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SISTEMAS ESTRUTURAIS I
Profª. Esp. Renata de Oliveira Marinho
2

SISTEMAS ESTRUTURAIS I
PROFª. ESP. RENATA DE OLIVEIRA MARINHO
3

Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério

Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira

Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos

Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Me. Cristiane Lelis dos Santos

Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Débora Rith Costa Teixeira

Revisão Técnica: Prof. Clélio Rodrigo Paiva Rafael



Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes
Lorena Oliveira Silva Portugal

Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Daniel Guadalupe Reis
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos

© 2023, Editora Prominas.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS I
1° edição

Ipatinga, MG
Editora Prominas
2023
5

RENATA DE OLIVEIRA
MARINHO
Graduada em Engenharia Civil pela
Universidade Federal Rural do Semi-
-Árido (UFERSA), bacharelada em Ci-
ência e Tecnologia na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Especialista em cálculo estrutural e
fundações pela Faculdade Integrada
de Patos (FIP). Desenvolvi atividades
junto a Empresa Júnior de Engenha-
ria Civil da UFERSA, Pilares Engenha-
ria Júnior, como Membro da Diretoria
de Recursos Humanos e na execução
de projetos. Fiz parte do programa de
monitoria no ano de 2017. Atuei no GPE
(Grupo de Pesquisa em Eletroquímica)
com trabalhos sobre Galvanoplastia,
do GEEP (Grupo de Engenharia de Es-
truturas e Pavimentação) e desenvolvi
pesquisa em patologias de estrutu-
ras, principalmente, com estruturas de
concreto armado. Participei de obras
de energia eólica - obra LDB, amplia-
ção de SE coletora e RMT- atuando
no acompanhamento e gestão das
atividades desenvolvidas para a am-
pliação do parque eólico em Lagoa do
Barro - PI. Também atuei como profes-
sora substituta no IFPB - Campus Gua-
rabira, lecionando no curso técnico em
edificações.

Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qua-


lificações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/2220076890879510
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
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LEGENDA DE

Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão
do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar
ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para
determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica,
mostradas a seguir:

FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes
nas quais você precisa ficar atento.

BUSQUE POR MAIS


São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.

VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.

FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.

GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1 .Conceitos Introdutórios ..................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.1.1 Força .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.1.2 Momento ............................................................................................................................................................................................................................................................................................13
1.1.3 Condições de Equilíbrio da Estática ........................................................................................................................................................................................................................................15
1.2 Elementos Estruturais ....................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.2.1 Elementos Lineares ........................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.2.2 Elementos de Superfície .............................................................................................................................................................................................................................................................18
1.3 Sistemas Estruturais ......................................................................................................................................................................................................................................................................20
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................23

UNIDADE 2
ESTUDO DAS ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
2.1 Morfologia Das Estruturas .........................................................................................................................................................................................................................................................27
2.2 Estruturas Reticuladas ...............................................................................................................................................................................................................................................................29
2.3 Graus de Liberdade e Apoios .................................................................................................................................................................................................................................................31
2.3.1 Apoios ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................31
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................35

UNIDADE 3
ESTATICIDADE, ESTABILIDADE E CARGAS DAS ESTRUTURAS
3.1 Topologia das Estruturas ..........................................................................................................................................................................................................................................................40
3.2 Estaticidade e Estabilidade .....................................................................................................................................................................................................................................................41
3.3 Reações ................................................................................................................................................................................................................................................................................................45
3.4 Cargas ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................49
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................51

UNIDADE 4
CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
4.1 Esforços Internos .............................................................................................................................................................................................................................................................................57
4.2 Princípio dos Trabalhos Virtuais ..........................................................................................................................................................................................................................................60
4.2.1 Deslocamentos virtuais ..............................................................................................................................................................................................................................................................61
4.3 Método da Carga Unitária para Cálculo dos Deslocamentos .....................................................................................................................................................................62
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................66

UNIDADE 5
DIAGRAMAS DE ESFORÇOS INTERNOS EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
5.1 Vigas Simples ....................................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.2 Vigas Gerber .....................................................................................................................................................................................................................................................................................76
5.3 Treliças Planas .................................................................................................................................................................................................................................................................................82
5.3.1 Classificação de treliças quanto à formação ................................................................................................................................................................................................................83
5.3.2 Hipóteses para cálculo de treliças .....................................................................................................................................................................................................................................84
5.3.3 Notação para treliças ..............................................................................................................................................................................................................................................................85
5.4 Pórticos .................................................................................................................................................................................................................................................................................................86
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................92
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UNIDADE 6
LINHAS DE INFLUÊNCIA
6.1 Cargas Móveis ..................................................................................................................................................................................................................................................................................98
6.2 Linhas de Influência ...................................................................................................................................................................................................................................................................100
6.3 Obtenção das Linhas de Influência para Estruturas Isostáticas ................................................................................................................................................................102
6.3.1 Viga engastada e livre ............................................................................................................................................................................................................................................................102
FIXANDO O CONTEÚDO.......................................................................................................................................................................................................................................................................104

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO.......................................................................................................................................................................108


REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................................................................................109
9
UNIDADE 1
A unidade I apresenta os conceitos fundamentais para o estudo e análise de
estruturas, essencialmente, as estruturas isostáticas. Nesta unidade você irá
entender sobre a mecânica dos corpos, sobre efeitos que atuam nas estruturas
como força e momento, bem como, sobre as condições de equilíbrio dela, com o
CONFIRA NO LIVRO

estudo das equações da estática. Além disso, irá conhecer os elementos estruturais
e os sistemas formados através deles.

UNIDADE 2
A unidade II foca no estudo das estruturas isostáticas, proporcionando o
entendimento sobre a morfologia das estruturas, bem como, sobre as estruturas
reticuladas, o que são e como atuam. Além disso, há o estudo dos graus de liberdade
e os apoios atrelados a estrutura isostática no plano.

UNIDADE 3
Na unidade III será estudado a topologia das estruturas, citando os principais
sistemas estruturais e seu comportamento. Também será estudado a respeito da
estaticidade e estabilidade de estruturas, na qual se refere a uma estrutura ser ou
não estaticamente determinada. Por fim, há o estudo das reações e os principais
tipos de cargas que ocorrem nas estruturas.

UNIDADE 4
A unidade IV apresenta os esforços internos presentes nas estruturas isostáticas
no plano, que são as forças e os momentos que atuam no interior de um elemento
estrutural. Além disso, você estudara sobre o principal método de cálculo de
deslocamento em estruturas, o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PVT), utilizado na
análise de deformações e deslocamentos de sistemas estruturais.

UNIDADE 5
A unidade V apresenta os diagramas de esforços internos dos principais elementos
e sistemas estruturais dentro do estudo da estática, em termos de cálculos e
representações. Estes diagramas são essenciais na análise estrutural e ajudam
no entendimento de como uma estrutura ou componente responde a cargas
aplicadas.

UNIDADE 6
A unidade VI aborda sobre a metodologia para o cálculo de estruturas por meio da
linha de influência e cargas móveis. Apresenta-se os diagramas formados através
da linha de influência e das cargas móveis, bem como, sua importância.
10

CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
11
1.1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Pode-se entender como análise estrutural aquela que, dentro da Mecânica,


estuda as estruturas com o foco em determinar esforços e deformações que elas são
submetidas quando expostas a efeitos externos, como por exemplo, as cargas, variações
térmicas, movimentação dos apoios, dentre outros (Sussekind, 1981).
De acordo com Soriano (2013), o estudo da Mecânica pode ser dividido em:
• Mecânica dos Corpos Rígidos, na qual abrange a parte estática e dinâmica;
• Mecânica dos Corpos Deformáveis, na qual abrange a parte estática e dinâmica;
• Mecânica dos Fluídos, na qual envolve os incompressíveis e compressíveis.
Ainda de acordo com Soriano (2013), um corpo rígido é uma idealização
onde assumimos que todas as partes do corpo mantêm suas posições relativas,
independentemente das forças externas aplicadas. Em outras palavras, não
consideramos deformações no corpo rígido. Um exemplo de aplicação desse conceito
é ao analisar a equação de equilíbrio de uma viga, em que, muitas vezes consideramos
a viga como um corpo rígido para determinar as reações nos apoios. Assumimos que
não há deformação na viga, mesmo que, na realidade, todas as estruturas deformem
sob a ação de cargas.
Já a ideia de um corpo deformável pressupõe que as posições relativas aos
seus componentes mudam infinitamente em resposta às forças exercidas sobre ele,
dependendo das características da matéria de que é feito. No entanto, quando a
deformação de um corpo é tão pequena que não afeta significativamente o resultado
macroscópico das forças que atuam sobre ele, é razoável utilizar uma abordagem de
um corpo rígido.
As estruturas são compostas por uma ou mais peças, nas quais são ligadas
entre si e ao meio externo buscando formar um componente estável. Tais peças que
compõem as estruturas, podem ser de três tipos, sendo eles:
• Duas dimensões menores em relação à terceira;
• Uma dimensão menor em relação as outras duas;
• As três dimensões são consideráveis.
O primeiro caso, é o que ocorre na maioria das estruturas do dia a dia, a dimensão
principal é o comprimento da peça, enquanto as outras duas dimensões se encontram
no plano perpendicular a ele, que representa a seção transversal da peça. Essas peças
são conhecidas como barras (Sussekind, 1981).
O segundo caso, representa estruturas determinadas como cascas, placas,
na qual possuem uma espessura pequena em relação a superfície da peça, sendo
a superfície plana para as placas e curvas para as cascas. O terceiro caso, envolve
estruturas do tipo bloco, como as barragens (Sussekink, 1981).
Os tipos de estruturas mais estudadas neste curso de análise estrutural será as do
tipo barras, mas também será visto alguns tópicos sobre os elementos do tipo cascas
e placas.

1.1.1 Força

A força é o produto da interação entre dois corpos e, consequentemente, sempre


se manifesta em pares de ação e fato, conforme estipulado pela terceira lei de Newton.
12
Essa propriedade tem uma natureza abstrata, uma vez que não pode ser observada
diretamente nem registrada, sendo possível apenas identificar os efeitos que produz
(Soriano, 2013).
A compreensão do conceito de força é bastante intuitiva: podemos aplicar uma
força a um objeto por meio de um esforço muscular, uma locomotiva aplicar força
aos vagões que ela puxa, uma mola esticada gera forças nas peças que estão em
suas extremidades, e assim por diante. Em todos esses exemplos, o corpo que aplica a
força está em contato direto com aquele sobre o que a força é exercida, portanto, são
consideradas forças de contato.
A força de contato é distribuída uniformemente na superfície em que atua entre
dois corpos, sendo também conhecida como força de superfície. No entanto, quando
essa superfície é pequena e por questões de simplificação, essa força é considerada
frequentemente como uma resultante aplicada no ponto médio de sua distribuição,
deliberadamente uma força técnica (Almeida, 2009).
Para operações práticas, a resultante dessas forças é frequentemente utilizada,
como no caso do campo gravitacional, em que a resultante é chamada de peso.
Considerando esse campo como constante, o ponto onde essa força atua, conhecido
como centro de gravidade, coincide com o centro de massa do corpo. Em um corpo de
material homogêneo, esse ponto coincide com o centroide ou centro geométrico do
corpo.
A força pode ser representada pela equação a seguir e devido a mesma ser uma
grandeza vetorial, deve-se ser usada em negrito como F.

F = m a → F = ma

onde m é a massa e a é o vetor aceleração e “a” é a intensidade da aceleração.

Figura 1: Grandeza vetorial força


Fonte: Soriano (2013)

FIQUE ATENTO
A força é uma grandeza vetorial e possui direção, sentido e intensidade. E dentro do cál-
culo estrutural uma das principais forças estudadas é o peso de um corpo, isto é, a for-
ça que está sendo exercida sobre uma massa pela ação da gravidade. Diferentemente
das grandezas escalares, que são descritas apenas por sua magnitude (intensidade),
as grandezas vetoriais, como a força, têm tanto magnitude quanto direção. No caso da
força, a grandeza vetorial é representada pela aceleração, possuindo além de sua inten-
sidade, uma direção e um sentido específico.
13
Para melhor entender a determinação de forças aplicadas na prática, vamos
resolver o seguinte exemplo: duas lanchas rebocam um barco de passageiros que se
encontra com problemas em seus motores. Sabendo-se que a força resultante é igual
a 30kN, encontre suas componentes nas direções AC e BC.

Para resolver esse problema, deve-se usar a regra do paralelogramo, isto é,


construir um triângulo de vetores que envolva as forças atuantes nos cabos CA e CB e
a força resultante, para que seja possível identificar as incógnitas do problema.

Em seguida, através da aplicação da lei dos senos, determina-se os módulos das


forças atuantes em cada um dos cabos CA ou CB da seguinte forma:

𝐹𝑅 𝐹𝐶𝐴 𝐹𝐶𝐵
= =
sin 110° sin 40° sin 30°

Resolvendo para Fca, tem-se que:


𝐹𝑅 sin 40° 30 � sin 40°
𝐹𝐶𝐴 = =
sin 110° sin 110°

𝐹𝐶𝐴 = 20,52 𝑘𝑁
Resolvendo para Fcb tem-se que:
𝐹𝑅 sin 30° 30 � sin 30°
𝐹𝐶𝐵 = =
sin 110° sin 110°
𝐹𝐶𝐵 = 15,96 𝑘𝑁
1.1.2 Momento

O momento de uma força em relação a um ponto (ou eixo) é a grandeza física


que quantifica a capacidade daquela força em traduzir rotação em torno desse ponto
(ou eixo). Esse conceito também é conhecido como torque (Mello, 2017).
O momento pode ser representado pela equação a seguir:
14
𝑀= 𝐹×𝑑

Onde:
M é o momento ou momento de força (geralmente expresso em Newton-metro,
N·m).
F é a magnitude da força aplicada (em Newtons, N).
d é a distância perpendicular da linha de ação da força até o ponto ou eixo em
questão (em metros, m). Essa distância é frequentemente referida como "braço de
alavanca" ou "moment arm".

FIQUE ATENTO
Embora o "Torque" e o "momento" sejam termos que frequentemente são usados de ma-
neira intercambiável em alguns contextos, em uma análise mais rigorosa, eles têm nu-
ances diferentes, dependendo do contexto em que são aplicados. Em mecânica bási-
ca o Torque é geralmente usado para descrever a capacidade rotacional causada por
uma força em sistemas mecânicos, como em motores. Por exemplo, o torque de um mo-
tor descreve quão poderosamente ele pode girar. Momento (ou Momento de Força) é a
grandeza vetorial que quantifica a tendência de uma força em fazer um objeto girar em
torno de um ponto ou eixo.

Para melhor entender sobre o momento, Sussekind (1981), analisa a Figura 2 a


seguir.

Figura 2: Estrutura apresentando o efeito do momento


Fonte: Sussekind (1981)

É evidente que o peso necessário para contrabalançar a tendência de rotação


da barra em torno do ponto de apoio C deve ser inferior a 10 kg, uma vez que ele esteja
mais distante de C do que o ponto de aplicação da força; após algumas tentativas,
constatamos que seu valor ideal é de 5 kg. Este exemplo simples foi selecionado para
ilustrar que a influência de uma força na rotação de um objeto em torno de um ponto
depende tanto da magnitude da força quanto de sua distância ao ponto de rotação,
sendo diretamente proporcional a ambos. Portanto, se desejarmos criar uma medida
física que represente a tendência de rotação provocada por uma força em torno de um
ponto, essa grandeza deve ser uma função tanto da força aplicada quanto da distância
ao ponto de rotação.
15

BUSQUE POR MAIS


O momento é uma grandeza importante dentro do estudo da análise estrutural,
além disso, ele possui diversas propriedades que são cruciais para entender
seus efeitos nas estruturas. Sugiro que faça a leitura dessas propriedades e en-
tendam como funciona o momento nas estruturas no tópico 2 do livro de Sus-
sekind (1981). Disponível em: https://shre.ink/TroK.Acesso em: 10 nov 2023.

1.1.3 Condições de equilíbrio da estática

A estática é o estudo das forças que mantém um corpo em equilíbrio. Para estudar
o equilíbrio de um corpo, primeiramente, é necessário conhecer os tipos de apoio e as
forças de reação que cada apoio exerce sobre a estrutura.
Dentro do estudo da estática, temos o equilíbrio estático, onde o corpo rígido se
encontra em equilíbrio estático, quando está em repouso. Ou seja, quando as condições
as seguirem são satisfeitas:
• Equilíbrio de forças (impedir o deslocamento);
• Equilíbrio de momentos (impedir a rotação).
Isto é, o somatório dos momentos e das forças é igual a zero, como pode ser visto
abaixo.

� 𝑀𝑜 = 0

�𝐹 = 0

Além disso, temos o equilíbrio estático tridimensional que retrata das forças e
momentos no espaço tridimensional. São chamadas de equações de equilíbrio e podem
ser decompostas em 6 equações escalares dentro da estática, como visto na Figura 3.

Figura 3: Equações escalares da estática


Fonte: Slide da disciplina Teoria das Estruturas I (IFPB)

No campo da engenharia, com frequência, as forças sobre um corpo rígido (forças


externas) podem ser representadas por um sistema de forças coplanares, o que implica
que elas se encontrem no mesmo plano, em um espaço bidimensional. Isso resulta em
apenas três equações escalares de estática.
16

Figura 4: Sistema de forças coplanares (a) e equações bidimensionais do


equilíbrio estático (b)
Fonte: Sussekind (1981)

Para melhor entender os conteúdos abordados acima, vamos para um exemplo


sobre eles.
Exemplo aplicado: Calcule o momento resultante em relação ao ponto O.

Usando o somatório de forças e de momento igual a zero, vamos ter que:

𝑀𝑜 = 𝐹. 𝑑
O momento é a força vezes o deslocamento.
- Considerando o sentido anti-horário positivo, o Mr (momento resultante) é:

𝑀𝑟 = 10 � 4 − 20 � 2 − 30 � 3

𝑀𝑟 = − 90 𝑁

1.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS

De acordo com Gilbert, Leet e Uang (2014), as estruturas foram concebidas como
a combinação de elementos estruturais fundamentais, categorizados e caracterizados
com base em sua forma geométrica e sua função na estrutura, incluindo:
Elementos lineares;
Elementos de superfície.

1.2.1 Elementos lineares

As estruturas compostas por uma ou mais barras são conhecidas como estruturas
lineares. Cruciais na indústria da construção, destacam-se nessa categoria as vigas,
pilares, treliças, arcos, pórticos, entre outros. Por exemplo, em edifícios de concreto
armado, as vigas sustentam as cargas de lajes e paredes e são reforçadas por pilares
17
que transferem essas cargas para as fundações (SALES; MALITE; GONÇALVES, 2020).
As treliças, que podem ser feitas de madeira, aço ou alumínio, são amplamente
utilizadas em coberturas. As estruturas de barra, que podem ser planas ou tridimensionais
dependendo da configuração de seus elementos, são estudos com base em situações
específicas na Resistência dos Materiais e na Estática das Construções, levando em
consideração os aspectos específicos de cada uma. A seguir, são apresentadas as
definições de alguns elementos estruturais e das principais estruturas lineares (SALES;
MALITE; GONÇALVES, 2020).
De acordo com Edmungo, Guimarães e Rojas (2018), os elementos estruturais
que têm um comprimento longitudinal pelo menos três vezes maior do que a maior
dimensão de sua seção transversal são categorizados como barras. Eles recebem
designações específicas com base em sua função estrutural, tais como:
Vigas: elementos lineares em que a flexão é o esforço preponderante (Figura 5).

Figura 5: Elemento viga


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrpI. Acesso em: 02 nov 2023

Pilares: Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que


as forças normais de compressão são preponderantes (Figura 6).

Figura 6: Elemento Pilar


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrsF. Acesso: 02 nov 2023.

Tirantes: Elementos lineares de eixo reto em que as forças normais de tração são
preponderantes (Figura 7).
18

Figura 7: Elemento tirante


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/Trs9. Acesso em: 02 nov 2023.

Arcos: Esses são elementos lineares que possuem eixos curvos e estão
principalmente sujeitos a forças de revisão normais, podendo ou não ser afetados
simultaneamente por esforços de flexão, com todas as ações planejadas dentro de seu
plano (Figura 8).

Figura 8: Elemento arco


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrE2. Acesso em: 02 nov 2023

1.2.2 Elementos de Superfície

As estruturas de superfície, são caracterizadas pela sua superfície média e pela


variação da sua espessura. Dentre elas, destacam-se as placas, chapas e cascas. As
cascas são comumente utilizadas em coberturas de grandes vãos e em reservatórios,
enquanto as placas litoides (lajes) são frequentemente atingidas em pisos de edifícios
residenciais. O estudo dessas estruturas, mais complexo do que o das estruturas lineares,
é limitado por teorias específicas, como a Teoria das Placas, a Teoria das Chapas e a
Teoria das Cascas, que resultam de simplificações adequadas da Teoria da Elasticidade
(SALES; MALITE; GONÇALVES, 2020). Na Figura 9 pode-se observar alguns exemplos desse
tipo de elementos.
19

Figura 9: Exemplos de elementos de superfície


Fonte: Sales, Malite e Gonçalves (2020)

Placas: Estes são elementos de superfície plana que estão sujeitos principalmente
às forças normais em seu próprio plano. As placas feitas de concreto são frequentemente
chamadas de lajes. Placas com uma espessura que excede 1/3 do vão devem ser
tratadas como placas espessas durante o estudo estrutural (Figura 10).

Figura 10: Elemento do tipo placa


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrEB. Acesso em: 02 nov 2023.

Chapas: São elementos de superfície plana que estão principalmente sujeitos a


forças contidas em seu próprio plano. As chapas de concreto, quando o vão é inferior
a três vezes a maior dimensão da seção transversal, são comumente referidas como
vigas-parede (Figura 11).

Figura 11: Elemento do tipo chapa


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/Tr0E. Acesso em: 03 nov 2023.
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Cascas: Elemento de superfície não plana (Figura 12).

Figura 12: Elemento do tipo chapa


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/Tr0K. Acesso em: 04 nov 2023.

1.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS

Agora que já entendemos sobre os elementos estruturais, vamos retratar sobre


os sistemas estruturais que são formados a partir dos elementos, isto é, os elementos
estruturais combinam entre si para formarem os sistemas estruturais.
A integração dos elementos lineares principais, como pilares e vigas, constitui
os sistemas estruturais mais comuns. Esses sistemas podem ser categorizados como
lineares, planos e espaciais.

FIQUE ATENTO
Um elemento estrutural é um componente individual de uma estrutura, como uma viga
ou coluna, responsável por desempenhar uma função específica na resistência e transfe-
rência de cargas. Já um sistema estrutural refere-se ao conjunto de elementos estruturais
interconectados que, juntos, trabalham para suportar e transferir cargas coletivamente
para as fundações. Enquanto um elemento foca em funções individuais, um sistema con-
sidera a interação e cooperação entre esses elementos.

Sistemas lineares
São aqueles compostos por vigas simples, vigas contínuas, vigas contínuas
rotuladas (vide Figura 13).

Figura 13: Viga contínua


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrDT. Acesso em: 04 nov 2023.

Sistemas Planos
Os sistemas planos são os pórticos, arcos, treliças, grelhas, vigas-balcão, dentre
outros (Figura 14).
21

Figura 14: Pórtico plano


Fonte: Sales, Malite e Gonçalves (2020)

Sistemas Espaciais
Os sistemas espaciais são suportados em duas estruturas funcionais. Um exemplo
comum são as estruturas de edifícios, compostas por pórticos espaciais de vários
andares e múltiplos andares.

Figura 15: Pórtico Espacial


Fonte: Sales, Malite e Gonçalves (2020)

Sistemas de elementos de superfície


Os elementos individuais de superfície podem compor sistemas estruturais planos,
como um pilar-parede ou o tabuleiro de uma ponte em laje. As paredes e lajes podem
ser de concreto sólido ou com vazios, com altura constante ou variável. Na Figura 16
podemos observar a seção usual de ponte biapoiada.
Os elementos de superfície frequentemente estão associados a elementos
lineares. Quando uma laje é combinada com vigas, ela desempenha três funções
distintas:
Função de laje: age como suporte direto para as cargas aplicadas.
Função de mesa de viga T: quando conectada monoliticamente a uma viga, a laje
funciona como a mesa de uma viga em forma de T, absorvendo as emendas normais
de emendas elaboradas por correções de flexão.
Função de disco horizontal: devido à sua dificuldade em seu próprio plano, a laje
conecta as cabeças das colunas e distribui as forças horizontais resultantes (geralmente
causadas pelo vento) entre elas.
22

Figura 16: Seção de ponte biapoiada


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/Trh0. Acesso em: 04 nov 2023.

VAMOS PENSAR?
Analisando o conteúdo abordado e os diferentes elementos estruturais, bem como, sis-
temas estruturais, reflita sobre o seguinte questionamento: como a compreensão dos di-
ferentes tipos de sistemas estruturais pode influenciar o projeto e a estabilidade de uma
estrutura em particular? Isso mesmo! A compreensão dos sistemas estruturais é crucial
para a segurança e eficiência de uma estrutura. A escolha correta do sistema influencia
a otimização do uso de materiais, adaptação ao ambiente (como áreas sísmicas ou ven-
tosas) e facilita a integração com outros aspectos da construção. Além disso, pode afetar
o tempo e o custo da construção.
23

FIXANDO O CONTEÚDO

1. Acerca das peças que compõem as estruturas é sabido que elas possuem três
dimensões e podem ocorrer três casos: I) Duas dimensões menores em relação à
terceira; II) Uma dimensão menor em relação as outras duas e III) As três dimensões são
consideráveis. Assinar a alternativa correta que apresenta, respectivamente, exemplos
dos três tipos de casos apresentados.

a) Barragem, barra, chapa.


b) Bloco, folha, cascas.
c) Barra, placas, bloco.
d) Casca, barra, bloco.
e) Lâminas, barragem, casca.

2. As condições de equilíbrio garantem o equilíbrio estático de qualquer porção isolada


da estrutura ou da estrutura como um todo. É de suma importância que um corpo
esteja em equilíbrio, de modo a garantir a segurança, durabilidade e funcionalidade da
estrutura. Dizemos que um corpo está em equilíbrio quando:

a) Não há forças atuando sobre ele.


b) Somente a resultante vetorial das forças sobre o corpo é nula.
c) Somente a resultante vetorial do torque sobre o corpo é nula.
d) Não há torque sobre o corpo.
e) A resultante vetorial de forças e a resultante vetorial do torque sobre o corpo são
nulas.

3. (IF-GO). O móbile é um modelo abstrato que tem peças móveis, impulsionadas por
motores ou pela força natural das correntes de ar. Suas partes giratórias criam uma
experiência visual de dimensões e formas em constante equilíbrio. A figura a seguir
representa um tipo de móbile.

Para que o equilíbrio do móbile ocorra, é necessário e suficiente que

a) as massas penduradas nas extremidades de cada haste sejam iguais.


b) a força resultante e o torque sobre cada uma das hastes sejam nulos.
c) a força resultante sobre cada haste seja nula.
d) o torque jamais seja nulo.
e) haja conservação da energia mecânica.
24
4. É sabido que a força é o produto da interação entre dois corpos, conforme estipulado
pela terceira lei de Newton. E que o momento de uma força em relação a um ponto é
a grandeza física que quantifica a capacidade daquela força em traduzir rotação em
torno desse ponto. Analise as afirmações a respeito do momento de uma força.

I. O torque é uma grandeza escalar relacionada com a rotação de um sistema.


II. A força necessária para girar uma porta seria maior se a maçaneta fosse instalada
próximo das dobradiças.
III. A única condição de equilíbrio existente está relacionada com a rotação de um
sistema. Sendo assim, se a soma de todos os torques que atuam em um sistema for
nula, haverá equilíbrio.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II
b) II e III
c) III
d) II
e) I

5. Os conceitos de força e momento são fundamentais para mecânica das estruturas.


Analise as afirmações a respeito das grandezas fundamentais força e momento e
assine a alternativa correta.

I. Força é qualquer agente externo que modifica o movimento de um corpo livre ou


causa deformação num corpo fixo.
II. A força é uma grandeza escalar, pois para ser definida necessita se conhecer:
Intensidade, direção e sentido.
III. O momento representa a tendência de rotação, em torno de um ponto, provocada
por uma força.
IV. O momento é uma grandeza vetorial.

Está correto o que se afirma em:

a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I, III e IV.
e) I, II, III e IV.

6. (CEBRASPE- 2012). Considerando viga isostática, biapoiada e submetida a


carregamento distribuído uniformemente, assinale a opção correta.

a) O momento fletor é constante em toda a viga.


b) Nos apoios da viga, a reação tem o mesmo sentido do carregamento.
c) A viga possui momento fletor máximo próximo aos apoios.
d) O momento fletor máximo ocorre no meio da viga.
25
e) A viga está sujeita a momentos torsos e esforços cortantes.

7. (UFRS). A figura abaixo mostra uma régua homogênea em equilíbrio estático, sob a
ação de várias forças. Quanto vale a intensidade da força F, em Newtons (N)?

a) 1
b) 2
c) 2,5
d) 3
e) 5

8. (FAUEL- 2023). Vigas isostáticas são elementos estruturais unidimensionais, também


chamadas de barras, submetidas a esforços de flexão, de cisalhamento e, em alguns
casos, axiais. Estas barras servem normalmente como suporte para outros elementos
estruturais, tais como as lajes, ou ainda como apoio de paredes. Diante disso, para a
viga isostática de 7 metros de comprimento a seguir, submetida aos carregamentos
indicados no desenho, o valor do momento fletor nos pontos B e C são, em módulo,
respectivamente e aproximadamente, iguais a:

a) 87,9 kNm e 0,0 kNm.


b) 87,9 kNm e 15,0 kNm.
c) 75,0 kNm e 0,0 kNm.
d) 81,7 kNm e 0,0 kNm.
e) 81,7 kNm e 15,0 kNm.
26

ESTUDO DAS
ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
27
2.1 MORFOLOGIA DAS ESTRUTURAS
Uma estrutura é composta por um conjunto de componentes interligados, específicos
para suportar cargas. Esses componentes são chamados de elementos estruturais
e se subdividem em vários tipos, cada um com características e comportamentos
específicos. Geometricamente e dimensionalmente, os elementos estruturais podem
ser classificados como unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais (Adorna,
2017).
A morfologia das estruturas envolve o estudo dos tipos de estruturas e os sistemas
que elas fazem parte. Já foi abordado na unidade anterior sobre esse conteúdo e aqui
iremos apenas retratar brevemente sobre alguns elementos.
Como citando anteriormente, os elementos estruturais podem ser do tipo
unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais. Os elementos unidimensionais são
aqueles conhecidos com elementos lineares e em estática, um elemento unidimensional
é um componente ou uma parte de uma estrutura que é representado como uma linha
reta. É uma simplificação da estrutura real que tem apenas uma dimensão, geralmente
ao longo de um eixo. Na maioria dos casos, um elemento unidimensional é usado para
representar vigas, pilares ou outros componentes estruturais lineares em análises de
engenharia. Ele é considerado como um ponto ou uma linha com suas propriedades,
como massa, rigidez e carga, concentradas em um único eixo. O uso de elementos
unidimensionais facilita a modelagem e análise de estruturas mais complexas,
permitindo a aplicação de conceitos simplificados da mecânica dos sólidos (Soriano,
2010). Além disso, eles podem ser do tipo tirantes, colunas e etc. No Quadro 1 está
abordado sobre esses elementos.

Elemento estrutural Definição e aplicações


Tirantes Os tirantes, conhecidos como cabos de suspensão ou barras de
contraventamento, são elementos alongados sujeitos às forças
axiais de tração. Apesar de possuírem componentes transversais
estreitos, eles são capazes de suportar cargas consideráveis, de-
pendendo do material do que são feitos. A geometria dos frascos
transversais dos tirantes pode variar, com formatos comuns como
pressas, barras, cantoneiras e canais.
Colunas As colunas, também conhecidas como pilares, são elementos line-
ares sujeitos a forças axiais. A capacidade de carga das colunas
varia dependendo do tipo de contenção em suas extremidades. Por
exemplo, uma coluna com uma extremidade fixa e a outra livre tem
uma capacidade de carga quatro vezes menor do que uma coluna
com ambas as extremidades livres.
Na prática, as colunas podem estar sujeitas a momentos de fle-
xão, devido à ligeira curvatura inicial das colunas ou à presença de
excentricidades na carga aplicada. Portanto, é importante que o
projetista leve esses fatores em consideração. Quando pilares e vi-
gas são rigidamente conectados, como em estruturas de concreto
armado ou por meio de elementos soldados, eles também podem
transmitir momentos de flexão, sendo então chamados de vigas-
-colunas.
28
Vigas As vigas são componentes lineares sujeitas a cargas perpendicu-
lares ao seu eixo longitudinal, provocando deformações suaves no
elemento estrutural. Essas cargas resultaram em forças internas de
cisalhamento (V) e momentos de flexão (M) que atuam na seção
transversal da viga.
Quadro 1: Elementos unidimensionais
Fonte: Adaptado de Adorna (2017)

Os principais sistemas estruturais que envolvem os elementos bidimensionais são


os cabos, arcos, treliças, pórticos e grelhas. No Quadro 2, podemos observar as principais
aplicações, características e as representações que envolvem esses sistemas.

Sistema Características e aplicações Representação


estrutural
Cabos Os cabos são estruturas flexíveis que supor-
tam forças axiais de tração. São formados
por vários fios de aço de alta resistência,
que são mecanicamente trançados. Sua
aplicação primária ocorre na construção
de pontes. Além de abranger grandes vãos,
os cabos também se destacam devido
às suas dimensões compactas e ao peso
reduzido em comparação com outros ele-
mentos estruturais.
Arcos Geralmente, os arcos são estruturas que
suportam apenas compressão axial. O
comportamento do arco é simetricamen-
te inverso aos cabos, no entanto, deve ser
composto por elementos rígidos que pre-
servam a forma da estrutura. Portanto, os
arcos podem ser expostos a cargas secun-
dárias de cisalhamento e momento, e de-
vem ser considerados na análise do projeto.
Eles são frequentemente empregados na
construção de pontes, tetos abobadados e
aberturas em paredes de alvenaria.
Pórticos Os pórticos, também conhecidos como
vigas-pilares, são estruturas sólidas for-
madas pela interação entre vigas e pila-
res. Geralmente, os pórticos estão sujeitos
a propostas axiais de atração e variação,
bem como momentos de flexão.
Em estruturas de concreto, a restrição das
ligações é uma consequência da nature-
za monolítica do material. Nas estruturas
de aço, as ligações são determinantes por
meio de parafusos ou soldagem. Os pórti-
cos são divididos em categorias de planos
e espaciais. Os pórticos planos são com-
postos por elementos alinhados em um
único plano, enquanto os pórticos espaciais
têm seus componentes alinhados em três
dimensões.
29
Treliças As treliças são estruturas compostas pela
ligação de barras finas e estrados, muitas
vezes organizadas em padrões triangula-
res. Durante o processo de projeto, as cone-
xões entre as barras são assumidas como
sem atrito, e as cargas são aplicadas ex-
clusivamente em nós da treliça. Portanto, a
treliça está sujeita apenas a esforços axiais
de tração e tração, que atuam axialmente
em cada barra que compõe o elemento
estrutural.
As treliças podem ser categorizadas como
planas e espaciais. Treliças planas con-
sistem em elementos alinhados no mes-
mo plano, frequentemente aplicadas na
construção de pontes e telhados. Por outro
lado, treliças espaciais são compostas por
elementos distribuídos em três dimensões,
sendo observadas para uso em guindastes
e torres.
Grelhas As grelhas são estruturas planas formadas
por vigas, com conexões que podem ser rí-
gidas ou articuladas. Elas apresentam uma
configuração de malha, na qual as cargas
são aplicadas de forma perpendicular ao
plano da estrutura.

Quadro 2: Sistemas estruturais com elementos unidimensionais


Fonte: Adaptado de Adorna (2017)

As estruturas unidimensionais e seus sistemas são o foco principal dessa disciplina


e, como já retratado, na unidade anterior já foi apresentado sobre os três tipos de
estruturas e seus sistemas.

2.2 ESTRUTURAS RETICULADAS


As estruturas reticuladas são aquelas formadas por elementos estruturais lineares,
onde pode-se dizer que uma estrutura reticulada é plana quando suas barras se
mostram em um plano central coincidente com o plano médio da estrutura, além disso,
os esforços externos estarão contidos ou no plano médio, como em vigas poligonais e
pórticos planos ou atuam perpendicularmente a ele, como as grelhas (NETO, 2011).

FIQUE ATENTO
O plano central é aquele definido pelo eixo longitudinal da barra e um dos eixos centrais-
-principais da seção transversal.

Para entender melhor o conceito de estruturas reticuladas, vamos retratar sobre


os conceitos de barra, nó e trecho.
De acordo com Neto (2011), a barra é um elemento sólido gerado por uma figura
30
plana, que não precisa ser constante, mas que se desloca no espaço permanecendo
normal à trajetória de seu baricentro, como podemos ver na Figura 17. Além disso, o lugar
geométrico dos pontos que são ocupados pelo baricentro da figura plana é conhecido
pelo eixo longitudinal da barra.
Os pontos de interseção entre os planos normais ao eixo e o sólido gerado
definem-se como trechos transversais da barra, que são específicos à figura plana
para um ponto arbitrário do eixo. Os termos "reta" e "curva" são usados para descrever
barras com eixos retos e curvos, respectivamente. Uma barra com seção transversal
constante e eixo reto é conhecida como barra prismática.

Figura 17: Eixo e seção transversal de uma barra (a) genérica e (b) prismática
Fonte: Neto (2011)

Os trechos são definidos como um segmento de barra delimitado pela seção


transversal nas quais atendem as seguintes condições:
Insere-se uma nova barra, ou uma articulação, dentre outros;
Altera-se a equação que rege a posição do eixo da barra;
Introduz-se uma carga concentrada;
Interrompe-se um carregamento distribuído.

Figura 18: Delimitação das seções extremas dos trechos


Fonte: Neto (2011)

O nó pode ser dito como o ponto de encontro entre duas ou mais barras. Os nós
podem ser do tipo articulados ou rígidos, os articulados são aqueles que permitem
rotações relativas entres as extremidades das barras, caso contrário eles são rígidos.

BUSQUE POR MAIS


As estruturas reticuladas, como pode-se observar, são muito usuais e notamos
as mesmas constantemente. Para aprimorar seu conhecimento sobre as estru-
turas isostáticas, leia o artigo intitulado por Modelagem e Análise De Estruturas
Reticuladas, disponível no link: https://shre.ink/TrxZ.Acesso em: 12 nov 2023.
31
2.3 GRAUS DE LIBERDADE E APOIOS
Entendemos que a ação estática de um sistema de forças no espaço, em
relação a um ponto específico, equivale à sua resultante e ao seu momento resultante
em relação a esse ponto. A primeira gera uma tendência de translação, enquanto a
segunda provoca uma tendência de rotação. No espaço, uma translação pode ser
descrita pelos seus componentes ao longo de três eixos ortogonais, e uma rotação pode
ser expressa como o resultado de três rotações, cada uma ao redor de um desses eixos.
Consequentemente, uma estrutura no espaço possui um total de 6 graus de liberdade
(3 para translações e 3 para rotações, ao longo de três eixos ortogonais) (SUSSEKIND,
1981).
Ainda de acordo com Sussekind (1981), é evidente que esses 6 graus de liberdade
devem ser limitados para evitar qualquer movimento na estrutura, garantindo assim
seu equilíbrio. Essa restrição é alcançada por meio de apoios, que impedem diferentes
tipos de movimento ao gerar reações que se opõem às tendências de movimento
específicas que eles restringem. Essas soluções de suporte contrabalançam as cargas
aplicadas à estrutura, formando um sistema de forças em equilíbrio.

2.3.1 Apoios

A principal função dos apoios é limitar os graus de liberdade nas estruturas,


resultando em respostas que contrapõem os movimentos restringidos. Esses apoios
podem ser classificados com base em nenhum número de graus de liberdade permitidos
(ou nenhum número de movimentos restritos), resultando em seis tipos diferentes (ou
seja, permitindo 5, 4, 3, 2, 1 ou nenhum grau de liberdade) (SUSSEKIND, 1981).
Para facilitar o entendimento, considere o suporte representado na Figura 20, onde
a estrutura está apoiada em uma esfera perfeitamente lubrificada. O único movimento
que será restrito é a translação na direção vertical Oz, resultando na ocorrência de uma
reação Rz incidente sobre a estrutura. Esse tipo de suporte é denominado como um
apoio de 5 graus de liberdade (ou com 1 movimento restrito).

Figura 19: Apoio com 5 graus de liberdade


Fonte: Sussekin (1981)

Considere agora o suporte na Figura 21, composto por três esferas interligadas por
três hastes, formando um conjunto rígido. Nesse caso, além da translação na direção
z, as rotações em torno dos eixos x e y são restritas. Esse tipo de suporte é classificado
como um apoio com 3 graus de liberdade (sendo a rotação em torno do eixo Oz e as
32
translações ao longo dos eixos Ox e Oy) ou com 3 movimentos restringidos. As soluções
Mx, My e Rz surgiram sobre a estrutura.

Figura 20: Apoio com 3 graus de liberdade


Fonte: Sussekin (1981)

Na Figura 22 é descrito a conexão rígida entre a estrutura e seu apoio, com


dimensões significativamente maiores que as da própria estrutura, que podem ser
consideradas infinitas em comparação. Nessa configuração, o apoio impede todos os
movimentos possíveis, sendo classificado como um apoio sem grau de liberdade (ou
com todos os movimentos restringidos). Correspondendo a cada movimento restrito,
surgem as reações Rx, Ry, Rz, Mx, My e Mz, ocorrendo sobre uma estrutura. Esse tipo de
apoio é conhecido como engaste.

Figura 21: Apoio sem graus de liberdade


Fonte: Sussekin (1981)

Entretanto, de acordo com Soriano (2013), as estruturas planas e carregadas no


próprio plano, nas quais são as mais comuns dentro da análise estrutural, há 3 graus
de liberdade a serem combatidos. Supõe-se que a estrutura está situada no plano xy e
os graus de liberdade que devem ser combatidos são as translações nas direções Ox e
Oy, bem como, a rotação em torno de um eixo perpendicular ao plano Oz. Estas são as
únicas tendências de movimento capazes de serem produzidas pelo sistema de forças
indicado e dentro desse sistema de forças citado, pode-se ter os apoios de 1°, 2° e 3°
gênero. Na Figura 23, observa-se o apoio de 1º gênero.
33

Figura 22: Apoio de primeiro gênero ou charriot


Fonte: Sussekind (1981)

Um apoio do primeiro gênero pode ser obtido de duas maneiras, conforme


ilustrado na Figuras 23. Na primeira representação, a estrutura é reforçada sobre um rolo
lubrificado que impede apenas o deslocamento na direção e, permitindo livre rotação
ao seu redor, assim como deslocamento livre na direção x. Na segunda representação,
a rotação é permitida por um pino sem atrito, e a direção na direção x é permitida pelos
rolos em contato direto com o plano que serve como apoio, continuando a direção na
direção e restrito (SUSSEKIND, 1981).
Substituímos os rolos no apoio da Figura 23 por uma chapa incluída
completamente ao plano de suporte, conforme indicado na Figura 24, restringimos
todos os deslocamentos possíveis, mantendo apenas a rotação permitida, protegida
pelo pino lubrificado representado na figura. Esse tipo de apoio, capaz de restringir
todas as traduções possíveis no plano, é chamado de apoio do segundo gênero.

Figura 23: Apoio de segundo gênero


Fonte: Sussekind (1981)

Para os deslocamentos restringidos, surgirão as reações H e V conforme indicados


na figura, cuja composição vetorial resultará na ocorrência de apoio total no apoio do
2° gênero.
Se fixarmos a estrutura em um bloco de dimensões que podem ser consideradas
infinitas em comparação com as dimensões da estrutura, como ilustrado na Figura
25, a seção de contato entre o bloco e a estrutura restringirá todos os movimentos
possíveis da estrutura devido a enorme prejuízo do bloco. Nesse caso, dizemos que o
bloco engasta a estrutura.

Figura 24: Apoio do 3° gênero


Fonte: Sussekind (1981)

Na Figura 26, é possível visualizar melhor as condições de contorno que envolvem


os três tipos de apoios estudados.
34

Figura 25: Condições de contorno


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018)

VAMOS PENSAR?
Com base no que vem sendo estudado a respeito dos apoios e analisando as restrições
obtidas nos apoios de primeiro e segundo gênero, quais os movimentos restringidos pelo
apoio de 3° gênero e quais as respostas (reações) obtidas? Isso mesmo! O apoio de ter-
ceiro gênero (ou engaste) restringe todos os possíveis movimentos: translacional vertical,
translacional horizontal e rotação. Como resultado, ele proporciona três reações: uma re-
ação vertical, uma reação horizontal e um momento fletor. Este tipo de apoio é frequente-
mente usado em situações onde se deseja fixar completamente uma parte da estrutura,
como a base de uma coluna em uma fundação.
35

FIXANDO O CONTEÚDO

1. Elemento estrutural é cada uma das partes nas quais pode ser dividida uma estrutura
para efeitos de seu projeto. Lajes, pilares, fundações e vigas são os principais elementos
estruturais de uma construção. Avalie as assertivas dispostas a seguir, em relação aos
esforços internos em estruturas isostáticas, indicando a opção correta.

a) Vigas: é um elemento estrutural sujeito a cargas transversais.


b) Pórtico: é uma associação de vigas simples, entrelaçadas entre si, extremamente
flexíveis, capazes de resistir a esforços de tração.
c) Treliças: consistem de pilares e vigas, de diferentes tamanhos e combinados para
formar pórticos.
d) Cabos: estruturas reticuladas, ou seja, formadas por barras (em que uma direção é
predominante) de eixo reto, ligadas por rótulas ou articulações (nós).
e) Grelhas: Também conhecidos como vigas-pilares, são estruturas sólidas formadas
pela interação entre vigas e pilares.

2. (IFTO- 2023). Grelha é considerada uma estrutura plana onde as cargas atuam na
direção perpendicular ao seu plano. Considere as afirmativas a seguir, indique a opção
correta.

I. Grelhas são estruturas reticuladas.


II. As barras das grelhas estão submetidas a 3 esforços simples: Esforço Normal (N),
Momento Fletor (M) e Momento Torçor (Mt).
III. As grelhas para serem consideradas isostáticas, o número de reações de apoio ou
vínculos deverá ser igual ao número de equações fornecidas pelas condições de
equilíbrio da estática.

a) II e III.
b) I e III.
c) I e II.
d) I,II e III.
e) I.

3. (FUNDATEC- 2023). Em relação à análise de estruturas, analise as assertivas abaixo e


assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) O número de movimentos possíveis e independentes que um corpo pode ter recebe


a denominação de vínculos ou apoios.
( ) Há uma relação direta entre o número de equações de equilíbrio e o número de
graus de liberdade da estrutura.
( ) Existem casos em que o número de equações é igual ao número de restrições, mas
a estrutura não é isostática.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
36
a) F – F – V.
b) V – V – V.
c) F – V – V.
d) V – F – F.
e) V – V – F.

4. Denominamos estrutura ao conjunto das partes resistentes de uma construção.


As partes resistentes são caracterizadas por sua capacidade de transmitir esforços.
Em relação as estruturas reticuladas, analise as assertivas abaixo e assinale V, se
verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) As estruturas reticuladas são estruturas constituídas por elementos estruturais


lineares denominados barras.
( ) Os nós que permitem rotação relativa de elementos a eles conectados são
denominados nós articulados.
( ) Os nós que não permitem rotação relativa são denominados nós rígidos.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) F – F – V.
b) V – V – V.
c) F – V – V.
d) V – F – F.
e) V – V – F.

5. (FEPESE-2018). Quanto aos tipos de apoios a que uma estrutura pode estar vinculada,
assinale a alternativa correta.

a) O apoio tipo engaste impede dois tipos de movimento, um de translação e dois de


rotação.
b) O apoio móvel impede o movimento de translação na direção perpendicular à base
do apoio.
c) O apoio fixo impede o movimento de rotação na direção perpendicular e na paralela
à base do apoio.
d) O apoio fixo possui 1 grau de mobilidade retirado pelo vínculo, possuindo assim
somente uma reação.
e) O apoio móvel possui 2 graus de mobilidade retirados pelo vínculo, possuindo assim
duas reações.

6. Apoios são dispositivos que ligam pontos do sistema material a outros sistemas,
impedindo determinados movimentos destes pontos ou do sistema como um todo.
Analise as figuras a seguir e classifique os apoios apresentados.
37

a) Engaste (ou apoio do segundo gênero); Apoio simples (apoio do terceiro gênero) e
Rótula (do primeiro gênero).
b) Rótula (do primeiro gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Apoio simples
(do segundo gênero).
c) Apoio simples (apoio de segundo gênero ou articulação); Engaste (ou apoio do
terceiro gênero) e Rótula (do primeiro gênero).
d) Apoio simples (do primeiro gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Rótula
(apoio de segundo gênero ou articulação).
e) Rótula (do segundo gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Apoio simples
(do primeiro gênero).

7. (Adaptado de FUNDEP- 2019). Com relação aos tipos de estrutura e seus componentes,
assinale a alternativa incorreta.

a) Cabos não têm nenhuma rigidez à flexão, só podem transmitir força de compressão
direta.
b) Se treliças de nós articulados são carregadas apenas nos nós, desenvolve-se um
carregamento axial em todas as barras.
c) Quando uma viga é carregada perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, cortante
e momento desenvolvem-se para transmitir as cargas aplicadas para os apoios.
d) A capacidade de uma coluna esbelta depende da contenção fornecida em suas
extremidades.
e) Os arcos são estruturas que suportam apenas compressão axial.

8. (OBJETIVA- 2019). Com relação às treliças, analisar os itens abaixo:

I. As treliças isostáticas com cargas fora dos nós não são consideradas ideais e
necessitam do Método de Ritter para solução.
II. Qualquer sistema reticulado constituído por um polígono fechado rotulado em seus
vértices é deformável, e, portanto, hipostático. A exceção é o triângulo.
III. Com relação à estaticidade das treliças, as incógnitas do problema são em número
(r + b), sendo r o número de reações de apoio, e b o número de barras. As equações
38
de equilíbrio têm número igual a 2n, sendo n o número total de nós, incluindo os nós
de apoio da estrutura.
IV. Sendo r + b = 2n, é uma condição apenas necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja isostática.
V. Se r + b > 2n, sugere que se trata de uma treliça hiperestática. Porém, não se pode
afirmar isso apenas com base nessa relação, pois a associação de um trecho
hiperestático com outro hipostático pode conduzir a uma hiperestaticidade aparente
para o conjunto.

Está(ão) CORRETO(S):

a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente o item IV
d) Somente os itens I, III e IV.
e) Somente os itens II, III, IV e V.
39

ESTATICIDADE,
ESTABILIDADE E CARGAS
DAS ESTRUTURAS
40
3.1 TOPOLOGIA DAS ESTRUTURAS
A topologia das estruturas envolve o estudo dos nós, do eixo local e do eixo global.
Vamos retratar a definição de cada um deles a seguir. De acordo com Gilbert, Leet,
Uang (2014), temos que:
Nós: os nós são pontos de interseção ou conexão onde os elementos estruturais
se encontram e se conectam. Eles são os pontos onde vigas, colunas, treliças e outros
componentes estruturais se juntam, formando uma estrutura unificada. Os nós
são fundamentais para a estabilidade e integridade da estrutura, já que a força e a
estabilidade das conexões nos nós afetam diretamente a resistência e a estabilidade
global da estrutura (Figura 26).

Figura 26: Exemplo de aplicação de nós


Fonte: Disponível em: https://shre.ink/TrQz. Acesso em: 11 nov 2023.

Nós móveis: os nós móveis são pontos de conexão que permitem algum grau de
movimento relativo entre os elementos estruturais conectados. Eles são projetados para
permitir a variação ou acomodação de deslocamentos e deformações decorrentes de
forças externas, mudanças de temperatura ou assentamento. Os nossos móveis são
frequentemente usados em estruturas sujeitas a cargas dinâmicas ou variáveis, onde a
flexibilidade e a capacidade de adaptação são permitidas para garantir a estabilidade
e a integridade da estrutura.
Nós fixos: os nós fixos são pontos de conexão que restringem qualquer movimento
relativo entre os elementos estruturais conectados. Eles são projetados para fornecer uma
conexão e propriedade entre os elementos, impedindo qualquer deslocamento relativo.
Os nossos ajustes são cruciais em estruturas onde a estabilidade e as dificuldades são
essenciais, especialmente em situações onde há necessidade de evitar deslocamentos
indesejados ou deformações excessivas que possam comprometer a integridade
estrutural.
Na Figura 27, podemos observar a estruturas apresentando nós móveis e nós fixos.
41

Figura 27: Comportamento da estrutura com nós móveis e nós fixos


Fonte: Carneiro; Martins (2008)

Eixo Local: o eixo local é uma referência de orientação específica que é adotada
em cada elemento estrutural individual. Ele é definido pela direção do elemento em si,
representando o eixo coordenado local que é intrínseco à geometria e à disposição
do elemento. Ao considerar o comportamento de um único elemento estrutural, como
uma viga ou uma coluna, o eixo local é essencial para compreender como as forças e
os momentos atuam sobre o elemento em sua orientação específica.
Eixo Global: o eixo global é um sistema de coordenadas de referência que abrange
toda a estrutura. Ele é definido de forma a abranger a estrutura como um todo e é
geralmente baseado em um sistema de coordenação tridimensional. O eixo global é
crucial para compreender a disposição espacial dos elementos estruturais em relação
uns aos outros e para analisar o comportamento da estrutura como um sistema
integrado sob diferentes condições de carga.

Figura 28: Estrutura com coordenada global e elemento com coordenada local
Fonte: Mcguire, Gallangher e Ziemian (1999)

3.2 ESTATICIDADE E ESTABILIDADE


A função dos apoios é restringir os graus de liberdade de uma estrutura, como já
visto anteriormente. Existem três casos que podem ocorrer:
Caso 1: Quando os apoios são exatamente o número necessário para impedir
todos os movimentos possíveis da estrutura. Neste caso, o número de respostas de
apoio a ser determinado é igual ao número de equações de equilíbrio disponíveis,
resultando em um sistema de equações específicas que resolve o problema. Essa
condição é conhecida como isostaticidade da estrutura, isto é, uma estrutura isostática
representando uma situação de equilíbrio estável.
Caso 2: quando o número de apoios for menor do que o necessário para impedir
42
todos os movimentos possíveis da estrutura. Nesse cenário, existem mais equações
de equilíbrio do que incógnitas a serem determinadas, resultando em um sistema
de equações que, em geral, não possui solução. A estrutura é então chamada de
hipostática e, por consequência, assustadora. Nas autoridades específicas, é possível
que um arranjo específico de cargas seja capaz de compensar os graus de liberdade
que os apoios não fornecem restrições.

FIQUE ATENTO
Estruturas hipostáticas são aquelas em que o número de reações e vínculos é menor do
que o número de equações de equilíbrio estático. Essas estruturas são mais complexas
porque não podem ser resolvidas apenas pelas equações de equilíbrio, exigindo o uso de
métodos adicionais, como as equações de compatibilidade de deformações, para de-
terminar as forças internas. A falta de informações suficientes das equações de equilíbrio
torna o sistema mais difícil de analisar, pois os graus de liberdade adicionais resultam
em incertezas e ambiguidades nos cálculos. Isso muitas vezes exige o uso de técnicas
mais avançadas, como o método dos deslocamentos e o método dos trabalhos virtuais,
para resolver as desconhecidas adicionais no sistema. Portanto, a análise de estruturas
hipostáticas requer uma abordagem mais cuidadosa e métodos mais sofisticados em
comparação com as estruturas isostáticas simples.

Caso 3: no caso de haver um número maior de apoios do que o necessário para


restringir todos os movimentos possíveis da estrutura, o sistema resultante terá menos
equações do que incógnitas, conduzindo a um sistema indeterminado. As equações
fundamentais da estática não serão suficientes para calcular as respostas de suporte,
exigindo equações adicionais que considerem a compatibilidade das deformações. A
estrutura é chamada de hiperestática, mantendo-se o equilíbrio estável (ou até mesmo
mais do que estável, em termos coloquiais).

FIQUE ATENTO
A partir do que foi estudado acima, é possível ser levado a estabelecer os seguintes cri-
térios para classificação de uma estrutura (sem vínculos internos) como isostática, hi-
postática ou hiperestática com base na contagem do número de apoios em relação ao
número de graus de liberdade da estrutura. Embora seja classificado como eficaz para as
estruturas hipostáticas, para as estruturas isostáticas e hiperestáticas, ele fornece apenas
uma condição, porém não suficiente, como ilustrado na Figura a seguir.

Na estrutura plana mostrada na Figura acima, possui três graus de liberdade, identifica-
mos um apoio do 2º gênero e um apoio do 1º gênero, totalizando três reações de apoio a
serem determinadas. A análise sugere que a estrutura seja isostática, porém, na realida-
de, o apoio A impede as translações nas orientações Ax e Ay, enquanto o apoio B impede
a translação na direção Ax. A rotação do sistema não é impedida, resultando na estrutura
sendo hipostática, embora inicialmente aparentasse ser isostática.
43
Para classificar uma estrutura (sem vínculos internos) como externamente
isostática ou hiperestática, não é suficiente apenas comparar o número de respostas
de apoio a serem determinados com o número de graus de liberdade da estrutura.
É essencial certificar-se de que os apoios restringem efetivamente todos os graus de
liberdade da estrutura em questão, eliminando completamente a possibilidade de uma
estrutura ser hipostática.
Na Figura 30, podemos analisar um exemplo para o cálculo do grau de estaticidade
do pórtico plano.

Figura 29: Pórtico plano


Fonte: Soriano (2010) apud Adorna (2017)

Para o pórtico apresentado, vamos calcular o grau de estaticidade:


O pórtico possui 4 reações de apoio, aplicando as três equações da estática no
plano, temos:

Observe que as reações verticais, RA e RB, podem ser determinadas pela aplicação
das equações de equilíbrio estático. As reações horizontais, por sua vez, não podem ser
determinadas. A estrutura analisada, portanto, é estaticamente indeterminada, ou seja,
é hiperestática. A estrutura pode ser transformada em estática de duas maneiras:
• pela substituição do apoio fixo por um apoio móvel;
• pela incorporação de uma rótula na estrutura.
A seguir, é apresentada a determinação do grau de estaticidade para ambas as
44
situações. Substituição do apoio fixo por um apoio móvel no apoio B, conforme a Figura
31.

Figura 30: Pórtico plano com apoio fixo e apoio móvel


Fonte: Soriano (2010) apud Adorna (2017)

O pórtico apresenta três reações de apoio. Aplicando as três equações de equilíbrio


estático, obtemos:

Incorporação de uma rótula no ponto D:

O pórtico apresenta quatro reações de apoio. Além das três equações de


equilíbrio estático, a estrutura possui uma equação de momento nulo na rótula, como
demonstrado a seguir:
45

Observe que todas as reações de apoio foram determinadas, ou seja, a estrutura


é isostática.

3.3 REAÇÕES
As construções devem ser capazes de manter a estabilidade sob todas as
condições de carga. Em outras palavras, elas devem ser capazes de resistir às
forças aplicadas, como o peso próprio, sobrecargas previstas, vento, etc., sem sofrer
deformações graves ou colapsos. Uma vez que estruturas derivadas não apresentam
movimentos perceptíveis quando submetidas a cargas, a análise delas se baseia em
grande parte nos princípios e técnicas da estática, os quais determinam as forças
internas e externas (reações) (GILBERT; LEET; UANG, 2014).
As estruturas abordadas neste livro não são completamente rígidas, uma vez
que apresentam pequenas deformações metálicas quando submetidas a cargas. No
entanto, na maioria das situações, as deflexões são tão insignificantes que nos permitem
considerar a estrutura ou os seus componentes como corpos rígidos e basear a análise
nas dimensões iniciais da estrutura (GILBERT; LEET; UANG, 2014).
De acordo com Kassimali (2016), há um método sequencial que pode ser
empregado para calcular as respostas de estruturas planas estáticas determinadas
46
que estão sujeitas a cargas no mesmo plano. O método segue os seguintes passos:
1. Desenhar o DCL (diagrama de corpo livre):
a. Representar uma estrutura isolada de seus apoios e desconectada de qualquer
outro componente ao qual possa estar conectado.
b. Indique cada força ou momento conhecido no Diagrama de Corpo Livre (DCL)
por meio de setas que representam a direção e sentido de cada força ou momento.
Inclui a magnitude de cada força ou momento conhecido ao lado das respectivas setas.
c. Especifique a orientação do sistema de coordenadas xy, perpendicular
entre si, que será utilizada na análise. Normalmente, é conveniente orientar os eixos
x e y horizontalmente (positivo para a direita) e verticalmente (positivo para cima),
respectivamente. No entanto, se as dimensões da estrutura e/ou as linhas de ação da
maioria das cargas aplicadas forem em uma direção inclinada, a seleção do eixo x (ou
y) nessa direção pode acelerar significativamente a análise.
d. Identifique as reações externas desconhecidas exercidas na estrutura em
cada ponto onde o suporte foi removido. Representar as forças de fato no DCL por
setas conhecidas de suas linhas de ação. Os pares de reações são representados por
setas curvas. Os sentidos das reações são desconhecidos e podem ser reforçados
arbitrariamente. No entanto, geralmente é conveniente assumir os sentidos das forças
de evidência nas x e y como positivas e os sentidos dos momentos de evidência como
positivos no sentido anti-horário. Os verdadeiros sentidos das reações serão conhecidos
após determinar suas magnitudes, resolvendo as equações de equilíbrio e condição
(se houver). Uma magnitude positiva para um acontecimento implicará que o sentido
inicialmente reforçado estava correto, enquanto um valor negativo indicará que o
verdadeiro sentido é oposto ao reforço no DCL. As magnitudes das reações ainda não
conhecidas devem ser indicadas por símbolos alfabéticos adequados no DCL.
e. Finalize o DCL incluindo as dimensões da estrutura, mostrando os locais das
forças externas conhecidas e desconhecidas.
Na Figura 32 e 33, podemos observar uma viga contínua submetida a diversos
carregamento e o seu DCL, respectivamente.

Figura 31: Viga contínua submetida a diversos carregamentos


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018)

2. Verifique a estaticidade da estrutura para determinar se ela é ou não


estaticamente determinada externamente. Se a estrutura não for estática, ou se for
geometricamente instável ou indeterminada externamente, conclua a nesta fase de
análise.
3. Determinar as reações desconhecidas usando as equações de equilíbrio e
condição para a estrutura inteira. Simplifique as equações de equilíbrio e condição para
que cada uma inclua apenas uma incógnita, evitando resolver equações simultâneas
47
sempre que possível. Se a estrutura for internamente instável, pode não ser possível
escrever equações contendo uma incógnita para cada. Para agilizar a análise de
estruturas internamente instáveis, desconecte partes específicas e aplique equações
de equilíbrio para determinar as respostas em partes individuais. Construa diagramas
de corpo livre para essas partes, destacando todas as forças internas nas conexões,
incluindo cargas aplicadas e reações de suporte. Lembre-se de que as forças internas
em partes adjacentes devem ter magnitudes iguais, mas sentidos opostos, de acordo
com a terceira lei de Newton.
4. Para verificar os cálculos, utilize uma solução de equilíbrio alternativo que não
tenha sido previamente utilizada para toda a estrutura. Idealmente, essa alternativa
deve incluir todas as opções determinadas na análise. Você pode empregar uma
solução de equilíbrio de momento que resume os momentos em torno de um ponto que
não está nas linhas de ação das forças de ocorrência para este propósito. Se a análise
for correta, esta alternativa de equilíbrio alternativo deve ser satisfeita.
Para absorver melhor o sobre o estudo das reações, vamos fazer um exemplo:
Determine as reações dos apoios para a viga mostrada na Figura abaixo.

Solução
Diagrama de corpo livre: O diagrama de corpo livre da viga é mostrado na Figura
(b).
Observe que o rolete em A exerce reação Ra na direção perpendicular à
superfície de apoio inclinado.
Determinação estática: A viga é internamente estável e é suportada por três
reações, Ra, Bx e By, todas as quais não são paralelas ou concorrentes. Portanto, a viga
é estaticamente determinada.
Reações de apoio: Como duas das três reações, denominadas Bx e By são
concomitantes em B, seus momentos em B são nulos. Consequentemente, a equação
de equilíbrio ∑MB = 0 que envolve o resumo de momentos de todas as forças em B
contém apenas uma incógnita, RA. Assim,
48
A resposta positiva para RA indica que nossa suposição inicial sobre o sentido
dessa reação estava correta. Portanto

Em seguida, para determinar Bx, aplicamos a equação de equilíbrio,

A única incógnita remanescente, By, pode agora ser determinada aplicando-se a


equação remanescente de equilíbrio:

Para evitarmos ter de resolver equações simultâneas nos cálculos anteriores,


aplicamos as equações de equilíbrio de tal maneira que cada equação contivesse
apenas uma incógnita.
Verificando cálculos: Finalmente, para verificar nossos cálculos, aplicamos uma
equação alternativa de equilíbrio:

BUSQUE POR MAIS


Para melhor entender o cálculo das reações dentro da estática das estruturas
e aprimorar o conhecimento dentro desse ponto tão importante, leia o capítulo
3 – Estática das estruturas: reações no livro Análise Estrutural de Gilbert, Leet e
Uang (2014), disponível no link da biblioteca virtual: https://shre.ink/TrMY. Acesso
em: 09 nov. 2023
49
3.4 CARGAS
De acordo com Gilbert, Leet e Uang (2014), para garantir que as estruturas não
falhem nem sofram deformações excessivas sob carga, os engenheiros devem ter o
cuidado de prever com precisão as cargas esperadas que a estrutura terá que suportar.
Embora as cargas de projeto especificadas pelos códigos sejam geralmente suficientes
para a maioria das construções, o projetista também precisa avaliar se essas cargas
são aplicáveis à estrutura específica em questão.
Mccormac (2009) diz que, geralmente, as cargas estruturais são categorizadas
de acordo com suas características e duração. No caso de cargas aplicadas a edifícios,
a classificação costuma ser a seguinte:
Cargas permanentes: São cargas de magnitude constante que permanecem
fixas em uma posição. Isso inclui o peso da própria estrutura e todos os acessórios
permanentemente fixados nela.
Variações de cargas: Referem-se a cargas cuja magnitude e posição podem
variar. Isso abrange cargas de ocupação, materiais armazenados, cargas de construção,
equipamentos suspensos e cargas operacionais. Geralmente, as cargas variáveis são
influenciadas pela gravidade.
Cargas ambientais: São aquelas resultantes do ambiente onde a estrutura está
localizada. No caso de edifícios, as cargas ambientais podem ser provenientes de chuva,
neve, gelo, vento, variações de temperatura e terremotos. Embora sejam consideradas
taxas variáveis, são diretamente influenciadas pelo ambiente onde a estrutura se
encontra.

VAMOS PENSAR?
Considerar um edifício de quatro andares em uma área urbana na sua região. Quais as
cargas estruturais que atuam sobre o edifício, considerando as condições específicas de
localização e uso, tais como o clima da região, os materiais de construção e as atividades
diárias no edifício?

Cargas permanentes:
Peso próprio do edifício, incluindo estrutura, paredes, lajes e revestimentos.
Cargas dos ocupantes, móveis e equipamentos nos andares.
Cargas variáveis:
Cargas de neve, se a região estiver sujeita a nevascas.
Efeito da temperatura
Cargas de vento, especialmente se a área estiver sujeita a ventos fortes ou
ciclones.
Carga sísmica:
Se a região estiver localizada em uma área sísmica, o edifício deve ser projetado
para resistir a terremotos. As cargas sísmicas são determinadas com base na zona
sísmica e na resposta dinâmica da estrutura.
Carga de uso:
Cargas vivas, que incluem a carga de ocupantes e o uso diário do edifício. Essas
cargas variam dependendo do tipo de uso do edifício, como residencial, comercial,
50
industrial, etc.
Carga de tráfego:
Se o edifício estiver localizado em uma área com tráfego de veículos, as vibrações
e cargas dinâmicas dos veículos devem ser consideradas.
E dentre outras cargas que podem ser especificadas para cada tipo de edificação.
51

FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Adaptado de ADORNA – 2017). O conceito de estruturas hipostáticas, isostáticas e
hiperestáticas é fundamental na engenharia estrutural e está relacionado à capacidade
de uma estrutura resistir a cargas e se manter estável. São estruturas hipostáticas,
isostáticas e hiperestáticas, respectivamente:

a) Estruturas estáveis e estaticamente determinadas; estruturas que não possuem


vínculos suficientes para garantir o equilíbrio estático; e estruturas estáveis e
estaticamente indeterminadas.
b) Estruturas estáveis e estaticamente indeterminadas; estruturas estáveis e
estaticamente determinadas; e estruturas que não possuem vínculos suficientes para
garantir o equilíbrio estático.
c) Estruturas que não possuem vínculos suficientes para garantir o equilíbrio estático;
estruturas estáveis e estaticamente determinadas; e estruturas estáveis estaticamente
indeterminadas.
d) Estruturas que não possuem vínculos suficientes para garantir o equilíbrio
estático; estruturas estáveis e estaticamente indeterminadas; e estruturas estáveis e
estaticamente determinadas.
e) Estruturas que não possuem vínculos suficientes para garantir o equilíbrio estático;
estruturas estáveis e estaticamente determinadas; e estruturas com muitos apoios.

2. (Adaptada de CEBRASPE – 2018). Os termos hipostática, isostática e hiperestática


descrevem a relação entre o número de reações de apoio e o número de equações
de equilíbrio que devem ser satisfeitas para garantir a estabilidade da estrutura.
Compreender esses conceitos é essencial para o projeto de estruturas seguras e
eficientes. Visto isso, com relação à estaticidade global, a estrutura mostrada na figura
precedente classifica-se como:

a) hipostática com 1 grau de liberdade.


b) hipostática com 3 graus de liberdade.
c) isostática.
d) hiperestática com 1 grau de redundância.
e) hiperestática com 3 graus de redundância.
52
3. (CETRO – 2013). Com relação à estaticidade e estabilidade de uma estrutura, marque
V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta.

( ) Uma estrutura isostática é uma estrutura restringida, e o número de incógnitas é


igual ao número de equações de equilíbrio.
( ) Uma estrutura hiperestática é uma estrutura restringida, e o número de incógnitas
é maior que o número de equações de equilíbrio.
( ) Uma estrutura hipostática não é uma estrutura restringida ou o número de incógnitas
é menor que o número de equações de equilíbrio.
( ) Uma estrutura está restringida quando possui vínculos para restringir todos os
movimentos possíveis dela (translação e rotação), como um corpo rígido.

a) V- V- V- V.
b) F- F- V- V.
c) V- F- V- F.
d) F- F- F- F.
e) V- V- F- F.

4. (FUNIVERSA – 2012). Estruturas isostáticas são aquelas cujo número de reações é


o estritamente necessário para que nenhum movimento seja permitido, ou seja, o
equilíbrio estático da estrutura é estável. Além disso, as reações devem ser dispostas de
maneira a restringir quaisquer possíveis movimentos da estrutura. Para ser isostática,
uma estrutura deve obedecer a essas duas condições.
Estruturas hiperestáticas, por sua vez, são aquelas cujo número de reações é superior
ao estritamente necessário para impedir qualquer movimento, de forma que é possível
retirar algumas dessas reações de maneira criteriosa, sem que o equilíbrio deixe de ser
estável. Define-se grau de hiperestaticidade como o número de ligações que podem
ser suprimidas de uma estrutura hiperestática para transformá-la em uma estrutura
isostática.

Qual é o grau de hiperestaticidade da estrutura plana apresentada?

a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4

5. (CEBRASPE – 2006). Segundo uma análise de estaticidade e estabilidade, uma


estrutura pode ser classificada em uma das três categorias seguintes: isostática,
53
hiperestática e hipostática. Com base na representação esquemática de diferentes
tipos de estruturas, mostradas a seguir, assinale a opção que apresenta associação
correta entre estrutura representada e classificação.

a) A – hipoestática
b) B – isostática
c) C – isostática
d) D – hiperestática
e) E – hiperestática

6. (Adaptada de Kassimali- 2016). As reações de apoio desempenham um papel


fundamental na análise estrutural e no projeto de sistemas e componentes de
engenharia. Essas reações representam as forças e momentos desenvolvidos em um
ponto de apoio ou suporte de uma estrutura devido à aplicação de cargas externas.
Determine as reações dos apoios para a viga mostrada na Figura.

a) Bx = 0 kN; By = 250 kN; Mb = 1220 kN.m


b) Bx = 0 kN; By = 250 kN; Mb = 1230 kN.m
c) Bx = 0 kN; By = 150 kN; Mb = 1230 kN.m
d) Bx = 0 kN; By = - 250 kN; Mb = 1230 kN.m
e) Bx = 0 kN; By = 150 kN; Mb = 1220 kN.m
54
7. (Adaptada de Kassimali- 2016). A compreensão abrangente das reações de apoio
é crucial para garantir a estabilidade e o equilíbrio das estruturas, bem como para
determinar a segurança e a eficiência de uma variedade de projetos de engenharia,
desde pontes e edifícios até máquinas industriais e componentes mecânicos. Determine
as reações do apoio para a estrutura mostrada na Figura.

a) Ax = 0 kN; Ay = 30 kN; Ma = 388 kN.m


b) Ax = 30 kN; Ay = 30 kN; Ma = 388 kN.m
c) Ax = 30 kN; Ay = 31,5 kN; Ma = 388 kN.m
d) Ax = 30 kN; Ay = 31,5 kN; Ma = 387 kN.m
e) Ax = 30 kN; Ay = 30 kN; Ma = 387 kN.m

8. (Adaptada de Kassimali-2016). As reações de apoio são determinadas pelas


condições de restrição e pelos vínculos impostos aos pontos de apoio da estrutura.
Esses apoios podem assumir diferentes formas, como apoios fixos, móveis, articulados
e deslizantes, cada um dos quais oferecendo diferentes graus de liberdade ou restrição
aos movimentos da estrutura. Determine as reações dos apoios para a estrutura
mostrada na Figura.

a) Ax = 32,9 kN; By = 72,05 kN; Ay = 46,75 kN


b) Ax = 32,9 kN; By = 72,00 kN; Ay = 45,75 kN
c) Ax = 32,9 kN; By = 72,00 kN; Ay = 46,75 kN
55
d) Ax = 32,9 kN; By = 72,50 kN; Ay = 46,75 kN
e) Ax = 32,9 kN; By = 72,50 kN; Ay = 45,75 kN
56

CÁLCULO DOS
DESLOCAMENTOS EM
ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
57
4.1 ESFORÇOS INTERNOS
Uma compreensão crucial na engenharia estrutural é a análise do esforço cortante
e do momento fletor dentro de sistemas estruturais. As equações para o esforço cortante
e o momento fletor são fundamentais para o cálculo das deflexões. Frequentemente, o
esforço cortante e o momento flexível são representados em diagramas, proporcionando
uma visualização clara da resposta estrutural (MCCORMAC, 2009).
Ainda de acordo com o mesmo autor, a fim de analisar as condições internas de
uma estrutura, é desenhado um diagrama de corpo livre que permite a determinação
das forças convenientes para manter o equilíbrio da estrutura. O esforço cortante e o
momento fletor são dois efeitos das cargas externas que atuam sobre a estrutura e
precisam ser compreendidos para um estudo adequado das forças internas.
O esforço cortante, ou cisalhamento, é a soma algébrica das forças à esquerda
ou à direita de uma seção perpendicular ao eixo do elemento.
Esforço cortante é uma das componentes dos esforços internos que atuam em
um elemento estrutural, como uma viga ou um pilar. Esse esforço atua transversalmente
ao eixo longitudinal do elemento, tendendo a "cortá-lo". Em termos simples, o esforço
cortante representa uma força interna que tenta deslizar uma parte da estrutura em
relação à outra.
Para visualizar melhor o esforço cortante, imagine um livro empilhado sobre
outro. Se você tentar deslizar o livro de cima horizontalmente, enquanto o livro de baixo
permanece imóvel, a resistência que você sente contra o deslizamento é semelhante à
ação do esforço cortante em um elemento estrutural.
Nas vigas, o esforço cortante é comumente causado por cargas verticais
distribuídas ou concentradas que atuam perpendicularmente ao eixo longitudinal da
viga. A distribuição e magnitude do esforço cortante ao longo da viga dependerão da
geometria, das condições de apoio e da configuração de carga.
O esforço cortante é crucial na análise estrutural, pois pode causar falhas por
cisalhamento no material. Assim, é fundamental garantir que o material e a seção
transversal da estrutura sejam adequadamente dimensionados para resistir a tais
esforços
O momento fletor é a soma algébrica dos momentos resultantes de todas as
forças à esquerda ou à direita de uma seção transversal específica. Esses momentos
são calculados em torno de um eixo que passa pelo centroide da seção transversal.
Para entender intuitivamente o momento fletor, imagine uma régua flexível apoiada
em suas extremidades. Se você pressionar a régua no meio, ela se curvará. A força que
você aplica tenta fazer a régua rotacionar, criando um momento. O efeito que causa a
curvatura é o momento fletor.
Na Figura 33, podemos observar a convenção de sinais para os esforços internos.
58

Figura 33: Convenção de sinais usada para esforços internos de cisalhamento, de momentos
fletores e normais
Fonte: Mccormac, (2009)

Esforço cortante
O esforço cortante, representado por Q, em uma seção é calculado pela soma
vetorial dos componentes do sistema de forças em um dos lados da seção em análise
sobre o plano considerado. Dividindo a força nos dois componentes que compõem o
plano, é possível determinar o esforço cortante (SOUZA, 2018).
Com isso, temos que:

𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑄𝑧 = � 𝐹𝑦𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝐹𝑦

𝑄𝑧 = � 𝐹𝑧𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝐹𝑧𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎

Levando em consideração que x é a direção transversal à seção analisada


(HIBBELER, 2011 apud SOUZA, 2018).
Souza (2018) pág. 218, diz que “O esforço cortante provoca o deslizamento de uma
seção sobre outra infinitamente próxima, causando o corte ou o cisalhamento da seção
(vide Figura 34).”

Figura 34: Carregamento cortante sobre um elemento infinitesimal compreendido entre as seções S
e S’ e a respectiva convenção de sinais. A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).

Momento fletor
O momento fletor em uma seção é obtido somando vetorialmente os momentos
causados pelas cargas externas de um dos lados da seção em análise, considerando a
direção perpendicular a essa seção como a direção x. Portanto, o momento fletor pode
existir em duas simples: y e z (SOUZA, 2018).
Com isso, temos que:
59
𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑀𝑦 = � 𝑀𝑦𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝑀𝑦

𝑀𝑧 = � 𝑀𝑧𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝑀𝑧𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎

O principal efeito do momento fletor é encurtar as fibras comprimidas e alongar


as fibras tracionadas, resultando em um giro da seção transversal em torno de um eixo
contido na própria seção (MCCORMAC, 2009).

Figura 35: O momento fletor pode ser nas direções z e y. No caso do momento z, ele é positivo quan-
do as fibras inferiores do elemento são tracionadas. No caso do momento y, ele é positivo quando as
fibras internas são tracionadas. A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).

Momento torçor
O momento de torque em uma seção é calculado pela soma vetorial dos
momentos de torque causados pelos carregamentos externos em um dos lados da
seção em análise, considerando a direção perpendicular a essa seção como a direção
x (MCCORMAC, 2009).
Com isso, temos que:

𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑀𝑇 = 𝑀𝑋 = � 𝑀𝑇𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝑀𝑇

Souza (2018) pág. 219, retrata que “o momento torçor tende a torcer o elemento
estrutural, fazendo com que a seção transversal seja deformada. Basicamente, ocorre
um giro da seção em torno da direção longitudinal da peça (vide Figura 36).”

Figura 36: O momento torçor. Quando o vetor momento sai (entra) da (na) seção é con-vencionado
que o momento torçor é positivo (negativo). A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).
60
Vamos entender melhor o cálculo do esforço cortante através do exemplo a
seguir, baseado em Mccormac (2009). Para isso, vamos determinar o esforço cortante
para o elemento estrutural apresentado na figura 37.

Figura 37: Exemplo aplicado


Fonte: Mccormac, (2009)

Solução.
Esforço cortante na seção a-a: Va-a à esquerda = 25,7 k (114,32 kN) ↑, ou + 25,7 k
(+ 114,32 kN)
Va-a à direita = 20 + 15 + 16 – 25,3 = 25,7 k (114,32 kN) ↓, ou + 25,7 k (+ 114,32 kN)
Esforço cortante na seção b-b: Vb-b à esquerda = 25,7 – 20 – 15 = 9,3 k (41,37 kN)
↓, ou –9,3 k (41,37 kN)
Vb-b à direita = 16 – 25,3 = –9,3 k (–41,37 kN) ↑, ou –9,3 k (41,37 kN)
Os momentos fletores nas seções a-a e b-b da viga do Exemplo são calculados
da seguinte maneira:
Momento na seção a-a:
Ma-a à esquerda = (25,7).(5) = 128,5’ k ↻, +128,5’ k
Ma-a à direita = (25,3).(35) – (16)(27) – (15)(15) – (20)(5) = 128,5′ k ↺ ou +128,5’ k
Momento na seção b-b: Mb-b à esquerda = (25,7)(25) – (20)(15) – (15)(5) = 267,5’
k ↻, +267,5’ k
Mb-b à direita = (25,3)(15) – (16)(7) = 267,5’ k ↺, +267,5’ k

FIQUE ATENTO
É comum haver confusão entre os momentos de fletor e torçor. É importante lembrar que
o momento fletor provoca tração em uma extremidade da seção e comprime na outra,
resultando em uma curvatura na peça. Enquanto isso, o momento torçor causa a rotação
da seção específica ao redor de sua direção normal. Peças sujeitas a um momento de
torçor são torcidas.

4.2 PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS


O Princípio dos Trabalhos Virtuais, também conhecido como o princípio de
D'Alembert, é um conceito fundamental na mecânica aplicada e é amplamente
utilizado para analisar a estabilidade e o equilíbrio de sistemas mecânicos e estruturas.
Este princípio estabelece uma relação entre os trabalhos virtuais das forças aplicadas
61
e as deformações associadas a um sistema de equilíbrio. Em engenharia estrutural,
é crucial para a análise de estruturas e para a determinação das forças internas em
componentes estruturais (HIBBELER, 2010).
O princípio dos trabalhos virtuais afirma que, em um sistema mecânico de
equilíbrio, o trabalho realizado pelas forças virtuais externas é igual ao trabalho das
forças internas devido às deformações impostas ao sistema. Em outras palavras, a
soma algébrica de todos os trabalhos virtuais das forças externas aplicadas é igual a
zero.
Na engenharia estrutural, o Princípio dos Trabalhos Virtuais é frequentemente
utilizado para determinar as respostas em apoios e as forças internas em vários
componentes de uma estrutura. Por meio deste princípio, é possível analisar a
estabilidade estrutural, prever as deformações sob carga e determinar a distribuição
de forças em vigas, pilares e outros elementos estruturais.
Embora o Princípio dos Trabalhos Virtuais seja uma ferramenta poderosa, sua
aplicação depende de certas simplificações e pressupostos, como a linearidade do
material e o comportamento elástico da estrutura. Além disso, este princípio assume
que o sistema está em equilíbrio, o que pode não ser aplicável a todos os cenários
estruturais complexos.

4.2.1 Deslocamentos virtuais

O princípio dos trabalhos virtuais permite expressar as condições de equilíbrio em


termos de trabalho, uma quantidade escalar. Pressupõe-se que o conceito de trabalho
seja conhecido. No entanto, ele não se aplica ao termo “virtual”. Portanto, antes de
enunciar o princípio dos trabalhos virtuais, é necessário considerar algumas definições
e informações preliminares (SORIANO, 2010).
De acordo, com Hibbeler (2010), um conjunto de deslocamentos virtuais (ou
simplesmente variações de deslocamentos) é composto de deslocamentos que gozam
das seguintes características:
1. São pequenos (isto é, parcelas de segunda ordem, ou superior, de uma expansão
em série de Taylor são desprezáveis).
2. São arbitrários, mas compatíveis com os vínculos internos e externos do sistema
mecânico. Traduzindo este fato para um corpo elástico, diz-se que as condições de
contorno geométricas (vínculos externos) são respeitadas e que a configuração
assumida pelo corpo é tal que sua continuidade também é respeitada, isto é, ela não
apresenta fissura ou outros vazios.
3. São deslocamentos da posição verdadeira do sistema mecânico (por exemplo,
deslocamentos da posição de equilíbrio estático, ou da trajetória verdadeira de cada
ponto do sistema, num dado instante).
4. São diferenciais, satisfazendo, pois, as regras da diferenciação, comuns ao
cálculo infinitesimal.
5. Não são deslocamentos verdadeiros, isto é, são virtuais. Esta é, geralmente,
a característica que mais confunde. Dizer que não são deslocamentos verdadeiros
equivale a dizer que não ocorrem efetivamente, sendo, assim, imaginários ou virtuais.
Portanto, não existe variação de tempo associada a esses deslocamentos, ou seja, o
tempo transcorrido durante sua ocorrência é nulo. Para lembrar esta característica, são
ordinariamente representados por  , em vez de d.
62
O cálculo do deslocamento pelo PTV, pode ser regido com a equação descrita
a seguir. Essa equação é proveniente exatamente do conceito inicial, onde o trabalho
interno é igual ao trabalho externo, onde vamos ter que (SUSSEKIND, 1980):

𝑊𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 𝑃� 𝛿
�𝑁
𝑁 𝑄� 𝑄 �𝑀
𝑀
𝑊𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = � 𝑑𝑠 + � 𝑥 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙

Quando se iguala essas expressões, vamos obter a que está expressa a seguir.
�𝑁
𝑁 𝑄� 𝑄 �𝑀
𝑀
𝛿=� 𝑑𝑠 + � 𝑥 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙

𝑁𝑎 𝑁𝑏 𝑉𝑎 𝑉𝑏 𝑀𝑎 𝑀𝑏
=� 𝑑𝑠 + � 𝑓𝑠 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙

Analisando a equação acima, nós temos a parcela do esforço normal, do esforço


cortante e do momento fletor, respectivamente. Também poderia se ter a parcela do
momento torsor, porém para estruturas no plano, não se tem a torção e a parcela é
desconsiderada. Além disso, para o cálculo de deslocamento as parcelas de esforço
cortante e normal são muito pequenas em relação ao do momento fletor e são
desconsideradas. Com isso, temos que:

𝑀𝑎 𝑀𝑏
𝛿=� 𝑑𝑠
𝐸𝐼
𝑙

BUSQUE POR MAIS


O princípio dos trabalhos virtuais é muito importante na análise de estruturas e
envolvem muitos pontos, por isso, se faz necessário que você busque por mais
e entenda a fundo este conteúdo. Leia o capítulo 1 do livro Curso de Análise Es-
trutural volume 2 de Sussekind (1980), disponível no link: https://shre.ink/Tr6k.
Acesso em: 20 abr. 2023.

Como complemento, estudo o material disponível no link: https://shre.ink/Tr6g.


Acesso em: 20 abr. 2023.

Além disso, assista a videoaula a respeito do conteúdo no link: https://shre.ink/


Tr6I. Acesso em: 20 abr. 2023.

4.3 MÉTODO DA CARGA UNITÁRIA PARA CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS


O método de carga unitária é uma abordagem usada para calcular as deslocações
de estruturas sejam, elas estaticamente determinadas (onde os esforços internos e
externos podem ser específicos apenas por equilíbrio) ou indeterminadas, com base no
63
princípio do trabalho virtual. Para aplicar esse método, dois sistemas de carregamento
são considerados:
• O primeiro sistema envolve uma estrutura sob cargas reais, mudanças de temperatura
ou outras causas que levam a deslocamentos.
• O segundo sistema consiste em uma carga unitária que atua isoladamente na
estrutura.
Uma carga unitária é uma carga fictícia ou substituta introduzida para calcular o
deslocamento (∆) da estrutura devido às forças reais. Isso pode resultar em translação,
rotação, rotação relativa ou rotação relativa. Quando a carga unitária envelhece na
estrutura, ela gera reações nos apoios e esforços nos membros (Nu, Mu, Vu e Tu), que,
quando combinadas com a carga unitária e as reações, formam um sistema de forças
em equilíbrio.
De acordo com o princípio do trabalho virtual, ao importar uma pequena
deformação virtual, o trabalho virtual das forças externas deve ser igual ao trabalho
virtual das forças internas. O método de carga unitária está relacionado ao princípio do
trabalho virtual, pois requer uma escolha completa da deformação virtual. Nesse caso,
as deformações reais da estrutura causadas pelo primeiro sistema de carregamento
são consideradas como as deformações virtuais a serem impostas ao segundo sistema
(a estrutura com carga unitária). O trabalho virtual externo durante essa deformação
virtual é realizado pela carga unitária, uma vez que é a única carga externa agitada na
estrutura. Isso pode ser expresso como:

𝑊𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 1 � 𝛿x

Este método é usado para determinar os deslocamentos de estruturas estruturais


a cargas variadas, usando uma abordagem baseada em equilíbrio e trabalho virtual.

VAMOS PENSAR?
Tendo em vista o que foi trabalho no tópico, reflita sobre como o método de carga unitária
pode ser aplicado de forma eficaz para calcular os deslocamentos em uma variedade de
estruturas, considerando diferentes tipos de carregamento e condições de contorno? O
método de carga unitária é uma técnica eficaz na determinação dos deslocamentos em
uma variedade de estruturas, independentemente do tipo de carregamento e das condi-
ções de contorno. Essa abordagem envolve a aplicação de uma carga unitária em cada
local de interesse na estrutura e a subsequente análise dos deslocamentos resultantes.
Ao considerar diferentes tipos de carregamento, como cargas pontuais, distribuídas ou
momentos, e condições de contorno, como apoios fixos, móveis ou simplesmente apoia-
dos, o método de carga unitária permite uma avaliação abrangente dos deslocamentos
estruturais.

Ao aplicar o método de carga unitária, os deslocamentos resultantes podem ser


determinados com precisão, levando em consideração as propriedades elásticas do
material e as características geométricas da estrutura. Esse método é especialmente útil
em situações em que a solução analítica direta é complexa ou impraticável. Além disso,
o método de carga unitária pode ser adaptado para lidar com estruturas hiperestáticas,
proporcionando uma compreensão mais profunda dos comportamentos estruturais
complexos.
64
Portanto, a aplicação eficaz do método de carga unitária oferece uma abordagem
versátil para analisar os deslocamentos em estruturas sob uma variedade de condições
de carregamento e limitações de contorno, fornecendo uma base sólida para a
avaliação e o projeto de estruturas em engenharia.
Para melhor absorver o conteúdo, vamos fazer um exemplo aplicado que está
exposto a seguir.

SOLUÇÃO
Aplicação do método da carga unitária e cálculo das reações:

Calculando o estado de deslocamento real:


65

Aplicando o PTV:
66
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (COMPERVE- 2017). Os esforços internos em elementos estruturais são definidos como


resultantes de componentes de tensões que ocorrem nas seções retas desses elementos.
Em relação aos esforços internos e às componentes de tensões, o esforço solicitante que
resulta da integração da distribuição da componente de tensão cisalhante ao longo da
seção reta é:

a) Esforço cortante.
b) Momento de flexão.
c) Esforço normal.
d) Momento de torção.
e) Tensão de cisalhamento

2. (Fundação Carlos Chagas- 2016). Para a elaboração do dimensionamento de uma


viga de uma estrutura de concreto armado foram determinados todos os carregamentos
externos, acidentais e permanentes. A partir destes dados e das características
geométricas da viga o projetista, utilizando os conceitos da física relativos à estática,
calculou as reações de apoio e o diagrama de esforços internos. Os esforços internos
determinados foram, no mínimo:

a) Flexão, tração e momento fletor.


b) Tração, cisalhamento e cortante.
c) Normal, cortante e momento fletor.
d) Normal, tração e momento fletor.
e) Normal, momento fletor e flexão.

3. (Adaptado de FUNDATEC- 2016). Esforços internos em uma estrutura caracterizam as


ligações internas de tensões. Representam o efeito de forças e momentos entre duas
porções de uma estrutura reticulada resultantes de um corte em uma seção transversal.
Para responder à questão, utilize a Figura 1 a seguir.

Sob a perspectiva dos esforços internos, assinale a alternativa que apresenta o valor do
momento fletor no ponto C.

a) 3 tf.m.
b) 4 tf.m.
67
c) 5 tf.m.
d) 6 tf.m.
e) 7 tf.m.

4. (IBADE- 2019). Para que se facilite a observação e sua determinação, os esforços


internos estão associados às deformações que provocam e se classificam de acordo
com elas. Esforços internos representam o efeito de forças e momentos entre duas
porções de uma estrutura reticulada, que são resultantes de um corte em uma seção
transversal. Quando temos uma força interna que tende a promover uma rotação
relativa entre duas seções infinitamente próximas, em torno de um eixo que lhes é
perpendicular, passando pelo seu centro de gravidade, definimos como:

a) Esforço normal.
b) Esforço cortante.
c) Momento torsor.
d) Momento fletor.
e) Esforço anormal.

5. É importante entender os diferentes tipos de suportes e quais reações eles produzem


em seu modelo de análise. Entre os tipos de suportes podemos citar o suporte fixo,
suporte de rolo e o engastado. Calcule as reações da viga a seguir:

a) Rx = -16,67 kN; Ry = 12,75 kN; RM = 26,21 kN;


b) Rx = -4,67 kN; Ry = 3,75 kN; RM = 46,21 kN;
c) Rx = -4,67 kN; Ry = 3,75 kN; RM = 46,21 kN;
d) e) Rx = 8,67 kN; Ry = -6,75 kN; RM = -26,21 kN;
e) Rx = -8,67 kN; Ry = 6,75 kN; RM = 26,21 kN;

6. (UECE- 1018). Atribuir as vinculações de vigas em um projeto é de suma importância,


visto que têm influência direta nos esforços, deslocamentos e na própria estabilidade
global da edificação. Neste sentido, uma viga engastada é carregada conforme a figura
apresentada a seguir.
68
Considerando-se o sistema convencionado para os sentidos dos esforços internos, é
correto afirmar que os valores do esforço cortante e do momento fletor no ponto "A" da
viga são, respectivamente:

a) -3,0 kN e -2,25 kN.m.


b) 2,25 kN e 3,0 kN.m.
c) -2,25 kN e -3,0 kN.m.
d) 3,0 kN e 2,25 kN.m.
e) 6,0 kN e 4,25 kN.m.

7. O princípio dos trabalhos virtuais (PTV) permite ao engenheiro calcular uma única
componente de deflexão a cada aplicação do método. Sobre estruturas, analise as
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.

I. Esforço solicitante – Esforços internos que ocorrem nos elementos estruturais


decorrentes do carregamento externo.
II. O Princípio dos Trabalhos Virtuais estabelece uma relação entre os trabalhos virtuais
das forças aplicadas e as deformações associadas a um sistema de equilíbrio.
III. O princípio dos trabalhos virtuais afirma que, em um sistema mecânico de equilíbrio,
o trabalho realizado pelas forças virtuais externas é igual ao trabalho das forças
internas devido às deformações impostas ao sistema.

a) I e II estão corretas
b) I e III estão corretas
c) I, II e III estão corretas
d) Somente I está correta
e) Somente III está correta

8. (Fundação Carlos Chagas- 2012). O uso de treliças em edificações, com as cargas


aplicadas nos nós ideais, é um sistema construtivo composto de barras idealizado para
resistir aos esforços solicitantes de:

a) Tração e compressão.
b) Tração e flexão.
c) Compressão e flexão.
d) Cisalhamento e torção.
e) Torção e flexão.
69

DIAGRAMAS DE
ESFORÇOS INTERNOS
EM ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
70
5.1 VIGAS SIMPLES
De acordo com Edmungo, Guimarães e Rojas (2018 p. 77) “as vigas são elementos
estruturais constituídos de uma barra horizontal, na qual a dimensão longitudinal
predomina sobre as demais dimensões.”

Figura 37: Exemplo aplicado


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).

As vigas são dimensionadas para suportar cargas aplicadas perpendicularmente


ao seu eixo longitudinal, o que resulta em tensões de cisalhamento e momentos
fletores induzidos por esforços de flexão. Em algumas situações, os efeitos causados
por exercícios axiais, ou esforços normais, podem ser insignificantes em comparação
com os efeitos resultantes da força cortante e do momento fletor, tornando possível
desprezá-los em certos casos (EDMUNGO, GUIMARÃES, ROJAS, 2018).
A maneira como os esforços internos atuam em uma viga é determinada pelas
condições de contorno do projeto da viga. Além disso, a distribuição dos esforços
internos depende da localização e natureza dos apoios, dos espaços entre esses apoios,
da presença de extensões salientes na viga, e das características da carga aplicada à
viga (KASSIMALI, 2016).
Na Figura 39, podemos ver os principais tipos de vigas.

Figura 39: Principais configurações de vigas


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).
71
Os esforços internos solicitados, também conhecidos simplesmente como
esforços solicitadores, referem-se aos esforços que surgem na seção transversal de
uma viga. Eles são causados pelas cargas aplicadas, pelo espaçamento entre os apoios
e pela inércia, com o objetivo de limitar as deformações. Para se obter os valores dos
esforços internos em vigas, é necessário aplicar as equações de equilíbrio da estática,
especialmente em vigas isostáticas, que são aquelas que possuem um número de
respostas de apoio igual ao número de equações disponíveis para a análise (KASSIMALI,
2016).

FIQUE ATENTO
Com base no cálculo dos esforços solicitados, pode-se produzir os diagramas de esforços
solicitados ou diagramas de linhas de estado. Esses diagramas representam graficamen-
te a variação dos esforços solicitados ao longo do eixo de uma estrutura sujeita à influên-
cia de cargas externas, pontos de apoio e vários.

Considerando a viga apresentada na Figura 40, na qual é biapoiada na posição


indeformada e a seção s está perpendicular ao eixo da viga.

Figura 40: Viga simples biapoiada


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).

Quando uma viga está sob carga, ela sofre deformação. Embora os esforços
externos (cargas e reações de apoio) atuem apenas em alguns trechos da viga, todas
as suas inúmeras sofrerão deformações. Devido a essas deformações ao longo da viga,
os esforços internos são responsáveis por eles, sendo chamados de esforços solicitados,
e são categorizados em duas formas de força e duas formas de momento, executados
em todos os centros de gravidade das questões transversais da viga (vide Figura 41).
72

Figura 41: Viga biapoiada na posição deformada com a seção s perpendicular ao eixo da viga
Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).

Para conhecermos os esforços internos na seção transversal da viga em qualquer


ponto, corta-se a seção de forma imaginária e divide a viga em duas partes como na
Figura 42.

Figura 42: Aplicado o método da seção na viga


Fonte: Kassimali (2016).

Na Figura 42 podemos observar o diagrama de corpo livre e a seção cc onde foi


feito o corte e posteriormente definido o novo diagrama de corpo livre de cada seção.
O diagrama de corpo livre da seção CB da viga ilustra as mesmas forças internas
Q, S e M, mas em disposições opostas, exercidas na parte CB em C pela porção removida
AC, conforme a terceira lei de Newton. As magnitudes e sentidos corretos das forças
internas podem ser determinadas aplicando-se simplesmente as três equações de
equilíbrio, ΣFx = 0, ΣFy = 0 e ΣM = 0, em uma das duas cláusulas (AC ou CB) da viga.
73
O esforço normal interno Q em qualquer seção de uma viga é, em magnitude,
igual à soma algébrica dos componentes paralelos ao eixo da viga de todas as cargas
externas e reações de apoio supervisionadas em ambos os lados da seção considerada,
mas em direção oposta (MCCORMAC, 2009).
De maneira semelhante, o esforço cortante S em qualquer seção de uma viga é,
em magnitude, igual à soma algébrica dos componentes perpendiculares ao eixo da
viga de todas as cargas externas e reações de apoio supervisionadas em ambos os
lados da seção considerada, mas em direção oposta (MCCORMAC, 2009).
Da mesma forma, o momento fletor M em qualquer seção da viga é, em
magnitude, igual à soma algébrica dos momentos sobre o centro de gravidade da
seção transversal da viga na seção considerada de todas as cargas externas e reações
de apoio apresentadas em ambos os lados da seção (MCCORMAC, 2009).
Kassimali (2016) pág.145 e146, apresenta um passo a passo para determinar os
esforços internos em um local especifico em uma viga da seguinte forma:
1) Calcule as reações do apoio, aplicando as equações de equilíbrio e a condição
(se existir) para o corpo livre da viga completa. (Nas vigas em balanço, essa etapa pode
ser descartada pela seleção da porção da viga livre ou externamente não apoiada
para análise).
2) Passe uma seção perpendicular ao eixo do centro de gravidade da viga no
ponto onde são desejados os esforços internos, cortando assim a viga em duas porções.
3) Embora nenhuma das duas porções da viga possa ser usada para calcular
os esforços internos, devemos selecionar a porção que exigirá a mínima quantidade
de esforço computacional, tal como a porção que não tem quaisquer reações agindo
sobre ela ou que tem o menor número de cargas e reações externas aplicadas nela.
4) Determine o esforço normal na seção pela soma algébrica das componentes
na direção paralela ao eixo da viga de todas as cargas externas e reações de apoio
que atuam sobre a porção selecionada. De acordo com a convenção de sinais adotada
nos parágrafos anteriores, se a parte da viga à esquerda da seção está sendo usada
para calcular o esforço normal, então as forças externas que agem para a esquerda
são consideradas positivas, enquanto as forças externas agindo para a direita são
consideradas negativas. Se a parte direita está sendo utilizada para análise, então as
forças externas que atuam para a direita são consideradas positivas e vice-versa.
5) Determine o esforço cortante na seção somando algebricamente as
componentes na direção perpendicular ao eixo da viga de todas as cargas e reações
externas que atuam sobre a porção selecionada. Se a porção da esquerda da viga
está sendo utilizada para análise, então as forças externas que atuam para cima são
considera- das positivas, ao passo que as forças externas que atuam para baixo são
consideradas negativas. Se a parte direita foi selecionada para análise, então as forças
externas descendentes são consideradas positivas e vice-versa.
6) Determine o momento fletor na seção somando algebricamente os momentos
sobre a seção de todas as forças externas mais os momentos de todos os momentos
externos agindo sobre a parte selecionada. Se a porção esquerda está́ sendo utilizada
para análise, então os momentos no sentido horário são considerados positivos e os
momentos anti-horários são considerados negativos (veja a Figura 5.2(d)). Se a parte
direita foi selecio- nada para análise, então os momentos anti-horários são considerados
positivos e vice-versa.
74
7) Para verificar os cálculos, os valores de alguns ou de todos os esforços internos
podem ser calculados usando a porção da viga não utilizada nos passos 4 a 6. Se a
análise foi realizada corretamente, então os resultados com base em ambas as partes,
a esquerda e a direita, devem ser idênticos.
Para determinar os diagramas de esforço interno (cortante e momento fletor para
uma viga simples, vamos resolver o exemplo a seguir para melhor absorver o conteúdo.
Vamos utilizar um exemplo baseado no Kassimali (2016):

Determina-se as reações através das equações de equilíbrio da estática, da


seguinte forma:

Com isso, vamos obter a seguinte configuração para a viga:

Diagrama de esforço cortante: para determinar a equação para o cortante no


segmento AB da viga, passamos uma seção aa a uma distância x de apoio A, como
mostrado na Figura acima. Considerando-se o corpo livre para a esquerda desta seção,
obtemos:
S = 203,89 kN para 0 < x < 3 m
75
Como essa equação indica, o esforço cortante é constante e igual a 203,89 kN a
uma distância infinitesimal para a direita do ponto A para uma distância infinitesimal à
esquerda do ponto B. No ponto A, o cortante aumenta abruptamente de 0 para 203,89
kN, assim uma linha vertical é desenhada de 0 a 203,89 no diagrama do esforço em A
para indicar essa mudança. Esta é seguida por uma linha horizontal de A para B, para
indicar que o cortante se mantém constante nesse segmento. Em seguida, usando a
seção bb, determinamos a equação para o cortante no segmento BC como

S = 203,89 – 265 = –61,11 kN para 3 m < x ≤ 6 m

A mudança brusca no cortante de 203,89 kN a uma distância infinitesimal para a


esquerda de B para –61,11 kN a uma distância infinitesimal para a direita de B é mostrada
no diagrama do esforço cortante por uma linha vertical de +203,89 para –61,11. Uma
linha horizontal a –61,11 é então traçada de B para C, para indicar que o cortante se
mantém constante nesse valor por meio desse segmento.
Para determinar as equações para o cortante na metade direita da viga é
conveniente usar outra coordenada, x1, dirigida para a esquerda da extremidade E da
viga. As equações para cortante nos segmentos ED e DC são obtidas considerando os
corpos livres à direita das seções dd e cc, respectivamente. Assim,

S = 30x1 para 0 ≤ x1< 3 m

S = 30x1 –241,11 para 3 m < x1≤ 6 m

Essas equações indicam que o cortante aumenta linearmente de zero em E para


+90 kN a uma distância infinitesimal para a direita de D; então ele cai abruptamente
para –151,11 kN a uma distância infinitesimal para a esquerda de D; e de lá ele aumenta
linearmente para –61,11 kN em C. Essa informação é representada no diagrama do
esforço cortante.
Diagrama de momento fletor: usando as mesmas seções e coordenadas utilizadas
anteriormente para o cálculo do cortante, determinamos as seguintes equações para o
momento fletor nos quatro segmentos da viga. Para o segmento AB
Usando as mesmas seções e coordenadas utilizadas anteriormente para o cálculo
do cortante, deter- minamos as seguintes equações para o momento fletor nos quatro
segmentos da viga.
Para o segmento AB:

M = 203,89x para 0 ≤ x ≤ 3 m

Para o segmento BC:

M = 203,89x – 265(x – 3) = –61,11x + 795 para 3 m ≤ x < 6 m

Para o segmento ED:


𝑥1
𝑀 = −30𝑥1 = −15𝑥12 𝑝𝑎𝑟𝑎 0 ≤ 𝑥1 ≤ 3 𝑚
2

Para o segmento DC:


76
𝑀 = −15𝑥12 + 241,11 𝑥1 − 3 = −15𝑥12 + 241,11𝑥1 − 723,33 𝑝𝑎𝑟𝑎 3 𝑚 ≤ 𝑥1 ≤ 6 𝑚

As duas primeiras equações, para a metade esquerda da viga, indicam que o


momento fletor aumenta linearmente de 0 em A para 611,67 kN ∙ m em B; ele diminui então
linearmente para 428,34 kN ∙ m em C. As duas últimas equações para a metade direita
da viga são quadráticas em x1. Os valores de M calculados a partir dessas equações
são representados no diagrama do momento fletor.
Pode ser visto que M diminui de 0 em E para –135 kN ∙ m em D, e então, aumenta
para +183,33 kN ∙ m a uma distância infinitesimal para a direita de C. Note que em C,
o momento fletor cai abruptamente por uma quantia de 428,34 – 183,33 = 245 kN ∙ m,
que é igual à magnitude do momento do momento externo anti-horário agindo nesse
ponto.
Um ponto em que o momento fletor é igual a zero é denominado de ponto de
inflexão. Para determinar a localização do ponto de inflexão F, definimos M = 0 na
equação para o momento fletor no segmento DC para obtermos:

𝑀 = −15𝑥12 + 241,11𝑥1 − 723,33 = 0

onde x1 = 3,99 m; isto é, o ponto F está localizado a uma distância de 3,99 m da
extremidade E ou 12 – 3,99 = 8,01 m do apoio A da viga.
Segue os gráficos montados:

5.2 VIGAS GERBER


Vigas Gerber, frequentemente empregado na construção de pontes, consiste em
estruturas compostas por trechos de vigas resultados e instáveis, agrupados de forma
isostática, o que possibilita a construção de vãos consideráveis (ADORNA, 2017).
77
Segundo Soriano (2010), o termo "vigas Gerber" refere-se ao engenheiro alemão
Heinrich Gerber (1822 - 1912). Essas vigas são compostas por uma combinação de vigas
reforçadas umas sobre as outras. As vigas sem estabilidade próprias são suportadas por
vigas que possuem estabilidade, transferindo assim sua carga para elas. A integração
dessas vigas resulta em um conjunto estável. As vigas Gerber podem consistir em vigas
biapoiadas, vigas biapoiadas com balanços ou vigas engastadas e livres.

Figura 43: Exemplo de viga Gerber


Fonte: Adaptado de Adorna (2017).

De acordo com Soriano (2010), a análise das vigas Gerber pode ser realizada de
duas formas:
• Decomposição em vigas simples;
• Imposição de equação de condição: Mf nas rótulas = 0, isto é, momento fletor nas
rótulas igual a zero.
O primeiro modo, considerado o mais prático por Soriano (2010), funciona da
seguinte maneira:
• Decompõe a viga Gerber em vigas isostáticas;
• Construir o diagrama de corpo livre da estrutura decomposta, onde deve-se ser
feito em ordem decrescente estática: primeiro as vigas apoiadas, depois as que dão
apoio;
• Determinar as reações de apoios utilizando as equações de equilíbrio obedecendo a
ordem de construção dos diagramas de corpo livre.
Já o segundo modo, isto é, a imposição da equação de condição, segue da
seguinte forma:
• Construir o diagrama de corpo livre da estrutura completa;
• Determinar as reações de apoio utilizando as equações de equilíbrio somada a
equação de condição (Mf nas rótulas = 0).
Vamos acompanhar os exemplos a seguir para melhor entender a divisão em
vigas simples das vigas Gerber.
Exemplo aplicado 01:
78
Decomposição em vigas simples

Exemplo aplicado 02:

Decomposição em vigas simples

Exemplo aplicado 03:

Decomposição em vigas simples

Vamos acompanhar o exemplo a seguir para melhor entender a análise completa


das vigas Gerber.
Exemplo aplicado
79

1 – Decomposição em vigas simples

2 – Construção do Diagrama de Corpo Livre (DCL) após decomposição

3 – Utilização das equações de equilíbrio


80

4 – Diagrama de corpo livre após o cálculo das reações


81

5 – Diagrama de Esforço Cortante (DEC)

6 – Diagrama de Momento Fletor (DMF)


82
5.3 TRELIÇAS PLANAS
Uma treliça é uma estrutura composta por um conjunto de elementos organizados
em um ou mais triângulos. A estabilidade dessa estrutura é garantida pela suposição
de que os elementos estejam conectados por pinos lisos, nos quais o triângulo é a única
forma geométrica estável (MCCORMAC, 2009).
Para Edmungo, Guimarães e Rojas (2018), uma treliça é uma estrutura composta
por elementos finos conectados entre si nas extremidades. Esses elementos, muitas
vezes feitos de madeira ou barras de metal, são unidos por meio de placas de reforço
onde são parafusados ou soldados. Também podem ser fixados com pinos ou grandes
parafusos que perfuram cada elemento.

Figura 44: Representação de nós e aplicação de forças em uma treliça


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018)

É conhecido que o triângulo é a forma geométrica mais estável. Consequentemente,


a treliça é um sistema estrutural composto por uma série de triângulos que resultam
em uma estrutura robusta de carga.

Figura 45: Treliça plana


Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018)

VAMOS PENSAR?
Já estudamos sobre a estaticidade das estruturas e como elas são classificadas. A res-
peito das treliças, como funcionaria a determinação da estaticidade desse tipo de estru-
83
tura? Seria da mesma forma que nas vigas e pórticos ou há alguma maneira diferente?
Reflita analisando a estrutura de uma treliça seguindo o mesmo princípio já estudado, se
necessário, pesquise em fontes confiáveis, como os livros de análise estrutural disponíveis
na biblioteca virtual.

As treliças podem ser classificadas como estruturas hiperestáticas, isostáticas ou


hipostáticas, dependendo do número de reações desconhecidas e das equações de
equilíbrio disponíveis para sua análise. A análise da estaticidade das treliças envolve
a aplicação dos princípios fundamentais da estática, como a equação de equilíbrio
das forças e a equação de equilíbrio dos momentos, para determinar o número de
equações disponíveis e as reações desconhecidas na estrutura.
Em geral, a estaticidade das treliças é determinada considerando a condição de
equilíbrio global da estrutura e avaliando o número de equações de equilíbrio disponíveis
em relação ao número de reações desconhecidas. A presença de articulações nos
nós da treliça afeta significativamente a determinação da estaticidade, visto que as
articulações permitem rotações e deslocamentos nos nós, introduzindo novas incógnitas
no sistema de equações de equilíbrio.
Portanto, embora a determinação da estaticidade das treliças possa seguir uma
abordagem semelhante à das vigas e pórticos, a presença de articulações nos nós
e a configuração geométrica específica das treliças exigem considerações adicionais
durante a análise estrutural.
Parte superior do formulário

5.3.1 Classificação de treliças quanto à formação.

Treliças simples
Treliças simples são aquelas originadas de um triângulo inicial composto por três
barras e três nós, as quais não permitem qualquer deformação. Para cada novo nó
nessa configuração, são adicionadas duas barras adicionais. Uma treliça triangular
composta por três elementos e três nós pode ser considerada rígida, não sofrendo
grandes deformações sob a ação de cargas leves. É possível adicionar mais duas barras
não colineares para obter um novo nó na estrutura (EDMUNGO; GUIMARÃES; ROJAS, 2018).

Figura 46: Treliça simples


Fonte: Gomes (2016) apud Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).
Treliças compostas
Uma treliça composta consiste em duas treliças simples interligadas por três
barras que não são simultaneamente apresentadas ou paralelas, ou por um nó e uma
barra, desde que esta última não concorra no nó indicado. A resolução de uma treliça
composta envolve considerar uma estrutura como duas treliças simples distintas. Assim,
84
os cálculos dos esforços nos elementos de ligação são selecionados para permitir o
isolamento das treliças para fins de análise estática (ADORNA, 2017).

Figura 47: Treliça composta


Fonte: Tudo engenharia (2017) apud Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).

Treliças complexas
Segundo Kalil e Azambuja (2013), uma treliça complexa é categorizada por
meio da análise de eliminação, ou seja, se não se enquadra nas categorias de treliça
simples ou composta, é considerada complexa. No entanto, não se pode determinar
imediatamente se ela é isostática apenas aplicando a análise de b + r = 2n, que é
uma condição necessária, mas não suficiente, para garantir a isostaticidade. Uma
treliça complexa pode ser encontrada por vários padrões de elementos triangulares,
quadriláteros e até mesmo poligonais. Além disso, ela pode apresentar barras que se
cruzam sem estarem vinculadas umas às outras.

Figura 48: Treliça complexa


Fonte: Adaptada de Kalil e Azambuja (2013)

5.3.2 Hipóteses para cálculo de treliças

De acordo com Mccormac (2009), para simplificar a análise de treliças, são


consideradas as seguintes hipóteses:
1. Os elementos das treliças são conectados por pinos lisos, embora, na prática, o
uso de pinos é limitado e conexões com um grande número de parafusos ou soldadas
são mais comuns.
2. Os elementos das treliças são considerados retilíneos, evitando a introdução de
momentos florais causados por forças axiais.
3. O deslocamento da treliça é considerado pequeno, uma vez que as
deformações resultantes das cargas aplicadas não provocam mudanças significativas
na configuração global da treliça. Treliças com extensões longas e flexíveis podem exigir
85
atenção especial.
4. As cargas são assumidas como aplicadas exclusivamente em nós, garantindo
que as forças e respostas se concentrem nos pontos de conexão da treliça.
Para determinar os esforços axiais das barras de treliças, pode-se utilizar de
diversos métodos, sendo eles: Método do equilíbrio dos nós, método de Ritter ou das
seções e método de Cremona.

BUSQUE POR MAIS


Para entender melhor como se realiza o cálculo das treliças planas pelo método
do equilíbrio dos nós, acesso o tópico de treliças na unidade 1 do livro Teoria das
Estruturas disponível em: https://tinyurl.com/3xdejmb4. Acesso em: 20 abr 2023.

Para aprimorar ainda mais o conhecimento nesse método, assista a videoaula


disponível em: https://tinyurl.com/45ax5ytc. Acesso em: 20 abr 2023.

5.3.3 Notação para treliças

Na Figura 49, as partes de uma treliça são identificadas da seguinte forma:


Banzos: são os componentes que compõem o contorno da treliça, representando
os elementos U1U2 e L4L5.
Montantes: são as peças da treliça posicionadas na direção vertical, exemplificadas
pelos elementos U1L1 e U3L3.
Diagonais: recebem essa denominação de acordo com sua orientação na treliça,
como as barras U1L2 e L4U5.
Barras de extremidade: abrangem os elementos localizados nas extremidades
das treliças, como os componentes L0U1 e U5L6.
Barras interiores ou da malha: são os elementos verticais e diagonais da treliça.
A maioria dos engenheiros considera que as barras da malha englobam também as
barras de extremidade.

Figura 49: Nomenclatura de treliças


Fonte: Mccormac (2009)
86
BUSQUE POR MAIS
Para entender melhor como se realiza o cálculo das treliças planas pelo método
de Ritter ou das seções acesso o tópico de treliças na unidade 1 do livro Teoria
das Estruturas disponível em: https://tinyurl.com/4j4bvnv4. Acesso em 20 jan.
2023.

Para aprimorar ainda mais o conhecimento nesse método, assista a videoaula


disponível em: https://tinyurl.com/5n92bzpf. Acesso em 20 jan. 2023.

5.4 PÓRTICOS
Os Pórticos (vide Figura 50) são estruturas formadas por elementos (ou barras)
cujos eixos, com orientações arbitrárias, pertencem todos a um único plano (plano da
estrutura). As forças atuantes sobre os mesmos pertencem também a este plano. Os
nós que interconectam seus elementos podem ser rígidos ou articulados (KASSIMALI,
2016).

Figura 50: Pórtico plano


Fonte: Ferreira (2018)

Figura 51: Deslocamento em pórticos planos


Fonte: Ferreira (2018)
87
Os pórticos podem ser classificados em simples e compostos, no Quadro 3
podemos observar seus tipos.

Tipo de pórtico Aplicação


Pórtico simples: Engastado
e Livre

Pórtico simples:
Tri-articulado
88
Pórtico simples: biapoiado

Pórtico simples: biapoiado


com articulação e tirante/
escora.

Pórticos compostos

Quadro 3: Classificação dos pórticos


Fonte: Adaptado das notas de aula de Ferreira (2018)
89
Eixos globais e locais
Eixos Globais: para o cálculo das reações de apoio em estruturas com elementos
de orientações diversas é necessário definir um sistema de referência global (SORIANO,
2010).
Eixos Locais: para o cálculo dos esforços internos é necessário definir um sistema
de referência local para cada elemento (SORIANO, 2010).
• Eixo x local coincidir com o eixo longitudinal do elemento
• Eixo z local coincidir com o z global
• Sentido do eixo x local dos elementos deve ser tal que a parte inferior do elemento
esteja voltada para o interior do pórtico.

Figura 52: Eixo global


Fonte: Sussekin (1980)

Figura 53: Eixo local


Fonte: Sussekin (1980)

Esforços nos pórticos


A determinação dos esforços seccionais em pórticos planos é realizada pela
aplicação das três equações de equilíbrio estático.
90
Também pode ser aplicadas as equações para momento nulo nas articulações
com rótulas.
Para melhor entender o funcionamento dos pórticos, vamos resolver um exemplo
de pórtico plano. Vale salientar que segue o mesmo princípio já utilizado em outros
cálculos de esforços em estruturas neste material.
Exemplo prático de pórtico plano baseado em Adorna (2017) para determinar os
esforços seccionais atuantes.

Inicialmente, são determinadas as reações de apoio, por meio da aplicação das


três equações de equilíbrio estático e da aplicação de uma equação de momento nulo
na rótula situada no ponto D. Deste modo, obtém-se:

Em seguida, são determinados os momentos de flexão nos pontos de transição


do pórtico, conforme segue:
91
Por fim, com os valores obtidos, é montado o diagrama de corpo livre.

BUSQUE POR MAIS


Para entender melhor como se realiza o cálculo dos pórticos planos acesse
o tópico 5 do livro Análise Estrutural de Kassimali (2017) disponível em: https://
tinyurl.com/5923368h. Acesso em: 20 abr. 2023.

Para aprimorar ainda mais o conhecimento nesse método, assista a videoaula


disponível em: https://tinyurl.com/45p6pde4. Acesso em: 20 abr. 2023.
92
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (VUNESP- 2021). A viga simplesmente apoiada da figura a seguir está submetida a


uma carga uniformemente distribuída de 5 kN/m ao longo de seu vão e a três cargas
concentradas, respectivamente, de 10 kN, 20 kN e 10 kN

O momento fletor máximo na viga é:

a) 80 kNm.
b) 100 kNm.
c) 150 kNm.
d) 180 kNm.
e) 200 kNm.

2. (Adaptado de FGV- 2022). O momento fletor representa o efeito de flexão (ou


dobramento) em uma seção transversal de uma barra. Diante disso, calcule os
momentos fletores nos pontos B e C da viga contínua apresentada na figura acima,
cujo momento de inércia e módulo de elasticidade são constantes ao longo de toda a
viga, são, respectivamente:

a) –24,00 kN.m e –8,75 kN.m;


b) –19,63 kN.m e –8,75 kN.m;
c) –24,00 kN.m e –16,00 kN.m;
d) –8,75 kN.m e –19,63 kN.m;
e) –13,50 kN.m e –16,00 kN.m.

3. (Adaptado de VUNESP- 2014). Uma viga simplesmente apoiada é uma estrutura que
fica apoiada em dois pontos, geralmente paredes, colunas ou pilares. Essa viga recebe
cargas e as transmite para os pontos de apoio. É um elemento estrutural amplamente
utilizado na construção civil e pode ser feita de diferentes materiais, como concreto,
madeira, aço ou alumínio. Considere a viga simplesmente apoiada da figura, submetida
a uma carga uniformemente distribuída ao longo do vão de 2 kN/m e a uma carga
concentrada de 4 kN no meio do vão.
93

Para o comprimento da viga de 6 m, o momento de fletor máximo, em kN.m, é

a) 24.
b) 15
c) 12
d) 9
e) 6

4. (Adaptado de OBJETIVA- 2019). Um dos principais elementos estruturais existentes


na construção civil é a treliça. Essa estrutura triangular começou a ser utilizada na
construção civil no final do século XVIII e desde então vêm ocupando cada vez mais
espaço nas edificações ao redor do mundo. Com relação às treliças, analise os itens
abaixo:

I. As treliças isostáticas com cargas fora dos nós não são consideradas ideais e
necessitam do Método de Ritter para solução.
II. Qualquer sistema reticulado constituído por um polígono fechado rotulado em seus
vértices é deformável, e, portanto, hipostático. A exceção é o triângulo.
III. Com relação à estaticidade das treliças, as incógnitas do problema são em número
(r + b), sendo r o número de reações de apoio, e b o número de barras. As equações
de equilíbrio têm número igual a 2n, sendo n o número total de nós, incluindo os nós
de apoio da estrutura.
IV. Sendo r + b = 2n, é uma condição apenas necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja isostática.
V. Se r + b > 2n, sugere que se trata de uma treliça hiperestática. Porém, não se pode
afirmar isso apenas com base nessa relação, pois a associação de um trecho
hiperestático com outro hipostático pode conduzir a uma hiperestaticidade aparente
para o conjunto.

a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens II, III, IV e V.
d) Somente os itens I, III e V.
e) Somente o item IV.

5. (Instituto Consulplan- 2019). Cada treliça é projetada para suportar as cargas que
agem em seu plano e, dessa forma, pode ser considerada uma estrutura bidimensional.
Em geral, as barras de uma treliça são esbeltas e podem suportar pouca flexão em
94
função das cargas laterais. Portanto, todas as cargas devem ser aplicadas nos vários
nós, e não diretamente nas próprias barras. Admite-se, também, que os pesos das barras
da treliça sejam aplicados aos nós; metade do peso de cada barra é aplicada a cada
um dos dois nós que fazem a ligação da barra. Na maioria das análises preliminares de
treliças, os pesos das barras são ignorados, porque são pequenos se comparados com
as cargas aplicadas. É possível afirmar que a análise preliminar de uma treliça admite
que:

a) As barras são sempre lineares.


b) As tensões secundárias são ignoradas nos nós.
c) Normalmente, o peso das barras da treliça não é ignorado.
d) As barras são ligadas por pinos, exceto nas extremidades (nós).
e) As tensões secundárias nunca podem ser ignoradas nos nós.

6. (Adaptado do Enem- 2022). As treliças planas (tesouras) são os elementos mais


utilizados como estrutura de telhados de madeira no Brasil. Dentre os modelos de treliça,
o Howe é o mais adotado, pela montagem simples. Analise as figuras a seguir e assinale
a alternativa que corresponde à treliça Howe.

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7. (Adaptado de FGV- 2016). O pórtico é um estilo arquitetônico muito comum nas


edificações modernas e pode ser aplicado tanto em áreas externas quanto internas.
Trata-se de um recurso que remete a grandes palácios e torna a construção ainda
mais bonita e elegante. A figura a seguir mostra um pórtico com três rótulas internas
apoiado em bases engastadas.
95

Sabendo que há um conjugado de momentos fletores atuando na rótula superior do


pórtico, o valor de momento fletor no engaste do pórtico, em kNm, é:

a) 10.
b) 20.
c) 30.
d) 40.
e) 50.

8. (Adaptado de FEPESE- 2022). O pórtico é um estilo de estrutura composta por uma


ou mais colunas verticais que sustentam uma viga ou um arco horizontal. O elemento
decorativo surgiu na Grécia antiga e é bastante utilizado nos projetos da arquitetura
contemporânea. Dado o pórtico plano de estrutura isostática:

Assinale a alternativa que representa corretamente o diagrama de momento fletor do


pórtico apresentado:

a)

b)
96
c)

d)

e)
97

LINHAS DE INFLUÊNCIA
98
6.1 CARGAS MÓVEIS
Como já foi visto, de acordo com Valle, Rovere e Pillar (2009), as cargas que
exercem influência sobre uma estrutura são dos tipos:
• Permanentes: constantemente agem sobre a estrutura. Exemplos: peso próprio,
revestimentos, equipamentos, dentre outras.
• Acidentais: ocasionalmente atuam sobre a estrutura. Exemplos: vento, terremoto,
neve, materiais, água, móveis, dentre outras.
• As forças acidentais também podem ser subdivididas em fixas e móveis:
• Fixas: possuem uma posição e valor específicos, conhecidos.
• Móveis: têm um valor determinado, mas sua posição varia. Exemplos: veículos, trens,
cargas em uma ponte rolante e etc.

VAMOS PENSAR?
Adentrando no conteúdo de cargas móveis e tomando como exemplo o projeto de um
viaduto: Quais cargas móveis devemos considerar sobre ele? Dado que existem inúmeras
combinações possíveis de veículos, como devemos fazer a seleção? Embora não saiba-
mos a posição exata dos veículos, conhecemos o peso de cada roda (eixo) e a distância
entre eles. Além dos veículos, as pessoas também podem exercer pressão sobre o viadu-
to, conhecida como "carga de multidão".

Com base nesses valores conhecidos, citados anteriormente no exemplo tomado,


as normas de cálculo estabeleceram cargas móveis ideais (tipicamente específicas de
cada país) chamadas de "Trem-Tipo" (VALLE; ROVERE e PILLAR, 2009).
Para entendermos melhor o funcionamento, vamos tomar como exemplo a
viga apresentada na Figura 56, na qual está submetida a uma carga permanente
uniformemente distribuída.

Figura 54: Viga com carregamento distribuído uniforme


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)

Para essa viga, temos que o diagrama de momentos fletores – no qual pode ser
calculado por metodologias já apresentadas neste livro – para carga permanente é
(Figura 55):
99

Figura 55: Diagrama de momentos fletores


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)

Considere uma carga móvel de 1 tonelada-força (tf) que pode atuar em qualquer
ponto da estrutura P(z). O desafio a ser enfrentado é determinar os esforços máximos e
mínimos gerados pela carga móvel. Por exemplo, qual seria o momento fletor máximo
(Mmáx - positivo) e o mínimo (Mmáx - negativo) causados por P(z), que devemos
adicionar aos momentos resultantes das cargas permanentes (vide Figura 58).

Figura 56: Aplicação da carga móvel


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)

Neste caso específico, é notável que o momento fletor será mínimo, (Mmáx -
negativo), quando P for aplicado em C, e o momento fletor será máximo quando P for
aplicado em E.

Figura 57: Momento fletor após aplicação da carga móvel


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)
100
Faz-se então a envoltória dos esforços:
i) Mmáx – negativo = -1(perm.) –1 (acid.) = -2tfm ii)
ii) Mmáx – positivo = +3,5(perm.) +1(acid) = + 4,5tfm
Geralmente, as cargas móveis não são tão simples. A resolução de problemas
relacionados a cargas móveis em estruturas é realizada por meio do método das
linhas de influência, que será explicado a seguir. Inicialmente, supõe-se que o trem-tipo
consiste apenas de uma carga concentrada unitária. Posteriormente, são realizados os
cálculos necessários para considerar o trem-tipo real.

6.2 LINHAS DE INFLUÊNCIA


À medida que uma carga em movimento atravessa uma estrutura, as forças
internas variam em cada ponto da estrutura. Intuitivamente, compreendemos que uma
carga concentrada aplicada no meio de uma viga gera tensões de flexão e deflexões
muito maiores do que a mesma carga aplicada próxima a um apoio. Por exemplo,
imagine que você precise atravessar um pequeno riacho cheio de crocodilos, usando
uma antiga tábua flexível e parcialmente rachada. Você ficaria mais preocupado com
a capacidade da tábua de suportar o seu peso à medida que se aproxima do centro da
tábua do que quando está parado perto de uma das extremidades da mesma (GILBERT;
LEET; UANG, 2014).
Ainda de acordo com os mesmos autores, podemos dizer que:
Linha de influência é um diagrama cujas ordenadas,
que são plotadas como uma função da distância ao lon-
go do vão, fornecem o valor de uma força interna, uma
reação ou um deslocamento em um ponto específico
de uma estrutura quando uma carga unitária de 1 kip
ou 1 kN se move pela estrutura (GILBERT; LEET; UANG,
2014, p. 258).

A linha de influência de um efeito elástico E em uma determinada seção S é a


representação gráfica ou analítica do valor desse efeito na seção S, provocado por uma
carga concentrada unitária que percorre a estrutura de cima para baixo (SUSSEKIND,
1981).
Seja por exemplo a linha de influência do momento fletor em S para a viga a da
Figura 60 (SUSSEKIND, 1981):

Figura 58: Momento fletor após aplicação da carga móvel


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)
101
Na realidade, é necessário analisar se a carga está do lado esquerdo ou direito da
seção:

Figura 59: Análise da carga móvel para ambos os lados


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)

BUSQUE POR MAIS


As linhas de influência são muito importantes para análise de estruturas mais
complexas, como pontes, e para aprimorar seu conhecimento e reforçar o que
está sendo abordado, é imprescindível que você busque por mais informações.
Sugiro que leia o tópico de cargas móveis em estruturas isostáticas que se en-
contra na unidade 3 do livro de Edmungo, Guimarães e Rojas (2018) e está dis-
ponível em: https://tinyurl.com/2bpywm9z. Além disso, busque sobre o mesmo
conteúdo no livro de Gilbert, Leet e Uang (2014), no capítulo 8, onde o mesmo
apresenta um passo a passo sobre o traçado de linhas de influência e está dis-
ponível em: https://tinyurl.com/5n6pk8nw.
102
6.3 OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA
PARA ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
6.3.1 Viga engastada e livre

De acordo com Sussekind (1981), considerando a viga ilustrada na Figura 62,


investigaremos todos os efeitos estáticos, incluindo reações de apoio e esforços simples.
Com base na definição, consideramos uma carga unitária que percorre a
estrutura, definida pela abscissa z. Vamos buscar as diversas linhas de influência, ou
seja, várias funções E(z). Temos:
a) Reações de apoio: Va = +1 (atribuiremos o sinal positivo para a reação vertical
que aponta para cima); MA = -z (módulo do momento, 'tracionando' as fibras superiores).
b) Esforços simples em S. Temos:

Na Figura 60, podemos observar a representação gráfica das linhas de influência


através de suas equações.

Figura 60: Linhas de influência para uma viga engastada e livre


Fonte: Valle, Rovere e Pillar (2009)
103

FIQUE ATENTO
As linhas de influência não são usadas apenas na engenharia estrutural, mas também
encontram aplicação em outras áreas, como na análise de redes de transporte, permi-
tindo prever como o tráfego e a carga fluem em sistemas rodoviários, ferroviários e até
mesmo em redes sociais, onde podem ser usadas para compreender como informações
se propagam em uma rede. Elas fornecem uma maneira poderosa de visualizar como as
influências se propagam em sistemas complexos.

BUSQUE POR MAIS


Assista ao vídeo sobre o cálculo de linhas de influência em estruturas que está
disponível no link: https://tinyurl.com/45tmpt27. Além disso, veja no livro do Sus-
sekind (1981) de análise estrutural 1, sobre os outros tipos de vigas e como ocorre
a linha de influência nelas. Disponível em: https://tinyurl.com/mp694pxp. Acesso
em 20 jan. 2023.
104
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Adaptado de VUNESP- 2019). Linhas de Influência (LI) descrevem a variação de um


determinado efeito em função da posição de uma carga vertical unitária que passeia
sobre a estrutura. Traçando a linha de influência para a viga simplesmente apoiada
com balanço à direita, submetida ao carregamento representado pela multidão e o
trem tipo indicados na figura, e calculando o valor do máximo momento fletor no meio
do vão entre A e B, obtém-se:

a) 360 kNm
b) 420 kNm.
c) 480 kNm.
d) 520 kNm.
e) 600 kNm.

2. (Adaptado de FCC- 2017). As pontes podem ser divididas em três partes principais:
infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura. A superestrutura, composta geralmente
de lajes e vigas principais e secundárias, é o elemento de suporte imediato do estrado,
que constitui a parte útil da obra. Considere a viga de uma ponte sobre a qual deve
passar a carga móvel, como ilustrado na figura abaixo.

A carga móvel é formada por três forças concentradas P = 140 kN e pela carga
uniformemente distribuída q = 20 kN/m. Ao se utilizar linhas de influência, verifica-se
que o momento fletor na seção C é, em kNm.

a) 2.455
b) 2.190
c) 2.480
105
d) 2.524
e) 2.536

3. (Adaptado de VUNESP- 2018). Diversas estruturas são solicitadas por cargas móveis.
Exemplos são pontes rodoviárias e ferroviárias ou pórticos industriais que suportam
pontes rolantes para transporte de cargas. A viga simplesmente apoiada da figura
deve suportar uma carga uniformemente distribuída de 50 kN/m e uma carga móvel
com duas cargas concentradas de 200 kN.

O momento fletor máximo, em kNm, é:

a) 1800
b) 3600
c) 4300
d) 4500
e) 5600

4. (Adaptado de UFPR). As linhas de influência são utilizadas para determinar as


reações de apoio e os esforços em estruturas submetidas às cargas móveis, como,
por exemplo, os viadutos, as pontes rodoviárias, ferroviárias ou de pedestres. Aplicando
linhas de influência determine qual o menor valor de uma carga móvel concentrada P
e sua posição para que o momento fletor em S seja nulo.

a) P = 80 kN aplicado em A
b) P = 60 kN aplicado em A
c) P = 30 kN aplicado em A
d) P = 20 kN aplicado em A
e) P = 40 kN aplicado em A

5. (Adaptado da FCC- 2015). Para o dimensionamento de qualquer estrutura é necessário


conhecer os esforços máximos e mínimos que ela apresentará ao ser submetida ao
carregamento que será destinada. Considere a viga de uma ponte submetida à carga
móvel representada na figura.
106

O momento fletor máximo no ponto C, obtido pelo método das linhas de influência é,
em kNm,

a) 540.
b) 980.
c) 730.
d) 600.
e) 780.

6. (Livro Estruturas hiperestáticas- 2018). Para traçar a linha de influência de esforço


cortante em uma determinada seção de uma viga, deve-se retirar a vinculação que
transmite o esforço cortante e aplicar um deslocamento à esquerda e outro à direita da
seção analisada (deslocamento relativo unitário). Assinale a resposta que apresenta o
sentido correto de aplicação dos deslocamentos para traçar a linha de influência de
esforço cortante.

a) Aplicar um deslocamento no sentido contrário à convenção de esforço cortante


positiva, ou seja, deslocamento para baixo, à esquerda da seção, e para cima, à direita
da seção.
b) Aplicar um deslocamento no sentido contrário à convenção de esforço cortante
positiva, ou seja, deslocamento para cima, à esquerda da seção, e para baixo, à direita
da seção.
c) Aplicar um deslocamento no mesmo sentido da convenção de esforço cortante
positiva, ou seja, deslocamento para baixo, à esquerda da seção, e para cima, à direita
da seção.
d) Aplicar um deslocamento no mesmo sentido da convenção de esforço cortante
positiva, ou seja, deslocamento para cima, à esquerda da seção, e para baixo, à direita
da seção.
e) Aplicar um deslocamento no mesmo sentido da convenção de esforço cortante
positiva, ou seja, deslocamento para cima, em ambos os lados da seção.

7. (Adaptado de VUNESP- 2018). As cargas que atuam em uma estrutura podem ser
classificadas em cargas permanentes ou cargas acidentais. As cargas permanentes
são aquelas que atuam ao longo de toda a vida útil da estrutura, como, por exemplo, o
seu peso próprio. As cargas acidentais, por sua vez, são aquelas que podem atuar ou
não ao longo da vida útil da estrutura, como, por exemplo, ações de vento, sobrecargas
(cargas de utilização) em edificações e cargas de veículos em pontes rodoviárias ou
ferroviárias. Considere a viga simplesmente apoiada de uma ponte com vão de 20
m, submetida à carga uniformemente distribuída de 40 kN/m e a uma carga móvel
representada na figura.
107

O momento fletor máximo no ponto C, em kNm, é:

a) 3 200.
b) 2 720.
c) 2 960.
d) 2 400.
e) 2 680.

8. (CEBRASPE- 2023). Em uma ponte, os dispositivos, geralmente de concreto,


dimensionados para conter o impacto de um veículo desgovernado e utilizados com
a finalidade de impedir a saída dos veículos da pista de rolamento, são denominados:

a) passeios.
b) guarda-corpos.
c) barreiras de proteção.
d) placas de transição.
e) alas laterais.
108
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E

UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 A

UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C
109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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