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FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Priscila Chaves Panta

1
Priscila Chaves Panta

Doutora em Engenharia na área de Ciência e Tecnologia dos Materiais pelo Programa de


Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M-
UFRGS/2013). Mestre em Engenharia na área de Fenômenos de Transportes pelo Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PROMEC-UFRGS/2008). Especialista em
Docência na Contemporaneidade (UCS/2020). Bacharel em Física com Habilitação em
Física Médica pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA/2005). Tem experiência na
área de Engenharia Mecânica, com ênfase em modelagem matemática e
computacional e experiência na área de Física, com ênfase em Física Médica. Atualmente
trabalha com síntese e caracterização de materiais nanoestruturados e magnéticos e com
ensino de física. Participa da produção de materiais para a EaD em diversos cursos
(Matemática, Engenharia, Física, entre outros) com uma produção voltada para a área
de ciências exatas e tecnológica.

FENÔMENOS DE TRANSPORTE

1ª edição
Ipatinga – MG
2023

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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
Fernanda Cristine Barbosa
Guilherme Prado Salles
Lívia Batista Rodrigues
Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos

© 2023, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

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Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca
e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau
de atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado


em cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo
do livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

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SUMÁRIO

UNIDADE PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS FENÔMENOS DE TRANSPORTE ........................10

01
1.1 FLUIDO ......................................................................................................................... 11
1.2 DENSIDADE.................................................................................................................. 13
1.3 PRESSÃO ...................................................................................................................... 14
1.4 VAZÃO ......................................................................................................................... 17
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................... 21

UNIDADE ESTÁTICA E DINÂMICA DOS FLUIDOS .................................................... 24

02
2.1 ESTÁTICA DOS FLUIDOS ........................................................................................ 24
2.1.1 Variação da pressão com profundidade em um fluido .........................24
2.1.2 Princípio de pascal ............................................................................................27
2.2 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE PASCAL ............................................................. 28
2.3 RELAÇÃO ENTRE FORÇAS EM UM SISTEMA HIDRÁULICO ................................... 29
2.3.1 Pressão absoluta ...........................................................................................30
2.3.2 Princípio de arquimedes ..............................................................................33
2.4 DENSIDADE E PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES.......................................................... 36
2.5 DINÂMICA DOS FLUIDOS NÃOVISCOSOS .......................................................... 37
2.5.1 Equação de bernoulli ...................................................................................37
2.6 DEMONSTRANDO A EQUAÇÃO DE BERNOULLI .................................................. 39
2.7 EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA FLUIDOS ESTÁTICOS ........................................ 40
2.8 PRINCÍPIO DE BERNOULLI - EQUAÇÃO DE BERNOULLI EM PROFUNDIDADE
CONSTANTE........................................................................................................... 41
2.9 VISCOSIDADE E RESISTÊNCIA............................................................................... 41
2.9.1 Viscosidade ....................................................................................................41
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 43

UNIDADE ESCOAMENTO INCOMPREENSÍVEL......................................................... 46

03
3.1 ESCOAMENTO....................................................................................................... 46
3.1.1 Fluxo incompressível na dinâmica do fluido ............................................47
3.2 ESCOAMENTO NÃOVISCOSO INCOMPRESSÍVEL ............................................... 49
3.3 ESCOAMENTO VISCOSO INCOMPRESSÍVEL ....................................................... 50
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 53

UNIDADE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO ............................................... 56

04
4.1 MEDIDA E CONTROLE DE FLUIDOS ....................................................................... 56
4.2 ESCOAMENTO: LAMINAR ..................................................................................... 60
4.2.1 Fluxo laminar confinado aos tubos — lei de poiseuille ..........................60
4.2.2 Fluxo e resistência como causas de quedas de pressão ......................62
4.3 ESCOAMENTO: TURBULENTO ................................................................................ 63
4.3.1 Movimento de um objeto em um fluido viscoso.....................................65
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 70

UNIDADE TRANSFERÊNCIA DE CALOR .................................................................... 74

05
5.1 PERDA DE CARGA ................................................................................................ 74
5.2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR: CONDUÇÃO .......................................................... 76
5.3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR: CONVECÇÃO ....................................................... 78
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 81

6
UNIDADE TRANSFERÊNCIA DE MASSA .................................................................... 85

06
6.1 TROCADORES DE CALOR ..................................................................................... 85
6.2 TRANSFERÊNCIA DE MASSA ................................................................................. 85
6.2.1 Transferência de massa: difusão ................................................................87
6.2.2 Transferência de massa: convecção........................................................87
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 89

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ........................................... 93

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 94

7
8
CONFIRA NO LIVRO

Nesta unidade serão trabalhados os princípios básicos dos


fenômenos de transporte, proporcionando um embasamento
teórico a ser utilizado nas unidades posteriores. Com isso, serão
destacados conceitos como: fluido, densidade, pressão e vazão.

Nesta unidade estudamos a estática e dinâmica dos fluidos. Dentro


da estática dos fluidos foram destacados: a variação da pressão
com profundidade em um fluido, o princípio de Pascal, a pressão
absoluta e o princípio de Arquimedes. Na dinâmica dos fluidos
nãoviscosos a ênfase é a equação de Bernoulli. Também são
trabalhados os conceitos de viscosidade e resistência.

Nesta unidade estudamos os conceitos básicos de escoamento. A


seguir destaca-se o comportamento do fluxo incompressível dentro
da dinâmica dos fluidos. E para finalizar subdivide-se o escoamento
incompressível em viscoso e nãoviscoso.

Nesta unidade estudamos o escoamento laminar e turbulento. Para


isso, foram trabalhados a medida e o controle de fluidos e,
posteriormente, são estudados os escoamentos laminar e
turbulento.

Nesta unidade estudamos a transferência de calor, para isso


destacam-se algumas características e comportamento a partir da
perda de carga. A seguir são trabalhados os conceitos de
transferência de calor destacando, principalmente, a condução e
convecção.

Nesta unidade estudamos a transferência de massa, para isso


destacam-se algumas características e o comportamento dos
trocadores de calor. A seguir são trabalhados os conceitos de
transferência de massa destacando, principalmente, a difusão e
convecção.

9
PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS UNIDADE
FENÔMENOS DE TRANSPORTE

01
Os Fenômenos de Transporte têm importantes aplicações tanto transporte de
fluidos quanto na quantificação da dissipação de calor. Tais conceitos mostram
melhorias em diversos processos de fabricação. Para iniciar o estudo de Fenômenos
de Transporte são necessários alguns conceitos básicos utilizados para compreensão
de todo mecanismo. De forma introdutória, serão vistos alguns conceitos que
proporcionem suporte ao estudo de Fenômenos de Transporte.
Os princípios físicos fundamentais utilizados no desenvolvimento dos
Fenômenos de Transporte foram desenvolvidos e formulados através de muitas
observações realizadas servindo como base para novas descobertas. Neste
contexto, as aplicações de Fenômenos de Transporte dentro da Engenharia são
inúmeras, as quais pode-se destacar:
 Na Engenharia Civil e Arquitetura constituem a base do estudo de hidráulica e
hidrologia tendo aplicações no conforto térmico em edificações;
 Na Engenharia Sanitária e Ambiental estão ligadas à poluição ambiental, pois
são uma ferramenta importante no estudo da difusão de poluentes no ar, na
água e no solo;
 Na Engenharia Química constituem a base das operações unitárias;
 Na Engenharia Mecânica encontram-se nos processos de usinagem, nos
processos de tratamento térmico, no cálculo das máquinas hidráulicas;
 Na Engenharia Aeronáutica são importantes no desenvolvimento na
aerodinâmica;
 Na Engenharia de Produção são utilizadas na otimização de processos
produtivos e de transporte de fluidos, por intermédio do conhecimento dos
fenômenos de troca de calor e da movimentação de fluidos ao longo das
tubulações.
Com isso, dada a importância dos Fenômenos de Transporte, percebe-se a
importância dos conteúdos e informações técnicas para aplicações nas diversas
áreas da Engenharia.

10
1.1 FLUIDO

A matéria mais comumente existe como um sólido, líquido, gás ou plasma;


esses estados são conhecidos como as fases da matéria. Os sólidos têm uma forma
definida e um volume específico, os líquidos têm um volume definido, mas sua forma
muda dependendo do recipiente em que são mantidos, os gases não têm uma
forma definida nem um volume específico à medida que suas moléculas se movem
para encher o recipiente em que estão mantidos, e os plasmas também não têm
forma nem volume definidos, conforme descrito pela Figura 1 (ÇENGEL, 2007).
Líquidos, gases e plasmas são considerados fluidos porque se produzem para
as forças de corte, enquanto os sólidos resistem a eles. Note que a medida em que
os fluidos se produzem para as forças de cisalhamento (e, portanto, fluem de forma
fácil e rápida) depende de uma quantidade chamada viscosidade, que é discutida
mais adiante quando for mencionada a Lei de Poiseuille. Com isso, pode-se
compreender as fases da matéria e o que constitui um fluido considerando as forças
entre os átomos que compõem a matéria nas três fases (BRAGA FILHO, 2006).

Figura 1: Os estados conhecidos como as fases da matéria são descritos como (a) sólido, (b)
líquido, (c) gás ou (d) plasma

Fonte: Adaptado de Çengel (2007).

A partir da Figura 1 pode-se perceber características das fases da matéria


como (INCROPERA et al., 2007):

(a) Átomos em um sólido sempre têm os mesmos vizinhos, mantidas


unidas por forças. Estes átomos estão essencialmente em contato uns
com os outros. Uma rocha é um exemplo de sólido. Esta rocha mantém
sua forma por causa das forças que mantêm seus átomos juntos. (b)
Os átomos em um líquido também estão em contato próximo, mas
podem deslizar uns sobre os outros. As forças entre eles resistem
fortemente às tentativas de aproximá-los e também mantê-los em

11
contato próximo. A água é um exemplo de líquido. A água pode fluir,
mas também permanece em um recipiente aberto por causa das
forças entre seus átomos. (c) Os átomos em um gás são separados por
distâncias consideravelmente maiores do que o tamanho dos próprios
átomos, e eles se movem livremente. Um gás deve ser mantido em um
recipiente fechado para evitar que ele saia livremente. (d) Um plasma
é composto de elétrons, prótons e íons que, como os gases, são
espaçados a certas distâncias e se movem livremente.

Os átomos em sólidos estão em contato próximo, com forças entre eles que
permitem que os átomos vibrem, mas não mudem de posição com átomos vizinhos
(essas forças podem ser pensadas como molas que podem ser esticadas ou
compactadas, mas não facilmente quebradas.) Assim, um sólido resiste a todos os
tipos de estresse. Um sólido não pode ser facilmente deformado porque os átomos
que compõem o sólido não são capazes de se mover livremente. Os sólidos também
resistem à compressão, porque seus átomos fazem parte de uma estrutura de rede
na qual os átomos estão a uma distância relativamente fixa. Sob compressão, os
átomos seriam forçados um ao outro (ÇENGEL, 2007).
Em contraste, os líquidos se deformam facilmente quando estressados e não
voltam à sua forma original, uma vez que, a força é removida porque os átomos são
livres para deslizar e mudar de “vizinhos” — ou seja, eles fluem (por isso, são um tipo
de fluido), com as moléculas mantidas juntas por sua atração mútua. Quando um
líquido é colocado em um recipiente sem tampa, ele permanece no recipiente
(desde que o recipiente não tenha furos abaixo da superfície do líquido). Como os
átomos estão bem embalados, líquidos, como sólidos, resistem à compressão (BRAGA
FILHO, 2006).
Átomos em gases e partículas carregadas em plasmas são separados por
distâncias que são grandes em comparação com o tamanho das partículas. As
forças entre as partículas, portanto, são muito fracas, exceto quando colidem umas
com as outras. Gases e plasmas, portanto, não só fluem (e , portanto, são
considerados fluidos), mas são relativamente fáceis de comprimir porque há muito
espaço e pouca força entre as partículas. Quando colocados em um recipiente
aberto, gases ao contrário dos líquidos, escaparão. A maior distinção é que os gases
são facilmente comprimidos, enquanto os líquidos não são. Plasmas são difíceis de
conter porque têm muita energia. Ao discutir como as substâncias fluem, geralmente,
gases e líquidos são chamados simplesmente como fluidos, e a distinção entre eles
ocorre apenas quando se comportam de forma diferente (INCROPERA et al., 2007).

12
1.2 DENSIDADE

Vamos pensar como definir densidade?

“O que pesa mais, uma tonelada de penas ou uma tonelada de tijolos?”

Este velho enigma brinca com a distinção entre massa e densidade. Uma tonelada é uma
tonelada, é claro; mas tijolos têm densidade muito maior do que penas, e por isso estamos
tentados a pensar neles como mais pesados (ÇENGEL, 2007).

Figura 2: Uma tonelada de penas e uma tonelada de tijolos têm a mesma massa, mas as
penas fazem uma pilha muito maior (maior volume) porque têm uma densidade muito
menor

Fonte: Adaptada de Çengel (2007).

Assim, densidade é uma característica importante das substâncias. É crucial,


por exemplo, determinar se um objeto afunda ou flutua em um fluido. Densidade é a
massa por unidade de volume de uma substância ou objeto. Na forma de equação,
a densidade é definida como
𝑚
𝜌= (1.1)
𝑉
onde a letra grega 𝜌 (rho) é o símbolo da densidade, 𝑚 é a massa, e 𝑉 é o
volume ocupado pela substância (ÇENGEL et a.l 2007)
No enigma em relação às penas e aos tijolos, as massas são as mesmas, mas
o volume ocupado pelas penas é muito maior, já que sua densidade é muito menor.
A unidade de densidade no Sistema Internacional (SI) é 𝑘𝑔/𝑚3 , valores
representativos são tabelados. O sistema métrico foi originalmente concebido para
que a água tivesse uma densidade de 1 𝑔/𝑐𝑚3, equivalente a 103 𝑘𝑔/𝑚3 . Assim, a
unidade de massa básica, o quilograma, foi concebida pela primeira vez para ser a

13
massa de 1000 𝑚𝐿 de água, que possui um volume de 1000 𝑐𝑚3 (Incropera et al.,
2007).
Como você pode observar na Tabela 1.1, a densidade de um objeto pode
ajudar a identificar sua composição. A densidade do ouro, por exemplo, é cerca de
2,5 vezes a densidade do ferro, que é cerca de 2,5 vezes a densidade do alumínio. A
densidade também revela algo sobre a fase da matéria e sua subestrutura (ÇENGEL,
2007).

Tabela 1: Tabela de densidade de alguns materiais


Material Densidade (𝒈/𝒄𝒎𝟑 )
Água 1
Ouro 19,28
Alumínio 2,7
Ferro 7,87
Etanol 0,789
Madeira 0,5
Fonte: (LIVI, 2004).

Observe que as densidades de líquidos e sólidos são aproximadamente


comparáveis, consistentes com o fato de que seus átomos estão em contato
próximo. As densidades de gases são muito menores do que as de líquidos e sólidos,
porque os átomos em gases são separados por grandes quantidades de espaço
vazio (INCROPERA et al., 2007).

1.3 PRESSÃO

Você já ouviu dúvidas da palavra pressão sendo usada em relação ao sangue


(pressão alta ou baixa) e em relação ao clima (sistemas meteorológicos de alta e
baixa pressão). Estes são apenas dois dos muitos exemplos de pressões em fluidos. A
definição de pressão 𝑝 é dada como
𝐹
𝑝= (1.2)
𝐴
𝐹 é uma força aplicada a uma área 𝐴 que é perpendicular à força (Incropera
et al., 2007).
A unidade SI para pressão é o pascal, onde 1 𝑃𝑎 = 1 𝑁/𝑚2 . Além do pascal,
existem muitas outras unidades para pressão que estão em uso comum. Na
meteorologia, a pressão atmosférica é frequentemente descrita em unidades de
milibar (𝑚𝑏), onde 100 𝑚𝑏 = 1 × 104 𝑃𝑎 (MUNSON, 2004).

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Libras por polegada quadrada (𝑙𝑏/𝑖𝑛2 𝑜𝑢 𝑝𝑠𝑖) ainda são às vezes usadas como
medida de pressão dos pneus, e milímetros de mercúrio (𝑚𝑚𝐻𝑔) ainda são
frequentemente usados na medição da pressão arterial. A pressão é definida para
todos os estados de matéria, mas é particularmente importante quando se discute
fluidos (Livi, 2004). Uma determinada força pode ter um efeito significativamente
diferente dependendo da área sobre a qual a força é exercida, conforme mostrado
na Figura 3.

Figura 3: (a) Há uma pessoa sendo “cutucada” com o dedo e uma força com efeito
duradouro. (b) Em contraste, a mesma força aplicada a uma área do tamanho da
extremidade afiada de uma agulha é grande o suficiente para perfurar a pele

Fonte: Adaptada de Çengel (2007).

A força é perpendicular à sua superfície. Esta direção é porque a força é


exercida por um fluido estático ou estacionário. As forças devido à pressão têm
direções bem definidas: são sempre exercidas perpendiculares a qualquer superfície
(Figura 1.4). Por fim, note que a pressão é exercida em todas as superfícies. Assim,
tanto nadadores, assim como o pneu, sentem pressão por todos os lados (Figura 1.5.)

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Figura 4: A pressão dentro do pneu exerce forças perpendiculares em todas as superfícies
que ele contata. As flechas dão direções representativas e magnitudes das forças exercidas
em vários pontos

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006).

Figura 5: A pressão é exercida em todos os lados deste nadador, uma vez que, a água fluiria
para o espaço que ele ocupa se ele não estivesse lá

Fonte: Adaptada de Çengel (2007)

As flechas representam as direções e magnitudes das forças exercidas em


vários pontos do nadador. Note que as forças são maiores na parte debaixo, devido
à maior profundidade, proporcionando uma força líquida para cima ou flutuante
que é equilibrada pelo peso do nadador

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1.4 VAZÃO

A taxa de fluxo 𝑄 é definida como sendo o volume de fluido passando por


algum local através de uma área durante um período de tempo, como visto na
Figura 1.6. Em símbolos, isso pode ser escrito como
𝑉
𝑄= 𝑡
(1.3)
onde 𝑉 é o volume e 𝑡 é o tempo decorrido (LIVI, 2004).
A unidade SI para taxa de fluxo é 𝑚3 /𝑠, mas uma série de outras unidades para
𝑄 estão em uso comum. Por exemplo, o coração de um adulto em repouso bombeia
sangue a uma taxa de 5,0 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 (𝐿/𝑚𝑖𝑛). Note que um litro (𝐿) é de 1/1000
de um metro cúbico ou 1000 centímetros cúbicos (10−3 𝑚3 ou 103 𝑐𝑚3 ). Neste texto,
usaremos todas as unidades métricas mais convenientes para uma determinada
situação (ÇENGEL, 2007).
A figura mostra um fluido fluindo através de um tubo cilíndrico aberto em
ambas as extremidades. Uma parte do tubo cilíndrico com o fluido é sombreada por
um comprimento 𝑑. A velocidade do fluido na região sombreada é mostrada por
𝑣 em direção à direita. As seções transversais do cilindro sombreado estão marcadas
como 𝐴. Este cilindro de fluido passa por um ponto P no tubo cilíndrico. A velocidade
𝑣 é igual a 𝑑 sobre 𝑡 (ÇENGEL, 2007).

Figura 6: A taxa de fluxo é o volume de tempo de fluido por unidade que passa por um
ponto através da área A

Fonte: (INCROPERA et al, 2007).

O cilindro sombreado de fluido flui além do ponto P em um tubo uniforme no


tempo t. O volume do cilindro e a velocidade média é v ̅=d/t de modo que a taxa
de fluxo seja Q=A.d/t=A.v ̅.
A vazão e a velocidade estão relacionadas, mas quantidades físicas são bem
diferentes. Para deixar a distinção clara, pense na vazão de um rio. Quanto maior a

17
velocidade da água, maior a vazão do rio. Mas a vazão também depende do
tamanho do rio. Uma rápida corrente montanhosa carrega muito menos água do
que o rio Amazonas no Brasil, por exemplo (Roma, 2006). A relação precisa entre a

taxa de fluxo 𝑄 e a velocidade 𝑣̅ é

𝑄 = 𝐴. 𝑣̅ , (1.4)
onde 𝐴 é a área transversal e 𝑣̅ é a velocidade média. Esta equação parece

lógica o suficiente. A relação nos diz que a vazão é diretamente proporcional tanto
à magnitude da velocidade média (doravante referida como velocidade) quanto
ao tamanho de um rio, tubulação ou outro conduíte. Quanto maior o conduíte, maior
sua área transversal. A Figura 1.6 ilustra como essa relação é obtida. O cilindro
sombreado tem um volume
𝑉 = 𝐴. 𝑑, (1.5)
que passa do ponto P em um tempo 𝑡. Dividindo ambos os lados dessa relação
por 𝑡 obtém-se
𝑉
= 𝐴. 𝑑/𝑡. (1.6)
𝑡

Note que 𝑄 = 𝑉/𝑡 e a velocidade média é 𝑣̅ = 𝑑/𝑡. Assim, a equação torna-se

𝑄 = 𝐴. 𝑣̅ .

A Figura 1.7 mostra um fluido incompressível fluindo ao longo de um tubo de


raio decrescente. Como o fluido é incompressível, a mesma quantidade de fluido
deve passar por qualquer ponto do tubo em um determinado tempo para garantir a
continuidade do fluxo. Neste caso, como a área transversal do tubo diminui, a
velocidade deve necessariamente aumentar. Esta lógica pode ser estendida para
dizer que a taxa de fluxo deve ser a mesma em todos os pontos ao longo do tubo
(Livi, 2004). Em particular, para os pontos 1 e 2,
𝑄1 = 𝑄2
𝐴1 .𝑣
̅̅̅1 =𝐴2 .𝑣
̅̅̅.
2 (1.7)
Isso é chamado de equação de continuidade e é válido para qualquer fluido
incompressível. As consequências da equação de continuidade podem ser
observadas quando a água flui de uma mangueira para um bocal de pulverização
estreito: ela emerge com uma grande velocidade — esse é o propósito do bocal. Em
outras palavras, a velocidade aumenta quando a área transversal diminui, e a
velocidade diminui quando a área transversal aumenta (Çengel, 2007).
A figura 1.7 mostra um tubo cilíndrico largo à esquerda e estreito à direita. O

18
fluido é mostrado para fluir através do tubo cilíndrico em direção à direita ao longo
do eixo do tubo. Uma área sombreada é marcada no cilindro mais amplo à
esquerda. Uma seção transversal está marcada como 𝐴 (Incropera et al., 2007). A
área sombreada em tubo estreito é maior do que a do tubo mais amplo para mostrar
que quando um tubo se estreita, o mesmo volume ocupa um comprimento maior
(Roma, 2006).

Figura 7: Para que o mesmo volume passe os pontos 1 e 2 em um determinado tempo, a


velocidade deve ser maior no ponto 2.
O processo é exatamente reversível. Se o fluido fluir na direção oposta, sua velocidade
diminuirá quando o tubo se expandir.

Fonte: Çengel (2017)

Uma vez que, os líquidos são essencialmente incompressíveis, a equação de


continuidade é válida para todos os líquidos. No entanto, os gases são compressíveis,
e, por isso, a equação deve ser aplicada com cautela aos gases se eles estiverem
sujeitos à compressão ou expansão (BRAGA FILHO, 2006).
A solução para a última parte do exemplo mostra que a velocidade é
inversamente proporcional ao quadrado do raio do tubo, fazendo grandes efeitos
quando o raio varia (INCROPERA et al., 2007).
Em muitas situações, inclusive no sistema cardiovascular, ocorre ramificação
do fluxo. O sangue é bombeado do coração para artérias que subdividem em
artérias menores (arteríolas) que se ramificam em vasos muito finos chamados
capilares. Nesta situação, a continuidade do fluxo é mantida, mas é a soma das taxas
de fluxo em cada um dos ramos em qualquer parte ao longo do tubo que é mantida
(Livi, 2004). A equação da continuidade em uma forma mais geral torna-se
𝑛1 . 𝐴1 . ̅̅̅
𝑣1 = 𝑛2 . 𝐴2 . ̅̅̅
𝑣2 (1.8)
onde 𝑛1 e 𝑛2 são o número de ramos em cada uma das seções ao longo do
tubo (INCROPERA et al, 2007).

19
Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra os princípios
básicos da mecânica dos fluidos. Disponível em: https://shre.ink/ara7. Acesso em 10 mar.
2022.

Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura do Material Didática Mecânica dos Fluidos da COOPE -
UFRJ. Disponível em: https://shre.ink/ara1. Acesso em 05 mar. 2022.

20
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Em uma tubulação de 100 mm de diâmetro, escoa água com uma velocidade de


1,00 m/s. A vazão, em L/s, que escoa pela tubulação é:
Dados: 𝑄 = 𝑉 𝑥 𝐴
𝜋 = 3,14
a) 10,0.
b) 7,85.
c) 15,0.
d) 5,0.
e) 6,0.

2. (Adaptada - VUNESP - 2021 - Semae de Piracicaba - SP - Encarregado de Controle


Operacional). A unidade utilizada para medição de pressão é:
a) m3 /s.
b) L/s.
c) mca.
d) Cv.
e) Watt.

3. (Adaptada - VUNESP - 2021 - Semae de Piracicaba - SP - Encarregado de Controle


Operacional) Assinale a alternativa que apresenta corretamente o equipamento
utilizado para a medição de pressão.
a) Geofone.
b) Manômetro.
c) Haste de escuta.
d) Correlacionador.
e) Hidrômetro.

4. (Adaptada - FCM - 2017 - IF Baiano - Engenharia Química). Ao calcular a pressão


hidrostática no fundo de um poço a 3000 m de profundidade, preenchido com
um fluido de perfuração de 2,5 g/cm3, obtém-se:
Dados: g = 10,0m/s2.
a) 75 x 106 Pa

21
b) 74 x 106 Pa
c) 76 x 106 Pa
d) 65 x 105 Pa
e) 7,5 x 106 Pa

Questão 5 (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Engenheiro Júnior -


Processamento (Químico)). Uma bola é inflada com 0,005 L de um gás ideal e está
inicialmente na superfície de um tanque com água, conforme representado na
Figura abaixo. Essa bola é capaz de se expandir ou se comprimir de acordo com
as variações de pressão.

Qual o volume dessa bola, quando ela atingir a profundidade de 50 metros?


Dado A temperatura é constante e igual a 25°C. 1 atm = 10 m
a) 1 L
b) 1 cm3
c) 0,025 L
d) 1 m3
e) 0,01 m3

6. (Adaptada - FUNDATEC - 2019 - Prefeitura de Gramado - RS - Engenheiro Químico)


O engenheiro químico responsável por uma empresa de tratamento de água
precisa calcular a velocidade com que a água flui em um tubo com diâmetro
interno de 2,00 cm, sendo que esse tubo está conectado a outro tubo com
diâmetro interno de 6,00 cm. Qual será a velocidade no segundo estágio,
sabendo-se que a vazão é de 4,00∙10-4 m3 ∙s -1?
a) 0,03 m∙s-1
b) 0,14 m∙s-1
c) 0,32 m∙s-1

22
d) 1,27 m∙s-1
e) 1,41 m∙s-1

7. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Químico de Petróleo Júnior). A


maioria dos medidores de vazão por restrição para escoamento interno é
baseada na aceleração de fluidos. A ideia por trás desse tipo de medidor está em
relacionar a variação de pressão a uma variação de velocidade e,
consequentemente, medir vazão. Considere que um fluido circula em uma
tubulação onde o manômetro disponível mede 200 mm de água quando utilizado
um medidor tipo placa de orifício com diâmetro de 0,15 m e com coeficiente de
vazão de 0,65.
Nessas condições, a vazão volumétrica de fluido nessa tubulação, em m3 /s, é
Dado:
- Massa específica do fluido = 1,21 kg/m3
- Aceleração da gravidade = 10 m/s2
a) 0,66
b) 0,33
c) 0,8
d) 0,4
e) 0,01

8. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Químico de Petróleo Júnior). Em um


tubo horizontal com seção reta variável, entra um fluido com velocidade inicial
V0 . Se a razão entre a seção reta de saída e a entrada do tubo é 0,4, então, a
velocidade de saída do fluído do tubo, em função da velocidade de entrada, é:
a) 0,4 V0
b) 0,6 V0
c) 1,4 V0
d) 1,6 V0
e) 2,5 V0

23
ESTÁTICA E DINÂMICA DOS UNIDADE
FLUIDOS

2.1 ESTÁTICA DOS FLUIDOS


02
A estática dos fluidos é o ramo da mecânica dos fluidos que lida
principalmente com fluidos em repouso, estes podem ser descritos como os
elementos individuais do fluido que não se movem um em relação ao outro, as forças
de cisalhamento não estão envolvidas e todas as forças devido à pressão do fluido
são normais às superfícies em que atuam. Sem movimento relativo entre os
elementos, a viscosidade do fluido não é levada em consideração. Inicialmente será
examinada a variação de pressão ao longo de uma expansão do fluido. Em seguida,
serão estudadas as forças causadas pela pressão em superfícies sólidas em contato
com o fluido, e também os efeitos (como o empuxo) dessas forças em determinadas
circunstâncias (ÇENGEL, 2007).

2.1.1 Variação da pressão com profundidade em um fluido

Se você já percebeu algum “incomodo” no ouvido durante um voo de avião


ou uma “dor” no ouvido durante um mergulho profundo em uma piscina, você
experimentou o efeito da profundidade na pressão em um fluido. Na superfície da
Terra, a pressão do ar exercida sobre você é resultado do peso do ar acima de você.
Esta pressão é reduzida à medida que você sobe em altitude e o peso do ar acima
de você diminui. Sob a água, a pressão exercida sobre você aumenta com o
aumento da profundidade (Livi, 2004). Neste caso, a pressão que está sendo exercida
sobre você é resultado tanto do peso da água acima de você, quanto da atmosfera
acima de você. Você pode notar uma mudança de pressão de ar em um passeio
de elevador que transporta muitas histórias, mas você só precisa mergulhar um metro
ou mais abaixo da superfície de uma piscina para sentir um aumento de pressão. A
diferença é que a água é muito mais densa que o ar, cerca de 775 vezes mais densa
(BRAGA FILHO, 2006).

24
Considere o recipiente na Figura 2.1. Seu fundo suporta o peso do fluido nele.
Vamos calcular a pressão exercida na parte inferior pelo peso do fluido. Essa pressão
é o peso do fluido 𝑚. 𝑔 dividido pela área 𝐴 apoiando-o (a área do fundo do
recipiente):
𝐹 𝑚. 𝑔
𝑝= = (2.1)
𝐴 𝐴
Podemos encontrar a massa do fluido a partir de seu volume e densidade:
𝑚 = 𝜌. 𝑉 (2.2)
O volume do fluido 𝑉 está relacionado com as dimensões do recipiente. E
𝑉 = 𝐴. ℎ (2.3)
onde 𝐴 é a área transversal e ℎ é a profundidade. Combinando as duas últimas
equações obtém-se
𝑚 = 𝜌. 𝐴. ℎ (2.4)
ao inserir essa relação na expressão de pressão, obtém-se
(𝜌𝐴ℎ)𝑔
𝑝= (2.5)
𝐴
e reorganizando os rendimentos das variáveis tem-se que
𝑝 = 𝜌. 𝑔. ℎ (2.6)
este valor é a pressão devido ao peso de um fluido. Mesmo que o recipiente
não estivesse lá, o fluido circundante ainda exerceria essa pressão, mantendo o fluido
estático. Assim, a equação 𝑝 = 𝜌. 𝑔. ℎ representa a pressão devido ao peso de
qualquer fluido de densidade média 𝜌 a qualquer profundidade ℎ abaixo de sua
superfície. Para líquidos, que são quase incompressíveis, esta equação se mantém
em grandes profundidades. Para gases, que são bastante compressíveis, pode-se
aplicar esta equação desde que as mudanças de densidade sejam pequenas sobre
a profundidade considerada (Incropera et al., 2007). A Figura 2.1 mostra essa
situação.

25
Figura 8: A parte inferior deste recipiente suporta todo o peso do fluido contido nele. Os
lados verticais não podem exercer uma força ascendente sobre o fluido

Fonte: Adaptada de Çengel (2007)

Uma visão bidimensional de uma represa com dimensões 𝐿 e ℎ é mostrada.


Uma força 𝐹 na altura ℎ é mostrada por uma seta horizontal. A força F exercida pela
água na barragem é 𝐹 igual a pressão média 𝑝 em relação a área 𝐴, por sua vez,
pressão é dada pela altura média ℎ, a densidade 𝜌 (rho) e a aceleração devido à
gravidade 𝑔 (INCROPERA et al., 2007).

Figura 9: A barragem deve suportar a força exercida contra ela pela água que retém. Esta
força é pequena em comparação com o peso da água atrás da represa

Fonte: Adaptada de Incropera et al. (2007).

A pressão atmosférica é outro exemplo de pressão devido ao peso de um


fluido, neste caso, devido ao peso do ar acima de uma determinada altura. A

26
pressão atmosférica na superfície da Terra varia um pouco devido ao fluxo em larga
escala da atmosfera induzido pela rotação da Terra (Roma, 2006). No entanto, a
pressão média no nível do mar é dada pela pressão atmosférica padrão 𝑃𝑎𝑡𝑚 ,
medida para ser
𝑁
1 𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 (𝑎𝑡𝑚) = 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 1,01 × 105 = 101 𝑘𝑃𝑎. (2.7)
𝑚2
Essa relação significa que, em média, no nível do mar, uma coluna de ar acima
de 1,0 𝑚2 da superfície da Terra tem um peso de 1,01 × 105 𝑁, equivalente a 1 𝑎𝑡𝑚.

Figura 10: A pressão atmosférica no nível do mar é média de 1,01 × 105 𝑃𝑎 (equivalente a
1 𝑎𝑡𝑚), uma vez que, a coluna de ar sobre este 1 𝑚2 , estendendo-se até o topo da
atmosfera, pesa de 1,01 × 105 𝑁

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006).

O que você acha que é a pressão total a uma profundidade de 10,3 𝑚 em


uma piscina? A pressão atmosférica na superfície da água afeta a pressão abaixo?
A resposta é sim. Isso parece lógico, já que tanto o peso da água quanto o peso da
atmosfera devem ser suportados. Assim, a pressão total a uma profundidade de
10,3 𝑚 é de 2 𝑎𝑡𝑚 — metade da água acima e metade do ar acima. Veremos no
Princípio de Pascal que as pressões fluidas sempre aumentam dessa forma (Çengel,
2007).

2.1.2 Princípio de Pascal

A pressão é definida como força por área de unidade. A pressão pode ser
aumentada em um fluido empurrando diretamente sobre o fluido? Sim, mas é muito
mais fácil se o fluido estiver fechado. O coração, por exemplo, aumenta a pressão

27
arterial empurrando diretamente sobre o sangue em um sistema fechado (válvulas
fechadas em uma câmara). Se você tentar empurrar um fluido em um sistema
aberto, como um rio, o fluido flui para longe. Um fluido fechado não pode fluir e,
assim, a pressão é mais facilmente aumentada por uma força aplicada (ÇENGEL,
2007).
O que acontece com uma pressão em um fluido fechado? Uma vez que, os
átomos em um fluido são livres para se mover, eles transmitem a pressão para todas
as partes do fluido e para as paredes do recipiente. Notavelmente, a pressão é
transmitida sem diminuir (LIVI, 2004). Este fenômeno é chamado de princípio de
Pascal, porque foi claramente declarado pelo filósofo e cientista francês Blaise Pascal
(1623-1662): Uma mudança de pressão aplicada a um fluido fechado é transmitida
sem alteração para todas as porções do fluido e para as paredes de seu recipiente
(BRAGA FILHO, 2006).

Uma mudança de pressão aplicada a um fluido fechado é transmitida sem alteração


para todas as porções do fluido e para as paredes de seu recipiente.

O princípio de Pascal, um fato experimentalmente verificado, é o que torna a


pressão tão importante nos fluidos. Uma vez que, uma mudança de pressão é
transmitida sem alteração em um fluido fechado, muitas vezes, sabemos mais sobre
pressão do que outras quantidades físicas em fluidos. Além disso, o princípio de Pascal
implica que a pressão total em um fluido é a soma das pressões de diferentes fontes
(ÇENGEL, 2007).

2.2 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE PASCAL

Uma das aplicações tecnológicas mais importantes do princípio de Pascal é


encontrada em um sistema hidráulico, que é um sistema de fluidos fechados usado
para exercer forças. Os sistemas hidráulicos mais comuns são aqueles que operam
freios de carro. Consideremos primeiro o simples sistema hidráulico mostrado na figura
a seguir. Uma pequena força pode ser convertida em uma força maior quando a
pressão é transmitida através de líquidos em diferentes recipientes com pistões
conectados (INCROPERA et al., 2007).

28
Figura 11: Um sistema hidráulico típico com dois cilindros cheios de fluido, tampado com
pistões e conectado por um tubo chamado linha hidráulica

Fonte: Adaptado de Çengel (2007)

Uma força descendente de 𝐹1 no pistão esquerdo cria uma pressão que é


transmitida integralmente para todas as partes do fluido fechado. Isso resulta em uma
força ascendente 𝐹2 no pistão direito que é maior que a 𝐹1 porque o pistão direito
tem uma área maior (ÇENGEL, 2007).

2.3 RELAÇÃO ENTRE FORÇAS EM UM SISTEMA HIDRÁULICO

Para obter uma relação entre as forças do simples sistema hidráulico mostrado
na figura acimada, aplicando o princípio de Pascal. Note primeiro que os dois pistões
do sistema estão na mesma altura e, por isso, não haverá diferença de pressão
devido a uma diferença de profundidade. Agora, a pressão devido à atuação da 𝐹1
na área 𝐴1 é simplesmente 𝑝1 = 𝐹1 /𝐴1, conforme definido por 𝑝 = 𝐹. 𝐴. De acordo com
o princípio de Pascal, essa pressão é transmitida sem diminuir todo o fluido e para
todas as paredes do recipiente. Assim, uma pressão 𝑃2 é sentida no outro pistão que
é igual a 𝑝1 . Isso é 𝑝1 = 𝑝2 . Como 𝑝2 = 𝐹2 . 𝐴2 , vemos que 𝐹1 . 𝐴1 = 𝐹2 . 𝐴2 (LIVI, 2004).
Esta equação relaciona as razões de força para área em qualquer sistema
hidráulico, desde que os pistões estejam na mesma altura vertical e que o atrito no
sistema seja insignificante. Sistemas hidráulicos podem aumentar ou diminuir a força
aplicada a eles. Para aumentar a força, a pressão é aplicada a uma área maior. Por

29
exemplo, se uma força de 100 N é aplicada ao cilindro esquerdo na Figura 2.4 e a
direita tem uma área cinco vezes maior, então a força fora é 500 N. Sistemas
hidráulicos são análogos a alavancas simples, mas eles têm a vantagem de que a
pressão pode ser enviada através de linhas tortuosamente curvadas para vários
lugares ao mesmo tempo (LIVI, 2004).

2.3.1 Pressão Absoluta

É muito comum que os medidores de pressão ignorem a pressão atmosférica


— ou seja, fazem uma leitura zero na pressão atmosférica. Por isso, definimos a
pressão do medidor como a pressão relativa à pressão atmosférica. A pressão do
medidor é positiva para pressões acima da pressão atmosférica, e negativa para
pressões abaixo dela (ÇENGEL, 2007).

A pressão do medidor é a pressão em relação à pressão atmosférica. A pressão do


medidor é positiva para pressões acima da pressão atmosférica, e negativa para pressões
abaixo dela.

Na verdade, a pressão atmosférica aumenta a pressão em qualquer fluido não


fechado em um recipiente rígido. Isso acontece por causa do princípio de Pascal. A
pressão total ou pressão absoluta, portanto, é a soma da pressão do medidor e da
pressão atmosférica: 𝑝𝑎𝑏𝑠 = 𝑝𝑔 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 onde 𝑝𝑎𝑏𝑠 é pressão absoluta, 𝑝𝑔 é pressão de
medida e 𝑝𝑎𝑡𝑚 é pressão atmosférica. Por exemplo, se o medidor de pneus obteve
34 𝑝𝑠𝑖 (libras por polegada quadrada), então a pressão absoluta é de 34 𝑝𝑠𝑖 mais
14,7 𝑝𝑠𝑖 (𝑝𝑎𝑡𝑚 em psi), ou 48,7 𝑝𝑠𝑖 (equivalente a 336 𝑘𝑃𝑎) (BRAGA FILHO, 2006).

Pressão absoluta é a soma da pressão do medidor e da pressão atmosférica.

Por razões que exploraremos mais tarde, na maioria dos casos a pressão
absoluta nos fluidos não pode ser negativa. Os fluidos empurram ao invés de puxar,
então a menor pressão absoluta é zero. Assim, a menor pressão de bitola possível é
𝑝𝑔 = −𝑝𝑎𝑡𝑚 (isso torna 𝑝𝑎𝑏𝑠 zero). Não há limite teórico para o tamanho da pressão de

30
um medidor (LIVI, 2004).
Há uma série de dispositivos para medir a pressão, os quais utilizam o princípio
de Pascal. Uma classe inteira de medidores usa a propriedade que a pressão devido
ao peso de um fluido é dada por 𝑝 = 𝜌. 𝑔. ℎ. Considere o tubo em forma de U
mostrado na Figura 2.5, o qual é chamado de manômetro. Na Figura 2.5(a), ambos
os lados do tubo estão abertos para a atmosfera. A pressão atmosférica, portanto,
empurra para baixo em cada lado igualmente para que seu efeito seja cancelado.
Se o fluido for mais profundo de um lado, há uma pressão maior no lado mais
profundo e o fluido flui para longe desse lado até que as profundidades sejam iguais
(ROMA, 2006).
Vamos examinar como um manômetro é usado para medir a pressão.
Suponha que um lado do tubo U esteja conectado a alguma fonte de pressão 𝑝𝑎𝑏𝑠 ,
como o balão de brinquedo na Figura 2.5(b) ou o pote de amendoim embalado a
vácuo mostrado na Figura 2.5(c). A pressão é transmitida sem diminuir para o
manômetro, e os níveis de fluido não são mais iguais. Na Figura 2.5(b), 𝑝𝑎𝑏𝑠 é maior
que a pressão atmosférica, enquanto na Figura 2.5(c), 𝑝𝑎𝑏𝑠 é menor que a pressão
atmosférica. Em ambos os casos, 𝑝𝑎𝑏𝑠 difere da pressão atmosférica por uma
quantidade 𝜌. 𝑔. ℎ, onde 𝜌 é a densidade do fluido no manômetro. Na Figura 2.5(b),
𝑝𝑎𝑏𝑠 pode suportar uma coluna de fluido de altura ℎ e, por isso, deve exercer uma
pressão 𝜌. 𝑔. ℎ maior do que a pressão atmosférica (a pressão do medidor 𝑝𝑔 é
positiva). Na Figura a seguir, a pressão atmosférica pode suportar uma coluna de
fluido de altura ℎ e, assim, 𝑝𝑎𝑏𝑠 é menor do que a pressão atmosférica por uma
quantidade 𝜌. 𝑔. ℎ (a pressão do medidor 𝑝𝑔 é negativa). Um manômetro com um
lado aberto à atmosfera é um dispositivo ideal para medir pressões de medidor. A
pressão do medidor é 𝑝𝑔 = 𝜌. 𝑔. ℎ e é encontrada medindo ℎ (ROMA, 2006).
Os manômetros de tubo aberto têm tubos em forma de U e uma extremidade
está sempre aberta. Quando aberto à atmosfera, o fluido em ambas as extremidades
será o mesmo, como na primeira figura. Quando a pressão que ocorre em uma
extremidade é maior, o nível de fluido vai cair nessa extremidade, como na segunda
figura. Se a pressão em uma extremidade for menor, então a altura da coluna de
fluidos desse lado aumentará, como na terceira figura.

31
Figura 12: Um manômetro de tubo aberto tem um lado aberto para a atmosfera

Fonte: Adaptado de Livi (2004)

(a) A profundidade do fluido deve ser a mesma em ambos os lados, ou a


pressão que cada lado exerce na parte inferior será desigual e haverá fluxo do lado
mais profundo. (b) Uma pressão de bitola positiva 𝑝𝑔 = 𝜌. 𝑔. ℎ transmitida para um lado
do manômetro pode suportar uma coluna de fluido de altura ℎ. (c) Da mesma forma,
a pressão atmosférica é maior do que uma pressão de bitola negativa 𝑝𝑔 por uma
quantidade 𝜌. 𝑔. ℎ. A rigidez do frasco impede que a pressão atmosférica seja
transmitida aos amendoins (LIVI, 2004).
Um barômetro é um dispositivo que mede a pressão atmosférica. Um
barômetro de mercúrio é mostrado na Figura 2.6. Este dispositivo mede a pressão
atmosférica, em vez de medir a pressão, porque há um vácuo quase puro acima do
mercúrio no tubo. A altura do mercúrio é tal que 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 𝜌. 𝑔. ℎ. Quando a pressão
atmosférica varia, o mercúrio sobe ou cai, dando “pistas” importantes para os
meteorologistas. O barômetro também pode ser usado como um altímetro, já que a
pressão atmosférica média varia de acordo com a altitude. Os barômetros de
mercúrio e manômetros são tão comuns que unidades de 𝑚𝑚𝐻𝑔 são frequentemente
citadas para pressão atmosférica e pressões sanguíneas (ROMA, 2006).

32
Figura 13: Um barômetro de mercúrio mede a pressão atmosférica

Fonte: Acervo pessoal do autor (2023)

A atmosfera é capaz de forçar mercúrio no tubo a uma altura ℎ, pois a pressão


acima do mercúrio é zero.

2.3.2 Princípio de arquimedes

Quando você se levanta após um banho quente, seus braços se sentem


estranhamente pesados. Isso porque você não tem mais o suporte flutuante da água.
De onde vem esse empuxo? Por que algumas coisas flutuam e outras não? Os objetos
que afundam recebem algum suporte do fluido? Seu corpo é impulsionado pela
atmosfera, ou apenas balões de hélio são afetados? Nas figuras a seguir, 14(a) e 14
(b), uma âncora e submarino experimentam flutuação devido à água. Na figura
14(c), os balões cheios de hélio flutuam devido à flutuação do ar (BRAGA FILHO,
2006).

33
Figura 14: (a) Mesmo os objetos que afundam, como esta âncora, são parcialmente
suportados pela água quando submersos. (b) Os submarinos possuem densidade ajustável
para que possam flutuar ou afundar conforme desejado. (c) Balões cheios de hélio puxam
para cima em suas cordas, demonstrando o efeito flutuante do ar

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006)

Respostas a todas essas perguntas, e muitas outras, baseiam-se no fato de que


a pressão aumenta com profundidade em um fluido. Há uma força líquida para
cima, ou flutuante em qualquer objeto em qualquer fluido (Figura 2.8). Se a empuxo
for maior que o peso do objeto, o objeto subirá à superfície e flutuará. Se a empuxo
for menor que o peso do objeto, o objeto afundará. Se a empuxo for igual ao peso
do objeto, o objeto permanecerá suspenso a essa profundidade. A empuxo está
sempre presente se o objeto flutua, afunda ou está suspenso em um fluido (Çengel,
2007).
Um cilindro de área transversal 𝐴 experimenta uma força ascendente 𝐹2 na
parte inferior do cilindro e uma força descendente 𝐹1 em sua parte superior. A
empuxo deve-se à diferença entre a força ascendente na parte inferior do cilindro e
a força descendente em sua parte superior (INCROPERA et al., 2007).

34
Figura 15: A pressão devido ao peso de um fluido

Fonte: Incropera et al. (2007)

Essa pressão aumenta com a profundidade desde 𝑝 = 𝜌. 𝑔. ℎ. Esta pressão e


força ascendente associada na parte inferior do cilindro são maiores do que a força
descendente na parte superior do cilindro. A diferença deles é o empuxo.
Quão grande é esse empuxo? Para responder a essa pergunta, pense no que
acontece quando um objeto submerso é removido de um fluido, como na Figura 16.
Sabe-se que um objeto imerso em um fluido sobe se seu empuxo é maior que seu
peso e afunda se seu empuxo for menor que seu peso. Assim, pelo princípio de
Arquimedes, a empuxo é igual ao peso do fluido deslocado (ÇENGEL, 2007).

Figura 16: (a) Um objeto submerso em um fluido experimenta um empuxo E. Se o E for maior
que o peso do objeto, o objeto subirá. Se E for menor que o peso do objeto (P_obj), o objeto
afundará. (b) Se o objeto for removido, ele será substituído por fluido com peso do líquido
deslocado (P_LD).

Fonte: Adaptado de Çengel (2007)

Uma vez que, este peso é suportado pelo fluido circundante, o empuxo deve
igualar o peso do fluido deslocado. Ou seja, 𝐸 = 𝑃𝐿𝐷 , é uma declaração do princípio

35
de Arquimedes (ÇENGEL, 2007).
O espaço que ocupava é preenchido por fluido com um peso 𝑃𝐿𝐷 . Este peso
é suportado pelo fluido circundante e, assim, a empuxo deve ser igual a 𝑃𝐿𝐷 , o peso
do fluido deslocado pelo objeto. É um tributo à genialidade do matemático grego e
inventor Arquimedes (287 a.C. - 212 a.C.) que ele declarou este princípio muito antes
dos conceitos de força serem bem estabelecidos. Dito em palavras, o princípio de
Arquimedes é o seguinte: A empuxo em um objeto é igual ao peso do fluido
deslocado. Em forma de equação, o princípio de Arquimedes é
𝐸 = 𝑃𝐿𝐷 , (2.8)
Onde 𝐸 é o empuxo e 𝑃𝐿𝐷 é o peso do fluido deslocado pelo objeto. O princípio
de arquimedes é válido, em geral, para qualquer objeto em qualquer fluido, seja
parcial ou totalmente submerso (LIVI, 2004).

2.4 DENSIDADE E PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

A densidade desempenha um papel crucial no princípio de Arquimedes. A


densidade de um objeto é o que, em última análise, determina se ele flutua. Se sua
densidade for menor que a do fluido circundante, ele flutuará. Isso porque o fluido,
com maior densidade, contém mais massa e, portanto, mais peso no mesmo volume.
A empuxo, que equivale ao peso do fluido deslocado é, portanto, maior que o peso
do objeto (INCROPERA et al., 2007).
A extensão em que um objeto flutuante está submerso depende de como a
densidade do objeto está relacionada com a do fluido. Pode-se assim derivar uma
expressão quantitativa para a fração submersa considerando a densidade. A fração
submersa é a razão do volume submerso ao volume do objeto, ou
𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜 𝑉𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜
𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎 = = . (2.9)
𝑉𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑉𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜
O volume submerso é igual ao volume de fluido deslocado, que se chama 𝑉𝐿𝐷 .
Agora pode-se obter a relação entre as densidades substituindo 𝜌 = 𝑚/𝑉 na
expressão (Roma, 2006). Isso dá
𝑚𝑙í𝑞
𝑉𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⁄𝜌𝑙í𝑞
= 𝑚𝑜𝑏𝑗 , (2.10)
𝑉𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ⁄𝜌𝑜𝑏𝑗

onde 𝜌𝑜𝑏𝑗 é a densidade do objeto e 𝜌𝑙í𝑞 é a densidade do líquido (fluido). Uma


vez que, o objeto flutua, sua massa e a do fluido deslocado são iguais e, assim, eles

36
se cancelam e a equação será dada por
𝜌𝑜𝑏𝑗
𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎 = ⁄𝜌𝑙í𝑞 . (2.11)

Figura 17: O navio descarregado tem uma densidade menor (a) e está submerso em
comparação com o mesmo navio carregado (b)

Fonte: Adaptada de Braga Filho (2006)

2.5 DINÂMICA DOS FLUIDOS NÃOVISCOSOS

Trata-se de muitas situações em que os fluidos são estáticos. Mas por sua
própria definição, os fluidos fluem. Vários exemplos são facilmente lembrados, tais
como: uma coluna de fumaça sobe de um incêndio em um acampamento, fluxos
de água de uma mangueira de incêndio, curso do sangue em suas veias. Por que a
fumaça sobe enrola e torce? Como um bocal aumenta a velocidade da água
emergindo de uma mangueira? Como o corpo regula o fluxo sanguíneo? A física dos
fluidos em movimento — dinâmica fluida — nos permite responder a essas e muitas
outras perguntas (BRAGA FILHO, 2006).

2.5.1 Equação de Bernoulli

Quando um fluido flui para um canal mais estreito, sua velocidade aumenta.
Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa
mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do trabalho
líquido feito no fluido para empurrá-lo para dentro do canal e do trabalho feito no
fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar a posição vertical. Lembre-se do
teorema trabalho-energia,

37
1 1
𝑊𝑛𝑒𝑡 = 𝑚. 𝑣 2 − 𝑚. 𝑣0 2 , (2.12)
2 2
Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita. Essa diferença de
pressão resulta em uma força líquida no fluido. O trabalho líquido realizado aumenta
a energia cinética do fluido. Como resultado, a pressão diminuirá em um fluido em
movimento rápido, se o fluido estiver ou não confinado a um tubo (LIVI, 2004).
Um exemplo prático que ocorre no cotidiano é quando um caminhão passa
na rodovia, o seu carro tende a se desestabilizar, pois a alta velocidade do ar entre
o carro e o caminhão cria uma região de menor pressão, e os veículos são
empurrados por uma maior pressão do lado de fora. Esse efeito foi observado em
meados de meados de 1800, quando foi constatado que os trens que passavam em
direções opostas inclinavam-se precariamente em direção um ao outro (ÇENGEL,
2007).
A figura a seguir demonstra uma visão aérea de um carro passando por um
caminhão em uma rodovia em direção à esquerda. O ar que passa pelos veículos é
mostrado usando linhas ao longo do comprimento de ambos os veículos. As linhas
que representam o movimento do ar têm uma velocidade 𝑣1 fora da área entre os
veículos e velocidade 𝑣2 entre os veículos. 𝑣2 é mostrado ser maior do que 𝑣1 com a
ajuda de uma seta mais longa em direção à direita (LIVI, 2004).
A pressão entre o carro e o caminhão é representada por 𝑝𝑖 e a pressão nas
outras extremidades de ambos os veículos é representada como 𝑝𝑜 . A pressão 𝑝𝑖 é
mostrada ser menor que 𝑝𝑜 por comprimento mais curto da seta. A direção de 𝑝𝑖 é
mostrada como empurrando o carro e o caminhão separados e a direção de 𝑝𝑜 é
mostrada como empurrando o carro e o caminhão em direção um ao outro (Roma,
2006).

38
Figura 18: Uma visão aérea de um carro passando por um caminhão em uma rodovia

Fonte: Roma (2006)

A passagem de ar entre os veículos flui em um canal mais estreito e deve


aumentar sua velocidade (𝑣2 é maior que 𝑣1 ), fazendo com que a pressão entre eles
caia (𝑝𝑖 é menor que 𝑝𝑜 ). Assim, a maior pressão do lado de fora empurra o carro e o
caminhão juntos (ROMA, 2006).

2.6 DEMONSTRANDO A EQUAÇÃO DE BERNOULLI

A relação entre pressão e velocidade nos fluidos é descrita quantitativamente


pela equação de Bernoulli, nomeada em homenagem ao seu descobridor, o
cientista suíço Daniel Bernoulli (1700-1782). A equação de Bernoulli afirma que para
um fluido incompressível e sem atrito, a seguinte soma é constante (Munson, 2004):
1
𝑝 + 𝜌. 𝑣 2 + 𝜌. 𝑔. ℎ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒, (2.13)
2
onde 𝑝 é a pressão absoluta, 𝜌 é a densidade do fluido, 𝑣 é a velocidade do
fluido, ℎ é a altura acima de algum ponto de referência e 𝑔 é a aceleração devido
à gravidade. Considerando um pequeno volume de fluido ao longo de seu caminho,
várias quantidades na soma podem mudar, mas o total permanece constante
(Braga Filho, 2006). Neste contexto, os subscritos 1 e 2 se referem a quaisquer dois
pontos ao longo do caminho que o fluido se desloca (Munson, 2004). Assim, a
Equação de Bernoulli pode ser dada como
1 1
𝑝1 + 𝜌. 𝑣1 2 + 𝜌. 𝑔. ℎ1 = 𝑝2 + 𝜌. 𝑣2 2 + 𝜌. 𝑔. ℎ2. (2.14)
2 2
A equação de Bernoulli é uma forma da conservação do princípio da energia.

39
Note que o segundo e o terceiro termos são a energia cinética e o potencial com 𝑚
substituído por 𝜌. Na verdade, cada termo na equação tem unidades de energia por
unidade de volume (LIVI, 2004). Pode-se provar isso para o segundo mandato
substituindo 𝜌 = 𝑚/𝑉 nele e reunindo termos:
1
1 𝑚. 𝑣 2 𝐾. 𝐸
2
𝜌. 𝑣 = 2 = . (2.15)
2 𝑉 𝑉
Então 1/2𝜌𝑣 2 é a energia cinética por unidade de volume. Fazendo a mesma
substituição no terceiro termo na equação, encontramos
𝑚. 𝑔. ℎ 𝑃. 𝐸𝑔
𝜌𝑔ℎ = = , (2.16)
𝑉 𝑉
Então 𝜌𝑔ℎ é a energia potencial gravitacional por unidade de volume. Note
que a pressão 𝑝 tem unidades de energia por unidade de volume. Desde 𝑝 = 𝐹/𝐴,
suas unidades são 𝑁/𝑚2. Se multiplicarmos por m/m, obtemos 𝑁 ⋅ 𝑚/𝑚3 = 𝐽/𝑚3, ou
energia por unidade de volume. A equação de bernoulli , de fato, é apenas uma
conveniente declaração de conservação de energia para um fluido incompressível
na ausência de atrito (ÇENGEL, 2007).
A forma geral da equação de bernoulli tem três termos, e é amplamente
aplicável. Para entendê-la melhor, analisaremos uma série de situações específicas
que simplificam e ilustram seu uso e significado (ÇENGEL, 2007).

2.7 EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA FLUIDOS ESTÁTICOS

Considerando uma situação muito simples onde o fluido é estático — ou seja,


𝑣1 = 𝑣2 = 0, tem-se que a equação de Bernoulli nesse caso é dada por
𝑝1 + 𝜌. 𝑔. ℎ1 = 𝑝2 + 𝜌. 𝑔. ℎ2. (2.16)
Pode-se simplificar ainda mais a equação tomando ℎ2 = 0 (é possível sempre
escolher alguma altura para ser zero). Nesse caso, tem-se que
𝑝2 = 𝑝1 + 𝜌. 𝑔. ℎ1 . (2.17)
Esta equação nos diz que, em fluidos estáticos, a pressão aumenta com
profundidade. À medida que ocorre deslocamento do ponto 1 ao ponto 2 no fluido,
a profundidade aumenta por ℎ1 e, consequentemente, 𝑝2 é maior que 𝑝1 por uma
quantidade 𝜌. 𝑔. ℎ1 . No caso mais simples, 𝑝1 é zero no topo do fluido, e faz-se a
relação familiar 𝑝 = 𝜌𝑔ℎ. A equação de Bernoulli inclui o fato de que a pressão devido
ao peso de um fluido é 𝜌. 𝑔. ℎ. Embora ao introduzir a equação de Bernoulli para o

40
fluxo de fluidos, ela inclui muito do que foi estudado para fluidos estáticos (Çengel,
2007).

2.8 PRINCÍPIO DE BERNOULLI - EQUAÇÃO DE BERNOULLI EM PROFUNDIDADE


CONSTANTE

Outra situação importante é aquela em que o fluido se move, mas sua


profundidade é constante — ou seja, ℎ1 = ℎ2 . Sob essa condição, a equação de
Bernoulli torna-se
1 1
𝑝1 + 𝜌. 𝑣1 2 = 𝑝2 + 𝜌. 𝑣2 2 . (2.18)
2 2
Situações em que o fluido flui em constante profundidade são tão importantes
que esta equação, muitas vezes, é chamada de princípio de Bernoulli (observe
novamente que isso se aplica a um pequeno volume de fluido à medida que o
seguimos ao longo de seu caminho.) Como mostrado anteriormente, a pressão cai à
medida que a velocidade aumenta em um fluido móvel. Por exemplo, se 𝑣2 é maior
que 𝑣1 na equação, então 𝑝2 deve ser menor que 𝑝1 para a igualdade se manter
(BRAGA FILHO, 2006).

2.9 VISCOSIDADE E RESISTÊNCIA

A seguir serão definidos os conceitos de viscosidade e resistência.

2.9.1 Viscosidade

A viscosidade é uma medida da resistência de um fluido à deformação. É


comumente percebido como "espessura", ou resistência ao derramamento. A
viscosidade descreve a resistência interna de um fluido ao fluxo e pode ser pensado
como uma medida de atrito do fluido. Assim, a água é "fina", tendo uma baixa
viscosidade, enquanto o óleo vegetal é "grosso" com uma alta viscosidade (ÇENGEL,
2007).
Em muitas situações, leva-se em consideração uma ideia proporção da força
viscosa para a força inercial, esta última caracterizada pela densidade do fluido 𝜌.
Esta proporção é caracterizada pela viscosidade cinemática, definida da seguinte
forma:

41
𝜇
𝜈= (2.19)
𝜌
A viscosidade é o principal meio pelo qual a energia é dissipada pelo
movimento do fluido, tipicamente dada pelo calor. A unidade física SI de
viscosidade dinâmica (símbolo grego: 𝜇) é o pascal.segundo (Pa·s), que é idêntico
a 1 kg•m-1•s-1 (MUNSON, 2004).

Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra um breve
embasamento sobre Dinâmica dos Fluidos. Disponível em: https://shre.ink/aQhh. Acesso
em 03 abr. 2022.

Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura do Material Didático Mecânica dos Fluido – Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria. Disponível em: https://shre.ink/aQhg. Acesso em 05 mar. 2022.

42
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ADAPTADA - IESES - BAHIAGÁS - 2015) Um fluido incompressível escoa em uma


tubulação de seção quadrada onde cada lado da seção mede 0,1 metro. O atrito
na tubulação é desprezível. O fluido é depositado em um reservatório de 1000000
litros. O reservatório leva 50 minutos para encher. Neste cenário a velocidade do
fluido na tubulação é aproximadamente:
a) 333,4 metros/segundo.
b) 3334 metros/segundo.
c) 3,34 metros/segundo.
d) 33340 metros/segundo.
e) 33,34 metros/segundo.

2. (ADAPTADA - CS-UFG - 2017 - UFG - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ÁREA: HIDRÁULICA


E SANEAMENTO) Um tubo de Pitot foi fixado em um ponto, em um escoamento em
superfície livre, como ilustrado na figura a seguir.

Os dados obtidos são: h1 = 11,3 cm e h2 = 5,1 cm. Se a intensidade da aceleração


gravitacional for 9,8 m/s², a velocidade medida pelo tubo de Pitot será, em m/s,
de:
a) 1,0
b) 1,5
c) 1,8
d) 2,6
e) 9,9

3. (ADAPTADA - IFC-SC - IESES - 2015) Leia as afirmativas a seguir sobre hidráulica:


I. Viscosidade pode ser descrita como a resistência de um fluido à tensão de
cisalhamento e não tem sentido em um fluido sem movimento.
II. Pressão é definida como força por área unitária.
III. Piezômetro é um tubo simples conectado a um corpo d’água, normalmente uma
tubulação, com a sua outra extremidade aberta para a atmosfera.

43
IV. Quando a pressão de água a ser medida é relativamente alta, um piezômetro
pode ser inadequado e um manômetro deve então ser usado.
A sequência correta é:
a) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e II estão incorretas.
c) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) As afirmativas II, III e IV estão corretas.

4. (ADAPTADA - IESES - BAHIAGÁS - 2015) Um fluido incompressível escoa em uma


tubulação de seção circular de diâmetro de 10 cm. O atrito na tubulação é
desprezível. O fluido é depositado em um reservatório de 150000 litros. O reservatório
leva cinco minutos para encher. Neste cenário a velocidade do fluido na tubulação
é aproximadamente:
a) 127,4 metros/segundo.
b) 63,7 metros/segundo.
c) 300 metros/segundo.
d) 1274 metros/segundo.
e) 30 metros/segundo.

5. (ADAPTADA - CEEERS - FUNDATEC – 2010). Em um viscosímetro de bola, uma esfera


de vidro com 1 cm de diâmetro cai em escoamento laminar por um tubo vertical
cheio de água a 25 °C. Qual a velocidade máxima, aproximada, que essa esfera
atinge? Dados: viscosidade da água a 25 ºC: 8,9 x 10⁻⁴ N.s.m⁻²; densidade da água
a 25 ºC: 997,0 kg.m⁻³; densidade relativa do vidro: 2,6; aceleração da gravidade: 9,8
m.s⁻².
a) 9,7 x 10⁻³ m.s⁻¹
b) 15,9 m.s⁻¹
c) 9,7 x 10⁻¹ m.s⁻¹
d) 1,6 m.s⁻¹
e) 1,6 x 10⁻¹ m.s⁻¹
6. (ADAPTADA - CS-UFG - 2017 - UFG - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ÁREA: HIDRÁULICA
E SANEAMENTO) A vazão em um conduto de 1,5 polegada de diâmetro é igual a 136

44
cm³/s, valor que é constante ao longo do tempo. A velocidade média neste conduto
será, em m/s, igual a:
a) 0,06
b) 0,12
c) 6,0
d) 8,0
e) 12,0

7. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - QUÍMICO DE PETRÓLEO JÚNIOR)


Em um tubo em U, colocam-se dois fluidos imiscíveis de densidades distintas, d1 > d2 ,
como na Figura. Dadas as diferenças de níveis de altura h1 e h2, qual a razão entre as
densidades d1/d2?

a) 2 h2/h1
b) 1+ h2/h1
c) 1+ h1/h2
d) (1+ h2 +h1)/2
e) 1+ h2.h1

8. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - QUÍMICO DE PETRÓLEO JÚNIOR) Um


objeto pode receber ou emitir calor para o ambiente através da absorção ou
emissão de ondas eletromagnéticas. Quando a temperatura do objeto é T0, ele emite
calor a uma taxa P0. Se a taxa de emissão de calor for 16 P0, a temperatura do objeto,
em função de T0, será:
a) 16T0
b) 4T0
c) 2T0
d) T0 /2
e) T0 /4

45
ESCOAMENTO INCOMPREENSÍVEL UNIDADE

3.1 ESCOAMENTO 03
O escoamento ou fluxo de um fluido é qualquer substância que flui ou se
deforma sob estresse aplicado de cisalhamento. As substâncias que possui a
tendência de fluir também são chamadas de fluido (LIVI, 2004).
O escoamento pode ser dado como um fluxo incompressível, e é uma
subdivisão principal da mecânica dos fluidos. Ele inclui dentro de sua limites muitos
problemas e fenômenos que são encontrados na engenharia e na natureza. Os fluxos
de gases, assim como os líquidos, são frequentemente incompressíveis. Leigos são
geralmente surpresos ao saber que o padrão do fluxo de ar pode ser semelhante ao
da água. Do ponto de vista termodinâmico, gases e líquidos têm características bem
diferentes. Sabe-se que os líquidos são frequentemente modelados como fluidos
incompressíveis. No entanto, fluido incompressível é um termo termodinâmico,
enquanto o fluxo incompressível é um termo da mecânica dos fluidos. Assim, pode-
se ter um fluxo incompressível de um fluido compressível (ÇENGEL, 2007).
O principal critério para o fluxo incompressível é que o número de Mach seja
baixo (𝑀 → 0). Esta é uma condição necessária. Além disso, outras condições
relativas à transferência de calor devem ser satisfeitas. Existem várias situações
diferentes de transferência de calor sob as quais o fluxo incompressível pode ocorrer.
Nesta unidade será feito um estudo detalhado dessas situações (BRAGA FILHO, 2006).
Então, serão verificadas algumas características gerais tais que:
 A dinâmica dos fluidos é frequentemente diferenciada em fluxos compressíveis
e incompressíveis, cada um dos quais pode ser viscoso ou nãoviscoso.
 O fluxo incompressível reduz a equação de continuidade para conservação
da massa a uma equação sem divergências, e isso simplifica muito as
equações de Navier-Stokes.
 O fluxo compressível é mais complexo, e um par de equações deve ser
resolvido para determinar o campo de velocidade de fluxo, bem como a
densidade no espaço e no tempo.

46
3.1.1 Fluxo Incompressível na Dinâmica do Fluido

A diferença entre fluxo compressível e incompressível na dinâmica dos fluidos


é conceitualmente simples: um fluido compressível pode experimentar uma
mudança de densidade durante o fluxo enquanto um fluido incompressível não
experimenta tal mudança. Em termos da mecânica material para um fluido
incompressível, as forças de cisalhamento no fluido devido à viscosidade ou forças
corporais externas não causam alterações na densidade durante o fluxo. Em outras
palavras, qualquer derivado dos termos de densidade nas equações de Navier-
Stokes pode ser ignorado (LIVI, 2004).
Esta importante distinção é o que simplifica as equações de dinâmica de
fluidos incompressíveis em comparação com as equações completas de Navier-
Stokes. Em ambos os casos, o objetivo em problemas de dinâmica do fluido
computacional (Computational Fluid Dynamics - CFD) é calcular o campo de
velocidade de fluxo, bem como a densidade em problemas de fluxo compressível. A
importante equação que relaciona densidade e velocidade de fluxo é dada pela
equação de continuidade descrita da seguinte forma:
𝜕𝜌
+ ∇. (𝜌. 𝑢) = 0 (3.1)
𝜕𝑡

onde 𝑢 é o vetor de fluxo de fluidos e ⍴ é a densidade do fluido. A taxa de fluxo


é geralmente expressa em coordenadas cartesianas, embora muitos sistemas
possam ser simplificados transformando as equações de Navier-Stokes em um sistema
de coordenadas alternativo (cilíndrico, linearmente dimensionado etc.). Esta
equação expressa efetivamente a conservação da taxa de fluxo de massa que flui
para dentro e para fora de qualquer região do sistema (BRAGA FILHO, 2006).
A equação acima será uma ferramenta importante à medida que se continua
a analisar o fluxo compressível e incompressível em problemas de dinâmica de fluidos.
Inicialmente, analisa-se para o fluxo compressível (que pode ser viscoso) e pode-se
mostrar a redução para o fluxo incompressível (LIVI, 2004). Pode-se com isso
diferenciar basicamente o escoamento compressível do incompressível como:

47
O fluxo de fluidos compressíveis é definido como o fluxo em que a densidade não é
constante, o que significa que a densidade do fluido muda de ponto a ponto.

ρ≠constante

O fluxo de fluidos incompressíveis é definido como o fluxo em que a densidade é


constante, o que significa que a densidade do fluido não muda de ponto para ponto.

ρ=constante

O fluxo de fluidos é um componente da mecânica do fluido, bem como


interage com a dinâmica dos fluidos. O mesmo requer o fluxo de um fluido suscetível
a forças irregulares. Os gases possuem um fluxo de fluidos compressíveis, mas
enquanto o líquido é fluxo de fluido incompressível. No diagrama a seguir são
mostradas as diferenças básicas entre fluidos viscosos e não viscosos (ÇENGEL, 2007).

Quadro 1: diferença básicas entre fluidos viscosos e não viscosos


Fluidos Viscosos Fluidos Não-viscosos
1. O fluido viaja entre estratos vizinhos sem1. As correntes de vortex são produzidas pelo
fluxo viscoso de deslizamento. movimento aleatório, irregular e talvez até
2. O fluxo viscoso ocorre em baixa inesperado de fluido fluindo durante o não
velocidade. viscoso.
3. As tensões de cisalhamento são 2. O fluxo não viscoso ocorre em velocidades
modestas em todos os fluidos viscosos. mais altas.
4. O fluido possui mais resistência ao fluxo.3. As tensões de cisalhamento são
A viscosidade é propriedade de um fluido, substancialmente maiores em fluxos não
que é um grau da quantidade de viscosos.
resistência entre as camadas de fluido. 4. Os fluidos nãoviscosos não possuem
resistência ou resistência zero ao atrito interno.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

Quando um fluido está se movendo de um local para outro, as moléculas


experimentam difusão em massa, viscosidade e condução térmica. A seguir uma
breve diferenciação entre o escoamento viscoso e o escoamento nãoviscoso

48
(BRAGA FILHO, 2006).

3.2 ESCOAMENTO NÃOVISCOSO INCOMPRESSÍVEL

Presume-se que um fluxo seja nãoviscoso quando a viscosidade é muito baixa


ou quase insignificante, ou seja, não há atrito entre as camadas de fluido, então
assume-se que o fluxo é nãoviscoso. Há também difusão em massa muito limitada ou
nula entre as partículas. O número de Reynolds se aproxima do infinito porque é
inversamente proporcional à viscosidade, que se aproxima de zero para o fluxo
nãoviscoso (ROMA, 2006).
A equação de Navier-Stokes pode ser simplificada para a equação de Euler,
uma vez que a viscosidade é zero ou insignificante. Idealmente, não existe nenhum
fluxo real nãoviscoso na natureza, mas pode ser usado para simplificar os cálculos
matemáticos para Mach Number abaixo de 0,3 como o princípio de Bernoulli pode
então ser aplicado, o que parece fornecer respostas com precisão suficiente. A
Figura 3.1 mostra o comportamento de um fluido nãoviscoso em um aerofólio (Livi,
2004).

Figura 19: Mostra o fluido nãoviscoso que flui sobre um aerofólio

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

O estresse de vortex agindo em todo o corpo será muito baixo ou equivalente


a zero. Não haverá forças desbalanceadas líquidas agindo sobre o corpo no fluxo
nãoviscoso para que nenhuma força aerodinâmica seja produzida neste fluxo
(BRAGA FILHO, 2006).
O processo descrito é mostrado pela figura abaixo.

49
Figura 20: Fluxo nãoviscoso sobre um cilindro

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

A figura acima descreve um fluxo nãoviscoso sobre um cilindro, onde as linhas


de fluxo são simétricas e paralelas ao fluxo de direção das aerodinâmicas. A pressão
ao redor da superfície do corpo é distribuída simetricamente. A velocidade na
superfície do corpo não será equivalente a zero (BRAGA FILHO, 2006).

3.3 ESCOAMENTO VISCOSO INCOMPRESSÍVEL

Quando as moléculas se movem de um local para outro, elas transportam sua


massa, impulso e energia no fluido e dão origem à difusão em massa, viscosidade
(atrito) e condução térmica. Um fluxo onde as forças viscosas estão presentes é
conhecido como o fluxo viscoso. As forças de atrito estão agindo entre as camadas
de fluidos conforme pode ser visualizado na Figura 3.3, onde o fluxo viscoso atua
sobre um aerofólio. O número de Reynolds é finito para fluxo viscoso. Na prática,
todos os fluxos são apenas fluxo viscoso, não importa quão pequena pode ser a
magnitude da força, mas está presente (LIVI, 2004).

50
Figura 21: Fluxo viscoso sobre um aerofólio

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No fluxo viscoso a velocidade na superfície do corpo será zero. Devido à


presença da viscosidade, haverá uma diferença na distribuição da pressão e
também o estresse do vórtex deves variar ao longo do corpo. Portanto, as forças
desbalanceadas não serão zero e o corpo produzirá forças aerodinâmicas, como
levantar e arrastar. A pressão ao redor da superfície do corpo não será distribuída
simetricamente, uma vez que, a velocidade mudará ao longo das aerodinâmicas.
A difusão em massa e condução térmica ocorrerão entre as partículas (BRAGA
FILHO, 2006). A figura abaixo mostra o fluxo viscoso em um cilindro.

Figura 22: Fluxo viscoso sobre um cilindro

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra um breve
embasamento sobre Escoamento Incompressível. Disponível em: https://shre.ink/aRcq.
Acesso em 06 abr. 2021.

51
Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura do material sobre Escoamento Incompressível. Disponível
em: https://shre.ink/aRV0. Acesso em 05 abr. 2022.

52
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ADAPTADA - IBADE - 2019 - DEPASA - AC - MANOBRISTA). O evento que determina


Pressão INSUFICIENTE é:
a) o sentido da rotação errado.
b) a rotação abaixo da nominal.
c) o rotor avariado ou obstruído.
d) a altura manométrica maior que a especificada.
e) a entrada de ar na sucção ou nas vedações.

2. (ADAPTADA - INAZ DO PARÁ - 2017 - DPE-PR - ENGENHEIRO) Uma cobertura é


formada por superfícies planas inclinadas para um perfeito escoamento das águas
de chuvas, que chamamos de plano de água ou simplesmente água. Sobre as
superfícies da cobertura representada abaixo pode-se dizer que:

a) A cumeeira é um divisor de duas águas em plano inclinado.


b) Espigão é o encontro de captação de duas águas.
c) Rincão é o encontro de um divisor de duas águas de cota mais elevada do plano,
no sentido horizontal.
d) É possível identificar 2 cumeeiras e 1 espigão.
e) É possível identificar 2 cumeeiras e 1 rincão.

3. (ADAPTADA - CS-UFG - 2017 - UFG - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ÁREA: HIDRÁULICA


E SANEAMENTO) A perda de carga distribuída em um conduto forçado, de diâmetro
constante, em regime de escoamento turbulento:
a) depende da orientação do conduto.
b) varia inversamente com o quadrado do diâmetro do conduto.
c) varia inversamente com o quadrado da velocidade média do escoamento.
d) varia diretamente com a velocidade média do escoamento.

53
4. (ADAPTADA - BAHIAGÁS - IESES – 2015) Para aplicação da Equação de Bernoulli é
necessário a existência de um fluido ideal. Uma característica de um fluido ideal é:
a) Temperatura acima de 25 graus celsius.
b) Temperatura abaixo de 25 graus celsius.
c) Ausência de entropia.
d) Ausência de entalpia.
e) A viscosidade nula.

5. (ADAPTADA - PETROBRAS – CESGRANRIO - 2006) Uma tubulação com diâmetro


interno de 30 mm tem uma vazão de 0,36.π litros/s. Nestas condições, a velocidade
média de escoamento, em m/s, é de:
a) 1,6
b) 1,2
c) 1,0
d) 0,8
e) 0,6

6. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Engenheiro Júnior - Processamento


(Químico)). O número de Reynolds representa a relação entre as forças viscosas e de
inércia. Esse número adimensional é usado por engenheiros e cientistas para
determinar se o regime de escoamento é laminar ou turbulento e, por isso, é de vital
importância em projetos de engenharia. Um engenheiro observou que, com número
de Reynolds 10000, o escoamento em um tubo se tornou plenamente turbulento.
Para que a observação do engenheiro responsável seja verdade para uma
tubulação de diâmetro 0,1 m, que escoa um fluido de massa específica 1000 kg/m3 e
viscosidade dinâmica de 0,00001 Pa.s, a vazão volumétrica, em m3/s, é de:
a) 7,9 x 10-6
b) 3,1 x 10-5
c) 1,9 x 10-5
d) 3,1 x 10-6
e) 7,9 x 10-4

54
7. (ADAPTADA - FUNDATEC - 2021 - GHC-RS - ENGENHARIA QUÍMICA) Um engenheiro
químico verificou o escoamento de uma tubulação de gás e precisa calcular a
massa específica desse gás na seção (2). Considere o processo isotérmico, com
pressão de 3,5.105 N.m-2 e temperatura de 27°C na seção (1) e pressão de 2,5.105 N.m-
2 na seção (2). Dados: k = 1,4 e R = 4.122 m2.s-2.K-1 . Assinale a alternativa que
corresponde à massa específica do gás na seção (2).
a) 0,11 kg.m-3.
b) 0,20 kg.m-3.
c) 0,28 kg.m-3.
d) 2,25 kg.m-3.
e) 3,14 kg.m-3.

8. (ADAPTADA - FCM - 2017 - IF Baiano - Engenharia Química) A Figura (M) representa


uma turbina que recebe um fluido ideal de um grande reservatório, com nível de 50
m, aberto à atmosfera no ponto (1). O rendimento da máquina é 80%, a velocidade
de escoamento no ponto (2) é 20 m/s. Dados: ρ = 103 kg/m3 g= 10 m/s2. Área dos
tubos uniforme 5,0 cm2.

FIGURA. BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos, 2008, p. 94 a 95 (Adaptada).

A potência da turbina é:
a) 1,0 kW.
b) 3,0 kW.
c) 2,5 kW.
d) 2,0 kW.
e) 1,8 kW.

55
ESCOAMENTO LAMINAR E UNIDADE
TURBULENTO

4.1 MEDIDA E CONTROLE DE FLUIDOS


04
Quando você serve um copo de suco, o líquido flui livremente e rapidamente.
Mas quando você derrama mel em suas panquecas, esse líquido flui lentamente e
“gruda” no jarro. A diferença é o atrito fluido, tanto dentro do próprio fluido quanto
entre o fluido e seu entorno. Esse comportamento ocorre devido à propriedade de
viscosidade de fluidos. O suco tem baixa viscosidade, enquanto o mel tem alta
viscosidade. Nas seções anteriores foram considerados fluidos ideais com pouca ou
nenhuma viscosidade. Nesta seção serão investigados quais fatores, incluindo a
viscosidade, afetam a taxa de fluxo de fluidos (BRAGA FILHO, 2006).
A definição precisa de viscosidade é baseada no fluxo laminar ou não
turbulento. Antes que se possa definir a viscosidade, então, é preciso definir fluxo
laminar e fluxo turbulento. A Figura abaixo mostra ambos os tipos de fluxo. O fluxo
laminar é caracterizado pelo fluxo suave do fluido em camadas que não se misturam.
O fluxo turbulento, ou turbulência, é caracterizado por redemoinhos e redemoinhos
que misturam camadas de fluido (MUNSON, 2004).

56
Figura 23: A fotografia de fumaça sobe suavemente por um tempo e, então, começa a
formar redemoinhos

Fonte: Livi (2004)

O fluxo suave é chamado de fluxo laminar, enquanto os redemoinhos


expressam o fluxo turbulento. Ao observar a fumaça percebe-se que ela sobe mais
rapidamente ao fluir suavemente do que depois que se torna turbulenta, implicando
que a turbulência representa mais resistência ao fluxo (LIVI, 2004).
A Figura a seguir demonstra esquematicamente como o fluxo laminar e
turbulento diferem. As camadas fluem sem se misturar quando o fluxo é laminar.
Quando há turbulência, as camadas se misturam, e há velocidades significativas em
direções diferentes da direção geral do fluxo. As linhas que são mostradas em muitas
ilustrações são os caminhos seguidos por pequenos volumes de fluidos. São
chamadas de aerodinâmicas. A turbulência tem duas causas principais. Primeiro,
qualquer obstrução, como em uma torneira, cria turbulência ao transmitir
velocidades perpendiculares ao fluxo. Segundo, as altas velocidades também
causam turbulência. O arrasto entre camadas adjacentes de fluido e entre o fluido e
seus arredores forma redemoinhos, se a velocidade for grande o suficiente. No
entanto, o foco principal desta seção é o fluxo laminar, deixando certos aspectos da
turbulência para seções posteriores (LIVI, 2004).
A figura 24 (a) mostra diferentes camadas do líquido que se diferenciam a
partir de faixas coloridas ao longo da superfície horizontal. O atrito é mostrado para
agir ao longo da linha separando duas camadas. A direção do fluxo do fluido é para
a direita e a velocidade é mostrada como 𝑣𝑏 para camadas na parte inferior e 𝑣𝑡
para camadas em cima. A figura 24 b) mostra o fluxo turbulento em uma superfície
com alguma obstrução. As direções do fluido são horizontais em caminho liso e

57
irregular perto da área da obstrução. A velocidade é 𝑣 ocorre na parte superior, bem
como na parte inferior do fluido (MUNSON, 2004).

Figura 24: (a) O fluxo laminar ocorre em camadas sem se misturar. Observe que a
viscosidade causa arrasto entre camadas, bem como com a superfície fixa (b) Uma
obstrução no vaso produz turbulência

Fonte: Livi (2004)

O fluxo turbulento mistura o fluido. Há mais interação, maior aquecimento e


mais resistência do que no fluxo laminar (LIVI, 2004).
A Figura 25 mostra como a viscosidade é medida para um fluido. Duas placas
paralelas têm o fluido específico entre elas. A placa inferior é mantida fixa, enquanto
a placa superior é movida para a direita, arrastando fluido com ela. A camada (ou
lâmina) do fluido em contato com qualquer placa não se move em relação à placa,
e assim a camada superior se move em 𝑣 enquanto a camada inferior permanece
em repouso (LIVI, 2004).
A figura mostra o fluxo laminar do fluido entre duas placas retangulares cada
uma de área 𝐴. A placa inferior é mostrada como fixa. A distância entre as placas
é 𝐿. A placa superior é mostrada para a direita com uma força 𝐹. A direção do
movimento da camada de fluido em contato com a placa superior também é para
a direita com velocidade 𝑣. O fluido em contato com a placa na parte inferior está
em repouso com 𝑣 sendo igual a zero. Percebe-se que através das camadas acima
da placa inferior, cada um mostra um pequeno deslocamento para a direita em
crescente ordem de valor com a camada superior mostrando o máximo (ÇENGEL,
2007).

58
Figura 25: O gráfico mostra fluxo laminar do fluido entre duas placas da área A. A placa
inferior está fixa

Fonte: Adaptada de Braga Filho (2006)

Quando a placa superior é empurrada para a direita, ela arrasta o fluido junto
com ele.
Uma força 𝐹 é necessária para manter a placa superior na Figura 4.3
movendo-se a uma velocidade constante 𝑣, e experimentos mostraram que essa
força depende de quatro fatores.
 𝐹 é diretamente proporcional a 𝑣 (até que a velocidade seja tão alta que a
turbulência ocorra — então uma força muito maior é necessária, e tem uma
dependência mais complexa de 𝑣).
 𝐹 é proporcional à área 𝐴 da placa. Esta relação parece razoável, já que 𝐴 é
diretamente proporcional à quantidade de fluido que está sendo movido.
 𝐹 é inversamente proporcional à distância entre as placas 𝐿; 𝐿 é como um
braço de alavanca, e quanto maior o braço da alavanca, menos força é
necessária.
 𝐹 é diretamente proporcional ao coeficiente de viscosidade, 𝜂. Quanto maior
a viscosidade, maior a força necessária.
Essas dependências são combinadas na equação
𝑣. 𝐴
𝐹=𝜂 , (4.1)
𝐿
o que nos dá uma definição de trabalho de viscosidade fluida 𝜂. Resolver para
𝜂 dá

59
𝐹. 𝐿
𝜂= , (4.2)
𝑣. 𝐴
que define a viscosidade em termos de como ela é medida. A unidade SI de
𝑚 𝑁
viscosidade é 𝑁 ⋅ 𝑚 = (𝑚2 ) . 𝑠 ou 𝑃𝑎 ⋅ 𝑠.
[( ).𝑠2 ]
𝑠

A viscosidade varia de um fluido para outro por várias ordens de magnitude.


Como era de se esperar, as viscosidades dos gases são muito menores do que as dos
líquidos, e essas viscosidades são muitas vezes dependentes da temperatura. A
viscosidade do sangue pode ser reduzida pelo consumo de aspirina, permitindo que
flua mais facilmente ao redor do corpo.Quando usada a longo prazo em doses
baixas, a aspirina pode ajudar a prevenir ataques cardíacos e reduzir o risco de
coagulação sanguínea (BRAGA FILHO, 2006).

4.2 ESCOAMENTO: LAMINAR

4.2.1 Fluxo Laminar confinado aos Tubos — Lei de Poiseuille

O que causa o fluxo? A resposta, não surpreendentemente, é a diferença de


pressão. Na verdade, há uma relação muito simples entre fluxo horizontal e pressão.
A taxa de fluxo 𝑄 está na direção de alta a baixa pressão. Quanto maior o diferencial
de pressão entre dois pontos, maior a vazão. Essa relação pode ser declarada como
𝑃2 − 𝑃1
𝑄= , (4.3)
𝑅
onde 𝑃1 e 𝑃2 são as pressões em dois pontos, como em cada extremidade de
um tubo, e 𝑅 é a resistência ao fluxo. A resistência 𝑅 inclui tudo, exceto pressão, que
afeta a taxa de fluxo. Por exemplo, 𝑅 é maior para um tubo longo do que para um
curto. Quanto maior a viscosidade de um fluido, maior o valor de 𝑅. A turbulência
aumenta muito 𝑅, enquanto o aumento do diâmetro de um tubo diminui 𝑅 (Livi, 2004).
Se a viscosidade é zero, o fluido fica sem atrito e a resistência ao fluxo também
é zero. Comparando o fluxo sem atrito em um tubo com o fluxo viscoso, como na
Figura 4.4, percebe-se que para um fluido viscoso, a velocidade é maior no meio do
fluxo por causa do arrasto nos limites. Assim, é possível perceber o efeito da
viscosidade em uma chama de bico de Bunsen, mesmo que a viscosidade do gás
natural seja pequena (ÇENGEL, 2007).
A resistência 𝑅 ao fluxo laminar de um fluido incompressível com viscosidade
𝜂 através de um tubo horizontal de raio uniforme 𝑟 e comprimento l, como o da Figura

60
4.4, é dada por
8 𝜂. 𝑙
𝑅= . (4.4)
𝜋. 𝑟 4
Esta equação é chamada de lei de Poiseuille para resistência em homenagem
ao cientista francês J. L. Poiseuille (1799-1869), que a derivava na tentativa de
compreender o fluxo de sangue, o qual é um fluido muitas vezes turbulento (BRAGA
FILHO, 2006).
Com isso, parte do diagrama Figura 26 (a) mostra um fluxo de fluido através de
um meio não viscoso retangular. A velocidade do fluido é mostrada como sendo a
mesma através do tubo representado como o mesmo comprimento de setas verticais
subindo. A Figura 26 (b) mostra o diagrama com um fluxo de fluido através de um
meio viscoso retangular. A velocidade do fluido nas paredes é zero, aumentando
constantemente ao máximo no centro do tubo representado como uma onda como
variação para o comprimento das setas verticais ascendentes. A Figura 26 (c) mostra
um queimador Bunsen em chamas (LIVI, 2004).

Figura 26: (a) Se o fluxo de fluido em um tubo tiver resistência insignificante, a velocidade é a
mesma em todo o tubo. (b) Quando um fluido viscoso flui através de um tubo, sua
velocidade nas paredes é zero, aumentando constantemente ao máximo no centro do
tubo. (c) A forma da chama do queimador Bunsen deve-se ao perfil de velocidade através
do tubo

Fonte: Adaptada de Braga Filho (2006)

61
Vamos examinar a expressão de Poiseuille para 𝑅, o qual verifica-se que a
resistência é diretamente proporcional tanto à viscosidade do fluido 𝜂 quanto ao
comprimento 𝑙 de um tubo. Afinal, ambos afetam diretamente a quantidade de
atrito encontrado — quanto maior for, maior a resistência e menor o fluxo. O raio 𝑟 de
um tubo afeta a resistência, o que novamente faz sentido, pois quanto maior o raio,
maior o fluxo (todos os outros fatores permanecem os mesmos). Mas é surpreendente
que 𝑟 seja elevado a quarta potência na lei de Poiseuille. Este expoente significa que
qualquer mudança no raio de um tubo tem um efeito muito grande sobre a
resistência. Por exemplo, dobrar o raio de um tubo diminui a resistência por um fator
𝑝2 −𝑝1 8ηl
de 24 = 16. Juntos, 𝑄 = 𝑅
e 𝑅 = π𝑟4 chegam na seguinte expressão para a taxa de

fluxo:
(𝑝2 − 𝑝1 ). π𝑟 4
𝑄= . (4.5)
8ηl
Esta equação descreve o fluxo laminar através de um tubo e é chamada de
lei de Poiseuille para o fluxo laminar (LIVI, 2004).

4.2.2 Fluxo e Resistência como causas de quedas de pressão

Você deve ter notado que a pressão da água em sua casa pode ser menor
do que o normal em dias quentes de verão, quando há mais uso. Esta queda de
pressão ocorre na rede de água antes de chegar à sua casa. Considere o fluxo
através da rede de água como ilustrado na Figura 4.5. Assim, pode-se compreender
por que a pressão 𝑝1 diminui durante momentos de uso intenso reorganizando
𝑝2 −𝑝1
𝑄= para 𝑝2 − 𝑝1 = 𝑅. 𝑄, (4.6)
𝑅

onde, neste caso, 𝑝2 é a pressão nas obras de água e 𝑅 é a resistência da


água. Em tempos de uso intenso, a taxa de fluxo 𝑄 é grande. Isso significa que 𝑝2 − 𝑝1
também deve ser grande. Assim, 𝑝1 deve diminuir. É correto pensar no fluxo e na
resistência como fazendo com que a pressão diminua de 𝑝2 para 𝑝1 , assim, 𝑝2 − 𝑝1 =
𝑅𝑄 é válido tanto para fluxos laminares quanto turbulentos (Çengel, 2007).
A figura mostra o sistema de distribuição de água de uma casa para outras
casas ao redor dessa área. A pressão na tubulação próxima às obras de água
mostra-se ter uma pressão 𝑝2 e a pressão no ponto de divisão que formam a linha de
tubulação dividida para casas correspondentes a pressão é mostrada como 𝑝1
(BRAGA FILHO, 2006).

62
Figura 27: Durante os tempos de uso intenso há uma queda significativa de pressão em uma
rede de água, e p_1 fornecido aos usuários é significativamente menor do que p_2 criado
nas obras de água. Se o fluxo for muito pequeno, então a queda de pressão é insignificante,
e p_1≈p_2

Fonte: Adaptada de Livi (2004).

Pode-se usar que 𝑝2 − 𝑝1 = 𝑅. 𝑄 para analisar quedas de pressão ocorridas em


sistemas mais complexos nos quais o raio do tubo não é o mesmo em todos os lugares.
A resistência será muito maior em lugares estreitos, como por exemplo, uma artéria
coronária obstruída. Para uma determinada taxa de fluxo 𝑄, a queda de pressão será
maior onde o tubo é mais estreito. É assim que as torneiras de água controlam o fluxo.
Além disso, 𝑅 é muito aumentado pela turbulência, e uma constrição que cria
turbulência reduz muito a pressão a jusante. A placa em uma artéria reduz a pressão
e, portanto, o fluxo, tanto pela sua resistência quanto pela turbulência que cria
(ÇENGEL, 2007).

4.3 ESCOAMENTO: TURBULENTO

Às vezes é possível prever se o fluxo será laminar ou turbulento. Sabe-se que o


fluxo em um tubo muito liso ou em torno de um objeto suave e simplificado será
laminar em baixa velocidade. Também se sabe que em alta velocidade, mesmo
fluindo em um tubo liso ou em torno de um objeto liso pode-se experimentar
turbulência. No meio, é mais difícil prever. De fato, em velocidades intermediárias, o
fluxo pode oscilar para frente e para trás indefinidamente entre laminar e turbulento
(LIVI, 2004).
Uma oclusão, ou estreitamento, de uma artéria, como mostra a Figura 4.6,

63
pode causar turbulência devido à irregularidade do bloqueio, bem como à
complexidade do sangue como fluido. A turbulência no sistema circulatório é
ruidosa e, às vezes, pode ser detectada com um estetoscópio, como ao medir a
pressão diastólica na artéria braquial parcialmente colapsada do braço superior.
A figura mostra uma seção retangular de um vaso sanguíneo. O fluxo
sanguíneo é mostrado na direção da direita. O vaso sanguíneo é mostrado ser mais
amplo em uma extremidade e estreito em direção ao extremo oposto. O fluxo é
mostrado como laminar como mostrado por linhas paralelas horizontais. A
velocidade é 𝑣1 na seção mais ampla do vaso sanguíneo. A junção onde o tubo
reduz a velocidade é 𝑣2 . Nas regiões onde os vasos sanguíneos são estreitos, o fluxo
se mostra turbulento como mostrado por flechas curvas. A velocidade é dada por
𝑣3 em direção à direita. O comprimento das setas que retratam as velocidades
representa que 𝑣3 é maior que 𝑣2 maior que 𝑣1 (Roma, 2006).

Figura 28: O fluxo é laminar na maior parte deste vaso sanguíneo e turbulento na parte
estreitada, onde a velocidade é alta. Na região de transição, o fluxo pode oscilar
caoticamente entre o fluxo laminar e o fluxo turbulento

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006)

Um indicador chamado número de Reynolds 𝑁𝑅 pode revelar se o fluxo é


laminar ou turbulento. Para o fluxo em um tubo de diâmetro uniforme, o número
reynolds é definido como
2𝜌𝑣𝑟
𝑁𝑅 = (𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑢𝑏𝑜), (4.7)
𝜂

onde 𝜌 é a densidade do fluido, 𝑣 sua velocidade, 𝜂 sua viscosidade e 𝑟 é o


raio do tubo. O número do Reynolds é uma quantidade sem unidade. Alguns
experimentos revelaram que o 𝑁𝑅 está relacionado com o início da turbulência. Para

64
um 𝑁𝑅 abaixo de cerca de 2000, o fluxo é laminar. Para 𝑁𝑅 acima de cerca de 3000,
o fluxo é turbulento. Para valores de 𝑁𝑅 entre cerca de 2000 e 3000, o fluxo é instável
— ou seja, pode ser laminar, mas pequenas obstruções e rugosidade superficial
podem torná-lo turbulento, podendo oscilar aleatoriamente entre ser laminar e
turbulento. O fluxo sanguíneo pela maior parte do corpo é um fluxo laminar. A
exceção está na aorta, onde a velocidade do fluxo sanguíneo sobe acima de um
valor crítico de 35 m/s e se torna turbulenta (Roma, 2006).

4.3.1 Movimento de um objeto em um fluido viscoso

Um objeto em movimento em um fluido viscoso é equivalente a um objeto


estacionário em um fluxo de fluidos fluindo. Por exemplo, quando você anda de
bicicleta a 10 m/s no ar, você sente o ar em seu rosto exatamente como se estivesse
parado em um vento de 10 m/s. Assim, o fluxo do fluido estacionário em torno de um
objeto em movimento pode ser laminar, turbulento ou uma combinação dos dois.
Assim como com o fluxo em tubos, é possível prever quando um objeto em
movimento cria turbulência. Usamos outra forma do número Reynolds 𝑁′𝑅 , definido
para um objeto movendo-se em um fluido para ser
𝜌𝑣𝑟
𝑁′𝑅 = (𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜), (4.8)
𝜂

onde 𝐿 é um comprimento característico do objeto (diâmetro de uma esfera,


por exemplo), 𝜌 a densidade do fluido, 𝜂 sua viscosidade e a velocidade 𝑣 do objeto
no fluido. Se 𝑁′𝑅 tiver menos de 1, o fluxo ao redor do objeto pode ser laminar,
especialmente se o objeto tiver uma forma suave. A transição para o fluxo turbulento
ocorre para 𝑁′𝑅 entre 1 e 10, dependendo da rugosidade superficial e, assim, por
diante. Dependendo da superfície, pode haver um rastro turbulento atrás do objeto
com algum fluxo laminar sobre sua superfície. Para um 𝑁′𝑅 entre 10 e 106, o fluxo pode
ser laminar ou turbulento e pode oscilar entre os dois. Para 𝑁′𝑅 maior que cerca de
106, o fluxo é totalmente turbulento, mesmo na superfície do objeto. O fluxo de
laminar ocorre principalmente quando os objetos no fluido são pequenos, como
gotas de chuva, pólen e células sanguíneas no plasma (ÇENGEL, 2007).
Uma das consequências da viscosidade é uma força de resistência chamada
de força de arrasto (𝐹𝑉 que é exercida sobre um objeto em movimento. Essa força
normalmente depende da velocidade do objeto (em contraste com o simples
atrito). Experimentos mostraram que para o fluxo laminar (𝑁′𝑅 menor que um), o

65
arrasto viscoso é proporcional à velocidade, enquanto para um 𝑁′𝑅 entre 10 e 106,
a força de arrasto é proporcional à velocidade ao quadrado. Para 𝑁′𝑅 maior que
106, a força de arrasto aumenta dramaticamente e se comporta com maior
complexidade. Para o fluxo laminar em torno de uma esfera, 𝐹𝑣 é proporcional à
viscosidade fluida 𝜂, o tamanho característico do objeto 𝐿 e sua velocidade 𝑣 (LIVI,
2004). Tudo isso faz sentido — quanto maior a viscosidade do fluido e maior o objeto
e, por consequência, maior o força de arrasto. Lembre-se da lei de Stoke 𝐹𝑠 = 6𝜋 𝑅𝜂𝑣.
Para o caso especial de uma pequena esfera de raio 𝑅 movendo-se lentamente em
um fluido de viscosidade 𝜂, a força de arrasto 𝐹𝑠 é dada por
𝐹𝑠 = 6𝜋 𝑅𝜂𝑣. (4.9)
Parte da figura mostra uma esfera se movendo em um fluido. As linhas fluidas
são exibidas para demonstrar o movimento em direção à esquerda. Existe também
uma força viscosa na esfera em direção à esquerda dada por 𝐹𝑉 , como
demonstrado pela seta. O fluxo na imagem exemplifica a laminar por linhas de
dobra lineares. Na Figura (b) uma esfera se move com maior velocidade em um
fluido. As linhas fluidas se movem em direção à esquerda. A força de arrasto na
esfera também ocorre em direção à esquerda dada por 𝐹′𝑉 , como demonstra a
seta. O fluxo mostra como laminar acima e abaixo da esfera exemplificado através
de linhas lineares de fluxo e turbulentas à esquerda da esfera exibidas por linhas de
fluxo encaracoladas. Na Figura (c) mostra uma esfera ainda se movendo com maior
velocidade em um fluido. As linhas fluidas demonstram o movimento em direção à
esquerda nas bordas do fluxo para longe da esfera. A força de arrasto na esfera
também ocorre na direção à esquerda dada por 𝐹′′𝑉 , como mostrado pela seta
(BRAGA FILHO, 2006).

66
Figura 29: (a) O movimento desta esfera para a direita é equivalente ao fluxo de fluidos para

a esquerda. Nesta, o fluxo é laminar com 〖N'〗_R menor que 1. Há uma força, chamada

força de arrasto F_V, à esquerda na bola devido à viscosidade do fluido. (b) Em uma
velocidade mais alta, o fluxo torna-se parcialmente turbulento, criando uma esteira e
começando onde as linhas de fluxo se separam da superfície. A pressão na esteira é menor
do que na frente da esfera, porque a velocidade do fluido é menor, criando uma força

líquida para o〖F'〗_V esquerdo que é significativamente maior do que para o fluxo laminar.

Neste o 〖N'〗_R é maior que 10. (c) Em velocidades são muito mais altas, onde 〖N'〗_R é

maior que 106, o fluxo torna-se turbulento em toda a superfície e atrás da esfera. A força de
arrasto aumenta dramaticamente

Fonte: (LIVI, 2004).

Uma consequência interessante do aumento da 𝐹𝑉 com a velocidade é que


um objeto caindo através de um fluido não continuará a acelerar indefinidamente
(como seria se fosse negligenciada a resistência do ar, por exemplo). Em vez disso,
a força de arrasto aumenta, desacelerando a aceleração, até que uma velocidade
crítica, chamada de velocidade terminal, seja atingida e a aceleração do objeto
se torne zero. Uma vez que isso acontece, o objeto continua a cair em velocidade
constante (a velocidade do terminal). Este é o caso de partículas de areia caindo
no oceano, células caindo em uma centrífuga e mergulhadores do céu caindo pelo
ar (LIVI, 2004).
A Figura 30 mostra alguns dos fatores que afetam a velocidade do terminal.
Há uma força de arrasto no objeto que depende da viscosidade do fluido e do
tamanho do objeto. Mas há também um empuxo que depende da densidade do
objeto em relação ao fluido. A velocidade do terminal será maior para fluidos e
objetos de baixa viscosidade com altas densidades e tamanhos pequenos. Assim,

67
um paraquedista cai mais lentamente com membros espalhados do que quando
eles estão em uma posição de ponta cabeça primeiro com as mãos ao seu lado e
pernas juntas e estendidas (ÇENGEL, 2007).
A figura mostra as forças agindo em um objeto em forma oval caindo através
de um fluido viscoso. Uma visão ampliada do objeto é mostrada em direção à
esquerda para analisar as forças em detalhes. O peso do objeto 𝑃 age verticalmente
para baixo. A força de arrasto 𝐹𝑉 e a empuxo 𝐸 atuam verticalmente para cima. O
comprimento do objeto é dado por 𝐿. A densidade do objeto é dada por 𝜌𝑜𝑏𝑗 e
densidade do fluido por 𝜌𝑙𝑖𝑞 .

Figura 30: Há três forças agindo sobre um objeto caindo através de um fluido viscoso: seu
peso P, a força de arrasto F_v e o empuxo E

Fonte: Adaptada de Braga Filho (2006).

Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra a
Classificação do Fluido e Tipos de Escoamento. Disponível em: https://shre.ink/aT9t.
Acesso em: 10 abr. 2022.

68
Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura do material sobre Escoamento Laminar e Turbulento.
Disponível em: https://shre.ink/aT9C. Acesso em: 05 abr. 2022.

69
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ADAPTADA - FCM - 2017 - IF BAIANO - ENGENHARIA QUÍMICA) O dispositivo


indicado para medição de nível é/são:
a) Medidor de Empuxo.
b) Placas de orifício.
c) Tubo de Venturi.
d) Tubo Bourdon.
e) Manômetro.

2. (ADAPTADA - FCM - 2017 - IF BAIANO - ENGENHARIA QUÍMICA) O medidor de fluxo


industrial, utilizado para medir as vazões de líquidos e gases, constituído de um tubo
cônico vertical, contendo um flutuador suspenso, indicando a vazão é:
a) Tubo de Venturi.
b) Medidor Coriolis.
c) Placa de Orifício.
d) Tubo de Pitot.
e) Rotâmetro.

3. (ADAPTADA - VUNESP - 2016 - MPE-SP - ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO - ENGENHEIRO


QUÍMICO) Assinale a alternativa que se relaciona corretamente ao sentido do
escoamento de água em uma tubulação circular, tendo acoplado a ela um
manômetro tipo “tubo em U”. Para isso, considere a figura e os seguintes valores na
resolução: densidade da água = 1000 kg/m3; h = 25 cm; densidade do fluido
manométrico: ρF = 13600 kg/m3; aceleração gravitacional = 9,8 m/s2

a) O escoamento da água na tubulação está ocorrendo no sentido de “A para B”,


sendo a diferença de pressão entre os pontos A e B da tubulação igual a 30870
Pa.

70
b) O escoamento da água na tubulação está ocorrendo no sentido de “A para B”,
sendo a diferença de pressão entre os pontos A e B da tubulação igual a 33320
Pa.
c) O escoamento da água na tubulação está ocorrendo no sentido de “B para A”,
sendo a diferença de pressão entre os pontos A e B da tubulação igual a 33320
Pa.
d) O escoamento da água na tubulação está ocorrendo no sentido de “B para A”,
sendo a diferença de pressão entre os pontos A e B da tubulação igual a 30870
Pa.
e) O escoamento da água na tubulação está ocorrendo no sentido de “A para B”,
sendo a diferença de pressão entre os pontos A e B da tubulação igual a 35770
Pa.

4. (ADAPTADA - COPEVE-UFAL - 2012 - ALGÁS - ENGENHEIRO) Considere o


escoamento de um determinado fluido através de uma tubulação circular. A partir
dos conceitos básicos da mecânica dos fluidos, podem-se escrever as três afirmativas
seguintes:
I. a estimativa do número de Reynolds permite definir se o escoamento é laminar ou
turbulento;
II. a velocidade do fluido na parede do tubo é igual a zero;
III. o escoamento será considerado bifásico se simultaneamente escoarem líquido e
gás desse fluido através da tubulação.
Dos itens acima, verifica-se que está(ão) correto(s):
a) I e II, apenas.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I, II e III.
e) III, apenas.

5. (ADAPTADA - COPEVE-UFAL - 2012 - ALGÁS - ENGENHEIRO) Em uma instalação de


bombeamento escoam 2.500L/min de um fluido através de uma tubulação. O
primeiro trecho da tubulação tem diâmetro de 200mm enquanto o segundo trecho
tem 100mm de diâmetro. Qual das opções abaixo indica as velocidades médias de
escoamento do primeiro e segundo trechos, respectivamente?

71
a) 8,45 m/s e 10,05 m/s
b) 12,45 m/s e 1,15 m/s
c) 6,78 m/s e 2,14 m/s
d) 1,36 m/s e 5,25 m/s
e) 2,34 m/s e 3,14 m/s

6. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2014 - PETROBRAS - ENGENHEIRO(A) DE


PROCESSAMENTO JÚNIOR) A característica do escoamento e suas condições
térmicas são fundamentais na definição da correlação a ser utilizada na
determinação do valor médio do coeficiente de transferência de calor (coeficiente
de película médio - h), parâmetro importante na determinação da taxa de
transferência de calor entre o fluido e a parede de tubos em trocadores de calor.
O valor do coeficiente de transferência de calor médio no escoamento em tubos
circulares:
a) independe do número de Reynolds, sendo o escoamento turbulento.
b) independe do número de Prandtl, qualquer que seja o comprimento do tubo,
sendo o escoamento laminar.
c) independe do comprimento do tubo, mesmo em condições nas quais a entrada
térmica do escoamento seja significativa.
d) aumenta na medida em que o comprimento do tubo aumenta.
e) é função do tipo de condição de contorno térmica presente, sendo o
escoamento laminar.

7. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2014 - PETROBRAS - ENGENHEIRO(A) DE


PROCESSAMENTO JÚNIOR) No cálculo da perda de carga no escoamento através de
uma tubulação, o fator de atrito é um parâmetro muito importante. Em determinado
problema, o fator de atrito é calculado utilizando-se diagramas ou correlações.
Para o escoamento de água em uma tubulação com diâmetro D e rugosidade
relativa ε/D, diferente de zero, o fator de atrito:
a) é uma constante, independendo do regime de escoamento.
b) é uma função da vazão e da rugosidade relativa, caso o escoamento esteja no
regime laminar
c) é uma função somente da rugosidade relativa, caso o Reynolds seja
suficientemente elevado.

72
d) tem um comportamento monotônico, aumentando na medida em que a vazão
aumenta.
e) diminui com o aumento da rugosidade relativa, caso o escoamento seja
turbulento com um número de Reynolds fixo.

8. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2012 - PETROBRAS - ENGENHEIRO DE PROCESSAMENTO


JÚNIOR-2012). Considere um escoamento na tubulação descrita na figura, onde A1 e
A2 são as áreas das seções transversais 1 e 2, respectivamente, e A1 é 1/3 de A2.

Se V1 e V2 são as velocidades de escoamento, e Q1 e Q2 as vazões em 1 e 2,


respectivamente, então:
a) V1 = V2
b) V1 = 3 V2
c) V1 = 1/3 V2
d) Q1 > Q2
e) Q1 < Q2

73
TRANSFERÊNCIA DE CALOR UNIDADE

5.1 PERDA DE CARGA


05
A perda de carga é a energia perdida pela unidade de percurso do fluido
quando este escoa. Este termo muito utilizado em engenharia e em especial na
mecânica dos fluidos. A perda de carga num tubo ou canal, é a perda de energia
dinâmica do fluido devido à fricção das partículas do fluido entre si e contra as
paredes da tubulação que os contenha (LIVI, 2004). Pode se destacar características
como:
 O escoamento interno em tubulações sofre forte influência das paredes,
dissipando energia devido ao atrito.
 As partículas em contato com a parede adquirem a velocidade da parede,
ou seja, velocidade nula, e passam a influir nas partículas vizinhas através da
viscosidade e da turbulência, dissipando energia.
 Essa dissipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do
fluido ao longo do escoamento que é denominada de Perda de Carga.

Tão interessante quanto os efeitos da transferência de calor em um sistema


são os métodos pelos quais isso ocorre. Sempre que há uma diferença de
temperatura, ocorre a transferência de calor. A transferência de calor pode ocorrer
rapidamente, como através de uma panela de cozinha, ou lentamente, como
através das paredes de um baú de gelo num piquenique. Com isso, é possível
controlar as taxas de transferência de calor escolhendo materiais, controlando o
movimento do ar ou por escolha de cor. Tantos processos envolvem transferência de
calor, de modo que é difícil imaginar uma situação onde não ocorra transferência
de calor. No entanto, cada processo envolvendo transferência de calor ocorre por
apenas três métodos: condução, convecção e radiação. A seguir vamos destacar a
condução e a convecção (BRAGA FILHO, 2006).
I. Condução é transferência de calor através de matéria estacionária por
contato físico. A matéria está estacionária em escala macroscópica — sabe-
se que há movimento térmico dos átomos e moléculas a qualquer

74
temperatura acima do zero absoluto. O calor transferido entre o queimador
elétrico de um fogão e o fundo de uma panela é transferido por condução.
II. Convecção é a transferência de calor pelo movimento macroscópico de um
fluido. Esse tipo de transferência ocorre em um forno de ar forçado e em
sistemas meteorológicos, por exemplo.

A figura mostra uma lareira em um quarto. A lareira está no lado inferior


esquerdo da figura. Há uma janela no lado direito da sala. Da janela o ar frio entra
na sala, e segue algumas setas azuis curvas rotuladas de convecção para a lareira.
O ar aquecido pelo fogo sobe pela chaminé seguindo algumas setas vermelhas
curvas, que também são rotuladas de convecção. As linhas onduladas amarelas
emanam das chamas do fogo para a sala e são rotuladas como radiação.
Finalmente, uma linha curva preta rotulada condução vai de baixo dos troncos do
fogo e aponta para o chão sob a sala (ÇENGEL, 2007).

Figura 31: Transferência de calor

Fonte: Adaptada de Braga Filho (2006).

75
Em uma lareira, a transferência de calor ocorre pelos três métodos: condução,
convecção e radiação. A radiação é responsável pela maior parte do calor
transferido para a sala. A transferência de calor também ocorre através da
condução para a sala, mas a uma taxa muito mais lenta. A transferência de calor
por convecção também ocorre através do ar frio entrando na sala ao redor das
janelas e do ar quente saindo da sala subindo a chaminé.
Examina-se esses métodos em alguns detalhes nos três módulos seguintes.
Cada método tem características únicas, mas todos os três têm uma coisa em
comum: eles transferem calor apenas por causa de uma diferença de temperatura.

5.2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR: CONDUÇÃO

Seus pés se sentem frios enquanto você anda descalço pelo tapete da sala
de estar e, em seguida, pisar no chão de azulejos da cozinha. Este resultado é
intrigante, já que o tapete e o piso de ladrilhos estão ambos na mesma temperatura.
A sensação diferente que você sente é explicada pelas diferentes taxas de
transferência de calor: a perda de calor durante o mesmo intervalo de tempo é maior
para a pele em contato com os azulejos do que com o tapete, de modo que a
queda de temperatura é maior nos azulejos (ÇENGEL, 2007).
Alguns materiais conduzem energia térmica mais rápido que outros. Em geral,
bons condutores de eletricidade (metais como cobre, alumínio, ouro e prata)
também são bons condutores de calor, enquanto isolantes de eletricidade (madeira,
plástico e borracha) são maus condutores de calor (MUNSON, 2004).
Se duas moléculas colidem, ocorre uma transferência de energia da molécula
com maior energia cinética para a molécula com menor energia cinética. O efeito
cumulativo de todas as colisões resulta em um fluxo líquido de calor do corpo quente
para o corpo mais frio. O fluxo de calor depende, portanto, da diferença de
temperatura 𝛥𝑇 = 𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑎 . Portanto, você terá uma queimadura mais severa de
água fervente do que de água quente da torneira. Por outro lado, se as temperaturas
forem as mesmas, a taxa líquida de transferência de calor tende para zero, e o
equilíbrio é alcançado. Devido ao fato de que o número de colisões aumenta com
o aumento da área, a condução do calor depende da área transversal. Se você
tocar uma parede fria com a palma da mão, sua mão esfria mais rápido do que se
você apenas tocá-la com a ponta do dedo (LIVI, 2004).

76
Um terceiro fator no mecanismo de condução é a espessura do material
através do qual o calor se transfere. A figura abaixo mostra uma laje de material com
temperaturas diferentes em ambos os lados. Suponha que o 𝑇2 seja maior que o 𝑇1 ,
de modo que o calor seja transferido da esquerda para a direita. A transferência de
calor do lado esquerdo para o lado direito é realizada por uma série de colisões
moleculares. Quanto mais grosso o material, mais tempo leva para transferir a mesma
quantidade de calor. Este modelo explica por que roupas grossas são mais quentes
do que roupas finas nos invernos, e por que os mamíferos árticos se protegem com
gordura grossa (ÇENGEL, 2007).
A figura a seguir mostra dois blocos retangulares são mostrados com o direito
rotulado 𝑇1 e o esquerdo rotulado 𝑇2 . Os blocos são colocados em uma superfície a
uma distância 𝑑 um do outro, de modo que seu maior rosto enfrenta o bloco oposto.
O bloco 𝑇1 está frio e o bloco 𝑇2 está quente. Os blocos são conectados entre si com
um bloco retangular condutor de condutividade térmica 𝑘 e área transversal 𝐴. Uma
linha ondulada rotulada 𝑄 está dentro do bloco de condução e aponta do bloco
quente para o bloco frio (BRAGA FILHO, 2006).
A condução térmica ocorre através de qualquer material, sendo representado
por uma barra retangular. A temperatura do material é 𝑇2 à esquerda e 𝑇1 à direita,
onde a 𝑇2 é maior que a 𝑇1 . A taxa de transferência de calor por condução é
diretamente proporcional à área da superfície 𝐴, à diferença de temperatura 𝑇2 −
𝑇1 e à condutividade da substância 𝑘. A taxa de transferência de calor é
inversamente proporcional à espessura 𝑑.

Figura 32: Transferência de calor (2)

Fonte: Adaptada de Çengel (2007)

77
Por fim, a taxa de transferência de calor depende das propriedades materiais
descritas pelo coeficiente de condutividade térmica. Todos os quatro fatores estão
incluídos em uma equação simples que foi deduzida e confirmada a partir de
experimentos. A taxa de transferência de calor do condutor através de uma barra
de material, como da Figura 5.2, é dada por
𝑄 𝑘𝐴(𝑇2 − 𝑇1 )
= , (5.1)
𝑡 𝑑
onde 𝑄/𝑡 é a taxa de transferência de calor em watts ou quilocalorias por
segundo, 𝑘 é a condutividade térmica do material, 𝐴 e 𝑑 são sua área de superfície
e espessura, como mostrado na Figura 5.2, e (𝑇2 − 𝑇1 ) é a diferença de temperatura
em toda a barra (LIVI, 2004).
Uma combinação de material e espessura é frequentemente manipulada
para desenvolver bons isolantes — quanto menor a condutividade 𝑘 e maior a
espessura 𝑑, melhor. A razão de 𝑑/𝑘 será, portanto, grande para um bom isolante. A
razão 𝑑/𝑘 é chamada de fator 𝑅. A taxa de transferência de calor condutiva é
inversamente proporcional a 𝑅. Quanto maior o valor de 𝑅, melhor o isolamento (LIVI,
2004).

5.3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR: CONVECÇÃO

A convecção é impulsionada pelo fluxo de matéria em larga escala. No caso


da Terra, a circulação atmosférica é causada pelo fluxo de ar quente dos trópicos
para os polos, e o fluxo de ar frio dos polos em direção aos trópicos. (Note que a
rotação da Terra causa o fluxo de ar observado no hemisfério norte). Os motores dos
carros são mantidos frios pelo fluxo de água no sistema de resfriamento, com a
bomba de água mantendo um fluxo de água fria para os pistões (LIVI, 2004).
Embora a convecção seja geralmente mais complicada do que a condução,
pode-se descrever a convecção e fazer alguns cálculos simples e realistas de seus
efeitos. A convecção natural é impulsionada por forças flutuantes: o ar quente
aumenta porque a densidade diminui à medida que a temperatura aumenta. A casa
na Figura 33 é mantida aquecida desta forma, assim como o pote de água no fogão
na Figura 34. As correntes oceânicas e circulação atmosférica em larga escala
transferem energia de uma parte do globo para outra. Ambos são exemplos de
convecção natural (ÇENGEL, 2007).
Uma seção transversal de uma sala é mostrada e há uma fornalha no lado

78
esquerdo. O ar quente do forno está subindo e é mostrado com a ajuda de setas
para cima ao longo da parede esquerda, que são rotuladas de ar quente que sobe.
As setas então se tornam horizontais e passam logo abaixo do teto para a parede
direita. As setas então curvam para baixo, tornam-se azuis, e passam pela parede
direita e são rotuladas de ar resfriado. Finalmente, as setas azuis se curvam e passam
pelo chão para retornar ao forno (LIVI, 2004).

Figura 33: Convecção natural

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006)

O ar aquecido pelo chamado forno se expande e sobe, formando um laço


convectivo que transfere energia para outras partes da sala. À medida que o ar é
resfriado no teto e nas paredes externas, ele se contrai, eventualmente se tornando
mais denso que o ar da sala e descendo até o chão (BRAGA FILHO, 2006).
A figura 34 mostra um queimador de fogão, no qual é colocado um pote
contendo água. A frente da panela é cortada para mostrar a água. Dois pares de
setas semicirculares estão nas regiões esquerda e direita da água. O par esquerdo
indica movimento no sentido anti-horário da água à esquerda e o par direito indica
movimento no sentido horário da água à direita (ÇENGEL, 2007).

79
Figura 34: Convecção natural (2)

Fonte: Adaptado de Braga Filho (2006)

A convecção desempenha um papel importante na transferência de calor


dentro deste pote de água. Uma vez conduzida para dentro, a transferência de
calor para outras partes da panela é principalmente por convecção. A água mais
quente se expande, diminui a densidade e sobe para transferir calor para outras
regiões da água, enquanto a água mais fria afunda para o fundo. Esse processo
continua se repetindo (BRAGA FILHO, 2006).

Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra um breve
embasamento sobre Perda de Carga. Disponível em: https://shre.ink/aT5T. Acesso em 10
mar. 2022.

Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura da Monografia sobre Perda de Carga. Disponível em:
https://shre.ink/aT5T. Acesso em: 20 jan. 2023.

80
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ADAPTADA - SELECON - 2021 - EMGEPRON - ENGENHEIRO QUÍMICO) A taxa de


calor que atravessa uma parede de concreto, com dimensões de 2,0 m de altura por
2,0 m de largura, 5,0 cm de espessura, condutividade térmica 0,8 W/m.K, com
temperatura interna de 150 ºC e externa de 30 ºC é de:
a) 7,68 kW
b) 4,8 W
c) 12 W
d) 3,2 kW
e) 9,42 kW

2. (ADAPTADA - SELECON - 2021 - EMGEPRON - ENGENHEIRO QUÍMICO) Em uma


indústria de processamento de alimentos, o vinagre (a densidade do vinagre é 1080
kg/m3) é bombeado do porão para um tanque superior a uma altura de 7 m, com
uma vazão de 700 L/min. Desconsiderando o atrito e outras perdas, torna-se possível
determinar alguns valores.
Se durante dois minutos de operação o trabalho realizado é de 30 kN.m, a potência
necessária no equipamento será de:
a) 350 W
b) 250 W
c) 200 W
d) 155 W
e) 100 W

3. (ADAPTADA – IF-BA - AOCP – 2016) A transferência de calor através de um sólido


ocorre, em geral, por condução. Um forno opera com temperatura interna de 800 ºC
e tem espessura de 40 cm. Determine a quantidade de calor transferida por unidade
de área, sabendo que a temperatura externa é de 400 ºC e a condutividade do
material que compõe a parede desse forno é igual a 0,2 cal.m⁻¹.K⁻¹.
a) 200 J.m⁻²
b) 100 J.m⁻²
c) 400 J.m⁻²
d) 100 cal.m⁻²

81
e) 200 cal.m⁻²

4. (ADAPTADA - EPE - CESGRANRIO – 2012) Pode-se escrever a potência irradiada por


unidade de área para um sistema a uma temperatura T como sendo I = σ ε T⁴. Duas
placas paralelas, de área A = 1/5,7 = 0,175 m², estão separadas por uma distância
pequena onde existe vácuo. Uma das placas se encontra a uma temperatura T₁ =
200 K e a outra a T₂ = 300 K. Qual é, em W, o fluxo líquido de calor da placa quente
para a placa fria por radiação?
Dados ε = 1 para as duas placas Constante de Wien σ = 5,7 x 10⁻⁸ W/(m² K⁴)
a) 300
b) 200
c) 157
d) 100
e) 65

5. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - TRANSPETRO - ENGENHEIRO JÚNIOR -


PROCESSAMENTO (QUÍMICO)) Medidores de vazão volumétrica internos são
escolhidos baseando-se nas incertezas exigidas, custo, tempo de serviço e faixa de
medidas. Entreos medidores de vazão bastante utilizado estão os do tipo venturi que,
apesar de caros, são interessantes devido à sua baixa perda de carga. Esses
equipamentos de medição se baseiam em aceleração de fluidos através de um
difusor, cuja perda de carga é usada para medir indiretamente a vazão no
escoamento. Um engenheiro dispõe de um venturi de diâmetro 0,125 para medir a
vazão volumétrica numa tubulação de 0,25 m de diâmetro. Após a instalação do
equipamento, o engenheiro mediu, no venturi, para o escoamento a queda de
pressão em um medidor de pressão diferencial em 100 mm de água.
A vazão volumétrica, em m3/s nessa tubulação é de, aproximadamente,
Dado:
- Massa específica da água: 1000 kg/m3
- Aceleração da gravidade: 10 m/s2
- Massa específica do fluido de trabalho: 790 kg/m3
- Coeficiente de vazão: 0,8
a) 0,3
b) 0,15

82
c) 0,12
d) 0,015
e) 0,5

6. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - TRANSPETRO - ENGENHEIRO JÚNIOR -


PROCESSAMENTO (QUÍMICO)). Um engenheiro recebe duas bombas com curva
característica que segue a equação H = H0 - AQ2, onde H0 tem 15 metros e A tem 105
s2/m5. O supervisor desse engenheiro decide, usando as duas bombas em série,
transportar um fluido entre dois tanques abertos com diferença de nível do primeiro
para o segundo tanque de 10 metros. A tubulação que leva o fluido tem diâmetro
de 0,1m e comprimento de 10 m.
Desconsiderando-se os efeitos de perda de carga menores e maiores, a vazão de
operação da bomba, em m3/s, é de:
a) 0,05
b) 1,0
c) 0,1
d) 0,5
e) 0,01

7. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - TRANSPETRO - ENGENHEIRO JÚNIOR -


PROCESSAMENTO (QUÍMICO)). Qual o valor do fluxo de radiação, em kW/m2, emitido
por um corpo a temperatura de 426,85 oC, cuja emissividade seja igual a 0,8,
adotando-se a constante de Stefan-Boltzmann igual a 5,67 x 10-8 W/(m2.K4)?
a) 16,63
b) 13,63
c) 12,00
d) 10,90
e) 8,50

8. (ADAPTADA - COMPERVE - 2017 - UFRN - ENGENHEIRO QUÍMICO) A perda de carga


de um escoamento de líquido incompressível em tubulações ocorre devido à
I. Pressão variar exclusivamente segundo a equação de Bernoulli.
II. Energia cinética ser convertida em térmica.
III. Passagem do líquido por mudanças súbitas de área.

83
IV. Variação de densidade do líquido.
São verdadeiras as afirmativas
a) I e III.
b) II e III.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) II, III e IV.

84
TRANSFERÊNCIA DE MASSA UNIDADE

6.1 TROCADORES DE CALOR


06
Trata-se de dispositivos termodinâmicos que possuem a função realizar a
transferência de calor de um ou mais fluidos quando estes encontram-se em
temperaturas diferentes. Esse processo descrito é chamado de troca térmica de
calor. O trocador de calor tem a função de aquecer ou esfriar os fluidos nele
contidos. Assim, os trocadores de calor devem possuir algumas características para
seu maior rendimento (Incropera et al., 2007), tais como:
 Alta eficiência térmica no processo de transferência de calor;
 Alta performance, com baixo volume retido;
 Fácil desmontagem para manutenção;

6.2 TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Nesta unidade, alguns conceitos básicos da física da difusão serão


apresentados para permitir o projeto e a otimização de muitas operações de
unidade, como absorção, destilação, extração e adsorção. As velocidades das
espécies, bem como a massa e fluxos molares são definidos com base em quais
formas equivalentes da primeira lei de difusão de Fick poderia ser apresentada
(INCROPERA et al., 2007).
Essas relações definem o coeficiente de difusão binária. Algumas equações
foram dadas para estimativa de coeficientes binários de difusão para gases, líquidos
e polímeros. Na base dos saldos de massa generalizados derivados do
desenvolvimento de modelos matemáticos de processos de transferência em massa
têm sido discutido (INCROPERA et al., 2007).
Formas gerais das equações de difusão multicomponente foram derivadas da
teoria cinética dos gases, bem como da termodinâmica de processos irreversíveis
que levam à lei generalizada de Fick. A condução generaliza da força de difusão
multicomponente abrange três forças motrizes que podem gerar o movimento
molecular, ou seja: o gradiente de concentração, o gradiente de pressão, a força

85
externa agindo sobre uma espécie e o gradiente de temperatura. Uma alternativa
formulação de difusão em misturas multicomponentes, ou seja, o Maxwell-Stefan
relações têm sido discutido e comparado com a formulação do generalizado
(ROMA, 2006).
Por transferência em massa que é uma das operações da unidade em
engenharia química queremos dizer o movimento de uma espécie química em uma
mistura de fluidos causada por alguma forma de "condução força". Por exemplo,
dissolvendo os cristais de KMnO4 em água não agitada a cor se espalhará por toda
a garrafa movendo-se de uma região de alta concentração para uma região de
baixa concentração. Massa de um modo geral transferência inclui não apenas
difusão molecular, mas também transporte de massa por convecção e agitação
simples, embora o mecanismo desses processos seja muito mais complexo (BRAGA
FILHO, 2006).
É importante estar cientes do fato de que o transporte em massa pode ser
encontrado em todos os lugares na natureza em forma de vários fenômenos na
atmosfera, nos oceanos, na vida sistemas, bem como na indústria. É um processo de
mistura espontânea visando homogeneização da mistura de fluidos (BRAGA FILHO,
2006).
A gama de aplicação do fenômeno da transferência de massa é
extremamente ampla, não apenas nos processos da indústria química, mas também
na indústria petroquímica e em Refinarias. Recentemente, também tem sido
frequentemente utilizado no campo da biotecnologia como bem como nos
processos de proteção ambiental (INCROPERA et al., 2007).
A preparação de reagentes para sínteses químicas, separação de produtos
da mistura de reação e purificação de gases e líquidos estão todas associadas à
transferência de massa. Tais operações de unidade como absorção, retificação,
extração e adsorção, em que a transferência em massa desempenha o papel
dominante forma a base dos processos de separação e purificação do fluido
misturas. Em uma série de processos industriais a troca de matéria é acompanhada
por transferência de calor (BRAGA FILHO, 2006).
Muitas vezes, como em condensação, evaporação e sublimação estes dois
fenômenos estão ocorrendo simultaneamente. O processo catalítico heterogêneo
tem também a ser mencionado, em que a difusão nos poros do catalisador
desempenha um crucial papel. Quando o processo de transferência de massa

86
ocorre em uma sequência de outros fenômenos (como nas reações catalíticas) é o
passo mais lento, pode constituir o mecanismo de controle da taxa global do
processo (ÇENGEL, 2007).

6.2.1 Transferência de massa: difusão

A difusão é o movimento de uma espécie química em uma mistura de fluidos


causada por processo aleatório de mistura molecular, sendo a consequência da
agitação termicamente induzida, que finalmente leva à homogeneização completa
da mistura. Há uma gama de aplicações deste fenômeno e é extremamente amplo
na indústria química, no campo da bioengenharia, bem como nos processos de
proteção ambiental, formando a base da separação de e processos de purificação
de misturas de fluidos (ÇENGEL, 2007).
A difusão é causada por um movimento molecular aleatório, sendo a
consequência da termelétrica agitação induzida de moléculas, que finalmente
tende a completa homogeneização da mistura. Embora as velocidades
translacionais das moléculas sejam muito altas (centenas de metros por segundo), o
movimento molecular de uma espécie é muito lento. Em gases a difusão propaga
(em condições normais) a uma velocidade de cerca de 5cm em um minuto, em
líquidos sua velocidade é 0,05 cm.min-1 e em sólidos 10-5 cm.min-1.
A taxa muito baixa de difusão é causada por colisões moleculares que
ocorrem a uma taxa de milhões por segundo por cm3, produzindo um impedimento
extremamente forte do movimento das moléculas. Portanto, a distância percorrida
por uma molécula na fase gasosa entre duas colisões subsequentes, chamado
caminho livre médio, é muito baixo (~10-5 cm) (ÇENGEL, 2007).
Portanto, a difusão ocorre mais intensamente em altas temperaturas (alta
velocidades média molecular) e em baixas pressões (menor concentração de
moléculas, menos colisões). A massa molar da molécula também influencia a taxa
de difusão como moléculas de luz mover mais rapidamente do que os pesados.

6.2.2 Transferência de massa: convecção

A convecção é um processo macroscópico, no qual porções de fluido são


movidas sobre muito distâncias maiores do que no processo de difusão, carregando
o componente transferido de regiões de alta concentração para regiões de baixas

87
concentrações. Este processo é gerado pela agitação ou por correntes e
redemoinhos do fluxo turbulento. No entanto, a transferência em massa entre as
correntes recém-adjacentes de rendimentos fluidos por meio de difusão que mistura
as porções dos fluidos.
Neste ponto vale a pena citar a declaração de Maxwell: "Transferência em
massa é devido em parte ao movimento de tradução e em parte para o de
agitação". Em outras palavras, pode-se dizer que qualquer fluxo de massa pode
incluir convecção e difusão, porque em muitos casos a convecção pode ser gerada
por difusão (ÇENGEL, 2007).

Como sugestão uma revisão do que foi trabalhado, o vídeo a seguir mostra um breve
embasamento sobre Transferência de Massa. Disponível em: https://shre.ink/a8rH. Acesso
em 10 abr. 2022.

Para complementação do que foi estudado e para pesquisa futura das próximas
unidades, é sugerida a leitura do Artigo sobre Transferência de Calor e Massa. Disponível
em: https://shre.ink/a8rm. Acesso em 25 abr. 2022.

88
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - ENGENHEIRO DE PROCESSAMENTO


JÚNIOR) Uma placa metálica com área de 2 m2 apresenta em sua superfície a
temperatura de 180 °C, e a temperatura do ar sobre a superfície é de 30 °C. Se o
fluxo de calor entre a superfície da placa e o ar é apenas convectivo, e o coeficiente
de transferência de calor por convecção é 25 W m-2.°C-1, o fluxo de calor
estabelecido, em W, é igual a:
a) 1.200
b) 1.500
c) 3.000
d) 5.000
e) 7.500

2. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - ENGENHEIRO DE PROCESSAMENTO


JÚNIOR) Um corpo negro encontra-se a 127 °C e emite calor por radiação. A energia
radiante emitida por esse corpo, em kW.m-2, corresponde a, aproximadamente,
Dado Constante de Stefan-Boltzmann: 5,7 x 10-8 W.m-2.K-4.
a) 0,28
b) 0,50
c) 0,84
d) 1,12
e) 1,46

3. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - ENGENHEIRO DE PROCESSAMENTO


JÚNIOR) Um engenheiro vai realizar um experimento para medir o aumento de
temperatura do ar em um pneu. Assim, fez as medições antes e após percorrer certa
distância em uma cidade. Inicialmente, a temperatura do ar no pneu era de 25 °C a
uma pressão manométrica de 200 kPa. No final do trajeto, a pressão verificada foi de
220 kPa em um local onde a pressão atmosférica é de 98 kPa. Assumindo que o
volume do pneu permaneceu inalterado e que o ar se comporta como ideal, a
variação da temperatura aproximada do ar no pneu, em °C, é:
a) 330
b) 30

89
c) 20
d) -20
e) -30

4. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - PETROBRAS - ENGENHEIRO DE PROCESSAMENTO


JÚNIOR) Um conjunto cilindro-pistão tem um volume de 0,5 m3 e está suportando uma
massa de 10 kg. Transfere-se calor para esse cilindro até que seu volume chegue a
0,7 m3. Sabe-se que o trabalho realizado pelo sistema é de 500 N.m. Nessas
condições, qual a área, em m2, do pistão?
Dado: Aceleração da gravidade = 10 m/s2.
a) 0,02
b) 0,03
c) 0,04
d) 0,05
e) 0,06

5. (ADAPTADA - CESGRANRIO - 2018 - TRANSPETRO - ENGENHEIRO JÚNIOR -


PROCESSAMENTO (QUÍMICO)). Uma unidade industrial apresenta uma parede
formada por duas camadas para reduzir a temperatura no ambiente externo à
unidade.
A primeira camada da parede tem espessura de 9 cm e é formada de fibra de vidro
cuja condutividade térmica é 0,03 W m-1 oC-1. A segunda camada da parede tem
espessura de 14 cm e é formada de tijolos cuja condutividade térmica é 0,7 W m-1.oC-
1. A área da parede é 4 m2. A temperatura na superfície da parede em contato com
o interior da unidade industrial é 85 oC, e a temperatura na superfície da parede em
contato com o meio externo é 35 oC. O fluxo de calor estabelecido através da
parede, em J s-1, é igual a:
a) 10
b) 20
c) 40
d) 60
e) 80

90
6. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Engenheiro Júnior - Processamento
(Químico)) Um engenheiro precisa selecionar um trocador de calor de escoamento
em passe único capaz de resfriar óleo de máquina de 70 oC para 50 oC e com carga
térmica de projeto igual a 150 kW. Outra exigência do projeto é que a temperatura
do fluido de resfriamento (água) deve variar de 20 oC até 40 oC.
Considerando-se as possibilidades de adoção de um trocador de contracorrente,
qual a área de superfície de transferência de calor desse trocador?
Dado Coeficiente de transferência de calor global médio igual a 100 W/(m2.oC).
a) 45 m2
b) 50 m2
c) 55 m2
d) 65 m2
e) 70 m2

7. (Adaptada - CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Químico de Petróleo Júnior) Colando


duas peças de materiais condutores obtém-se um objeto como o da Figura abaixo.
As faces opostas dos materiais estão a temperaturas T1 e T2.

Dado que L1 = 3 L2 /2 e que as condutividades térmicas desses materiais obedecem


a k1 = 2 k2, qual a temperatura estacionária da interface entre os materiais?
a) T1
b) T2
c) (4T1 +3T2)/7
d) (2T1 +3T2)/5
e) (T1 +T2)/2

8. (Adaptada - INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal - Químico) Óleo


escoa por uma tubulação, ilustrada na figura a seguir, com vazão mássica de 42,5
ton/h. Em determinado ponto da tubulação, foi instalado um dispositivo medidor de

91
vazão que consiste na redução de diâmetro, e um manômetro em U, contendo
mercúrio, foi acoplado nas duas regiões da tubulação, sendo um dos braços do
manômetro instalado na região de diâmetro normal e, o outro, na região de diâmetro
reduzido. Considerando que a massa específica da água, do mercúrio e do óleo
sejam iguais a 1.000 kg/m3, 13.600 kg/m3 e 850 kg/m3

A vazão volumétrica, em L/min, e, aproximadamente, igual a:


a) 500.
b) 833.
c) 50.
d) 0,83.
e) 0,50.

92
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B

93
REFERÊNCIAS

BRAGA FILHO, W. Fenômenos de Transporte para Engenharia. Rio de Janeiro: Editora


LTC, 2006.

ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos Fluidos: fundamentos e aplicações. São


Paulo: McGraw-Hill, 2007.

INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P. Fundamentos de transferência de calor e de massa.


São Paulo: LTC, 2007.

LIVI, C. P. Fundamentos de Fenômenos de Transporte: um texto para cursos básicos.


Rio de Janeiro: Editora LTC, 2004.

MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos. São
Paulo: Blucher, 2004.

ROMA, W. N. L. Fenômenos de Transporte para Engenharia. São Carlos: RiMa, 2006.

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