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DESENHO
PROJETIVO
Prof. Me. Felipe Delapria Dias dos Santos
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DESENHO PROJETIVO
PROF. ME. FELIPE DELAPRIA DIAS DOS SANTOS
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Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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DESENHO PROJETIVO
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2022
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FELIPE DELAPRIA
Possui Mestrado em Engenharia Mecâni-
ca com ênfase em materiais poliméricos - UEM
(2020). Graduado em Engenharia Mecânica/
UTFPR (2017). Graduado em Administração/
FAPAN (2016). Pós-graduação em andamento
em Engenharia de Perícia/Unyleaya. Pós-gra-
duado em Gestão da Qualidade e Processos Ge-
renciais (2019). Pós-graduado em Segurança do
Trabalho (2018). Já atuou como professor con-
teudista para diversos centros de ensino. Atuou
como professor e coordenador de pós-gradua-
ção para a Centro Universitário Cidade Verdade
(UniFCV). Foi aluno de mobilidade internacional
no Instituto Politécnico de Bragança - Portugal
(2015/2016). Participou da fundação da Empre-
sa Junior SmartMec Jr da UTFPR, onde atuou
como diretor de comunicação, marketing e ne-
gócios (2016-2017). Atualmente ocupa o cargo
de Gerente Industrial na Elevnorte e Professor
facilitador para o curso de Engenharia
Mecânica na UniCesumar.
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
PERSPECTIVAS DO DESENHO PROJETIVO
1.1 Introdução ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................10
1.2 Tipos de Representação no Desenho em Perspectivas .....................................................................................................................................................................................10
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................16
UNIDADE 2
COMPONENTES DO DESENHO PROJETIVO
2.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................22
2.2 Conceitos De Ponto, Reta e Ângulo ...............................................................................................................................................................................................................................22
2.3 Ângulos ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................23
2.4 Retas e Planos Inclinados .....................................................................................................................................................................................................................................................25
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................28
UNIDADE 3
SÍMBOLOS E CONVENÇÕES GRÁFICAS
3.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................32
3.2 Desenho Técnico: Tipologia das Linhas .......................................................................................................................................................................................................................32
3.3 Norma Brasileira Nº 8.402/1994: Escrita Técnica ...................................................................................................................................................................................................34
3.4 Norma Brasileira Nº 10.126/1998: Cotagem em Desenho Técnico .............................................................................................................................................................36
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................38
UNIDADE 4
VISTAS, CORTES E SEÇÕES
UNIDADE 5
LINHAS E CÍRCULOS NA MODELAGEM
5.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................53
5.2 Definição e Tipos de Escala no Desenho Técnico .................................................................................................................................................................................................53
5.3 Classificação das Escalas .......................................................................................................................................................................................................................................................56
5.4 Uso do Escalímetro e Aplicação da Escala ................................................................................................................................................................................................................57
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................60
UNIDADE 6
TÉCNICAS E MÉTODOS DE DESENHO EM PERSPECTIVAS
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................64
6.2 Isométrica ........................................................................................................................................................................................................................................................................................64
6.3 Cavaleira (Elevação Oblíqua) ...............................................................................................................................................................................................................................................65
6.4 Militar (Planta Oblíqua) ..........................................................................................................................................................................................................................................................66
6.5 Aplicação dos Diferentes Tipos de Perspectivas ...................................................................................................................................................................................................67
FIXANDO O CONTEÚDO..................................................................................................................................................................................................................................................................71
UNIDADE 2
Estudaremos conceitos relacionados a pontos, retas e ângulos. Entenderemos os
tipos de retas que um desenho pode receber, bem como simbologias relacionadas
a paralelo, coincidente, equivalente e outros.
UNIDADE 3
Na terceira unidade do nosso livro serão abordadas as simbologias e convenções
gráficas. Estudaremos normas brasileiras referentes à escrita técnica e à cotagem
em desenho técnico, às formas do traçado e à tipologia das linhas.
UNIDADE 4
A quarta unidade irá trazer assuntos relacionados ao detalhamento e vistas do
desenho projetivo. Será apresentada a definição das vistas ortográficas e suas
possibilidades. Estudaremos ainda os tipos de cortes e seções que podem ser
realizados em um desenho projetivo e finalizaremos apresentado exemplos de
aplicações de vistas, cortes e seções.
UNIDADE 5
Na quinta unidade daremos um foco em assuntos relacionados a Escala do Desenho
Projetivo. Neste momento iremos estudar a definição do conceito de escala, bem
como os tipos de escalas e suas classificações. Além disso, estudaremos ainda a
aplicação e o uso do escalímetro.
UNIDADE 6
Finalizaremos nosso estudo abordando tópicos como isométrica, projeções militar e
cavaleira, desenhos com um, dois e três pontos de fuga, além de discutir a aplicação
dos diferentes tipos de perspectivas em nosso dia a dia.
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PERSPECTIVAS DO
DESENHO PROJETIVO
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1.1 INTRODUÇÃO
Muitas técnicas foram desenvolvidas para otimizar e melhorar o processo de
representação de peças. Atualmente contamos com grande auxílio de softwares que
realizam a modelagem 3D utilizando princípios do desenho técnico. Um dos grandes
princípios do desenho técnico/projetivo encontra-se na questão de perspectiva, onde
trabalhamos com três dimensões relacionando medidas de altura, comprimento e
largura.
Nesta unidade iremos aprender a respeito das formas de representação de um
desenho, incluindo perspectiva do observador e técnicas utilizadas para desenhar.
Figura 1: Projeção de um objeto desenhado a partir das linhas de projeção em um plano de projeção
Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002, p. 157)
11
VAMOS PENSAR?
Agora vamos imaginar, se o objeto estiver em outra vista, rotacionando ou posicionado de
forma diferente da posição apresentada na Figura 1, então teríamos um desenho produzi-
do a partir de outra perspectiva.
Note a diferença da posição do ponto de origem “O” nas três figuras. O formato
usual de trabalho no Brasil é a projeção isométrica, contudo, nada impossibilita o uso
das outras projeções também.
• Projeção oblíqua
Nesta categoria as linhas de projeção devem estar paralelas uma em relação a outra.
Além disso, as linhas de projeção devem estar também oblíquas em relação ao plano de
projeção. Dentro deste grupo podemos citar com maior destaque as perspectivas do
tipo: militar e cavaleira, sendo que a primeira utiliza uma planta oblíqua, enquanto que
a segunda é referente à elevação oblíqua. Observe um exemplo de projeção oblíqua na
Figura 4.
FIQUE ATENTO
Corpos/objetos são mais facilmente desenhados, na perspectiva cavaleira, quando os
mesmos possuem geometrias circulares posicionados de forma paralela à vista frontal.
A perspectiva militar (planta oblíqua) apresenta uma das faces paralelas ao plano
de projeção, porém, trata-se de uma face do plano horizontal (planta ou cobertura). Ela
também estará representada em VG, e as demais ficarão distorcidas (CHING, 2012).
• Projeções cônicas
Dizemos que nas projeções cônicas as linhas de projeção, ou ainda retas projetivas,
deverão convegir na direção dos olhos do observador que deverá estar localizado em
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uma posição qualquer e fixa, sendo esta posição um ponto finito. A projeção deverá
passar pelo objeto até o plano de projeção, sendo assim, passa pelo olho do observador
e termina no plano de projeção, formando (GIESECKE et al., 2002).
Como a imagem apresentada na Figura 7 ilustra, a projeção no formato de cone é
muito semelhante à visão humana e sempre terá Pontos de Fuga, não havendo limites
para o PF podendo, portanto, em uma única figura possuir um, dois ou três PF..
Podemos generalizar que os elementos existentes em todo desenho realizado via
projeção cônica são: linha do horizonte (LH), linha de Fuga (LF) e ponto de fuga (PF).
Dessa forma, é possível, então, a partir de elementos e medidas obtidas a partir de vistas
de um desenho bidimensional (figura 1), representar objetos e / ou ambientes de forma
a dar uma aparência tridimensional.
( ) As linhas “traço ponto” presentes nas vistas 2 e 3 (figura 2) indicam tanto o centro do
furo quadrado presente no objeto representado quanto o eixo de simetria do mesmo
desenho. As linhas tracejadas, por sua vez, presentes também nessas vistas, representam
as arestas não visíveis do mesmo furo e possibilitam concluir que ele atravessa a peça de
face a face.
a) V V F F
b) F V F V
c) V F V F
d) V F F V
e) F V V F
a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I apenas.
e) I, II e III.
a) perspectiva cônica
b) perspectiva cavaleira
c) perspectiva cilíndrica
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d) perspectiva trimétrica
e) perspectiva isométrica
a) F- V- F- V.
b) V- F- V- F.
c) F- V- V- F.
d) V- F- F- V.
e) V- V- F- F.
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COMPONENTES DO
DESENHO PROJETIVO
22
2.1 INTRODUÇÃO
Dizemos que o ponto é a figura geométrica mais simples que existe. Por exemplo,
se você pegar seu lápis e sua caneca e, sem muito esforço, colocar a ponta do objeto sob
uma folha de papel e na sequência retirar, já teremos um ponto desenho. Uma definição
de “ponto” bastante aceita entre os estudiosos é que o ponto nada mais é do que o
cruzamento entre duas retas, linhas ou curvas.
Podemos definir uma reta como sendo uma figura de uma única dimensão
(comprimento). A resta é um aglomerado de pontos que se sucedem (KANDINSKY,
2001). A indicação/identificação de uma reta normalmente ocorre por meio de letras do
alfabeto latino. Além disso, retas podem apresentar diferentes arranjos entre si conforme
apresentado na Figura 10.
VAMOS PENSAR?
Você já parou para refletir a importância das linhas no nosso dia a dia? Possuir o conceito
de “linha” para utilizar como referência em desenhos é fundamental e sem os conceitos
que permeiam as linhas e as retas, muitos dos nossos avanços não teriam acontecido.
Dizemos que quando um ponto qualquer localizado em uma reta a divide em duas
partes distintas, então esse ponto pode ser chamado de ORIGEM. Além disso, iremos
denominar de SEGMENTO DE RETA aquele conjunto formado por dois pontos presentes
em uma reta e que todos os pontos da reta estejam compreendidos entre os dois pontos
inicialmente apresentados. Por fim, diremos que a reta que pertence a um determinado
segmento receberá o nome de reta suporte do segmento.
2.3 ÂNGULOS
Podemos definir “ângulo” como sendo a distância em graus formada por duas
semirretas com o mesmo ponto de origem. Para ilustrar a definição, observe a Figura 11
abaixo.
• Mediatriz: definimos este termo como sendo o lugar geométrico de uma reta, cujo
ponto médio coincide com o ponto central da circunferência.
• Bissetirz: definimos como sendo o lugar geométrico dos pontos que estão localizados
de forma equidistante de duas retas no mesmo plano.
FIQUE ATENTO
Podemos representar diferentes figuras geométricas por uma série de simbologias esta-
belecidas por convenções, conforme apresentado a seguir:
• Ponto: A — qualquer letra latina maiúscula
• Reta: a — qualquer letra latina minúscula
• Segmento de reta: AB — duas letras maiúsculas latinas
• Ângulo: α — qualquer letra do alfabeto grego
• Igual: =
• Diferente: ≠
• Coincidente: ≡
• Semelhante: ~
• Equivalente: ≈
• Diâmetro: d
• Perpendicular: ⊥
• Paralelo: //
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2.4 RETAS E PLANOS INCLINADOS
Figura 13: Planta baixa e vista frontal de uma casa com rampa na garagem
Fonte: Adaptada de Montenegro (1983, p. 78)
a) Se um ponto mantiver sempre a mesma direção, sem desviar, dará origem a uma
linha curva.
b) Todo segmento de reta oblíquo a um plano apresentará projeções com dimensões
idênticas às reais, tanto em relação à sua medida linear, quanto em relação ao seu ângulo,
qualquer que seja a posição do plano.
c) Plano frontal é todo plano paralelo ao plano horizontal de projeção e será sempre
perpendicular ao plano vertical de projeção.
d) Todo segmento de reta perpendicular a um plano apresentará projeções na forma de
um ponto, qualquer que seja a posição do plano.
e) Quando o centro de projeção está situado a uma distância finita do objeto, as
projetantes são divergentes, dando origem à chamada projeção cilíndrica.
a) Se um ponto mantiver sempre a mesma direção, sem desviar, dará origem a uma
linha curva.
b) Todo segmento de reta oblíquo a um plano apresentará projeções com dimensões
idênticas às reais, tanto em relação à sua medida linear quanto em relação ao seu ângulo,
qualquer que seja a posição do plano.
c) Plano frontal é todo plano paralelo ao plano horizontal de projeção e será sempre
perpendicular ao plano vertical de projeção.
d) Todo segmento de reta perpendicular a um plano apresentará projeções na forma de
um ponto, qualquer que seja a posição do plano.
e) Quando o centro de projeção está situado a uma distância finita do objeto, as
projetantes são divergentes, dando origem à chamada projeção cilíndrica.
a) Retas paralelas.
b) Retas inclinadas ou oblíquas.
c) Retas perpendiculares.
d) Retas lineares.
e) Retas verticais.
7. Alguns tipos de retas são encontrados no plano, como retas horizontais e inclinadas.
Além disso, a posição dos pontos das extremidades dessas retas forma um plano
horizontal ou um plano inclinado, tornando possível, portanto, prever os pontos fugantes
por meio das coordenadas do plano. Como se chama a base de uma residência com
formato retangular que está plana na linha terra e quantas medidas mínimas de posição
x e y poderemos ter para essa base?
8. O que deve ser feito para que, numa perspectiva cônica, tenha-se uma boa convergência
com ótima qualidade da perspectiva?
SÍMBOLOS E
CONVENÇÕES
GRÁFICAS
32
3.1 INTRODUÇÃO
Linha tracejada ou
pontilhada
Linha de eixo
Linha de grade
Linha de interrupção
VAMOS PENSAR?
Os recortes servem para ajudar a entender o que há por dentro de uma peça, de uma mon-
tagem ou de qualquer outro objeto. A função de realizar um “recorte” é bastante utilizada
no detalhamento de projetos civis, mecânicos, elétricos, além de outros ramos. É funda-
mental entender o conceito para que seja aplicado da melhor forma possível.
• Qualidade do traçado
A qualidade das linhas envolve os aspectos referentes à definição, nitidez e
consistência do que é representado. Quando se trata de desenhos técnicos feitos à
mão, eles devem receber especial atenção do projetista, pois desenhos manuais podem
ter variações no traçado, encontro das linhas e sobreposição. Já nos desenhos digitais,
esses aspectos são equacionados devido à precisão proporcionada pelo programa
computacional. Nem sempre o que é observado na tela corresponde ao resultado
na impressão, por isso, o arquiteto deve verificar a qualidade do desenho após a sua
impressão.
• Utilização de letras no desenho técnico
O uso de letras em desenhos técnicos serve para informar algo que não consta
nele, como nome dos ambientes, alguma especificação, discriminação de área, tipos de
materiais, entre outros. Dificilmente esse desenho apresentará uma boa comunicação
visual se não estiverem presentes as tipologias gráficas, porque é necessário incluir
informações como adicionais (KUBBA, 2015). Mesmo que, atualmente, boa parte deles
seja elaborada pelo computador, o projetista capaz de traçar letras à mão livre valoriza
seus croquis e estudos, os quais em geral são desenvolvidos desse modo, agregando
valor estético e estilo aos desenhos (KUBBA, 2015; CHING, 2017). Além disso, deve-se
observar a uniformidade entre as letras (sua altura, proporção, espessura das linhas
e espaçamento) e, em geral, o uso dessas letras em caixa alta para identificação dos
ambientes nos desenhos arquitetônicos.
A norma técnica que formaliza as condições para as letras utilizadas nos desenhos
é a Norma Brasileira (NBR) nº 8.402/1994, execução de caractere para escrita em
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desenho técnico. Entre as suas exigências estabelecidas para escrita estão legibilidade,
uniformidade e adequação à reprodução. De acordo com ela, o projetista poderá utilizar
letras verticais e inclinadas, do estilo representado na Figura 19, é recomendável sem
serifa — do tipo bastão, como as fontes Arial e Helvética. As letras devem ser claramente
distintas entre si, observando o espaçamento adequado entre os caracteres para permitir
maior legibilidade (ASSOCIAÇÃO, 1994).
VAMOS PENSAR?
Já imaginou o que seria da nossa sociedade se não existissem formas de transmitir a infor-
mação? Um desenho produzido na China dificilmente poderia ser replicado na Argentina,
por exemplo, uma vez que cada país utilizaria simbologias diferentes. As normas que pa-
dronizam e determinam simbologias são fundamentais para o avanço industrial.
Figura 20: (a) Cota de nível em planta baixa; (b) Cota de nível em corte
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022)
Eles também podem indicar algum trecho do desenho que será detalhado,
por exemplo, quando há um círculo identificando uma área específica, significa que
ela será apresentada, posteriormente, em uma escala maior, com mais informações
(KUBBA, 2015). Sem a utilização de símbolos e convenções gráficas, o desenvolvimento
e a interpretação de projetos arquitetônicos seriam muito complicados, porque eles
auxiliam na síntese das informações apresentadas, conferindo uma maior clareza ao
desenho técnico. É comum o uso de normas técnicas que padronizam essa utilização,
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facilitando a comunicação dos elementos que se pretende representar. Alguns arquitetos
e engenheiros costumam realizar alterações nos símbolos utilizados, por isso, colocam
junto aos desenhos as legendas com o significado de cada um deles. Entre os símbolos
mais utilizados em arquitetura, pode-se citar a indicação do norte nas pranchas, que
serve para indicar a orientação solar e os ventos predominantes, veja a Figura 5. Os
símbolos de materiais representam o material do qual é constituído determinado
elemento arquitetônico, por exemplo, alvenaria, madeira, aço, concreto etc.
FIQUE ATENTO
A NBR nº 6.492/1994, norma que realiza a padronização das formas de representação ar-
quitetônica e que faz todos os materiais produzidos nesta área apresentarem a mesma
37
linguagem gráfica, promove a unificação das informações, facilitando a compreensão de
todos e a legibilidade do desenho arquitetônico.
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FIXANDO O CONTEÚDO
a) Corte1: CC; Corte 2: DD; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: EE;
b) Corte 1: AA; Corte 2: CC; Corte 3: DD; Corte 4: EE; e, Corte 5: BB;
c) Corte 1: AA; Corte 2: EE; Corte 3: BB; Corte 4: CC; e, Corte 5: DD;
d) Corte 1: EE; Corte 2: DD; Corte 3: CC; Corte 4: BB; e, Corte 5: AA;
e) Corte 1: CC; Corte 2: EE; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: DD.
3. (URCA – 2021). A NBR 10126:1987 fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados
em todos os desenhos técnicos. A respeito das definições apresentadas por essa norma,
assinale a afirmativa correta.
a) quando houver elementos equidistantes a serem cotados, tal como os degraus de
uma escada, a norma determina que cada elemento seja cotado individualmente, sem
possibilidade de se fazer uma simplificação por meio de uma cota única que represente
a repetição dos valores;
b) caso haja cruzamento das linhas de cota num determinado desenho, deve-se fazer
uma interrupção de uma delas, para que não se toquem, a fim de evitar confusão na
leitura das informações;
c) para a identificação da posição de pontos arbitrários em um desenho, é vedado o uso
de uma tabela de coordenadas que determine essa posição em relação a uma origem
comum;
d) a indicação dos limites da linha de cota é feita por meio das setas ou traços oblíquos;
e) as cotas não podem ser apresentadas externamente aos limites da linha de cota.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
VISTAS, CORTES
E SEÇÕES
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4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo você vai estudar os conceitos e as formas de utilização das vistas
de seções e cortes que fazem parte de um importante instrumento chamado desenho
técnico. Esta leitura é um meio conciso e exato para comunicar a forma dos objetos
ou plantas arquitetônicas de forma técnica. Utilizamos as técnicas de cortes, vistas e
seções para tornar mais fácil o processo de interpretação de um desenho além de serem
procedimentos com padrões universais utilizados em diversas áreas como na elétrica,
arquitetura, civil e mecânica.
No Brasil temos a norma NBR número 10.067 que é responsável por normatizar
os princípios básicos do desenho técnico. A norma descreve metodologias de projeções,
definições de primeiro diedro, entre muitos outros conceitos. A Figura 24 apresenta
abaixo um dos conceitos abordados pela norma referente ao Plano lateral de observação
Figura 24: Rebatimento das faces de um corpo para vistas no primeiro diedro
Fonte: ABNT NBR 10067: (1995)
Devemos utilizar linhas contínuas para realizar o desenho das linhas que são visíveis
de acordo com a vista apresentada. Em contrapartida, iremos utilizar linhas tracejadas
para ilustrar partes do objeto (arestas e contornos) que não são visíveis pelo observador
naquela vista em questão. Para entender melhor, observe a imagem presente na Figura
26.
FIQUE ATENTO
Mas afinal, como devemos realizar a escolha da vista que será considerada “frontal” no
desenho? Veja bem, a escolha deverá levar em consideração a vista que é mais caracte-
rística do objeto. Podemos ainda considerar aquela vista que indica a posição de trabalho
do objeto, seja individual ou de forma conjunta. E se mesmo utilizando esses critérios,
ainda fique complicado realizar a escolha da vista, deveremos seguir com a posição que
mostre a maior dimensão do objeto, favorecendo o menor número de linhas “invisíveis”
nas outras vistas.
O recurso conhecido como “corte” nada mais é do que uma divisão/separação que
nos ajudará a enxergar algum detalhe ou que irá simplificar o detalhamento do desenho.
O corte é um recurso que, tanto para aplicar quanto para interpretar, irá requerer nossa
imaginação, isso porque a peça não está sendo cortada de fato. Por exemplo, podemos
utilizar a função para ver como uma peça é verdadeiramente por dentro.
Para que haja um padrão, a NBR nº 10.067/1995 regulariza alguns parâmetros para
a utilização da função de corte. Por exemplo, há uma forma correta de demonstrar que
uma peça está sendo cortada. Além disso, utilizamos da “hachura” para dizer que a
superfície da peça, após o corte, não é a superfície “externa”, mas sim uma parte “interna”
(ASSOCIAÇÃO, 1995).
Diversos são os tipos de cortes que podemos aplicar a nossos desenhos. Para saber
mais a respeito leia os pontos abaixo:
• Cortes totais: ferramenta utilizada para cortar toda a extensão de um corpo;
• Meio-corte: geralmente é aplicado em peças simétricas. Neste caso, metade da peça
deverá estar ilustrada no formato de corte e a outra metade deverá estar ilustrada em
forma de vista externa.
• Corte parcial: neste caso, como o próprio nome sugere, apenas uma parte deverá
ser cortada. A parte cortada deverá estar delimitada por uma linha normalmente
desenhada no formato “mão livre” pelos softwares.
• Corte composto: é também chamado de “corte em desvio” e é aplicado para apresentar
elementos internos em um corpo e que esteja fora do alinhamento.
Podemos ainda, dependendo no nível de complexidade da peça, realizar mais
um corte para destacar algum detalhe. E ainda realizar um corte com a função de
encurtamento. Por exemplo, imagine uma viga muito grande que iremos detalhar.
Ao invés de deixar essa viga em uma escala muito pequena para caber em uma
folha, podemos ampliar um pouco a escolha e aplicar o corte de encurtamento onde
cortaremos parte da viga para representá-la em uma escala maior. O encurtamento de
uma peça via corte é simbolizado por linhas de ruptura (linhas normalmente no formato
de zigue-zague).
Já comentamos um pouco das hachuras, que tal agora nos aprofundarmos um
pouco mais? Observe a Figura 27 abaixo, note que as hachuras são ilustradas por linhas
sempre na mesma direção e com angulação de 45° em relação ao contorno. Além disso,
as linhas que representam a hachura não devem coincidir e nem serem perpendiculares.
46
VAMOS PENSAR?
Podemos utilizar fermentas como: régua e esquadro para aplicar técnicas como desenhos
de vistas ortográficas, cortes e seções. Contudo, com o avanço tecnológico as ferramen-
tas mais utilizada por projetistas e professionais da área são os softwares de modelagem,
como o Solidworks e o Autocad. Ambos os programas citados, assim como outros progra-
mas utilizados para desenho, apresentam uma série de funções relacionadas a espessura
de linha, cortes, hachura, cotagem e outros que nos ajudarão a tornar o nosso desenho
mais profissional.
Portanto, diante de tudo que foi apresentado podemos afirmar que, projetos que
envolvam desenho, de um modo geral, deverão seguir as normativas e ferramentas
apresentadas ao longo desta unidade. Podemos citar como exemplo, os projetos
mecânicos, elétricos civis e arquitetônicos.
A unificação da informação em relação a ferramentas e técnicas de desenho facilita
a compreensão entre profissionais, uma vez que, praticamente todos os setores que
trabalham com projeto acabam necessitando em algum momento de vistas de cortes,
legendas ou outros parâmetros para ajudar na leitura e interpretação do desenho.
48
FIXANDO O CONTEÚDO
a) A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista superior ou principal.
b) Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias à caracterização
da forma da peça, sendo preferíveis vistas, cortes ou seções ao emprego de grande
quantidade de linhas tracejadas.
c) Quando necessárias outras vistas, o menor número de vistas não é um critério de
representação.
d) Quando necessárias outras vistas, deve-se prezar pela repetição de detalhes a fim de
tornar o desenho mais claro.
e) Quando necessárias outras vistas, os cortes e/ou seções, não possuem critérios para
representação.
a)
b)
c)
d)
e)
a) Na figura III, a vista B corresponde a vista inferior do objeto, e deve ser posicionada no
plano de projeção 02, exibido na figura II.
b) Na figura III, a vista E corresponde a vista inferior, e deve ser posicionada no plano de
projeção 04, exibido na figura II.
c) Na figura III, a vista C corresponde a vista lateral esquerda, e deve ser posicionada no
plano de projeção 05, exibido na figura II.
d) Na figura III, a vista D corresponde a vista lateral direita, e deve ser posicionada no
plano de projeção 05, exibido na figura II.
e) Na figura III, a vista A corresponde a vista posterior, e deve ser posicionada no plano de
projeção 06, exibido na figura II.
Cortes
1. Corte total
2. Corte em desvio
3. Meia vista-meio corte
4. Corte Parcial
5. Corte com rebatimento
Características
a) 4-3-2-1-5
b) 3-5-2-1-4
c) 5-2-3-4-1
d) 2-1-3-5-4
e) 5-2-3-1-4
a) B-B; C; E-E.
b) C; E-E; B-B.
c) B-B; E-E; C.
d) C; B-B; E-E.
e) E-E; B-B; C.
52
LINHAS E CÍRCULOS
NA MODELAGEM
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5.1 INTRODUÇÃO
Na maioria das vezes, a representação gráfica de um objeto não é feita no seu
tamanho real. Isso porque as peças e os objetos são muito pequenos e contêm muitos
detalhes para serem desenhados e compreendidos por meio de um desenho, ou porque
os mesmos são muito grandes e, assim, não é possível desenhá-los no tamanho real.
Dentro da disciplina de Desenho Técnico, um importante conceito a ser aprendido
é o de escalas. Fazendo uso das escalas é possível desenhar ou projetar um produto
qualquer, ampliando ou reduzindo o tamanho real do objeto.
Essa é uma ideia muito antiga e bastante comum, na realidade, e a utilizamos
desde o início da nossa comunicação gráfica: sempre que crianças desenham casas,
árvores ou, mesmo pessoas, estão fazendo uma redução do tamanho real dos objetos
para que caibam na folha, ou seja, estão aplicando o conceito de escala. Neste capítulo,
você vai conhecer os tipos de escalas mais usuais no Desenho Técnico, como utilizá-las
e, ainda, aprender a aplicar algumas delas por meio do uso do escalímetro - ferramenta
essencial para trabalhar com escalas.
O livro “Curso de Desenho técnico e Autocad”, escrito pelos autores Antônio Clélio
Ribeiro, Mauro Pedro Peres e Nacis Izidora, presente na Biblioteca Pearson, disponível
em: https://bit.ly/3Tebzmp, apresenta no capítulo 2 a teoria do desenho projetivo, onde
são discutidos assuntos como traçado de retas, arcos e projeções, bem como superfícies
e parâmetros de modelagem.
FIQUE ATENTO
“Quanto maior for a escala de um desenho, mais informações ele pode e deve apresentar
[...]” (CHING, 2012, p. 122). Lembre-se disso quando precisar desenhar na escala natural ou
de ampliação.
Para que você compreenda melhor sobre esse assunto, a Figura 31 demonstra a
elevação frontal de um móvel com a escala de redução (1:10) sendo utilizada.
55
Ainda, quando as escalas são alocadas uma abaixo da outra, podemos comparar
de uma forma mais visual a relação que as dimensões têm entre si. Nota-se que as
escalas de redução são muito mais comumente utilizadas de forma geral, pois, na
maioria das vezes, temos que reduzir as dimensões reais para que o desenho caiba no
papel. Porém, isso dependerá da área em que se está trabalhando. Escalas de ampliação
são mais utilizadas na engenharia de produção e mecânica, por exemplo, em peças ou
elementos. É possível enxergar essa comparação entre as escalas natural, de redução e
de ampliação a partir da Figura 32.
Figura 34: Exemplo de escala gráfica com a representação da unidade de medida ao final
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022)
1. (AOCP - 2020). A NBR 6492/1994 fixa as condições exigíveis para representação gráfica
de projetos de arquitetura, visando à sua boa compreensão. Segundo essa norma, deve-
se utilizar diferentes tipos de linha para representação gráfica de um projeto. No que se
refere a esse assunto, é correto afirmar que a linha representada por traço e dois pontos
deve ser utilizada para
a) linhas auxiliares.
b) linhas de interrupção de desenho.
c) linhas de projeções importantes.
d) linhas de cota.
e) linhas de eixo ou coordenada.
2. (IBADE - 2020). O tipo de linha utilizado para elementos situados além do plano do
desenho denomina-se:
a) Pontilhado.
b) Tracejado.
c) Contínuo.
d) Traço-ponto.
e) Traço e dois pontos.
a) Escala cuja relação é maior que 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de um
elemento apresentado no desenho técnico é menor que a dimensão linear real deste
mesmo elemento.
b) Escala cuja relação é maior que 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de um
elemento apresentado no desenho técnico é maior que a dimensão linear real deste
mesmo elemento.
c) Escala cuja relação é 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de um elemento
apresentado no desenho técnico é menor que a dimensão linear real deste mesmo
elemento.
d) Escala cuja relação é menor que 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de um
elemento apresentado no desenho técnico é menor que a dimensão linear real deste
mesmo elemento.
e) Escala cuja relação é menor que 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de
um elemento apresentado no desenho técnico é maior que a dimensão linear real deste
mesmo elemento.
5. (SSPM - 2020). A Chefia de Serviços Gerais de uma Organização Militar (OM) contratou
um estudo preliminar para uma escoteria ao lado da sala de estado. Durante a reunião de
entrega do projeto foram levantados questionamentos sobre a escoteria, que possui 27m²
de área em planta retangular. Neste estudo, a planta baixa da escoteria foi desenhada na
escala de 1/200 e um de seus lados está desenhado com 4,5cm de comprimento. Para
dirimir as dúvidas atinentes ao projeto, o Comandante da OM requer uma nova planta
baixa na escala de 1/75. Quais as dimensões reais da escoteria e qual o tamanho do lado
maior na escala de 1/75, respectivamente?
a) 9x3m e 12 cm.
b) 18x1,5me 15 cm.
c) 6x4,5m e 12 cm.
d) 10X2,7m e 13,3 cm.
e) 16x1, /m e 21 cm.
7. (TJ-PR - 2016). O desenho técnico projetivo terá sempre uma relação entre distância
gráfica e distância natural (o que está sendo representado: peça, equipamento,
instalações etc.). Essa relação é a escala do desenho, que é normatizada pela norma NBR
8196. Sobre a escala do desenho técnico, é correto afirmar:
8. (AOCP - 2019). A4 é um tamanho de papel, definido pela Norma ISO 216:2007, com as
dimensões de 210 mm de largura e 297 mm de altura. Um Perito Criminal da Polícia Civil
do Espírito Santo, no desempenho de suas atividades, precisa esboçar um croqui, em
escala reduzida, de uma planta baixa de uma edificação (um barracão retangular que,
em medidas reais, apresenta 18 metros de comprimento por 16 metros de largura). Qual
é a melhor escala, dentre as seguintes alternativas, para representar essa edificação, de
modo que o croqui caiba em uma única folha do tamanho A4?
a) 1:10.
b) 1:20.
c) 1:25.
d) 1:50.
e) 1:100.
63
TÉCNICAS E MÉTODOS
DE DESENHO EM
PERSPECTIVAS
64
6.1 INTRODUÇÃO
6.2 ISOMÉTRICA
Figura 35: Processo de início de desenho de uma perspectiva isométrica utilizando esquadro
Fonte: Ching (2017, p. 94)
Note que uma característica deste tipo de perspectiva são os ângulos que se formam
no valor de 120° graus. Note também que o eixo vertical está relacionado diretamente
com a altura. Na sequência, devemos riscar em escala os devidos comprimentos de cada
uma das linhas paralelas localizadas acima de cada um dos eixos (x, y e z) (CHING, 2017).
Observe na Figura 36 o processo descrito.
Figura 36: Desenho ilustrando as linhas paralelas aos eixos principais, componentes o dese-
nho de perspectiva isométrica
Fonte: Ching (2017, p. 94)
65
FIQUE ATENTO
Uma dica para facilitar o processo de desenho de um objeto/corpo qualquer em perspec-
tiva isométrica por meio da criação de uma caixa isométrica é desenhar o corpo dentro
desta caixa.
FIQUE ATENTO
Podemos dizer que, de forma geral, quando maior for o ângulo de inclinação utilizado
para realizar o desenho neste tipo de perspectiva, maior deverá ser a redução de sua pro-
fundidade para que haja proporcionalidade.
Figura 37: A- Vista frontal; B- Desenho com profundidade, apresentando face superior e lateral direita; C- Desenho final
Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002, p. 170)
Figura 38: As possibilidades de faces que podemos obter a partir da perspectiva cavaleira
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 170)
Figura 39: Ilustração de desenhos produzidos a partir da perspectiva cavaleira em uma se-
quência de redução de profundidade do objeto
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 170)
66
VAMOS PENSAR?
Desenhos e corpos com geometrias circulares podem ser facilmente desenhos na pers-
pectiva cavaleira caso os mesmos estejam paralelos à vista frontal (GIESECKE et al., 2002).
Antes de mais nada, para iniciar um desenho, é preciso que seja selecionada a
vista de maior importância para que seja desenhada em dimensões reais (VG). Após esta
etapa é necessário definir uma linha horizontal em que se define o ângulo de rotação
do desenho, sendo de 45° e 45° ou 30° e 60°, para ficar mais claro, veja a Figura 40a.
Na sequência, as linhas que são referentes à altura da perspectiva devem ser elevadas
com um fator de redução de 1/3, conforme apresentado na Figura 40b. Para finalizar,
traça-se as linhas da altura, bem como as demais linhas para completar o desenho da
perspectiva, conforme a Figura 40c.
Figura 40: Perspectiva militar: A- Base do projeto; B- Altura do projeto com escala de redu-
ção de 1/3; C- Projeto finalizado
Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002, p. 170)
• Um Ponto de Fuga
A localização do ponto de fuga (PF) deverá ser definida a partir da criação da
linha horizontal (LH). O PF deverá estar posicionado acima da LH. Logo em seguida,
deveremos definir a face frontal que o telespectador irá observar. Temos ainda as linhas
verticais que se relacionam com altura, já as linhas horizontais, por sua vez, deverão ser
relacionadas à largura. Você pode estar se perguntando: mas e o comprimento? Bem,
o comprimento deverá convergir para o PF na forma de linhas de fuga. Para entender
melhor a situação descrita, observe a Figura 41.
Figura 42: Exemplo de perspectiva com dois pontos de fuga e os demais elementos
Fonte: Adaptada de Ching (2017, p. 31)
O livro “Desenho Técnico”, escrito por Ailton Santos Silve, presente na Biblioteca
Pearson, apresenta no capítulo 4 noções relativas a perspectivas sendo, portanto, uma
ótima leitura para aprofundamento no assunto. No capítulo sugerido, temas como
perspectiva cavaleira, perspectiva cônica e pontos de fuga são abordados. Disponível
em: https://bit.ly/3yv3jq6. Acesso em: 05 set. 2022.
Um esboço realizado de forma manual e expresso via perspectiva pode ser útil
para um desenho inicial, comumente, apresentado um cliente no momento inicial do
atendimento. Os desenhos de perspectiva rápida são muito úteis para profissionais que
desejam expressar e/ou registrar suas ideias de forma instantânea , em alguns casos,
servindo como ferramenta de auxílio para tomada de decisões. Observe a Figura 44 a
seguir para entender um pouco mais de um esboço em perspectiva manual.
Figura 46: Projeto realizado a partir dos conceitos da perspectiva cavaleira, utilizando deta-
lhes construtivos para dar noção de profundidade
Fonte: Shutterstock (2022)
1. (IF-PB - 2019). A perspectiva é uma técnica utilizada para representar objetos em três
dimensões, criando uma ilusão de profundidade e proporção. A respeito dos tipos de
perspectivas utilizadas em desenho técnico, observe as figuras abaixo:
a) A figura I corresponde a uma perspectiva do tipo dimétrica, onde dois dos eixos de
projeção formam ângulos iguais com o plano horizontal.
b) A figura II corresponde a uma perspectiva do tipo militar, onde os eixos de projeção
convergem para o horizonte e situando observador num plano acima do objeto.
c) A figura III corresponde a uma perspectiva do tipo cônica com dois pontos de fuga,
onde as linhas do desenho convergem para um ponto central, localizado na linha do
horizonte.
d) A figura IV corresponde a uma perspectiva do tipo cavaleira, onde a face frontal do
objeto permanece em verdadeira grandeza e o eixo perspectivado sofre deformação de
acordo com o grau de inclinação.
e) A figura V corresponde a uma perspectiva do tipo isométrica, onde os três eixos
formam ângulos diferentes com o plano horizontal.
a) tridimensionais.
b) perspectivas.
72
c) vistas espaciais.
d) representações em volume.
e) imagens 3D.
a) isométricas.
b) hidrométricas.
c) simétricas.
d) paramétricas.
e) projeto de distribuição de água.
a) Apenas II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I e II.
73
5. (UFPE - 2019). O desenho em perspectiva cônica apresenta alguns elementos
fundamentais, tais como, linha do horizonte e pontos de fuga. Ao inserir desenhos de
figuras humanas num cenário:
a)
b)
c)
74
d)
e)
7. (IF-PI - 2016). A Steltman Chair, cadeira projetada pelo arquiteto holandês Gerrit Thomas
Rietveld é considerada um objeto icônico do mobiliário internacional. Na imagem abaixo,
podemos observar seu design limpo, característico das obras do arquiteto.
8. (IBFC - 2016). Os nomes das perspectivas representadas nas figuras I, II e III, são,
respectivamente:
75
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126. Cotagem em desenho
técnico - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
KANDINSKI, V. Linha e ponto sobre o plano. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
KUBBA, S. A. A. Desenho técnico para construção. Porto Alegre: Bookman, 2015. (Série
Tekne).
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