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EXCELENTISSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DA ____ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - PR.

ANA BARBOSA DA SILVA, (nacionalidade), divorciada,


do lar, portadora do RG nº ...... e inscrita no CPF nº ...., residente e domiciliada na Rua
.........., (cidade) CEP: ......, por intermédio de sua procuradora constituída (procuração
anexa), vem, respeitosamente, ajuizar a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.


.

Em face de PEDRO DA SILVA, (nacionalidade),


divorciado, profissão, portador do RG nº ...... e inscrito no CPF nº ....., residente e
domiciliado na Rua ........., (cidade) CEP: ......., pelos motivos de fato e de direito que
passa a expor a seguir.
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1. DA JUSTIÇA GRATUITA.

A autora não possui condições de pagar as custas e


despesas processuais sem prejuízo de seu sustento ou de sua família, pelo que
requer desde já, os benefícios da justiça gratuita, nos moldes da Lei 1060/50 e nos
termos do art. 5º, LXXIV da Constituição Federal de 1988, bem como o art. 98 e
seguintes do CPC/15.

2. DOS FATOS – DA PENSÃO ALIMENTÍCIA.

As partes encontravam-se casados no regime de


comunhão de bens, desde 10/10/1998, da união nasceram Ana Clara Barbosa da
silva, nascida em 05/03/2015 e Pedro da Silva Júnior, nascido em 08/04/2009.

Em (dia e mês) de 2021, os litigantes formalizaram


extrajudicialmente um divórcio consensual, homologado nessa comarca, em que
pactuaram, dentre outras obrigações, que o réu pagaria, a título de pensão aos
filhos, a escola dos mesmos, a conta de água e luz da casa em que residiam e o
plano de saúde dos menores.

Ocorre que, embora o procedimento de reconhecimento


da dissolução do casamento tenha sido formalmente homologado, a requerente não
se encontrava sob condições psicológicas normais e foi induzida a firmar o mesmo,
momento em que assumiu a obrigação de suprir todas as despesas alimentícias, de
forma indevida, sem saber realmente o que estava fazendo, havendo assim vicio de
consentimento.

Tal fato comprometeu posteriormente a própria


subsistência da autora, além de seus filhos, uma vez que o fim da relação conjugal
com o requerido lhe trouxe problemas financeiros quais não é capaz de suportar,
visto que o requerido era o único provedor do lar.

Como relatado, a autora era dependente financeira


mente do réu, sendo que fabricava doces caseiros em sua própria residência,
auferindo valores irrisório comparados aos custos de manutenção da casa e
alimentação, sendo esses valores aplicáveis apenas a pequenos gastos cotidianos
consigo mesma e com os filhos. Além do que continuam não suprindo, em quase
nada, as necessidades fundamentais da requerente e seus filhos.

Salienta-se que a autora já ingressou com ação de


alimentos e dissolução do acordo em desfavor do réu.

Ademais, foi orientada pela advogada do requerido que,


como ela trabalhava, não poderia solicitar qualquer tipo de pensão ao mesmo,
alegação essa totalmente inverídica.

Afirma ainda, que está passando muito sofrimento, pois


sempre foi financeiramente dependente do ex-companheiro, que está tentando se
reestabelecer no mercado de trabalho, mas que está difícil, visto que não tem um
emprego desde 1998.

A autora segue lutando para atingir seus objetivos,


contudo, é essencial que o réu preste alimentos a ex-companheira, posto que o
mesmo sempre foi o único provedor do lar, pois sempre supriu com todas as
necessidades financeiras da família.

Neste sentido, dispõe o ordenamento jurídico do Código


Civil:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades
de sua educação.

§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar
de culpa de quem os pleiteia.

Resta claro que após a dissolução do matrimonio, se


uma das partes não poder nem tiver como se sustentar, serão cabíveis os alimentos.

Neste mesmo sentido encontra-se o art. 1.695 do CC:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os


pretende não tem bens suficientes, nem pode prover,
pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem
se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento.

Destaca-se que a obreira está há 23 anos fora do

mercado de trabalho, período durante o qual dedicou-se exclusivamente à família ,


não sendo fácil sua reintegração, além do que precisa cuidar dos dois filhos
menores, fator esse que dificulta ainda mais sua vida profissional.

Vejamos o entendimento do TJ:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEREITO DE FAMÍLIA.


PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS. EX-CONJUGE.
OBRIGAÇÃO EXCEPCIONAL.
NECESSIDADE COMPROVADA. NATUREZA
TEMPORÁRIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
1. A obrigação de prestar alimentos, recíproca entre ex-
cônjuges, decorre do Princípio Constitucional da
Solidariedade e do dever de mútua assistência, sendo o
valor fixado com fundamento no binômio
necessidade/possibilidade. 2. Em regra, o dever de
prestar alimentos possui caráter excepcional e
temporário, ou seja, deve ser fixado apenas quando
comprovada a necessidade do alimentando e por um
período suficiente ao reestabelecimento de condições
favoráveis ao seu próprio sustento. 3. A agravante,
apesar de jovem, demonstrou estar há muito tempo
longe do mercado de trabalho, período durante o qual
dedicou-se exclusivamente à família. Demais,
atualmente detém a guarda dos dois filhos do casal, fato
apto a agravar sua dificuldade de conseguir um
emprego e conquistar a independência financeira. 4.
Segundo a Jurisprudência deste Tribunal, a fixação dos
alimentos provisórios entre ex-cônjuges tem natureza
transitória. Sob esse aspecto, a obrigação deverá ser
deferida por período determinado, o qual deverá ser
razoável para que a requerente se reestabeleça no
mercado e adquira sua independência financeira e a
instrução do processo na origem. Precedentes. 5.
Recurso conhecido e provido.
(TJ-DF 07181508920188070000 – Segredo de Justiça
0718150-89.21018.8.070000, Relator: EUSTÁQUIO DE
CASTRO, Data de Julgamento: 13/02/2019, 8ª Turma
Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE:
15/02/2019. Pag.: Sem Página Cadastrada.)

Portanto, as condições comprovadas pela requerente na


presente exordial mostram suficientes para a comprovação da sua incapacidade
financeira, cabendo o deferimento do pedido de pensão alimentícia.

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Cumpre esclarecer que a ação envolve matéria regulada


pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 ( Estatuto da Criança e do Adolescente),
razão pela qual a autora faz jus à prioridade da tramitação da presente demanda, nos
termos do art. 1.048, inciso II, do atual Código de Processo Civil.

Diante disso, temos o entendimento do art. 300 do CPC,


onde a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano.
Vejamos o dispositivo:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.”

Foi anexado aos autos a certidão de nascimento dos


dois menores em que consta o nome do requerido como pai.

Ademais, frisa-se a urgência em relação aos valores da


pensão alimentícia, uma vez que a genitora não está conseguindo arcar
financeiramente com as despesas das crianças em relação a alimentação e saúde
principalmente.

Portanto, vê-se necessário o deferimento da tutela de


urgência no devido procedimento, uma vez que os dois requisitos previstos pelo
art. 300 do CPC foram cumpridos.

4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

São devidos ainda honorários sucumbenciais de 20%


sobre o total da condenação, nos termos do artigo 133 da Constituição Federal e das
Leis 5584/70 e 8906/94.

5. DOS PEDIDOS.

Diante do exposto, requer:

a) os benefícios da justiça gratuita, por ser a autora


economicamente hipossuficiente;
b) o deferimento da pensão alimentícia com base nos
artigos 1.694 e 1.695 do CC;

c) a concessão da TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro


nos artigos 497 de 300, ambos do CPC;

d) o pagamento dos honorários advocatícios


sucumbenciais, no importe de 20% sobre o total da condenação;

e) a citação do réu para que, querendo, conteste a


presente ação no momento processual oportuno, sob pena de revelia e confissão;

4) REQUERIMENTOS FINAIS.

Por fim, requer a oportunidade para provar o alegado por


todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente, depoimento pessoal do
representante legal da Ré, sob pena de confissão quanto à matéria de fato.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de


R$.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Cidade, dia, mês e ano)

NOME DA ADVOGADA
NÚMERO DE INSCRIÇÃO DA ORDEM.
PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: ANA BARBOSA DA SILVA, (nacionalidade), divorciada,


do lar, portadora do RG nº ...... e inscrita no CPF nº ...., residente e
domiciliada na Rua .........., (cidade) CEP: ......,.

OUTORGADO: (nome do advogado constituído), nacionalidade,


(estado civil), inscrita na OAB... e com CPF nº .....; com escritório na rua
........, (cidade), CEP ....

PODERES: são conferidos ao outorgado os poderes da cláusula ad


juditia, mais os especiais para transigir, desistir, dar e receber quitação,
receber, levantar depósitos judiciais, prestar declarações, nomear
representantes para audiências, atuar no âmbito administrativo,
substabelecer no todo ou em parte, com ou sem reserva de poderes, bem
como revogar substabelecimento. Podendo usar dos poderes em conjunto
ou separadamente, inclusive em comissões de conciliação prévia.

(cidade, mês e ano).

..................................................
DECLARAÇÃO DE POBREZA

Eu, ANA BARBOSA DA SILVA, (nacionalidade),


divorciada, do lar, portadora do RG nº ...... e inscrita no CPF nº ...., residente e
domiciliada na Rua .........., (cidade) CEP: ......,

DECLARO, nos termos da Lei n.º 1.060/50 com as


alterações posteriores e para os fins de comprovação em juízo, que sou pobre
na acepção jurídica, não dispondo de condições econômicas para custear as
despesas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo do sustento
próprio e de minha família.

Por ser a expressão da verdade, assumindo inteira


responsabilidade pelas declarações acima, sob as penas da Lei, assino a
presente declaração para que produza seus efeitos jurídicos.

(cidade, dia, mês e ano)

ANA BARBOSA DA SILVA

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