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Análise Documentária

1ªEdição

Análise Documentária

Rinaldo Cavalcante Magallon

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Análise Documentária
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Rinaldo Cavalcante Magallon
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes & Christina Corrêa da Fonseca
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Rachel de Queiroz – UNIVERSO

M188a Magallon, Rinaldo Cavalcante


Análise documentária / Rinaldo Cavalcante Magallon; revisão
de Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Correa da
Fonseca. 1.ed. - Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2015.

85p.:il.

1. Análise documentária. 2. Recuperação da informação. I.


Carvalho, Rafael Dias de Carvalho. II. Fonseca, Christina Correa
da . III. Título.

CDD 025.4

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Análise Documentária

Palavra da reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o
momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD!


Professora Marlene Salgado de Oliveira
Reitora

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Análise Documentária

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Análise Documentária

Sumário

Apresentação da disciplina.................................................................................................... 07

Plano da disciplina .................................................................................................................... 08

Unidade 1 – Elementos histórico-conceituais de análise documentária .............. 11

Unidade 2 – Os Processos de Análise Documentária no Âmbito do Tratamento

Temático da Informação ......................................................................................................... 25

Unidade 3 – Os Produtos da Análise Documentária: Teoria e Métodos. ............. 41

Unidade 4 – Questões Contemporâneas da Análise Documentária ...................... 59

Considerações finais................................................................................................................. 77

Conhecendo o autor ................................................................................................................ 78

Referências................................................................................................................................... 79

Anexos ........................................................................................................................................... 81

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Análise Documentária

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Análise Documentária

Apresentação da disciplina

Caro aluno,

Seja bem-vindo à disciplina Análise Documentária.

Disciplina relativamente recente, tem cerca de 50 anos, originada de estudos


semânticos por estudiosos franceses e que ganhou destaque no Brasil através de
pesquisas na Escola de Comunicações e Artes da USP a partir de iniciativa de
Johanna Wilhelmina Smit. A publicação do livro Análise Documentária: a análise de
síntese pelo Grupo Temma, reunindo pesquisadores em torno de discussões que
mobilizavam a interface entre Documentação e Linguística, ajudou na divulgação
do tema no Brasil.

Sua maior preocupação gira em torno da organização do conhecimento para a


recuperação da informação no que diz respeito à síntese e a representação dos
documentos.

Sua base teórica implica relações com vários outros assuntos e flexibilidade
em seus procedimentos e geração de produtos.

Se olharmos atentamente para o processo de circulação da informação entre o


produtor e o usuário, compreenderemos o papel de intermediário atribuído ao
difícil conjunto de operações englobadas sob o termo AD (Análise Documentária).
Tentaremos aqui apresentar as principais questões deste universo bem como o
contexto histórico de seu surgimento.

Trata das atividades de análise documentária, compreendendo um conjunto


de operações de tratamento da informação, de natureza interdisciplinar, a fim de
torná-la recuperável para a pesquisa documentária.

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Análise Documentária

Plano da disciplina

A disciplina tem como principal objetivo identificar a Análise Documentária


(AD) enquanto processo visando à recuperação e a disseminação da informação.

Esta disciplina foi elaborada tendo em vista a fornecer um quadro geral da


função da AD no contexto da área de conhecimento da Ciência da Informação,
especificamente no âmbito que estuda a mediação entre a produção e o uso da
informação, de modo a revelar conceitos fundamentais para a melhor
compreensão dos conteúdos das demais disciplinas técnicas do curso de
Biblioteconomia.

Desse modo, esta não se constitui em uma síntese esquemática e sim uma
exposição que contempla o que há de mais pertinente sobre questões da Análise
Documentária no âmbito da Organização do Conhecimento para a Recuperação da
Informação (OCRI), mais especificamente em uma de suas subáreas, a do
Tratamento Temático da Informação (TTI), deixando questões para que você tenha
iniciativa de investigá-las por conta própria diante das variadas sugestões de
bibliografia que serão apresentadas ao longo das unidades.

Diante desse contexto, a disciplina em questão apresenta uma integração que


se desvenda capítulo a capítulo de modo a facilitar a compreensão de seu
conjunto.

Sendo assim, apresentaremos os objetivos de cada unidade para que você


tenha uma visão geral daquilo que irá estudar:

Unidade 1: Elementos histórico-conceituais de Análise Documentária

Objetivo da unidade: Contextualizar historicamente a Análise Documentária


(AD) enquanto processo do Tratamento Temático da Informação.

Plano da unidade:

A organização do conhecimento

A Análise Documentária

A questão da Interdisciplinaridade

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Análise Documentária

Unidade 2: Os processos de Análise Documentária no âmbito do Tratamento


Temático da informação.

Objetivo da unidade: Apresentar os princípios da AD enquanto processo da


recuperação da informação em Sistemas de Recuperação da Informação.

Plano da unidade:

A organização da área de TTI

A Leitura Documentária

A Indexação no contexto do TTI

Unidade 3: Os produtos da análise documentária: teoria e métodos.

Objetivo da unidade: Identificar os produtos da Análise Documentária e


apresentar as teorias e bases normativas que lhes dão sustentação.

Plano da unidade:

Tipos de Resumos

Índices

Diretrizes e normas para Análise Documentária

Unidade 4: Questões contemporâneas da análise documentária.

Objetivo da unidade: Abordar atividades do Tratamento Temático da


Informação no contexto da organização da informação digital.

Plano da unidade:

Os computadores e o processamento de textos.

A organização e representação do conhecimento em ambientes digitais.

Breve panorama da Análise Documentária na convergência com as TICs.

Bons Estudos!

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Análise Documentária

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Análise Documentária

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Elementos Histórico-
Conceituais de Análise
Documentária

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Análise Documentária

As atividades de análise documentária compreendem um conjunto de


operações de tratamento da informação, de natureza interdisciplinar, a fim de
torná-la recuperável para a pesquisa documentária.

Objetivo da unidade:

Contextualizar historicamente a Análise Documentária (AD), enquanto


processo do Tratamento Temático da Informação.

Plano da unidade:

 A organização do conhecimento

 A Análise Documentária

 A questão da Interdisciplinaridade

Bons estudos!

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Análise Documentária

Há a necessidade de contextualizar a Análise Documentária (AD) ao longo da


história em relação ao tratamento dos documentos, visando uma melhor
compreensão deste processo, no sentido de compreender os procedimentos
adotados para organizar e representar o conhecimento.

No âmbito da Biblioteconomia, buscar suas raízes é aprofundar a leitura nos


estudos clássicos que sustentam a base conceitual e epistemológica da Análise
Documentária no fazer profissional, neste caso a Ciência da Informação. Nela
observa-se uma atenção central às questões da informação científica e técnica e da
comunicação, revelando “a mediação entre a produção e o uso da informação”
(GUIMARÃES, 2009), isto é, o acesso ao conteúdo informacional, livros, relatórios ou
qualquer registro documental em uma base de dados, e neste contexto, recupera-
se o modelo de Le Codiac, adaptado do modelo econômico clássico de produção-
distribuição-consumo para ilustrar a questão do acesso, inserido como
subprocesso do processo Uso na Figura 1:

Figura 1: O ciclo da informação

Fonte: Le Codiac (1996)

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Análise Documentária

Esta figura representa, simploriamente, o fluxo da informação onde os


processos se alimentam e se sucedem reciprocamente em um movimento cíclico e
interdependente.

A organização do conhecimento

A prática de tentar organizar o conhecimento vem da antiguidade com os


filósofos e educadores como Aristóteles e Calímaco. Posteriormente, com a divisão
da ciência e da filosofia, esta organização passou para os monges e em seguida
para os cientistas.

Até a primeira metade do século XIX, o papel do bibliotecário era


fundamentalmente de guardião dos bens documentais, mesmo já existindo uma
consciência da função da intermediação entre o usuário e a disponibilização da
informação, isto é, percebia-se a necessidade cada vez maior de auxiliar a questão
do acesso do usuário às suas necessidades de informação.

Entretanto, o próprio profissional deste período tinha a formação mais


centrada em dois eixos: o primeiro voltado para uma cultura geral, tal como
domínio de idiomas, filosofia e história, e o segundo se voltava para as técnicas de
organização do acervo, que se baseava nos códigos de catalogação e as tabelas de
classificação. Não existia ainda uma preocupação com técnicas de análise
documentária, o profissional só se preocupava em adaptar o conteúdo dos
documentos ao instrumento codificador, desconsiderando o usuário no todo do
processo.

Na década de 1940, com a explosão documental gerada pelo processo de


especialização do saber, que gerou como consequência o aumento significativo de
outros suportes documentais, como principalmente os artigos de periódicos e
relatórios de pesquisa, que representam a era da especialização do conhecimento;
fez com que o livro, que era o principal objeto de estudo dos bibliotecários, divide-
se o espaço com estes novos suportes.

Esta produção alavancou a produção do conhecimento e consecutivamente


seus registros, pois enquanto os livros demoravam a ser confeccionados, estes

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Análise Documentária

novos suportes disponibilizam vários artigos de uma só vez e num ritmo de


publicação constante (periodicidade), fomentando as iniciativas de estudos sobre a
informação.

Guimarães (2008), ao analisar a trajetória teórica do Tratamento Temático da


Informação no contexto da formação da sociedade da Informação, observa que a
referida denominação encontrou seu maior impulso notadamente a partir da
década de 70, com destaque para a obra de Anthony Charles Foskett, The subject
approach to information, originalmente publicada em 1969 e que, no Brasil, foi
traduzida por A. A. Briquet de Lemos como “A abordagem temática da informação”
(FOSKETT, 1973).

Neste contexto Guimarães (2009), citando Foskett (1973), destaca que “(...)
especificamente no âmbito da organização da informação, atividade de natureza
eminentemente mediadora, dois universos se descortinam: o primeiro, ligado ao
acesso físico aos documentos e o segundo, de natureza mais complexa, voltado
para o acesso ao conteúdo informacional, genericamente denominado de
Tratamento Temático da Informação – T.T.I. (...)” (FOSKETT, 1973 Apud GUIMARÃES,
2009). A partir deste momento há uma distinção clara no contexto da organização
da informação, no qual tais universos buscam tratar o que (materialização) e o
sobre o que (teor) no âmbito do documento.

De acordo com Bufrem (2008) quando se fala de Organização do


Conhecimento está se referindo “[...] originalmente às tarefas de classificar, indexar
e representar o conhecimento por meio de registros informatizados para atender
as necessidades mais urgentes de informação”. Entende-se, como registros
informatizados, a construção e uso de linguagens documentárias e por
necessidades urgentes de informação às demandas dos usuários em seus
respectivos processos de produção do conhecimento.

Para Campos (2001) “Todo movimento existente nos Sistemas de Recuperação


de Informação tem por princípio geral possibilitar a seu usuário o acesso à
informação/documentos. Nestes Sistemas, vários são, atualmente, os instrumentos
utilizados para representar o conhecimento de uma dada área do saber. Estes
instrumentos são denominados, de uma forma geral, linguagens documentárias,

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Análise Documentária

como o Tesauro e os Esquemas de Classificação, para citar apenas os mais


relevantes.”

Guimarães (2008) observa que no desenvolvimento do TTI existem três linhas


teóricas distintas, a saber: Catalogação de Assunto, de orientação norte-americana;
Indexação, de orientação inglesa e Análise Documentária, de orientação francesa.

A análise documentária

As discussões a despeito destas, norteariam as discussões que consolidariam o


TTI até o presente sobre a tríade análise, descrição e representação do conteúdo.

Nesta trajetória, a catalogação de assuntos assume um papel mais global


sobre as questões de todo o processo de tratamento da informação, consolidando-
se, posteriormente, como Catalogação Descritiva (que será abordada em
disciplinas posteriores a esta). Já a Indexação, torna-se a busca pela
instrumentalização prescrita para o tratamento da representação de assunto e a
Análise Documentária, para a busca de referenciais teórico metodológicos, para o
processo de TTI, até então, atividades de caráter empírico e não cientifico.

Desta profusão de acontecimentos Guimarães (2009) destaca:

“(...) foi notadamente a partir dos trabalhos de Jean-Claude Gardin (1966, a, b;


1967; 1970; 1973; 1974; 1981) e de Coyaud (1966) que se desenvolveram os
estudos de forte matriz linguística da então denominada análise documental (AD)”
e “(...) sua ênfase recai nas operações intelectuais envolvidas, notadamente a leitura
documental, a identificação de conceitos, a seleção de conceitos, a condensação
documental e a representação documental.” (GUIMARÃES; SALES; GRÁCIO, 2012).

A seguir, algumas definições para Análise Documental ou Análise


Documentária (AD):

 “Uma operação ou conjunto de operações que venham a representar o


conteúdo de um documento de uma forma diferente do original, para
facilitar a consulta e posterior recuperação. Um documento de qualquer

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Análise Documentária

 tipo, não pode ser registrado em um sistema documentário em sua forma


primária, por causa de seu tamanho, complexidade e apresentação. Sendo
assim, esse deve ser transformado, como uma estrutura de um modelo
geral para um dado sistema, afim de que as operações de armazenamento
e busca possa ser realizada (p.5).” (COYAUD, 1966);

 “Um conjunto de procedimentos efetuados com a finalidade de expressar o


conteúdo de documentos científicos, sob formas destinadas a facilitar a
recuperação da informação (p. 29).” (GARDIN et al.1981);

 “Analise Documentaria (AD) é definida como um conjunto de


procedimentos efetuados com o fim de expressar o conteúdo de
documentos, sob formas destinadas a facilitar a recuperação da
informação” (CAMPOS, 1987);

 “Visa à aplicação de critérios de natureza descritiva (física) ou temática (de


conteúdo) aos distintos suportes informacionais, de modo a que os
mesmos possam ser localizados (no primeiro caso) e acessados em termos
de assunto (no segundo caso) (p.102).” (GUIMARÃES, 2003).

Observam-se nas definições ao longo dos últimos 50 anos, a tentativa de


organizar o conhecimento através da representação de seus conteúdos, buscando
elaborar sistemas e ferramentas que facilitassem a representação da informação
para a organização do conhecimento. Este contexto revela uma tendência em
conceber a análise documental como conjunto de procedimentos composto por
análise, síntese e representação, de conteúdos documentais, que geram produtos
como catálogos, notações classificatórias, índices e resumos (GUIMARÃES, 2010).

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Análise Documentária

A questão da interdisciplinaridade

Este conhecimento organizado revela conexões entre diferentes domínios,


dentre os quais as teorias da Classificação, do Conceito e a da Terminologia, como
fatores naturalmente inerentes ao processo de instrumentalização das atividades
de representação da informação, já que, este, é construído a partir de unidades
significativas, que nada mais são que conceitos.

Segundo Dumont (2006, p. 6) há ainda estudos de outras áreas que podem


contribuir para a qualidade da recuperação da informação, processo dependente
da Análise Documentária, no qual destaca a Cognição, a Sociologia do
Conhecimento e a Semiótica, ambos oferecem enfoques multifacetados
necessários às técnicas de TTI.

Guimarães complementa, afirmando: “Essa dimensão multifacetada do TTI


construiu-se, ainda, graças a distintos diálogos com outras disciplinas tais como: a
Administração, a Diplomática, a Inteligência artificial, a Linguística, a Lógica, a
Psicologia e a Terminologia, dentre outras, ressaltando-se, mormente nos tempos
atuais, a natureza transversal (ou instrumental) fornecida pelas novas tecnologias
de informação e de comunicação para o desenvolvimento – teórico e aplicado – do
TTI” (GUIMARÃES, 2003 e 2004 apud GUIMARÃES, 2008).

Tais abordagens apontam o caráter interdisciplinar dos estudos em Análise


Documentária, necessários às atividades de análise, descrição e representação do
conteúdo, atinentes ao fluxo Construção-Uso-Comunicação como facetas na
construção de políticas de TTI em Sistemas de informação.

Terminamos aqui a primeira unidade de estudo. Nela você compreendeu o


contexto histórico-conceitual da disciplina Análise Documentária e a sua relação
com a organização do conhecimento. Na próxima unidade aprofundaremos os
conceitos trabalhados no âmbito do Tratamento Temático da Informação.

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Análise Documentária

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Análise Documentária

Exercícios – unidade 1

1. O conceito de análise documentária é advindo de qual corrente teórica?

a) Americana.

b) Francesa.

c) Britânica.

d) Alemã.

e) Nenhuma das opções anteriores.

2.Assinale a opção que apresenta uma afirmativa incorreta sobre a Análise


documentária:

a) Baseia-se no empirismo humano para representar conteúdo.

b) Contribui para a recuperação da informação em Sistemas de Informação.

c) Sua aplicação baseia-se um conjunto de operações descritivas e temáticas.

d) É influenciada por outras áreas do conhecimento.

e) Tem influência dos estudos sobre Terminologia.

3.Aponte qual o fator que menos contribui para o êxito da atividade Análise
Conceitual:

a) Possuir conhecimento da comunidade a ser atendida;

b) Utilizar instrumentos de representação temática;

c) Ter uma base cultural e científica na área que atual;

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Análise Documentária

d) O conhecimento dos objetivos da biblioteca;

e) A subjetividade do profissional que atua no TTI.

4.Para a autora Maria Luiza de Almeida Campos, são considerados exemplos


de instrumentos de representação:

a) Tesauros e os Esquemas de Classificação.

b) Ontologias e Cabeçalhos de assunto.

c) Esquemas de Classificação e Lista de assuntos.

d) Lista de assuntos e Taxonomias.

e) Todas as listadas anteriormente.

5.Quais as tarefas envolvidas no contexto da Organização do Conhecimento:

a) Classificação, Indexação e Tradução.

b) Classificação, Indexação e Condensação.

c) Classificação, Indexação e Representação.

d) Condensação, Indexação e Representação.

e) Condensação, Tradução e Representação.

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Análise Documentária

6.A base teórica, no âmbito da Biblioteconomia, que respalda o processo de


Análise Temática encontra-se na área de conhecimento:

a) Sociologia.

b) Ciência da Computação

c) Ciência da Informação

d) Matemática

e) Documentação

7.Segundo o texto, a tarefa de organizar o conhecimento este historicamente


na responsabilidade:

a) Cientistas, Bibliotecários e Monges.

b) Monges, Historiadores e Filósofos.

c) Monges, Filósofos e Bibliotecários.

d) Filósofos, Monges e Cientistas.

e) Filósofos, Historiadores e Monges.

8.Complete a frase: No Fluxo da Informação de Le Codiac, podemos supor que


a Análise Documentária é subprocesso..

a) do Uso.

b) da Comunicação.

c) da Construção.

d) da Informação

e) do Tratamento Temático da Informação.

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Análise Documentária

9.Defina, com suas próprias palavras, o que você entendeu sobre Análise
temática.

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10.Em sua opinião, a representação da informação pode ser realizada sem


parâmetros científicos, isto é, sem instrumentos que apoiem uma efetiva
recuperação de seus conteúdos? Explique sua resposta:

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Análise Documentária

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Análise Documentária

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Os Processos de Análise
Documentária no Âmbito do
Tratamento Temático da
Informação

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Análise Documentária

As atividades de análise documentária compreendem um conjunto de


operações de tratamento da informação, de natureza interdisciplinar, a fim de
torná-la recuperável para a pesquisa documentária.

Objetivo da unidade:

Apresentar os processos da recuperação da informação em Sistemas de


Recuperação da Informação.

Plano da unidade:

 A organização da área de TTI

 A Leitura Documentária

 A Indexação no contexto do TTI

Bons estudos!

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Análise Documentária

Antes de iniciar esta unidade, torna-se necessário abordar os conceitos de


Sistemas de Informação (SI) no contexto do TTI. Por SI entendemos, segundo
Araújo (1994, p.84), que “são aqueles que objetivam a realização de processos de
comunicação. Sistemas humanos de processamento da informação, sistemas
eletrônicos de processamento de dados e sistemas de recuperação da informação
(SRI)”.

Os Sistemas de Recuperação da Informação (SRIs)

Para LANCASTER & WARNER (1993 apud Souza, 2006), “os SRIs são a interface
entre uma coleção de recursos de informação, em meio impresso ou não, e uma
população de usuários; e desempenham as seguintes tarefas: aquisição e
armazenamento de documentos; organização e controle desses; e distribuição e
disseminação aos usuários. Essa visão é abrangente, e inclui tarefas que são
desempenhadas em conjunto com atores humanos.”

Cabe ressaltar que tais conceitos associados ao termo informação,


contradizem a concepção contemporânea de seu significado no meio acadêmico,
distorcendo o conceito do termo composto da SRI, criado da década de 40 e
historicamente estabelecido. Neste sentido, Araújo (1995) esclarece:

“(...) informação é tudo aquilo que altera estruturas, ou seja, só existe no


contexto da ação acabada, isto é, no contato efetivo entre uma mensagem, um
potencial de informação, e o usuário. No entanto, a área, talvez até por falta de uma
visão consolidada sobre os fenômenos informação e sistemas de informação, tenha
adotado e popularizado as designações SI e SRI, gerando, assim, uma confusão
entre o objeto trabalhado, isto é, documentos, textos e mensagens, e o possível
efeito de seu conteúdo sobre o usuário, ou seja, a informação propriamente dita.
Dessa forma, a terminologia que está sendo adotada (SI e SRI) segue a conotação
paradigmática das áreas de comunicação e ciência da informação com as devidas
ressalvas apontadas de sua impropriedade”.

O conceito de informação é amplo, porém em nossos estudos permeará a


abordagem de Araújo, isto é, informação como objeto de tratamento temático é
igual a documentos, textos e mensagens.

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Análise Documentária

Segundo Rowley (2002, p. 162): “todos os Sistemas de Recuperação da


Informação [SRI], podem ser compreendidos como se fossem formados por três
etapas:

 Indexação

 Armazenamento

 Recuperação.”

Souza (2006), em seu artigo, aborda os SRI reafirmando a visão de Rowley


(2002):

“Partindo das definições citadas, assume-se que SRIs organizam e viabilizam o


acesso aos itens de informação, desempenhando as atividades de:

 Representação das informações contidas nos documentos, usualmente


através dos processos de indexação e descrição dos documentos;

 Armazenamento e gestão física e/ou lógica desses documentos e de suas


representações;

 Recuperação das informações representadas e dos próprios documentos


armazenados, de forma a satisfazer as necessidades de informação dos
usuários. Para isso é necessário que haja uma interface na qual os usuários
possam descrever suas necessidades e questões, e através da qual possam
também examinar os documentos atinentes recuperados e/ou suas
representações.”

Portanto, insere-se uma visão, baseada nestes conceitos, sobre a necessidade


histórica e contemporânea de se organizar a informação, ou melhor, os
documentos físicos ou digitais, científicos ou não, com vista a sua recuperação e
disseminação. Do ponto de vista do TTI “há de se notar que as definições procuram
apreender um fenômeno atemporal – as necessidades de informação e as várias

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Análise Documentária

metodologias e tecnologias que, através dos tempos, foram engendradas para


atender a essas necessidades, desde as atividades de organização de coleções de
documentos em acervos bibliográficos, até os modernos sistemas informatizados
que lidam com documentos em formato digital. Partindo das definições citadas,
assume-se que SRIs organizam e viabilizam o acesso aos itens de informação (...)”
(SOUZA, 2006).

A organização da área de TTI


Neste cenário, o TTI assume papel fundamental para a eficiência de um SRI.
Através da literatura especializada sobre o assunto, é possível afirmar “a construção
teórica da área de TTI desenvolveu-se a partir da abordagem de três aspectos – ou
facetas – que lhes são inerentes: os processos, os produtos e [os] instrumentos, tal
como pode ser observado na sistematização desenvolvida no VI Encontro de
Diretores e Docentes de Biblioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul”
(ENCONTRO..., 2002, p. 2 apud GUIMARÃES 2008):

Quadro 1: Sistematização de conteúdos em organização e representação do


conhecimento.

· Análise

Processos · Condensação

· Representação

· Índices
Produtos
· Resumos

· Classificações

· Listas de Cabeçalhos de Assunto


Instrumentos
· Tesauros

· Terminologias

Fonte: ENCONTRO..., 2002, p. 2 apud GUIMARAES 2008

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Análise Documentária

Essa concepção é reiterada por Chaumier (1982 apud GUIMARÃES, 2009), ao


afirmar que “a análise documental abrange dois tipos de tratamentos diferentes: a
condensação, que se vale de uma redução do texto para fins de difusão da
informação, e a indexação, que se vale da extração de conceitos para servir de
apoio à recuperação”.

Nesta disciplina, trabalharemos até os produtos, deixando os instrumentos


para as disciplinas de Representação Temática.

Bastos (2006) afirma que “os atuais sistemas documentários vêm se tornando a
cada dia são mais flexíveis quanto ao seu desempenho em analisar, formatar,
estocar e recuperar a informação”, logo, os profissionais envolvidos precisam
sistematicamente, através de técnicas e instrumentos padronizados e relacionados
viabilizar o acesso às necessidades de informação de cada usuário em potencial.

Apesar do conceito de Análise Documentária possuir diversas vertentes entre


diversos autores, assumiremos que ela expressa o conjunto de procedimentos
efetuados com a finalidade de expressar o conteúdo dos documentos científicos
sob as formas destinadas a facilitar a recuperação da informação (GARDIN, 1981).

Estes procedimentos envolvem três momentos: “(...) a leitura, a segmentação e


a representação em linguagens documentárias (...)” (CUNHA 1989), já vistos no
quadro 1 e na qual Campos (2006) também as validam, as refinando em “ações de
análise, interpretação, síntese e representação dos aspectos físicos e intelectuais.”
Em ambos extratos pode-se subentender a mesma ideia de Análise Documentária,
não só pela concordância conceitual entre os dois autores a respeito da
representação, quanto a proximidade das ações de análise, interpretação e síntese
com o ato da leitura e da segmentação.

A Leitura Documentária

Na prática, ao se voltar para os dois processos iniciais da Análise Documentária


(Análise e Condensação), deve-se entender o que é leitura documentária, partindo
do pressuposto que o texto, seja científico ou não, é o objeto de estudo da AD. Para
Cunha (1989) a AD é um processo “mais completo, que envolve o próprio processo
de leitura, análise de texto, mecanismos mentais e psicológicos de atribuição de
um conceito ou conceitos que possam simbolizar o conjunto do texto.”

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Análise Documentária

A relação texto/leitor é um desafio que envolve “(...) um processo mental de


vários níveis, e que uma boa leitura é a confrontação crítica com o texto e as ideias
do autor.” (BAMBERGER, 1987 apud FUJITA; NARDI; SANTOS, 1998), contudo, a ação
de ler torna-se ainda mais complexa quando introduzimos o contexto em que ela
ocorre.
Dentre os diversos estudos que tratam do tema leitura, destaca-se o modelo
de leitura proposto por Giasson (1993), onde a leitura está relacionada à interação
entre as três variáveis, texto/leitor/contexto, isto é, quanto maior a relação entre
eles, maior será o entendimento sobre o texto.

Figura 2: Modelo de leitura proposto por Giasson (1993).

Fonte: FUJITA, 2004.

Para Fujita (2004) “(...) o leitor, corresponde às estruturas (esquemas) do sujeito


e os processos (estratégias) de leitura que ele utiliza. Geralmente essas estruturas
referem-se ao que o leitor é (seus conhecimentos e suas atitudes) e os processos
referem-se ao que ele faz durante a leitura (habilidades a que ele recorre);
o texto corresponde ao material a ser lido e apresenta os seguintes aspectos: a
intenção do autor, a estrutura e o conteúdo. O autor determina cada um dos

31
Análise Documentária

aspectos ao organizar suas ideias; e o contexto corresponde aos elementos


extratexto, que podem influenciar na compreensão da leitura. Giasson (1993)
destaca três tipos de contexto: o contexto psicológico (intenção de leitura,
interesse pelo texto...), o contexto social (por exemplo, as intervenções dos
professores e dos colegas...) e o contexto físico (o tempo disponível, o barulho...)”.

No contexto de um SRI torna-se evidente que um mesmo texto pode ser


interpretado de diversas maneiras e, ser representado por diferentes descritores,
dependendo do tipo de público e/ou usuários que se destinará.

Voltando ao Quadro 2, podemos observar que a leitura abarca os três


processos iniciais do TTI e estes ocorrem simultaneamente à análise e à
representação do texto. Neste sentido, já evidenciado na Unidade 1, a Análise
Documentária tem-se socorrido de conceitos e propostas advindas de várias
ciências o que lhe exige tanto um esforço de compatibilização interdisciplinar
como consciência dos riscos ocorridos ao se truncarem teorias, tais como a
Linguística, a Semiótica, a Teoria do Comportamento, a Psicologia, a Inteligência
Artificial entre outras. Todas as iniciativas, na tentativa de se buscar um corpo
teórico e operacional que lhe dê sustentação (CUNHA, 1989).

Chamamos de leitura documentária, a prática da leitura aplicada no contexto


do TTI. Os estudos nesta área partem do princípio da dificuldade do indexador
frente à complexidade da análise de assunto na indexação de documentos. Fujita e
Rubi (2006), na busca de se criar um modelo de leitura documentária para a
indexação de artigos científicos, discorre sobre as estratégias de leitura, nas quais
seu uso deve ser acompanhado dos fundamentos de leitura documentária para
que sua concepção de análise de assunto tenha sentido em um contexto de
tratamento documentário. Observa-se também que o profissional atuante na área
de TTI tem, além da própria dificuldade da leitura, em função das três variáveis
vistas na Figura 3, seus objetivos de indexação, sua atuação e formação profissional
e suas concepções de leitura.

Este jogo de influências sobre o profissional envolvido no trabalho de AD


fomentará sua capacidade de Análise e Síntese durante a Leitura Documentária,
visando a representação do texto científico para sua posterior recuperação.

Observa-se, na literatura da área que os processos de Análise, Condensação e


Representação, que se realizam concomitantes na simbiose da Leitura

32
Análise Documentária

Documentária, são representados conceitualmente por três linhas teóricas: a


Catalogação de Assuntos, a Indexação de Assuntos e a Análise Documentária
(GUIMARÃES, 2009).

Há na literatura uma sobreposição sobre estes termos e seus conceitos. Fujita


(2009) observa “(...) que as divergências entre a indexação e a catalogação de
assunto ficam claras quando autores como Milstead (1983), Fiúza (1985), Naves
(2002), Lancaster (2004), Silva & Fujita (2004), Robredo (2005), Dias & Naves (2007)
reconhecem a indexação e a catalogação de assuntos como conceitualmente
equivalentes”.

Já Guimarães (2009) afirma que “outros [autores], mais ligados à escola


francesa (Gardin, 1981, Ruiz Perez, 1992, Pinto Molina, 1993 e Guimarães, 2003)
encaram a análise documental enquanto uma área (todo) na qual se insere a
indexação propriamente dita (parte), o que se reflete na representação
documentária, fase final do tratamento, em que se utilizam os instrumentos
documentais (linguagens) para a geração de produtos documentais (índices,
notações classificatórias, etc.).”

Logo, entenderemos Catalogação de Assuntos como Indexação e este como o


processo de Representação no TTI, vistos no Quadro 1. Este entendimento coincide
com a primeira etapa de formação de um SRI, segundo as ideias de Rowley (2002) e
Souza (2006), facilitando o entendimento de construção das relações conceituais
do TTI.

Visando esclarecer o enunciado anterior, Araújo Junior (2007) diz: “Entre a AD


e a representação dos conteúdos [Indexação], existe uma relação de causa e efeito
que pode ser verificada pelo fato de que só é possível representar o conteúdo dos
documentos a serem inseridos em uma base de dados, a partir de uma AD que
envolva a análise e síntese do conteúdo destes.” Neste a síntese incluindo a
representação.

Por síntese entende-se, “chegar a conceitos/palavras-chaves capazes de


traduzir o discurso analisado” (CUNHA, 1990 apud ALCAIDE et al., 2001). Para
Guimarães (2003) apud Araújo Junior (2007), na qual esta etapa denomina-se
“Etapa sintética”, a mesma “(...) se subdivide em três momentos: seleção de
conceitos, onde os assuntos são postos em categorias (principais, secundários e
periféricos), condensação documentária, visando a elaboração de um resumo para

33
Análise Documentária

o documento e representação documentária, para traduzir o conteúdo temático do


documento em linguagem de indexação”.

A Indexação no contexto do TTI

Como o termo indexação ganhou força nos estudos da TTI e tem balizado,
como fundamentação teórica, o ensino de Biblioteconomia no Brasil, torna-se
necessário entender “o processo de representação” pela ótica do conceito de
Indexação de Assuntos.

Segundo CINTRA (1983, p. 5), Indexação "(...) é definida como a tradução de


um documento em termos documentários, isto é, em descritores, cabeçalhos de
assunto, termos-chave, que têm por função expressar o conteúdo do documento."

Na Figura abaixo, pode-se visualizar a posição da Indexação em um SRI.

Figura 3: Elaboração de índices e resumos na recuperação da informação.

Fonte: LANCASTER, 2004.

34
Análise Documentária

Para Lancaster (2004) a indexação de assuntos é posterior a condensação do


texto analisado (resumo) e deve envolver duas etapas: a Análise Conceitual e a
Tradução. Ele assim as define:

Análise conceitual “implica decidir do que trata um documento – isto é, qual é


seu assunto” e Tradução “envolve a conversão da análise conceitual de um
documento num determinado conjunto de termos de indexação”

Segundo Guimarães (2009), “esse aspecto é reiterado por Sauperl (2002, p. 7)


ao afirmar que aquilo que denomina de análise de assunto de um documento
inicia-se por uma operação de análise conceitual, visando a ‘determinar o conteúdo
intelectual do documento’, seguida da operação de ‘tradução do resultado da
análise conceitual para a estrutura de uma lista de cabeçalhos de assunto ou de um
sistema de classificação’ adotados em um dado sistema de informação.”

Observa-se, nas definições sobre Indexação, uma proximidade conceitual com


os processos iniciais do TTI (análise, condensação e representação), onde o
conceito de AD se assenta e os abarca. Afirmativa que corrobora a dificuldade de se
determinar os limites conceituais entre si, talvez explicados somente quando
colocados sob o ponto de vista das correntes teóricas que os consolidaram
academicamente.

Kobashi (1995) apresenta em forma de gráfico sua visão sobre as operações da


AD na Figura 4, na qual chama de fase de desestruturação as etapas de Análise e de
Síntese e de Estruturação a fase de representação:

35
Análise Documentária

Figura 4: Fabricação da informação documentária.

Fonte: ALCAIDE 2001.

Visando minimizar uma subjetividade inerente ao próprio processo, os


procedimentos de representação temática devem se apoiar em diretrizes bem
definidas que se configuram a partir do planejamento da indexação, determinada
por uma política baseada no tripé: usuário; organização/instituição; documento.
(CAMPOS, 2006), nas teorias que complementam sua prática, tais como os
princípios de precisão X revocação e exaustividade x especificidade (LANCASTER,
2004), bem como as normas existentes que embasam o processo de indexação, e
ainda pouco estudadas, como a UNISIST, normas do International Standard
Organization e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (FUJITA; SOUSA, 2014).

Terminamos aqui a segunda unidade de estudo. Nela você compreendeu o


papel da leitura nos processos que envolvem a atividade de Análise Documentária.

Na próxima unidade, abordaremos os produtos da Análise documentária e as


orientações normativas que lhe dão suporte nos SRIs.

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Análise Documentária

Exercícios – unidade 2

1.São exemplos de diretrizes para a atividade de representação temática em


um determinado SRI:

a) As normas da associação brasileira de normas técnicas; o princípio da


exaustividade; e as políticas de indexação do sistema.

b) O regimento interno da empresa; as normas da associação brasileira de


normas técnicas; e as políticas de indexação da empresa.

c) O manual unisist; o regimento interno da empresa; e a tabela de cutter.

d) O regimento interno da empresa; a tabela de cutter; e as normas da


associação brasileira de normas técnicas.

e) Todas as respostas estão certas.

2.Segundo a Unidade 2 a palavra Informação tem o mesmo conceito de:

a) Livros;

b) Dados estatísticos;

c) Documentos, textos ou mensagens;

d) Conhecimento;

e) Nenhuma das opções apresentadas.

3.Quais etapas compõem um SRI?

a) Indexação; Armazenamento; e Condensação.

b) Indexação; Condensação; e Recuperação.

c) Condensação; Recuperação; e Armazenamento.

d) Armazenamento; Indexação; e Recuperação.

e) Nenhuma das opções apresentadas.

37
Análise Documentária

4. No modelo de leitura proposto por Giasson, está errado afirmar que:

a) o texto corresponde ao material a ser lido e apresenta os seguintes


aspectos: a intenção do autor, a estrutura e o conteúdo;

b) O tempo disponível é exemplo de contexto físico

c) A leitura está relacionada à interação entre as três variáveis,


texto/leitor/contexto.

d) Esquemas e estratégias se referem ao contexto.

e) os elementos extratexto, do contexto, que podem influenciar na


compreensão da leitura.

5. Quais são os procedimentos que envolvem a AD?

a) Indexação; Armazenamento; e Condensação.

b) Indexação; Condensação; e Recuperação.

c) Condensação; Recuperação; e Armazenamento.

d) ) a leitura; a segmentação; e o Armazenamento.

e) a leitura; a segmentação; e a representação.

6.A indexação é dividida em:

a) Armazenamento e Condensação

b) Condensação e Recuperação.

c) Análise conceitual e tradução.

d) Tradução e Condensação

e) ) Análise conceitual e Condensação.

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Análise Documentária

7.Entende-se por Leitura Documentária:

a) A leitura realizada pelos usuários de uma biblioteca.

b) A prática da leitura aplicada no contexto do TTI.

c) Os estudos sobre Linguística e Semiótica.

d) Uma prática de leitura da antiguidade.

e) A ação representada pelo modelo Leitor/Texto.

8.São exemplos de instrumentos que apoiam o processo de TTI:

a) Os computadores; os catálogos; e os tesauros.

b) Os computadores; os catálogos; e as terminologias.

c) Os sistemas de classificações; os tesauros; e os computadores.

d) Os sistemas de classificações; os tesauros; e as terminologias.

e) Os sistemas de classificações; os computadores; e os catálogos.

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Análise Documentária

9.Defina, com suas próprias palavras, o que você entendeu sobre Indexação e
relacione com AD e TTI.

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10.Discorra sobre o papel da leitura no âmbito do TTI.

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Análise Documentária

3 Os Produtos da Análise
Documentária: Teoria e
Métodos.

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Análise Documentária

As atividades de análise documentária compreendem um conjunto de


operações de tratamento da informação, de natureza interdisciplinar, a fim de
torná-la recuperável para a pesquisa documentária.

Objetivo da unidade:

Identificar os produtos da Análise Documentária e apresentar as teorias e


bases normativas que lhes dão sustentação.

Plano da unidade:

 Tipos de Resumos

 Índices.

 Diretrizes e normas para Análise Documentária

Bons estudos!

42
Análise Documentária

Resumos e Índices são considerados produtos dos processos de Análise,


Condensação no âmbito do TTI. Os produtos são gerados concomitantemente aos
processos e têm sua qualidade associada à Leitura documentária, aos instrumentos
terminológicos empregados e à política de indexação do SRI.

Segundo Luz (1996): “Condensação informacional é o processo que tem como


objetivo a abreviação ou o resumo de documento, que passa a ser representado
por um número limitado de sentenças ou frases expressivas de sua substância.”.

Os resumos e os índices sob a luz da organização do conhecimento para a


recuperação da informação caracterizam-se como recursos fundamentais para a
produção do conhecimento.

Para Kobashi (1997) “A elaboração de resumos está presente de forma


generalizada em inúmeros campos das atividades humanas relacionadas ao
tratamento e transferência de informações, como na documentação, no jornalismo,
na editoração e, inclusive, na esfera do ensino e da formação. No entanto, os
processos a ela relacionados são ainda pouco conhecidos, em face da dificuldade
de criar modelos aptos a dar conta, simultaneamente, dos aspectos linguísticos,
cognitivos, formais, lógicos e pragmáticos do ato de condensar informação
textual.”.

Segundo Luz (1996), “Atualmente, num momento em que o avanço da


tecnologia gera uma grande massa de informações, os resumos e a sua prática vêm
atendendo, cada vez mais, às necessidades de estudantes, pesquisadores e
profissionais em geral nas suas tarefas diárias. Desde a preparação de uma
monografia, passando pela elaboração de um relatório técnico, até a preparação
de um trabalho de tese, os resumos estão aí presentes.”.

Logo a elaboração de resumos, como já foi dito anteriormente, supõe a


compreensão de textos e a seleção de informações com base na hierarquização das
ideias presentes no texto original de um determinado autor (Kobashi, 1997). Ainda,
segundo o autor, “A ideia de seleção, com base na hierarquização, é igualmente
proposta por Fayol, que caracteriza o resumo como um caso particular de paráfrase
seletiva que consiste em:

43
Análise Documentária

1) extrair de um texto informações julgadas essenciais;

2) (re)formular essas informações de modo a chegar a um novo texto coerente


e coesivo.”. (Fayol, 1991, apud Kobashi, 1997).

Os resumos podem ser acadêmicos, advindos da prática acadêmica dos


ambientes escolares e universitários, e profissionais elaborados no âmbito dos
sistemas de recuperação da informação e voltados para atender a comunicação
científica (manutenção de bases de dados, editores de periódicos científicos,
portais da Internet e Intranets). Interessa-nos entender o produto resumo no
contexto do TTI, como artefato/objeto voltado para apoiar a recuperação da
informação.

Na prática do fazer bibliotecário, o contato com o Resumo ocorre basicamente


de três formas:

Como fonte primária para representação de assuntos ou para a tradução do


texto como fase da indexação, neste caso o resumo não foi elaborado pelo
indexador, ele já existe e é apresentado pelo autor do texto, muito comum quando
se está tratando um artigo de revista, tese, dissertação ou monografia cujo resumo
é elemento obrigatório na apresentação dos trabalhos citados;

Como processo mental na condensação de um texto, neste caso ao se


proceder a representação o indexador não constrói o resumo na prática, sua
experiência e a necessidade de agilidade do sistema o levam a analisar e sintetizar
o conteúdo do texto em descritores mentais e traduzi-los automaticamente ou sob
a consulta aos instrumentos de classificação, dependendo da experiência e
domínio das políticas de indexação.

Na elaboração de resumos em centros especializados.

44
Análise Documentária

Em ambos os casos, torna-se necessário entender a construção de Resumos


para que sua análise e síntese, durante o TTI, satisfaça sua representação para o
sistema a qual se está trabalhando.

No universo do ensino, Ribeiro (2015) afirma que: “Resumir é também


um saber-fazer necessário (...)”. Schneuwly e Dolz (1999 apud Ribeiro, 2015)
acreditam que o resumo constitui-se num “eixo de ensino/aprendizagem essencial
para o trabalho de análise e interpretação de textos e, portanto, um instrumento
interessante de aprendizagem”.

Neste contexto é inevitável adentrar aos estudos de F.W. Lancaster, cujo livro
“Indexação e Resumos: teoria e prática” tornou-se um clássico para os cursos de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, oferecendo sustentação teórica para
consolidar sua prática.

Tipos de resumos

Na literatura encontram-se algumas definições para Resumo. Segundo


Lancaster (2004) (...) resumo é uma representação sucinta, porém exata, do
conteúdo de um documento.

Para Schneuwly e Dolz (1999 apud Ribeiro, 2015) o resumo é “(...) uma
representação sintética do texto que será resumido (...)” e para Endres-Niggemeyer
(1998, apud Lancaster, 2004) significa: “Um texto, breve e coerente, que se destina
a informar o usuário sobre os conhecimentos essenciais transmitidos por um
documento”.

Em ambas as definições, observa-se a necessidade de ser criar, através do


resumo, um texto que seja representativo do original, contudo ao fazê-los cuidados
devem ser tomados cuidados técnicos.

Lancaster atenta para a diferença entre resumo e extrato, na qual o segundo


(...) é uma versão abreviado de um documento, feito mediante a extração de frases
do próprio documento. Por exemplo, duas ou três frases da introdução seguidas de

45
Análise Documentária

duas ou três frases das conclusões (...)” podem oferecer razoável compreensão de
um documento, porém não é um resumo. Ainda Lancaster (2004): “O verdadeiro
resumo, ainda que inclua palavras que ocorram no documento, é um texto criado
pelo resumidor e não uma transcrição direta do texto do autor”

Os resumos podem se apresentar de inúmeras formas. Entre os fatores que


podem influenciar sua extensão, Lancaster (2004) destaca:

1. A extensão do item que está sendo resumido;

2. A complexidade do conteúdo temático;

3. A importância do item para a instituição;

4. A acessibilidade do conteúdo temático, isto é, o resumo de documentos de


difícil acesso físico (Relatórios, trabalhos apresentados em eventos, ou
textos de línguas pouco conhecidas);

5. Custo;

6. Finalidade.

Quanto ao objetivo dos resumos, há consenso na literatura (LUZ, 1996;


LANCASTER, 2004; NBR 6023/2003) em diferenciá-los em:

Resumos analíticos (ou críticos) - objetivam emitir um juízo crítico (opiniões,


análises) sobre o assunto de que trata o documento.

Resumos descritivos (ou) indicativos - visam a abordar, em termos gerais, o


assunto tratado no documento original. Servindo ao leitor como um aviso de
alerta, podem vir a apresentar somente o tema e as conclusões do trabalho.

Resumos informativos - visam oferecer ao leitor informações qualitativas e


quantitativas, bem como dados essenciais, tais como objetivos, metodologia,
resultados e conclusões do documento.

46
Análise Documentária

Segundo Lancaster (2004) o “(...) o resumo indicativo mencionaria quais os


tipos de resultados alcançados no estudo, enquanto o informativo faria uma
síntese dos próprios resultados.”

O tipo de resumo mais comum no ambiente acadêmico é o informativo,


empregado tanto pelo leitor/estudante em suas atividades de aprendizado/ensino
quanto pelos produtores de trabalhos de pesquisa ou científicos, ou seja, os textos
científicos.

Em textos científicos, Van Dijk e KINTSCH, (1983) apontam variantes especiais


das superestruturas argumentativas, ou seja, a estrutura básica do discurso
científico não só consiste de uma CONCLUSÃO e sua JUSTIFICATIVA, mas também
da apresentação de um PROBLEMA e uma SOLUÇÃO (FUJITA, 2004).

Kobashi (1994 apud FUJITA, 2004) classifica os textos mediante suas estruturas
esquemáticas da seguinte forma:

1. Texto Científico – constituído por tema, problema, hipótese, metodologia,


resultado e conclusão;

2. Argumentativo ou dissertativo – constituído por tese, argumentos, e


conclusão;

3. Expositivo – constituído por problema, causas e solução.

Reconhecer a estrutura de um texto é uma estratégia útil ao indexador na


análise e síntese de um documento. Segundo Fujita (2004) “(...) a estrutura
linguística do texto é importante de se considerar durante a leitura, pois poderá,
conforme o conhecimento textual e linguístico do leitor, ajudar na compreensão
da leitura para análise de assunto. Essa estrutura textual poderá estar explícita ou
não e diferir de acordo com diversas tipologias documentárias. Além da estrutura
linguística e de conteúdo, o texto possui um contexto de produção próprio do
autor e do desenvolvimento do trabalho que culminou na redação do texto que,
certamente, são influentes na leitura. Todos esses aspectos do texto poderão estar
presentes na leitura profissional, tornando-se fundamentais e influentes.”.

47
Análise Documentária

Para Kobashi (1994), a extração de informação documentária para produzir


resumos e índices pode ser eficiente se o indexador conhecer a superestrutura
textual, ou seja, como o texto está organizado. Logo, conhecer a organização
textual fornece uma base para a interpretação do texto.

Índices

Entendemos por índices, os produtos gerados pelo processo de representação


dos documentos no contexto do TTI. O indexador ao traduzir documentos à
linguagem documentária do sistema onde exerce atividade de indexador contribui
para a manutenção de um índice de termos representativos de sua coleção. Este
índice é controlado pela linguagem documentária adotada pela política de
indexação.

Estes índices são, de forma mais prática, entendidos como um conjunto de


termos ordenados e coordenados e formam a estrutura básica dos SRI e seus
estudos são permeados pelos temas bases de dados e tecnologias de informação e
comunicação (TICs), estes, serão examinadas em disciplinas posteriores. Porém faz-
se necessário introduzir o tema para prosseguirmos.

Os índices, como produtos, são os catálogos de assuntos utilizados para


recuperar informação nos SRIs, e podem se apresentar impressos ou
automatizados. Sua principal característica, que enseja sua elaboração/produção, é
o fato de serem apoiadas por uma ou mais linguagens documentárias. Estas
linguagens, vistos como instrumentos do TTI são, na literatura sobre indexação,
diferenciadas como linguagens pré-coordenadas e pós-coordenadas.

Exemplo: Álbum; Fotografia Termos isolados, faz-se a combinação no


momento da busca.

Lancaster (2004) afirma que “é provável que um sistema de recuperação da


informação moderno incorpore características de pré-coordenação, bem como
recursos de pós-coordenação.”

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Análise Documentária

Constata-se que, a atividade de indexação gira em torno dessas linguagens e é


fato que não existe uma opção ideal que atenda este ou aquele SRI. Será papel do
indexador ou da direção da unidade escolher, adaptar ou criar a linguagem que
melhor se adapta ao seu ambiente, tendo a consciência de que o sistema deve
atender as necessidades dos seus usuários.

Diretrizes e normas para a análise documentária

A fundamentação da análise documentária, como já foi apresentada, recai


sobre uma sólida base conceitual teórica de forte influência da área de Ciência da
Informação e com diversas contribuições de outras áreas. Porém, pode-se afirmar
que muitos conceitos advindos de correntes teóricas distintas trazem dificuldade
para o entendimento pragmático dos processos, produtos e dos instrumentos que
compõem o cenário do TTI.

Nesta seção, observaremos como estão amparadas as atividades de indexação


e de resumos do ponto de vista metodológico, baseado em normas existentes não
tendo a intensão de aprofundar uma discussão exaustiva, mas sim apresentar um
panorama que sirva de referência para estudos de maior profundidade, visto que a
aplicação destas normas estará condicionada às políticas de indexação de cada SRI.

As normas, apesar da concepção do nome, não possuem caráter obrigatório e


funcionam mais como diretrizes metodológicas. Não há muitos estudos que
colaborem para um panorama de suas aplicações práticas, sejam como referencial
para avaliação do funcionamento de um serviço de indexação e resumos ou como
procedimentos de uniformização, ordenação e precisão em SRIs.

No âmbito da indexação, temos no Brasil a norma ABNT 12676 de 1992, que é


uma tradução da Norma ISO 5696 de 1985 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION), e a abordagem de identificação de conceitos propostos pelo
sistema de indexação PRECIS como principais referências normativas. (SILVA;
FUJITA, 2004). A norma brasileira, tradução da ISSO 5696, têm por base os

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Análise Documentária

Princípios de Indexação, publicado em 1976 pelo World Scientific Information


Programme (UNISIST, 1981), programa internacional vinculado à Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). (FUJITA, 2009).

Fujita e Sousa (2014) observam que “a NBR 12676/1992, responsável em


subsidiar o processo de indexação, aponta como sendo três os estágios
compreendidos no processo, sendo: exame do documento e estabelecimento do
assunto de seu conteúdo, identificação dos conceitos presentes no assunto e
tradução desses conceitos nos termos de uma linguagem de indexação
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992).”

No Quadro 2, uma adaptação do quadro comparativo apresentado por Fujita


(2009) onde ela apresenta as etapas da indexação de diversos autores, observa-se
um comparativo entre as duas normas citadas:

Quadro 2 – As etapas da Indexação

Normas Análise Representação

Tradução dos
Determinação do
Unisist (1981) conceitos nos termos da
assunto
linguagem de indexação.

Exame do documento
Tradução desses
e estabelecimento do
conceitos nos termos de
assunto de seu conteúdo;
Norma 12.676 uma linguagem de
Identificação dos conceitos
indexação.
presentes

no assunto.

Tais etapas apresentam-se em conformidade com o que já foi exposto até o


momento e comparado com autores já citados poderá ser constatado pouca
inconsistência conceitual para os estágios da Indexação.

50
Análise Documentária

Sousa e Fujita (2014) abordam uma lacuna, ainda que não declarada
formalmente em seu artigo, sobre a questão da leitura documentária ao percorrer
as teorias acadêmicas e as orientações normativas sobre a análise de assunto em
Indexação, pois a considera essencial ao processo como um todo, identificando
somente pequenas menções à leitura sem que seja contextualizada como uma
atividade técnica (leitura documentária) e não apontado orientações
sistematizadas que circundem o processo.

Destaca-se, ainda que não seja uma norma, outro procedimento de indexação:
o PRECIS, sistema de indexação alfabética de assunto, criado especialmente, por
Derek Austin em 1968, para construir automaticamente os índices de assunto da
British National Bibliography (BNB), na qual apresenta sua análise conceitual como
metodologia de identificação de conceitos baseando-se em um questionamento
dirigido unicamente ao texto, caracterizando sua concepção de análise de assunto
orientada unicamente para o conteúdo: O que aconteceu? (Ação); A que ou a quem
isto aconteceu? (Objeto da ação – sistema chave); Que ou quem fez isto? (Agente
da ação); onde aconteceu? (Local). (FUJITA, 1988, 2004).

Este sistema se difere das normas anteriores ao fato de direcionar sua


concepção de análise de assunto somente para o conteúdo, não considerando a
demanda na abordagem.

Sobre a elaboração de resumos, fonte de pesquisa da leitura documentária e


produto do TTI observam-se “que as diversas normas e diretrizes (ISO 214; ISO
5966; INIS (1971) e ABNT [6028] (1980), entre outras), não contemplam tal noção de
modo suficiente. A característica mais marcante das referidas regras é o fato de
abordarem os mecanismos de combinação de informações: tamanho do resumo,
número de palavras, estilo de redação, tipos de resumos (Indicativo ou Informativo)
sem, no entanto, explicitar os mecanismos de seleção de dados. Sob esse ângulo,
pode-se afirmar que a heterogeneidade dos resumos documentários utilizados nos
sistemas informacionais reflete a precariedade dos padrões utilizados em sua
elaboração. Em tais sistemas, os resumos raramente apresentam as propriedades
necessárias para operarem de forma efetiva e útil na circulação de informações”.
(KOBASHI, 1997)

51
Análise Documentária

Este cenário levantado n década de 90, já pode ter melhorado, contudo não há
estudos recentes sobre o tema para que seja exposta a situação atual. A norma

citada NBR 6028/1980 sofreu duas atualizações, uma em 1990 e outra em 2003
(NBR 6028/2003) válida até a data de conclusão deste texto.

A discussão sobre resumos aparece ao ser buscar bibliografia sobre o tema,


estar hoje restrita às necessidades de se criar modelos de formatação para os
produtores e publicadores de informação científica (editores de periódicos
científicos, programas de pós-graduação e instituições de ensino). Neste contexto a
elaboração de resumos está focada na apresentação e não no conteúdo e sua
estrutura de texto. No contexto do TTI é fundamental o suporte à elaboração de
resumos via além da preocupação com a apresentação.

Para Luz (1996) “A questão normativa é um ponto para o qual nós,


profissionais da área de informação, deveríamos voltar nossa atenção, já que as
normas internacionais e nacionais existentes sobre o assunto encontram-se
defasadas e carentes de maior sistematização.”

Ainda que faltem estudos relevantes também sobre o tema, tal como para o
tema indexação, não parece ter ocorrido uma mudança sobre a afirmação de Luz
se comparado aos dias de hoje.

Em estudo recente de Sousa e Fujita (2014) é possível constatar tal cenário: “A


disponibilização da informação documentária necessita do desenvolvimento de
aportes que auxiliem nos procedimentos de análise, síntese e representação do
conteúdo documentário, buscando contribuições tanto para a sedimentação
teórica, quanto para fomentar a prática profissional do bibliotecário”.

Terminamos aqui a terceira unidade de estudo. Nela você compreendeu a


evolução teórica e metodológica da fase produtos no âmbito do TTI. Na próxima
unidade abordaremos a questões contemporâneas da Análise Documentária.

52
Análise Documentária

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem.

53
Análise Documentária

Exercícios – unidade 3

1. Na literatura especializada, existem divergências quanto aos estágios da


indexação, mas, em linhas gerais, esses estágios incluem as seguintes operações:
análise, síntese e representação. A operação de síntese...

a) verifica a especificidade dos termos atribuídos a um documento.

b) compreende a leitura do texto para identificação e seleção de conceitos.

c) está relacionada à elaboração de resumos.

d) é realizada com o uso de uma linguagem documentária.

e) envolve o exame de partes do documento, como sumário e introdução.

2.São considerados produtos dos processos de Análise, Condensação no


âmbito do TTI:

a) Índices e Tesauros.

b) Resumos e Índices.

c) Resumos e terminologias.

d) Tesauros e terminologias

e) Índices e Resumos.

3.Os resumos e a sua prática vêm atendendo, cada vez mais, às necessidades
de:

a) Editores, bases de dados e atendentes de bibliotecas.

54
Análise Documentária

b) Estudantes, bases de dados e atendentes de bibliotecas.

c) Estudantes, pesquisadores e profissionais em geral.

d) Pesquisadores, profissionais em geral e editores.

e) Atendentes de bibliotecas, pesquisadores e profissionais em geral.

4.É considerado o mais adequado na área de TTI, porque contém elementos


indispensáveis, como o objetivo, os métodos utilizados na pesquisa e as
recomendações ou conclusões a que chegaram os autores. Trata-se do:

a) Resumo analítico ou crítico.

b) Resumo indicativo.

c) Índice.

d) Sumário.

e) Resumo informativo.

5.A indexação de assuntos envolve duas etapas principais: a análise de


conceitual e a tradução. Esta segunda etapa...

a) implica, em primeiro lugar, decidir do que trata um documento, isto é, qual


o seu assunto.

b) proporciona respostas a uma infinidade de questões, relacionadas com a


análise dos assuntos de um documento.

c) designa a capacidade de recuperar documentos úteis e evitar documentos


inúteis.

d) refere-se aos processos de indicar o conteúdo e características afins de um


documento.

e) envolve a conversão da análise conceitual de um documento, num


determinado conjunto de termos de indexação.

55
Análise Documentária

6.Como podemos classificar os textos mediante suas estruturas esquemáticas?

a) Científico, resumido e crítico.

b) Científico, argumentativo e expositivo.

c) Argumentativo, expositivo e resumido.

d) Expositivo, científico e crítico.

e) Resumido, crítico e acadêmico.

7.São consideradas, no âmbito da indexação, as principais referências


normativas para análise de assuntos:

a) Norma ISO 5696/1985, Sistema de Indexação PRECIS e NBR 12676/1992.

b) ISO 5966, INIS (1971) e ABNT 6028/2003.

c) ISO 5966, INIS (1971), NBR 12676/1992.

d) Sistema de Indexação PRECIS, NBR 12676/1992 e ISO 5966

e) Princípios da Indexação do UNISIST, INIS (1971) e ABNT 6028/2003

8.Os resumos podem se apresentar de inúmeras formas. Entre os fatores que


podem influenciar sua extensão, destacam-se:

a) língua e extensão.

b) valor e especificidade.

c) estrutura esquemática e valor.

d) a extensão e a complexidade.

e) língua e estrutura esquemática.

56
Análise Documentária

9.Defina resumo e sua importância para a Análise Documentária.

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10.Em sua opinião as normas brasileiras sobre documentação poderiam contribuir


mais para as etapas do Tratamento Temático da Informação. Explique.

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Análise Documentária

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

58
Análise Documentária

4 Questões Contemporâneas
da Análise Documentária.

59
Análise Documentária

As atividades de análise documentária compreendem um conjunto de


operações de tratamento da informação, de natureza interdisciplinar, a fim de
torná-la recuperável para a pesquisa documentária.

Objetivo da unidade:

Abordar atividades do Tratamento Temático da Informação no contexto da


organização da informação digital.

Plano da unidade:

 Os computadores e o processamento de textos.

 A organização e representação do conhecimento em ambientes digitais.

 Breve panorama da Análise Documentária na convergência com as TICs.

 Considerações finais

Bons estudos!

60
Análise Documentária

Nesta última unidade veremos a extensão informática sobre a área de Análise


documentária, as primeiras iniciativas com uso de computadores e aplicações
recentes em prol da organização do conhecimento para a recuperação da
informação.

O impacto das novas tecnologias nos processos de comunicação científica tem


gerado novas necessidades de investigação sobre o processamento documental.
Observa-se uma transformação não só na infraestrutura das bibliotecas, seus
espaços e coleções, como também na atividade dos bibliotecários.

Os maiores desafios, hoje, encontram-se à margem das bibliotecas, na


organização do conhecimento na Internet e nas plataformas das diversas bases de
dados científicas existentes no mercado, tais como EBSCO, ProQuest, Science
Direct entre outras. No rastro histórico do atual cenário tem pontua-se que o
aparato tecnológico adentrou as tarefas bibliotecárias, de forma mais perceptíveis
na década de 1990. Segundo os autores Fujita, Augustín Lacruz e Diaz (2012),
citando Augustín Lacruz (1998), “ampliaram-se as capacidades de gestão e difusão
dos recursos bibliográficos, a prestação de serviços e as funções desempenhadas
pelas bibliotecas mudaram de forma irreversível devido a acontecimentos como a
automatização das tarefas documentais, o crescimento do acesso em linha às bases
de dados e a chegada da internet aos centros de informação. (AGUSTÍN LACRUZ,
1998, p. 52-54).”

Ainda, segundo os autores citados, estas mudanças transformaram a forma de


administrar, estruturar e representar a informação em bibliotecas e centros de
informação. Hoje a absorção das novas TICs por parte de bibliotecas esbarra na
formação da graduação e na formação continuada (lato e stricto sensu) nas áreas
de Biblioteconomia e Ciência da Informação em relação ao nível de
interdisciplinaridade com outras áreas nos currículos e programas destes cursos.

Neste sentido torna-se necessário, o quanto antes, tomar ciência das principais
questões da atualidade que envolvem as etapas: processos, produtos e os
instrumentos da AD.

61
Análise Documentária

Os computadores e o processamento de textos

Buscando achar finalidade extra para os investimentos em computadores


robustos nas instituições de pesquisa dos estados Unidos, observa-se na década de
1960 uma grande quantidade de projetos de pesquisa sobre a utilização de
computadores no tratamento de textos voltados para duas vertentes: a tradução
mecânica e a recuperação da informação (LANCASTER, 2004, p. 276). Embora os
resultados esperados não tenham sido alcançados como esperados, as iniciativas
dos pesquisadores perduraram aos dias atuais, perpassando por estudos léxicos de
radicais, filtragem estatística, etiquetas morfológicas, inteligência artificial,
processamento inteligente de textos, extração de sintagmas, sumarização,
exemplos de recursos aplicados ao processamento automático de textos para fins
de recuperação.

O entendimento de parte das iniciativas citadas no parágrafo anterior está


relacionado à discussão entre Linguagem Natural e Vocabulário Controlado, na
qual Lancaster (2004), em seu livro “Indexação e resumos”, aborda no capítulo 14 a
evolução dos estudos destes conceitos em prol da análise documentária e define
linguagem natural “como sinônimo de discurso comum, isto é, a linguagem
utilizada habitualmente na escrita e na fala, e que é o contrário de vocabulário
controlado.

No contexto da recuperação da informação, a expressão normalmente se


refere às palavras que ocorrem em textos impressos e, por isso, considera-se como
seu sinônimo a expressão “texto livre”. Um texto livre pode se constituir em:

1. O título;

2. Um resumo.

3. Um extrato, ou

4. O texto integral de uma publicação” (lancaster, 2004, p. 250).

62
Análise Documentária

Segundo Lancaster (2004) “a aplicação de computadores à recuperação de


informações, que teve início na década de 1950, possibilitou a realização de buscas
em textos em formato eletrônico, sem que houvesse a necessidade de aplicar
qualquer modalidade de indexação a este texto: o programa utilizado na
recuperação procura determinadas palavras, ou combinações de palavras, no
próprio texto, onde as palavras escolhidas por quem faz a busca são indicativas
daquilo que o texto está examinando. As buscas feitas em textos pelo computador
podem ser denominadas “buscas em textos” ou “buscas em linguagem natural”.

A organização e representação do conhecimento em


ambientes digitais
O maior desafio reside na recuperação relevante da informação no universo
atual da produção dos registros do conhecimento em meio digital.

Como recuperar a informação que é mais relevante para um indivíduo em um


universo diversificado de produtos informacionais, tais como livros, artigos,
trabalhos apresentados em eventos, vídeos, sons, imagens e que acima de tudo
tenha credibilidade? Quais as fontes disponíveis hoje? A Internet? Os catálogos das
bibliotecas? As bases de dados de acesso aberto ou as comerciais? A resposta está
no tratamento que é dado a cada tipo de produto no que tange sua análise,
descrição e representação.

Para Aquino (2007) “ao navegar na web é comum nos questionarmos como
chegamos à determinada página. A navegação não-linear não surge com a
Internet, nem com a web, já que o pensamento associativo é característico do ser
humano, que num mero devaneio é capaz de se perder em meio à extensa rede de
significações que percorre mentalmente.”

A Organização do Conhecimento, área de estudo de profissionais de


diferentes áreas, enfrenta na atual era da informação o desafio de gerir os registros
de conhecimento disponibilizados em ambiente digital, para permitir seu reuso e
apropriação social, isto é, seu acesso e transformação dentro do ciclo informacional
em infinita renovação. (MARCONDES, 2012)

63
Análise Documentária

Há muitos anos os pesquisadores do campo da Organização de informação e


do conhecimento desenvolvem pesquisas e experimentos que visam valorizar a
linguagem natural com estratégia de organização e recuperação da informação,
em grande escala de resultados concluiu-se que somente o uso de linguagem
natural não era o suficiente (GOMES, 2010).

Os esforços de consolidação de métodos modernos remetem a proposição de


Taube (1951), quando este propôs o sistema UNITERM. A linguagem natural foi o
caminho mais explorado como método moderno na recuperação da informação, já
que os conteúdos temáticos dos documentos poderiam ser representados
adequadamente por meio de palavras simples (uniterms) extraídos do texto dos
documentos por indexadores com um nível de especialização relativamente baixo.
Esse modelo teve muita repercussão e influência o desenvolvimento de diversos
sistemas de recuperação de informação a partir dos anos 50 (MOURA, 2012;
LANCASTER, 2004).

Passados 65 anos de pesquisas, o uso de linguagens verbais em sistemas de


organização e recuperação da informação, ainda é um desafio central nos estudos
desenvolvidos no campo da Ciência da Informação e em suas áreas fronteiriças.

No âmbito da Internet e após o desenvolvimento da Rede, que tornou


acessível enorme quantidade de textos a um imenso número de usuários, fato que
evolui constantemente, seja por colaboração ou por meios formais de
comunicação temos, como marco no contexto da organização do conhecimento,
as ideias de Tim Berners-Lee sobre a Web Semântica, que segundo Marcondes
(2012) “visa atribuir “semântica” aos conteúdos disponibilizados na Web, para que
programas possam processá-los e auxiliar na tarefa de organizá-los.

Os desdobramentos desta iniciativa em áreas de estudo como a Ciência da


Informação e as Ciências Computacionais fez emergir conceitos e tipos de
linguagens cada vez mais híbridas, da combinação entre as Linguagens Naturais e
Controladas.

Na década de 90 do século XX, Lancaster (2004) defendia a necessidade de


criação de um sistema conceitual híbrido que compreendesse a complexidade da
organização da informação perpassada pelo imperativo tecnológico. Segundo o

64
Análise Documentária

autor, “o termo híbrido é empregado para designar qualquer sistema que funcione
com uma combinação de termos controlados e linguagem natural, inclusive
aqueles em que ambos os conjuntos de termos são atribuídos por indexadores
humanos e aqueles em que uma base de dados pode ser consultada mediante
uma combinação de termos controlados atribuídos por seres humanos e palavras
que ocorram nos títulos, resumos ou texto completo” (LANCASTER, 2004).

Além disso o principal desafio hoje é criar metodologias que permitam


combinar a dinâmica da atribuição livre com o rigor e a complexidade do controle
de vocabulário nos processos de representação e recuperação da informação
(LANCASTER, 2004).

Breve panorama da Análise Documentária na


convergência com as TICs.
Ao pensarmos os conceitos de processos, de produtos e de instrumentos da
AD no cenário atual da Internet, teríamos extenso material para apresentar, porém
como o tempo e o espaço não são suficientes para fazê-lo, exporemos
sucintamente um panorama da área observando a aplicação das TICs em algumas
dessas tarefas..

Podemos dividir a discussão do tratamento temático da informação sobre


duas fontes: os conteúdos digitais públicos e colaborativos (Blogs, Wikipedia,
Repositórios institucionais, Facebook, Youtube, Instagram, etc) e os dados
científicos, resultados da produção científica gerados em instituições de pesquisa
(universidades, centros e institutos de pesquisa), cuja produção é validada pelo
pares, cientistas e/ou especialistas que atuam e compartilham estudos na mesma
área (teses, dissertações, painéis de eventos, artigos científicos, consultoria, etc.)

É fato que os estudos relacionados às duas fontes ou universos informacionais


citados influenciam um ao outro em termos de processos, produtos e instrumentos
ao se pensar na necessidade de organizá-los para uma recuperação rápida e eficaz.

Hoje, o bibliotecário está com sua prática voltada mais para o tratamento dos
dados científicos enquanto a área acadêmica, que abarca tais profissionais, focada

65
Análise Documentária

em entender e organizar os conteúdos digitais e sua dinâmica social enquanto


fonte de informação em uma tentativa de provar que as teorias da base da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação são parte fundamental do processo de
resolução destes desafios no contexto da Organização do Conhecimento.

Vivemos um paradigma parecido com o que ocorreu com o advento da


explosão da informação após a Segunda Guerra Mundial, na qual tornou-se
necessário aprimorar o tratamento da informação para garantir uma recuperação
da informação eficiente. Atualmente, temos exatamente o mesmo desafio do
passado, os conteúdos digitais sendo produzidos em uma velocidade difícil de
acompanhar e consecutivamente de torná-los recuperáveis.

Neste sentido podemos abordar algumas convergências das atividades de


Análise Documentária com as TICs. Em “processo” destaca-se a evolução da
indexação automática de documentos, iniciada após a Segunda. Guerra Mundial.
Segundo Gomes (2010) “o volume de literatura produzido em ambiente digital
tem, levado a pesquisas sobre indexação automática, empregando complexa
tecnologia como processamento de linguagem natural, bibliometria e clusterring
and clumpings. As dificuldades ligadas ao tratamento de textos têm conduzido
pesquisadores a associarem esquemas de classificação, tesauros e outras estruturas
de conceitos, como instrumentos complementares para potencializar a
indexação/recuperação automáticas”.

Outra discussão que ganhou destaque recentemente e que poderíamos


associar como um possível recurso para ser aplicado no processo da Análise
Documentária, é a Folksonomia, ato de indexação baseado na etiquetação de
conteúdos digitais por assuntos livres no ambiente colaborativo da web 2.0,
visando sua recuperação (CATARINO; BAPTISTA, 2007). A ideia de agrupar
conteúdos comuns em uma rede colaborativa agrega valor social aos seus pares e
fortalece uma identidade coletiva que extrapola o produto gerado, contudo para
Gomes (2010) esta é mais uma tendência desassociada do espectro histórico da
Organização do Conhecimento que não tardará em buscar um tipo de vocabulário
controlado para beneficiar a sua recuperação. Pensemos como exemplos as
hastags (#) utilizadas com palavras-chaves ou termos associados a uma informação,
tópico ou discussão, que se deseja indexar em aplicativos
como Twitter, Facebook, Google+ e Instagram..

66
Análise Documentária

Concomitante à indexação automática, em parcela muito menor de interesse,


alguns autores, apontados por Lancaster (2004) buscaram implementar a
construção de resumos por meio automático. Em grande parte, tais iniciativas
baseavam-se em frequência de palavras significativas e não significativas (tais
como preposições, artigos e conjunções) e denominou-se “sumarização de textos”
na literatura especializada, pois as técnicas empregadas se restringiam a montar
um subtexto por extração de frases e palavras por meio de computadores.

E a evolução não para. Pensemos sobre os vídeos no YouTube por exemplo.


Vídeos já existem há muito tempo (em suporte diversos, tais como: Fita VHS, Fita
Betamax, disco laser, CD-Rom, DVD, BlueRay, etc.), mas como organizar a produção
de vídeos digitais, produzidos em diversas instâncias motivacionais, do flagrante
delito, ao registro único de um acontecimento magistral por você ou pelo outro?
Independente da fonte de geração/produção, sempre haverá um grau de
relevância para um ou mais indivíduos e consequentemente a necessidade de
organizá-los para a recuperação.

Segundo Duque e Sousa (2012) “um dos fatores cruciais na construção de um


novo caminho para a recuperação de informação audiovisual é, obviamente, a
possibilidade de extrair as informações reais por imagem, áudio, etc. Muitas das
propostas de recuperação da informação apresentadas por pesquisadores e
desenvolvedores de web semântica não utilizam a indexação em dois ou mais
canais de comunicação.” Esta modalidade é denominada de indexação
multimodal.

Segundo Lancaster (2004), “a capacidade de armazenar, em formato digital,


em bases de dados, qualquer tipo de imagem, e especialmente de poder acessar
milhões delas na Rede, causou impressionante ressurgimento do interesse por
imagens em geral, e, em particular, por modos de indexá-las.”

Hoje, as discussões sobre os instrumentos de apoio à Organização do


Conhecimento giram entorno, entre outros eixos teóricos, das ontológicas. Por
ontologia entendemos todo e qualquer conceito pertencente a um dado domínio
do conhecimento humano, suas relações e funções. (DUQUE; SOUSA, 2012).
Ferramentas ora sendo utilizadas puras e ora associadas com outras linguagens de
representação e ferramentas de recuperação.

67
Análise Documentária

Em resumo, as questões fundamentais das ferramentas ontológicas aplicadas


à modelagem e representação do conhecimento em ambientes digitais seriam,
segundo Marcondes (2012):

“- o que é, o que existe em determinado domínio? como é? Segundo Smith


(2008, p. 5) a espinha dorsal de toda ontologia é uma estrutura taxonômica.

- metapropriedades das relações presentes num domínio, que garantem


critérios de Identidade, Dependência, Integridade aos indivíduos nelas envolvidos
(GUARINO, 1997);

- as conseqüências lógicas das escolhas ontológicas feitas ao modelar um


domínio.”

Para Moura (2012) “as ferramentas ontológicas (MOURA, 2009: p.62) são
dispositivos informacionais contextualizados, derivados de esquemas intelectuais
mais complexos e desenvolvidos sob um ponto de vista e com propósito
específico. Tais ferramentas têm por objetivo orientar os atores sociais no
entendimento acerca do conhecimento em áreas específicas bem como na adoção
consciente desses esquemas representacionais em sistemas de organização e
recuperação da informação. As ferramentas ontológicas têm sido utilizadas para
designar os estudos conceituais específicos que visam caracterizar dada área de
conhecimento a partir do mapeamento das suas categorias mais gerais e
específicas”.

O contexto informacional da produção dos registros do conhecimento em


meio digital é amplo e complexo, necessitando, portanto, estudos cada vez mais
aprofundados sobre a Representação do Conhecimento para uma eficiente
recuperação da informação. Nos desdobramentos, conexões e apropriação/uso
social da informação da Web tais estudos são ainda mais necessários visto que as
linguagens adotadas no ciberespaço vão desde a Linguagem Natural até a
Linguagem Controlada, apresentando um dinamismo de difícil, mas, necessário
acompanhamento. A Biblioteconomia, a Ciência da Informação e as Ciências
Computacionais, desempenham papéis fundamentais no processo evolutivo da AD
e serão decisivos se entenderem que precisarão trabalhar juntos cooperando

68
Análise Documentária

conhecimento para a produção de novos conhecimentos em prol dos desafios do


TTI de hoje e do amanhã.

Chegamos ao final de nossa disciplina. Nesta última unidade lhe foi


apresentado o um panorama das questões contemporâneas da AD no contexto da
era digital. Esperamos que lhe seja útil como base para o entendimento das demais
disciplinas técnicas do curso de Biblioteconomia.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

69
Análise Documentária

Exercícios - unidade 4

1. O aparato tecnológico adentrou as tarefas bibliotecárias, de forma mais


perceptível na década de 1990. Marque a opção que melhor sintetiza as mudanças
ocorridas neste período:

a) Automatização das tarefas documentais, o crescimento do acesso em linha


às bases de dados e a chegada da internet aos centros de informação.

b) Aquisição de livros descentralizada, visitas guiadas e automatização das


tarefas documentais.

c) Aumento de pesquisas bibliográficas, surgimento dos e-books e crescimento


do acesso em linha às bases de dados.

d) Aquisição de livros descentralizada, crescimento do acesso em linha às


bases de dados e chegada da internet aos centros de informação.

e) Automatização das tarefas documentais, crescimento do acesso em linha às


bases de dados e aumento de pesquisas bibliográficas.

2. Buscando achar finalidade extra para os investimentos em computadores


robustos nas instituições de pesquisa dos estados Unidos, observa-se na década de
1960 uma grande quantidade de projetos de pesquisa sobre a utilização de
computadores no tratamento de textos. Tais iniciativas estavam voltadas para duas
vertentes. Marque a opção que as identificam:

a) A tradução mecânica e leitura digital.

b) A recuperação da informação e leitura digital.

c) A tradução mecânica e a recuperação da informação.

d) A tradução mecânica e indexação.

e) A recuperação da informação e indexação.

70
Análise Documentária

3.Os textos: “São dispositivos informacionais contextualizados, derivados de


esquemas intelectuais mais complexos e desenvolvidos sob um ponto de vista e
com propósito específico. Tais ferramentas têm por objetivo orientar os atores
sociais no entendimento acerca do conhecimento em áreas específicas bem como
na adoção consciente desses esquemas representacionais em sistemas de
organização e recuperação da informação”. É uma definição para:

a) Ferramentas ontológicas.

b) Taxonomias.

c) Tesauros.

d) Folksonomias.

e) Linguagens híbridas.

4. A automatização das tarefas documentais, o crescimento do acesso em linha


às bases de dados e a chegada da internet aos centros de informação na década de
90, são fatos que marcaram:

a) A automação das tarefas bibliotecárias com a chegada dos aparatos


tecnológicos.

b) a consolidação dos ideais do Controle Bibliográfico Universal.

c) A criação da primeira biblioteca virtual no Brasil.

d) A indexação automática.

e) A construção de resumos por extração de palavras.

5.A tradução mecânica e a recuperação da informação foram duas vertentes


investigadas através de projetos de pesquisa sobre a utilização de computadores
no tratamento de textos na década de 60. O país pioneiro nestas pesquisas foi:

a) Brasil.

b) Estados Unidos.

71
Análise Documentária

c) Inglaterra.

d) França.

e) Espanha.

6.Com a finalidade de avaliar e melhorar o desempenho dos sistemas de


recuperação da informação na década de 50, a linguagem natural foi o caminho
mais explorado para representar os conteúdos temáticos dos documentos, o
sistema surgido deste contexto ficou conhecido como:

a) MARC.

b) INIS.

c) ASTIA.

d) Uniterm.

e) Index.

7.A combinação entre a Linguagem Natural e os Vocabulários Controlados é


denominada:

a) Sistemas de Informação.

b) Palavras chaves.

c) Linguagens híbridas.

d) Ontologias.

e) Classificação Decimal de Dewey.

8.As linguagens documentárias vêm evoluindo por meio dos sistemas de


organização do conhecimento. Sobre isso é correto afirmar, exceto:

a) A linguagem natural foi o caminho mais explorado como método moderno


na recuperação da informação, já que os conteúdos temáticos dos documentos

72
Análise Documentária

poderiam ser representados adequadamente por meio de palavras simples, ou


termos únicos.

b) O principal desafio hoje é criar metodologias que permitam combinar a


dinâmica da atribuição livre com o rigor e a complexidade do controle de
vocabulário nos processos de representação e recuperação da informação.

c) No contexto do Tratamento Temático da Informação, o indexador deve


optar entre uma linguagem controlada ou uma natural, pois a utilização de ambos
simultaneamente gera inconsistência ao sistema de informação.

d) Linguagens documentárias são sistemas de gerenciamento que padronizam


a indexação de itens bibliográficos, levando em consideração suas características
informacionais mais pertinentes.

9.O termo cujo conceito visa atribuir semântica aos conteúdos


disponibilizados na Web para que programas possam processá-los e auxiliar na
tarefa de organizá-los, é denominado:

a) Taxonomia.

b) Web Semântica.

c) Folksonomia.

d) Linguagens controladas.

e) Bibliometria.

10.Um título, um resumo, um extrato ou um texto integral de uma publicação,


são considerados exemplos de:

a) Fontes primárias potenciais de indexação.

b) Fragmentos sem potencial de indexação.

c) Elementos fundamentais dos instrumentos em organização e representação


do conhecimento.

73
Análise Documentária

d) Elementos fundamentais dos produtos em organização e representação do


conhecimento.

e) Um texto livre.

11.No texto abordado no Fórum 2 “A situação atual da indexação nas tarefas


bibliotecárias” dos autores Fujita, Agustín Lacruz e Díaz, são abordados seis
aspectos para entender as transformações ocorridas no contexto das bibliotecas
devido ao impacto das tecnologias informáticas. Identifique um destes aspectos e
comente, relacionando-o com as transformações ocorridas nas bibliotecas nas
últimas décadas. (Fonte: FUJITA, Mariângela Spotti Lopes; AGUSTÍN LACRUZ, María
del Carmen; DIAZ, Raquel Gómez. Situação atual da indexação nas tarefas
bibliotecárias: impacto das novas tecnologias nos processos de comunicação
científica tem gerado novas necessidades de investigação sobre o processamento
documental. Perspectivas em Ciência da Informação, v.17, n.1, p.94-109,
jan./mar. 2012).

74
Análise Documentária

12Na década de 90, Lancaster (2004) defendia a necessidade de criação de um


sistema conceitual híbrido que compreendesse a complexidade da organização da
informação perpassada pelo imperativo tecnológico. Uma percepção que se
sustentaria aos dias atuais. Aponte e comente as duas questões fundamentais na
discussão sobre sistemas híbridos de representação e recuperação da informação.
(Fonte: LANCASTER, F.W. Indexação e resumo: teoria e prática. 2. ed. Brasília,
DF: Briquet de Lemos, 2004.)

75
Análise Documentária

76
Análise Documentária

Considerações finais

Chegamos ao final dos estudos da disciplina Análise Documentária. Ao longo


das unidades de estudo você aprendeu sobre os Elementos histórico-conceituais
de Análise Documentária, os processos de Análise Documentária no âmbito do
Tratamento Temático da informação, os produtos de Análise documentária e seus
aportes metodológicos e por fim observamos algumas questões contemporâneas
que envolve as atividades do Tratamento Temático da Informação no contexto da
organização da informação digital.

Precisamos evidenciar o papel da Biblioteconomia e o da Ciência da


Informação no cenário do Tratamento Temático da Informação nos dias atuais, esta
vocação de ambos foi demonstrada através dos textos citados ao longo do curso,
nos quais se observam o desenvolvimento de estudos acadêmicos, trabalhando
teorias e métodos próprios, cuja “experiência não pode se perder sob pena de
estarmos descobrindo a roda” (GOMES, 2010). Há um arcabouço teórico-cientifico,
das duas áreas de conhecimento citadas, que vem tradicionalmente amparando as
demandas da organização do conhecimento desde sua gênese enquanto objeto
de pesquisas, não sendo o novo suporte, o virtual, e seus instrumentos, as TICs,
motivos para que sejam desprestigiadas por outras áreas do conhecimento, tal
como pela Ciência da Computação, quando muitas vezes assumem e recriam
soluções já discutidas e pensadas desde meados do século passado.

Já dizia Fernando Pessoa: Navegar é preciso. Ter compromisso com o passado


e seus registros. Fazer ciência também. Pesquisar, para que não sejam dados
nomes novos para coisas velhas.

O Ensino a Distância o parabeniza por ter concluído seus estudos,


aumentando sua bagagem com conhecimentos e habilidades que irão beneficiá-lo
por toda a vida. Mas a aprendizagem não para por aqui. Mantenha o hábito de ler,
atualize-se sempre e não esqueça de praticar o que foi aprendido.

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Análise Documentária

Conhecendo o autor

Rinaldo Cavalcante Magallon

Possui graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade


Federal Fluminense (1999) e especialização em Administração Pública pela
Fundação CEPERJ (2013). Atualmente é bibliotecário da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro e professor/tutor no Curso de Ensino à Distância em Biblioteconomia
da Universidade Salgado de Oliveira em Niterói-RJ. Tem experiência na área de
Biblioteconomia, com ênfase em Gestão de Bibliotecas.

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Análise Documentária

Referências

AGUSTÍN LACRUZ, M. del C. Bibliotecas digitales y sociedad de la

información. Scire: Representación y organización del conocimiento, v. 4,

n. 2, p. 47-62, 1998. Disponível em:

<http://ibersid.eu/ojs/index.php/scire/article/view/1097/1079>. Acesso

em: 11 abr. 2015.

AQUINO, Maria Clara. Hipertexto 2.0, folksonomia e memória coletiva: um


estudo das tags na organização da web. E-Compós, v. 7, 2007. Disponível em:
http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/165/166 Acesso
em: 11 abr. 2015.

CATARINO, Maria Elisabete; BAPTISTA, Ana Alice. Folksonomia: um novo


conceito para a organização dos recursos digitais na Web. DataGramaZero - Revista
de Ciência da Informação, v..8, n.3, jun. 2007

DUQUE, Cláudio Gottschalg; SOUSA, Emilio Evaristo de. Uso de ontologia para
recuperação da informação disponibilizada em vídeos por meio de indexação
multimodal. In: DESAFIOS e perspectivas científicas para a organização e
representação do conhecimento na atualidade. [recurso eletrônico] José Augusto
Chaves Guimarães, Vera Dobedei (organizadores). – Marília: ISKO-Brasil : FUNDEPE,
2012. (Estudos Avançados em Organização do Conhecimento. v.1). Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/CEDHUM/livro-isko-brasil-
finalizado.pdf Acesso em: 11 abr. 2015.

FUJITA, Mariângela Spotti Lopes; AGUSTÍN LACRUZ, María del Carmen; DIAZ,
Raquel Gómez. Situação atual da indexação nas tarefas bibliotecárias: impacto das
novas tecnologias nos processos de comunicação científica tem gerado novas
necessidades de investigação sobre o processamento documental. Perspectivas
em Ciência da Informação, v.17, n.1, p.94-109, jan./mar. 2012

79
Análise Documentária

GOMES, Hagar Espanha. Longa caminhada no tratamento semântico de


documentos. In: DOCUMENTO: Gênese e Contextos de Uso. Niterói: Eduff, 2010.
(Estudos da Informação, v. 1).

GUARINO, Nicola. Some organizing principles for a top-level ontology. Padova:


National Research Council, 1997. LADSEB-CNR Int. Rep. 02/97 V3.0 – August 1997.

LANCASTER, F.W. Indexação e resumo: teoria e prática. 2. ed. Brasília, DF:


Briquet de Lemos, 2004.

MARCONDES, Henrique. Organização e representação do conhecimento em


ambientes digitais: as relações entre ontologia e organização do conhecimento. In:
DESAFIOS e perspectivas científicas para a organização e representação do
conhecimento na atualidade. [recurso eletrônico] José Augusto Chaves Guimarães,
Vera Dobedei (organizadores). – Marília: ISKO-Brasil : FUNDEPE, 2012. (Estudos
Avançados em Organização do Conhecimento. v.1). Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/CEDHUM/livro-isko-brasil-
finalizado.pdf Acesso em: 11 abr. 2015.

MOURA, Maria Aparecida. Informação, ferramentas ontológicas e redes sociais


ad hoc: a interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias. Informação &
Sociedade: estudos, v. 19, p. 59-74, 2009.

MOURA, Maria Aparecida. Interoperabilidade semântica e a consolidação das


ontologias semióticas na construção e uso de conceitos científicos em ambientes
digitais. In: DESAFIOS e perspectivas científicas para a organização e representação
do conhecimento na atualidade. [recurso eletrônico] José Augusto Chaves
Guimarães, Vera Dobedei (organizadores). – Marília: ISKO-Brasil : FUNDEPE, 2012.
(Estudos Avançados em Organização do Conhecimento. v.1). Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/CEDHUM/livro-isko-brasil-
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TAUBE, Mortimer. Coordinate Indexing of Scientific Fields. New York: American
Chemical Society, 1951. (Paper delivered at the Symposium on Mechanical Aids to
Chemical Documentation, Division of Chemical Literature)
SMITH, B. Ontology and Information Systems. [S.l.], [2006]. Disponível em:
< http://ontology.buffalo.edu/ontology%28PIC%29.pdf>. Acesso em 11 abr.
2015.

80
Análise Documentária

A
nexos

81
Análise Documentária

Gabaritos

Exercícios – Unidade 1

1.B

2..A

3.E

4.A

5.C

6.C

7.D

8. A

9.O aluno deve explicitar a questão da análise, da síntese e da representação


dos documentos com vista a sua recuperação.

10.O aluno deve responder “não” e justificar que no contexto do tratamento


temático da informação a atividade de representação deve ser apoiada por
instrumentos científicos, tais como as linguagens documentárias.

Exercícios – Unidade 2

1.A

2.C

3..D

4.D

5.E

6.C

82
Análise Documentária

7.B

8.D

9.Indexação é o processo de representação do documento que envolve as


atividades de análise conceitual e a tradução. No contexto do TTI, os conceitos de
AD e Indexação são tratados ora como sinônimos, ora como atividade (Indexação)
da outra (AD) de acordo com as linhas teóricas que as definem.

10. O aluno deve associar leitura com o equilíbrio entre os fatores leitor x texto
x contexto.

Exercícios – Unidade 3

1.C

2.B

3.C

4.E

5.E

6.B

7.A

8.D

9. O aluno deve definir resumo como uma representação sucinta do conteúdo


de um documento ou similar e associar a importância de seu entendimento para as
etapas de análise e síntese da Análise Documentária.

10.O aluno deve responder sim e justificar pelo dificuldade por parte dos
profissionais bibliotecários de realizar as atividades de indexação e elaboração de
resumos de forma sistematizada em relação a análise de assuntos e à sintetização
dos conteúdos respectivamente.

83
Análise Documentária

Exercícios – Unidade 4

1.A

2. C

3.A

4.A

5.B

6.D

7.C

8.C

9.B

10.E

11.

Deve-se abordar um deste aspectos e comentar pelo menos um dos exemplos


associados:

a) Os efeitos das tecnologias / Aprimoramento do controle bibliográfico;


Automação da gestão e dos processos técnicos com a adoção de
softwares; Conversão retrospectiva dos catálogos manuais; e Revisão das
políticas de indexação.

b) A influência sobre os catálogos online das bases de dados / Integração


entre as bases de dados bibliográficos e os serviços de indexação e
resumo; Simplificação das interfaces de acesso aos catálogos; Diversidade
de publicações bibliográficas.

c) O imobilismo normativo / Desenvolvimento da catalogação de assuntos


no âmbito profissional, científico e tecnológico.

d) A evolução das tarefas profissionais sobre a manutenção dos catálogos /


Relação entre quantidade de registros incorporados ao acervo x
qualidade da indexação temática dos mesmos.

84
Análise Documentária

e) O envelhecimento dos instrumentos léxicos e terminológicos / Utilização


de cabeçalhos de assuntos defasados.

f) A perda de relevância das ferramentas documentais / Falta de


especificidade e precisão na atividade de representação temática.

12.Deve-se identificar a linguagem natural e o vocabulário controlado como as


questões fundamentais da discussão sobre sistemas híbridos de representação
temática, cujas definições devem abordar, respectivamente, as palavras que
compõem um texto livre e as listas de termos que servem como um catálogo de
terminologias controladas.

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