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DUARTE / A24103-5
DÉBORA BATISTA DA SILVA / A144IE-7
MARIANA SABAINI / 427403-2
MARINILDA P. PINTO BISAIA / 472072-5
RAQUEL DE OLIVEIRA / 348499-8
CAMPINAS
OUTUBRO / 2011
ALESSANDRA MARIA M. L. DUARTE / A24103-5
DÉBORA BATISTA DA SILVA / A144IE-7
MARIANA SABAINI / 427403-2
MARINILDA P. PINTO BISAIA / 472072-5
RAQUEL DE OLIVEIRA / 348499-8
CAMPINAS
OUTUBRO / 2011
ALESSANDRA MARIA M. L. DUARTE / A24103-5
DÉBORA BATISTA JACHETTA / A144IE-7
MARIANA SABAINI / 427403-2
MARINILDA PINTO BISAIA / 472072-5
RAQUEL DE OLIVEIRA / 348499-8
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________ __/__/___
_____________________ __/__/___
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08
CAPÍTULO 1 – BREVE HISTÓRICO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NO BRASIL ............................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2 – UM OLHAR SOBRE COMO OS MODELOS DE FORMAÇÃO E DE
ENSINO TEM INFLUENCIADO A PRÁTICA DOCENTE .......................................... 16
CAPÍTULO 3 – OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ................... 24
3.1. Estágios.............................................................................................................. 27
3.2. Formação de Professores Pesquisadores.......................................................... 29
3.3. Formação Continuada ........................................................................................ 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 37
ANEXO A .................................................................................................................. 40
ANEXO B .................................................................................................................. 48
8
INTRODUÇÃO
1
Vide Entrevista no Anexo A.
2
Nome fictício utilizado para preservar a identidade da professora.
12
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO
BRASIL
lei Darcy Ribeiro, uma vez que esse Senador empenhou-se diretamente na sua
aprovação, através do projeto de Lei Darcy Ribeiro.
A LDB nº 9394/96 define em seu texto o conceito de educação, os fins da
educação, o direito, o dever e a liberdade de educar, a organização do sistema geral
da educação, a organização e funcionamento dos níveis e modalidades de ensino,
os mecanismos, as formas de gestão e os recursos para a manutenção e
desenvolvimento dos órgãos, serviços e agentes educativos.
A trajetória percorrida mostra-nos que, ao longo dos últimos séculos as
sucessivas mudanças introduzidas no processo de formação docente revelam um
quadro de descontinuidade. A questão pedagógica, de início ausente, vai lentamente
ocupando uma posição central nos ensaios da década de 1930, mas não encontrou,
até hoje um encaminhamento satisfatório para solucionar os problemas enfrentados
pela educação escolar em nosso país.
Hoje, as portas do século XXI, acredita-se que devemos transformar a
formação desse professor, transpondo as práticas cristalizadas pela sua formação
inicial. Esse desafio propõe a correção de ações, assumindo uma nova postura que
o leve a posicionar-se e assumir-se profissionalmente e politicamente como um
educador. Assim, o professor transcenderá e garantirá um espaço pedagógico,
político e social, que mesmo dependente da legislação, das normas e dos
programas oficializados pelo Estado, favoreçam um espaço de luta e ações efetivas
– através de atos concretos, pesquisados e apontados como possibilidades reais,
contra essa Educação que domina, seleciona e exclui.
Daí a importância de se pensar a formação numa abordagem que vá além da
acadêmica, envolvendo o desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional da
profissão docente.
18
CAPÍTULO 2
UM OLHAR SOBRE COMO OS MODELOS DE FORMAÇÃO E DE ENSINO
TEM INFLUENCIADO A PRÁTICA DOCENTE
É nessa lógica que Mizukami (2002, p.14) retorna novamente a nós, para
expor que no cotidiano da sala de aula, o professor defronta-se com múltiplas
situações com as quais não aprende a lidar durante seu curso de formação, pois
essas situações estão além dos referenciais teóricos e técnicos, fazendo com que o
professor não consiga apoio direto nos conhecimentos adquiridos no curso
acadêmico para lidar com eles.
O docente, no modelo atual de formação, passa por um processo
descontextualizado da realidade da sala de aula, do ambiente da escola, de sua
gestão e complexidade, para após no exercício e efetivação da prática, vivenciar
situações antes não problematizadas de compreensão do fazer e do ser docente.
No currículo oficial, a formação apresenta de forma tecnicista, uma proposta
deficitária, com objetivos a preparar o professor para transmitir conhecimentos,
distantes da teoria e da prática.
Ao analisar as Diretrizes Curriculares para a formação de professores no art.
5º do Decreto nº. 3.276, de 6 de Dezembro de 1999, nota-se as seguintes
habilidades a serem desenvolvidas pelos professores que atuarão na educação
básica:
realizada pelo estudioso, essas tendências3 podem ser agrupadas em dois grupos
básicos: um de cunho liberal, onde se enquadrariam a Pedagogia Tradicional, a
Pedagogia Renovada (que se divide em tendência liberal renovada progressivista e
tendência liberal renovada não diretiva) e o Tecnicismo Educacional, e outro
agrupando as correntes de cunho progressista, englobando a Pedagogia
Libertadora, Pedagogia Libertária e a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos.
De acordo com Libâneo (1996), na tendência tradicional há a acentuação do
ensino humanístico, sendo o aluno educado para atingir sua realização como
pessoa. A relação professor-aluno não tem nenhum relacionamento com o cotidiano
do aluno e nem com suas realidades sociais. Sobretudo, predomina a palavra do
professor e as regras impostas.
A pedagogia tradicional caracteriza a concepção de educação, onde
prepondera à ação de agentes externos na formação do aluno, o primado do objeto
de conhecimento, a transmissão do saber constituído na tradição e nas grandes
verdades acumuladas pela humanidade (LIBÂNEO, 2008, p. 61). Essa tendência
embasa a ideia de que a escola tem por função preparar os alunos para o
desempenho de papéis sociais, de acordo com as vocações individuais e isso
pressupõe que o indivíduo adapte-se aos valores e normas da sociedade de classe,
já que o aluno é um recebedor da matéria e sua tarefa é decorá-la.
Na tendência Liberal Renovada Progressivista, (ou pragmatista), que se
baseia na teoria educacional de John Dewey, acentua-se o sentido da cultura como
desenvolvimento das aptidões individuais. A escola continua a embasar o aluno para
assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio
social. Utiliza-se do trabalho em grupo e do aprender fazendo. Não há lugar especial
para o professor, já que ele tenta harmonizar a disposição do aluno.
Quanto à tendência Liberal Renovada Não-Diretiva, principalmente inspirada
em Carl Rogers, observa-se o papel da escola na formação de atitudes. Trata-se de
um ensino e uma educação focada no aluno, sendo o professor apenas um
facilitador e um especialista em relações humanas.
A escola Liberal Tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente,
que é o sistema capitalista, articulando-se diretamente com o sistema produtivo. Os
3
Vide Anexo B Quadro Síntese das Tendências Pedagógicas
23
Remetendo-se neste momento para outras visões fora desses dois autores
apresentados acima, podemos citar por último, as Concepções Construtivistas que
também fazem parte das correntes pedagógicas que influenciam a educação no
Brasil. Vemos que nela o aluno é tido como um ser ativo, que age e constrói sua
aprendizagem. Segundo LOCH (1995), o construtivismo procura demonstrar o papel
central do sujeito na produção do saber, já que sua preocupação científica é com
aprendizagem, ou seja, como o indivíduo aprende. Cabe ao mestre instigar o sujeito,
desafiando, questionando e utilizando os “erros” de forma construtiva, garantindo
assim uma reelaboração e favorecendo a construção do conhecimento. Para
Macedo (1994, p. 69) apud Piaget “o construtivismo defende que as estruturas, os
esquemas, os conceitos, as ideias, são criados e construídos, por um processo de
auto regulação”.
Assim, diante de todo o exposto, ressaltamos que definir essas ideias não é
tarefa simples, porém convém que lhes faça referência. É certo que só podemos
posicionar as teorias, com as ideias e os sentimentos da prática; contudo, devemos
nos esforçar por compreendê-las nas possibilidades dos quadros da vida social.
Cabe destacar perante tantas observações, que os modelos de formação e de
ensino, têm influenciado e muito a prática docente do contexto atual, fazendo com
que a prática se torne uma atividade complexa, envolvendo simultaneamente
aspectos intelectuais, políticos e de gestão de pessoas e recursos.
Percebendo o ensino como um campo vasto de relações, torna-se necessário
que o professor faça uma constante exploração, avaliação e reformulação de sua
prática. Um ensino bem sucedido requer que os professores examinem
continuamente a sua relação com os alunos, os colegas, os pais e o seu contexto de
trabalho. Além disso, uma participação ativa e consistente na vida da escola requer
que o professor tenha uma capacidade de fundamentar as suas propostas. Como
argumenta Vasconcellos (2001, p.157), a educação pede presença, acolhida,
convicção, análise, correção e é preciso ter em conta esta característica da função
docente, que leva suas crenças e valores permeando intensamente a prática, pois
se o professor não estiver envolvido, o trabalho fica truncado.
25
CAPÍTULO 3
OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A LDBEN nº 9394/96 chama atenção para que haja uma reforma da educação
básica e para a formação dos professores:
Diante do exposto pela autora, fica claro que o professor para manter se
atualizado tem que recorrer a cursos de qualificação profissional e formação
continuada, na tentativa de responder as necessidades da atualidade e aos novos
conceitos que surgem no contexto da Educação, tais como: “revolução da
informática”, “globalização da economia”, “reestruturação produtiva”, etc. A partir daí
há um reconhecimento que a educação adquire uma nova função social,
principalmente pelas consequências das modificações nos requerimentos de
qualificação da força de trabalho.
Nos cursos de formação inicial de professores, a concepção dominante
segmenta o curso em dois pólos isolados entre si: um caracteriza o trabalho na sala
de aula e o outro, caracteriza as atividades de estágio. O primeiro pólo supervaloriza
os conhecimentos teóricos, acadêmicos, desprezando as práticas como importante
fonte de conteúdos da formação. O segundo pólo supervaloriza o fazer pedagógico,
desprezando a dimensão teórica dos conhecimentos como instrumento de seleção e
análise contextual das práticas. Neste caso, há uma visão ativista da prática o que
nos leva a parafrasear com Paulo Freire “A prática sem teoria é puro ativismo”.
Assim, são ministrados cursos de teorias prescritivas e analíticas, deixando
para os estágios o momento de colocar esses conhecimentos em prática.
29
3.1. Estágios
O estágio deve possibilitar oportunidade para que o aluno possa compreender
a complexidade no processo ensino aprendizagem, portanto faz se necessário, pois
essa prática deveria estar presente desde o primeiro dia de aula do curso superior
de formação docente, como se refere Pimenta ao sintetizar Donald Shön que:
O estágio deve ser vivenciado em tempo real, por meio da presença orientada
nas escolas e que permitissem, o auge de um processo de prática que se dá pelo
exercício profissional pleno, supervisionado ou monitorado continuamente por um
tutor ou professor experiente que fornecesse um feedback imediato, ao futuro
professor, dos acertos e falhas de sua atuação. Desse modo o estágio deixa de ser
considerado apenas um componente curricular e passa a integrar no campo de
conhecimento dos cursos de formação de professores. Assim, como afirma
CAVALCANTE, 1992:
do grupo e outros aspectos não observáveis em estágios pontuais. A ida dos futuros
professores às escolas aconteça somente na etapa final do curso, não possibilita
que haja tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões do trabalho de
professor, nem permite um processo progressivo de aprendizado.
A ideia deve ser que o estágio é o espaço reservado à prática, enquanto, na
sala de aula local da teoria.
Nesse sentido, concordamos com Pimenta (1994) “O curso de formação de
professores é determinado pela práxis dos professores, coordenadores etc., pela
práxis dos alunos enquanto alunos e pela práxis dos professores das escolas-
campos”.
Assim, o estágio pode ser preparador para uma práxis transformadora abrindo
possibilidades para os professores orientadores proporem a mobilização de
pesquisas para ampliar a compreensão das situações vivenciadas e observadas
durante o estágio, pois é por meio deles que se desenvolve a capacidade de
reflexão e da realização de pesquisas, dando assim possibilidade de formar
professores crítico reflexivo e professores pesquisadores.
se constituir na prática, uma vez que teoria não muda o mundo e sim contribui pra
transformá-lo.
Com o modelo educacional de formação de professores vigente no país tem
se mostrado, na prática, ainda bastante deficitário, é crescente a preocupação, com
isso precisa se mais estudo e pesquisas voltadas para minimizar tal situação,
fornecendo subsídios para uma práxis competente, reflexiva e autônoma que
multiplique as oportunidades de elaborarem reflexão e ajustes para a sua atuação e
transformação.
A pesquisa deve ser entendida como uma atividade básica no processo de
apropriação dos conhecimentos. Aprender a pesquisar é fazer suspeita crítica e se
lançar em busca de respostas.
Segundo Freire (2000) “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”
O mínimo que se exige é que cada professor elabore com mão própria a
matéria que ministra, tal elaboração propende a ser uma síntese que poderá
ser barata, se for reprodutiva, mas poderá ser criativa, se acolher tonalidade
própria reconstrutiva. (2004, p.146)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Nilda (Org.). Formação de Professores: Pensar e Fazer. 5. Ed. São Paulo:
Cortez, 1999.
ARANHA, Maria L.A. Historia da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
ANEXO A
Entrevista
1 - Como ocorreu a sua formação para a docência? Comente sobre a sua
a trajetória.
Meu nome é Suzana e eu me tornei professora pelo sistema de ensino do
Estado que era o antigo CEFAM. Foi um programa que o governo, o governador
Quércia montou na época de 90, 89 até, acho que ele ficou até dois mil e pouco ai
depois ele teve outras mudanças.
Então eu fiz o CEFAM, né, que era período integral e você recebia uma bolsa
de estudo né, pra fazer o magistério. Ai, eu preferi partir, pra área do magistério, por
que antes eu estava meio na dúvida, o que, que eu iria fazer, e na época o grande
lance era análise de informática, tudo tava indo pra essa área e eu não gostava.
Então eu, preferi ir pro magistério porque eu fui trabalhar pra ser babá no
ultimo ano da oitava série, da antiga, oitava série. E eu trabalhei pra uma professora
que dava aula na Prefeitura, na educação infantil, e eu gostava muito de ver o que
ela trazia né e o que ela falava da educação infantil, e uma vez eu fui com o filho
dela na escola e, olhei aquela escola, aquela coisinha tudo enfeitado e eu falei assim
42
‘ah não, eu vou partir pra isso’, e desde aquela época eu sempre senti vontade de vir
pra educação infantil, não comecei na educação infantil, comecei a dar aula pra
primeira série, segunda série, mas sempre com a vontade de vir pra educação
infantil. Então isso, me deixou com mais vontade de fazer magistério, então, foi uma
escolha, apesar de ter muitos professores que dizem que não foi escolha, né, que
era o que se tinha na época pra se fazer. E ai, eu escolhi o magistério, a formação
do CEFAM era um projeto piloto, na verdade, do governo né, e deu certo aqui em
Campinas. tinha outras cidades que as coisas não eram da mesma forma como
acontecia aqui em Campinas e os meus professores eram a maioria formados pela
Universidade, os professores tinham que apresentar projetos pra poder dar aula no
CEFAM, tanto que, eu não cheguei a ter aula, mas eu pegava palestras porque ela
dava aula só pro primeiro ano do CEFAM, que é a C.G que foi Secretária da
Educação de Campinas há um tempo atrás, então eles tinham assim, uma
bagagem, uma proposta de trabalho muito diferenciada, né, que era pra trazer um
professor realmente voltado pra pesquisa né, um professor pesquisador, não um
professor que vai lá, e pega tudo mastigadinho e da a sua aula, então, as propostas
de trabalho eram muito diferenciadas, práticas na sala de aula, primeiro nós fomos
nos formar como produtores de textos, produtores... pesquisador, pra saber como
atuar com a criança, né. Então era um ensino muito diferenciado, eu aprendi muito,
a minha formação da pedagogia não chegou nem perto né, dessa formação, mas a
gente sabe que aqui em Campinas, funcionava assim, mas nas outras cidades não,
nas outras cidades eram umas situações bem mais precárias, por que nós tínhamos
encontro anual com os outros CEFAMs das outras regiões e foi um período, assim,
de muita descoberta, principalmente porque éramos adolescentes né e era período
integral, então a gente fortaleceu muito, era uma troca, uma interação e uma
amizade muito grande, tanto que até hoje eu encontro com outras colegas que estão
na Prefeitura de Campinas ou que estão, é não na sala de aula, mas estão numa
gestão, a interação foi muito grande né tanto que a gente fala que foi o período mais
gostoso da nossa adolescência, da nossa vida, foi o CEFAM, eu encontro com
professores que deram aula pra mim, que são da Prefeitura (e que mais da minha
trajetória) bom, depois que eu fiquei, fui dar aula pra ensino fundamental, primeira a
quarta, não fiz logo de cara a faculdade, né, esperei, a faculdade acabou saindo
quando eu tinha quase 30 anos né, ai eu entrei no programa municipal, que eles
43
fizeram a parceria, que foi a C.G, que fez uma parceria com a Universidade, para o
curso de pedagogia para os professores municipais, né, de Campinas, então eu
entrei nesse curso pra fazer a pedagogia pelo convenio com a Prefeitura e acabei
me formando então, na pedagogia na Universidade, que foi um curso também assim
que só teve assim, acho que foi 4 ou 5 anos desse projeto, agora também ele não
existe mais, que era o antigo PROESF, que tinha um que era do Estado né, mas
esse era só municipal e agora ele nem existe mais porque a parceria com a
prefeitura acabou e era um curso bom, um curso que a gente também tinha que
fazer muitas coisas, pesquisar muitas coisas, né. Nesse curso eram profissionais da
Prefeitura de Campinas que davam esse curso pra gente, então ele não foi um curso
muito, vamos dizer assim, não teve muita qualidade, né, a qualidade já não... porque
assim, os professores da Universidade coordenavam o curso, mas eles davam
algumas aulas eventuais para nós, mas quem ficava ali no dia a dia, eram os
professores é, profissionais da Prefeitura, não professores, orientadores
pedagógicos, diretores, vice-diretores, que trabalhavam com alguns projetos na
Prefeitura e iam dar aula pra gente lá nesse curso do PROESF, e apesar de ter os
professores da Universidade que coordenavam o curso tal tal, mas assim, tinha
muita coisa que você via que não caminhava muito, não tinha muita coisa pra
oferecer, vamos dizer assim, em termos de qualidade, a gente tinha as discussões,
as leituras de texto ficavam muito num nível, é.... um nível médio, mas ai a gente
percebia que tinha muitas pessoas que faziam o curso com a gente e que tudo
aquilo era muita novidade, né, ‘nossa mas eu nunca ouvi falar disso’ ‘ nossa mas eu
nunca ouvi falar daquilo’ ‘mas eu nunca vi esse texto’ ‘eu nunca ouvi falar desse
autor’ e ai que você percebe que, na formação do magistério dessas pessoas, elas
não tiveram acesso a isso, então tinha muita coisa assim, que a gente acabava
tendo alguns impasses, porque elas falavam assim ‘ah, mas vocês sabem de tudo’
eu não gente, é porque a gente teve uma formação diferente, nós vimos isso, vocês
não viram, né, então, não é que a gente sabe de tudo, que elas ficavam meia é..
aquele pé atrás, professora ainda né? Mas foi bom, foi bom também, porque ai eu
tive a graduação, que até então eu não tinha graduação da Universidade é.., a
pedagogia, foi, acho que eu me formei em 2006 né?, nem lembro, foi tão assim que
eu não lembro, mas a formação acho que foi em 2006, e agora que teve de novo
né, um, faz tempo que eu to querendo fazer uma pós e não saia não conseguia e
44
também não queria fazer uma pós né, que muita gente, que a gente sabe que ta na
Prefeitura que vai lá, faz uma pós de 4 meses ali on-line, uma presença por mês e
tal né, eu não queria fazer por fazer, ai é uma coisa talvez mais assim minha, eu
gosto de realmente fazer algo que vá me trazer uma contribuição teórica, que seje
porque depois a gente discute teoria e prática né, mas que seja teórica mesmo, que
vá me trazer algum enriquecimento, não fazer pela titulação, isso é uma coisa que
pra mim, não condiz, titulação, eu quero algo que realmente que vá me trazer
enriquecimento profissional, pessoal também. Ai surgiu esse convênio de novo com
a Prefeitura e a Universidade que essa pós do Instituto, ai a gente fez a inscrição,
faz a entrevista, faz não sei o que, consegui uma das vagas, e graças também to
terminando, finalizações de TCC, que não é fácil, e que eles exigiram muito, né, e eu
acho ótimo o curso tem mais é que exigir mesmo, né, e você tem mais é que correr
atrás pra aprender, seje lá você tem 50, 40 anos você entrou no curso, você tem
mais é que aprender mesmo. E essa foi a minha trajetória, foi uma escolha pensada,
no magistério, não foi escolha imposta e nem porque eu não tinha outra coisa pra
fazer.
acontece lá na França, na Itália, não vai te influenciar porque ‘ai, isso ai é lá aqui é
outra história’, mas em momento nenhum tá dizendo pra você pegar o que existe lá
e aplicar na sua sala de aula e tem que dar certo e é lindo e maravilhoso. Não, eu
acho que a teoria ela serve pra trazer exatamente isso, um incomodo né, você tem
que ter um incomodo, você não pode nunca achar que o que você faz é o suficiente,
ta bom, ta maravilhoso .Você tem sempre que pensar, eu posso fazer melhor,
principalmente porque você trabalha com pessoas, com gente, com humano, e
humano não é estático né, ele não é parado no tempo. Então ele é dinâmico, ele é
movimento e se tratando de criança e na educação infantil a gente sabe muito mais
disso né, que é o tempo todo andando, dançando, cantando, rindo, chorando, então
não da pra você dizer que você vai, o que eu ensinei o ano passado tá ótimo
maravilhoso e eu vou ensinar vinte, trinta, quarenta anos. Porque o mundo muda, as
pessoas mudam, as crianças que nós temos hoje, não é as mesmas, nem nós que
temos quarenta anos não são as mesmas crianças que eu recebo hoje.
Então eu acho que a teoria ela serve pra isso, pra ela vim te trazer é, ideias,
provocações né, reflexões do que... bom, será que isso tá tão longe, bom isso tá
longe da minha prática, mas o que eu posso pegar um fiozinho, posso pegar uma
frase, posso pegar uma palavra, então você tem que ter, o professor que diz pra
mim que não tem que ter a teoria, ele tem que ter. Ele pode não ter receita, a receita
é uma coisa totalmente diferente de você ter a teoria, por que eu tenho que saber
sobre a criança, eu tenho que saber que a criança de 3 a 6 anos o que, que os
teóricos, o que os pesquisadores, o que os psicólogos falam sobre essa criança de 3
a 6 anos, essa criança do 10 ao 12, então como que eu vou chegar na minha sala e
eu não tenho nada, eu tenho só o que eu aprendo no dia a dia, pra mim não, né. Ai
volta a questão, se eu quero alguma coisa que vá funcionar na minha sala de aula,
então ai, a teoria realmente não serve, né, porque o que os teóricos discutem as
vezes eles não chegaram nem passaram nem perto da porta de uma sala de aula de
criança de 3 a 6, não é, isso a gente sabe que existe, mas as pessoas, a educação
ela funciona na base das ideias né, ela não é uma teoria exata, ela não é
matemática, ela não é ciência né, ela é no campo das ideias, se ela é no campo das
ideias então as minhas ideias tem sempre que estar ai, renovando né, o que eu
posso ler, o que eu posso refletir, o que eu posso analisar na minha prática. Eu não
tenho método, ‘ah eu trabalho assim, sigo assim assim assim’ eu não, eu mexo com
46
tudo, na hora tradicional, outra hora construtivista, outra hora é Freinet, o que der
pra fazer naquela hora principalmente porque na escola pública nós temos trinta
crianças na sala de aula, né, trinta e cinco então quer dizer, cada um é de um jeito
né, e não da pra você dizer que o tradicional de repente funciona com aquela
criança, aquela criança ela necessita que você sente, seje, imponha um ensino
tradicional pra ela, eu dizer que não vou usar e ficar ali patinando com a criança, a
criança não vai, não vai, não vai, você tem também que ter a consciência de que,
olha deixa eu voltar que isso aqui não ta funcionando e é a teoria que vai ta dar isso,
né, ela vai te trazer sempre você ter uma pessoa que vai pensar sempre que você
tem que fazer melhor, né, não que você fez, vai funcionar vinte, quarenta anos e as
vezes eu vejo que alguns professores utilizam a questão de que ‘ah teoria não tem
nada a ver com a prática, não ter a sua reflexão, a sua análise, o que sabem e viver
sempre ali no cotidiano, e não enxergar outras coisas.
primeira á quarta, porque agora é primeiro ano ao quinto. E eu acho que tem que
começar a pensar.
O outro, ponto positivo eu acho que é o próprio dia a dia, o próprio cotidiano
com a criança né, eu gosto muito da educação infantil, eu preferi ir pra educação
infantil exatamente por causa dessa dinâmica de trabalho, eu não gosto de o que eu
fiz o ano passado fazer de novo o outro ano, da pra pegar algumas coisas? Dá, mas
é outra turma, outras crianças, são outros desejos, são outros interesses e eu gosto
da educação infantil porque ela da essa oportunidade de você trabalhar muito
diversificado, você não tem...apesar de você, tem alguns conteúdos? Tem, mas
você não precisa... é seguir à risca, ali, você não tem a disciplina ‘cortada’. No
fundamental você, da estrutura que tem, você é forçado a cortar, matemática,
português, história, geografia, então você é forçado pela grade curricular que ele tem
e por mais que você, você pode tentar unir né, mas chega uma hora que não dá e
na educação infantil você não precisa, né, você só faz se você quiser, mas você
consegue trabalhar todas essas coisas junto.
E então, pra mim é um grande, pra mim né, é um ponto positivo. Pontos
negativos eu acho mais relacionados a essa questão das políticas públicas que
infelizmente a gente ainda vai, talvez mais uns 50 anos, 100 anos a gente começa a
reverter isso. Apesar de que eu acho que o problema ta estourando ai, de quinta à
oitava. Estamos aí, acho que todo mundo que ta envolvido com a educação tem que
pensar nisso, apesar de que não é a nossa área mas a gente é assim, eu trabalho
com a educação infantil, eu quero que as minhas crianças cheguem à faculdade a
pós-faculdade e pra isso né, a gente tenta trabalhar junto, nós trabalhamos do lado
de uma escola do ensino fundamental a maioria das nossas crianças vai praquela
escola e desde quando eu vim pra essa escola que foi em 2008, eu tento fazer uma
ligação com essa escola né, ‘ó, vamo ver o que a gente pode fazer junto’, ‘vamo ver
a parceria que podemos fazer juntos’, ‘nós estamos com esse projeto, é um projeto
que envolve a comunidade, vocês não querem entrar nesse projeto, não querem
trazer contribuição?’ Ai, somente o ano passado que nós conseguimos levar as
nossas crianças lá pra conhecer a escola, porque eles vão pra lá né, mas é difícil,
por que ai, você não tem o retorno né do outro lado, você sabe, a gente tá ali aberto
tentando puxar pra fazer projeto junto né, uma mesma comunidade e é difícil, porque
você não tem o outro lado, mas nem por isso a gente desistiu e tamo fechando a
49
nossa mão mas eu acho que tá... esse é um ponto negativo pra mim é as políticas
públicas, o único, porque eu resolvendo isso a gente consegue né resolver, grande
parte né das questões.
ANEXO B
50
São
conhecimentos e
A aprendizagem é
Preparação valores sociais
Exposição e Autoridade do receptiva e Nas escolas que
intelectual e acumulados
Pedagogia demonstração professor que mecânica, sem se adotam filosofias
moral dos alunos através dos
Liberal verbal da matéria exige atitude considerar as humanistas
para assumir seu tempos e
Tradicional. e / ou por meios receptiva do características clássicas ou
papel na repassados aos
de modelos. aluno. próprias de cada científicas.
sociedade. alunos como
idade.
verdades
absolutas
Os conteúdos
são
Por meio de Montessori
A escola deve estabelecidos a
Tendência experiências, O professor é É baseada na Decroly
adequar às partir das
Liberal pesquisas e auxiliador no motivação e na Dewey
necessidades experiências
Renovadora método de desenvolvimento estimulação de Piaget
individuais ao vividas pelos
Progressiva. solução de livre da criança. problemas. Lauro de oliveira
meio social. alunos frente às
problemas. Lima
situações
problemas.
Educação
Tendência Baseia-se na centralizada no
Aprender é
Liberal busca dos Método baseado aluno e o Carl Rogers,
Formação de modificar as
Renovadora não- conhecimentos na facilitação da professor é quem "Sumerhill" escola
atitudes. percepções da
diretiva (Escola pelos próprios aprendizagem. garantirá um de A. Neill.
realidade.
Nova) alunos. relacionamento
de respeito.
Visa levar
professores e
alunos a atingir
Tendência um nível de A relação é de
Temas Grupos de Resolução da
Progressista consciência da igual para igual, Paulo Freire.
geradores. discussão. situação problema.
Libertadora realidade em que horizontalmente.
vivem na busca
da transformação
social.
Transformação
É não diretiva, o
Tendência da personalidade As matérias são Vivência grupal C. Freinet
professor é Aprendizagem
Progressista num sentido colocadas, mas na forma de Miguel Gonzales
orientador e os informal via grupo.
Libertária. libertário e auto não exigidas. autogestão. Arroyo.
alunos livres.
gestionário.
O método parte
Conteúdos
de uma relação Papel do aluno Makarenko
Tendência culturais Baseadas nas
direta da como B. Charlot
Progressista universais que estruturas
Difusão dos experiência do participador e do Suchodoski
"crítico social são incorporados cognitivas já
conteúdos. aluno professor como Manacorda
dos conteúdos ou pela humanidade estruturadas nos
confrontada com mediador entre o G. Snyders
"histórico-crítica" frente à realidade alunos.
o saber saber e o aluno. Demerval Saviani.
social.
sistematizado.