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Fisiologia

Avaliação de Aspectos e
1ª edição

Impactos Ambientais

Sheila de Lira Franklin

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Sheila de Lira Franklin
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

F834a Franklin, Sheila de Lira.


Avaliação de aspectos e impactos ambientais / Sheila de Lira
Franklin ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. –
Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2016.
129 p. : il.

1. Impacto ambiental - Avaliação. 2. Impacto ambiental -


Métodos. 3. Licenciamento ambiental. 4. Legislação ambiental. 5.
Sistema nacional do meio ambiente (SISNAMA). 6. Estudo de
impacto ambiental (EIA). 7. Monitorização ambiental. 8. Ensino à
distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título.

CDD 363.7
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD!

Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Sumário

Apresentação da disciplina ..................................................................................................07

Plano da disciplina .................................................................................................................09

Unidade 1 – Introdução sobre avaliação de aspectos e impactos ambientais .......11

Unidade 2 - Legislação aplicável ao processo de licenciamento ambiental e a


avaliação de impactos ambientais. ....................................................................................31

Unidade 3- Diagnose ambiental .........................................................................................49

Unidade 4 – Introdução ao estudo de metodologias empregadas na avaliação de


aspectos e impactos ambientais.........................................................................................69

Unidade 5 – Métodos de AIA II ............................................................................................85

Unidade 6 – Análise de estudos de impactos ambientais e etapa de


acompanhamento de EIA.....................................................................................................101

Considerações Finais .............................................................................................................119

Conhecendo o autor..............................................................................................................120

Referências ...............................................................................................................................121

Anexos.......................................................................................................................................123

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Apresentação da disciplina

Prezado aluno, o livro de Avaliação de aspectos e impactos ambientais


abordará as técnicas clássicas de levantamento de dados ambientais que, ao longo
de décadas, vêm contribuindo para obtenção de uma análise ambiental detalhada
e multidisciplinar. A utilização conjunta dessas metodologias tem sido responsável
por uma identificação mais precisa de aspectos e possíveis impactos ambientais
facilitando ações proativas no âmbito da proteção ambiental e da sustentabilidade
ambiental.

Nas últimas décadas, os processos de licenciamento ambiental têm crescido


no país de forma vertiginosa, o que torna indispensável na área ambiental, a
discussão sobre as ferramentas a serem utilizadas na construção do diagnóstico
ambiental são temas de grande relevância na área ambiental.

Esperamos contribuir para sua formação acadêmica proporcionando uma


visão crítica do modelo de licenciamento ambiental vigente no país e a ampliação
de seus conhecimentos sobre a avaliação de aspectos e impactos ambientais.

O material didático divide-se em seis unidades. A primeira aborda relevantes


conceitos empregados na área de avaliação de impactos, bem como a classificação
dos impactos ambientais, agendas 21 e papel multidisciplinar na avaliação
ambiental. A segunda apresenta a legislação aplicável ao processo de
licenciamento ambiental e a avaliação de impactos ambientais como instrumento
da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA).

A terceira unidade apresenta técnicas de estudo e levantamento de dados


para elaboração de estudos de impactos ambientais. A quarta unidade traz uma
introdução sobre a utilização de métodos de avaliação de impactos ambientais,
abordando as seguintes metodologias: Definição de métodos de AIA, Metodologia
Ad hoc, Metodologia de listagens, Network, Overlay Mapping e Projeção de
cenários.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A quinta unidade fala das seguintes metodologias: Método Battelle, Modelos


de Simulação, Estatísticas Oficiais, Métodos de avaliação desenvolvidos para
empresas. No sexto capítulo veremos os principais problemas identificados por
especialistas ambientais em relação à elaboração EIA/RIMA’s e as etapas de
acompanhamento das atividades potencialmente impactantes ao meio ambiente.

Sucesso!

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Plano da Disciplina

Prezado aluno,

Uma nova etapa se inicia. Nesta disciplina, você irá estudar sobre avaliação de
aspectos e impactos ambientais, bem como as metodologias empregadas no
processo. Os temas abordados neste livro foram criteriosamente selecionados
possibilitando aos leitores a correlação teórico-prático na área de avaliação de
aspectos e impactos ambientais. Este livro oferece uma síntese das principais
ferramentas investigativas para uma boa análise ambiental, o que torna a obra um
guia técnico para estudantes e profissionais da área ambiental.

Unidade 1: Introdução sobre avaliação de aspectos e impactos


ambientais.

Nesta unidade, serão estudadas diferentes definições e conceitos empregados


em avaliação de aspectos e impactos ambientais, bem como as classificações de
impactos, o papel das agendas 21 e das equipes multidisciplinares nos estudos de
impactos ambientais.

Objetivo: apresentar a classificação dos impactos ambientais, as agendas 21 e


o papel das equipes multidisciplinares na avaliação de impactos ambientais.

Unidade 2: Legislação aplicável ao processo de licenciamento ambiental e


a avaliação de impactos ambientais.

Nesta unidade, será abordada a legislação aplicável ao processo de avaliação


de impactos ambientais e ao processo de licenciamento ambiental no Brasil.

Objetivo: apresentar a estrutura no SISNAMA, caracterizar o processo de


licenciamento ambiental e suas etapas e discutir sobre os mecanismos de
participação pública nos processos de EIA.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Unidade 3: Diagnóstico ambiental.

A unidade apresenta técnicas de estudo e levantamento de dados para


elaboração de planejamento de diagnóstico ambiental.

Objetivo: apresentar o papel do diagnóstico, bem como as ferramentas e


etapas do diagnóstico ambiental.

Unidade 4: Introdução ao estudo de metodologias empregadas na


avaliação de aspectos e impactos ambientais.

Nesta unidade, você vai conhecer os seguintes métodos de AIA: Metodologia


Ad hoc, Metodologia de listagens, Network, Overlay Mapping e a Projeção de
cenários.

Objetivo: apresentar as metodologias descritas e discutir sobre sua


aplicabilidade.

Unidade 5: Métodos de AIA II.

Nesta unidade, serão apresentados os seguintes métodos investigativos:


Matrizes de Interações, Matriz de Leopold, Metodologias Quantitativas, Métodos de
avaliação de AIA desenvolvidos para empresas, Estatísticas oficiais e Modelos de
Simulação.

Objetivo: caracterizar os diferentes as diferentes metodologias de AIA acima


descritas.

Unidade 6: Análise de estudos de impactos ambientais e etapa de


acompanhamento de EIA.

Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre o


processo de análise dos estudos de impactos ambientais e sobre a etapa de
acompanhamento de processos de licenciamento ambiental.

Objetivo: abordar falhas comumente identificadas em estudos de impactos


ambientais; apresentar os métodos de realização de monitoramento ambiental e
discutir sobre os critérios necessários para a elaboração de um plano de
monitoramento com vistas à redução dos impactos e sustentabilidade ambiental.

Bons estudos!

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

1 Introdução Sobre
Avaliação de Aspectos e
Impactos Ambientais.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Nesta unidade, serão estudadas diferentes definições e conceitos empregados


em avaliação de aspectos e impactos ambientais, bem como as classificações de
impactos, o papel das agendas 21 e das equipes multidisciplinares nos estudos de
impactos ambientais. A partir daí poderemos entender melhor suas consequências
à biodiversidade e a qualidade de vida no planeta e sua relevância à área das
ciências ambientais e ao desenvolvimento sustentável.

Objetivos da unidade:

 Apresentar conceitos relevantes na área de avaliação de aspectos e


impactos ambientais;

 Levantar a classificação de impactos ambientais apresentando exemplos


de sua aplicabilidade;

 Identificar a agenda 21 como um importante instrumento para realização


de avaliação de impactos ambientais;

 Apresentar um breve histórico sobre os primeiros estudos de impactos


ambientais realizados no Brasil

Plano da unidade:

 Meio ambiente X impactos ambientais

 Impacto ambiental: conceitos, classificação e aplicações.

 Aspectos ambientais

 Evolução da avaliação de impactos no mundo

 Agenda 21 e sua colaboração na avaliação de impactos ambientais

 Equipes multidisciplinares na construção de avaliação de impactos


ambientais

 Primeiras Avaliações de Impactos Ambientais no Brasil

Bons estudos!

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Meio ambiente X impactos ambientais

Para compreendermos o significado de impactos ambientais, temos que,


inicialmente, relembrar o conceito de meio ambiente.

Segundo a legislação nacional CONAMA n. 6938, de 31 de agosto de 1981,


entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em suas múltiplas formas. Logo, os componentes do planeta Terra incluindo solo,
água e ar, todas as camadas da atmosfera, todas as formas de matéria orgânica e
inorgânica e organismos vivos, sistemas naturais em interação que incluam os
componentes já mensurados fazem parte do meio ambiente. E um impacto a
qualquer desses componentes é considerado impacto ambiental.

Os impactos ambientais, na maioria das vezes, causam depleção de recursos


naturais e a perda da qualidade do meio ambiente. A avaliação de impactos
ambientais busca aperfeiçoar as atividades humanas, levando a compreensão dos
limites de saturação do meio ambiente.

A avaliação de impactos ambientais, de acordo com a constituição nacional, é


um instrumento da política nacional de meio ambiental, estabelecida pela
resolução CONAMA 6938, de 31 de abril de 1981. Sendo ela requisitada como parte
obrigatória dos processos de licenciamentos ambientais.

A poluição é entendida como uma condição do entorno dos seres vivos (água,
solo e ar) que lhes possa ser danosa. As causas da poluição ambiental estão
vinculadas às atividades humanas.

A poluição está associada a alterações das propriedades físicas, químicas ou


biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante de atividades humanas, que direta ou indiretamente:

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Seja nociva ou ofensiva à saúde, a segurança e ao bem-estar das


populações;

 Crie condições inadequadas de uso do meio ambiente, para fins


domésticos, agropecuários, industriais, públicos, comerciais, recreativos e
estéticos;

 Ocasione danos à fauna, à flora, ao equilíbrio ecológico e às propriedades;

 Não esteja em harmonia com os arredores naturais.

A poluição e os impactos ambientais estão relacionados a ações humanas. No


entanto, não são todos os impactos ambientais que trazem prejuízos ao meio
ambiente.

Impacto ambiental: conceitos, classificação e aplicações

Entende-se por impacto ambiental qualquer alteração das propriedades:


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por atividades humanas
que afetem a saúde, a segurança e o bem-estar, as atividades sociais e econômicas,
a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos
recursos ambientais.

Também pode ser compreendido como o resultado da perturbação ao meio


ambiente induzido por ações antrópicas. É importante ressaltar que nem todo
impacto ambiental é negativo.

A redação da ISO 14001 define impactos ambientais como qualquer


modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em
parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização.

Em relação às variações dos impactos ambientais, estes poderão ser


classificados quanto ao/à:

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Valor: positivo ou negativo/ benéfico ou adverso


 Ordem: diretos ou indiretos
 Dinâmica: temporário, cíclico ou permanente
 Espaço: local, regional, global
 Horizonte Temporal: curto, médio ou longo prazo
 Plástica: reversível ou irreversível

Em relação às variações dos impactos ambientais, estes poderão ser


classificados em relação a variados aspectos.

Um impacto positivo traz benefícios ao meio ambiente ou a algum de seus


componentes. Um exemplo de impacto positivo associado a um empreendimento
é a geração de renda.

A simples instalação de um empreendimento em uma dada região aquece a


economia local, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.

A construção de uma fábrica, por exemplo, pode levar a uma região


asfaltamento, iluminação pública e acesso a saneamento básico. O que gera
melhoria de vida para a população de entorno.

Os impactos positivos das atividades humanas estão relacionados a aspectos


sócio econômicos, tais como: geração de renda, lazer, cultura, saneamento básico,
iluminação, projetos de assistência social, entre outros.

Já os impactos adversos são muito mais extensos, como por exemplo: a


geração de um polo industrial em uma determinada região, pode comprometer a
qualidade do ar, impactar o trânsito das cidades circunvizinhas e da cidade,
comprometer a qualidade dos corpos hídricos, do solo e até mesmo ser
responsável por aumento no custo de vida na região, da arrecadação de impostos,
da violência, entre outros.

A avaliação de impactos ambientais pode ser compreendida como um


conjunto de metodologias aplicadas por uma equipe multidisciplinar com a
finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos, planos e programas e
fundamentar, com base científica, uma decisão a respeito da situação.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O propósito da Avaliação de impactos é, portanto, avaliar as consequências de


atividades que possam causar alterações a um ou mais componentes do meio
ambiente atuando no campo da prevenção, correção ou mitigação de impactos.

Através das orientações de equipe multidisciplinar na área ambiental é


possível prever os impactos que uma determinada atividade ou projeto poderá
acarretar ao meio ambiente, em diferentes etapas dos processos, tais como na
execução de uma obra, após a implementação de um novo processo industrial
(como a substituição de um antigo maquinário por um mais moderno) e até
mesmo após a finalização de uma atividade industrial, que pode deixar no
ambiente um passivo ambiental, capaz de provocar contaminação contínua de
solos e corpos hídricos, por exemplo.

A avaliação de impactos ambientais pode ser aplicada a diversos tipos de ação:


tais como: projetos de tratamento das águas e esgotos, plano de desenvolvimento
urbano, expansão de uma planta industrial, projeto de ecoturismo, entre outros.

As medidas preventivas evitam impactos ambientais. Já as mitigadoras não


devolvem as condições originais de um ambiente que sofreu alteração associada à
atividade antrópica, mas minimizam, ou seja, remediam as consequências dos
impactos ambientais.

As medidas mitigadoras são as práticas mais empregadas nos planos de


gestão ambiental que buscam alternativas para compensação ambiental.

Já, as medidas corretivas, por serem mais onerosas, infelizmente não são
comumente empregadas como alternativas de controle ambiental.

O que devemos ter em mente é que, na avaliação de impactos ambientais, as


medidas preventivas devem prevalecer sob as mitigadoras e corretivas.

O que reduz gastos com eventuais acidentes ambientais e todas as


consequências legais que estes acidentes geram às empresas e ao meio ambiente.
Muitas vezes, os impactos são adversos e irreversíveis, acarretando em perda da
biodiversidade.

Esta classificação de impactos ambientais é indispensável na avaliação de


impactos ambientais, porque envolve diferentes níveis de comprometimento

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

ambiental, auxiliando na compreensão da extensão dos danos associados a


atividades humanas.

Vamos ver um caso e analisar a classificação de impactos ambientais?

Em 29 de março de 2013, ocorreu um acidente de grandes proporções em


Minas Gerais que ficou conhecido como acidente de Cataguases. A empresa é
situada no município de Cataguases, na Zona da Mata mineira. A Indústria
Cataguases de Papel despejou cerca de 1,2 bilhão de litros de dejetos químicos, no
Rio Pomba, um dos maiores afluentes da porção média do Paraíba do Sul. Vale
ressaltar que a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul abrange uma área de
57.000km2 e banha os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde
deságua.

O chorume lançado no Rio Pomba atingiu rapidamente a calha principal do


Rio Paraíba do Sul e, consequentemente, 39 municípios da Zona da Mata e oito
cidades do Norte Fluminense que, juntos, possuíam naquela época uma população
estimada em 600.000 habitantes.

O desastre ambiental afetou os ecossistemas aquáticos e as populações que


moravam ao redor dos Rios Pomba e Paraíba do Sul. Muitas atividades econômicas
dependem desses sistemas aquáticos. A pesca foi uma atividade muito prejudicial
pelo acidente, impactando famílias e o comércio. A poluição atingiu o oceano e, a
lixívia também contaminou matas ciliares e os sedimentos dos rios.

Este caso envolveu, portanto, impactos de valores adversos ao meio ambiente.


Com impactos diretos e indiretos, visto que implica em consequências que foram
observadas, imediatamente, após o acidente (corte no abastecimento de água, por
exemplo) e impactos indiretos (queda no turismo).

O caso implicou em impactos temporários, visto que a natureza é capaz de


retornar as condições originais por meio de intervenção humana, segundo dados
técnicos da perícia ambiental realizada após o acidente. A maior parte dos
contaminantes foi sedimentada nos leitos dos rios atingidos. A degradação deste
material é lenta, porém passível de reconstituição por mecanismos de
biorremediação.

Quanto ao espaço atingido pelo acidente, verificamos proporções que


atingiram mais de um estado. Se houvesse atingido apenas um município seria

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

classificado como local. O acidente atingiu todo o sudeste e, então, atingiu


proporções regionais. Caso houvesse causado contaminação a todo o Brasil, como
o acidente de Chernobyl com radiação nuclear na Ucrânia (1986) que atingiu toda a
Europa e também outros continentes, seria considerado global.

O impacto causou consequências a curto, médio e longo prazo, devendo ser


analisado de acordo com a situação. Vejamos:

Curto prazo: o corte de distribuição de água em Cataguazes foi normalizado


em menos de um mês.

Médio prazo: interrupção das atividades de pesca.

Longo prazo: a plena recuperação dos ecossistemas aquáticos afetados, com a


reintrodução dos espécimes de pescado na região do rio Pompa.

Considerando ainda os impactos acima descritos, podemos classificar os


impactos como reversíveis para o cenário socioeconômico e ambiental.

A classificação de impactos ambientais é indispensável em estudos de


impactos ambientais, o que permite avaliar a extensão dos danos ambientais.

Aspectos ambientais

Conforme amplamente discutido na disciplina de Auditoria e Perícia


Ambiental, o termo aspecto ambiental está atrelado à linguagem da ISO
14001/2004.

Os aspectos ambientais são elementos das atividades, produtos ou serviços de


uma organização que podem interagir com o meio ambiente causando impactos
ambientais. Portanto, a análise desses aspectos é permitida pelo controle
ambiental e conhecimento dos processos de trabalho com suas múltiplas etapas,
identificando máquinas, processos e o que possa dentro do contexto, causar
impactos ao meio ambiente de ordem benéfica ou adversa.

A avaliação de impactos e aspectos ambientais é realizada da mesma forma. A


exemplo, se uma empresa possui tanques subterrâneos de combustível para
atender a sua frota veicular (exemplo uma distribuidora de eletricidade), um dos

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

aspectos ambientais pode ser considerado o tanque subterrâneo. O vazamento


dos tanques subterrâneos, devido à corrosão, pode causar graves impactos
ambientais.

Outro importante aspecto ambiental (ainda considerando as distribuidoras de


eletricidade) são os antigos transformadores. Eles vêm sendo gradativamente
substituídos, os antigos possuem, em sua composição, bifenilas policloradas –
PCB’s. O óleo ascarel devido às suas propriedades químico-físicas foi largamente
empregado, incluindo a fabricação de transformadores. Desde o final dos anos 70,
foi proibida a comercialização e fabricação de produtos com PCB’s. No entanto,
todos os transformadores em bom estado de conservação ainda são usados. À
medida que são substituídos, constituem um passivo ambiental de
responsabilidade das distribuidoras de eletricidade.

Podemos, então, considerar os transformadores como aspectos ambientais


associados a possíveis impactos ambientais, tais como contaminação do solo, água
e ar, além de sua associação a sérios impactos a cadeia alimentar, devido sua
persistência no meio ambiente e seus efeitos tóxicos.

A avaliação de aspectos ambientais está associada à política da ISO 14001, e


ainda que não seja exigida na legislação ambiental nacional, é indispensável ao
controle ambiental, pois orienta a detecção de fontes potenciais de impactos
ambientais.

Recuperação do meio ambiente

A recuperação do meio ambiente envolve, na maioria das situações, a


aplicação de técnicas de manejo, visando tornar o ambiente degradado apto para
um uso produtivo, desde que sustentável. Também pode ser compreendido na
linguagem da ecologia como o retorno de uma área às condições existentes antes
da degradação.

Para a recuperação de uma área perturbada por ações antrópicas podemos


utilizar medidas corretivas ou simplesmente abandonar a área impactada. A
primeira linha de medidas é a mais adequada, pois a recuperação espontânea é
lenta e dependendo dos danos e atividades que causaram os mesmos, se faz
necessário à utilização de recursos tecnológicos de ponta.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

São modalidades de recuperação: a remediação, a reabilitação, a restauração e


a revitalização.

A remediação, como já mencionado, minimiza os danos causados por ações


antrópicas. A reabilitação constitui uma prática de recuperação onde pode se
reintroduzir elementos da fauna ou flora a áreas anteriormente impactadas por um
empreendimento. Exemplo: para a construção de uma barragem de hidrelétrica,
algumas espécies são retiradas evitando a morte de animais e perda de vegetação
singular (endêmica da região). Após a obra, esses exemplares são reintroduzidos
em áreas próximas.

A revitalização contempla projetos que não, necessariamente, trarão ao


ambiente os mesmos elementos ao meio ambiente.

Exemplo: uma região foi fortemente degradada por atividade de extração de


minérios. O ambiente é perturbado de forma irreversível uma vez que atividades
de mineração utilizam explosivos e modificam o meio ambiente, não sendo
passível de recuperação plena (restauração). Se antes esta área era habitável por
determinados animais, estes serão afugentados. A forma de recuperação poderá
ser a revitalização da área, com a construção de condomínios de casas populares,
por exemplo.

A recuperação de uma área impactada dependerá das características do


ecossistema perturbado, podendo ou não ser passível de recuperação plena. A
capacidade de alguns ecossistemas retornarem ao seu estado original, após serem
impactos por ações humanas dar-se o nome de resiliência.

Em caso de simples abandono da área degradada existem duas situações que


podem ocorrer: a recuperação espontânea (lenta ou gradual) ou a descontinuidade
da degradação.

Um exemplo de ambiente capaz de se autorrecuperar da poluição associada


às atividades humanas é a Baía de Guanabara. Evidências científicas apontam que
uma vez cessadas as emissões de esgotos clandestinos na Baía, o ecossistema teria
plena capacidade de se regenerar em poucos anos.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Evolução da avaliação de impactos no mundo

A avaliação de impactos ambientais começou a ser cobrada legalmente no


final da década de 60. O primeiro país que criou uma política de proteção ao meio
ambiente foi os EUA, que aprovou em 1969, a National Enviroment Policy Act, EIS –
Enviroment Impact Statement. Na América do Norte, os primeiros países a
adotarem a AIA, depois dos EUA foram Canadá (1973), Nova Zelândia (1973) e
Austrália (1974).

Já, na década de 70, a ocorrência de Conferência de Estocolmo em 1972, serviu


para divulgar a primeira política de proteção ambiental. Outros países
desenvolvidos, seguindo o exemplo dos EUA, passaram a adotar modelos
semelhantes. É necessário ressaltar que o processo de criação de leis de proteção
ao meio ambiente teve, nos países desenvolvidos, origem devido à pressão
popular, movida por consciência da população da perda de qualidade ambiental
associada ao processo de industrialização e urbanização.

Em países em desenvolvimento, o processo está associado à exigência de


órgãos internacionais tais como BID, BIRD e ONU e de multinacionais e outros
órgãos de fomento ao desenvolvimento, que passaram a cobrar uma postura
ecologicamente correta dos países, em troca de financiamentos internacionais,
possíveis investimentos no Brasil e parcerias entre blocos econômicos.

Durante a década de 80, a aderência ocorreu na maioria dos países em


desenvolvimento através da implantação de leis ambientais, que exigem
preparação previa de estudos de impactos ambientais.

Os motivos da implementação da avaliação de impactos ambientais estão


associados à criação de leis ambientais.

Deve-se a maior difusão das ideias relacionadas à avaliação de impactos


ambientais à Conferência das Nações Unidas – ECO 92, resultando na elaboração
de inúmeros protocolos, acordos, convenções, visando à preservação do Planeta
Terra para as gerações futuras; tais como a criação das agendas 21 para iniciar a

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

implantação do desenvolvimento sustentável e a criação do protocolo de Kyoto,


entre outros.

O processo de avaliação de impactos ambientais tem como principais


objetivos propor medidas preventivas, mitigadoras e corretivas ao meio ambiente,
assim como contribuir com ferramentas e técnicas para o monitoramento
ambiental, avaliando a viabilidade de projetos e facilitando a gestão ambiental de
futuros empreendimentos, visando à promoção do desenvolvimento sustentável.

Agenda 21 e sua colaboração na avaliação de impactos


ambientais

Podemos conceituar agenda 21 como um documento que passou a ser


elaborado seguindo uma estrutura que foi determinada na Conferência Eco 92. No
documento são discutidos eixos temáticos padronizados. Um exemplo:
indicadores de desenvolvimento humano.

A criação das agendas 21 ocorreu durante a Eco 92, e discutiu compromissos


para a sustentabilidade ambiental, por este motivo recebeu o nome de agenda 21.

A agenda 21 é, portanto, um documento que engloba informações relevantes


sobre aspectos físicos, químicos, bióticos e antrópicos de uma dada região, o
documento orienta ações de desenvolvimento sustentável apontando
potencialidades, fragilidades, pontos que precisam ser melhorados.

São exemplos de fragilidades: a redução de violência urbana, índices de


criminalidade, a ampliação das redes de esgoto e água tratada, a erradicação de
doenças, o aumento de renda per-capita da região, acesso à informações sobre
acesso à educação, saúde, cultura e lazer entre outros.

Existem agendas locais, regionais e globais. Isto é, cada município tem sua
agenda, cada estado, cada país e também existem metas globais a serem atingidas,
de interesse coletivo.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Equipes multidisciplinares na construção de avaliação de


impactos ambientais

A avaliação de impactos ambientais é complexa e abrange detalhamentos de


diferentes ciências tais como engenharia de produção, cartográfica, engenharia
florestal, geologia, geografia, biologia, direito ambiental, engenharia sanitária e
ambiental, antropologia, sociologia e serviço social, entre outros.

O que possibilita uma visão mais abrangente dos impactos ambientais,


tornando a análise completa. Não sendo possível um único especialista realizar um
estudo de impactos ambientais de maneira isolada.

Primeiras Avaliações de Impactos Ambientais no Brasil

Os primeiros estudos ambientais foram preparados para projetos de


hidrelétricas (anos 70), o que não impediu impactos da usina hidrelétrica do
Tucuruí, construção da Transamazônia, acidentes industriais diversos, crescimento
da poluição nos centros urbanos, entre outros.

A aderência do modelo no Brasil ocorre com a inclusão da AIA na lei federal n.


6938/81, como um instrumento de política nacional do meio ambiente.

Os estudos sobre impactos ambientais e as avaliações de impactos ambientais


tornaram-se mais complexos, graças à multidisciplinaridade e aos avanços das
ciências que corroboram para o desenvolvimento do diagnóstico ambiental e pela
construção do arcabouço legal, que, nas últimas décadas, tem se tornado mais
completo, envolvendo a criação de inúmeros instrumentos de política ambiental
brasileira, através dos quais, é cobrado um maior comprometimento das empresas
em relação ao meio ambiente. Isto será discutido no capítulo 2.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

24
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 1

1. Em que consiste a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)?

a) Instrumento de apoio ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas


para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.

b) Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e criação de


unidades de conservação, que condicionam e orientam a elaboração de
estudos de impacto ambiental.

c) Instalação de equipamentos e criação ou absorção de tecnologia,


voltados para a melhoria da qualidade ambiental.

d) Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande


importância para a gestão institucional de planos, programas e projetos,
em nível federal, estadual e municipal.

e) N.D.R.A.

2. As Agendas 21 Nacionais têm como objetivo principal definir os parâmetros


estratégicos para o desenvolvimento sustentável. Assinale a opção que não
corresponde a um dos eixos temáticos da Agenda 21 Brasileira, a(s):
a) Agricultura sustentável.
b) Redução das desigualdades sociais.
c) Infraestrutura e integração regional.
d) Mudanças climáticas.
e) Cidades sustentáveis.

25
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3. No processo de licenciamento ambiental de empreendimentos e de


atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras, o Termo de Referência é um instrumento orientador
do(a):
a) Formulário de solicitação de abertura de processo.
b) Cadastro técnico federal.
c) Estudo ambiental.
d) Projeto básico do empreendimento.
e) Audiência pública

4. O objetivo central da Agenda 21 é:

a) Cada nação é responsável por seu desenvolvimento e pela solução dos


problemas ambientais por ela causados.

b) Os problemas ambientais globais serão mais bem equacionados se as


diferentes nações pensarem em conjunto e não individualmente.

c) Os problemas ambientais globais devem ser resolvidos pelas nações mais


ricas, já que elas são, em grande parte, as responsáveis por eles.

d) Os problemas ambientais globais serão melhor equacionados se cada


país solucionar seus próprios problemas ambientais.

e) Não é responsabilidade das nações pobres resolver questões ambientais


globais, pois elas não dispõem de recursos financeiros para essa tarefa.

5. Sobre a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento ambiental


assinale a opção correta:
a) O licenciamento ambiental de um gasoduto não pode ser de
competência do órgão ambiental federal, porque não causa impactos
significativos a uma região do país.
b) Licenciamento ambiental de atividades potencialmente causadoras de
degradação ambiental abrange a avaliação de impactos ambientais, o

26
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

que pode ser feito por meio da elaboração de Estudo Prévio de Impacto
Ambiental.
c) Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) é exigível para as atividades
potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental, e o
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA) para as demais.
d) O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é elaborado pelo órgão ou entidade
ambiental competente para o licenciamento ambiental, devendo ser
custeado pelo empreendedor.
e) N.D.R.A

6. É um exemplo de impacto ambiental cíclico, o(a):


a) Desmatamento de extensas áreas levando à desertificação
b) Fenômeno da inversão térmica nas grandes cidades
c) Impacto visual causada pela instalação de indústrias
d) Erosão de encosta ou de talude rodoviário
e) Extinção de espécies da fauna na área de influência direta

7. O que é importante levar em consideração para a realização de uma boa


análise de impactos ambientais?
a) Para analisar os impactos ambientais de um projeto e de suas alternativas
são necessários, dentre outros aspectos, a identificação e o
estabelecimento das relações do tipo causa-condição-efeito.
b) Analisar fatores físicos e antrópicos.
c) Realizar uma análise superficial das condições ambientais da área a ser
impactada pelo empreendimento.
d) Realizar estudo detalhado de aspectos e impactos ambientais na cadeia
de produção.
e) A boa análise envolve redução de custos e aumento de lucros para a
empresa.

27
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

8. Quanto aos aspectos ambientais marque a opção correta:

a) A expressão ‘aspecto ambiental’ mantém uma intrínseca relação com os


impactos ambientais, visto que o impacto gera o aspecto ambiental.

b) Aspectos ambientais são elementos das atividades, produtos ou serviços


de uma organização que podem interagir com o meio ambiente
causando impactos ambientais.

c) Não é possível levantar nenhum aspecto ambiental associado a uma


atividade antes da instalação de um empreendimento.

d) A análise de aspectos ambientais dentro de uma empresa é permitida


pelo controle ambiental e conhecimento dos processos de trabalho com
suas múltiplas etapas, identificando máquinas e processos.

9. Na avaliação de impactos ambientais existem 3 tipos básicos de medidas


que comumente são empregadas como alternativas de controle ambiental. Qual é
a mais utilizada e qual é a mais adequada? Justifique a resposta.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

10. Correlacione multidisciplinaridade ao desenvolvimento de estudos de


impactos ambientais.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Legislação Aplicável ao

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Processo de Avaliação de
Impactos Ambientais e ao
Processo de Licenciamento
Ambiental no Brasil

31
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Neste capítulo será abordada a legislação aplicável ao processo de avaliação


de impactos ambientais e ao processo de licenciamento ambiental no Brasil.

Objetivos da unidade:

 Apresentar a estrutura no SISNAMA

 Caracterizar o processo de licenciamento ambiental e suas etapas

 Discutir sobre os mecanismos de participação pública nos processos de


EIA

Plano da unidade:

 O SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

 Participação pública na tomada de decisões em processo de


licenciamento ambiental

 O processo de licenciamento ambiental

Bons estudos!

32
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

Conforme discutido na disciplina de auditoria e perícia ambiental, a aderência


da AIA no Brasil dentro do contexto legal ocorreu com a criação da 1ª lei ambiental
nacional, que incluiu a AIA na lei federal n. 6938/81, como um instrumento de
política nacional do meio ambiente.

AIA é um processo estruturado de procedimentos estabelecidos por lei,


documentado por um parecer técnico e elaborado por uma equipe
multidisciplinar, que tem como principal objetivo analisar a viabilidade ambiental
de um empreendimento fundamentando uma decisão a respeito de
empreendimento que pode ser positiva ou negativa.

Dependendo do país, estado ou município, a AIA será produto de diferentes


conjuntos de aspectos legais, administrativos e políticos.

No Brasil, de acordo com a lei federal n. 6.938/81, “Tem como objetivo a


preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida
visando assegurar no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses de segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana...”.

Alguns princípios a serem adotados seriam: a educação ambiental, a ação


governamental, o incentivo à pesquisa, o controle de atividades potencialmente
impactantes, a proteção de áreas degradadas, a preservação de áreas
representativas, critérios e padrões qualidade ambiental, a imposição ao poluidor
de recuperar e indenizar áreas degradadas entre outros.

A Lei Federal n. 6938, de 31 de agosto de 1981 estabelece a Política Nacional


do Meio Ambiente – PNMA e o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente,
determinando as competências de cada esfera governamental.

De acordo com a PNMA, o SISNAMA é legalmente composto pela junção de


tais elementos:

33
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Órgão Superior - Conselho de Governo;

 Órgão Consultivo e Deliberativo - Conselho Nacional do Meio Ambiente -


CONAMA;

 Órgão Central - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da


Amazônia Legal - MMA;

 Órgão Executor - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis - IBAMA;

 Órgãos Seccionais - órgãos ou entidades da Administração Pública Federal


e, ou, Estaduais.

 Órgãos Locais - órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo


controle e fiscalização das atividades mencionadas no item anterior,
respeitadas às respectivas jurisdições.

O desenvolvimento da política nacional de meio ambiente no Brasil


estabelece, como partes integrantes dos instrumentos da PNMA a AIA, o
licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental.

Participação pública na tomada de decisões em processo


de licenciamento ambiental

A Resolução Conama 09, de 03 de dezembro de 1987, dispõe sobre as


audiências públicas. As audiências públicas constituem o mecanismo legal de
participação popular nos processos de AIA. Através da etapa de consulta pública.

No Brasil, a população não tem poder de veto sobre processos de


licenciamento potencialmente impactantes.

No entanto, através da participação em audiências públicas, os


empreendedores têm a obrigação legal de informar a população sobre o projeto
de empreendimento, bem como os impactos benéficos e adversos relacionados ao
mesmo, esclarecendo possíveis dúvidas.

34
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Sabe-se que, na área ambiental, os impactos adversos prevalecem sobre os


impactos benéficos, trazendo prejuízos ao meio ambiente. Por outro lado, existe a
necessidade contínua de crescimento econômico de um país, o que tem feito com
que o trâmite dos processos de licenciamento seja simplificado em prol do avanço
econômico de uma nação.

Em nome do desenvolvimento, por exemplo, são liberadas obras com


impactos previsíveis de danos irreversíveis ao meio ambiente, envolvendo perda
de biodiversidade, destruição de patrimônio histórico e cultural, o que tem tornado
alguns processos de licenciamento bastante demorados e questionáveis.

A concessão da licença da hidrelétrica Belo Monte, é exemplo de atividade


altamente impactante. Ao traçarem o curso das águas, para construção da
barragem, o projeto previa mudanças de curso de água, que impactariam
populações ribeirinhas, populações indígenas (situação fundiária), inundando,
inclusive, cemitérios indígenas cujo valor histórico e afetivo, é incalculável, pois
envolve perda de patrimônio da humanidade, por ser considerado sítio
arqueológico.

Grandes projetos como este, são repensados, onerosos, com necessidade de


mudança de projeto, incluindo a preservação dos bens públicos e também pela
necessidade de manejo humano/ reassentamento humano.

Os impactos ambientais adversos quase sempre prevalecem sobre os


benéficos, os quais se associam ao desenvolvimento de indústrias, arrecadação de
impostos, crescimento da economia.

O que faz necessário a constante ação dos órgãos ambientais competentes na


gestão dos projetos, cobrando através de monitoramento, fiscalização, auditorias e
perícias ambientais, pareceres técnicos os mais completos possíveis, visando
reduzir riscos de impactos adversos ao meio ambiente.

Nos estudos de impacto ambiental, no entanto, o discurso sempre aponta que


os fins justificam os meios, ou seja, que os benefícios são superiores aos impactos
adversos, o que nem sempre é correto sobre o ponto de vista ambiental.

A participação popular em audiências públicas pode levantar


questionamentos sobre determinada obra, fazendo com que os analistas
ambientais ligados aos órgãos ambientais responsáveis pelos processos de

35
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

licenciamento, solicitem maiores esclarecimentos, mudanças nos planos de gestão


ambiental, nas ações de monitoramento ambiental, realização de melhoria dos
EIAS/RIMAS, ou ainda suspensão das licenças prévia, de instalação ou operação.

Por lei, o empreendedor realiza consultas públicas, por meio de audiências


públicas, como parte integrante do processo de concessão da licença ambiental.
Tendo como principal objetivo esclarecer, aos interessados, os objetivos do
empreendimento, bem como seus impactos positivos e negativos e formas de
controle e mitigação dos danos ambientais.

 As situações nas quais ocorrem audiências são as seguintes:

 Sempre que julgar necessário;

 Quando for solicitado por entidade civil;

 Pelo Ministério Público;

 Quando for solicitado por cinquenta ou mais cidadãos.

O Processo de Licenciamento Ambiental

A Resolução CONAMA 237 de 19 de dezembro de 1997, regulamenta os


aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio
Ambiente.

Ainda de acordo com a lei, os órgãos ambientais expedirão as seguintes


licenças:

 Licença prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

 Licença de instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou


atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes determinados para a operação.

36
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Licença de operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou


empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.

As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de


acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

As licenças possuem diferentes prazos de validade, sendo de no máximo 05


anos para LP, no máximo de 06 para LI, e entre 04-10 anos, a LO. Sabendo que a
renovação da LO deve ocorrer com antecedência mínima 120 dias antes o término
do prazo validade.

Após o processo de licenciamento ambiental ser concluído, é necessária a


realização do acompanhamento, que envolve a fiscalização dos órgãos ambientais
competentes através de inspeções e auditorias. O acompanhamento ambiental
também deve ser realizado pelas empresas através de auditorias, visando obter a
máxima qualidade ambiental.

No Brasil, através do estudo de impacto ambiental é cobrada, legalmente, a


avaliação de impactos ambientais. Que deve ocorrer durante todo o ciclo de vida
de um empreendimento.

Na fase de sua idealização, durante a fase de funcionamento e até mesmo


depois de cessadas as atividades, já que muitos processos podem deixar passivos
ambientais e o risco de contaminação ambiental ou a contaminação ambiental
propriamente dita no local.

Os estudos de impacto ambiental são atividades científicas e técnicas que


envolvem as seguintes etapas: diagnóstico ambiental, identificação, previsão e
medição, interpretação e valoração, definição de medidas mitigadoras e programas
de monitoramento.

No Brasil quem é responsável por custear o EIA é o empreendedor. Cabendo


aos órgãos ambientais analisarem tecnicamente o documento para a liberação das
licenças prévia, de instalação e de operação de uma atividade econômica
potencialmente impactante ao meio ambiente.

37
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O termo de referência para elaboração do EIA/RIMA

O termo de referência visa orientar o proponente para o correto cumprimento


das exigências do processo de licenciamento ambiental. É elaborado pelo órgão
ambiental competente e reúne informações para fins de instrução para elaboração
do EIA/RIMA.

O proponente deve cumprir os requisitos descritos no Termo de Referência


para obtenção da licença ambiental.

A elaboração do EIA/RIMA

O processo de construção do EIA envolve ainda a elaboração do relatório de


Impacto Ambiental (RIMA), que consubstancia o conteúdo do EIA de forma clara e
concisa e em linguagem acessível à população, esclarecendo os impactos
negativos e positivos causados pelo empreendimento em questão.

O RIMA que é um resumo do EIA, deve ser elaborado de forma objetiva e


adequada à compreensão por pessoas leigas.

Sendo que, cópias do RIMA devem ser colocadas à disposição de entidades e


comunidades interessadas.

Quem determina a necessidade da apresentação do EIA é o órgão ambiental


responsável pelo processo de licenciamento ambiental.

Dependendo da magnitude dos impactos a competência cabe ao IBAMA, aos


órgãos ambientais estaduais ou as secretarias municipais de meio ambiente.

Caberá ao IBAMA a análise técnica quando os impactos ambientais forem


globais, ou seja, afetarem mais de um estado.

Caberá aos órgãos estaduais quando os impactos afetarem mais de um


município e as secretarias municipais de meio ambiente, quando os impactos
afetarem bairros.

Ainda é necessário informar que, se dentro de um município uma obra puder


potencialmente impactar uma área de preservação ambiental, por exemplo, caberá
ao órgão ambiental estadual o processo de licenciamento ambiental.

38
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O PCA/RCA denominado Plano de Controle Ambiental acompanhado do


Relatório de Controle Ambiental é exigido para empreendimentos e, ou, atividades
que não tenham grande capacidade de gerar impactos ambientais.

O Relatório de Controle Ambiental (RCA) é o documento exigido em caso de


dispensa do EIA/RIMA. No documento devem ser identificados as não
conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalação e da operação do
empreendimento para o qual está sendo requerida a licença orientando a tomada
de decisão.

O Plano de Controle Ambiental (PCA) é o documento por meio do qual o


empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de prevenir e/ou controlar
os impactos ambientais em todas as etapas do empreendimento e para não
conformidades identificadas. O PCA é sempre necessário, independente da
exigência ou não de EIA/Rima, sendo solicitado durante a LI.

Porém, a estruturação dos documentos possui escopo semelhante aos do


EIA/RIMA, no entanto, não são demandados altos níveis de especificidade em suas
elaborações.

Seguem alguns exemplos de atividades que dependem da realização de EIA

 Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento

 Ferrovias

 Portos e terminais de petróleo e produtos químicos

 Aeroportos

 Oleodutos, gasodutos e minerodutos, entre outros.

Para nortear os empreendedores sobre quais tipos de atividades devem


apresentar estudos de impacto ambiental existem legislações federais, estaduais e
municipais que devem ser consultadas e pesquisadas, durante etapa de
planejamento do empreendimento, para obtenção das licenças ambientais.

A lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, foi alterada pela Lei 10.165, de 27 de


dezembro de 2000. Foi incorporada a política vários critérios, dentre os quais se
destaca a criação da taxa de controle e fiscalização ambiental TCFA, cujo fato
gerador é o exercício regular do poder de política conferido ao IBAMA para

39
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de


recursos naturais, a ser paga pelas empresas trimestralmente. Com valores fixados
de acordo com o tamanho da empresa, área de atuação e grau de poluição
associado.

De acordo com a lei, a classificação por grau de poluição é a seguinte:

 ALTO – extração e tratamento de minerais, indústria de metalurgia,


indústria de celulose, indústria de couros e peles, indústria química,
transporte, terminais, depósitos e comércio.

 MÉDIO – uso de recursos naturais, serviços de utilidade.

 PEQUENO – turismo, indústrias de produtos de matéria plástica, indústrias


diversas, indústria de borracha, indústria de produtos alimentares e
bebidas, indústria de fumo.

Qualquer que seja o EIA, ele deve seguir uma estrutura de eixos temáticos, os
quais devem ser abordados.

Estes são:

 Informações do projeto, sua apresentação e objetivos.

 Informações gerais com denominação oficial do empreendimento.

 Informações sobre a empresa e responsáveis técnicos.

 Dados sobre a empresa de consultoria ambiental contratada para


elaborar o estudo de impacto.

 Informações sobre local de construção.

 Cronograma de execução do projeto.

 Impactos benéficos e adversos do empreendimento.

 Informações sobre a obra e etapas.

 Legislação ambiental.

 Planos e programas governamentais.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Análise das alternativas locacionais e técnicas.

 Alternativas da não instalação do empreendimento.

 Análise da área de influência (região afetada pelo empreendimento).

 Análise ambiental (meio físico, químico, biótico e antrópico).

 Programas de controle ambiental

 Sistema de gestão ambiental

 Conclusões

 Informações sobre equipe técnica

Temos no Brasil diferentes órgãos ambientais que responsáveis por avaliar


tecnicamente as solicitações de licenças ambientais. Seguem as referências de
órgãos ambientais na esfera federal, estadual e municipal em diferentes regiões do
país.

Órgãos Nacionais

CONAMA - Conselho Nacional do Meio AmbienteI BAMA - Inst. Bras. do Meio Amb.
e dos Recursos Naturais Renováveis Região

Centro-Oeste

FEMAGO - Fundação Estadual do Meio Ambiente - GO


SEMA - Secretaria de Meio Ambiente - MS

Região Nordeste
CRA - Centro de Recursos Ambientais - BA
SEMACC - Super. Estadual de Meio Ambiente - CE
IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente - RN
ADEMA - Administração Estadual do Meio Ambiente - SE

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Região Norte

SECTAM - Secret. Exec. de Ciência, Tecnol. e Meio Ambiente - PA

Região Sudeste

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - SP

FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente – MG

INEA – Instituto Estadual de Meio Ambiente - RJ

Região Sul

IAP - Instituto Ambiental do Paraná - PR

FATMA - Fundação do Meio Ambiente - SC

FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental – RS

Ficamos por aqui. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma
dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de
aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 2

1.Sobre o licenciamento ambiental, o estudo prévio de impacto ambiental e o


relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), assinale a alternativa INCORRETA.

a) São instrumentos da política nacional de meio ambiente.

b) O licenciamento ambiental é um procedimento complexo por envolver


vários órgãos e ao qual se deve dar publicidade.

c) A competência para exigir o EIA/RIMA é sempre do órgão público


estadual ou distrital, sendo que o órgão público federal ou o municipal
somente podem exigi-lo em caráter supletivo.

d) Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão


responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante,
respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.

e) N.D.R.A.

2. Em relação ao licenciamento ambiental, é correto afirmar que:

a) uma licença de operação não pode ser cancelada, pois já produziu seus
efeitos.

b) O cumprimento do termo de referência para preparação do pedido de


licença pelo empreendedor é de responsabilidade do órgão licenciador.

c) a realização de audiência pública é condição necessária para expedição de


qualquer licença ambiental que necessite da elaboração de EIA/RIMA.

d) um empreendimento pode ser licenciado em mais de um nível de


competência, concomitantemente, a depender da extensão do dano.

e) somente o ente federado licenciador pode fiscalizar e aplicar sanções


administrativas em relação ao empreendimento licenciado.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3.Sobre o Licenciamento Ambiental e EIA/RIMA, marque a alternativa


CORRETA:

a) A primeira Licença a ser requerida é a de Instalação.

b) Para o Licenciamento Ambiental, será exigido Estudo Prévio de Impacto


Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente –
EIA/RIMA, caso o empreendimento se enquadre nas hipóteses assim
previstas em Resoluções CONAMA ou ainda caso o empreendimento
possa apresentar significativo impacto ambiental.

c) O EIA/RIMA é exigido pelo Órgão Ambiental competente para o


licenciamento somente após o deferimento da Licença de Instalação.

d) Informações falsas ou enganosas incluídas pela equipe multidisciplinar


no EIA/RIMA caracterizam crime previsto expressamente na Lei 6938/81.

e) N.D.R.A

4.O tipo de licença ambiental, expedida na fase preliminar do planejamento


do empreendimento, destinada, entre outras finalidades, a atestar a sua viabilidade
ambiental e a estabelecer as condições para a sua instalação denomina- se:

a) auditoria ambiental.

b) licença prévia.

c) relatório ambiental preliminar.

d) licença de instalação.

5.De acordo com a Resolução nº 237/1997 do CONAMA, é correto afirmar que:

a) O licenciamento é obrigatório somente para as atividades arroladas no


anexo da Resolução nº 237/1997.

b) O licenciamento não consubstancia o exercício do poder de polícia.

c) O licenciamento pode ser realizado por meio de uma única licença que
agregue a concepção, instalação e operação do empreendimento.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

d) Os prazos máximos de vigência para as licenças prévia, de instalação e de


operação são distintos.

e) O órgão ambiental não pode, por decisão motivada, modificar licenças já


concedidas.

6.Analise as afirmativas a seguir:

I. Compete aos órgãos ambientais estaduais o licenciamento ambiental de


atividades localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados. 


II. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de


Impacto Ambiental (EIA/Rima) devem ser exigidos e apresentados antes
da concessão da Licença Prévia, fase do licenciamento ambiental em que
é analisada a localização e viabilidade ambiental do projeto.

III. As audiências públicas realizadas no âmbito dos procedimentos de


licenciamento ambiental destinam-se a fornecer informações sobre o
projeto e seus impactos ambientais, bem como a possibilitar a discussão
e o debate sobre o Relatório de Impacto Ambiental. As críticas e
sugestões manifestadas durante as audiências públicas vinculam a
decisão do órgão ambiental competente a respeito da concessão da
licença ambiental ou do seu indeferimento.

Assinale:

a) se somente a afirmativas I estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

45
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

7.Representa o órgão deliberativo da Política Nacional do Meio Ambiente:

a) CONAMA.

b) IBAMA.

c) FATMA.

d) FAEMA.

e) SISNAMA

8.A Resolução n.º 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


estabeleceu roteiro mínimo a ser observado nos processos de licenciamento
ambiental, composto de etapas, entre as quais se inclui a:

a) Apresentação da proposta de plano de monitoramento ambiental da


emissão de efluentes.

b) Apresentação da proposta de plano de manejo da área vizinha ao


empreendimento.

c) Emissão de parecer técnico conclusivo e, conforme o caso, de parecer


jurídico.

d) Assinatura de termo de ajuste de conduta proposto em audiência


pública.

e) Redação do termo de referência circunstanciado, acompanhado de laudo


pericial, se for o caso.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9.O que é TCFA e qual lei a aborda?

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10.No Brasil, como pode se dar a participação pública na tomada de decisões


relativas a processos de licenciamentos ambientais?

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3 Diagnóstico Ambiental

49
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Nesta unidade serão discutidas as técnicas de estudo e levantamento de


dados que orientam a elaboração de estudos de impactos ambientais. Faremos
uma análise sobre os métodos de investigação de dados necessários em avaliação
de estudos de impactos ambientais dos meios físico, biótico, químico e antrópico
dentro de uma visão multidisciplinar que busca coletar informações qualitativas e
quantitativas sobre o meio ambiente em áreas que serão atingidas por
empreendimentos potencialmente impactantes.

Objetivos da unidade:

 Apresentar o papel do diagnóstico ambiental na avaliação de impactos


ambientais

 Apresentar ferramentas utilizadas no processo de investigação de


impactos ambientais.

 Discutir sobre as etapas de elaboração do diagnóstico ambiental e


estratégias que orientam o planejamento de levantamento de dados
ambientais.

Plano da unidade:

 O levantamento de dados ambientais na construção de estudos de


impactos ambientais

 O planejamento do diagnóstico ambiental

 Indicadores de impactos ambientais

 Principais modelos de previsão de impactos

 Diagnose ambiental como um instrumento norteador de Tomada de


Decisão

 Temas para construção de indicadores ambientais

Bons estudos!

50
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O levantamento de dados ambientais para construção de


estudos de impactos ambientais

Entende-se diagnóstico ambiental como a etapa do processo de AIA que


implica na descrição sistemática do meio físico, químico, biótico e antrópico
através da utilização de múltiplas ferramentas, a fim de obter informações que
permitam correlacionar os diferentes fatores que compõe o meio ambiente, para
obtenção de uma melhor compreensão acerca da vulnerabilidade do ambiente a
determinados empreendimentos.

A diagnose ou diagnóstico ambiental possibilita a obtenção de informações


necessárias para a identificação e previsão dos impactos.

É fundamental compreender que em estudos ambientais deve–se buscar a


multidisciplinaridade a fim de se obter um diagnóstico detalhado das condições
ambientais.

A definição de programas de gestão ambiental (medidas mitigadoras,


compensatórias, programas de monitoramento e demais componentes de um
plano de gestão ambiental integrante de um EIA).

O estabelecimento de uma base de dados para futura comparação com real


situação, em caso de implementação de um projeto.

Para a realização de um diagnóstico ambiental é necessário planejamento de


estudos de impacto ambiental, bem como a definição clara e precisa de sua
abrangência (escopo).

Estudos de impactos ambientais podem ser extensos e complexos, o que


envolve planejamento de custos, equipe e identificação de métodos de
investigação e seleção dos tópicos relevantes de pesquisa.

Para realizar um bom diagnóstico de impactos ambientais é necessário


levantar novos dados e não somente a realização de compilação de dados já
existentes.

51
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

É necessário observar que cada empreendimento apresenta suas


peculiaridades e que, dependendo da área a ser investigada, existem muitas fontes
confiáveis de pesquisa que poderão ser utilizadas no levantamento de dados.

Alguns exemplos são: artigos científicos, teses de doutorado, dissertações de


mestrado, informações retiradas de sites oficiais ligados ao governo e livros.

Dentre as múltiplas aplicações do diagnóstico ambiental podemos citar a


prevenção, a proteção, a atuação como indicativos das mudanças e condições
naturais do meio ambiente, o controle do avanço das ações antropogênicas, o
auxilio nas tomadas de decisão, a mitigação e o monitoramento.

O planejamento do diagnóstico ambiental envolve a definição do objetivo da


pesquisa, a obtenção de consenso entre diferentes vertentes (institucional, técnico
cientifico e comunidade), meios de implementação (recursos humanos e
financeiros), comprometimento, engajamento de instituições e técnicos,
mobilização de recursos financeiros.

Delimitação da área, área de influência (área institucional, bacia hidrográfica e


impactos na esfera global, regional ou local.

Exemplo: acidente com rompimento de barragem de rejeitos da mineradora


Samarco, ano 2015. A tragédia avançou municípios e atingiu o estado de Espírito
Santo.

Se o acidente atingisse apenas o município de Mariana, em Minas Gerais, seria


considerado local, como ultrapassou divisa do estado tem impactos regionais.

Foi necessário, nessa situação, realizar o mapeamento da extensão da


contaminação e monitorar a bacia hidrográfica, bem como o percurso da lama em
direção ao oceano.

Quanto maior a área de influência que uma dada atividade possa


potencialmente impactar, maiores os cursos empregados com diagnóstico
ambiental e com a avaliação de impactos ambientais tornando o processo mais
oneroso.

52
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O planejamento do diagnóstico ambiental

Para a realização de um diagnóstico ambiental é indispensável o


planejamento do mesmo. Nesta etapa, alguns questionamentos devem ser
realizados com a finalidade de reduzir o tempo gasto no levantamento de dados e
os custos orçamentários previstos no projeto. Seguem alguns questionamentos
que orientam o planejamento do diagnóstico ambiental.

1. Quais as informações necessárias?

2. Quais são as suas finalidades?

3. Como serão coletadas?

4. Onde serão coletadas?

5. Durante quanto tempo, com qual frequência e em que épocas do ano


serão coletadas?

Constituem algumas ferramentas utilizadas na diagnose ambiental: SIG’s,


Cartografia, Estudos geológicos, Referências IBGE e Modelos matemáticos. Os
métodos serão detalhados no capítulo seguinte.

A diagnose ambiental, quando bem detalhada, reduz chances de erros na


previsão de riscos ambientais.

As principais funções da previsão de impactos são: estimar a magnitude dos


impactos; fornecer informações para a etapa seguinte, avaliação da importância
dos impactos; prognosticar a situação futura do ambiente com o projeto em
análise; comparar e selecionar alternativas; fornecer subsídios para a definição de
medidas mitigadoras.

O diagnóstico ambiental envolve trabalho de campo, para reconhecimento da


situação real, coleta e análise de dados e posterior avaliação dos dados coletados e
elaboração do relatório final.

53
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

As informações contidas em um diagnóstico ambiental devem expressar suas


relações causais com o meio ambiente. Sendo necessário o agrupamento de
informações de diversas ordens. O diagnóstico ambiental realiza levantamento de
dados primários e secundários.

Dados secundários são levantados nos mais variados órgãos e instituições,


simples trabalhos de pesquisa.

Os dados primários são levantados em campo, através do uso de


metodologias orientadas para responder uma pergunta sobre o meio ambiente ou
para testar uma hipótese não respondida pelas informações da análise secundária.

O planejamento da previsão de impactos envolve a escolha de métodos a


serem adotados, a escolha de indicadores, a definição de como fazer a previsão
(escolher materiais e métodos), a necessidade de justificativas das razões da
escolha, ou seja, o nível de detalhamento adotado; a calibração e validação do
método; a aplicação do método e obtenção de resultados, bem como sua análise e
interpretação.

Ao final da pesquisa, deve-se ainda comunicar eventuais limitações ou


impasses ocorridos durante os levantamentos e realizar a indicação das fontes
bibliográficas que deram suporte ao levantamento.

Indicadores de impactos ambientais

Os indicadores de impactos ambientais são parâmetros representativos de


processos ambientais ou do meio ambiente (ou seja, sua situação em um dado
momento, local ou região).

Pirâmide de informações

54
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Conforme é possível observar, os dados primários, cuja obtenção é mais


complexa e cara, constituem a base das avaliações ambientais.

São metodologias para o levantamento de dados primários, a inquirição


(questionários que são desenvolvidos baseando-se em respostas que precisam ser
encontradas), observação, avaliação ecológica rápida, amostragem de campo, que
podem ser complementados com fotografia e filmagem, evidenciando o estado de
conservação da área de entorno antes da instalação de empreendimentos na
região.

Como exemplos de metodologia para levantamento de dados múltiplos,


existem as listagens (check list), a utilização de matrizes, redes de interação, entre
outros que serão abordados nos capítulos 4 e 5.

Já, para a coleta de dados secundários, podemos utilizar INVENTÁRIO –


levantamento sistemático pré-definido de coleta de dados de cada indicador com
gráficos ou diagramas. ESTATÍSTICAS OFICIAIS – informações compostas de
elementos numéricos sobre o indicador ambiental, com regularidade temporal.

55
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Principais modelos de previsão de impactos

 Modelos matemáticos;

 Comparação e extrapolação de resultados;

 Experimentos de laboratório e de campo;

 Simulações e modelos análogos (físicos e digitais).

Escolhido o modelo de previsão ele será adotado e passará por julgamento de


especialistas quanto suas incertezas e erros de previsão. Utilizaremos, para efeitos
didáticos, uma importante atividade antrópica: a mineração. Podemos enumerar
como impactos associados às atividades de mineração:

 Perda de Biodiversidade (desmatamentos e redução de número ou


extinção de espécies vegetais e animais);

 Poluição atmosférica;

 Poluição dos recursos hídricos superficiais;

 Poluição do lençol freático e/ou aquíferos confinados;

 Poluição dos solos;

 Erosão;

 Assoreamento;

 Desertificação;

 Perigo à saúde pública

56
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Podemos citar como outros danos ambientais associados a atividades de


mineração:

 Danos sociais e econômicos (doenças crônicas; populações desalojadas);

 Desemprego;

 Decadência econômica;

 Perda de arrecadação com turismo;

 Contaminação dos mananciais de abastecimento de água;

 Tanques ou depósitos de resíduos tóxicos;

 Lagoas de decantação;

 Pilhas de estéril;

 Áreas de rejeito;

 Áreas contaminadas (solo; biota; águas superficial e subterrânea);

 Descaracterização das paisagens (beleza cênica);

 Áreas fortemente degradadas.

Como detalhado, existem uma série de informações que precisam ser


levantadas em um diagnóstico ambiental.

Como exemplos de estudos necessários, para a investigação de impactos


potenciais e limitações ao meio físico, podemos citar:

 Geotecnia - (capacidade de suporte dos terrenos; suscetibilidade à


erosão/ movimentos de massa; escavabilidade e drenagem dos solos;
rugosidade do relevo; aptidão para obras civis e disposição de resíduos
sólidos);

 Recursos Hídricos - (disponibilidade e distribuição sazonal de águas


superficiais; potencial e vulnerabilidade dos aquíferos; qualidade de
águas e fontes de poluição);

57
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Agropecuária - (fertilidade natural dos solos; aptidão agrícola);

 Turismo - (áreas de beleza cênica para Geoecoturismo);

 Mineração - (potencial mineral; cadastro de atividades mineiras);

 Planejamento - (instituições públicas; ONG’s; comitês de bacias


hidrográficas; empresas privadas; e sociedade);

Diagnose ambiental como um instrumento norteador de


Tomada de Decisão

Abrangência Regional e Relevância socioeconômica da atividade mineral,


Implantação de logística de transportes, telecomunicações, energia, etc. Geração
de impostos, emprego e renda.

A caracterização geobiofísica da área de influência direta da atividade


potencialmente impactante representa importantes parâmetros de processos
ambientais ou do meio ambiente (ou seja, sua situação em um dado momento,
local ou região). Considerando, por exemplo, a atividade mineral são aspectos
relevantes para a caracterização geobiofísica da área de influência direta da
atividade mineral: a geologia; a geomorfologia; as formações superficiais; aspectos
pedológicos, a Hidrologia e a Biodiversidade.

Para a caracterização socioeconômica da área de influência, são exemplos de


temas que podem ser discutidos no eixo socioeconômico: a estrutura social da
população (IDH), a estrutura fundiária e as atividades econômicas existentes.

Como foi demonstrado podemos, em um diagnóstico ambiental, realizar


questionamentos sobre a viabilidade de um empreendimento.

Tal atividade econômica é compatível com o desenvolvimento sustentável


regional?

Quais as alternativas incluindo as tecnológicas e econômicas podem ou


devem ser inseridas no planejamento ambiental de um empreendimento?

58
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exemplo A

Empreendimento: cimenteira

A construção de uma cimenteira envolve certa infraestrutura para sua


implantação. Então, a presença de rua asfaltada torna-se relevante para o
transporte de matérias primas e do produto para distribuição.

A localização precisa ser perto da cidade para escoamento da produção.


Muitas vezes, a empresa tem que investir em pavimentação, o que é importante
para o desenvolvimento das atividades industriais.

A pavimentação e a iluminação, além da necessidade de água e esgoto


tratados, acabam trazendo impactos ambientais positivos como o acesso a
saneamento básico (muitas vezes em regiões desprovidas dos serviços).

O acesso da pavimentação traz, como impacto positivo, o crescimento aos


bairros, valorizando imóveis, possibilitando o trânsito de carros e meios de
transporte de massa, além do acesso a melhorias na iluminação pública e serviços
diversos (atraídos pelo empreendimento vizinho).

O diagnóstico ambiental da área permite ao empreendedor verificar as


fragilidades da área de influência, tais como os mencionados anteriormente (ruas
sem asfalto, má iluminação, ausência de saneamento básico) supracitados no
exemplo acima.

Temas para construção de indicadores ambientais

Meio físico

 Bacia geográfica

 Aspectos geológicos

 Condições geotécnicas

 Caracterizar meio físico e os fenômenos que podem alterar o meio


(erosão, inundação, escorregamentos, presença ou ausência de mata
ciliar)

59
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 Caracterização de recursos hídricos – superficiais e subterrâneos

 Caracterização climática – umidade, temperaturas, pluviosidade

 Emissão de odores e gases

Meio biótico

 Caracterizar e analisar os ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição


existentes.

 Caracterizar a vegetação existente e seus estágios sucessionais, com


destaque para as áreas de preservação permanente e espécies endêmicas
e ameaçadas de extinção

 Caracterizar a fauna contendo levantamento primário com identificação


das possíveis espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, locais de
abrigo, alimentação e reprodução dos animais silvestres e locais de
nidificação de aves migratórias.

 Identificar a existência de unidades de conservação federais, estaduais e


municipais na área de influência do projeto e relacionar as possíveis
restrições devidas as proximidades do empreendimento das unidades de
conservação.

Meio socioeconômico

 Caracterizar a ocupação do solo

 Descrever a infraestrutura de educação, transporte e lazer

 Abastecimento de água, energia elétrica, esgotamento sanitário,


drenagem e resíduos sólidos

 Descrever as condições da área de proteção permanente

 Descrever patrimônios históricos ou artísticos

 Tráfego na área e entorno

60
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Caso existam, na região de entorno, unidade de conservação e áreas de


preservação permanentes, é necessário descrever sua abrangência e o uso
sustentável da região. Descrever o tipo de área de preservação (reserva particular,
floresta estadual, municipal ou federal, reserva de fauna, etc). Aplicar o SNUC –
artigo 36, que determina que o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação a
manutenção de unidade de conservação do grupo de proteção integral.

A existência de áreas de preservação permanentes próximas à área de


localização de um empreendimento torna o levantamento de impactos potenciais
a essa área, obrigatório. Durante a etapa de elaboração do projeto o ideal é traçar
outras estratégias locacionais, pois em muitos projetos na etapa de planejamento
de diagnostico ambiental é decidido alterar o projeto devido a complicações e
custos associados a áreas de entorno a empreendimentos.

A constituição ambiental não inviabiliza totalmente o exercício do direito à


propriedade. Devem ser realizados estudos para a preservação de encostas e matas
ciliares, entre outras iniciativas.

O diagnóstico ambiental ou diagnóstico da área de influência tem como


objetivo conhecer o grau de qualidade dos componentes ambientais e de suas
interações, de modo a caracterizar a situação dessa área, antes da implantação do
projeto.

Os resultados servem de referência à análise dos impactos e ao prognóstico da


qualidade ambiental, para as diferenças alternativas do projeto.

O programa desta fase do EIA deve estar de acordo com os termos de


referência do projeto em análise devendo concentrar os fatores ambientais
relevantes. Logo, deve se basear em fatores físicos, bióticos e antrópicos.

O pré-conhecimento dos impactos potenciais é desejável. O que pode ser


obtido de outros estudos de impacto, cartografia atualizada em escalas adequadas,
dados referentes aos componentes físicos e bióticos do meio ambiente, dados
econômicos e sociais das populações locais.

Amostragens são necessárias para o enriquecimento de dados. É importante


fazer a triagem do que realmente é necessário sendo recomendável fazer um
levantamento de estudos de consistência e análise estatística.

61
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

O diagnóstico ambiental deve, não somente abranger os impactos ambientais


relevantes, mas também os processos e interações que definem a dinâmica dos
sistemas ambientais, na área de influência.

O diagnóstico ambiental deve conter informações da situação ambiental


anterior à instalação de um empreendimento com vista no posterior
acompanhamento da qualidade dos mesmos fatores, no tempo e espaço.

A preparação do diagnóstico guarda estreita ligação com a tarefa de


elaboração do programa de monitoramento dos impactos. É nesta fase que se
começa a medir os parâmetros que serão depois monitorados.

Finalizamos mais uma unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em
contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

62
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 3

1.Os fatores ambientais estudados no diagnóstico ambiental da área de


influência do empreendimento ou atividade passível de EIA/RIMA são:

a) Meio físico (ruído, qualidade do ar e fauna); meio biótico (flora e


geomorfologia); meio socioeconômico (patrimônio natural e cultural, uso
da água, uso e ocupação do solo).

b) Meio físico (clima e condições climáticas, qualidade do ar e geologia);


meio biótico (flora e dinâmica populacional); meio socioeconômico
(qualidade da água, uso da água, uso e ocupação do solo).

c) Meio físico (uso e ocupação do solo, clima e condições climáticas,


qualidade do ar); meio biótico (flora e fauna); meio socioeconômico
(dinâmica populacional, qualidade da água e patrimônio natural e
cultural).

d) Meio físico (clima e condições climáticas, qualidade do ar e geologia);


meio biótico (flora e fauna); meio socioeconômico (dinâmica
populacional, uso da água, uso e ocupação do solo).

e) N.D.R.A.

2.Marque a alternativa correta em relação à avaliação de impacto ambiental.

a) A fase de elaboração de diagnósticos ambientais deve menosprezar as


contribuições da comunidade afetada pela implantação e operação de
um empreendimento modificador do meio ambiente.

b) A confecção de uma listagem de prováveis impactos ambientais positivos


pode ser considerado o primeiro passo para a elaboração de um
levantamento de impactos ambientais.

c) O diagnóstico ambiental pode ser considerado um levantamento de


dados e informações de componentes que formam sistemas ambientais.

63
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

d) A detecção de espécies raras em uma dada região não implica na


necessidade da seleção de um método de levantamento de dados
primários.

e) N.D.R.A

3.Em relação ao diagnóstico ambiental é correto afirmar:

a) É necessário para a formulação de um estudo de impacto ambiental

b) Representa a fase final da elaboração de um instrumento de avaliação de


impacto ambiental.

c) É elaborado por meio de um levantamento de dados e informações sobre


os componentes do meio físico, mas despreza os dados e informações
sobre os componentes do meio biótico e socioeconômico.

d) Deve desconsiderar os resultados obtidos de entrevistas e questionários.

e) Deve evitar o levantamento de dados e informações obtidas diretamente


no campo.

4.Marque a alternativa relacionada a um componente do meio biótico, físico e


antrópico, respectivamente, no tocante ao levantamento de impactos ambientais.

a) Concentração de protozoários, lixiviação, intemperismo de rochas.

b) Presença de decompositores, relevo, taxa de analfabetismo.

c) Erosão, fatores meteorológicos, serviços de saúde.

d) Assoreamento, presença de cavernas, interrupções no trânsito.

e) Acidez do solo, concentração de coliformes fecais nas águas de um rio.

64
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

5.Em relação à construção de dados no diagnóstico ambiental é correto


afirmar que:

a) O levantamento de dados primários é mais simples e barata em relação


aos dados secundários;

b) O levantamento de dados primários é mais complexa e cara e constituem


a base das avaliações ambientais.

c) A amostragem de campo caracteriza um método de investigação de


dados secundários;

d) No levantamento de dados ambientais não é possível realizar


levantamento de dados múltiplos;

e) N.D.R.A

6.Sobre métodos de coleta de dados ambientais identifique a opção incorreta:

a) O inventário consiste em um levantamento sistemático pré-definido de


coleta de dados de cada indicador com gráficos ou diagramas.

b) Estatísticas oficiais são muito utilizadas como fonte de dados primários.

c) Modelos matemáticos consistem em métodos de previsão de impactos;

d) O diagnóstico ambiental pode verificar as fragilidades da área de


influência

e) N.D.R.A

7.Assinale a opção correta a respeito do desenvolvimento do diagnóstico


ambiental:

a) O EIA é desenvolvido para realizar o diagnóstico ambiental


exclusivamente da área de influência do projeto;

b) No diagnóstico ambiental devem ser considerados somente o meio físico,


o biológico e os ecossistemas naturais.

65
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

c) É de responsabilidade do RIMA realizar a análise do meio socioeconômico


e das relações de dependência entre a sociedade loca.

d) Realizar diagnóstico ambiental é identificar os recursos ambientais e a


potencial utilização futura desses recursos.

e) N.D.R.A

8.Uma rodovia que passe pelo território de quatro municípios no Estado de


Mato Grosso deve ter seu licenciamento ambiental realizado:

a) Exclusivamente pela União.

b) Exclusivamente pelo Estado de Mato Grosso.

c) Exclusivamente pelo Estado de Mato Grosso, ouvidos os Municípios


diretamente afetados, que se manifestarão em relação às questões
inseridas na competência municipal.

d) Em concorrência entre o Estado de Mato Grosso e os Municípios


diretamente afetados.

e) Em concorrência entre União, Estado de Mato Grosso e Municípios


diretamente afetados.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9.Qual a relevância do planejamento de um diagnóstico ambiental em estudos


de impactos ambientais?

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10 .Um projeto está sendo desenvolvido para instalação de um aterro sanitário


em uma grande área que era tomada por fazendas. É necessário levantar
informações sobre o passado da região? Justifique sua resposta.

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

68
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

4
Introdução ao Estudo de
Metodologias Empregadas
na Avaliação de Aspectos e
Impactos Ambientais

69
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Nesta unidade, serão apresentadas algumas das principais metodologias


empregadas na avaliação de aspectos e impactos ambientais, discutindo sobre as
melhores etapas nas quais devem ser utilizadas, para que sejam atingidos melhores
resultados na análise ambiental. As metodologias serão tratadas em dois capítulos,
devido a imensa variedade de técnicas e de seu valor nos estudos ambientais.

Objetivos da unidade:

 Apresentar métodos de AIA;

 Analisar a aplicabilidade dos métodos em estudos ambientais;

 Discutir sobre pontos positivos e negativos de cada metodologia,


auxiliando na seleção das ferramentas mais apropriadas de acordo com a
fase do estudo.

Plano da unidade:

 Definição de métodos de AIA

 Metodologia Ad hoc

 Metodologia de listagens

 Redes de Interações (Network)

 Mapas de Superposição (Overlay mapping)

 Projeção de cenários

Bons estudos!

70
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Definição de método em AIA

Os dicionários definem metodologia como o estudo sistemático e lógico dos


princípios que dirigem a pesquisa científica ou o estudo científico dos métodos.

Por sua vez, método é o meio ou o processo de se atingir um determinado


objetivo, ou, ainda, os procedimentos técnicos, modos de pesquisa e investigação,
previamente estabelecidos, próprios de uma ciência ou disciplina, empregados
para alcançar um determinado fim.

As técnicas definem-se como operações específicas de descoberta de fatos ou


manipulação de informações, dados ou conhecimento.

O termo metodologia é, algumas vezes, empregado para nomear um método


de AIA, embora seja mais apropriado para designar o conjunto de conceitos,
métodos, técnicas e postulados utilizados para a execução de um dado EIA.

Chamam-se métodos de avaliação de impacto, os mecanismos estruturados


para coletar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre os impactos
ambientais de uma proposta.

O conhecimento dos métodos de AIA divulgados em livros, publicações


científicas e relatórios técnicos podem ser úteis para auxiliar a avaliação de
impactos ambientais.

No entanto, não constituem as únicas fontes de consulta para a elaboração de


avaliações de impactos ambientais; podendo ocorrer adaptações às condições
particulares de cada caso de estudo.

Principais Tipos de Métodos de AIA

Nenhum método de AIA pode ser considerado o melhor. Também, não existe
um método que sirva para o tratamento de todas as etapas e tarefas de um EIA ou
que seja apropriado à avaliação de qualquer tipo de empreendimento.

71
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A escolha do método a ser empregado, em um determinado estudo, deve


levar em conta os recursos técnicos e financeiros disponíveis, o tempo de sua
duração, os dados e informações existentes ou possíveis de se obter, os requisitos
legais e os termos de referência a serem atendidos.

Os capítulos 3 e 4 apresentam as descrições dos principais tipos de métodos


de AIA e a apreciação crítica das vantagens e desvantagens da aplicação de cada
um deles.

Adota-se a tipologia comumente encontrada na literatura técnica que utiliza


como critério de classificação os aspectos formais de cada método, isto é, a
maneira de se disporem os dados sobre o projeto e os seus impactos ambientais,
levando em conta, algumas vezes, o contexto em que se processa a análise dos
impactos.

A partir da promulgação do NEPA (National Environmental Policy Act of 1969),


foi instituído formalmente, nos Estados Unidos, o processo de Avaliação de
Impacto Ambiental.

Desde então, começaram a se desenvolver métodos com o objetivo de


sistematizar as análises realizadas, utilizando-se, algumas vezes, de técnicas
correntes de outras áreas do conhecimento.

Embora a maioria dos trabalhos de análise de impacto ambiental tenha sido


elaborada nos Estados Unidos, o interesse do assunto expandiu-se tanto nos países
industrializados quanto nos países em desenvolvimento.

As linhas metodológicas de avaliação são mecanismos estruturados para


comparar, organizar e analisar informações sobre impactos ambientais de uma
proposta, incluindo os meios de apresentação escrita e visual dessas informações.

Devido à diversidade de métodos de AIA existentes, onde muitos não são


compatíveis com as condições socioeconômicas e políticas do Brasil, faz-se
necessário que sejam selecionados sob as próprias condições, muitas vezes até
adaptando-os através de modificações e/ ou revisões, para que sejam realmente
úteis na tomada de decisão de um projeto.

72
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Fica, então, a critério de cada equipe técnica usuária, a seleção daquele(s)


método(s) mais apropriado(s), ou parte(s) dele(s), de acordo com as atividades
propostas.

Dessa forma, a definição da metodologia de avaliação de impactos ambientais


consiste em definir os procedimentos lógicos, técnicos e operacionais capazes de
permitir que o processo, antes referido, seja completado.

Modelos de Avaliação de Impacto Ambiental

São considerados métodos de avaliação de impactos ambientais clássicos: o


método (Ad hoc), as Listagens (Check-list), Matrizes de interações, Redes de
interações (Networks), Metodologias quantitativas, Modelos de simulação, Mapas
de superposição (Overlays), Projeção de cenários, entre outras.

A necessidade de análises e avaliações abrangentes dos impactos gerados por


projetos, planos, programas e políticas torna-se cada vez mais consolidada.

Assim, os procedimentos para AIA desenvolvidos nos últimos tempos foram e


são, em todo mundo, resultados desse tipo de necessidade.

Metodologia Ad Hoc

São métodos no conhecimento científico de experts do assunto e/ou da área


em questão. Estas metodologias, se utilizadas isoladamente, deverão desenvolver a
avaliação de impactos ambientais de forma simples, objetiva e de maneira
dissertativa. São adequadas para casos com escassez de dados, fornecendo
orientação para outras avaliações.

Os impactos são identificados, normalmente, através de brainstorming,


caracterizando-os e sintetizando-os, em seguida, por meio de tabelas ou matrizes.

O termo brainstorming do inglês “tempestade de ideias”, refere-se a reuniões


com equipes Ad hoc, ou seja, de profissionais altamente especializados em
assuntos específicos da área ambiental.

73
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

As equipes são compostas por doutores, onde são discutidos temas


ambientais associados a determinados tipos de empreendimento, bem como, em
situações específicas, discutidas medidas e planos emergenciais.

A exemplo, o ocorrido acidente com a barragem em Mariana da mineradora


Samarco.

A lama tóxica, que vazou após rompimento da barragem de mineração,


provocou impactos ambientais significativos, incluindo perda de vidas humanas.

A situação de emergência tornou mandatória que uma equipe Ad hoc se


reunisse para analisar a extensão dos danos ambientais, áreas impactadas e
elaboração de um plano de ação.

A utilização de uma equipe Ad hoc apresenta, como principal vantagem, uma


estimativa rápida da evolução de impactos de forma organizada, o que pode ser
convertida para uma linguagem informal, levando a população uma informação
clara e objetiva à população.

A desvantagem dessa metodologia é o alto nível de especialização, que torna


oneroso o processo. Manter equipes Ad hoc em empresas é caro.

Para grandes empresas (como, por exemplo, a Petrobrás) possuir equipes Ad


hoc é fundamental para a sobrevivência. O que é explicado por ser uma empresa
que depende do desenvolvimento de novas tecnologias para aperfeiçoamento de
suas práticas e expansão de negócios. Devido à quantidade de empreendimentos
que possui, torna-se menos mais rentável a manutenção das equipes de pesquisa.

Na maioria das situações, são realizadas apenas consultorias com estes


profissionais em situações específicas. A análise Ad hoc é bastante subjetiva,
qualitativa e pouco quantitativa.

Metodologia de Listagem (Check-list)

Numa fase inicial de avaliação de impactos ambientais, a listagem representa


um dos métodos mais utilizados em AIA. Consiste na identificação e enumeração
dos impactos, a partir da diagnose ambiental realizada por especialistas dos meios
físico, biótico e socioeconômico.

74
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Os especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes das fases de


implantação e operação do empreendimento, categorizando-os em positivos ou
negativos, conforme o tipo da modificação antrópica que esteja sendo introduzida
no sistema analisado.

O método check-list pode levantar relações padronizadas de fatores


ambientais a partir das quais se identificam os impactos provocados por um
projeto específico.

Existem, hoje, diversas listas padronizadas por tipo de projetos (rodovias,


aeroportos, etc.) além de listas computadorizadas como o programa Meres, do
Departamento de Energia dos Estados Unidos, que computa a emissão de
poluentes, a partir de especificações sobre a natureza e o tamanho do projeto.

A metodologia check-list é a base de criação para outras listagens conforme


apresentado anteriormente, o que significa que, ao utilizar a metodologia, são
incorporadas novas ideias, o que modifica a ideia original. Então, existem padrões
de check-list desenvolvidos por cada empresa. No entanto, a ideia base é o check-
list e em todos os estudos de impacto ambiental, devem ser descritas os métodos
utilizados para levantamento de aspectos e impactos ambientais.

Às vezes, tal metodologia pode ser apresentada sob a forma de questionário a


ser preenchido, para direcionar a avaliação a ser realizada. Esta linha metodológica
apresenta como vantagem seu emprego imediato na avaliação qualitativa de
impactos mais relevantes. Entretanto, por não considerar relações de causa/efeito
entre os impactos (sequência de alterações desencadeadas a partir de uma ação
impactante), é apenas adequada em avaliações preliminares. Pode, de forma
limitada, incorporar escalas de valores e ponderações.

Redes de Interações (Network)

Essa metodologia estabelece uma sequência de impactos ambientais, a partir


de uma determinada intervenção, utilizando método gráfico. Os desenhos
esquemáticos permitem entender dentro da engenharia, por exemplo, complexos
funcionamentos de processos industriais em fluxograma.

75
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A rede mais difundida e conhecida é a de Sorensen (1974). Segundo Bolea


(1984), existem outros sistemas de redes, como o método CNYRPAB (utilizado com
frequência nos EUA), o Bereano (no Alasca) e considerações do Banco Mundial
sobre redes de interações modificadas, como muitas utilizadas no Brasil.

As redes têm por objetivo as relações precedência entre ações praticadas pelo
empreendimento e os consequentes impactos de primeira e demais ordens.
Apresentam, como vantagens, o fato de permitirem uma boa visualização de
impactos secundários e demais ordens, principalmente quando computadorizadas,
e a possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos, mostrando
tendências.

Visam também a orientar as medidas a serem propostas para o gerenciamento


dos impactos identificados, isto é, recomendar medidas mitigadoras que possam
ser aplicadas já no momento de efetivação das ações causadas pelo
empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento e controle
ambientais.

São considerados métodos de avaliação de impactos ambientais clássicos: o


método (Ad hoc), as Listagens (Check-list), Matrizes de interações, Redes de
interações (Networks), Modelos de simulação, Mapas de superposição (Overlays),
cenários evolutivos,

Mapas de Superposição (Overlay Mapping)

As técnicas cartográficas são utilizadas na localização/extensão de impactos,


na determinação de aptidão e uso de solos, na resolução de áreas de relevante
interesse ecológico, cultural, arqueológico, socioeconômico; logo, em
zoneamentos e gerenciamentos ambientais. Perfeitamente adaptável a
diagnósticos e avaliações ambientais, tal metodologia consiste na confecção de
uma série de cartas temáticas, uma para cada compartimento ambiental.

Esses mapas desenhados em material transparente, quando sobrepostos,


orientam os estudos em questão.

Estas cartas interagem entre si para produzir a síntese da situação ambiental


de uma área geográfica, podendo ser elaboradas de acordo com os conceitos de

76
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

vulnerabilidade ou potencialidade dos recursos ambientais (segundo se desejam


obter cartas de restrição ou de aptidão do solo).

Essa metodologia é útil para a localização, conflitos de uso e outras questões


de dimensão espacial, como a comparação entre alternativas a serem analisadas
num Estudo de Impacto Ambiental de um determinado empreendimento.

A Construção de cartas temáticas permite identificar aspectos geológicos,


recursos hídricos e cobertura vegetal, por exemplo. Possibilitando o cruzamento
entre diferentes fatores ambientais e os impactos potenciais que podem sofrer.

A construção de qualquer tipo de empreendimento envolve a necessidade da


utilização de cartas temáticas. Elas conferem dados à pesquisa que imagens de
satélite não são capazes de identificar.

Imagine um terreno que está sendo avaliado para a construção de um aterro


sanitário. E que exista nessa área lençóis subterrâneos, aquíferos ou cavernas.
Esses fatores só podem ser descobertos a partir de informações que mapas
cartográficos são capazes de fornecer informações ainda sobre o terreno e sua
estabilidade ou instabilidade, composição do solo, entre outros, devem ser
levantados evitando no futuro, problemas com desabamentos de encostas, ação
de enchentes, entre outros.

Projeção de Cenários

O método de Projeção de Cenários está baseado na análise de situações


ambientais prováveis em termos de evolução de um ambiente (cada situação
corresponde a um cenário) e/ou de situações hipotéticas, referentes a situações
diferenciadas geradas por proposição de alternativas de projetos e programas.

Tem por objetivo orientar as autoridades governamentais no cumprimento de


suas metas de longo prazo, através de indicadores de tendências prováveis.

As variáveis a serem analisadas terão maior ou menor grau de influência na


determinação dos estudos futuros dos sistemas ambientais. Os cenários surgem a
partir da ação contínua do(s) planejador(es) e do ambiente a ser estudado,
incluídos aí fatores naturais e de externalidades.

77
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Cenários evolutivos e antecipatórios

Os cenários evolutivos descrevem as trajetórias do sistema em estudo, desde o


presente até um horizonte dado, procurando ver as consequências de decisões
tomadas hoje e no futuro próximo.

A exemplo, a evolução das mudanças climáticas e seus efeitos sobre uma dada
espécie e sobre ecossistemas, pode se apresentar um cenário evolutivo mostrando
seu decaimento progressivo, risco de entrar em extinção.

Já, os cenários antecipatórios descrevem um estado futuro do sistema,


omitindo considerações de como chegar lá. Prevê uma situação de depleção de um
recurso natural, por exemplo.

Cenários exploratórios e cenários normativos

Os cenários exploratórios procuram, para uma dada situação, analisar as


consequências de várias políticas escolhidas a priori ou de maneira interativa; ao
contrário, os normativos estabelecem as consequências desejadas e procuram
determinar, para cada situação, que políticas permitem atingir a meta desejada.

Na construção de cenários, os referidos autores apontam como primeira etapa


a construção de uma base, ou seja, a imagem do estado atual do sistema, a partir
da qual o estudo prospectivo pode se desenvolver.

Quando este método é adaptado para os Estudos de Impacto Ambiental, o


que ocorre é a elaboração de alguns tipos básicos de estudo: os cenários das
alterações ambientais com e sem a implantação e/ou operação do
empreendimento em questão e as alternativas construtivas do referido projeto.

Uma dificuldade que o uso como cenários é a necessidade de filtrar apenas as


hipóteses plausíveis (admissível, recomendável), o que exige o estabelecimento
arbitrário de grande quantidade de coeficiente de impacto entre os eventos e as
variáveis e políticas consideradas, normalmente condicionadas a probabilidade ou
níveis de coerência.

78
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exemplo: para se vetar um determinado empreendimento, ou tornar viável


sob efeito de graves riscos ao meio ambiente, deve-se montar um cenário plausível
aos interesses econômicos do país.

Vamos ver um exemplo prático?

A construção de uma hidrelétrica é um tipo de empreendimento que traz


grandes impactos adversos ao meio ambiente, ainda que seja a geração de energia
considerada limpa. Assim como a construção de uma usina nuclear em um país
que detém a maior biodiversidade do planeta.

São interesses difusos, a preservação do meio ambiente e a necessidade de


aquecer a economia com novos empreendimentos.

É necessário reconhecer que, mesmo não sendo a forma mais correta de se


analisar a viabilidade de execução de um projeto, é levado em consideração,
primeiramente, os interesses econômicos do país. Vai gerar renda, recolhimento de
impostos, contribuirá para o desenvolvimento de uma dada região? Vale à pena
explorar a região?

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

79
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 4

1.Uma das desvantagens no método Ad hoc para a avaliação de impactos


ambientais é a:

a) Ausência de qualquer material para subsidiar os pareceres dos


especialistas

b) Falta de conhecimento prático dos técnicos participantes

c) Lentidão na identificação da melhor alternativa

d) Lentidão na identificação dos impactos mais prováveis

e) Vulnerabilidade à subjetividade das opiniões

2.A avaliação dos impactos ambientais é uma das atividades técnicas previstas
para a elaboração de um estudo de impacto ambientai EIA, sendo realizada com a
utilização de diferentes metodologias. O método de avaliação proposto com
Sorensen, no início da década de 70 é um exemplo de:

a) Rede de interação.

b) Listagem de controle.

c) Matriz de ações e fatores.

d) Modelo de simulação.

e) Superposição de mapas.

80
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3.Sobre os cenários só não podemos afirmar que:

a) A criação de estratégias requer o reconhecimento da imprevisibilidade do


futuro e a disposição para considerar a possibilidade de rupturas e
descontinuidades.

b) Cenários evolutivos procuram analisar possíveis futuros alternativos, com


base numa montagem técnica de combinações plausíveis de
condicionantes e variáveis.

c) Os cenários antecipatórios descrevem um estado futuro do sistema,


omitindo considerações de como chegar lá. Prevê uma situação de
depleção de um recurso natural por exemplo.

d) Os cenários são descrições, histórias de futuro coerentes, internamente


consistentes e plausíveis.

e) N.D.R.A

4.Sobre a metodologia Overlay mapping é incorreto afirmar que:

a) São cartas geradas por superposição de mapas de recursos e usos.

b) O Método é associado à técnica de Sistemas de Informações Geográficas


(SIG) e permite aquisição, armazenamento, análise e representação de
dados ambientais, produzindo a síntese da situação ambiental de uma
área geográfica.

c) Podem ser confeccionadas cartas temáticas, uma para cada fator


ambiental.

d) A Sobreposição de cartas é a apresentação dos mapas em mesma escala e


mesmo padrão de detalhamento.

e) Permite uma boa visualização dos dados, e avalia a magnitude do


impacto.

81
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

5.Sobre a metodologia check list, identifique a afirmativa incorreta:

a) São Listagens de controle.

b) Permite Diagnóstico por comparação de alternativas.

c) Uma das vantagens é o favorecimento na visualização dos fatores, ainda


que não identifiquem a dinâmica entre as características e os impactos.

d) Avalia a magnitude do impacto.

e) N.D.R.A

6.Sobre o método Network, não podemos afirmar que:

a) As redes têm por objetivo as relações precedência entre ações praticadas


pelo empreendimento e os consequentes impactos de primeira e demais
ordens.

b) Apresentam como vantagens o fato de permitirem uma boa visualização


de impactos secundários e demais ordens, principalmente quando
computadorizadas, e a possibilidade de introdução de parâmetros
probabilísticos, mostrando tendências.

c) A sua aplicação é a comparação de alternativas.

d) Uma das vantagens de sua aplicação é possibilitar a abordagem


integrada de impactos e interações.

e) Não detectam: importância relativa dos impactos, aspectos temporais e


espaciais, dinâmica dos sistemas.

82
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

7.Atualmente, existem vários métodos de avaliação de impactos ambientais,


onde cada um apresenta diferente grau de subjetividade na sua aplicação. São
Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais, exceto:

a) Método Ad Hoc.

b) Método da superposição de cartas.

c) Método das listagens de controle.

d) Método das matrizes de interação.

e) Método do prognóstico simplificado.

8.Sobre os métodos utilizados em uma AIA, só não podemos afirmar que:

a) Envolvem, além da inter e multidisciplinariedade exigida pelo tema, as


questões de subjetividade, os parâmetros que permitam quantificação e
os itens qualitativos e quantitativos.

b) Através do emprego destas metodologias torna-se possível observar a


magnitude de importância destes parâmetros e a probabilidade dos
impactos ocorrerem;

c) Um dos objetivos do uso desses métodos é obter dados que aproximem


o estudo de uma conclusão mais realística.

d) Os métodos de avaliação de impacto ambiental não servem de referencia


nos estudos ambientais para se determinar de forma mais precisa a
significância de uma alteração ambiental.

e) Também é usado padronizar e facilitar a abordagem do meio físico, que


em geral leva em consideração vários aspectos.

83
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9.Uma empresa de consultoria ambiental foi contratada para realizar um


estudo de impactos ambientais para a construção de um aterro sanitário.
Identifique um método de avaliação de impactos rápido e barato, que pode ser
empregado no início do levantamento. Com pode ser utilizado?

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10.O que deve ser levado em consideração para se escolher um modelo de


avaliação de impactos ambientais?

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84
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

5 Métodos de AIA II

G
85
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Nesta unidade, serão apresentados diferentes métodos de AIA, discutindo


sobre seus objetivos e aplicabilidades na área de avaliação de impactos ambientais.

Objetivos da unidade:

 Apresentar métodos de AIA;

 Analisar a aplicabilidade dos métodos em estudos ambientais;

 Discutir sobre pontos positivos e negativos de cada metodologia,


auxiliando na seleção das ferramentas mais apropriadas de acordo com a
fase do estudo.

Plano da unidade:

 Matrizes de Interações

 Metodologias Quantitativas

 Modelos de Simulação

 Métodos de avaliação de AIA desenvolvidos para empresas

Bons estudos!

86
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Outros métodos de AIA

Continuando com os principais modelos empregados em avaliação de


impactos ambientais, apresentaremos neste capítulo, os seguintes métodos
investigativos: Matrizes de Interações, Matriz de Leopold, Metodologias
Quantitativas, Métodos de avaliação de AIA desenvolvidos para empresas,
Estatísticas oficiais e Modelos de Simulação.

Matrizes de Interações

As matrizes de interações são técnicas bidimensionais que relacionam ações


com fatores ambientais.

Embora possam incorporar parâmetros de avaliação, são métodos


basicamente de identificação. As matrizes tiveram início a partir da tentativa de
suprir as deficiências das listagens (check-list).

Uma das mais difundidas nacional e internacionalmente foi a Matriz de


Leopold, elaborada em 1971 para o Serviço Geológico do Interior dos Estados
Unidos.

Essa matriz foi projetada para avaliação de impactos associados a quase todos
os tipos de implantação de projetos.

O princípio básico da Matriz de Leopold consiste em, primeiramente, assinalar


todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para, em seguida,
estabelecer em uma escala que varia de 1 a 10, a magnitude e a importância de
cada impacto, identificando se o mesmo é positivo ou negativo.

Enquanto a valoração da magnitude é relativamente objetiva ou empírica, pois


se refere ao grau de alteração provocado pela ação sobre o fato ambiental, a
pontuação da importância é subjetiva ou normativa, uma vez que envolve
atribuição de peso relativo ao fator afetado no âmbito do projeto.

O estabelecimento destes pesos constitui um dos pontos mais críticos, não só


das técnicas matriciais, mas também dos demais métodos quantitativos.

87
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A matriz de Leopold pode ser criticada neste sentido, pois, em sua concepção
primeira não explicita, claramente, as bases de cálculo das escalas de pontuação de
importância e da magnitude.

Outros aspectos criticáveis podem ser apontados, como a não identificação,


analogamente as listas de verificação, das inter-relações entre os impactos, o que
pode levar a dupla contagem ou a subestimativa dos mesmos, bem como a pouca
ênfase atribuída aos fatores sociais e culturais.

Uma questão muito discutida, no uso deste tipo de técnica, é a pertinência ou


não de se calcular um índice global de impacto ambiental resultante da soma
ponderada (magnitude x importância) dos impactos específicos.

Face à diferente natureza dos impactos, alguns autores defendem a não


contabilização de índice global, sugerindo a elaboração de matrizes para diversas
alternativas e a comparação entre as mesmas, em nível de cada efeito significativo
específico.

De qualquer forma, é importante assinalar que o índice global só poderá ser


calculado se houver compatibilização entre as escalas utilizadas para os vários
impactos, já que apenas escalas de intervalo ou razão estão sujeitas a manipulação
matemática.

Assim, efeitos medidos em escalas nominais ou ordinais deverão ser


convertidos naquele tipo de escala.

Como a matriz de Leopold não explicita, em princípio, as bases de cálculo das


escalas, a contabilização do índice, embora útil para indicar o grau global de
impacto de um determinado projeto, não é aconselhável, a não ser que sejam
incorporadas as considerações acima mencionadas.

Baseadas na matriz de Leopold, as matrizes atuais correspondem a uma


listagem bidimensional para identificação de impactos, permitindo, ainda, a
atribuição de valores de magnitude e importância para cada tipo de impacto.

Os impactos positivos e negativos de cada meio (físico, biótipo e sócio-


econômico) são alocados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que
se encontrar o empreendimento (implantação e/ou operação), e com as áreas de
influência (direta e/ou indireta), sendo que alguns impactos podem ser alocados,

88
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

tanto nas fases de implantação e/ou operação, como nas áreas direta e/ou indireta
do projeto, com valores diferentes para alguns de seus atributos respectivamente.

Cada impacto é, então, alocado na matriz por meio (biótico, antrópico e


físico), e cada um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os
impactos são avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com seus atributos.

Os atributos de impacto, com suas escalas nominal (atribuindo qualificações,


por exemplo, alto, médio e baixo) e ordinal (atribuindo uma ordenação
hierarquizada – por exemplo, primeiro, segundo e terceiro graus), possibilitam uma
melhora da análise qualitativa, como se destaca a seguir:

 Tipo de ação – primária, secundária e enésima; definidas respectivamente


como uma simples relação de causa e efeito – como reação secundária em
relação à ação, quando faz parte de uma cadeia de reações, ou como uma
relação enésima em relação à ação.

 Ignição – imediata, médio prazo e longo prazo; definidas como imediata


quando o efeito surge simultaneamente com a ocorrência da ação; e,
quando o efeito se manifesta com certa defasagem de tempo em relação à
ação, esta variação é considerada como de médio ou longo prazo.

 Sinergia e criticidade – alta, média e baixa; definidas como o nível de


interatividade entre os fatores, de modo a aumentar o poder de
modificação do impacto.

 Extensão – maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas


respectivamente quando o impacto sobre o subsistema abrange uma área
maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica em questão.

 Periodicidade – permanente, variável e temporária; definidas


respectivamente quando os efeitos não cessam de se manifestar enquanto
durar a ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto
tempo vai durar um determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem
duração limitada.

 Intensidade – alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação


impactante.

89
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Os estudos nominais e ordinais dos atributos são utilizados para determinação


da magnitude e importância dos impactos, sendo a magnitude, a medida de
gravidade de alteração do valor de um parâmetro ambiental.

Dessa maneira, a magnitude é a soma dos valores determinados para os


atributos extensão, periodicidade e intensidade.

Já, a importância do impacto, segundo Bisset (1986), é a medida de


significância de um impacto. Logo, a importância é o resultado da soma dos
valores de magnitude e dos atributos de ação, ignição e criticidade.

Os componentes de cada fase do empreendimento e por área de influência


apresentam também uma magnitude e importância médias de impactos positivos
e negativos que são calculados.

Finalmente, a magnitude por meio (físico, biótico e antrópico ou


socioeconômico) é a média das magnitudes totais e a importância dos impactos
em cada meio e é representada pela média das importâncias totais de cada
subsistema ambiental.

O método permite uma fácil compreensão dos resultados; aborda fatores


biofísicos e sociais; acomoda dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer
boa orientação para o prosseguimento dos estudos e introduzir
multidisciplinaridade.

Metodologias Quantitativas

Os métodos quantitativos pretendem associar valores às considerações


qualitativas que possam ser formuladas quando da avaliação de impactos de um
projeto.

Um dos métodos quantitativos mais importantes foi o apresentado pelo


Battelle Columbus Laboratories, em 1972, para o US Bureau of Reclamation.

O método utiliza, basicamente, indicadores de qualidade ambiental expressos


por gráficos, que relacionam o estado de determinados compartimentos ou
segmentos ambientais a um estado de qualidade variando de 0 a 1.

90
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Os indicadores são denominados como parâmetros, oferecendo 71 gráficos


de qualidade ambiental a eles relacionados. Utiliza, ainda, um peso relativo para
cada fator, comparando-os sob um julgamento subjetivo.

Por fim, estipula, para cada parâmetro considerado, a diferença entre o


referido produto e o peso relativo do parâmetro considerado.

A diferença entre o referido produto e o peso relativo do parâmetro


considerado na fase anterior ao empreendimento e o produto verificado em cada
fase do empreendimento (implantação e operação), determina os impactos que
poderão ser gerados pelo projeto.

A determinação do grau de impacto líquido para cada parâmetro ambiental é


dada pela expressão:

Onde:

UIA = unidade de impacto ambiental

UIP = unidade de importância

QA = índice de qualidade ambiental

A contabilização final é feita através do cálculo de um índice global de


impacto, dado pela diferença entre a unidade de impacto ambiental total com a
realização do projeto e a unidade de impacto ambiental sem a realização do
projeto, ou seja:

UIA com projeto – UIA sem projeto = UIA por projeto

UIA = UIP X QA

O método Batelle apresenta a vantagem de suprir os analistas com boas


informações para caracterizar uma dada situação ambiental, com termos de
previsão dos impactos que possam ser gerados. A subjetividade do método pode
ser diminuída pelo uso de técnicas Delphi, utilizando equipes multidisciplinares.

Há um programa que pode ser baixado em versões mais antigas, excelente


para trabalhar com banco de dados. Saap é um tipo de software na linguagem

91
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

DELPHI. 2006. É usado para calcular os impactos ambientais de determinados


poluentes e estudar o ciclo de vida dos produtos.

Modelos de Simulação

São modelos relacionados à inteligência artificial ou modelos matemáticos,


destinados a representar, tanto quanto possível, o comportamento de parâmetros
ambientais ou as relações e interações entre as causas e os efeitos de determinadas
ações. São bastante úteis em projetos de usos múltiplos e podem ser utilizados
mesmo após o início de operação de um projeto.

São, assim, capazes de processar variáveis qualitativas e quantitativas e


incorporar medidas de magnitude e importância de impactos ambientais. Podem
se adaptar a diferentes processos de decisão e facilitar o envolvimento de vários
participantes no referido processo. Requerem pessoal técnico experiente, bem
como exigem programas e emprego de equipamentos apropriados e
dispendiosos.

Outras empregabilidades: ramo de petróleo, ramo de mineração. Cenários


exploratórios são modelos matemáticos que permitem ter uma projeção do tempo
estimado para depleção dos recursos a serem explorados e também da quantidade
dos mesmos em determinadas regiões.

Isso permite estimar se, realmente, compensa o investimento de exploração.

Pode ser utilizado na Previsão de Cenários futuros, na prevenção de riscos


ambientais, evitando acidentes.

Porém, observam-se, por vezes, dificuldades quanto à comunicação e,


consequente, entendimento do público, gerando imperfeições para futuras
decisões. O público leigo não entende muito bem; muitas vezes não aceita os
resultados tendenciosos a catástrofes.

Observa-se a existência de limite de variáveis a serem estudadas, sendo


necessário, portanto, qualidade de dados para alimentação dos modelos.

92
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Tendência a utilizar relações simplificadas no meio ambiente: ou por


complexidade dos fenômenos ou por calibração do modelo.

Estatísticas oficiais

As estatísticas oficiais são documentos divulgados por órgãos


governamentais. Estes dados são disponibilizados em sites oficiais tais como: IBGE,
CLIMATEMPO, INMET, INPE, entre outros. A compilação de dados sempre deve
mencionar a sua fonte e data de pesquisa.

Sites oficiais podem conter dados desatualizados e é importante sempre


verificar em mais de uma fonte um determinado dado.

Métodos de avaliação de AIA desenvolvidos para empresas

Alguns métodos de AIA possuem patente e uso exclusivo de grandes


empresas, tais como softwares que são desenvolvidos exclusivamente para
empresas específicas.

Muitos softwares ajudam a levantar dados sobre aspectos e impactos


ambientais, auxiliando na parte de controle ambiental, nos inventários de resíduos
e poluentes hídricos e atmosféricos, entre outras funções.

Algumas destas ferramentas, quando utilizadas por órgãos governamentais,


são disponibilizadas para uso da população.

Já, os softwares, quando a tecnologia e/ou a versão se encontram


ultrapassados, são disponibilizados gratuitamente para uso.

Quais fontes podem ser consultadas para realização de avaliação de


estudos ambientais?

Qualquer método a ser empregado em estudos ambientais deve ser testado e


validado cientificamente.

A metodologia empregada deve ser descrita, assim como a referência


bibliográfica consultada.

93
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Em estudos científicos devem ser utilizadas referências científicas sendo


válidas: teses de doutoramento, dissertações de mestrado, artigos científicos, anais
de congresso, divulgações científicas de revistas técnicas e livros para caracterizar o
levantamento como um trabalho técnico científico valorando os relatórios
ambientais.

Qualquer que seja a fonte de informação a ser empregada (baseada nas


possibilidades descritas), os dados levantados devem conferir relevância de
informações, que devem ser atualizadas, caso seja necessário, será preciso
completar os dados com certa regularidade, utilizar sempre valores de referência. A
apresentação dos dados deve ser clara e objetiva, a redação deve evitar
redundâncias, os dados apresentados devem apresentar conformidade temporal,
representatividade e conectividade.

Em outras palavras, há muitos estudos de impacto ambiental que apresentam


falhas estruturais e comprometem a qualidade dos documentos elaborados, o que
poderia ser, simplesmente, corrigido seguindo essas orientações presentes em
livros da área de avaliação de impactos ambientais.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

94
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 5

1.Em relação à matriz de Leopold, não é correto afirmar que:

a) Foi concebida pelo US Geological Survey;

b) Matrizes em geral possibilitam o cruzamento de informações em linhas e


colunas, possibilitando a correlação de impactos ambientais;

c) Podem ocorrer dificuldades para se fixar critérios de relevância para


indicadores ambientais;

d) A utilização de matrizes em estudos ambientais não apresenta o risco da


subjetividade;

e) A utilização de uma grande quantidade de informações em uma matriz


pode gerar dificuldades de interpretação de resultados.

2. Assinale a alternativa incorreta em relação a métodos de AIA:

a) Os cenários temporais podem ser descritos gráfica e cartograficamente;

b) É comum que cenários futuros sejam obtidos por meio de modelagem;

c) A modelagem é matemática, sendo possível a consideração de inúmeros


fatores;

d) Uma das desvantagens dos métodos matemáticos é a complexidade e


dependência demasiada de dados mensuráveis;

e) A escolha do procedimento independe do caminho metodológico


definido no planejamento.

95
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3. Marque a opção incorreta em relação as redes de interação:

a) Consistem em esquemas que representam o seguimento de operações


entre os elementos de um projeto;

b) As redes de interações buscam estabelecer relações de precedência


entre ações de um empreendimento e os impactos por ele causados,
sejam de primeira ou segunda ordem;

c) Essa metodologia visa o estabelecimento de uma sequência de


impactos ambientais provenientes de determinada intervenção,
representando-os utilizando gráficos. As mesmas, mas não podem ser
utilizadas para orientar as medidas a serem propostas para a
minimização dos impactos observados;

d) Os métodos de redes de interações estabelecem relações do tipo causa-


condição-efeito, propiciando, relativamente, uma apreciável e sucinta
identificação dos impactos e suas inter-relações, assim como a
identificação dos impactos indiretos e suas inter-relações. Além disso,
identifica impactos indiretos e secundários de forma subsequente ao
impacto principal;

e) Apresenta como desvantagem o fato de não detectar aspectos


temporais, dinâmica do sistema e importância relativa dos impactos.

4.Sobre os modelos de simulação só é possivel afirmar que:

a) Consistem em modelos de simulações computadorizadas com o uso de


inteligência artificial ou modelos matemáticos, destinados a reproduzir
tanto quanto possível o comportamento de parâmetros ambientais ou
as inter-relações entre as causas e os efeitos de determinadas ações.

b) É um método de baixa utilidade em projetos de usos múltiplos.

c) Em geral, essas simulações são incapazes de processar variáveis


qualitativas e quantitativas e incorporar medidas de magnitude e
importância de impactos ambientais, além de se adaptarem a

96
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

diferentes processos de decisão e facilitar o envolvimento de vários


transformadores nestes processos.

d) Este método não requer profissionais técnicos e experientes, não


exigindo programas e o emprego de equipamentos apropriados, o
que torna a ferramenta barata e atrativa.

e) Para tal, comumente se observam dificuldades quanto à comunicação e


o entendimento do público, gerando imperfeições e distorções de
ideias para futuras decisões.

5.Assinale a alternativa que menciona o ponto crítico da metodologia


qualitativa:

a) Julgamento objetivo

b) Abordagem subjetiva

c) Interpretação organizada de grande quantidade de variáveis


quantitativas e qualitativas

d) Além de ser um método rápido para análises de impacto, esse é


também favorável ao suprimento dos analistas com boas informações
para caracterizar uma determinada situação ambiental e prever
impactos.

e) N.D.R.A

6. A metodologia de matriz de Leopold:

a) É baseada nas listagens descritivas

b) Utiliza os critérios de magnitude e de importância para quantificar o


impacto

c) Atribui no máximo o valor de 100 para cada variável

d) Tem condições de avaliar riscos

e) Permite a visualização dos impactos positivos

97
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

7.Corresponde a um exemplo de técnica ou método que permite evidenciar as


conexões de dependências entre os diferentes impactos resultantes das ações de
um projeto, de modo a mostrar o relacionamento dos impactos diretos ou
primários com os impactos indiretos ou de ordem inferior, a(o):

a) Superposição de cartas

b) Matriz de Leopold

c) Rede de Sorensen

d) Listagem Descritiva

e) Método de Battelle

8. Este método utiliza, basicamente, indicadores de qualidade ambiental


expressos por gráficos que relacionam o estado de determinados compartimentos
ou segmentos ambientais a um estado de qualidade:

a) Método Battelle

b) Check list

c) Matriz de Leopold

d) Network

e) N.D.R.A

9.De que forma as metodologias de AIA auxiliam os estudos ambientais?

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98
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

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10.Qual a proposta da superposição de cartas e qual sua possível aplicação?

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99
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

100
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

6
Análise de Estudos de
Impactos Ambientais e
Etapa de
Acompanhamento de EIA

101
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Nesta unidade, serão discutidos os principais problemas identificados por


especialistas ambientais em relação à elaboração EIA/RIMA’s produzidos no Brasil.
O capítulo também se destina a apresentar as etapas de acompanhamento das
atividades potencialmente impactantes ao meio ambiente, fazendo uma análise
sobre as principais ferramentas empregadas no controle ambiental.

Objetivos da unidade:

 Reconhecer falhas comumente identificadas em estudos de impactos


ambientais;

 Conhecer métodos de realização de monitoramento ambiental;

 Discutir os critérios necessários para a elaboração de um plano de


monitoramento com vistas à redução dos impactos e sustentabilidade
ambiental.

Plano da unidade:

 A qualidade dos estudos de impactos ambientais no Brasil

 Acompanhamento dos processos deferidos de licenciamento ambiental

 Plano de monitoramento ambiental

Bons estudos!

102
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A dos estudos de impactos ambientais no Brasil


Conforme abordado no capítulo 2, os estudos de impacto ambientais
constituem documentos solicitados durante processos de licenciamento
ambiental, para a análise técnica dos órgãos ambientais.

Estes estudos envolvem custos no preparo (todos pagos pelo proponente) e


devem possuir linguagem técnico-científica, bem como reunir o máximo de
informações sobre o empreendimento, seus impactos e estratégias de prevenção,
mitigação e controle ambiental.

Assim como nas últimas décadas houve um intenso crescimento nos


processos de licenciamento ambiente, ocorreu um avanço de uma nova área
ambiental, a de consultoria ambiental. Existem empresas de consultoria ambiental
especializadas na elaboração de EIA’s/RIMA’s.

Ocorre que devido à necessidade crescente de se autorizarem novos


empreendimentos, a fim de propiciar o crescimento social e econômico do país,
muitas vezes, estes documentos não vêm sendo elaborados com a qualidade e
rigor esperados, apresentando problemas estruturais, estratégicos e táticos.

Os erros estruturais são aqueles associados à organização do texto e a


dificuldade em se localizar quadros e figuras relacionadas corretamente a texto.
Muitas vezes há dificuldade em se encontrar informações relevantes.

Os erros estratégicos são associados ao uso de linguagem altamente


especializada, que, por vezes, dificulta a avaliação dos documentos. O que gera
pouca compreensão textual. Pode ocorrer como tática para deixar de abordar
questões relevantes. É importante ressaltar que o estudo de impacto ambiental
deve aprofundar questões ambientais, mas não com linguagem de teses
acadêmicas (cuja compreensão envolve leitura de equipe Ad hoc na área).

Os erros táticos dizem respeito aos erros de português, concordância verbal,


erros ortográficos, entre outros. Prejudicam a leitura e o sentido que se quer dar ao
conteúdo, além de provocar distração e irritação e obstáculo à compreensão.

Os critérios de análise ambiental variam de acordo com o órgão ambiental


responsável pelo licenciamento.

103
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Utilizam diferentes padrões para avaliação, dependendo do órgão ambiental,


fica a critério de cada técnico, ou seja, não existe um padrão universal para análise
de EIA.

A falta de critérios universais para o julgamento da qualidade dos estudos


ambientais dificulta o processo de análise ambiental. O que pode contribuir para
aprovação de projetos com diferentes níveis de aprofundamento, maiores riscos de
impactos e acidentes ambientais e questionamentos jurídicos e anulações de
licenças previamente concedidas.

Outro problema que se tornou comum são Rimas mal escritas, pois não
cumprem com o seu papel de informar e orientar a população através de
linguagem informal, com texto claro e objetivo, sobre as características do projeto,
seus impactos positivos, adversos, bem como as estratégias preventivas e os
planos de controle ambiental, evitando riscos ambientais.

Acompanhamento dos processos deferidos de


licenciamento ambiental

Após ser deferido um processo de licenciamento ambiental devem iniciar-se,


imediatamente, as ações de controle de impacto ambiental. A implementação das
mesmas é de responsabilidade das empresas, que devem investir em máquinas,
equipes técnicas ligadas à área ambiental e tecnologias que possibilitem,
continuamente, a redução dos impactos ambientais vinculados a um tipo
específico de atividade.

O problema é que depois de implantado o grau de monitoramento, por parte


das empresas, não é o esperado.

A etapa de acompanhamento em processos de licenciamento ambiental é de


grande relevância para a prevenção de riscos ambientais.

O monitoramento ambiental é realizado tanto pelos órgãos ambientais como


pelas empresas, sendo coletados dados ambientais, de caráter voluntário ou
obrigatório. São ações voluntárias aquelas voltadas à prevenção de danos
ambientais, que não estão sendo cobradas pelas políticas públicas.

104
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Já, as medidas obrigatórias estão previstas na legislação ambiental e o seu não


cumprimento acarreta em multas ambientais, suspensão de licenças ambientais e
cancelamento em casos mais sérios, envolvendo responsabilidade civil e
administrativa sobre danos.

Os órgãos ambientais realizam inspeções semestrais nas cidades, mas no


Brasil, a grande extensão territorial e o baixo contingente de trabalhadores
associados aos órgãos ambientais, dificultam a vistoria de todas as atividades.

Desta forma, fica difícil verificar se os termos presentes no documento EIA, de


fato, estão sendo empregados.

O que podemos associar ao processo de monitoramento é que: um EIA bem


escrito, é um documento que orienta inclusive ações de controle ambiental.

Muito do que é escrito não é passível de monitoramento. Exemplo: o


empreendedor diz que vai realizar o monitoramento, mas, não diz como.

Às vezes, existem mais de 4 tipos de recursos tecnológicos que podem ser


empregados, com custos e resultados também diferenciados. Ao não inserir no
documento o modelo, ou seja, a tecnologia a ser empregada, a empresa se
compromete em utilizar aquela técnica e por esta razão, não costumam informar,
utilizando, na maioria das vezes, alternativas mais viáveis economicamente.

Quanto mais sistemático o EIA, mais elucidativo e em contrapartida, mais fácil


de ser cobrado por órgãos ambientais.

Ao não se informar determinados impactos, por exemplo, um EIA simplifica


impactos potenciais e reais, associados ao empreendimento e dificulta a cobrança
pelos órgãos competentes.

O empreendedor deve reconhecer seu compromisso em realizar o controle da


poluição, promovendo o desenvolvimento sustentável.

Utiliza-se para a etapa de acompanhamento dos empreendimentos


licenciados algumas ferramentas que são: o monitoramento, a supervisão, a
fiscalização ou auditoria e a documentação e análise.

Monitoramento

O monitoramento é feito tanto pelos órgãos ambientais como pelas empresas.

105
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Quando feito pelas empresas buscam guardar provas do estado do meio


ambiente, qualidade das águas, do ar, dos solos, biomonitoramento
(monitoramento da fauna e flora local), entre outros.

Quando feito pelos órgãos ambientais buscam confrontar dados


apresentados pelas empresas e dos laboratórios ambientais credenciados ligados à
esfera pública.

Supervisão

A supervisão deve ser contínua e deve ser realizada pelas empresas, com vistas
a apresentar resultados compatíveis àqueles indicados nas legislações ambientais
aplicáveis ao empreendimento.

Fiscalização

A fiscalização, assim como a supervisão, deve ser realizada como atividade


complementar. Podendo ser realizada pela empresa (voluntária) ou pelos órgãos
ambientais competentes (obrigatória).

Auditoria

As auditorias auxiliam na identificação de impactos ambientais e de aspectos


ambientais que possam causar danos ao meio ambiente, possibilitando a
intervenção para correção, mitigação e prevenção de riscos ambientais.

Documentação

A documentação das empresas deve estar sempre em dia com as obrigações


legais, tais como licença de operação em dia, documentação de manifestos de
resíduos, de monitoramento periódico para controle ambiental, entre outros.

Análise

106
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A análise dessa documentação é feita pelos órgãos ambientais competentes


periodicamente.

Para as empresas os índices de impactos ambientais, orientam ações de


controle ambiental. São considerados importantes índices de impactos ambientais
para o setor industrial:

 Histórico dos principais impactos ambientais;

 Conceitos de indicador, aspecto, impacto, monitoramento e desempenho;

 Poluição, Impacto e Degradação Ambiental;

 Indicadores biológicos, físicos, químicos e estéticos;

 Percepção de Impactos;

 Flora como indicador: caracterização e monitoramento;

 Fauna como indicador: caracterização e monitoramento;

 Padrões técnicos e legais;

 A lei observada e a lei transgredida: Crimes Ambientais;

 Sustentabilidade e seus indicadores.

107
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Plano de Monitoramento Ambiental

O plano de monitoramento ambiental deve apresentar parâmetros, que serão


monitorados, localização das estações de coleta, periodicidade das amostragens e
técnicas de coleta, preservação e análise das amostragens.

O plano de monitoramento ambiental deve definir os parâmetros mais


relevantes. Ex. uma indústria de tintas possui um efluente químico que precisa ser
monitorado e devido à volatização de componentes utilizados, a qualidade do ar
também deve ser monitorada.

Definidos os parâmetros, devem ser realizadas pesquisas dos parâmetros


legais. Se desejarmos analisar o ar, não é possível e necessário investigar muitos
poluentes, logo os principais devem ser priorizados. Assim como no esgoto
proveniente da indústria.

Nesta etapa, faz-se uma busca na legislação vigente, para saber se estes
poluentes possuem algum padrão de referência. É válido ressaltar que inexiste
padronização para todos os tipos de poluentes químicos. Para um número
expressivo de critérios, somente encontramos referências em legislações
internacionais.

As empresas que têm preocupação com o desenvolvimento sustentável e


possuem certificações ISO, geralmente balizam seus levantamentos ambientais
com os critérios internacionais, adotando as melhores práticas.

O monitoramento pode ser feito tanto pela empresa (quando esta dispuser de
equipe multidisciplinar especializada na área ambiental), como por empresas
contratadas, desde que sejam laboratórios de análises ambientais cadastrados
junto aos órgãos ambientais.

Os laudos periódicos serão provas da sustentabilidade ou indicarão


necessidade de intervenções com vistas a melhorias na qualidade ambiental, além
de evitar problemas como os órgãos ambientais, durante ações de fiscalização.

108
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

É muito importante utilizar protocolo de experimento padrão, com


equipamento de medição calibrado de acordo com as especificações do fabricante,
e seguindo rigorosamente critérios de coleta em pontos previamente
estabelecidos.

Ao substituir os pontos de referência para coleta de água para análise, podem


ser identificados valores incomuns as amostras, invalidando o método científico.

Assim como as etapas de preservação e análise das amostragens que devem


igualmente seguir o protocolo padrão, para garantir confiabilidade nos resultados
das análises.

Os dados das análises de monitoramento ambiental são categorizados como


documentos e estes devem ser guardados em local de fácil acesso, organizados por
data, preferencialmente em pastas catálogo, para facilitar em caso de fiscalização
sua apresentação.

Os laudos de monitoramento ambiental podem ser questionados pelos órgãos


ambientais, que podem, inclusive, realizar novos monitoramentos para
constatarem em situações específicas, que os dados apresentados são verdadeiros.

A situação é mais comum quando ocorrem denúncias ou acionamento do


ministério público.

Ao realizar o monitoramento ambiental é necessário verificar os impactos mais


significativos do empreendimento e compará-los as previsões que já existiam no
EIA.

É importante traçar planos de redução ou correção destes impactos, inclusive


para situações não previstas, quando na elaboração do EIA.

Quando necessário à empresa deverá investir em recursos tecnológicos de


controle ambiental. O monitoramento ambiental nas empresas deve ser contínuo
para verificação das eventuais não conformidades para que sejam implementadas
as ações corretivas.

Uma empresa pode desenvolver seu monitoramento ambiental baseando-se


nos indicadores ambientais na empresa, tais como:

109
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

 quantidade de combustível utilizado por unidade de produto acabado;

 quantidade de resíduos gerados por unidade de produto acabados;

 quantidade de resíduos reciclados por quantidade de substância


equivalente considerada;

 número de reclamações da comunidade em um dado intervalo de tempo


e consumo de água por número de empregados.

O monitoramento ambiental envolve: a seleção dos setores a serem


pesquisados; acesso as informações junto à empresa;

 Escolha das metodologias de AIA;

 Levantamento de dados primários;

 Levantamento de dados secundários;

 Tratamento dos dados;

 Analisar aspectos ambientais, impactos e medidas corretivas, preventivas


e mitigadoras;

 Descrição da atividade;

 Utilização da metodologia network;

 Identificar tecnologias utilizadas no processo;

 Identificar possíveis problemas;

 Coletar informações com funcionários;

 Aplicar checklist adequado para cada setor;

 Identificar matérias-primas e principais resíduos;

 Traçar medidas corretivas;

 Identificar riscos ao meio ambiente e a saúde humana.

110
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Processo de produção

 De onde vem a matéria-prima?

 Onde é estocado e pesado?

 Número de funcionários por setor e atividade laboral;

 Características da produção;

 Custos com matéria prima;

 Preparo do produto ou material.

Triagem de dados

No processo de triagem geralmente são visualizados pontos positivos e


negativos do processo de produção. Podem ser levantados os seguintes dados:

 Registros fotográficos são necessários;

 Inventário dos resíduos gerados;

 Revisão bibliográfica sobre os aspectos mais importantes

 Identificação de falhas no processo de licenciamento ambiental é


indispensável.

Focos de avaliação

 Água – água consumida por ano e por unidade

 Energia – tipo de energia usada por ano e unidade

 Materiais ou matéria-prima reciclados, reutilizados

 Resíduos sólidos – resíduos perigosos, recicláveis ou reutilizáveis

 Resíduos líquidos – volume de efluente por ano e unidade

 Emissões – tipos de poluentes

 Identificação dos principais riscos à saúde humana

 Identificação de tecnologias para o controle da poluição

111
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

112
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Exercícios – Unidade 6

1.Em relação aos estudos de impacto ambiental elaborados no Brasil, só não


podemos afirmar que:

a) Interesses políticos do país interferem em muitas decisões sobre


processos de licenciamento ambiental;

b) Os estudos de impactos ambientais produzidos no país apresentam


diferentes padrões de qualidade técnica;

c) Alguns erros encontrados nos estudos de impacto ambiental são


intencionais;

d) A documentação EIA deve apresentar linguagem técnico cientifica;

e) Os critérios para análise de estudos de impacto ambiental no Brasil pelos


órgãos ambientais competentes são universais.

2.Identifique a opção que representa um erro tático relacionado à elaboração


de estudos de impactos ambientais:

a) texto com referência a quadro não fornecido;

b) foto sem foco e tirada em dia nublado que não expressa a realidade da
área a ser impactada por uma atividade;

c) omissão de informações sobre impactos ambientais relevantes;

d) causam dificuldade de compreensão do sentido textual

e) utilização de linguagem muito técnica que torna difícil a leitura do


documento;

113
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

3.Quanto a uma análise de um erro estratégicos em estudos de impacto


ambiental devemos reconhecer que:

a) A função do EIA não é atender a uma lista de verificação, mas tornar seu
conteúdo disponível, de forma clara e concisa, que permita uma
discussão pública sobre o projeto e os impactos envolvidos.

b) Há uma tendência a se divagar sobre o assunto, esquecendo-se que o EIA


tem como objetivo comunicar informações sobre comunicar sobre
possíveis impactos ao possíveis impactos ao meio ambiente, sejam meio
ambiente, sejam eles positivos ou negativos.

c) Estes erros são ainda piores quando prejudicam a leitura e o sentido que
se quer dar ao conteúdo.

d) A tarefa de evitar tais dificuldades cabe ao órgão ambiental responsável


pelo processo de licenciamento.

e) N.D.R.A

4.Assinale a opção que não representa uma característica que um bom


relatório de impacto ambiental deve conter:

a) Ser conciso e cuidar da diagramação;

b) Informar o leitor de forma suficiente, utilizando jargões técnicos e


explicando os mais usuais, bem como remeter para os anexos às partes
detalhadas;

c) Utilizar com coerência palavras e conceitos, definindo o significado de


termos subjetivos;

d) Anunciar os objetivos de cada capítulo no seu início e finalizar com


resumo e apresentação do capítulo seguinte;

e) Padronizar a apresentação, numerando e chamando no texto figuras,


tabelas, ilustrações, capítulos, seções e subseções, e inserindo-as logo
após a chamada;

114
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

5.Assinale a opção que representa um problema de erro estrutural:

a) Dificuldade de o analista ambiental encontrar as informações relevantes


requeridas, muitas vezes perdidas ao longo do texto.

b) A maioria dos estudos atende os itens do termo de referência,


preocupado mais em mostrar que todos os itens foram contemplados do
que com o conteúdo e análise das informações.

c) Excesso de informações detalhadas no texto, as quais poderiam ser


deixadas para listas de anexos, facilmente consultadas por quem tem
interesse no detalhe.

d) Confunde o leitor em relação ao sentido que se deseja dar ao conteúdo.

e) N.D.R.A

6.Assinale a alternativa correta sobre o monitoramento ambiental:

a) Prevê a realização de uma investigação simples de variáveis ambientais,


sendo adotados os métodos descritos no estudo de impacto ambiental.

b) O monitoramento segue um planejamento prévio, ao longo de um


tempo e de um espaço indeterminados e utiliza métodos que possam ser
comparados e padronizados.

c) O monitoramento não permite avaliar a eficiência de eventuais medidas


preventivas ou mitigadoras.

d) O monitoramento ambiental consiste na realização de medições e/ou


observações específicas de um contaminante químico ou de alteração na
biota, que podem estar ocorrendo em determinado local ou região.

e) N.D.R.A

115
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

7.Quanto ao monitoramento ambiental é incorreto afirmar que:

a) É supervisionado pelos órgãos ambientais competentes;

b) Os dados de monitoramento ambiental da empresa podem ser


confrontados com novas amostragens ambientais realizadas a pedido dos
órgãos ambientais;

c) O Ministério Público pode questionar dados de monitoramento


ambiental;

d) As empresas podem manipular e fraudar laudos ambientais na tentativa


de evitar problemas com os órgãos ambientais;

e) O monitoramento ambiental de uma atividade, bem como a seleção dos


métodos empregados não tem relação com o processo de licenciamento
ambiental.

8.Quanto à etapa de acompanhamento dos processos de estudos de impactos


ambientais só não podemos afirmar que:

a) A supervisão, a fiscalização e a auditoria são atividades complementares;

b) A supervisão deve ser continua;

c) O monitoramento, a fiscalização ou alguma denúncia podem indicar um


problema ou uma não conformidade legal

d) A documentação envolve o registro de alguns resultados de


monitoramento ambiental.

e) A fiscalização muitas vezes se faz por amostragem, sendo discreta

116
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9.Você foi contratado por uma grande mineradora. Uma das atribuições de
engenheiros ambientais é a gerência de documentação da empresa. Identifique e
correlacione os tipos de documentos que ficam a cuidado da engenharia
ambiental e a relevância da organização dessas documentações ligadas para a
empresa.

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10.Em que devem ser basear os critérios para construção de indicadores


ambientais em uma empresa?

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Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

118
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Considerações finais

Os assuntos tratados neste livro refletem, apenas, as principais metodologias


empregadas em estudos ambientais. À medida que novas teses de Doutorado ou
dissertações de Mestrado são produzidas contribuem para a divulgação de novos
métodos investigativos, assim como a publicação de artigos e trabalhos de
pesquisa em anais de congresso e simpósios. O que confere aos métodos
apresentados nessas publicações a credibilidade para poderem ser utilizados, por
ter sido validados e reconhecidos pela comunidade científica. O conhecimento na
área ambiental é dinâmico e evolui a cada dia, permitindo avanços no diagnóstico
ambiental e na identificação, previsão e prevenção de impactos ambientais.

Esperamos que os assuntos selecionados neste aqui possam colaborar para


um olhar multidisciplinar e abrangente em relação aos inúmeros impactos
ambientais associados a atividades humanas.

Bons estudos!

119
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Conhecendo o autor

SHEILA DE LIRA FRANKLIN - Possui graduação em Ciências Biológicas pela


UERJ, doutorado em Ciências, mestrado em Engenharia Ambiental e especialização
em Química Ambiental, pela mesma instituição. Atua nas seguintes áreas de
concentração: microbiologia ambiental, avaliação de impactos ambientais,
controle ambiental, gestão ambiental, biossegurança, qualidade do ar de
interiores, saúde ocupacional e educação ambiental. Atualmente, é professora dos
cursos de: Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Ciências Biológicas da
Universidade Salgado de Oliveira.

120
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Referências

A ANÁLISE e o uso das metodologias de avaliação de impacto ambiental em


estudos realizados no Ceará. Disponível em:
<http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vi_en/artigos/mesa3
/aanalise_uso_metodologias_avaliacao_impacto_ambiental.pdf>. Acesso em: 10
maio 2016.

BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do


desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson. 2005.

CREMONEZ E. et al. Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no


Brasil. Revista Monografias Ambientais – REMOA, v.13, n.5, dez. 2014, p.3821-
3830 Revista do Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria.
Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-
2.2/index.php/remoa/article/viewFile/14689/pdf>. Acesso em: 10 maio 2016.

SÁNCHEZ, L. H. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São


Paulo: Oficina de Textos, 2013.

121
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

122
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

A
nexos

123
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Gabaritos

Unidade 1

1)d

2) d

3) c

4) b

5) e

6) b

7) a

8) d

9) As medidas mitigadoras são as práticas mais empregadas nos planos de


gestão ambiental que buscam alternativas para compensação ambiental por serem
mais baratas.

Já, as medidas corretivas por serem mais onerosas, infelizmente não são as
mais empregadas como alternativas de controle ambiental, pois envolvem
investimentos de ponta, como aquisição de filtros de ar, instalação de sistemas,
substituição de maquinário ou técnica obsoleta empregada na cadeia de
produção, entre outros.

10) A avaliação de impactos ambientais é complexa e abrange necessidade de


detalhamentos em diferentes áreas das ciências e o enfoque multidisciplinar veio a
enriquecer a análise ambiental, tornando-a mais ampla e completa.

124
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

Unidade 2

1) c

2) c

3) b

4) b

5) d

6) c

7) a

8) c

9) A Lei 10.165/00 criou a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA,


que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para o
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de
recursos naturais.

10) As audiências públicas constituem o mecanismo legal de participação


popular nos processos de AIA conforme a Resolução Conama 09 de 03 de
dezembro de 1987. Através da etapa de consulta pública, no processo de
licenciamento ambiental a população pode levantar questionamentos que serão
apurados pelos órgãos ambientais competentes.

Unidade 3

1) d

2) c

3) a

4) d

125
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

5) b

6) b

7) e

8) c

9) O planejamento tem finalidade de reduzir o tempo gasto no levantamento


de dados e os custos orçamentários previstos no projeto, além de garantir maior
eficiência e qualidade na coleta de dados e elaboração do trabalho final.

10) Sim. O diagnóstico ambiental deve conter informações da situação


ambiental anterior à instalação de um empreendimento com vista no posterior
acompanhamento da qualidade dos mesmos fatores, no tempo e espaço. O que
permite analisar como o empreendimento pode contribuir para impactos positivos
e de que forma pode reduzir os riscos de causar impactos, ou ainda reduzir a
fragilidade dos ecossistemas de entorno.

Unidade 4

1) e

2) a

3) b

4) e

5) d

6) c

7) e

8) d

126
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9) Numa fase inicial de avaliação de impactos ambientais, a listagem


representa um dos métodos mais utilizados em AIA. Consiste na identificação e
enumeração dos impactos, a partir da diagnose ambiental realizada por
especialistas dos meios físico, biótico e socioeconômico.

Os especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes das fases de


implantação e operação do empreendimento, categorizando-os em positivos ou
negativos, conforme o tipo da modificação antrópica que esteja sendo introduzida
no sistema analisado.

10) Devido à diversidade de métodos de AIA existentes, onde muitos não são
compatíveis com as condições socioeconômicas e políticas do Brasil, faz-se
necessário que sejam selecionados sob as próprias condições, muitas vezes até
adaptando-os através de modificações e/ ou revisões, para que sejam realmente
úteis na tomada de decisão de um projeto. Fica, então, a critério de cada equipe
técnica usuária a seleção daquele(s) método(s) mais apropriado(s), ou parte(s)
dele(s), de acordo com as atividades propostas.

Unidade 5

1) d

2) e

3) c

4) a

5) b

6) b

7) c

8) a

127
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

9) O estudo de metodologias de Avaliações de Impacto Ambiental permite


maior conhecimento e melhor entendimento das funções, utilidades e aplicações
de cada um dos diferentes métodos disponíveis, tais como os aspectos negativos
relacionados à subjetividade de cada um deles. As informações técnicas destes
métodos podem auxiliar profissionais da área de avaliação de impacto ambiental
na escolha ou na fusão das melhores metodologias a serem aplicadas, visando que
sejam compatíveis com a natureza do empreendimento ou fator causador de
alterações ambientais que se deseja estudar. Conhecendo-se tais metodologias é
possível obter uma avaliação mais precisa e confiável dos impactos gerados,
mitigando aqueles que forem negativos ao meio ambiente.

10) A superposição de cartas consiste em uma metodologia cartográfica


desenvolvida no âmbito do planejamento territorial. Procura-se adaptar essas
técnicas para aplicá-las na avaliação de impactos ambientais, visando à localização
e a identificação da extensão dos efeitos sobre o meio através do uso de fotografias
aéreas sobrepostas.

Unidade 6

1) e

2) d

3) b

4) b

5) a

6) d

7) e

8) d

9) A documentação das empresas deve estar sempre em dia com as


obrigações legais, tais como licença de operação da empresa e de empresas

128
Avaliação de Aspecto e Impacto Ambiental

parceiras (contratadas), documentação de manifestos de resíduos, de


monitoramento periódico para controle ambiental, entre outros.

A organização dessa documentação deve ser na sede da empresa, em pastas


catálogo, em local de fácil acesso. Os documentos não podem ser plastificados,
devem existir originais e cópias.

Sendo indispensável à apresentação das mesmas quando, solicitados pelos


órgãos ambientais.

Auditorias internas e externas auxiliam no processo de organização,


identificando não conformidades e contribuindo para tais melhorias na área de
controle ambiental, que consequentemente contribuem para reduzem problemas
com os órgãos ambientais.

10) Os critérios para a construção de indicadores ambientais devem refletir a


realidade da empresa, ou seja, deve levar em consideração suas atividades, etapas
e processos mais impactantes ao meio ambiente e deve ter como meta
permanente a redução e o controle desses problemas.

129

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