Você está na página 1de 121

FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Herica Freitas Silva

Especialista em Engenharia de Materiais (2020) e Bacharela em Engenharia Mecânica


(2018) pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga. Especialista em Engenharia de Materiais pela
mesma instituição (2020). Atualmente presta serviços de programação com foco em
controle e monitoramento dos consumos, gastos e projetos de eficiência energética da
planta da Aperam South America, única usina siderúrgica totalmente integrada que produz
aços inoxidáveis planos e aços elétricos de grão não-orientado e super-orientado
totalmente processados da América Latina, localizada em Timóteo – MG. Possui
experiência com docência ministrando cursos validados pela Faculdade Pitágoras e
reconhecidos como material válido para horas extracurriculares para as disciplinas básicas
dos primeiros anos dos cursos de engenharia.

CIÊNCIA DOS MATERIAIS

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem
Autorização escrita do Editor.

T314i Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - .


Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga,
MG: Editora Única, 2020.
113 p. il.

Inclui referências.

ISBN: 978-65-990786-0-6

1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título.

CDD: 100
CDU: 101
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científico (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações,
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS .................... 8

01
1.1 CONCEITO DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS .............................................................. 8
1.2 TETRAEDRO DA CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS ................................... 9
1.3 PROCESSO DE EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS ........................................................ 12
1.3.1 A Idade da Pedra ..........................................................................................13
1.3.2 A Idade dos Metais ........................................................................................14
1.3.3 A Idade do Cobre ..........................................................................................15
1.3.4 A Idade do Bronze .........................................................................................16
1.3.5 A Idade do Ferro ............................................................................................16
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 18

UNIDADE CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS .......................................................... 22

02
2.1 METAIS ................................................................................................................... 22
2.2 POLÍMEROS ............................................................................................................ 24
2.3 CERÂMICOS .......................................................................................................... 27
2.4 COMPÓSITOS ........................................................................................................ 30
2.5 SEMICONDUTORES E BIOMATERIAIS .................................................................... 31
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 34

UNIDADE ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO INTERATÔMICA ............................... 39

03
3.1 ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS ................................................................ 39
3.1.1 Os Modelos Atômicos da Química .............................................................42
3.1.2 Caracterização de Elétrons – Números Quânticos..................................43
3.1.3 Configuração Eletrônica ..............................................................................44
3.2 LIGAÇÕES INTERATÔMICA DOS MATERIAIS ........................................................ 47
3.2.1 Ligação iônica ................................................................................................47
3.2.2 Ligação Covalente ........................................................................................48
3.2.3 Ligação metálica ...........................................................................................50
3.2.4 Ligação Van Der Waals ................................................................................50
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 52

UNIDADE ESTRUTURA CRISTALINA E NÃO-CRISTALINA .......................................... 56

04
4.1 CÉLULAS UNITÁRIAS E REDES DE BRAVAIS ........................................................... 56
4.2 ESTRUTURAS CRISTALINAS DOS METAIS................................................................ 60
4.2.1 Estruturas Cúbicas Simples (CS) ...................................................................60
4.2.2 Estruturas Cúbicas de Face Centrada (CFC) e Corpo Centrado (CCC)
...........................................................................................................................61
4.2.3 Estruturas Hexagonais ....................................................................................63
4.3 DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS.......................................................... 64
4.4 iMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ............................................................................... 67
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 73

UNIDADE CARACTERÍSTICAS DOS FÍSICA E QUÍMICAS SÓLIDOS ......................... 77

05
5.1 DIFUSÃO ................................................................................................................ 77
5.2 DIAGRAMA DE FASES ........................................................................................... 82
5.2.1 A regra da Alavanca ....................................................................................83
5.2.2 Diagrama Isomorfo ........................................................................................84
5.2.3 Diagrama Binário sem Solução Sólida .......................................................85
5.2.4 Diagrama Tenário...........................................................................................88
5.2.5 Diagrama de Materiais Cerâmicos.............................................................89
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 90

5
UNIDADE COMPORTAMENTO MECÂNICO E APLICABILIDADE DOS MATERIAIS .. 94

06
6.1 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS ............................................... 94
6.1.1 Curva de Tensão Deformação ....................................................................94
6.1.2 Testes de Dureza .............................................................................................97
6.1.3 Falhas Ou Fraturas ....................................................................................... 100
6.1.4 Fadiga ........................................................................................................... 102
6.1.5 Fluência ......................................................................................................... 102
6.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS, MAGNÉTICAS E ÓPTICAS DOS MATERIAIS ........... 103
6.2.1 Propriedades dos Metais ........................................................................... 103
6.2.2 Propriedades dos Polímeros ...................................................................... 104
6.2.3 Propriedades dos Cerâmicos .................................................................... 105
6.2.4 Propriedades dos Compósitos .................................................................. 105
6.3 APLICABILIDADE DOS MATERIAIS....................................................................... 106
6.4 RECICLABILIDADE DOS RESÍDUOS GERADOS PELOS MATERIAIS ...................... 107
6.4.1 Reciclabilidade dos Materiais Metálicos ................................................ 108
6.4.2 Reciclabilidade dos Materiais Cerâmicos .............................................. 109
6.4.3 Reciclabilidade dos Materiais Poliméricos ............................................. 110
FIXANDO CONTEÚDO ......................................................................................... 113

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 118

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 119

6
CONFIRA NO LIVRO

A Unidade I apresenta o conceito inicial da Ciência e Engenharia


de materiais, assim como a evolução história dos materiais pelo
homem ao longo da passagem das eras pré-históricas até a era
moderna.

A Unidade II classifica os materiais com base na sua composição e


aplicabilidade. Apresenta os principais grupos já estudados e ca-
racterizados pela Ciências dos Materiais assim como novos
conceitos de materiais modernos.

A Unidade III apresenta o conceito de construção dos átomos,


também conhecida como estrutura atômica. Nesta unidade serão
estudadas também as ligações interatômicas existentes.

A Unidade IV demonstra o conceito de estruturas cristalinas


apresentando as 14 redes de Bravais e configuração de cada
uma. Assim como características das estruturas como direções e
planos cristalográficos e as imperfeições apresentadas pelos
sólidos.

A Unidade V apresenta as principais características físicas dos


materiais com base na sua classificação. Conceitos como difusão
nos sólidos e também apresenta o diagrama de fases que é muito
utilizado no estudo da ciência dos materiais.

A Unidade VI apresenta o comportamento mecânico dos materiais


com base na aplicação de testes físicos. Além disso explicita a
aplicação geral, assim como o tipo de resíduo que é gerado dado
cada material. Além disso nesta unidade o conceito de
reciclabilidade dos materiais também será abordado.

7
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E UNIDADE
ENGENHARIA DOS MATERIAIS

1.1 CONCEITO DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS

A ciência dos materiais é a área da engenharia responsável por estudar as


interações entre os materiais, como ligações químicas, arranjos moleculares, propri-
edades física presentes na natureza (ASHBY, 1999). Através do estudo desta ciência
é possível obter os conhecimentos científicos dos materiais existentes, aplica-los em
diversas solicitações do cotidiano, da engenharia e também estudar para melhoria
e complementação de suas propriedades assim como a descoberta de novos
materiais.
Esta ciência objetiva-se em caracterizar as propriedades dos materiais com
base em sua composição química, arranjo estrutural e tipos de esforços que são
atribuídos a eles. Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2021) se pode caracterizar as
propriedades dos materiais com base em seis classes, são elas: mecânica, elétrica,
térmica, magnética, ótica e deteriorativa.
De fato, esta área de estudo acompanhou a evolução da humanidade
desde os seus primórdios, quando o homem utilizava a pedra como principal insumo
em suas manufaturas para caça e sobrevivência. Ao longo das eras a ciência dos
materiais se aperfeiçoou, assim como o homem, e se tornou a ciência que a
engenharia conhece na era moderna.
Dentro deste conceito nota-se que está ciência é de suma importância para
todas as áreas da engenharia, pois através dela é possível seguir evoluindo nas
pesquisas relacionadas aos insumos de produção no mundo. A globalização
depende muito da evolução dos insumos, porque a cada dia a engenharia estuda
novos meios que satisfaçam as solicitações da industrialização.
Para o profissional de engenharia, essa ciência torna-se aliada, pois
independente da área de atuação do profissional, ele deve estar capacitado para
reconhecer e aplicar seus conhecimentos sobre a importância dos materiais e seus
diferentes tipos de aplicação na engenharia.
Como um exemplo clássico da aplicação dessa ciência, pode-se citar a
visão crítica de um engenheiro mecânico ao determinar um material em sua rotina

8
de trabalho, a fim de aplicar melhores métodos de manufatura ou manutenção. Ou
um engenheiro químico que deve conhecer todas as interações físicas e químicas
dos materiais em sua rotina de trabalho em laboratório de testes. Assim como diver-
sas outras áreas da engenharia possuem sua aplicabilidade dentro da ciência dos
materiais.
Existe, contudo, uma classificação dos materiais com base nos estudos
realizados por esta ciência, esta classificação foi construída através dos milênios
passados com a evolução humana. Os materiais subdividem-se em: metais,
polímeros, cerâmicos e compósitos. Esta classificação é realizada de acordo com a
similaridade das propriedades destes materiais, assim como processamento e
estruturas.
Através da ciência dos materiais, profissionais da engenharia podem
desenvolver estudos que acompanham as descobertas e evoluções da tecnologia,
correlacionando à aplicação de materiais já existentes otimizando sua
capacidade. Assim como quantificar a aplicabilidade de novas descobertas que a
era moderna possui como consequência.

Para complementação da introdução a ciências dos materiais recomenda-se a leitura


da Unidades 1 do livro “Ciência e Tecnologia dos Materiais” (2015)de autoria de
Henrique Cezar Pavanati. Disponível em: https://bit.ly/3loT92x. Acesso em: 28 jan. 2021.

Ademais para que se possa estudar esta ciência é preciso conhecer os


conceitos obtidos através da evolução do homem, desde os processos primitivos
até os tempos modernos. Assim como diversas metodologias aplicadas, como a
química a física e outros conceitos. Um ponto muito importante para este estudo é
o conhecimento do tetraedro da ciência dos materiais, sua importância e
aplicação no meio de todo este vasto conceito.

1.2 TETRAEDRO DA CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS

Por se tratarem de conceitos tão parecidos, a ciência e engenharia de


materiais caminham juntas no meio científico. Todavia seus conceitos não devem
ser confundidos. A ciências dos materiais é o campo de estudo direcionado para

9
estudo de comportamento, aplicação, melhoria e descobrimento de novos materi-
ais. Enquanto a engenharia de materiais é o campo responsável por utilizar tais
estudos nas aplicações de práticas da engenharia.

Mesmo a ciência dos materiais e a engenharia dos materiais possuírem conceitos


distintos, elas ainda formam uma dupla dentro do estudo dos materiais que dedica os
esforços para a evolução destes insumos na engenharia (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

Indiferente do campo de estudo, existe um conceito muito importante que


chamamos de tetraedro da ciência e engenharia dos materiais (Figura 1). Este
conceito permite auxiliar o profissional a desenvolver o pensamento crítico através
de quatro principais pilares sobre o material estudado, são eles: Síntese ou
processamento, propriedade e performance estrutura e composição química.

Figura 1: Tetraedro da Ciência e Engenharia de Materiais

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Este recurso permite que os campos de estudo desta ciência sejam bem
definidos, divididos e compreendidos. Além disso, a ordenação destes quatro
fatores permite que o aluno possa enxergar a interdependência de todos os
elementos componentes do tetraedro. Na ciência dos materiais se estuda
principalmente as propriedades de cada material para aplicações diversas ao
longo das atividades do ser humano, nota-se então a importância de saber o que
configura tais propriedades.

10
A estrutura de um material é a organização de todos os elementos que fa-
zem parte de sua composição. A forma e configuração dessa estrutura é baseada
na rota de processamento (fabricação) do material analisado, com isso, fica fácil
assimilar que todos os materiais com rotas distintas terão estruturas (configurações)
diferentes se comparados.
Além da estrutura é necessário o conhecimento intrínseco da composição
química, pois através dela se pode determinar algumas propriedades físicas e
químicas, também quais rotas de processamento poderão ser utilizadas sem que
suas propriedades sejam afetadas ao final do processo.
Quando um material é selecionado para certo trabalho na engenharia, a
análise crítica deve ser realizada levando em consideração todas as quatro
propriedades citadas no tetraedro. Estas propriedades sempre estarão interligadas
de forma que qualquer alteração mínima em uma, pode afetar consideravelmente
outra propriedade importante para a aplicação desejada (ASKELAND; WRIGHT,
2015).

Você foi escolhido para trabalhar em uma empresa com seleção de materiais para
fabricação de tubos para saneamento básico. O seu supervisor pede um material com a
composição “X”, mas precisa da rota de processamento “Y”. Com suas pesquisas
chegou aos materiais A, B e C, sendo que todos atenderiam perfeitamente segundo sua
análise crítica. O custo de C > A > B. O material B atenderia bem, mas em sua
composição química existe um elemento que contaminaria o solo. Já o material A é mais
frágil fisicamente, contudo, existe a possibilidade de um tratamento que o tornaria mais
resistente. Por fim, o material C não precisaria de nenhum tratamento, atendendo bem
as expectativas, contudo, este é o material mais custoso. Com base nas propriedades
requeridas e estudando o tetraedro, qual material você utilizaria? Discuta com seu tutor.

Quando se estuda a ciências dos materiais é importante que o


conhecimento didático seja combinado com o pensamento crítico para avaliar
situações com coerência, levando em consideração funcionalidade, meio
ambiente e custo.

11
1.3 PROCESSO DE EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS

Desde os primórdios da sociedade o homem busca por evolução, construin-


do ao longo do tempo uma continuidade para diversas áreas de estudo. Com a
ciências dos materiais esta situação não é diferente, a evolução do homem no
contexto histórico é tão importante para esta ciência como para a história.
Antes de desenvolver um pensamento sobre a importância da evolução
humana para o mundo, reflita: O que seria da humanidade se ela ainda estivesse
fazendo utensílios de pedra para caçar? Não é muito difícil imaginar o impacto que
a evolução possui sobre a vida das pessoas.
A engenharia, ciência, tecnologia e todo conforto que a humanidade
desenvolveu ao longo das eras só se tornou possível com a evolução do homem.
Através da inteligência humana que se desenvolveu ao longo dos anos foi possível
a industrialização do mundo chegando ao nível da quarta revolução industrial do
século XXI.

É importante sempre estudar e aprofundar os conceitos de evolução humana e também


da continuidade das ciências importantes para a modernização de novos métodos e
técnicas da engenharia. Recomendamos a leitura da Unidade 1 do Livro “Ciência e
Engenharia de Materiais – Uma Introdução” de Callister Jr. e Rethwisch (2021). Disponível
em: https://bit.ly/3tv9Bkr. Acesso em: 28 jan. 2021.

A evolução histórica dos materiais pode ser dividida em três principais


períodos: idade da pedra vista nos primórdios da sociedade, idade dos metais
destacando principalmente a idade do bronze e depois a idade dos metais para as
outras ligas, esse período da idade dos metais se subdivide pela importância distinta
das ligas descobertas e sua funcionalidade. Todavia entre estes acontecimentos
pode-se subdividir a idade dos metais, fazendo com que a linha da evolução dos
materiais fique mais completa, assim temos: idade da pedra, idade dos metais,
idade do cobre, idade do bronze, idade do ferro.

12
1.3.1 A Idade da Pedra

A idade da pedra é conhecida como o marco inicial da evolução do


homem, neste período a espécie homo sapiens começou a produção e utilização
de utensílios confeccionados utilizando a pedra como principal insumo. Todavia,
esta era não se tratou somente da utilização deste insumo, ela comportou também
alguns eventos que se tornaram marcos importantes na história, como a formação
da sociedade, a atividade agropecuária e a descoberta do fogo.
Este período é segmentado em três períodos distintos: Período Paleolítico, Pe-
ríodo Mesolítico e Período Neolítico (NAVARRO, 2006). Cada um destes, representa
uma parte importante da história da evolução do homem, consequentemente a
evolução da utilização dos mais diversos materiais.
Na idade da Pedra Antiga ou Pedra Lascada, também conhecida como
Período Paleolítico, que ocorreu a aproximadamente 2 milhões de anos antes do
século XXI, quando o homem era selvagem, e utilizava utensílios confeccionados
principalmente para se alimentar (através da caça) e se defender de outros
homens/animais.
A característica de confecção deste período é a principal responsável por
nomear esta era como a “Era da Pedra Lascada”, pois o homem utilizava lascas
brutas, obtidas da colisão entre pedras, para confeccionar utensílios simples como
lâminas quebradas, pequenas facas e lanças brutas confeccionadas de madeira e
pedra. Esta produção era feita basicamente batendo pedras umas sobre as outras
na tentativa de conseguir o formato desejado, não existia forma melhor para a
obtenção desses insumos e por isso a manufatura era limitada a simplicidade
(NAVARRO, 2006).
Na Pré-história, ou Período Mesolítico ocorre um dos primeiros marcos na
evolução do homem, a agricultura. Este período pode ser visto entre a era
Paleolítica e Neolítica somente em alguns pontos mais frios, onde o homem passou
a cultivar alguns alimentos para garantir sua sobrevivência em meio à escassez de
recursos.
Neste período as ferramentas não se limitava apenas a armas para caça e
guerra, mas o homem passou a confeccionar utensílios que o ajudasse a cultivar o
alimento. Pás primitivas de pedra eram utilizadas para cavar e plantar, o homem
viu-se evoluindo na manufatura por necessidade de sobrevivência.

13
Já o período Neolítico, também chamado de Período da Pedra Polida,
marca a última fase da Idade da Pedra. Através da agricultura desenvolvida na era
Mesolítica o homem pode reproduzir, criando pequenas tribos e aglomerações
através da terra. Além desse marco na história, o Período Neolítico é marcado pela
descoberta do fogo, o homem faz a descoberta deste elemento proporcionando a
utilização de novos insumos.
Com essa grande evolução, o homem passou a utilizar além da pedra, outros
materiais como ossos, argila e a cerâmica (argila + fogo). O homem e seus iguais
deixaram as cavernas, passando a viver em pequenas tribos e ocas construídas de
materiais simples como argila, pedra e aglomerados de argila e palha.
Além disso, neste período ouve a criação de alguns padrões de vestimentas
entre as tribos. O que determinava a qual aglomeração um determinado ser per-
tencia, essa ação permitia diferenciar o povo amigo de inimigo, diminuindo as
guerras entre aliados.
Outro fator bastante importante para a era Neolítica é a utilização do senso
de seleção com os animais, o homem começa e entender os conceitos sobre
domesticação e passa a consumir os produtos provenientes de alguns animais
(pecuária), como: leite, ovos, banha, carnes de engorda, etc. Este consumo só era
possível devido a capacidade de cultivar do homem, onde ele podia alimentar os
animais domesticados para usufruir de seus produtos.
Ao final da Idade da Pedra então o homem possui os recursos de manufatura
de ferramentas e utensílios, agricultura, pecuária, presença de tribos mais
organizadas, a descoberta do fogo e o início da utilização de outros insumos para a
confecção de suas ferramentas.

1.3.2 A Idade dos Metais

A Idade dos Metais só foi possível devido a principal descoberta do homem


no período Neolítico. O fogo trouxe a possibilidade de trabalhar com diferentes
materiais, como cerâmicas e os metais que foram posteriormente incluídos em suas
manufaturas. Alguns utensílios antes produzidos em pedra e ossos passavam a ser
constituídos de metais como o cobre, ligas do cobre e o ferro.
Os insumos para caça, agricultura e pecuária, antes produzidos em materiais
que se deterioravam com certa facilidade, foram substituídos pelos confeccionados

14
com metais. Isso proporcionou maior eficiência, estabilidade e durabilidade as
ferramentas utilizadas no cotidiano do homem desta era.
A utilização dos metais como insumo de produção possibilitou ao homem
descobertas básicas relacionadas a ciências dos materiais, como: ponto de fusão,
dureza, maleabilidade e outras características físicas dos metais. A partir dessa ida-
de o homem começou a diferenciar metais, criando ligas metálicas e
aperfeiçoando sua manufatura com este insumo.
Durante a manufatura de alguns itens, o homem foi descobrindo novos
materiais, novas misturas e como realiza-las com sucesso. A criação destas novas
ligas permitiu que os materiais dessem mais um passo em seu processo de evolução,
a partir destas misturas o homem chegou ao cobre, bronze e ferro.

1.3.3 A Idade do Cobre

Estratificando a Idade dos Metais, pode se citar primeiro a Idade do Cobre.


Este foi o primeiro metal utilizado pelo homem para fins de manufatura, sucedeu o
período Neolítico. Com o uso do fogo o cobre poderia ser moldado facilmente para
diversos formatos, sendo possível confeccionar variadas formas.
Este material encontra-se na natureza de duas formas, uma delas é em forma
de óxidos. Acredita-se que o primeiro minério utilizado pelo homem tenha sido um
carbonato, chamado de malaquita - Cu2(OH)2(CO3). Através de fundição deste
minério na confecção de cerâmicas o homem descobriu o cobre.

Cu2(OH)2(CO3)

Por se tratar de um material com excelente condutibilidade elétrica e

15
térmica o cobre torna-se um material muito fácil de ser trabalhado, essa
capacidade na Idade do Cobre fez com que ele fosse cada vez mais empregado,
dando a possibilidade da criação e evolução em suas diferentes ligas.

1.3.4 A Idade do Bronze

O conceito de liga metálica é simples, utilizam-se dois ou mais materiais para


fabricar um novo “material” desde que pelo menos um destes componentes seja
um metal. Esta liga possui propriedades de todos os materiais utilizados em sua con-
fecção. Normalmente na engenharia utilizam-se mais ligas metálicas do que os
próprios metais puros, isso porque as propriedades físicas destes se complementam
formando uma liga mais proveitosa.
O bronze é uma liga metálica que possui em sua composição cerca de 90%
de Cobre (Cu) e 10% de Estanho (Sn). A idade do bronze se caracterizou pela
mistura destes materiais gerando a liga metálica chamada bronze. Muitas literaturas
abordam a idade do bronze logo depois do período Neolítico, mas outros autores
como Navarro (2006) ditam indícios da idade do cobre entre estas duas eras
(Pedra-Bronze) justamente pelo período de descobrimento da possibilidade de
misturar dois materiais diferentes.
Esta era é marcada pelo início da metalurgia de fato, onde o homem
começa a misturar materiais diferentes como o bronze (Cu e Sn) para obtenção de
ligas para manufatura. Todavia o bronze se tornara um insumo caro, e na sua
concepção apenas pessoas com maior poder de compra possuíam acesso à esta
liga metálica. Após certo tempo de uso, a prática de misturar ambos metais se
tornou mais comum, o que reduziu seu preço de mercado chegando até as mão
de classes média-baixas.

1.3.5 A Idade do Ferro

Com o avanço dos conhecimentos sobre a mistura de dois ou mais materiais,


o homem finalmente chega a idade do ferro, período esse em que a pré-história
teria chegado ao seu fim. O ferro passou a substituir o cobre nas manufaturas do
homem. Este é o marco histórico que encerra a linha do tempo da evolução básica
dos materiais.
Esta era foi inicialmente observada no Oriente Médio, onde o homem

16
descobriu a possibilidade de extrair o minério de ferro das rochas e confeccionar
seus utensílios. Com o tempo este material foi substituindo o cobre e o bronze, isso
porque o homem viu que o elemento ferro (Fe) estava mais presente na natureza, e
proporcionava também maior durabilidade e resistência em suas manufaturas.
Partindo do Oriente médio, a Idade do Ferro passou pelo Egito, Grécia, Áfri-
ca, Europa, Índia e Ásia. A América não havia feito esta descoberta, então algum
tempo depois a Europa, através da sua caravana de colonização apresentou
artigos de ferro aos nativos desta área.
Nesta era o homem descobriu não apenas o ferro, mas pode evoluir em
outros segmentos. Um dos principais segmentos que evoluíram com esta descoberta
foi a construção, o homem viu-se construindo pontes, fortalezas e moradias com o
auxílio deste insumo. Neste período as atividades de tecelagem e cerâmica
também evoluíram, o que permitiu que o homem pudesse combinar recursos para
crescer como sociedade.
Tornou-se comum o ato de misturar o ferro com outros elementos, criando
ligas metálicas que conferiam diferentes propriedades aos insumos criados. As ligas
de ferro tornaram-se o principal material utilizado na construção, produção,
agricultura, etc. Neste período era comum a presença de muitos ferreiros nas
cidades, o que tornou a prática de forja bastante prestigiada.
A partir do século XIX o homem desenvolveu novos meios de processamento
de materiais, surgiram novas técnicas de fundição e com isso uma liga muito
importante para o mundo, o aço. A liga metálica chamada aço é composta
principalmente de ferro (Fe) e carbono (C), estas proporções podem chegar em
até 97% Fe, 2%C e 1% de outros elementos ou impurezas, variando dependendo dos
processos e aplicações.
A partir das evoluções do final da Idade do Ferro, o homem saiu do período
pré-histórico e começou uma jornada de desenvolvimento sem limites. Com a
descoberta do aço o homem pode evoluir não só em construções, manufatura,
agricultura, pecuária, mas também em inovações e novas tecnologias para
continuar evoluindo na utilização dos materiais.

17
FIXANDO CONTEÚDO

1. Através dos estudos realizados compreende-se que a ciência dos materiais obje-
tiva-se em caracterizar as propriedades dos materiais baseando-se em sua
composição química, arranjo estrutural e submissão de esforços ao longo do
trabalho. Existem no entanto seis principais classificações para as propriedades
dos materiais dentro da concepção dos estudiosos, são elas:

a) Mecânica, elétrica, calorífica, magnetismo, visual e construtiva.


b) Mecânica, física, química, magnética, ótica e deteriorativa.
c) Mecânica, química, física, ótica, deteriorativa e construtiva.
d) Mecânica, elétrica, térmica, magnética, ótica e deteriorativa.
e) Mecânica, elétrica, térmica, magnetismo, visual e construtiva.

2. Analise as sentenças e marque a alternativa correta:

I. A ciências dos materiais é o campo de estudo direcionado para a


observação do comportamento, aplicação, melhoria e descobrimento de
novos materiais;
II. Dentro dos conceitos de ciências dos materiais estuda-se interações entre os
materiais, ligações químicas, arranjos moleculares, propriedades físicas e
químicas;
III. A engenharia de materiais é o campo responsável por utilizar tais estudos na
seleção e aplicação dos materiais em diversas funções.

a) Estão corretas I e III.


b) Estão corretas II e III.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Somente a III está correta.
e) III está incorreta.

3. Um conceito muito importante para a ciência dos materiais já criado é o


tetraedro da ciência e engenharia de materiais, o qual possui quatro principais
pilares que determinam a condição e propriedades de um dado material. Sabe-

18
se que a alteração de um destes quatro pilares reflete sobre os três, independen-
te de qual seja. Dentro deste conceito os quatro pilares do tetraedro da ciência
e engenharia de materiais são:

a) Fabricação, propriedade física, estrutura e composição química.


b) Síntese ou processamento, propriedade e performance, estrutura e composição
química.
c) Síntese ou processamento, ductilidade, estrutura de átomos e composição
química.
d) Síntese ou processamento, propriedade e performance, estrutura e composição
física.
e) Síntese ou processamento, redes de bravais, estrutura e composição química.

4. Leia o trecho abaixo e assinale a assinale com V (verdadeiro) ou F (falso):

“Os primeiros seres humanos tiveram acesso a apenas um número muito limitado de
materiais, aqueles que ocorrem naturalmente: pedra, madeira, argila, peles, e assim por
diante. Com o tempo, eles descobriram técnicas para a produção de materiais que
tinham propriedades superiores àquelas dos materiais naturais; esses novos materiais
incluíam as cerâmicas e vários metais. Além disso, foi descoberto que as propriedades de
um material podiam ser alteradas por meio de tratamentos térmicos e pela adição de
outras substâncias. Naquela época, a utilização dos materiais era um processo
totalmente seletivo que envolvia decidir, entre um conjunto específico e relativamente
limitado de materiais, o que mais se adequava a uma dada aplicação em virtude das
suas características.”
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021, p. 02).

(X) O trecho cita a evolução da idade da pedra para a idade do ferro.


(X) A descoberta do fogo foi um grande diferencial para evolução do homem.
(X) O homem já havia definido um conceito concreto sobre a ciências dos
materiais nesse período.
(X) O que era limitado não era a quantidade de materiais disponível, mas sim o
conhecimento do homem sobre suas disponibilidade na natureza.

a) V – F – F - F

19
b) V – V – F - V
c) F – V – F - F
d) V – F – F – V
e) V – V – F – V

5. Sabe-se que a idade da pedra foi um período que marcou o início da evolução
do homem, além da utilização da pedra como principal fonte de manufatura
houveram também descobertas e evoluções em outros segmentos importantes
para a história. A idade da pedra se divide em três principais períodos, são eles:

a) Período da Pedra, Período do Fogo e Período da Caça.


b) Período Paleolítico, Período do Fogo e Período da Pesca.
c) Período Paleolítico, Período Mesolítico e Período Neolítico.
d) Período Paleolítico, Período Mesolítico e Período da Agricultura.
e) Período da Agricultura, Período da Caça e Período da Pesca.

6. O Período Neolítico foi um grande marco na Idade da Pedra, pois através dos
marcos nele ocorridos o homem pode evoluir como criatura, realizando novar
atividades e estudando novos métodos de produção e de vida. Com base na
afirmação, assinale a alternativa que contenha os principais marcos da era Neolí-
tica:

a) Agricultura, Pecuária, Descobrimento do Fogo e Crescimento dos Povos.


b) Agricultura, Pesca, Descobrimento do Fogo e Junção de tribos.
c) Agricultura, Pecuária, Criação de Tribos e Crescimento dos Povos.
d) Agricultura, Pesca, Construções de Casa e Saída das Cavernas.
e) Agricultura, Reprodução, Descobrimento do Fogo e Crescimento dos Povos.

7. Uma liga metálica é uma mistura de dois ou mais elementos caracterizando em


um novo material, com propriedades de todos os elementos a ela adicionados.
O bronze é uma liga metálica que fora muito utilizada na pré-história pelo
homem, é composto principalmente de dois materiais, estes e suas proposições
são respectivamente:

20
a) Cu 90% - Fe 10%.
b) Cu 90% - Mn 10%.
c) Cu 10% - Sn 90%.
d) Cu 90% - Sn 10%.
e) Cu 85% - Sn 10% - S 5%.

8. A descoberta do ferro foi um passo gigantesco para a evolução das ligas


metálicas, proporcionando a criação de diversas destas com diferentes
propriedades. A partir desta descoberta o homem pode evoluir, finalmente
deixando a Era da Pré-História para trás. Uma das ligas mais importantes da
história foi sem dúvida o aço, este insumo descoberto no final da pré-história
ainda é o principal material utilizado no século XXI. Sabendo-se que a
composição do aço é principalmente Fe, C e outros/impurezas, assinale a
quantidade aproximada de cada um destes elementos contidos nesta liga
metálica

a) 97% Outros/Impurezas, 2% Fe e 1% C.
b) 95% Fe, 4% C e 1% Outros/Impurezas.
c) 99% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
d) 97% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
e) 2% Fe, 98% C e 1% Outros/Impurezas.

21
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS UNIDADE

2.1 METAIS

Com visto no conceito da ciência dos materiais, classificam os materiais de


acordo com sua composição química. Dentro desta classificação, os materiais me-
tálicos são definidos como materiais sólidos que possuem uma grande quantidade
de elétrons livres. Esta definição se dá através de estudos sobre as principais
propriedades destes materiais. Os metais são bons condutores elétricos e térmicos
devido à presença dos elétrons livres em sua estrutura, oferecem bons parâmetros
de deformação física (ductilidade) e apresentam superfície opaca (apresentam
brilho se polidos), alguns exemplos são mostrados na Figura 2.

Figura 2: Objetos Fabricados de Metais Comumente Utilizados Pelo Homem

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 08)

Sua aplicação geral na engenharia pode ser vista em construções industriais


(galpões), residenciais e comerciais (prédios, arranha-céus), embalagens,
ferramentas, veículos, implantes médicos, etc. Quanto à propriedades os metais
possuem uma vasta gama, são versáteis e possuem diferentes tipos que podem ser
exploradas na engenharia.
Os metais puros são pouco empregados nas manufaturas e projetos, já que
em sua composição única os metais configuram poucas propriedades. Todavia

22
existe a possibilidade de se combinar vários elementos formando uma liga metálica.
Uma liga metálica é a junção de dois ou mais elementos, onde pelo menos um des-
tes seja um metal. A Tabela 1 apresenta uma lista das principais ligas metálicas
utilizadas no mundo:

Tabela 1: Principais Ligas e Composições Químicas


Liga Composição Química
97% Fe + 2% C e 1% Outros (Impurezas ou outros
Aço
elementos como Si, Mn, S e P)
Aço Inoxidável Fe + C + Cr + Ni (% Varia conforme especificações)
Ouro (18 quilates) 75% Au +13% Ag + 12% Cu
Bronze 90% Cu + 10% Zn
Latão 95-55% Cu + 45-5% Zn
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Um exemplo clássico de liga metálica é sem dúvida o aço, esta liga é o


insumo mais utilizado no mundo (SHACKELFORD, 2008). O ferro (Fe) sozinho não
configura boa propriedades para aplicações reais, devido a sua alta fragilidade e
alta oxidação. Desta forma adicionam-se quantidades consideráveis de carbono
(C), Silício (Si), Enxofre (S), Fosforo (P), Manganês (Mn) e outros elementos para
melhorar suas propriedades criando a liga metálica que se conhece por aço.
“Classicamente, define-se aço como uma liga ferro-carbono com até cerca
de 2% de carbono. Este limite é associado à máxima solubilidade do carbono no
ferro com estrutura CFC” (COLPAERT, 2008, p. 10). A composição química de muitas
ligas metálicas pode variar dependendo dos métodos de processamento, local ou
outras circunstâncias, contudo existem valores limites tabelados para que uma liga
seja classificada de acordo com os tipos existentes. Este limite se dá pela
solubilidade da mistura em determinada configuração estrutural.
“[...] existe uma concentração máxima de átomos de soluto que pode se

23
dissolver no solvente para formar uma solução sólida; isso é chamado limite de
solubilidade.” (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021, p. 226). Esta solubilidade está dire-
tamente ligada às condições que envolvam o processo e a temperatura em que
ele é executado.
As ligas metálicas possuem duas principais ramificações, ligas ferrosas e não
ferrosas. Para que uma liga seja classificada com ferrosa, é necessário que o Fe seja
o principal elemento da mistura. Já a classificação não ferrosa se dá pelo inverso
das ligas ferrosas, como um exemplo clássico destas ligas pode-se citar: ligas de
alumínio, níquel, cobre, dentre outras.
A rede de átomos de um material metálico é ordenada, bem dispostas ao
longo de sua estrutura. Essa configuração permite ao material propriedades como:
rigidez, resistência à fraturas e ductilidade. Além disso, como já explicitado, os
elétrons livres dão ao material uma excelente condutibilidade (térmica e elétrica),
por este motivo os metais são considerados condutores de eletricidade.

2.2 POLÍMEROS

Os materiais poliméricos, ou simplesmente polímeros podem ser


caracterizados como hidrocarbonetos. Hidrocarbonetos são constituídos apenas de
Carbono (C) e Hidrogênio (H), estes compostos são normalmente provindos do
petróleo. A principal característica dos polímeros é sua massa molar elevada. Essa
característica se dá pela presença de muitas unidades de repetição em sua
estrutura.

Estudiosos contestam sobre os polímeros serem materiais relativamente novos


no mundo, pois existem indícios que comprovam o uso de polímeros já nos tempos
antigos. Como por exemplo, um verniz oriundo de uma árvore Rhus vernicflua, que

24
os chineses já utilizavam em 1000 a.C. Este verniz era utilizado como tinta para
obtenção de características impermeáveis para móveis até meados de 1950
(GORNI, 2003). Estes materiais são mais comuns no cotidiano das pessoas do que
elas imaginam, a Figura 3 demonstra alguns objetos simples confeccionados a partir
dos polímeros:

Figura 3: Objetos Fabricados de Polímeros Comumente Utilizados Pelo Homem

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 09)

O nome “polímeros” é resultante da configuração estrutural deste material,


sua estrutura é formada pelo agrupamento de unidades de repetição pequenas
chamadas de monômeros. Por este motivo seu nome pode ser dividido em duas
partes, Poli (Muitos) + Meros (Parte). Para a confecção de um polímero se usa um
processo denominado polimerização, uma reação química capaz de combinar
vários monômeros (SHACKELFORD, 2008).
Este material possui baixa condutibilidade, ou seja, é um bom isolante térmico
e elétrico, são leves se comparados aos outros materiais, porém possuem baixa re-
sistência mecânica. Os polímeros no geral são materiais bastante flexíveis e
possuem uma densidade baixa. Este material possui classificações de acordo com:
ao número de monômeros, a natureza, processamento e comportamento
mecânico (BILLMEYER JR., 1984).
Ao se tratar do número de monômeros, os polímeros podem ser classificados

25
como homopolímero ou copolímero. Homopolímero é o material proveniente de um
único tipo de monômero, ou seja, a sua rede de repetição contém apenas um
monômero desde a polimerização até a concepção do material. Já o copolímero
é o material que possui dois ou mais tipos de monômeros em sua composição.
Em relação à natureza dos polímeros, podemos citar os naturais ou sintéticos,
sendo os naturais aqueles encontrados na natureza, como o caso da borracha,
amido, celulose, glicogênio, etc. Os polímeros sintéticos são aqueles concebidos
através de laboratório, normalmente utilizam como base produtos derivados do
petróleo, podem-se citar exemplos: acrílico, PVC (policroreto de vinila),
polipropileno, polietileno, etc.
A classificação de acordo com o método de processamento pode ser:
adição, condensação ou rearranjo. Os polímeros de adição são aqueles resultantes
da adição repetitiva de monômeros. Os polímeros de condensação são aqueles
resultantes da adição de monômeros diferentes, com a remoção de uma molécula
de ácido, álcool ou água na polimerização. Os polímeros de rearranjo, como seu
próprio nome sugere, são os polímeros resultantes do rearranjo das estruturas
químicas na polimerização.
Em se tratando de comportamento mecânico os polímeros podem ser
borrachas (elastômeros) ou plásticos. As borrachas possuem classificação natural ou
sintética, ou seja, podem ser encontrados na natureza ou sintetizados em
laboratório à base de petróleo, sua principal característica é a elasticidade, este
tipo de polímero pode receber grandes quantidades de deformação retornando
ao seu formato inicial. Já os plásticos são oriundos da soma de diversos monômeros,
utilizando o petróleo como o principal insumo, estes polímeros podem ser termofixos
ou termoplásticos.
Os polímeros termofixos são aqueles que quando expostos a altas
temperaturas, torna-se rígidos e esta condição é irreversível, não sendo possível
recicla-los depois. Este comportamento se dá principalmente pela força da ligação
em sua estrutura, pois este material possui ligações primárias.
Já os termoplásticos apresentam comportamento inverso, com o aumento
de temperatura eles se tornam mais flexíveis, podendo ser moldados e reciclados.
Esta característica também é consequência do tipo de ligação química que este
material possui, neste caso as ligações são secundárias e fraca entre cadeias, uma
das ligações que este material apresenta é a ligação de Van der Waals.

26
Existem dois principais fatores que limitam o uso dos polímeros em massa, o primeiro deles
está relacionado à matéria prima deste material que configura em sua maioria como
fontes não renováveis. Outro fator crucial na utilização dos polímeros está relacionado
ao descarte destes materiais, principalmente pela falta de informação dos usuários finais.
Em um destes impasses a empresa “ABC” fabricante de embalagens de produtos deseja
aperfeiçoar seu processo, por estar sendo fiscalizada pelo órgão ambiental devido à
grande produção de resíduos sólidos em seu processo e também no pós-venda do
produto. A empresa está fazendo um estudo para substituir a matéria prima de sua
produção para um polímero que permita a reciclagem e seja menos prejudicial ao meio
ambiente. Com os conhecimentos adquiridos ao longo do capítulo, qual ou quais seriam
os melhores meios de mitigar os problemas causados pela utilização da matéria-prima
atual?

2.3 CERÂMICOS

Os materiais cerâmicos são materiais sólidos, cristalinos e inorgânicos. Como


estudado, o uso deste material não é tão recente pelo homem, já que desde a
descoberta do fogo no período Neolítico a espécie homo sapiens vêm utilizando
cerâmicas em suas atividades cotidianas. Estima-se que este uso passe dos 15 mil
anos de existência.
O termo cerâmica é derivado da palavra grega “kéramos”, que traduzida
para a língua portuguesa significa “terra queimada”. Os gregos deram este nome
ao material devido o método de obtenção dele, onde as cerâmicas eram confor-
madas, moldadas conforme solicitação e posteriormente levadas ao fogo para
adquirirem propriedades desejadas da aplicação deste material.

27
Sua composição química é dada na maior parte do tempo por argila, e esta
é compota por hidróxidos de alumínio que são ligados a óxidos de silício através de
ligações fortes. Todavia para que o material apresente as propriedades desejadas
após a queima, se adicionam sílica, feldspato, caulim, talco, amianto, volatonita,
silimanita e outros.

O vidro inorgânico também faz parte da família dos materiais cerâmicos, sua
composição química mais comumente vista pode chegar até 70% de sílica somando-se
a nitretos e óxidos. Os vidros possuem todas as propriedades dos materiais cerâmicos, sua
única diferença está ligada ao seu arranjo atômico, sendo este regular, o que configura
a este material a característica transparente e não amorfo como as outras cerâmicas.

A princípio, quando se observa um material cerâmico (Figura 4) é possível


que se tomem conclusões precipitadas sobre suas propriedades, vendo-as como
materiais frágeis e sem durabilidade. Este pré-conceito antes de estudar o material
é resultado do cotidiano do ser humano, uma vez que ao lançar uma cerâmica ao
solo ou desferir golpes sobre ela, a mesma se lasca, trinca ou quebra (ASHBY;
JONES, 2007).

Figura 4: Objetos Fabricados de Cerâmica Comumente Utilizados Pelo Homem

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 09)

Contudo, os materiais cerâmicos possuem elevada resistência mecânica e

28
dureza, estas propriedades não costumam ser alteradas quando o material é
elevado à altas temperaturas. Assim como os polímeros, os cerâmicos são péssimos
condutores de energia, fazendo com que sejam classificados como materiais isolan-
tes.
Uma característica crucial deste material é a capacidade de armazenar
calor por longos períodos, esta característica é chamada de refratária. Os materiais
cerâmicos são refratários e por isso são utilizados em diversos processos onde existe
a necessidade de manter o calor em determinado ambiente ou processo.
A aplicação mais comum para este tipo de material é sem dúvida como
refratários em equipamentos e processos industriais, como fornos, turbinas e salas
pós tratamento térmico. Um exemplo clássico da aplicação da cerâmica como
refratário são os revestimentos internos nos altos fornos, equipamento utilizado em
indústrias siderúrgicas para a transformação do minério de ferro em aço.

Outras aplicações dos materiais cerâmicos são: utensílios domésticos no dia a


dia das pessoas, tijolos, vasos sanitários, telhas, pias e lavabos, azulejos, pisos,
pastilhas de freio automotivo, etc. Este material também pode ser encontrado
como materiais aditivos na produção de tintas, pneus, plásticos, outros.
As características dos materiais cerâmicos estão principalmente ligadas a
estabilidade química do material, uma vez que ela é resultante das ligações
químicas presente neles que são principalmente: iônica e covalente. Estas ligações
são de acordo com Callister Jr. e Rethwisch (2021) as mais fortes que existem na
natureza.
A fragilidade dos materiais cerâmicos é outra característica bem peculiar,
uma vez que mesmo possuindo as ligações químicas mais fortes da natureza elas
ainda torna-se quebradiças se expostas a esforços mecânicos bruscos. Esta
característica é resultante de defeitos alocados à estrutura do material (contorno

29
de grãos, micro trincas, porosidade, etc), que geram muitas tensões internas em sua
estrutura.

2.4 COMPÓSITOS

Materiais compósitos são aqueles obtidos através da mistura de dois ou mais


materiais diferentes. Em suma, a fabricação deste tipo de material tem como prin-
cipal objetivo a criação de um novo material com propriedades já existentes em
outros já conhecidos. Isso porque muitas vezes os processos de fabricação e os
tratamentos não são suficientes para agregar a um tipo de material uma
propriedade específica.
A fabricação de um material compósito normalmente é dada através da
escolha de um material base que recebe o nome de matriz e um material de
adição que pode ser denominado fase. Um exemplo clássico deste tipo de material
é a fibra de vidro, que tem como material base um insumo caracterizado como
polimérico e uma fase dispersa caracterizada como cerâmica (vidro).
Os materiais compósitos são subdivididos em três grupos, compósitos
reforçados com partículas, reforçados com fibras e estruturais. A principal diferença
entre esta subdivisão está relacionada ao comportamento das matrizes e fases.
Cada subdivisão se comporta de uma maneira para atender certo tipo de
solicitação na aplicação do material. Esta subdivisão pode ser melhor
compreendida a partir do Quadro 1:

Quadro 1: Classificação dos Compósitos


Compósito Tipo de Matiz Fase Exemplo
Partículas Única Dispersa Concreto

Fibrosos Única Fibras Fibra de Vidro

Estruturais 2 ou mais - Fuselagem de Aeronave


Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Como visto, os compósitos reforçados por fase particulada possuem uma


única matriz, e as fases são posicionadas de forma dispersa em meio a matriz. Um
exemplo deste tipo é o concreto onde o cimento é a matriz e as fases são areia,
britas e outros. Já os compósitos por reforços fibrosos também possuem uma única
matriz, com a diferença de que suas fases são materiais fibrosos como é o caso das

30
fibras de vidro, onde a resina (polímero) é a matriz e o vidro a fase.
Já nos casos de compósitos estruturais não existe apenas uma matriz, sua
concepção se dá através do empilhamento de matrizes diversas. Um exemplo clás-
sico e a fuselagem de aeronaves que são produzidas a partir de várias matrizes de
carbono, formando uma espécie de sanduiche de carbono.
O estudo e compreensão dos compósitos é importante para a ciências dos
materiais porque possibilita a criação de algo novo. Através do conhecimento de
propriedades de materiais distintos, se pode obter um material inovador e capaz de
possuir agregar que não seriam adquiridas utilizando um único material.
Estes materiais são amplamente utilizados na construção civil, plantas de
energia como hidrelétricas e centrais térmica, siderúrgicas, fábricas automotivas,
medicina, comunicação (antenas), artigos de esporte e lazer, plataformas off-shore
para extração de petróleo e diversas áreas do mundo inteiro.

2.5 SEMICONDUTORES E BIOMATERIAIS

A ciência evolui a cada dia, assim como a evolução do homem desde a era
antiga até as descobertas da era moderna. Com os materiais isso não é diferente,
ao longo das eras os materiais são estudados pelo homem a fim de novas
tecnologias serem inseridas no mundo como fonte de otimização para as
operações de engenharia, medicina, ciências e outras. Dentro das inovações dos
materiais, citam-se os semicondutores e os biomateriais.
Os materiais Semicondutores são materiais com propriedades elétricas entre
metal e cerâmica, eles encontram-se em um meio termo entre a capacidade de
conduzir eletricidade de um metal, mas possuem também a capacidade de
armazenar energia como as cerâmicas. Estes materiais podem ser compostos de
silício, gálio, zinco, germânio, cádmio e outras adições (SHACKELFORD, 2012).
Os semicondutores são fabricados como monocristais devido à alta
sensibilidade deles. O processo de fabricação destes materiais precisa ser bastante
minucioso, pois são materiais muito sensíveis e com isso a tolerância de impurezas
na composição química é mínima. Estes materiais precisam estar puros, pois níveis
elevados de impurezas afetam diretamente sua propriedade (condutibilidade).
Em determinados casos a condutibilidade elétrica dos semicondutores
podem ser controladas. Adicionando-se impurezas aumenta a capacidade de

31
conduzir do material, da mesma forma que eliminando impurezas diminui sua
condutibilidade. Esta prática é normalmente utilizada para a produção de
componentes eletrônicos utilizados para a fabricação de circuitos elétricos.
Existem duas classificações para este material: intrínseca e extrínseca. Quan-
do a propriedade deste material depende principalmente do metal (puro),
chama-se de intrínseco. Já no caso da extrínseca, a condutibilidade depende
principalmente do controle de impurezas do material (VAN VLACK, 1973).
A criação dos semicondutores foi um marco para a indústria de eletrônicos.
Este material é o principal insumo utilizado na produção de componentes como:
transistores, diodos, chips, microprocessadores e demais componentes tecnológicos
avançados.
Outra grande evolução dos materiais foi a descoberta dos biomateriais, isso
revolucionou a medicina em todos os aspectos. Estes materiais são utilizados na
medicina, inseridos no corpo humano a fim de resolver algum problemas de saúde,
substituir partes faltantes, compor mecanismos para promover um bom
funcionamento do corpo hospedeiro.
Como os biomateriais são utilizados internamente no corpo humano,
precisam ser materiais estéreis, ou seja, não tóxicos e ao mesmo tempo, que não
reajam ou interajam com o corpo hospedeiro. Dessa forma, utiliza-se qualquer
classe de materiais para sua construção, desde que se respeite a capacidade de
ser inerte ao corpo humano.
Existem várias áreas da medicina que já utilizam os biomateriais, como por
exemplo: cardiologia, odontologia, oftalmologia e ortopedia. Na área de
cardiologia os biomateriais são utilizados na forma de componentes para o sistema
vascular e circulatório. Na odontologia são utilizados em próteses dentárias,
implantes e restaurações de anomalias. Na área da oftalmologia estes materiais são
empregados em lentes e até olhos artificiais para selagem da cavidade ocular.
Já na ortopedia os biomateriais aparecem com mais frequência, são
utilizados para a substituição de diversas articulações e até mesmo ossos, como
implantes em joelhos, cotovelo, ombro, quadris e outros locais onde se exista a
possibilidade de substituição.

32
As novas tecnologias e os novos estudos acerca dos materiais proporcionam
uma linha quase infinita de emprego dos insumos existentes na natureza. Através do
estudo e compreensão das propriedades pode-se chegar à conclusão de que o
conhecimento dos materiais é importante não só para profissionais da área de en-
genharia, medicina, construção ou alimentícia, mas para profissionais de todas as
áreas do conhecimento.
Cada material possui sua aplicação e se empregado de forma incorreta
podem haver consequências severas, principalmente em se tratando de
aplicações mais delicadas como os biomateriais. Todavia é necessário para o
engenheiro conhecer a classificação e subdivisão básica dos materiais disponíveis
para uso.

33
FIXANDO CONTEÚDO

1. A principal característica dos metais é a presença de elétrons livres em sua estru-


tura. Os elétrons livres caracterizam-se por elétrons que não possuem ligação
com nenhum átomo presente na estrutura, ou seja, se movimentam livremente
pela rede estrutural em que estão. Esta condição configura ao material metálico
duas principais características, são elas:

a) Conduz eletricidade, calor e torna-o dúctil.


b) Ductilidade e dureza.
c) Boa condutibilidade térmica e ótica.
d) Boa condutibilidade térmica e elétrica.
e) Magnetismo e resistência.

2. Ligas metálicas são a junção de dois ou mais elementos, dos quais ao menos um
precisar ser classificado como metal. As ligas metálicas são usuais pela absorção
das propriedades de todos os elementos utilizados em um único material. Dessa
forma as ligas metálicas podem ser classificadas em dois principais tipos, as ligas
ferrosas e não ferrosas. Ligas ferrosas são aquelas que possuem como principal
componente o ferro, já as não ferrosas possuem outros componentes como
elementos principais da mistura. De acordo com a literatura são exemplos de
ligas não ferrosas:

a) Alumínio, Níquel e Cobre.


b) Aço, Alumínio e Níquel.
c) Alumínio, Níquel e Aço.
d) Aço, Alumínio e Bronze.
e) Alumínio, Bronze e Cobre.

3. Os polímeros são basicamente formados por moléculas de Carbono (C) e


Hidrogênio (H), sendo em sua maioria resultados de processos químicos utilizando
com base o petróleo. Uma das principais características deste material é a massa
molar elevada, isso devido a presença de milhares de unidades de repetição em
sua estrutura. Normalmente os polímeros são subdivididos e classificados de

34
acordo com:

a) Quantidade de monômeros, temperatura, tipo de processamento, dureza, resis-


tência mecânica.
b) Propriedades químicas, métodos de processamento, quantidade de monômeros
e temperatura.
c) Termofixos, quantidade de monômeros, sintéticos e termoplásticos.
d) Resistência mecânica, tipo de processamento, quantidade de meros e
temperatura.
e) Quantidade de monômeros, natureza, tipo de processamento e comportamento
mecânico.

4. Classificando os polímeros quanto ao comportamento mecânico se pode


subdividi-los em elastômeros e plásticos. Os polímeros plásticos são oriundos da
soma de diversos monômeros e podem ser termofixos ou termoplásticos. Leia as
sentenças abaixo e depois assinale a alternativa correta:

I. Os polímeros plásticos são produzidos a partir do petróleo.


II. Os polímeros termofixos são aqueles que torna-se maleáveis em elevadas
temperaturas, sendo possível sua reciclagem.
III. Os polímeros termoplásticos são aqueles que torna-se maleáveis em elevadas
temperaturas, sendo possível sua reciclagem.
IV. Os polímeros termofixos são aqueles que torna-se rígidos em elevadas
temperaturas, não sendo possível sua reciclagem.

a) As alternativas I, II e III estão corretas.


b) As alternativas III e IV estão incorretas.
c) Somente a alternativa II está incorreta.
d) I, II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão erradas.

5. De acordo com os estudos desenvolvidos sobre os materiais cerâmicos, leia as


afirmações abaixo e assinale com V para verdadeiro e F para falso:

35
(X) As cerâmicas possuem alta capacidade de condução de energia, por este
motivo são empregadas em transformadores elétricos para otimizar a distri-
buição de energia elétrica.
(X) As ligações químicas mais comuns nos materiais cerâmicos são as iônicas e as
de Van der Waals.
(X) As cerâmicas possuem ótima resistência a intempéries ambientais, não sendo
afetadas por processos de oxidação, inchamento ou dissolução e pelos raios
ultravioletas provenientes do sol.
(X) Os materiais cerâmicos são considerados sólidos cristalinos e inorgânicos.
(X) Os materiais refratários utilizados em altos fornos industriais são
confeccionados de materiais cerâmicos, isso porque este material possui
baixo coeficiente de condutibilidade térmica fazendo com que se tornem
ótimos isolantes.

a) F – F – V – F - V.
b) F – F – V – V – V.
c) F – V – F – F - F.
d) V – F – V – V - V.
e) F – F – V – V - V.

6. As características físicas dos materiais cerâmicos são consequência das ligações


químicas que ocorrem neles, as ligações iônica e covalente atribuem a este
material uma estabilidade química. Todavia as cerâmicas ainda apresentam
fragilidade ao serem expostas à esforços bruscos, como é o caso de quedas ou
esforços de tração e compressão. Assinale a alternativa que justifique a
fragilidade dos materiais cerâmicos:

a) Os materiais cerâmicos tornam-se mais frágeis devido a sua composição ser a


base de argila.
b) O aquecimento da cerâmica após sua confecção a deixa com tensões internas,
fazendo com que estas sejam propagadas em contato com tensões internas
levando o material à fratura.
c) Os materiais cerâmicos possuem em sua estrutura defeitos como porosidades,
micro trincas, contornos de grão, dentre outros. Esta condição faz com que eles

36
sofram tensões internas que em contato com tensões externas se propagam o le-
vando à fratura.
d) Como a argila é hidratada, a água presente na estrutura do material cerâmico
se evapora quando ele é cozido, fazendo com que formem-se trincas de
hidrogênio na estrutura do material, estas trincas se propagam por todo o
material, ao entrarem em contato com esforços externos estas trincas fazem com
que o material se quebre.
e) N.D.A.

7. A finalidade de se produzir materiais compósitos é a agregação de várias


propriedades de materiais diferentes em um só. Um exemplo bem clássico é a
utilização de concreto na construção civil, onde o cimento, areia e a brita
proporcionam melhores propriedades. Estes materiais são classificados em três
principais tipos, tendo em vista esta classificação relacione a primeira coluna
conforme a segunda:

1 – Reforçados com Partículas (X) São os compósitos onde várias matrizes são
empilhadas umas sobre as outras formando
um único material.
2 – Reforçado com Fibras (X) O concreto é um exemplo deste tipo de
compósito.
3 - Estruturais (X) São os compósitos onde as fases encontra-
se dispersas na matriz, de forma
desordenada.
(X) As fibras de vidro e carbono são exemplos
deste compósito;
(X) São os compósitos onde as fazes encontra-
se na forma de fibras na matriz,
normalmente empilhadas e ordenadas em
camadas.
(X) Fuselagem de aeronave é um exemplo
deste tipo de compósito.

a) 2 – 3 – 1 – 2 – 3 - 1.

37
b) 2 – 2 – 1 – 3 – 2 - 2.
c) 3 – 1 – 1 – 2 – 2 - 3.
d) 3 – 1 – 1 – 3 – 2 - 2.
e) 3 – 1 – 2 – 1 – 2 - 1.

8. Dentre as novas descobertas da ciência, os materiais semicondutores são am-


plamente utilizados em construção de circuitos eletroeletrônicos. Como por
exemplo, transistores, diodos, chips, microprocessadores e demais componentes
tecnológicos avançados. Entretanto existem duas formas de alterar a
condutibilidade destes materiais, adicionando ou eliminando impurezas ou
trabalhando a pureza do material. Leia as afirmações abaixo e assinale a
alternativa correta:

Condutibilidade extrínseca é quando a condutibilidade do semicondutor


depende controle de impurezas do material.
PORQUE
Quando adicionamos impurezas ao material semicondutor, aumentamos a
condutibilidade deste material, da mesma forma que eliminando impurezas esta
ela diminui.
a) As duas sentenças são falsas.
b) Ambas as sentenças são verdadeiras e a segunda complementa a primeira.
c) A primeira sentença é falsa e a segunda é verdadeira.
d) Ambas as sentenças são verdadeiras e a segunda não complementa a primeira.
e) A primeira sentença é verdadeira e a segunda é falsa.

38
ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO UNIDADE
INTERATÔMICA

3.1 ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS

Em poucas palavras, estrutura atômica é o modo com que as partículas que


compõem um átomo são ordenadas. Sabe-se que um átomo possui três partículas
que são os elétrons, prótons e nêutrons. Os átomos são a base da composição de
toda a matéria presente no mundo, através do estudo do seu comportamento nas
diversas estruturas, pode-se explicar algumas características físico-químicas de di-
versos materiais.
As partículas de um átomo possuem cargas, elas variam positiva e
negativamente conforme a grandeza de 1,6 ∙ 10 C (Coulomb). Os elétrons
contidos possuem carga negativa (-), os prótons são carregados positivamente (+) e
os nêutrons são as partículas que não possuem carga, ou seja, são nulos em
energia. Conforme Callister Jr. e Rethwisch (2021) um átomo possui massa muito
pequena, onde prótons e nêutrons possuem 1,6 ∙ 10 kg e elétrons chegando a
9,11 ∙ 10 kg.
Para compreender a estrutura atômica dos materiais, é necessário primeiro
compreender as especificações dos elementos químicos presentes na natureza. Isso
porque toda a matéria composta na terra é resultante da ordenação de átomos
em determinada configuração.
Um átomo é classificado pela contagem de seu número atômico, esta
grandeza recebe o a denominação (Z). Esta grandeza contabiliza quantos prótons
estão contidos no núcleo de um determinado átomo. Como por exemplo o
carbono (C) que possui seu Z = 6, o que significa que ele possui 6 prótons em seu
núcleo (SANTOS; MOL, 2013). Este número pode ser observado na tabela periódica,
na parte superior esquerda como demonstrado na Figura 5:

39
Figura 5: Carbono na Tabela Periódica

Fonte: International Union of Pure


and Applied Chemistry (2021, online)

Outra grandeza estudada é denominada pela soma das respectivas do nú-


mero de prótons e nêutrons como expressa a equação (1), recebendo o nome de
número de massa atômica ela é representada por (A).

A = P + N (1)

Um exemplo clássico é o cloro (Cl) com seu A = 35 sendo a soma de 17


prótons com os 18 nêutrons compostos em seu núcleo. Partindo deste conceito, não
se deve confundir o número de massa atômica com a massa atômica, pois mesmo
que o número de prótons dos elementos de um determinado átomo seja igual, os
nêutrons podem variar, estes então recebem a denominação isótopos.

Isótopos são os átomos compostos de um único elemento químico que possui um


número igual em quantidade de prótons (+), mas é diferente em massa atômica (A). Este
fenômeno acontece devido o número de neutros diferente no núcleo.

Nesse caso, a massa atômica dos elementos que compõem o átomo é


calculada através da média ponderada dos isótopos. Para determinar este padrão,

40
utilizou-se o carbono (C), pois este se trata do elemento mais abundante na nature-
za. Através do cálculo, definiu-se que 1 UMA (Unidade de massa atômica), é 1/12
da massa total do C (FONSECA, 2013).
Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2021) a massa atômica (A) de um
determinado elemento é especificada em UMA/átomos ou simplesmente mol. Mol
é a unidade de medição utilizada pela química para contabilizar a matéria
microscópica presente em um determinado átomo ou molécula.

Visto a necessidade do cálculo de massa atômica e sua importância para a química e a


ciência dos materiais, se tem a seguinte situação: O Neônio (Ne) está presente na
natureza na forma dos seguintes isótopos (𝑁𝑒 , 90,92% na natureza e 20,00 de massa
atômica | 𝑁𝑒 , 0,26% na natureza e 21,00 de massa atômica | 𝑁𝑒 , 8,82% na natureza
e 22,00 de massa atômica). Para calcular sua massa atômica realiza-se a média
ponderada dos seus isótopos,
𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ % + 𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ % + 𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ %
𝑀𝐴 =
100
Substituindo os valores dados na fórmula, observa a seguinte configuração:
(20,00 ∗ 90,92) + (21,00 ∗ 0,26) + (22,00 ∗ 8,82)
𝑀𝐴 =
100
Através da resolução da equação a massa atômica será de?

41
3.1.1 Os Modelos Atômicos da Química

Com o passar das eras notou-se que a mecânica clássica já não era o sufici-
ente para descrever certos fenômenos ou comportamento dos sólidos devido a
presença dos elétrons. A mecânica quântica foi desenvolvida com o propósito de
compreender o comportamento das cargas negativas presentes nos átomos e nos
sólidos cristalinos.
O modelo atômico de Bohr foi o primeiro existente a utilizar os recursos da
mecânica quântica para estudar estes fenômenos. Este modelo descrevia um
comportamento dos eletros conforme a Figura 6. Os elétrons orbitam em rotas bem
definidas ao redor do núcleo do átomo. Era um modelo simples e concreto.

Figura 6: Modelo Atômico de Bohr

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 20)

Neste modelo Borh descrevia a energia presente elétrons como quantizadas,


onde cabia a estas partículas quantidades específicas de energia. Sua energia é
mutável desde que ele realize um salto quântico para maior (absorção) ou menor
(emissão) de energia. Porém este modelo de Bohr não satisfazia condições especí-
ficas na mecânica quântica, onde os elétrons não possuem variação contínua, mas
sim uma quantidade de energia finita.
Um dos métodos encontrados para a solução de diversos impasses com este
modelo, foi a criação de um modelo chamado mecânico ondulatório. Neste
modelo os elétrons são caracterizados tanto como ondas ou partículas, portanto

42
não se movem em orbitais ao redor do núcleo, mas sim podem aparecer em
qualquer posição em seu interior, assim nasceu o conceito de nuvem de elétrons.

3.1.2 Caracterização de Elétrons – Números Quânticos

Os números quânticos são os quatro parâmetros que a química utiliza para


caracterizar os elétrons. Eles são nomeados da seguinte forma:

 Número quântico principal – n


 Número quântico secundário – l
 Número quântico magnético – mt
 Número quântico Spin – s

A classificação de elétrons é a divisão segundo os níveis eletrônicos


classificados por Bohr, que estão organizados em camadas e subcamadas. As
camadas (número quântico principal) são definidas por letras maiúsculas: K, L, M, N,
O, P e Q. Já as subcamadas (número quântico secundário) são nomeadas por
letras minúsculas: s, p, d e f estas subcamadas comportam 2, 6, 10 e 14 elétrons
respectivamente, como esquematizado no Diagrama de Pauling na Figura 7.

Figura 7: Diagrama de Pauling

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

43
O “mt” é o responsável por definir quantos estados uma subcamada pode
ter, onde “s” tem único estado, “p” três estados “d” cinco estados e “f” sete
estados. Já o spin é diretamente relacionado com o momento de spin (sentido de
rotação) que pode ser positivo ou negativo (1/2 | -1/2), este momento cria campos
magnéticos gerando forças que podem se atrair ou repelir (FONSECA, 2013).

3.1.3 Configuração Eletrônica

Através da compreensão dos números quânticos é possível realizar estudos


sobre a configuração eletrônica dos átomos. A configuração eletrônica estuda a
disposição de elétrons na eletrosfera do átomo em sua configuração fundamental.
A configuração ou estado fundamental de um determinado átomo é dada pela
disposição dos elétrons em seu menor nível de energia, que pode ser chamado
também de estado estacionário do átomo.
Com base nos modelos atômicos de Bohr e Rutherford a química pode estu-
dar e aperfeiçoar os conceitos de distribuição eletrônica. Isso devido ao
experimento da luz feito por Bohr, comprovando a disposição dos elétrons em níveis
de energia quando estacionados. Estes níveis de energia puderam ser descritos
através do número quântico principal (n), variando entre 1 e 7 (K, L, M, N, O, P, Q)
na órbita nuclear do átomo, como visto na Figura 8:

Figura 8: Número Quântico Principal Esquematizado na Órbita Do Átomo

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

44
Cada uma das camadas definidas pelo “n” recebe uma quantidade
máxima de elétrons, esta informação está apresentada na Tabela 2:

Tabela 2: Quantidade Máxima de Elétrons por Camada


Nível (n) 1 2 3 4 5 6 7
Camada K L M N O P Q
Qtd. Elétrons 2 8 18 32 32 18 2
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Através destes conhecimentos, qualquer elemento da tabela periódica pode


ser distribuído utilizando estas camadas. Como exemplo de distribuições eletrônicas
pode-se acompanhar a Tabela 3:

Tabela 3: Exemplos de Distribuições Eletrônicas de Alguns Elementos


Elemento K L M N O P Q
Hidrogênio – H1 1 - - - - - -
Carbono – C6 2 4 - - - - -
Cálcio – Ca20 2 8 8 2 - - -
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Contudo o modelo de Bohr não satisfazia a necessidade da distribuição de


elétrons nos subníveis de energia da nuvem de elétrons. Desta forma Linus Pauling
aperfeiçoou a distribuição eletrônica criada por Erwin Madelung, para explicitar a
ordem dos elétrons dentro das orbitais. O diagrama de Linus Pauling (Figura 7), é a
forma de descrever a distribuição dos elétrons na eletrosfera, seu conceito é que
para os níveis de energia de 1 a 7 existem subníveis (s, p, d, f) ligados às órbitas do
núcleo. Os orbitais possuem quantidade máxima de elétrons que eles podem com-
portar, estes números podem ser vistos na Tabela 4:

Tabela 4: Quantidade Máxima de Elétrons por Subcamada


Subnível (i) s p d f
Orbitais por (i) 1 3 5 7
Qtd. Elétrons 2 6 10 14
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Ao observar o diagrama de Pauling, nota-se a conotação com três principais


elementos, 1s2 onde:

 1 – Camada / Nível

45
 s – Subnível
 2 – Número máximo de elétrons comportados

Observa-se na Figura 9 a distribuição eletrônica do Gálio:


 Gálio - Ga
 Z = 31
 Distribuição - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4s2 4p1

Figura 9: Distribuição Eletrônica do Gálio (Ga)

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Como visto, o número atômico (Z) do Gálio é distribuído conforme a capaci-


dade máxima de cada subnível, respeitando a ordem na diagonal, finalizando em
uma extremidade da seta e iniciando em outra. A regra da diagonal é simples,
cada seta termina na extremidade da outra. Sendo a ordem correta do diagrama:
1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 – 4p6 - 5s2 - 4d10 - 5p6 - 6s2 - 4f14 - 5d10 - 6p6 - 7s2 - 5f14 -
6d10 - 7p6.
Dessa forma o último subnível que é preenchido é o 4p¹, como ele possui
espaço para 6 elétrons comporta o 31° do elemento finalizando a distribuição. O
último subnível da distribuição é chamado de camada de valência.

46
3.2 LIGAÇÕES INTERATÔMICA DOS MATERIAIS

Grande parte das propriedades dos materiais podem ser explicadas levando
em consideração as ligações interatômicas dos átomos em sua composição.
Quanto mais distantes, menor é a força interatômica de ligação, mas quando os
átomos se aproximam esta ligação se fortifica. As forças interatômicas podem ser
classificadas como repulsivas ou atrativas, e de acordo com Shackelford (2008) as
ligações ainda podem ser: metálicas, covalentes, iônicas e de van der Waals
(secundárias). Se comparadas as ligações existentes pode-se dizer que a ligação
de van der Waals é relativamente fraca em relação as demais.
As ligações interatômicas dos sólidos são complexas, onde ocorrem em
grande quantidade dadas baixas taxas de tempo. A energia gerada por estas
ligações irá depender do tipo de material e como elas se comportam, bem como
qual o tipo de ligação o sólido possui. As ligações iônica, covalente e metálica são
consideradas ligações primárias já a ligação de van der Waals é uma ligação
secundária, dessa forma cada uma delas terá uma magnitude diferente de
energia.
Cada tipo de ligação existente condiciona-se pelos elétrons na camada de
valência e das ordenações eletrônicas dos átomos. Cada ligação tem um
comportamento diferente, influenciando as propriedades dos físicas materiais em
diferentes segmentos. Um exemplo clássico são materiais que possuem altos níveis
de energia das ligações, estes normalmente possuem ponto de fusão também
elevado.

3.2.1 Ligação iônica

A ligação iônica é uma das mais simples de ser compreendida, isso porque
ela compreende a ligação entre materiais metálicos e ametálicos. Os elementos
metálicos possuem facilidade em perder os elétrons localizados em sua camada de
valência, e por isso os não metálicos possuem certo interesse, pois estes necessitam
da adição de elétrons em sua camada de valência para serem estáveis.
Quando dois elementos cedem ou recebem elétrons eles passam a se
comportar como um gás inerte, isso por estarem com configuração estável. A
condição estável em um elemento indica que todos os orbitais da eletrosfera estão
preenchidos com os elétrons necessários. Após esta ligação os elementos se tornam

47
íons, ou seja, estão eletricamente carregados.
A ligação iônica mais ilustrativa que existe é sem dúvida o NaCl (Cloreto de
Sódio), o sal de cozinha. A Figura 10 ilustra este fenômeno:

Figura 10: Etapas da Ligação Iônica NaCl

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 28)

No esquema ilustrado o metal Sódio (Na), cede para o ametal Cloro (Cl) seu
elétron da camada de valência. Ambos se tornam íons (Na+ e Cl-), sendo o Sódio
um cátion (carga positiva) e o Cloro um ânion (carga negativa). Assim ambos os
íons formam a ligação iônica originando o NaCl (Cloreto de Sódio), mais comumen-
te conhecido como o sal ou sal de cozinha.
Apesar da ligação iônica ser uma das mais simples de ser estudada, ela se
caracteriza como uma ligação não direcional. Uma ligação não direcional se
caracteriza pelo comportamento “aleatório” dos elétrons, onde quaisquer
elementos eletropositivos e negativos se atrairão sem levar em consideração a
direção para onde estão indo.

3.2.2 Ligação Covalente

A ligação covalente acontece entre elementos com níveis mínimos de


diferença de eletronegatividade, dessa forma estes elementos estão uns próximos
aos outros na tabela periódica. A configuração estável nessa ligação se dá pelo
compartilhamento de elétrons, diferente da ligação iônica que doa ou recebe, na
covalente os elementos partilham seus elétrons. Dessa forma os átomos covalentes
podem compartilhar um ou mais elétrons e eles passam a ser de ambos.
A Figura 10 esquematiza uma ligação covalente de uma molécula de H2

48
(Hidrogênio).

Figura 11: Ligação Covalente do H2

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 31)

Nesta ligação ambos os elementos compartilham seu único elétron, fazendo


com que ambos passem para a configuração estável. Neste estágio ambos passam
a ser donos de ambos elétrons. Esta ligação é bastante presente em sólidos
elementares, como por exemplo o Carbono (C), Diamante, Silício (Si), Germânio
(Ge), etc.
As ligações covalentes possuem uma característica de ser muito fortes, como
é o caso do diamante, que possui uma dureza elevada e sua temperatura de fusão
pode chegar até 3550°C. Elas também podem ser fracas, como é o caso do
bismuto, que tem baixa dureza e temperatura de fusão de 270°C.
Ao contrário da ligação iônica, a ligação covalente é direcional, ou seja, ela
possui direção (elementos compartilhados). O direcionamento das ligações podem
formar ângulos, como a água (H2O) onde o átomo de O (Oxigênio) tem caráter
negativo e o H (Hidrogênio) positivo, criando um ângulo entre os dois H presentes,
como mostra a Figura 12.

Figura 12: Ligações covalentes na molécula de água

Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

49
3.2.3 Ligação metálica

A ligação metálica, junto com a iônica e a covalente, formam o trio de


ligações primárias das interações entre os elementos, estas ligações são
normalmente fortes. A ligação metálica ocorre nos elementos metálicos e suas ligas,
esta ligação é não direcional assim como a ligação iônica. Como os metais
possuem de 1 a 3 elétrons livres em sua camada de valência eles são conceituados
eletropositivos. Os elétrons encontram-se livres na nuvem de elétrons que orbitam os
elementos, e caracterizam algumas propriedades físicas dos metais. A Figura 13
esquematiza a ligação metálica descrita:

Figura 13: Ligação Metálica de um Átomo Qualquer

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 34)

Neste esquema os elétrons que estão na camada de valência dos metais,


não se ligam a nenhum átomo, ficando livres para movimentarem ao longo de to-
da a extensão do metal, funcionando com uma espécie de força que mantém
todos próximos e ligados. Os elétrons dos elementos que não são parte da camada
de valência em conjunto com os núcleos, formam núcleos carregados chamados
de iônicos, com carga positiva que se equivalem com a carga negativa dos
elétrons da camada de valência (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).

3.2.4 Ligação Van Der Waals

As ligações de van der Waals também são conhecida como ligações


secundárias. Diferente das ligações existentes, esta é uma ligação de baixa força
de interação. Este nome é dado a qualquer ligação interatômica relativamente

50
fraca entre os elementos. De forma natural, esta ligação existe em qualquer
ligação entre dois elementos, mas quando existe a presença de qualquer uma das
ligações primárias, a força da ligação de van der Waals é tão baixa que chega a
ser desprezível.
Estas ligações apesar de fracas estão subdivididas em quatro principais tipos:

 Atração entre dipolos permanentes;


 Atração entre dipolos induzidos;
 Forças de dispersão
 Pontes de hidrogênio;

A causa raiz desta ligação é chamada de polarização de moléculas, e ela é


originada principalmente de dipolos elétricos, formados em toda a extensão de
uma molécula assimétrica, isso caracteriza a presença tanto de polos positivos
quanto negativos na molécula em questão. A polarização molecular acaba
gerando a força de atração dos dipolos permanentes. Para os dipolos induzidos,
este fenômeno ocorre em moléculas apolares, ou seja, a aplicação de um campo
eletromagnético é capaz de polarizar a molécula (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
Já as forças de dispersão estão presentes nas moléculas simétricas e também
nos gases nobres. De acordo com a movimentação eletrônica das moléculas é
possível que ocorra uma polarização. Esta força é fraca, mas é capaz de manter as
moléculas dos gases nobres ligadas entre si (unidas).
Pontes de hidrogênio se caracterizam pela ligação de um átomo de
hidrogênio com átomos bem maiores, como F (Flúor), O (Oxigênio), N (Nitrogênio) e
outros. Dentro da classificação das ligações de van der Waals, as pontes de
hidrogênio são consideradas as mais fortes. Uma das principais características desta
ligação é a temperatura de ebulição elevada dos elementos.

51
FIXANDO CONTEÚDO

1. Estrutura atômica é o nome que se dá a ordenação das partículas de um átomo.


Os átomos são compostos basicamente de três partículas que são chamadas de:
Prótons, Nêutrons e Elétrons. Todavia estas partículas possuem cargas que podem
ser positivas, negativas ou neutras. De acordo com e leitura do capítulo e com os
conhecimentos adquiridos assinale a alternativa que caracterize na carga
correta dos Prótons, Nêutrons e Elétrons respectivamente:

a) Neutro, Positivo e Negativo.


b) Positivo, Negativo e Neutro.
c) Negativo, Neutro e Positivo.
d) Positivo, Negativo e Negativo.
e) Positivo, Neutro e Negativo.

2. A compreensão da estrutura atômica dos materiais inicia pelo processo de


especificação dos elementos químicos que compõem a natureza. Toda a
matéria contida na terra é composta da ordenação de átomos de um
determinado elemento ou combinação destes. Com estudos ao longo das eras,
cientistas descobriram meios de classificar os átomos para que se entendesse
melhor seu padrão e propriedades. Classifica-se os átomos com base em seu
número atômico (Z), sua contagem de massa atômica (A) e o cálculo de massa
dos átomos. Para calcular a massa atômica dos átomos através do conceito dos
isótopos utiliza-se uma notação matemática que pode ser expressa por:

a) Média aritmética dos isótopos.


b) Valor máximo e mínimo dos isótopos.
c) Média ponderada dos isótopos.
d) Soma das massas dos prótons e nêutrons.
e) Média ponderada dos isótopos mais a média aritmética.

3. Os números quânticos são parâmetros da química, relacionado a conceitos de


estudiosos utilizados para classificação e melhor entendimento da estrutura e
configuração de um átomo. Os quatro parâmetros são nomeados da seguinte

52
forma:

a) Número quântico principal – s; Número quântico secundário – l; Número quântico


calorífico – mt; Número quântico linear – n.
b) Número quântico elétrico – s; Número quântico primário – l; Número quântico
magnético – mt; Número quântico Spin – n.
c) As subcamadas s, p, d, f.
d) Número quântico principal – n; Número quântico secundário – l; Número
quântico magnético – mt; Número quântico Spin – s.
e) Camadas K, L, M, N, O, P Q.

4. Através dos conhecimentos do diagrama de Pauling e da importância da


distribuição eletrônica para o entendimento do comportamento dos elementos,
distribua os elétrons do elemento Titânio (Ti) de número atômico (Z) = 22. Assinale
a alternativa com a distribuição correta do elemento solicitado:

a) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 – 4p2.


b) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10.
c) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d2.
d) 1s2 - 2s2 - 2p5 - 3s2 - 3p4 - 4s2 - 3d10 - 4p5 - 5s1.
e) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 - 5s2.

5. Através dos conhecimentos do diagrama de Pauling e da importância da


distribuição eletrônica para o entendimento do comportamento dos elementos,
distribua os elétrons do elemento Rubídio (Rb) de número atômico (Z) = 37.
Assinale a alternativa com a distribuição correta do elemento solicitado:

a) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 - 4p6 - 5s1.


b) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 – 4p6 - 5s2 - 4d10 - 5p6 - 6s2 - 4f14.
c) 1s2 - 2s2 - 26 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 – 4p6.
d) 1s2 - 2s2 - 2p5 - 3s2 - 3p4 - 4s2 - 3d10 - 4p5 - 5s1.
e) 1s2 - 2s2 - 2p6 - 3s2 - 3p6 - 4s2 - 3d10 - 5s2 - 4d10.

53
6. As ligações interatômicas dos elementos são grandes influenciadoras nas
propriedades físicas dos sólidos, um exemplo clássico é a relação entre a
quantidade de força de ligação com a temperatura de fusão destes, onde
quanto maior a força de ligação maior o ponto de fusão. As ligações se
subdividem em ligações primárias e secundárias. Assinale a seguira a alternativa
que contenha a(s) ligações consideradas como secundária(s):

a) Van der Waals.


b) Van der Waals e Covalente.
c) Covalente.
d) Iônica, Metálica e Covalente.
e) Van der Waals e Metálica.

7. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um
metal e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta
capacidade de doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não
metais possuem alta capacidade de absorção destes elétrons doados pelos
metais. Uma das ligações mais comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é
conhecido. De acordo com o texto, estamos falando da ligação?

a) Van der Waals.


b) Iônica.
c) Covalente.
d) Metálica.
e) Cátion.

8. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um
metal e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta
capacidade de doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não
metais possuem alta capacidade de absorção destes elétrons doados pelos
metais. Uma das ligações mais comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é
conhecido. De acordo com o texto, estamos falando da ligação?

54
a) Van der Waals.
b) Iônica.
c) Covalente.
d) Metálica.
e) Cátion.

55
ESTRUTURA CRISTALINA E NÃO- UNIDADE
CRISTALINA

4.1 CÉLULAS UNITÁRIAS E REDES DE BRAVAIS

Os estados físicos da matéria dividem-se em 3, gasoso, líquido e sólido. Este


estado é determinado pelo arranjo das partículas que compõem cada um deles. A
classificação da matéria conforme o arranjo das partículas só é possível por que
existem duas principais forças que determinam a posição de cada partícula dentro
de uma rede, a força de coesão e repulsão. Quanto mais coesa uma partícula,
mais próxima ela se encontra uma da outra e quanto mais repulsa, mais longe.
Do mais disperso para o menos disperso a matéria é classificada conforme a
Figura 14:

Figura 14: Classificação da Matéria

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Dessa forma explica-se a capacidade de deformação da matéria gasosa e


líquida, que tomam a forma de qualquer recipiente que são colocados. Já os sóli-
dos não se deformam com facilidade devido à alta força de coesão entre as
partículas que o compõe. Porém para este livro será estudado apenas o
comportamento dos materiais sólidos.
Os sólidos então possuem duas classificações baseadas na sua regularidade
do arranjo atômico. Eles podem ser sólidos cristalinos e não cristalinos (amorfos). Os
sólidos cristalinos são definidos quando seu arranjo atômico, é ordenado e
periódico, ou seja, se repetem de forma tridimensional com um grau de
organização, esta configuração independe de qual tipo de ligação o material está

56
submetido. Os sólidos amorfos são definidos pelo inverso, quando a ordenação não
ocorre, como é o caso de materiais como polímeros e vidro.
Ao estudar os sólidos cristalinos, observa-se os mais diversos padrões de
repetição de materiais variados. A ciência dos materiais estuda o comportamento
dos materiais cristalinos, assim como a menor parte desta repetição, denominando-
a de célula unitária. Uma célula unitária é definida por três ângulos e parâmetros de
rede, conforme Tabela 5:

Tabela 5: Configuração dos Sistemas Cristalinos


Denominação Parâmetros de Rede Ângulos
Cúbica a=b=c Todos = 90°
Tetragonal a=b ≠c Todos = 90°
Ortorrômbica a≠b≠c Todos = 90°
Monoclínica a≠b≠c 2 = 90° e 1 ≠ 90°
Triclínica a≠b≠c Todos ≠ 90° e diferentes entre si
Hexagonal a1=a2=a3≠c 3 = 90° e 1 = 120°
Romboédrica a=b=c Todos ≠ 90 e iguais entre si
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Os parâmetros de rede são as grandezas químicas utilizadas para


caracterizar a célula unitária, são três comprimentos (a, b e c) medidos em
ångström (Å) ou nanômetros (nm). Já os ângulos são aqueles formados entre as
arestas do cubo, sendo expressos em graus (°).
Cada tipo de estrutura cristalina configura a um determinado material certa
propriedade física. Por isso, a ordenação das células unitárias torna-se importante.
Em sua grande maioria estas células unitárias são comparadas a minúsculos prismas
que possuem um trio de conjuntos de faces paralelas. Através deste conceito,
pode-se dizer que a célula unitária torna-se a unidade básica estrutural de uma
estrutura cristalina, muitas vezes também chamada de unidade de repetição.
Ao observar a tabela, nota-se que através da compreensão dos parâmetros
de rede e da disposição dos ângulos de cada célula unitária, se pode nomear e
classifica-la em 7 denominações distintas. Cada um desses 7 tipos diferentes de
células unitárias ainda possui classificações internas de acordo com as redes
espaciais de cada um, estas classificações podem ser melhores explícitas o quadro
2, a seguir:

57
Quadro 2: Configuração das Redes Espaciais
Denominação Rede Espacial
1. Simples
Cúbica 2. De Corpo Centrado
3. De Face Centrada

1. Simples
Tetragonal
2. De Corpo Centrado

1. Simples
2. De Corpo Centrado
Ortorrômbica
3. De Base Centrada
4. De Face Centrada

1. Simples
Monoclínica
2. De Base Centrada

Triclínica 1. Simples

1. Simples
Hexagonal
2. Compacta

Romboédrica 1. Simples

Fonte: Adaptado de Stein, Gehlen e Rojas (2017)

Dentro das aplicações deste conceito, A. J. Bravais criou um sistema esque-


matizado abordando todos os 14 diferentes tipos de células cristalina. Esta forma é
utilizada na ciência dos materiais nos tempos modernos para explicitar as principais
propriedades da célula, como o parâmetro de rede e os ângulos formados por
cada uma delas.

58
Esta representação ficou conhecida como rede de Bravais, como visto na
Figura 15, para homenagear seu criador, sua utilização após o descobrimento foi
inicialmente em meados de 1848 e descrevia de forma simples, através de
ilustrações de fácil entendimento a distribuição das partículas dentro das 14 células
unitárias estudadas.

Figura 15: Rede de Bravais

Fonte: Stein, Gehlen e Rojas (2017, p. 17)

Através da classificação das células unitárias e da caracterização dos mate-


riais com base nelas, notou-se que os materiais que possuíam estrutura cristalina

59
eram os metais, sais e alguns minerais. Dessa forma as principais estruturas dos
materiais utilizados eram: Cúbica de Face Centrada (CFC), Cúbica de Corpo
Centrado (CCC) e a Hexagonal Compacta (HC).

4.2 ESTRUTURAS CRISTALINAS DOS METAIS

Como estudado, as estruturas metálicas são os principais materiais


classificados como cristalinos. Isso porque os materiais cerâmicos, poliméricos e
compósitos possuem estruturas amorfas e muito complexas para serem classificadas
dentro da rede de Bravais estudada.
As estruturas cúbicas são as que mais acometem em sólidos cristalinos, e por
este motivo são as mais presentes nos estudos acerca do comportamento delas.
Como já visto anteriormente elas podem ser cúbica simples (CS), cúbica de face
centrada (CFC) ou cúbica de corpo centrado (CCC).

4.2.1 Estruturas Cúbicas Simples (CS)

A estrutura cúbica simples é caracterizada por possuir apenas um átomo


localizado em cada vértice, como observado na Figura 16. Ela também possui os
parâmetros de rede (a, b, c) e todos os 3 ângulos (α, β, γ) iguais.

Figura 16: Célula Cúbica Simples (CS)

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Para a CS é importante avaliar o parâmetro de rede “a”, que é determinado

60
pela dimensão da aresta do cubo (a=2R), sendo R o valor do raio atômico. Uma
forma de classificar a ocupação atômica dentro do cubo (célula unitária) é calcu-
lando o fator de empacotamento atômico (FEA), que é expresso pela equação (2):

NV
FEA = (2)
V

Onde:

N = Números reais de átomos que ocupam a célula unitária


V = Volume atômico (4 3 ∙ π ∙ R )

R = Raio atômico
V = Volume da célula unitária

Tendo como base os conhecimentos sobre a CS, qual é o fator de empacotamento dela
com base nos seguintes dados:

 N 1 8∗8 =1

 V 4 3∗𝜋∗𝑅
 V  a = 2R = 8R

1∙4 3∙π∙R
FEA =
8∙R

4.2.2 Estruturas Cúbicas de Face Centrada (CFC) e Corpo Centrado (CCC)

Tanto a estrutura cúbica de face centrada como a de corpo centrado


apresentam parâmetros de rede (a, b, c) e todos os 3 ângulos (α, β, γ) iguais. Elas
diferenciam-se pela presença dos átomos em seu interior, sendo a de corpo
centrado composta por um átomo em cada vértice e um no centro do cubo e a
de face centrada um átomo por vértice e um em cada face do cubo. Sua
representação é melhor explícita na Figura 15, onde a CCC está à esquerda e a
CFC a direita:

61
Figura 17: Células CCC (A) e CFC (B)

Fonte: Adaptado Shackelford (2008)

Pode –se observar com base na figura apresentada que a principal diferen-
ça entre ambas estruturas é a localização dos átomos fora do vértice, uma vez que
para todas as estruturas cúbicas existem átomos em cada vértice. Na CCC o átomo
central do cubo ocupa a posição de maior destaque, já na CFC os átomos
localizados nas faces são os que configuram a ela o nome científico.
A célula CCC é um formato muito encontrado no tântalo, tungstênio, nióbio,
lítio, bário, lítio, potássio, cromo, vanádio, etc. Para este tipo o fator de
empacotamento é calculado com base nos seguintes dados:

N = 1 8∙8 +1=2

V = 4 3∙π∙R

V = a = 4R
√3

A célula CFC é um formato muito encontrado no ouro, prata, cobre, níquel,


platina, alumínio, chumbo, cálcio, etc. Para este tipo o fator de empacotamento é
calculado com base nos seguintes dados:

N = 1 8∙8 + 1 2∙6 = 4

V = 4 3∙π∙R
V =

62
a + a = (4R)

2a = 16R

a = 2√2 R

a = 2√2 R

a = 16R √2

4.2.3 Estruturas Hexagonais

Os sólidos cristalinos em sua maioria apresentam estrutura CCC e CFC, po-


rém, nem todos se comportam desta forma. Aproximadamente 52% dos materiais
deste grupo possui estrutura cúbica (CS, CCC e CFC), cerca de 28% hexagonal
(Hexagonal Simples e Compacto) e 20% são distribuídos em cinco diferentes tipos
de estrutura cristalina.
A estrutura hexagonal divide-se em hexagonal simples e compacta. A
hexagonal simples caracteriza-se por dois hexágonos um sobre o outro, assim como
a cúbica, em cada vértice dos hexágonos existe um átomo. O parâmetro de rede
“a” é igual a “c” e ambos diferentes de “b”, os ângulos da base são de 120º
enquanto os verticais são de 90º. Este tipo de estrutura é vista no telúrio e no selênio.
Para este tipo o fator de empacotamento é calculado com base nos seguintes
dados:

N = 3

V = 4 3∙π∙R

V = 12R √3

Já a hexagonal compacta caracteriza-se por dois hexágonos um sobre o


outro, assim como a simples, em cada vértice dos hexágonos existe um átomo, no
entanto, entre os hexágonos existe um plano intermediário contendo 3 átomos,
como mostra a Figura 18. O parâmetro de rede “a” é diferente de “c”, os ângulos
da base são novamente de 120º enquanto os verticais são de 90º. Este tipo de
estrutura é vista no lítio, berílio, magnésio, cádmio, berquélio, cobalto, etc.

63
Figura 18: Célula Hexagonal Compacta

Fonte: Shackelford (2008, p. 49)

Para este tipo o fator de empacotamento é calculado com base nos


seguintes dados:

N = 3 + 3 = 6

V = 4 3∙π∙R

V = 24R 2

4.3 DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

Para estudar e entender os materiais cristalinos, além do conhecimento das


estruturas é ideal o estudo das direções e dos planos cristalográficos. Estes planos
são caracterizados por três números inteiros ou índices, também chamados de índi-
ces de Miller para homenagear W. H. Miller.
A direção cristalográfica pode ser determinada por uma reta interligando
dois pontos, também chamada de vetor. Para determinar com precisão a direção
cristalográfica de uma determinada estrutura cristalina pode-se seguir algumas
etapas:

1. O ponto de origem do vetor deve obrigatoriamente passar pela origem do


plano, ele pode se mover em qualquer direção, desde que se mantenha
paralelo;
2. O vetor é projetado nos eixos (x, y, z);
3. O índice de Miller é dividido por um fator comum, isso para que se obtenha o
menor valor inteiro possível;

64
4. Os três números serão representados obrigatoriamente dentro de colchetes []
e juntos, sem nenhuma vírgula, ponto ou espaço [XYZ];
5. Quando existir um número negativo ele obrigatoriamente deverá possuir uma
barra sobre ele 1 .

A representação esquemática dos vetores é feita através do de sua


projeção na geometria similar à da estrutura cristalina. A Figura 19 demonstra alguns
exemplos de direções cristalográficas na célula cúbica, com sua origem em (0,0,0)
e os vetores traçados nas arestas em seus respectivos eixos. Nesse caso não
utilizamos o colchetes, pois ele é apenas utilizado para a representação escrita dos
vetores e não na ilustração resolução.

Figura 19: Direções Cristalográficas

Fonte: Askeland e Wright (2015, p. 65)

Existem nos planos direções paralelas, mas com índices distintos que
apresentam igualdade em arranjos atômicos iguais. Essas direções são
denominadas equivalentes ou famílias e podem ser representadas por <100>
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
A principal função de uma direção cristalográfica é demonstrar uma
orientação específica de um monocristal ou policristal. O conhecimento deste
conceito é importante para diversas aplicações na ciência dos materiais, por
exemplo: metais deformam-se com facilidade nas direções de contato dos átomos,
e também, as direções cristalográficas influenciam diretamente nas propriedades
magnéticas dos materiais.

65
Assim como as direções os planos cristalográficos também são importantes
para a determinação de certas propriedades dos materiais. O plano cristalográfico
é fator muito importante no crescimento dos cristais, pois eles são altamente de-
pendentes do plano em que nascem. Assim como as direções, para determinar um
plano é necessário seguir alguns passos:

1. Os parâmetros de rede a,b,c são determinados nos eixos x,y,z


respectivamente, se o plano inicia na origem (0, 0, 0) adota-se outra origem;
2. Um plano cristalográfico pode interceptar ou ser paralelo com base em um
dos eixos x,y,z;
3. Se um plano é paralelo a um eixo, seu intercepto é considerado infinito, onde
o inverso é igual a zero;
4. Ao contrário das direções, os números dos planos são multiplicados por
números inteiros, de forma a obter valor inteiro para todas as posições;
5. Os índices são representados dentro de parênteses sem espaço ou vírgula
(XYZ);
6. Caso exista algum índice negativo, o mesmo é apresentado com um traço
por cima, como nas direções.

A Figura 20 demonstra alguns exemplos de um plano cristalográfico qualquer:

Figura 20: Direções Cristalográficas

Fonte: Shackelford (2008, p. 66)

Para o sistema hexagonal os índices dos planos e direções são convertidos de


3 para 4 números, tornando a leitura e interpretação dos planos mais complexas.

66
Todavia Padilha (2000) afirma que neste tipo de estrutura existem alguns planos
especiais listados:

 Basal {0001}
 Prismático tipo I {1010}
 Prismático tipo II {1020}
 Piramidal tipo I {1011}
 Piramidal tipo II {1021}

4.4 IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS

Por mais que sejam arranjados e ordenados, os sólidos cristalinos possuem


inconsistências em sua rede, chamados de defeitos ou imperfeições nos sólidos.
Estas inconsistências podem causar, todavia efeitos nas propriedades finais dos
materiais. As imperfeições são divididas entre: pontuais, linha (discordância) e
superfície.
Estes defeitos possuem como principal característica o envolvimento de um
átomo ou íon, falta de um deles, isso causa uma deformação inesperada da rede
cristalina do material. Este tipo de defeito causa o crescimento da energia interna e
da entropia da rede.
As imperfeições pontuais podem ser: vazios (lacunas) e interstícios. Os vazios
são caracterizados pela falta de um átomo ou íon na rede, como mostra a Figura
21. Esse vazio ocorre principalmente na solidificação do material, ou até mesmo
proveniente de deformações plásticas.

Figura 21: Vazio (Lacuna)

Fonte: Askeland e Wright (2015, p. 81)

67
Para Padilha (2000) as lacunas em alto número são formadas a partir de uma
alta taxa de resfriamento. Sendo importantes para determinar a taxa de difusão dos
átomos nos sólidos, em especial para os materiais classificados como metal puro.
O índice Nv (Número de Lacunas em Equilíbrio) está diretamente ligado à
temperatura submetida ao material. Quanto maior a temperatura, maior o Nv, tam-
bém pode-se calcular de acordo com a equação (3):

N = N∙e ∙ (3)

Onde:

N = Sítios atômicos
Q = Energia necessária (para formar lacunas)
T = Temperatura Absoluta (Kelvin)
k = Constante de Boltzmann (8,62x10-5 eV/átomo-k)

Os defeitos intersticiais são formados quando existe a presença de um átomo


ou íon extra (à mais) dentro da estrutura cristalina observada. Esse fenômeno de
caracteriza como intersticial quando o raio atômico é muito pequeno, alocando-se
na rede causando deformações, mas sem substituir outra partícula componente da
rede, a Figura 22 demonstra esse efeito:

Figura 22: Interstício

Fonte: Askeland e Wright (2015, p. 81)

Já o comportamento substitucional, como o próprio nome já sugere, ocorre


quando uma partícula possui raio atômico maior. Esta partícula aloca-se na rede e
substitui um átomo componente dela. A Figura 23 demonstra este comportamento:

68
Figura 23: Substitucional

Fonte: Askeland e Wright (2015, p. 82)

Em ambos os casos se denomina esta rede cristalina como uma solução


sólida. Essa solução pode ser: intersticial, substitucional e ordenada. Para classificar
e determinar melhor a condição, a regra de Hume-Rothery foi determinada, esta
regra dita:

1. Ambos os raios atômicos não devem possuir uma diferença de mais de 15%
de tamanho;
2. Estruturas cristalinas precisam ser iguais;
3. A diferença da camada de valência não pode ser maior do que 1;
4. Quanto a eletronegatividade, ela deve ser mais parecida possível, quase
igual em ambos os elementos.

Esse tipo de solução é frequentemente visto em ligas metálicas, como exem-


plo clássico se pode citar a liga 50%Cu-50%Zn. Essa liga possui uma estrutura
cristalina CCC, onde o cobre ocupa a posição central e o zinco pode ser
observado alocado aos vértices da célula unitária.
A imperfeição em linha mais comumente observada pela ciência dos
materiais é a discordância. Esta condição é observada em processos de
resfriamento e em deformações plásticas aplicadas ao material, sendo mais
comum em metais. A discordância pode ser: em cunha, hélice e mista.
A discordância em cunha caracteriza-se pela inserção de um meio plano em
uma estrutura cristalina perfeita, esta adição faz com que haja uma distorção no
cristal. A parte inferior ao meio plano é chamada de discordância em cunha, e ela
é expressa por um vetor chamado de vetor de Burgers. O vetor pode ser expresso

69
através da contagem do ponto x ao y no sentido horário. A Figura 24 demonstra
este defeito:

Figura 24: Discordância em Cunha

Fonte: Adaptado de Callister Jr. e Rethwisch (2021)

A discordância em hélice caracteriza-se pela distorção de um cristal perfeito


cortado, assim como em cunha, o vetor de Burges é determinado pela contagem
horária de x até y. Neste caso a distorção causada pelo plano cortado é maior do
que a discordância em cunha, a discordância em hélice recebe esse nome pelo
formato final do cristal após esta ação. A Figura 25 demonstra a discordância em
hélice:

Figura 25: Discordância em Hélice

Fonte: Adaptado de Callister Jr. e Rethwisch (2021)

A discordância mista, como o caracteriza-se pela presença de ambos os ti-


pos, discordância em cunha e em hélice, no mesmo cristal perfeito. Neste caso o
grau de distorção é muito maior se comparado aos dois defeitos isolados.
As imperfeições de superfície são caracterizadas em duas dimensões, na
maioria dos casos são diferentes contornos que determinam fronteira entre regiões

70
de diferentes materiais, estruturas cristalinas ou diferentes orientações
cristalográficas. São os principais defeitos de superfície: contorno de grãos,
superfícies externas, falhas de empilhamento, contornos de macla e de fases.
Os contornos de grão são bastante comuns nos materiais, pois mesmo os
materiais considerados puros possuem cristais em variadas orientações
cristalográficas. Denomina-se estes cristais de grãos, assim como os átomos
arranjados na mesma orientação formam uma célula unitária. A Figura 26
demonstra a esquematização de um contorno de grão:

Figura 26: Contorno de Grão

A região onde existem contornos de grão possuem altas taxas de energia,


isso devido a orientação existente entre os grãos. Dessa forma ela é dissipada
formando vazios em uma direção chamada de direção preferencial, de forma a
minimizar os impactos causados pela alta energia.
As superfícies externas caracterizam-se pela diferença de energia
ocasionada pela falta de ligação entre os átomos, em uma estrutura cristalina os
átomos nem sempre se ligam a todos os outros ao redor (vizinhos), isso faz com que
a energia interna seja diferente da externa.
As falhas de empilhamento caracterizam-se na falha do empilhamento dos
planos, ela ocorre exclusivamente em estruturas CFC. Os contornos de fases estão

71
presentes em materiais caracterizados com duas fases, que faz com que as
características físicas e químicas sejam submetidas a mudanças repentinas.
Os contornos de macla caracterizam-se como um contorno de grão
específico, neste caso o que ocorre é um espelhamento da rede cristalina do
material, onde os átomos do contorno possuem mesma posição do que seu lado
oposto. Dando a essa região o nome de macla. A Figura 27 demonstra um contorno
em macla visto de um microscópio:

Figura 27: Contorno de Macla em um Material Real

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 95)

Estas imperfeições são na maioria das vezes ocasionadas pela aplicação de


esforços mecânicos, tanto por deformações plásticas quanto por processos de
tratamento térmico (Recozimento). No caso da Figura 27, a microscopia é de um
aço inoxidável que foi recozido, no grão central podem ser vistas maclas (regiões
em cinza).

72
FIXANDO CONTEÚDO

1. Os três estados da matéria são: Gasoso, Líquido e Sólido. Estes estados são
definidos principalmente pelo arranjo estrutural das partículas atômicas em sua
estrutura física. Sendo os gases caracterizados por partículas mais dispersas e
desordenadas, os líquidos por partículas menos dispersas e desordenadas e os
sólidos por partículas próximas e ordenadas. Esta ordenação atômica só é
possível segundo duas principais forças que atuam nas partículas da matéria,
elas são coesão e repulsão. Assinale a alternativa que possui a definição correta
de ambas as forças que agem nas partículas da matéria:

a) Quanto mais repulsa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um
sólido e quanto mais coesa, um gás.
b) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um
líquido e quanto mais repulsa, um gás.
c) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um sólido
e quanto mais repulsa, um líquido ou gás.
d) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra uma da outra e
quanto mais repulsa, mais longe.
e) Quanto mais coesa uma partícula, mais longe ela se encontra uma da outra e
quanto mais repulsa, mais perto.

2. Sabe-se que os materiais sólidos se classificam em dois tipos, os sólidos cristalinos e


os amorfos (não-cristalinos). Os sólidos cristalinos são aqueles onde o arranjo
atômico ocorre de forma ordenada e periódica, se repetindo
tridimensionalmente com base em uma parte de repetição chamada de célula
unitária, esta ordenação é independente do tipo de ligação química que o
material possui. Já os sólidos amorfos são aqueles onde ocorre o inverso, seu
arranjo atômico não é bem definido e nem ordenado. Assinale a alternativa que
contenha apenas sólidos cristalinos:

a) Polímeros e Vidros.
b) Materiais Cerâmicos.
c) Metais, Polímeros e Vidros.

73
d) Metais, Semicondutores e Vidros.
e) Sais, Minerais e Metais.

3. A célula unitária é a menor parte de um material cristalino, sendo toda a


estrutura formada de inúmeras células unitárias, repetidas ordenadamente em
perspectiva 3d (eixos X, Y e Z). As células unitárias foram estudadas e classificadas
através dos anos, podendo pertencer a uma das sete classificações possíveis.
São os sete tipos de células unitárias:

a) Cúbica, Tetragonal, Ortorrômbica, Monoclínica, Triclínica, Hexagonal e


Romboédrica.
b) Cúbica de Corpo centrada, Tetragonal Simples, Ortorrômbica, Monoclínica de
base centrada, Triclínica, Hexagonal e Pentágona Simples.
c) Cúbica, Tetragonal, Quadrilátera, Monoclínica, Triclínica, Hexagonal e
Pentágona.
d) Cúbica Simples, Tetragonal, Ortorrômbica, Monoclínica, Triclínica Corpo
centrada, Hexagonal e Romboédrica.
e) Cúbica, Tetragonal, Ortorrômbica, Monoclínica, Triclínica Simples, Hexagonal e
Romboédrica.

4. A rede de Bravais foi construída com base em longos estudos para a


classificação das células unitárias dos sólidos cristalinos, ao longo das pesquisas
August Bravais esquematizou as 14 células unitárias existentes em formas
geométricas de fácil entendimento. Com base nos estudos ao longo das eras
notou-se então que os principais sólidos cristalinos estudados e aplicados eram
principalmente 3, eles são:

a) Cúbica de Face Centrada, Cúbica de Corpo Centrado e Romboédrica.


b) Cúbica de Corpo Centrada, Cúbica de Face Centrada, Cúbica de Átomo
Centrado e Hexagonal Compacta.
c) Cúbica de Face Centrada, Cúbica de Corpo Centrado e Hexagonal Compacta.
d) Cúbica Simples, Cúbica de Corpo Centrado e Hexagonal Compacta.
e) Cúbica de Face Centrada, Cúbica Simples e Hexagonal Compacta.

74
5. O fator de empacotamento atômico (FEA) é um índice, variante entre 0 e 1 que
expressa o volume de uma célula unitária. Ele é calculado pela fórmula:

NV
FEA =
V
Dados os valores:

N = 1 8∙8 +1=2

V = 4 3∙π∙R

V = a = 4R
√3

Calcule o FEA da estrutura cristalina cúbica de corpo centrado:

a) 0,74 ou 74%.
b) 0,63 ou 63%.
c) N.D.A.
d) 0,52 ou 52%.
e) 0,68 ou 68%.

6. O fator de empacotamento atômico (FEA) é um índice, variante entre 0 e 1 que


expressa o volume de uma célula unitária. Ele é calculado pela fórmula:

NV
FEA =
V
Dados os valores:

N = 1 8∙8 + 1 2∙6 = 4

V = 4 3∙π∙R
V = a + a = (4R)

Calcule o FEA da estrutura cristalina cúbica de face centrada:

a) 0,74 ou 74%.

75
b) 0,73 ou 73%.
c) N.D.A.
d) 0,58 ou 58%.
e) 0,68 ou 68%.

7. Na ciência dos materiais é de suma importância o estudo das direções


cristalográficas e dos planos cristalográficos, eles determinam propriedades
importantes nos materiais, como por exemplo direções preferenciais de translado
de correntes elétricas. Estes dois índices são representados da seguinte forma:

a) Direções cristalográficas [X Y Z] e Planos Cristalográficos {X Y Z}.


b) Direções cristalográficas [XYZ] e Planos Cristalográficos (XYZ).
c) Direções cristalográficas (X,Y,Z) e Planos Cristalográficos [X.Y.Z].
d) Direções cristalográficas {XYZ} e Planos Cristalográficos {XYZ}.
e) Direções cristalográficas (X-Y-Z) e Planos Cristalográficos [X-Y-Z].

8. As imperfeições nos sólidos ocorrem de maneira natural ou forçada nos cristais


perfeitos, elas são classificadas de acordo com seu tipo em: pontuais, linha
(discordância) e superfície. Cada tipo de imperfeição ocasiona reações distintas
na matriz do cristal e por isso devem ser presentes de forma controlada nos
materiais. São tipos de imperfeições pontuais:

a) Contorno de grãos e de macla.


b) Contornos de maclas e substitucional.
c) Vazios (lacunas) e discordâncias em cunha.
d) Vazios (lacunas) e interstícios.
e) Intersticial, substitucional e macla.

76
CARACTERÍSTICAS DOS FÍSICA E UNIDADE
QUÍMICAS SÓLIDOS

5.1 DIFUSÃO

A difusão é caracterizada por um processo físico onde as substâncias loco-


movem-se com ponto de partida e chegada diferentes. Normalmente a substância
deixa uma região concentrada para uma menos concentrada de forma
espontânea ou aleatória.
A difusão nos sólidos segue este princípio, para Callister Jr. e Rethwisch (2020)
existem duas condições básicas para que o átomo se mova: deve existir um vazio
adjacente e o átomo precisa possuir a energia necessária para quebrar sua atual
ligação entre seus vizinhos.
O processo de difusão nos sólidos pode ser ativado conforme a variação do
gradiente de temperatura, isso porque é um processo que depende muito da
temperatura aplicada. A equação que descreve o fluxo dos átomos pode ser
descrita como equação de Arrhenius, expressa pela Equação (4):

Flx = C ∙ e ∙ (4)

Onde:
C = Constante
Q = Energia Ativadora (cal/mol)
R = 1,987cal/mol ∙ k (Constante dos Gases)
K = Temperatura Absoluta (Graus Kelvin)

Ao aplicar a função logarítmica em ambos os lados da equação, obtém-se a


equação (5):

−Q 1
ln(Flx) = ln (C) (5)
R T

Através da equação pode-se obter uma reta que se comporta sob a influên-

77
cia da inclinação expressando o valor de (-Q/R), interceptando (1/T) em zero e
igualando-se a ln (C), a Figura 28 esquematiza a reta, demarcando a
interceptação (1/T) e sua inclinação:

Figura 28: Reta Semilogarítmica (Taxa X Temperatura)

Fonte: Shackelford (2008, p. 104)

Assim definidos os parâmetros Q/R e C, se pode determina qualquer taxa


com base em inúmeras temperaturas (SHACKELFORD, 2008).

 Em alguns casos quando não existe tensão externa suficiente os átomos menores
presentes em uma estrutura CCC se distribuem aleatoriamente, quando aplicada
uma tensão suficiente estes átomos movimentam-se em relação à força aplicada, isso
levando em consideração as diversas perdas ao longo do processo por meio de
energia elástica. Recomenda-se a leitura do capítulo 9 “Diagramas de Fases” do Livro
“Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução” de Callister Jr. e Rethwisch
(2021). Disponível em: https://bit.ly/3s3MEof. Acesso em: 21 fev. 2021.

 Ainda resta alguma dúvida? Leia também o artigo “Espectroscopia anelástica em


ligas de Nb-16% p. Ti”, de Nogueira et. al. (2003). Disponível em: https://bit.ly/30URCYv.
Acesso em: 21 fev. 2021.

78
A difusão pode ocorrer por lacunas, neste caso o ponto de chegada do
átomo é uma lacuna ou sítio adjacente ao seu ponto de partida, criando outra la-
cuna em sua posição inicial devido a sua ausência. A nova lacuna formada fica
livre para que outro átomo a tome, desde que ele seja da mesma espécie do
átomo que a criou, também pode ser ocupada por um átomo intersticial.

Outro meio de difusão é chamado de difusão intersticial. Ela caracteriza-se


pela presença de átomos que sejam pequenos, como é o caso do oxigênio,
nitrogênio, hidrogênio e o carbono. Nesse caso o átomo move-se de uma lacuna
para outra, podendo ser de caráter substitucional ou intersticial como demonstra a
Figura 29, a esquerda substitucional e a direta intersticial:

Figura 29: Difusão Intersticial

Fonte: Askeland, Wright e Fulay (2011, p. 112)

O processo de difusão depende também do tempo, assim o estudioso Adolf


E. Fick determinou uma equação que dita o fluxo dos átomos de forma
dependente à quantidade de massa que se locomove através de uma área
perpendicular em relação ao tempo gasto, essa equação ficou conhecida como a
primeira lei de Fick, como segue na Equação (6):

M
J = −D ∙ (6)
A∙t

79
Onde:
D = Coeficiente de difusividade (m2/s)
M = Massa (em Kg ou número atômico)
A = Área percorrida (m2)
t = Tempo (s)

O coeficiente de difusividade, também chamado de CD (Coeficiente de


difusão) pode ser encontrado através da equação (7):

D = −D ∙ e (7)

Onde:
D = Fator pré-exponencial (m2/s)
Q = Energia de ativação
R = Constante dos gases
T = Temperatura absoluta

Todavia a primeira lei de Fick é usual apenas para condições determinadas


como estacionárias, isto é, aquelas que o gradiente de concentração não sofre
alterações com o passar do tempo. Para que a primeira lei de Fick possa ser
expressa por fluxo de gradiente de concentração por uma área qualquer, utiliza-se
a Equação (8):

∂C
J = −D ∙ (8)
∂X

Para os casos onde exista a difusão em uma fase transitória, Fick desenvolveu

80
sua segunda lei, para satisfazer a condição onde o perfil de concentração é
variável com base no tempo. A segunda lei de Fick é expressa pela Equação
diferencial (9) abaixo:

∂C ∂ C
= −D ∙ (9)
∂t ∂X

Contudo determinar a segunda lei de Fick não é uma tarefa muito simples,
sendo necessário a definição das condições adversas de contornos, como
concentações e coeficiente de difusividade. Uma das soluções comumente
utilizadas na ciência dos materiais e expressa pela Equação (10):

C − C X
= erf ∙ ( ) (10)
C − C 2√Dt

Onde:
C = Concentração na superfície
C = Concentração baseada em uma distância “x”
C = Concentração inicial
D = Coeficiente de difusividade
t = Tempo

Uma das aplicações mais comuns da segunda lei de Fick é no processo de


carbonetação, este processo objetiva-se em aumentar a concentração de carbo-
no na superfície dos materiais. Neste caso expondo o material a uma atmosfera
com alta temperatura e presença de carbono, possibilitando a movimentação do
carbono para a superfície do material.

81
5.2 DIAGRAMA DE FASES

Para o estudo do diagrama de fases, é necessário o estudo e conhecimento


de alguns conceitos iniciais. Define-se fase por uma parte de um todo homogêneo
(sistema) delimitados por uma fronteira. As fases têm propriedades químicas e físicas
distribuídas igualmente entre elas. Para a caracterização de uma fase, deve-se ob-
servar as três principais características, conforme Askeland, Wright e Fulay (2011):

1. Mesmo arranjo atômico ou estrutura;


2. Mesma composição e propriedades ao longo da fase;
3. Fronteira que delimite duas ou mais fases.

Define-se microestrutura como a estrutura de um material qualquer ou


região, utilizada para observação em um microscópio ótico (eletrônico ou
varredura). Essa microestrutura pode ser composta de uma única ou mais de fases
variando em composição química e estado da matéria.
Define-se como limite de solubilidade a máxima condição para que uma
fase possa se dissolver em outra (solúvel). Isto é, o limite máximo que um soluto pode
dissolver-se em um determinado solvente com o intuito de transformar-se uma
solução sólida. O limite de solubilidade é variável com base nas condições do
ambiente em que solvente e soluto se encontram.
Define-se diagrama de fases (Figura 30) como uma representação de fases
equilibradas, com base em temperatura e pressão suficientes para a obtenção de
determinada substância em um estado físico da matéria (sólido, líquido e gasoso).
Este diagrama também pode ser visto como diagrama de equilíbrio nas mais

82
variadas literaturas.

Figura 30: Diagrama de Fase Hipotético - Simplificado

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Através da interpretação simples da figura, nota-se que os eixos são basea-


dos em parâmetros como pressão e temperatura, gerando no gráfico áreas
distintas que podem ser em estados diferentes da matéria, como por exemplo C =
líquida, B = sólida e A = líquida + sólida.

5.2.1 A regra da Alavanca

Esta é uma regra que auxilia na determinação de composição das fases do


diagrama. A Figura 31 mostra como fazer esta identificação traçando as linhas da
alavanca e também com base nas etapas:

83
Figura 31: Regra da Alavanca Traçada

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 230)

1. Uma linha deve ser traçada abordando a fase, damos a ela o nome de linha
de amarração, ela é traçada com base na região bifásica;
2. Toma-se nota das interseções da amarração e as fronteiras de ambos os
lados;
3. Perpendiculares à amarração são traçadas até o eixo denominado
(composições);
4. Calcula-se a fração das fazes com base na Equação (11):

C∝ − C S
W = = (11)
C∝ − C S+R

5.2.2 Diagrama Isomorfo

Os diagramas de fases isomorfos são aqueles que representam os sistemas de


completa solubilidade, ou seja, os elementos e os componentes deste sistema são
totalmente solúveis uns nos outros, sem influência do estado da matéria (sólido ou
líquido). A Figura 32 apresenta um exemplo deste tipo de diagrama:

84
Figura 32: Diagrama de Fase Isomorfo

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 230)

Na Figura, a esquerda nota-se duas linhas bastante importantes, elas são a li-
quidus e solidus. Estas linhas determinam onde se encontram as fases líquidas e
sólidas, acima da linha líquidos existe apenas uma fase (líquida), abaixo da linha
solidus existe apenas uma fase (sólida) e entre ambas as linhas existe uma fase
líquida mais sólida. À direita, representa-se uma liga metálica hipotética com uma
composição “x”, com suas fases líquida e sólida bem determinadas.

5.2.3 Diagrama Binário sem Solução Sólida

Os diagramas binários sem solução sólida são o inverso dos isomorfos, neste
caso os elementos não apresentam solubilidade ou a que existe é tão pequena que
chega a ser desprezível. Para estes diagramas destacam-se os pontos chamados
de transformações invariantes, isto é, pontos onde existam o equilíbrio e a presença
de três fases (ao mesmo tempo). O Quadro 3 destacam essas transformações
invariantes:

Quadro 3: Comportamento das Transformações Invariantes


Transformação Fases Comportamento no Diagrama

Eutético 𝐿 → 𝛼 + 𝛽

85
Transformação Fases Comportamento no Diagrama

Eutético 𝐿 → 𝛼 + 𝛽

Peritético 𝛼+ 𝐿 → 𝛽

Monotético 𝐿1 → 𝐿2 + 𝛼

Eutetóide 𝛾 → 𝛼 + 𝛽

Peritetóide 𝛼 + 𝛽 → 𝛾

Fonte: Adaptado de Callister Jr. e Rethwisch (2021)

Nos diagramas eutéticos existem duas fases três regiões a serem observadas,
sendo essas regiões predominantemente compostas quimicamente por: α, β e L.
Essa configuração pode ser vista na Figura 33.

Figura 33: Diagrama Eutético

Fonte: Adaptado de Callister Jr. e Rethwisch (2021)

Na imagem pode-se observar a presença de uma terceira linha, além da li-


nha liquidus e solidus, a linha solvus que apresenta duas fases sólidas abaixo de si.
Esse sistema em específico (Pb-Sn), é um sistema eutético classificado com simples.
Neste caso a temperatura de solidificação é em 183°C, logo, acima deste valor o
sistema está todo em fase líquida. Em 180°C ocorre a reação chamada eutética,

86
onde o líquido se solidifica formando dois sólidos de composição: L 61,9% Sn → α
19% Sn + β 97,5% Sn.
Nos diagramas eutetóides ocorre uma reação similar aos eutéticos, no
entanto, esta transformação acontece em estado sólido. Assim, duas fases sólidas
se formam a partir de outra fase sólida. Nesse contexto existe a presença de 3 fases
sólidas em um ponto específico, as Figuras 31 ilustra o exemplo mais clássico deste
diagrama, o sistema Fe-C:

Figura 34: Diagrama Fe-C

Fonte: Adaptado de Callister Jr. e Rethwisch (2021)

Nesse sistema a reação ocorre dando origem ao aço, isso a partir da


formação de ferrita (α) mais a cementita (Fe3C) que são provenientes da austenita
(γ). Esse é um dos exemplos mais clássicos da transformação eutetóide na ciência
dos materiais.
Nos diagramas peritéticos existem três regiões monofásicas, assim como no
sistema eutético, a única diferença está no tipo de transformação ocorrida. Sendo
a transformação peritética, a formação de uma fase sólida originada de uma fase
líquida mais uma fase sólida. Já os diagramas peritetóides existe a formação de
uma fase sólida a partir de duas outras fases sólidas.

87
5.2.4 Diagrama Tenário

Os diagramas tenários são aqueles que se baseiam em fases de três compo-


nentes cada. Eles podem prever fases de equilíbrio, assim somo os binários, com
base em temperatura e composição, no entanto eles também determinam o tipo
de microestrutura que pode ser formada durante o processo de solidificação. Sua
representação gráfica clássica é expressa pela Figura 35:

Figura 35: Diagrama Tenário (Cu-Zn-Al)

Fonte: American Society of Materials (1992)

Nos diagramas binários a representação gráfica baseia-se em gráficos


bidimensionais dependentes de temperatura e composição química. Contudo nos
diagramas tenários, existe o acréscimo de mais um parâmetro, havendo a necessi-
dade da representação tridimensional, tornando sua interpretação mais complexa.
A representação comumente utilizada para este tipo de diagrama é chamada de
isopleta, vista na Figura 35, são triângulos bidimensionais de uma variável
representativa fixa (temperatura). A isopleta é apenas uma representação
bidimensional de uma fatia do diagrama tenário.

88
5.2.5 Diagrama de Materiais Cerâmicos

As cerâmicas são originadas de óxidos, portanto, seus diagramas de fases


são representados também por óxidos. São normalmente diagramas tenários,
porem existem alguns binários, ou seja, dependem de dois componentes e podem
ser lidos e interpretados como os demais diagramas binários existentes. A Figura 33
traz um exemplo:

Figura 36: Diagrama Binário (Al2O3-MgO)

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 378)

Por serem mais complexos, os materiais cerâmicos em sua maioria são


representados pelos diagramas tenários, variando em três parâmetros sendo um
deles uma temperatura fixa e os dois restantes relacionados à composição química
do mesmo.

89
FIXANDO CONTEÚDO

1. A difusão nos sólidos pode ser utilizada como forma de tratamento e melhoria de
propriedades físicas de alguns materiais. Ademais, nos processos de fabricação,
mais precisamente na etapa de solidificação, a difusão também se faz presente.
Todavia existem fatores que podem acelerar ou desacelerar a difusão quando
em regime transitório, eles são:

a) Temperatura e Coeficiente de Difusividade.


b) Gradiente de concentração e o tempo.
c) Tempo e a Constante dos Gases.
d) Temperatura e Gradiente de Difusão.
e) Temperatura e Gradiente de Concentração.

2. Complete as lacunas:

O coeficiente de ______ pode ser relacionado aa ___________ e a energia de


ativação do processo. Com base em diferentes composições __________, a
energia de ativação pode ser ______ ou _____, como é o caso de difusões
intersticiais ou de átomos menores, onde a energia de ativação é _____. No caso
de difusão ______________ a energia de ativação do processo é muito mais _____
do que a intersticial.

a) difusão – tempo – físicas – alta – alta – baixa – substitucional - baixa.


b) difusão – temperatura – químicas – alta – baixa – baixa – intersticial - alta.
c) difusão – constante – físicas – baixa – alta – baixa – substitucional - alta.
d) difusão – temperatura – químicas – baixa – alta – baixa – substitucional - alta.
e) difusão – temperatura – químicas – baixa – alta – baixa – substitucional – baixa.

3. As leis de Fick são equações utilizadas para calcular a difusão tanto em fase
estática como transitória. Sendo a primeira lei para difusão estática e a segunda
transitória. A segunda lei foi desenvolvida para satisfazer a condição onde o perfil
de concentração é variável com base no tempo. A segunda lei de Fick é
expressa pela Equação diferencial abaixo:

90
∂C ∂ C
= −D ∙
∂t ∂X

Para calcular a segunda lei de Fick ainda é necessário definir as condições


adversas de contornos. Uma das soluções é o cálculo de concentração,
expresso por:

C − C X
= erf ∙ ( )
C − C 2√Dt

Através do conhecimento da fórmula para o cálculo de concentração, assinale


a alternativa que contenha a definição dos itens componentes da expressão:

a) C = Concentração na saturação; C = Concentração inicial; C = Concentração


final; D = Coeficiente de difusividade; t = Tempo.
b) C = Concentração na superfície; C = Concentração baseada em uma distância
“x”; C = Concentração inicial; D = Coeficiente de difusividade; t = Tempo.
c) C = Concentração na superfície; C = Concentração baseada em uma distância
“x”; C = Concentração ótica; D = Diâmetro do Átomo; t = Temperatura.
d) C = Concentração na superfície; C = Concentração baseada em uma distância
fixa; C = Número Atômico ou Massa; D = Coeficiente de difusividade; t = Tempo.
e) C = Concentração Superficial; C = Concentração baseada em uma distância
“x”; C = Concentração inicial; D = Difusão Sólida; t = Temperatura.

4. Complete as lacunas no trecho abaixo:

Na _______ de um material a difusão só ocorre em materiais que tenham _______


teor de ________, isso porque a difusão precisa de um __________ de
concentração para que ocorra. Caso um material com ___ carbono seja
submetido a este processo, ocorre o inverso, onde os átomos de carbono _____ o
material para a atmosfera, este processo é chamado de ___________.

a) descarbonetação – alto – argônio – diferencial – baixo – deixam - carbonetação.


b) carbonetação – alto – hélio – diferencial – baixo – deixam - descarbonetação.
c) carbonetação – alto – carbono – diferencial – alto – deixam - descarbonetação.

91
d) descarbonetação – baixo – enxofre – diferencial – alto – deixam -
descarbonetação.
e) carbonetação – baixo – carbono – diferencial – alto – deixam -
descarbonetação.

5. Para a compreensão do estudo dos diagramas de fase é necessário a obtenção


de conhecimento acerca dos conceitos iniciais que englobam seu uso. Leia as
afirmações e assinale a alternativa correta:

Uma fase é definida como parte de um sistema completo e homogêneo, desde


que delimitado por uma fronteira.
Porque
As fronteiras delimitam as propriedades químicas e físicas de cada uma das fases
observadas.

a) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é a justificativa da primeira.


b) As duas afirmações são verdadeiras e a primeira não é uma justificativa da
segunda.
c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
d) Nenhuma afirmação é verdadeira.
e) A primeira afirmação é verdadeira, mas a segunda não é sua justificativa.

6. Através dos conceitos estudados para a compreensão dos diagramas de fases,


adquire-se conhecimentos sobre diversos segmentos da ciência dos materiais.
Sabendo estes conceitos, assinale V para verdadeiro e F para falso:

(X) Microestrutura de um material é uma região delimitada, utilizada para


observação em um microscópio ótico (eletrônico ou varredura). Essa
microestrutura pode ser composta de uma única ou mais fases.
(X) O limite de solubilidade é a máxima condição para que uma fase possa se
dissolver em outra (solúvel). Isto é, o limite máximo que um Solvente pode
dissolver-se em um determinado Soluto.
(X) O limite de solubilidade é variável com base nas condições do ambiente em
que solvente e soluto se encontram.

92
(X) Diagrama de fases é uma representação gráfica de fases equilibradas, com
base em temperatura e pressão suficientes para a obtenção de determinada
substância em um estado físico da matéria (sólido, líquido e gasoso).

a) F – F – V - V
b) V – F – V - V
c) V – F – F - V
d) V – F – V - F
e) V – V – V - V

7. Os diagramas binários são representações gráficas que possuem dois


componentes, temperatura e composição química. Um dos diagramas binários
mais comuns é o diagrama eutetóide. Neles ocorre uma reação similar aos
eutéticos, porém, esta transformação acontece em estado sólido. Fazendo com
que duas fases sólidas se formem a partir de outra também sólida. Um dos
exemplos mais clássicos do diagrama eutetóide é:

a) Diagrama Fe-S.
b) Diagrama Cr-Ni.
c) Diagrama Al2O3-MgO.
d) Diagrama Cu-Zn-Al.
e) Diagrama Fe-C.

8. Diferentemente dos diagramas binários, os tenários possuem três parâmetros ou


elementos. Sendo comumente expresso em forma de uma isopleta, que se
comporta em forma de um triângulo. As isopletas são apenas uma
representação em duas dimensões, uma fatia pequena de um diagrama tenário,
para otimizar sua leitura elas possuem um parâmetro fixo, qual é esse parâmetro:

a) Pressão.
b) Tempo.
c) fase sólida.
d) Temperatura.
e) Todos os três parâmetros são fixos.

93
COMPORTAMENTO MECÂNICO E UNIDADE
APLICABILIDADE DOS MATERIAIS

6.1 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS

Quando submetidos a um determinado tipo de serviço, os materiais estão su-


jeitos a diferentes esforços mecânicos. Sabendo desta informação, a ciência dos
materiais estuda e aplica diversos testes nos materiais a fim de comprovar sua
aplicabilidade sob determinadas condições. Tais testes são conduzidos em
laboratórios, tentando proporcionar dados mais reais possíveis da aplicação final
para o material testado.

Esses testes em laboratório são feitos levando em consideração:


processamento, composição química, classificação, microestrutura e outros fatores
já estudados anteriormente. Os testes podem ser: de tração, dureza e ensaio de
falhas.

6.1.1 Curva de Tensão Deformação

Sem dúvida a curva de tensão deformação é o melhor parâmetro para de-


terminar a ductilidade dos materiais. Ela é obtida através do ensaio de tração.
Através deste ensaio pode-se conhecer o limite de cargas dos materiais, uma vez
que cada tipo de material tem um limite diferente. A tração é uma força que se

94
aplica em materiais concentrando seu maior ponto paralelo à linha neutra do
material, de forma que esta força tende a puxar o material (tracionar), alongando-
o em sua fase elástica ou plástica, a Equação (12) expressa a forma de cálculo de
forças de tração.

F⃗
σ= (12)
A

Onde:
F⃗ = Força aplicada (N)
A = Área da seção transversal do material (m²)

O ensaio de tração é o principal método de seleção de materiais, assim


como na caracterização das propriedades para diversas aplicações na
engenharia. Nesse ensaio existem seis principais parâmetros monitorados a fim de
classificar o material testado como sendo próprio ou não para sua aplicação, são
eles: Carga Aplicada (P), Comprimento Inicial (L0), Área Inicial (S), Comprimento
Final (L), Deformação (D) e Tensão Convencional (T). Cada ensaio de tração gera
em gráfico, como mostra a Figura 37, uma estatística do comportamento do
material, este gráfico é chamado de curva de deformação (ZICHELLE FILHO, 2006).

Figura 37: Curva Tensão Deformação

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

95
Na engenharia determina-se deformação pela relação do delta dos com-
primentos final e inicial. Essa deformação pode ser calculada com base na
Equação (13) apresentada, como:

l−l ∆l
ε= = (13)
l l

Onde:
l = Comprimento final (Sistema Internacional)
l = Comprimento inicial com carga zero (SI)

Na curva tensão deformação pode-se demarcar duas principais regiões, a


região de deformação elástica e plástica. A deformação elástica é aquela em que
o material se deforma, mas, retorna em seu estado inicial após a retirada da força,
já a deformação plástica se caracteriza pela deformação permanente do material.
Interpretando o gráfico pode-se obter e tensão de escoamento, que é a maior
tensão que o material pode receber dentro da zona elástica.
Outro ponto observado é a tensão máxima que o material pode receber,
assim como a tensão de ruptura que é o ponto onde o material falha. A área
projetada pelo gráfico é chamada de tenacidade, já a inclinação da reta pode ser
chamada de região elástica, também conhecida como módulo de Young. Este
módulo determina a rigidez do material testado, logo é um valor base para a
facilidade de deformação elástica do mesmo. A relação entre estes valores
também é conhecida como a lei de Hooke, expressa na Equação (13):

σ=E∙ε (14)

Onde:
σ = Tensão
E = Módulo de Young
ε =Deformação

Em suma o ensaio de tração é ideal para quantificar a ductilidade e a


tenacidade dos materiais, sendo a ductilidade caracterizada como a capacidade

96
do material sofrer deformação antes do seu rompimento. Já a tenacidade está
relacionada ao quanto de energia um material pode absorver antes da sua
ruptura.

6.1.2 Testes de Dureza

A dureza é um dos parâmetros que determina a capacidade de um material


de resistir a deformação elástica localizada em um ponto. Estes ensaios são realiza-
dos utilizando uma ferramenta chamada de indentador, que pode apresentar perfil
pontiagudo ou esférico. O indentador penetra a superfície do material indicando
sua dureza com base em dois parâmetros: profundidade e largura da penetração.
Os ensaios de dureza são relativamente baratos, simples de serem aplicados
e na maioria dos casos é um ensaio não destrutivo. Os ensaios não destrutivos
podem ser conceituados como práticas não destrutivas, aplicadas a peças
acabadas ou semiacabadas realizados sem danos estruturais às mesmas (SILVA JR;
MARQUES, 2016).
A dureza dos materiais pode ser quantificada e classificada de acordo com:
dureza Brinell, Rockwell, Vickers e Knoop. Para a dureza Brinell o indentador é em
formato esférico (10mm), ele é forçado sobre a superfície do material. Para calcular
a dureza Brinell, utiliza-se a Equação (15):

97
2F⃗
HB =
(15)
πD D − D − D

Onde:

F⃗ = Força aplicada (Kgf)


D = Diâmetro do indentador (mm)
D = Diâmetro da impressão (mm)
HB = Dureza Brinell (Kgf/mm2)

Para a dureza Rockwell o indentador pode ser esférico (materiais macios) ou


cônico confeccionado em diamante (materiais duros). A penetração do indenta-
dor é expressa pela máquina e convertida em número. Essa escala pode ser
Rockwell A até H, esse parâmetro é determinado com base nas diferentes variações
dos indentadores utilizados no processo.
Para a dureza Vickers e Knoop o indentador é em formato de pirâmide, e seu
tamanho é muito pequeno. Nesse ensaio as cargas aplicadas são mínimas, se
comparadas a Rockwell e Brinell. Para ambos os ensaios as amostras precisam ser
anteriormente preparadas metalograficamente, a superfície deve estar plana e
com o mínimo valor de rugosidade possível. Para o cálculo das durezas, as
diagonais da penetração devem ser mensuradas e posteriormente deve-se calcular
utilizando a Equação (16) e (17), para a dureza Vickers e Knoop respectivamente:

P
HV = 1,72 (16)
d

P
HK = 14,2 (17)
l

Onde:
 HV = Dureza Vickers
 HK = Dureza Knoop
 P = Carga aplicada
 d = Diagonais do indentador Vickers
 l = Diagonais do indentador Knoop

98
As durezas medidas podem ser convertidas de uma escala para a outra.
Contudo a conversão é feita de maneira empírica, levando em consideração
experimentos que foram tabelados. A Figura 38 apresenta uma escala de
conversão utilizada entre os quatro tipos de dureza existentes:

Figura 38: Escala de Conversão Entre Durezas

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 149)

A realização do ensaio de dureza é considerada muito importante para a in-


dústria. Isso porque a dureza é um parâmetro muito importante para a
determinação e comparação de diversos tipos de materiais utilizados nesse
segmento, assim como avaliar a eficácia de tratamentos térmicos realizados e

99
testar o desgaste abrasivo ocasionado por erosão em alguns casos.

6.1.3 Falhas Ou Fraturas

Um material falha ou fratura quando é separado em dois ou mais corpos


distintos, isso pode ocorrer devido a vários fatores, como por exemplo a aplicação
de uma tensão acima da tensão de ruptura de um determinado metal. As fraturas
podem ser classificadas em frágeis e dúcteis. A classificação delas toma como base
a capacidade que um dado material possui de se deformar plasticamente antes
de se romper. Dessa forma um material dúctil é aquele que suporta a maior
deformação plástica antes de falhar, assim como o material frágil é o inverso.
Os conceitos de ductilidade e fragilidade são bastante complexos, pois
dependem muito da aplicação e também das condições aplicadas. Ademais a
fratura de um material também está diretamente ligada e dependente das
condições de temperatura em que for exposto.
Para que um material seja considerado com falho ele obrigatoriamente
passa por dois estágios. No primeiro estágio existe a formação da trinca e o
segundo estágio é a propagação da trinca originada no primeiro. Classifica-se uma
fratura como dúctil ou frágil de acordo com a propagação da trinca no material.
Em fraturas dúcteis as trincas ocasionam áreas vizinhas com bastante deformação
plástica, isso porque a propagação da trinca nesse caso ocorre de maneira estável
e lenta. Já nas fraturas frágeis a trinca se propaga muito rapidamente, por se tratar
de uma propagação instável que não causa quase nenhuma deformação plástica
em sua vizinhança.
Para caracterizar o comportamento de uma fratura realiza-se o teste de
impacto, esquematizado na Figura 39. Esse teste é de caráter destrutivo, ou seja,
são testes realizados em produtos acabados ou semiacabados, novos ou usados
com o intuito de avaliar propriedades físicas dos materiais. São ensaios com
capacidade destrutiva e, por isto, são utilizados corpos de prova preparados a
partir do material de análise, sendo esses corpos inutilizados após o processo.

100
Figura 39: Ensaio de Impacto Esquematizado

Fonte: Shackelford (2008, p. 174)

Como ilustrado pela Figura 39, a execução do teste de impacto é simples, o


corpo de prova preparado é fraturado por meio de um pêndulo. Para o cálculo da
energia gerada no impacto, realiza-se o delta entre as alturas final e inicial.
Através do ensaio de impacto se pode determinar a curva de transição dúc-
til-frágil. Essa curva é a representação da temperatura onde existe a mudança de
fratura dúctil para frágil. O ensaio de impacto é realizado em temperaturas
diferentes, com os dados obtidos monta-se a curva esquematizada na Figura 40.

Figura 40: Curva de Transição Dúctil-Frágil

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

101
6.1.4 Fadiga

A fadiga é o termo que descreve a falha de um material em consequência


de esforços cíclicos, com tensões mais baixas do que a tensão de escoamento. A
fadiga é descrita por três etapas, : sendo que na primeira etapa ocorre a
nucleação da trinca, localizada na maioria das vezes na superfície do material. A
trinca se propaga na etapa seguinte, seguindo da superfície para o interior do
material, e, por último ocorre a ruptura do material.

6.1.5 Fluência

A fluência é o termo que descreve a falha de um material em dada carga e


temperaturas constantes. Já o ensaio de fluência é caracterizado como um ensaio
destrutivo, onde o corpo de prova é submetido a uma carga constante dentro de
um ambiente com alta temperatura. A medição deste ensaio gera um gráfico
chamado curva de fluência, que expressa a deformação do material em função
do tempo, como na Figura 41:

Figura 41: Curva de Fluência

Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2021, p. 214)

Como na fadiga a fluência também possui três estágios, sendo que no


primeiro ocorre uma fluência contínua e decrescente. No segundo estágio ocorre o

102
regime estacionário, também chamada de região estável, onde a taxa de
deformação se comporta como constante. Por fim, a região instável onde o
material falha. A falha do material ocorre devido a formação de trincas e também
de separação dos contornos dos grãos, isso faz com que vazios se formem na
estrutura levando ao rompimento.

6.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS, MAGNÉTICAS E ÓPTICAS DOS MATERIAIS

De acordo com a classificação de cada material espera-se um comporta-


mento diferente, isto é, materiais metálicos, poliméricos, cerâmicos, compósitos e
outros, possuem propriedades muito diferentes uns dos outros. Por este motivo, cada
um dos materiais dos grupos citados é aplicado em situações diferentes na
engenharia, na indústria, manufatura e outros segmentos.
As propriedades térmicas de um material estão relacionadas à resposta a um
estímulo térmico, ou seja, resposta ao aumento ou diminuição da temperatura do
meio em que ele está inserido. Já as propriedades magnéticas estão relacionadas
com a resposta quanto a aplicação de campos magnéticos. As propriedades
ópticas estão ligadas às respostas desse material sob a incidência de luz.

6.2.1 Propriedades dos Metais

Como já estudado, os materiais metálicos caracterizam-se pela presença de


grandes quantidades de elétrons livres em sua superfície. Esses elétrons são ótimos
meios de transmissão e propagação de temperatura e calor. Por causa dessa
condição, os materiais metálicos são ótimos condutores de temperatura e calor.
Essa condição é chamada de capacidade calorífica.
Além das características térmicas, os elétrons livres também são os
responsáveis por configurarem aos metais a boa condutibilidade elétrica.
Normalmente ambas as propriedades são proporcionais, onde metais que possuem
alta propagação térmica, também possuem alta propagação elétrica.
São materiais opacos, refletivos e a cor é determinada pelo comprimento de
onda da incidência de luz sobre sua superfície, que é refletida por ela e não
absorvida. Os metais com coloração “esbranquiçada” como o Ag, Zn, Al e Pt
refletem quase que a mesma quantidade de luz incidida sobre eles. Para metais
com coloração avermelhada, os fótons que possuem comprimento pequeno são

103
absorvidos enquanto as ondas maiores são refletidas. Quando um metal é polido,
isso otimiza sua capacidade de reflexão.
Quanto a suas propriedades mecânicas, os metais são considerados muito
resistentes, podendo suportar altas cargas de tração e compressão, quanto dureza
eles são bem resistentes, possuem altas taxas de resistência à fadiga e fluência. Isso
os torna bastante versáteis para aplicações distintas.

6.2.2 Propriedades dos Polímeros

Os materiais poliméricos se destacam devido a vasta gama de propriedades


que possuem. Cada um dos grupos de polímeros possui suas propriedades distintas,
fazendo com que este seja um material muito versátil para aplicações no dia a dia
da engenharia, indústria, etc. As propriedades dos polímeros variam conforme sua
natureza, processamento e técnica de polimerização ao qual foram submetidos.
A condutibilidade térmica dos polímeros é baixa, se comparado aos metais.
Essa característica dificulta seu processamento, limitando taxas de aquecimento
para que o polímero possa ser plastificado. Além disso o baixo fator de condutibili-
dade pode causar uma não-uniformidade na temperatura, ou seja, ela não é
conduzida igualmente por toda a estrutura polimérica, isso pode causar seu
encolhimento.
Os polímeros no geral não são bons condutores elétricos, pois essa
propriedade está diretamente ligada a condução térmica do material. Contudo
existe um grupo específico de polímeros chamado de polímeros condutores. Esses
polímeros sofrem adição de iodo, fazendo com que sua condutibilidade elétrica
aumente significativamente.

104
São materiais que permitem a passagem da luz através das moléculas que
compõem o material, porém devido a sua variedade extensa alguns polímeros
podem permitir menos ou mais passagem de luz por sua estrutura.
Os polímeros são materiais muito resistentes e possuem baixa densidade, o
que configura a eles uma leveza se comparado aos demais materiais, contudo a
maioria deles não suportam bem as mesmas cargas em altas temperaturas. Em
resumo, os materiais poliméricos perdem propriedades ao serem expostos a uma
determinada temperatura.

6.2.3 Propriedades dos Cerâmicos

Ao contrário dos materiais metálicos, os materiais cerâmicos possuem poucos


elétrons livres. Dessa forma esses materiais tornam-se péssimos condutores térmicos e
consequentemente elétricos. Devido a sua baixa capacidade de condução de
calor e temperatura os materiais cerâmicos são comumente utilizados como
refratários. A refratariedade é a capacidade de um material resistir altas
temperaturas, sem propaga-las ou propagando muito pouco essa energia.
Além disso, as cerâmicas tornam-se mais resistentes quando submetidas a
altas temperaturas. O seu ponto de fusão é extremamente alto, podendo variar de
2.500 até 4.200 graus Celsius. Os materiais cerâmicos possuem alta dureza, mas
também uma alta fragilidade. O custo de produção de materiais cerâmicos é muito
baixo se comparados aos custos envolvendo os metais e os polímeros.

6.2.4 Propriedades dos Compósitos

As propriedades físicas dos materiais compósitos dependem das


propriedades observadas em cada material utilizado em sua fabricação. Como já
estudado, esses materiais são a combinação de outros materiais existentes, a fim de
possuir em um único materiais, propriedades relevantes de dois ou mais materiais
selecionados.
Além disso, as propriedades dos compósitos também variam conforme a
configuração de sua fase dispersa, a distribuição, orientação e a compatibilidade
que as fases constituintes do compósito possuem entre si.

105
6.3 APLICABILIDADE DOS MATERIAIS

As aplicações dos materiais devem ser realizadas obedecendo suas caracte-


rísticas e propriedades, por exemplo, não se veem pontes construídas de materiais
cerâmicos ou não é comum aplicar polímeros como materiais refratários. Cada
material possui sua característica física e por isso deve ser utilizado com base nelas.
Os materiais metálicos são muito versáteis, devido à grande variedade das
ligas metálicas. Os metais estão presentes principalmente na indústria, são
empregados em construções, equipamentos, chassis e estruturas de automóveis,
linhas férreas, componentes elétricos, utensílios domésticos, ferramentas, itens de
adorno (alianças, cordões, relógios, etc), embalagens de alimentos, baterias de alto
desempenho (chumbo), pilhas e baterias comuns (zinco), lâmpadas e termômetros
(mercúrio). Os metais estão presentes em quase todos os objetos e construções que
cercam as pessoas.
Os polímeros são mais conhecidos popularmente como plásticos. Esses
materiais também possuem uma grande versatilidade e variedade, por isso, podem
ser empregados também em diversos segmentos. Esses materiais possuem a grande
vantagem de raramente serem afetados por ácidos, bases ou intempéries
atmosféricas. Sua aplicação varia de embalagens de alimentos, vestimentas,
componentes de veículos, utensílios domésticos, borrachas (no geral),
encanamentos (PVC), vedações, itens de estética (óculos, pulseiras, etc), colchões
e travesseiros, componentes mecânicos, isolantes, e outras aplicações.
Os materiais cerâmicos são muito conhecidos por sua alta capacidade
isolante, ou seja, possuam baixa condutibilidade térmica e elétrica. Por esse motivo
esses materiais podem ser comumente empregados em fornos industriais como
isolantes térmicos, revestimento de ônibus espaciais para proteger passageiros e
componentes internos, no setor automotivo como pastilhas e discos de freio,
isolantes eletrônicos, na construção civil como tijolos, azulejos, pisos, lajes, telhas e
em também em embalagens de alimentos (vidro).
Os compósitos são os materiais que permitem a combinação de duas ou
mais propriedades de suas fases, isso faz com que esses materiais sejam aplicados
em diversos segmentos, como por exemplo o setor automotivo, onde as fibras de
carbono e vidro são aplicadas na produção de componentes para os veículos. Ou-
tra aplicação bastante comum é na fuselagem de aviões, pois os compósitos

106
configuram a eles a leveza e resistência necessária para os esforços sofridos.

6.4 RECICLABILIDADE DOS RESÍDUOS GERADOS PELOS MATERIAIS

Existe no Brasil uma Lei Federal que estabelece uma ordem de produção,
descarte e gerenciamento de resíduos sólidos gerados, essa Lei é a 12.305, de 2 de
Agosto de 2010. O conceito dos 3R (Reduzir, Reusar, Reciclar) está descrito por esta
lei. Através dessa ordem, espera-se criar um consumo sustentável para evitar ao
máximo a geração de resíduos, assim reduzindo os impactos causados ao meio
ambiente.
A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), classifica resíduo como “[...]
todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade [...]” (BRASIL, 2010, art. XVI). A resolução CONSELHO
NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 275 (2001) classifica os resíduos, assim como traz as
diretrizes sobre a coleta seletiva, onde são estabelecidos padrões de cores para
identificação dos diferentes tipos de resíduos, conforme o Quadro 4.

Quadro 4: Classificação de Resíduos para Coleta Seletiva


Cor Resíduo
Azul Papel/Papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduos Perigosos
Branco Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
Roxo Resíduos radioativos
Marrom Resíduos orgânicos

107
Resíduos não-recicláveis, misturados, ou
Cinza
contaminados não passíveis de separação
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2001)

Dessa forma, cabe a indústria produtora de insumos (materiais), gerenciar,


reduzir e reciclar os resíduos gerados a partir da fabricação, aplicação e descarte
de todo e qualquer material metálico, polimérico, cerâmico, compósito, semicon-
dutores ou biomateriais.

6.4.1 Reciclabilidade dos Materiais Metálicos

Os metais podem ser divididos em dois grupos, ferrosos e não ferrosos.


Contudo para reciclagem eles são divididos entre alumínio e os demais, isso
principalmente pelo valor do alumínio e também pelo alto volume de geração dos
outros metais.
O processo de fabricação dos materiais metálicos baseia-se na redução de
minério de ferro e adição de outros elementos. Contudo, a primeira etapa de
reciclagem dos metais pode se iniciar ainda na fase de produção. Durante o
processo de redução de alguns materiais, pode-se adicionar sucatas e resíduos,
desde que possuam a mesma composição do material fabricado.
Os materiais metálicos podem ser primários ou secundários, eles recebem o
título de primário quando originam-se apenas de minério. Já os metais secundários
são os produzidos a partir da adição de sucata, ou até mesmo somente de sucatas
geradas por outras aplicações.
Com o aço, por exemplo, que é um material proveniente da redução de
minério de ferro, o processo de reutilização de sucatas pode trazer grandes
benefícios. Uma vez que as sucatas de aço já possuem a concentração desejada
para o material, gerando uma economia de insumos para a produção deste metal.
Quando os materiais metálicos são produzidos sem o emprego de resíduos,
deve-se adicionar elementos até que a composição esteja igual a composição do
metal final, isto é, um processo com maior custo se comparado a utilização de
sucata de metais.
Normalmente nas indústrias siderúrgicas, que são as maiores produtoras de
material metálico, existem os pátios chamados de “pátios de sucata”, para onde
são destinados todos os resíduos gerados pelo seu processo. Nesses pátios as

108
sucatas são separadas para futuros usos.
Fora das indústrias o metal mais almejado pelos comerciantes de sucata são
as latinhas de alumínio, isso devido o alto valor de compra e venda desse metal. O
material é recolhido, comercializado para os grandes centros de distribuição de
sucata e posteriormente enviado para as fábricas de sucateamento, que fazem o
processo de separação, destinação, fusão e depois fabricação de novos produtos.

6.4.2 Reciclabilidade dos Materiais Cerâmicos

Os materiais cerâmicos são classificados em vidros e outros. Sendo o outros a


classificação que comporta os resíduos gerados pela construção civil. Nessa
classificação os vidros possuem 100% de reciclabilidade, isto é, são totalmente
recicláveis.
A reciclagem do vidro é feita por fusão, onde o material é introduzido em
novos processos de fabricação do vidro, assim como na reciclagem dos materiais
metálicos. Isso reduz o custo de matéria-prima para a produção de novos materiais
vítreos. Além disso, a utilização de vidro reciclado nos processos de fabricação
reduz a energia gasta, sendo essa redução de 2,5 até 10% (VILHENA; D’ALMEIDA,
2002).
O vidro reciclado possui duas classificações, refugo quando é proveniente
dos próprios processos internos da indústria produtora, e externo, que é o vidro
proveniente de vários processos externos, como a coleta seletiva, comércio de
produtos recicláveis e outros.
Além do processo de fabricação de novos produtos, o vidro reciclado possui
também outras funções, como: material abrasivo, de enchimento, matéria prima
para a produção de fritas cerâmicas, confecção de tijolos de vidro, fabricação de
lã de vidro, etc.
Os resíduos provenientes da construção civil, também recebem a denomina-
ção “entulho”. São os resíduos gerados pela construção, reforma, demolições,
reparos, obras e afins. Esses resíduos são coletados e destinados para separação,
pois na maioria das vezes estão contaminados com outros tipos de resíduos.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (2002) classifica os resíduos da
construção civil de acordo com a Resolução 307, como mostra o Quadro 6:

109
Quadro 5: Classificação de Resíduos da Construção Civil
CLASSE Descrição
São os resíduos recicláveis, como: concreto, tijolos,
A argamassas, revestimentos variados, solo de
terraplanagem, outros.
São os resíduos recicláveis que não estão na CLASSE A,
B como os plásticos, metais, papelões, madeira, vidro,
embalagens, outros.
São os resíduos sem processos de reciclagem, ou seja,
C
não são reutilizados. Um exemplo clássico é o gesso.
São os resíduos classificados como perigosos, como
tintas, solventes, óleos, graxas, outros. Também se
enquadram nessa classe resíduos contaminados, como
D
demolições ou reparos em clínicas de radiologia,
indústrias e qualquer material confeccionado em
amianto.
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2002)

A classe mais interessante dos resíduos provenientes da construção civil são


os de classe B, que comportam polímeros ou metais em sua grande maioria. Em
segundo lugar estão os resíduos de classe A, que compõem o agregado, mas antes
precisam ser submetidos a um preparo.

6.4.3 Reciclabilidade dos Materiais Poliméricos

Os materiais poliméricos podem ser classificados como termifixos e


termoplásticos, onde apenas os termoplásticos podem ser reciclados. Termofixos
são em média 20% dos polímeros utilizados, enquanto os 80% restantes são os
termoplásticos. Os termoplásticos ainda podem ser quantificados em seis tipos:
polietileno de baixa densidade (PEBD), polietileno de alta densidade (PEAD), poli-
propileno (PP), Poliestireno (PS), poli-cloreto de vinila (PVC) e poli-tereftalato de
etileno (PET).
A reciclagem dos polímeros inicia na classificação e triagem dos mesmos,
essa triagem destina o polímero para processo de reciclagem químico ou
mecânico. A Figura 42 apresenta um fluxograma da gestão dos resíduos
poliméricos:

110
Figura 42: Gestão e Destinação de Resíduos Poliméricos

Fonte: Jorge (2015, p. 09)

Ainda na triagem os polímeros passam por outra separação, levando em


consideração o tipo de resina, cor, processo de fabricação (extrusão, sopro,
injeção, etc.). No território brasileiro o processo mecânico é o mais comumente
usado, suas etapas estão ilustradas na Figura 43:

Figura 43: Processo de Reciclagem Mecânico

Fonte: Jorge (2015, p. 09)

Os plásticos passam por uma moagem, em um moinho com lâminas rotati-

111
vas. Na saída do moinho existe uma peneira que controla a saída do material
picotado, depois lava-se o insumo em banho aquecido de detergente, outra
lavagem para remoção do detergente e por fim a secagem.
Depois disso, o plástico é enviado para a etapa mecânica, onde ocorre a
extrusão. Essa extrusão tem como objetivo homogeneizar todo o material em uma
única mistura. Nessa etapa pode-se caracterizar o material com cores, aditivos e
demais produtos para atender a especificação do produto final. A extrusão, no
entanto, não produz novos produtos, apenas o insumo utilizado posteriormente para
os produtos finais em processos de fabricação específicos.

112
FIXANDO CONTEÚDO

1. Em um gráfico tensão deformação pode-se explicar a reta de acordo com a lei


de Hooke. A inclinação da reta é dada por um módulo, que representa a
propriedade de rigidez a deformações elásticas do material. Quanto maior o
valor deste módulo, maior será a tensão aplicada para deformar este material
em sua zona elástica. O texto retrata a descrição do módulo de:

a) Módulo de Tensão Máxima.


b) Módulo de Young.
c) Módulo de Tensão Elástica.
d) Módulo de Tensão Plástica.
e) Módulo de Hooke.

2. Os ensaios realizados nos materiais são ideais para determinar certos


comportamentos em situações normais e anormais de trabalho, quando
aplicados em alguma função esses materiais estão sujeitos à forças e tensões
que devem ser mensuradas e calculadas antes da aplicação final de cada
material. Existe um teste específico para determinar a ductilidade de cada
material, esse teste é mais comumente realizado em materiais metálicos. O texto
refere-se a:

a) Ensaio de Dureza.
b) Ensaio de Impacto.
c) Ensaio Metalográfico.
d) Ensaio de Tensão deformação.
e) Ensaio de Tração e Compressão.

3. Os ensaios de dureza são os responsáveis por mensurar a resistência à


deformação plástica em uma superfície. Ele é realizado utilizando uma
ferramenta chamada indentador, que pode ser de perfil circular, cônico ou
piramidal. Esse ensaio possui quatro classificações, variando conforme
metodologia, aplicação e tipo de indentador. Os ensaios de dureza classificam-
se em quatro tipos:

113
a) Dureza Brinell, Rockwell, Vickers e Knoop.
b) N.D.A.
c) Dureza Brinell, Rockwell, Vickers e Hooke.
d) Dureza Brindell, Rock, Vickers e Knoop.
e) Dureza Brinell, Rockwell, Vicking e Knoop.

4. A dureza Brinell é realizada com um indentador de formato esférico, esse pode


medir até 10mm de diâmetro. Ele é forçado contra a superfície do material a ser
testado. Para calcular a dureza Brinell, utiliza-se a equação:

2F⃗
HB =
πD D − D − D

Onde:
F⃗ = Força aplicada (Kgf)
D = Diâmetro do indentador (mm)
D = Diâmetro da impressão (mm)
HB = Dureza Brinell (Kg/mm2)

Uma amostra de um material qualquer foi submetida a um teste de dureza Brinell,


o indentador possuía 2,5 mm de diâmetro, a carga aplicada foi de 187,5 kgf e a
medida da impressão sobre a superfície foi de 1 mm. Com base nos dados pede-
se, qual a dureza do material em escala Brinell?

a) HB = 225.
b) HB = 217.
c) HB = 227.
d) HB = 22,7.
e) HB = 27,2.

5. No ensaio de dureza Vickers e Knoop são utilizados indentadores piramidais muito


pequenos, quando comparada a dureza Brinell ou Rockwell, tanto a Vickers
quanto a Knoop exercem forças muito pequenas e por isso existe a necessidade
de preparação do corpo de prova, que deve ser o mais plano e possuir a menor

114
rugosidade possível. Para calcular as durezas Vickers e Knoop utilizam-se as
fórmulas:
P
HV = 1,72
d
P
HK = 14,2
l
Onde:
HV = Dureza Vickers
HK = Dureza Knoop
P = Carga aplicada
d = Diagonais do indentador Vickers
l = Diagonais do indentador Knoop

Uma amostra de um material qualquer foi submetida aos testes de dureza Vickers
e Knoop, em ambos os casos foi aplicada uma carga de 10,5 kgf e a medida das
diagonais dos indentadores foi: 2,5 mm para Vickers e 1,5 para Knoop. Com base
nos dados pede-se, qual a dureza do material em cada uma das escalas?

a) HV = 6,9 e HK = 99,5.
b) HV = 7,0 e HK = 100,0.
c) HV = 3,0 e HK = 65,0.
d) HV = 2,9 e HK = 66,3.
e) N.D.A.

6. Para que um material venha a falhar é necessário que o mesmo passe por duas
etapas. Na primeira etapa existe a formação da trinca e a segunda é a
propagação da trinca originada pela primeira. Uma fratura como dúctil ou frágil
é classificada conforme a propagação da trinca no material. Dentro desse
conceito, complete as lacunas

Em fraturas _____ as trincas ocasionam áreas vizinhas com bastante defor-


mação______, isso porque a propagação da trinca nesse caso ocorre de
maneira ______ e _____. Já nas fraturas ______ a trinca se propaga muito
rapidamente, por se tratar de uma propagação ________ e não causar quase
nenhuma deformação ______ em sua vizinhança.

115
a) dúcteis – plástica – estável – lenta – frágeis - instável - elástica.
b) frágeis – plástica – estável – lenta – dúcteis - instável - plástica.
c) dúcteis – elástica – estável – rápida – frágeis - instável - plástica.
d) dúcteis – plástica – estável – rápida – frágeis - instável - plástica.
e) dúcteis – plástica – estável – lenta – frágeis - instável - plástica.

7. A fadiga ocorre através da aplicação de tensões menores do que as tensões de


ruptura dos materiais, variando ciclicamente entre a tensão máxima e mínima.
Esse processo faz com que o material tenha um aumento de temperatura
localizado, levando-o posteriormente à falha. A fadiga pode ser dividida em três
principais etapas, são elas:

a) Nucleação da trinca, propagação da trinca da superfície para o interior do


material e falha.
b) Nucleação da trinca, propagação da trinca do interior para a superfície do
material e falha.
c) Nucleação da trinca, regressão da trinca da superfície para o interior do material
e falha.
d) Nucleação da trinca, regressão da trinca do interior para a superfície do material
e falha.
e) N.D.A.

8. As propriedades dos materiais são importantes para a seleção e aplicação dos


mesmos, elas podem ser: propriedades térmicas, magnéticas e ópticas. Tais
propriedades são respostas a estímulos diversos por ele sofridos, de acordo com a
literatura esses estímulos para as propriedades térmicas, magnéticas e ópticas
são respectivamente:

a) Aumento ou redução de temperatura, aplicação de campo tensão e incidência


de luz.
b) Somente aumento de temperatura, aplicação de campo elétrico e incidência
de luz.
c) Aumento ou redução de temperatura, aplicação de campo magnético e

116
incidência de luz.
d) Aumento ou redução de temperatura, aplicação de campo magnético e
refração.
e) Aumento ou redução de temperatura, exposição a eletricidade e incidência de
luz.

117
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 C

118
REFERÊNCIAS

AMERICAN SOCIETY OF MATERIALS. Alloy Phase Diagrams. Russell: ASM International,


v. 03, 1992.

ASHBY, M. F. Materials Selection in Mechanical Design. 2. ed. Oxford: Butterworth-


Heinemann , 1999.

ASHBY, M. F.; JONES, D. R. H. Engineering Materials 2: An Introduction to


microestructures, processing and design. 3. ed. Oxford: Pargamon Press, 2007.

ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e Engenharia dos Materiais. Tradução de


Solange Aparecida Visconti. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J.; FULAY, P. P. The Science and Engineering os


Materials. 6. ed. Boston: Cengage Learning, 2011.

BEER, F. P. et al. Estática e mecânica dos materiais. Tradução de Antônio Eustáquio


de Melo Pertence. Porto Alegre: AMGH, 2013.

BILLMEYER JR., F. W. Textbook of Polymer Science. New York: J. Wiley, 1984.

BRASIL. Lei Nº 12.305 de 02 de Agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Brasília: Diário Oficial [da] União, [2010]. Disponível em: https://bit.ly/3skEKqm. Acesso
em: 21 fev. 2021.

CALLISTER JR., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma


Introdução. Tradução de Sérgio Murilo Stamile Soares, Luiz Claudio de Queiroz Faria.
10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2021.

CHANG, R. Química Geral: Conceitos Essenciais. Tradução de Maria José Ferreira


Rebelo et al. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010.

COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. São Paulo: Blucher,


2008.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução Nº 275/2001. Estabelece o


código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas
informativas para a coleta seletiva. Brasília, DF: Diário Oficial [da] União, [2001].
Disponível em: https://bit.ly/2Nq5VB8. Acesso em: 10 fev. 2021.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução Nº 307/2002. Estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Brasília, Publicação DOU nº 136, p. 95-96, 2002. Disponível em: https://bit.ly/3vNivvV.
Acesso em: 29 fev. 2021.

DAVIS, J. R. ASM Metals Handbook Desk Edition. 2. ed. [S. l.]: [s. n.].

FONSECA, M. R. M. Química 1. 1. ed. São Paulo: Ática, 2013.

119
GORNI, A. A. A evolução dos materiais poliméricos ao longo do tempo. Revista
Plástico Industrial, 2003. Disponível em: http://www.gorni.eng.br/hist_pol.html. Acesso
em: 2021.

INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY. Periodic table of elements,


2021. Disponível em: https://bit.ly/38S4Cm1. Acesso em: 20 jan. 2021.

JORGE, L. M. A cadeia de reciclagem do plástico pós-consumo na região


Metropolitana de Porto Alegre. 2015. 156f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Química) – Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3qUikv2. Acesso em:
17 fev. 2021.

LOPES, J. G.; BARROS, J. V. A matemática na estrutura cristalina dos materiais. In: 57º
Congresso Brasileiro de Cerâmica & 5º Congresso Iberoamericano de Cerâmica,
Natal. Anais [...]. Natal: ABCERAM, 2013. p. 4616-4627. Disponível em:
https://bit.ly/30W88aQ. Acesso em: 17 fev. 2021.

MARCHESI, L. F. Q. P. Estudo das propriedades eletroquímicas e magnéticas do


polipirrol. 2010. 129 f. Tese (Doutorado em Ciências - Físico-Química) - Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010.
Disponível em: https://bit.ly/2P7Cncc.

NAVARRO, R. F. A Evolução dos Materiais. Parte1: da Pré-história ao Início da Era


Moderna. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, Ouro Preto, v. 01, n. 01, p. 01-
11, 2006. Disponível em: https://bit.ly/3ldcrGW. Acesso em: 17 fev. 2021.

NOGUEIRA, R. A. et al. Espectroscopia Anelástica em Ligas de Nb-16% p. Ti. Materials


Research, São Carlos, v. 06, n. 04, p. 519-522, 2003. Disponível em:
https://bit.ly/30URCYv. Acesso em: 21 fev. 2021.

PADILHA, A. F. Materiais de Engenharia: Microestrutura e Propriedades. São Paulo:


Hemus, 2000.

PAVANATI, H. C. Ciência e Tecnologia dos Materiais. São Paulo: Pearson, 2015.

PINTO, R. C.; PASSOS, E.; CORTESE CANEPARO, S. Mapeamento de suscetibilidade


aos movimentos de massa com uso da Avaliação Multicritériopelo método da
Média Ponderada Ordenada. Caderno de Geografia, Belo Horizonte, v. 25, n. 43, p.
116-143, jan./jun. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3vLEO59. Acesso em: 03 mar.
2021.

SANTOS, W. L. P.; MOL, G. S. Química Cidadã: Volume 1: Ensino Médio. 2. ed. São
Paulo: AJS, 2013.

SHACKELFORD, J. F. Ciências dos Materiais. Tradução de Daniel Vieira. 6. ed. São


Paulo: Pearson, 2008.

SILVA JR, S. F. S.; MARQUES, P. V. Ensaios Não Destrutivos. Apostila Técnica, Belo
Horizonte, 2016.

120
STEIN, R. T.; GEHLEN, R. Z. D. C.; ROJAS, F. C. Tecnologia dos Materiais. Porto Alegre:
SAGAH, 2017.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Propriedades físicas da água.


Propriedades físicas da água, difusão, osmose e diálise, 2009. Disponível em:
https://bit.ly/3vBLRNu. Acesso em: 17 fev. 2021.

VAN VLACK, L. H. Princípios da Ciência e Tecnologia dos Materiais. 13. reimp. (2000).
São Paulo: Blücher, 1973.

VENTURA, A. M. F. M. Os Compósitos e a sua aplicação na Reabilitação de Estruturas


metálicas. C. Tecn. Mat., Lisboa, v. 21, n. 3-4, jun. 2009. Disponível em:
https://bit.ly/3vHo8LI. Acesso em: 28 fev. 2021.

VILHENA, A.; D’ALMEIDA, M. L. O. Bio Consciência: lixo municipal, manual de


gerenciamento integrado. 2. ed. rev. Brasília: CEMPRE, 2002.

ZICHELLE FILHO, D. Simulação de Ensaios de Tração em Metais Utilizando o Método


dos Elementos Finitos. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia Metalúrgica) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2006. Disponível em: https://bit.ly/3eRr0j9. Acesso em: 17 fev. 2021.

121

Você também pode gostar