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O Ministério Público e o Atendimento Escolar no Sistema Socioeducativo

Rogério Pacheco Alves


agosto de 2017
+ O Ministério Público e o Atendimento Escolar no Sistema
Socioeducativo: As “leis”e sua distância do real

 Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948);

 Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959);

 Pacto de São José da Costa Rica (1969 [1992]);

 Regras Mínimas para a administração da justiça da criança e dos adolescente


(Regras de Beijing – ONU, Resolução 40/33, de 29 de novembro de 1985);

 Convenção sobre Direitos da Criança e do Adolescente (1990);

 Princípios Orientadores das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência


Juvenil (Princípios Orientadores de Riad, Assembléia Geral das Nações
Unidas, Resolução 45/112, de 14 de Dezembro de 1990);

 Resolução 45/113, de 1990 (Regras de Havana);


+ O Ministério Público e o Atendimento Escolar no Sistema
Socioeducativo: As “leis” e sua distância do real

- Constituição Federal;
- Estatuto da Criança e do Adolescente;
- Lei de Direitrizes e Bases da Educação;
- Resolução Conanda 119/06;
- Lei do Sinase (2012);
- Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo (2013);
- Deliberação CNE 3/2016;
- Planos Estaduais;
- Planos Decenais;
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 4º - O atendimento escolar de adolescentes e jovens em cumprimento de


medidas socioeducativas tem por princípios:

 I - a prevalência da dimensão educativa sobre o regime disciplinar;

 II - a escolarização como estratégia de reinserção social plena, articulada à


reconstrução de projetos de vida e à garantia de direitos;

 V - o desenvolvimento de estratégias pedagógicas adequadas às necessidades de


aprendizagem de adolescentes e jovens, em sintonia com o tipo de medida aplicada;

 VI - a prioridade de adolescentes e jovens em atendimento socioeducativo nas


políticas educacionais;

 VIII - o reconhecimento das diferenças e o enfrentamento a toda forma de


discriminação e violência, com especial atenção às dimensões sociais, geracionais,
raciais, étnicas e de gênero.
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 6º. O atendimento educacional a jovens e adolescentes em cumprimento de medidas


socioeducativas deve ser organizado de modo intersetorial e cooperativo, articulado às políticas
públicas de assistência social, saúde, esporte, cultura, lazer, trabalho e justiça, entre outras.

 Parágrafo único. Para a consolidação do princípio da intersetorialidade entre os diversos órgãos que
compõem o Sinase e como vistas à estruturação da política de atendimento de adolescentes e
jovens em cumprimento de medidas socioeducativas os sistemas de ensino devem:

 V – manter interlocução constante entre a escola e os programas de atendimento socioeducativo;

 VII – fortalcecer a participação dos profissionais de educação na elaboração e no acompanhamento


do P.I.A.;

 X – articular o P.I.A. com as ações desenvolvidas nas unidades escolares, com o projeto
institucional e com o projeto político-pedagógico da unidade socioeducativa.
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 7º. Os sistemas de ensino devem assegurar a matrícula de estudantes


em cumprimento de medidas socioeducativas, sem a imposição de
qualquer forma de embaraço, preconceito discriminação, pois se trata de
direito fundamental, público e subjetivo;

 Art. 10. As escolas localizadas em unidades de internação socioeducativa


devem elaborar projeto político-pedagógico próprio, articulado ao
projeto institucional da unidade em que se insere (…);

 Art. 12. Na impossibildade de oferta de algum nível, etapa ou


modalidade no espaço da unidade de intenação, deve ser viabilizado aos
adolescentes e jovens o acesso à instituição educacional fora da unidade
que contemple sua necessidade de educação ou educação profissional.
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 14
I – oferta de educação integral em tempo integral;

II – oferta de educação profissional;

VI – participação dos adolescentes, jovens e suas


famílias nos processos de gestão democrática (art. 3º, VIII,
LDB);
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 18. Educação profissional

 §1º. A oferta de educação profissional deve ser organizada a partir de


interesses e demandas de jovens e adolescentes em atendimento
socioeducativo, tendo em vista o seu pleno desenvolvimento e sua
preparação para o trabalho, sendo ainda integrado ao seu P.I.A;

 § 2º. A educaçào profissional não substitui a respectiva etapa de


escolarização, nem deve orientar-se pela lógica de uma inclusão
subalterna, devendo contribuir, ao contrário, para ampliar as
possibilidades e oportunidades de inserção autônoma e qualificada
destes adolescentes e jovens no mundo do trabalho.
+ A Recente Resolução CNE 3/2016

 Art. 24. Aos adolescentes e jovens egressos do sistema


socioeducativo deve ser garantida a continuidade de seu atendimento
educacional, mantido o acompanhamento de sua frequência e
trajetória escolar pelas instituições responsáveis pela promoção de
seus direitos educacionais.
+ O Ministério Público e o Atendimento Escolar no
Sistema Socioeducativo

 Criação da 3a. Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Educação;

 Instauração de Inquérito Civil para compreensão dos problemas e


acompanhamento da política da SEEDUC/DEGASE;

 Inspeções nas unidades de internação e Criad`s;

 Audiência Pública em 2016;

 Recomendação Conjunta (2016);

 Retomada das discussões sobre o TAC Degase (2006);

 Central de Regulação de Vagas do Degase (2017).


+ Os Principais Problemas da Socioeducação no Rio
de Janeiro

 Falta de vagas para todos os adolescentes nas escolas das unidades de


internação;

 Elevada infrequência dos adolescentes internados e em cumprimento


de semi-liberdade;

 Dificuldade de matrícula, na rede estadual/munipal, dos adolescentes


em cumprimento de semi-liberdade;

 Emissão do Riocard (semi-liberdade);

 Falta de integração e diálogo entre o Degase e a unidade escolar;


+ Os Principais Problemas da Socioedcuação no Rio de
Janeiro

 Subutilização das estruturas do Degase pelas escolas


(bibliotecas, salas de informática);
 Ausência de um projeto de educação integral nas unidades de
internação;
 Ausência de um projeto de leitura nas unidades de internação e
nos Criad`s;
 Pouca ênfase na formação técnica e profissionalizante;
+ Os Principais Problemas na Socioeducação no Rio de
Janeiro

 Incompletude das equipes técnicas (pedagogos, assistentes sociais e


psicólogos);

 Problemas na equivalência entre os conteúdos ministrados nas


unidades de internação e os conteúdos ministrados nas escolas “extra-
muros”;

 Falta de integração entre os PPP`s das unidades de internação e os


PPP`s das escolas;

 Ausência de regimenos internos das unidades de internação e dos


Criad`s (a educação como ferramenta de punição).

 Ausência de acompanhamento dos egressos.


+ Obstáculos à Socioeducação no Rio de Janeiro

O abandono do socioeducativo pelo Estado;


 Mudança do paradigma disciplinar (vigilância
permanente, castigos corporais e códigos de
“assujeitamento”);
A herança do menorismo (o adolescente como
objeto de intervenção e como “risco social”);
 A superlotação.
+ O Ministério Público e o Atendimento Escolar no Sistema
Socioeducativo

Futura Deliberação CEE. Desafios e uma


interpelação: Mais uma “lei”?

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