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DE IPATINGA
1
Eliane Alves de Jesus
Possui mestrado em Matemática pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ-MG)
(2016), graduação no Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes pela
Universidade de Franca-SP (2017) e bacharelado em Matemática pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) (2008). Professora de Matemática, com 12 anos de experiência,
atuando tanto nos ensinos médio e técnico, quanto no ensino superior. Suas últimas
experiências profissionais foram no COLTEC-UFMG, na PUC-Minas, na UFV e no Colégio
Educare.
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
É proibida a reprodução total ou parcial deste livro em qualquer meio sem autorização
escrita do editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, traremos ícones ao lado dos textos. Eles são para
chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma
função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.2 PROPOSIÇÕES ........................................................................................................ 8
1.2.1 Sentenças Abertas e Sentenças Fechadas .............................................10
1.3 AS TRÊS LEIS FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO LÓGICO ................................. 11
1.3.1 Proposição Simples .......................................................................................13
1.3.2 Proposição Composta .................................................................................13
1.4 CONECTIVOS LÓGICOS ...................................................................................... 13
1.4.1 Conjunção: 𝐩 𝐞 𝐪 ...........................................................................................14
1.4.2 Disjunção: 𝐩 𝐨𝐮 𝐪 ..........................................................................................15
1.4.3 Disjunção exclusiva: 𝐨𝐮 𝐩 𝐨𝐮 𝐪....................................................................16
1.4.4 Condicional: 𝐒𝐞 𝐩 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐪 ............................................................................17
1.4.5 Bicondicional: 𝐩 𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐪 ............................................................18
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 20
03 3.1
3.2
3.3
3.4
TABELAS VERDADE DE OUTRAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ........................... 39
TAUTOLOGIA ......................................................................................................... 42
CONTRADIÇÃO .................................................................................................... 43
CONTINGÊNCIA ................................................................................................... 44
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 46
04
4.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 49
4.2 PROPOSIÇÕES LOGICAMENTE EQUIVALENTES ................................................... 49
4.3 QUANTIFICADORES .............................................................................................. 50
4.4 NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS....................................................... 52
4.5 IMPLICAÇÃO LÓGICA ......................................................................................... 53
4.5.1 Propriedades da Implicação Lógica ........................................................54
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 56
05
5.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 58
5.2 ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES.............................................................................. 58
5.2.1 Propriedades da Conjunção ......................................................................58
5.2.2 Propriedades da Disjunção .........................................................................59
5.2.3 Propriedades da Conjunção e Disjunção ................................................59
5.2.4 Regras de De Morgan ..................................................................................59
5
5.2.5 Negação da Condicional ...........................................................................60
5.2.6 Negação Bicondicional ...............................................................................60
5.3 ARGUMENTAÇÃO LÓGICA ................................................................................. 60
5.3.1 Argumento Válido .........................................................................................61
5.3.2 Argumento Inválido ......................................................................................62
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 65
06
6.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 68
6.2 PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ESTRUTURA MATEMÁTICA ...................................... 68
6.3 TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO ................................................................................. 69
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 75
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 80
6
CONFIRA NO LIVRO
7
LÓGICA PROPOSICIONAL UNIDADE
1.1 INTRODUÇÃO
1.2 PROPOSIÇÕES
8
Exemplo 1:
O número 2 é par.
Deus me ajude!
Proteja-se!
Exemplo 2:
Considere as proposições:
𝑝: O número 4 é par.
Nos casos acima as letras 𝑝 e 𝑞 poderão ser usadas no lugar das sentenças que
representam. Podemos, por exemplo, dizer que a proposição p é verdadeira e que 𝑞
é falsa.
9
1.2.1 Sentenças Abertas e Sentenças Fechadas
A seguir veremos que nem toda declaração pode ser classificada como
proposição.
Acompanhe o exemplo.
Exemplo 3:
Considere as seguintes sentenças:
p: 2 + 3 = 5
q: x + 3 = 5
Observe que podemos afirmar que p é uma sentença verdadeira, uma vez
que os resultados à direita e à esquerda da igualdade são, de fato, iguais. Uma
sentença dessa natureza é denominada sentença fechada.
Por outro lado, não podemos atribuir valor lógico à sentença q, pois a mesma
contém uma variável e não existe nenhum contexto que nos permita conhecer o
valor dessa variável. Se soubéssemos que x = 2 teríamos x + 3 = 2 + 3 = 5, portanto,
x + 3 = 5 seria uma sentença verdadeira. Se soubéssemos que x = 7 teríamos x + 3 =
7 + 3 = 10, portanto, x + 3 = 5 seria uma sentença falsa. Como não sabemos o valor
de x não podemos afirmar se a igualdade é verdadeira ou falsa. Logo q não é uma
proposição. Uma sentença dessa natureza é denominada sentença aberta. Algumas
sentenças abertas podem ser transformadas em sentenças fechadas se atribuirmos
valores às variáveis, ou pelo uso de quantificadores os quais abordaremos em
capítulos posteriores.
Podemos conceituar da seguinte forma:
Sentença aberta: É aquela sentença que não pode ser classificada como
verdadeira ou falsa, pois nela existe uma variável, cujo valor não está definido.
Sentença fechada: É aquela sentença em que todas as informações se
apresentam de forma clara e à qual pode-se atribuir um único dos valores
lógicos: verdadeiro ou falso.
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• Interrogações, exclamações, comandos e pedidos não são proposições.
• Sentenças abertas não são proposições.
• Uma sentença fechada é uma proposição, pois pode ser classificada como verdadeira
ou falsa.
Para atribuir valor lógico a uma proposição é importante ter em mente os três
princípios fundamentais do pensamento lógico, conforme descreveremos a seguir.
Os conceitos acima parecem simples ou até estranhos, mas são úteis para a
identificação de paradoxos, como veremos nos exemplos a seguir:
Veremos nos exercícios resolvidos a seguir como esse conteúdo costuma ser
cobrado pelas bancas de concurso:
11
Uma proposição pode sempre receber um valor lógico e esse valor é único: ou
verdadeiro ou falso.
Exercício resolvido 2. (CESP – Banco do Brasil 2007- Modificada)
Considere as seguintes frases:
I. “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II. A expressão x + y é positiva.
III. O valor de √4 + 3 é igual a 7.
IV. Pelé marcou 10 gols para a seleção brasileira.
V. O que é isto?
12
V. Essa é uma pergunta. Portanto, não é uma proposição.
Uma proposição simples é aquela que não contém qualquer outra proposição
como sua componente. Ou seja, não é possível encontrar como parte de uma
proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Também não se pode
subdividi-la em partes menores tal que alguma delas seja uma nova proposição.
13
Veremos a seguir quais são os conectivos lógicos utilizados para construir proposições
compostas.
1.4.1 Conjunção: 𝐩 𝐞 𝐪
Figura 1: 𝐏 ∩ 𝐐
14
1.4.2 Disjunção: 𝐩 𝐨𝐮 𝐪
p∨q
Figura 2: 𝐏 ∪ 𝐐
15
1.4.3 Disjunção exclusiva: 𝐨𝐮 𝐩 𝐨𝐮 𝐪
Figura 3: 𝐨𝐮 𝐏 𝐨𝐮 𝐐
16
1.4.4 Condicional: 𝐒𝐞 𝐩 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐪
• p: José é alagoano.
• q: José é brasileiro.
𝐪, se 𝐩.
Todo 𝐩 é 𝐪.
𝐩 implica 𝐪.
17
𝐩 somente se 𝐪.
𝐩 é suficiente para 𝐪.
𝐪 é necessário para 𝐩.
Figura 4: 𝐏 ⊂ 𝐐
p ↔q
18
A proposição bicondicional “p se e somente se q” pode ser escrita como:
Todo 𝐩 é 𝐪 e todo 𝐪 é 𝐩.
Todo 𝐩 é 𝐪 e reciprocamente.
Se 𝐩 então 𝐪 e reciprocamente.
𝐩 somente se 𝐪 e 𝐪 somente se 𝐩.
Figura 5: 𝐏 = 𝐐
19
Acesse o livro “Introdução à Lógica Matemática” (2011) de Carlos Alberto Ferreira Bispo e
Luiz Batista Castanheira disponível em: https://bit.ly/3tkZApD. Acesso em: 23 jan. 2021.
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Das sentenças a seguir, a única que pode ser classificada como proposição é:
3. Sobre a proposição “Se ele a ama então virá” podemos afirmar que:
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b) ele vir é condição suficiente para ele a amar.
c) ele a amar é condição necessária e suficiente para ele vir.
d) ele a amar é condição suficiente para ele vir.
e) ele vir é condição necessária e suficiente para ele a amar.
a) A B C
b) A B C
c) A B C
d) A B C
e) A B C
5. Considere a proposição: “Se chove então faz frio. ” Podemos afirmar que
6. Considere as proposições:
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p: Meu irmão vai à festa.
q: Minha mãe vai à festa.
r: Vou assistir TV até tarde.
Uma representação correta para a proposição composta “Se meu irmão e minha
mãe forem à festa, então vou assistir TV até tarde” é
a) ( p q) r
b) ( p q) r
c) ( p q) r
d) ( p q) r
e) p q r
7. Considere as proposições:
𝑝: 32 = 9
𝑞: √9 = 3
a) pq
b) p→q
c) p←q
d) pq
e) p ↔q
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e também falso.
(4) Proposição Composta ( ) É a proposição que não contém qualquer
outra proposição como sua componente.
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 2, 4, 1 e 3.
c) 1, 4, 2 e 3.
d) 2, 3, 1 e 4.
e) 4, 3, 2 e 1.
23
OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE UNIDADE
PROPOSIÇÕES E CONSTRUÇÃO DE
TABELAS-VERDADE
2.1 INTRODUÇÃO
02
De maneira semelhante às operações lógicas entre números, também é
possível realizar operações lógicas sobre proposições. Para as operações entre
números temos os sinais +, −, ×, ÷, dentre outros. Para as operações entre
proposições lógicas, geralmente, usamos os conectivos lógicos, vistos no capítulo 01
e a negação que veremos adiante. Dessa forma, o valor lógico de uma proposição
composta dependerá do valor das proposições simples que a compõem.
Além disso, para realizar tais operações faz-se uso de um recurso denominado
tabela-verdade, conforme veremos a seguir.
Figura 6: Tabela-verdade 1
p
V
F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
24
~p: O leite não está quente.
Figura 7: Tabela-verdade 2
𝐩 ~𝐩
V F
F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
25
Figura 8: Tabela-verdade 3
𝐩 𝐪 𝐩𝐪
V V V
V F F
F V F
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Exercício resolvido:
a) III
b) I, II, III
c) IV
d) II, IV
e) I, II, IV
Solução:
Resposta: c
26
é falsa somente quando ambas as proposições que a compõem forem falsas, ou seja,
quando p é falsa e q também é falsa.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da
disjunção “p ou q” para cada um dos valores que p e que q pode assumir:
Figura 9: Tabela-verdade 4
𝐩 𝐪 𝐩 ∨ 𝐪
V V V
V F V
F V V
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Exercício resolvido:
Considere a proposição:
Dois mais dois é igual a quatro ou na próxima Copa o Brasil será campeão.
Sobre a disjunção acima podemos afirmar:
a) Ela é inconclusiva, pois não sabemos, antecipadamente, o resultado da próxima
Copa.
b) Ela é falsa, pois não sabemos, antecipadamente, o resultado da próxima Copa.
c) Ela é verdadeira pois, independente do resultado da próxima Copa, dois mais dois
é igual a quatro.
d) Ela é verdadeira, pois o Brasil tem grande chance de ganhar a próxima Copa.
Solução:
Devemos nos lembrar que uma disjunção será verdadeira sempre que, pelo
menos uma das proposições que a compõem for verdadeira. Como a proposição
“dois mais dois é igual a quatro” é verdadeira, então a disjunção “Dois mais dois é
igual a quatro ou na próxima Copa o Brasil será campeão” também é verdadeira.
Resposta: c)
27
A tabela-verdade da disjunção exclusiva tem a seguinte forma:
Exercício resolvido:
Observe as proposições:
p: João compra um bolo.
q: João compra uma empada de frango.
A disjunção exclusiva, ou p ou q pode ser escrita como:
João ou compra um bolo ou compra uma empada de frango.
a) I, II
b) III, IV
c) I, II, III
d) I, III, IV
Solução:
28
Resposta: a) I, II
Exemplo 12:
Considere que o gerente de uma empresa tenha prometido a seu funcionário que,
se ele fizer o curso de qualificação, então, receberá um aumento.
Observe que essa é uma proposição condicional envolvendo as seguintes
proposições simples:
p: O funcionário faz o curso de qualificação.
q: O funcionário recebe o aumento.
Agora vamos pensar um pouco: Qual é a situação em que podemos concluir
que a promessa feita pelo gerente foi falsa? Em outras palavras, em que situação
podemos afirmar que não houve cumprimento da promessa?
Suponha que o funcionário faz o curso de qualificação e recebe o aumento.
Essa situação corresponde à primeira linha da tabela em que p é verdadeira e q
também. Claramente, a promessa foi cumprida, ou seja, a condicional, p → q, é
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verdadeira.
Agora imagine que o funcionário faz o curso de qualificação e não recebe o
aumento. Essa situação corresponde à segunda linha da tabela em que p é
verdadeira e q é falsa. Nessa situação a condicional, p → q, foi falsa, ou seja, a
promessa foi falsa. O funcionário cumpriu a condição, mas não recebeu o que lhe
era devido.
Suponha agora que o funcionário não faz o curso de qualificação e recebe o
aumento. Essa situação corresponde à terceira linha da tabela em que p é falsa e q
é verdadeira. Observe que aqui a promessa não foi quebrada. Em nenhum momento
foi dito que a única forma de receber o aumento era fazer o curso de qualificação.
Inclusive o aumento pode ser devido a outra motivação qualquer. Nesse caso, a
condicional, p → q é verdadeira.
Por fim, suponha que o funcionário não faz o curso de qualificação e não
recebe o aumento. Aqui também a promessa foi mantida. Uma vez que o funcionário
não fez o curso de qualificação, não existe o compromisso de se dar aumento ao
funcionário. Aqui a condicional, p → q também é verdadeira.
Reiteramos, através do exemplo, que a condicional p → q só é falsa se p for
verdadeira e q falsa.
30
Pode parecer ainda mais estranho, mas a proposição “se os peixes voam
então os homens são imortais” também é verdadeira. Ela corresponde à última linha
da tabela-verdade das proposições condicionais.
Exercício resolvido:
Considere as proposições:
• p: O número 8 é par.
• q: O número 8 é divisível por 5.
• r: Os números pares terminam em 1, 3 ou 5.
a) p → q
b) q → p
c) q → r
d) r → p
e) r → q
Solução:
Resposta: a)
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2.3.5 Valor Lógico da Bicondicional
Exercício resolvido:
Considere as seguintes proposições:
a) I e II
b) I e III
c) I, II e III
32
d) II, III
e) Nenhuma
Solução:
Para saber o valor lógico de uma proposição bicondicional precisamos
conhecer o valor das proposições que a compõem. Se forem ambas verdadeiras,
ou ambas falsas, a proposição bicondicional será verdadeira, conforme vemos na
tabela.
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“Os gatos voam” é uma proposição falsa e “as nuvens são vermelhas”
também é falsa. Pela última linha da tabela, a proposição presente em “III” é
verdadeira.
Resposta: b)
• Veja o artigo escrito pelo Professor Silvio Seno Chibeni da UNICAMP sobre proposições
condicionais. Disponível em: https://bit.ly/33lwR9r. Acesso em: 23 jan. 2021.
• Acesse também o livro “Introdução à Lógica Matemática” (2011) de Carlos Alberto
Ferreira Bispo e Luiz Batista Castanheira. Disponível em: https://bit.ly/3tkZApD. Acesso
em: 23 jan. 2021.
• Outra boa sugestão é a obra “Lógica Matématica” (2020) de Guilherme Augusto
Pianezzer. Disponível em: https://bit.ly/3tcR248. Acesso em: 23 jan. 2021.
34
1. (FCC – BACEN – 2005) Sejam as proposições:
35
3. Considere a proposição:
Alice irá ao País das Maravilhas quando imaginar ou perder o medo.
Assumindo que essa proposição é verdadeira podemos afirmar que:
Se Alice perder o medo, então
a) Alice não irá ao País das Maravilhas, pois não vai imaginar.
b) Alice irá ao País das Maravilhas.
c) Alice vai necessariamente imaginar.
d) Alice não irá, também, imaginar.
e) Alice não vai imaginar.
4. (FCC – TRT/11a – 2012) Uma senhora afirmou que todos os novelos de lã guardados
numa gaveta são coloridos e nenhum deles foi usado. Mais tarde, ela percebeu
que havia se enganado em relação à sua afirmação, o que permite concluir que
a) p é falsa e q é falsa.
b) p é verdadeira e q é verdadeira.
c) p é falsa e q é verdadeira.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) p é falsa ou q é falsa.
36
6. (FCC – SEFAZ/SP – 2009) Uma empresa mantém a seguinte regra em relação a
seus funcionários:
Se um funcionário tem mais de 45 anos de idade, então ele deverá, todo ano,
realizar pelo menos um exame médico e tomar a vacina contra a gripe.
Considerando que essa regra seja sempre cumprida, é correto concluir que,
necessariamente, se um funcionário dessa empresa:
a) anualmente realiza um exame médico e toma a vacina contra a gripe, então ele
tem mais de 45 anos de idade.
b) tem 40 anos de idade, então ele não realiza exames médicos anualmente ou não
toma a vacina contra a gripe.
c) não realizou nenhum exame médico nos últimos dois anos, então ele não tem 50
ou mais anos de idade.
d) tem entre 55 e 60 anos de idade, então ele realiza um único exame médico por
ano, além de tomar a vacina contra a gripe.
e) tomou a vacina contra a gripe ou realizou exames médicos nos últimos dois anos,
então ele tem pelo menos 47 anos de idade.
8. Dadas duas proposições p e q, qual (ou quais) conectivo(s) associado(s) a ele terá
(ou terão) uma tabela-verdade com apenas um valor lógico falso:
a) Disjunção e Conjunção.
b) Conjunção e Disjunção exclusiva.
c) Conjunção e Condicional.
d) Condicional e Disjunção.
37
e) Conjunção.
38
CONSTRUÇÃO DE TABELAS- UNIDADE
VERDADE DE OUTRAS
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
(~p ∨ q) → q
(~p ∨ ~q) → (q ∧ r)
Exercício resolvido 1:
Considere as proposições 𝑝, 𝑞 e 𝑟. Vamos determinar a configuração inicial da
tabela-verdade da proposição 𝑝 ∨ ~𝑞 → 𝑞 ∧ 𝑟.
39
cada proposição simples. Veja a figura abaixo:
40
Agora vamos construir a tabela-verdade de uma proposição composta por
apenas duas proposições simples.
Exercício resolvido 2:
Considerando as proposições 𝑝 e 𝑞 construa a tabela-verdade da proposição
~(𝑝 ~𝑞). Primeiramente, vamos construir duas colunas correspondentes a todos os
valores lógicos possíveis para as proposições 𝑝 e 𝑞, respectivamente.
Vamos preencher a seguir os valores lógicos de p~q. Observe que isso será
feito porque os parêntesis definem essa prioridade nas operações.
41
𝐩 𝐪 ~𝐪 𝐩~𝐪 ~(𝐩~𝐪)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Exercício resolvido 3:
Considerando as proposições p, q e r construa a tabela-verdade da proposição
p ∨ ~q → q ∧ r
3.2 TAUTOLOGIA
42
independentemente dos valores lógicos das proposições componentes 𝑝, 𝑞, 𝑟, ...
Exercício resolvido 4:
A proposição “Se (𝒑 𝒆 𝒒) então (𝒑 𝒐𝒖 𝒒)” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos de 𝑝 e de 𝑞. Podemos confirmar essa
afirmação construindo a tabela-verdade dessa proposição:
3.3 CONTRADIÇÃO
Exercício resolvido 5:
A proposição “(não (𝒑 𝒐𝒖 𝒒)) e (𝒑 𝒆 𝒒)” é uma contradição, pois é sempre falsa,
independentemente dos valores lógicos de 𝑝 e de 𝑞, como se pode observar na
tabela-verdade abaixo:
43
3.4 CONTINGÊNCIA
Exercício resolvido 6:
A proposição (𝐩 ∨ 𝐪) → (𝐩 ∧ 𝐪) é uma contingência. Isso é facilmente
observado porque a última coluna da tabela-verdade apresenta tanto valores
verdadeiros, quanto valores falsos.
Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma contradição sempre falsa, tem-se que:
A negação de uma tautologia é sempre uma contradição.
Enquanto que:
A negação de uma contradição é sempre uma tautologia
44
Leia mais sobre Tautologia, Contradição e Contingência no livro Lógica Matemática,
do IFCE do Ceará. Disponível em: https://bit.ly/38ywagH. Acesso em: 23 jan. 2021.
Acesse também o cap. 1 “Cálculo Proposicional” do livro “Introdução à Lógica
Matemática” (2011) de Carlos Alberto Ferreira Bispo e Luiz Batista Castanheira.
Disponível em: https://bit.ly/2Rqr7J7. Acesso em: 23 jan. 2021.
Como sugerido na unidade anterior, outra boa sugestão é a obra “Lógica Matématica”
(2020) de Guilherme Augusto Pianezzer. Disponível em: https://bit.ly/3tcR248. Acesso
em: 23 jan. 2021.
45
1. Construindo a tabela verdade da expressão (p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p) temos como
resultado final a seguinte sequência:
a) F-V-F-V.
b) F-V-V-F.
c) V-V-V-F.
d) F- F-F- F.
e) V-V-V-V.
a) V-V-F-V-V-V-V-V.
b) V-F-F-V-V-V-V-F.
c) V-V-F-F-F-V-V-F.
d) F-V-F-V-V-F-V-V.
e) F-V-F-V-V-V-V-F.
46
d) uma contingência.
e) uma contradição.
7. Considere as afirmações:
I. Se o diretor é forte, então o secretário é fraco ou o diretor é forte.
II. João é alto ou Paulo é gordo e João não é alto e Paulo não é gordo.
III. Carlos não é tímido e, se Pedro é expansivo, então Carlos é tímido.
47
c) João estudou para a prova e Maria ficou feliz.
d) João é alto ou João não é alto.
e) Se Pedro estudou, então passou no concurso.
48
EQUIVALÊNCIA LÓGICA E UNIDADE
IMPLICAÇÃO LÓGICA
4.1 INTRODUÇÃO
04
E possível que duas proposições estejam escritas de modos distintos, mas
tenham exatamente o mesmo significado. É de extrema importância saber identificar
essas proposições pois, às vezes, é mais fácil trabalhar com outra versão da mesma
proposição que seja mais simples ou de mais fácil entendimento. Essa identificação
também é essencial para a identificação das tautologias.
p ⟺ q
49
proposições equivalentes
Leis associativas:
(p ∧ q ) ∧ r ⇔ p ∧ ( q ∧ r)
(p ∨ q ) ∨ r ⇔ p ∨ ( q ∨ r)
Leis distributivas:
p ∧ (q ∨ r) ⟺ ( p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p ∨ ( q ∧ r) ⟺ ( p ∨ q) ∧ ( p ∨ r)
∼∼ p ⟺ p
Equivalências da Condicional:
p → q ⇔∼p ∨q
p →q ⇔ ~q → ~p
p ∨ ( q ∧ r) ⟺ ( p ∨ q) ∧ (p ∨ r )
4.3 QUANTIFICADORES
Afirmativa Negativa
Universal Todo p é q. Nenhum p é q.
Particular Algum p é q. Algum p não é q.
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
50
Podemos utilizar a linguagem de conjunto para ilustrar a relação
estabelecida pelos quantificadores:
Todo 𝐏 é 𝐐.
Significa que todo elemento de P também é elemento de Q. Logo, o conjunto
P deve estar contido em Q.
Figura 28: 𝐏 ⊂ 𝐐
Nenhum 𝐏 é 𝐐.
Significa que os conjuntos P e Q não têm elementos em comum. Logo, os
conjuntos P e Q devem ser disjuntos.
Figura 29: 𝐏 ∩ 𝐐 = ∅
Algum 𝐏 é 𝐐.
Significa que os conjuntos P e Q têm pelo menos um elemento em comum.
Logo, a interseção entre os conjuntos P e Q é não vazia.
51
Figura 30: 𝐏 ∩ 𝐐 ≠ ∅
Algum 𝐏 não é 𝐐.
Significa que existe pelo menos um elemento em P que não pertence a Q.
Logo, a parte hachurada da figura abaixo é não vazia.
Figura 31: 𝐏 − 𝐐 ≠ ∅
52
O quadro abaixo abaixo mostra as equivalências mais comuns para as
negações de algumas proposições compostas:
r ⇒s
Exemplo 14:
Considere as proposições:
r: O número n é divisível por 6.
s: O número n é divisível por 3.
53
Para analisar melhor a definição de implicação lógica vamos considerar
proposições compostas e suas tabelas verdades.
Exemplo 15:
Dadas duas proposições compostas r = p ∧ q e s = p ∨ q vamos observar na tabela-
verdade que nunca ocorre de a proposição r ser verdadeira e a proposição s falsa.
Por isso podemos afirmar que r implica s, ou seja, r ⇒ s.
r ⇒ r (reflexiva)
Se r ⇒ s e s ⇒ t então r ⇒ t (transitiva)
54
Exemplo 16:
Propriedade: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ ~p
Demais propriedades:
1. p ⇒ p ∨ q e também q ⇒ p ∨ q
2. p ∧ q ⇒ p e também p ∧ q ⇒ q
3. (p ∧ q) ⇒ p ↔ q
4. p ↔ q ⇒ p → q e p ↔ q ⇒ q → p
5. (p ∨ q) ∧ ~p ⇒ q e também (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p
6. (p → q) ∧ p ⇒ q
55
FIXANDO O CONTEÚDO
56
5. Para que a proposição “todos os matemáticos são loucos” seja falsa, é necessário
que:
a) ~P ∨ ~Q
b) ~P ∧ Q
c) P ∧ ~Q
d) ~P ∧ ~Q
e) P ⟺ Q
7. (ESAF) Uma sentença logicamente equivalente a “Se Ana é bela, então Carina é
feia” é:
57
ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES UNIDADE
5.1 INTRODUÇÃO
05
As propriedades inerentes das proposições compostas que vimos nos capítulos
anteriores, bem como outras propriedades que veremos nesse capítulo formam o
que chamamos de álgebra das proposições. Esse conjunto de regras é útil para
definir a equivalência entre proposições compostas, conforme veremos a seguir.
58
5.2.2 Propriedades da Disjunção
Idempotente: p ∨ p ⇔ p
Comutativa: p ∨ q ⇔ q ∨ p
Associativa: (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)
Identidade: p ∨ t ⇔ t e p ∨ c ⇔ p
Distributiva:
Absorção:
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p
p ∨ (p ∧ q) ⇔ p
59
5.2.5 Negação da Condicional
Exemplo 17:
São exemplos de silogismos os seguintes argumentos:
60
Premissas: p1 : Todos os baianos são bons dançarinos.
p2 : Todos bons dançarinos são saudáveis.
Conclusão: c: Todos os baianos são saudáveis.
Exemplo 18:
Observe o argumento:
“Todas as borboletas fazem chocolate.
Todos os artistas gostam de ler.
Ninguém que faz chocolate gosta de ler.
Portanto, nenhuma borboleta é artista”.
O argumento acima está bem construído embora a validade das
premissas seja discutível.
É possível verificar de forma mais fácil a validade do argumento pela
observação do diagrama:
61
Podemos perceber que nenhum elemento do conjunto B (borboletas) pode
pertencer ao conjunto A (artistas).
Exemplo 19:
“Todas as pessoas felizes gostam de cantar.
Maria não gosta de cantar.
Portanto, Maria não é feliz.”
62
Uma vez que Maria não gosta de cantar, ela está no conjunto representado
por C̅. Contudo, não é possível afirmar se ela está na parte do conjunto pintada de
azul, ou seja, sendo uma pessoa feliz, ou se está na parte pintada de cinza sendo,
portanto, uma pessoa infeliz.
Exercícios Resolvidos
Por outro lado, a proposição “Algum o aluno é estudioso” garante que existe
63
pelo menos um elemento na interseção do conjunto dos alunos com o conjunto dos
estudiosos, representada pela região pintada de cinza. Desta forma, o elemento que
está na parte cinza está fora do conjunto T garantindo que pelo menos um aluno não
é triste.
2. Se eu vou ao cinema então Bruna vai ao teatro. Se Bruna vai ao teatro então
Cláudia é flautista. Sabe-se que Cláudia não é flautista. Nestas condições, pode-
se concluir que:
a) Eu vou ao cinema.
b) Bruna vai ao teatro.
c) Bruna não é flautista.
d) Cláudia é flautista.
e) Eu não vou ao teatro.
Resposta: e)
Solução:
Vamos denotar as proposições da seguinte forma:
p: Eu vou ao cinema.
q: Bruna vai ao teatro.
r: Cláudia é flautista.
Nessa questão observamos uma cadeia de proposições condicionais: p implica
q que implica r. Por outro lado, conforme visto no capítulo 4, a proposição p → q
é equivalente a ~ q → ~ p e semelhantemente, q → r é equivalente a ~ r → ~ q.
Como sabemos que é verdade a afirmativa ~ r podemos construir a cadeia ~ r →
~ q → ~p, ou seja, “Eu não vou ao teatro.”.
64
FIXANDO O CONTEÚDO
3. (ESAF/AFC/96) Se Carlos é mais velho do que Pedro, então Maria e Júlia têm a
mesma idade. Se Maria e Júlia têm a mesma idade, então, João é mais moço do
que Pedro.
Se João é mais moço que Pedro, então, Carlos é mais velho do que Maria. Ora,
Carlos não é mais velho do que Maria, então:
a) Carlos é mais velho do que Pedro e Maria e Júlia têm a mesma idade.
b) Carlos e João são mais moços do que Pedro.
c) Carlos é mais velho do que Pedro e João é mais moço do que Pedro.
d) Carlos não é mais velho do que Pedro e Maria e Júlia não têm a mesma idade.
e) Carlos é mais velho do que Pedro e Maria e Julia não tem a mesma idade.
65
4. A propriedade comutativa é válida em todas as proposições exceto:
6. (TJ/PE Tec Jud 2007 FCC) Se Guilherme disse a verdade, Gabriela e Lucas
mentiram. Se Lucas mentiu, Bruna falou a verdade. Se Bruna falou a verdade, Maria
está dormindo. Ora, Maria não está dormindo. Logo:
a) Guilherme e Gabriela disseram a verdade.
b) Lucas e Bruna mentiram.
c) Lucas mentiu ou Bruna disse a verdade.
d) Lucas e Gabriela mentiram.
e) Guilherme e Bruna mentiram.
7. (TJ-PE Anal Jud 2007 FCC) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não
existiria. Lenin existiu. Logo,
a) Lenin e Rasputin não existiram.
b) Lenin não existiu.
c) Rasputin existiu.
d) Rasputin não existiu.
e) Lenin existiu.
66
8. (TCE MG 2007 FCC) Considere como verdadeiras as seguintes premissas:
Se Alfeu não arquivar os processos, então Benito fará a expedição de
documentos.
Se Alfeu arquivar os processos, então Carminha não atenderá o público.
Carminha atenderá o público.
Logo, é correto concluir que:
67
TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO UNIDADE
6.1 INTRODUÇÃO
06
Até aqui compreendemos o que são as proposições e como relacionar
proposições por meio de operações lógicas e relações de equivalência. Vamos
agora entender como todo esse conhecimento discutido é usado para estruturar a
matemática e todos os seus conceitos e resultados. Os conceitos matemáticos estão
estruturados na forma de definições, que são uma descrição do significado de um
termo, e também por proposições, argumentos, equivalências lógicas e implicações
que por vezes precisam ser verificados através de um processo chamado
demonstração, conforme veremos a seguir.
Exemplo 20:
Define-se como triângulo retângulo aquele triângulo que possui um ângulo de 90º.
Exemplo 21: Pode-se traçar uma única reta ligando quaisquer dois pontos.
Esse axioma é o primeiro postulado de Euclides, que é um dos cinco axiomas usados
como base para desenvolvimento da geometria Euclidiana.
Teorema: é toda proposição que será sempre verdadeira e cuja validade pode
ser verificada tomando-se como base definições, axiomas e outras proposições
já verificadas. O processo de validação de uma proposição é chamado de
demonstração. Após demonstrada, a proposição passa a ser denominada
Teorema.
68
Exemplo 22:
Teorema: Se um triângulo é isósceles então os ângulos de sua base são congruentes.
Observe que foram usadas duas definições:
Congruentes: têm a mesma medida
Triângulo isósceles: possui dois lados congruentes.
69
Existem vários tipos de demonstrações, ou seja, várias formas de se demonstrar
que uma afirmação matemática é, de fato, um teorema. Podemos citar a
demonstração direta, demonstração por indução, demonstração por
contraposição, demonstração por absurdo, dentre outras.
É importante observar que os teoremas, geralmente, são apresentados na
forma condicional: Se 𝒑 então 𝒒 , onde 𝑝 e 𝑞 são duas proposições.
Exemplo 23:
As proposições a seguir são teoremas, pois já foram demonstradas em algum
momento da história da matemática.
1. Se um número é ímpar então seu quadrado também é ímpar.
2. Se um triângulo é retângulo, o quadrado de sua hipotenusa é igual à soma dos
quadrados de seus catetos.
Exemplo 24:
Teorema: se um número é par então seu quadrado também é par.
Demonstração:
Uma vez que definimos os números pares como os números que são múltiplos
de 2, podemos afirmar que se um número é par então ele pode ser escrito na forma
2n em que n é um número inteiro.
Dessa forma, se elevarmos esse número ao quadrado e usarmos a propriedade
distributiva da potenciação teremos:
(2n)2 = 4. n2
70
4. n2 = 2. (2n2 )
Exemplo 25:
Teorema: Se o resultado 𝑚 + 𝑛 é par então ou 𝑚 e 𝑛 são ambos pares ou são ambos
ímpares.
Demonstração:
A contrapositiva da proposição acima é: Se m é ímpar e n é par, ou se m é par
e n é ímpar, então m + n é ímpar.
Vamos começar pelo caso em que m é ímpar e n é par.
Podemos escrever m e n nas formas m = 2k + 1 e n = 2l em que k e l
representam números inteiros.
Dessa forma temos:
m + n = (2k + 1) + 2l
m + n = 2k + 2l + 1
m + n = 2(k + l) + 1
71
que k e l representam números inteiros. Somando m e n obtemos:
m + n = 2k + (2l + 1) = 2(k + l) + 1
Exemplo 26:
Teorema: A soma 𝑆 dos 𝑛 primeiros números naturais pode ser dada pela expressão:
72
n(n + 1)
S=
2
1(1+1) 1.2
Se n = 1 teremos S= 2
⇒S= 2
⇒ S = 1 . Vemos que a propriedade é
k(k + 1)
1 + 2 + ⋯+ k =
2
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1)
k(k + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) = +k+1
2
k(k + 1) + 2k + 2
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
k(k + 1) + 2(k + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
(k + 1). (k + 2)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
(k + 1). ((k + 1) + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
73
Observe que se você colocar n no lugar de (k + 1)a última expressão assume
n(n+1)
a forma mostrando, portanto, que a propriedade é válida para n = k + 1, como
2
esperávamos demonstrar.
Exemplo 27:
Considere o teorema abaixo que já foi demonstrado na história da matemática.
Vamos fazer sua demonstração por absurdo.
Teorema: Todo número primo maior do que 2 é ímpar.
Demonstração:
Um número natural será definido como um número primo se ele possuir
exatamente dois divisores que são o 1 e o próprio número.
Vamos supor, por absurdo, que a negação do teorema é que seja verdadeira,
ou seja, que exista pelo menos um número primo maior que 2 que seja par. Se
chamarmos esse suposto primo de P, como ele é par, poderá ser escrito da forma P =
2n em que n é um número natural. Observe que nesse caso, P terá como divisores os
números naturais 2, 2k, e 1. Mas isso é um absurdo, pois um número primo tem
exatamente 2 divisores naturais distintos. Dessa forma, concluímos que a proposição
inicial é que é verdadeira.
74
FIXANDO O CONTEÚDO
2. Os axiomas são:
a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.
75
n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1
n2 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2m + 1
a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.
5. Esse tipo de demonstração usa uma equivalência lógica para validar um teorema,
tal equivalência pode ser escrita como:
p → q ↔ ~q → ~p
Tal demonstração é uma:
a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.
76
6. Veja a seguinte demonstração:
a = b (1)
a2 = ba (2)
a2 − b2 = ba − b2 (3)
(a − b)(a + b) = b(a − b) (4)
a + b = b (5)
a + a = a (6)
2a = a (7)
2 = 1 (8)
77
a) 5.
b) 4.
c) 7.
d) 3.
e) 2.
a) um axioma.
b) uma definição.
c) um postulado.
d) outra conjectura.
e) um teorema.
78
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 D
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 E
79
REFERÊNCIAS
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