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POLÍTICAS
INCLUSIVAS
Profª. Me. Denise Matias Soares Silva
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POLÍTICAS INCLUSIVAS
PROFª. ME. DENISE MATIAS SOARES SILVA
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Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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POLÍTICAS INCLUSIVAS
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2022
5
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
ASPECTOS HISTÓRICOS DA DEFICIÊNCIA
UNIDADE 2
A HISTÓRIA DA DEFICIÊNCIA NO BRASIL
2.1 A Deficiência No Brasil ..............................................................................................................................................................................................................................................................21
2.2 A Institucionalização ................................................................................................................................................................................................................................................................23
2.3 Marco No Cenário Político Brasileiro .............................................................................................................................................................................................................................25
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................28
UNIDADE 3
A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A DIVERSIDADE
3.1 Diversidade Cultural ..................................................................................................................................................................................................................................................................32
3.2 Multiculturalismo E A Escola Cultural ..........................................................................................................................................................................................................................33
3.3 Diversidade Étnico-Racial .....................................................................................................................................................................................................................................................36
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................43
UNIDADE 4
PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO: IMPLICAÇÕES SOCIAIS
4.1 Preconceito Racismo E Discriminação, Existe Diferença? ..............................................................................................................................................................................47
4.2 A Legislação Pune? ..................................................................................................................................................................................................................................................................49
4.3 A Legislação ...................................................................................................................................................................................................................................................................................50
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................53
UNIDADE 5
A EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS MARCOS LEGAIS
5.1 Marcos Legais Na Educação ................................................................................................................................................................................................................................................57
5.2 Lei De Diretrizes E Bases E As Políticas Educacionais Inclusivas ..............................................................................................................................................................58
5.3 Deficiência Legislação E Trabalho ..................................................................................................................................................................................................................................63
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................69
UNIDADE 6
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: AVANÇO OU RETROCESSO?
6.1 Deficiências, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) e Altas Habilidades: noções introdutórias ...................................................................73
6.2 Perspectivas acerca da inclusão educacional ........................................................................................................................................................................................................75
6.3 Tecnologia Assistiva e Avaliação Assistida ................................................................................................................................................................................................................78
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................82
UNIDADE 2
Na unidade 02, discutiremos acerca do surgimento da educação das crianças
com deficiência no final do século XVIII e início do século XIX, e suas formas de
institucionalização. O liberalismo defendia a liberdade em todos os campos:
intelectual, político, social, religioso e econômico, consequentemente sua
interferência em todos esses campos, influenciou também o início da educação das
pessoas com deficiência no Brasil.
UNIDADE 3
Na terceira unidade, “A escola como espaço para a diversidade”, apresentaremos
o conceito de diversidade e pluralidade cultural destacando questões sociais que
impactam diretamente dentro da sala de aula, no modo de ser e agir dos alunos
e na prática docente que precisa contemplar no processo de aprendizagem
a diversidade, além de nos questionarmos acerca das práticas excludentes
homogeneizadoras.
UNIDADE 4
Trataremos na unidade 4, sobre o preconceito, discriminação e racismo, as
manifestações dessas formas e os mecanismos de manutenção. Refletiremos
sobre a relação de preconceito e discriminação e conheceremos os dispositivos
legais aplicados para casos de racismo e preconceito. Perceberemos que apesar da
legislação vigente as práticas não são contidas e a escola ainda é um reprodutor
dessas manifestações.
UNIDADE 5
Na unidade cinco conversaremos sobre os marcos legais que regem o atendimento
educacional especializado para alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação a partir da década de 1990, em
que se contextualizam os primeiros movimentos de inclusão. Além disso, refletiremos
sobre a importância de o professor conhecer esses dispositivos e as lutas sociais que
os promoveram.
UNIDADE 6
Na unidade seis, conversaremos um pouco sobre algumas terminologias utilizadas
pela sociedade para nomear as pessoas com deficiência ao longo dos anos.
Iniciaremos a reflexão com necessidades educacionais especiais. Muitas pessoas
equivocadamente diriam que estão contemplados nessa terminologia a pessoa com
deficiência, por outro lado, essa terminologia apresenta muitas críticas em relação
ao seu uso.
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ASPECTOS
HISTÓRICOS DA
DEFICIÊNCIA
10
“Ser outro, outro, outro. Cada um também deveria a
1.1 HISTÓRIA DA DEFICIÊNCIA ver-se como ou-tro” (Elias Canetti)
VAMOS PENSAR?
Podemos pensar o infanticídio a partir de como a deficiência era vista em Esparta. Após
a leitura do texto e os esclarecimentos dados para essas ações, é possível estabelecer al-
guma relação com a chegada de uma criança com deficiência em uma família, na soci-
edade ou na escola?
FIQUE ATENTO
A pessoa com deficiência física, tal como o Porteiro de Roma de um dos templos de deuses
egípcios, exercia normalmente suas atividades conforme revela a Estela votiva da XIX
Dinastia e originária de Memphis, que pode ser vista no Museu Ny Carlsberg Glyptotek, em
Copenhagen, Dinamarca.
Essa placa de calcário traz a representação de uma pessoa com deficiência física, sua
mulher e filho, fazendo uma oferenda à deusa Astarte, da mitologia fenícia.
Stele of Roma the Doorkeeper, dedicated to the goddess Astarte
1400-1365 BC
VAMOS PENSAR?
Você leu que ao longo da história o abandono, práticas de negligência, preconceito,
segregação ocorreram com indivíduos com deficiência. Você acredita que práticas co-mo
essas ficaram no passado, ou atualmente as pessoas com deficiência ainda são víti-mas
de tais atitudes?
Neste cenário em 1664 a doença mental não é descartada e é explicada nas bases
científicas, como estruturas cerebrais defeituosas ou falhas neurais.
A partir de então podemos começar em outra teoria, do campo organicista em
que a deficiência deixa existir como aberração e castigo divino e passa a ser considerada
e enxergada do ponto de vista médico: as modificações estruturais no cérebro.
A teoria organicista explica que no início do desenvolvimento poderiam ocorrer
tipos de problemas e que pouco provavelmente poderiam ser modificados ao longo da
vida (MARCHESI & MARTÍN, 1995).
É fato que a obra de John Locke não só representou um marco na história da
deficiência como também contribuiu no campo pedagógico, ao afirmar que a
individualidade é um fator primordial no processo de aprendizagem, que a experiência é
a condição primeira dos processos complexos de pensamento e que os objetos concretos
são importantes para a aquisição de noções.
Ele propõe o quanto é importante estimular as crianças a desenvolverem o
pensamento e a razão, assim, as formas de ensinar deveriam levar o aluno a pensar e ao
professor não caberia apenas a tarefa de ensinar os conteúdos.
14
BUSQUE POR MAIS
Em 1690 John Locke já postulava mudanças no processo de en-
sino aprendizagem, um aluno mais ativo e um professor me-
diador.
Complemente sua leitura lendo o livro Teorias cognitivas da
aprendizagem e reflita o quanto John Locke já era atual em
suas postulações; Disponível em: https://bit.ly/3hMHyaR Acesso
em 25 ago. de 2020
Pessotti (1984) e Mazzotta (1995) concordam que Itard foi reconhecido pela sua
habilidade na reeducação de Victor de l’Averyon, ensinar uma linguagem aos surdos e
empregar métodos sistematizados para instruir uma pessoa com deficiência mental.
Seu trabalho e esforços introduziram uma nova era no campo da deficiência mental: “a
educação era uma resposta aos problemas associados à deficiência”.
Outras instituições e contribuições foram surgindo ao longo da história. Em
Munique na Alemanha foi fundada uma instituição para atender os deficientes físicos
(MAZZOTA, 1995).
Ainda segundo o autor merece destaque o médico e educador Edouard Seguin,
aluno de Itard.
Sua publicação The moral treatment, and éduction of idiots and other backward
childrenI em 1846 foi considerada um marco na área da educação especial, em que
aborda primariamente as necessidades das crianças com deficiência. Participou em
1876 na Associação Americana de Retardo Mental (American Association on Mental
Retardation – AAMR) a mais antiga associação interdisciplinar voltada para a deficiência
mental.
Outras importantes contribuições para a educação especial foi a de Maria
Montessori, médica italiana que desenvolveu um programa de treinamento para crianças
com deficiência mental em Roma. Percebe-se que o cenário começa a ser modificado.
Montessori enfatiza em seu programa de treinamento a autoaprendizagem por meio de
uso de “materiais didáticos, blocos, recortes, caixas, letras em relevo, objetos coloridos”
específicos ao alcance de cada objetivo educacional.
Ela iniciou seus trabalhos com crianças com deficiência cognitiva, demonstrando
que a aprendizagem é possível por meio de experiências concretas e quando são
expostas a ambientes ricos em materiais que possam ser manipulados (SMITH, 2008).
FIQUE ATENTO
O método montessoriano valorizava o aluno e ela acreditava que o “potencial para aprender
está em cada um de nós”. Foi ela quem valorizou a redução no tamanho do mobiliário das
escolas infantis, além de também sugerir que os objetos domésticos tivessem o tamanho
reduzido para serem utilizados no dia a dia nas brincadeiras de casinha. Esse método
lembra a você a realidade da sala de aula atualmente, cada um aprende de um jeito?
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Após esse percurso teórico, verifica-se que o acesso das pessoas com deficiência
à educação foi conquistado lentamente, de acordo com a ampliação das oportunidades
educacionais para a população.
Conhecemos a evolução do panorama da educação especial no mundo. A partir
de agora apresentaremos como essa área surgiu e se desenvolveu no Brasil.
a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas II e III são verdadeiras.
c) Apenas II é verdadeira.
d) Todas as alternativas são falsas.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.
3. Leia as alternativas a seguir e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:
A sequência correta é
a) F, V, V, V, F.
b) V, F, F, V, V.
c) V, F, V, V, V.
d) V, V, V, V, V.
e) F, F, F, V, V.
a) Foi na Idade Média, Alemanha, que o primeiro hospital para cegos foi fundado.
b) O objetivo do hospital de cegos era atender toda a população que desse serviço
necessitasse.
c) Foi na Idade Média, Paris, que o primeiro hospital para cegos foi fundado
d) O objetivo do hospital de cegos era atender os soldados que haviam ficado surdos na
Sétima Cruzada.
e) No período cristão as pessoas com deficiência tiveram o apoio da Igreja, em destaque
do bispo de Myra, que alimentava e acolhia as pessoas abandonadas
FREIRE, I.M. (Org.). Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. São Paulo: Papi-rus, 1998.
De acordo com os conteúdos aborda dos nas aulas e no livro base Funda-mentos
para Educação Especial, a tentativa de apreender o significado do preconceito e da
discriminação e da exclusão de pessoas com deficiência requer a significação
a) Foi na Idade Média, Alemanha, que o primeiro hospital para cegos foi fundado.
b) O objetivo do hospital de cegos era atender toda a população que desse serviço
necessitasse.
c) Foi na Idade Média, Paris, que o primeiro hospital para cegos foi fundado
d) O objetivo do hospital de cegos era atender os soldados que haviam ficado surdos na
Sétima Cruzada.
e) No período cristão as pessoas com deficiência tiveram o apoio da Igreja, em destaque
do bispo de Myra, que alimentava e acolhia as pessoas abandonadas
8. Em relação aos dispositivos legais que fizeram parte da história, assinale os que se
apresentam de forma consecutiva:
A HISTÓRIA DA
DEFICIÊNCIA NO
BRASIL
21
2.1 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO: CONCEITOS E FUNÇÕES
“A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da di-
ferença entre o bem e o mal. A principal função do edu-
cador é cuidar para que ela não confunda o bem com a
passividade e o mal com a atividade.” (Maria Montessori)
No Brasil, a educação das crianças com deficiência surge com as ideias
divulgadas no final do século XVIII e início do século XIX, e se deu inicialmente de forma
institucionalizada (JANNUZZI, 2004 ).
Com liberalismo, ocorreu uma luta pela abolição de algumas instituições coloniais,
oposição à interferência do Estado na economia e a defesa da liberdade de expressão e
da propriedade privada (COSTA, 1979).
O liberalismo defendia a liberdade em todos os campos: intelectual, político,
social, religioso e econômico, consequentemente sua interferência em todos esses
campos, influenciou também o início da educação das pessoas com deficiência
no Brasil. A relação explica-se pelo fato de como o movimento estava vinculado com
a democratização dos direitos para todos os cidadãos, as pessoas com deficiência
começam a ser vistas dessa forma, como cidadãos de direitos.
No Brasil as Santas Casas de Misericórdia seguiam a tradição europeia, acolher
pobre e doentes. Devido a isso exerceram um papel importante na educação de
pessoas com deficiência. Em são Paulo, a partir de 1717, a Santa Casa de Misericórdia
acolhia crianças abandonadas até os 07 anos de idade. Supõe-se que que muitas destas
crianças apresentavam doenças mentais.
Ao completarem 7 anos de idade as crianças que não apresentavam deficiência
eram enviadas para outros seminários a fim de que pudessem se preparar apara o
futuro. É possível, porém, sem registros históricos que algumas crianças com deficiências
menos severas talvez tivessem o mesmo destino.
Por outro lado, as mais acometidas pela deficiência, permaneciam nas Santas
Casas, doentes e alienadas (SILVA A. M., 2012).
O abandono de crianças com ou sem anomalias nas Santas Casas de Misericórdia
pode ter sido facilitado pela criação do Asilo dos Expostos. Segundo Moraes (2000, p. 73):
[...] o então presidente da Província, Lucas A. M. de Bar-
ros, cria em 1825, a Casa da roda ou Casa dos Expostos
e a instala no pavimento térreo da Santa Casa de Mise-
ricórdia. O Asilo dos expostos era também chamado de
Casa da Roda em alusão ao dispositivo nela existente,
uma roda que, girando em torno de um eixo perpendi-
cular, ocupava toda uma janela – sempre aberta do lado
de fora, de modo que que desejasse se desfaze de uma
criança pudesse depositá-la na caixa e, movimentando
a roda, passá-la para o interior do prédio.
FIQUE ATENTO
Numa Sociedade iletrada era raro que o enjeitado se fizesse acompanhar por algum bi-
lhete. Os registros escritos que sobreviveram ao tempo dão conta de que a preocupação
com o batismo era mais importante que a sobrevivência.
22
Cabe ressaltar que apesar do abandono e do assistencialismo de algumas
instituições, o direito das pessoas com deficiência estava previsto implicitamente desde
a primeira constituição do Brasil promulgada em 22 de abril de 1824.
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos
dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberda-
de, a segurança individual, e a propriedade, é garantida
pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte.
XXXII. A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cida-
dãos. (Brazil, 1824).
2.2 A INSTITUCIONALIZAÇÃO
Em 1927 ela foi transferida para Canoas. Em 1935 foi criado o instituto Pestalozzi
de Minas Gerais com a participação ativa de Helena Antipoff. Em 1948 outra Sociedade
Pestalozzi foi criada no Rio de Janeiro e em 1952, em São Paulo (MAZZOTA, 2005).
De acordo ainda com o autor, Helena Antipoff participou do movimento que
criou a primeira Apae em 1954 no Rio de Janeiro. Atualmente existem mais de 2000
municípios atendidos pelas APAES.
25
VAMOS PENSAR?
APAE EM NÚMEROS
2.201
Apaes e entidades filiadas coordenadas por
24
Federações Estaduais abrangendo todos os estados brasileiros para atender cerca de
250.000
pessoas com deficiência intelectual e múltipla diariamente.
Na sua cidade tem APAE? Você conhece o trabalho que é desenvolvido lá? Procure sa-ber!
VAMOS PENSAR?
Faça um levantamento sobre o número de pessoas com deficiência de sua cidade e o
número de instituições especializadas no atendimento a essas pessoas.
Agora, vamos pensar...O número de instituições é suficiente para atender ao número de
pessoas com deficiência e suas demandas? Em que medida a inclusão garantida por lei é
praticada em sua cidade?
VAMOS PENSAR?
É possível pensarmos atualmente que as entidades especializadas para a pessoa com
deficiência ainda cumprem mesmo que sutilmente o papel da institucionalização?
I- A escola deve evitar o contato entre estudantes que não apresentam deficiências e os
que apresentam.
II- A escola deve promover o contato entre estudantes que não apresentam deficiência
e os que apresentam, atuando de forma a evitar situações que envolvam intimidação
vexatória.
III- O professor deve acompanhar, sem o auxílio de outros profissionais, a aprendizagem
dos estudantes com deficiência, e altas habilidades/superdotação e transtornos globais
do desenvolvimento.
IV- A escola deve elaborar uma proposta pedagógica que atenda aos grupos e às
necessidades individuais.
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) Todas as alternativas estão corretas.
a) crianças surdas.
b) crianças cegas.
c) adultos deficientes abandonados.
d) apenas meninas abandonadas.
e) crianças abandonadas até 7 anos de idade que poderiam ou não apresentar prejuízos
físicos ou mentais.
5. A institucionalização refere-se a
a) retirada das pessoas com deficiência de suas comunidades de origem pela e pela
manutenção delas em instituições residenciais segregadas ou escolas especiais,
frequentemente situadas em localidades distantes de suas famílias.
b) a inclusão das pessoas com deficiência em suas comunidades de origem e pela
manutenção delas em instituições residenciais ou escolas especiais, frequentemente
situadas em localidades próximas de suas famílias.
c) a criação de instituições para atender às necessidades das pessoas com deficiência.
d) vulnerabilidade social em diferentes situações.
e) a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e Asilo dos expostos.
6. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 58,
entende-se por Educação Especial a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com
7. Um dos importantes marcos para a pessoa com deficiência no cenário político mundial
ocorre em 1948 por meio de um documento mundial que garante a igualdade de direitos
para todos os cidadãos sem distinção.
Esse documento refere-se
a) a Lei 13.146/2015.
b) a LDBEN.
30
c) a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
d) a Constituição Federal de 1988.
e) a Declaração de Salamanca.
FIQUE ATENTO
Diversidade Cultural são as diferenças que existem entre os seres humanos. Essas diferen-
ças podem ser referentes a religião, ao gênero, a linguagem, entre outros costumes e tra-
dições, de acordo com a organização social de cada grupo.
VAMOS PENSAR?
Cada aluno (a) é único e singular, traz para a sala de aula toda a sua bagagem cultural,
costumes, formas de pensar e agir, religiosidade/espiritualidade, classe social, gênero entre
outros.
Diante da singularidade que cada aluno traz para a sala de aula, percebe-se os
desafios encontrados e a serem enfrentados pelos professores, uma vez que precisam
aprender a respeitar a diversidade e suas implicações no processo de aprendizagem,
bem como a forma de ensinar e contornar situações sem “ferir” aquilo que o(a) aluno(a)
carrega consigo e que possivelmente levará por toda a vida.
Ao refletirmos acerca dos desafios e das dificuldades e deficiências dos processos
de aprendizagem ampliamos ainda mais essa discussão ao examinarmos o Art. 2º das
diretrizes Curriculares Nacionais (2015) que trata da formação Inicial e Continuada em
Nível Superior, aplicando-a a todas as modalidades de educação: Educação Especial,
Educação Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e adultos, Educação do Campo,
Educação Escolar indígena, Educação a Distância e Educação Quilombola.
Após o exposto, estamos todos preparados para atuar em alguma destas
modalidades de ensino abarcando sua diversidade sem desconsiderar a identidade
cultural dos grupos sociais? Todas as modalidades de educação são contempladas
na Formação Inicial e Continuada a nível Superior? Existe integração entre elas?
Interdisciplinaridade? Transdisciplinaridade? Estas e outras questões permearão o Livro
Didático, e possivelmente ao chegarmos ao término dele, talvez não tenhamos respostas
para tantas questões.
Dando sequência às questões que permeiam a diversidade e os desafios a serem
enfrentados nas instituições de ensino, Freitas (2006) esclarece que a escola é um
espaço em que as contradições sociais se revelam por todo o tempo, é um espaço de
multicultralismo.
Como na série, cindir com a cultura dominante é o mesmo que rever o tra-balho
desenvolvido por muitas escolas que ainda não estão devidamente preparadas para
atender a todo tipo de diferença com vistas à transformação social que estamos vivendo.
As diferenças chegam todos os dias nas escolas, já fazem parte do nosso cotidiano. Será
que estamos atentos a elas?
Cabe à escola (Educação Infantil e demais segmentos) e programas educacionais
investir na valorização da diversidade, objetivando ensinar crianças e jovens a respeitar e
a conviver com a diferença.
35
Nesse sentido é válido nos questionarmos acerca de que tipo de educação
queremos para nossos(as) alunos(as) e que tipo de professores e professoras precisamos
ser hoje, pensando em uma sociedade futura completamente marcada pela diferença e
pela diversidade.
Para Gadotti (2000, p. 1) os discentes precisam de uma educação pautada em uma
ética e cultura da diversidade. A escola deve educar pensando no pluralismo cultural,
em que o outro não só existe, mas que é legítimo e singular com sua cultura, sua história,
sua etnia, um ser heterogêneo, multifacetado, atravessado por costumes que provém
de suas famílias e lugares onde reside, além de apresentar diferenças no ritmo
de aprendizagem. Um ser único e dialeticamente plural, inserido em um espaço
de aprendizagem em que a sua característica mais marcante é a diversidade e a
pluralidade.
Por trabalhar com a diversidade humana, comporta
uma ampliação de horizontes para o professor e para o
aluno, uma abertura para a consciência de que a reali-
dade em que vivem é apenas parte de um mundo com-
plexo, fascinante e desafiador, na qual o elemento uni-
versal subjacente e definidor das relações intersociais e
interpessoais deve ser a Ética (BRASIL, 1997, p. 16).
VAMOS PENSAR?
O corpo negro, a cor negra, o cabelo negro, deixaram de ser apenas corpo, cor e cabelo na
atualidade, ou a sociedade é ainda é marcada por uma política branqueadora?
VAMOS PENSAR?
O Mito da democracia Racial no
Brasil, expresso pela tirinha de
Carlitos Pinheiro (s.d.) tem relação
com a sua vivência em sociedade e
sala de aula?
VAMOS PENSAR?
Assista o vídeo do cantor Marvyn, artista selecionado no concurso de música autoral da tv
globo, Brasília independente em 2017. Em seu estilo próprio a música negra brasileira (MNB)
apresenta grandes influências. No seu repertório é possível encontrar músicas auto-rais e
clássicos da mpb, funk samba, soul, reggae e outros. Em sua opinião, a música:
“RESPEITE MINHA PELE PRETA”
Reflete de uma forma muito contemporâneo “expropriamento” da cultura negra e a ten-
tativa de apagamento das características culturais?
Disponível em: https://bit.ly/3EsgGtj. Acesso em 25 ago. de 2020
VAMOS PENSAR?
Ainda é a cultura que funda a noção de raça, e não o contrário. Como você explicaria essa
frase baseando-se em algum exemplo social ou de sala de aula?
FIQUE ATENTO
VAMOS PENSAR?
Não existe imparcialidade, todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: Sua
base ideológica é inclusiva ou excludente?
Paulo Freire
42
BUSQUE POR MAIS
Assista o documentário “Atlântico Negro na rota dos Ori-
xás”. Trata-se da influência africana na religiosidade bra-
sileira, mostrando-nos como a etnicidade é um fenômeno
dinâmico e sujeito a mudanças. Disponível em: https://bit.
ly/31N4Nfo
VAMOS PENSAR?
As noções de raça e etnia são construções sociais. Em que medida a Lei 10.639/03 resgata a
valorização e a contribuição do povo negro no Brasil, desconstruindo o mito da democracia
racial? Quais são as implicações dessa lei em sala de aula?
3. (UEG 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados,
nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam
sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser
desapossado da minha por qualquer outra.”
GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A.
a) critica a intolerância com relação a outras culturas, gerando assim os conflitos comuns
neste novo século.
b) critica a intolerância com relação a outras culturas, sem, no entanto, gerar conflitos,
constituindo-se apenas de uma ideologia.
c) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homogeneização mundial e a
superação/eliminação de fronteiras culturais.
44
d) indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das necessidades de afirmação
e de identidade, seja étnica, seja cultural, seja religiosa.
e) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente, os contatos e a união
entre os povos e seus valores, reforçando o respeito às diferenças socioculturais.
5. Em sua obra Freyre (2006) argumenta que os negros foram os fundadores da civilização
brasileira, objetos culturais (p.27), sem, entretanto, dar a eles o direito à cidadania.
6. A Lei 10.639/03 resgata e torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-
brasileira, graças ao Movimento Negro, que é citado no parágrafo 1º do texto da Lei.
7. ENEM (2017) A luta contra o racismo, no Brasil, tomou um rumo contrário ao imaginário
nacional e ao consenso científico, formado a partir dos anos 1930. Por um lado, o
Movimento Negro Unificado, assim como as demais organizações negras, priorizou em
sua luta a desmistificação do credo da democracia racial, negando o caráter cordial das
relações raciais e afirmando que, no Brasil, o racismo está entranhado nas relações sociais.
O movimento aprofundou, por outro lado, sua política de construção de identidade
racial, chamando de “negros” todos aqueles com alguma ascendência africana, e não
apenas os “pretos".
GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012.
PRECONCEITO E
DISCRIMINAÇÃO:
IMPLICAÇÕES SOCIAIS
47
4.1 PRECONCEITO RACISMO E DISCRIMINAÇÃO,
EXISTE DIFERENÇA?
“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos haverá
guerra.” Bob Marley
No final do capítulo anterior encerramos com a frase de Paulo Freire que nos
interroga acerca da nossa base ideológica: Inclusão ou exclusão. Ser interpelado por
estas questões revelam que vivemos em uma sociedade em que o preconceito e a
discriminação existem de forma velada.
É comum ouvir piadas sobre portugueses, judeus, negros, mulheres, homossexuais,
entre outros grupos sociais. O humor é utilizado para expressar as mais variadas formas
de preconceito, discriminação além de reforçar as desigualdades e diferenças entre as
pessoas.
Por mais que o assunto seja debatido, discutido, leis regulamentadas, atitudes
reflexivas acerca dos fatos não são adotadas.
Trataremos a seguir do preconceito, seu significado, formas de manifestação e os
mecanismos de manutenção e refletiremos brevemente sobre a relação de preconceito
e discriminação.
Afinal, o que é PRECONCEITO? Conforme definido no Dicionário Aurélio, deriva o
termo do latim praeconceptu e possui os seguintes significados:
1) Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou
conhecimento dos fatos; ideia preconcebida.
2) Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste;
prejuízo.
3) Superstição, crendice.
4) por extensão: suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças,
credos, religiões.
Preconceito é a organização de ideias que se alicerçam em vivências ou
experiências aportadas em concepções prévias que não passaram pela reflexão ou
ideias que foram elaboradas ou concebidas a partir de fatos deturpados. Em síntese
um “pré-conceito” é objeto de uma falsa reflexão ou racionalização. Implica em um
julgamento imaturo e inadequado sobre algo, ou ainda, uma opinião formada sem
reflexão (CARVALHO, SALAINI, ALLEBRANDT, MEINERZ, & WEISHEIMER, 2012; SANTOS,
2010).
Podemos inferir a partir das construções dos autores citados, que o preconceito
pode ser definido como uma ação hostil/agressiva contra uma pessoa porque ela tem
ideias diferentes ou pertence a um grupo de pessoas que é visto e é desvalorizado
socialmente. Vamos organizar as ideias.
48
FIQUE ATENTO
Preconceito Racismo Discriminação
Significado Opinião construída su- Acreditar na teoria que Tratamento injusto ou ne-
perficialmente sobre membros de uma et- gativo a uma pessoa por
uma pessoa, grupo ou nia são superiores a ela pertencer a um deter-
comunidade. Não pos- outra devido as suas minado grupo. Representa
sui embasamento em características ou ha- o preconceito ou racismo
uma experiência ou bilidades. em forma de ação.
um motivo.
Motivo Baseado em estereóti- Resultado de precon- Causada pelo preconceito
pos. ceito, ódio para com as ou racismo em relação ao
pessoas diferentes em gênero, idade, orientação
cor de pele, tradições e sexual etc.
costumes etc.
Resultados Racismo ou discrimi- Discriminação ou pre- Rejeição e exclusão de um
nação de um grupo ou conceito com base na grupo de pessoas ou uma
comunidade. etnia. Guerras, xenofo- comunidade. Segregação,
bia etc. exclusão social etc.
Manifestação Crença. Crença. Ação.
Natureza Não consciente. Consciente e não cons- Consciente e não cons-
ciente ciente
Ação ilegal Não é possível recorrer Pode-se aplicar as Lei Pode-se aplicar a Lei
no Brasil à justiça, porque não 7.716/89 e 12.288/2010. 7.716/89 e 12.288/2010.
representa uma ação.
Exemplo Achar que alguém é Considerar uma negra Diferença salarial entre ho-
obeso por preguiça. ser suspeita de crime mens e mulheres na reali-
com base na sua cor zação da mesma atividade.
de pele.
Fonte: Elaborado pela Autora (2020)
VAMOS PENSAR?
Nelson Mandela:
“Nossa pretensão é de uma sociedade não racial.
Estamos lutando por uma sociedade em que o
povo deixará de pensar em termos de cor. Não
é uma questão de raça, é uma questão ideias.”
Em que medida a posição de Mandela está correta socialmente e em sala de aula?
4.3 A LEGISLAÇÃO
VAMOS PENSAR?
Fonte: https://bit.ly/3X99kD6
Assim como Nelson Mandela ela chama nossa atenção para o fato de que o
preconceito está presente em todos os lugares, ele se apresenta também em outros
grupos sociais que se encontram na condição de desprivilegiados e desvalorizados, pela
sua forma de pensar, agir, seus costumes ou orientação sexual. Entre eles, destacam-se:
Figura 3: Preconceitos
Fonte: Elaborado pela Autora (2020)
1. (UEMA 2017) A ideia da existência de uma democracia racial no Brasil foi desconstruída
pelos estudos de Florestan Fernandes, sobretudo, em seu livro A integração do negro
na sociedade de classes. Nesta obra de 1965, o autor argumenta que a democracia racial
na sociedade brasileira é um mito na medida em que a abolição da escravatura libertou
os negros “oficialmente”, mas não os incluiu na sociedade como cidadãos, mantendo,
assim, a discriminação e a submissão da população negra aos brancos, permanecendo,
portanto, as desigualdades sociais entre negros e brancos.
2. (URCA 2017) No dia 04 de abril de 2017, portanto, 15 dias antes da data que se comemora
no Brasil o Dia do Índio, o Deputado Jair Bolsonaro em palestra no Clube Hebraico na
Zona Sul do Rio de janeiro faz a seguinte fala: “Não vai ter um centímetro demarcado
para reserva indígena ou para quilombola.” A fala do parlamentar foi entendida para
muitos como preconceituosa.
Identifique nas assertivas abaixo, fatores que expliquem porque não devemos assumir
atitudes preconceituosas ou de indiferença em relação as comunidades indígenas.
7. Revista VEJA – Vê uma atitude racista no culto à mulata ou reafirma sua tese de
que esse culto está uma prova da ausência de problemas raciais no Brasil? O Brasil é,
realmente, uma democracia racial perfeita?
GF (Gilberto Freyre) – Perfeita, de modo algum. Agora, que o Brasil é, creio que se pode
dizer sem dúvida, a mais avançada democracia racial do mundo de hoje, isto é, a mais
avançada nestes caminhos de uma democracia racial. Ainda há, não digo que haja
racismo no Brasil, mas ainda há preconceito de raça e de cor entre grupos de brasileiros
e entre certos brasileiros individualmente.
Trecho de entrevista de Gilberto Freyre publicada na revista Veja de 14 de abril de 1970
A EDUCAÇÃO ESPECIAL
E OS MARCOS LEGAIS
57
5.1 MARCOS LEGAIS NA EDUCAÇÃO
Não podemos pensar a educação especial sem, contudo, pensar nos marcos
regulatórios necessários para assegurar as conquistas históricas obtidas para os alunos
com necessidades educacionais especiais.
Nesta unidade conversaremos sobre os marcos legais que regem o atendimento
educacional especializado para alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação a partir da década de 1990,
momento em que se contextualizam os primeiros movimentos de inclusão.
Inicialmente a educação especial organiza-se como uma modalidade de
ensino completamente integrada à educação em um contexto geral. Fragmentos de
textos legais embasaram a utilização de conceitos e terminologias utilizados na área,
como educação especial e atendimento educacional especializado e necessidades
educacionais especiais, como vistas a oferecer subsídios à compreensão dos
professores a função e natureza da educação especial na perspectiva da inclusão social.
VAMOS PENSAR?
Qual a relação existente entre essas terminologias:
Educação especial, atendimento educacional especializado e necessidades educacio-nais
especiais. Em que elas se aproximam e ao mesmo tempo se distanciam?
VAMOS PENSAR?
O que se entende por educação especial na atualidade? Uma educação voltada para alguns
alunos ou um modo diferente de fazer educação? A partir da sua experiência pro-fissional,
e do autor Ross (1998), em que medida os dispositivos legais e o apoio social transformaram
um sistema escolar integrador em inclusivo?
Essa lei modifica toda a nossa visão acerca da inclusão, pois, trata-se
especificamente de um dispositivo legal que regulamenta a inclusão do ponto de
vista da igualdade, da prioridade ao atendimento, direito à saúde, inclusão no trabalho,
acessibilidade, acesso à informação, comunicação, tecnologia assistiva entre outros
direitos. Muito foi feito até aqui!
60
Figura 5: Inclusão
Fonte: Ferraz (2011)
Podemos pensar agora que temos uma lei específica que trate da inclusão. Vale
ressaltar que as demais apontam para uma orientação inclusiva.
Vejamos abaixo em síntese o que consta em alguns documentos legais:
FIQUE ATENTO
Após a análise de trechos de vários dispositivos importantes no que diz respeito a inclusão
e a garantida de direitos da pessoa com deficiência, percebemos que durante um perío-
do dois textos em vigência são contraditórios em relação ao atendimento educacional
especializado em caráter substitutivo ao ensino comum, em classes em escolas especiais.
63
A Convenção de Guatemala como já dito anteriormente, prevê a eliminação
de qualquer forma de discriminação contra pessoas com deficiência e interpreta o
tratamento educacional de pessoas com deficiência em espaços separados como
discriminatório. O aluno não pode ser privado do seu direito de acesso às classes
regulares, essa privação estabelecida pela legislação como “substituição de serviços” é
tida como um ato discriminatório.
Por outro lado, o financiamento do Atendimento Educacional Especializado (AEE)
está condicionado à matrícula no ensino regular, o que provocou a migração de alunos
que antes estudavam apenas nas escolas especializadas, para esses espaços onde
receberão o AEE no contraturno.
Assim, o AEE imprime à educação especial um novo olhar, e sua inserção no
contexto da inclusão escolar, viabilizando o atendimento às necessidades educativas
especiais no espaço da escola regular.
A partir de então temos uma desvinculação entre educação especial e escola
especial, já que os recursos matéria, humanos tecnológicos, pedagógicos e curriculares
passam a integrar a cotidiano, favorecendo a diversidade, retirando o foco da deficiência
em busca da equidade.
Na próxima unidade discutiremos o Atendimento Educacional Especializado e
sua relação com as necessidades educacionais especiais.
VAMOS PENSAR?
A sala de recursos multifuncionais é um espaço organizado com materiais didáticos,
pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento
às necessidades educacionais especiais dos alunos.
Agora, vamos pensar...
Com base nessa definição, faça uma pesquisa em seu município e identifique quais escolas
regulares disponibilizam esse serviço no contraturno.
Como podemos perceber, existe um abismo entre o real e o ideal quando nos
referimos às vagas para PCD (Pessoas com deficiência). Existem poucas pessoas
inseridas no mercado de trabalho, entretanto as fiscalizações do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE) vem mudando esse cenário.
Muitos procedimentos adotados pelo MTE foram atualizados, entre eles a
fiscalização para garantir que as pessoas com deficiência e as beneficiárias da Previdência
Social já reabilitadas ingressem e permaneçam no mercado de trabalho. A fiscalização
nas empresas incentivará a contratação, bem como a permanência da PCD no ambiente
de trabalho, salvaguardando questões relativas à acessibilidade e comunicação (PCD,
2020).
Além disso, será também responsabilidade do MTE acompanhar a contratação, a
adaptação e o desligamento quando for necessário. Todo esse movimento já apresentou
alguns resultados
As contratações de pessoas com deficiência sob ação da
fis-calização do MTE têm aumentado anualmente. Em
2009, foram 26.449 profissionais inseridos no mercado
de trabalho, somente com a intermediação do ministé-
rio. No ano de 2010, os audito-res do trabalho formaliza-
ram a contratação de 28.752 pessoas com deficiência.
Em 2011, este número teve um aumento de 19,62%, atin-
gindo 34.395 pessoas em todo o país (PCD, 2020).
Contudo muito ainda há para se fazer, principalmente porque não temos fiscais
suficientes para exercer a tarefa que foi confiada ao MTE.
Percebemos que as leis e decretos tiveram e ainda tem com objetivo, garantir
o direito ao trabalho às pessoas com deficiência, e isso, desde a Constituição de 1988,
garantindo que não haja nenhuma forma de preconceito, discriminação ou segregação
no ambiente de trabalho, além de penalidades ao empregador caso as leis não sejam
cumpridas.
No entanto isso não significa dizer que as leis e as fiscalizações são efetivas e que as
pessoas com deficiência estejam livres de qualquer forma de discrimina-ção, ou de não
68
ter a sua subsistência garantida, ficando essa em muitos casos a cargo dos benefícios
do INSS, ou seja, retornamos em alguns pontos à política do assistencialismo. Assim o
trabalho na vida das pessoas com deficiência perde o sentido de socializador e condição
de existência do homem (LUKÁCS, 1979).
69
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclu-siva
considera que a educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica,
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo
e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
Nesse sentido, dentre os objetivos previstos na referida política, encontra-se promover
I. A educação especial é fundamentada nos princípios de que todos são iguais e precisam
de tratamento igual.
II. A educação inclusiva é fundamental para garantia de mão de obra qualificada de
deficientes para o trabalho produtivo.
III. As ações afirmativas são medidas especiais voltadas para promover a inclusão de
grupos discriminados e vitimados pela exclusão social.
IV. O princípio da educação inclusiva é a garantia de educação de qualidade para todos,
independente de características físicas, mentais, psíquicas, culturais e sociais.
V. A educação inclusiva é baseada no papel do professor, sendo este o responsável pelo
sucesso ou fracasso escolar dos estudantes.
3. (ABADE - 2020) Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial, separadamente.
A educação inclusiva aparece para acabar com essa separação. Ela é a educação especial
dentro da escola regular com o objetivo de permitir a convivência e a integração social
dos alunos com deficiência, favorecendo a diversidade. A educação inclusiva não é
a mesma coisa que a educação especial. A educação especial é uma modalidade de
ensino que tem a função de promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas
com deficiência, e que abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a educação
70
infantil até a formação superior. Ela é responsável pelo atendimento especializado ao
aluno e seu público-alvo são os alunos com algum tipo de deficiência (auditiva, visual,
intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de aprendizagem ou com altas habilidades
(superdotados).
6. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 58,
71
entende-se por Educação Especial a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com
7. O dia 14 de abril ficou estabelecido como o Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva.
De acordo com o MEC, a educação especial abrange todos os níveis de escolaridade e
dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializa-do (AEE).
I. Tais alunos devem ser matriculados nas classes comuns do ensino regular;
II. Alunos com habilidades/superdotação não devem ser matriculados em classes
comuns;
III. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento devem ser encaminhados ao
Atendimento Educacional Especializado da rede particular, sob encargos do Estado.
NECESSIDADES
EDUCACIONAIS
ESPECIAIS: AVANÇO
OU RETROCESSO?
73
6.1 PENSANDO SOBRE AS TERMINOLOGIAS
As estratégias criadas para atender a essa classe foi separá-los dos demais, nas
famosas classes especiais. A criação das classes especiais foi fundamental para separar
os alunos ideais dos chamados alunos “lentos”, “carentes culturais”, “lerdos” entre outros
rótulos.
Contudo sabemos que o número de alunos com dificuldades de aprendizagem
crescia assustadoramente. Oriundos das classes populares, muitos não se adaptavam às
estratégias e práticas escolares, pensadas originalmente para os alunos ideais. Por força
circunstancial, esses alunos com dificuldades de aprendizagem foram absorvidos pela
educação especial.
Neste momento observa-se uma discrepância entre os alunos e uma necessidade
de redefinição dos grupos que de fato necessitavam de um atendimento educacional
especializado, dadas as suas caraterísticas e formas de aprendizagem únicas e
74
diferenciadas.
Um dos grandes problemas do Brasil refere-se a desigualdade social, a pobreza e
às condições da escola em atender a toda essa demanda de forma a atingir a equidade.
Não se atende na escola apenas a criança ou um jovem menos favorecido. A escola
recebe junto com ele suas diferenças culturais, econômicas, étnicas, preconceitos e
discriminações.
A migração, a pobreza, problemas sociais ocasionaram inúmeras problemas às
crianças das classes menos favorecidas, grupo em que encontramos o maior índice de
problemas de aprendizagem.
FIQUE ATENTO
A terminologia necessidades educacionais especiais foi empregada oficialmente
pela primeira vez nos anos de 1970, na Inglaterra, pela pesquisadora Mary Warnock, ao
apresentar os resultados de um estudo aprofundado que buscava identificar as causas do
maciço fracasso escolar, o qual atingia percentuais elevadíssimos.
Em seus estudos, a pesquisadora revelou dados contrários à ótica, até então adotada,
sobre problemas de aprendizagem, já que, segundo ela, apenas 2% da população escolar,
aproximadamente, apresentava dificuldades cuja origem fossem quadros permanentes,
como as deficiências ou outros distúrbios orgânicos que ocasionam atrasos, lentidão na
compreensão, problemas da linguagem, distúrbios emocionais ou de conduta (MARCHESI
& MARTÍN, 1995).
VAMOS PENSAR?
Um aluno que troca fonemas na fala ou letras na escrita, uma criança que perde os pais
tragicamente em um acidente, ou que tem em casa a chegada de um bebê recém-nascido,
ou que tenha perdido o animalzinho de estimação, ou usa uma cadeira de ro-das porque
sofreu um acidente, situações que interferem momentaneamente em sua aprendizagem.
Deve ser considerado deficiente ou precisa que a escola busque estratégias de atenção
mais individualizada e uma mudança na organização escolar?
A leitura do documento nos leva a crer que pessoas com necessidades especiais
são pessoas com deficiência, pode-se dizer que, a partir de então socialmente uma
terminologia torna-se equivocadamente sinônimo de outra.
Ou seja, as crianças que fracassavam na escola devido a vários fatores, sociais,
familiares, culturais e econômicos, e que ao longo do processo educativo necessitavam
de um recurso especializado, apoio adicional, de uma adaptação curricular ou de materiais
didáticos específicos que potencializassem ou estimulassem sua aprendizagem eram
consideradas deficientes (FERREIRA, 2006).
Por outro lado, no Brasil a LDBEN (1996)em seu Art.8 ao adotar a terminologia
necessidades especiais amplia a interpretação no contexto da inclusão, à medida que, o
que antes aplicava-se apenas aos alunos com deficiência, agora amplia-se também para
os demais: os excluídos ou marginalizados no contexto escolar (FERNANDES, 2013).
Para Coll, Palácios e Marchesi (1995, p. 11) alunos com necessidades especiais “são
aqueles alunos que por apresentar algum problema de aprendizagem ao longo de sua
escolarização exigem uma atenção mais específica e maiores recursos educacionais do
que os necessários para os colegas de sua idade”.
Para Carvalho (2000, p. 40) essa visão desloca “a ênfase do ‘aluno com defeito’
para buscar na escola uma resposta educativa diferenciada, pautada na singularidade
de cada um. Uma resposta em que o as adequações curriculares sejam pensadas, o
currículo reformulado, nas intervenções com foco em cada dificuldade, considerando
todo o histórico do aluno.
Contudo, na teoria isso é impossível de ser planejado e executado, porém
as mudanças provocam inúmeras implicações na organização do atendimento
educacional, pois, o impacto é grande.
VAMOS PENSAR?
Se o número de alunos sem deficiência é bem menor que o número de alunos com deficiência
ou necessidades educacionais, qual seria a justificativa para uma nova organização no
atendimento educacional?
Ainda acerca das terminologias, Ferreira (2006a, p. 225) esclarece que o termo
necessidades educacionais especiais devem ser compreendidas como uma referência
a todas as pessoas (crianças, jovens e adultos) que enfrentam barreiras para aprender
e que podemos localizar essas barreiras no conteúdo curricular, acessibilidade física,
preconceito, discriminação bullying, e todas as outras que impedem a aprendizagem.
Ao longo da discussão percebemos que a terminologia necessidades educacionais
especiais minimizou os estereótipos que eram utilizados para deixar a margem aqueles
alunos que apresentavam dificuldades na aprendizagem, que não aprendiam no
78
mesmo ritmo de padrão esperados por professores e instituições. Contudo, a imprecisão
e a ausência de especificidade possibilitaram uma indefinição nas políticas educacionais
para o atendimento especializado.
Essa indefinição acabou por abarcar desde os alunos com severas deficiências até
aqueles que apresentavam simples dificuldades de aprendizagem, às vezes até mesmo
dificuldades transitórias.
De um extremo ao outro há de se pensar em quantos enganos foram cometidos
e ainda são na identificação do aluno com necessidades educacionais especiais,
grande desafio da educação especial, o desafio das escolas inclusivas.
FIQUE ATENTO
Romeu Sassaki, estudioso da Educação Especial fala ao programa Diversidade
sobre o desafio da inclusão social.
Disponível em: https://bit.ly/3kg5WYI. Acesso em 25 ago. de 2020
Mas, quem são esses alunos? Veja a seguir no quadro abaixo uma breve definição
desses grupos conforme a Resolução CNE/CEB nº 4/2009.
Diante das informações do quadro, qual o grande desafio das escolas públicas e
particulares? Oferecer condições estruturais e qualidade no ensino para todos os alunos,
promovendo as modificações necessárias para atender às necessidades de cada um dos
grupos citados.
Garantir a entrada e permanência desses alunos requer mudanças por parte dos
sistemas de ensino, recursos de acessibilidade na educação, definidos na Resolução
CNE/CEB nº 4/2009.
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-
se recursos de acessibilidade na educação aqueles que
asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos
81
com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo
a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos
espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas
de comunicação e informação, dos transportes e dos
demais serviços (Brasil, 2009).
Estão CORRETOS
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
a) I.
b) I, II.
c) I, II. III.
d) I, III.
e) II, III.
6. (IBADE - 2020) “A inclusão também se legitima, porque a escola, para muitos alunos,
é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar lhes
condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade
sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver dignamente”. (Mantoan,
2003, p.30)
A autora defende que a escola precisa ofertar uma educação de qualidade, portanto,
pode-se dizer está CORRETA a seguinte afirmativa:
Estão CORRETAS
a) apenas I e II.
b) apenas II e IV.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) todas as alternativas estão corretas.
Estão CORRETAS
a) apenas I e II.
b) apenas II e IV.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) todas as alternativas estão corretas.
85
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de-pessoas-com-deficiencia_news_265.html
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identidade da pessoa negra. Pesquisa e práticas psicossociais, 9(2), 257-266. Acesso em
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graduacaoead.faculdadeunica.com.br