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Brasil
Apresentação
Apenas a adaptação dos espaços escolares, ou a convivência de alunos com necessidades
educacionais especiais com os demais alunos de uma escola regular, não são práticas suficientes
para que uma verdadeira inclusão ocorra. Mas o que significa mesmo inclusão e quais as metas para
que uma escola realmente tenha uma prática inclusiva.
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos estudar quais são as diretrizes e parâmetros legais para a
inclusão escolar no Brasil, bem como conhecer seus referencias teóricos.
Bons estudos.
Em outras palavras, os avanços e as conquistas no campo da inclusão não deve ser negligenciado.
No Brasil, as políticas inclusivas tem como fundamento a Declaração Mundial sobre Educação para
Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994). Tais declarações afirmam que as crianças com
deficiências, devem ter acesso à escola regular. A partir desta premissa, as escolas brasileiras
devem, por força de lei, receber e educar quaisquer crianças.
Agora é com você. Seu desafio consiste em pensar qualidades e ajustes necessários para que toda
escola cumpra bem sua tarefa de educar a todos. Afinal, é disso que se trata a verdadeira inclusão.
Crie uma lista que contenha pelo menos dois aspectos a serem encontrados em nossas escolas, em
vista da prática inclusiva, para cada uma destas modalidades:
- Ambiente físico.
- Recursos profissionais (auxílio profissional).
- Tecnologias.
Infográfico
Neste Infográfico, acompanhe a evolução histórica das políticas e dos movimentos voltados à
educação especial e os quatros marcos legais que, em função da amplitude da prática inclusiva
proposta neles, reconhecem o movimento de direitos básicos e o forte impacto social e cultural
ocasionado.
Saiba mais sobre esta ligação entre os aspectos legais e a prática inclusiva com a leitura do capítulo
Diretrizes para a Educação Inclusiva no Brasil, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
PSICOLOGIA E
A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Daiane Duarte Lopes
Diretrizes para a educação
inclusiva no Brasil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A educação é, de forma geral, um importante alicerce da vida social.
Desse modo, torna-se uma aliada valiosa na perspectiva da inclusão,
especialmente pela transmissão dos valores culturais, auxiliando o de-
senvolvimento da cidadania e a construção de saberes. A escola pode,
dessa maneira, desempenhar uma função social transformadora na vida
dos indivíduos — como agente de inclusão.
Neste capítulo, você vai estudar as diretrizes para a educação inclusiva
no Brasil, reconhecendo, identificando e diagnosticando aspectos impor-
tantes de sua evolução. Inicialmente, serão apresentadas as políticas em
educação especial e a sua evolução histórica, considerando o contexto
implicado para o seu desenvolvimento. Em seguida, você vai conhecer
as orientações que definiram o conceito de educação inclusiva no Brasil.
Por fim, visualizará os desafios das escolas brasileiras para se adequarem
às exigências da inclusão escolar no Brasil, bem como refletirá sobre as
correlações e responsabilidades implicadas nesse processo.
2 Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil
Todavia, foi somente no ano de 1999 que o Decreto nº. 3.298 regulamen-
tou a Lei nº. 7.853/89, sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
com Deficiência. Ela definiu a educação especial como uma modalidade
transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, reforçando a atuação
complementar da educação especial ao ensino regular (BRASIL, 1999). A
história da educação inclusiva no Brasil foi sempre acompanhada de muita
reflexão e problematização, pelas vozes das próprias pessoas com deficiência
ou de seus representantes legais e educadores, em uma luta que se constitui e
permanecerá por meio da transformação da sociedade e dos contextos.
https://goo.gl/TT20X9
o processo educacional é um processo que atua como ação política. Por meio
dessa ação, estimulam-se a criação e o fortalecimento de práticas para a
visibilidade das pessoas com necessidades educacionais especiais, bem como
para a garantia de seus direitos e melhoria na qualidade de vida.
BRASIL. Decreto nº. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048,
de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que espe-
cifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, e dá outras providências. 2004b. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso
em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24
de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei
no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 2005b. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o Atendimento Educa-
cional Especializado, regulamenta o parágrafo único do artigo 60 da lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao decreto n. 6.253, de 13 de novembro de
2007. 2008a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/
decreto/d6571.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação
nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB. Brasília, DF, 1961. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1°
e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: 1971. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei n°. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/l8069.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/
L9394.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e
dá outras providências. 2001b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
– LIBRAS e dá outras providências. 2002b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano de desenvolvimento da educação: razões, princípios
e programas. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Política nacional de educação especial. Brasília: MEC/
SEESP, 1994.
10 Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil
Observe a mudança da terminologia utilizada até chegar nos termos atuais, e que está em
constante evolução. Palavras como “excepcionais” e “deficiente” não são mais utilizadas, mas ainda
aparecem em documento e nomes de instituições que foram criados em períodos anteriores ao
atual.
Nesta Dica do Professor, é apresentada a temática partindo do texto da Constituição Federal até
chegar ao mais recente documento sobre a perspectiva inclusiva, o Estatuto da Pessoa com
Deficiência.
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Exercícios
1) Inclusão: do verbo incluir, no sentido etimológico, significa conter em, compreender, fazer
parte, participar de. Ato de inserir algo ou alguém. Tem origem nesta palavra a terminologia
"Educação Inclusiva".
B) É um teste de seleção que define a inserção de alunos em classes adequadas a cada tipo de
necessidade educacional.
D) A Educação Inclusiva pode ser definida como uma busca por novos paradigmas de educação,
sem discriminações, promovendo a justiça social.
E) Muitas vezes, Educação Inclusiva é definida simplesmente como: todos juntos, com as
mesmas necessidades.
2) Não se pode falar em Sistemas de Ensino Inclusivo, sem se fazer um resgate dos principais
fatos históricos que antecederam a ele. Também deve-se levar em conta as políticas públicas
de Educação, que regulamentam a sua elaboração e execução.
C) No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n° 4.024/61, torna
obrigatória a inclusão das pessoas com deficiência no sistema regular de ensino.
Assinale a resposta que melhor indica quais podem ser os sujeitos beneficiados pelo
processo de inclusão bem-sucedida.
A) Atualmente somente os alunos do chamado Ciclo Básico de Educação, pois só eles são
incluídos nas classes regulares de ensino.
B) De acordo com o Art. 55 do Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), são todos alunos
com necessidades educacionais especiais, já que estes devem estar matriculados apenas em
escolas especiais.
C) Todos os alunos com necessidades educacionais são favorecidos pela inclusão, com exceção
dos surdos, pois eles não conseguem estudar com alunos ouvintes e precisam de uma escola
especial.
D) Todos aqueles que possuem necessidades educacionais especiais são beneficiados pela
inclusão, não apenas alunos com deficiência, mas também os superdotados.
E) São beneficiados pela inclusão o grupo de alunos com deficiência física ou mental, os
superdotados e os que apresentam atraso na aprendizagem.
4) No Brasil, durante anos as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram
excluídas do Sistema de Educação Regular. Uma mudança significativa começa a acontecer a
partir da Constituição Federal de 1988, que mudou os rumos da legislação em prol dos
alunos com TEA.
B) Infelizmente as leis atuais negligenciam o direito das crianças com TEA, cabendo aos
interessados promover uma análise do texto constitucional para defender os direitos do
autista.
C) O Decreto no 7.853, de 20 de dezembro de 1989, contempla a categoria de pessoas com
necessidades educacionais especiais, logo os autistas se encaixam dentre os beneficiados pelo
Decreto.
E) Os alunos autistas matriculados no ensino regular, de acordo com as leis vigentes, não podem
receber assistência por acompanhante especializado, para evitar que sejam segregados.
5) "Inclusão" é um direito assegurado por lei. No entanto, duas reportagens do Jornal mineiro
"O Tempo", publicadas em outubro de 2015, afirmaram que "Escola rejeita aluno com
deficiência e caso vai parar na Polícia", e ainda "Crianças autistas são aceitas, mas inclusão
ainda é parcial", o que evidencia que este direito não é suficientemente respeitado e
garantido em sua íntegra.
A) As instituições públicas não estão preparadas para a inclusão de alunos com deficiência em
classes regulares e sentem-se no direito de rejeitá-los, amparadas pelas leis.
B) As escolas têm razão em não aceitarem um autista clássico, por exemplo, já que ele não
conseguirá acompanhar os colegas.
C) Diante da recusa de uma escola particular, em receber seu filho deficiente, os pais podem
recorrer ao poder público para solucionar o impasse.
D) Instituições públicas, no geral, não apontam empecilhos para cumprir as normas de inclusão
estabelecidas por lei, já que a inclusão é uma prática facultativa.
E) Uma tendência entre os pais é negligenciar o direito dos filhos, promovendo a educação
destes dentro de casa, com o intuito de não expor estas crianças ao preconceito e à
discriminação.
Na prática
Leis, decretos e diretrizes estabelecem os direitos e deveres dos cidadãos. No entanto, as
exigências de que um comportamento ético seja garantido pelo poder público, indicam as
insuficiências do comportamento de pessoas e de instâncias dentro de uma comunidade. Em outras
palavras, quando as atitudes não vão de acordo com o desejável, é necessário colocar no papel o
que se espera da população.
O histórico da inclusão avançou significativamente até que o Brasil chegasse ao Estatuto da Pessoa
com Deficiência Física. Certamente esta ainda não será a última palavra em termos de legislação
sobre o tema. Serão necessários outros esforços para garantir que a ordem máxima expressa pela
Constituição Federal em se tratando de pessoas com deficiência seja evidentemente cumprida.
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