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em relação a todos os termos da Ação de Fixação de Alimentos proposta por Lorhan Ribeiro
Carvalho Figueiredo, neste ato representado por sua genitora Giovana Santos Ribeiro, pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
PRELIMINARMENTE
a) Da Gratuidade da Justiça
“Ab initio”, requer à Vossa Excelência seja deferida a benesse da Justiça Gratuita com
fundamento na Lei nº 1.060/50, com as posteriores alterações pela Lei nº 7.510/86, por não
ter o Requerido condições de arcar com as custas processuais e honorários do advogado, nos
termos da declaração de hipossuficiência anexa.
b) Da audiência inaugural
Diante da não intimação do Sr. Maurício Carvalho Figueiredo Júnior, venho, nos termos do
que dispõe o art. 335, I do CPC, e em respeito ao contraditório e a ampla defesa, apresentar a
sua contestação, impugnando as alegações da inicial nos termos que seguem.
I - SÍNTESE DA INICIAL
Alega a genitora do autor, que o genitor já ajudou nas despesas com o valor de R$ 150,00
(cento e cinquenta reais) e requer a fixação do alimento ao menor em 30% dos rendimentos
mensais do mesmo.
No entanto, o valor pretendido não merece prosperar, pelos fatos e fundamentos que o
requerido passa a expor:
DO MÉRITO
II - DA VERDADE REAL DOS FATOS
É fato que o autor é filho do requerido, e este sempre soube da sua responsabilidade de lhe
prestar os alimentos, como sempre o fez, tendo em vista que sempre ajudou na manutenção
do menor.
Em julho de 2022, o genitor assinou um contrato com o plano de saúde ASSIM no valor
atualizado de R$280,00 (duzentos e oitenta reais) para o autor, como ficara acordado na
época (contrato em anexo).
III - DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO REQUERIDO
Portanto, não tem como pagar uma pensão alimentícia ao autor no montante de 30% de um
salário-mínimo federal, sob pena de comprometer o seu próprio sustento.
Por tais razões comprovadas através dos documentos anexos, o requerido não pode de forma
alguma contribuir, na proporção requerida pela autora, nem tampouco arcar com o valor da
pensão alimentícia fixada provisoriamente de 95% de um salário-mínimo federal, o que desde
já se impugna.
Fato é que o requerido não quer fugir da sua obrigação, visto que sempre ajudou na
manutenção do menor como podia, sempre se preocupou com o bem-estar, a saúde, a
alimentação e as necessidades básicas dele.
Contudo, mesmo tratando-se de fixação de alimentos, temos que os alimentos deverão ser
fixados de acordo com os recursos da pessoa obrigada, ou seja, daquele de quem se reclama,
e se pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento e de sua família.
Neste caso, mesmo presumida a necessidade alimentar dos autores, e sabendo-se da
obrigação alimentar em face do pai, temos que o valor pretendido pela autora de 30%
mensais, lançado de forma aleatória sem qualquer prova nos autos das despesas que os
autores tem mensalmente, ônus que lhe competia nos termos do art. 373, I do CPC, não pode
ser acatada a obrigação alimentar provisória, além do que foge complemente da condição
financeira do requerido, como restou comprovado, pelo que se impugna veemente.
Convém ressaltar ainda que a obrigação alimentar não pode ser imputada somente ao genitor,
mas à ambos os pais do menor, em igualdade de condições, nos termos do art. 1.566, inciso
IV e 1703 ambos do CPC. E mais, o menor estuda em escola pública e mora com os avós em
casa própria em Cabo Frio, necessitando apenas do necessário à sua subsistência.
Nesse sentido destacamos as Jurisprudências abaixo:
Grifamos e destacamos
Contudo, comprometido com o sustento do seu filho, o Requerido requer a fixação dos
alimentos ao menor no valor de R$ 250,00 mensais, correspondente a 17,7% do salário-
mínimo vigente, eis que referidos valores estão dentro das suas atuais condições financeiras e
dentro das necessidades das crianças, sempre observando no caso, o binômio
necessidade/possibilidade, conforme dispõe o art. 1694, § 1º do Código Civil.
Quanto aos alimentos fixados provisoriamente em 95% do salário-mínimo, devidos a partir
da citação, requer a reconsideração, visto que fixado sem qualquer informação da sua real
situação financeira nos presentes autos e dos comprovantes de gastos mensais do autor, não
podendo o requerido arcar com tal valor na forma fixada, mas tão somente no valor que pode
pagar atualmente de R$250,00.
IV - DO DIREITO
Bem se sabe que a Legislação Civil substanciada, por meio do artigo 1.694 e ss., é clara ao
assegurar aos menores, ora representados pela mãe, o direito a exigir os alimentos que lhe são
indispensáveis, na proporção de sua necessidade. Contudo, não podemos deixar de levar em
consideração as possibilidades do alimentante, pois é necessário que este se encontre em
condições de fornecer a ajuda, isto é, que não haja desfalque no tocante ao próprio sustento.
Se o alimentante possui tão somente o necessário, indispensável à própria mantença, não é
justo que ele seja compelido a desviar parte de sua renda para socorrer o parente. Não há
direito alimentar contra quem tem o estritamente necessário à própria mantença
(MONTEIRO, 2007, p. 369).
Neste caso, temos de analisar o binômio necessidade / possibilidade, onde ambos são
considerados no caso concreto. Essa condição está prevista no parágrafo primeiro do artigo
1.694 do Código Civil brasileiro, que convém destacar:
Não se pode pretender que o alimentando, fique entregue à necessidade, nem que o
(alimentado) necessitado dos alimentos se locuplete a sua custa (VENOSA, 2004, p. 408).
Portanto, se julgado procedente a presente demanda no valor pretendido pela parte autora de
95% de um salário-mínimo mensal, estar-se-á causando prejuízo ao requerido, pois poderá ter
uma vida cheia de privações.
Neste caso, o que deve ser considerado, é que a condição financeira do alimentante não é
capaz de pagar o valor pretendido pela autora e muito menos o valor fixado provisoriamente,
visto que o requerido mal supre as suas necessidades básicas, como restou comprovado em
linhas pretéritas e nos documentos que se anexa à presente defesa. No entanto, mesmo
sabendo da sua obrigação alimentar com os seus filhos, requer, seja fixada a pensão
alimentícia no valor de R$ 250, mensais, correspondente a 17,7% do salário-mínimo, assim
estar-se-á fixando referido valor dentro das suas condições financeiras.
V - REQUERIMENTOS FINAIS
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Christian
I.II Comprovantes de pagamento
Heitor
Raphael
Christian
I.III Carteira do Plano de Saúde e histórico de utilização do Lorhan
I.IV Comprovante de residência do Maurício
I.V Procuração Maurício