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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Marcelo Guimarães Silva

Doutor em Engenharia Mecânica e Ciência pela Universidade Estadual Paulista Júlio de


Mesquita Filho (2016). Mestre em Engenharia Mecânica e Ciência pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2012). Graduado em Educação Física pela Escola
Superior de Educação Física de Cruzeiro (2003). Atualmente faz Pós-Doutorado em
Engenharia Mecânica e Ciências pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho. É membro da Sociedade Brasileira de Biomecânica e membro titular do comitê de
Ética e Pesquisa.

PRÁTICA PEDAGÓGICA DESPORTIVA:


ESPORTES COLETIVOS I

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo de Soares Duarte

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NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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3
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São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE O PROCESSO EVOLUTIVO DA PRÁTICA DO HANDEBOL.......................... 7

01
1.1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................7
1.2 O PROCESSO DE CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HANDEBOL ......... 7
1.3 HANDEBOL COMO EXPRESSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO . 10
1.4 PANORAMA SOBRE A PRÁTICA DO HANDEBOL NO BRASIL E NO MUNDO .... 13
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 18

UNIDADE FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL ........................................... 23

02
2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 23
2.2 A IMPORTÂNCIA DO GESTO TÉCNICO APLICADO AO HANDEBOL ................ 24
2.3 OS FUNDAMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS NO HANDEBOL ............................ 25
2.4 HABILIDADES TÉCNICAS ESPECIFICAS DOS JOGADORES DE LINHA E DO
GOLEIRO............................................................................................................. 26
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 36

UNIDADE SISTEMAS DE JOGO NO HANDEBOL....................................................... 42

03
3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 42
3.2 OS FUNDAMENTOS TÁTICOS DO HANDEBOL.................................................... 43
3.3 AS TÉCNICAS DE ATAQUE E DEFESA NO HANDEBOL ....................................... 45
3.4 ESQUEMAS TÁTICOS OFENSIVOS E DEFENSIVOS NO HANDEBOL .................... 52
3.5 SISTEMAS TÁTICOS DO HANDEBOL ................................................................... 54
3.5.1 Sistemas Ofensivos.......................................................................... 54
3.5.2 Sistemas Defensivos ....................................................................... 55
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 58

UNIDADE A PEDAGOGIA DO HANDEBOL .............................................................. 64

04
4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 64
4.2 AS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DESPORTIVAS APLICADAS AO ENSINO DO
HANDEBOL.......................................................................................................... 64
4.3 OS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS E GRANDES JOGOS COMO FERRAMENTA DO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO HANDEBOL ..................................... 68
4.4 O HANDEBOL E SEUS ASPECTOS SOCIAIS, DE INCLUSÃO E PARTICIPAÇÃO .. 73
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 78

UNIDADE REGULAMENTAÇÃO E ARBITRAGEM NO HANDEBOL ............................ 83

05
5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 83
5.2 AS PRINCIPAIS REGRAS DO HANDEBOL............................................................ 84
5.3 A ARBITRAGEM NO HANDEBOL......................................................................... 92
5.4 A SÚMULA DE JOGO NO HANDEBOL................................................................ 96
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 102

UNIDADE O HANDEBOL ENQUANTO PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO RENDIMENTO

06
............................................................................................................... 107

6.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 107


6.2 PREPARAÇÃO TÉCNICA, TÁTICA, PSICOLÓGICA E FÍSICA NO HANDEBOL . 107
6.3 A ORGANIZAÇÃO, O CONTROLE E A AVALIAÇÃO DE EQUIPES DE HANDEBOL
.......................................................................................................................... 113

5
6.4 ANÁLISE DE DESEMPENHO NO HANDEBOL..................................................... 115
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 120

INTRODUÇÃO AO BASQUETEBOL ........................................................ 124


UNIDADE

07
7.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 124
7.2 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BASQUETEBOL ................................................. 125
7.3 CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS ESPORTIVOS COLETIVOS ........................... 131
7.4 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO BASQUETEBOL ...................................... 135
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 139

METODOLOGIA DO ENSINO DO BASQUETEBOL ................................. 144


UNIDADE

08
8.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 144
8.2 PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ESPORTIVA ..................................... 144
8.3 PRINCÍPIOS E NOÇÕES DE PROGRESSÕES DE APRENDIZAGEM .................... 147
8.4 CARACTERIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DOS EXERCÍCIOS E TAREFAS............. 148
8.5 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DO ENSINO DO BASQUETEBOL.................... 151
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 157

UNIDADE FUNDAMENTOS BÁSICOS E SISTEMAS OFENSIVOS E DEFENSIVOS DO


BASQUETEBOL .................................................................................................

09
............................................................................................................... 163

9.1 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO BASQUETEBOL ............................................... 163


9.2 SISTEMAS BÁSICOS DE DEFESA E DE ATAQUE NO BASQUETEBOL .................. 169
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 176

REGULAMENTAÇÃO BÁSICA DO BASQUETEBOL: NOÇÕES DAS REGRAS


UNIDADE BÁSICAS E ARBITRAGEM DO JOGO DE BASQUETEBOL ....................... 182

10
10.1 NOÇÕES DAS REGRAS BÁSICAS E ARBITRAGEM DO JOGO DE BASQUETEBOL
.......................................................................................................................... 182
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 204

O BASQUETEBOL ADAPTADO .............................................................. 211


UNIDADE

11
11.1 O BASQUETEBOL COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL ....................... 211
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 215

O BASQUETEBOL ENQUANTO PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO


UNIDADE RENDIMENTO ......................................................................................... 220

12
12.1 PREPARAÇÃO FÍSICA, TÉCNICA, TÁTICA E PSICOLÓGICA NO BASQUETEBOL
.......................................................................................................................... 220
12.2 A ORGANIZAÇÃO, O CONTROLE E A AVALIAÇÃO DE EQUIPES DE
BASQUETEBOL................................................................................................... 225
12.3 ANÁLISE DE DESEMPENHO NO BASQUETEBOL................................................ 230
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 236

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 242

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 244

6
UNIDADE
O PROCESSO EVOLUTIVO DA

01
PRÁTICA DO HANDEBOL

1.1 INTRODUÇÃO

O esporte é considerado um fenômeno sociocultural que movimenta algo que


vai muito mais além do que a prática de alguma modalidade em si, uma vez que é
capaz de trazer consigo algo que é inerente ao ser humano: as emoções que
envolvem o jogo nos mais diferentes âmbitos, seja no lazer, educacional ou mesmo
de rendimento. Nesse contexto, encontra-se uma das modalidades mais
competitivas que se conhece quando se fala em prática desportiva, os esportes
coletivos, como exemplo, o handebol.
Particularmente, no Brasil, embora ainda sofra com a não valorização dos
veículos de comunicação (exemplo: transmissão de jogos pela televisão aberta) e
estando ainda um pouco longe da popularidade do vôlei e do basquete, é a
segunda modalidade mais praticada nas escolas brasileiras, atrás somente do futsal.
E além do mais, é notório seu crescimento quando comparado há décadas atrás.
O handebol pode ser considerado uma prática esportiva que aos poucos
vêm ganhando espaço em nosso país, sobretudo a sua já reconhecida expansão
mundial, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, o handebol traz
interessantes desafios em sua prática e pode ser desenvolvido com diferentes fins, do
pedagógico ao competitivo.
É importante destacar em relação a sua origem e evolução que embora
praticado com as mãos, é considerado uma modalidade esportiva revolucionária de
certa maneira, pois apresentou uma nova maneira de fazer o gol, ou seja alcançar
a meta adversária, por meio de aspectos similares ao futebol/futsal e ao basquetebol,
ambos modalidades consideradas “esportes de invasão” porém com a dinâmica de
jogo desenvolvida a partir das especificidades que carregam a modalidade desde
a sua concepção e consolidação em cenário nacional e mundial.

1.2 O PROCESSO DE CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HANDEBOL

7
Embora existam diferentes visões a respeito do início/origem do handebol,
assim como outras modalidades esportivas, existem muitas sugestões divergentes
acerca do surgimento do handebol, entretanto, pode-se entender que o handebol
surgiu a partir da modificação de outros jogos disputados com as mãos em contato
com a bola.
Para Almeida e Dechechi (2012) o handebol pode ser descrito como um jogo
coletivo, jogado com as mãos, cujo objetivo é marcar mais gols que o adversário. De
forma global, podemos considerar o handebol um tanto quanto parecido com o
futebol, mais precisamente o futsal, por serem modalidades desenvolvidas em
quadras, com a diferença obvia que o handebol é jogado com as mãos e, por isso,
recebe este nome em inglês (handball): hand = mão e ball = bola.
Em relação a sua criação, os primeiros relatos ocorreram na Grécia Antiga (600
a.C.), em que um jogo conhecido como “Urania”, descrito por Homero na Odisseia,
era praticado com uma bola do tamanho de uma maçã, com as mãos e sem balizas.
E ainda, o médico Claudius Galenus relatou que em Roma (130-200 d.C.) se praticava
um jogo com as mãos denominado Harpaston (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Na Idade Média também temos exemplos de jogos de bola com as mãos,
como o Fangballspiel (jogo de pegar a bola), que aparece nos versos do poeta lírico
alemão Walther von der Vogelweide, entre os anos 1170 e 1230. Um fato histórico
interessante acerca da prática do handebol, ocorreu na França (1494-1533), onde o
escritor Rabelais citou o Esprés Jouaiant à Balle, à la Paume. No final do século XVIII,
os inuítes da Groenlândia jogavam um jogo similar ao handebol, conforme descreve
Tenroler (2004).
Até chegar-se ao formato que conhecemos atualmente, o handebol passou
ainda por algumas transformações, sendo reconhecido em toda Europa já no
formato mais atualizado, inicialmente na Áustria e na Suíça e, depois, na Alemanha,
onde se tornou oficial em 1920, após sua introdução feita por Karl Schellenz, em 1915.
De acordo com Almeida e Dechechi (2012), a prática do handebol de campo
pode ser considerada como a primeira manifestação da prática do handebol, e que
foi oficializada pouco tempo depois, tornando-se popular graças aos professores
alemães de ginástica que utilizavam o jogo como alternativa para o futebol,
principalmente para as mulheres. Essa modalidade era disputada por onze jogadores
em cada equipe, em um campo com dimensões semelhantes às do futebol. O
professor Schellenz, além de oficializar a modalidade, foi também responsável por

8
divulgar o handebol de campo, uma vez que havia muitos estrangeiros que
praticavam, e estes consequentemente, difundiram suas regras por diversos países,
conforme destaca (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). Porém, o handebol de campo se
estabeleceu completamente quando Carl Diem, diretor da Escola Superior de
Educação Física Alemã, reconheceu oficialmente o jogo como esporte, em 1920. Em
1925, foi disputada a primeira partida internacional de handebol, entre Alemanha e
Áustria, vencida pelos austríacos por 6 a 3 (CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DO
HANDEBOLL, 2010).
A partir de 1927, as regras alemãs foram consideradas, então, as oficiais a
serem aplicadas ao redor do mundo, além de ter sido solicitada a inclusão do esporte
no programa olímpico, o que se deu em 1934, por meio do Comitê Olímpico
Internacional – COI (TENROLER, 2004).
Já em 1936, o handebol alcançou um dos momentos mais marcantes de sua
trajetória histórica, quando tornou-se de fato uma das modalidades esportivas
presentes nas Olimpíadas de Berlim. Vale destacar que ainda naquele período, a
modalidade era praticada em campos, porém, em 1938, também na Alemanha, foi
disputado o primeiro campeonato mundial, tanto no campo quanto no salão
(quadra). E em 1946, criou-se a Federação Internacional de Handebol – IHF (em
inglês), cuja sede atual está localizada na Suíça.
Em adição, uma outra modalidade do handebol, o de quadra, originado do
Haandbold dinamarquês, como é praticado atualmente, começou a ganhar muitos
adeptos desde então, devido a duas razões principais: a primeira, pelas condições
climáticas dos países escandinavos, e a segunda, por ser mais veloz e não concorrer
pelo espaço do campo com o futebol. Entretanto, conforme detalha Almeida e
Dechechi (2012) sua prática ficou limitada aos países escandinavos, devido ao
inverno rigoroso, tinham que buscar algo para exercitarem-se mesmo nesses
períodos, e então o handebol surgiu como uma excelente alternativa. Vale destacar
acerca das regras que estas foram unificadas e internacionalizadas somente em
1934, a partir do Congresso da FIHA, em Estocolmo, Suécia.
Aos poucos, de acordo com Almeida e Dechechi (2012), passou-se a praticar
o handebol apenas no salão/quadra, possivelmente, devido ao clima do inverno
europeu rigoroso, em que manteve-se o campo para a prática do futebol, e as
quadras, pelas características do piso serem mais adequadas à prática do handebol,
sobretudo pelo quicar da bola, e a velocidade necessária para o desenvolvimento

9
das partidas. E isso corroborou para que de fato, em 1966, suspendeu-se a realização
de campeonatos de campo, mantendo-se somente a prática em quadras, e após
um período sem participações nas Olimpíadas, o handebol voltou a ser uma das
modalidades presentes nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976), com regras
reformuladas e partidas disputadas apenas em quadra (FRANKE, 2018; TENROLER,
2004).

1.3 HANDEBOL COMO EXPRESSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO

A cultura corporal do movimento é entendida como uma maneira de produzir,


reproduzir e criar a cultura de um povo por meio dos movimentos corporais, podendo
ser apresentadas com diversas roupagens e formas. Assim, as práticas corporais são
apresentadas como fenômeno de estudo e como formas de expressão (BRASIL,
1998):

[...] Dentro desse universo de produções da cultura corporal de


movimento, algumas foram incorporadas pela Educação Física como
objetos de ação e reflexão: os jogos e brincadeiras, os esportes, as
danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a representação
corporal de diversos aspectos da cultura humana. São atividades que
ressignificam a cultura corporal humana e o fazem utilizando ora uma
intenção mais próxima do caráter lúdico, ora mais próxima do
pragmatismo e da objetividade.

De fato, o ser humano sempre produziu cultura; sua história é uma história de
cultura, conforme é mencionado nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs
(BRASIL, 1998). Neste sentido, é de esperar-se que a cultura esteja associado a um
conjunto de fazeres com sentido, significado e relevância, no qual a cultura é
constantemente transformada de acordo com o contexto. Portanto, cultura pode ser
definida como o produto da sociedade, da coletividade a qual o indivíduo pertence.
E ainda de acordo com os PCNs (1998), cabe ao homem transformar-se a partir de
suas relações sociais buscando adaptar-se em condições/situações diferentes. E por

10
fim, o documento traz uma importante contextualização, a qual está associada à
fragilidade de recursos biológicos encontradas na antiguidade, o que mostrou a
necessidade de reinventar-se, cujo contexto histórico nos apresenta um “homem”
que buscava constantemente novos recursos para suprir as insuficiências do período,
por meio de diferentes aspectos, dentre os quais: a busca por uma maior eficiência
na execução dos movimentos, uma melhor amplitude e domínio do uso de espaço,
além de aperfeiçoamento relacionado às tecnologias de caça, pesca e agricultura,
seja por razões religiosas, comemorativas ou lúdicas. Nota-se, que todo essa
transformação que vem ocorrendo desde o início dos tempos está em constante
evolução, assim como a humanidade em geral, deixando claro que essas em
representações podem, de fato, serem chamadas de cultura corporal do
movimento.
A partir deste contexto, entender o handebol como modalidade esportiva
coletiva que cresce e tem se tornado referência em diferentes cenários, torna-se
fundamental, sobretudo por tratar-se de uma prática dinâmica, capaz de
desenvolver vários aspectos sociais, cognitivos e motores, tais, como cooperação,
sociabilização e inclusão, lateralidade, agilidade e flexibilidade, além de habilidades
como correr, saltar e arremessar, conforme descreve Gallati (2004), e que
representam a cultura corporal do movimento, conforme pode ser visto pela
evolução ocorrida na modalidade ao longo dos tempos.
É importante também pensarmos no handebol e suas possibilidades, inseridas
no contexto sócio-cultural esportivo, tendo em vista sua representatividade
alcançada no ambiente educacional. Tendo em vista que o fenômeno “esporte”
está esporte presente na vida dos indivíduos, este deve ser trabalhado nos conteúdos
curriculares, haja vista sua enorme contribuição para a formação do indivíduo,
preparando-o para a sociedade, e que tem na Educação Física Escolar, um dos
melhores mecanismos de fazê-lo de forma real, transformadora e significativa. Assim,
a sua presença na escola tem como objetivo a formação do cidadão para atuação
direta na sociedade, assim como outras modalidades esportivas, jogos, brincadeiras,
entre outros possuem um papel significativo dentro deste contexto (GALLATI, 2010;
PAES, 2002).

11
De acordo com Galatti et al. (2010), os esportes coletivos possuem diversas
características importantes que devem ser exploradas pelo professor dentro do
contexto das aulas, que resgatem diversos valores diretamente conectados à
formação do cidadão de forma integral. Reforça-se a ideia de complementaridade,
de agregar-se às atividades práticas propostas pelo professor de Educação Física,
por meio de um vasto material associado as questões técnicas, táticas, de regras, e
valores morais que não se restringem somente a sala de aula.
Uma maior organização no processo de ensino e aprendizagem destas
modalidades, faz-se necessário, dando a estas um caráter pedagógico mais
direcionado ao que deve ser tratado como formal, usufruindo da prática em todas
as suas possibilidades. Desta forma, é possível estender sua presença na escola,
visando ampliar aspectos relacionados ao lado afetivo, psicomotor e cognitivo dos
alunos (GALATTI et al., 2010).
Neste sentido, cabe ao professor de educação física buscar uma prática
pedagógica pautada na cultura corporal do movimento, assim como descreve
Daolio (2004), que, além da ludicidade e das diferentes experiências motoras,
possibilite a construção de valores como cooperação, integração, respeito aos
adversários, favorecendo a análise e a construção crítica do conhecimento,
buscando atender as necessidade e expectativas do grupo, e a ferramenta
handebol apresenta de fato, os requisitos necessários para que este desenvolvimento
ocorra da forma mais eficaz o quanto possível.
Para explicar seu raciocínio com relação à ressignificação do conceito de
cultura na Educação Física a partir do início dos anos de 1980, Daolio (2004, p. 41)
afirma que:
A discussão de cultura estaria libertando a educação física dos
chamados elementos da ordem, a subjetividade, o indivíduo e a
história, para permitir sua transformação em elementos de desordem,
a intersubjetividade, a individualidade e a historicidade.

12
Enfim, a cultura corporal tem a intenção de ser socialmente compartilhada,
como uma prática ativa e valorizada pela sociedade; assim, figura-se como um
objeto de estudo e apreciação. Tendo em vista que a cultura corporal pode ser
entendida como um amplo espectro de conhecimento, como ginástica,
condicionamento físico para a saúde, motricidade, esporte e manifestações
corporais tradicionais, é mais do que evidente a compreensão do handebol como
uma das possibilidades de modalidades esportivas coletivas que podem explorar de
forma positiva esse aspecto.

1.4 PANORAMA SOBRE A PRÁTICA DO HANDEBOL NO BRASIL E NO MUNDO

De fato o handebol enquanto jogo desportivo propriamente dito, com todas


as especificações que conhecemos, passou por várias modificações, a destacar
que passou de uma prática inicial realizada em campo para o que é praticado
atualmente, em quadra.
O handebol de campo foi a primeira forma da modalidade a ser oficializada
e tornou-se popular graças aos professores alemães de ginástica que utilizavam o
jogo como alternativa para o futebol, principalmente para as mulheres. Max Heiser
desenvolvia um jogo ao ar livre para as operárias da fábrica Siemens, que era
derivado do Torball, sendo que, em 1917, elaborou as primeiras regras oficiais do
handebol para mulheres. Em 1919, Karl Schellenz reformulou as regras para os
homens, publicando-as pela Federação Alemã de Ginástica conforme descreve
(FRANKE, 2018).
No que tange o handebol, enquanto modalidade esportiva mundialmente
reconhecida, um dos aspectos considerados fundamentais para esse “status”, de
acordo com Souza (2012), foi a sua inclusão pelo COI – Comitê Olímpico
Internacional, como modalidade integrante do quadro de modalidades esportivas

13
olímpicas, fato que ocorreu em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim. Naquela edição
das Olimpíadas, a modalidade ainda exclusiva para os homens, foi representada
por apenas seis países, os quais participaram do torneio, tendo a Alemanha
conquistado a medalha de ouro ao vencer a Áustria por 10 a 6 na final, partida esta
que foi disputada no Olympia Stadium diante de um público de 100 mil pessoas.
Como fato histórico, é importante ressaltar que durante a competição, a
Federação Internacional de Handebol (FIHA) realizou um congresso que reuniu
quarenta representantes de nações filiadas no intuito de discutir o futuro da
modalidade e sua expansão a outros países ao redor mundo (INTERNATIONAL
HANDBALL FEDERATION, 2010).
Por outro lado, a estreia do handebol de quadra em jogos olímpicos
aconteceu, de fato, em 1972, na cidade de Munique, Alemanha, com o handebol
masculino, e em 1976, na cidade de Montreal, Canadá, o handebol feminino
(FERREIRA [s.d.] apud FRANKE, 2018).
Por essa razão, podemos considerar que o handebol é uma modalidade
esportiva que se espalhou pelo mundo e atualmente existem diversas competições
que ocorrem a nível nacional e internacional, dentre as quais merecem destaque o
Campeonato Mundial de Handebol nas categorias feminina e masculina. Outro
aspecto importante a destacar é a fundação, em 1999, da IHFA – International
Handball Federation (em inglês), com sede na Basileia, Suíça, foi fundada em 11 de
julho de 1946. Esse órgão é responsável pelo esporte a nível mundial, e de acordo
com os números recentes, é praticado em mais de 180 países do mundo.
No Brasil, apesar de ser uma modalidade que não possui o mesmo
reconhecimento se comparado à outras modalidades esportivas de quadra,
percebe-se um crescimento da modalidade, principalmente no meio escolar,
ocupando atualmente o segundo lugar na preferência dos estudantes
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2018), embora a divulgação da
modalidade ainda careça de maior espaço na mídia, haja vista encontra-se abaixo
do voleibol, bem como do futebol, o que é considerado um fator complicador para
que o crescimento seja mais significativo ainda.
A história do handebol é considerada recente em nosso país, principalmente
em comparação a outros esportes coletivos. Apesar disso, podemos perceber sua
ascensão, com um aumento vertiginoso em relação à sua prática em escolas e
clubes, além de sua consequente popularização na nossa sociedade (FRANKE,

14
2018).
De acordo com Almeida e Dechechi (2012) a prática do handebol no Brasil
teve início na década de 1930, devido a inúmeros imigrantes europeus, mais
precisamente, alemães, que se estabeleceram nas regiões sul e sudeste do Brasil, os
quais praticavam o handebol de campo. Um fato histórico marcante acerca do
handebol o Brasil foi a fundação da Federação Paulista de Handebol (FPH)
considerada pioneira da modalidade a ser instituída no país, em 1940, presidida na
época por Otto Schemelling.
É importante destacar que naquele período, jogava-se ainda o handebol de
campo. Entretanto, em 1954, disputou-se o Primeiro Torneio Aberto de Handebol de
Quadra no Brasil, organizado pela FPH – Federação Paulista de Handebol, sendo
realizado no Esporte Clube Pinheiros. A modalidade agradou tanto os praticantes
que a CBD, órgão que regia nacionalmente o desporto amador na época e foi
precursor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), criou o departamento de handebol,
responsável pela organização de campeonatos em várias categorias no território
nacional, conforme mantém-se até os dias atuais (Confederação Brasileira de
Handebol, 2010)
Por muitos anos, a prática do handebol limitou-se ao estado de São Paulo, até
que um professor de origem francesa, chamado Augusto Listello, apresentou o
esporte (durante um encontro internacional para profissionais da área na cidade de
Santos) a outros professores que ministravam aulas em outros estados do Brasil, os
quais, por sua vez, introduziram o esporte em suas respectivas escolas e estados
(ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
De acordo com Tenroler (2004) e Franke (2018), outro importante
acontecimento que auxiliou na promoção do handebol no Brasil consistiu na sua
inclusão entre as modalidades que faziam parte dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB)
e dos Jogos Universitários Brasileiros (JUB). Isso se deu no ano de 1971 por uma
iniciativa do Ministério da Educação (MEC), o que culminou em uma maior
disseminação do handebol pelo país, com resultados positivos e títulos conquistados
por diferentes estados.
Almeida e Dechechi (2012) destacam que ainda na década de 1970, mais
precisamente em 1979, foi fundada a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb)
o que deu à modalidade um caráter de maior profissionalismo e a condição de
esporte, de fato, não estando restrita sua prática somente no âmbito

15
informal/amador. E então, em 1980, realizou-se na cidade de São Paulo, a primeira
edição da Taça Brasil de Clubes.
Em relação à participação da seleção brasileira em âmbito mundial, temos
os Jogos Olímpicos, competição considerada a mais importante de todas, na qual
o Brasil participou pela primeira vez em 1992 (Barcelona) com a seleção masculina
e ficou na 12ª colocação. Um fato importante a destacar é que a vaga da seleção
brasileira, e consequentemente sua participação nessa Olimpíada foi possível
somente pelo fato da seleção cubana, dona da vaga pan-americana naquele
momento, ter desistido de participar daquela edição dos Jogos. Em 1996, nas
Olimpíadas de Atlanta, o Brasil disputou a competição sob a mesma condição de
1992 (a desistência de Cuba) e ficou com 11ª colocação. Nos Jogos Pan-americanos
de Winnipeg, em 1999, o Brasil conquistou a medalha de prata com a seleção
masculina e a medalha de ouro com a seleção feminina. Esse resultado garantiu à
seleção brasileira feminina uma vaga para disputar sua primeira olimpíada, em
Sydney, em 2000, a qual terminou em oitavo lugar (ALMEIDA; DECHECHI 2012).
Portanto vemos que com o passar dos anos, o Brasil vem alcançando posições mais
representativas no cenário mundial, embora muito aquém do que obtém os países
europeus, onde se encontra a hegemonia da modalidade.
No continente americano, todavia, o Brasil estabeleceu hegemonia graças à
conquista da medalha de ouro com as seleções masculina e feminina no Pan de
Santo Domingo, em 2003, repetindo-se o feito no Pan do Rio de Janeiro em 2007. No
Campeonato Mundial Masculino Adulto, disputado em 2009 na Croácia, o Brasil
ficou em 21º lugar. No feminino, o Brasil foi o 15º colocado no Mundial da China,
também em 2009 (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). Em 2010, o handebol brasileiro teve
um momento de destaque no cenário mundial quando obteve excelentes
resultados nos Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura, conquistando a
medalha de bronze no feminino e a quarta colocação no masculino (COB, 2010
apud ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Em 2016, no Campeonato Pan-Americano, em Buenos Aires, o Brasil superou
o Chile e conquistou o tricampeonato continental da modalidade. Em Olimpíadas,
o melhor resultado do handebol masculino adulto foi o 7º lugar conquistado nas
Olímpiadas disputadas no Rio de Janeiro (2016), além do 9º lugar obtido no último
Mundial disputado na Alemanha/Dinamarca. No feminino, o melhor desempenho
foi obtido nas Olímpiadas do Rio de Janeiro (2016) com o 5º lugar; e em mundiais, o

16
handebol feminino brasileiro alcançou a maior conquista em 2013 (Sérvia), onde
sagrou-se campeã, conquistando o tão sonhado ouro inédito (CONFEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).

17
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A história do handebol é considerada recente em nosso país, principalmente em


comparação a outros esportes coletivos. O handebol de quadra amplamente
praticado, desde então, sofreu inúmeras contestações até a sua afirmação como
modalidade esportiva de fato, destacando-se importantes fatos históricos, os quais
foram marcantes para o reconhecimento da modalidade, como esporte formal, em
nosso país.

Neste sentido, assinale a alternativa que apresente um fato histórico que ajudou a
alavancar a prática do handebol de quadra no Brasil.

a) A organização do Primeiro Campeonato Brasileiro Juvenil de Handebol Masculino,


feita pela CBD, no ano de 1979, na cidade do Rio de Janeiro.
b) A fundação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), ocorrida em
fevereiro de 1974, na cidade de Porto Alegre.
c) A participação pela primeira vez das seleções masculina e feminina do Brasil em
Olimpíadas, ocorrida em Sidney (2000).
d) Inclusão, no ano de 1971, do handebol como uma das modalidades que faziam
parte dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB) e dos Jogos Universitários Brasileiros (JUB).
e) A realização em 1949 do Primeiro Torneio Aberto de Handebol de quadra no Brasil,
organizado pela FIHB e realizado no Esporte Clube Pinheiros.

2. Embora existam diferentes visões a respeito da origem do handebol, alguns


pesquisadores consideram que a modalidade surgiu a partir da modificação de
outros esportes ou jogos, remontando a muitos séculos passados, desde a criação da
bola e de jogos de pontaria com as mãos.

Neste sentido, assinale a alternativa que apresente alguns destes fatores


preponderantes para a modificação do ambiente de jogo do handebol.

a) Em virtude, possivelmente, do inverno americano rigoroso, e da preferência em


utilizar o campo para a prática do críquete.
b) Visando otimizar uma característica fundamental no jogo de handebol que pôde

18
ser otimizada na quadra – a velocidade, além da preferência em utilizar o campo
para a prática do futebol.
c) Em virtude, possivelmente do número de espectadores considerado reduzido
quando as partidas eram realizadas no campo, além do inverno europeu rigoroso.
d) Devido a uma intervenção da federação internacional de handebol que exigia
que os esportes coletivos deveriam ser praticados em quadras, além de explorar
uma das características fundamentais encontradas no handebol – a velocidade
e a resistência.
e) Visando alcançar um número maior de praticantes ao redor do mundo, sobretudo,
na ásia, além de estimular a sua prática entre as crianças e adolescentes, pois as
dimensões da quadra eram menores, se comparadas ao de um campo de jogo.

3. A origem do handebol é algo que gera algumas contradições, haja vista muitos
consideram seu surgimento remontando a muitos séculos passados, a partir da
modificação de outros esportes ou jogos, cujo objetivo era o manuseio da bola, com
o objetivo de acertar um determinado alvo. Mesmo não se tratando do handebol
enquanto prática esportiva, pode-se considerar este período como o princípio do
que vemos desenvolvido atualmente na modalidade.
Considerando a evolução histórica do handebol, avalie as afirmações a seguir.

I. Para as mulheres, o jogo de handebol era utilizado como alternativa à prática do


futebol.
II. No final do século XV, os sulinos da Groenlândia jogavam um jogo similar ao
handebol.
III. O handebol, em 1934, torna-se, de fato uma das modalidades esportivas presentes
nas Olimpíadas de Berlim, praticada por homens e mulheres.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) III.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e III.

19
4. A cultura corporal do movimento é algo que deve ser desenvolvido não somente
em ambiente escolar, como muitos pensam. Trata-se de uma maneira de produzir,
reproduzir e criar a cultura de um povo por meio dos movimentos corporais, podendo
ser apresentadas com diversas roupagens e formas. Neste sentido, pode ser
representada por diferentes mecanismos, dentre os quais: o esporte, e neste caso
específico, os coletivos, onde se encaixa o handebol como representante das
práticas corporais, que apresentam como fenômeno de estudo e como formas de
expressão, o movimento humano por meio dos esportes.

Tendo por base a afirmação acima, é correto afirmar que:

a) A cultura corporal do movimento está presente somente nas brincadeiras e jogos.


b) O handebol é capaz de ressignificar a cultura corporal humana.
c) Por meio dos esportes é difícil de trabalhar-se a cultura corporal do movimento.
d) O handebol em sua prática formal representa a cultura corporal do movimento.
e) A cultura corporal do movimento está indiretamente ligada às práticas corporais.

5. O handebol como modalidade esportiva coletiva deve ser entendido não apenas
como uma modalidade esportiva, sobretudo no âmbito educacional, em que
representam de forma evidente a cultura corporal do movimento, uma vez que o
esporte está presente na vida dos indivíduos, nada mais significante ele estar inserido
na escola, mais especificamente na disciplina Educação Física. Assim, a sua
presença na escola tem como objetivo direto:

a) Colaborar para a inserção dos cidadãos no mercado de trabalho, de forma


direta, por meio da prática da modalidade.
b) Orientar as escolas para receberem alunos-atletas, oferecendo-lhes o melhor
mecanismo de preparação possível neste contexto.
c) Formar os cidadãos para suas atuações diretas na sociedade, como seres ativos,
participativos e transformadores do processo.
d) Transformar vidas por meio da prática esportiva, e neste caso, o handebol
enquanto lazer ou de rendimento seriam consideradas os eixos mais adequados
de trabalho.
e) Implementar conceitos acerca da aplicação do aprendizado desta modalidade

20
na vida em sociedade, sobretudo dos fundamentos técnicos e táticos.

6. Um dos episódios mais importantes na consolidação do handebol no Brasil foi a


criação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).

Em que ano isso ocorreu?

a) 1973.
b) 1980.
c) 1982.
d) 1979.
e) 1970.

7. No contexto brasileiro, o handebol, apesar de ser uma modalidade que não possui
o mesmo reconhecimento se comparado à outras modalidades esportivas de
quadra, percebe-se um crescimento da modalidade, principalmente no meio
escolar, ocupando atualmente o segundo lugar na preferência dos estudantes
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2018), embora a divulgação da
modalidade ainda careça de maior espaço na mídia, haja vista encontra-se abaixo
do voleibol, bem como do futebol, o que é considerado um fator complicador para
que o crescimento seja mais significativo ainda.

Neste sentido, analise as assertivas a seguir, e assinale aquela que representa o fator
preponderante para a inserção do handebol no contexto brasileiro?

a) Competições de handebol em países vizinhos.


b) A participação do Brasil em Jogos Para-Olímpicos.
c) Redução dos praticantes de voleibol.
d) Colonização de países escandinavos.
e) Imigração alemã.

8. O handebol é considerado uma modalidade esportiva que se espalhou pelo


mundo, sendo que vem crescendo ao longo dos anos no Brasil. Existem diversas
competições que ocorrem a nível nacional e internacional, dentre as quais

21
merecem destaque o Campeonato Mundial de Handebol nas categorias feminina
e masculina.

O órgão responsável pela administração do handebol a nível mundial, é o:

a) CbHb.
b) IHFA.
c) AHA.
d) FIFA.
e) IHF.

22
FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO Erro!
HANDEBOL Fonte de
referênci
a não
2.1 INTRODUÇÃO
encontra
Antes de falar sobre os fundamentos técnicos do handebol, é da.
importante
destacar a técnica, que de acordo com Almeida e Dechechi (2012) é o
procedimento ou o seu conjunto, que têm como objetivo obter um determinado
resultado, seja no campo da ciência, da tecnologia, das artes ou no esporte, como
no caso do handebol, por exemplo.
Vieira e Freitas (2007) descrevem a técnica no handebol como um elemento
fundamental que viabiliza toda a concepção do jogo, e serve de apoio ao plano
tático, uma vez que está apoiada nos fundamentos técnicos. Trata-se, neste sentido,
da execução dos movimentos ou dos fundamentos técnicos do jogo, e depende de
alguns aspectos importantes, a destacar: as capacidades físicas e as habilidades
motoras gerais e específicas dos participantes, além dos aspectos cognitivos, muito
utilizados nas tomadas de decisões e estratégias a serem adotadas da equipe.
De fato, a fundamentação técnica também se baseia no processo de
aprendizagem e desenvolvimento de algumas competências mínimas e específicas
para o desempenho da modalidade, conforme descreve Abreu e Bergamaschi
(2016), mostrando a importância do refinamento da técnica como elemento
primordial para a execução otimizada do gesto técnico de cada jogador.
É importante entender que os fundamentos técnicos de uma modalidade
esportiva podem ser considerados os elementos que trazem à modalidade o status
de prática esportiva, mesmo que não-formal, a execução destes fundamentos
básicos deve ser implementada, no intuito de buscar-se o melhor desenvolvimento
do jogo em si.
De fato, o êxito durante um jogo depende da correta execução de
movimentos por parte de cada um dos jogadores, e tratando-se de esportes
coletivos, como é o caso do handebol, os jogadores desempenham funções
específicas dentro de uma mesma equipe, o que torna mais complexo ainda o
processo, pois um acaba dependendo do outro, e o sucesso da equipe passa por

23
esse importante ajuste no âmbito técnico.
Vale destacar que Bayer (1986) apud Almeida e Dechechi (2012) menciona
que a técnica representa todo um repertório de gestos, desenvolvidos
individualmente, de acordo com a especificidade da ação no jogo, sendo este fruto
da história e da evolução de cada jogo esportivo coletivo e baseado na experiência
acumulada e continuamente enriquecida pelas gerações precedentes de
desportistas.
Neste capítulo, você conhecerá os principais fundamentos técnicos
necessários à prática do handebol, independentemente de sua manifestação
social: educacional, participativa ou competitiva.

2.2 A IMPORTÂNCIA DO GESTO TÉCNICO APLICADO AO HANDEBOL

O handebol é uma modalidade coletiva, desenvolvido por meio de ações


individuais e coletivas. No decorrer do andamento de uma partida serão
desenvolvidas ações técnicas individuais, como passes, arremessos, dribles, fintas
etc., e em alguns momentos ocorrerão ações coletivas.
No caso do jogo de handebol ocorrem em sucessivas ações de ataque e
defesa, e para vencer uma partida de handebol é necessário que a equipe alcance
o maior número de gols do que a equipe adversária. Desse modo, enquanto uma
equipe realiza o ataque, a outra equipe defende. O objetivo final durante um ataque
é fazer o gol, já o da equipe que está defendendo é defender. Por isso é que durante
uma partida ocorrerão várias ações de ataque e defesa alternadas, dependendo
de quem estiver com a posse de bola (FRANKE, 2018).
Reis (2006) destaca que os fundamentos básicos do handebol são
desenvolvidos por meio de movimentos que são executados segundo um
determinado gesto técnico, descrito biomecanicamente, os quais oportunizam a
execução de um movimento com menor gasto energético, rapidez e velocidade,
resultando em maior eficácia.
Neste sentido, o autor ainda destaca que esses fundamentos básicos estão
também associados aos fundamentos técnicos, considerados, os gestos que
individualmente cada jogador realiza a partir de movimentos específicos do
handebol para desenvolvero jogo. No caso do handebol, os gestos são determinados
pelas limitações que as regras oficiais impõem tanto aos jogadores como ao próprio

24
contexto do jogo. Por isso que em alguns casos os gestos são limitados e adequados
de acordo com as situações que o jogo demanda.

2.3 OS FUNDAMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS NO HANDEBOL

Franke (2018) destaca que as ações dos jogadores no handebol diferem de


acordo com a situação de jogo, basicamente de quatro formas:
I. Situação de ataque: uma das equipes tem a posse da bola e busca a
progressão, trocar passes, infiltrar-se e fazer arremates contra o gol
adversário;
II. Situação de defesa: uma das equipes busca preencher os espaços,
defender o gol e tenta interceptar passes ou tomar a bola do adversário
para atacar;
III. Situação de ataque-defesa: fase de transição para a defesa, na qual uma
das equipes realizou o arremate ou perdeu a posse da bola e precisa postar-
se defensivamente, buscando evitar um contra-ataque;
IV. Situação de defesa-ataque: fase de transição para o ataque, na qual uma
das equipes sofreu o arremate ou recuperou a posse da bola e precisa
postar-se ofensivamente, buscando um contra-ataque.

Além das quatro situações de jogo apresentadas, destaca-se uma outra,


conhecida como – situação de bola parada – que corresponde ao reinício do jogo,
por exemplo, após a marcação de uma infração/penalidade pelo árbitro, em que
a bola se encontra parada, sendo colocada em ação (movimento), por meio de
um “tiro” correspondente à situação ocorrida (ex: tiro livre, sete metros, lateral, de
canto).
Vieira e Freitas (2007) descrevem que no handebol, os fundamentos técnicos
se dividem entre aqueles que são utilizados no ataque ou na defesa. Neste sentido,
é importante destacar que o êxito da equipe e dos jogadores, está associado ao
alcance de metas, das quais são necessárias como base, o desenvolvimento das

25
habilidades técnicas, além das táticas. Por exemplo, para conservar a bola consigo,
o jogador deve se deslocar a fim de evitar a marcação, dar bons passes para os
companheiros de equipe e receber adequadamente a bola, evitando que o
adversário intercepte a jogada, conforme descreve Menezes (2012). Em adição, na
progressão, a manutenção da posse de bola de bola é fundamental, executando-
se os fundamentos básicos e táticos, tanto individuais quanto coletivos. Para
alcançar o gol, todos os passos anteriores devem ser realizados, procurando
arremessar de posições favoráveis (FRANKE, 2018).
Por outro lado, nos aspectos defensivos, a equipe precisa de muita
concentração e disciplina tática para portar-se corretamente no sistema de defesa,
além de velocidade e elevado tempo de reação para buscar retomar a posse de
bola, seja por meio de uma interceptação, seja por meio de um desarme por parte
de um jogador. (FRANKE, 2018; MENEZES, 2012).
É importante ressaltar, todavia, que junto à fundamentação técnica da
modalidade, deve-se atentar para o fato de como todo o processo de
aprendizagem e desenvolvimento de algumas competências mínimas e específicas
para o desempenho da modalidade podem ser desenvolvidos.
A seção seguinte abordará as habilidades técnicas específicas dos jogadores
de linha e também do goleiro, lembrando que existem fundamentos técnicos que
são associados tanto aos jogadores de linha quanto ao goleiro, exceto o fato de
que, no handebol, o goleiro pode utilizar os pés para realizar defesas, conforme
destacado mais a frente nas regras oficiais do handebol.

2.4 HABILIDADES TÉCNICAS ESPECIFICAS DOS JOGADORES DE LINHA E DO


GOLEIRO

Vieira e Freitas (2007) destacam que antes de iniciar qualquer treinamento de

26
algum fundamento ou habilidade técnica, faz-se necessário trabalhar-se o controle
de corpo, sendo este um fundamento que está presente tanto nas ações ofensivas
quanto nas defensivas, tanto para os jogadores linha como para o goleiro, sendo
uma característica encontrada em modalidades esportivas onde é necessário que
o praticante domine seu próprio corpo durante a realização dos movimentos
específicos, ou gestos técnicos da modalidade, como vemos no handebol, o passe
e/ou arremesso que dependem do equilíbrio e o domínio corporal, e que também
são elementos muito úteis para a execução de jogadas, neste caso, para as saídas
rápidas, as paradas bruscas, as mudanças de direção, os deslocamentos, os saltos,
as aterrissagens e etc. Ainda de acordo com os autores, no handebol, a importância
que se dá ao domínio do corpo deve ser considerada, haja vista, ser considerada,
haja vista a execução de muitos fundamentos estarem atreladas a um bom domínio
corporal. E por tratar-se de uma modalidade dinâmica, deve ser desenvolvido
sempre na intencionalidade de maximizar as ações defensivas e/ou ofensivas.
As técnicas de ataque, são aquelas cujo objetivo é direcionado à progressão
ao gol, e para tal deve-se utilizar os fundamentos mais adequados para tal. É
considerado a maneira como os companheiros de equipe trabalham a jogada (a
bola), visando dar continuidade ou fluidez ao lance (TENROLER, 2004; VIEIRA e
FREITAS, 2007).
Neste sentido, o passe e a recepção, ganham destaque no handebol, pois
constituem-se como elementos fundamentais da condução de bola entre os
companheiros, além de permitir a preparação da jogada para as finalizações, tanto
para os jogadores de linha, como para o goleiro.
Este fundamento é descrito pela maneira de enviar e dirigir a bola ao
companheiro, de forma correta, com finalidade de facilitar a continuidade do jogo.
O passe, junto com a recepção, é considerado elemento fundamental na
condução da bola, entre os companheiros e na preparação da finalização
(ZAMBERLAM, 1999 apud ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Ainda de acordo com Almeida e Dechechi (2012), independentemente do
tipo de passe utilizado, a bola pode descrever a trajetória reta – cujo objetivo é fazer
com que a bola chegue o mais rápido possível ao colega de equipe; parabólica –
em que visa lançar a bola por cima de um defensor que se coloque entre dois
atacantes; quicada – onde o objetivo é lançar por baixo de um defensor que se
coloque entre dois atacantes. Todos os tipos de passe que serão apresentados a

27
seguir podem ser executados com o jogador parado, em deslocamento ou em
suspensão.
Existem cinco tipos de passes, dentre os quais: passe de ombro, por trás do
quadril, por trás da cabeça, em pronação, o pendular e suas variações). Franke
(2018) destaca que o trabalho orientado para a iniciação deve ser focado nos
aspectos mais simples progredindo gradativamente até atingir níveis mas
complexos. Destacam-se, então, dois tipos de situações metodológicas que podem
ser adotadas: o tipo simples, onde o trabalho inicial se realiza com pequenos grupos
de 2 a 3 alunos, com uma bola e sem defensor; e o tipo complexo, onde também
se trabalha com grupos de 2 a 3 alunos, porém com maior número de bolas e
defensores em igualdade numérica. Vale ressaltar que no tipo simples deve ser
aplicado quando o objetivo é orientado ao aprendizado do fundamento, sem a
preocupação excessiva com as ações defensivas, em um primeiro momento; e no
caso do tipo complexo, faz-se necessário intensificar o objetivo, no sentido de aplicá-
lo em diferentes situações, dentre as quais, a partir de um contexto em que
prevaleça as situações de pressão espaço-temporal, na presença de defensores
(VIEIRA e FREITAS, 2007). A figura 1 mostra ainda dois outros tipos de passes diferentes
e que são muito utilizados no handebol, o passe de ombro (Figura 1 a) e o passe em
pronação (Figura 1 b).

Figura 1: Tipos de passes no handebol


(a) de ombro; (b) em pronação.

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 59-60)

Em paralelo, aos passes, temos ainda, as recepções, fundamento este que de


acordo com Tenroler (2004) significa o ato de receber e controlar a bola, sendo
considerada técnica básica da modalidade, em que o objetivo principal é fazer

28
com que o jogador consiga um domínio amplo/controle sobre a bola a ele passada.
É importante destacar que as recepções visam também reter a bola, protegendo-a
do adversário e enquadrando o corpo em condições de se executar outros
movimentos (VIEIRA; FREITAS, 2007).
De toda maneira, as recepções são considerados gestos específicos de
receber, amortecer e reter a bola de forma assertiva, tendo em vista as diferentes
posições e situações dos jogadores, em quadra, onde tem-se o foco de preparação
para as finalizações e ainda, na manutenção da posse de bola. Almeida e Dechechi
(2012) destaca que tecnicamente, a recepção deve ser feita com as mãos
paralelas, ligeiramente côncavas e com as palmas das mãos voltadas para frente.
Porém, recentemente os atletas tendem a realizar este gesto utilizando apenas uma
mão.
No handebol existem seis tipos de recepções: recepção alta, média, baixa,
em deslocamento, em suspensão e recepção no solo (FRANKE, 2018; VIEIRA e
FREITAS, 2007). Entretanto, é importante ressaltar que no processo de iniciação
esportiva, recomenda-se que os seis tipos de recepções sejam desenvolvidos em
conjunto com os passes, sendo que a ênfase inicial do trabalho deve ser no domínio
correto sobre a bola, de modo que a mesma não saia da posse de sua equipe,
conforme descreve Tenroler (2004).
A empunhadura, trata-se de um importante fundamento o qual está
associado à recepção, ao passe, enfim, muito importante para a execução de um
gesto técnico no handebol. De acordo com Franke (2018) é considerado o principal
fundamento do handebol, e base para os demais fundamentos, a empunhadura
consiste na forma de segurar com uma das mãos a bola de handebol. Sem uma
empunhadura adequada, dificilmente serão realizados os demais fundamentos,
como receber, passar, arremessar, driblar e fintar (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). A
empunhadura pode ser realizada com o jogador parado ou em movimento (Figura
2). De acordo com Vieira e Freitas (2007) este fundamento está associado ao ato de
receber a bola e livrar-se dela, de forma orientada, explorando a técnica do
manuseio, que pode ser executado com uma ou ambas as mãos, segurando-a com
as falanges distais dos cinco dedos abertos e com a palma da mão em uma posição
ligeiramente côncava, podendo ser realizada com o jogador parado ou em
movimento e nos diferentes planos do corpo.

29
Figura 2: Empunhadura no handebol.

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 58)

O arremesso é considerado um dos fundamentos técnicos mais importantes,


e que possibilita ao jogador fazer o gol na equipe adversária. Vieira e Freitas (2007)
destacam que existem três tipos de arremessos no handebol, a destacar: o
arremesso básico; com salto; e ainda, o arremesso com queda.
Almeida e Dechechi (2012) descreve que este é um meio técnico realizado
sempre em direção ao gol. É a maneira de enviar e dirigir a bola em direção ao alvo,
de forma correta, com finalidade de facilitar a anotação do gol. Para cumprir os
objetivos ofensivos do jogo de handebol, o praticante deverá estar preparado para
arremessar a bola em diferentes situações. Por isso, o arremesso pode ser realizado
com o jogador apoiado no solo, após a bola ter perdido contato com a mão do
arremessador, a perna que estava posicionada atrás deverá ser levada à frente,
seguindo o movimento do tronco (Figura 3 a) ou em suspensão (saltando), o qual
deve ser realizado em deslocamento frontal e vertical simultaneamente, podendo
ser mais vertical em arremesso de longa distância e mais frontal em arremessos de
curta distância, a fim de obter maior tempo de vôo/em suspensão (Figura 3 b).

30
Figura 3: Tipos de arremessos no handebol
(a) apoiado; (b) em suspensão.

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 58)

As progressões, de acordo com Vieira e Freitas (2007), é considerada um


fundamento técnico, em que o principal objetivo é dar ao jogador condições
necessárias para a sua progressão em direção à quadra adversária, em posse de
bola, no intuito de conseguir o melhor posicionamento possível dentro das variantes
ambientais que o jogo oferece, buscando a meta adversária (gol). No handebol
existem dois tipos de progressões: o drible e o ritmo (trifásico e o duplo trifásico).
No caso específico do ritmo trifásico, Tenroler (2004) destaca que este é
constituído por três passadas consecutivas em que o jogador, em posse da bola,
pode realizar, independentemente da perna utilizada. Cabe ao jogador identificar,

31
como executar o ritmo trifásico de acordo com as possibilidades da situação da
partida. As seguintes possibilidades podem ser desenvolvidas, como por exemplo:
esquerda + direita + esquerda; esquerda + direita + direita; esquerda + esquerda +
direita; direita + esquerda + direita; direita + esquerda + esquerda; direita + direita +
esquerda, conforme descreve (VIEIRA e FREITAS, 2007).
Os autores descrevem a possibilidade de uma variação interessante, na qual
pode ser executada o chamado “duplo ritmo trifásico” ou a dupla passada,
constituído da realização de sete passos pelo jogador em posse da bola (VIEIRA e
FREITAS, 2007) e também independentemente da perna utilizada, verificando
aspectos fundamentais da técnica, em que os três primeiros passos podem ser
executados com a posse de bola, imediatamente após sua recepção, e,
simultaneamente à execução do quarto passo, onde o jogador terá que driblar a
bola no solo uma vez, tornar a empunhá-la e executar mais três passos, com ela
dominada, onde ao final do sétimo deve passá-la a um companheiro ou arremessá-
la em direção ao gol, conforme descreve Tenroler (2004).
Em relação aos dribles, Franke (2018) define este fundamento como o ato de
quicar a bola com uma das mãos contra o solo, parado ou em movimento, deve ser
feito com a mão em cima da bola, e, durante o deslocamento, deve-se deixar
preferencialmente a bola em posição lateral e à frente do corpo. Esse fundamento
é importante quando a equipe/atleta visa a progressão em quadra, mantendo-se a
posse de bola. De fato, pode ser muito utilizado em situações de contra-ataque,
para fintar a defesa, sair de marcações, em jogadas individuais e para buscar uma
posição favorável para o arremesso. De acordo com Almeida e Dechechi (2012)
existem dois tipos de dribles no handebol: o drible alto, utilizado para deslocamentos
em grande velocidade, sendo fundamental para um bom contra-ataque; e o drible
baixo, utilizado basicamente para a proteção de bola.
Temos ainda as fintas, as quais constituem-se no ato de fingir, do particípio
passado fintar (VIEIRA e FREITAS, 2007). É importante destacar que este gesto
(fundamento) é muito utilizado no handebol, devido a sua função de tentar de
alguma maneira "ludibriar" o adversário, buscando-se livrar-se de uma marcação,
por exemplo. O objetivo deste fundamento é fazer com que o adversário acredite
em uma determinada ação técnica ofensiva, que não acontecerá, levando-o a
tomar uma postura, posição ou atitude ineficiente diante do ataque, sendo que,
logo após isto, o atacante realiza outro fundamento técnico qualquer, diferente

32
daquele proposto na finta (ALMEIDA e DECHECHI, 2012). De fato, existe uma enorme
quantidade de possibilidades de realização das fintas, dentre as quais destacam-se:
a finta de arremesso, de drible, de passe, de mudança de direção (com ou sem
bola), de marcação, de desmarcação, de ataque, de velocidade, de corpo, etc.
No caso específico dos fundamentos técnicos de defesa, existe a posição
básica defensiva; o deslocamento básico defensivo; o bloqueio defensivo; a
marcação por impedimento e as diferentes técnicas de goleiro (ALMEIDA;
DECHECHI, 2012; SIMÕES, 2002) as quais estão associadas sobretudo aos goleiros, ou
aos jogadores de linha em situação defensiva, como na formação de uma barreira
à frente da área do gol, por exemplo.
Franke (2018) menciona que a posição básica defensiva é definida como
aquela que favorece todos os deslocamentos dos defensores para se realizar a
marcação, a partir de posições anatômicas de seus atletas, de forma especifica
para tal. Por outro lado, no deslocamento básico defensivo, o defensor desloca-se
em direção ao seu atacante correspondente, com ou sem a bola, ou ainda,
desloca-se em direção ao espaço proporcionado por outro defensor em fase de
marcação. Almeida e Dechechi (2012) e Simões (2002) descrevem que o bloqueio
defensivo, por sua vez, é um fundamento técnico utilizado para interceptar a bola
lançada ao gol, sendo considerado como o recurso final de um defensor de linha. E
por fim, a marcação por impedimento consiste na maneira pela qual o defensor
evita as ações do atacante, segurando o braço de arremesso do ofensor com uma
das mãos e o quadril com a outra.
Em relação às habilidades específicas do goleiro (fundamentos), apesar de
as características de cada jogador serem distintas na quadra de jogo, de modo
geral todos têm funções semelhantes. Contudo, o jogador que mais difere com
relação aos fundamentos é o goleiro, cujo treinamento, nesse sentido, também deve
ser diferenciado, embora, muitas vezes, esse aspecto seja negligenciado em
algumas equipes. Por isso, a importância de se conscientizar que o goleiro precisa
de um treinamento de técnicas e fundamentos específicos no processo didático-
pedagógico (FRANKE, 2018; MENEZES, 2012).
As técnicas de goleiro, devem ser muito bem executadas, pois exige alguns
pré-requisitos, como por exemplo, um reflexo apurado, para que as defesas tenham
alguma chance de serem realizadas, dada a pouca distância e a grande força que
os atacantes empreendem no momento de se tentar um arremesso ao gol. Sendo

33
assim, as defesas são realizadas dentro de uma pequena fração de segundo,
disponível para o goleiro, conforme destaca Simões (2002).
Franke (2018) menciona que as técnicas de defesa do goleiro são variadas,
porém existem três consideradas as mais tradicionais: a defesa alta, consiste na
intenção de interceptação de bolas que os atacantes arremessam acima da linha
dos ombros dos goleiros. Esse tipo de defesa deve ser executada com uma ou
ambas as mãos, saltando ou não. Vale ressaltar um outro tipo de defesa, classificado
como “meia altura”, a qual é derivada das bolas arremessadas pelos atacantes
entre a linha do joelho e a linha dos ombros dos goleiros, podendo ser realizada com
as mãos, pernas e/ou quadris. E por fim, temos a defesa baixa deriva das bolas
arremessadas abaixo da linha do joelho, podendo ser realizada com os pés, as mãos
alternadas ou simultaneamente, conforme apresentado na Figura 4 (a, b, c).

Figura 4: Tipos de defesas no handebol. (a) alta; (b) meia altura; (c) baixa.

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 73-74)

E, por fim, a defesa em “X”, pode ser realizada sempre que as bolas forem
arremessadas por pivôs ou atacantes, em fase de contra-ataque, quando a
intenção do goleiro for diminuir os espaços em arremessos realizados entre a linha
dos ombros e dos quadris. É um tipo de defesa que é desempenhada por meio de

34
um salto, seguido de um movimento de abdução de ombros e quadris,
simultaneamente, proporcionando o alinhamento dos braços na linha do ombro e
das pernas na linha do quadril, onde a defesa pode ser realizada com qualquer
parte do corpo (SIMÕES, 2002).

35
FIXANDO O CONTEÚDO

1. As ações dos jogadores no handebol diferem de acordo com a situação de jogo.


Neste sentido, para que os jogadores consigam atingir essas metas, são necessárias
habilidades técnicas e táticas, como por exemplo, para conservar a bola consigo,
o jogador deve se deslocar a fim de evitar a marcação, dar bons passes para os
companheiros de equipe e receber adequadamente a bola, evitando que o
adversário intercepte a jogada.

Baseado nessa afirmativa, assinale a opção que apresente as quatro formas ou


situações referentes à atuação técnica e tática de um jogador de handebol.

a) Situação de ataque, Situação de transição, Situação de flutuação e Situação de


defesa-ataque.
b) Situação de defesa, Situação de ataque, Situação de ataque-defesa e Situação
de defesa-ataque.
c) Situação de defesa-ataque, Situação de ataque-defesa, Situação de transição e
Situação de resolução de problemas.
d) Situação de ataque, Situação de defesa, Situação de infiltração e Situação
técnico-tática.
e) Situação de defesa, Situação de ataque, Situação técnico-tática e Situação de
defesa-ataque.

2. O handebol é decorrente de sucessivas ações de _________ e ___________, e para


vencer uma partida é necessário que a equipe alcance o maior número de gols do
que a equipe adversária. O objetivo final durante um __________ é fazer o gol, já o
da equipe que está defendendo é defender. Por isso é que durante uma partida
ocorrerão várias ações de ataque e defesa alternadas, dependendo de quem
estiver com a posse de bola

Assinale a alternativa que apresente os termos que preencham de forma correta as


lacunas:

a) Ataque – defesa – lançamento.

36
b) Defesa – estratégia – sistema.
c) Tática – técnica – ataque.
d) Ataque – defesa – ataque.
e) Recuo – posse de bola – ataque.

3. (Concurso público UFRJ/2004 – adaptado) Dentre os fundamentos técnicos do


handebol, de ataque e/ou de defesa, aquele que fornece base para o aprendizado
dos demais fundamentos do jogo é:

a) O arremesso.
b) O drible.
c) A cobrança de faltas.
d) A defesa.
e) O passe.

4. O controle do corpo é um fundamento que deve ser desenvolvido/trabalhado ao


longo do processo, sobretudo na iniciação do handebol, haja vista tratar-se de um
elemento que está presente tanto nas ações ofensivas quanto nas defensivas, tanto
para os jogadores linha como para o goleiro, e se caracteriza no fato de que em
toda modalidade esportiva é necessário que o praticante domine seu próprio corpo
durante a realização dos movimentos específicos que envolvem a prática, a
exemplo do equilíbrio e o domínio corporal necessários as saídas rápidas, as paradas
bruscas, as mudanças de direção, os deslocamentos, os saltos, as aterrissagens e
etc.

A partir do excerto acima, e considerando seus conhecimentos sobre o tema, avalie


as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. O ato de dominar o corpo, é de suma importância sobretudo em modalidades


dinâmicas, como é o handebol, em que as ações defensivas e/ou ofensivas são
constantes ao longo da partida.

PORQUE

37
II. O indivíduo que consegue manter seu corpo em equilíbrio durante as ações ou
fundamentos técnicos, como por exemplo, o passe, dificilmente conseguirá êxito em
uma determinada situação de jogo (um passe mais longo, por exemplo).

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.


b) As asserções I e II são falsas.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.

5. (IFB/2017 – adaptado) Em relação aos fundamentos técnicos utilizados no


handebol e suas aplicações durante o jogo, analise as afirmativas abaixo.

I) O passe é a ação de tomada de contato com a bola, controlando-a para realizar


na continuação outra ação.
II) A finta é a ação técnica que oferece ao jogador o máximo de possibilidades de
progressão espacial com a bola.
III) O arremesso é a ação de aplicar um impulso à bola de forma que percorra uma
distância determinada em direção ao gol, procurando superar o goleiro e conseguir
o gol.
IV) Uma troca de passes em velocidade no ataque é capaz de provocar um
desequilíbrio defensivo em determinada situação de jogo.
V) Um drible pode ser entendido como uma ação realizada pelo jogador com bola
que, por meio de um engano, tenta iludir uma marcação em proximidade do
oponente direto.

Neste sentido, assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas


CORRETAS.

a) III e IV.

38
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I, IV e V.
e) III, IV e V.

6. O handebol, como qualquer outro esporte coletivo, repleto de imprevisibilidade e


aleatoriedade, exige de seus jogadores constantes adaptações às situações que
emergem em busca dos seus objetivos. O número de ações possíveis do atacante
com a posse de bola é grande e ele deve ser capaz de identificar a ação correta,
como por exemplo, driblar, passar a bola, fintar o adversário e/ ou arremessar a gol.
Da mesma forma, o defensor precisa reagir e decidir o que deve ser feito para
retomar a posse da bola. Para tanto, ambos devem saber executar os fundamentos
do handebol e saber aplicá-los nos momentos propícios.

Neste sentido, marque V para verdadeiro ou F para falso, no que tange as


características de alguns dos principais fundamentos do handebol.

( ) A finta é considerada o principal fundamento do handebol, e considerado como


base para todos os outros fundamentos.
( ) O passe é utilizado para dar sequência ao jogo e elaborar jogadas, sendo capaz
de alterar a velocidade do jogo.
( ) O arremesso é o fundamento utilizado em uma situação de jogo de ataque,
executado para fazer o gol.
( ) O drible é o fundamento realizado quando um jogador sem posse de bola
ameaça fazer um movimento na quadra, mas em seguida muda de direção, com
o intuito de enganar o adversário.
( ) A recepção deve ser feita com as duas mãos paralelas, com a palma das mãos
posicionadas de forma côncava e voltada para frente, na direção em que a bola
está vindo.

Agora, assinale a alternativa que apresente a sequência CORRETA.

a) V - F - V - F - V.
b) F - V - V - F - V.

39
c) F - V - F - V - F.
d) F - F - V - V - F.
e) V - F - F - F - V.

7. (Concurso público Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da


Paraíba – 2013 – questão 45) O handebol é um esporte dinâmico, bastando uma
bola e alguns jogadores para sua realização. Disputado entre duas equipes, seu
objetivo é a marcação do maior número de gols possível, algo que a cultura
brasileira tanto admira no futebol.

Durante um jogo de handebol, caso você segure a bola ao driblar, suas funções
ficarão limitadas a:

I. Repetir o drible.
II. Passar a bola.
III. Deslocamento em até três passos.

Considerando a jogada descrita no enunciado, está(ão) CORRETA(S) as funções


apresentadas em:

a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e III apenas.
d) I e II apenas.
e) II e III.

8. Sobre os fundamentos técnicos de base de um goleiro de handebol, como


deslocamento, postura, posição e tipos de defesa, pode-se afirmar que cada
técnica aplica-se a uma situação. Neste sentido, em que situação o goleiro deve
utilizar uma posição adiantada?

a) Para diminuir o ângulo de ataque do adversário.


b) Quando há um ataque da sua equipe.
c) Quando os atacantes estão armando a jogada.

40
d) Para ter mais tempo para reagir a um ataque.
e) Para aumentar o ângulo de ataque do adversário.

41
SISTEMAS DE JOGO NO HANDEBOL Erro!
Fonte de
referênci
3.1 INTRODUÇÃO a não
encontra
A compreensão dos sistemas táticos de jogo é algo fundamental quando o

da.
handebol é entendido a partir de sua concepção formal, sobretudo. Tanto na
iniciação (ambiente escolar, por exemplo) como no alto rendimento (equipes
profissionais) os sistemas táticos são os responsáveis não somente por determinar a
movimentação da própria equipe, e de seus jogadores, como também a estratégia
de jogo a ser adotada pelo adversário mediante uma situação surgida dentro da
partida, de ataque, defesa, contra-ataque, etc.
Enfim, quando se busca a prática de um esporte, muitas vezes, não se imagina
a complexidade que tal prática pode exigir de seus praticantes, portanto, o
compreensão dos aspectos que cerceiam as particularidades dos fundamentos
técnicos e táticos, apoiados numa metodologia de ensino organizada em seus
diversos aspectos, pode fazer com que o trabalho desenvolvido seja, de fato
relevante.
É importante destacar alguns conceitos atrelados à prática dos esportes
coletivos, no que tange a estruturação tática de uma equipe, neste caso, do
handebol. Destacam-se alguns temas importantes de serem conceituados a fim de
compreendê-los quanto a sua aplicação prática, principalmente.
De acordo com Greco e Fernández (2015), tática está associada “ao fazer”,
ou seja, a compreensão das formas de organização, preparação e finalização das
jogadas (ações de ataque e defesa) que podem ser executadas de forma individual
ou coletiva, dividindo-se em individual, de grupo, e de equipe, conforme menciona
Almeida e Dechechi (2012). Em adição, temos ainda, as estratégias de jogo, que
estão ligadas às táticas, porém aqui o foco está na organização e/ou como os
jogadores ou equipe irão colocar em prática as ações planejadas desde a
organização até a finalização de uma jogada, por exemplo, podem ser conhecidas
também como estratégias táticas de jogo.
Os sistemas táticos do handebol estão associados aos meios e recursos que
são empregados pela equipe, no intuito de alcançar um resultado favorável. No

42
handebol são usados diferentes sistemas ofensivos e/ou defensivos, dentre os quais:
3x2x1, 5x1, 6x0, 4x2, 3x3 e 1x5, conforme descreve Almeida e Dechechi (2015), e que
serão discutidos ainda neste capítulo. Destaca-se ainda os esquemas táticos,
considerados elementos essenciais para a adequação do sistema tático da equipe,
sendo considerados fundamentais para a estruturação da equipe, uma vez que é
por meio deles que os jogadores conseguem realizar determinadas ações, em
posições específicas, ofensivas e defensivas, tendo como aplicação prática destas
ações, os sistemas táticos.

3.2 OS FUNDAMENTOS TÁTICOS DO HANDEBOL

Os fundamentos táticos aparecem nas situações jogadas, aparecendo


problemas de quando e como se colocar no espaço de jogo. É no jogo que se
vivenciará e compreenderá que suas técnicas estão balizadas nas mudanças do
movimento dos colegas e adversários que ocorrem no espaço e tempo durante o
jogo, dando-se assim sua iniciação tática, pois o jogo propicia emoções verdadeiras.
De acordo com Garganta (1998) ações coordenadas podem ser construídas
visando impedir a progressão da equipe adversária, que esteja com a posse de bola
do campo de defesa para o ataque, além de buscar o objetivo básico, neste caso,
que é o de impedir o gol do adversário. Por outro lado, com a posse de bola, faz-se
necessário realizar movimentos que permitem a manutenção da posse de bola, no
intuito de superar (ultrapassar) todas as linhas de defesa da equipe adversária, bem
como atingir a meta – gol adversário. Esses movimentos são considerados ações
individuais e coletivas, as quais buscam manter o jogo de ataque (sistema ofensivo).
A prática do handebol tem muitas variações táticas que podem ser
implantadas em diferentes contextos ao longo de uma partida. É fundamental que
jogadores mais experientes ou especializados na prática esportiva conheçam os
conceitos e a estruturação dos mais variados sistemas ofensivos e defensivos, bem
como saibam fazer transições de um sistema para outro, de acordo com a
necessidade da partida (FRANKE, 2018).
Para Bayer (1994) e Garganta (1998), existem princípios gerais que norteiam o
jogo de ataque e de defesa das equipes nas modalidades esportivas coletivas. Esses
princípios são ações individuais e coletivas de ataque durante a disputa destas
modalidades que objetivam a conservação da posse da bola, progressão dos

43
alunos/atletas de uma equipe com a posse da bola até a meta defendida pela
equipe adversária, com a finalidade de marcar um ponto/gol.
Franke (2018) cita ainda que além de conhecer a forma como a equipe deve
postar-se nos sistemas táticos, defensivos ou ofensivos, é importante conhecer as
características básicas que norteiam os conceitos táticos, ou seja, o que cada
jogador busca para que a equipe responda bem coletivamente dentro de um
determinado sistema.
De acordo com Garganta (1998), as modalidades esportivas coletivas
acontecem dentro de um cenário permanente de mudanças de situações e em um
contexto imprevisível no qual o praticante deve responder. Mahlo (1970) apud
Garganta (1998) menciona que a ação tática é realizada em três fases: (1)
Percepção e análise da situação (identificação do problema); (2) Solução mental
do problema (elaboração da solução); (3) Solução Motora do problema (execução
do gesto motor).

Neste sentido, um bom desempenho tático por parte dos praticantes das
modalidades esportivas coletivas está diretamente ligado com o desenvolvimento
de competências específicas nas três fases acima mencionadas, obtidas por meio
de atividades específicas (vivências) relacionadas aos jogos coletivos. E de acordo
com

44
Almeida e Dechechi (2012) no handebol, a existência de três táticas diferentes
estão presentes de forma contínua, a saber:

I. Tática Individual: consideradas as ações adequadas e econômicas do


jogador com o objetivo de derrotar o adversário. Pode ser ainda, a ação de
um jogador, na qual procure uma situação (1×1), sem uma ação direta do seu
companheiro de equipe para alcançar o objetivo almejado, ou seja, depende
muito do “talento” ou capacidade individual, neste caso.
II. Tática de grupo: compreende as ações de grupos de jogadores em ataque e
defesa, a colaboração direta, respectivamente, de dois ou vários jogadores,
executada de forma eficaz e com o mínimo de esforço e máximo
desempenho/performance possível. Envolve parte da tática coletiva para a
sua execução.
III. Tática de equipe: classificado como o conjunto de ações e medidas
orientadas para um objetivo que essa equipe utiliza com a finalidade de
vencer o adversário. A base deste tipo de tática, é construída a partir da tática
individual associada à e tática de grupo. Neste caso específico, a colocação
de ações individuais deve ter um conceito comum a toda equipe, buscando
trabalhar-se dentro de um mesmo propósito a ser lançado em prática durante
a partida.

3.3 AS TÉCNICAS DE ATAQUE E DEFESA NO HANDEBOL

Almeida e Dechechi (2012) descreve que no handebol, temos as linhas


ofensivas, as quais referem-se à divisão da quadra de ataque em sua profundidade,
tomando como referência a área dos 9 metros, conforme mostrado na Figura 5.

45
Figura 5: Divisão da quadra de ataque em linhas.

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 17)

Destaca-se a primeira linha ofensiva, conhecida como um espaço que fica


entre a linha central e a linha da área de tiro livre (9 metros). Essa linha é ocupada
pelos jogadores “de armação”. No caso da segunda linha ofensiva, esta pode ser
compreendida como o espaço compreendido entre a linha da área de tiro livre e a
linha da área de gol (6 metros). Essa é uma linha ocupada pelos jogadores “de
finalização” do handebol.
Ainda de acordo com Almeida e Dechechi (2012), temos as zonas ofensivas
que são as divisões da quadra de ataque na sua largura, tomando como referência
as linhas laterais. Em relação ao posicionamento de jogo, Ehret et al. (2002) apud
Almeida e Dechechi (2012) defendem que este é caracterizado pela ação de cada
jogador em um determinado setor ofensivo. Neste sentido, a posição do jogador
dentro da quadra ofensiva determina sua função específica de ataque. Pode-se
dizer que a distribuição dos jogadores nas linhas e zonas de ataque lhes conferem
funções, como por exemplo: armadores e finalizadores, funções utilizadas nos
sistemas ofensivos ou de ataque da equipe.
A partir destes pontos ou zonas específicas de ataque, Almeida e Dechechi
(2012), descrevem as fases do ataque, na qual são fases que se iniciam a partir do
momento que a equipe recupera a posse de bola. Vale ressaltar que a recuperação
da posse de bola se dá normalmente, quando o adversário comete um erro técnico
(ex: erro de passe, de recepção ou de arremesso), uma infração (ex: invasão da área

46
de gol, drible ilegal, sobrepassos, falta de ataque etc.), ou ainda associada à
marcação de um gol. A fase ofensiva (de ataque) está dividida em:
 Transição ofensiva: É a passagem da quadra de defesa para a quadra de
ataque a partir do momento que a equipe recuperou a posse de bola, até
quando a defesa adversária esteja devidamente organizada.
 Organização: Período em que os jogadores ocupam suas posições específicas
de ataque. Após um contra-ataque sem sucesso executado pela equipe ou
em reposições de bola em jogo, utilizando o tiro livre de saída, são os
momentos em que o contra-ataque mais ocorre durante a partida.
 Ataque em sistema: Caracteriza-se pelo momento que ocorre após a
ocupação das respectivas posições de ataque, onde os jogadores buscam
uma organização por meio de algum sistema e ainda realizam ações táticas,
na tentativa de criar-se condições favoráveis para o arremesso eficiente à
meta adversária.
 É importante destacar também na elaboração das táticas ofensivas, os meios
táticos individuais e de grupo. No caso dos meios táticos individuais, Almeida
e Dechechi (2012) mencionam os seguintes:
 Contra-ataque direto: Representa a transição ofensiva rápida com o objetivo
de chegar à quadra de ataque com superioridade numérica, e neste sentido,
buscar o gol, ao enfrentar uma defesa adversária taticamente desorganizada.
l.
 Infiltração: Trata-se da aproximação aos 6 metros, com posse de bola,
passando por entre dois adversários, objetivando a finalização. Muito utilizada
no handebol, permite variação de jogadas e a “quebra” do sistema defensivo
adversário.
 Fixação: Representa a aproximação aos 6 metros, com posse de bola, indo
em direção ao adversário. É uma busca em manter o adversário o mais fixo
possível na sua posição defensiva, facilitando as movimentações de ataque,
bem como buscar atrair sua atenção para que acompanhe a trajetória do
atacante, promovendo o abandono da sua posição defensiva inicial,
desestabilizando o setor defensivo de certa maneira.
 Par-Ímpar: Caracterizada pela aproximação em profundidade buscando
espaços, em direção aos correspondente defensores direto e indireto. Par:
Aproximação em profundidade em direção ao defensor direto; e Ímpar:

47
Aproximação em profundidade em direção ao defensor responsável em
marcar um colega de equipe (defensor indireto).
 Finta: É um tipo de movimentação onde o jogador utiliza a estratégia de induzir
o adversário ao erro, por meio de uma tomada de decisão equivocada,
provocada de forma intencional pelo atacante. Com isso, busca-se uma
vantagem momentânea em relação ao defensor numa trajetória com ou sem
a posse de bola.

Por outro lado, Almeida e Dechechi (2012) mencionam ainda a existência dos
meios táticos de grupo, os quais são caracterizados por um conjunto de ações
realizadas de comum acordo entre dois ou mais jogadores, que permitem ao
atacante arremessar de forma mais “livre” sem interferência da barreira, por
exemplo. Trata-se de uma condição onde a superioridade numérica ganha
destaque, haja vista, surge a partir do momento em que um dos atacantes consegue
atrair a marcação de dois defensores e, consequentemente, outro atacante fica livre
de marcação, facilitando a tentativa do arremesso à meta adversária.
No caso destes meios táticos de equipe, é importante entendermos a
distribuição dos jogadores em quadra no ataque, considerando-se a ocupação de
uma mesma zona e mesma linha, simultaneamente, por dois jogadores da mesma
equipe, parece ser pouco apropriada para realização do ataque. De acordo com
Almeida e Dechechi (2012), alguns tipos de ataque buscam manter o equilíbrio por
meio de movimentações específicas, conforme apresentado a seguir:
• Jogo Posicional: Nesse tipo de ataque, os jogadores realizam as
movimentações ofensivas segundo o princípio da manutenção dos postos
específicos, já que cada jogador não troca de posição com o outro, mesmo
quando ocorre a invasão do espaço de outro jogador após uma
movimentação, cabe ao jogador retornar a sua posição inicial, buscando
manter-se a equipe o mais organizada quanto possível a partir do sistema
posicional definido pelo treinador.
• Combinado: A combinação do ataque posicional com o ataque em
circulação configura-se quando parte dos jogadores mantém-se nos seus
postos específicos e a outra parte realiza trocas de posição.
E para as tática de defesa, Almeida e Dechechi (2012) descrevem a
organização dos jogadores na defesa torna-se elemento crucial para o sucesso da

48
equipe, estando diretamente associada aos diferentes espaços que os jogadores de
defesa podem ocupar. É importante destacar que esses espaços ou áreas são
divididos em função das linhas e zonas da quadra.

Outro ponto a destacar, de acordo com Almeida e Dechechi (2012) são as


fases da defesa, as quais iniciam-se no momento que a equipe que está atacando
perde a posse de bola, quando comete um erro técnico (erro de passe, de recepção
ou de arremesso), uma infração (invasão da área de gol, drible ilegal, sobrepassos,
falta de ataque etc.), ou marca um gol. Estas fases estão divididas em:
 Transição defensiva: é a passagem da quadra de ataque para a quadra de
defesa a partir do momento que a equipe perdeu a posse de bola, até que a
defesa esteja devidamente organizada.
 Defesa temporária: é o prolongamento da transição defensiva. Nessa
situação, o defensor que volta para sua quadra de defesa rapidamente tende
a retornar em linha reta, mas, muitas vezes, chega à defesa fora de sua
posição original ou de maior rendimento individual preestabelecido.
 Organização: período em que os jogadores ocupam suas posições específicas
de defesa. Ocorre imediatamente após um contra-ataque sem sucesso da
equipe que recuperou a posse de bola, ou quando esta equipe repõe a bola
em jogo por meio do tiro de saída, com a defesa já posicionada.
 Defesa em sistema ou posicionada: depois de ocuparem suas respectivas
posições de defesa, os jogadores se organizam em sistema e realizam as ações
táticas e técnicas com o objetivo de impedir ou dificultar o arremesso ao gol.

E como meios táticos individuais, Almeida e Dechechi (2012) destacam os


seguintes elementos:
 Marcação: o objetivo é evitar que um adversário ocupe um determinado
espaço ou realize qualquer ação ofensiva com ou sem bola. A marcação é

49
uma ação técnico-tática que objetiva impedir, ou pelo menos dificultar, a
progressão do atacante e, consequentemente, o gol da equipe adversária.
 Flutuação: nesse meio tático, o defensor deve estar posicionado na direção
do atacante correspondente, e no momento que o atacante recebe o passe,
ele deve deslocar-se com o objetivo de impedir/dificultar a progressão do
atacante em direção à meta.
 Antecipação: o objetivo é prever a ação do adversário e interferir de tal
maneira a provocar mudança de atitude na ação técnica, ou mesmo
recuperando a possa de bola.
 Cobertura: consiste no defensor ocupar o espaço, ou parte desse espaço, se
o defensor ao seu lado precisar deslocar-se para realizar a marcação de um
atacante, buscando ocupar o espaço proporcionado por tal deslocamento
executado.

Por outro lado, temos os meios táticos de grupo, os quais dividem-se, de


acordo com Almeida e Dechechi (2012) em:

 Equilíbrio defensivo: é a transição defensiva rápida com o objetivo de dificultar


a ação de contra-ataque. O equilíbrio defensivo ou balanço defensivo
normalmente é realizado pelos jogadores que não participaram diretamente
da jogada que possibilitou a posse de bola para o adversário. Eles procuram
impedir o desenvolvimento do contra-ataque na parte da quadra que
provavelmente será explorada pelo adversário.
 Triângulo defensivo: consiste na realização simultânea dos meios táticos
individuais de flutuação e cobertura. No momento em que um defensor irá
realizar a cobertura, indo ao encontro do atacante com a bola, os defensores
mais próximos a ele devem ficar atentos para auxiliá-lo na marcação. Assim,

50
irão se aproximar do defensor que flutuou, posicionar o tronco lateralmente em
direção as bolas em descuidar-se, porém, do atacante direto pelo qual é
responsável a marcação.

Em adição, temos os meios táticos de equipe, os quais de acordo com


Almeida e Dechechi (2012) estão associados à diferentes tipos de defesas, a
destacar:
 Em linha de arremesso: uma forma de diminuir os espaços nas proximidades da
primeira e da segunda linha defensiva. O defensor responsável por determinada
zona deverá posicionar-se entre o atacante, estando esse com ou sem bola, e
o gol. Quando o atacante está com a bola, o defensor pode flutuar para limitar
as ações do adversário. Nesse tipo de defesa, é importante que o defensor
mantenha seu posto específico defensivo, realizando trocas de marcação
apenas nas zonas em que se encontra o pivô (Figura 6).

Figura 6: Representação da defesa em linha de arremesso

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 45)

 Em bloco: Esse tipo de defesa funciona baseado na utilização do triângulo


defensivo, no local onde o atacante está com bola. O objetivo da defesa em
bloco é diminuir as possibilidades de finalização do atacante com bola, pois um
defensor direto flutua para afastá-lo dos 6 metros e os dois defensores que estão
ao seu lado se posicionam em função dos ângulos curto e longo de arremesso

51
(Figura 7).

Figura 7: Representações de defesa em bloco

Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 46).

Neste contexto, é importante ainda entendermos a função do goleiro nestes


sistemas táticos, tano defensiva quanto ofensivamente, levando-se em
consideração alguns aspectos, de acordo com Tenroler (2004), dentre os quais: o
posicionamento, aspecto este em que o goleiro deve estar extremamente
concentrado; quanto a suas propriedades motoras, procurar ser veloz, flexível e ágil.
Deve posicionar-se entre 50 e 80 centímetros da região dos 3 metros em um arco de
referência, e ainda, dependendo da sua estatura, altura e envergadura,
movimentos de membros inferiores e quadril devem ser rápidos, braços ágeis, ombro
em extensão, cotovelo a 45° e tronco levemente inclinado.
Vale destacar também que no handebol de alto nível, o goleiro joga muito
próximo à linha de gol, possibilitando diminuir o ângulo no arremesso. Neste sentido,
o goleiro deve encontrar o “centro tático” do gol, o qual proporcionará maior
possibilidade para efetuar as defesas (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).

3.4 ESQUEMAS TÁTICOS OFENSIVOS E DEFENSIVOS NO HANDEBOL

O esquema tático é fundamental no jogo de handebol e é por meio dele que


os jogadores conseguem realizar determinadas ações, em posições específicas, de
acordo com o seu rendimento, sendo diretamente ligado ao sistema de jogo
adotado pela equipe.
Um esquema tático ou formação da equipe, considerado de qualidade é
aquele que consegue aproveitar da melhor maneira possível os pontos fortes da

52
equipe, por meio de situações de ataque e defesa alinhadas com a proposta da
equipe, e executadas em equilíbrio.
Neste sentido, temos no handebol, com em qualquer outro esporte coletivo,
os sistemas ou esquemas táticos ofensivos e defensivos, estruturados com o intuito de
propiciar uma organização da equipe para as ações ofensivas e defensivas,
respectivamente, conforme Franke (2018). Em cada sistema, são delimitadas as áreas
de atuação dos jogadores e/ou são apontados os adversários a serem marcados, no
sistema defensivo, por exemplo. Menezes (2010) apud Franke (2018) cita a
importância que a equipe deve dispender à dinâmica do sistema, bem como de
cada jogador em compreender o motivo do seu posicionamento ou das atitudes que
devem ser tomadas em quadra durante a partida.
Em esquemas ofensivos, é fundamental oportunizar a prática de vivências, as
quais possibilitem ao praticante vivenciar situações reais de jogo, para que, dessa
forma, desenvolva estratégias e a criatividade a fim vencer a marcação adversária
e buscar progredir em direção à meta adversária (FRANKE, 2018).
Os esquemas defensivos estão associados à preocupação acerca das
situações de jogo que possibilitem o desenvolvimento de princípios e capacidades
técnico-táticas do aluno. E neste caso, faz-se necessário compreender de forma
clara os principais conceitos básicos de defesa, como recuperação da bola
(desarme ou interceptação), impedimento de progressão ofensiva e proteção da
meta, serão utilizados espontaneamente por meio da observação, do combate, da
aproximação e de coberturas, conforme menciona Franke (2018).
É importante destacar ainda que no handebol, as táticas grupais e coletivas
são mais importantes do que as questões individuais. Por isso, a escolha do esquema
e consequentemente do sistema a ser adotado pela equipe deve ser considerado,
já que depende da observação do sistema que a equipe adversária utilizará, além
de considerar as características individuais de seus jogadores. Franke (2018),
descreve que os princípios defensivos e ofensivos correspondem, respectivamente a:
(1) Recuperar a posse de bola - manter a posse de bola; (2) Impedir a
progressão do adversário - progredir em direção ao gol adversário; (3) Evitar o gol -
marcar o gol.
Quanto aos aspectos ofensivos, ressalta-se que das formas de atacar no
handebol, destacam-se três, as quais são consideradas as mais conhecidas:
• Ataque em circulação: os jogadores se movimentam a todo o momento,

53
mudando seu posicionamento na quadra e buscando confundir a defesa e
dificultar a marcação.
• Ataque posicionado: os jogadores têm posição fixa na quadra, e a bola
circula entre os jogadores.
• Ataque combinado: é a mistura dos dois sistemas citados anteriormente, já
que alguns jogadores têm posições fixas em quadra, enquanto outros se
movimentam e trocam de posição.
Quanto aos aspectos defensivos, Franke (2018) destaca que o sistema a ser
ensinado na iniciação esportiva para crianças é o sistema defensivo individual, em
que cada jogador é responsável por marcar um jogador específico na quadra. Por
outro lado, segundo o autor, o sistema defensivo zonal, inserido posteriormente no
processo de ensino-aprendizagem, é quando o jogador tem responsabilidade de
marcação do jogador que se encontra na sua zona. Ele pode ser formado por uma,
duas ou mais linhas de marcação, como o 6:0, 1:5, 3:3, 3:2:1, 4:2 e 5:1. Além disso, os
sistemas podem ser divididos quanto ao tipo de defesa, que pode ser alta, como nos
sistemas 3:3, 4:2 e individual, mista, como no sistema 3:2:1, e baixo, como nos sistemas
5:1 e 6:0 (MENEZES, REIS e MORATO, 2016 apud FRANKE, 2018).

3.5 SISTEMAS TÁTICOS DO HANDEBOL

O sistema de jogo, item indispensável da tática coletiva, é a maneira como


os jogadores se posicionam na quadra durante o jogo (MENEZES, 2010 apud FRANKE,
2018). O sistema de jogo pode ser ofensivo, quando os jogadores estão com a posse
da bola e o principal objetivo é fazer o gol, e defensivo, quando a equipe está em
posição de defesa da meta e sem a posse da bola.
A seguir será apresentado os principais sistemas táticos ofensivos e defensivos
aplicados no handebol, bem como suas características de maneira resumida.

3.5.1 SISTEMAS OFENSIVOS

Estes sistemas têm a particularidade de posicionarem seus jogadores o mais


próximo possível da meta adversária, e para tal, devem em cada um deles ser
estabelecidas estratégias próprias para sobretudo evitar-se jogadas de contra-
ataque, caso o adversário retome a posse de bola, atacando-se de forma
equilibrada, por meio de ações individuais e coletivas coordenadas, que

54
demandam treinamento.
• Sistema 6:0
No sistema 6:0, todos os jogadores se posicionam lado a lado para atacar,
buscando ocupar toda a área do tiro livre. É o mais fácil e simples dos sistemas
ofensivos no handebol. Não há presença do pivô nem a realização das infiltrações,
comuns nos outros sistemas de jogo. Dessa forma, os arremessos são realizados à
longa distância, geralmente, e os ataques armados com intensa troca de passes
para diminuir o bloqueio da defesa (FRANKE, 2018; TENROLER, 2004).
• Sistema 5:1
Neste sistema, de acordo com Franke (2018) temos a participação do pivô
posicionado à frente dos outros 5 companheiros de equipe, geralmente na área
central para se infiltrar e ter um melhor ângulo de arremesso. Os outros jogadores
armam as jogadas para que o jogador que estiver livre de marcação possa finalizar.
Os pontas, nesse sistema, auxiliam o pivô na finalização das jogadas (ALMEIDA;
DECHECHI, 2012; TENROLER, 2004).
• Sistema 3:3
Este é o sistema mais utilizado na iniciação esportiva, já que é mais fácil de ser
assimilado pelos atletas com pouca experiência e vivência do jogo. A configuração
da equipe é feita com uma linha de três armadores, dois pontas e um pivô. A equipe
ganha amplitude e versatilidade na troca de passes em frente à área, pois é um
sistema que permite variações de jogadas e formatações, sendo uma boa
alternativa para enfrentar equipes fechadas e bem postadas defensivamente
(FRANKE, 2018; TENROLER, 2004).
• Sistema 4:2
No sistema 4:2, o time se posiciona com dois armadores próximos à linha de 9
metros, dois pontas mais recuados e dois pivôs mais próximos à área, configurando
as duas linhas postadas. Nesse sistema, os pivôs procuram atrair a marcação para o
centro da área, liberando espaços nas laterais para infiltrações dos pontas ou
oferecendo uma linha de passe central para os armadores, buscando proteger a
bola e girar para finalizar (FRANKE, 2018; TENROLER, 2004).

3.5.2 SISTEMAS DEFENSIVOS

O objetivo principal destes sistemas é o de oferecer a máxima proteção à

55
equipe, e evitar-se que o adversário avance em direção a sua meta. Cabe ressaltar
também a importância tática de cada um destes sistemas, pois ao recuperar-se a
posse de bola, um ciclo de jogadas tende a ser iniciado, portanto, as ações não
ficam restritas somente à defesa em si, mas nas estratégias a serem tomadas a partir
da recuperação da bola, por exemplo.
• Sistema 6:0
Esse sistema é um dos mais utilizados no handebol competitivo, e de acordo
com Franke (2018), um dos sistemas mais utilizados e base para os demais sistemas,
sendo considerado um sistema de defesa baixa, visto que todos os jogadores se
posicionam de forma recuada, próximo à área do goleiro por diminuir os espaços
para infiltrações, além de dificultar as movimentações do pivô e reduzir os espaços
para arremessos das pontas; porém, permite arremessos da segunda linha defensiva
(ALMEIDA;DECHECHI, 2012).
• Sistema 5:1
Esse sistema, conta com um jogador que se posiciona de maneira avançada
à frente da segunda linha defensiva, e com isso busca dificultar a troca de passes
entre os armadores. O intuito é fazer com que a troca de passes entre os atacantes
adversários se torne mais lenta, facilitando a recuperação de bola pela equipe, e
ainda buscando a melhor forma de organizar a defesa. Um aspecto importante que
deve ser destacado neste tipo de sistema é que ele deixa mais vulnerável a defesa,
por meio do enfraquecimento da primeira linha defensiva, fazendo com que as
jogadas desenvolvidas pelo adversário sejam mais eficientes, dentre as quais:
infiltrações e os deslocamentos do pivô (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). Este sistema é
considerado de defesa baixa, sendo que um jogador apenas se posiciona à frente
da linha de 9 metros para interceptar a bola. Tem como pontos fortes um forte
bloqueio defensivo, como na defesa 6:0, mas tem como interferência na armação
das jogas, visto que só um jogador se posiciona à frente, e a saída para contra-
ataque é lendo como no 6:0.
• Sistema 4:2
De acordo com Almeida e Dechechi (2012) esse sistema conta com dois
jogadores avançados na segunda linha defensiva, dificulta ainda mais a troca de
passes entre os armadores e, assim, pode tornar a troca de passes entre esses
atacantes bastante lenta. Porém, deixa também a primeira linha defensiva mais
vulnerável para infiltrações e deslocamentos do pivô.

56
Também considerado um sistema de defesa alta como o 3:3, que veremos a
seguir, esse é um tipo de sistema defensivo em que dois jogadores se posicionam à
frente da linha de 9 metros para marcar os armadores laterais (FRANKE, 2018). Os
sistemas de defesa alta são utilizados geralmente quando a equipe tem jogadores
rápidos que podem posicionar-se à frente com o intuito de perturbar o ataque,
dificultar a elaboração das jogadas e interceptar a bola.
• Sistema 3:3
Nesse sistema, com três jogadores em cada linha defensiva, a troca de passes
em lateralidade e os arremessos da segunda linha defensiva ficam prejudicados.
Porém, por dificultar as coberturas no caso de falhas individuais na defesa,
proporciona uma grande vulnerabilidade à primeira linha defensiva (ALMEIDA;
DECHECHI, 2012; FRANKE, 2018).
Ainda de acordo com os autores, é um tipo de sistema de defesa alta, em
que três jogadores se posicionam à frente dos outros três defensores que ficam atrás,
próximo à área do goleiro e abaixo da linha de 9 metros. Os três defensores
posicionados à frente da linha de 9 metros marcam os armadores da equipe
atacante. Esse sistema, bem como o 4:2, que será explicado em seguida, tem como
vantagens facilitar a saída para o contra-ataque e a facilidade para interceptar
arremessos longos e médios, bem como dificultar a formação do ataque adversário.
• Sistema 3:2:1
É um tipo de sistema de defesa mista, pois um jogador central posiciona-se à
frente da linha dos 9 metros, fazendo uma defesa alta, dois deles se posicionam
próximo à linha de 9 metros, realizando uma defesa média, e três se posicionam
próximo à área do goleiro para fazer uma defesa baixa. Esse tipo de defesa é
utilizado quando existem jogadores com diferentes perfis (FRANKE, 2018).
Franke (2018) destaca ainda que neste sistema, um jogador mais rápido será
posicionado à frente para dificultar o ataque, dois um pouco mais atrás, que
também podem auxiliar na interceptação da bola, e três que cobrirão a defesa.
Esse sistema tem como ponto positivo a facilidade para o contra-ataque, visto que
a defesa já está posicionada à frente (FRANKE, 2018; TENROLER, 2004).

57
FIXANDO O CONTEÚDO

1. No jogo de handebol, para construir-se ações coordenadas, é necessário


desenvolver ações ou estratégias de jogo, sejam de caráter ofensivo ou defensivo,
de acordo com a situação da partida. Contudo, quando se tem a posse de bola,
são realizados movimentos que permitem a manutenção dessa posse, para superar
(ultrapassar) todas as linhas de defesa da equipe adversária e atingir o objetivo
(meta) dos jogos coletivos.

Analise as assertivas a seguir e assinale a que apresente de forma CORRETA as ações


que visam desenvolver o jogo de ataque (sistema ofensivo).

a) Grupais e pessoais.
b) Individuais e coletivas.
c) Táticos e pessoais.
d) Individuais e passivos.
e) Defensivas e ofensivas.

2. O handebol é um esporte dinâmico e de movimentação complexa, por isso


conhecer os sistemas de jogo do handebol é muito importante para um bom
desempenho nesse esporte, onde as ações ofensivas e defensivas, e suas transições
são constantes durante uma partida.

Neste sentido, analise as assertivas a seguir, e assinale a opção correta sobre os


sistemas de jogos defensivos.

a) O primeiro sistema a ser ensinado na iniciação esportiva para crianças é o


defensivo individual.
b) No sistema zonal cada jogador é responsável por marcar um jogador específico
na quadra.
c) O sistema defensivo depende das características da equipe, e não do sistema
ofensivo do time adversário.
d) Deve-se priorizar o ensinamento dos sistemas zonais na iniciação esportiva para
crianças.

58
e) O sistema defensivo é adotado pela equipe quando os jogadores estão com a
posse da bola e tem como principal objetivo fazer o gol.

3. (IFB – 2017) Em relação aos sistemas defensivos adotados no handebol, propostos


na obra de Rose Júnior (2006), associe a segunda coluna com a primeira.

(I) Sistema defensivo Zonal


(II) Sistema defensivo Combinado
(III) Sistema defensivo Individual

( ) É um tipo de sistema que utiliza a marcação por pressão o tempo todo, com o
objetivo de desajustar o ritmo de jogo, dificultar os passes e os deslocamentos
ofensivos.
( ) Um tipo de defesa empregado contra equipes que possuam jogadores atacantes
dotados de habilidades individuais diferenciadas tanto em nível de arremesso
quanto na capacidade de organização de jogo ofensivo, podendo ser utilizado
com cinco jogadores na primeira linha de defesa e um exercendo marcação
individual.
( ) É utilizado em função dos procedimentos táticos individuais e coletivos ofensivos
empregados pelas equipes de handebol, sendo que toda formação defensiva
desta natureza é caracterizada por ser organizada por seis postos específicos, no
qual cada defensor é responsável por determinado posto.
( ) Neste sistema, em determinada situação, quando se está em inferioridade
numérica, por exemplo, os cinco defensores devem estar ligados aos conceitos
táticos que visam proteger o semicírculo espacial central da defesa.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA de associação, de cima


para baixo:

a) I, II, I, III.
b) II, III, I, I.
c) III, II, I, II.
d) III, II, I, I.
e) II, II, III, I.

59
4. Um bom desempenho tático por parte dos praticantes das modalidades
esportivas coletivas está diretamente ligado com o desenvolvimento de
competências relacionadas aos jogos coletivos. No handebol, vemos de forma clara
três táticas diferentes que são consideradas bases para os esquemas táticos tanto
ofensivos quanto defensivos adotados pelas equipes.

Analise as assertivas a seguir, e assinale a que represente as características da tática


de grupo.

a) É parte da tática de grupo e compreende todas as ações adequadas e


econômicas individuais, por setores ou zonas, em que há a colaboração direta,
respectivamente, de um ou vários jogadores.
b) É o conjunto de ações e medidas orientadas para um objetivo que essa equipe
utiliza com a finalidade de vencer o adversário. A base da tática de equipe é
constituída por tática individual.
c) É parte da tática coletiva e compreende todas as ações adequadas e
econômicas de grupos de jogadores em ataque e defesa, a colaboração direta,
respectivamente, de dois ou vários jogadores.
d) Referem-se às ações adequadas e econômicas do jogador com o objetivo de
vitória sobre o adversário, ou ainda, toda ação de um jogador, na qual procure uma
situação 1×1, sem uma ação direta do seu companheiro.
e) É o conjunto de ações e medidas econômicas orientadas para um objetivo que
essa equipe utiliza com a finalidade de vencer o adversário. A base da tática de
equipe é constituída por tática individual e tática de grupo.

5. Enumere a segunda coluna a partir das características marcantes relacionadas ás


fases do ataque, de acordo com Almeida e Dechechi (2012). Posteriormente,
marque a sequência correta:

1. Transição ofensiva
2. Organização
3. Ataque em sistema

60
( ) Ocorre imediatamente após um contra-ataque sem sucesso ou quando a equipe
repõe a bola em jogo por meio do tiro de saída, com a equipe adversária já
posicionada.
( ) Depois de ocuparem suas respectivas posições de ataque, os jogadores se
organizam em sistema e realizam ações táticas, com o objetivo de criar condição
favorável para uma finalização eficiente.
( ) É a passagem da quadra de defesa para a quadra de ataque a partir do
momento que a equipe recuperou a posse de bola, até quando a defesa adversária
esteja devidamente organizada.
( ) Período em que os jogadores ocupam suas posições específicas de ataque,
caracterizado pelo momento em que a equipe repõe a bola em jogo por meio do
tiro de saída, com a equipe adversária já posicionada.

a) 3, 2, 3, 1;
b) 2, 2, 1, 3;
c) 1, 3, 3, 2;
d) 3, 3, 1, 2;
e) 2, 3, 1, 2.

6. Uma partida de handebol ocorre sempre entre duas equipes. Essas equipes, no
decorrer do desenvolvimento da partida, deverão realizar ações ofensivas e
defensivas. Considerando as ações defensivas, analise as assertivas a seguir,
assinalando V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) O bloqueio somente pode ser efetuado durante uma ação ofensiva.


( ) O sistema defensivo 3:3 é um sistema aberto.
( ) Durante o deslocamento lateral devo efetuar o cruzamento das pernas
para maior eficiência.
( ) O sistema defensivo 4:2 é um sistema combinado.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – F.
b) ( ) V – F – F – V.

61
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – V – V – V.
e) ( ) F – V – F – F.

7. O sistema de jogo, item indispensável da tática coletiva, é a maneira como os


jogadores se posicionam na quadra durante o jogo, e este podendo ser ofensivo,
quando os jogadores estão com a posse da bola e o principal objetivo é fazer o gol,
e defensivo, quando a equipe está em posição de defesa da meta e sem a posse
da bola. Em relação ao sistema defensivo 6:0, quais são as suas vantagens?

a) Menor desgaste físico e fácil troca de marcação.


b) Saída rápida em contra-ataques.
c) Interferência nas jogadas dos atacantes.
d) Dificulta os arremessos de longa distância dos atacantes.
e) Grande mobilidade dos defensores.

8. O sistema 4:2 é considerado ofensivo, pois têm como particularidade a dos


jogadores posicionarem-se o mais próximo possível da meta adversária, e para tal,
devem ser estabelecidas estratégias próprias para sobretudo evitar-se jogadas de
contra-ataque, caso o adversário retome a posse de bola, atacando-se de forma
equilibrada, por meio de ações individuais e coletivas coordenadas, que
demandam treinamento.

Neste sentido, caracterize o sistema ofensivo 4:2.

a) Nesse sistema, os arremessos são realizados à longa distância e os ataques


armados com intensa troca de passes para diminuir o bloqueio da defesa.
b) Nesse sistema, os pivôs procuram atrair a marcação para o centro da área,
liberando espaços nas laterais para infiltrações.
c) Nesse sistema, a equipe ganha amplitude e versatilidade na troca de passes em
frente à área, pois é um sistema que permite variações de jogadas e formatações.
d) Nesse sistema, existe a participação dos pontas posicionados à frente dos outros
4 companheiros de equipe.

62
e) Nesse sistema, é o sistema mais utilizado na iniciação esportiva, já que é mais fácil
de ser assimilado pelos atletas com pouca experiência e vivência do jogo.

63
A PEDAGOGIA DO HANDEBOL Erro!
Fonte de
referênci
4.1 INTRODUÇÃO
a não
encontra
Praticar um esporte, seja ele coletivo ou individual, é sempre prazeroso para
da.
os amantes de práticas esportivas, pois, para estes, os benefícios vão além do físico.
Muitas vezes, as vantagens transcendem para questões psicológicas,
proporcionando, assim, equilíbrio físico e emocional aos seus praticantes.
Ao pensar acerca da pedagogia do esporte, mais especificamente do
handebol, é importante compreender como proceder quanto ao processo ensino-
aprendizagem, neste sentido, o desafio em reconstruir a manifestação esportiva no
ambiente escolar torna-se mais evidente na busca pela ampliação do cabedal
teórico e motor dos alunos para além das quatro linhas da quadra, ou seja, entender
as inúmeras possibilidades que o esporte (handebol) pode proporcionar.
Portanto, repensar a importância do esporte na escola passa por entendê-lo
como um elemento da cultura corporal de movimento, conforme descreve Darido
(2012) e que, como tal, sua implementação nas aulas de educação física está
vinculada à complementariedade a outras práticas corporais a fim de enriquecer o
arcabouço teórico e motor do aluno.

4.2 AS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DESPORTIVAS APLICADAS AO ENSINO DO


HANDEBOL

O esporte é a ação de praticar atividades físicas de maneira coletiva ou


individual, gerando bem-estar físico e emocional a todas as pessoas que o
envolvem, sendo considerado um dos fenômenos socioculturais mais importantes no
final do último século.

[...] o esporte é entendido como uma atividade competitiva


institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de
habilidades motoras relativamente complexas, por indivíduos, cuja
participação é motivada por uma combinação de fatores intrínsecos
e extrínsecos (BARBANTI, 2008, p. 57)

64
Ainda de acordo com o autor, para que tenhamos uma definição precisa do
que é o esporte, é necessário considerar a especificidade da atividade em questão,
suas condições para que ela ocorra e a orientação subjetiva dos participantes
envolvidos. Tubino (1999) classificou o esporte em manifestação sociais: esporte
educação, esporte participação e esporte performance, que englobam tantos os
esportes individuais quanto os coletivos, como é o caso do handebol (Figura 4).

Figura 7: Manifestações sociais do esporte


a. educacional b. lazer c. rendimento

Fonte: Acervo Pessoal do Autor (2021)

Você verá a seguir essas manifestações do esporte, e como elas podem ser
desenvolvidas tendo como premissa central a prática do esporte, embora sob
estruturações ou níveis organizacionais que as diferenciam, todas apresentam uma
enorme contribuição para a formação e desenvolvimento do cidadão.

ESPORTE EDUCAÇÃO

O principal objetivo do esporte é gerar cultura, manifestações sociais e


democratização por meio do movimento. A partir do esporte educação,
socializamos com pessoas de nosso convívio, desenvolvendo senso crítico,
cidadania, fazendo com que os alunos tenham consciência da importância da
inclusão e para desenvolver a competitividade de maneira saudável, conforme
descreve Paes (2002) e Tubino (1999).
O handebol educação parte do pressuposto que a inserção do handebol
como conteúdo curricular deve estar direcionado à democratização do acesso à
manifestação da cultura de movimento de uma sociedade por meio do seu
desenvolvimento nas escolas, pois é pela escola que todos terão a oportunidade de
socialização do movimento, tendo em vista que o esporte é oferecido em outros

65
ambientes de socialização, mas que nem todas as pessoas têm um efetivo acesso,
por exemplo: em praças ao ar livre, academias, escolas de esporte, etc.
Para Darido e Rangel (2005), o esporte como meio de educação acontece
nas escolas por meio do desenvolvimento de atividades de maneira coletiva e
individual com o intuito de formar cidadãos preparados para as adversidades
cotidianas. No caso do handebol, ao pensar em uma determinada atividade, na
qual um aluno tem uma habilidade maior nessa atividade e o outro não. O aluno
que tem maior habilidade deve ajudar ao colega com menor habilidade a
desenvolver a tarefa proposta. Por exemplo, o objetivo da aula é aprender a fazer
o arremesso ao gol. A atividade será em dupla e cada aluno deve fazer o arremesso
a gol, sendo que o aluno mais habilidoso pode dar dicas ao colega de como ele
pode arremessar de maneira eficaz. Dessa maneira, os alunos desenvolvem senso
de compreensão e respeito ao nível de aprendizagem do colega, podendo
entender que as habilidades podem ser trabalhadas e aprendidas com calma.

ESPORTE PARTICIPAÇÃO OU LAZER

Neste tipo de esporte, Tubino (1999) descreve que o foco principal está
centrado no aspecto lúdico. O esporte participação ocorre em espaços formais e
não formais e é praticado por pessoas de todas as faixas etárias e condições. Paes,

66
(2002) descreve que geralmente, esse tipo de esporte acontece no tempo de lazer,
desenvolvendo a interação social, o bem-estar físico e mental, a diversão e o
desenvolvimento pessoal.
No caso do handebol, entende-se que o jogo em si possui alguns propósitos
bem definidos, tais como: a descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal e
o relacionamento com as pessoas, e que são constantemente desenvolvidos. É
importante destacar ainda que, as regras para esta manifestação esportiva, tornam-
se flexíveis e podem ser adaptadas de acordo com os participantes que possuem
“liberdade” para fazê-lo, uma vez que o que menos importa nessa manifestação
esportiva é o resultado. De forma geral, o esporte-participação, apresenta uma
dimensão mais ligada aos aspectos sociais, em que se busca por exemplo, por meio
de projetos sociais, a inclusão e participação de todos, e o handebol, como
modalidade esportiva pode ser facilmente desenvolvido, devido as suas
características.
Paes (2002) destaca que é possível presenciar o momento em que os
indivíduos formam coletivos para alguma prática coletiva, mesmo que o esporte seja
individual, como a corrida, o ciclismo e a natação, sendo que o importante é a
participação do indivíduo, bem como a sua socialização. Em geral, os locais
ocupados por eles são espaços públicos de lazer, clubes particulares, condomínios,
ruas, parques, praças, praias e montanhas.
É possível perceber que a prática do handebol com o viés da participação
ou do lazer tem o poder de transformar os indivíduos devido a sua capacidade de
interação, causando bem-estar físico, psíquico e social, melhorando o ambiente e
promovendo ações que modifiquem o cotidiano.

ESPORTE RENDIMENTO OU PERFORMANCE

Também conhecido como esporte de rendimento, Tubino (1999) descreve


que o esporte performance visa ao êxito de vitória sobre o adversário. As
modalidades são regidas por federações, ligas e comitês a níveis regionais, nacionais
e internacionais.
De forma global, o esporte performance tem regras universais, a fim de
integrar todos os participantes que o praticam, podendo ser mais justos e possibilitar
uma interação, tendo em vista que existem competições a níveis internacionais.

67
Paes (2002) menciona que os seus praticantes se diferem completamente dos
praticantes do esporte educação e do esporte participação, mas é possível que,
por meio desses esportes, eles cheguem ao esporte performance. No alto
rendimento, a prática fica restrita aos talentos esportivos descobertos na maioria das
vezes em escolas de base esportiva específica de alguma modalidade, como
ocorre com o handebol, e que geralmente é promovida pelos clubes com o foco
de encontrar o próximo campeão, deixando claro que muitas vezes o foco dessa
manifestação esportiva é a vitória.
Darido e Rangel (2005) descrevem de forma detalhada o esporte rendimento
como aquele que traz consigo os propósitos de novos êxitos e vitórias sobre os
adversários. Um outro aspecto que merece atenção nesta manifestação do esporte
é que essas modalidades são representadas por estruturas organizacionais ou
hierárquicas, dentre as quais: ligas, federações, confederações, comitês olímpicos,
que dão a essa manifestação do esporte o perfil mais “formal”, associando-o ao
rendimento, ou seja, ao atleta.
Barbanti (2008) e Tubino (1999) descrevem outra importante característica do
esporte performance, que é a profissionalidade com que são tratadas as
modalidades: é necessário um corpo de profissionais altamente qualificados para se
alcançar resultados expressivos. Então, os profissionais da área geralmente são
especializados de acordo com os objetivos de cada área de atuação e também
trabalham em grupo.

4.3 OS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS E GRANDES JOGOS COMO FERRAMENTA DO


PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO HANDEBOL

O handebol é um jogo de equipe e, ao tratar de jogos pré-desportivos e ainda


dos grandes jogos como ferramenta do processo ensino-aprendizagem da
modalidade, temos essa prática desenvolvida no âmbito educacional, sobretudo.
Neste caso o handebol desempenha um papel importante na educação
social dos alunos, onde o objetivo em geral é fazer com que os
jogadores/participantes aprendam a cooperar entre si, conforme destaca Franke
(2018).

68
De toda forma, o handebol nas escolas é, entendido como uma atividade
que deve ser inserida no conteúdo curricular, mediante suas possibilidades de
desenvolvimento, onde o professor pode explorar diferentes aspectos, não somente
o motor, mas o cognitivo e ainda o afetivo-social. Cabe aos professores entenderem
esse propósito e ao planejarem suas atividades, pensem em algo que vai muito mais
além que os aspectos motores naturais: correr, pular, pegar e jogar. Vale explorar
aspectos táticos, de tomada de decisão, e ainda as regras da modalidade, pois
cada uma destas carrega consigo sua importância para a formação do aluno
enquanto cidadão participativo, reflexivo e crítico para atuar na sociedade.
O ensino eficaz do handebol envolve combinar o ensino do entendimento
tático com o desenvolvimento de habilidades. Pensando nisso, o ensino do
handebol pode ser visto por duas grandes abordagens distintas: abordagem
analítica e abordagem global, conforme destaca (MENEZES, 2012; TENROLER, 2004).
E antes de apresentarmos os jogos pré-desportivos e/ou outras possibilidades
de trabalhar-se o handebol, em seus aspectos técnicos e táticos, é importante
entender o tipo de abordagem que será adotada, pois é ela quem norteará o
caminho a ser conduzido pelo professor durante o processo ensino-aprendizagem.
Greco (2007) se posiciona não favorável à adoção de um único método de ensino-
aprendizagem-treinamento, independente de qual método for adotado, uma vez
que é importante oferecer ao aluno diferentes possibilidades/variabilidade de
ações, tomada de decisões e compreensão parcial e global do jogo, por exemplo.
Neste sentido, temos a abordagem analítica, que de acordo com Franke
(2018) parte do pressuposto de que o desenvolvimento das habilidades motoras é o
elemento mais importante. Faz-se importante que os professores de educação física
incluam em seu programa de treinamento, aspectos associados ao
desenvolvimento de habilidades motoras gerais na prática do handebol, conforme
descreve Tenroler (2004), em que elementos como: agilidade, velocidade, força,
coordenação, equilíbrio, flexibilidade e resistência, essências na prática do
handebol, sejam colocados em evidência. Além disso, Franke (2018) destaca a

69
importância dessa abordagem, a qual prioriza também o ensino pela técnica,
visando o desenvolvimento das habilidades motoras específicas da modalidade em
questão.
Franke (2018) descreve que aulas planejadas a partir dessa perspectiva de
ensino incluem diversos exercícios, visando a aprendizagem da técnica. Evoluindo
em grau de complexidade, por exemplo, uma aula com objetivo de ensino do
fundamento passe pode iniciar com dois alunos trocando passes a uma curta
distância e, conforme obtiverem sucesso na atividade, aumentará a distância entre
eles. É possível ainda estimular diferentes formas de passar a bola, como passe a
meia altura, passe quicando, passe com trajetória parabólica, etc.
Por outro lado, temos ainda a abordagem global é baseada em jogos e visa
desenvolver um processo de ensino com o aluno no centro das atividades em
situações que exigem a solução de problemas para ensinar o handebol, conforme
descreve Franke (2018). Um aspecto interessante dessa abordagem é que ela difere
daquelas consideradas tradicionais, uma vez que essa abordagem, primeiramente,
enfatiza a compreensão, a apreciação e o aprendizado tático do jogo para resolver
os problemas que surgem ao longo da atividade e, depois, ensina a como fazê-lo.
De maneira global, nessa abordagem, o professor é desafiado a identificar e
priorizar os problemas e as habilidades táticas do jogo a serem focados
estabelecendo tarefas de aprendizado apropriadas para melhorar a competência
de jogo dos alunos.
No entanto, observa-se ainda, por meio de estudos realizados para identificar as
metodologias de ensino e ações pedagógicas que os professores aplicam nas suas
aulas na escola, a predominância da abordagem de ensino tradicional. Nesse
sentido, evidencia-se a importância de refletir criticamente durante a formação dos
profissionais de Educação Física sobre as metodologias de ensino e romper com a
abordagem tradicional (ROMÃO et al., 2017).
No caso específico da metodologia pautada pelo uso de jogos, atividades
de preparação que iniciam um evento ou preparam o caminho para o próximo nível
de jogos, como jogos reduzidos, formas parciais de jogo e formas básicas de jogo).
Incluem jogos de recepção, jogos de revezamento, jogos baseados em queimada
ou combinação, por exemplo, são bem-vindas dentro do processo ensino-
aprendizagem do handebol. Você verá a seguir uma breve descrição dessas
atividades:

70
• Jogos reduzidos: são uma forma genérica para jogos com poucos jogadores
competindo em um campo de tamanho menor, sem a necessidade de ter
todos os principais elementos de jogo para estruturar o handebol. Pode ser
um jogo de passe 3v3, por exemplo.
• Jogos parciais: são situações de jogo, porém mais simples que a forma
básica do jogo, mantendo a dinâmica do jogo de handebol (cooperação
versus oposição). Podemos manipular as restrições de jogo para resolver um
problema específico do jogo (por exemplo, 2v2, em meia quadra com
torcedores nas laterais).
• As formas básicas de jogo: são versões modificadas do jogo de handebol
completo (7vs7), mas ainda mantêm suas características únicas de relação
de cooperação e oposição. As modificações podem incluir alterações nas
regras de número de jogadores, tamanho da quadra e do gol, formato da
área do gol, características da bola, restrições defensivas e equipamentos
alternativos.
De forma global, Franke (2018) menciona que as modificações nos jogos, a
complexidade tática e de desempenho do jogo completo pode ser reduzida ou
modelada de acordo com as necessidades de ensino. É importante destacar que
uma das ferramentas mais utilizadas neste sentido, o mini-handebol, pode ser
amplamente utilizado como mecanismo onde se desenvolve aspectos da
modalidade, de forma lúdica, sendo um bom exemplo de uma forma de jogo
modificada.
Podemos destacar como exemplo a ser trabalhado em aula, um jogo cujo
objetivo é trocar passes por 10 vezes consecutivas. Ao longo da atividade, os alunos
elaboram estratégias para atingir o objetivo e impedir que a equipe adversária o
atinja, estimulando a tomada de decisão, e a tática é evidenciada. E para evitar
que a equipe adversária complete os passes, os alunos podem pensar em se distribuir
pela quadra, visando marcar o adversário que poderia receber um passe,
estimulando o aprendizado de aspectos técnicos e táticos de jogo. Diante dessa
situação, o aluno com a posse de bola deve pensar em diferentes soluções para
fazer com que a bola chegue até o colega que está marcado (problema). E então,
as possibilidades aparecem de forma natural, e um exemplo a ser adotado pode ser
passar a bola de forma forte e direta, para evitar que seja interceptada, com um
passe quicado, para que a bola vá por baixo do marcador, ou ainda com um passe

71
de trajetória parabólica, para passar sobre o adversário.
O ensino de modalidades esportivas, nas aulas de Educação Física, ou ainda
em escolas de formação, deve estar voltado para uma ação pedagógica que
respeite as características individuais. Sendo, mais importantes, de acordo com
Leonardo (2008), as experiências motoras de habilidades, do que buscar a
execução perfeita do movimento. Greco (2007) afirma que a organização
pedagógica das aulas deve ser dinâmica, evitando-se a repetibilidade de ações
que estejam mais próximas do treinamento, ou seja, na formação de atletas. Cabe
ao professor verificar este aspecto, onde todos os alunos consigam participar de
forma participativa, fazendo parte do processo como elementos fundamentais do
mesmo.
Garganta (1998) e Paes (2002) afirmam que a estruturação pedagógica
consiste em etapas definidas de forma clara, e que visam uma sequência estrutural,
dentre as quais: organização, sistematização, aplicação e avaliação dos
procedimentos pedagógicos envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem,
além daqueles associados ao treinamento esportivo. Cabe ainda enfatizar as
múltiplas inteligências e especialmente tratando-se dos jogos esportivos coletivos,
como é o caso do handebol, é importante considerar três aspectos fundamentais:
a) imprevisibilidade - as ações nunca se repetem; b) criatividade - não fazer somente
o óbvio; e c) complexidade – deve-se considerar os diferentes elementos, inerentes
ao contexto da pedagogia do esporte (PAES, 2002).

Enfim, o processo de ensino-aprendizagem do handebol na iniciação deve


acontecer preferencialmente, através de jogos e exercícios de aprendizagem com
clima lúdico e de intensa socialização, estes conceitos devem ser trabalhos
concomitantemente, sendo eles: atividades de oposição, automatismos
inconscientes e jogar para aprender. E complementando, Bayer (1994) deixa claro

72
que nos ensino dos esportes coletivos, é importante que os participantes sejam
estimulados a vivenciar atividades que os permitem compreender a estrutura, a
lógica e a dinâmica desses esportes, evitando com isso, a ocorrência da
especialização precoce e da automatização recortada e descontextualizada dos
gestos motores no modelo tecnicista.

4.4 O HANDEBOL E SEUS ASPECTOS SOCIAIS, DE INCLUSÃO E PARTICIPAÇÃO

O esporte como fenômeno social tem importante papel na sociedade visto


que ele abrange vários setores, dentre os quais: da saúde e da educação. A prática
do esporte, em particular do handebol, envolve a aquisição de habilidades físicas e
sociais, valores, conhecimentos, atitudes e normas.
O papel do esporte e da atividade física nos projetos sociais é valorizado na
sociedade, seja os elementos constituintes ou os elementos de socialização e
promoção da saúde de adolescentes e crianças. Observamos nos último anos um
crescimento da possibilidade de acesso à diferentes programas sociais, onde o
esporte é visto como elemento central. De toda forma, ainda carece de maiores
investimentos, e uma maior variabilidade de ofertas relacionadas aos esportes,
entendendo que no caso do handebol ainda vemos uma lacuna no que tange
projetos sociais direcionados a essa prática esportiva, direcionado ao social, à
formação do cidadão, dentre outros aspectos.
Portanto, ao falamos em handebol e seus aspectos de inclusão, é importante
destacar o handebol feminino, e dentre os fatos históricos, destacam-se, o primeiro
Campeonato Mundial de Handebol Feminino de Campo, realizado em 1949, na
Hungria, que contou com sete seleções. Em 1957, foi realizado o primeiro
Campeonato Mundial Feminino de Handebol de Quadra, na Iugoslávia, contando
com nove seleções (DACOSTA, 2005). No Brasil, o handebol feminino teve destaque
a partir de 1973, ano em que foi disputado o IV JEB, em Maceió - AL, contou com a
participação de 16 equipes femininas. Neste ano, foi criado o primeiro Campeonato
Brasileiro de Handebol Feminino.
Franke (2018) destaca que para a seleção brasileira, um dos fatos mais
importante da história do handebol feminino brasileiro é a sua primeira participação
nos Jogos Olímpicos em 2000. A seleção ficou em oitavo lugar. Após essa primeira
participação nos jogos de Sidney, a seleção feminina brasileira de handebol esteve

73
presente em todos os outros jogos: Atenas (2004) em sétimo lugar, Pequim (2008) em
nono lugar, Londres (2012) em sexto lugar e Rio de Janeiro em quinto lugar,
mostrando sua constante evolução, e por tratar-se de uma modalidade
desenvolvida a pouco tempo para o público feminino, conseguiu tornar-se
expoente quanto à pratica para este público. Destaca-se ainda, como
acontecimento para o handebol feminino brasileiro o Campeonato Mundial,
conquistado em 2013, a destacar que nesse campeonato, a seleção brasileira
ganhou todos os seus jogos na competição, tonando-se a segunda seleção não
europeia e a primeira sul americana a conquistar o título de tal maneira.
Enfim, Franke (2018) destaca que o avanço do handebol feminino brasileiro
ao longo dos anos é, sem dúvida, de uma constante evolução. No entanto, como
em outros esportes femininos, sofre com a falta de políticas e incentivos que possam
difundir sua prática de maneira mais profissional, o que qualificaria ainda mais o
esporte. E uma das estratégias fundamentais para que o handebol feminino
continue a crescer no Brasil é a sua inclusão no ambiente escolar, por meio de aulas
de Educação Física que privilegiem sua prática também para as meninas.
O handebol e seus aspectos sociais e de inclusão devem ainda estar
associados a um outro público específico, os deficientes físicos, por meio da prática
do handebol para cadeirantes. Quando desenvolvida para este público-alvo,
entende-se que o handebol deve atuar como agente transformador do cidadão,
mesmo que o objetivo não seja o esporte em seu caráter competitivo, aqui é notório
a necessidade de aliar o esporte à inserção do indivíduo na sociedade de forma
verdadeiramente integradora e participativa, no intuito de desenvolver aspectos
educacionais, de participação e inclusão.
De fato, percebe-se um crescimento de pessoas com algum tipo de
incapacidade ou deficiência física envolvidas em programas esportivos, sendo estes
uma excelente ferramenta que trabalha os aspectos cognitivos, motores e afetivo-
sociais. A prática esportiva, é uma interessante oportunidade de testar os limites e
potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias decorrentes da deficiência
e ainda promover a integração social do indivíduo, por isso torna-se uma excelente
opção para este público (MELO e LÓPEZ, 2002). Neste sentido, vemos o
aparecimento do handebol em cadeira de rodas, considerada uma modalidade
ainda pouco conhecida, e que ainda carece de maior divulgação, sobretudo da
mídia.

74
Criado em 2005, pelos professores Décio Roberto Calegari, José Irineu Gorla e
Ricardo Alexandre Carminato, o handebol para cadeirantes já possui uma grande
adesão no país todo. Vale ressaltar como fato histórico marcante, a fundação da
primeira federação da modalidade, a Federação Paranaense de Handebol em
Cadeira de Rodas (FPRHCR), fundada em maio de 2007, na cidade de Toledo-PR.
Trata-se de uma modalidade voltada para que pessoas com deficiência física
pudessem ter a oportunidade e a vivência da prática do handebol, e para isto foram
desenvolvidas duas formas diferentes: o Handebol Sete (Handball Seven ou HCR7) e
o Handebol Quatro (Handball Four ou HCR4).
No caso específico do HCR7, a disputada ocorre em uma quadra oficial da
de handebol, mantendo-se alguns aspectos em comum, tais como: o tempo de
jogo, as principais regras, o número de jogadores, as substituições, sendo estas
similares ao que é praticado no handebol convencional. Um fator interessante nesta
prática adaptada é que todos os jogadores podem atuar como goleiro a qualquer
momento do jogo, desde que não estejam na área atuando como goleiro dois
defensores ao mesmo tempo, caso ocorra pode gerar uma sanção à equipe que
cometeu a falta, e consequente tiro de sete metros concedido ao adversário
(CALEGARI et al., 2005).
A outra possibilidade de prática do handebol adaptado é o HCR4, e de
acordo com Calegari et al. (2005) possui uma similaridade maior com o handebol
de praia, embora seja pratico em quadra assim como o HCR7, e o handebol
convencional, trata-se de uma prática menos desenvolvida em nosso país. Neste
caso, sua área de disputa utiliza as linhas da quadra de basquete, sendo disputado
por quatro jogadores em cada equipe, com um goleiro e três jogadores de linha,
mantendo-se as regras para o goleiro da mesma forma que o HCR7. O jogo é
disputado em dois sets de quinze minutos cada com cinco minutos de intervalo e o
placar volta a zero ao final de cada set. Em caso de empate será disputado um
tempo extra de dez minutos para decidir o vencedor do jogo. O desempate no set
é feito através do gol de ouro. Assim como no handebol de areia, o HCR4 tem o gol
espetacular que é o gol feito em condições especiais (após um giro de 360º, por
exemplo) deve ser considerado como se valesse dois gols.
É importante destacar que as regras gerais do handebol convencional valem
também para o HCR4 ou HCR7, ou seja, não é permitido conduzir a bola, dar duas
saídas, deve permanecer no máximo 3 s em posse da bola sem driblar, o trifásico

75
também é permitido e o limite dos “três passos” é substituído pelos toques na
cadeira. Um aspecto interessante a ser destacado é que na modalidade adaptada,
torna-se proibida a condução de a bola sobre as pernas, diferente do que acontece
no basquete sobre rodas, uma outra modalidade possível de ser praticada por
cadeirantes.
Abreu e Bergamaschi (2016) relatam que assim como na prática de outras
modalidades esportivas adaptadas, para o handebol, há uma classificação
definida, de acordo com o desempenho e habilidades específicas da modalidade,
tais como: driblar, passar, empurrar a cadeira, arremessar. Neste sentido, os autores
descrevem essas classes como: 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5. É importante
ressaltar que para cada jogador há uma determinada atribuição de valor
representada pela sua classificação. E neste sentido, temos no HCR7, cada equipe
deve ter sete atletas somando 18 pontos dentro de quadra. Já no HCR4, cada
equipe deve somar 14 pontos.
No caso do HCR7, as regras são as mesmas do handebol de quadra
(CALEGARI et al., 2005). Entretanto, algumas adaptações fazem-se necessárias,
dentre as quais: a trave, que possui sua dimensão reduzida para dois metros de
largura e dois metros de altura. Destaca-se também a possibilidade de rodízio entre
os atletas que exercem a função de goleiro, sendo que não há um goleiro fixo como
no handebol convencional, e neste caso, torna-se o goleiro aquele jogador que, de
fato, assumir a função primeiro que o companheiro, retornando à área do goleiro o
mais rápido possível, devendo sempre ter somente um nesta área. O HCR4
acompanha as características do handebol de areia (CALEGARI et al., 2005).
Aqui o diferencial está centrado no fato de que, embora a quadra de jogo
tenha as mesmas dimensões e delimitações de uma quadra oficial de basquetebol,
a área do goleiro segue um prolongamento da linha de lance livre até a linha lateral.
Outro aspecto que diferencia esta prática da convencional é a adaptação no
tempo de jogo, a qual é reduzida para dois tempos de 15 minutos com intervalo de
cinco minutos, sendo realizada uma contagem independente de gols em cada
período, muito em função obviamente da quantidade de jogadores, total de 04 em
cada equipe (Handebol em cadeira de rodas, 2008, site oficial).
Quanto às violações, faltas e punições, estas seguem as mesmas regras do
handebol convencional, devendo, todavia, saber-se que a cadeira de rodas deve
ser considerada uma parte do jogador. No caso da progressão, deve-se levar em

76
conta o impulso à cadeira (CALEGARI et al., 2005).
Tratar a inclusão por meio do esporte é algo que muitos vêm tentando, porém
há ainda uma carência, principalmente devido à falta de informações sobre o tema
“esporte adaptado” que está em pleno crescimento, mas necessita ainda de maior
entendimento. Devemos entender a importância do esporte como fator de inclusão
social, e neste sentido, o handebol surge como uma excelente ferramenta para
impulsionar esta ideia e desenvolver diferentes habilidades ou competências em
seus praticantes. Compreender o handebol muito além do aspecto da disputa, do
jogo em si, é algo fundamental a ser desenvolvido.

77
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O processo ensino-aprendizagem do handebol envolve elementos importantes à


serem considerados, os quais devem estar associados ao desafio de buscar a
reconstrução da manifestação esportiva. No âmbito educacional, esse processo
torna-se mais evidente, sobretudo na busca pela ampliação do cabedal teórico e
motor dos alunos para além das quatro linhas da quadra, ou seja, entender as
inúmeras possibilidades que o esporte (handebol) pode proporcionar.

Analise as assertivas a seguir e assinale a que apresente de forma CORRETA um


objetivo associado ao handebol educacional.

a) A formação de cidadãos fisicamente capacitados para a sociedade.


b) A oportunização de momentos de lazer sem o compromisso com o aprendizado.
c) A formação de cidadãos preparados para serem futuros atletas.
d) A cultura do movimento colocada em evidência.
e) A análise do desempenho na análise e coleta de dados dos alunos.

2. Ao planejar aulas práticas, é fundamental que esta seja baseada em uma


sequência lógica, a fim de garantir maior interesse e assimilação de conteúdo por
parte do aluno. Para isso, boa parte do planejamento já deve estar estabelecido,
lembrando que alterações são sempre viáveis e úteis, quando direcionadas à
melhora da aprendizagem do aluno.

Em relação às etapas de uma aula prática, é correto afirmar que:

a) Um jogo ou uma adaptação fazem parte da aula.


b) O aquecimento deve seguir um padrão durante todas as aulas.
c) A conexão entre as tarefas e o jogo é dispensável.
d) As regras do esporte sempre devem ser implantadas nas aulas.
e) Não é necessário fazer adaptações ou decomposições dos lances.

3. A estruturação pedagógica consiste em organizar, sistematizar, aplicar e avaliar


procedimentos pedagógicos nos processos de ensino-aprendizagem e treinamento

78
esportivo, sendo preciso ainda, enfatizar as múltiplas inteligências e especialmente
tratando-se dos jogos esportivos coletivos, como é o caso do handebol, considerar
alguns aspectos fundamentais.

Analise as assertivas a seguir e assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) O melhor aprendizado deve ser feito a partir de atividades repetitivas.


( ) A decomposição do jogo auxilia no aprendizado.
( ) Desafios não são necessários, apenas a apresentação e o ensino do conteúdo.
( ) A complexidade da proposta das atividades deve ser considerada pelo professor.

A ordem correta de cima para baixo é:

a) V,V,F,F.
b) F,F,V,F.
c) F,V,F,V.
d) V,F,V,F.
e) V,V,V,F.

4. O esporte pode ser entendido como a ação de praticar atividades físicas de


maneira coletiva ou individual, gerando bem-estar físico e emocional à todas as
pessoas que o envolvem, sendo considerado um dos fenômenos socioculturais mais
importantes no final do último século. Neste sentido, temos o esporte de rendimento,
cujos aspectos singulares o diferenciam dos jogos e das brincadeiras e fazem com
que o esporte tenha um caráter formal e profissional.

Entre as alternativas, qual é um aspecto do esporte de rendimento?

a) O esporte de rendimento é exclusivo para adultos.


b) O esporte de rendimento não pode ter suas regras alteradas.
c) O esporte de rendimento é praticado em âmbito escolar.
d) O esporte de rendimento não apresenta ligas e campeonatos.
e) O esporte de rendimento é praticado em âmbito escolar.

79
5. Desenvolver e evoluir um esporte é de suma importância para sua sobrevivência
e, principalmente, para que ele possa se perpetuar como uma prática esportiva.
Pensar no esporte em um âmbito social e de inclusão deve direcioná-lo para
aspectos que vão muito mais além do jogo em si, compreendendo-o como
ferramenta de atuação, inserção e mudança de pensamento de uma sociedade,
por meio da inserção de determinados públicos-alvos que passam a atuar como
protagonistas do processo, como ocorre com as mulheres, ao tratar-se do handebol
feminino. Nesse sentido, é correto afirmar que diferentes estratégias podem ser
criadas para que o handebol feminino possa ser alavancado.

Quais estratégias de desenvolvimento e difusão poderão auxiliar o handebol


feminino brasileiro?

a) Ensinar o handebol exclusivamente nas escolas privadas, por meio da disciplina


Educação Física.
b) Venda de ingressos mais baratos ao público feminino, a crianças, a adolescentes,
a jovens e a idosos, para assistirem aos jogos de equipes profissionais.
c) Realizar torneios dentro da escola e entre escolas que visem à prática do
handebol feminino para adolescentes.
d) Criar ações entre escola e família que possam proporcionar a prática do
handebol entre meninas e suas mães dentro do espaço escolar.
e) Incentivo público-privado para as mulheres que busquem se profissionalizar como
atletas de handebol, por meio de patrocínio.

6. No handebol, assim como no ensino de qualquer outra modalidade esportiva,


individual e/ou coletiva, é importante entender o tipo de abordagem ensino-
aprendizagem que será adotada, pois é ela quem norteará o caminho a ser
conduzido pelo professor durante todo o processo. A busca pela variabilidade de
métodos torna-se bem-vinda em muitos casos, pois permite à criança/adolescente
que vivencie situações as mais diversificadas quanto possível.

Neste sentido, acerca da abordagem global entende-se que:

I. a mesma é baseada em jogos.

80
II. enfatiza a compreensão, apreciação e aprendizado tático do jogo.
III. o professor é visto como centro do processo ensino-aprendizagem.
IV. o desenvolvimento das habilidades motoras é o foco da atenção.

Analise as assertivas e assinale a opção que contemple as Corretas.

a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

7. A prática esportiva enquanto ferramenta de inclusão social, tem se destacado,


pois a cada dia, um número maior de pessoas com algum tipo de incapacidade
física está envolvido em diferentes programas que visam a inclusão por meio da
prática de atividades físicas e esportes, independente do nível, devido sobretudo
aos benefícios que estes proporcionam e, também, pela oportunidade de testar seus
limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e
promover a integração social do indivíduo, conforme proporcionado pelo
handebol. Neste sentido, vemos o aparecimento do handebol em cadeira de rodas,
uma modalidade ainda pouco conhecida, porém que vem crescendo desde a sua
criação de maneira acentuada.

Analise as assertivas a seguir e assinale V (verdadeiro) e F (falso) quanto à prática do


handebol para cadeirantes em sua classificação HCR 4.

( ) É disputado em quadra, seguindo as mesmas regras do handebol convencional.


( ) Cada equipe é composta por seis jogadores, sendo um goleiro e cinco
jogadores de linha.
( ) Assemelha-se ao handebol de areia, sendo disputada em uma área que utiliza
linhas da quadra de basquete.
( ) O jogo é disputado em dois sets de quinze minutos cada com cinco minutos de
intervalo e o placar volta a zero ao final de cada set.

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A ordem correta de cima para baixo é:

a) F,F,V,V.
b) V,V,F,F.
c) F,F,V,F.
d) V,F,F,V.
e) F,V,F,V.

8. No caso específico da metodologia pautada pelo uso de jogos, atividades de


preparação que iniciam um evento ou preparam o caminho para o próximo nível
de jogos, como jogos reduzidos, formas parciais de jogo e formas básicas de jogo),
é importante entendermos como estas atividades propostas podem estar inseridas
no contexto ensino-aprendizagem de forma a facilitar a compreensão como um
todo pelos alunos.

Neste sentido, entende-se os Jogos Parciais como:

a) Jogos com poucos jogadores competindo em um campo com tamanho menor,


como por exemplo um jogo de passe 4v4.
b) Versões adaptadas de jogos clássicos, onde a cooperação é colocada em prova
contra a competição, tendo o formato similar ao do jogo parcial.
c) Jogos que exploram as situações de jogo, mais próximas do real, porém de uma
maneira mais simplificada.
d) Uma forma genérica para jogos com sete jogadores em cada equipe, sem a
necessidade de ter, porém, todos os elementos de um jogo tradicional.
e) Versões modificadas do handebol 4v4, com adaptações feitas nas regras, na
estrutura global do jogo, e ainda na dinâmica, podendo ser disputado na areia.

82
REGULAMENTAÇÃO E ARBITRAGEM Erro!
NO HANDEBOL Fonte de
referênci
a não
5.1 INTRODUÇÃO
encontra
De fato, toda modalidade esportiva, individual ou coletiva, que da.
apresente a
característica formal de jogo, deve obrigatoriamente obedecer um conjunto de
regras estabelecidas, para que o mesmo possa ser praticado de maneira
organizada, coerente, respeitando-se o regulamento vigente da competição.
Em relação ao handebol, há um conjunto de regras bem definido, as quais
foram revisadas pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) em 1º de julho
de 2016, e que continuam em vigência para as competições de âmbito nacional,
estando a mesma alinhada às regras internacionais, o que mostra a importância da
esportivização dessa modalidade, bem como sua expansão como prática esportiva
reconhecida ao redor do mundo.
Neste sentido, é importante que esse conjunto de regras seja mesmo que não
trabalhado de forma integral, desenvolvido em diferentes âmbitos da prática do
handebol, como por exemplo, no educacional ou ainda no esportivo/alto
rendimento, onde é essencial o seu desenvolvimento. Trabalhar-se as regras desde
a iniciação no handebol, mostra a preocupação que se tem de compreender o
esporte e sua importância no processo ensino-aprendizagem para a formação do
indivíduo, uma vez que o ensino das regras não se restringe somente à sua aplicação
durante o jogo, mas à todo contexto no qual está atrelada, e os valores que a ela
se conectam.
E por fim, além de conhecer as regras que regem uma modalidade, torna-se
fundamental compreender a atuação do árbitro, os seus gestos ao longo de uma
partida, a participação dos demais agentes reguladores do jogo (ex: auxiliares,
secretário e cronometrista), bem como a sinalização dos aspectos da partida e a
conduta ética com todos esses participantes, os quais é parte-chave no processo
de ensino-aprendizagem do handebol.

83
5.2 AS PRINCIPAIS REGRAS DO HANDEBOL

Modalidade composta por dezoito regras, o handebol, assim como qualquer


outro esporte formal, tem esse “status” a partir da inserção das regras normatizadoras,
especificas para cada modalidade. Nesse tópico, será apresentado um resumo das
principais considerações acerca das regras do handebol, de acordo com o modelo
apresentado por Franke (2018), baseando-se nas principais regras oficiais da
modalidade, as quais foram atualizadas pela CBHb, em 1º de julho de 2016.

 Regra 1 - Quadra de jogo


De acordo com a Confederação Brasileira de Handeboll (2019), a quadra é
um retângulo de 40 m de comprimento e 20 m de largura. As balizas são colocadas
no centro da linha de fundo, medindo 2 m de altura e 3 m de largura. As linhas de gol
devem ter 8 cm de largura entre os postes da baliza e as outras linhas, 5 cm de largura.
A distância entre a baliza e a linha de área de gol é de 6 m, da baliza até a linha de
tiro livre 9 m (linha tracejada) e da baliza até a linha de 7 m (onde se executa o tiro
de 7 m) (Figura 8).

84
Figura 8: Quadra de jogo e suas medidas

Fonte: Confederação Brasileira de Handebol – CBHb (2016, p. 7)

 Regra 2 - Duração da partida, sinal de término e time-out


Franke (2018) destaca que no handebol, a duração da partida depende da
faixa etária, sendo que o intervalo do jogo para todas as faixas etárias é, em geral,
de 10 min, sendo o máximo permitido de 15 min, sendo divididos da seguinte maneira,
conforme o autor:
1) Igual ou acima de 16 anos: 2 tempos de 30 min;
2) Entre 12 e 16 anos: 2 tempos de 25 min;
3) Entre 8 e 12 anos: 2 tempos de 20 min.
Destaca-se ainda que havendo a necessidade de prorrogação, considerado
um tempo-extra dado quando o jogo em seu tempo normal termina empatado,
começa após 5 min de intervalo, com a duração de 2 tempos de 5 min e um intervalo
de 1 min. Se o jogo continuar empatado, joga-se uma nova prorrogação com
intervalo de 5 min., se, ainda assim, o empate se mantiver, é importante verificar as
regras da competição. E aqui vale destacar ainda, que a prorrogação somente é
colocada em prática, caso esteja no regulamento prévio da competição/torneio,

85
não sendo obrigatória para todos os casos (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
HANDEBOLL, 2019).
E ainda segundo as regras oficiais (Confederação Brasileira de Handeboll)
caso haja necessidade de cobrança de tiro de 7 m, o equivalente às cobranças de
pênaltis no futebol, escolhem-se cinco jogadores de cada time para a cobrança. As
cobranças são alternadas entre as equipes. Em caso de empate, nomeiam-se cinco
jogadores novamente, mas o jogo termina quando houver a diferença de 1 gol entre
as equipes.
 Regra 3 – A bola
Acerca do material, este deve ser de couro ou algum outro material sintético,
esférica e não pode ser brilhante ou escorregadia. A bola, quanto as suas
características, deve ser diferentes para as categorias, sendo que para jogadores
adultos; a bola utilizada pelas mulheres deve ter entre 54 e 56 cm de circunferência
e pesar entre 325 e 375 g (tamanho 2) e a dos homens, entre 58 e 60 cm e de 425 a
475 g (tamanho 3). Vale ressaltar ainda que a bola tamanho 1 (50 a 52 cm; 290 a 330
g) é a utilizada nas categorias de iniciação da modalidade, neste caso, para
meninas entre 8 e 14 anos e meninos entre 8 e 12 anos (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
 Regra 4 - Equipe, substituições, equipamentos e jogadores lesionados
Uma equipe é formada por até 14 jogadores, sendo o número máximo em
quadra de 7 jogadores e o mínimo 5 para iniciar a partida (esse número pode diminuir
durante o jogo). As substituições podem ocorrer a qualquer momento e
repetidamente sem a necessidade de um aviso prévio ao cronometrista e devem ser
feitas sempre na área de substituições (ALMEIDA; DECHECHI, 2012; FRANKE, 2018).
As substituições podem ocorrer a qualquer momento e repetidamente sem a
necessidade de um aviso prévio ao cronometrista e devem ser feitas sempre na área
de substituições. Uma falta de substituição é penalizada por um tiro livre para o
adversário e exclusão de 2 min para o infrator. Se um jogador excluído entrar antes
do tempo de 2 min, será punido com mais 2 min de exclusão e mais um jogador
deverá cumprir o tempo que faltava da primeira exclusão (CONFEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).
Sobre os uniformes dos jogadores da mesma equipe, estes devem ser idênticos,
sendo que a camisa do goleiro deve ser obrigatoriamente de cor diferente dos seus
companheiros de equipe, bem como de seus adversários, evitando-se desta maneira
confundir os árbitros e os próprios jogadores. É importante ressaltar que todos os

86
uniformes podem ser numerados de um a vinte, incluindo dos jogadores titulares e
reservas. É proibido usar pulseiras, relógios, anéis, colares ou qualquer objeto que
possa colocar em perigo os jogadores (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Jogadores que estiverem sangrando devem ser retirados da quadra. Em caso
de lesão, duas pessoas podem entrar na quadra para prestar o atendimento. Em
seguida, o jogador deve sair da quadra e entrar somente depois do intervalo ou de
três ataques da sua equipe (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).
 Regra 5 – Goleiro
O goleiro pode se tornar jogador de quadra a qualquer momento, e vice-
versa, desde que esteja identificado como tal. No entanto, fora da área de gol, o
goleiro deve respeitar as regras impostas para os jogadores de quadra. Ele pode
tocar a bola com qualquer parte do corpo na área do gol, mover-se dentro da área
com a posse de bola, sair da área de gol sem a bola para participar das jogadas, sair
da área de gol com a bola e jogá-la de novo na área de jogo se não tiver o seu
controle completo. O goleiro não pode colocar em perigo o adversário, sair da área
de gol com a posse da bola, tocar na bola que está parada ou rolando no solo do
lado de fora da área de gol ou levar a bola de fora para área de gol, se estiver dentro
dela, entrar na área de gol com a posse da bola e sair da linha de 4 m antes da
cobrança do tiro de 7 m (FRANKE, 2018).
 Regra 6 – Área do gol
De acordo com a Confederação Brasileira de Handeboll (2019), compreende
uma área em que somente o goleiro tem a permissão de ficar. Se um jogador de
quadra pisar na área de gol, deve ser marcado:
1) Um tiro de meta, caso um atacante entre na área de gol ganhando vantagem
ao fazer isso (com ou sem a bola);
2) Um tiro livre, caso um defensor entre na área de gol ganhando vantagem ao
fazer isso;
3) Um tiro de 7 metros caso um defensor entre na área de gol e impeça uma
chance clara de gol.
Caso um jogador jogue a bola para a sua própria área de gol e ela fique
dentro dessa área ou toque no goleiro, deve ser marcado um tiro livre; já no caso de
a bola sair pela linha de fundo, deve ser marcado um tiro lateral (FRANKE, 2018).

 Regra 7 – Manejo da bola e jogo passivo

87
É permitido segurar a bola no máximo 3 s e dar no máximo três passos com a
bola. O jogador pode quicar a bola, parado ou correndo, e agarrá-la e arremessá-
la de uma mão a outra. Porém, não se pode tocar a bola mais de uma vez depois
que ela foi controlada ou tocá-la com o pé. Caracteriza-se o jogo passivo quando
um jogador mantém a posse da bola sem realizar nenhuma tentativa reconhecível
de ataque ou arremesso a gol, ou atrasa repetidamente a execução de um tiro de
saída, tiro livre, tiro lateral ou de meta de sua própria equipe. A penalização consiste
em um tiro livre no lugar onde a bola estava quando o jogo foi interrompido contra a
equipe com a posse da bola (ALMEIDA; DECHECHI, 2012; FRANKE, 2018).
 Regra 8 – Faltas e Condutas antidesportivas
De acordo com Almeida e Dechechi (2012) para violações ou faltas
menores, um tiro livre é concedido para o adversário no ponto exato em que ocorreu.
Se a violação ou falta ocorrer entre a linha de 9 e de 6 metros, a falta será cobrada
fora da linha de 9 metros, mas na mesma direção em que a falta ocorreu; o
executante deverá manter um pé em contato com o chão e, em seguida, passar ou
arremessar a bola. É anotado um tiro de 7 metros quando:
1) Uma falta impede uma chance clara de gol;
2) O goleiro, de posse da bola e fora de sua área, a carrega para dentro
desta;
3) Um jogador de linha lança a bola deliberadamente para dentro de sua
área de gol, e o goleiro a toca;
4) Um jogador de defesa entra em sua área de meta para ganhar uma
vantagem sobre um jogador atacante, de posse da bola.
Todos os jogadores devem estar atrás da linha de 9 metros quando da
cobrança do tiro de 7 metros. O cobrador não pode ultrapassar o tempo de 3
segundos para cobrar o tiro.
 Regra 9 – Gol
Será considerado gol quando um jogador arremessar a bola (e nenhuma
infração tenha sido cometida logo antes ou no momento desse arremesso) e esta
ultrapassar completamente a linha da meta. O gol é confirmado pelo árbitro com
dois apitos curtos e um sinal com o braço direito elevado (FRANKE, 2018).
 Regra 10 – Tiro de saída
Serve para iniciar o jogo ou reiniciá-lo após um gol ou em períodos de
prorrogação. No início de algum período, cada equipe deve estar concentrada em

88
sua metade da quadra. No caso de um reinício após um gol, os jogadores da equipe
adversária podem permanecer em ambas as metades da quadra, desde que
respeitem uma distância de 3 m para o executante do tiro de saída. Este deve manter
um dos pés em contato com a linha central e o outro sobre essa mesma linha ou atrás
dela, permanecendo nessa posição até que a bola saia de sua mão. Os
companheiros do executante não têm permissão para invadir a metade da quadra
adversária antes do tiro de saída. Por fim, o tiro de saída é autorizado por um sinal do
árbitro, devendo ser realizado em até 3 s para qualquer direção do centro da quadra
(tolerância para os lados de 1,5 m) (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL,
2019; FRANKE, 2018).
 Regra 11 – Tiro lateral
De acordo com Franke (2018) é realizado quando a bola sai da quadra de
jogo pela linha lateral (cobrado no local em que a bola saiu), pela linha de fundo
(cobrado na interseção das linhas lateral e de fundo) ou, ainda, quando toca o teto
ou um objeto suspenso (cobrado no local mais próximo em que a bola tocou o teto
ou o objeto suspenso). Não tem necessidade de ser autorizado pelo árbitro e o
executante deve manter um dos pés em contato com a linha lateral (sem limite de
posicionamento para o outro pé), permanecendo na posição correta até que a bola
tenha saído da sua mão. Os adversários, por sua vez, precisam manter uma distância
inferior a 3 m do executante, a menos que estejam imediatamente fora da linha da
sua própria área de gol.
 Regra 12 – Tiro de meta
De acordo com a Confederação Brasileira de Handeboll (2019) e Franke
(2018), pode ser concedido nas seguintes situações: (1) um adversário arremessou a
bola e ela foi diretamente para fora ou foi tocada para fora pelo goleiro; (2) um
adversário invadiu a linha da área de gol; (3) o goleiro controlou a bola dentro da
sua área; (4) um adversário tocou a bola parada ou rolando dentro da área de gol.
O tiro de meta em si é executado pelo goleiro, sem necessidade de autorização do
árbitro, para fora e sobre a linha da área.
 Regra 13 – Tiro livre
É concedido quando uma das equipes viola as regras de jogo, resultando em
uma paralisação por parte do árbitro, desde que este observe com atenção uma
possível lei da vantagem. Normalmente, é executado sem sinal de apito do árbitro e
no local onde a infração ocorreu, salvo algumas ocasiões especiais (FRANKE, 2018).

89
Ressalta-se que os tiros livres nunca podem ser executados dentro da área de gol da
própria equipe ou ainda, dentro da linha de tiro livre da equipe adversária. Os
jogadores da equipe do executante não podem tocar nem cruzar a linha de tiro livre
da equipe adversária antes de sua execução. Caso o tiro livre tenha sido realizado
com um apito do árbitro e os jogadores tenham tocado ou cruzado a linha antes de
a bola sair da mão do executante, o árbitro deverá marcar um tiro livre para a equipe
defensora. Os adversários precisam manter uma distância de 3 m do executante, a
menos que o tiro livre esteja sendo executado dentro da própria linha de tiro livre da
equipe defensora (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019; FRANKE, 2018).
 Regra 14 – Tiro de 7 metros
De acordo com Franke (2018) existem diferentes situações em que um tiro de
7 m é concedido:
1) Quando uma clara chance de gol for impedida ilegalmente em qualquer local
da quadra;
2) Quando houver um sinal de apito (que não seja do árbitro) em um momento de
chance clara de gol;
3) Quando houver queda de luz em uma chance clara de gol; ou, ainda, se a
equipe defensora retardar o jogo nos últimos 30 s, impedindo a criação de uma
possível chance clara de gol.
Esse lance deve ser executado como um arremesso ao gol em até 3 s após o
apito do árbitro, devendo o executante posicionar-se atrás da respectiva linha de tiro
de 7 m, não ultrapassando 1 m desse ponto e não tocando ou ultrapassando a linha
de 7 m até que a bola tenha saído de sua mão. Após um tiro de 7 m, a equipe não
pode tocar a bola até que ela tenha sido tocada por um defensor ou uma baliza.
Por fim, caso o goleiro ultrapasse a linha de limitação (4 m) e defenda a cobrança, o
tiro de 7 m deverá ser cobrado novamente.
 Regra 15 - Instruções gerais para a execução dos tiros
As instruções para a execução de tiros (de saída, lateral, de meta, livre e de 7
m) envolvem o executante, seus companheiros, os defensores, o sinal do árbitro e
possíveis punições, conforme apresentado por Franke (2018):
• Executante: deve manter a posição correta até que a bola saia de sua mão
(um pé sempre tocando o solo, exceto em tiros de meta), não pode tocar na bola
após um tiro (a menos que ela toque na baliza ou em um adversário), pode marcar
um gol diretamente de qualquer tiro, exceto em casos de gol contra em tiros de

90
meta.
• Companheiros do executante: devem manter a posição correta até que o
tiro tenha sido executado, além de não poderem tocar na bola durante a execução
do tiro.
• Defensores: também devem manter suas posições corretas até que o tiro
tenha sido executado. Em casos em que a equipe infratora tem desvantagem, os
árbitros não devem corrigir o posicionamento, já que o erro não resultou em um
benefício direto para a equipe.
• Apito: o árbitro deve sempre apitar para reiniciar a partida em casos de tiro
de saída e tiro de 7 metros. Em tiros laterais, tiros de meta ou tiros livres, o árbitro deve
apitar para dar reinício após um time-out, após uma interrupção sem violação,
quando houver demora na execução, após a correção de posição e após uma
advertência verbal. Entretanto, caso julgue necessário e apropriado, pode fazê-lo
em qualquer situação de reinício de jogo, quando os jogadores têm até 3 s para
colocar a bola em jogo.
• Punições: normalmente estão relacionadas a posições incorretas durante o
tiro, devendo ser corrigidas pelo árbitro. Caso o tiro tenha sido precedido por um
apito, a equipe sofrerá punição em vez de o árbitro apenas corrigir os erros e autorizar
uma nova cobrança.
 Regra 16 – Punições disciplinares
De acordo com Franke (2018), as punições dividem-se em advertências,
exclusão e desqualificação, podendo ser dadas pelo árbitro antes, durante ou depois
o jogo se o jogador tiver uma postura inapropriada.
1) Advertência: punição adequada para ações ou condutas antidesportivas que
devam ser sancionadas progressivamente. Nesse caso, o árbitro precisa
mostrar o cartão amarelo.
2) Exclusão por 2 minutos: punição adequada para uma substituição incorreta,
se o jogador já havia recebido o número máximo de advertências, se ignora
o perigo a que expõe seu adversário ou por conduta antidesportiva. Cada
jogador pode receber até duas exclusões, sendo a terceira uma
desqualificação. Se o jogador não cumpriu todo o tempo de exclusão e a
prorrogação acaba empatada, ele não poderá cobrar tiro de 7 m.
3) Desqualificação: conduta adequada para infrações e condutas
antidesportivas graves ou extremas, pela terceira exclusão de um jogador. Essa

91
punição é cobrada por um cartão vermelho. Uma desqualificação será dada
para todo o restante do tempo de jogo. Após 2 min, outro jogador poderá
entrar no lugar do jogador desqualificado.
 Regra 17 – Árbitros
Os árbitros são os responsáveis por monitorar a conduta dos jogadores e dos
demais membros da equipe durante todo o tempo em que estiverem em quadra.
São dois árbitros com igual autoridade, auxiliados por um secretário e um
cronometrista. Eles devem inspecionar as condições da quadra, das bolas, das
balizas e suas redes, dos uniformes das equipes, além do número de atletas e
membros da comissão (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).
Ainda, precisam assegurar o bom andamento da partida pelo cumprimento
das regras de jogo, penalizando ações que as violem. Caso um árbitro se machuque,
o outro deve conduzir a partida sozinho. Se os árbitros marcam uma infração, mas
discordam quanto à sua gravidade, prevalece a mais pesada. Já se os árbitros
discordam entre si de uma marcação, devem realizar uma breve consulta para
chegar a uma decisão conjunta. Caso não cheguem a essa decisão, prevalece a
marcação do árbitro central. Ambos os árbitros devem controlar o tempo de jogo, o
placar, as advertências, as exclusões e as desqualificações, além de preencher
corretamente a súmula após o jogo (ALMEIDA; DECHECHI, 2012; FRANKE, 2018).
 Regra 18 – Secretário e cronometrista
O secretário é o responsável por controlar a lista de jogadores, a entrada de
jogadores que chegaram após a partida ter começado, a entrada de jogadores que
não estão autorizados a participar e, também, a súmula de jogo. Já o cronometrista
deve controlar o tempo de jogo, os time-outs e os tempos de exclusão dos jogadores.
As saídas e entradas de jogadores suplentes, bem como o número de indivíduos na
área de substituição são de responsabilidade de ambos (CONFEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).
Na ausência de um placar eletrônico, o cronometrista precisa manter as
equipes informadas sobre o tempo de jogo, os tempos de exclusão e sinalizar o
término do período e o término da partida (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).

5.3 A ARBITRAGEM NO HANDEBOL

O árbitro esportivo é a autoridade máxima durante o jogo, cuja função

92
consiste em fazer com que as regras sejam cumpridas por todos os participantes e
que a disputa se realize de acordo com determinado código de ética esportivo
(RIGHETO, 2016 apud FRANKE, 2018).
É importante destacar que existem dois árbitros em quadra, durante a partida,
que atuam em conjunto tanto nos lances de defesa quanto de ataque de ambos os
times. O posicionamento, de acordo com Franke (2018), se dá da normalmente da
seguinte forma: um árbitro se situa na linha de fundo, de um lado da quadra, e o
outro na linha de meio de quadra, do outro lado da quadra. Esses árbitros devem
atuar em sincronia (cooperando) por meio de um suporte efetivo, onde toda
observação deve ser de fato considerada para a fluidez da partida, o respeito às
regras oficiais e aos atletas e equipes adversárias.
De acordo com Santos (2017) cabe ao árbitro verificar se as regras estão sendo
aplicadas de forma correta, e seguidas pelas equipes, garantindo a realização da
partida de acordo com os preceitos éticos e legais que regem a modalidade,
visando um bom desenvolvimento e preservando a integridade dos atletas
participantes. Todas as regras apresentadas a seguir têm como respaldo o livro de
Regras da Federação Internacional de Handebol, disponível no site da
Confederação Brasileira de Handeboll (2019).
A seguir você conhecerá um pouco mais sobre a mecânica da arbitragem e
os sinais/gestos executados pelo árbitro para cada infração ou penalidade
assinalada durante a partida (Figura 6 a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q).

Figura 9: Sinais da arbitragem handebol

93
Invasão da área do gol Duplo drible

Sobrepassos ou (> 3s) com a bola Deter, Segurar ou Empurrar

Golpear Falta de ataque

Tiro de lateral (direção) Tiro de meta

Tiro livre (direção) Manter a distância de 3m

94
Gol
Jogo passivo

Advertência, Desqualificação e Informação Exclusão (2 minutos)


de relatório escrito

Time-Out Permissão para duas pessoas


entrarem na quadra de jogo durante
um time-out

Sinal de pré-passivo
Fonte: Confederação Brasileira de Handeboll (2019, p. 64 - 69)

95
5.4 A SÚMULA DE JOGO NO HANDEBOL

Súmula é um documento oficial da partida. Por meio da súmula, é possível


identificar inúmeros itens anotados em uma partida de handebol, como um histórico
da partida, dentre os quais destacam-se: nome e número do jogadores, faltas
cometidas, duração da partida, nome dos árbitros, etc. É considerado o histórico da
partida, pois qualquer situação ocorrida e que esteja associada à partida deve estar
relatada na súmula. Neste sentido, sempre que o árbitro julgar necessário deve fazer
as anotações diretamente na súmula, como forma de comprovação do que de fato
aconteceu (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019).
O principal objetivo desta seção será compreender a importância deste
documento fundamental para garantir a legalidade de uma partida, neste caso, dar-
lhe o caráter oficial, bem como entender um pouco mais acerca das instruções
básicas para o seu correto preenchimento, e para tal, a proposta pedagógica de
instrução adotada por Santos (2017), em que o documento, dividido em seis partes,
considerando a categoria de informação que deverá ser registrada nos campos: (1)
informações sobre o campeonato e jogo de handebol; (2) informações sobre a

96
partida e as equipes; (3) informações técnicas sobre a partida; (4) informações sobre
os jogadores de cada equipe; (5) informações sobre os oficias das equipes; e (6)
informações sobre o corpo de arbitragem.
A primeira parte ou superior, pode ser visualizado o(s) campo(s) destinado(s)
às informações gerais acerca do campeonato e da partida em si. Confore mostra a
Figura 7, nesse espaço, encontram-se os logotipos da Confederação Brasileira de
Handeboll, do Campeonato e dos patrocinadores do evento (itens opcionais). Em
seguida, pode-se visualizar encontram-se os campos para o preenchimento das
informações sobre os aspectos fundamentais da partida: a natureza do
campeonato, a categoria dos atletas, e se a partida será composta por atletas
masculinos ou femininos.

Figura 10: Informações sobre o campeonato e jogo de handebol.

Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

Na segunda parte da súmula, conforme mostra a Figura 11, devem ser


preenchidas informações das equipes, bem como do local da partida. Durante o
preenchimento dessa parte, o árbitro deve verificar com atenção as equipes (A e B)
por exemplo, a mandante e a visitante. Observando ainda a Figura 11, pode-se
identificar campos destinados a informações em relação ao local em que a partida
está ocorrendo, sendo: cidade, local (nome do ginásio), data (no formato:
xx/xx/xxxx), hora de início da partida (no formato: xx:xx h) e duração da partida.

Figura 11: Informações sobre a partida e as equipes.

Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

A terceira parte da súmula deve ser preenchida durante o desenvolvimento


da partida, pois contém os campos destinados para as informações técnicas das
equipes, dentre as quais: o horário do 1º e 2º tempo, as punições e os gols marcados,
conforme mostra a Figura 12.
Figura 12: Informações técnicas sobre a partida.

97
Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

Já na quarta parte da súmula, o objetivo é preenchê-la em ordem numérica


ou alfabética com os respectivos números e nomes do uniforme dos integrantes de
cada equipe. Neste caso, a atenção deve estar voltada para a inserção somente
dos jogadores listados na súmula, os quais devem estar no banco de reservas, sendo
estes os únicos autorizados a entrar em jogo durante a partida, mediante as
substituições. Nos espaços em branco que aparecem nesta parte da súmula, o
correto é deixá-las com um traço (–). Em adição, cada linha da súmula deve ser
preenchida com o nome de um jogador e as ações que este realizou em quadra.
Faz-se saber para as ações, as seguintes anotações: gols (G), advertências (A),
exclusões de dois min (2’), desqualificação (D) e desqualificação mais expulsão com
relatório (D+R), conforme mostra a Figura 13.

Figura 10: Informações sobre os jogadores de cada equipe.

Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

Outro aspecto importante a ser verificado em uma súmula diz respeito às


informações sobre os oficiais técnicos de equipe (Figura 11). Da mesma forma que
executado com os atletas, os oficiais de equipe podem ser sancionados com
advertências, exclusões de dois minutos, desqualificações e desqualificações com
relatório. Cabe ressaltar que o técnico de cada equipe é a figura/membro
responsável por fornecer as informações ao secretário sobre os oficiais de equipe na
ordem de preenchimento da súmula de jogo. Elas deverão ser inseridas nos campos:
Of. A, Of. B, Of. C e Of. D, conforme mostra a Figura 11.

Figura 11: Informações sobre os oficiais das equipes.

98
Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

E por fim, chegamos à última parte do preenchimento de uma súmula oficial


(Figura 12). Neste caso, esta parte deverá ser preenchida com as informações do
corpo de arbitragem: o nome dos árbitros responsáveis pela partida, nome do
secretário e nome do cronometrista, respectivamente, com suas assinaturas. Deve-se
também completar com o nome e a assinatura do representante da federação
organizadora (caso o jogo seja por uma liga federada) e a assinatura do delegado
técnico da CBHb (em jogos e/ou campeonatos oficiais chancelados por ela).

Figura 12: Informações sobre o corpo de arbitragem.

Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

 Relatório de jogo

De acordo com Santos (2017) cabe somente ao cronometrista fazer o


preenchimento do relatório, o qual deve ser executado durante a partida.
preenchido Algumas das informações encontradas nesse documento serão idênticas
às encontradas na súmula, ao passo que outras informações servirão como subsídio
para o preenchimento da súmula de jogo.
O relatório de jogo foi dividido em três partes, seguindo a organização
estabelecida por Santos (2017). O primeiro campo, representado pela Figura 12,
seguirá as mesmas orientações do preenchimento e a extração de informações
apresentadas para a Figura 13.

Figura 13: Informações sobre a partida.

99
Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

O segundo campo do relatório de jogo, representado pela Figura 14, será


preenchido exclusivamente durante o desdobramento da partida de handebol. Para
facilitar o preenchimento do documento durante a partida, os jogadores serão
identificados com as numerações de seus uniformes.

Figura 14: Informações técnicas e pontuais sobre os atletas e oficiais técnicos.

Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

No terceiro campo do relatório de jogo, representado pela Figura 15, será


registrado o placar da partida momento a momento e a informação sobre o número
tiros de 7 metros ocorridos durante o jogo. Ao encerrar o primeiro tempo da partida,
o cronometrista deverá informar ao secretário o placar parcial para o preenchimento
do primeiro campo da súmula (Figura 15).

Figura 15: Informações sobre o placar.

100
Fonte: Adaptado de Confederação Brasileira de Handeboll (2019)

101
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O handebol é atualmente um dos esportes coletivos mais praticados no Brasil,


principalmente nas escolas. O esporte trabalha com movimentos que, para serem
realizados, exigem habilidades motoras fundamentais como correr, saltar e lançar.
Neste sentido, observa-se no handebol um conjunto de regras bastante fáceis, além
da utilização de acessórios simples: uma bola e duas traves ou objeto semelhantes
para a marcação dos gols. Como todo esporte, o handebol também tem suas
próprias regras, as quais buscam torná-lo cada vez mais dinâmico e, ao mesmo
tempo, igualitário em condições de disputa pelas equipes.

Segundo as regras básicas que tangem a atuação do goleiro no handebol, analise


as afirmações a seguir:

I. Usar qualquer parte do corpo para defender dentro da sua área de gol.
II. Sair da área de gol com a bola controlada.
III. Deslocar-se em posse de bola dentro de sua área de gol sem submeter-se às
regras que se aplicam a outros jogadores nesta mesma situação.
IV. Usar apenas as mãos para defender dentro da sua área de gol.

Neste sentido, leia atentamente as assertivas a respeito das regras relacionadas ao


goleiro no handebol, e indique quais são as afirmações corretas.

a) I e II
b) II e IV
c) I, II e III
d) I e III
e) I, II, III e IV

2. Diferentemente do que ocorre em outras modalidades esportivas, no handebol,


temos a duração ou tempo de partida definido pela categoria dos participantes
(faixa etária), sendo que apresentam diferenças marcantes entre si.

102
Neste sentido, analise as assertivas a seguir, e assinale a opção correta acerca do
tempo ou duração em partidas oficiais para a categoria adulta.

a) 2 tempos de 25 minutos.
b) 2 tempos de 15 minutos.
c) 2 tempos de 30 minutos.
d) 2 tempos de 20 minutos.
e) 2 tempos de 40 minutos.

3. De acordo com as regras básicas do handebol estabelecidas pela Confederação


Brasileira de Handebol (CBHb), as quais foram atualizadas em 1º de julho de 2016,
analise as afirmações a seguir:

I. O intervalo do jogo para todas as faixas etárias é, em geral, de 10 min, sendo o


máximo permitido de 15 min.
II. Uma falta de substituição é penalizada por um tiro livre para o adversário e
exclusão de 1 min para o infrator.
III. É permitido segurar a bola no máximo 3 s e dar no máximo dois passos com a bola.
IV. O tiro lateral não tem necessidade de ser autorizado pelo árbitro e o executante
deve manter um dos pés em contato com a linha lateral.

É correto o que se afirma em:

a) III, apenas.
b) I e IV
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

4. No handebol, as punições dividem-se em advertências, exclusão e


desqualificação, podendo ser dadas pelo árbitro antes, durante ou depois o jogo se
o jogador tiver uma postura inapropriada.

103
Em relação às advertências, analise as assertivas e assinale V (verdadeiro) ou F
(falso).

( ) Cada jogador pode receber até duas exclusões, sendo a terceira uma
desqualificação.
( ) Punição adequada para ações ou condutas antidesportivas que devam ser
sancionadas progressivamente.
( ) Conduta adequada para infrações e condutas antidesportivas graves ou
extremas.
( ) Punição está associada à expulsão do jogador advertido com o cartão
vermelho.

Neste sentido, a ordem correta de cima para baixo é:

a) F,V,F,F.
b) F,F,V,V.
c) V,V,F,F.
d) F,V,V,F.
e) F,F,F,V.

5. A regra 8 (Regras Oficiais CBHb) trata das faltas e condutas antidesportivas. De


acordo com essa regra, violações ou faltas menores, demandam a execução de
um tiro livre, o qual é concedido para o adversário no ponto exato em que ocorreu
a falta/lance. Se a violação ou falta ocorrer entre a linha de 9 e de 6 metros, a falta
será cobrada fora da linha de 9 metros, mas na mesma direção em que a falta
ocorreu; o executante deverá manter um pé em contato com o chão e, em
seguida, passar ou arremessar a bola.

Neste sentido, um tiro de 7 metros é anotado quando:

( ) uma falta que não impede uma chance clara de gol.


( ) um adversário arremessou a bola e ela vai diretamente para o gol.
( ) um adversário toca a bola parada ou rolando dentro da área de gol.

104
( ) um jogador de defesa entra em sua área de meta para ganhar uma vantagem
sobre um jogador atacante, sem a posse da bola.
( ) uma clara chance de gol for impedida ilegalmente em qualquer local da
quadra.

6. (IHF – 2017) Quando um jogador é desqualificado, a equipe é reduzida por um


jogador na quadra por 2 minutos, exceto se a desqualificação for dada por:

a) Conduta antidesportiva séria durante o intervalo.


b) Uma infracção fora da quadra.
c) Antes do jogo começar.
d) Insultar os árbitros.
e) Ameaçar a torcida adversária.

7. (IHF – 2017) Em caso de dúvida, quem decide sobre a precisão do tempo do jogo?

a) O cronometrista e o secretário.
b) Os dois árbitros chegam a uma decisão conjunta.
c) O cronometrista.
d) Os dois árbitros e o cronometrista chegam a uma decisão conjunta.

8. De acordo com a CBHb, a súmula é um documento oficial da partida, onde são


anotados nome e número do jogadores, faltas cometidas, duração da partida,
nome dos árbitros, etc. É considerado o histórico da partida, pois qualquer situação
ocorrida e que esteja associada à partida deve estar relatada na súmula. Neste
sentido, sempre que o árbitro julgar necessário deve fazer as anotações diretamente
na súmula, como forma de comprovação do que de fato aconteceu.

Neste sentido, Santos (2017) propõe uma sequência pedagógica de instrução para
seu correto preenchimento, sendo esta dividida em 06 etapas, visando facilitar a
compreensão de todos os envolvidos, conforme pode ser visto a seguir.

1. informações sobre o campeonato e jogo de handebol;


2. informações sobre os jogadores de cada equipe;

105
3. informações sobre o corpo de arbitragem;
4. informações sobre a partida e as equipes;
5. informações técnicas sobre a partida;
6. informações sobre os oficiais das equipes.

A sequência pedagógica correta é a seguinte:

a) 1-4-5-2-6-3.
b) 2-3-4-1-6-5.
c) 3-2-1-4-5-6.
d) 1-2-3-5-4-6.
e) 6-5-4-3-2-1.

106
O HANDEBOL ENQUANTO PRÁTICA Erro!
ESPORTIVA DE ALTO RENDIMENTO Fonte de
referênci
a não
6.1 INTRODUÇÃO encontra
da.
A preparação física é um componente essencial do desempenho esportivo.
No handebol, assim como em outros esportes coletivos, a capacidade física dos
atletas influencia na organização tática da equipe e no desempenho técnico dos
atletas.
Dessa forma, identificar as características físicas dos atletas, como estatura,
peso, porcentagem de gordura e porcentagem de massa magra, assim como
conhecer as vias metabólicas predominantes e as capacidades físicas mais exigidas
durante uma partida, são conhecimentos básicos necessários para a elaboração de
um planejamento adequado.
Como qualquer esporte, o handebol tem aspectos técnicos, táticos e
normativos específicos da sua modalidade. Sendo assim, é muito importante que
você tenha a capacidade de planejar atividades que facilitem o entendimento e o
aprendizado de seus alunos em determinada prática esportiva.
O handebol tem características muito peculiares sobre capacidades físicas,
fundamentos técnicos e conceitos táticos. Como em qualquer modalidade
esportiva, acompanhar, controlar e avaliar aspectos presentes no jogo e no
desempenho dos atletas são quesitos fundamentais para que seja possível evoluir e
buscar melhores resultados, assim como progredir no processo de ensino-
aprendizagem do esporte.

6.2 PREPARAÇÃO TÉCNICA, TÁTICA, PSICOLÓGICA E FÍSICA NO HANDEBOL

Para elaborar uma periodização adequada, o preparador físico deve


conhecer as características físicas de seus atletas. Para isso, precisa elaborar uma
bateria de testes, que vão fornecer as informações necessárias para nortear todo o
trabalho. Além disso, o profissional deve conhecer as demandas fisiológicas de uma
partida de handebol, para saber quais serão as necessidades físicas dos atletas e das

107
equipes. Com essas duas informações, o profissional, junto à comissão técnica, deve
elaborar o planejamento de treinamento.
Franke (2018) descreve os aspectos técnico, tático, psicológico e físico como
imprescindíveis para o desenvolvimento dos atletas e das equipes, sendo que este
último, quando bem treinado, pode influenciar positivamente no resultado da
partida. Conhecer as variáveis do treinamento e seus aspectos torna-se fundamental
para a prescrição do treinamento físico e tático, já que cada posição no handebol
exige medidas específicas.
Na preparação técnica, o foco deve estar direcionado aos fundamentos
técnicos de jogo, os quais facilitarão ainda o desenvolvimento da tática de forma
adequada. De forma prática, busca-se nesta etapa desenvolver nos atletas
conceitos acerca dos fundamentos de ataque e de defesa, e sobretudo a definição
de qual fundamento deve ser melhor aplicado em cada situação de jogo. Franke
(2018) destaca que os treinamentos desses fundamentos deve começar nas
categorias de base, onde desde cedo os alunos começam a entender as
necessidades das combinações dos elementos fundamentais que compõem o jogo.
Vale destacar que as atividades propostas para o aprendizado têm que facilitar a
automação dos fundamentos mais frequentes, porém se o professor mantiver uma
rotina padrão dos treinamentos, certamente os alunos não terão uma pré-disposição
adequada para praticar o exercício proposto. As aulas devem ter como objetivos,
desenvolver as capacidades táticas e técnicas dos alunos durante o jogo, a
ocupação de espaço, o desenvolvimento das habilidades dentro do contexto do
jogo e a satisfação do praticante (MENEZES; REIS; TOURINHO FILHO, 2015). Tenroller e
Merino (2006), descrevem os principais métodos utilizados na preparação técnica do
handebol, dentre os quais: método analítico ou parcial, global e misto. O método
analítico, consiste em ensinar os fundamentos por partes e repetição do exercício,
aperfeiçoando a habilidade do aluno, levando-o a uma progressão na meta
prevista. O método global ou método complexo requer em ensinar os fundamentos
a partir de vários jogos, onde podem ser observados os fundamentos técnicos dentro
do jogo. E por fim o método misto que associa os métodos global e parcial no jogo,
permitindo a execução e depois a correção dos fundamentos, sendo preciso a voltar
na forma correta de realizá-lo.
A preparação tática consiste em desenvolver diferentes estratégias individuais
e coletivas que estejam atreladas às concepções dos esquemas e sistemas a serem

108
adotados pelo treinador, tanto para as fases ofensivas quanto defensivas do
handebol. Entendendo a tática como o planejamento e a execução racional da
disposição dos jogadores em quadra, dentro de um determinado sistema, cabe ao
treinador preparar então sua equipe de acordo com a melhor formação que julga
possível para o momento (MENEZES; REIS; TOURINHO FILHO, 2015). De forma global, o
desenvolvimento da parte tática de uma equipe está diretamente ligado à evolução
física e técnica, à experiência e, principalmente, ao nível de compreensão do jogo
por parte dos atletas, sendo considerados elementos que funcionam como alicerce
para a aplicação das atividades táticas estipuladas pelo treinador. É importante
destacar ainda que o treinamento tático deve partir do mais simples para o mais
complexo, trabalhando-se nessa preparação, conceitos teóricos representados por
disposições táticas a serem apresentadas aos atletas, e que serão aplicados na
prática. O fator psicológico, assim como o físico e ainda o técnico contribuem muito
para o entendimento tático do jogo, e o melhor aproveitamento das situações
decorrentes da partida.
A preparação psicológica, assim como a preparação física, técnica e tática,
precisa também passar por etapas de periodização e treinamento, respeitando-se
a(s) estratégia(s) estabelecida(s) pela comissão técnica. Platonov (2004) destaca
que um dos principais temas das investigações psicológicas é o estudo da
personalidade integral do atleta, a qual é compreendida como a união da atividade
do organismo: componente morfológico, bioquímico, fisiológico e bioquímico. E
ainda de acordo com o autor, os diferentes tipos de atividades (motoras, sensoriais,
intelectuais, emocionais, volitivas e sociais, entre outras), derivadas da preparação e
da competição em diferentes esportes, determinam as particularidades da
adaptação e formação da personalidade integral dos atletas, as quais podem
influenciar direta ou indiretamente o nível de preparação e consequentemente, os
resultados obtidos.
Platonov (2004) destaca que no sistema de preparação psicológica do atleta,
convém destacar as seguintes características:

 Formação da motivação para a prática do esporte;


 Preparação volitiva;
 Treinamento ideomotor;
 Aperfeiçoamento das reações;

109
 Aperfeiçoamento das habilidades especializadas;
 Regulação da tensão psíquica;
 Aperfeiçoamento da tolerância ao estresse emocional;
 Direcionamento dos estados no início da competição.

Em relação à preparação física, destaca-se que o foco está centrado na


preparação das capacidades físicas gerais e específicas envolvidas nas partidas de
handebol, e sobre isso, Eleno, Barela e Kokubun (2002) destacam as seguintes
valências e/ou capacidades físicas:

 Força máxima, importante para suportar o contato com outros jogadores.


 Potência de membros inferiores e superiores, para a realização de saltos e
arremessos respectivamente.
 Velocidade, para o posicionamento rápido da defesa e para o contra-
ataque.
 Velocidade de reação, para o manuseio da bola e deslocamentos.
 Agilidade, para as mudanças de direção.
 Resistência muscular localizada, para suportar a demanda dos movimentos
repetitivos.
 Resistência aeróbia, para a manutenção do desempenho na partida com
rápida recuperação entre esforços intensos.
 Potência anaeróbia, para realizar esforços de alta intensidade repetidas vezes.
 Flexibilidade, para uma maior amplitude de movimentos e aperfeiçoamento
técnico.

Alves (2010) e Rosa (2001) destacam o fato que no processo de elaboração


da periodização, o preparador físico deve conhecer o calendário de competições
da equipe, para determinar os seguintes períodos:

110
 Preparatório: fase destinada à melhoria da aptidão física, momento em que
as capacidades físicas são desenvolvidas e aperfeiçoadas. É dividido em
duas etapas: preparação geral e preparação específica. Na preparação
geral, o principal objetivo é formar a base para o treinamento específico. Para
isso, é preciso melhorar a forma física geral dos atletas, que estão vindo de
um período de recesso de treinamento (transitório). Esse período é
caracterizado pelo aumento do volume e da intensidade de treinamento. Os
exercícios utilizados desenvolvem a resistência geral e a força. Na
preparação específica, a ênfase do treinamento está nas capacidades
físicas determinantes da modalidade. O volume de treino baixa, e a
intensidade aumenta. Nesse período, a preparação física deve estar aliada
com os treinos técnicos e táticos.
 Competitivo: fase destinada à manutenção da forma física. É um período
que varia de acordo com a duração da competição. No caso do handebol,
que possui um calendário cujas competições são de duração longa, entre 3
e 6 meses. Nesse caso, o preparador físico deve estar atento à duração do
torneio e à frequência de jogos, já que, nessa fase, o objetivo é a
manutenção do desempenho das capacidades físicas adquirido durante o
período anterior. Para isso, o volume geral das cargas deve ser estabilizado, e
a intensidade dos treinos deve ser reduzida.
 Transitório: fase entre temporadas ou entre competições. É entendido como
o momento de descanso dos atletas. Podem ser realizadas atividades de
baixa intensidade, apenas para que o desempenho físico não reduza muito.
Esse período é importante, sobretudo, para a recuperação psicológica, já
que, durante a temporada, a pressão para que os atletas tenham um bom
desempenho é muito alta.

As partidas de handebol são caracterizadas por intercalarem momentos de


baixa e alta intensidade, sendo os momentos mais intensos determinantes de
resultados. A preparação física deve ter como principal objetivo a rápida
recuperação dos atletas após momentos de intensidade durante as partidas, além
de tornar os atletas tolerantes a acidez muscular, não prejudicando o seu
desempenho técnico e tático (FRANKE, 2018).
Reconhecendo o nível de condição física dos atletas no início de temporada

111
e as necessidades fisiológicas das partidas, o preparador físico pode elaborar um
caminho para preparar os jogadores fisicamente. A periodização, portanto, é
necessária. Um elemento crucial é conhecer a magnitude da carga, ou seja, saber
o quanto a sessão e o acúmulo de treinos ao longo das semanas irá afetar o
organismo do atleta.
O Quadro a seguir, apresentado por Sainz (2002) mostra de forma breve
como os componentes/fatores psicológicos podem intervir na preparação do
atleta, neste caso de alto rendimento.

Quadro 1 Priorização dos componentes psicológicos dentro de cada preparação do atleta


de alto desempenho.
Componentes psicológicos Outros aspectos importantes a
Preparação do atleta
priorizados considerar dentro da preparação
Motivação
Vontade
Formações da personalidade.
1. Preparação Física Atenção
Coesão grupal.
Controle de estados
desfavoráveis.
Motivação
Atenção Vontade
Sensações Proprioceptivas Visão Periférica
2. Preparação
Percepções Especializadas Controle de estados
Técnica
Representação motora desfavoráveis
Pensamento e linguagem Formações da personalidade
Coesão grupal.
Pensamento e linguagem Motivação
Capacidade de observação Vontade
Visão Periférica Controle de estados
3. Preparação Tática
Reações de antecipação desfavoráveis
Atenção Formações da Personalidade
Modelos conceituais Coesão Grupal
Motivação
Atenção
4. Treinamento de Vontade
Formações da personalidade
Cargas máximas Controle de tensões psíquicas
Coesão Grupal.
excessivas
Motivação (Nível de
aspirações individuais e
5. Pré-competição e coletivas). Formações da personalidade.
competição. Vontade Coesão grupal.
Controle de tensões psíquicas
desfavoráveis
Fonte: Adaptado de Sainz (2002).

112
6.3 A ORGANIZAÇÃO, O CONTROLE E A AVALIAÇÃO DE EQUIPES DE
HANDEBOL

É indiscutível que o conhecimento e o aprendizado dos fundamentos


técnicos, táticos e normativos do handebol são imprescindíveis para que um jogo
realizado adequadamente (FRANKE, 2018). Portanto, o professor deve ter como
objetivo realizar atividades que permitam ao aluno internalizar esses conceitos de
maneira clara e aplicá-los durante a prática.
O aprendizado técnico é fundamental para a iniciação esportiva, mas,
isoladamente, não tem um objetivo próprio, pois precisa ser empregado durante o
jogo de modo bem-sucedido. Cada jogador deverá saber reconhecer a situação
de jogo, escolher qual fundamento técnico utilizar e qual variação será necessária.
No entanto, nunca um jogador agirá sozinho e da maneira que quiser, já que as suas
decisões individuais dependem de diversas ações da equipe e dos adversários. Estas
devem ser tomadas de forma inteligente e contextualizadas ao cenário técnico-
tático (MENEZES; REIS; TOURINHO FILHO, 2015). Além disso, cada jogador precisa
analisar as situações de jogo, levando em consideração a tática da equipe.
De acordo com Franke (2018) para desenvolver a capacidade de jogo, é
preciso considerar:

 comportamento tático individual;


 comportamento tático em grupo;
 comportamento tático coletivo básico.

De fato, esses três componentes principais dependem de alguns fatores


fundamentais cujo aperfeiçoamento devem ser sempre estimulados pelo professor,
como a capacidade de percepção e de decisão e a criatividade. Assim, o professor

113
precisa desenvolver atividades que propiciem o desenvolvimento dessas
capacidades para o aperfeiçoamento da equipe.
Menezes, Reis, Tourinho Filho (2015) destacam que no decorrer do jogo de
handebol, podemos identificar principalmente duas fases — a ofensiva e a defensiva
—, conforme as quais o comportamento da equipe muda, visto que há regras de
ação específicas em cada momento e a adaptação dos jogadores e a rápida
resposta contribuirão para o sucesso da equipe. Na fase ofensiva, por exemplo, a
equipe visa a manter a posse da bola, avançar em direção ao gol e marcar o ponto,
enquanto na defensiva a preocupação consiste em recuperar a posse de bola,
dificultar ou impedir a progressão da equipe adversária e proteger o gol ou evitá-lo.
De forma global, Leonardo (2009) apud Franke (2018) cita que para uma
equipe ter sucesso, é preciso haver uma atuação coletiva, com ações sincronizadas.
A estratégia consiste no conjunto de especificações estabelecidas para
fundamentar as ações de uma equipe. Neste sentido, o planejamento das ações,
apesar de suscetível a modificações pela ampla possibilidade de comportamentos,
tem como objetivos promover a incerteza em relação ao adversário, dificultar as
suas ações futuras e inibi-lo quanto à realização do gol.
A periodização, o planejamento do treinamento, é considerada essencial
para alcançar os melhores resultados (PASCHOALINO; SPERETTA, 2011). Vale ressaltar
a importância de monitorar e avaliar o rendimento dos alunos ou atletas de uma
modalidade esportiva, fundamentais para identificar dificuldades e atestar a
evolução dos indivíduos dentro do contexto técnico-tático da modalidade.
Em virtude da importância desse controle, os professores e treinadores
desenvolveram estratégias para controlar e avaliar as suas equipes de handebol,
por meio de testes específicos e planilhas de observação de uma partida, conforme
descreve Franke (2018). Neste sentido, existem inúmeros testes físicos que podem ser
realizados com o intuito de atestar o nível condicionante de determinada valência
física, bem como a sua evolução ao longo do treinamento, por exemplo, dentre
outros que podem ser desenvolvidos. E ainda, esses testes utilizados no intuito de
avaliar cada valência, sendo ainda possível realizar a análise prática da execução
dos fundamentos no jogo de handebol (técnico, tático e físico) nas diferentes fases
do jogo (ofensiva, defensiva e transição).
Paschoalino e Speretta (2011) deixam claro que não há como identificar ou
medir todos os fatores que determinam o desempenho esportivo, tampouco

114
determinar quem se tornará ou não um atleta de sucesso, pois o rendimento
esportivo não pode ser diretamente mensurável. Por outro lado, é possível conhecer
um conjunto de variáveis que, se apresentadas pelo indivíduo, indicam uma maior
probabilidade de ter sucesso no esporte. Em geral, os fatores condicionantes são
variados e divergem entre os autores. Porém, Franke (2018) descreve que há um
consenso na literatura de que existam características físicas, como as variáveis
morfológicas e de composição corporal (exemplo: estatura, massa corporal, IMC e
envergadura), e de capacidades funcionais (exemplo: força, velocidade, agilidade,
resistência e flexibilidade). Componentes hereditários e genéticos também são
importantes para o desempenho, mas mais difíceis de mensurar e geralmente não
considerados para avaliar o desempenho. Aspectos psicológicos, técnica e tática
também têm também um papel importante.

6.4 ANÁLISE DE DESEMPENHO NO HANDEBOL

A análise do jogo, em qualquer desporto, é uma função imprescindível do


treinador. É unanime a ideia de que, para avaliar e planejar os treinamentos, é
necessário acessar dados que informam o rendimento individual e coletivo. Franke
(2018) destaca que o objetivo principal das análises é extrair dados a respeito do
desenvolvimento e execução nos eventos. Portanto, esses dados podem ser
números (quantitativo) ou palavras (qualitativo). E de acordo com Greco et al.
(2015)a partir deles, o profissional analisa os pontos fracos e erros cometidos pelos
jogadores e equipe, para então planejar ações de modo a diminuí-los em um
próximo evento.
Analisar um jogo é uma tarefa difícil, em razão da grande quantidade de
elementos a serem observados, das mudanças de comportamentos e ações
durante os jogos e da multiplicidade dos critérios analisados (GRECO et al., 2015).
Nos esportes coletivos e, principalmente no handebol, espera-se dos jogadores e da
equipe uma organização tática ou um modelo de jogo que sirva de exemplo para
determinar o comportamento individual. Diante disso, as equipes geralmente
utilizam a análise de desempenho por três motivos: analisar a equipe adversária,
identificar talentos nas equipes de base e analisar o desempenho da própria equipe
para nortear o planejamento de treinos (FRANKE, 2018).
A análise de desempenho contribui para o sucesso esportivo do treinador e

115
da equipe. Percebe-se a influência das bases metodológicas de pesquisa, que
devem ser rigorosamente seguidas. Todo sistema de observação deve ser
organizado por sua função, nível em que deseja observar, âmbito da realidade a
que o objeto observado pertence e situação em que ele ocorre. As análises bem-
estruturadas contribuem para a eficácia ofensiva e defensiva com a variação das
ações e comportamentos dos jogadores. Além disso, é possível determinar um
padrão de desempenho, seja motor seja tático, que irá conduzir o planejamento do
treinador durante toda a temporada (RUSSOMANNO, 2011 apud FRANKE, 2018).
Menezes e Reis (2010) apresentam um esquema de um processo sistemático
de análise de jogo, com as etapas definidas, conforme você pode ver a seguir
(Figura 16).

Figura 16: Sistematização do processo de análise de jogo e a interação com o treinamento

Fonte: Menezes e Reis (2010, p. 46)

E ainda acerca da análise do desempenho de atletas/equipes de handebol,


Greco e Fernandez (2015) mencionam que existem muitos elementos a serem

116
analisados de maneiras diferentes. Com o intuito de diminuir a confusão de
conceitos e tipos de análises, esses autores propõem que a análise de desempenho
seja determinada dentro de parâmetros específicos, como: espaço, tempo,
regulamento, tarefa técnico-tática, organização técnico tática.
Para Menezes e Reis (2010), as análises de desempenho no handebol, se
comparado a outros esportes coletivos, além de menor número, está escassa,
devido a uma possível baixa produção científica dessa modalidade, como a falta
de rigor e clareza científica. Na maioria das vezes, os dados são coletados por meio
de observações, entretanto, esse modo de obter as informações pode não refletir a
realidade do jogo, pois as observações são carregadas de subjetividade. Ao
observar, o profissional que analisa o jogo pode inserir opiniões pessoais sobre os
dados. Neste sentido, Russomano (2011) apud Franke (2018) destacam que embora
a observação seja um ato essencial na prática profissional, o treinador deve ter em
mãos um instrumento que norteie os elementos a serem observados.
Greco (2000) apud Greco et al. (2015) acredita que os modelos de análise ou
elementos a serem avaliados variam de acordo com a necessidade de cada
treinador, porque devem estar relacionados ao treinamento do time. Neste sentido,
o autor apresenta os procedimentos de análise de jogos de handebol, os quais se
dividem em:

 Scout de observação (sequência de jogo): essa ferramenta oferece ao


treinador informações a respeito do desenvolvimento da equipe e
diagnóstico da equipe adversária. Com informações referentes às
ocorrências nos jogos, as ações são registradas minuto a minuto.
 Scout técnico (somatória de ações do jogo): permite registrar todas as
situações do jogo, tanto individuais quanto coletivas. São contabilizadas
faltas, gols, passes, etc.
 Scout de observação tática: permite identificar a localização e as ações dos
jogadores envolvidos nas jogadas, desde ações individuais, como uma finta,
até ações em grupo, como bloqueios e penetrações.
 Scout de observação de gols e atuação de goleiro: possibilita mapear todos
os gols da equipe. Por exemplo, onde os jogadores mais lançam a bola a gol
e de que posição da quadra eles realizam os arremessos. Quando esses
dados são coletados da equipe adversária, auxiliam o goleiro a focar em

117
determinados pontos na defesa.
 Scout tático de contra-ataque: possibilita analisar a eficácia dessas ações nas
definições, assim como a média de contra-ataques por jogo, por tempo e
qual a estratégia mais usada pela equipe.

É necessário compreender que as análises devem ser conduzidas com uma


observação sistematizada, com objetivos e instrumentos específicos para cada
elemento a ser analisado. O professional que fará a análise deve ter conhecimentos
necessários sobre o que será observado e sobre os métodos de observação. Nesse
sentido, a tecnologia tem ajudado as equipes na análise, no tratamento, no
armazenamento e na interpretação das informações obtidas nas competições. Esse
avanço tecnológico é observado pelo aumento do conhecimento sobre a
organização do jogo, maior eficácia nos métodos de treinamento e,
consequentemente, uma análise mais fidedigna da evolução da modalidade
(GRECO; FERNÁNDEZ, 2015).

118
Em contrapartida, para evitar erros na análise, tem sido recomendado o uso
de câmeras para gravar as partidas e treinos. Desse modo, a análise é feita sem a
influência de fatores externos, como situação do jogo, pressão da torcida, etc. As
análises desses métodos, conforme descreve Franke (2018) envolvem a filmagem da
partida por câmeras, em que são quantificadas a distância percorrida e a
velocidade dos jogadores. Além disso, a partir da análise cinemática, esse método
é capaz de identificar as trajetórias de todos os jogadores e estão diretamente
relacionados ao padrão tático e ao condicionamento físico.
Na prática, na perspectiva Técnica e Tática, o foco deve estar na análise das
habilidades técnicas, com o propósito de analisar o repertório técnico dos jogadores
durante uma partida. E ainda, a análise técnico-tática, a fim de analisar aspectos e
comportamentos táticos de jogadores e do time e, a partir dessas informações,
estabelecer ações mais eficazes. Por outro lado, na perspectiva Ataque/Defesa, o
foco deve estar na análise da atividade física dos jogadores, com o objetivo de
caracterizar os aspectos físicos dos jogadores desenvolvidos durante uma partida.
Além do mais, a análise do tempo-movimento das tarefas motoras, com o objetivo
de identificar perfis de jogo, deve ser levada em consideração.
Enfim, as análises dos jogos devem identificar o maior número de variáveis
relevantes para compreensão e monitoramento da qualidade do indivíduo e da
equipe. Deve partir de processos sistemáticos para cada uma das etapas do jogo e
na sequência de procedimentos dos jogadores.
Vale destacar que o processo de análise do jogo deve ser constantemente
retroalimentado. Neste sentido, a coleta dos dados obtidos com as observações e
a aplicação nos treinos necessita de uma reavaliação e uma reaplicação no
processo. Por isso, todo o processo é analisado: as variáveis, os instrumentos, o
modelo, os dados e o treinamento. Em síntese, a análise do jogo deve ter precisão
naquilo queobjetiva coletar. As informações coletadas devem estar em
consonância com os objetivos de treinamento e, consequentemente, com aquilo
que o treinador espera de sua equipe.

119
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Ao planejar o calendário de treinamentos, o preparador físico deve ter


conhecimento de quanto tempo terá de preparação, de competição e de
descanso. Dessa forma, ele consegue ajustar as cargas de treinamento para
atingir o máximo desempenho do atleta no momento certo.

Seguindo a proposta do Modelo Tradicional de Periodização, o planejamento


anual é dividido em três períodos. Assinale a alternativa correta.

a) Introdutório, específico e competitivo.


b) Preparatório, competitivo e transitório.
c) Preparatório, pré-competitivo e competitivo.
d) Introdutório, ordinário e transitório.
e) Preparação geral, pré-competitivo e competitivo.

2. No handebol, os aspectos técnico, tático, psicológico e físico são vistos como


imprescindíveis para o desenvolvimento dos atletas e das equipes, sendo que
este último, quando bem treinado, pode influenciar positivamente no resultado
da partida. Conhecer as variáveis do treinamento e seus aspectos torna-se
fundamental para a prescrição do treinamento físico e tático, já que cada
posição no handebol exige medidas específicas.

Neste sentido, analise as assertivas a seguir, e assinale V (verdadeiro) e F (falso)


para as assertivas que tratam das valências/capacidades físicas importantes para
o jogador de linha no handebol.

( ) a força máxima é importante para suportar o contato com outros jogadores.


( ) a agilidade está associada ao posicionamento rápido da defesa e para o
contra-ataque.
( ) a resistência muscular localizada é a responsável pela manutenção do
desempenho na partida com rápida recuperação entre esforços intensos.
( ) a potência anaeróbia é utilizada para realizar esforços de alta intensidade
repetidas vezes.

Neste sentido, a ordem correta de cima para baixo é:

120
a) V,F,F,V.
b) V,V,V,F.
c) F,V,F,V.
d) V,V,F,F.
e) F,F,V,V.

3. A preparação física, técnica e tática são essenciais para a formação do jogador


de handebol, entretanto, esses elementos devem estar conectados aos fatores
psicológicos, os quais exercem influência direta na estruturação/planejamento e
resultados dos atletas ao longo de uma temporada.

Neste sentido, analise as assertivas a seguir e assinale a que melhor representa os


componentes psicológicos priorizados durante a preparação técnica dos
jogadores de handebol.

a) Atenção, visão periférica e reações de antecipação.


b) Controle dos estados desfavoráveis, atenção e tomada de decisão.
c) Pensamento/linguagem, vontade e motivação.
d) Sensações proprioceptivas, representação motora e atenção.
e) Percepções especializadas, atenção e modelos conceituais.

4. No handebol, existem diferentes testes que avaliam componentes da aptidão


física dos jogadores, os quais podem influenciar nos fatores condicionantes, e
serem determinantes para o êxito ou fracasso da equipe, pois é um dos
elementos da preparação considerados básico, devido a sua importância.

No caso específico da análise voltada para a preparação física, analise as


assertivas a seguir e assinale a que melhor represente testes que podem avaliar a
velocidade e a potência de membros inferiores.

a) Teste do quadrado e salto horizontal.


b) Salto horizontal e shuttle run.
c) Corrida de 20 metros e salto vertical.
d) Salto vertical e arremesso de medicine ball.
e) Banco de Wells e teste de Cooper.

121
5. A análise do jogo, em qualquer desporto, é uma função imprescindível do
treinador. É unanime a ideia de que, para avaliar e planejar os treinamentos, é
necessário acessar dados que informam o rendimento individual e coletivo. De
acordo com o conceito de scouts e as possibilidades de trabalho a partir dessa
ferramenta, temos diferentes tipos de scouts que podem ser realizados.

Analise as assertivas a seguir e assinale V (verdadeiro) e F (falso) no que tange


características associadas ao scout de observação tática.

( ) Serve como base para a estruturação do sistema de jogo a ser adotado pela
equipe a partir de dados obtidos dos adversários e da maneira específica de
jogo.
( ) Permite identificar a localização e as ações dos jogadores envolvidos nas
jogadas, tanto em ações ofensivas como em ações defensivas.
( ) Oferece ao treinador informações a respeito do desenvolvimento da equipe
e diagnóstico da equipe adversária.
( ) Se refere ao somatório das ações do jogo, que permite registrar todas as
situações do jogo, tanto individuais quanto coletivas.

A ordem correta de cima para baixo é:

a) F,F,F,V.
b) V,F,V,F.
c) F,F,V,V.
d) V,V,F,F.
e) V,V,V,F.

6. A análise do jogo no handebol é uma atividade extremamente importante para


a evolução dos jogadores e do time. Por meio dela, é possível obter dados sobre
os pontos fortes e fracos, auxiliando os treinadores a planejarem os treinos.

Para realizar a análise do jogo de handebol, os dados devem ser coletados por
meio:

a) Da técnica da percepção.

122
b) Da análise clínica.
c) Da análise de conteúdo.
d) Da subjetividade objetiva.
e) Da técnica da observação.

7. A análise dos jogos e dos treinos de handebol é um processo dinâmico e parte


da observação das situações dos jogos. Com o avanço tecnológico, houve
melhora na qualidade das análises de desempenho.

Diante do exposto, qual é a principal contribuição da análise de desempenho no


handebol?

a) Fornecer dados para o treinamento.


b) Realizar a gestão interpessoal da equipe.
c) Classificar os atletas de acordo com seus desempenhos.
d) Determinar o campeão do torneio.
e) Motivar os atletas.

8. As análises dos jogos devem ser realizadas de forma sistemática, ou seja,


organizada em etapas planejadas com o objetivo de obter dados corretos a
respeito do desempenho das equipes e dos jogadores. Acerca das análises de
desempenho no handebol, analise as afirmações a seguir:

I. O primeiro procedimento é identificar as datas de avaliação.


II. O primeiro procedimento é definir os parâmetros que serão avaliados.
III. O primeiro procedimento é entrevistar os jogadores sobre as suas
necessidades.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

123
INTRODUÇÃO AO BASQUETEBOL UNIDADE

7.1 INTRODUÇÃO
01
Modalidade originada no final do século XIX, o basquetebol faz parte do
contexto educacional norte-americano. De fato, trata-se de um esporte coletivo que
ganhou muitos adeptos ao redor do mundo, e teve como importante marco histórico,
os Jogos Olímpicos de Roma, ocorrido em 1936. Considerado uma das principais
modalidades esportivas praticadas no mundo, tendo 213 países vinculados à
Federação Internacional de Basquetebol, conforme documento apresentado pela
Federação Internacional de Basquetebol – FIBA.
Ao longo dos anos, o basquetebol vem ganhando notoriedade ao redor do
mundo e o número de adeptos expandindo-se cada vez mais, rompendo fronteiras,
tendo a sua prática expandida para as mulheres, para cadeirantes, permitindo a
participação e inclusão por meio do esporte.
No Brasil vemos um esforço das Instituições em divulgar e promover a
modalidade, mas é na base que este trabalho deve ser iniciado. É na escola onde
tudo começa, cabendo a todos os envolvidos no processo (escola – professor –
alunos) entenderem a importância desta modalidade.
Diversos são os motivos para acreditar na expansão do basquetebol em
território nacional, e entender essa modalidade como ferramenta na promoção do
desenvolvimento na infância e na adolescência, torna o “produto” basquetebol mais
fácil de ser comercializado, o que gera ganhos em visibilidade.
No que tange o processo de iniciação do basquetebol, a proposta
pedagógica tem um importante valor, e quatro pontos fundamentais devem ser
considerados: diversidade, inclusão, cooperação e autonomia, todas associadas às
fases do desenvolvimento da criança/adolescente.
É evidente, portanto, que a formação e o processo ensino-aprendizagem não
podem voltar-se somente ao treinamento dos aspectos motores ou técnicos, em que
a aprendizagem tático-cognitiva e das habilidades do jogo (técnicas) vem
ganhando cada vez mais espaço nesta proposta de ensino mais dinâmica.

124
Considerado uma modalidade que trabalha diferentes aspectos do ser
humano, o basquetebol além de desafiador, devido ao seu grau de complexidade,
estimula o desenvolvimento das habilidades motoras, as mais variadas possíveis.
Neste capítulo você verá um pouco mais acerca do histórico e evolução da
modalidade, além do processo ensino-aprendizagem envolvidos nesta modalidade,
e por fim compreender a importância e como trabalhar da melhor maneira possível,
aspectos associados aos fundamentos técnicos do basquete

7.2 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BASQUETEBOL

De acordo com Gonçalves e Romão (2019) o basquetebol se resume em um


jogo em que duas equipes, compostas cada uma por cinco jogadores, devem
arremessar a bola em uma cesta suspensa, e o objetivo é fazer o maior número de
cestas possíveis, sendo declarada a equipe vencedora, a que converter maior
número de acertos (cestas) que podem ser de 02 ou 03 pontos, os arremessos, e
lances livres de 01 ou mais pontos, dependendo.
A origem do basquete se deu no final do século XIX, graças ao professor de
Educação Física norte-americano, James Naismith, que em 1891, propôs um novo
jogo frente às possibilidades encontradas à época (CBB, 2020). o Naismith tinha uma
forte ligação com as atividades esportivas, e sempre foi um incentivador de sua
prática, sobretudo em âmbito escolar. Ele nasceu na cidade de Almonte, no
Canadá, em 1861, e tinha formação acadêmica em Teologia, sendo que sua
primeira atividade profissional exercida foi como instrutor de atividades físicas na
Escola Internacional de Treinamento da Associação Cristã de Moços (ACM), que veio
a ser chamada, mais tarde, de Springfield College, localizada na cidade de
Springfield, no estado de Massachusetts, na Região Nordeste dos Estados Unidos,
conforme descreve Gonçalves e Romão (2019).
Ao assumir o Departamento de Educação Física do colégio norte-americano,
em 1891, o professor Naismith se deparou com algumas situações conflitantes, dentre
as quais, as condições climáticas (o inverno rigoroso) de Springfield, o que afastava
a prática esportiva em locais “abertos” pelos estudantes daquela instituição, que
eram ávidos por esportes e jogos que tinham como elementos principais a
competição e a recreação.
O professor Naismith percebeu que as poucas opções de atividades físicas em

125
locais fechados se restringiam às aulas de ginástica, que pouco interessavam aos
alunos, devido as suas características, e o perfil do estudante da época. E de acordo
com CBB (2020) foi esse o momento- chave para que Naismith pudesse introduzir a
modalidade (basquetebol) naquela Instituição.
O diretor do Springfield College, colégio internacional da Associação Cristã de
Moços (ACM), Luther Halsey Gullick , confiou uma missão ao professor Naismith, que
era pensar em algum tipo de jogo sem violência que estimulasse seus alunos durante
o inverno, mas que pudesse também ser praticado no verão em áreas abertas,
conforme descreve Gonçalves e Romão (2019).
Ciente da resistência inicial que enfrentaria, Naismith pensou neste jogo sendo
desenvolvido com as mãos, ao invés dos pés, como já tínhamos, no caso do futebol
de campo. E para melhorar ainda mais a dinâmica do jogo, propôs como objetivo
inicial, a bola não permanecer retida por muito tempo e nem ser batida com o punho
fechado, para evitar socos acidentais nas disputas de bola, conforme destaca CBB
(2020).
E outra preocupação ocorrida estava em relação ao alvo (cesta), e neste
caso, Naismith inicialmente pensou em colocá-lo no chão, mas já havia outros
esportes assim, como o hóquei e o futebol. Foi então que ele pensou em algo
inovador para a época, que foi a elevação do alvo, a partir do nível do solo, que
deveria ficar a 3,5 m de altura, onde imaginava que nenhum jogador da defesa seria
capaz de parar a bola que fosse arremessada em direção ao alvo. E desta forma,
essa proposta levantada por Naismith aumentou o grau de dificuldade do jogo, que
era um dos objetivos principais do professor, sem entretanto, perder-se o interesse
pela sua prática, devido ao grau de dificuldade encontrado.
Em relação à cesta no basquetebol, vale a penas destacar um fato, no qual
ao comparar-se os “alvos” do inicio da prática da modalidade com o que se tem na
atualidade, muito foi modificado, a partir por exemplo, do material utilizado. No início,
Gonçalves e Romão (2019) destacam que as “cestas” utilizadas na época, tratavam-
se de duas caixas ou cestos de pêssego, as quais foram fixados na parte superior de
duas pilastras, a 3,05 m, uma em cada lado do ginásio.
As primeiras regras do esporte, escritas por James Naismith, continham 13 itens,
tendo sido colocadas em um papel em menos de uma hora. Este foi um dos marcos
fundamentais para a origem e evolução do basquete que vemos hoje em dia, e
serão apresentadas na seção mais a frente deste capítulo, que trata da evolução da

126
modalidade.
Registros não oficiais apontam que em dezembro de 1891 ocorreu a primeira
partida de basquetebol. De acordo com CBB (2020), Naismith selecionou dois
capitães (Eugene Libby e Duncan Patton) e pediu-lhes que escolhessem os lados da
quadra e seus companheiros de equipe, em seguida, selecionou dois dos jogadores
mais altos (um de cada time/equipe) e jogou a bola para cima.
Por não haver regras bem definidas ainda, esse primeiro jogo foi marcado por
muitas faltas, que eram punidas colocando-se seu autor na linha lateral da quadra
até que a próxima cesta fosse feita. E uma curiosidade desta partida foi a limitação
apresentada pela própria cesta, onde a cada vez que um arremesso era convertido,
um jogador tinha que subir até a cesta para apanhar a bola, sendo que a solução
encontrada na época, é a que perdurou desde então, a de cortar a base do cesto,
o que permitiria a rápida continuação da partida, similar ao que vemos atualmente
(Figura 1).

Figura 1: A cesta do basquetebol (oficial)

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3Oj0w9e . Acesso em: 15 mar. 2021.

No Brasil, o basquete tem sua origem em 1896, trazido por um milionário norte-
americano chamado Auguste F. Shaw, sendo praticado pela primeira vez na
Associação Cristã de Moços (ACM), no Rio de Janeiro, em um pequeno recinto onde
duas colunas situadas no meio do salão atrapalhavam um pouco a movimentação
dos praticantes.

127
No ano de 1912, ocorreu a primeira partida de basquete no Brasil, na cidade
do Rio de Janeiro, no Ginásio da famosa rua da Quitanda, fato que deve ser
destacado, devido a sua importância dentro de um contexto social e histórico da
época.
Outro importante aspecto a destacar acerca da modalidade, conforme
descreve Gonçalves e Romão (2019), foi a participação das mulheres, uma vez que
as características do basquetebol impulsionaram a prática para este público, e por
consequência, gerou um aumento da resistência machista quanto a essa inserção
na modalidade. De acordo com Guedes (2009) citado por Gonçalves e Romão
(2019) o crescimento do número de praticantes na década de 1920 acarretou o
aumento do número de times de basquetebol feminino na década de 1930, reflexo
também da disseminação da modalidade entre as mulheres na Europa e nos EUA.
Ocorreram vários eventos em que as mulheres tiveram a oportunidade de participar.
Em 1930, ocorreu o primeiro campeonato feminino de bola ao cesto, como era
chamada a modalidade.
Com o passar do tempo, os brasileiros foram tomando gosto pelo esporte e
com o aumento do número de adeptos e a cobrança por uma estrutura mais
profissional. Nesse contexto, surgiram as entidades responsáveis e posteriormente as
ligas regionais, que vem se tornando a cada ano que passa referência na Américado
Sul.

De fato, desde que foi criado por James Naismith, em 1891, o basquetebol
tem evoluído consideravelmente tanto no que se refere à modificação e à
atualização das regras quanto à execução dos fundamentos e à aplicação dos
sistemas de jogo, conforme descreve De Rose Jr., e Tricoli (2017).

128
Ao pensar na dinâmica do futuro jogo, Naismith imaginou algo que
limitasse o contato e não permitisse ao praticante o controle absoluto
sobre a bola, levando o jogo a um conceito coletivo diferente do que
vinha sendo praticado pelo futebol americano e pelo futebol
(soccer), nos quais o atleta em posse da bola podia se deslocar sem
qualquer restrição. Para isso, ele definiu cinco normas básicas: (1)
Seria jogado com as mãos e com uma bola “redonda”; (2) Não seria
permitido caminhar com a bola sem quicá-la (drible); (3) Os
jogadores poderiam se posicionar como e quando quisessem no
terreno de jogo; (4) Não seria permitido o contato pessoal; (5) O
arremesso seria executado para cima. (ROSE JR., e TRICOLI, 2017, p.3).

Ao tratar da evolução da modalidade, enquanto esporte coletivo


organizado, o foco foi centrado nas “regras” da modalidade, e em 1892, Naismith
elaborou as primeiras regras do basquetebol que, ao longo do tempo, foram
modificadas e aperfeiçoadas. Gonçalves (2019) destaca que o objetivo do jogo
recém-criado era colocar a bola dentro do goal adversário fazendo-se arremessos
de qualquer parte do campo e obedecendo-se às treze regras criadas por Naismith,
destacadas por Naismith (1941) e descritas por De Rose Jr., e Tricoli (2010; 2017, p. 5):

1.A bola poderia ser lançada em qualquer direção, com uma ou com
as duas mãos; 2.A bola poderia ser golpeada com uma ou duas mãos
em qualquer direção, mas nunca com os punhos; 3.Os jogadores não
poderiam correr com a bola nas mãos. Deveriam lançá-la a partir da
mesma posição de onde a receberam. Poderia ser concedida certa
tolerância a um jogador que recebe a bola em movimento; 4.A bola
poderia ser segurada por uma ou por duas mãos, mas os braços e
nenhuma outra parte do corpo poderiam ser utilizados para retê-la;
5.Seria proibido golpear o adversário com os ombros, puxar, empurrar
ou impedir sua movimentação. Toda infração a essa regra seria
considerada falta. Em caso de repetição, o jogador reincidente seria
eliminado até que fosse marcada uma nova cesta. Se houvesse a
intenção de lesionar o adversário, o jogador seria eliminado por todo
o jogo, sem que se permitisse sua substituição; 6.Golpear a bola com
os punhos seria considerado falta, como as violações descritas nas
regras 3 e 4, e se aplicaria a penalidade descrita na regra 5; 7.Se uma
equipe cometesse três faltas consecutivas (sem que a outra equipe
tivesse cometido falta no mesmo intervalo de tempo), 1 ponto seria
anotado em favor da equipe adversária; 8.Seria considerado ponto
quando a bola fosse lançada ao cesto e nele entrasse, caindo no
solo. Se a bola tocasse o aro e os defensores movimentassem esse
aro, seria marcado 1 ponto para a equipe atacante; 9.Quando a
bola saísse do campo, ela deveria ser reposta no meio do campo
pelo mesmo jogador que a tocasse para fora. Se houvesse dúvida, o
árbitro deveria lançá-la ao alto no interior do campo de jogo. O
jogador teria 5 segundos para repor a bola em jogo. Se retivesse a
bola por mais tempo, a reposição seria dada à equipe adversária. Se
uma equipe retardasse intencionalmente o reinício do jogo, seria
penalizada com uma falta; 10.O árbitro principal julgaria as ações dos
jogadores e marcaria as faltas. Quando um jogador cometesse a
terceira falta, poderia ser desclassificado, aplicando-se as

129
penalidades da regra 5; 11.O segundo árbitro tomaria as decisões
relacionadas à bola e indicaria quando ela estava em jogo, quando
saía e a quem devia ser entregue. Ele seria o cronometrista e decidiria
se houvesse ponto. Seria também o responsável pela contagem dos
pontos; 12.A partida seria disputada em dois tempos de 15 minutos,
com intervalo de 5 minutos; 13.A equipe que marcasse o maior
número de pontos seria declarada vencedora. Em caso de empate,
a partida, em comum acordo entre os capitães, poderia ser
prorrogada até que novo ponto fosse marcado.

Em relação à evolução do basquetebol, uma das mais marcantes é em


relação às regras, entretanto, destaca-se também a estrutura de jogo, no que tange
os sistemas táticos, e características dos jogadores. Ressalta-se que a
multifuncionalidade dos jogadores aliada às características do jogo levaram à
necessidade de um ajuste e uma nova adequação da carga de treinamento com
suas especificidades, elaborada a partir de um planejamento que leve em
consideração também o calendário de competições, a infraestrutura disponível e os
recursos humanos que compõem a equipe multidisciplinar, que deve estar
preparada para sua execução (DE ROSE JR., e TRICOLI, 2017).
O sucesso do basquetebol ao redor do mundo é tão grande que atualmente,
o esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, nos mais
de 170 países filiados à FIBA (FIB, s/d).
De Rose Jr., e Tricoli (2010) destacam a presença da modalidade em Jogos
Olímpicos como um claro sinal da evolução do basquetebol, solidificando seu papel
na sociedade, cuja potencialidade é cada vez mais evidenciada. De fato, se
analisarmos desde a primeira aparição nos jogos de 1936 até as Olimpíadas de
Tóquio, Japão, que deveria ocorrer em 2020, porém devido à pandemia da Covid-
19, ocorreu em 2021, vimos o basquete contar com a participação de
aproximadamente 60 países.
É importante neste sentido, destacar que os primeiros jogos em Berlim e Londres
tiveram a participação de 21 e 23 equipes, respectivamente. Atualmente a FIBA e o
Comitê Olímpico Internacional (COI) delimitaram o número para 12 equipes,
tornando ainda mais difícil para países do continente americano e europeu se
classificarem. Porém, isso também torna possível a expansão da modalidade em
países dos continentes africano e asiático, em que o nível competitivo é menor.
É notória a supremacia norte-americana, seja no basquetebol masculino ou
no feminino. No entanto, podemos perceber que outros países têm um número
elevado de participações, como o Brasil, que, no basquete masculino, é a segunda

130
seleção que mais participou e, no feminino, é a quarta equipe que mais esteve
presente nos jogos olímpicos.

7.3 CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS ESPORTIVOS COLETIVOS

Partindo do pressuposto que os jogos esportivos coletivos devem ser


entendidos a partir da ontologia do jogo, de acordo com Leonardo et al. (2009),
e o principal aspecto que sustenta essa afirmação é sua natureza como atividade
caracterizada pelo seu caráter livre, delimitada, regulamentada, incerta,
improdutiva e fictícia.
De fato, é importante destacar que à medida em que o jogador está em
estado de jogo, sua mobilização quanto aos recursos necessários para a execução
das ações pertinentes serão cada vez mais evidenciadas, e as competências e
habilidades colocadas em prova, numa dinâmica constante, em que as ações serão
reproduzidas a partir do contexto em que se desenvolve tal jogo/esporte.
Assim como em qualquer esporte, individual ou coletivo, a presença da tática
de jogo é algo essencial para o sucesso das ações tomadas ao longo da partida.
Leonardo et al. (2009) descrevem a ação de jogar e sua intencionalidade,
sobretudo em alcançar uma meta e/ou objetivo, atrelado à lógica do jogo, ou seja,
sua estrutura em várias etapas, como um “quebra-cabeça”.
Ao tratarmos dos jogos esportivos coletivos, dentre os quais, o basquetebol, a
atenção deve estar direcionada à diferentes aspectos, e um dos problemas que
surgem, de acordo com Reverdito et al. (2009) é o fato de tratar-se de uma prática
recorrente à sistematização de currículos. Portanto, quando feito é baseado na
simplificação e descontextualização das partes do jogo: fundamentos, gestos
técnicos, táticas (como sinônimo de sistema/esquema de jogo) e condicionantes
físico-motoras. E aqui fica evidente que ao aprender as partes de um jogo, ficaria
mais evidente o aprendizado do jogo, o que não pode ser considerado uma regra
“fechada” haja vista a grande variabilidade de ações presentes em um jogo,
sobretudo aqueles considerados coletivos.
Scaglia et al. (2013) evidencia a importância das habilidades, que devem ser
devidamente trabalhadas, haja vista tratar-se de um elemento muito mais amplo do
apenas motoras, e que estão conectadas ao saber fazer, ou seja, entender o jogo
em sua plenitude, o jogar a partir de um objetivo estabelecido. Esses autores

131
descrevem ainda que o jogo, caracterizado pelos esportes coletivos, consiste em
saber fazer cada vez melhor o que se pode fazer no jogo, compreendendo as
ações individuais que levam ao conjunto de ações desenvolvidas em equipe (grupo)
determinantes para o êxito e/ou fracasso da equipe.
Nos jogos esportivos coletivos, alguns elementos devem ser considerados, de
acordo com Scaglia et al. (2013, p. 232):

[...] estruturar-se no espaço coletivo, confluindo ações individuais


com as coletivas, em relação ao posicionamento dos adversários
e a estratégia pré-estabelecida coletivamente, configurando-se as
circunstâncias contextuais do jogo; estas devem ser lidas pelos
jogadores à medida que se ampliam suas respectivas habilidades de
interpretação da lógica do jogo, aliada ao seu amadurecimento
cognitivo e ampliação contextualizada de seus esquemas de
ação, comunicando-se por meio de suas ações com os demais
jogadores; além de, ao mesmo tempo, manter uma adequada e
eficiente relação com a bola (ou implemento), de modo a conseguir
executar as ações motrizes requeridas, sempre com o objetivo
de ganhar o ponto.

Cada jogo, por ser único, irredutível, casual e por natureza ontológica,
tendendo ao caos, apresenta uma lógica particular (FREIRE, 2002; SCAGLIA, 2005
citados por SCAGLIA et al., 2013). Neste sentido, a leitura do jogo, a compreensão
dos aspectos que o cerceiam são fundamentais, e o ato de aprender a jogar
pressupõe aprender a se comunicar, compreendendo a lógica interna de cada
jogo, a partir da interpretação de seu padrão de organização, em meio ao seu
processo organizacional sistêmico (SCAGLIA, 2013).
O futebol (Figura 2), é um exemplo de esporte coletivo em que a proposta de
jogos são bem definidas e quando colocadas em prática evidenciam o quão
importante é desenvolver o jogo coletivo, por meio de aspectos, dentre os quais: a
organização, a consciência tática dos jogadores, o trabalho em equipe, e a busca
por um objetivo definido a partir de uma proposta definida de jogo, conforme
defende Scaglia (2013).

132
Figura 2: Um exemplo da iniciação esportiva – o jogo esportivo coletivo (futebol)

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3tWwyzB . Acesso em: 15 mar. 2021.

Garganta (1995) descreve um importante aspecto acerca dos jogos esportivos


coletivos, em que as competências essenciais são definidas a partir da congruência
do conflito de objetivos inerentes ao jogo e da capacidade do jogador. Portanto,
ainda de acordo com o autor, para elucidar a lógica do jogo, configurando uma
circunstância a qual demanda: a) estruturação do espaço; b) comunicação da
ação; c) relação com a bola (ou implemento). A partir dessa configuração
apresentada por Garganta (1995) podemos entender que os jogos esportivos
coletivos dependem desses três fatores que se integram em diferentes momentos ao
longo da execução do jogo em si.
De fato, a estruturação do espaço está ligada à compreensão das ações a
serem feitas, da tomada de decisões mediante o espaço físico, a partir da
concepção que um jogo desenvolvido em dimensões menores (quadra) deve ser
adaptado quando é desenvolvido em um campo, cujas dimensões oficiais são
maiores. No que tange a comunicação da ação, está ligada a uma comunicação
corporal, que acontece à medida que os jogadores aprendem a linguagem do jogo.
Aprendem a se comunicar no jogo, por meio de um posicionamento individual,
de grupo e coletivo, adequado frente às situações do jogo. E por fim, a relação com
a bola (ou implemento), a terceira competência essencial, não pode se resumir
em adestramento técnico. Neste sentido, pensando em um processo de

133
aprendizagem considerado “aberto”, busca desenvolver habilidades em contextos
de jogo, em que a imprevisibilidade esteja presente, sendo essa uma das
principais características dos jogos esportivos coletivos.

Scaglia et al. (2013) apresentam uma proposta de sistematização que pode


ser aplicada aos jogos esportivos coletivos, visando fornecer mecanismos evidentes
aliados a uma metodologia que privilegie as competências essenciais, em meio
ao jogo e suas peculiaridades - como o ambiente de jogo -, em que as
competências essenciais devem ser ordenadas de tal maneira que sua
aplicabilidade seja relevante ao longo do processo de ensino e aperfeiçoamento.
Neste sentido, as competências essenciais gerais são as manifestações
comuns das competências que podem ser encontrada em todos os jogos
coletivos. Trata-se de uma competência que pode ser aplicada ao futebol e ao
handebol, por exemplo, ao mesmo tempo, sem prejuízos no processo, devido as suas
exigências semelhantes, o que nos remete ao fato de que os jogos esportivos
coletivos podem pertencer a um mesmo grupo/família, conforme descreve
Leonardo et al. (2011).
Por outro lado, as competências específicas são as ma infestações
específicas das competências essenciais em decorrência das especificidades
requeridas por cada jogo coletivo. Assim, as competências específicas,
diferentemente das gerais, que partem das semelhanças entre os jogos, elas se
preocupam com as diferenças.
E por fim, como descreve Scaglia et al. (2013) temos as competências
contextuais, que são as manifestações das competências essenciais em meio às

134
competições regulamentadas do esporte. Assim, as competências essenciais
contextuais estão conectadas às competições formais, que também devem ser
entendidas como conteúdo(s) a serem ensinados ao longo de todo o processo de
ensino-aprendizagem-treinamento.

7.4 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO BASQUETEBOL

O basquetebol é caracterizado por ser um esporte cujas disputas envolvem


duas equipes que têm como objetivo principal somar pontos passando a bola entre
um aro suspenso, evitando que a equipe adversária faça o mesmo. Atualmente,
existem duas modalidades oficiais de basquete: o 5x5 (também chamado de
basquete formal) e o 3x3. De modo geral, ambas as modalidades apresentam
fundamentos técnicos muito parecidos, entretanto, a intensidade e a frequência
desses movimentos tendem a se modificar em cada uma das variações da
modalidade.
Por ser classificado como modalidade coletiva de invasão, suas características
do jogo são marcadas por ações intermitentes de ataque/defesa, que apresentam
um elevado dinamismo. Essa relação ataque/defesa é constante e inevitável, e
descreve de forma clara o confronto direto entre oponentes, o que cria condições
específicas para que cada uma das partes tenha o sucesso desejado – no caso do
ataque, a cesta; em relação à defesa, a proteção da meta, conforme descreve De
Rose Jr. e Tricoli (2017).
E dentro deste contexto, vemos para cada setor de quadra, de ataque ou
defesa, diferentes funções a serem exercidas pelos jogadores, a partir das
concepções táticas estabelecidas para a equipe.
No que tange o jogo em si, o aspecto evolutivo do basquetebol é evidente, e
vale ressaltar três fatores fundamentais, a partir deste contexto, conforme descreve
De Rose Jr., e Tricoli (2017):
 Cooperação e oposição.
 Criação e diminuição de espaços.
 Imprevisibilidade.
O Quadro a seguir mostra de forma detalhada cada um destes fatores
destacados pelos autores.

135
Quadro 1: Os fatores fundamentais para o desenvolvimento do basquetebol
Fatores Fundamentais Descrição
De fato, a cooperação é nítida e necessária para que
se possa enfrentar de forma organizada a oposição imposta
pelo adversário, seja ela na defesa ou no ataque. Uma das
principais características da cooperação é que pode ocorrer
Cooperação e Oposição a partir da elaboração dos sistemas de ataque e defesa ou
mesmo por meio de situações fracionadas do jogo, como na
sincronização de movimentos entre dois, três ou quatro
jogadores, até que se chegue à situação real (“cinco contra
cinco”, ou 5×5). Por outro lado, a oposição, está
intrinsecamente ligada à relação ataque/defesa, situação
esta compreendida como constante e inevitável no
basquetebol.
Ambos elementos são decorrentes da organização
tática das equipes ou mesmo de ações individuais que levam
em consideração a habilidade de cada atleta para atacar
ou defender. Neste sentido, no ataque, as equipes devem ter
Criação e Diminuição dos como objetivo as melhores opções de finalização com base
espaços na busca de posições em que essa finalização possa oferecer
maiores probabilidades de acerto ou a exploração da
qualidade e da habilidade de determinado jogador. E na
defesa, ocorre o processo inverso. Os sistemas defensivos são
criados para diminuir ou eliminar os espaços criados pelo
ataque, fazendo com que os arremessos sejam executados
em regiões de pouco percentual de acertos ou por jogadores
com pouca habilidade para finalizar.
No basquetebol, a imprevisibilidade é muito
decorrente do espaço reduzido para se realizar as ações;
regras relacionadas a tempo de posse de bola, tempo para
passagem da defesa para o ataque e tempo de retenção
Imprevisibilidade de bola por um atacante quando marcado de perto; e
ações de um companheiro de equipe ou de um adversário.
A leitura de jogo é a interpretação de sinais relevantes
oferecidos pelo adversário e que levam à tomada de
decisões adequadas e no momento correto.
Fonte: Adaptado de Rose Jr. e Tricoli (2017, p. 1,2)

Ferreira e De Rose Jr. (2003) destaca alguns dos principais movimentos básicos
característicos do basquetebol. A partir da execução destes movimentos, a parte
técnica pode ser bem conduzida. Portanto, o treinamento influencia diretamente na
qualidade/performance da execução dos movimentos que serão apresentados a
seguir:
1. Posição corporal: é a maneira que o executante se posta dentro de quadra
quando não está de posse da bola. De fato, uma boa posição corporal demanda
que os joelhos estejam levemente flexionados, de forma a facilitar o movimento
rápido dos membros inferiores durante o jogo. Da mesma forma, os cotovelos devem
estar levemente flexionados e as mãos devem sempre estar a postos, prontas para

136
receber, bloquear ou arremessar a bola, estando, portanto, à frente ou acima do
corpo, com as palmas viradas predominantemente para o local e/ou indivíduo em
que a bola está.
2. O giro: caracterizado como uma mudança corporal a partir do
deslocamento sobre apenas um ponto de contato realizado com os pés. Isto é, um
dos membros inferiores age como um eixo, e o restante do corpo desliza sobre esse
eixo, mudando a direção em que o jogador se encontra.
3. Mudanças de direção: As mudanças de direção são as variações negativas
ou positivas na velocidade em que um jogador se desloca, modificando a sua
direção. Esse fundamento é muito essencial no basquete, uma vez que a
movimentação tática é um importante fator e possibilita que a equipe chegue à
vitória. As mudanças de ritmo podem ser classificadas em fase de freada, de giro e
de saída. As fases de freada buscam reduzir drasticamente a velocidade de
deslocamento do jogador; a fase de giro consiste, como o nome sugere, em realizar
o giro descrito anteriormente com uma amplitude suficiente para posicionar o corpo
na direção desejada; a fase de saída consiste em buscar novamente a velocidade
por meio do recrutamento dos diversos músculos corporais e da coordenação
corporal, possibilitando que a saída ocorra de forma explosiva.
4. Saltos: importante movimento dentro do basquete. Muitas vezes, a bola
encontra-se no alto após um arremesso e durante um passe ou longe do jogador,
neste sentido, é necessário que os jogadores saltem de modo a recuperar o mais
rápido possível a bola, evitando que os jogadores adversários tomem sua posse. De
acordo com o autor, existem dois tipos de salto, os saltos em altura e os saltos em
longitude.
A Figura 3 apresenta algumas das ações encontradas em um jogo de
basquetebol, caracterizado pelo dinamismo e muitas vezes a multifuncionalidade de
seus atletas, o que torna o jogo imprevisível em termos de resultados.

137
Figura 3: Algumas das ações encontradas em um jogo de basquetebol

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3QYy927 . Acesso em: 15 mar. 2021.

138
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Q578737 - CETRO - 2013 - SESI-DF - Professor - Educação Física). Sobre a história do


Basquetebol, assinale a alternativa correta.

a) O Basquetebol foi criado por um americano, em uma escola do Canadá, em


1891.
b) O Basquetebol foi criado porque havia necessidade de se criar um jogo para
ambientes fechados que melhorasse os problemas de indisciplina dos alunos.
c) James Naismith, ao criar o basquetebol, pensou que o jogo deveria ser adaptável
a qualquer espaço, envolver vários jogadores, ser fácil de aprender e não
violento.
d) Na primeira versão do Basquetebol, os pontos eram marcados colocando-se a
bola em caixas, que ficavam no chão, uma de cada lado do espaço demarcado
para a partida.
e) Na primeira versão do Basquetebol, cada equipe era formada por 20 jogadores,
e os cestos ficavam a 2,50m do solo.

2. (IPEFAE - 2020- Adaptada). O basquete (ou basquetebol) é um esporte em que


duas equipes de cinco jogadores competem para ver qual marca mais pontos
acertando a bola numa cesta que fica no alto. Vence a equipe que encestar
mais bolas ao longo de quarenta minutos, divididos em dois ou quatro tempos. É
um jogo muito popular nos Estados Unidos, onde começou em 1891. Ele também
se tornou popular no Brasil e em muitos outros países. O basquetebol é uma
modalidade coletiva de invasão com interação. Uma das principais técnicas do
basquetebol é o drible.

Podemos afirmar sobre o drible.

a) É o ato de recuperar a bola após um arremesso.


b) É quando jogador se aproxima da cesta, segura a bola, realiza dois passos e salta
em direção a cesta, lançando a bola.
c) É um movimento que o jogador realiza para enganar ou desequilibrar o

139
adversário, através de mudança de direção ou giro, com a bola ou sem ela.
d) É a condução da bola com uma das mãos ou de forma alternada, batendo a
mesma no chão, podendo haver variações de velocidade, sentido e direção.
e) É o ato de esquivar-se do adversário, batendo a bola contra o solo uma ou mais
vezes seguidamente.

3. Os jogos esportivos coletivos são uma excelente oportunidade de trabalhar-se


diferentes competências que surgem como essenciais para a formação do
indivíduo, tendo em vista as diferentes fases do jogo, e as características de cada
uma delas, que demanda ações específicas. Neste sentido, um dos aspectos a ser
analisado dentro do processo é a estruturação do espaço, a qual diz respeito a(o):

a) Compreensão das ações a serem feitas, da tomada de decisões mediante um


determinado espaço físico.
b) Espaço em que o jogador tem para progredir em quadra, o que difere do campo,
uma vez que são espaços diferentes.
c) Ambiente de análise de cada jogada executada pela equipe, entendendo-se
que independente da dimensão do espaço, o jogo é o mesmo.
d) Processo de aprendizagem atrelado ao conhecimento da quantidade de
jogadores que podem participar de uma partida, oficial ou não.
e) Ambiente de execução do jogo, das dificuldades encontradas e como os
participantes podem buscar as melhores estratégias de execução de uma jogada.

4. O basquetebol é caracterizado por ser um jogo dinâmico e de ocupação de


espaços, onde os jogadores devem se movimentar de maneira a evitar ao máximo
a marcação adversária e buscar posições mais adequadas ao arremesso. De Rose
Jr., e Tricoli (2017) apontam três fatores fundamentais para o desenvolvimento do
basquetebol, neste sentido, analise as alternativas a seguir e correlacione as
colunas.

(A) Criação e Diminuição dos espaços


(B) Cooperação e Oposição
(C) Imprevisibilidade

140
( ) associada à leitura de jogo, a interpretação de sinais relevantes oferecidos
pelo adversário e que levam à tomada de decisões adequadas e no momento
correto.
( ) decorrentes da organização tática das equipes ou mesmo de ações
individuais que levam em consideração a habilidade de cada atleta para atacar
ou defender.
( ) ação necessária para que se possa enfrentar de forma organizada a oposição
imposta pelo adversário, seja ela na defesa ou no ataque.

A ordem correta é:

a) A-B-C.
b) B-A-C.
c) A-C-B.
d) C-B-A.
e) C-A-B.

5. Ao longo dos anos, o basquetebol vem ganhando notoriedade ao redor do


mundo e o número de adeptos expandindo-se cada vez mais, rompendo
fronteiras, tendo a sua prática expandida para as mulheres, para cadeirantes,
permitindo a participação e inclusão por meio do esporte. Em relação ao
processo histórico da modalidade podemos afirmar que:

a) o basquetebol é uma modalidade esportiva coletiva com origem no início do


século XIX no contexto escolar norte-americano.
b) em Olimpíadas, teve sua inclusão oficial no quadro de modalidades, em Roma,
no ano 1936.
c) James Naismith, em 1891, após retornar da França, trouxe consigo uma nova
maneira de praticar o futebol.
d) a origem da modalidade ocorreu no Canadá, a partir da necessidade de criar-
se uma modalidade onde os ricos e os pobres pudessem participar.
e) a busca pela prática esportiva em locais alternativos fez o basquete crescer em
número de praticantes, sobretudo entre os professores.

141
6. Ferreira e De Rose Jr. (2003) destaca alguns dos principais movimentos básicos
característicos do basquetebol. A partir da execução destes movimentos, a parte
técnica pode ser bem conduzida., sendo os treinamentos, uma parte essencial
que influencia diretamente na qualidade/performance da execução dos
movimentos.

Sobre os movimentos básicos executados no basquetebol, analise as alternativas


a seguir, e assinale V (verdadeiro) e F (falso).

( ) a posição corporal é entendida como a maneira que o executante se posta


dentro de quadra quando não está de posse da bola.
( ) o giro é feito para tentar se desvencilhar da marcação adversária, sendo
caracterizado como uma mudança corporal a partir do deslocamento sobre
apenas um ponto de contato realizado com os pés.
( ) as mudanças de direção são as variações alternadas de velocidade que
ocorrem na organização defensiva, em que um jogador se desloca, modificando
a sua direção, dentro ou fora do garrafão.
( ) os saltos são considerados importantes movimentos que buscam a
recuperação de modo a recuperar o mais rápido possível a bola, evitando que
os jogadores adversários façam a cesta de 03 pontos.

A sequência correta é:

a) V-V-F-F.
b) F-F-V-F.
c) V-V-F-V.
d) V-V-V-V.
e) F-F-V-V.

7. Por ser uma modalidade esportiva coletiva, o basquetebol possui características


próprias deste tipo de jogo, neste sentido, muitas vezes sua prática deve ter a
atenção direcionada à diferentes aspectos, e um dos problemas que surgem, de
acordo com Reverdito et al. (2009) é o fato de tratar-se de uma prática
recorrente à sistematização de currículos. Sabendo da importância do

142
basquetebol como um jogo esportivo coletivo, analise as alternativas a seguir, e
assinale a que represente algum elemento que deve ser considerado nesse
processo:

a) Estruturar-se no espaço coletivo, confluindo ações individuais com as coletivas,


em relação ao posicionamento dos adversários e a estratégia pré-
estabelecida coletivamente.
b) Analisar cada detalhe da partida, fazendo com que o jogo flua da melhor
maneira possível, e seja direcionada aos aspectos motores, entendendo-se sua
importância sobre a concepção lógica do jogo em si.
c) Configurar as circunstâncias contextuais do jogo, em que a leitura do jogo é feita
sucessivamente pelos jogadores, sem a participação efetiva da equipe, em um
trabalho isolado, que rende resultados expressivos.
d) Compreender a concepção do jogo em seus diferentes aspectos, colocando-se
à disposição para o aprendizado das técnicas e das regras, com a tática sendo
uma consequência do que foi aprendido nas fases anteriores.
e) Ampliar-se os esquemas de ação, comunicando-se por meio de suas ações com
os demais jogadores, o que gera uma organização técnica defensiva superior ao
que se implementa em situações de reação de uma jogada.

8. (CONSESP -2018). A respeito da história oficial do Basquetebol, analise as


alternativas e assinale a correta.

a) O Basquetebol foi criado pela necessidade de um jogo sem violência que


estimulasse os alunos durante o inverno, mas que pudesse também ser praticado
no verão em áreas abertas.
b) Após passar as regras criadas para o papel, James Naismith aplicou-as em uma
turma escolar contendo 24 jogadores.
c) Na primeira versão do Basquetebol, os cestos ficavam em contato com o solo.
d) O esporte foi criado por um professor americano em 1981.
e) Criado no Canadá, rapidamente teve sua expansão a outros países da América
do Sul, dentre os quais, o Brasil, que teve a primeira equipe de basquetebol
feminina do mundo.

143
METODOLOGIA DO ENSINO DO Erro!
BASQUETEBOL Fonte de
referênci
8.1 INTRODUÇÃO a não
Reconhecidamente um fenômeno sociocultural, oencontra
esporte vem
da.
conquistando, ao longo dos anos, mais adeptos e uma maior expansão das diversas
modalidades, que não somente o futebol. O esporte coletivos, o caso do basquete,
requerem a participação de duas ou mais pessoas contra uma equipe adversária,
podendo ser também chamado de esporte em grupo ou em equipe e necessita da
utilização de um determinado objeto como por exemplo, a bola.
O processo ensino-aprendizagem no basquetebol centra-se nos
componentes técnicos e táticos da modalidade, tendo em vista a(s) fase(s) do
aprendizado, do desenvolvimento dos alunos, e dos objetivos a serem
desenvolvidos.
De fato, o processo de iniciação esportiva, em qualquer modalidade, tem
como premissa básica seu desenvolvimento em âmbito escolar, uma vez que é onde
as crianças/adolescentes podem vivenciar experiências que transcendam o simples
ato de jogar. É evidente que a inclusão do basquetebol desde as fases iniciais
(primeira e segunda infância) propiciam um melhor desenvolvimento das crianças,
uma vez que está diretamente associada ao desenvolvimento de habilidades físico-
mentais, como: consciência corporal, coordenação, flexibilidade, ritmo, agilidade,
equilíbrio, percepção espaço-temporal em uma atmosfera de descontração,
dinamismo e ludicidade, conforme descreve Paes e Oliveira (2005).

8.2 PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ESPORTIVA

Neste sentido, Greco (1998) indica que na iniciação esportiva, os jogos


populares surgem como mecanismos mais assertivos para o treinamento dos
diferentes esportes. Na fase de iniciação esportiva, tornar o treinamento muito
específico, a partir do que demanda, por exemplo, cada posição em quadra
(especificidade técnica e tática) pode limitar o desenvolvimento global da criança,
além de afastá-la do lúdico, do prazer de jogar, entendendo aos poucos o que deve

144
ser o jogo desenvolvido de forma adequada.
De fato, o processo ensino-aprendizagem é pautado em torno de três
métodos de ensino-aprendizagem (tradicionais), considerados básicos, e
reconhecidamente aplicados desde a iniciação, a especialização e a formação no
esporte, em geral, os seguintes métodos: analítico-sintético (analítico-parcial),
situacional (global-funcional) e misto (integrado).
Greco (1998) descreve os métodos, iniciando pelo método analítico-parcial,
o qual tem como principal objetivo o ensino dos fundamentos técnicos, tendo como
principal forma de trabalho uma série de exercícios.
Ainda segundo o autor, a principal vantagem desse método é o
desenvolvimento da técnica correta, possibilitando maior êxito na vivência e a
correção é fácil de ser realizada. Por outro lado, suas desvantagens são: a demora
para o exercício chegar no “todo”, visto que o movimento é treinado em separado,
a aula se torna monótona e pouco atraente e não possibilita a satisfação do desejo
de jogar.
De acordo com Perfeito (2009) apud Gonçalves e Romão (2019), esse método
ainda prevalece em muitas escolas e clubes brasileiros, amparado pela crença da
necessidade do domínio total da técnica para ter sucesso no jogo.
Em seguida, temos o método global-funcional, o qual tem como princípio de
que só se aprende o jogo jogando, sendo assim, a técnica e os demais elementos
relacionados ao futebol e ao futsal serão aprendidos durante o jogo formal (GRECO,
1998). Por esse método, a aula consiste em distribuir dois times para que joguem e,
quando necessário, o professor faz as correções sobre a técnica, a tática e os
demais elementos. Vale ressaltar, todavia, que não se trata do “jogar por jogar” mas
a figura do professor/treinador é essencial na condução do processo,
estabelecendo diretrizes para que esse jogo tenha um significado dentro do
processo ensino-aprendizagem da turma (Figura 4).
As principais vantagens desse método está o prazer de jogar, a motivação, a
aprendizagem de todos os elementos desde o começo e a simplificação da
organização da aula. No entanto, por receber inúmeras informações, o aluno pode
não assimilar todas e o tempo para correções pode ser pouco (GRECO, 1998).

145
Figura 4: O método global, caracterizado pela prática do jogo (situacional)

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3OmlNie. Acesso em: 20 mar. 2021.

E por último, o método misto, que segundo Gonçalves e Romão (2019) pode
ser definido como uma união entre os dois métodos anteriormente apresentados.
Dessa forma, o professor iria trabalhar primeiramente os fundamentos do futebol e
do futsal (condução, domínio, chute, drible, passe, etc.) para, após atingir um nível
adequado, haver o jogo como sugere o método global-funcional (GRECO, 1998).
Esse método permite que o professor utilize na mesma aula os exercícios e o
jogo, independentemente de ordem ou quantidade estabelecidas, sendo possível
o professor tanto realizar correções nos exercícios mais técnicos quanto dar o
feedback no jogo. A metodologia mista é considerada a mais completa das
tradicionais (GONÇALVES e ROMÃO, 2019; GRECO, 1998).
Além dos métodos tradicionais, Garganta (1995) apresenta dois métodos
chamados de contemporâneos, mais utilizados nas escolinhas, nas categorias de
base e nos clubes profissionais de futebol e futsal. Esses modelos são considerados
sistêmicos e visam às capacidades cognitivas como elementos-chave da
aprendizagem, buscando, sobretudo, desenvolver a inteligência do praticante
durante o jogo. Como exemplo, temos os jogos condicionados e o método
situacional, os quais apresentam muitas semelhanças respectivamente, com os
métodos misto e global-funcional, ambos estudados nesta seção.

146
8.3 PRINCÍPIOS E NOÇÕES DE PROGRESSÕES DE APRENDIZAGEM

De forma geral, o ensino dos esportes ainda é pautado em uma pedagogia


considerada tradicional, em que as técnicas esportivas são consideradas o eixo
central de todo o processo de aprendizagem. Giménez (1999) traz um interesante
levantamento acerca do ensino dos esportes, em que as propostas associadas à
situações-modelo onde a experiência real, de jogo se faz ativa, é considerada um
importante meio de trabalhar-se a evolução do aprendizado nos esportes, haja vista
um dos modelos mais adotados atualmente, conhecido como Jogos Esportivos
Coletivos (JEC).
De fato, por tratar-se de um modelo mais dinâmico de ensino, os JEC prioriza
não somente partes fragmentadas do ensino e aplicação de uma determinada
habilidade específica de jogo, mas a melhor compreensão sobre as diferente
concepções de ensino, e cabe ressaltar, a importância de progredir os aspectos do
processo ensino-aprendizagem em uma perspectiva mais aberta, e que estimule a
visão do participante como um todo.
Um aspecto que deve ser destacado no ensino dos esportes sob uma visão
mais sistêmica está sua fundamentação pautada em propostas de experiências
lúdicas vinculadas ao contexto real do jogo, mostrando que o jogo quando jogado
de forma “livre” possui importantes aspectos que podem melhor direcionar a
atuação do professor.
Scaglia et al. (2013) explicam que para que o praticante desenvolva
aspectos do jogo de forma consciente e lógica, a progressão deve ser tal que as
informações apresentadas ao longo de um jogo, por exemplo, estimulem tomada
de decisão a ser executada, bem como a utilização da decisão mental para então

147
colocar em prática a ação motora. Neste sentido, fica evidente que a estrutura de
um jogo desenvolvida por meio do modelo tradicional, a partir de uma perspectiva
tecnicista tende a fazer com que o processo de aprendizado se torne muitas inócuo
ao aluno, e desconecte-o do que deve, de fato, aprender por meio dos jogos e/ou
esportes coletivos.

8.4 CARACTERIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DOS EXERCÍCIOS E TAREFAS

De acordo com Platonov (2008) os meios de treinamento influenciam direta


e/ou indiretamente o aperfeiçoamento para alcançar o alto desempenho
desportivo, constituindo a base do processo pedagógico da preparação, e que
podem ser considerado um mecanismo estável em que as diferentes ações se
repetem de alguma maneira, a fim de interligarem-se visando encontrar soluções
para determinadas tarefas.
Um dos aspectos que devem ser considerados no processo de seleção dos
exercícios e tarefas esportivas são os aspectos do desenvolvimento humano, em que
não apenas o motor deve ser considerado, mas o cognitivo e o afetivo-social,
atuando de forma integrada na construção de uma estrutura sólida e que seja
desenvolvida ao longo dos anos, não pensando apenas na formação do atleta, e
sim, compreendendo os diferentes mecanismos que as atividades esportivas podem
proporcionar.

Em contrapartida, Galatti et al. (2012) descreve que com o passar dos anos e
com a evolução do basquetebol, tem evidenciado como fator predominante, no
que tange a formação dos atletas, os aspectos de ordem motora. E ainda de

148
acordo com os autores, cabe ao treinador procurar sempre as devidas melhorias nos
métodos de ensino das habilidades (técnica e tática) da modalidade, buscando
aperfeiçoar meios e métodos que possam ser aplicados também a outras
modalidades esportivas cujas habilidades básicas sejam similares.
Wilmore e Oliveira (2005) trazem alguns aspectos básicos do exercício, em que
destacam o treinador como figura central da condução de um processo de treino
organizado e estruturado. Neste sentido, ainda de acordo com os autores, para
obter-se uma intervenção eficaz, a elaboração e estruturação dos exercícios
(tarefas) necessitam estabelecer alguns elementos de forma marcante, dentre os
quais: o objetivo, o conteúdo, a estrutura e o nível de desempenho, conforme você
verá mais detalhadamente a seguir:
Objetivo: Está associado ao diagnóstico que se faz do nível de performance
dos atletas, tendo como mecanismo de análise/avaliação, os resultados obtidos em
exercícios anteriores ou avaliação de diagnóstico/inicial. Na prática, é importante
entender a multifuncionalidade do exercício, em que exercícios semelhantes
podem ter objetivos diferentes, sendo da responsabilidade do treinador a
hierarquização dos mesmos.
Conteúdo: Tratam dos fatores de rendimento (técnicos, tácticos, físicos e
psicológicos) desenvolvidos, quer pelos jogadores ou pela equipe, em situações de
jogo ou exercícios. Neste caso, é importante considerar ainda, os fatores de jogo,
suas ações, as quais são essenciais para que tanto os objetivos quanto os conteúdos
sejam desenvolvidos de maneira satisfatória com a proposta.
Estrutura do exercício: Importante ressaltar a relação que existe entre a
atividade proposta e desenvolvida pelos jogadores associada aos aspectos
fundamentais dentro do contexto em que se estabelece o jogo, por meio de
situações dinâmicas e reais de jogo, a destacar: o ataque – a defesa – o contra-
ataque.
Nível de desempenho: Diz respeito ao resultado obtido pelos alunos/atletas
após a operacionalização das atividades propostas. Estas informações confrontadas
com os objetivos previamente definidos, resultam num conjunto de conclusões
acerca do sucesso/insucesso da atividade e permite o reforço ou reorganização dos
aspectos básicos do exercício. Castelo (1996) citado por Wilmore e Oliveira (2005)
levanta ainda dois aspectos a serem considerados na estruturação de exercícios e
tarefas do jogo, a incluir o basquetebol, conforme apresentado a seguir:

149
Racionalização: a procura da redução do número de exercícios de treino e, o
aumento do número de repetições do mesmo, tendo como objetivo principal
implicitamente melhoria do rendimento dos praticantes, e consequentemente da
equipe. Modelação: processo através do qual se procura correlacionar o exercício
de treino com as exigências específicas da competição, com base nos índices
mensuráveis dos componentes de rendimento.
Ainda de acordo com o autor, as componentes estruturais do exercício
devem ser consideradas no plano fisiológico e no plano técnico – táctico, conforme
mostrado na Figura a seguir.

Figura 5: Componentes estruturais do exercício

Fonte: Castelo (1996) citado por Wilmore e Oliveira (2005, p.3)

A de considerar-se ainda a classificação dos exercícios, cujo fator de treino é


um dos aspectos mais predominante no conteúdo do exercício, conforme descreve
Wilmore e Oliveira (2006), e os seguintes exercícios merecem maior atenção:
técnicos, táticos e físicos. E complementando, o grau de identidade do exercício
merece destaque, haja vista as diferentes possibilidades que surgem para o
desenvolvimento do exercício, a saber: os exercícios de competição, os especiais, e
os gerais.

150
8.5 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DO ENSINO DO BASQUETEBOL

A prática do basquetebol na escola deve ir além dos aspectos metodológicos


e técnicos: possibilitar a integração dos envolvidos, centrada numa proposta
pedagógica embasada por uma filosofia que vise à educação e à formação
integral dos praticantes. O planejamento do conhecimento a ser trabalhado é base
para o desenvolvimento do esporte na escola, devendo ser coerente com o seu
projeto pedagógico, de forma a aproximar a Educação Física das demais
disciplinas, tornando os conteúdos significativos e formadores.
Gallati et al. (2012) descrevem que a maior parte das pesquisas relacionadas
aos jogos esportivos coletivos destaca a abordagem da pedagogia do esporte para
o seu ensino nas escolas de esportes, visto que contribui para a educação das
crianças e adolescentes, proporcionando reflexões a respeito de aspectos como
cooperação, convivência, participação, inclusão, solidariedade, autonomia, entre
outros, conforme descreve ainda Paes e Oliveira (2005).
Bento (2006) afirma que o professor deve levar para a situação de ensino uma
formação objetivada em competências sociais, culturais, pedagógicas e
metodológicas, para, dessa forma, construir uma prática embasada e
responsabilizada pela teoria, circundada por princípios e valores teóricos, espirituais,
éticos e morais.
A capacidade de impulsionar as ações humanas em busca de um mundo
melhor há de estar atenta às orientações curriculares voltadas à educação básica,
conforme descreve Freire (1996), e a ação pedagógica é o elemento central capaz
de nortear as necessárias opções metodológicas na organização e
desenvolvimento dos conteúdos de ensino, dentre os quais, podemos destacar o
dos esportes coletivos, mais precisamente, do basquetebol. Freire (1996, p.26)
complementa:

Nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos vão se


transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do
saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do processo.

Neste sentido, o ensino pautado pelo constructo qualitativo no âmbito


pedagógico nos remete à concepção do professor atuando de forma ativa,
buscando construir o conhecimento que aproxime o aluno da realidade,
compreendendo o que foi apresentado em aula, e transportando esse aprendizado
(troca constante de saberes entre professor-aluno) em sua atuação na sociedade.

151
Isso permite ao aluno a possibilidade de atribuição de um novo sentido, gerando
novas e interessantes possibilidades de aprendizado a partir de diferentes contextos
que lhe são apresentados.
Um dos aspectos criticados por Freire é a chamada “educação bancária” e
aqui o autor se depara com situações as quais o professor não está, de fato,
comprometido com o valor da aprendizagem. É importante, atrelar o conhecimento
do conteúdo a algo que seja assimilado de maneira significativa e transformadora,
pelo aluno. O próprio ensino dos jogos e esportes coletivos permitirá ao professor
despertar em seus alunos, uma maior consciência crítica e um maior discernimento
acerca das questões sociais, a partir das mais diversas situações que são vivenciadas
nessas práticas.
Galatti et al. (2012) descrevem o ensino dos esportes coletivos, sendo
realizados a partir de metodologias de ensino que visam alcançar determinados
objetivos como, por exemplo, melhora da técnica em determinada modalidade
esportiva, criando situações particulares de jogo com crescente complexidade para
que posteriormente seja obtido o êxito quando se estiver em situação real de jogo.
Neste sentido, complementando o que foi apresentado na seção 2.1 existem
métodos de ensino tradicionais (Parcial, Global e Misto) e métodos de ensino
contemporâneos (Iniciação Esportiva Universal, Jogos Desportivos Coletivos, Método
Situacional e Teaching Games For Understanding).
Não há dentre as diferentes possibilidades de ensinar o basquetebol, um
método que se sobreponha a outra em termos de eficiência do ensino-
aprendizagem, sendo responsabilidade do professor conduzir o trabalho/planejar-se
de acordo com as características que vão desde o(s) objetivo(s) da aula, até as
características da turma, que podem influenciar diretamente essa tomada de
decisão.
Reverdito, Scaglia e Paes (2009) entendem a pedagogia do esporte,
enquanto área de intervenção, responsável por investigar as práticas esportivas
corporais, bem como os sujeitos condicionantes de sua existencialidade. Esses
autores trazem como contribuição de um estudo feito acerca de algumas das
principais palavras-chave da resultante conceitual das principais abordagens em
pedagogia do esporte, as quais mostram como o esporte pode ser desenvolvido a
partir de diferentes perspectivas, conforme você verá a seguir (Quadro 2).

152
Quadro 2: Imagem que representa as principais palavras-chaves da resultante conceitual
das principais abordagens em pedagogia do esporte
Autores e Obras Caracterização Estratégia-Metodologia Fundamentação
 Pedagogia;  Complexidade do  Pensamento sistêmico;
 Formação crítica e jogo;  Construtivismo;
Paes (2001); consciente;  Jogar;  Teoria das Inteligências
Balbino (2001)  Inclusão;  Jogo possível; múltiplas;
 Cooperação; etc.  Ambiente fascinante.  Capacidades
potenciais;
 Totalidade.
Scaglia (1999,  Princípios  Jogo;  Abordagens
2003); Freire pedagógicos;  Compreensão do interacionista;
(2003)  Sujeito; jogo;  Pensamento sistêmico-
 Motivações intrínsecas;  Capacidade tática complexo;
 Humanitude; (cognitiva)  Teoria do jogo;
 Ensinar;  Especificidade  Produções culturais.
 Autonomia e técnica (motora
Criticidade; específica);
 Cultura Corporal;  Jogos e Brincadeiras
 Diversidade populares;
 Cultura infantil;
 Jogo-trabalho.
Garganta  Jogo; Garganta (1995):  Teoria dos Jogos
(1995); Graça  Formativo;  Jogos desportivos coletivos;
(1995)  Cooperação; condicionados;  Abordagem
 Inteligência;  Unidades funcionais; fenômeno-estrutural;
 Cultura esportiva;  Compreensão do  Prática transferível;
 Natureza aberta das jogo;  Sistêmica;
habilidades;  Especificidade  Compreensão;
 Equipe; técnica;  Totalidade complexa;
 Conhecimentos em  Princípios comuns
pedagogia. do jogo;
Formas jogadas
acessíveis.
___________
Graça (1995):
 Habilidades
básicas;
 Capacidade de
jogo;
 Atividades
simplificadas e
modificadas;
 Formas de jogos;
 Transferibilidade;
Caráter
multidimensional.

153
Kroger e Roth  Ação pedagógica;  Jogos coletivos;  Ciências biológicas e
(2002)  Cultura do jogar;  Jogos situacionais; pedagógicas;
 Escola da bola;  Aprendizagem  Teorias de controle e
 Universal a todos os incidental; aprendizagem motora;
esportes.  Capacidade de  Psicologia geral e
jogo; cognitiva;
 Capacidades  Aprendizagem formal e
coordenativas; incidental.
 Determinantes da
motricidade;
 Habilidades;
 Construção de
movimentos.
Greco e Benda Iniciação esportiva  Capacidades  Ciências biológicas e
(1998); Greco universal; coordenativas; pedagógicas;
(1998) Aprendizagem  Aprendizagem  Teorias de controle e
incidental; motora; aprendizagem motora;
Capacidades  Treinamento da  Psicologia geral e
coordenativas. técnica; cognitiva;
 Capacidade de Aprendizagem formal e
jogo; incidental
 Treinamento
tático;
 Jogos funcionais
e situacional;
 Determinantes
da motricidade.
Fonte: Reverdito, Scaglia E Paes (2009, p. 606).

Mais especificamente, Paes e Oliveira (2005), destacam o treinamento do


basquetebol que pode ser dividido em duas fases distintas: fase de iniciação ao jogo
e fase de treinamento especializado. A proposta sugerida por esses autores
estabelecem o desenvolvimento das capacidades físicas, aprendizagem tático-
cognitivas e habilidades do jogo, as quais podem ser subdivididas em três fases,
conforme descrevem os autores:
A fase de iniciação I – marca os primeiros contatos da criança da primeira à
quarta série do ensino fundamental, com idades entre 7 e 10 anos. Nesta fase o
aprendizado dos fundamentos e o desenvolvimento das capacidades podem se
dar de maneira recreativa, por meio de jogos com alterações nas regras, e nos
objetivos, adaptando-os à realidade de cada cenário e as necessidades dos alunos,
observando a disponibilidade de recursos materiais e humanos.
Nesta fase, o indivíduo começa a combinar e a aplicar habilidades motoras
fundamentais ao desempenho das habilidades motoras especializadas no esporte e
em ambientes recreacionais. O objetivo neste estágio, deve ser o de ajudar as
crianças a aumentar o controle motor e a competência motora em inúmeras

154
atividades, conforme descreve Paes e Oliveira (2005).
Em adição, Paes (2009) ressalta que os jogos reduzidos, pré-desportivos, e as
brincadeiras podem ser utilizados como facilitadores do ensino, pois possibilitam
adequar as atividades à vivência motora dos alunos ou praticantes e podem ser
realizados na escola, no clube ou em qualquer lugar, em função da sua ação
recreativa.
A fase de iniciação II – o processo de desenvolvimento, deve ocorrer
aproximadamente aos 11 e 12 anos de idade; os pré-adolescentes deverão estar
cursando a quinta e a sexta séries do ensino fundamental, corresponde ao
aprendizado inicial dos sistemas técnico e tático do jogo associados aos conteúdos
da fase anterior do aprendizado. E é nesta fase que as experiências tendem a tornar
o indivíduo capaz de tomar inúmeras decisões de aprendizado e de participação
baseadas em muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais.
A fase de iniciação III – tem como alvo os alunos da sétima e oitava séries do
ensino fundamental, com idade aproximada de 13 a 14 anos. Esta é uma fase
marcada pela melhor assimilação dos conteúdos das etapas anteriores, em que a
automatização e o refinamento se sobressaem, no que tange a aprendizagem de
um gesto motor (esportivo). Os fundamentos individuais são constituídos
coletivamente, realizados no tempo e espaço e deverão ser adequados as ótimas
capacidades do jogo moderno (PAES e OLIVEIRA, 2005).
E por fim, é importante ressaltar a contribuição de Balbino e Paes (2005), que
definem quatro princípios filosóficos a serem seguidos no ensino de basquetebol,
visando objetivar a integração e a aquisição de valores na criança, neste caso, de
estudantes na faixa etária até 13 anos.
 Participação – o foco é o jogar para aprender;
 Cooperação – o objetivo é o jogo “com” substituindo o jogar “contra”;
 Coeducação – um modelo em que aluno e professor jogam e aprendem
juntos, uns com os outros;
 Convivência – ligado ao princípio do respeito às diferenças.

155
Enfim, os jogos esportivos coletivos são compostos por muitas modalidades,
que evoluem e mudam suas regras e regulamentos todos os anos. Eles possuem
características comuns e específicas que, ao serem trabalhadas de forma
adequada, auxiliam no desenvolvimento motor, cognitivo e social do indivíduo.

156
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Reconhecidamente um fenômeno sociocultural, o esporte possui elementos que


o tornam importante em diferentes contextos, e contribui para a formação da
sociedade. Os esportes coletivos, praticados em forma de jogo, requerem a
participação de duas ou mais pessoas contra uma equipe adversária, podendo
ser também chamado de esporte em grupo ou em equipe e necessita da
utilização de um determinado objeto como por exemplo, a bola, como ocorre
com o basquetebol.
Tendo em vista a importância do basquetebol na formação do indivíduo desde
a base ou iniciação, analise as alternativas a seguir e assinale a que represente
aspectos ou habilidades físico-mentais, que são desenvolvidas por meio da
prática desta modalidade.

a) Coordenação, força, agilidade e descontração.


b) Fadiga, stress, coordenação e flexibilidade.
c) Interesse, técnica, reflexão e ritmo.
d) Consciência corporal, aptidão social, agilidade e equilíbrio.
e) Coordenação, flexibilidade, agilidade e equilíbrio.

2. Os Jogos Esportivos Coletivos (JEC) são uma excelente ferramenta para


desenvolver-se aspectos multifatoriais de seus praticantes, além de serem
utilizadas como importantes mecanismos a serem inseridos em programas de
treinamento, que vão da base até as categorias adultas/profissionais.
Neste sentido, analise as alternativas a seguir e assinale V (verdadeiro) e/ou F
(falso) no que tange aspectos ligados ao JEC.

( ) prioriza o ensino e forma ampla, sem atrelar-se somente ao aprendizado das


habilidades específicas da modalidade/jogo.
( ) por ser uma perspectiva considerada mista, é importante entender que o
ensino tem sua potencialidade nos aspectos motores e lúdicos.
( ) o participante aprende o jogo como um todo, e trabalha de forma dinâmica
para buscar a conexão entre as partes que formam o todo.

157
( ) a progressão é vista como fundamental nesta concepção, e as informações
apresentadas em cada parte do processo se interligam em algum momento.

A ordem correta de cima para baixo é:

a) V-F-V-F.
b) V-F-V-V.
c) F-F-V-F.
d) V-F-V-F.
e) F-F-V-V.

3. O basquetebol é uma prática importante e que desperta muito interesse em


crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias. Tendo em vista a importância
desta modalidade inserida como conteúdo curricular das aulas de Educação
Física, assinale qual seria o principal foco/objetivo de uma aula de basquetebol
em um ambiente escolar?

a) Deveria ter como foco a utilização de estratégias e jogos lúdicos, oportunizando


o aprendizado do jogo de uma forma global.
b) Deveria ter como foco somente o ensino técnico dos fundamentos do jogo,
focando na iniciação e no preparo de novos atletas.
c) Deveria ter como foco somente o ensino das regras oficiais do jogo, os sistemas
táticos e a técnica o aluno aprenderia fora da escola.
d) Deveria ter como foco o ensino das regras oficiais do jogo e os sistemas táticos da
modalidade, uma vez que são aspectos de formação.
e) Deveria ter como foco, exclusivamente, a iniciação esportiva ao voleibol,
ensinando as técnicas e táticas da modalidade com o objetivo de formar equipes
competitivas.

4. Existem diferentes metodologias de ensino dos esportes, com características e


objetivos específicos. Analise as afirmativas na sequência e assinale a alternativa
que melhor define o método analítico-sintético de treinamento esportivo.

a) É a metodologia que tem como foco o ensino das técnicas esportivas por meio

158
de jogos e brincadeiras lúdicas.
b) É a metodologia que tem como base o ensino a partir do jogo, da prática do
esporte propriamente dita (global).
c) É a metodologia que tem como foco o ensino das técnicas esportivas da
modalidade, sendo ensinadas separadamente, uma a uma.
d) É o método que prioriza o trabalho físico do treinamento esportivo, buscando
agregá-lo ao ensino das táticas.
e) É o método que prioriza o trabalho tático do treinamento esportivo, assim como
das regras e dos fundamentos de jogo.

5. (FUNDEP -2020). Método de ensino é a ação do professor ao dirigir e estimular o


processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos, quando utiliza
intencionalmente um conjunto de ações e condições externas procedimentais,
visando o melhor entendimento do discente. Com relação às metodologias de
ensino dos esportes coletivos na iniciação esportiva escolar, assinale com V as
afirmativas verdadeiras e com F as falsas.

( ) O método analítico-sintético é caracterizado pelas diversas experiências de


jogo, para uma melhor aprendizagem da técnica.
( ) O método global está centralizado no desenvolvimento das habilidades
técnicas, por meio da análise de jogadas e técnicas já existentes, trabalhando de
forma gradual para se obter o nível mais elevado da técnica em si.
( ) O método misto é a junção dos métodos analítico sintético e global funcional.
Esse método possibilita a prática de exercícios isolados, bem como a iniciação ao
jogo por meio das formas jogadas dos esportes coletivos.
( ) O método misto permite que o professor utilize dentro da mesma aula
exercícios e jogos, independentemente da ordem ou da quantidade de
atividades estabelecidas, mais jogos ou mais exercícios.

Assinale a sequência correta.

a) V-F-F-V.
b) F-F-V-V.
c) V-V-F-F.

159
d) F-V-V-F.
e) V-F-F-V.

6. Existem diferentes metodologias que podem ser aplicadas ao basquetebol e que


estão diretamente ligadas ao público-alvo e aos objetivos que se tem com a
modalidade. As metodologias e estratégias de ensino são muito importantes, pois
proporcionam que os objetivos possam ser atingidos e as propostas iniciais que se
tem com a modalidade alcancem êxito. Neste sentido, leia atentamente as
afirmativas a seguir e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

I. O professor, nas suas aulas de Educação Física na escola, deve procurar trabalhar
de forma que possa formar novos atletas, estimulando assim o aspecto
competitivo da modalidade.
II. Tanto no ambiente escolar como no esporte para o rendimento, o professor pode
diversificar as estratégias de ensino, utilizando as diferentes metodologias.
III. O método global-funcional tem como referência o trabalho dos fundamentos
técnicos da modalidade de forma individualizada, proporcionando assim um
melhor aprimoramento da técnica e especialização do atleta/aluno.
IV.Os objetivos que se tem com o jogo e a prática dos fundamentos técnicos do
voleibol no ambiente escolar e competitivo são os mesmos, diferindo-se somente
que no esporte de rendimento a exigência da eficiência técnica é maior.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas II e III são verdadeiras.
c) I, II, III e IV são verdadeiras.
d) Apenas I, II e III verdadeiras.
e) Apenas II é verdadeira.

7. Um dos aspectos que devem ser considerados no processo de seleção dos


exercícios e tarefas esportivas são os aspectos do desenvolvimento humano, em
que não apenas o motor deve ser considerado, mas o cognitivo e o afetivo-social,

160
atuando de forma integrada na construção de uma estrutura sólida e que seja
desenvolvida ao longo dos anos.
Neste sentido, podem ser considerados elementos que tratam da estrutura do
exercício, o(a):

a) Fatores de rendimento do exercício, tático, fisiológico e psicológico, os quais


visam adequar-se ao contexto do jogo, tendo em cada jogador, características
essenciais para a equipe.
b) Relação existente entre a atividade proposta e desenvolvida pelos jogadores
associada aos aspectos fundamentais dentro do contexto em que se estabelece
o jogo.
c) Aspectos relacionados à dinâmica do jogo, às situações reais de jogo e suas
diferentes vertentes, atreladas ao desenvolvimento de aspectos que transformam
a equipe em vencedora.
d) Informações confrontadas com os objetivos previamente definidos, as quais
resultam num conjunto de conclusões acerca da atividade, como um feedback
constante do jogo em si.
e) Fatores de jogo, e suas ações, as quais são essenciais para que tanto os objetivos
quanto os conteúdos sejam desenvolvidos paralelamente, e se conectem na
formação do atleta.

8. De acordo com Paes e Oliveira (2005), o treinamento do basquetebol pode ser


dividido em duas fases distintas: fase de iniciação ao jogo e fase de treinamento
especializado. Ambas são fundamentais para a formação do jogador, e devem
ser respeitadas durante o processo de formação. Essa proposta está diretamente
atrelada ao desenvolvimento das capacidades físicas, aprendizagem tático-
cognitivas e habilidades do jogo, as quais podem ser subdivididas em três fases.
Analise as alternativas a seguir e assinale a que represente aspectos ligados às
fases de iniciação do basquetebol:

a) Na fase de iniciação III, o processo de desenvolvimento, deve ocorrer


aproximadamente aos 11 e 12 anos de idade, período em que a execução desses
princípios deixa de ter um caráter individual, transformando-se em ações
coletivas, nas quais o movimento realizado por um jogador/ aluno traz benefícios

161
aos companheiros de equipe.
b) Na fase de iniciação II, que marca os primeiros contatos da criança da primeira
à quarta série do ensino fundamental, com idades entre 7 e 10 anos, é
caracterizado como o período em que os jogos reduzidos, pré-desportivos, e as
brincadeiras podem ser utilizados como facilitadores do ensino, pois possibilitam
adequar as atividades à vivência motora dos alunos ou praticantes e podem ser
realizados na escola.
c) Na fase de iniciação I, o aprendizado dos fundamentos e o desenvolvimento das
capacidades podem se dar de maneira recreativa, por meio de jogos com
alterações nas regras, e nos objetivos, adaptando-os à realidade de cada
cenário e as necessidades dos alunos, observando a disponibilidade de recursos
materiais e humanos.
d) Na fase de iniciação I, o indivíduo começa a combinar e a aplicar habilidades
motoras fundamentais ao desempenho das habilidades motoras especializadas
no esporte e em ambientes recreacionais. O objetivo neste estágio, deve ser o de
ajudar as crianças a aumentar o controle motor e a competência motora em
inúmeras atividades.
e) Na fase de iniciação II, os fundamentos individuais são constituídos
coletivamente, realizados no tempo e espaço e deverão ser adequados as
ótimas capacidades do jogo moderno, em que os participantes se revezam em
funções as mais diversas quanto possíveis em quadra.

162
FUNDAMENTOS BÁSICOS E Erro!
SISTEMAS OFENSIVOS E Fonte de
DEFENSIVOS DO BASQUETEBOL referênci
a não
Nesta Unidade, abordaremos os fundamentos técnicos encontra
básicos do

da.
basquetebol, levando-se em consideração que o seu processo de aprendizagem e
desenvolvimento se baseia no aprendizado específico de algumas competências,
mínimas e específicas, para o desempenho da modalidade.
As concepções táticas são essenciais para que uma equipe consiga obter o
êxito em uma partida. Para saber qual concepção adotar, mais do que dispor de
jogadores habilidosos, é necessário identificar e considerar diversos outros fatores.
Além disso, o treinamento e o entrosamento da equipe nas formas assumidas em
seus sistemas defensivos e ofensivos também se mostram relevantes.
De certa maneira, para que sejam efetivadas, as ações táticas de uma
equipe de basquetebol, o que pode ser visto tanto em ações ofensivas quanto
defensivas, é necessário bastante tempo de treinamento e entrosamento entre os
jogadores. No entanto, por mais que as equipes estejam treinadas, alguns elementos
podem ditar o modo como as equipes se postam e agem em quadra, o que
demanda dos treinadores a leitura de jogo e a tomada de decisão correta frente às
inúmeras situações possíveis encontradas na modalidade.

9.1 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO BASQUETEBOL

Modalidade constituída por duas equipes, com 5 jogadores em cada uma,


cujo objetivo principal é arremessar a bola dentro da cesta da equipe oponente e
não permitir que os adversários detenham a posse e o controle de bola ou marquem
pontos. De acordo com Gonçalves e Romão (2019), a bola pode ser arremessada,
passada “tapeada”, rolada ou driblada em qualquer direção, desde que as regras
sejam respeitadas. E em relação à pontuação, vence a equipe que marcar mais
pontos ao final do quarto período do jogo, ou ao final do tempo extra, se houver
(CBB, 2020)
Ainda que uma equipe tenha um jogador de extrema habilidade técnica e
de exímia condição física, são as características coletivas que determinarão o

163
rendimento do time. Assim, as técnicas individuais, como o arremesso, os giros e o
drible, por exemplo, ainda que sejam fundamentais em um jogo de basquete, devem
estar acompanhadas de um bom desenvolvimento técnico coletivo. Nesse sentido,
as técnicas podem ser entendidas como os movimentos cujos resultados são obtidos
a partir de ações mais econômicas e efetivas (FILIN, 1996 citado por GONÇALVES,
2019). Como técnicas coletivas, portanto, Gonçalves e Romão (2019) entende que
são aqueles movimentos que visam o resultado e que necessitam da participação
de dois jogadores.
Como o basquetebol constitui-se de um desporto coletivo, que reúne uma
série de habilidades técnicas chamadas de fundamentos ou gestos técnicos, e que
constituem a base para a prática do jogo, deve-se obedecer aos princípios, às
diretrizes pedagógicas e às regras de aprendizagem que sejam consequência de
uma teorização da problemática por parte de quem ensina, sob a influência de
parâmetros que condicionam a eficiência do movimento humano (FERREIRA e DE
ROSE JR., 2010).
Oliveira (2012) destaca a importância do refinamento da técnica, mecanismo
esse primordial à execução de uma boa performance e a habilidade específica de
cada jogador, em cada posição/função na quadra, no momento de uma partida.
Neste sentido, Ferreira e De Rose Jr. (2010) destacam os fundamentos básicos do
basquete, dentre os quais:
 Controle de corpo;
 Manejo de bola;
 Recepção;
 Drible;
 Passe;
 Rebote;
 Arremesso;
 Posição básica de defesa;
 Deslocamentos.
O controle de corpo representa o domínio da execução de gestos específicos
no basquete, sendo representado por corridas para frente, para trás e em sentido
lateral; corridas com mudanças de direção. Consideram ainda, as ações que
requerem técnicas específicas nas suas execuções, como fintas (tentativa de
enganar o defensor), giros (movimento feito com as pernas, para ficar livre do

164
defensor), paradas bruscas (interrompe o deslocamento do atacante, dificultando a
defesa); bem como, as saídas rápidas e saltos com impulso de uma ou ambas as
pernas.
Dominar o corpo, portanto, é de suma importância para a realização dos
gestos do basquetebol, e caracteriza-se pela capacidade de realizar movimentos,
específicos, exigidos pela dinâmica do jogo, sempre na intencionalidade de
maximizar as ações defensivas e/ou ofensivas do praticante (FERREIRA e DE ROSE JR.,
2010).
O manejo da bola está relacionado com todos os fundamentos que exigem o
seu manuseio, e também está associado ao contato com a bola nas diversas
possibilidades de movimentos dentre as quais: rolar, tocar, quicar, segurar, lançar,
enfim permitir o manuseio nos diversos planos do corpo, conforme descreve Oliveira
(2012) conforme mostra a Figura a seguir.

Figura 6: A técnica do manejo de bola

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3nh9CHS. Acesso em: 20 mar. 2021.

E ainda de acordo com o autor, em relação ao modo de segurar a bola,


algumas técnicas devem ser aplicadas para que o manejo da bola seja executado
de forma correta, a destacar:
 A utilização de ambas as mãos na parte lateral e posterior;
 A posição dos dedos, que devem estar entreabertos;
 O toque da parte “calosa” dos dedos;
 Os cotovelos próximo ao corpo.
A recepção pode ser entendida como o primeiro controle que um jogador
tem sobre a bola em qualquer condição, como, por exemplo, após um rebote, um

165
arremesso, um passe ou na tentativa de salvá-la após um lance acidental em que
ela tome uma direção qualquer (RÍO, 2003 citado por GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
Gonçalves e Romão (2019) descreve que a recepção pode ser classificada
em dois grupos principais: a recepção do tipo estática e a recepção em movimento.
A recepção estática, portanto, ocorre quando o jogador está com os dois pés fixos
no solo, sem movimentá-los, o que acaba sendo a mais comum, pelo nível de
dificuldade mais baixo (coordenação) e é sobretudo muito aplicada na iniciação
desse esporte, nas categorias de base Já a recepção dinâmica ocorre durante o
deslocamento do atleta, seja por meio da corrida ou durante um salto, por exemplo.
Maroneze (2013) menciona que as recepções podem ocorrer também,
utilizando-se apenas uma ou ambas as mãos. A recepção com apenas uma das
mãos permite ao jogador deslocar a bola rapidamente para baixo, em direção ao
solo, possibilitando que os dribles sejam feitos. Por outro lado, a recepção com as
duas mãos coloca o jogador em uma posição vantajosa para realizar um arremesso
rapidamente ou para passar a bola com mais força e ter maior controle sobre a bola.
O drible é um fundamento com a bola e é a forma pela qual o aluno se
desloca pela quadra com a sua posse, sem infringir as regras do jogo. O drible é o
ato de bater bola, impulsionando-a contra o solo com uma das mãos, e tem como
objetivos, os seguintes: livrar-se do adversário, melhorar a posição para o passe,
infiltrar na defesa adversária, etc. Em relação à técnica de execução deste
fundamento, pode ser descrita da seguinte maneira: a mão do drible é apoiada
sobre a bola; com os dedos apontando para a frente; tronco ligeiramente inclinado
à frente; pernas em afastamento ântero-posterior, sendo que à frente se coloca a
perna oposta à mão do drible (drible com a mão direita – perna esquerda à frente)
(OLIVEIRA, 2012).
De acordo com Oliveira (2012) os dribles são classificados em dois tipos:
 Alto ou de velocidade: utilizado para se deslocar em velocidade ou quando
não sofre marcação. A bola é impulsionada à frente do corpo e lateralmente.
 Baixo ou de proteção: utilizado quando o jogador recebe uma marcação e
há a necessidade de proteção. Maior flexão das pernas e a bola deve ser
protegida com o corpo.
O passe é uma ação coordenada entre dois jogadores de mesma equipe e
ocorre quando um deles transfere o controle da bola para o outro (RÍO, 2003 apud
GONÇALVES e ROMÃO, 2019). Esses autores destacam que existem diferentes tipos

166
de passes, e cada um deles apresenta suas próprias características, o que permite
classifica-los quanto ao tipo.
Entre os passes com o uso de uma mão, destacam-se: o passe picado, à altura
do ombro, por baixo e tipo gancho. Com o uso de duas mãos, existem as variações
de passes à altura do tórax, picado, acima da cabeça e por baixo (FERREIRA e DE
ROSE JR., 2010).
O rebote é o ato de recuperação da posse de bola, após o arremesso não
convertido. Durante o jogo de basquete, quando a bola é arremessada em direção
ao aro, os jogadores devem posicionar-se próximo à cesta para recuperar a bola
caso ela não atinja o objetivo. Com isso, o ato de recuperar a bola após um
arremesso em que a bola não entrou na cesta e não saiu de quadra é chamado de
rebote. Como você pode imaginar, a bola pode ser recuperada por um jogador da
equipe que efetuou o arremesso ou pela equipe que tentava defender a sua cesta.
Assim, os rebotes podem ser considerados de ataque ou de defesa (DE ROSE JR., e
TRICOLI, 2017).
O arremesso é um fundamento de ataque com a bola, com objetivo de fazer
a cesta. Depende da posição do aluno/jogador na quadra, oponente mais próximo
e da sua velocidade no deslocamento. Os arremessos mais utilizados são: a bandeja
(arremesso próximo à cesta, com ou sem posse de bola), o arremesso com uma das
mãos (arremesso é finalizado com forte impulsão da bola com o punho, de cima para
baixo e para o lado), jump (difere do arremesso com uma das mãos, porque, ao final,
a impulsão da bola acontece com as duas mãos, no ponto mais alto do salto) e o
gancho (arremesso com a mão direita acima e atrás da cabeça) (FERREIRA e DE
ROSE JR., 2010). Dentre os arremessos mais utilizados no basquete, destacam-se os
seguintes:
 Bandeja: é um tipo de arremesso executado quando o atacante se encontra
em deslocamento e nas proximidades da cesta adversária. A bandeja se
caracteriza pela execução de dois tempos rítmicos e impulsão numa só
perna.
 Com posse de bola (driblando). Pelo lado direito: ao se aproximar da cesta,
numa região que varia conforme a amplitude de sua passada, o atacante
segura a bola com o pé direito à frente (primeiro tempo rítmico) e executa
um passo à frente com a perna esquerda (segundo tempo rítmico)
preparando-se para a impulsão.

167
 Sem posse da bola: quando o atacante se aproxima da cesta sem a posse
de bola, deverá recebê-la com a perna direita à frente (primeiro tempo
rítmico), no caso da bandeja pelo lado direito. A partir daí o movimento
segue a mesma descrição acima.
 Arremesso com uma das mãos: outra forma de concluir o ataque é por meio
do arremesso com uma das mãos. Esse tipo de arremesso é realizado quando
o atacante estiver em deslocamento a qualquer distância da cesta.
 Arremesso do tipo “jump”: o termo “jump”, de origem inglesa, significa saltar,
pular. Esse tipo de arremesso é o mais utilizado e um dos mais eficientes no
basquetebol moderno. Sua principal característica é que o momento do
arremesso coincide com o momento mais alto do salto. O “jump” pode ser
realizado tanto partindo de uma posição estática quanto em deslocamento.
A posição básica de defesa é aquela na qual o aluno/jogador estará
preparado para deslocamentos rápidos em várias direções, dificultando o drible, o
passe ou arremesso, como também posicionado para o rebote. Essa posição muda
de acordo, por exemplo, com posição defensiva em função do atacante driblando
ou em posição de arremesso (OLIVEIRA, 2012). Os autores descrevem que a posição
básica de defesa deve permitir ao jogador estar preparado para várias funções, tais
como: deslocar-se rapidamente em várias direções (lateralmente, para frente e para
trás); dificultar o drible, o passe ou arremesso; interceptar um passe, bloquear um
arremesso; e posicionar-se para o rebote.
Os deslocamentos são os movimentos que o defensor faz com postura e a
velocidade necessária para que o atacante adversário não realize o que planejou.
Um deslocamento eficaz requer muita atenção e comprometimento tático individual
e da equipe integrados. Quando falamos dos deslocamentos da posição básica de
defesa, estes podem ser realizados em sentido lateral, para frente e para trás,
conforme mencionado anteriormente.

168
9.2 SISTEMAS BÁSICOS DE DEFESA E DE ATAQUE NO BASQUETEBOL

De acordo com Gonçalves e Romão (2019) as situações táticas de jogo


envolvem em sua grande maioria dois ou mais jogadores de uma mesma equipe.
Portanto, o entrosamento entre os jogadores é fundamental para que, durante o
jogo, sejam elaboradas estratégias para se chegar à vitória. Essas combinações entre
jogadores podem ser feitas a partir dos treinos de uma equipe, nos quais as
combinações táticas ganham forma. As combinações táticas são estratégias
definidas a priori para que uma equipe ataque e defenda com eficiência.
Formações e Concepções defensivas
As formações de defesa são ações coletivas que buscam impedir que a
equipe adversária realize cestas e, consequentemente, some pontos. Para elaborar
um bom sistema defensivo, é preciso levar em consideração as especificidades
técnicas e físicas de cada jogador. Além disso, a disciplina coletiva e o entrosamento
devem estar apurados, uma vez que cada atleta desempenha papel fundamental
na organização de todo o time – ou seja, a displicência de um único jogador pode
comprometer o objetivo coletivo da equipe. De modo geral, as formações defensivas
se classificam em individual, zona, pressão, mistas ou combinadas, as quais serão
discutidas a seguir.
Defesa individual
Nesse formato defensivo, ocorre a predominância de atuação de um defensor
sobre um atacante específico. Ou seja, os embates técnicos e físicos ocorrem no
sistema um contra um, havendo uma predeterminação sobre qual atacante cada
um dos defensores deverá conter. Os princípios para os defensores seguem regras
básicas, ou seja, deverão ficar entre o atacante e a cesta, mantendo-se a uma
distância próxima, obrigando-o a conduzir a bola para o lado da quadra em que
tem menor habilidade, de modo a forçar suas ações limitadas (MARONEZE, 2013).
Defesa por zona
De acordo com Gonçalves e Romão (2019) na defesa por zona, os defensores
não se preocupam com apenas um jogador adversário, especificamente, mas, sim,
com um determinado local da quadra que devem proteger. Ou seja, a quadra de
defesa é dividida em cinco quadrantes, nos quais cada um dos jogadores de defesa
é responsável por conter os jogadores atacantes que nela adentrarem.
Nesse formato, várias disposições são possíveis, tais como definir quantos

169
jogadores estarão mais próximos da cesta, quantos estarão no interior da área
demarcada, etc. Entre as mais comuns, encontram-se a 2-1-2, a 3-2 e a 1-3-1
(FERREIRA e DE ROSE JR., 2010). Para definir a melhor disposição de jogadores na
defesa, é preciso levar em consideração suas características. De acordo com
Gonçalves e ROMÃO (2019) geralmente, os jogadores mais próximos da cesta são os
mais altos, impedindo os arremessos dos pivôs adversários e recuperando rebotes
defensivos. Mais distante da cesta, encontram-se aqueles mais rápidos e ágeis, com
a função de impedir os arremessos de longa distância, os dribles e as fintas dos
adversários, além de estarem preparados para iniciar um contra-ataque.
Defesa pressão
As principais características da defesa pressão são a presença de dois
defensores marcando um atacante adversário e a agressividade na marcação,
conforme descreve Gonçalves e Romão (2019). Esse tipo de defesa é comumente
utilizado quando se deve buscar reverter uma diferença significativa de pontos ou na
tentativa de realizar a mudança de ritmo de jogo adversário. Os jogadores devem
ter um excelente preparo físico, uma vez que devem manter-se em constante
deslocamento para realizar a marcação dupla.
Defesa mista
A defesa mista reúne elementos da defesa individual e por zona. Ou seja,
enquanto um defensor marca um jogador individualmente, os outros defensores
tentam guarnecer locais específicos da quadra, sem que estejam necessariamente
preocupados com algum jogador em específico.
Nesse formato de defesa, são comuns três tipos de variação: a defesa do tipo
box and one, a defesa do tipo diamante e a defesa do tipo triângulo (FERREIRA e DE
ROSE JR., 2010). Na defesa box and one, um defensor realiza a marcação de forma
individual à frente da linha demarcada e os outros quatro posicionam-se em duas
linhas de dois defensores à frente da cesta (em configuração com forma de
quadrado), marcando por zona.
Na defesa do tipo diamante, também há um defensor realizando a marcação
do tipo individual à frente da linha demarcada e quatro defensores por zona. No
entanto, a disposição dos defensores à frente da cesta se modifica, formando três
linhas com um, dois e um defensor (em configuração com forma de losango). Por sua
vez, a formação triângulo consiste em dois jogadores realizando as marcações de
forma individual e três defensores, próximos a cesta, realizando marcações por zona

170
(em configuração com forma de triângulo).
Defesa combinada
A defesa combinada também se utiliza de dois ou mais modelos de defesa.
Esse tipo de formação defensiva necessita de um grande entrosamento da equipe e
uma disciplina tática excepcional dos jogadores. Na formação combinada, as ações
defensivas variam durante a jogada de ataque adversária (MARONEZE, 2013).
Gonçalves e Romão (2019) cita como exemplo prático deste tipo de defesa
quando uma equipe está marcando por zona; após um passe ou um movimento de
um dos atacantes adversários, a equipe rapidamente transforma sua formação para
a defesa individual.

Contra-ataques
Os contra-ataques são as situações nas quais uma equipe, após uma situação
de defesa, recupera a bola e progride em direção à cesta adversária. Para
caracterizar o contra-ataque, é fundamental que haja maior número de atacantes
do que de defensores - por exemplo, uma situação em que existam três atacantes e
dois defensores (3x2) (MARONEZE, 2013). Nesses eventos, os jogadores devem buscar
efetuar passes e dribles de forma rápida, para manter a superioridade numérica até
chegar o momento de arremesso (GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
Transição defesa-ataque
Conhecida como subfase ofensiva, ou seja, um momento de adequação e
transição do time na sua mudança de postura, a transição defesa-ataque parte de
uma situação em que deveria defender a sua cesta em direção ao ataque à cesta
adversária.

171
Essa fase é chamada de transição defesa-ataque, o momento em que inicia
a partir de diversas situações: após a recuperação da bola; após roubá-la de um
adversário; após a recuperação da bola em um rebote defensivo; após a equipe
adversária perder a posse de bola, com um passe ou arremesso malsucedido; ou a
partir da reposição da bola na linha de final, após uma cesta sofrida (GONÇALVES e
ROMÃO, 2019; OLIVEIRA, 2012).
As transições entre a defesa e o ataque de uma equipe seguem padrões
básicos. Elas devem ser realizadas o mais rápido possível, evitando a organização da
defesa adversária, devem ser desenvolvidas de forma organizada, evitando erros de
passes e movimentação entre os jogadores de mesma equipe, e devem ser feitas de
forma segura, de modo que sejam dificultados os roubos de bola pela equipe
adversária e não colocando o time em transição em uma situação defensiva
desfavorável.
De acordo com Gonçalves e Romão (2019) seguindo esses três aspectos
importantes para o êxito da transição entre a defesa e o ataque, podemos destacar,
ainda, alguns elementos importantes a serem observados para alcançar a eficiência
dessa ação:
 A marcação que a equipe adversária vinha desempenhando antes de realizar
um ataque;
 Os trajetos percorridos pelos atletas;
 A finalização do contra-ataque.
Concepções táticas ofensivas
No basquete, a tática surge como uma forma de facilitar que os objetivos do
jogo sejam alcançados por meio da utilização da soma das capacidades e
habilidades individuais e coletivas dos jogadores (OLIVEIRA, 2019).
Existem inúmeros formatos táticos, que devem ser adaptados de acordo com
a potencialidade de cada equipe. Deve-se levar em consideração na elaboração
de um sistema de ataque, alguns princípios básicos, os quais, devem reger a
movimentação e as articulações entre os jogadores da equipe (FERREIRA e DE ROSE
JÚNIOR, 2010), conforme mostra o quadro a seguir:

172
Quadro 3: Princípios básicos necessários na elaboração de um sistema tático
Princípios Básicos Descrição
Para definir o tipo de ataque a ser adotado, é fundamental
conhecer o tipo de defesa que o time enfrentará. A seguir, define-
se a quantidade de pivôs que será necessária para superar a
Organização defesa adversária. Definidos os pivôs, as outras posições (alas e
armadores) também são identificadas. A partir da definição de um
formato básico a ser adotado pela equipe, é necessário identificar
as qualidades dos jogadores a fim de colocá-los em posições que
privilegiem o uso de suas potencialidades.
Após definir a organização da equipe, é necessário
estabelecer as funções e os deslocamentos de cada atacante em
Movimentação quadra. O objetivo da etapa de definição de uma movimentação
ordenada ordenada é identificar as melhores condições para que os
atacantes estejam aptos a realizar as cestas.
Seguindo o planejamento ofensivo, é necessário que os
Rebote de ataque jogadores que disputarão os rebotes de ataque, após o arremesso
de um dos atacantes, também estejam definidos.
Junto ao rebote de ataque, também é necessário identificar
quais atacantes estarão preparados e incumbidos da tarefa de
voltar para a defesa, prevenindo os contra-ataques adversários.
Equilíbrio Como o jogo de basquete é muito dinâmico, muitas vezes, a equipe
defensivo que estava defendendo rapidamente passa a atacar, seja por meio
da recuperação de um rebote ou pela rápida colocação da bola
em jogo após uma cesta convertida.
Nem sempre as movimentações ofensivas resultam em
cestas. Assim, é necessário que a equipe continue suas
Continuidade movimentações
durante todo o jogo, permitindo ações táticas ofensivas
planejadas e ordenadas e aumentando as chances de obtenção
de resultados.
Fonte: Adaptado de Ferreira e Rose Jr. (2010)

Além desses aspectos mais coletivos, a organização ofensiva também


depende bastante do perfil físico e técnico da equipe. De acordo com Gonçalves e
Romão (2019) é possível perceber que existem muitas formas de disposição dos
atacantes em quadra. Do mesmo modo, as movimentações também são múltiplas,
uma vez que variam com as características de cada jogador, da equipe e do sistema
defensivo adversário. Dentre essas inúmeras possibilidades, você verá as principais
características de cada uma delas a seguir.
Sistema de acordo com o número de pivôs
De acordo com Gonçalves e Romão (2019) em relação ao ataque, os
formatos ofensivos variam de acordo com o número de pivôs, de maneira que uma
equipe pode atuar com apenas um, dois, ou três pivôs ou em um formato de
rotatividade, em que cada um dos atacantes pode assumir a posição de pivô.

173
Destaca-se também, que os formatos ofensivos assumem as suas formas de acordo
com a disposição inicial dos atacantes, sendo mais comuns as formações 2-2-1, 1-2-
2 e 2-3.
Sistemas de ataque contra defesa
Além das disposições dos jogadores em quadra, as formações ofensivas
variam de acordo com a defesa da equipe adversária, sendo classificadas em
ataques contra individual, contra zona, contrapressão e contra mista ou combinada,
podendo assumir, também, um formato que privilegie os contra-ataques
(GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
Nos ataques contra um formato de defesa individual, geralmente, utilizam-se
esquemas com um ou dois pivôs. As marcações individualizadas sugerem que a
movimentação se realize predominantemente com movimentos de corta-luz e de
servir-e-ir (RÍO, 2003 citado por GONÇALVES, 2019). O treinador deve organizar as
posições do time previamente, assim como estabelecer a movimentação dos
atacantes.
Ao enfrentarem os sistemas de defesas por zona, os atacantes, ao obterem a
posse de bola, devem procurar avançar rapidamente ao campo de ataque, a fim
de realizar o arremesso antes que os defensores se posicionem em suas respectivas
zonas. Muitas vezes, os sistemas defensivos conseguem ter êxito em fechar os
caminhos à cesta (FERREIRA e DE ROSE JR., 2010).
Em situações nas quais seja necessária a superação de uma marcação sob
pressão, os atacantes devem procurar ficar pouco tempo com a posse da bola. O
passe rápido minimiza as chances de ficar sob marcação dupla.
Nas situações em que enfrentam defesas de formações mistas ou
combinadas, os atacantes devem procurar identificar quais são os formatos
adotados por cada jogador em cada momento da partida (MARONEZE, 2013). A
leitura do jogo por parte do coletivo é fundamental para que se evitem os fatores
surpresa e se minimizem as chances de perder a posse da bola.
Enfim, a dedicação às técnicas tanto defensivas quanto ofensivas por parte
do atleta, deve constar sempre nos treinamentos deste esporte, e ser desenvolvida
ao longo do processo, desde a iniciação. O atleta também deve estar preparado no
que tange aos aspectos táticos, físicos e psicológicos do jogo, para poder tomar a
melhor decisão acerca dos aspectos táticos, durante uma partida.
Os aspectos táticos estão intimamente inseridos no processo de ensino-

174
aprendizagem da modalidade, e cabe a cada professor/técnico encontrar a
metodologia mais assertiva que garante ao praticante o desenvolvimento das
habilidades táticas do jogo, além da técnica.

175
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O basquete é constituído por duas equipes, com 5 jogadores em cada uma. De


acordo com Melhem (2004) o objetivo do jogo é arremessar a bola dentro da
cesta da equipe oponente e não permitir que os adversários detenham a posse e
o controle de bola ou marquem pontos. Analise as afirmações a seguir e assinale
a que melhor represente os fundamentos técnicos desta modalidade.

a) Drible, passe, condução e cabeceio.


b) Arremesso, rebote, manejo de bola e drible.
c) Rebote, condução, drible e cortada.
d) 3x3, arremesso, manejo de bola, salto.
e) 2x1x1, ataque, defesa e arremesso.

2. Os fundamentos técnicos podem ser resumidos no “como fazer”, e dependem de


uma série de atributos pessoais, como as capacidades físicas e as habilidades
motoras gerais e específicas que o praticante tem desenvolvidas, além de
aspectos cognitivos, fundamentais, para o entendimento do desporto. Portanto, a
técnica no Basquetebol é o elemento que viabiliza toda a concepção do jogo,
pois ela apoia à tática; é a execução dos movimentos através dos fundamentos
do jogo.
Neste sentido, analise a imagem a seguir e assinale a alternativa que apresente os
fundamentos técnicos envolvidos na ação desta jogada do basquetebol.

176
a) Recepção – manejo de bola – passe.
b) Manejo de bola – posição de ataque – deslocamento.
c) Controle de corpo – drible – deslocamentos.
d) Recepção – drible – bloqueio.
e) Passe – controle de corpo – condução de bola.

3. A recepção pode ser entendida como o primeiro controle que um jogador tem
sobre a bola em qualquer condição, como, por exemplo, após um rebote, um
arremesso, um passe ou na tentativa de salvá-la após um lance acidental em que
ela tome uma direção qualquer (RÍO, 2003 citado por GONÇALVES, 2019). Trata-
se de um fundamento técnico importante para a condução e/ou progressão de
uma jogada. Analise as afirmações a seguir e assinale a que represente as
características deste fundamento técnico.

a) Quando em movimento, demanda do jogador uma ótima noção espaço-


temporal de seu deslocamento e da bola que receberá do companheiro de
equipe.
b) Pode ser classificada em dois grupos principais: a recepção do tipo semiestatiza
e a recepção flutuante. Ambas podem ser usadas ao mesmo tempo durante uma
partida, dependendo do lance ou jogada a ser executada.
c) Quando efetuada com apenas uma das mãos permite ao jogador deslocar a
bola em uma posição vantajosa para realizar um arremesso rapidamente, e com
duas mãos, possibilita que os dribles sejam feitos de forma rápida, devido ao
controle.
d) Quanto à execução, a mão deve estar apoiada sobre a bola, com os dedos
apontando para a frente; tronco ligeiramente inclinado à frente, e pernas em
afastamento ântero-posterior.
e) No caso da recepção flutuante, o jogador deve se deslocar em velocidade ou
quando não sofre marcação, sendo que a bola é impulsionada à frente do corpo
e lateralmente, numa espécie de movimento ‘pendular’.

4. (IMA- 2015- Adaptada). São fundamentos do basquetebol:

I. Fintas: são os movimentos que os jogadores fazem com a bola, cujo objetivo é o

177
de enganar o adversário.
II. Jump: é um tipo de arremesso feito a partir de um salto. Isso ocorre para dificultar
que o marcador impeça o lance.
III. Rebotes: quando se erra um arremesso, há a oportunidade de reaver a bola para
sua equipe: isso é chamado de rebote.
IV.Bandeja: esse arremesso é executado correndo em direção à cesta.

A quantidade de assertivas corretas é:

a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4

( ) (IFB - 2017). No basquetebol, a tática coletiva é expressa pelos sistemas de


ataque e defesa que são elaborados a partir de diversos aspectos, dentre eles
os sistemas utilizados pelas equipes, as peculiaridades de uma determinada
equipe, as situações momentâneas do jogo, dentre outras (ROSE JÙNIOR, 2006).
Em relação a estes aspectos, é INCORRETO afirmar que:

a) Um dos sistemas de ataque é o ataque posicionado que ocorre quando a defesa


está toda estabelecida na sua quadra defensiva e exige ações individuais e
criativas dos atacantes em detrimento de uma maior organização tática do
ataque.
b) O sistema de defesa por zona caracteriza-se pela marcação de setores da
quadra, dependendo da movimentação da bola, sendo que as coberturas dos
espaços criados pela movimentação do ataque e movimentação dos defensores
devem ser uma constante.
c) O sistema de defesa individual caracteriza-se pela marcação de cada atacante
por um defensor, procurando equiparar as características físicas e técnicas desses
jogadores.
d) O contra-ataque é uma ação ofensiva executada em velocidade que procura
aproveitar situações de superioridade numérica do ataque em relação à defesa,

178
para tentar um arremesso rápido e próximo à cesta.
e) Nas ações de um contra um, o defensor deve tentar provocar o erro do atacante,
através de suas habilidades defensivas, dificultando a recepção da bola, e, caso
o atacante já estiver com a bola, tentar conduzi-lo para regiões da quadra onde
sua ação seja dificultada, como os cantos e laterais.

6. O arremesso é um fundamento de ataque com a bola, com objetivo de fazer a


cesta. Essa ação é dependente da posição do aluno/jogador na quadra, do
oponente mais próximo e da sua velocidade no deslocamento. Os arremessos
mais utilizados são: a bandeja, o arremesso com uma das mãos, jump e o gancho.
Em relação ao arremesso com uma das mãos,

I. É realizado quando o atacante estiver em deslocamento a qualquer distância da


cesta.
II. Possui características similares ao arremesso do tipo “jump”.
III. Devido a sua complexidade, não deve ser estimulado o seu ensino na fase de
iniciação esportiva.
IV.Tipo de arremesso empregado nos “lances livres”.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.

7. De acordo com De Rose Jr., e Tricoli (2010) os conteúdos técnico-táticos podem


ser divididos entre: técnicas ou fundamentos de defesa (posição defensiva;
deslocamentos na posição defensiva; rebote de defesa), técnicos ou
fundamentos de ataque (drible; passes; arremessos; rebote de ataque), controle
do corpo, táticas individuais de ataque e defesa (condutas possíveis dentro da
estrutura funcional 1x1), táticas grupais de ataque (servir e ir; bloqueio direto;

179
bloqueio indireto) táticas grupais de defesa (ajudas; trocas de marcação; saídas
do bloqueio), táticas coletivos de ataque e defesa (sistemas de ataque e defesa).
A partir do excerto acima, e considerando seus conhecimentos sobre o tema,
avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No basquete, o conhecimento dos fundamentos técnicos e táticos devem ser


aprimorados desde a fase de iniciação na modalidade, passando pelos
fundamentos executados em ações individuais, ou em grupo/coletivo, em
situações de ataque ou defesa.
PORQUE
II. Ambas, técnica e tática, formam a base de qualquer modalidade esportiva, e
devem, portanto, serem desenvolvidas e aprimoradas simultaneamente, já que
estão presentes em diversas situações do jogo, especialmente na elaboração de
jogadas, sejam elas de ataque ou defesa, e quanto mais eficaz a sua execução
maiores serão as chances de êxito da equipe.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

8. No basquete, um dos aspectos a ser considerado é a tática, que surge como uma
forma de facilitar que os objetivos do jogo sejam alcançados por meio da
utilização da soma das capacidades e habilidades individuais e coletivas dos
jogadores, conforme descreve Oliveira (2019). Dentre os princípios básicos
necessários na elaboração de um sistema tático temos:

a) A organização; cuja principal função é identificar as melhores condições para que


os atacantes estejam aptos a realizar as cestas.

180
b) A movimentação ordenada; necessária nos lances de arremesso e rebote, em que
os jogadores permanecem atentos à “sobra de bola”.
c) O equilíbrio defensivo; que está atrelada à capacidade de organização da
equipe, em que os atacantes contribuem com a marcação, e recomposição em
quadra.
d) O sistema de jogo, necessário para que a equipe continue suas movimentações
durante todo o jogo, permitindo ações táticas ofensivas planejadas e ordenadas.
e) A continuidade; que se refere às marcações implementadas pela equipe, e os
sucessivos contra-ataques organizados de forma coordenada entre os jogadores.

181
REGULAMENTAÇÃO BÁSICA DO Erro!
BASQUETEBOL: NOÇÕES DAS Fonte de
REGRAS BÁSICAS E ARBITRAGEM referênci
DO JOGO DE BASQUETEBOL a não
encontra
da.
As regras em todos os esportes são estabelecidas com o intuito de buscar uma
disputa mais justa entre as equipes, bem como um ambiente de boa esportividade.
No basquete, assim como em qualquer oura modalidade esportiva, é de vital
importância que todos os jogadores que queiram participar, obtenham os recursos
que precisam para aprender e aderir às regras.

10.1 NOÇÕES DAS REGRAS BÁSICAS E ARBITRAGEM DO JOGO DE


BASQUETEBOL

As regras que serão apresentadas a seguir são as aplicadas nas principais ligas
do mundo, e apesar de sua importância, que legitima o esporte/modalidade,
enquanto prática formal, entende-se as diferentes possibilidades de adaptação que
podem surgir, sobretudo na iniciação esportiva, em que os jogos pré-desportivos e/ou
adaptados ganham um destaque considerável, é necessária uma flexibilização das
regras oficiais, mantendo-se, entretanto, o seu ensino, mesmo que de forma menos
rígida, quando vemos na formação de atletas.
Portanto, os objetivos e finalidades da prática orientarão o caráter de
rigidez/formalidade aplicados ao jogo, que de um forma ou outra terá sempre a base
apoiada em algum tipo de regra que permita a prática dessa modalidade de forma
mais justa, ética e apoiada em princípios morais que devem reger os esportes.
Objetivo de jogo, quadra e tempo
No basquete, o objetivo principal é fazer cestas, e isto ocorre quando a bola
atravessa o interior de um aro localizado em uma tabela a uma altura de 3,05 m do
solo, convertendo, assim, pontos para a equipe que alcançou tal feito. De fato,
vence a partida, a equipe que conseguir marcar o maior número de pontos possível,
evitando que a equipe adversária faça o mesmo. Cada equipe é composta por
cinco jogadores titulares e até sete reservas.

182
Em relação à área de jogo, no basquete, a quadra oficial de basquete possui
várias demarcações que delimitam os espaços a serem ocupados pelos jogadores.
O garrafão ou área restritiva (retângulo em laranja) é uma zona em que os atacantes
não podem permanecer por mais de 3 segundos. A extremidade do garrafão oposta
à cesta marca o local onde os jogadores realizam o lance livre. A linha que circunda
o lance livre é utilizada para restringir o acesso de jogadores ao seu interior durante
a realização de um lance livre por algum jogador. O semicírculo maior (linha de três
pontos) reflete o valor dos pontos durante os arremessos. Em seu interior, os arremessos
convertidos valem 2 pontos. Em seu exterior, os arremessos convertidos valem 3
pontos. O círculo central limita o acesso aos jogadores que não fazem parte da
disputa de bola ao ar, ao início do jogo. A Figura 7 mostra algumas dessas
características da quadra de basquete.

Figura 7: Dimensões oficiais da quadra de jogo

Fonte: Regras Oficiais CBB (2018, p. 7)

De modo geral, os arremessos nos lances livres valem 1 ponto e, dentro da área
limitada pela linha de 3 pontos, os arremessos convertidos valem 2 pontos. No seu
exterior, como o nome sugere, valem 3 pontos. Ainda que o campo de jogo oficial
seja em um retângulo de 28 m x 15 m, algumas competições não oficiais podem
apresentar quadras que variam o seu comprimento entre 22 m e 28 m e a largura

183
entre 13 m a 15 m (CBB, 2018).
O início do jogo assume formas diversas, seja a partir de cara e coroa, disputas
de par ou ímpar ou com a equipe que acertar o primeiro lance livre. O tempo de
jogo oficial estabelecido pela FIBA é de 40 minutos, divididos em 4 tempos de 10
minutos. Em caso de empate, as equipes jogam duas prorrogações de 5 minutos até
que uma das equipes vença. Em competições não oficiais, como as escolares, é
comum que o jogo dure menos, muitas vezes em 2 períodos de 10 minutos,
possibilitando que uma maior quantidade de times e jogadores possam experimentar
o esporte e as competições não se tornem demasiadamente longas (GONÇALVES e
ROMÃO, 2019).

Início e Desenvolvimento do jogo


De acordo com CBB (2018) o jogo de basquete é iniciado com a bola sendo
lançada ao ar pelo árbitro, no centro da quadra, entre dois jogadores, um de cada
equipe. Os atletas que disputarão o lance devem tentar tapear a bola quando ela
estiver em trajetória descendente. O restante dos jogadores deve permanecer fora
do círculo central da quadra. Após o lance inicial, o jogador com a posse da bola
pode efetuar o drible, passar ou arremessar a bola.
Os jogadores podem movimentar-se pela quadra livremente sem a bola. Com
a bola em suas mãos, podem permanecer na posição em que estão ou efetuando
até dois passos por até 5 segundos, tendo que passá-la, arremessá-la ou driblar o
adversário. Efetuando o drible, o atleta pode mover-se com a bola sem que haja um
limite definido de passos.
De acordo com CBB (2018) o jogo é desenvolvido entre as quatro linhas das

184
extremidades da quadra. É importante destacar que essas linhas não fazem parte do
campo de jogo. Ou seja, se a bola toca as linhas laterais ou finais, ela é considerada
fora de jogo. O mesmo ocorre quando a bola toca o solo além dessas linhas.
Do mesmo modo, o jogador de posse da bola não pode pisar nas linhas das
extremidades ou além delas. Enquanto a bola estiver no ar, ainda que tenha
ultrapassado a distância demarcada pelas linhas laterais ou finais, a bola é
considerada em jogo. Caso dois jogadores agarrem a bola simultaneamente (bola
presa), não havendo a possibilidade de definir a sua posse, a bola é lançada ao ar
pelo árbitro no círculo mais próximo de onde a bola presa ocorreu. Além disso, os
jogadores podem ser substituídos em qualquer momento do jogo; no entanto,
apenas quando o jogo estiver interrompido (bola morta), conforme descreve
Gonçalves e Romão (2019).
Faltas
De acordo com CBB (2018) citado por Gonçalves e Romão (2019) o basquete
é um jogo bastante dinâmico e com diversas corridas e saltos que resultam no
contato direto dos jogadores. Assim, quando um jogador encosta de forma não
proposital em um adversário, o lance geralmente é interpretado como uma jogada
normal. No entanto, é vedado agarrar, empurrar ou impedir os movimentos de um
jogador adversário utilizando-se de braços ou pernas. Quando uma falta ocorre sobre
um jogador que não está realizando o ato de arremesso, o jogo é paralisado e
recomeça na linha mais próxima do local onde a falta ocorreu, seja na linha lateral
ou linha final (exceto diretamente atrás da tabela). Quando a falta ocorre sobre um
jogador que está efetuando um arremesso, são concedidos lances livres de acordo
com as seguintes situações:
 Se a cesta for convertida, a sua pontuação será válida e o jogador que sofreu
a falta tem direito a um lance livre, podendo somar mais um ponto para a sua
equipe.
 Se a cesta não foi convertida, o jogador que sofreu a falta tem direito a efetuar
dois ou três lances livres, conforme o local em que a falta foi realizada (dentro
ou fora do semicírculo da linha de 3 pontos). Cada lance livre vale 1 ponto, de
modo que o jogador pode somar até 3 pontos ao final dos arremessos.
Gonçalves e Romão (2019) em sua obra, descreve a regulamentação do
basquetebol divididos em duas modalidades: o basquete 3x3; e o basquete formal
(regido pelas regras da FIBA – Federação Internacional de Basketball.

185
As regras do basquete 3x3
Mesmo pouco difundido como esporte oficial, o basquete 3x3 tem mais de
50.000 jogadores registrados pela FIBA (Federação Internacional de Basquete), e em
torno de 250 milhões de adeptos por quadras ao redor do mundo, fato que a
transformou em uma das mais novas modalidades olímpicas, incluídas no quadro de
modalidades, para as Olimpíadas de Tóquio (2020), que ocorreram no ano de 2021,
devido à pandemia da COVID-19.
A modalidade, muito popular pela acessibilidade (já que em seu formado
amador pode ser jogada em praticamente qualquer quadra com uma cesta),
começou a se tornar profissional no final da década de 80.
Como o nome sugere, no 3x3 cada equipe é composta por três jogadores em
quadra, mais um substituto. O jogo é disputado em uma área menor (15 m x 11 m)
que funciona como metade da quadra padrão, com uma só cesta, mantendo as
marcações originais. As regras, no entanto, mudam: o que em um jogo normal é uma
bola que vale três pontos, no 3x3 são pontuados dois. Ganha a equipe que marcar
21 pontos primeiro ou a que estiver com maior número de cestas feitas ao final de 10
minutos. As faltas, o drible e as possibilidades de se deslocar são praticamente as
mesmas do basquete formal (FIBA, 2016).
Cada uma possui 12 segundos para executar suas jogadas e marcar sua
pontuação, que pode variar entre lances de dois pontos (atrás da linha demarcada),
e um ponto (dentro da linha ou lances livres, semelhantes ao do basquete
convencional). Em caso de empate, a disputa vai para uma prorrogação, onde a
primeira equipe a marcar dois pontos é a vencedora.
Por se tratar de apenas uma tabela, as equipes, após recuperarem a bola no
interior da linha demarcatória, devem fazer com que ela chegue até o seu exterior
antes de fazer uma nova investida de ataque em direção à cesta (NAE, 2014 citado
por GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
Os pontos também mudam: aqueles realizados dentro da linha demarcatória
valem apenas um ponto e as cestas realizadas em seu exterior valem dois pontos.
No Brasil, a ANB 3x3 (Associação Nacional de Basquete 3×3) é a maior
organizadora de torneios oficiais da modalidade. Três campeonatos oficiais da
organização classificam para as etapas do FIBA 3x3 World Tour, o Mundial do esporte.
O primeiro evento teste de 3x3 organizado pela FIBA aconteceu em 2007, durante os
Asian Indoor Games (Jogos Asiáticos em Local Coberto, na tradução livre), em

186
Macau, na China. Vale ressaltar que a FIBA permite que atletas profissionais do
basquete convencional participem dos torneios de 3x3, ainda que nenhuma grande
estrela tenha participado até o momento.
As regras são feitas para tornar o jogo mais rápido e empolgante. A atmosfera
com muita música e cultura urbana ajuda a atrair o público jovem. O 3x3 é a
oportunidade para novos jogadores, organizadores e países levarem o basquete das
ruas para o “Palco Mundo” (CBB, 2020).

Você verá a seguir, as principais regras que regem os principais campeonatos


nacionais e internacionais do basquete formal, praticado por 5 jogadores em cada
equipe (em quadra) e que possui um grande número de adeptos ao redor do mundo,
com destaque ao basquetebol norte-americano, considerado o mais “poderoso” do
mundo, tendo a liga cuja representatividade expande fronteiras, a National
Basketball Association (em inglês) mais conhecida como NBA.
Por outro lado, é importante ressaltar que as ligas possuem algumas
particularidades em suas regras, consideradas oficiais, e que diferem, como por
exemplo: o tempo de jogo para partidas oficiais no Brasil, homologadas pelo NBB –
Novo Basquete Brasil, é de 4 tempos (quartos) de 10 minutos cada, enquanto na NBA,
este tempo sobe para 12 minutos em cada quarto, mantendo-se o total de 04.
As regras do jogo formal
De acordo com Gonçalves e Romão (2019) as regras promulgadas por essas
instituições devem ser adotadas por todos os jogos e equipes que participam de seus
torneios. A começar, o jogo só tem seu início com a presença de alguns
equipamentos obrigatórios:
 tabelas e respectivos suportes;
 bolas de basquete;
 cronômetro de jogo;

187
 placar;
 relógio de 24 segundos;
 cronômetro ou dispositivo adequado (visível), e que não seja o cronômetro de
jogo, para cronometrar os tempos debitados;
 2 sinais sonoros independentes, altos e claramente distintos, um para o
operador do relógio de 24 segundos e outro para o cronometrista;
 súmula de jogo;
 marcadores de faltas de jogadores;
 marcadores de faltas de equipe;
 seta de posse alternada;
 piso de jogo;
 quadra de jogo;
 iluminação adequada.
Esses itens são fundamentais para que o jogo se desenvolva em alto nível, e
para que todas as marcações de infrações sejam devidamente sinalizadas pelos
árbitros, cronometristas e anotadores (GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
Você verá a seguir um resumo das principais regras oficiais do basquete,
regulamentadas pela CBB (versão 2018) e adaptadas por Gonçalves e Romão (2019),
incluindo as sinalizações executadas pelos árbitros e seus respectivos significados e a
súmula (modelo) utilizada em partidas oficiais da modalidade.
Equipes
Os membros da equipe só são autorizados a entrar em quadra quando seus
nomes estão devidamente relacionados na súmula do jogo. As equipes podem ser
compostas por até 12 jogadores, um técnico, um assistente técnico e até sete
acompanhantes da equipe (gerente, médico, fisioterapeuta, estatístico, intérprete,
etc.). Os uniformes dos jogadores devem ser iguais, variando apenas a sua
numeração, que pode ser representada pelos números 0 e 00 e entre 1 e 99.
Regulamentos de jogo
O tempo regulamentar de jogo é de 40 minutos, divididos em quatro tempos.
Entre o primeiro e o segundo tempo e entre o terceiro e quarto tempo, o intervalo é
de dois minutos. No meio tempo da partida, o intervalo é de 15 minutos. O início do
jogo começa quando o árbitro lança a bola ao alto e ela atinge o ponto máximo de
altura, podendo ser disputada pelos jogadores. Os inícios dos outros tempos ocorrem
a partir da reposição lateral.

188
Violações
As violações são as infrações às regras de jogo sem que haja o contato
corporal irregular entre adversários. A equipe que pratica uma violação sofre uma
penalidade em que a bola será concedida aos adversários para uma reposição nas
linhas extremas da quadra, no local mais próximo à infração, exceto diretamente
atrás da tabela. O Quadro 2 mostra as violações que caracterizam o basquete
formal.

Quadro 4: Violações do basquete formal

Situação Descrição

Um jogador está fora da quadra quando


qualquer parte do seu corpo está em contato
com o piso, ou qualquer outro objeto que não seja
Jogador fora da quadra e bola um jogador em cima, sobre ou fora da linha
fora da quadra limítrofe. A bola está fora da quadra quando ela
toca: um jogador ou qualquer outra pessoa que
está fora da quadra; o piso ou qualquer outro
objeto em cima, sobre ou fora da linha limítrofe; ou
o suporte da tabela, a parte posterior da tabela
ou qualquer objeto acima da quadra de jogo.

Um jogador não deverá driblar pela segunda vez,


após seu primeiro drible ter terminado, a menos
que, entre os 2 dribles, ele tenha perdido o
Drible controle da bola na quadra de jogo devido a um
arremesso para uma cesta de campo; ou um
toque na bola por um adversário; ou um passe ou
“fumble” (perder o controle da bola) que tenha
tocado ou sido tocado por outro jogador.

Um jogador não deverá permanecer na área


restritiva dos adversários por mais de 3 s
3 segundos consecutivos enquanto sua equipe está com o
controle de uma bola viva na quadra de ataque e
o cronômetro de jogo está ligado.

Um jogador marcado de perto (menos de


Jogador marcado 1 m de distância de um adversário) deve passar,
de perto (5 segundos) arremessar ou driblar a bola dentro de 5 s.

Quando um jogador ganha o controle da


bola na quadra de defesa ou, em uma reposição,
8 segundos a bola toca ou é legalmente tocada por qualquer

189
jogador na quadra de defesa e a equipe do
jogador que está fazendo a reposição permanece
com o controle da bola na sua quadra de defesa,
esta equipe deve fazer a bola ir para a sua quadra
de ataque (metade da quadra onde se encontra
a cesta adversária) dentro de 8 s.

Quando um jogador obtém o controle da


bola na quadra de jogo ou, durante uma
24 segundos reposição, a bola toca ou é legalmente tocada
por qualquer jogador na quadra de jogo e a
equipe deste jogador que está fazendo a
reposição permanece com o controle da bola,
esta equipe deve tentar um arremesso para uma
cesta de campo dentro de 24 s.

Bola retornada para Quando a bola ultrapassa a linha


a quadra de defesa demarcatória da metade da quadra em direção
ao ataque, ela não pode ser retornada para a
quadra de defesa.

Uma violação é cometida quando um


jogador toca a
cesta ou a tabela enquanto a bola está
em contato com o aro; após um lance livre que
será seguido por lance(s) livre(s) adicional(is), um
jogador toca a bola, a cesta ou a tabela
Tendência de cesta enquanto houver a possibilidade de aquela bola
e interferência entrar na cesta; quando um jogador alcança a
bola através da cesta, por baixo, e toca a bola;
quando um jogador defensor toca a bola ou a
cesta enquanto a bola está dentro da cesta,
impedindo, assim, que a bola passe através da
cesta; quando um jogador faz com que a cesta
vibre ou agarra a cesta de maneira que, no
julgamento de um oficial, a bola seja impedida de
entrar na cesta ou faça com que a bola entre na
cesta; ou quando um jogador agarra a cesta para
jogar a bola.

Fonte: Gonçalves e Romão (2019, p. 14 e 15) Adaptado de CBB (2017).

Faltas
De acordo com Gonçalves (2019) as faltas são infrações às regras que estão
relacionadas ao contato pessoal ilegal com algum adversário ou a um
comportamento antidesportivo. As faltas podem ser classificadas em: pessoal, dupla,
técnica, antidesportiva, desqualificante ou briga. As faltas podem ser punidas com
perda da posse de bola ou com um ou mais lances livres. O Quadro 3, apresenta
cada uma dessas situações.

190
Quadro 5: Faltas do basquete formal
Situação Descrição Penalidade

Um jogador não deve Se a falta for cometida


segurar, bloquear, empurrar, em um jogador que não
fazer carga, calçar ou está no ato de arremesso,
impedir o progresso de um o jogo será reiniciado
adversário, estendendo sua com uma reposição pela
mão, braço, cotovelo, ombro, equipe não infratora no
quadril, perna, joelho ou pé, local mais próximo da
nem inclinar seu corpo em uma infração.
posição “anormal” (fora de seu Se uma falta for cometida
cilindro) ou provocar qualquer em um jogador que está
Falta pessoal jogada dura ou violenta. no ato de arremesso, a
O princípio do cilindro é definido esse jogador deverá ser
pelo espaço ocupado pelo concedido um número de
jogador em um cilindro lances livres como segue:
imaginário, Se o arremesso lançado
que é delimitado à frente, da área de cesta de
pelas palmas das mãos, por campo for convertido, a
trás, pelas nádegas, e aos cesta deverá contar e,
lados, pela parte externa em acréscimo, será
de braços e pernas. concedido mais 1 lance
livre.
Se o arremesso lançado
da área de campo não
for convertido, será
concedida a quantidade
de lances livres
correspondente à
pontuação possível de ser
executada pelo jogador
que sofre a falta (2 ou 3
lances livres).

Uma falta dupla é uma situação Nessas ocasiões, os lances


em que dois adversários livres não são aplicados e
cometem faltas pessoais, um a bola deve ser
Falta dupla contra o outro, recolocada em jogo para
aproximadamente ao mesmo a equipe que tinha a
tempo. posse de bola ou a bola
deve ser lançada ao alto,
quando nenhuma das
equipes detinha sua
posse.

Uma falta técnica é uma falta Se uma falta técnica for


de jogador que não envolve cometida:
contato e tem natureza Por um jogador, uma
comportamental, incluindo, mas falta técnica será
não limitada a: desprezar marcada contra ele
advertências dadas pelos como uma falta de
oficiais; tocar jogador e deverá contar

191
desrespeitosamente os oficiais, o como uma das faltas de
Falta técnica comissário, os oficiais de mesa equipe.
ou os membros de equipe; Por membros de
comunicar-se equipe, uma falta técnica
desrespeitosamente com os será marcada contra o
oficiais, o comissário, os oficiais técnico e não deverá
de mesa ou os adversários; usar contar como uma das
linguagem ou gestos que faltas de equipe.
possam ofender ou incitar os Além disso, aos
espectadores; adversários, será
molestar e provocar um concedido 1 lance livre,
adversário; obstruir a visão de seguido por uma
um adversário acenando a(s) reposição na linha central
mão(s) próximo aos seus olhos; estendida, do lado
balançar excessivamente os oposto à mesa de
cotovelos; retardar o jogo por controle ou por uma bola
tocar a bola deliberadamente, ao alto no círculo central
após ela passar através da para iniciar o
cesta ou para impedir que uma primeiro período, quando
reposição seja feita ocorre antes do início do
prontamente; cair para simular jogo.
uma falta (fake); pendurar-se no
aro de forma que o peso do
jogador seja suportado pelo
mesmo, a menos que um
jogador agarre o aro,
momentaneamente, após uma
enterrada ou, no julgamento de
um oficial, está tentando
prevenir-se ou prevenir de
causar a outro jogador uma
lesão; interferência de cesta
durante o último ou único lance
livre por um jogador defensor.

Uma falta antidesportiva ocorre Lance(s) livre(s) serão


quando não há uma tentativa concedidos ao jogador
legítima de jogar, diretamente, que sofreu a falta,
a bola dentro do espírito e seguido por:
intenção das regras; quando há Uma reposição na linha
contato excessivo causado por central estendida, do
um jogador em um esforço para lado oposto da mesa de
jogar a bola ou um adversário; controle.
quando há contato Uma bola ao alto no
desnecessário causado por círculo central para iniciar
jogador o primeiro período.
defensor para parar a O número de lances livres
progressão da equipe atacante será concedido como
Falta antidesportiva na transição — segue:
isso apenas se aplica até que o Se a falta for cometida
jogador atacante inicie seu ato em
de arremesso; quando há um jogador que não está
contato de um jogador no ato de arremesso: 2
defensor, por trás ou lances livres.
lateralmente, em um adversário

192
na tentativa de parar o contra- Se a falta for cometida
ataque e não há nenhum em um jogador no ato de
jogador defensor entre o arremesso: a cesta, se
atacante e a cesta do convertida, contará e, em
adversário. — isso apenas se acréscimo, 1 lance livre.
aplica até que o jogador Se a falta for cometida
atacante inicie seu ato de em um jogador no ato de
arremesso; quando há contato arremesso e a cesta não
de um jogador defensor em for convertida, 2 ou 3
um adversário na quadra de lances livres.
jogo, durante os últimos 2 Um jogador deverá ser
minutos no quarto período ou desqualificado pelo
em cada período extra, quando restante do jogo quando
a bola está fora da quadra, ele for sancionado com 2
para uma reposição, e ainda faltas técnicas, ou 2 faltas
está nas mãos do oficial ou à antidesportivas, ou 1 falta
disposição do jogador que está antidesportiva e 1 falta
fazendo a reposição. técnica.

Uma falta desqualificante é um Lance(s) livre(s) será(ão)


Falta comportamento antidesportivo concedido(s):
desqualificante flagrante de um jogador, A qualquer adversário,
substituto, como designado pelo seu
técnico, assistente técnico ou técnico, no caso de uma
acompanhante de equipe. falta sem contato.
Ao jogador que sofreu a
falta, no caso de uma
falta com contato.
Seguido por:
Uma reposição no
prolongamento da linha
central estendida, do
lado oposto da mesa de
controle.
Uma bola ao alto no
círculo central para iniciar
o primeiro período.
O número de lances livres
será concedido, como
segue:
Se a falta for sem
contato: 2 lances livres.
Se a falta for cometida
em
um jogador que não está
em ato de arremesso: 2
lances livres.
Se a falta for cometida
em
um jogador que está no
ato de arremesso: a
cesta, se convertida,
deverá contar e, em
acréscimo, 1 lance livre.

193
Se a falta for cometida
um jogador em ato de
arremesso e a cesta não
for convertida: 2 ou 3
lances livres.

Briga é uma interação física Independentemente do


entre 2 ou mais adversários número de membros de
(jogadores e membros de equipe (técnicos,
equipe). assistentes
técnicos, substitutos,
jogadores excluídos ou
acompanhantes de
equipe) desqualificados
por deixarem a área de
banco, uma única falta
técnica (“B”) será
Briga registrada contra o
técnico.
Se os membros (técnicos,
assistentes técnicos,
substitutos, jogadores
excluídos ou
acompanhantes de
equipe)
de ambas as equipes
forem
desqualificados sob este
artigo e não existirem
outras
penalidades de faltas
restantes para
administrar, o jogo deverá
continuar como segue:
Se, aproximadamente,
ao mesmo tempo que a
partida foi paralisada por
causa da briga:
Uma cesta válida é
convertida, a bola deverá
ser
concedida à equipe que
não
marcou os pontos para
uma
reposição em qualquer
lugar
da linha final.
Uma equipe tinha o
controle da bola ou tinha
o direito a ela, a bola
deverá ser concedida
para esta equipe para
uma reposição no
prolongamento da linha

194
central estendida, do
lado oposto da mesa de
controle.
Nenhuma das equipes
tinha o controle da bola,
nem tinha direito a ela,
uma situação de bola ao
alto ocorre.

Fonte: Gonçalves e Romão (2019, p. 16 a 20) Adaptado de CBB (2017)

Arbitragem no basquetebol
Os sinais manuais ilustrados a seguir são os únicos sinais oficiais válidos, de
acordo com a CBB (2020).
De acordo com a regra 8, em seu artigo 45 (CBB, 2020) em uma partida oficial
de basquetebol, os árbitros serão um árbitro principal, além de 01 ou 02 fiscais. Eles
serão auxiliados pelos oficiais de mesa e por um comissário, se presente. Os oficiais
de mesa serão um apontador, um assistente de apontador, um cronometrista e um
operador de 24 segundos. O comissário deverá sentar entre o apontador e o
cronometrista. Sua função principal durante o jogo é supervisionar o trabalho dos
oficiais de mesa, e auxiliar o árbitro principal e o(s) fiscal(is) no bom andamento da
partida. Os árbitros de uma determinada partida não devem ter qualquer tipo de
ligação com nenhuma das equipes na quadra de jogo.
Ainda de acordo com CBB (2020), os árbitros, os oficiais de mesa e o comissário
deverão conduzir a partida de acordo com estas regras e não tem autoridade para
mudá-las. O uniforme dos árbitros consistirá de camisetas de árbitros, calças
compridas pretas, meias pretas e tênis preto de basquetebol. E por fim, os árbitros e
os oficiais de mesa deverão estar uniformemente vestidos.
A seguir você verá os sinais oficiais realizados pela equipe de arbitragem.

195
Figura 8: Sinais oficiais realizados pelos árbitros no basquetebol

196
197
198
199
200
201
Fonte: Regras Oficiais CBB (2020, p.62-69)

As regras aqui apresentadas são aquelas consideradas básicas para


compreender ou desenvolver uma partida desse esporte.
Atualmente, as regras apresentadas pela FIBA são oito, mas, ainda que o
número total de regras tenha diminuído (em sua primeira formatação eram 13), o
formato atual se desmembra em 50 artigos, somados aos sinais de arbitragem,

202
normas de súmula, formas de protesto, entre outros elementos e situações que se
desenvolvem durante o jogo.
Gonçalves e Romão (2019) menciona que embora a regulamentação atual
tenha se distanciado e acrescentado muitos novos elementos ao basquete, suas
regras básicas são bastante simples, de modo que esse esporte pode ser
implementado e desenvolvido nos mais diversos locais, em caráter pré-desportivo ou
recreativo. Nesse sentido, ainda de acordo com o autor, conhecer todas as
possibilidades e características é fundamental para que o profissional de Educação
Física consiga promover o esporte e o bem-estar em qualquer espaço em que deseje
atuar.

203
FIXANDO O CONTEÚDO

1. As regras em todos os esportes são estabelecidas para garantir uma disputa justa
entre competidores e promover um ambiente de boa esportividade. No basquete,
assim como em qualquer oura modalidade esportiva, é de vital importância que
todos os jogadores que queiram participar, obtenham os recursos que precisam
para aprender e aderir às regras. Considerando a Regra 01, que trata do jogo em
si do basquete, analise as assertivas a seguir:

I. O basquetebol é jogado por 2 equipes de cinco 5 jogadores cada.


II. O jogo é conduzido pelos oficiais, oficiais de mesa e um comissário, se presente.
III. O objetivo do basquete é fazer com que a bola atravesse o interior de um aro
localizado em uma tabela a uma altura de 2,95 m do solo.
IV.O jogo é conduzido pelos oficiais, oficiais de mesa e um cronometrista, se presente.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.

2. De acordo com Gonçalves (2019) as faltas são infrações às regras que estão
relacionadas ao contato pessoal ilegal com algum adversário ou a um
comportamento antidesportivo. As faltas podem ser classificadas em: pessoal,
dupla, técnica, antidesportiva, desqualificante ou briga. As faltas podem ser
punidas com perda da posse de bola ou com um ou mais lances livres.

Avalie as afirmações a seguir e assinale verdadeiro (V) ou falso (F).

( ) Falta dupla é uma situação em que dois ou mais adversários cometem faltas
pessoais, um contra o outro, aproximadamente ao mesmo tempo.

204
( ) Se uma falta técnica for cometida por um jogador, um arremesso livre deve ser
cobrado do local mais próximo a ocorrência desta falta, contando como falta
somente do jogador, e não da equipe (cumulativa).
( ) Uma falta antidesportiva ocorre quando há contato excessivo causado por um
jogador em um esforço para jogar a bola ou um adversário.
( ) Uma falta desqualificante é um comportamento antidesportivo flagrante de um
jogador, substituto, técnico, assistente técnico ou acompanhante de equipe.
( ) Se a falta for cometida em um jogador que não está no ato de arremesso, o jogo
será reiniciado com uma reposição pela equipe não infratora no local mais
próximo da infração.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) V- F- F-V- V.
b) F- V- F- F- F.
c) F- V- F- F- V.
d) V- V- F- V- F.
e) F- F- V- V- V.

3. Mesmo pouco difundido como esporte oficial, o basquete 3x3 tem mais de 50.000
jogadores registrados pela FIBA (Federação Internacional de Basquete), e em
torno de 250 milhões de adeptos por quadras ao redor do mundo, fato que a
transformou em uma das mais novas modalidades olímpicas.

Neste sentido, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No basquete 3x3, a quantidade de jogadores em quadra é menor, se comparada


ao basquete convencional. Neste caso, limitando-se a 3 jogadores em cada
equipe, atuando como titulares e 1 reserva para cada lado.
PORQUE
II. O jogo é disputado em uma área menor (15 m x 11 m) que funciona como
metade da quadra padrão, com uma só cesta, mantendo as marcações
originais, permitindo desta forma, a fluidez e dinâmica de jogo.

205
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

4. (EDUCA - 2019). O basquete, ou basquetebol, é um jogo de origem norte-


americana do século XIX. Pode ser jogado tanto em quadras abertas quanto
fechadas e, embora seja um esporte praticado por homens em sua maioria,
também é jogado por mulheres até mesmo em grandes torneios esportivos.
Geralmente é disputado por duas equipes, cada uma com 5 jogadores. São
consideradas regras do basquete:

I. Cada partida tem duração de 40 minutos (na NBA são 48 minutos), sendo dividida
em quatro tempos de 10 minutos (na NBA são 4 tempos de 12 minutos). Em caso
de empates ao final do jogo, são permitidas prorrogações de 5 minutos.
II. A partida é supervisionada por quatro árbitros.
III. O jogo começa quando um dos árbitros lança a bola para cima. A bola será,
então, disputada pelos jogadores que se encontram no círculo central a partir do
momento em que ela atingir o ponto mais alto de sua trajetória.
IV.O manejo da bola deve ser feito somente com as mãos. É proibido, entretanto,
caminhar com ela em mãos por mais de dois passos. Deslocamentos maiores com
a bola devem ser feitos quicando-a continuamente.
V. A cesta é feita quando a bola atravessa o cesto adversário. Cada cesta de
campo vale 2 pontos. Quando é feita antes da linha dos 3 pontos, vale,
obviamente, 3 pontos. Por fim, um cesto de lance livre tem o valor de 1 ponto.
VI.É permitido a um jogador cometer no máximo 7 faltas (na NBA são 5 faltas). A
partir disso, ele será eliminado da partida em questão.

Estão CORRETAS as alternativas:

206
a) I, II e III, apenas.
b) I, II, V e VI, apenas.
c) I, III, IV e V, apenas.
d) III, IV, V e VI, apenas.
e) I, II, III, IV, V e V.

( ) A Regra 02 trata da Quadra de Jogo e Equipamentos. O objetivo de cada


equipe é marcar o maior número de pontos possível, evitando que a equipe
adversária faça o mesmo. Uma quadra oficial de basquete segue padrões de
comprimento e largura, assim como de altura das tabelas e cestas. Observe a
imagem abaixo (quadra oficial) e analise as assertivas a seguir:

I. A quadra de jogo terá uma superfície rígida, plana, livre de obstruções com
dimensões de 25 m de comprimento por 12 m de largura, medidos desde a
margem interna da linha limítrofe.
II. A quadra de ataque de uma equipe consiste da cesta dos adversários, a parte
interna da tabela e a parte da quadra de jogo limitada pela linha final atrás da
sua própria cesta, as linhas laterais e a margem interna da linha central mais
próxima da própria cesta.

207
III. A quadra de defesa de uma equipe consiste na cesta da própria equipe, na parte
interna da tabela e a parte da quadra de jogo limitada pela linha final atrás da
sua própria cesta, as linhas laterais e a linha central.
IV.A quadra, geralmente, é composta por duas cestas suspensas, presas a tabelas
que se encontram a 2,95 m do solo.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) II e III apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.

6. (DES IFSUL – 2012- Adaptada). Sobre as regras do basquetebol são feitas as


seguintes afirmativas:

I. Uma partida é jogada em quatro períodos de 12 minutos.


II. Apenas um substituto tem o direito de solicitar uma substituição.
III. Cada equipe terá o direito de pedir até dois tempos no primeiro tempo da partida
e até três pedidos de tempo no segundo tempo da partida.
IV.Após um arremesso à cesta, quando a bola está acima do nível do aro e um
jogador de defesa toca na bola, sempre acontecerá uma falta chamada
interferência no arremesso.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e III.
b) II e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

208
7. “(...) De acordo com CBB (2018) o jogo de basquete inicia com a bola sendo
lançada ao ar pelo árbitro, no centro da quadra, entre dois jogadores de equipes
opostas. Os atletas que disputarão o lance devem tentar tapear a bola quando
ela estiver em trajetória descendente. O restante dos jogadores deve permanecer
fora do círculo central da quadra.

A partir do excerto acima, e considerando seus conhecimentos sobre o tema,


avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. Após o lance inicial, o jogador com a posse da bola pode realizar mais de dois
passos (dois apoios) com a bola em mão, e efetuar o drible, passar ou arremessar
a bola.
PORQUE
II. Cabe ao técnico definir sua equipe, e os sete jogadores que iniciarão a partida,
definindo os titulares e reservas, respeitando sempre as regras oficiais, dentre as
quais o manejo de bola.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

8. Atualmente, o basquetebol é uma das modalidades presentes nos jogos olímpicos


e consideradas mais populares no mundo. Nas escolas, é um dos esportes mais
praticados nas aulas de educação física e tem crescido muito principalmente nos
países da América do Sul. Neste sentido, o basquetebol pode assumir diferentes
formas e/ou maneiras de pratica, desde as formais quanto as não-formais. Analise
as afirmações a seguir:

209
I. Em jogos de até 3 jogadores em cada equipe, é comum que o basquete seja
desenvolvido em apenas metade da quadra, com as duas equipes utilizando
uma mesma cesta.
II. Na prática forma, os arremessos nos lances livres valem 2 pontos e, dentro da área
limitada pela linha de 3 pontos, os arremessos convertidos valem 1 ponto.
III. O tempo de jogo oficial estabelecido pela FINA é de 40 minutos, divididos em 4
tempos de 12 minutos. Em caso de empate, as equipes jogam duas prorrogações
de 10 minutos até que uma das equipes vença.
IV.Na prática não-formal, como as escolares, é comum que o jogo dure menos,
muitas vezes em 2 períodos de 15 minutos, com intervalo de 5 minutos,
possibilitando que uma maior quantidade de times e jogadores possam
experimentar o esporte.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

210
O BASQUETEBOL ADAPTADO Erro!
Fonte de
referênci
a não
11.1
encontra
O BASQUETEBOL COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL
da.
O esporte é reconhecido como um fenômeno social muito presente na
sociedade. Ele se manifesta de diferentes formas e pode ser aplicado com objetivos
diversos, com fins educativos, de lazer ou de alta performance, por exemplo.
Considerando a sua amplitude, costumeiramente é indicado como uma ferramenta
de inclusão social com grande potencial para contribuir na inserção de pessoas com
deficiência na sociedade.
Tratar do basquetebol em sua vertente inclusiva significa entender as
capacidades que essa modalidade esportiva possui de ir muito mais além que sua
prática formal. E aqui, vemos alguns princípios básicos que devem ser praticados
para que essa inclusão seja efetiva, em que o indivíduo seja respeitado, e sua
deficiência não seja uma barreira que impeça sua prática esportiva.
Gonçalves e Romão (2019) descrevem que para realmente existir a inclusão,
a pessoa com deficiência deve ser motivada a participar ativamente do convívio
social, como no trabalho e no esporte, por exemplo. Esses autores defendem que
adaptar as diferentes formas de convívio social e a busca pela solução de
problemas/necessidades tanto individuais quanto coletivas torna-se prioridade em
muitos momentos.
Cabe a nós, enquanto membros de uma sociedade, estarmos abertos à
modificações que permitam o compartilhamento entre todas as pessoas, sem
distinções, de maneira que sejam reconhecidas como membros e produtos dessa
sociedade. A inclusão deve ser direcionada e compreendida pela essência da
diversidade, tendo em vista o senso de pertencimento e aceitação, bem como o
sentido de apoiar e ser apoiado, como elementos fundamentais para um ambiente
inclusivo (SHERRILL, 1993 citado por GONÇALVES e ROMÃO, 2019).
No âmbito legislativo, destaca-se dentre diversas Leis elaboradas, e em grande
parte fracassadas, a Lei 13.146, de 2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão

211
(LBI) das PcDs, ou Estatuto da PcD, que constitui um documento fundamental e
provavelmente o mais importante para o reconhecimento e valorização dessa
população. Essa Lei trouxe diversas modificações no ordenamento jurídico em
relação ao tema, tendo como objetivo oferecer condições de igualdade quanto aos
direitos fundamentais, almejando o processo de inclusão social. A lei reafirma que a
cultura, o esporte e o lazer são direitos das PcDs e que o Estado tem a
responsabilidade de oferecer ambientes propícios para tal (BRASIL, 2015).
Em adição, é importante destacar que a Constituição de 1988, apresentou o
prenúncio de todo o desenvolvimento direcionado às políticas públicas e incentivo
à participação das pessoas com deficiência nas atividades esportivas comuns, o que
inclui toda forma de manifestação esportiva na sociedade, bem como todos os níveis
de disputa (BRASIL, 2015). De acordo ainda com a Constituição Brasileira de 1988,
ainda, devem assegurar que as pessoas com deficiência participem de atividades
esportivas e recreativas; tal participação deve acontecer em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas. Além disso, as pessoas com deficiência
precisam ter amplo acesso aos serviços prestados por pessoas ou entidades
envolvidas na organização de atividades recreativas, turísticas, esportivas e de lazer.
E por fim, assegurar, também, que as pessoas com deficiência tenham acesso a
locais de eventos esportivos, recreativos e turísticos. As instalações precisam ser
adaptadas para que as pessoas com deficiência consigam se locomover com
autonomia, além de ter uma boa visão do espetáculo (BRASIL, 2015).
De maneira geral, o objetivo das autoridades públicas é oferecer condições
de igualdade para que a PcD se insira nos diversos contextos sociais, o que inclui
ambientes direcionados a práticas esportivas e de lazer, seja como ator principal ou
como espectador do espetáculo, e no caso da participação nos esportes,
independentemente do nível (educacional, lazer/participação ou rendimento), o de
oferecer condições ideais para que essa prática seja real, significativa e
transformadora na vida dessas pessoas.
Atrelado à inclusão, é importante destacar a popularização do desporto
paraolímpico, que possibilitou uma ascensão até então nunca antes vista, dos
esportes adaptados, neste caso, de performance. Adams et al. (1985, p. 217) citado
por Gonçalves e Romão (2019) descrevem: (...) “graças às atividades recreativas, os
deficientes físicos encontram a motivação necessária para participarem da
comunidade mais ampla, de produzir, de trabalhar e de assumir papéis de liderança

212
na comunidade”.
Neste sentido, o basquete em cadeira de rodas tem o objetivo de atender
crianças, adolescentes e adultos, dos sexos feminino e masculino, que tenham
interesse em aprender a modalidade, contribuindo, assim, para a inclusão social, a
partir do momento em que entende-se ser esta uma das ferramentas mais
importantes (basquete em cadeira de rodas) que podem desenvolver o indivíduo a
partir de uma concepção da ludicidade, por exemplo.

Figura 9: Prática do basquetebol em cadeira de rodas

Fonte: Disponível em: https://shutr.bz/3HVj5xW. Acesso em: 15 mar. 2021.

213
214
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (IADES - 2014). Basquetebol em cadeira de rodas é um desporto praticado


principalmente por indivíduos com deficiências físicas. É fundamentado no
basquetebol convencional, mas com algumas adaptações para refletir a
presença da cadeira de rodas e para harmonizar os diferentes níveis de
deficiência dos jogadores. Acerca desse tema, assinale a alternativa CORRETA.

a) A altura da tabela é um metro abaixo do basquetebol convencional.


b) As cadeiras não são adaptadas nem padronizadas.
c) As dimensões da quadra são reduzidas, porém a altura da tabela é a mesma.
d) As dimensões da quadra e a altura da tabela são as mesmas do basquetebol
convencional.
e) A participação de pessoas sem deficiência no basquetebol adaptado é proibida.

2. O basquete convencional envolve uma sucessão de esforços vigorosos, realizados


em cadências variadas. Trata-se de uma movimentação diversa, entre corridas,
lançamentos e saltos. O basquete adaptado, em cadeira de rodas, representa
grande estímulo para os jogadores/atletas que o praticam, tendo em vista,
sobretudo, as possibilidades de superação e integração social. Com a ampliação
da visão democrática, o crescimento da adesão à inclusão social da pessoa com
deficiência vem se tornando cada vez mais emergente. Em relação ao
delineamento de corpo, bem como à pessoa com deficiência, o que é desejável
considerar?

a) Aceitar a essência da diversidade e promover adequações.


b) Ignorar percepções e atitudes próprias da pessoa com deficiência.
c) Dissociar satisfação e imagem de corpo da pessoa com deficiência.
d) Discriminar e destacar as diferenças individuais corporais.
e) Priorizar a imagem do corpo “ideal” padronizada socialmente.

3. Especificamente, a opção pela prática do basquete em cadeira de rodas,


considerando as pessoas com necessidades especiais, sinaliza vários motivos,
envolvendo várias situações (fatores internos e externos). Considerando as

215
alternativas a seguir, o que pode ser sinalizado como um fator de destaque tendo
em vista os benefícios da prática do basquete em cadeira de rodas?

a) Melhora das habilidades motoras.


b) Melhora na ocupação do tempo livre.
c) Melhora em relação à deficiência.
d) Melhora das relações sociais.
e) Melhora da autoestima.

4. (ADM&TEC – 2020- Adaptada). Analise as afirmativas a seguir:

I. Na educação física adaptada, o professor deve ser paciente, observador e


criativo com os alunos, pois a atenção e a dedicação do docente são
fundamentais para abreviar as chances de sucesso das ações de inclusão das
pessoas com deficiência nos jogos e esportes escolares.
II. No nível cognitivo, os benefícios adquiridos pelo aluno com deficiência pela
prática da atividade física compreendem o desenvolvimento do raciocínio, da
atenção, a melhora da percepção espaço-temporal e o aumento do poder de
concentração.
III. A educação física adaptada para pessoas com deficiência compreende
técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados apenas
aos indivíduos com deficiências motoras decorrentes de acidentes, não sendo
possível adaptar as atividades para alunos com deficiências congênitas.

Marque a alternativa CORRETA:

a) Apenas I está correta.


b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.

5. A Lei n° 13.146/2005, também conhecida como “Lei Brasileira de Inclusão da


Pessoa com Deficiência”, trata dos direitos a serem oferecidos pelo Poder Público

216
às pessoas com deficiência, com o objetivo de promover a inclusão social. Sobre
essa lei, marque V para verdadeiro e F para falso.

( ) Representa um documento de ordem legal fundamental para o reconhecimento


e a valorização das pessoas com deficiência.
( ) Reafirma que a cultura, o esporte e o lazer são direitos fundamentais das pessoas
com deficiência, e é dever do Poder Público garantir o seu acesso.
( ) O Poder Público precisa ofertar acesso a atividades esportivas e de lazer,
independentemente da forma.
( ) As pessoas com deficiência terão direito a local reservado em locais públicos,
inclusive com direito à acompanhante.

Qual é a ordem correta das afirmativas?

a) F- F- V- V.
b) V- V- V- F.
c) V- V- F- V.
d) V- F- V- F.
e) F- V- F- V.

6. A pessoa com deficiência sempre foi estigmatizada e marginalizada ao longo da


história da humanidade. Existem relatos de agressão, sacrifícios, exposição ao
ridículo, segregação da convivência social, etc. Pensando em corrigir esses erros
e possibilitar a inclusão das pessoas com deficiência nos diversos contextos sociais,
políticas públicas vêm sendo criadas para estabelecer direitos e criar
oportunidades.

Conforme a Constituição de 1988, as políticas públicas de inclusão social das


pessoas com deficiência devem:

a) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso a locais de eventos


esportivos, recreativos e turísticos. As instalações precisam ser adaptadas para
que as pessoas com deficiência consigam se locomover com o auxílio de
terceiros, além de ter uma boa visão do espetáculo.

217
b) Assegurar que as crianças com deficiência possam participar de jogos e
atividades recreativas, esportivas e de lazer, inclusive no sistema escolar. É
necessário observar as possibilidades individuais, ou seja, não há a obrigação de
atingir igualdade de condições com as demais crianças.
c) Assegurar que as pessoas com deficiência participem de atividades esportivas e
recreativas, incentivando a instrução do treinamento pessoal e o uso de recursos
adequados. Porém, tal participação não precisar atingir igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.
d) Incentivar e promover a maior participação possível das pessoas com deficiência
nas atividades esportivas comuns em todos os níveis de disputa e em todas as
dimensões de manifestação esportiva, como os esportes de participação e de
alto rendimento.
e) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso limitado aos serviços
prestados por pessoas ou entidades envolvidas na organização de atividades
recreativas, turísticas, esportivas e de lazer, sem custos e com os devidos
privilégios.

7. (CONTEMAX – 2019). Pela característica essencial das cadeiras de rodas no


basquete em cadeira de rodas, elas possuem medidas adaptadas especiais.
Todas as regras devem ser atendidas para o jogo, EXCETO:

a) Os pneus traseiros devem ter diâmetro máximo de 66cm.


b) Os jogadores classe 3.5, 4.0 e 4.5 podem usar almofada de no máximo 5cm.
c) A altura máxima do acento deve ser 53 centímetros a partir do chão.
d) O apoio para os pés deve ficar a no máximo 11cm do chão.
e) Freios são permitidos em casos específicos.

8. O caminho que leva da exclusão à inclusão dos alunos com deficiência na escola
e das pessoas com deficiência na sociedade está relacionado às características
econômicas, sociais e culturais de cada época. O esporte é visto como uma das
melhores ferramentas que podem combater aspectos que são considerados
excludentes, e que tendem a segregar uma população que por vezes já se sente
excluída da sociedade. A respeito das estratégias de inclusão nas aulas de
Educação Física, um ponto fundamental é a adaptação. Sobre esse aspecto, é

218
correto afirmar:

a) O aluno com deficiência deve adaptar-se às atividades na aula, pois não é


possível o professor adaptar a aula para ele, prejudicando os demais colegas.
b) Refere-se à capacidade de cada aluno de realizar ou não as atividades que são
propostas nas aulas de Educação Física.
c) São necessárias adaptações no ambiente da escola, na metodologia do
professor e nos materiais utilizados, buscando garantir a inclusão dos alunos.
d) Diz respeito à possibilidade de participação dos alunos com deficiência e sua
interação com os colegas.
e) Não são necessários materiais específicos, pois isso causa diferenciação negativa
do aluno com deficiência em relação a seus colegas.

219
O BASQUETEBOL ENQUANTO Erro!
PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO Fonte de
RENDIMENTO referênci
a não
encontra
O basquete é um esporte que reúne fundamentos, os quais precisam progredir

da.
para habilidades específicas em situações de jogo e que, portanto, requerem cada
vez mais planejamento e organização. Dessa forma, o desenvolvimento dos aspectos
táticos, bem como de toda a estrutura depende, essencialmente, do
desenvolvimento satisfatório de capacidades motoras condicionantes e
coordenativas.
Por ser caracterizado como uma modalidade esportiva de cooperação e
oposição que envolve duas equipes, entre ataque e defesa, ocupando um espaço
comum, conforme descreve Ferreira e De Rose Jr. (2010). Trata-se de um jogo que
ocasiona contato direto entre os alunos/jogadores e requer habilidades específicas
para a execução dos fundamentos, reunindo ações combinadas e em sequência
lógica e objetiva.
No basquetebol, para que o aluno/jogador execute corretamente um ou mais
fundamentos do basquete, individual ou coletivamente, é preciso planejar uma
evolução progressiva. Neste sentido, a evolução progressiva apresenta as seguintes
fases: aprendizagem (fase 1: assimilação do gesto motor), fixação (fase 2: associação
dos fundamentos com situações de jogo) e aperfeiçoamento (fase 3: envolve o
máximo de aplicações práticas no jogo). E estes elementos devem ser trabalhados
de forma integrada aos demais que serão apresentados nesta seção: físico, técnico,
tático e psicológico.

12.1 PREPARAÇÃO FÍSICA, TÉCNICA, TÁTICA E PSICOLÓGICA NO


BASQUETEBOL

Em relação aos aspectos físicos do basquetebol, é importante compreender


que trata-se de uma modalidade que reúne aptidões físicas, perceptivas e
cognitivas, em alta intensidade, com padrão de habilidades motoras finas, sobretudo
de membros superiores.

220
(...) em geral, todos os jogadores percorrem em torno de 5.551 km
durante um jogo de alto nível, com pouca variação, dependendo da
posição/função de cada jogador dentro da quadra. Normalmente,
os armadores percorrem em torno de 5.162 km; laterais ou alas, em
média 5.273 km; e os pivôs chegam a 6.106 km, por se deslocarem de
tabela a tabela, considerando os rebotes ofensivos e defensivos que
estão sob sua responsabilidade. O número de saltos de armadores
acontecem em torno de 25 vezes no jogo, laterais, cerca de 30 vezes,
e a média dos pivôs é de 36 vezes, devido à maior demanda de
deslocamentos e responsabilidades (GONÇALVES e ROMÃO, 2019, p.
15-16).

Neste sentido, a maior parte da energia utilizada no basquete tem sua origem
nos estoques musculares (ATP/CP – energia em curto prazo: anaeróbias), não
menosprezando as atividades aeróbias. A predominância de níveis submáximos de
sobrecarga, no basquete, solicita uma recuperação de, no mínimo, 24 horas,
sobretudo para o aluno/jogador que participa de forma ativa no jogo. Assim, para o
aluno/jogador estar apto a participar efetivamente de um jogo, deve apresentar um
bom condicionamento físico, que transita entre três capacidades básicas motoras
condicionantes: força, resistência e velocidade (DE ROSE JUNIOR e TRICOLI, 2010).

Portanto, a essência da preparação física no basquete é que o


jogador consiga executar os fundamentos com o máximo de precisão
durante uma partida, destacado o desenvolvimento de resistência,
predominantemente anaeróbia. Sob a perspectiva psicológica, a
prática do basquete reúne as capacidades físicas do jogador e suas
percepções próprias em manifestações globais. Trata-se de o jogador
ter ciência acerca dos processos fisiológicos que ocorrem na prática,
como em situações que envolvem força e velocidade — por exemplo,
em impulsão vertical no rebote, qual via energética é utilizada.
Portanto, a cognição interfere na consciência do jogador, tendo em
vista a representação das suas capacidades físicas, bem como na
qualidade da sua percepção especializada Rudik (1990) citado por
Gonçalves e Romão (2019, p. 12).

De fato, as valências físicas [força, velocidade e resistência] são consideradas


as capacidades essenciais na preparação física do basquete, e serão discutidos mais
a frente, em combinação com os aspectos psicológicos, tão importantes quanto,
para a execução e tomada das ações no basquete.
As capacidades físicas de destaque no basquete são: força (de salto,
velocidade e resistência), velocidade (de reação, ações acíclicas e específicas no
jogo) e resistência (aeróbia, anaeróbia, de velocidade, de salto). Além disso, é
essencial ter capacidade de coordenação, como: agilidade, ritmo, junção de
coordenação visomotora, óculo-manual e diferenciação de imagem-campo
(FERREIRA e DE ROSE JR., 2010).

221
Já os aspectos técnicos, há uma tendência a se considerar, de senso comum,
que a simples execução prática seja uma qualificação suficiente para um bom
professor/técnico, o que de fato, não condiz com a realidade, sobretudo no alto
nível. Nesse contexto, De Rose Jr., e Tricoli (2010) destacam o seguinte acróstico (I-D-
E-A) como sugestão ao desenvolvimento dos aspectos técnicos da modalidade:
I - introdução da técnica;
D - demonstração da técnica;
E -explicação da técnica;
A- ajuda aos alunos/jogadores a praticarem a técnica.
Introdução da técnica: os alunos/jogadores iniciantes precisam compreender
o que estão aprendendo e o porquê. Para isso, o professor/técnico deve seguir os
seguintes passos.
a) Manter os alunos/jogadores atentos.
b) Iniciar destacando o nome da técnica.
c) Dar explicação clara sobre a relevância da técnica.
O importante é demonstrar exaltação e olhar nos olhos da assistência no
momento da comunicação. É fundamental que os alunos/jogadores estejam
posicionados de maneira que favoreça a visualização direta do professor/técnico,
que deve perguntar se todos têm a mesma percepção, antes de começar a falar
(AMERICAN SPORT EDUCATION PROGRAM, 2000 citado por GONÇALVES e ROMÃO,
2019).
Em relação ao nome da técnica, é importante definir a terminologia que
será considerada, tendo em vista outras possibilidades comuns, para que não cause
confusão na compreensão dos alunos/jogadores.
Demonstração da técnica: é considerada a parte mais representativa do
ponto de vista técnico, sobretudo para os jovens, em razão da novidade. Quem
nunca praticou uma atividade precisa iniciar a familiarização com imagens, e não
somente com a fala. As seguintes sugestões podem tornar mais a compreensão inicial
mais eficiente.
a) Demonstrar a técnica corretamente;
b) Fazer várias demonstrações;
c) Realizar as demonstrações de forma lenta para melhor visualização de
cada fase do movimento;
d) Executar a técnica em vários ângulos, para permitir uma visão global dos

222
movimentos;
e) Fazer as demonstrações com ambas as mãos.
Explicação da técnica: direciona os alunos/jogadores a aprenderem de forma
efetiva, principalmente associada à demonstração. As palavras utilizadas devem ser
o mais simples possível e associadas a outras aprendidas anteriormente. O
professor/técnico deve sempre perguntar sobre a compreensão geral e individual,
pedindo que repitam as descrições. As técnicas mais complexas normalmente são
mais bem compreendidas, quando as partes menos complexas são explicadas.
Ajuda aos jogadores a praticar a técnica: envolve uma boa iniciação, desde
a introdução, a demonstração, até a explicação, estando os alunos/jogadores
preparados para a execução propriamente dita. Nas primeiras tentativas, alguns
deles podem precisar de direcionamentos individuais, por insegurança natural inicial.
O dever do professor/técnico não finaliza quando todos os alunos/jogadores
demonstram a técnica, sendo esse um momento importante para observações e
devidas correções. Logo, o professor/técnico deve dar um feedback que sugira as
adequações e mantenha a motivação do aluno/jogador. Quanto aos aspectos
táticos, o basquetebol é uma modalidade marcada por sinalizar situações que
acontecem no jogo, que englobam os sistemas defensivos e ofensivos, situações em
grupo, como marcações por zona 2x2 e 3x3, bem como individuais (FERREIRA e DE
ROSE JR., 2003).
De fato, a tática individual faz referência à aptidão que um atleta possui de
executar os fundamentos do jogo, conforme a sua posição na quadra, a atitude de
seu adversário ou o contexto do jogo. Já a tática em grupo reúne jogadores em
situações 2x2 ou 3x3, em níveis de maior complexidade e que solicitam maior
sincronismo dos movimentos (FERREIRA e DE ROSE JR., 2003). E em adição, a tática
individual (execução individual do fundamento) e a coletiva (execução dos
fundamentos que envolvem a equipe) juntas incluem o momento inicial, no qual o
jogador mantém a sua atenção na quadra, observando o posicionamento e o perfil
dos jogadores em geral (companheiros e adversários) (REIS, 2009).
Ainda de acordo com esses autores, a tática representa a visão particular
em relação ao todo, e a estratégia aparece como uma consideração global, que
pode ser constituída por um objetivo principal e planejamento prévio a curto, médio
e longo prazo. Portanto, a estratégia, basicamente, significa saber fazer. Dentre as
estratégias que favorecem a marcação de pontos, por exemplo, destacam-se a

223
velocidade, os lançamentos e a diminuição na diferença de pontos. Entretanto, com
vistas a bloquear os sistemas defensivos, as táticas defensivas passam a representar
os fatores principais do perfil de jogo de uma equipe (REIS, 2009).
E por fim, no processo de preparação para o basquetebol, temos as
habilidades psicológicas, elemento que destaca-se a partir da necessidade de
desenvolvimento, quando a defesa reage de forma rápida e antecipa o ataque, na
interceptação de um passe ou em mudanças de atenção, tendo em vista as
transições dos atacantes, e vice-versa, conforme destaca De Rose Jr., e Tricoli (2010)
e Reis (2009).
Um aspecto interessante destacado por esses autores está relacionado ao
momento/situação de jogo, em que ao final do jogo, por exemplo, com placar
adverso, há empenho dos competidores até o último segundo, muitas vezes,
conseguindo vencer com um ponto de vantagem. Esse nível de rendimento
depende da capacidade de trabalho, tanto físico como psicológico do atleta, que
pode melhorar, e conforme descreve De Rose Jr., e Tricoli (2010) é necessário
estabelecer estratégias de treinamento que desenvolvam de maneira equilibrada,
as diferentes tarefas direcionadas ao trabalho global do atleta, o seu
desenvolvimento por meio da preparação física, técnica e tática, considerando suas
particularidades psicológicas associadas a cada uma delas.
O Quadro 5 apresenta aspectos relacionados às capacidades físicas,
relacionando-os aos aspectos psicológicos.

Figura 10: Relação das valências físicas e aspectos psicológicos


Força Velocidade Resistência
A estrutura psicológica de A estrutura psicológica de Em relação à
força relaciona esforços velocidade é definida pela resistência, não é
musculares máximos, junção de sinalizadores de identificada uma
distribuídos e dosados, que tempo (duração e ritmo). No expressão nítida,
se manifestam nas basquete, a estrutura está psicológica, entretanto
aplicações de força associada, por exemplo, ao há consenso de que
máxima, como ocorre nos tempo de duração da esteja condicionada à
saltos. Quanto aos esforços execução de um arremesso ou complexidade e
distribuídos, trata-se de ao tempo necessário para a intensidade da
exigência parcial dessa conclusão de uma infiltração, duração dos esforços
capacidade, em antes que defensor a alcance, musculares, os quais
treinamentos com 70% da envolvendo a velocidade de normalmente se
força máxima. No terceiro deslocamento, de execução diferenciam na
grupo de esforços, estão de movimento, entre outras resistência de força,
os que solicitam situações. velocidade e
diferenciação detalhada força/velocidade.
dos elementos capazes de Dessa forma, cada uma

224
garantir o controle exato delas, com suas
para a execução de um características
passe longo, como no específicas interativas,
contra-ataque. sobretudo no esporte
como o basquete, se
manifestam em
situações complexas.
Por isso, a percepção
de capacidades
predominantes requer
alto nível de atenção.
Fonte: Adaptado de Rose Júnior e Tricoli (2005)

E um outro fator a ser considerado são as capacidades coordenativas ou


psicomotoras, destacam-se: a percepção espaço-temporal; a seleção imagem-
campo; a coordenação multimembros; a coordenação óculo-manual; a destreza
manual; a estabilidade braço/mão; a precisão.

12.2 A ORGANIZAÇÃO, O CONTROLE E A AVALIAÇÃO DE EQUIPES DE


BASQUETEBOL

O basquete é um esporte dinâmico, que requer uma prática com


desempenho tanto físico quanto motor, incluindo aspectos cognitivos. É formado por
um somatório de habilidades e ações que, por si só, constituem unidades
representativas e totais. Os esforços são fortes e curtos, de várias cadências, o que
caracteriza uma atividade predominantemente anaeróbia, com maior demanda
dos membros inferiores (FERREIRA; ROSE JR., 2010).
O desempenho de uma equipe de Basquetebol depende da precisa
cooperação entre os jogadores. A cooperação organizada faz com que os

225
jogadores antecipem situações comuns de jogo e respondam de forma
orquestrada, mantendo maior aderência ao planejamento coletivo da equipe
(LAMAS et al., 2014). Por sua vez, aderência ao planejamento da equipe é um tema
central na análise do desempenho do Basquetebol (LUCEY et al., 2013; LAMAS et al.,
2014) e depende de um processo de preparação adequado para que seja bem-
sucedido.
De acordo com Lucey et al. (2013) o processo de preparação da equipe
envolve as seguintes etapas: i) especificação da estratégia; ii) aprendizado da
estratégia (ex: treinamento); iii) avaliação do jogo (LAMAS, 2014). Uma estratégia
bem desenhada garante um bom plano de cooperação. Um processo de
treinamento qualificado consiste na forma adequada para se ensinar o que foi
planejado na estratégia à equipe. Finalmente, um protocolo acurado de análise de
jogo permite avaliar quanto e com qual qualidade o conteúdo estratégico foi
aplicado nas condições reais. Em todo caso, vemos a análise de jogo como uma
excelente ferramenta de dados, por meio do uso de softwares específicos, fornecem
informações essenciais acerca de todo o processo.
Desde algum tempo, verificam-se contribuições científicas no assunto, que
buscam superar a abordagem empírica na estruturação do processo de rendimento
das equipes (LAMAS et al., 2014). Em adição, Na proposta de Lebed (2007) são
apresentados quatro níveis hierárquicos, conforme mostra a Figura 10. O primeiro
nível é a equipe (1), composta por comissão técnica (2T) e jogadores (2A), sendo o
elemento central da estrutura e o mais elevado. O segundo nível representa a
relação entre a comissão técnica (3T) e os jogadores (3A1 a 3An) por intermédio da
comunicação e feedback entre eles. O terceiro nível é formado pelos integrantes
da comissão técnica e por cada um dos jogadores. O quarto nível é formado pelos
sistemas internos de cada jogador (i.e., aspectos físicos, cognitivos, psicológicos)
(4A).

226
Figura 11: Estrutura hierárquica do sistema dinâmico equipe. 1: equipe (jogadores e
comissão técnica); 2T: comissão técnica; 2A: grupo de jogadores; 3T: membros da comissão
técnica; 3A1 a 3An: jogadores da equipe; 4A: características internas de cada jogador.

Fonte: Adaptado de Lebed (2007).

Segundo Lamas et al. (2014), há uma sequência de etapas no processo de


preparação da equipe, de acordo com algumas estratégias que você verá a seguir:
(1) O treinador modela a forma com que a equipe deve atuar em quadra por
meio do desenho da estratégia;
(2) Esta estratégia deve ser aprendida nas sessões de treinamento para uma
melhor aplicação nos jogos;
(3) Após os jogos, os conteúdos planejados devem passar por uma avaliação
para compreender o que deu certo, ou o que precisa melhorar, ser feitos tanto na
estratégia quanto nos treinamentos.
Portanto, diante do exposto, é possível modelar as etapas de preparação da
equipe em: i) planejamento da estratégia; ii) aprendizado da estratégia por parte
dos jogadores nos treinamentos; e iii) execução da estratégia nos jogos (LAMAS et al.,
2014). Enfim, durante o jogo, as equipes mantêm uma relação de oposição indicada
pela posse ou não da bola, dividindo suas funções em ataque e defesa. No ataque,
a equipe deve conservar a bola, mover-se ao campo adversário e tentar uma
finalização. O êxito ou falha na tentativa de marcação do ponto produz, de acordo
com Lamas (2012) e Lebed (2007) uma alternância da posse de bola, reconfigurando
o time para a posição de defesa. Na defesa, a equipe procura proteger sua meta,
retardando ou evitando a aproximação do adversário, para finalmente, investir na
retomada da bola. E vale ressaltar que essa alternância pela posse/controle da bola
ocorre ao longo de toda partida.

227
Do ponto de vista do resultado, a probabilidade de sucesso sobre o oponente
está relacionada a sinergia das ações individuais, grupais e coletivas dos jogadores
(LAMAS, 2012; LEBED, 2007) principalmente, quando estes dispõem de um plano de
ação coletivo (ex: rotinas “condição-ação” pré-definidas) revelando a capacidade
de atuar de forma colaborativa em comparação à outra equipe que tenha sua
atuação centrada em ações individuais, que demanda obviamente um conjunto de
estratégias diferentes, a considerar.
Ainda de acordo com Lamas (2012) e Lamas et al. (2014) devemos considerar
ao avaliar/analisar uma equipe de basquetebol, considerar as chamadas “regras de
ação” elementos estes classificados em: regras de alto e baixo nível. Ainda de acordo
com os autores, uma regra de alto nível controla uma ação de uma habilidade
esportiva (ex: bandeja no Basquetebol) e sua execução é feita a partir de uma
sequência de regras de baixo nível (ex: correr, saltar ou lançar a bola) (LAMAS, 2012).
Na prática, quando o jogador não dispõe de nenhuma regra de ação
previamente definida, uma regra de ação tática é utilizada. No baixo nível, quando
não for possível a execução da regra deste nível, uma outra regra do mesmo nível
deve ser aplicada. As decisões tomadas pelos jogadores levarão ao próximo estado
dentro deste modelo. Este novo estado pode ser uma continuidade da ação (E3) ou
uma bifurcação (E2) indicando um novo caminho estratégico (E6) para o desfecho
da ação, conforme exemplificado na Figura 11.

Figura 12: Grafo da Estratégia destacando as variações do Sistema de Triângulos

Fonte: Adaptado de Lamas (2012)

228
No âmbito dos conteúdos estratégicos e táticos, embora haja estudos que
investiguem o processo de planejamento (LAMAS, 2012) há carência de
sistematização de conteúdos para composição de sessões de treino. Além disso, a
investigação de processos de otimização da distribuição dos conteúdos de
treinamento ao longo do tempo é um tema ainda menos estudado.
Em relação ao controle e monitoramento de uma equipe, cabe á comissão
técnica estabelecer parâmetros a partir de variáveis que venham a surgir ao longo
de uma temporada, e em todo caso, o planejamento estruturado é essencial para
que as ações pré-elaboradas possam ser devidamente colocadas em prática.
A avaliação de um atleta e/ou equipe passa pela necessidade de levantar-
se dados quantitativos ou qualitativos, conhecidos como “indicadores” os quais são
observados e analisados em um jogo, como por exemplo: o tempo de jogo,
quantidade de tentativas de arremessos (3 pts, 2 pts e lances-livres), quantidade de
arremessos convertidos (3 pts, 2 pts e lances-livres), rebotes de defesa e de ataque,
assistências, bloqueios de arremessos (tocos), bolas recuperadas, etc.
Lamas (2012) apresenta uma estrutura que visa facilitar o trabalho da
comissão técnica (treinador) a partir da concepção de um modelo estrutural
preliminar das cargas de treinamento de conteúdos de estratégia, táticos e técnicos
(ETT), conforme descreve Jerônimo et al. (2016) citado por Santos (2018) (Figura 12).
Trata-se de um método de estruturação do treinamento, em que a distribuição da
carga tática é relevante ao que se pretende desenvolver em termos de jogo
coletivo da equipe.

Figura 13: Classes de conteúdos estratégicos, táticos e técnicos de treinamento no


Basquetebol

Fonte: Adaptado de Jerônimo et al. (2016) citado por Santos (2018, p. 23).

229
12.3 ANÁLISE DE DESEMPENHO NO BASQUETEBOL

A utilização de sistemas indicadores de desempenho em um jogo, como a


análise estatística e o scouting, demonstra aspectos essenciais para as definições de
estratégias, tendo em vista a organização técnica e tática das partidas. Nessas
análises, podem ser comparados, por exemplo, jogadores em várias posições, com
pareceres estatisticamente diferentes, que, ainda assim, são determinantes nos
pontos obtidos durante o jogo.
O basquete é uma modalidade esportiva que estabelece relações
importantes entre aspectos pedagógicos, biomecânicos, táticos, técnicos,
psicológicos e sociais. Em geral, todos eles contribuem para uma melhor eficácia no
jogo, conforme demonstrado na Figura 10. Esses aspectos devem ter como base a
situação real do jogo, porque é isso que define, de acordo com Gonçalves (2019)
tanto o trabalho quanto a maneira que as atividades e os exercícios vão sendo
propostos, tendo em vista as fases de aprendizagem, e servem ainda como
parâmetro para a estruturação de jogo, ou seja, da análise de desempenho e
performance individual e da equipe.
De acordo com Ferreira e De Rose Jr. (2010), para que o jogador consiga
realizar execuções corretas de um ou mais fundamentos do basquete, individual ou
coletivamente, é preciso planejar uma evolução progressiva, passando pelas fases
de aprendizagem (1), fixação (2) e aperfeiçoamento (3).

230
Figura 14: Estrutura de Jogo

Fonte: Adaptada de Ferreira e De Rose Jr. (2010)

A competitividade nas competições esportivas é muito grande, e um dos


diferenciais mais vistos atualmente passa a ser, o conhecimento que cada equipe
tem de si própria e dos adversários. Alvarez (2001) complementa mencionando que
o conhecimento das características que definem qualquer modalidade esportiva e
a análise dos tipos de exigências competitivas são imprescindíveis para se progredir,
aperfeiçoar e elaborar programas de preparação e treinamento apropriados nos
esportes coletivos.

O estudo do jogo a partir da observação do comportamento dos


jogadores e das equipes, constitui-se em um forte argumento para a
organização e avaliação dos processos de ensino e treino nas
modalidades esportivas coletivas. As formas de manifestação da
técnica, os aspectos táticos e a atividade física desenvolvida pelos
jogadores são parte do conteúdo abordado (GARGANTA, 1996, p.8).

De acordo com Janeira (1999) citado por De Rose Jr. e Tricoli (2010), no
universo dos esportes de rendimento e, particularmente, nos jogos esportivos
coletivos, a observação de jogo vem se revelando como meio imprescindível para a
caracterização das exigências específicas que são impostas aos jogadores em
situação competitiva. Esse tipo de estudo é encontrado na literatura com diferentes
nomes, entre eles: observação de jogo (game observation), análise notacional
(notational analysis) e análise de jogo (match analysis). A observação de jogo e a
análise notacional referem-se a determinados aspectos observados e registrados
durante a partida em tempo real, enquanto a análise do jogo refere-se à observação
e coleta de dados após a realização do evento, a partir da análise de vídeos, por

231
exemplo.

A observação do jogo e a aná lise notacional referem-se a


determinados aspectos observados e registrados durante a partida
em tempo real, enquanto a análise do jogo refere-se à observação e
coleta de dados após a realização do evento, a partir da aná lise de
vídeos, por exemplo (FERREIRA e DE ROSE JR. 2010, p. 125)

De acordo com estes autores, para que qualquer processo de análise tenha
fidelidade e validade, é necessário desenvolver sistemas e métodos de observação
que possibilitem o registro de todos os fatos relevantes do jogo de basquetebol,
produzindo-se desse modo informação objetiva e quantificável, consistente e
confiável. E ainda, de acordo com Garganta (1996) um jogo de basquetebol pode
ser analisado sob o ponto de vista – técnico e tático.
Mais especificamente quando se analisa o desempenho técnico de um ou
mais jogadores, procura-se determinar o nível de suas ações, a execução dos
fundamentos e a eficiência dessa execução, quantificando a ação através de uma
determinada mensuração. Já do ponto de vista tático, são analisadas as situações
desenvolvidas por pequenos grupos ou por toda a equipe, a partir de padrões
predefinidos (plano tático de jogo) tanto na defesa quanto no ataque (DE ROSE JR.,
e TRICOLI, 2010; GARGANTA, 1996).
O conjunto dessas observações (objetiva/subjetiva; qualitativa/quantitativa) é
chamado de “scouting”, termo aceito universalmente na linguagem corrente do
basquetebol (DE ROSE JR. e TRICOLI, 2010). O scouting é a arte de detectar as
variações do jogo e seus aspectos subjetivos, buscando sempre identificar o fator
desencadeador das atitudes dos jogadores e das equipes.
Especificamente no basquete, o scouting preocupa-se com o local e a
distância dos arremessos, o tipo de movimentação ofensiva que os gerou, o
posicionamento defensivo, entre tantos aspectos do jogo (TAVARES, 2001). Neste
sentido, a preocupação do scouting fica centralizada no local e na distância dos
arremessos, bem como nas causas das ações ofensivas e posições de defesa,
incluindo diversas situações de jogo. Em contrapartida, a estatística representa o
aluno/jogador ou a equipe de forma numérica, não priorizando as causas
qualitativas, e sim os aspectos quantitativos (FERREIRA e DE ROSE JR., 2010).
Para que qualquer análise seja fidedigna e válida, é preciso que haja o
desenvolvimento de métodos e sistemas observacionais, que favoreçam os registros
de tudo o que é representativo em situações de jogo no basquetebol, resultando em

232
dados objetivos, consistentes e confiáveis. Portanto, a análise estatística e o scouting
são considerados viáveis nesse contexto.
Tavares (2001) menciona que podem ser utilizadas diversas formas de análise
em um jogo de basquetebol, além de diferentes metodologias; entretanto, muitas
delas não têm rigor científico e são baseadas, somente, na experiência do
observador. As observações, em geral, são feitas pelos próprios técnicos, não
favorecendo análises fidedignas. Entretanto, isso vem mudando no que tange os
métodos de coleta de dados na estatística e no scouting, facilitando o trabalho dos
anotadores em geral.
O que antes era feito com papel e lápis, tornou-se um sofisticado sistema
envolvendo programas de computador e diferentes processos de análise, incluindo
os mais modernos, que são acionados por voz, nos quais os anotadores não precisam
desviar a atenção do jogo para registrar os dados (TAVARES, 2001).
Essas análises podem ocorrer com ênfase no aluno/jogador ou na equipe
como um todo. Nas análises baseadas no aluno/jogador, são observados aspectos
referentes à energia e aos aspectos motores, morfológicos e psicológicos em geral.
Com ênfase na equipe como um todo, as observações são focadas nos aspectos
táticos, motores e referentes à energia corporal, segundo Tavares (2001).
De forma específica, quando o desempenho técnico é analisado, seja
individual ou coletivo, o nível das ações é determinado de forma objetiva, mediante
a quantificação. As observações determinam a forma e a eficiência com que os
fundamentos são executados. Sob a perspectiva tática, são observados e analisados
grupos menores, ou mesmo toda a equipe, considerando padrões predefinidos,
tendo em vista o plano tático de jogo na defesa e no ataque (FERREIRA e DE ROSE
JR., 2010; GARGANTA, 1996).
É importante destacar que a estatística de jogo é utilizada mundialmente e
existem critérios que definem previamente cada um desses indicadores para garantir
a objetividade das observações e da quantificação. Esses mesmos critérios são
utilizados em torneios internacionais (Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais)
como também em torneio Nacionais e Regionais (por exemplo: Campeonato
Nacional e Campeonato Paulista) tanto para o masculino, quanto para o feminino
(DE ROSE JR., e TRICOLI, 2010).
A análise quantitativa do jogo de basquetebol é um processo fundamental na
explicação de fatores que influenciam no êxito esportivo. A avaliação do

233
desempenho através dos indicadores de jogo constitui-se em um método valido,
fidedigno e objetivo, tanto do ponto de vista do jogador quanto da própria equipe.
E ainda, pode-se considerar a importância da estatística de jogo para os meios de
informação que divulgam os resultados e os utilizam para embasar as análises e os
comentários técnicos e táticos do jogo (DE ROSE JR., e TRICOLI, 2010).
Para que a estatística se torne, efetivamente, um instrumento fidedigno e
importante na avaliação de um atleta e/ou de uma equipe, devem ser
estabelecidos padrões de observação. Portanto, é fundamental que se definam os
indicadores de jogo, possibilitando a diminuição dos erros provenientes da
interpretação pessoal do observador (FERREIRA e DE ROSE JR., 2010).
Enfim, De Rose Jr., e Tricoli (2010) e Ferreira e De Rose Jr. (2010) descrevem que
ao se analisar uma partida de basquetebol sob o ponto de vista estatístico, deve-se
tomar o devido cuidado para que os números apresentados sejam interpretados em
um contexto que permita a técnicos e atletas entendê-los e relacioná-los com outros
parâmetros que são comuns ao jogo, mas, ao mesmo tempo, específicos de cada
equipe. Não se deve dissociar os índices de desempenho técnico, em cada
indicador de jogo, com alguns fatores situacionais que são importantes, como:
a estrutura tática das equipes;
 o contexto no qual o jogo acontece (local, classificação, momento do
campeonato, momento da equipe, entre outros);
 as questões relacionadas à individualidade dos jogadores e sua importância
para a equipe.
Ainda de acordo com os autores, a análise das estatísticas de jogo deve
passar por um tratamento estatístico para se obter resultados e perfis mais adequados
que permitam traduzir de maneira mais fiel os padrões técnicos individuais e coletivos,
e sirvam de base para tomadas de decisões em nível de treinamento e do próprio
jogo, através de mudanças de comportamentos e estratégias. Para a análise dos
dados de jogo utilizam-se, normalmente, as estatísticas descritiva e inferencial.

234
235
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O basquetebol é uma modalidade constituída por ações e/ou fundamentos


específicos, que, por sua vez, requerem alta organização em situações de jogo,
envolvendo aspectos técnicos e táticos. A sinalização da capacidade
considerada responsável por manter tanto o perfil básico do jogador/atleta no
basquetebol quanto a sua condição de recuperação, entre os períodos de jogos,
define:

a) A resistência geral.
b) A força de resistência.
c) A força de salto.
d) A flexibilidade.
e) A velocidade.

2. De acordo com De Rose Jr., e Tricoli (2010) os conteúdos técnico-táticos podem


ser divididos entre: técnicas ou fundamentos de defesa (posição defensiva;
deslocamentos na posição defensiva; rebote de defesa), técnicos ou
fundamentos de ataque (drible; passes; arremessos; rebote de ataque), controle
do corpo, táticas individuais de ataque e defesa (condutas possíveis dentro da
estrutura funcional 1x1), táticas grupais de ataque (servir e ir; bloqueio direto;
bloqueio indireto) táticas grupais de defesa (ajudas; trocas de marcação; saídas
do bloqueio), táticas coletivos de ataque e defesa (sistemas de ataque e defesa).

A partir do excerto acima, e considerando seus conhecimentos sobre o tema,


avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No basquete, o conhecimento dos fundamentos técnicos e táticos devem ser


aprimorados desde a fase de iniciação na modalidade, passando pelos
fundamentos executados em ações individuais, ou em grupo/coletivo, em
situações de ataque ou defesa.
PORQUE
II. Ambas, técnica e tática, formam a base de qualquer modalidade esportiva, e
devem, portanto, serem desenvolvidas e aprimoradas simultaneamente, já que

236
estão presentes em diversas situações do jogo, especialmente na elaboração de
jogadas, sejam elas de ataque ou defesa, e quanto mais eficaz a sua execução
maiores serão as chances de êxito da equipe.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

3. Uma equipe de basquetebol deve se preocupar com diferentes variáveis que


podem interferir na performance individual e/ou coletiva de seus atletas. Um dos
aspectos a serem verificados, são aqueles direcionados à técnica. Nesse contexto,
De Rose Jr., e Tricoli (2010) destacam o seguinte acróstico (I-D-E-A) como sugestão
ao desenvolvimento dos aspectos técnicos da modalidade.
Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa que apresente aspectos
ligados à demonstração da técnica.

I. trata de direcionar de forma mecanicista os alunos/jogadores a aprenderem as


técnicas da modalidade, sobretudo aquelas associadas à demonstração visual.
II. considerada a parte mais representativa do ponto de vista técnico, apresenta de
forma prática o que se espera da execução do gesto motor, por exemplo.
III. está associada à execução do movimento em si, partindo da premissa de que o
professor/técnico deve sempre perguntar sobre a compreensão geral e da
equipe.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II e III, apenas.

237
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.

4. O basquete é um esporte que reúne fundamentos, os quais precisam progredir


para habilidades específicas em situações de jogo e que, portanto, requerem
cada vez mais planejamento e organização. Dessa forma, o desenvolvimento dos
aspectos táticos, bem como de toda a estrutura depende, essencialmente, do
desenvolvimento satisfatório de capacidades motoras condicionantes e
coordenativas.

Analise as assertivas a seguir e assinale V (verdadeiro) e F (falso).

( ) A evolução progressiva apresenta as seguintes fases: aprendizagem ou


assimilação do gesto motor, fixação, em que ocorre a associação dos
fundamentos com situações de jogo, e por fim, o aperfeiçoamento, que envolve
o máximo de aplicações práticas no jogo.
( ) As habilidades específicas do basquetebol devem ser trabalhadas de forma
isolada, haja vista a capacidade de melhorias que podem ocorrer no que tange
os aspectos motores fundamentais para a execução das ações.
( ) Os aspectos físicos devem ser considerados mais importantes que o técnico e
tático, pois uma equipe precisa estar bem estabelecida ao longo da temporada,
e portanto, trabalhar os aspectos físicos deve ser a prioridade.
( ) Trata-se de um jogo que ocasiona contato direto entre os alunos/jogadores e
requer habilidades específicas para a execução dos fundamentos, reunindo
ações combinadas e em sequência lógica e objetiva.

A ordem correta de cima para baixo é:

a) V-V-F-F.
b) F-V-F-V.
c) F-F-F-V.
d) V-F-V-F.
e) V-F-F-V.

238
5. A tática, no caso específico, o sistema adotado pela equipe, depende da
capacidade da equipe objetivar de forma precisa e coordenada, as ações
individuais, visando atender o coletivo de maneira eficaz. Neste sentido, as
escolhas dependem das características físicas, técnicas, táticas, psicológicas que
influenciam a tomada de decisões e sua aplicação prática.

Neste sentido, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. As características dos jogadores determinam suas posições e funções em quadra,


mas a composição da equipe durante o jogo pode ser diversa, de acordo com a
partida e as necessidades encontradas em determinadas situações, de ataque ou
defesa, e suas transições.
PORQUE
II. O jogo se inicia com uma disputa de bola ao alto no centro da quadra, em que a
equipe que ficou com a posse de bola atua na ofensiva e a outra na defensiva.
Deste momento em diante, o jogo se desenvolve em ações individuais (1x1),
grupais (2x2 e 3x3) e coletivas (sistemas de jogo), com o objetivo de fazer os pontos
e dificultar que o adversário converta seus pontos.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

6. Os esportes de rendimento devem ser considerados a partir de um contexto


próprio, em que o foco está na performance e na busca de resultados. Nos jogos
esportivos coletivos, a observação de jogo vem se revelando como meio
imprescindível para a caracterização das exigências específicas que são impostas

239
aos jogadores em situação competitiva. Neste sentido, analise as alternativas a
seguir e assinale a que apresente aspectos associados à análise de jogo e
desempenho:

a) Refere-se à análise das variáveis que podem ser verificadas pelo adversário,
conhecida como análise notacional e observação de jogo.
b) Refere-se ao controle das variáveis de uma equipe, em situações de ataque e/ou
defesa, visando a busca pela vitória a qualquer custo.
c) Refere-se à observação e coleta de dados após a realização do evento, a partir
da análise de vídeos, por exemplo.
d) Refere-se ao estado da observação analítica, em que os companheiros de equipe
devem tomar a decisão rápida e direta em prol da equipe.
e) Refere-se à estrutura estabelecida por uma equipe para derrotar a outra, a partir
de ações direcionadas ao processo de observação pessoal.

7. O basquetebol é uma modalidade caracterizada como um esporte de oposição


e cooperação, envolvendo ações simultâneas entre duas equipes (atacante e
defensora) que ocupam um espaço comum, proporcionando contato direto
entre os participantes. Uma das causas parece ser o conhecimento que cada
equipe tem de si própria e dos adversários, já que os técnicos buscam minimizar os
aspectos desconhecidos, pois cada decisão errada ou fator surpresa pode
acarretar uma derrota. Neste sentido, surge o “scouting” conhecido como a arte
de detectar as variações do jogo e seus aspectos subjetivos, buscando sempre
identificar o fator desencadeador das atitudes dos jogadores e das equipes.
Especificamente no basquete, o scouting é orientado para:

a) A análise do local e a distância dos arremessos, o tipo de movimentação defensiva


que os gerou, o posicionamento ofensivo, entre tantos aspectos do jogo.
b) A detecção das características e do estilo de jogo do treinador adversário, os
aspectos psicológicos e motivacionais envolvidos nas ações do jogo.
c) A análise da tomada de decisões por membros da comissão técnica,
transformando esta análise em dados numéricos, os quais são apresentados em
estatísticas após a partida.
d) As ações do jogo, o tempo de intervalo entre os tempos, o posicionamento do

240
adversário, os rebotes e infiltrações da equipe adversária.
e) A análise do local e a distância dos arremessos, o tipo de movimentação ofensiva
que os gerou, o posicionamento defensivo, entre tantos aspectos do jogo.

8. A avaliação de um atleta e/ou equipe passa pela necessidade de levantar-se


dados quantitativos ou qualitativos, conhecidos como “indicadores”. De fato,
existem vários indicadores que servem como mecanismo para
verificação/validação de algum aspecto, que refletirá diretamente no resultado
da equipe. Dentre os aspectos (indicadores) a considerar temos:

a) Os rebotes de defesa, de ataque e de transição.


b) A compreensão das regras locais.
c) A quantidade de saltos, arremessos e passes em direção à tabela.
d) A quantidade de arremessos convertidos.
e) O número de espectadores presentes no ginásio.

241
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B

UNIDADE 07 UNIDADE 08

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 E

242
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C

UNIDADE 09 UNIDADE 10

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 A

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D

243
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