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DE IPATINGA
1
PRÁTICA PEDAGÓGICA DESPORTIVA:
ESPORTES COLETIVOS II
1ª edição
Ipatinga – MG
2022
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
3
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 HISTÓRICO DO FUTSAL .............................................................................................7
1.2 HISTÓRICO DO FUTEBOL .................................................................................... 11
1.3 COMO O FUTSAL E O FUTEBOL SE COMPLEMENTAM NO PROCESSO DE
FORMAÇÃO ESPORTIVA.................................................................................... 13
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 16
02
2.1 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO E TÁTICO DO FUTSAL .................. 21
2.2 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO/TÁTICO DO FUTEBOL.................. 22
2.3 GESTOS TÉCNICOS NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES MOTORAS,
JOGOS PRÉ–ESPORTIVOS E GRANDES JOGOS NO FUTSAL E FUTEBOL ........... 25
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 27
03
3.1 O FUTSAL COMO ESPORTE COMPETITIVO ........................................................ 37
3.2 O FUTEBOL COMO ESPORTE COMPETITIVO...................................................... 37
3.3 O FUTSAL E FUTEBOL COMO ESPORTE DE LAZER .............................................. 39
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 41
04
4.1 MÉTODO GLOBAL-FUNCIONAL – COMO UTILIZAR OS JOGOS PRÉ-
DESPORTIVOS NO ENSINO NO FUTSAL E NO FUTEBOL..................................... 47
4.2 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TREINAMENTO NO
FUTSAL E FUTEBOL............................................................................................... 48
4.3 APLICAÇÃO DO TREINAMENTO NO FUTSAL E NO FUTEBOL ............................ 50
05
PARA O ENSINO DAS MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS............ 60
06
6.1 REGRAS DO FUTSAL............................................................................................ 75
6.2 REGRAS DO FUTEBOL ......................................................................................... 76
6.3 ATUAÇÃO DOS ÁRBITROS NO FUTSAL E NO FUTEBOL ..................................... 78
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 80
07
ESCOLAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA ATUAÇÃO DOCENTE........ 85
7.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 85
7.2 AS LUTAS EM RELAÇÃO A SUA HISTÓRIA, CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES ... 85
7.3 A LUTA E SUAS CONCEITUAÇÕES ..................................................................... 93
5
7.4 CLASSIFICAÇÃO DAS LUTAS, MODALIDADES ESPORTIVAS DE COMBATE E
ARTES MARCIAIS ................................................................................................ 95
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 99
08
8.1 ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE ACORDO COM A BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR ..................................................................................... 107
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 111
09
9.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DE LUTAS: PERSPECTIVAS ................... 118
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 122
10
10.1 O ENSINO DE LUTAS E A APLICAÇÃO DE MÉTODOS ..................................... 125
10.2 O DESENVOLVIMENTO HUMANO A PARTIR DAS LUTAS................................. 132
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 136
11
11.1 O JUDÔ E AS MODALIDADES DE DISTÂNCIA CURTA ..................................... 143
11.2 MODALIDADES DE DISTÂNCIA MÉDIA COMO A CAPOEIRA ........................ 146
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 150
12
............................................................................................................... 153
6
HISTÓRICO DO FUTSAL E FUTEBOL UNIDADE
01
Os jogos esportivos coletivos possuem como característica a interação entre
jogadores e equipes em situações de cooperação e oposição no mesmo espaço e
tempo de jogo (CASTELO, 1996; KANNEKENS; ELFERINK-GEMSER; VISSCHER, 2009). Os
designados esportes coletivos de invasão são aqueles jogos em que os jogadores
buscam avançar no terreno de jogo do adversário no intuito de se aproximar do alvo
(baliza) do adversário e, consequentemente, alcançar o objetivo do jogo, isto é,
marcar pontos ou gols. Entre esses esportes estão o Futsal e o Futebol. Esses esportes
possuem similaridades, pois são jogados com os pés. No entanto, surgem em
momentos distintos da história.
A história dos esportes coletivos tem suas controvérsias, pois existem variadas
versões acerca das suas origens e influências. Por exemplo, existem relatos que em
1450 a.C. (antes de Cristo) já se praticava alguns jogos com bola. No entanto, a
sistematização dos esportes como conhecemos hoje é, obviamente, mais recente
do que os primeiros relatos dos esportes com bola. Portanto, o que será apresento
neste livro são, basicamente, relatos de sistematização dos esportes com suas
primeiras regras. As informações aqui apresentadas são as principais informações
aceitas e difundidas pelas instituições que organizam cada esporte.
7
origem, existem algumas correntes que indicam que o futsal (antigo futebol de salão)
surgiu na década de 1930 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu e que seu
criador foi o professor Juan Carlos Ceriani Gravier. Por outro lado, outras correntes
afirmam que a modalidade surgiu na Associação Cristã de Moços de São Paulo,
praticada por alguns jovens em quadras de basquetebol. No entanto, apesar dessa
divergência, existe o consenso que o futsal foi regulamentado no Brasil.
Após a criação e a regulamentação do esporte, suas regras foram lançadas
em 1956, pelo paulista Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes. No entanto, a prática do
futebol de salão não era exclusiva dos paulistas, pois os cariocas praticavam o
esporte na quadra do América Futebol Clube. Dessa maneira, a disputa entre
cariocas e paulistas foi considerada a primeira rivalidade no futsal brasileiro, a qual
pode contribuir para o desenvolvimento do futsal no país.
8
Com o passar dos anos, o jogo de Futsal tem ficado mais dinâmico devido à
evolução física e tática do jogo. Atualmente, de acordo com a literatura científica
(DOGRAMACI et al., 2011), em relação à parte física os jogadores realizam em
média:
esforço de baixa intensidade: a cada 14 segundos;
esforço de alta intensidade: a cada 43 segundos;
esforço em intensidade máxima: a cada 56 segundos;
troca de atividade motora: a cada 3,3 segundos.
9
Figura 2: Sistemas táticos do futsal
As manobras são articuladas pelo fixo e pelos alas, que exercem também o
apoio ao ataque aparecendo como opção de finalização. Trata-se de um sistema
mais compacto, tanto ofensivamente, como defensivamente em razão de os alunos
concentrarem-se na área central da quadra, o que os coloca sempre próximos de
10
manobras utilizadas durante o jogo.
Assim como nos demais esportes coletivos, a origem do futebol tem suas
divergências. A versão mais difundida é que o futebol teve seu início nos primeiros
anos do século 19, mas só teve sua emancipação por volta de 1863, na Inglaterra
(TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Estes autores afirmam que as primeiras
regras uniformizadas surgiram em 1848. Em torno de 1885, os primeiros clubes de
futebol começaram a se formar no Brasil, assim como em outros países. Dessa
maneira, a prática do futebol organizado e sistematizado se dava por meio da elite
branca. Os relatos históricos apontam que Charles Miller foi um dos responsáveis pela
sistematização e propagação do futebol.
Nessa época, a participação dos mais pobres e os negros eram
exclusivamente de espectador. No entanto, os clubes de futebol eram de caráter
amador, tornando-se profissionais em torno de 1933 no eixo Rio - São Paulo. A prática
de futebol feminino era proibida, apesar dos relatos apontarem alguns jogos e
torneios femininos logo na origem do Futebol. Apesar desse período de
profissionalização do futebol, no Brasil, os clubes ainda apresentam dificuldades para
se estruturar do ponto de vista econômico e de estrutura física. Além disso, o futebol
feminino ainda tem uma discrepância absurda em relação ao futebol praticado por
homens, uma vez que os investimentos financeiros são escassos para o futebol
feminino. Além disso, as oportunidades de desenvolvimento são menores para as
mulheres em relação aos homens.
11
Fonte: Disponível https://bit.ly/3D6EDnm. Acesso em: 13 out. 2021
12
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3ibpzN1. Acesso em: 26 out. 2021
13
por parte de alguns jogadores que obtiveram sucesso e prestígio internacional,
reforçam a importância dessa integração. Esses relatos afirmam que esses jogadores
iniciaram suas trajetórias de formação no futsal e isso contribuiu, significativamente,
para a suas formações. Recentemente, o site do Globo Esporte indicou que alguns
atletas que jogaram a Copa de 2018 iniciaram suas carreiras no futsal, dentre eles
estão: Neymar, Marcelo, Alisson, Douglas Costa, Fagner, Filipe Luís, Marquinhos,
Miranda, Geromel, Philippe Coutinho, Renato Augusto e Willian. Disponível em:
https://bit.ly/3JiYBPC. 20 nov. 2021.
14
momentos específicos da formação, uma vez que o jogador decida seguir por um
esporte ou outro para buscar o alto rendimento, é necessário treinar mais
especificamente cada esporte.
15
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Charles Miller.
b) John d'Silva Miller.
c) Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes.
d) Karl Schelenz.
e) William Morgana.
16
a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda uma proposição
falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição
verdadeira.
e) Tanto a primeira, quanto a segunda asserções são proposições falsas.
a) 1910.
b) 1920.
c) 1930.
d) 1940.
e) 1950.
a) Pré-escolar.
17
b) Universal.
c) Orientação.
d) Direção.
e) Especialização.
5. Com a evolução do futebol surgiram diferentes formas de jogar ao longo dos anos.
Essas formas de jogar podem ser expressas pelos sistemas táticos, os quais podem
ser definidos como a disposição dos jogadores no campo de jogo, representado
pelos números de jogadores em cada setor. Diante disso, um dos primeiros
sistemas foi o “pirâmide" ou “sistema clássico”. Qual a distribuição numérica desse
sistema?
a) 1-4-3-3.
b) 1-4-4-2.
c) 1-1-9.
d) 1-2-8.
e) 1-2-3-5.
18
a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição
falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição
verdadeira.
e) Tanto a primeira, quanto a segunda asserções são proposições falsas.
7. Os conceitos de sistema tático e esquema tática são confundidos por muitas vezes
por professores e treinadores. O esquema tático diz respeito às relações que os
jogadores estabelecem no campo de jogo através dos canais de comunicação.
No entanto, o sistema tático tem outra definição. Portanto, não são sinônimos. De
acordo com o texto da unidade, sistema tático pode ser definido como:
8. O futsal passou por evolução durante sua história. Inicialmente era denominado
futebol de salão e após uma mudança na instituição que gerencia o esporte seu
nome foi alterado. Diante disso, indique qual a entidade internacional é
responsável pelo o futsal atualmente?
a) FIFUSA.
b) CBF.
19
c) FIFA.
d) CSFS.
e) COB.
20
ELEMENTOS TÉCNICO E TÁTICO DO Erro!
FUTSAL E DO FUTEBOL Fonte de
referênci
a não
encontra
2.1 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO E TÁTICO DO FUTSAL
da.
Os conteúdos técnicos e táticos relacionados ao processo de ensino-
aprendizagem e treinamento do Futsal devem ser aplicados com base nos diferentes
momentos e fases do desenvolvimento da criança e do adolescente, modificando
a dificuldade e a complexidade das tarefas. Dentre os diferentes conteúdos da
composição técnica, os fundamentos do jogo de futsal são os mais utilizados no
processo de formação.
De acordo com a literatura, a técnica refere-se à execução dos fundamentos
básicos do futsal. Portanto, os fundamentos técnicos do futsal, de acordo com Mutti
(2003) e Gonçalves (2018), são:
Fundamentos Definições
é o meio de comunicação entre os
Passe
jogadores de uma equipe.
representa a principal maneira de realizar
Chute o gol, objetivo principal do jogo, através do
chute de bico, com o dorso, de voleio etc.
habilidade de um jogador receber a bola,
Recepção de bola amortecendo-a e mantendo-a sob o seu
controle.
consiste em carregar a bola, mantendo o
Condução de bola controle sobre ela, de um local a outro da
quadra.
Drible: ação individual com bola, que
consiste numa combinação de recursos
variados, como equilíbrio, velocidade de
Drible e finta arranque, agilidade.
Finta: é o movimento executado sem bola,
a fim de deslocar o adversário e fugir da
marcação.
21
consiste em controlar a bola, dominando-
a, independentemente da trajetória e da
Controle de bola
direção assumidas, usando para tal,
diferentes partes do corpo.
ação de tocar a bola com a cabeça
Cabeceio
durante a fase defensiva ou ofensiva.
ação de tentar recuperar a bola,
Marcação e Combate efetuando marcações e combate aos
jogadores adversários.
Ações específicas de manipulação da
Técnica do goleiro
bola com as mãos.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
22
nesse esporte são semelhantes ao apresentado no tópico anterior. Devido às
características de espaço, os mesmos fundamentos são ajustados para atender às
demandas dos jogos. Por exemplo, o passe longo no futebol necessita de mais força
do jogador ao golpear a bola, uma vez que as distâncias são maiores. No entanto,
os princípios básicos são semelhantes. Esses fundamentos estão contextualizados
pela dimensão tática do jogo, que permite dar significado às demais dimensões no
jogo de futebol e futsal.
Nos processos de ensino-aprendizagem e treinamento da tática no futebol
existem algumas categorias de princípios táticos, os quais compõem os conteúdos
dessa dimensão. Além dos princípios táticos gerais (apresentados no item anterior),
existem também os princípios operacionais e fundamentais do jogo de futebol. Os
princípios operacionais são cinco para a fase ofensiva e cinco para a fase defensiva.
Estes princípios ajudam a operacionalizar o jogo e se relacionam com os conceitos
atitudinais para as duas fases do jogo (TEOLDO et al., 2009).
Ofensivos Defensivos
conservar a bola anular as situações de finalização
construir ações ofensivas recuperar a bola
progredir pelo campo de jogo adversário impedir a progressão do adversário
criar situações de finalização proteger a baliza
finalizar à baliza adversária reduzir o espaço de jogo adversário
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
Ofensivos
movimentações de progressão do
Penetração portador da bola em direção à meta e/ou
à linha de fundo adversária
23
movimentações de apoio ao
Cobertura Ofensiva
portador da bola
movimentações de utilização e
Espaço
ampliação do espaço de jogo efetivo
movimentações nas “costas” do
Mobilidade
último defensor adversário
movimentações que permitem a
Unidade Ofensiva
equipe atacar em unidade
Defensivos
movimentações de oposição direta
Contenção
ao portador da bola
movimentações de apoio ao
Cobertura Defensiva jogador que realiza a oposição direta ao
portador da bola
movimentações que asseguram
Equilíbrio
estabilidade na região de disputa da bola
movimentações de aumento da
Concentração proteção ao gol e que facilitam a
recuperação da bola
movimentações que permitem a
Unidade Ofensiva
equipe defender em unidade
24
2.3 GESTOS TÉCNICOS NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES MOTORAS,
JOGOS PRÉ–ESPORTIVOS E GRANDES JOGOS NO FUTSAL E FUTEBOL
Desenvolvimento motor
25
(GALLAHUE; OZMUN, 2003). Os autores supracitados afirmam ainda que os reflexos
primitivos de sugar e buscar através do olfato estão presentes nesta fase. Esses são
mecanismos de sobrevivência, pois através deles que o recém-nascido busca seu
alimento. Nesta idade não é realizado nenhum estímulo esportivo nas crianças.
Fase de movimentos rudimentares
De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), os primeiros movimentos
voluntários representam as formas básicas de movimento necessárias para a
sobrevivência da criança, pois envolvem movimentos estabilizadores, dentre eles o
controle da cabeça, do pescoço e dos músculos do tronco. Além disso, envolvem
movimentos relacionados às tarefas manipulativas e locomotores. Apesar dessa fase
não ter nenhuma recomendação específica para o esporte, o desenvolvimento
adequado da criança poderá no futuro possibilitar melhores condições de
desenvolvimento do talento esportivo.
Fase de movimentos fundamentais
Nesta fase, já coincide com a fase Pré-escolar proposta na Iniciação Esportiva
Universal. De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), nesta fase a criança
apresenta movimentos voluntários mais específicos e está em constante exploração
e experimentação da sua capacidade motora. É o período em que a criança está
descobrindo como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores,
locomotores e manipulativos, primeiro de forma isolada e, mais tarde, executando
movimentos combinados (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Nesta fase, recomenda-se que
a criança possa ter muito contato com a bola, pois é o objeto de desejo do
praticante.
Os autores comentam ainda que os padrões de movimento fundamentais são
padrões observáveis básicos de comportamento. Por exemplo, atividades
locomotoras (correr e pular), manipulativas (arremessar, apanhar) e estabilizadoras
(andar com firmeza e equilíbrio em um pé só) são exemplos de movimentos
fundamentais que devem ser desenvolvidos nos primeiros anos da infância.
Fase de movimentos especializados
De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), esta fase é resultado da
fase de movimentos fundamentais, pois agora as atividades motoras são mais
26
complexas. Por exemplo, saltar e pular em um pé só agora podem ser associados
com atividades mais complexas como pular corda e práticas esportivas como salto
triplo. Além disso, as crianças poderão estabelecer relações com a bola, ao mesmo
tempo que conseguem estabelecer relações com seus colegas e adversários em
contextos de jogo.
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Manter o contato visual com a bola; atacar a bola; não gerar potência; precisão
no contato com a bola.
b) Posicionar-se no campo para esperar a bola chegar até o jogador; precisão no
contato com a bola; não gerar potência; manter o contato visual com o
companheiro.
27
c) Precisão no contato com a bola; manter o contato visual com a bola; gerar
potência; atacar a bola.
d) Gerar potência; precisão no contato com a bola; manter o contato visual com o
adversário; posicionar-se no campo para esperar a bola chegar até o jogador.
e) Atacar a bola; manter contato visual com o companheiro; precisão no contato
com a bola; gerar potência.
28
c) Penetração, Chute, Recepção de bola, Condução de bola e, Drible e Finta
d) Passe, Cobertura Ofensiva, Recepção de bola, Condução de bola e, Unidade
Defensiva
e) Penetração, Chute, Recepção de bola, Mobilidade e, Técnicas do goleiro
29
a) Penetração.
b) Cobertura Ofensiva.
c) Mobilidade.
d) Espaço.
e) Unidade Ofensiva.
a) 1
b) 2
c) 1 e 2
d) 1 e 3
e) 2 e 3
30
a) Esta fase permite atividades motoras mais complexas. Por exemplo, saltar e pular
em um pé só agora podem ser associados com atividades mais complexas como
pular corda e práticas esportivas como salto triplo.
b) Nesta fase a criança apresenta movimentos voluntários mais específicos e está
em constante exploração e experimentação da sua capacidade motora.
c) É o período em que a criança está descobrindo como desempenhar uma
variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro
de forma isolada e, mais tarde, executando movimentos combinados
d) Nesta fase os movimentos representam as formas básicas de movimento
voluntário que são necessárias para a sobrevivência do bebê, pois envolvem
movimentos estabilizadores, como obter controle da cabeça, pescoço e
músculos do tronco.
e) São classificados como agrupadores de informações, caçadores de alimentação,
reações protetoras e posturais. São agrupadores de informações pois auxiliam e
estimulam o desenvolvimento.
a) Pega-pega.
b) Coelho sai da toca.
c) Bolinha de Gode.
d) Esconde-esconde.
e) Amarelinha.
31
O ESPORTE COMPETITIVO, Erro!
ESPORTIVO E DE LAZER Fonte de
referênci
a não
encontra
A prática esportiva apresenta diversas características de acordo com
realidade social em que está inserida (ex.: complexidade, incerteza, da.
conflito de
valores, dentre outras). Essas características requerem do professor/treinador a
capacidade de refletir, de solucionar problemas e de desenvolver a criatividade
durante sua própria ação. Em relação ao esporte, não é possível compreendê-lo por
si só como saúde, educação e cultura, numa perspectiva de autêntico
desenvolvimento humano, se esse estiver descontextualizado de seus aspectos
socio-culturais ou sem uma clara noção de suas intenções. Dessa maneira, o esporte
não é educativo sobre todos os planos, é necessário que um educador faça dele
um objeto e um meio de educação (BELBENOIT, 1976).
Nesta mesma lógica, o esporte não pode significar apenas uma competição
altamente estruturada, na qual os atletas buscam a máxima performance esportiva.
O esporte possui, pelo menos, três manifestações distintas que o professor/treinador
deve considerar na sua prática: (1) esporte-performance, que possui o objetivo de
buscar o alto rendimento nas categorias de formação ou no profissional; (2) esporte-
participação, que tem o objetivo de promover o bem-estar, recreação e o esporte
de lazer para todos e; (3) esporte-educação, que tem objetivos claros de formação,
norteados por princípios socioeducativos, preparando seus praticantes para a
cidadania.
32
Figura 6A: Representação do esporte-performance
33
Figura 6B: Representação do esporte-participação
34
ser evitados, sobretudo, acerca da competição, independentemente, do tipo de
manifestação do esporte. Um desses equívocos está relacionada à competição na
iniciação esportiva, onde a criança tem seus primeiros contatos com o esporte. A
competição exacerbada leva o professor/treinador a impor ao aluno/esportista o
seu desempenho máximo, através de grupos de técnicas de um esporte específico,
levando-o a uma extrema especialização. Tal fato pode levar o aluno a uma
especialização precoce, o que prejudica seu desenvolvimento no esporte. Promover
uma competição deveria ser uma oportunidade de encaminhar o aluno à própria
superação, em um movimento que conduz à paz consigo mesmo e com os outros.
Dessa maneira, faz-se necessário que a competição não seja vista sempre contra
alguém, mas sim contra si próprio, sendo um marco de referência para uma
autoavaliação. Portanto, o objetivo da competição nas fases de iniciação esportiva
deve estar voltado à autossuperação e ao autoconhecimento.
Por sua vez, quando o jovem atleta entra, segue o processo de formação e
demonstra interesse e motivação para a prática formal do esporte, a competição
pode possuir um significado diferente. De acordo com Rose Júnior (2002), competir
significa enfrentar desafios e demandas que podem, de acordo com muitos aspectos
individuais e situacionais, representar uma considerável fonte de estresse para os
atletas, dependendo de seus atributos físicos, técnicos e psicológicos. Esse fato
ocorre, pois em muitos casos, a competição não é encarada da melhor maneira
possível.
35
“campeão”. Em primeiro lugar, a competição é uma preparação para a vida, pois
vivemos em uma sociedade que é altamente competitiva e requer cada dia mais
preparação e conhecimento para, por exemplo, ingressar no mercado de trabalho.
Em seguida, a competição é um ambiente que envolve múltiplos sentimentos e
emoções. O aluno/atleta pode ter o sentimento de alegria por uma vitória, mas
também pode aprender a lidar com tristeza e frustrações, o que pode gerar resiliência
para enfrentar os desafios diários.
Dessa maneira, a questão fundamental não é se pode ou não ter competição
no âmbito escolar e/ou competitivo desde o início da formação esportiva. No
entanto, a questão principal é como essa competição é encarada. Por exemplo, o
esporte compõe os conteúdos da educação física no âmbito escolar. Portanto,
excluir a competição nesse contexto significa excluir conteúdo inerente à educação
física. Dessa maneira, a competição na escola pode ser utilizada para transmitir, por
exemplo, a ideia de superar a si mesmo e de vencer por ser o mais competente e
não a qualquer custo.
Para que uma competição seja bem-sucedida é preciso considerar alguns
pontos que serão indicados em tópicos abaixo:
Objetivo da competição
Nos esportes coletivos, a competição pode ter diversos objetivos, dentre eles:
de integração, de avaliação, de confronto de forças etc. Por exemplo, o
professor/treinador pode organizar um festival interno na escola e/ou clube no intuito
de integrar diferentes alunos de turmas distintas. Por outro lado, o professor/treinador
poderá expor seus alunos/atletas em competições com nível técnico mais avançado
para avaliar o nível de desempenho de seus alunos/atletas em determinada
modalidade. Ou seja, o professor/treinador deverá considerar os objetivos durante a
participação em uma competição.
Estrutura da competição
Quanto mais estruturada e organizada for uma competição esportiva, mais
chances ela tem de proporcionar benefícios para os participantes. Por isso, uma
36
competição deve ter um regulamento interno, o qual tem o objetivo de estabelecer
regras e normas de conduta de todos os envolvidos na competição. Outro ponto
importante é a infraestrutura do evento. Por exemplo, em uma competição de
futebol com alunos/atletas de sete anos de idade, é necessário adaptar o tamanho
do campo, o tamanho e o peso da bola, o tamanho das traves etc. Esse fato é
importante, pois a criança dificilmente terá uma experiência de sucesso se as
condições não forem favoráveis para a realização de um determinado esporte.
37
entre um clube de futebol e um jogador pode ser assinado a partir de 16 anos de
idade com duração máxima de cinco anos. Dessa maneira, é a partir desse
momento da formação esportiva que as competições se tornam mais presentes no
calendário do Futebol Brasileiro.
Para exemplificar como as competições oficiais das categorias de base são
organizadas, em 02/04/2021, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou
uma atualização do calendário da base do futebol brasileiro em 2021. As seguintes
competições foram destacadas:
Copa do Brasil Sub-20: 10/03 a 20/06;
Brasileiro Sub-17: 08/05 a 14/08;
Brasileiro de Aspirantes: 10/06 a 24/10;
Brasileiro Sub-20: 27/06 a 21/11;
Copa do Brasil Sub-17: 17/08 a 16/11;
Copa do Nordeste Sub-20: 29/09 a 4/12;
Supercopa do Brasil Sub-17: 15/12;
Supercopa do Brasil Sub-20: 15/12.
Para o futebol feminino, as competições de base previstas para 2022 são:
Torneio de Desenvolvimento de Futebol Sub-16 e Sub-14: 03/12 a 11/12;
Brasileiro Sub-17: 13/04 a 30/04;
Brasileiro Sub-20: 03/05 a 02/07.
38
3.3 O FUTSAL E FUTEBOL COMO ESPORTE DE LAZER
39
Figura 7: Representação da prática do jogo de futebol na rua como lazer
40
FIXANDO O CONTEÚDO
41
c) O esporte-educação tem o objetivo de promover saúde, animação e o esporte
de lazer para todos.
d) O esporte-educação tem o objetivo de buscar o alto rendimento na categoria
profissional.
e) O esporte-educação tem o objetivo de buscar o alto rendimento nas categorias
de formação.
42
d) Qualquer atividade física quando vira competição pode levar à melhoria da
saúde, pois independentemente de ser criança ou não, a competição faz com
que a pessoa tenha que treinar demais e uma hora isso vai se virar contra à saúde,
causando lesões.
e) A competição esportiva entre crianças vai além de questões de saúde. Para a
criança que está em competição, ela vive para competir, deixando os estudos
de lado e não tendo uma vida social como a de outras crianças. O maior
benefício é que ela passa a ter responsabilidades, virando um adulto na pele de
uma criança.
43
d) Em uma competição de voleibol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em uma quadra com dimensões de 18 x 9 metros, bola igual à utilizada
com adultos e a rede em uma altura da rede de 2,43.
e) Em uma competição de futebol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em um campo com dimensões de 60 x 39 metros, bola menor à utilizada
com adultos e o tamanho das traves 5 x 2 metros.
6. Uma competição esportiva pode ser também nomeada como disputa, partida,
jogo, ou em alguns casos, corridas, e, dependendo do caso, campeonato,
torneio, copa, troféu ou liga. A competição é todo tipo de certame disputado sob
as regras de determinado esporte em específico. Dessa maneira,
independentemente da característica da competição, para que uma
competição seja bem-sucedida é preciso considerar diversos fatores, dentre eles
o planejamento da competição. Portanto, o que é planejamento?
44
c) serviço de preparação de um plano de trabalho, de uma tarefa, com o
estabelecimento de métodos convenientes.
d) prescrição da maneira de organizar-se algo, com o estabelecimento de métodos
convenientes.
e) ato ou efeito de fundamentar(-se), apoiar(-se), documentar(-se), com o
estabelecimento de métodos convenientes.
7. Nos esportes coletivos, a competição pode ter diversos objetivos. Por exemplo, o
professor/treinador pode organizar um campeonato para expor seus
alunos/atletas em competições com nível técnico mais avançado e, dessa
maneira, avaliar o nível de desempenho de seus alunos/atletas em determinada
modalidade. Ou seja, o professor/treinador deverá considerar os objetivos da
equipe durante a participação em uma competição. Outro objetivo de uma
competição pode ser a integração. Portanto, qual alternativa abaixo descreve
uma situação de integração entre atletas?
45
uma regra em, praticamente, todos os setores da vida social” - Fábio Brotto.
Marque a alternativa que define o tipo de jogo apresentado no trecho acima:
a) Jogos populares.
b) Jogos competitivos.
c) Jogos cooperativos.
d) Jogos indígenas.
e) Jogos antigos.
46
JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS, Erro!
PLANEJAMENTO E TREINAMENTO Fonte de
DE EQUIPES referênci
a não
encontra
4.1 MÉTODO GLOBAL-FUNCIONAL – COMO UTILIZAR OS JOGOS PRÉ-
da.
DESPORTIVOS NO ENSINO NO FUTSAL E NO FUTEBOL
47
Figura 8: Representação da recepção da bola com a “pisada”
48
aprendizagem e treinamento. Além disso, planejar as sessões de treino,
individualmente, implica levar em consideração os objetivos propostos em períodos
semestrais ou anuais, mas também permite a adaptação necessária para o
momento atual da turma/equipe.
49
Certificar as condições climáticas para evitar problemas com as atividades
e jogadores. Por exemplo, o futebol é uma modalidade esportiva que ocorre
em locais abertos. Isso pode ter impactos negativos na própria saúde dos
jogadores.
Especificamente, para desenvolver exercícios e atividades de treinamento,
os professores/treinadores devem considerar alguns aspectos:
Ter objetivos claros e específicos;
Duração e intensidade condizentes com os objetivos e com a categoria em
questão;
Ter em mente os pontos que merecem atenção durante o treino (conteúdo,
feedbacks etc.);
Organizar o exercício de modo que todos os atletas participem de forma
ativa e dinâmica. Evitando filas, atletas parados, distraídos ou desmotivados;
Progressão das atividades: sempre do mais fácil para o mais difícil, do simples
para o complexo;
Preparar o campo, circuito de forma didática, que proporcione fácil
compreensão, zelo pelos materiais e pela segurança de todos;
Os materiais como bolas, cones, coletes, arcos etc., devem ser previamente
calculados, conforme ordem de atividades e número de atletas de acordo
com o objetivo do treino.
50
turmas/categorias. Isso ajudará o professor/treinador a obter sucesso na sessão de
treinamento. Por isso, é importante seguir um planejamento bem organizado e
orientado para que o aluno/atleta se desenvolva de acordo com suas
potencialidades e limitações inerentes à idade, sem proporcionar uma
especialização precoce. É necessário compreender que os jovens alunos/atletas
não são miniaturas de adultos e não devem ser submetidos a um treinamento de
adultos. Muitos professores/treinadores apenas copiam exercícios e aplicam sem
seus treinos. Deve-se entender que nenhuma equipe é igual à outra, nem mesmo as
equipes de mesma idade/categoria. Copiar exercícios sem olhar a realidade de seus
alunos/atletas é um passo para o insucesso naquela sessão de treino. Exercícios
aplicados por outros treinadores podem servir como um modelo para que o
treinador adapte e crie melhores condições de organizar seus treinos de acordo com
seus objetivos.
Outro ponto importante no processo de ensino-aprendizagem e treinamento
que deve ser evitado é queimar etapas no desenvolvimento ou impedir o
desenvolvimento dos alunos/atletas. Ou seja, progressão das atividades, sempre do
mais fácil para o mais difícil, do mais simples para o mais complexo, é muito
importante dentro de um grupo em processo de aprendizado. Dessa maneira, a
turma irá aprender, gradualmente. Muitos professores/treinadores queimam etapas
aplicando treinos muito acima do nível dos alunos/atletas ou muito simples e abaixo
das habilidades dos alunos/atletas. Além de prejudicar o desenvolvimento, o
professor/treinador se limita a não conseguir que os treinos sejam estimulantes e com
ambiente propício à aprendizagem.
Por isso, recomendamos algumas ações para os professores/treinadores e
disponibilizamos um modelo de organização de aula/treino:
Explicação
• Explicar os objetivos dos exercícios ou atividade;
• Explicar o papel de cada jogador dependendo da tarefa a ser executada;
• Explicar somente quando todos estiverem prestando atenção, não se deve
explicar enquanto os alunos estão conversando ou distraídos.
51
Demonstração
• Sempre demonstrar aquilo que se explica, sendo o próprio professor ou algum
aluno que tenha maior facilidade;
• Certificar de que não há nenhuma dúvida após a explicação da tarefa.
Observação
• Sempre observar a postura, os gestos, os movimentos e ações dos alunos
durante as atividades e exercícios propostos;
• A observação é importante no momento de identificar problemas e sucessos
na execução.
Motivação
• Sempre motivar os atletas durante as atividades e exercícios;
• Dar orientações breves, como comandos motivadores, ex.: “boa bola”, “bom
passe”, “isso, você foi bem”, “vamos, não pare!”
Intervenção e Adaptação
• Sempre intervir no momento certo, nunca deixar para intervir depois;
• Instruir novamente o exercício de forma mais clara;
• Revisar os pontos observados, positivos ou negativos. Os alunos gostam de
feedbacks nas atividades;
• Para progredir com as atividades, sempre o professor deve começar do
menor grau e ir evoluindo conforme a assimilação dos atletas.
52
2. AQUECIMENTO: (5 minutos de duração)
Atividade 1 -
Atividade 2 -
Exercícios preparatórios referentes ao conteúdo a ser trabalhado.
53
FIXANDO O CONTEÚDO
I. O método analítico pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das partes
de uma habilidade.
II. O método global consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida.
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo nas quais
comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo propriamente dito.
IV. O método da resolução de problemas é caracterizado pela demonstração por
parte do professor de uma determinada técnica e a repetição imediata dos
alunos.
a) I e II
b) I, III e IV
c) III e IV
d) II e III
e) II, III e IV
54
II. Independentemente se haverá elementos comuns ou isolados dos esportes
coletivos, em cada jogo existe uma “ideia central”. O aluno não deverá
compreender a tarefa a ser realizada para dificultar as soluções dos “problemas”
advindos do jogo.
55
e) aplicar metodologia voltada para o desenvolvimento integral do esportista,
levando em conta os seus estágios de crescimento e desenvolvimento físico,
afetivo e cognitivo.
56
5. (ENADE 2016) - A prática esportiva pode ser um importante meio de proteção à
saúde mental na infância e na adolescência, mas a busca exacerbada por
resultados a curto prazo tem levado profissionais do esporte a adotar práticas
pedagógicas com ênfase na especialização esportiva precoce. Esses
procedimentos podem causar transtornos emocionais que prejudiquem a saúde
mental de jovens esportistas. Considerando esse contexto, para evitar a
especialização precoce e garantir os benefícios da prática esportiva à saúde
mental de crianças e adolescentes, o profissional de educação física deve:
I. O método por partes pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das partes
de uma habilidade.
II. O método pelo todo consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida.
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo nas quais
comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo propriamente dito.
IV. A escolha entre o método por partes ou o método pelo todo deve levar em
consideração o nível de complexidade e a organização da habilidade.
57
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
58
e) III e IV.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
59
O ESPORTE COMO EXPRESSÃO DE Erro!
CULTURA E SUAS IMPLICAÇÕES Fonte de
PARA O ENSINO DAS referênci
MODALIDADES ESPORTIVAS a não
COLETIVAS
encontra
da.
5.1 O ESPORTE COMO REPRESENTAÇÃO CULTURAL
60
partir dos modelos de ensino apresentados nos dois próximos tópicos.
61
exercício é importante para melhoria do desempenho do aluno, uma vez que é
através do exercício que o professor irá estimular o desenvolvimento dos alunos. No
entanto, o exercício pelo exercício, sem uma construção pedagógica e sem uma
lógica de intervenção, não é capaz de gerar melhorias do desempenho dos alunos
(TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Por vezes, esse desempenho pode até ser
reduzido, pois o aluno não é capaz de aplicar no esporte aquilo que é exigido, tanto
no âmbito de clubes, quanto no âmbito escolar.
Os métodos apresentados abaixo estão baseados no livro Iniciação Esportiva
Universal 2, de Greco (1998):
MÉTODO ANALÍTICO-SINTÉTICO
O método analítico-sintético é um dos mais tradicionais métodos para ensino
dos esportes coletivos. Sua base conceitual advém de correntes da psicologia que
fragmentam o todo para tentar potencializar o ensino das partes e depois possa ser
aplicado no contexto geral. Nos esportes coletivos, esse método de ensino é
amplamente contestado, pois não é possível fragmentar as diferentes dimensões dos
esportes (GRECO; BENDA, 1998). Essas dimensões são basicamente quatro: tática,
psicológica, física e técnica.
No método analítico-sintético, em primeiro lugar são trabalhados os
componentes técnicos do jogo através da repetição de exercício em cada
fundamento técnico de acordo com a modalidade esportiva. Por exemplo, o passe
com as mãos (no basquetebol e handebol), o passe com os pés (no futsal e futebol),
o levantamento (no voleibol), o arremesso (no handebol e basquetebol) e chute (no
futsal e futebol). Inicialmente, esses exercícios devem ser oferecidos com um baixo
nível de dificuldade e à medida que o aluno vai dominando aquela sequência, as
séries ficam mais complexas.
Esse método de ensino também é conhecido como método “parcial” e de
“série de exercícios”, pois através dele o professor fragmenta o jogo através de
diversas séries de exercícios. Esse método possui os seguintes princípios
metodológicos:
Do conhecido ao desconhecido das partes ao todo;
Do fácil para o difícil diminuição da ajuda;
Do simples para o complexo aproximação gradativa.
62
MÉTODO MISTO
Com o intuito de maximizar os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento, o método misto surge como uma solução pedagógica para superar as
limitações encontradas nos métodos analítico-sintético e global-funcional (GRECO;
BENDA, 1998). Portanto, o método misto caracteriza-se como a junção dos métodos
analítico-sintético e global-funcional. Isto é, inicialmente o professor realiza um
determinado jogo para identificar as potencialidades e limitações de cada um dos
alunos, logo em seguida realiza uma série de exercícios para estimular o
desenvolvimento dos fundamentos técnicos do esporte em questão e, por fim, o
professor aplica o jogo novamente para avaliar se o aluno aprendeu o gesto
técnico.
O jogo é um fator motivador para o praticante, independentemente, de sua
idade e nível de desempenho. Por essa razão, a ideia central do método misto é
satisfazer o desejo primário do praticante, que constitui-se em jogar o esporte em
questão. Satisfazendo esse desejo inicial, o aluno pode estar mais susceptível a
querer desenvolver suas competências e, assim, aceitar mais facilmente as séries de
exercícios do método analítico-sintético. Após realizar uma série de exercícios, o
aluno é submetido novamente ao jogo para testar suas habilidades. Caso tenha
desenvolvido, pode-se aplicar séries mais complexas e com maior grau de
dificuldade.
MÉTODO DE CONFRONTAÇÃO
O método de Confrontação diz respeito à prática do esporte formal, ou seja,
o jogar adulto, com suas regras e formas. Dessa maneira, em cada modalidade
esportiva, o professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento por meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas
para chegar ao jogo formal. Por exemplo, no jogo de basquetebol, o professor irá
dividir duas equipes de cinco jogadores em cada uma e irá permitir que os alunos
joguem com as dimensões oficiais da quadra, altura da cesta etc.
Cabe destacar que esse método não pode ser confundido com o “rola bola”,
que constitui uma prática sem qualquer finalidade pedagógica. No método de
confrontação, o professor deve estar atento a todas as ações que ocorrem no jogo,
para fornecer instruções adequadas a cada aluno. Essas instruções irão estimular o
desenvolvimento do aluno. A literatura científica especializada no ensino dos
63
esportes coletivos tem indicado que a instrução assume um papel fundamental, pois
quando o aluno é instruído, se sente mais motivado e tem seu desempenho
potencializado.
MÉTODO SITUACIONAL
O método situacional é mais recente nos processos de ensino-aprendizagem
e treinamento, comparativamente, aos métodos analítico-sintético e global-
funcional. O método situacional surge com a necessidade de um processo de ensino
que acompanha a evolução dos esportes coletivos e se aproxima mais da dinâmica
criada em um dos esportes. Por exemplo, no voleibol a regra da “vantagem”
tornava o jogo longo, menos atrativo para os espectadores e para a própria
impressa, que era responsável por transmitir um jogo dessa modalidade. Quando
essa regra deixou de ser aplicada, o jogo tornou-se mais rápido e dinâmico, além
de mais exigente em termos de habilidade dos jogadores. Isso ocorreu, pois cada
ação de saque para iniciar o jogo gera um ponto, consequentemente, para alguma
das equipes.
O método situacional, como o nome sugere, é baseado em jogadas extraídas
de situações padrões do jogo formal. Dessa maneira, o professor irá determinar quais
situações deseja trabalhar e, assim, pode colocar em prática nos processos de
ensino-aprendizagem e treinamento. Por exemplo, o professor pode criar situação
de inferioridade numérica (sete contra seis), simulando o aluno que recebeu
punição de dois minutos fora no handebol. Dessa maneira, pode condicionar a
equipe a se comportar de maneira adequada (ao seu entender) nessa situação.
Uma característica positiva nesses métodos de ensino-aprendizagem e
treinamento se refere ao fato de que as componentes técnica e tática do jogo são
trabalhadas de maneira conjunta. Além disso, proporciona o desenvolvimento das
habilidades percepto-cognitivas, que são fundamentais para o rendimento
esportivo de excelência. Com isso, o professor estimula a flexibilidade e a
criatividade dos alunos nas situações apresentadas no jogo. Dessa maneira, o aluno
terá condições de conhecer o jogo formal em suas diferentes fases e planos. O
método situacional, de maneira indireta, reúne as vantagens dos métodos analítico-
sintético e global-funcional em uma forma simples, deixando de lado as
desvantagens esses métodos apresentam.
64
5.3 MODELOS DE ENSINO ATUAIS PARA OS ESPORTES COLETIVOS
65
Matriz Conceitual
Momentos do jogo:
A Fase Ofensiva é caracterizada pelo momento de organização em que a
equipe detém a posse de bola e possui seus jogadores dispostos para o ataque. A
Transição Ataque-Defesa acontece no instante em que a equipe perde a posse de
bola e exige do jogador mudança de atitude, saindo da fase ofensiva para a
defensiva. A Fase Defensiva é condicionada pela necessidade de recuperação da
posse de bola, pois nesse momento a equipe adversária detém a posse e passa a
assumir a iniciativa do jogo. A Transição Defesa-Ataque se dá no instante em que a
equipe recupera a posse de bola e inicia as ações ofensivas. Neste instante, a equipe
deve mudar seu pensamento saindo da situação defensiva transitando para a
atitude ofensiva, a qual irá novamente se organizar para iniciar o ataque.
Escalas da Equipe:
As escalas da equipe se referem às diferentes possibilidades de treinar os
aspectos da equipe em nível coletivo (1), intersetorial (2), setorial (3), grupal (4) e
individual (5).
(1) (2)
(3) (4)
66
(5)
Princípios Metodológicos
Princípio da Progressão Complexa
Compreende a organização das sessões de treino conforme a evolução da
equipe ao longo do período de treinamento. Retirando ou acrescentando os
desgastes físico e mental referentes aos conteúdos do modelo de jogo.
O modelo de jogo é o que vai nortear todo trabalho desenvolvido no
treinamento. Os exercícios serão específicos se tiverem relação com o modelo de
jogo da equipe. Caso contrário, os jogadores e as equipes estarão aprendendo
comportamentos indesejáveis de acordo com a “cultura” do clube, isto é: a forma
de jogar da equipe.
Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Tem como objetivo induzir adaptações e fazer emergir os padrões de jogo
específicos por meio da indução de comportamentos nos diferentes morfociclos.
67
Domingo: Jogo
Segunda: Folga
Terça: Recuperação Ativa
Quarta: Tensão (Operacionalização aquisitiva)
Quinta: Duração (Operacionalização aquisitiva)
Sexta: Velocidade (Operacionalização aquisitiva)
Sábado: Recuperação Ativa*
Domingo: Jogo
*O treino de sábado, para além de uma recuperação, visa pré-ativar os
jogadores e a equipe para o jogo no dia seguinte. Portanto, tem um caráter
específico e diferente da recuperação ativa da terça-feira. Outro detalhe importante
é que esse é um exemplo de morfociclo com jogo de domingo a domingo. Caso os
jogos aconteçam de sábado a sábado, por exemplo, a lógica e sequência dos
treinamentos são as mesmas.
O dia de tensão requer um tipo específico de contração muscular com mais
frequência do que os demais tipos de contração muscular. Portanto, o exercício
precisa ter as características que favoreçam esse tipo de contração muscular. Isso
também ocorre com a duração e com a velocidade conforme figuras abaixo:
Quando o calendário envolve jogos no meio da semana, a organização dos
treinamentos muda de acordo com o morfociclo abaixo.
68
Domingo: Jogo
Segunda: Recuperação Ativa
Terça: Recuperação Ativa
Quarta: Jogo
Quinta: Folga/ Recuperação Ativa
Sexta: Recuperação Ativa
Sábado: Recuperação Ativa
Domingo: Jogo
Os estímulos relacionados à operacionalização aquisitiva não aparecem em
morfociclos com jogo durante a semana, pois a soma dos estímulos de treino deve
ser igual a um estímulo de jogo. Portanto, se ocorre um jogo no meio da semana, os
estímulos já são alcançados naquela semana.
69
FIXANDO O CONTEÚDO
70
d) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de um determinado jogo, logo após o gesto técnico e, por fim, o jogo
novamente.
e) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de jogadas extraídas de situações padrões do jogo formal.
4. Um dos métodos tradicionais que são utilizados nos esportes coletivos é o método
analítico-sintético. Esse método possui características particulares e estratégias de
ensino diferentes. Diante disso, quais as características referem-se a tal método ?
71
a) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de uma série de jogos (recreativos, pré-desportivos e jogos de iniciação) que
não são mais difíceis que o jogo formal.
b) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio da divisão dos componentes técnicos do jogo através da repetição de
exercício em cada fundamento técnico.
c) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de jogadas extraídas de situações padrões do jogo formal
d) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de um determinado jogo, logo após o gesto técnico e, por fim, o jogo
novamente.
e) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas para chegar ao jogo
formal.
6. A Periodização Tática é uma concepção de treino que pretende ter uma lógica
de compreensão e intervenção no futebol diferente de outras concepções. Dentre
essas outras concepções, podem-se destacar três: a tendência originária do Leste
Europeu, a tendência originária do Norte da Europa e da América do Norte e a
72
tendência originária da América Latina. Em relação à tendência originária da
América Latina, quais características abaixo referem-se a essa concepção:
73
Descrição: As equipes irão jogar livremente durante três minutos em um campo de
15x20 metros. Haverá dois jogadores-alvo que se localizarão nas laterais do campo.
As equipes serão compostas por jogadores das mesmas posições, isto é: defesa,
meio de campo e/ou ataque. A equipe deverá manter a posse da bola, sendo que
poderá passá-la para os jogadores-alvo. Estes só poderão realizar o passe para a
equipe que estiver com a posse da bola.
Variações: Reduzir o tamanho do campo para 10x15 metros, a fim de aumentar a
dificuldade do jogo devido à proximidade entre os jogadores.
a) Individual
b) Setorial
c) Grupal
d) Coletiva
e) Intersetorial
74
REGRAS DO FUTSAL E DE FUTEBOL Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
A FIFA (Fédération Internationale de Football Association) é a instituição que
dirige o futebol e o futsal. Esses esportes possuem a mesma quantidade da.de regras,
obviamente, os detalhes especificam as características de cada modalidade. Tanto
o futebol, quanto o futsal possuem 17 regras, a saber:
75
para melhorar a dinâmica do jogo e promover avanços em aspectos que estão
falhos no jogo. Neste tópico iremos apontar algumas informações pertinentes para
realização do futsal.
As regras do Futsal são aprovadas pela Federação Internacional de Futebol
(FIFA). As dimensões da quadra de futsal para a categoria adulta serão de, no
mínimo, 38 metros de comprimento por 18 metros de largura (figura 9). Para cada
categoria existe uma especificação do tamanho e do peso da bola. A partida será
disputada por duas equipes compostas por cinco jogadores cada. Entretanto, para
início da partida, poderá ter apenas três jogadores. Cada equipe terá um capitão,
que tem o objetivo de representar a equipe durante a partida. Para a categoria
adulta, a partida terá duração de 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos
cada, com intervalo de até 15 minutos. Cada equipe tem direito a um minuto de
tempo técnico em cada período de jogo.
76
As regras do Futebol também são aprovadas pela Federação Internacional de
Futebol (FIFA), instituição que dirige tanto o futebol, quanto o futsal. O futebol é
praticado em um campo com dimensões de 90 a 120 metros de comprimento por 45
a 90 metros de largura (conforme figura 10). No entanto, para jogos oficiais de caráter
internacional, as dimensões são de 100 a 110 metros de comprimento e 64 a 75 metros
de largura. O jogo de futebol tem duração de 90 minutos, divididos em dois tempos
de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos. Apesar de o tempo ser maior do
que os demais esportes coletivos, são permitidas apenas três substituições no tempo
regulamentar. Caso a partida tenha prorrogação (mais 30 minutos), a equipe poderá
fazer uma quarta substituição durante a prorrogação.
Cada equipe será composta por 11 jogadores titulares e o limite mínimo de
jogadores para iniciar uma partida é de sete jogadores. O uso de uniformes, caneleira
e chuteiras é obrigatório. Em uma partida, as equipes adversárias não podem usar
uniformes das mesmas cores.
77
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3N1XxSj. Acesso em: 30 nov. 2021.
O jogo de futebol é controlado por um árbitro que tem autoridade total para
fazer cumprir as regras do jogo. No futsal, o jogo é controlado por dois árbitros com
as mesmas funções. No entanto, no futsal existe um árbitro principal e um auxiliar. De
acordo com as regras do futebol (p. 72), o árbitro tem os seguintes poderes e
deveres:
• fará cumprir as regras do jogo;
• controlará o jogo em colaboração com os demais oficiais da equipe de
arbitragem;
• atuará como cronometrista, tomará nota dos incidentes do jogo e remeterá
às autoridades competentes um relatório, com informações sobre todas as medidas
disciplinares que tomou, assim como de qualquer incidente ocorrido antes, durante
e depois da partida;
• supervisionará e/ou indicará o reinício do jogo.
Para o futsal, os poderes e deveres dos árbitros são semelhantes ao do futebol,
por exemplo, na página 32 é destacado que:
1) Aplicar as regras de jogo do futsal e decidir sobre qualquer divergência
oriunda de sua prática, sendo suas decisões, em matéria de fato, finais e irrecorríveis
78
desde que se relacione com o resultado do jogo;
2) Dirigir o jogo em colaboração com os demais membros da equipe de
arbitragem, sempre que necessário;
3) Devem examinar a pressão da bola do jogo e de todas as bolas reservas,
se estão de acordo com a especificação do fabricante e se estão em condições
de jogo, antes do início do jogo, evitando paralisações desnecessárias para troca
de bola.
79
FIXANDO O CONTEÚDO
a) I e II estão corretos.
b) I e II estão incorretos.
c) Somente I está correto.
d) Somente II está correto.
e) I e II não se referem ao enunciado.
80
3. As regras do Futebol são aprovadas pela Federação Internacional de Futebol
(FIFA). O futebol é praticado em um campo com dimensões de 90 a 120 metros
de comprimento por 45 a 90 metros de largura. No entanto, para jogos oficiais de
caráter internacional, as dimensões são de 100 a 110 metros de comprimento e
64 a 75 metros de largura. O jogo de futebol tem duração de 90 minutos, divididos
em dois tempos de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos entre os tempos.
Apesar de o tempo ser maior do que nos demais esportes coletivos, são permitidas
cinco substituições no tempo regulamentar. No entanto, essas substituições
devem acontecer no número máximo de paradas no jogo. Diante disso, quantas
paradas para substituição podem ser feitas no futebol?
a) 1 parada.
b) 2 paradas.
c) 3 paradas.
d) 4 paradas.
e) 5 paradas.
4. No futebol, cada partida é controlada por um árbitro que tem total autoridade
para cumprir as regras da modalidade durante o jogo. No entanto, o árbitro possui
dois assistentes (“bandeirinhas”) para auxiliá-lo em algumas marcações como na
aplicação da regra do impedimento. Considerando que os assistentes tomam em
média 6,7 decisões de impedimento durante o jogo, é importante salientar que
eles não devem cometer erros para não comprometer o desenvolvimento da
partida. Para evitar os erros, os assistentes devem estar sempre bem posicionados,
caso contrário, os erros são mais comuns, devido à percepção desses assistentes.
Diante disso, analise a imagem abaixo:
81
Nesta figura, o atacante da esquerda não está em impedimento (outside) e o
atacante que está à direita está em posição de impedimento (inside). No
entanto, quando o atacante da esquerda e o defensor são projetados sobre a
retina do assistente em uma posição mais distante (Far), a imagem do atacante
está à direita do defensor. Neste caso, qual será o possível tipo de erro a ser
cometido pelo assistente?
a) Levantar a bandeira.
b) Deixar a bandeira abaixada.
c) Dar sequência à jogada.
d) Comunicar-se, via rádio, com o árbitro.
e) Marcar bola ao chão.
1) Messner e Schmid (2007) observaram que, durante uma partida, se uma das
equipes for da mesma cultura do árbitro, esta tem vantagem sobre a outra;
2) Durante uma partida, os árbitros acrescentam mais tempo de jogo quando o time
mandante está perdendo;
3) Além disso, foi constatado que são marcados mais pênaltis, legítimos ou não, a
favor do time mandante.
De acordo com essas informações, o que isso indica em relação à atuação dos
árbitros?
82
e) Uma clara imparcialidade para os dois times.
I. É válido um gol feito através de um arremesso lateral, sem que o mesmo toque em
algum jogado.
II. Poderá um goleiro fazer uma cobrança de uma penalidade máxima.
III. Quando ocorre um impedimento, é concedido ao adversário um tiro livre indireto,
cobrado no local da ocorrência.
IV. O Juiz poderá determinar uma penalidade máxima, quando um jogador da
defesa, dentro da área penal, agride o adversário de ataque que está
conduzindo a bola.
V. É permitido na defesa, durante uma partida, empurrar, segurar ou dar trancos,
segurar a bola com as mãos fora da área penal.
Estão corretas:
a) I, III e IV.
b) III, IV e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
83
a) O tiro lateral no futsal será cobrado sempre que a bola atravessar o campo
adversário
b) O tiro lateral deve ser cobrado apenas usando os pés sendo a bola colocada no
local por onde saiu, podendo ser jogada apenas em direção ao gol.
c) O jogador que executar o tiro lateral não poderá tocar uma segunda vez antes
que outro jogador toque. Se tocar a mão, será penalizado com tiro direto e se
tocar com qualquer outra parte do corpo será tiro indireto.
d) Se o jogador executar o tiro lateral contra a meta adversária tocar ou for tocada
por qualquer jogador e penetrar a meta, o gol será invalido.
e) Quando for realizado tiro lateral, os jogadores adversários deverão respeitar uma
distância de 1 metro da bola e estar um dentro da quadra de jogo.
84
LUTAS COMO CONTEÚDO UNIDADE
01
ESTRUTURANTE DA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES NA ATUAÇÃO
DOCENTE
7.1 INTRODUÇÃO
Objetivos
Os objetivos das unidades são: compreender a evolução histórica das lutas,
artes marciais e das modalidades esportivas de combate em nossa sociedade
e as perspectivas e desafios destes conteúdos na educação física escolar.
Compreender os principais acontecimentos históricos das lutas e artes marciais
na sociedade;
Compreender o conceito de luta, arte marcial e modalidades esportivas de
combate, assim como suas diferentes estratégias de classificação;
Verificar os principais documentos que norteiam o ensino das lutas na
educação física escolar;
Compreender e discutir os principais desafios e perspectivas do ensino das
lutas na educação física escolar.
O ser humano luta há muito tempo, desde as épocas mais remotas de sua
85
existência, como a pré-história, cujo ato de lutar surgiu com a própria origem do
homem. A princípio lutar pela comida, pela segurança e território, o homem lutava
com os animais e com outros homens para se defender, ou seja, lutar para sobreviver.
86
Imagem 2: Representação de lutadores espartanos e gregos utilizando da luta paraa
guerra
87
Outro fato importante na história das lutas e artes marciais foi o surgimento dos
gladiadores em Roma, por volta de 264 a.C. e a inauguração do Coliseu, onde
aconteciam apresentações ao povo romano, o que na história foi descrito como
uma forma de dominação do povo, em que o governo mantinha um controle por
meio do chamado “pão e circo”, ou seja, o governo romano mantinha o controle do
povo oferendo alimento e diversão por meio das lutas no Coliseu. Neste tempo os
gladiadores lutavam entre si até a morte, ou enfrentavam animais ferozes na arena
(SILVEIRA, 2018; RUFINO, 2012).
88
Imagem 5: Fotografia do Coliseu
89
Imagem 6: Representação da potência das lutas no continente asiático
90
(escola de caminho), onde começou a ensinar judô e a formar professores
(KODOKAN, 2008).
A modalidade judô ganhou espaço no Japão, assim como Jigoro Kano, que
passou a estudar na Inglaterra e se tornou o primeiro japonês a compor o Comitê
Olímpico Internacional, criando espaço e abrindo caminho para as artes marciais.
Por meio do Kodokan, vários alunos de Jigoro Kano foram enviados a diferentes países
no mundo para ensinar o judô e sua filosofia. O Judô também foi ensinado nas escolas
japonesas e em diversos países, assim como foi por um período a modalidade de
defesa oficial do exército japonês.
91
Além do Huka-Huka, outra luta que se desenvolveu no Brasil e tem uma relação
direta com a cultura e história de nosso país é a capoeira. Com a escravidão, vários
negros eram trazidos para o Brasil para serem escravizados no trabalho de corte de
cana-de-açúcar e cultivo de café. Os negros buscaram uma forma de se rebelar e
fugir da condição de escravidão e uma das estratégias foi a capoeira, a luta era
praticada às escondidas na senzala e disfarçada de samba de roda. Os negros
faziam rodas com instrumentos musicais como o atabaque, o agogô, o berimbau e
contavam músicas nos ritmos africanos, fazendo uma roda, o que dificultava a visão
de quem os vigiava e, quando eram supervisionados de perto, mudavam o toque do
berimbau e passavam à dança.
92
forma de defesa aos ataques dos capitães do mato que tentavam recapturar os
negros de volta às fazendas (SEE – SÃO PAULO, 2011).
Com o fim da escravidão, os negros passaram a ter “liberdade”, no entanto,
sem dinheiro, estudo e moradia, passaram a residir às margens da sociedade, com
isso, a capoeira foi discriminada por muito tempo e considerada uma prática de
marginais, sendo associada à violência, bem como a crimes. No entanto, com o
tempo teve seu devido reconhecimento e hoje é considerada patrimônio cultural
brasileiro, sendo um dos maiores símbolos de resistência ao racismo e diferença social.
Por fim, nesta passagem rápida pela linha do tempo das artes marciais
podemos verificar que, atualmente, existem diversas modalidades de lutas e artes
marciais que são enquadradas como modalidades esportivas de combate e que
fazem parte do programa olímpico, conforme apresentado no site do Comitê
Olímpico Internacional (IOC, 2018), como Judô, o Taekwondo, a luta Olímpica, a
Greco-romana, a Esgrima e o Boxe.
Além destas modalidades, pode-se observar um espaço expressivo na mídia
para o MMA, artes marciais mistas que são realizadas por diferentes organizações
(Jungle fight, Bellator, entre outras), sendo a mais conhecida a empresa UFC®
(Ultimate Fight Championship), modalidade que teve hegemonia no Brasil por muito
tempo.
Sendo assim, o contexto histórico é importante para a compreensão da
evolução das lutas ao longo do tempo, o que facilita a compreensão do estado
atual desta prática da cultura corporal de movimento.
7.3 A LUTA E SUAS CONCEITUAÇÕES
93
A utilização de termos diferentes no estudo da luta pode causar confusão e
dificuldade de compreensão de cada contexto, no entanto, apesar de existirem
algumas diferenças na definição dos termos, lutas, artes marciais e modalidades
esportivas de combate acabam se entrelaçando, de modo que algumas
modalidades se enquadram nos três termos.
De acordo com Correia e Franchini (2010), o termo luta refere-se aos embates
corporais/físicos por intenções de subjugações entre os sujeitos, luta corporal, na
linguagem popular, ou seja, o que apresenta agon (oposição).
Sendo assim, arte marcial está associada à cultura, à história de um povo, que
utilizou da luta como forma de defesa, por exemplo, Karatê em Okinawa, a capoeira
no Brasil, o Krav-Maga em Israel.
Deste modo, quando nos referimos às modalidades esportivas de combates,
estamos falando de um sistema configurado em manifestações presentes em nossa
cultura, desde a antiguidade até em tempos contemporâneos, que são orientadas
e organizadas por instituições esportivas (federações e confederações), como por
exemplo, o Boxe, o Taekwondo, entre outras.
94
com sua definição, e como o termo também é apresentado nos principais
documentos norteadores da educação física escolar, como os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs,1998) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
95
lutas de percussão, que são caracterizadas de golpes chamados de golpes de
contusão, ou seja, chutes, socos, joelhadas e cotoveladas; como as modalidades
Muai Thay, Karatê, Boxe, Taekwondo, entre outras modalidades denominadas
modalidade de luta mista, que misturam ações de domínio e agarre e ações de
percussão, como pode ser classificado o MMA.
Uma outra forma semelhante de classificação das lutas é em relação à
espacialidade, ou seja, a distância em que os lutadores se posicionam durante o
combate, nesta condição, podemos classificar como lutas de curta distância,
normalmente, lutas de domínio e agarre; lutas de média distância, normalmente, as
lutas de percussão; lutas de longa distância, classificando neste grupo as lutas que
utilizam algum tipo de arma, como o Kung, Fu, a Esgrima e o Kendo e, por fim, lutas
mistas, como o MMA, que associa ações de curta e média distâncias, ou o próprio
Kung Fu, que pode utilizar distâncias curtas, médias e longas com a utilização de
armas (bastão, muchacho etc.).
Outra importante forma de classificação é em relação à temporalidade, ou
seja, a característica de tempo na luta. Algumas lutas apresentam características
de serem contínuas, ou seja, não são divididas em rounds, como é o caso do judô,
do jiu-jitsu que só param por alguma intercorrência da luta, sem definição de tempo
para as paralizações, e algumas apresentam características de serem lutas
intermitentes, ou seja, são divididas em rounds, com intervalos onde os atletas
podem conversar com seus técnicos, se hidratar e receber cuidados médicos, como
o boxe, o taekwondo, entre outras.
Por fim, as lutas também podem ser classificadas de acordo com seus
princípios operacionais, os quais são divididos de acordo com relação à meta em
tocar direto, onde cada toque vale ponto, por exemplo, o taekwondo, em que
cada ação de golpe válido tem uma pontuação determinada; tocar indireto, por
exemplo, o boxe, em que cada soco não vale um ponto, necessariamente, e o
atleta é avaliado pelo desempenho no round como um todo; de segurar direto, no
caso dos estrangulamentos ou chaves articulares, que levam o adversário à
desistência da luta; e de segurar indireto, onde a ação de segurar precisa ser
associada a uma determinada condição, por exemplo, no judô a imobilização do
oponente precisa ocorrer por pelo menos 10 segundos para se obter alguma
pontuação.
Uma outra forma de classificação das lutas descritas na Base Nacional
96
Comum Curricular (BNCC, 2018) é classificar as lutas como lutas regionais, lutas
nacionais e lutas do mundo, como será apresentado mais detalhadamente na
próxima aula.
Sendo assim, diante das diferentes classificações apresentadas, é importante
que o professor apresente estes diferentes grupos de lutas aos alunos ao longo de
sua vida escolar, ficando a cargo do professor escolher a classificação que melhor
atenda a sua estratégia de trabalho docente e que atenda à realidade de sua
escola e de seus alunos. É importante que o aluno conheça e vivencie, por exemplo,
ao menos uma luta de domínio e agarre, ao menos uma luta de percussão e ao
menos uma luta mista para que compreenda as ações desta luta, e caso goste de
alguma delas possa procurar a prática desta modalidade como prática de
atividade física ou esportiva mesmo fora da escola.
Deste modo:
97
aikidi, jiu-jitsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo, etc.)
(BRASIL, 2018).
98
FIXANDO O CONTEÚDO
2) (ENEM, 2016),
a) judô e karatê.
b) jiu-jitsu e sumô.
99
c) boxe e kung fu.
d) esgrima e luta olímpica.
e) muay Thai e taekwondo.
100
e) naturalização de barreiras socioculturais responsáveis pela exclusão da mulher no
boxe.
101
a) utilizar todas as formas possíveis para agredir o oponente.
b) delimitar o espaço do adversário, não permitindo que ele saia do jogo.
c) invadir o território do adversário sem realizar agressões físicas.
d) derrubar o oponente de modo que os ombros dele fiquem no chão.
e) ser imobilizado pelo seu adversário no momento de combate.
102
e) as lutas podem ser classificadas de acordo com a espacialidade, a indumentária,
a ação motora e sem princípios iniciais.
103
LUTAS E ARTES MARICIAIS A PARTIR Erro!
DOS DOCUMENTOS OFICIAIS NO Fonte de
CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA referênci
NA ESCOLA a não
encontra
da.
Nesta unidade vamos compreender como as lutas e as artes marciais são
inseridas no contexto da educação física escolar a partir da percepção do professor
em consonância com os documentos oficiais da educação. O primeiro documento
analisado será a Base Nacional Comum Curricular apresentada no ano de 2018.
Sendo assim, de acordo com a BNCC:
104
Antes de detalharmos o documento mais recente que rege as diretrizes para
a educação no Brasil, vamos conhecer alguns documentos importantes que
antecederam a BNCC e o que apresentam sobre ao ensino das lutas na educação
física escolar.
Nos parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), (BRASIL, 1998), as lutas são
descritas como
105
oposição e o trabalho de lutas classificadas como lutas de domínio e agarre.
No sétimo ano a proposta é o trabalho com a modalidade Karatê,
apresentado além da luta de percussão, do combate, a questão das
apresentações de Kata, ou seja, formas sistematizadas de lutas imaginárias, utilizadas
para a apresentação das modalidades e manutenção das formas originais das
técnicas.
No nono ano do ensino fundamental era proposto o ensino da modalidade
capoeira, apresentando como uma luta de origem brasileira e de estreita relação
histórica com a história do Brasil, a escravidão, descriminação e toda a sua
importância histórica e cultural, que apresentaremos na quarta aula desta disciplina.
No primeiro ano do ensino médio a modalidade de luta proposta foi a
esgrima, a qual é relacionada com a evolução histórica dos exércitos e a evolução
humana, que utilizava a prática de esgrima para formação de guerreiros e defesa
da pátria ou do reino, como no império greco-romano e a construção social da
modalidade até os moldes como modalidade esportiva; o material traz a sugestão
de construção de espadas como material alternativo e a criatividade para a prática
e ensino dos conteúdos deste esporte na educação física escolar, sendo nesta
proposta a modalidade de longa distância e que utiliza algum tipo de arma no
confronto entre os oponentes.
Por fim, de acordo com a proposta curricular do estado de São Paulo (2008)
a última modalidade a ser apresentada é o Boxe, em que é contextualizada
historicamente, apresentando a história de alguns importantes atletas a nível
mundial como Mike Tyson e atletas brasileiros como Eder Jofre, Maguila e Popó,
alguns golpes básicos e sugestões de atividades para as aulas práticas. Além dos
conteúdos específicos do boxe, o material traz uma discussão sobre mídia e esporte,
incluindo as Artes Marciais Mistas (conhecidas como MMA do inglês Mix Martial Arts),
e a relação da discriminação da mulher na luta, trazendo discussões sobre a
existência de esportes só para homens ou só para mulheres.
O referencial curricular do Paraná (2018), por exemplo, fez alterações
importantes em suas diretrizes, que privilegiava mais algumas modalidades como a
capoeira e sugeria trabalhos de preferência teóricos com alunos e passou a ter
como base o referencial da BNCC, que será explicado de forma mais detalhada a
seguir. O site da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná também
apresenta conteúdo de diversas lutas e artes marciais que podem auxiliar os
106
professores de Educação Física na elaboração de suas aulas e planejamento
adequado da disciplina, oportunizando aos alunos a chance de conhecer e
vivenciar estas modalidades.
107
Imagem 9: Unidades temáticas e conhecimento das lutas no Ensino Médio
108
Imagem 11: Habilidades a ser desenvolvidas no 6º e 7º anos
109
Imagem 13: Sugestões de conteúdos postos no referencial curricular do Paraná
Desta maneira, temos um rico conteúdo como base para o ensino das lutas
de acordo com os documentos legais da educação para que possamos possibilitar
uma relação de ensino e aprendizagem transformadora, visando a experiência.
110
FIXANDO O CONTEÚDO
De acordo com o texto, podemos identificar uma abordagem das lutas nas aulas
de educação física quando o professor realiza uma proposta envolvendo (ENEM,
2021).
111
clubes, escolas, etc. Embora não sejam um objeto de estudo exclusivo da
Educação Física, têm sido elemento constante de tal campo de atuação. Por
outro lado, as lutas têm sido alvo de severas críticas, especialmente em virtude do
desenvolvimento dos chamados pit boys (rapazes que se utilizam do aspecto
físico e técnico das artes marciais para praticarem atos de violência) (ENADE,
2014).
112
Marque a alternativa CORRETA:
113
6. (CONSULPLAN, 2014) Na capoeira, os movimentos aú, queda de rim, parada de
mão (bananeira), parada de cabeça e macaco fazem parte da dimensão
técnico-tática e denominam-se
a) golpes de ataque.
b) ritmos da capoeira.
c) instrumentos da capoeira.
d) movimentações acrobáticas.
e) formas diferenciadas de ginga.
a) te-waza.
b) shime-waza.
c) sutemi-waza.
d) kata-garuma.
e) katame-waza.
a) yuko.
b) Koka.
c) Ippon.
d) waza-ari.
114
e) nage-waza.
115
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO Erro!
ENSINO DE LUTAS NO AMBIENTE Fonte de
ESCOLAR referênci
a não
encontra
da.
Segundo Correia e Franchini (2010) o conteúdo sobre lutas na educação física
escolar, mesmo que inserido como um conteúdo estruturante e obrigatório da
disciplina e dos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física, muitas
vezes não é realizado de maneira profissional, uma vez que os profissionais que
atuam na área são considerados não possuintes de uma qualificação
especializada, ou que não buscaram a formação continuada para especializar o
conteúdo e inseri-lo no ambiente educacional, desta maneira, cria-se alguns pré-
conceitos em relação às lutas na escola.
Em um estudo realizado por Simões (2006) 68% dos professores relataram
jamais recorrerem às aulas com o conteúdo Lutas. É mais cômodo o professor
ministrar aulas de futebol, de voleibol ou de qualquer outra atividade com bola, do
que preparar aulas envolvendo a luta como conteúdo, no entanto, este
conhecimento está entre os conhecimentos básicos da educação física e precisa
ser trabalhado, pois é de direito dos alunos.
De acordo com Simões (2006) dos professores que ministravam aulas de luta,
50% com ministravam estas aulas com vídeo, o que pode desmotivar o aluno ou
levá-lo à prática inadequada, fora do período escolar; 31,25% contavam com a
ajuda de um especialista na área, o que nem sempre é possível, tendo em vista a
grande quantidade de turmas da mesma série em uma escola, por exemplo; e 12,5%
utilizavam práticas recreativas.
Várias justificativas foram relatadas para não se trabalhar o conteúdo lutas
nas aulas de Educação Física como a de que não tinham instrução para lecionar
(41,17%); que a escola não oferecia condições estruturais para a realização das
práticas de lutas (23,5%); que achavam o conteúdo lutas inadequado para o
ambiente escolar (17,6%); e que não havia especialistas disponíveis para receber
ajuda sobre o tema (17,64%).
116
Fica evidente que existem dificuldades para a prática de lutas na escola, no
entanto, estes obstáculos não devem ser barreiras intransponíveis. Se o professor não
tem conhecimentos suficientes para lecionar estes conteúdos, tendo em vista que
alguns cursos mais antigos não continham a disciplina lutas no currículo, deve buscar
cursos de formação continuada, oferecidos pela própria rede pública de ensino ou
buscar atualização nos documentos oficiais mais recentes.
Com relação aos materiais não há necessidade de um tatame ou lutas e
protetores para a realização das aulas, o professor pode planejar e construir
equipamentos com materiais alternativos com os alunos (por exemplo, construindo
sacos de pancada com jeans e estopa, espadas de jornal, aparadores de chute
com acolchoados ou colchonetes, tudo deve ser planejado de forma antecipada).
117
propiciar um ensino lúdico para com os estudantes da escola
Outro ponto que não pode servir de justificativa para não ensinar as lutas na
escola é de não ser especialista em determinadas lutas, pois mesmo um faixa preta
de uma determinada modalidade não domina outra (exemplo: um faixa preta de
Judô, provavelmente, conheça pouco do Taekwondo), além disso, não temos faixa
preta em atividade de jogos de oposição (luta de dedo, cabo de guerra), tão
pouco os professores de Educação Física dominam todos os conhecimentos da
área/disciplina (exemplo: diferentes modalidades esportivas, dança, jogos,
atividades de aventura).
118
político e social e cultural” (PARANÁ, 2018), segundo a Base Nacional Comum
Curricular. Também se enfatiza que as práticas corporais sejam experiências a partir
da:
Estas dimensões também são associadas aos objetivos do ensino das lutas nas
aulas de Educação Física:
Experimentação: a experimentação está associada à vivência das
manifestações corporais da cultura corporal de movimento, entre elas, as lutas, ou
seja, o envolvimento corporal em diferentes tipos de movimentos, esportes e lutas
119
(BRASIL, 2018).
Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que conduza o aluno à
possibilidade de realizar a atividade de forma autônoma, ou seja, dar condição de
que os alunos realizem movimentos básicos das lutas, movimentos de ataque, defesa
das diferentes formas de lutas. Sabe-se que para a formação de lutadores há
necessidade de práticas sistematizadas por anos ou décadas. No entanto, este não
é objetivo da escola, ou seja, caso este interesse seja despertado nos alunos, devem
ser encaminhados a academias que ofereçam a luta ou esporte de combate
(BRASIL, 2018).
Fruição: permitir ao aluno a apreciação estética das experiências sensíveis
geradas pela vivência corporal e compreender os diversos períodos e momentos
históricos, lugares e grupos (BRASIL, 2018).
Reflexão sobre a ação: dar ao aluno condições de refletir sobre suas ações e
de seus colegas, oriundas das observações e análise das vivências realizadas
(BRASIL, 2018).
Construção de valores: refere-se à aprendizagem de valores e normas
voltados ao exercício da cidadania em prol da transformação de uma sociedade
verdadeiramente justa e democrática, por meio da equidade social, o que está
diretamente associado aos princípios filosóficos da grande maioria das lutas (BRASIL,
2018).
Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as
características e o funcionamento das manifestações da cultura corporal, como é
o caso da classificação, regras básicas e diferenças entre as modalidades de luta,
por exemplo (BRASIL, 2018).
Compreensão: refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das
manifestações da cultura corporal no contexto sociocultural, reunindo saberes que
possibilitem compreender o lugar da cultura corporal no mundo (BRASIL, 2018).
Protagonismo comunitário: conhecimentos e ações necessárias para que os
estudantes participem de forma confiante e autoral, em decisões e ações
orientadas a democratizar o acesso das pessoas às manifestações da cultura
corporal, tomando como referência valores favoráveis à convivência e
transformação social, o que muitas lutas promovem por meio de projetos sociais e
pelo vínculo com uma sociedade que pratica determinadas modalidades (BRASIL,
2018).
120
Seguindo esta lógica na condução dos conteúdos e das aulas, o aluno terá
condições conhecer, apreciar, vivenciar e compreender a importância das lutas,
artes marciais e modalidades esportivas de combate na sociedade, de modo que
possa optar por buscar a prática de alguma modalidade fora do contexto escolar,
ou de explicar à comunidade e aos familiares como se organizam estas atividades
ou mesmo ter condições assistir e compreender as lutas na TV, por exemplo, ou seja,
dar autonomia e direito de escolha ao aluno após o contato e vivência de diferentes
experiências que as aulas de educação física podem proporcionar.
121
FIXANDO O CONTEÚDO
a) caxixi.
b) agogô.
c) pandeiro.
d) atabaque.
e) reco reco.
a) Kata.
b) Ippon.
c) Kumite.
d) mae hiji-ate.
e) yoko hiji-ate.
122
4. (FCC - SEE SP) A dança com elementos da cultura africana surgiu no Brasil no
século XVI, no período colonial, trazida pelos africanos retirados de suas regiões
de origem, para a realização de trabalho escravo. Esse modo de dançar foi
registrado na composição de cultos africanos e também na capoeira, hoje muito
popularizada. Na capoeira encontram- se os seguintes elementos:
123
e) postura e maneira de segurar no oponente; tipos de saudações; maneira de
sentar sobre o tatame; tipos de amortecimentos de quedas; e, dois tipos de
projeções.
a) chapa.
b) ginga.
c) martelo.
d) benção.
e) chapa de costas.
a) ginga.
b) benção.
c) armada.
d) cabeçada.
e) meia-lua de compasso.
124
MÉTODOS DE ENSINO DE LUTAS E Erro!
ARTES MARCIAIS E AS FASES DO Fonte de
DESENVOLVIMENTO HUMANO referênci
a não
encontra
da.
O ensino de lutas e artes marciais vem sendo transformado ao longo do tempo
de acordo com seus objetivos e propósitos neste processo. Como estudamos na
unidade 1, a prática das lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate
foi sofrendo transformações, em decorrência das mudanças sociais, culturais, entre
outras. Sendo assim, as estratégias de ensino das lutas e seus objetivos também foram
sendo transformados.
O propósito inicial era de sobrevivência, então, como em um processo de
seleção natural, sobreviviam aqueles que conseguiam se adaptar melhor ao meio,
porém, com o tempo e a necessidade de utilização da arte marcial como estratégia
de guerra, foi preciso estruturar estratégias de formação de bons soldados, por isso,
foram pensados os Jogos Olímpicos da Antiguidade e os combates como
aconteciam no Coliseu em Roma, a fim de escolher futuros soldados guerreiros.
Após o surgimento das armas de fogo e a transformação cultural
principalmente no Oriente, como por exemplo, no Japão, as artes marciais passaram
por um período de decadência, pois a luta somente como forma de defesa perdeu
um pouco do sentido (VIRGÍLIO, 2000). Com isso, novas propostas foram surgindo,
como a proposta do KODOKAN (escola do caminho), criada por Jigoro Kano, como
vimos na primeira unidade. Kano, que era pedagogo, professor de línguas e de
educação física, pensou na prática do Judô, além de uma vivência corporal, um
método de crescimento pessoal, filosófico e de formação educacional. Propostas
que podemos relacionar de forma direta com os objetivos da educação e da
educação física apresentados nos documentos oficiais (BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR, 2018; PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998; BRASIL, 1998;
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO, 2011).
Para Greco (1998) método de ensino nos esportes é estabelecer uma lógica
125
na sequência de ensino, analisar qual a melhor “maneira” de retenção de um
conteúdo. Em educação essa “maneira” é denominada de método de ensino,
aprendizagem e treinamento (EAT). O processo de EAT dos esportes deve ser
construído segundo uma trilogia, onde o ensino e a aprendizagem se concretizam
através do treinamento (prática), e este se apoia na aprendizagem e no ensino,
através de seu planejamento consistente e variado.
Os métodos de ensino das lutas e artes marciais que foram trazidos para o Brasil
pelos imigrantes orientais seguiam os costumes da época e da cultura dos migrantes,
sem uma preocupação com a formação das crianças e jovens, tendo em vista que
os objetivos eram mais associados às questões de defesa pessoal. Por este motivo,
por muito tempo o que se observava no ensino das lutas era um modelo denominado
tecnicista, que se baseava na repetição dos gestos técnicos, divididos em partes e
que a soma das partes aprendidas deveria se resultar no todo da prática esportiva,
assim como era o ensino da maioria das modalidades esportivas na época.
(NAVARRO, ALMEIDA e SANTANA, 2015).
Como já citado, o ensino das lutas seguia um modelo oriental e o ensino era
sistematizado em atividades chamadas de parcial ou analítico- sintética,
caminhando para as atividades denominadas de abertas ou global-funcionais, ou
seja, as atividades eram segmentadas por etapas. Muitas vezes, as atividades
ensinadas eram desconectadas entre si, por exemplo, aulas e treino de
movimentação em pé e em outros treinos ou aulas com atividades realizadas no
chão (solo), como no judô sem, necessariamente, treinar a passagem dos
movimentos em pé para o chão, o que dificulta a ação aluno quando na situação
de luta, que muitas vezes realizava a queda e ficava sem saber o que fazer até que
alguém o orientasse a buscar a imobilização. (FRANCHINI e DEL VECCHIO, 2012).
Outro ponto importante a ser observado é que, mesmo utilizando um método
parcial (analítico-sintético), um movimento não deve ser cortado quando há
transferência de impulso, um exemplo clássico é a entrada de um golpe, se o golpe
é realizado de forma parcial, o aluno pode apresentar dificuldade na execução
completa do golpe, sendo assim, o professor deve estudar e planejar a melhor forma
de se ensinar aos alunos (GRECO, 1998). Então podemos citar como pontos positivos
do método parcial (analítico-sintético) a rápida melhora da técnica e a facilidade
do controle da aprendizagem, porém como pontos negativos podemos citar que o
ensino pode acontecer fora do contexto técnico-tático e que, muitas vezes, o aluno
126
realiza apenas as respostas mecânicas que foram previamente adquiridas nas
situações propostas pelo professor. (NAVARRO, ALMEIDA e SANTANA, 2015).
De acordo com Donohue apud Franchini e Del Vecchio (2012), o processo de
ensino das modalidades nos países orientais apresentava três características, 1)
relação professor- aluno, em que o primeiro detém todo o poder e conhecimento
sobre o segundo, em relação autoritária e mandatória explicita; 2) hierarquia
contínua, com sistema de graduação, de forma que o menos graduado necessitava
seguir as ordens dos mais graduados, com favores e gestos submissos. 3) A autoridade
centralizada do poder (federação/confederação) e ranqueamento das pessoas
pela graduação.
Já no ocidente, de acordo com cultura grega, o chamado Paidotribo, o
“professor”, em geral era um ex-campeão que mesclava conhecimentos técnicos
específicos e paralelos, como terapia e medicina. O ensino era realizado com
tradição oral muito forte, do mando direto e orientação do Paidotribo. A
aprendizagem seguia um modelo menos participante, a partir da transmissão de
conteúdos em função dos lutadores mais experientes.
Este modelo de ensino mais tecnicista ainda é muito utilizado nas artes
marciais, mesmo nos dias atuais, mas não deve ser utilizado na educação física
escolar, tendo em vista que não se deve buscar o rendimento esportivo na escola,
além do que estas estratégias promovem um grande percentual de abandono dos
praticantes (Burn-out), se observa por exemplo, que somente entre 10 a 20% dos
iniciantes chegam a faixa preta, ou seja uma taxa de abandono de
aproximadamente 90% (FRANCHINI et al., 2007).
Já no método global funcional o aluno aprende a partir do todo, ou seja, se
luta é a partir do lutar, o professor pode ir conduzindo a aprendizagem. Para uma
melhor ilustração, podemos utilizar o modelo do futebol, ao jogar e por meio do jogo
o técnico vai orientando ou intervindo para que o aluno possa compreender e
aprender a jogar, o que torna a aprendizagem mais prazerosa e interessante ao
aluno. Por outro lado, não se pode adotar o que muitos professores chamam de rola-
bola, os alunos jogarem sem nenhuma intervenção ou problematização do professor,
o que não faria sentido educacional.
Como pontos positivos do método global (global-funcional) podemos citar
então o maior contato com a realidade do jogo, a possibilidade de resolver
problemas, simultaneamente, em relação a tempo e espaço, o aumento da
127
motivação e como ponto negativo é que, uma vez aprendida uma técnica de forma
inadequada, a correção fica mais complexa. No entanto, é preciso lutar para
aprender e não aprender para lutar.
Utilizando o Judô como exemplo, o método parcial seria o ensino da técnica
por etapas e cada etapa era repetida de forma sistemática várias vezes, em geral
se utiliza uma contagem em japonês até 10 para cada lado e para cada movimento,
semelhante ao chamado treinamento de judô de Uchikomi e o treinamento global
(global-funcional), semelhante ao que judô é denominado Randori (treino livre), ou
criando algumas brincadeiras sempre com um objetivo determinado.
128
Podemos citar como pontos positivos do método situacional o aumento do
repertório de soluções táticas presentes no jogo/luta formal, maior integração tático-
técnica, e como pontos negativos a necessidade de maior tempo para que se
chegue ao rendimento nos moldes do jogo formal, e a necessidade de maior
experiência do professor na contextualização das unidades funcionais de
aprendizagem.
Outro importante método de ensino que vem sendo utilizado e recomendado,
recentemente, no ensino de lutas e artes marciais é método denominado de
pendular. O método pendular utiliza tanto situações de aprendizagem fechadas,
quanto abertas. Este método utiliza bases teóricas baseadas em Bayer e Garganta
que se apropriam de princípios condicionais dos esportes, conforme descrito por
Gomes et al., (2010). Na luta estes princípios seriam contato proposital, fusão de
ataque/defesa, imprevisibilidade e regras de ação.
Além do trabalho com os princípios condicionais das lutas, também se procura
criar situações de aprendizagem, em que há um direcionamento do aluno na
execução do gesto motor para aquisição/estabilização do movimento aprendido e
em outros momentos atividades de automatização das tarefas técnico-táticas,
situações que utilizam o desvio da atenção do aluno, a fim de automatizar o
movimento (como acontece, por exemplo, ao aprender a dirigir um carro, em que
no início todos os movimentos são pensados e, posteriormente, ficam
automatizados).
Então, no método pendular, são utilizados tanto exercícios parciais que
direcionam a atenção ao movimento, como exercícios globais que buscam o desvio
da atenção e automatização da tarefa motora (FRANCHINI e DEL VECCHIO, 2012).
Além disso, são utilizados como ponto de partida os movimentos fundamentais do ser
humano, como saltar, rolar, girar, agarrar, bater como princípios operacionais
básicos, posteriormente, se caminha para as regras de ação, ou seja, agarre direto
e/ou indireto, toque direto e/ou indireto (como estudado na unidade 1) e, por fim, o
ensino e aprendizagem dos gestos específicos das modalidades esportivas de
combate.
Desta maneira, resumindo os métodos de ensino, temos:
129
Método Parcial (analítico-sintética): atividades abertas, segmentação por etapas,
cada treino um tipo de prática. Rápida melhora da técnica, e a facilidade do
controle da aprendizagem. Ensino mecânico.
Método Global Funcional: Aprendizagem a partir do todo, do lutar, professor conduz
a aprendizagem, compreensão e apreensão da luta pelo aluno de maneira
prazerosa. Estudo pautado na cientificidade.
Método Situacional: Analisa situações táticas do jogo, aumento do repertório de
soluções táticas presentes no jogo/luta formal, maior integração tático-técnica,
necessidade de maior experiência do professor na contextualização das unidades
funcionais de aprendizagem
Método Pendular: Utiliza tanto situações de aprendizagem fechadas, quanto abertas,
se apropria de princípios condicionais das lutas, como: contato proposital, fusão de
ataque/defesa, imprevisibilidade e regras de ação. Busca ensino e aprendizagem
de maneira expansiva pautada na cientificidade entre professor e aluno.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
Veja esta adaptação feita pelo autor deste material, sobre a sistematização
130
utilizada por Franchini e Del Vecchio (2012).
Além dos métodos de ensino, ainda existem alguns estilos de ensino, que
podem ser aplicados nos métodos apresentados acima. Entre os mais conhecidos
estão o descobrimento guiado, em que o professor cria situações de aprendizagem,
instiga o aluno a pensar e solucionar perguntas sobre as melhores estratégias de ação
e guia esse conhecimento. Outro estilo interessante é o de resolução de problemas,
em que o professor propõe alguns problemas encontrados em diferentes situações
do lutar, por exemplo, estar em desvantagem no placar, lutar com atletas mais altos
ou mais baixos, pausar um vídeo e perguntar aos alunos quais seriam as melhores
opções para se atingir os objetivos, ou ainda criar uma situação prática, por exemplo,
você está imobilizado em uma determinada condição, como pode escapar? Após
a descrição do problema os alunos podem ser divididos em grupos e cada grupo
sugere uma resposta ao problema. Posteriormente, as soluções são socializadas,
todas podem estar corretas e, muitas vezes, os alunos trazem soluções desconhecidas
até mesmo pelos professores, ampliando a gama motora e estratégias que podem
ser utilizadas nas lutas. Isso pode ser utilizado tanto nas aulas de educação física
escolar, quanto nas academias de ensino de lutas (FRANCHINE; DEL VECCHIO, 2012).
131
Apesar dos diferentes métodos e estilos de ensino, caminhar de atividades
simples para as mais complexas parece ser a melhor estratégia. O processo
pedagógico, principalmente, na educação física escolar deve superar as práticas
fechadas, repetitivas, cíclicas e não reflexivas. Então, propõe-se um modelo para o
ensino das lutas pautado nos princípios operacionais, regras de ação e, por fim,
gestos específicos aprendidos ao lutar, sendo estes movimentos incorporados às
capacidades motoras das crianças. Sobretudo, como citado por Freire (2006), se
deve ensinar bem o esporte a todos, ensinar a gostar de esporte e ensinar mais que
esporte.
132
fases do desenvolvimento motor proposto por Gallahue na figura abaixo:
Apesar dos documentos oficiais não apresentarem diretrizes para o ensino das
lutas na educação infantil (2 a 5 anos), este conteúdo pode e deve ser trabalhado,
então desde o início da fase de desenvolvimento fundamental, mesmo nos estágios
iniciais, a criança já pode ser apresentada às atividades lúdicas e aos jogos de
oposição. Nesta fase, deve-se pensar atividade simples e divertidas, com finalidade
de trabalhar as habilidades básicas, como as manipulativas, locomotoras e
estabilizadores. Como por exemplo: as habilidades locomotoras podem ser realizadas
atividades de andar, correr, escorregar, girar, saltar, rolar, rastejar, escalar, esquivar,
deslizar e quadrupejar. Sendo assim, podemos variar as formas das atividades, como
o andar, pode-se variar para andar de frente, de lado e para trás; com apoio da
ponta do pé e com apoio do calcanhar, com elevação do joelho, passadas largas
e passadas curtas. Podem ser realizadas alterações na forma do andar, como em
diferente superfície (estreita e larga, na grama e no cimento, na areia e na pedra,
em descida e subida, no alto e no baixo). São exemplos servem para todas as
133
habilidades locomotoras (PALMA, et al., 2010).
A partir dos cinco anos de idade, a maioria dos autores já recomenda o início
das atividades de ensino de lutas nas escolas, como por exemplo, as diretrizes
educacionais atuais. Na faixa etária dos 5 a 7 anos, fase do movimento fundamental
(estágio de proficiência), deve-se priorizar o desenvolvimento das habilidades como
correr, saltar, pular e construção das representações mentais. Sendo assim, deve-se
enfatizar brincadeiras e atividades de empurrar, rolar, correr e pegar de modo lúdico,
também deve-se observar que se deve seguir dos jogos gerais para os específicos,
ou seja, trabalhar os chamados jogos de oposição, imitações de animais como no
Kung Fu, entre outras.
Nesta fase, recomenda-se jogos de oposição e o desenvolvimento das
habilidades básicas. Algumas atividades podem ser realizadas para atender a
objetivos específicos, como jogos para o reconhecimento dos espaços de luta,
controle e precisão dos movimentos entre outros.
Na fase do movimento especializado (estágio de transição) dos 7 aos 10 anos,
as principais características das atividades devem ser de combinação de
movimentos com maior precisão e controle, sendo enfatizadas as brincadeiras de
oposição, bem como movimentos de distâncias curta, média e longa e diversidade
dos jogos de oposição.
Entre os 11 e 13 anos, fase do movimento especializado (estágio de
aplicação), as principais características das atividades devem ser de tomada de
decisão, ampliação da relação entre a tarefa, o ambiente e o indivíduo, enfatizando
combinações de socos e chutes, aprendizagem de esquivas, aplicação de
movimentos como rolamentos, agarres, toques etc., utilizando como base os
princípios operacionais das diferentes classificações de lutas.
Nesta fase, as lutas com princípios condicionais semelhantes podem ser
trabalhadas em conjunto, por exemplo, lutas de domínio e agarre (Judô, Jiu-Jitsu,
Luta olímpica), lutas de percussão (Karatê, Taekwondo), lutas com utilização de
armas (Kendo, Esgrima), facilitando a compreensão dos alunos.
134
Por fim, dos 14 anos em diante, na fase do movimento especializado (estágio
de utilização ao longo da vida), as principais características são a ampliação do
repertório motor, aprendido ao longo da vida, movimentos mais refinados, de modo
que se enfatize a ampliação dos movimentos e combinações, a lógica das diferentes
modalidades, aprendizagem das práticas de distância mista e prática de
modalidades específicas de lutas e artes marciais. No ambiente da academia, fora
da escola, é o momento de se intensificar as competições e ampliar a participação
dos jovens na especialização da modalidade escolhida para a prática, e na escola
é o momento de conhecer mais a fundo cada uma das modalidades de lutas,
movimentos específicos, regras, vivenciar experiências como as lutas combinadas,
Katas (sequência de movimentos predeterminados) e questões sociais e culturais
associadas a cada tipo de luta.
Lembrando que em nossa última aula na sequência apresentaremos sugestões
de atividades que podem ser realizadas em algumas modalidades, pelo menos uma
modalidade de domínio e agarre, uma de percussão, uma mista e uma com
utilização de armas.
135
FIXANDO O CONTEÚDO
136
Assinale a alternativa que NÃO apresenta corretamente as características dessas
unidades temáticas.
Alternativas
3. (FUMARC, 2018) Ao discutir com seus alunos do Ensino Médio sobre a importância
das lutas e do desenvolvimento da força para a qualidade de vida, especialmente
em relação à idade adulta e ao envelhecimento saudável, a professora de
Educação Física Aline teve como objetivo que os estudantes construíssem uma
autonomia para lidar com a realização de exercícios físicos, independentemente
da supervisão de profissionais. Por isso, em uma aula, ela apresentou o conceito
de carga e os seus componentes que interferem no desenvolvimento da força e
devem ser levados em conta ao se programar exercícios físicos para a
modalidade lutas. Para a aula seguinte, Aline solicitou aos alunos que eram
praticantes da modalidade que trouxessem exemplos dos componentes da carga
para discussão em sala. Uma das alunas trouxe seu programa de exercícios da
academia de lutas que frequenta, no qual ela realiza o total de 40 repetições de
um determinado exercício para as pernas.
137
Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta
corretamente o componente da carga apresentado pela aluna.
Alternativas
a) Densidade.
b) Duração.
c) Frequência.
d) Intensidade.
e) Volume.
138
( ) Com a preocupação de que o adolescente pratique duas ou três modalidades
esportivas, deve-se iniciar o aperfeiçoamento e a especialização das técnicas
esportivas.
Alternativas
a) F – F – V – V.
b) F – F – F – V.
c) F – V – V – F.
d) V – F – F – V.
e) V – V – V – F.
Alternativas
a) Área da saúde.
139
b) Área de conhecimento.
c) Atividade física.
d) Iniciação Esportiva.
e) Psicologia do esporte.
Alternativas
140
descaracterizar o ensino da disciplina, levando-o a se tornar uma simples atividade
técnica ou recreativa, desprovida de função no processo educativo pleno.
Alternativas
Alternativas
141
a) Competir é, por natureza, a maneira mais democrática de ensinar esporte, uma
vez que, na sociedade, cada um deverá se destacar em alguma atividade.
b) Dar oportunidade para os que não são bons tecnicamente terem papéis de árbitro
ou de torcedores no lugar de jogar é uma estratégia eficaz de inclusão.
c) Relacionar teoria e prática é uma das formas que a Educação Física tem para
afirmar o direito de todos de acesso e de participação.
d) Romper com o histórico centrado no desempenho físico e técnico significa
fortalecer a seletividade entre alunos aptos e inaptos.
e) Tomar o princípio da inclusão e o direito de todos de acesso e de participação
evidencia o tratamento de alunos e alunas como uma totalidade homogênea.
142
LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA Erro!
ESCOLAR: APLICAÇÕES PRÁTICAS Fonte de
referênci
a não
encontra
Nesta unidade serão apresentadas diversas sugestões de atividades e de
estruturação de conteúdos de diferentes lutas, tendo como base os princípios
condicionais das lutas, com conteúdo de uma luta de domínio e agarre,da.
uma luta de
percussão, uma luta mista e uma luta que utiliza armas (implemento) para o ataque
ao adversário.
Sempre lembrando que o professor tem autonomia para preparar suas aulas e
que estas atividades são apenas sugestões que podem ser aperfeiçoadas e
modificadas de acordo com a realidade de sua escola, materiais disponíveis e
possibilidades de utilização de materiais alternativos, assim como das
particularidades das turmas de alunos.
Então, como conteúdo desta aula serão apresentadas sugestões de
atividades para o Judô (domínio e agarre, curta distância); a Capoeira (percussão,
média distância) fortemente ligada à cultura e à história do Brasil; o MMA (Mix Martial
Arts) devido a sua evidência na mídia e por ser uma luta mista; a Esgrima por ser uma
atividade que utiliza armas (sabre, florete e espada) caracterizada como luta de
longa distância.
Sendo assim, começaremos pelas lutas de domínio e agarre, tendo como
exemplo o Judô. Parte da história e filosofia do Judô já foi apresentada na primeira
unidade, no entanto, acrescentaremos algumas informações e sugestões de
atividades práticas.
O Judô que tem como tradução Ju= suavidade, flexibilidade e dô= caminho,
aprendizado, então a tradução mais utilizada para a modalidade é “caminho
suave”, teve seu início no ano de 1882, com a criação do instituto Kodokan pelo
sensei (termo usado também para professores japoneses e significa aquele que veio
antes), que utilizou técnicas de diferentes estilos do antigo Jiu-Jitsu praticado pelos
samurais e criou uma modalidade para prática de educação física e formação
143
educacional (KODOKAN, 2010).
Passou a ser modalidade olímpica em 1964, quando foi disputada em Tóquio
no Japão e se mantém no quadro de modalidades olímpicas até hoje. A modalidade
tem como objetivo derrubar o adversário de costas no chão com força e velocidade
(execução correta do golpe), ou finalizando o adversário por meio de
estrangulamento, chave de braço, ou imobilização por 20 segundos, pontuação
denominada ippon. Outra pontuação é o wazari, onde o atleta projeta o adversário,
no entanto, falta força, velocidade, ou a queda acontece com a lateral do corpo
do adversário, ou o imobiliza por um tempo entre 10 e 19 segundos, é importante frisar
que dois wazaris equivalem a um ippon. Caso nenhum atleta consiga o ippon, a luta
tem um tempo máximo de quatro minutos (cronômetro parado nos intervalos).
144
Imagem 19: Representação do ukemi-waza nas quedas do judô
145
11.2 MODALIDADES DE DISTÂNCIA MÉDIA COMO A CAPOEIRA
146
Imagem 20: Representa um quilombo e a prática da capoeira
147
Além das questões históricas e culturais, dos movimentos básicos da ginga e
dos golpes básicos, também são sugeridos estudos das letras e dos ritmos das músicas
cantadas na roda de capoeira. A maioria das letras retratava a vida de sofrimento e
lamentação dos negros, porém também relatava a força e espírito trabalhador e
guerreiro deste povo. Os alunos podem pesquisar e representar as letras das músicas.
Também é importante estudar a diferença entre a Capoeira Angola e a
Capoeira Regional. A capoeira angola é mais lenta, como movimentos mais rasteiros,
era praticada nas ruas, sem uniformes e com movimentos mais malandros, tendo
como principal o mestre Pastinha, considerada a capoeira de original. Já a capoeira
regional tem como seu principal nome o mestre Bimba, que pensou uma capoeira
mais próxima das artes marciais orientais, devido à perda de espaço da capoeira
para lutas como o Kung Fu e o Karatê que ganhavam muito espaço na mídia. A
capoeira regional é mais rápida, com movimentos mais abertos, saltos e giros mais
rápidos, este tipo de capoeira é mais praticada em academias e tem grupos mais
caracterizados. Outros tipos de capoeira que fazem uma mistura entre angola e
regional também existem, como a capoeira chamada de contemporânea.
Além de questões sobre as modalidades de lutas, artes marciais e
modalidades esportivas de combate, estes conteúdos podem ser utilizados como
meio para se atingir outros objetivos educacionais, como por exemplo, promover
discussões e conhecimentos sobre discriminações racial, social, da mulher nas lutas,
questões de mídia e esporte, busca de ascensão social através do esporte, violência,
entre outros temas, que podem ser chamados de transversais. Um bom exemplo é a
lutadora Rafaela Silva, que venceu todos os preconceitos e insultos quando perdeu
uma Olímpiada e se consagrou campeão mundial e olímpica dando uma resposta
no tatame. O professor deve planejar e criar situações de aprendizagem.
148
Outra dica importante é um conteúdo que devemos trabalhar também nas
artes marciais, é o estudo de Katas ou Poomses no caso do Taekwondo, que são
sequências de movimentos predeterminados, previsíveis e que simulam um combate
real. Existem competições de poomses e katas e também são utilizados nos exames
de graduação (troca de faixa), assim como são uma forma de ensino da técnica de
geração a geração em sua forma correta e original, sem as modificações propostas
pelas competições. Os katas e poomses são condições bem controladas e que não
colocam os alunos em oposição direta, sendo assim, os riscos de se machucarem
durante as atividades são mínimos.
149
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Italiana.
b) Alemã.
c) Francesa.
d) Japonesa.
e) Grega.
a) Judogui.
b) Judosi.
c) Judoki.
d) Judomi.
e) Judopi.
a) 60 segundos.
b) 50 segundos.
c) 40 segundos.
d) 30 segundos.
e) 20 segundos.
150
ele troca a cor da faixa que é usada em seu quimono. A sequência correta das
cores das faixas, em ordem crescente, é:
(___) Amarela
(___) Verde
(___) Laranja
(___) Branca
(___) Azul
(___) Cinza
(___) Preta
(___) Roxa
(___) Marrom
a) 3-4-5-6-7-8-1-9-2
b) 4-6-5-1-3-2-9-7-8
c) 5-7-4-1-3-2-6-8-9
d) 3-5-2-1-4-6-9-7-8
e) 1-2-3-4-5-6-7-8-9
a) 5 minutos.
b) 6 minutos.
c) 7 minutos.
d) 8 minutos.
e) 10 minutos.
6. (PCI - SC, 2015) De acordo com as penalizações durante uma luta de judô é
correto afirmar:
151
III. Keikoku: É atribuído quando o lutador já tem um
chui e recebe um shido. Essa penalidade não
encerra o combate, entretanto é aplicada em
infrações graves.
IV. Hansoku-Make: É aplicado em casos de infração
grave. Na aplicação do hansoku-make, o lutador é
expulso e a vitória de seu adversário é declarada.
7. (PCI - SC, 2015) O primeiro torneio nacional de caratê aconteceu em São Paulo
no ano de:
a) 1975.
b) 1965.
c) 1985.
d) 1987.
e) 1973.
8. (PCI - SC, 2015) Caratê é uma arte marcial de autodefesa originária do Japão. A
palavra caratê significa:
a) mão aberta.
b) mão fechada.
c) mão vazia.
d) mão cheia.
e) mão leve.
152
LUTAS DE COMBATE NA Erro!
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Fonte de
CONTRIBUIÇÕES DAS referênci
MODALIDADES DE DISTÂNCIAS a não
MISTA E LONGA
encontra
da.
Uma das modalidades de luta que os alunos certamente irão questionar o
professor de educação física e sempre fazer relação com qualquer outra
modalidade de luta estudada ao longo da vida escolar, será a arte marcial mista ou
MMA do inglês Mix Martial Arts, em razão de seu espaço na mídia e a evidência que
esta modalidade tem tido na atualidade.
A principal organização do MMA é o UFC® (Ultimate figth Championship), que
é uma empresa americanae em sua origem teve uma influência direta da
modalidade Brazilian Jiu-jitsu, desenvolvida pela família Gracie, que é uma família
brasileira. A criação do UFC foi realizada pela família Gracie com o objetivo de
difundir e mostrar força do Jiu-jiutsu brasileiro. Vários brasileiros foram campeões e
ídolos do MMA, entre eles, Vitor Belfort (o campeão mais jovem da modalidade),
entre outros como Anderson Silva, José Aldo, além do sucesso atual das mulheres
brasileiras como Cris Ciborg e Amanda Nunes.
153
não poder chutar a cabeça do atleta que estiver em três apoios, chutes com os
calcanhares nos rins, entre outras. O tempo de luta também foi modificado, as lutas
são realizadas em três rounds de cinco minutos, com um minuto de intervalo e as lutas
que valem o cinturão das categorias são realizadas em cinco rounds de cinco
minutos, ou até que haja desistência e/ou que o outro atleta não tenha condições
de continuar a luta.
Várias questões podem ser problematizadas e estudas na educação física
escolar sobre o MMA, na proposta pedagógica do estado de São Paulo, por
exemplo, no terceiro ano do ensino médio se estuda o Boxe e se faz relações com o
MMA, pode-se pesquisar e discutir questões como os valores das bolsas e valores
destinados aos atletas por luta, o jogo de interesse na realização dos cards (eventos)
e o interesse maior do UFC pelo espetáculo, muitas vezes, em detrimento do esporte,
doping entre outros assuntos.
Questões como a redução do peso corporal dos atletas e os riscos à saúde
também podem ser discutidas, pois muitos atletas são hospitalizados e alguns já
morreram no processo de redução de peso corporal para atingirem o estabelecido
para a categoria ou luta casada.
Muitas vezes, nossos alunos são atletas de luta e fazem controle ou redução
de peso sem orientação adequada, por vezes, os adolescentes perdem peso no
início do ano competitivo, tendo a necessidade de segurar o peso ao longo do ano,
podendo gerar problemas para seu crescimento, pois nessa faixa etária o natural é
ganhar peso e não reduzir. Por este motivo, quando é necessário a redução ou
controle de peso, que se faça com orientação de um nutricionista e de um médico.
Como sugestão de atividades práticas podemos vivenciar alguns golpes
históricos de brasileiros no MMA, como o chute da vitória de Anderson Silva sobre Vitor
154
Belfort, ou os socos de Vitor Belfort na vitória contra Vanderlei Silva, algumas técnicas
de chave de braço e estrangulamento, no entanto, sem colocar os alunos em
situação de luta, somente conhecer e vivenciar os movimentos de forma controlada,
devagar e respeitando o colega. Sempre é importante lembrar que nas lutas há a
necessidade de médicos e toda segurança possível aos atletas e, por isso, os alunos
não devem tentar realizar lutas ou técnicas que assistiram na TV sem uma devida
orientação de um professor de arte marcial ou supervisão de um profissional da
Educação Física.
Também pode-se pensar em atividades de circuito, com diferentes estações
em que são aplicados os golpes do MMA, por exemplo, um minuto em cada estação
(soco e chute de frente ao espelho ou sombra (frente a frente), golpes em
aparadores, golpes em um saco de areia ou adaptado, abdominais, pulando corda
etc.) simulando a preparação dos atletas.
155
A Esgrima é esporte olímpico desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos
em 1986 em Atenas na Grécia até hoje, e passou por várias transformações ao longo
do tempo. A principal transformação sofrida pela esgrima foi a introdução da
tecnologia nos combates, as espadas têm sensores que detectam o contato com o
adversário sinalizando a arbitragem, telespectadores e atletas a marcação do
ponto, o que deixa o esporte caro, porém bastante atrativo.
156
Podemos observar também que existem inúmeras dificuldades para a
aplicação deste conteúdo nas aulas de educação física escolar, no entanto, é um
conteúdo base dos conhecimentos de nossa área de estudo, portanto, de direito
garantido aos nossos alunos pelos documentos que regem as diretrizes no ensino da
educação física na escola. Além do mais, tivemos várias de sugestões e
possibilidades para que apresentemos estes conhecimentos em nossas aulas, por
meio de atividades lúdicas e recreativas, utilizando materiais alternativos e propostas
de problematização destes conteúdos em sala de aula, vencendo todos e quaisquer
obstáculos que sejam postos no caminho da educação e formação de nossos jovens.
157
FIXANDO O CONTEÚDO
Alternativas
Alternativas
158
a) As dimensões do conhecimento que representam níveis distintos de complexidade
na relação com as unidades temáticas estão definidas.
b) A decisão sobre o que ensinar em cada unidade temática, em cada ano da
escolarização, fica por conta de cada professor.
c) Cada vez que um professor voltar a um conteúdo, deverá avaliar sua turma para
decidir se vai introduzir, retomar ou aprofundar o conhecimento.
d) Os conteúdos a serem ensinados em cada unidade temática pela Educação
Física são definidos rigidamente a cada ano da trajetória escolar.
e) Os níveis de aprofundamento que devem ser observados ao se ensinar uma
unidade temática em cada ciclo escolar são determinados.
159
d) Somente II e III estão corretas.
e) Todas estão corretas.
5. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a qual foi aprovada no
fim do ano de 2017, tem como objetivo a organização do currículo escolar a partir
da Educação Infantil até o Ensino Médio. Esse documento possui vários conceitos
que irão orientar o trabalho do professor em sala de aula. Dentre esses conceitos,
qual recebe um maior enfoque?
a) Atitudes.
b) Valores.
c) Habilidades.
d) Conhecimento.
e) Competência.
6. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) possui caráter prescritivo
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica. Sabendo disso, é correto afirmar que a Base é um documento
de caráter
a) normativo.
b) restritivo.
c) moderador.
d) estrutural.
e) legislativo.
7. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular aborda seis pontos relacionados
ao direito a aprendizagem das crianças, os quais são fundamentais para o bom
desenvolvimento delas no decorrer do processo de ensino-aprendizado. Um
desses pontos discorre a respeito da importância de se ter contato com adultos,
crianças, grandes e pequenos grupos, utilizando diversos tipos de linguagens,
podendo dessa forma ampliar seu contato com relação a novas culturas e
diferentes pessoas. A qual critério esse posicionamento se refere?
160
a) Trabalhar.
b) Conviver.
c) Participar.
d) Brincar.
e) Expressar.
I. Em 1998, a BCNN foi lançada composta por três volumes. É um documento que
aponta metas de qualidade que levam à criança ao desenvolvimento integral e
à formação da cidadania. Serve como um guia educacional, com objetivos,
conteúdos e orientações didáticas. Apresenta a divisão organizada por idade
para as crianças de zero a três anos e de três a seis anos.
II. A BNCC é um documento plural, contemporâneo, e estabelece com clareza o
conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os estudantes,
crianças, jovens e adultos, têm direito. Com ela, redes de ensino e instituições
escolares públicas e particulares passam a ter uma referência nacional
obrigatória para a elaboração ou adequação de seus currículos e propostas
pedagógicas.
III. Grande parte das políticas educacionais no Brasil é formulada não em benefício
da população em geral, mas em função das demandas econômicas, das
influências externas e muitas também de acordo com os interesses do Estado,
baseado nas avaliações em larga escala que acontecem em diferentes níveis de
ensino.
Assinale
161
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa I estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.
162
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 B
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 E
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E
UNIDADE 07 UNIDADE 08
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
163
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 D
UNIDADE 09 UNIDADE 10
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C
UNIDADE 11 UNIDADE 12
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C
164
REFERÊNCIAS
GARGANTA, J.; PINTO, J. O ensino do futebol. In: GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. (Ed.). O
ensino dos jogos desportivos. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação
Física da Universidade do Porto: Rainho & Neves Lda, 1994. p. 95–136.
165
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