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DIREITO TRIBUTÁRIO

META 01
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

SUMÁRIO

SUMÁRIO ........................................................................................................................................................................... 3
D. TRIB - META 01 ........................................................................................................................................................... 5
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 5
1.1. Atividade financeira do Estado .................................................................................................................................... 5
1.2. Finalidade dos tributos ................................................................................................................................................... 6
2. TRIBUTOS ................................................................................................................................................................................... 6
2.1. Elementos do conceito de tributo: .............................................................................................................................. 7
3. TRIBUTOS EM ESPÉCIE ......................................................................................................................................................... 8
3.1. Impostos .............................................................................................................................................................................. 8
3.2. Taxas ................................................................................................................................................................................. 12
3.3. Contribuição de Melhoria ............................................................................................................................................ 24
3.4. Empréstimos compulsórios ........................................................................................................................................ 28
3.5. Contribuições .................................................................................................................................................................. 30
QUESTÕES PROPOSTAS ....................................................................................................................................................... 41
JURISPRUDÊNCIA DO TEMA - DIZER O DIREITO ................................................................................................. 50
É admissível o cálculo das custas judiciais com base no valor da causa, considerando que se respeita a
correlação com o custo da atividade prestada, e desde que haja a definição de valores mínimo e máximo 50

É constitucional a instituição de taxa pela qual observada equivalência razoável entre o valor exigido do
contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia, nos termos do art. 145, II, da CF/88. 50
É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios ...................................................................................... 51
É inconstitucional lei estadual que cria taxa de fiscalização da exploração de recursos hídricos na qual o
valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada ...................................... 51
Estados podem instituir taxa de polícia por expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de
fogo ................................................................................................................................................................................................. 51
Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais aposentados
.......................................................................................................................................................................................................... 52
Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal ............................................... 52
Base de cálculo da taxa municipal de fiscalização e funcionamento ........................................................................ 53
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde que
respeitados os parâmetros máximos ................................................................................................................................... 53
Serviço de iluminação pública não é remunerado por taxa .......................................................................................... 54
Valor da taxa deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva ........................................................ 54
Taxa de desarquivamento de processos findos ............................................................................................................... 55
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É vedado que a base de cálculo da taxa seja idêntica à do imposto ......................................................................... 55

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D. TRIB - META 01
TEMA DO DIA

Tributo. Conceito. Natureza jurídica. Espécies. Imposto. Taxa. Contribuição de melhoria. Empréstimo

compulsório. Contribuições

FILTRO DO TEMA NO BUSCADOR DO DIZER O DIREITO:

DIREITO TRIBUTÁRIO – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Material revisado em 16/02/2022.

QUAL DEVE SER O FOCO?

1. Impostos fiscais x extrafiscais

2. Taxa de polícia

3. Súmulas vinculantes nº19 e 29 do STF

1. INTRODUÇÃO

1.1. Atividade financeira do Estado

O Estado existe para a consecução do bem comum. Para atingir tal mister, precisa obter

recursos financeiros, o que faz, basicamente, de duas formas. Para obter receitas originárias, o Estado

se despe das tradicionais vantagens que o regime jurídico de direito público lhe proporciona e, de

maneira semelhante a um particular, obtém receitas patrimoniais ou empresariais. Como exemplo,

cite-se um contrato de aluguel em que o locatário é um particular e o locador é o Estado. O particular

somente se obriga a pagar o aluguel porque manifesta sua vontade ao assinar o contrato, não

havendo manifestação de qualquer parcela do poder de império estatal.

Na obtenção de receitas derivadas, o Estado, agindo como tal, utiliza-se das suas prerrogativas

de direito público, edita uma lei obrigando o particular que pratique determinados atos ou se ponha

em certas situações a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade.

Como exemplo, aquele que auferiu rendimento será devedor do imposto sobre a renda e proventos
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de qualquer natureza (imposto de renda) independentemente de qualquer manifestação volitiva.

Assim, conclui-se que os tributos são RECEITAS DERIVADAS do Estado.

1.2. Finalidade dos tributos

Existem tributos cuja finalidade principal é fiscal, ou seja, arrecadar, carrear recursos para os

cofres públicos (ex.: ISS, ICMS, IR etc.). Há tributos, contudo, que têm por finalidade precípua intervir

numa situação social ou econômica. É a finalidade extrafiscal (como nos exemplos citados, no IOF,

no IE, no ITR, etc). Ao lado dessas duas finalidades (fiscal e extrafiscal), a doutrina cita uma terceira,

em que, na realidade, objetiva-se também a arrecadação.

A diferença reside no fato de a lei tributária nomear sujeito ativo diverso da pessoa que a

expediu, atribuindo-lhe a disponibilidade dos recursos arrecadados para o implemento de seus

objetivos. Como exemplo, podem ser citadas as contribuições previdenciárias, que, antes da criação

da Secretaria da Receita Previdenciária (hoje parte da Receita Federal do Brasil), eram cobradas pelo

INSS (autarquia federal), que passava a ter, também, a disponibilidade dos recursos auferidos. Tem-

se aí a finalidade parafiscal da tributação.

No concurso da PGM São José do Rio Preto - SP (VUNESP - 2019), o tema foi cobrado
da seguinte forma:

Quando o tributo está relacionado com a descentralização da atividade pública, sendo


instituído para o fim de dotar de recursos determinadas entidades, encarregadas pelo
Estado de atender necessidades sociais específicas, referido tributo terá por característica
a

A) fiscalidade.
B) extrafiscalidade.
C) parafiscalidade.
D) seletividade.
E) essencialidade.

A alternativa considerada correta foi a letra C.

2. TRIBUTOS

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São receitas derivadas, necessárias à manutenção da máquina estatal, e possuem definição no

art. 3º do CTN.

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo

valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída

em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

OBSERVAÇÃO:

A compulsoriedade é requisito de existência do tributo.

2.1. Elementos do conceito de tributo:

• Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir;

• Prestação compulsória – a lei é fonte direta e imediata;

• Prestação que não constitui sanção de ato ilícito – nesse ponto reside a diferença

entre tributo e multa;

• Prestação instituída em lei;

• Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – a

cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de

discricionariedade ao administrador.

OBSERVAÇÃO:

O STF possui entendimento consolidado no sentido de que as contribuições para o FGTS

não são tributos.

Luciano Amaro define tributo como “a prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito,

instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público”.

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3. TRIBUTOS EM ESPÉCIE

O CTN, no seu artigo 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuição de melhoria,

claramente adotando a teoria da tripartição das espécies tributárias. Ao se deparar com o tema, o

STF tem adotado a teoria da pentapartição, e acrescenta os empréstimos compulsórios e as

contribuições especiais. O entendimento doutrinário também é uníssono no sentido de que são

cinco as espécies tributárias.

RE n. 146.733- 9/SP (Pleno, STF):

EMENTA: (...) De fato, a par das três modalidades de tributos (os

impostos , as taxas e as contribuições de melhoria), a que se refere o

art. 145, para declarar que são competentes para instituí-los a União,

os Estados , o Distrito Federal e os Municípios, os arts. 148 e149

aludem a duas outras modalidades tributárias, para cuja instituição só

a União é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições

sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de interesse

das categorias profissionais ou econômicas.

3.1. Impostos

3.1.1. Definição (art. 16, CTN)

É tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer

atividade estatal específica (é não-vinculado). Ou seja, são, por definição, tributos não vinculados

que incidem sobre manifestações de riqueza do sujeito passivo (devedor), sustentando-se na ideia

de solidariedade social.

É tributo UNILATERAL, desvinculado de qualquer atividade estatal. É assim chamado por ser

um tributo sem causa ou contraprestação. Assim, conforme decidiu o STJ: o contribuinte NÃO pode

obrigar o Município a realizar certa obra ou serviço sob a alegação de que teria pago o IPTU.

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Além de serem tributos não vinculados, são tributos de arrecadação não vinculada. Assim, a

receita dos impostos visa custear as despesas públicas gerais ou universais (uti universi), como

educação, segurança pública etc.

A receita NÃO se atrela a órgão, fundo ou despesa: NÃO se pode majorar um imposto e

vincular tal aumento a uma dada finalidade, sob pena de inconstitucionalidade (o conjunto de

receitas deverá compor massa distinta e única a cobrir o conjunto de despesas).

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO DOS IMPOSTOS, PREVISTAS NO ART. 167,


DA CF/88:
Repartição de receitas Destinação de recursos para Prestação de garantias:

tributárias saúde, educação e atividades ▪ Operação de crédito por

da Administração tributária ARO;

▪ Para a União (garantias e

contragarantias);

▪ Para pagamento de débitos

com a União

Não se pode majorar um imposto e vincular tal aumento a uma finalidade específica, sob pena

de inconstitucionalidade.

3.1.2. Competência para instituir impostos

A competência instituir impostos é atribuída pela CF/88 de maneira enumerada e privativa a

cada ente federado. Entretanto, a União pode instituir, mediante LEI COMPLEMENTAR, novos

impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo

próprios dos discriminados na CF, no exercício da competência tributária residual.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

instituir os seguintes tributos:

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I – impostos; (…)

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante LEI COMPLEMENTAR, impostos não previstos no artigo

anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou

base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

Além da competência residual, a União detém as competências para criar, na iminência ou no

caso de guerra externa, IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA, compreendidos ou não em

sua competência tributária, sendo DESNECESSÁRIA A EDIÇÃO POR LEI COMPLEMENTAR.

Art. 154. A União poderá instituir:

II - na iminência ou no caso de guerra externa, IMPOSTOS

EXTRAORDINÁRIOS, compreendidos ou não em sua competência tributária,

os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua

criação.

Logo, conclui-se que a lista de situações materiais que ensejam a incidência de impostos da

União não é taxativa.

Além disso, o art. 146, III, a, da CF/88 exige que LEI COMPLEMENTAR de caráter nacional

defina os respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes no tocante a impostos.

3.1.3. Classificação dos impostos

a) Diretos e indiretos:

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a) Diretos: A carga econômica é suportada pelo contribuinte e NÃO repercute para terceiros.

Ex: IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD.

b) Indiretos: O ônus tributário repercute sobre terceira pessoa (contribuinte de fato), NÃO se

onerando o contribuinte de direito. Fenômeno da repercussão econômica. Ex: ICMS, IPI.

b) Pessoais e reais:

• Pessoais: Levam em conta as condições particulares do contribuinte. Ex: IR;

• Reais: Consideram a matéria tributária (o próprio bem ou coisa), sem cogitar das condições

pessoais do contribuinte. Ex: IPI, ICMS, IPTU, IPVA, ITR, IOF.

c) Fiscais e extrafiscais:

1) Fiscais: Possuem intuito nitidamente arrecadatório. Ex: IR, ITBI, ITCMD, ISS.

2) Extrafiscais: Finalidade reguladora de mercado ou da economia. Ex: II, IE, IPI, IOF.

d) Progressivos, Proporcionais e Seletivos:

a) Progressivos: utilizam a técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá na

medida em que majora a base de cálculo do gravame. Ex.: IPTU, ITR.

No concurso da PGM JUNDIAÍ (VUNESP - 2019), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Considerando as súmulas dos tribunais superiores pátrios a respeito do direito tributário,


assinale a alternativa correta.

A) É inconstitucional legislação municipal que estabelece o sujeito passivo do IPTU por


usurpar competência da União.
B) O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares,
restaurantes e estabelecimentos similares não constitui fato gerador do ICMS nessa
operação.
C) A Carta Magna permite ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária.
D) É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda
Constitucional nº 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
E) É constitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial
urbano em função do número de imóveis do contribuinte.

A alternativa considerada correta foi a letra D.


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b) Proporcionais: utilizam uma alíquota única sobre uma base tributável variável. Não está

explícito na CF. Ex.: ICMS, IPI, ITBI, ITCMD.

c) Seletivos: utilizam técnica inibitória da regressividade, para concretizar o princípio da

capacidade contributiva em certos tributos indiretos. É forma extrafiscal de tributação. Ex.:

ICMS, IPI.

OBSERVAÇÃO:

De acordo com o art. 145, § 1.º, da CF, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal

e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração

tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os

direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do

contribuinte.

3.2. Taxas

3.2.1. Definição:

É tributo vinculado à ação estatal, uma contraprestação direta, e NÃO está relacionado à

condição econômica do contribuinte. Por isso é chamada de exação bilateral, contraprestacional ou

sinalagmática.

Luciano Amaro: O fato gerador da taxa NÃO é um fato do contribuinte, mas um FATO DO

ESTADO, qual seja, prestação de serviço público ou exercício do Poder de Polícia.

Art. 145, CF/88 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

poderão instituir os seguintes tributos:

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II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,

efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,

prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito

Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,

têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a

utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,

prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

3.2.2. Competência

No plano competencial tributário (competência comum), a taxa pode ser exigida por U, E, M e

DF, NÃO se admitindo em face de atividade privada. É chamada de “competência comum” pela

doutrina. O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o respectivo serviço

ou que exerce o respectivo poder de polícia.

O Território Federal NÃO pode instituir taxa (quem faz é U/M).

3.2.3 Taxa de Polícia

Será exigida em razão de atos de polícia realizados pela Administração Pública, cuja

fundamentação é o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Para que

seja possível a cobrança de taxas, o exercício do poder de polícia precisa ser regular, ou seja,

desempenhado em consonância com a lei, com obediência ao princípio do devido processo legal e

sem abuso ou desvio de poder (CTN, art. 78, parágrafo único). Em seu art. 78, o CTN conceitua poder

de polícia:

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Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da administração

pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula

a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público

concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da

produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes

de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao

respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia

quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável,

com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha

como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

No concurso da PGE GO (FCC - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Suponha que tenha sido editado decreto do Chefe do Executivo majorando, acima da
defasagem inflacionária, a partir da respectiva edição, o valor cobrado pelo órgão de
trânsito do Estado para custear: i) expedição de Carteira Nacional de Habilitação-CNH e ii)
registro de alienação fiduciária e outros gravames incidentes sobre veículo, por solicitação
de instituições financeiras. Referido decreto foi contestado, sob o argumento de
desobediência do princípio da reserva legal, da anterioridade e pela não observância do
prazo de 90 dias para cobrança dos novos valores (noventena), sustentando-se que ambas
as atividades somente podem ser remuneradas mediante instituição de taxas. A análise
jurídica da questão posta deve considerar que

A) tanto taxas como preços públicos necessitam de lei para instituição ou majoração,
porém apenas a taxa sujeita-se ao princípio da anterioridade, sendo a majoração do preço
público sujeita apenas à observância da noventena, o que denota inviabilidade jurídica
total da edição de decreto, para o item i, e a inadequação da vigência imediata, para o item
ii.
B) atividades prestadas como expressão do exercício de poder de polícia ensejam a
cobrança de taxa, que somente pode ser instituída ou majorada por lei com vigência para
o exercício subsequente e observada a noventena, podendo-se concluir pela evidente
inadequação da via eleita para a majoração indicada no item i.
C) quaisquer atividades estatais cujo custo possa ser individualizado são passíveis de
cobrança mediante preço público, cabendo a cobrança de taxa somente para custeio de
serviços não passíveis de fruição individual, o que denota a ausência de qualquer
inadequação na via eleita.

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D) atividades que representem serviço público fruível pelo usuário, independentemente de


compulsoriedade, demandam a cobrança mediante taxa, porém apenas a instituição da
taxa depende de edição de lei formal, podendo a majoração se dar mediante decreto, o
que indica a ausência de desconformidade da via eleita para ambas as situações descritas.
E) descabe cobrança de taxas de pessoas jurídicas, as quais são sempre sujeitas ao
pagamento de preço público, cujo regime afasta a necessidade de lei e a incidência dos
princípios citados, sendo este o discrímen que afasta a inadequação da via eleita para a
majoração indicada no item ii.

A alternativa considerada correta foi a letra B.

OBSERVAÇÃO:

Polícia administrativa não se confunde com polícia judiciária. A primeira incide sobre bens,

direitos e atividades no âmbito da função administrativa, já a segunda atua sobre pessoas e

prepara a atuação da função jurisdicional penal.

O STF entendia que o exercício regular do poder de polícia era o policiamento efetivo, concreto

ou real. Porém, posteriormente alterou o seu entendimento, de modo que o simples fato de existir

um órgão estruturado e em funcionamento viabiliza a cobrança da taxa (presunção do exercício).

Quanto aos casos em que o procedimento fiscalizatório é cíclico, devendo ser renovado em

dada periodicidade, o STF tem entendido que deve haver a repetição concreta da atividade

fiscalizadora, como condição à exigência da taxa renovável. No entanto, o STF vem admitindo a

constitucionalidade da taxa de renovação anual de licença para localização, instalação e

funcionamento de estabelecimentos comerciais e similares, desde que haja órgão administrativo que

exerça o poder de polícia.

Taxas com Helton Kramer https://youtu.be/3W7hqsDcbrU

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Exemplos de taxa de polícia: taxa de alvará, taxa de fiscalização de anúncios, taxa de

fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários pela CVM, taxa de controle e fiscalização

ambiental (TCFA), taxas para o FUNDAF (STF/STJ entenderam ser taxa, e não preço público).

STF já declarou constitucionais a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores

mobiliários (Súmula 665), a taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados (ADI

1.948-RS) e a taxa de fiscalização de anúncios (RE 216.207), todas fundamentadas no exercício do

poder de polícia.

3.2.4 Taxa de Serviço Público

A criação das taxas de serviço só é possível mediante disponibilização de serviços públicos

que se caracterizam pela divisibilidade e especificidade (serviços uti singuli). Serviço público

específico é aquele destacável em unidades autônomas de utilização e é divisível quando passível

de utilização individual pelo contribuinte.

No concurso da PGM Itapevi - SP (VUNESP - 2019), o tema foi cobrado da seguinte


forma:

No que se refere às taxas cobradas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, é correto afirmar
que tais serviços consideram-se

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A) efetivamente utilizados pelo contribuinte quando por ele usufruídos a qualquer título.
B) potencialmente utilizados pelo contribuinte, quando, sendo de utilização compulsória,
por ele usufruídos a qualquer título.
C) específicos, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.
D) divisíveis, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
utilidade, ou de necessidades específicas.
E) indivisíveis quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à disposição do
contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

A alternativa considerada correta foi a letra A.

Art. 79, do CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-

se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos

à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo

funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas

de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte

de cada um dos seus usuários.

STF Súmula Vinculante nº 19 - A taxa cobrada EXCLUSIVAMENTE em

razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação

de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da

Constituição Federal.

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Súmula 670 STF - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado

mediante taxa.

STF – Súmula Vinculante 41 – “O serviço de iluminação pública não pode

ser remunerado mediante taxa”.

NÃO pode ser cobrado por taxas (serviços uti universi):

a. Segurança pública – Inclusive segurança para eventos de grande porte privados;

b. Limpeza pública – Note que se for “coleta domiciliar de lixo”, pode ser cobrada por taxa

municipal, por serem suscetíveis de utilização, de modo separado, por cada usuário;

c. Iluminação pública – S. 670 STF;

d. Asfaltamento – No contexto de obras públicas, deve ser cobrada contribuição de melhoria.

No concurso da PGE AL (CESPE - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Considerando-se as espécies tributárias e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


é correto afirmar que taxas podem ser cobradas em decorrência de

A) serviços específicos e divisíveis prestados ou colocados à disposição do contribuinte,


como as atividades de limpeza de logradouros públicos, por exemplo.
B) serviços específicos e divisíveis prestados ou colocados à disposição dos contribuintes,
como as atividades de coleta de lixo domiciliar, por exemplo.
C) serviços específicos e divisíveis prestados ou colocados à disposição dos contribuintes,
como a iluminação pública, por exemplo.
D) serviços específicos, desde que efetivamente utilizados pelos contribuintes, como
ocorre com a taxa judiciária, por exemplo.
E) serviços específicos prestados ou colocados à disposição dos contribuintes, como
prevenção e combate a incêndios, por exemplo.

A alternativa considerada correta foi a letra B.

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3.2.5 Base de cálculo

A base de cálculo da taxa adstringe-se ao custo da atividade estatal respectiva. NÃO pode

haver integral identidade entre a base de cálculo das taxas com a dos impostos. No entanto, é

possível a coincidência de alguns dos elementos:

STF - Súmula Vinculante nº 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do

valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de

determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma

base e outra.

Art. 145, § 2º, CF: As taxas não poderão ter base de cálculo própria de

impostos.

Art. 77, § único, CTN: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador

idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função

do capital das empresas.

STF – Súmula 595 – “É inconstitucional a taxa municipal de conservação

de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto

territorial rural”.

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Base de Cálculos dos Impostos

eTaxas com Helton Kramer

https://youtu.be/NzYao6L1hzo

Segundo o STF (ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 20/6/2017), as taxas municipais de

fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o número de empregados ou ramo

de atividade exercida pelo contribuinte, por consistirem em qualidades externas e estranhas ao

exercício do poder de polícia, sem pertinência quanto ao aspecto material da hipótese de incidência.

A taxa é tributo contraprestacional (vinculado), usado na remuneração de atividade específica, seja

serviço ou exercício do poder de polícia e, por isso, não pode fixar a base de cálculo usando como

critério sinais presuntivos de riqueza do contribuinte. O valor das taxas deve estar relacionado com

o custo do serviço que as motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida.

Por seu turno, a taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de

fiscalização, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização.

OBSERVAÇÕES:

1) - Deve haver equivalência razoável entre o valor pago e o custo da atividade estatal.

2) - Segundo o STF (RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 06/10/2016), não viola a

legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar

o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não

pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos

índices de correção monetária legalmente previstos.


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3) - Taxa de coleta de lixo: Há certas taxas instituídas com base na dimensão da área

construída do imóvel beneficiado. Para o STF, a sistemática é válida, pois o cálculo com base

na metragem do imóvel NÃO implica por si só identidade com a base de cálculo do imposto.

Havendo taxa de fiscalização calculada pela extensão da obra, tal situação é perfeitamente

possível.

4) - STF: As custas e emolumentos, por serem taxa, só podem ser fixadas por lei, em

face do princípio da reserva legal, para instituir ou aumentar tributo. As custas processuais e

os emolumentos aos serviços notariais e registrais assumem feição de taxas de serviço,

podendo ser exigidas com base no valor da causa ou da condenação, desde que submetida

a um limite. (Súmula 667, STF: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa

judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”)

5) - As taxas NÃO cumprem funções extrafiscais.

6) - É constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato

gerador pela União e pelos Estados, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização

desta atividade, por se tratar de competência comum.

7) - É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A

prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros,

sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88.

A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de

impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro

relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o

rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate

a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque

serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao

Município a criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio,

julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).

8) STF: A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode

superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação

estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte,

considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo

fixadas em lei. (ADI-MC-QO 2551/MG).


21
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

3.2.6. Taxa x Preço Público

TAXA PREÇO PÚBLICO (Tarifa)

Regime jurídico de direito público: É Regime jurídico de direito privado:

tributo NÃO é tributo

O vínculo de natureza tributária. O vínculo de natureza contratual.

O sujeito ativo é uma pessoa jurídica O sujeito ativo pode ser uma pessoa

de direito público. jurídica de direito público ou de

direito privado.

O vínculo nasce da lei, Há necessidade de válida

independentemente de manifestação manifestação de vontade

de vontade (compulsório). (facultativo).

Pode ser cobrada em virtude de Somente pode ser cobrada em

utilização efetiva ou potencial do virtude de utilização efetiva de

serviço público. serviço público.

Pode ser cobrada pelo exercício do NÃO existe tarifa em função do

Poder de Polícia. exercício do Poder de Polícia.

A receita é derivada. A receita é originária (decorre da

exploração de patrimônio estatal).

Sujeita-se aos princípios tributários. Não se sujeita aos princípios

tributários.

QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO PEDÁGIO?

- Para parte da doutrina, a atribuição da natureza de taxa ou de tarifa ao pedágio

dependerá da pessoa jurídica que explora aquela rodovia. Segundo Ricardo

Alexandre, o pedágio considerado tributo, na espécie taxa, é apenas aquele

cobrado pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas. Se

22
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização,

possui natureza de tarifa.

- Há corrente que ainda defende que a natureza jurídica irá depender da existência

ou não de uma via alternativa para locomoção: Inexistindo a via, a passagem seria

obrigatória e a cobrança compulsória, aproximando-se, portanto, da taxa.

- O STF, por meio do julgamento da ADI/800, publicada no informativo 750/STF,

acabou por pacificar a questão, fixando o entendimento de que o pedágio

corresponderia a um PREÇO PÚBLICO, de forma que não seria necessário o respeito

aos princípios tributários. Ademais, definiu o STF pela não necessidade de existência

de uma via alternativa, sem que isto retire a natureza de tarifa do pedágio.

OBSERVAÇÃO:

STF e STJ - contraprestação cobrada por concessionárias de serviço público de água e esgoto =

natureza jurídica de tarifa ou preço público.

Súmula 412, STJ: “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e

esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.”

3.2.7. Taxa de iluminação pública

NÃO é possível instituir taxa de iluminação pública, por não se tratar de serviço específico e

divisível:

STF Súmula nº 670 - O serviço de iluminação pública não pode ser

remunerado mediante taxa.

23
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

No entanto, a EC/39 acresceu à Constituição o art. 149-A, possibilitando a cobrança de

contribuição sobre iluminação pública (COSIP):

Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir

contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de

iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

STF: A COSIP é contribuição de caráter sui generis, em que podem ser eleitos contribuintes os

consumidores de energia elétrica, a base de cálculo pode ser definida conforme o consumo e, ainda,

podem ser impostas alíquotas progressivas que consideram a quantidade de consumo e as

características dos diversos tipos de consumidor.

NÃO é aplicada à COSIP a anterioridade do art. 195, §4º CF, mas obedece à anual e

nonagesimal.

3.3. Contribuição de Melhoria

Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

poderão instituir os seguintes tributos: (…)

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

3.3.1. Definição

É o poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens imóveis valorizados com a

realização de obras públicas. É tributo vinculado, de competência comum (U, E, DF, M). O fato

gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas sim sua consequência, a

valorização imobiliária.

24
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A melhoria exigida pela Constituição é, segundo o STF, o acréscimo de valor à propriedade

imobiliária dos contribuintes, de forma que a base de cálculo do tributo será exatamente o valor

acrescido, ou seja, a diferença entre os valores inicial e final do imóvel beneficiado. Assim, para efeito

de cobrança da exação, há de se considerar melhoria como sinônimo de valorização.

• NÃO se confunde com imposto, pois depende de atividade estatal específica.

• NÃO se confunde com taxa, pois pressupõe obra pública E valorização do imóvel, e não um

serviço público.

OBSERVAÇÃO:

O ato de instituição da contribuição de melhoria é ato jurídico complexo.

3.3.2. Elementos

A) Necessidade de valorização (mais valia imobiliária) = fato gerador;

B) Necessidade de que a valorização ocorra sobre bens imóveis: Deve haver a valorização do imóvel

de propriedade privada em virtude de obras públicas. O Decreto-Lei 195/67 traz o rol de obras

públicas ensejadoras do tributo.

OBSERVAÇÃO:

O fato gerador da contribuição de melhoria é instantâneo, com pagamento único, devendo ser

realizado após o término da obra.

STF: a realização de pavimentação na rua, suscetível de valorizar o imóvel, pode justificar a cobrança

de contribuição de melhoria, o que não acontece com o mero recapeamento da via pública já

asfaltada.
25
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

3.3.3 Base de Cálculo

É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel. Prevalece a ideia de

proporcionalidade ao benefício especial recebido, em decorrência da realização de obra pública.

- Base de cálculo e os limites de cobrança:

A) Limite global (total): É o teto de cobrança, NÃO se podendo admitir arrecadação acima do custo

da obra;

B) Limite individual: É ilícita a cobrança sobre cada um em montante superior à mais-valia imobiliária

percebida por cada beneficiário.

ATENÇÃO: Além do limite individual e total, o art. 12 do DL 195/67 prevê que a parcela anual paga

pelo contribuinte NÃO pode exceder 3% do maior valor fiscal de seu imóvel, atualizado à época da

cobrança.

Art. 81, CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos

Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas

respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas

de que decorra VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA (fato gerador), tendo como

limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de

valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Cálculo da contribuição de melhoria:

26
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

c) a lei instituidora da contribuição de melhoria deve determinar a parcela do custo da obra a

ser financiada pelo tributo (CTN, 82, I, “c”);

d) a contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da

obra (…) pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores

individuais de valorização (CTN, art. 82, § 1.º).

3.3.4. Sujeito passivo

É o proprietário do imóvel, por estar diretamente ligado do fato gerador da contribuição de

melhoria.

O contribuinte deverá ser proprietário ao tempo do lançamento do tributo. Se houver

transferência de domínio do imóvel, ocorrerá a transferência da responsabilidade tributária.

No concurso da PGM Itapevi - SP (VUNESP - 2019), o tema foi cobrado da seguinte


forma:

A lei relativa à contribuição de melhoria observará os requisitos mínimos estabelecidos


pelo Código Tributário Nacional e fixará, para impugnação pelos interessados de
quaisquer de tais requisitos, prazo não inferior a

A) 15 dias.
B) 30 dias.
C) 60 dias.
D) 120 dias.
E) 180 dias.

A alternativa considerada correta foi a letra B.

3.3.5. Contribuição de melhoria e desapropriação

Segundo entendimento do STJ, na desapropriação, direta ou indireta, quando há valorização

da área remanescente não desapropriada em decorrência de obra ou serviço público, dispõe o Estado

de três instrumentos legais para evitar que a mais valia, decorrente da iniciativa estatal, locuplete

sem justa causa o patrimônio de um ou de poucos: a desapropriação por zona ou extensiva, a

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

cobrança de contribuição de melhoria e o abatimento proporcional, na indenização a ser paga, da

valorização trazida ao imóvel.

3.4. Empréstimos compulsórios

3.4.1. Definição:

São empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis. É modalidade autônoma de tributo

perante as demais, cuja diferença específica encontra-se na sua restituibilidade. São tributos de

arrecadação vinculada. O parágrafo único do art. 15 do CTN exige que a lei instituidora do

empréstimo compulsório fixe o prazo e as condições de resgate. Assim, a tributação não será

legítima sem a previsão de restituição.

Art. 148. A UNIÃO (competência exclusiva), mediante LEI

COMPLEMENTAR, poderá instituir EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade

pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante

interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo

compulsório será VINCULADA à despesa que fundamentou sua instituição.

3.4.2. Instituição e competência

Devem ser instituídos por lei complementar e a competência é exclusiva da União, ainda que

haja catástrofe em apenas 01 Município ou Estado, NÃO se exigindo que o cataclismo tenha

proporções gigantescas a justificar a competência da União.


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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A norma instituidora deve disciplinar a devolução e o prazo de resgate, vinculante o legislador.

Art. 15, CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode

instituir empréstimos compulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com

os recursos orçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as

condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta

Lei.

https://youtu.be/9XCnP-G2-nc

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3.4.3. Pressupostos fáticos a autorizar a instituição

a) Despesas extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, guerra externa ou a sua

iminência:

a. Calamidades públicas: Situações limítrofes, hecatombes;

b. Guerra externa: conflito armado internacional, NÃO podendo ser iniciado pelo

Brasil nem ser comoção interna.


29
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

b) Investimento público urgente e relevante interesse nacional: É antecipação de receita.

No concurso da PGM CAMPO GRANDE (CESPE - 2019), o tema foi cobrado da seguinte
forma:

Acerca do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando
o entendimento doutrinário e jurisprudencial.

Empréstimos compulsórios no caso de investimentos públicos de caráter urgente e de


relevante interesse nacional — como a reconstrução de escolas e hospitais atingidos por
enchentes — dada a urgência do investimento público, não se sujeitam à anterioridade do
exercício financeiro e à anterioridade nonagesimal.

O item foi considerado errado.

OBSERVAÇÃO:

A exigência do empréstimo compulsório não pode se perpetuar no tempo, devendo persistir

somente enquanto estiver presente o pressuposto fático previsto na CF.

3.4.4. Empréstimos compulsórios e o princípio da anterioridade

1. Se decorrente de calamidade pública ou guerra externa: NÃO se sujeitam à

anterioridade;

2. Se instituídos para a realização de investimentos públicos de caráter urgente e

relevante interesse social: devem observar a anterioridade (anual e nonagesimal).

3.5. Contribuições

3.5.1. Definição

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Tributos cujo produto de suas arrecadações deve ser para financiar atividades de interesse

público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte (possuem vinculação de

receita). A contribuição NÃO se confunde com imposto, pois enquanto este apoia-se no poder de

império, aqueles adstringem-se à SOLIDARIEDADE, na busca de uma dada finalidade.

As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir de seu fato gerador. Porém,

com as contribuições de mesmo FG sobre o IR, a CF inaugurou um novo critério de distinção, de

natureza específica, para impostos e contribuições sociais, razão pela qual é possível cobrar IRPJ e

CSLL.

3.5.2. Espécies de contribuições e competência

Dispõe o art. 149 da CF ser competência EXCLUSIVA da União a instituição das contribuições

ali delineadas:

Art. 149 - Compete EXCLUSIVAMENTE À UNIÃO instituir contribuições

sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das

categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação

nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e

sem prejuízo do previsto no Art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a

que alude o dispositivo.

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por

meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência

social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,

que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de

contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

31
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos

aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de

aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para

equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição

extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos

aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº

103, de 2019)

§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser

instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do

deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua

instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

No concurso da PGM Ribeirão Preto - SP (VUNESP - 2019), o tema foi cobrado da


seguinte forma:

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, os valores recolhidos pelas empresas para as
instituições do chamado Sistema S têm natureza jurídica de

A) contribuições, podendo ser instituídas apenas pela União.


B) empréstimo compulsório, podendo ser instituídas apenas pela União.
C) taxa, por ter destinação específica, podendo ser instituídas pela União, Estados e
Distrito Federal, respeitadas as normas gerais veiculadas em lei complementar nacional.
D) imposto parafiscal, podendo ser instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
E) contribuição de melhoria, podendo ser instituídas apenas pela União.

A alternativa considerada correta foi a letra A.

32
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

O legislador constituinte previu a possibilidade de a União instituir três espécies de

contribuições, quais sejam:

1. Contribuições sociais;

2. Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e

3. Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

NOTE

Embora seja competência exclusiva da União instituir as contribuições, Estados e

Municípios podem instituir contribuição de seus servidores para custeio, em benefício destes, do

regime previdenciário, ante previsão Constitucional expressa.

OBSERVAÇÃO:

Segundo art. 149, I, § 2º, da CF/88, as contribuições sociais e de intervenção no domínio

econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. No entanto, incidem sobre a

importação.

a) Contribuições Sociais: As contribuições sociais são espécies de contribuições especiais. Segundo

entendimento do STF, essa subespécie ainda está sujeita a mais uma subdivisão.

• Contribuições de seguridade social. Ex: PIS, COFINS, CSLL. Objetivam custear a previdência

social. Realização do princípio da solidariedade;

33
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Súmula 659, STF - É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finsocial sobre as operações

relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e

minerais do país.

Fontes de custeio da seguridade social: o importador, a receia de loterias, o trabalhador, o

empregador e a empresa.

• Outras contribuições sociais (residuais e instituídas por Lei Complementar). São instituídas

pela União, devem respeitar o princípio da não cumulatividade, não podem ter seu fato

gerador ou sua base de cálculo coincidente com outras contribuições;

• Contribuições sociais gerais - salário educação + sistema S + Contribuição do FGTS (LC 110).

São de competência da União, regidas pelo mesmo regime jurídico das demais contribuições,

sujeitam-se de forma integral ao regime constitucional tributário, são instituída por lei

ordinária e obedecem ao princípio da anterioridade comum, custeiam a atuação do Estado em

outros campos sociais, e só podem incidir sobre uma única base econômica por contribuinte.

• Súmula 732, STF - É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob

a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/1996.

É possível instituir contribuições com o mesmo fato gerador de impostos?

O STF entende que a exigência de inovação quanto a base de cálculo e fato gerador,

só existe dentro da mesma espécie tributária, ou seja, um novo imposto deve possuir

base de cálculo e fato gerador diferentes daqueles que servem para incidências de

impostos já existentes. Já uma nova contribuição só pode ser criada se o seu fato

gerador e sua base de cálculo forem diferentes daqueles definidos para as

contribuições já criadas.

Exige-se lei complementar para a instituição de uma contribuição?

A exigência de utilização de lei complementar só é aplicável para a criação de novas

contribuições (contribuições residuais). Para a criação daquelas cujas fontes já

constam da constituição, é possível a utilização de lei ordinária. Exemplificando: É

34
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

possível instituir contribuição corporativa por lei ordinária, já que está prevista na

Constituição Federal.

ATENÇÃO:

Contribuições para o PIS e PASEP são destinadas à promoção da integração do empregado na

vida e no desenvolvimento das empresas e à formação do patrimônio do servidor público,

respectivamente. Com a CF/88 ficou estabelecido que iriam financiar o programa do seguro-

desemprego e o abono salarial.

b) CIDES: São contribuições de intervenção no domínio econômico e possuem caráter nitidamente

extrafiscal. A competência é exclusiva da União, e seu exercício, por NÃO estar sujeito à reserva de

lei complementar, pode se dar na via de lei ordinária ou da medida provisória. Tem propósito

desenvolvimentista, com a efetiva intervenção no controle do mercado e correspondente exigência

das CIDEs.

Dica

A CIDE-Combustível é a única com fato gerador previsto na Constituição Federal, no Art. 177

§ 4º.

Segundo o art. 149, § 2º, I, II e III, CF, aplicam-se às CIDEs e às contribuições sociais as

seguintes regras:

➢ Não incidem sobre receitas decorrentes de exportação;

➢ Incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

➢ Poderão ter alíquotas ad valorem ou específica.

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PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Exemplos: CIDE-Combustíveis (financiamento de programas de infraestrutura e transportes)

e CIDE-Royalties (incentivo à pesquisa/conhecimentos tecnológicos).

C) Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – Contribuições

corporativas: São criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a

financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias

profissionais ou econômicas.

a) Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do exercício de

profissões regulamentadas (contribuição-anuidade): É típica utilização do tributo com

finalidade parafiscal, uma vez que o Estado cria o tributo por lei e atribui o produto de sua

arrecadação a uma terceira pessoa que realiza atividade de interesse público. Ex. CREA, CRM.

- Em sede de repercussão geral, o STF (RE 704292/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19/10/2016)

entendeu que é inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que

delega aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar

ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias

profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada,

ademais, a atualização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices

legalmente previstos.

ATENÇÃO:

As anuidades da OAB, também, são consideradas tributos. Vejamos:

O STF entendeu que a OAB NÃO é autarquia, mas entidade sui generis, serviço

público independente de categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas

existentes no direito brasileiro. Visto que realiza a defesa da democracia, pois suas

36
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

atividades não se restringem à defesa de interesses corporativos. Ainda assim, o STF

possui entendimento de que a anuidade da OAB é considerada, também, tributo da

espécie contribuições de interesse das categorias profissionais.

“As anuidades cobradas pelos conselhos profissionais

caracterizam-se como tributos da espécie contribuições de interesse

das categorias profissionais, nos termos do art. 149 da Constituição

da República. (STF. Plenário. RE 647885, Rel. Edson Fachin, julgado

em 27/04/2020).”

O STJ entendia de modo contrário:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC

NÃO DEMONSTRADA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL/OAB.

PRETENSÃO EXECUTÓRIA. COBRANÇA DE ANUIDADE. NATUREZA

CIVIL DO CRÉDITO EXEQUENDO. OBSERVÂNCIA DO PRAZO

PRESCRICIONAL QUINQUENAL PREVISTO NO CÓDIGO CIVIL.

1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem

dirime, fundamentadamente, as questões que lhe são submetidas,

apreciando integralmente a controvérsia posta nos autos.

2. Os créditos decorrentes da relação jurídica travada entre a OAB e os

advogados não compõem o erário e, consequentemente, não têm natureza

tributária. Por isso, a pretensão executória de tais verbas observará o

prazo prescricional estabelecido pelo Código Civil.

3. "A jurisprudência desta Corte é no sentido de que em relação às

anuidades cobradas pela OAB, deve incidir o prazo prescricional

quinquenal previsto no art. 206, § 5º, I, do Código Civil de 2002, uma vez

que se trata de títulos executivos extrajudiciais, consubstanciados em

espécie de instrumento particular que veicula dívida líquida." (AgRg no

37
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

REsp 1.562.062/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda

Turma, DJe 9/12/2015).

4. Recurso especial a que se nega provimento.

(REsp 1574642/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,

julgado em 16/02/2016, DJe 22/02/2016)

Porém, recentemente, firmou tese:

“A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), embora possua natureza

jurídica especialíssima, submete-se ao disposto no artigo 8º da Lei

12.514/2011, que determina que os conselhos de classe somente

executarão dívida de anuidade quando o total do valor inscrito

atingir o montante mínimo correspondente a 4 anuidades.”

OBSERVAÇÃO:

Todas as contribuições devem respeitar os princípios da anterioridade anual e nonagesimal.

Exceções: CIDE-Combustível, que não precisa respeitar a anterioridade anual quanto à redução e ao

restabelecimento de alíquotas; e as contribuições da seguridade social, que devem respeitar a

noventena apenas.

ATENÇÃO:

b) Contribuição Sindical: É modalidade de contribuição parafiscal, na subespécie corporativa

ou profissional, também chamado de “imposto sindical”, obrigatória a todos os

trabalhadores celetistas, integrantes da categoria, sindicalizados ou não, mediante

anuência prévia, os quais devem arcar com o montante equivalente a um dia de trabalho.

38
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) passou a exigir autorização prévia e expressa

dos que participam de determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão

liberal, para que seja realizado o desconto da contribuição sindical em favor do sindicato (arts. 579

e 582 da Consolidação das Leis do Trabalho).

Assim, Leandro Paulsen entende que:

Outra contribuição do interesse de categorias profissionais e econômicas,

mas já revogada, era a chamada contribuição sindical, disciplinada pelo

art.578 e seguintes da CLT, com amparo no art. 8º, IV, da CF. Até 2017,

essa contribuição era devida tanto pelos empregados como pelos

profissionais liberais e, ainda, pelas pessoas jurídicas. Mas a reforma

trabalhista, implantada pela Lei n. 13.467/17, ao dar nova redação ao art.

578 e seguintes da CLT, tornou essa contribuição facultativa,

condicionando-a a prévia e expressa autorização do participante da

categoria econômica ou profissional.Com isso, retirou-lhe a natureza

tributária. Privilegiou-se, com isso, aliberdade de associação também no

sentido da preservação da vontade de nãose associar e de não financiar

associação de que não se participa. Em unho de 2018, na ADI 5794, o

Tribunal Pleno do STF considerou constitucional a revogação da

contribuição sindical.

NÃO se confunde com a contribuição confederativa, esta de natureza não tributária. A

compulsoriedade na contribuição confederativa ofende o direito de livre associação e

sindicalização garantido pela CF.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA

- Deixou de ser tributo - NÃO é tributo

- Voluntária - Voluntária

- Obrigação ex voluntate - Obrigação ex voluntate

39
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

- Deriva de anuência do sindicalizado - Deriva de contrato

- Depende da vontade das partes - Depende de ato da assembleia geral

- Exigível de todos os trabalhadores, desde - Exigível dos trabalhadores sindicalizados

que existente autorização prévia e expressa

- Respeita os princípios constitucionais - NÃO respeita os princípios constitucionais

tributários tributários.

STF – Súmula Vinculante 40 – “A contribuição confederativa de que trata

o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato

respectivo”).

d) Contribuição de Iluminação Pública – COSIP

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir

contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de

iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o

caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

Segundo entendimento do STF, o tributo não se confunde com um imposto, porque sua receita

se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação

individualizada de um serviço ao contribuinte.

Referências Bibliográficas:

Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado;

Eduardo Sabagg. Manual de Direito Tributário;


40
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. O Direito Tributário na Constituição e no STF;

Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2016 - CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Direito


Em uma federação como a brasileira, em que mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições
exercidas com autonomia, a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos
— no caso brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que cada
qual possa atender aos respectivos dispêndios.
Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).
Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em relação à discriminação
constitucional de rendas.
A instituição, pela União, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) decorre
do exercício de sua competência residual. Para a sua instituição, exige-se a edição de emenda
constitucional, uma vez que a hipótese de incidência desse tipo de contribuição não encontra
previsão na Constituição Federal de 1988.

COMENTÁRIOS
CF – Art. 195, § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
Letra E

02 - 2015 - CESPE - MPOG - Contador


Em relação a impostos, taxas e contribuições, julgue o item subsequente.

Define-se como imposto o tributo cuja obrigação tem por fato gerador situação vinculada a uma
atividade estatal específica dirigida ao contribuinte.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Letra E

41
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

03 - 2016 - CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Direito


Em uma federação como a brasileira, em que mesmo os municípios têm esfera própria de atribuições
exercidas com autonomia, a Constituição trata do provimento de recursos aos vários entes políticos
— no caso brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios —, a fim de que cada
qual possa atender aos respectivos dispêndios.
Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com
adaptações).
Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em relação à discriminação
constitucional de rendas.
A Constituição Federal de 1988 adotou o modelo de federalismo cooperativo, de modo que a
autonomia financeira dos entes federativos é assegurada pela atribuição de competências tributárias
e participação nas receitas tributárias arrecadadas de tributos de competência de outros entes.

COMENTÁRIOS
É possível perceber manifestações bem contundentes do federalismo cooperativo no subsistema
constitucional tributário.
A primeira e, quiçá, mais clara dessas manifestações encontra-se inserta no artigo 24, caput, inciso
I e parágrafo 1o, da Lei Maior, que versa sobre a designada competência legislativa concorrente,
ao estabelecer que compete à União, aos Estados-membros e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito tributário. O §1º do referido dispositivo magno, entretanto, giza
que “No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais” (§1º). Na hipótese de inércia da União quanto à elaboração das normas gerais,
poderão os Estados e o Distrito Federal exercer a competência legislativa plena (art. 24, caput, c/c
o art. 32, §1º, CF/88).
Conforme comentado anteriormente, o federalismo cooperativo opõe-se ao chamado federalismo
dual, pois não se baseia “na noção de dois campos de poder mutuamente exclusivos,
reciprocamente limitadores” (SCHWARTZ, 1984, p. 26), caracterizando-se, na feliz definição de
André Ramos Tavares (2007, 956), como um “modelo de margens difusas”.
O que se vê na competência legislativa concorrente, preconizada no artigo 24 da Constituição
Federal, é justamente o sobredito modelo de margens difusas. A Carta Magna conferiu a cada
pessoa política competência tributária privativa para instituir tributos, em abstrato, mediante lei,
como decorrência da autonomia político-administrativa delineadora do pactum foederis. Porém,
conferiu à União o poder político de estabelecer normas gerais em matéria tributária, ditando as
diretrizes nacionais para o exercício da competência tributária por parte dos entes que compõem
a federação, condicionando a validade de suas leis, residindo aí, justamente, a manifestação do
federalismo cooperativo.
Nesta senda, dispõe o artigo 146, inciso III, da Lei Maior, que cabe à União, mediante lei
complementar, estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, em especial, sobre
“a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
42
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b)


obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento
tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas; (d) definição de tratamento
diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte.
(...)
Derradeiramente, convém ainda registrar a presença do federalismo cooperativo, em matéria
tributária, nos seguintes dispositivos da Carta Magna, dentre outros: a) artigo 155, §1º, inciso III,
que reserva à lei complementar da União dispor sobre competência para instituir o imposto
estadual sobre a transmissão causa mortis e por doação, se o doador tiver domicílio ou residência
no exterior, ou se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior; b) artigo 155, §2º, inciso XII, alíneas “a” a “i”, que giza caber à lei
complementar da União definir, em matéria de ICMS, seus contribuintes, substituição tributária,
regime de compensação, isenção heterônoma na exportação de serviços e mercadorias, base de
cálculo, a forma de concessão de incentivos fiscais, dentre outros assuntos ali elencados; e c)
artigo 156, §3º, incisos I a III, segundo o qual cabe à lei complementar da União fixar as alíquotas
máximas e mínimas do imposto sobre serviços, de competência dos Municípios; estabelecer
isenção heterônoma de tal imposto nas exportações de serviços; bem como regular a forma e as
condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Fonte:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2647
Letra C

04 - 2015 - CESPE - Telebras - Advogado


Julgue o item subsequente, relativo ao Sistema Tributário Nacional, ao Conselho Nacional de Justiça,
à interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais, ao poder constituinte originário e aos
direitos individuais.

No que diz respeito ao Sistema Tributário Nacional, entende o STF ser constitucional a adoção, no
cálculo do valor de uma taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto, desde que as duas bases de cálculo — a da taxa e a do imposto — não sejam totalmente
idênticas.

COMENTÁRIOS
Súmula Vinculante 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
CF – Art. 145, § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Letra C

05 - 2015 - CESPE - STJ - Analista Judiciário - Contabilidade


43
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Em referência às noções básicas de tributos e de seu tratamento contábil, julgue o item a seguir.

Os impostos somente podem ser cobrados mediante atividade plenamente vinculada, embora seja
vedado destinar o produto de sua arrecadação a finalidade específica, ressalvadas as autorizações
previstas na legislação.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
CF - Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste
artigo;
Letra C

06 - 2015 - CESPE - MPOG - Contador


Em relação a impostos, taxas e contribuições, julgue o item subsequente.

A taxa é a espécie de tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma situação que
independe de vinculação entre atividade estatal específica e o contribuinte.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Letra E

07 - 2015 - CESPE - MPOG - Contador


Em relação a impostos, taxas e contribuições, julgue o item subsequente.

44
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

O sistema tributário brasileiro permite a cobrança de taxas fundamentadas em três situações: a


utilização de serviço público, o exercício do poder de polícia e a intervenção estatal no domínio
econômico.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Letra E

08 - 2013 - CESPE - TC-DF - Procurador

Quando a União deixa de editar normas gerais sobre matéria tributária, cabe aos estados a
prerrogativa de exercer a competência legislativa plena.

COMENTÁRIOS
Art. 24, § 3º CF - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

Certo

09 - 2011 - CESPE - Correios - Advogado

Julgue os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência tributária e dos
tributos.

No caso de a União instituir empréstimo compulsório em razão de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional, deverá ser observado o princípio da anterioridade
tributária, e a aplicação dos recursos provenientes do referido tributo deverá estar vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

COMENTÁRIOS
Constituição Federal de 1988. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".

45
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será


vinculada à despesa que fundamentou sua instituição

Certo

10 - 2011 - CESPE - Correios - Advogado

Julgue os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência tributária e dos
tributos.

Reputa-se inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de determinada taxa, de um ou mais


elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, mesmo que não haja integral
identidade entre uma base de cálculo e outra.

COMENTÁRIOS
Súmula Vinculante n.º 29/STF – “É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.”

Errado

11 - 2011 - CESPE - Correios - Advogado

Julgue os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência tributária e dos
tributos.

Tributo, definido como prestação pecuniária compulsória em moeda, pode constituir sanção de ato
ilícito, cobrada mediante atividade judicial ou administrativa.

COMENTÁRIOS
CTN. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

Errado

12 - 2011 - CESPE - Correios - Advogado

Julgue os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência tributária e dos
tributos.
46
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Se determinado estado da Federação não tiver instituído o imposto sobre a propriedade de veículos
automotores (IPVA), essa ausência de exercício da competência tributária não a deferirá a pessoa
jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição Federal de 1988 tenha atribuído tal
competência.

COMENTÁRIOS
CTN. Art. 8º: O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

Certo

13 - 2010 - CESPE - DETRAN-ES - Advogado

Com relação ao sistema constitucional tributário, julgue o item seguinte.

Considere que certo contribuinte tenha sido compelido a pagar multa de cerca de 300% sobre o
valor do tributo devido, em razão de descumprimento de obrigação tributária. Nessa situação, é
aplicável o princípio da vedação do uso de multa com efeito de confisco.

COMENTÁRIOS
“O entendimento desta Corte é no sentido de que a abusividade da multa punitiva apenas se
revela naquelas arbitradas acima do montante de 100% (cem por cento) do valor do tributo.“ (AI
851.038-AgR, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 10-2-2015, Primeira Turma, DJE de 12-
3-2015.)

Conforme orientação fixada pelo STF, o princípio da vedação ao efeito de confisco aplica-se às
multas. Esta Corte já teve a oportunidade de considerar multas de 20% a 30% do valor do débito
como adequadas à luz do princípio da vedação do confisco. Caso em que o Tribunal de origem
reduziu a multa de 60% para 30%. A mera alusão à mora, pontual e isoladamente considerada, é
insuficiente para estabelecer a relação de calibração e ponderação necessárias entre a gravidade
da conduta e o peso da punição. É ônus da parte interessada apontar peculiaridades e
idiossincrasias do quadro que permitiriam sustentar a proporcionalidade da pena almejada.” (RE
523.471-AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 23-
4-2010.) No mesmo sentido: ARE 637.717-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 13-3-2012,
Primeira Turma, DJE de 30-3-2012.

"É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal
examinar se determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não

47
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

confiscatoriedade consagrado no art. 150, IV, da CF. Hipótese que versa o exame de diploma
legislativo (Lei 8.846/1994, art. 3º e seu parágrafo único) que instituiu multa fiscal de 300%
(trezentos por cento). A proibição constitucional do confisco em matéria tributária – ainda que se
trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo contribuinte, de suas obrigações
tributárias – nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão
governamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no todo
ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela
insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma existência digna, ou a prática de
atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas necessidades vitais básicas. O
poder público, especialmente em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição do quantum
pertinente ao valor das multas fiscais), não pode agir imoderadamente, pois a atividade
governamental acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade que se
qualifica como verdadeiro parâmetro de aferição da constitucionalidade material dos atos
estatais." (ADI 1.075-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 17-6-1998, Plenário, DJ de
24-11-2006.)" No mesmo sentido: AI 482.281-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009. Vide: RE 523.471-AgR, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 23-4-2010.

Certo

14 - 2010 - CESPE - TCE-BA - Procurador

Julgue os itens a seguir, relativos ao direito tributário brasileiro.


É vedada a incidência de taxa municipal em razão da renovação de licença para localização de
estabelecimento empresarial.

COMENTÁRIOS
Quarta-feira, 16 de junho de 2010
Cobrança de taxa de renovação de alvará pelo município de Porto Velho (RO) é constitucional
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou, nesta quarta-feira (16),
jurisprudência da Corte e julgou constitucional a cobrança da taxa de renovação de alvará de
localização e funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais, instituída pela Lei
Complementar nº 199/2004, do município de Porto Velho (RO).
A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 588322, interposto pela
Associação Comercial de Rondônia contra acórdão (decisão colegiada) do Tribunal de Justiça
daquele estado (TJ-RO), que julgara constitucional a cobrança da taxa.
Naquela decisão, hoje confirmada pela Suprema Corte, o TJ-RO entendeu ser “dispensável a
comprovação do efetivo exercício do poder de polícia, bastando a demonstração da potencialidade
do município em proceder a fiscalização”.

48
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A associação havia argumentado que a Constituição Federal autoriza a cobrança de duas espécies
de taxas – de serviço e de polícia – e que a última só é legítima se comprovado o exercício efetivo
do poder de polícia, nos termos do artigo 145, inciso II, da Constituição. E, segundo ela, no caso
da cobrança da taxa pelo município de Porto Velho, não haveria a “materialização do poder de
polícia, capaz de justificar a imposição”.
Alegava, também, que o “agente administrativo exaure a fiscalização quando expede o ato de
licença, constituindo-se em ilegalidade a exigência fiscal de renovar anualmente o ato”.
Ao votar pela constitucionalidade da cobrança da taxa, o ministro Gilmar Mendes, relator do
processo, apoiou-se em jurisprudência da Suprema Corte nesse sentido. Entre vários precedentes,
ele citou os Recursos Extraordinários 280441 e 396846.
Repercussão geral
O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada no
RE. Isso porque ela afeta boa parte dos mais de 5.500 municípios existentes no país. No
julgamento de hoje, a maioria dos ministros presentes à sessão acompanhou o voto do relator,
ministro Gilmar Mendes, no sentido de que não é preciso comprovar a existência efetiva do poder
de polícia. Basta que a taxa arrecadada reverta-se em benefício da coletividade. Entendeu,
ademais, que a própria autorização já comprova a existência de órgão com poder de polícia.
Voto discordante, o ministro Marco Aurélio observou que, no caso, não se tratava de taxa
considerando o poder de polícia. Segundo ele, “taxa pressupõe conteúdo. Aqui, é renovação de
alvará de localização e funcionamento, de caráter anual. Daqui a pouco, em sua fúria arrecadadora,
o município institui taxa mensal”.
FK/CG
Processos relacionados
RE 588322

Fonte: www.stf.jus.br

Errado

15 - 2010 - CESPE - PGM - RR - Procurador Municipal

Com relação ao estado, ao poder de tributar e ao Sistema Tributário


Nacional, julgue os itens a seguir.
Serviço público prestado pelo estado, sendo de utilização compulsória, mesmo que não usufruído
efetivamente e desde que específico e divisível, será fato gerador de preço público.

COMENTÁRIOS
CTN. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular

49
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,


prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Errado

JURISPRUDÊNCIA DO TEMA - DIZER O


DIREITO
É admissível o cálculo das custas judiciais com base no valor da causa, considerando que se
respeita a correlação com o custo da atividade prestada, e desde que haja a definição de valores
mínimo e máximo
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por parâmetro o valor da
causa, desde que fixados valores mínimos e máximos.

A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao entendimento
sumulado do STF:

Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada
sem limite sobre o valor da causa.

STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado
em 22/10/2021 (Info 1035).

É constitucional a instituição de taxa pela qual observada equivalência razoável entre o valor
exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia, nos termos do
art. 145, II, da CF/88
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular do poder de polícia
ao Detran/PR, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº 20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência
razoável entre o valor exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia.

STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

50
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos,
sendo imprópria a substituição, para tal fim, de taxa.

STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 – clipping).

É inconstitucional lei estadual que cria taxa de fiscalização da exploração de recursos hídricos na
qual o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de Controle,
Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos
Hídricos (TFRH).

A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal
relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há
proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela
taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade
e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático.

Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em
atividades relacionadas com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta
única do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa.

Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa
adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o
desenvolvimento da atividade econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da
CF/88, que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco.

STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).

Estados podem instituir taxa de polícia por expedição de atestados de idoneidade para porte de
arma de fogo
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

51
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de polícia cobradas em
função de atividades tais como:

- fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público (casas noturnas,


restaurantes, cinemas, shows);

- expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que fabriquem, transportem


ou comercializem armas de fogo, munição, explosivos, inflamáveis ou produtos químicos;

- expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego de explosivos, trânsito
de armas em hipóteses determinadas; e

- atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o atendimento de condições
de segurança e emitir as correspondentes autorizações essenciais ao funcionamento de tais
estabelecimentos.

STF. Plenário. ADI 3770, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/09/2019.

CESPE MPE-SC PROMOTOR 2021: É exclusiva da União a competência para legislar a respeito da
instituição de taxas de polícia cobradas em função da expedição de atestados de idoneidade para
porte de arma de fogo. (errado)

Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais
aposentados
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e expedição de segunda


via de certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº
10.826/2003 não se estende aos policiais rodoviários federais aposentados.

STJ. 1ª Turma.REsp 1530017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 (Info 612).

Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.

A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo
consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88.

52
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos
(e não por taxa).

Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha
a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa.

Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se,
no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como
a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.”

STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral)
(Info 871).

O Estado-membro poderia criar uma taxa de combate a incêndio?

Também não.

Posteriormente a esse julgado, o STF pacificou que a cobrança da taxa de incêndio inclusive por
Estado-membro é inconstitucional:

STF. Plenário. ADI 2908, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 11/10/2019.

Base de cálculo da taxa municipal de fiscalização e funcionamento


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o número
de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte.

STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870).

A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização, na
medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização.

STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.

Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal,
desde que respeitados os parâmetros máximos
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

53
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal
fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não
pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices
de correção monetária legalmente previstos.

STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral)
(Info 842 e 844).

Serviço de iluminação pública não é remunerado por taxa


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa.

Aprovada em 11/03/2015, DJe 20/03/2015.

Importante.

Valor da taxa deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva
Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

Em um determinado Município, foi instituída uma taxa de localização e funcionamento de


estabelecimento industrial e comercial. Assim, os estabelecimentos comerciais e industriais eram
obrigados a pagar uma taxa ao Município por conta da fiscalização que ele exercia nesses
empreendimentos (taxa de poder de polícia). Comumente, era conhecida como “alvará de
funcionamento”.

Ocorre que a lei municipal previu que a base de cálculo dessa taxa seria o número de empregados
da empresa. Assim, quanto mais trabalhadores, maior a base de cálculo.

Esse critério escolhido é constitucional?

NÃO. O STF entendeu que o número de empregados não pode ser utilizado como base de cálculo
para a cobrança da taxa de localização e funcionamento de estabelecimento industrial e comercial.

O legislador municipal, ao escolher o número de empregados para fixar a base de cálculo, levou em
consideração qualidades externas e estranhas ao exercício do poder de polícia, sem pertinência
quanto ao aspecto material da hipótese de incidência.

54
PREPARAÇÃO PGE/PGM
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 01

A taxa é tributo contraprestacional (vinculado), usado na remuneração de atividade específica, seja


serviço ou exercício do poder de polícia e, por isso, não pode fixar a base de cálculo usando como
critério os sinais presuntivos de riqueza do contribuinte.

O valor das taxas deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva, ou com a atividade
de polícia desenvolvida.

STF. 1ª Turma. RE 554951/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/10/2013 (Info 724).

Taxa de desarquivamento de processos findos


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

O valor cobrado pelo Tribunal de Justiça para que o interessado possa desarquivar autos de
processos findos possui natureza jurídica de TAXA.

As taxas somente podem ser instituídas por meio de lei em sentido estrito (princípio constitucional
da legalidade tributária).

Se essa taxa de desarquivamento é instituída por Portaria do TJ, é inconstitucional.

STJ. Corte Especial. AI no RMS 31170-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 18/4/2012.

É vedado que a base de cálculo da taxa seja idêntica à do imposto


Direito Tributário Taxas Geral

Origem: STF

Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais


elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.

• Aprovada em 03/02/2010, DJe 17/02/2010.

• Importante

55

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