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ORIENTADOR
João Pessoa – PB
Novembro de 2021
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RESUMO
O presente artigo tem como escopo central debater de forma conceitual sobre o
problema de segurança pública no território brasileiro, marcado pela truculência e
crescimento desenfreado dos crimes, e pelo sistema defasado. A justificativa para a
escolha do tema paira sobre as dificuldades atuais da sociedade para com esta
questão, bem como contribuir no âmbito acadêmico. A metodologia utilizada na
pesquisa foi do tipo bibliográfica e descritiva. O estudo chegou à conclusão que, a
segurança pública não se faz apenas com polícia na rua e encarceramento sem
ressocialização, mas com políticas governamentais, possibilitando assim o
desenvolvimento humano e socioeconômico do país para preservar a segurança de
todos.
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Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail:
rodrigomachado0@gmail.com
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Professora orientadora Katia De Mello Santos UNESA – Universidade Estácio de Sá.
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ABSTRACT
The central scope of this article is to conceptually discuss the problem of public
security in Brazil, marked by truculence and rampant growth of crimes, and by an
outdated system. The justification for choosing this theme lies in the current difficulties
that society faces with this issue, as well as contributing to the academic field. The
methodology used in the research was bibliograpich and descriptive. The study
reached the conclusion that public security is not only made with police in the streets
and incarceration without re-socialization, but with government polices, thus enabling
the human and socieconomic development of the country to preserve the safety of all.
Keywords: Public security; Federal Constitution; Public policy; Public order; Society
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1. INTRODUÇÃO
utiliza materiais publicados em artigos, teses e livros; foi utilizado também a pesquisa
na modalidade descritiva, na qual é feito o estudo e analise dos fatos sem manipula-
los, utilizando-se consultas nas fontes referentes ao tema como Hely Lopes Meirelles
e Yussef Said Cahali. Esta pesquisa tem características essencialmente qualitativa.
2. DESENVOLVIMENTO
atos ilícitos. Quanto à repressão ao crime cometido contra a ordem, cabe ao Estado
puni-los e criar métodos para frear a violência contra o cidadão. Esse combate contra
os atos ilícitos deve ser feito por agentes de segurança pública, quais sejam os
policiais, a fim de que se evite o crime de lesão aos direitos das pessoas,
restaurando a ordem pública, e garantindo que a sociedade possa viver na sua forma
natural. (RAWLS, 2008)
Vale lembrar que perante o dicionário da língua portuguesa, o conceito de
segurança pública diz que é “estado, qualidade, condição de quem ou do que está
livre de perigos, incertezas, assegurado de danos e riscos eventuais; situação em
que nada há a temer.”
Diante do breve conceito no dicionário, percebe-se que não é normal com que
o ser humano se sinta inseguro, pois, se sentir seguro é se sentir normal, e é não se
sentir ameaçado diante do convívio com os outros seres humanos da sociedade.
Nas palavras de Plácido e Silva, ele menciona acerca da Segurança Pública o
seguinte:
Segurança: derivado de segurar, exprime, gramaticalmente, a
ação e efeito de tornar seguro, ou de assegurar e garantir alguma
coisa. Assim, segurança indica o sentido de tornar a coisa livre de
perigos, de incertezas. Tem o mesmo sentido de seguridade que é a
qualidade, a condição de estar seguro, livre de perigos e riscos, de
estar afastado de danos ou prejuízos eventuais. E Segurança
Pública? É o afastamento, por meio de organizações próprias, de
todo perigo ou de todo mal que possa afetar a ordem pública, em
prejuízo da vida, da liberdade ou dos direitos de propriedade de cada
cidadão. A segurança pública, assim, limita a liberdade individual,
estabelecendo que a liberdade de cada cidadão, mesmo em fazer
aquilo que a lei não lhe veda, não pode turbar a liberdade assegurada
aos demais, ofendendo-a.
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Com isso, é de notório saber que o Estado possui em seu escopo a garantia
do desenvolvimento nacional, construindo assim uma sociedade livre, a fim de que
promova-se o bem da coletividade. Todavia, estes objetivos só poderão ser
efetivados com a plena segurança jurídica, se houver a presença estatal da garantia
da ordem pública e o pleno desenvolvimento da segurança pública.
estão satisfeitas com a sua atuação. Isso porque é atribuído à polícia a imagem de
que: cabem a estes exterminarem por completo com a criminalidade e devolver a
sensação de segurança a toda coletividade social.
Dito isto, para que possa acabar a famigerada criminalidade, não é só apenas
e tão somente colocar polícia no meio da rua, e esperar com que isto possa vir a
acabar repentinamente. É um processo lento, no qual necessita de políticas públicas
que possam vir a contribuir no pleno desenvolvimento social, corroborando para que
aqueles que são menos favorecidos, e alvos daquelas políticas, possam vir a ser
favorecidos, para que assim tenha oportunidade, e somente para que a partir daí, as
mudanças possam vir.
Dizer que a criminalidade está presente apenas nas periferias não é tão
absoluto, isso porquê esta se faz presente em todos os lugares. O assunto da
política pública deve ser levado à frente, com a finalidade de que venha a ser
implementado de forma inteligente, englobando investimentos não só na força
policial, mas em políticas que possam beneficiar a sociedade, e principalmente
naqueles que mais necessitam das políticas públicas, direcionando àqueles
investimentos em educação, esportes, saúde e oportunizando o acesso ao emprego.
vir a possibilitar reformas positivas na sociedade, que poderiam iniciar novos tempos
e apresentar melhorias para a sociedade.
À medida que a criminalidade aumenta de forma expressiva o numeral de
violência na sociedade, fica notável com isso que há um descaso com a segurança
pública, tornando a violência como algo normal e já de rotina para toda sociedade.
As nossas políticas de segurança pública sequer possuem perspectiva que
possa vir integrar ações com objetivos de repreensão qualificada e ações de
prevenção, advindas de um serviço público de qualidade.
Um dos problemas da segurança pública está ligado a questão carcerária,
pois é um país que encarcera mal os seus presos, não lhes dando sequer condições
mínimas sanitárias, educacionais e de ressocializações, permitindo que haja uma
proliferação de facções criminosas a fim de dominar territórios dentro e fora dos
presídios, para que assim impere o crime diante da sociedade.
O ordenamento jurídico brasileiro em conjunto com as forças de segurança
pública, estão preocupadas em punir, e acabam por esquecer o fator de ressocializar,
fazendo com que a partir daí, o brasil tenha uma das maiores populações de presos,
sem ofertar condições de dignidade, contribuindo para o índice de reincidência de
crimes por parte destes.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
milhares de vítimas, por outro lado, encontra-se uma outra parcela que deduz que
um dos fatores que assevera o aumento da insegurança pública está ligada a má
prestação de serviços públicos, que envolvem diretamente a educação, esportes e
acesso ao emprego. E é justamente pela inacessibilidade de acesso ao emprego, por
falta de investimentos do Estado no tocante à profissionalização, que muitos
socorrem-se aos ilícitos para suprirem as necessidades, embora não justifique.
Do outro lado, a legislação antiquada e ineficaz, em consonância com um
sistema carcerário falho, permite com que não exista a ressocialização destes que
vivem à margem da criminalidade, atentando contra a ordem pública.
Já na questão da ressocialização, o Brasil possuí uma das populações
carcerárias expansiva, isso porque a preocupação está mais para prender, do que
em ressocializar, e ao invés de dar dignidade humana, e condições em que a
realidade daquele que está em uma situação vulnerável possa vir mudar com ações
ligadas às políticas públicas, não o faz.
Um ponto bastante chamativo diante da temática é que ligam a polícia militar a
uma expectativa de que cabe a esta instituição exaurir todos os crimes cometidos
diante da sociedade, a fim de que se garanta a segurança pública de toda forma,
sendo que, infelizmente não cabe somente a esta instituição de proteger a
população.
Nasce também do poder do Estado, o dever de fomentar política pública, no
sentido de salvaguardar a segurança pública coletiva, fazendo com que favoreça a
toda população. Não cabe somente as instituições de segurança pública, as quais
estão previstas no artigo 144º da Constituição, reforçar a segurança, mas, o Estado
tem sim a obrigação para com as políticas públicas, possibilitando a criação
mecanismos legislativos que possam trazer benefícios legais e que possam diminuir
a sensação de insegurança.
Os números expostos anteriormente, apontam que pelo fato do Estado
esquecer aquela população que carece de um olhar mais atento, obrigando a estes
para que vivam à margem da criminalidade e da pobreza pelo fato da omissão,
contribui fortemente para o insucesso da segurança pública, isto porque o estado não
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAHALI, Yussef Said. Responsabilidade Civil do estado. São Paulo: Revista dos
tribunais, 1992.
SCABÓ, I.; BARROSO, L.; RISSO, M., Segurança Pública para virar o jogo.1 ed.
Brasília: Zahar, 2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CARVALHO FILHO, apud MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito
Administrativo. 17. Ed. rev. E atual. São Paulo: Malheiros, 2004.p.8.