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FACULDADE ÚNICA DE

IPATINGA

PRÁTICA PEDAGÓGICA
INTERDISCIPLINAR:
FUNDAMENTOS E
METODOLOGIA DA
ORIGEM E EVOLUÇÃO
DAS ESPÉCIES

1
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR:
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DA ORIGEM
E EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

1ª edição
Ipatinga – MG
2020

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras

© 2020, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA


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3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científico (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.

Este espaço é destinado para a reflexão sobre


questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

1
SUMÁRIO

UNIDADE PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ............................................................. 8

01
1.1 MATÉRIA ........................................................................................................................8
1.2 ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA..................................................................................9
1.3 PROPRIEDADES EXTENSIVA DO SISTEMA X PROPRIEDADE INTENSIVA DO
SISTEMA .......................................................................................................................13
1.4 PROPRIEDADES ESPECÍFICAS DA MATÉRIA.............................................................14
1.4.1Densidade ................................................................................................. 14
1.4.2Cor ............................................................................................................... 15
1.4.3Dureza......................................................................................................... 15
1.4.4Brilho ............................................................................................................ 16
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 17

UNIDADE MISTURA ..........................................................................................22

02
2.1 INTRODUÇÃO AS MISTURAS .....................................................................................22
2.2 MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS ...............................................................23
2.2.1 Decantação ............................................................................................ 23
2.2.2 Filtração .................................................................................................... 24
2.2.3 Sifonação ................................................................................................. 25
2.2.4 Flotação .................................................................................................... 26
2.2.5 Separação Magnética ......................................................................... 26
2.2.6 Centrifugação......................................................................................... 27
2.2.7 Evaporação ............................................................................................. 28
2.2.8 Destilação................................................................................................. 29
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 30

UNIDADE ESTRUTURA DA MATÉRIA.................................................................34

03
3.1 A IDEIA DE ÁTOMO .................................................................................................... 34
3.2 MODELO DE DALTON................................................................................................. 34
3.3 MODELO ATÔMICO DE THOMSON.......................................................................... 36
3.4 MODELO RUTHERFORD ..............................................................................................37
3.5 MODELO DE BOHR ..................................................................................................... 39
3.6 O ÁTOMO MODERNO ...............................................................................................40
3.6.1Orbital ......................................................................................................... 43
3.6.2 Configuração Eletrônica...................................................................... 44
3.7 LEI PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS ..........................................................48
3.7.1 Famílias ou Grupos ................................................................................. 51
3.7.2Períodos...................................................................................................... 52
3.7.3Classificação dos Elementos................................................................ 52
3.8 PROPRIEDADES PERIÓDICAS ....................................................................................54
3.8.1Raio Atômico ............................................................................................ 54
3.8.2Energia De Ionização ............................................................................. 55
3.8.3 Afinidade Eletrônica .............................................................................. 59
3.8.4 Eletronegatividade ................................................................................ 60
3.8.5 Demais Propriedades Periódicas ....................................................... 62
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 63

2
UNIDADE LIGAÇÕES QUÍMICAS ....................................................................67

04
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 67
4.2 LIGAÇÃO IÔNICA...................................................................................................... 69
4.2.1 Propriedades Físicas dos Compostos Iônicos ................................. 72
4.3 LIGAÇÃO COVALENTE ..............................................................................................73
4.3.1 Propriedades dos Compostos Moleculares ou Covalentes ....... 74
4.3.2 Ligação Covalente Coordenativa.................................................... 75
4.4 LIGAÇÃO METÁLICA ................................................................................................. 75
4.4.1Propriedades das Substâncias Formadas por Ligação Metálica
............................................................................................................................... 76
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 77

UNIDADE INTERAÇÃO INTERMOLECULARES ..................................................80

05
5.1 FORÇAS DE VAN DER WAALS OU DIPOLO INSTANTÂNEO – DIPOLO INDUZIDO80
5.2 DIPOLO – DIPOLO ...................................................................................................... 82
5.3 LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO ......................................................................................82
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 85

UNIDADE INTRODUÇÃO ÀS FUNÇÕES INORGÂNICAS.................................90

06
6.1 ÓXIDOS .......................................................................................................................90
6.1.1 Óxidos Neutros ........................................................................................ 91
6.1.2Óxidos Básicos .......................................................................................... 91
6.1.3Óxidos Ácidos ou Anidridos .................................................................. 92
6.1.4Óxidos Duplos ou Mistos ........................................................................ 92
6.1.5Óxidos Anfóteros...................................................................................... 92
6.1.6 Reação de Formação de um Óxido ................................................ 93
6.1.7 Nomenclatura de Óxidos..................................................................... 94
6.2 BASES OU HIDRÓXIDOS.............................................................................................96
6.2.1Reação de Obtenção de uma Base ................................................ 97
6.2.2Nomenclatura de Hidróxidos ............................................................... 97
6.3 ÁCIDOS .......................................................................................................................97
6.3.1Hidrácidos.................................................................................................. 98
6.3.2 Oxiácidos .................................................................................................. 98
6.4 SAIS ............................................................................................................................ 100
6.3.3 Nomenclatura de Sais......................................................................... 100
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 102

UNIDADE INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA.....................................................105

07
7.1 BIOQUÍMICA COMO CIÊNCIA E NO COTIDIANO............................................... 105
7.2 LIGAÇÕES E INTERAÇÕES MOLECULARES ............................................................ 107
7.3 Propriedades da água ........................................................................................... 110
7.4 ISOMERIA ÓTICA...................................................................................................... 112
Fixando o conteúdo ........................................................................................................ 115

3
UNIDADE ÁCIDOS NUCLEICOS ....................................................................119

08
8.1 Introdução................................................................................................................ 119
8.2 ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS................................................................... 119
8.3 ESTRUTURA DO RNA E DO DNA .............................................................................. 121
8.4 DUPLICAÇÃO DO DNA ........................................................................................... 125
8.5 TRANSCRIÇÃO DO DNA PARA RNA ...................................................................... 127
8.6 TRADUÇÃO DE RNA PARA PROTEÍNAS.................................................................. 130
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 133

UNIDADE PROTEÍNAS ....................................................................................137

09
9.1 ESTRUTURA................................................................................................................. 137
9.2 FUNÇÃO .................................................................................................................... 141
9.3 DESAMINAÇÃO........................................................................................................ 143
9.4 CICLO DA URÉIA ...................................................................................................... 145
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 148

UNIDADE ENZIMAS ........................................................................................152

10
10.1 ESTRUTURA................................................................................................................. 152
10.2 FUNÇÃO .................................................................................................................... 155
10.3 CINÉTICA ENZIMÁTICA............................................................................................ 158
10.4 INIBIÇÃO ENZIMÁTICA............................................................................................ 160
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 163

UNIDADE CARBOIDRATOS............................................................................167

11
11.1 ESTRUTURA................................................................................................................. 167
11.2 FUNÇÃO .................................................................................................................... 175
11.3 GLICÓLISE ................................................................................................................. 179
11.4 FERMENTAÇÃO......................................................................................................... 182
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 184

UNIDADE LIPÍDEOS ........................................................................................187

12
12.1 Introdução................................................................................................................ 187
12.2 LIPÍDEOS DE ARMAZENAMENTO ............................................................................ 187
12.3 LIPÍDEOS CONSTITUINTES DE MEMBRANAS BIOLÓGICAS................................... 190
12.4 ESTRUTURA DAS MEMBRANAS BIOLÓGICAS ........................................................ 194
12.5 CICLO DE LYNEN ...................................................................................................... 197
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 202

CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO E CADEIA TRANSPORTADORA DE


UNIDADE ELÉTRONS.......................................................................................206

13
13.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 206
13.2 CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO .................................................................................... 206
13.3 CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS ........................................................... 210
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 216

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................219

REFERÊNCIAS.................................................................................221

4
INTRODUÇÃO
Os fenômenos químicos são conhecidos há muito tempo atrás. Existem registros
do domínio do fogo pelo homem, das mumificações no Egito antigo, da produção
de vinho no Império Romano bem como a fundição de metais e formação de ligas

5
metálicas de interesse na época para produção de vasilhames e armas de guerra.
Ficou registrado também a alquimia, que foi uma grande contribuição à química
como ciência, embora a alquimia por não utilizar o método científico não pode ser
considerada uma ciência. Também não podemos deixar de destacar as
contribuições de Paracelso na Iatroquímica. No entanto toda ciência só pode ser
considerada assim se empregar o método científico, foi no século XVIII que com a
introdução do método científico e influenciada pelos trabalhos de Lavoisier que a
química se firma como uma Ciência Moderna. No entanto, o que é a química?
Como um conceito geral podemos dizer “química é a ciência que estuda a
matéria, suas transformações e suas interações bem como a aplica”. A química é a
ciência que estuda a matéria do ponto de vista microscópico, as interações das
partículas bem como suas transformações tal como um sólido passando para o
estado líquido ou um material que se transforma em outro ao sofrer uma reação
química.
Existe um pré-conceito com o conhecimento químico. Uma pessoa quando
quer se referir a um alimento com muito conservante diz assim, isso faz mal, tem muita
química, ou quando uma pessoa observa uma região poluída por uma indústria diz
que isso foi a química que fez. Mas em contrapartidas, as pessoas não se referem aos
inúmeros benefícios que a química é responsável no nosso organismo ou tem trazido
nos dias atuais na produção de medicamentos, alimentos, cosméticos, produtos de
limpezas, combustíveis e óleos lubrificantes entre outros inúmeros casos, nos quais a
vida moderna já não tem com existir sem eles.
A química se divide de uma forma geral em Química Inorgânica, Química
Orgânica e Físico-Química. Para entendermos de uma maneira simples podemos
dizer que a inorgânica estuda os compostos iônicos ou covalentes sem cadeia
carbônica como exemplos os sais, minerais, óxidos tais como minério de ferro e os
materiais metálicos. Já a Química Orgânica estuda os compostos do carbono. A
exemplo temos as moléculas constantes no nosso organismo como as proteínas,
gorduras, vários medicamentos, plásticos e pesticidas. Já a físico-química se ocupa
em estudar as variações de energia que ocorre nos fenômenos físico e químicos com
as moléculas ou compostos inorgânicos ou moléculas orgânicas, como exemplo
podemos citar a velocidade de uma reação química, a espontaneidade de uma
reação (se ela ocorre espontaneamente ou precisa ser forçada) e as interações com

6
a radiações no ambiente.
Cada área possui uma importância enorme dentro do universo da química,
pois é com o somatório das três que possibilitamos hoje presenciar o atual estágio de
avanço da química a exemplo realizar a produção de compostos nanotecnológicos
ou “inteligentes” no qual apresentam uma eficiência muito maior se comparado os
compostos não nanotecnológicos. Podemos observar na Figura 1 a manipulação das
substâncias em um laboratório químico.

Figura 1: Apresentação da química

Fonte: Governo do Estado do Ceará (2017-2020)

7
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UNIDADE

1.1 MATÉRIA
01
A matéria pode ser definida de uma forma clássica como “Tudo que possui
massa e ocupa lugar no espaço’, mas e agora se nos perguntarmos, o que é a
matéria do ponto de vista da química? Todos os materiais apresentam o mesmo
ponto de fusão? Respondendo às perguntas começando pela segunda, óbvio que
não, um material que apresenta composição diferente do outro e apresenta ponto
de fusão diferente. Então chegamos a uma conclusão que a composição faz
apresentar diferentes pontos de fusões.
Podemos dizer que o ponto de fusão afere uma propriedade do material que
é a capacidade de separar suas partículas. Então começamos a responder a
primeira pergunta também, a matéria do ponto de vista químico é um conjunto de
partículas sendo que as partículas podem ser átomos, moléculas ou íons que são
arranjadas ou organizadas a uma determinada distância, no popular uma partícula
pode ficar longe ou mais perto da outra ao se organizar ou compor o material, e de
acordo com as forças que chamamos de interação que estão unindo as partículas
do material fazem elas ficarem mais perto ou mais longe e também definem o quanto
de energia (calor) elas precisam para se distanciar é que define o ponto exato de
fusão como acima mencionamos, assim cada material tem o seu ponto de fusão já
que se as partículas são diferentes, as interações também são diferentes podendo ser
mais forte ou mais fraca e assim necessita de mais energia (calor) para realizar tal
processo. Tudo isso explica porque diferentes materiais possuem diferentes
propriedades, pois a composição define tudo no material, qual seu ponto de fusão
ou ebulição, se é sólido, líquido ou gasoso a temperatura ambiente, se é mais duro
ou mais mole, se possui rigidez ou elasticidade, se possui cheiro ou não ou qual cor
vai apresentar.
Podemos então dizer que estudar as propriedades dos Materiais é de suma
importância para entendermos seu comportamento, prevermos suas transformações
ao ser submetido a um processo e realizar a aplicação de seu uso em uma
determinada função tecnológica. Assim podemos ver fotos de diversos materiais na

8
Figura 2.

Figura 2: Diferentes tipos de matérias existentes

Fonte: Mateco (2009, online)

1.2 ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA

A matéria possui basicamente três estados físicos, sendo eles o estado sólido,
líquido e gasoso. O estado sólido é marcado pelo momento em que as partículas de
um determinado material estão no estado de maior proximidade e organização (ou
baixa grau de liberdade). Assim as interações (forças) existentes entre as partículas
são fortes e estão prevalecendo sobre a energia cinética total das partículas (energia
cinética é a energia ligado ao grau de vibração, ou seja, a velocidade no qual as
partículas se movimentam) e assim as partículas ficam com pouca vibração se
comparado a outros estados e podem assim ficar mais próximas e organizadas. Uma
marca do estado sólido é a forma e volume definidos, como exemplo podemos citar
ao encher um copo de gelo, o gelo não ocupa todo o volume do copo porque sua
forma é rígida e não se deforma de acordo com a forma do copo, ou seja, o gelo
tem forma definida e cada cubo tem um determinado volume.
O Estado Líquido é o estado no qual a energia cinética se comparado ao
estado sólido foi aumentada e as interações (forças) já não conseguem manter as
partículas tão próximas quanto no estado sólido. É importante destacar que ainda
existe interação já que a interação é de natureza eletrostática a distância interfere
na sua intensidade, mas o que faz as partículas se afastarem e vencer a interação é
a energia cinética. Assim o estado líquido possui uma organização não uniforme
como no estado sólido e as partículas encontram-se um pouco mais distante do que

9
no estado sólido. Uma marca do estado líquido é que ele possui volume, mas não
forma definida, a exemplo podemos citar ao encher um copo de água, a água
ocupa o volume do copo, mas adquire também a forma do copo assim
preenchendo todo o volume do copo.
O estado gasoso é o estado de maior energia cinética se comparado aos
estados anteriores, assim as partículas estão tão distantes que se avaliado a pressão
atmosférica a interação entre as partículas é praticamente nula. Quanto mais longe
menor a interação entre as partículas. A falta de interação entre as partículas faz
com o estado gasoso seja o estado de menor organização entre as partículas. Uma
marca do estado gasoso é que ele não possui forma definida e que por simples
difusão ele ocupa o volume do recipiente que se encontra. A exemplo do cotidiano
temos as fragrâncias de perfume que são compostos voláteis, assim ao passar para
o estado gasoso as pessoas sentem o cheiro a uma determinada distância da pessoa
devido a simples difusão.

Figura 3: Estados físicos da matéria e sua agregação

Fonte: Rafaela (2013a, online)

Quando aquecemos um material no estado sólido, o calor absorvido pelo


material é transformado em energia cinética pelas partículas (átomos, moléculas ou
íons) e o aumento de energia cinética pode chegar a um determinado valor
necessário e quebrar as forças de interações entre as partículas o que vai ocasionar
a separação das partículas. Como podemos ver na Figura 3 o aquecimento até a
quebra das interações em um sólido ocorrendo a fusão do material, assim o material
passa do estado sólido para o líquido. Ao aquecer o material no estado líquido até a
quebra das interações entre as partículas, vai ocasionar sua ebulição que é a

10
passagem do estado líquido para o estado gasoso. Também existe a evaporação
que passa do líquido para o gasoso, mas é uma passagem lenta sem atingir o ponto
de ebulição. A Figura 3 também mostra o caminho contrário quando o material e
resfriado, assim a passagem do gasoso para o líquido que é a liquefação ou
condensação e a passagem do líquido para o sólido que é a solidificação. Ainda
existe uma passagem direta do sólido para o líquido ou do líquido para o gasoso que
é denominada sublimação.
Quando temos um material puro, temos apenas um tipo de interação entre as
partículas, no entanto no momento de quebra das interações a energia cinética já
chegou ao máximo, por isso as interações estão sendo quebradas e as partículas
separadas. A temperatura é por definição a média da energia cinética das partículas
(sua vibração), assim se não há aumento da energia cinética, a temperatura de uma
substância pura durante a passagem de estado físico permanece constante. Então
vem a pergunta, para onde vai o calor que o material está absorvendo? Já que o
calor não é convertido em energia cinética, ele é convertido em função trabalho
para quebrar e separa as partículas do material fazendo como que ele passe do
estado de agregação sólido para o estado de agregação líquido. Ao término de
toda a passagem se continuar fornecendo calor ao líquido as partículas voltam a
aumentar sua energia cinética até o ponto novamente em que inicia a quebra das
interações do estado líquido. Quanto mais forte o tipo de interação (iônica, ligação
de hidrogênio ou Van Der Waals) maior a quantidade de calor necessário. Assim
ocorre o mesmo fenômeno, e durante a passagem do estado líquido para o gasoso
de uma substância pura a temperatura permanece constante conforme podemos
conferir na Figura 4.

Figura 4: Gráfico substância pura x temperatura

Fonte: Laboratório de Química Dom Pedro II (2012, online)

11
Já uma mistura possui comportamento diferente. Durante a mudança de
estado físico a temperatura não permanece constante. A explicação vem que ao
compor a mistura com mais de uma substância durante a fusão ocorre a função
trabalho, mas como existe no sistema outras substâncias com ponto de fusão maior
ocorre também aumento de energia cinética, e se aumenta vibração aumenta a
temperatura. A mesma situação ocorre na passagem do estado líquido para o
estado gasoso.

Observe na Figura 4 que durante as transições de estado físico não ocorre variação de
temperatura. Já na Figura 5 as passagens de estado físico não são constantes que se
refere a uma mistura.

Figura 5: Gráfico de mistura x temperatura

Fonte: Adaptado de Rendelucci (2006)

Também existe a mistura eutética. Uma mistura eutética se comporta como


pura na fusão e como mistura na ebulição, ou seja, possui ponto de fusão constante
e já no ponto de ebulição ocorre seu aumento durante a passagem como podemos
observar na Figura 6. Como exemplo de mistura eutética temos as ligas metálicas de
solda de chumbo e estanho. O chumbo tem ponto de fusão 327°C e o estanho
funde-se a 232°C ambos a pressão atmosférica, já a liga formada funde-se a 183°C
também a pressão atmosférica. Outra mistura existente é a Azeotrópica que possui
ponto de fusão variável, mas já o ponto de ebulição é constante como também
podemos observar na Figura 6. Como exemplo temos uma solução de água com
álcool a famosa solução hidroalcoólica que se comporta como uma mistura

12
azeotrópica.

Figura 6: Gráfico de uma mistura eutética (esquerda) e de uma mistura azeotrópica (direita)

Fonte: Adaptado de Fogaça (2015d)

1.3 PROPRIEDADES EXTENSIVA DO SISTEMA X PROPRIEDADE INTENSIVA DO


SISTEMA

Um sistema é considerado como o objeto de estudo e ao redor do sistema


temos a vizinha que é tudo que rodeia o sistema, ou seja, que faz fronteira como o
sistema. Abaixo na Figura 7 temos uma ilustração de um sistema cercado por sua
vizinhança.

Figura 7: Sistema e vizinhança

Fonte: Freire (2012, online)

13
Uma variável que depende do tamanho do sistema é uma variável extensiva
do sistema, ou seja, como exemplo podemos citar a massa de cloreto em uma
piscina de um clube. Se sabemos a concentração é só multiplicar pelo volume e
achamos a massa, caso a piscina tenha um maior volume na mesma concentração
a massa será maior, ou seja, a massa depende da extensão do sistema. Já uma
variável intensiva é aquela que não depende do tamanho do sistema, ao exemplo
anterior seria a concentração, pois qualquer amostra que for coletada em qualquer
porção da piscina a concentração será a mesma.

1.4 PROPRIEDADES ESPECÍFICAS DA MATÉRIA

Uma propriedade específica é aquela propriedade que serve ou pode ser


usada para identifica uma determinada substância. Como exemplo podemos citar
a densidade de um material. Densidade é a relação da massa/volume, assim um
material puro sólido de uma determinada substância possui por exemplo uma
densidade de 3,0 g/cm3. Quer dizer que a cada 1 cm3 do material pesa 3,0 gramas,
se misturar outro material a esse, sua densidade irá alterar, então ao medir sua
densidade será possível ver que o material não é puro, ou seja, tem outra substância
em sua composição. Ponto de fusão e ebulição também são propriedades
específicas conforme vimos anteriormente, pois cada substância tem a sua e se
alterar quer dizer que não é pura e a passagem também possui comportamento
diferente.

1.4.1 Densidade

A Densidade é a relação da massa sobre o volume do material, demonstrada


conforme a equação (1).

m
D= (1)
v

Sendo D a densidade, m a massa em gramas e v o volume em cm 3. A


densidade serve para avaliar “o volume de espaço vazio que um material possui”.
Sendo assim um material que tem maior quantidade de espaço vazio ele é menos
denso que um material com menor teor de espaço vazio. Como exemplos podemos

14
ver um pedaço de isopor e um pedaço de ferro. É notório que pedaços de mesmo
tamanho e mesmo volume dos dois materiais se forem medidos sua massa em uma
balança, o ferro possui uma massa maior. Isso ocorre devido o ferro ter seu interior
menor teor de espaço vazio.
Quando mergulhamos materiais de diferentes densidades em um meio fluido,
se o material tem menor densidade que o fluido, o material vai boiar sobre o fluido, e
se, o material tiver maior densidade que o meio fluido o material vai afundar. Como
exemplo temos o óleo de mamona que tem densidade 0,951 g/cm3a 20°C, já a água
possui densidade 0,998 g/cm3 a 20°C., no entanto se adicionarmos o óleo a água, o
óleo ficará sobrenadante ou boiando na água. Isso deve-se ao óleo possuir menor
densidade. Já a densidade do chumbo é 11,34 g/cm3 a 20°C. Se adicionarmos um
pedaço de chumbo a um copo d’água o chumbo vai afundar. Isso se deve ao
chumbo ter maior densidade que a água. Alguns vão se perguntar o motivo de fixar
a temperatura para densidade. Isso se deve ao fato de que os materiais possuem
capacidade de se dilatar ou seja aumentar de volume com a variação da
temperatura. Assim ao alterar o volume altera a densidade. No entanto o correto é
comparar todos à mesma temperatura.

1.4.2 Cor

A cor é a característica que está associada a composição do material, sendo


assim o material tem a capacidade de absorver as radiações eletromagnética e
emitir apenas uma faixa específica ou umas faixas específicas de frequência. Assim
ele apresenta uma coloração específica, que é denominada a cor do objeto. Assim
um material que apresenta coloração diferente do que o habitual pode ter uma
composição um pouco diferente da média da maioria dos outros materiais. Sendo
um critério de análise e seleção dos materiais.

1.4.3 Dureza

A dureza é a característica que está associada a ligações químicas


estabelecidas entre átomos, íons ou moléculas do material e sua organização
atômica. Geralmente quanto maior a força da ligação ou interação o material irá
apresentar uma maior dureza. Variações na composição de um material pode afetar

15
sua dureza, assim a dureza também pode ser um critério de análise e seleção dos
materiais.

1.4.4 Brilho

Alguns materiais apresentam brilho. Isso é devido as propriedades dos átomos


que são envolvidos na composição do material. Geralmente os metais possuem essas
propriedades, sendo mais destacados para os metais nobres devido a sua
dificuldade de oxidação ou elevado potencial de redução. Podemos destacar os
materiais produzidos com Ouro, Prata e Cobre.

Você sabia que existe um quarto estado da Matéria? Não? Então entre na rede mundial
de computadores, selecione um buscador como Google, SciELO e outros e pesquise sobre
o tema. Aproveite e assista o vídeo no sobre o tema. Disponível em: https://bit.ly/2NH31V8.
Acesso em: 01 fev. 2020.

Descubra qual é o quarto estado da matéria. Após chegar a uma conclusão você irá
produzir um relatório explicando como é a nível molecular o quarto estado da matéria em
no mínimo uma folha. Bom trabalho e bora buscar conhecimento!

16
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (MACKENZIE-SP) Dos três estados de uma substância, a que possui menor energia
cinética é o estado ________, cuja característica é apresentar ________.
Os termos que preenchem corretamente as lacunas são:

a) sólida - forma e volume variáveis.


b) líquida - forma própria e volume variável.
c) gasosa - forma variável e volume próprio.
d) líquida - forma e volume variáveis.
e) sólida - forma, e volume próprios.

2. (ENEM) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro


(moringas ou potes de cerâmica não esmaltada) para conservar água a uma
temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque:

a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor


que a dele, como se fosse isopor.
b) o barro tem poder de "gelar" a água pela sua composição química. Na reação, a
água perde calor.
c) o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água
evapora, tomando calor da moringa e do restante da água, que são assim
resfriadas.
d) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa.
A água de fora sempre está a uma temperatura maior que a de dentro.
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias
higroscópicas que diminuem naturalmente a temperatura da água.

3. (UNESP-SP) À pressão ambiente, o iodo tem pontos de fusão e de ebulição


superiores a 100°C. Um estudante colocou iodo sólido em um frasco limpo, que foi
hermeticamente fechado. O frasco ficou em absoluto repouso à temperatura
ambiente. Após algum tempo, notou-se a formação de cristais de iodo na tampa
do frasco devido à:

17
a) pressão osmótica do iodo.
b) sublimação do iodo.
c) fusão do iodo.
d) decomposição do iodo.
e) alta reatividade química do iodo.

4. (UFV-MG) Considere as seguintes propriedades de 3 substâncias:


Substância A: quando colocada dentro de um recipiente move-se sempre para o
fundo;
Substância B: quando colocada dentro de um recipiente espalha-se por todo o
espaço disponível;
Substância C: quando colocada dentro de um recipiente, move-se sempre para
o fundo, espalhando-se e cobrindo-o.
Os estados físicos das substâncias A, B e C são, respectivamente:

a) líquido, sólido e gasoso.


b) gasoso, sólido e líquido.
c) sólido, gasoso e líquido.
d) sólido, líquido e gasoso.
e) gasoso, líquido e sólido.

5. (CEFET-MG/2018) Um estudante recebeu uma amostra de água pura, sob pressão


de 1 atm, inicialmente à 50 °C. A amostra foi submetida ao resfriamento até
alcançar 0°C, permanecendo por alguns minutos, nessa temperatura.
Posteriormente, foi aquecida e mantida a 100 °C. Considerando-se que as
temperaturas de fusão e ebulição da água pura, a 1 atm, são, respectivamente,
0 e 100 ºC, o gráfico da temperatura em função do tempo que esboça essa
transformação é:

18
e) N.D.A

6. (UFJF/PISM 1 – 2015) O gráfico abaixo apresenta a variação de temperatura


observada ao se aquecer uma substância A, a partir de 25 ºC, em função do
tempo.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) A faixa de temperatura em que a substância permanece sólida é 25 – 41 ºC.

19
b) A substância A não é uma substância pura.
c) A temperatura de ebulição da substância A é 41 ºC.
d) A faixa de temperatura em que a substância permanece líquida é 25 – 182 ºC.
e) Em 25 ºC, a substância é um líquido.

7. Considere o quadro a seguir, que apresenta algumas substâncias e suas


respectivas temperaturas de fusão (T.F.) e de ebulição (T.E.), ao nível do mar.
Considerando-se esses dados, é INCORRETO afirmar:

Substância T.F. / ºC T.E. / ºC


Água 0 100,0
Clorofórmio –63,0 62,3
Hidróxido de sódio 318,6 1 389,0
Ácido acético 16,7 118,1

a) O clorofórmio a 70 ºC é gasoso.
b) A 85 ºC, o hidróxido de sódio é sólido.
c) A 25 ºC, duas das substâncias são líquidas.
d) A substância mais volátil é o clorofórmio.
e) A 1500 °C o hidróxido de sódio é sólido

8. (UFPI) Em uma cena de um filme, um indivíduo corre carregando uma maleta tipo
007(volume de 20 dm3) cheia de barras de um certo metal. Considerando que um
adulto de peso médio (70 kg) pode deslocar com uma certa velocidade, no
máximo, o equivalente ao seu próprio peso, indique qual o metal, contido na
maleta, observando os dados da tabela a seguir.
(Dado: 1 dm3 = 1L = 1 000 cm3.)

20
a) Alumínio.
b) Zinco.
c) Prata.
d) Chumbo.
e) Ouro.

21
MISTURA Erro!
Fonte de
referênci
a não
2.1 INTRODUÇÃO AS MISTURAS
encontra
da.
No nosso cotidiano lidamos com misturas o tempo todo. A natureza nos
fornece a matéria misturada e somos nós que desenvolvemos tecnologias para
separar as substâncias e utilizar as substâncias com maior eficiência em processos
tecnológicos. Assim uma mistura é o conjunto de duas ou mais substâncias juntas.
Como exemplo de misturas temos a água mineral que tem água (H 2O) e os
minerais como Na+, Ca2+, K+ entre outros, os refrigerantes que tomamos, o Ar que está
na atmosfera que contêm vários gases dentre vários outros exemplos que podem ser
citados.
As misturas podem ser classificadas em dois tipos básicos. Misturas
Homogêneas e Misturas Heterogêneas.
As misturas Homogêneas são aquelas que possuem apenas uma fase ao ser
analisado o sistema de estudo. Exemplo: Se for produzido uma mistura de água com
álcool, no recipiente só irá ser observado uma fase. Assim a mistura é denominada
homogênea pois olhando parece todas as partes do sistema são iguais sem existir
diferença. Do ponto de vista Físico-Químico, uma mistura homogênea possui suas
propriedades iguais em qualquer parte do sistema, ou seja, se selecionarmos
qualquer parte da solução de água e álcool e testarmos encontraremos as mesmas
características. Abaixo a Figura 8 mostra uma mistura homogênea.

Figura 8: Mistura homogênea

Fonte: Rafaela (2013b, online)

22
As misturas Heterogêneas são aquelas que possuem duas ou mais fases ao ser
analisado o sistema de estudo. Como exemplo podemos citar se for misturado água
com óleo, devido a apolaridade do óleo e a polaridade da água o óleo não irá se
misturar com a água. O óleo fica por cima boiando devido a sua menor densidade
como vimos no capítulo anterior e a água por baixo devido ter maior densidade. O
sistema é uma mistura pois satisfaz o critério de ter no mínimo duas substâncias juntas,
pode ter mais, mas nesse caso tem apenas duas. Ao observarmos o óleo em cima
ele será uma fase em nossa observação e a água em baixo será outra fase. Assim o
sistema apresentará duas fases. Todo sistema que apresenta duas ou mais fases é
classificado como heterogêneo. Do ponto de vista físico-químico o sistema não possui
as mesmas propriedades em toda a sua extensão. Caso retirarmos uma amostra
somente da primeira fase e analisarmos iremos encontrar somente óleo, e se retiramos
da segunda fase, iremos encontrar somente água. No entanto as propriedades de
cada parte do sistema são diferentes o que caracteriza um sistema como
heterogêneo.
Como foi dito acima, uma substância polar não se mistura com uma apolar, já
as substâncias polares dissolvem ou solubilizam as polares e as apolares solubilizam as
apolares, assim na química foi criado o seguinte ditado “ Semelhante dissolve
semelhante, já os diferentes não se dissolvem entre si”.

2.2 MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS

2.2.1 Decantação

A Decantação é um método de separação de sistemas heterogêneos, O


método se baseia na diferença de densidade entre as partes misturadas. No entanto
para separar, a mistura fica parada, assim a parte mais densa vai para o fundo, e a
menos densa fica por cima, então depois é só usar algum método para remover uma
parte da outra e pronto está separado. Em alguns casos pode ser empregado uma
substância denominada floculante para forçar a floculação e melhorar a
decantação. Não é uma separação muito eficiente, mas é empregada em muitos
processos da indústria e do tratamento de água. Podemos ver a decantação na
Figura 9.

23
Figura 9: Esquema de decantação

Fonte: Feltre (2004, p. 33)

Para saber mais sobre o uso da decantação no tratamento da água veja vídeo da SABESP
sobre o tratamento de água. Disponível em: Link: https://bit.ly/2VbWcyA. Acesso em: 06
fev. 2020.

2.2.2 Filtração

A Filtração é um método de separação de sistemas heterogêneos, a filtração


se baseia na produção de um filtro que pode ser uma matriz ou uma película
perfurada no qual consegue passar apenas o fluido e a partícula do tamanho a ser
separada, a partícula a ser separada é maior que o furo da matriz ou meio filtrante,
assim a partícula fica retida não passando e o fluido passa para outro meio realizando
a separação. Como exemplo de filtração temos a filtração da água nas residências,
a filtração do ar em chaminés de indústrias evitando a emissão de partículas ao
ambiente. Podemos ver a filtração na Figura 10.

24
Figura 10: Esquema de filtração

Fonte: Feltre (2004, p. 32)

2.2.3 Sifonação

A sifonação é o método que se baseia em remover dois fluidos de diferentes


polaridades no qual a densidade é diferente e assim um fica por cima do outro. No
entanto o método é de separação de misturas heterogêneas no qual é produzido
um sifão, esse sifão é adicionado bem próximo a zona de interface entre os dois
fluidos (a região que divide um do outro) e pelo princípio o empuxo é succionado o
fluido que está por cima até que ele se acabe, realizando a separação, já que cada
um estará em recipientes diferentes. Podemos ver a sifonação na Figura 11.

Figura 11: Esquema de sifonação

Fonte: Só Biologia (2008-2020, online)

25
2.2.4 Flotação

A flotação consiste em ter dois sólidos de diferentes densidades misturados de


forma não ser possível realizar a separação por meio da catação. Assim é
selecionado um líquido de densidade intermediária entre os dois sólidos e adicionado
ao sistema, o sólido de densidade menor que o líquido selecionado irá boiar, já o de
densidade maior que o líquido selecionado ficará no fundo, realizando a separação
dos dois sólidos. Para finalizar é só empregar um equipamento remover o sólido de
cima e secar, e depois retirar o sólido de baixo e secar, se o debaixo for muito
cominuído (em pó) poderá empegar a filtração. A flotação é um método de
separação de sistemas heterogêneos. Podemos ver a flotação na Figura 12.

Figura 12: Esquema de flotação

Fonte: Dias (2018, online)

2.2.5 Separação Magnética

A separação magnética é o método que se baseia em separar metais em pó


ou pedaços, no qual um dos metais tem propriedade magnética e o outro não. A
mistura também pode ser composta por apenas um metal e a outra fração não ser
metal, mas é necessário que exista um metal que tenha propriedade magnética já
que a separação é realizada por meio de ímã no qual é passado sobre a mistura e
então vai removendo a parte que tem propriedade magnética que é o metal.
Podemos ver na Figura 13 a separação magnética.

26
Figura 13: Esquema de separação magnética

Fonte: Bunde (2019, online)

2.2.6 Centrifugação

A centrifugação é um método de separação de misturas heterogêneos.


Muitas pessoas não concordam quando em algumas atividades que a resposta
correta é que o leite é heterogêneo. Muitos dizem, mas o leite novo ou de caixinha
só apresenta uma fase. O motivo pelo qual classificamos o leite como heterogêneo
é que ao ser centrifugado (método de separação de misturas heterogênea) é
separado na fração sólida do seu soro, fração líquida. Assim ele é mesmo
heterogêneo, A mesma coisa serve para o sangue que é heterogêneo e também
sofre separação por centrifugação. A centrifugação se baseia em colocar a
substância em recipiente próprios, como tubos de ensaio, em uma centrífuga. A
centrifuga é um equipamento de alta rotação no qual os tubos são levantados e a
força centrífuga atua levando a fração sólida para o fundo do tudo e a fração
líquida fica sobrenadante. Só tem que tomar cuidado para deixar a centrífuga
balanceada, colocar tubos em lados opostos para ela não começar a pular devido
ao não balanceamento. Como podemos ver na Figura 14 ocorre uma centrifugação.

Figura 14: Esquema de centrifugação

Fonte: Mancio et. al., (2010, p. 05)

27
2.2.7 Evaporação

A evaporação consiste na separação geralmente de sistemas homogêneos,


no qual existe uma substância dissolvida em um líquido, a substância dissolvida vamos
chamar de soluto já que ela está em menor fração. Assim é empregado a luz solar
como calor ou outra fonte de aquecimento não muito forte, espera-se o tempo e o
líquido vai evaporando. A evaporação é diferente da ebulição, pois a ebulição
como vimos no primeiro capítulo é uma mudança de estado físico forçada no qual
se tem que atingir o ponto de ebulição. Já a evaporação apenas o calor do
ambiente que no caso acima na luz solar ou da fonte fraca de aquecimento fornece
energia e as moléculas da superfície de pouco a pouco adquirem energia cinética
suficiente para romper a interação e mudar de estado físico. Então a evaporação é
lenta e de pouco a pouco. Assim todo o líquido vai se evaporar e a substância
dissolvida que é o soluto vai ficar no recipiente devido ao fato de ter maio ponto de
fusão e ebulição.
Um exemplo muito comum de emprego desse método é na produção de sal
nas salmouras, no qual a água do mar é retida, e o sol evapora a água e o sal fica,
é recolhido, tratado e iodado para ser vendido, assim podemos ver na Figura 15.

Figura 15: Imagem de Evaporação

Fonte: Magalhães (2019, online)

28
2.2.8 Destilação

A destilação é um método de separação de sistemas homogêneos. No


primeiro caso abordaremos a destilação simples, no qual um soluto não volátil como
o sal de cozinha está dissolvido em água. O sal de cozinha por ser um composto
iônico ele possui ponto de fusão e ebulição muito maior que o da água. Então é feito
um sistema de destilação, no qual a mistura é adicionada em um recipiente fechado
hermeticamente e ligado por meio de uma mangueira. O recipiente é aquecido e a
água chega ao ponto de ebulição. Assim a água passa por um recipiente no qual
existe troca de calor com água fria. Esse sistema não deixa as águas se misturarem,
apenas tem contato por meio de um vidro ou outro material permitindo a troca de
calor, assim a água que está na fase gasosa se condensa e volta para o estado
líquido e é recolhida em outro recipiente.
Já o sal que tem ponto de ebulição elevado fica no recipiente inicial e é
recolhido após toda a água ter passado para o estado gasoso e ser condensada e
recolhida no outro recipiente. Essa destilação é classificada como destilação simples
por envolver um sólido e líquido.
Já quando envolver no mínimo dois líquidos a destilação e classificada como
destilação fracionada. Como podemos ver na Figura 16.

Figura 16: Esquema de destilação simples (esquerda) e fracionada (direita)

Fonte: Fogaça (2015a, online)

29
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UNISC) Dependendo do método de separação apresentado abaixo, é possível


separar:

a) A - água e sal; B- óleo e água; C- solventes orgânicos com ponto de ebulição


próximos.
b) A - óleo e água; B- solventes orgânicos com ponto de ebulição próximos; C-
líquidos imiscíveis.
c) A - água e sal; B- solventes orgânicos com ponto de ebulição próximos; C-
líquidos de densidades diferentes.
d) A - solventes orgânicos com ponto de ebulição próximos; B- líquidos e sólidos; C-
líquidos de densidades diferentes.
e) A - água e sal; B- solventes orgânicos com ponto de ebulição próximos; C -
líquidos imiscíveis.

2. (UFES) Na perfuração de uma jazida petrolífera, a pressão dos gases faz com que
o petróleo jorre para fora. Ao reduzir-se a pressão, o petróleo bruto para de jorrar
e tem de ser bombeado. Devido às impurezas que o petróleo bruto contém, ele é
submetido a dois processos mecânicos de purificação, antes do refino: separá-lo
da água salgada e separá-lo de impurezas sólidas como areia e argila.

Esses processos mecânicos de purificação são, respectivamente:

a) decantação e filtração.
b) decantação e destilação fracionada.

30
c) filtração e destilação fracionada.
d) filtração e decantação.
e) destilação fracionada e decantação

3. (IME – RJ) Considere as afirmativas.

I. Água e mercúrio, em condições ambiente, compõem um sistema bifásico.


II. Água e óleo podem ser separados por decantação.
III. Nitrogênio e oxigênio, em condições ambiente, formam sempre uma mistura
homogênea.
IV. Mistura de cloreto de sódio e areia pode ser separada por dissolução do
primeiro em água seguida de filtração.
V. Os constituintes de uma mistura homogênea líquida podem ser separados
apenas por decantação seguida de centrifugação.

São corretas:

a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas III e V.
d) apenas II, III e V.
e) apenas I, II, III e IV.

4. (Mack) Para se separarem os componentes de uma mistura heterogênea formada


por um líquido e um sólido deve-se fazer uma:

a) destilação simples.
b) titulação.
c) condensação.
d) destilação fracionada.
e) filtração simples.

5. (UFJF) Em geral, as águas dos rios que cortam as regiões metropolitanas são
poluídas. Esse fato ocorre principalmente devido ao lançamento de esgoto

31
doméstico e rejeitos industriais diretamente nos rios. Considere as afirmativas
abaixo:

I. A água potável consiste em uma substância pura.


II. Na água potável, pode haver muitas substâncias dissolvidas, dentre elas, os sais
minerais.
III. O ato de filtrar a água consiste em uma operação para eliminar os sais minerais
dissolvidos na água.
IV. Algumas bactérias prejudiciais à saúde podem estar presentes no ambiente
aquático e podem ser eliminadas pelo processo de desinfecção, através da
adição de “cloro” na água.

Assinale a alternativa que contém somente afirmativas corretas:

a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e III.

6. (Fuvest) Descargas industriais de água pura aquecida podem provocar a morte


de peixes em rios e lagos porque causam:

a) aumento do nitrogênio dissolvido.


b) aumento do gás carbônico dissolvido.
c) diminuição do hidrogênio dissolvido.
d) diminuição do oxigênio dissolvido.
e) alteração do pH do meio aquático.

32
7. (UEBA) A obtenção industrial do oxigênio (PE = –183ºC) e do nitrogênio (PE = –
196ºC) é feita por destilação fracionada do ar. Comprimindo-se o ar fortemente e
resfriando-o até aproximadamente 200ºC abaixo de zero ele se liquefaz. Então se
destila o ar líquido.

Com base nos dados acima, podemos afirmar que:

a) o gás que primeiro é obtido é o oxigênio, cujo ponto de ebulição é – 196ºC, e a


seguir vem o nitrogênio, cujo ponto de ebulição é – 196ºC.
b) o gás que primeiro é obtido é o nitrogênio, cujo ponto de ebulição é –196ºC, e a
seguir vem o oxigênio, cujo ponto de ebulição é – 183ºC.
c) o gás que primeiro é obtido é o nitrogênio, cujo ponto de ebulição é 196ºC, e a
seguir vem o oxigênio, cujo ponto de ebulição é 183ºC.
d) o gás que primeiro é obtido é o oxigênio, cujo ponto de ebulição é 183ºC, e a
seguir vem o oxigênio, cujo ponto de ebulição é 196ºC.
e) os dois gases são obtidos juntos na temperatura de 190ºC, aproximadamente.

8. Industrialmente, a extração do cloreto de sódio a partir da água do mar é feita


por:

a) evaporação.
b) destilação.
c) filtração.
d) centrifugação.
e) sedimentação.

33
ESTRUTURA DA MATÉRIA Erro!
Fonte de
referênci
3.1 A IDEIA DE ÁTOMO a não
encontra
A ideia de átomo surgiu na Grécia antiga por um filósofo chamado Demócrito.

da.
Demócrito disse que ao se dividir um material chegaria a ponto em que ele se tornaria
indivisível. Assim em grego tomo é divisível e o A vem da negação, chamando então
de Átomo, o indivisível. Demócrito não propôs um modelo atômico, ele apenas
propôs uma ideia, até porque para ser um modelo, precisa de ser baseado no
método científico. Também não se conhecia muitas particularidades da menor
partícula da matéria.

3.2 MODELO DE DALTON

Por Volta de 1808, John Dalton um hábil químico e estudioso das diversas áreas
das ciências se propôs explicar algumas leis que já estavam enunciadas e não
podiam ser explicadas a nível molecular. Uma das leis é a lei da conservação da
massa de Lavoisier que já tinha sido enunciada e comprovada a nível macroscópico
em 1785, assim era necessário já que o enfoque da química é o nível molecular, de
uma explicação microscópica. Assim Dalton baseou na lei de Lavoisier e nas
proporções constante de Proust para enunciar o primeiro modelo atômico.

1. Os átomos são esferas maciças.


2. Os elementos são constituídos por partículas muito pequenas chamadas
átomos. Todos os átomos de um dado elemento são idênticos, tendo em
particular o mesmo tamanho, massa e propriedades químicas. Os átomos de
diferentes elementos diferem entre si em, pelo menos, uma propriedade.
3. Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento. Em
qualquer composto, a razão entre o número de átomos dos dois elementos
constituintes é um número inteiro, ou então uma fração simples.
4. Todas as reações químicas consistem na separação, combinação ou rearranjo
de átomos, mas nunca na criação ou destruição destes.

34
5. Os átomos são indivisíveis e indestrutíveis.
6. Os átomos são neutros.

Podemos ver a representação do modelo na Figura 17.

Figura 17: Figura modelo de Dalton

Fonte: Fogaça (2015e, online)

O modelo de Dalton foi importantíssimo pois validou a nível molecular a lei de


Lavoisier, com a lei de Dalton foi possível realizar a simulação com modelos
moleculares. Vejamos a Figura 18 como é possível demonstrar modelos moleculares.

Figura 18: Demonstração da utilização da teoria de Dalton para confecção de modelos


moleculares.

Fonte: Adaptado de Feltre (2004)

35
Figura 19: Reação Química com modelo molecular de Dalton

Fonte: Dias (2016, online)

Vejamos que a Figura 20 que demonstra a reação química. Isso demonstra


que Dalton conseguiu provar a nível molecular a lei de Lavoisier. Observe que todos
os átomos envolvidos nos reagentes estão presentes no produto. Assim a somatória
das massas do reagente é igual a somatória das massas no produto.

3.3 MODELO ATÔMICO DE THOMSON

O cientista Joseph John Thomson realizou estudos com tubos de raios


catódicos para elucidar um novo modelo atômico e observar se o átomo possui
comportamento elétrico já que o modelo de Thomson não previa o comportamento
elétrico da matéria.

Leia sobre a definição de tubos de raios catódicos e faça um resumo do mecanismo de


funcionamento de um tubo de raio catódico para sua melhor compressão do modelo de
Thomson. Disponível em: https://bit.ly/2BbdqpH. Acesso em: 07 fev. 2020.

Assim, após Thomson estudar o comportamento dos raios catódicos, ele


percebeu que o raio catódico é composto por uma diminuta partícula menor do
átomo que ele denominou de elétron. Pela primeira vez foi percebido uma
subpartícula atômica. Thomson também percebeu que o elétron possui como
comportamento elétrico o caráter negativo. Assim ele propôs um modelo que ficou
conhecido como pudim de passas, no qual uma massa positiva era incrustada de

36
elétrons negativos, os elétrons eram as passas nesse modelo conforme podemos ver
na Figura 20.

Figura 20: Modelo de Thomson

Fonte: Magalhães (2020, online)

3.4 MODELO RUTHERFORD

Ernest Rutherford realizou estudos com emissão de partículas alfa.

No final do século XIX, Rutherford descobriu que as partícula alfa são apenas os núcleos
do hélio, (segundo elemento da tabela periódica). Portanto, seu núcleo contém dois
prótons. Para manter o equilíbrio do núcleo, dois nêutrons devem ser colocados juntos.
Portanto, partículas alfa ou núcleos de hélio contêm dois prótons e dois nêutrons e têm as
seguintes características:
Massa de repouso: 6,64 ∙ 10 kg
Massa de repouso em unidades de massa atômica: 4,0026 u (u = 1,66 ∙ 10 kg)
Carga elétrica: +3,20 ∙ 10 kg
Razão carga/massa: +4,82 ∙ 10 C/kg
Disponível em: https://bit.ly/3o8Z5Nf. Acesso em: 07 fev. 2020 (Adaptado).

No entanto Rutherford contou com a ajuda de dois de seus alunos Geiger e


Marsden para realizar um experimento no qual o ajudou a elucidar um novo modelo
atômico. Rutherford orientou para a montagem de um aparto no qual uma pequena
caixa de chumbo contendo uma pequena amostra de polônio foi colocada com

37
um pequeno ofício orientado a incidir em uma finíssima placa de ouro. Após a placa
de ouro, foi colocado um material fotográfico de sulfeto de zinco (ZnS) para registrar
caso a radiação incidente na placa de ouro atravessasse. Já que a radiação alfa
possui massa conforme podemos ver no Box Fique atento acima e também é positiva
Rutherford realizou o experimento com o objetivo de entender a estrutura interna dos
átomos.

Figura 21: Experimento de Rutherford e seu modelo atômico

Fonte: Feltre (2004, p. 78)

Por que Rutherford usou o ouro e não outro metal? Faça uma pesquisa e em seguida
discuta com seu tutor.

Assim Rutherford chegou à definição de um novo modelo atômico. Ele


percebeu que a radiação alfa passou sem dificuldades pela lâmina de Ouro devido
ao número de registros no material fotográfico. Ele também verificou que algumas
radiações se desviaram da trajetória original. Assim Rutherford percebeu que o
átomo era na sua maior parte um espaço vazio no qual denominou de eletrosfera.
Já que o elétron é pequeno e de massa desprezível, no seu modelo ele ficou na
eletrosfera que é a maior parte do átomo. No centro do átomo ficou o núcleo
contendo toda a massa e sua carga é positiva. O raio do núcleo na visão de
Rutherford era de 10.000 (dez mil) a 100.000 (cem mil) vezes menor do o raio do
átomo. Ou seja, a eletrosfera que é o espaço vazio possui elétrons em trajetória

38
circular em torno do núcleo sendo muito maior que o núcleo, o átomo era vazio e
não preenchido como na visão de Thomson. Assim o modelo ficou conhecido como
planetário por se associar ao sistema solar como também podemos observar na
Figura 21 acima.

3.5 MODELO DE BOHR

Niels Bohr resolveu estudar os fenômenos de emissão para entender um


modelo atômico que fosse capaz de explicar os fenômenos de emissão que vinha
sendo observado e que não era explicado pelo modelo de Rutherford. Também no
modelo de Rutherford não explicava como que os elétrons ao girarem em torno do
núcleo positivo não iam perdendo energia e não colidia com o núcleo não gerando
o colapso da matéria.

Bohr submeteu uma ampola de vidro contendo gás hidrogênio a uma grande
descarga elétrica e assim foi emitido uma luz. A luz emitida foi colimada por uma
lente e incidida em um prisma. Bohr então registrou um chapa os comprimentos de
onda emitidos e assim pela primeira vez registrou o espectro de linha de um elemento
químico. Podemos ver na Figura 22 um experimento semelhante.

Figura 22: Experimento de emissão

39
O que é um espectro de linha?
Faça uma pesquisa e discuta o resultado com seu tutor. Vamos lá construir a
aprendizagem, não fique parado!

Antes do experimento de Bohr, físico renomado chamado Max Planck propôs


a quantização da energia para explicar os fenômenos de emissão, foi muito
criticado, Albert Einstein explicou o efeito fotoelétrico e com isso ganhou o prêmio
Nobel de física. Assim Bohr para explicar seu modelo fez os seguintes postulados:

 Os elétrons, move-se em órbitas circulares em torno no núcleo do átomo.


 A energia total de um elétron (potencial + cinética) não pode apresentar
nenhum valor, mas, sim, valores múltiplos de um quantum.
 Apenas algumas órbitas eletrônicas são permitidas para o elétron, e ele não
emite energia ao percorrê-las.
 Quando o elétron passa de uma órbita para outra, emite ou absorve uma
quantidade de energia, definida como quantum de energia.

O modelo de Bohr descreve que o átomo possui órbitas específicas com


energias quantizadas. Assim o elétron só pode assumir determinado valor de energia
e não qualquer valor mais. Essa órbita muitas vezes é denominada de camada
eletrônica ou nível de energia.

Tabela 1: Níveis eletrônicos


NÍVEL CAMADA QUANTIDADE E ELÉTRONS
1 K 2
2 L 8
3 M 18
4 N 32
5 O 32
6 P 18
7 Q 8
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

3.6 O ÁTOMO MODERNO

Com o passar do tempo foram surgindo vária contribuições acerca do estudo

40
do átomo. Uma grande contribuição entro da mecânica quântica além da
proposição de Max Planck e da explicação do efeito fotoelétrico por Albert Einstein
já citado anteriormente, foi o princípio da incerteza de Heisenberg. O princípio da
Incerteza trata do nível de precisão para se medir um sistema quântico. Para
entendermos o princípio da incerteza vamos analisar dois sistemas não quânticos,
mas apenas por semelhança didática. Sistema I: um copo com água e Sistema II:
uma gota de orvalho em uma planta pela manhã de um dia frio. Agora vamos medir
a temperatura dos dois sistemas empregando um termômetro tradicional. Imagine o
termômetro no copo, obviamente o termômetro vai passar um pouco de calor ou
retirar um pouco de calor da água ao entrar em contato e estabelecer equilíbrio
térmico, mas devido ao tamanho do sistema essa alteração não trará um desvio
muito grande na temperatura da água ao fazer a leitura final da temperatura da
água no copo. Agora, imagine à medida da gota de orvalho, a ponta do
termômetro toca a gota de orvalho que é quase do mesmo tamanho ou menor que
a ponta do termômetro, assim a temperatura final da leitura será bem diferente da
real da gota de orvalho antes do termômetro tocar. Ou seja, um sistema menor sofre
interferência devido a medida, quanto menor, ao medir a medida interfere no
resultado.

Em um átomo, é mais importante conhecer sobre a energia do elétron do que sobre sua
posição ou velocidade. Assim o princípio da incerteza nos induz a pensar que ao medir
sua posição altera-se sua velocidade e ao medir sua velocidade altera-se sua posição
devido o sistema ser microscópico.

Depois de 1913, diversos cientistas estudaram o átomo e realizaram posições


que permitiu chegar a um modelo que hoje chamamos de modelo orbital ou modelo
atômico da mecânica quântica. O modelo exibe uma grande complexidade, no
entanto devido a sua abstração e seus aspectos quantitativos ele não é trabalhado
no Ensino Médio, já no curso de química (superior) ele será trabalhado mais
detalhado em química inorgânica e físico-química, aqui nessa disciplina discutiremos
apenas alguns conceitos qualitativos para compreender o átomo e realizar as
operações necessárias.

41
 Henry G. I. Moseley, em 1914, determina os números atômicos para os
elementos. Número atômico é a carga nuclear ou número de prótons
existentes no núcleo de um átomo.
 Louis de Broglie, em 1924, propõe a natureza dual do elétron, ou seja, o
elétron apresentando comportamento de partícula e de onda.
 Erwin Schrödinger, em 1926, propõe uma equação de onda para o elétron.
 Werner Karl Heisenberg, em 1927, propõe o princípio da incerteza que
abordamos logo acima: Não é possível determinar, simultaneamente, a
posição ou velocidade do elétron.
 James Chadwick, em 1932, descobre mais uma partícula nuclear: O nêutron
– partícula sem carga e com massa próxima à do próton.

Assim podemos dizer que o átomo que conhecemos hoje possua duas regiões
distintas, a primeira é o núcleo onde ficam concentrados todo a massa do átomo
com os prótons e os nêutrons, e a segunda é a eletrosfera onde contêm os elétrons.
Assim um átomo vai ser neutro quando o número de partículas positivas for igual ao
de partículas negativas, ou seja, o número de prótons (prótons são positivos) que
ficam no núcleo forem iguais ao de elétrons (elétrons são negativos) que ficam na
eletrosfera. O número de prótons, ou seja, a carga do núcleo, é denominado número
atômico e representado pela letra Z.

Prótons equivale aos elétrons apenas em carga, a carga do próton é 1+ e do elétron -1 se


neutralizando quando a razão é 1 para 1. Mas não em massa, próton tem massa já o
elétron a massa dele é desprezível de tão pequena mesmo para um sistema quântico,
então dizemos que elétron não tem massa.

Portanto, se um átomo possui 11 prótons em seu núcleo, representamos que


esse átomo tem um Z = 11, assim como vimos na afirmação de Moseley através do
número atômico podemos distinguir um elemento de outro, já que na natureza não
existe outro elemento com o número atômico Z = 11, assim outro elemento vai ter
número atômico Z =10 ou Z=12, e somente terá Z = 11 quando for o mesmo elemento
químico.

42
“Trocando em miúdos” podemos dizer que o número atômico caracteriza um átomo de
um elemento e o diferencia de outro.

Assim podemos representar:


A → Número de Massa
Z → Número atômico ou número de prótons
N → Número de nêutrons

Onde podemos concluir já que no núcleo ficam as partículas com massa


(prótons e nêutrons) e na eletrosfera as partículas “sem massa” que são os elétrons,
temos a equação (2):

= + (2)

Assim já que os elétrons não possuem massa eles não entram na equação (2).
Na representação de um elemento, usamos a seguinte forma:
Sendo X o símbolo do elemento então AZX assim A é representado em a cima
sobrescrito e z embaixo sobrescrito.
É importante destacarmos que o número de massa não é a massa do átomo.
Isso apenas representa a soma dos números de prótons e nêutrons que se encontram
no núcleo.

Tabela 2: Partículas que compõe alguns átomos


Partículas presentes no Soma de prótons e Partículas presentes na
núcleo nêutrons eletrosfera
N°de N° de
Elementos N° de massa N° de elétrons
prótons nêutrons
24He 2 2 4 2
714N 7 7 14 7
614C 6 8 14 6
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

3.6.1 Orbital

No modelo de Bohr o mesmo afirmou que o giro do elétron ao redor do núcleo


se dava na forma de órbita circular, ou seja, em uma região onde se tem raio definido

43
e também energia definida.
No modelo quântico, o giro do elétron ao redor do núcleo não ocorre na forma
de órbita, seja ele qual for (circular ou elíptica), o giro ocorre em uma região que
denominamos de orbital.

O orbital é, portanto, a região ao redor do núcleo onde existe maior probabilidade de se


encontrar o elétron.

3.6.2 Configuração Eletrônica

A forma de como os orbitais de um átomo são preenchidos por elétrons é


denominada de configuração eletrônica. Podemos realizar a distribuição eletrônica
de muitos elementos, empregando o seguinte diagrama de Pauling:

Neste diagrama, possuem sete níveis de energia como podemos ver, variando
assim de 1 a 7. Os níveis são divididos em subníveis. Os subníveis são representados
pelas letras, e os quatro principais são s, p, d e f que vem do inglês Sharp, Principal,
difuse e fundamental. Como o subnível é preenchido por elétrons, dentro de cada
um existe um número máximo de elétrons permitido que são conforme a tabela:

44
Tabela 3: Subníveis
Subnível Número máximo de elétrons Representação
S 2 s2
P 6 p6
D 10 d10
F 14 f14
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

Observe que varia de uma P.A (progressão aritmética) 2, o próximo 2 + 4 que


é 6, o próximo 6 + 4 que é 10 e o próximo 10 + 4 que é 14. O subnível são formados
por orbitais.

Assim para realizar a distribuição seguimos o final da seta do diagrama de


Pauling até sua ponta e retornamos ao final até novamente sua ponta usando a
seguinte ordem de preenchimento:

1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s2, 4d10, 5p6, 6s2, 4f14, 5d10, 6p6, 7s2, ....

Vejamos alguns exemplos de distribuições eletrônicas de elementos neutros:

a) 1H

Possui 1 próton e 1 elétron

configuração: 1s2

b) 7N

Possui 7 prótons e 7 elétrons

configuração: 1s2, 2s2, 2p3

c) 9F

Possui 9 prótons e 9 elétrons

45
configuração: 1s2, 2s2, 2p5

d) 17Cl

Possui 17 prótons e 17 elétrons

configuração: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5

e) 28Ni

Possui 28 prótons e 28 elétrons

configuração: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d8

Agora vamos analisar se a distribuição eletrônica for a de um íon. Vimos


anteriormente que o átomo estava no estado neutro, ou seja, seu número de próton
é igual ao de elétrons. Mas e se ele ganhar ou perder elétrons? Assim quando ganhar
ele se transforma em um íon negativo denominado de ânion e quando perde ele se
transforma em um íon positivo denominado de cátion. Para entender melhor porque
quando ganha finca negativo e quando perde fica positivo veja o exemplo:

Cátion:

11Na então ele tem 11 prótons e 11 elétrons


11+ = 11-

Retira um elétron: fica então 11 prótons e 10 elétrons

Repare que ao perder um elétron ficou no total um próton a mais sobrando,


ou seja, 10 prótons neutralizam 10 elétrons, e o que sobrou é positivo assim se forma
um cátion de sódio Na+.

Ânion:

17Cl então ele tem 17 prótons e 17 elétrons


17+ = 17-

46
Ao adicionar um elétron: fica então 17 prótons e 18 elétrons.

Repare que ao ganhar um elétron ficou no total um elétron a mais sobrando,


ou seja, 17 prótons neutralizam 17 elétrons, e o que sobrou é negativo assim se forma
um ânion de cloro Cl-.

Vejamos alguns exemplos da distribuição eletrônica:

a) 11Na+

Átomo neutro: 1s2, 2s2, 2p6, 3s1


Íon: Retira-se um elétron de 3s1
Assim a configuração de Na+ é: 1s2, 2s2, 2p6

b) 17Cl-

Átomo neutro: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5


Íon: Adiciona-se um elétron em 3p5 ficando 3p6
Assim a configuração de Cl- é: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6

c) 26Fe2+

Átomo neutro: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d6


Íon: Retira-se dois elétrons de 4s2 (por que 4s2 e não 3d6? Retira-se do último nível,
então do nível 4 e não do nível 3.)
Assim a configuração de Na+ é: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d6

d) 26Fe
3+

Átomo neutro: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d6


Íon: Retira-se dois elétrons de 4s2 (por que 4s2 e não 3d6? Retira-se do último nível,
então do nível 4 e não do nível 3.) e como são três tira mais 1 de 3d 6
Assim a configuração de Na+ é: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d5

e) 16S-2

Átomo neutro: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p4


Íon: Adiciona-se dois elétrons em 3p4 ficando 3p6
Assim a configuração de S-2 é: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6

47
Ao comparáramos os elementos químicos temos quatro situações que são:
Isótopos, Isóbaros, Isótonos e Isoeletrônicos, vejamos os conceitos de cada um.

 Isótopos: Átomos que apresentam mesmo número atômico e diferente


número de massa, exemplo 11H e 12H.
 Isóbaros: Átomos que apresentam o mesmo número de massa e número
atômico diferente. Exemplo 2040Ca e 1940K.
 Isótonos: Átomos que apresentam o mesmo número de nêutrons e diferentes
número de massa e atômico. Exemplo 2040Ca e 1939K, sendo A = Z + N, então
N = A-Z, assim no Ca N = 40-20 = 20 e no K N= 39-19 = 20, observe que o N =
20 nos dois casos, assim se possui mesmo número de neutros e satisfaz as
condições apresentados são considerados isótonos.
 Isoeletrônicos: São elementos ou íons diferentes que possuem a mesma
configuração eletrônica. Exemplo 16S-2 possui a configuração 1s2, 2s2, 2p6, 3s2,
3p6 e 17Cl- que também possui a configuração 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6.

3.7 LEI PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

Ao longo de vários anos foi se estudando o comportamento dos elementos


químicos e percebeu-se que alguns elementos possuem característica próximas e
muitas das vezes pode ser explicado por sua configuração eletrônica. Antes de
conhecer sobre a configuração eletrônica dos elementos químicos Dalton estudou
os gases ideais e fez experimentos com seu peso empregando balões e chegou à
conclusão que sua densidade estava relacionada com a massa do elemento.
Newlands estudou os elementos e relacionou com notas musicais que se repetem em
um piano e ficou conhecido como as oitavas de Newlands. No entanto vários
pesquisadores tentaram explicar e propor uma organização dos elementos químicos.
Após essas várias tentativas um químico chamado Dimitri Mendeleev após tentar por
vários anos e chegou à uma classificação que até hoje adotamos, criando assim a
Tabela Periódica dos Elementos Químicos. Mendeleev deixou alguns buracos na
tabela periódica, eram elementos que ele sabia que existiam na natureza, mas ainda
não eram conhecidos pela comunidade científica, mas sabia que como por
exemplo o Gálio era um elemento que possuía baixo ponto de fusão, que ao ser
colocado na mão de uma pessoa a temperatura corporal e calor fornecido pelo

48
corpo era capaz de levar a fusão do pedaço de gálio que estivesse na mão. Mais
para frente a tabela foi aperfeiçoada já que inicialmente ela foi proposta em ordem
crescente de massa atômica, Henry Mosley um químico novo e fantástico que morreu
em combate de guerra, realizou estudos como raio X e percebeu que ao interagir o
raio X com os elementos cada elemento emitia uma frequência diferente e isso
estava associado ao núcleo do elemento. Assim ficou consolidado que o número
atômico é que define o elemento químico, ou seja, o número de prótons no núcleo
do átomo é que define o elemento, assim um núcleo, com um próton é o Hidrogênio,
com dois prótons ai já é o Hélio e se quebrarmos o núcleo do hélio em dois núcleos
cada um com um próton ai se formam dois átomos de hidrogênio. Podemos ver a
representação atualizada da tabela periódica na Figura 23.

O tipo de elemento químico é definido pelo seu número de prótons, e não sua massa,
como exemplo temos o carbono que possui Z = 6 ou seja 6 prótons, mas podemos ter o
carbono de massa 12 e massa 14. O que difere sua massa é o número de nêutrons que
não interfere na definição do elemento químico. Quando dois elementos possuem mesmo
número de prótons e diferente número de nêutron denominamos que são isótopos.

49
Figura 23: Tabela Periódica atualizada IUPAC

Fonte: Batista (2020, online)

50
3.7.1 Famílias ou Grupos

Uma família ou Grupo é caracterizado pela vertical na tabela. O que


caracteriza os elementos estarem na mesma família é que eles possuem as mesmas
propriedades químicas e assim possuem o mesmo número de elétrons no último nível
energético.

Assim podemos concluir que um elemento que está no estado fundamental e possui o
mesmo número de elétrons que outro na última camada ele possui as mesmas
propriedades e por isso estão na mesma família.

Algumas famílias possuem nomes que estão relacionadas a sua origem e que
por alguma situação cultural ficou assim conhecidas:

 Família 1A: Família dos metais alcalinos;


 Família 2A: Família dos metais alcalinos terrosos;
 Família 3A: Família do Boro;
 Família 4A: Família do Carbono;
 Família 5A: Família do Nitrogênio;
 Família 6A: Família dos Calcogênios;
 Família 7A: Família dos Halogênios;
 Família 0 ou grupo 18: Família dos Gases Nobres.

Já os elementos dos grupos ou famílias B’s são classificadas de forma diferente


e varia de 1B a 8B. Podemos ver melhor as classificações na Figura 24. Também ao
analisar uma família é possível concluir sobre a valência (número de elétrons que falta
para ganhar ou perder e adquirir estabilidade).

51
Figura 24: Classificação de famílias e elementos

Fonte: Batista (2019, online)

3.7.2 Períodos

Os períodos são as linhas horizontais e estão relacionados ao número de níveis


energéticos que um elemento possui.

Exemplo:
7N: então se é igual a 7, sua distribuição eletrônica considerando que está
neutro (número de prótons igual ao número de elétrons) é 1S 22S22P3.

Assim o nitrogênio possui o nível 1S2 preenchido e nível 2S22P3 não totalmente
preenchido. Como possui dois níveis então se encontra no segundo período da
tabela periódica, ou seja, na segunda linha horizontal de cima para baixo. Já um
elemento que está no quarto período possui quatro níveis energéticos.

3.7.3 Classificação dos Elementos

Os elementos químicos são classificados como metais ou ametais, ametais


também podem ser chamado como um não metal. Essa classificação se dá quanto
a sua propriedade. Um metal possui poucos elétrons no seu último nível energético,
assim o elemento para adquirir estabilidade química (algo que iremos abordar em
ligações químicas) é necessário perder elétrons e assim os elementos tem um caráter

52
eletropositivo. Os metais são a maioria dos elementos da tabela periódica. Os
Ametais ou não metais possuem muitos elétrons no último nível energético, assim
precisam ganhar poucos elétrons para adquirir estabilidade e ao ganhar se tornam
negativos, assim ou elementos que possuem elevada eletronegatividade (iremos
abordar ainda nesse capítulo) são ametais, são a minoria na tabela periódica e
iniciam na família 3A apenas o Boro, pegam alguns da família 4A , 5A , 6A e a toda a
família 7A.
Os elementos também são classificados em elementos representativos e
elementos de transição. Os elementos representativos terminam sua configuração
eletrônica em s e p e estão presentes nas famílias de 1A, 2A, 3A, 4A, 5A, 6A, 7A e 0, já
os elementos de transição terminam sua configuração eletrônica em d e f e estão
presentes na família B’s. Os elementos de transição de dividem em elementos de
transição interna por que possuem a série de transição de s a d, e os elementos de
transição externa que possuem a série de transição de s a f. Podemos observar os
aspectos discutidos na Figura 25 e 26 abaixo.

Figura 25: Classificação quanto a natureza dos elementos na tabela periódica

Fonte: Adaptado de Feltre (2004)

53
Figura 26: Organização dos elementos químicos

Fonte: Adaptado de Feltre (2004)

3.8 PROPRIEDADES PERIÓDICAS

3.8.1 Raio Atômico

O raio atômico é uma forma de comparar o tamanho de um elemento


químico com o outro, e a partir disso entender e aferir outras propriedades já que o
tamanho e carga efetiva nuclear é o que determina as propriedades de um
elemento.

Carga efetiva nuclear é a carga do núcleo de um átomo que é definida pela


proporcionalidade do número de prótons no núcleo, assim quanto mais prótons no núcleo
maior será a carga efetiva nuclear do elemento químico.

Quando vamos avaliar os elementos químicos no mesmo período, é comum


para quem ainda não conhece sobre essa análise, pensar que no mesmo período
um elemento de maior número atômico por possuir mais prótons e elétrons ser maior
do que outro de menor número atômico. Mas para fazer essa análise é importante
primeiro lembrar que os elementos estão no mesmo período, ou seja, possuem o
mesmo número de níveis energéticos (a grosso modo, mesmo número de camadas).
Assim os elétrons estão distribuídos em uma mesma lógica, o elemento que possui
maior no número de prótons (Z) possui então maior carga efetiva nuclear que é
positiva, assim essa carga efetiva nuclear atrai os elétrons com maior intensidade,
ocasionando assim uma redução do raio atômico. Portanto no mesmo período um

54
elemento de maior número atômico é menor seu raio atômico do que um elemento
de menor número atômico.
Já quando vamos avaliar um elemento na mesma família, não podemos usar
a mesma lógica anterior. Uma família se encontra na vertical e assim cada elemento
da família está em um período diferente. Um elemento da família 1A no segundo
período tem dois níveis energéticos (a grosso modo duas camadas) e outro elemento
na mesma família no terceiro período tem três níveis energéticos (a grosso modo três
camadas). O efeito do aumento de camadas sobrepõe ao efeito do aumento da
carga efetiva nuclear. O elemento que está então no terceiro período é maior do
que o elemento que está no segundo período, lembrando que estamos comparando
ambos os elementos na forma neutra e não na forma iônica. Podemos ver a
tendência do raio atômico na Figura 27.

Figura 27: Tendência do raio atômico

Fonte: Feltre (2004, p. 126)

3.8.2 Energia De Ionização

A definição de energia de ionização é o calor necessário para um mol de


átomos gasosos receber e remover seu último elétron para o infinito.
Muitos vão se perguntar, por que átomos gasosos? A resposta é que se a
amostra de átomos estiver no estado sólido, ao receber o calor, ele será usando para
a função cinética de aquecimento, posteriormente para função trabalho de
separação dos átomos para a fusão, e assim vai até chegar ao estado gasoso, a
energia aferida estará relacionada com a mudança de estado físico, quando
aferimos apenas a partir do estado gasoso a energia está relaciona apenas com o
rompimento da interação núcleo elétron e sua ejeção para o infinito, realmente o

55
que foi usado para ionizar a amostra de átomos em questão.
A energia de Ionização se divide em 1ª energia de ionização, 2ª energia de
ionização até a última energia de ionização de um mesmo elemento. Primeiramente
vamos avaliar a 1ª energia de ionização de mais de um elemento ao longo da tabela
para entendermos a variação global da energia de ionização e usaremos como
abreviação a sigla 1ª E.I.
1ª E.I ao longo de um mesmo período: Quando vamos da esquerda para
direita em um determinado período como exemplo vamos pegar o terceiro período,
o elemento reduz de tamanho como estudamos acima com o raio atômico que é
devido ao aumento da carga efetiva nuclear. No mesmo período os átomos
possuem mesmo número de níveis energéticos (a grosso modo de camadas) e assim
se pegarmos o Na e o Mg, o sódio é maior que o magnésio. O elemento que é maior
o sódio, o seu último elétron que será retirado para ionizar está mais longe do núcleo,
e pela força de atração eletrostática elétron núcleo ela é menor do que no elemento
que é menor no caso o Magnésio.

Pela lei de Coulomb ou força eletrostática uma carga positiva atrai outra negativa
inversamente proporcional ao quadrado da distância, ou seja, se afasta reduz muito a
atração e se aproxima aumenta muito a atração entre as cargas.

No entanto a 1ª E.I no sódio será menor, já que o elétron está mais longe do
núcleo e mais fracamente atraído do que no magnésio onde o elétron está mais
perto e mais fortemente atraído do que no sódio. Mas fique atento, por que existe
algumas descontinuidades que chamamos de blindagem, por exemplo o alumínio
que vem depois do magnésio no mesmo período é menor e espera-se que aumente
ainda mais a 1ª E.I, isso não acontece no Alumínio que a 1ª E.I reduz e não aumenta
e depois no silício que vem depois continua aumentando. Isso é devido a um efeito
que chamamos de blindagem eletrônica, como o alumínio é o primeiro elemento a
completar um subnível anterior o 3s2 o próximo 3p1 tem apenas um elétron e essa
blindagem sobre o 3p1 reduz a atração núcleo elétron funcionando como uma
proteção da atração do núcleo elétron e causando essa descontinuidade. Podemos
ver esses valores na Figura 28 e no gráfico da Figura 29.

56
Figura 28: Valores de Energia de Ionização (E.I) em Kj.mol -1 para o segundo período da
tabela periódica.

Fonte: Adaptado de Fogaça (2014)

Figura 29: Gráfico dos valores da energias de ionização para o segundo período da tabela
periódica

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

Também quando analisamos um mesmo elemento temos o número E.I igual


ao número de elétrons que o elemento possui, assim se ele tiver 4 elétrons teremos a
1ª E.I, a 2ª E.I, a 3ª E.I e a 4ª E.I.

O sódio neutro possui 11 elétrons, quando ocorre a 1ª ionização ele fica assim:
Na(g ) + Calor → Na+ + é0
Assim o calor é o 1ª ∆H de ionização
O sódio possui a seguinte distribuição em níveis energéticos
2 ) 8) 1
Ao perder um elétron no último nível ele não tem mais para perder e esse nível

57
acaba nesse momento
2) 8
Agora para perder o segundo elétron deverá perder o mais energético dos
oito elétrons que possui no segundo nível que é o 2p 6, assim ao acabar com o terceiro
nível e só ficar dois níveis ocorre uma redução drástica no raio atômico e assim os
elétrons ficam muito mais próximos do núcleo atômico potencializando a ação da
carga efetiva nuclear conforme vimos na Lei de Coulumb.
Assim:

Na+(g ) + Calor → Na2+ + é0


Onde o calor que é a 2ª ∆H de ionização é muito maior que a 1ª ∆H de
ionização, esse muito maior se deve ao término do terceiro nível energético. Toda vez
que existir o término de um nível energético a próxima energia de ionização será
muito maior que a anterior.

Vamos analisar o magnésio.


Mg
2) 8) 2
Ao perder o primeiro elétron ficará com a seguinte distribuição
2) 8) 1

Observe que ainda tem um elétron no último nível, assim ao retirar um elétron
também ocorreu uma redução do raio atômico, mas esse efeito se dá somente
porque no núcleo fica 12 prótons e na eletrosfera 11 elétrons, assim corre apenas
porque a carga efetiva nuclear é maior que o número de elétrons, então essa
redução é menor que no primeiro caso que discutimos do sódio, não acabou nível
eletrônico. Assim a 2ª E.I será maior que a 1ª E.I devido os elétrons estarem mais
próximos ao núcleo sofrendo uma maior influência da carga efetiva nuclear, mas não
será muito maior porque não acabou com nível energético (a grosso modo
camada). Ao retirar o segundo elétron acabou com o terceiro nível energético, assim
para retirar agora o terceiro elétron do magnésio tendo a 3ª E.I o elétron será retirado
do segundo nível energético e a 3ª E.I sofrerá o mesmo efeito que discutimos no sódio,
sendo a 3ª E.I do magnésio muito maior que a 2ª E.I e 1ª E.I. Podemos ver a tendência
geral da energia de ionização na Figura 29 abaixo.

58
Em qualquer elemento podemos concluir que devido a redução do raio atômico a:
1ª∆H E.I < 2ª ∆H E.I < 3ª ∆H E.I< nª ∆H E.I

Figura 30: Tendência da energia de ionização

Fonte: Feltre (2004, p. 127)

3.8.3 Afinidade Eletrônica

A afinidade eletrônica por definição é a quantidade de calor absorvida ou


liberada que um mol de um determinado elemento no estado gasoso absorve para
recebe um elétron. Do ponto de vista termodinâmico quando libera calor
(exotérmico) é que o processo é espontâneo (a grosso modo o elemento gosta de
receber o elétron). A termodinâmica não avalia apenas a entalpia para definir
espontaneidade. Quando o elemento absorve calor para receber o elétron quer
dizer que é não espontâneo ou não é favorecido. Agora falado de forma mais
compreensível quer dizer que quanto mais calor o elemento libera ao receber o
elétron, maior será sua afinidade eletrônica. Assim a afinidade eletrônica tem uma
relação com o tamanho do átomo, já que átomos menores possuem geralmente
carga efetiva nuclear maior e assim atraem mais fortemente elétron para receber,
ao receber estabiliza a carga efetiva nuclear e como toda estabilização
termodinamicamente liberam calor tendo assim alta afinidade eletrônica, já átomos
maiores sofrem menor influência da carga efetiva nuclear e não atraem fortemente
o elétron, ao receber ocorre um aumento do raio atômico e para estabilizar esse
aumento necessita absorver calor tendo assim baixa afinidade eletrônica.
Geralmente íons bivalentes como é o caso do S-2, possui uma liberação de
calor para receber o primeiro elétron e uma absorção de calor para receber o
segundo elétron já que o segundo é mais difícil receber devido ao excesso de

59
elétrons sobre a carga efetiva nuclear. Mas a soma da absorção com a liberação no
final é exotérmica o que explica a tendência espontânea de formar o íon. Podemos
ver a tendência geral da afinidade eletrônica na Figura 30 abaixo.

Assim podemos concluir que quanto menor um átomo e maior a sua carga efetiva nuclear
maior será sua afinidade eletrônica. No entanto a tendência do aumento da afinidade
eletrônica é o contrário do raio atômico, ou seja, o aumento da afinidade eletrônica se
dá no período da esquerda para a direita e nas famílias de baixo para cima.

O( ) + 1é → O( ) ∆H 1° . = − 57 kj ∙ mol
O( ) + 1é → O( ) ∆H 2° . = + 702 kj ∙ mol

Figura 31: Tendência da afinidade eletrônica

Fonte: Feltre (2004, p. 127)

3.8.4 Eletronegatividade

A eletronegatividade é um conceito muito próximo a afinidade eletrônica, ou


seja, os elementos que “gostam” de receber elétrons. Já o conceito de
eletronegativa de Pauling está ligado ao elemento que participa de uma ligação
química covalente e nessa ligação ao disputar o elétron devido a carga efetiva o
que atrai o elétron mais próximo a ele, e no caso de uma quebra da ligação
(heterólise) o elétron acaba ficando com o elemento mais eletronegativo, deixando
assim o elemento menos eletronegativo deficiente de elétron.
Exemplo:

→ +

60
No exemplo temos o cloro muito mais eletronegativo que o hidrogênio, assim
na ligação H − Cl os elétrons na prática ficam mais próximos ao cloro que possui uma
maior carga efetiva nuclear e atrai com mais forças os elétrons dele e do hidrogênio,
ao quebrar a ligação o cloro leva o elétron do hidrogênio ionizando o hidrogênio e
o cloro se transforma em um ânion.

A eletronegatividade varia na diagonal da tabela sendo menor na família 1A no sétimo


período no Frâncio e aumentando sendo maior no Flúor, ou seja, o Flúor é o elemento mais
eletronegativo da tabela periódica.

Muitos estão se perguntando, e os gases nobres? Não seria o Hélio o mais


eletronegativo?
A resposta é não, os gases nobres como não participam espontaneamente de
ligações químicas por estarem estáveis energeticamente e eletronicamente eles não
possuem eletronegatividade já que o conceito de Pauling envolve elementos em
uma ligação química. Podemos ver a tendência geral da eletronegatividade na
Figura 31 abaixo.

Falamos que os gases nobres não possuem eletronegatividade, mas possuem afinidade
eletrônica que é baixa pois por estarem estáveis absorvem muito calor ao receber um
elétron.

Figura 32: Tendência da variação da eletronegatividade

Fonte: Feltre (2004, p. 165)

61
3.8.5 Demais Propriedades Periódicas

Nos tópicos acima abordamos as propriedades periódicas mais usuais e que a


partir delas é possível compreender uma lógica de análise das propriedades e então
entender qualquer outra. No entanto existe outras propriedades periódicas que são
derivadas das que abordamos, observe abaixo na Figura 33 os diagramas de
tendência dentro da tabela periódica das demais propriedades periódicas:

Figura 33: Tendências das demais propriedades periódicas

Fonte: Adaptado de Química sem Mistério (2015)

62
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A construção de um modelo atômico tem como finalidade dar suporte ao


entendimento de certos fenômenos e experimentos, por esta razão, cada modelo
atômico existente, surgiu para explicar um fato novo, por este motivo não
podemos dizer que um modelo é certo ou errado, podemos apenas dizer que
determinado modelo é capaz ou não de explicar certo fenômeno.

As alternativas indicam um determinado fenômeno que pode ser satisfatoriamente


explicado por um certo modelo, EXCETO:

a) A emissão de raios catódicos em uma ampola - Modelo de Thompson.


b) A formação de espectros descontínuos pelos átomos – Modelo de Bohr.
c) A atração de corpos atritados – Modelo de Dalton.
d) O funcionamento de um televisor convencional – Modelo de tomos.
e) Diferença de densidade dos elementos-Modelo de Rutherford.

2. Observando a montagem, todas afirmativas estão corretas, EXCETO:

a) O bastão possui carga negativa.


b) Esse fenômeno pode ser explicado usando o modelo de Thomson.
c) O atrito foi responsável pela eletrização do Bastão.
d) De acordo com Dalton, o bastão ficou eletrizado com a perda de carga

63
negativa.
e) O fenômeno se deve a existência de elétrons no átomo.

3. Com relação à estrutura do átomo, podemos afirmar, EXCETO:

a) A massa do átomo está concentrada no seu núcleo.


b) O número de massa de um elemento é igual ao número de prótons + número de
nêutrons.
c) Não existe elementos diferentes com o mesmo número de prótons.
d) Toda espécie neutra apresenta o número de nêutrons igual ao de elétrons.
e) Os elétrons possuem carga negativa

4. O entendimento dos fenômenos que nos cercam continuam sendo uma das
grandes preocupações dos seres humanos, para tal, frequentemente surgem
modelos com o objetivo de compreender o universo em toda sua dimensão. Um
dos pensamentos mais antigos que se tem registro em relação à matéria, é dado
por Demócrito e Leucipo. Em relação às ideias de ambos podemos AFIRMAR QUE:

a) A matéria possui carga positiva e negativa.


b) Uma barra de ferro pode ser dividida de forma infinita.
c) A matéria é formada por pequenas partes indivisíveis.
d) Um átomo de um determinado elemento, pode se transformar em outro elemento.
e) O átomo possui espaço vazio.

5. O modelo atômico proposto por Thompson, auxiliou a ciência no entendimento


de alguns acontecimentos naturais e outros criados pelo homem. Usando o
modelo de tomos, podemos entender os seguintes acontecimentos, EXCETO:

a) O funcionamento de um ebulidor elétrico (corrente elétrica).


b) A formação de raios catódicos no tubo de televisão.
c) A atração entre pedaços de papéis após serem atritados.
d) A emissão de luz de uma lâmpada fluorescente.
e) A atração do cabelo pelo pente após pentear os cabelos.

64
6. Durante o réveillon, é comum as pessoas ficarem maravilhadas com os efeitos
pirotécnicos realizados em várias cidades, principalmente quanto à coloração dos
fogos que encantam pela sua diversidade de cores.

Em relação à explicação da técnica pirotécnica usada para colorir os fogos de


artifício, é CORRETO afirmar que:

a) A coloração vem de pigmentos colocados no interior da pólvora e durante a


explosão eles são pulverizados no ar dando o aspecto colorido.
b) Durante a explosão alguns elementos presentes nos sais colocados na pólvora
absorvem energia e emitem luz visível em determinados comprimentos de onda.
c) A coloração depende do tipo de pólvora usada na confecção dos fogos, já que
a sua composição corresponde a enxofre, salitre do Chile e carvão.
d) Durante a explosão o processo libera energia que queima os pigmentos presentes
na pólvora e devido a sua queima há liberação de determinadas cores.
e) A coloração se deve a tinta adicionada no momento de fabricação da pólvora.

7. Algumas marcas de sabão prometem o “branco mais branco” durante a lavagem


das roupas, na verdade o segredo desse efeito não está no poder de limpeza do
sabão, e sim no uso de branqueador óptico na sua composição. Os
branqueadores ópticos são compostos geralmente por orgânicos que absorvem
a luz U.V e transformam essa radiação em luz visível, aumentando assim a emissão
da radiação pela roupa e dando a sensação de um “branco mais branco”.

Em relação ao enunciado e ao conceito de energia quantizada é correto afirmar,


EXCETO:

a) Os branqueadores ópticos exibem um comportamento quântico, ou seja, só


absorvem e liberam certas quantidades de energia.
b) Um sabão que não contêm branqueador óptico retira a sujeira com a mesma
intensidade.
c) A radiação U.V excita os elétrons do branqueador óptico que realiza transições
eletrônicas emitindo a energia na região do visível.
d) A presença do branqueador óptico auxilia o sabão em pó a retirar a sujeira, dando

65
uma sensação de maior limpeza devido à absorção de U.V.
e) Os branqueadores ópticos são compostos geralmente por orgânicos que
absorvem a luz U.V e transformam essa radiação em luz visível.

8. Observe a representação da estrutura eletrônica do Hidrogênio de acordo com


Bohr.

Em relação a essa estrutura é correto afirmar, EXCETO:

a) A energia nesse modelo é quantizada, sendo possível encontrar o elétron somente


nos níveis de energia.
b) São possíveis 6 tipos de emissões diferentes pelo elétron.
c) Ao receber energia o elétron passa para um nível mais distante do núcleo.
d) Ao girar em torno do núcleo, em um dado nível, o elétron vai gastando energia.
e) Ao perder energia o elétron retorno para o nível de origem.

66
LIGAÇÕES QUÍMICAS Erro!
Fonte
de
4.1 INTRODUÇÃO
referênc
ia não
Por que um elemento busca fazer ligação Química? Na vida, na natureza, na
economia e em qualquer situação os processos tendem a buscar uma situação de
estabilidade, assim não é diferente com os elementos químicos. Ao encontr
longo do tempo

ada.
a pergunta acima foi realizada por vários químicos pesquisadores, no entanto existe
um conjunto de elementos na tabela periódica que não buscam realizar ligações
químicas e, no entanto, se apresentam na forma monoatômica na natureza, que são
os gases nobres: Hélio, Neônio, Criptônio, Xenônio e Radônio. Assim os pesquisadores
se perguntaram ao longo do tempo o motivo disso. Foi observado que os gases
nobres possuem baixa energia, e a baixa energia potencial do sistema é o motivo do
elemento ganhar estabilidade, no entanto se os outros elementos conseguirem
adquirir essa baixa energia os mesmos também se tornam estáveis.
Mas qual o mecanismo que os elementos buscam a realizar para baixar a
energia? Ficou evidenciado que a energia de um átomo está relacionada com a
interação elétron núcleo, se o elemento minimizar a energia potencial do sistema o
mesmo abaixará sua energia e ganhará estabilidade. Observou-se que os gases
nobres com exceção do Hélio todos possuem oito elétrons em seu último nível
energético (a grosso modo camada), assim foi instituído a regra do octeto.

Regra do Octeto: Todo elemento químico busca ficar com 8 (oito) elétrons em seu último
nível energético para copiar a configuração de um gás nobre, ganhar estabilidade
abaixando sua energia.

A regra do octeto ficou sendo o mecanismo no qual é possível confeccionar


a união de dois ou mais elementos modificando a configuração eletrônica da sua
camada de valência.

67
Camada de Valência: É a última camada, ou seja, último nível energético que vai ganhar,
perder ou compartilhar elétrons para copiar um gás nobre e ganhar estabilidade.

O Hidrogênio por exemplo só tem uma camada com um elétron, no entanto


o gás nobre mais próximo é o Hélio que tem uma camada com 2 elétrons e já é
estável, assim o hidrogênio copia o gás nobre mais próximo, embora não fica com 8
elétrons e sim 2 elétrons na última camada não é considerado uma exceção da regra
do octeto por que copia também um gás nobre. Embora vamos basear na regra do
octeto no nosso curso para explicar as ligações químicas, existem as exceções da
regra do octeto como é no caso o BF 3, mas as teorias que explicam mais a fundo a
estabilidade e essas exceções como a TOM (Teoria dos Orbitais Moleculares) e a
CLOA (Combinação Linear de Orbitais Atômicos).
Assim, ao unir dois elementos ocorre um outro fenômeno termodinâmico que
não ocorre nos gases nobres. Os gases nobres são monoatômicos, e, no entanto, não
existe uma repulsão internuclear, assim quando juntamos por exemplo um átomo de
oxigênio com outro de oxigênio, agora ao aproximar esses dois para realizar uma
ligação química existe uma repulsão entre os núcleos dos dois átomos que iremos
chamar de repulsão internuclear. Para que essa repulsão seja minimizada já que é
positivo com positivo é necessário aumentar a densidade de elétrons entre os dois
núcleos pois assim abaixará a energia potencial do sistema e o sistema será estável
possibilitando uma aproximação limite dos elementos (a aproximação limite será a
distância ou tamanho da ligação química) estabelecendo assim a ligação química.
Veremos nas Figuras 34 e 35 o primeiro momento e segundo momento
respectivamente.

68
Figura 34: Digrama de repulsão dos núcleos atômicos em uma aproximação (Primeiro
momento)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Figura 35: Diagrama de estabilização da ligação química e abaixamento da energia


potencial pelo aumento da densidade eletrônica na região internuclear (Segundo
momento)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

4.2 LIGAÇÃO IÔNICA

A ligação iônica é caracterizada pela união de dois ou mais elementos que


possuem propriedades opostas. Nesse caso será realizada pela união de um metal
mais um ametal. Como a ligação depende da formação de íons é necessário que
ocorre perda e ganho de elétrons, assim o metal que é eletropositivo possui pouco
elétrons na camada de valência vai perder os elétrons da camada de valência
(última camada) e se transformar em um cátion que é uma espécie carregada
positivamente, já o ametal que possui um número de elétrons que fica mais próximo
de 8 ( oito é a quantidade para atender a regra do octeto) vai ganhar elétrons e se
transformar em um ânion que é uma espécie carregada negativamente.

Exemplo:

69
Na 1s22s22p63s1 F 1s22s22p5
Assim o sódio fica Assim o Flúor fica
Na 2 ) 8 ) 1 7 ( 2 F

Observe que na última camada (camada de valência) do sódio só possui um


1 elétron, assim na natureza é sempre buscado o processo que possui menor gasto
energético, no entanto vamos pensar se para o sódio atingir o octeto é mais fácil ele
perder 1 elétron que ele tem e assim essa camada vai acabar ficando a anterior com
8 ou se ele ganha 7 elétrons completando a última com 8 elétrons? Obviamente que
do ponto de vista energético é mais fácil ele perder 1 elétrons e atingir o octeto
ganhando estabilidade. Assim o sódio ao perder esse elétron se transforma em um
cátion:

Na( ) + calor → Na( ) + 1é ( equação derivada do ciclo de Born Habber)

Formando o Na( ) que é um cátion, no entanto possui carga positiva capaz de

exercer atração eletrostática por outra carga oposta que é a negativa. Já o Flúor
possui como vimos acima 7 elétrons na última camada, no entanto para ele é mais
fácil ganhar elétron do posto de vista energético do que perde os 7 e copiar o Hélio
como faz o hidrogênio. Então o Flúor ganha 1 elétron ficando com 8 elétrons na última
camada e atingindo o octeto, assim ganha estabilidade formando um ânion:

F( ) + 1é → F( ) + Calor (equação derivada do ciclo de Born Habber)

Formando o F( ) que é um ânion, no entanto o cátion formando pelo sódio

pode atrair o ânion formado pelo flúor ou vice versa, no balanço de elétron o sódio
precisou perder um elétron e o flúor ganhar um, no entanto é necessário apenas um
sódio para um flúor na proporção formando assim a estrutura do que é o fluoreto
de sódio e a soma das cargas totais dos íons tem que ser igual a zero (neutra). A
ligação iônica é uma ligação forte pois a força que uni os elementos é de natureza
eletrostática, ou seja, atração de carga positiva com negativa, por isso muito forte e
vai influenciar em tudo nas propriedades físicas dos compostos iônicos. As
representações oficiais da estrutura após a formação são:

70
I – Íon-Fórmula ou fórmula dos compostos: NaF (nunca pode ser chamada de
molécula porque compostos iônicos não são moleculares)
II – Fórmula de Lewis ou Fórmula eletrônica:
Observe que na fórmula de Lewis o cátion é representado sem os elétrons da
camada de valência já que perdeu com a carga positiva e sempre entre colchete,
já o ânion é representado com os elétrons completos na camada da valência com
a carga negativa também entre colchete, entre os dois colchetes não se coloca
nada apenas aproxima os dois colchetes. Essa fórmula também é denominada
eletrônica porque demonstra como ficam os elétrons após a ligação ocorrer.

·· -
Na+ : F :

Existe uma forma mais fácil de formular os compostos iônicos. Primeiro é então
selecionado o cátion e o ânion. Exemplo:

Mg e Cl

Olha-se a valência de cada um, o magnésio é da família 2A então ele tem


dois elétrons na última camada, é mais fácil perder os 2 elétrons do que ganhar 6
elétrons. Formando então o Mg após perder os elétrons. Já o cloro é da família 7ª,
no entanto ele tem 7 elétrons na última camada e é mais fácil ganhar 1 elétron
formando o Cl – após ganhar o elétron. Mas observe que um precisa perder dois
elétrons e o outro só ganhar 1 elétron, o balanço não fecha, assim serão necessários
1 magnésio e 2 cloros, mas para fechar esse balaço fica mais fácil cruzar as cargas
(sem levar o caráter positivo ou negativo), assim pega-se o 2+ do magnésio e leva só
o 2 para o índice de quantidade do cloro e pega-se o 1- leva-se apenas o 1 para o
índice de quantidade do magnésio, então fica:
Mg + Cl → Mg Cl como o 1 não precisa de aparecer que já indica 1 fica
então MgCl .
Pronto a fórmula do composto é o MgCl e observa-se que as cargas ficam
igual a zero, 2+ do magnésio mais 2X (1-) dos dois cloros sendo tudo igual a zero.

71
4.2.1 Propriedades Físicas dos Compostos Iônicos

Como abordamos anteriormente a ligação iônica por ser entre íons e a


atração de natureza eletrostática é uma ligação muito forte. No entanto a formação
dos compostos iônicos libera uma grande quantidade de calor na formação da rede,
assim esse calor é conhecido com energia de rede. Os compostos iônicos formam
estruturas cristalinas, no entanto é possível calcular o calor exato da energia de rede.
Devido a ligação ser forte os compostos iônicos apresentam elevado ponto de
fusão e ebulição. Como o ponto de fusão de todos os compostos iônicos são bem
maiores que a temperatura ambiente, os compostos iônicos se apresentam no
estado físico sólido na natureza, contundo é muito comum denominarmos os
compostos iônicos ou amostras que contem grande porcentagem de compostos
iônicos de sólidos iônicos.
Os compostos iônicos formam uma rede cristalina no qual sempre vai alternar
um cátion, um ânion e um cátion, e assim sucessivamente até o final do material, essa
estrutura é repetitiva por que é cristalina, ou seja, possui a mesma regularidade ao
longo de todo o material. Como é positivo negativo positivo negativo positivo, por
cisalhamento uma carga se desloca de lugar e então fica positivo próximo de
positivo ou vice e versa, assim ocorre repulsão e faz com que os sólidos cristalinos
sejam quebradiços, já observou que o sal de cozinha (NaCl), a cal virgem (CaO) todos
compostos iônicos se apresentam na forma quebradiça, em pedaços ou em pó,
nunca em barra, isso é devido ao que discutimos aqui.
Para finalizarmos, um composto iônico quando sólido não permite mobilidade
de seus íons, assim não conduz corrente elétrica, já quando dissolvido em água
ocorre a dissociação ficando:

NaCl( ) + H O( ) → Na( ) + Cl( )

Os íons em meio aquoso, permite a mobilidade e a consequente condução


de corrente elétrica. Também quando ocorre a fusão do sólido iônico e ele se
encontra no estado líquido os íons também ficam livres como ocorre no meio da
água, assim um composto iônico puro fundido conduz também corrente elétrica.
Podemos observar o discutido na Figura 36.

72
Figura 36: Condução elétrica de uma substância iônica

Fonte: Adaptado de Quinelato (2019)

4.3 LIGAÇÃO COVALENTE

A ligação covalente ocorre entre elementos que querem precisam de poucos


elétrons para atingir o octeto e assim ganhar estabilidade. Uma ligação covalente
diferente do que vimos anteriormente ocorre entre dois ametais, ou entre o
hidrogênio e um ametal. Vamos demonstrar como o mesmo exemplo que
começamos para explicar a formação da ligação química no início desse capítulo.
Vamos pegar dois átomos de oxigênio.

O: 1s22s22p4 O: 1s22s22p4

Podemos observar que na camada de valência no subnível energético 2s 22p4


possui apenas 6 elétrons, por isso o oxigênio se encontra na família 6A da tabela
periódica. Então para completar o octeto o oxigênio precisa ganhar dois elétrons.
Mas os dois precisam de ganhar, então não se pode usar o mesmo mecanismo da
ligação iônica onde um doa o outro recebe, pois aqui ambos precisam ganhar. Assim
surge um outro mecanismo para solucionar a questão, os elementos irão compartilhar
seus elétrons. Mas a frente em outras disciplinas como na química inorgânica e na
orgânica será explicado em termos de sobreposição de orbitais e somatório de
funções de ondas, mas por enquanto aqui na química geral falaremos em
compartilhamento de elétrons.
Fórmula de Lewis:

73
Na fórmula de Lewis de um composto covalente ou molecular nunca use colchete.

Fórmula estrutural:

Fórmula Molecular:

Uma ligação covalente pode ser classificada como:

Simples: Quando ocorre o compartilhamento de um par de elétrons. Apenas um


traço (), ou pode ser chamada de sigma ( )
Dupla: Quando ocorre o compartilhamento de dois pares de elétrons. dois traços
(=) onde a de cima é uma ligação pi ( ) e a de baixo é uma ligação sigma ( )
Tripla: Quando ocorre o compartilhamento de três pares de elétrons. Três traços (≡)
onde a de cima e debaixo são ligações pi ( ) e a do meio é uma ligação sigma ( ).

4.3.1 Propriedades dos Compostos Moleculares ou Covalentes

Os compostos moleculares apresentam:

 Baixo ponto de fusão e ebulição quando comparados aos compostos


iônicos,
 Apresentam baixa dureza;
 Apresentam alta tenacidade quando comparados a um composto iônico;
 Apresentam baixa capacidade de condução de corrente elétrica e de
calor.

Em temperatura ambiente, os compostos covalentes podem ser encontrados


nos estados físicos sólido, líquido e gasoso dependendo de sua massa molecular e

74
interação intermolecular.

4.3.2 Ligação Covalente Coordenativa

Também é formado um tipo de ligação covalente nos quais o par de elétrons


provém de apenas um dos átomos, assim o outro elemento que está ligando não
contribui como nenhum elétron. Essas ligações são então denominadas ligação
covalente coordenativa e antigamente era denominada ligação dativa e podemos
observar alguns exemplos na Figura 37.

Uma ligação covalente coordenativa só é diferente na forma de se realizar, mas do ponto


de vista das propriedades são exatamente iguais a de uma covalente comum, tal como
sua energia de ligação, por isso é representada apenas por um traço (-).

Figura 37: Exemplos de Ligação covalente coordenativa

Fonte: Fogaça (2015c, online)

4.4 LIGAÇÃO METÁLICA

A ligação metálica é caracterizada pelo modelo do “mar de elétrons” e


ocorre entre os átomos dos metais formando assim as substâncias metálicas que são
os metais usados no cotidiano e as inúmeras ligas metálicas presente também no
nosso cotidiano.
Assim o modelo da ligação metálica descreve que os metais são formados por
íons positivos (do metal em questão) empacotados geralmente segundo um dos três

75
arranjos cristalinos:
I – Cúbico de face centrada (CFC).
II – Hexagonal compacto (HC).
III – Cúbico de corpo centrado (CCC).

Os elétrons negativos que foram liberados pelos íons positivos têm a função de
manter os próprios íons positivos unidos. Assim o número total de cargas positivas e
negativas são exatamente iguais gerando assim um balanço de carga e deixando a
estrutura neutra como podemos observar na Figura 38.

Figura 38: Modelo do mar de elétrons

Fonte: Maria (2019, online)

4.4.1 Propriedades das Substâncias Formadas por Ligação Metálica

As propriedades mais importantes dos metais são a condutividade elétrica e


térmica muito alta. Assim essas propriedades mais importantes são em função da
mobilidade dos elétrons através do empacotamento cristalino. Além disso podemos
dizer que os metais são maleáveis, possuem normalmente elevado ponto de fusão e
ebulição e por final são dúcteis (capacidade transformar em fios).

Faça uma pesquisa para saber o que é um supercondutor, em seguida faça um paralelo
como um metal bom condutor como é o caso do cobre. Escreva um texto destacando a
diferença entre um material bom condutor e um material supercondutor. Vamos lá, não
vamos ficar parado.

76
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Considere as seguintes informações sobre os elementos X e O.

Elemento N° de elétrons na última camada Período


0 6 2
x 4 2

Marque a opção correspondente em que a combinação de X e O pode formar


substâncias não iônicas e gasosas a temperatura e pressão ambientes.
Dados: números atômicos: C= 6; N=7; O=8; S=16

a) NO e CO.
b) CO e CO2.
c) CO e SO2.
d) SO3 e SO2.
e) NO2 e SO2.

2. Dados os compostos:

I. NaCl.
II. HBr.
III. CO2.
IV. CH3OH.
V. Fe2O3.

Apresentam ligações covalentes os compostos:

a) I e V.
b) III e V.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III, IV e V.

77
3. Na ligação entre átomos dos elementos químicos 15P 31 e Ca, que tem 20 prótons,
forma-se o composto de fórmula:

a) CaP.
b) Ca3P.
c) CaP3.
d) Ca2P3.
e) Ca3P2.

4. As propriedades exibidas por um certo material podem ser explicadas pelo tipo de
ligação química presente entre suas unidades formadoras. Em uma análise
laboratorial, um químico identificou para um certo material as seguintes
propriedades:
• Alta temperatura de fusão e ebulição;
• Boa condutividade elétrica em solução aquosa;
• Mau condutor de eletricidade no estado sólido;

A partir das propriedades exibidas por esse material, assinale a alternativa que
indica o tipo de ligação predominante no mesmo:

a) metálica.
b) covalente.
c) dipolo induzido.
d) iônica.
e) Covalente coordenativa.

5. O sal de cozinha (NaCl), o ácido clorídrico (HCl) e a glicose (C 6H12O6) apresentam


em suas estruturas, respectivamente, ligações do tipo:

a) iônica, iônica e iônica.


b) covalente, covalente e covalente.
c) metálica, covalente e covalente.
d) iônica, covalente e covalente.
e) iônica, metálica e covalente.

78
6. O gosto amargo da cerveja é devido à seguinte substância de fórmulas estrutural
plana: Essa substância, denominada mirceno, provém das folhas de lúpulo
adicionadas durante a fabricação da bebida.

O número de ligações pi presentes na estrutura do mirceno é igual a:


a) 3.
b) 5.
c) 8.
d) 15.
e) 9.

7. Em 1916, G. N. Lewis publicou o primeiro artigo propondo que átomos podem se


ligar compartilhando elétrons. Esse compartilhamento de elétrons é chamado,
hoje, de ligação covalente. De modo geral, podemos classificar as ligações entre
átomos em três tipos genéricos: ligação iônica, ligação metálica e ligação
covalente.
Assinale a alternativa que apresenta substâncias que contêm apenas ligações
covalentes.
a) H2O, C(diamante), Ag e LiH.
b) O2, NaCl, NH3 e H2O.
c) CO2, SO2, H2O e Na2O.
d) C(diamante), Cl2, NH3 e CO2.
e) C(diamante), O2, Ag e KCl.

8. Qual a fórmula do composto formado entre os elementos 20Ca40 e 17Cl 35 e qual a


ligação envolvida?
a) CaCl, iônica.
b) CaCl, covalente.
c) CaCl2, iônica.
d) CaCl2, covalente.
e) Ca2Cl, iônica.

79
Erro!
INTERAÇÃO INTERMOLECULARES Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
Também existe cristais covalentes. O que deixa um cristal covalente coeso são
as interações intermoleculares que são forças de atração de uma molécula com a
outra. A natureza da força de interação molecular depende do grau de polaridade
das moléculas envolvidas.
Deu uma forma geral podemos dizer que quanto maior for a polaridade das
moléculas envolvidas maior será força de atração e quanto menor for a polaridade
das moléculas envolvidas menor será a força de interação.
Quem iniciou o estudo e elucidou as primeiras considerações sobre as
interações intermoleculares foi o físico holandês Johannes Diderik van der Waals (1837
– 1923) mais conhecido como Van Der Waals e o mesmo teve suas primeiras
publicações acerca das interações intermoleculares em 1873.

5.1 FORÇAS DE VAN DER WAALS OU DIPOLO INSTANTÂNEO – DIPOLO


INDUZIDO

As forças de Van Der Waals são de natureza fraca, as mesmas são


encontradas em moléculas apolares. Então é de se pensar, como que moléculas que
não apresentam uma região positiva e nem uma região negativa, pode gerar uma
força de atração entre elas?
Então vamos lá. Imaginemos uma molécula e como vimos anteriormente no
tópico ligações químicas, uma molécula possui ligações covalentes, e uma molécula
apolar é aquela cuja a distribuição de elétrons ao longo da ligação é simétrica, não
ficando mais próximo de um determinado elemento, assim quer dizer que, as
eletronegatividades dos átomos envolvidos são iguais, ou a geometria da molécula
contribui para que essa distribuição seja simétrica. Como vimos no capítulo estrutura
da matéria, elétrons não ficam parados e nem quando estão se ligando, assim em
um determinado momento os elétrons da molécula apolar podem se acumular em

80
uma região da molécula e assim a região que fica deficiente de elétrons que é a
contrária à da acumulação vai ficar com uma carga parcial positiva devido a ação
da carga efetiva do núcleo, pronto, assim foi gerado um dipolo instantâneo. A região
parcialmente positiva de um dipolo instantâneo ao se aproximar de outra molécula
vai fazer com que a nuvem eletrônica da outra molécula mude para próximo dele
(positivo atrai negativo) assim como esse dipolo na outra molécula foi induzido pelo
dipolo instantâneo ele é denominado Dipolo Induzido. Por isso uma a interação de
Van Der Waals também é conhecida como dipolo instantâneo – dipolo induzido ou
força de dispersão de London. Podemos ver o discutido na Figura 39 abaixo.

Figura 39: Forças de dispersão

Fonte: Fogaça (2015b, online)

Como falamos inicialmente, as forças são fracas devido os dipolos serem bem
fracos e não permanentes na molécula, mas não se engane, uma interação mesmo
fraca quando bem orientada pode se tornar muito intensa.

Conheça mais sobre o potencial das forças de Van der Waals em: https://bit.ly/31o6hNo.
Acesso em: 18 fev. 2020.

81
5.2 DIPOLO – DIPOLO

As forças de interação dipolo – dipolo já é uma interação forte. Ela é


denominada dipolo-dipolo porque ela ocorre entre um dipolo permanente e
interage com outro dipolo permanente. Assim um dipolo permanente como o próprio
nome diz, permanente, é um dipolo formado em uma molécula polar. Uma molécula
polar é aquela que apresenta permanentemente uma região com carga positiva e
outra com carga negativa, isso se deve também aos átomos envolvidos que
geralmente possuem grande diferença de eletronegatividade gerando uma
assimetria na distribuição dos elétrons ao longo da ligação e também pela geometria
da molécula gerando um momento dipolo diferente de zero (tendência vetorial não
nula). Podemos ver o discutido na Figura 40 abaixo.

Figura 40: Força dipolo – dipolo

Fonte: Nahra (2018, online)

A interação dipolo – dipolo é de natureza forte devido os dipolos serem


permanentes e a diferença de eletronegatividade dos elementos gerarem uma forte
atração.

5.3 LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO

A interação ligação de hidrogênio por muito tempo foi conhecida como


ponte de hidrogênio. Embora hoje chamamos de ligação de hidrogênio ainda se
encontra na literatura sobre tudo nas das áreas biológicas a denominação ponte de
hidrogênio.
A ligação de hidrogênio ocorre pelo mesmo mecanismo do dipolo-dipolo

82
explicado no tópico anterior. Mas então qual a diferença? A diferença é que na
ligação de hidrogênio como ela é muito mais forte que a dipolo-dipolo ela precisa
de ter uma força de atração maior entre as moléculas e uma atração maior se dá
em uma polaridade mais acentuada, para a polaridade ser muito acentuada na
molécula é necessária uma grande diferença de eletronegatividade entre os
elementos envolvidos. Assim para formar ligação de hidrogênio pega-se um
elemento da outra ponta da tabela que é o Hidrogênio, nome bem sugestiva ligação
de hidrogênio e ele então se liga aos elementos bastante eletronegativos da tabela
periódica que são oxigênio, nitrogênio e flúor, assim chamamos de Hidrogênio ligados
ao FON (flúor, nitrogênio ou Oxigênio). Vejamos como exemplo da ligação de
hidrogênio que ocorre entre as moléculas de água e que são responsáveis pelo
elevado ponto de ebulição da água se comparado a um líquido molecular.
Podemos observar na Figura 41 abaixo.
Figura 41: Ligação de hidrogênio na água (átomos de hidrogênio em cinza e átomos de
oxigênio em vermelho)

Fonte: Adaptado de Feltre (2004)

Para verificarmos como uma ligação de hidrogênio é mais forte que uma
dipolo-dipolo vejamos a Figura do gráfico 42 que descreve essa diferença

Figura 42: Gráfico dos pontos de ebulição de alguns compostos

Fonte: Blog Ciências Gerais (2017, online)

83
Observe que no gráfico o HCl, HBr e HI devido ao hidrogênio não realizar
ligação com FON então não ocorre ligação de hidrogênio, embora as moléculas
sejam muito mais pesadas devido a massa molecular (mais pesada maior ponto de
ebulição) elas possuem ponto de ebulição muito menor que o HF que é leve, isso é
devido a interação intermolecular que é a força que liga as moléculas de HF serem
muito mais forte que nas outras moléculas, no caso HF o hidrogênio se liga ao flúor
que faz parte do FON assim faz ligação de hidrogênio que é mais forte.

As duas cadeias de nucleotídeos do DNA são unidas uma à outra por ligações chamadas
de pontes de hidrogênio, que se formam entre as bases nitrogenadas de cada fita.

Faça uma leitura do artigo “Uma Abordagem Problematizadora para o Ensino de


Interações Intermoleculares e Conceitos Afins” de Francisco Jr. (2008) para entender um
pouco mais sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3fOVfWB. Acesso em: 20 fev. 2020.
Após a leitura proponha uma forma de abordar o conteúdo em sala de aula escrevendo
uma lauda no formato de resenha crítica. Vamos lá pessoal, nada de ficar parado!

84
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O CO2 é de importância crucial em vários processos que se desenvolvem na Terra,


participando, por exemplo, da fotossíntese, fonte de carbono para formação da
matéria que compõe as plantas terrestres e marinhas. Sabendo que a molécula
de CO2 é apolar, podemos afirmar que as forças intermoleculares que unem as
moléculas de CO2 são do tipo:

a) iônico.
b) ponte de hidrogênio.
c) forças dipolo-dipolo.
d) forças de London.
e) forças dipolo-permanente.

2. A compreensão das interações intermoleculares é importante para a


racionalização das propriedades físico-químicas macroscópicas, bem como para
o entendimento dos processos de reconhecimento molecular que ocorrem nos
sistemas biológicos. A tabela abaixo apresenta as temperaturas de ebulição (TE),
para três líquidos à pressão atmosférica.

Com relação aos dados apresentados na tabela acima, podemos afirmar que:
as interações intermoleculares presentes na acetona são mais fortes que aquelas
presentes na água.
a) as interações intermoleculares presentes no etanol são mais fracas que aquelas
presentes na acetona.
b) dos três líquidos, a acetona é o que apresenta ligações de hidrogênio mais fortes.
c) a magnitude das interações intermoleculares é a mesma para os três líquidos.
d) as interações intermoleculares presentes no etanol são mais fracas que aquelas
presentes na água.

85
3. A comunicação implica transmissão de informação. É o que acontece no
processo de hereditariedade através do DNA, em que são passadas informações
de geração em geração. A descoberta da estrutura do DNA, na metade do
século XX, representou um grande avanço para a humanidade. Wilkins, Watson e
Crick ganharam o Prêmio Nobel em 1962 por essa descoberta.

Para que seja mantida a estrutura da dupla hélice do DNA, segundo as regras de
Chargaff, existem ligações químicas entre pares das bases abaixo mostradas,
observando-se, também, que os pares são sempre os mesmos. A representação
simplificada da estrutura do DNA, vista ao lado, pode ser comparada a uma
―escada espiralada‖ (α-hélice), onde o tamanho dos degraus é sempre o mesmo
e a largura da escada é perfeitamente constante. As bases estão ligadas ao
corrimão da escada pelo nitrogênio assinalado com asterisco nas fórmulas abaixo.

Considerando apenas as informações dadas em negrito, quais seriam as possíveis


combinações entre as bases 1, 2, 3 e 4?
a) base 1 com base 3, base 1 com base 4, base 2 com base 3 e base 2 com base 4
b) base 1 com base 2, base 1 com base 4, base 2 com base 3 e base 2 com base 4
c) base 1 com base 3, base 1 com base 4, base 3 com base 4 e base 2 com base 4
d) base 1 com base 1, base 2 com base 2, base 3 com base 3 e base 4 com base 4.
e) devido as interações intermoleculares não existe possibilidade de combinações
entre as bases.

86
4. Um dos testes realizados para a determinação da quantidade de álcool na
gasolina é aquele em que se adiciona água à mesma, ocasionando a extração
do álcool pela água. Isso pode ser explicado pelo fato de álcool e água possuírem:

a) ligações covalentes simples e dativas.


b) forças de atração por pontes de hidrogênio.
c) forças de atração por forças de Van der Waals.
d) o grupo OH- carboxila.
e) moléculas apolares.

5. O gráfico a seguir foi construído com dados dos hidretos dos elementos do grupo
16. Com base neste gráfico, são feitas as afirmações seguintes.

I. Os pontos P, Q, R e S no gráfico correspondem aos compostos H 2Te, H2S, H2Se e


H2O, respectivamente.
II. Todos estes hidretos são gases a temperatura ambiente, exceto a água, que é
líquida.
III. Quando a água ferve, as ligações covalentes se rompem antes das
intermoleculares.
Das três afirmações apresentadas
a) apenas I é verdadeira.
b) apenas I e II são verdadeiras.
c) apenas II é verdadeira.
d) apenas I e III são verdadeiras.
e) apenas III é verdadeiro

87
6. O conhecimento das estruturas das moléculas é um assunto bastante relevante, já
que as formas das moléculas determinam propriedades das substâncias como
odor, sabor, coloração e solubilidade. As Figuras apresentam as estruturas das
moléculas CO2, H2O, NH3, CH4, H2S e PH3.

Quanto às forças intermoleculares, a molécula que forma ligações de hidrogênio


(pontes de hidrogênio) com a água é:
a) H2S
b) CH4
c) NH3.
d) PH3.
e) CO2.

7. Água e etanol são dois líquidos miscíveis em quaisquer proporções devido a


ligações intermoleculares, denominadas:
a) iônicas.
b) pontes de hidrogênio.
c) covalentes coordenadas.
d) dipolo induzido - dipolo induzido.
e) dipolo permanente.

8. Relativamente às substâncias HF e NaF, fazem-se as seguintes afirmações.


[Dados: H (Z = 1); Na (1A) e F (7A)]
I - Pertencem à mesma função inorgânica.
II - Somente o HF forma pontes de hidrogênio.
III - O HF é molecular enquanto o NaF é uma substância iônica.
IV - Apresentam o mesmo tipo de ligação em sua estrutura.

88
São corretas apenas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e II.
e) I e III.

89
INTRODUÇÃO ÀS FUNÇÕES Erro!
INORGÂNICAS Fonte de
referênci
6.1 ÓXIDOS a não
encontra
da.
Óxidos são compostos binários contendo o oxigênio como elemento mais eletronegativo.

Exemplo: MgO onde o Mg tem NOX (número de oxidação) igual a +2 e o


Oxigênio tem NOX igual a -2. Lembrando como vimos no item ligações químicas a
soma das cargas (NOX) tem que ser igual a zero para um composto.
Assim Mg O sendo um composto binário porque possui dois elementos Mg e
O e também o oxigênio pela carga é o mais eletronegativo, assim atende a definição
acima. Em outras palavras sempre que tiver um composto no qual direita tem o
oxigênio e a esquerda tenha qualquer outro elemento desde que seja um elemento
(não em número de átomos) acompanhando.
Temos vários exemplos de óxidos, assim podemos citar alguns:

 Na O
 BaO
 CaO
 CO
 CO
 Fe O

Em um óxido a ligação pode ser iônica ou covalente já que o oxigênio é um


ametal. Quando o oxigênio se ligar a um ametal a ligação é covalente e quando o
oxigênio se ligar a um metal a ligação é iônica.
Os óxidos se dividem basicamente em óxidos neutros, óxidos básicos e óxidos
ácidos ou anidridos. Também temos outros óxidos tais como os óxidos duplos e óxidos
anfóteros. Vamos agora então conhecer um pouco mais do universo químico que
envolve os óxidos.

90
6.1.1 Óxidos Neutros

Os óxidos neutros são aqueles que não apresentam um caráter determinado


quando estão na sua forma, mas quando reage com o oxigênio formando outro tipo
de óxido pode perder sim seu caráter de neutralidade. A substância base que reage
com um óxido e produz o que de acordo é seu caráter é a água (H2O). Assim um
óxido neutro não reage com a água.

Óxido neutro + H2O → não ocorre

Como exemplos dos principais óxidos neutros temos: CO, N O e o NO.

6.1.2 Óxidos Básicos

Os óxidos básicos são aqueles no qual o oxigênio combina com um metal para
ser formado, e que ao reagir com a água (H O) forma uma base ou hidróxido como
produto da uma reação.
Exemplo:

MgO, assim como vimos no item classificação periódica o Mg é um metal alcalino


terroso. Então se é oxigênio com metal vai formar um óxido básico. Agora vamos ver
sua reação com a água.

( )( ) + () → ( ) ( )

Observe que formou a substância ( ) que é uma base ou hidróxido.


Embora veremos ainda nesse capítulo sobre as bases, vimos que atende ao critério,
no entanto MgO é um óxido básico.
Vejamos alguns exemplos de óxidos básicos:
 Na O
 BaO
 CaO
 Fe O

91
6.1.3 Óxidos Ácidos ou Anidridos

Os óxidos ácidos ou anidridos já são aqueles que o oxigênio combina com um


ametal e quando reage com água forma um ácido. Como exemplos vamos citar o
SO3, assim repare que o S é um ametal e combina como o oxigênio.
Assim:

SO ( ) + H O( ) → H SO ( )

Observe que o SO3 ao reagir com água formou o H2SO4(aq) que é um ácido
muito conhecido, o ácido sulfúrico. Por isso classificamos como óxido ácido ou
anidrido.
Vejamos alguns exemplos de óxidos ácidos:

 CO
 Cl O
 SO

6.1.4 Óxidos Duplos ou Mistos

Os óxidos duplos são aqueles que possui mais de um tipo de elemento


diferente ou com o mesmo elemento, mas com o nox diferente. Como exemplo
temos o Fe O que é formado pelo FeO e pelo Fe O , ou seja, em sua composição tem
o Fe e o Fe , assim se somar o FeO com Fe O forma o Fe O .

6.1.5 Óxidos Anfóteros

Não existem muitos metais anfóteros na tabela periódica, assim são poucos os
óxidos anfóteros. No caso são óxidos que por ser formado com metais eram para
reagir com água e formar bases, mas isso não ocorre e acabam formando ácidos.
Como exemplo temo o Mn O , onde o Manganês é um metal e que ao reagir com
água forma o ácido permangânico.
Mn O ( ) + H O( ) → HMnO ( )

92
No entanto observamos nesse caso que um é um óxido que era para ser
básico e acaba apresentando caráter ácido. Mas fique tranquilo, são poucos casos.

6.1.6 Reação de Formação de um Óxido

Para formar um óxido é necessário pegar a forma mais estável do elemento


que quer formar o óxido na condição de substância simples e reagir com o gás
oxigênio (O ).

Substância simples é quando uma substância é formada por apenas um elemento tal
como o O2, C(grafite) ou H2.

Vamos dar o exemplo da formação do CO2. No caso escolhemos um óxido


que é formado com o carbono, então vamos pegar a forma simples mais estável que
é o C( ).

C( ) + O ( ) → CO ( )

Vamos para outro exemplo. Vamos formar um óxido agora sabendo apenas
qual elemento vai reagir que no caso será o Cálcio, não sabemos a fórmula do
composto.
Assim a forma mais estável simples do Ca é o Ca( ) metálico.

Claro que a forma mais estável do cálcio não é o Ca metálico, mas fique atento que
estamos falando da forma mais estável simples do elemento em questão.

Então vamos pegar o Ca e reagir como oxigênio:

Ca( ) +O ( ) →

93
Para saber qual o composto que forma vamos pegar o primeiro nox do
elemento, no caso do cálcio ele só exibe quando é oxidado o +2 devido ele ser da
família 2A. Então formule o óxido formado:

Ca + 2O

Como no caso as cargas são iguais, ao somar o resultado é zero. Assim quando
o resultado é zero não é necessário cruzar as cargas como vimos em ligações
químicas. No entanto o óxido formado é o CaO.
Assim o resultado final da reação:

Ca( ) + 1/2O ( ) → CaO( )

6.1.7 Nomenclatura de Óxidos

As nomenclaturas são distribuídas em oficial da IUPAC (União Internacional da


Química Pura e Aplicada) e nomenclatura antiga.
Vamos ver primeiro a oficial IUPAC.

I – Elemento apresenta apenas um nox:

ÓXIDO + DE + NOME DO ELEMENTO

Exemplo: MgO – Óxido de Magnésio

II – Elemento apresenta dois ou mais nox:

ÓXIDO + DE + NOME DO ELEMENTO + NOX DO ELEMENTO EM ALGARISMO ROMANO


ENTRE PARÊNTESE

Exemplo: Fe O
Sabendo que O é da família 6A então seu nox é -2, assim monta-se a equação
2 ferros, então ferro igual a X, 3 oxigênios então 3 multiplicado por – 2 e iguala a zero
já que vimos que as cargas de um composto se anulam.
2X + 3(-2) = 0
Assim X = +3

94
No entanto a nomenclatura de Fe O é Óxido de Ferro (III).

Agora vamos para a nomenclatura antiga. Para dar o nome aos óxidos
segundo a nomenclatura antiga, devemos adotar o seguinte procedimento:

I – Elemento possui 1 nox: Igual ao procedimento da nomenclatura oficial

ÓXIDO + DE + NOME DO ELEMENTO

Exemplo: Al O – Óxido de alumínio.

II – Elemento possui 2 nox.

ÓXIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO ICO PARA MAIOR NOX


ÓXIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO OSO PARA MENOR NOX

Exemplo:
Fe O vimos que o Fe é +3. Nesse caso é o Óxido Férrico.
FeO vimos que o Fe é +2. Nesse caso é o Óxido Ferroso.

III – Quando o elemento apresenta 4 nox

Se apresenta nox +1 então é:

ÓXIDO + PREFIXO HIPO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO OSO

Se o elemento apresenta nox +3:

ÓXIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO OSO PARA MENOR NOX

Se o elemento apresenta nox +5:

ÓXIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO ICO PARA MAIOR NOX

Se o elemento apresenta nox +7:

ÓXIDO + PREFIXO PER + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO ICO

95
Como exemplo temos os óxidos do cloro, que são o Cl O, Cl O , Cl O e
Cl O que assumem os seguintes nox respectivamente +1, +3, +5 e +7. Então as
nomenclaturas ficam:

Cl O – Óxido hipocloroso.
Cl O – Óxido Cloroso.
Cl O – Óxido Clórico.
Cl O – Óxido perclórico.

Observe que em alguns casos usamos o acento agudo apenas por uma
questão fonética.

Na nomenclatura de um óxido ácido a palavra óxido pode ser substituída por anidrido,
assim o óxido perclórico por exemplo pode ser denominado anidrido perclórico. Mas
atenção, apenas para os óxidos ácidos.

6.2 BASES OU HIDRÓXIDOS

As bases ou hidróxidos são compostos que em meio aquoso (meio de água)


liberam a presença de OH( ) . OH é o ânion hidroxila que tem presença obrigatória

em uma base inorgânica.


Exemplo:

NaOH( ) → Na( ) + OH( )

Observe que o NaOH sólido ao ser adicionado em meio aquoso liberou o íon
OH( ) hidroxila que é um ânion.

Uma base formada dos metais da família 1A e 2A são fortes e as demais bases
são consideradas bases fracas. Sua força está associada ao seu grau de dissociação,
ou seja, qual o percentual de hidroxila libera em meio de água.

96
6.2.1 Reação de Obtenção de uma Base

Para obter uma base é necessário reagir um óxido básico com água, vejamos
o exemplo:

Na O( ) + H O( ) → NaOH( )

Assim qualquer óxido básico que reagir com uma água vai formar um hidróxido
em reação similar. Lembrando que no final é necessário fazer o balanço do nox do
elemento que está combinando com a hidroxila. O nox da hidroxila sempre -1 então
quando cátion não é +1 zerando é necessário cruzar a cargas para fazer o balaço.

6.2.2 Nomenclatura de Hidróxidos

Para dar nome aos hidróxidos, usamos as mesmas regras de óxidos, ou seja,
tem a nomenclatura oficial e a nomenclatura antiga. No caso, em vez de usar a
palavra óxido iremos usar a palavra hidróxido.
No entanto o Na O( ) que é o óxido de sódio pois só assume um nox, ao reagir
com água forma NaOH que é o hidróxido de sódio, observe que só trocou a palavra
óxido por hidróxido. Assim se o Fe O que é o óxido de ferro (III) na nomenclatura
oficial e o óxido férrico na nomenclatura antiga, ao reagir com água forma o Fe (OH)
que é o hidróxido de ferro (III) na nomenclatura oficial e hidróxido férrico na
nomenclatura antiga.

6.3 ÁCIDOS

Os ácidos inorgânicos são substâncias largamente empregadas no nosso


cotidiano. Os ácidos também são muito importantes para a compreensão das
demais funções inorgânicas. Vejamos a definição.

Segundo Arrhenius ácidos são substâncias que em meio aquoso liberam o íon H +.

Quando em meio de água: HCl( ) → H( ) + Cl( ) , Esse processo é denominado

de ionização, todo ácido se ioniza devido ao fato do composto ser molecular a

97
ligação química é quebrada e o elemento mais eletronegativo fica com o elétron do
hidrogênio assim o ionizando. É comum errar dizendo que foi uma dissociação, mas
é só lembrar que dissociar é separar aquilo que já existe, no entanto em um composto
iônico se dissocia, já nos ácidos que são moleculares ioniza-se.
Entre os ácidos existem dois tipos que são os Hidrácidos e os Oxiácidos.

6.3.1 Hidrácidos

São ácidos que não contêm oxigênio. Como exemplo podemos citar o HCl, HF,
HCN e outros. Uma reação de formação de um hidrácido se dá por meio da reação
da substância simples com o gás hidrogênio.

H ( ) + Cl ( ) → 2HCl

Para avaliar a força de um hidrácido é necessário saber que:


Forte: HCl, HBr ou HI;
Moderado: HF
Fraco: Todos os outros Hidrácidos.

A nomenclatura dos Hidrácidos segue a seguinte regra:

ÁCIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO ÍDRICO

Então, HCl, como não tem oxigênio é um hidrácido. Aplica-se a regra de


nomenclatura para hidrácidos. Como ele é um ácido com o elemento cloro o nome
será Ácido Clorídrico.
H S – Ácido Sulfídrico. Lembrando que alguns elementos como no caso o
enxofre utiliza-se se nome em latim que é súlfur (sulphur).

6.3.2 Oxiácidos

Os Oxiácidos são ácidos que contêm oxigênio, no entanto já são derivados


dos óxidos ácidos ou anidridos que aprendemos no tópico óxidos. Como exemplo de
ácidos Oxiácidos temos o H SO , HNO , H PO dentre vários outros.
Como reação de obtenção de um ácido oxiácido é necessário saber qual

98
ácido precisa formular. Assim se quer formular o ácido sulfúrico então é só selecionar
o óxido correspondente que é o óxido sulfúrico e reagir com H O.

SO ( ) + H O( ) → H SO ( )

Para avaliar a força de um ácido oxiácido é necessário saber o Ka do ácido,


mas como equilíbrio iônico só será ensinado mais à frente, então existe uma regra
que funciona bem. Faça o cálculo do número de oxigênio – o número de hidrogênios
presentes no ácido oxiácido: n°O – n°H =

Se o resultado for zero, o ácido é fraco.


Se o resultado for 1 ele é moderado.
Se o resultado for ≥ 2 o ácido é forte.

Exemplo:

então, 4-2= 2, como o resultado foi 2 o ácido é forte.

A nomenclatura dos ácidos Oxiácidos seguem a mesma regra dos óxidos


ácidos que aprendemos, até mesmo porque os ácidos Oxiácidos são derivados dos
óxidos ácidos. Lembre-se, em vez de utilizar a palavra óxido irá usar ácido já que
mudou a função.

Exemplo:
SO3, óxido sulfúrico, se transforma em H2SO4, então é o ácido sulfúrico. O
enxofre vale +6 nos dois casos, por isso a terminação ico nos dois casos.
SO2, óxido sulfuroso, se transforma em H2SO3, então é o ácido sulfuroso. O
enxofre vale +4 nos dois casos, por isso a terminação oso nos dois casos.
N2O5, Óxido nítrico, se transforma em HNO3, então é o ácido nítrico. O
nitrogênio vale +5 nos dois casos, por isso a terminação ico nos dois casos.
Cl2O7, Óxido perclórico, se transforma em HClO4, então ácido perclórico. O
cloro vale +7 nos dois casos, por isso o prefixo per e a terminação ico nos dois casos.
Então:
ÁCIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO ICO PARA MAIOR NOX
ÁCIDO + NOME DO ELEMENTO + TERMINAÇÃO OSO PARA MENOR NOX

99
6.4 SAIS

Um sal é o produto da neutralização entre um ácido e uma base. Em uma


reação entre um sal e uma base, sempre terá como produto sal e água.

HCl + NaOH → NaCl + H O


H SO + KOH → K SO + H O
HNO + Mg(OH) → Mg(NO ) + H O
Assim NaCl, K SO e Mg(NO ) são sais.

Um sal ao colocar em meio aquoso é dissociado em íons, aqui ocorre a


dissociação e não ionização porque o sal é um composto iônico e não molecular.
Veja abaixo.
Em meio aquoso: NaCl( ) → Na( ) + Cl( ).

Observe que os íons foram separados em Na e Cl

6.3.3 Nomenclatura de Sais

Para dar nome a um sal é necessário saber de qual ácido ele é proveniente,
assim de o ácido terminar em ídrico, transforma-se a nomenclatura do ânion
proveniente em eto, se o ácido terminar em oso, transforma-se a nomenclatura do
ânion proveniente em ito, e caso o ácido termine em ico, transforma-se a
nomenclatura do ânion proveniente em ato.
Mas para dar nome não basta apenas o ânion. Também é necessário nomear
o cátion. Para nomear o cátion podemos usar a regra oficial que empregamos nos
óxidos, quando só tem um nox apenas empregue o nome, se tiver mais de um nox
empregue o nox entre parêntese em algarismos romanos, ou podemos usar a
nomenclatura antiga empregando o oso e ico.
Exemplo: NaCl: Cl é um ânion proveniente do HCl, então se é o ácido clorídrico,
ídrico conforme vimos vira eto, já o cátion é o Na que só tem um nox, usa-se apenas
o nome do elemento.

100
IDRICO → ETO
OSO → ITO
ICO → ATO

Então NaCl é o Cloreto de sódio.


CaSO : SO é um ânion proveniente do H SO , então se é o ácido sulfúrico, ico
conforme vimos vira ato, já o cátion é o Ca+2 que só tem um nox, usa-se apenas o
nome do elemento.
Então CaSO é o Sulfato de cálcio.
Fe(NO ) : NO é um ânion proveniente do HNO , então se é o ácido nitroso, oso
conforme vimos vira ito, já o cátion é o Fe e o ferro pode assumir o nox +2 ou +3,
assim emprega-se a oficial com algarismo romano ou a antiga com oso e ico.
Então Fe(NO ) é o Nitrito de Ferro (II) ou Nitrito Ferroso

101
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O estômago produz o suco gástrico de caráter ácido para digerir os alimentos


ingeridos pelo indivíduo, porém em alguns casos, tais como doença ou stress, há
uma produção excessiva de suco podendo causar a gastrite ou úlcera. Em casos
de produção excessiva, além de uma mudança na dieta alimentar o médico
poderá indicar uma medicação de caráter básico, tendo como PRODUTO da
ingestão do medicamento um:

a) Ácido e base.
b) Óxido neutro e água.
c) Sal e óxido neutro.
d) Sal e água.
e) Anidrido e água.

2. O Bicarbonato é tradicionalmente usado por algumas pessoas para combater a


azia estomacal. Sabendo que o suco gástrico é composto principalmente pelo
HCl, podemos dizer que o Bicarbonato de sódio CORRESPONDE a um:

a) Óxido básico.
b) Sal neutro.
c) Sal ácido.
d) Sal básico.
e) Hidróxido

3. Durante as férias na fazenda do seu avô, Gabriel, por ser um menino muito levado
acabou brincando com uma casa de abelhas e foi picado. Sabendo que a dor é
causada pela presença de ácidos orgânicos, dentre eles o ácido fórmico,
imediatamente o seu pai pegou uma solução de bicarbonato de sódio e passou
no local da picada, aliviando a dor. Com base no enunciado é CORRETO afirmar
que o bicarbonato de sódio é:

a) Um sal de comportamento básico.


b) Um ácido muito fraco.

102
c) Um base ou hidróxido forte.
d) Um sal de comportamento ácido.
e) Um hidróxido fraco.

4. Observe a tabela

Ácido Grau de ionização (α)


HF 8%
HCN 0,008%
H2SO4 61%
H3PO4 27%

Em relação a esses dados podemos afirmar, EXCETO:


a) O ácido HF é monoprótico e o mais forte em relação aos outros.
b) O ácido Sulfúrico é diprótico é muito forte e mais reativo que o Fluorídrico.
c) O ácido Fosfórico é triprótico e menos reativo que o Sulfúrico.
d) O ácido Cianídrico é monoprótico e pouco reativo.
e) O HF é monoprótico e mais fraco que o sulfúrico.

5. Todos os compostos abaixo têm caráter ácido, EXCETO:

a) CO2, HNO3, SO2.


b) CO2, CaO, SO2.
c) CO2, HNO2, SO2.
d) H2S, H2SO4, SO2.
e) HNO3, SO2, H2S

6. Além do efeito estufa, a chuva ácida vem sendo um dos maiores problemas
ambientais da atualidade, e seu agravamento teve início a partir da Revolução
Industrial, com a queima acentuada de combustíveis fósseis, dentre eles o carvão
e o petróleo. O PRINCIPAL componente dos combustíveis que aumentam a acidez
da chuva é o:

103
a) carbono.
b) enxofre.
c) oxigênio.
d) nitrogênio.
e) Fósforo.

7. A reação da hematita (fórmula química Fe2O3) com monóxido de carbono (CO)


em alto-forno representa o processo industrial para a obtenção do ferro metálico
(Fe), que, após resfriamento, solidifica-se.

Fe2O3 (s) + CO (g)  Fe (s) + CO2 (g)

Em relação a esse processo podemos afirmar, EXCETO:


a) A hematita é um óxido de caráter básico.
b) O dióxido de carbono é um óxido de caráter ácido.
c) O monóxido de carbono é um óxido neutro.
d) O monóxido de carbono forma um ácido em meio aquoso.
e) O ferro produzido é caracterizado por conter ligações metálicas

8. A opção que CORRESPONDE ao ácido perclórico é:

a) HClO.
b) HCl2O.
c) HClO4.
d) HClO3.
e) HCl.

104
Erro! Fonte
INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA
de
referência
não
7.1 BIOQUÍMICA COMO CIÊNCIA E NO COTIDIANO
encontrada.
A Bioquímica pode ser definida como o estudo da química de organismos
vivos e da química relacionada com estes, formando uma ponte entre a Biologia e a
Química pois estuda como complexas reações e estruturas químicas originam vida e
processos relacionados com a vida. Podemos também definir Bioquímica como o
estudo da vida em nível molecular, tendo como finalidade principal definir como um
conjunto de moléculas inanimadas, que compõem os organismos vivos, interagem
entre si para conservar e perpetuar o estado vital (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014;
CLARK; CHOI; DOUGLAS, 2018; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A disciplina de Bioquímica é fundamental para a formação dos profissionais
de áreas das Ciências Biológicas e Saúde uma vez que possibilita ao discente
compreender os processos biológicos a nível molecular, viabilizando o entendimento
dos mecanismos celulares envolvidos no desenvolvimento dos processos evolutivos e
patológicos em micro e macro sistemas (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON;
COX, 2019).
Dessa forma bacharéis em biologia fazem uso do conhecimento de
bioquímica para realizarem pesquisas na área de bioquímica ou em outras áreas que
tenham como base a bioquímica, como por exemplo a própria biologia molecular,
a genética, as fisiologias vegetal e animal, inclusive a imunologia, além de outras.
Além disso através da compreensão das estruturas e interações bioquímicas podem
ser realizadas diversas intervenções biológicas com o objetivo de prevenir, tratar e
curar doenças, assim como de aumentar a produtividade industrial e na agricultura.
Cada organismo, por mais simples ou complexo que seja, é meramente um
sistema bioquímico. A incrível habilidade de crescer e reproduzir parece colocar os
diversos organismos à parte do mundo dos sólidos, líquidos e dos gases, notoriamente
conhecidos na Química. A vida depende quase que exclusivamente de reações
bioquímicas que ocorrem o tempo todo desde a origem da vida, incluindo nossa
respiração no âmbito celular e até mesmo a fotossíntese no âmbito global.

105
Figura 43: Experimento de Miller

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

https://bit.ly/3njDa6d.

106
7.2 LIGAÇÕES E INTERAÇÕES MOLECULARES

Para compreender como os seres vivos são formados a partir de matéria


inanimada, é essencial saber como são formadas as ligações que mantêm os átomos
das moléculas unidos. Todos os organismos, do mais simples ao mais complexo são
formados por átomos, em organismos vivos, somente parte desses átomos são
utilizados, com destaque para as moléculas de carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio, fósforo e enxofre, que apresentam maior abundância nas moléculas
orgânicas. Dessa forma, a compreensão das interações entre os átomos é necessária
para a compreensão da bioquímica.
A interação entre os átomos em sistemas orgânicos ocorre através dos
elétrons, uma vez que os prótons e nêutrons são firmemente ligados ao próprio átomo,
apenas os elétrons podem ser compartilhados (Figura 2). Esses átomos são
relativamente instáveis devido a não possuírem sua camada eletrônica mais externa,
ou camada de valência, completa. Assim, ao compartilhar elétrons, eles buscam
estabilizar essa camada eletrônica, sendo que átomos diferentes precisam
compartilhar números diferentes de elétrons de acordo com qual camada eletrônica
é a mais externa e de quantos elétrons ele possui nessa camada, por exemplo o
carbono precisa de 4 elétrons, o oxigênio de 2 e o hidrogênio de 1. Dessa maneira
ocorrem as interações entre átomos iguais e diferentes entre si. Porém existem
interações que levam a ligações com propriedades diferentes (ALBERTS et al., 2011).

Figura 44: Distribuição de elétrons nas camadas eletrônicas de alguns elementos

107
Fonte: Adaptado de Alberts et. al., (2011)
Assim, as principais ligações químicas que precisamos conhecer são as
ligações covalentes, interações iônicas e as pontes de hidrogênio (ou ligações de
hidrogênio).
Quando há um compartilhamento de elétrons entre dois átomos a fim de
atingirem uma maior estabilidade é chamada de Ligação Covalente. Já nas
Interações Iônicas alguns átomos preferem perder seus elétrons da camada mais
externa, realizando uma doação de elétrons para atingir sua estabilidade, enquanto
outros podem aceitar esses elétrons atingindo também a sua estabilidade, realizando
uma cooperação eletrônica (Figura 3). As ligações covalentes polares têm enorme
importância biológica, pois criam dipolos permanentes, permitindo, assim, que a
interação entre as moléculas ocorra por meio de forças elétricas. Qualquer molécula
grande, que contenha muitos grupos polares, terá uma superfície com um padrão
de distribuição de cargas parcialmente positivas e parcialmente negativas. Quando
uma molécula dessas encontrar uma segunda molécula que possua um padrão
semelhante (complementar), as duas poderão sofrer uma atração recíproca por
meio de interações eletrostáticas que se assemelham (mas são mais fracas) às
ligações iônicas (ALBERTS et al., 2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARZZOCO;
TORRES, 1999).

Figura 45: Exemplificação das ligações químicas por compartilhamento e transferência de


elétrons em sua camada de valência.

108
Fonte: Alberts et. al., (2011, p. 43)
Em resumo, quando os elétrons são doados de um átomo a outro, há a
formação de uma ligação iônica; quando dois átomos compartilham um mesmo par
de elétrons, há a formação de uma ligação covalente.
Quando há um compartilhamento parcial de elétrons dessa última camada
entre dois átomos temos as Pontes de Hidrogênio (Figura 4). Esse último tipo de
interação molecular é característico nos átomos considerados eletronegativos,
dentre eles, principalmente o oxigênio, nitrogênio e enxofre. Quando um desses
átomos se liga a um hidrogênio para atingir sua estabilidade ocorre o fenômeno de
formação de polos temporários, fazendo com que o elétron passe mais tempo com
o átomo eletronegativo, que fica com carga negativa temporária, enquanto o
hidrogênio fica com carga positiva enquanto o elétron está fora de sua orbita
eletrônica. Através da interação entre esses polos temporários são formadas as
pontes de hidrogênio (ALBERTS et al., 2011).

Figura 46: Modelo de pontes (ligações) de hidrogênio (linhas tracejadas em vermelho)


típicas em moléculas como o DNA

109
Fonte: Adaptado de Alberts et. al., (2011)

7.3 PROPRIEDADES DA ÁGUA

A água é a molécula mais abundante das substâncias presentes nas células.


A célula é a unidade básica da vida, sendo formada pela interações de diversas
moléculas de ácidos nucleicos, carboidratos, proteínas e lipídeos, as unidades

110
básicas, também chamadas de unidades monoméricas, como exemplo os
aminoácidos ou os monossacarídeos que são unidos para a formação das
macromoléculas de proteínas ou monossacarídeos respectivamente, que por sua vez
se combinam formando estruturas maiores chamadas de unidades
macromoleculares, como o DNA se combinando a proteínas para a formação dos
cromossomos, sendo as diversas unidades macromoleculares que em combinação
formam a célula (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-GUIA,
2002).
A água é formada pela união de um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio
(Figura 5), dando a essa molécula assimétrica a capacidade de formar polos
temporários. Esse evento não é exclusivo da molécula de água, sendo a polaridade
molecular a capacidade de uma molécula de formar polos e interagir por pontes de
hidrogênio. Sendo assim temos a água como uma substância polar e por tal
característica temos as substâncias hidrofílicas àquelas que se dissolvem bem em
água além dos solutos. Entretanto, mesmo sendo polar, a água consegue interagir
em pequena proporção com substâncias apolares (ou hidrofóbicas), sendo dessa
forma considerada um solvente universal (ALBERTS et al., 2011).
Figura 47: Fórmula e estrutura linear da água ( ) e do oxigênio ( ) denotando suas
características polares e apolares devido às suas peculiaridades dimensionais

Fonte: Alberts et. al., (2011, p. 48)

111
https://bit.ly/3d3tJDy.

7.4 ISOMERIA ÓTICA

As moléculas interagem formando estruturas diversas de acordo com suas


interações moleculares definidas por seus átomos e suas estruturas. Entretanto
algumas moléculas têm como característica poderem formar estruturas diferentes
mesmo quando são ligadas aos mesmos átomos. Tal capacidade é chamada de
isomeria ótica. Essa característica é limitada a átomos que compartilham no mínimo
4 elétrons quando ligados a grupos moleculares diferentes (SOLOMONS; FRYHLE,
2012).
O carbono é uma molécula que pode resultar em isômeros, pois realiza o
compartilhamento de quatro elétrons. Quando esses elétrons são compartilhados
entre grupos diferentes ocorre a possibilidade da formação de duas moléculas com
os mesmos grupos moleculares, porém arranjados de maneira diferentes, dando
origem a duas moléculas distintas. Um comum exemplo disso são as mãos humanas
(Figura 6), que apesar de possuírem os mesmos dedos, são espelhadas, ou seja, não
possuem a mesma sequência de formação, sendo consideradas isômeros óticos,
uma vez que são o espelho uma da outra (enantiômeros) (NELSON; COX, 2019;
SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

Figura 48: Isomeria ótica representada pela molécula de gliceraldeído ( )

112
Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019) e Solomons e Fryhle (2012)

Se observamos atentamente veremos a imagem especular da mão direita e


da mão esquerda na Figura 6. Além disso, também podemos ver que as mãos direita
e esquerda não são sobreponíveis, tal como moléculas de enantiômeros também
não são (SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

113
O medicamento Talidomida foi lançado no mercado, na década de 1950, por uma
pequena empresa alemã, a fim de controlar sintomas como náuseas e ansiedade. Isso fez
com que esse medicamento ficasse bastante popular entre gestantes, já que possuía
eficácia no combate aos recorrentes sintomas do período gestacional. Por possuir um
carbono quiral em sua molécula, a talidomida possui isômeros óticos, sendo que a
molécula destro ou enantiômero (R) desvia o plano de luz polarizada para a direita, e a
molécula levo ou enantiômero (S) desvia o plano de luz polarizada para a esquerda
(Figura 7). Assim, o medicamento era uma mistura racêmica, que é oticamente inativa
porque contém partes iguais desses dois enantiômeros. O isômero dextrogiro era
responsável pelas propriedades analgésicas e sedativas, enquanto a talidomida levogira
é teratogênica, isto é, provoca mutações no feto.

Figura 49: Representação dos enantiômeros presentes na talidomida

Fonte: Oliveira e Quadros (2020, p. 487)

No final da década de 50, o produto já era comercializado em 147 países. Entretanto nos
anos de 1959 e 1960, diversos casos de má formação congênita levaram ao estudo dessa
droga, descobrindo seus efeitos teratogênicos. Estima-se que cerca de oito mil crianças
tenham nascido com deformidades congênitas graves em função do consumo de
talidomida pelas mães, durante a gravidez. No Brasil esses efeitos do medicamento foram
ainda mais trágicos, pois além da droga ter sido retirada do mercado com certo “atraso”,
e seu uso no tratamento de outras doenças como Lúpus, Câncer e Tuberculose, associado
à desinformação, acarretaram duas outras gerações de crianças vitimadas pela droga.
Trata-se, portanto, de um fato histórico marcante, em nível mundial, tanto pelo seu
impacto quanto pela noção que ele nos traz sobre a importância de estudos bioquímicos
especializados na área de medicamentos e principalmente da isomeria ótica das
moléculas.

114
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Responsável por 70 a 85% da massa corpórea de maior parte dos seres vivos, a
água possui propriedades físico-químicas peculiares. Considere as afirmativas:

I. A molécula de água é polarizada, ou seja, apesar de ter carga elétrica total igual
a zero, possui carga elétrica parcial negativa na região do oxigênio e carga
elétrica parcial positiva na região de cada hidrogênio.
II. Na água em estado líquido, a atração entre moléculas vizinhas cria uma espécie
de rede fluida, em contínuo rearranjo, com pontes de hidrogênio se formando e
se rompendo a todo momento.
III. A tensão superficial está presente nas gotas de água, sendo responsável pela
forma peculiar que elas possuem.
IV. O calor específico é definido como a quantidade de calor absorvida durante a
vaporização de uma substância em seu ponto de ebulição.

Assinale a alternativa que contenha todas as afirmativas CORRETAS.

a) I, II e IV.
b) I, III e IV.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) II e IV.

2. Sobre a água, assinale a sequência de V (para verdadeiro) ou F (para falso) que


mais se adequa para as seguintes afirmações:

(X) A água é considerada uma solução universal.


(X) As moléculas de água são dipolares.
(X) A coesão entre as moléculas de água só é possível em razão da presença de
pontes de hidrogênio.
(X) A água apresenta baixos valores de calor específico, evitando variações bruscas
na temperatura dos organismos.

115
(X) Reações químicas em que ocorre união entre moléculas, com formação de água
como produto, são chamadas reações de hidrólise.

a) V,V,V,V,V.
b) F,F,F,F,F.
c) V,F,V,F,V.
d) F,V,V,F,F.
e) F,V,V,V,F.

3. Moléculas anfipáticas ou anfifílicas, são moléculas que apresentam características


hidrofílicas (solúvel em meio aquoso), e hidrofóbicas (insolúvel em água, porém
solúvel em lipídios e solventes orgânicos). A atividade de um detergente é
atribuída a seu comportamento anfipático, apresentando em sua molécula duas
regiões distintas, uma polar e uma apolar, quanto maiores e mais distintas essas
regiões, maior sua capacidade emulsificante. Além dessa propriedade, a
presença de cargas na molécula é outro fator que contribui em sua atividade.
Marque a alternativa que corresponde a molécula de detergente com maior
atividade emulsificante.

a) CH3(CH2)10O2Na
b) CH3(CH2)15O2Na
c) CH3(CH2)12O2Na
d) CH3(CH2)11O2Na
e) CH3CH2O2Na

4. Complete a frase corretamente. “A água, substância essencial para a vida no


planeta...”

a) Apresenta-se em quantidade invariável, de espécie para espécie.


b) Tende a aumentar seu percentual nos tecidos humanos com o passar da idade.
c) Em geral é mais abundante em células com maior metabolismo.
d) É considerado um solvente universal por ser uma substância apolar.
e) É uma molécula linear.

116
5. A condição necessária para a ocorrência de isomeria ótica é que a substância
apresente assimetria.

Considere as representações espaciais das estruturas a seguir:


Em relação às estruturas I, II, III e IV afirma-se, corretamente

a) Todas apresentam atividade ótica.


b) Somente a I e a II apresentam atividade ótica.
c) Somente a I e a III apresentam atividade ótica.
d) Somente a III e a IV apresentam atividade ótica.
e) Somente a II e a IV apresentam atividade ótica.

6. Sobre as ligações iônicas e ligações covalentes, analise as afirmativas abaixo, dê


Verdadeiro (V) ou Falso (F).
(X) As ligações iônicas são atrações entre moléculas com íons de cargas opostas.
(X) Os compostos iônicos podem ser formados por elementos do mesmo lado da
tabela periódica, ou seja, entre elementos metálicos e não metálicos.
(X) As ligações covalentes podem ocorrer entre dois elementos eletronegativos e são
responsáveis pela existência de íons e moléculas poliatômicas.
(X) Nas ligações covalentes, os elementos tendem a ligar-se de modo a completar o
seu octeto, com isso compartilham seus elétrons na formação das moléculas.

Assinale a alternativa que demonstre a sequência correta.

a) V, V, V, V.
b) V, F, V, V.
c) V, F, F, V.
d) V, V, V, F.
e) V, F, V, F.

117
7. As células são estruturas conhecidas como unidades estruturais e funcionais dos
organismos vivos. Elas são formadas basicamente por substâncias orgânicas e
inorgânicas. São consideradas substâncias inorgânicas:

a) Lipídios e proteínas.
b) Proteínas e água.
c) Sais minerais e vitaminas.
d) Água e sais minerais.
e) Lipídios e carboidratos.

8. Analise os compostos a seguir:


1. CH3COCH3
2. CH3COOCH3
3. CH3CH2CHO
4. CH3CH2COOH
5. CH3CH2CH2OH
6. CH3OCH2CH3

São isômeros os pares

a) 1 e 5; 2 e 4.
b) 2 e 4; 3 e 5.
c) 1 e 3; 2 e 4.
d) 3 e 6; 1 e 5.
e) 2 e 4; 3 e 6.

118
ÁCIDOS NUCLEICOS Erro!
Fonte de
referênci
8.1 INTRODUÇÃO a não
Os ácidos nucleicos são responsáveis pelo armazenamentoencontra
e utilização de

da.
informação genética para realizar respostas celulares mediantes a estímulos internos
e externos, assim como pela transmissão dessa informação para os descendentes de
um indivíduo. Serão discutidos a estrutura do ácido ribonucleico (RNA) e do ácido
desoxirribonucleico (DNA), a interação entre as bases nitrogenadas
complementares, a estrutura conformacional adotada pelo RNA e pelo DNA e os
mecanismos de transcrição de DNA para RNA e de tradução de RNA para
polipeptídeos. O assunto traz uma análise crítica sobre a importância da estrutura dos
ácidos nucleicos e dos mecanismos envolvidos em sua aplicação biológica para a
evolução das espécies e manutenção da vida.

8.2 ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

Os ácidos nucleicos são constituídos por três elementos distintos (Figura 8), um
grupo fosfato (PO ), uma pentose, um carboidrato contendo cinco carbonos
apresentando duas formas que diferenciam o DNA, que contém desoxirribose, e o
RNA, que contém a ribose, e por último uma base nitrogenada (NELSON; COX, 2019).

Figura 50: Estrutura geral dos ácidos nucleicos

119
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 281)
Existem um total de cinco bases nitrogenadas que compões a estrutura dos
ácidos nucleicos (Figura 9). Adenina e guanina são classificadas como purinas,
estando presente no DNA e no RNA, as classificadas como pirimidinas são a citosina,
presente no DNA e no RNA, a timina, que é exclusiva do DNA e a uracila que é
exclusiva do RNA (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).

Figura 51: Estrutura das bases nitrogenadas que compõem os ácidos nucleicos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 283)

As bases nitrogenadas possuem uma conformação estrutural que permite sua


ligação com uma base nitrogenada correspondente (Figura 10), assim, no DNA a
adenina se liga à timina, enquanto a guanina se liga a citosina, enquanto no RNA a
uracila assume a posição da timina ao se ligar a adenina de forma complementar
(NELSON; COX, 2019; MARQUES; BALDINI, 2017; VOET; VOET; PRATT, 2014).

120
8.3 ESTRUTURA DO RNA E DO DNA

Durante a duplicação do DNA e durante a síntese de RNA os ácidos nucleicos


são unidos pela atividade das enzimas DNA e RNA polimerase, realizando a conexão
entre o grupo fosfato, ligado ao quinto carbono da pentose, e a pentose de outro
ácido nucleico através de uma ligação fosfodiéster ao terceiro carbono (Figura 3),
dessa forma, pode se dizer que a síntese do DNA e do RNA ocorre entre o a posição
5’ e 3’ (leia-se cinco linha e três linha), das pentoses (MARQUES; BALDINI, 2017;
NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 52: Ligação fosfodiéster entre ácidos nucleicos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 285)

121
Após a síntese do RNA a partir do molde de DNA, chamada transcrição, o RNA
será direcionado a eventos celulares de acordo com a necessidade biológica. O
RNA é um filamento único de ácidos nucleicos, entretanto, devido a
complementariedade das bases nitrogenadas, estruturas organizacionais
tridimensionais podem ser formadas, podendo apresentar as estruturas de fita simples,
protuberâncias, alças internas, grampos e até mesmo de dupla hélice em forma de
grampo (Figura 11). Essa interação entre os ácidos nucleicos do RNA atribui maior
estabilidade a molécula, que pode exercer sua atividade com risco relativamente
inferior devido a menor chance de quebra ou degradação (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 53: Estruturas tridimensionais adotadas pela molécula de RNA

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 295)

Dependendo a conformação adotada pelo RNA, atribuído a sequência do


mesmo, ele poderá assumir função enzimática como no caso do ribossomo, função
na regulação genética, atuando como promotores, controladores ou inibidores, ou
serem traduzidos para proteínas. Por sua vez, o DNA possui o formato de uma dupla
hélice, onde as bases purínicas e pirimídicas estão ligadas de maneira complementar
em uma fita dupla que se contorce no formato de hélice devido a pontes de
hidrogênio formadas ao longo da estrutura (Figura 12) (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

122
Figura 54: Estrutura tridimensional adotada pelo DNA

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 289)

Essa estrutura tridimensional é chamada de cromatina, que irá ser combinada


a proteínas especificas para a formação da estrutura cromossômica. Os procariotos
possuem um cromossomo único circular combinado a proteínas e a moléculas
estruturais de RNA, entretanto, devido a sua elevada atividade de transcrição, o
cromossomo procarioto é pouco condensado (Figura 13). Além do cromossomo, os
procariotos apresentam uma pequena estrutura de DNA circular que contém genes
associados a características específicas do organismo, chamados plasmídeos

Figura 55: Estruturas do DNA de procariotos

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

123
Os eucariotos possuem um genoma muito maior e mais complexo, o que é
refletido em sua organização estrutural. A cromatina se combina com proteínas em
dois estados distinto, a heterocromatina, onde ocorre super condensação da
cromatina, tornando o genoma da região inacessível a transcrição imediata, e a
eucromatina, onde ocorre a condensação moderada, com acesso praticamente
imediato as informações gênicas contidas no local (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014;
NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A distribuição das regiões mais ou menos condensadas de cromatina está
relacionada ao tipo de tecido e fase celular, uma vez que alguns genes não são
necessários para determinadas células ou em determinadas fases do ciclo celular, a
região onde eles se encontram são super condensados em heterocromatina
(NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Os cromossomos dos eucariotos possuem uma estrutura linear com regiões
distintas, apresentando extremidades chamadas de telômeros, com função de
proteção, e uma região onde as cromátides irmãs são conectadas, chamado
centrômero. Além disso, alguns cromossomos possuem outras estruturas chamadas
de satélites, unidos por hastes a região cromossômica principal (Figura 14) (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARQUES; BALDINI, 2017; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).

Figura 56: Estrutura dos cromossomos dos eucariotos

124
Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

https://bit.ly/33vFy1U.

8.4 DUPLICAÇÃO DO DNA

A replicação do DNA (Figura 15) ocorre durante a interfase celular, sendo


iniciada pela desespiralização da dupla hélice pela enzima topoisomerase, em
sequência as bases complementares são separadas pela enzima helicase,

125
separando a dupla fita de DNA em duas fitas simples, uma fita chama “sense” e uma
“antisense”. A replicação do DNA é realizada pela enzima DNA polimerase, que
adiciona as bases nitrogenadas correspondentes a fita molde. Entretanto, as fitas de
DNA originais possuem sentidos diferentes de síntese, sendo que a DNA polimerase só
consegue adicionar bases nitrogenadas no sentido 5”  3’, ou seja, o grupo fosfato
ligado ao quinto carbono da desoxirribose do DNA é ligado ao terceiro carbono da
desoxirribose de outra molécula de DNA (MARQUES; BALDINI, 2017; NELSON; COX,
2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Assim, a replicação do DNA ocorre de duas formas diferentes, uma replicação
contínua e uma descontínua. Durante a replicação contínua a primase adiciona um
“primer” ou iniciador de RNA, que serve como local de ligação para a DNA
polimerase, que adiciona as bases nitrogenadas correspondentes a fita molde de
maneira ininterrupta logo após o rompimento da dupla fita original, dando origem a
uma nova dupla fita de DNA idêntico ao original, o primer é removido e a DNA ligase
realiza a ligação fosfodiéster entre os ácidos nucleicos da nova fita, dando origem a
uma fita dupla de DNA idêntica a original (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARQUES;
BALDINI, 2017; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Durante a replicação descontínua, a DNA polimerase não consegue adicionar
as bases de maneira contínua, sendo necessária a adição de vários primers pela
enzima primase, após a ligação do iniciador a DNA polimerase entra em atividade,
adicionando “fragmentos” de DNA correspondentes a fita molde. Para cada
iniciador de RNA são adicionados entre 100 e 200 bases nitrogenadas a fita molde,
chamado de fragmentos de Okazaki. Após a adição dos fragmentos de Okazaki, os
iniciadores de RNA são removidos e a enzima DNA ligase realiza a ligação fosfodiéster
entre os ácidos nucleicos da nova fita, dando origem a uma fita dupla de DNA
idêntica a original (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARQUES; BALDINI, 2017; NELSON;
COX, 2019).

Figura 57: Esquematização da replicação do DNA

126
Fonte: Cabral, Hemerly e Masuda (2017, p. 51)

8.5 TRANSCRIÇÃO DO DNA PARA RNA

A transcrição dos genes de um organismo ocorre em duas situações distintas,


na primeira a expressão é constante, refletindo na produção contínua de
determinada proteína que, geralmente, possui função estrutural ou metabólica
fundamental para a manutenção da homeostasia celular, na segunda situação a

127
expressão ocorre mediante a um estímulo interno ou externo, refletindo na expressão
mediada ou temporal, que ocorrerá para responder a uma situação celular
transitória, após a qual a transcrição será interrompida (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; MARQUES; BALDINI, 2017; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Assim como no processo de duplicação do DNA, a transcrição é iniciada pela


com a desespiralização do DNA seguida da atividade do rompimento da dupla fita
complementar de DNA, expondo assim a fita molde de DNA a qual a enzima RNA
polimerase irá se ligar dando início a adição de bases de RNA complementares a fita
molde, essas atividades ocorrem pela ação de enzimas com ação idênticas a da
Topoisomerase e helicase, respectivamente, presentes no complexo da bolha de
transcrição. Os genes possuem diferentes regiões especializadas que controlam sua
expressão e a atividade enzimática da RNA polimerase, como regiões ativadoras,
promotoras e inibidoras (Figura 16) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARQUES;
BALDINI, 2017; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 58: Representação de diferentes regiões de um gene

128
Fonte: Marques e Baldini (2017, p. 117)

Em procariotos todo material transcrito corresponde ao RNA mensageiro


(RNAm), que será direcionado para a tradução em proteínas, entretanto, os
eucariotos possuem duas regiões distintas além das regiões controladoras da
expressão gênica, as regiões chamadas de éxons correspondem as sequências de
DNA transcritas para RNA que serão utilizadas para a tradução em proteínas,
enquanto as regiões chamadas de íntrons serão removidas em um processo de
amadurecimento do RNAm (Figura 17). Após o processo de amadurecimento, o
RNAm agora maduro será direcionado ao citosol para que o processo de tradução
possa ser iniciado (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARQUES; BALDINI, 2017; NELSON;
COX, 2019).

Figura 59: Representação de éxons e íntrons presentes em genes de eucariotos

129
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 984)

8.6 TRADUÇÃO DE RNA PARA PROTEÍNAS

O processo de tradução (Figura 18) ocorre em uma estrutura mista de proteína


e RNA chamada de ribossomo, nos procariotos essas estruturas ficam dispersas na
célula enquanto nos eucariotos podem ser encontradas dispersas no citosol ou
associadas ao reticulo endoplasmático rugoso. O início da transcrição ocorre através
da ligação do RNAm ao RNA ribossômico (RNAr), após essa interação uma sequência
de três bases nitrogenadas, “AUG”, será reconhecida como a sequência iniciadora.
Cada sequência de três bases nitrogenadas é chamada de códon, assim, a
sequência iniciadora é chamada de códon iniciador, ou start códon, sendo cada
códon seguinte ao start códon corresponde a um aminoácido. O ribossomo
reconhece essas sequências equivalentes, o RNA transportador (RNAt) capta os
aminoácidos equivalentes dispersos na célula e os adiciona em sequência até o
códon de interrompimento ou stop códon ser reconhecido.

130
Figura 60: Representação do processo de tradução de RNA para proteínas

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 1114)

Ao contrário do start códon, o stop códon pode ser representado por


diferentes combinações de bases nitrogenadas, da mesma forma que alguns
aminoácidos. Existem um total de 64 combinações possíveis de códons ou
mensagens, entretanto elas são traduzidas em 22 mensagens finais, uma corresponde
ao start códon, uma correspondente ao stop códon e vinte correspondentes aos
vinte aminoácidos básicos (Figura 19). Ao longo da tradução a sequência de
aminoácidos assume sua estrutura tridimensional característica, que poderá ser
modificada em um processo de chamado modificações pós traducionais (MARQUES;
BALDINI, 2017; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

131
Figura 61: Códons e suas respectivas traduções

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 1107)

132
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Os ácidos nucleicos possuem uma estrutura básica formada por um grupo


carboidrato, um grupo base nitrogenada e um grupo fosfato. Uma das diferenças
encontradas entre as moléculas de DNA e de RNA é relacionada ao grupo
carboidrato da molécula. Marque a alternativa que corresponde ao nome do
carboidrato do DNA e do RNA respectivamente.

a) Desoxorribose e ribose.
b) Ribose e desoxirribose.
c) Desoxiglicose e glicose.
d) Desoxirribose e ribose.
e) Glicose e desoxiglicose.

2. As bases nitrogenadas púricas e pirimídicas possuem complementariedade


específica, ocorrendo a ligação entre adenina e timina e entre citosina e guanina
no DNA, no RNA timina é substituída por uracila, realizando a
complementariedade entre adenina e uracila. Marque a alternativa que
corresponde ao motivo da complementariedade específica entre as bases
nitrogenadas.

a) As bases púricas se ligam apenas as pirimídicas devido ao tamanho de sua


estrutura.
b) As bases nitrogenadas são complementares devido ao número de pontes de
hidrogênio, sendo formadas duas pontes entre adenina e timina ou uracila e três
pontes entre guanina e citosina.
c) As bases nitrogenadas são complementares devido ao número de pontes de
hidrogênio, sendo formadas três pontes entre adenina e timina ou uracila e duas
pontes entre guanina e citosina.
d) As bases nitrogenadas são complementares devido ao reconhecimento da DNA
polimerase, que realiza a ligação covalente entre as bases nitrogenadas durante
a replicação do DNA.

133
e) Devido a estrutura tridimensional das bases nitrogenadas bases púricas se ligam a
bases pirimídicas através do encaixe molecular, mantido por ligações covalentes
entre as moléculas.
3. Os ácidos nucleicos são unidos linearmente por ligações fosfodiéster no sentido 5’
 3’, e as bases púricas e pirimídicas se ligam de maneira complementar para que
o DNA e o RNA assumam estruturas tridimensionais características. Marque a
alternativa que corresponde as estruturas organizacionais que podem ser
adotadas pela molécula de RNA.

a) Fitas simples, protuberâncias, alças internas, grampos e dupla hélice em forma de


grampo.
b) Fitas simples, alças internas, grampos e dupla hélice em forma de grampo.
c) Fitas simples, protuberâncias, alças internas e grampos.
d) Fitas simples, protuberâncias, alças internas e dupla hélice em forma de grampo.
e) Fitas simples, protuberâncias, grampos e dupla hélice em forma de grampo.

4. Os processos relacionados às moléculas de ácidos nucleicos são altamente


regulados, tanto para replicação como para a transcrição. O controle da
expressão gênica está associado a um conjunto de sequências reguladores que
inibem ou promovem a transcrição. Além dos fatores intrínsecos das sequências
DNA, outro fator que auxilia no controle da expressão gênica de eucariotos é o
estado de condensação da cromatina. Marque a alternativa que corresponde ao
nome dado ao estado da cromatina transcricionalmente inativa.

a) Hipercromatina.
b) Eucromatina.
c) Homocromatina.
d) Hipocromatina.
e) Heterocromatina

5. Novas células só podem surgir a partir de células pré-existentes, dessa forma, a


replicação de todo o conteúdo celular é necessária, incluindo a informação
genética da célula. Após a sinalização para o início do processo de replicação do

134
DNA é necessária a reorganização de sua estrutura. Marque a alternativa que
corresponde a enzima responsável pela desespiralização do DNA.

a) Helicase.
b) DNA polimerase.
c) Topoisomerase.
d) RNA polimerase.
e) DNA ligase.

6. O processo de replicação do DNA depende da atividade da DNA polimerase, que


identifica a base da fita original e adiciona a base complementar, formando duas
moléculas de dupla fita de DNA idênticas a molécula original, entretanto, a DNA
polimerase só possui atividade no sentido 5’  3’. Marque a alternativa que
corresponde ao nome dos fragmentos formados durante a replicação antisense,
no sentido 3’ 5’.

a) Fragmentos de Okazaki.
b) Fragmentos de Nagazaki.
c) Fragmentos de Omozaki.
d) Fragmentos de Nagashima.
e) Fragmentos de Shirozaki.

7. O processo de transcrição do RNA ocorre mediado por sinais, que controlam o


número de cópias a serem realizadas de determinado gene, quanto maior a
intensidade e a duração de um sinal, maior a produção de RNAm de determinado
gene. Marque a alternativa correta sobre o processo de transcrição.

a) Os procariotos possuem regiões de íntrons que são removidas antes do início da


tradução.
b) Vários genes podem ser transcritos pela mediação de um único sinal devido a
possuírem a mesma região responsável por controlar sua expressão.
c) Em eucariotos existe sempre uma região repressora e uma região promotora para
cada gene.

135
d) Durante o processe de transcrição do DNA de eucariotos, toda sequência de
RNAm produzida será transcrita para proteínas.
e) Durante a transcrição podem ocorrer erros onde as bases são colocadas de forma
não complementar a fita molde de DNA, entretanto a RNA polimerase realiza a
conferência durante a transcrição para identificar possíveis erros.

8. Os aminoácidos são adicionados em sequência correspondente dos códons, um


conjunto de três ácidos nucleicos de RNAm, os ribossomos realizam a montagem
da sequência e a formação das ligações peptídicas entre os aminoácidos
adjacentes. Marque a alternativa que corresponde ao número de mensagens
transmitidas pelos códons.

a) 20.
b) 21.
c) 22.
d) 23.
e) 24.

136
PROTEÍNAS Erro!
Fonte de
referênci
9.1 ESTRUTURA a não
A unidade básica (monômeros) das proteínas são moléculasencontra
orgânicas

da.
peculiares, os aminoácidos. Cada um desses aminoácidos possui uma estrutura em
comum, chamada de estrutura básica dos aminoácidos, a qual apresenta um
carbono central ou carbono alfa que é tetraédrico (Figura 20). Uma das quatro
ligações desse C é com uma região amina, chamada de amino terminal ou N-
terminal, composta por um átomo de nitrogênio e dois de hidrogênio. Esse carbono
alfa também está ligado a um outro grupo chamado carboxila, também conhecido
como carboxiterminal ou C-Terminal, formado por um carbono ligado a uma hidroxila
(OH) e a um oxigênio. Este C alfa tem como característica também ter uma ligação
a uma molécula de hidrogênio. A quarta e última ligação deste carbono tetraédrico
é com a chamada grupo R ou cadeia lateral, que representa a região molecular dos
aminoácidos que irá diferenciar esses aminoácidos e que atribuem suas
características distintas. Existem apenas 20 aminoácidos que compõem a estrutura
de todas as proteínas conhecidas (Tabela 1) (NELSON; COX, 2019).

Figura 62: Estrutura básica dos aminoácidos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 76)

137
Tabela 4: Propriedades e convenções associadas a aminoácidos comuns encontrados em
proteínas

Valores de pKa
Ocorr. em
Abrev. pK1 pK2 pKR Índ. de proteínas
Aminoácido /Simb. Mr (COOH) (NH3+) (Grupo R) pl hidropatia (%)
Glicina Gly G 75 2,34 9,60 5,97 –0,4 7,2
Grupos R alifáticos,

Alanina Ala A 89 2,34 9,69 6,01 1,8 7,8


Prolina Pro P 115 1,99 10,96 6,48 –1,6 5,2
apolares

Valina Val V 117 2,32 9,62 5,97 4,2 6,6


Leucina Leu L 131 2,36 9,60 5,98 3,8 9,1
Isoleucina Ile I 131 2,36 9,68 6,02 4,5 5,3
Metionina Met M 149 2,28 9,21 5,74 1,9 2,3

Fenilalanina Phe F 165 1,83 9,13 5,48 2,8 3,9


aromáticos
Grupos R

Tirosina Tyr Y 181 2,20 9,11 10,07 5,66 –1,3 3,2

Triptofano Trp W 204 2,38 9,39 5,89 –0,9 1,4


Serina Ser S 105 2,21 9,15 5,68 –0,8 6,8
polares, não
carregados

Treonina Thr T 119 2,11 9,62 5,87 –0,7 5,9


Grupos R

Cisteína Cys C 121 1,96 10,28 8,18 5,07 2,5 1,9


Asparagina Asn N 132 2,02 8,80 5,41 –3,5 4,3
Glutamina Gln Q 146 2,17 9,13 5,65 –3,5 4,2
Grupos R carregados

Lisina Lys K 146 2,18 8,95 10,53 9,74 –3,9 5,9


positivamente

Histidina His H 155 1,82 9,17 6,00 7,59 –3,2 2,3

Arginina Arg R 174 2,17 9,04 12,48 10,76 –4,5 5,1


negativamente

Aspartato Asp D 133 1,88 9,60 3,65 2,77 –3,5 5,3


carregados
Grupos R

Glutamato Glu E 147 2,19 9,67 4,25 3,22 –3,5 6,3

Fonte: Adaptado Nelson e Cox (2019)

Devido ao fato de realizar quatro ligações simples com quatro grupos


diferentes, o carbono alfa, quase sempre é um carbono quiral, com uma única
exceção sendo o aminoácido glicina, que possui em sua cadeia lateral um simples
Hidrogênio. De acordo com o grupo R ou cadeia lateral, os aminoácidos possuem
características que os diferenciam, como massa molecular, ponto isoelétrico, índice

138
de hidropatia, polaridade, carga e presença de grupos aromáticos. Através da união
de todas essas características em sequência, tem-se as propriedades e
características das proteínas formadas e consequentemente suas interações e
funções (NELSON; COX, 2019; SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
Durante a síntese de proteínas, os aminoácidos são unidos por ligações
covalentes por condensação, ou seja, com a remoção de uma molécula de água,
o contrário também é válido, para a degradação de proteínas os aminoácidos são
clivados ou quebrados por reações de hidrólise, ou seja, a cada quebra da ligação
covalente entre aminoácidos é adicionado uma molécula de água. Essa ligação
entre aminoácidos é chamada ligação peptídica pela união do N-terminal de um
aminoácido a um C-terminal de outro aminoácido (Figura 21) (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 63: ligação peptídica pela união do N-terminal de um aminoácido a um C-terminal


de outro aminoácido

Fonte: Adaptado Nelson e Cox (2019)

As ligações peptídicas entre aminoácidos geram um polo elétrico formado


pela eletronegatividade do grupamento carboxila e a eletropositividade
apresentada pelo grupo amino. Desta maneira, pode-se afirmar que o grupo
carboxila possui a tendência de doar H enquanto o grupo amino de receber H+ em
um pH neutro (Figura 22) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

139
Figura 64: Esquema que demonstra a formação de polos elétricos após as ligações
peptídicas entre aminoácidos em pH neutro

Fonte: Adaptado de Nowrouzi (2016)

As proteínas são formadas basicamente através da sequência de ligações


peptídicas entre aminoácidos diferentes e com complexidade progressiva. As
chamadas estruturas primárias são representadas pela sequência de aminoácidos
no sentido do N-terminal para o C-terminal linearmente. Continuamente, as prováveis
estruturas secundárias e terciarias que essa proteína irá assumir dependem
diretamente de quais os aminoácidos serão ligados ao peptídeo em construção
durante a síntese proteica (Figura 23) (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 65: Resumo da sequência progressiva dos níveis estruturais durante a síntese proteica

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 96)

A conformação estrutural tridimensional das proteínas geralmente pode ser


dividida em três estruturas secundárias relativamente fixas. As alfa-hélices são
formadas por uma disposição de aminoácidos em espiral, sendo a estrutura mantida
pela formação de pontes de hidrogênio pela cadeia lateral dos aminoácidos a cada
3 ou 4 aminoácidos de distância, sendo considerada a mais estável das estruturas

140
secundárias. As folhas betas também são formadas por pontes de hidrogênio, mas
de maneira linear e não sequencial como nas alfa-hélices, podendo sequências
relativamente distantes interagirem para formar essas estruturas. A última estrutura fixa
é chama de volta beta ou loops, formadas por pontes de hidrogênio entre dois
aminoácidos, forçando a estrutura a uma dobra de 180°. Para que essa estrutura
possa ser formada é necessária a presença de um aminoácido prolina ou glicina, que
permitem esse giro devido a compactação de sua cadeia lateral (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A construção progressiva da sequência de aminoácidos gera uma
conformação específica terciária, definida por um arranjo espacial de todos átomos
constituintes de uma proteína. A conformação existente sob um determinado
conjunto de condições é a forma termodinamicamente mais estável, tendo menor
energia livre de Gibbs (G) – também denominadas como proteínas nativas. A
ativação da função proteica se dá através estruturação da conformação ativa da
proteína.

https://bit.ly/2I3kVlB.

9.2 FUNÇÃO

As proteínas podem ser classificadas de acordo com sua estrutura terciária e


sua respectiva função derivada da sequência de aminoácidos e as respectivas
interações intermoleculares. Há uma restrita relação entre a estrutura da proteína e
sua função ativa. Além disso existem classificações proteicas de acordo com a
estrutura espacial das proteínas, dentre elas as fibrosas, que possuem função
estrutural, de força e elasticidade, como as fibras musculares ou o colágeno,
apresentando uma estrutura constituída basicamente por alfa-hélices. Além delas

141
temos as proteínas em estruturas globulares, que apresentam todas as interações
moleculares formando uma estrutura compacta com as demais funções, incluindo
enzimática, hormonal, sinalizadora, transportadora, entre outras (Figura 24) (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 66: Estruturas terciárias compostas por conjunto de estruturas secundária

Fonte: Adaptado de Nelson e cox (2019)

Algumas estruturas terciárias não possuem função ativa de forma isolada,


como no caso da mioglobina ou da hemoglobina, que precisam combinar diferentes
proteínas para formar um complexo proteico com a função de transportar o oxigênio
pelo músculo e pela corrente sanguínea de mamíferos, por exemplo. Essas estruturas
que combinam diferentes proteínas para exercer sua função são chamadas de
estruturas quaternárias. Um bom exemplo desse tipo de estrutura é o da hemoglobina
(Figura 25) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARZZOCO; TORRES, 1999; NELSON; COX,
2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 67: Estrutura quaternária da proteína hemoglobina humana

142
Fonte: Adaptado Nelson e Cox (2019)
9.3 DESAMINAÇÃO

A desaminação é um processo importante na degradação das proteínas


durante o catabolismo, mais especificamente dos aminoácidos, uma vez que não
conseguimos armazenar os aminoácidos da maneira que são adquiridos pela
alimentação devido à presença das aminas, precursoras da molécula de amônia,
substância tóxica ao nosso organismo. Para tal se faz necessário transformá-los
retirando os seus grupamentos amina, a fim de serem utilizáveis na respiração celular
produzindo energia em forma de ATP’s, ou como carboidratos ou ácidos graxos na
forma de armazenamento de energia e eliminar a amônia que será transformada em
ureia posteriormente (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET;
VOET; PRATT, 2014).
A desaminação em si é um passo no catabolismo quando os aminoácidos
chegam ao fígado, no qual ocorre a remoção dos grupos amino em forma de
amônia e se transforma em um cetoácido correspondente que continuará na via
metabólica. Exemplificando, é através desse processo de catabolismo que temos a
transformação das proteínas adquiridas na alimentação em aminoácidos
aproveitáveis no organismo (Figura 26). Dentre os processos catabolíticos temos a
desaminação, caracterizada pela liberação do grupo amino dos aminoácidos para
a molécula de alfa-cetoglutarato formando glutamato. Essa reação é catalisada
pelas enzimas desaminases ou desidrogenases. O restante do aminoácido, um
esqueleto carbônico (alfa-cetoácido), é encaminhado a diferentes vias de
metabolização até chegar a uma das moléculas convergentes do ciclo do ácido
cítrico a fim de produzir energia, em uma das vias metabólicas do corpo humano. Ao
final do processo de desaminação ocorre também a produção de glutamato, que
poderá atuar como um fornecedor de grupo amino para vias de síntese ou para as
vias de excreção de metabólitos nitrogenados (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014;
NELSON; COX, 2019; VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002; VOET; VOET; PRATT, 2014).

143
Figura 68: Reação de transaminação de um aminoácido no fígado através da ação da
Aminotransferase resultando em glutamato e um alfa-cetoácido que continuará pela via
metabólica

Fonte: Adaptado Nelson e Cox (2019)

No citosol, a citrulina é associada ao AMP de maneira temporária gastando


uma molécula de ATP, rapidamente essa ligação é substituída pela ligação da
citrulina a um aspartato, formando arginino-succinato, a cadeira carbônica do

144
aspartato é clivada, liberando fumarato e resultando em uma molécula de arginina,
cujos grupos aminos são hidrolizados liberando uma molécula de ornitina, que pode
reiniciar o ciclo, e uma molécula de ureia, que pode ser direcionada para filtração
renal e excreção. O ciclo da ureia veremos com mais detalhes adiante (NELSON;
COX, 2019).

9.4 CICLO DA URÉIA

Há diferentes formas de excreção de compostos nitrogenados nos


diversificados grupos animais. Dentre eles, os animais ureotélicos, compostos por
muitos vertebrados, incluindo também tubarões, porém excluindo os demais grupos
de peixes. É a principal forma de excreção em animais terrestres, entretanto em
animais aquáticos a produção de ureia não é necessária, sendo a amônia a forma
de excreção adotada. O intuito disso é sempre viabilizar a maneira mais eficiente de
excretar substâncias tóxicas ao corpo do animal de acordo com o seu organismo e
habitat (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT,
2014).
Nos ureotélicos, que incluem os seres humanos, os grupos amino que não são
destinados à síntese de novos produtos nitrogenados são destinados à produção de
ureia. A amônia (NH ) é convertida em ureia nas mitocôndrias dos hepatócitos, nos
quais é realizado o ciclo da ureia (Figura 27) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON;
COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A atividade do ciclo da ureia pode ser regulada em dois níveis, sendo em uma
dieta rica em proteínas ou em processos de desnutrição severos, o que acarretam
uma alta velocidade de produção das enzimas envolvidas no ciclo da ureia.
Defeitos genéticos no ciclo da ureia podem ameaçar a vida de seus
portadores, ou, no mínimo, acarretar a eles intolerância a dietas ricas em proteínas,
já que o excesso de aminoácidos ingeridos, serão desaminados no fígado e a amônia
livre não poderá ser convertida em ureia, gerando um grave acúmulo de amônia no
organismo do portador.

145
Figura 69: Representação do ciclo da ureia completo

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 705)

146
147
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Nos dias atuais sabemos que as moléculas de proteínas são formadas por dezenas,
centenas ou milhares de outras moléculas, ligadas em sequência como os elos de
uma corrente. Assinale a alternativa que menciona quais moléculas formam as
proteínas.

a) Moléculas de proteínas.
b) Moléculas de aminoácidos.
c) Moléculas de glicose.
d) Moléculas de polissacarídeos.
e) Moléculas de quitina.

2. Para que uma célula possa produzir suas proteínas, ela precisa de aminoácidos,
que podem ser obtidos de duas formas: ingeridos em alimentos ricos em proteínas,
ou produzidos pelas células a partir de outras moléculas orgânicas. Nas alternativas
abaixo marque respectivamente como são chamados os aminoácidos que um
organismo não consegue produzir, e como são chamados os aminoácidos
produzidos a partir de outras substâncias.

a) Aminoácidos naturais e aminoácidos essenciais.


b) Aminoácidos proteicos e aminoácidos não essenciais.
c) Aminoácidos primários e aminoácidos secundários.
d) Aminoácidos globulares e aminoácidos secundários.
e) Aminoácidos essenciais e aminoácidos naturais.

3. As proteínas são formadas pela união de moléculas de aminoácidos e


desempenham diversos papéis no organismo, como função estrutural, enzimática,
imunológica, dentre outras. De acordo com os seus conhecimentos sobre as
proteínas, marque a alternativa errada.

a) As proteínas podem diferir uma das outras nos seguintes aspectos: quantidade de
aminoácidos na cadeia polipeptídica; tipos de aminoácidos presentes na cadeia
polipeptídica e sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica.

148
b) Os aminoácidos essenciais são aqueles que um organismo não consegue produzir.
c) A ligação entre dois aminoácidos vizinhos em uma molécula de proteína é
chamada de ligação peptídica e se estabelece sempre entre um grupo amina de
um aminoácido e o grupo carboxila do outro aminoácido.
d) Com exceção das ribozimas, todas as enzimas são proteínas, sendo que muitas
são proteínas simples e outras conjugadas.
e) No final da reação, a molécula do produto se separa da enzima, que é
descartada pelo organismo.

4. Num polipeptídeo que possui 84 ligações peptídicas existem

a) 82 aminoácidos.
b) 83 aminoácidos.
c) 84 aminoácidos.
d) 85 aminoácidos.
e) 86 aminoácidos.

5. Dentre as afirmações abaixo, assinale a(s) que caracteriza(m) corretamente as


proteínas.
I. São essencialmente formadas por C, H, O, N.
II.São macromoléculas formadas pela união sucessiva de carboidratos de diversos
tipos.
III.Podem formar estruturas diferenciadas, denominadas primária, secundária,
terciária e quaternária.
IV. Seu constituinte básico é o aminoácido.

a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, III e IV.
d) II e IV.
e) Apenas I.

6. Um camundongo foi alimentado com uma ração contendo proteínas marcadas


com um isótopo radioativo. Depois de certo tempo, constatou-se a presença de

149
hemoglobina radioativa no sangue do animal. Isso aconteceu porque as proteínas
do alimento foram:

a) Absorvidas pelas células sanguíneas.


b) Absorvidas pelo plasma sanguíneo.
c) Digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de carboidratos.
d) Digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de lipídios.
e) Digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de proteínas.

7. As proteínas, formadas pela união de aminoácidos, são componentes químicos


fundamentais na fisiologia e na estrutura celular dos organismos. Em relação às
proteínas, assinale a proposição correta.

a) O colágeno é a proteína menos abundante no corpo humano apresentando


forma globular como a maioria das proteínas.
b) A ligação peptídica entre dois aminoácidos acontece pela reação do grupo
carboxila de um aminoácido com o grupo amino de outro aminoácido.
c) A ptialina, enzima produzida pelas glândulas salivares, atua na digestão de
proteínas.
d) A anemia falciforme, causada por fatores nutricionais, é atribuída ao rompimento
das hemácias em função da desnaturação da molécula protéica de
hemoglobina em decorrência do aumento da temperatura corporal.
e) As proteínas são constituídas de moléculas ricas em átomos de fósforo.

8. Importantes compostos orgânicos dos seres vivos as proteínas (cadeia


polipeptídica) diferem entre si, nos seguintes aspectos:

I. Quais aminoácidos estão presentes na cadeia.


II. Quantidade de aminoácidos presentes na cadeia.
III. Sequência em que os aminoácidos estão unidos na cadeia.
IV. Pelos nucleotídeos presentes na cadeia.

Analisadas as proposições, assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

150
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

151
ENZIMAS Erro!
Fonte de
referênci
10.1 ESTRUTURA a não
encontra
Todas enzimas são proteínas, e como tais são formadas por longas cadeias

da.
lineares de aminoácidos que sofrem um enovelamento que tem como resultado um
produto com estrutura tridimensional. Cada sequência única de aminoácidos produz
também uma estrutura tridimensional única que possui propriedades específicas. Da
mesma forma que as proteínas, elas podem ter tamanhos variados desde algumas
dezenas de aminoácidos, até um tamanho de 2.500 aminoácidos, como é o caso da
sintase de ácidos graxos (Figura 28). A exceção é representada por um pequeno
grupo de moléculas de RNA com propriedades catalíticas, denominadas RIBOZIMAS
e de grande importância na síntese proteica (CLARK; CHOI; DOUGLAS, 2018; VIEIRA;
GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002).

Figura 70: Exemplificação da progressão das estruturas proteicas às moléculas globulares


complexas características das enzimas

Fonte: Adaptado de Mendes (2013)

152
Se observamos bem a Figura 28, veremos à direita um modelo da sequência
de reação de catálise de uma apoenzima, destacando-se o sítio ativo no qual o
substrato se liga a fim de catalisado em moléculas menores.
Sendo assim enzimas são moléculas capazes de acelerar a velocidade de
uma atividade biológica, possuindo atividade catalisadora, atuando em condições
físico-químicas específicas. Durante sua ação, a enzima não é perdida, podendo
exercer sua atividade catalítica sucessivamente. Todas as enzimas possuem alta
especificidade por seus substratos, ou seja, elas se ligam apenas às moléculas as quais
elas irão modificar. Grande parte dessas moléculas catalisadoras são maiores do que
o substrato sobre o qual atuam, justamente por apenas uma pequena região da
enzima (cerca de 3-4 aminoácidos) estar envolvida na catálise. Essa região em
questão que se liga ao substrato e que desempenha a reação, é conhecida como
sítio ativo das enzimas (Figura 28) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX,
2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Existem quatro tipos estruturais de enzimas: enzimas simples (apoenzimas
formadas apenas pelos aminoácidos), enzimas alostéricas (que dependem de
moduladores alostéricos), holoenzimas (que dependem de cofatores ou coenzimas)
e as isoenzimas (enzimas diferentes que catalisam a mesma reação química) (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Além da ação isolada da enzima, em alguns casos somente a interação entre
a estrutura básica da enzima e o substrato não é o suficiente para que a atividade
catalítica ocorra. Desta maneira, além dos sítios ativos das reações catalíticas, as
moléculas de enzima podem possuir outros sítios, nos quais se ligam cofatores, que
são necessários às reações catalíticas, porém sem serem o alvo da reação (Figura
29). Os cofatores possuem origem inorgânica, sendo formatos geralmente por
átomos como magnésio, cálcio ou ferro. Além dos cofatores, outras moléculas que
se fazem necessárias em algumas ocasiões são as coenzimas.
De origem orgânica, as coenzimas servem o propósito de aceitar ou de doar
grupos químicos ou átomos durante a atividade enzimática, também sem serem o
alvo da reação em si. Existem também os moduladores alostéricos que regulam a
atividade das enzimas alostéricas através de ligações não covalentes (que possuem
regiões próprias de regulação). Todas essas moléculas servem para aumentar ou
diminuir a atividade da enzima, providenciando um meio de regulação ou até
mesmo serem indispensáveis à atividade enzimática (NELSON; COX, 2019; VOET;

153
VOET; PRATT, 2014).

Figura 71: Representação esquemática simplificada dos diferentes componentes de uma


enzima conjugada.

Fonte: Fernandes (2017, online)

Como toda proteína, as enzimas também são sensíveis a variações de pH e


temperatura. Tais condições físico-químicas podem alterar fatores como a ligação
do substrato ao sítio ativo ou demais sítios, afetando sua atividade catalítica, ou até
mesmo modificando a estrutura do substrato, o que também afetará a reação.
Portanto, tais variações externas da solução influenciam na atividade enzimática, e,
consequentemente, na velocidade das reações. É importante ressaltar que as
estruturas das enzimas são influenciadas por outros fatores como regulação da
enzima, presença ou ausência de cofatores, que também influenciarão em suas
atividades catalíticas.
Também existem as isoenzimas que diferem na sequência de aminoácidos,
mas que catalisam a mesma reação química. Entretanto, tais enzimas podem mostrar
diferentes características cinéticos, ou propriedades de regulação diferentes da
atividade catalítica (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET;
VOET; PRATT, 2014).
Sendo assim, as enzimas são altamente dependentes de sua conformação
estrutural tridimensional, sendo em sua maioria proteínas globulares. Devido a ligação
específica das enzimas por seus substratos, a perda da estrutura nativa das enzimas
impede sua interação com o substrato, fazendo com que a mesma perca sua
função. Assim, todos os fatores que influenciam a manutenção estrutural de uma
proteína podem influenciar em maior ou menor intensidade a atividade de uma
enzima (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT,
2014).

154
10.2 FUNÇÃO

As enzimas são proteínas com atividade intra ou extracelulares com funções


catalisadoras em reações químicas que, sem a sua presença, dificilmente
aconteceriam ou seriam lentas por demais. A função catalisadora das enzimas
ocorre através da diminuição da energia de ativação necessária para que se dê
início a uma reação química, sem alterar o equilíbrio desta e resultando no aumento
da velocidade da reação, tornando possível o metabolismo dos seres vivos (Figura
30). A presença da atividade enzimática proporciona uma maior eficiência das
reações reduzindo a energia de ativação torna-as imprescindíveis para aplicações
industriais, como na indústria farmacêutica ou na alimentar.

Figura 72: Gráfico de energia de ativação da reação química nãa-catalisada (preto) e


catalisada (azul) por uma enzima

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

155
Na reação S → P da Figura 30 temos que os intermediários ES e EP ocupam o
nível mínimo na curva de energia de por onde o “caminho” da reação percorre. A
energia de ativação para a reação não catalisada é muito maior do que a energia
necessária quando a reação é catalisada por uma enzima. Logo, conclui-se que a
energia de ativação é menor quando a reação é catalisada por uma enzima,
aumentando a eficiência da reação.
Sendo assim a principal função desse grupo de proteínas é viabilizar a
atividade celular e metabólica acelerando reações termodinamicamente possíveis.
Em sistemas vivos, a maioria das reações bioquímicas ocorrem em vias metabólicas,
que são sequências de reações em que o produto de uma reação é utilizado como
reagente na reação seguinte. Diferentes enzimas catalisam diferentes passos de vias
metabólicas, agindo de forma concertada de modo a não interromper o fluxo nessas
vias. Cada enzima pode sofrer regulação da sua atividade, aumentando-a,
diminuindo-a ou mesmo interrompendo-a, de modo a modular o fluxo da via
metabólica em que se insere (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Na formação das estruturas secundária e terciária de uma enzima acabam
surgindo certos locais na molécula que servirão de encaixe para o alojamento de um
ou mais substratos, os chamados sítios ativos, os quais possuem alta especificidade
para substratos. Uma vez que as enzimas exibem estruturas flexíveis, os sítios ativos
alteram sua forma de maneira continuada durante a catálise. As enzimas interagem
com os substratos enquanto esse mesmo substrato vai interagindo com a enzima
formando com eles, temporariamente, complexos transitórios chamados de
complexos enzima-substrato. Assim que ocorre a reação química com os substratos,
a enzima se modifica em um complexo enzima-substrato, o qual é desfeito
posteriormente liberando-se os produtos. A enzima continua a atrair novos substratos
para a formação de outros complexos de transição. É importante ressaltar que como
catalisador de uma reação química, a enzima não é consumida durante a reação
que ela catalisa (Figura 31) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2014;
VOET; VOET; PRATT, 2014).
Para que a atividade enzimática possa ocorrer a enzima não pode ser
complementar a estrutura do substrato, e sim a estrutura do estado de transição da
molécula. Caso ela fosse complementar ao substrato a molécula obteria ainda mais
estabilidade, aumento a energia necessária para se atingir o estado de transição
(ALBERTS, et al., 2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2014; VOET;

156
VOET; PRATT, 2014).

Figura 73: Esquema representativo da sequência catalítica de uma reação enzimática de


uma apoenzima

Fonte: Adaptado de Clark, Choi e Douglas (2018)

https://bit.ly/3lcuKvE.

157
10.3 CINÉTICA ENZIMÁTICA

As moléculas orgânicas geralmente possuem uma forte estabilidade estrutural,


o que impede que ocorram modificações espontâneas sobre condições normais de
temperatura e pressão, dessa forma a redução da energia de uma reação, mediada
pela atividade de uma enzima, é fundamental para a vida. Por exemplo, os
organismos podem utilizar a glicose para a síntese de energia orgânica formando gás
carbônico e água, porém, por mais tempo que essa molécula permaneça no
ambiente, essa reação nunca irá ocorrer normalmente devido a estabilidade da
molécula de glicose, refletida na quantidade elevada de energia necessária para
que a molécula atinja seu estado de transição. Dessa forma, quanto menor a energia
necessária para que uma molécula atinja seu estado de transição, mais rápida será
a velocidade dessa reação (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019;
VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A cinética enzimática é o estudo do mecanismo pelo qual as enzimas se ligam
aos substratos e os transformam em produtos. Para uma reação enzimática que
possui um substrato sendo catalisado em um produto, a velocidade da reação
dependerá diretamente da concentração do substrato [ ], quanto mais substrato
maior a velocidade inicial da reação. O fator k é uma constante que reflete a
probabilidade de uma reação ocorrer sob um conjunto de condições específicas
como temperatura ( ) e pressão. Além disso, o fator k depende diretamente da
energia necessária para atingir o estado de transição do substrato, onde em
negrito é constante de Boltzmann e a constante de Planck, como mostra a
equação (1) (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

∆ ‡
V = k[S] → = (3)

Ou seja, a velocidade de uma reação enzimática esta baseada na


concentração de substrato e por condições específicas descritas pela constante k,
a qual dependerá de especificamente de condições externas e específicas a enzima
em questão.
Durante uma reação enzimática a enzima é encontrada em livre ou
combinada, formando o complexo enzima/substrato. Em baixas concentrações de
substrato existem várias enzimas livres, assim, com a adição de substrato a velocidade

158
enzimática aumente quase exponencialmente (Figura 06). A velocidade inicial
máxima (Vmáx) descreve o cenário em que todas as enzimas estão ligadas ao
substrato, nesse caso, o aumento da concentração do substrato não acarreta no
aumento da velocidade enzimática, já que foi atingido um platô de velocidade. Os
pesquisadores Michaelis e Menten deduziram a equação (2) que determina essa
velocidade com a hipótese de que a etapa limitante da velocidade em uma reação
enzimática é a quebra do complexo enzima/substrato (ES) em produto e enzima livre.
Através da equação é definida a relação quantitativa entre a velocidade inicial (V ),
a velocidade máxima (V á ), e a concentração inicial de substrato ([S]), em relação
à constante de Michaelis (K ). A equação descreve o comportamento da grande
maioria das enzimas, para quando K é igual a concentração de substrato quando
a velocidade inicial é metade da velocidade máxima (Figura 32) (NELSON; COX,
2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

V á [S]
V = (4)
K + [S]

Figura 74: Dependência da velocidade inicial da concentração

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 203)

159
10.4 INIBIÇÃO ENZIMÁTICA

Inibidores são moléculas capazes de interromper ou limitar a atividade de uma


enzima, sendo divididos em inibidores irreversíveis ou reversíveis. Estes últimos são
subdivididos em competitivos, não-competitivos ou mistos de acordo com a maneira
que eles interferem na reação enzimática (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON;
COX, 2019).
Os inibidores irreversíveis, como o nome já o diz, são àqueles que o inibidor
geralmente se liga de forma covalente, bloqueando o sítio catalítico da enzima ou
alterando sua conformação estrutural natural. Desta maneira a enzima fica
impossibilitada de realizar a reação após a inibição que não tem como ser desfeita,
inutilizando a enzima nas reações. Estes inibidores, comumente são muito tóxicos para
o organismo já que alguns não são específicos, sendo capazes de inativar qualquer
enzima. O ácido cianídrico (HCN) e grande número de pesticidas, como o DDT, são
exemplos de inibidores irreversíveis de enzimas que intervêm na respiração (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Diferentemente, os inibidores reversíveis são moléculas que impedem
temporariamente a ação da enzima que possuem afinidade ao respectivo sítio ativo.
Neste caso o inibidor estabelece com a enzima um complexo com uma ligação
instável, não covalente. A inibição reversível competitiva ocorre quando o inibidor se
liga diretamente ao sítio ativo da enzima, competindo pela ligação nesse local com

160
o substrato. Já a inibição reversível não competitiva ocorre quando o inibidor se liga
a enzima após a formação do complexo enzima-substrato, impedindo a
continuidade da reação. Enquanto na inibição reversível mista, assim como na não
competitiva, o inibidor se liga fora do sítio ativo da proteína, entretanto, nesse caso
não precisa aguardar a formação do complexo enzima/substrato, podendo se ligar
tanto ao complexo transitório quanto à enzima livre. Tanto os inibidores não
competitivos, quanto os mistos não bloqueiam a ligação com o substrato, mas
causam outras alterações na enzima de forma que ela não consiga mais catalisar a
reação de forma eficiente (Figura 33) (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014)

Figura 75: Esquemas dos tipos de inibidores reversíveis: a) Inibidores competitivos; b)


Inibidores não competitivos e c) Inibidores mistos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 208)

161
162
FIXANDO O CONTEÚDO

1. As enzimas estão presentes em pequenas quantidades no organismo. Elas são


moléculas extremamente específicas, atuando somente sobre um determinado
composto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. Em relação às enzimas,
foram feitas quatro afirmações:
I. Enzimas são proteínas que atuam como catalisadores de reações químicas.
II. Cada reação química que ocorre em um ser vivo, geralmente é catalisada por
um tipo de enzima.
III. A velocidade de uma reação enzimática independe de fatores como a
temperatura e o pH do meio.
IV.As enzimas sofrem um processo de desgaste durante a reação química da qual
participam.

São verdadeiras as afirmações:

a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas I, II IV.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.

2. Enzimas são moléculas que participam ativamente dos processos biológicos.


Sobre as enzimas, é CORRETO afirmar que

a) se desgastam durante a reação.


b) são catalisadores orgânicos de natureza lipídica.
c) aumentam a velocidade da reação e diminuem a energia de ativação.
d) suportam altas temperaturas sem sofrer desnaturação.
e) atuam apenas no âmbito celular.

163
3. O ADH requer NAD+ para sua atividade catalítica. Na reação catalisada pela
ADH, um álcool é oxidado a um aldeído e o NAD+ é reduzido a NADH e dissociado
da enzima. O NAD+ funciona como um(a)

a) Apoenzima.
b) Coenzima, cosubstrato.
c) Coenzima, grupo prostético.
d) Cofator.
e) Efetor heterotrópico.

4. As enzimas biocatalisadoras da indução de reações químicas reconhecem seus


substratos através da

a) Temperatura do meio.
b) Forma tridimensional das moléculas.
c) Energia de ativação.
d) Concentração de minerais.
e) Reversibilidade da reação.

5. As enzimas são, na sua grande maioria, proteínas altamente especializadas que


catalisam as mais diversas reações químicas. Em relação à atividade dessas
moléculas é correto afirmar que

a) Aumentando-se gradativamente a concentração do substrato, observa-se um


aumento da velocidade da reação até um platô máximo, independente da
enzima.
b) Um aumento da concentração do substrato causa uma diminuição da
velocidade da reação, pois o substrato passa a inibir a ação da enzima.
c) O aumento da temperatura sempre provoca um aumento na velocidade da
reação enzimática até uma temperatura crítica, quando ocorre uma queda na
atividade da enzima em consequência de sua desnaturação.
d) A velocidade de uma determinada reação enzimática está associada apenas ao
pH, sendo que cada enzima tem um pH ótimo de atuação.

164
e) A atividade de uma determinada enzima é inibida irreversivelmente por um
mecanismo chamado de inibição competitiva, na qual o inibidor tem a forma
semelhante ao substrato.

6. O gráfico a seguir mostra como a concentração do substrato afeta a taxa de


reação química:

O modo de ação das enzimas e a análise do gráfico permitem concluir que

a) Todas as moléculas de enzimas estão unidas às moléculas de substrato quando a


reação catalisada atinge a taxa máxima.
b) Com uma mesma concentração de substrato, a taxa de reação com enzima é
menor que a taxa de reação sem enzima.
c) A reação sem enzima possui energia de ativação menor do que a reação com
enzima.
d) O aumento da taxa de reação com enzima é inversamente proporcional ao
aumento da concentração do substrato.
e) A concentração do substrato não interfere na taxa de reação com enzimas
porque estas são inespecíficas.

165
7. O gráfico abaixo mostra a taxa de digestão de um alimento em diferentes pH.

Com base nesses dados, podem ser substrato e enzima, respectivamente

a) Amido e amilase da saliva.


b) Proteína e pepsina.
c) Proteína e tripsina.
d) Gordura e lipase intestinal.
e) Amido e amilase intestinal.

8. Qual é a função primária dos cofatores?

a) Para ajudar na função da enzima.


b) Para sintetizar as enzimas.
c) Para inibir as enzimas.
d) Para quebrar enzimas velhas.
e) Para cooperar com as enzimas na produção de substrato.

166
CARBOIDRATOS Erro!
Fonte de
referênci
11.1 ESTRUTURA a não
encontra
Carboidratos são moléculas orgânicas amplamente distribuídas na natureza,

da.
compostas basicamente por moléculas de carbono hidratadas, tendo como sua
fórmula básica estrutural (CH O) . Desta maneira em uma estrutura básica de um
carboidrato contendo três carbonos teríamos (CH O) ou C H O , sempre com no
formato de uma hidroxila e um átomo de hidrogênio, para cada átomo de carbono
(ALBERTS et al., 2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).
Além de seu formato básico, modificações como a remoção ou adição
grupos específicos podem ocorrer, como no caso da desoxirribose da notória
molécula de DNA, que possui um oxigênio a menos, ou da quitina, açúcar que
compõem a carapaça de diversos invertebrados, constituída de uma molécula de
glicose com um grupo acetamida ligada ao segundo carbono substituindo uma
hidroxila (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT,
2014)
Assim como no caso de outras moléculas orgânicas, os açucares também
possuem isomeria ótica quando um ou mais carbonos realizam quatro ligações
simples com grupos químicos diferentes. Dessa forma, quanto mais carbonos em sua
estrutura, mais isômeros a molécula de carboidratos irá possuir. Mas
independentemente do número de isômeros óticos, as moléculas possuem a
tendência de girarem para esquerda ou direita quando incindidas por luz polarizada,
sendo classificados os isômeros óticos destros ou levos (Figura 34). No metabolismo,
apenas os isômeros destros de carboidratos são utilizados.
Os carboidratos podem ser classificados de acordo com a posição da dupla
ligação com o oxigênio em aldoses, que possuem a dupla ligação na extremidade
da cadeia ou em cetoses, que possuem a dupla ligação no meio da cadeia
carbônica. Outra classificação utilizada para carboidratos leva em consideração o
número de carbonos de sua estrutura, sendo os carboidratos mais simples as trioses,
possuindo três carbonos, em sequência existem as tetroses com quatro carbonos, as

167
pentoses com cinco carbonos, as hexoses com seis carbonos, e assim por diante.
Essas estruturas são consideradas as unidades monoméricas, chamadas
monossacarídeos, que podem formar estruturas mais complexas (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
De acordo com o número de unidades monoméricas presentes na estrutura
de um carboidrato, ele pode ser classificado em monossacarídeo, contendo uma
unidade monomérica, dissacarídeo, contendo duas unidades monoméricas,
oligossacarídeo, contendo entre três e dezenove unidades monoméricas ou em
polissacarídeos, contendo vinte ou mais unidades monoméricas.

Figura 76: representação do isômero ótico Destro (A) e Levo (B) da glicose, destacando o
local do grupo carbonila

Fonte: Adaptado de Constantino (2005)

Apesar de poderem ser representados em sua estrutura linear, os carboidratos


tendem a formar estruturas cíclicas em condições normais de temperatura e pressão.
O processo de ciclização (Figura 35) ocorre de forma semelhante para aldoses e
cetoses, através do ataque nucleofílico do oxigênio presente na dupla ligação
geralmente ao penúltimo carbono da sequência linear, entretanto, para que a
ciclização ocorra, são necessários, no mínimo três carbonos de distância, o que
implica em apenas pentoses ou monossacarídeos com mais carbonos sendo
encontrados em sua estrutura cíclica na natureza, as aldoses formam estruturas
cíclicas chamadas acetais enquanto as cetoses formam os cetais. Durante a
ciclização o carbono anteriormente realizando uma dupla ligação com o oxigênio
se torna um carbono quiral, fazendo quatro ligações simples com grupos químicos

168
diferentes, dessa forma a ciclização da origem aos anômeros de ciclização alfa e
beta, isômeros óticos.

Figura 77: Esquematização do processo de ciclização de carboidratos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 283)

Durante esse processo de ciclização, o grupo carbonila é desfeito, e o


carbono anteriormente associado por dupla ligação ao oxigênio passa a realizar
quatro ligações simples com grupos diferentes, se tornado um carbono quiral. Esse
centro quiral de ciclização é chamado de anômero alfa ou anômero beta
dependendo da conformação estrutural adotada (Figura 36). A diferença entre os
anômeros está relacionada a posição dos grupos hidroxila da molécula, em especial
da hidroxila presente agora no carbono que anteriormente formava o grupo
carbonila. Essa diferença estrutural atribui propriedades específicas as moléculas
ciclizadas quanto a posição das pontes de hidrogênio que podem ser formadas,
podendo ser utilizada para distinguir a função da molécula de acordo com o tipo de
anômero em casos como o da glicose (Figura 37), que será discutido posteriormente
(SOLOMONS; FRYHLE, 2012; NELSON; COX, 2014; VOET; VOET; PRATT, 2014).

169
Figura 78: Processo de ciclização da D-Glicose e formação dos anômeros alfa e beta de
Glicopiranose

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Figura 79: Representação dos anômeros alfa e beta da glicose, destacando a diferença na
posição do grupo hidroxila no carbono 1

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

170
mesmo com a elevada qualidade do material obtido. Assim, cabe a cada indivíduo
realizar ações que visem a minimização dos impactos que a utilização indiscriminada,
não só do papel, mas de todos os materiais renováveis e não renováveis causam ao meio
ambiente.

Assim como a celulose a quitina é um polissacarídeo não ramificado,


entretanto é baseado em um monômero de glicose modificado, sendo a diferença
a substituição do grupo hidroxila (OH) por um grupo amina acetilado, ou acetamina
(R − NH − CO − CH ), no segundo carbono (Figura 38). A quitina é o segundo
polissacarídeo de maior abundância do planeta, presente na parede celular dos
fungos, no exoesqueleto dos artrópodes, em alguns crustáceos entre outros
invertebrados (ALBERTS et al., 2011; NELSON; COX, 2019; SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
Nos insetos, a quitina oferece proteção, suporte e sustentação ao corpo
através do exoesqueleto. No caso dos fungos, a quitina é parte constituinte da
parede celular que proporciona rigidez às células. Além disso, a quitina também evita
a perda de água em ambos grupos de seres vivos. Atualmente, a quitina também
apresenta potencial para uso biotecnológico por ser uma substância não alergênica
e biodegradável, podendo ser transformada em fibras para fabricação de tecidos,
embalagens descartáveis, suturas cirúrgicas e até mesmo como aditivo alimentar a
fim de reduzir a ingestão de calorias e colesterol em dietas.

Figura 80: Representação da quitina com destaque para a substituição do grupo hidroxila
(OH) por um grupo amina acetilado

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

171
Para a formação das estruturas macromoleculares de carboidratos os
monossacarídeos realizam ligações por condensação, ou seja, realizam uma ligação
covalente onde um grupo hidroxila de um monossacarídeo e um hidrogênio de outro
monossacarídeo são removidos liberando uma molécula de água (H O), dando
origem a um dissacarídeo. Por sua vez a degradação dos polissacarídeos ocorre
através da hidrólise, ou seja, a degradação enzimática adiciona a hidroxila e o
hidrogênio anteriormente removidos (Figura 39). Dentre os dissacarídeos de maior
importância biológica e comercial se destacam: a maltose, formada por duas
moléculas de glicose, advinda da molécula de amido. A sacarose, formada por uma
molécula de glicose e uma de frutose, em abundância alimentos como cana-de-
açúcar, frutas e na beterraba. E a lactose, formada por uma molécula de glicose e
uma de galactose, é o açúcar presente no leite e seus derivados (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 81: Representação dos processos de síntese por condensação e de degradação por
hidrólise

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 252)

172
Figura 82: Representação da ribose (A) e
Desoxirribose (B) destacando o grupo
carbonila (em preto) e a diferença entre
as estruturas (em vermelho)

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

A família da glicose (Figura 41) pode ser utilizada para representar essa imensa
diversidade, apresentando grupos associados a diferentes posições que atribuem
propriedades específicas à molécula. Essa grande diversidade baseada em
moléculas relativamente simples torna os carboidratos moléculas de escolha para a
formação de uma estrutura celular importante chamada de glicocálice, presente no
lado externo da membrana plasmática de eucariotos. Através dessa estrutura,
formada por moléculas de carboidratos associadas a moléculas proteicas
(Proteoglicanos e glicoproteínas) e lipídicas (glicoesfingolipídeos), as células realizam
o procedimento de autorreconhecimento, participando na defesa imunológica
célula-célula. Um exemplo clássico desse reconhecimento celular é o sistema
sanguíneo baseado nos antígenos A, B e O, cuja atividade ocorre devido a
alterações no gene das glicosiltransferases (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT,
2014).

173
https://bit.ly/3jA9cJa.

Figura 83: A Glicose e algumas das moléculas baseadas em sua estrutura básica

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 249)

Através da ligação de mais de vinte moléculas de monossacarídeos, ocorre a


formação de estruturas macromoleculares chamadas polissacarídeos, podendo ser
formadas por uma mesma unidade monomérica (ex: glicose) formando os
homopolissacarídeos, ou por diferentes unidades monoméricas (ex: glicose, frutose e
galactose) formando os heteropolissacarídeos. As ligações de condensação para a
formação dos polissacarídeos podem ou não ser lineares, caso a estrutura apresente

174
uma ligação não linear, ela é dita ramificada. Assim, através dessas ligações de
condensação podem ser formados homopolissacarídeos ramificados,
homopolissacarídeos não-ramificados, heteropolissacarídeos ramificados ou
heteropolissacarídeos não-ramificados (Figura 42) (ALBERTS et al., 2011; BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 84: Representação de homopolissacarídeos e heteropolissacarídeos com e sem


ramificação

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 254)

11.2 FUNÇÃO

Dentre os diversos polissacarídeos, os mais abundantes são os


homopolissacarídeos de glicose e derivados, atuando com funções estruturais e de
reserva energética. O amido, utilizado como reserva energética por plantas e
bactérias é formado por dois polissacarídeos de glicose combinados, sendo um
homopolissacarídeo não ramificado. A amilopectina também é um
homopolissacarídeo, porém ramificado. Da mesma forma que a amilopectina, o
glicogênio utilizado pelos animais e fungos como reserva energética é um
homopolissacarídeo ramificado, apresentando como principal diferença o seu maior
tamanho em relação a amilopectina (ALBERTS et al., 2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
O glicogênio é um anômero alfa (α), sendo que a ciclização ocorre no

175
carbono 1, ela passa a ser chamado de 1α, a reação de condensação da glicose
ocorre entre o carbono 1 de uma unidade monomérica e o carbono 4 de outra
unidade monomérica, realizando assim a ligação de condensação chamada 1α4
(Figura 43A). Suas ligações de condensação que formam as ramificações ocorrem
entre o carbono 1 de uma unidade monomérica e o carbono 6 de outra unidade
monomérica, lembrando que esse carbono 6 está fora da estrutura de ciclização, e
por isso apresenta um formato de ramificação da estrutura linear através da ligação
de condensação 1α6 (Figura 43B) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX,
2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 85: Ligação de condensação 1α4 (A) e ligação de condensação 1α6

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Outro importante exemplo de polissacarídeo de armazenamento baseado na


unidade monomérica de glicose é o amido, sendo o polissacarídeo de
armazenamento preferencialmente utilizado pelas plantas, é formado por dois
polissacarídeos combinados, a amilopectina, um homopolissacarídeo ramificado,
que possui as ligações 1α4 e 1α6, e a amilose, um homopolissacarídeo não-
ramificado, que possui apenas a ligação 1α4 (Figura 44) (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019; VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002).

176
Figura 86: Representação da formação do amido e a relação entre a amilopectina e
amilose

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Por sua vez, a o homopolissacarídeo não ramificado de glicose chamado


celulose possui função estrutural, formando a parede celular vegetal, a diferença
estrutural da celulose quando comparada a estrutura da amilose é encontrada na
ciclização dos monossacarídeos em formato de anômero beta. Enquanto os
anômeros alfa da amilose possuem uma estrutura tridimensional em formato de
espiral, os anômeros beta da celulose possuem uma conformação estrutural mais
espalhada, formando lâminas altamente rígidas (Figura 45) o que gera essa
característica as células vegetais (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

177
Figura 87: Representação da reação de condensação e as pontes de hidrogênio
formadas entre as moléculas na celulose

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 257)

As propriedades do anômero beta diferem esse polissacarídeo dos de


armazenamento devido a posição das ligações por ponte de hidrogênio formadas
entre os monômeros de glicose (Figura 46). Os anômeros alfa apresentam uma
disposição de pontes de hidrogênio que favorece a formação de hélices
tridimensionais, por sua vez, os anômeros beta distribuem suas pontes de hidrogênio
de maneira a formar estruturas mais lineares e finas, em formato de folhas, com uma
maior proximidade entre os grupos hidroxila, aumentando a força de interação
molecular, resultando em uma estrutura rígida (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).

Figura 88: Representação das interações moleculares e conformação tridimensional de


homopolissacarídeos não ramificados de glicose em anômero alfa (A) e beta (B)

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

178
11.3 GLICÓLISE

O processo inicial de degradação da glicose para obtenção de energia


chamado glicólise é altamente conservado evolutivamente, desde arqueobactérias
a mamíferos. Esse processo metabólico consiste em dez etapas enzimáticas que
ocorrem no citoplasma celular, podendo ser dividido em duas fases. Na primeira,
chamada de fase de preparação ou preparatória (Figura 47), o processo de
degradação é iniciado pela fosforilação mediada pela hexocinase, sendo
adicionado um grupo fosfato ao sexto carbono formando a glicose-6-fosfato, que
em sequência é convertida a cetose pela fosfo-hexose-isomerase à frutose-6-fosfato,
que agora possui mais um carbono livre na posição 1, que é fosforilado
fosfofrutocinase-1, formando frutose-1,6-bifosfato. Ambos os grupos fosfatos são

179
originados de moléculas de adenosina trifosfato (ATP), ocorrendo assim o gasto de
duas moléculas de ATP durante a fase de preparação (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 89: Esquematização da fase de preparação da glicólise

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

A fase de preparação continua pela clivagem da molécula pela aldolase,


formando duas moléculas contendo três carbonos cada, um gliceroldeido-3-fosfato
e uma di-hidroxiacetona-fosfato, entretanto apenas o gliceroldeido-3-fosfato é
utilizado na próxima fase do processo, para isso a di-hidroxiacetona-fosfato é
convertida a gliceroldeido-3-fosfato pela enzima tiosefosfato-isomerase (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
Na segunda fase, chamada de pagamento (Figura 48), o processo continua

180
agora com duas moléculas de gliceroldeido-3-fosfato, advindas da clivagem da
glicose, assim, todos os processos descritos a seguir devem ser analisados em dobro.
No início da fase de pagamento, o gliceroldeido-3-fosfato é oxidado e fosforilado
pela gliceroldeido-3-fosfato-desidrogenase, ocorrendo a adição de um fosfato
inorgânico ao primeiro carbono e a síntese de uma molécula de Nicotinamida
Adenina Dinucleotídeo (NADH), a liberação de um hidrogênio na forma de H para
o meio e a formação da molécula de 1,3-bifosfoglicerato (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 90: Esquematização da fase de pagamento da glicólise

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

A continuação da fase de pagamento ocorre pela fosforilação de uma


molécula de Adenosina difosfato (ADP) pela ação da enzima fosfoglicerato-cinase,
formando uma molécula de ATP e liberando 3-fosfoglicerato, transformada em 2-
fosfoglicerato pela fosfoglicerato-mutase. A enzima enolase remove uma molécula

181
de H O, gerando fosfoenolpiruvato, utilizado para a fosforilação de outra molécula
de ADP, formando mais uma molécula de ATP e o produto final da glicólise, a
molécula de piruvato (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET;
VOET; PRATT, 2014).
Como o início do processo da fase de pegamento corresponde a utilização
de duas moléculas de gliceroldeido-3-fosfato para cada molécula de glicose, pode-
se dizer que durante a fase de preparação ocorre o gasto de duas moléculas de ATP
e durante a fase de pagamento a produção de quatro moléculas de ATP, duas
moléculas de NADH e duas moléculas de H O restando ao final do processo duas
moléculas de piruvato para cada molécula de glicose utilizada (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A continuação do processo metabólico da glicose pode seguir três vias
principais, com certa variação em alguns procariotos, sendo utilizada na produção
das pentoses que constituem os ácidos nucleicos, em organismos anaeróbicos ou em
estados de hipóxia e anóxia em aeróbicos, é direcionada à fermentação, e em
organismos aeróbicos na presença de oxigênio é direcionada ao ciclo do ácido
cítrico, que será discutido na unidade 07 de bioquímica (BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

11.4 FERMENTAÇÃO

A principal função atribuída á fermentação é anular o hidrogênio livre e o


NADH produzidos durante a glicólise dispersos no citoplasma, uma vez que são
moléculas altamente reativas que podem danificar a estrutura de outras moléculas
citosólicas. Dependo do organismo a fermentação ocorre por dois processos
distintos. Mais comum em procariotos e leveduras a fermentação alcoólica (Figura
49) ocorre em duas etapas, sendo muito explorada na indústria panificadora, de
bebidas alcoólicas e de combustíveis (ALBERTS et al., 2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER,
2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 91: Representação do processo de fermentação alcoólica

182
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 565)

O processo é iniciado com descarboxilação do piruvato, liberando uma


molécula de CO e formando acetaldeído que em sequência é desidrogenado pela
álcool-desidrogenase em etanol, consumindo o NADH e o H produzidos durante a
glicólise. Por sua vez, em alguns procariotos e nos demais eucariotos ocorre a
fermentação lática (Figura 17) pela atividade da enzima lactato-desidrogenase,
consumindo o NADH e o H produzidos durante a glicólise para a formação de ácido
lático ou lactato (NELSON; COX, 2019).

Figura 92: Representação do processo de fermentação lática

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 563)

183
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Sobre os carboidratos é correto afirmar:

a) São biomoléculas encontradas principalmente nas carnes.


b) São classificados em dois tipos: carboidratos maiores e menores.
c) São classificados de acordo com o número de carbonos.
d) São essenciais para as reações físicas do corpo humano.
e) São considerados nocivos aos seres humanos.

2. Complete a frase abaixo com as palavras corretas descritas nas opções.

Os carboidratos, também chamados de _________________ ou hidratos de


carbono, são moléculas orgânicas que constituem a principal fonte de energia
para os seres vivos. Com exceção do __________, todos os carboidratos são de
origem vegetal, e eles podem ser classificados em monossacarídeos, dissacarídeos
e ________________. Os ___________ apresentam átomos de carbono em sua
molécula e seus principais representantes são a glicose, frutose e ___________.

a) Energéticos, carne, polissacarídeos, dissacarídeos, lactose.


b) Açúcares, mel, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
c) Hidratos, ovos, oligossacarídeos, polissacarídeos, ácidos nucleicos.
d) Substâncias estruturais, peixes, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
e) Polímeros, ovos, polissacarídeos, monossacarídeos, lactose.

3. Durante a união de duas unidades monoméricas ocorre uma reação de


condensação, também chamada de glicosídica, onde uma molécula de água é
produzida através da união de um grupo hidroxila e um hidrogênio. Marque a
alternativa que corresponde ao número de moléculas de água gastas para a
hidrólise completa de um polissacarídeo contendo 100 unidades monoméricas de
glicose.

a) 50.
b) 99.

184
c) 100.
d) 101.
e) 200.

4. Algumas unidades monoméricas básicas são encontradas de maneira mais


abundante na natureza, dentre elas se destacam as hexoses glicose, frutose e
galactose. Marque a alternativa que corresponde corretamente aos dissacarídeos
formados pela ligação entre essas unidades monoméricas.

a) Glicose + Frutose = Manose.


b) Glicose + Glicose = Lactase.
c) Glicose + Galactose = Sacarose.
d) Glicose + Galactose = Lactose.
e) Glicose + Frutose = Sacarase.

5. O papel comum é formado, basicamente, pelo polissacarídeo mais abundante no


planeta. Este carboidrato, nas células vegetais, tem a seguinte função:

a) Revestir as organelas.
b) Formar a membrana plasmática.
c) Compor a estrutura da parede celular.
d) Acumular reserva energética no hialoplasma.
e) Servir de transportador de informações.

6. As plantas e animais utilizam diversos componentes químicos na formação de


partes importantes de seus organismos ou na construção de estruturas importantes
em sua sobrevivência. A seguir estão citados alguns:

I. O esqueleto externo dos insetos é composto de um polissacarídeo.


II. As células vegetais possuem uma parede formada por polipeptídeos.
III. Os favos das colmeias são constituídos por lipídios.
IV. As unhas são impregnadas de polissacarídeos que as deixam rígidas e
impermeabilizadas.
Estão corretas as afirmativas:

185
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.

7. As moléculas de carboidratos estão amplamente distribuídas no planeta, estando


presentes em todos os organismos. Suas funções são as mais diversas, desde
armazenamento de informação genética à função estrutural. Dentre os diversos
tipos e subtipos de carboidratos, marque a alternativa que corresponde ao
polissacarídeo mais abundante no planeta.

a) Glicose.
b) Celulose.
c) Glicogênio.
d) Amido.
e) Quitina.

8. As fibras musculares estriadas armazenam um carboidrato a partir do qual se


obtém energia para a contração. Essa substância de reserva se encontra na forma
de

a) Amido.
b) Glicose.
c) Maltose.
d) Sacarose.
e) Glicogênio.

186
LIPÍDEOS Erro!
Fonte de
referênci
a não
12.1 INTRODUÇÃO
encontra
da.
Os lipídeos são moléculas que possuem características apolares e uma grande
variedade estrutural, refletida em diversas funções biológicas exercidas por essas
moléculas como armazenamento e produção de energia, sinalizadora, hormonal,
estrutural, de coenzima, entre outras. Serão abordadas as estruturas gerais associadas
a função de armazenamento energético, constituinte das membranas biológicas e
as estruturas gerais das mesmas, assim como funções hormonais associadas aos
compostos lipídicos. Ainda, será abordado o processo de produção energética pela
degradação de lipídeos de armazenamento através do ciclo de Lynen, também
chamado de oxidação beta (β), responsável pela produção de produtos que serão
utilizados em outras etapas metabólicas para a produção de energia química.

12.2 LIPÍDEOS DE ARMAZENAMENTO

Os hidrocarbonetos, formados por átomos de carbono e hidrogênio, são a


base estrutural formadora das moléculas orgânicas. Por definição, os lipídeos são
formados pela junção de uma ou mais cadeias carbônicas de hidrocarbonetos
associadas a um ou mais grupos moleculares, que definem o tipo e a função do
lipídeo. Os lipídeos de armazenamento, são formados por duas moléculas distintas,
ácidos graxos e glicerol. Os ácidos graxos são compostos por uma cadeia carbônica
longa de hidrocarbonetos ligada a um grupo carboxílico (R − COOH) em uma das
extremidades, por sua vez o glicerol possui três carbonos, cada um associado a um
grupo álcool (Figura 51). Assim, através da reação de condensação entre a região
carboxila de três ácidos graxos com os grupos álcool do glicerol é formada a
molécula de triacilglicerídeo (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; CONSTANTINO, 2005;
SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

187
Figura 93: Estrutura dos ácidos graxos (A), glicerol (B) e dos triacilglicerídeos (C)

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Apesar de ser considerada a molécula lipídica mais simples, os ácidos graxos


possuem uma peculiaridade, a capacidade de formar ligações duplas entre os
carbonos constituintes do esqueleto carbônico da porção referente aos
hidrocarbonetos. Assim, eles são classificados de acordo com a presença ou
ausência dessa dupla ligação entre carbonos em ácidos graxos insaturados ou
saturados respectivamente (Figura 52). A dupla ligação entre carbonos de um ácido
graxo ou insaturação gera a perda de linearidade molecular, o que faz com que a
molécula possua um volume relativo superior a moléculas saturadas. Ainda, a

188
insaturação pode ocorrer em qualquer posição da cadeia carbônica e mais de uma
vez, entretanto, nunca ocorre duas vezes no mesmo carbono, ou seja, nenhum
lipídeo apresenta a configura eletrônica de um carbono realizando duas duplas
ligações com carbonos dentro da sequência da cadeia carbônica nos ácidos graxos
(R = C = R) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; SOLOMONS; FRYHLE,
2012).

Figura 94: Exemplo de ácidos graxos saturados e insaturados

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 359)

189
12.3 LIPÍDEOS CONSTITUINTES DE MEMBRANAS BIOLÓGICAS

As membranas biológicas são constituídas por uma combinação de diferentes


moléculas, entretanto, todas possuem em comum uma constituição lipídica
essencial, uma vez que a capacidade de organização de uma membrana biológica
é baseada na formação de uma dupla camada de substâncias anfipáticas. Apesar
de sua natureza essencialmente apolar, os lipídeos podem possuir grupos polares
associados, formando substâncias anfipáticas. Os lipídeos constituintes de
membranas biológicas podem ser classificados de acordo com seu tipo de estrutura
básica em cinco grandes classes: Glicerofosfolipídeos, Lipídeos éter, Galactolipídeos,
Esfingolipídeos e Esteróis (ALBERTS et al., 2011; CLARK; CHOI; DOUGLAS, 2018).
Os glicerofosfolipídeos são constituídos por um grupo fosfato e duas cadeias
de ácidos graxos associados a um glicerol, sendo um grupo polar ligado ao grupo
fosfato, dependendo desse grupo polar e do tamanho e tipo de ácido graxo
diferentes glicerofosfolipídeos são constituídos possuindo diferentes propriedades
(Figura 53). Em células animais, os glicerofosfolipídeos representam um dos lipídeos
constituintes de membrana mais abundantes (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014;
NELSON; COX, 2019).

190
Figura 95: Representação da estrutura dos glicerofosfolipídeos e tipos de cabeça polar
associadas

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Quando esse glicerofosfolipídeos apresentam uma ligação do tipo éter, ou


seja, a presença de um átomo de oxigênio ligado entre dois carbonos, são formados
os lipídeos éter. Além da função como constituinte de membranas, os lipídeos éter
são representados pelo plasminogênio e pelo fator ativador de plaquetas, moléculas
envolvidas na cascata de coagulação sanguínea (Figura 54) (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 96: Representação de lipídeos éter

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 365)

191
As plantas são dependentes de bactérias fixadoras de nitrogênio para
obterem esse átomo. Devido a essa capacidade limitada de obtenção, as plantas
utilizam carboidratos no lugar do grupo fosfato para formação de seus lipídeos
constituintes de membrana, dando origem aos galactolipídeos, constituídos por duas
moléculas de ácidos graxos associados a um glicerol, que também é ligado a uma
ou duas moléculas de galactose (Figura 55) (ALBERTS et al., 2011; BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 97: Representação de galactolipídeos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 359)

Por sua vez, os esfingolipídeos são constituídos pela união de uma molécula de
ácido graxo e uma molécula de esfingosina ou outra estruturalmente semelhante, e
um grupo polar que caracteriza sua função, formando moléculas de ceramida.
Dependendo de seu grupo polar, essas moléculas são subdivididas em
esfingomielinas, gangliosídeos e lipídeos neutros (Figura 56) (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
O principal representante das esfingomielinas é a bainha de mielina, uma
membrana com função de isolamento elétrico que envolve o axônio neuronal de
animais. Os gangliosídeos possuem função associada a diferenciação tecidual,
enquanto os lipídeos neutros ou glicoesfingolipídeos estão associados principalmente
a formação do glicocálix, localizado na lâmina externa da membrana plasmática de
células cujo papel no reconhecimento célula-célula é de extrema importância para
resposta imune (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

192
Figura 98: Representação dos diferentes tipos de esfingolipídeos

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 367)

https://bit.ly/3jD4pq6.

Os esteróis possuem funções associadas a manutenção da fluidez das


membranas biológicas e como moléculas precursoras de hormônios esteroides. Essas
moléculas são caracterizadas pela presença de um núcleo esteroide (Figura 57),
constituído por quatro anéis carbônicos, três contendo cinco carbonos e um
contendo quatro carbonos. Em animais o principal representante é colesterol, em
plantas o estigmasterol e em fungos o ergosterol. Em animais o colesterol serve como
precursor dos hormônios esteroides, representados pelos hormônios responsáveis pela

193
diferenciação das características sexuais, pelo cortisol e pela aldosterona (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 99: Representação do núcleo esteroide

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 368)

12.4 ESTRUTURA DAS MEMBRANAS BIOLÓGICAS

Cada célula ou organela membranosa possuem diferentes composições


estruturais, o que reflete diretamente em suas funções. Independente dessa
constituição, todas as membranas biológicas possuem uma organização em
mosaico fluido (Figura 58), ou seja, são constituídas por diferentes moléculas de
lipídeos, carboidratos e proteínas que se movimentam constantemente e se
adaptam as necessidades celulares (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX,
2014; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 100: Representação do mosaico fluido das membranas biológicas

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 387)

194
A capacidade de formar a dupla camada lipídica constituinte das
membranas biológicas é associada ao formato cilíndrico dos constituintes lipídicos
estruturais. Em ambiente aquoso, a região apolar dos lipídeos anfipáticos tende a se
agrupar, mantendo sua região polar em contato com a água. Caso possua um
formato em cone, associado a presença de somente uma molécula apolar, os
lipídeos assumem o formato de miscelas, gotículas de moléculas anfipáticas
agrupadas, sem conter uma região aquosa em seu interior. Em lipídeos anfipáticos
com formato cilíndrico, associado a presença de duas moléculas apolares na
estrutura, as regiões apolares se unem, formando uma estrutura de bicamada
lipídica, caso as extremidades dessa bicamada sejam unidas é formada a estrutura
de vesícula, composta por uma região aquosa interna e uma externa separadas pela
bicamada em todos os pontos (Figura 59) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON;
COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 101: Representação da estrutura de miscelas, bicamadas e vesículas

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 388)

Além dos lipídeos, outras moléculas são associadas as membranas biológicas.


As proteínas associadas a membrana são classificadas de acordo com o tipo de
interação em proteínas transmembrana, proteínas associadas a membrana e
proteínas ancoradas a membrana. As proteínas transmembrana (Figura 60)
atravessam a membrana biológica, possuindo regiões polares, localizadas no exterior
das lâminas internas e externas, e regiões apolares, localizadas no interior das
membranas biológicas. O número de domínios polares e apolares de uma proteína
transmembrana pode ser utilizados para prever a quantidade de interações dessa

195
proteína com a região polar e apolar da membrana (NELSON; COX, 2019; VOET;
VOET; PRATT, 2014)
Figura 102: Representação da estrutura de proteínas transmembrana

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 391)

Proteínas associadas a membrana possuem interações não covalentes com


uma molécula estrutural presente nas membranas biológicas, enquanto as proteínas
ancoradas possuem uma ligação covalente com uma molécula de membrana,
podendo ser ancoradas por moléculas lipídicas, formando um proteolipídeos, ou a
moléculas de carboidratos, formando proteoglicanos ou glicoproteínas (Figura 61)
(BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2014; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 103: Representação da estrutura de moléculas associadas e ancoradas a membranas


biológicas

196
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 389)
12.5 CICLO DE LYNEN

O ciclo de Lynen, também chamado de oxidação beta (β), é a principal via


de degradação metabólica de ácidos graxos de cadeia longa. Antes de iniciar o
processo de oxidação, os ácidos graxos provindos da dieta ou dos adipócitos (células
de armazenamento de lipídeos) são absorvidos pelas células e direcionados à
mitocôndria, para que os mesmo sejam internalizados pela mitocôndria é necessária
a adição da Coenzima A (CoA) ao ácido graxo, que através da ação da Carnitina-
aciltransferase I, remove a CoA e a substitui por uma Carnitina, que será utilizada para
realizar o transporte até a matriz mitocondrial, dentro da matriz, a molécula de
carnitina é substituída por uma nova molécula de CoA (Figura 62) (BERG; TYMOCZKO;
STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 104: Exemplificação do transporte de ácidos graxos para a matriz mitocondrial com
auxílio da carnitina

197
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 672)

Os ácidos graxos ligados a CoA iniciam o processo de oxidação β pela


atividade da enzima Acetil-CoA-desidrogenase, que promove a formação de uma
dupla ligação entre o primeiro carbono (alfa) e o segundo carbono (beta) do ácido
graxo, removendo dois hidrogênios (H ) e produzindo uma molécula de Flavina
Adenina Dinucleotídeo (FADH ). Em sequência, a Enoil-CoA-hidratase remove a
dupla ligação anteriormente formada e adiciona um H no carbono alfa e uma
hidroxila (OH ) no carbono beta, consumindo uma molécula de H O. A enzima β-
hidroxiacil-CoA-desidrogenase remove o H ligado ao carbono beta e o H presente
na hidroxila, formando uma dupla ligação entre o oxigênio que anteriormente
formava a hidroxila e produzindo uma molécula de Nicotinamida Adenina
Dinucleotídeo (NADH) e um H livre. Por fim, a Acil-CoA-acetiltransferase (tiolase)
rompe a ligação covalente entre o carbono alfa e o carbono beta e adiciona uma
nova molécula de CoA ao carbono beta, liberando uma molécula de Acetil-CoA,
formada pelo carbono da carboxila, pelo carbono alfa e pelo grupo Coenzima A
(CoA) (Figura 63) ( (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 105: Esquematização do processo de oxidação beta

198
Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

Esse processo ocorre sucessivamente até que toda a molécula de ácido graxo
seja transformada em produtos metabólicos que serão utilizados para a síntese de
novas moléculas ou para a produção de energia química pela continuação da
oxidação pelo ciclo do ácido cítrico e pela ação da cadeia transportadora de
elétrons (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
No caso da presença de uma ou mais insaturações presentes no ácido graxo,
é necessário que a insaturação seja removida pela atividade da enzima Enoil-CoA-
isomerase e da Dienoil-CoA-redutase, que com o gasto de uma molécula de NADH e
de um H são capazes que romper a dupla ligação entre os carbonos do ácido graxo
(insaturação) (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).

199
Após o término da oxidação de ácidos graxos que contém um número ímpar
de carbonos, o produto final formado será constituído por três carbonos associados
a CoA, ou Propionil-CoA. Diferente do Acetil-CoA, que é utilizado diretamente no
ciclo do ácido cítrico, o Propionil-CoA precisa da atividade de três enzimas, da
Propionil-CoA-carboxilase, da Metilmalonil-CoA-epimerase e da Metilmalonil-CoA-
mutase, que iram gerar a molécula de Succinil-CoA, utilizada no ciclo do ácido
cítrico. Durante esse processo é gasta uma molécula de Adenina Trifosfato (ATP) a
uma molécula de bicarbonato (HCO ) (Figura 64) (NELSON; COX, 2019; VOET; VOET;
PRATT, 2014).

Figura 106: Esquematização do processo de transforma do Propionil-CoA em Succinil-CoA

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

200
201
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Grande parte dos ácidos graxos possuem entre 4 e 36 carbonos ligados a um


grupo carboxila, a partir de sua estrutura básica outros lipídeos podem ser
produzidos. Assinale a alternativa que corresponde a estrutura lipídica mais simples
que pode ser formada possuindo ácidos graxos como base.

a) Glicerofosfolipídeos.
b) Esfingolipídeos.
c) Esteróis.
d) Lipídeos éter.
e) Triacilgliceróis.

2. Os lipídeos são fonte alimentar essencial, fornecendo fonte de energia química,


vitaminas e outras moléculas indispensáveis para a manutenção da vida.
Entretanto, o consumo exagerado de alimentos lipídicos hipercalóricos pode trazer
para um indivíduo diversos problemas de saúde como obesidade, hipertensão,
entre outros. Marque a alternativa correta sobre a utilização de lipídeos na dieta.

a) Devem ser ingeridos apenas fontes de lipídeos insaturados, como óleos vegetais e
frutas.
b) O consumo de lipídeos na dieta não deve ser superior a 20% do total de calorias
ingeridas diariamente.
c) O consumo de lipídeos na dieta deve ser minimizado, limitando a ingestão a
valores inferiores a 10% do total calórico diário.
d) A ingestão de lipídeos saturados e insaturados, de diversas fontes alimentares é
necessária para a manutenção das concentrações lipídicas ideais.
e) O consumo de lipídeos na dieta deve ser superior a 30% do total calórico ingerido
diariamente.

3. Os esfingolipídeos possuem uma região polar constituída pela molécula de


esfingosina ou um de seus derivados, essas moléculas são formadas por uma
ligação glicosídica ou fosfodiéster entre um grupo polar e um ácido graxo. Marque

202
a opção que corresponde a estrutura do subtipo de esfingolipídeos chamado
cerebrosídeo.

a) Os cerebrosídeos são caracterizados pela presença de um oligossacarídeo em sua


região polar associado a um ou mais grupos de ácido siálico, atribuindo a esses
lipídeos carga negativa em pH 7.
b) Os cerebrosídeos são caracterizados pela presença de um núcleo esterol,
constituído por quatro estruturas ciclizadas fundidas, uma com quatro carbonos e
as outras três com cinco carbonos.
c) Os cerebrosídeos possuem apenas um monossacarídeo em sua região polar,
sendo os ligados à galactose encontrados nos tecidos neurais e os ligados à
glicose encontrados em tecidos não neurais.
d) Os cerebrosídeos possuem uma região polar constituída pela molécula de
esfingosina ou um de seus derivados, essas moléculas são formadas por uma
ligação glicosídica ou fosfodiéster entre um grupo polar e um ácido graxo.
e) Os cerebrosídeos são caracterizados pela ligação de um oxigênio a dois carbonos,
muito abundante no tecido cardíaco animal e em alguns microrganismos.

4. A formação das membranas biológicas permitiu a delimitação de regiões internas


e externas, fazendo com que moléculas pudessem ser acumuladas seletivamente
dentro de um espaço delimitado para uma melhor interação. Marque a opção
que corresponde ao fator determinante para a composição lipídica presente na
membrana biológica.

a) A disponibilidade de lipídeos para a síntese da membrana.


b) O consumo de ácidos graxos saturados ou insaturados.
c) A composição lipídica das membranas biológicas é idêntica para cada tipo de
organela membranosa.
d) A função exercida pela membrana biológica.
e) A concentração de proteínas e lipídeos associados à membrana.

5. As membranas biológicas são formadas pela combinação de diversas moléculas,


dentre elas, os lipídeos estruturais apresentam classificação de acordo com a sua

203
estrutura e função. Marque a alternativa que corresponde ao nome do lipídeo
estrutural que possui galactose ligada ao glicerol como cabeça polar.

a) Glicerofosfolipídeos.
b) Lipídeos éter.
c) Esteróis.
d) Galactolipídeos.
e) Esfingolipídeos.

6. Devido a especialização celular em organismos pluricelulares, os componentes


celulares são adaptados para que cada uma dessas células possa exercer melhor
sua função, refletindo incluindo na composição lipídica estrutural. A formação da
bainha de mielina é um exemplo desse acontecimento. Marque a alternativa que
corresponde ao tipo de lipídeo que forma a bainha de mielina.

a) Triacilglicerídeos.
b) Fosfolipídeos.
c) Lipídeos éter.
d) Esfingolipídeos.
e) Galactolipídeos.

7. Antes de serem utilizados para a produção de energia, os ácidos graxos precisam


ser transportados para o interior da mitocôndria, processo facilitado por uma
molécula associada a membrana mitocondrial. Marque a alternativa que
corresponde ao nome da molécula que se liga ao ácido graxo para facilitar seu
transporte pela membrana mitocondrial.

a) Coenzima A.
b) Carnitina.
c) Serina.
d) Acetil-CoA.
e) Carbapemida.

204
8. O ciclo de Lynen ou oxidação β realiza a remoção de dois carbonos de um ácido
graxo a cada etapa para a produção de moléculas que serão posteriormente
utilizadas em outras vias metabólicas, como no ciclo do ácido cítrico e na cadeia
transportadora de elétrons. Marque a alternativa que corresponde aos produtos
que serão formados a partir da oxidação β de um ácido graxo contendo 18
carbonos.

a) 1 Acetil-CoA, 1 NADH e 1 FADH2.


b) 9 Acetil-CoA, 9 NADH e 9 FADH2.
c) 10 Acetil-CoA, 9 NADH e 9 FADH2.
d) 10 Acetil-CoA, 1 NADH e 1 FADH2.
e) 9 Acetil-CoA, 10 NADH e 10 FADH2.

205
E
CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO E
CADEIA TRANSPORTADORA DE
ELÉTRONS

13.1 INTRODUÇÃO

rr
O metabolismo de eucariotos, sejam fungos, vegetais ou animais, possui como
foco central o ciclo do ácido cítrico, principal responsável pelo direcionamento do
catabolismo e do anabolismo. Pode ser afirmado que todas as vias metabólicas
podem ser ligadas a algum ponto desse ciclo. Por sua vez, a cadeia transportadora
de elétrons é a responsável de fato pela produção de maciça de Adenosina
Trifosfato (ATP) pela oxidação de moléculas orgânicas. Nesse capítulo serão
abordados o ciclo do ácido cítrico e pontos de conexão entre o ciclo e diferentes

o
vias metabólicas, assim como a cadeia transportadora de elétrons realiza o processo
de síntese de ATP a partir das moléculas transportadoras Nicotinamida Adenina
Dinucleotídeo (NADH) e Flavina Adenina Dinucleotídeo (FADH ).

13.2 CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

O ciclo do ácido cítrico possui oito etapas mediadas por atividades


enzimáticas, podendo ser iniciado a partir da utilização de qualquer um dos

!
substratos utilizados, oriundos de diferentes processos metabólicos. Ao observarmos o
processo de degradação da glicose pela via da glicólise, o produto final formado é
o piruvato, que sob condições aeróbicas será transportado para a matriz
mitocondrial, onde será desidrogenado a Acetil-CoA pela atividade do complexo
enzimático da piruvato desidrogenase, liberando uma molécula de CO e produzindo
uma molécula de NADH (Figura 65). Esse complexo enzimático é formado por três
enzimas combinas de atividade sequencial, a piruvato-desidrogenase (E1), di-

F
hidropolil-transacetilase (E2) e di-hidrolipoil-desidrogenase (E3) (Figura 66) (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002;
VOET; VOET; PRATT, 2014).

206
Figura 107: Esquematização da desidrogenação do piruvato

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 634)

Figura 108: Estrutura e atividade do complexo enzimático da piruvato desidrogenase

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 637)

Iniciando o ciclo a partir desse ponto, o Acetil-CoA produzido é combinado


com a molécula de oxaloacetato pela enzima citrato sintase, produzindo citrato e
removendo a coenzima A anteriormente ligada, a molécula de citrato sofre a ação
da enzima aconitase, que inverte o posicionamento de seu grupo hidroxila, formando
isocitrato. A molécula de isocitrato é oxidada formando o primeiro NADH, e dando
origem a primeira descarboxilação, liberando CO , formando α-cetoglutarato, que

207
passa por um novo processo de oxidação e de descarboxilação pelo complexo
enzimático da α-cetoglutarato-desidrogenase, produzindo a segunda molécula de
NADH e liberando a segunda molécula de CO , gerando succinil-CoA após a ligação
de uma coenzima A à molécula (NELSON; COX, 2019; VIEIRA; GAZZINELLI; MARES-
GUIA, 2002; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 109: Esquematização do ciclo do ácido cítrico

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 639)

208
A coenzima A ligada a Succinil-CoA é removida pela atividade da succinil-
CoA-sintetase, produzindo uma molécula de Guanosina Trifosfato (GTP),
energeticamente equivalente ao ATP, ocorrendo a formação da molécula de
succinato, que é desidrogenado pela succinato-desidrogenase à fumarato,
produzindo uma molécula de FADH , fumarato é transformado em malato pela
enzima fumarase, que será transformado novamente na molécula de oxaloacetato
pela malato-desidrogenase, produzindo a terceira molécula de NADH. Devido a
molécula inicial de oxaloacetato ser recuperada ao final do ciclo, e as moléculas de
coenzima A também não serem gastas, podemos afirmar que o processo envolve
apenas a oxidação completa da molécula de acetato (Figura 04) (ALBERTS et al.,
2011; BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

Figura 110: Esquematização da relação do ciclo do ácido cítrico com outras vias
metabólicas

Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 651)

209
Além de poder ser utilizada para síntese de Acetil-CoA, a glicose pode ser
utilizada para formação de oxaloacetato passando por fosfoenolpiruvato. Assim
como a molécula de glicose é transformada em duas moléculas de Acetil-CoA,
dando início ao ciclo do ácido cítrico, a cada oxidação beta de um ácido graxo
ocorre a formação de uma molécula de Acetil-CoA, que passa pelo mesmo
processo. Apenas no caso de um ácido graxo de número ímpar ocorre a formação
de um succinil-CoA a partir dos três últimos carbonos da sequência. Por sua vez, a
degradação do esqueleto carbônico das proteínas ocorre de maneira única para
cada aminoácido, entretanto existem dois pontos em comum, passando pela
formação de α-cetoglutarato ou de oxaloacetato, que também participam do ciclo
do ácido cítrico (Figura 68). Ainda, o piruvato pode ser direcionado para a produção
de malato em diversas espécies, essas reações são conhecidas como reações
anapleróticas (GAZZINELLI; MARES-GUIA, 2002; BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014;
NELSON; COX, 2014; VOET; VOET; PRATT, 2014).

https://bit.ly/2StTS4M.

13.3 CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS

O metabolismo aeróbico produz a maciça parte de sua energia através da


síntese de ATP mediada pela fosforilação oxidativa, enquanto a fotofosforilação é o
processo de síntese de ATP mediada pela energia solar, em eucariotos, o primeiro
evento ocorre nas mitocôndrias e o segundo nos cloroplastos. Ambos processos
envolvem o transporte de elétrons pela membrana da organela em direção oposta
ao transporte de prótons, ambos contra o gradiente de concentração, produzindo
um potencial eletroquímico na membrana. O retorno dos prótons a favor do

210
gradiente de concentração fornece energia para síntese de ATP (Figura 69) (BERG;
TYMOCZKO; STRYER, 2014; NELSON; COX, 2019).

Figura 111: Esquematização do fluxo de prótons e elétrons durante a síntese de ATP em


mitocôndrias e em cloroplastos

Fonte: Adaptado de Nelson e Cox (2019)

As desidrogenases são responsáveis pelo início da cadeia transportadora de


elétrons, em todo processo metabólico, a energia em excesso é captada pelas
coenzimas transportadoras Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo (NAD ) ou Fosfato
de Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo (NADP ) e Flavina Adenina Dinucleotídeo
(FAD ). Enquanto NADP auxilia durante a síntese de moléculas, NAD e FAD , em suas

211
formas reduzidas NADH e FADH , fornecem a força motriz para a fosforilação oxidativa
(NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).
A cadeia de transporte de elétrons durante a fosforilação oxidativa tem
continuidade pela transferência de elétrons das coenzimas transportadoras ou de
outra fonte doadora de elétrons para a ubiquinona na mitocôndria, plastoquinona
em cloroplastos ou para menaquinona em bactérias. As quinonas hidrofóbicas
transportam esse elétron para o citocromo, que transfere posteriormente para uma
proteína ferro enxofre, chegando ao aceptor final de elétrons, o oxigênio. Cada
átomo de oxigênio é capaz de atuar como aceptor de dois elétrons ao final da
fosforilação oxidativa, formando uma molécula de H O (NELSON; COX, 2019; VOET;
VOET; PRATT, 2014).
Esse processo gera energia eletroquímica, utilizada pelo complexo da ATP −
sintetase. O processo de rendimento energético possui rendimentos distintos entre as
espécies, principalmente ao se considerar entre animais, vegetais e bactérias. Em
humanos, a diferença de potencial fornecido por uma molécula de NADH é o
suficiente para a síntese de 2,5 moléculas de ATP, lembrando que a síntese ocorre
pela ação do par de elétrons transportados, ou seja 2 NADH = 5 ATP’s, enquanto
cada molécula de FADH fornece energia para síntese de 1,5 moléculas de ATP, ou
seja 2 FADH = 3 ATP’s (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2014; MARZZOCO; TORRES, 1999;
NELSON; COX, 2019; VOET; VOET; PRATT, 2014).

212
 Glicólise (Citosol)  1 glicose  − 2 ATP; +4 ATP; +2 NADH; +2 Piruvato.

 Fermentação (citosol) condições anaeróbicas  − 1 Piruvato; −1 NADH  (alcoólica +


1CO ; +1etanol) (Lática  + 1 ácido lático).

 1 Piruvato  matrix mitocondrial  + 1 Acetil − CoA; + 1 NADH.

 1 NADH (Glicólise)  matrix mitocondrial  − 1 ATP

 Ciclo do ácido cítrico  1 Acetil − CoA  + 3 NADH; + 1 FADH ; +1 GTP.

 Fosforilação oxidativa  1 NADH = 2,5 ATP / 1 FADH = 1,5 ATP

 Beta oxidação  − 2 Carbonos; +1 NADH; +1 FADH ; +1 Acetil − CoA.

 Carbonos pares  o último par (2carbonos) formam Acetil − CoA sem a beta oxidação.

Carbonos impares  os últimos 3 carbonos formam Succinil − CoA sem a beta oxidação (−1ATP).

213
Quantas moléculas de ATP são formadas a partir da degradação completa de 8
moléculas de glicose?
1 Glicose  + 2NADH + 4ATP + 2Piruvato
2 Piruvato  + 2Acetil − CoA + 2NADH
2Acetil − CoA  + 6NADH + 2FADH + 2GTP (= ATP)
+4ATP = +4ATP
+10 NADH = +25ATP
+2FADH2 = +3ATP
+2GTP = +2ATP
= total de 34 ATP por molécula de glicose
8x34 = 272 ATP

Qual o saldo biológico da oxidação de 4 moléculas de glicose após a fosforilação


oxidativa?
1Glicose  − 2ATP fase de preparação e − 2ATP no transporte dos 2NADH da glicólise
Total de − 4ATP
Produzido 34 ATP por glicose
34 − 4 = 30 ATP saldo biológico
4x30 = 120 ATP

Quais os produtos formados após a fermentação alcoólica de 3 moléculas de glicose?


+6ATP + 6CO e + 6etanol

Qual a produção energética pela oxidação completa de um ácido graxo de 20


carbonos?
−2 carbonos  + 1NADH (2,5ATP) + 1FADH (1,5) + 1Acetil − CoA (+3NADH (7,5ATP)
+ 1FADH (1,5ATP) + 1GTP (1ATP) = 14ATP por beta oxidação
Últimos 2 carbonos  + 1Acetil − CoA (10 ATP)
(20/2) − 1 = 9 beta oxidações  (9x14) + 10 = 136 ATP

Qual a produção energética pela oxidação completa de um ácido graxo de 15


carbonos?
(15/2) − 1 = 6 beta oxidações x 14 ATP (por beta oxidação) = 84 ATP
3 carbonos que sobram formam Succinil − CoA = 5ATP
84 + 5 = 89 ATP

214
215
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Os aceptores de elétrons de todas as vias metabólicas exercem função como


coenzimas ao aceitarem o H durante reações de desidrogenases. Marque a
alternativa que corresponde ao nome dos dois principais aceptores de H das
reações metabólicas.

a) Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo e Flavina Adenina Dinucleotídeo.


b) Nicotinamida Adenina Difosfato e Flavina Adenina Difosfato.
c) Nicotinamida Glicina Dinucleotídeo e Flavina Glicina Dinucleotídeo.
d) Nicotinamida Glicina Difosfato e Flavina Glicina Difosfato.
e) Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo e Flavina Glicina Difosfato.

2. Em situação aeróbica, após a formação das duas moléculas de piruvato para


cada molécula de glicose através da glicólise, o piruvato é transportado para a
mitocôndria para que possa ser desidrogenado e ter o grupo Coenzima A
adicionado, dando origem a molécula de Acetil-CoA, que será oxidada
completamente no ciclo do ácido cítrico. Marque a alternativa que corresponde
ao número de subunidades enzimáticas que fazem parte do complexo da
piruvato-desidrogenase.

a) 1 enzima.
b) 2 enzimas.
c) 3 enzimas.
d) 4 enzimas.
e) 5 enzimas.

3. O ciclo do ácido cítrico está conectado com diversas vias metabólicas dos
organismos aeróbios, sendo constituído por oito eventos enzimáticos capazes de
oxidar completamente a molécula de Acetil-CoA em gás carbônico e água.
Marque a alternativa que corresponde ao número de moléculas energéticas
produzidas durante o ciclo do ácido cítrico a partir da oxidação completa de 4
moléculas de Acetil-CoA.

216
a) 3 NADH, 1 FADH e 1 GTP.
b) 6 NADH, 2 FADH e 2 GTP.
c) 9 NADH, 3 FADH e 3 GTP.
d) 12 NADH, 4 FADH e 4 GTP.
e) 15 NADH, 5 FADH e 5 GTP.

4. Através de sua conexão com diferentes vias metabólicas, os produtos


intermediários do ciclo do ácido cítrico podem dar origem a diversas moléculas
orgânicas. Marque a alternativa que corresponde a molécula intermediária do
ciclo que pode ser utilizada para a síntese de bases nitrogenadas púricas.

a) Citrato.
b) Oxaloacetato.
c) α-Cetoglutarato.
d) Succinil-CoA.
e) Malato.

5. Através da cadeia transportadora de elétrons é formado um potencial


eletroquímico na membrana. O retorno dos prótons a favor do gradiente de
concentração fornece energia para síntese de ATP. Marque a alternativa que
corresponde a ordem correta dos aceptores de prótons envolvidos nesse processo
em células animais.

a) Ubiquinona  Citocromo  Proteína ferro enxofre  Oxigênio.


b) Proteína ferro enxofre  Citocromo  Ubiquinona  Oxigênio.
c) Ubiquinona  Proteína ferro enxofre  Citocromo  Oxigênio.
d) Citocromo  Ubiquinona  Proteína ferro enxofre  Oxigênio.
e) Citocromo  Proteína ferro enxofre  Ubiquinona  Oxigênio.

6. O ciclo do ácido cítrico é o principal responsável pela produção de moléculas


transportadoras de H , que serão utilizadas na fosforilação oxidativa para a síntese
de ATP. Marque a alternativa que corresponde a quantidade de ATP é produzida
a partir da oxidação completa e fosforilação oxidativa de 3 moléculas de Acetil-
CoA.

217
a) 3 ATP’s.
b) 9 ATP’s.
c) 10 ATP’s.
d) 15 ATP’s.
e) 30 ATP’s.

7. A glicólise é um processo metabólico altamente conservado evolutivamente,


desde arqueobactérias a mamíferos, quando associada a oxidação aeróbia no
ciclo do ácido cítrico se torna uma das principais fontes na produção de ATP.
Marque a alternativa que corresponde ao saldo energético da oxidação
completa e fosforilação oxidativa de 5 moléculas de glicose.

a) 30 ATP’s.
b) 32 ATP’s.
c) 34 ATP’s.
d) 150 ATP’s.
e) 160 ATP’s.

8. A de oxidação β é a principal via de degradação metabólica de ácidos graxos


de cadeia longa. Marque a alternativa que corresponde ao saldo energético da
oxidação completa após a oxidação β, ciclo do ácido cítrico e fosforilação
oxidativa de um ácido graxo contendo 16 carbonos.

a) 70 ATP’s.
b) 80 ATP’s.
c) 98 ATP’s.
d) 108 ATP’s.
e) 118 ATP’s.

218
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 A

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 C

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C

219
UNIDADE 07 UNIDADE 8

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C

UNIDADE 09 UNIDADE 10

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A

UNIDADE 11 UNIDADE 12

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C

UNIDADE 13

QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D

220
REFERÊNCIAS

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