos salários, SALVO convenção ou

acordo coletivo (art. 7º, VI, da CF/88);

• Princípio da intangibilidade salarial: Veda-se descontos de salários, SALVO casos previstos

em acordo ou convenção coletiva. Deriva do fato de considerar-se ter o salário caráter

alimentar.

3.7. Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva:

Incluído pela Reforma Trabalhista, estabelece que “No exame de convenção coletiva ou acordo

coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos

essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro

de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia

da vontade coletiva.”

ATENÇÃO! Eventos externos, imprevisíveis e totalmente fora do âmbito de controle das partes,

podem acabar mitigando os princípios trabalhistas, em uma nítida aplicação da ponderação de

princípios. É justamente o que está ocorrendo durante a pandemia do COVID-19.

4. DIREITO CONSTITUCIONAL TRABALHISTA

O direito ao trabalho é um dos direitos sociais elencados no art. 6º da Constituição Federal.

Entretanto, a Carta Maior não se contenta apenas em estabelecer o direito ao trabalho como direito

social. Ela vai além, e, em seu art. 7º, lista de forma mais detalhada alguns dos direitos dos

trabalhadores, sem restringir outros que visem à melhoria de sua condição social.

4.1. Art.7º da Constituição Federal – Análise constitucional via julgados do STF

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de

sua condição social:

▪ Controle concentrado de constitucionalidade: (...) deve-se mencionar que o rol de garantias

do art. 7º da Constituição não exaure a proteção aos direitos sociais. [ADI 639, voto do rel.

min. Joaquim Barbosa, j. 2-6-2005, P, DJ de 21-10-2005.]

▪ O entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) orienta-se no sentido de que cabe à

legislação infraconstitucional, com observância das regras de competência de cada ente

federado, a disciplina da extensão aos servidores públicos civis dos direitos sociais

estabelecidos no art. 7º do Texto Constitucional. [RE 630.918 AgR-segundo, rel. min.

Roberto Barroso, j. 23-3-2018, 1ª T, DJE de 12-4-2018.]

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de

lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

▪ Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 3º da MP 1.596-14/1997, convertida na Lei

9.528/1997, que adicionou ao art. 453 da CLT um segundo parágrafo para extinguir o vínculo

empregatício quando da concessão da aposentadoria espontânea. Procedência da ação. (...)

Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil

(inciso IV do art. 1º da CF); b) alicerce da ordem econômica, que tem por finalidade assegurar

a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios,

a busca do pleno emprego (art. 170, caput, VIII); c) base de toda a ordem social (art. 193).

Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do art. 7º da Magna

Carta e as do art. 10 do ADCT/1988, desvela um mandamento constitucional que perpassa

toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade.

A CF versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um

direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa

situação jurídico-passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do

cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício

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não opera automaticamente).

O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago

de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o INSS.

Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto

mesmo, e não às custas deste ou daquele empregador.

O ordenamento constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de

rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação

em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer

deslize algum. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem

por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego.

Inconstitucionalidade do § 2º do art. 453 da CLT, introduzido pela Lei 9.528/1997. [ADI

1.721, rel. min. Ayres Britto, j. 11-10-2006, P, DJ de 29-6-2007.] = AI 756.861 ED, rel. min.

Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de 4-3-2011

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: FGTS. Cobrança de valores não pagos.

Prazo prescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, XXIX, da Constituição. Superação de

entendimento anterior sobre prescrição trintenária. Inconstitucionalidade dos arts. 23, § 5º,

da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS aprovado pelo Decreto 99.684/1990. [ARE

709.212, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 608.]

▪ É constitucional o art. 19-A da Lei 8.036/1990, o qual dispõe ser devido o depósito do

FGTS na conta de trabalhador cujo contrato com a administração pública seja declarado

nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu

direito ao salário. Mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado

público, nos termos do art. 37, § 2º, da CF, subsiste o direito do trabalhador ao depósito do

FGTS quando reconhecido ser devido o salário pelos serviços prestados. [RE 596.478, rel. p/

o ac. min. Dias Toffoli, j. 13-6-2012, P, DJE de 1º-3-2013, Tema 191.]


18
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades

vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,

higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder

aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

▪ Súmula Vinculante 16 - Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição

referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

▪ Súmula vinculante 15 - O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público

não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.

▪ Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior

ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

▪ Súmula vinculante 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode

ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de

empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

▪ É constitucional referência ao salário mínimo contida em norma de regência de benefício

assistencial como a fixar valor unitário na data da edição da lei, vedada vinculação futura

como mecanismo de indexação. [ADI 4.726, rel. min. Marco Aurélio, j. 11-11-2020, P, DJE de

30-11-2020.]

▪ Controle concentrado de constitucionalidade: Piso salarial dos técnicos em radiologia.

Adicional de insalubridade. Indexação ao salário mínimo. (...) Inconstitucionalidade da

indexação de piso salarial ao valor do salário mínimo. Congelamento da base de cálculo, a

fim de que seja calculada de acordo com o valor de dois salários mínimos vigentes na data

de estabilização da decisão que deferiu a medida cautelar. Não-recepção do art. 16 da Lei

7.394/1985. [ADPF 151, rel. min. Roberto Barroso, j. 7-2-2019, P, DJE de 11-4-2019.]

▪ Não encontra amparo no Texto Constitucional revisão de benefício previdenciário pelo valor

nominal do salário mínimo. [RE 968.414, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-5-2020, P, DJE de 3-

6-2020, Tema 996.]

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: (...) a vedação da vinculação ao salário

mínimo insculpida no art. 7º,IV, da Constituição visa impossibilitar a utilização do mencionado


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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

parâmetro como fator de indexação para as obrigações não dotadas de caráter alimentar.

Conforme precedentes desta Suprema Corte, a utilização do salário mínimo como base de

cálculo do valor da pensão alimentícia não ofende o dispositivo constitucional invocado,

dada a premissa de que a prestação tem por objetivo a preservação da subsistência humana

e o resguardo do padrão de vida daquele que a percebe, o qual é hipossuficiente e, por isso

mesmo, dependente do alimentante, seja por vínculo de parentesco, seja por vínculo familiar.

[ARE 842.157 RG, voto do rel. min. Dias Toffoli, j. 4-2015, P, DJE de 20-8-2015, Tema 821.]

▪ O Plenário, no julgamento do RE 199.098/SC e RE 265.129/RS, rel. min. Ilmar Galvão, decidiu

que o art. 7º, IV, da Constituição refere-se ao total da remuneração percebida pelo

servidor e não apenas ao vencimento-base. (...) Ambas as Turmas da Corte, seguindo a

orientação firmada pelo Plenário, corroboraram o entendimento de que a remuneração total

do servidor, e não o seu salário-base, é que não pode ser inferior ao salário mínimo. [RE

582.019 QO-RG, voto do rel. min. RicardoLewandowski, j. 13-11-2008, P, DJE de 13-2-

2009, Tema 142.]

▪ Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III;

5º, caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) A CF não estendeu aos militares a garantia de

remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de

trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável

aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios.

Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado

com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se

a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar

obrigatório nas Forças Armadas. [RE 570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-4-2008,

P, DJE de 27-6-2008, Tema 15.]

▪ A Suprema Corte vem se pronunciando no sentido de que a remuneração do servidor público

não pode ser inferior a um salário mínimo. Esse entendimento se aplica ao servidor que

trabalha em regime de jornada reduzida. [AI 815.869 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-11-

2014, 1ª T, DJE de 24-11-2014.] Vide RE 439.360 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 9-8-

2005, 1ª T, DJ de 2-9-2005.

▪ Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário mínimo. Mesmo em se tratando de


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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

adicional de insalubridade, descabe considerar o salário mínimo como base de cálculo.

Verbete Vinculante 4 da Súmula do Supremo. Agravo. Reforma. Alcance. Afasta-se a

observância do verbete vinculante quando conclusão diversa acarreta o prejuízo do

recorrente. [RE 388.658 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 12-8-2008, 1ª T, DJE de 26-9-2008.]

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

▪ Controle concentrado de constitucionalidade

A menção ao dever de obediência a patamar mínimo fixado em lei foi feita – em relação aos

trabalhadores alcançados pela lei estadual, não abrangidos por nenhuma forma de

negociação coletiva anterior – como reforço argumentativo, com o intuito de realçar a

liberdade de atuação dos órgãos sindicais na construção das políticas salariais dos seus

representados.

Como foi destacado, o piso salarial fixado pela legislação estadual, em razão da limitação

contida na LC federal 103/2000 e conforme ressalva expressa no art. 3º da lei estadual

questionada, não incidirá sobre as profissões que tenham convenção ou acordo coletivo

de trabalho, preservando-se e ressalvando-se os pisos salariais assim definidos. Por sua

vez, em relação aos trabalhadores não abrangidos por nenhuma forma anterior de

negociação coletiva, o piso salarial estadual incidirá, passando a ser esse, portanto, o

patamar mínimo legalmente assegurado à categoria, e não mais o “salário mínimo

nacional”.

A lei questionada não viola o princípio do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso

salarial regional visa, exatamente, reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção aos

trabalhadores e assegurando a eles melhores condições salariais. Não viola o poder

normativo da Justiça do Trabalho (art. 114, § 2º, da Lei Maior) o fato de a lei estadual não ter

excluído dos seus efeitos a hipótese de piso salarial determinado em dissídio coletivo. A lei

atuou nos exatos contornos da autorização conferida pela delegação legislativa. A lei

impugnada realiza materialmente o princípio constitucional da isonomia, uma vez que o

tratamento diferenciado aos trabalhadores agraciados com a instituição do piso salarial

regional visa reduzir as desigualdades sociais.


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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

A LC federal 103/2000 teve por objetivo maior assegurar àquelas classes de

trabalhadores menos mobilizadas e, portanto, com menor capacidade de organização

sindical, um patamar mínimo de salário.

A fim de manter-se o incentivo à negociação coletiva (art. 7º, XXVI, CF/1988), os pisos

salariais regionais somente serão estabelecidos por lei naqueles casos em que não haja

convenção ou acordo coletivo de trabalho. As entidades sindicais continuarão podendo

atuar nas negociações coletivas, desde que respeitado o patamar mínimo legalmente

assegurado.

A parte final do parágrafo único do art. 2º da LC 459/2009, ao determinar a participação

do “Governo do Estado de Santa Catarina” nas negociações entre as entidades sindicais

de trabalhadores e empregadores para atualização dos pisos salariais fixados na referida

lei complementar, ofende o princípio da autonomia sindical (art. 8º, I, CF/1988) e

extrapola os contornos da competência legislativa delegada pela União.

As negociações coletivas devem ocorrer com a participação dos representantes dos

empregadores e dos trabalhadores, sem intromissão do governo (princípio da negociação

livre). Ao criar mecanismo de participação estatal compulsória nas negociações coletivas,

o Estado de Santa Catarina legisla sobre “direito coletivo do trabalho”, não se

restringindo a instituir o piso salarial previsto no inciso V do art. 7º da CF. [ADI 4.364, rel.

min. Dias Toffoli, j. 2-3-2011, P, DJE de 16-5-2011.]

Vide ADI 4.364 ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-5-2013, P, DJE de 20-9-2013.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

▪ A medida provisória em análise tem o intuito de equilibrar as desigualdades sociais

provocadas pela pandemia, e deve ser interpretada de acordo com diversos vetores

constitucionais: a dignidade da pessoa humana, o trabalho, a livre iniciativa, o

desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e marginalização e a redução das

desigualdades. Nesse sentido, a garantia de irredutibilidade salarial apenas faz sentido se

existir o direito ao trabalho em primeiro lugar. (...) a medida provisória é específica ao definir

sua eficácia durante o estado de calamidade (90 dias), período no qual o empregado terá a
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

garantia de manutenção do seu emprego (um total de 24,5 milhões de postos de trabalho),

mesmo que com uma redução salarial proporcional à redução de horas trabalhadas. Além

disso, haverá complementação de renda por parte do Estado, no valor estimado de 51,2

bilhões de reais. (...) Ademais, o empregado tem a opção de não aceitar essa redução,

juntamente como auxílio emergencial proporcional. Nesse caso, se houver demissão, ele

receberá o auxílio-desemprego. Assim, a medida provisória não tem o objetivo simples de

legalizar a redução salarial, mas sim de estabelecer mecanismos emergenciais de

preservação de emprego e de renda. Não se trata de conflito entre empregado e empregador

e da definição salarial como resultado desse embate, que é a situação normal na qual se

exige a participação sindical para equilibrar as forças. A situação atual não exige conflito,

mas convergência para a sobrevivência da empresa (especialmente a micro e a pequena), do

empregador e do empregado, com o auxílio do governo. Se não houver pacto entre

empregadores e empregados, o resultado da pandemia pode ser o dobro de desempregados

no país, situação inadmissível que gerará enorme conflito social.

[ADI 6.363 MC-Ref, rel. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 16 e 17-4-2020, P, Informativo

973.]

▪ Transposição do regime celetista para o estatutário. Inexistência de direito adquirido a

regime jurídico. Possibilidade de diminuição ou supressão de vantagens sem redução do

valor da remuneração. [RE 599.618 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de

14-3-2011.] Vide RE 212.131, rel. min. Ilmar Galvão, j. 3-8-1999, 1ª T, DJ de 29-10-1999.

▪ Funcionário público. Conversão compulsória do regime contratual em estatutário. Redução

verificada na remuneração. Art. 7º, VI, c/c art. 39, § 2º, da Constituição. Situação

incompatível com o princípio da irredutibilidade que protegia os salários e protege os

vencimentos do servidor, exsurgindo, como solução razoável para o impasse, o

enquadramento do servidor do nível mais alto da categoria funcional que veio a integrar,

convertido, ainda, eventual excesso remuneratório verificado em vantagem pessoal a ser

absorvida em futuras concessões de aumento real ou específico. [RE 212.131, rel. min.

Ilmar Galvão, j. 3-8-1999, 1ª T, DJ de 29-10-1999.]

VII- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

▪ Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior

ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: Serviço militar obrigatório. Soldo.

Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III; 5º, caput; e 7º, IV, da CF.

Inocorrência. (...)

A CF não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário

mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que submetem

os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm

direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam

serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania

da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições

materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. [RE

570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-4-2008, P, DJE de 27-6-2008, Tema 15.]

VIII- décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

▪ A natureza da gratificação natalina é remuneratória e integra, para todos os efeitos, a

remuneração do empregado, conforme estabelece a Súmula 207/STF. [RE 260.922, rel. p/ o

ac. min. Maurício Corrêa, j. 30-5-2000, 2ª T, DJ de 20-10-2000.]

IX- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;X- proteção do salário na forma da

lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI- participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,

participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

▪ Pela Constituição da República de 1988 se objetiva estimular a integração do trabalhador

ao desenvolvimento da empresa pela participação negociada nos ganhos econômicos (inc.

XI do art. 7º e § 4º do art. 218). Não de demonstra inconstitucionalidade de norma pela

se prevê a participação nos lucros e resultados pelos trabalhadores das empresas

estatais, de acordo com as diretrizes específicas elaboradas pelo Poder Executivo a que
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

estejam submetidas respectivas entidades. As empresas estatais, embora sujeitas a

controle público, são competentes para celebrar negociação coletiva sobre participação

em lucros e resultados. [ADI 5.417, rel. min. Cármen Lúcia, j. 7-12-2020, P, DJE de 4-2-

2021.]

▪ Constituição do Estado de Santa Catarina. Impugnação ao art. 14, II, da Constituição

Estadual e ao inteiro teor da Lei Estadual disciplinadora 1.178/1994. (...) Normas que

instituem a participação obrigatória de 1 (um) representante dos empregados, por eles

indicado, mediante processo eletivo, no conselho de administração e na diretoria das

empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias. Exercício do direito

assegurado pelo art. 7º, XII, da CRFB/88. A gestão democrática, constitucionalmente

contemplada no preceito alusivo aos direitos trabalhistas (CFRB/88, art. 7º, XI), é

instrumento de participação do cidadão - do empregado - nos espaços públicos de que

faz parte, além de ser desdobramento do disposto no artigo 1º, inciso II, que elege a

cidadania como fundamento do estado brasileiro. [ADI 1.229, rel. min. Edson Fachin, j.

23-8-2019, P, DJE de 9-9-2019.] Participação dos empregados na gestão da empresa:

admitida, com base no art. 7º, XI, CF, parece que, na eleição do representante, o sufrágio deve

ser concedido apenas aos empregados em atividade, não aos inativos. [ADI 2.296 MC, rel.

min. Sepúlveda Pertence, j. 16-11-2000, P, DJ de 23-2-2001.]

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: Segundo afirmado por precedentes de

ambas as Turmas deste STF, a eficácia do preceito veiculado pelo art. 7º, XI, da CF –

inclusive no que se refere à natureza jurídica dos valores pagos a trabalhadores sob a

forma de participação nos lucros para fins tributários – depende de regulamentação. Na

medida em que a disciplina do direito à participação nos lucros somente se operou com a

edição da MP 794/1994 e que o fato gerador em causa concretizou-se antes da vigência

desse ato normativo, deve incidir, sobre os valores em questão, a respectiva contribuição

previdenciária. [RE 569.441, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 30-10-2014, P, DJE de 10-2-

2015, Tema 344.]

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da

lei; (Redação da EC 20/1998)


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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

▪ Salário-família. Direito incorporado ao patrimônio do servidor público. Supressão indevida

pela administração pública. Transgressão às garantias constitucionais da irredutibilidade de

vencimentos e do direito adquirido.” (AI 817.010-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento

em 27-3-2012, Segunda Turma, DJE de 12-4-2012.)

XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção

coletiva de trabalho;

▪ Controle concentrado de constitucionalidade: A jornada de 12 horas de trabalho por 36

horas de descanso não afronta o art. 7º, XIII, da Constituição da República, pois encontra-

se respaldada na faculdade, conferida pela norma constitucional, de compensação de

horários. A proteção à saúde do trabalhador (art. 196 da CRFB) e à redução dos riscos

inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII, da CRFB) não é ipso facto desrespeitada pela jornada de

trabalho dos bombeiros civis, tendo em vista que, para cada 12 horas trabalhadas, há 36

horas de descanso e também prevalece o limite de 36 horas de jornada semanal. [ADI 4.842,

rel. min. Edson Fachin, j. 14-9-2016, P, DJE de 8-8-2017.]

XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,

salvo negociação coletiva;

▪ Súmula 675 STF: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de

seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o

efeito do art. 7º, XIV, da Constituição.

XV- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI- remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do

normal;

▪ O art. 7º, XVI, da CF, que cuida do direito dos trabalhadores urbanos e rurais à remuneração

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

pelo serviço extraordinário com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-se imediatamente

aos servidores públicos, por consistir em norma autoaplicável. [AI 642.528 AgR, rel. min.

Dias Toffoli, j. 25-9-2012, 1ª T, DJE de 15-10-2012.]

XVII- gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário

normal;

▪ Controle concentrado de constitucionalidade: (...) o Supremo entende que a limitação do

adicional de férias anuais dos membros da magistratura e do ministério público constitui

flagrante ofensa ao art. 7º, XVII, da Constituição Federal, que assegura aos trabalhadores

em geral férias anuais remuneradas com adicional mínimo de um terço calculado sobre o

salário normal. Desse modo, se as férias forem de sessenta dias (dois períodos de trinta

dias), o adicional de um terço incidirá sobre o valor correspondente a dois salários, pois,

caso contrário, se o adicional incidisse apenas sobre um período de trinta dias (salário

mensal), as férias de sessenta dias seriam remuneradas pela metade (um sexto), em

flagrante ofensa à Constituição Federal. Ação julgada procedente para declarar a

inconstitucionalidade da expressão ‘mensal’ contida nos arts. 1º e 2º da Lei 8.870/89, da

expressão ‘mensal’ contida nos arts. 1º e 2º da Lei 8.874/89 e da expressão ‘vedada, em

caso de acumulação de férias, a dupla percepção da vantagem’, contida no art. 3º da Lei

8.874/89, ambas do Estado do Rio Grande do Sul. [ADI 2.964, rel. min. Gilmar Mendes, j.

9-5-2019, P, DJE de 1º-8-2019.]

▪ O direito às férias remuneradas é assegurado ao servidor público em atividade. O acréscimo

de 1/3 da remuneração segue o principal: somente faz jus a esse acréscimo o servidor com

direito ao gozo de férias remuneradas. CF, art. 7º, XVII. Servidor público aposentado não tem

direito, obviamente, ao gozo de férias. [ADI 2.579, rel. min. Carlos Velloso, j. 21-8-2003, P,

DJ de 26-9-2003.] = ADI 1.158, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-8-2014, P, DJE de 8-10-2014

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: É legítima a incidência de

contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço constitucional de férias. [RE

1.072.485, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2020, P, DJE de 2-10-2020, Tema 985.]

O direito individual às férias é adquirido após o período de doze meses trabalhados, sendo
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

devido o pagamento do terço constitucional independente do exercício desse direito.

A ausência de previsão legal não pode restringir o direito ao pagamento do terço

constitucional aos servidores exonerados de cargos comissionados que não usufruíram

férias.

O não pagamento do terço constitucional àquele que não usufruiu o direito de férias é

penalizá-lo duas vezes: primeiro por não ter se valido de seu direito ao descanso, cuja

finalidade é preservar a saúde física e psíquica do trabalhador; segundo por vedar-lhe o

direito ao acréscimo financeiro que teria recebido se tivesse usufruído das férias no momento

correto. [RE 570.908, rel. min. Cármen Lúcia, j. 16-9-2009, P, DJE de 12-3-2010, Tema 30.]

▪ É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o servidor público aposentado

tem direito ao recebimento de indenização pelas férias não gozadas, adquiridas ao tempo

da atividade, sob pena de enriquecimento sem causa da administração. [RE 234.485 AgR,

rel. min. Dias Toffoli, j. 2-8-2011, 1ª T, DJE de 19-9-2011.] = ARE 726.294 AgR, rel. min.

Gilmar Mendes, j. 5-2-2013, 2ª T, DJE de 25-2-2013

▪ O STF, em sucessivos julgamentos, firmou entendimento no sentido da não incidência de

contribuição social sobre o adicional de um terço, a que se refere o art. 7º, XVII, da CF.

Precedentes. [RE 587.941 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 30-9-2008, 2ª T, DJE de 21-11-

2008.] = AI 710.361 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 7-4-2009, 1ª T, DJE de 8-5-2009

XVIII- licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte

dias;

▪ Controle concentrado de constitucionalidade: NOVO: Mães e bebês que necessitam de

internação prolongada. Necessidade de extensão do período de licença-maternidade e de

pagamento de salário-maternidade no período de 120 dias posterior à alta. (...) A alta é (...) o

momento aguardado e celebrado e é esta data, afinal, que inaugura o período abrangido pela

proteção constitucional à maternidade, à infância e à convivência familiar. Omissão

inconstitucional relativa nos dispositivos impugnados, uma vez que as crianças ou suas mães

que são internadas após o parto são desigualmente privadas do período destinado à sua

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

convivência inicial. Premissas que devem orientar a interpretação do art. 7º, XVIII, da

Constituição, que prevê o direito dos trabalhadores à ‘licença à gestante, sem prejuízo do

emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.’ Logo, os cento e vinte dias devem

ser considerados com vistas a efetivar a convivência familiar, fundada especialmente na

unidade do binômio materno-infantil. O perigo de dano irreparável reside na inexorabilidade

e urgência da vida. A cada dia, findam-se licenças-maternidade que deveriam ser estendidas

se contadas a partir da alta, com o respectivo pagamento previdenciário do salário-

maternidade, de modo a permitir que a licença à gestante tenha, de fato, o período de duração

de 120 dias previsto no art. 7º, XVIII, da Constituição

[ADI 6.327 REF-MC, rel. min. Edson Fachin, j. 3-4-2020, P, DJE de 19-6-2020.]

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: A licença-maternidade prevista no

artigo 7º, XVIII, da Constituição abrange tanto a licença-gestante quanto a licença-

adotante, ambas asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. Interpretação sistemática da

Constituição à luz da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre filhos biológicos e

adotados, da doutrina da proteção integral, do princípio da prioridade e do interesse superior

do menor. (...)

▪ Tese de repercussão geral: "Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores aos

prazos da licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em

relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da

criança adotada".[RE 778.889, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-3-2016, P, DJE de 1º-8-2016,

Tema 782.]

▪ A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional

às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art.

142, VIII, da CF/1988, alcança as militares. [RE 523.572 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 6-10-

2009, 2ª T, DJE de 29-10-2009.] = AI 811.376 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-3-2011,

2ª T, DJE de 23-3-2011

▪ O STF fixou entendimento no sentido de que as servidoras públicas e empregadas

gestantes, inclusive as contratadas a título precário, independentemente do regime

jurídico de trabalho, têm direito à licença-maternidade de 120 dias e à estabilidade

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

provisória desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto, nos termos do art.

7º, XVIII, da Constituição do Brasil e do art. 10, II, b, do ADCT. [RE 600.057 AgR, rel. min.

Eros Grau, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 23-10-2009.] = RE 634.093 AgR, rel. min. Celso de

Mello, j. 22-11-2011, 2ª T, DJE de 7-12-2011

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da

lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos

da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança;

▪ Súmula 736: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir

o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos

trabalhadores.

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma

da lei;

▪ Súmula vinculante 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode

ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de

empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

▪ PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.

RECONHECIMENTO PELA ADMINISTRAÇÃO. RETROAÇÃO DOS EFEITOS DO LAUDO.

IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. INCIDENTE PROVIDO.

1. Cinge-se a controvérsia do incidente sobre a possibilidade ou não de estender o

pagamento do adicional de insalubridade e periculosidade ao servidor em período anterior à

30
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

formalização do laudo pericial.

2. O artigo 6º do Decreto n. 97.458/1989, que regulamenta a concessão dos adicionais de

insalubridades, estabelece textualmente que "[a] execução do pagamento somente será

processada à vista de portaria de localização ou de exercício do servidor e de portaria de

concessão do adicional, bem assim de laudo pericial, cabendo à autoridade pagadora conferir

a exatidão esses documentos antes de autorizar o pagamento."

3. A questão aqui trazida não é nova. Isso porque, em situação que se assemelha ao caso dos

autos, o Superior Tribunal de Justiça tem reiteradamente decidido no sentido de que "o

pagamento de insalubridade está condicionado ao laudo que prova efetivamente as

condições insalubres a que estão submetidos os Servidores. Assim, não cabe seu

pagamento pelo período que antecedeu a perícia e a formalização do laudo

comprobatório, devendo ser afastada a possibilidade de presumir insalubridade em

épocas passadas, emprestando-se efeitos retroativos a laudo pericial atual" (REsp

1.400.637/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 24.11.2015). No mesmo

sentido: REsp 1.652.391/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe

17.5.2017; REsp 1.648.791/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe

24.4.2017; REsp 1.606.212/ES, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 20.9.2016;

EDcl no AgRg no REsp 1.2844.38/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira

Turma, DJe 31.8.2016.

4. O acórdão recorrido destoa do atual entendimento do STJ, razão pela qual merece

prosperar a irresignação.

5. Pedido julgado procedente, a fim de determinar o termo inicial do adicional de

insalubridade à data do laudo pericial.

(PUIL 413/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em

11/04/2018, DJe 18/04/2018)

XXIV- aposentadoria;

▪ Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato

31
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

de trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia

constitucional o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao

art. 453, caput, da CLT (redação alterada pela Lei 6.204/1975), decide que a aposentadoria

espontânea extingue o contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a

trabalhar na empresa após a concessão do benefício previdenciário.

▪ A aposentadoria espontânea pode ou não ser acompanhada do afastamento do empregado

de seu trabalho: só há readmissão quando o trabalhador aposentado tiver encerrado a

relação de trabalho e posteriormente iniciado outra; caso haja continuidade do trabalho,

mesmo após a aposentadoria espontânea, não se pode falar em extinção do contrato de

trabalho e, portanto, em readmissão.[RE 449.420, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 16-8-

2005, 1ª T, DJ de 14-10-2005.] = RE 487.734 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 13-10-2009,

1ª T, DJE de 13-11-2009

Observação: Importante observar que, com relação aos servidores públicos estatutários e

empregados públicos, de acordo com a Emenda Constitucional n. 103/2019 (Reforma da

Previdência), “a aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente

de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará

o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” (art. 37, § 14, da

Constituição Federal)

XXV- assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de

idade em creches e pré-escolas; (Redação da EC 53/2006)

XXVI- reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

▪ A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes

Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação

coletiva para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente

compatível com o texto da Constituição da República, seja porque a Lei nº 12.317/2010

emanou de pessoa estatal competente (CF, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado

32
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

diploma legislativo veiculou, no caso, norma claramente favorável a essa categoria

profissional, pois instituiu, “in melius”, regime jurídico mais benéfico pertinente à jornada de

trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para tanto, as peculiaridades e as

condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho de sua atividade

laboral. [ADI 4.468, rel. min. Celso de Mello, j. 13-10-2020, P, DJE de 27-10-2020.]

▪ A Constituição da República não disciplina a vigência e a eficácia das convenções e acordos

coletivos de trabalho. A conformação desses institutos é de competência do legislador

ordinário, que deverá, à luz das demais normas constitucionais, eleger políticas legislativas

capazes de viabilizar a concretização dos direitos dos trabalhadores. [ADI 2.288, rel. min.

Cármen Lúcia, j. 4-6-2020, P, DJE de 9-9-2020.]

▪ A Lei 9.610 submete a possibilidade do contrato de trabalho por prazo determinado à

existência de acordo ou convenção coletiva de trabalho. A possibilidade de tais acordos e

convenções é prevista na Constituição Federal, que, além de prever sua ocorrência no caso

de redução do salário (art. 7º, VI) e compensação ou redução de jornada (art. 7º, XIII),

expressamente reconhece sua validade no inciso XXVI do art. 7º (...). Ressalto que há uma

tendência em respeitar a autonomia nas relações de trabalho, decorrentes dos acordos e

convenções coletivas, cuja importância é reafirmada na chamada Reforma Trabalhista,

operada pela Lei 13.467, de 13 de julho de 2017. (...) todos os direitos sociais do trabalhador,

reconhecidos pela Constituição de 1988 estão preservados pela norma impugnada, não

havendo, portanto, afronta constitucional na criação, por lei, da modalidade de contrato de

trabalho por prazo determinado de que trata a Lei 9.610, de 1998. [ADI 1.764, voto do rel.

min. Gilmar Mendes, j. 20-4-2020, P, DJE de 29-5-2020.]

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: A Constituição de 1988, em seu art.

7º, XXVI, prestigiou a autonomia coletiva da vontade e a autocomposição dos conflitos

trabalhistas, acompanhando a tendência mundial ao crescente reconhecimento dos

mecanismos de negociação coletiva, retratada na Convenção 98/1949 e na Convenção

154/1981 da Organização Internacional do Trabalho.

O reconhecimento dos acordos e convenções coletivas permite que os trabalhadores

contribuam para a formulação das normas que regerão a sua própria vida.

33
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

Os planos de dispensa incentivada permitem reduzir as repercussões sociais das dispensas,

assegurando àqueles que optam por seu desligamento da empresa condições econômicas

mais vantajosas do que aquelas que decorreriam do mero desligamento por decisão do

empregador.

É importante, por isso, assegurar a credibilidade de tais planos, a fim de preservar a sua

função protetiva e de não desestimular o seu uso. (...)

Afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: "A transação extrajudicial que importa

rescisão do contrato de trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano

de dispensa incentivada, enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do

contrato de emprego, caso essa condição tenha constado expressamente do acordo

coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais instrumentos celebrados com o

empregado". [RE 590.415, rel. min. Roberto Barroso, j. 30-4-2015, P, DJE de 29-5-2015,

Tema 152.]

Vide RE 895.759 AgR-segundo, rel. min. Teori Zavascki, j. 8-12-2016, 2ª T, DJE de 23-5-

2017

Conforme assentado pelo Plenário do STF no julgamento do RE 590.415 (rel. min. Roberto

Barroso, DJE de 29-5-2015, Tema 152), a CF "reconheceu as convenções e os acordos

coletivos como instrumentos legítimos de prevenção e de autocomposição de conflitos

trabalhistas", tornando explícita inclusive "a possibilidade desses instrumentos para a

redução de direitos trabalhistas".

Ainda segundo esse precedente, as normas coletivas de trabalho podem prevalecer sobre "o

padrão geral heterônomo, mesmo que sejam restritivas dos direitos dos trabalhadores,

desde que não transacionem setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade

absoluta".

É válida norma coletiva por meio da qual categoria de trabalhadores transaciona o direito ao

cômputo das horas in itinere na jornada diária de trabalho em troca da concessão de

vantagens de natureza pecuniária e de outras utilidades. [RE 895.759 AgR-segundo, rel. min.

Teori Zavascki, j. 8-12-2016, 2ª T, DJEde 23-5-2017.]

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

XXVII- proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII- seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização

a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

▪ Súmula vinculante 22 - A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações

de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho

propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam

sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004.

▪ O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da

Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por

danos decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou quando a

atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual a risco

especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais

membros da coletividade.

[RE 828.040, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-3-2020, P, DJE de 26-6-2020, Tema 932.]

▪ A cobrança da contribuição ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) incidente sobre o total

das remunerações pagas tanto aos empregados quanto aos trabalhadores avulsos é

legítima. [AI 742.458 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 14-4-2009, 2ª T, DJE de 15-5-2009.] = RE

459.099 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 13-8-2013, 1ª T, DJE de 18-10-2013

XXIX- ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional

de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção

do contrato de trabalho; (Redação da EC 28/2000)

▪ A Constituição da República, ao consignar, em seu art. 7º, o direito ‘à ação, quanto aos

créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os

trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de

trabalho (inciso XXIX) e ‘a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício

permanente e o trabalhador avulso’ (inciso XXXIV), não elidiu a possibilidade de que, dentro

35
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

do preceituado pelas normas constitucionais, em atenção aos princípios da valorização social

do trabalho (art. 1º, IV) e de justiça social (arts. 3º, I a III; 7º a 9º, 170 e 193), fossem reguladas

de modo diverso para atender às particularidades e às condições de trabalhos próprias da

relação laboral avulsa. Constitui o OGMO ente a que se vincula de forma estável, isto é, de

forma fixa e constante, o trabalhador portuário avulso, para fins de gozo de seus direitos

trabalhistas. Parece adequado, portanto, que o prazo quinquenal ou bienal seja aplicado

considerando o vínculo com o órgão gestor. A solução, por sua vez, possibilita a aplicação,

na prática, do prazo quinquenal, privilegiando o espírito que animou o legislador constituinte

ao promover a ampliação do prazo prescricional e da proteção social conferida ao

trabalhador. [ADI 5.132, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 29-3-2021, P, DJE de 15-4-2021.]

▪ Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: FGTS. Cobrança de valores não pagos.

Prazo prescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, XXIX, da Constituição. Superação de

entendimento anterior sobre prescrição trintenária. Inconstitucionalidade dos arts. 23, § 5º,

da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS aprovado pelo Decreto 99.684/1990. [ARE

709.212, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 608.]

▪ Com a conversão do regime de trabalho do servidor, de celetista em estatutário, não

obstante tenha resultado sem solução de continuidade o vínculo existente entre as

mesmas partes, é de ter-se por extinto o contrato de trabalho e, consequentemente,

iniciado, a partir de então, o curso do biênio estabelecido pela Carta Magna no dispositivo

sob referência. [RE 317.660, rel. min. Ilmar Galvão, j. 6-2-2002, P, DJ de 26-9-2003.] = RE

686.633, rel. min. Cármen Lúcia, j. 19-6-2012, dec. Monocrática, DJE de 27-6-2012

▪ FGTS. (...) O prazo prescricional do direito de ação referente a créditos trabalhistas é de dois

anos da extinção do contrato de trabalho, conforme art. 7º, XXIX, da CF. [AI 475.350 ED, rel.

min. Ellen Gracie, j. 23-3-2010, 2ª T, DJE de 16-4-2010.] = AI 788.059 AgR, rel. min. Gilmar

Mendes, j. 28-9-2010, 2ª T, DJE de 15-10-2010

XXX- proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por

motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

▪ Súmula 683 STF – O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das

atribuições do cargo a ser preenchido.

▪ A adoção do tempo de serviço para fins de escalonamento dos subsídios de servidores

públicos caracteriza discrímen razoável que não ofende o disposto no artigo 7º, XXX, da

Constituição Federal. [ADI 5.400, rel. min. Luiz Fux, j. 21-2-2020, P, DJE de 12-3-2020.]
▪ Insta saber se é razoável ou não limitar idade para ingressar em carreira policial, a par da

aprovação em testes médicos e físicos. Com efeito, o Supremo tem entendido, em casos

semelhantes, que o estabelecimento de limite de idade para inscrição em concurso público

apenas é legítimo quando justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

(...) Nesse mesmo sentido, o teor do Enunciado 683 da Súmula da jurisprudência dominante

neste Pretório Excelso: "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima

em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das

atribuições do cargo a ser preenchido". O acórdão recorrido está em consonância com a

jurisprudência da Corte, razão pela qual não merece reparos, impondo-se o desprovimento

do recurso. Ex positis, manifesto-me pela existência de repercussão geral e pela reafirmação

da jurisprudência sobre o tema. [ARE 678.112 RG, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 25-4-2013,

P, DJE de 17-5-2013, Tema 646.] Vide RE 523.737 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 22-6-2010,

2ª T, DJE de 6-8-2010

XXXI- proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do

trabalhador portador de deficiência;

▪ A deficiência física, por si só, não incapacita generalizadamente o trabalhador para o

desempenho de atividades laborais em embarcações, não existindo exigência legal ou

convencional de plena capacidade física para toda e qualquer atividade marítima. A eventual

incompatibilidade entre determinadas atividades e certas limitações físicas não justifica a

exclusão do trabalho marítimo do alcance da política pública de inclusão social das pessoas

com deficiência. A exclusão de postos de trabalho marítimo embarcado do cálculo destinado

a apurar o número de vagas destinadas aos deficientes (art. 93 da Lei 8.213/1991) é

desprovido de razoabilidade e desproporcionalidade, caracterizando-se como diferenciação

normativa discriminatória. A previsão dificulta arbitrariamente o acesso de pessoas com


37
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

deficiência ao trabalho nas empresas de navegação, pois diminui a disponibilidade de vagas

de trabalho para pessoas com deficiência. [ADI 5.760, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-

9-2019, P, DJE de 26-9-2019.]

XXXII- proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os

profissionais respectivos;

XXXIII- proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer

trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

(Redação da EC 20/1998)

▪ Proibição de qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, salvo na condição de

aprendiz, a partir dos 14 (quatorze) anos (...) A evolução jurídica das formas de tratamento

legislativo dispensado à criança e ao adolescente: da fase da absoluta indiferença à doutrina

da proteção integral – Abolição da exploração do trabalho infantil de caráter estritamente

econômico e elevação progressiva da idade mínima de admissão para o trabalho e o emprego

– Observância dos compromissos firmados pelo Brasil no plano internacional (Convenção

sobre os Direitos da Criança, Convenção OIT nº 138 e Meta 8.7 da Agenda 2030 para o

desenvolvimento sustentável) e necessidade de respeito aos postulados que informam a

doutrina da proteção integral (CF, art. 227). [ADI 2.096, rel. min. Celso de Mello, j. 13-10-

2020, P, DJE de 27-10-2020.]

▪ Trabalhadora rural. Menor de dezesseis anos de idade. Concessão de salário-maternidade.

(...) Nos termos da jurisprudência do STF, o art. 7º, XXXIII, da Constituição "não pode ser

interpretado em prejuízo da criança ou adolescente que exerce atividade laboral, haja

vista que a regra constitucional foi criada para a proteção e defesa dos trabalhadores, não

podendo ser utilizada para privá-los dos seus direitos" (RE 537.040, rel. min. Dias Toffoli).

[RE 600.616 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 26-8-2014, 1ª T, DJE de 10-9-2014.]

▪ Trabalhador rural ou rurícola menor de quatorze anos. Contagem de tempo de serviço. Art.

11, VII, da Lei 8.213. Possibilidade. Precedentes. (...) Impossibilidade de declaração de efeitos

retroativos para o caso de declaração de nulidade de contratos trabalhistas. Tratamento

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

similar na doutrina do direito comparado: México, Alemanha, França e Itália. Norma de

garantia do trabalhador que não se interpreta em seu detrimento. Acórdão do STJ em

conformidade com a jurisprudência desta Corte. [AI 529.694, rel. min. Gilmar Mendes, j.

15-2-2005, 2ª T, DJ de 11-32005.]

Observação: Apesar do trabalho do menor nas situações acima descritas ser vedado, impedir o gozo

do benefício e/ou o cômputo do tempo de serviço seria penalizá-lo duplamente: 1) exerceu o labor

vedado pela constituição e; 2) ter o trabalho desconsiderado para qualquer fim.

XXXIV- igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o

trabalhador avulso.

▪ A Constituição da República, ao consignar, em seu art. 7º, o direito ‘à ação, quanto aos

créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os

trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de

trabalho (inciso XXIX) e ‘a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício

permanente e o trabalhador avulso’ (inciso XXXIV), não elidiu a possibilidade de que, dentro

do preceituado pelas normas constitucionais, em atenção aos princípios da valorização social

do trabalho (art. 1º, IV) e de justiça social (arts. 3º, I a III; 7º a 9º, 170 e 193), fossem reguladas

de modo diverso para atender às particularidades e às condições de trabalhos próprias da

relação laboral avulsa. Constitui o OGMO ente a que se vincula de forma estável, isto é, de

forma fixa e constante, o trabalhador portuário avulso, para fins de gozo de seus direitos

trabalhistas. Parece adequado, portanto, que o prazo quinquenal ou bienal seja aplicado

considerando o vínculo com o órgão gestor. A solução, por sua vez, possibilita a aplicação,

na prática, do prazo quinquenal, privilegiando o espírito que animou o legislador constituinte

ao promover a ampliação do prazo prescricional e da proteção social conferida ao

trabalhador. [ADI 5.132, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 29-3-2021, P, DJE de 15-4-2021.]

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos

nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do

cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de

trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a

sua integração à previdência social. (Redação da EC 72/2013)

4.2. Aplicação dos direitos do art.7º da Constituição Federal ao servidor público

O art. 39 da Constituição Federal, que trata dos servidores públicos da União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, estabelece que alguns dos direitos elencados no art. 7º da

Constituição Federal serão também aplicados aos servidores públicos. Vejamos:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,

no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para

os servidores da administração pública direta, das autarquias e das

fundações públicas.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no

art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,

podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a

natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

Para melhor visualizar quais direitos sociais dos trabalhadores são estendidos aos servidores

públicos, segue o quadro:

DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS APLICÁVEIS AOS

SERVIDORES OCUPANTES DE CARGOS PÚBLICOS

IV – salário mínimo

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para quem recebe remuneração

variável.

VIII – décimo terceiro salário

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno

XII – salário família

XIII – duração normal do trabalho não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos

XVI – pagamento de hora extra + 50%

XVII – férias anuais + 1/3 do salário normal

XVIII – licença à gestante

XIX – licença paternidade

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de higiene,

saúde e segurança

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de

admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

O empregador estatal pode se estruturar sob a roupagem de pessoa jurídica de Direito Público

(Administração Direta, autarquias e fundações públicas da União, Estados, Distrito Federal e

Municípios) e nos moldes de entidades similares às existentes na economia privada, tais como

empresas públicas, sociedades de economia mista, além de suas subsidiárias.

a) Pessoa jurídica de Direito Público

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com sua administração direta,

autárquica e fundacional, são integrados por pessoas jurídicas de Direito Público, expressão nítida e

diferenciada da natureza e dos poderes estatais. Tais entidades, regra geral, ostentam a prerrogativa

de realizarem, em conformidade com a lei, a admissão e regência normativa de seus servidores

públicos por meio do regime administrativo (servidores estatutários) ou, alternativamente, pelo

regime da CLT (servidores celetistas).

Naturalmente, após realizarem, por lei, sua escolha (afora as escolhas feitas pela própria

Constituição da República, como ocorre com as chamadas carreiras de Estado, sempre regidas
41
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

estritamente pelo Direito Público/Administrativo), desaparece a dualidade de regimes (que era

comum antes da Constituição de 1988), de maneira a prevalecer ou o regime administrativo ou o

regime celetista. Prevalecendo o regime celetista em determinada unidade da República e da

Federação (no Brasil contemporâneo, apenas uns poucos estados federais e um número significativo

de municípios é que ainda se caracterizam pela presença do regime contratual da CLT em suas

ordens jurídicas internas), incide o Direito do Trabalho com respeito às relações entre empregador

público e seus respectivos servidores celetistas.

Peculiaridades:

→ A incidência dos princípios constitucionais da “legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência” (art. 37, caput, CF/88), que devem sempre orientar o intérprete e aplicador

do Direito do Trabalho nos casos envolvendo a Administração Pública e o respectivo servidor,

mesmo celetista,, enfraquecem, sobremaneira — senão afastam mesmo —, a aplicação da regra do

art. 444, caput, da CLT (que sustenta a prevalência da vantagem econômica concedida

espontaneamente e mesmo informalmente pelo empregador e suas chefias).

→ A criação e modificação de cargos e empregos públicos, e a fixação e alteração dos

vencimentos do servidor público, mesmo celetista, tudo somente pode ocorrer por meio de lei

específica (art. 37, X, CF/88), de iniciativa do Chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “a”, combinado

com art. 169, § 1º, I e II, CF/88). Esse verdadeiro princípio da iniciativa legislativa específica, de origem

constitucional, rege todas as entidades estatais de Direito Público (União, Estados, DF e Municípios),

em decorrência do princípio da simetria entre os entes federativos, também de assento

constitucional (art. 1º, caput; art. 18; art. 2º; art. 25, caput; art. 29, caput, todos da Constituição da

República).

→ A CF/88 veda expressamente pleitos de equiparação salarial na área pública (art. 37, XIII,

CF/88, desde a EC n. 19/1998), impedindo, desse modo, a incidência do art. 461 da CLT na respectiva

esfera. Na mesma linha, há clara restrição ao reenquadramento funcional de servidores, mesmo

celetistas, em decorrência da falta de cumprimento do requisito do concurso público.

42
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

→ Restrições à admissão de servidores, que deve ser precedida por “concurso público de

provas ou de provas e títulos”, sob pena de nulidade do contrato de trabalho, “ressalvadas as

nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração” (art. 37,

caput, II e § 2º, CF/88; Súmula 363, TST).

→ Princípio da motivação dos atos da Administração Pública, inerente aos princípios gerais

lançados no caput do art. 37 da CF (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência): esse princípio especial impõe o dever de o empregador público motivar, fundamentar

consistentemente as dispensas de quaisquer servidores, inclusive os celetistas, afastando, dessa

maneira, a possibilidade da dispensa meramente arbitrária, sem motivação qualquer, no âmbito das

entidades estatais de Direito Público.

→ Inviabilidade jurídica de plena aplicação de normas coletivas negociadas no âmbito das

pessoas jurídicas de Direito Público e respectivas relações empregatícias, ao menos no que tange às

normas que criem despesas para o empregador público, tais como, por exemplo, elevação de salário

e de outras parcelas econômicas (princípio da iniciativa legislativa específica).

b) Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista

Dispõe a CF/88:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração

direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando

necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse

coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade

de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica

de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

(...)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive

quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e

tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Desse modo, as entidades estatais situadas no campo similar ao das empresas e instituições

privadas (art. 173, § 1º, II, CF/88) submetem-se, em princípio, às regras próprias da CLT, inclusive ao

disposto no art. 444 (concessões econômicas espontâneas pelo empregador), no art. 461

(equiparação salarial) e nos arts. 611 a 625 (negociação coletiva trabalhista), todos da CLT.

Por outro lado, entre os princípios e regras acima enunciados, fortemente aplicáveis à área das

pessoas jurídicas de Direito Público, está o requisito democrático constitucional da prévia aprovação

em concurso público de provas ou de provas e títulos, sob pena de nulidade do contrato de trabalho

(art. 37, caput, II e § 2º, CF/88; Súmula 363, TST). Nesse caso, a jurisprudência do STF e do TST tem

compreendido firmemente que tal especificidade também se estende às empresas estatais regidas

pelo art. 173, § 1º, II, da CF/88.

Em decorrência dessa específica assimilação do requisito constitucional do concurso público,

e da circunstância de ela se reportar aos princípios constitucionais do art. 37, caput, da CF

(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), tem se agigantado fortemente na

jurisprudência a compreensão de que o princípio da motivação também se estenderia ao ato de

ruptura do contrato de trabalho pelo empregador estatal das empresas públicas, sociedades de

economia mista e empresas subsidiárias. É bem verdade que há um certo número de turmas da Corte

Superior Trabalhista que tem preservado a validade da denúncia vazia no âmbito das empresas

estatais, na linha da OJ 247, I, da SDI-I do TST.

No bojo dessa indefinição interpretativa surgida no TST, despontou no STF, em 2015, sinal de

aparente continuidade do debate sobre o assunto, em vista de três possíveis alternativas de

interpretação quanto ao tema: a) extensão do princípio da motivação a todas as empresas estatais;

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

b) extensão do referido princípio apenas às empresas estatais efetivamente prestadoras de serviço

público; c) extensão desse princípio somente à própria ECT, já mencionada no inciso II da OJ 247 da

SDI-I do TST.

Referências bibliográficas:

Henrique Correia. Direito do Trabalho para concursos de analista do TRT e MPU.

Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo.

Felipe Fernandes. Gustavo Andrade. Raquel Gouveia. Direito e Processo do Trabalho para a

Advocacia Pública

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2010 - VUNESP - CEAGESP - Advogado


É um direito constitucional dos trabalhadores urbanos e rurais:

a) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.


b) garantia de salário, nunca superior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
c) participação nos lucros e resultados, vinculada à remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei.
d) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de qualquer renda, nos termos da
lei.
e) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em quarenta por cento à do normal.

COMENTÁRIOS
A - CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

B – CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

C- CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

D - CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

E- CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

LETRA A

02 - 2018 - FCC - ALESE - Técnico Legislativo - Administração

É direito dos trabalhadores urbanos e rurais, assegurado na Constituição Federal:

a) a duração do trabalho normal não superior a doze horas diárias e quarenta e oito semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho.
b) a participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração, e, excepcionalmente, a
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
c) o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
d) a remuneração do trabalho diurno superior à do noturno.
e) a proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção culposa.

COMENTÁRIOS
A- A – CF, art. 7º, XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;
B-
C- B – CF, art. 7º, XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
D-
E- C – CF, art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
F-
G- D – CF, art. 7º, IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
H-
I- E – CF, art. 7º, X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

Letra C

3. 2018 - FCC - IAPEN-AP - Agente Penitenciário

São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, instituídos pela Constituição Federal, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social,
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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO DO TRABALHO – META 01

A) irredutibilidade do salário, ainda que haja autorização disposta em convenção ou acordo


coletivo.
B) participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
C) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 180 dias.
D) igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
E) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do Estado, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

COMENTÁRIOS:

A) ERRADA - É possível a redução do salário mediante acordo ou convenção do trabalho;


B) ERRADA - A participação nos lucros ou resultados é desvinculada da remuneração;
C) ERRADA - A licença à gestante tem duração de 120 dias;
D) CORRETA - CF/88 Art. 7, XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso.
E) ERRADA - O seguro acidente o trabalho está a cargo do empregador.

GABARITO: D

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