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GESTÃO

EDUCACIONAL

GRACIELE ALICE CARVALHO ADRIANO


LUCIA CRISTIANE MORATELLI PIANEZZER
SIMONE DO SOCORRO DA ROCHA CORDEIRO PINTO

ACESSE AQUI ESTE


MATERIAL DIGITAL!
EXPEDIENTE

Coordenador(a) de Conteúdo Emerson José Vieira


Ana Clarisse de Alencar Barbosa Curadoria
Projeto Gráfico e Capa Fabiana Bruna Gozer Dias
Arthur Cantareli Silva Revisão Textual
Editoração Meyre Aparecida Barbosa da Silva
Caroline Casarotto Andujar Ilustração
Renan Willian Pacheco Eduardo Aparecido Alves
Yago Nardelli Geison Ferreira da Silva
Design Educacional Fotos
Bárbara Tamires Neves Shutterstock e Envato

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 Centro Universitário Leonardo da Vinci.


Núcleo de Educação a Distância. ADRIANO, Graciele Alice Carvalho;
PIANEZZER, Lucia Cristiane Moratelli; PINTO, Simone do Socorro da
Rocha Cordeiro.
Gestão Educacional / Graciele Alice Carvalho Adriano; Lucia Cristiane
Moratelli Pianezzer; Simone do Socorro da Rocha Cordeiro Pinto. -
Florianópolis, SC: Arqué, 2023.

240 p.

ISBN papel 978-65-6083-126-1


ISBN digital 978-65-6083-122-3

“Graduação - EaD”.
1. Gestão 2. Educacional 3. EaD. I. Título.

CDD - 370

Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Impresso por:
PED89
RECURSOS DE IMERSÃO

P E N SA N D O JU NTO S APROFU NDANDO

Este item corresponde a uma proposta Utilizado para temas, assuntos ou con-
de reflexão que pode ser apresentada por ceitos avançados, levando ao aprofun-
meio de uma frase, um trecho breve ou damento do que está sendo trabalhado
uma pergunta. naquele momento do texto.

ZOOM NO CONHECIMENTO

PRODUTOS AUDIOVISUAIS Utilizado para desmistificar pontos


Os elementos abaixo possuem recursos que possam gerar confusão sobre o
audiovisuais. Recursos de mídia dispo- tema. Após o texto trazer a explicação,
níveis no conteúdo digital do ambiente essa interlocução pode trazer pontos
virtual de aprendizagem.
adicionais que contribuam para que
o estudante não fique com dúvidas
sobre o tema.

P L AY N O CO NH E C I M E NTO

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vidados, ampliando as discus-
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sua vida profissional.

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SUMÁRIO

7 UNIDADE 1

PERCURSO HISTÓRICO DA GESTÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

LEGISLAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

93 UNIDADE 2

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

A FUNÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO JUNTO À GESTÃO ESCOLAR . . . . . 122

O ADMINISTRADOR E O INSPETOR: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS NA GESTÃO


EDUCACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

169 UNIDADE 3

O PROCESSO DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL . . . . . 170

A ESTRUTURA E A ORGANIZAÇÃO DAS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA . . . . . . . . 194

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1

PERCURSO HISTÓRICO DA GESTÃO


ESCOLAR

MINHAS METAS

Compreender a evolução histórica da gestão escolar.

Analisar os principais modelos de gestão escolar ao longo da história.

Reconhecer os principais desafios enfrentados pela gestão escolar no


decorrer da história.

Avaliar o papel dos gestores escolares na construção da qualidade


educacional.

Compreender as tendências atuais da gestão escolar.

Analisar o papel das políticas educacionais na gestão escolar.

Refletir sobre as perspectivas futuras da gestão escolar.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Imagine que você seja um gestor educacional que assumiu, recentemente, a di-
reção de uma escola e se deparou com a seguinte situação: as famílias enfrentam
dificuldades em relação à falta de participação ativa no processo de gestão edu-
cacional.
As decisões importantes são tomadas sem a participação das famílias. Com
isso, as opiniões, as indicações e as necessidades das famílias não são considera-
das. Diante deste cenário, você agregou como missão a resolução desta proble-
mática como prioridade. Como o conhecimento do percurso histórico da gestão
escolar pode lhe ajudar a solucionar este problema?
Conhecer os desafios enfrentados ao longo do tempo e como eles foram su-
perados ou mitigados é a chave inicial para compreensão dos procedimentos
necessários para resolução das diversas problemáticas que envolvem a gestão
escolar em prol da prática participativa da gestão escolar.

VAMOS RECORDAR?
Vamos assistir à entrevista da pedagoga Débora Dias
Gomes? No vídeo, ela foi entrevistada pela equipe do
Programa “Conceito e Ação” (MultiRio - Prefeitura do
Rio de Janeiro / Secretaria Municipal de Educação) e
aborda aspectos essenciais sobre o papel do gestor
escolar e as relações de liderança que envolvem toda
esta dinâmica.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


A gestão escolar desempenha um papel fundamental na organização e na
administração das instituições educacionais, e compreender sua evolução
histórica é essencial para compreender seu papel atual e suas perspectivas futuras.
Ao longo da história, diferentes modelos de gestão escolar foram adotados, cada
um refletindo as necessidades e as circunstâncias sociais, culturais e políticas de
seu tempo. Analisar estes modelos nos permite identificar as transformações e
os desafios enfrentados pela gestão escolar ao longo do tempo. Isso inclui o papel
das políticas educacionais na gestão escolar, pois as políticas governamentais e
as diretrizes educacionais influenciam, diretamente, a forma como as escolas
são geridas.
Nesta conversa, serão exploradas a evolução histórica da gestão escolar, os
principais modelos adotados ao longo do tempo, os desafios enfrentados, o pa-
pel dos gestores na construção da qualidade educacional, as tendências atuais,
o impacto das políticas educacionais e as perspectivas futuras. Por meio desta
análise abrangente, poderemos obter um panorama completo da gestão escolar
e seu papel fundamental na educação.

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UN I AS S ELV I

IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E

Entre os Muros da Escola


Entre os Muros da Escola (título original: Entre les Murs), é o
filme baseado no livro homônimo de François Bégaudeau, que
também atua como protagonista na história. O enredo se pas-
sa em uma escola secundária, na periferia de Paris, e retrata o
cotidiano de um professor de língua francesa e seus alunos de
diferentes origens étnicas e culturais. O diretor escolar, inter-
pretado pelo próprio François Bégaudeau, é um personagem
recorrente e desempenha um papel importante no enfrenta-
mento aos desafios vivenciados pela equipe escolar. O filme
oferece uma visão crítica e reflexiva sobre o sistema educa-
cional e os esforços dos profissionais envolvidos na educação
dos alunos.

Agora que temos uma breve noção do que faremos aqui, vamos nos aprofundar
no assunto?
A partir de agora, as práticas e os modelos de gestão estão mais claros quanto
aos seus formatos e à suas evoluções, proporcionando a você uma visão mais am-
pla sobre o contexto em que a gestão escolar se desenvolveu e como as mudanças
sociais e educacionais influenciaram esta evolução.
Com todo o conhecimento teórico apresentado, podemos estabelecer diver-
sas conexões com a profissão do gestor e o ambiente profissional no mercado de
trabalho. Essas conexões envolvem a relação entre teoria e prática bem como
as perspectivas futuras da gestão escolar.
Vamos, juntos, explorar estas conexões?
O conhecimento teórico é fundamental para que os gestores escolares com-
preendam os princípios, os modelos e as tendências da gestão educacional. Por
meio da formação teórica adquirem conhecimentos sobre os diferentes modelos
de gestão, as políticas educacionais e as práticas pedagógicas inovadoras. Esta
base permite uma compreensão maior sobre os fundamentos da gestão escolar
e sua aplicação na prática profissional.
A atuação do gestor escolar requer a integração entre teoria e prática. O
conhecimento teórico serve para embasar a tomada de decisões e a implemen-
tação de políticas educacionais. Ao mesmo tempo, a prática profissional viven-

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

ciada pelo gestor proporciona experiências concretas que podem enriquecer e


redefinir a compreensão teórica. A relação entre teoria e prática é essencial para
que o gestor possa enfrentar os desafios do ambiente profissional de forma eficaz.
O mercado de trabalho para gestores escolares está em constante evolução.
As perspectivas futuras apontam para a necessidade de os gestores se adaptarem
às mudanças sociais, tecnológicas e educacionais. Isso inclui o uso de tecnolo-
gias educacionais, a promoção da educação inclusiva, a valorização da formação
continuada e a busca por parcerias e redes de colaboração. Os gestores precisam
estar atualizados e preparados para lidar com estas demandas e se manterem
relevantes no mercado de trabalho.
As perspectivas futuras da gestão escolar indicam a necessidade de inova-
ção, flexibilidade curricular e ênfase na formação integral dos alunos. Os gestores
devem acompanhar as tendências educacionais e buscar formas de implementar
práticas inovadoras em suas escolas. Além disso, a construção de parcerias e
a participação em redes de colaboração serão cada vez mais importantes para
ampliar as oportunidades de aprendizagem e aprimorar a qualidade da gestão
escolar.

GESTÃO ESCOLAR E SEU PERCURSO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A gestão escolar tem sido uma área em constante transformação ao longo da his-
tória. Desde os primórdios da educação formal, as escolas foram administradas
de diferentes maneiras, refletindo as necessidades e os valores das sociedades
em cada época.

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No período medieval, a gestão escolar era predominantemente controlada pela


Igreja, que desempenhava um papel central na organização e no currículo das
escolas. As decisões eram tomadas por autoridades eclesiásticas, e o ensino tinha
como objetivo principal a formação religiosa. Com o surgimento do Iluminismo
e a disseminação de ideias iluministas, a gestão escolar passou por mudanças
significativas. A educação começou a ser vista como um meio de formação do
cidadão e de promoção do progresso social. Nesse período, surgiram as primei-
ras escolas laicas e as primeiras tentativas de criar sistemas educacionais mais
estruturados.
No século XX, com o movimento de universalização do ensino, a gestão es-
colar passou por novas mudanças. O Estado assumiu um papel mais central na
administração das escolas, estabelecendo políticas educacionais e criando órgãos
de supervisão e controle. A gestão democrática das escolas ganhou destaque com
a participação da comunidade escolar na tomada de decisões. Já no século XIX,
com o avanço da industrialização e o crescimento das cidades, novos desafios
surgiram para a gestão escolar.
As escolas precisaram se adaptar às demandas de uma sociedade em transfor-
mação, proporcionando uma educação básica para um número cada vez maior
de crianças. Surgiram, também, os primeiros modelos de gestão burocrática,
com a implementação de regulamentos e a criação de cargos administrativos
específicos.
No livro Gestão Democrática da Educação:
Construir um Atuais Tendências, Novos Desafios, escrito pelo
ambiente renomado autor José Carlos Libâneo, somos apre-
participativo e sentados a uma profunda reflexão sobre a impor-
inclusivo nas tância da gestão democrática no contexto educa-
instituições de
cional atual. A obra destaca a necessidade de se
ensino
construir um ambiente participativo e inclusivo
nas instituições de ensino , visando promover uma educação de qualidade e
formar cidadãos conscientes e críticos

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Libâneo (2001) aborda as diversas dimensões da gestão democrática, incluin-


do a participação efetiva de todos os envolvidos no processo educativo, desde
os gestores e professores até os estudantes e a comunidade escolar. Ele ressalta
que a gestão democrática vai além de um simples sistema de eleição de diretores,
envolvendo a construção coletiva de projetos pedagógicos, a valorização da
autonomia das escolas e a promoção do diálogo e da escuta ativa.
Ao longo da obra, o autor também explora as atuais tendências e os novos
desafios enfrentados pela gestão democrática da educação. Ele destaca a impor-
tância de incorporar as tecnologias digitais de forma crítica e reflexiva , buscan-
do utilizar estas ferramentas como aliadas no processo educativo, sem perder
de vista os princípios democráticos. Além disso, Libâneo (2001) traz à tona a
necessidade de enfrentar as desigualdades sociais e educacionais, garantindo o
acesso equitativo à educação de qualidade para todos os alunos. Ele ressalta
a importância de políticas públicas efetivas, que valorizem a educação como um
direito humano fundamental e promovam a equidade e nos instiga a repensar
práticas e ações, buscando promover uma educação mais justa, inclusiva e par-
ticipativa, capaz de transformar a sociedade, por meio do conhecimento e da
formação cidadã

PRINCIPAIS MODELOS DE GESTÃO ESCOLAR AO LONGO DA


HISTÓRIA

Ao longo da história, diversos modelos de gestão escolar foram desenvolvidos e


aplicados. Cada modelo refletia as concepções e os contextos sociais de sua época.
Alguns dos principais modelos são:

GESTÃO CLERICAL

Nas primeiras instituições educacionais, a gestão era controlada pela Igreja, que
exercia um papel dominante na definição dos currículos e na organização das
escolas. As decisões eram tomadas por autoridades eclesiásticas.
Atualmente, a gestão é amplamente conduzida por órgãos governamentais e/ou
pela iniciativa privada e conta com a participação de especialistas em educação,
como pedagogos e demais profissionais com formação na área. A gestão clerical
ficou restrita somente a algumas escolas religiosas, chamadas, também, de es-
colas confessionais.

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GESTÃO ILUMINISTA

Com o Iluminismo, a gestão escolar passou a ser pautada pela promoção do pro-
gresso social e da formação do cidadão. Surgiram as primeiras escolas laicas, e
a gestão foi influenciada por ideias, como a razão, a igualdade e a liberdade. Este
modelo de gestão continua a ter relevância na realidade atual, porém, de maneira
mais social, na busca da promoção de valores e na formação de cidadãos con-
scientes e críticos.

GESTÃO BUROCRÁTICA

No contexto da industrialização, surgiram modelos de gestão baseados em


princípios burocráticos. Regulamentos foram estabelecidos, cargos admin-
istrativos foram criados e as escolas passaram a ser geridas de forma mais
organizada e eficiente. Os modelos de gestão, hoje, equilibram alguns elementos
burocráticos do antigo modelo, porém com eficiência, otimização do tempo e
adaptabilidade às necessidades dos contextos, como enfoques principais nas
práticas da gestão.

GESTÃO DEMOCRÁTICA

No século XX, com a busca pela universalização do ensino e a valorização da


participação social, surgiu o modelo de gestão democrática. Nesse modelo, a
comunidade escolar, incluindo professores, alunos e pais, tem voz nas decisões e
na definição das políticas educacionais. O modelo continua sendo uma tendência
crescente na realidade atual, principalmente pela abordagem voltada às práticas
sociais e às necessidades de todos os envolvidos no processo educacional.

O desenvolvimento da gestão educacional no Brasil é um processo que remonta


ao período colonial, passando por diferentes fases ao longo de nossa história. Para
nos situarmos sobre a gênese da escola democrática, é importante entendermos
como esse percurso evoluiu.
Período Colonial (1500-1822): durante a colonização, a educação estava vol-
tada, principalmente, para a catequese e a formação religiosa dos nativos. As
escolas eram restritas aos padres e à elite colonial. Não havia uma preocupação
com a educação massiva ou a participação popular.

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Império (1822-1889): com a independência do Brasil, houve avanços na


educação, mas o acesso continuava restrito às elites. O sistema educacional era
centralizado e controlado pelo governo imperial, com pouca participação da
sociedade.
República Velha (1889-1930): neste período, ocorreram mudanças signifi-
cativas na gestão educacional, com a criação das primeiras escolas públicas e o
estabelecimento do ensino laico. Ainda assim, a educação era elitizada e limitada
a uma parcela da população.
Era Vargas (1930-1945): durante o governo de Getúlio Vargas, ocorreram
avanços importantes na educação, como a criação do Ministério da Educação e
Saúde (atualmente MEC). Surgiram políticas de universalização do ensino fun-
damental, mas o acesso à educação ainda estava longe de ser democrático.
Pós-Guerra e Ditadura Militar (1945-1985): após a Segunda Guerra Mundial,
o Brasil experimentou um período de expansão educacional, com a criação das
universidades públicas e a ampliação do acesso ao Ensino Superior. No entanto,
durante a Ditadura Militar (1964-1985), houve forte controle e repressão nas
instituições educacionais, limitando a liberdade acadêmica e a participação de-
mocrática.

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Redemocratização (1985 em diante): com o fim da Ditadura, o Brasil voltou a


trilhar o caminho da democratização da educação. Foram criadas leis e políticas
que visavam garantir o acesso universal à educação, como a Constituição de 1988,
que estabeleceu a educação como um direito fundamental. A gestão educacional
passou a envolver mais a participação da sociedade civil, com conselhos e con-
ferências de educação.
Século XXI: no século XXI, o Brasil continuou avançando na construção de
uma escola democrática. Foram implementadas políticas de inclusão, como o
sistema de cotas nas universidades e a expansão do ensino técnico. A educação
passou a ser entendida como um instrumento de promoção da igualdade social
e do desenvolvimento do país.
Atualmente, a gestão educacional no Brasil busca cada vez mais a participa-
ção da comunidade escolar e a promoção de uma educação de qualidade para
todos, independentemente de sua origem social. A escola democrática é um ideal
em construção, que visa garantir o direito à educação e a formação de cidadãos
críticos e participativos em nossa sociedade.

E U IN D ICO

Vale a pena a leitura do artigo A Gestão Democrática das Es-


colas: do autogoverno à ascensão de uma pós-democracia
gestionária”? Nele, o autor Licínio Lima chama atenção para os
desafios contemporâneos, enfrentados nas práticas da gestão
escolar.

Conheça os obstáculos superados pela gestão escolar ao longo dos tempos e,


juntos, desvendaremos as lições valiosas que moldaram a educação como a co-
nhecemos hoje.

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ALGUNS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA GESTÃO ESCOLAR


AO LONGO DA HISTÓRIA

A gestão escolar tem sido um aspecto fundamental na educação ao longo da


história, desempenhando um papel crucial na organização e administração das
instituições de ensino. No entanto, ao longo dos anos, enfrentou e continua en-
frentando uma série de desafios que impactaram sua eficiência e sua eficácia na
busca por uma educação de qualidade. Alguns principais desafios são:

ACESSO À EDUCAÇÃO

Durante muito tempo, o acesso à educação foi restrito a determinados grupos


sociais, como a elite ou os membros de determinadas instituições religiosas. O
desafio era, e ainda é, garantir que todos os indivíduos tenham acesso à edu-
cação de qualidade.

INCLUSÃO E EQUIDADE

A gestão escolar enfrenta o desafio de garantir a inclusão de todos os alunos,


independentemente de suas origens étnicas, socioeconômicas, culturais ou de
suas habilidades e suas necessidades especiais. A busca pela equidade tem sido
uma preocupação constante.

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GESTÃO DOS RECURSOS

A administração eficiente dos recursos financeiros, materiais e humanos sempre


foi um desafio para a gestão escolar. É preciso buscar formas de otimizar os re-
cursos disponíveis e garantir sua aplicação adequada no processo educativo.

ATUALIZAÇÃO CURRICULAR

A gestão escolar enfrenta o desafio de acompanhar as demandas da sociedade


e as transformações no campo do conhecimento, garantindo que os currículos
estejam atualizados e sejam relevantes para a formação dos alunos.

Os principais desafios enfrentados pela gestão escolar estão diretamente ligados


aos direitos fundamentais de cada um dos indivíduos. Em vista disso, enfrentar
esses desafios continua não sendo uma tarefa fácil, mas necessária pela gestão
escolar.
Ao longo do tempo, foi fundamental que a gestão escolar fizesse o enfren-
tamento dos desafios com a promoção de diferentes alternativas em prol da in-
clusão, da equidade, do acolhimento, da valorização, da diversidade, da igual-
dade de oportunidades, da otimização de recursos, da qualidade do ensino e da
atualização curricular em consonância com as constantes inovações, os avanços
tecnológicos e as mudanças sociais que impactam diretamente a educação.
Este enfrentamento pelas práticas da gestão está tornando as escolas cada
vez mais conscientes da importância do acesso igualitário à educação, da dimi-
nuição das desigualdades educacionais, da criação de ambientes inclusivos e de
ações que promovam a conscientização sobre a diversidade, respeito mútuo e a
valorização das diferenças.

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O PAPEL DOS GESTORES NA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO


PERCURSO DE QUALIDADE E DESAFIOS

Os gestores escolares desempenham um papel


fundamental na construção da qualidade educa- Desempenham um
cional . Eles são responsáveis por liderar e coor- papel fundamental
na construção
denar as ações desenvolvidas nas escolas, promo-
da qualidade
vendo um ambiente propício ao aprendizado e educacional
ao desenvolvimento dos alunos. Têm a respon-
sabilidade de estabelecer metas e objetivos educacionais, traçar planos de ação,
mobilizar a equipe escolar e acompanhar o progresso dos alunos. Eles devem
promover a formação continuada dos professores, oferecer suporte pedagógico,
estimular a participação da comunidade escolar e garantir a aplicação de políticas
educacionais.
Além disso, os gestores escolares desempenham um papel importante na
criação de uma cultura escolar de qualidade, baseada em valores, como respeito,
diálogo, participação e comprometimento. Eles são responsáveis por construir
um ambiente seguro e acolhedor, que valorize a diversidade e promova o
desenvolvimento integral dos alunos.
A busca da melhoria contínua da escola, identificando pontos fortes e fracos,
promovendo ações de monitoramento e avaliação e implementando estratégias
de correção de rumo quando necessário, desempenhando um papel estratégico
na construção de um novo percurso de qualidade educacional, atuando como
agentes de transformação e liderança nas escolas é o grande desafio do gestor
educacional.

COMPREENDENDO AS ATUAIS TENDÊNCIAS DA GESTÃO


ESCOLAR

Atualmente, algumas tendências têm influenciado a gestão escolar. Entre elas,


destacam-se:

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Gestão Participativa
Há uma valorização cada vez maior da participação da
comunidade escolar na tomada de decisões. A gestão
participativa busca envolver alunos, pais, professores
e funcionários em processos de discussão e definição
das políticas educacionais, promovendo a corre-
sponsabilização e o engajamento de todos os atores
envolvidos.

Uso de Tecnologias Educacionais


A incorporação de tecnologias no contexto educacion-
al tem impactado a gestão escolar. A utilização de fer-
ramentas digitais para a gestão administrativa, a im-
plementação de ambientes virtuais de aprendizagem e
o uso de recursos tecnológicos nas práticas pedagógi-
cas são tendências atuais que exigem dos gestores
habilidades de adaptação e atualização.

Educação Inclusiva
A busca pela inclusão de todos os alunos, considerando
suas diferenças e suas necessidades, é uma tendên-
cia relevante na gestão escolar atual. Isso implica criar
políticas e práticas que garantam a participação plena
e o sucesso educacional de todos os estudantes, pro-
movendo a diversidade e combatendo a discriminação.

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Formação Continuada
A gestão escolar atual valoriza a formação continuada
dos profissionais da educação, incluindo os gestores.
A atualização constante em relação às políticas edu-
cacionais, aos avanços pedagógicos e às demandas
sociais é fundamental para uma gestão eficaz.

Estas quatro principais tendências atuais da gestão escolar, participação da co-


munidade, uso de tecnologias educacionais, educação inclusiva e formação con-
tinuada, refletem, claramente, as necessidades do mundo contemporâneo.
A questão da participação comunitária, por exemplo, reflete na prática a
ideia de que as decisões devem ser tomadas a partir do envolvimento de todos
os membros da comunidade escolar, visando às suas contribuições dentro de um
ambiente colaborativo.
Já o uso das tecnologias educacionais é a mola transformadora que a gestão
deve usar para integrar o meio digital ao ambiente escolar, ampliando as possibi-
lidades de resolução de problemas, otimização de tempo, acesso ao conhecimento
etc., por meio de experiências mais dinâmicas e interativas de engajamento digital
a toda a comunidade escolar.
A educação inclusiva também se destaca como uma tendência essencial na
gestão escolar, tanto que, em alguns eventos voltados para a gestão, já se ouve a
propagação do termo gestão inclusiva, que retrata a prática da atuação do gestor
que prima por fazer acontecer a inclusão na instituição a qual ele dirige.
Em relação à formação continuada, sem dúvida, é fundamental para os
profissionais seu acesso, pois favorece as práticas pedagógicas, o aprimoramento
do conhecimento, o desenvolvimento de novas estratégias de ensino e a reflexão
sobre a própria postura e atuação como profissional, além de contribuir para a
melhoria da qualidade da educação.
Estas tendências têm transformado a gestão escolar e, com isso, as instituições
de ensino têm a oportunidade de promover uma educação mais abrangente e
eficiente, preparando os alunos para enfrentarem os desafios do século XXI e
contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária e consciente.

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ANÁLISE DO PAPEL DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA


GESTÃO ESCOLAR

As políticas educacionais têm um impacto signifi-


cativo na gestão escolar. Elas fornecem diretrizes, As políticas
orientações e regulamentações que norteiam as educacionais
práticas e as ações desenvolvidas nas escolas. De- têm um impacto
significativo na
finem os objetivos e as metas a serem alcançados,
gestão escolar
estabelecem os currículos, regulamentam a ava-
liação e estabelecem os parâmetros de qualidade
para o ensino. Elas também influenciam a alocação de recursos, a formação dos
professores, as práticas de inclusão e a gestão administrativa das escolas.
Os gestores escolares têm a responsabilidade de compreender e implementar
as políticas educacionais de forma adequada, adaptando-as às necessidades e às
realidades de suas escolas. Eles devem estar atualizados sobre as mudanças nas
políticas e buscar sua articulação com a equipe escolar e a comunidade, a fim de
promover uma gestão alinhada com as diretrizes educacionais.

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Os gestores escolares também têm a função de fornecer feedback e contribuir


para a elaboração de políticas educacionais mais eficazes. A partir de sua expe-
riência e de seu conhecimento da realidade escolar, podem contribuir com suges-
tões, críticas construtivas e propostas de melhorias nas políticas implementadas.

REFLEXÕES E PERSPECTIVAS SOBRE O FUTURO DA GESTÃO


ESCOLAR

No futuro, a gestão escolar continuará a enfrentar novos desafios, e precisamos


continuar nos adaptando às mudanças sociais, tecnológicas e educacionais. Per-
cebemos que a maioria desses desafios serão impulsionados por transforma-
ções significativas pela rápida evolução globalizada, e a gestão escolar terá que
se adaptar para atender às demandas de uma educação relevante e de qualidade.
Algumas perspectivas são profundamente influenciadas pelas transformações
tecnológicas e pela crescente globalização, que impulsionam não apenas as de-
mandas por avanços sociais, mas também o desenvolvimento profissional cons-
tante. No seu relatório para a Unesco sobre Educação para o Século XXI, Delors
(1998) destaca alguns pontos dentro destas perspectivas e enfatiza a necessidade
permanente de atender às demandas da evolução na sociedade, entre as quais
as mudanças tecnológicas, a própria globalização que leva às demandas, até das
questões sociais e de desenvolvimento profissional podem ser consideradas:

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

O avanço tecnológico impactará cada vez mais a gestão escolar, com a utilização
de ferramentas digitais para aprimorar processos administrativos, promover a
aprendizagem personalizada e estimular a colaboração entre os atores educacionais.

FLEXIBILIDADE CURRICULAR

A tendência é que as escolas adotem currículos mais flexíveis, adaptados às


necessidades e aos interesses dos alunos, promovendo uma educação mais indi-
vidualizada e orientada para competências.

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ÊNFASE NA FORMAÇÃO INTEGRAL

A gestão escolar do futuro pode priorizar uma visão mais abrangente da edu-
cação, buscando o desenvolvimento integral dos alunos, que inclui aspectos
cognitivos, socioemocionais e éticos.

PARCERIAS E REDES DE COLABORAÇÃO

A gestão escolar do futuro pode valorizar a construção de parcerias e a partici-


pação em redes de colaboração entre escolas, instituições de ensino superior, or-
ganizações da sociedade civil e setor privado, visando ampliar as oportunidades
de aprendizagem e compartilhar boas práticas.

Em relação às perspectivas, no que diz respeito à inovação e à tecnologia, a grande


tendência será o apoio da realidade virtual, por meio da inteligência artificial que,
juntas, desempenham papéis essenciais na otimização e na análise dos processos
escolares cujos sistemas inteligentes ajudarão os gestores escolares a coletar e
analisar dados sobre o desempenho dos alunos, seu progresso acadêmico e suas
necessidades individuais de cada um, além até de mensurar e sugerir o engaja-
mento da comunidade em prol de uma comunicação mais próxima entre todos
os envolvidos no processo educacional.

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A flexibilidade também será um aspecto crucial da gestão escolar no futuro,


pois, em decorrência da evolução e do surgimento de novas habilidades, as esco-
las precisarão se adaptar e fornecer currículos mais flexíveis e individualizados,
onde, de forma personalizada, será baseado nas habilidades e nos interesses dos
alunos.
As emoções desempenham um papel fundamental na aprendizagem do in-
divíduo, influenciando tanto as reações fisiológicas quanto as psicológicas (FIA-
MENGHI, 2001). Elas são consideradas uma forma de motivação que exerce
influência nos processos intelectuais, como a aprendizagem e a inteligência. Além
disso, uma mudança significativa na gestão escolar é a crescente ênfase na forma-
ção integral, que abrange o desenvolvimento das habilidades socioemocionais,
consideradas essenciais não apenas para o sucesso pessoal, mas também para o
sucesso profissional. Como tendência, as escolas estão implementando estraté-
gias eficazes de desenvolvimento socioemocional tanto para alunos quanto para
professores, criando, assim, um ambiente de apoio mútuo.
Com isso, as propensões permitirão uma comunicação bem mais eficiente e
próxima da realidade para atender às necessidades diversificadas dos contextos,
onde as redes de colaboração com diversas instituições, como outras escolas,
universidades, organizações da sociedade civil e o setor privado, potencializa-
rão o fortalecimento e o intercâmbio de conhecimentos e as boas práticas, com
sinergia e inovação.

E U IN D ICO

Que tal descobrirmos as percepções e as experiências de al-


guns gestores de escolas do Distrito Federal?
No artigo Políticas Educacionais e Concepção de Gestão: o
que dizem os diretores de escolas do ensino médio do DF,
publicado na Educar em Revista, podemos mergulhar no con-
texto do dia a dia profissional destes gestores e conhecermos
um pouco de suas trajetórias frente aos contextos das escolas
que dirigem.

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UN I AS S ELV I

Agora que chegamos juntos até aqui, podemos refletir sobre a compreensão de
todo o conhecimento que vimos sobre a evolução histórica da gestão escolar.

NOVOS DESAFIOS
Em síntese, as conexões entre o conhecimento teórico e a relação com a profis-
são do gestor envolvem a importância da formação teórica e a integração com a
atuação prática, perpassando constantes mudanças contextuais, fazendo relação
com as perspectivas futuras da gestão escolar.
Assim como o personagem John Daily (O Monge e o Executivo - 2004), que
embarca em uma jornada de autoconhecimento, o gestor escolar também deve
buscar a compreensão de si mesmo e de sua missão. Ele precisa estar ciente de
seus valores e propósitos, entendendo que seu papel vai além de meramente
administrar a escola. O gestor escolar é um líder que tem a responsabilidade
de guiar e inspirar professores, funcionários e alunos em direção ao cresci-
mento e ao desenvolvimento educacional.
Ter este olhar crítico ajuda o gestor na hora de refletir sobre as mudanças
e os desafios que a sua profissão demanda, a partir da compreensão da gestão
democrática com a participação da comunidade escolar e o envolvimento nos
processos de tomada de decisões e nas perspectivas de sua prática profissional
como estratégia de gestão.
Ao conhecer os diferentes modelos de gestão escolar que surgiram ao lon-
go da história, você poderá analisar, criticamente, as abordagens utilizadas no
passado e refletir sobre suas implicações profissionais, permitindo uma maior
fundamentação sobre as práticas de gestão necessárias para a superação dos pos-
síveis desafios que ocorrerão ao longo da sua jornada como gestor.

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VAMOS PRATICAR

1. Evolução Histórica

A gestão escolar tem sido uma área em constante transformação ao longo da história.
Desde os primórdios da educação formal, as escolas foram administradas de diferentes
maneiras, refletindo as necessidades e os valores das sociedades em cada época.

No período medieval, a gestão escolar era predominantemente controlada pela Igreja, que
desempenhava um papel central na organização e no currículo das escolas. As decisões
eram tomadas por autoridades eclesiásticas, e o ensino tinha como objetivo principal a
formação religiosa.

Com o surgimento do Iluminismo e a disseminação de ideias iluministas, a gestão escolar


passou por mudanças significativas. A educação começou a ser vista como um meio de
formação do cidadão e de promoção do progresso social. Nesse período, surgiram as
primeiras escolas laicas e as primeiras tentativas de criar sistemas educacionais mais
estruturados.

No século XX, com o movimento de universalização do ensino, a gestão escolar passou


por novas mudanças. O Estado assumiu um papel mais central na administração das
escolas, estabelecendo políticas educacionais e criando órgãos de supervisão e controle.

A gestão democrática das escolas ganhou destaque com a participação da comunidade


escolar na tomada de decisões. Já no século XIX, com o avanço da industrialização e o
crescimento das cidades, novos desafios surgiram para a gestão escolar. As escolas pre-
cisaram se adaptar às demandas de uma sociedade em transformação, proporcionando
uma educação básica para um número cada vez maior de crianças. Surgiram, também,
os primeiros modelos de gestão burocrática, com a implementação de regulamentos e a
criação de cargos administrativos específicos.

Fonte: LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 4. ed. Goiânia:


Alternativa, 2001.

Quem era responsável pela gestão escolar durante o período medieval?

a) Igreja.
b) Estado.
c) Comunidade escolar.
d) Indústria.
e) Empresas.

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VAMOS PRATICAR

2. Considerando o mesmo trecho citado na questão anterior, quais foram algumas das
mudanças na gestão escolar, durante o século XX? Analise as afirmativas a seguir:

I - Mais participação da comunidade escolar na tomada de decisões.


II - Surgimento das primeiras escolas laicas.
III - Estabelecimento de políticas educacionais pelo Estado.
IV - Implementação de regulamentos e criação de cargos administrativos específicos.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e III.

3. Alguns desafios enfrentados pela gestão escolar ao longo da história

A gestão escolar enfrentou e continua enfrentando uma série de desafios ao longo da


história. Alguns dos principais são:

Acesso à educação: durante muito tempo, o acesso à educação foi restrito a determinados
grupos sociais, como à elite ou aos membros de determinadas instituições religiosas. O
desafio era, e ainda é, garantir que todos os indivíduos tenham acesso à educação de
qualidade.

Inclusão e equidade: a gestão escolar enfrenta o desafio de garantir a inclusão de todos


os alunos, independentemente de suas origens étnicas, socioeconômicas, culturais ou
de suas habilidades e necessidades especiais. A busca pela equidade tem sido uma
preocupação constante.

Gestão dos recursos: a administração eficiente dos recursos financeiros, materiais e hu-
manos sempre foi um desafio para a gestão escolar. É preciso buscar formas de otimizar
os recursos disponíveis e garantir sua aplicação adequada no processo educativo.

Atualização curricular: a gestão escolar enfrenta o desafio de acompanhar as demandas


da sociedade e as transformações no campo do conhecimento, garantindo que os currí-
culos estejam atualizados e sejam relevantes para a formação dos alunos.

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VAMOS PRATICAR

Qual foi um dos principais desafios enfrentados pela gestão escolar, ao longo da história,
em relação ao acesso à educação?

a) Restrição do acesso apenas a grupos étnicos minoritários.


b) Dificuldade em garantir acesso à educação de qualidade para todos os indivíduos.
c) Limitação do acesso somente a membros de instituições religiosas.
d) Falta de recursos financeiros para disponibilizar educação gratuita.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

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REFERÊNCIAS

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.

FIAMENGHI, G. Motivos e Emoções. Memnon edições científicas. São Paulo: Editora, Mac-
kenzie, 2001.

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa,


2001.

LIMA, L. A gestão democrática das escolas: do autogoverno à ascensão de uma pós-de-


mocracia gestionária? Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1067-1083, out./
dez. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ES0101-73302014142170. Acesso em: 18
set. 2010.

PEREIRA, R. S; SILVA, M. A da. Políticas educacionais e concepção de gestão: o que dizem os


diretores de escolas de ensino médio do Distrito Federal. Educar em Revista, Curitiba, v. 34,
n. 68, p. 137-160, mar./abr. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0104-4060.57219.
Acesso em: 18 set. 2010.

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GABARITO

1. A. Igreja, é baseada na estrutura social e no sistema educacional que prevaleciam durante


o período medieval. Durante essa época, a Igreja Católica desempenhava um papel central
na sociedade e na educação. A educação como um serviço religioso: durante o período
medieval, a educação era considerada uma forma de serviço religioso. As escolas, em
sua maioria, ensinavam teologia e doutrinas religiosas, e a Igreja tinha o controle sobre o
conteúdo ensinado. Por outro lado, as demais respostas são incorretas pelas seguintes
razões: tanto o Estado, como a Comunidade escolar, como a Indústria e as Empresas,
naquele momento do período medieval, ainda não eram organizados e/ou não existiam
como instituição, deixando a gestão sob o controle da Igreja.

2. C. (I e II, apenas), que corresponde às opções a) (Maior participação da comunidade escolar


na tomada de decisões) e b) (Estabelecimento de políticas educacionais pelo Estado) de-
vido ao fato de abordarem as duas principais mudanças que ocorreram na gestão escolar
durante o século XX: a participação da comunidade escolar nas decisões das escolas e
as políticas públicas inseridas como ações do Estado.

3. B. Dificuldade em garantir acesso à educação de qualidade para todos os indivíduos,


justifica-se mediante o desafio histórico e abrangente que vai além das questões étnicas,
religiosas ou financeiras, vistas de forma isoladas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 2

LEGISLAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR

MINHAS METAS

Explorar a legislação educacional vigente.

Refletir sobre as atualizações da legislação educacional.

Analisar as implicações legais da gestão escolar.

Verificar as estratégias de implementação da legislação educacional na


gestão escolar.

Identificar os principais desafios e conflitos enfrentados pela gestão escolar


em relação à legislação.

Investigar o papel dos conselhos escolares e demais órgãos colegiados.

Analisar as políticas públicas relacionadas à gestão escolar.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA

A legislação desempenha um papel fundamental na gestão escolar, pois estabe-


lece as diretrizes e as normas que orientam o funcionamento das instituições
de ensino. Por meio da legislação educacional, são definidos aspectos, como a
estrutura curricular, a contratação de profissionais, as políticas de inclusão, os
direitos e os deveres dos estudantes, entre outros.
Além disso, a legislação também estabelece os órgãos responsáveis pela fisca-
lização e monitoramento das escolas, garantindo que os princípios educacionais
sejam cumpridos.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Diante desse contexto, como a legislação pode contribuir de forma efetiva para
a gestão escolar, promovendo uma educação de qualidade e inclusiva?

Ela desempenha um papel central, atuando como uma bússola que orienta e
regulamenta o funcionamento das instituições de ensino. No entanto a sua mera
existência não garante, por si só, uma gestão eficaz e uma educação de qualidade.
É necessário analisar como a legislação se insere no contexto educacional, iden-
tificando os desafios e as oportunidades que ela apresenta.
Este olhar nos leva a compreender que a legislação educacional é um refle-
xo das aspirações e dos valores de uma sociedade em relação à educação. Ela é
moldada por diferentes fatores, como demandas sociais, avanços pedagógicos e
políticas públicas. Por exemplo, a inclusão de dispositivos legais que promovem a
acessibilidade para estudantes com deficiência reflete a crescente conscientização
sobre a importância da igualdade de oportunidades na educação. No entanto a
mera existência destas leis não é suficiente para garantir uma gestão escolar eficaz.
A problematização reside no fato de que a implementação e o cumprimento dessas

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

normas, muitas vezes, enfrentam desafios significativos. Por exemplo, a falta de


recursos financeiros, a burocracia excessiva e a falta de formação adequada para
os profissionais da educação podem dificultar a aplicação das políticas de inclusão.
Para ilustrar, consideremos o caso de uma escola que, de acordo com a legis-
lação, deve fornecer suporte adequado para alunos com necessidades especiais.
No entanto, devido à falta de recursos financeiros e à falta de treinamento dos
professores, essa escola pode não ser capaz de oferecer os serviços necessários,
o que prejudica a eficácia da gestão escolar e a qualidade da educação fornecida.
Diante desse cenário, é fundamental questionar como a legislação pode
contribuir, de forma efetiva, para a gestão escolar. Uma resposta possível é a
necessidade de promover a conscientização e o comprometimento de todos os
envolvidos na educação, desde gestores escolares até professores, alunos e famí-
lias. Além disso, é importante considerar a alocação adequada de recursos e o
desenvolvimento de mecanismos de fiscalização e monitoramento que garantam
o cumprimento das normas legais.

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

A relação entre a legislação e a gestão escolar como eixo es-


sencial para o bom funcionamento das escolas e para a ga-
rantia de uma educação inclusiva e de qualidade são as abor-
dagens deste podcast que tem como tema a Legislação e
Gestão Escolar: construindo caminhos para uma educação de
qualidade. Vamos juntos dar o play e mergulharmos de cabeça
nas ondas da Legislação?

Uma gestão escolar alinhada à legislação proporciona um ambiente favorável ao


aprendizado e estimula a participação da comunidade escolar, por consequência,
promove a equidade, assegura a qualidade da educação e atua como um instru-
mento de proteção dos direitos e de ações legais.

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UN I AS S ELV I

VAMOS RECORDAR?
Os marcos legais da legislação na gestão escolar fazem parte do histórico da
evolução das ações educacionais ocorridas no país ao longo dos anos. Essa
evolução no âmbito legal nos aponta como a organização da educação foi de-
senhada em prol de ações democráticas e de respeito aos direitos.
No vídeo a que assistiremos a seguir, denominado “Marcos Históricos e Le-
gais da Gestão Escolar - 1º Episódio”, perceberemos este cenário legislativo no
período de 1920 a 1971 com as primeiras ações do tipo.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

A legislação desempenha um papel fundamental na gestão escolar, regulando


e orientando as práticas e as responsabilidades dos profissionais da educação.
Nesse contexto, é essencial explorar a legislação vigente, compreendendo seus
princípios e suas diretrizes que moldam a organização e o funcionamento das
instituições de ensino. A análise das implicações legais da gestão escolar permite
identificar as obrigações e as responsabilidades dos gestores, bem como os limites
e as possibilidades para a tomada de decisões no contexto escolar.
Os conselhos escolares e demais órgãos colegiados desempenham um papel
relevante na gestão escolar, representando a participação da comunidade escolar
e contribuindo para a tomada de decisões coletivas. Investigar o papel desses
órgãos é fundamental para compreender como a gestão é promovida a partir do
conceito democrático e como os interesses de todos os envolvidos na comuni-
dade escolar são considerados.
A legislação na gestão escolar é fundamental para compreender como as
normas são colocadas em prática e quais os desafios encontrados nesse proces-
so, pois é importante refletir sobre a constante evolução frente às demandas e
aos desafios contemporâneos da educação, entre eles, o entendimento sobre as
políticas públicas relacionadas à gestão escolar e as diretrizes e os programas
implementados pelo Estado.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

Nesse tema, você conseguirá, de forma mais abrangente, se aprofundar nas


questões da gestão escolar como elemento a favor da promoção de uma educação
de qualidade e em consonância com as exigências legais e sociais.

A P RO F UNDA NDO

No 2º episódio do vídeo “Marcos Históricos e Legais da Gestão Escolar”, as-


sistiremos aos impactos ocorridos na gestão escolar, no período de 1985 até
os dias de hoje, dando ênfase aos principais fatos legislativos que fizeram as
mudanças no modo de pensar sobre a gestão dentro do ambiente educacional.

E M FO CO

po da gestão escolar? Pois então, a partir de agora, iniciare-


mos nossa imersão nos principais temas que desvendarão as
particularidades da legislação na gestão escolar, como forma
de nos aprofundarmos na temática.

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UN I AS S ELV I

LEGISLAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR

Legislações Educacionais em Vigor e Suas Principais Atualizações

As legislações educacionais são fundamentais para o funcionamento do sistema


educacional de um país, buscando garantir a qualidade e o acesso à educação
para todos os cidadãos.
No Brasil, as principais legislações em vigor e suas atualizações mais relevantes
tiveram suas trajetórias iniciadas a partir do mais importante marco legal, a Cons-
tituição Brasileira. A Constituição Federal (BRASIL, 1988, on-line) estabelece as
bases para o direito à educação no Brasil, determinando que é dever do Estado
garantir o acesso à educação, com igualdade de condições para todos. Além disso,
estabelece que a educação é um direito social, assegurando a sua universalização.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

Este patamar legal originou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


(LDB), regida sob o nº 9.394 (BRASIL, 1996, on-line) como referência na legisla-
ção educacional brasileira. A LDB estabelece as diretrizes e as bases da educação
nacional, abrangendo desde a Educação Infantil até o Ensino Superior e, ainda,
os princípios, como a igualdade de condições para o acesso e a permanência na
escola, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas, entre outros.
Com a reformulação da LDB, a questão da inclusão passou a ser foco nas dis-
cussões educacionais e incentivaram o lançamento do Decreto nº 7.611 (BRASIL,
2011a, on-line), que regulamentava o atendimento educacional especializado e
que consistia na oferta dos serviços, dos recursos e das estratégias pedagógicas
para a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades/superdotação.
Já no contexto do Ensino Superior, é importante mencionar a Lei de Acesso
à Informação - Lei nº 12.527 (BRASIL, 2011b, on-line), e a Lei de Cotas (Lei nº
12.711 (BRASIL, 2012, on-line), que por conseguinte, nos anos de 2011 e 2012,
tinham a missão de atualizar e promover o Ensino Superior e a inclusão e a
igualdade de oportunidades nesse ensino, em que a primeira assegura o direito
de acesso à informação sobre as instituições de Ensino Superior, permitindo
que os estudantes tenham acesso a dados e a informações relevantes para tomar
decisões educacionais; e a segunda, garantir as cotas raciais no acesso ao Ensino
Superior, estabelecendo um percentual mínimo de vagas reservadas para estu-
dantes negros, pardos e indígenas.
Outra legislação importante é o Plano Nacional de Educação (PNE), que foi
instituído pela Lei nº 13.005 (BRASIL, 2014a, on-line). O PNE estabelece metas
e estratégias para o desenvolvimento da educação no país em um período de dez
anos. Ele abordou temas, como a ampliação do acesso à educação, a melhoria da
qualidade do ensino, a formação de professores, a valorização dos profissionais
da educação, entre outros aspectos. O Plano buscou promover a equidade e a
inclusão, garantindo a todos os brasileiros o direito a uma educação de qualidade.
Um aspecto relevante é a valorização dos profissionais da educação. O Plano
Nacional de Educação (PNE) estabelece metas e
estratégias para a valorização dos profissionais Valorização dos
profissionais da
da educação, incluindo ações, como a formação
educação
inicial e continuada, a melhoria das condições de

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UN I AS S ELV I

trabalho, a adequação do piso salarial e a valorização da carreira docente. Estas


medidas são fundamentais para atrair e manter profissionais qualificados, pro-
movendo a qualidade da educação.
Seguindo a linha evolutiva das legislações, não podemos esquecer da Lei de
Responsabilidade Educacional (Lei nº 13.005 (BRASIL, 2014a, on-line), que es-
tabelece as diretrizes para a responsabilidade das instituições de ensino superior
na oferta de cursos e programas de qualidade, garantindo a proteção dos direitos
dos estudantes e a qualidade do ensino.
Além das legislações mencionadas anteriormente, outras legislações foram
criadas e/ou atualizadas em prol de relevantes avanços nas políticas educacionais
brasileiras. Como exemplo, podemos citar a legislação específica voltada para
a garantia do acesso e da permanência das pessoas com deficiência nas escolas
regulares. Essa legislação é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên-
cia - Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015, on-line), que estabelece as diretrizes para a
promoção da inclusão em todos os níveis de ensino.
Outra importante atualização na legislação educacional foi a aprovação da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017. A BNCC (BRASIL, 2017, on-li-
ne), estabelece os conhecimentos, as competências e as habilidades que todos os
estudantes têm o direito de desenvolver ao longo da escolaridade básica. Ela define
os objetivos de aprendizagem para cada etapa da educação básica e orienta a ela-
boração dos currículos nas redes de ensino. A BNCC visa assegurar uma educação
de qualidade, com equidade e alinhada com os desafios do século XXI.
Outro avanço legal de suma importância foi a respeito da formação de profes-
sores, em que o Ministério da Educação (MEC) aprovou, em 2021, as novas Dire-
trizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores da Educação
Básica. Essas diretrizes buscam fortalecer a formação dos futuros professores,
com foco na valorização da docência, na interdisciplinaridade, no uso de tec-
nologias educacionais e no desenvolvimento de competências socioemocionais.
É importante mencionar que, em 2022, a Lei de Cotas - Lei nº 12.711 (BRA-
SIL, 2012, on-line) foi atualizada e ampliada em termos de abrangência, ou seja,
as garantias dos direitos foram alargadas bem como o alcance de acesso às cotas
raciais no Ensino Superior, passando a estabelecer um percentual mínimo de
vagas reservadas para estudantes negros, pardos e indígenas, em todas as uni-
versidades federais, os institutos federais e as instituições estaduais de ensino.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

Nesta breve linha do tempo, percebemos que, com a evolução das legislações
educacionais vigentes no Brasil, podemos perceber que as legislações e suas atua-
lizações abrangem aspectos, como a base curricular, a inclusão, a valorização dos
profissionais da educação, o acesso à informação e a formação de professores.
Apesar de existirem legislações que estabelecem percentuais mínimos de in-
vestimento na educação, ainda é necessário um esforço contínuo para garantir
recursos adequados e bem direcionados, visando à melhoria da infraestrutura
escolar, à valorização dos profissionais e ao desenvolvimento de programas edu-
cacionais de qualidade.
Vale destacar que as legislações educacionais estão em constante evolução e
podem sofrer atualizações para se adaptarem aos desafios e às demandas da socie-
dade. É importante acompanhar estas mudanças para compreender as diretrizes e
as políticas educacionais em vigor e contribuir para a melhoria da educação no país.

Implicações Legais da Gestão Escolar

As implicações legais da gestão escolar são um aspecto crucial no contexto


educacional atual. A administração eficiente e responsável de uma instituição de
ensino não se limita apenas à gestão acadêmica e pedagógica, mas também inclui
uma atenção meticulosa às questões legais e jurídicas que envolvem a escola.
Nesse sentido, diversos autores têm abordado esta temática, fornecendo uma base
sólida para a compreensão das implicações legais que permeiam a gestão escolar.

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UN I AS S ELV I

Um dos autores que se destaca neste contexto é Celso Antônio Bandeira de


Mello, principalmente em sua obra Curso de Direito Administrativo, onde ele
explora os fundamentos legais da administração pública e fornece um arcabouço
teórico para a compreensão das implicações jurídicas da gestão escolar, sendo
essencial para a compreensão das normas e dos princípios que regem a admi-
nistração educacional.
Com maestria, o autor oferece uma análise aprofundada das implicações
jurídicas da gestão escolar e explora a relação entre o Direito Administrativo e a
administração das instituições de ensino, destacando os princípios e as normas
que regem esta atividade fundamental para o desenvolvimento da educação.
Mello (2021) reconhece a gestão escolar como um processo complexo e abran-
gente, que vai além do simples ato de administrar. Ela envolve questões de planeja-
mento estratégico, alocação de recursos, contratação de pessoal, implementação de
políticas pedagógicas e prestação de contas. O autor destaca, ainda, a importância
da autonomia administrativa e pedagógica das escolas, ressaltando sua relevância
para a melhoria da qualidade do ensino. Ele aborda também a responsabilidade dos
gestores escolares no cumprimento das normas legais, bem como a necessidade de
prestação de contas e transparência na gestão dos recursos públicos.
Outro ponto relevante explorado pelo autor é a relação entre a gestão escolar
e os órgãos de controle e fiscalização, as prerrogativas e os limites desses órgãos,
buscando uma compreensão equilibrada que garanta a efetividade da gestão
escolar sem ferir os princípios do Estado de Direito.

"O Direito Administrativo é, em suma, a disciplina do poder e da li-


berdade administrativos, do poder porque a Administração Pública
é a principal instituição onde se concentra a manifestação do poder
estatal e, daí, a necessidade de se controlar sua atividade, e da liber-
dade porque, na esfera administrativa, é onde se encontra a maior
margem de discricionariedade do agente público" (MELLO, 2021).

Em outras palavras, no contexto da gestão escolar, isso se traduz na autoridade e


na responsabilidade das instituições públicas de ensino em fornecer uma educação
de qualidade, equitativa e acessível a todos os cidadãos. Essas instituições devem
ir em busca pela exigência da criação de políticas, regulamentos e diretrizes, em
prol da distribuição de recursos e da implementação de programas educacionais.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

Estratégias de Implementação da Legislação Educacional


na Gestão Escolar

A implementação efetiva da legislação educacional desempenha um papel funda-


mental na gestão escolar e na busca pela melhoria da qualidade da educação. No
contexto brasileiro, existem várias leis educacionais que são essenciais para garantir
o acesso universal à educação e promover a igualdade de oportunidades. Nesta
etapa, discutiremos as estratégias para a implementação dessas leis, destacando as
principais e a relação com a gestão da educação.
Uma das principais leis educacionais no Brasil é a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996, on-line), que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional. Para implementar a LDB, de forma
eficaz, é essencial que as escolas elaborem seus projetos político-pedagógicos
(PPP) de acordo com as orientações e os princípios da lei. O PPP deve refletir
a realidade da escola, suas necessidades e seus desafios e estabelecer metas e
estratégias para a melhoria da qualidade do ensino.
Outra lei importante é o Plano Nacional de Educação (PNE) Lei nº 13.005
(BRASIL, 2014a, on-line), que estabelece metas e estratégias para o desenvol-
vimento da educação no país. A implementação do PNE requer a participação
ativa dos gestores escolares na definição de ações e na mobilização de recursos
para alcançar as metas estabelecidas. É necessário estabelecer mecanismos de
acompanhamento e avaliação contínua do plano, a fim de verificar seu progresso
e fazer ajustes quando necessário.
Além disso, a implementação da legislação educacional requer o cumpri-
mento das normas relativas à gestão escolar, incluindo a promoção da gestão
democrática. É fundamental garantir a participação de todos os membros da
comunidade escolar - diretores, professores, funcionários, pais e estudantes - na
tomada de decisões e na definição das políticas educacionais. A formação conti-
nuada dos gestores escolares e a capacitação dos demais envolvidos na comuni-
dade escolar também são estratégias importantes para garantir uma gestão eficaz.
As Legislações que regem a questão da Inclusão da Pessoa com Deficiência,
também são exemplos de legislações relevantes, que buscam assegurar o acesso e
a participação plena e efetiva dos estudantes com deficiência nas escolas regulares.

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Para implementar esta lei, é necessário promover adaptações estruturais nas


escolas, oferecer recursos pedagógicos e tecnológicos adequados, capacitar os
professores para o atendimento às necessidades específicas dos alunos com de-
ficiência e fomentar uma cultura inclusiva dentro da escola.

Todas estas Leis, e ainda outras, são instrumentos fundamentais dentro da es-
tratégia de alinhamento entre a legislação educacional e as práticas pedagógicas
da escola. Os gestores escolares devem garantir que as diretrizes e as orientações
estabelecidas pelas leis sejam incorporadas no currículo escolar, nos métodos de
ensino, nas avaliações e nas práticas de gestão. Isso implica promover a formação
e a capacitação dos professores para que estejam familiarizados com a legislação
e possam aplicá-la, de forma coerente, em sua prática pedagógica.
Outro aspecto importante é o monitoramento e a avaliação da implementa-
ção da legislação educacional. Os gestores escolares devem estabelecer indicadores
e mecanismos de acompanhamento para avaliar o progresso na implementação
das leis e identificar possíveis desafios e áreas que precisam de melhorias. Esta
avaliação contínua permite que ajustes sejam feitos ao longo do tempo, garantindo
uma implementação mais eficaz e um impacto positivo na qualidade da educação.
A parceria com a comunidade escolar também é uma estratégia relevante. Os
gestores devem envolver os pais, responsáveis e demais membros da comunidade
no processo de implementação da legislação educacional. Isso pode ser feito por
meio de reuniões, assembleias, conselhos escolares e outras formas de partici-
pação ativa. Ao envolver a comunidade, é possível obter diferentes perspectivas,
identificar necessidades específicas e criar um ambiente de apoio mútuo em prol
do cumprimento da legislação e da melhoria da educação.
A utilização de recursos e a busca por parcerias também são estratégias rele-
vantes para implementar a legislação educacional. Os gestores escolares devem
buscar recursos financeiros e materiais para garantir a adequação das instalações
físicas, a disponibilidade de recursos didáticos e tecnológicos, bem como o aces-
so a programas e projetos educacionais. Além disso, parcerias com instituições
governamentais, organizações não governamentais e outros atores da sociedade
civil podem fortalecer a implementação da legislação, compartilhando experiên-
cias, conhecimentos e recursos.

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A formação e a capacitação dos gestores escolares também são fundamentais


para uma implementação efetiva da legislação educacional. Os gestores devem se
manter atualizados sobre as leis, regulamentos e diretrizes educacionais, partici-
par de cursos, seminários e programas de formação continuada. Esta formação
permitirá que os gestores compreendam melhor os princípios e os fundamentos
da legislação, além de desenvolverem habilidades de liderança, gestão de equipes e
resolução de problemas, que são essenciais para uma gestão escolar eficaz.
Por fim, a implementação da legislação educacional também requer o forta-
lecimento da articulação entre as esferas governamentais, como Ministério da
Educação, Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. É necessário estabele-
cer canais de comunicação eficientes e mecanismos de cooperação para garantir
a efetivação das políticas educacionais em todas as esferas.

Principais Desafios e Conflitos da Gestão Escolar em Relação


à Legislação

Um dos principais desafios da gestão escolar em relação à legislação é lidar com a


complexidade e amplitude das leis educacionais. O sistema legal educacional é com-
posto por uma variedade de leis, normas e regulamentos, o que pode tornar difícil
para os gestores escolares compreenderem e aplicarem corretamente todas as diretri-
zes. Dessa forma, os gestores precisam buscar conhecimento e atualização constante
sobre a legislação educacional para garantir a sua adequada implementação.
Outro desafio enfrentado pela gestão escolar é a falta de recursos adequados
para a implementação da legislação educacional. Muitas leis estabelecem direi-
tos e responsabilidades, mas não são acompanhadas dos recursos financeiros
e materiais necessários para sua efetivação. Isso coloca os gestores em conflito,
pois eles precisam buscar alternativas para cumprir as exigências legais, mesmo
diante de limitações orçamentárias.
Além disso, a gestão escolar enfrenta desafios relacionados à interpretação e
aplicação da legislação educacional. A legislação muitas vezes é aberta a diferen-
tes interpretações, o que pode gerar conflitos de entendimento e divergências na
sua implementação. Os gestores escolares precisam estar preparados para lidar
com essas situações, buscando orientação jurídica adequada e promovendo ações
de capacitação pessoal e dos profissionais envolvidos em sua equipe de gestão.

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Em síntese, a gestão escolar enfrenta inúmeros desafios e conflitos, que vão desde
a relação com a legislação educacional, a complexidade das leis, a falta de recursos
adequados até a interpretação e aplicação das normas, perpassando pela falta de polí-
ticas públicas mais condizentes e concretas, que contemplem não apenas os aspectos
técnicos da gestão, mas também os princípios educacionais que as fundamentam.

“As políticas públicas, acompanhando as mudanças ocorridas na ges-


tão empresarial, passam a implementar as reformas administrativas
do setor educacional com base nos novos paradigmas e conferem ao
administrador escolar uma importância estratégica. A descentrali-
zação operacional aumentou as responsabilidades da escola, levan-
do seu gestor a se defrontar com novos desafios e a assumir o novo
papel de coordenar a ação dos diferentes componentes do sistema
educacional na tomada de decisões conjuntas, a estimular o trabalho
em equipe e as dinâmicas de trabalho identificadas por cada escola e
resolver seus problemas de forma autônoma, para melhorar as con-
dições da escola, especialmente materiais. Ele torna-se o elemento
central e fundamental para o encaminhamento do processo partici-
pativo no interior da escola e para sua integração com a comunidade”.
(CARVALHO, 2005)

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Enfim, diante das transformações na gestão e nas políticas públicas do setor edu-
cacional, o papel do administrador escolar a cada dia se torna mais importan-
te, considerando principalmente o fato de que a descentralização das decisões
trouxe consigo um aumento nas responsabilidades da escola, desafiando o gestor
a lidar com novos desafios e a assumir o papel de coordenador das diferentes
componentes do sistema educacional. Nessa posição,
é crucial estimular o trabalho em equipe, promover Nessa posição, é
dinâmicas de trabalho identificadas por cada escola crucial estimular o
e resolver problemas autonomamente, buscando me- trabalho em equipe
lhorar as condições materiais da instituição. O gestor
escolar passa a ser o elemento central para o estabelecimento de um processo
participativo interno na escola, além de buscar sua integração com a comunidade.
No entanto, em meio a esses desafios, é importante destacar que a gestão escolar
também enfrenta conflitos e desafios relacionados à legislação. O cumprimento
das normas e regulamentações, a interpretação dos direitos e deveres educacio-
nais e a conciliação entre as demandas legais e as necessidades da escola podem
representar obstáculos para os gestores escolares. Nesse contexto, a capacitação
e o conhecimento sobre a legislação educacional se tornam fundamentais para
que o gestor possa atuar de forma eficiente, equilibrando as exigências legais
com as demandas da comunidade escolar e garantindo uma gestão educacional
adequada e em conformidade com a legislação vigente.

Papel dos Conselhos Escolares e Demais Órgãos Colegiados

Que a gestão escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e


na qualidade da educação, nós já sabemos. Porém, dentro desse contexto, os con-
selhos escolares e demais órgãos colegiados desempenham um papel importante
na tomada de decisões e no envolvimento da comunidade escolar nas questões
relacionadas à administração e ao funcionamento da escola. Vamos ver aqui a
temática da gestão escolar sua relação com o papel dos conselhos escolares e
demais órgãos colegiados.
Os conselhos escolares são órgãos colegiados compostos por representantes
de diversos segmentos da comunidade escolar, como professores, pais, alunos
e funcionários. Sua principal função é contribuir para a gestão democrática da

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escola, promovendo a participação de todos os envolvidos no processo educativo.


Eles desempenham um papel importante na promoção da gestão participativa
e na democratização das decisões educacionais, proporcionando um espaço
para que diferentes perspectivas e interesses sejam representados e levados em
consideração na formulação de políticas e na implementação de ações na escola.
Um dos principais benefícios dos conselhos escolares é a criação de um am-
biente de diálogo e construção coletiva, onde todos os envolvidos podem expres-
sar suas opiniões, propor ideias e contribuir para a melhoria da escola.
A participação ativa dos membros dos conselhos, incluindo pais, alunos,
professores e funcionários, fortalece os vínculos entre a escola e a comunidade,
promovendo um sentimento de pertencimento e engajamento.
Além disso, os conselhos escolares funcionam como um mecanismo de con-
trole social, assegurando a transparência e a prestação de contas na gestão escolar.
Ao acompanhar e fiscalizar o uso dos recursos financeiros, a implementação das
políticas educacionais e a qualidade do ensino, esses órgãos contribuem para a
eficiência e a efetividade das ações desenvolvidas pela escola.
Outra importante função dos conselhos escolares é a promoção da participa-
ção dos estudantes. Por meio de representantes eleitos pelos alunos, os conselhos
oferecem a oportunidade para que eles expressem suas opiniões, apresentem de-
mandas e se envolvam ativamente nas questões que afetam diretamente seu coti-
diano escolar. Isso contribui para o desenvolvimento de habilidades de liderança,
autonomia e responsabilidade, além de fortalecer o protagonismo estudantil.

Os conselhos escolares desempenham diversas atribuições, tais como a elabo-


ração e aprovação do projeto político-pedagógico da escola, a definição de critéri-
os para a utilização dos recursos financeiros, a análise e avaliação do desempenho
escolar, entre outras. Por meio dessas atribuições, os conselhos escolares têm o
poder de influenciar diretamente a gestão e o direcionamento da escola, assegu-
rando a transparência e a participação de todos os atores envolvidos.

Além dos conselhos escolares, outros órgãos colegiados, como o Grêmio Es-
tudantil, têm um papel relevante na gestão escolar. O Grêmio é uma entidade
representativa dos alunos, que atua de forma independente, buscando a defesa dos

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interesses dos estudantes e a promoção de atividades culturais, esportivas e sociais


na escola. A participação ativa dos estudantes no Grêmio contribui para a forma-
ção de líderes e para a construção de uma cultura de participação e engajamento.
Outro exemplo de órgão colegiado que também desempenha um papel
importante na gestão escolar é o Conselho de Classe, que reúne professores,
coordenadores pedagógicos e direção para discutir e avaliar o desempenho dos
alunos. Esta instância de diálogo e reflexão possibilita a tomada de decisões con-
juntas, visando ao aprimoramento do ensino e ao acompanhamento do processo
de aprendizagem. Um órgão também relevante é a Associação de Pais e Mestres
(APM), que tem como objetivo promover a integração entre escola, família e co-
munidade. A APM atua como um canal de comunicação entre os pais e a escola,
fortalecendo a participação da família na vida escolar dos alunos e colaborando
para a construção de uma educação de qualidade.
A participação ativa dos membros dos conselhos escolares e demais órgãos
colegiados é essencial para o fortalecimento da gestão escolar e para o alcance
dos objetivos educacionais. A diversidade de vozes e perspectivas presentes nestes
espaços contribui para a construção de uma escola mais inclusiva, democrática
e comprometida com o sucesso de todos os estudantes.
No entanto, é importante ressaltar que a efetividade dos conselhos escolares
e demais órgãos colegiados depende de uma série de fatores, como a disponibi-
lidade de recursos, a formação adequada dos membros, a criação de espaços de
diálogo e a valorização da participação da comunidade escolar.
É fundamental que haja um ambiente favorável
à atuação destes órgãos, garantindo que suas delibe- É fundamental que
rações sejam implementadas e que suas recomenda- haja um ambiente
ções sejam levadas em consideração, bem como sua favorável à atuação
destes órgãos
efetividade está diretamente relacionada ao apoio e
à valorização da gestão escolar.
Os gestores devem reconhecer a importância destes espaços de participa-
ção, garantindo recursos, apoio técnico e ações de formação para os membros
dos conselhos. Além disso, é necessário criar condições favoráveis para que as
deliberações destes órgãos sejam implementadas, promovendo um ambiente de
colaboração e respeito mútuo. Por meio do diálogo e da colaboração, estas ins-
tâncias promovem a melhoria da educação, visando ao desenvolvimento integral
dos alunos e à formação de cidadãos críticos e conscientes.

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Políticas Públicas Relacionadas à Gestão Escolar

As políticas públicas relacionadas à gestão escolar desempenham um papel


crucial na busca por uma educação de qualidade e na promoção da igualdade
de oportunidades para todos os estudantes. Essas políticas visam estabelecer
diretrizes, normas e programas que orientem a gestão das escolas, garantindo
a eficiência administrativa, o fortalecimento da participação da comunidade
escolar e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras.
No âmbito governamental, diversos programas têm sido implementados para
auxiliar na melhoria da gestão escolar e na promoção de um ambiente educacio-
nal mais inclusivo e eficiente.

PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

Um exemplo é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que tem


como objetivo fornecer alimentação saudável e adequada aos estudantes da rede
pública de ensino, contribuindo para o combate à desnutrição e para a melhoria
do desempenho escolar.

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PROGRAMA DINHEIRO NA ESCOLA - PDDE

Outro programa relevante é o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE),


que busca garantir recursos financeiros às escolas, permitindo a realização de
investimentos em infraestrutura, compra de materiais didáticos e capacitação
de professores. Esse programa visa fortalecer a autonomia das escolas na gestão
de seus recursos e promover a transparência na utilização dos recursos públicos.

PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES ESCOLARES - PNAGE

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Além disso, o governo tem investido em programas de formação continuada


para gestores escolares, como o Programa Nacional de Capacitação de Gestores
Escolares (PNAGE), que oferece cursos e capacitações voltados para o desenvol-
vimento de competências gerenciais e pedagógicas dos diretores e coordenadores
escolares. Estas formações visam aprimorar a liderança e a tomada de decisão
dos gestores, refletindo diretamente na qualidade da gestão escolar.

PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA - PNAIC

Outro programa relevante é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa


(PNAIC), que busca garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas até os
oito anos de idade. Esse programa envolve ações conjuntas entre governo federal,
estados, municípios e universidades, com o objetivo de oferecer apoio pedagógi-
co aos professores e desenvolver práticas de ensino eficazes, contribuindo para o
alcance das metas de alfabetização.
Além destes programas, é importante ressaltar a relevância de políticas públicas
que promovam a inclusão de estudantes com deficiência e necessidades educacionais
especiais, como a implementação de salas de recursos multifuncionais, a oferta de

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apoio especializado e a garantia de acessibilidade física e pedagógica nas escolas. Estes


esforços são essenciais para o desenvolvimento educacional do país e para a formação
de cidadãos críticos, atuantes e preparados para os desafios do século XXI.

NOVOS DESAFIOS

A legislação e a gestão escolar são elementos fundamentais para o funcionamen-


to adequado e eficiente das instituições de ensino. Como profissional da área, é
imprescindível conhecer e compreender estas leis, no entanto, a teoria por si só
não é suficiente. É necessário aplicar os conhecimentos adquiridos na prática,
adaptando-se aos desafios do dia a dia.
O futuro profissional da gestão escolar enfrentará diversos desafios, entre os
quais a necessidade de se manter atualizado em relação às mudanças na legislação
educacional. À medida que novas leis são promulgadas, é importante compreen-
der suas implicações e como elas afetam a gestão da escola, e isso inclui alguns
indicadores relevantes como:

INCLUSÃO E DIVERSIDADE

A legislação precisa lidar com questões relacionadas à inclusão de alunos com


necessidades especiais e garantir que as escolas estejam equipadas para ofere-
cer um ambiente inclusivo. Isso pode envolver a criação de políticas e diretrizes
específicas para apoiar a inclusão e a diversidade.

TECNOLOGIA E PRIVACIDADE

Com o avanço da tecnologia, a legislação deve abordar questões relacionadas à


proteção de dados pessoais dos alunos, à segurança cibernética e ao uso ético
da tecnologia nas escolas. Regulamentações relacionadas à privacidade e segu-
rança digital são fundamentais para garantir a proteção dos estudantes.

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BULLYING E CYBERBULLYING

A legislação deve abordar o problema do bullying e do cyberbullying, estabe-


lecendo políticas e procedimentos para prevenção e intervenção adequadas.
Também pode ser necessário definir as consequências legais para os agressores
e a responsabilidade das escolas na prevenção destes comportamentos.

SAÚDE MENTAL E BEM-ESTAR

A saúde mental dos alunos é uma preocupação crescente. A legislação pode


precisar abordar a necessidade de serviços de apoio psicológico nas escolas,
incluindo o treinamento de profissionais de educação para lidar com questões
relacionadas à saúde mental dos alunos.

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E HÍBRIDA

A pandemia da covid-19 destacou a importância da educação a distância e híbri-


da. A legislação precisa abordar questões, como acesso equitativo à educação
online, qualificação e treinamento de professores para o ensino remoto, e garan-
tir que as plataformas digitais utilizadas sejam seguras e eficazes.

AVALIAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS

A legislação relacionada à avaliação dos alunos e à prestação de contas das es-


colas também enfrenta desafios. É necessário repensar os métodos de avaliação
tradicionais e desenvolver abordagens mais abrangentes e adequadas para
medir o desempenho dos alunos e das escolas.

FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

O financiamento adequado das escolas é fundamental para garantir uma gestão


escolar eficaz. A legislação deve abordar questões relacionadas ao financiamento
da educação pública, à equidade na distribuição de recursos e à transparência na
alocação de fundos.

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O financiamento adequado das escolas é fundamental para garantir uma gestão


escolar eficaz. A legislação deve abordar questões relacionadas ao financiamento
da educação pública, à equidade na distribuição de recursos e à transparência
na alocação de fundos.

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VAMOS PRATICAR

1. Legislações educacionais em vigor e suas principais atualizações

As legislações educacionais são fundamentais para o funcionamento do sistema educa-


cional de um país, buscando garantir a qualidade e o acesso à educação para todos os
cidadãos. No Brasil, as principais legislações em vigor e suas atualizações mais relevantes
tiveram suas trajetórias iniciadas a partir do mais importante marco legal, a Constituição
Brasileira. A Constituição Federal (BRASIL, 1988, on-line) estabelece as bases para o
direito à educação no Brasil, determinando que é dever do Estado garantir o acesso à
educação, com igualdade de condições para todos. Além disso, estabelece que a edu-
cação é um direito social, assegurando a sua universalização.

Este patamar legal originou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
regida sob o nº 9.394 (BRASIL, 1996, on-line) como referência na legislação educacional
brasileira. A LDB estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional, abrangendo
desde a Educação Infantil até o Ensino Superior e, ainda, os princípios, como a igualdade
de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas,
entre outros.

Com a reformulação da LDB, a questão da inclusão passou a ser foco nas discussões
educacionais e incentivaram o lançamento do Decreto nº 7.611 (BRASIL, 2011a, on-line),
que regulamentava o atendimento educacional especializado e que consistia na oferta
dos serviços, dos recursos e das estratégias pedagógicas para a inclusão de alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Já no contexto do Ensino Superior, é importante mencionar a Lei de Acesso à Informa-


ção - Lei nº 12.527 (BRASIL, 2011b, on-line), e a Lei de Cotas (Lei nº 12.711 (BRASIL, 2012,
on-line), que por conseguinte, nos anos de 2011 e 2012, tinham a missão de atualizar e
promover o Ensino Superior e a inclusão e a igualdade de oportunidades nesse ensino,
em que a primeira assegura o direito de acesso à informação sobre as instituições de
Ensino Superior, permitindo que os estudantes tenham acesso a dados e a informações
relevantes para tomar decisões educacionais; e a segunda, garantir as cotas raciais no
acesso ao Ensino Superior, estabelecendo um percentual mínimo de vagas reservadas
para estudantes negros, pardos e indígenas.

Outra legislação importante é o Plano Nacional de Educação (PNE), que foi instituído
pela Lei nº 13.005 (BRASIL, 2014a, on-line). O PNE estabelece metas e estratégias para o
desenvolvimento da educação no país em um período de dez anos. Ele abordou temas,

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VAMOS PRATICAR

como a ampliação do acesso à educação, a melhoria da qualidade do ensino, a formação


de professores, a valorização dos profissionais da educação, entre outros aspectos. O
Plano buscou promover a equidade e a inclusão, garantindo a todos os brasileiros o direito
a uma educação de qualidade.

Um aspecto relevante é a valorização dos profissionais da educação. O Plano Nacional de


Educação (PNE) estabelece metas e estratégias para a valorização dos profissionais da
educação, incluindo ações, como a formação inicial e continuada, a melhoria das condi-
ções de trabalho, a adequação do piso salarial e a valorização da carreira docente. Estas
medidas são fundamentais para atrair e manter profissionais qualificados, promovendo
a qualidade da educação.

Seguindo a linha evolutiva das legislações, não podemos esquecer da Lei de Responsabili-
dade Educacional (Lei nº 13.005 (BRASIL, 2014a, on-line), que estabelece as diretrizes para
a responsabilidade das instituições de ensino superior na oferta de cursos e programas
de qualidade, garantindo a proteção dos direitos dos estudantes e a qualidade do ensino.

Além das legislações mencionadas anteriormente, outras legislações foram criadas e/ou
atualizadas em prol de relevantes avanços nas políticas educacionais brasileiras. Como
exemplo, podemos citar a legislação específica voltada para a garantia do acesso e da
permanência das pessoas com deficiência nas escolas regulares. Essa legislação é a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015, on-line),
que estabelece as diretrizes para a promoção da inclusão em todos os níveis de ensino.

Outra importante atualização na legislação educacional foi a aprovação da Base Nacional


Comum Curricular (BNCC), em 2017. A BNCC (BRASIL, 2017, on-line), estabelece os co-
nhecimentos, as competências e as habilidades que todos os estudantes têm o direito
de desenvolver ao longo da escolaridade básica. Ela define os objetivos de aprendizagem
para cada etapa da educação básica e orienta a elaboração dos currículos nas redes de
ensino. A BNCC visa assegurar uma educação de qualidade, com equidade e alinhada
com os desafios do século XXI.

Outro avanço legal de suma importância foi a respeito da formação de professores, em


que o Ministério da Educação (MEC) aprovou, em 2021, as novas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica. Essas diretrizes
buscam fortalecer a formação dos futuros professores, com foco na valorização da do-
cência, na interdisciplinaridade, no uso de tecnologias educacionais e no desenvolvimento
de competências socioemocionais.

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VAMOS PRATICAR

É importante mencionar que, em 2022, a Lei de Cotas - Lei nº 12.711 (BRASIL, 2012, on-line)
foi atualizada e ampliada em termos de abrangência, ou seja, as garantias dos direitos
foram alargadas bem como o alcance de acesso às cotas raciais no Ensino Superior,
passando a estabelecer um percentual mínimo de vagas reservadas para estudantes
negros, pardos e indígenas, em todas as universidades federais, os institutos federais e
as instituições estaduais de ensino.

Nesta breve linha do tempo, percebemos que, com a evolução das legislações educa-
cionais vigentes no Brasil, podemos perceber que as legislações e suas atualizações
abrangem aspectos, como a base curricular, a inclusão, a valorização dos profissionais
da educação, o acesso à informação e a formação de professores. Apesar de existirem
legislações que estabelecem percentuais mínimos de investimento na educação, ainda
é necessário um esforço contínuo para garantir recursos adequados e bem direcionados,
visando à melhoria da infraestrutura escolar, à valorização dos profissionais e ao desen-
volvimento de programas educacionais de qualidade.

Vale destacar que as legislações educacionais estão em constante evolução e podem


sofrer atualizações para se adaptarem aos desafios e às demandas da sociedade. É im-
portante acompanhar estas mudanças para compreender as diretrizes e as políticas edu-
cacionais em vigor e contribuir para a melhoria da educação no país.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 18 set. 2023.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1934. Brasília, DF: Pre-


sidência da República, 1934.

BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação es-


pecial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília, DF:
Diário Oficial da União, 2011a.

BRASIL. Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações e dá


outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2011b. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/. Acesso em: 18 set. 2023.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2015. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.html. Acesso em: 18 set. 2023.

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VAMOS PRATICAR

BRASIL. Ministério da Educação. Guia de implementação da Base Nacional Comum


Curricular: orientações para o processo de implementação da BNCC. Brasília: MEC, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/04/
guia_BNC_2018_online_v7.pdf. Acesso em: 18 set. 2023.

BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universi-
dades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras
providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2012. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso em: 18 set. 2023.

Considerando o exposto sobre as legislações educacionais no Brasil, discorra sobre a


importância da inclusão e da valorização dos profissionais da educação para o desenvol-
vimento de um sistema educacional de qualidade.

2. Principais desafios e conflitos da Gestão Escolar em relação à legislação

Um dos principais desafios da gestão escolar em relação à legislação é lidar com a com-
plexidade e amplitude das leis educacionais. O sistema legal educacional é composto por
uma variedade de leis, normas e regulamentos, o que pode tornar difícil para os gestores
escolares compreenderem e aplicarem corretamente todas as diretrizes. Dessa forma,
os gestores precisam buscar conhecimento e atualização constante sobre a legislação
educacional para garantir a sua adequada implementação. Outro desafio enfrentado pela
gestão escolar é a falta de recursos adequados para a implementação da legislação edu-
cacional. Muitas leis estabelecem direitos e responsabilidades, mas não são acompanha-
das dos recursos financeiros e materiais necessários para sua efetivação. Isso coloca os
gestores em conflito, pois eles precisam buscar alternativas para cumprir as exigências
legais, mesmo diante de limitações orçamentárias.

Além disso, a gestão escolar enfrenta desafios relacionados à interpretação e aplicação


da legislação educacional. A legislação muitas vezes é aberta a diferentes interpretações,
o que pode gerar conflitos de entendimento e divergências na sua implementação. Os
gestores escolares precisam estar preparados para lidar com essas situações, buscando
orientação jurídica adequada e promovendo ações de capacitação pessoal e dos pro-
fissionais envolvidos em sua equipe de gestão. Em síntese, a gestão escolar enfrenta
inúmeros desafios e conflitos, que vão desde a relação com a legislação educacional,
a complexidade das leis, a falta de recursos adequados até a interpretação e aplicação
das normas, perpassando pela falta de políticas públicas mais condizentes e concretas,
que contemplem não apenas os aspectos técnicos da gestão, mas também os princípios
educacionais que as fundamentam.

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VAMOS PRATICAR


As políticas públicas, acompanhando as mudanças ocorridas na gestão empresa-
rial, passam a implementar as reformas administrativas do setor educacional com
base nos novos paradigmas e conferem ao administrador escolar uma importân-
cia estratégica. A descentralização operacional aumentou as responsabilidades
da escola, levando seu gestor a se defrontar com novos desafios e a assumir o
novo papel de coordenar a ação dos diferentes componentes do sistema educa-
cional na tomada de decisões conjuntas, a estimular o trabalho em equipe e as
dinâmicas de trabalho identificadas por cada escola e resolver seus problemas de
forma autônoma, para melhorar as condições da escola, especialmente materiais.
Ele torna-se o elemento central e fundamental para o encaminhamento do pro-
cesso participativo no interior da escola e para sua integração com a comunidade
(CARVALHO, 2005).

Enfim, diante das transformações na gestão e nas políticas públicas do setor educacio-
nal, o papel do administrador escolar a cada dia se torna mais importante, considerando
principalmente o fato de que a descentralização das decisões trouxe consigo um aumen-
to nas responsabilidades da escola, desafiando o gestor a lidar com novos desafios e a
assumir o papel de coordenador das diferentes componentes do sistema educacional.
Nessa posição, é crucial estimular o trabalho em equipe, promover dinâmicas de trabalho
identificadas por cada escola e resolver problemas autonomamente, buscando melhorar
as condições materiais da instituição.

O gestor escolar passa a ser o elemento central para o estabelecimento de um processo


participativo interno na escola, além de buscar sua integração com a comunidade. No
entanto, em meio a esses desafios, é importante destacar que a gestão escolar também
enfrenta conflitos e desafios relacionados à legislação. O cumprimento das normas e
regulamentações, a interpretação dos direitos e deveres educacionais e a conciliação
entre as demandas legais e as necessidades da escola podem representar obstáculos
para os gestores escolares.

Nesse contexto, a capacitação e o conhecimento sobre a legislação educacional se tor-


nam fundamentais para que o gestor possa atuar de forma eficiente, equilibrando as
exigências legais com as demandas da comunidade escolar e garantindo uma gestão
educacional adequada e em conformidade com a legislação vigente.

Fonte: CARVALHO, E. J. G. de. Autonomia da Gestão Escolar: Democratização e Priva-


tização, duas faces de uma mesma moeda. 2005. 132 f. Tese (Doutorado em Educação)
- Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2005.

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VAMOS PRATICAR

Quanto aos desafios da gestão escolar em relação à legislação, quais afirmativas estão
corretas?

I - Um dos desafios enfrentados é a complexidade e a amplitude das leis educacionais,


o que torna difícil para os gestores compreenderem e aplicarem corretamente todas
as diretrizes.
II - A falta de recursos adequados é um desafio para a implementação da legislação
educacional, pois muitas leis não são acompanhadas dos recursos necessários para
sua efetivação.
III - A interpretação e a aplicação da legislação educacional não representam desafios
para os gestores escolares, pois as leis são claras e objetivas.
IV - A capacitação e o conhecimento sobre a legislação educacional são fundamentais para
que os gestores atuem, de forma eficiente e em conformidade com a legislação vigente.

É correto o que se afirma em:

a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

3. Políticas Públicas relacionadas à Gestão Escolar

As políticas públicas relacionadas à gestão escolar desempenham um papel crucial na busca


por uma educação de qualidade e na promoção da igualdade de oportunidades para todos os
estudantes. Essas políticas visam estabelecer diretrizes, normas e programas que orientem a
gestão das escolas, garantindo a eficiência administrativa, o fortalecimento da participação
da comunidade escolar e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras.

No âmbito governamental, diversos programas têm sido implementados para auxiliar na


melhoria da gestão escolar e na promoção de um ambiente educacional mais inclusivo e
eficiente. Um exemplo é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que tem como
objetivo fornecer alimentação saudável e adequada aos estudantes da rede pública de en-
sino, contribuindo para o combate à desnutrição e para a melhoria do desempenho escolar.

Outro programa relevante é o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que busca
garantir recursos financeiros às escolas, permitindo a realização de investimentos em
infraestrutura, compra de materiais didáticos e capacitação de professores. Esse pro-
grama visa fortalecer a autonomia das escolas na gestão de seus recursos e promover a
transparência na utilização dos recursos públicos.

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VAMOS PRATICAR

Além disso, o governo tem investido em programas de formação continuada para gestores
escolares, como o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Escolares (PNAGE),
que oferece cursos e capacitações voltados para o desenvolvimento de competências
gerenciais e pedagógicas dos diretores e coordenadores escolares. Essas formações
visam aprimorar a liderança e a tomada de decisão dos gestores, refletindo diretamente
na qualidade da gestão escolar.

Outro programa relevante é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC),
que busca garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade.
Esse programa envolve ações conjuntas entre governo federal, estados, municípios e
universidades, com o objetivo de oferecer apoio pedagógico aos professores e desenvol-
ver práticas de ensino eficazes, contribuindo para o alcance das metas de alfabetização.

Além desses programas, é importante ressaltar a relevância de políticas públicas que pro-
movam a inclusão de estudantes com deficiência e necessidades educacionais especiais,
como a implementação de salas de recursos multifuncionais, a oferta de apoio especia-
lizado e a garantia de acessibilidade física e pedagógica nas escolas. Estes esforços são
essenciais para o desenvolvimento educacional do país e para a formação de cidadãos
críticos, atuantes e preparados para os desafios do século XXI.

Fonte: BRASIL. Curso PDDE/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 5.


ed. atual. Brasília: MEC, FNDE, 2013.

Quais programas governamentais têm como objetivo promover a gestão escolar eficiente
e a qualidade da educação? Analise as afirmativas:

I - Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).


II - Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
III - Programa Nacional de Capacitação de Gestores Escolares (PNAGE).
IV - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

É correto o que se afirma em:

a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Brasília, DF: Presidência do BRASIL. Brasília, DF: Presidência da Repú-
blica, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso
em: 18 set. 2023.
BRASIL. Parecer CNE/CP nº 9/2001, aprovado em 8 de maio de 2001. Diretrizes Curri-
culares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior,
curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília: MEC, 2001.
BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação espe-
cial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília, DF: Diário
Oficial da União, 2011a.
BRASIL. Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações e dá
outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2011b. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/. Acesso em: 18 set. 2023.
BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universi-
dades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras
providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2012. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso em: 18 set. 2023.
BRASIL. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: formação de professores no
pacto nacional pela alfabetização na idade certa / Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2012.
BRASIL. Curso PDDE/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 5. ed. atual.
Brasília: MEC, FNDE, 2013.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação
(PNE) e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2014a.
BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.
Brasília: MEC, SEB, 2014b.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2015. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.html. Acesso em: 18 set. 2023.
CARVALHO, E. J. G. de. Autonomia da Gestão Escolar: Democratização e Privatização,
duas faces de uma mesma moeda. 2005. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade
Metodista de Piracicaba, Piracicaba.
MELLO, C. A. B. de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: JusPODIVM, 2021.

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GABARITO

1. A inclusão e a valorização dos profissionais da educação são fundamentais para o desen-


volvimento de um sistema educacional de qualidade. A legislação educacional brasileira
tem buscado promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do de-
senvolvimento e altas habilidades/superdotação, garantindo-lhes acesso e permanência
nas escolas regulares, por meio do atendimento educacional especializado. Isso contribui
para a construção de uma sociedade mais igualitária e para o desenvolvimento de com-
petências socioemocionais e interdisciplinares. Além disso, a valorização dos profissionais
da educação é essencial para atrair e manter profissionais qualificados, o que impacta
diretamente na qualidade do ensino. As legislações têm estabelecido diretrizes para a
formação inicial e continuada dos professores, melhoria das condições de trabalho, ade-
quação do piso salarial e valorização da carreira docente. Essas medidas visam promover
a valorização da docência, a atualização pedagógica e o uso de tecnologias educacionais,
contribuindo para a melhoria da prática docente e, consequentemente, para a qualidade
da educação oferecida aos estudantes. Dessa forma, a inclusão e a valorização dos pro-
fissionais da educação são pilares fundamentais para garantir um sistema educacional
inclusivo, equitativo e de qualidade, que promova o pleno desenvolvimento dos alunos e
prepare-os para os desafios do século XXI.

2. D. A alternativa I está correta, pois o texto menciona a complexidade e a amplitude das


leis educacionais como um dos desafios da gestão escolar em relação à legislação. A
afirmativa II está correta, pois o texto menciona a falta de recursos adequados para a
implementação da legislação educacional como um desafio enfrentado pelos gestores
escolares. A afirmativa III está incorreta, pois o texto menciona que a legislação, muitas
vezes, é aberta a diferentes interpretações, o que pode gerar conflitos de entendimento
e divergências na sua implementação. A afirmativa IV está correta, pois o texto destaca a
importância da capacitação e do conhecimento sobre a legislação educacional para que
os gestores possam atuar, de forma eficiente e em conformidade com a legislação vigente.

3. E. I, II, III e IV, pois todas as alternativas estão corretas e correspondem ao seu teor, sendo que
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) busca fornecer alimentação saudável aos
estudantes, contribuindo para o combate à desnutrição e a melhora no desempenho escolar;
o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem como objetivo garantir recursos financeiros
às escolas, fortalecendo a autonomia na gestão e permitindo investimentos em infraestrutura
e materiais didáticos, o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Escolares (PNAGE)
oferece cursos e capacitações para desenvolver competências gerenciais e pedagógicas dos
diretores e coordenadores escolares e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
(PNAIC) busca garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade,
por meio de ações conjuntas entre governo federal, estados, municípios e universidades.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 3

O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR

MINHAS METAS

Identificar as principais responsabilidades e as funções do gestor escolar.

Avaliar o impacto do papel do gestor escolar na comunidade.

Distinguir o papel do Vice-diretor (Vice Assessor, Diretor Auxiliar ou Assessor de Direção).

Investigar as estratégias eficazes utilizadas por gestores de sucesso.

Desvelar as habilidades e as competências necessárias para o exercício da função de


gestor escolar.

Conhecer a importância da formação continuada e do desenvolvimento profissional do


gestor escolar.

Apontar a importância do desenvolvimento de habilidades socioemocionais no contexto


da gestão escolar, na vertente da saúde mental do gestor.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA

O gestor é peça fundamental no ambiente escolar e, por isso, suas ações são cru-
ciais para o sucesso de toda a instituição educacional. A importância da figura
do gestor reside na habilidade de liderar e de fazer a gestão dos processos que
influenciam e envolvem desde o desenvolvimento acadêmico dos estudantes,
perpassando a qualidade do ensino, a condução do ambiente escolar como um
todo, até a promoção da comunicação eficaz e colaborativa entre todos os envol-
vidos, incluindo os pais e a comunidade.
Você consegue imaginar um gestor escolar sem estas características? Quase
impossível, pois sem essas características, um gestor escolar não seria capaz de
uma atuação completa e tão pouco exercer suas funções.
Então, que tal descobrirmos mais sobre o importante papel do gestor escolar
e seu impacto no ambiente educacional?

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Neste podcast, descubra como os gestores escolares desem-


penham um papel fundamental na construção de um ambi-
ente educacional positivo, inspirador e em prol da diferença na
educação. Vamos juntos dar o play?

O gestor escolar desempenha um papel essencial na dinâmica educacional e tem


a responsabilidade de coordenar e articular as diferentes áreas da escola, visando
à integração, à harmonia entre todos os envolvidos, à implementação de políticas
educacionais e à gestão eficiente dos recursos disponíveis. Sua presença é impres-
cindível para garantir o progresso e o enfrentamento dos desafios.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

VAMOS RECORDAR?
O vídeo “Gestão Democrática”, faz parte da série Gestão em Foco e retrata a
relação da comunidade escolar com a equipe gestora, dentro do contexto da
garantia dos processos, do fortalecimento da coletividade e do comprometi-
mento com a educação. É uma produção da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná, por meio da Coordenação de Produção Audiovisual. A Instituição
disponibiliza um canal chamado @MultimeiosPR no YouTube, onde o Educa
Play apresenta diversos vídeos formativos. Vamos assistir?

https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Liderar uma instituição de ensino, promover um ambiente propício para o de-


senvolvimento dos estudantes, coordenar uma equipe de profissionais e desem-
penhar um papel fundamental na definição e na implementação das políticas
educacionais são algumas das responsabilidades do gestor escolar que devem ser
estabelecidas em um projeto pedagógico consistente, alinhado com as diretrizes
curriculares e as necessidades da comunidade escolar.
Além destas atribuições, ele também é o responsável pela gestão administra-
tiva e financeira da instituição e deve garantir o adequado uso dos recursos dis-
poníveis. Ele deve ser capaz de tomar decisões estratégicas, buscando a eficiência
e a eficácia dos processos escolares bem como promover a melhoria contínua em
todas as áreas da escola.

IN D ICAÇÃO DE LI V RO

A nova edição do Livro O que revela o espaço escolar? – Um


livro para diretores de escola (2013), da Comunidade Edu-
cativa CEDAC em parceria com a Editora Moderna e com a
Fundação Santillana, é uma obra valiosa para diretores de
escolas que buscam transformar e aprimorar suas práticas.
A obra é um material de formação que permite um aprofun-
damento aos projetos que envolvem o contexto da gestão
escolar, por meio de abordagens inovadoras e de orientações
para o acompanhamento contínuo do processo educacional.
Aqui, você encontra o link para o download gratuito do livro
completo, em pdf:
https://comunidadeeducativa.org.br/wp-content/up-
loads/2021/04/O-que-revela-o-espaco-escolar_um-liv-
ro-para-diretores-de-escola_CE-CEDAC.pdf

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

Ser um gestor escolar requer, ainda, habilidades de liderança, comunicação, ne-


gociação e resolução de problemas. É preciso ter visão estratégica, capacidade
de motivar e engajar a equipe bem como de promover a participação ativa dos
pais e da comunidade na vida escolar, estar atualizado sobre as tendências e as
inovações educacionais e buscar, constantemente, novas práticas e metodologias
que possam contribuir para a qualidade do ensino.

O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR

PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES E FUNÇÕES DO GESTOR


ESCOLAR

O gestor escolar desempenha um papel fundamental no ambiente educacional,


sendo responsável por diversas áreas que abrangem desde aspectos administra-
tivos até os aspectos pedagógicos e de liderança. Sua atuação é essencial para o
bom funcionamento da instituição, para a promoção do ensino de qualidade e
para o desenvolvimento pleno dos alunos.
Nos âmbitos administrativo-pedagógico, sua incumbência é planejar, organizar
e controlar os recursos materiais, financeiros e humanos da instituição. Em vista
disso, suas ações ainda devem proporcionar, enquanto liderança, a promoção do
clima organizacional saudável, a colaboração entre os membros da equipe, o esta-
belecimento de uma comunicação eficiente que incentive a participação de toda
a comunidade escolar. Para Gadotti (2002), isso é o grande exemplo de gestão
democrática, onde cada um assume de maneira participativa sua responsabilidade.
Quanto à gestão pedagógica, seu papel é de liderança voltada para o desen-
volvimento e para o acompanhamento das práticas educacionais, por intermé-
dio da coordenação geral de todas as ações pedagógicas que devem estimular
a formação continuada, acompanhar as diretrizes curriculares, as legislações
vigentes e o monitoramento do desempenho dos alunos, buscando identificar
suas dificuldades e propor intervenções adequadas.

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UN I AS S ELV I

É responsável ainda, por organizar a elaboração e coordenar a execução do


projeto político-pedagógico da escola e estabelecer parcerias que contribuam para
o desenvolvimento da instituição. Deve ser exemplo de ética, comprometimento,
profissionalismo e atuar como líder na tomada de decisões assertivas, gerir confli-
tos, promover o diálogo, estimular o trabalho em equipe e de adaptar o cenário às
mudanças e às transformações ocorridas ao longo de sua gestão. Além das respon-
sabilidades e das funções já mencionadas, o gestor escolar também desempenha
outras atividades essenciais para o bom funcionamento da escola. Entre elas:

GESTÃO DE EQUIPES

O gestor escolar é responsável por liderar e orientar a equipe de professores, co-


ordenadores pedagógicos, funcionários administrativos e demais profissionais da
escola. Ele deve incentivar a colaboração, promover a troca de experiências e de
conhecimentos, além de oferecer suporte e capacitação para o aprimoramento
do trabalho em equipe.

RELACIONAMENTO COM AS FAMÍLIAS

O gestor escolar é o elo entre a instituição de ensino e as famílias (pais ou re-


sponsáveis) dos alunos. Ele deve estabelecer uma comunicação transparente,
acolhedora e eficiente, informando sobre o desempenho dos estudantes, os
eventos escolares, as orientações pedagógicas e demais assuntos pertinentes.
Além disso, é importante que o gestor esteja disponível para ouvir, dialogar e at-
ender às demandas oriundas das famílias, fortalecendo esta relação entre ambas.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

PROMOÇÃO DA INCLUSÃO E DA DIVERSIDADE

O gestor escolar deve zelar pela inclusão, independentemente das características


e das necessidades especiais dos alunos, da origem étnica, da religião ou de
qualquer outra forma de diversidade. Ele deve criar um ambiente escolar acolhedor,
livre de discriminação e preconceito, promovendo ações e projetos que valorizem a
diversidade e estimulem a convivência harmoniosa entre toda a comunidade.

DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS

O gestor escolar tem a responsabilidade de acompanhar de perto o desenvolvi-


mento dos alunos. Ele deve analisar os resultados das avaliações, identificar
possíveis problemas ou dificuldades de desempenho ou aprendizagem e propor
ações de superação. Além disso, o gestor deve estar atento ao bem-estar emo-
cional e social dos estudantes, buscando estratégias para promover um ambi-
ente saudável e propício ao desenvolvimento integral.

BUSCA POR INOVAÇÃO E MELHORIA CONTÍNUA

O gestor escolar deve estar atualizado sobre as tendências e as inovações na


área da educação, buscando, constantemente, novas metodologias, novos re-
cursos e tecnologias que possam contribuir para a melhoria do ensino. Ele deve
incentivar a formação continuada dos professores, estimulando a participação
em cursos, seminários e eventos educacionais bem como promover espaços de
reflexão e troca de experiências.

E M FO CO

Ser um gestor escolar é mais do que ocupar um cargo admin-


istrativo, é fazer a diferença na vida dos alunos, contribuindo
para a formação de cidadãos conscientes, éticos e preparados
para os desafios do mundo contemporâneo. Ele deve ser um
facilitador do processo de ensino-aprendizagem e estimular
a criatividade, o pensamento crítico e a autonomia dos es-
tudantes. Um gestor escolar deve ser ciente da necessidade
de realizar um trabalho desafiador que permite transformar a
educação e a sociedade como um todo.

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UN I AS S ELV I

O IMPACTO DO PAPEL DO GESTOR ESCOLAR NA QUALIDADE DO


ENSINO-APRENDIZAGEM

O papel que o gestor desempenha como líder, em relação à qualidade do ensi-


no-aprendizagem influencia diretamente nos indicadores de desempenho e na
satisfação dos alunos. Uma das suas principais responsabilidades se encontra
associada ao alcance de metas e objetivos educacionais, definidos por uma gestão
clara e compartilhada, agregada a um propósito com direcionamento em prol de
toda a comunidade escolar.
Seu papel como gestor impacta, diretamente, na criação de condições ade-
quadas para o desenvolvimento profissional dos professores, por meio de supor-
te pedagógico e programas de capacitação e formação continuada para o apri-
moramento docente em relação às melhores práticas de ensino e metodologias
educacionais. Esta ação gestora, incentiva exatamente a obtenção de resultados
positivos para a escola, atingidos principalmente em sala de aula, porém, que
ultrapassam estes limites.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3


“A avaliação da aprendizagem não é, pois, um processo isolado que
se faz no interior da sala de aula e que só diz respeito a professores
e alunos, mas se integra no projeto político pedagógico da escola,
nos projetos interdisciplinares de intervenção pedagógica propostos
pelos membros da comunidade escolar e se vincula estreitamente
ao processo de avaliação institucional. Este processo é mais amplo
e complexo e está centralizado em relações, decisões e resultados de
ações da instituição como um todo orgânico, assim, para ser completa
e atingir os objetivos, deve contemplar e incorporar os resultados da
avaliação da aprendizagem dos alunos” (VELANGA, 2019, p. 183).

Estes impactos da ação do gestor ocorrem quando


ele exerce seu papel de monitorar e acompanhar a Ao acompanhar
de perto estes
avaliação do desempenho dos alunos, já que estas
indicadores, o
estratégias dependem da utilização de indicadores
gestor escolar tem
de desempenho (notas, taxas de aprovação, evasão a oportunidade
escolar etc.) para identificar os pontos fortes e fra- de intervir e
cos bem como para direcionar outras ações. implementar
Nesta perspectiva, um dos indicadores que ele políticas e práticas
pode utilizar é a satisfação dos alunos, pois um que visem elevar a
qualidade do ensino
ambiente educacional estimulante, com infraes-
e da aprendizagem
trutura adequada, recursos pedagógicos de qua-
dos alunos, por
lidade e uma relação de respeito e diálogo, tende intermédio de metas
a gerar mais satisfação entre os alunos, gerando educacionais e a
engajamento, participação nas atividades escolares promoção de um
e, consequentemente, melhor desempenho ambiente acolhedor.
educacional da avaliação da aprendizagem.

Segundo o IBGE (2008), os indicadores são ferramentas constituídas de


variáveis que, associadas a partir de diferentes configurações, expressam
significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem.

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UN I AS S ELV I

Para potencializar o impacto do gestor escolar na qualidade do ensino-aprendi-


zagem, é fundamental que ele esteja em constante atualização e aprimoramento
profissional. Por isso, participar de cursos, workshops, conferências, trilhas de
formação e redes de troca de experiências com outros gestores educacionais é
de suma importância e permite adquirir novos conhecimentos e compartilhar as
melhores práticas. Um gestor comprometido em se desenvolver, continuamente,
tem mais chances de liderar uma escola de sucesso capaz de oferecer uma edu-
cação de qualidade aos alunos.
Este tipo de gestão, quando realizada, dá ao gestor escolar o poder de im-
pactar, positivamente, a vida dos estudantes, contribuindo para sua formação
integral e para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e preparada
para os desafios do futuro.

O PAPEL DO VICE-DIRETOR (VICE ASSESSOR, DIRETOR AUXILIAR


OU ASSESSOR DE DIREÇÃO)

VAMOS RECORDAR?
A animação “Papel do Diretor e do Diretor Auxiliar”, faz parte da série Gestão
em Foco e retrata as funções dos dois profissionais em mais uma produção
da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, por meio da Coordenação de
Produção Audiovisual (@MultimeiosPR Educa Play no YouTube).
Vamos assistir?

https://www.youtube.com/watch?v=ZuViF0zGxGg

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O papel do vice-diretor, também conhecido como vice assessor ou assessor de


direção, está pontualmente ligado à função crucial que ele desempenha dentro
de uma organização escolar, conectadamente, auxiliando o gestor.
Este cargo faz parte da equipe de gestão que atua em conjunto com o dire-
tor para garantir a eficiência e o sucesso das ações desenvolvidas. Sua principal
responsabilidade é auxiliar o titular nas tomadas de decisões estratégicas, e, para
isso, ambos devem estreitar esta relação, por meio de colaboração mútua, partilha
de ideias, análise de dados e avaliação de abordagens que melhor caracterize os
modos de trabalhos. Nesse contexto, o vice-diretor traz uma perspectiva valiosa
para o processo de tomada de decisão, contribuindo, geralmente, com sua ex-
periência e seu conhecimento em áreas específicas, distintas da área do diretor.
O vice-diretor também assume, interinamente, a liderança, na ausência do di-
retor, garantindo, com isso, que a organização continue funcionando sem proble-
mas, mantendo a estabilidade e a continuidade das atividades nesses momentos.
Outra função importante é a atuação como elo entre o diretor e os colaboradores,
facilitando a comunicação e a execução das diretrizes e das metas estabelecidas
pela direção. Cabe a ele supervisionar o desempenho das equipes, fornecer orien-
tação e apoio e resolver conflitos ou problemas de menor escala administrativa
que possam surgir.

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UN I AS S ELV I

Em algumas situações, o vice-diretor desempenha o papel de coordenação do


planejamento de pessoal da organização, colaborando com o diretor no desenvol-
vimento de ações de gestão de recursos humanos que vão desde o envolvimento
no processo de contratação de novos funcionários (entrevistas, avaliação de cur-
rículos e seleção dos candidatos mais adequados), nas orientações e diretrizes
para a equipe de recursos humanos, até o desenvolvimento de políticas e práticas
de gestão de pessoas.
Outra área em que o vice-diretor desempenha um papel importante é na re-
presentação da organização em eventos, reuniões, negociações externas, encontros
com parceiros, fornecedores e autoridades, sendo responsáveis por transmitir a
visão e os valores da organização, além de negociar acordos e parcerias estratégicas.
Diante de tantas funcionalidades, é notória a percepção de que o papel do vi-
ce-diretor é essencial como membro da equipe de liderança de uma organização.
A variedade de funções que ele desempenha, desde apoiar o diretor nas tomadas
de decisão estratégicas até representar a organização externamente, abrange a
importância de sua contribuição para o bom funcionamento e o sucesso da uma
equipe gestora.

ESTRATÉGIAS EFICAZES DE GESTÃO ESCOLAR

A eficácia é um fator determinante para o sucesso da gestão escolar de uma insti-


tuição de ensino. Gestores escolares bem-sucedidos empregam estratégias funda-
mentais que abrangem o planejamento estratégico, a gestão de recursos humanos,
a gestão financeira e o envolvimento da comunidade escolar. A gestão escolar
eficaz é um processo complexo que requer habilidades e estratégias eficazes bem
fundamentadas e abrangentes, utilizadas por gestores de sucesso que focaram na
liderança, na visão estratégica, na capacidade de promover o engajamento e no
desenvolvimento da comunidade escolar como parceira em potencial.
Alguns pilares são considerados como implementos destas estratégias efica-
zes. Entre eles, podemos citar o planejamento estratégico, a gestão de recursos
humanos, a gestão financeira e o envolvimento da comunidade escolar.

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para a gestão escolar


eficaz. Os gestores de sucesso dedicam tempo e esforço na definição de metas
claras e no desenvolvimento de planos de ação que orientem a instituição em
direção a essas metas. O planejamento estratégico envolve a identificação das
necessidades e das demandas da comunidade escolar, a análise do ambiente
educacional, a definição de políticas e diretrizes, além da implementação de aval-
iações regulares para acompanhar o progresso.

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

A gestão de recursos humanos desempenha um papel crucial na qualidade do


ensino e no clima escolar. Os gestores de sucesso valorizam a equipe escolar
e investem em sua capacitação e seu desenvolvimento profissional contínuo.
Promovem um ambiente de trabalho positivo, estimulando a colaboração, a co-
municação e o reconhecimento dos esforços individuais e coletivos. A gestão de
recursos humanos eficaz também envolve o recrutamento e a seleção cuidadosa
de profissionais comprometidos com a missão da escola.

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UN I AS S ELV I

GESTÃO FINANCEIRA

A gestão financeira eficaz é fundamental para garantir a sustentabilidade e o


crescimento da instituição de ensino. Gestores de sucesso utilizam estratégias que
envolvem o planejamento orçamentário, o monitoramento rigoroso dos recursos
financeiros, a busca de parcerias e fontes de financiamento alternativas bem como
a alocação estratégica dos recursos disponíveis. A transparência na gestão finan-
ceira contribui para a confiança da comunidade escolar e para a otimização dos
investimentos em infraestrutura, materiais didáticos e formação docente.

ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR

O envolvimento da comunidade escolar é um fator essencial para o sucesso


educacional. Os gestores eficazes promovem a participação ativa de pais, alunos,
professores, funcionários e membros da comunidade em geral. Eles estabelecem
canais de comunicação abertos, realizam reuniões periódicas, promovem even-
tos e atividades que estimulem a participação da comunidade na vida escolar.
O envolvimento da comunidade fortalece os laços entre a escola e a sociedade,
além de criar um senso de pertencimento e responsabilidade compartilhada
pelos resultados educacionais.

Ao implementar estas estratégias, os gestores podem criar um ambiente propício


para a excelência educacional, promovendo o sucesso acadêmico dos alunos e
o fortalecimento da escola como instituição eficiente e de sucesso. Embora as
estratégias de gestão escolar sejam fundamentais para que este sucesso ocorra,
é importante reconhecermos que os gestores também enfrentam e enfrentarão
desafios significativos.
Na listagem, podemos incluir a falta de recursos financeiros, a resistência
às mudanças (quando necessárias) e a falta de engajamento por parte da co-
munidade escolar. No entanto gestores de sucesso apontam algumas soluções
de superação, como um planejamento financeiro que priorize os investimentos
mais impactantes para a melhoria da qualidade educacional, uma postura trans-
parente, tanto nas prestações de contas como na explicação sobre os benefícios
das mudanças propostas, a escuta das vozes dos membros da comunidade nos
processos decisórios e a oferta de um ambiente acolhedor e inclusivo, onde a
comunidade se sinta valorizada e participante ativa.

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HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O GESTOR ESCOLAR

No contexto desafiador da gestão escolar, algumas habilidades são necessárias


para que os gestores possam desempenhar seu papel de forma concreta. Foco na
liderança, comunicação efetiva, resolução de problemas e tomada de decisões são
algumas dessas habilidades fundamentais para enfrentar os desafios cotidianos
e alcançar resultados positivos.

A liderança é uma habilidade essencial para o gestor escolar, pois envolve


a capacidade de influenciar e motivar as pessoas em direção a objetivos comuns.

Um líder eficaz é capaz de inspirar e engajar sua equipe, estabelecendo uma visão
clara e compartilhada. Ele deve ser um exemplo a ser seguido, demonstrando
integridade, empatia e respeito, deve ter uma visão clara e estratégica do futuro
da instituição, deve estabelecer metas e objetivos coerentes com essa visão, ser
capaz de analisar diferentes opções, considerar os prós e contras e tomar decisões
assertivas. Além disso, deve saber delegar, distribuir tarefas e responsabilidades
de forma adequada, confiando nas habilidades de sua equipe.

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Um líder eficaz é capaz de se comunicar, de forma clara e objetiva, ouvindo


e dando feedback de maneira construtiva.

A comunicação é a base para um relacionamento saudável e produtivo dentro da


escola. Um gestor escolar deve possuir habilidades de comunicação efetiva
para estabelecer um diálogo aberto e transparente com sua equipe, seus
alunos, seus pais e demais membros da comunidade escolar.

Uma das principais habilidades de um bom gestor escolar é sabe ouvir com em-
patia as preocupações, as ideias e as sugestões de sua equipe. Essa habilidade será
como meio transmissor de informações com clareza e forma objetiva, evitando
ambiguidades e ruídos de comunicação. Um gestor com essa habilidade cria
espaços de diálogo e incentivo à participação de todos os membros da
comunidade escolar, mantendo uma comunicação aberta e construtiva com
pais, responsáveis e membros da comunidade, buscando parcerias em prol do
desenvolvimento dos alunos.

A gestão escolar é permeada de desafios e problemas que requerem habilidades


efetivas de resolução. Um gestor escolar deve estar preparado para iden-
tificar, analisar e encontrar soluções adequadas para os problemas que
surgem no cotidiano da instituição.

Gestores eficazes são capazes de analisar problemas de maneira crítica, identi-


ficando suas causas e seus impactos, buscar soluções inovadoras e criativas
para os problemas, considerando diferentes perspectivas e explorando novas
abordagens. Ele envolve os membros da equipe na busca por soluções, incenti-
vando a colaboração e o compartilhamento de ideias.

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Tomar decisões é uma responsabilidade constante do gestor escolar, pois


impacta diretamente o rumo da instituição. Um gestor eficaz deve ser capaz
de tomar decisões fundamentadas e assertivas, considerando diferentes fatores
e objetivos.

Ser um gestor escolar eficaz requer um conjunto de habilidades, como a bus-


ca de informações relevantes, análise de dados, avaliação dos possíveis riscos e
benefícios envolvidos em cada decisão, buscando o equilíbrio entre eles, com a
responsabilidade pelos resultados e a valorização do aprendizado e apri-
moramento contínuos.
Estas habilidades são essenciais para enfrentar os desafios e promover um
ambiente positivo, colaborativo e inclusivo. Ao desenvolver essas habilidades, o
gestor escolar estará capacitado para liderar sua equipe, se comunicar de forma
eficaz, resolver problemas e tomar decisões que promovam o sucesso educacional
dos alunos e o crescimento da instituição de ensino.

NOVOS DESAFIOS

Um papo sobre saúde emocional e mental

Lidar com as demandas da gestão escolar pode ser estressante e desafiador, en-
volvendo pressões externas, tomadas de decisão difíceis e a responsabilidade pelo
bem-estar de toda a comunidade escolar. O estresse e a carga emocional podem
afetar, negativamente, a saúde mental do gestor, resultando em esgotamento,
ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental.

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UN I AS S ELV I

Portanto, é fundamental que o gestor cuide de sua saúde mental, buscando


apoio adequado, estabelecendo limites saudáveis e praticando autocuidado. É
essencial que o gestor tenha estes cuidados, pois ambos são fatores fundamentais
para a realização de um bom trabalho e de uma vida pessoal satisfatória.
Ao lidar com situações desafiadoras, como conflitos entre alunos, problemas
de disciplina ou questões familiares, o gestor com inteligência emocional é capaz
de manter a calma e tomar decisões equilibradas, considerando não apenas os
aspectos práticos da situação, mas também o impacto emocional que ela pode
ter em todas as partes envolvidas.
Um gestor com sua saúde emocional e mental em dia é capaz de resolver
conflitos e tomar decisões com bem mais cuidado e zelo, transmitindo para a
equipe aspectos, como a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as
próprias emoções e as emoções dos outros, ou seja, inteligência emocional, resi-
liência e autoconhecimento, contribuindo, assim, para o clima de um ambiente
salutar que incentiva a equipe escolar e os estudantes a cuidarem de si mesmos,
promovendo um ambiente de apoio, compreensão e bem-estar.

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VAMOS PRATICAR

1. PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES E FUNÇÕES DO GESTOR ESCOLAR

O gestor escolar desempenha um papel fundamental no ambiente educacional, sendo res-


ponsável por diversas áreas que abrangem desde aspectos administrativos até os aspectos
pedagógicos e de liderança. Sua atuação é essencial para o bom funcionamento da institui-
ção, para a promoção do ensino de qualidade e para o desenvolvimento pleno dos alunos.

Nos âmbitos administrativo-pedagógico, sua incumbência é planejar, organizar e con-


trolar os recursos materiais, financeiros e humanos da instituição. Em vista disso, suas
ações ainda devem proporcionar, enquanto liderança, a promoção do clima organizacional
saudável, a colaboração entre os membros da equipe, o estabelecimento de uma
comunicação eficiente que incentive a participação de toda a comunidade escolar. Para
Gadotti (2002), isso é o grande exemplo de gestão democrática, onde cada um assume,
de maneira participativa, sua responsabilidade. Quanto à gestão pedagógica, seu papel
é de liderança voltada para o desenvolvimento e para o acompanhamento das práticas
educacionais, por intermédio da coordenação geral de todas as ações pedagógicas que
devem estimular a formação continuada, acompanhar as diretrizes curriculares, as le-
gislações vigentes e o monitoramento do desempenho dos alunos, buscando identificar
suas dificuldades e propor intervenções adequadas. É responsável, ainda, por organizar
a elaboração e coordenar a execução do projeto político-pedagógico da escola e estabe-
lecer parcerias que contribuam para o desenvolvimento da instituição. Deve ser exemplo
de ética, comprometimento, profissionalismo e atuar como líder na tomada de decisões
assertivas, gerir conflitos, promover o diálogo, estimular o trabalho em equipe e de adaptar
o cenário às mudanças e às transformações ocorridas ao longo de sua gestão. Além das
responsabilidades e das funções já mencionadas, o gestor escolar também desempenha
outras atividades essenciais para o bom funcionamento da escola. Entre elas:

GESTÃO DE EQUIPES - o gestor escolar é responsável por liderar e orientar a equipe de


professores, coordenadores pedagógicos, funcionários administrativos e demais profis-
sionais da escola. Ele deve incentivar a colaboração, promover a troca de experiências
e conhecimentos, além de oferecer suporte e capacitação para o aprimoramento do
trabalho em equipe.

RELACIONAMENTO COM AS FAMÍLIAS - o gestor escolar é o elo entre a instituição


de ensino e as famílias (pais ou responsáveis) dos alunos. Ele deve estabelecer uma
comunicação transparente, acolhedora e eficiente, informando sobre o desempenho
dos estudantes, os eventos escolares, as orientações pedagógicas e demais assuntos
pertinentes. Além disso, é importante que o gestor esteja disponível para ouvir, dialogar
e atender às demandas oriunda das famílias, fortalecendo esta relação entre ambas.

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VAMOS PRATICAR

PROMOÇÃO DA INCLUSÃO E DA DIVERSIDADE - o gestor escolar deve zelar pela


inclusão, independentemente das características e das necessidades especiais dos
alunos, da origem étnica, da religião ou de qualquer outra forma de diversidade. Ele deve
criar um ambiente escolar acolhedor, livre de discriminação e preconceito, promovendo
ações e projetos que valorizem a diversidade e estimulem a convivência harmoniosa
entre toda a comunidade.

DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS - o gestor escolar tem a responsabilidade de acom-


panhar de perto o desenvolvimento dos alunos. Ele deve analisar os resultados das ava-
liações, identificar possíveis problemas ou dificuldades de desempenho ou aprendiza-
gem e propor ações de superação. Além disso, o gestor deve estar atento ao bem-estar
emocional e social dos estudantes, buscando estratégias para promover um ambiente
saudável e propício ao desenvolvimento integral.

BUSCA POR INOVAÇÃO E MELHORIA CONTÍNUA - o gestor escolar deve estar atualiza-
do sobre as tendências e as inovações na área da educação, buscando, constantemente,
novas metodologias, novos recursos e novas tecnologias que possam contribuir para a
melhoria do ensino. Ele deve incentivar a formação continuada dos professores, estimu-
lando a participação em cursos, seminários e eventos educacionais, bem como promover
espaços de reflexão e troca de experiências.

As principais responsabilidades e as funções do gestor escolar envolvem aspectos ad-


ministrativos, pedagógicos e de liderança. Sua atuação é essencial para o sucesso da
instituição, garantindo um ambiente propício ao aprendizado, promovendo o desenvol-
vimento dos alunos e construindo uma escola de qualidade. Este papel multifacetado
é imprescindível para a construção de uma escola de excelência, que proporcione um
ambiente educacional de qualidade e contribua para a formação dos alunos. Ser um
gestor escolar é mais do que ocupar um cargo administrativo, é fazer a diferença na vida
dos alunos, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes, éticos e preparados
para os desafios do mundo contemporâneo. Ele deve ser um facilitador do processo de
ensino-aprendizagem e estimular a criatividade, o pensamento crítico e a autonomia dos
estudantes. Um gestor escolar deve ser ciente da necessidade de realizar um trabalho
desafiador que permite transformar a educação e a sociedade como um todo.

Fonte: GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. Autonomia da Escola: princípios e propostas. 5. ed.


São Paulo: Cortez, 2002.

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VAMOS PRATICAR

Qual é uma das responsabilidades do gestor escolar na área administrativa?

a) Desenvolver e implementar o currículo escolar.


b) Avaliar o desempenho dos alunos e propor intervenções adequadas.
c) Gerir os recursos materiais, financeiros e humanos da instituição.
d) Elaborar parcerias para o desenvolvimento da comunidade escolar.
e) Coordenar a execução do projeto político-pedagógico da escola.

2. O IMPACTO DO PAPEL DO GESTOR ESCOLAR NA QUALIDADE DO ENSINO-APREN-


DIZAGEM

O papel que o gestor desempenha como líder, em relação à qualidade do ensino-apren-


dizagem, influencia diretamente nos indicadores de desempenho e na satisfação dos
alunos. Uma das suas principais responsabilidades se encontra associada ao alcance de
metas e objetivos educacionais, definidos por uma gestão clara e compartilhada, agregada
a um propósito com direcionamento em prol de toda a comunidade escolar.

Seu papel como gestor impacta diretamente na criação de condições adequadas para
o desenvolvimento profissional dos professores, por meio de suporte pedagógico e de
programas de capacitação e formação continuada para o aprimoramento docente em
relação às melhores práticas de ensino e metodologias educacionais. Esta ação gestora,
incentiva exatamente a obtenção de resultados positivos para a escola, atingidos, prin-
cipalmente, em sala de aula, porém que ultrapassam estes limites.

“A avaliação da aprendizagem não é, pois, um processo isolado que se faz no interior


da sala de aula e que só diz respeito a professores e alunos, mas se integra no projeto
político pedagógico da escola, nos projetos interdisciplinares de intervenção pedagógica
propostos pelos membros da comunidade escolar e se vincula estreitamente ao processo
de avaliação institucional. Este processo é mais amplo e complexo e está centralizado em
relações, decisões e resultados de ações da instituição como um todo orgânico, assim,
para ser completa e atingir os objetivos, deve contemplar e incorporar os resultados da
avaliação da aprendizagem dos alunos” (VELANGA, 2019).

Estes impactos da ação do gestor ocorrem quando ele exerce seu papel de monitorar e
acompanhar a avaliação do desempenho dos alunos, já que estas estratégias dependem
da utilização de indicadores de desempenho (notas, taxas de aprovação, evasão escolar
etc.) para identificar os pontos fortes e fracos, bem como para direcionar outras ações.
Nesta perspectiva, um dos indicadores que ele pode utilizar, é a satisfação dos alunos,

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VAMOS PRATICAR

pois um ambiente educacional estimulante, com infraestrutura adequada, recursos peda-


gógicos de qualidade e uma relação de respeito e diálogo tende a gerar maior satisfação
entre os alunos, gera engajamento, participação nas atividades escolares e, consequen-
temente, melhor desempenho educacional da avaliação da aprendizagem.

Ao acompanhar de perto estes indicadores, o gestor escolar tem a oportunidade de


intervir e implementar políticas e práticas que visem elevar a qualidade do ensino e da
aprendizagem dos alunos, por intermédio de metas educacionais e a promoção de um
ambiente acolhedor. Segundo o IBGE (2008), os indicadores são ferramentas cons-
tituídas de variáveis que, associadas a partir de diferentes configurações, ex-
pressam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem.

Para potencializar o impacto do gestor escolar na qualidade do ensino-aprendizagem, é


fundamental que ele esteja em constante atualização e aprimoramento profissional. Por
isso, participar de cursos, workshops, conferências, trilhas de formação e redes de troca
de experiências com outros gestores educacionais, é de suma importância e permite
adquirir novos conhecimentos e compartilhar as melhores práticas. Um gestor compro-
metido em se desenvolver continuamente tem maiores chances de liderar uma escola de
sucesso, capaz de oferecer uma educação de qualidade aos alunos. Esse tipo de gestão,
quando realizada, dá ao gestor escolar o poder de impactar, positivamente, a vida dos
estudantes, contribuindo para sua formação integral e para a construção de uma socie-
dade mais justa, igualitária e preparada para os desafios do futuro.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS. Síntese dos indicadores so-


ciais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.

VELANGA, C. T. Gestão do trabalho escolar e a avaliação da aprendizagem numa pers-


pectiva mediadora: o conflito entre o pensar em fazer e o querer fazer. In: COLARES, M.
L. I. S.; PACÍFICO J. M.; ESTRELA, G. Q. (orgs.). Gestão Escolar: Enfrentando os desafios
cotidianos em escolas públicas. Curitiba: Editora CRV, 2009. p. 183-194.

Qual é um dos indicadores que o gestor escolar pode utilizar para avaliar a qualidade do
ensino-aprendizagem?

a) Taxa de evasão escolar.


b) Número de matrículas realizadas.
c) Orçamento anual da escola.
d) Tempo médio de permanência dos alunos na escola.
e) Índice de desenvolvimento humano do município.

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VAMOS PRATICAR

3. O IMPACTO DO PAPEL DO GESTOR ESCOLAR NA QUALIDADE DO ENSINO-APREN-


DIZAGEM

O papel que o gestor desempenha como líder em relação à qualidade do ensino-aprendi-


zagem influencia diretamente nos indicadores de desempenho e na satisfação dos alunos.
Uma das suas principais responsabilidades encontra-se associada ao alcance de metas e
objetivos educacionais, definidos por uma gestão clara e compartilhada, agregada a um
propósito com direcionamento em prol de toda a comunidade escolar.

Seu papel como gestor impacta, diretamente, na criação de condições adequadas para o
desenvolvimento profissional dos professores, por meio de suporte pedagógico e progra-
mas de capacitação e formação continuada para o aprimoramento docente em relação
às melhores práticas de ensino e metodologias educacionais. Esta ação gestora incentiva
exatamente a obtenção de resultados positivos para a escola, atingidos, principalmente,
em sala de aula, porém, que ultrapassam esses limites.

“A avaliação da aprendizagem não é, pois, um processo isolado que se faz no interior


da sala de aula e que só diz respeito a professores e alunos, mas se integra no projeto
político pedagógico da escola, nos projetos interdisciplinares de intervenção pedagógica
propostos pelos membros da comunidade escolar e se vincula estreitamente ao processo
de avaliação institucional. Este processo é mais amplo e complexo e está centralizado em
relações, decisões e resultados de ações da instituição como um todo orgânico, assim,
para ser completa e atingir os objetivos, deve contemplar e incorporar os resultados da
avaliação da aprendizagem dos alunos” (VELANGA, 2019).

Estes impactos da ação do gestor ocorrem quando ele exerce seu papel de monitorar e
acompanhar a avaliação do desempenho dos alunos, já que estas estratégias dependem da
utilização de indicadores de desempenho (notas, taxas de aprovação, evasão escolar etc.)
para identificar os pontos fortes e fracos bem como para direcionar outras ações. Nesta
perspectiva, um dos indicadores que ele pode utilizar é a satisfação dos alunos, pois um
ambiente educacional estimulante, com infraestrutura adequada, recursos pedagógicos
de qualidade e uma relação de respeito e diálogo tende a gerar maior satisfação entre os
alunos, gerando engajamento, participação nas atividades escolares e, consequentemente,
melhor desempenho educacional da avaliação da aprendizagem.

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VAMOS PRATICAR

Ao acompanhar de perto estes indicadores, o gestor escolar tem a oportunidade de in-


tervir e implementar políticas e práticas que visem elevar a qualidade do ensino e da
aprendizagem dos alunos, por intermédio de metas educacionais e a promoção de um
ambiente acolhedor. Segundo o IBGE (2008), os indicadores são ferramentas constituídas
de variáveis que, associadas a partir de diferentes configurações, expressam significados
mais amplos sobre os fenômenos a que se referem.

Para potencializar o impacto do gestor escolar na qualidade do ensino-aprendizagem, é


fundamental que ele esteja em constante atualização e aprimoramento profissional. Por
isso, participar de cursos, workshops, conferências, trilhas de formação e redes de troca
de experiências com outros gestores educacionais é de suma importância e permite
adquirir novos conhecimentos e compartilhar as melhores práticas. Um gestor compro-
metido em se desenvolver, continuamente, tem maiores chances de liderar uma escola de
sucesso, capaz de oferecer uma educação de qualidade aos alunos. Este tipo de gestão,
quando realizada, dá ao gestor escolar o poder de impactar, positivamente, a vida dos
estudantes, contribuindo para sua formação integral e para a construção de uma socie-
dade mais justa, igualitária e preparada para os desafios do futuro.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS. Síntese dos indicadores


sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE,
2008.

VELANGA, C. T. Gestão do trabalho escolar e a avaliação da aprendizagem numa pers-


pectiva mediadora: o conflito entre o pensar em fazer e o querer fazer. In: COLARES, M.
L. I. S.; PACÍFICO J. M.; ESTRELA, G. Q. (orgs.). Gestão Escolar: Enfrentando os desafios
cotidianos em escolas públicas. Curitiba: Editora CRV, 2009. p. 183-194.

Qual é uma das responsabilidades do gestor escolar relacionada à qualidade do ensino-


-aprendizagem?

a) Definir o horário de recreio dos alunos.


b) Gerenciar o orçamento da escola.
c) Selecionar o uniforme escolar dos estudantes.
d) Ministrar aulas para os alunos.
e) Promover a capacitação dos professores.

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REFERÊNCIAS

COLARES, M. L. I. S.; PACÍFICO, J. M.; ESTRELA, G. Q. (orgs.). Gestão Escolar: Enfrentando os


desafios cotidianos em escolas públicas. Curitiba: Editora CRV, 2009.
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. Autonomia da Escola: princípios e propostas. 5. ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese dos indicadores sociais:
uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.
VELANGA, C. T. Gestão do trabalho escolar e a avaliação da aprendizagem numa perspec-
tiva mediadora: o conflito entre o pensar em fazer e o querer fazer. In: COLARES, M. L. I. S.;
PACÍFICO J. M.; ESTRELA, G. Q. (orgs.). Gestão Escolar: Enfrentando os desafios cotidianos
em escolas públicas. Curitiba: Editora CRV, 2009. p. 183-194.

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GABARITO

1. FEEDBACK: C. O gestor escolar tem a responsabilidade de gerir os recursos materiais,


financeiros e humanos da instituição. Isso envolve planejar, organizar e controlar esses
recursos, de forma eficiente, garantindo que a escola tenha o necessário para seu fun-
cionamento adequado. Esta competência é essencial para garantir o bom andamento
das atividades escolares e o alcance dos objetivos educacionais. As demais opções
estão incorretas, pois se referem a responsabilidades diferentes do gestor escolar na
área administrativa.

2. FEEDBACK: A. A taxa de evasão escolar é um indicador relevante para avaliar a qualidade


do ensino-aprendizagem, pois indica o número de alunos que abandonam a escola antes
de concluírem seus estudos. Uma alta taxa de evasão pode indicar problemas, como falta
de motivação dos alunos, baixo engajamento ou insatisfação com a qualidade da edu-
cação oferecida. Portanto, monitorar e reduzir a taxa de evasão escolar é uma estratégia
importante para o gestor escolar melhorar a qualidade do ensino e garantir que os alunos
permaneçam na escola e tenham oportunidades de aprendizagem adequadas.

3. FEEDBACK: E. Uma das responsabilidades do gestor escolar é promover a capacitação


dos professores. Isso envolve fornecer suporte pedagógico, programas de formação con-
tinuada e oportunidades de atualização profissional. Ao investir no desenvolvimento dos
professores, o gestor contribui para a melhoria da qualidade do ensino, incentivando a
adoção de melhores práticas pedagógicas, o uso de metodologias eficazes e a atualização
em relação às últimas tendências educacionais. A capacitação dos professores é essencial
para que eles possam oferecer uma educação de qualidade aos alunos.

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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 4

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
NO ÂMBITO ESCOLAR

MINHAS METAS

Explorar o papel da orientação educacional como uma ação pedagógica essencial


na escola.

Analisar as abordagens teóricas e os fundamentos da orientação educacional.

Investigar os métodos e as estratégias de intervenção da orientação escolar.

Explorar os princípios e as práticas da orientação educacional.

Discutir a importância da supervisão escolar como parte integrante da equipe pedagógica.

Desvelar a importância da parceria entre orientadores, professores, gestores e comunidade.

Destacar as questões éticas e legais envolvidas na orientação educacional.

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U N I AS S E LVI

INICIE SUA JORNADA


A Orientação Educacional é uma área de extrema importância no contexto esco-
lar, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento integral dos estudan-
tes. Seu papel é orientar, apoiar e promover o bem-estar acadêmico e emocional
dos alunos, contribuindo para um ambiente educacional saudável e produtivo.
No entanto, para compreender plenamente seu impacto, é necessário analisar as
abordagens teóricas que a embasam e os métodos de intervenção utilizados pelos
orientadores escolares.

Um dos principais desafios enfrentados pela Orientação Educacional é a diversidade


de necessidades dos estudantes.

Cada aluno é único e pode enfrentar dificuldades acadêmicas, sociais, emocionais


ou comportamentais distintas.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Portanto, como os orientadores podem adaptar suas estratégias para atender a
esta heterogeneidade? Além disso, como podem trabalhar em parceria eficaz com
os supervisores escolares para estabelecer o equilíbrio pedagógico no ambiente
educacional?

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4

A Orientação Educacional busca promover o desenvolvimento integral dos


alunos, ajudando-os a superar desafios, definir metas educacionais e emocionais
e desenvolver habilidades sociais. Isso é fundamental para garantir que todos os
estudantes tenham igualdade de oportunidades e possam alcançar seu potencial
máximo. A parceria com os supervisores escolares é essencial para garantir a
consistência e a eficácia das estratégias educacionais adotadas.
Os orientadores escolares utilizam uma variedade de métodos e estratégias
para atingir seus objetivos. Isso pode incluir aconselhamento individualizado,
grupos de apoio, workshops de desenvolvimento pessoal e a promoção de ativi-
dades que promovam a integração e o relacionamento saudável entre os alunos.
Eles também colaboram de perto com os supervisores escolares para alinhar as
estratégias de ensino com as necessidades individuais dos alunos e com os obje-
tivos educacionais da escola.
É importante que os orientadores escolares estejam sempre refletindo sobre
sua prática profissional. Eles devem avaliar, constantemente, a eficácia de suas
intervenções e as adaptar de acordo com as mudanças nas necessidades dos alu-
nos e no ambiente educacional. Além disso, a colaboração e a comunicação com
os supervisores escolares devem ser alvo de reflexão contínua para garantir uma
parceria sólida e produtiva em prol do equilíbrio pedagógico na escola.
Você conhece algum orientador ou supervisor escolar?
Que tal conhecermos juntos os trabalhos que eles desenvolvem e nos apro-
fundarmos mais sobre a orientação educacional no âmbito escolar?

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Vem dar o play neste programa que tem como tema: O papel da Orientação e da
Supervisão Escolar. O Podcast sobre estas duas funções e seus papéis no âmbito
escolar está imperdível e repleto de conhecimento só esperando por você.

A Orientação, no âmbito educacional, ocorre, por meio de apoio aos alunos, na


construção e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e na tomada
de decisões acadêmicas e profissionais. Por meio de um trabalho próximo aos
professores, gestores e comunidade, os orientadores promovem a integração da
equipe, visando ao aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.

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U N I AS S E LVI

VAMOS RECORDAR?
O boletim Aprendizagem em Foco, do Instituto Unibanco, é uma produção em
forma de suplemento que apresenta discussões sobre conteúdos e temas de
extrema importância para as questões educacionais. No boletim de número 55
(2019), o Instituto apresentou uma reportagem sobre Gestão, intitulada Supervisores
são fundamentais no apoio à escola. A grande sacada no boletim é a participação
dos gestores escolares com seus depoimentos sobre o avanço do entendimento
acerca da mudança sobre o olhar para o papel dos supervisores escolares no
assessoramento e apoio escolar.
Vale a pena acessar. O link encontra-se disponível aqui:

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

A relevância da orientação educacional no âmbito escolar destaca-se como uma


função pedagógica essencial. Por meio de suas abordagens teóricas, seus méto-
dos de intervenção, seus princípios e suas práticas, bem como a parceria entre os
diferentes atores educacionais e as questões éticas e legais envolvidas, o serviço
de orientação torna-se fundamental para o desenvolvimento integral dos estu-
dantes e para a construção de uma educação de qualidade. Quando esta parceria
funciona, de fato, a escola ganha ainda mais força e proporciona um ambiente de

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4

aprendizagem saudável e acolhedor, além de fortalecer a escola como um espaço


de formação integral e pleno.
Outra área, além da orientação, é a supervisão escolar, que emerge como
parte integrante da equipe pedagógica, desempenhando um papel fundamental
na articulação entre a orientação educacional e as práticas pedagógicas.

A supervisão busca assegurar a qualidade do ensino, promovendo a reflexão sobre


as práticas educativas, orientando professores e colaborando para o alcance dos
objetivos educacionais.

IN D ICAÇÃO DE LI V RO

O Livro A Coordenação do Trabalho Pedagógico na Escola -


Processos e Práticas, organizado pelas autoras Maria Amélia
Santoro Franco e Elisabete F. Esteves Campos, da Editora Uni-
versitária Leopoldianum, reúne um compilado de temáticas
voltadas para o espaço escolar.
A obra, de 2016, apresenta as trajetórias dos processos e das
práticas da coordenação pedagógica no dia a dia da escola e
aborda questões como as ações formativas, os desafios, as re-
flexões e as contribuições destas atividades.
O link do livro completo para o download gratuito, você encon-
tra a seguir:

A orientação educacional no âmbito escolar desempenha um papel fundamental


no apoio ao desenvolvimento integral dos estudantes. Este setor tem a respon-
sabilidade de promover ações que contribuam para o crescimento acadêmico,
emocional, social e profissional dos alunos, visando ao sucesso escolar e ao de-
senvolvimento de habilidades necessárias para a vida, além de envolver uma série
de atividades e intervenções que são realizadas por profissionais especializados
(pedagogos e/ou psicopedagogos).

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U N I AS S E LVI

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR

O Papel da Orientação Educacional como Ação Essencial no


Ambiente Escolar

A Orientação Educacional é uma área fundamental no contexto escolar e desem-


penha um papel primordial no desenvolvimento integral dos estudantes. Por ser
uma ação pedagógica essencial, além de fornecer suporte emocional e orientação
vocacional aos alunos, a orientação educacional também desempenha um papel
ativo na promoção de um ambiente de aprendizado saudável e estimulante, por
meio de trabalhos pedagógicos embasados em princípios éticos e humanistas,
para a formação de indivíduos críticos, autônomos e preparados para enfrentar
os desafios da vida.
A Orientação Educacional possui diversas ações essenciais que são funda-
mentais para a sua atuação enquanto serviço pedagógico no ambiente escolar.
Vejamos algumas delas:

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4

Orientação Vocacional e Profissional

Uma das principais atribuições da Orientação


Educacional é auxiliar os estudantes
no processo de escolha vocacional e
profissional. Por meio de atividades, como
orientação individual, palestras, testes
vocacionais e visitas a feiras de profissões, os
orientadores educacionais ajudam os alunos
a identificarem suas aptidões, seus interesses,
suas habilidades e suas potencialidades.
Essa orientação permite que os estudantes
façam escolhas futuras, evitando decisões
precipitadas e, com isso, de forma mais
consciente e alinhada com suas habilidades,
identificar caminhos profissionais que estejam
de acordo com suas aspirações.

Apoio Socioemocional

A Orientação Educacional também


desempenha um papel fundamental no
apoio socioemocional dos alunos, visando ao
desenvolvimento integral deles. Por meio de
ações práticas voltadas para o desenvolvimento
das habilidades socioemocionais, como
atendimentos individuais, grupos de discussão,
atividades de promoção da saúde mental,
atividades lúdicas e programas de educação
emocional, que desenvolvem um espaço
de acolhimento e escuta, propiciando
aos estudantes um ambiente seguro para
expressarem suas emoções, seus conflitos
e suas dificuldades. Esta atuação, além de
desenvolver habilidades socioemocionais,
contribui para fortalecer a autoestima e a
resiliência, construir relacionamentos saudáveis
e a prevenir problemas, como a evasão escolar,
ansiedade, depressão e o bullying, além de
fomentar um clima escolar positivo.

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U N I AS S E LVI

Mediação de Conflitos e Orientação Disciplinar

A mediação de conflitos e a orientação


disciplinar são áreas de atuação fundamentais
da Orientação Educacional. Os orientadores
educacionais atuam como mediadores em
situações de conflito entre estudantes, entre
estudantes e professores, e, mesmo em
casos que envolvam a comunidade escolar
como um todo. Eles buscam promover
a comunicação e a resolução pacífica
dos conflitos, incentivando a empatia, a
compreensão mútua e o diálogo construtivo.
Além disso, os orientadores educacionais
orientam os estudantes quanto às normas
e aos valores da escola, auxiliando-
os na reflexão sobre suas ações e nas
consequências de seus comportamentos.
A orientação disciplinar busca não apenas
impor punições, mas também ensinar
responsabilidade, ética e cidadania.

Promoção da Aprendizagem Significativa

A Orientação Educacional desempenha um


papel crucial na promoção da aprendizagem
significativa. Os orientadores educacionais
colaboram com os professores no
planejamento e na implementação de
estratégias pedagógicas adequadas às
necessidades individuais dos alunos. Eles
auxiliam na identificação de dificuldades
de aprendizagem, oferecendo apoio
personalizado e sugerindo recursos e
práticas pedagógicas diferenciadas. Além
disso, os orientadores educacionais atuam na
promoção de habilidades, como organização,
autonomia e estudo eficiente, preparando os
alunos para enfrentar os desafios acadêmicos
de forma mais eficaz.

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4

Construção de um Ambiente Escolar


Acolhedor

A Orientação Educacional desempenha


um papel fundamental na construção
de um ambiente escolar acolhedor. Os
orientadores educacionais trabalham para
promover a inclusão, a diversidade e a
igualdade de oportunidades na escola. Eles
implementam programas de prevenção
ao bullying, estimulam a valorização das
diferenças e a aceitação mútua. Além disso,
os orientadores educacionais envolvem os
alunos em projetos de responsabilidade
social, promovendo a consciência cidadã e a
participação ativa na comunidade escolar e
na sociedade em geral.

Ao promover a orientação vocacional, o desenvolvimento socioemocional, a me-


diação de conflitos, a aprendizagem significativa e a construção de um ambiente
escolar acolhedor, os orientadores educacionais contribuem para o desenvolvi-
mento integral dos estudantes. Estes serviços favorecem a construção de verda-
deiros espaços de aprendizado, de crescimento pessoal, de formação de cidadãos
conscientes, críticos e comprometidos com o bem comum, de indivíduos autô-
nomos, emocionalmente equilibrados, preparados para enfrentar os desafios da
vida e para a participação ativa na sociedade.
Outrossim, os orientadores educacionais podem auxiliar na identificação de
possíveis dificuldades de aprendizagem ou problemas de comportamento dos
alunos, encaminhando-os para profissionais especializados, quando necessário,
incentivar a participação dos pais na vida escolar dos filhos, promover a integra-
ção de alunos com necessidades especiais e orientar os alunos sobre as questões
relacionadas ao uso seguro e responsável das tecnologias, como a internet e as
redes sociais, os riscos e as consequências do uso inadequado destas ferramentas,
bem como incentivar a utilização consciente e ética destes recursos.

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U N I AS S E LVI

Fundamentos, Métodos e Estratégias da Orientação


Educacional

A Orientação Educacional é uma área fundamental


no contexto escolar cujo objetivo principal é contri- A Orientação
buir para o desenvolvimento integral dos estudantes, Educacional é uma
sendo elo de apoio na resolução de questões emocio- área fundamental
no contexto escolar
nais, acadêmicas e vocacionais. Todos os estudantes
necessitam de apoio de orientação educacional, pois


o eixo de seu trabalho é o aluno, não só o aluno que já apresenta
problemas, mas todos os educandos, buscando equidade nesse pro-
cesso de auxílio ao educando. Mas o orientador deve inserir-se na
escola como um todo, pois o aluno é um ser bio-psico-social e está
inserido numa sociedade da qual a escola é também parte (BAR-
BOSA; LIMA; LIMA; 2011, p. 78).

Frente a esta essencialidade de trabalho, a


orientação educacional orientação educacional baseia-se em fun-
baseia-se em fundamentos damentos e abordagens teóricas, que, além
e abordagens teóricas de empregar métodos e estratégias de in-
tervenção para a promoção, o crescimento
e o sucesso dos alunos, aborda, ainda, todos os aspectos biopsicossociais que
envolvem todo ser humano.
Entre as diversas abordagens fundamentadas nas teorias pedagógicas e so-
ciais, algumas merecem destaque, entre elas, a abordagem humanista cujo orien-
tador atua como facilitador do processo de desenvolvimento pessoal e social dos
alunos, enfatizando a importância do indivíduo em seu contexto e busca pro-
mover o autoconhecimento, a autenticidade e a autorrealização dos estudantes.
Quando o orientador educacional utiliza técnicas de reforço positivo e condi-
cionamento para promover mudanças comportamentais desejáveis nos estudan-
tes, ele está utilizando a abordagem behaviorista, que se concentra nas respostas
observáveis dos indivíduos e na influência do ambiente sobre seu comportamento.

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Assim, a utilização da abordagem cognitiva busca compreender os proces-


sos mentais subjacentes ao aprendizado e ao desenvolvimento humano, no que
se refere à aquisição de habilidades cognitivas, como organização, planejamento,
tomada de decisões e solução de problemas.
Em relação aos métodos e às estratégias de intervenção da orientação escolar,
os recursos mais utilizados são:

ACONSELHAMENTO INDIVIDUAL

Consiste, por meio de técnicas de escuta ativa, empatia e aconselhamento, em sessões


individuais, discutir as questões específicas trazidas pelo aluno e o ajudar a lidar com
este cenário, desenvolvendo a habilidade de enfrentamento e de tomada de decisões.

ATIVIDADES EM GRUPO

Workshops, palestras e apresentações que visam desenvolver habilidades socioemo-


cionais e promover o relacionamento entre os alunos, fortalecendo a autoestima, a
comunicação interpessoal, a resolução de conflitos e o trabalho em equipe.

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

Testes vocacionais, entrevistas individuais e informações sobre o mercado de trabalho


auxiliam os alunos na escolha de uma carreira, no planejamento de seu futuro profis-
sional e no processo de transição da escola para a vida adulta.

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Visa analisar as situações de conflito entre alunos, entre alunos e professores ou entre
alunos e a família, por meio da técnica da escuta ativa, da negociação e da busca de
soluções colaborativas para promover a resolução, o desenvolvimento da empatia e o
fortalecimento das habilidades de comunicação.

A utilização das abordagens e dos métodos estratégicos como recursos e ferra-


mentas pedagógicas são capazes de orientar os estudantes na resolução de con-
flitos, escolha de carreiras, definição de metas e o desenvolvimento de planos de

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ação individualizados, como auxílio ao trabalho de orientação educacional. Ao


combinar todos estes elementos, os orientadores educacionais podem fornecer
um suporte abrangente e individualizado aos alunos, contribuindo para seu de-
senvolvimento acadêmico, emocional e social.

Princípios Legais e Questões Éticas da Orientação


Educacional

Diante o papel da orientação educacional, é essencial considerarmos as questões


legais e éticas relacionadas à prática dos serviços oferecidos bem como os prin-
cípios que orientam esta área de atuação pedagógica.
No âmbito legal, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9.394 (BRASIL, 1996, on-line), a Orientação Educacional veio atuante não so-
mente no campo curricular pedagógico, como também voltada para as questões
do dia a dia que perpassam a dignidade humana, o senso crítico, a equidade, a
igualdade, a autonomia, a consciência cidadã etc. Este desenho é definido perfei-
tamente por Grinspun (2014, p. 57):


Hoje pretendemos uma orientação mais crítica, pedagógica, que
promova a vez e a voz aos alunos, que insira a questão do traba-
lho em todas as atividades que ocorrem na escola e que discuta
acima de tudo a nossa própria sociedade, na sua conjuntura e
estrutura e, também as questões do próprio aluno como pessoa.
Devemos, portanto, trabalhar muito os valores dos alunos, da
escola, da sociedade, incentivando cada vez mais a participação,
(…) incentivo aos alunos em atividades e realizações na própria
sociedade, em especial quando envolvem questões relacionadas
à cultura, ao esporte e ao lazer.

Do ponto de vista legal, os profissionais de orientação educacional devem cum-


prir as leis e os regulamentos relacionados à privacidade dos alunos, proteção de
dados e informações pessoais e os direitos humanos. Eles devem estar cientes das
leis de proteção à infância e denunciar casos de abuso, negligência ou qualquer
forma de violência. Também devem respeitar as políticas da escola e as normas
educacionais estabelecidas pelas autoridades competentes.

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No âmbito ético, os profissionais de orientação educacional devem respeitar os


valores, os direitos e a individualidade de cada aluno. A confidencialidade, neste caso,
é um aspecto crucial, pois os estudantes devem se sentir seguros para compartilhar
suas preocupações, sem medo de serem julgados ou expostos, por intermédio da
garantia da privacidade e da discrição sobre as informações compartilhadas, salvo
quando existir algum indício de problemas com a segurança e a vida dos envolvidos.

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

Os orientadores educacionais têm a responsabilidade de agir de acordo com os


mais altos padrões profissionais, buscando sempre o aprimoramento contínuo de
suas habilidades e conhecimentos, participando de treinamentos e desenvolvi-
mento profissional. Além disso, devem estar cientes das limitações de sua com-
petência e encaminhar os alunos para outros profissionais, quando necessário, ga-
rantindo que os estudantes recebam o suporte apropriado. Devem agir de forma
equitativa e imparcial, tratando todos os alunos com justiça, independentemente
de origem étnica, religião, orientação sexual, identidade de gênero ou qualquer
outra característica pessoal.

É relevante citarmos a questão da colaboração, da parceria e da comunicação


efetiva entre os orientadores, pais, professores e demais profissionais da escola.
Esta relação de comunicação aberta é essencial para compartilhar informações
relevantes e garantir um apoio integral aos estudantes bem como é fundamental
para o sucesso dos alunos.

O Papel e a Importância da Supervisão Pedagógica Escolar

A supervisão pedagógica escolar desempenha um papel fundamental no con-


texto educacional, sendo responsável por garantir a qualidade e o desenvolvi-
mento do ensino, contribuindo, diretamente, com os professores no processo de
acompanhamento e orientação, que visa promover uma prática pedagógica eficaz
e alinhada aos objetivos educacionais da instituição escolar.

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O papel do supervisor pedagógico é atuar como um elo entre a direção da escola e


os professores, e deles (professores) com os alunos, incentivando o aprimoramento
das atividades docentes, com feedback construtivo frente às melhorias necessárias
e incentivando o crescimento profissional dos professores.

Segundo Libâneo (2014), o supervisor pedagógico é o agente catalisador do


desenvolvimento profissional dos docentes, promovendo a atualização cons-
tante e a inovação nas práticas educacionais na escola. Ou seja, a supervisão é o
elemento que contribui, diretamente, para a implementação das políticas edu-
cacionais e dos currículos escolares, que trabalha em conjunto com a direção
da escola para estabelecer as metas e os objetivos educacionais, que identifica
e planeja as atividades de formação e capacitação dos professores, auxiliando
no desenvolvimento de programas de treinamento e na promoção de práticas
pedagógicas inovadoras.
É importante ressaltar que a supervisão pedagógica, assim como a gestão
escolar, deve ser exercida de forma democrática e participativa, respeitando a
autonomia dos professores e valorizando suas contribuições. A relação entre o
supervisor e os docentes deve ser pautada pela confiança, pelo diálogo e pela
parceria, visando sempre o interesse dos alunos e a busca pela excelência educa-
cional. O professor deve ter ciência de que o super-
visor não é o fiscal do seu trabalho, ou o avaliador de a gestão escolar,
suas competências, pelo contrário, ele é apoio que o deve ser exercida de
docente necessita para aprimorar sua formação e seu forma democrática
e participativa
desenvolvimento como profissional dentro da escola.

P E N SA N DO J UNTO S

A supervisão pedagógica escolar desempenha um papel vital na melhoria da qua-


lidade da educação. Ela promove a troca de experiências e o trabalho colaborativo
entre os professores, estimula a reflexão sobre a prática pedagógica e fomenta a
inovação educacional. Além disso, a supervisão contribui para o fortalecimento da
gestão escolar, atuando como um agente de transformação e melhoria contínua.

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O supervisor escolar também possui um papel importante dentro da gestão


escolar, pois ele colabora na definição de estratégias e metas educacionais e auxilia
na implementação de projetos e programas pedagógicos. Sua atuação é voltada
para o fortalecimento da equipe escolar como um todo, promovendo o trabalho
em equipe e o compartilhamento de boas práticas.
O supervisor escolar é um profissional-chave que desafia e inspira os profes-
sores a alcançarem o seu melhor desempenho, ao mesmo tempo em que contribui
para a melhoria contínua da qualidade do ensino. Sua atuação não perpassa como
uma atuação de fiscalização, e sim como um facilitador do desenvolvimento pro-
fissional dos docentes.
Colaborar na definição de estratégias e metas educacionais, implementar
projetos e programas pedagógicos e acompanhar os planejamentos (anuais, se-
manais e diários) são algumas das principais responsabilidades do supervisor
escolar. Estas atribuições perpassam o alinhamento das necessidades dos alunos
e das diretrizes educacionais, na garantia de que a proposta pedagógica da escola
esteja sendo desenvolvida, de forma correta. Envolvem, ainda, desde a execução
eficaz dos currículos, destrinchados nos planejamentos, seguindo pela verificação
dos objetivos dos planos e suas execuções bem como de suas necessidades, seus
recursos e suas estratégias, todos voltados como suporte pedagógico ao feedback
para os professores.
Como desempenha diversas funções dentro de uma unidade escolar, que
vai desde o acompanhamento do planejamento curricular até a promoção de
formações e capacitações, é fundamental compreender que a responsabilidade
pela organização do trabalho não deve recair exclusivamente sobre ele, mesmo
sendo sua tarefa essencial e prioritária, porém, não deve ser encarada como uma
responsabilidade exclusiva deste profissional, e Rangel (2001), destaca isso:


Organizar o trabalho nas unidades escolares sob sua responsabilida-
de constitui tarefa precípua, mas não exclusiva do supervisor escolar.
Nem o supervisor é o único responsável pela tarefa, nem a tarefa é a
única pela qual o supervisor deve responder (RANGEL, 2008, p. 91).

Enfim, o supervisor escolar é um agente de transformação e aprimoramento na


educação. Sua atuação é fundamental para o desenvolvimento das práticas pe-
dagógicas, para o fortalecimento da equipe escolar e para o sucesso dos alunos.

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Com sua liderança, sua orientação e seu suporte, ele contribui para a construção
de uma educação de qualidade, que valoriza o aprendizado, a inclusão e o desen-
volvimento integral dos estudantes.

A Relação entre Orientadores, Supervisores, Professores,


Gestores e Comunidade Escolar

A relação entre orientadores, supervisores, professores, gestores e a comunidade


escolar tem um papel crucial no desenvolvimento e sucesso educacional dos
alunos. Cada um desses atores desempenha funções distintas, mas complemen-
tares, no ambiente escolar, trabalhando em conjunto para proporcionar uma
experiência de aprendizado enriquecedora.

ORIENTADORES EDUCACIONAIS

Desempenham um papel fundamental no apoio aos alunos, em seu desenvolvimento


acadêmico, emocional e social. Eles trabalham lado a lado com os estudantes, ofere-
cendo orientação e aconselhamento individualizado, ajudam a definir metas, explorar
interesses, desenvolver habilidades de tomada de decisão e enfrentar desafios pessoais.

SUPERVISORES PEDAGÓGICOS

Têm a responsabilidade de apoiar os professores no aprimoramento de suas práticas


de ensino, fornecem feedback construtivo, compartilham recursos e estratégias
eficazes, auxiliam na implementação de políticas educacionais, trabalham em estreita
colaboração com os professores para promover o crescimento profissional contínuo e
a aperfeiçoar suas habilidades de ensino e a adaptar as metodologias às necessidades
dos alunos.

PROFESSORES

São os principais responsáveis pela instrução e pela orientação dos alunos. Eles
projetam e implementam currículos, planejam aulas, avaliam o progresso dos alunos
e fornecem suporte acadêmico e emocional. São agentes essenciais na educação,
buscando inspirar, motivar e guiar os alunos em seu processo de aprendizagem. Eles
colaboram com os demais profissionais da escola, como orientadores e supervisores
para garantir o sucesso educacional e o bem-estar dos alunos.

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GESTORES ESCOLARES

Desempenham um papel crucial na administração e na liderança da escola, têm a res-


ponsabilidade de criar um ambiente propício à aprendizagem, definir políticas e dire-
trizes, gerenciar recursos, supervisionar o currículo e manter uma comunicação efetiva
com os demais membros da equipe escolar, estudantes e pais. Os gestores também
desempenham um papel importante na promoção de parcerias com a comunidade
local, estabelecendo conexões e recursos adicionais para enriquecer a experiência
educacional dos alunos.

COMUNIDADE ESCOLAR

Engloba não apenas os alunos, mas também os pais, responsáveis, membros da


comunidade local e outros atores envolvidos no processo educativo. A participação
e o envolvimento da comunidade são fundamentais para o sucesso escolar. A
comunidade pode oferecer apoio, recursos e experiências que complementam
a educação formal, enriquecendo o ambiente de aprendizagem. Além disso, a
colaboração entre a escola e a comunidade promove mais compreensão das
necessidades e das aspirações dos alunos, facilitando a criação de programas e
iniciativas mais eficazes.

A relação entre orientadores, supervisores, professores, gestores e a comuni-


dade escolar é interdependente e essencial para o sucesso educacional. Esta
parceria colaborativa, busca promover a excelência educacional e o desen-
volvimento integral dos alunos. Quando estes diferentes atores trabalham
em conjunto e criam um ambiente de aprendizagem estimulante, inclusivo
e eficaz, compartilhando informações, colaborando e se apoiando mutua-
mente, é possível criar um ambiente escolar que promova o aprendizado, o
crescimento pessoal e o desenvolvimento de habilidades necessárias para os
alunos se tornarem cidadãos ativos e preparados para enfrentar os desafios
do mundo contemporâneo.

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E U IN D ICO

Reconhecer um profissional que passou por vários cargos é uma grande dádiva.
Poder ouvir esse profissional é, com toda certeza, uma coleta de informações reais
e concretas, repletas de inspirações e exemplos.
A série História Oral, do Canal Pedagógico da SMESP, no episódio de 30 de mar-
ço de 2015, apresenta a trajetória do grande mestre, Professor João Gualberto de
Carvalho Meneses, e seus principais trabalhos relacionados em diversas funções e
papéis na educação paulista. O professor ocupou vários cargos, entre eles, diretor,
supervisor, conselheiro, representante de categoria e presidente do conselho de
educação.
Vale a pena conhecer esta trajetória linda dentro da educação e reconhecermos
como um profissional da educação pode navegar por entre tantas funções.

E M FO CO

Olá! Agora, quero convidar você a assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estu-
dos. Nele, falaremos a respeito de temas relevantes para a área.

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NOVOS DESAFIOS
A Realidade do Orientador Escolar

A realidade do orientador escolar envolve diversas responsabilidades e muitos


desafios, mas também oferece inúmeras oportunidades gratificantes que engran-
decem o crescimento pessoal, profissional e emocional.
Em primeiro lugar, o orientador escolar atua como um elo entre os alunos,
suas famílias e a comunidade escolar. Ele estabelece um ambiente acolhedor e de
confiança, onde os estudantes se sentem confortáveis para buscar orientação e
apoio. O orientador é um facilitador da comunicação, promovendo a colaboração
entre os diferentes atores envolvidos no processo educativo.
A realidade do orientador escolar no Brasil reflete um cenário complexo e
desafiador, principalmente em relação à sobrecarga de trabalho. Muitas vezes,
estes profissionais são responsáveis por atender muitos estudantes, o que dificulta
a oferta de um suporte individualizado e de qualidade. Outro aspecto importante
é a falta de recursos e de estrutura adequada nas escolas. Muitas instituições de
ensino, no Brasil, sofrem com a falta de investimentos na educação, o que impacta,
diretamente, o trabalho dos orientadores.
A ausência de materiais, espaços apropriados para atendimento e capacitação
profissional limitam as possibilidades de intervenção e de acompanhamento dos
estudantes. Além disso, enfrenta a falta de reconhecimento e de valorização da sua
função, principalmente em relação às questões salariais. Apesar da importância
do trabalho para o desenvolvimento dos estudantes, é comum que esses profis-
sionais sejam subvalorizados e até mesmo desconhecidos por grande parte da
comunidade escolar e da sociedade em geral. Esta falta de reconhecimento pode
levar a uma sobrecarga emocional e à desmotivação dos orientadores.
Para que a realidade dos orientadores escolares, no Brasil, possa ser trans-
formada, é necessário investimento na educação como um todo. Isso envolve a
valorização e o reconhecimento da importância destes profissionais, a criação de
políticas públicas que garantam recursos e estrutura adequada nas escolas, bem
como a promoção de formação continuada e apoio emocional para os orientado-
res. Somente desta forma será possível fortalecer o trabalho desses profissionais e
proporcionar educação de qualidade para todos os estudantes brasileiros.

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AUTOATIVIDADE

1. O papel da Orientação Educacional como ação essencial no ambiente escolar

A Orientação Educacional é uma área fundamental no contexto escolar e desempenha um


papel primordial no desenvolvimento integral dos estudantes. Por ser uma ação pedagó-
gica essencial, além de fornecer suporte emocional e orientação vocacional aos alunos, a
orientação educacional também desempenha um papel ativo na promoção de um ambiente
de aprendizado saudável e estimulante, por meio de trabalhos pedagógicos embasados
em princípios éticos e humanistas, para a formação de indivíduos críticos, autônomos e
preparados para enfrentar os desafios da vida. A Orientação Educacional possui diversas
ações essenciais que são fundamentais para a sua atuação enquanto serviço pedagógico
no ambiente escolar. Vejamos algumas delas:

Orientação Vocacional e Profissional - uma das principais atribuições da Orientação Edu-


cacional é auxiliar os estudantes no processo de escolha vocacional e profissional. Por meio
de atividades, como orientação individual, palestras, testes vocacionais e visitas a feiras de
profissões, os orientadores educacionais ajudam os alunos a identificarem suas aptidões,
seus interesses, suas habilidades e suas potencialidades. Essa orientação permite que os
estudantes façam escolhas futuras, evitando decisões precipitadas e, com isso, de forma
mais consciente e alinhada com suas habilidades, identificar caminhos profissionais que
estejam de acordo com suas aspirações.

Apoio Socioemocional - a Orientação Educacional também desempenha um papel fun-


damental no apoio socioemocional dos alunos, visando ao desenvolvimento integral deles.
Por meio de ações práticas voltadas para o desenvolvimento das habilidades socioemo-
cionais, como atendimentos individuais, grupos de discussão, atividades de promoção da
saúde mental, atividades lúdicas e programas de educação emocional, que desenvolvem
um espaço de acolhimento e escuta, propiciando aos estudantes um ambiente seguro para
expressarem suas emoções, conflitos e dificuldades. Esta atuação, além de desenvolver
habilidades socioemocionais, contribui para fortalecer a autoestima e a resiliência, construir
relacionamentos saudáveis e a prevenção de problemas, como evasão escolar, ansiedade,
depressão e o bullying, além de fomentar um clima escolar positivo.

Mediação de Conflitos e Orientação Disciplinar - a mediação de conflitos e a orientação


disciplinar são áreas de atuação fundamentais da Orientação Educacional. Os orientadores
educacionais atuam como mediadores em situações de conflito entre estudantes, entre
estudantes e professores, e mesmo em casos que envolvam a comunidade escolar como

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AUTOATIVIDADE

um todo. Eles buscam promover a comunicação e a resolução pacífica dos conflitos, in-
centivando a empatia, a compreensão mútua e o diálogo construtivo. Além disso, os orien-
tadores educacionais orientam os estudantes quanto às normas e aos valores da escola,
auxiliando-os na reflexão sobre suas ações e nas consequências de seus comportamentos.
A orientação disciplinar busca não apenas impor punições, mas também ensinar responsa-
bilidade, ética e cidadania.

Promoção da Aprendizagem Significativa - a Orientação Educacional desempenha um


papel crucial na promoção da aprendizagem significativa. Os orientadores educacionais
colaboram com os professores no planejamento e na implementação de estratégias peda-
gógicas adequadas às necessidades individuais dos alunos. Eles auxiliam na identificação
de dificuldades de aprendizagem, oferecendo apoio personalizado e sugerindo recursos
e práticas pedagógicas diferenciadas. Além disso, os orientadores educacionais atuam na
promoção de habilidades, como organização, autonomia e estudo eficiente, preparando os
alunos para enfrentarem os desafios acadêmicos de forma mais eficaz.

Construção de um Ambiente Escolar Acolhedor - a Orientação Educacional desempenha


um papel fundamental na construção de um ambiente escolar acolhedor. Os orientadores
educacionais trabalham para promover a inclusão, a diversidade e a igualdade de oportu-
nidades na escola. Eles implementam programas de prevenção ao bullying, estimulam a
valorização das diferenças e a aceitação mútua. Além disso, os orientadores educacionais
envolvem os alunos em projetos de responsabilidade social, promovendo a consciência
cidadã e a participação ativa na comunidade escolar e na sociedade em geral.

Ao promover a orientação vocacional, o desenvolvimento socioemocional, a mediação de


conflitos, a aprendizagem significativa e a construção de um ambiente escolar acolhedor,
os orientadores educacionais contribuem para o desenvolvimento integral dos estudantes.
Estes serviços favorecem a construção de verdadeiros espaços de aprendizado, de cresci-
mento pessoal, de formação de cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com o bem
comum, de indivíduos autônomos, emocionalmente equilibrados, preparados para enfrentar
os desafios da vida e para a participação ativa na sociedade. Outrossim, os orientadores
educacionais podem auxiliar na identificação de possíveis dificuldades de aprendizagem ou
nos problemas de comportamento dos alunos, encaminhando-os para profissionais espe-
cializados, quando necessário, incentivar a participação dos pais na vida escolar dos filhos,
promover a integração de alunos com necessidades especiais e orientar os alunos sobre
as questões relacionadas ao uso seguro e responsável das tecnologias, como a internet e
as redes sociais, os riscos e as consequências do uso inadequado destas ferramentas bem
como incentivar a utilização consciente e ética destes recursos.

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AUTOATIVIDADE

Qual é uma das principais atribuições da Orientação Educacional no ambiente escolar?

a) Apoio Socioemocional.
b) Ensino de Disciplinas Específicas.
c) Gestão Financeira da Escola.
d) Manutenção da Infraestrutura Escolar.
e) Preparação de Merenda Escolar.

FEEDBACK: A. Uma das principais atribuições da Orientação Educacional é o Apoio Socioe-


mocional, que visa ao desenvolvimento integral dos estudantes, promovendo habilidades
socioemocionais, suporte emocional, prevenção de problemas, como ansiedade e bullying,
além de contribuir para a construção de um ambiente escolar acolhedor.

Texto para resolução das questões 2 e 3:

Fundamentos, Métodos e Estratégias da Orientação Educacional

A orientação educacional é uma área fundamental no contexto escolar cujo objetivo principal
é contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes, sendo elo de apoio na resolu-
ção de questões emocionais, acadêmicas e vocacionais. Todos os estudantes necessitam
de apoio de orientação educacional, pois


o eixo de seu trabalho é o aluno, não só o aluno que já apresenta problemas,
mas todos os educandos, buscando equidade nesse processo de auxílio ao
educando. Mas o orientador deve inserir-se na escola como um todo, pois o
aluno é um ser bio-psico-social e está inserido numa sociedade da qual a escola
é também parte (BARBOSA; LIMA; LIMA; 2011, p. 78).

Frente a esta essencialidade de trabalho, a orientação educacional se baseia em fundamen-


tos e abordagens teóricas, que, além de empregar métodos e estratégias de intervenção
para a promoção, o crescimento e o sucesso dos alunos, aborda, ainda, todos os aspectos
biopsicossociais que envolvem todo ser humano. Entre as diversas abordagens, fundamenta-
das nas teorias pedagógicas e sociais, algumas merecem destaque, entre elas, a abordagem
humanista, em que o orientador atua como facilitador do processo de desenvolvimento
pessoal e social dos alunos, enfatizando a importância do indivíduo em seu contexto e
busca promover o autoconhecimento, a autenticidade e a autorrealização dos estudan-
tes. Quando o orientador educacional utiliza técnicas de reforço positivo e condicionamento

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AUTOATIVIDADE

para promover mudanças comportamentais desejáveis nos estudantes, ele está utilizando a
abordagem behaviorista, que se concentra nas respostas observáveis dos indivíduos e na
influência do ambiente sobre seu comportamento. Além dessas abordagens, a utilização
da abordagem cognitiva, busca compreender os processos mentais subjacentes ao apren-
dizado e ao desenvolvimento humano, no que se refere à aquisição de habilidades cog-
nitivas, como organização, planejamento, tomada de decisões e solução de problemas.

Em relação aos métodos e às estratégias de intervenção da orientação escolar, os recursos


mais utilizados são:

O aconselhamento individual, que consiste, por meio de técnicas de escuta ativa, empatia
e aconselhamento, em sessões individuais, discutir as questões específicas trazidas pelo
aluno e o ajudar a lidar com este cenário, desenvolvendo a habilidade de enfrentamento
e de tomada de decisões. Atividades em grupo, como workshops, palestras e apresenta-
ções, que visam desenvolver habilidades socioemocionais e promover o relacionamento
entre os alunos, fortalecendo a autoestima, a comunicação interpessoal, a resolução de
conflitos e o trabalho em equipe.

Orientação vocacional, que, por meio de testes vocacionais, entrevistas individuais e in-
formações sobre o mercado de trabalho, auxilia os alunos na escolha de uma carreira,
no planejamento de seu futuro profissional e no processo de transição da escola para a
vida adulta.

Mediação de conflitos em situações de conflito entre alunos, entre alunos e professores


ou entre alunos e a família, por meio da técnica da escuta ativa, da negociação e da busca
de soluções colaborativas, para promover a resolução, o desenvolvimento da empatia
e o fortalecimento das habilidades de comunicação. A utilização das abordagens e dos
métodos estratégicos como recursos e ferramentas pedagógicas são capazes de orientar
os estudantes na resolução de conflitos, escolha de carreiras, definição de metas e o de-
senvolvimento de planos de ação individualizados, como auxílio ao trabalho de orientação
educacional. Ao combinar todos esses elementos, os orientadores educacionais podem
fornecer um suporte abrangente e individualizado aos alunos, contribuindo para seu de-
senvolvimento acadêmico, emocional e social.

Fonte: BARBOSA, C. C.; LIMA, N. S.; LIMA, E. B. As contribuições da Orientação Educacional ao


processo ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Informações Científicas, v. 2, n. 1, 2011.

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AUTOATIVIDADE

2. Qual abordagem teórica da Orientação Educacional enfatiza a importância do indivíduo em


seu contexto, buscando promover o autoconhecimento, a autenticidade e a autorrealização
dos estudantes?

a) Abordagem Behaviorista.
b) Abordagem Cognitiva.
c) Abordagem Humanista.
d) Abordagem Psicanalítica.
e) Abordagem Sociocultural.

FEEDBACK: C. Abordagem Humanista. Esta abordagem destaca a importância do indivíduo


em seu contexto e busca promover o desenvolvimento pessoal e social dos estudantes,
enfatizando o autoconhecimento, a autenticidade e a autorrealização.

3. Qual método ou estratégia da Orientação Educacional visa auxiliar os alunos na escolha de


uma carreira e no planejamento de seu futuro profissional?

a) Aconselhamento individual.
b) Atividades em grupo.
c) Orientação vocacional.
d) Mediação de conflitos.
e) Testes psicológicos.

FEEDBACK: C. Orientação vocacional. Este método ou esta estratégia da orientação educa-


cional busca auxiliar os alunos na escolha de uma carreira e no planejamento de seu futuro
profissional, por meio de testes vocacionais, entrevistas individuais e informações sobre o
mercado de trabalho.

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REFERÊNCIAS

BARBOSA, C. C.; LIMA, N. S.; LIMA, E. B. As contribuições da Orientação Educacional ao processo


ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Informações Científicas, v. 2, n. 1, 2011.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9394.htm#:~:text=L9394&text=Estabelece%20as%20diretrizes%20e%20bases%20
da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20nacional.&text=Art.%201%C2%BA%20A%20educa%C3%A7%-
C3%A3o%20abrange,civil%20e%20nas%20manifesta%C3%A7%C3%B5es%20culturais. Acesso
em: 26 set. 2023.

GRINSPUN, M. P. S. Z. Autonomia e Ética na Escola: o novo mapa da educação. São Paulo:


Cortez, 2014.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alterna-
tiva, 2004.

RANGEL, M. (org.). Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 2001.

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GABARITO

1. A.

2. C.

3. C.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 5

A FUNÇÃO DO COORDENADOR
PEDAGÓGICO JUNTO À GESTÃO
ESCOLAR

MINHAS METAS

Investigar o papel do coordenador pedagógico na gestão escolar.

Analisar as atribuições, as responsabilidades e as competências do coordenador pedagógico.

Identificar os principais desafios enfrentados pelo coordenador pedagógico, consideran-


do o contexto educacional atual.

Descrever a função do coordenador pedagógico no desenvolvimento e implementação


de projetos pedagógicos e currículos escolares.

Avaliar os impactos da presença do coordenador pedagógico na gestão participativa e


democrática da escola.

Destacar a atuação do coordenador pedagógico na equipe escolar.

Apontar as principais ações realizadas pelo coordenador pedagógico na escola.

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INICIE SUA JORNADA

Imagine, estudante, que você está prestes a ingressar no mercado de trabalho


como coordenador pedagógico. Você se depara com a seguinte situação: Como
desempenhar, de forma eficaz, o papel de coordenador pedagógico, promovendo
um ambiente educacional enriquecedor, inclusivo e de qualidade? Como con-
tribuir para o sucesso e o progresso dos alunos e para uma educação mais signi-
ficativa e transformadora?
A função do coordenador pedagógico é promover um ambiente educacional
rico, inclusivo e de qualidade. Ele desempenha um papel estratégico na gestão
pedagógica, apoiando os professores, incentivando o desenvolvimento profissio-
nal, acompanhando e avaliando o processo educativo e estabelecendo vínculos
entre a escola e a comunidade. Com sua atuação, o coordenador pedagógico
contribui para o sucesso e o progresso dos alunos, visando à educação cada vez
mais significativa e transformadora.
Caro(a) estudante, você pode se preparar para a função de coordenador pe-
dagógico, por meio de ações práticas, como análise de casos reais de coordenação
pedagógica, simulações de reuniões e observação direta em escolas. Isso ajuda
você a identificar desafios e estratégias eficazes para os resolver. Durante este
processo, é fundamental desenvolver habilidades de liderança e comunicação
para colaborar com professores, alunos e famílias, adaptar estratégias de ensino
personalizadas e usar avaliações, criteriosamente, para melhorar o ensino.
Além disso, estabelecer vínculos eficazes entre a escola e a comunidade é uma
faceta crítica da função do coordenador pedagógico, reconhecendo a importân-
cia da participação ativa dos pais e da sociedade na construção de um ambiente
educacional sólido e inclusivo.
Em última análise, a atuação como coordenador pedagógico envolve cons-
tante processo de aprendizado, adaptação e reflexão. Compreender os desafios e
as responsabilidades desta função é essencial, sempre auxiliando os professores
na identificação de estratégias de ensino e de intervenções personalizadas para
melhorar o desempenho dos alunos.

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P L AY N O CO NHEC I M ENTO

O podcast deste tema apresenta a discussão sobre a atuação do coordenador


pedagógico e sua relação com a gestão escolar. Está imperdível, e você não pode
deixar de ouvir. Vamos dar o play?

VAMOS RECORDAR?
No vídeo Pedagogia: Coordenador Pedagógico da Série Desafio: Profissão, da
TV PUC – São Paulo (Equipe de Orientação Profissional do curso de Psicologia –
NACE – Orientação Vocacional), o professor Silvio Bock recebe suas convidadas,
as professoras Maria Emiliana Penteado e Elvira Aranha, ambas coordenadoras
pedagógicas, e, juntos, discutem sobre a atividade profissional desta função.
Com suas experiências relevantes, as convidadas, junto com o professor, fazem
um passeio por vários cenários da atuação do coordenador pedagógico.
O vídeo está disponível no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=Wh-mm0WTl88

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

O coordenador pedagógico desempenha um papel fundamental no contexto


educacional, atuando como um elo entre a equipe docente, os alunos e a co-
munidade escolar. Sua função envolve a coordenação e o suporte ao trabalho
dos professores, bem como o desenvolvimento e a implementação de práticas
pedagógicas eficazes.

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Uma das principais responsabilidades do coorde-


nador pedagógico é o acompanhamento e a avaliação O acompanhamento
do processo educativo, além de fornecer orientação e a avaliação do
e apoio aos professores no planejamento e execução processo educativo
das atividades educacionais.

IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO

O Livro Coordenador Pedagógico - função, rotina e prática,


organizado pelo Instituto Chapada de Educação e Pesquisa
(sob a coordenação geral das professoras Ana Inoue e Cybele
Amado e sob a coordenação pedagógica da professora Beatriz
Gouveia, em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e
com o Instituto Natura e patrocinada pelo Instituto Itaú) é uma
obra que destaca várias sugestões sobre as rotinas e as práti-
cas pedagógicas de atuação do coordenador na escola.

O coordenador pedagógico também desempenha um papel relevante na rela-


ção entre a escola e a comunidade. Ele pode atuar como um mediador entre a
instituição de ensino, os pais e responsáveis pelos alunos, buscando fortalecer a
parceria entre família e escola e desenvolver projetos e atividades que envolvam
a participação da comunidade, visando à integração e ao engajamento de todos
os atores educacionais.

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O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: ATRIBUIÇÕES,


RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS

As atribuições, as responsabilidades e as competências do coordenador peda-


gógico junto à gestão escolar variam de acordo com as políticas e os contextos
específicos de cada instituição e podem demandar tarefas de acordo com as ne-
cessidades conforme o contexto em que atua, porém, segundo Carvalho (2008), é
necessário termos em mente “que o papel fundamental do coordenador pedagó-
gico reside na capacidade de mobilizar os professores, os alunos e a comunidade
para a constituição e a concretização do projeto político pedagógico da escola”
(CARVALHO, 2008, p. 139).
É importante ressaltar que as responsabilidades e as competências do coor-
denador pedagógico estão sempre voltadas para o fortalecimento da qualidade
do ensino, o desenvolvimento profissional dos docentes e a promoção de um
ambiente educacional produtivo e inclusivo. Mas existem algumas funções gerais
e específicas desempenhadas por coordenadores pedagógicos, como serviço de
apoio à gestão escolar. Entre as quais, podemos citar as seguintes:

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PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO CURRICULAR

Colabora na elaboração, na implementação, na avaliação do currículo escolar e auxilia


os professores na elaboração de planos de ensino, atividades e materiais didáticos,
buscando alinhar as práticas pedagógicas aos objetivos educacionais da escola.

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Apoia e dá suporte ao supervisor escolar na promoção da formação contínua dos pro-


fessores, identificando necessidades de capacitação e organizando cursos, palestras e
outras atividades de aperfeiçoamento.

ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

Realiza o acompanhamento do desempenho dos alunos, identificando as dificul-


dades e propondo as estratégias de intervenção para melhorar o processo de ensi-
no-aprendizagem.

ARTICULAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA COMUNIDADE

Atua como um elo de comunicação entre a direção da escola, os professores, os


alunos e seus responsáveis, promovendo a integração e a colaboração entre estes
diferentes atores, facilitando o trabalho em equipe e o envolvimento da comunidade
escolar nas atividades educacionais.

AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Participa da elaboração e da implementação de processos de avaliação interna e


externa da escola, analisando os resultados dessas avaliações, identificando os pontos
fortes e os fracos da instituição, e propõe ações de melhoria com base nestes dados.

ASSESSORIA À GESTÃO ESCOLAR

Colabora com a direção da escola na definição de metas e estratégias para o desen-


volvimento da instituição, contribui com ideias, sugestões e análises fundamentadas
para aprimorar a gestão escolar e alcançar os objetivos educacionais estabelecidos.

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INCLUSÃO E DIVERSIDADE

Desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão e da valorização da di-


versidade na escola. Colabora na implementação de práticas pedagógicas inclusivas,
orientando os professores na adaptação de estratégias e materiais para atender às
necessidades de alunos com deficiências, dificuldades de aprendizagem, diferentes
estilos de aprendizado, entre outros.

USO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Acompanha as tendências e as inovações em tecnologia educacional e busca in-


corporar recursos digitais e ferramentas tecnológicas no contexto da sala de aula,
orientando os professores na seleção e no uso adequado de recursos tecnológicos,
visando enriquecer as práticas pedagógicas e promover o desenvolvimento de habili-
dades digitais nos estudantes.

PESQUISA E ATUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA

Mantém-se atualizado em relação às pesquisas e às tendências educacionais, par-


ticipando de cursos, conferências e grupos de estudo, traz novas abordagens, novos
métodos e recursos para a equipe docente, incentivando a reflexão e a melhoria
contínua das práticas pedagógicas.

Todas estas atividades são ações que complementam o papel do coordenador


pedagógico no que se refere ao apoio junto à gestão escolar. Esta gama demons-
tra a amplitude de atuação e a importância para o sucesso da gestão escolar e o
desenvolvimento dos alunos.

A Atuação do Coordenador Pedagógico na Gestão


Participativa e Democrática

O papel do coordenador pedagógico na gestão participativa e democrática das


instituições de ensino é fundamental para promover a construção coletiva de
um ambiente educacional enriquecedor e inclusivo. O coordenador atua como

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um elo entre os diversos membros da comunidade escolar, incluindo estudan-


tes, pais, professores e equipe administrativa, facilitando a comunicação e a
participação de todos.
Uma das principais responsabilidades do coordenador pedagógico é estimu-
lar a participação ativa dos professores no planejamento e no desenvolvimento
das práticas educativas. Isso envolve a criação de espaços de diálogo e reflexão,
nos quais os docentes possam compartilhar experiências, trocar conhecimentos
e discutir estratégias pedagógicas inovadoras. A participação dos professores no
processo decisório fortalece o sentimento de pertencimento e contribui para a
construção de uma identidade coletiva na escola.

IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E

Segunda Chamada é a série da Globo, ambientada em uma es-


cola da periferia, que mostra a realidade da comunidade esco-
lar envolvida com a instituição. Na produção de onze episódios,
o enredo se passa mostrando a realidade vivenciada pelo dire-
tor Jaci (Paulo Gorgulho) e os professores Lúcia (Débora Bloch),
Sônia (Hermila Guedes), Marco André (Silvio Guindane) e Eliete
(Thalita Carauta), lotados na Estadual Carolina Maria de Jesus
— nome escolhido em homenagem à escritora negra, mineira,
autora do referencial livro Quarto de Despejo: Diário de uma
Favelada (1960).
O drama dos personagens se confunde com a realidade que
diariamente gestores e equipe pedagógica vivem no sistema
educacional brasileiro.

O coordenador pedagógico desempenha um papel importante na promoção da


autonomia e do protagonismo dos estudantes. Ele busca criar oportunidades para
que os alunos sejam ouvidos e participem ativamente do processo educacional,
levando em consideração suas opiniões, interesses e necessidades. Isso pode ser
feito por meio de eventos, como assembleias estudantis, conselhos de classe ou
projetos que incentivem a expressão dos alunos, como feiras de ciências, festivais
culturais e projetos de voluntariado.

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Outro aspecto relevante da atuação do coordenador pedagógico é o estabe-


lecimento de parcerias com a comunidade local. O coordenador busca envolver
pais e responsáveis na vida escolar de seus filhos, promovendo reuniões, ativida-
des e ações que estimulem a participação ativa da família na educação. Ele pode
estabelecer também parcerias com instituições culturais, esportivas e sociais,
trazendo recursos e experiências enriquecedoras para os alunos.
Um aspecto central da gestão participativa e
democrática é a transparência. O coordenador Um aspecto
pedagógico tem a responsabilidade de comparti- central da gestão
lhar informações sobre as decisões tomadas e as participativa e
democrática é a
ações em andamento na escola, garantindo que
transparência
todos os membros da comunidade escolar este-
jam cientes e possam contribuir, de forma consciente, com o andamento das
decisões. A comunicação clara e efetiva é essencial para fortalecer a confiança e
o engajamento de todos os envolvidos.

IN D ICAÇÃO DE LI V RO

A Revista Nova Escola - Gestão Escolar (da Fundação Victor


Civita em parceria com a Editora Abril e Fundação Gerdau),
em sua Edição Especial Estudos e Pesquisas Educacionais:
Os Caminhos da Coordenação Pedagógica e da Formação de
Professores (junho 2011), traz um suplemento repleto de temas
para discussão acerca das duas temáticas destacadas no título.
Recheada de infográficos e experiências impactantes, a edição
especial da revista é leitura obrigatória dentro do panorama
dos estudos pedagógicos voltados para as questões da coor-
denação pedagógica.

Enfim, a atuação do coordenador pedagógico na gestão participativa e democrática


baseia-se na criação de espaços de diálogo, na promoção da participação ativa de
professores, estudantes e pais, na busca por parcerias com a comunidade e na trans-
parência das ações da escola. Ao fortalecer a participação e o engajamento de todos
os membros da comunidade escolar, o coordenador pedagógico contribui para a
construção de um ambiente educacional colaborativo, inclusivo e de qualidade.

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A Coordenação Pedagógica e a Implementação do Currículo


e de Projetos

Em relação à implementação do currículo e de projetos educacionais nas insti-


tuições de ensino, a função que a coordenação pedagógica desempenha envolve
planejar, orientar e acompanhar as práticas pedagógicas, visando garantir edu-
cação de qualidade.
O currículo escolar é o conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes que se espera que os estudantes adquiram ao longo de sua trajetória
educacional. A implementação desse currículo é um processo complexo, que
requer a responsabilidade de alinhar suas vertentes com as diretrizes curriculares
estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e com as necessidades e as características da comunidade es-
colar. Por isso, a participação ativa da coordenação pedagógica é tão importante,
pois é ela quem coordenará a reflexão sobre o currículo, buscará sua atualização
e sua contextualização.
Esta atividade não é tão simples, pois há necessidade de se considerar a rea-
lidade dos estudantes, seus interesses, suas experiências prévias e as demandas
da sociedade contemporânea. Além disso, a coordenação deve assegurar que o
currículo esteja em consonância com os princípios da educação inclusiva e da
formação integral dos alunos, contemplando diferentes áreas do conhecimento,
bem como competências socioemocionais.

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Rangel (2001) destaca algumas características destas atribuições do coorde-


nador pedagógico frente à questão do currículo e dos projetos:
• Acompanhar a atualização pedagógica e normativa, com especial
atenção, em ambos os casos, aos fundamentos;
• Propiciar oportunidades de estudo e interlocução dos professores,
em atividades coletivas, que reúnam professores que desenvolvem
um mesmo conteúdo nas diversas séries e níveis escolares;
• Propiciar oportunidades periódicas de reavaliação de currículo e
programas; Propiciar oportunidades de estudo e decisões coletivas
sobre material didático (RANGEL, 2008, p. 63).

A implementação de projetos pedagógicos também é uma tarefa essencial da


coordenação pedagógica, haja vista que os projetos têm o objetivo de propor-
cionar aos estudantes experiências enriquecedoras, contextualizadas e interdis-
ciplinares. Estas iniciativas promovem a aprendizagem significativa, estimulam
a criatividade, o protagonismo dos estudantes e o trabalho em equipe.

Há, ainda, outra ação da coordenação pedagógica frente aos projetos e ao currículo,
a integração curricular, ou seja, na articulação entre as diferentes disciplinas e áreas
do conhecimento. Esta abordagem interdisciplinar permite que os estudantes
façam conexões entre os conteúdos, compreendam melhor a relevância do que
estão aprendendo e desenvolvam habilidades de pensamento crítico e resolução
de problemas.

Outro aspecto relevante da coordenação pedagógica é o trabalho em parceria


com os professores no apoio da elaboração e da execução dos projetos, oferecen-
do subsídios teóricos, metodológicos e práticos. É necessário auxiliar no planeja-
mento, na seleção de recursos didáticos, na definição de estratégias de avaliação e
na organização das atividades. Deve, ainda, acompanhar o desenvolvimento dos
projetos, oferecendo suporte aos professores, promovendo a articulação entre as
diferentes disciplinas e incentivar a participação de toda a comunidade escolar,
estabelecendo uma relação de diálogo e colaboração, estimulando a troca de
experiências, a reflexão conjunta e a construção coletiva do conhecimento.

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Por meio de um trabalho articulado, a coordenação contribui para que a


escola cumpra sua missão de oferecer uma educação de qualidade, considerando
todos estes aspectos que destacam a complexidade do trabalho da coordena-
ção pedagógica. Sua atuação na implementação do currículo e dos projetos nas
escolas estimulam a criação de um ambiente educacional inclusivo e eficaz na
promoção do desenvolvimento integral dos estudantes e sua preparação para os
desafios do século XXI.

Principais Desafios Enfrentados Pelo Coordenador


Pedagógico

A atuação do coordenador pedagógico visa à promoção da educação de quali-


dade, ao desenvolvimento dos corpos discente e docente e à melhoria contínua
dos processos educacionais. Entretanto, ao assumir esta função, o coordenador
pedagógico se depara com diversos desafios que exigem dele uma atuação estraté-
gica, que envolvem aspectos de âmbitos distintos, como Franco (2008) descreve:

Essa tarefa de coordenar o pedagógico não é uma tarefa fácil. É mui-


to complexa porque envolve clareza de posicionamentos políticos,
pedagógicos, pessoais e administrativos. Como toda ação pedagó-
gica, esta é uma ação política, ética e comprometida, que somente
pode frutificar em um ambiente coletivamente engajado com os
pressupostos pedagógicos assumidos (FRANCO, 2008, p. 128).

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Alguns dos principais desafios, listamos a seguir:

FAZER INCLUSÃO COM DIVERSIDADE

A inclusão de alunos com necessidades especiais e a promoção da diversidade no


ambiente escolar são desafios importantes para o coordenador pedagógico, principal-
mente em relação à adaptação do currículo para atender às necessidades de todos
os estudantes e na criação de um ambiente inclusivo e acolhedor para alunos de
diferentes origens culturais, étnicas e sociais.

GERENCIAMENTO DE CONFLITOS ENTRE ALUNOS

O coordenador pedagógico tem a missão de intervir em disputas entre alunos e


combater as questões de bullying e outras situações de conflito entre os estudantes,
promovendo um ambiente seguro e respeitoso para todos.

ESTABELECER RELAÇÕES COM A COMUNIDADE

O coordenador pedagógico, muitas vezes, é o ponto de contato entre a escola e a co-


munidade local. Com isso, um dos seus principais desafios é estabelecer e fortalecer
relações com líderes comunitários e outros atores externos, de modo a trazer benefíci-
os para a escola e ampliar as oportunidades educacionais para os alunos.

ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS

A rápida evolução da tecnologia pode ser desafiadora para o coordenador pedagógi-


co, que precisa acompanhar estas mudanças e fazer a inserção, de forma eficiente,
na rotina escolar, incentivando o uso responsável da tecnologia em sala de aula e
garantindo que os professores estejam preparados para usar recursos digitais no
processo de ensino.

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

O coordenador pedagógico também pode se deparar com o desafio de planejar e


gerenciar recursos financeiros para programas educacionais, materiais didáticos e
formação de professores, otimizando o uso do orçamento disponível e buscar alterna-
tivas para obter recursos adicionais que beneficiem a escola.

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ACOMPANHAMENTO DO ABANDONO ESCOLAR

O abandono escolar é uma preocupação constante para o coordenador pedagógico.


Ele deve estar atento aos sinais de evasão e buscar maneiras de prevenir e acompan-
har os alunos em situação de risco, trabalhando em conjunto com a equipe escolar
para identificar fatores que levam ao abandono e propor estratégias de intervenção.

PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL

O desenvolvimento socioemocional dos alunos é essencial para o seu bem-estar


e sucesso acadêmico. O coordenador pedagógico pode enfrentar o desafio de im-
plementar programas que promovam habilidades socioemocionais, como empatia,
resiliência e autoestima, integrando práticas ao currículo escolar e incentivando sua
aplicação na rotina dos estudantes.

Esta realidade do enfrentamento dos desafios por parte do coordenador peda-


gógico, desperta a essência do trabalho de superar estes obstáculos com dedica-
ção, habilidades de liderança, atualização constante e uma visão estratégica do
cenário. O coordenador precisa ter em mente que os desafios ficam cada vez mais
complexos diante ao contexto em que eles aparecem. Orsolon (2005) reporta
esta necessidade:

Cada época se impõe e nos impõe desafios diante dos quais nos
sentimos, muitas vezes, despreparados. No século que se findou,
constatamos a todo momento, indícios de mudança nos diferentes
campos do conhecimento, nas organizações sociais, e nas diferentes
culturas e sociedades. Eles têm chegado até a escola, levantando
questionamentos que demandam reflexões e sobre os quais o cole-
tivo da escola precisa se debruçar (ORSOLON, 2005, p. 128).

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Figura 1 - Fotografia de uma coordenadora pedagógica

Descrição da imagem: fotografia de uma mulher morena clara, de meia idade. Ela está de frente para o
observador, aparece apenas seu corpo da cintura para cima. Ela usa óculos de grau com armação preta,
tem cabelos pretos e curtos na altura da nuca. Ela veste uma blusa fina verde claro aberta e uma camiseta
branca por baixo. No braço esquerdo, ela segura dois cadernos e um tablet preto, enquanto sua mão direita
está na altura do peito com os dedos voltados para seu corpo. Ao fundo desfocado, observamos prateleiras
com diversos livros fechados guardados e de várias cores.

Identificar possíveis dificuldades, oferecer suporte pedagógico e promover ajus-


tes necessários para melhorar a eficácia das práticas educacionais são algumas
formas de enfrentamento dos desafios que o coordenador pode utilizar no dia a
dia. A busca por parcerias externas, como instituições de Ensino Superior e or-
ganizações da sociedade civil, são alternativas diferenciadas para que os desafios
sejam superados.
Com a grande demanda de atribuições da Equipe Pedagógica, não é simples
focar nos próprios membros da equipe em relação ao bem-estar destes elos, ocasio-
nando, muitas vezes, com isso, certa negligência em relação à saúde mental deles.
A saúde mental da Equipe Pedagógica é uma questão crucial e deve ser tra-
tada com a devida atenção. A pressão por resultados, a crescente complexidade
das relações interpessoais, os desafios da gestão escolar e as demandas adminis-

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trativas podem sobrecarregar estes profissionais. Por isso, é necessário estabelecer


um ambiente de trabalho saudável e promover o autocuidado para garantir que
possam desempenhar suas funções, de forma plena e eficaz.
Alguns aspectos são de suma importância para o reconhecimento e a va-
lidação do estresse e das dificuldades emocionais que os membros da equipe
enfrentam, diariamente, em prol do estabelecimento de uma rede de apoio para
estes profissionais. A abertura para o diálogo e o apoio institucional são exemplos
destes aspectos essenciais para que esses profissionais se sintam acolhidos e com-
preendidos, sejam por oportunidades de participação em grupos de reflexão seja
tendo acesso a espaços de discussão e troca de experiências que podem aliviar a
sensação de isolamento.

A implementação de políticas de prevenção também deve ser priorizada,


permitindo que a coordenação adquira ferramentas para lidar com as adversidades
cotidianas, incentivo da prática de atividades físicas, meditação e outros exercícios
de relaxamento podem contribuir para o equilíbrio mental e emocional.

É essencial, ainda, que a equipe tenha tempo para se dedicar à família, aos hobbies
e a outras atividades que lhe tragam prazer e satisfação, já que a sobrecarga de
trabalho vivenciada na área da educação pode levar ao esgotamento e à exaustão
emocional, prejudicando a saúde mental dos profissionais.
A implementação de horários de trabalho flexíveis e a promoção do equi-
líbrio entre vida profissional e pessoal são outras estratégias importantes para
preservar a saúde mental, com o oferecimento de possibilidade de trabalho com
horários flexíveis que ajudam a reduzir o estresse relacionado ao deslocamento
e às demandas cotidianas, proporcionando mais autonomia aos profissionais.
Outro ponto a ser considerado é o estímulo à prática de apoio mútuo entre
a equipe escolar e a efetivação de uma cultura de empatia, de suporte mútuo e
fortalecimento dos laços entre colegas, permitindo que compartilhem suas an-
gústias e recebam apoio dos demais.
Além das práticas já mencionadas, é importante enfatizar a necessidade de
se combater o estigma em torno da busca por ajuda psicológica e psiquiátrica.
Infelizmente, em algumas culturas ou ambientes de trabalho, ainda existe resis-

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tência em relação ao tratamento de questões de saúde mental. Promover uma


cultura organizacional, que valorize a saúde mental e encoraje a procura por
apoio profissional é fundamental para que os membros da equipe possam lidar
com os desafios emocionais, de forma saudável e construtiva.

E U IN D ICO

Olá! Agora, quero convidar você a assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estu-
dos. Neste vídeo, falaremos a respeito de temas relevantes para a área.

NOVOS DESAFIOS

O coordenador pedagógico é uma figura-chave na gestão escolar, desempenhan-


do um papel fundamental na promoção de uma educação de qualidade. Teoria e
prática se entrelaçam na atuação deste profissional, preparando-o para enfrentar
os desafios do mercado de trabalho e suas perspectivas.
O coordenador pedagógico atua diretamente na escola, colaborando com
professores, alunos e famílias. Ele promove a formação continuada dos docentes,
auxilia na elaboração de planos de ensino, orienta estratégias pedagógicas e avalia
o desempenho escolar. Além disso, desempenha um papel de mediação entre a
equipe escolar e a comunidade, promovendo uma relação positiva e colaborativa.

No mercado de trabalho, as perspectivas para os coordenadores pedagógicos


são promissoras. Com uma formação sólida, estes profissionais são altamente
valorizados nas escolas. A busca por uma educação de qualidade e a necessidade
de atender às demandas da educação inclusiva e da diversidade tornam o
coordenador pedagógico uma peça-chave na equipe escolar.

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Em resumo, o papel do coordenador pedagógico na gestão escolar é uma com-


binação habilidosa de teoria e prática. Esta integração prepara os profissionais
para um mercado de trabalho dinâmico, onde sua atuação é fundamental para
o sucesso da educação e o desenvolvimento dos alunos. Suas perspectivas são
promissoras, refletindo a importância crescente da qualidade educacional na
sociedade contemporânea.

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AUTOATIVIDADE

1. O papel do coordenador pedagógico: atribuições, responsabilidades e competências junto


à gestão escolar

As atribuições, as responsabilidades e as competências do coordenador pedagógico junto à


gestão escolar variam de acordo com as políticas e contextos específicos de cada instituição
e podem demandar tarefas de acordo com as necessidades conforme contexto em que atua,
porém, segundo Carvalho (2008) é necessário termos em mente “que o papel fundamental
do coordenador pedagógico reside na capacidade de mobilizar os professores, os alunos
e a comunidade para a constituição e a concretização do projeto político pedagógico da
escola” (CARVALHO, 2008, p. 139).

Fonte: CARVALHO. A. L. O Projeto Político Pedagógico: A Concepção do Coordenador. Bra-


sília: CD, 2008.

É importante ressaltar que as responsabilidades e as competências do coordenador peda-


gógico estão sempre voltadas para o fortalecimento da qualidade do ensino, o desenvol-
vimento profissional dos docentes e a promoção de um ambiente educacional produtivo
e inclusivo. Mas existem algumas funções gerais e específicas desempenhadas por coor-
denadores pedagógicos, como serviço de apoio à gestão escolar, entre as quais, podemos
citar as seguintes:

Planejamento e Coordenação Curricular: colabora na elaboração, na implementação, na


avaliação do currículo escolar e auxilia os professores na elaboração de planos de ensino,
atividades e materiais didáticos, buscando alinhar as práticas pedagógicas aos objetivos
educacionais da escola.

Formação e Desenvolvimento Profissional: apoia e dá suporte ao supervisor escolar na pro-


moção da formação contínua dos professores, identificando necessidades de capacitação
e organizando cursos, palestras e outras atividades de aperfeiçoamento.

Acompanhamento Pedagógico: realiza o acompanhamento do desempenho dos alunos,


identificando as dificuldades e propondo as estratégias de intervenção para melhorar o
processo de ensino-aprendizagem.

Articulação entre os Membros da Comunidade: atua como um elo de comunicação entre a


direção da escola, os professores, os alunos e seus responsáveis, promovendo a integração
e a colaboração entre estes diferentes atores, facilitando o trabalho em equipe e o envolvi-
mento da comunidade escolar nas atividades educacionais.

Avaliação Educacional: participa da elaboração e da implementação de processos de avalia-


ção interna e externa da escola, analisando os resultados dessas avaliações, identificando os
pontos fortes e os fracos da instituição, e propõe ações de melhoria com base nestes dados.
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AUTOATIVIDADE

Assessoria à Gestão Escolar: colabora com a direção da escola na definição de metas e estra-
tégias para o desenvolvimento da instituição, contribui com ideias, sugestões e análises funda-
mentadas para aprimorar a gestão escolar e alcançar os objetivos educacionais estabelecidos.

Inclusão e Diversidade: desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão e da


valorização da diversidade na escola. Colabora na implementação de práticas pedagógicas
inclusivas, orientando os professores na adaptação de estratégias e materiais para atender às
necessidades de alunos com deficiências, dificuldades de aprendizagem, diferentes estilos
de aprendizado, entre outros.

Uso de Tecnologia Educacional: acompanha as tendências e as inovações em tecnologia


educacional e busca incorporar recursos digitais e ferramentas tecnológicas no contexto
da sala de aula, orientando os professores na seleção e no uso adequado de recursos tec-
nológicos, visando enriquecer as práticas pedagógicas e promover o desenvolvimento de
habilidades digitais nos estudantes.

Pesquisa e Atualização Pedagógica: mantém-se atualizado em relação às pesquisas e ten-


dências educacionais, participando de cursos, conferências e grupos de estudo, traz novas
abordagens, novos métodos e recursos para a equipe docente, incentivando a reflexão e a
melhoria contínua das práticas pedagógicas.

Todas estas atividades são ações que complementam o papel do coordenador pedagógico,
quanto ao apoio junto à gestão escolar. Esta gama demonstra a amplitude de atuação e a
importância para o sucesso da gestão escolar e o desenvolvimento dos alunos.

Qual é uma das atribuições do coordenador pedagógico junto à gestão escolar?

a) Elaborar os planos de ensino e atividades dos alunos.


b) Realizar o acompanhamento do desempenho dos alunos.
c) Gerenciar os recursos financeiros da escola.
d) Atuar como elo de comunicação entre os alunos e seus responsáveis.
e) Conduzir pesquisas de mercado para aprimorar a gestão escolar.

2. A atuação do coordenador pedagógico na gestão participativa e democrática

O papel do coordenador pedagógico na gestão participativa e democrática das instituições


de ensino é fundamental para promover a construção coletiva de um ambiente educacional
enriquecedor e inclusivo. O coordenador atua como um elo entre os diversos membros da
comunidade escolar, incluindo estudantes, pais, professores e equipe administrativa, facili-
tando a comunicação e a participação de todos.

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AUTOATIVIDADE

Uma das principais responsabilidades do coordenador pedagógico é estimular a participa-


ção ativa dos professores no planejamento e desenvolvimento das práticas educativas. Isso
envolve a criação de espaços de diálogo e reflexão, nos quais os docentes possam compar-
tilhar experiências, trocar conhecimentos e discutir estratégias pedagógicas inovadoras. A
participação dos professores no processo decisório fortalece o sentimento de pertencimento
e contribui para a construção de uma identidade coletiva na escola.

O coordenador pedagógico desempenha um papel importante na promoção da autonomia


e do protagonismo dos estudantes. Ele busca criar oportunidades para que os alunos sejam
ouvidos e participem ativamente do processo educacional, levando em consideração suas
opiniões, interesses e necessidades. Isso pode ser feito por meio de eventos, como assem-
bleias estudantis, conselhos de classe ou projetos que incentivem a expressão dos alunos,
como feiras de ciências, festivais culturais e projetos de voluntariado.

Outro aspecto relevante da atuação do coordenador pedagógico é o estabelecimento de


parcerias com a comunidade local. O coordenador busca envolver os pais e responsáveis
na vida escolar de seus filhos, promovendo reuniões, atividades e ações que estimulem a
participação ativa da família na educação. Ele pode estabelecer também parcerias com
instituições culturais, esportivas e sociais, trazendo recursos e experiências enriquecedoras
para os alunos. Um aspecto central da gestão participativa e democrática é a transparência.
O coordenador pedagógico tem a responsabilidade de compartilhar informações sobre as
decisões tomadas e as ações em andamento na escola, garantindo que todos os membros
da comunidade escolar estejam cientes e possam contribuir, de forma consciente, com o an-
damento das decisões. A comunicação clara e efetiva é essencial para fortalecer a confiança
e o engajamento de todos os envolvidos. Enfim, a atuação do coordenador pedagógico na
gestão participativa e democrática se baseia na criação de espaços de diálogo, na promoção
da participação ativa de professores, estudantes e pais, na busca por parcerias com a comu-
nidade e na transparência das ações da escola. Ao fortalecer a participação e o engajamento
de todos os membros da comunidade escolar, o coordenador pedagógico contribui para a
construção de um ambiente educacional colaborativo, inclusivo e de qualidade.

Qual é um dos principais papéis do coordenador pedagógico na gestão participativa e de-


mocrática das instituições de ensino?

a) Definir estratégias pedagógicas inovadoras.


b) Tomar decisões unilaterais sobre assuntos educacionais.
c) Estabelecer parcerias apenas com instituições esportivas.
d) Excluir os pais e responsáveis da vida escolar dos alunos.
e) Ignorar a participação ativa dos professores.

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AUTOATIVIDADE

3. A coordenação pedagógica e a implementação do currículo e de projetos

Em relação à implementação do currículo e de projetos educacionais nas instituições de


ensino, a função que a coordenação pedagógica desempenha envolve planejar, orientar e
acompanhar as práticas pedagógicas, visando garantir uma educação de qualidade. O cur-
rículo escolar é o conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que se espera
que os estudantes adquiram ao longo de sua trajetória educacional. A implementação desse
currículo é um processo complexo, que requer a responsabilidade de alinhar suas verten-
tes com as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), com a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018, on-line) e com as necessidades
e as características da comunidade escolar. Por isso, a participação ativa da coordenação
pedagógica é tão importante, pois é ela quem coordenará a reflexão sobre o currículo,
buscará sua atualização e sua contextualização. Essa atividade não é tão simples, pois há
necessidade de se considerar a realidade dos estudantes, seus interesses, suas experiên-
cias prévias e as demandas da sociedade contemporânea. Além disso, a coordenação deve
assegurar que o currículo esteja em consonância com os princípios da educação inclusiva
e da formação integral dos alunos, contemplando diferentes áreas do conhecimento, bem
como competências socioemocionais.

Rangel (2001) destaca algumas características destas atribuições do coordenador pedagó-


gico frente à questão do currículo e dos projetos:

• Acompanhar a atualização pedagógica e normativa, com especial atenção,


em ambos os casos, aos fundamentos;
• Propiciar oportunidades de estudo e interlocução dos professores, em ati-
vidades coletivas, que reúnam professores que desenvolvem um mesmo
conteúdo nas diversas séries e níveis escolares;
• Propiciar oportunidades periódicas de reavaliação de currículo e progra-
mas; Propiciar oportunidades de estudo e decisões coletivas sobre material
didático. (RANGEL, 2008, p. 63).

A implementação de projetos pedagógicos também é uma tarefa essencial da coordenação


pedagógica, haja vista que os projetos têm o objetivo de proporcionar aos estudantes ex-
periências enriquecedoras, contextualizadas e interdisciplinares. Estas iniciativas promovem
a aprendizagem significativa, estimulam a criatividade, o protagonismo dos estudantes e o
trabalho em equipe. Há, ainda, outra ação da coordenação pedagógica frente aos projetos
e ao currículo, a integração curricular, ou seja, na articulação entre as diferentes disciplinas
e áreas do conhecimento. Esta abordagem interdisciplinar permite que os estudantes façam
conexões entre os conteúdos, compreendam melhor a relevância do que estão aprendendo
e desenvolvam habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas.

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AUTOATIVIDADE

Outro aspecto relevante da coordenação pedagógica é o trabalho em parceria com os pro-


fessores no apoio da elaboração e da execução dos projetos, oferecendo subsídios teóricos,
metodológicos e práticos. É necessário auxiliar no planejamento, na seleção de recursos
didáticos, na definição de estratégias de avaliação e na organização das atividades. Deve,
ainda, acompanhar o desenvolvimento dos projetos, oferecendo suporte aos professores,
promovendo a articulação entre as diferentes disciplinas e incentivar a participação de toda
a comunidade escolar, estabelecendo uma relação de diálogo e colaboração, estimulando
a troca de experiências, a reflexão conjunta e a construção coletiva do conhecimento. Por
meio de um trabalho articulado, a coordenação contribui para que a escola cumpra sua
missão de oferecer uma educação de qualidade, considerando todos estes aspectos que
destacam a complexidade do trabalho da coordenação pedagógica. Sua atuação na im-
plementação do currículo e dos projetos nas escolas estimulam a criação de um ambiente
educacional inclusivo e eficaz na promoção do desenvolvimento integral dos estudantes e
sua preparação para os desafios do século XXI.

A coordenação pedagógica, em relação à implementação do currículo e de projetos edu-


cacionais, desempenha as seguintes atribuições:

I - Atualização pedagógica e normativa, com especial atenção aos fundamentos.


II - Planejamento e execução das atividades dos projetos pedagógicos.
III - Articulação entre as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento.
IV - Avaliação dos estudantes e definição de estratégias de ensino.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) I e II.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I e IV.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Guia de implementação da Base Nacional Comum Curricu-


lar: orientações para o processo de implementação da BNCC. Brasília: MEC, 2018. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/04/guia_BNC_2018_
online_v7.pdf. Acesso em: 19 set. 2023.

CARVALHO, A. L. O Projeto Político Pedagógico: A Concepção do Coordenador. Brasília: CD, 2008.

FRANCO, M. A. S. Coordenação pedagógica: uma práxis em busca de sua identidade. Revista


Múltiplas Leituras, v. 1, n. 1, jan./jun. 2008.

ORSOLON, J. A. M. O coordenador/formador como um dos agentes de transformação na/


da escola. 4. ed. In: ALMEIDA, L. R.; PLACCO, V. M. O coordenador pedagógico e o espaço da
mudança. São Paulo: Loyola, 2005.

RANGEL, M. (org.). Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 2001.

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GABARITO

1. Feedback: B. A atribuição do coordenador pedagógico inclui o acompanhamento do desem-


penho dos alunos, identificando suas dificuldades e propondo estratégias de intervenção para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem. As demais alternativas não correspondem
diretamente às atribuições do coordenador pedagógico junto à gestão escolar.

2. Feedback: A. Um dos principais papéis do coordenador pedagógico na gestão participa-


tiva e democrática é estimular a participação ativa dos professores no planejamento e no
desenvolvimento das práticas educativas. Isso envolve a criação de espaços de diálogo e
reflexão, nos quais os docentes possam compartilhar experiências, trocar conhecimentos e
discutir estratégias pedagógicas inovadoras. A alternativa (A) é correta porque está alinhada
com esta função, enquanto as demais alternativas estão incorretas, pois não correspondem
ao papel do coordenador pedagógico na gestão participativa e democrática.

3. Feedback: A. A coordenação pedagógica, conforme destacado no texto, tem como atri-


buições acompanhar a atualização pedagógica e normativa, com especial atenção aos
fundamentos, o que corresponde à afirmativa I. As demais afirmativas (II, III e IV) não estão
mencionadas no texto como atribuições específicas da coordenação pedagógica.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 6

O ADMINISTRADOR E O INSPETOR:
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS NA
GESTÃO EDUCACIONAL

MINHAS METAS

Apresentar as principais características destes dois diferentes atores pedagógicos: o


administrador e o inspetor escolar.

Compreender o trabalho exercido pelo administrador escolar em suas distintas frentes de


trabalho.

Conhecer a função do inspetor escolar e suas possibilidades de atuação.

Reconhecer o papel do inspetor escolar e do administrador, como educadores em suas


ações e inferências, dentro da escola.

Compreender a aplicação do diálogo, entre todos os atores pedagógicos, como uma


prática democrática, no ambiente educacional.

Integrar os saberes do administrador e do inspetor escolar, frente aos desafios cotidianos.

Oferecer sugestões práticas que podem ser acolhidas e gerenciadas dentro do âmbito
escolar por estes dois atores pedagógicos.

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U N I AS S E LVI

INICIE SUA JORNADA


A identidade de um gestor educacional, no papel de administrador escolar,
depende, além de sua formação em Pedagogia, de vários outros fatores so-
ciais, históricos e culturais.
Graças a este movimento, o administrador escolar tem deixado de in-
vestir em uma identidade autoritária e fiscalizadora, para assumir uma
postura mais democrática. Nesta perspectiva, o conceito de identidade do
administrador é construído na relação com o outro, em uma postura de
mediação, ajudando a estabelecer parcerias entre a escola, a família, os
estudantes e a comunidade.
Partindo deste pressuposto, podemos afirmar que o administrador esco-
lar é, antes de tudo, um líder, que aceita e compartilha suas ações, pautado no
conhecimento, na motivação, na avaliação e no planejamento, primando pela
excelência na educação, junto à sua equipe. No entanto, não é incomum per-
cebermos certa confusão nos papéis exercidos pelos profissionais que fazem
parte da gestão de uma escola, uma vez que não estão claras as atribuições
que competem a cada um deles, conforme a situação que traremos a seguir:
Em determinada escola, observou-se que algumas tarefas que compe-
tem à equipe de gestores acabam sendo desempenhadas por várias pessoas,
enquanto outras tarefas, ficam esquecidas, ou seja, está havendo falha de
comunicação acerca das atribuições que competem a cada um dos profis-
sionais da gestão. Na última semana, por exemplo, o administrador delegou
ao inspetor escolar certa tarefa que não lhe competia resolver. Este, por
sua vez, acabou envolvendo-se em um assunto que dizia respeito apenas ao
administrador escolar. Enfim, esta situação gerou um problema interno e o
conflito inicial, permaneceu sem resposta.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Como este problema poderia ter sido resolvido? O que fazer para que situações
como esta, não voltem a acontecer?

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 6

No problema apresentado, o administrador e o inspetor escolar falharam


na distribuição e na execução de determinada tarefa, pois desconheciam
suas verdadeiras atribuições dentro da escola. O trabalho dialógico e a co-
municação eficiente são essenciais à gestão educacional, evitando impactos
ou implicações negativas.
Neste tema de aprendizagem, aprofundaremos os nossos conhecimentos
acerca de quem são estes dois importantes atores pedagógicos: o administrador
e o inspetor escolar, desvelando as atribuições que competem a cada um deles
dentro da escola. Reforçamos que nem todas as instituições apresentam um
profissional que atua na inspeção escolar, pois algumas delas têm esta função
absorvida pelo coordenador pedagógico e/ou pelo orientador educacional. No
entanto partiremos da realidade de que os inspetores escolares ainda existem
em muitas instituições, mesmo que, às vezes, tenham outras denominações,
acompanhando/fiscalizando bem de pertinho os alunos, em sincronia com os
demais atores pedagógicos que compõem a equipe de gestores.

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Para ajudá-lo(a) a responder estas duas perguntas, elaboramos um podcast com


dicas práticas que poderão contribuir para a resolução do problema apresentado,
por meio da experimentação e da identificação de caminhos. Acesse este material
e aprimore sua forma de comunicação frente aos desafios de atuação que com-
petem à gestão de uma escola.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem

VAMOS RECORDAR?
Para uma gestão educacional eficiente, precisamos de líderes e métodos,
independentemente da função que ocupem dentro da escola. Mas quais seriam,
afinal, as qualidades de um bom gestor/líder? O que seriam os métodos? Vicente
Falconi trará-nos estas respostas. Ele é consultor de empresas e fundador do INDG
(Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial) e fala sobre as qualidades de um
líder e sobre os pilares de um bom modelo de gestão, nesta entrevista concedida
em maio de 2011, à Revista Nova Escola.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem

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U N I AS S E LVI

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


A gestão educacional se dá como um ecossistema em que todos os atores peda-
gógicos, com formação adequada para o exercício da função, contribuem para
o desenvolvimento da Instituição Escolar. De acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases, nº 9.394, art. 64:


A formação de profissionais de educação para administração, plane-
jamento, inspeção, supervisão e orientação educacional, para a edu-
cação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida,
nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL,1996, on-line).

Para Libâneo (2001, p. 10), “a gestão é a atividade pela qual são mobilizados
meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo,
basicamente, os aspectos gerenciais e técnicos-administrativos”. Muitas vezes,
o profissional que cumpre este papel dentro da escola é o Diretor, ou seja, é ele
quem assume, na maioria dos casos, as atribuições pertinentes ao Administra-
dor Escolar, gerenciando as questões pedagógicas, administrativas, financeiras
e culturais, sob o mesmo guarda-chuva.

O administrador escolar/diretor é o personagem principal na gestão escolar, um


líder que precisa estar disposto a realizar uma prática pedagógica e administrativa,
de forma igualitária, democrática e exitosa.

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É ele quem coordena, organiza e faz o gerenciamento de todas as atividades


da escola, mas é lógico que não faz isso sozinho, ele conta com o apoio dos de-
mais profissionais que compõem a comunidade educativa. Além disso, é este
profissional quem responde pelo cumprimento (ou não) das Leis, Regulamentos
e determinações dos Órgãos Superiores de Ensino. Segundo Saviani (1996, p.
207), o diretor apresenta-se como o responsável máximo no âmbito da unidade
escolar, e seu papel é garantir o bom funcionamento da escola”.


O papel da escola em relação ao aluno é garantir a aprendizagem
dos conhecimentos socialmente necessários em um determinado
momento histórico. Conhecimentos estes que permitam ao aluno
compreender a realidade social e natural e possibilitem-lhe a ação
coletiva consciente na direção da construção de uma sociedade
justa e igualitária

(ALMEIDA; SOARES, 2010, p. 89).

Além de o administrador escolar ser a pessoa que responde pelas questões


legais e administrativas da escola, ele também é um educador e, como tal, precisa
acompanhar e coordenar as práticas pedagógicas e o currículo, desenvolvidos
pelo corpo docente junto aos alunos.


A escola é uma instituição de natureza educativa. Ao diretor cabe,
então, o papel de garantir o cumprimento da função educativa que é
a razão de ser da escola. Nesse sentido, é preciso dizer que o diretor
de escola é, antes de tudo, um educador; antes de ser administrador
ele é um educador

(SAVIANI, 1996, p. 208).

Em termos gerais, ser o líder responsável pela administração escolar, envolve


liderar pessoas e métodos, de forma qualitativa e eficiente, objetivando a exce-
lência do ensino. Apesar de ser uma atividade, muitas vezes, desenvolvida pelo
diretor, ela não deve focar apenas nas questões relacionadas à direção. Seu foco
precisa concentrar-se nos fins educacionais e no alcance de objetivos de toda a
comunidade escolar, a saber: alunos, professores, escola e pais, viabilizando, para
isso, todos os recursos (materiais e humanos) de que dispõe.

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Giacaglia e Penteado (2010, p. 61) auxiliarão-nos a compreender o conceito


de liderança, que pode ser de três tipos:

AUTORITÁRIA

em que o líder se impõe e é acatado pelo medo que desperta em seus liderados.

LAISSEZ-FAIRE

em que o líder caracteriza-se por ser omisso, pouco engajado, fugindo de situações
difíceis e, portanto, não se impõe, é ignorado pelos alunos e por toda a comunidade,
mantendo-se pela titulação e pela força de seu cargo.

DEMOCRÁTICA

em que o líder consegue a adesão voluntária das pessoas com quem tem de interagir, a
confiança e a colaboração delas, graças à sua personalidade, à qualidade de seu traba-
lho e ao tipo de liderança consensual que consegue estabelecer na comunidade, tanto
dentro como fora da escola, em relação a todos ou à maior parte de seus membros.

Partindo do pressuposto de que ao Administrador Escolar cabe a responsa-


bilidade de zelar pelo funcionamento da escola em seus âmbitos pedagógicos
e administrativos, entendemos que ele necessita ter conhecimento nestes dois
campos de atuação, não podendo fixar-se apenas nas questões administrativas,
em detrimento das questões pedagógicas ou vice-versa. Ele necessita dar conta
de equilibrar estas duas demandas.

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Segundo Libâneo (2004), o papel deste profissional é deter conhecimentos


e habilidades para exercer liderança, iniciativa e utilizar práticas de trabalho em
grupo para assegurar a participação de alunos, professores, especialistas e pais
nos processos de tomada de decisões e na solução de problemas.


O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que
significa a capacidade das pessoas e dos grupos, de livre determi-
nação de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. Como
a autonomia, opõe-se às formas autoritárias de tomada de decisão,
sua realização concreta nas instituições é a participação. Portanto,
um modelo de gestão participativa, tem na autonomia um dos seus
mais importantes princípios, implicando a livre escolha de objetivos
e processos de trabalho e a construção conjunta do ambiente de
trabalho. (LIBÂNEO, 2004, p. 102).

Assim como vimos no vídeo de entrevista com


Vicente Falconi, o administrador escolar/diretor
O administrador
precisa ser um líder, capaz de perceber as neces- escolar/diretor
sidades, as fragilidades, as exigências e os desafios precisa ser um líder
do mundo contemporâneo, além das expectativas
da comunidade escolar, mobilizando-a, a fim de traçar metas, envolvendo a par-
ticipação ativa de todos os segmentos da escola, em prol de benefícios comuns.

E U IN D ICO

Você ficou interessado em saber o que fazer para mobilizar a comunidade es-
colar? Acesse o vídeo a seguir e descubra: https://apigame.unicesumar.edu.br/
qrcode/23582.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem

Em relação à Gestão Pedagógica, o Administrador Escolar necessita acom-


panhar, participar e interferir na construção, aplicação e avaliação da proposta
pedagógica da instituição em que atua, zelando pela qualidade dos processos
pedagógicos e colocando em prática o que prevê a LDB nº 9.394/96, em seu artigo
12. De acordo com BRASIL (1996), cabe aos estabelecimentos ou instituições de
ensino a incumbência de:

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I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula esta-
belecidas;
IV – zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendi-
mento;
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos
de integração da sociedade com a escola;
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se
for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento
dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica
da escola;
VIII – notificar ao conselho tutelar do município, ao juiz competen-
te da comarca e ao respectivo representante do Ministério Público
a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de
50% (cinquenta por cento) do percentual permitido em lei

(BRASIL, 1996, on-line).

Já em relação à Gestão Administrativa, cabe a este profissional zelar pelo pa-


trimônio da escola (cuidados, limpeza e manutenção) e administrar seus recursos
físicos, materiais e financeiros, promovendo a aprendizagem dos alunos. Além
disso, precisa cooperar para que toda a parte de documentação dos docentes e
discentes estejam devidamente organizadas, facilitando a gestão dos processos
educacionais.
Em 2010, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
- OCDE publicou o documento Improving School Leadership (STOLL; TEM-
PERLEY, 2010) (Melhorando a Liderança Escolar, em tradução livre). O material
objetiva demonstrar a pertinência que há no trabalho do administrador escolar/
diretor em relação a criação e manutenção de um ambiente favorável à melhoria
das práticas escolares desenvolvidas em sala de aula. O documento reforça que a
atuação de um diretor deve consistir em:

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I) Apoiar, avaliar e possibilitar o desenvolvimento do trabalho do-
cente (avaliação e monitoramento dos professores, investimento
no desenvolvimento profissional de professores, manutenção de
culturas colaborativas de trabalho); II) Definir metas, avaliações e
responsabilidades (destaca-se a autonomia/discricionariedade do
diretor para estabelecer metas e planejar, além do uso de dados
para beneficiar os estudantes); III) Gestão estratégica dos recursos
(uso estratégico dos recursos humanos e financeiros, alinhando-os
aos propósitos pedagógicos); IV) Sistema de Liderança (atuação
para além dos limites da escola, estabelecendo relações com outras
escolas para a troca de experiências e boas práticas)

(STOLL; TEMPERLEY, 2010).

E U IN D ICO

Para aprofundar o seu entendimento acerca das competências do diretor escolar


nas seguintes dimensões: político-institucional; pedagógica; administrativo-financei-
ra; pessoal e relacional, sugiro a leitura da Matriz Nacional Comum de Competências
do Diretor Escolar, disponível em: https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/23583

A seguir, conheceremos outro profissional da gestão educacional, o Inspetor


Escolar. Não é muito comum ouvirmos falar deste profissional dentro das ins-
tituições de ensino contemporâneas, mas sua contribuição é fundamental para
o desenvolvimento dos alunos.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Ele ainda existe? Se sim, quais são as suas atribuições? Se não, quem absorveu a
sua função dentro da escola?

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A P RO F UNDA NDO

No dicionário Aulete Digital (2023, on-line), ao procurarmos a palavra: inspetor, te-


mos a seguinte definição: “1. Aquele que inspeciona, que faz inspeção; 2. Aquele
que cuida da disciplina dos alunos em uma escola”.
A definição coaduna com o histórico da maioria das escolas que conhecemos,
como um lugar onde se pratica a disciplina, filas sem propósito nos pátios e cartei-
ras enfileiradas (muitas vezes, demarcadas) nas salas de aula. Espaços de silêncio,
obrigações e exigências. Tudo isso para que se possa manter a ordem. Esta aplica-
ção da semântica da palavra inspetor foi, durante muito tempo, exigida do profis-
sional da área da disciplina escolar e da manutenção de um status quo da escola.

A disciplina escolar não deve ser imposta de maneira autoritária aos alunos,
pois, mesmo precisando de limites e regras,
eles necessitam compreender o que espera- A disciplina escolar
mos deles, de maneira que a “obediência” seja não deve ser
construída e compartilhada, de forma autôno- imposta de maneira
ma, consciente, participativa e responsável. autoritária

[...] o simples fato de o aluno obedecer às normas estabelecidas pela escola e pelo
professor não pode ser entendido como disciplina. A disciplina não é estabelecida
com medidas disciplinares, mas a partir da organização de todo o trabalho peda-
gógico, como o resultado do conjunto de determinações que atuam sobre o aluno
(ALMEIDA; SOARES, 2010, p. 104-105).

QUEM É E O QUE FAZ UM INSPETOR ESCOLAR?

O Inspetor Escolar é um profissional contratado para fazer a inspeção dos alu-


nos. Pode ter nomes diferentes, de acordo com a instituição, mas a sua função

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primordial é cuidar dos alunos, ou seja, zelar pela sua segurança, auxiliar em
suas dificuldades, monitorar comportamentos, garantir a disciplina e fiscalizar
o cumprimento (ou não) de regras, estabelecidas pela escola.
Ao entrar para a escola, deve-se considerar que o aluno irá passar
nela muitas horas do dia e muitos dias de sua vida. É importante,
pois, que ela se constitua em um ambiente interessante e agradável
que, além da formação intelectual, favoreça o desenvolvimento sa-
dio do educando (GIACAGLIA; PENTEADO, 2010, p. 190).

Normalmente, estes profissionais conhecem todos os alunos pelos seus no-


mes, sabem particularidades da vida pessoal deles, são bons conselheiros, bons
ouvintes e praticantes de manifestações inclusivas, ou seja, buscam as condições
adequadas para o atendimento de todos, sem exceções. No entanto, também
podem ser considerados “chatos”, por cumprirem a sua função e exigirem dos
alunos comportamentos diferentes dos que, porventura, apresentarem e que são,
por assim dizer, considerados inadequados pela escola. De acordo com Grinspun
(2011, p. 113):
cada escola tem uma dinâmica própria; mesmo sendo pública ou
particular, suas características são específicas e distintas. Cada esco-
la desenvolve seu próprio conjunto de normas e valores e, principal-
mente, sua própria cultura. Em cada escola os valores são processa-
dos, traduzidos e combinados de acordo com os interesses, algumas
vezes conflitantes, na escola e na comunidade onde ela está inserida.

Uma dica interessante é realizar com os alunos assembleias de decisões em


que eles auxiliam na construção das regras. Desta forma, o aluno sente-se parte
das decisões, deixando a posição de “sujeito obediente e passivo para tornar-se
alguém com autocontrole, autonomia e autodisciplina, tanto para os aspectos
da escola, quanto aos aspectos da vida, fora dela” (PIANEZZER, 2013, p. 143).
Vale reforçar que a função do inspetor vai
muito além do que fiscalizar e inspecionar a or- A função do inspetor
dem do ambiente escolar. De acordo com o Guia vai muito além do
que fiscalizar e
de Carreira, INDEED (2023, on-line), são atribui-
inspecionar
ções do inspetor escolar:

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Prestar apoio durante atividades Orientar estudantes e responsáveis;


acadêmicas;

Cuidar da segurança das instalações Participar da definição de atividades


escolares relacionadas ao bem-estar disciplinares;
de estudantes;

Fiscalizar o uso de materiais e espaços Fixar avisos e comunicados em murais;


recreativos;

Inspecionar a limpeza e higiene nas Controlar o fluxo de pessoas estranhas;


dependências da escola;

Vistoriar irregularidades em salas de Prestar apoio ao corpo docente e à


aula, banheiros, vestiários, biblioteca, diretoria, quando necessário;
salas de jogos etc.;

Dar orientação quanto ao cumprimento Acompanhar o processo de adaptação


de horários e regras específicas dos estudantes que acabaram de
do recinto; chegar à instituição;

Analisar os grupos em diversos Identificar as relações de poder e


contextos, como os espaços que confiança entre estudantes, bem como
ocupam, como se organizam, que suas repercussões nos relacionamentos
linguajar usam e quais brincadeiras interpessoais e dinâmica escolar;
praticam;

Conduzir indivíduos indisciplinados Identificar quaisquer pessoas suspeitas


à diretoria; nas proximidades da escola;

Informar sobre mudanças nas salas de Solicitar pequenos reparos;


aula e outras dependências da escola;

Organizar filas e agrupamentos de Abrir e fechar salas de aulas;


estudantes;

Conciliar conflitos e corrigir ações de Fotocopiar materiais didáticos;


intimidação entre estudantes;

Fiscalizar brincadeiras que possam não Coibir o uso de fumo, álcool e outras
ser adequadas ao contexto escolar; substâncias entorpecentes dentro
da escola;

Identificar responsáveis por atos de


Auxiliar estudantes com deficiência; vandalismo e depredação do
patrimônio escolar;

Analisar e verificar fatos comunicados Fazer o controle da carteira de


por estudantes; identificação escolar;

Impedir a evasão de aulas.

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 6

Assim como o diretor, o coordenador pedagógico e o orientador educacional, o


inspetor escolar também é um membro da comunidade educativa, ou seja, ele
também é um educador e precisa ser visto e valorizado como tal.


Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que rece-
be o estatuto legal de formar cidadãos com capacidade de não só
enfrentar esses desafios como de superá-los. Como consequência,
para trabalhar em educação, de modo a atender as demandas, tro-
na-se imprescindível que se conheça a realidade e que se tenham
competências necessárias para realizar nos contextos educacionais
os ajustes e mudanças de acordo com as necessidades e demandas
emergentes no contexto da realidade externa e no interior da escola
(LUCK, 2008, p. 21).

IN D ICAÇÃO DE FI LM E

Escritores da Liberdade.
Sinopse: E por falar em conhecer a realidade externa e interna
da escola, sugiro que você assista ao filme Escritores da Liber-
dade. É um filme baseado em fatos e foi lançado, em 2007. A
história gira em torno da necessidade da criação de vínculos
sociais em sala de aula e da possibilidade de mudança por
meio da educação. O desafio enfrentado pela professora é
grande. Os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio são
marcados pela violência, descrença, desobediência, desmo-
tivação e, principalmente, pelos conflitos raciais. São jovens
vindos de famílias desestruturadas, vítimas de abandono e
descaso. É um filme que, certamente, lhe servirá de inspira-
ção, enquanto administrador ou inspetor = educador, não dei-
xando de lado a questão da reflexão sobre a importância da
tolerância e da superação de preconceitos.

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ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

Ao destacar que o Inspetor Escolar também é um educador, reforçamos que a


relação estabelecida entre ele e os estudantes não deve envolver comunicação
violenta, ameaças ou constrangimentos, que seriam características de uma pos-
tura autoritária, no exercício do poder. Também não se pode ir ao outro extremo,
permitindo que estudantes se utilizem da liberdade que têm para afrontarem com
ações ou palavras o inspetor no exercício de sua função. Há que se estabelecer
uma cultura de paz na escola, em que predomine uma relação respeitosa e dia-
lógica entre ambos. Em resumo: é preciso conhecer, verdadeiramente, a escola
em sua completa organização (com todos os seus jeitos e sujeitos) para que sua
atuação vá muito além da inspeção. De acordo com Grinspun (2011, p. 112),
conhecer a organização da escola é conhecer seu dia a dia, seus profissio-
nais, seus valores e crenças, é compreender o significado de suas ações, mas
também, principalmente, conhecer seu projeto político-pedagógico, através
do qual o aluno se forma não só para esta escola, mas para a vida.

Além de ser um educador, como já mencionamos anteriormente, o inspetor


escolar também exerce importante função de liderança, assim como o admi-
nistrador escolar, o orientador educacional ou o coordenador pedagógico, con-
tribuindo na produção de novos conhecimentos e favorecendo ambientes de
aprendizagem, dentro deste meio histórico e social que é a escola.

IN D ICAÇÃO DE LI V RO

Educação como exercício de poder.


Sinopse: No livro: Educação como exercício de poder, de Vi-
tor Henrique Paro, o autor traz uma reflexão sobre o que se
sabe da educação de um ponto de vista de senso comum e a
importância de abordarmos de maneira científica e crítica às
práticas do cotidiano, apontando para o lugar histórico e social
que é a escola.

A função do inspetor escolar, atualmente, encontra-se voltada à execução de


tarefas cotidianas, em uma abordagem científica e crítica, que envolve relacio-
namento, conduta, disciplina, comprometimento e envolvimento dos estudantes
nos processos educacionais, juntamente à comunidade escolar.

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 6

E M FO CO

Olá! Agora, quero lhe convidar para assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estu-
dos com temas relevantes para a área.

NOVOS DESAFIOS
Partindo do pressuposto de que, além de conhecer, você tenha se interessado pela
função do administrador ou do inspetor escolar, desejo convidá-lo(a) a aprofun-
dar ainda mais os seus conhecimentos, com dez dicas práticas que poderão lhe
apontar perspectivas neste competitivo mercado de trabalho, atrelando todo o
conhecimento construído até aqui ao seu futuro profissional. Vamos lá?
Dicas práticas para quem deseja atuar na administração ou na inspeção escolar:

Busque participar de cursos de liderança, eles poderão lhe preparar para lidar com
as adversidades do dia a dia.

Conheça a Legislação Vigente que rege as Normas Educacionais do nosso país.

Leia muito sobre educação. Atualize-se!

Desenvolva inteligência emocional - pode não parecer, mas saber lidar com
diferentes emoções fará toda a diferença.

Busque qualificação profissional, constantemente. Você perceberá que nunca sabe


o suficiente.

Delegue funções - você não precisará dar conta de tudo sozinho.

Compreenda como se dá a Gestão Democrática, dentro de uma instituição de


ensino. Coloque-a em prática, sempre que puder.

Apaixone-se pela educação e respeite. infinitamente, as crianças e os adolescentes.

Abra para que as pessoas possam falar e serem ouvidas, sempre que lhe procurarem.

Seja comprometido, habilidoso e competente em tudo que fizer - dê sempre o seu


melhor!

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A partir destas reflexões, espero que você tenha conseguido perceber as con-
tribuições e os desafios destes dois profissionais (administrador e inspetor esco-
lar) no contexto atual, identificando suas características, suas atribuições e seus
desafios, numa linha de entrosamento e articulação entre todos os envolvidos
no processo educativo.

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AUTOATIVIDADE

1. O profissional que cumpre o papel de administrador escolar não lida apenas com ques-
tões administrativas, ou seja, ele também gerencia questões pedagógicas (referentes
à aprendizagem e ao currículo), administrativas (administração da instituição, como um
todo), financeiras (o que se refere a dinheiro) e culturais (organização e participação de
eventos em geral).

O profissional que cumpre este papel dentro da escola, na maioria dos casos, é o:

a) Coordenador Pedagógico.
b) Inspetor Escolar.
c) Orientador Educacional.
d) Supervisor.
e) Diretor.

2. O diretor é o gestor responsável pelo gerenciamento da Gestão Pedagógica e da Gestão


Administrativa, mantendo o equilíbrio adequado entre estas duas áreas de atuação.

Quanto à gestão administrativa, cabe a ele:

a) Ser autoritário nas decisões, pois nem tudo precisa ser feito de forma democrática.
b) Ter o único controle sobre a gestão dos processos educacionais.
c) Responsabilizar apenas a secretaria pelo destino correto da documentação da escola.
d) Delegar ao inspetor o patrimônio da escola (cuidados, limpeza e manutenção).
e) Administrar recursos físicos, materiais e financeiros, promovendo a aprendizagem dos
alunos.

3. A Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar apresenta quatro dimensões


de atuação, que servem de parâmetro aos diretores de nosso país.

Quais são estas dimensões? Assinale a resposta correta.

a) Projeto-político; projeto-pedagógico; regimento interno; administrativo-financeiro.


b) Político; econômico; financeiro; legislativo.
c) Pedagógico; docente; discente; comunidade.
d) Projeto; liderança; experimentação; comunicação
e) Político-institucional; pedagógica; administrativo-financeira; pessoal e relacional.

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REFERÊNCIAS

INSPETOR. In: AULETE Digital. 2023. Disponível em: https://aulete.com.br/. Acesso em: 22 set. 2023.

POLÍTICA. In: DICIONÁRIO da Língua Portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1998Disponível


em: http://www.priberam.pt/dlDLPO. Acesso em: 8 mar. 1999.

ALMEIDA, C. M.; SOARES, K. C. D. Pedagogo Escolar: as funções supervisora e orientadora. Curi-


tiba: Ibpex, 2010.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa-


ção Nacional. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 17 ago. 2023

GIACAGLIA, L. R. A.; PENTEADO, W. M. A. Orientação Educacional na prática: princípios, históri-


co, legislação, técnicas e instrumentos. 6. ed. São Paulo, Cengage Learning, 2010.

GRINSPUN, M. P. S. Z. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a


escola. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

INDEED. Conselho De Carreira. Indeed, 26 ago. 2023. Disponível em: https://br.indeed.com/con-


selho-de-carreira/encontrando-emprego/o-que-faz-inspetor-alunos. Acesso em: 17 ago. 2023

LIBÂNEO, J. C. A organização e a Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiânia: Editora Alter-


nativa, 2001.

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alter-
nativa, 2004.

LUCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2008.

STOLL, L.; TEMPERLEY, J. Improving School Leadership. Paris: OCDE Publishing, 2010.
Disponível em: https://read.oecd-ilibrary.org/education/improvingschool-leadership_
9789264083509-en#page1.

PIANEZZER, L. C. M. Orientação Educacional. Indaial: Uniasselvi, 2013.

SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 12. ed. Campinas: Autores As-
sociados, 1996.

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GABARITO

1. Feedback: E. O diretor é a resposta correta, pois ele atende a todas estas demandas, en-
quanto os demais possuem atribuições mais específicas, por exemplo: o foco do coorde-
nador está no processo de ensino e aprendizagem; o foco do inspetor está no aluno; do
orientador, também está no aluno e na sua família, e o foco do supervisor está no professor.
Desenvolvimento motor, fases, estágios, reflexos primitivos, reflexos posturais, codificação e
decodificação de informações, inibição de reflexos, pré-controle, estágio maduro, elementar
e inicial, transição, aplicação, utilização permanente, competência motora, comportamento
motor, habilidades motoras, locomoção, estabilidade, manipulação, manutenção do equilí-
brio, movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e especializado, oportunidades de
prática, desenvolvimento da maturação, incentivo, ambiente favorável.

2. Feedback: E. O diretor precisa realizar uma gestão democrática, por isso, as alternativas A e
B já se tornam incorretas. Além disso, ele também deve preocupar-se com toda a documen-
tação dos alunos e dos professores, facilitando a gestão dos processos educacionais. Por
fim, a letra D também torna-se incorreta, pois as funções que ali são sugeridas ao instrutor
fazem parte das atribuições do diretor, e não da dele.

3. Feedback: E. As 4 dimensões são estas: político-institucional; pedagógica; administrativo-fi-


nanceira; pessoal e relacional. Todas as demais são meras invenções da autora.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7

O PROCESSO DE FINANCIAMENTO
DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO
NACIONAL

MINHAS METAS

Conhecer o processo de financiamento da educação no Brasil.

Identificar as características da Lei Orçamentária.

Conhecer as responsabilidades entre os entes federados.

Apreender a organização da Receita Pública.

Compreender a estrutura do PDDE na escola.

Conhecer o Plano de Desenvolvimento na Escola.

Identificar as práticas da gestão escolar relacionadas às ações administrativas.

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INICIE SUA JORNADA


A função de gestão escolar na escola requer alguns conhecimentos particulares
para o exercício com responsabilidade e compromisso, incluindo os conhecimen-
tos sobre os processos que envolvem o uso dos recursos financeiros na escola.
Nesse sentido, o gestor escolar assinará os documentos e responderá juntamente
ao órgão mantenedor por todas as ações e as operações que envolvem a aplicação
do dinheiro público.
Imagine uma escola pública que recebe recursos para se manter durante o
ano. Você saberia dizer de onde vêm esses recursos? Como o diretor da escola
trabalha com o dinheiro enviado pelo mantenedor público?
Pois bem, você precisa conhecer os tipos de recursos e como podem ser usa-
dos na escola pelo diretor, que, ao utilizar o dinheiro em investimentos na escola,
não o fará de vontade própria, há necessidade de aprovação da unidade executora.
Depois que investir o dinheiro, chegou o momento de realizar a prestação de
contas, informando com a comprovação das notas fiscais onde aplicou a quantia
enviada pela mantenedora.
Imagine você, se na escola não houvesse o planejamento orçamentário que
prevê a prestação de contas sobre o dinheiro gasto. Outro ponto, seria a diferença
que há entre os entes federados e a previsão orçamentária. Tudo isso existe para
um controle financeiro, para que haja transparência no uso do dinheiro público,
baseado na gestão democrática e participativa. Desse modo, a população tem o
controle sobre as aplicações dos entes federados, assim como os investimentos
realizados nas instituições de ensino.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Você sabe como ocorre o processo de financiamento da educação nacional?
Como o governo organiza as finanças e investe no ensino público?

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E U IN D ICO

Realize uma busca no site do governo para verificar as formas de investimento na


educação nacional:
E, para saber os números de investimento da educação, acesse:

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

O podcast foca nas características da constituição dos conselhos escolares, que


auxiliam os gestores nas decisões que impactam a organização e as práticas pe-
dagógicas da escola. Venha comigo e saiba mais.

VAMOS RECORDAR?
Para conseguirmos compreender os fatos atuais há necessidade de se entender
o passado. O mesmo ocorre com o processo de financiamento da educação
brasileira. Para que você possa entender os acontecimentos atuais, necessita
perceber as intencionalidades governamentais para os investimentos na educação.
Leia o artigo Financiamento da educação brasileira: do subsídio literário ao FUNDEB
e aprofunde seus conhecimentos.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

LEI ORCAMENTÁRIA: RECEITA E DESPESAS NACIONAIS

A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 (BRASIL, 1996, on-line), lei que rege a edu-
cação no Brasil, aponta os níveis e as modalidades que estruturam a educação
nacional, organização do sistema de ensino, competências dos entes federados,
direitos e deveres dos profissionais e as formas do seu financiamento. A constitui-
ção da Educação Básica compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental,
Ensino Médio e as modalidades de educação organizadas no país.

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RESPONSABILIDADES ENTRE OS ENTES FEDERADOS

Em nosso país, os entes federados constituem a União, os Estados e os Muni-


cípios, sendo que cada um possui responsabilidades em relação ao desenvolvi-
mento e ao apoio na Educação Básica.
Para Dourado (2006) a União se responsabiliza por coordenar a Política Na-
cional de Educação. Dessa forma, necessita exercer a função normativa, redis-
tributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais. Isso inclui a
elaboração do Plano Nacional de Educação, organizar, manter e desenvolver os
órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e dos territórios.

UNIÃO

Compromete-se em elaborar as diretrizes curriculares para a Educação Básica e


coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação. Ainda, avaliar a educação
nacional em todos os níveis, o que implica normatização, autorização, reconheci-
mento, credenciamento, supervisionamento e avalição dos cursos de graduação e
pós-graduação e dos estabelecimentos de ensino.

ESTADOS

Possuem a atribuição de organizarem, manterem e desenvolverem os órgãos e as insti-


tuições oficiais dos seus sistemas de ensino, definindo em conjunto com os municípios
as formas de colaboração na oferta do ensino fundamental. E, ainda, a elaboração e a
execução das políticas e dos planos educacionais, em consonância com as diretrizes
e os planos nacionais de educação. Este ente se responsabiliza pela autorização, pelo
reconhecimento, pelo credenciamento, pelo supervisionamento e pela avaliação dos
cursos das instituições de Educação Superior e os estabelecimentos do seu sistema de
ensino. Isso inclui o estabelecimento de normas suplementares para o seu sistema de
ensino, assegurando Ensino Fundamental, com a oferta prioritária do Ensino Médio.

MUNICÍPIOS

Precisam organizar, manter e desenvolver os órgãos e as instituições oficiais dos seus


sistemas de ensino, com ação redistributiva em relação às suas escolas. Assim, cabe
a este ente federado baixar normas complementares para o seu sistema de ensino,
quando necessário. Outro ponto seria na autorização, no credenciamento, no supervi-
sionamento dos estabelecimentos do seu sistema de ensino, com a oferta da Educa-
ção Infantil em creches e pré-escolas, com prioridade para o Ensino Fundamental.

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As obrigações dos entes federados incluem a oferta de vagas para as modalidades de


educação sob sua responsabilidade, considerando os diferentes níveis. Em suma, cabe
aos municípios a oferta e a manutenção da educação, prioritariamente, na modali-
dade da Educação Infantil e Ensino Fundamental, aos estados assegurar a demanda
para o Ensino Fundamental e, prioritariamente, o Ensino Médio. Quanto à União, a
LDB aponta como responsabilidade a organização do sistema de Educação Superior
e apoio técnico e financeiro aos outros federados. O Distrito Federal abrange a oferta
da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio (DOURADO, 2006).

ORGANIZAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA

A estrutura financeira da União compreende a lei que orienta o cumprimento


dos planos governamentais no país, que prevê o orçamento e o planejamento de
suas ações financeiras.
A lei orçamentária aponta as receitas e as despesas públicas que são utilizadas
a cada ano. Os entes federados apresentam, anualmente, um orçamento com as
fontes de receitas destinadas à educação, gastos referentes a material, serviços,
obras, equipamentos, pessoal contratado e outros.
Na lei orçamentária, as receitas e as despesas são classificadas, por meio
de códigos padronizados em nível nacional, de acordo com a Lei nº 4.320/64,
juntamente com as tabelas aprovadas nas portarias do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (DOURADO, 2006). A receita pública
constitui o conjunto de recursos econômicos e financeiros, que são previstos no
orçamento de cada ente federado e arrecadado para orientar suas despesas.

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS

Para o gerenciamento correto dos recursos financeiros encaminhados à escola,


o gestor escolar necessita conhecer a sua finalidade para que consiga pensar no
seu uso no cotidiano escolar. Dessa forma, as despesas públicas consistem em
qualquer desembolso oriundo da Administração Pública, baseada na legislação
financeira, licitatória e orçamentária, subordinada à classificação e aos limites dos
créditos orçamentários para realizar as competências de sua responsabilidade
preconizadas na Constituição (DOURADO, 2006).

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O gestor necessita saber que as despesas públicas são classificadas em des-


pesas correntes e de capital. As despesas correntes são de responsabilidade da
Administração Pública para promover a execução e a manutenção da ação go-
vernamental, em relação às despesas de custeio e às transferências correntes. As
despesas de capital destinam-se a compor um bem capital ou adicionar valor a
um já existente, ou transferir, por meio de aquisição alguma propriedade entre
entidades do setor público, ou, ainda, do setor privado para o público, todas estas
ações são organizadas pela Administração Pública. (DOURADO, 2006).
Despesas correntes - Seriam as despesas de custeio que envolvem os custos
de materiais de consumo e os serviços pagos a terceiros e encargos. Este tipo de
despesa inclui as transferências correntes que englobam as transferências intra-
governamentais, intergovernamentais, para as instituições privadas, ao exterior e
destinados a pessoas. Ainda, abarca os encargos de dívida interna e externa, forma-
ção do patrimônio do Servidor Público – Pasep e outras transferências correntes.
Despesas de capital - Compreendem os investimentos com obras e instala-
ções, aquisição de equipamentos e materiais permanentes. Inclusive, na aquisição
de imóveis, outros bens de capital em utilização, bens para revenda, títulos de
crédito e títulos representativos de capital integralizado. Por fim, a constituição
ou o aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras e de empresas
industriais ou agrícolas, a concessão de empréstimos, depósitos compulsórios e
outras inversões financeiras.
Em relação às despesas de capital incluem, ainda, as transferências de capital
relacionadas às transferências intragovernamentais, intergovernamentais, ins-
tituições privadas e ao exterior. As despesas abarcam a amortização da dívida
interna e externa, diferença de câmbio e as diversas transferências de capital.

REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE OS ENTES FEDERADOS

Você conhece como funciona o regime de colaboração entre os entes federados?


Então, compreenderemos, juntos, como se organiza este processo. Observe que a res-
ponsabilidade do cálculo da receita pública arrecadado e das despesas organizadas
pela administração refletem no planejamento das ações voltadas para a organização
da educação tanto nos sistemas como das escolas. Para que a gestão consiga realizar,
de forma coerente, há necessidade de compromisso, seriedade e responsabilidade
no planejamento e execução das ações, que envolverão a verba pública.

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A nossa Constituição de 1988 (BRASIL, 1988, on-line) preconiza a educa-


ção como direito de cidadania e confere a cada ente federado a responsabilida-
de de oferta, organização dos recursos específicos para aplicar na Manutenção
e no Desenvolvimento do Ensino (MDE). A LDB (BRASIL, 1996, on-line) e a
Constituição de 1988 (BRASIL, 1988, on-line), apontam sobre a integração, a
colaboração e as responsabilidades entre os entes governamentais em relação à
educação (DOURADO, 2006).

REGIME DE COLABORAÇÃO FINANCEIRA

O regime de colaboração financeira envolve a União, os Estados, os Municípios


e o Distrito Federal e estão assegurados na LDB/96 e na Constituição Federal/88.
No texto da LDB/96 (BRASIL, 1996, on-line), a União se responsabiliza em pres-
tar assistência técnica e financeira aos estados, Distrito Federal e municípios,
assegurando o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento
prioritário à escolaridade obrigatória.
Aos estados, municípios e Distrito Federal destaca a organização das formas
de colaboração na oferta do Ensino Fundamental, assegurando a distribuição
proporcional das responsabilidades, segundo a população a ser atendida e os re-
cursos financeiros disponíveis para cada esfera do poder público. A Constituição
Federal de 1988 (BRASIL, 1988, on-line) afirma que a União organizará o sistema
federal de ensino e dos territórios, com o financiamento das instituições de ensi-
no públicas federais. No âmbito educacional, exercerá a função redistributiva e
supletiva para garantir a equalização de oportunidades educacionais e o padrão
mínimo de qualidade do ensino, mediante a assistência técnica e financeira dos
estados, Distrito Federal e municípios.

E U IN D ICO

Acesse o site do FNDE e conheça os programas, as bolsas auxílio, o financiamento


e a prestação de contas. Confira e compreenda a organização dos recursos finan-
ceiros no país.

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PDDE – PROGRAMA DINHEIRO NA ESCOLA

Você já ouviu falar do PDDE? O PDDE é um programa que iniciou, em 1995, com
a organização do governo federal e apresentava a denominação de Programa de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDF). Em 1998, foi
alterado para Programa Dinheiro Direto na Escola, sendo responsabilidade do
FNDE, por meio da Medida Provisória nº 1784, de 14 de dezembro de 1998, que
descentralizou os recursos federais destinados ao Ensino Fundamental, contri-
buindo para o exercício da cidadania (BRASIL, 1995, on-line).
Por meio do PDDE, os recursos financeiros são repassados para as escolas,
destinados ao pagamento das despesas de custeio, manutenção e pequenos in-
vestimentos. Pode ser aplicado na melhoria das condições físicas, como a ma-
nutenção do prédio escolar, aquisição de materiais, investimentos no âmbito pe-
dagógico, como capacitações e aperfeiçoamento dos profissionais da educação
(BRASIL, 1995, on-line). Com este dinheiro, as escolas conseguem investir em
situações de sua necessidade, que, depois, são informadas à comunidade em um
balancete, como aqueles enviados pela contabilidade.

E U IN D ICO

O PDDE Interativo é uma ferramenta de apoio à gestão escolar, desenvolvida pelo


Ministério da Educação, em parceria com as Secretarias de Educação e está dispo-
nível para todas as escolas públicas cadastradas no Censo Escolar. A página dispo-
nibiliza informações sobre quem pode participar e os passos para realizar o acesso.
Acesse:

ORGANIZAÇÃO DO PDDE NA ESCOLA

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE repassa, anualmen-


te, os recursos financeiros para que as escolas possam investir nas suas necessida-
des. A forma de aquisição do valor consiste no crédito em dinheiro na conta ban-
cária da Unidade Executora, organizada, legalmente, nas escolas. As Unidades
Executoras consistem em entidades de direito privado, sem fins lucrativos que

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representam a unidade escolar, responsáveis pelo recebimento e pela organização


dos recursos financeiros advindos do FNDE (BRASIL, 1997a, on-line). Você já
ouviu falar na unidade executora? Ou nas APPs? Possuem a mesma função, o
nome que varia conforme a região e o tipo de instituição pública.
Mais precisamente,


a função das Uex é administrar bem como receber, executar e prestar
conta dos recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, munici-
pais, privados, doados, ou os recursos provenientes de campanhas esco-
lares, advindos da comunidade ou de entidades beneficentes, bem como
fomentar as atividades pedagógicas da escola (BRASIL, 1997a, p. 11).

Neste sentido, as Unidades Executoras compõem um grupo de pessoas responsá-


veis por administrar os recursos financeiros encaminhados para a escola. Assim,
no território nacional as Unidades Executoras existem com outras denominações,
variando conforme as regiões do Brasil, podem aparecer com as denominações de
Caixa Escolar, Cooperativa Escolar, Associação de Pais e Professores, Associação
de Pais e Mestres, Círculo de Pais e Mestres (BRASIL, 1997a, on-line).
A unidade escolar deverá organizar uma prestação de contas para justificar
o investimento dos recursos recebidos, seguindo alguns trâmites legais (BRASIL,
2005, on-line). As escolas públicas encaminham as prestações de contas sobre
o dinheiro recebido e onde foi investido para os órgãos mantenedores muni-
cipais, estaduais e federais. A prestação de contas consiste na organização das
notas fiscais que comprovam o investimento do dinheiro recebido. A unidade
executora acompanha, avalia e participa das decisões de aplicação do dinheiro
nas necessidades da escola. A organização do processo precisa estar devidamen-
te correta, conforme o modelo que a mantenedora encaminha, caso contrário,
será devolvido para ajustes. Caso os ajustes não sejam realizados, a escola deverá
ressarcir a mantenedora no valor que foi questionado.
A prestação de contas consiste numa forma transparente de a escola e o Con-
selho Escolar apresentar à comunidade, o destino dos recursos financeiros que
são repassados para a educação. A organização da prestação de contas deve ser
realizada e apresentada para a entidade competente interna, contabilidade ou
auditoria do mantenedor, ou externa, para o Legislativo ou Tribunal de Contas
(BRASIL, 2005, on-line).

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A P RO F UNDA NDO

As escolas públicas participam do Programa Dinheiro Direto na Escola que atende


às redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, incluindo as escolas privadas
de Educação Especial, que são mantidas sem fins lucrativos. O programa oferece
assistência financeira que visa melhorar a infraestrutura física e pedagógica, a au-
togestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da Educação Básica.
Os recursos são transferidos, conforme o número de alunos identificados no censo
escolar do ano anterior ao repasse.

PNE - PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

O Plano Nacional de Educação - PNE apresenta como objetivo a organização


racional das ações educativas que devem ser executadas e seguidas no país.

O PNE deve abranger todos os aspectos que dizem respeito à organização da


educação nacional, unindo os diversos níveis do ensino e integrando as ações
governamentais para solucionar as deficiências históricas educacionais. Nesse
sentido, o PNE deve, no seu contexto, estabelecer metas que apontem para a
erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar, a melhoria
da qualidade de ensino, a formação para o trabalho, a promoção humanística,
científica e tecnológica do país (ADRIANO, 2017).

A organização e a estruturação do PNE seguem os princípios legais da LDB


(BRASIL, 1996, on-line), como lei prioritária da educação, estabelecendo as di-
retrizes para sua organização nacional. A Lei de Diretrizes prevê que o PNE seja
enviado ao Congresso Nacional para sua aprovação, no prazo máximo de um
ano após sua promulgação. O processo de elaboração do PNE baseia-se na sis-
tematização das metas, que indicarão o atendimento às demandas educacionais
dentro de prazos estabelecidos pelas autoridades para conseguirem atender aos
problemas diagnosticados no país (ADRIANO, 2017).
As diretrizes e as metas que compõem o Plano Nacional de Educação apre-
sentam relação direta com o projeto político e de desenvolvimento almejado pelo
governo do país. Nesse sentido, o PNE não possui somente como objetivo o repas-
se dos recursos, mas se encontra subordinado às estratégias de desenvolvimento

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nacional, priorizando a conquista do desenvolvimento do país e a resolução dos


problemas sociais, baseado no direito da educação para todos. Assim, a cada ano,
o governo disponibiliza certo número de recursos para realizar as metas que
foram estabelecidas no PNE para assegurar a universalização da educação com
qualidade para todos (ADRIANO, 2017).

CARACTERÍSTICAS DO PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

O PNE consiste em um documento que normatiza as metas que deverão ser


alcançadas em prazos decenais, que consiste em intencionalidades do governo
para garantir o acesso, a qualidade e a garantia de educação para todos. Para
tanto, também há necessidade de todos os profissionais envolvidos na educação
conhecerem as metas do PNE, para que sejam analisadas e incorporadas no co-
tidiano educacional.
Outro fator importante a respeito da divulgação do PNE consiste no conhe-
cimento deste documento para os municípios, o estado e o Distrito Federal, para
que se atentem à relevância e à necessidade de cada meta. Assim, possam contri-
buir de forma significativa para que o Brasil consiga avançar na universalização
e na qualidade da educação.

E U IN D ICO

O artigo busca analisar as mudanças que ocorreram na organização escolar e na


atuação docente a partir da reforma implantada, após a segunda metade dos anos
1990. Destaca a reflexão sobre como o PNE, o Ideb e o Plano de Metas e Compro-
misso Todos pela Educação contribuíram na avaliação enquanto instrumento da
gestão pública. Acesse para aprimorar ainda mais seu aprendizado.

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AS PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR E AS AÇÕES


ADMINISTRATIVAS

O gestor escolar necessita ter conhecimento sobre a organização administrativa e


pedagógica da escola e sobre como utilizar os resultados das avaliações realizadas
na educação, visando à melhoria da qualidade do ensino. O gestor, ao pensar na
organização administrativa de uma escola, precisa considerar os aspectos ine-
rentes da função pedagógica.
Assim, a compreensão das atividades da escola enquanto instituição social,
juntamente com as finalidades da educação e dos objetivos sociais sinaliza a ne-
cessidade da participação de todos os envolvidos no processo de gestão. A direção
é responsável, de forma integral ou articuladamente, por todos os elementos que
constituem o processo organizacional, do planejamento até a avaliação, abrangen-
do a mobilização, a liderança, a motivação, a comunicação e a coordenação. Além
disso, gerenciar também significa coordenar esforços para articular e convergir
as ações da equipe na busca dos objetivos educacionais.
Nesse sentido, Rocha e Carnieletto (2007), abordam sobre a democratização,
autonomia e a necessidade de se desenvolver uma boa gestão para o fortaleci-
mento da escola pública.
O Gestor Escolar necessita articular, acompanhar e intervir na elaboração,
execução e avaliação da Proposta Pedagógica, visando o desempenho de quali-
dade de seu estabelecimento de ensino.
Os Gestores Escolares são os representantes legais que assumem a incumbên-
cia de organização, zelo e a responsabilidade por todos os processos que ocorrem
na escola. Desta forma, respondem como herdeiros do legado e colaboradores
para a manutenção positiva dos trabalhos desenvolvidos na escola.
Nesse sentido, a LDB aponta sobre alguns objetivos que devem ser priori-
zados no desenvolvimento das ações do Gestor Escolar, integrando a proposta
pedagógica, administrativa e a integração com a comunidade. O Gestor, além de
administrador de uma Instituição de Ensino, tem a função de educador, numa
perspectiva coletiva. Sua atuação exerce a liderança em todo o processo educa-
tivo junto a Equipe Pedagógica, diante de todas as ações a serem desenvolvidas,
atuando nas decisões sobre questões administrativas e pedagógicas. Diante de sua
responsabilidade política, faz-se necessário que possua uma ampla experiência
na área educacional e competência para o exercício de sua gestão escolar.

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Luck (2009, p. 23) aborda sobre os trabalhos desenvolvidos na escola que,


não se recomenda, nem se justifica, a divisão do trabalho nas
escolas, como muitas vezes ocorre, delimitando se para o diretor a
responsabilidade administrativa e para a equipe técnico pedagógica
a responsabilidade pedagógica. Estes profissionais são participantes
da liderança pedagógica exercida pelo diretor exercendo essa
responsabilidade em regime de coliderança. Ao diretor compete
zelar pela escola como um todo, tendo como foco de sua atuação
em todas as ações e em todos os momentos de aprendizagem e
formação dos alunos.

Um aspecto importante a ser lembrado consiste na questão de o Gestor assumir a


responsabilidade ética no exercício de sua função para que possa estabelecer um
relacionamento com base na verdade e na coerência, pautado no trabalho coletivo
que priorize a valorização e a formação humana, atuando democraticamente.
Nesse sentido, para o desenvolvimento de um bom trabalho, o gestor escolar
precisa inferir um ambiente adequado para a participação de toda a comunidade
escolar. Assim, a comunidade escolar se sentirá responsável pelo desenvolvimento
do processo educativo e colaborará com propostas e soluções, estabelecendo
uma parceria entre a comunidade e a instituição. A cultura organizacional de
uma instituição passa a ser determinada por aquilo como a escola, de fato, se
constitui, o modo como os profissionais agem, o que consideram prioridade e o
que deixam em segundo plano.

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IN D ICAÇÃO DE LI V RO

Gestão educacional: uma questão paradigmática


Ano: 2017
Sinopse: a série Cadernos de Gestão foi desenvolvida para o
gestor educacional refletir sobre seu trabalho. O primeiro volu-
me relata as diferenças entre a administração e a gestão edu-
cacional. Visa, também, orientar profissionais da área de edu-
cação que desejam aprofundar sua competência profissional.
O livro apresenta a diferença entre a administração educacional
e a gestão educacional bem como a mudança paradigmática
que estabeleceu tal ruptura. A gestão educacional baseia-se
em processos administrativos pautados em objetivos signifi-
cativos. A obra cita os segmentos responsáveis pela educação
em nível escolar e sistemas de ensino.

POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO NO BRASIL

Os primeiros estudos sobre os alunos e escolas constituíram a base para a implan-


tação do SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Brasileira, juntamente com a
participação do Brasil, nos anos de 1990, do segundo Programa Internacional de
Avaliação de Proficiência Educacional. O programa internacional envolveu vinte
e sete países e pretendia comparar os resultados entre os participantes. O público
avaliado contou com alunos de 13 anos, independente do ano que estavam cur-
sando. No Brasil, os resultados de duas capitais avaliadas revelaram um precário
desempenho dos alunos. O modelo utilizado na época impera a atual avaliação
internacional denominada de PISA - Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (GATTI, 2014).
Assim, o SAEB consiste no conjunto de avaliações externas aplicadas em
larga escala, com o objetivo de diagnosticar o sistema educacional e pesquisar
os fatores que interferem no desempenho dos alunos, apresentando indicativos
sobre a qualidade do ensino. As informações servem para subsidiar as políti-
cas educacionais nas esferas municipais, estaduais e federais, com a intenção de
melhorar a qualidade, equidade e eficiência do ensino. A partir de 1993, o MEC
juntamente com as Secretarias Estaduais de Educação, organizaram o SAEB -
Sistema de Avaliação da Educação Básica, que abrange uma amostra com alunos

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de diversos anos escolares do ensino fundamental e médio, com provas objetivas


e questionários socioeconômicos (BRASIL, 2015).

AS POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM OS


INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO

A avaliação educacional no âmbito nacional encontra-se vinculada aos interesses


de investigação pedagógica, mas também como forma de controle do Estado, por
meio das políticas públicas. A ênfase da avaliação volta-se aos resultados, à rele-
vância quantitativa que os dados apontam em detrimento do processo educativo
como um todo. Nesse sentido, o interesse dos governos se relaciona a questões
de eficiência e do desempenho da gestão pública, enquanto instrumentos que
servem aos gestores das políticas públicas, repensarem os gastos públicos nas
diversas áreas sociais (AFONSO, 2005).
Entre os séculos XIX e XX inicia o processo de globalização impulsionado
pelo desenvolvimento de novas tecnologias de informação e de comunicação,
juntamente com as relações que estabeleceram uma interdependência política
e econômica entre as nações ocidentais (HELD; McGREW, 2001). As regras do
desenvolvimento econômico global baseiam-se nas premissas de organizações
políticas supranacionais, como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacio-
nal, Organização das Nações Unidas, União Europeia, Unesco e a OECD (Or-
ganisation for Cooperation Economic Europea) ou Organização Europeia de
Cooperação Econômica - OECE. Portanto, essas organizações influenciam as
concepções e os fazeres organizacionais de todos os setores que compreendem a
estrutura nacional, incluindo a Educação.
Como exemplo, o PISA consiste no programa de avaliação comparada desen-
volvido e segue coordenado, internacionalmente, pela OCDE, identificando os
indicadores sobre a efetividade do trabalho nos sistemas educacionais. Revela os
índices avaliativos do desempenho dos estudantes, com a finalidade de comparar
e melhorar os métodos educativos no âmbito mundial.
Desta forma, as avaliações são organizadas segundo alguns critérios que va-
riam conforme os interesses dos aplicadores. A avaliação externa diz respeito às
investigações realizadas por pessoas externas à instituição responsável, garante a
objetividade e a neutralidade dos avaliadores externos, além da comparação dos
resultados entre programas similares.

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A avaliação interna consiste nos processos avaliativos realizados dentro da


instituição, com a colaboração dos envolvidos. A avaliação mista pretende com-
binar os dois estilos de avaliação: externa e interna. Organizada com a participa-
ção de avaliadores externos com estreito contato aos participantes da instituição
avaliada. A avaliação participativa é usada em pequenos projetos, com a partici-
pação de todos os que contribuíram ao planejamento, programação, execução e
ao processo de avaliação.
Segundo Farenzena e Luce (2014), as ações públicas destinadas à educação re-
ferem-se ao acesso, à permanência, à equalização de oportunidades, às condições
que favoreçam a diversidade e a qualidade. Com relação à Educação Básica, estão
voltadas para a iniciativa do governo federal para assistência técnica e financeira,
com alguma participação das instituições de Educação Superior federal.

AÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO


NACIONAL

As políticas públicas preveem algumas ações referentes a instâncias sociais regu-


lamentadas na Constituição de 1988. Assim, Farenzena e Luce (2014) apontam
vetores relacionados às políticas públicas: acesso à qualidade, oferta de condições
para frequência, equalização de oportunidades, atenção à diversidade e condições
de qualidade na educação. Quanto ao acesso à qualidade, as políticas públicas
objetivam ampliar a oferta com a garantia de mais vagas no sistema educacional
público, por meio das políticas da Educação Básica e ao Ensino Superior.
Em relação à permanência na educação, o objetivo principal baseia-se na
oferta de condições para frequência dos alunos nas instituições educacionais.
Assim, o poder público garante um dos princípios relacionados à educação que
constam na Constituição de 1988, o acesso e a permanência no sentido de con-
tinuidade no processo de escolarização. Os programas referentes à Educação
Básica recebem assistência financeira da União, e o do Ensino Superior uma
suplementação destinada aos alunos.
Quanto à equalização de oportunidades, as políticas públicas pretendem re-
parar as injustiças produzidas por mecanismos culturais, sociais e políticos. As
ações destacam territórios, instituições e pessoas que se encontram em situações
desfavorecidas, procurando equiparar as oportunidades, corrigir as injustiças e
promover igualdade social.

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Em relação à atenção à diversidade, as políticas públicas viabilizam o reconhe-


cimento ou a promoção das diferentes formas de manifestação cultural humana.
Nesse sentido, consideram a pluralidade cultural ou de identidades, das diferenças
socioculturais com a pretensão de desenvolver um sistema de ensino mais inclusivo.
O último vetor relacionado às políticas públicas no que diz respeito à educação
aponta para as condições de qualidade. Desta maneira, indicam uma série de insumos
e processos que interferem na organização curricular, compreendendo a produção e a
apropriação do conhecimento, juntamente com as relações institucionais e pedagógicas.
Os vetores que compõem as intencionalidades das políticas públicas refe-
rente à educação nacional, fundamentadas na democracia, procuram ressaltar
a expansão da escolaridade dos brasileiros, com a inclusão de todos no sistema
escolar. Evidenciam algumas situações desagradáveis que coexistem, referentes à
debilidade das condições de qualidade no trabalho escolar, à deficiente formação
e valorização dos professores, incluindo a infraestrutura material e tecnológica.
Contudo há indícios de investimentos para minimizar as desigualdades educa-
cionais associadas à situação socioeconômica e territorial.

E U IN D ICO

Para saber como funciona o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento


da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), assista ao
vídeo e conheça a principal fonte de recursos para a Educação Básica voltada aos
Estados e Municípios, assim como esses recursos devem ser investidos.

E M FO CO

Agora, quero convidar você a assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estudos.
Neste vídeo, falaremos a respeito de temas relevantes para a área.

E U IN D ICO

Você sabe como surgiu o Fundeb? Assista ao vídeo e perceba as intencionalidades


de sua criação com o objetivo voltado para uma melhor distribuição para a Educa-
ção Básica em um país marcado pelo descaso com a educação pública.

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U N I AS S E LVI

NOVOS DESAFIOS
A aprendizagem torna-se significativa quando se consegue aliar a teoria com a
prática, dessa forma, aprende-se fazendo algo relacionado aos saberes. O gestor
escolar será o protagonista no âmbito financeiro da instituição de ensino, o que,
na esfera pública, divide sua responsabilidade com os conselhos escolares. Essa
responsabilidade recai sobre a função de pensar em como utilizar os recursos
financeiros, segundo as necessidades da instituição.
Para auxiliar este processo, com base em uma gestão democrática e partici-
pativa, o gestor tem como promover reuniões com a comunidade escolar para
que participem das decisões. O gestor apresenta o valor destinado na escola, são
levantadas as prioridades e as necessidades físicas e pedagógicas e cabe a todos
participarem da discussão e da votação. Dessa forma, o gestor conseguirá exercer
a habilidade da gestão democrática e participativa, em que a comunidade é cha-
mada a pensar na instituição como um espaço ao qual pertence, que seus filhos
frequentam, diariamente.
Outro ponto de destaque que precisa ser observado são os prazos, o calen-
dário de investimento das verbas disponibilizadas para a escola. As datas são
organizadas pela mantenedora e não devem ser ignoradas. Assim que o gestor
perde a data, o valor depositado na conta retorna para a mantenedora com a
necessidade de se justificar o não uso.
O dinheiro investido nas escolas provém dos impostos arrecadados, então,
precisamos ter consciência do significado real de gratuidade e do repasse de
dinheiro para a escola. A gratuidade está disfarçada no pagamento dos impostos
dos cidadãos que contribuem para a manutenção da rede pública de ensino, e a
contribuição advém dos impostos pagos, anualmente. A comunidade como um
todo tem o dever de acompanhar os repasses realizados à rede pública de ensino
e acompanhar os investimentos realizados pela gestão escolar.

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AUTOATIVIDADE

1. A LDB destaca os níveis e as modalidades da educação nacional, organização do sistema


de ensino, competência dos entes federados, direitos e deveres dos profissionais e as
formas do seu financiamento.

Sobre a responsabilidade que compete à União, assinale a alternativa correta.

a) Coordenar a Política Nacional de Educação.


b) Organizar, manter e desenvolver os órgãos e as instituições oficiais dos seus sistemas
de ensino.
c) A oferta e a manutenção da educação, prioritariamente, na modalidade da Educação
Infantil e Ensino Fundamental.
d) A oferta da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
e) Coordenar os sistemas de ensino do Distrito Federal.

2. As despesas públicas consistem em qualquer desembolso oriundo da Administração Públi-


ca, baseada na legislação financeira, licitatória e orçamentária, subordinada à classificação
e aos limites dos créditos orçamentários para realizar as competências de sua responsabi-
lidade preconizadas na constituição. As despesas públicas são classificadas em despesas
correntes e de capital.

Sobre as despesas correntes, analise as sentenças a seguir:

I - São responsabilidade da administração pública, destinadas a promover a execução e a


manutenção da ação governamental.
II - São destinadas a compor um bem capital, ou adicionar valor a um já existente.
III - São despesas de custeio que envolvem os custos de materiais de consumo e os serviços
pagos a terceiros e encargos.
IV - São investimentos destinados a obras e instalações, aquisição de equipamentos e ma-
teriais permanentes.

É correto o que se afirma em:

a) II e III
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.

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AUTOATIVIDADE

3. A Constituição de 1988 preconiza a educação como direito de cidadania e confere a cada


ente federado a responsabilidade de oferta e a organização dos recursos específicos. O
regime de colaboração financeira que envolve a União, os Estados, os municípios e o Distrito
Federal estão assegurados na LDB/96 e na Constituição Federal/88.

A respeito do regime de colaboração entre os entes federados, em relação aos estados, aos
municípios e ao Distrito Federal, assinale a alternativa correta.

a) Prestará assistência técnica e financeira aos municípios, assegurando o desenvolvimento


de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória.
b) Organizará o sistema federal de ensino e dos territórios, com o financiamento das insti-
tuições de ensino públicas federais.
c) Exercerá a função redistributiva e supletiva para garantir a equalização de oportunidades
educacionais e o padrão mínimo de qualidade do ensino para o Distrito Federal.
d) Deverá organizar formas de colaboração na oferta do Ensino Fundamental, assegurando
a distribuição proporcional das responsabilidades.
e) Organizará o sistema municipal, exclusivamente, com o financiamento das instituições
de ensino públicas e privadas.

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REFERÊNCIAS

ADRIANO, G. A. C. Gestão Educacional. Indaial: Uniasselvi, 2017.

AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí-


lia, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constitução.htm. Acesso em: 14 ago. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução FNDE/CD n°12, de 10 de maio de 1995. Brasília, DF:
Ministério da Educação, 1995.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9394.htm#:~:text=L9394&text=Estabelece%20as%20diretrizes%20e%20bases%20
da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20nacional.&text=Art.%201%C2%BA%20A%20educa%C3%A7%-
C3%A3o%20abrange,civil%20e%20nas%20manifesta%C3%A7%C3%B5es%20culturais. Acesso
em: 27 set. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Manual de orientação para constituição de unidades execu-


toras. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1997a.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 3, de 4 de março de 1997. Brasília, DF: Ministério


da Educação, 1997b.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução FNDE/ CD n°17, de 9 de maio de 2005. Dispõe so-
bre os critérios e as formas de transferência e de prestação de contas dos recursos destinados
a execução do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e dá outras providências. Brasília:
FNDE, 2005.

BRASIL. Histórico do Saeb. INEP, 20 out. 2015. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/educa-


cao-basica/saeb/historico-do-saeb. Acesso em: 16 set. 2023.

DOURADO, L. F. Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil. Brasília: Ministério


da Educação. Secretaria de Educação Básica, 2006.

FARENZENA, N.; LUCE, M. B. Políticas públicas de educação no Brasil: reconfigurações e am-


biguidades. In: MADEIRA, L. M. Avaliação de Políticas Públicas. Porto Alegre: UFRGS/CEGOV,
2014.

GATTI, B. A. Avaliação: contexto, história e perspectivas. Olh@res. Guarulhos, v. 2, n. 1, p. 8-26,


maio, 2014.

HELD, D.; McGREW, A. Prós e contras da globalização. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editora, 2001.

LUCK, H. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Editora Positivo Curitiba, 2009.

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GABARITO

1. A.

2. B.

3. D.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 8

A ESTRUTURA E A ORGANIZAÇÃO
DAS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

MINHAS METAS

Identificar as etapas que constituem a Educação Básica.

Analisar as premissas da BNCC para as etapas da Educação Básica.

Compreender o processo de desenvolvimento e aprendizagem das etapas


da Educação Básica.

Conhecer o sentido da educação integral proposta na BNCC.

Identificar a função do gestor no processo de implantação da BNCC.

Conhecer o papel do gestor no desenvolvimento da formação continuada.

Associar as premissas da BNCC com as etapas da Educação Básica.

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INICIE SUA JORNADA


As diretrizes da BNCC suscitam um repensar na organização educacional que
envolve todas as etapas da Educação Básica. Para tanto, a figura do gestor, do
coordenador escolar e demais especialistas, que assumem funções junto à gestão
da escola, necessita organizar tempos e espaços de diálogo, estudo e discussão
sobre a proposta da BNCC. Você conhece a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC)? Qual seria a conexão da BNCC com as etapas da Educação Básica?
Pois bem, a BNCC consiste no documento norteador das ações pedagógicas
desenvolvidas nas etapas da Educação Básica, considerando a Educação Infantil,
o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. No meio educacional, cabe à equipe
gestora o processo de implementação da BNCC nas instituições de ensino bem
como cada figura atuará como protagonista no desenvolvimento de ações junto
ao seu grupo de trabalho.
Para exemplificar a importância da BNCC nas diferentes etapas da educação
básica, podemos imaginar uma situação prática em uma escola de Educação
Infantil. Nesse contexto, você pode experimentar o desafio de criar estratégias
pedagógicas que promovam o desenvolvimento integral das crianças, levando em
consideração suas especificidades e necessidades individuais. Você pode identifi-
car caminhos para a resolução deste desafio ao explorar abordagens pedagógicas
inclusivas e interdisciplinares, garantindo que todas as crianças tenham oportu-
nidades de aprendizagem significativas.
Além disso, é fundamental promover reflexões sobre como a BNCC influen-
cia o processo educacional como um todo. Você, caro(a) estudante, pode refletir
sobre como a implementação da BNCC pode impactar a formação dos profes-
sores, as práticas de avaliação, a elaboração de currículos e a promoção da di-
versidade e da inclusão. Esta reflexão crítica permitirá que você como estudante
de Pedagogia compreenda melhor os desdobramentos da BNCC em diferentes
contextos educacionais e esteja preparado para contribuir, positivamente, com
sua aplicação quando se tornar profissional da educação.

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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 8

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

A BNCC prevê, na organização dos currículos escolares, o desenvolvimento de


uma educação integral. Os gestores possuem uma significativa função para que as
premissas da BNCC sejam implementadas nas ações pedagógicas desenvolvidas
nas instituições de ensino. Conhecer o conceito de educação integral e sua aplica-
bilidade nos ambientes de ensino constitui o foco da abordagem deste podcast.

VAMOS RECORDAR?
A sugestão de leitura do artigo pretende que você
perceba, de forma sucinta, a organização das etapas
que compõem a Educação Básica. Assim, você
conseguirá estabelecer as conexões entre a organização
da Educação Básica com o documento que norteia o
trabalho pedagógico para cada etapa.
https://bit.ly/3RvPodJ

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DESENVOLVA SEU POTENCIAL

A educação normatizada pelos processos de ensino é organizada segundo a Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394/96. Tal documento
preconiza a Base Nacional Comum Curricular como meio que norteia a organi-
zação curricular dos sistemas e redes de ensino particulares e públicas.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) aponta conhe-
cimentos, competências e habilidades esperados no desenvolvimento dos alunos
ao longo da Educação Básica, com foco na formação integral para a construção
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. O documento infere sobre a
necessidade de os alunos aplicarem nas ações do seu cotidiano, na resolução dos
seus problemas, os conhecimentos compreendidos no processo educativo que
permeia a escolaridade básica.
A BNCC consiste no documento

de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de


aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao lon-
go das etapas e modalidades da educação básica, de modo a que tenham
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em con-
formidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)
(BRASIL, 2018, p. 7).

A promulgação da BNCC norteará a organização dos currículos na Educação


Básica nas diversas redes de ensino a considerar o público e o privado. Apresenta
dez competências gerais que preconizam os direitos à aprendizagem e ao desen-
volvimento, sendo que o documento refere competência com o sentido

de mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),


habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e va-
lores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho (Brasil, 2018, p. 9).

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Assim, competência significa colocar em prática algo que se sabe, uma com-
preensão sobre algo, sobretudo, desenvolver nos alunos as competências gerais
necessárias para que consigam aplicar, nas situações cotidianas, os saberes que
aprendeu na escola.
Novas Competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

CONHECIMENTO

Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital.

PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO

Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade.

REPERTÓRIO CULTURAL

Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais.

COMUNICAÇÃO

Utilizar diferentes linguagens.

CULTURA DIGITAL

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais, de forma crítica, significativa e ética.

TRABALHO E PROJETO DE VIDA

Valorizar e se apropriar de conhecimentos e experiências.

ARGUMENTAÇÃO

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis.

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AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO

Conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e se apreciar.

EMPATIA E COOPERAÇÃO

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.

RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

Agir, pessoal e coletivamente, com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliên-


cia e determinação (INEP, [202?]).

Segundo a BNCC (BRASIL, 2018), as competências gerais estão organizadas em


dez proposições que se relacionam e desdobram nas três etapas da Educação
Básica, considerando a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Competências gerais que buscam a formação integral do indivíduo, por meio de
uma educação integral, com prioridade no desenvolvimento humano, de forma
globalizada, que entende a complexidade humana para além da dimensão cogni-
tiva, numa perspectiva cognitiva-afetiva. A estrutura geral da BNCC encontra-se
organizada em códigos alfanuméricos que apontam para cada etapa de escolari-
dade sobre os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

E U IN D ICO

A BNCC consiste no documento normativo que define o con-


junto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver nas etapas da Educação Básica.
Confira o vídeo que aborda, de forma resumida, o contexto da
BNCC nas instituições de ensino.
https://www.youtube.com/watch?v=duTt-CwyD_8&t=51s

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EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil, enquanto primeira etapa da Educação Básica, apresenta seis


direitos de aprendizagem e desenvolvimento necessários para que as crianças
consigam aprender e se desenvolver. Os direitos de aprendizagem e desenvolvi-
mento constam de: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.
Com base nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, a BNCC (2018)
estabelece cinco campos de experiências para que as crianças consigam aprender
e se desenvolver. Consistem em:

E U IN D ICO

Link do BNNC com a estrutura da Educação Infantil, da Edu-


cação Fundamental e do Ensino Médio.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#estrutura

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Para cada campo de experiências, foram definidos objetivos de aprendizagem e


desenvolvimento organizados em três grupos por faixa etária. Assim, considera
como o primeiro grupo os bebês (zero a 1 ano e 6 meses), segundo grupo as
crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses), e o terceiro grupo
(4 anos a 5 anos e 11 meses).

E U IN D ICO

Link do BNCC em PDF cujo código alfanumérico da Educação


Infantil encontra-se na página 28.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_
EF_110518_versaofinal_site.pdf

De modo geral, o documento apresenta em códigos alfanuméricos com letras


a etapa da Educação Básica, no caso EI (Educação Infantil), seguido por um
par de números que indicam o grupo por faixa etária, depois outro grupo de
letras que indica o campo de experiência, e, por último, outro par de números
que representa a posição da habilidade na numeração sequencial do campo de
experiências para cada grupo ou faixa etária.

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ENSINO FUNDAMENTAL

O Ensino Fundamental possui uma organização composta de cinco áreas do co-


nhecimento, que propiciam a comunicação entre os conhecimentos e os saberes
dos componentes curriculares. As áreas dos conhecimentos apresentam em seu
contexto a formação integral dos alunos e destaca as particularidades dos Anos
Iniciais e dos Anos Finais de forma distinta.
De modo geral, cada área do conhecimento “[...] estabelece competências
específicas de área, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove
anos” (BRASIL, 2018, p. 28). Tais competências amalgamam nas dez competên-
cias gerais que se expressam nas cinco áreas do conhecimento; linguagens (Lín-
gua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa), Matemática, Ciências
da Natureza (Ciências), Ciências Sociais (História, Geografia) e Ensino Religioso.
Estas áreas apresentam competências específicas que devem ser desenvolvi-
das no decorrer dos nove anos de estudos.


Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada
componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas
habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento -
aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos - que, por sua
vez, são organizados em unidades temáticas (BRASIL, 2018, p. 28).

Desta forma, as unidades temáticas consistem numa organização de conheci-


mentos em quantidade diferenciada, relacionado às habilidades. As habilidades
seriam as aprendizagens essenciais que todos os alunos deverão ter o direito
assegurado nos diversos níveis escolares. Em suma, as unidades temáticas, os
objetos de conhecimento e as habilidades para cada ano são identificadas por
um código alfanumérico, que se encontra no “Eu Indico” anterior com o link do
PDF do BNCC, na página 32.
Deste modo, o código alfanumérico para o Ensino Fundamental apresenta, no
primeiro par de letras, a identificação da etapa de Ensino Fundamental na Edu-
cação Básica, seguido do par de números referentes ao ano escolar, depois outro
par de letras que representam o componente curricular, e por último outro par de
números que assinalam a posição da habilidade segundo o bloco ou do ano escolar.

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Segundo o documento (BRASIL, 2018), a utilização da numeração sequencial


que identifica as habilidades para cada ano ou bloco de anos não sugere uma hie-
rarquia de aprendizagens a serem desenvolvidas. A progressão das aprendizagens,
que se explicita na comparação entre os quadros relativos a cada ano (ou bloco
de anos), pode tanto estar relacionada aos processos cognitivos em jogo - sendo
expressa por verbos que indicam processos cada vez mais ativos ou exigentes -
quanto aos objetos de conhecimento - que podem apresentar crescente sofistica-
ção ou complexidade -, ou, ainda, aos modificadores - que, por exemplo, podem
fazer referência a contextos mais familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se
para contextos mais amplos. (BRASIL, 2018).
De modo geral, os critérios de organização das habilidades do Ensino Funda-
mental na BNCC (BRASIL, 2018) expressam possíveis arranjos que não precisam
ser adotados, de forma obrigatória, na organização dos currículos. O documento
foi estruturado de modo a transparecer clareza, precisão e divulgar o que se es-
pera que os alunos aprendam ao concluírem o Ensino Fundamental.

ENSINO MÉDIO

Para o Ensino Médio, há quatro áreas do conhecimento: Ciências da Natureza e


suas Tecnologias (Biologia, Física e Química), Ciências Humanas e Sociais Apli-
cadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia), Matemática e suas Tecnologias
(Matemática) e Linguagens e suas Tecnologias (Arte, Educação Física, Língua
Inglesa e Língua Portuguesa).
A estrutura do Ensino Médio segue a mesma adotada para o Ensino Fun-
damental, identificada por códigos alfanuméricos que expressam as unidades
temáticas, objetos do conhecimento e as habilidades para cada área do conhe-
cimento. (BRASIL, 2018). O código alfanumérico do Ensino Médio se encontra
no “Eu Indico” anterior, com o link do PDF da BNCC, na página 36.

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E U IN D ICO

A BNCC está estruturada sobre dez competências gerais que os


estudantes devem desenvolver ao longo de toda a Educação
Básica. No vídeo, será comentado sobre a Educação Integral, pre-
conizada no documento. Assista e amplie seus conhecimentos.

De modo geral, a BNCC define um conjunto de aprendizagens que são essenciais


ao desenvolvimento das crianças, jovens e adultos durante as etapas da Educação
Básica. Apresenta como principal objetivo o aprender, em destaque no texto, com
o direcionamento do trabalho pedagógico para o ‘aprender a aprender’, de modo
que o estudante consiga colocar em prática, na resolução dos problemas do seu
cotidiano, os conhecimentos aprendidos na escola.

A ATUAÇÃO DO GESTOR NA IMPLANTAÇÃO DA BNCC NAS


INSTITUIÇÕES DE ENSINO

Nos espaços educacionais, a gestão escolar e a gestão pedagógica necessitam tra-


balhar em cooperação, proporcionando oportunidades para que as práticas sejam
melhoradas com a finalidade de promover o processo de ensino e aprendizagem,
viabilizando o desenvolvimento dos alunos.

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‘Cooperar’ significa operar, trabalhar em conjunto em busca de um


resultado, de uma meta ou da realização de um projeto comum. Para
que isso aconteça, deve haver empatia, integridade, democracia, di-
versidade, dignidade, compromisso ético e inclusão. Daí por que a
cooperação promove a aprendizagem e o desenvolvimento de todos
e de cada um. Na escola, cooperar é trabalhar em equipe para que
todas as crianças e jovens aprendam e se desenvolvam e para que os
educadores exerçam seu compromisso ético profissional e também
aprendam continuamente enquanto ensinam (PEREZ, 2018, p. 59).

A escola consiste em um dos espaços onde diversas pessoas interagem de acordo


com suas intencionalidades e responsabilidades, segundo sua função e atribui-
ções. Este espaço é propício para o desenvolvimento da igualdade, da diver-
sidade, onde o conhecimento e as relações interpessoais se inter-relacionam,
e, principalmente, para que os alunos tenham seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento garantidos (PEREZ, 2018).
Para tanto, a gestão escolar, quando compreende a escola como um espaço
de aprendizagem, percebe os estudantes como sujeitos de direitos de aprendi-
zagem e desenvolvimento. Desta forma, propicia condições favoráveis para que
aprendam e se desenvolvam, compreendendo o mundo em que vivem e saibam
resolver situações complexas do seu cotidiano, no exercício da cidadania de
forma consciente.

A gestão escolar, em cooperação com a gestão pedagógica, necessita sentar


e questionar sobre as necessidades do cotidiano escolar que necessitam ser
ajustadas para que os alunos desenvolvam as competências gerais; elencar as
ações que precisam ser definidas para garantir os direitos de aprendizagem para
todos explicitados nas dez competências gerais; perceber que, quando abordamos
valores e atitudes, estamos afirmando sobre formas de viver e conviver socialmente.
Nas relações com os outros, exteriorizamos nossos valores.

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Para tanto, surge a necessidade de correlacionar as dez competências com as


práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula. As atitudes dos professores
deverão revelar as competências gerais previstas na BNCC para que os estudantes
aprendam como as desenvolver igualmente.
A gestão da escola na implantação da BNCC terá como função principal a
revisão do Projeto Político Pedagógico e da organização da formação continuada
na escola, com vistas para reflexões do novo currículo a ser adotado. De modo
geral, o gestor necessita ter uma visão ética com o compromisso social da escola,
com base no currículo integral, transformador e significativo. Somente desta
forma conseguirá contagiar sua equipe, por meio de sua capacidade técnica de
administrar os tempos e os espaços, de forma colaborativa e participativa com
a comunidade escolar.

Figura 1 - Competências Fundamentais do Gestor / Fonte: adaptada de Itaú-Social (2019).

Descrição da imagem: a imagem é um infográfico em forma de círculo, com cinco palavras dentro de cada
retângulo, seguindo as linhas do círculo.
Em sentido horário, às doze horas, temos a palavra “Liderar”, às 2 horas, temos “Equilibrar”, às 5 horas,
temos “Integrar”, às 7 horas, temos “Demonstrar” e, às 10 horas, temos a palavra “Estimular”.

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Há necessidade de o gestor desenvolver certas competências, como liderar, equi-


librar, integrar, demonstrar e estimular. Assim, cabe a ele a liderança e a garantia
na atuação democrática efetiva e participativa do Conselho Escolar ou do órgão
colegiado, Conselho de Classe, Grêmio Estudantil e dos outros colegiados que
existam na escola. O equilíbrio e a integração das diferentes áreas de ação da esco-
la e sua interação com a comunidade escolar, com um ideal educacional comum
sustentado na visão, na missão e nos valores da escola, na liderança e na atuação
integrada e cooperativa de todos os envolvidos na escola, na promoção de um
ambiente voltado ao processo de aprendizagem e desenvolvimento, sustentado
em práticas coletivas e compartilhadas.

IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO

Esta obra, BNCC no Chão da Sala de Aula, nasce para auxil-


iar gestores e professores em reflexões e ações interessantes
com foco na ação pedagógica. A BNCC objetiva a promoção
da equidade, por meio de uma formação integral do cidadão. A
integralidade da educação trata do desenvolvimento intelec-
tual, social, físico, emocional e cultural, compreendidos como
fundamentais para a excelência na construção dos saberes.

Este livro mostra que as aprendizagens essenciais foram es-


tabelecidas por meio de dez competências gerais que nor-
tearão o trabalho das escolas e dos professores, em todos
os anos e componentes curriculares. O livro apresenta como
aplicar as dez competências nas escolas, auxiliando o desen-
volvimento do trabalho do gestor na implantação da BNCC.

O gestor precisa demonstrar interesse no trabalho desenvolvido pelos professo-


res, funcionários e os alunos da escola, atuando, de forma presente, na orienta-
ção do trabalho em equipe, no incentivo à partilha de experiências e resultados
coletivos. Por meio de suas ações, deve estimular o envolvimento de todos da
escola na realização de projetos, para que se sintam parte integrada e conjunta
do trabalho realizado (ITAÚ-SOCIAL, 2019).

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FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação continuada na escola prioriza o planejamento formativo sustentado nas


necessidades dos alunos e do ambiente escolar, e que os professores colaborem com
seu entendimento de aprendizagem e desenvolvimento. O coordenador pedagógico
e o diretor participam da formação continuada, segundo sua função na escola.
O coordenador pedagógico consiste no formador dos professores, no acom-
panhamento das aprendizagens e desenvolvimento dos alunos conforme o novo
currículo, no planejamento de formações que apoiam a prática e o desenvolvimento
profissional da equipe para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Ao diretor cabe a função de liderança pedagógica na escola, no apoio e na
organização dos espaços e tempos para que ocorra a formação continuada, jun-
tamente com a revisão do PPP e dos planos de ação da escola.
A intenção da formação continuada consiste em apoiar os professores a re-
fletirem e transformarem sua prática pedagógica para favorecer o processo de
ensino e aprendizagem, bem como o desenvolvimento dos alunos. As temáticas a
serem pensadas para organizar a formação devem ser planejadas de acordo com
as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento dos professores e alunos.
A formação continuada, segundo o Base Nacional Comum Curricular ([202-
]), necessita considerar alguns pontos importantes.

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MÉTODOS ATIVOS DE APRENDIZAGEM

Permitir que os professores vivenciem as experiências a partir de seus contextos reais,


para que consigam refletir e agir de modo a transformar sua realidade. Que o formador
disponibilize situações para que os professores percebam, na prática, a situação de
aprendizagem ativa conforme seu próprio processo de aprendizado. Desta forma,
vivenciando, na prática, conseguirão refletir sobre o cotidiano de sala de aula, onde os
alunos vivenciam o processo de ensino e aprendizagem.

FOCO NO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E SUA RELAÇÃO COM O CONTEÚDO


ENSINADO

Na formação continuada, o formador necessita desenvolver a integração entre os


fazeres de sala de aula e os conteúdos específicos de cada componente. Desta forma,
os professores compreendem como definir os conceitos e as habilidades que deverão
ser aprendidos pelos alunos, assim como identificar quais são os conteúdos que
apresentam maior dificuldade de compreensão para a turma e buscar estratégias para
melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

PARTICIPAÇÃO COLETIVA

Na formação continuada para favorecer o processo de desenvolvimento e


aprendizagem dos professores, agrupar os profissionais da mesma escola, etapa e/
ou área de conhecimento, para que consigam interagir entre si e com os formadores.
Nesse sentido, o trabalho colaborativo proporciona a partilha de experiências e práti-
cas pedagógicas, diálogos sobre os desafios e dificuldades, e, principalmente, nas
sugestões de possíveis soluções para a dinâmica de sala de aula.

DURAÇÃO PROLONGADA

Como o processo de aprendizagem se constitui de forma linear, e sim, depende de


momentos para reflexão, mudança de práticas, interação e aprimoramento contínuo
dos fazeres pedagógicos, as formações não podem ser organizadas de forma única e
simplificada, mas sim com duração prolongada, intensa, contínua, que permita o con-
tato frequente entre os formadores e os professores. Desta forma, ocorre a devolutiva
sobre as práticas docentes, os desafios e as propostas que foram pensadas, coletiva-
mente, e aplicadas em sala de aula. Nesse ponto, cabe ao gestor a função de permitir
tempos e espaços para que o processo formativo ocorra de forma prolongada.

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COERÊNCIA

A proposta de formação deve ser coerente com as políticas educacionais da rede,


com o currículo, material didático, avaliações da escola e externas, contexto escolar
e, principalmente, com as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento dos
alunos e dos professores.

No processo de elaboração de formação continuada para se estudar a implanta-


ção da BNCC na escola, o formador pode, primeiramente, realizar um diagnós-
tico com os professores e os funcionários. Este questionário, ou levantamento,
pode ser implementado na reunião pedagógica para ser discutido, coletivamente.
Assim, o formador consegue identificar os conhecimentos prévios dos professo-
res, as dúvidas, os desafios e as sugestões dos profissionais e organizar as etapas
da formação continuada.
A formação continuada envolverá as solicitações dos professores integrados
à demanda preconizada nas diretrizes da BNCC, ou seja, as temáticas de estudo
deverão estar em consonância com as dez competências e as áreas do conheci-
mento assinaladas pela BNCC. A equipe gestora precisa criar, dentro da rotina
escolar, momentos de estudo do material tanto para os encontros de formação
continuada como também para atualização do Projeto Político Pedagógico, que
deverá ser consultado e atualizado, conforme as propostas sugeridas pela comu-
nidade escolar.

E M FO CO

Olá! Agora, quero convidar você a assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estu-
dos. Neste vídeo, falaremos a respeito de temas relevantes para a área.

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NOVOS DESAFIOS
O conhecimento teórico se amalgama com a prática no exercício da função de
gestor, nas diversas situações que ocorrem no decorrer das etapas da Educação
Básica. Um saber fundamental para a ação do gestor consiste no acesso às nor-
mativas atualizadas direcionadas à educação.
A BNCC é o documento que normatiza e orienta a construção dos currículos
no âmbito nacional, o que impacta no desenvolvimento dos trabalhos pedagógi-
cos nas etapas da Educação Básica. O gestor é a figura que fomenta as possibili-
dades de formação e o acesso às informações disponibilizadas na rede de ensino.
Isso quer dizer que um bom gestor mantém sua equipe atualizada e informada,
segundo os documentos educacionais.

O conhecimento teórico é a base sólida sobre a qual você, como estudante de


Pedagogia, constrói sua futura carreira como gestor educacional. À medida que
você se prepara para ingressar no mercado de trabalho, compreenda a importância
de dominar as normativas e as diretrizes que regem a educação, como a BNCC.
Esta familiaridade com as normas educacionais não apenas fortalece sua base de
conhecimento, mas também capacita você a exercer, com eficácia, suas futuras
funções de gestão.

O gestor educacional não apenas adquire o conhecimento teórico necessário,


mas também deve aplicá-lo de forma prática para melhorar o desempenho da
escola e da equipe pedagógica. Ao manter a equipe atualizada e informada sobre
as normativas e documentos educacionais, o gestor cria um ambiente propício
para o desenvolvimento de práticas pedagógicas alinhadas com as diretrizes es-
tabelecidas. Isso não apenas eleva a qualidade do ensino, mas também prepara os
estudantes para enfrentarem os desafios do mercado de trabalho, com confiança
e competência. Portanto, a integração entre teoria e prática é essencial para o
sucesso de um gestor educacional e para o avanço da educação no Brasil.

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AUTOATIVIDADE

1. De acordo com a BNCC, as competências gerais estão organizadas em dez proposições


que se relacionam e desdobram nas etapas da Educação Básica.

Sobre as etapas da Educação Básica, assinale a resposta correta.

a) Ensino Fundamental.
b) Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
c) Educação Infantil e Ensino Fundamental.
d) Ensino Fundamental e Ensino Médio.
e) Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior.

2. A Base Nacional Comum Curricular aponta conhecimentos, competências e habilidades


esperados no desenvolvimento dos alunos ao longo da Educação Básica, com foco na
formação integral para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Sobre as dez competências propostas na BNCC, analise as afirmativas:

I - Repertório cultural.
II - Conhecimento.
III - Autoconhecimento e autocuidado.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e III.

3. A Educação Infantil, enquanto primeira etapa da Educação Básica, apresenta seis direitos
de aprendizagem e desenvolvimento necessários para que as crianças consigam aprender
e se desenvolver.

Sobre os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, assinale a alternativa correta.

a) Participar, explorar, expressar e se conhecer.


b) Conviver, brincar, participar, explorar, expressar e se conhecer.
c) Memorizar, brincar, participar, explorar, expressar e se conhecer.
d) Conviver, brincar, obedecer, explorar, expressar e se conhecer.
e) Brincar, participar, explorar e aprender.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. BNCC na escola: Guia para Gestores Escolares. Brasília: Mi-
nistério da Educação, [202-]. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
implementacao/Guia_para_Gestores_Escolares_PP_e_Formao_Continuada_na_Escola.pdf.
Acesso em: 19 de out. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base.


Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_
EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 19 set. 2023.

INEP. Novas Competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Inep, [202?]. Dispo-
nível em: http://inep80anos.inep.gov.br/inep80anos/futuro/novas-competencias-da-base-
-nacional-comum-curricular-bncc/79. Acesso em: 19 set. de 2023.

ITAU-SOCIAL. A BNCC nas práticas da Gestão Escolar. Itaú-Social, 2019. Disponível em: ht-
tps://polo.org.br/gestao-pedagogica/percurso/54/bncc. Acesso em: 16 set. de 2023.

PEREZ, T. BNCC: a Base Nacional Comum Curricular na prática da gestão escolar e pedagógi-
ca. São Paulo: Editora Moderna, 2018.

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GABARITO

1. FEEDBACK: B. As três etapas da Educação Básica consistem em Educação Infantil, Ensino


Fundamental e Ensino Médio.

2. FEEDBACK: E. O repertório cultural, o conhecimento e o autoconhecimento e o autocuidado


compõem as dez competências anunciadas na BNCC.

3. FEEDBACK: B. Os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento seriam conviver, brincar,


participar, explorar, expressar e se conhecer.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 9

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA

MINHAS METAS

Apresentar as principais características de uma gestão democrática.

Compreender os caminhos percorridos pelo gestor em busca de um ambiente de-


mocrático dentro da escola.

Conhecer os princípios que fundamentam uma gestão democrática.

Reconhecer o papel da equipe e da comunidade em geral nas decisões.

Compreender a importância do diálogo aberto, como prática democrática.

Integrar os saberes do gestor escolar à comunidade, frente aos desafios cotidianos.

Oferecer sugestões práticas que podem ser acolhidas, para o bom êxito de uma gestão
democrática.

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INICIE SUA JORNADA


Toda escola tem uma equipe gestora, isso é fato. É fato, também, que cada
uma delas apresenta um estilo de gestão. Ao matricular uma criança na
escola ou enviar um currículo com desejo de ser um profissional dela, seria
muito interessante saber o modelo de gestão adotado pela equipe, pois isso
dirá muito sobre ela.
Pensando nisso, sugiro que faça um teste: questione alguém que esteja
atuando na gestão escolar e pergunte sobre o modelo de gestão exercido pela
equipe, dando-lhe as seguintes opções: modelo do tipo autoritário (onde é a
equipe da gestão que controla tudo o que acontece e centraliza as decisões),
ou modelo do tipo democrático (quando há participação de toda a comu-
nidade escolar na tomada de decisões). Certamente, a maioria dos gestores
definirá seu modelo como democrático. Mas será que eles sabem o que sig-
nifica verdadeiramente exercer uma gestão democrática? Vamos descobrir.
O entendimento do modelo de gestão em uma escola é crucial para você,
estudante de Pedagogia, já que afeta diretamente sua futura carreira. Um
modelo autoritário pode restringir a autonomia dos professores, dificultar
a inovação e criar um ambiente desfavorável para os alunos, prejudicando
a qualidade da educação. Por outro lado, um modelo democrático, quan-
do bem implementado, estimula a colaboração entre todos os membros da
comunidade escolar, promove a criatividade, o engajamento dos alunos e o
desenvolvimento de habilidades cidadãs ativas.
Durante seu estágio e práticas pedagógicas, você pode vivenciar situa-
ções diversas relacionadas à gestão escolar. Por exemplo, em uma escola
com modelo autoritário, você pode observar a centralização de decisões
pela direção, com pouca participação de professores e alunos. Para lidar com
isso, busque canais de comunicação para expressar preocupações e envolver
a comunidade nas decisões.
No problema apresentado anteriormente sobre a equipe gestora saber o
que significa verdadeiramente exercer uma gestão democrática, traremos à
reflexão a importância do diálogo aberto para o fortalecimento de parcerias,
que auxiliarão a equipe gestora na tomada de decisões, no alcance dos obje-
tivos e na resolução de problemas comuns, visando ao bem-estar individual
e coletivo de toda a comunidade escolar.

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P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Para ajudá-lo(a) a entender como funciona a participação de pais e alunos no conse-


lho de classe participativo, elaboramos um podcast. Acesse este material e aprimo-
re sua forma de percepção/atuação frente aos desafios de uma gestão democrática.

VAMOS RECORDAR?
Vitor Henrique Paro trará-nos algumas reflexões acerca das características de
uma escola democrática, nesta entrevista concedida em agosto de 2014, à Revista
Gestão Escolar. Ele é professor titular na Faculdade de Educação da USP, onde
exerce a docência e a pesquisa e coordena o "Grupo de Estudos e Pesquisas
em Administração Escolar" (Gepae). Foi pesquisador sênior na Fundação Carlos
Chagas e professor titular na PUC-SP. Assista! https://www.youtube.com/
watch?v=pGG3Or2WhQ8&t=7s
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Um dos grandes objetivos da gestão democrática é estabelecer uma parceria


entre a escola e a comunidade na tomada de decisões, apoiando-se na ideia de
que, a partir das discussões, das investigações e das descobertas, seja possível

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traçar estratégias que conduzam nossas crianças e nossos adolescentes à busca


pela transformação e pela cidadania.
Esta cidadania, segundo Grinspun (2011, p. 119), é vivida quando:

A) DISCUTIMOS

Discutimos processos de aprendizagem, objetivos, conteúdos, metodologias e avalia-


ções de nossos alunos;

B) ORGANIZAMO-NOS

Organizamo-nos para discutir os rumos das disciplinas, o planejamento participativo, a


escola que queremos;

C) CRIAMOS

Criamos canais de participação e não nos omitimos na hora do posicionamento e da


tomada de decisões;

D) ARTICULAMOS

Articulamos os movimentos sociais do mundo lá de fora com os movimentos sociais


de dentro da escola;

E) DISCUTIMOS

Discutimos a questão do trabalho - como responsabilidade da escola em termos de


uma formação adequada - e as ligadas ao trabalhador;

F) PRIORIZAMOS

Priorizamos a questão da evasão e repetência em nossa prática pedagógica, discutin-


do o que se entende por fracasso escolar;

G) REFLETIMOS

Refletimos sobre preconceitos, estereótipos e marginalizações que ocorrem dentro e


fora da escola;

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H) RESPEITAMOS

Respeitamos o outro, seja ele minoria seja maioria, resgatando suas reais possibilida-
des em confronto com a realidade social;

I) TRABALHAMOS

Trabalhamos a questão dos valores nas diferentes dimensões e abordagens pelas


quais eles são reconhecidos dentro e fora da escola.

Neste tema, Gestão Democrática na Escola, será possível compreender o que


vem a ser, verdadeiramente, uma gestão participativa:
O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que
significa a capacidade das pessoas e dos grupos de livre determina-
ção de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. Como
a autonomia opõe-se às formas autoritárias de tomada de decisão,
sua realização concreta nas instituições é a participação. Portanto,
um modelo de gestão participativa, tem na autonomia um dos seus
mais importantes princípios [...] (LIB NEO, 2004, p. 102).


O princípio da democracia é aquele que assegura aos cidadãos o
pleno direito de participação nas tomadas de decisão, e estas noções
devem ser difundidas no ensino público e permear o cotidiano dos
educandos (MACHADO, 2016).
Autonomia

Gestão
Participação Transparência
Democrática

Valorização
dos Sujeitos

Figura 1 - Gestão Democrática e seus princípios / Fonte: http://patriciadomingos.comunidades.net/


gestao-democratica. Acesso em: 20 set. 2023.

Descrição da Imagem: a imagem é um infográfico com cinco retângulos com palavras escritas dentro e com
quatro flechas em semicírculos ligando as palavras. Em sentido horário, acima, na posição de 12 horas, temos o
retângulo com a palavra “Autonomia”, depois, às três horas, temos “Transparência”, às 6 horas, temos “Valorização
dos Sujeitos”, às nove horas, temos “Participação (Conselhos)” e, no centro, temos “Gestão Democrática”.

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Vamos entender cada um dos princípios, apresentados na imagem:

AUTONOMIA

O princípio da autonomia tem tudo a ver com o da participação, pois ele se coloca
contrário às decisões autoritárias, uma vez que valoriza a livre escolha dos sujeitos, na
condução de suas próprias vidas e na construção coletiva.

TRANSPARÊNCIA

O princípio da transparência implica abrir os portões da escola, com suas verdades e


fragilidades, à discussão e à resolução de problemas. Implica, também, não mentir,
nem omitir fatos, possibilitando espaços de diálogo, reflexão e posicionamento de
todos os envolvidos no processo educativo, quer seja para criticar quer seja para
sugerir melhorias.

VALORIZAÇÃO DOS SUJEITOS

Este princípio considera que todas as pessoas envolvidas na formação de uma criança
ou adolescente são importantes, com suas opiniões e contribuições. Todos podem e
devem ter seu espaço de fala valorizado (não necessariamente atendido) dentro de
uma gestão democrática, onde os interesses coletivos predominaram sobre os inte-
resses individuais, na tomada de decisões.

PARTICIPAÇÃO (CONSELHOS)

O princípio da participação envolve formar conselhos. Para tanto, a equipe de gestores


precisa compartilhar espaços de diálogo e discussão na tomada de decisões, estrei-
tando laços, com os sujeitos que compõem a escola, de forma direta (professores e
alunos) e indireta (famílias).

Neste ínterim, desejo provocar você a pensar um pouco além: Se a família


faz parte da gestão democrática de uma instituição e precisa ser ouvida em seus
anseios e suas necessidades, como a atrair à escola? Como a faremos perceber
que representa uma parte importante deste processo? Quais estratégias de apro-
ximação e comunicação seriam mais eficazes?

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Quando pensamos a escola dentro de uma gestão democrática, não podemos


nos esquecer de que ela também representa, de certa forma, uma extensão da
família de cada estudante ou profissional que atua dentro dela. Este cenário exige
abertura ao diálogo, descentralização da equipe gestora na tomada de decisões,
comprometimento de todos os envolvidos, participação ativa, sentimento de per-
tença, integração, cooperação, parceria e comunicação. Sem o devido respeito a
todos estes itens, não haverá interação entre a escola e a família. Logo, não haverá
possibilidade de se ter uma gestão democrática.
Diante deste pressuposto, apresento um quadro, com base em Giacaglia e
Penteado (2010), onde há um paralelo da relação entre a família e a escola:

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FAMÍLIA ESCOLA

A criança, de modo geral, se desenvolve


na instituição familiar, que é encarregada
de prover os recursos necessários à sua Por sua vez, a instituição escolar está
sobrevivência; de propiciar-lhe uma base incumbida de realizar a educação formal
afetiva; de dar-lhe assistência na área das crianças e dos jovens.
de saúde e de ministrar-lhe os primeiros
ensinamentos.

Cada família alimenta expectativas dife- O mesmo ocorre com a escola em rela-
rentes em relação ao papel da escola. ção à família.

Tanto a escola como a família possuem características próprias. Surge, então, como
condição básica para que possam ser cumpridas as finalidades educacionais, a neces-
sidade do conhecimento mútuo entre ambas para a compatibilização das expectativas
e da integração entre as duas instituições.

Quadro 1 - Relação família e escola / Fonte: Giacaglia e Penteado (2010, p. 150).

Neste sentido, cabe à equipe da escola provocar o desejo nas famílias de co-
nhecerem a sua dinâmica e participarem das decisões. E como a escola pode
fazer isso?
Penteado (1976, p. 102) nos ajudará com algumas dicas: “Integrar os pais nas
atividades da escola; dinamizar todo o grupo da escola no sentido de fazer com
que docentes, pais e comunidade, em geral, trabalhem juntos no processo edu-
cativo; levar pais e alunos a um melhor relacionamento”. Poderíamos acrescentar
a esta lista: desenvolver pesquisas de satisfação, sempre que houver necessidade
de alguma mudança; convidar os pais a participarem de reuniões em que sejam
discutidas questões administrativas e pedagógicas; abrir espaço à presença dos
pais e alunos, nos conselhos de classe participativos e realizar a avaliação insti-
tucional, uma vez ao ano.

O conhecimento da família e uma comunicação efetiva entre ela e a


escola, além de condições básicas para a realização de uma Orienta-
ção Familiar eficiente, são essenciais para a busca de uma unidade
de princípios e de atuação entre ambas as instituições
(GIACAGLIA; PENTEADO, 2010, p. 150-151).

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Além de tratar de questões administrativas e pedagógicas, as reuniões tam-


bém podem abordar temáticas que envolvam orientação às famílias quanto à
formação dos filhos e à cidadania em geral, para muito além dos muros da escola.

Quando os pais não comparecem à escola, desprestigiando estes momentos de


trocas ou de tomada de decisões, caberia uma pequena investigação familiar, pois
a causa deste desinteresse pela vida escolar do(a) filho(a) deve ter um motivo, uma
razão de ser, que a equipe gestora desconhece.

Neste ínterim, vale, aqui, uma reflexão simples e direta: se as reuniões admi-
nistrativas e pedagógicas, mesmo dentro de um formato de gestão democrática
em que todos têm vez e voz não atraem, deve-se pensar em outras estratégias de
aproximação com as famílias, tais como:

Palestras Temáticas estas, que


Eventos
com podem ser sugeridas pelas
envolvendo
temáticas famílias, uma pesquisa
pais e filhos
atuais prévia

Com apresentação de
trabalhos científicos e Festas de
Passeios
culturais, nos diferentes integração
segmentos de ensino

Seminários Eventos Com a participação e


sociais envolvimento dos pais

Figura 2 - Estratégias de aproximação com as famílias / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a imagem é um infográfico que contém seis hexágonos na cor azul em uma fileira dupla
na vertical, com frases escritas dentro e frases ao lado de três hexágonos. Os dois hexágonos do meio estão um
pouco para a direita. No hexágono de cima, à esquerda, está escrito “Eventos envolvendo pais e filhos”, e no da
direita está escrito“Palestras com temáticas atuais”. Do lado direito do hexágono da direita, está escrito “Temáticas
estas, que podem ser sugeridas pelas famílias, numa pesquisa prévia”. No hexágono do meio, está escrito “Festas
de integração” e, do lado esquerdo deste hexágono, está escrito “Com apresentação de trabalhos científicos e
culturais, nos diferentes segmentos de ensino”. No hexágono a direita no centro tem a palavra “Passeios”. No
hexágono abaixo, à esquerda, tem a palavra “Seminários”, e, no hexágono abaixo, à direita, está escrito “Eventos
Sociais”, e do lado deste, tem a frase “Com a participação e envolvimento dos pais”!

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Numa gestão democrática em que a escola va-


As famílias também
loriza e abre espaço às famílias, como exemplo, ce-
precisam apoiar
lebrar o dia da família na escola, sendo instituído e valorizar as
pelo MEC e comemorado no dia 24 de abril, onde decisões da escola
as escolas promovem atividades com a comunida-
de, espera-se delas a mesma postura, ou seja, as famílias também precisam apoiar
e valorizar as decisões da escola, respeitando toda a equipe que atua nela, com
seus saberes e fazeres pedagógicos.

[...] a atuação da escola em relação ao aluno é bastante ampla e


diversificada, não se atendo apenas aos aspectos de aprendizagem
de conteúdos escolares. São, pois, inúmeros os aspectos, em que é
necessário haver concordância de princípios e de atuação entre a
família e a escola (GIACAGLIA; PENTEADO, 2010, p. 155).

Mais importante do que participar, por participar das reuniões da escola


é desejar conhecê-la, no sentido mais amplo da palavra. Compreender sua di-
nâmica, defendê-la, apoiá-la em suas decisões e, acima de tudo, cooperar com
seus processos educativos, suas posturas pedagógicas ou ações comunitárias. É
lógico que discordar também faz parte, e a manifestação desta discordância é
aceita dentro de uma gestão democrática, desde que seja feita de forma respeitosa
e construtiva, sinalizando preocupação e zelo pela instituição.

[...] a preocupação da escola é fazer-se conhecer pela família, apre-


sentando-se como parceira na educação do(s) filho(s); a preocu-
pação dos pais é buscar as informações necessárias na escola, for-
talecendo a comunicação entre ambas. Vale lembrar que um deve
ir ao encontro do outro, objetivando a busca de resultados e não
apenas, aguardando por eles. Mesmo tendo objetivos comuns, cada
um deve fazer a sua parte (PIANEZZER, 2013, p. 211).

Partindo do pressuposto de que uma gestão democrática exige uma mudança


de postura por parte do gestor escolar, trago alguns questionamentos que podem
nortear suas ações, na escola:

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O que
Como
observar?
atuar?

O que fazer De que forma


para ter o apoio orientar os
da família? professores?

Como
ajudar os
alunos?

Figura 3 - Questionamentos ao gestor escolar / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a imagem é um infográfico em forma de círculo com cinco perguntas com flechas na
cor laranja entre elas, ligando as perguntas. No sentido horário, na posição de uma hora tem a pergunta “O que
observar?”, na posição de quatro horas temos a frase: “De que forma orientar os professores?”, na posição de
seis horas, “Como ajudar os alunos?, na posição de oito horas, “O que fazer para ter o apoio da família?” e, na
posição de onze horas, “Como atuar?”.

Um gestor escolar que inclui em seu planejamento todos estes questionamen-


tos, pode ser considerado democrático, desde que seja capaz de delegar funções,
acredite no trabalho cooperativo, busque a troca de experiências, valorize a opi-
nião da comunidade escolar, abra mão de uma gestão autoritária, descentralize
o poder e acredite na força coletiva para a tomada de decisões.
Quando a escola é conduzida dentro deste modelo de gestão, todos saem
ganhando, pois onde poderia haver uma relação de poder e obediência, os
espaços se ampliam dando abertura à participação, ao diálogo e às sugestões
de todo um grupo, que faz parte (de forma integral e cidadã) daquela institui-
ção. “É preciso incentivar a participação, bem como manter um vínculo mais
orgânico entre representante-representados, pois alguns membros, depois de
eleitos, passam a falar por si, sem ter o cuidado de dialogar com seus pares”
VASCONCELLOS (2007, p. 84).

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De acordo com Pianezzer (2013, p. 244), ser democrático, significa:

■ Saber ouvir e valorizar a opinião dos outros;

■ Abrir as portas da escola ao diálogo e à participação de seus membros;

■ Abrir a “cabeça” para aceitar sugestões daqueles que caminham ao nosso lado e
estão dispostos a nos ajudar naquilo que for preciso;

■ Acreditar que todos os membros da comunidade escolar têm algo a contribuir


na gestão.

Em relação a este último item, Garcia (1990, p. 49), corrobora com Pianezzer
(2013), quando afirma que

todos possuem saber em qualquer que seja o campo do conheci-


mento e da vida. [...] é do confronto de saberes que poderemos, jun-
tos, produzir um novo saber capaz de dar novos rumos à educação
escolar [...]. Este pode representar um primeiro passo no sentido
de implementar na escola a criação de um espaço democrático, em
que tanto pais como alunos e comunidade venham a sentir-se mo-
bilizados e estimulados a participar.

Já trouxemos à pauta a participação dos pais e da comunidade em geral nas


decisões, porém vale reforçar que não se faz gestão democrática de uma escola,
deixando nossos estudantes fora do processo. A respeito deste assunto, Conceição
(2011, p. 57) acrescenta que:

[...] o jovem busca conhecer-se e encontrar seu lugar no mundo [...]


e o papel da escola é o de construção conjunta de uma possibilidade
real, num mundo real. [...] portanto, além dos conhecimentos tra-
dicionais, a escola deverá ocupar-se de atividades cuja finalidade
inclua a reflexão e a ação sobre a realidade próxima dos alunos, fa-
cilitando e mediando a passagem de uma condição de adolescência
para a de um adulto incipiente, cujas escolhas de vida e de carreira
possam estar pautadas pela possibilidade de ele se ver como agente
de transformação social.

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Quando os estudantes percebem que têm seu espaço de fala garantido dentro
da escola passam a valorizar o seu “estar e atuar” dentro dela, em favor da própria
transformação e da transformação de toda uma comunidade, da qual também
fazem parte e são responsáveis.

Para Grinspun (2011, p. 102), “ A escola Democrática é aquela que aceita


desigualdades na entrada e propicia igualdades na conclusão do curso.” Ou seja,
“uma escola que trabalha valores humanos; que ensina a respeitar a diversidade
social, cultural ou religiosa das pessoas da comunidade, da escola ou de qualquer
outro espaço físico; que educa PARA a vida dentro e fora dos portões da escola”
(PIANEZZER, 2013, p. 247).
Quanto mais cedo uma criança exercitar a democracia, melhor será sua formação,
pois, certamente, estes momentos de discussão, debate, contradição, argumentação
ou negociação a auxiliarão a posicionar-se, evitando a passividade, tão comum a
muitos jovens e adultos, inclusive, dos que fazem parte da mesma comunidade escolar
que ela, mas que não tiveram este lugar de fala. De acordo com Garcia (1990, p. 47):
Para que a comunidade escolar se sinta encorajada a participar cole-
tivamente deve contar com a oportunidade do exercício de debater,
discutir, criticar, apreciar e propor. O aprendizado da participação,
portanto, se realiza no próprio ato de ir influindo em diferentes
instâncias no processo decisório escolar.

A iniciativa destes momentos de integração, em que a gestão democrática se


faz na prática, precisa partir da escola. Para Garcia (1990, p. 47):

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o estímulo à participação de alunos e pais fortalece sua capacidade


de interferir e contribuir com originalidade na luta pela transfor-
mação da sociedade, em direção à conquista de uma real cidadania,
que lhes torne verdadeiramente legítimo o direito à educação [...].

Enfim, para sermos democráticos dentro de uma escola, precisamos possibili-


tar que todos “tenham direito a vez e voz; sintam-se parte integrante do processo
educativo; possam ajudar a gerir a instituição escolar; contribuam na tomada de
decisões e na definição de estratégias” (PIANEZZER, 2013, p. 22).
E U IN D ICO

Você ficou interessado em saber mais sobre a Gestão Democrática na escola?


Acesse o link e descubra um material muito interessante, que abordará desde o
papel do gestor à participação da comunidade escolar, além de trazer dicas para
quem deseja implantar uma gestão democrática em sua escola.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/23437
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem

Em relação à aplicabilidade da gestão democrática na escola, a LDB 9394/96


em seu artigo 14 defende que:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão de-
mocrática do ensino público na educação básica, de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I-participação dos profissionais da educação na elaboração do pro-
jeto pedagógico da escola;
II-participação das comunidades escolar e local em conselhos es-
colares ou equivalentes (BRASIL, 1996, on-line).

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Dentro de uma gestão democrática, espera-se que o gestor escolar bem como
sua equipe gestora apresente algumas características essenciais, entre elas:

9 Goste de pessoas, uma vez que atuará com alunos, pais, professores e
comunidade em geral.

9 Não tema ser contrariado e ter que mudar de opinião.

9 Coloque-se a serviço da comunidade.

9 Pense no bem comum (e não em seus interesses pessoais).

9 Seja imparcial e justo na tomada de decisões.

9 Sinta-se responsável pelo bem-estar de todos, com otimismo e criatividade.

9 Colabore para o bom clima institucional, possibilitando que a escola seja um


lugar de gente alegre e solidária, em que a confiança e a união prevaleçam.

9 Apresente postura ética e profissional.

9 Esteja preparado para os desafios da contemporaneidade, pois a escola atual


enfrenta muitos desafios.

Estas características, segundo Grinspun (2008, p. 83)


apontam a necessidade de um novo sentido à escola, de assumir a
função educativa que lhe compete, de apresentar as características de
seus alunos, a fim de propor um programa que permita ensinar além
dos conteúdos, as ações/intervenções internas e externas no sujeito.

Em relação aos desafios de liderar uma escola da atualidade, dentro de um


modelo de gestão democrática, podemos tecer algumas reflexões:

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■ Vivemos momentos difíceis, quando os direitos e os deveres não parecem


ter o mesmo peso nesta balança chamada educação.
■ A família delega à escola cada vez mais responsabilidades.
■ A sociedade espera que devolvamos sujeitos críticos, autônomos e ins-
truídos.
■ O mundo altamente tecnológico, complexo e adverso, não parece muito
comprometido com a formação integral do sujeito. De acordo com Gia-
caglia e Penteado (2010, p. 307),

Nem tudo o que mudou ocorreu no campo da tecnologia e nem


tudo resultou em benefício para a humanidade. Como sempre ocor-
re com inovações, algumas delas foram benéficas, outras constituí-
ram malefícios e a maioria delas, dependendo do uso que delas se
faz, podem ser consideradas benéficas ou não à sociedade, à huma-
nidade, à educação dos jovens na escola ou fora dela.

■ E os sujeitos (nossos alunos) por sua vez, têm dificuldade de identificar


suas próprias emoções, angústias e necessidades.

Mais importante do que resolver o problema do aluno José, por exem-


plo, que está suspenso, ou que está com notas abaixo da média em
matemática, é discutir e analisar o que leva um aluno a ser suspenso,
quais são as oportunidades que se oferecem de educar antes de pu-
nir/cobrar, discutir as metodologias utilizadas, a avaliação oferecida,
o ritmo de aprendizagem do aluno etc. (GRINSPUN, 2008, p. 76).

De acordo com Grinspun (2011, p. 112):


Conhecer a organização da escola é conhecer seu dia a dia, seus
profissionais, seus valores e crenças, é compreender o significado
de suas ações, mas também, principalmente, conhecer seu projeto
político-pedagógico, através do qual o aluno se forma não só para
esta escola, mas para a vida.

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P E N SA N D O J UNTO S

A função primordial da escola é o ensino. Por isso, é preciso que a equipe ges-
tora caminhe ao lado dos professores, conhecendo seus métodos, suas formas
de registro e de planejamento, os critérios de avaliação, o que pensam e como
agem dentro da instituição. O reflexo deste trabalho se dará na aprendizagem.
Para acompanhar este processo, a equipe gestora precisa acompanhar os alunos
e identificar, neles, possíveis dificuldades, expectativas, desilusões, problemas fí-
sicos, emocionais ou de relacionamentos, que podem interferir, direta ou indireta-
mente, na aquisição de novos conhecimentos.

Ouvir o que a comunidade escolar (alunos, pais e professores) têm a dizer e


procurar maneiras de ajudá-la, promovendo iniciativas que favoreçam o direito
de aprender, sentir-se parte da escola e ser acolhido por ela, também é uma
das incumbências de um gestor escolar democrático, preocupado com uma
educação inclusiva.


[...] auxiliar os professores na busca da compreensão teoricamente
fundamentada do que se considera “dificuldade de aprendizagem” e
de que forma a escola pode lidar com estes problemas em conjunto
com a família do aluno e com o apoio de outros profissionais que
estão, muitas vezes, além do âmbito escolar: psicólogos, fonoau-
diólogos, neurologistas, fisioterapeutas entre outros (ALMEIDA;
SOARES, 2010, p. 99).

Caberá à equipe gestora acompanhar de perto a avaliação e sugerir às famí-


lias o encaminhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem à especia-
listas que possam identificar as causas e oferecer apoio pedagógico. Conceição
( 2011, p. 56) pontua-nos que:


situações de dificuldades de aprendizagem geram encaminhamen-
tos a profissionais especialistas quando extrapolam os limites da
atuação escolar. Essa possibilidade é extremamente satisfatória,
uma vez que existem áreas de conhecimento e saberes específicos
de outras esferas profissionais que muito nos ajudam a lidar com
as situações não previstas.

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De acordo com Almeida e Soares (2010, p. 89),


O papel da escola em relação ao aluno é garantir a aprendizagem
dos conhecimentos socialmente necessários em um determinado
momento histórico. Conhecimentos estes que permitam ao aluno
compreender a realidade social e natural e possibilitem-lhe a ação
coletiva consciente na direção da construção de uma sociedade
justa e igualitária.

IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E

Entre os muros da escola.


Sinopse: E foi pensando nesta construção de uma sociedade
justa e igualitária, que decidi lhe sugerir o filme Entre os muros
da escola. Ele retrata a rotina comum de uma escola france-
sa, explorando as relações interpessoais e profissionais que
ocorrem dentro da sala de aula. O professor (protagonista) é
uma figura autoritária e central na sala de aula. É a sua voz que
sobressai. Não há qualquer tipo de liberdade para os alunos.
Estes são obrigados a respeitá-lo e a obedecê-lo. No entanto
esta história não se resumirá apenas a isso. O título do filme
tem total relação com esta situação, afinal, a escola não se limi-
ta ao seu espaço físico delimitado – ela vai além de seus muros
e se estende a outros aspectos da vida do estudante.

A partir do filme, pode-se abrir espaço para algumas reflexões e aprendiza-


gens. Vamos lá?

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A disciplina não deve ser imposta de


maneira autoritária às crianças e jovens

Mesmo precisando de limites e regras,


necessitamos deixar claro o que
esperamos deles

A "obediência" deve ser construída e


compartilhada coletivamente, de maneira
autônoma, consciente

Figura 4 - Disciplina e Obediência / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a imagem é um infográfico na vertical com três frases dentro de três retângulos. A frase do
primeiro é: “A disciplina não deve ser imposta de maneira autoritária às crianças e jovens”; do segundo é: “Mesmo
precisando de limites e regras, necessitamos deixar claro o que esperamos deles” e a do terceiro é: “A ‘obediência’
deve ser construída e compartilhada coletivamente, de maneira autônoma, consciente, participativa e responsável”.


[...] o simples fato de o aluno obedecer às normas estabelecidas pela
escola e pelo professor não pode ser entendido como disciplina.
A disciplina não é estabelecida com medidas disciplinares, mas a
partir da organização de todo o trabalho pedagógico, como o re-
sultado do conjunto de determinações que atuam sobre o aluno
(ALMEIDA; SOARES, 2010, p. 104-105).

Quando os alunos participam da construção de regras, eles tendem a cum-


pri-las, pois elas não lhe foram impostas. Desta forma, o aluno sai da condição
de alguém “obediente e passivo” para se tornar alguém que tenha autocontrole,
autonomia e autodisciplina, tanto para os aspectos da escola, quanto aos aspectos
da vida, fora dela” (PIANEZZER, 2013, p. 143).

IN D ICAÇÃO DE LI V RO

Escola participativa: O trabalho do gestor escolar.


Sinopse: Para o aprofundamento deste tema, sugerimos a lei-
tura do livro Escola participativa: O trabalho do gestor escolar,
que aborda a questão da gestão escolar participativa de ma-
neira didática e acessível. Além disso, a obra traz uma visão
teórica do assunto e discute tópicos concretos, tais como li-
derar e motivar a equipe escolar, solucionar problemas, tomar
decisões e administrar o trabalho destas pessoas.

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U N I AS S E LVI

Podemos considerar que uma Gestão Democrática Participativa na escola


ocorre quando “os seus participantes estão coletivamente organizados e compro-
missados com a promoção de educação de qualidade para todos. ” (LÜCK, 2009,
p. 69). Com isso, percebemos que “a participação é o principal meio de assegurar
a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da
escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização
escolar” (LIB NEO, 2004, p. 450).

E M FO CO

Olá! Agora, quero convidar você a assistir ao nosso vídeo e enriquecer seus estu-
dos. Nele, falaremos a respeito de temas relevantes para a área.

NOVOS DESAFIOS
A conexão entre teoria e prática revela-se de forma crucial no mercado de traba-
lho, onde a educação e a formação dos profissionais são moldadas pelas aborda-
gens pedagógicas adotadas nas escolas. Ao considerar a transição da escola que
temos para a escola que queremos, esta reflexão ganha ainda mais relevância. A
capacidade de implementar e promover uma gestão democrática nas instituições
de ensino não apenas impacta a qualidade da educação oferecida, mas também
prepara os educadores para um mercado de trabalho em constante evolução.
Profissionais formados em um ambiente onde a participação ativa, a colabora-
ção e a tomada de decisões compartilhadas são valorizados estão mais bem prepara-
dos para enfrentar os desafios e as transformações que o mercado de trabalho exige.

Portanto, a conexão entre teoria e prática torna-se evidente ao percebermos que a


construção de uma escola mais democrática e participativa não só molda a experiência
educacional, mas também prepara os futuros profissionais para um mundo laboral
que demanda flexibilidade, habilidades interpessoais e capacidade de adaptação.

Assim, a busca por uma educação que reflita estes valores não apenas bene-
ficia a sociedade como um todo, mas também oferece perspectivas mais promis-
soras no mercado de trabalho para todos os envolvidos no processo educacional.

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AUTOATIVIDADE

1. A função primordial da escola é o ensino. Por isso, a equipe gestora precisa caminhar ao lado
dos professores, conhecendo seus métodos, suas formas de registro e de planejamento,
os critérios de avaliação, o que pensam e como agem dentro da instituição.

O reflexo de todo este trabalho se dará:

a) Nas notas.
b) No conselho de classe.
c) Nas relações interpessoais.
d) Na família.
e) Na aprendizagem.

2. Um dos grandes objetivos da gestão democrática é estabelecer uma parceria entre a


escola e a comunidade na tomada de decisões, apoiando-se na ideia de que, a partir das
discussões, investigações e descobertas, seja possível:

a) Traçar estratégias que conduzam a equipe gestora a exercer sua autoridade com plenos
poderes.
b) Traçar estratégias que conduzam toda a comunidade escolar a abrir mão de seus direitos.
c) Traçar estratégias que conduzam nossos adolescentes à busca de uma profissão que
lhes garanta rentabilidade.
d) Traçar estratégias que conduzam nossos gestores à busca pela realização pessoal.
e) Traçar estratégias que conduzam nossas crianças e nossos adolescentes à busca pela
transformação e pela cidadania.

3. A gestão democrática foi representada no tema 9, por uma imagem onde aparecem quatro
princípios fundamentais.

Quais são estes princípios? Assinale a resposta correta.

a) PAutonomia; autoridade; participação dos sujeitos e valorização.


b) Liberdade; autonomia dos sujeitos; participação e decisão coletiva.
c) Autonomia; diálogo; gestão participativa e tomada de decisão.
d) Liderança; comunicação; diálogo dos sujeitos e tomada de decisão.
e) Autonomia; transparência; valorização dos sujeitos e participação.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, C. M.; SOARES, K. C. D. Pedagogo Escolar: as funções supervisora e orientadora.


Curitiba: Ibpex, 2010.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação


Nacional. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 set. 2023.

CONCEIÇÃO, L. F. Coordenação pedagógica e orientação educacional: princípios e ações em


formação de professores e formação do estudante. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2011.

MACHADO, A. C. C. (org.). Constituição Federal Interpretada: artigo por artigo, parágrafo por pará-
grafo. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2016.

GARCIA, R. L. (org.). Orientação Educacional: o trabalho na escola. São Paulo: Edições Loyola, 1990.

GIACAGLIA, L. R. A. PENTEADO, W. M. A. Orientação Educacional na prática: princípios, histórico,


legislação, técnicas e instrumentos. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

GRINSPUN, M. P. S. Z. (org.). Supervisão e Orientação Educacional: perspectivas de integração na


escola. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

GRINSPUN, M. P. S. Z. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a


escola. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

LIB NEO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alterna-
tiva, 2004.

LÜCK, H. Dimensões da Gestão Escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positiva, 2009.

PENTEADO, W. M. A. Fundamentos de Orientação Educacional. São Paulo, EPU, 1976.

PIANEZZER, L. C. M. Orientação Educacional. Indaial: Uniasselvi, 2013.

VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico


ao cotidiano da sala de aula. 8. ed. São Paulo: Liberdad, 2007. (Coleção Cadernos Pedagógicos).

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GABARITO

1. Feedback: E

Na aprendizagem, pois a equipe gestora estará acompanhando os alunos e identificando,


neles, possíveis dificuldades, expectativas, desilusões, problemas físicos, emocionais ou
de relacionamentos, que podem interferir direta ou indiretamente na aquisição de novos
conhecimentos.

2. Feedback: E

Qualquer decisão tomada dentro de uma escola precisa manter seu foco no bem-estar e no
desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes, por isso, as alternativas A e D já
se tornam incorretas, uma vez que trazem a gestão como prioridade. Além disso, a gestão
democrática deve priorizar a transformação e a busca pela cidadania, o que não tem nada
a ver com abrir mão de seus direitos (letra B) ou escolher apenas uma profissão que lhe seja
rentável (letra C).

3. FEEDBACK: E

Os quatro princípios são: Autonomia; transparência; valorização dos sujeitos e participação.


Todas as demais alternativas apresentam inverdades.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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