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AO JUIZO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE

PORTO VELHO/RO.

VALDELICE MELLO REGO, brasileira, menor impúbere, representado


por sua genitora ALICE MELLO, brasileira, solteira, Emprega, Operadora de
Telemarketing, portadora da cédula de identidade RG nº 11111 – SSP/RO,
inscrita no CPF/MF sob o nº 011.222.333-44, residente e domiciliada à Rua
Clara Nunes nº 01, Bairro Planalto, nesta Cidade de Porto Velho/RO, por
intermédio da sua Advogada , devidamente qualificado no instrumento
procuratório incluso, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro na Lei
nº 5478/68, no Código Civil, e nos demais dispositivos aplicáveis, propor a
presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS

Em desfavor do pai Valter, empresário, brasileiro, divorciado, inscrito no CPF/MF


sob o nº 555.666.222-77, residente e domiciliado à Rua Araújo Pinto, nº 1020, na
Cidade de Ilhéus-BA, em razão dos seguintes fatos e fundamentos que passa a
expor:

A autora é filha do suplicante, conforme faz prova a Certidão de Nascimento ,


atualmente com 5 anos de idade. Pelas razões de fato e de direito a seguir
alinhavadas:

I. DOS FATOS

O Requerido contribuía apenas com valores simplórios, que não


custeiam as despesas mais básicas do mesmo.
A Requerente vem custeando sozinha a mantença da sua filha, nas
mais básicas necessidades de uma criança. Todavia, a Mãe do Requerente não
ganha o suficiente no seu salário e não tem condições de arcar com as
necessidades do mesmo.
A Requerente está em fase de crescimento aumentando assim a
necessidade de assistência financeira e até o presente momento o Requerido
não demonstra interesse de espontaneamente auxiliá-la, pois os singelos
valores que eventualmente repassa a Requerente não são contínuos,
tampouco capazes de mantê-la.
As necessidades de uma criança na idade da Requerente são muitas e
notórias, englobando: alimentação, vestuário, moradia, assistência médica,
transporte, escola entre outras.
O Requerido possui uma mercearia, auferindo renda mensal, o que
revela a possibilidade no custeio de alimentos ao Requerente. (fotos anexas)
Dessa forma, diante da extrema necessidade em que se encontra o
Requerente, frente ao não cumprimento da obrigação do Requerido, propõe a
presente Ação.

II. PRELIMINARMENTE

II. I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Preliminarmente, a Requerente, respeitosamente, requer que Vossa


Excelência, conceda os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, conforme
entendimento preconizado pela Constituição Federal, declarando-se, para
tanto, impossibilitada de prover as despesas referentes às custas processuais
e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e da sua filha, pois
o que atrai a incidência das normas insertas nos art. 4º c/c art.3º da Lei
1.060/50, não podendo assimarcar com as referidas despesas.

III. DOS ALIMENTOS


O dever alimentar dos pais está expressamente previsto na
Constituição Federal,em seu artigo 229:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o


direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos
termos do artigo 1.694 e 1.696. Confira-se:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades
de sua educação.
[...]
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco
entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em
falta de outros.

Além da relação de parentesco, é imperativo que haja necessidade do


alimentando, conforme preconiza o artigo 1.695 do Código Civil, in verbis:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os


pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam,
pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento.

Assim, uma vez constatado o grau de parentesco e a necessidade,


reconhece-se o dever de prestar alimentos.
o parentesco está verificado, pois o Requerido e o Requerente são pai e
filho, (doc. anexo). A necessidade, igualmente, está plenamente configurada,
vez que o Requerente é menor impúbere e, obviamente, não pode arcar com
seu sustento.
Dessarte, uma vez constatado o vínculo de parentesco e a
necessidade do Requerente, faz-se mister impor ao Requerido o pagamento de
alimentos.

IV. DO VALOR DOS ALIMENTOS


Os alimentos devem ser fixados na exata proporção do binômio
necessidade do Requerente e capacidade econômica do Requerido, nos termos
do §1º do art. 1.694:

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

O Requerido é comerciante, possui uma Mercearia e Distribuidora de


Bebidas, o que revela a possibilidade de pagar o valor pleiteado ao Requerente
(R$ 2.360,00 (dois mil, trezentos e sessenta reais), que não custa remarcar, é
uma criança e tem uma série de gastos inerentes a sua idade: médico,
brinquedos, material e uniforme escolar, alimentação, etc.

V. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde logo, fixar os


alimentos provisionais, nos temos do artigo 4º da Lei 5.478/68:

Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo


alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo
se o credor expressamente declarar que deles não
necessita.
No caso, resta translúcida a necessidade de fixação de tal provisão
legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela genitora do menor, o que
fatalmente dificulta o sustendo do mesmo.
Ademais, não há qualquer dúvida sobre a paternidade do Requerente,
o que demonstra que a inércia do mesmo dá-se, tão somente, por má-fé, o que
priva o Requerente de alguns bens necessários, devendo, assim fixar, de plano,
os alimentos provisórios.

VI. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

 O recebimento da presente ação e, ato contínuo, a fixação


liminar de alimentos provisórios, a ser paga em data
estipulada por Vossa Excelência;
 A citação do Requerido para, querendo, apresentar resposta,
sob pena de confissão e revelia;
 A intimação do Ministério Público, para que apresente as
manifestações que julgar pertinentes;
 A produção de todas as provas em direito admitidas, em
especial a documental e a testemunhal;
 A total procedência do pedido para condenar o Requerido ao
pagamento de alimentos fixados em R$ 2.360,00 (dois mil,
trezentos e sessenta reais);
 A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;
 A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita.
 A condenação do réu ao pagamento dos valores atualizados devidos
inicialmente calculados em R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)

Termos em que,

Pede deferimento

Porto Velho/RO, 26 de fevereiro de 2023.

Emely Lima Costa


Advogada OAB/RO
00.006

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