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SISTEMAS ESTRUTURAIS I
Profª. Esp. Renata de Oliveira Marinho
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SISTEMAS ESTRUTURAIS I
PROFª. ESP. RENATA DE OLIVEIRA MARINHO
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Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Me. Cristiane Lelis dos Santos
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS I
1° edição
Ipatinga, MG
Editora Prominas
2023
5
RENATA DE OLIVEIRA
MARINHO
Graduada em Engenharia Civil pela
Universidade Federal Rural do Semi-
-Árido (UFERSA), bacharelada em Ci-
ência e Tecnologia na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Especialista em cálculo estrutural e
fundações pela Faculdade Integrada
de Patos (FIP). Desenvolvi atividades
junto a Empresa Júnior de Engenha-
ria Civil da UFERSA, Pilares Engenha-
ria Júnior, como Membro da Diretoria
de Recursos Humanos e na execução
de projetos. Fiz parte do programa de
monitoria no ano de 2017. Atuei no GPE
(Grupo de Pesquisa em Eletroquímica)
com trabalhos sobre Galvanoplastia,
do GEEP (Grupo de Engenharia de Es-
truturas e Pavimentação) e desenvolvi
pesquisa em patologias de estrutu-
ras, principalmente, com estruturas de
concreto armado. Participei de obras
de energia eólica - obra LDB, amplia-
ção de SE coletora e RMT- atuando
no acompanhamento e gestão das
atividades desenvolvidas para a am-
pliação do parque eólico em Lagoa do
Barro - PI. Também atuei como profes-
sora substituta no IFPB - Campus Gua-
rabira, lecionando no curso técnico em
edificações.
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão
do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar
ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para
determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica,
mostradas a seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes
nas quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
7
SUMÁRIO
UNIDADE 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1 .Conceitos Introdutórios ..................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.1.1 Força .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.1.2 Momento ............................................................................................................................................................................................................................................................................................13
1.1.3 Condições de Equilíbrio da Estática ........................................................................................................................................................................................................................................15
1.2 Elementos Estruturais ....................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.2.1 Elementos Lineares ........................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.2.2 Elementos de Superfície .............................................................................................................................................................................................................................................................18
1.3 Sistemas Estruturais ......................................................................................................................................................................................................................................................................20
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................23
UNIDADE 2
ESTUDO DAS ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
2.1 Morfologia Das Estruturas .........................................................................................................................................................................................................................................................27
2.2 Estruturas Reticuladas ...............................................................................................................................................................................................................................................................29
2.3 Graus de Liberdade e Apoios .................................................................................................................................................................................................................................................31
2.3.1 Apoios ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................31
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................35
UNIDADE 3
ESTATICIDADE, ESTABILIDADE E CARGAS DAS ESTRUTURAS
3.1 Topologia das Estruturas ..........................................................................................................................................................................................................................................................40
3.2 Estaticidade e Estabilidade .....................................................................................................................................................................................................................................................41
3.3 Reações ................................................................................................................................................................................................................................................................................................45
3.4 Cargas ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................49
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................51
UNIDADE 4
CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
4.1 Esforços Internos .............................................................................................................................................................................................................................................................................57
4.2 Princípio dos Trabalhos Virtuais ..........................................................................................................................................................................................................................................60
4.2.1 Deslocamentos virtuais ..............................................................................................................................................................................................................................................................61
4.3 Método da Carga Unitária para Cálculo dos Deslocamentos .....................................................................................................................................................................62
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................66
UNIDADE 5
DIAGRAMAS DE ESFORÇOS INTERNOS EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS
5.1 Vigas Simples ....................................................................................................................................................................................................................................................................................70
5.2 Vigas Gerber .....................................................................................................................................................................................................................................................................................76
5.3 Treliças Planas .................................................................................................................................................................................................................................................................................82
5.3.1 Classificação de treliças quanto à formação ................................................................................................................................................................................................................83
5.3.2 Hipóteses para cálculo de treliças .....................................................................................................................................................................................................................................84
5.3.3 Notação para treliças ..............................................................................................................................................................................................................................................................85
5.4 Pórticos .................................................................................................................................................................................................................................................................................................86
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................92
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UNIDADE 6
LINHAS DE INFLUÊNCIA
6.1 Cargas Móveis ..................................................................................................................................................................................................................................................................................98
6.2 Linhas de Influência ...................................................................................................................................................................................................................................................................100
6.3 Obtenção das Linhas de Influência para Estruturas Isostáticas ................................................................................................................................................................102
6.3.1 Viga engastada e livre ............................................................................................................................................................................................................................................................102
FIXANDO O CONTEÚDO.......................................................................................................................................................................................................................................................................104
estudo das equações da estática. Além disso, irá conhecer os elementos estruturais
e os sistemas formados através deles.
UNIDADE 2
A unidade II foca no estudo das estruturas isostáticas, proporcionando o
entendimento sobre a morfologia das estruturas, bem como, sobre as estruturas
reticuladas, o que são e como atuam. Além disso, há o estudo dos graus de liberdade
e os apoios atrelados a estrutura isostática no plano.
UNIDADE 3
Na unidade III será estudado a topologia das estruturas, citando os principais
sistemas estruturais e seu comportamento. Também será estudado a respeito da
estaticidade e estabilidade de estruturas, na qual se refere a uma estrutura ser ou
não estaticamente determinada. Por fim, há o estudo das reações e os principais
tipos de cargas que ocorrem nas estruturas.
UNIDADE 4
A unidade IV apresenta os esforços internos presentes nas estruturas isostáticas
no plano, que são as forças e os momentos que atuam no interior de um elemento
estrutural. Além disso, você estudara sobre o principal método de cálculo de
deslocamento em estruturas, o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PVT), utilizado na
análise de deformações e deslocamentos de sistemas estruturais.
UNIDADE 5
A unidade V apresenta os diagramas de esforços internos dos principais elementos
e sistemas estruturais dentro do estudo da estática, em termos de cálculos e
representações. Estes diagramas são essenciais na análise estrutural e ajudam
no entendimento de como uma estrutura ou componente responde a cargas
aplicadas.
UNIDADE 6
A unidade VI aborda sobre a metodologia para o cálculo de estruturas por meio da
linha de influência e cargas móveis. Apresenta-se os diagramas formados através
da linha de influência e das cargas móveis, bem como, sua importância.
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CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
11
1.1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
1.1.1 Força
F = m a → F = ma
FIQUE ATENTO
A força é uma grandeza vetorial e possui direção, sentido e intensidade. E dentro do cál-
culo estrutural uma das principais forças estudadas é o peso de um corpo, isto é, a for-
ça que está sendo exercida sobre uma massa pela ação da gravidade. Diferentemente
das grandezas escalares, que são descritas apenas por sua magnitude (intensidade),
as grandezas vetoriais, como a força, têm tanto magnitude quanto direção. No caso da
força, a grandeza vetorial é representada pela aceleração, possuindo além de sua inten-
sidade, uma direção e um sentido específico.
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Para melhor entender a determinação de forças aplicadas na prática, vamos
resolver o seguinte exemplo: duas lanchas rebocam um barco de passageiros que se
encontra com problemas em seus motores. Sabendo-se que a força resultante é igual
a 30kN, encontre suas componentes nas direções AC e BC.
𝐹𝑅 𝐹𝐶𝐴 𝐹𝐶𝐵
= =
sin 110° sin 40° sin 30°
𝐹𝐶𝐴 = 20,52 𝑘𝑁
Resolvendo para Fcb tem-se que:
𝐹𝑅 sin 30° 30 � sin 30°
𝐹𝐶𝐵 = =
sin 110° sin 110°
𝐹𝐶𝐵 = 15,96 𝑘𝑁
1.1.2 Momento
Onde:
M é o momento ou momento de força (geralmente expresso em Newton-metro,
N·m).
F é a magnitude da força aplicada (em Newtons, N).
d é a distância perpendicular da linha de ação da força até o ponto ou eixo em
questão (em metros, m). Essa distância é frequentemente referida como "braço de
alavanca" ou "moment arm".
FIQUE ATENTO
Embora o "Torque" e o "momento" sejam termos que frequentemente são usados de ma-
neira intercambiável em alguns contextos, em uma análise mais rigorosa, eles têm nu-
ances diferentes, dependendo do contexto em que são aplicados. Em mecânica bási-
ca o Torque é geralmente usado para descrever a capacidade rotacional causada por
uma força em sistemas mecânicos, como em motores. Por exemplo, o torque de um mo-
tor descreve quão poderosamente ele pode girar. Momento (ou Momento de Força) é a
grandeza vetorial que quantifica a tendência de uma força em fazer um objeto girar em
torno de um ponto ou eixo.
A estática é o estudo das forças que mantém um corpo em equilíbrio. Para estudar
o equilíbrio de um corpo, primeiramente, é necessário conhecer os tipos de apoio e as
forças de reação que cada apoio exerce sobre a estrutura.
Dentro do estudo da estática, temos o equilíbrio estático, onde o corpo rígido se
encontra em equilíbrio estático, quando está em repouso. Ou seja, quando as condições
as seguirem são satisfeitas:
• Equilíbrio de forças (impedir o deslocamento);
• Equilíbrio de momentos (impedir a rotação).
Isto é, o somatório dos momentos e das forças é igual a zero, como pode ser visto
abaixo.
� 𝑀𝑜 = 0
�𝐹 = 0
Além disso, temos o equilíbrio estático tridimensional que retrata das forças e
momentos no espaço tridimensional. São chamadas de equações de equilíbrio e podem
ser decompostas em 6 equações escalares dentro da estática, como visto na Figura 3.
𝑀𝑜 = 𝐹. 𝑑
O momento é a força vezes o deslocamento.
- Considerando o sentido anti-horário positivo, o Mr (momento resultante) é:
𝑀𝑟 = 10 � 4 − 20 � 2 − 30 � 3
𝑀𝑟 = − 90 𝑁
De acordo com Gilbert, Leet e Uang (2014), as estruturas foram concebidas como
a combinação de elementos estruturais fundamentais, categorizados e caracterizados
com base em sua forma geométrica e sua função na estrutura, incluindo:
Elementos lineares;
Elementos de superfície.
As estruturas compostas por uma ou mais barras são conhecidas como estruturas
lineares. Cruciais na indústria da construção, destacam-se nessa categoria as vigas,
pilares, treliças, arcos, pórticos, entre outros. Por exemplo, em edifícios de concreto
armado, as vigas sustentam as cargas de lajes e paredes e são reforçadas por pilares
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que transferem essas cargas para as fundações (SALES; MALITE; GONÇALVES, 2020).
As treliças, que podem ser feitas de madeira, aço ou alumínio, são amplamente
utilizadas em coberturas. As estruturas de barra, que podem ser planas ou tridimensionais
dependendo da configuração de seus elementos, são estudos com base em situações
específicas na Resistência dos Materiais e na Estática das Construções, levando em
consideração os aspectos específicos de cada uma. A seguir, são apresentadas as
definições de alguns elementos estruturais e das principais estruturas lineares (SALES;
MALITE; GONÇALVES, 2020).
De acordo com Edmungo, Guimarães e Rojas (2018), os elementos estruturais
que têm um comprimento longitudinal pelo menos três vezes maior do que a maior
dimensão de sua seção transversal são categorizados como barras. Eles recebem
designações específicas com base em sua função estrutural, tais como:
Vigas: elementos lineares em que a flexão é o esforço preponderante (Figura 5).
Tirantes: Elementos lineares de eixo reto em que as forças normais de tração são
preponderantes (Figura 7).
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Arcos: Esses são elementos lineares que possuem eixos curvos e estão
principalmente sujeitos a forças de revisão normais, podendo ou não ser afetados
simultaneamente por esforços de flexão, com todas as ações planejadas dentro de seu
plano (Figura 8).
Placas: Estes são elementos de superfície plana que estão sujeitos principalmente
às forças normais em seu próprio plano. As placas feitas de concreto são frequentemente
chamadas de lajes. Placas com uma espessura que excede 1/3 do vão devem ser
tratadas como placas espessas durante o estudo estrutural (Figura 10).
FIQUE ATENTO
Um elemento estrutural é um componente individual de uma estrutura, como uma viga
ou coluna, responsável por desempenhar uma função específica na resistência e transfe-
rência de cargas. Já um sistema estrutural refere-se ao conjunto de elementos estruturais
interconectados que, juntos, trabalham para suportar e transferir cargas coletivamente
para as fundações. Enquanto um elemento foca em funções individuais, um sistema con-
sidera a interação e cooperação entre esses elementos.
Sistemas lineares
São aqueles compostos por vigas simples, vigas contínuas, vigas contínuas
rotuladas (vide Figura 13).
Sistemas Planos
Os sistemas planos são os pórticos, arcos, treliças, grelhas, vigas-balcão, dentre
outros (Figura 14).
21
Sistemas Espaciais
Os sistemas espaciais são suportados em duas estruturas funcionais. Um exemplo
comum são as estruturas de edifícios, compostas por pórticos espaciais de vários
andares e múltiplos andares.
VAMOS PENSAR?
Analisando o conteúdo abordado e os diferentes elementos estruturais, bem como, sis-
temas estruturais, reflita sobre o seguinte questionamento: como a compreensão dos di-
ferentes tipos de sistemas estruturais pode influenciar o projeto e a estabilidade de uma
estrutura em particular? Isso mesmo! A compreensão dos sistemas estruturais é crucial
para a segurança e eficiência de uma estrutura. A escolha correta do sistema influencia
a otimização do uso de materiais, adaptação ao ambiente (como áreas sísmicas ou ven-
tosas) e facilita a integração com outros aspectos da construção. Além disso, pode afetar
o tempo e o custo da construção.
23
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Acerca das peças que compõem as estruturas é sabido que elas possuem três
dimensões e podem ocorrer três casos: I) Duas dimensões menores em relação à
terceira; II) Uma dimensão menor em relação as outras duas e III) As três dimensões são
consideráveis. Assinar a alternativa correta que apresenta, respectivamente, exemplos
dos três tipos de casos apresentados.
3. (IF-GO). O móbile é um modelo abstrato que tem peças móveis, impulsionadas por
motores ou pela força natural das correntes de ar. Suas partes giratórias criam uma
experiência visual de dimensões e formas em constante equilíbrio. A figura a seguir
representa um tipo de móbile.
a) I e II
b) II e III
c) III
d) II
e) I
a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I, III e IV.
e) I, II, III e IV.
7. (UFRS). A figura abaixo mostra uma régua homogênea em equilíbrio estático, sob a
ação de várias forças. Quanto vale a intensidade da força F, em Newtons (N)?
a) 1
b) 2
c) 2,5
d) 3
e) 5
ESTUDO DAS
ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
27
2.1 MORFOLOGIA DAS ESTRUTURAS
Uma estrutura é composta por um conjunto de componentes interligados, específicos
para suportar cargas. Esses componentes são chamados de elementos estruturais
e se subdividem em vários tipos, cada um com características e comportamentos
específicos. Geometricamente e dimensionalmente, os elementos estruturais podem
ser classificados como unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais (Adorna,
2017).
A morfologia das estruturas envolve o estudo dos tipos de estruturas e os sistemas
que elas fazem parte. Já foi abordado na unidade anterior sobre esse conteúdo e aqui
iremos apenas retratar brevemente sobre alguns elementos.
Como citando anteriormente, os elementos estruturais podem ser do tipo
unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais. Os elementos unidimensionais são
aqueles conhecidos com elementos lineares e em estática, um elemento unidimensional
é um componente ou uma parte de uma estrutura que é representado como uma linha
reta. É uma simplificação da estrutura real que tem apenas uma dimensão, geralmente
ao longo de um eixo. Na maioria dos casos, um elemento unidimensional é usado para
representar vigas, pilares ou outros componentes estruturais lineares em análises de
engenharia. Ele é considerado como um ponto ou uma linha com suas propriedades,
como massa, rigidez e carga, concentradas em um único eixo. O uso de elementos
unidimensionais facilita a modelagem e análise de estruturas mais complexas,
permitindo a aplicação de conceitos simplificados da mecânica dos sólidos (Soriano,
2010). Além disso, eles podem ser do tipo tirantes, colunas e etc. No Quadro 1 está
abordado sobre esses elementos.
FIQUE ATENTO
O plano central é aquele definido pelo eixo longitudinal da barra e um dos eixos centrais-
-principais da seção transversal.
Figura 17: Eixo e seção transversal de uma barra (a) genérica e (b) prismática
Fonte: Neto (2011)
O nó pode ser dito como o ponto de encontro entre duas ou mais barras. Os nós
podem ser do tipo articulados ou rígidos, os articulados são aqueles que permitem
rotações relativas entres as extremidades das barras, caso contrário eles são rígidos.
2.3.1 Apoios
Considere agora o suporte na Figura 21, composto por três esferas interligadas por
três hastes, formando um conjunto rígido. Nesse caso, além da translação na direção
z, as rotações em torno dos eixos x e y são restritas. Esse tipo de suporte é classificado
como um apoio com 3 graus de liberdade (sendo a rotação em torno do eixo Oz e as
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translações ao longo dos eixos Ox e Oy) ou com 3 movimentos restringidos. As soluções
Mx, My e Rz surgiram sobre a estrutura.
VAMOS PENSAR?
Com base no que vem sendo estudado a respeito dos apoios e analisando as restrições
obtidas nos apoios de primeiro e segundo gênero, quais os movimentos restringidos pelo
apoio de 3° gênero e quais as respostas (reações) obtidas? Isso mesmo! O apoio de ter-
ceiro gênero (ou engaste) restringe todos os possíveis movimentos: translacional vertical,
translacional horizontal e rotação. Como resultado, ele proporciona três reações: uma re-
ação vertical, uma reação horizontal e um momento fletor. Este tipo de apoio é frequente-
mente usado em situações onde se deseja fixar completamente uma parte da estrutura,
como a base de uma coluna em uma fundação.
35
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Elemento estrutural é cada uma das partes nas quais pode ser dividida uma estrutura
para efeitos de seu projeto. Lajes, pilares, fundações e vigas são os principais elementos
estruturais de uma construção. Avalie as assertivas dispostas a seguir, em relação aos
esforços internos em estruturas isostáticas, indicando a opção correta.
2. (IFTO- 2023). Grelha é considerada uma estrutura plana onde as cargas atuam na
direção perpendicular ao seu plano. Considere as afirmativas a seguir, indique a opção
correta.
a) II e III.
b) I e III.
c) I e II.
d) I,II e III.
e) I.
a) F – F – V.
b) V – V – V.
c) F – V – V.
d) V – F – F.
e) V – V – F.
5. (FEPESE-2018). Quanto aos tipos de apoios a que uma estrutura pode estar vinculada,
assinale a alternativa correta.
6. Apoios são dispositivos que ligam pontos do sistema material a outros sistemas,
impedindo determinados movimentos destes pontos ou do sistema como um todo.
Analise as figuras a seguir e classifique os apoios apresentados.
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a) Engaste (ou apoio do segundo gênero); Apoio simples (apoio do terceiro gênero) e
Rótula (do primeiro gênero).
b) Rótula (do primeiro gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Apoio simples
(do segundo gênero).
c) Apoio simples (apoio de segundo gênero ou articulação); Engaste (ou apoio do
terceiro gênero) e Rótula (do primeiro gênero).
d) Apoio simples (do primeiro gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Rótula
(apoio de segundo gênero ou articulação).
e) Rótula (do segundo gênero); Engaste (ou apoio do terceiro gênero) e Apoio simples
(do primeiro gênero).
7. (Adaptado de FUNDEP- 2019). Com relação aos tipos de estrutura e seus componentes,
assinale a alternativa incorreta.
a) Cabos não têm nenhuma rigidez à flexão, só podem transmitir força de compressão
direta.
b) Se treliças de nós articulados são carregadas apenas nos nós, desenvolve-se um
carregamento axial em todas as barras.
c) Quando uma viga é carregada perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, cortante
e momento desenvolvem-se para transmitir as cargas aplicadas para os apoios.
d) A capacidade de uma coluna esbelta depende da contenção fornecida em suas
extremidades.
e) Os arcos são estruturas que suportam apenas compressão axial.
I. As treliças isostáticas com cargas fora dos nós não são consideradas ideais e
necessitam do Método de Ritter para solução.
II. Qualquer sistema reticulado constituído por um polígono fechado rotulado em seus
vértices é deformável, e, portanto, hipostático. A exceção é o triângulo.
III. Com relação à estaticidade das treliças, as incógnitas do problema são em número
(r + b), sendo r o número de reações de apoio, e b o número de barras. As equações
38
de equilíbrio têm número igual a 2n, sendo n o número total de nós, incluindo os nós
de apoio da estrutura.
IV. Sendo r + b = 2n, é uma condição apenas necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja isostática.
V. Se r + b > 2n, sugere que se trata de uma treliça hiperestática. Porém, não se pode
afirmar isso apenas com base nessa relação, pois a associação de um trecho
hiperestático com outro hipostático pode conduzir a uma hiperestaticidade aparente
para o conjunto.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente o item IV
d) Somente os itens I, III e IV.
e) Somente os itens II, III, IV e V.
39
ESTATICIDADE,
ESTABILIDADE E CARGAS
DAS ESTRUTURAS
40
3.1 TOPOLOGIA DAS ESTRUTURAS
A topologia das estruturas envolve o estudo dos nós, do eixo local e do eixo global.
Vamos retratar a definição de cada um deles a seguir. De acordo com Gilbert, Leet,
Uang (2014), temos que:
Nós: os nós são pontos de interseção ou conexão onde os elementos estruturais
se encontram e se conectam. Eles são os pontos onde vigas, colunas, treliças e outros
componentes estruturais se juntam, formando uma estrutura unificada. Os nós
são fundamentais para a estabilidade e integridade da estrutura, já que a força e a
estabilidade das conexões nos nós afetam diretamente a resistência e a estabilidade
global da estrutura (Figura 26).
Nós móveis: os nós móveis são pontos de conexão que permitem algum grau de
movimento relativo entre os elementos estruturais conectados. Eles são projetados para
permitir a variação ou acomodação de deslocamentos e deformações decorrentes de
forças externas, mudanças de temperatura ou assentamento. Os nossos móveis são
frequentemente usados em estruturas sujeitas a cargas dinâmicas ou variáveis, onde a
flexibilidade e a capacidade de adaptação são permitidas para garantir a estabilidade
e a integridade da estrutura.
Nós fixos: os nós fixos são pontos de conexão que restringem qualquer movimento
relativo entre os elementos estruturais conectados. Eles são projetados para fornecer uma
conexão e propriedade entre os elementos, impedindo qualquer deslocamento relativo.
Os nossos ajustes são cruciais em estruturas onde a estabilidade e as dificuldades são
essenciais, especialmente em situações onde há necessidade de evitar deslocamentos
indesejados ou deformações excessivas que possam comprometer a integridade
estrutural.
Na Figura 27, podemos observar a estruturas apresentando nós móveis e nós fixos.
41
Eixo Local: o eixo local é uma referência de orientação específica que é adotada
em cada elemento estrutural individual. Ele é definido pela direção do elemento em si,
representando o eixo coordenado local que é intrínseco à geometria e à disposição
do elemento. Ao considerar o comportamento de um único elemento estrutural, como
uma viga ou uma coluna, o eixo local é essencial para compreender como as forças e
os momentos atuam sobre o elemento em sua orientação específica.
Eixo Global: o eixo global é um sistema de coordenadas de referência que abrange
toda a estrutura. Ele é definido de forma a abranger a estrutura como um todo e é
geralmente baseado em um sistema de coordenação tridimensional. O eixo global é
crucial para compreender a disposição espacial dos elementos estruturais em relação
uns aos outros e para analisar o comportamento da estrutura como um sistema
integrado sob diferentes condições de carga.
Figura 28: Estrutura com coordenada global e elemento com coordenada local
Fonte: Mcguire, Gallangher e Ziemian (1999)
FIQUE ATENTO
Estruturas hipostáticas são aquelas em que o número de reações e vínculos é menor do
que o número de equações de equilíbrio estático. Essas estruturas são mais complexas
porque não podem ser resolvidas apenas pelas equações de equilíbrio, exigindo o uso de
métodos adicionais, como as equações de compatibilidade de deformações, para de-
terminar as forças internas. A falta de informações suficientes das equações de equilíbrio
torna o sistema mais difícil de analisar, pois os graus de liberdade adicionais resultam
em incertezas e ambiguidades nos cálculos. Isso muitas vezes exige o uso de técnicas
mais avançadas, como o método dos deslocamentos e o método dos trabalhos virtuais,
para resolver as desconhecidas adicionais no sistema. Portanto, a análise de estruturas
hipostáticas requer uma abordagem mais cuidadosa e métodos mais sofisticados em
comparação com as estruturas isostáticas simples.
FIQUE ATENTO
A partir do que foi estudado acima, é possível ser levado a estabelecer os seguintes cri-
térios para classificação de uma estrutura (sem vínculos internos) como isostática, hi-
postática ou hiperestática com base na contagem do número de apoios em relação ao
número de graus de liberdade da estrutura. Embora seja classificado como eficaz para as
estruturas hipostáticas, para as estruturas isostáticas e hiperestáticas, ele fornece apenas
uma condição, porém não suficiente, como ilustrado na Figura a seguir.
Na estrutura plana mostrada na Figura acima, possui três graus de liberdade, identifica-
mos um apoio do 2º gênero e um apoio do 1º gênero, totalizando três reações de apoio a
serem determinadas. A análise sugere que a estrutura seja isostática, porém, na realida-
de, o apoio A impede as translações nas orientações Ax e Ay, enquanto o apoio B impede
a translação na direção Ax. A rotação do sistema não é impedida, resultando na estrutura
sendo hipostática, embora inicialmente aparentasse ser isostática.
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Para classificar uma estrutura (sem vínculos internos) como externamente
isostática ou hiperestática, não é suficiente apenas comparar o número de respostas
de apoio a serem determinados com o número de graus de liberdade da estrutura.
É essencial certificar-se de que os apoios restringem efetivamente todos os graus de
liberdade da estrutura em questão, eliminando completamente a possibilidade de uma
estrutura ser hipostática.
Na Figura 30, podemos analisar um exemplo para o cálculo do grau de estaticidade
do pórtico plano.
Observe que as reações verticais, RA e RB, podem ser determinadas pela aplicação
das equações de equilíbrio estático. As reações horizontais, por sua vez, não podem ser
determinadas. A estrutura analisada, portanto, é estaticamente indeterminada, ou seja,
é hiperestática. A estrutura pode ser transformada em estática de duas maneiras:
• pela substituição do apoio fixo por um apoio móvel;
• pela incorporação de uma rótula na estrutura.
A seguir, é apresentada a determinação do grau de estaticidade para ambas as
44
situações. Substituição do apoio fixo por um apoio móvel no apoio B, conforme a Figura
31.
3.3 REAÇÕES
As construções devem ser capazes de manter a estabilidade sob todas as
condições de carga. Em outras palavras, elas devem ser capazes de resistir às
forças aplicadas, como o peso próprio, sobrecargas previstas, vento, etc., sem sofrer
deformações graves ou colapsos. Uma vez que estruturas derivadas não apresentam
movimentos perceptíveis quando submetidas a cargas, a análise delas se baseia em
grande parte nos princípios e técnicas da estática, os quais determinam as forças
internas e externas (reações) (GILBERT; LEET; UANG, 2014).
As estruturas abordadas neste livro não são completamente rígidas, uma vez
que apresentam pequenas deformações metálicas quando submetidas a cargas. No
entanto, na maioria das situações, as deflexões são tão insignificantes que nos permitem
considerar a estrutura ou os seus componentes como corpos rígidos e basear a análise
nas dimensões iniciais da estrutura (GILBERT; LEET; UANG, 2014).
De acordo com Kassimali (2016), há um método sequencial que pode ser
empregado para calcular as respostas de estruturas planas estáticas determinadas
46
que estão sujeitas a cargas no mesmo plano. O método segue os seguintes passos:
1. Desenhar o DCL (diagrama de corpo livre):
a. Representar uma estrutura isolada de seus apoios e desconectada de qualquer
outro componente ao qual possa estar conectado.
b. Indique cada força ou momento conhecido no Diagrama de Corpo Livre (DCL)
por meio de setas que representam a direção e sentido de cada força ou momento.
Inclui a magnitude de cada força ou momento conhecido ao lado das respectivas setas.
c. Especifique a orientação do sistema de coordenadas xy, perpendicular
entre si, que será utilizada na análise. Normalmente, é conveniente orientar os eixos
x e y horizontalmente (positivo para a direita) e verticalmente (positivo para cima),
respectivamente. No entanto, se as dimensões da estrutura e/ou as linhas de ação da
maioria das cargas aplicadas forem em uma direção inclinada, a seleção do eixo x (ou
y) nessa direção pode acelerar significativamente a análise.
d. Identifique as reações externas desconhecidas exercidas na estrutura em
cada ponto onde o suporte foi removido. Representar as forças de fato no DCL por
setas conhecidas de suas linhas de ação. Os pares de reações são representados por
setas curvas. Os sentidos das reações são desconhecidos e podem ser reforçados
arbitrariamente. No entanto, geralmente é conveniente assumir os sentidos das forças
de evidência nas x e y como positivas e os sentidos dos momentos de evidência como
positivos no sentido anti-horário. Os verdadeiros sentidos das reações serão conhecidos
após determinar suas magnitudes, resolvendo as equações de equilíbrio e condição
(se houver). Uma magnitude positiva para um acontecimento implicará que o sentido
inicialmente reforçado estava correto, enquanto um valor negativo indicará que o
verdadeiro sentido é oposto ao reforço no DCL. As magnitudes das reações ainda não
conhecidas devem ser indicadas por símbolos alfabéticos adequados no DCL.
e. Finalize o DCL incluindo as dimensões da estrutura, mostrando os locais das
forças externas conhecidas e desconhecidas.
Na Figura 32 e 33, podemos observar uma viga contínua submetida a diversos
carregamento e o seu DCL, respectivamente.
Solução
Diagrama de corpo livre: O diagrama de corpo livre da viga é mostrado na Figura
(b).
Observe que o rolete em A exerce reação Ra na direção perpendicular à
superfície de apoio inclinado.
Determinação estática: A viga é internamente estável e é suportada por três
reações, Ra, Bx e By, todas as quais não são paralelas ou concorrentes. Portanto, a viga
é estaticamente determinada.
Reações de apoio: Como duas das três reações, denominadas Bx e By são
concomitantes em B, seus momentos em B são nulos. Consequentemente, a equação
de equilíbrio ∑MB = 0 que envolve o resumo de momentos de todas as forças em B
contém apenas uma incógnita, RA. Assim,
48
A resposta positiva para RA indica que nossa suposição inicial sobre o sentido
dessa reação estava correta. Portanto
VAMOS PENSAR?
Considerar um edifício de quatro andares em uma área urbana na sua região. Quais as
cargas estruturais que atuam sobre o edifício, considerando as condições específicas de
localização e uso, tais como o clima da região, os materiais de construção e as atividades
diárias no edifício?
Cargas permanentes:
Peso próprio do edifício, incluindo estrutura, paredes, lajes e revestimentos.
Cargas dos ocupantes, móveis e equipamentos nos andares.
Cargas variáveis:
Cargas de neve, se a região estiver sujeita a nevascas.
Efeito da temperatura
Cargas de vento, especialmente se a área estiver sujeita a ventos fortes ou
ciclones.
Carga sísmica:
Se a região estiver localizada em uma área sísmica, o edifício deve ser projetado
para resistir a terremotos. As cargas sísmicas são determinadas com base na zona
sísmica e na resposta dinâmica da estrutura.
Carga de uso:
Cargas vivas, que incluem a carga de ocupantes e o uso diário do edifício. Essas
cargas variam dependendo do tipo de uso do edifício, como residencial, comercial,
50
industrial, etc.
Carga de tráfego:
Se o edifício estiver localizado em uma área com tráfego de veículos, as vibrações
e cargas dinâmicas dos veículos devem ser consideradas.
E dentre outras cargas que podem ser especificadas para cada tipo de edificação.
51
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Adaptado de ADORNA – 2017). O conceito de estruturas hipostáticas, isostáticas e
hiperestáticas é fundamental na engenharia estrutural e está relacionado à capacidade
de uma estrutura resistir a cargas e se manter estável. São estruturas hipostáticas,
isostáticas e hiperestáticas, respectivamente:
a) V- V- V- V.
b) F- F- V- V.
c) V- F- V- F.
d) F- F- F- F.
e) V- V- F- F.
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
a) A – hipoestática
b) B – isostática
c) C – isostática
d) D – hiperestática
e) E – hiperestática
CÁLCULO DOS
DESLOCAMENTOS EM
ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
57
4.1 ESFORÇOS INTERNOS
Uma compreensão crucial na engenharia estrutural é a análise do esforço cortante
e do momento fletor dentro de sistemas estruturais. As equações para o esforço cortante
e o momento fletor são fundamentais para o cálculo das deflexões. Frequentemente, o
esforço cortante e o momento flexível são representados em diagramas, proporcionando
uma visualização clara da resposta estrutural (MCCORMAC, 2009).
Ainda de acordo com o mesmo autor, a fim de analisar as condições internas de
uma estrutura, é desenhado um diagrama de corpo livre que permite a determinação
das forças convenientes para manter o equilíbrio da estrutura. O esforço cortante e o
momento fletor são dois efeitos das cargas externas que atuam sobre a estrutura e
precisam ser compreendidos para um estudo adequado das forças internas.
O esforço cortante, ou cisalhamento, é a soma algébrica das forças à esquerda
ou à direita de uma seção perpendicular ao eixo do elemento.
Esforço cortante é uma das componentes dos esforços internos que atuam em
um elemento estrutural, como uma viga ou um pilar. Esse esforço atua transversalmente
ao eixo longitudinal do elemento, tendendo a "cortá-lo". Em termos simples, o esforço
cortante representa uma força interna que tenta deslizar uma parte da estrutura em
relação à outra.
Para visualizar melhor o esforço cortante, imagine um livro empilhado sobre
outro. Se você tentar deslizar o livro de cima horizontalmente, enquanto o livro de baixo
permanece imóvel, a resistência que você sente contra o deslizamento é semelhante à
ação do esforço cortante em um elemento estrutural.
Nas vigas, o esforço cortante é comumente causado por cargas verticais
distribuídas ou concentradas que atuam perpendicularmente ao eixo longitudinal da
viga. A distribuição e magnitude do esforço cortante ao longo da viga dependerão da
geometria, das condições de apoio e da configuração de carga.
O esforço cortante é crucial na análise estrutural, pois pode causar falhas por
cisalhamento no material. Assim, é fundamental garantir que o material e a seção
transversal da estrutura sejam adequadamente dimensionados para resistir a tais
esforços
O momento fletor é a soma algébrica dos momentos resultantes de todas as
forças à esquerda ou à direita de uma seção transversal específica. Esses momentos
são calculados em torno de um eixo que passa pelo centroide da seção transversal.
Para entender intuitivamente o momento fletor, imagine uma régua flexível apoiada
em suas extremidades. Se você pressionar a régua no meio, ela se curvará. A força que
você aplica tenta fazer a régua rotacionar, criando um momento. O efeito que causa a
curvatura é o momento fletor.
Na Figura 33, podemos observar a convenção de sinais para os esforços internos.
58
Figura 33: Convenção de sinais usada para esforços internos de cisalhamento, de momentos
fletores e normais
Fonte: Mccormac, (2009)
Esforço cortante
O esforço cortante, representado por Q, em uma seção é calculado pela soma
vetorial dos componentes do sistema de forças em um dos lados da seção em análise
sobre o plano considerado. Dividindo a força nos dois componentes que compõem o
plano, é possível determinar o esforço cortante (SOUZA, 2018).
Com isso, temos que:
𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑄𝑧 = � 𝐹𝑦𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝐹𝑦
Figura 34: Carregamento cortante sobre um elemento infinitesimal compreendido entre as seções S
e S’ e a respectiva convenção de sinais. A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).
Momento fletor
O momento fletor em uma seção é obtido somando vetorialmente os momentos
causados pelas cargas externas de um dos lados da seção em análise, considerando a
direção perpendicular a essa seção como a direção x. Portanto, o momento fletor pode
existir em duas simples: y e z (SOUZA, 2018).
Com isso, temos que:
59
𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑀𝑦 = � 𝑀𝑦𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝑀𝑦
Figura 35: O momento fletor pode ser nas direções z e y. No caso do momento z, ele é positivo quan-
do as fibras inferiores do elemento são tracionadas. No caso do momento y, ele é positivo quando as
fibras internas são tracionadas. A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).
Momento torçor
O momento de torque em uma seção é calculado pela soma vetorial dos
momentos de torque causados pelos carregamentos externos em um dos lados da
seção em análise, considerando a direção perpendicular a essa seção como a direção
x (MCCORMAC, 2009).
Com isso, temos que:
𝑒𝑥𝑡, à 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑀𝑇 = 𝑀𝑋 = � 𝑀𝑇𝑒𝑥𝑡, à 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = � 𝑀𝑇
Souza (2018) pág. 219, retrata que “o momento torçor tende a torcer o elemento
estrutural, fazendo com que a seção transversal seja deformada. Basicamente, ocorre
um giro da seção em torno da direção longitudinal da peça (vide Figura 36).”
Figura 36: O momento torçor. Quando o vetor momento sai (entra) da (na) seção é con-vencionado
que o momento torçor é positivo (negativo). A linha tracejada representa a deformação do elemento
Fonte: Souza (2018).
60
Vamos entender melhor o cálculo do esforço cortante através do exemplo a
seguir, baseado em Mccormac (2009). Para isso, vamos determinar o esforço cortante
para o elemento estrutural apresentado na figura 37.
Solução.
Esforço cortante na seção a-a: Va-a à esquerda = 25,7 k (114,32 kN) ↑, ou + 25,7 k
(+ 114,32 kN)
Va-a à direita = 20 + 15 + 16 – 25,3 = 25,7 k (114,32 kN) ↓, ou + 25,7 k (+ 114,32 kN)
Esforço cortante na seção b-b: Vb-b à esquerda = 25,7 – 20 – 15 = 9,3 k (41,37 kN)
↓, ou –9,3 k (41,37 kN)
Vb-b à direita = 16 – 25,3 = –9,3 k (–41,37 kN) ↑, ou –9,3 k (41,37 kN)
Os momentos fletores nas seções a-a e b-b da viga do Exemplo são calculados
da seguinte maneira:
Momento na seção a-a:
Ma-a à esquerda = (25,7).(5) = 128,5’ k ↻, +128,5’ k
Ma-a à direita = (25,3).(35) – (16)(27) – (15)(15) – (20)(5) = 128,5′ k ↺ ou +128,5’ k
Momento na seção b-b: Mb-b à esquerda = (25,7)(25) – (20)(15) – (15)(5) = 267,5’
k ↻, +267,5’ k
Mb-b à direita = (25,3)(15) – (16)(7) = 267,5’ k ↺, +267,5’ k
FIQUE ATENTO
É comum haver confusão entre os momentos de fletor e torçor. É importante lembrar que
o momento fletor provoca tração em uma extremidade da seção e comprime na outra,
resultando em uma curvatura na peça. Enquanto isso, o momento torçor causa a rotação
da seção específica ao redor de sua direção normal. Peças sujeitas a um momento de
torçor são torcidas.
𝑊𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 𝑃� 𝛿
�𝑁
𝑁 𝑄� 𝑄 �𝑀
𝑀
𝑊𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = � 𝑑𝑠 + � 𝑥 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙
Quando se iguala essas expressões, vamos obter a que está expressa a seguir.
�𝑁
𝑁 𝑄� 𝑄 �𝑀
𝑀
𝛿=� 𝑑𝑠 + � 𝑥 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙
𝑁𝑎 𝑁𝑏 𝑉𝑎 𝑉𝑏 𝑀𝑎 𝑀𝑏
=� 𝑑𝑠 + � 𝑓𝑠 𝑑𝑠 + � 𝑑𝑠
𝐸𝐴 𝐺𝐴 𝐸𝐼
𝑙 𝑙 𝑙
𝑀𝑎 𝑀𝑏
𝛿=� 𝑑𝑠
𝐸𝐼
𝑙
𝑊𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 1 � 𝛿x
VAMOS PENSAR?
Tendo em vista o que foi trabalho no tópico, reflita sobre como o método de carga unitária
pode ser aplicado de forma eficaz para calcular os deslocamentos em uma variedade de
estruturas, considerando diferentes tipos de carregamento e condições de contorno? O
método de carga unitária é uma técnica eficaz na determinação dos deslocamentos em
uma variedade de estruturas, independentemente do tipo de carregamento e das condi-
ções de contorno. Essa abordagem envolve a aplicação de uma carga unitária em cada
local de interesse na estrutura e a subsequente análise dos deslocamentos resultantes.
Ao considerar diferentes tipos de carregamento, como cargas pontuais, distribuídas ou
momentos, e condições de contorno, como apoios fixos, móveis ou simplesmente apoia-
dos, o método de carga unitária permite uma avaliação abrangente dos deslocamentos
estruturais.
SOLUÇÃO
Aplicação do método da carga unitária e cálculo das reações:
Aplicando o PTV:
66
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Esforço cortante.
b) Momento de flexão.
c) Esforço normal.
d) Momento de torção.
e) Tensão de cisalhamento
Sob a perspectiva dos esforços internos, assinale a alternativa que apresenta o valor do
momento fletor no ponto C.
a) 3 tf.m.
b) 4 tf.m.
67
c) 5 tf.m.
d) 6 tf.m.
e) 7 tf.m.
a) Esforço normal.
b) Esforço cortante.
c) Momento torsor.
d) Momento fletor.
e) Esforço anormal.
7. O princípio dos trabalhos virtuais (PTV) permite ao engenheiro calcular uma única
componente de deflexão a cada aplicação do método. Sobre estruturas, analise as
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
a) I e II estão corretas
b) I e III estão corretas
c) I, II e III estão corretas
d) Somente I está correta
e) Somente III está correta
a) Tração e compressão.
b) Tração e flexão.
c) Compressão e flexão.
d) Cisalhamento e torção.
e) Torção e flexão.
69
DIAGRAMAS DE
ESFORÇOS INTERNOS
EM ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
70
5.1 VIGAS SIMPLES
De acordo com Edmungo, Guimarães e Rojas (2018 p. 77) “as vigas são elementos
estruturais constituídos de uma barra horizontal, na qual a dimensão longitudinal
predomina sobre as demais dimensões.”
FIQUE ATENTO
Com base no cálculo dos esforços solicitados, pode-se produzir os diagramas de esforços
solicitados ou diagramas de linhas de estado. Esses diagramas representam graficamen-
te a variação dos esforços solicitados ao longo do eixo de uma estrutura sujeita à influên-
cia de cargas externas, pontos de apoio e vários.
Quando uma viga está sob carga, ela sofre deformação. Embora os esforços
externos (cargas e reações de apoio) atuem apenas em alguns trechos da viga, todas
as suas inúmeras sofrerão deformações. Devido a essas deformações ao longo da viga,
os esforços internos são responsáveis por eles, sendo chamados de esforços solicitados,
e são categorizados em duas formas de força e duas formas de momento, executados
em todos os centros de gravidade das questões transversais da viga (vide Figura 41).
72
Figura 41: Viga biapoiada na posição deformada com a seção s perpendicular ao eixo da viga
Fonte: Edmungo, Guimarães e Rojas (2018).
M = 203,89x para 0 ≤ x ≤ 3 m
onde x1 = 3,99 m; isto é, o ponto F está localizado a uma distância de 3,99 m da
extremidade E ou 12 – 3,99 = 8,01 m do apoio A da viga.
Segue os gráficos montados:
De acordo com Soriano (2010), a análise das vigas Gerber pode ser realizada de
duas formas:
• Decomposição em vigas simples;
• Imposição de equação de condição: Mf nas rótulas = 0, isto é, momento fletor nas
rótulas igual a zero.
O primeiro modo, considerado o mais prático por Soriano (2010), funciona da
seguinte maneira:
• Decompõe a viga Gerber em vigas isostáticas;
• Construir o diagrama de corpo livre da estrutura decomposta, onde deve-se ser
feito em ordem decrescente estática: primeiro as vigas apoiadas, depois as que dão
apoio;
• Determinar as reações de apoios utilizando as equações de equilíbrio obedecendo a
ordem de construção dos diagramas de corpo livre.
Já o segundo modo, isto é, a imposição da equação de condição, segue da
seguinte forma:
• Construir o diagrama de corpo livre da estrutura completa;
• Determinar as reações de apoio utilizando as equações de equilíbrio somada a
equação de condição (Mf nas rótulas = 0).
Vamos acompanhar os exemplos a seguir para melhor entender a divisão em
vigas simples das vigas Gerber.
Exemplo aplicado 01:
78
Decomposição em vigas simples
VAMOS PENSAR?
Já estudamos sobre a estaticidade das estruturas e como elas são classificadas. A res-
peito das treliças, como funcionaria a determinação da estaticidade desse tipo de estru-
83
tura? Seria da mesma forma que nas vigas e pórticos ou há alguma maneira diferente?
Reflita analisando a estrutura de uma treliça seguindo o mesmo princípio já estudado, se
necessário, pesquise em fontes confiáveis, como os livros de análise estrutural disponíveis
na biblioteca virtual.
Treliças simples
Treliças simples são aquelas originadas de um triângulo inicial composto por três
barras e três nós, as quais não permitem qualquer deformação. Para cada novo nó
nessa configuração, são adicionadas duas barras adicionais. Uma treliça triangular
composta por três elementos e três nós pode ser considerada rígida, não sofrendo
grandes deformações sob a ação de cargas leves. É possível adicionar mais duas barras
não colineares para obter um novo nó na estrutura (EDMUNGO; GUIMARÃES; ROJAS, 2018).
Treliças complexas
Segundo Kalil e Azambuja (2013), uma treliça complexa é categorizada por
meio da análise de eliminação, ou seja, se não se enquadra nas categorias de treliça
simples ou composta, é considerada complexa. No entanto, não se pode determinar
imediatamente se ela é isostática apenas aplicando a análise de b + r = 2n, que é
uma condição necessária, mas não suficiente, para garantir a isostaticidade. Uma
treliça complexa pode ser encontrada por vários padrões de elementos triangulares,
quadriláteros e até mesmo poligonais. Além disso, ela pode apresentar barras que se
cruzam sem estarem vinculadas umas às outras.
5.4 PÓRTICOS
Os Pórticos (vide Figura 50) são estruturas formadas por elementos (ou barras)
cujos eixos, com orientações arbitrárias, pertencem todos a um único plano (plano da
estrutura). As forças atuantes sobre os mesmos pertencem também a este plano. Os
nós que interconectam seus elementos podem ser rígidos ou articulados (KASSIMALI,
2016).
Pórtico simples:
Tri-articulado
88
Pórtico simples: biapoiado
Pórticos compostos
a) 80 kNm.
b) 100 kNm.
c) 150 kNm.
d) 180 kNm.
e) 200 kNm.
3. (Adaptado de VUNESP- 2014). Uma viga simplesmente apoiada é uma estrutura que
fica apoiada em dois pontos, geralmente paredes, colunas ou pilares. Essa viga recebe
cargas e as transmite para os pontos de apoio. É um elemento estrutural amplamente
utilizado na construção civil e pode ser feita de diferentes materiais, como concreto,
madeira, aço ou alumínio. Considere a viga simplesmente apoiada da figura, submetida
a uma carga uniformemente distribuída ao longo do vão de 2 kN/m e a uma carga
concentrada de 4 kN no meio do vão.
93
a) 24.
b) 15
c) 12
d) 9
e) 6
I. As treliças isostáticas com cargas fora dos nós não são consideradas ideais e
necessitam do Método de Ritter para solução.
II. Qualquer sistema reticulado constituído por um polígono fechado rotulado em seus
vértices é deformável, e, portanto, hipostático. A exceção é o triângulo.
III. Com relação à estaticidade das treliças, as incógnitas do problema são em número
(r + b), sendo r o número de reações de apoio, e b o número de barras. As equações
de equilíbrio têm número igual a 2n, sendo n o número total de nós, incluindo os nós
de apoio da estrutura.
IV. Sendo r + b = 2n, é uma condição apenas necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja isostática.
V. Se r + b > 2n, sugere que se trata de uma treliça hiperestática. Porém, não se pode
afirmar isso apenas com base nessa relação, pois a associação de um trecho
hiperestático com outro hipostático pode conduzir a uma hiperestaticidade aparente
para o conjunto.
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens II, III, IV e V.
d) Somente os itens I, III e V.
e) Somente o item IV.
5. (Instituto Consulplan- 2019). Cada treliça é projetada para suportar as cargas que
agem em seu plano e, dessa forma, pode ser considerada uma estrutura bidimensional.
Em geral, as barras de uma treliça são esbeltas e podem suportar pouca flexão em
94
função das cargas laterais. Portanto, todas as cargas devem ser aplicadas nos vários
nós, e não diretamente nas próprias barras. Admite-se, também, que os pesos das barras
da treliça sejam aplicados aos nós; metade do peso de cada barra é aplicada a cada
um dos dois nós que fazem a ligação da barra. Na maioria das análises preliminares de
treliças, os pesos das barras são ignorados, porque são pequenos se comparados com
as cargas aplicadas. É possível afirmar que a análise preliminar de uma treliça admite
que:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
a) 10.
b) 20.
c) 30.
d) 40.
e) 50.
a)
b)
96
c)
d)
e)
97
LINHAS DE INFLUÊNCIA
98
6.1 CARGAS MÓVEIS
Como já foi visto, de acordo com Valle, Rovere e Pillar (2009), as cargas que
exercem influência sobre uma estrutura são dos tipos:
• Permanentes: constantemente agem sobre a estrutura. Exemplos: peso próprio,
revestimentos, equipamentos, dentre outras.
• Acidentais: ocasionalmente atuam sobre a estrutura. Exemplos: vento, terremoto,
neve, materiais, água, móveis, dentre outras.
• As forças acidentais também podem ser subdivididas em fixas e móveis:
• Fixas: possuem uma posição e valor específicos, conhecidos.
• Móveis: têm um valor determinado, mas sua posição varia. Exemplos: veículos, trens,
cargas em uma ponte rolante e etc.
VAMOS PENSAR?
Adentrando no conteúdo de cargas móveis e tomando como exemplo o projeto de um
viaduto: Quais cargas móveis devemos considerar sobre ele? Dado que existem inúmeras
combinações possíveis de veículos, como devemos fazer a seleção? Embora não saiba-
mos a posição exata dos veículos, conhecemos o peso de cada roda (eixo) e a distância
entre eles. Além dos veículos, as pessoas também podem exercer pressão sobre o viadu-
to, conhecida como "carga de multidão".
Para essa viga, temos que o diagrama de momentos fletores – no qual pode ser
calculado por metodologias já apresentadas neste livro – para carga permanente é
(Figura 55):
99
Considere uma carga móvel de 1 tonelada-força (tf) que pode atuar em qualquer
ponto da estrutura P(z). O desafio a ser enfrentado é determinar os esforços máximos e
mínimos gerados pela carga móvel. Por exemplo, qual seria o momento fletor máximo
(Mmáx - positivo) e o mínimo (Mmáx - negativo) causados por P(z), que devemos
adicionar aos momentos resultantes das cargas permanentes (vide Figura 58).
Neste caso específico, é notável que o momento fletor será mínimo, (Mmáx -
negativo), quando P for aplicado em C, e o momento fletor será máximo quando P for
aplicado em E.
FIQUE ATENTO
As linhas de influência não são usadas apenas na engenharia estrutural, mas também
encontram aplicação em outras áreas, como na análise de redes de transporte, permi-
tindo prever como o tráfego e a carga fluem em sistemas rodoviários, ferroviários e até
mesmo em redes sociais, onde podem ser usadas para compreender como informações
se propagam em uma rede. Elas fornecem uma maneira poderosa de visualizar como as
influências se propagam em sistemas complexos.
a) 360 kNm
b) 420 kNm.
c) 480 kNm.
d) 520 kNm.
e) 600 kNm.
2. (Adaptado de FCC- 2017). As pontes podem ser divididas em três partes principais:
infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura. A superestrutura, composta geralmente
de lajes e vigas principais e secundárias, é o elemento de suporte imediato do estrado,
que constitui a parte útil da obra. Considere a viga de uma ponte sobre a qual deve
passar a carga móvel, como ilustrado na figura abaixo.
A carga móvel é formada por três forças concentradas P = 140 kN e pela carga
uniformemente distribuída q = 20 kN/m. Ao se utilizar linhas de influência, verifica-se
que o momento fletor na seção C é, em kNm.
a) 2.455
b) 2.190
c) 2.480
105
d) 2.524
e) 2.536
3. (Adaptado de VUNESP- 2018). Diversas estruturas são solicitadas por cargas móveis.
Exemplos são pontes rodoviárias e ferroviárias ou pórticos industriais que suportam
pontes rolantes para transporte de cargas. A viga simplesmente apoiada da figura
deve suportar uma carga uniformemente distribuída de 50 kN/m e uma carga móvel
com duas cargas concentradas de 200 kN.
a) 1800
b) 3600
c) 4300
d) 4500
e) 5600
a) P = 80 kN aplicado em A
b) P = 60 kN aplicado em A
c) P = 30 kN aplicado em A
d) P = 20 kN aplicado em A
e) P = 40 kN aplicado em A
O momento fletor máximo no ponto C, obtido pelo método das linhas de influência é,
em kNm,
a) 540.
b) 980.
c) 730.
d) 600.
e) 780.
7. (Adaptado de VUNESP- 2018). As cargas que atuam em uma estrutura podem ser
classificadas em cargas permanentes ou cargas acidentais. As cargas permanentes
são aquelas que atuam ao longo de toda a vida útil da estrutura, como, por exemplo, o
seu peso próprio. As cargas acidentais, por sua vez, são aquelas que podem atuar ou
não ao longo da vida útil da estrutura, como, por exemplo, ações de vento, sobrecargas
(cargas de utilização) em edificações e cargas de veículos em pontes rodoviárias ou
ferroviárias. Considere a viga simplesmente apoiada de uma ponte com vão de 20
m, submetida à carga uniformemente distribuída de 40 kN/m e a uma carga móvel
representada na figura.
107
a) 3 200.
b) 2 720.
c) 2 960.
d) 2 400.
e) 2 680.
a) passeios.
b) guarda-corpos.
c) barreiras de proteção.
d) placas de transição.
e) alas laterais.
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RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 A
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GILBERT, A. M.; LEET, K. M.; UANG, C. M. Fundamentos da análise estrutural. 7 Grupo A, 2014.
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