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Sistema de Ensino A DISTÂNCIA


CURSO DE LETRAS

EDUARDA SOUZA DE PONTI

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

(O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA


PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL)

Sapiranga - RS
2020
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EDUARDA SOUZA DE PONTI

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Trabalho Interdisciplinar apresentado à Unopar,


como requisito parcial à conclusão do segundo
semestre do Curso de Letras.
Disciplinas: Políticas Públicas da Educação
Básica - Ética, Política e Cidadania - Psicologia
da Educação e da Aprendizagem - Práticas
Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem -
Educação e Diversidade.

Tutor Ead: Steffani Priscila Leo dos Santos


Rocco

Sapiranga - RS
2020
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 04
2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 05
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 10
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho iremos abordar o tema O papel da cultura afro-


brasileira e indígena para a democratização social, além de trabalhar com as
disciplinas estudadas ao longo do semestre, que são: Políticas Públicas da
Educação Básica, Ética, Política e Cidadania, Psicologia da Educação e da
Aprendizagem, Práticas Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem e Educação e
Diversidade.
Este trabalho terá como proposta a ser desenvolvida a reflexão
sobre a importância do conteúdo da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos
escolares e o pensamento em estratégias pedagógicas para lidar com questões
sobre diversidade.
Será feita análises dos materiais disponibilizados, juntamente com
os demais materiais complementares no âmbito de pesquisa ao longo do intitulado
tema do trabalho.
O objetivo é deixar claro ao leitor a importância das culturas afro-
brasileiras e indígenas, mostrar as dificuldades encontradas por pessoas dessas
etnias ao acesso pleno e digno na educação, ressaltar estratégias já realizadas para
a solução desse problema e encontrar possibilidades para estimular ainda mais a
conscientização quanto a esse assunto. Portanto, ao desenvolver este trabalho,
estaremos adentrando nesta área inclusiva que é de suma importância.
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DESENVOLVIMENTO

A população brasileira é composta por 45% de afro-brasileiros e


indígenas, segundo dados do IBGE, e, mesmo sendo um porcentual notório, essas
raças ainda são tratadas com desigualdades e estereótipos racistas, por meio de
uma porção da população. As raízes europeias são extremamente valorizadas
enquanto as indígenas e africanas são ignoradas ou pouco valorizadas.
Históricos de decretos mostram como eram as relações escolares
neste âmbito. O Decreto nº 1.331, de 17 de fevereiro de 1854, estabelecia que nas
escolas públicas do país não seriam admitidos escravos, e a previsão de instrução
para adultos negros dependia da disponibilidade de professores, e também, anos
mais tarde, o Decreto nº 7.031-A, de 6 de setembro de 1878, que estabelecia que os
negros só podiam estudar no período noturno. Nos quais revelam, no aspecto legal,
uma postura ativa e permissiva do Brasil diante da discriminação e do racismo.

Passos afirma que a definição comum sobre racismo – entre a maioria dos
autores, correntes e escolas de pensamento na atualidade – está
sustentada no seu caráter ideológico, ou seja, a imputação das
características negativas reais ou supostas a um determinado grupo social.
As Diretrizes Curriculares defendem o pressuposto de que é papel da
escola desconstruir a representação de que o afrodescendente tem como
único atributo a descendência escrava, subalterna ou dominada.

No entanto, diante do grave quadro de desigualdade estabelecido no


país, constata-se a necessidade de políticas específicas que revertam esse
problema. Trata-se de um momento em que a educação brasileira busca valorizar
devidamente a história e a cultura de seu povo afrodescendente e indígena,
buscando assim reparar danos, que se repetem há séculos. A solução, por parte do
governo, diante desse problema, foi a criação de leis. Referindo-se a uma mudança
no currículo escolar da educação básica, trazendo a obrigatoriedade de inclusão dos
conteúdos de História e Cultura afro-brasileira e africana.
Bem como, a lei enfatiza o estudo da história da África e dos
africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
indígena brasileira e, o negro e o índio na formação da sociedade nacional.
Resgatando assim as suas contribuições nas áreas social, econômica e política,
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pertinentes à história do Brasil.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana


nos currículos da educação básica é um momento histórico que objetiva não
apenas mudar um foco etnocêntrico, marcadamente de raiz europeia para
um africano, mas sim ampliar o foco dos currículos escolares para a
diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.( R. Mest. Hist.,
Vassouras, v. 12, n. 1, p. 71-84, jan./jun., 2010)

A escola é a instituição na qual foi criada pela sociedade com a


função de compor a educação ao ser humano. Especificamente, a escola concentra
seus esforços naquelas atividades consideradas mais importantes pelo paradigma
da educação. Nela, temos o conceito funcional da educação oferecido à criança num
contexto social e natural de reações e experiências, sensibilizando-a para o trabalho
e ação de acordo com os seus interesses e com as suas necessidades quanto ao
conhecimento.
O princípio da consciência política e histórica da diversidade conduz
à compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos
étnico-raciais distintos, que possuem cultura e histórias próprias igualmente valiosas,
e que em conjunto constroem, na nação brasileira, a sua história.
Uma vez que, leis com intuito de socializar de uma vez por todas o
ensino existam. É preciso que além de conteúdos, gestores e professores também
façam a sua parte para que haja a devida democratização. Pois Entende-se que o
trabalho em equipe, possibilita uma troca de conhecimentos e traz a condição
necessária para a formação de um cidadão em uma sociedade democrática
buscando transformações no ambiente escolar. Para Ferreira (2009, p. 172):

Pensar e definir a gestão democrática da Educação para uma formação


humana, [...] contemplando o currículo escolar de conteúdos e práticas
baseada na solidariedade e nos valores que compõe o constructo ético da
vida humana em sociedade. E como estratégia, acredito que o caminho é o
diálogo, quando o reconhecimento da infinita do real, se desdobra numa
disposição generosa de cada pessoa para tentar incorporar ao movimento
algo na inesgotável experiência da consciência dos outros.
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Com base na situação problema apresentada, é dever de que todos


os envolvidos no âmbito escolar tragam ideias e soluções para uma melhor
apresentação dos conteúdos aos alunos. Por exemplo, com palestras que mostrem
a vasta riqueza cultural das culturas afro-brasileira e indígena, com filmes ou
capítulos de séries que mostrem situações de racismo, deixando ciente de que
aquilo apresentado ali é um tipo de crime, com trabalhos que embelezem as
atribuições artísticas desses povos, com depoimentos de pessoas que já sofreram
por meio de sua cor e etnia, entre outras maneiras. Tudo para que os alunos
possam estar cientes de que se trata de algo sério, e possam ser conscientizados de
que as culturas em questão são muito importantes e têm um papel fundamental em
nosso país.
Um seriado de TV muito conhecido, chamado “Everybody Hates
Chris”, americano mas que passa no Brasil (“Todo mundo odeia o Chris”), relata a
vida de um garoto negro em uma escola de brancos. Lá esse garoto tem
dificuldades para ser aceito além de que sofre diversas agressões pelo simples fato
de ter uma cor diferente da maioria. Esse seriado, e outros mais, servem para
divertir, mas podem ser usados também para conscientizar. Já que se está na era
digital, e os alunos tem acesso constante a esses meios (tv, computador, celular).
Por fim, com base na Constituição Federal de 1988, pode-se
verificar que a educação é um direito de todos, e quando se fala em todos, trata-se
de brancos, negros e indígenas, sem distinção.

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