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EDUARDA SOUZA DE PONTI

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

(LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE


DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA)

Sapiranga – RS
2020
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EDUARDA SOUZA DE PONTI

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Trabalho Interdisciplinar apreentado à Unopar,


como requisito parcial à conclusão do semestre
do Curso de Letras. Disciplinas: Educação
Inclusiva, Libras – Língua Brasileira de
Sinais, Homem, Cultura e Sociedade,
Educação e Tecnologias, Ed – Gramática
e Práticas Pedagógicas: Identidade
Docente e Educação a Distância.

Tutor Ead: Suze Borda

Sapiranga – RS
2020
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 04
2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 05
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho, iremos abordar o tema Lazer, Aprendizagem, Inclusão e


Acessibilidade de crianças com deficiência, além de trabalhar com as disciplinas
estudadas ao longo do semestre, que são: Educação Inclusiva; Libras – Língua
Brasileira de Sinais; Homem, Cultura e Sociedade; Educação e Tecnologia; Práticas
Pedagógicas – Identidade Docente e Educação a Distância.
Este trabalho terá como proposta a ser desenvolvida a reflexão sobre os
direitos das pessoas com deficiência e a discussão de possibilidades inclusivas.
Será feito análise dos materiais disponibilizados, juntamente com os
demais materiais complementares no âmbito de pesquisa ao longo do intitulado tema
do trabalho.
O objetivo é deixar claro ao leitor o direito de todos os cidadãos ao
acesso de diversos meios em sociedade, os desafios encontrados para tornar a
acessibilidade algo viável a todos e as possibilidades de inclusão tanto no lazer como
na educação.
Portanto, ao desenvolver este trabalho, estaremos adentrando nesta
área inclusiva que é de suma importância, visto que existem muitas pessoas com
deficiência e estas precisam ter, de uma vez por todas, uma participação justa e de
qualidade no meio da sociedade,
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2 DESENVOLVIMENTO

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) existem cerca de 1


bilhão de pessoas com alguma deficiência no mundo. Dados esses de anos
anteriores, o que não nos dão os exatos números acerca desta situação. Estas
pessoas com deficiência na maioria das vezes são esquecidas e até excluídas de
alguma forma pela sociedade. Embora já existam leis que asseguram o direito das
mesmas. Como a Lei nº 13.146/2015.

Art. 8° Para fins de acessibilidade, considera-se:


I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total
ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de
comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida;
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de se
comunicarem ou terem acesso à informação.
[...] . (BRASIL, DECRETO N° 5296/2004)

As pessoas com deficiência já passaram por inúmeras fases


provenientes de sua situação. A primeira foi a fase de exclusão, na qual as pessoas
com alguma deficiência eram excluídas da sociedade ou até mortas. A segunda foi de
segregação, na qual houve separação. As pessoas consideradas tratáveis iam para
hospitais e as intratáveis postas em manicômios ou asilos onde ficariam para o resto
de suas vidas. A terceira fase, já se mostra mais tolerável, que é a fase de integração.
Nesta houve a tentativa de integrar as pessoas com deficiência o mais próximo dos
considerados “normais” (termo antiquado usado anteriormente). E a última fase, digna
de dita de mais democrática, é a fase de inclusão. Na qual, posta no papel, cita a
inclusão de todos. Independente de suas diferenças.
Hoje, mesmo estando na fase de Inclusão, que tem o objetivo de
incluir a todos, sem distinção, ainda são encontrados desafios de acessibilidade por
meio das pessoas com deficiência. Como por exemplo, o desafio encontrado na
situação problema por Amanda, que é professora e tem uma filha com deficiência
motora, decorrente de uma paralisia cerebral. Ela está insatisfeita, logo busca um
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método para mudar essa situação. Pois as pessoas com deficiência não só podem,
como devem participar de tudo que a sociedade proporciona.

Existem as deficiências físicas (de origem motora: amputações, malformações


ou seqüelas de vários tipos), as deficiências sensoriais, que se dividem em
deficiências auditiva (surdez total ou parcial) e visuais (cegueira também total
ou parcial) e deficiências mentais (de vários graus, de origem pré, peri ou pós
natal). (RIBAS 1994, p. 26)

Na maioria das vezes, é na educacão que a criança com deficiência


têm as suas primeiras experiências frustradas. Pois é ali que ela encontra seus
primeiros desafios. Para um deficiente auditivo a falta de um intérprete ou a falta do
ensino de Libras, para um deficiencite visual a falta de materiais em Braille, para um
deficiente físico a falta de estrutura urbanística, entre outras inúmeras situações
decorrentes. Tudo isso faz com que o aluno e os pais se frustrem diante do
ambiente escolar, de onde teria que vir apoio.
O que pode-se avistar com isso, é que embora os direitos já existam
muitas vezes eles não são devidamente executados. Todavia na fase de inclusão, a
escola é obrigada a se adaptar ao aluno e suas especificidades. Pois, todos os
alunos têm direito assegurado de educação. Com isso, para a teoria dar certo na
prática é preciso que haja um aprimoramente necessário dentro das escolas. Desta
forma, com professores devidamente qualificados, com ambientes universais
(contendo rampas, descrição em braille), intérpretes, equipamentos de auxílio, etc.

V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre


outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou
de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos
multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os
sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios
e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das comunicações;
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a
pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos
e liberdades fundamentais;
(LEI 13.146 – Art 1 - V;VI.)
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Além de encontrar dificuldades na educação, pessoas com deficiência


são desafiadas em outros âmbitos da vida. Um deles é o Lazer. O lazer, para pessoas
sem nenhum impedimento físico ou mental nada mais é do que uma forma de
divertimento em meio aos afazeres rotineiros. Porém, para uma pessoa com
deficiência, isso não é tão simples assim. O que era para ser uma diversão, muitas
vezes acaba em frustação. Como no caso de Amanda, que tem uma filha especial.
Entretanto, um projeto admirável vem lutando para essa dificuldade ser
minimizada. O nome deste é LIA. O projeto Lazer, Inclusão e Acessibilidade vem
ganhando notoriedade pelo grande trabalho que tem realizado em várias cidades. O
mesmo, nasceu em 2012, em Curitiba/PR, através da sensibilidade de uma mãe,
chamada Shirley Ordônio. Shirley é mãe de três filhos, duas meninas e um menino, e
uma menina tem paralisia cerebral. Ela se frustrava toda vez que levava os filhos no
parquinho e sua filha com deficiência não podia participar de nenhum brinquedo. E foi
aí que o projeto surgiu.
O projeto visa a cobrança das autoridades de cada cidade para a criação
e construção de brinquedos adaptados em parquinhos públicos. Já que esse direito já
é assegurado na Constituição, a salvo de toda forma de negligência e discriminação.
O que traz diversão e também a interação e inclusão dessas crianças.
Além de reunir famílias, amigos e profissionais com o intuíto de
conscientizar toda a sociedade. Assim, este projeto vêm ganhando força e
conquistando cada vez mais pessoas que querem difundir a importância da inclusão.

Criança com deficiência precisa sim de terapias, remédios, cuidados especiais


mas precisa acima de tudo ser criança.
(PROJETO LIA – 2012)

Amanda, teve a visita do projeto LIA que trouxe consigo diversos


brinquedos e atividades adaptadas, possibilitando assim a participação de sua filha.
Com isso, Amanda teve uma ideia. Criou um projeto em parceria da escola onde
trabalha e da comunidade, visando a adaptacão de espaços escolares e públicos, que
antes não recebiam pessoas especiais, para a recreação e inclusão de todos.

A sociedade torna-se um lugar viável para a convivência entre todas as


pessoas, de todos os tipos e condições na execução de seus direitos,
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necessidades e potencialidades. Nesse sentido os adeptos e defensores da


inclusão, chamados de inclusivistas, estão trabalhando para mudar a
sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns, suas atitudes, os
seus produtos e bens, a sua tecnologia, em todos os aspectos: educação,
trabalhos, saúde, lazer, mídia, cultura, esporte, turismo, transporte, etc.
(SASSAKI, 2002)

Atitudes assim são o que precisamos para nos encaminharmos para a


busca de um mundo melhor. Nota-se que ainda há muito a ser feito para melhorar a
condição de vida das pessoas com deficiência, porém adotando como base o
paradigma de inclusão torna-se a melhor forma para concretizar essas mudanças.
Conforme Lück (2009) a educação na sociedade do conhecimento
remete ao real posicionamento das pessoas como sujeitos ativos, conscientes e
responsáveis pelos processos sociais e das instituições em que estão inseridos. De
igual modo, é preciso compreender que as ações não são neutras ou isoladas,
nenhuma delas será capaz de por si só promover avanços consistentes e duradouros.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como foco o lazer, a aprendizagem, a inclusão e a


acessibilidade das crianças com deficiências, trazendo como base Leis que
asseguram esses direitos, possibilidades de melhorias quanto ao assunto discutido e
também exemplos de pessoas reais que convivem com essas circunstâncias.
Desde a antiguidade, as pessoas consideradas “diferentes” foram
tratadas de maneiras injustas e muitas vezes indignas. Trazendo consigo marcas
decorrentes dos sub julgamentos. Porém, através deste trabalho foi comprovado que
atitudes assim são inaceitáveis, visto que vivemos em uma época em que
preconceitos são penalizados. Além de que, já existem leis que proclamam a
igualdade de direitos para todos os cidadãos.
Nas escolas e até universidades são comprovadas situações de descaso
com a comunidade que tem alguma deficiência, e isso é preciso mudar. Foi transcrito
aqui inúmeras possibilidades de mudanças para determinadas situações do cotidiano
destes estudantes. Mudanças essas, que precisam pouco para a obtenção e
concepção de um ambiente mais agradável e receptivo para todos os tipos de alunos.
Outra maneira que visa a comprovação e legitimação dos direitos são os
projetos em prol da minimização das diferenças. Dentre estes, foi apresentado um
conhecido como LIA, que adapta ambientes em que antes eram de impossível acesso
a comunidade com algum tipo de privação.
Portanto, sabemos que ainda há muito para ser feito nesse âmbito, mas
se cada cidadão fizer a sua parte, acolhendo, ajudando e denunciando os descasos,
as mudanças serão cada vez mais desenvolvidas e a democratização da sociedade
será, de uma vez por todas, efetivada.

O meu ideal político é a democracia para que todo homem seja respeitado
como indivíduo e nenhum venerado. (EINSTEN, Albert)
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência - 3. ed. - Brasília: Senado Federal,


Coordenação de Edições Técnicas, 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm . Acesso em
27 de jan. de 2020.

GALVÃO FILHO, T. Tecnologia Assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a


aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.;
POKER, R. B.; OMOTE, S. (Org.).. Marília/SP: Cultura Acadêmica, p. 65-92, 2012.
Disponível em http://www.galvaofilho.net/TA_educacao.pdf. Acesso em 28 jan. de
2020.

GOULART, Renata Ramos; LEITE, José Carlos de Carvalho. Deficientes: A questão


social quanto ao Lazer e ao Turismo. Disponível em:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/gt11-deficientes.pdf. Acesso em 27 jan. 2020.

Projeto Lia – Nossa história https://www.projetolia.com.br/parceiros

SILVA, Lídia Basso e. Gestão Escolar e Democracia. REVISTA ESPAÇO DA


SOPHIA, a. I, n. 6, set. 2007.

Planalto.gov; LEI 13.146/ 6 de julho de 2015


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm

DUTRA, C. P.; GRIBOSKI, C. M. Gestão para a inclusão. Educação Especial, n. 26,


2005. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/4372.
Acesso em: 20 mar. 2019.

CAVALCANTE, M. Manifesto da Sociedade Civil em Relação à Base Nacional


Comum Curricular – BNCC. Inclusão Já, [S.l.], 21 mar. 2018. Disponível em:
https://inclusaoja.com.br/ tag/bncc/. Acesso em: 19 mar. 2019.

ROPOLI, E. A. et al. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: a


escola comum inclusiva. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de
educação especial. [Fortaleza: Universidade Federal do Ceará], 2010.

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