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Razões do recurso especial (Maioridade)

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL


RECORRENTE(S): ...............
RECORRIDO(S): ...............

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


COLENDA TURMA
DOUTOS MINISTROS
DOUTO SUBPROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

O recorrente interpôs esse recurso especial para fazer valer seus direitos
perante esta Corte Judicial Brasileira, em oposição ao acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça do Estado de ..............., nos autos de ação de exoneração
de alimentos ajuizada pelo recorrente contra ..............., sob o argumento da
presença da maioridade desta, assim, não terá mais necessidade de receber
alimentos, pois poderá buscar sua própria mantença através de seu trabalho.

Dessa forma, o recorrente alega que chegou o fim da mantença da mesma,


pois a obrigação de alimentos encerra-se com a maioridade, e cabe a filha
provar a necessidade em continuar a receber alimentos, o que não aconteceu no
presente caso em tela.

Além disso, a filha do recorrente não continua com os seus estudos,


conforme documento em anexo.

Trata-se o presente caso de violação dos seguintes dispositivos legais em


vigência.

“Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:


IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
III - pela maioridade;”

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns


aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação.
§ 1º. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º. Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a
situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.”

“Art. 333. O ônus da prova incumbe:


II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.”

A nobre ministra do STJ, Nancy Andrighi, no julgamento do REsp


1198105/RJ - Recurso Especial. 2010/0111457-4, decidiu que:

“Por estarem imbricados, o ônus da prova e os fundamentos legais para a


existência do dever de alimentar dos pais em relação aos filhos, após a
maioridade, serão os temas analisados em conjunto.
Em relação aos alimentos devidos pelos pais a seus filhos em virtude do Poder
Familiar, não pairam dúvidas quanto ao ônus da prova – que pertence ao
alimentante –, em relação ao binômio possibilidade/necessidade da
prestação alimentícia.
Isso decorre da presunção de necessidade dos filhos menores, ou incapazes, de
receberem alimentos que lhes possa proporcionar, para além do sustento
material, a saúde, o lazer e a educação.
Nessa hipótese, o alimentante apenas pode opor a sua capacidade financeira
como fator limitante do valor dos alimentos prestados, circunstância que, por
óbvio, deverá provar.
A cessação da menoridade, contudo, traz consigo o fim do Poder Familiar e,
por conseguinte, a vinculada obrigação alimentar dos pais em relação à sua
prole, remanescendo, no entanto, pela redação do art. 1.694 do CC/02, a
possibilidade dos alimentos continuarem a ser prestados, agora em face do
vínculo de parentesco.”

Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento


jurisprudencial a favor das convicções do recorrente, como demonstrado a
seguir:

“Processual civil. Recurso especial. Família. Alimentos. Exoneração.


Maioridade. Necessidade. Ônus da prova.
1. O advento da maioridade não extingue, de forma automática, o direito à
percepção de alimentos, mas esses deixam de ser devidos em face do Poder
Familiar e passam a ter fundamento nas relações de parentesco, em que se
exige a prova da necessidade do alimentado.
2. A necessidade do alimentado, na ação de exoneração de alimentos, é fato
impeditivo do direito do autor, cabendo àquele a comprovação de que
permanece tendo necessidade de receber alimentos.
3. A percepção de que uma determinada regra de experiência está sujeita a
numerosas exceções acaba por impedir sua aplicação para o convencimento
do julgador, salvo se secundada por outros elementos de prova.
4. Recurso provido.”
(STJ - REsp 1198105/RJ. Recurso Especial. 2010/0111457-4. Ministra Nancy
Andrighi. Órgão Julgador. T3 – Data do Julgamento: 01/09/2011).

DOS PEDIDOS

Isso exposto, requer o provimento positivo ao recurso para cassando o


acórdão recorrido, exonerar a prestação de alimentos do recorrente em relação a
sua filha maior.

Nestes termos,
Pede deferimento.

..............., ..... de ............... de .......... .

.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............

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