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Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2023
5
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão
do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar
ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para
determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica,
mostradas a seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes
nas quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS
1.1 Conceito da Ciência dos Materiais ........................................................................................................................................................................................................................................11
1.2 Tetraedro da Ciência e Engenharia dos Materiais ...................................................................................................................................................................................................12
1.3 Processo de Evolução dos Materiais ..................................................................................................................................................................................................................................14
1.3.1 A Idade da Pedra ............................................................................................................................................................................................................................................................................14
1.3.2 A Idade dos Metais ........................................................................................................................................................................................................................................................................15
1.3.3 A Idade do Cobre ...........................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.3.4 A Idade do Bronze ..........................................................................................................................................................................................................................................................................17
1.3.5 A Idade do Ferro .............................................................................................................................................................................................................................................................................17
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................19
UNIDADE 2
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS
2.1 Metais ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................23
2.2 Polímeros .............................................................................................................................................................................................................................................................................................24
2.3 Cerâmicos ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................27
2.4 Compósitos .......................................................................................................................................................................................................................................................................................29
2.5 Semicondutores e Biomateriais ..........................................................................................................................................................................................................................................30
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................32
UNIDADE 3
ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO INTERATÔMICA
3.1 Estrutura Atômica dos Materiais ..........................................................................................................................................................................................................................................37
3.1.1 Os Modelos Atômicos da Química ..........................................................................................................................................................................................................................39
3.1.2 Caracterização de Elétrons – Números Quânticos ...................................................................................................................................................................................40
3.1.3 Configuração Eletrônica ...............................................................................................................................................................................................................................................40
3.2 Ligações Interatômica dos Materiais ..............................................................................................................................................................................................................................43
3.2.1 Ligação iônica ......................................................................................................................................................................................................................................................................43
3.2.2 Ligação Covalente ...........................................................................................................................................................................................................................................................44
3.2.3 Ligação metálica ..............................................................................................................................................................................................................................................................45
3.2.4 Ligação Van Der Waals ................................................................................................................................................................................................................................................46
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................47
UNIDADE 4
ESTRUTURA CRISTALINA E NÃO-CRISTALINA
4.1 Células Unitárias e Redes de Bravais ................................................................................................................................................................................................................................51
4.2 Estruturas Cristalinas dos Metais .......................................................................................................................................................................................................................................54
4.2.1 Estruturas Cúbicas Simples (CS) .............................................................................................................................................................................................................................54
4.2.2 Estruturas Cúbicas de Face Centrada (CFC) e Corpo Centrado (CCC) ...................................................................................................................................55
4.2.3 Estruturas Hexagonais ....................................................................................................................................................................................................................................................56
4.3 Direções e Planos Cristalográficos ...................................................................................................................................................................................................................................57
4.4 Imperfeições nos Sólidos .........................................................................................................................................................................................................................................................59
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................64
UNIDADE 5
CARACTERÍSTICAS DOS FÍSICA E QUÍMICAS SÓLIDOS
UNIDADE 2
A Unidade II classifica os materiais com base na sua composição e aplicabilidade.
Apresenta os principais grupos já estudados e ca-racterizados pela Ciências dos
Materiais assim como novos conceitos de materiais modernos.
UNIDADE 3
A Unidade III apresenta o conceito de construção dos átomos, também conhecida
como estrutura atômica. Nesta unidade serão estudadas também as ligações
interatômicas existentes.
UNIDADE 4
A Unidade IV demonstra o conceito de estruturas cristalinas apresentando as 14
redes de Bravais e configuração de cada uma. Assim como características das
estruturas como direções e planos cristalográficos e as imperfeições apresentadas
pelos sólidos.
UNIDADE 5
A Unidade V apresenta as principais características físicas dos materiais com base
na sua classificação. Conceitos como difusão nos sólidos e também apresenta o
diagrama de fases que é muito utilizado no estudo da ciência dos materiais.
UNIDADE 6
A Unidade VI apresenta o comportamento mecânico dos materiais com base na
aplicação de testes físicos. Além disso explicita a aplicação geral, assim como o tipo
de resíduo que é gerado dado cada material. Além disso nesta unidade o conceito
de reciclabilidade dos materiais também será abordado.
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INTRODUÇÃO À
CIÊNCIA E ENGENHARIA
DOS MATERIAIS
11
1.1 CONCEITO DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS
A ciência dos materiais é a área da engenharia responsável por estudar as interações
entre os materiais, como ligações químicas, arranjos moleculares, propri¬edades física
presentes na natureza (ASHBY, 1999). Através do estudo desta ciência é possível obter os
conhecimentos científicos dos materiais existentes, aplica-los em diversas solicitações
do cotidiano, da engenharia e também estudar para melhoria e complementação de
suas propriedades assim como a descoberta de novos materiais.
Esta ciência objetiva-se em caracterizar as propriedades dos materiais com base
em sua composição química, arranjo estrutural e tipos de esforços que são atribuídos a
eles. Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2021) se pode caracterizar as propriedades dos
materiais com base em seis classes, são elas: mecânica, elétrica, térmica, magnética,
ótica e deteriorativa.
De fato, esta área de estudo acompanhou a evolução da humanidade desde os
seus primórdios, quando o homem utilizava a pedra como principal insumo em suas
manufaturas para caça e sobrevivência. Ao longo das eras a ciência dos materiais se
aperfeiçoou, assim como o homem, e se tornou a ciência que a engenharia conhece na
era moderna.
Dentro deste conceito nota-se que está ciência é de suma importância para todas
as áreas da engenharia, pois através dela é possível seguir evoluindo nas pesquisas
relacionadas aos insumos de produção no mundo. A globalização depende muito
da evolução dos insumos, porque a cada dia a engenharia estuda novos meios que
satisfaçam as solicitações da industrialização.
Para o profissional de engenharia, essa ciência torna-se aliada, pois independente
da área de atuação do profissional, ele deve estar capacitado para reconhecer e
aplicar seus conhecimentos sobre a importância dos materiais e seus diferentes tipos
de aplicação na engenharia.
Como um exemplo clássico da aplicação dessa ciência, pode-se citar a visão
crítica de um engenheiro mecânico ao determinar um material em sua rotina de trabalho,
a fim de aplicar melhores métodos de manufatura ou manutenção. Ou um engenheiro
químico que deve conhecer todas as interações físicas e químicas dos materiais em
sua rotina de trabalho em laboratório de testes. Assim como diver¬sas outras áreas da
engenharia possuem sua aplicabilidade dentro da ciência dos materiais.
Existe, contudo, uma classificação dos materiais com base nos estudos realizados
por esta ciência, esta classificação foi construída através dos milênios passados com
a evolução humana. Os materiais subdividem-se em: metais, polímeros, cerâmicos
e compósitos. Esta classificação é realizada de acordo com a similaridade das
propriedades destes materiais, assim como processamento e estruturas.
Através da ciência dos materiais, profissionais da engenharia podem desenvolver
estudos que acompanham as descobertas e evoluções da tecnologia, correlacionando
à aplicação de materiais já existentes otimizando sua capacidade. Assim como
quantificar a aplicabilidade de novas descobertas que a era moderna possui como
consequência.
12
BUSQUE POR MAIS
Para complementação da introdução a ciências dos materiais recomenda-se a
leitura da Unidades 1 do livro “Ciência e Tecnologia dos Materiais” (2015)de auto-
ria de Henrique Cezar Pavanati. Disponível em: https://bit.ly/3loT92x. Acesso em:
28 jan. 2021.
Ademais para que se possa estudar esta ciência é preciso conhecer os conceitos
obtidos através da evolução do homem, desde os processos primitivos até os tempos
modernos. Assim como diversas metodologias aplicadas, como a química a física e
outros conceitos. Um ponto muito importante para este estudo é o conhecimento do
tetraedro da ciência dos materiais, sua importância e aplicação no meio de todo este
vasto conceito.
FIQUE ATENTO
Mesmo a ciência dos materiais e a engenharia dos materiais possuírem conceitos distin-
tos, elas ainda formam uma dupla dentro do estudo dos materiais que dedica os esforços
para a evolução destes insumos na engenharia (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
Este recurso permite que os campos de estudo desta ciência sejam bem definidos,
divididos e compreendidos. Além disso, a ordenação destes quatro fatores permite que
o aluno possa enxergar a interdependência de todos os elementos componentes do
tetraedro. Na ciência dos materiais se estuda principalmente as propriedades de cada
material para aplicações diversas ao longo das atividades do ser humano, nota-se
então a importância de saber o que configura tais propriedades.
A estrutura de um material é a organização de todos os elementos que fa-zem
parte de sua composição. A forma e configuração dessa estrutura é baseada na rota
de processamento (fabricação) do material analisado, com isso, fica fácil assimilar que
todos os materiais com rotas distintas terão estruturas (configurações) diferentes se
comparados.
Além da estrutura é necessário o conhecimento intrínseco da composição química,
pois através dela se pode determinar algumas propriedades físicas e químicas, também
quais rotas de processamento poderão ser utilizadas sem que suas propriedades sejam
afetadas ao final do processo.
Quando um material é selecionado para certo trabalho na engenharia, a análise
crítica deve ser realizada levando em consideração todas as quatro propriedades
citadas no tetraedro. Estas propriedades sempre estarão interligadas de forma que
qualquer alteração mínima em uma, pode afetar consideravelmente outra propriedade
importante para a aplicação desejada (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
VAMOS PENSAR?
Você foi escolhido para trabalhar em uma empresa com seleção de materiais para fabri-
cação de tubos para saneamento básico. O seu supervisor pede um material com a com-
posição “X”, mas precisa da rota de processamento “Y”. Com suas pesquisas chegou aos
materiais A, B e C, sendo que todos atenderiam perfeitamente segundo sua análise crítica.
O custo de C > A > B. O material B atenderia bem, mas em sua composição química existe
um elemento que contaminaria o solo. Já o material A é mais frágil fisicamente, contudo,
existe a possibilidade de um tratamento que o tornaria mais resistente. Por fim, o material
C não precisaria de nenhum tratamento, atendendo bem as expectativas, contudo, este é
o material mais custoso. Com base nas propriedades requeridas e estudando o tetraedro,
qual material você utilizaria? Discuta com seu tutor.
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Quando se estuda a ciências dos materiais é importante que o conhecimento
didático seja combinado com o pensamento crítico para avaliar situações com
coerência, levando em consideração funcionalidade, meio ambiente e custo.
A evolução histórica dos materiais pode ser dividida em três principais períodos:
idade da pedra vista nos primórdios da sociedade, idade dos metais destacando
principalmente a idade do bronze e depois a idade dos metais para as outras ligas, esse
período da idade dos metais se subdivide pela importância distinta das ligas descobertas
e sua funcionalidade. Todavia entre estes acontecimentos pode-se subdividir a idade
dos metais, fazendo com que a linha da evolução dos materiais fique mais completa,
assim temos: idade da pedra, idade dos metais, idade do cobre, idade do bronze, idade
do ferro.
Estratificando a Idade dos Metais, pode se citar primeiro a Idade do Cobre. Este
foi o primeiro metal utilizado pelo homem para fins de manufatura, sucedeu o período
Neolítico. Com o uso do fogo o cobre poderia ser moldado facilmente para diversos
formatos, sendo possível confeccionar variadas formas.
Este material encontra-se na natureza de duas formas, uma delas é em forma
de óxidos. Acredita-se que o primeiro minério utilizado pelo homem tenha sido um
carbonato, chamado de malaquita - Cu2(OH)2(CO3). Através de fundição deste minério
na confecção de cerâmicas o homem descobriu o cobre.
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Através dos estudos realizados compreende-se que a ciência dos materiais objetiva-
se em caracterizar as propriedades dos materiais baseando-se em sua composição
química, arranjo estrutural e submissão de esforços ao longo do trabalho. Existem no
entanto seis principais classificações para as propriedades dos materiais dentro da
concepção dos estudiosos, são elas:
a) V – F – F – F.
b) V – V – F – V.
c) F – V – F – F.
d) V – F – F – V.
e) V – V – F – V.
5. Sabe-se que a Idade da Pedra foi um período que marcou o início da evolução do
homem, além da utilização da pedra como principal fonte de manufatura houveram
também descobertas e evoluções em outros segmentos importantes para a história. A
Idade da Pedra se divide em três principais períodos, são eles:
6. O Período Neolítico foi um grande marco na Idade da Pedra, pois através dos marcos
nele ocorridos o homem pode evoluir como criatura, realizando novar atividades e
estudando novos métodos de produção e de vida. Com base na afirmação, assinale a
alternativa que contenha os principais marcos da era Neolí¬tica:
a) Cu 90% - Fe 10%.
b) Cu 90% - Mn 10%.
c) Cu 10% - Sn 90%.
d) Cu 90% - Sn 10%.
e) Cu 85% - Sn 10% - S 5%.
8. A descoberta do ferro foi um passo gigantesco para a evolução das ligas metálicas,
proporcionando a criação de diversas destas com diferentes propriedades. A partir
desta descoberta o homem pode evoluir, finalmente deixando a Era da Pré-História
para trás. Uma das ligas mais importantes da história foi sem dúvida o aço, este insumo
descoberto no final da pré-história ainda é o principal material utilizado no século XXI.
Sabendo-se que a composição do aço é principalmente Fe, C e outros/impurezas,
assinale a quantidade aproximada de cada um destes elementos contidos nesta liga
metálica.
a) 97% Outros/Impurezas, 2% Fe e 1% C.
b) 95% Fe, 4% C e 1% Outros/Impurezas.
c) 99% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
d) 97% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
e) 2% Fe, 98% C e 1% Outros/Impurezas.
22
CLASSIFICAÇÃO
DOS MATERIAIS
23
2.1 METAIS
Com visto no conceito da ciência dos materiais, classificam os materiais de acordo
com sua composição química. Dentro desta classificação, os materiais me¬tálicos são
definidos como materiais sólidos que possuem uma grande quantidade de elétrons
livres. Esta definição se dá através de estudos sobre as principais propriedades destes
materiais. Os metais são bons condutores elétricos e térmicos devido à presença dos
elétrons livres em sua estrutura, oferecem bons parâmetros de deformação física
(ductilidade) e apresentam superfície opaca (apresentam brilho se polidos), alguns
exemplos são mostrados na Figura 2.
Um exemplo clássico de liga metálica é sem dúvida o aço, esta liga é o insumo
mais utilizado no mundo (SHACKELFORD, 2008). O ferro (Fe) sozinho não configura boa
propriedades para aplicações reais, devido a sua alta fragilidade e alta oxidação. Desta
forma adicionam-se quantidades consideráveis de carbono (C), Silício (Si), Enxofre
(S), Fosforo (P), Manganês (Mn) e outros elementos para melhorar suas propriedades
criando a liga metálica que se conhece por aço.
“Classicamente, define-se aço como uma liga ferro-carbono com até cerca de
2% de carbono. Este limite é associado à máxima solubilidade do carbono no ferro com
estrutura CFC” (COLPAERT, 2008, p. 10). A composição química de muitas ligas metálicas
pode variar dependendo dos métodos de processamento, local ou outras circunstâncias,
contudo existem valores limites tabelados para que uma liga seja classificada de acordo
com os tipos existentes. Este limite se dá pela solubilidade da mistura em determinada
configuração estrutural.
“[...] existe uma concentração máxima de átomos de soluto que pode se dissolver
no solvente para formar uma solução sólida; isso é chamado limite de solubilidade.”
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021, p. 226). Esta solubilidade está dire-tamente ligada às
condições que envolvam o processo e a temperatura em que ele é executado.
As ligas metálicas possuem duas principais ramificações, ligas ferrosas e não
ferrosas. Para que uma liga seja classificada com ferrosa, é necessário que o Fe seja
o principal elemento da mistura. Já a classificação não ferrosa se dá pelo inverso das
ligas ferrosas, como um exemplo clássico destas ligas pode-se citar: ligas de alumínio,
níquel, cobre, dentre outras.
A rede de átomos de um material metálico é ordenada, bem dispostas ao longo
de sua estrutura. Essa configuração permite ao material propriedades como: rigidez,
resistência à fraturas e ductilidade. Além disso, como já explicitado, os elétrons livres
dão ao material uma excelente condutibilidade (térmica e elétrica), por este motivo os
metais são considerados condutores de eletricidade.
2.2 POLÍMEROS
Os materiais poliméricos, ou simplesmente polímeros podem ser caracterizados
como hidrocarbonetos. Hidrocarbonetos são constituídos apenas de Carbono (C) e
Hidrogênio (H), estes compostos são normalmente provindos do petróleo. A principal
característica dos polímeros é sua massa molar elevada. Essa característica se dá pela
presença de muitas unidades de repetição em sua estrutura.
25
VAMOS PENSAR?
Existem dois principais fatores que limitam o uso dos polímeros em massa, o primeiro de-
les está relacionado à matéria prima deste material que configura em sua maioria como
27
fontes não renováveis. Outro fator crucial na utilização dos polímeros está relacionado ao
descarte destes materiais, principalmente pela falta de informação dos usuários finais.
Em um destes impasses a empresa “ABC” fabricante de embalagens de produtos deseja
aperfeiçoar seu processo, por estar sendo fiscalizada pelo órgão ambiental devido à gran-
de produção de resíduos sólidos em seu processo e também no pós-venda do produto. A
empresa está fazendo um estudo para substituir a matéria prima de sua produção para
um polímero que permita a reciclagem e seja menos prejudicial ao meio ambiente. Com os
conhecimentos adquiridos ao longo do capítulo, qual ou quais seriam os melhores meios
de mitigar os problemas causados pela utilização da matéria-prima atual?
2.3 CERÂMICOS
Os materiais cerâmicos são materiais sólidos, cristalinos e inorgânicos. Como
estudado, o uso deste material não é tão recente pelo homem, já que desde a descoberta
do fogo no período Neolítico a espécie homo sapiens vêm utilizando cerâmicas em suas
atividades cotidianas. Estima-se que este uso passe dos 15 mil anos de existência.
O termo cerâmica é derivado da palavra grega “kéramos”, que traduzida para a
língua portuguesa significa “terra queimada”. Os gregos deram este nome ao material
devido o método de obtenção dele, onde as cerâmicas eram confor¬madas, moldadas
conforme solicitação e posteriormente levadas ao fogo para adquirirem propriedades
desejadas da aplicação deste material.
Sua composição química é dada na maior parte do tempo por argila, e esta
é compota por hidróxidos de alumínio que são ligados a óxidos de silício através de
ligações fortes. Todavia para que o material apresente as propriedades desejadas após
a queima, se adicionam sílica, feldspato, caulim, talco, amianto, volatonita, silimanita e
outros.
FIQUE ATENTO
O vidro inorgânico também faz parte da família dos materiais cerâmicos, sua composi-
ção química mais comumente vista pode chegar até 70% de sílica somando-se a nitretos
e óxidos. Os vidros possuem todas as propriedades dos materiais cerâmicos, sua única
diferença está ligada ao seu arranjo atômico, sendo este regular, o que configura a este
material a característica transparente e não amorfo como as outras cerâmicas.
FIQUE ATENTO
Os materiais cerâmicos apresentam alta longevidade se comparados aos demais, isso
porque não sofrem alterações nas propriedades com a presença do calor, não se degra-
dam (oxida) com os gases presentes na atmosfera como os metais, não são afetados
por inchamento ou dissolução como os polímeros e também não perdem propriedades
se expostos ao sol.
2.4 COMPÓSITOS
Materiais compósitos são aqueles obtidos através da mistura de dois ou mais
materiais diferentes. Em suma, a fabricação deste tipo de material tem como prin¬cipal
objetivo a criação de um novo material com propriedades já existentes em outros já
conhecidos. Isso porque muitas vezes os processos de fabricação e os tratamentos não
são suficientes para agregar a um tipo de material uma propriedade específica.
A fabricação de um material compósito normalmente é dada através da escolha
de um material base que recebe o nome de matriz e um material de adição que pode
ser denominado fase. Um exemplo clássico deste tipo de material é a fibra de vidro,
que tem como material base um insumo caracterizado como polimérico e uma fase
dispersa caracterizada como cerâmica (vidro).
Os materiais compósitos são subdivididos em três grupos, compósitos reforçados
com partículas, reforçados com fibras e estruturais. A principal diferença entre esta
subdivisão está relacionada ao comportamento das matrizes e fases. Cada subdivisão
se comporta de uma maneira para atender certo tipo de solicitação na aplicação do
material. Esta subdivisão pode ser melhor compreendida a partir do Quadro 1:
Como visto, os compósitos reforçados por fase particulada possuem uma única
matriz, e as fases são posicionadas de forma dispersa em meio a matriz. Um exemplo
deste tipo é o concreto onde o cimento é a matriz e as fases são areia, britas e outros.
Já os compósitos por reforços fibrosos também possuem uma única matriz, com a
diferença de que suas fases são materiais fibrosos como é o caso das fibras de vidro,
onde a resina (polímero) é a matriz e o vidro a fase.
Já nos casos de compósitos estruturais não existe apenas uma matriz, sua
concepção se dá através do empilhamento de matrizes diversas. Um exemplo clás¬sico
e a fuselagem de aeronaves que são produzidas a partir de várias matrizes de carbono,
formando uma espécie de sanduiche de carbono.
O estudo e compreensão dos compósitos é importante para a ciências dos
materiais porque possibilita a criação de algo novo. Através do conhecimento de
propriedades de materiais distintos, se pode obter um material inovador e capaz de
possuir agregar que não seriam adquiridas utilizando um único material.
Estes materiais são amplamente utilizados na construção civil, plantas de energia
como hidrelétricas e centrais térmica, siderúrgicas, fábricas automotivas, medicina,
30
comunicação (antenas), artigos de esporte e lazer, plataformas off-shore para extração
de petróleo e diversas áreas do mundo inteiro.
FIQUE ATENTO
Os biomateriais nada mais são que aplicações de outros materiais como metais, políme-
ros ou cerâmicos em atividades biológicas. Desde que seja comprovada a ausência de
interação com os organismos vivos e o corpo hospedeiro destes materiais, eles poderão
ser utilizados para qualquer finalidade descrita.
2. Ligas metálicas são a junção de dois ou mais elementos, dos quais ao menos um
precisar ser classificado como metal. As ligas metálicas são usuais pela absorção das
propriedades de todos os elementos utilizados em um único material. Dessa forma as
ligas metálicas podem ser classificadas em dois principais tipos, as ligas ferrosas e
não ferrosas. Ligas ferrosas são aquelas que possuem como principal componente o
ferro, já as não ferrosas possuem outros componentes como elementos principais da
mistura. De acordo com a literatura são exemplos de ligas não ferrosas:
a) F – F – V – F - V.
b) F – F – V – V – V.
c) F – V – F – F - F.
d) V – F – V – V - V.
e) F – F – V – V - V.
( ) São os compósitos onde várias matrizes são empilhadas umas sobre as outras
formando um único material.
( ) O concreto é um exemplo deste tipo de compósito.
( ) São os compósitos onde as fases encontra-se dispersas na matriz, de forma
desordenada.
( ) As fibras de vidro e carbono são exemplos deste compósito;
( ) São os compósitos onde as fazes encontra-se na forma de fibras na matriz,
normalmente empilhadas e ordenadas em camadas.
( ) Fuselagem de aeronave é um exemplo deste tipo de compósito.
a) 2 – 3 – 1 – 2 – 3 - 1.
b) 2 – 2 – 1 – 3 – 2 - 2.
c) 3 – 1 – 1 – 2 – 2 - 3.
d) 3 – 1 – 1 – 3 – 2 - 2.
e) 3 – 1 – 2 – 1 – 2 - 1.
ESTRUTURA ATÔMICA E
LIGAÇÃO INTERATÔMICA
37
3.1 ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS
A=P+N
FIQUE ATENTO
O número de massa atômica (A) é diferente do valor calculado da massa atômica (MA).
Sendo o “A” a soma crua de prótons e nêutrons e “MA” uma média ponderada dos isóto-
pos presentes na natureza de um determinado elemento químico.
Nesse caso, a massa atômica dos elementos que compõem o átomo é calculada
através da média ponderada dos isótopos. Para determinar este padrão, utilizou-se o
carbono (C), pois este se trata do elemento mais abundante na nature¬za. Através do
cálculo, definiu-se que 1 UMA (Unidade de massa atômica), é 1/12 da massa total do C
(FONSECA, 2013).
Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2021) a massa atômica (A) de um determinado
elemento é especificada em UMA/átomos ou simplesmente mol. Mol é a unidade de
medição utilizada pela química para contabilizar a matéria microscópica presente em
um determinado átomo ou molécula.
VAMOS PENSAR?
Visto a necessidade do cálculo de massa atômica e sua importância para a química e a
ciência dos materiais, se tem a seguinte situação: O Neônio (Ne) está presente na natureza
na forma dos seguintes isótopos ( 𝑁𝑒 20, 90,92% na natureza e 20,00 de massa atômica
| 𝑁𝑒 21, 0,26% na natureza e 21,00 de massa atômica | 𝑁𝑒 22, 8,82% na natureza e 22,00
de massa atômica). Para calcular sua massa atômica realiza-se a média ponderada dos
seus isótopos,
𝑀𝐴
𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ % + 𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ % + 𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ %
=
100
Com o passar das eras notou-se que a mecânica clássica já não era o suficiente
para descrever certos fenômenos ou comportamento dos sólidos devido a presença
dos elétrons. A mecânica quântica foi desenvolvida com o propósito de compreender o
comportamento das cargas negativas presentes nos átomos e nos sólidos cristalinos.
O modelo atômico de Bohr foi o primeiro existente a utilizar os recursos da mecânica
quântica para estudar estes fenômenos. Este modelo descrevia um comportamento
dos eletros conforme a Figura 6. Os elétrons orbitam em rotas bem definidas ao redor
do núcleo do átomo. Era um modelo simples e concreto.
Neste modelo Borh descrevia a energia presente elétrons como quantizadas, onde
cabia a estas partículas quantidades específicas de energia. Sua energia é mutável
desde que ele realize um salto quântico para maior (absorção) ou menor (emissão) de
energia. Porém este modelo de Bohr não satisfazia condições especí¬ficas na mecânica
quântica, onde os elétrons não possuem variação contínua, mas sim uma quantidade
de energia finita.
Um dos métodos encontrados para a solução de diversos impasses com este
40
modelo, foi a criação de um modelo chamado mecânico ondulatório. Neste modelo os
elétrons são caracterizados tanto como ondas ou partículas, portanto não se movem
em orbitais ao redor do núcleo, mas sim podem aparecer em qualquer posição em seu
interior, assim nasceu o conceito de nuvem de elétrons.
O “mt” é o responsável por definir quantos estados uma subcamada pode ter,
onde “s” tem único estado, “p” três estados “d” cinco estados e “f” sete estados. Já o spin
é diretamente relacionado com o momento de spin (sentido de rotação) que pode ser
positivo ou negativo (1/2 | -1/2), este momento cria campos magnéticos gerando forças
que podem se atrair ou repelir (FONSECA, 2013).
Cada uma das camadas definidas pelo “n” recebe uma quantidade máxima de
elétrons, esta informação está apresentada na Tabela 2:
Nível (n) 1 2 3 4 5 6 7
Camada K L M N O P Q
Qtd. Elétrons 2 8 18 32 32 18 2
Tabela 2: Quantidade Máxima de Elétrons por Camada
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Elemento K L M N O P Q
Hidrogênio – H1 1 - - - - - -
Carbono – C6 2 4 - - - - -
Cálcio – Ca20 2 8 8 2 - - -
Tabela 3: Exemplos de Distribuições Eletrônicas de Alguns Elementos
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
42
Contudo o modelo de Bohr não satisfazia a necessidade da distribuição de elétrons
nos subníveis de energia da nuvem de elétrons. Desta forma Linus Pauling aperfeiçoou a
distribuição eletrônica criada por Erwin Madelung, para explicitar a ordem dos elétrons
dentro das orbitais. O diagrama de Linus Pauling (Figura 7), é a forma de descrever a
distribuição dos elétrons na eletrosfera, seu conceito é que para os níveis de energia
de 1 a 7 existem subníveis (s, p, d, f) ligados às órbitas do núcleo. Os orbitais possuem
quantidade máxima de elétrons que eles podem com¬portar, estes números podem
ser vistos na Tabela 4:
Subnível (i) s p d f
Orbitais por (i) 1 3 5 7
Qtd. Elétrons 2 6 10 14
Tabela 4: Quantidade Máxima de Elétrons por Subcamada
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Grande parte das propriedades dos materiais podem ser explicadas levando
em consideração as ligações interatômicas dos átomos em sua composição. Quanto
mais distantes, menor é a força interatômica de ligação, mas quando os átomos se
aproximam esta ligação se fortifica. As forças interatômicas podem ser classificadas
como repulsivas ou atrativas, e de acordo com Shackelford (2008) as ligações ainda
podem ser: metálicas, covalentes, iônicas e de van der Waals (secundárias). Se
comparadas as ligações existentes pode-se dizer que a ligação de van der Waals é
relativamente fraca em relação as demais.
As ligações interatômicas dos sólidos são complexas, onde ocorrem em grande
quantidade dadas baixas taxas de tempo. A energia gerada por estas ligações irá
depender do tipo de material e como elas se comportam, bem como qual o tipo de
ligação o sólido possui. As ligações iônica, covalente e metálica são consideradas
ligações primárias já a ligação de van der Waals é uma ligação secundária, dessa
forma cada uma delas terá uma magnitude diferente de energia.
Cada tipo de ligação existente condiciona-se pelos elétrons na camada de valência
e das ordenações eletrônicas dos átomos. Cada ligação tem um comportamento
diferente, influenciando as propriedades dos físicas materiais em diferentes segmentos.
Um exemplo clássico são materiais que possuem altos níveis de energia das ligações,
estes normalmente possuem ponto de fusão também elevado.
A ligação iônica é uma das mais simples de ser compreendida, isso porque ela
compreende a ligação entre materiais metálicos e ametálicos. Os elementos metálicos
possuem facilidade em perder os elétrons localizados em sua camada de valência, e
por isso os não metálicos possuem certo interesse, pois estes necessitam da adição de
elétrons em sua camada de valência para serem estáveis.
Quando dois elementos cedem ou recebem elétrons eles passam a se comportar
como um gás inerte, isso por estarem com configuração estável. A condição estável
em um elemento indica que todos os orbitais da eletrosfera estão preenchidos com
os elétrons necessários. Após esta ligação os elementos se tornam íons, ou seja, estão
eletricamente carregados.
A ligação iônica mais ilustrativa que existe é sem dúvida o NaCl (Cloreto de Sódio),
o sal de cozinha. A Figura 10 ilustra este fenômeno:
44
No esquema ilustrado o metal Sódio (Na), cede para o ametal Cloro (Cl) seu elétron
da camada de valência. Ambos se tornam íons (Na+ e Cl-), sendo o Sódio um cátion
(carga positiva) e o Cloro um ânion (carga negativa). Assim ambos os íons formam
a ligação iônica originando o NaCl (Cloreto de Sódio), mais comumen¬te conhecido
como o sal ou sal de cozinha.
Apesar da ligação iônica ser uma das mais simples de ser estudada, ela se
caracteriza como uma ligação não direcional. Uma ligação não direcional se caracteriza
pelo comportamento “aleatório” dos elétrons, onde quaisquer elementos eletropositivos
e negativos se atrairão sem levar em consideração a direção para onde estão indo.
Nesta ligação ambos os elementos compartilham seu único elétron, fazendo com
que ambos passem para a configuração estável. Neste estágio ambos passam a ser
donos de ambos elétrons. Esta ligação é bastante presente em sólidos elementares,
como por exemplo o Carbono (C), Diamante, Silício (Si), Germânio (Ge), etc.
As ligações covalentes possuem uma característica de ser muito fortes, como é
45
o caso do diamante, que possui uma dureza elevada e sua temperatura de fusão pode
chegar até 3550°C. Elas também podem ser fracas, como é o caso do bismuto, que tem
baixa dureza e temperatura de fusão de 270°C.
Ao contrário da ligação iônica, a ligação covalente é direcional, ou seja, ela possui
direção (elementos compartilhados). O direcionamento das ligações podem formar
ângulos, como a água (H2O) onde o átomo de O (Oxigênio) tem caráter negativo e o
H (Hidrogênio) positivo, criando um ângulo entre os dois H presentes, como mostra a
Figura 12.
Neste esquema os elétrons que estão na camada de valência dos metais, não se
ligam a nenhum átomo, ficando livres para movimentarem ao longo de to-da a extensão
do metal, funcionando com uma espécie de força que mantém todos próximos e ligados.
46
Os elétrons dos elementos que não são parte da camada de valência em conjunto com
os núcleos, formam núcleos carregados chamados de iônicos, com carga positiva que
se equivalem com a carga negativa dos elétrons da camada de valência (CALLISTER JR.;
RETHWISCH, 2021).
As ligações de van der Waals também são conhecida como ligações secundárias.
Diferente das ligações existentes, esta é uma ligação de baixa força de interação. Este
nome é dado a qualquer ligação interatômica relativamente fraca entre os elementos.
De forma natural, esta ligação existe em qualquer ligação entre dois elementos, mas
quando existe a presença de qualquer uma das ligações primárias, a força da ligação
de van der Waals é tão baixa que chega a ser desprezível.
Estas ligações apesar de fracas estão subdivididas em quatro principais tipos:
• Atração entre dipolos permanentes;
• Atração entre dipolos induzidos;
• Forças de dispersão
• Pontes de hidrogênio;
A causa raiz desta ligação é chamada de polarização de moléculas, e ela é
originada principalmente de dipolos elétricos, formados em toda a extensão de uma
molécula assimétrica, isso caracteriza a presença tanto de polos positivos quanto
negativos na molécula em questão. A polarização molecular acaba gerando a força
de atração dos dipolos permanentes. Para os dipolos induzidos, este fenômeno ocorre
em moléculas apolares, ou seja, a aplicação de um campo eletromagnético é capaz de
polarizar a molécula (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
Já as forças de dispersão estão presentes nas moléculas simétricas e também
nos gases nobres. De acordo com a movimentação eletrônica das moléculas é possível
que ocorra uma polarização. Esta força é fraca, mas é capaz de manter as moléculas
dos gases nobres ligadas entre si (unidas).
Pontes de hidrogênio se caracterizam pela ligação de um átomo de hidrogênio
com átomos bem maiores, como F (Flúor), O (Oxigênio), N (Nitrogênio) e outros. Dentro da
classificação das ligações de van der Waals, as pontes de hidrogênio são consideradas
as mais fortes. Uma das principais características desta ligação é a temperatura de
ebulição elevada dos elementos.
47
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Estrutura atômica é o nome que se dá a ordenação das partícu¬las de um átomo. Os
átomos são compostos basicamente de três partículas que são chamadas de: Prótons,
Nêutrons e Elétrons. Todavia estas partículas possuem cargas que podem ser positivas,
negativas ou neutras. De acordo com e leitura do capítulo e com os conhecimentos
adquiridos assinale a alternativa que caracterize na carga correta dos Prótons, Nêutrons
e Elétrons respectivamente:
7. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um metal
e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta capacidade de
doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não metais possuem alta
capacidade de absorção destes elétrons doados pelos metais. Uma das ligações mais
comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é conhecido. De acordo com o texto, qual é a
ligação apresentada?
8. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um metal
e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta capacidade de
doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não metais possuem alta
capacidade de absorção destes elé¬trons doados pelos metais. Uma das ligações mais
comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é conhecido. De acordo com o texto, estamos
falando da ligação?
ESTRUTURA
CRISTALINA E
NÃO-CRISTALINA
51
4.1 CÉLULAS UNITÁRIAS E REDES DE BRAVAIS
Esta representação ficou conhecida como rede de Bravais, como visto na Figura
15, para homenagear seu criador, sua utilização após o descobrimento foi inicialmente
em meados de 1848 e descrevia de forma simples, através de ilustrações de fácil
entendimento a distribuição das partículas dentro das 14 células unitárias estudadas.
FIQUE ATENTO
Nem todas as células unitárias da rede de Bravais serão utilizadas nos estudos básicos
da ciência dos materiais, isso porque a grande maioria dos materiais cristalinos utilizados
são os metais, estes materiais não apresentam células unitárias muito variadas em sua
composição estrutural (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
54
Através da classificação das células unitárias e da caracterização dos mate¬riais
com base nelas, notou-se que os materiais que possuíam estrutura cristalina eram
os metais, sais e alguns minerais. Dessa forma as principais estruturas dos materiais
utilizados eram: Cúbica de Face Centrada (CFC), Cúbica de Corpo Centrado (CCC) e a
Hexagonal Compacta (HC).
N Va
FEA =
Vc
Onde:
VAMOS PENSAR?
Tendo como base os conhecimentos sobre a CS, qual é o fator de empacotamento dela
com base nos seguintes dados:
•• N → 1⁄8 ∗ 8 = 1
•• Va → 4⁄3 ∗ 𝜋 ∗ 𝑅3
•• Vc → a3 = 2R3 = 8R
1 � 4�3 � π � R3
FEA =
8 � R3
Pode –se observar com base na figura apresentada que a principal diferen-ça
entre ambas estruturas é a localização dos átomos fora do vértice, uma vez que para
todas as estruturas cúbicas existem átomos em cada vértice. Na CCC o átomo central
do cubo ocupa a posição de maior destaque, já na CFC os átomos localizados nas
faces são os que configuram a ela o nome científico.
A célula CCC é um formato muito encontrado no tântalo, tungstênio, nióbio, lítio,
56
bário, lítio, potássio, cromo, vanádio, etc. Para este tipo o fator de empacotamento é
calculado com base nos seguintes dados:
N = 1�8 � 8 + 1 = 2
Va = 4�3 � π � R3
3
Vc = a3 = 4R�
3
A célula CFC é um formato muito encontrado no ouro, prata, cobre, níquel, platina,
alumínio, chumbo, cálcio, etc. Para este tipo o fator de empacotamento é calculado
com base nos seguintes dados:
N = 1�8 � 8 + 1�2 � 6 = 4
Va = 4�3 � π � R3
Vc =
a2 + a2 = 4R 2
2a2 = 16R2
a = 2 2R
3
a3 = 2 2 R
a = 16R3 2
N = 3
Va = 4�3 � π � R3
Va = 12R3 3
57
Já a hexagonal compacta caracteriza-se por dois hexágonos um sobre o outro,
assim como a simples, em cada vértice dos hexágonos existe um átomo, no entanto,
entre os hexágonos existe um plano intermediário contendo 3 átomos, como mostra a
Figura 18. O parâmetro de rede “a” é diferente de “c”, os ângulos da base são novamente
de 120º enquanto os verticais são de 90º. Este tipo de estrutura é vista no lítio, berílio,
magnésio, cádmio, berquélio, cobalto, etc.
Para este tipo o fator de empacotamento é calculado com base nos seguintes
dados:
N = 3 + 3 = 6
Va = 4�3 � π � R3
Vc = 24R3 2
Existem nos planos direções paralelas, mas com índices distintos que apresentam
igualdade em arranjos atômicos iguais. Essas direções são denominadas equivalentes
ou famílias e podem ser representadas por <100> (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
A principal função de uma direção cristalográfica é demonstrar uma orientação
específica de um monocristal ou policristal. O conhecimento deste conceito é importante
para diversas aplicações na ciência dos materiais, por exemplo: metais deformam-
se com facilidade nas direções de contato dos átomos, e também, as direções
cristalográficas influenciam diretamente nas propriedades magnéticas dos materiais.
Assim como as direções os planos cristalográficos também são importantes para
a determinação de certas propriedades dos materiais. O plano cristalográfico é fator
muito importante no crescimento dos cristais, pois eles são altamente de¬pendentes do
plano em que nascem. Assim como as direções, para determinar um plano é necessário
seguir alguns passos:
1. Os parâmetros de rede a,b,c são determinados nos eixos x,y,z respectivamente, se o
plano inicia na origem (0, 0, 0) adota-se outra origem;
2. Um plano cristalográfico pode interceptar ou ser paralelo com base em um dos eixos
x,y,z;
3. Se um plano é paralelo a um eixo, seu intercepto é considerado infinito, onde o inverso
é igual a zero;
4. Ao contrário das direções, os números dos planos são multiplicados por números
inteiros, de forma a obter valor inteiro para todas as posições;
5. Os índices são representados dentro de parênteses sem espaço ou vírgula (XYZ);
6. Caso exista algum índice negativo, o mesmo é apresentado com um traço por cima,
como nas direções.
59
A Figura 20 demonstra alguns exemplos de um plano cristalográfico qualquer:
Para Padilha (2000) as lacunas em alto número são formadas a partir de uma
alta taxa de resfriamento. Sendo importantes para determinar a taxa de difusão dos
átomos nos sólidos, em especial para os materiais classificados como metal puro.
O índice Nv (Número de Lacunas em Equilíbrio) está diretamente ligado à
temperatura submetida ao material. Quanto maior a temperatura, maior o Nv, tam¬bém
pode-se calcular de acordo com a equação (3):
Qv
−
Nv = N � e k�T
Onde:
N = Sítios atômicos
Qv = Energia necessária (para formar lacunas)
T = Temperatura Absoluta (Kelvin)
k = Constante de Boltzmann (8,62x10-5 eV/átomo-k)
Os defeitos intersticiais são formados quando existe a presença de um átomo
ou íon extra (à mais) dentro da estrutura cristalina observada. Esse fenômeno de
caracteriza como intersticial quando o raio atômico é muito pequeno, alocando-se na
rede causando deformações, mas sem substituir outra partícula componente da rede,
a Figura 22 demonstra esse efeito:
Em ambos os casos se denomina esta rede cristalina como uma solução sólida.
Essa solução pode ser: intersticial, substitucional e ordenada. Para classificar e determinar
melhor a condição, a regra de Hume-Rothery foi determinada, esta regra dita:
1. Ambos os raios atômicos não devem possuir uma diferença de mais de 15% de
tamanho;
2. Estruturas cristalinas precisam ser iguais;
3. A diferença da camada de valência não pode ser maior do que 1;
4. Quanto a eletronegatividade, ela deve ser mais parecida possível, quase igual em
ambos os elementos.
FIQUE ATENTO
As maclas podem ser formadas de duas formas. Tanto por deformações plásticas oca-
sionadas por esforços ou por recozimento do material. Se a macla for proveniente de um
tratamento térmico, denomina-se macla de recozimento, se for por processo de defor-
mação plástica, denomina-se macla de deformação. Assim como os contornos de grãos,
as maclas acumulam alta energia e podem ser locais preferenciais para a formação de
vazios ou segregação das partículas que compõem o material (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
64
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Os três estados da matéria são: Gasoso, Líquido e Sólido. Estes estados são definidos
principalmente pelo arranjo estrutural das partículas atômicas em sua estrutura física.
Sendo os gases caracterizados por partículas mais dispersas e desordenadas, os líquidos
por partículas menos dispersas e desordenadas e os sólidos por partículas próximas e
ordenadas. Esta ordenação atômica só é possível segundo duas principais forças que
atuam nas partículas da matéria, elas são coesão e repulsão. Assinale a alternativa que
possui a definição correta de ambas as forças que agem nas partículas da matéria.
a) Quanto mais repulsa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um sólido e
quanto mais coesa, um gás.
b) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um líquido e
quanto mais repulsa, um gás.
c) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um sólido e
quanto mais repulsa, um líquido ou gás.
d) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra uma da outra e
quanto mais repulsa, mais longe.
e) Quanto mais coesa uma partícula, mais longe ela se encontra uma da outra e quanto
mais repulsa, mais perto.
a) Polímeros e Vidros.
b) Materiais Cerâmicos.
c) Metais, Polímeros e Vidros.
d) Metais, Semicondutores e Vidros.
e) Sais, Minerais e Metais.
4. A rede de Bravais foi construída com base em longos estudos para a classificação
das células unitárias dos sólidos cristalinos, ao longo das pesquisas August Bravais
esquematizou as 14 células unitárias existentes em formas geométricas de fácil
entendimento. Com base nos estudos ao longo das eras notou-se então que os
principais sólidos cristalinos estudados e apli¬cados eram principalmente 3, eles são:
N Va
FEA =
Vc
Dados os valores:
N = 1�8 � 8 + 1 = 2
Va = 4�3 � π � R3
a) 0,74 ou 74%.
b) 0,63 ou 63%.
c) N.D.A.
d) 0,52 ou 52%.
e) 0,68 ou 68%.
Dados os valores:
N = 1�8 � 8 + 1�2 � 6 = 4
Va = 4�3 � π � R3
Vc = a2 + a2 = 4R 2
a) 0,74 ou 74%.
b) 0,73 ou 73%.
c) Nenhuma das alternativas.
d) 0,58 ou 58%.
e) 0,68 ou 68%.
CARACTERÍSTICAS DOS
FÍSICA E QUÍMICAS
SÓLIDOS
68
5.1 DIFUSÃO
A difusão é caracterizada por um processo físico onde as substâncias loco-
movem-se com ponto de partida e chegada diferentes. Normalmente a substância
deixa uma região concentrada para uma menos concentrada de forma espontânea
ou aleatória.
A difusão nos sólidos segue este princípio, para Callister Jr. e Rethwisch (2020)
existem duas condições básicas para que o átomo se mova: deve existir um vazio
adjacente e o átomo precisa possuir a energia necessária para quebrar sua atual
ligação entre seus vizinhos.
O processo de difusão nos sólidos pode ser ativado conforme a variação
do gradiente de temperatura, isso porque é um processo que depende muito da
temperatura aplicada. A equação que descreve o fluxo dos átomos pode ser descrita
como equação de Arrhenius, expressa pela Equação (4):
−Q
Flx = C � e R�T
Onde:
C = Constante
Q = Energia Ativadora (cal/mol)
R = 1,987cal/mol∙k (Constante dos Gases)
K = Temperatura Absoluta (Graus Kelvin)
Ao aplicar a função logarítmica em ambos os lados da equação, obtém-se a
equação (5):
−Q 1
ln(Flx) = ln (C)
R T
Através da equação pode-se obter uma reta que se comporta sob a influên¬cia
da inclinação expressando o valor de (-Q/R), interceptando (1/T) em zero e igualando-
se a ln (C), a Figura 28 esquematiza a reta, demarcando a interceptação (1/T) e sua
inclinação:
A difusão pode ocorrer por lacunas, neste caso o ponto de chegada do átomo é
uma lacuna ou sítio adjacente ao seu ponto de partida, criando outra la-cuna em sua
posição inicial devido a sua ausência. A nova lacuna formada fica livre para que outro
átomo a tome, desde que ele seja da mesma espécie do átomo que a criou, também
pode ser ocupada por um átomo intersticial.
FIQUE ATENTO
Quando a nova lacuna é preenchida por um novo átomo ela recebe o nome de autodi-
fusão e quando ela é preenchida através de um átomo intersticial ela recebe o nome de
interdifusão (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
Q
− RT
D = −Do � e
Onde:
Do = Fator pré-exponencial (m2/s)
Q = Energia de ativação
R = Constante dos gases
T = Temperatura absoluta
FIQUE ATENTO
O CD é diretamente ligado a temperatura e energia de ativação da difu-são. Baseando-
-se na composição de cada material, essa energia de ativação pode ser alta ou baixa,
como por exemplo em difusão intersticial e de pequenos átomos onde essa energia é pe-
quena, já para difusão substitucional a energia de ativação é muita maior se comparada
a intersticial (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
Todavia a primeira lei de Fick é usual apenas para condições determinadas como
estacionárias, isto é, aquelas que o gradiente de concentração não sofre alterações
com o passar do tempo. Para que a primeira lei de Fick possa ser expressa por fluxo de
gradiente de concentração por uma área qualquer, utiliza-se a Equação (8):
∂C
Jx = −D �
∂X
Para os casos onde exista a difusão em uma fase transitória, Fick desenvolveu sua
segunda lei, para satisfazer a condição onde o perfil de concentração é variável com
base no tempo. A segunda lei de Fick é expressa pela Equação diferencial (9) abaixo:
∂C ∂2C
= −D �
∂t ∂X 2
Contudo determinar a segunda lei de Fick não é uma tarefa muito simples, sendo
necessário a definição das condições adversas de contornos, como concentações e
71
coeficiente de difusividade. Uma das soluções comumente utilizadas na ciência dos
materiais e expressa pela Equação (10):
Cs − Cx X
= erf � ( �
Cs − Co 2 Dt
Onde:
Cs = Concentração na superfície
Cx = Concentração baseada em uma distância “x”
Co = Concentração inicial
D = Coeficiente de difusividade
t = Tempo
Uma das aplicações mais comuns da segunda lei de Fick é no processo de
carbonetação, este processo objetiva-se em aumentar a concentração de carbo¬no
na superfície dos materiais. Neste caso expondo o material a uma atmosfera com alta
temperatura e presença de carbono, possibilitando a movimentação do carbono para
a superfície do material.
FIQUE ATENTO
Na carbonetação de um material a difusão só ocorre em materiais que tenham baixo teor
de carbono, isso porque a difusão precisa de um diferencial de concentração para que
ocorra. Caso um material com alto carbono seja submetido a este processo, ocorre o in-
verso, onde os átomos de carbono deixam o material para a atmosfera, este processo é
chamado de descarbonetação (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
VAMOS PENSAR?
A carbonetação, também chamada de cementação é um processo de difusão que pode
ser realizado em meio sólido, líquido e gasoso, em alguns casos mais específicos pode-se
utilizar também o plasma. Este processo depende principalmente de temperatura, tempo,
composição química do material e diferença de concentração de carbono. Conhecendo
as propriedades do carbono na estrutura dos materiais, a difusão que ocorre na cemen-
tação é utilizada para aumentar que característica superficial do material?
1. Uma linha deve ser traçada abordando a fase, damos a ela o nome de linha de
amarração, ela é traçada com base na região bifásica;
2. Toma-se nota das interseções da amarração e as fronteiras de ambos os lados;
3. Perpendiculares à amarração são traçadas até o eixo denominado
(composições);
4. Calcula-se a fração das fazes com base na Equação (11):
C∝ − Co S
WB = =
C∝ − CL S+R
Na Figura, a esquerda nota-se duas linhas bastante importantes, elas são a liquidus e
74
solidus. Estas linhas determinam onde se encontram as fases líquidas e sólidas, acima
da linha líquidos existe apenas uma fase (líquida), abaixo da linha solidus existe apenas
uma fase (sólida) e entre ambas as linhas existe uma fase líquida mais sólida. À direita,
representa-se uma liga metálica hipotética com uma composição “x”, com suas fases
líquida e sólida bem determinadas.
Os diagramas binários sem solução sólida são o inverso dos isomorfos, neste
caso os elementos não apresentam solubilidade ou a que existe é tão pequena que
chega a ser desprezível. Para estes diagramas destacam-se os pontos chamados de
transformações invariantes, isto é, pontos onde existam o equilíbrio e a presença de três
fases (ao mesmo tempo). O Quadro 3 destacam essas transformações invariantes:
Peritético α+ L → β
Monotético L1→L2 + α
Eutetóide γ→α+β
Peritetóide α+β→γ
Nos diagramas eutéticos existem duas fases três regiões a serem observadas,
sendo essas regiões predominantemente compostas quimicamente por: α, β e L. Essa
configuração pode ser vista na Figura 33.
75
Nesse sistema a reação ocorre dando origem ao aço, isso a partir da formação
de ferrita (α) mais a cementita (Fe3C) que são provenientes da austenita (γ). Esse é um
dos exemplos mais clássicos da transformação eutetóide na ciência dos materiais.
Nos diagramas peritéticos existem três regiões monofásicas, assim como no
sistema eutético, a única diferença está no tipo de transformação ocorrida. Sendo a
76
transformação peritética, a formação de uma fase sólida originada de uma fase líquida
mais uma fase sólida. Já os diagramas peritetóides existe a formação de uma fase
sólida a partir de duas outras fases sólidas.
1. A difusão nos sólidos pode ser utilizada como forma de tratamen¬to e melhoria de
propriedades físicas de alguns materiais. Ademais, nos processos de fabricação, mais
precisamente na etapa de solidificação, a difusão também se faz presente. Todavia
existem fatores que podem acelerar ou desacelerar a difusão quando em regime
transitório, eles são:
2. Complete as lacunas:
3. As leis de Fick são equações utilizadas para calcular a difusão tanto em fase estática
como transitória. Sendo a primeira lei para difusão estática e a segunda transitória. A
segunda lei foi desenvolvida para satisfa¬zer a condição onde o perfil de concentração
é variável com base no tempo. A segunda lei de Fick é expressa pela Equação diferencial
abaixo:
∂C ∂2C
= −D �
∂t ∂X 2
Para calcular a segunda lei de Fick ainda é necessário definir as condições adversas de
contornos. Uma das soluções é o cálculo de concentração, expresso por:
Cs − Cx X
= erf � ( �
Cs − Co 2 Dt
Uma fase é definida como parte de um sistema completo e homogêneo, desde que
delimitado por uma fronteira.
Porque
As fronteiras delimitam as propriedades químicas e físicas de cada uma das fases
observadas.
a) F – F – V - V
b) V – F – V - V
c) V – F – F - V
d) V – F – V - F
e) V – V – V - V
a) Diagrama Fe-S.
b) Diagrama Cr-Ni.
c) Diagrama Al2O3-MgO.
d) Diagrama Cu-Zn-Al.
e) Diagrama Fe-C.
a) Pressão.
b) Tempo.
c) fase sólida.
d) Temperatura.
e) Todos os três parâmetros são fixos.
81
COMPORTAMENTO
MECÂNICO E
APLICABILIDADE DOS
MATERIAIS
82
6.1 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
VAMOS PENSAR?
Você está na linha de frente de tomada de decisões de uma empresa que produz e co-
mercializa conjuntos de freio para automóveis (disco e pastilha), seu maior cliente está
insatisfeito com as manutenções e trocas recorrentes das pastilhas fornecidas. Sendo es-
sas pastilhas de um material metálico qualquer. Com base nos testes de laboratório sua
equipe estimou que o material poderia ser substituído por um material cerâmico, porém
essa substituição acarretaria em um custo de produção 10% maior, seu produto final fi-
caria 15% mais caro, mas 30% mais durável. Como você convenceria seu cliente de que a
troca vai ser benéfica para ambos os lados?
F
σ=
A
Onde:
F = Força aplicada (N)
A = Área da seção transversal do material (m²)
O ensaio de tração é o principal método de seleção de materiais, assim como
na caracterização das propriedades para diversas aplicações na engenharia. Nesse
ensaio existem seis principais parâmetros monitorados a fim de classificar o material
testado como sendo próprio ou não para sua aplicação, são eles: Carga Aplicada
(P), Comprimento Inicial (L0), Área Inicial (S), Comprimento Final (L), Deformação (D)
e Tensão Convencional (T). Cada ensaio de tração gera em gráfico, como mostra a
83
Figura 37, uma estatística do comportamento do material, este gráfico é chamado de
curva de deformação (ZICHELLE FILHO, 2006).
Onde:
l = Comprimento final (Sistema Internacional)
l0 = Comprimento inicial com carga zero (SI)
Onde:
σ = Tensão
84
E = Módulo de Young
ε =Deformação
Em suma o ensaio de tração é ideal para quantificar a ductilidade e a tenacidade
dos materiais, sendo a ductilidade caracterizada como a capacidade do material sofrer
deformação antes do seu rompimento. Já a tenacidade está relacionada ao quanto de
energia um material pode absorver antes da sua ruptura.
2F
HB =
πD D − D2 − D2i
Onde:
P
HV = 1,72
d2i
P
HK = 14,2
l2
Onde:
• HV = Dureza Vickers
• HK = Dureza Knoop
• P = Carga aplicada
di = Diagonais do indentador Vickers
• l = Diagonais do indentador Knoop
As durezas medidas podem ser convertidas de uma escala para a outra. Contudo
a conversão é feita de maneira empírica, levando em consideração experimentos que
foram tabelados. A Figura 38 apresenta uma escala de conversão utilizada entre os
quatro tipos de dureza existentes:
86
Como ilustrado pela Figura 39, a execução do teste de impacto é simples, o corpo
de prova preparado é fraturado por meio de um pêndulo. Para o cálculo da energia
gerada no impacto, realiza-se o delta entre as alturas final e inicial.
Através do ensaio de impacto se pode determinar a curva de transição dúc¬til-
frágil. Essa curva é a representação da temperatura onde existe a mudança de fratura
dúctil para frágil. O ensaio de impacto é realizado em temperaturas diferentes, com os
dados obtidos monta-se a curva esquematizada na Figura 40.
88
6.1.4 Fadiga
6.1.5 Fluência
São materiais que permitem a passagem da luz através das moléculas que
compõem o material, porém devido a sua variedade extensa alguns polímeros podem
permitir menos ou mais passagem de luz por sua estrutura.
Os polímeros são materiais muito resistentes e possuem baixa densidade, o que
configura a eles uma leveza se comparado aos demais materiais, contudo a maioria
deles não suportam bem as mesmas cargas em altas temperaturas. Em resumo, os
materiais poliméricos perdem propriedades ao serem expostos a uma determinada
temperatura.
Existe no Brasil uma Lei Federal que estabelece uma ordem de produção, descarte
e gerenciamento de resíduos sólidos gerados, essa Lei é a 12.305, de 2 de Agosto de 2010.
O conceito dos 3R (Reduzir, Reusar, Reciclar) está descrito por esta lei. Através dessa
ordem, espera-se criar um consumo sustentável para evitar ao máximo a geração de
resíduos, assim reduzindo os impactos causados ao meio ambiente.
A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), classifica resíduo como “[...] todo
material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade [...]” (BRASIL, 2010, art. XVI). A resolução CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
275 (2001) classifica os resíduos, assim como traz as diretrizes sobre a coleta seletiva,
onde são estabelecidos padrões de cores para identificação dos diferentes tipos de
resíduos, conforme o Quadro 4.
Cor Resíduo
Azul Papel/Papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduos Perigosos
Branco Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
Roxo Resíduos radioativos
Marrom Resíduos orgânicos
Cinza Resíduos não-recicláveis, misturados, ou contaminados
não passíveis de separação
Quadro 4: Classificação de Resíduos para Coleta Seletiva
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2001)
CLASSE Descrição
A São os resíduos recicláveis, como: concreto, tijolos, argamassas,
revestimentos variados, solo de terraplanagem, outros.
B São os resíduos recicláveis que não estão na CLASSE A, como os
plásticos, metais, papelões, madeira, vidro, embalagens, outros.
C São os resíduos sem processos de reciclagem, ou seja, não são reu-
tilizados. Um exemplo clássico é o gesso.
D São os resíduos classificados como perigosos, como tintas, sol-
ventes, óleos, graxas, outros. Também se enquadram nessa classe
resíduos contaminados, como demolições ou reparos em clínicas
de radiologia, indústrias e qualquer material confeccionado em
amianto.
Quadro 5: Classificação de Resíduos da Construção Civil
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2002)
FIXANDO O CONTEÚDO
2. Os ensaios realizados nos materiais são ideais para determinar certos comportamentos
em situações normais e anormais de trabalho, quando aplicados em alguma função
esses materiais estão sujeitos à forças e tensões que devem ser mensuradas e
calculadas antes da aplicação final de cada material. Existe um teste específico para
determinar a ductilidade de cada material, esse teste é mais comumente realizado em
materiais metálicos. O texto refere-se a
a) Ensaio de Dureza.
b) Ensaio de Impacto.
c) Ensaio Metalográfico.
d) Ensaio de Tensão deformação.
e) Ensaio de Tração e Compressão.
4. A dureza Brinell é realizada com um indentador de formato esférico, esse pode medir
até 10mm de diâmetro. Ele é forçado contra a superfície do material a ser testado. Para
calcular a dureza Brinell, utiliza-se a equação:
98
2F
HB =
πD D − D2 − D2i
Onde:
F = Força aplicada (Kgf)
D = Diâmetro do indentador (mm)
Di= Diâmetro da impressão (mm)
HB = Dureza Brinell (Kg/mm2)
a) HB = 225.
b) HB = 217.
c) HB = 227.
d) HB = 22,7.
e) HB = 27,2.
Onde:
HV = Dureza Vickers
HK = Dureza Knoop
P = Carga aplicada
di = Diagonais do indentador Vickers
l = Diagonais do indentador Knoop
Uma amostra de um material qualquer foi submetida aos testes de dureza Vickers e
Knoop, em ambos os casos foi aplicada uma carga de 10,5 kgf e a medida das diagonais
dos indentadores foi: 2,5 mm para Vickers e 1,5 para Knoop. Com base nos dados pede-
se, qual a dureza do material em cada uma das escalas?
a) HV = 6,9 e HK = 99,5.
99
b) HV = 7,0 e HK = 100,0.
c) HV = 3,0 e HK = 65,0.
d) HV = 2,9 e HK = 66,3.
e) Nenhuma das alternativas.
6. Para que um material venha a falhar é necessário que o mesmo passe por duas
etapas. Na primeira etapa existe a formação da trinca e a segunda é a propagação da
trinca originada pela primeira. Uma fratura como dúctil ou frágil é classificada conforme
a propagação da trinca no material. Dentro desse conceito, complete as lacunas.
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 D
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Brasília, DF: Senado Federal, [1966]. Disponível em: https://bit.ly/3isX3Ei. Acesso em: 25
jul. 2020.
BRASIL. Lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos
Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências. (LEI KANDIR). Brasília, DF: 13 [s. n.], [1996].
Disponível em: https://bit.ly/3ci8bTE. Acesso em: 15 fev. 2020.
BRASIL. Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Senado
Federal, [2002]. Disponível em: https://bit.ly/3jypZw9. Acesso em: 26 jul. 2020.
CAPARROZ, R. Direito Tributário Esquematizado. 4. ed. São Paulo : Saraivajur, 2020. 784 p.
CHIMENTI, R. C. Coleção Sinopses Jurídicas - Direito Tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva,
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MACHADO SEGUNDO, H. D. B. Código Tributário Nacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 584
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PAULSEN, L. Curso de Direito Tributário Completo. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
SABBAG, E. Série Método De Estudo Oab - Direito Tributário. 1ª. ed. Rio de Janeiro : Método,
2016. 288 p.
SABBAG, E. Direito Tributário Essencial. 7. ed. Rio de Janeiro: Método, 2019. 376 p.
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