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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
PRÁTICA PEDAGÓGICA DESPORTIVA:
ESPORTES COLETIVOS II

1ª edição
Ipatinga – MG
2022

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Naiana Leme Camoleze
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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3
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE HISTÓRICO DO FUTSAL E FUTEBOL ............................................................ 7

01
1.1 HISTÓRICO DO FUTSAL .............................................................................................7
1.2 HISTÓRICO DO FUTEBOL .................................................................................... 11
1.3 COMO O FUTSAL E O FUTEBOL SE COMPLEMENTAM NO PROCESSO DE
FORMAÇÃO ESPORTIVA.................................................................................... 13
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 16

UNIDADE ELEMENTOS TÉCNICO E TÁTICO DO FUTSAL E DO FUTEBOL................... 21

02
2.1 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO E TÁTICO DO FUTSAL .................. 21
2.2 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO/TÁTICO DO FUTEBOL.................. 22
2.3 GESTOS TÉCNICOS NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES MOTORAS,
JOGOS PRÉ–ESPORTIVOS E GRANDES JOGOS NO FUTSAL E FUTEBOL ........... 25
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 27

UNIDADE O ESPORTE COMPETITIVO, ESPORTIVO E DE LAZER................................ 32

03
3.1 O FUTSAL COMO ESPORTE COMPETITIVO ........................................................ 37
3.2 O FUTEBOL COMO ESPORTE COMPETITIVO...................................................... 37
3.3 O FUTSAL E FUTEBOL COMO ESPORTE DE LAZER .............................................. 39
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 41

JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS, PLANEJAMENTO E TREINAMENTO DE


UNIDADE EQUIPES ................................................................................................... 47

04
4.1 MÉTODO GLOBAL-FUNCIONAL – COMO UTILIZAR OS JOGOS PRÉ-
DESPORTIVOS NO ENSINO NO FUTSAL E NO FUTEBOL..................................... 47
4.2 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TREINAMENTO NO
FUTSAL E FUTEBOL............................................................................................... 48
4.3 APLICAÇÃO DO TREINAMENTO NO FUTSAL E NO FUTEBOL ............................ 50

UNIDADE O ESPORTE COMO EXPRESSÃO DE CULTURA E SUAS IMPLICAÇÕES

05
PARA O ENSINO DAS MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS............ 60

5.1 O ESPORTE COMO REPRESENTAÇÃO CULTURAL.............................................. 60


5.2 MODELOS DE ENSINO TRADICIONAIS PARA OS ESPORTES COLETIVOS ......... 61
5.3 MODELOS DE ENSINO ATUAIS PARA OS ESPORTES COLETIVOS...................... 65
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 70

UNIDADE REGRAS DO FUTSAL E DE FUTEBOL .......................................................... 75

06
6.1 REGRAS DO FUTSAL............................................................................................ 75
6.2 REGRAS DO FUTEBOL ......................................................................................... 76
6.3 ATUAÇÃO DOS ÁRBITROS NO FUTSAL E NO FUTEBOL ..................................... 78
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 80

UNIDADE LUTAS COMO CONTEÚDO ESTRUTURANTE DA EDUCAÇÃO FÍSICA

07
ESCOLAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA ATUAÇÃO DOCENTE........ 85

7.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 85
7.2 AS LUTAS EM RELAÇÃO A SUA HISTÓRIA, CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES ... 85
7.3 A LUTA E SUAS CONCEITUAÇÕES ..................................................................... 93

5
7.4 CLASSIFICAÇÃO DAS LUTAS, MODALIDADES ESPORTIVAS DE COMBATE E
ARTES MARCIAIS ................................................................................................ 95
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 99

UNIDADE LUTAS E ARTES MARICIAIS A PARTIR DOS DOCUMENTOS OFICIAIS NO


CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA................................. 104

08
8.1 ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE ACORDO COM A BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR ..................................................................................... 107
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 111

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DE LUTAS NO AMBIENTE


UNIDADE ESCOLAR ............................................................................................... 116

09
9.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DE LUTAS: PERSPECTIVAS ................... 118
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 122

UNIDADE MÉTODOS DE ENSINO DE LUTAS E ARTES MARCIAIS E AS FASES DO


DESENVOLVIMENTO HUMANO ............................................................. 125

10
10.1 O ENSINO DE LUTAS E A APLICAÇÃO DE MÉTODOS ..................................... 125
10.2 O DESENVOLVIMENTO HUMANO A PARTIR DAS LUTAS................................. 132
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 136

LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: APLICAÇÕES PRÁTICAS .... 143


UNIDADE

11
11.1 O JUDÔ E AS MODALIDADES DE DISTÂNCIA CURTA ..................................... 143
11.2 MODALIDADES DE DISTÂNCIA MÉDIA COMO A CAPOEIRA ........................ 146
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 150

LUTAS DE COMBATE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:


UNIDADE CONTRIBUIÇÕES DAS MODALIDADES DE DISTÂNCIAS MISTA E LONGA

12
............................................................................................................... 153

12.1 MODALIDADES DE DISTÂNCIA LONGA, COMO A ESGRIMA ........................ 155


12.2 ENCERRANDO A UNIDADE .............................................................................. 156
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................... 158

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 163

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 165

6
HISTÓRICO DO FUTSAL E FUTEBOL UNIDADE

01
Os jogos esportivos coletivos possuem como característica a interação entre
jogadores e equipes em situações de cooperação e oposição no mesmo espaço e
tempo de jogo (CASTELO, 1996; KANNEKENS; ELFERINK-GEMSER; VISSCHER, 2009). Os
designados esportes coletivos de invasão são aqueles jogos em que os jogadores
buscam avançar no terreno de jogo do adversário no intuito de se aproximar do alvo
(baliza) do adversário e, consequentemente, alcançar o objetivo do jogo, isto é,
marcar pontos ou gols. Entre esses esportes estão o Futsal e o Futebol. Esses esportes
possuem similaridades, pois são jogados com os pés. No entanto, surgem em
momentos distintos da história.
A história dos esportes coletivos tem suas controvérsias, pois existem variadas
versões acerca das suas origens e influências. Por exemplo, existem relatos que em
1450 a.C. (antes de Cristo) já se praticava alguns jogos com bola. No entanto, a
sistematização dos esportes como conhecemos hoje é, obviamente, mais recente
do que os primeiros relatos dos esportes com bola. Portanto, o que será apresento
neste livro são, basicamente, relatos de sistematização dos esportes com suas
primeiras regras. As informações aqui apresentadas são as principais informações
aceitas e difundidas pelas instituições que organizam cada esporte.

1.1 HISTÓRICO DO FUTSAL

Na literatura relacionada ao esporte existem algumas divergências sobre a


origem do Futsal. No entanto, de acordo com os relatos históricos, esse esporte que
surgiu com o nome de futebol de salão, na década de 1930, pode ter tido sua
origem no Brasil ou no Uruguai. Apenas quando a FIFA passou a gerenciar o esporte,
é que recebeu o nome de Futsal em 1989. De acordo com a divergência de sua

7
origem, existem algumas correntes que indicam que o futsal (antigo futebol de salão)
surgiu na década de 1930 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu e que seu
criador foi o professor Juan Carlos Ceriani Gravier. Por outro lado, outras correntes
afirmam que a modalidade surgiu na Associação Cristã de Moços de São Paulo,
praticada por alguns jovens em quadras de basquetebol. No entanto, apesar dessa
divergência, existe o consenso que o futsal foi regulamentado no Brasil.
Após a criação e a regulamentação do esporte, suas regras foram lançadas
em 1956, pelo paulista Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes. No entanto, a prática do
futebol de salão não era exclusiva dos paulistas, pois os cariocas praticavam o
esporte na quadra do América Futebol Clube. Dessa maneira, a disputa entre
cariocas e paulistas foi considerada a primeira rivalidade no futsal brasileiro, a qual
pode contribuir para o desenvolvimento do futsal no país.

Figura 1: Representação do jogo de futebol de salão

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3IeBMv1. Acesso em: 13 out. 2021

8
Com o passar dos anos, o jogo de Futsal tem ficado mais dinâmico devido à
evolução física e tática do jogo. Atualmente, de acordo com a literatura científica
(DOGRAMACI et al., 2011), em relação à parte física os jogadores realizam em
média:
 esforço de baixa intensidade: a cada 14 segundos;
 esforço de alta intensidade: a cada 43 segundos;
 esforço em intensidade máxima: a cada 56 segundos;
 troca de atividade motora: a cada 3,3 segundos.

Além disso, os jogadores realizam sob intensidade máxima, deslocamentos de


no máximo 2 a 6 segundos (CASTELLANO et al., 1996). No entanto, o número de
repetições em velocidade máxima em partidas oficiais é entre 65 a 100 repetições
(SVENSSON; DRUST, 2005).
Em relação à componente tática, o jogo também evoluiu. Nos anos de 1950,
o sistema predominante empregado pelas equipes era o 2x2, o qual consiste em ter
dois jogadores na meia quadra defensiva e dois na ofensiva. Este sistema adequa-
se às faixas etárias menores, uma vez que trata-se de um sistema simples e de fácil
execução. O sistema 3x1 surgiu a partir da configuração do 2x1x1, mudando
basicamente o posicionamento dos alas em relação ao espaço de jogo. Também
surge uma outra variação, o sistema 1x3.

9
Figura 2: Sistemas táticos do futsal

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3I9silM.Acesso em: 26/11/2021

As manobras são articuladas pelo fixo e pelos alas, que exercem também o
apoio ao ataque aparecendo como opção de finalização. Trata-se de um sistema
mais compacto, tanto ofensivamente, como defensivamente em razão de os alunos
concentrarem-se na área central da quadra, o que os coloca sempre próximos de

10
manobras utilizadas durante o jogo.

1.2 HISTÓRICO DO FUTEBOL

Assim como nos demais esportes coletivos, a origem do futebol tem suas
divergências. A versão mais difundida é que o futebol teve seu início nos primeiros
anos do século 19, mas só teve sua emancipação por volta de 1863, na Inglaterra
(TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Estes autores afirmam que as primeiras
regras uniformizadas surgiram em 1848. Em torno de 1885, os primeiros clubes de
futebol começaram a se formar no Brasil, assim como em outros países. Dessa
maneira, a prática do futebol organizado e sistematizado se dava por meio da elite
branca. Os relatos históricos apontam que Charles Miller foi um dos responsáveis pela
sistematização e propagação do futebol.
Nessa época, a participação dos mais pobres e os negros eram
exclusivamente de espectador. No entanto, os clubes de futebol eram de caráter
amador, tornando-se profissionais em torno de 1933 no eixo Rio - São Paulo. A prática
de futebol feminino era proibida, apesar dos relatos apontarem alguns jogos e
torneios femininos logo na origem do Futebol. Apesar desse período de
profissionalização do futebol, no Brasil, os clubes ainda apresentam dificuldades para
se estruturar do ponto de vista econômico e de estrutura física. Além disso, o futebol
feminino ainda tem uma discrepância absurda em relação ao futebol praticado por
homens, uma vez que os investimentos financeiros são escassos para o futebol
feminino. Além disso, as oportunidades de desenvolvimento são menores para as
mulheres em relação aos homens.

Figura 3: Prática do jogo de futebol na década de 1970

11
Fonte: Disponível https://bit.ly/3D6EDnm. Acesso em: 13 out. 2021

Com a evolução do esporte, diferentes formas de jogar foram surgindo ao


longo dos anos (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Essas formas de jogar
podem ser expressas pelos sistemas táticos, mas também pela evolução da
capacidade física dos atletas. De acordo com os autores supracitados, o sistema
tático é a disposição dos jogadores no campo de jogo, representado pelos números
de jogadores em cada setor, por exemplo: 4-4-2 e 4-3-3. Um dos primeiros sistemas
utilizados é formado por 1 goleiro, 1 defensor e 9 atacantes, configurando o sistema
1-1-9. De acordo com Castelo (1996), outros sistemas foram surgindo com o intuito
de proporcionar novas soluções às situações do jogo.
Dessa maneira, diminuiu o número de atacantes e a ocupação do espaço
de jogo tornou-se mais organizada em termos coletivos através dos sistemas 1-1-1-8
(1 goleiro, 1 defesa, 1 meia e 8 atacantes), 1-1-2-7 (1 goleiro, 1 defesa, 2 meias e 7
atacantes), 1-2-2-6 (1 goleiro, 2 defesas, 2 meias e 6 atacantes). Por sua vez, com
essa evolução surge o “sistema clássico” ou “pirâmide”: 1-2-3-5 (1 goleiro, 2 defesas,
3 meias e 5 atacantes).

Figura 4: Representação do Sistema Clássico

12
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3ibpzN1. Acesso em: 26 out. 2021

1.3 COMO O FUTSAL E O FUTEBOL SE COMPLEMENTAM NO PROCESSO DE


FORMAÇÃO ESPORTIVA

Devido as suas características semelhantes, o futsal e o futebol são utilizados


como recursos pedagógicos para desenvolvimento dos jogadores. Alguns relatos de

13
por parte de alguns jogadores que obtiveram sucesso e prestígio internacional,
reforçam a importância dessa integração. Esses relatos afirmam que esses jogadores
iniciaram suas trajetórias de formação no futsal e isso contribuiu, significativamente,
para a suas formações. Recentemente, o site do Globo Esporte indicou que alguns
atletas que jogaram a Copa de 2018 iniciaram suas carreiras no futsal, dentre eles
estão: Neymar, Marcelo, Alisson, Douglas Costa, Fagner, Filipe Luís, Marquinhos,
Miranda, Geromel, Philippe Coutinho, Renato Augusto e Willian. Disponível em:
https://bit.ly/3JiYBPC. 20 nov. 2021.

Para responder essas perguntas com base em conhecimento científico,


analisaremos as recomendações feitas no livro Iniciação Esportiva Universal (GRECO;
BENDA, 1998). Estes autores sugerem o processo de ensino-aprendizagem e
treinamento em diferentes fases, a saber: Pré-escolar (3-4 anos), Universal (6-12 anos),
Orientação (12-14 anos), Direção (14-16 anos), Especialização (16-18 anos),
Aproximação/Integração (18-21 anos) e Alto nível (>21 anos). De acordo com as
fases da formação esportiva, até a fase de direção (13-14 anos até os 15-16 anos),
os jogadores podem e devem realizar atividades complementares para otimizar o
processo de ensino-aprendizagem e treinamento, uma vez que após essa fase
recomenda-se a especialização na modalidade esportiva. Neste caso, o futebol e o
futsal possuem essa característica, pois os esportes apresentam muitas familiaridades
entre si, por exemplo: as ações com a bola são realizadas com os pés.
No entanto, a partir da fase de especialização que tem início aos 15-16 anos
de idade, recomenda-se a especialização em uma modalidade esportiva. Dessa
forma, os benefícios da prática dos dois esportes (futebol e futsal) ocorrem em

14
momentos específicos da formação, uma vez que o jogador decida seguir por um
esporte ou outro para buscar o alto rendimento, é necessário treinar mais
especificamente cada esporte.

15
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A origem do futebol tem suas divergências, assim como em outros esportes


coletivos. A versão mais difundida é que o futebol teve seu início na Inglaterra. Em
torno de 1985, os primeiros clubes de futebol começaram a se formar no Brasil,
assim como em outros países. Dessa maneira, a prática do futebol organizado e
sistematizado se dava por meio da elite branca. Diante disso, de acordo com os
relatos históricos, quem foi o principal responsável por difundir o futebol no Brasil?

a) Charles Miller.
b) John d'Silva Miller.
c) Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes.
d) Karl Schelenz.
e) William Morgana.

2. O futebol é um fenômeno de elevada magnitude a nível mundial. No entanto,


apesar de ser uma prática realizada em escala mundial, cada país possui
características diferentes do jogo. Diante disso, avalie as afirmações a seguir:

I. A história do futebol no Brasil possui uma peculiar trajetória. Ele “distingue-se do


europeu pela sua improvisação e individualismo dos jogadores” (DAMATTA, 1982).
O futebol brasileiro é considerado um poderoso e complexo instrumento
ideológico das massas.
PORQUE
II. O futebol é um esporte, uma prática corporal capaz de fazer refletir sobre as
diferentes maneiras de organização política e social, cumprindo um importante
papel na construção de relações sociais democráticas e solidárias, objetivando a
diversão e a integração das comunidades.

A respeito dessas afirmações, assinale a opção correta:

16
a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda uma proposição
falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição
verdadeira.
e) Tanto a primeira, quanto a segunda asserções são proposições falsas.

3. Na literatura relacionada ao esporte, existem algumas divergências sobre a


origem do Futsal. No entanto, de acordo com os relatos históricos, esse esporte
que surgiu com o nome de futebol de salão e pode ter tido sua origem no Brasil
ou no Uruguai. Diante disso, em qual década o Futsal (antigo futebol de salão) foi
criado?

a) 1910.
b) 1920.
c) 1930.
d) 1940.
e) 1950.

4. De acordo com as fases da formação esportiva, proposta por Greco e Benda


(1998), os jogadores podem e devem realizar atividades de esportes
complementares para otimizar o processo de ensino-aprendizagem e
treinamento. Neste caso, o futebol e o futsal possuem essa característica, pois os
esportes apresentam muitas familiaridades entre si. Diante disso, até qual a fase
da formação esportiva recomenda essa interação entre esportes
complementares?

a) Pré-escolar.

17
b) Universal.
c) Orientação.
d) Direção.
e) Especialização.

5. Com a evolução do futebol surgiram diferentes formas de jogar ao longo dos anos.
Essas formas de jogar podem ser expressas pelos sistemas táticos, os quais podem
ser definidos como a disposição dos jogadores no campo de jogo, representado
pelos números de jogadores em cada setor. Diante disso, um dos primeiros
sistemas foi o “pirâmide" ou “sistema clássico”. Qual a distribuição numérica desse
sistema?

a) 1-4-3-3.
b) 1-4-4-2.
c) 1-1-9.
d) 1-2-8.
e) 1-2-3-5.

6. De acordo com os relatos históricos, o futsal surgiu com o nome de futebol de


salão, na década de 1930, e pode ter tido sua origem no Brasil ou no Uruguai.
Apenas quando a FIFA passou a gerenciar o esporte é que recebeu o nome de
Futsal em 1989. Diante disso, avalie as afirmações a seguir:

I. Em 1989, a FIFA articulou fusão do Futebol de Salão com o Futebol de Cinco,


dessa fusão surge o Futsal, agora controlado pela FIFA.
PORQUE
II. Após a criação e a regulamentação do futebol de salão, suas regras foram
lançadas em 1956, pelo paulista Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes.

A respeito dessas afirmações, assinale a opção correta:

18
a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição
falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição
verdadeira.
e) Tanto a primeira, quanto a segunda asserções são proposições falsas.

7. Os conceitos de sistema tático e esquema tática são confundidos por muitas vezes
por professores e treinadores. O esquema tático diz respeito às relações que os
jogadores estabelecem no campo de jogo através dos canais de comunicação.
No entanto, o sistema tático tem outra definição. Portanto, não são sinônimos. De
acordo com o texto da unidade, sistema tático pode ser definido como:

a) A disposição dos jogadores no campo de jogo, representado pelos números de


jogadores em cada setor.
b) A gestão do espaço de jogo através do posicionamento e da movimentação dos
jogadores.
c) A cultura que se cria e permite emergir um jogar específico.
d) A estratégia adotada pela equipe antes e durante os jogos.
e) Combinação de um conjunto de decisões e escolhas em função de um fim.

8. O futsal passou por evolução durante sua história. Inicialmente era denominado
futebol de salão e após uma mudança na instituição que gerencia o esporte seu
nome foi alterado. Diante disso, indique qual a entidade internacional é
responsável pelo o futsal atualmente?

a) FIFUSA.
b) CBF.

19
c) FIFA.
d) CSFS.
e) COB.

20
ELEMENTOS TÉCNICO E TÁTICO DO Erro!
FUTSAL E DO FUTEBOL Fonte de
referênci
a não
encontra
2.1 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO E TÁTICO DO FUTSAL
da.
Os conteúdos técnicos e táticos relacionados ao processo de ensino-
aprendizagem e treinamento do Futsal devem ser aplicados com base nos diferentes
momentos e fases do desenvolvimento da criança e do adolescente, modificando
a dificuldade e a complexidade das tarefas. Dentre os diferentes conteúdos da
composição técnica, os fundamentos do jogo de futsal são os mais utilizados no
processo de formação.
De acordo com a literatura, a técnica refere-se à execução dos fundamentos
básicos do futsal. Portanto, os fundamentos técnicos do futsal, de acordo com Mutti
(2003) e Gonçalves (2018), são:

Quadro 1: Fundamentos técnicos e suas definições

Fundamentos Definições
é o meio de comunicação entre os
Passe
jogadores de uma equipe.
representa a principal maneira de realizar
Chute o gol, objetivo principal do jogo, através do
chute de bico, com o dorso, de voleio etc.
habilidade de um jogador receber a bola,
Recepção de bola amortecendo-a e mantendo-a sob o seu
controle.
consiste em carregar a bola, mantendo o
Condução de bola controle sobre ela, de um local a outro da
quadra.
Drible: ação individual com bola, que
consiste numa combinação de recursos
variados, como equilíbrio, velocidade de
Drible e finta arranque, agilidade.
Finta: é o movimento executado sem bola,
a fim de deslocar o adversário e fugir da
marcação.

21
consiste em controlar a bola, dominando-
a, independentemente da trajetória e da
Controle de bola
direção assumidas, usando para tal,
diferentes partes do corpo.
ação de tocar a bola com a cabeça
Cabeceio
durante a fase defensiva ou ofensiva.
ação de tentar recuperar a bola,
Marcação e Combate efetuando marcações e combate aos
jogadores adversários.
Ações específicas de manipulação da
Técnica do goleiro
bola com as mãos.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

De acordo com Mutti (2003), a técnica é a responsável por diferenciar um


jogador de outro. Jogadores experientes costumam executar movimentos técnicos
com facilidade, com habilidade e com extraordinária beleza.
Em relação à tática, os processos de ensino-aprendizagem e treinamento do
futsal possuem características gerais e específicas com o Futebol. Uma dessas
características gerais diz respeito ao conteúdo tático relacionado aos princípios
táticos gerais, que recebem esse nome pelo fato de serem comuns aos esportes
coletivos de invasão e as diferentes fases do jogo (ofensivo e defensivo). Além disso,
são comuns aos demais princípios táticos (operacionais e fundamentais). Os
conceitos dos princípios táticos gerais estão baseados em aspectos de ocupação
do espaço e da relação do número de jogadores da própria equipe e dos
adversários, a saber: (a) não permitir a inferioridade numérica; (b) evitar a igualdade
numérica; e (c) procurar criar a superioridade numérica (QUEIROZ, 1983; GARGANTA;
PINTO, 1994).

2.2 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS: TÉCNICO/TÁTICO DO FUTEBOL

No que se refere à técnica no Futebol, os principais fundamentos utilizados

22
nesse esporte são semelhantes ao apresentado no tópico anterior. Devido às
características de espaço, os mesmos fundamentos são ajustados para atender às
demandas dos jogos. Por exemplo, o passe longo no futebol necessita de mais força
do jogador ao golpear a bola, uma vez que as distâncias são maiores. No entanto,
os princípios básicos são semelhantes. Esses fundamentos estão contextualizados
pela dimensão tática do jogo, que permite dar significado às demais dimensões no
jogo de futebol e futsal.
Nos processos de ensino-aprendizagem e treinamento da tática no futebol
existem algumas categorias de princípios táticos, os quais compõem os conteúdos
dessa dimensão. Além dos princípios táticos gerais (apresentados no item anterior),
existem também os princípios operacionais e fundamentais do jogo de futebol. Os
princípios operacionais são cinco para a fase ofensiva e cinco para a fase defensiva.
Estes princípios ajudam a operacionalizar o jogo e se relacionam com os conceitos
atitudinais para as duas fases do jogo (TEOLDO et al., 2009).

Quadro 2: Princípios operacionais do jogo de futebol

Ofensivos Defensivos
conservar a bola anular as situações de finalização
construir ações ofensivas recuperar a bola
progredir pelo campo de jogo adversário impedir a progressão do adversário
criar situações de finalização proteger a baliza
finalizar à baliza adversária reduzir o espaço de jogo adversário
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Por sua vez, os princípios táticos fundamentais do jogo de futebol estão


relacionados às movimentações dos jogadores do campo de jogo. A partir dessas
movimentações os jogadores podem gerir o espaço de jogo, no intuito de superar o
adversário em uma partida. Esses princípios também são cinco para fase ofensiva e
cinco para a fase defensiva (TEOLDO et al., 2009).

Quadro 3: Princípios táticos fundamentais e suas definições

Ofensivos
movimentações de progressão do
Penetração portador da bola em direção à meta e/ou
à linha de fundo adversária

23
movimentações de apoio ao
Cobertura Ofensiva
portador da bola
movimentações de utilização e
Espaço
ampliação do espaço de jogo efetivo
movimentações nas “costas” do
Mobilidade
último defensor adversário
movimentações que permitem a
Unidade Ofensiva
equipe atacar em unidade
Defensivos
movimentações de oposição direta
Contenção
ao portador da bola
movimentações de apoio ao
Cobertura Defensiva jogador que realiza a oposição direta ao
portador da bola
movimentações que asseguram
Equilíbrio
estabilidade na região de disputa da bola
movimentações de aumento da
Concentração proteção ao gol e que facilitam a
recuperação da bola
movimentações que permitem a
Unidade Ofensiva
equipe defender em unidade

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

24
2.3 GESTOS TÉCNICOS NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES MOTORAS,
JOGOS PRÉ–ESPORTIVOS E GRANDES JOGOS NO FUTSAL E FUTEBOL

A aplicação dos jogos pré-desportivos e dos grandes jogos no Futsal e Futebol


em diferentes faixas etárias deve respeitar as diferentes fases de desenvolvimentos
motor e cognitivo da criança e do adolescente. Dentre as fases de desenvolvimento
motor, temos abaixo a ampulheta de Gallahue e Ozmun (2003).

Desenvolvimento motor

Figura 5: Ampulheta de Gallahue e Ozmun

Fonte: Gallahue e Ozmun, 2003. Acesso em: 13 out. 2021

Fase motora reflexiva


De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015) as reações sensoriais que o
bebê possui, ao toque, à luz, a sons, provocam atividades motoras involuntárias.
Essas atividades auxiliam o bebê no conhecimento do seu corpo e meio externo

25
(GALLAHUE; OZMUN, 2003). Os autores supracitados afirmam ainda que os reflexos
primitivos de sugar e buscar através do olfato estão presentes nesta fase. Esses são
mecanismos de sobrevivência, pois através deles que o recém-nascido busca seu
alimento. Nesta idade não é realizado nenhum estímulo esportivo nas crianças.
Fase de movimentos rudimentares
De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), os primeiros movimentos
voluntários representam as formas básicas de movimento necessárias para a
sobrevivência da criança, pois envolvem movimentos estabilizadores, dentre eles o
controle da cabeça, do pescoço e dos músculos do tronco. Além disso, envolvem
movimentos relacionados às tarefas manipulativas e locomotores. Apesar dessa fase
não ter nenhuma recomendação específica para o esporte, o desenvolvimento
adequado da criança poderá no futuro possibilitar melhores condições de
desenvolvimento do talento esportivo.
Fase de movimentos fundamentais
Nesta fase, já coincide com a fase Pré-escolar proposta na Iniciação Esportiva
Universal. De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), nesta fase a criança
apresenta movimentos voluntários mais específicos e está em constante exploração
e experimentação da sua capacidade motora. É o período em que a criança está
descobrindo como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores,
locomotores e manipulativos, primeiro de forma isolada e, mais tarde, executando
movimentos combinados (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Nesta fase, recomenda-se que
a criança possa ter muito contato com a bola, pois é o objeto de desejo do
praticante.
Os autores comentam ainda que os padrões de movimento fundamentais são
padrões observáveis básicos de comportamento. Por exemplo, atividades
locomotoras (correr e pular), manipulativas (arremessar, apanhar) e estabilizadoras
(andar com firmeza e equilíbrio em um pé só) são exemplos de movimentos
fundamentais que devem ser desenvolvidos nos primeiros anos da infância.
Fase de movimentos especializados
De acordo com Gomes, Magalhães e Maia (2015), esta fase é resultado da
fase de movimentos fundamentais, pois agora as atividades motoras são mais

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complexas. Por exemplo, saltar e pular em um pé só agora podem ser associados
com atividades mais complexas como pular corda e práticas esportivas como salto
triplo. Além disso, as crianças poderão estabelecer relações com a bola, ao mesmo
tempo que conseguem estabelecer relações com seus colegas e adversários em
contextos de jogo.

FIXANDO O CONTEÚDO

1. Durante um treinamento de futsal, um treinador deseja aprimorar os fundamentos


técnicos de seus atletas. Dos fundamentos que o treinador observou, o cabeceio
é o fundamento que os atletas apresentam mais dificuldade de execução. O
cabeceio é o gesto técnico de tocar a bola com a cabeça. Este gesto pode,
conforme as situações do jogo, estar ligado à recepção, ao passe, ao remate e
à intercepção. Diante das diversas possibilidades que o cabeceio pode ser
utilizado, indique quais os quatro elementos que concorrem para uma ação de
cabeceio eficaz:

a) Manter o contato visual com a bola; atacar a bola; não gerar potência; precisão
no contato com a bola.
b) Posicionar-se no campo para esperar a bola chegar até o jogador; precisão no
contato com a bola; não gerar potência; manter o contato visual com o
companheiro.

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c) Precisão no contato com a bola; manter o contato visual com a bola; gerar
potência; atacar a bola.
d) Gerar potência; precisão no contato com a bola; manter o contato visual com o
adversário; posicionar-se no campo para esperar a bola chegar até o jogador.
e) Atacar a bola; manter contato visual com o companheiro; precisão no contato
com a bola; gerar potência.

2. Durante um treinamento de futsal, Alisson, atleta da categoria Sub-15 percebeu


que os princípios básicos do chute são semelhantes aos do passe, exceto que o
jogador necessita de maior controle da força e da direção a serem aplicadas na
bola. Em conversa com o treinador da categoria, o treinador afirmou que existem
vários tipos de chute: de bico, com o dorso, voleio e bate-pronto. Diante disso,
qual a alternativa correta em relação ao chute de bate-pronto?

a) É quando a área de contato com a bola é maior, aumentando a chance de


acertar o gol.
b) É quando a bola vem do alto e o jogador acerta a bola antes que ela tenha
tocado no solo.
c) É quando a bola é chutada com os dedos dos pés.
d) É executado no exato momento em que a bola, vinda do alto, entra em contato
com o solo.
e) É quando a bola é golpeada com a perna do jogador.

3. A técnica consiste na execução individual dos fundamentos básicos do futsal. A


técnica difere um jogador de outro e os jogadores mais habilidosos executam
movimentos técnicos com facilidade e com extraordinária beleza. Dessa maneira,
o professor de futsal deve conhecer todos os fundamentos técnicos. Portanto,
qual alternativa representa corretamente os fundamentos técnicos do futsal?

a) Passe, Chute, Recepção de bola, Condução de bola e, Drible e Finta


b) Passe, Cobertura Ofensiva, Recepção de bola, Mobilidade e, Drible e Finta

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c) Penetração, Chute, Recepção de bola, Condução de bola e, Drible e Finta
d) Passe, Cobertura Ofensiva, Recepção de bola, Condução de bola e, Unidade
Defensiva
e) Penetração, Chute, Recepção de bola, Mobilidade e, Técnicas do goleiro

4. Monteiro é treinador de futsal da categoria Sub-11 de um clube mineiro. Durante


o treinamento, Monteiro elaborou para seus atletas uma atividade baseada nos
fundamentos técnicos do futsal. A atividade consiste na realização de um jogo de
1x1 + goleiro (um atacante contra um defensor e um goleiro). O jogador que
ataca deve sair da sua área e, apenas quando ultrapassar a linha da meia
quadra, o defensor poderá sair da sua linha de meta para realizar a oposição ao
atacante. Com base na atividade proposta, analise e selecione os fundamentos
técnicos que Monteiro objetivou trabalhar com seus atletas:

a) Condução, finta, marcação e combate, técnicas do goleiro e chute.


b) Condução, drible, marcação e combate, técnicas do goleiro e cabeceio.
c) Condução, finta, controle de bola, técnicas do goleiro e chute.
d) Condução, drible, marcação e combate, técnicas do goleiro e chute.
e) Condução, finta, controle de bola, técnicas do goleiro e cabeceio.

5. Durante uma partida de futebol do campeonato mineiro, Alisson, atleta da


categoria Sub15, percebeu que tinha mais possibilidades de desestabilizar a
defesa adversária quando conseguia realizar, de maneira bem-sucedida, as
movimentações ofensivas de progressão do portador da bola em direção à baliza
ou à linha de fundo adversária. Dessa maneira, geralmente, ele conseguia
quebrar as linhas defensivas do adversário. Em conversa com o treinador da
categoria, este afirmou que essa era uma movimentação tática relacionada aos
princípios táticos fundamentais do jogo de futebol. Em relação aos princípios
táticos, qual alternativa corresponde às movimentações de progressão do
portador da bola em direção à baliza ou à linha de fundo adversária?

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a) Penetração.
b) Cobertura Ofensiva.
c) Mobilidade.
d) Espaço.
e) Unidade Ofensiva.

6. Nos processos de ensino-aprendizagem e treinamento do futebol existem algumas


categorias de princípios táticos, os quais compõem os conteúdos da dimensão
tática. Dentre eles, existem os princípios gerais, operacionais e fundamentais.
Diante disso, analise as alternativas abaixo:

1) Os princípios gerais são comuns às diferentes fases do jogo (ofensivo e


defensivo);
2) Os princípios operacionais se relacionam com os conceitos atitudinais do jogo;
3) Os princípios fundamentais são caracterizados apenas por ações ofensivas.

Está correto o que se afirma em:

a) 1
b) 2
c) 1 e 2
d) 1 e 3
e) 2 e 3

7. A aplicação dos jogos pré-desportivos e grandes jogos no futsal e futebol deve


respeitar as diferentes fases de desenvolvimento motor da criança e do
adolescente. De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), são quatro as fases do
desenvolvimento motor: fase motora reflexiva, fase de movimentos rudimentares,
fase de movimentos fundamentais e fase de movimentos especializados. Em
relação à última fase, qual a alternativa correta?

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a) Esta fase permite atividades motoras mais complexas. Por exemplo, saltar e pular
em um pé só agora podem ser associados com atividades mais complexas como
pular corda e práticas esportivas como salto triplo.
b) Nesta fase a criança apresenta movimentos voluntários mais específicos e está
em constante exploração e experimentação da sua capacidade motora.
c) É o período em que a criança está descobrindo como desempenhar uma
variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro
de forma isolada e, mais tarde, executando movimentos combinados
d) Nesta fase os movimentos representam as formas básicas de movimento
voluntário que são necessárias para a sobrevivência do bebê, pois envolvem
movimentos estabilizadores, como obter controle da cabeça, pescoço e
músculos do tronco.
e) São classificados como agrupadores de informações, caçadores de alimentação,
reações protetoras e posturais. São agrupadores de informações pois auxiliam e
estimulam o desenvolvimento.

8. É possível considerar as modalidades esportivas coletivas de invasão dentro de


uma mesma lógica, pois possuem uma estrutura comum: três princípios táticos
gerais. Os três princípios são: tentar criar superioridade numérica, evitar igualdade
numérica e não permitir a inferioridade numérica. Considerando os princípios
expostos no texto, qual dessas brincadeiras populares estimula o desenvolvimento
do princípio relacionado a tentar criar superioridade numérica:

a) Pega-pega.
b) Coelho sai da toca.
c) Bolinha de Gode.
d) Esconde-esconde.
e) Amarelinha.

31
O ESPORTE COMPETITIVO, Erro!
ESPORTIVO E DE LAZER Fonte de
referênci
a não
encontra
A prática esportiva apresenta diversas características de acordo com
realidade social em que está inserida (ex.: complexidade, incerteza, da.
conflito de
valores, dentre outras). Essas características requerem do professor/treinador a
capacidade de refletir, de solucionar problemas e de desenvolver a criatividade
durante sua própria ação. Em relação ao esporte, não é possível compreendê-lo por
si só como saúde, educação e cultura, numa perspectiva de autêntico
desenvolvimento humano, se esse estiver descontextualizado de seus aspectos
socio-culturais ou sem uma clara noção de suas intenções. Dessa maneira, o esporte
não é educativo sobre todos os planos, é necessário que um educador faça dele
um objeto e um meio de educação (BELBENOIT, 1976).
Nesta mesma lógica, o esporte não pode significar apenas uma competição
altamente estruturada, na qual os atletas buscam a máxima performance esportiva.
O esporte possui, pelo menos, três manifestações distintas que o professor/treinador
deve considerar na sua prática: (1) esporte-performance, que possui o objetivo de
buscar o alto rendimento nas categorias de formação ou no profissional; (2) esporte-
participação, que tem o objetivo de promover o bem-estar, recreação e o esporte
de lazer para todos e; (3) esporte-educação, que tem objetivos claros de formação,
norteados por princípios socioeducativos, preparando seus praticantes para a
cidadania.

32
Figura 6A: Representação do esporte-performance

Fonte: Disponível em https://bit.ly/362cfrW. Acesso em: 26 out. 2021

33
Figura 6B: Representação do esporte-participação

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3wd0MQU. Acesso em: 26 out. 2021.

Figura 6C: Representação do esporte-educação

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3Jjt2Fk. Acesso em: 26 out. 2021

No entanto, existem alguns equívocos no processo de formação que podem

34
ser evitados, sobretudo, acerca da competição, independentemente, do tipo de
manifestação do esporte. Um desses equívocos está relacionada à competição na
iniciação esportiva, onde a criança tem seus primeiros contatos com o esporte. A
competição exacerbada leva o professor/treinador a impor ao aluno/esportista o
seu desempenho máximo, através de grupos de técnicas de um esporte específico,
levando-o a uma extrema especialização. Tal fato pode levar o aluno a uma
especialização precoce, o que prejudica seu desenvolvimento no esporte. Promover
uma competição deveria ser uma oportunidade de encaminhar o aluno à própria
superação, em um movimento que conduz à paz consigo mesmo e com os outros.
Dessa maneira, faz-se necessário que a competição não seja vista sempre contra
alguém, mas sim contra si próprio, sendo um marco de referência para uma
autoavaliação. Portanto, o objetivo da competição nas fases de iniciação esportiva
deve estar voltado à autossuperação e ao autoconhecimento.
Por sua vez, quando o jovem atleta entra, segue o processo de formação e
demonstra interesse e motivação para a prática formal do esporte, a competição
pode possuir um significado diferente. De acordo com Rose Júnior (2002), competir
significa enfrentar desafios e demandas que podem, de acordo com muitos aspectos
individuais e situacionais, representar uma considerável fonte de estresse para os
atletas, dependendo de seus atributos físicos, técnicos e psicológicos. Esse fato
ocorre, pois em muitos casos, a competição não é encarada da melhor maneira
possível.

A competição possui diversos benefícios que vão para além de ser

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“campeão”. Em primeiro lugar, a competição é uma preparação para a vida, pois
vivemos em uma sociedade que é altamente competitiva e requer cada dia mais
preparação e conhecimento para, por exemplo, ingressar no mercado de trabalho.
Em seguida, a competição é um ambiente que envolve múltiplos sentimentos e
emoções. O aluno/atleta pode ter o sentimento de alegria por uma vitória, mas
também pode aprender a lidar com tristeza e frustrações, o que pode gerar resiliência
para enfrentar os desafios diários.
Dessa maneira, a questão fundamental não é se pode ou não ter competição
no âmbito escolar e/ou competitivo desde o início da formação esportiva. No
entanto, a questão principal é como essa competição é encarada. Por exemplo, o
esporte compõe os conteúdos da educação física no âmbito escolar. Portanto,
excluir a competição nesse contexto significa excluir conteúdo inerente à educação
física. Dessa maneira, a competição na escola pode ser utilizada para transmitir, por
exemplo, a ideia de superar a si mesmo e de vencer por ser o mais competente e
não a qualquer custo.
Para que uma competição seja bem-sucedida é preciso considerar alguns
pontos que serão indicados em tópicos abaixo:

Objetivo da competição
Nos esportes coletivos, a competição pode ter diversos objetivos, dentre eles:
de integração, de avaliação, de confronto de forças etc. Por exemplo, o
professor/treinador pode organizar um festival interno na escola e/ou clube no intuito
de integrar diferentes alunos de turmas distintas. Por outro lado, o professor/treinador
poderá expor seus alunos/atletas em competições com nível técnico mais avançado
para avaliar o nível de desempenho de seus alunos/atletas em determinada
modalidade. Ou seja, o professor/treinador deverá considerar os objetivos durante a
participação em uma competição.

Estrutura da competição
Quanto mais estruturada e organizada for uma competição esportiva, mais
chances ela tem de proporcionar benefícios para os participantes. Por isso, uma

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competição deve ter um regulamento interno, o qual tem o objetivo de estabelecer
regras e normas de conduta de todos os envolvidos na competição. Outro ponto
importante é a infraestrutura do evento. Por exemplo, em uma competição de
futebol com alunos/atletas de sete anos de idade, é necessário adaptar o tamanho
do campo, o tamanho e o peso da bola, o tamanho das traves etc. Esse fato é
importante, pois a criança dificilmente terá uma experiência de sucesso se as
condições não forem favoráveis para a realização de um determinado esporte.

3.1 O FUTSAL COMO ESPORTE COMPETITIVO

As competições de futsal no Brasil são regulamentadas pela Confederação


Brasileira de Futsal (fundada em 15 de junho de 1979). De acordo com informações
disponíveis no site oficial da confederação (www.cbfs.com.br), no ano de 2021,
cinco categorias de competições foram organizadas para diferentes categorias: (1)
Supercopa; (2) Taça Brasil de Clubes; (3) Copa do Brasil; (4) NFFB Feminino e; (5)
Competições Internacionais.
A Supercopa ocorre anualmente com jogo entre os campeões da Taça Brasil
e a Copa do Brasil, e este ano a Supercopa decidiu uma vaga na Copa Libertadores
Feminina. Ademais, a Taça Brasil de Clubes é uma competição disputada do Sub-11
até a categoria adulta no masculino e do sub-15 até a categoria adulta no feminino.
Além disso, a Copa do Brasil também é realizada com equipes masculinas e
femininas. Já o NFFB Feminino é uma competição exclusiva das mulheres praticantes
de futsal. Por fim, as competições internacionais envolvem a Copa Libertadores, as
datas FIFA, Torneios Internacionais e os Jogos Escolares da Juventude.

3.2 O FUTEBOL COMO ESPORTE COMPETITIVO

As principais competições de futebol no Brasil ocorrem a partir do Sub-15, uma


vez que de acordo os clubes de futebol, podem alojar os seus jogadores a partir dos
14 anos de idade. Dessa maneira, antes dessa idade as competições são mais
regionalizadas e não têm um calendário oficial comandado pela CBF.
Adicionalmente, segundo o artigo 29 da Lei Pelé, o primeiro contrato profissional

37
entre um clube de futebol e um jogador pode ser assinado a partir de 16 anos de
idade com duração máxima de cinco anos. Dessa maneira, é a partir desse
momento da formação esportiva que as competições se tornam mais presentes no
calendário do Futebol Brasileiro.
Para exemplificar como as competições oficiais das categorias de base são
organizadas, em 02/04/2021, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou
uma atualização do calendário da base do futebol brasileiro em 2021. As seguintes
competições foram destacadas:
 Copa do Brasil Sub-20: 10/03 a 20/06;
 Brasileiro Sub-17: 08/05 a 14/08;
 Brasileiro de Aspirantes: 10/06 a 24/10;
 Brasileiro Sub-20: 27/06 a 21/11;
 Copa do Brasil Sub-17: 17/08 a 16/11;
 Copa do Nordeste Sub-20: 29/09 a 4/12;
 Supercopa do Brasil Sub-17: 15/12;
 Supercopa do Brasil Sub-20: 15/12.
 Para o futebol feminino, as competições de base previstas para 2022 são:
 Torneio de Desenvolvimento de Futebol Sub-16 e Sub-14: 03/12 a 11/12;
 Brasileiro Sub-17: 13/04 a 30/04;
 Brasileiro Sub-20: 03/05 a 02/07.

Percebe-se que as competições de clubes no Brasil ainda são um grande


desafio, pois longe de um grande investimento, como ocorre nas competições
profissionais (sobretudo, na primeira divisão), as competições nas categorias de base
possuem um calendário bem restrito e, por vezes, acontecem de forma
regionalizada. Além disso, estão restritas as equipes de elite do futebol brasileiro. Isso
impacta negativamente a formação de jovens jogadores de futebol que estão
distribuídos em diferentes clubes sem representação profissional. Dessa maneira, são
necessárias mais ações que englobem um maior número de equipes participantes e
promovam um ambiente qualificado de formação.

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3.3 O FUTSAL E FUTEBOL COMO ESPORTE DE LAZER

O futebol é um dos esportes mais praticados no mundo devido a sua


popularização. Por sua vez, o futsal tem tido mais adeptos a sua prática, uma vez
que possui similaridades com o futebol. Esses esportes são uma excelente opção de
prática esportiva por lazer e recreação, haja vista que são acessíveis à população.
A prática não depende de altos investimentos e, por vezes, é esporte praticado nas
ruas, condomínios etc.
Os benefícios do esporte recreativo vão desde a socialização entre os
praticantes, até os benefícios relacionados à saúde. Em um estudo conduzido por
Souza e colaboradores (2019), os autores buscaram verificar os principais fatores
motivacionais para a adesão à prática do futebol por amadores domiciliados no
interior do estado de Minas Gerais. A amostra foi composta por 100 praticantes de
futebol amador e os resultados apontam que o principal fator motivacional para a
adesão à prática do futebol amador remete-se à categoria saúde/fitness, visto que
tal domínio apresentou maiores médias quando comparado aos demais. Além disso,
o fator social foi o segundo mais indicado pelos praticantes. Para Miragaya
(2006), a prática de exercícios físicos representa uma estratégia para a promoção
da saúde, por ajudar a inibir o surgimento e o desenvolvimento de fatores de risco
cardiovasculares e que predispõem ao aparecimento de doenças crônico-
degenerativas. Ademais, para Oliveira (2013) o esporte além de promover a saúde,
apresenta ainda, uma função interessante de integração social, pois conforme
menciona Santos et al. (2016), o futebol como fenômeno social seria um legítimo
representante da cultura brasileira. E, de fato, o esporte é uma representação da
sociedade.

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Figura 7: Representação da prática do jogo de futebol na rua como lazer

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3CPloQx. Acesso em: 26 out. 2021.

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FIXANDO O CONTEÚDO

1. A realidade social apresenta diversas características (ex: complexidade,


incerteza, conflito de valores, dentre outras), que requer do professor capacidade
de refletir, de solucionar problemas e de desenvolver a criatividade durante sua
própria ação. Especificamente sobre o esporte, não se pode entender que o
esporte por si só possa significar saúde, educação e cultura, numa perspectiva de
autêntico desenvolvimento humano, se esse estiver descontextualizado de seus
aspectos socio-culturais ou sem uma clara noção de suas intenções. Portanto, o
desporto não é educativo sobre todos os planos, a menos que um educador faça
dele ao mesmo tempo um objeto e um meio de educação, de acordo com o
objetivo de cada manifestação do esporte. Diante disso, qual o objetivo do
esporte-participação:

a) possui o objetivo de buscar o alto rendimento nas categorias de formação.


b) possui objetivo de promover o bem-estar, a recreação e o esporte de lazer para
todos.
c) possui objetivo de formação, norteado por princípios socioeducativos.
d) possui o objetivo de buscar o alto rendimento na categoria profissional
e) possui objetivo de iniciação, norteado por princípios socioeducativos.

2. Os esportes são pedagógicos quando proporcionam obstáculos, exigências,


desafios, observando regras e lidando corretamente com os outros. Além disso, os
esportes são pedagógicos quando cada aluno rende mais, se esforçando muito,
sem nunca sentir isto como uma obrigação imposta, exteriormente, quando
socializa crianças e jovens num modelo de pensamento e vida. Diante disso,
assinale o objetivo do esporte-educação:

a) O esporte-educação tem objetivos claros de formação, norteados por princípios


socioeducativos.
b) O esporte-educação tem o objetivo de promover o bem-estar, recreação e o
esporte de lazer para todos.

41
c) O esporte-educação tem o objetivo de promover saúde, animação e o esporte
de lazer para todos.
d) O esporte-educação tem o objetivo de buscar o alto rendimento na categoria
profissional.
e) O esporte-educação tem o objetivo de buscar o alto rendimento nas categorias
de formação.

3. A competição é um elemento que compõe os esportes coletivos. De acordo com


Rose Júnior (2002), competir significa enfrentar desafios e demandas que podem,
de acordo com muitos aspectos individuais e situacionais, representar uma
considerável fonte de estresse para os atletas, dependendo de seus atributos
físicos, técnicos e psicológicos. Esse fato ocorre, pois em muitos casos, a
competição não é encarada da melhor maneira possível. A competição possui
diversos benefícios que vão para além de ser “campeão”. Diante disso, quais
benefícios a competição pode apresentar?

a) A competição é uma preparação para a vida, pois vivemos em uma sociedade


que é altamente competitiva e requer cada dia mais preparação e
conhecimento para, por exemplo, ingressar no mercado de trabalho. Além disso,
a competição é um ambiente que envolve múltiplos sentimentos e emoções
(positivas e negativas) e o aluno será capaz de aprender a lidar com elas, o que
pode gerar resiliência para enfrentar os desafios diários.
b) A pressão por resultados positivos irá incentivar a realização de qualquer prática
esportiva e confirma todas as vantagens físicas e psicológicas da competição.
Cobrar perfeição desde cedo fará com que a criança se sinta ainda mais
preparada, sintoma que vai ajudar ainda mais seu desempenho.
c) Independentemente do esporte, é importante passar uma mensagem negativa
sobre a prática da atividade física – seja na vitória ou na derrota. Uma vez que a
criança tenha encontrado o esporte que mais gosta, vai praticá-lo com prazer,
até nos dias de chuva ou durante as repetições mais monótonas.

42
d) Qualquer atividade física quando vira competição pode levar à melhoria da
saúde, pois independentemente de ser criança ou não, a competição faz com
que a pessoa tenha que treinar demais e uma hora isso vai se virar contra à saúde,
causando lesões.
e) A competição esportiva entre crianças vai além de questões de saúde. Para a
criança que está em competição, ela vive para competir, deixando os estudos
de lado e não tendo uma vida social como a de outras crianças. O maior
benefício é que ela passa a ter responsabilidades, virando um adulto na pele de
uma criança.

4. Quanto mais estruturada e organizada for uma competição esportiva, mais


chances ela tem de proporcionar benefícios para os participantes. Por isso, uma
competição deve ter um regulamento interno, o qual tem o objetivo de
estabelecer regras e normas de conduta de todos os envolvidos na competição.
Outro ponto importante é a infraestrutura do evento. Esse fato é importante, pois
a criança dificilmente terá uma experiência de sucesso se as condições não forem
favoráveis para a realização de um determinado esporte. Portanto, das
afirmativas abaixo, qual representa uma condição favorável para crianças
participarem de uma competição?

a) Em uma competição de futsal com alunos/atletas de sete anos de idade,


realizada em uma quadra com dimensões de 40 x 20 metros, bola igual à utilizada
com adultos e o tamanho das traves 3 x 2 metros.
b) Em uma competição de basquetebol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em uma quadra com dimensões de 28 x 18 metros, bola igual à utilizada
com adultos e a altura da cesta de 3,05 metros.
c) Em uma competição de handebol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em uma quadra com dimensões de 40 x 20 metros, bola igual à utilizada
com adultos e a baliza de 3x2.

43
d) Em uma competição de voleibol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em uma quadra com dimensões de 18 x 9 metros, bola igual à utilizada
com adultos e a rede em uma altura da rede de 2,43.
e) Em uma competição de futebol com alunos/atletas de sete anos de idade,
realizada em um campo com dimensões de 60 x 39 metros, bola menor à utilizada
com adultos e o tamanho das traves 5 x 2 metros.

5. Durante uma competição é importante definir um quadro de árbitros que possa


garantir a aplicação das regras do jogo com qualidade. Pessoas com licenças
para arbitrar não são garantias que não haverá erros, mas que esses erros serão
minimizados. É importante o investimento em pessoas capacitadas para integrar
as atividades competitivas, pois ajudarão a:

a) resolver possíveis conflitos do regulamento durante a competição.


b) resolver possíveis erros nos objetivos durante uma competição.
c) solucionar possíveis falhas na organização durante a competição.
d) solucionar possíveis conflitos durante a partida de uma competição.
e) solucionar possíveis equívocos de planejamento de uma competição.

6. Uma competição esportiva pode ser também nomeada como disputa, partida,
jogo, ou em alguns casos, corridas, e, dependendo do caso, campeonato,
torneio, copa, troféu ou liga. A competição é todo tipo de certame disputado sob
as regras de determinado esporte em específico. Dessa maneira,
independentemente da característica da competição, para que uma
competição seja bem-sucedida é preciso considerar diversos fatores, dentre eles
o planejamento da competição. Portanto, o que é planejamento?

a) ordenação das partes de um todo; arrumação, com o estabelecimento de


métodos convenientes.
b) disposição dos elementos de um conjunto segundo uma relação de ordem, com
o estabelecimento de métodos convenientes.

44
c) serviço de preparação de um plano de trabalho, de uma tarefa, com o
estabelecimento de métodos convenientes.
d) prescrição da maneira de organizar-se algo, com o estabelecimento de métodos
convenientes.
e) ato ou efeito de fundamentar(-se), apoiar(-se), documentar(-se), com o
estabelecimento de métodos convenientes.

7. Nos esportes coletivos, a competição pode ter diversos objetivos. Por exemplo, o
professor/treinador pode organizar um campeonato para expor seus
alunos/atletas em competições com nível técnico mais avançado e, dessa
maneira, avaliar o nível de desempenho de seus alunos/atletas em determinada
modalidade. Ou seja, o professor/treinador deverá considerar os objetivos da
equipe durante a participação em uma competição. Outro objetivo de uma
competição pode ser a integração. Portanto, qual alternativa abaixo descreve
uma situação de integração entre atletas?

a) o professor/treinador organiza um torneio na escola e/ou clube selecionando


alunos do mais alto nível de desempenho.
b) o professor/treinador organiza um festival na escola e/ou clube incluindo alunos
de diferentes níveis de desempenho.
c) o professor/treinador organiza uma copa na escola e/ou clube selecionando as
melhores turmas da instituição.
d) o professor/treinador organiza uma seletiva na escola e/ou clube para escolher
os melhores alunos para representar a instituição.
e) o professor/treinador planeja uma competição interna na escola e/ou clube
especificando que apenas as melhores turmas podem participar.

8. Avalie a seguinte citação: “[…] surgiram da preocupação com a excessiva


valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade
moderna, mais especificamente, pela cultura ocidental. Considerada como um
valor natural e normal da sociedade humana, a competição tem sido adotada

45
uma regra em, praticamente, todos os setores da vida social” - Fábio Brotto.
Marque a alternativa que define o tipo de jogo apresentado no trecho acima:

a) Jogos populares.
b) Jogos competitivos.
c) Jogos cooperativos.
d) Jogos indígenas.
e) Jogos antigos.

46
JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS, Erro!
PLANEJAMENTO E TREINAMENTO Fonte de
DE EQUIPES referênci
a não
encontra
4.1 MÉTODO GLOBAL-FUNCIONAL – COMO UTILIZAR OS JOGOS PRÉ-
da.
DESPORTIVOS NO ENSINO NO FUTSAL E NO FUTEBOL

O método Global-Funcional é um método tradicional para o ensino dos


esportes coletivos. Como o nome sugere, a ideia de global é justamente tentar
envolver as quatro dimensões dos esportes coletivos (isto é, técnica, tática, física e
psicológica) e não fragmentar. Desse modo, sua origem advém de correntes da
psicologia, as quais são opostas às correntes da psicologia que embasam o método
analítico-sintético. Portanto, esses métodos de ensino-aprendizagem e treinamento
são considerados antagônicos.

47
Figura 8: Representação da recepção da bola com a “pisada”

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MWHnKc. Acesso em: 27 nov. 2021

Independentemente se haverá elementos comuns ou isolados dos esportes


coletivos, em cada jogo existe uma “ideia central”. O aluno deverá compreender a
tarefa a ser realizada para solucionar os “problemas” advindos do jogo. Esses
“problemas” são situações específicas em que os alunos devem agir nos jogos, por
exemplo: progredir com a bola no espaço de jogo, criar situações de finalização à
baliza adversária e finalizar a baliza. No entanto, um problema que pode existir é que
em cada jogo haverá novas situações/problemas. Dessa maneira, se essas
situações/problemas não estiverem em uma sequência pedagógica adequada,
pode dificultar o entendimento do aluno para a transferência para o jogo formal da
modalidade em treinamento.

4.2 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TREINAMENTO NO


FUTSAL E FUTEBOL

O planejamento é essencial em processos de ensino-aprendizagem e


treinamento. A partir de uma organização sistematizada das atividades em períodos
semanais, mensais, semestrais ou anuais, o professor/treinador tem maior clareza das
ações a serem trabalhadas em cada momento dos processos de ensino-

48
aprendizagem e treinamento. Além disso, planejar as sessões de treino,
individualmente, implica levar em consideração os objetivos propostos em períodos
semestrais ou anuais, mas também permite a adaptação necessária para o
momento atual da turma/equipe.

Durante o planejamento e a organização das sessões de treinamento para o


Futsal e para o Futebol, o professor/treinador deve ter alguns pontos importantes em
mente:
 o objetivo do treino em todas as vertentes (técnico, tático, físico, psicológico
e social) para selecionar, adequadamente, os exercícios a serem
desenvolvidos;
 Levar em consideração o dia, a semana e o mês conforme planejamento.
Por exemplo, treinamentos em dias após os jogos vão requer uma atenção
especial na recuperação dos jogadores;
 Levar em consideração se o treino antecede ou procede de algum jogo,
pois a carga de treinamento deve ser reduzida;
 Certificar do número de jogadores que irão participar do treino, para
selecionar, adequadamente, os materiais necessários para aula/treino;
 Priorizar uso de materiais adequados (chuteiras, tênis de futsal etc.) e uso de
uniformes e equipamentos de segurança por parte dos jogadores;

49
 Certificar as condições climáticas para evitar problemas com as atividades
e jogadores. Por exemplo, o futebol é uma modalidade esportiva que ocorre
em locais abertos. Isso pode ter impactos negativos na própria saúde dos
jogadores.
Especificamente, para desenvolver exercícios e atividades de treinamento,
os professores/treinadores devem considerar alguns aspectos:
 Ter objetivos claros e específicos;
 Duração e intensidade condizentes com os objetivos e com a categoria em
questão;
 Ter em mente os pontos que merecem atenção durante o treino (conteúdo,
feedbacks etc.);
 Organizar o exercício de modo que todos os atletas participem de forma
ativa e dinâmica. Evitando filas, atletas parados, distraídos ou desmotivados;
 Progressão das atividades: sempre do mais fácil para o mais difícil, do simples
para o complexo;
 Preparar o campo, circuito de forma didática, que proporcione fácil
compreensão, zelo pelos materiais e pela segurança de todos;
 Os materiais como bolas, cones, coletes, arcos etc., devem ser previamente
calculados, conforme ordem de atividades e número de atletas de acordo
com o objetivo do treino.

4.3 APLICAÇÃO DO TREINAMENTO NO FUTSAL E NO FUTEBOL

A aplicação do treinamento/aula no Futsal e Futebol deve ser coerente com


o planejamento e a organização dos conteúdos estabelecidos para as

50
turmas/categorias. Isso ajudará o professor/treinador a obter sucesso na sessão de
treinamento. Por isso, é importante seguir um planejamento bem organizado e
orientado para que o aluno/atleta se desenvolva de acordo com suas
potencialidades e limitações inerentes à idade, sem proporcionar uma
especialização precoce. É necessário compreender que os jovens alunos/atletas
não são miniaturas de adultos e não devem ser submetidos a um treinamento de
adultos. Muitos professores/treinadores apenas copiam exercícios e aplicam sem
seus treinos. Deve-se entender que nenhuma equipe é igual à outra, nem mesmo as
equipes de mesma idade/categoria. Copiar exercícios sem olhar a realidade de seus
alunos/atletas é um passo para o insucesso naquela sessão de treino. Exercícios
aplicados por outros treinadores podem servir como um modelo para que o
treinador adapte e crie melhores condições de organizar seus treinos de acordo com
seus objetivos.
Outro ponto importante no processo de ensino-aprendizagem e treinamento
que deve ser evitado é queimar etapas no desenvolvimento ou impedir o
desenvolvimento dos alunos/atletas. Ou seja, progressão das atividades, sempre do
mais fácil para o mais difícil, do mais simples para o mais complexo, é muito
importante dentro de um grupo em processo de aprendizado. Dessa maneira, a
turma irá aprender, gradualmente. Muitos professores/treinadores queimam etapas
aplicando treinos muito acima do nível dos alunos/atletas ou muito simples e abaixo
das habilidades dos alunos/atletas. Além de prejudicar o desenvolvimento, o
professor/treinador se limita a não conseguir que os treinos sejam estimulantes e com
ambiente propício à aprendizagem.
Por isso, recomendamos algumas ações para os professores/treinadores e
disponibilizamos um modelo de organização de aula/treino:

Explicação
• Explicar os objetivos dos exercícios ou atividade;
• Explicar o papel de cada jogador dependendo da tarefa a ser executada;
• Explicar somente quando todos estiverem prestando atenção, não se deve
explicar enquanto os alunos estão conversando ou distraídos.

51
Demonstração
• Sempre demonstrar aquilo que se explica, sendo o próprio professor ou algum
aluno que tenha maior facilidade;
• Certificar de que não há nenhuma dúvida após a explicação da tarefa.

Observação
• Sempre observar a postura, os gestos, os movimentos e ações dos alunos
durante as atividades e exercícios propostos;
• A observação é importante no momento de identificar problemas e sucessos
na execução.

Motivação
• Sempre motivar os atletas durante as atividades e exercícios;
• Dar orientações breves, como comandos motivadores, ex.: “boa bola”, “bom
passe”, “isso, você foi bem”, “vamos, não pare!”

Intervenção e Adaptação
• Sempre intervir no momento certo, nunca deixar para intervir depois;
• Instruir novamente o exercício de forma mais clara;
• Revisar os pontos observados, positivos ou negativos. Os alunos gostam de
feedbacks nas atividades;
• Para progredir com as atividades, sempre o professor deve começar do
menor grau e ir evoluindo conforme a assimilação dos atletas.

EXEMPLO DE SESSÃO DE TREINO


MODELO DE ORGANIZAÇÃO DE UMA SESSÃO DE TREINO:

1. CONVERSA INICIAL: (cerca de 2 minutos de duração)


No início de cada treino, é recomendado este momento de conversa,
descontração e preparação sobre o que será trabalhado na sessão de treino.

52
2. AQUECIMENTO: (5 minutos de duração)
Atividade 1 -
Atividade 2 -
Exercícios preparatórios referentes ao conteúdo a ser trabalhado.

3. EXERCÍCIOS (15 minutos de duração)


Exercício 1
Objetivo:
Procedimentos:
Variações:
Dicas:
Descanso:
Exercício 2
Objetivo:
Procedimentos:
Variações:
Dicas:
Descanso:
Exercícios principais com a descrição de pontos norteadores da sessão de
treino.

4. JOGO (15 MINUTOS DE DURAÇÃO)


Duração: Condições
Momento de colocar em prática o que foi exercitado ao longo da sessão.

5. ALONGAMENTOS E CONVERSA FINAL: (3 MINUTOS DE DURAÇÃO)


Duração:
Neste momento é sempre importante conversar sobre os pontos positivos e
negativos do treino, tirando dúvidas e preparando o atleta para a próxima sessão.

53
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Com relação ao processo de ensino e aprendizagem dos esportes coletivos,


analise as afirmativas a seguir:

I. O método analítico pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das partes
de uma habilidade.
II. O método global consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida.
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo nas quais
comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo propriamente dito.
IV. O método da resolução de problemas é caracterizado pela demonstração por
parte do professor de uma determinada técnica e a repetição imediata dos
alunos.

Com relação as alternativas, assinale a opção correta:

a) I e II
b) I, III e IV
c) III e IV
d) II e III
e) II, III e IV

2. O método global-funcional tem se mostrado mais consistente e eficiente quando


comparado aos analíticos, pois atende ao desejo e às expectativas de jogar dos
alunos, estes ganham em motivação e o processo ensino-aprendizagem é
facilitado pelas diversas vivências e experiências acerca do jogo. Diante disso,
avalie as asserções a seguir:

I. O método Global-Funcional ocorre através de uma série de jogos (recreativos, pré-


desportivos e jogos de iniciação). Por meio desses jogos, os professores procuram
implantar elementos comuns aos esportes coletivos, por exemplo: a recepção da
bola com as mãos (handebol e basquetebol) e a recepção da bola com os pés
(futsal e futebol).
PORQUE

54
II. Independentemente se haverá elementos comuns ou isolados dos esportes
coletivos, em cada jogo existe uma “ideia central”. O aluno não deverá
compreender a tarefa a ser realizada para dificultar as soluções dos “problemas”
advindos do jogo.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) Tanto a primeira, quanto a segunda asserções são proposições falsas.


b) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda uma proposição
falsa.
c) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição
verdadeira.
d) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa da primeira.
e) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
da primeira.

3. (ENADE 2019) - Atualmente, entre as discussões que envolvem o treinamento de


atletas e equipes esportivas, estão em evidência as relacionadas à formação de
atletas de futebol. O processo, cada vez mais embasado cientificamente, busca
o desenvolvimento harmônico e integral dos futuros atletas, evitando a
especialização precoce. Nesse contexto, para evitar a especialização precoce
dos atletas e propiciar-lhes os benefícios da prática esportiva, o profissional de
Educação Física deve:

a) procurar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das capacidades físicas do


futuro atleta ligadas à performance máxima da sua faixa etária.
b) utilizar uma metodologia específica para o aprimoramento técnico e tático do
esportista desde a etapa de iniciação esportiva.
c) aplicar metodologia voltada para o aumento da probabilidade de uma
formação de sucesso no menor tempo possível.
d) priorizar, no treinamento, os valores psicológicos, emocionais, sociais e culturais
dos futuros atletas, em detrimento do domínio motor.

55
e) aplicar metodologia voltada para o desenvolvimento integral do esportista,
levando em conta os seus estágios de crescimento e desenvolvimento físico,
afetivo e cognitivo.

4. (ENADE 2019) - Os modelos metodológicos, escolhidos pelo profissional de


Educação Física para o processo de ensino de esportes coletivos, exercem forte
influência nas relações que cada sujeito estabelecerá com a prática esportiva ao
longo da vida. Portanto, cabe ao profissional conhecer e selecionar
adequadamente os métodos de ensino, de modo que contribuam para a
percepção positiva sobre esses esportes pelos alunos. Considerando esse
contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. As crianças que participam de aulas de futebol baseadas em métodos


predominantemente analíticos constroem uma representação simbólica do
futebol associada à competitividade e à valorização da vitória, diferentemente
das crianças que vivenciam aula de base metodológica predominantemente
global, em que se valoriza a participação, ou seja, a própria vivência esportiva.
PORQUE
II. Os modelos metodológicos de base analítica no ensino dos esportes coletivos
promovem a cooperação entre os participantes e o entendimento do jogo a
partir do todo, ao passo que os modelos metodológicos predominantemente
globais de ensino desses esportes valorizam a competitividade, a eficiência da
execução do gesto esportivo e a repetição motora como mecanismos de
aprendizagem.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da


I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

56
5. (ENADE 2016) - A prática esportiva pode ser um importante meio de proteção à
saúde mental na infância e na adolescência, mas a busca exacerbada por
resultados a curto prazo tem levado profissionais do esporte a adotar práticas
pedagógicas com ênfase na especialização esportiva precoce. Esses
procedimentos podem causar transtornos emocionais que prejudiquem a saúde
mental de jovens esportistas. Considerando esse contexto, para evitar a
especialização precoce e garantir os benefícios da prática esportiva à saúde
mental de crianças e adolescentes, o profissional de educação física deve:

a) garantir que eles não vivenciem frustrações, tristezas e chateações durante a


prática esportiva.
b) utilizar métodos adequados para o aprimoramento técnico e tático desse público
durante a etapa de iniciação esportiva.
c) organizar competições esportivas que enfatizem a aprendizagem e lhes
proporcionem experiências prazerosas.
d) avaliar a personalidade, o nível de autoestima, a percepção de competência, a
motivação e a autorregulação dos alunos durante sua formação esportiva.
e) acompanhar, por meio de aplicações de escalas e entrevistas, a saúde mental
das crianças e adolescentes com o objetivo de evitar transtornos emocionais
advindos de competições esportivas.

6. (ENADE 2013) - Com relação ao processo de ensino-aprendizagem de esportes


coletivos, avalie as afirmações a seguir.

I. O método por partes pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das partes
de uma habilidade.
II. O método pelo todo consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida.
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo nas quais
comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo propriamente dito.
IV. A escolha entre o método por partes ou o método pelo todo deve levar em
consideração o nível de complexidade e a organização da habilidade.

É correto o que se afirma em:

57
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

7. (Adaptado ENADE 2011) - O fazer docente pressupõe a realização de um conjunto


de operações didáticas coordenadas entre si. São o planejamento, a direção do
ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma delas desdobradas em
tarefas ou funções didáticas, mas que convergem para a realização do ensino
propriamente dito.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004, p. 72.

Considerando que, para desenvolver cada operação didática inerente ao ato


de planejar, executar e avaliar, o professor/treinador precisa dominar certos
conhecimentos didáticos, avalie quais afirmações abaixo se referem a
conhecimentos e domínios esperados do professor.

I. Conhecimento dos conteúdos da modalidade que ensina, bem como


capacidade de abordá-los de modo contextualizado.
II. Não é necessário o domínio dos métodos e técnicas de elaboração de exercícios
específicos ao esporte escolhido.
III. Domínio de diferentes métodos e procedimentos de ensino e capacidade de
escolhê-los conforme a natureza dos conteúdos a serem tratados e as
características dos atletas.
IV. Não é necessário o domínio do conteúdo relacionado às competências físicas,
técnicas e táticas, que deve conter no planejamento a ser trabalhado durante o
ano de formação.

É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.

58
e) III e IV.

8. (ENADE 2019) - A periodização consiste em uma forma de planejamento e


organização do treinamento esportivo, cujo pressuposto básico é a divisão em
determinados períodos (preparatório, competitivo e transitório). O objetivo pode
ser tanto promover um ápice no desempenho em determinadas competições
quanto aperfeiçoar a recuperação do atleta mediante determinados estímulos.
MONTEIRO, A.; LOPES, C. Periodização esportiva: estruturação do treinamento. 2.ed. São Paulo: AG Editora, 2015 (adaptado).
Considerando esse contexto, avalie as afirmações a seguir.

I. As modalidades esportivas classificadas como coletivas apresentam um período


preparatório curto e um período competitivo longo.
II. O período transitório contribui para a recuperação do potencial de adaptação
do organismo e serve como elo entre os macrociclos.
III. A eficácia dos exercícios físicos programados em uma periodização está
diretamente relacionada ao seu volume, à intensidade e à densidade.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

59
O ESPORTE COMO EXPRESSÃO DE Erro!
CULTURA E SUAS IMPLICAÇÕES Fonte de
PARA O ENSINO DAS referênci
MODALIDADES ESPORTIVAS a não
COLETIVAS
encontra
da.
5.1 O ESPORTE COMO REPRESENTAÇÃO CULTURAL

O esporte é uma parte representativa da sociedade e no Brasil não é


diferente. O futebol e o futsal possuem suas raízes muito fortes no país. No entanto,
dentre eles, o futebol tem um papel de destaque. Segundo Rinald (2000), o futebol
expressa a característica da sociedade brasileira devido a sua maneira de
manifestação cultural construída historicamente.

O futebol brasileiro visto como uma prática social, também se constitui


num meio pelo qual os indivíduos expressam determinados
sentimentos...o fato de torcer por um time mesmo quando esse não
ganha títulos durante muitos anos pode ser vivido como um teste de
fidelidade. Suportar as gozações de torcedores contrários após
uma derrota põe a prova a paixão pelo time, mesmos nos momentos
difíceis. Vencer um jogo contra um time tecnicamente mais forte
reaviva a crença em um ser superior que realiza milagres (Daólio, 1997,
p. 122).

No entanto, para homens e mulheres o futebol e futsal possuem diferentes


manifestações, uma vez que ainda nos dias atuais esses esportes são áreas
ocupadas mais por homens do que mulheres (Moura, 2003). De acordo com Romero
(1994) é esperado que homens e mulheres tenham funções, papéis sociais e
comportamentos distintos na sociedade. Segundo Moura (2003), a ideologia sexista
de “brinquedo de menino” e “brinquedo de menina” pode atrapalhar os primeiros
estímulos motores, que devem ser variados para que meninos e meninas possam se
desenvolver em termos motores, físicos e mentais. Aperar disso, “(...) ao menino,
presenteia-se com carrinhos de brinquedo e bola de futebol. À menina, oferece-se
boneca”. Portanto, para mudar esse quadro de desigualdade entre homens e
mulheres no futebol e futsal, deve-se proporcionar estímulos semelhantes nos anos
iniciais de formação ou de iniciação esportiva, os quais podem ser observados a

60
partir dos modelos de ensino apresentados nos dois próximos tópicos.

5.2 MODELOS DE ENSINO TRADICIONAIS PARA OS ESPORTES COLETIVOS

Existem várias maneiras de ensinar os indivíduos durante a prática dos esportes


coletivos. No entanto, é importante que o professor possa escolher com clareza o
método que deseja utilizar, para que os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento possam ser coerentes com a capacidade e os objetivos de cada aluno.
Portanto, o método de ensino deverá facilitar os processos de ensino-aprendizagem
e treinamento, independentemente, do nível de rendimento que o aluno se
encontra (GRECO, 1998).
O processo de ensino pressupõe contextualização, aquisição de saberes,
competências e conhecimentos necessários para melhoria do rendimento esportivo.
Por sua vez, o processo de aprendizagem também pressupõe os mesmos aspectos
relacionados ao ensino (citados acima). Por esse motivo, esses processos estão
intimamente relacionados. O ensino será eficiente ou eficaz se o professor levar em
consideração não apenas a forma que ele vai ensinar, mas também a forma como
os alunos aprendem, uma vez que aprendem de maneiras distintas.

Dessa maneira, o professor deve conhecer as potencialidades e limitações


dos alunos no intuito de otimizar os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento. Portanto, de acordo com Greco (1998), os métodos de ensino são
ferramentas que proporcionam a obtenção de um novo nível de rendimento.
É importante destacar que os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento vão além da exercitação. Por muitas vezes, ao utilizar o termo
treinamento, isoladamente, nos remetemos ao exercício em si. Obviamente, o

61
exercício é importante para melhoria do desempenho do aluno, uma vez que é
através do exercício que o professor irá estimular o desenvolvimento dos alunos. No
entanto, o exercício pelo exercício, sem uma construção pedagógica e sem uma
lógica de intervenção, não é capaz de gerar melhorias do desempenho dos alunos
(TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Por vezes, esse desempenho pode até ser
reduzido, pois o aluno não é capaz de aplicar no esporte aquilo que é exigido, tanto
no âmbito de clubes, quanto no âmbito escolar.
Os métodos apresentados abaixo estão baseados no livro Iniciação Esportiva
Universal 2, de Greco (1998):

MÉTODO ANALÍTICO-SINTÉTICO
O método analítico-sintético é um dos mais tradicionais métodos para ensino
dos esportes coletivos. Sua base conceitual advém de correntes da psicologia que
fragmentam o todo para tentar potencializar o ensino das partes e depois possa ser
aplicado no contexto geral. Nos esportes coletivos, esse método de ensino é
amplamente contestado, pois não é possível fragmentar as diferentes dimensões dos
esportes (GRECO; BENDA, 1998). Essas dimensões são basicamente quatro: tática,
psicológica, física e técnica.
No método analítico-sintético, em primeiro lugar são trabalhados os
componentes técnicos do jogo através da repetição de exercício em cada
fundamento técnico de acordo com a modalidade esportiva. Por exemplo, o passe
com as mãos (no basquetebol e handebol), o passe com os pés (no futsal e futebol),
o levantamento (no voleibol), o arremesso (no handebol e basquetebol) e chute (no
futsal e futebol). Inicialmente, esses exercícios devem ser oferecidos com um baixo
nível de dificuldade e à medida que o aluno vai dominando aquela sequência, as
séries ficam mais complexas.
Esse método de ensino também é conhecido como método “parcial” e de
“série de exercícios”, pois através dele o professor fragmenta o jogo através de
diversas séries de exercícios. Esse método possui os seguintes princípios
metodológicos:
Do conhecido ao desconhecido  das partes ao todo;
Do fácil para o difícil  diminuição da ajuda;
Do simples para o complexo  aproximação gradativa.

62
MÉTODO MISTO
Com o intuito de maximizar os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento, o método misto surge como uma solução pedagógica para superar as
limitações encontradas nos métodos analítico-sintético e global-funcional (GRECO;
BENDA, 1998). Portanto, o método misto caracteriza-se como a junção dos métodos
analítico-sintético e global-funcional. Isto é, inicialmente o professor realiza um
determinado jogo para identificar as potencialidades e limitações de cada um dos
alunos, logo em seguida realiza uma série de exercícios para estimular o
desenvolvimento dos fundamentos técnicos do esporte em questão e, por fim, o
professor aplica o jogo novamente para avaliar se o aluno aprendeu o gesto
técnico.
O jogo é um fator motivador para o praticante, independentemente, de sua
idade e nível de desempenho. Por essa razão, a ideia central do método misto é
satisfazer o desejo primário do praticante, que constitui-se em jogar o esporte em
questão. Satisfazendo esse desejo inicial, o aluno pode estar mais susceptível a
querer desenvolver suas competências e, assim, aceitar mais facilmente as séries de
exercícios do método analítico-sintético. Após realizar uma série de exercícios, o
aluno é submetido novamente ao jogo para testar suas habilidades. Caso tenha
desenvolvido, pode-se aplicar séries mais complexas e com maior grau de
dificuldade.

MÉTODO DE CONFRONTAÇÃO
O método de Confrontação diz respeito à prática do esporte formal, ou seja,
o jogar adulto, com suas regras e formas. Dessa maneira, em cada modalidade
esportiva, o professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e
treinamento por meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas
para chegar ao jogo formal. Por exemplo, no jogo de basquetebol, o professor irá
dividir duas equipes de cinco jogadores em cada uma e irá permitir que os alunos
joguem com as dimensões oficiais da quadra, altura da cesta etc.
Cabe destacar que esse método não pode ser confundido com o “rola bola”,
que constitui uma prática sem qualquer finalidade pedagógica. No método de
confrontação, o professor deve estar atento a todas as ações que ocorrem no jogo,
para fornecer instruções adequadas a cada aluno. Essas instruções irão estimular o
desenvolvimento do aluno. A literatura científica especializada no ensino dos

63
esportes coletivos tem indicado que a instrução assume um papel fundamental, pois
quando o aluno é instruído, se sente mais motivado e tem seu desempenho
potencializado.

MÉTODO SITUACIONAL
O método situacional é mais recente nos processos de ensino-aprendizagem
e treinamento, comparativamente, aos métodos analítico-sintético e global-
funcional. O método situacional surge com a necessidade de um processo de ensino
que acompanha a evolução dos esportes coletivos e se aproxima mais da dinâmica
criada em um dos esportes. Por exemplo, no voleibol a regra da “vantagem”
tornava o jogo longo, menos atrativo para os espectadores e para a própria
impressa, que era responsável por transmitir um jogo dessa modalidade. Quando
essa regra deixou de ser aplicada, o jogo tornou-se mais rápido e dinâmico, além
de mais exigente em termos de habilidade dos jogadores. Isso ocorreu, pois cada
ação de saque para iniciar o jogo gera um ponto, consequentemente, para alguma
das equipes.
O método situacional, como o nome sugere, é baseado em jogadas extraídas
de situações padrões do jogo formal. Dessa maneira, o professor irá determinar quais
situações deseja trabalhar e, assim, pode colocar em prática nos processos de
ensino-aprendizagem e treinamento. Por exemplo, o professor pode criar situação
de inferioridade numérica (sete contra seis), simulando o aluno que recebeu
punição de dois minutos fora no handebol. Dessa maneira, pode condicionar a
equipe a se comportar de maneira adequada (ao seu entender) nessa situação.
Uma característica positiva nesses métodos de ensino-aprendizagem e
treinamento se refere ao fato de que as componentes técnica e tática do jogo são
trabalhadas de maneira conjunta. Além disso, proporciona o desenvolvimento das
habilidades percepto-cognitivas, que são fundamentais para o rendimento
esportivo de excelência. Com isso, o professor estimula a flexibilidade e a
criatividade dos alunos nas situações apresentadas no jogo. Dessa maneira, o aluno
terá condições de conhecer o jogo formal em suas diferentes fases e planos. O
método situacional, de maneira indireta, reúne as vantagens dos métodos analítico-
sintético e global-funcional em uma forma simples, deixando de lado as
desvantagens esses métodos apresentam.

64
5.3 MODELOS DE ENSINO ATUAIS PARA OS ESPORTES COLETIVOS

Estas concepções de treino são baseadas na dimensão física, que é


coordenadora e orientadora do processo de treino. A primeira concepção de treino
advém da tendência originária do Leste Europeu, que concebe o jogo de futebol a
partir de quatro dimensões: técnica, física, tática e psicológica. Nessa tendência, as
dimensões são isoladas para tentar potencializar o processo de treinamento.

A segunda concepção de treino advém da tendência originária do Norte da


Europa e da América do Norte, que também concebe o jogo a partir das quatro
dimensões. No entanto, existe uma interação entre essas dimensões no processo de
treinamento. Por fim, a tendência originária da América Latina integra as quatros
dimensões no treinamento, enfatizando mais uma do que outra. No entanto, todas
estão presentes.
No intuito de mudar a perspectiva de como surge o treinamento no futebol, a
periodização tática surge com um nome de caráter “provocativo”, pois indica qual
dimensão do jogo irá orientar e coordenar o processo de treino. Periodizar significa
dividir em intervalos regulares de tempo e a tática, dentro desse método de ensino-
aprendizagem e treinamento, tem um sentido amplo e diz respeito a uma cultura que
se cria e torna possível uma forma específica de jogar. Portanto, esse método de
ensino possui uma matriz conceitual e diferentes princípios metodológicos próprios no
intuito de fazer emergir essa forma específica de jogar.

65
Matriz Conceitual
Momentos do jogo:
A Fase Ofensiva é caracterizada pelo momento de organização em que a
equipe detém a posse de bola e possui seus jogadores dispostos para o ataque. A
Transição Ataque-Defesa acontece no instante em que a equipe perde a posse de
bola e exige do jogador mudança de atitude, saindo da fase ofensiva para a
defensiva. A Fase Defensiva é condicionada pela necessidade de recuperação da
posse de bola, pois nesse momento a equipe adversária detém a posse e passa a
assumir a iniciativa do jogo. A Transição Defesa-Ataque se dá no instante em que a
equipe recupera a posse de bola e inicia as ações ofensivas. Neste instante, a equipe
deve mudar seu pensamento saindo da situação defensiva transitando para a
atitude ofensiva, a qual irá novamente se organizar para iniciar o ataque.

Escalas da Equipe:
As escalas da equipe se referem às diferentes possibilidades de treinar os
aspectos da equipe em nível coletivo (1), intersetorial (2), setorial (3), grupal (4) e
individual (5).

(1) (2)

(3) (4)

66
(5)

Organização dos Princípios de Jogo:


Princípios de Jogo são os padrões gerais que caracterizam a equipe – Plano
Macro. Por sua vez, os Subprincípios de Jogo são os padrões intermédios que
possibilitam os padrões gerais – Plano Meso. Por fim, os Subsubprincípios de Jogo são
os detalhes que dão imprevisibilidade à previsibilidade – Plano Micro.

Princípios Metodológicos
Princípio da Progressão Complexa
Compreende a organização das sessões de treino conforme a evolução da
equipe ao longo do período de treinamento. Retirando ou acrescentando os
desgastes físico e mental referentes aos conteúdos do modelo de jogo.
O modelo de jogo é o que vai nortear todo trabalho desenvolvido no
treinamento. Os exercícios serão específicos se tiverem relação com o modelo de
jogo da equipe. Caso contrário, os jogadores e as equipes estarão aprendendo
comportamentos indesejáveis de acordo com a “cultura” do clube, isto é: a forma
de jogar da equipe.
Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Tem como objetivo induzir adaptações e fazer emergir os padrões de jogo
específicos por meio da indução de comportamentos nos diferentes morfociclos.

67
Domingo: Jogo
Segunda: Folga
Terça: Recuperação Ativa
Quarta: Tensão (Operacionalização aquisitiva)
Quinta: Duração (Operacionalização aquisitiva)
Sexta: Velocidade (Operacionalização aquisitiva)
Sábado: Recuperação Ativa*
Domingo: Jogo
*O treino de sábado, para além de uma recuperação, visa pré-ativar os
jogadores e a equipe para o jogo no dia seguinte. Portanto, tem um caráter
específico e diferente da recuperação ativa da terça-feira. Outro detalhe importante
é que esse é um exemplo de morfociclo com jogo de domingo a domingo. Caso os
jogos aconteçam de sábado a sábado, por exemplo, a lógica e sequência dos
treinamentos são as mesmas.
O dia de tensão requer um tipo específico de contração muscular com mais
frequência do que os demais tipos de contração muscular. Portanto, o exercício
precisa ter as características que favoreçam esse tipo de contração muscular. Isso
também ocorre com a duração e com a velocidade conforme figuras abaixo:
Quando o calendário envolve jogos no meio da semana, a organização dos
treinamentos muda de acordo com o morfociclo abaixo.

68
Domingo: Jogo
Segunda: Recuperação Ativa
Terça: Recuperação Ativa
Quarta: Jogo
Quinta: Folga/ Recuperação Ativa
Sexta: Recuperação Ativa
Sábado: Recuperação Ativa
Domingo: Jogo
Os estímulos relacionados à operacionalização aquisitiva não aparecem em
morfociclos com jogo durante a semana, pois a soma dos estímulos de treino deve
ser igual a um estímulo de jogo. Portanto, se ocorre um jogo no meio da semana, os
estímulos já são alcançados naquela semana.

Princípios das Propensões


Esse princípio metodológico tem como objetivo criar contextos em que a
densidade do ou dos princípios que se pretendem treinar apareçam como
regularidades, de forma a fazer emergir o jogo que se deseja para equipe em relação
aos planos tático/técnico e fisiológico. Nesse princípio deve existir uma grande
relação com o “Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade”.

69
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O método situacional, como o nome sugere, é baseado em jogadas extraídas de


situações padrões do jogo formal. Dessa maneira, o professor irá determinar quais
situações deseja trabalhar e, assim, pode colocar em prática nos processos de
ensino-aprendizagem e treinamento. Uma característica positiva nesses métodos de
ensino-aprendizagem e treinamento refere-se ao fato de que as componentes
técnica e tática do jogo são trabalhadas de maneira conjunta. Portanto, uma das
estratégias para se atingir esse objetivo é modificar as "estruturas funcionais" do jogo.
Diante disso, o que refere-se a essas estruturas funcionais?

a) A quantidade de participantes envolvidos nas situações do jogo.


b) A quantidade de materiais envolvidos nas situações do jogo.
c) A quantidade de tempo envolvido nas situações do jogo.
d) A quantidade de exercícios envolvidos nas situações do jogo.
e) A quantidade de execução técnica envolvida nas situações do jogo.

2. As teorias interacionistas deram sustentação teórica para metodologias de ensino


baseadas em jogos, que são uma excelente estratégia de ensino que respeita a
integridade e a lógica interna do jogo. Uma das metodologias que se enquadra
neste perfil é o método situacional. Diante disso, quais as características referem-se
a tal método?

a) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por


meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas para chegar ao jogo
formal.
b) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio da divisão dos componentes técnicos do jogo através da repetição de
exercício em cada fundamento técnico.
c) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de uma série de jogos (recreativos, pré-desportivos e jogos de iniciação) que
não são mais difíceis que o jogo formal.

70
d) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de um determinado jogo, logo após o gesto técnico e, por fim, o jogo
novamente.
e) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de jogadas extraídas de situações padrões do jogo formal.

3. O método de ensino deverá facilitar os processos de ensino-aprendizagem e


treinamento, independentemente, do nível de rendimento que o aluno se encontra.
Entre os métodos tradicionais que são utilizados nos esportes coletivos encontra-se o
método de confrontação. Esse método (assim como os demais) possui
características próprias e estratégias de ensino diferentes. Diante disso, quais as
características referem-se ao método de confrontação?

a) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por


meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas para chegar ao jogo
formal.
b) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio da divisão dos componentes técnicos do jogo através da repetição de
exercício em cada fundamento técnico.
c) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de uma série de jogos (recreativos, pré-desportivos e jogos de iniciação) que
não são mais difíceis que o jogo formal.
d) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de um determinado jogo, logo após o gesto técnico e, por fim, o jogo
novamente.
e) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de jogadas extraídas de situações padrões do jogo formal.

4. Um dos métodos tradicionais que são utilizados nos esportes coletivos é o método
analítico-sintético. Esse método possui características particulares e estratégias de
ensino diferentes. Diante disso, quais as características referem-se a tal método ?

71
a) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de uma série de jogos (recreativos, pré-desportivos e jogos de iniciação) que
não são mais difíceis que o jogo formal.
b) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio da divisão dos componentes técnicos do jogo através da repetição de
exercício em cada fundamento técnico.
c) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de jogadas extraídas de situações padrões do jogo formal
d) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio de um determinado jogo, logo após o gesto técnico e, por fim, o jogo
novamente.
e) O professor irá conduzir os processos de ensino-aprendizagem e treinamento por
meio do jogo formal, sem divisões e tarefas a serem aprendidas para chegar ao jogo
formal.

5. O objetivo da Periodização Tática é fazer emergir um jogar específico através de


intencionalidades individuais e coletivas, pois os processos de ensino-aprendizagem
e treinamento são responsáveis por modelar os comportamentos dos jogadores e
de equipes. Para atingir tal objetivo, o conceito de “Fractal” é fundamental na
montagem dos exercícios. Diante disso, qual o conceito de “Fractal”?

a) Exercícios que reproduzam o jogo formal da equipe adversária parcialmente.


b) Exercícios que reproduzam o jogo formal da equipe adversária em sua totalidade.
c) Exercícios que reproduzam o jogo formal da própria equipe em sua totalidade.
d) Exercícios que são representativos da maneira que a equipe adversária pretende
jogar.
e) Exercícios que são representativos (proporcionalmente) da maneira que a equipe
pretende jogar.

6. A Periodização Tática é uma concepção de treino que pretende ter uma lógica
de compreensão e intervenção no futebol diferente de outras concepções. Dentre
essas outras concepções, podem-se destacar três: a tendência originária do Leste
Europeu, a tendência originária do Norte da Europa e da América do Norte e a

72
tendência originária da América Latina. Em relação à tendência originária da
América Latina, quais características abaixo referem-se a essa concepção:

a) Concebe o treino a partir de 4 dimensões: Técnica; Física; Tática e Psicológica. E


separa essas dimensões em treino para maximizar o processo de desenvolvimento e
ter maior proficiência no jogo.
b) As 4 dimensões (Técnica; Física; Tática e Psicológica) são integradas no processo
de treino. Nessa lógica, o conceito de especificidade assume particular importância.
c) Considera o jogo a partir das 4 dimensões: Técnica; Física; Tática e Psicológica. E
preconiza uma interligação entre elas, estimulando duas dimensões conjuntamente.
d) Considera o jogo a partir das 4 dimensões: Técnica; Física; Tática e Psicológica. E
considera a dimensão tática como coordenadora e orientadora do processo de
treino.
e) Considera o jogo a partir das 4 dimensões: Técnica; Física; Tática e Psicológica. E
considera a dimensão psicológica como coordenadora e orientadora do processo
de treino.

7. Daniel é preparador físico de um clube de futebol em Santa Catarina. No clube,


a comissão técnica utiliza como método de treinamento a Periodização Tática, cujo
treinamento é baseado a partir da matriz conceitual que orienta a modelação do
treino por meio da interação entre os momentos de jogo (organização ofensiva e
defensiva, transição ataque/defesa e defesa/ataque), escala da equipe (coletiva,
intersetorial, setorial, grupal e individual) e a organização dos princípios de jogo
(princípios de jogo, subprincípios de jogo e sub-sub-princípios de jogo).
Desta maneira, avalie a atividade a seguir e indique qual escala da equipe foi
utilizada nessa atividade:
Atividade: Conservar a posse de bola.
Conteúdo: Fundamentos técnicos: passe e recepção.
Objetivo: Conservar a posse da bola através do passe e recepção.
Materiais: Cinco bolas de futebol, quatro cones, dez pratinhos.
Idade: 14 anos.
Campo: 15 metros de comprimento e 20 metros de largura.
Jogadores: Dez jogadores = (3 x 3 no campo de jogo) + (2 jogadores alvo).
Duração: Quatro minutos.

73
Descrição: As equipes irão jogar livremente durante três minutos em um campo de
15x20 metros. Haverá dois jogadores-alvo que se localizarão nas laterais do campo.
As equipes serão compostas por jogadores das mesmas posições, isto é: defesa,
meio de campo e/ou ataque. A equipe deverá manter a posse da bola, sendo que
poderá passá-la para os jogadores-alvo. Estes só poderão realizar o passe para a
equipe que estiver com a posse da bola.
Variações: Reduzir o tamanho do campo para 10x15 metros, a fim de aumentar a
dificuldade do jogo devido à proximidade entre os jogadores.

a) Individual
b) Setorial
c) Grupal
d) Coletiva
e) Intersetorial

8. A Periodização Tática é uma concepção de treino que visa se diferenciar de


concepções tradicionais. De acordo com essa concepção, tática tem um conceito
mais amplo do que uma simples dimensão do jogo. Diante disso, de acordo com o
conceito trabalhado em aula, indique o conceito de tática de acordo com a
Periodização Tática:

a) Uma cultura que se cria e permite um jogar específico.


b) A distribuição dos jogadores no campo de jogo.
c) É o canal de comunicação entre os jogadores no campo de jogo.
d) É o planejamento prévio das ações do jogo.
e) É o posicionamento e movimentação dos jogadores .

74
REGRAS DO FUTSAL E DE FUTEBOL Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
A FIFA (Fédération Internationale de Football Association) é a instituição que
dirige o futebol e o futsal. Esses esportes possuem a mesma quantidade da.de regras,
obviamente, os detalhes especificam as características de cada modalidade. Tanto
o futebol, quanto o futsal possuem 17 regras, a saber:

Quadro 4: Lista das regras do futebol e do futsal

Regra Futebol Futsal


01 O campo de jogo Quadra de Jogo
02 A bola A bola
03 Os jogadores Número de jogadores
04 O equipamento dos Equipamento dos
jogadores jogadores, comissões
técnicas e arbitragem
05 O árbitro Os árbitros
06 Os outros oficiais de 3° árbitro/anotador e
arbitragem cronometrista
07 A duração do jogo Duração do jogo
08 O início e o reinício do jogo Bola de saída
09 A bola em jogo e fora de Bola em jogo e fora de jogo
jogo
10 Determinação do resultado Contagem de gols
de um jogo
11 Impedimento Impedimento
12 Faltas e Incorreções Faltas e incorreções
13 Tiros livres Tiros livres
14 Tiro penal Tiro penal
15 O arremesso lateral Tiro lateral
16 O tiro de meta Arremesso de meta
17 O tiro de canto Tiro de canto
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

6.1 REGRAS DO FUTSAL

As regras dos esportes coletivos servem como um padrão ou norma para


estabelecer as ações dos atletas, comissão técnica, árbitros nos esportes coletivos.
Cada esporte possui sua própria regra específica, que é atualizada em determinados
períodos regulares de tempo. As atualizações nas regras acontecem, principalmente,

75
para melhorar a dinâmica do jogo e promover avanços em aspectos que estão
falhos no jogo. Neste tópico iremos apontar algumas informações pertinentes para
realização do futsal.
As regras do Futsal são aprovadas pela Federação Internacional de Futebol
(FIFA). As dimensões da quadra de futsal para a categoria adulta serão de, no
mínimo, 38 metros de comprimento por 18 metros de largura (figura 9). Para cada
categoria existe uma especificação do tamanho e do peso da bola. A partida será
disputada por duas equipes compostas por cinco jogadores cada. Entretanto, para
início da partida, poderá ter apenas três jogadores. Cada equipe terá um capitão,
que tem o objetivo de representar a equipe durante a partida. Para a categoria
adulta, a partida terá duração de 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos
cada, com intervalo de até 15 minutos. Cada equipe tem direito a um minuto de
tempo técnico em cada período de jogo.

Figura 9: Representação da quadra de futsal

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3IkPVaa. Acesso em: 30 nov. 2021.

6.2 REGRAS DO FUTEBOL

76
As regras do Futebol também são aprovadas pela Federação Internacional de
Futebol (FIFA), instituição que dirige tanto o futebol, quanto o futsal. O futebol é
praticado em um campo com dimensões de 90 a 120 metros de comprimento por 45
a 90 metros de largura (conforme figura 10). No entanto, para jogos oficiais de caráter
internacional, as dimensões são de 100 a 110 metros de comprimento e 64 a 75 metros
de largura. O jogo de futebol tem duração de 90 minutos, divididos em dois tempos
de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos. Apesar de o tempo ser maior do
que os demais esportes coletivos, são permitidas apenas três substituições no tempo
regulamentar. Caso a partida tenha prorrogação (mais 30 minutos), a equipe poderá
fazer uma quarta substituição durante a prorrogação.
Cada equipe será composta por 11 jogadores titulares e o limite mínimo de
jogadores para iniciar uma partida é de sete jogadores. O uso de uniformes, caneleira
e chuteiras é obrigatório. Em uma partida, as equipes adversárias não podem usar
uniformes das mesmas cores.

Figura 10: Representação do Campo de Futebol

77
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3N1XxSj. Acesso em: 30 nov. 2021.

6.3 ATUAÇÃO DOS ÁRBITROS NO FUTSAL E NO FUTEBOL

O jogo de futebol é controlado por um árbitro que tem autoridade total para
fazer cumprir as regras do jogo. No futsal, o jogo é controlado por dois árbitros com
as mesmas funções. No entanto, no futsal existe um árbitro principal e um auxiliar. De
acordo com as regras do futebol (p. 72), o árbitro tem os seguintes poderes e
deveres:
• fará cumprir as regras do jogo;
• controlará o jogo em colaboração com os demais oficiais da equipe de
arbitragem;
• atuará como cronometrista, tomará nota dos incidentes do jogo e remeterá
às autoridades competentes um relatório, com informações sobre todas as medidas
disciplinares que tomou, assim como de qualquer incidente ocorrido antes, durante
e depois da partida;
• supervisionará e/ou indicará o reinício do jogo.
Para o futsal, os poderes e deveres dos árbitros são semelhantes ao do futebol,
por exemplo, na página 32 é destacado que:
1) Aplicar as regras de jogo do futsal e decidir sobre qualquer divergência
oriunda de sua prática, sendo suas decisões, em matéria de fato, finais e irrecorríveis

78
desde que se relacione com o resultado do jogo;
2) Dirigir o jogo em colaboração com os demais membros da equipe de
arbitragem, sempre que necessário;
3) Devem examinar a pressão da bola do jogo e de todas as bolas reservas,
se estão de acordo com a especificação do fabricante e se estão em condições
de jogo, antes do início do jogo, evitando paralisações desnecessárias para troca
de bola.

79
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Segundo as Regras Oficiais de Futsal 2021 (CBFS), regra 07 (duração da partida),


item 2 (finalização dos períodos); o controle do tempo será de responsabilidade
de um cronometrista que determinará com o uso de seu apito ou ao toque da
sirene do placar eletrônico o final de cada período. Um dos árbitros ao ouvir o
sinal finalizará o período ou a partida observando a seguinte situação:

I. Se tiver de ser executado ou repetido um tiro do segundo ponto penal ou um tiro


livre direto, a partir da sexta falta acumulada, o período em questão é prolongado
até o tiro ser executado.
II. Se tiver de ser executado ou repetido um tiro penal, o período em questão é
prolongado até o tiro ser executado.

a) I e II estão corretos.
b) I e II estão incorretos.
c) Somente I está correto.
d) Somente II está correto.
e) I e II não se referem ao enunciado.

2. Guilherme é treinador de futsal e durante um jogo da categoria sub-11, três atletas


receberam cartão amarelo devido à irregularidade durante a substituição. Esses
jogadores entraram em quadra por um local proibido. Em um jogo de futsal, de
acordo com as regras oficiais estabelecidas pela CBFS, é permitido ao jogador
substituto entrar em quadra na seguinte situação:

a) Pela linha de fundo para cobrar um pênalti.


b) Pela linha lateral oposta ao banco de reservas, quando a bola estiver fora de
jogo.
c) Pela linha de meta para executar um tiro livre direto.
d) Na linha lateral em frente ao banco de reservas adversário, durante um pedido
de tempo técnico pelo assistente.
e) Pela linha lateral nos cincos metros correspondentes, em frente ao seu banco de
reservas.

80
3. As regras do Futebol são aprovadas pela Federação Internacional de Futebol
(FIFA). O futebol é praticado em um campo com dimensões de 90 a 120 metros
de comprimento por 45 a 90 metros de largura. No entanto, para jogos oficiais de
caráter internacional, as dimensões são de 100 a 110 metros de comprimento e
64 a 75 metros de largura. O jogo de futebol tem duração de 90 minutos, divididos
em dois tempos de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos entre os tempos.
Apesar de o tempo ser maior do que nos demais esportes coletivos, são permitidas
cinco substituições no tempo regulamentar. No entanto, essas substituições
devem acontecer no número máximo de paradas no jogo. Diante disso, quantas
paradas para substituição podem ser feitas no futebol?

a) 1 parada.
b) 2 paradas.
c) 3 paradas.
d) 4 paradas.
e) 5 paradas.

4. No futebol, cada partida é controlada por um árbitro que tem total autoridade
para cumprir as regras da modalidade durante o jogo. No entanto, o árbitro possui
dois assistentes (“bandeirinhas”) para auxiliá-lo em algumas marcações como na
aplicação da regra do impedimento. Considerando que os assistentes tomam em
média 6,7 decisões de impedimento durante o jogo, é importante salientar que
eles não devem cometer erros para não comprometer o desenvolvimento da
partida. Para evitar os erros, os assistentes devem estar sempre bem posicionados,
caso contrário, os erros são mais comuns, devido à percepção desses assistentes.
Diante disso, analise a imagem abaixo:

81
Nesta figura, o atacante da esquerda não está em impedimento (outside) e o
atacante que está à direita está em posição de impedimento (inside). No
entanto, quando o atacante da esquerda e o defensor são projetados sobre a
retina do assistente em uma posição mais distante (Far), a imagem do atacante
está à direita do defensor. Neste caso, qual será o possível tipo de erro a ser
cometido pelo assistente?

a) Levantar a bandeira.
b) Deixar a bandeira abaixada.
c) Dar sequência à jogada.
d) Comunicar-se, via rádio, com o árbitro.
e) Marcar bola ao chão.

5. Segundo Weston e colaboradores (2012), os árbitros de futebol apresentam alta


demanda cognitiva durante uma partida. Porém, diferentemente dos atletas, o
treino dos árbitros tem se limitado ao treinamento da condição física, da leitura
das regras do jogo e ver vídeos de jogos para analisar e discutir os lances e as
decisões (HENRIQUES; ARAÚJO, 2012). Em relação à atuação dos árbitros, analise
as seguintes considerações abaixo:

1) Messner e Schmid (2007) observaram que, durante uma partida, se uma das
equipes for da mesma cultura do árbitro, esta tem vantagem sobre a outra;
2) Durante uma partida, os árbitros acrescentam mais tempo de jogo quando o time
mandante está perdendo;
3) Além disso, foi constatado que são marcados mais pênaltis, legítimos ou não, a
favor do time mandante.

De acordo com essas informações, o que isso indica em relação à atuação dos
árbitros?

a) Uma clara parcialidade dos árbitros a favor do time visitante.


b) Uma clara parcialidade dos árbitros a favor do time mandante.
c) Uma clara imparcialidade dos árbitros a favor do time mandante.
d) Uma clara imparcialidade dos árbitros a favor do time visitante.

82
e) Uma clara imparcialidade para os dois times.

6. (IF-CE/IF-CE/Técnico de Laboratório – Educação Física/2017) Considere-se um


árbitro de futebol, conhecedor das regras que regem a modalidade. Diante de
algumas situações ocorridas em campo, analise as questões a seguir,
considerando como válidas ou não durante uma partida.

I. É válido um gol feito através de um arremesso lateral, sem que o mesmo toque em
algum jogado.
II. Poderá um goleiro fazer uma cobrança de uma penalidade máxima.
III. Quando ocorre um impedimento, é concedido ao adversário um tiro livre indireto,
cobrado no local da ocorrência.
IV. O Juiz poderá determinar uma penalidade máxima, quando um jogador da
defesa, dentro da área penal, agride o adversário de ataque que está
conduzindo a bola.
V. É permitido na defesa, durante uma partida, empurrar, segurar ou dar trancos,
segurar a bola com as mãos fora da área penal.

Estão corretas:

a) I, III e IV.
b) III, IV e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

7. (AV MOREIRA 2020) - O futsal, antes denominado futebol de salão, é derivado do


futebol de campo, e que, por seu valor recreativo, social e competitivo, está
presente nos programas de lazer de qualquer comunidade. Praticado de forma
bem orientada, o futsal desenvolve a coordenação, a agilidade, a velocidade e
a precisão. Possui regras específicas e de acordo com a CBFS em relação ao
arremesso lateral do futsal é CORRETO afirmar:

83
a) O tiro lateral no futsal será cobrado sempre que a bola atravessar o campo
adversário
b) O tiro lateral deve ser cobrado apenas usando os pés sendo a bola colocada no
local por onde saiu, podendo ser jogada apenas em direção ao gol.
c) O jogador que executar o tiro lateral não poderá tocar uma segunda vez antes
que outro jogador toque. Se tocar a mão, será penalizado com tiro direto e se
tocar com qualquer outra parte do corpo será tiro indireto.
d) Se o jogador executar o tiro lateral contra a meta adversária tocar ou for tocada
por qualquer jogador e penetrar a meta, o gol será invalido.
e) Quando for realizado tiro lateral, os jogadores adversários deverão respeitar uma
distância de 1 metro da bola e estar um dentro da quadra de jogo.

8. (INSTITUTO AOCP 2020) - Em uma prova aplicada pelo professor de educação


física aos seus alunos do terceiro ano do ensino médio, ele apontou nas questões
semelhanças e diferenças nas regras das modalidades futebol de campo e futsal.
De acordo com o conhecimento nessas modalidades, é correto afirmar que:

a) durante uma partida, em ambas as modalidades, futebol de campo e futsal, o


número de substituição de jogadores por equipe é de três (3).
b) o tiro de canto, conhecido também como escanteio, pode ser executado com
as mãos no futebol de campo e apenas com os pés no futsal.
c) o número de jogadores que iniciam a partida, sem contar os reservas, é diferente
entre as modalidades. No futsal, o número é de 6 jogadores e, no futebol de
campo, 11 jogadores.
d) as bolas utilizadas nas modalidades futebol de campo e futsal possuem o mesmo
peso, tamanho, sendo jogadas em pisos diferentes.
e) obrigatoriamente, o início do jogo no futsal se dá a partir de um toque na bola
em direção ao campo de ataque, diferente do futebol de campo que o toque
pode ser dado em qualquer direção, tanto no campo de ataque quanto no de
defesa.

84
LUTAS COMO CONTEÚDO UNIDADE

01
ESTRUTURANTE DA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES NA ATUAÇÃO
DOCENTE

7.1 INTRODUÇÃO

O homem luta desde sempre, por sobrevivência, por questões culturais de


lazer, prática esportiva ou diferentes outras finalidades, sendo assim, compreender a
história das lutas e sua evolução até os moldes em que conhecemos nos dias atuais,
como lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate na sociedade atual
é importante. Compreender qual o papel do ensino das lutas nas aulas de educação
física escolar e a importância deste conteúdo na formação educacional das
crianças é essencial para um bom trabalho do professor de Educação Física.

Objetivos
 Os objetivos das unidades são: compreender a evolução histórica das lutas,
artes marciais e das modalidades esportivas de combate em nossa sociedade
e as perspectivas e desafios destes conteúdos na educação física escolar.
 Compreender os principais acontecimentos históricos das lutas e artes marciais
na sociedade;
 Compreender o conceito de luta, arte marcial e modalidades esportivas de
combate, assim como suas diferentes estratégias de classificação;
 Verificar os principais documentos que norteiam o ensino das lutas na
educação física escolar;
 Compreender e discutir os principais desafios e perspectivas do ensino das
lutas na educação física escolar.

7.2 AS LUTAS EM RELAÇÃO A SUA HISTÓRIA, CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES

O ser humano luta há muito tempo, desde as épocas mais remotas de sua

85
existência, como a pré-história, cujo ato de lutar surgiu com a própria origem do
homem. A princípio lutar pela comida, pela segurança e território, o homem lutava
com os animais e com outros homens para se defender, ou seja, lutar para sobreviver.

Imagem 1: Representação do homem pré-histórico utilizando da luta para caçar seu


alimento

Fonte: Disponível em https://adobe.ly/3J1FaKT. Acesso em: 20 jan. 2022.

No entanto, é difícil precisar a origem destas práticas corporais, devido ao


fato de terem sido originadas há muito tempo e em lugares muito distintos.
Desmembra-se uma infinidade de práticas diferentes, como exemplos, podemos
citar o Jiu-Jitsu na Ásia (primeiro na Índia, depois na China e, finalmente, no Japão).
O Pancrácio na Grécia e a Esgrima no Egito e na antiga Roma. Ainda temos o
Kalaripayattu indiano, sendo considerado o precursor de diversas artes marciais,
uma vez que existe há mais de seis mil anos.
Ou seja, as lutas são práticas de sobrevivência inerentes ao ser humano que,
posteriormente, passaram por um processo de sistematização, validação e
regulamentação perante a visão da sociedade em que estavam inseridas (RUFINO;
DARIDO, 2015).

86
Imagem 2: Representação de lutadores espartanos e gregos utilizando da luta paraa
guerra

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3HY4Ruv. Acesso em: 20 jan. 2021.

Ao longo da história foram encontrados resquícios do Kung Fu/Wushu na


China, com data estimada em 1.700 aC., com descrições de técnicas e movimentos
da luta em cascos de tartaruga. O Kung Fu tem como tradução do termo o
significado de trabalho duro, ou seja, a busca constante de aperfeiçoamento, tanto
para a luta, quanto para a vida, sendo foi criado e praticado por monges budistas
para defesa dos templos.

Imagem 3: Representação da luta Kung-Fu

Fonte: Disponível em https://adobe.ly/364Jfj5. Acesso em: 20 jan. 2022.

87
Outro fato importante na história das lutas e artes marciais foi o surgimento dos
gladiadores em Roma, por volta de 264 a.C. e a inauguração do Coliseu, onde
aconteciam apresentações ao povo romano, o que na história foi descrito como
uma forma de dominação do povo, em que o governo mantinha um controle por
meio do chamado “pão e circo”, ou seja, o governo romano mantinha o controle do
povo oferendo alimento e diversão por meio das lutas no Coliseu. Neste tempo os
gladiadores lutavam entre si até a morte, ou enfrentavam animais ferozes na arena
(SILVEIRA, 2018; RUFINO, 2012).

Imagem 4: Representação da Luta entre gladiadores

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3IXqUmv. Acesso em: 20 jan. 2022.

88
Imagem 5: Fotografia do Coliseu

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MF6tNx. Acesso em: 20 jan. 2022.

No Oriente, além da China, as artes marciais se desenvolveram muito na


Coreia e no Japão, por volta de 1475 d.C., e o uso de armas no Japão, na ilha de
Okinawa, obrigou camponeses e comerciantes a treinarem de forma clandestina
uma luta com as mãos livres, o que um tempo depois se tornou a modalidade
conhecida como Karatê. No Japão a classe guerreira chefiada pelos chamados
Shoguns (chefes de exércitos) era composta pelos samurais, os quais defendiam a
honra de seu povo e seguiam um importante código de ética denominada bushido
(o código de ética dos samurais, o caminho do guerreiro). Estes samurais
desenvolveram a maioria das ideias da filosofia oriental, muito ensinada nas artes
marciais como um todo, assim como técnicas utilizadas no Judô e Jiu-Jitsu com
alancas, estrangulamentos e chaves articulares, tendo em vista que os guerreiros
recorrem armaduras e golpes como socos e chutes não teriam tanto efeito.

89
Imagem 6: Representação da potência das lutas no continente asiático

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MCPify. Acesso em: 20 jan. 2022.

Com as mudanças que aconteceram no mundo, as ideias do Iluminismo e a


globalização, o Japão começou a sofrer pressão de outros países para uma abertura
comercial, principalmente, dos Estados Unidos da América, período da chamada
Revolução Industrial. Desta forma, teve fim um período feudal do Japão denominado
era Edo e teve início a era denominada Meije (os períodos acompanham o nome do
reinado dos imperadores) e com o uso de armas de fogo os samurais perderam seu
espaço.
Com estes acontecimentos a prática de lutas e artes marciais precisou ser
reinventada e um dos principais nomes desta transição foi japonês Jigoro Kano, Kano
Sensei (nomenclatura normalmente utilizada a professores de artes marciais, na
tradução do japonês significa aquele que veio antes, que tem mais conhecimento).
Jigoro Kano era franzino, o que dificultava a prática de artes marciais, no entanto,
estudou e praticou diversas formas de Jiu-Jitsu, também se formou professor
pedagogo, professor de Letras/inglês e de Educação Física, o que o ajudou a pensar
uma nova forma de ensinar o Jiu-Jitsu, repensando um modelo de ensino que ficou
denominado de Judô (caminho suave) e criou uma escola denominada Kodokan

90
(escola de caminho), onde começou a ensinar judô e a formar professores
(KODOKAN, 2008).
A modalidade judô ganhou espaço no Japão, assim como Jigoro Kano, que
passou a estudar na Inglaterra e se tornou o primeiro japonês a compor o Comitê
Olímpico Internacional, criando espaço e abrindo caminho para as artes marciais.
Por meio do Kodokan, vários alunos de Jigoro Kano foram enviados a diferentes países
no mundo para ensinar o judô e sua filosofia. O Judô também foi ensinado nas escolas
japonesas e em diversos países, assim como foi por um período a modalidade de
defesa oficial do exército japonês.

Imagem 7: Estatua do Jigoro Kano no Japão

Fonte: Disponível em https://bit.ly/35L6s9V. Acesso em: 20 jan. 2022.

Antes mesmo da chegada do Judô ao Brasil, também desenvolvemos nossas


próprias práticas de lutas e artes marciais, que devem ser ensinadas na educação
física escolar, entre elas a mais conhecida é a luta indígena chamada de Huka-Huka.
A luta Huka-Huka ficou conhecida através dos índios do Xingu e Bakairi, todos
originários do Mato Grosso do Sul, sendo caracterizada como uma luta de domínio e
agarre (explicação mais à frente nesta aula), praticada nos rituais indígenas e
modalidade nos jogos dos povos indígenas, uma luta tradicional no Brasil.

91
Além do Huka-Huka, outra luta que se desenvolveu no Brasil e tem uma relação
direta com a cultura e história de nosso país é a capoeira. Com a escravidão, vários
negros eram trazidos para o Brasil para serem escravizados no trabalho de corte de
cana-de-açúcar e cultivo de café. Os negros buscaram uma forma de se rebelar e
fugir da condição de escravidão e uma das estratégias foi a capoeira, a luta era
praticada às escondidas na senzala e disfarçada de samba de roda. Os negros
faziam rodas com instrumentos musicais como o atabaque, o agogô, o berimbau e
contavam músicas nos ritmos africanos, fazendo uma roda, o que dificultava a visão
de quem os vigiava e, quando eram supervisionados de perto, mudavam o toque do
berimbau e passavam à dança.

Sendo assim, uma das possibilidades do termo “capoeira” refere-se ao


amanhecer ou cair da noite, quando os negros tentavam a fuga, saiam pela
vegetação rasteira denominada capoeira (origem do nome da luta) e tentavam
chegar até os quilombos, redutos, comunidades negras formadas para construção
de uma sociedade, de certa forma, livre. Nos quilombos a prática da capoeira
também era contínua, como forma de lazer e recreação, mas, principalmente, como

92
forma de defesa aos ataques dos capitães do mato que tentavam recapturar os
negros de volta às fazendas (SEE – SÃO PAULO, 2011).
Com o fim da escravidão, os negros passaram a ter “liberdade”, no entanto,
sem dinheiro, estudo e moradia, passaram a residir às margens da sociedade, com
isso, a capoeira foi discriminada por muito tempo e considerada uma prática de
marginais, sendo associada à violência, bem como a crimes. No entanto, com o
tempo teve seu devido reconhecimento e hoje é considerada patrimônio cultural
brasileiro, sendo um dos maiores símbolos de resistência ao racismo e diferença social.

Por fim, nesta passagem rápida pela linha do tempo das artes marciais
podemos verificar que, atualmente, existem diversas modalidades de lutas e artes
marciais que são enquadradas como modalidades esportivas de combate e que
fazem parte do programa olímpico, conforme apresentado no site do Comitê
Olímpico Internacional (IOC, 2018), como Judô, o Taekwondo, a luta Olímpica, a
Greco-romana, a Esgrima e o Boxe.
Além destas modalidades, pode-se observar um espaço expressivo na mídia
para o MMA, artes marciais mistas que são realizadas por diferentes organizações
(Jungle fight, Bellator, entre outras), sendo a mais conhecida a empresa UFC®
(Ultimate Fight Championship), modalidade que teve hegemonia no Brasil por muito
tempo.
Sendo assim, o contexto histórico é importante para a compreensão da
evolução das lutas ao longo do tempo, o que facilita a compreensão do estado
atual desta prática da cultura corporal de movimento.
7.3 A LUTA E SUAS CONCEITUAÇÕES

93
A utilização de termos diferentes no estudo da luta pode causar confusão e
dificuldade de compreensão de cada contexto, no entanto, apesar de existirem
algumas diferenças na definição dos termos, lutas, artes marciais e modalidades
esportivas de combate acabam se entrelaçando, de modo que algumas
modalidades se enquadram nos três termos.
De acordo com Correia e Franchini (2010), o termo luta refere-se aos embates
corporais/físicos por intenções de subjugações entre os sujeitos, luta corporal, na
linguagem popular, ou seja, o que apresenta agon (oposição).

“Arte Marcial” faz referência a um conjunto de práticas que são


configuradas a partir de uma “metáfora de guerra”, uma vez que
estas práticas derivam de técnicas de guerra como denota o nome,
isto é, marcial (de guerra, deus romano da guerra; Ares para os
gregos)” (CORREA; FRANCHINI, 2010)

Sendo assim, arte marcial está associada à cultura, à história de um povo, que
utilizou da luta como forma de defesa, por exemplo, Karatê em Okinawa, a capoeira
no Brasil, o Krav-Maga em Israel.
Deste modo, quando nos referimos às modalidades esportivas de combates,
estamos falando de um sistema configurado em manifestações presentes em nossa
cultura, desde a antiguidade até em tempos contemporâneos, que são orientadas
e organizadas por instituições esportivas (federações e confederações), como por
exemplo, o Boxe, o Taekwondo, entre outras.

Assim, muitas modalidades se enquadram em duas ou até mesmo nas três


condições, como é o caso do Taekwondo, que tem uma relação direta com a
Coreia, além de apresentar agon em potencial e ser um esporte de combate regido
pela WTF (Word Taekwondo Federation). Alguns autores utilizam a sigla LAMEC (Lutas,
Artes Marciais e Modalidades Esportiva de Combate), no entanto, no curso vamos
utilizar o termo lutas, enquadrando as três condições, tendo em vista que o aluno
tenha esta consciência e conhecimento de cada termo em separado, de acordo

94
com sua definição, e como o termo também é apresentado nos principais
documentos norteadores da educação física escolar, como os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs,1998) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

7.4 CLASSIFICAÇÃO DAS LUTAS, MODALIDADES ESPORTIVAS DE COMBATE E


ARTES MARCIAIS

Existem inúmeras modalidades de lutas no mundo, de forma que ficaria


inviável ensinar todas ao longo da vida escolar do aluno, caso contrário, correríamos
o risco de ensinarmos somente lutas nas aulas de educação física. Além do mais,
para se formar um mestre ou professor em uma determinada modalidade pode-se
levar anos e, na maioria das vezes, décadas praticando a luta escolhida, o que não
é objetivo da escola.
Sendo que alguns autores propõem classificações para as lutas, de acordo
com algumas características em comum que as permitem ser agrupadas em
categorias, as quais serão apresentadas.
De acordo com Franchini e Del Vechio (2012), as lutas podem ser classificadas
de acordo com espacialidade, a indumentária, a ação motora e de acordo com
os princípios operacionais, sendo assim, vamos conhecer cada uma destas
classificações.
Em relação à indumentária (ou seja, a vestimenta), dependendo da
modalidade, tem funções e características diferentes, por exemplo, por ser utilizada
para mostrar o nível de conhecimento do praticante na modalidade, graduação
do praticante, sendo representada por faixas, cordas, Kruang (braçadeira), também
pode ser utilizada como elementos de proteção, como no caso do capacete, dos
protetores bucais, de seio e a coquilha (protetor genital), também pode ser
classificada como armas, para o ataque, como é o caso das espadas na esgrima
(espada, sabre e florete) ou no Kendo (shinai).
Uma das formas de classificação das lutas mais utilizadas (GONZALES;
DARIDO; OLIVEIRA, 2014 apud FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2012) é em relação à ação
motora, que divide modalidades que apresentam ações lutas de domínio e/ou
agarre, ou seja, lutas em que o contato corporal é realizado em praticamente todo
o combate, com pegadas no quimono ou no próprio corpo do adversário, como é
o caso das modalidades judô, jiu-jitsu, luta olímpica e greco-romana, entre outras;

95
lutas de percussão, que são caracterizadas de golpes chamados de golpes de
contusão, ou seja, chutes, socos, joelhadas e cotoveladas; como as modalidades
Muai Thay, Karatê, Boxe, Taekwondo, entre outras modalidades denominadas
modalidade de luta mista, que misturam ações de domínio e agarre e ações de
percussão, como pode ser classificado o MMA.
Uma outra forma semelhante de classificação das lutas é em relação à
espacialidade, ou seja, a distância em que os lutadores se posicionam durante o
combate, nesta condição, podemos classificar como lutas de curta distância,
normalmente, lutas de domínio e agarre; lutas de média distância, normalmente, as
lutas de percussão; lutas de longa distância, classificando neste grupo as lutas que
utilizam algum tipo de arma, como o Kung, Fu, a Esgrima e o Kendo e, por fim, lutas
mistas, como o MMA, que associa ações de curta e média distâncias, ou o próprio
Kung Fu, que pode utilizar distâncias curtas, médias e longas com a utilização de
armas (bastão, muchacho etc.).
Outra importante forma de classificação é em relação à temporalidade, ou
seja, a característica de tempo na luta. Algumas lutas apresentam características
de serem contínuas, ou seja, não são divididas em rounds, como é o caso do judô,
do jiu-jitsu que só param por alguma intercorrência da luta, sem definição de tempo
para as paralizações, e algumas apresentam características de serem lutas
intermitentes, ou seja, são divididas em rounds, com intervalos onde os atletas
podem conversar com seus técnicos, se hidratar e receber cuidados médicos, como
o boxe, o taekwondo, entre outras.
Por fim, as lutas também podem ser classificadas de acordo com seus
princípios operacionais, os quais são divididos de acordo com relação à meta em
tocar direto, onde cada toque vale ponto, por exemplo, o taekwondo, em que
cada ação de golpe válido tem uma pontuação determinada; tocar indireto, por
exemplo, o boxe, em que cada soco não vale um ponto, necessariamente, e o
atleta é avaliado pelo desempenho no round como um todo; de segurar direto, no
caso dos estrangulamentos ou chaves articulares, que levam o adversário à
desistência da luta; e de segurar indireto, onde a ação de segurar precisa ser
associada a uma determinada condição, por exemplo, no judô a imobilização do
oponente precisa ocorrer por pelo menos 10 segundos para se obter alguma
pontuação.
Uma outra forma de classificação das lutas descritas na Base Nacional

96
Comum Curricular (BNCC, 2018) é classificar as lutas como lutas regionais, lutas
nacionais e lutas do mundo, como será apresentado mais detalhadamente na
próxima aula.
Sendo assim, diante das diferentes classificações apresentadas, é importante
que o professor apresente estes diferentes grupos de lutas aos alunos ao longo de
sua vida escolar, ficando a cargo do professor escolher a classificação que melhor
atenda a sua estratégia de trabalho docente e que atenda à realidade de sua
escola e de seus alunos. É importante que o aluno conheça e vivencie, por exemplo,
ao menos uma luta de domínio e agarre, ao menos uma luta de percussão e ao
menos uma luta mista para que compreenda as ações desta luta, e caso goste de
alguma delas possa procurar a prática desta modalidade como prática de
atividade física ou esportiva mesmo fora da escola.

Imagem 8: Representação das Lutas (Judô) na escola

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3Cye6Ap. Acesso em: 20 jan. 2022.

Deste modo:

A unidade temática Lutas (as lutas também são tratadas na unidade


temática esporte, especificamente no objetivo de conhecimento
denominado como categoria de esportes de combate), focaliza as
disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas,
táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir
ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando
ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário. Dessa
forma, além das lutas presentes no contexto comunitário e regional,
podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta
marajoara, etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô,

97
aikidi, jiu-jitsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo, etc.)
(BRASIL, 2018).

Sendo assim, é possível afirmar que a unidade temática Lutas é considerada


também como um esporte que inclusive está presente nas olímpiadas mundiais em
várias modalidades, como as modalidades citadas acima. Desta maneira, as lutas
possuem contextos comunitário, regional e territorial em termos de país.

98
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (INSTITUTO QUADRIX, 2019) Ao integrar a cultura corporal e tematizadas enquanto


conteúdo da educação física escolar, as lutas devem contemplar um conjunto de
diversas manifestações e expressões de cultura, apresentadas como artes marciais
e modalidades esportivas de combate

Assinale a alternativa que apresenta somente modalidades de lutas:

a) boxe; karatê; le parkour; judô; e capoeira.


b) jiu‐jitsu; le parkour; karatê, muay thai; e maculelê.
c) taekwondo; maculelê; esgrima; tai chi chuan; e yoga.
d) judô; boxe; yoga; le parkour; e taekwondo.
e) boxe; taekwondo; jiu‐jitsu; judô; e muay thai.

2) (ENEM, 2016),

Com base na classificação presente no texto, são exemplos de luta de contato


direto e de luta que mantém o adversário a distância (ENEM, 2016),
respectivamente:

a) judô e karatê.
b) jiu-jitsu e sumô.

99
c) boxe e kung fu.
d) esgrima e luta olímpica.
e) muay Thai e taekwondo.

3. (ENEM, 2016, DIA 2)

A inserção da personagem Maggie na prática corporal do boxe indica a


possibilidade da construção de uma feminilidade marcada pela:

a) adequação da mulher a uma modalidade esportiva alinhada a seu gênero.


b) valorização de comportamentos e atitudes normalmente associados à mulher.
c) transposição de limites impostos à mulher num espaço de predomínio masculino.
d) aceitação de padrões sociais acerca da participação da mulher nas lutas
corporais.

100
e) naturalização de barreiras socioculturais responsáveis pela exclusão da mulher no
boxe.

4. (ENADE, 2017) Em uma competição de judô, o profissional de educação física


surpreendeu-se com os resultados de sua equipe, pois praticantes bem-sucedidos
nos treinamentos técnicos apresentaram baixo rendimento nas lutas e alguns
foram eliminados precocemente. Pouco adiantou o incentivo da torcida com
seus gritos e palavras de ordem

Nessa situação, para aumentar o rendimento da equipe, qual é a forma


adequada de intervenção desse profissional?

a) Reforçar o treinamento dos fundamentos técnicos, aumentando tanto a


complexidade dos movimentos quanto o número de repetições executadas.
b) Substituir o modelo de treinamento de forma que todas as habilidades sejam
executadas somente em situações equivalentes à de competição.
c) Aumentar a exigência da preparação física, garantindo, com isso, que a equipe
estará em condições psicológicas para render o melhor possível.
d) Treinar habilidades táticas de combate por meio de situações; problematizadoras
nas quais os atletas tenham de tomar decisões acerca de quando fazer o quê.
e) Evitar a manifestação de torcida durante os treinos, favorecendo o exercício da
concentração e a manutenção de um ambiente com a menor ansiedade
possível.

5. (EDUCAMAISBRASIL, 2014) Sobre a luta e as artes maciais assinale a alternativa


CORRETA:

a) As artes marciais e as lutas possuem as mesmas definições.


b) As lutas consistem no combate mais distante com o oponente.
c) No princípio, as artes maciais tinham o objetivo de defender um povo.
d) O judô e o karatê são exemplos de lutas e não de arte maciais.
e) No princípio, as lutas tinham o objetivo de danças culturais.
6. (EDUCAMAISBRASIL, 2014) Em uma luta esportiva, é possível concluir que um atleta
se torne vencedor após:

101
a) utilizar todas as formas possíveis para agredir o oponente.
b) delimitar o espaço do adversário, não permitindo que ele saia do jogo.
c) invadir o território do adversário sem realizar agressões físicas.
d) derrubar o oponente de modo que os ombros dele fiquem no chão.
e) ser imobilizado pelo seu adversário no momento de combate.

7. (UEM, 2011) Sobre lutas assinale o que for correto:

a) Taekwondo, esgrima, kendo e a luta greco-romanasão lutas que compõem o


programa dos Jogos Olímpicos.
b) Na atualidade, existem inúmeras lutas de origem oriental, como: kung fu, tai-chi-
chuan, caratê, judô, jiu-jítsu, aikido, taekwondo, jet-kune-do, kendo, entreoutras.
E também existem aquelas consideradas ocidentais, como: boxe, esgrima, kick-
boxe, entre outras.
c) As lutas orientais só foram disseminadas no mundo ocidental depois da década
de 1960.
d) Taekwondo é uma arte marcial de origem tailandesa com mais de 2000 anos de
existência.
e) Karatê, boxe, muay thai e taekwondo são classificadas como lutas nas quais seus
participantes não mantêm a distância entre si.

8. Existem diversos tipos de lutas e suas características, de acordo com Franchine e


Del Vechio (2012) como as lutas podem ser classificadas?

a) as lutas podem ser classificadas de acordo com espacialidade, a indumentária,


a ação motora e de acordo com os princípios operacionais.
b) as lutas podem ser classificadas de acordo com o tempo, espaço e coordenação
motoro.
c) as lutas podem ser classificadas apenas de acordo com princípios éticos, estéticos
e operacionais.
d) as lutas podem ser classificadas de acordo com a separação entre lutas, artes
marciais e brigas de rua.

102
e) as lutas podem ser classificadas de acordo com a espacialidade, a indumentária,
a ação motora e sem princípios iniciais.

103
LUTAS E ARTES MARICIAIS A PARTIR Erro!
DOS DOCUMENTOS OFICIAIS NO Fonte de
CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA referênci
NA ESCOLA a não
encontra
da.
Nesta unidade vamos compreender como as lutas e as artes marciais são
inseridas no contexto da educação física escolar a partir da percepção do professor
em consonância com os documentos oficiais da educação. O primeiro documento
analisado será a Base Nacional Comum Curricular apresentada no ano de 2018.
Sendo assim, de acordo com a BNCC:

A Educação Física deve ser realizada como componente curricular


que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de
codificação e significação social entendidas como manifestações
das possibilidades expressivas dos sujeitos e patrimônio cultural da
humanidade. Neste contexto, o movimento humano está sempre
inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento
espaço-temporal de um segmento corporal ou de um corpo todo. Nas
aulas, tais práticas devem ser abordadas como fenômeno cultural
dinâmico, diversificado, pluridimensional singular e contraditório.
Desse modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção de um
conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua
conscientização a respeito de seus movimentos e dos recursos para o
cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para a
apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em
diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação e
utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades
humanas, favorecendo sua participação de forma confiante de
forma confiante e autoral na sociedade (BRASIL, 2018).

Desta maneira, os objetivos da educação, de modo geral, convergem em


utilizar, desfrutar e apreciar diferentes vivências corporais, tendo como principais
pilares do ensino-aprendizagem nesta área de conhecimento “as diferentes
brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas, e práticas corporais de
aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo” (BRASIL, 2018).

104
Antes de detalharmos o documento mais recente que rege as diretrizes para
a educação no Brasil, vamos conhecer alguns documentos importantes que
antecederam a BNCC e o que apresentam sobre ao ensino das lutas na educação
física escolar.
Nos parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), (BRASIL, 1998), as lutas são
descritas como

[...] disputas em que os oponentes devem ser subjugados, com


técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão imobilização ou
exclusão de um determinado espaço na combinação de ataque e
defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica a fim
de punir atitudes de violência e deslealdade” e podem ser citadas
como exemplo de lutas as brincadeiras como cabo de guerra e
braço de ferro, até as práticas mais complexas como a capoeira, o
judô, e do Karatê.

Na língua portuguesa tanto o termo Caratê, quanto Karatê, forma utilizada


pela Confederação Brasileira de Karatê CBTKD, estão corretas.
Outro documento já mais bem estruturado e com uma proposta de trabalho
mais definida para o ensino das lutas foi a proposta curricular utilizada no estado de
São Paulo (2008), que estruturou conhecimentos e disponibilizou a todos os
professores e alunos, com propostas de trabalho em diferentes áreas de
conhecimento na Educação Física.
As lutas também foram comtempladas nestes documentos, sendo proposto o
ensino da modalidade Judô no sexto ano do ensino fundamental, apresentando
regras básicas, conhecimentos históricos, princípios básicos de confronto e oposição
e as questões de violência na sociedade e no esporte, além contextualizar os
conhecimentos filosóficos do judô, que vão no sentido contrário à violência,
propondo o crescimento pessoal associado à prática do esporte, os jogos de

105
oposição e o trabalho de lutas classificadas como lutas de domínio e agarre.
No sétimo ano a proposta é o trabalho com a modalidade Karatê,
apresentado além da luta de percussão, do combate, a questão das
apresentações de Kata, ou seja, formas sistematizadas de lutas imaginárias, utilizadas
para a apresentação das modalidades e manutenção das formas originais das
técnicas.
No nono ano do ensino fundamental era proposto o ensino da modalidade
capoeira, apresentando como uma luta de origem brasileira e de estreita relação
histórica com a história do Brasil, a escravidão, descriminação e toda a sua
importância histórica e cultural, que apresentaremos na quarta aula desta disciplina.
No primeiro ano do ensino médio a modalidade de luta proposta foi a
esgrima, a qual é relacionada com a evolução histórica dos exércitos e a evolução
humana, que utilizava a prática de esgrima para formação de guerreiros e defesa
da pátria ou do reino, como no império greco-romano e a construção social da
modalidade até os moldes como modalidade esportiva; o material traz a sugestão
de construção de espadas como material alternativo e a criatividade para a prática
e ensino dos conteúdos deste esporte na educação física escolar, sendo nesta
proposta a modalidade de longa distância e que utiliza algum tipo de arma no
confronto entre os oponentes.
Por fim, de acordo com a proposta curricular do estado de São Paulo (2008)
a última modalidade a ser apresentada é o Boxe, em que é contextualizada
historicamente, apresentando a história de alguns importantes atletas a nível
mundial como Mike Tyson e atletas brasileiros como Eder Jofre, Maguila e Popó,
alguns golpes básicos e sugestões de atividades para as aulas práticas. Além dos
conteúdos específicos do boxe, o material traz uma discussão sobre mídia e esporte,
incluindo as Artes Marciais Mistas (conhecidas como MMA do inglês Mix Martial Arts),
e a relação da discriminação da mulher na luta, trazendo discussões sobre a
existência de esportes só para homens ou só para mulheres.
O referencial curricular do Paraná (2018), por exemplo, fez alterações
importantes em suas diretrizes, que privilegiava mais algumas modalidades como a
capoeira e sugeria trabalhos de preferência teóricos com alunos e passou a ter
como base o referencial da BNCC, que será explicado de forma mais detalhada a
seguir. O site da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná também
apresenta conteúdo de diversas lutas e artes marciais que podem auxiliar os

106
professores de Educação Física na elaboração de suas aulas e planejamento
adequado da disciplina, oportunizando aos alunos a chance de conhecer e
vivenciar estas modalidades.

Então, seguindo as orientações atuais sobre a BNCC vamos conhecer no


próximo tópico quais são as sugestões e orientações sobre o ensino das lutas e dos
esportes de combate, apresentando ano a ano as sugestões.

8.1 ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE ACORDO COM A BASE NACIONAL


COMUM CURRICULAR

As unidades temáticas e objetos de conhecimento estão disponíveis no link da


BNCC: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/

A unidade temática Lutas focaliza as disputas corporais, nas quais os


participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas
para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um
determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa
dirigidas ao corpo do adversário. Dessa forma, além das lutas
presentes no contexto comunitário e regional, podem ser tratadas
lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta marajoara etc.), bem como
lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-jítsu, muay thai,
boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.) (BNCC, 2018).

Sendo assim, o conteúdo sobre lutas será dividido entre os ensinos


Fundamental e Médio, com unidades temáticas e seus respectivos objetivos de
conhecimentos.
Segue a estrutura:

107
Imagem 9: Unidades temáticas e conhecimento das lutas no Ensino Médio

Fonte: (BRASIL, 2018)

Imagem 10: Unidades temáticas e conhecimento das lutas do 6º ao 9º ano

Fonte: (BRASIL, 2018)

108
Imagem 11: Habilidades a ser desenvolvidas no 6º e 7º anos

Fonte: (BRASIL, 2018)

Imagem 12: Habilidades a serem desenvolvidas no 8º e 9º ano

Fonte: (BRASIL, 2018)

Ainda, em relação às possibilidades de trabalhar lutas e esportes de combate,


seguem algumas sugestões de atividades disponíveis no referencial curricular do
Paraná, já disponibilizado no “Vamos pensar” desta unidade, nas páginas 402 e 404:

109
Imagem 13: Sugestões de conteúdos postos no referencial curricular do Paraná

Fonte: (BRASIL, 2018)

Desta maneira, temos um rico conteúdo como base para o ensino das lutas
de acordo com os documentos legais da educação para que possamos possibilitar
uma relação de ensino e aprendizagem transformadora, visando a experiência.

110
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (PREFEITURA DE AMPARO - SP) Assinale a alternativa que apresenta uma das


formas apropriadas para dar início ao trabalho com lutas.

a) Oferecer jogos como o cabo de guerra sem corda ou o de empurrar-puxar para


ambientar os alunos.
b) Ensinar a meia-lua de compasso ou algum golpe básico de capoeira, uma vez
que essa é a única luta totalmente brasileira.
c) Programar atividades de intensa preparação física a fim de que os alunos se
tornem fisicamente aptos.
d) Ensinar o “osoto-gari” ou algum golpe fácil do judô, já que essa é a única luta
educacional.
e) Organizar um campeonato de capoeira entre os alunos.

2. (ENEM, 2021) LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado


estado de contato proposital, que possibilita a duas ou mais pessoas se
enfrentarem numa constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida
por regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel personificado no
oponente.
GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Movimento, n. 2, abr.-jun. 2010
(adaptado).

De acordo com o texto, podemos identificar uma abordagem das lutas nas aulas
de educação física quando o professor realiza uma proposta envolvendo (ENEM,
2021).

a) Contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente.


b) Contenda entre os alunos que se agridem fisicamente.
c) Confronto corporal em que os vencedores são previamente identificados.
d) Combate corporal intencional com ações regulamentadas entre os oponentes.
e) Conflito resolvido pelos alunos por meio de regras previamente estabelecidas.

3. (ENADE, 2014) As lutas são um conteúdo da Educação Física a ser desenvolvido


pelos professores nas suas atividades em diferentes locais, como academias,

111
clubes, escolas, etc. Embora não sejam um objeto de estudo exclusivo da
Educação Física, têm sido elemento constante de tal campo de atuação. Por
outro lado, as lutas têm sido alvo de severas críticas, especialmente em virtude do
desenvolvimento dos chamados pit boys (rapazes que se utilizam do aspecto
físico e técnico das artes marciais para praticarem atos de violência) (ENADE,
2014).

Neste sentido, aulas e treinamentos podem ser um espaço de contribuição para


formação educacional e físico-técnica do aluno, cabendo ao professor

a) estimular a tolerância e a convivência, mantendo a exclusividade do direito de


ministrar aulas de artes marciais.
b) permitir à população, embora restritamente, conforme o desempenho atlético, o
acesso às aulas de artes marciais.
c) traçar um perfil sociométrico e psicológico de seus alunos para aferir a
possibilidade de um deles tornar-se um pit boy.
d) facilitar a inserção social da população, estimulando-a a praticar artes marciais
para aprender a se defender quando sofrer um ato de violência.
e) facilitar a inserção social dos excluídos, inclusive os que têm comportamento
agressivo, e utilizar suas aulas para estimular, além do desempenho atlético, a
sociabilidade.

4. (ADM&TEC - 2018) Leia as afirmativas a seguir:

I. Na Educação Física escolar, além das lutas presentes no contexto comunitário e


regional, podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta
marajoara etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-
jítsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.).
II. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética
corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir
posturas consumistas e preconceituosas é uma competência que o estudante
poderá desenvolver através da Educação Física escolar no decorrer do Ensino
Fundamental.

112
Marque a alternativa CORRETA:

a) As duas afirmativas são verdadeiras.


b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
e) A afirmativa I é falsa e justifica a II

5. (ENEM, 2011) Conceitos e importância das lutas Antes de se tornarem esporte, as


lutas ou as artes marciais tiveram duas conotações principais: eram praticadas
com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filosófico como concepção de vida
bastante significativo. Atualmente, nos deparamos com a grande expansão das
artes marciais em nível mundial. As raízes orientais foram se disseminando, ora pela
necessidade de luta pela sobrevivência ou para a “defesa pessoal”, ora pela
possibilidade de ter as artes marciais como própria filosofia de vida (ENEM, 2011).
CARREIRO, E. A. Educação Física na escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
(fragmento).

Um dos problemas da violência que está presente principalmente nos grandes


centros urbanos são as brigas e os enfrentamentos de torcidas organizadas, além
da formação de gangues, que se apropriam de gestos das lutas, resultando,
muitas vezes, em fatalidades. Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem
desses movimentos foi mal compreendido, afinal as lutas

a) se tornaram um esporte, mas eram praticadas com o objetivo guerreiro a fim de


garantir a sobrevivência.
b) apresentam a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e
a formação do caráter.
c) possuem como objetivo principal a “defesa pessoal” por meio de golpes
agressivos sobre o adversário.
d) sofreram transformações em seus princípios filosóficos em razão de sua
disseminação pelo mundo.
e) se disseminaram pela necessidade de luta pela sobrevivência ou como filosofia
pessoal de vida.

113
6. (CONSULPLAN, 2014) Na capoeira, os movimentos aú, queda de rim, parada de
mão (bananeira), parada de cabeça e macaco fazem parte da dimensão
técnico-tática e denominam-se

a) golpes de ataque.
b) ritmos da capoeira.
c) instrumentos da capoeira.
d) movimentações acrobáticas.
e) formas diferenciadas de ginga.

7. (CONSULPLAN, 2014) “No judô, o conjunto de técnicas em que predomina o uso


das mãos e dos braços denomina-se _________________. Algumas dessas técnicas
podem ser utilizadas por alunos iniciantes, outras apenas por lutadores com alta
graduação. Os principais golpes são: ippon-seoi nage, kata-guruma, marote-seoi-
nage, tai-otoshi, kuchiki-aoshi e marote-gari.”

Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.

a) te-waza.
b) shime-waza.
c) sutemi-waza.
d) kata-garuma.
e) katame-waza.

8. (CONSULPLAN, 2014) No momento de uma disputa, quando um dos competidores,


com controle, projeta seu oponente e a técnica carece, parcialmente, de um
dos três elementos necessários para o ippon, ou quando um competidor imobiliza
com ossae-komi o adversário e este não consegue se livrar durante o período de
20 a 24 segundos, o árbitro central deve anunciar:

a) yuko.
b) Koka.
c) Ippon.
d) waza-ari.

114
e) nage-waza.

115
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO Erro!
ENSINO DE LUTAS NO AMBIENTE Fonte de
ESCOLAR referênci
a não
encontra
da.
Segundo Correia e Franchini (2010) o conteúdo sobre lutas na educação física
escolar, mesmo que inserido como um conteúdo estruturante e obrigatório da
disciplina e dos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física, muitas
vezes não é realizado de maneira profissional, uma vez que os profissionais que
atuam na área são considerados não possuintes de uma qualificação
especializada, ou que não buscaram a formação continuada para especializar o
conteúdo e inseri-lo no ambiente educacional, desta maneira, cria-se alguns pré-
conceitos em relação às lutas na escola.
Em um estudo realizado por Simões (2006) 68% dos professores relataram
jamais recorrerem às aulas com o conteúdo Lutas. É mais cômodo o professor
ministrar aulas de futebol, de voleibol ou de qualquer outra atividade com bola, do
que preparar aulas envolvendo a luta como conteúdo, no entanto, este
conhecimento está entre os conhecimentos básicos da educação física e precisa
ser trabalhado, pois é de direito dos alunos.
De acordo com Simões (2006) dos professores que ministravam aulas de luta,
50% com ministravam estas aulas com vídeo, o que pode desmotivar o aluno ou
levá-lo à prática inadequada, fora do período escolar; 31,25% contavam com a
ajuda de um especialista na área, o que nem sempre é possível, tendo em vista a
grande quantidade de turmas da mesma série em uma escola, por exemplo; e 12,5%
utilizavam práticas recreativas.
Várias justificativas foram relatadas para não se trabalhar o conteúdo lutas
nas aulas de Educação Física como a de que não tinham instrução para lecionar
(41,17%); que a escola não oferecia condições estruturais para a realização das
práticas de lutas (23,5%); que achavam o conteúdo lutas inadequado para o
ambiente escolar (17,6%); e que não havia especialistas disponíveis para receber
ajuda sobre o tema (17,64%).

116
Fica evidente que existem dificuldades para a prática de lutas na escola, no
entanto, estes obstáculos não devem ser barreiras intransponíveis. Se o professor não
tem conhecimentos suficientes para lecionar estes conteúdos, tendo em vista que
alguns cursos mais antigos não continham a disciplina lutas no currículo, deve buscar
cursos de formação continuada, oferecidos pela própria rede pública de ensino ou
buscar atualização nos documentos oficiais mais recentes.
Com relação aos materiais não há necessidade de um tatame ou lutas e
protetores para a realização das aulas, o professor pode planejar e construir
equipamentos com materiais alternativos com os alunos (por exemplo, construindo
sacos de pancada com jeans e estopa, espadas de jornal, aparadores de chute
com acolchoados ou colchonetes, tudo deve ser planejado de forma antecipada).

Imagem 14: Exemplos de aulas de luta com utilização de materiais alternativos

Fonte: Disponível em https://bit.ly/34yMzm4. Acesso em: 24 jan. 2022.

Desta maneira, a partir da criatividade e adaptação de materiais é possível

117
propiciar um ensino lúdico para com os estudantes da escola

Outro ponto que não pode servir de justificativa para não ensinar as lutas na
escola é de não ser especialista em determinadas lutas, pois mesmo um faixa preta
de uma determinada modalidade não domina outra (exemplo: um faixa preta de
Judô, provavelmente, conheça pouco do Taekwondo), além disso, não temos faixa
preta em atividade de jogos de oposição (luta de dedo, cabo de guerra), tão
pouco os professores de Educação Física dominam todos os conhecimentos da
área/disciplina (exemplo: diferentes modalidades esportivas, dança, jogos,
atividades de aventura).

É importante enfatizar que o ensino das lutas na escola deve vir em um


contexto de experimentação, de cultura corporal de movimento e
contextualização social das modalidades de luta, e não de formação de atletas ou
mestres em qualquer luta, o que levaria anos ou até mesmo décadas em uma
academia especializada e com prática regular de três a cinco vezes na semana.

9.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DE LUTAS: PERSPECTIVAS

No Estado do Paraná as diretrizes curriculares descrevem a necessidade de


uma educação física que busque “um ser humano crítico e reflexivo,
reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico,

118
político e social e cultural” (PARANÁ, 2018), segundo a Base Nacional Comum
Curricular. Também se enfatiza que as práticas corporais sejam experiências a partir
da:

atribuição de sentidos e significados enquanto princípios básicos para


as aulas, que se justificam nos conhecimentos historicamente
acumulados pela humanidade, muitos dos quais são simplesmente
negados na escola (PARANÁ, 2018, p. 347).

A delimitação dos objetivos de aprendizagem privilegia oito dimensões de


conhecimento inter-relacionados, que também devem ser aplicados ao ensino das
lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate na educação física
escolar:

Imagem 15: Retirado do referencial curricular do Paraná

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3CxpIUv. Acesso em: 25 jan. 2022.

Estas dimensões também são associadas aos objetivos do ensino das lutas nas
aulas de Educação Física:
Experimentação: a experimentação está associada à vivência das
manifestações corporais da cultura corporal de movimento, entre elas, as lutas, ou
seja, o envolvimento corporal em diferentes tipos de movimentos, esportes e lutas

119
(BRASIL, 2018).
Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que conduza o aluno à
possibilidade de realizar a atividade de forma autônoma, ou seja, dar condição de
que os alunos realizem movimentos básicos das lutas, movimentos de ataque, defesa
das diferentes formas de lutas. Sabe-se que para a formação de lutadores há
necessidade de práticas sistematizadas por anos ou décadas. No entanto, este não
é objetivo da escola, ou seja, caso este interesse seja despertado nos alunos, devem
ser encaminhados a academias que ofereçam a luta ou esporte de combate
(BRASIL, 2018).
Fruição: permitir ao aluno a apreciação estética das experiências sensíveis
geradas pela vivência corporal e compreender os diversos períodos e momentos
históricos, lugares e grupos (BRASIL, 2018).
Reflexão sobre a ação: dar ao aluno condições de refletir sobre suas ações e
de seus colegas, oriundas das observações e análise das vivências realizadas
(BRASIL, 2018).
Construção de valores: refere-se à aprendizagem de valores e normas
voltados ao exercício da cidadania em prol da transformação de uma sociedade
verdadeiramente justa e democrática, por meio da equidade social, o que está
diretamente associado aos princípios filosóficos da grande maioria das lutas (BRASIL,
2018).
Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as
características e o funcionamento das manifestações da cultura corporal, como é
o caso da classificação, regras básicas e diferenças entre as modalidades de luta,
por exemplo (BRASIL, 2018).
Compreensão: refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das
manifestações da cultura corporal no contexto sociocultural, reunindo saberes que
possibilitem compreender o lugar da cultura corporal no mundo (BRASIL, 2018).
Protagonismo comunitário: conhecimentos e ações necessárias para que os
estudantes participem de forma confiante e autoral, em decisões e ações
orientadas a democratizar o acesso das pessoas às manifestações da cultura
corporal, tomando como referência valores favoráveis à convivência e
transformação social, o que muitas lutas promovem por meio de projetos sociais e
pelo vínculo com uma sociedade que pratica determinadas modalidades (BRASIL,
2018).

120
Seguindo esta lógica na condução dos conteúdos e das aulas, o aluno terá
condições conhecer, apreciar, vivenciar e compreender a importância das lutas,
artes marciais e modalidades esportivas de combate na sociedade, de modo que
possa optar por buscar a prática de alguma modalidade fora do contexto escolar,
ou de explicar à comunidade e aos familiares como se organizam estas atividades
ou mesmo ter condições assistir e compreender as lutas na TV, por exemplo, ou seja,
dar autonomia e direito de escolha ao aluno após o contato e vivência de diferentes
experiências que as aulas de educação física podem proporcionar.

121
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (CONSULPLAN, 2018) “A capoeira tem, entre seus instrumentos, um de origem


africana, composto de um pequeno arco, uma alça de metal com um cone
metálico em cada uma das pontas. Esses cones são de tamanhos diferentes,
portanto, produzem sons diferentes”. Trata-se do:

a) caxixi.
b) agogô.
c) pandeiro.
d) atabaque.
e) reco reco.

2. (CONSULPLAN, 2018) “No karatê, o _________________ é praticado com a


finalidade de se aprender técnicas de ataque e defesa, e movimentos corporais;
nesta forma de prática, o adversário existe apenas no olho da mente”. Assinale
a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.

a) Kata.
b) Ippon.
c) Kumite.
d) mae hiji-ate.
e) yoko hiji-ate.

3. (UFPB, 2016) Assinale a alternativa correta em relação à capoeira.

a) Manifestação artística e urbana nascida na Bahia.


b) Manifestação cultural oriunda da África e introduzida no Brasil pelos negros
c) Manifestação popular de influência luso-africana.
d) Manifestação cultural fruto da presença dos primeiros imigrantes, no início do
século XX.
e) Manifestação artístico cultural introduzida na África do Sul pelos habitantes de
Goa.

122
4. (FCC - SEE SP) A dança com elementos da cultura africana surgiu no Brasil no
século XVI, no período colonial, trazida pelos africanos retirados de suas regiões
de origem, para a realização de trabalho escravo. Esse modo de dançar foi
registrado na composição de cultos africanos e também na capoeira, hoje muito
popularizada. Na capoeira encontram- se os seguintes elementos:

a) religião, escultura, canto e jogo.


b) esporte, escultura, jogo, brincadeira.
c) religião, dança, escultura, música.
d) esporte, luta, dança, música, brincadeira.
e) luta, dança, canto.

5. (CONSULPLAN, 2018) No karatê, há um tipo de punho em que os nós dos dedos


indicador e médio são usados para golpear o alvo. O punho tem que ser mantido
tenso e inflexível; o dorso da mão e o pulso formam uma linha reta. Esse tipo de
punho, usado principalmente no empurrão (tsuki), denomina-se:

a) suto (mão em espada).


b) kentsui (punho-martelo).
c) seiken (frente do punho).
d) uraken (dorso do punho).
e) urakenso (dorso do punho).

6. (CONSULPLAN, 2018) No ensino-aprendizagem do judô, as habilidades e


conhecimentos mínimos do aprendiz que se encontra no 7º Kyu (faixa cinza) são:

a) seis tipos de projeções; cinco tipos de projeções combinadas; tipos de saudações;


e, maneira de sentar.
b) tipos de passos; giros do corpo; amortecimentos de quedas; seis tipos de
projeções; e, quatro tipos de imobilizações.
c) postura e maneira de segurar o oponente; dez tipos de projeções; maneira de
sentar; e, dois tipos de amortecimentos.
d) postura e maneira de segurar no oponente; tipos de saudações; tipos de
amortecimento de quedas; três tipos de projeções; e, três tipos de imobilizações.

123
e) postura e maneira de segurar no oponente; tipos de saudações; maneira de
sentar sobre o tatame; tipos de amortecimentos de quedas; e, dois tipos de
projeções.

7. (CONSULPLAN, 2018) “Na capoeira, trata-se do movimento de corpo destinado a


enganar o oponente, traduzindo toda a malícia inerente à prática de dissimular
os golpes em esquivos passos de dança.” A afirmativa anterior refere-se a:

a) chapa.
b) ginga.
c) martelo.
d) benção.
e) chapa de costas.

8. (CONSULPLAN, 2018) “Entre os movimentos, destaca-se a ___________________,


movimentação básica da capoeira, de onde partem todos os outros
movimentos e golpes da capoeira. Caracteriza-se pela oposição entre braços e
pernas, em que os pés deslizam para trás, em busca de um equilíbrio dinâmico.”
Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.

a) ginga.
b) benção.
c) armada.
d) cabeçada.
e) meia-lua de compasso.

124
MÉTODOS DE ENSINO DE LUTAS E Erro!
ARTES MARCIAIS E AS FASES DO Fonte de
DESENVOLVIMENTO HUMANO referênci
a não
encontra
da.
O ensino de lutas e artes marciais vem sendo transformado ao longo do tempo
de acordo com seus objetivos e propósitos neste processo. Como estudamos na
unidade 1, a prática das lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate
foi sofrendo transformações, em decorrência das mudanças sociais, culturais, entre
outras. Sendo assim, as estratégias de ensino das lutas e seus objetivos também foram
sendo transformados.
O propósito inicial era de sobrevivência, então, como em um processo de
seleção natural, sobreviviam aqueles que conseguiam se adaptar melhor ao meio,
porém, com o tempo e a necessidade de utilização da arte marcial como estratégia
de guerra, foi preciso estruturar estratégias de formação de bons soldados, por isso,
foram pensados os Jogos Olímpicos da Antiguidade e os combates como
aconteciam no Coliseu em Roma, a fim de escolher futuros soldados guerreiros.
Após o surgimento das armas de fogo e a transformação cultural
principalmente no Oriente, como por exemplo, no Japão, as artes marciais passaram
por um período de decadência, pois a luta somente como forma de defesa perdeu
um pouco do sentido (VIRGÍLIO, 2000). Com isso, novas propostas foram surgindo,
como a proposta do KODOKAN (escola do caminho), criada por Jigoro Kano, como
vimos na primeira unidade. Kano, que era pedagogo, professor de línguas e de
educação física, pensou na prática do Judô, além de uma vivência corporal, um
método de crescimento pessoal, filosófico e de formação educacional. Propostas
que podemos relacionar de forma direta com os objetivos da educação e da
educação física apresentados nos documentos oficiais (BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR, 2018; PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998; BRASIL, 1998;
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO, 2011).

10.1 O ENSINO DE LUTAS E A APLICAÇÃO DE MÉTODOS

Para Greco (1998) método de ensino nos esportes é estabelecer uma lógica

125
na sequência de ensino, analisar qual a melhor “maneira” de retenção de um
conteúdo. Em educação essa “maneira” é denominada de método de ensino,
aprendizagem e treinamento (EAT). O processo de EAT dos esportes deve ser
construído segundo uma trilogia, onde o ensino e a aprendizagem se concretizam
através do treinamento (prática), e este se apoia na aprendizagem e no ensino,
através de seu planejamento consistente e variado.
Os métodos de ensino das lutas e artes marciais que foram trazidos para o Brasil
pelos imigrantes orientais seguiam os costumes da época e da cultura dos migrantes,
sem uma preocupação com a formação das crianças e jovens, tendo em vista que
os objetivos eram mais associados às questões de defesa pessoal. Por este motivo,
por muito tempo o que se observava no ensino das lutas era um modelo denominado
tecnicista, que se baseava na repetição dos gestos técnicos, divididos em partes e
que a soma das partes aprendidas deveria se resultar no todo da prática esportiva,
assim como era o ensino da maioria das modalidades esportivas na época.
(NAVARRO, ALMEIDA e SANTANA, 2015).
Como já citado, o ensino das lutas seguia um modelo oriental e o ensino era
sistematizado em atividades chamadas de parcial ou analítico- sintética,
caminhando para as atividades denominadas de abertas ou global-funcionais, ou
seja, as atividades eram segmentadas por etapas. Muitas vezes, as atividades
ensinadas eram desconectadas entre si, por exemplo, aulas e treino de
movimentação em pé e em outros treinos ou aulas com atividades realizadas no
chão (solo), como no judô sem, necessariamente, treinar a passagem dos
movimentos em pé para o chão, o que dificulta a ação aluno quando na situação
de luta, que muitas vezes realizava a queda e ficava sem saber o que fazer até que
alguém o orientasse a buscar a imobilização. (FRANCHINI e DEL VECCHIO, 2012).
Outro ponto importante a ser observado é que, mesmo utilizando um método
parcial (analítico-sintético), um movimento não deve ser cortado quando há
transferência de impulso, um exemplo clássico é a entrada de um golpe, se o golpe
é realizado de forma parcial, o aluno pode apresentar dificuldade na execução
completa do golpe, sendo assim, o professor deve estudar e planejar a melhor forma
de se ensinar aos alunos (GRECO, 1998). Então podemos citar como pontos positivos
do método parcial (analítico-sintético) a rápida melhora da técnica e a facilidade
do controle da aprendizagem, porém como pontos negativos podemos citar que o
ensino pode acontecer fora do contexto técnico-tático e que, muitas vezes, o aluno

126
realiza apenas as respostas mecânicas que foram previamente adquiridas nas
situações propostas pelo professor. (NAVARRO, ALMEIDA e SANTANA, 2015).
De acordo com Donohue apud Franchini e Del Vecchio (2012), o processo de
ensino das modalidades nos países orientais apresentava três características, 1)
relação professor- aluno, em que o primeiro detém todo o poder e conhecimento
sobre o segundo, em relação autoritária e mandatória explicita; 2) hierarquia
contínua, com sistema de graduação, de forma que o menos graduado necessitava
seguir as ordens dos mais graduados, com favores e gestos submissos. 3) A autoridade
centralizada do poder (federação/confederação) e ranqueamento das pessoas
pela graduação.
Já no ocidente, de acordo com cultura grega, o chamado Paidotribo, o
“professor”, em geral era um ex-campeão que mesclava conhecimentos técnicos
específicos e paralelos, como terapia e medicina. O ensino era realizado com
tradição oral muito forte, do mando direto e orientação do Paidotribo. A
aprendizagem seguia um modelo menos participante, a partir da transmissão de
conteúdos em função dos lutadores mais experientes.
Este modelo de ensino mais tecnicista ainda é muito utilizado nas artes
marciais, mesmo nos dias atuais, mas não deve ser utilizado na educação física
escolar, tendo em vista que não se deve buscar o rendimento esportivo na escola,
além do que estas estratégias promovem um grande percentual de abandono dos
praticantes (Burn-out), se observa por exemplo, que somente entre 10 a 20% dos
iniciantes chegam a faixa preta, ou seja uma taxa de abandono de
aproximadamente 90% (FRANCHINI et al., 2007).
Já no método global funcional o aluno aprende a partir do todo, ou seja, se
luta é a partir do lutar, o professor pode ir conduzindo a aprendizagem. Para uma
melhor ilustração, podemos utilizar o modelo do futebol, ao jogar e por meio do jogo
o técnico vai orientando ou intervindo para que o aluno possa compreender e
aprender a jogar, o que torna a aprendizagem mais prazerosa e interessante ao
aluno. Por outro lado, não se pode adotar o que muitos professores chamam de rola-
bola, os alunos jogarem sem nenhuma intervenção ou problematização do professor,
o que não faria sentido educacional.
Como pontos positivos do método global (global-funcional) podemos citar
então o maior contato com a realidade do jogo, a possibilidade de resolver
problemas, simultaneamente, em relação a tempo e espaço, o aumento da

127
motivação e como ponto negativo é que, uma vez aprendida uma técnica de forma
inadequada, a correção fica mais complexa. No entanto, é preciso lutar para
aprender e não aprender para lutar.
Utilizando o Judô como exemplo, o método parcial seria o ensino da técnica
por etapas e cada etapa era repetida de forma sistemática várias vezes, em geral
se utiliza uma contagem em japonês até 10 para cada lado e para cada movimento,
semelhante ao chamado treinamento de judô de Uchikomi e o treinamento global
(global-funcional), semelhante ao que judô é denominado Randori (treino livre), ou
criando algumas brincadeiras sempre com um objetivo determinado.

Outro método descrito na literatura para o ensino dos esportes é o método


situacional, em que há particularização de situações táticas presentes no jogo formal,
no caso das lutas utilizadas como jogos situacionais ou reduzidos, sempre
envolvendo um elemento do jogo formal (NAVARRO, ALMEIDA e NAVARRO, 2015).
Por exemplo, pode se criar situações de luta onde o aluno está em desvantagem ou
em vantagem no placar e tem um tempo reduzido de 20 segundos para o fim da
luta, qual seriam suas ações? Ou então ele enfrenta um colega que é canhoto ao
lutar, o que há de diferente? Como ele pode se adaptar a essa situação? Então o
professor deve sistematizar de forma adequada diferentes situações de
aprendizagem.

128
Podemos citar como pontos positivos do método situacional o aumento do
repertório de soluções táticas presentes no jogo/luta formal, maior integração tático-
técnica, e como pontos negativos a necessidade de maior tempo para que se
chegue ao rendimento nos moldes do jogo formal, e a necessidade de maior
experiência do professor na contextualização das unidades funcionais de
aprendizagem.
Outro importante método de ensino que vem sendo utilizado e recomendado,
recentemente, no ensino de lutas e artes marciais é método denominado de
pendular. O método pendular utiliza tanto situações de aprendizagem fechadas,
quanto abertas. Este método utiliza bases teóricas baseadas em Bayer e Garganta
que se apropriam de princípios condicionais dos esportes, conforme descrito por
Gomes et al., (2010). Na luta estes princípios seriam contato proposital, fusão de
ataque/defesa, imprevisibilidade e regras de ação.
Além do trabalho com os princípios condicionais das lutas, também se procura
criar situações de aprendizagem, em que há um direcionamento do aluno na
execução do gesto motor para aquisição/estabilização do movimento aprendido e
em outros momentos atividades de automatização das tarefas técnico-táticas,
situações que utilizam o desvio da atenção do aluno, a fim de automatizar o
movimento (como acontece, por exemplo, ao aprender a dirigir um carro, em que
no início todos os movimentos são pensados e, posteriormente, ficam
automatizados).
Então, no método pendular, são utilizados tanto exercícios parciais que
direcionam a atenção ao movimento, como exercícios globais que buscam o desvio
da atenção e automatização da tarefa motora (FRANCHINI e DEL VECCHIO, 2012).
Além disso, são utilizados como ponto de partida os movimentos fundamentais do ser
humano, como saltar, rolar, girar, agarrar, bater como princípios operacionais
básicos, posteriormente, se caminha para as regras de ação, ou seja, agarre direto
e/ou indireto, toque direto e/ou indireto (como estudado na unidade 1) e, por fim, o
ensino e aprendizagem dos gestos específicos das modalidades esportivas de
combate.
Desta maneira, resumindo os métodos de ensino, temos:

Métodos de ensino e suas diferentes características


Método Tecnicista: gestos técnicos, repetições de movimento, ensino sistematizado.
Uso do senso comum.

129
Método Parcial (analítico-sintética): atividades abertas, segmentação por etapas,
cada treino um tipo de prática. Rápida melhora da técnica, e a facilidade do
controle da aprendizagem. Ensino mecânico.
Método Global Funcional: Aprendizagem a partir do todo, do lutar, professor conduz
a aprendizagem, compreensão e apreensão da luta pelo aluno de maneira
prazerosa. Estudo pautado na cientificidade.
Método Situacional: Analisa situações táticas do jogo, aumento do repertório de
soluções táticas presentes no jogo/luta formal, maior integração tático-técnica,
necessidade de maior experiência do professor na contextualização das unidades
funcionais de aprendizagem
Método Pendular: Utiliza tanto situações de aprendizagem fechadas, quanto abertas,
se apropria de princípios condicionais das lutas, como: contato proposital, fusão de
ataque/defesa, imprevisibilidade e regras de ação. Busca ensino e aprendizagem
de maneira expansiva pautada na cientificidade entre professor e aluno.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Então, por exemplo, pode-se ensinar determinada técnica, vamos utilizar a


técnica do o-soto-gari no judô, sem uma preocupação com a execução perfeita,
posteriormente, se utiliza um pega-pega, onde o pegador ao pegar um colega
realiza a técnica do o-soto-gari (pode se utilizar um colchonete no centro da quadra
para realização da queda) e o colega que cair passa a ser o pegador,
posteriormente, ao final da brincadeira o professor passa ao método fechado e
realiza a correção da técnica (direcionamento da atenção) e ao final da aula é
realizado um treino livre randori, no entanto, a queda realizada com o o-soto-gari
vale mais ponto (desvio da atenção).

Imagem 16: Representação do o-soto-gari

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3hVVkd6. Acesso em: 25 jan. 2022.

Veja esta adaptação feita pelo autor deste material, sobre a sistematização

130
utilizada por Franchini e Del Vecchio (2012).

Imagem 17: Representação de sistematização adaptada

Fonte: Franchini e Del Vecchio (2012)

Além dos métodos de ensino, ainda existem alguns estilos de ensino, que
podem ser aplicados nos métodos apresentados acima. Entre os mais conhecidos
estão o descobrimento guiado, em que o professor cria situações de aprendizagem,
instiga o aluno a pensar e solucionar perguntas sobre as melhores estratégias de ação
e guia esse conhecimento. Outro estilo interessante é o de resolução de problemas,
em que o professor propõe alguns problemas encontrados em diferentes situações
do lutar, por exemplo, estar em desvantagem no placar, lutar com atletas mais altos
ou mais baixos, pausar um vídeo e perguntar aos alunos quais seriam as melhores
opções para se atingir os objetivos, ou ainda criar uma situação prática, por exemplo,
você está imobilizado em uma determinada condição, como pode escapar? Após
a descrição do problema os alunos podem ser divididos em grupos e cada grupo
sugere uma resposta ao problema. Posteriormente, as soluções são socializadas,
todas podem estar corretas e, muitas vezes, os alunos trazem soluções desconhecidas
até mesmo pelos professores, ampliando a gama motora e estratégias que podem
ser utilizadas nas lutas. Isso pode ser utilizado tanto nas aulas de educação física
escolar, quanto nas academias de ensino de lutas (FRANCHINE; DEL VECCHIO, 2012).

131
Apesar dos diferentes métodos e estilos de ensino, caminhar de atividades
simples para as mais complexas parece ser a melhor estratégia. O processo
pedagógico, principalmente, na educação física escolar deve superar as práticas
fechadas, repetitivas, cíclicas e não reflexivas. Então, propõe-se um modelo para o
ensino das lutas pautado nos princípios operacionais, regras de ação e, por fim,
gestos específicos aprendidos ao lutar, sendo estes movimentos incorporados às
capacidades motoras das crianças. Sobretudo, como citado por Freire (2006), se
deve ensinar bem o esporte a todos, ensinar a gostar de esporte e ensinar mais que
esporte.

10.2 O DESENVOLVIMENTO HUMANO A PARTIR DAS LUTAS

Nas aulas de educação física escolar, no ensino dos esportes ou de qualquer


conteúdo da cultura corporal de movimento, além de conhecer os métodos de
ensino, é necessário planejar e trabalhar atividades de acordo com a faixa etária e
de acordo com nível de desenvolvimento dos alunos. Por isso, é fundamental
observar a importância da interdisciplinaridade no curso de licenciatura em
educação, e a relação de conteúdos como aprendizagem e desenvolvimento
motor, crescimento e desenvolvimento, medidas e avaliação, e a associação destes
conhecimentos com diferentes outros conteúdos. No nosso caso, as lutas e artes
marciais e a relação com outras disciplinas.
De acordo com Gonzalez, Darido e Oliveira (2014) o ensino das lutas deve ser
realizado de forma paralela ao desenvolvimento da criança, sendo proposta uma
sequência de atividades utilizando como base as fases de desenvolvimento motor
apresentado por Gallahue, Ozmun e Goodway (2013).
Sendo assim, apresentaremos sugestões de atividades que podem ser
desenvolvidas para o ensino das lutas, de acordo com cada fase do
desenvolvimento, além do que, em nossa próxima aula serão apresentadas
diferentes atividades que podem ser utilizadas no planejamento das aulas. Veja as

132
fases do desenvolvimento motor proposto por Gallahue na figura abaixo:

Imagem 18: Fases do desenvolvimento motor

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MGvDuS. Acesso em: 25 jan. 2022.

Apesar dos documentos oficiais não apresentarem diretrizes para o ensino das
lutas na educação infantil (2 a 5 anos), este conteúdo pode e deve ser trabalhado,
então desde o início da fase de desenvolvimento fundamental, mesmo nos estágios
iniciais, a criança já pode ser apresentada às atividades lúdicas e aos jogos de
oposição. Nesta fase, deve-se pensar atividade simples e divertidas, com finalidade
de trabalhar as habilidades básicas, como as manipulativas, locomotoras e
estabilizadores. Como por exemplo: as habilidades locomotoras podem ser realizadas
atividades de andar, correr, escorregar, girar, saltar, rolar, rastejar, escalar, esquivar,
deslizar e quadrupejar. Sendo assim, podemos variar as formas das atividades, como
o andar, pode-se variar para andar de frente, de lado e para trás; com apoio da
ponta do pé e com apoio do calcanhar, com elevação do joelho, passadas largas
e passadas curtas. Podem ser realizadas alterações na forma do andar, como em
diferente superfície (estreita e larga, na grama e no cimento, na areia e na pedra,
em descida e subida, no alto e no baixo). São exemplos servem para todas as

133
habilidades locomotoras (PALMA, et al., 2010).
A partir dos cinco anos de idade, a maioria dos autores já recomenda o início
das atividades de ensino de lutas nas escolas, como por exemplo, as diretrizes
educacionais atuais. Na faixa etária dos 5 a 7 anos, fase do movimento fundamental
(estágio de proficiência), deve-se priorizar o desenvolvimento das habilidades como
correr, saltar, pular e construção das representações mentais. Sendo assim, deve-se
enfatizar brincadeiras e atividades de empurrar, rolar, correr e pegar de modo lúdico,
também deve-se observar que se deve seguir dos jogos gerais para os específicos,
ou seja, trabalhar os chamados jogos de oposição, imitações de animais como no
Kung Fu, entre outras.
Nesta fase, recomenda-se jogos de oposição e o desenvolvimento das
habilidades básicas. Algumas atividades podem ser realizadas para atender a
objetivos específicos, como jogos para o reconhecimento dos espaços de luta,
controle e precisão dos movimentos entre outros.
Na fase do movimento especializado (estágio de transição) dos 7 aos 10 anos,
as principais características das atividades devem ser de combinação de
movimentos com maior precisão e controle, sendo enfatizadas as brincadeiras de
oposição, bem como movimentos de distâncias curta, média e longa e diversidade
dos jogos de oposição.
Entre os 11 e 13 anos, fase do movimento especializado (estágio de
aplicação), as principais características das atividades devem ser de tomada de
decisão, ampliação da relação entre a tarefa, o ambiente e o indivíduo, enfatizando
combinações de socos e chutes, aprendizagem de esquivas, aplicação de
movimentos como rolamentos, agarres, toques etc., utilizando como base os
princípios operacionais das diferentes classificações de lutas.
Nesta fase, as lutas com princípios condicionais semelhantes podem ser
trabalhadas em conjunto, por exemplo, lutas de domínio e agarre (Judô, Jiu-Jitsu,
Luta olímpica), lutas de percussão (Karatê, Taekwondo), lutas com utilização de
armas (Kendo, Esgrima), facilitando a compreensão dos alunos.

134
Por fim, dos 14 anos em diante, na fase do movimento especializado (estágio
de utilização ao longo da vida), as principais características são a ampliação do
repertório motor, aprendido ao longo da vida, movimentos mais refinados, de modo
que se enfatize a ampliação dos movimentos e combinações, a lógica das diferentes
modalidades, aprendizagem das práticas de distância mista e prática de
modalidades específicas de lutas e artes marciais. No ambiente da academia, fora
da escola, é o momento de se intensificar as competições e ampliar a participação
dos jovens na especialização da modalidade escolhida para a prática, e na escola
é o momento de conhecer mais a fundo cada uma das modalidades de lutas,
movimentos específicos, regras, vivenciar experiências como as lutas combinadas,
Katas (sequência de movimentos predeterminados) e questões sociais e culturais
associadas a cada tipo de luta.
Lembrando que em nossa última aula na sequência apresentaremos sugestões
de atividades que podem ser realizadas em algumas modalidades, pelo menos uma
modalidade de domínio e agarre, uma de percussão, uma mista e uma com
utilização de armas.

135
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (PCI - SC, 2015) De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação


Física espera-se que ao final do ensino fundamental os alunos sejam capazes de,
EXCETO:

a) Participar de atividades corporais, estabelecendo relações desequilibradas e


construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e
de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características
pessoais, físicas, sexuais ou sociais.
b) Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas
e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência.
c) Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de
cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para
a integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais.
d) Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos
saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com
os efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e melhoria da
saúde coletiva.
e) Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e
dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando
que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais
decorrem de perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e
equilibrado.

2. (FUMARC, 2018) A proposta para a Educação Física da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC) parte da compreensão de que se trata de um componente
curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas e significados,
entendidas como manifestações expressivas dos sujeitos e patrimônio cultural da
humanidade. Assim, para a BNCC, o movimento humano está sempre inserido no
âmbito da cultura, entendido como textos passíveis de leitura e produção. Para
sistematizar os conteúdos das práticas corporais, a BNCC estabelece os grupos ou
as unidades temáticas a serem ensinadas nas aulas de Educação Física: esportes,
brincadeiras e jogos, lutas, danças, ginásticas e práticas corporais de aventura.

136
Assinale a alternativa que NÃO apresenta corretamente as características dessas
unidades temáticas.

Alternativas

a) Ginásticas: tendo em vista a grande variedade de organização e significados, foi


necessário adotar uma classificação composta por: ginástica geral; ginásticas de
condicionamento físico; ginásticas de conscientização corporal.
b) Lutas: focaliza as disputas corporais, nas quais se empregam técnicas, táticas e
estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente
de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa.
c) Práticas corporais de aventura: exploram-se expressões e formas de
experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas
situações de imprevisibilidade na interação com um ambiente desafiador.
d) Brincadeiras e jogos: explora atividades voluntárias exercidas dentro de
determinados limites de tempo e espaço, caracterizadas pela criação e alteração
de regras, pela obediência ao que foi combinado coletivamente.
e) Danças: explora o conjunto de passos e coreografias mais apresentadas nos
veículos de mídia. Trata-se de uma prática que busca aumentar a participação
das alunas nas aulas, uma vez que se relaciona ao universo feminino.

3. (FUMARC, 2018) Ao discutir com seus alunos do Ensino Médio sobre a importância
das lutas e do desenvolvimento da força para a qualidade de vida, especialmente
em relação à idade adulta e ao envelhecimento saudável, a professora de
Educação Física Aline teve como objetivo que os estudantes construíssem uma
autonomia para lidar com a realização de exercícios físicos, independentemente
da supervisão de profissionais. Por isso, em uma aula, ela apresentou o conceito
de carga e os seus componentes que interferem no desenvolvimento da força e
devem ser levados em conta ao se programar exercícios físicos para a
modalidade lutas. Para a aula seguinte, Aline solicitou aos alunos que eram
praticantes da modalidade que trouxessem exemplos dos componentes da carga
para discussão em sala. Uma das alunas trouxe seu programa de exercícios da
academia de lutas que frequenta, no qual ela realiza o total de 40 repetições de
um determinado exercício para as pernas.

137
Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta
corretamente o componente da carga apresentado pela aluna.

Alternativas

a) Densidade.
b) Duração.
c) Frequência.
d) Intensidade.
e) Volume.

4. (FUMARC – 2018) As lutas também são classificadas como esporte na Educação


Física sendo assim:

O esporte é um fenômeno sociocultural dos mais importantes da modernidade e


sua presença é muito marcante na sociedade brasileira, inclusive na cultura
escolar. Por isso, as modalidades esportivas são conteúdos frequentes nas aulas de
Educação Física e nos projetos desenvolvidos em diversas escolas. Uma das
possibilidades que devem ser consideradas ao se planejar o ensino do esporte nas
escolas é a dimensão motora, que apresenta o conceito de iniciação esportiva.

Sobre a iniciação esportiva para adolescentes entre 15 e 16 anos de idade, analise


as afirmativas e as classifique como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Nesta fase, os movimentos básicos se encontram em fase de refinamento e


estabilização, permitindo a prática de atividades motoras mais complexas, como
pequenos jogos e jogos pré-desportivos.
( ) Neste momento da aprendizagem esportiva, a ênfase deve ser na liberdade de
experimentação de movimentos que estimulam o desenvolvimento, sem a
preocupação de um padrão que estabeleça erros e acertos.
( ) As atividades devem ser planejadas para que os praticantes sejam capazes de
manipular, locomover e imitar, para que possam estabilizar e refinar os movimentos
que serão necessários ao esporte.

138
( ) Com a preocupação de que o adolescente pratique duas ou três modalidades
esportivas, deve-se iniciar o aperfeiçoamento e a especialização das técnicas
esportivas.

Considerando o ensino do esporte, segundo a proposta da Iniciação Esportiva


Universal (IEU) para adolescentes entre 15 e 16 anos, assinale a alternativa que
apresenta a sequência CORRETA:

Alternativas

a) F – F – V – V.
b) F – F – F – V.
c) F – V – V – F.
d) V – F – F – V.
e) V – V – V – F.

5. (FUMARC – 2018) O movimento pela redemocratização do país, na primeira


metade da década de 1980, que culminou com o fim do regime militar, a volta
das eleições diretas para presidência da república e a elaboração de uma nova
Constituição Federal (CF) encheu de esperança os brasileiros. A nova CF de 1988
estabeleceu a educação como um direito social e conduziu os esforços legislativos
para a elaboração de uma nova lei sobre a educação que regulasse a oferta
desse direito a todos os brasileiros. Assim, a Lei 9.394, conhecida como Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), foi aprovada em 1996. No que
diz respeito à Educação Física, as discussões promovidas pelos movimentos
renovadores da década de 1980 marcaram a elaboração da legislação e
levaram a uma nova compreensão que ficou registrada no texto da LDBEN.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente essa nova compreensão de


Educação Física determinada pela LDBEN de 1996.

Alternativas

a) Área da saúde.

139
b) Área de conhecimento.
c) Atividade física.
d) Iniciação Esportiva.
e) Psicologia do esporte.

6. (FUMARC – 2018) Sobre o objetivo de ensino da Educação Física nas escolas de


educação básica, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de
1997, NÃO é correto afirmar:

Alternativas

a) A disciplina deve desenvolver a capacidade de utilização da cultura corporal


como instrumento de comunicação, lazer e saúde.
b) A disciplina tem a tarefa de garantir o acesso dos alunos e das alunas às práticas
da cultura corporal de movimento.
c) Ao passar pela Educação Física em sua trajetória escolar, as pessoas devem
desenvolver um estilo pessoal de realizar as práticas da cultura corporal.
d) O ensino da cultura corporal deve tratar dos benefícios e das possibilidades da
área no auxílio da aprendizagem do conteúdo de outras disciplinas escolares.
e) O ensino da disciplina deve levar à compreensão dos benefícios e das
possibilidades da vivência de esportes, jogos, danças, lutas e ginásticas.

7. (FUMARC – 2018) Sobre o ensino da Educação Física e a responsabilidade das


escolas e da comunidade escolar, tendo em vista a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN), de 1996, e os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), de 1997, analise as afirmativas a seguir.

I. Cada escola, considerando a autonomia determinada pela LDBEN, deve integrar


a Educação Física à sua proposta pedagógica. Assim, escola e professores são
responsáveis pela adaptação do ensino da disciplina à sua realidade, a fim de
garantir o acesso dos alunos e das alunas aos conhecimentos definidos pelos PCN.
II. As escolas, a comunidade de pais e alunos, bem como os professores, devem
assumir a responsabilidade pela integração da Educação Física à proposta
pedagógica. Se a autonomia garantida pela LDBEN não for bem utilizada, poderá

140
descaracterizar o ensino da disciplina, levando-o a se tornar uma simples atividade
técnica ou recreativa, desprovida de função no processo educativo pleno.

É CORRETO afirmar que:

Alternativas

a) I e II são proposições falsas.


b) I e II são proposições verdadeiras e I é causa de II.
c) I e II são proposições verdadeiras e I é consequência de II.
d) I é uma proposição falsa e II é uma proposição verdadeira.
e) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa.

8. (FUMARC – 2018) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de 1997, o


ensino da Educação Física na escola deve se preocupar com a formação do
cidadão que será responsável pela produção, reprodução e transformação da
cultura corporal de movimentos na sociedade. Tendo em vista essa afirmação, a
professora Isabela propôs aos seus estudantes do ensino médio uma prática de
futsal na qual alunos e alunas deveriam construir coletivamente o regulamento
para um evento da modalidade em que todos deveriam participar e cuja vitória
não estava centrada apenas em ganhar do adversário, mas na participação, no
prazer e no significado do evento para todos. Dessa maneira, o evento ocorreu
com a participação conjunta de meninos e meninas nos diferentes papéis que
poderiam ser representados em uma partida de futsal. Todas as equipes se
enfrentaram, todos os alunos jogaram, todos ganharam e perderam, e todos
exerceram papéis de comissão técnica, arbitragem, dirigentes, torcedores, pais
de atletas. Para avaliar o significado da prática, Isabela realizou rodas de
conversa, identificou pontos positivos e negativos e finalizou com uma mesa-
redonda, como as realizadas pelas redes de televisão, com representantes das
equipes para discussão dos diferentes pontos de vista. Considerando a prática
desenvolvida pela professora Isabela relativa à relação entre Educação Física e
cidadania, tendo em vista as orientações dos PCN, assinale a afirmativa CORRETA.

Alternativas

141
a) Competir é, por natureza, a maneira mais democrática de ensinar esporte, uma
vez que, na sociedade, cada um deverá se destacar em alguma atividade.
b) Dar oportunidade para os que não são bons tecnicamente terem papéis de árbitro
ou de torcedores no lugar de jogar é uma estratégia eficaz de inclusão.
c) Relacionar teoria e prática é uma das formas que a Educação Física tem para
afirmar o direito de todos de acesso e de participação.
d) Romper com o histórico centrado no desempenho físico e técnico significa
fortalecer a seletividade entre alunos aptos e inaptos.
e) Tomar o princípio da inclusão e o direito de todos de acesso e de participação
evidencia o tratamento de alunos e alunas como uma totalidade homogênea.

142
LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA Erro!
ESCOLAR: APLICAÇÕES PRÁTICAS Fonte de
referênci
a não
encontra
Nesta unidade serão apresentadas diversas sugestões de atividades e de
estruturação de conteúdos de diferentes lutas, tendo como base os princípios
condicionais das lutas, com conteúdo de uma luta de domínio e agarre,da.
uma luta de
percussão, uma luta mista e uma luta que utiliza armas (implemento) para o ataque
ao adversário.
Sempre lembrando que o professor tem autonomia para preparar suas aulas e
que estas atividades são apenas sugestões que podem ser aperfeiçoadas e
modificadas de acordo com a realidade de sua escola, materiais disponíveis e
possibilidades de utilização de materiais alternativos, assim como das
particularidades das turmas de alunos.
Então, como conteúdo desta aula serão apresentadas sugestões de
atividades para o Judô (domínio e agarre, curta distância); a Capoeira (percussão,
média distância) fortemente ligada à cultura e à história do Brasil; o MMA (Mix Martial
Arts) devido a sua evidência na mídia e por ser uma luta mista; a Esgrima por ser uma
atividade que utiliza armas (sabre, florete e espada) caracterizada como luta de
longa distância.
Sendo assim, começaremos pelas lutas de domínio e agarre, tendo como
exemplo o Judô. Parte da história e filosofia do Judô já foi apresentada na primeira
unidade, no entanto, acrescentaremos algumas informações e sugestões de
atividades práticas.

11.1 O JUDÔ E AS MODALIDADES DE DISTÂNCIA CURTA

O Judô que tem como tradução Ju= suavidade, flexibilidade e dô= caminho,
aprendizado, então a tradução mais utilizada para a modalidade é “caminho
suave”, teve seu início no ano de 1882, com a criação do instituto Kodokan pelo
sensei (termo usado também para professores japoneses e significa aquele que veio
antes), que utilizou técnicas de diferentes estilos do antigo Jiu-Jitsu praticado pelos
samurais e criou uma modalidade para prática de educação física e formação

143
educacional (KODOKAN, 2010).
Passou a ser modalidade olímpica em 1964, quando foi disputada em Tóquio
no Japão e se mantém no quadro de modalidades olímpicas até hoje. A modalidade
tem como objetivo derrubar o adversário de costas no chão com força e velocidade
(execução correta do golpe), ou finalizando o adversário por meio de
estrangulamento, chave de braço, ou imobilização por 20 segundos, pontuação
denominada ippon. Outra pontuação é o wazari, onde o atleta projeta o adversário,
no entanto, falta força, velocidade, ou a queda acontece com a lateral do corpo
do adversário, ou o imobiliza por um tempo entre 10 e 19 segundos, é importante frisar
que dois wazaris equivalem a um ippon. Caso nenhum atleta consiga o ippon, a luta
tem um tempo máximo de quatro minutos (cronômetro parado nos intervalos).

Como atividades sugeridas ao ensino do Judô e das modalidades de domínio


e agarre, podemos iniciar ensinando as técnicas de quedas, chamadas no judô de
ukemis (ushiro ukemi- queda para trás; Yoko ukemi – queda de lado; Mae ukemi –
queda para frente), também é possível trabalhar atividades de imobilização, no judô
chamadas de ossae-komi-waza, a mais simples é Hon-Kesa-Gatame, que é a primeira
imobilização a ser ensinada no judô. As atividades de imobilização podem ser
trabalhadas com jogos de oposição para imobilizar o colega, por tempo de
imobilização, com atividades de domínio de bola no chão, em diferentes situações
para a vivência das atividades em sala de aula, sempre tendo em vista aspectos de
cuidados com os alunos, controlando o tempo das atividades para evitar euforia
excessiva nas lutas e cuidados com as quedas para evitar lesões. Pode ser utilizado
um gramado, uma caixa de areia e mesmo tatames de EVA ou colchonetes que
ofereçam segurança aos alunos.

144
Imagem 19: Representação do ukemi-waza nas quedas do judô

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MGrGXa. Acesso em: 25 jan. 2022.

Para a realização de atividades que se assemelham às lutas em pé no judô, (a


competição é chamada de shiai), podem ser feitas algumas atividades lúdicas
como a briga pela bola (utilizando uma bola de basquetebol, por exemplo), uma
atividades chamada de pega-rabo, onde cada um dos lutadores coloca uma fita
atrás na cintura e de frente a um colega quem conseguir retirar a fita do colega e
defender a sua vence, ou uma luta adaptada utilizando prendedores de rouba, ou
seja, cada aluno terá uma quantidade de prendedores presos a camiseta e ao sinal
deve proteger seus prendedores e tomar os prendedores de colega/oponente. É
interessante filmar a atividade e mostrar a movimentação aos alunos, apontando a
semelhança na movimentação com a briga de pegada no judogui (kimono) nas
competições do judô.

145
11.2 MODALIDADES DE DISTÂNCIA MÉDIA COMO A CAPOEIRA

As modalidades que apresentam distância média entre os oponentes,


normalmente, também têm características de modalidades de percussão, ou seja,
com socos, chutes, joelhadas, entre elas as lutas como o Karatê, o Taekwondo e a
Capoeira, que em serão apresentadas algumas sugestões de atividades que podem
ser trabalhadas.
A Capoeira é uma arte marcial criada como forma de defesa do povo
africano escravizado no Brasil, a arte se originou da união de diversas culturas e etnias
africanas em terras brasileiras, como uma luta de resistência contra a escravidão. Por
sua origem e construção histórica é que hoje podemos defini-la como uma luta, que
também é jogo, dança, arte, brincadeira e esporte (GONZALES, DARIDO e OLIVEIRA,
2014).
O termo capoeira tem relação com a vegetação capoeira (mato rasteiro),
onde os negros ao planejarem as fugas diziam que iriam cair na capoeira durante a
noite, fugindo para os quilombos (comunidades criadas por negros para se
refugiarem nas fugas das fazendas). Mesmo após a abolição da escravidão a
capoeira passou por momentos difíceis, pois os negros foram libertados, no entanto,
não tinham emprego, nem renda e para sobreviverem iam para as margens da
cidade, normalmente, nos morros, comunidades que deram início aos guetos e
favelas, e como forma de resistência à opressão e de organização social, as rodas
de capoeira continuaram sendo símbolo de resistência, mas foi proibida por muito
tempo, vista como prática de crime e praticada por marginais, termo que era
associado a criminosos.

146
Imagem 20: Representa um quilombo e a prática da capoeira

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3MBKrLx. Acesso em: 25 jan. 2022.

Vamos então a algumas sugestões de atividades para o ensino da capoeira.


Uma atividade inicial que pode ser realizada para compressão do contexto da
capoeira é um pega-pega chamado de “pegou-me na capoeira”. Na brincadeira
o professor delimita alguns espaços na quadra, a senzala, onde os alunos que farão
o papel de escravos iniciam a brincadeira, dois quilombos, onde será pique, ou seja,
os alunos que estiverem neste espaço não poderão ser pegos, uma área chamada
de tronco, onde os alunos pegos deverão ser “presos”, e mais um personagem, o
capitão do mato, que ficará com um arco nas mãos e deverá pegar os demais
colegas ao sinal do professor. Os alunos que forem pegos devem ficar na área
chamada de tronco, no entanto, os colegas livres podem entrar nesta área e
fazendo o movimento da ginga, libertar o colega preso, para simbolizar a libertação
que a capoeira representava. Se o aluno for pego duas vezes passa a ser o pegador.
Conhecido o contexto e os personagens da história da capoeira, pode-se
iniciar os movimentos básicos da capoeira como a ginga, alguns golpes, assim como
trabalhar as músicas, ritmo e controle corporal necessários a prática da capoeira.

147
Além das questões históricas e culturais, dos movimentos básicos da ginga e
dos golpes básicos, também são sugeridos estudos das letras e dos ritmos das músicas
cantadas na roda de capoeira. A maioria das letras retratava a vida de sofrimento e
lamentação dos negros, porém também relatava a força e espírito trabalhador e
guerreiro deste povo. Os alunos podem pesquisar e representar as letras das músicas.
Também é importante estudar a diferença entre a Capoeira Angola e a
Capoeira Regional. A capoeira angola é mais lenta, como movimentos mais rasteiros,
era praticada nas ruas, sem uniformes e com movimentos mais malandros, tendo
como principal o mestre Pastinha, considerada a capoeira de original. Já a capoeira
regional tem como seu principal nome o mestre Bimba, que pensou uma capoeira
mais próxima das artes marciais orientais, devido à perda de espaço da capoeira
para lutas como o Kung Fu e o Karatê que ganhavam muito espaço na mídia. A
capoeira regional é mais rápida, com movimentos mais abertos, saltos e giros mais
rápidos, este tipo de capoeira é mais praticada em academias e tem grupos mais
caracterizados. Outros tipos de capoeira que fazem uma mistura entre angola e
regional também existem, como a capoeira chamada de contemporânea.
Além de questões sobre as modalidades de lutas, artes marciais e
modalidades esportivas de combate, estes conteúdos podem ser utilizados como
meio para se atingir outros objetivos educacionais, como por exemplo, promover
discussões e conhecimentos sobre discriminações racial, social, da mulher nas lutas,
questões de mídia e esporte, busca de ascensão social através do esporte, violência,
entre outros temas, que podem ser chamados de transversais. Um bom exemplo é a
lutadora Rafaela Silva, que venceu todos os preconceitos e insultos quando perdeu
uma Olímpiada e se consagrou campeão mundial e olímpica dando uma resposta
no tatame. O professor deve planejar e criar situações de aprendizagem.

148
Outra dica importante é um conteúdo que devemos trabalhar também nas
artes marciais, é o estudo de Katas ou Poomses no caso do Taekwondo, que são
sequências de movimentos predeterminados, previsíveis e que simulam um combate
real. Existem competições de poomses e katas e também são utilizados nos exames
de graduação (troca de faixa), assim como são uma forma de ensino da técnica de
geração a geração em sua forma correta e original, sem as modificações propostas
pelas competições. Os katas e poomses são condições bem controladas e que não
colocam os alunos em oposição direta, sendo assim, os riscos de se machucarem
durante as atividades são mínimos.

149
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (PCI - SC, 2015) O judô é um esporte de origem:

a) Italiana.
b) Alemã.
c) Francesa.
d) Japonesa.
e) Grega.

2. (PCI - SC, 2015) Para a prática do judô é necessário o uso de vestimenta


adequada. Como é essa vestimenta:

a) Judogui.
b) Judosi.
c) Judoki.
d) Judomi.
e) Judopi.

3. (PCI - SC, 2015) O objetivo principal do judô, como modalidade esportiva é a


conquista de pontos, feita ao levar o oponente ao chão e imobilizá-lo, fazendo
com que suas costas ou seus ombros permaneçam tocando o tatame durante:

a) 60 segundos.
b) 50 segundos.
c) 40 segundos.
d) 30 segundos.
e) 20 segundos.

4. (PCI - SC, 2015) As chamadas graduações do judô consistem na classificação do


judoca de acordo com seu desempenho físico e pessoal na prática do esporte.
São usados diversos critérios, tais como duração do tempo de treino, idade e
comportamento durante jogos. Quando um indivíduo melhora seu desempenho,

150
ele troca a cor da faixa que é usada em seu quimono. A sequência correta das
cores das faixas, em ordem crescente, é:

(___) Amarela
(___) Verde
(___) Laranja
(___) Branca
(___) Azul
(___) Cinza
(___) Preta
(___) Roxa
(___) Marrom

a) 3-4-5-6-7-8-1-9-2
b) 4-6-5-1-3-2-9-7-8
c) 5-7-4-1-3-2-6-8-9
d) 3-5-2-1-4-6-9-7-8
e) 1-2-3-4-5-6-7-8-9

5. (PCI - SC, 2015) As lutas de judô têm duração máxima de:

a) 5 minutos.
b) 6 minutos.
c) 7 minutos.
d) 8 minutos.
e) 10 minutos.

6. (PCI - SC, 2015) De acordo com as penalizações durante uma luta de judô é
correto afirmar:

I. Shido: É uma penalização fraca, que não faz com


que o adversário ganhe pontos.
II. Chui: É aplicado em casos mais graves ou quando
se aplica a um lutador seu segundo shido.

151
III. Keikoku: É atribuído quando o lutador já tem um
chui e recebe um shido. Essa penalidade não
encerra o combate, entretanto é aplicada em
infrações graves.
IV. Hansoku-Make: É aplicado em casos de infração
grave. Na aplicação do hansoku-make, o lutador é
expulso e a vitória de seu adversário é declarada.

a) Somente II está incorreta.


b) Somente IV está incorreta.
c) Somente I e II estão incorretas.
d) Somente I e IV estão incorretas.
e) Todas estão corretas.

7. (PCI - SC, 2015) O primeiro torneio nacional de caratê aconteceu em São Paulo
no ano de:

a) 1975.
b) 1965.
c) 1985.
d) 1987.
e) 1973.

8. (PCI - SC, 2015) Caratê é uma arte marcial de autodefesa originária do Japão. A
palavra caratê significa:

a) mão aberta.
b) mão fechada.
c) mão vazia.
d) mão cheia.
e) mão leve.

152
LUTAS DE COMBATE NA Erro!
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Fonte de
CONTRIBUIÇÕES DAS referênci
MODALIDADES DE DISTÂNCIAS a não
MISTA E LONGA
encontra
da.
Uma das modalidades de luta que os alunos certamente irão questionar o
professor de educação física e sempre fazer relação com qualquer outra
modalidade de luta estudada ao longo da vida escolar, será a arte marcial mista ou
MMA do inglês Mix Martial Arts, em razão de seu espaço na mídia e a evidência que
esta modalidade tem tido na atualidade.
A principal organização do MMA é o UFC® (Ultimate figth Championship), que
é uma empresa americanae em sua origem teve uma influência direta da
modalidade Brazilian Jiu-jitsu, desenvolvida pela família Gracie, que é uma família
brasileira. A criação do UFC foi realizada pela família Gracie com o objetivo de
difundir e mostrar força do Jiu-jiutsu brasileiro. Vários brasileiros foram campeões e
ídolos do MMA, entre eles, Vitor Belfort (o campeão mais jovem da modalidade),
entre outros como Anderson Silva, José Aldo, além do sucesso atual das mulheres
brasileiras como Cris Ciborg e Amanda Nunes.

No início como observado no vídeo, o MMA era um torneio de artes marciais,


onde praticamente não havia regras, ou seja, os lutadores se caracterizavam com as
vestimentas das lutas (exemplo: judô de kimono, boxe com luvas e shorts etc.) e as
lutas aconteciam até a desistência de um dos lutadores, sem tempo estabelecido.
No entanto, na atualidade os atletas utilizam apenas um shorts e luvas (mais leves e
com os dedos livres), várias regras para proteção dos atletas foram criadas, como

153
não poder chutar a cabeça do atleta que estiver em três apoios, chutes com os
calcanhares nos rins, entre outras. O tempo de luta também foi modificado, as lutas
são realizadas em três rounds de cinco minutos, com um minuto de intervalo e as lutas
que valem o cinturão das categorias são realizadas em cinco rounds de cinco
minutos, ou até que haja desistência e/ou que o outro atleta não tenha condições
de continuar a luta.
Várias questões podem ser problematizadas e estudas na educação física
escolar sobre o MMA, na proposta pedagógica do estado de São Paulo, por
exemplo, no terceiro ano do ensino médio se estuda o Boxe e se faz relações com o
MMA, pode-se pesquisar e discutir questões como os valores das bolsas e valores
destinados aos atletas por luta, o jogo de interesse na realização dos cards (eventos)
e o interesse maior do UFC pelo espetáculo, muitas vezes, em detrimento do esporte,
doping entre outros assuntos.
Questões como a redução do peso corporal dos atletas e os riscos à saúde
também podem ser discutidas, pois muitos atletas são hospitalizados e alguns já
morreram no processo de redução de peso corporal para atingirem o estabelecido
para a categoria ou luta casada.

Muitas vezes, nossos alunos são atletas de luta e fazem controle ou redução
de peso sem orientação adequada, por vezes, os adolescentes perdem peso no
início do ano competitivo, tendo a necessidade de segurar o peso ao longo do ano,
podendo gerar problemas para seu crescimento, pois nessa faixa etária o natural é
ganhar peso e não reduzir. Por este motivo, quando é necessário a redução ou
controle de peso, que se faça com orientação de um nutricionista e de um médico.
Como sugestão de atividades práticas podemos vivenciar alguns golpes
históricos de brasileiros no MMA, como o chute da vitória de Anderson Silva sobre Vitor

154
Belfort, ou os socos de Vitor Belfort na vitória contra Vanderlei Silva, algumas técnicas
de chave de braço e estrangulamento, no entanto, sem colocar os alunos em
situação de luta, somente conhecer e vivenciar os movimentos de forma controlada,
devagar e respeitando o colega. Sempre é importante lembrar que nas lutas há a
necessidade de médicos e toda segurança possível aos atletas e, por isso, os alunos
não devem tentar realizar lutas ou técnicas que assistiram na TV sem uma devida
orientação de um professor de arte marcial ou supervisão de um profissional da
Educação Física.
Também pode-se pensar em atividades de circuito, com diferentes estações
em que são aplicados os golpes do MMA, por exemplo, um minuto em cada estação
(soco e chute de frente ao espelho ou sombra (frente a frente), golpes em
aparadores, golpes em um saco de areia ou adaptado, abdominais, pulando corda
etc.) simulando a preparação dos atletas.

12.1 MODALIDADES DE DISTÂNCIA LONGA, COMO A ESGRIMA

As modalidades de distância longa e algumas mistas utilizam armas em suas


ações de ataque e defesa, como é o caso do Kendo, do Kung Fu, do Krav-Maga e
da Esgrima, que estudaremos de forma breve e conheceremos algumas
possibilidades de trabalho.
O uso da espada era a principal arma das civilizações antes do surgimento
da arma de fogo, e os bons esgrimistas eram os melhores soldados, fatos de grande
importância na história da humanidade. A esgrima é a arte de luta com armas
brancas, armas de corte, há relatos da prática da esgrima como forma de exercício
desde 1.170 a.C. e chegou ao Brasil introduzida por Dom Pedro II nas escolas em 1906
(RIBEIRO; CAMPOS, 2007).

155
A Esgrima é esporte olímpico desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos
em 1986 em Atenas na Grécia até hoje, e passou por várias transformações ao longo
do tempo. A principal transformação sofrida pela esgrima foi a introdução da
tecnologia nos combates, as espadas têm sensores que detectam o contato com o
adversário sinalizando a arbitragem, telespectadores e atletas a marcação do
ponto, o que deixa o esporte caro, porém bastante atrativo.

Como a esgrima em sua forma de competição oficial é praticamente inviável


pelo número reduzido de pessoas que praticam a modalidade e pelo custo do
material, as sugestões de prática são as de construção das espadas com jornais ou
flutuadores de piscina, assim como utilizar as regras básicas da modalidade, mas
também variar com a utilização de diferentes jogos de espadas da modalidade
Sword Play. Fica como sugestão de atividade prática às aulas de educação física
escolar o material da proposta curricular do estado de São Paulo e alguns vídeos e
sites disponíveis na internet, mas a criatividade e estudo do professor talvez seja a
principal ferramenta para a construção do conhecimento na escola.

12.2 ENCERRANDO A UNIDADE

Ao concluir as unidades, por fim, estudamos os diferentes métodos de ensino


das lutas e artes marciais, tanto nas escolas, quanto nas academias e se observa a
necessidade de realizarmos um ensino mais significativo, crítico e reflexivo, que
permita aos alunos as vivências das diferentes classificações de lutas (domínio e
agarre, percussão, lutas mistas, lutas que utilizam artes), assim como tenham
condições de compreender o fenômeno luta na sociedade em suas diferentes
perspectivas.

156
Podemos observar também que existem inúmeras dificuldades para a
aplicação deste conteúdo nas aulas de educação física escolar, no entanto, é um
conteúdo base dos conhecimentos de nossa área de estudo, portanto, de direito
garantido aos nossos alunos pelos documentos que regem as diretrizes no ensino da
educação física na escola. Além do mais, tivemos várias de sugestões e
possibilidades para que apresentemos estes conhecimentos em nossas aulas, por
meio de atividades lúdicas e recreativas, utilizando materiais alternativos e propostas
de problematização destes conteúdos em sala de aula, vencendo todos e quaisquer
obstáculos que sejam postos no caminho da educação e formação de nossos jovens.

157
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (FUMARC – 2018) Sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada


em dezembro de 2017 pelo Ministério da Educação, NÃO é correto afirmar:

Alternativas

a) A contribuição mais significativa da BNCC é o de substituir os currículos das


disciplinas escolares das redes públicas federal, estaduais e municipais, na medida
em que determina o que deve ser ensinado em cada escola.
b) Determina os conhecimentos e as competências que os estudantes devem
desenvolver ao longo da escolaridade, sendo orientada por princípios éticos,
políticos e estéticos.
c) Fruto de amplo debate com diferentes atores do campo educacional e com a
sociedade brasileira, a BNCC tem o propósito de contribuir com construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
d) Trata-se de um documento de referência, de caráter normativo, que define o
conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos brasileiros devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
e) Uma das finalidades da BNCC é contribuir com a superação da fragmentação
das políticas educacionais, com o fortalecimento do regime de colaboração
entre as três esferas de governo.

2. (FUMARC – 2018) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece um


problema histórico relacionado com o ensino da Educação Física no Brasil. Trata-
se da dificuldade em estabelecer uma progressão no ensino dos temas que
compõem o universo de conhecimentos que a disciplina deve ensinar nas escolas,
ou seja, a BNCC propõe uma maneira de tratar dessa questão ao longo da
trajetória escolar.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente essa proposta.

Alternativas

158
a) As dimensões do conhecimento que representam níveis distintos de complexidade
na relação com as unidades temáticas estão definidas.
b) A decisão sobre o que ensinar em cada unidade temática, em cada ano da
escolarização, fica por conta de cada professor.
c) Cada vez que um professor voltar a um conteúdo, deverá avaliar sua turma para
decidir se vai introduzir, retomar ou aprofundar o conhecimento.
d) Os conteúdos a serem ensinados em cada unidade temática pela Educação
Física são definidos rigidamente a cada ano da trajetória escolar.
e) Os níveis de aprofundamento que devem ser observados ao se ensinar uma
unidade temática em cada ciclo escolar são determinados.

3. (AOCP, 2017) De acordo com a Resolução CNE/CP nº 2/2-17, o termo competência


envolve

a) conceitos, procedimentos, atitudes e valores.


b) conceitos e procedimentos, práticas cognitivas e socioemocionais, atitudes e
valores.
c) práticas cognitivas e socioemocionais, atitudes e valores.
d) a mobilização de conhecimentos e habilidades para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho.
e) práticas atitudinais e consequenciais apenas das lutas.
4. (PCI - SC, 2015) Sobre o caratê é correto afirmar:

I. O praticante do caratê é chamado de carateca.


II. Atitudes positivas e autodisciplina são importantes na prática do caratê.
III. O método de combate dessa arte marcial baseia-se em posições iniciais de
equilíbrio, que dão origem aos golpes, que podem ser socos ou chutes no
adversário. A respiração deve ser controlada e é comum, no momento do golpe,
que o praticante solte uns gritos especiais.

a) Somente I e II estão corretas.


b) Somente I e III estão corretas.
c) Somente I está correta.

159
d) Somente II e III estão corretas.
e) Todas estão corretas.

5. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a qual foi aprovada no
fim do ano de 2017, tem como objetivo a organização do currículo escolar a partir
da Educação Infantil até o Ensino Médio. Esse documento possui vários conceitos
que irão orientar o trabalho do professor em sala de aula. Dentre esses conceitos,
qual recebe um maior enfoque?

a) Atitudes.
b) Valores.
c) Habilidades.
d) Conhecimento.
e) Competência.

6. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) possui caráter prescritivo
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica. Sabendo disso, é correto afirmar que a Base é um documento
de caráter

a) normativo.
b) restritivo.
c) moderador.
d) estrutural.
e) legislativo.

7. (AOCP, 2017) A Base Nacional Comum Curricular aborda seis pontos relacionados
ao direito a aprendizagem das crianças, os quais são fundamentais para o bom
desenvolvimento delas no decorrer do processo de ensino-aprendizado. Um
desses pontos discorre a respeito da importância de se ter contato com adultos,
crianças, grandes e pequenos grupos, utilizando diversos tipos de linguagens,
podendo dessa forma ampliar seu contato com relação a novas culturas e
diferentes pessoas. A qual critério esse posicionamento se refere?

160
a) Trabalhar.
b) Conviver.
c) Participar.
d) Brincar.
e) Expressar.

8. (IDECAN, 2018) A BNCC visa a definir os conhecimentos que considera essenciais


que os estudantes tenham acesso e se apropriem, desde o ingresso na Educação
Infantil até o final do Ensino Médio. Com essa BNCC, os estudantes das diferentes
regiões do país terão os mesmos direitos de aprendizagem. Acerca desse tema,
seguem-se as afirmativas abaixo:

I. Em 1998, a BCNN foi lançada composta por três volumes. É um documento que
aponta metas de qualidade que levam à criança ao desenvolvimento integral e
à formação da cidadania. Serve como um guia educacional, com objetivos,
conteúdos e orientações didáticas. Apresenta a divisão organizada por idade
para as crianças de zero a três anos e de três a seis anos.
II. A BNCC é um documento plural, contemporâneo, e estabelece com clareza o
conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os estudantes,
crianças, jovens e adultos, têm direito. Com ela, redes de ensino e instituições
escolares públicas e particulares passam a ter uma referência nacional
obrigatória para a elaboração ou adequação de seus currículos e propostas
pedagógicas.
III. Grande parte das políticas educacionais no Brasil é formulada não em benefício
da população em geral, mas em função das demandas econômicas, das
influências externas e muitas também de acordo com os interesses do Estado,
baseado nas avaliações em larga escala que acontecem em diferentes níveis de
ensino.

Assinale

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.


b) se somete as afirmativas I e II estiverem corretas.

161
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa I estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.

162
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 B

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 E

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E

UNIDADE 07 UNIDADE 08

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D

163
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 D

UNIDADE 09 UNIDADE 10

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C

UNIDADE 11 UNIDADE 12

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C

164
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