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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Eliane Alves de Jesus

Possui mestrado em Matemática pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ-MG)
(2016), graduação no Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes pela
Universidade de Franca-SP (2017) e bacharelado em Matemática pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) (2008). Professora de Matemática, com 12 anos de experiência,
atuando tanto nos ensinos médio e técnico, quanto no ensino superior. Suas últimas
experiências profissionais foram no COLTEC-UFMG, na PUC-Minas, na UFV e no Colégio
Educare.

PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR:


LÓGICA MATEMÁTICA

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Naiana Leme Camoleze
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras

© 2021, Faculdade Única.

É proibida a reprodução total ou parcial deste livro em qualquer meio sem autorização
escrita do editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, traremos ícones ao lado dos textos. Eles são para
chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma
função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científico (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes que você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

É para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostrado ao longo do
livro.

Este espaço é destinado à reflexão sobre questões


citadas em cada unidade, para associação com suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE LÓGICA PROPOSICIONAL ........................................................................ 8

01
1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.2 PROPOSIÇÕES ........................................................................................................ 8
1.2.1 Sentenças Abertas e Sentenças Fechadas .............................................10
1.3 AS TRÊS LEIS FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO LÓGICO ................................. 11
1.3.1 Proposição Simples .......................................................................................13
1.3.2 Proposição Composta .................................................................................13
1.4 CONECTIVOS LÓGICOS ...................................................................................... 13
1.4.1 Conjunção: 𝐩 𝐞 𝐪 ...........................................................................................14
1.4.2 Disjunção: 𝐩 𝐨𝐮 𝐪 ..........................................................................................15
1.4.3 Disjunção exclusiva: 𝐨𝐮 𝐩 𝐨𝐮 𝐪....................................................................16
1.4.4 Condicional: 𝐒𝐞 𝐩 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐪 ............................................................................17
1.4.5 Bicondicional: 𝐩 𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐪 ............................................................18
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 20

UNIDADE OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES E CONSTRUÇÃO DE


TABELAS-VERDADE .................................................................................. 24

02 2.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 24


2.2 VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO SIMPLES .............................................. 24
2.2.1 Negação de uma Proposição Simples .....................................................24
2.3 VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO SIMPLES .............................................. 25
2.3.1 Valor Lógico da Conjunção .......................................................................25
2.3.2 Valor Lógico da Disjunção ..........................................................................26
2.3.3 Valor Lógico da Disjunção Exclusiva .........................................................27
2.3.4 Valor Lógico da Condicional ......................................................................29
2.3.5 Valor Lógico da Bicondicional ...................................................................32
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 35

UNIDADE CONSTRUÇÃO DE TABELAS-VERDADE DE OUTRAS PROPOSIÇÕES


COMPOSTAS ........................................................................................... 39

03 3.1
3.2
3.3
3.4
TABELAS VERDADE DE OUTRAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ........................... 39
TAUTOLOGIA ......................................................................................................... 42
CONTRADIÇÃO .................................................................................................... 43
CONTINGÊNCIA ................................................................................................... 44
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 46

UNIDADE EQUIVALÊNCIA LÓGICA E IMPLICAÇÃO LÓGICA ................................ 49

04
4.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 49
4.2 PROPOSIÇÕES LOGICAMENTE EQUIVALENTES ................................................... 49
4.3 QUANTIFICADORES .............................................................................................. 50
4.4 NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS....................................................... 52
4.5 IMPLICAÇÃO LÓGICA ......................................................................................... 53
4.5.1 Propriedades da Implicação Lógica ........................................................54
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 56

UNIDADE ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES ................................................................ 58

05
5.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 58
5.2 ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES.............................................................................. 58
5.2.1 Propriedades da Conjunção ......................................................................58
5.2.2 Propriedades da Disjunção .........................................................................59
5.2.3 Propriedades da Conjunção e Disjunção ................................................59
5.2.4 Regras de De Morgan ..................................................................................59

5
5.2.5 Negação da Condicional ...........................................................................60
5.2.6 Negação Bicondicional ...............................................................................60
5.3 ARGUMENTAÇÃO LÓGICA ................................................................................. 60
5.3.1 Argumento Válido .........................................................................................61
5.3.2 Argumento Inválido ......................................................................................62
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 65

UNIDADE TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO .................................................................... 68

06
6.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 68
6.2 PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ESTRUTURA MATEMÁTICA ...................................... 68
6.3 TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO ................................................................................. 69
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 75

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 79

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 80

6
CONFIRA NO LIVRO

A unidade 1 explora os conceitos inicias necessários para o estudo


da lógica, tais como a definição de proposição, suas classificações
em simples e composta, bem como a apresentação dos conectivos
lógicos.

A unidade 2 introduz o conceito de valor lógico de uma proposição


simples ou composta através do uso da tabela verdade.

A unidade 3 propõe a construção de tabelas-verdade que


combinam um número maior de proposições. Além disso, são
abordados os conceitos de tautologia, contradição e
contingência.

A unidade 4 explora o conceito de equivalência de proposições


compostas, no qual se inclui, também, a negação das mesmas.
Além disso, a unidade apresenta o conteúdo de implicação lógica
e suas propriedades.

A unidade 5 trabalha, inicialmente, a álgebra das proposições e


mostra as propriedades existentes entre elas, além de reforçar a
negação das proposições compostas. Num segundo momento, a
unidade traz luz a um importante conteúdo do raciocínio lógico: o
argumento lógico.

A unidade 6 mostra como o conteúdo visto nos capítulos anteriores


pode ser usado na composição da estrutura da Matemática. Nele
vamos entender o significado de axiomas, definições, conjecturas e
teoremas e alguns tipos de demonstração.

7
LÓGICA PROPOSICIONAL UNIDADE

1.1 INTRODUÇÃO

Costumamos chamar o momento atual de Era da Informação, pois


01
diariamente são produzidas e transmitidas informações sobre diversos assuntos.
Como é possível avaliar essas informações? Como produzir argumentos que validem
ou revoguem outros argumentos apresentados? A lógica matemática apresenta
uma estrutura que serve de suporte para determinar se num dado contexto um
argumento pode ser considerado válido, inválido ou se não é possível obter uma
conclusão exata sobre ele. Apesar de ser usada principalmente na matemática,
essa estrutura pode ser aplicada às mais diversas áreas de atuação. Por exemplo,
um advogado precisa construir argumentos válidos a favor de seus clientes, um
programador computacional precisa construir programas que obedeçam a uma
estrutura que usa conceitos de lógica matemática e, em geral, as pessoas procuram
determinar soluções que possam ser justificadas por argumentos considerados
lógicos.
Em resumo, a lógica matemática é importante para construir a estrutura do
raciocínio matemático e para dar suporte ao raciocínio lógico, no seu sentido mais
amplo possível, em outros segmentos do conhecimento.

1.2 PROPOSIÇÕES

Denomina-se proposição a toda sentença, expressa em palavras ou símbolos,


que exprima um sentido completo ao qual se possa atribuir, dentro de certo contexto,
somente um dos dois valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso.
Somente às sentenças declarativas, ou seja, às afirmações, pode-se atribuir
valores de verdadeiro (V) ou falso (F), o que ocorre quando a sentença é,
respectivamente, confirmada ou negada. De fato, não se pode atribuir um valor
verdadeiro ou falso às demais formas de sentenças como as interrogativas, as
exclamativas e outras, embora elas também expressem informações completas.

8
Exemplo 1:

São exemplos de proposições as seguintes sentenças declarativas:

 O número 2 é par.

 O número 25 não é primo.

 Todos os homens são mortais.

 Nenhum porco espinho sabe ler.

 Alguns brasileiros são poliglotas.

 Se você estudar bastante, então aprenderá tudo.

 Sempre que chove, esfria.

Não são proposições as sentenças:

 Qual é o seu nome?

 Preste atenção ao sinal!

 Deus me ajude!

 Proteja-se!

A fim de simplificar a representação das proposições é comum denotá-las por


letras que poderão substituí-las em uma citação posterior.

Exemplo 2:

Considere as proposições:

 𝑝: O número 4 é par.

 𝑞: Madona foi presidente dos Estados Unidos da América.

Nos casos acima as letras 𝑝 e 𝑞 poderão ser usadas no lugar das sentenças que
representam. Podemos, por exemplo, dizer que a proposição p é verdadeira e que 𝑞
é falsa.

9
1.2.1 Sentenças Abertas e Sentenças Fechadas

A seguir veremos que nem toda declaração pode ser classificada como
proposição.
Acompanhe o exemplo.

Exemplo 3:
Considere as seguintes sentenças:
p: 2 + 3 = 5
q: x + 3 = 5

Observe que podemos afirmar que p é uma sentença verdadeira, uma vez
que os resultados à direita e à esquerda da igualdade são, de fato, iguais. Uma
sentença dessa natureza é denominada sentença fechada.
Por outro lado, não podemos atribuir valor lógico à sentença q, pois a mesma
contém uma variável e não existe nenhum contexto que nos permita conhecer o
valor dessa variável. Se soubéssemos que x = 2 teríamos x + 3 = 2 + 3 = 5, portanto,
x + 3 = 5 seria uma sentença verdadeira. Se soubéssemos que x = 7 teríamos x + 3 =
7 + 3 = 10, portanto, x + 3 = 5 seria uma sentença falsa. Como não sabemos o valor
de x não podemos afirmar se a igualdade é verdadeira ou falsa. Logo q não é uma
proposição. Uma sentença dessa natureza é denominada sentença aberta. Algumas
sentenças abertas podem ser transformadas em sentenças fechadas se atribuirmos
valores às variáveis, ou pelo uso de quantificadores os quais abordaremos em
capítulos posteriores.
Podemos conceituar da seguinte forma:

 Sentença aberta: É aquela sentença que não pode ser classificada como
verdadeira ou falsa, pois nela existe uma variável, cujo valor não está definido.
 Sentença fechada: É aquela sentença em que todas as informações se
apresentam de forma clara e à qual pode-se atribuir um único dos valores
lógicos: verdadeiro ou falso.

10
• Interrogações, exclamações, comandos e pedidos não são proposições.
• Sentenças abertas não são proposições.

• Uma sentença fechada é uma proposição, pois pode ser classificada como verdadeira
ou falsa.

Para atribuir valor lógico a uma proposição é importante ter em mente os três
princípios fundamentais do pensamento lógico, conforme descreveremos a seguir.

1.3 AS TRÊS LEIS FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO LÓGICO

• Princípio da Identidade: Se um enunciado qualquer é verdadeiro, então ele é


verdadeiro. Se um enunciado é falso então ele é falso.
• Princípio da Não Contradição: Nenhum enunciado poder ser verdadeiro e
também falso.
• Princípio do Terceiro Excluído: Um enunciado ou é verdadeiro ou é falso.

Os conceitos acima parecem simples ou até estranhos, mas são úteis para a
identificação de paradoxos, como veremos nos exemplos a seguir:

O que é paradoxo? Descubra em: https://bit.ly/3xUs7WL. Acesso em: 23 jan. 2021

Veremos nos exercícios resolvidos a seguir como esse conteúdo costuma ser
cobrado pelas bancas de concurso:

Exercício resolvido 1. (CESP- TRE/ES 2011-Modificada)


Classifique como CERTA ou ERRADA a seguinte afirmação:
Segundo os princípios da não contradição e do terceiro excluído, a uma proposição
pode ser atribuído um, e somente um, valor lógico.
Resposta: CERTA.
Solução:

11
Uma proposição pode sempre receber um valor lógico e esse valor é único: ou
verdadeiro ou falso.
Exercício resolvido 2. (CESP – Banco do Brasil 2007- Modificada)
Considere as seguintes frases:
I. “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II. A expressão x + y é positiva.
III. O valor de √4 + 3 é igual a 7.
IV. Pelé marcou 10 gols para a seleção brasileira.
V. O que é isto?

Podemos classificar como proposições as frases presentes em:


a) I e II
b) II, III e IV
c) III e IV
d) III, IV e V
e) III
Resposta: c
Solução:
Vamos analisar cada uma das alternativas.
I. Não podemos atribuir um valor lógico a essa sentença. Se tentarmos classificar
a frase como verdadeira, a frase dentro as aspas precisaria ser uma mentira, ou
seja, a mesma afirmação seria falsa. Se tentarmos classificá-la como falsa, seria
preciso negar o que está escrito na própria frase, o que garantiria que a frase é
verdadeira. Em ambos os casos a frase seria, simultaneamente, verdadeira e
falsa. Mas o princípio da não contradição não permite que uma proposição
seja, simultaneamente, verdadeira e falsa. Portanto, essa não é uma
proposição.
II. Essa frase é uma sentença aberta, pois não conhecemos os valores de x e de y.
Logo, não é uma proposição.
III. Observe que conhecemos o valor de cada termo dessa sequência, logo,
podemos lhe atribuir um valor lógico. No caso, ela é falsa. Portanto, é uma
proposição.
IV. É uma proposição pois, certamente, pode receber um valor lógico: verdadeiro
ou falso.

12
V. Essa é uma pergunta. Portanto, não é uma proposição.

1.3.1 Proposição Simples

Uma proposição simples é aquela que não contém qualquer outra proposição
como sua componente. Ou seja, não é possível encontrar como parte de uma
proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Também não se pode
subdividi-la em partes menores tal que alguma delas seja uma nova proposição.

Exemplo 4: Considere as proposições

• p: Camila é professora de Pedro.


• q: Camila é professora de Pedro e de Ana.

A proposição p é uma proposição simples. Já a proposição q não é uma


proposição simples, pois dela é possível retirar duas proposições que são: “Camila é
professora de Pedro” e “Camila é professora de Ana.”. Dizemos que q é uma
proposição composta.

1.3.2 Proposição Composta

Uma proposição composta é aquela que contém outra proposição como


parte componente. Ou seja, uma proposição é composta quando se pode subdividi-
la em outras proposições simples.

Exemplo 5: A proposição “Todo brasileiro gosta de axé ou dança muito bem.” é


composta, pois dela pode se extrair as sentenças: “Todo brasileiro gosta de axé” e
“todo brasileiro dança muito bem.”

1.4 CONECTIVOS LÓGICOS

Para construir uma proposição composta é necessário utilizar um ou mais


conectivos lógicos, dependendo do número de proposições usadas na composição.
Nos exemplos anteriores os conectivos utilizados foram as expressões “e” e “ou”.

13
Veremos a seguir quais são os conectivos lógicos utilizados para construir proposições
compostas.

1.4.1 Conjunção: 𝐩 𝐞 𝐪

Uma conjunção é uma proposição composta formada por duas proposições


quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “e”.
A conjunção 𝐩 𝐞 𝐪 pode ser representada simbolicamente como:
p∧q

Exemplo 6: Considere as proposições simples:

• p: Elisabeth é mãe de Charlotte.


• q: Elisabeth é mãe de Douglas.

A conjunção p e q pode ser escrita como:

• p ∧ q: Elisabeth é mãe de Charlotte e de Douglas.

Considere que a proposição p e a proposição q sejam representadas,


respectivamente, pelos conjuntos P e Q, através de um diagrama, a conjunção “p ∧
q” corresponderá à interseção do conjunto P com o conjunto Q, ou seja, P ∩ Q.

Figura 1: 𝐏 ∩ 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

14
1.4.2 Disjunção: 𝐩 𝐨𝐮 𝐪

Uma disjunção é uma proposição composta formada por duas proposições


quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “ou”.
A disjunção 𝐩 𝐨𝐮 𝐪 pode ser representada, simbolicamente, como:

p∨q

Exemplo 7: Dadas as proposições simples:

• p: Érika fala mandarim.


• q: Érika viajou para a Espanha.

A disjunção “𝐩 ou 𝐪” pode ser escrita como:

• p ∨ q: Érika fala mandarim ou viajou para a Espanha.

Considere que a proposição p e a proposição q sejam representadas,


respectivamente, pelos conjuntos P e Q através de um diagrama, a disjunção “p ∨ q”
corresponderá à união do conjunto P com o conjunto Q, ou seja, P ∪ Q.

Figura 2: 𝐏 ∪ 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

15
1.4.3 Disjunção exclusiva: 𝐨𝐮 𝐩 𝐨𝐮 𝐪

Uma disjunção exclusiva é uma proposição composta formada por duas


proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “𝐎𝐮 . . . 𝐨𝐮”.
A disjunção exclusiva 𝐨𝐮 𝐩 𝐨𝐮 𝐪 pode ser representada, simbolicamente, como:
pvq

Exemplo 8: Considere as proposições:

• p: Vou para a França.


• q: Vou para Portugal.

A disjunção exclusiva “ ou p ou q ” pode ser escrita como:

• p v q: Ou vou para a França ou vou para Portugal.

Considere que a proposição p e a proposição q sejam representadas,


respectivamente, pelos conjuntos P e Q através de um diagrama, a disjunção
exclusiva p v q corresponderá à parte que pertence somente a p ou somente a q, ou
seja, não pertence à interseção.

Figura 3: 𝐨𝐮 𝐏 𝐨𝐮 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

16
1.4.4 Condicional: 𝐒𝐞 𝐩 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐪

Uma condicional é uma proposição composta formada por duas proposições


quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “𝐒𝐞. . . 𝐞𝐧𝐭ã𝐨” ou por uma de suas
expressões equivalentes.
A proposição condicional “𝐒𝐞 𝐩 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐪” pode ser representada
simbolicamente como:
p →q

Exemplo 9: Dadas as proposições simples:

• p: José é alagoano.
• q: José é brasileiro.

A condicional “Se p então q” pode ser escrita como:

• p → q: Se José é alagoano, então José é brasileiro.

Na proposição condicional “Se 𝐩, então 𝐪” a proposição p, que é precedida


pela palavra “se”, é denominada condição ou antecedente, enquanto a proposição
q precedida pela palavra “então” é denominada conclusão ou consequente.
As seguintes expressões são equivalentes à proposição “Se 𝐩, então 𝐪”:
Se 𝐩, 𝐪.

𝐪, se 𝐩.

Todo 𝐩 é 𝐪.

𝐩 implica 𝐪.

17
𝐩 somente se 𝐪.

𝐩 é suficiente para 𝐪.

𝐪 é necessário para 𝐩.

Considere que a proposição p e a proposição q sejam representadas,


respectivamente, pelos conjuntos P e Q através de um diagrama, a proposição
condicional “Se 𝐩, então 𝐪” corresponderá à inclusão do conjunto P no conjunto Q,
ou seja, P ⊂ Q.

Figura 4: 𝐏 ⊂ 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

1.4.5 Bicondicional: 𝐩 𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐪

Uma bicondicional é uma proposição composta formada por duas


proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞” ou por
uma de suas expressões equivalentes.
A proposição bicondicional “𝐩 𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐪” pode ser representada
simbolicamente como:

p ↔q

Exemplo 10: Dadas as proposições simples:

• p: Maurício é meu tio.


• q: Maurício é irmão de um de meus pais.

18
A proposição bicondicional “p se e somente se q” pode ser escrita como:

p ↔ q: Maurício é meu tio se e somente se Maurício é irmão de um de meus pais.

Observe que o nome e o símbolo da proposição bicondicional “𝐩 se e somente


se 𝐪” sugerem que esta proposição é equivalente à proposição composta “se 𝐩
então 𝐪 e se 𝐪 então 𝐩”.
As seguintes expressões são equivalentes à proposição “𝐩 se e somente se 𝐪”:
𝐩 se e só se 𝐪.

Todo 𝐩 é 𝐪 e todo 𝐪 é 𝐩.

Todo 𝐩 é 𝐪 e reciprocamente.

Se 𝐩 então 𝐪 e reciprocamente.

𝐩 somente se 𝐪 e 𝐪 somente se 𝐩.

𝐩 é suficiente para 𝐪 e 𝐪 é suficiente para 𝐩.

𝐪 é necessário para 𝐩 e 𝐩 é necessário para 𝐪.

𝐩 é suficiente e necessário para 𝐪.

Considere que a proposição p e a proposição q sejam representadas,


respectivamente, pelos conjuntos P e Q através de um diagrama. A proposição
bicondicional “𝐩 𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐪”corresponderá à igualdade dos conjuntos P e Q,
ou seja, P = Q.

Figura 5: 𝐏 = 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

19
Acesse o livro “Introdução à Lógica Matemática” (2011) de Carlos Alberto Ferreira Bispo e
Luiz Batista Castanheira disponível em: https://bit.ly/3tkZApD. Acesso em: 23 jan. 2021.

FIXANDO O CONTEÚDO

1. Das sentenças a seguir, a única que pode ser classificada como proposição é:

a) Camila, você vai à escola hoje?


b) Não se preocupe, ele chegará em breve.
c) 𝑥 + 1 = 7
d) Os gatos voam.
e) Já chega!

2. (CESP – SEPLAG/DF 2009 – Adaptada) Considere as seguintes sentenças.

I. Apresente ao diretor da escola, em tempo hábil, todos os documentos que


ainda não foram assinados.
II. Carlos, como secretário escolar, coordena e executa as tarefas decorrentes
dos encargos da Secretaria.
III. Organize e mantenha em dia as cópias de leis, regulamentos, diretrizes,
portarias e todos os outros documentos.

É correto afirmar que, entre as sentenças apresentadas,

a) Apenas a (i) é uma proposição.


b) Apenas a (ii) é uma proposição.
c) Apenas a (iii) é uma proposição.
d) Apenas a (i) e (ii) são proposições.
e) Nenhuma é proposição

3. Sobre a proposição “Se ele a ama então virá” podemos afirmar que:

a) ele a amar é condição necessária para ele vir.

20
b) ele vir é condição suficiente para ele a amar.
c) ele a amar é condição necessária e suficiente para ele vir.
d) ele a amar é condição suficiente para ele vir.
e) ele vir é condição necessária e suficiente para ele a amar.

4. Considere a representação das proposições A, B e C por diagramas de conjuntos

Podemos afirmar que a área hachurada na figura representa qual proposição


composta?

a) A  B  C
b) A  B  C
c) A  B  C
d) A  B  C
e) A  B  C

5. Considere a proposição: “Se chove então faz frio. ” Podemos afirmar que

a) chover é condição necessária para fazer frio.


b) fazer frio é condição suficiente para chover.
c) chover é condição necessária e suficiente para fazer frio.
d) chover é condição suficiente para fazer frio.
e) fazer frio é condição necessária e suficiente para chover.

6. Considere as proposições:

21
p: Meu irmão vai à festa.
q: Minha mãe vai à festa.
r: Vou assistir TV até tarde.

Uma representação correta para a proposição composta “Se meu irmão e minha
mãe forem à festa, então vou assistir TV até tarde” é

a) ( p  q)  r
b) ( p  q)  r
c) ( p  q)  r
d) ( p  q)  r
e) p  q  r

7. Considere as proposições:

𝑝: 32 = 9
𝑞: √9 = 3

Uma representação correta para a proposição composta “ 32 = 9 se e somente se


√9 = 3 ” é:

a) pq
b) p→q
c) p←q
d) pq

e) p ↔q

8. Marque a segunda coluna de acordo com a primeira.

(1) Princípio da Não Contradição ( ) Um enunciado ou é verdadeiro ou é falso.


(2) Princípio do Terceiro Excluído ( ) É a proposição que pode ser extraída
como parte dela uma outra proposição.
(3) Proposição Simples ( ) Nenhum enunciado poder ser verdadeiro

22
e também falso.
(4) Proposição Composta ( ) É a proposição que não contém qualquer
outra proposição como sua componente.

a) 1, 2, 3 e 4.
b) 2, 4, 1 e 3.
c) 1, 4, 2 e 3.
d) 2, 3, 1 e 4.
e) 4, 3, 2 e 1.

23
OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE UNIDADE
PROPOSIÇÕES E CONSTRUÇÃO DE
TABELAS-VERDADE

2.1 INTRODUÇÃO
02
De maneira semelhante às operações lógicas entre números, também é
possível realizar operações lógicas sobre proposições. Para as operações entre
números temos os sinais +, −, ×, ÷, dentre outros. Para as operações entre
proposições lógicas, geralmente, usamos os conectivos lógicos, vistos no capítulo 01
e a negação que veremos adiante. Dessa forma, o valor lógico de uma proposição
composta dependerá do valor das proposições simples que a compõem.
Além disso, para realizar tais operações faz-se uso de um recurso denominado
tabela-verdade, conforme veremos a seguir.

2.2 VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO SIMPLES

Conforme o Princípio do Terceiro Excluído, considerando-se uma proposição


qualquer, p, esta é verdadeira ou é falsa. Em outras palavras, ela tem um dos valores
lógicos, V ou F, e esse valor é único.
Podemos simbolizar isso em uma tabela que será denominada Tabela-
Verdade.

Figura 6: Tabela-verdade 1
p
V
F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

2.2.1 Negação de uma Proposição Simples

Exemplo 11: Considere a seguinte proposição:


p: O leite está quente.
A negação dessa proposição é simbolizada por ~p e pode ser escrita como.

24
~p: O leite não está quente.

Os valores lógicos possíveis para uma proposição e sua negação estão


representados na seguinte tabela-verdade:

Figura 7: Tabela-verdade 2
𝐩 ~𝐩
V F
F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Podemos concluir que, se uma proposição é verdadeira, então sua negação


será falsa. Por outro lado, se a proposição for falsa, sua negação será verdadeira.
Vale salientar que a negação da negação de uma proposição é a própria
proposição. Representamos esse fato como: ~(~p) = p.

2.3 VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO SIMPLES

2.3.1 Valor Lógico da Conjunção

Considere a proposição p e a proposição q. Diremos que a conjunção “p e q”


é verdadeira somente quando ambas as proposições que a compõem forem
verdadeiras, ou seja, quando p é verdadeira e q também é verdadeira.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da
conjunção “ p e q” para cada um dos valores que p e que q pode assumir:

25
Figura 8: Tabela-verdade 3
𝐩 𝐪 𝐩𝐪
V V V
V F F
F V F
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exercício resolvido:

Considere que Zaqueu fez a seguinte afirmação à sua esposa:


“Nas nossas próximas férias iremos à Europa e à Dubai”

Analise as seguintes possibilidades.

Nas próximas férias, Zaqueu e sua esposa:


I) Foram à Europa e não foram à Dubai.
II) Não foram à Europa e foram à Dubai.
III) Não foram à Europa e não foram à Dubai.
IV) Foram à Europa e foram à Dubai.
A proposição proferida por Bartolomeu foi verdadeira em qual (quais) das situações:

a) III
b) I, II, III
c) IV
d) II, IV
e) I, II, IV

Solução:

Devemos nos lembrar que uma conjunção só é verdadeira quando ambas as


proposições que a compõem também forem. Isso só ocorre na situação descrita em
IV: Foram à Europa e foram à Dubai.

Resposta: c

2.3.2 Valor Lógico da Disjunção

Considere a proposição p e a proposição q. Diremos que a disjunção “p ou q ”,

26
é falsa somente quando ambas as proposições que a compõem forem falsas, ou seja,
quando p é falsa e q também é falsa.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da
disjunção “p ou q” para cada um dos valores que p e que q pode assumir:

Figura 9: Tabela-verdade 4
𝐩 𝐪 𝐩 ∨ 𝐪
V V V
V F V
F V V
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exercício resolvido:

Considere a proposição:
Dois mais dois é igual a quatro ou na próxima Copa o Brasil será campeão.
Sobre a disjunção acima podemos afirmar:
a) Ela é inconclusiva, pois não sabemos, antecipadamente, o resultado da próxima
Copa.
b) Ela é falsa, pois não sabemos, antecipadamente, o resultado da próxima Copa.
c) Ela é verdadeira pois, independente do resultado da próxima Copa, dois mais dois
é igual a quatro.
d) Ela é verdadeira, pois o Brasil tem grande chance de ganhar a próxima Copa.

Solução:

Devemos nos lembrar que uma disjunção será verdadeira sempre que, pelo
menos uma das proposições que a compõem for verdadeira. Como a proposição
“dois mais dois é igual a quatro” é verdadeira, então a disjunção “Dois mais dois é
igual a quatro ou na próxima Copa o Brasil será campeão” também é verdadeira.
Resposta: c)

2.3.3 Valor Lógico da Disjunção Exclusiva

Considere a proposição p e a proposição q. A proposição exclusiva “ou p ou q”


será verdadeira se apenas uma das proposições componentes for verdadeira. Se
ambas forem verdadeiras ou se ambas forem falsas a disjunção exclusiva será falsa.

27
A tabela-verdade da disjunção exclusiva tem a seguinte forma:

Figura 10: Tabela-verdade 5


𝐩 𝐪 𝐩v𝐪
V V F
V F V
F V V
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exercício resolvido:

Observe as proposições:
p: João compra um bolo.
q: João compra uma empada de frango.
A disjunção exclusiva, ou p ou q pode ser escrita como:
João ou compra um bolo ou compra uma empada de frango.

Agora considere as seguintes situações possíveis:


I. João compra um bolo e não compra uma empada.
II. João não compra um bolo e compra uma empada.
III. João não compra um bolo e não compra uma empada.
IV. João compra um bolo e compra uma empada.

A proposição ou p ou q é verdadeira se forem verdadeiras as proposições presentes


em:

a) I, II
b) III, IV
c) I, II, III
d) I, III, IV
Solução:

Lembramos que uma disjunção exclusiva é verdadeira se apenas uma das


proposições que a compõem for verdadeira. Logo, podemos afirmar que a disjunção
exclusiva é verdadeira se for verdade, ou o que se expressa na proposição I, ou o que
se expressa na proposição II.

28
Resposta: a) I, II

2.3.4 Valor Lógico da Condicional

Considere a proposição p e a proposição q. Uma condicional “Se p então q” é


falsa somente quando a condição p é verdadeira e a conclusão q é falsa, sendo
verdadeira em todos os outros casos.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da
proposição condicional “Se p então q” para cada um dos valores que p e q podem
assumir.

Figura 11: Tabela-verdade 6


𝐩 𝐪 𝐩 → 𝐪
V V V
V F F
F V V
F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Alguns dos resultados da tabela anterior podem parecer absurdos à primeira


vista. A fim de esclarecer o significado de cada um dos resultados possíveis numa
sentença condicional, considere o seguinte exemplo:

Exemplo 12:
Considere que o gerente de uma empresa tenha prometido a seu funcionário que,
se ele fizer o curso de qualificação, então, receberá um aumento.
Observe que essa é uma proposição condicional envolvendo as seguintes
proposições simples:
p: O funcionário faz o curso de qualificação.
q: O funcionário recebe o aumento.
Agora vamos pensar um pouco: Qual é a situação em que podemos concluir
que a promessa feita pelo gerente foi falsa? Em outras palavras, em que situação
podemos afirmar que não houve cumprimento da promessa?
Suponha que o funcionário faz o curso de qualificação e recebe o aumento.
Essa situação corresponde à primeira linha da tabela em que p é verdadeira e q
também. Claramente, a promessa foi cumprida, ou seja, a condicional, p → q, é

29
verdadeira.
Agora imagine que o funcionário faz o curso de qualificação e não recebe o
aumento. Essa situação corresponde à segunda linha da tabela em que p é
verdadeira e q é falsa. Nessa situação a condicional, p → q, foi falsa, ou seja, a
promessa foi falsa. O funcionário cumpriu a condição, mas não recebeu o que lhe
era devido.
Suponha agora que o funcionário não faz o curso de qualificação e recebe o
aumento. Essa situação corresponde à terceira linha da tabela em que p é falsa e q
é verdadeira. Observe que aqui a promessa não foi quebrada. Em nenhum momento
foi dito que a única forma de receber o aumento era fazer o curso de qualificação.
Inclusive o aumento pode ser devido a outra motivação qualquer. Nesse caso, a
condicional, p → q é verdadeira.
Por fim, suponha que o funcionário não faz o curso de qualificação e não
recebe o aumento. Aqui também a promessa foi mantida. Uma vez que o funcionário
não fez o curso de qualificação, não existe o compromisso de se dar aumento ao
funcionário. Aqui a condicional, p → q também é verdadeira.
Reiteramos, através do exemplo, que a condicional p → q só é falsa se p for
verdadeira e q falsa.

Uma proposição condicional da forma “se p então q” só é falsa se p é verdadeira e q é


falsa. Nos demais casos ela será verdadeira

Outra observação importante a se fazer sobre uma proposição condicional é


que não precisa haver nenhuma relação entre p e q para que se construa uma
proposição condicional “se p então q” e que se avalie seus possíveis valores lógicos.
Por exemplo, a proposição “se 2 é par então 7 é primo” é verdadeira e
corresponde à primeira linha da tabela-verdade das proposições condicionais.

Figura 12: Tabela-verdade 7


𝐩 𝐪 𝐩 → 𝐪
V V V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

30
Pode parecer ainda mais estranho, mas a proposição “se os peixes voam
então os homens são imortais” também é verdadeira. Ela corresponde à última linha
da tabela-verdade das proposições condicionais.

Figura 13: Tabela-verdade 8


𝐩 𝐪 𝐩 → 𝐪
F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exercício resolvido:
Considere as proposições:

• p: O número 8 é par.
• q: O número 8 é divisível por 5.
• r: Os números pares terminam em 1, 3 ou 5.

Considerando a tabela-verdade da proposição condicional podemos afirmar que,


das proposições abaixo a única falsa é:

a) p → q
b) q → p
c) q → r
d) r → p
e) r → q

Solução:

Lembramos que para conhecer o valor lógico de uma proposição


condicional basta conhecer os valores lógicos das proposições que a compõem e a
tabela-verdade da condicional.

Observe que a proposição p é verdadeira mas, q é falsa (a divisão de 8 por 5


deixa resto) e r também é falsa (os números pares terminam em algarismos pares).

Pela tabela-verdade vemos que a condicional só é falsa quando a


antecedente for verdadeira e a consequente for falsa e isso só acontece no item a).

Resposta: a)

31
2.3.5 Valor Lógico da Bicondicional

Considere a proposição p e a proposição q. Uma bicondicional


“p se, e somente se, q” é verdadeira quando a condição p e a conclusão q forem ou
ambas verdadeiras ou ambas falsas. Se os valores de p e q forem opostos então a
bicondicional será falsa.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da
proposição bicondicional “p se, e somente se, q” para cada um dos valores que p e que
q podem assumir.

Figura 14: Tabela-verdade 9


𝐩 𝐪 𝐩 ↔ 𝐪
V V V
V F F
F V F
F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

A proposição p ↔ q equivale à conjunção (𝐩 → 𝐪 e 𝐪 → 𝐩).

Exercício resolvido:
Considere as seguintes proposições:

I. Hoje é 7 de setembro se, e somente se, hoje é o Dia da Independência do Brasil.


II. Fevereiro tem 30 dias se, e somente se, 4 é um número par.
III. Os gatos voam se, e somente se, as nuvens são vermelhas.

De acordo com a tabela-verdade da bicondicional, podemos afirmar que são


verdadeiras as proposições presentes em:

a) I e II
b) I e III
c) I, II e III

32
d) II, III
e) Nenhuma

Solução:
Para saber o valor lógico de uma proposição bicondicional precisamos
conhecer o valor das proposições que a compõem. Se forem ambas verdadeiras,
ou ambas falsas, a proposição bicondicional será verdadeira, conforme vemos na
tabela.

Figura 15: Tabela-verdade 10


𝐩 𝐪 𝐩 ↔ 𝐪
V V V
V F F
F V F
F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Vamos observar cada caso:

I. Hoje é 7 de setembro se, e somente se, hoje é o Dia da Independência do Brasil.


Se for verdade que hoje é 7 de setembro, será verdade que hoje é Dia da
Independência do Brasil, o que corresponde à primeira linha da tabela, cujo
resultado é verdadeiro. Se for falso que hoje é 7 de setembro, então será falso que
hoje é Dia da Independência do Brasil, que corresponde à última linha da tabela,
cujo resultado também é verdadeiro. Dessa forma, a proposição em “I” é sempre
verdadeira.

II. Fevereiro tem 30 dias se, e somente se, 4 é um número par.

“Fevereiro tem 30 dias” é uma proposição falsa, enquanto que “4 é um


número par” é verdadeira. Pela terceira linha da tabela, a proposição presente em
“II” é falsa.

III. Os gatos voam se, e somente se, as nuvens são vermelhas.

33
“Os gatos voam” é uma proposição falsa e “as nuvens são vermelhas”
também é falsa. Pela última linha da tabela, a proposição presente em “III” é
verdadeira.

Resposta: b)

• Veja o artigo escrito pelo Professor Silvio Seno Chibeni da UNICAMP sobre proposições
condicionais. Disponível em: https://bit.ly/33lwR9r. Acesso em: 23 jan. 2021.
• Acesse também o livro “Introdução à Lógica Matemática” (2011) de Carlos Alberto
Ferreira Bispo e Luiz Batista Castanheira. Disponível em: https://bit.ly/3tkZApD. Acesso
em: 23 jan. 2021.
• Outra boa sugestão é a obra “Lógica Matématica” (2020) de Guilherme Augusto
Pianezzer. Disponível em: https://bit.ly/3tcR248. Acesso em: 23 jan. 2021.

34
1. (FCC – BACEN – 2005) Sejam as proposições:

p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central


q: fazer frente ao fluxo positivo
Se p implica em q, então:

a) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição


necessária para fazer frente ao fluxo positivo.
b) fazer frente ao fluxo positivo é condição suficiente para a atuação compradora
de dólares por parte do Banco Central.
c) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição
suficiente para fazer frente ao fluxo positivo.
d) fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária e suficiente para a atuação
compradora de dólares por parte do Banco Central.
e) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central não é condição
suficiente e nem necessária para fazer frente ao fluxo positivo.

2. (FCC – TRT/1ª – 2013) Um vereador afirmou que, no último ano, compareceu a


todas as sessões da Câmara Municipal e não empregou parentes em seu
gabinete. Para que essa afirmação seja falsa, é necessário que, no último ano,
esse vereador

a) tenha faltado em todas as sessões da Câmara Municipal ou tenha empregado


todos os seus parentes em seu gabinete.
b) tenha faltado em pelo menos uma sessão da Câmara Municipal e tenha
empregado todos os seus parentes em seu gabinete.
c) tenha faltado em pelo menos uma sessão da Câmara Municipal ou tenha
empregado um parente em seu gabinete.
d) tenha faltado em todas as sessões da Câmara Municipal e tenha empregado um
parente em seu gabinete.
e) tenha faltado em mais da metade das sessões da Câmara Municipal ou tenha
empregado pelo menos um parente em seu gabinete.

35
3. Considere a proposição:
Alice irá ao País das Maravilhas quando imaginar ou perder o medo.
Assumindo que essa proposição é verdadeira podemos afirmar que:
Se Alice perder o medo, então

a) Alice não irá ao País das Maravilhas, pois não vai imaginar.
b) Alice irá ao País das Maravilhas.
c) Alice vai necessariamente imaginar.
d) Alice não irá, também, imaginar.
e) Alice não vai imaginar.

4. (FCC – TRT/11a – 2012) Uma senhora afirmou que todos os novelos de lã guardados
numa gaveta são coloridos e nenhum deles foi usado. Mais tarde, ela percebeu
que havia se enganado em relação à sua afirmação, o que permite concluir que

a) existem novelos de lã brancos na gaveta e eles já foram usados.


b) pelo menos um novelo de lã da gaveta não é colorido ou algum deles foi usado.
c) pelo menos um novelo de lã da gaveta não é colorido ou todos eles foram
usados.
d) os novelos de lã da gaveta não são coloridos e já foram usados.
e) os novelos de lã da gaveta não são coloridos e algum deles já foi usado.

5. (FCC – SEFAZ/SP – 2010- Modificada) Considere as seguintes proposições:


p: Estudar é fundamental para crescer profissionalmente.
q: O trabalho enobrece.
A afirmação “Se o trabalho não enobrece, então estudar não é fundamental
para crescer profissionalmente” é, com certeza, FALSA quando:

a) p é falsa e q é falsa.
b) p é verdadeira e q é verdadeira.
c) p é falsa e q é verdadeira.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) p é falsa ou q é falsa.

36
6. (FCC – SEFAZ/SP – 2009) Uma empresa mantém a seguinte regra em relação a
seus funcionários:
Se um funcionário tem mais de 45 anos de idade, então ele deverá, todo ano,
realizar pelo menos um exame médico e tomar a vacina contra a gripe.
Considerando que essa regra seja sempre cumprida, é correto concluir que,
necessariamente, se um funcionário dessa empresa:

a) anualmente realiza um exame médico e toma a vacina contra a gripe, então ele
tem mais de 45 anos de idade.
b) tem 40 anos de idade, então ele não realiza exames médicos anualmente ou não
toma a vacina contra a gripe.
c) não realizou nenhum exame médico nos últimos dois anos, então ele não tem 50
ou mais anos de idade.
d) tem entre 55 e 60 anos de idade, então ele realiza um único exame médico por
ano, além de tomar a vacina contra a gripe.
e) tomou a vacina contra a gripe ou realizou exames médicos nos últimos dois anos,
então ele tem pelo menos 47 anos de idade.

7. Se chover, Paulo compra um guarda-chuva. Podemos dizer que essa preposição


será falsa se:

a) não chover e Paulo não comprar o guarda-chuva.


b) chover e Paulo não comprar o guarda-chuva.
c) não chover e Paulo comprar o guarda-chuva.
d) chover e Paulo comprar o guarda-chuva.
e) Nenhuma das alternativas acima.

8. Dadas duas proposições p e q, qual (ou quais) conectivo(s) associado(s) a ele terá
(ou terão) uma tabela-verdade com apenas um valor lógico falso:

a) Disjunção e Conjunção.
b) Conjunção e Disjunção exclusiva.
c) Conjunção e Condicional.
d) Condicional e Disjunção.

37
e) Conjunção.

38
CONSTRUÇÃO DE TABELAS- UNIDADE
VERDADE DE OUTRAS
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

3.1 TABELAS-VERDADE DE OUTRAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS


03
Já vimos que se considerarmos algumas proposições simples, que
denotaremos por p, q, r, s, … , podemos construir composições compostas usando
operações elementares entre as proposições simples como a negação, denotada
por ~, ou os conectivos lógicos  , v , v , → , ↔. Nesse capítulo vamos construir
proposições compostas fazendo combinações entre as proposições simples usando
mais de um conectivo lógico como, por exemplo:

(~p ∨ q) → q
(~p ∨ ~q) → (q ∧ r)

Além disso, vamos determinar o valor dessas proposições compostas a partir


do valor lógico das proposições componentes.
Para tanto, vamos começar definindo como preencher essa tabela.
A primeira tarefa importante é definir o tamanho da tabela. Para isso é
necessário contar o número n de proposições simples que constitui a proposição
composta, cuja tabela será construída, e fazer 2 elevado a esse número n para definir
o número de linhas da tabela.
Vamos discutir um exemplo para ilustrar melhor a primeira tarefa da
construção da tabela:

Exercício resolvido 1:
Considere as proposições 𝑝, 𝑞 e 𝑟. Vamos determinar a configuração inicial da
tabela-verdade da proposição 𝑝 ∨ ~𝑞 → 𝑞 ∧ 𝑟.

Como essa proposição é constituída por três proposições simples, 𝑝, 𝑞 e 𝑟, conforme


dito, anteriormente, serão necessárias 23 linhas, ou seja, precisaremos de 8 linhas.
Inicialmente, construa uma tabela com 8 linhas e 3 colunas, uma coluna para

39
cada proposição simples. Veja a figura abaixo:

Figura 16: Tabela-verdade 11


𝐩 𝐪 𝐫

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Agora preencha estas três colunas iniciais, referentes às proposições simples


começando pela 1ª coluna à esquerda. Divida a quantidade de linhas por 2, ou
seja, faça 8/2 = 4 e, em seguida, preencha, na 1ª coluna, 4 linhas com V e 4 linhas
com F. Preencha a 2ª coluna da seguinte forma: tome o 4, determinado no cálculo
anterior, e o divida por 2, ou seja, faça 4/2 = 2. Então, preencha, na 2ª coluna, 2
linhas com V e 2 linhas com F, 2 linhas seguintes com V e 2 com F. Por fim, na 3ª
coluna tome o 2, encontrado no cálculo anterior, e divida por 2, ou seja, faça 2/2 =
1 e, assim, a 3ª coluna será preenchida com 1 linha com V seguida de uma linha
com F e, assim, sucessivamente, até o final das linhas. Seguindo os passos descritos,
a tabela ficará da seguinte forma:

Figura 17: Tabela-verdade 12


𝐩 𝐪 𝐫
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

A determinação do valor lógico da proposição p ∨ ~q → q ∧ r será feita no


Exercício resolvido 3.

40
Agora vamos construir a tabela-verdade de uma proposição composta por
apenas duas proposições simples.

Exercício resolvido 2:
Considerando as proposições 𝑝 e 𝑞 construa a tabela-verdade da proposição
~(𝑝 ~𝑞). Primeiramente, vamos construir duas colunas correspondentes a todos os
valores lógicos possíveis para as proposições 𝑝 e 𝑞, respectivamente.

Figura 18: Tabela-verdade 13


𝐩 𝐪
V V
V F
F V
F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Na próxima etapa vamos preencher os valores lógicos de ~𝑞.

Figura 19: Tabela-verdade 14


𝒑 𝒒 ~𝑞
V V F
V F V
F V F
F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Vamos preencher a seguir os valores lógicos de p~q. Observe que isso será
feito porque os parêntesis definem essa prioridade nas operações.

Figura 20: Tabela-verdade 15


𝐩 𝐪 ~𝐪 𝐩~𝐪
V V F F
V F V V
F V F F
F F V F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Por fim, preencheremos ao valores lógicos da proposição ~(p~q).


Figura 21: Tabela-verdade 16

41
𝐩 𝐪 ~𝐪 𝐩~𝐪 ~(𝐩~𝐪)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exercício resolvido 3:
Considerando as proposições p, q e r construa a tabela-verdade da proposição

p ∨ ~q → q ∧ r

Já iniciamos a construção da tabela no Exercício resolvido 1. Sugerimos que


o leitor completa a construção da tabela passo a passo, preenchendo cada coluna
da esquerda para a direita. Colocamos abaixo o resultado final dessa construção.
(p ∨ ~q) → (q ∧ r).

Figura 22: Tabela-verdade 17


𝐩 𝐪 𝐫 ~𝐪 𝐩 ∨ ~𝐪 𝐪∧𝐫 (𝐩 ∨ ~𝐪) → (𝐪 ∧ 𝐫)
V V V F V V V
V V F F V F F
V F V V V F F
V F F V V F F
F V V F F V V
F V F F F F V
F F V V V F F
F F F V V F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

3.2 TAUTOLOGIA

Dizemos que uma proposição composta, formada por duas ou mais


proposições 𝑝, 𝑞, 𝑟, ..., é uma tautologia se ela for sempre verdadeira,

42
independentemente dos valores lógicos das proposições componentes 𝑝, 𝑞, 𝑟, ...

Exercício resolvido 4:
A proposição “Se (𝒑 𝒆 𝒒) então (𝒑 𝒐𝒖 𝒒)” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos de 𝑝 e de 𝑞. Podemos confirmar essa
afirmação construindo a tabela-verdade dessa proposição:

Figura 23: Tabela-verdade 18


𝐩 𝐪 (𝐩 ∧ 𝐪) (𝐩 ∨ 𝐪) (𝐩 ∧ 𝐪) → (𝐩 ∨ 𝐪)
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

3.3 CONTRADIÇÃO

Dizemos que uma proposição composta, formada por duas ou mais


proposições 𝑝, 𝑞, 𝑟, ..., é uma contradição se ela for sempre falsa,
independentemente dos valores lógicos das proposições componentes 𝑝, 𝑞, 𝑟, ...

Exercício resolvido 5:
A proposição “(não (𝒑 𝒐𝒖 𝒒)) e (𝒑 𝒆 𝒒)” é uma contradição, pois é sempre falsa,
independentemente dos valores lógicos de 𝑝 e de 𝑞, como se pode observar na
tabela-verdade abaixo:

Figura 24: Tabela-verdade 19


𝐩 𝐪 (𝐩 ∨ 𝐪) ~(𝐩 ∨ 𝐪)
(𝐩 ∧ 𝐪) ~(𝐩 ∨ 𝐪) ∧ (𝐩 ∧ 𝐪)
V V V F V F
V F V F F F
F V V F F F
F F F V F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

43
3.4 CONTINGÊNCIA

Dizemos que uma proposição composta, formada por duas ou mais


proposições p, q, r, ..., é uma contingência se ela não for, nem uma tautologia, nem
uma contradição. Em outras palavras, uma proposição, cuja última coluna da
tabela-verdade tenha no mínimo um valor verdadeiro e um valor falso, é uma
contingência.

Exercício resolvido 6:
A proposição (𝐩 ∨ 𝐪) → (𝐩 ∧ 𝐪) é uma contingência. Isso é facilmente
observado porque a última coluna da tabela-verdade apresenta tanto valores
verdadeiros, quanto valores falsos.

Figura 25: Tabela-verdade 20


𝐩 𝐪 (𝐩 ∨ 𝐪) (𝐩 ∧ 𝐪) (𝐩 ∨ 𝐪) → (𝐩 ∧ 𝐪)
V V V V V
V F V F F
F V V F F
F F F F V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma contradição sempre falsa, tem-se que:
 A negação de uma tautologia é sempre uma contradição.

Enquanto que:
 A negação de uma contradição é sempre uma tautologia

44
 Leia mais sobre Tautologia, Contradição e Contingência no livro Lógica Matemática,
do IFCE do Ceará. Disponível em: https://bit.ly/38ywagH. Acesso em: 23 jan. 2021.
 Acesse também o cap. 1 “Cálculo Proposicional” do livro “Introdução à Lógica
Matemática” (2011) de Carlos Alberto Ferreira Bispo e Luiz Batista Castanheira.
Disponível em: https://bit.ly/2Rqr7J7. Acesso em: 23 jan. 2021.
 Como sugerido na unidade anterior, outra boa sugestão é a obra “Lógica Matématica”
(2020) de Guilherme Augusto Pianezzer. Disponível em: https://bit.ly/3tcR248. Acesso
em: 23 jan. 2021.

45
1. Construindo a tabela verdade da expressão (p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p) temos como
resultado final a seguinte sequência:

a) F-V-F-V.
b) F-V-V-F.
c) V-V-V-F.
d) F- F-F- F.
e) V-V-V-V.

2. Construindo a tabela verdade da expressão (p ∧ ~q) → (q ∧ ~r) temos como


resultado final a seguinte sequência:

a) V-V-F-V-V-V-V-V.
b) V-F-F-V-V-V-V-F.
c) V-V-F-F-F-V-V-F.
d) F-V-F-V-V-F-V-V.
e) F-V-F-V-V-V-V-F.

3. (FT_98) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira,


independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um exemplo de
tautologia é:

a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.


b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo.
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo.
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo.
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo.

4. A proposição (p ∧ q) → ( p ∨ q) se caracteriza como:


a) um silogismo.
b) uma tautologia.
c) uma equivalência.

46
d) uma contingência.
e) uma contradição.

5. A proposição (p ↔ ~q) ∧ ( p ∧ q) se caracteriza como:


a) um silogismo.
b) uma tautologia.
c) uma equivalência.
d) uma contingência.
e) uma contradição.

6. A proposição "p ↔ ( p ∧ q)” se caracteriza como:


a) um silogismo.
b) uma tautologia.
c) uma equivalência.
d) uma contingência.
e) uma contradição.

7. Considere as afirmações:
I. Se o diretor é forte, então o secretário é fraco ou o diretor é forte.
II. João é alto ou Paulo é gordo e João não é alto e Paulo não é gordo.
III. Carlos não é tímido e, se Pedro é expansivo, então Carlos é tímido.

Na ordem em que estão expressas as afirmações são, respectivamente,

a) tautologia, contradição e contingência.


b) contingência, contradição e tautologia.
c) contradição, tautologia e contingência.
d) contingência, tautologia e contradição.
e) tautologia, contingência e contradição.

8. Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de tautologia:

a) A prova está fácil.


b) A prova está difícil.

47
c) João estudou para a prova e Maria ficou feliz.
d) João é alto ou João não é alto.
e) Se Pedro estudou, então passou no concurso.

48
EQUIVALÊNCIA LÓGICA E UNIDADE
IMPLICAÇÃO LÓGICA

4.1 INTRODUÇÃO
04
E possível que duas proposições estejam escritas de modos distintos, mas
tenham exatamente o mesmo significado. É de extrema importância saber identificar
essas proposições pois, às vezes, é mais fácil trabalhar com outra versão da mesma
proposição que seja mais simples ou de mais fácil entendimento. Essa identificação
também é essencial para a identificação das tautologias.

4.2 PROPOSIÇÕES LOGICAMENTE EQUIVALENTES

Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes ou simplesmente


equivalentes se elas forem compostas pelas mesmas proposições simples e se os
resultados de suas tabelas-verdades forem exatamente os mesmos. Em outras
palavras, ao substituir uma dada proposição por qualquer outra equivalente a ela,
estamos dizendo a mesma proposição de outra forma. A equivalência lógica entre
duas proposições, p e q pode ser representada simbolicamente como:

p ⟺ q

Exemplo 13: As proposições p → q e ~p ∨ q são equivalentes, ou seja, p → q ⟺ ~p ∨


q. Vamos verificar a equivalência construindo a tabela-verdade:

Figura 26: Tabela-verdade 21


p q ~p p ~p ∨ q
→q
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Assim como as operações algébricas possuem algumas propriedades, as


operações entre proposições possuem propriedades semelhantes que geram

49
proposições equivalentes

 Leis associativas:

(p ∧ q ) ∧ r ⇔ p ∧ ( q ∧ r)
(p ∨ q ) ∨ r ⇔ p ∨ ( q ∨ r)

 Leis distributivas:

p ∧ (q ∨ r) ⟺ ( p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p ∨ ( q ∧ r) ⟺ ( p ∨ q) ∧ ( p ∨ r)

 Lei da dupla negação:

∼∼ p ⟺ p

 Equivalências da Condicional:

p → q ⇔∼p ∨q
p →q ⇔ ~q → ~p
p ∨ ( q ∧ r) ⟺ ( p ∨ q) ∧ (p ∨ r )

4.3 QUANTIFICADORES

Os quantificadores são elementos usados para estabelecer uma relação entre


sujeito e predicado de uma proposição. Os quantificadores podem ser universais ou
particulares, cada um deles podendo ser classificado como afirmativo ou negativo.
Veja o quadro seguinte:

Figura 27: Tabela-verdade 22

Afirmativa Negativa
Universal Todo p é q. Nenhum p é q.
Particular Algum p é q. Algum p não é q.
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

50
Podemos utilizar a linguagem de conjunto para ilustrar a relação
estabelecida pelos quantificadores:
Todo 𝐏 é 𝐐.
Significa que todo elemento de P também é elemento de Q. Logo, o conjunto
P deve estar contido em Q.

Figura 28: 𝐏 ⊂ 𝐐

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Nenhum 𝐏 é 𝐐.
Significa que os conjuntos P e Q não têm elementos em comum. Logo, os
conjuntos P e Q devem ser disjuntos.

Figura 29: 𝐏 ∩ 𝐐 = ∅

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Algum 𝐏 é 𝐐.
Significa que os conjuntos P e Q têm pelo menos um elemento em comum.
Logo, a interseção entre os conjuntos P e Q é não vazia.

51
Figura 30: 𝐏 ∩ 𝐐 ≠ ∅

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Algum 𝐏 não é 𝐐.
Significa que existe pelo menos um elemento em P que não pertence a Q.
Logo, a parte hachurada da figura abaixo é não vazia.

Figura 31: 𝐏 − 𝐐 ≠ ∅

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

4.4 NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Considerando-se uma proposição, muitas vezes se faz necessário encontrar a


proposição equivalente à negação da proposição dada. Para negar uma
proposição simples basta apresentar o sentido contrário desta. Já para negar
proposições compostas as vezes é útil usar algumas estratégias.
A negação de uma proposição deve ter sempre valor lógico oposto ao da
proposição dada, ou seja, se uma proposição 𝐩 for verdadeira, a sua negação 𝐧ã𝐨 𝐩
deve ser falsa e se 𝐩 for falsa, 𝐧ã𝐨 𝐩 deve ser verdadeira.
Dizemos que a negação de uma proposição é a contraditória da proposição
dada.

52
O quadro abaixo abaixo mostra as equivalências mais comuns para as
negações de algumas proposições compostas:

Quadro 1: Equivalências mais comuns

Proposição Negação direta Equivalente da negação


𝐩e𝐪 Não (𝐩 e 𝐪) Não 𝐩 ou não 𝐪
𝐩 ou 𝐪 Não (𝐩 ou 𝐪) Não 𝐩 e não 𝐪
Se 𝐩 então 𝐪 Não (se 𝐩 então 𝐪) 𝐩 e não 𝐪
𝐩 se e somente se 𝐪 Não (𝐩 se e somente se 𝐪) [(𝐩 e não 𝐪) ou (𝐪 e não 𝐩)]
Todo 𝐩 é 𝐪 Não (todo 𝐩 é 𝐪) Algum 𝐩 não é 𝐪
Algum 𝐩 é 𝐪 Não (algum 𝐩 é 𝐪) Nenhum 𝐩 é 𝐪
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

4.5 IMPLICAÇÃO LÓGICA

Considere uma proposição r e uma proposição s. Dizemos que r implica


logicamente s quando s é verdadeira todas as vezes que r é verdadeira. Em outras
palavras, r implica s se a verdade de r garante a verdade de s.
A implicação lógica “𝐫 𝐢𝐦𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚 𝐬” pode ser representada simbolicamente
como:

r ⇒s

Exemplo 14:
Considere as proposições:
r: O número n é divisível por 6.
s: O número n é divisível por 3.

Podemos afirmar que r implica s, pois como o 6 é múltiplo de 3, todo múltiplo


de 6 também é múltiplo de 3.

53
Para analisar melhor a definição de implicação lógica vamos considerar
proposições compostas e suas tabelas verdades.

Exemplo 15:
Dadas duas proposições compostas r = p ∧ q e s = p ∨ q vamos observar na tabela-
verdade que nunca ocorre de a proposição r ser verdadeira e a proposição s falsa.
Por isso podemos afirmar que r implica s, ou seja, r ⇒ s.

Figura 32: Tabela-verdade


𝐩 𝐪 (𝐩 ∧ 𝐪) (𝐩 ∨ 𝐪)
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Concluímos que para quaisquer proposições p e q temos (𝐩 ∧ 𝐪) ⇒ (𝐩 ∨ 𝐪).


Dito de outra forma, uma proposição r implica logicamente uma proposição
s se numa mesma linha da tabela-verdade não aparece V na coluna de r seguido
de F na coluna de s.

4.5.1 Propriedades da Implicação Lógica

Lembramos que a relação de igualdade entre números é reflexiva, isso é,


dado um número real a, temos que a = a e também é transitiva, ou seja, dados os
números a, b e c, se a = b e b = c então a = c. De maneira semelhante, a implicação
lógica entre as proposições possui as seguintes propriedades transitiva e reflexiva, ou
seja:

r ⇒ r (reflexiva)
Se r ⇒ s e s ⇒ t então r ⇒ t (transitiva)

Da mesma forma que verificamos a implicação (𝐩 ∧ 𝐪) ⇒ (𝐩 ∨ 𝐪) pelo uso da


tabela-verdade, vamos demonstrar a propriedade 5, listada abaixo, analisando
também sua tabela-verdade. A verificação das demais propriedades ficarão a
cargo do leitor.

54
Exemplo 16:
Propriedade: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ ~p

Figura 33: Tabela-verdade


𝐩 𝐪 (𝐩 ∨ 𝐪) ~𝐪 (𝐩 ∨ 𝐪) ∧ ~𝐪
V V V F F
V F V V V
F V V F F
F F F V F
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Observe que numa mesma linha não aparece V na coluna de (p ∨ q) ∧ ~q


seguido de F na coluna de p.

Demais propriedades:
1. p ⇒ p ∨ q e também q ⇒ p ∨ q
2. p ∧ q ⇒ p e também p ∧ q ⇒ q
3. (p ∧ q) ⇒ p ↔ q
4. p ↔ q ⇒ p → q e p ↔ q ⇒ q → p
5. (p ∨ q) ∧ ~p ⇒ q e também (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p
6. (p → q) ∧ p ⇒ q

Veja mais em:


 “Introdução à Lógica Matemática” (2011) de Carlos Alberto Ferreira Bispo e Luiz Batista
Castanheira. Disponível em: https://bit.ly/2Rqr7J7. Acesso em: 23 jan. 2021.
 “Lógica Matématica” (2020) de Guilherme Augusto Pianezzer. Disponível em:
https://bit.ly/3tcR248. Acesso em: 23 jan. 2021.

55
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A negação da afirmação: “Pedro vai comprar um livro e vai jogar bola” é:

a) Pedro não vai comprar um livro e não vai jogar bola.


b) Pedro vai comprar um livro e vai jogar bola.
c) Ou Pedro compra um livro ou vai jogar bola.
d) Pedro não joga bola ou não vai comprar um livro.
e) Ou Pedro vai comprar um livro ou vai jogar bola.

2. Uma preposição equivalente a: “Se estudar então vou passar na prova” é:


a) Se não estudar eu não passo na prova.
b) Se eu passei na prova então eu estudei.
c) Não estudei ou passei na prova.
d) Passei na prova ou não estudei.
e) Vou passar na prova se e somente se estudar.

3. Dizer que “Gustavo é jogador ou Pedro não é padeiro” é logicamente equivalente


a:

a) Gustavo é jogador se e somente se Bernardo não é padeiro.


b) Se Gustavo é jogador, então Pedro não é padeiro.
c) Se Gustavo não é Jogador, então Pedro é padeiro.
d) Se Pedro é pedreiro, então Gustavo é jogador.
e) Gustavo não é jogador e Bernardo é pedreiro.

4. A negação da afirmação condicional “se estiver chovendo, eu levo o guarda-


chuva” é:

a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva.


b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva.
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva.
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva.
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva.

56
5. Para que a proposição “todos os matemáticos são loucos” seja falsa, é necessário
que:

a) todos os não matemáticos sejam loucos.


b) nenhum dos matemáticos sejam loucos.
c) todos os matemáticos sejam loucos.
d) pelo menos um matemático não seja louco.
e) pelo menos um matemático seja louco.

6. A negação de ~P ∨ Q é dada por:

a) ~P ∨ ~Q
b) ~P ∧ Q
c) P ∧ ~Q
d) ~P ∧ ~Q
e) P ⟺ Q

7. (ESAF) Uma sentença logicamente equivalente a “Se Ana é bela, então Carina é
feia” é:

a) Se Ana não é bela, então Carina não é feia.


b) Ana é bela ou Carina não é feia.
c) Se Carina é feia, Ana é bela.
d) Ana é bela ou Carina é feia.
e) Se Carina não é feia, então Ana não é bela.

8. (ESAF) Se Elaine não ensaia, Elisa não estuda. Logo,

a) Elaine ensaiar é condição necessária para Elisa não estudar.


b) Elaine ensaiar é condição suficiente para Elisa estudar.
c) Elaine não ensaiar é condição necessária para Elisa não estudar.
d) Elaine não ensaiar é condição suficiente para Elisa estudar.
e) Elaine ensaiar é condição necessária para Elisa estudar.

57
ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES UNIDADE

5.1 INTRODUÇÃO
05
As propriedades inerentes das proposições compostas que vimos nos capítulos
anteriores, bem como outras propriedades que veremos nesse capítulo formam o
que chamamos de álgebra das proposições. Esse conjunto de regras é útil para
definir a equivalência entre proposições compostas, conforme veremos a seguir.

5.2 ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES

5.2.1 Propriedades da Conjunção

Considere as proposições p, q, r, quaisquer, e as proposições t, que é sempre


verdadeira, e c, que é sempre falsa. São válidas as seguintes propriedades para a
conjunção.

 Idempotente: p ∧ p ⇔ p Essa propriedade é válida porque as tabelas de p ∧ p e


de p são idênticas. Ou seja, p ∧ p ↔ p é uma tautologia.
 Comutativa: p ∧ q ⇔ q ∧ p Observe que as tabelas verdades de p ∧ q e q ∧ p
também são idênticas.
 Associativa: (p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r) Novamente, as tabelas verdades de (p ∧
q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) são idênticas.
 Identidade: p ∧ t ⇔ p e p ∧ c ⇔ c Lembramos que a conjunção só é verdadeira
quando ambas as proposições componentes são verdadeiras. Como sabemos,
previamente, que t é sempre verdade, o valor lógico de p ∧ t será verdadeiro se
p for verdadeiro e falso se p for falso, ou seja, dependerá unicamente do valor do
p. Por outro lado como c é sempre falso o valor de p ∧ c é sempre falso
independentemente do valor de p, ou seja, só depende do valor de c.

58
5.2.2 Propriedades da Disjunção

Considere as proposições p, q, r, quaisquer, e as proposições t que é sempre


verdadeira e c que é sempre falsa. São válidas as seguintes propriedades da
disjunção.

 Idempotente: p ∨ p ⇔ p
 Comutativa: p ∨ q ⇔ q ∨ p
 Associativa: (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)
 Identidade: p ∨ t ⇔ t e p ∨ c ⇔ p

5.2.3 Propriedades da Conjunção e Disjunção

Distributiva:

 p ∧ ( q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) Observamos que a conjunção é distributiva em


relação à disjunção.
 p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) Semelhantemente à disjunção é distributiva em
relação à conjunção.

Absorção:

 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p
 p ∨ (p ∧ q) ⇔ p

5.2.4 Regras de De Morgan

As seguintes propriedades versam sobre a negação da conjunção e da


disjunção.
 ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q
 ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q

59
5.2.5 Negação da Condicional

 ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q. Para verificar a proposição acima basta lembrar a


equivalência p → q ⇔ ~p ∨ q e negá-la, ~(p → q) ⇔ ~(~p ∨ q) obtendo
p ∧ ~q .

5.2.6 Negação Bicondicional

 ~(p ↔ q) ⇔ (p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ q)


 Para verificar a proposição acima precisamos lembrar a equivalência p ↔ q ⇔
(p → q) ∧ (q → p). Logo, negando ambos os termos da bicondicional temos
~(p ↔ q) ⇔ ~ (p → q) ∨ ~(q → p) pela negação da condicional temos ~(p ↔
q) ⇔ (p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ q).

5.3 ARGUMENTAÇÃO LÓGICA

Considere dadas as proposições p, q, r, ... quaisquer, que chamaremos de


premissas e uma proposição c, que chamaremos de conclusão. Denomina-se
argumento a relação que associa o valor lógico das premissas com o valor lógico da
conclusão.
Os termos premissa e conclusão podem ser substituídos, respectivamente,
pelos termos hipótese e tese.
Chamamos de silogismos os argumentos que tenham somente duas premissas.

Exemplo 17:
São exemplos de silogismos os seguintes argumentos:

Premissas: p1 : Todos os poetas são apaixonados.


p2 : Todos apaixonados gostam de livros.
Conclusão: c: Todos os poetas gostam de livros.

60
Premissas: p1 : Todos os baianos são bons dançarinos.
p2 : Todos bons dançarinos são saudáveis.
Conclusão: c: Todos os baianos são saudáveis.

5.3.1 Argumento Válido

Um argumento será denominado válido quando a veracidade da conclusão


for uma consequência imediata da veracidade das premissas. O termo válido
também pode ser substituído por legítimo ou bem construído.

Exemplo 18:
Observe o argumento:
“Todas as borboletas fazem chocolate.
Todos os artistas gostam de ler.
Ninguém que faz chocolate gosta de ler.
Portanto, nenhuma borboleta é artista”.
O argumento acima está bem construído embora a validade das
premissas seja discutível.
É possível verificar de forma mais fácil a validade do argumento pela
observação do diagrama:

61
Podemos perceber que nenhum elemento do conjunto B (borboletas) pode
pertencer ao conjunto A (artistas).

5.3.2 Argumento Inválido

Um argumento será denominado inválido quando a veracidade das premissas


não garantir a veracidade da conclusão. O termo inválido também pode ser
substituído por ilegítimo, mal construído ou falacioso.

Exemplo 19:
“Todas as pessoas felizes gostam de cantar.
Maria não gosta de cantar.
Portanto, Maria não é feliz.”

O argumento acima é inválido, pois a veracidade das premissas não garante


a veracidade da conclusão.
É possível verificar de forma mais fácil que o argumento é mal construído pela
observação do seguinte diagrama:

62
Uma vez que Maria não gosta de cantar, ela está no conjunto representado
por C̅. Contudo, não é possível afirmar se ela está na parte do conjunto pintada de
azul, ou seja, sendo uma pessoa feliz, ou se está na parte pintada de cinza sendo,
portanto, uma pessoa infeliz.

Exercícios Resolvidos

1. Nenhum estudioso é triste. Algum o aluno é estudioso. Assim podemos concluir


que:
a) Algum aluno não é estudioso.
b) O conjunto dos alunos contém o conjunto dos estudiosos.
c) O conjunto dos estudiosos contém o conjunto dos alunos.
d) Nenhum aluno é triste.
e) Pelo menos um aluno não é triste.
Resposta: e)
Solução:
Considere que E represente o conjunto dos estudiosos, T o conjunto dos tristes e A
o dos alunos.
A proposição “Nenhum estudioso é triste.” garante que não há interseção entre o
conjunto dos estudiosos e o dos tristes. Isso pode ser representado pelo diagrama:

Por outro lado, a proposição “Algum o aluno é estudioso” garante que existe

63
pelo menos um elemento na interseção do conjunto dos alunos com o conjunto dos
estudiosos, representada pela região pintada de cinza. Desta forma, o elemento que
está na parte cinza está fora do conjunto T garantindo que pelo menos um aluno não
é triste.

Importante lembrar que não podemos afirmar se existem ou não elementos


nas outras partes dos conjuntos.

2. Se eu vou ao cinema então Bruna vai ao teatro. Se Bruna vai ao teatro então
Cláudia é flautista. Sabe-se que Cláudia não é flautista. Nestas condições, pode-
se concluir que:
a) Eu vou ao cinema.
b) Bruna vai ao teatro.
c) Bruna não é flautista.
d) Cláudia é flautista.
e) Eu não vou ao teatro.
Resposta: e)
Solução:
Vamos denotar as proposições da seguinte forma:
p: Eu vou ao cinema.
q: Bruna vai ao teatro.
r: Cláudia é flautista.
Nessa questão observamos uma cadeia de proposições condicionais: p implica
q que implica r. Por outro lado, conforme visto no capítulo 4, a proposição p → q
é equivalente a ~ q → ~ p e semelhantemente, q → r é equivalente a ~ r → ~ q.
Como sabemos que é verdade a afirmativa ~ r podemos construir a cadeia ~ r →
~ q → ~p, ou seja, “Eu não vou ao teatro.”.

64
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ESAF/AFC/96) Se Beto briga com Glória, então, Glória vai ao cinema.


Se Glória vai ao cinema, então, Carla fica em casa.
Se Carla fica em casa, então Raul briga com Carla.
Ora, Raul não briga com Carla, logo:

a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Glória.


b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.
c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.
d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.
e) Carla fica em casa e Beto não briga com Gloria.

2. Qual das propriedades abaixo diz respeito a seguinte equivalência:


p ∧ (p ∨ q) ⇔ p
a) Distributiva.
b) Associativa.
c) Absorção.
d) Identidade.
e) Idempotente.

3. (ESAF/AFC/96) Se Carlos é mais velho do que Pedro, então Maria e Júlia têm a
mesma idade. Se Maria e Júlia têm a mesma idade, então, João é mais moço do
que Pedro.
Se João é mais moço que Pedro, então, Carlos é mais velho do que Maria. Ora,
Carlos não é mais velho do que Maria, então:

a) Carlos é mais velho do que Pedro e Maria e Júlia têm a mesma idade.
b) Carlos e João são mais moços do que Pedro.
c) Carlos é mais velho do que Pedro e João é mais moço do que Pedro.
d) Carlos não é mais velho do que Pedro e Maria e Júlia não têm a mesma idade.
e) Carlos é mais velho do que Pedro e Maria e Julia não tem a mesma idade.

65
4. A propriedade comutativa é válida em todas as proposições exceto:

a) Pedro compra uma moto ou um carro.


b) Maria compra uma bolsa e um quadro.
c) Se Pedro compra uma moto então ele compra um carro.
d) Maria compra um carro se e somente se tiver dinheiro.
e) Ou João ganha dinheiro ou ele está desempregado.

5. (FCC) Todos os macerontes são torminodoros. Alguns macerontes são


momorrengos. Logo:

a) todos os momorrengos são torminodoros.


b) alguns torminodoros são momorrengos.
c) todos os torminodoros são macerontes.
d) alguns momorrengos são pássaros.
e) todos os momorrengos são macerontes.

6. (TJ/PE Tec Jud 2007 FCC) Se Guilherme disse a verdade, Gabriela e Lucas
mentiram. Se Lucas mentiu, Bruna falou a verdade. Se Bruna falou a verdade, Maria
está dormindo. Ora, Maria não está dormindo. Logo:
a) Guilherme e Gabriela disseram a verdade.
b) Lucas e Bruna mentiram.
c) Lucas mentiu ou Bruna disse a verdade.
d) Lucas e Gabriela mentiram.
e) Guilherme e Bruna mentiram.

7. (TJ-PE Anal Jud 2007 FCC) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não
existiria. Lenin existiu. Logo,
a) Lenin e Rasputin não existiram.
b) Lenin não existiu.
c) Rasputin existiu.
d) Rasputin não existiu.
e) Lenin existiu.

66
8. (TCE MG 2007 FCC) Considere como verdadeiras as seguintes premissas:
 Se Alfeu não arquivar os processos, então Benito fará a expedição de
documentos.
 Se Alfeu arquivar os processos, então Carminha não atenderá o público.
 Carminha atenderá o público.
 Logo, é correto concluir que:

a) Alfeu arquivará os processos.


b) Alfeu arquivará os processos ou Carminha não atenderá o público.
c) Benito fará a expedição de documentos.
d) Alfeu arquivará os processos e Carminha atenderá o público.
e) Alfeu não arquivará os processos e Benito não fará a expedição de documentos.

67
TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO UNIDADE

6.1 INTRODUÇÃO
06
Até aqui compreendemos o que são as proposições e como relacionar
proposições por meio de operações lógicas e relações de equivalência. Vamos
agora entender como todo esse conhecimento discutido é usado para estruturar a
matemática e todos os seus conceitos e resultados. Os conceitos matemáticos estão
estruturados na forma de definições, que são uma descrição do significado de um
termo, e também por proposições, argumentos, equivalências lógicas e implicações
que por vezes precisam ser verificados através de um processo chamado
demonstração, conforme veremos a seguir.

6.2 PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ESTRUTURA MATEMÁTICA

 Definições: é a descrição do significado de um termo.

Exemplo 20:
Define-se como triângulo retângulo aquele triângulo que possui um ângulo de 90º.

 Axioma: é uma proposição assumida como verdadeira. É o ponto de partida


do raciocínio.

Exemplo 21: Pode-se traçar uma única reta ligando quaisquer dois pontos.
Esse axioma é o primeiro postulado de Euclides, que é um dos cinco axiomas usados
como base para desenvolvimento da geometria Euclidiana.

 Teorema: é toda proposição que será sempre verdadeira e cuja validade pode
ser verificada tomando-se como base definições, axiomas e outras proposições
já verificadas. O processo de validação de uma proposição é chamado de
demonstração. Após demonstrada, a proposição passa a ser denominada
Teorema.

68
Exemplo 22:
Teorema: Se um triângulo é isósceles então os ângulos de sua base são congruentes.
Observe que foram usadas duas definições:
Congruentes: têm a mesma medida
Triângulo isósceles: possui dois lados congruentes.

 Conjectura: é uma proposição que se supõe verdadeira e que, se for


comprovada por meio de demonstração, pode ser considerada como
teorema.

 Demonstração ou prova: é o método que vai verificar se uma conjectura é


verdadeira ou falsa. Se verdadeira, ela pode ser considerada como teorema.

Uma das formas de se chegar a um teorema a partir das definições e axiomas


está ilustrada abaixo.

Mas é importante lembrar que um teorema pode surgir a partir de outros


teoremas.

6.3 TIPOS DE DEMONSTRAÇÃO

69
Existem vários tipos de demonstrações, ou seja, várias formas de se demonstrar
que uma afirmação matemática é, de fato, um teorema. Podemos citar a
demonstração direta, demonstração por indução, demonstração por
contraposição, demonstração por absurdo, dentre outras.
É importante observar que os teoremas, geralmente, são apresentados na
forma condicional: Se 𝒑 então 𝒒 , onde 𝑝 e 𝑞 são duas proposições.

Exemplo 23:
As proposições a seguir são teoremas, pois já foram demonstradas em algum
momento da história da matemática.
1. Se um número é ímpar então seu quadrado também é ímpar.
2. Se um triângulo é retângulo, o quadrado de sua hipotenusa é igual à soma dos
quadrados de seus catetos.

Veja a seguir alguns dos tipos de demonstração:

 Demonstração direta: assume-se que a antecedente é verdadeira e conclui-se


que a consequente também é. Em outras palavras, a conclusão é uma
consequência imediata da condição.

Exemplo 24:
Teorema: se um número é par então seu quadrado também é par.
Demonstração:
Uma vez que definimos os números pares como os números que são múltiplos
de 2, podemos afirmar que se um número é par então ele pode ser escrito na forma
2n em que n é um número inteiro.
Dessa forma, se elevarmos esse número ao quadrado e usarmos a propriedade
distributiva da potenciação teremos:

(2n)2 = 4. n2

Podemos reescrever o resultado como:

70
4. n2 = 2. (2n2 )

Observe que o resultado é um múltiplo de 2, logo, é um número par, como


esperávamos demonstrar.
Como chegamos à conclusão esperada dizemos que o teorema está
demonstrado.

 Demonstração por contraposição: No capítulo 4 vimos que a proposição p → q


é equivalente à proposição ~ q → ~ p. A proposição ~ q → ~ p é denominada
contrapositiva de p → q.

A demonstração por contraposição consiste em provar que p → q é


verdadeira demonstrando que sua contrapositiva ~ q → ~ p o é.

Exemplo 25:
Teorema: Se o resultado 𝑚 + 𝑛 é par então ou 𝑚 e 𝑛 são ambos pares ou são ambos
ímpares.
Demonstração:
A contrapositiva da proposição acima é: Se m é ímpar e n é par, ou se m é par
e n é ímpar, então m + n é ímpar.
Vamos começar pelo caso em que m é ímpar e n é par.
Podemos escrever m e n nas formas m = 2k + 1 e n = 2l em que k e l
representam números inteiros.
Dessa forma temos:

m + n = (2k + 1) + 2l

com algumas manipulações algébricas obtemos:

m + n = 2k + 2l + 1
m + n = 2(k + l) + 1

que é ímpar, pois é um múltiplo de 2 acrescido de 1.


Analogamente, se supomos m par e n é ímpar teremos m = 2k e n = 2l + 1 em

71
que k e l representam números inteiros. Somando m e n obtemos:

m + n = 2k + (2l + 1) = 2(k + l) + 1

que é ímpar, pois é um múltiplo de 2 acrescido de 1.

Concluímos que a contrapositiva é verdadeira e, portanto, o teorema está


demonstrado.

 Demonstração por indução: Considere um conjunto que tenha um primeiro


elemento e que todo elemento desse conjunto tenha um sucessor.

A demonstração por indução consiste em demonstrar que se uma dada


afirmação vale para um elemento do conjunto então ela vale para o sucessor desse
elemento. Desta forma, verificando que a afirmação vale para o primeiro elemento
do conjunto, pode-se afirmar que vale para todos os sucessores e, portanto, que vale
para todo o conjunto.
Se todo elemento tiver um sucessor e um antecessor, será necessário provar
que a afirmação vale para o sucessor e o antecessor de qualquer elemento e que
vale para um elemento do conjunto.

Exemplo 26:
Teorema: A soma 𝑆 dos 𝑛 primeiros números naturais pode ser dada pela expressão:

72
n(n + 1)
S=
2

Consideramos aqui que o primeiro número natural é o 1.


Demonstração:

1(1+1) 1.2
Se n = 1 teremos S= 2
⇒S= 2
⇒ S = 1 . Vemos que a propriedade é

válida para o primeiro elemento do conjunto.


Suponha que a propriedade seja válida para 𝑛 = 𝑘 sendo 𝑘 um natural
qualquer, ou seja, que:

k(k + 1)
1 + 2 + ⋯+ k =
2

A afirmação acima será denominada hipótese


Vamos provar que a propriedade é válida para o sucessor de k, ou seja, n =
k+1
A soma dos k + 1 primeiros números pode ser escrita como:

1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1)

Usando a hipótese teremos:

k(k + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) = +k+1
2

Fazendo as devidas manipulações algébricas teremos:

k(k + 1) + 2k + 2
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
k(k + 1) + 2(k + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
(k + 1). (k + 2)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2
(k + 1). ((k + 1) + 1)
1 + 2 + ⋯ + k + (k + 1) =
2

73
Observe que se você colocar n no lugar de (k + 1)a última expressão assume
n(n+1)
a forma mostrando, portanto, que a propriedade é válida para n = k + 1, como
2

esperávamos demonstrar.

 Demonstração por absurdo: Na demonstração por absurdo, para provar que


𝑝 → 𝑞 é verdadeira, vamos supor que essa proposição seja falsa, ou seja, que
sua negação seja verdadeira. Dessa forma, chegaremos numa conclusão
contraditória, ou seja, absurda.

Exemplo 27:
Considere o teorema abaixo que já foi demonstrado na história da matemática.
Vamos fazer sua demonstração por absurdo.
Teorema: Todo número primo maior do que 2 é ímpar.
Demonstração:
Um número natural será definido como um número primo se ele possuir
exatamente dois divisores que são o 1 e o próprio número.
Vamos supor, por absurdo, que a negação do teorema é que seja verdadeira,
ou seja, que exista pelo menos um número primo maior que 2 que seja par. Se
chamarmos esse suposto primo de P, como ele é par, poderá ser escrito da forma P =
2n em que n é um número natural. Observe que nesse caso, P terá como divisores os
números naturais 2, 2k, e 1. Mas isso é um absurdo, pois um número primo tem
exatamente 2 divisores naturais distintos. Dessa forma, concluímos que a proposição
inicial é que é verdadeira.

74
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Das opções abaixo, qual delas é uma definição?

a) Se é um paralelogramo então suas diagonais se cortam no ponto médio.


b) A razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente é denominado tangente.
c) Se 𝑚 e 𝑛 são números pares então a soma dos dois é um número par.
d) Todo triângulo equilátero é Isósceles
−𝑏±√𝑏2 −4𝑎𝑐
e) Se 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 então suas raízes serão 2𝑎

2. Os axiomas são:

a) Teoremas com demonstrações.


b) Definições dos conceitos primitivos.
c) Demonstrações dos conceitos primitivos.
d) Proposições aceitas como verdadeiras, sem a necessidade de uma
demonstração.
e) Proposições que não são verdadeiras.

3. Nesse tipo de demonstração, possível apenas para um subconjunto dos inteiros,


testamos a validade para os primeiros casos, depois, consideramos verdadeiros os
𝐾 primeiros casos e vamos verificar a validade do caso 𝐾 + 1. Tal demonstração é
denominada

a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.

4. Veja a seguinte demonstração do seguinte Teorema:


“Se n é ímpar então 𝑛2 também é ímpar”
Podemos escrever 𝑛 na forma 𝑛 = 2𝑘 + 1, 𝑐𝑜𝑚 𝑘 ∈ 𝑍, uma vez que por hipótese ele
é ímpar. Vamos proceder o quadrado de 𝑛 e julgar sua paridade:

75
n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1

Vamos chamar (2k 2 + 2k) de m então:

n2 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2m + 1

Note que 2m + 1 realmente é um número ímpar, como queríamos demonstrar. Tal


demonstração é uma:

a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.

5. Esse tipo de demonstração usa uma equivalência lógica para validar um teorema,
tal equivalência pode ser escrita como:

p → q ↔ ~q → ~p
Tal demonstração é uma:

a) Demonstração direta.
b) Demonstração por absurdo.
c) Demonstração por contra positiva.
d) Demonstração por indução.
e) Demonstração por indireta.

76
6. Veja a seguinte demonstração:

Podemos dizer que se trata de:

a) Uma demonstração direta das soluções de uma equação do segundo grau.


b) Uma demonstração direta do teorema de Pitágoras.
c) Uma demonstração por indução do teorema de Pitágoras.
d) Uma demonstração por indução das soluções de uma equação do segundo grau.
e) Uma demonstração por absurdo das soluções de uma equação do segundo grau.

7. Em algumas demonstrações, se algum dos passos dados for incorreto, a


demonstração chega a resultados absurdos. Veja:

a = b (1)
a2 = ba (2)
a2 − b2 = ba − b2 (3)
(a − b)(a + b) = b(a − b) (4)
a + b = b (5)
a + a = a (6)
2a = a (7)
2 = 1 (8)

Em qual dos momentos numerados acima foi efetuada alguma operação


incorreta ou indevida que fez a sequência finalizar em um absurdo?

77
a) 5.
b) 4.
c) 7.
d) 3.
e) 2.

8. Após a demonstração de uma conjectura, ela será considerada como:

a) um axioma.
b) uma definição.
c) um postulado.
d) outra conjectura.
e) um teorema.

78
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 D

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 E

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REFERÊNCIAS

ALENCAR FILHO, E. Iniciação à Lógica Matemática. São Paulo: Nobel, 2002.

BARBOSA, M. A. Introdução à lógica matemática para acadêmicos. Curitiba:


Intersaberes, 2017.

BISPO, C. A. F.; CASTANHEIRA, L. B. Introdução a Lógica Matemática. São Paulo:


Cengage Learning, 2011.

CUNHA, F. G. M. Lógica e conjuntos. Fortaleza: UAB/IFCE, 2008.

PIANEZZER, G. A. Lógica Matemática. Curitiba: Contentus, 2020.

RODRIGUES, J. Álgebra das Proposições. Universidade Federal do Espírito Santo


Centro de Ciências Agrárias – Departamentos de Computação, Vitória, 2013.

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