Você está na página 1de 186

Fisiologia

2ª edição

Administração Financeira

Wagner de Barros Filho

Leonardo Soares Francisco De Almeida

1
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Wagner de Barros Filho
Revisão do conteúdo: Leonardo Soares Francisco de Almeida
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói.

B277a Barros Filho, Wagner de.


Administração financeira / Wagner de Barros Filho ; revisão de
Leonardo Soares Francisco de Almeida e Rafael Dias de Carvalho
Moraes. 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO : Departamento de Ensino
a Distância, 2017.
186 p. : il.

1. Administração financeira. 2. Capital de giro -


Administração. 3. Financiamento. 4. Capital (Economia). 5.
Investimentos. 6. Valor econômico agregado. 7. Ensino à
distância. I. Almeida, Leonardo Soares Francisco de. II. Moraes,
Rafael Dias de Carvalho. III. Título.
CDD 658.15

Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
Administração Financeira

Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa


modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável
pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD!


Professora Marlene Salgado de Oliveira
Reitora.
Administração Financeira

4
Administração Financeira

Sumário

Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 

Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 

Unidade 1 - Conceitos e Definições Sobre Administração Financeira ........................ 13 

Unidade 2 - Administração do Capital de Giro.................................................................. 59 

Unidade 3 - Fontes de Financiamentos .............................................................................. 89 

Unidade 4 - Custo de Capital, Estrutura de Capital e Dividendos ..............................105  

Unidade 5 - Avaliação de Projetos De Investimentos....................................................121  

Unidade 6 - Valor Econômico Agregado- EVA ................................................................137  

Considerações finais ..............................................................................................................174  

Conhecendo o autor..............................................................................................................175  

Anexos.......................................................................................................................................177  

5
Administração Financeira

6
Administração Financeira

Apresentação da disciplina

Prezado aluno,

É um prazer muito grande recebê-lo para esta jornada em nossa disciplina.

A disciplina Administração financeira permitirá que você conheça uma das


mais importantes e empolgantes áreas de atuação de um gestor: a área de
finanças. Antes de tudo, é bom reconhecer uma empresa como um ambiente
sistêmico e complexo, com suas ramificações, interdependências e relações causa-
efeito cliente-fornecedor. Desta maneira, podemos afirmar que a área financeira
assume importante papel na definição do planejamento estratégico de uma
empresa, já que exerce influência em todas as demais áreas, tais como: marketing,
vendas, produção, logística, pesquisa e desenvolvimento etc. Também é necessário
ressaltar a estreita ligação que a administração financeira mantém com outras duas
áreas do conhecimento, quais sejam: Economia e Ciências Contábeis, já que se
baseia em seus princípios e técnicas para tomada de decisão.

Esta disciplina possibilitará a você os conhecimentos necessários para a


administração do ativo circulante, a avaliação de projetos de investimentos, o
dimensionamento da estrutura de capital, do entendimento dos dividendos e da
utilização do EVA, cada qual com sua particularidade e efeito na condução e
resultados de uma empresa.

Faremos inicialmente uma reflexão acerca da ligação entre a administração


financeira, a economia e a contabilidade, conhecendo o papel da administração
financeira e a interdependência dela com as outras duas ciências.

Em seguida, aprenderemos como lidar com o capital de giro, ou seja, com as


contas pertencentes ao ativo circulante e que grande importância têm na gestão
empresarial.

7
Administração Financeira

Outra questão que trataremos está relacionada às fontes de financiamentos


normalmente utilizadas pelas empresas para fomentar suas atividades, ocasião em
que conheceremos a adequação e o impacto de cada uma nas atividades
cotidianas de um administrador.

Sabemos que todas as empresas possuem uma estrutura de capital e que tal
estrutura possui custos distintos para cada uma das fontes, o que poderá implicar
em maior ou menor resultado conforme a decisão tomada, daí estudarmos
também este assunto.

Na sequência, aprenderemos a avaliar alternativas de projetos de investimento


disponíveis para as empresas, viabilizando comparações entre as opções possíveis
e identificando os resultados estimados, o que por sua vez permitirá a tomada de
decisão pelo investimento, aceitando-o ou rejeitando-o.

Por fim, avaliaremos a capacidade de uma empresa em gerar ou não um valor


agregado, ou seja, identificar se a empresa está perdendo valor, está estagnada ou
se está crescendo economicamente.

8
Administração Financeira

Plano da Disciplina

A disciplina Administração Financeira tem por objetivo básico possibilitar ao


aluno o conhecimento acerca dos principais mecanismos e ferramentas que
auxiliam a gestão das contas pertencentes ao ativo circulante que compõem o
capital de giro e que contribuem para a manutenção de um grau de liquidez
satisfatório. Do lado do passivo, verificaremos as principais fontes de
financiamento disponíveis e mais usuais para que as empresas consigam implantar
e desenvolver suas atividades econômicas, bem como as estruturas de capital
possíveis, seus custos e impactos na gestão empresarial. No que tange às
possibilidades de implantação de novos projetos de investimentos, utilizaremos
ferramentas de cálculos financeiros que viabilizam a avaliação do comportamento
e resultados dos projetos idealizados pelas empresas, significando reais condições
de embasamento técnico para a decisão de investir ou não. Por fim, veremos como
averiguar se uma empresa está ou não em condições de agregar valor em seus
negócios, ou seja, se está ou não crescendo, estagnando ou perdendo sua
capacidade econômica e de valor de mercado.

O objetivo geral da disciplina é permitir ao aluno as condições necessárias


para uma gestão empresarial calcada em técnicas e ferramentas que possibilitem a
maximização de resultados com a necessária liquidez.

A disciplina foi dividida em seis unidades e subdividida em tópicos com o


objetivo de facilitar a compreensão acadêmica do conteúdo. Para tanto,
organizamos a estrutura das unidades de forma clara, esperando, assim, que a
leitura seja de utilidade ampla.

9
Administração Financeira

Unidade 1- Conceitos e definições sobre administração financeira

Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da


administração financeira.

Objetivos:

 Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos


que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da
Contabilidade;

 Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos


da Administração financeira a partir do mercado financeiro e suas
aplicabilidades.

Unidade 2- Administração do capital de giro

Nesta segunda unidade, vamos estudar as principais contas que compõem o


capital de giro de uma empresa, as políticas que podem ser estabelecidas, os
impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais áreas da administração
financeira.

Objetivos:

 Conhecer a administração do ativo circulante.

 Identificar as principais estratégias utilizadas pela Administração


financeira para a gestão do capital de giro.

Unidade 3 – Fontes de financiamento

Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de


financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma
e suas particularidades.

10
Administração Financeira

Objetivos:

 Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis e também a


condição necessária para a tomada de decisão para obtenção da melhor
fonte de financiamento em dado momento de uma empresa.

Unidade 4 – Custo de capital, estrutura de capital e dividendos

Nesta unidade, conheceremos as diversas alternativas de capital e seus


respectivos custos, entenderemos a finalidade da composição de uma estrutura de
capital e as providências relacionadas ao pagamento de dividendos.

Objetivos:

 Identificar as diferentes composições de estrutura de capital;

 Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital;

 Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos.

Unidade 5– Avaliação de projetos de investimento

Na nossa penúltima unidade, estudaremos as condições básicas necessárias


para definição em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo
obviamente amparado pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as
técnicas de avaliação nos permitem.

Objetivos:

 Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos;

 Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a


investir ou não em um determinado projeto.

11
Administração Financeira

Unidade 6 – Indicadores Avançados e modelagem Financeira

E para finalizar a nossa ultima unidade, estudaremos uma grande ferramenta


auxiliar de avaliação no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos
administradores e proprietários das empresas, pois indica se o investimento
realizado está ou não agregando valor ao negócio.

Objetivos:

 Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor


adicionado aos negócios.

 Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em


prol dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico-
financeiro.

Bons estudos.

12
Administração Financeira

1 Conceitos e Definições
Sobre Administração
Financeira

13
Administração Financeira

Prezado aluno,

Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da


Administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os conhecimentos
necessários ao logo desta e das outras unidades, que o permitirá ter bases sólidas
para uma moderna gestão empresarial.

Objetivos da unidade:

 Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos


que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da
Contabilidade;

 Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos


da Administração Financeira;

 Explicar por que a maximização da riqueza, e não a maximização do lucro


é a finalidade da empresa e como as questões de agency estão
relacionadas a ela;

 Reconhecer os Conceitos de Administração Financeira, Finanças, Capital,


Ativo, Passivo, Finanças;

 Compreender a relação entre instituições financeiras e mercados


financeiros, bem como o papel e o funcionamento dos mercados
monetário e de capitais.

Plano da unidade:

 A Administração Financeira, Economia e a Contabilidade.

 As funções do administrador financeiro.

14
Administração Financeira

Administração financeira, Economia e a Contabilidade

A função financeira, de certa forma, existe desde o surgimento do homem, pois


quando as trocas surgiram como meio de garantir a realização de necessidades e
desejos, iniciou-se a função financeira.

Os ganhos e perdas decorrentes das trocas sempre aconteceram, mesmo antes


do surgimento da primeira moeda. As civilizações se faziam valer do escambo
entre mercadorias e produtos como meio de pagamento da própria relação de
troca estabelecida.

A rigor, finanças como conhecimento e ciência apenas foi reconhecida em


decorrência das consequências advindas da Revolução Industrial, ocorrida no
século XVIII. Entretanto, finanças tomaram maior importância e conotação a partir
do início do século XX.

Assim, aquilo que antes só ocorria nas relações de trocas entre poucos, passou
a uma escala mais ampla, com o dinheiro assumindo um importante papel na
evolução do homem e da sociedade.

15
Administração Financeira

Desta forma, os negócios e seus empreendedores puderam se beneficiar com o


desenvolvimento das ciências empresariais, mais precisamente com o advento da
administração financeira, que igualmente se beneficiou com outras áreas do
conhecimento.

Uma empresa deve ser entendida como um ambiente integrado e sistêmico.


Cabe ao administrador procurar suporte científico e técnico que as outras áreas do
conhecimento viabilizam; é a transdisciplinaridade, o que significa conhecimentos de
saberes distintos se complementando de forma integrada e contínua. Antes de tudo,
cabe mencionar que é improvável a qualquer empresa uma pequena dose de
sucesso sem ao menos considerar a interdependência entre três importantes áreas
do conhecimento: a Administração (neste caso, a Financeira), a Economia e a
Contabilidade.

A Administração financeira e a Economia

A macroeconomia e a microeconomia assumem importante papel no


ambiente financeiro das empresas. A macroeconomia possibilita o entendimento
dos ambientes institucional, internacional e global nos quais as empresas
participam e realizam suas atividades. Já no caso da microeconomia, esta contribui
para a identificação e definição das melhores e mais adequadas alternativas de
estratégias operacionais necessárias e indispensáveis para o bom andamento das
atividades empresariais.

16
Administração Financeira

Macroeconomia

Contribui para o entendimento sobre os intermediários financeiros, a estrutura


institucional e funcionamento do sistema bancário, o mecanismo do tesouro
nacional e as políticas econômicas utilizadas pelo governo federal para administrar
o nível de atividade econômica dentro da Economia.

Resumidamente e de forma simplificada, podemos afirmar que a


macroeconomia diz respeito aos fatores e às influências as quais as empresas estão
sujeitas, entretanto sem que as mesmas consigam manter um controle direto.
Significa dizer também que se refere a tudo aquilo que está fora do ambiente
operacional das empresas, extramuros por assim dizer.

Difícil seria acreditar que as empresas atinjam um sucesso financeiro sem que
as mesmas compreendam a magnitude e complexidade do funcionamento do
ambiente econômico.

O administrador deve conhecer o mecanismo de funcionamento das


instituições financeiras objetivando decidir acerca da melhor alternativa de
financiamento e/ou investimento para manutenção de suas atividades. Deve
também acompanhar “os movimentos”, uma política monetária mais restritiva
imposta pelo governo, já que em assim ocorrendo, certamente as condições para
geração de receitas e obtenção de recursos, igualmente também será mais restrita,
portanto afetada.

Ao consideramos que as empresas devem realizar suas atividades no âmbito


macroeconômico, é indispensável ao administrador financeiro que o mesmo tenha
ciência de sua estrutura institucional. Além disso, o administrador financeiro deve
acompanhar e analisar as eventuais consequências advindas de variados níveis de
atividade econômica, já que afetarão diretamente o seu próprio ambiente de
decisão, consequentemente, os resultados da empresa.

17
Administração Financeira

Microeconomia

Tomamos emprestado da microeconomia os conceitos envolvidos nas relações


de oferta e procura, bem como nas estratégias utilizadas pelas empresas em busca
de sua de maximização do lucro.

O administrador, baseado na teoria microeconômica, tomará as melhores


decisões que envolvam a definição do preço ao produto/serviço prestado, a
determinação da mais adequada composição de seus fatores produtivos, bem
como a identificação e definição do melhor nível de vendas.

É importante salientar que compete ao administrador financeiro, em todas as


suas ações, a tomada de decisão visando garantir que as receitas marginais
superem as despesas marginais.

Tal aspecto é fundamentado pelo princípio da análise marginal, ou seja, toda


e qualquer alternativa deve ser analisada e colocada em prática se os resultados
esperados forem superiores aos respectivos custos.

Em resumo, o ambiente financeiro é mais bem entendido com o auxílio dos


conhecimentos de Economia, que indubitavelmente subsidiarão os gestores
financeiros em qualquer tipo de transação em que estejam operando,
principalmente considerando o alto grau de globalização experimentada pelas
empresas contemporâneas.

Sabemos que a concorrência não está mais apenas ali na esquina do mesmo
bairro ou cidade. A concorrência não tem fronteiras e muitas vezes se apresenta
apenas virtualmente através da rede mundial de computadores, razão pela qual os
conhecimentos ofertados pela Economia tornam-se importantes e indispensáveis
aliados do administrador.

18
Administração Financeira

A Administração financeira e a Contabilidade

A Contabilidade é uma importante e indispensável ferramenta de auxílio ao


administrador financeiro. Os dados resultantes de todas as atividades comerciais
desenvolvidas pelas empresas são registrados em sua contabilidade através
daquilo que conhecemos como demonstrações financeiras ou demonstrações
contábeis, nada mais sendo que o registro dos atos e fatos contábeis
experimentados por uma empresa em dado tempo.

Cabe ao gestor, portanto, o domínio das técnicas e normas contábeis utilizadas


e legalmente aceitas.

Para melhor entendermos a correlação entre a Administração financeira e a


Contabilidade devemos considerar que há duas diferenças básicas de perspectiva
entre as mesmas, quais sejam:

1ª) Tomada de decisões

Ao contador cabe a atribuição e responsabilidade de coletar e apresentar os


dados financeiros, ou seja, especificamente providenciar a confecção e o registro
dos atos e fatos contábeis.

Ao administrador financeiro atribui-se a responsabilidade de elaboração de


dados adicionais e complementares aos apresentados pela contabilidade e tomar
as decisões decorrentes das análises que faz acerca das demonstrações financeiras
resultantes das atividades da própria empresa.

2ª) Tratamento de fundos

Enquanto que o contador prepara as demonstrações financeiras baseado na


condição de que as receitas devem ser reconhecidas no momento da própria
transação ocorrida e as despesas quando efetivadas (regime de competência), o
administrador financeiro está mais atento em garantir a solvência da empresa,
viabilizando os fluxos de caixa necessários para garantir a liquidação de suas
obrigações, além de adquirir e financiar os ativos fixos e circulantes necessários
para o bom desempenho operacional da empresa.

19
Administração Financeira

Para o administrador, a principal ferramenta é o caixa. É o caixa que


determinará a hora de se alterar as políticas de compras, as estratégias de estoque,
à mudança na política de cobrança, à definição da concessão de crédito e seus
limites, a definição de novos investimentos etc.

Ao contrário do contador, o administrador financeiro reconhece as receitas e


despesas apenas quando ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há
movimentação de entrada e saída de recursos na empresa (regime de caixa).

A propósito, uma empresa pode manter ótimos os níveis de vendas, mas


”quebrar” por causa de entradas descompassadas e insuficientes de caixa e que
não permitam saldar suas obrigações no exato vencimento. Tal situação, por
incrível que pareça, acomete as empresas de um modo geral, independentemente
de seu porte.

Neste sentido para Gitman (2010), finanças a nível básico e macro representam
o total de origens (Passivo Exigível e Passivo não exigível) e das aplicações de
recursos (Ativo) disponíveis, sendo representados pelo capital de giro e suas
decisões de investimento. Desta forma um sistema financeiro desenvolvido
representa a característica básica para uma nação desenvolvida, nobre e moderna,
representando o papel, o ambiente da administração financeira.

Representam os mercados financeiros facilitam o fluxo de fundos de populações


e investidores e a administração financeira envolve neste processo o uso eficiente
dos recursos financeiros na produção de bens e serviços (GITMAN, 2010).

Para Gitman (2010), estas sociedades estão representadas conforme a tabela


abaixo:

20
Administração Financeira

Figura 01 – Outras organizações com responsabilidade limitada.

Fonte: Gitman (2010).

21
Administração Financeira

Ainda para Gitman (2010), as oportunidades relativas ao sistema financeiro são


representadas conforme abaixo:

 Analista Financeiro – Prepara os planos financeiros e os orçamentos da


empresa, tendo como tarefas e atividades tais como: montar as provisões
financeiras, comparar as Demonstrações Financeiras para análises de
indicadores das origens e aplicações dos recursos;

 Gerente de Investimentos – Avalia, Recomenda a aquisição de ativos.


Atua na implantação de investimentos e sua aprovação relativa ao seu
aspecto financeiro;

 Gerente de Financiamento – Nas empresas maiores controla os


investimentos aprovados, coordena, consulta, controla e assessora os
consultores, projetos e aspectos jurídicos relativos a atividades de
fomento de ordem financeira;

 Gerente de Caixa – Administra e controla o Caixa diariamente, gerencia


atividades de pagamento e de recebimento, aplicações em curto prazo,
coordena os financiamentos em curto prazo e o relacionamento
financeiro com os bancos e instituições financeiras;

 Analista / Gerente de Crédito – Administra a carteira de clientes


avaliando todas as solicitações relativas à gestão de crédito. Toma as
decisões pertinentes à concessão de crédito monitorando, controlando e
executando a cobrança de créditos;

 Gerente de fundo de pensão – Supervisiona, administra os ativos,


passivos e fundos de pensão dos colaboradores;

 Gerente de operações de câmbio – Gera operações internacionais,


especificando a exposição da empresa frente às flutuações de taxas e
câmbio do mercado de capitais.

22
Administração Financeira

As empresas de capital aberto possuem uma estrutura organizacional


representada por um fluxograma, para Gitman (2010), este fica assim representado:

Figura 02 – Estrutura de Uma Sociedade por Ações

Fonte: Gitman (2010).

23
Administração Financeira

Para ilustrar tal aspecto, vamos avaliar a situação abaixo apresentada.

Ex.: Cia Faz de Conta S/A

Demonstração do Resultado em 31/12


Receita de vendas R$ 2.000.000
(-) Despesas R$ 1.600.000
Lucro Líquido R$ 400.000

Demonstração do Fluxo de Caixa em 31/12


Entrada de caixa R$ 0.000
(-) Saída de caixa R$ 1.600.000
Fluxo de Caixa Liquido R$ (1.600.000)

Comparando as duas demonstrações, podemos observar que sob o ponto de


vista contábil a empresa apresenta uma situação boa, pois é lucrativa e atende às
expectativas de maximização de resultados, aquele que é a recomendação básica
para atendimento dos anseios dos investidores.

Entretanto, quando apreciamos a questão financeira, percebemos que algo


indesejável ocorre neste caso, significando que a possibilidade de um grande
fracasso na gestão empresarial ocorreu ou está para ocorrer.

Sem entradas de caixa adequadas para honrar suas obrigações, a empresa


poderá não conseguir manter suas atividades mesmo com seu bom nível de lucro.
Isso poderá acontecer mesmo que a lucratividade da empresa seja considerável,
pois a questão da liquidez pode não ter sido contemplada no momento da tomada
de decisões.

O entendimento da situação acima exemplificada é que os dados contábeis


como apresentados não permitem uma visão suficientemente ampla e clara das
circunstâncias financeiras da empresa. É preciso, então, vermos além das
demonstrações contábeis.

24
Administração Financeira

Assim, compete ao administrador financeiro a responsabilidade de perceber


a real situação, inclusive antevendo o quadro em que se encontra a empresa e
tomar as decisões necessárias no momento adequado, antes mesmo de os reflexos
causarem estragos irreversíveis.

As funções do administrador financeiro

O grau de importância da função financeira está diretamente ligado ao porte


da empresa, muito embora se deva considerar uma área sempre indispensável e
indissociável do processo de gestão.

Em micros e pequenas empresas a função financeira é geralmente


desempenhada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa se
desenvolve e muda de porte, a importância da função financeira acaba exigindo a
criação de um departamento próprio.

De qualquer maneira, é importante salientar que a função financeira não estará


sozinha na empresa. Ela dependerá de outras áreas tais como marketing, logística,
produção, recursos humanos etc.

O certo é que independentemente da estrutura organizacional caberá ao


gestor financeiro a atribuição de algumas providências indispensáveis e rotineiras
ligadas à sua atividade.

Assim, podemos registrar que basicamente são três as funções primordiais do


administrador financeiro e que tomam um considerável tempo no cotidiano dos
gestores:

a) A análise e planejamento financeiro

Baseado naquilo que é desenvolvido pela Contabilidade, este caso requer a


transformação dos dados financeiros para que os mesmos possam ser usados em
prol da avaliação da necessidade de um eventual aumento da capacidade
produtiva, identificação e orientação da atual e futura posição financeira da
empresa, bem como da determinação de que tipo de financiamento
complementar deverá ser feito para que as atividades da empresa se desenvolvam
sem barreiras ou restrições.

25
Administração Financeira

O planejamento financeiro deve ser de curto, médio e longo prazo, requerendo


um permanente acompanhamento do mesmo para que, havendo necessidade,
receba as medidas preventivas e/ou corretivas, conforme o caso. Resumindo,
mesmo que um planejamento esteja adequado aos objetivos da empresa, faz-se
necessário sua constante adequação.

b) A administração da estrutura de ativo da empresa

Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a melhor


composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos de ativos
devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa.

Depois de decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro


precisa resolver quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para
mantê-los, ou seja, o valor monetário e sua participação percentual em relação ao
ativo total.

Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos


fixos a serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão
obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos.

Chegar à conclusão de qual a melhor estrutura de ativo para a empresa requer


conhecer e interpretar seu passado, somado a uma visão acurada acerca do
Planejamento Estratégico estabelecido pelos empreendedores e executivos.

Não basta apenas ser um exímio administrador financeiro, é preciso conhecer o


ramo de atividade, os acontecimentos passados e vislumbrar as possibilidades
futuras vinculadas à empresa.

c) A administração de sua estrutura financeira

Neste caso, o lado direito do balanço patrimonial da empresa será apreciado,


ou seja, o passivo. Inicialmente, deveremos considerar duas importantes questões
sobre a estrutura financeira da empresa.

Primeiramente, faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada


composição de financiamento em curtos e longos prazos. Essa é uma decisão
imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa.

26
Administração Financeira

Em seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de


financiamento em curto ou longo prazo num determinado momento e que
poderão contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa.

Muitas dessas decisões devem ser tomadas em decorrência de necessidades


circunstanciais, mas algumas exigem uma análise mais acurada das diversas
alternativas disponíveis, seus respectivos custos e de seus impactos de curto e
longo prazo.

Objetivo da função financeira

O principal objetivo da função financeira de uma empresa é garantir a


maximização dos resultados sem comprometer o grau de liquidez, ou seja,
rentabilizar ao máximo o investimento feito pelos sócios sem que haja
comprometimento da liquidez de curto, médio e longo prazo. Esse princípio deve
ser observado pelos administradores em todas as suas atividades e norteará as
decisões a qualquer tempo.

Cumprida essa primeira etapa, é hora de uma reflexão acerca do conteúdo


estudado. Aqui você teve a oportunidade de compreender a importância da
integração entre a Administração financeira, a Economia e a Contabilidade, bem
como as principais funções desempenhadas pelo administrador financeiro em seu
cotidiano. Desta forma, é preciso desenvolver habilidades que lhe permitam
integrar as diferentes dimensões do conhecimento e desenvolvimento de uma
visão sistêmica. É preciso também ficar atento às atitudes que lhe estimulem a
iniciativa, participação, senso de pesquisa e de análise global.

27
Administração Financeira

Conceitos sobre Agency:

De acordo com Gitman (2010), o conceito de Agency refere-se aos conflitos de


interesses entre os objetivos dos proprietários e dos administradores financeiros,
sendo estes representados por seus objetivos pessoais.

Como solução apresentada para esta problemática, temos:

Sempre que um administrador financeiro possui menos de 100% do capital de


uma empresa, é possível que ocorra um problema de Agency.

De certa forma os administradores deveriam atuar em maximizar o lucro


gerando riqueza para o acionista, porém preocupam-se antes com suas posições,
riquezas, satisfações pessoais e segurança financeira, representados direta e
indiretamente. Neste entendimento nem sempre os administradores atuam
beneficiando os acionistas.

Para solucionar estes problemas apresentados são necessários:

 A força do mercado – os acionistas e a possibilidade de perda do controle


acionário para outra empresa mediante compra, fusão, cisão e
incorporação fazem com que os administradores passem a se dedicar a
melhoria contínua do desempenho, operacional, tático, estratégico,
realizando uma melhor gestão financeira de seus capitais.

 Os custos de Agency – Possibilita a garantia de que os administradores


atuem conforme estipulado pelos acionistas, visando à maximização do
lucro mediante adoção de política financeira para geração de riqueza.

 Assim, para Gitman (2010), restringir e monitorar o comportamento dos


administradores garante a montagem de um esquema de remuneração
que ajusta seus interesses com os dos acionistas;

Estudos revelaram que não existe uma relação direta entre remuneração dos
executivos e o preço por ação.

28
Administração Financeira

Grupos de interesse nas informações sobre investimentos e finanças:

São vários os grupos interessados nas informações relativas às empresas no


que tange aos seus investimentos, financiamentos e finanças, sendo representados
por pessoas que possuam algum vínculo direto relacional, são estes, sendo que
cada um destes terá um interesse diferenciado, para seus objetivos:

 Colaboradores;

 Clientes;

 Fornecedores;

 Credores;

 Proprietários;

 Acionistas;

 Instituições financeiras;

 Governo;

 Mercado.

A Ética no mundo corporativo, nas finanças e nos investimentos:

Ética é um conjunto de padrões e afetos a conduta que são relativos aos


aspectos morais. Esta aplicação é social e também entra no cenário mercadológico
financeiro.

Assim pode-se dizer que a ausência de ética produz publicidade e atenção e


estes podem gerar impactos negativos sobre o capital de uma empresa.

Segundo Gitman (2010), para se avaliar a viabilidade da ética, é necessário:

 Diminuir a ocorrência de litígios e custos judiciais;

 Manter uma imagem positiva da empresa em que labuta;

 Aumento de confiança pelos acionistas nos negócios, tomada de decisão


gerencial, financeira e administrativa e nos projetos a serem
implementados;

29
Administração Financeira

 Comprometimento, lealdade e respeito entre os diversos grupos que tem


interesse financeiro na empresa.

Desta forma, a soma destes fatores contribui de forma preponderante e


positiva.

Instituições e mercados financeiros e Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

As empresas necessitam para manter sua sobrevivência de recursos externos,


sendo obtidos através:

 Dos Bancos e instituições financeiras;

 Dos Mercados Financeiros;

 E instituições privadas de ordem creditícia.

As instituições financeiras atuam como intermediárias e promovem a canalização


das poupanças de pessoas, empresas, órgãos públicos para concessão de empréstimos
e aplicações financeiras. Sendo os indivíduos, empresas e órgãos públicos.

O sistema Financeiro Nacional (SFN) é representado pelo conjunto de


instituições e instrumentos sob aspecto financeiro, que possibilite transferir
recursos dos doadores finais para os tomadores finais, visando assim gerar maior
liquidez nos ativos junto ao mercado de capitais.

Para Hoji (2014), o Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições que
têm como função intermediar os fluxos de recursos dos poupadores, investidores e
tomadores de recursos, considerando para isto condição satisfatória para o mercado.

O sistema financeiro nacional é organizado para controlar e regular o volume


de recursos na forma de capital (ex.: dinheiro) e crédito. Estas operações são parte
integrante da estrutura e espécie deste organismo estatal.

Outro conceito comumente aceito acerca do sistema financeiro nacional é assim


definido: É o conjunto de organismos legais e institucionais, representado por partes
constituintes, que tem a responsabilidade de intermediar o fluxo financeiro e
monetário, criando sinergia entre aqueles que optam por poupar e investir.

30
Administração Financeira

No Brasil, esta organização ou entidade se chama Banco Central do Brasil


(representa nossa autoridade quanto a operações financeiras seja em dinheiro,
crédito, controle e validação de recursos, representando nossa autoridade
monetária).

Abaixo, na figura 03, temos um fluxograma das operações financeiras de


crédito e seus principais agentes:

Figura 03 – Organização das operações no SFN.

Fonte: Adaptado Moreira (2009).

Segundo Gitman (2010), AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS,


comumente chamados de investidores, são os agentes econômicos que têm os
recursos financeiros necessários e livres, aplicando estes recursos por um prazo
determinado, auferindo renda por essa aplicação. Podem encontrar-se nessa
situação entidades como FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS.

Ainda de acordo como ele os Agentes Econômicos Deficitários,


representados pelos devedores, precisam captar recursos financeiros de terceiros
por um prazo de tempo estabelecido para manter a empresa ativa e em plena
capacidade de seus negócios. Seu principal objetivo e meta, no presente, é o
consumo, o investimento ou o capital de giro para os quais tenham ou não
recursos financeiros disponíveis para sua implementação e aquisição,
estabelecidos por uma decisão financeira (alavancagem, análises de indicadores
etc.), Cabe aqui salientar que basicamente o SFN (o Sistema Financeiro Nacional),
capta recursos dos agentes superavitários e financia os empréstimos aos agentes
deficitários para manter o equilíbrio e sustentar as transações financeiras que
ocorrem no mercado de capitais.

31
Administração Financeira

Para Moreira (2009), o desenvolvimento de um país esta atrelado a um sistema


financeiro regular, equilibrado, atualizado, estruturado, dinâmico, que objetive
estabelecer e cumprir suas metas atuando como regulador entre suas partes.

Dentro deste sistema existem dois agentes diretos, conforme figura 04:

Figura 04 – Sistema Financeiro Nacional e suas partes constituintes.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Assim, pode-se inferir que aqueles que fazem parte dos poupadores, são
investidores avessos a risco, procurando um investimento sólido, pouca
remuneração. Estes têm baixa capitalização sendo sua taxa de juros também
pequena. A título de curiosidade este tipo de investimento é corrigido pela taxa
SELIC1 e pelo IPCA2 (MOREIRA, 2009).

Quanto aos investidores e agentes econômicos, representam o grupo que opta


por não possuir reservas nem capital ou recursos, que arisca tomar empréstimo
financeiro de investimento a determinada taxa de juros. A função do intermediário
financeiro é equilibrar e aproximar estes agentes, cobrando evidentemente uma
taxa de juros devidamente estipulada. O ganho que se obtém, na diferença entre
as taxas de juros para captação e as de empréstimo é denominado Spread
(MOREIRA, 2009).

1
IA Taxa Selic representa uma taxa de juros pertencente à economia nacional. Sendo a menor taxa é
utilizada como indicador básico para a economia. Utilizada nos empréstimos realizados entre os bancos e
nas aplicações e operações realizadas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais.
2
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo elaborado pelo IBGE desde o ano 1979.
Seu objetivo é medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo,
referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer
que seja a fonte de rendimentos.

32
Administração Financeira

Abaixo, na figura 05, segue os principais agentes financeiros:

Figura 05 – Intermediário Financeiro - Subdivisão.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

O Sistema Financeiro Nacional funciona de forma regulada e controlada, dado


a quantidade, o volume e as partes envolvidas. Podemos destacar como situações
ocorridas neste processo sistêmico:

 Quantidade de Circulação de moeda (Capital);


 Taxa de Juros aplicados aos tomadores de empréstimo;
 Prazo e tempestividade da circulação de dinheiro e;
 Diferença de prazo (aspecto temporal)3.

O conceito de Banco Central é assim representado: é o Organismo controlador


do Sistema Financeiro Nacional, ou seja, é ele que: regula, dirige, controla,
normatiza, orienta, define, troca, muda, equilibra e propõe alterações na gestão
financeira do Mercado Financeiro Nacional. Como exemplo, podemos citar a
seguinte proposição e paradigma (MOREIRA, 2009).

Num aparelho de DVD, temos o controle remoto para: passar o filme; ligar;
desligar; acelerar a velocidade; retardá-la; reproduzir; começar novamente e pará-
la. Neste sentido podemos dizer e fazer a seguinte comparação de semelhança: O

3
Neste processo devemos considerar a variável tempo, determinado em tempo inicial e tempo final,
representados pelas variáveis ti e tf . Onde o Delta do tempo será Δ = tf - ti.

33
Administração Financeira

Controle remoto do DVD está para o aparelho de Televisão e para o próprio


aparelho de DVD, como o Banco Central está para o Sistema Financeiro Nacional.

Neste sentido, o Banco Central utiliza sua capacidade reguladora, representada


pela emissão e oferta de moeda às suas partes constituintes, através de
empréstimos e depósitos. Vale ressaltar que neste macroprocesso quem controla
as atividades do Banco Central é o dirigente Estatal (MOREIRA, 2009).

Para Moreira (2014), este órgão tem as seguintes e principais operações em seu
escopo funcional:

I) Instituição Financeira e Bancária de todos os bancos. É tipificado pelo


emprestador de derradeira ordem das instituições que compõem o
sistema financeiro nacional;

II) Banco Emissor de moeda – Tem esta prerrogativa, sendo o único a emitir
moeda, exercendo sobre esta o monopólio. Sua autonomia, hegemonia,
esta caracterizada e exercida pela função de autoridade monetária.

III) Banco do Governo e ente Estatal. Representado pelo caixa do Governo.

Ainda segundo ele, podemos concluir que o Banco Central se torna importante
devido a duas características funcionais:

 Regular a emissão e a oferta de moedas aos participantes do mercado


financeiro nacional;

 Manter o equilíbrio monetário fomentando a harmonia financeira do


mercado de capitais.

Com isto, ele elimina e reduz a possibilidade de desequilíbrio das contas


nacionais em se tratando de oferta e demanda por moeda, evitando assim
distorções prejudiciais à economia, caracterizadas principalmente pela inflação e
deflação. Vale a título de complementação ressaltar que o Banco Central pode se
utilizar de outros instrumentos, tais como de políticas de ordem monetária
(MOREIRA, 2009).

Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação.

Quanto à funcionalidade:

34
Administração Financeira

O Subsistema Normativo edita e define parâmetros de transparência dos


recursos dos poupadores aos tomadores, controlando sob aspecto funcional as
instituições e entidades que realizem atividades representadas através de
intermediação financeira (MOREIRA, 2009).

Segue abaixo, na figura 06, a composição do Subsistema Normativo:

Figura 06 – Subsistema Normativo - divisão.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Na figura 07, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao


Conselho Monetário Nacional, vejamos abaixo:

35
Administração Financeira

Figura 07 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho Monetário Nacional.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

36
Administração Financeira

Na figura 08, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo em relação ao


Conselho de Seguros Privados, vejamos abaixo:

Figura 08 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Seguros Privados.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Na figura 09, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao


Conselho de Gestão da Previdência Complementar, vejamos abaixo:

Figura 09 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Gestão da


Previdência Complementar.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Conselho Monetário Nacional:

37
Administração Financeira

Constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda, representando seu presidente


e Ministro de Estado de Orçamento e Gestão e, pelo Presidente do Banco Central
do Brasil – Lei 9.069 de 29 de junho de 1995.

Para Moreira (2014), as principais atribuições são:

 Ajustar a quantidade de pagamentos movimentados no cenário nacional


a real necessidade da economia;

 Controlar os valores internos e externos monetários, possibilitando o


equilíbrio da balança de pagamentos nacionais;

 Dar orientação quanto à aplicação dos recursos realizados pelas


instituições financeiras participantes do mercado de capitais;

 Possibilitar o aperfeiçoamento dos agentes econômicos e seus


instrumentos;

 Orientar, Coordenar, fixar, disciplinar e determinar a aplicação dos


recursos das políticas monetárias voltadas a operações de crédito
pertencentes à atividade do orçamento fiscal através de normas e
diretrizes pertencentes à política cambial mediante regulação de seu
funcionamento e fiscalização.

Para Hoji (2014), é o órgão monetário que exerce maior destaque, sendo para
este o principal componente do Sistema Financeiro Nacional. Ainda segundo ele, é
responsável em fixar diretrizes, creditícia e cambial, tendo como seu representante
máximo na qualidade de presidente o Ministro da Fazenda.

38
Administração Financeira

Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia federal pertencente do


SFN, regulamentado em 31/12/64, através da Lei n.º 4.595. Tem como
responsabilidade primária ser o agente nacional que controla e mantém a
estabilidade e o equilíbrio do poder de compra da moeda entre seus participantes
(MOREIRA, 2009).

Para Hoji (2014), é um órgão centralizador e executivo do Sistema Financeiro


Nacional. Para ele sua função é regular, fiscalizar, e se fazer cumprir as normas
expedidas pelo CMN. Sua missão, ainda de acordo com ele, é prezar pelo zelo na
estabilização do poder de compra de moeda e solidez do Sistema Financeiro
Nacional.

A sede do BACEN está fixada no Distrito Federal, porém conta com mais nove
representações em outras nove capitais: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza,
Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Para Moreira (2014), as principais atribuições do BACEN são, respectivamente:

 Emissão de moeda em papel e metal;


 Execução dos serviços de meio circulante;
 Determinação dos percentuais de recolhimento compulsório;
 Recepção dos recolhimentos compulsórios e depósitos voluntários das
instituições financeiras;
 Realização de operações de redesconto e empréstimos aos agentes
financeiros;
 Controle do capital estrangeiro;
 Depositário oficial de reservas de ouro e moeda estrangeira, tendo direito
especial e privilegiado a saque;
 Fiscaliza e aplica penalidades nas instituições financeiras;
 Autoriza e normatiza o funcionamento das instituições financeiras
nacionais;

39
Administração Financeira

 Normatiza e estabelece condições para o exercício de qualquer atividade


atrelada aos cargos das instituições financeiras privadas e dos órgãos
consultivos e seus pares através de normas do CMN;
 Regula os serviços relativos à compensação de cheques e outros papéis;
 Controla de forma direta e permanente e mantém sob observação os
mercados financeiros, das empresas que direta ou indiretamente possam
interferir em relação aos modelos e processos operacionais.

Comissão de valores mobiliários (CVM)

As leis que regem o mercado de valores mobiliários são, respectivamente:

 Lei 6.385/76, que disciplina o Mercado de Capitais e Cria a CVM;

 Lei 6.404/76, que dispõe sobre as sociedades por ações.

Neste sentido, vale ressaltar que essas Leis sofreram alterações, destacando-se
as impostas pelas Leis 9.457/97, 10.303/01 e 10.411/02.

Devido ao seu posicionamento evolutivo, frente às alterações ocasionadas


principalmente pela agilidade, complexidade o Sistema Financeiro, possibilitou a
elaboração de todos os atos normativos que passassem pelo parlamento. Através
da Lei 4.595/64, foi dada origem e poderes normativos ao Conselho Monetário
Nacional, representando assim a maior autoridade normativa do Sistema
Financeiro Nacional. Suas normas devem ser acatadas por todos seus participantes,
incluindo-se a este grupo a CVM e o Banco Central. Seus atos normativos são
denominados de Resoluções classificados em Instruções, Deliberações, Pareceres e
notas Explicativas (MOREIRA, 2009).

Mediante estas resoluções exerce seu poder normativo. Mas devido a Lei
10.411, de 26.02.2002, ficou alterada sua estrutura, passando a representar uma
autarquia especial e autônoma, assim passando seus dirigentes (Presidente e
Diretores) a ter mandato fixo (MOREIRA, 2009).

40
Administração Financeira

Segundo Moreira (2014), destaca-se como principais atribuições da CVM:

Fiscalização e disciplina das atividades inerentes ao artigo 1º da Lei 6.385/76:

 Emitir e distribuir valores mobiliários no mercado;

 Intermediar e negociar nos mercado de valores mobiliários e de


derivativos;

 Organizar o funcionamento e as operações das bolsas de valores e de


mercadorias e futuros;

 Administrar as carteiras e a custodia de valores mobiliários;

 Auditar as companhias abertas;

 Prestar serviços de consultoria e análise de valores mobiliários;

 Regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho


Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nas Leis nos
6.385/76 e 6.404/76;

 Fiscalização constante e direta das atividades e serviços do mercado de


valores mobiliários;

 Proponente do Conselho Monetário Nacional quanto à fixação de


comissões, emolumentos, limites máximos de preço e outras vantagens
que por ventura sejam impostas pelos intermediários;

 Fiscalização das companhias abertas, priorizando aquelas que não


apresentem lucro e que não pagam dividendos propostos;

 Suspensão da negociação de valores mobiliários ou decretar recesso nas


bolsas de valores;

 Divulgação de informações que orientem os participantes do mercado;

 Concessão de registro para negociar títulos e papeis na bolsa e no


mercado de balcão.

41
Administração Financeira

Superintendência de seguros privados (SUSEP)

Autarquia com vínculo do Ministério da Fazenda, responsável pelas atividades


de controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e
capitalização (MOREIRA, 2009).

Ainda de acordo com ele, suas principais atribuições são:

 Exercer atividades delegadas pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros


Privados) cumprindo suas deliberações;

 Garantir e ordenar os serviços de secretaria executiva do CNSP;

 Fiscalizar as atividades destinadas à constituição, funcionamento e


operação das sociedades seguradoras, de previdência privada aberta e de
capitalização, executora da política traçada pelo CNSP;

 Cuidar da liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado de


seguros privados, previdência privada aberta e de capitalização, visando à
proteção a captação da poupança popular realizadas mediante as
instituições pertencentes a estes mercados visando à defesa dos
interesses dos consumidores;

 Acompanhamento e disciplina dos investimentos das entidades dos


mercados, especialmente aqueles representados em bens garantidores
de provisões técnicas.

Segundo Hoji (2014), representa o órgão que normatiza, controla, fiscaliza os


mercados de seguro, resseguro, previdência privada aberta e capitalização,
estando subordinado ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Tem por
presidente o Ministro da Fazenda, tendo como membros:

 Superintendente da Susep;

 Representantes do Ministério da Justiça;

 Representantes da Previdência e Assistência Social;

 Bacen;

 CVM.

42
Administração Financeira

Secretaria de previdência complementar (SPC)

Controla e fiscaliza os planos e benefícios e as atividades das entidades


participantes da previdência privada fechada, sendo consideradas como
complementares ao sistema oficial de previdência e assistência social. Seu
enquadramento quanto as suas atividades é de incumbência do Ministério da
Previdência e Assistência Social. Vale ressaltar que não tem fins lucrativos
(MOREIRA, 2009).

Segundo Moreira (2014), suas principais atribuições são:

 Secretariar de forma executiva o Conselho Geral de Previdência


Complementar (CGPC);

 Processar os pedidos de autorização, constituição, funcionamento, fusão,


incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos
estatutos das entidades fechadas, opinando sobre estes os
encaminhando ao GCPC;

 Baixar instruções e expedir circulares implementando normas


concernentes ao CGPC;

 Executar e Fiscalizar as normas gerais de contabilidade, atuária e


estatística do CGPC, bem como as pertinentes da política de
investimentos atribuídas ao CMN;

 Fiscalizar as operações das entidades fechadas, incluindo o cumprimento


da legislação e das normas em vigor. Tal observação é decisiva, pois caso
isto não ocorra, a entidade sofrerá as consequências das penalidades
cabíveis;

 Proceder à liquidação das entidades fechadas que foram cassadas quanto


à autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições
mínimas para funcionamento e operação.

43
Administração Financeira

Instituições financeiras bancárias

Instituições autorizadas a captar recursos junto ao público sob a forma jurídica


de depósitos à vista, capacitadas a gerar moeda escritural (MOREIRA, 2009).

Para Moreira (2014), estes são representados e compostos por:

 Bancos Comerciais;

 Caixas Econômicas;

 Cooperativas de Crédito;

 Bancos Cooperativos;

 Bancos Múltiplos com carteira comercial.

Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias

São agentes financeiros não autorizados em obter recursos na forma de


depósitos à vista (MOREIRA, 2009). Para ele, estão assim divididos:

 Bancos de Investimento;

 Bancos Estaduais de Desenvolvimento;

 Sociedades de Arrendamento Mercantil;

 Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;

 Companhias Hipotecárias;

 Bancos Múltiplos sem carteira comercial ou de crédito imobiliário.

44
Administração Financeira

Instituições do sistema brasileiro de poupança e empréstimo

Instituições com autorização para captar recursos sob a forma de depósitos em


cadernetas de poupança, destinados a financiamentos habitacionais (MOREIRA,
2009). Sendo assim formado:

 Sociedades de Crédito Imobiliário;

 Associações de Poupança e Empréstimo;

 Caixas Econômicas;

 Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário.

Para Hoji (2014), As instituições que fazem parte do Sistema Financeiro


Nacional são constituídas por alguns agentes financeiros, representados por
instituições. Na figura 10, descreve-se esta estrutura:

45
Administração Financeira

Figura 10 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

46
Administração Financeira

Segundo Hoji (2014), as Instituições não financeiras exercem papel importante


no mercado de capitais. Na figura 11, demonstra-se sua estrutura:

Figura 11 – Instituições não financeiras.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Mercado Financeiro

Segundo Hoji (2014), na economia existem dois tipos de agentes, os que


poupam e os que necessitam desta poupança. Afirmando ele; Cabe, contudo, ao
Mercado Financeiro exercer seu papel de intermediador entre estes dois agentes
mantendo equilíbrio financeiro e estabilidade para estes dois lados.

Para Gitman (2010), os mercados de valores são constituídos por empresas que
captam fundos com a venda de novos títulos e papéis e compradores destes títulos e
papéis, tendo a flexibilidade, facilidade e agilidade para revendê-los a qualquer tempo.

Segundo Gitman (2010), estes mercados são organizações que funcionam


como mercados secundários onde os títulos são negociados.

Para Hoji (2014), o mercado financeiro está assim subdivido:

47
Administração Financeira

 Mercado Monetário;

 Mercado de Crédito;

 Mercado de Capitais;

 Mercado de Câmbio.

Através da figura 12, detalhamos esta divisão e suas características e principais


atividades:

Figura 12 – Subdivisão do Mercado Financeiro.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

48
Administração Financeira

Para Hoji (2014), os meios de pagamentos são assim divididos:

 Depósitos em Cheque: Meio de pagamento comum, fazendo papel de


instrumento de crédito;

 Compensação de Cheques: O cheque é compensado na Câmara de


Compensação (local onde se reúnem representantes de vários Bancos,
sendo formadas por regiões geográficas);

 Reservas e ADM: Representa dinheiro líquido e certo, o termo ADM,


representa quase dinheiro, sendo transformado em dinheiro após sua
compensação. Devido à realização de TED (Transferência Eletrônica
Disponível), as operações financeiras por meio de cheques foram
minimizadas.

 Depósito Compulsório: Utilizado pelo Bacen para inibir o aumento


indesejado do multiplicador bancário e ajustar o nível de crescimento
monetário.

Conta de Reserva Bancária

Para Hoji (2014), o produto das operações de compensação bancária serão


lançadas a débito e a crédito na Conta de Reserva Bancária. Esta conta é mantida
pela instituição financeira junto ao Bacen.

Sistema de Pagamentos Brasileiro

Para Hoji (2014), estes sistema realizam transferências de fundos através de


processamento e liquidação dos pagamentos entre pessoas físicas, jurídicas,
Governo e Bacen. Em 22 de abril foi realizado a última reforma deste sistema.

49
Administração Financeira

Sistema de Liquidação

Segundo Hoji (2014), este sistema é composto por várias transações de


diversos instrumentos financeiros (dinheiro, cartão de débito e crédito, títulos etc.),
ocorrendo sua liquidação mediante o sistema de compensação e liquidação de
fundos e obrigações, sendo agrupado em dois grupos:

 Sistema de liquidação de transferência de fundos intercambiais;

 Sistema de liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas estrangeiras


e derivativos.

Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais

Segundo Hoji (2014), estes sistemas representam os meios de transferência e


liquidação para operações entre bancos, na figura 13 sua divisão e aplicabilidade:

Figura 13 – Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

50
Administração Financeira

Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas


estrangeiras e derivativos.

Para Hoji (2014), este sistema de liquidação está assim disposto, na figura 14
demonstrada:

Figura 14 – Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas


estrangeiras e derivativos.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

Terminando este tópico, podemos utilizar a tabela de divisão do Sistema


Financeiro Nacional apresentado por Hoji (2014). Abaixo, na figura 15, detalhamos
sua divisão:

51
Administração Financeira

Figura 15 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014).

52
Administração Financeira

Na próxima unidade estudaremos a administração do capital de giro, uma


importante área da administração financeira e com grandes impactos nos
resultados das empresas.

Leitura Complementar

GITMAN, Lauwrence J. Princípios da Administração Financeira. São Paulo:


Harbra, 2001.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

53
Administração Financeira

Exercicios – Unidade 1

1. É verdadeiro afirmar que:

a) a macroeconomia contribui para o entendimento sobre o funcionamento


do sistema bancário.

b) a macroeconomia cuida do ambiente interno das empresas.

c) a macroeconomia depende do Banco Central do Brasil.

d) a macroeconomia está diretamente atrelada às normas da Casa da Moeda


do Brasil.

e) a macroeconomia depende da eleição de diretoria das empresas.

2. É falso afirmar que:

a) tomamos emprestado da Microeconomia os conceitos envolvidos nas


relações de oferta e procura.

b) a microeconomia oferece condições para o estabelecimento das


estratégias utilizadas pelas empresas em busca de sua de maximização
do lucro.

c) a microeconomia não influencia o ambiente interno de decisões das


empresas.

d) compete ao administrador financeiro, em todas as suas ações, a tomada


de decisão visando garantir que as receitas marginais superem as
despesas marginais.

e) a microeconomia auxilia na definição de estratégias internas das


empresas para definição do preço de seus produtos/serviços.

54
Administração Financeira

3. Qual o nome do princípio que indica quando toda e qualquer alternativa


deve ser analisada e colocada em prática se os resultados esperados forem
superiores aos respectivos custos?

a) custo de capital.

b) custo de oportunidade.

c) análise marginal.

d) Isonomia.

e) contabilidade de custos.

4. Em uma empresa de grande porte cabe ao Contador a tomada de decisão e ao


Administrador Financeiro o registro dos atos e fatos ocorridos. Esta afirmação está:

a) parcialmente correta, pois cabe ao tesoureiro o registro dos atos e fatos.

b) parcialmente incorreta, pois cabe ao administrador a tomada de decisão.

c) totalmente correta.

d) totalmente incorreta.

e) parcialmente incorreta, pois cabe ao economista a tomada de decisão.

5. Quanto ao tratamento de fundos, é correto afirmar que:

a) o contador utiliza o princípio das partidas triplicadas.

b) o contador utiliza o regime de competência.

c) o contador utiliza o regime de caixa.

d) o contador utiliza o registro monetário.

e) o contador utiliza o regime de lançamentos.

55
Administração Financeira

6. O Administrador Financeiro reconhece as receitas e despesas apenas quando


ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há movimentação de entrada e
saída de recursos na empresa. Estamos nos referindo à (ao):

a) tomada de decisão.

b) auxílio fiscal.

c) controladoria.

d) regime de caixa.

e) todas as afirmativas estão corretas.

7. São três as funções primordiais do Administrador financeiro. Assinale a


alternativa correta:

a) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo


da empresa e administração de sua estrutura financeira.

b) análise mercadológica, administração de estoques e administração de


caixa.

c) análise ambiental, administração de resultados e administração da


estrutura financeira.

d) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo


da empresa e análise ambiental.

e) análise patrimonial, administração da estrutura de ativo da empresa e


administração de sua estrutura financeira.

56
Administração Financeira

8. O objetivo da função financeira é garantir a maximização dos resultados sem


comprometer o grau de liquidez, ou seja, rentabilizar ao máximo o investimento
feito pelos sócios sem que haja comprometimento da liquidez de curto, médio e
longo prazo. Este princípio deve ser observado pelos administradores em todas as
suas atividades e norteará as decisões a qualquer tempo. A afirmação está:

a) parcialmente correta, porque não procura garantir a maximização dos


resultados.

b) parcialmente incorreta, porque não é um objetivo da administração


financeira.

c) totalmente correta.

d) totalmente incorreta.

e) parcialmente correta, porque não é necessária a manutenção de liquidez.

9. A Administração da estrutura financeira de uma empresa exige do


administrador quais providências?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

57
Administração Financeira

10. Comente o motivo pelo qual a administração da estrutura de ativo de uma


empresa é considerada uma das funções primordiais do administrador.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

58
Administração Financeira

2 Administração do
Capital de Giro

59
Administração Financeira

Os estudos desta unidade lhe possibilitarão a compreensão das principais


contas que compõem o capital de giro de uma empresa, as políticas que podem
ser estabelecidas, os impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais
áreas da administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os
conhecimentos necessários ao logo desta e das outras unidades, o que lhe
permitirá bases sólidas para uma moderna gestão empresarial.

Objetivos da unidade:

 Conhecer a administração do ativo circulante.

 Identificar as principais estratégias utilizadas pela administração


financeira para a gestão do capital de giro.

Plano da unidade:

 Capital circulante líquido.

 Administração de caixa e títulos negociáveis.

 Administração de duplicatas a receber.

 Administração de estoques.

60
Administração Financeira

Boa parte de tudo que as empresas aplicam ou investem tem sua destinação ao
que denominamos de ativos correntes, ativos circulantes ou capital de giro.

Tais aplicações resultam dos saldos mantidos pelas empresas no ativo


circulante, mais precisamente nas contas denominadas disponibilidades (caixa e
bancos conta-movimento), em investimentos temporários (as aplicações
financeiras), no contas a receber (ou duplicatas a receber) e em estoques
(matérias-primas, mercadorias para venda, produção em andamento e produtos
acabados), todas componentes daquilo que é chamado de capital de giro (no
sentido “bruto”).

Quanto ao capital de giro líquido, este é resultante da subtração de todos os


compromissos existentes no curto prazo da empresa para com fornecedores em
geral, funcionários, impostos etc., do valor total dos itens que compõem o capital
de giro bruto, ou seja, resultando no confronto entre o ativo circulante e o passivo
circulante.

Desta forma, considera-se que os ativos correntes de uma empresa constituem


o capital que circula até transformar-se em dinheiro dentro de seu ciclo de
operacional.

Ele é, portanto, o tempo que compreende desde o instante em que o dinheiro


sai do caixa para pagamento de insumos (materiais e mão de obra) até o
recebimento correspondente à venda do produto ou serviço direcionado ao cliente.

61
Administração Financeira

62
Administração Financeira

Capital Circulante Líquido

Qualquer empresa, independente de seu porte, necessita manter certo nível


de capital de giro. Desta forma, exige-se que os ativos circulantes da empresa
sejam superiores aos seus passivos circulantes, garantindo-se, assim, uma margem
de segurança.

O objetivo da administração do capital de giro é gerir todos os itens que


compõem os ativos e passivos circulantes, em busca da garantia de que haverá um
nível aceitável de capital circulante líquido e que o mesmo seja mantido.

Simplificando, podemos afirmar que o Capital Circulante Líquido (CCL) é a


diferença existente entre os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa.
Se os ativos circulantes superarem os passivos circulantes, a empresa tem CCL
positivo.

O montante de CCL necessário para manutenção das atividades operacionais de


uma empresa vai depender do setor de atividade econômica ao qual esteja ligada.

É correto afirmar, pois, que quanto maior for a margem com a qual os ativos
circulantes de uma empresa cubram os seus passivos circulantes (obrigações de
curto prazo), maior será sua capacidade de honrar seus compromissos na data de
vencimento.

Não podemos nos esquecer de que em muitas vezes os ativos circulantes não
podem ser convertidos em caixa exatamente no momento desejado.

Assim, quanto maior for o montante e a diversidade de ativos circulantes


mantidos por uma empresa, maiores também serão as possibilidades de
converterem-se alguns desses ativos em caixa, consequentemente, permitindo a
liquidação dos compromissos na data de seus vencimentos.

63
Administração Financeira

Assim, sabemos que será importante a manutenção de um determinado nível de


CCL, já que nem sempre há um sincronismo perfeito entre todas as entradas e saídas de
caixa. Isso poderá ocorrer mesmo que haja um adequado planejamento e orçamento
de caixa, pois os compromissos assumidos devem ser honrados independentemente
de quaisquer alegações quanto a possíveis não entradas de caixa.

Salienta-se também que, de um modo geral, as saídas de caixa relativas aos


pagamentos de obrigações assumidas são relativamente previsíveis.

O pior dilema ocorre quanto às previsões das entradas de caixa. A data exata da
conversão de ativos circulantes em caixa não é algo extremamente fácil, exceção
feita com o próprio caixa e títulos negociáveis.

Entretanto, uma coisa é certa: quanto maior a previsibilidade dessas entradas


de caixa menor será a necessidade de CCL.

Desta forma, vamos analisar a situação abaixo:

Exemplificando:

Posição Financeira da Cia. XPTO


Ativos Circulantes Passivos Circulantes
Caixa R$ 230.000,00 R$ 125.00 Fornecedores a pagar
Títulos negociáveis R$ 95.000,00 R$ 220,00 Salários a pagar
DPL a Receber R$ 110.000,00 Impostos a pagar
Estoques Mercadorias R$ 128.000,00 R$ 128,00
Total: R$ 435.000,00 R$ 473,00 Total

Refletindo sobre a situação acima, teríamos que resolver o impasse


apresentado, teríamos que garantir a liquidez sem comprometer a rentabilidade
dos capitais investidos.

64
Administração Financeira

As alternativas seriam desde ajustes e/ou movimentações nas contas do ativo,


contas do passivo, ou ambas, até mesmo busca por novas fontes de
financiamentos.

Certamente, várias alternativas poderiam ser implantadas, entretanto a solução


dependeria de uma série de variáveis e circunstâncias, cabendo ao administrador
decidir qual a melhor alternativa.

Administração de caixa e títulos negociáveis

Considerando a hierarquia do grau de liquidez dos ativos de uma empresa,


caixa e títulos negociáveis são considerados os ativos mais líquidos existentes, pois
ambos possibilitam que a empresa honre com seus compromissos na data de
vencimento dos mesmos.

Os títulos negociáveis são os investimentos em curto prazo, feitos pela


empresa, na intenção de se obter um retorno sobre os saldos considerados
temporariamente ociosos, ou que não serão necessários em dado espaço de
tempo.

Na medida em que uma empresa percebe que haverá excesso de caixa, caberá
ao administrador providenciar a devida aplicação desse saldo em títulos
negociáveis, pois assim o capital não ficará “parado” no caixa desnecessariamente
e permitirá a remuneração do dinheiro, o que vai de encontro ao objetivo da
função financeira, que é o de maximizar os resultados sem comprometer o
grau de liquidez da empresa.

Observações básicas para administração de caixa:

 Retardar o pagamento de seus compromissos, sempre que possível,


entretanto sem comprometer a imagem e a credibilidade da empresa,
aproveitando as oportunidades de descontos financeiros favoráveis.

65
Administração Financeira

 Girar os estoques com a maior velocidade possível, preocupando-se


em eliminar eventuais faltas de estoques que comprometam a atividade
da empresa.

 Receber o mais rápido possível as duplicatas a receber, atento às


oportunidades de vendas futuras, evitando exageros no processo de
cobrança. Os eventuais descontos financeiros, quando compatíveis e
necessários, devem ser uma opção em prol desse objetivo.

A ocorrência dos aspectos acima, em todo ou em parte, implica em


consequências no comportamento dos ciclos de caixa e os giros de caixa de uma
empresa.

Resumidamente, podemos afirmar que o ciclo de caixa de uma empresa


compreende o período de tempo que vai desde o momento em que se realiza um
desembolso para aquisição de matérias-primas, até o momento em que o valor
correspondente da venda retorna ao caixa. Já o giro de caixa corresponde ao
número de vezes por ano que o ciclo de caixa da empresa ocorre no período.

A seguir, apresentamos uma ilustração que simboliza o mecanismo de


funcionamento do ciclo de caixa.

66
Administração Financeira

Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número


de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao
recebimento de duplicatas a receber.

Desta forma temos:

CC = IME + PMC – PMP

Onde:

 CC = Ciclo de caixa.

 IME = Idade média do estoque.

 PMC = Período médio de cobrança.

 PMP = Período médio de pagamento.

Substituindo IME = 170 dias, PMC = 140 dias e PMP = 70 dias, o ciclo de caixa
no exemplo acima é de 240 dias (170+140-70).

Para calcular o giro de caixa, devemos considerar o número de dias do ano


(360) pelo ciclo de caixa.

GC = 360 / CC

Onde substituindo temos: GC = 360 / 240 então GC = 1,5 vezes ao ano

67
Administração Financeira

Importante:

Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a


exigência de caixa pela empresa.

Determinando o nível do caixa mínimo operacional (CMO)

A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa poderá


significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até mesmo
aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos.

O caixa mínimo operacional tem por princípio, portanto, atender apenas o


necessário para se fazer frente aos compromissos, minimizando as ‘perdas’
decorrentes da eventual ociosidade do capital parado no caixa.

Dessa maneira, o CMO deve ser resultante de um planejamento prévio que


permita à empresa liquidar seus compromissos no vencimento, bem como
despesas não programadas e/ou permitir certa margem de segurança para quando
os créditos não se realizarem nas datas previstas.

É conveniente ressaltar que o CMO deve ser mantido disponível em conta


corrente bancária ou em algum tipo de aplicação de alta liquidez.

Para identificarmos o nível adequado de CMO, devemos considerar as


movimentações de entrada e saída de caixa, tanto as já esperadas quanto as não
esperadas, devendo o montante disponível ser suficiente para cumprir sua
finalidade ‘protetora’.

Para se detectar o nível de CMO de forma mais instantânea e descomplicada,


uma possibilidade é arbitrar um percentual sobre o valor correspondente ao
volume financeiro de vendas do período.

Tal percentual, entretanto, mesmo que arbitrado, deve ser resultante da


sensibilidade e poder do conhecimento de causa do administrador, e não um
simples número imaginado do nada.

68
Administração Financeira

Assim, a título de ilustração, vamos considerar o percentual de 5% sobre as


vendas para efeitos de determinação do CMO. Essa alternativa só deve ser
utilizada em último caso, apenas se as informações necessárias para o cálculo não
estiverem disponíveis.

Outra forma de se calcular o CMO, e a mais adequada, é dividindo-se o valor total


das despesas anuais (DTA-despesas totais anuais) pelo Giro de Caixa-GC, ou seja:

CMO = DTA / GC

As possíveis estratégias de administração de caixa

69
Administração Financeira

O caixa deve ser alvo de permanente vigília por parte do administrador,


principalmente considerando suas mutações e implicações na empresa como um
todo. Visando manter um caixa saudável, as empresas podem estabelecer algumas
estratégias em seu processo de gestão, a saber:

a) Gestão eficiente do estoque:

 Aumentando o giro do estoque, que pode ser obtido das seguintes


maneiras:

 ampliando o giro de matérias-primas mediante maior eficiência no


controle de estoque;

 reduzindo o seu ciclo de produção através da implantação e melhoria


de um planejamento, programação e controle da produção, o que
culminaria na redução do tempo demandado para a conclusão de todo o
processo produtivo. Com um ciclo menor a empresa conseguirá
aumentar o giro do estoque de produtos em fabricação;

 ampliando o giro de produtos acabados mediante o aperfeiçoamento


da previsão de demanda e do planejamento da produção. Um controle
mais eficiente contribuirá para um giro de estoque mais rápido.

b) Ampliando o prazo o pagamento de duplicatas

A grande preocupação neste caso é de não permitir que haja prejuízo na


imagem institucional caso tal estratégia seja mal conduzida. O importante é obter
vantagem com uma possível renegociação de prazos para liquidação dos
compromissos, entretanto resultante de um processo negociado entre as partes.

70
Administração Financeira

c) Antecipando o recebimento dos créditos

Sabe-se que o investimento feito pelas empresas no contas a receber não é


apenas resultante de uma estratégia mercadológica, mas também em razão da
necessidade dos clientes pela concessão de crédito para concretizarem suas
compras.

As políticas de crédito são estabelecidas pelas empresas objetivando decidir a


quem se deve conceder o crédito e em qual volume. Já no caso das políticas de
cobrança, as mesmas devem estabelecer que tipo de esforço será despendido para
que se recebam as duplicatas a receber.

As variadas alternativas nas condições de crédito, nas políticas de crédito e nas


políticas de cobrança podem ser utilizadas como meios para reduzir o prazo médio
de cobrança.

Motivos que levam as empresas a investirem em títulos negociáveis

Os títulos negociáveis são instrumentos do mercado financeiro disponíveis às


empresas e que têm por objetivo remunerar o capital temporariamente ocioso,
observado o grau de liquidez adequado para cada situação.

Convém mencionar que as empresas são levadas a investir em títulos


negociáveis por vários motivos. Os motivos básicos são:

 Motivo de transação - Neste caso, a empresa investe em títulos


negociáveis considerando o fato de que o vencimento da aplicação deve
coincidir com a exata data de vencimento de suas obrigações, de modo
tal que o resgate seja feito e, simultaneamente, o recurso possa ser
utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela
determinada data.

71
Administração Financeira

 Motivo de precaução - É uma espécie de proteção ao caixa e também


deve ter uma boa liquidez, já que o valor utilizado para o investimento
deverá ser empregado na quitação dos compromissos, embora não se
possa precisar exatamente quando isso ocorrerá.

 Motivo de especulação - Quando ocorre excesso de caixa e não se tem


uma destinação certa para o dinheiro, as empresas investem em tipos
mais especulativos de títulos negociáveis até que se encontre uma
destinação definitiva do recurso financeiro.

Não há uma indicação padrão para a determinação da proporção ótima de


títulos negociáveis na composição dos ativos da empresa. O que se deve levar em
conta é a relação entre a oportunidade de remunerar o capital (maximização dos
resultados), a manutenção de uma liquidez adequada e o custo das transações de
compra e venda dos títulos.

São títulos negociáveis básicos:

 As emissões governamentais - Obrigações emitidas pelos governos


federal, estadual e municipal.

 As emissões privadas - Títulos emitidos por empresas e instituições


financeiras, tais como: certificados de depósitos bancários-CDBs,
debêntures, commercial paper, NP's, ações.

72
Administração Financeira

Administração de duplicatas a receber

Causas da existência de contas a receber

O crédito é um importante instrumento nas negociações tanto para quem


concede quanto para quem recebe. Também assume uma posição estratégica no
quesito mercadológico, pois faz frente à concorrência quando utilizado de forma
atraente aos clientes.

A Administração financeira de contas a receber está intimamente interligada à


área de marketing e vendas, considerando o fato de que a política de crédito, que
envolve as diretrizes e os procedimentos no processo de seleção de clientes,
cobrança e concessão de descontos, constitui uma importante ferramenta de
auxílio aos objetivos da área de vendas.

Contas a receber pode se apresentar das seguintes formas:

 Contas correntes - Utilizado pelas empresas quando os clientes são


considerados “permanentes” e efetuam pagamentos periódicos. Quanto
à determinação de prazo, fica flexível, pois se considera que o conta
corrente deva ser utilizado para os casos de clientes que mantém
regularidade e oferecem certa margem de segurança.

 Crédito parcelado - Estabelecido pelas empresas utilizando-se de planos


de pagamento diferentes, objetivando atender aos interesses próprios
bem como da clientela.

 Contratos de venda a prazo e de venda condicional - Comuns nos


casos de vendas de bens ou serviços previamente sob encomendas e
quando a execução ou instalação é mais demorada. Neste caso, os
pagamentos podem ocorrer parcialmente antes, durante e/ou após a
execução ou instalação do produto ou serviço.

73
Administração Financeira

Muito embora haja as três alternativas, o problema mais comum é encontrar o


equilíbrio entre o volume de vendas a prazo, o custo da manutenção do saldo
médio no contas a receber e o risco de não receber o valor da venda se o cliente
der o calote.

Independentemente das causas ou formas do investimento no saldo médio de


contas a receber, uma questão a ser considerada é que em toda e qualquer
empresa a questão fica condicionada às seguintes variáveis:

 sazonalidade das vendas;

 políticas de desconto, de prazo ao crédito e de cobrança da empresa;

 volume de vendas a prazo;

 regras utilizadas pelo mercado quanto aos limites de crédito;

 margem de lucratividade.

Igualmente necessário é o conhecimento de que algumas providências devem


ser tomadas para que haja uma melhor gestão de contas a receber, sendo as mais
comuns:

Definição de critérios para a aceitação (seleção) de clientes

 estabelecimento de prazos a serem (prazo de crédito);

 definição de limites para a concessão de crédito (valor máximo a ser


concedido por cliente);

 estabelecimento de uma política de cobrança;

 definição da política de descontos por pagamento antecipado.

74
Administração Financeira

As políticas de concessão de crédito e cobrança

As políticas de crédito

Uma das primeiras questões a serem resolvidas diz respeito à determinação do


prazo geral de crédito.

O prazo concedido impactará diretamente na rotação do investimento em


contas a receber, bem como influenciará no valor aproximado desse investimento,
significando, portanto, que quanto mais dilatado for o prazo concedido, maior
também será o investimento da empresa no contas a receber.

Para que uma concessão de crédito seja liberada, requer inicialmente algumas
providências básicas que deverão compor o rol de precauções vinculadas às
políticas de crédito.

Desta forma, existem cinco aspectos a serem avaliados (os cinco C's):

1-Característica - O candidato ao crédito procurará cumprir a sua obrigação?

2-Capacidade - O desempenho financeiro e operacional do candidato ao


crédito será suficiente para que haja geração de recursos que permita efetuar o
pagamento?

3-Capital - O candidato ao crédito possui bens e outros recursos disponíveis


para cobrir o valor correspondente do negócio pleiteado?

4-Colateral - O cliente poderá disponibilizar garantias, sejam elas reais ou não?

5-Condições - A capacidade do candidato ao crédito em liquidar seus


compromissos poderá ser afetada em razão de fatos externos?

75
Administração Financeira

A tolerância das empresas ao risco pelo crédito concedido vai variar de acordo
com o comportamento e/ou perfil das próprias organizações e de seus
administradores, ou seja, se mais conservadores ou mais agressivos.

Assim, consequentemente, o nível de aceitação ou rejeição aos pedidos de


crédito variará de empresa para empresa, não havendo uma fórmula única que
delineie os parâmetros de decisão que influenciarão a concessão de crédito.

Outra questão a salientar é que também haverá dependência em relação ao


momento que a empresa esteja vivendo bem como o comportamento das
empresas concorrentes.

O processo de avaliação de um pedido de crédito, que consiste em se obter


dados sobre o candidato ao crédito, deverá seguir os seguintes passos:

 Obter as demonstrações financeiras;

 Consultar as agências especializadas em informações de crédito (spc, sci,


serasa etc.);

 Verificar a situação do candidato ao crédito junto aos bancos em que


movimenta recursos;

 Obter informações com outros fornecedores do candidato ao crédito;

 Avaliar o índice de liquidez e risco de inadimplência;

 Decidir pela aprovação ou não da solicitação de crédito.

Administração de estoques.

O estoque de uma empresa pode significar uma considerável importância de


investimento. Para que haja uma condução do processo de aquisição e venda de
estoques, bem como a correspondente cobrança das vendas, sem maiores
adversidades, convém promover uma sintonia entre as políticas de crédito e a de
estoques, pois ambas contribuem de forma direta no volume de vendas das
empresas.

76
Administração Financeira

A política de estoques e o administrador financeiro

É comum encontrarmos casos em que o administrador financeiro não tome


parte nas decisões que envolvam aquisição e movimentação dos estoques, muito
embora o impacto de uma avaliação e decisão equivocada de outros
departamentos, tais como marketing, vendas ou produção, possa causar profundas
e graves consequências à saúde financeira de uma empresa.

O adequado, porém, é que no mínimo haja uma gestão compartilhada,


permitindo que todas as áreas envolvidas possam avaliar os possíveis impactos
resultantes de uma política de estoques.

Os possíveis tipos de estoques

A título de ilustração, tomemos o caso de uma indústria, que via de regra tem
seu o estoque classificado numa de três categorias:

1° )A de matéria-prima, resultante de todos os insumos utilizados pela empresa


em seu processo produtivo.

2°) O de produtos em elaboração, abrigando os itens que ainda não tiveram sua
conclusão de preparo ou elaboração, ou seja, produto não acabado. Quanto mais
rápida a elaboração do produto, menor será o estoque nesta categoria.

3°) Os de produtos acabados, que compõe os itens já prontos para venda ou


entrega.

Temos três questões a considerar quanto aos tipos de estoque:

 Grau de liquidez

Normalmente, o produto acabado é o que possui o maior grau de liquidez, já


que o mesmo está pronto para se transformar em venda, consequentemente, em
caixa. Não podemos deixar de mencionar que a matéria-prima também tem certa
facilidade em se transformar em caixa, principalmente dependendo do tipo de
produto a que se refere. Quanto ao produto em elaboração, certamente este terá o
menor grau de liquidez, pois como ainda não estará concluído, não sendo matéria-
prima nem produto acabado, haverá maior dificuldade em comercializá-lo, caso
seja necessário fazer dinheiro com o mesmo.

77
Administração Financeira

 Os nomes ou nomenclaturas dos estoques

Os nomes ou nomenclaturas dados aos diversos tipos de estoques podem


gerar dúvidas ou confusões, pois aquilo que é matéria-prima de uma empresa
poderá ser o produto acabado de outra. Como exemplo podemos citar uma linha
de costura que, de um lado, poderia ser o produto acabado da fábrica que a produz
e, de outro lado, poderia ser a matéria-prima de uma confecção de camisas
masculinas.

 A necessidade do tipo de estoque

A necessidade que uma empresa venha ter de estoque de matéria-prima e/ou


em elaboração dependerá da necessidade de produtos acabados, o que é
conhecido com demanda derivada. Por outro lado, a demanda de produtos
acabados da empresa não depende da demanda de outros itens de estoque, assim
conhecida por demanda independente.

Tipos de custos de estoques

São duas as possibilidades de existência de custos de estoques: custos de falta


e custos de carregamento.

Os custos de falta ocorrem quando a empresa não calcula a quantidade mínima


necessária de estoque, deixando cair ao patamar “zero”, ou em quantidade de
estoque insuficiente. Também como consequência será a perda do cliente por não
ter seu pedido atendido.

Já os custos de carregamento são aqueles decorrentes de todos os custos


diretos e de oportunidade pela manutenção dos estoques, sendo os mais comuns:

 perdas decorrentes de deterioração, obsolescência, ou furto;

 custos com o armazenamento e o próprio controle do estoque;

 despesas com seguros e impostos;

 o custo de oportunidade do capital investido em estoque.

Como se sabe, qualquer que seja a situação, seja por falta ou por carregamento,
não é o que se deseja em uma gestão eficiente de estoque, pois custo implicará na
redução das margens de lucro.

78
Administração Financeira

Assim, caberá ao administrador evitar a ocorrência desses custos, ou ao menos


minimizar o impacto deles.

Fontes de financiamento em curto prazo garantido


Havendo necessidade de obtenção de empréstimo para amparar as atividades
operacionais de uma empresa, melhor que seja obtido sem que haja a obrigação
de se oferecer uma garantia qualquer. Os empréstimos sem garantias são menos
onerosos que os empréstimos que exigem garantias.

Entretanto, as linhas de crédito ou fontes de financiamento sem garantia são


limitadas, e na medida em que a empresa esgote tais fontes, necessário será buscar
alternativas que exijam a contrapartida de alguma garantia para amparar o
empréstimo concedido. A exigência da garantia está relacionada ao grau de risco
que a empresa oferece.

Características de empréstimos com garantia em curto prazo


Quando um credor exige ao tomador de crédito a apresentação de um
colateral, temos uma operação de empréstimo com garantia.

Convém esclarecer que um colateral nada mais é do que um ativo qualquer


que ficará disponível ao credor caso o tomador do crédito não honre com seu
compromisso de liquidação da dívida.

O procedimento adequado para que um empréstimo com garantia ocorra de


maneira mais expressa e precisa possível será em forma de contrato. Em tal
contrato deverá estar indicada a garantia (colateral) que é dada para sustentar a
operação de crédito, sendo importante que o mesmo seja levado a registro e
arquivo em cartório de títulos e documentos.

Os contratos devem prever as condições gerais do empréstimo com garantia,


estabelecendo o que será necessário para a extinção do direito sobre a garantia ou
parte dele, além de especificar a taxa de juros cobrada, data de vencimento do
contrato e demais cláusulas relacionadas.

Um contrato de empréstimo com garantia não significa que o custo da


operação será inferior ao custo de uma operação de crédito sem garantia. Isso
ocorre porque o credor, quando chega a exigir uma garantia, o faz por considerar

79
Administração Financeira

que o risco da operação requer uma ‘retaguarda’ que possa ao menor compensar o
prejuízo do não recebimento do valor emprestado.

Assim, uma garantia visa permitir a redução do risco de prejuízo pelo não
pagamento, mas não significa que com a garantia dada a dívida seja liquidada.

Outra questão a salientar é que aos credores não interessa liquidar e


administrar garantias e sim realizar suas operações de crédito, colocando o
dinheiro para dentro do cofre.

Fatores que contribuem para que uma garantia seja aceitável

Havendo a exigência de garantia para uma operação de empréstimo, é


indispensável à observação de algumas questões relacionadas ao colateral, quais
sejam:

Vida do colateral – É de suma importância que a vida do colateral esteja


compatibilizada com o prazo estabelecido no contrato de empréstimo. No caso de
empréstimos concedidos para vencimento em curto prazo, os ativos mais
adequados como garantia são aqueles vinculados ao ativo circulante da empresa,
tais como duplicatas a receber, títulos negociáveis e estoques. Já para contratos de
empréstimos de longo prazo, os mais adequados para garantir as transações são os
ativos permanentes.

Liquidez do colateral – Depois de verificada e resolvida a questão da vida do


colateral, também é importante ao credor avaliar o grau de liquidez daquilo que é
oferecido como garantia, ou seja, a velocidade com que tal garantia possa ser
convertida em dinheiro, transformando-se em caixa. Daí a necessidade do uso de
ativos circulantes para garantia de empréstimos de curto prazo, pois são esses
ativos que se convertem mais facilmente em caixa. Entretanto, mesmo a garantia
sendo parte de um ativo circulante, não significa que ele seja desejável, pois alguns
ativos circulantes não têm um grau de liquidez tão satisfatório, como no caso de
estoque de produtos em elaboração, por exemplo.

 Percentuais de adiantamento – Neste caso, agora resta definir o valor


que poderá ser liberado por conta do empréstimo com garantia,
tomando por base o valor do ativo que será dado como colateral. Assim,

80
Administração Financeira

define-se um percentual de adiantamento ao empréstimo, podendo


variar até cerca de 90% do valor do colateral ou outro valor qualquer que
o cedente do crédito esteja disposto a oferecer pela concretização do
empréstimo.

 Taxa de juros e comissões – Os juros cobrados nas operações de


empréstimo com garantia normalmente são superiores aos juros
cobrados quando não se exige colateral. Isso ocorre exatamente em
função de se acreditar que se foi necessário à oferta de garantia, é porque
o risco é mais elevado. E quanto maior o risco, maior o custo da operação.

O uso de duplicatas a receber como garantia


Temos duas possibilidades mais usuais para obtermos financiamento de curto
prazo utilizando como garantia as duplicatas a receber: factoring de duplicatas e
caução de duplicatas.
O factoring de duplicatas a receber
O factoring de duplicatas não pode ser considerado um empréstimo em curto
prazo propriamente dito. O que ocorre de fato é a venda direta dos direitos
creditórios das duplicatas a uma instituição financeira ou capitalista. Entretanto,
sua operacionalização se assemelha ao empréstimo garantido por duplicatas.
A caução de duplicatas a receber
É muito comum o uso de caução de duplicatas para garantia de empréstimo de
curto prazo no dia a dia das empresas, dada a sua facilidade e disponibilidade pelas
instituições financeiras. Tal facilidade é resultante do grau de liquidez que as
duplicatas de um modo geral oferecem, fazendo com que as mesmas sejam
largamente aceitas pelos credores.

81
Administração Financeira

Tipos de caução:
Temos duas possibilidades mais comuns no caucionamento de duplicatas para
garantia de empréstimos:

 O primeiro tipo leva em consideração uma base seletiva, ou seja, o credor


seleciona de todas as duplicatas oferecidas como garantia apenas aquelas
que não indicam sinais de maiores riscos de não recebimento. Assim, as
duplicatas que não ofereçam perfil de comportamento passado
adequado no que tange a pagamento, não serão aceitas para garantir os
empréstimos.

 A segunda possibilidade seria considerar todas as duplicatas oferecidas


pela empresa interessada na obtenção do empréstimo, indistintamente,
sem maiores restrições quanto ao grau de risco de não pagamento delas.
Ocorre mais nos casos em que o valor das duplicatas é pequeno, não se
justificando o custo da análise de risco destas.

 Por outro lado, como não se faz nenhuma separação entre as duplicatas
de maior ou menor risco e como forma de minimizar eventuais
dissabores, libera-se como adiantamento um percentual baixo, algo em
torno de no máximo 50% do valor de face das próprias duplicatas.

Processo de caucionar duplicatas


As providências para operacionalização do processo de caucionamento de
duplicatas em um empréstimo.

 Seleção das duplicatas consideradas aceitáveis – O cedente do


empréstimo, neste caso credor da operação financeira, deverá proceder a
uma análise objetivando determinar quais duplicatas serão consideradas
aceitáveis como garantia.

 Ajuste do valor das duplicatas aceitáveis - Uma vez resolvida à questão da


seleção das duplicatas, o próximo passo é ajustar o valor delas
considerando a possibilidade de devoluções ou alguma dedução que
possa ser concedida, pois caso isso ocorra o valor da garantia será
consequentemente reduzido. Assim, providencia-se uma redução no
valor do colateral aceitável por meio de um percentual fixo.

82
Administração Financeira

 Determinação do adiantamento - O passo a seguir é determinar o valor


do adiantamento que poderá ser feito em contrapartida às garantias
oferecidas para a operação de empréstimo, sendo que quanto menor o
risco, maior o valor do adiantamento concedido.

 Emissão de aviso e cobrança - Muitas vezes o cliente de uma empresa que


utilizou as duplicatas como garantia em uma operação de empréstimo,
não fica sabendo da caução e remete o pagamento diretamente à
empresa, caracterizando o que chamamos de caução sem notificação.

Importante!

Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a


exigência de caixa pela empresa.

O Estoque como garantia

Após os títulos negociáveis, o estoque é um ativo circulante da empresa que


também pode oferecer atrativo a um credor. Entretanto, algumas questões básicas
cautelares relacionadas às características de um estoque devem ser tomadas para
que seja realmente considerado aceitável como garantia em um empréstimo.

As características do estoque

Nesta unidade, você conheceu as principais contas que compõem o capital de


giro de uma empresa, tanto no sentido bruto quanto no sentido líquido. Viu
também a importância dos títulos negociáveis como alternativa para remuneração
dos capitais temporariamente ociosos, além de conhecer um pouco mais sobre
estoques e duplicatas a receber, duas das principais contas que compõem o ativo
circulante de uma empresa. Acreditamos que você estará apto, então, a
reconhecer e definir problemas relacionados à capacidade financeira de uma
empresa em manter a liquidez e solvência, equacionando possíveis soluções e
atuando de forma preventiva.

83
Administração Financeira

Na próxima unidade estudaremos as fontes de financiamentos, uma área


muitas vezes de crucial importância não apenas para a expansão das atividades de
uma empresa como também para a própria manutenção dela.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

84
Administração Financeira

Exercícios - Unidade 2

1. Que a alternativa correta e que indique o significado de capital de giro no


sentido bruto.

a) Todas as contas que compõem o ativo permanente.

b) Todas as contas que compõem o ativo realizável de longo prazo.

c) Todas as contas que compõem o ativo circulante.

d) Todas as contas que compõem o passivo exigível de longo prazo.

e) Todas as contas que compõem o patrimônio líquido.

2. É resultante da subtração de todos os saldos mantidos no ativo circulante


menos o valor de todos os compromissos existentes no curto prazo da empresa para
com fornecedores em geral, funcionários, impostos etc. Estamos nos referincapital
social integralizado.

a) Capital inicial.

b) Capital circulante líquido.

c) Capital investido.

d) Capital de longo prazo.

85
Administração Financeira

3. Marque a alternativa correta que indique a situação de um capital circulante


líquido positivo:

a) Ativo circulante > passivo circulante.

b) Ativo circulante = passivo circulante.

c) Ativo circulante < passivo circulante.

d) Ativo permanente > ativo circulante.

e) Ativo realizável longo prazo = patrimônio líquido.

4. São os investimentos em curto prazo, feitos pela empresa na intenção de se


obter um retorno sobre os saldos considerados temporariamente ociosos, ou que
não serão necessários em dado espaço de tempo. Estamos nos referindo a:

a) Obrigações de curto prazo.

b) Títulos negociáveis.

c) Conta corrente.

d) Exigibilidades correntes.

e) Cheque pré-datado.

5. Objetivando permitir um alívio da pressão no caixa de uma empresa, pode


ser considerada uma estratégia básica para administração de caixa:

a) Retardar o pagamento de seus compromissos.

b) Retardar o recebimento das duplicatas a receber.

c) Acelerar o pagamento dos fornecedores.

d) Girar o estoque mais lentamente.

e) Adquirir mais mercadorias.

86
Administração Financeira

6. Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número


de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao
recebimento de duplicatas a receber. A afirmativa está:

a) Parcialmente correta, pois se calcula o caixa mínimo operacional.

b) Parcialmente incorreta, pois se calcula o giro de caixa.

c) Totalmente correta.

d) Totalmente incorreta.

e) Parcialmente correta, porque não se considera o tempo para pagamento


de duplicatas.

7. A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa


poderá significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até
mesmo aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos.
Estamos nos referindo a:

a) Caixa mínimo operacional.

b) Giro de caixa.

c) Capital integralizado.

d) Banco conta movimento.

e) Títulos negociáveis.

8. Antecipar o recebimento dos créditos é uma possibilidade de medida


estratégica para gestão do caixa. Esta afirmativa está:

a) Parcialmente correta por antecipar o pagamento das dívidas.

b) Parcialmente incorreta pela estratégia para gestão de compras.

c) Totalmente correta.

d) Totalmente incorreta.

e) Parcialmente correta por retardar o recebimento de créditos.

87
Administração Financeira

9. São três os motivos que levam uma empresa a fazer aplicação em títulos
negociáveis. Comente sobre o motivo da transação.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Quando ocorre um custo de carregamento de estoques?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

88
Administração Financeira

3 Fontes de
Financiamentos

89
Administração Financeira

Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de


financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma
e suas particularidades. Desejamos que ao término desta unidade você esteja em
de negociar com as diversas fontes de financiamento disponíveis, viabilizando a
tomada de decisão que culmine no melhor resultado econômico-financeiro.

Objetivos da unidade:

 Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis.

 Identificar a condição necessária para a tomada de decisão para obtenção


da melhor fonte de financiamento em dado momento de uma empresa.

Plano da unidade:

 Empréstimos.

 Debêntures com e sem garantia.

 Ação preferencial.

 Ação ordinária.

 Natureza do capital próprio.

90
Administração Financeira

Uma das grandes preocupações das modernas organizações está relacionada


às fontes de financiamentos possíveis e disponíveis para amparar as atividades
operacionais e de investimentos.

Você sabe o que são as fontes de investimento?

Empréstimos

Os contratos de empréstimos e suas cláusulas padronizadas.

Os empréstimos com prazo superior a um ano são considerados empréstimos


de longo prazo.

Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as


transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o
cumprimento de certas cláusulas padronizadas, tais como:

a)Manutenção atualizada dos registros contábeis

O tomador de empréstimo deverá manter atualizados todos os registros de


acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e que sejam satisfatórios
do ponto de vista das informações necessárias para avaliação de crédito.

91
Administração Financeira

b) Apresentação e entrega das demonstrações financeiras

O tomador do empréstimo fica obrigado a fornecer as demonstrações


financeiras devidamente auditadas. Desta forma, o credor pode acompanhar o
andamento das atividades da empresa tomadora do crédito, além de,
eventualmente, solicitar reforço de garantia, caso as demonstrações financeiras
assim sugiram.

c)Adimplência ao pagamento de impostos e outras obrigações

Na ocorrência de impostos não pagos pela empresa aos cofres públicos, tal
situação pode indicar sinal de problemas com insolvência. Além disso, os
empréstimos, quando solicitados junto às instituições financeiras públicas, são
liberados apenas caso não haja quaisquer inadimplência com impostos/tributos.

d)Obrigação com reparo e manutenção

Uma empresa que possui e mantém um bom programa de manutenção e


conservação, tende a não sofrer com ‘paradas’ decorrentes de problemas técnicos
que poderiam ser evitados com manutenção preventiva (ou corretiva). Acredita-se
que um programa de manutenção permite condições favoráveis para continuidade
das operações da empresa.

e)Negociação de duplicatas a receber

A negociação (venda) de duplicatas a receber pode ser considerada como um


‘inimigo’ para a liquidez da empresa, pois tais recursos poderão fazer falta no fluxo
de caixa futuro.

As possíveis cláusulas restritivas de empréstimos

Alguns agentes financeiros também exigem a inserção de cláusulas restritivas


nos contratos de empréstimo objetivando reduzir seus eventuais riscos. Desta
forma, os contratos podem incluir as seguintes as cláusulas restritivas:

92
Administração Financeira

 Quanto a investimentos em títulos:

O credor pode exigir uma restrição (proibindo ou limitando) à empresa


tomadora do empréstimo, exigindo que a mesma não faça determinados
investimentos em títulos durante a vigência do contrato de empréstimo.

 Quanto a combinações:

O credor também poderá exigir da empresa tomadora que não realize nenhum
processo de fusão, incorporação, consolidação ou combinação com outra empresa
qualquer durante a vigência do empréstimo.

 Quanto à administração:

Muitas vezes o credor pode considerar que a manutenção de determinados


funcionários seja fundamental para a garantia do sucesso da empresa, desta forma
exige a manutenção de determinada estrutura funcional.

 Quanto ao nível mínimo de capital de giro:

Poderá ser incluído como exigência à obrigação para que a empresa tomadora
do empréstimo mantenha sempre um determinado nível mínimo de capital de
giro, sendo que tal nível deverá ser resultante de uma negociação entre as partes.

 Quanto aos ativos permanentes:

Muitas vezes os credores fazem as imposições em relação à liquidação, à


aquisição e à hipoteca dos ativos permanentes da empresa tomadora do
empréstimo, já que tais ativos, se mal administrados, podem influir nos resultados
financeiros de uma empresa.

 Quanto a dividendos:

O credor do empréstimo pode limitar o pagamento de determinado nível de


dividendos durante a vigência do contrato de empréstimo.

93
Administração Financeira

 Sobre empréstimo subsequente:

Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos


posteriores, haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo original, ou
seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que todos os direitos
e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados.

 Quanto a salários:

O credor poderá restringir ou até proibir aumentos salariais para funcionários


especificados, objetivando evitar que a empresa sofra grandes perdas ‘de caixa’ em
decorrência de pagamentos de salários vultosos.

 Quanto ao uso de empréstimos:

Pode ocorrer quando o credor quer deixar claro a destinação/aplicação dos


recursos emprestados.

Debêntures com e sem garantia

É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o direito


creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de mãos.

É um certificado que caracteriza que uma empresa fez um empréstimo e


compromete-se a liquidá-lo em data futura, conforme detalhamento estipulado no
próprio documento, tais como montante principal, prazo e taxa de juros. A maioria
das debêntures tem prazo longo, podendo variar entre 10 a 30 anos.

A proteção aos compradores de debêntures é prevista em lei e as duas


principais maneiras de aquisição são por intermédio de contratos ou agentes
fiduciários.

Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser


pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.), tendo o mesmo como principal
atribuição a de assegurar que o emitente do título cumpra as cláusulas contratuais,
atuando em benefício dos portadores das debêntures, tomando as medidas
necessárias contra os emitentes, caso estes não cumpram com suas obrigações.

94
Administração Financeira

Para melhor identificação e segurança por parte dos investidores, é preciso que
as debêntures tenham seu grau de risco classificado.

Classificação de debêntures (segundo a Moody's)

Aaa Primeira qualidade

Aa Qualidade alta

A Qualidade média superior


Baa Qualidade média
Ba Qualidade média ou especulativa

B Especulativa

Caa Desde muito especulativa a quase insolvente


Ca Desde muito especulativa a insolvente
C Qualidade baixíssima

As debêntures podem assumir dois tipos distintos: as debêntures com garantia


e as debêntures sem garantia.

Empréstimos

As Debêntures não garantidas

São emitidas sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia,


indicando, portanto, uma reivindicação sobre os resultados/ lucros da empresa, e
não sobre qualquer um de seus ativos, ocorrendo três tipos básicos:

 Debêntures - Têm uma reivindicação sobre os ativos de uma empresa


que sobrarem após a completa liquidação das reivindicações de todos os
credores com garantia.

 Debêntures subordinadas - São aquelas que estão diretamente


subordinadas a outros tipos de dívida. Os possuidores de dívida
subordinada terão suas reivindicações satisfeitas após os demais credores
em geral e antes dos acionistas comuns e preferenciais.

95
Administração Financeira

 Debêntures de lucros - O pagamento de juros somente é exigível


quando houver lucros disponíveis. Como é uma alternativa frágil para os
credores, é comum o estabelecimento de altas taxas de juros.

As debêntures com garantia

As debêntures com garantia se apresentam pelos seguintes tipos básicos:

 Debêntures com hipoteca - Têm como contraprestação de garantia a


indicação sobre a propriedade real ou edificações. É comum que o valor
real das garantias seja superior ao valor da debênture.

 Debêntures garantidas por colateral - Pode ocorrer o caso de uma


debênture ter sua garantia através de um (ou mais) outro título emitido
por outra(s) empresa(s), sendo que o valor de tais garantias deverá
superar o valor da Debênture em algo em torno de 30%.

 Certificados de garantias de equipamentos - Ocorre quando uma


empresa, visando à aquisição de um determinado equipamento, efetua o
pagamento da parcela inicial e vende certificados para levantar os
recursos adicionais necessários para comprar o equipamento do
fabricante.

Ações Ordinárias

Os detentores titulares das ações ordinárias possuem o direito de voto na


eleição de conselheiros, entretanto não têm preferência especial sobre dividendos

96
Administração Financeira

ou no caso de falência da empresa. Além disso, possuem também os seguintes


direitos:

 de participar proporcionalmente dos pagamentos de dividendos;

 em caso de liquidação da empresa, de participar proporcionalmente dos


ativos remanescentes após o pagamento de passivos;

 de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas numa


assembleia geral ordinária ou extraordinária.

Os acionistas ordinários também têm o direito de preferência, ou seja, de


participar proporcionalmente de qualquer aumento de capital.

Dividendos

O pagamento feito pelas empresas aos acionistas representa um retorno sobre


o capital que direta ou indiretamente foi por eles investido na própria empresa,
sendo tal pagamento denominado de dividendos. O critério de pagamento de
dividendos aos acionistas é resultante da deliberação do conselho de
administração.

Ações preferenciais

São denominadas como preferenciais, pois têm preferência no pagamento de


dividendos e na distribuição dos ativos da sociedade, na eventualidade de
liquidação, o que difere em relação às ações ordinárias.

Em resumo, os detentores de ações preferenciais recebem seus dividendos


antes dos titulares de ações ordinárias. Entretanto, por outro lado, têm o direito a
voto apenas aos detentores de ações ordinárias, não podendo fazer o mesmo os
portadores de ações preferenciais.

Dividendos cumulativos e não cumulativos

Os dividendos a serem pagos aos acionistas preferenciais podem ser


cumulativos ou não cumulativos, ocorrendo em mais casos os cumulativos.

97
Administração Financeira

Quando os dividendos preferenciais forem cumulativos, e no caso de não


serem pagos em determinado ano, os dividendos serão acumulados para o ano
seguinte.

Os conselheiros eleitos pelos acionistas ordinários podem postergar


indefinidamente o pagamento de dividendos preferenciais, entretanto ocorrerá o
seguinte:

I) A renúncia ao recebimento de dividendos também deverá ser feita pelos


acionistas ordinários;

II) No caso de não pagamento de dividendos aos acionistas preferenciais


por algum tempo, caberá aos mesmos o direito de voto, bem como
outros direitos.

Natureza do capital próprio

Alguns aspectos distinguem o capital próprio do capital de terceiros, sendo três


as diferenças básicas:

Direito de propriedade - O valor investido pelos detentores de capital próprio


não tem data de vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo
indeterminado e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade,
os proprietários da empresa.

Reivindicações sobre lucro e ativos – Os detentores de capital próprio têm


direito a participar dos lucros bem como direito sobre os ativos da empresa,
entretanto após a integral realização dos direitos de seus credores.

Maturidade - O capital próprio é considerado uma forma permanente de


financiamento exatamente por não ter uma data exata de vencimento,
significando dizer que o capital inicial aplicado não será exigido em um dado
momento. Por outro lado, o detentor de capital próprio pode negociar suas ações
através de bolsas de valores e “resgatar”, assim, o valor investido.

Ao encerrarmos a terceira unidade, estamos em condições de recapitularmos o


que fora estudado. Nesta unidade você pôde conhecer as principais fontes de

98
Administração Financeira

financiamento disponíveis, tais como empréstimos, debêntures, ações e capital


próprio. Você conheceu também como cada uma das alternativas pode ser
utilizada para o financiamento das atividades de uma empresa, desde as bases
contratuais até as regras de funcionamento e utilização da cada uma das
alternativas. Desejamos que você tenha se familiarizado com o assunto ao ponto
de identificar e analisar qual a melhor fonte de financiamento para atendimento da
necessidade de uma empresa em um dado momento.

Na próxima unidade, estudaremos o custo de capital, a estrutura de capital e


dividendos. Esse assunto certamente despertará sua atenção para algo que
provoca grandes embates nas empresas e com seus administradores, pois muitas
vezes a empresa depende de uma adequada estruturação de capital para que os
resultados econômico-financeiros desejados sejam atingidos em sua plenitude.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

99
Administração Financeira

Exercícios - Unidade 3

1. Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as


transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o
cumprimento de certas cláusulas padronizadas. O credor de um empréstimo pode
exigir a inclusão de uma cláusula contratual em que obrigue o tomador de crédito
a manter atualizados seus registros contábeis. Esta afirmativa é:

a) Parcialmente correta, pois depende do presidente da empresa.

b) Parcialmente incorreta quando não há registro contábil.

c) Totalmente correta.

d) Totalmente incorreta.

e) Parcialmente correta, pois depende do valor contábil.

2. Um dividendo representa:

a) Pagamento decorrente de garantia.

b) Pagamento resultante de empréstimos bancários.

c) Pagamento decorrente de retorno sobre o capital.

d) Pagamento a um agiota.

e) Pagamento a um fornecedor.

100
Administração Financeira

3. É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o


direito creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de
mãos. Estamos nos referindo a (à):

a) Boleto bancário.

b) Cheque pré-datado.

c) Cartão de crédito.

d) Debênture.

e) Warrant.

4. Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser


pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.). Trabalham em benefício dos
portadores das debêntures. A afirmativa é:

a) Parcialmente correta, porque não há intermediários.

b) Parcialmente incorreta, pois os intermediários são os agiotas.

c) Totalmente incorreta.

d) Totalmente correta.

e) Parcialmente correta, porque depende do valor da debênture.

5. Ocorre sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia. Trata-se de:

a) Caução bancária.

b) Fiança contratual.

c) Cheque.

d) Debênture sem garantia.

e) Duplicata mercantil.

101
Administração Financeira

6. Possui o direito de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas


numa assembleia geral ordinária ou extraordinária. Estamos nos referindo ao:

a) Tesoureiro da empresa.

b) Fornecedor da empresa.

c) Acionista ordinário da empresa.

d) Acionista preferencial da empresa.

e) Acionista titular.

7. É correto afirmar que um credor de empréstimo com contrato de cláusulas


restritivas pode exigir de seu tomador que o mesmo mantenha uma obrigação
com reparo e manutenção, objetivando garantir a capacidade operacional da
empresa, consequentemente, a ‘força’ geradora de caixa. Tal afirmativa é:

a) Verdadeira.

b) Falsa.

c) Parcialmente verdadeira, pois depende do caixa.

d) Parcialmente falsa, pois não é necessário capacidade operacional.

e) Parcialmente verdadeira, porque não depende do caixa.

8. Uma debênture com hipoteca é considerada uma debênture com garantia e


o valor da garantia normalmente é:

a) igual ao valor da debênture.

b) maior do que o valor da debênture.

c) menor do que o valor da debênture.

d) não há debênture com hipoteca.

e) um valor incalculável.

102
Administração Financeira

9. Quanto à natureza do capital próprio, alguns aspectos distinguem o capital


próprio do capital de terceiros, dentre eles o direito à propriedade. Comente sobre
o assunto.

______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
___________________________________________________________

10. Quanto à possibilidade de cláusulas restritivas em contratos de


empréstimos, elas ocorrem para reduzir seus eventuais riscos. Pode um contrato
de empréstimo restringir a tomada de empréstimos subsequentes? Explique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

103
Administração Financeira

104
Administração Financeira

4 Custo de Capital,
Estrutura de Capital e
Dividendos

105
Administração Financeira

Iniciamos esta nova etapa de nossos estudos registrando o quão importante é


a constituição de uma adequada estrutura de capital, seus respectivos custos e a
definição de uma política de dividendos que atenda, simultaneamente, aos
interesses da empresa e dos acionistas. Nesta unidade, conheceremos as diversas
alternativas de capital e seus respectivos custos, entenderemos a finalidade da
composição de uma estrutura de capital e as providências relacionadas ao
pagamento de dividendos. Esperamos que, ao concluir seus estudos dessa
unidade, você esteja apto a decidir pela melhor composição de estrutura de capital
e que consiga identificar entre as diversas alternativas de capital aquela que menor
impacto nos custos financeiros proporcionar à empresa.

Objetivos da unidade:

 Identificar as diferentes composições de estrutura de capital;

 Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital;

 Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos.

Plano da unidade:

 Custo de diferentes alternativas de capital.

 Diferentes composições da estrutura de capital.

 Pagamento de dividendos.

106
Administração Financeira

Custo de diferentes alternativas de capital

O custo de capital nada mais é do que o preço pago por uma empresa para
utilização de recursos obtidos junto às suas fontes de financiamento.

O custo de capital é demasiado importante no momento em que uma empresa


faz a análise de investimento para decidir se o mesmo deve ou não ser aceito, o
que exige verificar se o custo de capital será menor ou maior que o retorno
esperado.

Assim, o custo de capital deve ser considerado como um componente padrão


para tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer
retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado.

Quando o retorno de um investimento supera o custo de capital do projeto,


significa que a empresa caminha em direção à maximização de seus resultados.

107
Administração Financeira

Custo do capital próprio

Sabemos que uma empresa sociedade anônima emite ações para obter capital
perante seus proprietários, e que tal capital também pode ser obtido mediante a
retenção dos lucros acumulados.

A contrapartida ao fornecimento deste capital ocorrerá por intermédio do


pagamento de dividendos em dinheiro.

Podemos considerar que o valor de uma ação é resultante do valor atual dos
dividendos futuros estimados, ou seja:

Va = Somatório Dt / (1 + i)n

Va = valor da ação = valor atual da série Dt;

Dt = dividendo por ação esperado para a data n;

i = taxa de desconto (compatível ao risco dos fornecedores de capital próprio)

Custo de capital
Ks = D1 / Va + i

Do = R$ 2,50 por ação //

i = 20% aa //

Va =R$ 15,00, então, como D1 = Do (1 + i)

Ks = (2,50 (1,20) / 15,00) + 0,20 = 0,4000 ou 40,00% aa

108
Administração Financeira

Custo de capital de terceiros

O capital de terceiros é fonte de financiamento de uma empresa e compreende


todas as suas exigibilidades, e refere-se em especial a debêntures, ações
preferenciais e empréstimos.

Em qualquer das situações ou fontes, a empresa recebe certo montante para


realização de seus investimentos/aplicações que mais lhe convier.

Por outro lado, e como contrapartida deste financiamento, a empresa tomadora


efetua uma série de pagamentos que engloba os juros e outras despesas, além do
valor principal devidamente corrigido em obediência ao índice estabelecido e que
caracterize a recuperação da perda de poder aquisitivo da moeda.

Custo médio ponderado de capital

O custo médio ponderado de capital leva em conta todas as fontes de


financiamento utilizadas pela empresa, ou seja, aponta o custo geral dos recursos
que estão disponíveis e em uso da mesma.

Esse custo é resultante da média das taxas de custo das diversas fontes de
financiamentos de que dispõe a empresa, após o IR, e ponderado pela participação
de cada uma das fontes em relação ao total de fontes utilizadas pela empresa.

Essa ponderação é necessária em razão dos seguintes aspectos:

 Cada uma das fontes, em razão de suas características próprias, considera


o grau de risco de forma particular, implicando, consequentemente, em
diferentes taxas de retorno (custos específicos, para a empresa).

 Para efeitos de avaliação se determinado investimento deve ou não ser


realizado, não podemos estipular como padrão o custo da fonte
especificamente usada para financiar tal investimento, pois sabemos que
a empresa tem uma estrutura financeira com variadas fontes de
financiamentos, que por sua vez afeta os custos das demais fontes, bem
como as futuras condições de financiamento da empresa.

Quando a empresa atinge o seu limite de endividamento junto a capital de


terceiros, a saída será através do uso de capital próprio.

109
Administração Financeira

O ideal para uma empresa é que se consiga o menor custo médio possível,
proporcionando incremento das oportunidades de investimento que atinjam um
retorno maior que o próprio custo (médio) de capital.

Para que possamos calcular a média, necessitaremos saber o custo de cada


fonte (após o IR) e qual a participação de cada fonte no total utilizado.

Uma empresa pode avaliar o resultado econômico-financeiro levando em


consideração apenas o custo de capital diretamente relacionado com um
determinado investimento ou pode considerar os custos totais que estão à
disposição do negócio como um todo, desta forma avaliando os impactos não
apenas em um determinado projeto, mas na empresa em geral.

Exemplificando

Debêntures, no valor de R$ 1. 500.000,00, a 25% aa, após o IR.

Ações preferenciais, no valor de R$ 2. 500.000,00 a 20% aa.

Empréstimo no valor de R$ 800.000,00, ao custo 38% aa, após o IR.

Capital próprio, no valor de R$ 500.000,00, a 28% aa.

Fonte Custo Participação Custo x Participação


Debêntures 0,2500 0,2830 0,0708
Ações preferenciais 0,2000 0,4717 0,0943
Empréstimos 0,3800 0,1509 0,0574
Capital próprio 0,2800 0,0943 0,0264
Total custo médio 0,2489

CMPC = 24,89% aa

O custo de capital trabalha, como vínculo básico, ligando as decisões de


investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários fixada pelos
investidores no mercado, sendo usado para decidir se um investimento permite

110
Administração Financeira

aumentar ou reduzir o preço da ação da empresa. O custo de capital representa a


taxa de retorno esperada a ser obtida nos projetos em que investe para manter o
valor de mercado de sua ação (GITMAN, 2010) .

A figura 15 demonstra a estrutura do capital e a 16 apresenta-se o cálculo do CAPM:

Figura 15 Estrutura de Capital.

Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010).

Figura 16 Estrutura de Capital.

Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010).

111
Administração Financeira

Diferentes composições da estrutura de capital

Estrutura de capital

Uma estrutura de capital tem um papel de fundamental importância na


tomada de decisão financeira de uma empresa, já que ela compreende valor, risco
e retorno.

Tipos de capital

Temos dois tipos básicos de capital e que são identificados no passivo: capital
próprio e capital de terceiros.

 Passivo exigível em longo prazo = capital de terceiros

 Patrimônio líquido = capital próprio

O capital de terceiros, obtido através de empréstimos e quem têm data


preestabelecida para ser liquidado, é resultante de todo e qualquer recurso de
longo prazo utilizado pela empresa.

O capital próprio, também de longo prazo e que se mantém a disposição da


empresa por um período indeterminado, tem sua origem nos recursos
disponibilizados pelos donos da empresa.

A ação preferencial, a ação ordinária e os lucros retidos são as três fontes


básicas de capital próprio.

112
Administração Financeira

Risco e estrutura de capital

Toda empresa mantém uma determinada estrutura de capital, com seu


consequente grau de risco. A estrutura de capital deve ser compatível com o tipo
de negócio existente e resulta em determinado nível de risco financeiro.

Assim, o risco passa a ser um importante elemento no processo decisório da


estrutura de capital das empresas.

Pagamento de dividendos

Dividendos e política de dividendos

Os dividendos podem ter dois caminhos: serem distribuídos em dinheiro aos


sócios ou serem reaplicados sob forma de investimentos em nome dos próprios
acionistas.

A princípio, as duas alternativas parecem convidativas e possíveis, e sua


definição, entretanto, dependerá de algumas considerações.
Dividendo em dinheiro e pagamento de dividendos

Quando falamos em dividendo, geralmente nos referimos à distribuição de


lucros em dinheiro. Se por outro lado a empresa efetua um pagamento de outra
forma que não através de lucros correntes ou lucros retidos, então temos uma
distribuição.

113
Administração Financeira

Entretanto, genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela


empresa a seus acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de
sua política de dividendos).

Os principais tipos básicos de dividendos em dinheiro são:

 Dividendos regulares em dinheiro - É o tipo de dividendo mais comum,


podendo ocorrer em torno de quatro vezes ao ano, com pagamentos
feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do curso regular das
operações da empresa.

 Dividendos extraordinários - Quando ocorrer, significará a possibilidade


de se repetir no futuro ou não.

 Dividendos especiais - Caso ocorra, será decorrente de uma situação


única, não sendo repetido.

 Dividendos de liquidação - Ocorre quando parte ou total da empresa


está sendo liquidada ou até mesmo desfeita por uma razão qualquer.

De qualquer forma, seja pelo tipo que for o pagamento de dividendos em


dinheiro implicará em impacto no caixa e/ou lucros retidos da empresa, exceção
feita quando no caso do dividendo de liquidação.

Método-padrão de pagamento de dividendos em dinheiro

O conselho de administração de uma empresa é o órgão responsável pela


deliberação acerca dos pagamentos de dividendos. Uma vez decidido o
pagamento de dividendos pelo conselho, automaticamente passa a ser uma
obrigação da empresa, e sua anulação não é tarefa fácil.

Após a declaração de pagamento de dividendos, a distribuição será feita aos


acionistas que estejam devidamente registrados em data específica.

Etapas do pagamento de dividendos:

 Data da declaração - É a data em que o conselho de administração


declara que haverá pagamento de dividendos.

114
Administração Financeira

 Data ex-dividendo - Esta medida serve para resguardar o direito ao


dividendo à pessoa correta. É considerado detentor do direito aquele
que tiver a titularidade sobre o título dois dias úteis antes da data de
registro. Se uma pessoa adquirir antes desta data, terá o direito ao
dividendo. Caso a aquisição seja fora deste prazo, terá direito ao
dividendo o titular anterior.

 Data de registro - A empresa elabora uma lista, baseada em seus


registros, com a indicação de todos os seus investidores. Em 30 de
janeiro deverá ser feito o registro da lista com a indicação dos acionistas
registrados.

 Data de pagamento - Os cheques para pagamento dos dividendos são


enviados pelo correio.

A política de dividendos é importante?

A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as providências


que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros gerados.

Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida pela
política de dividendos.

Política de dividendos intermediária (atende interesses da empresa e dos


acionistas)

É baseada em cinco aspectos vitais:

Projetos que indiquem VAL - valor atual líquido positivo não deve ser
descartado em detrimento de pagamento de dividendos

I) evitar reduções de pagamento de dividendos;

II) evitar a necessidade de emissão de novo lote de ações;

III) manutenção de uma adequada relação entre capital próprio e capital de


terceiros;

IV) manutenção de um adequado índice de distribuição de lucro.

Ao concluirmos esta unidade, podemos afirmar que agora reunimos as


condições básicas necessárias para entendermos com mais propriedade a estrutura
de capital que esteja sendo utilizada por uma empresa, bem como a realização do

115
Administração Financeira

cálculo para identificação de seu custo de capital, seja de uma fonte em específico
que esteja financiando um projeto, ou seja, da empresa como um todo. Esta
unidade também lhe permitirá o desenvolvimento do raciocínio lógico, crítico e
analítico para operar com valores e equacionar soluções que dependam de uma
tomada de decisão. Novamente chamamos sua atenção para o desenvolvimento
de atitudes que lhe estimulem a iniciativa, participação, senso de pesquisa e de
análise global.

Na próxima unidade, estudaremos a avaliação de projetos de investimentos.


Este assunto lhe permitirá identificar a capacidade e oportunidade de uma
empresa em realizar ou não um projeto de investimento que esteja sendo objeto
de avaliação. A tomada de decisão dos investimentos estará alicerçada nos cálculos
necessários para a avaliação dos projetos, devidamente auxiliados pela matemática
financeira.

Como é bom quando terminamos uma jornada e chegamos à conclusão de


que logramos êxito naquilo em que nos propomos. E para que tenhamos esta
convicção, vale lembrar a importância de você realizar as atividades desta unidade
de estudo, presentes no caderno de exercício. Sua iniciativa através da revisão e
resolução das atividades será sempre uma ferramenta de reforço que lhe auxiliará
em seus estudos. Não se esqueça de também de fazer uso do ambiente virtual.
Estaremos sempre à disposição.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

116
Administração Financeira

Exercícios - Unidade 4

1. É o preço pago por uma empresa para utilização de recursos obtidos junto as
suas fontes de financiamento. Estamos nos referindo à (ao):

a) Linha de crédito.

b) Crédito ao portador.

c) Custo médio ponderado.

d) Custo de capital.

e) Custo de oportunidade.

2. Analise a afirmação abaixo:

O custo de capital deve ser considerado como um componente padrão para


tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer
retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado.

Marque a alternativa correta:

a) A firmação está correta, pois o investimento da empresa caminha em


direção à minimização de seus resultados.

b) A afirmação está errada, pois um investimento supera o custo de capital


do projeto, significa que a empresa caminha em direção à maximização
de seus resultados.

c) A afirmação está correta, pois a empresa caminha em direção à


maximização de seus custos.

d) A afirmação está correta, pois os custos da empresa são a maximização


dos projetos.

e) A afirmação está correta, pois o investimento significa que a empresa


caminha na direção de seus resultados de capital do projeto.

117
Administração Financeira

3. Compreende os custos das fontes de financiamento de uma empresa, e em


especial a debêntures, ações preferenciais e empréstimos. Estamos nos referindo a
(ao):

a) Custo do capital próprio.

b) Custo do capital impróprio.

c) Custo médio ponderado de capital.

d) Custo marginal de capital.

e) Todas as alternativas estão corretas.

4. Aponta o custo geral dos recursos que estão disponíveis e em uso da


empresa, ou seja, leva em conta todas as fontes de financiamento utilizadas. A
afirmação diz respeito à (ao):

a) Capital próprio.

b) Capital de terceiros.

c) Custo médio ponderado de capital.

d) Custo marginal de capital.

e) Todas as alternativas estão corretas.

5. Assinale a alternativa correta que indique os tipos básicos de capital:

a) Capital de terceiros e capital próprio.

b) Patrimônio líquido e caixa.

c) Duplicatas a receber e financiamento bancário.

d) Capital próprio e patrimônio líquido.

e) Todas as alternativas estão corretas.

118
Administração Financeira

6. Analise as afirmações abaixo:

I) O capital próprio é considerado de curto prazo.

II) O capital próprio se mantém na empresa por um período indeterminado.

Marque a alternativa correta:

a) A primeira afirmação é falsa e a segunda afirmação é verdadeira.

b) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda afirmação é falsa.

c) As duas afirmações são verdadeiras.

d) As duas afirmações são falsas.

e) A primeira sentença justifica a segunda sentença.

7. Genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela empresa a seus


acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de sua política de
dividendos). Das alternativas abaixo, escolha aquela que indicar dois tipos básicos
de dividendos.

a) Dividendos extraordinários e dividendos especiais.

b) Dividendos temporários e dividendos únicos.

c) Dividendos de liquidação e dividendos temporários.

d) Dividendos regulares e dividendos únicos.

e) Todas as alternativas estão corretas.

119
Administração Financeira

8. São consideradas etapas do pagamento de dividendos:

a) Data da declaração e data ex-dividendo.

b) Data de recebimento e data de registro.

c) Data de pagamento e data de antecipação.

d) Data ex-dividendo e data de envio.

e) Data do protocolo e data do acordo.

9. Explique o motivo pelo qual uma política de dividendos é importante.

______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________

10. Qual o significado de dividendos regulares em dinheiro?


______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

120
Administração Financeira

5 Avaliação de Projetos
De Investimentos

121
Administração Financeira

Esta unidade de estudos será de grande valia para o desenvolvimento de


habilidades que contribuam para sua reflexão e atuação crítica sobre a avaliação de
projetos de investimentos empresariais. Questões relacionadas com o risco e a
incerteza, com a lucratividade, o tempo de recuperação de um investimento e a
taxa de retorno serão alvo de nossas atenções a partir deste momento. Os estudos
desta unidade os proporcionarão as condições básicas necessárias para definição
em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo obviamente amparado
pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as técnicas de avaliação nos
permitem.

Objetivos da unidade:

 Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos.

 Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a


investir ou não em um determinado projeto.

Plano da unidade:

 Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza.

 Técnicas de avaliação de projetos de investimento.

122
Administração Financeira

Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza

Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto


de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente
impactarão na tomada de decisão: a definição de um padrão para efeitos de
comparação e o custo de capital relacionado ao projeto avaliado.

Quanto à necessidade do estabelecimento de um padrão

Sempre que se avalia o resultado esperado de um determinado investimento,


obtido através do uso das técnicas de investimento de capital, devemos comparar
este resultado com um padrão previamente estabelecido.

Tal padrão terá como principal objetivo indicar se os resultados obtidos através
das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis desejados pela
empresa. Assim, a decisão de realizar ou não determinado investimento
dependerá da comparação entre o índice obtido e o padrão estabelecido pela
empresa.

Cabe ressaltar que o estabelecimento de um padrão levará em conta questões


objetivas (ex.: dados históricos, situação mercadológica, índice de lucratividade
desejado, etc.) e também questões subjetivas (ex.: grau de tolerância ao risco).

Já vimos anteriormente que o objetivo da função financeira é o de maximizar o


retorno dos investimentos. Assim, quaisquer projetos devem ser avaliados
tomando por base esse princípio.

Quanto à necessidade de se avaliar o custo de capital da empresa

Inicialmente, cabe dizer que por custo de capital entende-se o custo geral dos
recursos utilizados por uma empresa para que ela consiga manter suas atividades.

Outra questão importante a se considerar é que alguns métodos de avaliação


levam em conta o valor do dinheiro no tempo e outros não.

123
Administração Financeira

Os métodos que estudaremos e que levam em conta o valor do dinheiro no


tempo são: taxa interna de retorno, valor atual líquido e índice de lucratividade.

Os demais métodos, período de recuperação do Investimento (payback) e taxa


média de retorno, não de baseiam nesse conceito, ou seja, não se apoiam em
fluxos de caixa descontados (a um determinado custo de capital).

Entretanto, cabe salientar que para uma avaliação mais ampla é fundamental o
entendimento acerca do resultado de cada uma das técnicas, já que cada uma tem
sua importância individual e todas são complementares entre si.

Técnicas de avaliação de projetos de investimento

Períodos de recuperação do investimento (payback)

Um método bem simples de avaliação mede o tempo necessário, conforme


escala utilizada, para que o investimento inicial realizado seja recuperado, igualado
ou superado. Considera as entradas líquidas de caixa acumuladas.

124
Administração Financeira

A aceitação ou rejeição de um projeto considerando o payback vai depender


do padrão estabelecido, ou seja, do prazo máximo tolerado pela empresa para que
a recuperação do investimento ocorra.

A título de ilustração, vamos considerar que a empresa tenha estabelecido


como padrão um prazo máximo de quatro anos para que a recuperação do
investimento ocorra. Vejamos o exemplo através do caso abaixo.

Empresa XPTO - Fluxo de caixa acumulado

ANO FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS


0 ( - ) RRR$160.000,00 ( - ) RRR$160.000,00
1 + RRR$ 45.500,00 ( - ) RRR$114.500,00
2 + RRR$ 27.500,00 ( - ) RRR$ 87.000,00
3 + RRR$110.000,00 + RRR$ 23.000,00
4 + RRR$ 66.500,00 + RRR$ 89.500,00
5 + RRR$ 76.000,00 + RRR$165.500,00

Calculando o payback: (último fluxo acumulado negativo x 12 / fluxo de caixa


do período que anula o saldo negativo do fluxo acumulado)

Período = RRR$ 87.000,00 x 12 meses

------------------------------ = 9,5 meses

RRR$ 110.000,00

O resultado de 9,5 meses indica o intervalo de tempo existente dentro da


escala anual.

De antemão, sabemos que o payback ocorrerá entre o final do 2º ano (fluxo


acumulado ainda é negativo) e o final do 3º. ano (fluxo de caixa já é positivo).

Assim, sabemos que o payback é mais do que 2 anos e menos do que 3 anos.
Então, pelos cálculos, o payback é 2 anos e 9 meses.

125
Administração Financeira

Quanto ao risco, a empresa poderia estabelecer como margem algo em torno


de 15% do prazo calculado (ou outra taxa qualquer).

Desta forma, deveríamos acrescentar mais 15% sobre o prazo encontrado de 2


anos e 9 meses. Obteríamos 3 anos e 2 meses, ainda inferior ao padrão
estabelecido neste exemplo, que foi de 4 anos, significando que baseado neste
método o projeto pode ser aceito.

Taxas médias de retorno

Ainda também sem levar em conta o valor do dinheiro no tempo, a taxa média
de retorno requer a observância das seguintes etapas:

Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se


o fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos.

Divisão do fluxo líquido médio obtido pelo valor do investimento exigido


no projeto. O resultado será a taxa média de retorno, que indicará uma
porcentagem aproximada do investimento que é recuperada ao ano pela empresa.

Aqui neste caso, novamente se faz necessária a comparação do resultado


obtido com um padrão estabelecido pela empresa. Vamos considerar que tal
padrão tenha sido de 28% aa. Vamos então, calcular a TMR.

(A) Fluxo líquido total (tabela anterior) R$ 325.500,00 *


(B) Número de períodos (anos) 5 anos
(C) Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) R$ 65.100,00
(D) Investimento exigido R$ 160.000,00
(E) Taxa média de retorno (E) = (C) / (D) 40,69% aa

* considerando os fluxos acumulados, ou seja, R$ 4.500,00 + R$ 27.500,00 +


R$110.000,00 + R$ 66.500,00 + R$76.000,00 =

R$ 25.500,00

Com o padrão de 28% aa estabelecido pela empresa, o retorno líquido médio


exigido seria de R$ 44.800,00 aa.

126
Administração Financeira

O fluxo efetivamente calculado deste projeto seria de R$ 65.100,00 aa,


significando uma taxa de retorno de 40,69 % aa, ou seja, superior ao padrão
estabelecido e indicando que o projeto deveria ser aceito.

Valor atual líquido ou valor presente líquido.

Este método leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Este método


trás para o valor presente (data zero ou momento atual), o valor do fluxo projetado
em data futura “n”.

Para se calcular é necessário o uso de um fator para descontar os fluxos futuros.


Desta forma, requer a consideração de uma taxa de desconto que reflita o custo de
capital da empresa.

Assim, devemos considerar as seguintes etapas para o procedimento de cálculo


do VPL:

 Projetar e desenvolver a série de fluxos de caixa do projeto e definir


uma taxa de desconto. A título de ilustração, consideremos que o custo
de capital de uma empresa fictícia fosse de 17% aa. Assim, caso os seus
recursos não sejam aplicados com um retorno no mínimo igual ao custo
de capital, a empresa poderá obter maior rentabilidade aplicando tais
recursos em outras alternativas de investimento, inclusive podendo ser
fora da própria empresa, significando que o projeto inicialmente
aventado deve ser rejeitado por não rentabilizar acima do custo de
capital;

 Utilizando a taxa de desconto definida, converter os fluxos futuros


de caixa em valores atuais, mediante uso da fórmula 1 / (1 + i) ^n, (i =
taxa de desconto e n = o número de períodos). Tais valores podem ser
obtidos através de cálculos com o uso das tabelas financeiras, disponíveis
em livros de matemática financeira. É importante salientar que o fluxo
inicial, no tempo “zero” não requer procedimento de cálculo, já que o
mesmo corresponde ao valor presente, já que por meio da fórmula acima
com “n” igual a “zero”, temos resultado “um” e multiplicando o capital por
um, temos como resposta o valor do próprio capital.

127
Administração Financeira

 Confrontar o resultado obtido com o cálculo do valor atual das saídas


com o valor atual das entradas. Quando a diferença decorrente desta
comparação for positiva, significará que o projeto deverá ser aceito, já
que tal resultado indicará que a taxa (interna) de retorno supera o custo
de capital de 17% aa. Caso o resultado seja inferior ao custo de capital,
então o projeto deverá ser recusado.

Exemplo de cálculo do valor atual líquido do projeto da Empresa XPTO.


Fator de valor atual a Valor atual do
Ano Fluxo de Caixa
17% aa fluxo a 17%
0 (-) R$ 160.000,00 1,0000 (-) R$ 160.000,00
1 +R$ 45.500,00 0,8547 R$ 38.888,85
2 +R$ 27.500,00 0,7305 R$ 20.088,75
3 +R$ 110.000,00 0,6244 R$ 68.684,00
4 + R$ 66.500,00 0,5337 R$ 35.491,05
5 + R$ 76.000,00 0,4561 R$ 34.663,60
Valor Atual Líquido + R$ 37.816,25

Temos que o valor atual líquido é a diferença existente entre o valor atual das
entradas e o valor atual das saídas, já considerado o custo de capital como taxa de
desconto, neste caso de 17% aa.

Assim, neste exemplo, encontramos que o valor atual líquido do projeto é


positivo em R$ 37.816,25, superior, portanto, a zero, devendo o projeto ser aceito.

Índice de lucratividade

Neste caso, dependemos inicialmente do cálculo do valor atual líquido das


entradas e do valor atual líquido das saídas, pois a apuração do índice de
lucratividade é obtida simplesmente dividindo um pelo outro.

Valor atual das entradas


IL
Valor atual das saídas

O resultado deste cálculo apontará para valores iguais, inferiores ou superiores


a “um”, sendo interessantes para as empresas os projetos em que o índice de
lucratividade seja superior a “um”. Sempre que o valor atual líquido for maior do
que “zero”, consequentemente, o índice de liquidez será maior do que “um”.

128
Administração Financeira

Taxa interna de retorno

A TIR é a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto
poderá suportar. Quando calculamos a viabilidade de um projeto utilizando a TIR
como taxa de desconto, o resultado será sempre ‘zero’, pois a TIR é a taxa de
desconto igual aos fluxos futuros de um projeto a ‘zero’.

Quando a TIR for superior ao custo de capital, o resultado do valor atual líquido
do projeto será superior a zero, indicando que o mesmo deve ser aceito. No caso
de a TIR ser inferior ao custo de capital, consequentemente, o projeto deverá ser
rejeitado, já que o VAL será negativo, ou abaixo de zero.

Resumindo, podemos afirmar que a TIR é a taxa que faz com que o valor atual
das entradas seja igual ao valor atual das saídas. Feito isso, o resultado do fluxo
será “zero”.

Neste caso, o processo de cálculo segue o mesmo princípio do cálculo utilizado


para o valor atual líquido, entretanto mais extenso e demorado, já que teremos a
ocorrência de tentativa e erro, pois teremos que calcular a diferentes taxas e várias
vezes até a obtenção da taxa que transforme o valor atual líquido igual à zero.

Voltando ao exemplo anterior da empresa "XPTO", já determinamos o valor


atual líquido a 17%aa., e obtivemos + R$ 37.816,25. Para identificarmos a TIR,
teremos que igualar o fluxo a R$0,00.

Cálculo da TIR da empresa "XPTO"

Taxa de desconto Valor atual líquido


15% + R$ 48.492,96
17% + R$ 37.816,25
20% + R$ 23.283,80
25% + R$ 2.462,08
30% - R$ 14.907,06

Os resultados advindos dos cálculos com várias taxas de desconto indicam que
o valor atual líquido passa por zero entre as taxas de 25% e 30% aa, pois calculando
com uma taxa de 25% aa o valor atual líquido é de R$ 2.462,08 e com a taxa de
30%aa o valor atual líquido fica em R$ 14.907,06.

129
Administração Financeira

Consideraremos, então, a taxa de 26% aa. O valor atual líquido encontrado é de


- R$ 1.262,57 . Como as tabelas financeiras não trazem a indicação de taxas e
fatores infinitos, faremos uma aproximação linear interna de retorno.

Assim, temos que a taxa interna do retorno é 26,00 - 0,3390 = 25,66% aa.,
superior ao custo de capital de 17% aa; logo o projeto deve ser aceito.

Do resultado encontrado da TIR, podemos considerar que o custo de capital até


25,66% aa., ou seja, igual ao valor da TIR, o projeto poderá ser aceito, pois o VPL
será igual a zero. Quando o custo de capital ficar acima desta taxa o VPL será
negativo e abaixo da mesma taxa o VPL será positivo.

Para calcular a TIR utilizando a calculadora financeira HP 12C

 (f) REG

 160.000(CHS) (g) CFo

 45.500,00 (g) CFj 27.500,00 (g) CFj

 110.000,00 (g) CFj 66.500,00 (g) CFj

 76.000,00 (g) CFj

 (f) IRR - 25,66

Utilizando a calculadora financeira HP 19 BII

 [FIN] [CFLO] [ ] CLEAR DATA [YES]

 160.000,00 [+/-] [INPUT] 45.500,00 [INPUT] [INPUT]

 27.500,00 [INPUT] [INPUT] 110.000,00 [INPUT] [INPUT]

130
Administração Financeira

 66.500,00 [INPUT] [INPUT] 76.000,00 [INPUT] [INPUT]

 [CALC]

 [IRR%] - 25,66%

Ao concluirmos esta quinta etapa, é indispensável que você realize uma revisão
do conteúdo estudado. Nesta unidade você aprendeu as técnicas de avaliação de
projetos de investimentos, que o possibilita o domínio das ferramentas necessárias
para aceitação ou rejeição de uma proposta de investimento empresarial.
Acreditamos que agora você esteja em condições de comparar diversas
alternativas de projetos e optar por aquela que efetivamente traga maior
maximização de resultados aos empreendedores e à própria empresa.

Na próxima unidade, estudaremos o valor econômico agregado, uma


importante ferramenta auxiliar na avaliação de mercado de uma empresa. Este
assunto certamente despertará sua curiosidade, pois se baseará em demonstrações
contábeis e equações matemáticas que lhe conduzirão ao entendimento sobre as
possíveis situações econômicas em que uma empresa pode se encontrar.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

131
Administração Financeira

Exercícios - Unidade 5

1. Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto


de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente
impactarão na tomada de decisão. Indique a alternativa correta.

a) A definição de um padrão e o custo de capital.

b) A contratação de apólice de seguro e a definição de um padrão.

c) O custo de capital e demonstração financeira primária.

d) A demonstração financeira primária e a definição de um padrão.

e) Os recursos monetários e a inflação.

2. O padrão definido terá como principal objetivo indicar se os resultados


obtidos através das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis
desejados pela empresa. A afirmação está:

a) Totalmente correta.

b) Totalmente errada porque depende do objetivo.

c) Parcialmente correta porque depende da técnica empregada.

d) Parcialmente errada.

e) Parcialmente correta pois não há um nível desejado.

132
Administração Financeira

3. São os métodos de avaliação de projetos de investimentos que levam em


conta o valor do dinheiro no tempo:

a) Payback e taxa média de retorno.

b) Payback e taxa interna de retorno.

c) Valor presente líquido e taxa interna de retorno.

d) Taxa interna de retorno e taxa média de retorno.

e) Todas as alternativas anteriores.

4. Mede o período de recuperação do investimento. Estamos nos referindo à (ao):

a) Taxa interna de retorno.

b) Valor presente líquido.

c) Índice de lucratividade.

d) Payback.

e) Taxa média de retorno.

5. O Valor presente líquido é um método que leva em consideração o valor do


dinheiro no tempo, ou seja, o fluxo de caixa descontado. A afirmativa está:

a) Correta em parte, pois se trata da taxa interna de retorno.

b) Incorreta no todo.

c) Totalmente correta.

d) Totalmente incorreta.

e) Incorreta em parte, pois se trata do índice de lucratividade.

133
Administração Financeira

6. Podemos afirmar que quando o índice de lucratividade de uma empresa for


superior a “1” (um), automaticamente o valor presente líquido será maior que
“zero” (0). Marque a resposta correta.

a) Impossível de ocorrer tal combinação de resultado.

b) Nunca haverá índice de lucratividade acima de “1”.

c) O enunciado descreve uma combinação real de possibilidade.

d) O valor presente líquido será sempre abaixo de “zero” quando o índice de


lucratividade for acima de “um”.

e) A taxa interna de retorno dependerá da taxa bancária.

7. É a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto


poderá suportar. A afirmação se refere à (ao):

a) Custo de capital.

b) Payback.

c) Taxa interna de retorno.

d) Taxa de juros capitalizados.

e) Taxa média de retorno.

8. Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se o


fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos. Estamos nos referindo
à (ao):

a) payback.

b) taxa média de retorno.

c) taxa interna de retorno.

d) índice de lucratividade.

e) valor atual líquido.

Baseado nas informações a seguir, responda as questões 9 e 10.

134
Administração Financeira

Investimento realizado......................................... R$ 110.000,00

Período de tempo considerado......................... 5 anos

Receitas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .... R$ 48.000,00

Receitas totais 4º. e 5º anos (cada um) ........... R$ 68.000,00

Despesas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .. R$ 17.000,00

Despesas totais 4º. e 5º anos (cada um) ......... R$ 21.000,00

9. Calcule o payback.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

135
Administração Financeira

10. Calcule a taxa média de retorno.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

136
Administração Financeira

6
Valor Econômico
Agregado- EVA

137
Administração Financeira

Esta unidade de estudos aborda uma grande ferramenta auxiliar de avaliação


no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos administradores e
proprietários das empresas, pois indica se o investimento realizado está ou não
agregando valor ao negócio. Permite também, como consequência, a definição de
estratégias, políticas e diretrizes que conduzam as atividades operacionais das
organizações em direção à otimização dos resultados, algo que certamente vem ao
encontro dos interesses dos investidores de modo geral. Desta forma, os estudos
desta unidade lhe proporcionarão uma visão mais crítica das condições
econômico-financeiras além de uma percepção mais ampla daquilo que é revelado
nas demonstrações contábeis.

Objetivos da unidade:

Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor adicionado


aos negócios;

Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em prol


dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico-financeiro.

Plano da unidade:

 EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de mercado adicionado.

 Matriz de indicadores do EVA.

 MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado.

138
Administração Financeira

EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de


mercado adicionado

O lucro apontado pela contabilidade de uma empresa, na maioria das vezes, é


o que mais chama a atenção dos empreendedores, investidores ou acionistas.

Embora o lucro contábil de fato tenha sua importância, temos outra alternativa
que permite uma melhor interpretação acerca do desempenho econômico: o EVA
– Economic Value Added, que traduzindo significa valor econômico agregado ou
adicionado.

O EVA passa a ser uma importante ferramenta de informação complementar


àquela proporcionada pelos resultados apontados na Demonstração de
Resultados, mais precisamente no lucro.

Importante destacar que o EVA é uma marca registrada pela Stern Stwuart & Co,
empresa norte-americana de consultoria.

Resumidamente, podemos afirmar que o EVA consiste em apreciar e


demonstrar os efeitos quando o lucro operacional num determinado momento for
superior ao custo do capital investido no mesmo período, significando que a
empresa obteve um EVA® positivo.

No caso de o resultado apresentar um EVA negativo, não significará,


necessariamente, que a situação seja irrecuperável, ou não possa ser revertida,
podendo apenas indicar que a empresa está vivendo o momento de maturação
dos seus investimentos.

Sabemos que o objetivo da administração financeira é a maximização dos


resultados, com consequente criação de valor para o proprietário/acionista das
empresas.

Assim, torna-se de fundamental importância a determinação do valor da


empresa e seu permanente monitoramento, objetivando verificar se a criação de
valor está acontecendo conforme desejado pelo proprietário.

139
Administração Financeira

Também sabemos que compete ao administrador a tomada de decisões que


impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa, bem como seu
comprometimento com a análise de projetos de investimentos.

Desta forma, todas as providências tomadas pelo administrador terão como


meta a elevação do valor de mercado da empresa em que atua.

Quando nos referimos à possibilidade de criação de valor para uma empresa


estamos falando de MVA – market value added, ou melhor, valor de mercado
adicionado. O MVA gera os seguintes benefícios:

 Permite uma visão de longo alcance em relação ao impacto das decisões


tomadas;

 Enfatiza a importância de uma adequada estrutura de capital, custo de


capital próprio e de terceiros, política de dividendos;

 Integra a área financeira ao planejamento estratégico;

 Os gestores trabalharão de maneira mais integrada e interdependente,


utilizando os mesmos procedimentos, filosofia, conceitos e objetivos em
obediência às metas estabelecidas pela empresa;

 Auxilia na identificação da taxa mínima de retorno a ser exigida nos atuais


e em novos projetos que interessem à empresa;

 Permite a percepção de contribuição de cada gestor na criação de valor


para os proprietários/acionistas da empresa;

 Os objetivos da empresa tornam-se mais pontuais, claros, consistentes e


mensuráveis;

 Auxilia a tomada de decisão em processos de reorganização societária em


momentos de fusões, joint-ventures, aquisição ou venda de participações
acionárias e/ou cisões;

140
Administração Financeira

Importante!

Uma empresa consegue ter MVA – valor de mercado adicionado quando


viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico agregado.

O EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos deduzida do custo


médio ponderado de capital.

Uma empresa precisa avaliar os possíveis resultados dos projetos que estejam
em desenvolvimento. A soma do resultado desses projetos precisa atingir uma
taxa de retorno que supere o custo médio de seus financiamentos.

Empresa ‘XPTO’

Demonstrativo patrimonial Em 31/12/200

AO = resulta dos investimentos necessários de uma empresa para que ela


consiga gerar receita operacional, tais como: o caixa mínimo, as duplicatas a
receber, os estoques e as imobilizações produtivas.

PO = resultante de todos os financiamentos em que a própria operação da


empresa oferece, tais como: fornecedores, salários a pagar, impostos, etc.

CCT – Custo de capital de terceiros.

CCP – Custo de capital próprio.

AOL – Ativo operacional líquido: AO – PO

Resumo:

141
Administração Financeira

AOL................................... R$ 36.000,00 (AO – PO: 40.000,00- 4.000,00)

Capital de terceiros........... R$ 16.000,00

Capital próprio.................. R$ 20.000,00

Concluímos que os dados acima nos revelam que o retorno obtido na gestão
dos ativos operacionais deverá ser, pelo menos, igual à soma do custo do capital de
terceiros e custo do capital próprio. Quando isso ocorrer, a empresa não estará
‘destruindo’ valor, ou como poderíamos dizer de forma mais simples, a empresa
não estaria diminuindo de tamanho.

O AOL de $ 36.000 é financiado pelo CP e CT, sabendo que as duas fontes têm
custo financeiro. Supondo que CCT seja de 10% e o CCP seja de 12%, ambos já
deduzidos o IR, podemos calcular o custo médio ponderado de capital.

O CMPC significará o custo final utilizado pela empresa em sua estrutura de


financiamento como um todo, ou seja, considerará todas as fontes de
financiamento disponíveis para a operacionalização dos negócios bem como seus
respectivos custos, e é calculado considerando o custo de cada fonte de capital
utilizada e ponderada em relação à soma dos valores correspondentes a todas as
fontes de capital utilizadas pela empresa.

CMPC líquido (já deduzido IR de 30%) = R$ 16.000,00 / R$ 36.000,00X 0,10 + R$


20.000,00 / R$36.000,00 x 0,12 = 11,11%. O resultado de 11,11% significa ser a taxa
mínima de retorno necessária a ser obtida na gestão sobre o AOL.

CMPC bruto (sem deduzir IR 30%) = R$ 16.000,00 / R$36.000,000 X 0,1428 + R$


20.000,00 / R$36.000,00 x 0,1714 = 15,87%

Resumo das taxas:

CCT: Bruto = 14,28 e líquido (já deduzido 30% IR) = 10,0

CCP: Bruto = 17,14 e líquido (já deduzido 30% IR) = 12,0

Exemplo:

(1) = 0,1587 x R$ 36. 000,00

(2) = 0,30 x R$ 5.713,00

(3) = 0,10 x R$ 16.000,00

142
Administração Financeira

RAOL – Retorno sobre o ativo operacional = LO / AOL: R$ 5.713,00 / 36.000 =


15,87

O valor de R$ 4.000,00 correspondente ao LO, é o valor de equilíbrio, ou seja, é


o valor do lucro operacional que a empresa necessita obter para absorver o CCT e o
CCP.

Em outras palavras, o resultado obtido é o lucro operacional mínimo, no caso


suficiente para remunerar o custo total do capital de terceiros e capital próprio.

Esse resultado aponta que a empresa não criou nem destruiu valor adicionado,
pois R$ 1.600,00 cobre o custo de capital de terceiros e R$ 2.400,00 o custo do
capital próprio (R$1.600,00 + R$2.400,00 = R$ 4.000,00).

Vejamos outra apresentação do demonstrativo de resultados:

Demonstrativo de Resultados para o ano de 2000


Lucro operacional R$ 5.713,00 (1)
( - ) Imposto de renda R$ 1.713,00
= LO após o IR e antes dos juros R$ 4.000,00
( - ) Juros – CCT R$ 1.600,00
Lucro após o IR R$ 2.400,00
( - ) Custo capital próprio - CCP R$ 2.400,00
= EVA R$ 0

Neste exemplo, o EVA da empresa corresponde a zero, o que nos indica que o
LO de R$ 4 000,00 reflete uma linha de corte.

Na DRE – Demonstração de Resultado, temos dispostas acima do lucro


operacional (R$ 4.000,00) as contas relacionadas aos gastos da operação da
empresa, tais como salários, matérias primas, energia, despesas administrativas etc.
Ainda no DRE e abaixo do lucro operacional, temos os gastos da empresa com a
estrutura de capital, neste caso R$ 1.600,00 + R$ 2.400,00.

Assim, objetivando alterar a situação de EVA = Zero, criando valor adicionado,


poderíamos adotar o seguinte:

143
Administração Financeira

a) providenciar alterações nas políticas internas da empresa, aumentado as


receitas e/ou reduzindo os gastos operacionais;

b) providenciar corte nos custos com a estrutura de capital.

O EVA nos permite entender uma empresa como captadora e aplicadora de


recursos. Existirá EVA positivo quando o custo da captação for inferior ao custo da
aplicação dos recursos.
Expressão matemática do E V A

144
Administração Financeira

O EVA poderá ser expresso da seguinte forma:

EVA = LO – CCT – CCP , portanto; EVA = LO – (CCT + CCP)

Ao final do DRE teremos a indicação do EVA - Valor Econômico Adicionado –


EVA, podendo ocorrer três situações:

 EVA positivo, ocorrendo quando o RAOL superar o CMPC.

 EVA igual a zero, ocorrendo quando o RAOL se igualar ao CMPC.

 EVA negativo, ocorrendo quando o RAOL for inferior ao CMPC..

Uma demonstração simples para cada uma das situações acima: CMPC =
11,11%

EVA igual a zero:

RAOL = R$ 4.000,00 / R$ 36.000,00 = 11,11%

EVA = RAOL – CMPC x R$ 9.000,00

EVA = 11,11 – 11,11 x 9.000,00

EVA = 0,000 x R$ 9.000,00= R$ 0

O EVA é igual a zero, pois a empresa está captando recursos a uma taxa de
11,11% e aplicando-os aos mesmos 11,11%.

EVA positivo (por exemplo, igual a R $ 1.500,00 )

 RAOL = (R$ 4.000,00+ R$ 1.500,00) / R$ 36. 000,00

 R$ 5.500,00 / R$ 36.000,00= 15,28%

 EVA = RAOL - CMPC x R$ 36.000,00

 EVA = (15,28 – 11,11) / 100) x R$ 36.000,00

 0,0417 x R$ 36.000,00= R$ 1.500,00

145
Administração Financeira

Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a


15,28%, resultando em um EVA positivo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de R$
1.500,00, temos um retorno sobre o capital próprio de 19,5% (R$ 2.400,00 - Lucro
após o IR + R$1.500.00- EVA positivo) / R$ 20 .000,00). Estes 7,5% (19,5 – 12,0) de
taxa acima do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo)
aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identificam o EVA de R$1.500,00.

EVA negativo (por exemplo, igual a - R$ 1.500,00)

RAOL = (R$ 4.000,00 - R$ 1.500,00 ) / R$ 36 .000,00 = 6,94%

 EVA = RAOL – CMPC x R$ 36.000,00 =


 EVA = (6,94 – 11,11) x R$ 36. 000,00 =
 EVA = - 0,0417 x R$ 36. 000,00
 EVA = - R$ 1.500,00

Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a


6,94%, resultando em um EVA negativo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de -
R$ 1.500,00 temos um retorno sobre o capital próprio de 4,5% (R$ 2.400,00 lucro
após o IR - R$ 1.500,00 - EVA negativo) / R$ 20.000,00). Estes 7,5% (4,5 – 12,0) de
taxa abaixo do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo)
aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identifica o EVA de - R$ 1.500,00.

Matriz de indicadores do E V A

146
Administração Financeira

Leverage = alavancagem = Nível de utilização de recursos de terceiros para


aumentar as possibilidades de lucro, aumentando, consequentemente, o grau de
risco da operação, ou capacidade que uma empresa possui de usar seus ativos ou
recursos com um custo fixo, com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas.

A matriz acima indicada facilita o acompanhamento da evolução econômica de


uma empresa, já que os indicadores apontam para o EVA. Para que uma empresa
consiga criar valor, é preciso que se adotem as seguintes estratégias:

 Aumentar a margem operacional (componente do RAOL);

 Aumentar o giro sobre os ativos (componente do RAOL);

 Aumentar a alavancagem financeira (ampliar a relação dívida / capital


próprio).

MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado

Já sabemos que é preciso o auxílio das demonstrações financeiras/contábeis


para apurarmos o EVA.

Vimos anteriormente que uma empresa consegue ter MVA – Valor de Mercado
Adicionado – quando viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico
agregado, sendo que o EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos
deduzida do custo médio ponderado de capital.

Considerando o mesmo exemplo, vamos calcular o MVA da empresa utilizando


o EVA positivo de R$ 1.500,00.

De forma bem simples, podemos identificar o MVA da empresa mediante a


divisão do valor do EVA pelo custo de capital próprio, ou seja, pela fórmula MVA =
EVA / CCP.

Substituindo os valores, temos:

 MVA = EVA / CCP


 MVA = 1.500 / 0,12
 MVA = 12.500

147
Administração Financeira

Em resumo, temos no exemplo que o EVA da empresa é de R$ 1.500,00e seu


MVA é de R$ 12.500,00.

EVA Consolidado

Lucro líquido R$ 3.900,00(LL 2.400,00+ EVA 1.500,00)

R$ 2. 400,00 (CCP x CP, ou seja, CCP x Pat.Líq.)


(-) CCP
0,12 x 20.000,00= 2.400,00

= EVA consolidado R$ 1.500,00

MVA consolidado

MV (valor de mercado) = LL (lucro líquido) / CCP (custo de capital próprio)


MV = LL / CCP (3.900 / 0,12) R$ 32.500,00

CAPITAL PRÓPRIO (patrimônio líquido) R$ 20.000,00

MVA (MV – CP) R$ 12.500,00

MVA = EVA / CCP R$ 12.500,00 (1.500,00/ 0,12)

No exemplo acima, percebemos que a empresa está conseguindo criar valor, já


que os custos dos recursos utilizados estão abaixo dos rendimentos obtidos,
significando um EVA de $ 1.500 e, consequente, MVA de $ 12.500.

Ao concluirmos esta derradeira etapa de nossos estudos na disciplina


Administração financeira, lembramo-nos da importância de sua atitude voltada
para uma permanente revisão do conteúdo estudado. Nesta unidade, você teve a
oportunidade de aprender os procedimentos para elaboração de cálculo do EVA e
do MVA, indispensáveis ferramentas para avaliação de resultados e verificação de
comportamento da situação do valor de uma empresa e suas tendências em
consonância aos números indicados nas demonstrações contábeis. Desejamos
pleno sucesso em sua jornada e reforçamos nossa total disponibilidade para
acompanhá-lo e apoiá-lo em seu desenvolvimento acadêmico e profissional.

Conceitos aplicados a Finanças.

148
Administração Financeira

Segundo Hoji (2014), o objetivo econômico das empresas é maximizar seu


lucro, assim aumentar também seu valor de mercado, consequentemente agregar
riqueza aos proprietários (representados pelos acionistas nas empresas de capital
aberto e sócios nas de cotas de responsabilidade limitada). Assim, de acordo, com
ele uma empresa pode ser visualizada como um sistema de geração de lucro para
aumento dos recursos investidos. Na figura 01 demonstramos este macrossistema:

Figura 01 – Visão da empresa representando um sistema de geração de lucro.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

Atividades Empresariais

Para Hoji (2014), as atividades de uma entidade são agrupadas segundo sua
natureza, sendo estas divididas conforme a figura 02:

149
Administração Financeira

Figura 02 – Atividades Empresariais.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

Para Gitman (2010), finanças, é definida com a arte e ciência da gestão


monetária, neste sentido ele afirma que todos recebem, levantam, gastam ou
investem seus recursos aqui representados pelo dinheiro.

Ainda para este, está diretamente relacionado ao processo, às instituições, aos


mercados, aos mecanismos envolvidos na transferência monetária entre
indivíduos, empresa e organismos legais, representados pelo Governo.

De acordo com Gitman (2010), a administração financeira, representa as


atividades relativas ao administrador financeiro nas empresas, sendo estes
responsáveis por gerir o negócio financeiro da entidade em todas as suas formas
para melhorar e desenvolver a estratégia empresarial, consequentemente criando
uma vantagem competitiva no mercado.

Para Maximiano (2010), o papel do administrador esta voltado para a gestão do


negócio, na figura 03 demonstra-se tal sistema:

150
Administração Financeira

Figura 03 – Papel do Administrador Financeiro.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010).

Pode-se ainda detalhar mais estes pontos segundo ele, da seguinte forma:

I) Objetivos – Resultados esperados;


II) Recursos – Informações, tempo, espaço, dinheiro etc.;
III) Decisões – Planejamento, Organização, execução, direção e controle.

Segundo Maximiano (2010), este processo é representado por um PDCA 4,


conforme figura 04 e 05:

4
Para Fonseca (2006) representa uma ferramenta de controle gerencial de processos
distribuído em fases distintas a saber: Planejamento, Controle, Desenvolvimento e Ação.
Ainda de acordo com ele tem a função de definir padrões e estabelecer metas operacionais.
Disponível em: <http://www.leansixsigma.com.br/acervo/ACERVO_5115851.PDF>. Acesso
em: 17/11/2016.

151
Administração Financeira

Figura 04 – PDCA.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010).

Figura 05 – PDCA, detalhado.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010).

152
Administração Financeira

Demonstração de Resultado – DRE, e as Atividades empresariais.

Para Hoji (2014), as atividades operacionais representadas por investimentos e


financiamentos, são executadas em função da atividade fim da empresa, gerando
consequentemente receitas e despesas. De acordo com ele, ainda existem
atividades que têm classificação operacional que sob o enfoque gerencial se
encaixam como não operacionais, as figuras 06 e 07 demonstram como isto se
aplica, em relação a ambas:

Figura 06 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

153
Administração Financeira

Figura 07 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

Conceitos Financeiros Básicos – Inflação e Deflação

A seguir, apresentaremos os principais conceitos financeiros básicos:

Juros Simples, Juros Compostos, Valor do dinheiro no tempo e Equivalência de


Capitais.

Segundo Hoji (2014), o conceito de inflação equivale ao crescimento


generalizado de preços, que provoca a diminuição do poder aquisitivo da moeda
(compra de bens e serviços), isto é, a mesma quantidade disponível passa a
comprar (poder aquisitivo); menos moeda (compra de bens e serviços), o inverso
disto, ou seja, a diminuição e decrescimento generalizado dos preços provoca o
aumento do poder aquisitivo, consequentemente a mesma quantidade de moeda
passa a comprar mais moeda disponível, dá-se o nome disto de deflação.

154
Administração Financeira

Para Hoji (2014), o cálculo da variação dos níveis de preços, demonstrado na


figura 08, fica assim disposto:

Figura 08 – Inflação e Deflação.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

Realizando os cálculos encontra-se a seguinte solução:


1066+1079+1093+1108 / 4 1087
- 1 = - 1 = 0,0523 = 5,23%
1012+1025+1039+1054 / 4 1033

Caso o critério de variação a ser considerado fosse o “ponta a ponta”, ter-se-ia


como solução a inflação do mês conforme abaixo:
1118
= - 1 = 0,0823 = 8,23%
1033

Número Índice:

Segundo Hoji (2014), este indicador é utilizado em várias áreas de


conhecimento, tais como demografia, economia e finanças, mensurando índices
como taxa de natalidade, populacional, variação de produção e emprego, sua
formula é a seguinte:

In = (1 + Δ n) x In-1

Δ n = (In / Ib)

Onde:

In = Índice do período de referência5;

Δn = Variação do período de referência, sendo apresentado na forma de


percentual, sendo: In = Índice Final e Ib = Índice Inicial ou Base.

5 O período de Referência pode ser por: dia, mês, trimestre, semestre, ano etc.

155
Administração Financeira

In-1 = Índice do período anterior ao de referência.

Para reajustarmos o valor original tem-se a seguinte equação:

VR = VB x (In / Ib),

VR = Valor a ser reajustado;

VB = Valor-Base;

In = Índice Final; e

Ib = Índice Inicial ou Base.

Exemplo: Reajustar o valor-base de $ 1.500 do mês de Fev/14 para Set/14:


Figura 09 – Índices de Inflação.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

156
Administração Financeira

Logo, tem-se:

VR = $ 1.500 x (1,019 / 1,040) = $ 1.640,66

Existem alguns índices inflacionários, com diferentes finalidades, abaixo


descrevemos os mais importantes, na figura 10 detalham-se estes:

Figura 10 – Índices de Inflação mais importantes

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

157
Administração Financeira

Segundo Hoji (2014), os termos a seguir compõem o arcabouço teórico que se


faz necessário para a correta compreensão das operações financeiras comuns na
figura 15 detalham-se os principais para devida compreensão:

Figura 11 – Arcabouço teórico das operações financeiras.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014).

Para Hoji (2014), os juros simples são calculados pelo capital inicial, de forma
proporcional ao número capitalizado, tendo por Equação:
J = C . i . n
Onde:

J = Juros;
C = Capital Inicial;
i = Taxa de Juros;
n = Tempo.

158
Administração Financeira

I. Exemplo:

Calcular o juro produzido por um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses,


à taxa de juros simples de 3% a.m.

J=Cxixn
J = $ 10.000 x 0,03 x 7 = $ 2.100,00

II. Exemplo:

Calcular o montante de um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses, à


taxa de juros simples de 3% a.m.

Forma de cálculo 1:

M=C+J

M = $ 10.000 + $ 2.100 = $ 12.100

Forma de cálculo 2:
M = C x (1 + i x n)
M = $ 10.000 x (1 + 0,03 x 7)
M = $ 12.100

Para Hoji (2014), relativo a forma de capitalização esta pode ser simples e
composta, abaixo segue a fórmula genérica de ambas:

Capitalização Simples - VF = VP x ( 1 + i )n

Capitalização Composta – VF = VP x ( 1 + i )n

Onde:
VF = Valor Futuro;
VP = Valor Presente;
i = Taxa de Juros aplicada;
n = Tempo.

159
Administração Financeira

“Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações


de empréstimos e financiamento de longo prazo , envolvendo desembolsos
periódicos do principal e encargos financeiros” . “Os Sistemas de amortização de
empréstimos e financiamento tratam, basicamente de forma pela qual o principal e
os encargos financeiros são restituídos ao credor do capital” (ASSAF NETO; 2009).

Principais sistemas de Amortizações:


Este sistema apresenta como
característica o valor da amortização
constante onde sua obtenção ocorre
pela divisão do valor do principal pelo
Sistema de Amortização Constante – SAC
prazo da operação. As prestações neste
sistema são decrescentes em progressão
aritmética. Amortização = Valor do
Empréstimo / Número de Prestações.
Este sistema é amplamente utilizado no
mercado financeiro de habitação onde as
Sistema de Amortização Francês – (Price) prestações devem se iguais e periódicas
e sucessivas.
Prestação = PV . [ i. ( 1+ i ) / ( 1 + i ) - 1 ]
Este sistema representa basicamente a
media aritmética entre o sistema de
Sistema de Amortização Misto - SAM amortização SAC e o sistema de
amortização SAF. Prestação = (Prestação
SAM + Prestação SAF) / 2
Neste sistema a devolução do capital
Sistema de Amortização Americano – emprestada é efetivado no final do
SAA contrato, não cabendo amortizações
intermediárias.

Direto ao Ponto (Considere as mesmas variáveis utilizadas no SAC para


realização do cálculo das demais sistemas de amortização):
SAC

Empréstimo
R$ 100.000,00
Prazo
10 anos
Juros a.a
0,140175

160
Administração Financeira

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 100.000,00 0,00
1 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50
2 80.000,00 10.000,00 12.615,75 22.615,75
3 70.000,00 10.000,00 11.214,00 21.214,00
4 60.000,00 10.000,00 9.812,25 19.812,25
5 50.000,00 10.000,00 8.410,50 18.410,50
6 40.000,00 10.000,00 7.008,75 17.008,75
7 30.000,00 10.000,00 5.607,00 15.607,00
8 20.000,00 10.000,00 4.205,25 14.205,25
9 10.000,00 10.000,00 2.803,50 12.803,50
10 0,00 10.000,00 1.401,75 11.401,75
Total 100.000,00 77.096,25 177.096,25

SAF
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 94.833,10 5.166,90 14.017,50 19.184,40
2 88.941,93 5.891,17 13.293,23 19.184,40
3 82.224,96 6.716,96 12.467,44 19.184,40
4 74.566,45 7.658,52 11.525,88 19.184,40
5 65.834,40 8.732,05 10.452,35 19.184,40
6 55.878,34 9.956,06 9.228,34 19.184,40
7 44.526,68 11.351,65 7.832,75 19.184,40
8 31.583,81 12.942,87 6.241,53 19.184,40
9 16.826,67 14.757,14 4.427,26 19.184,40
10 0,95 16.825,72 2.358,68 19.184,40
Total 99.999,05 91.844,95 191.844,00

161
Administração Financeira

SAM
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 92.416,55 7.583,45 14.017,50 21.600,95
2 84.470,96 7.945,59 12.954,49 20.900,08
3 76.112,48 8.358,48 11.840,72 20.199,20
4 67.283,22 8.829,26 10.669,07 19.498,33
5 57.917,20 9.366,02 9.431,43 18.797,45
6 47.939,17 9.978,03 8.118,54 18.096,58
7 37.263,34 10.675,83 6.719,87 17.395,70
8 25.791,91 11.471,44 5.223,39 16.694,83
9 13.413,34 12.378,57 3.615,38 15.993,95
10 13.412,86 1.880,21 15.293,08
Total 99.999,52 84.470,60 184.470,13

SAA
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 100.000,00 14.017,50 14.017,50
2 100.000,00 14.017,50 14.017,50
3 100.000,00 14.017,50 14.017,50
4 100.000,00 14.017,50 14.017,50
5 100.000,00 14.017,50 14.017,50
6 100.000,00 14.017,50 14.017,50
7 100.000,00 14.017,50 14.017,50
8 100.000,00 14.017,50 14.017,50
9 100.000,00 14.017,50 14.017,50
10 100.000,00 100.000,00 14.017,50 14.017,50
Total 100.000,00 140.175,00 240.175,00

162
Administração Financeira

Abaixo, segue a análise comparativa entre as quatro sistemas de amortização:

Período SAC PRICE SAM SAA


0
1 24.017,50 19.184,40 21.600,95 14.017,50
2 22.615,75 19.184,40 20.900,08 14.017,50
3 21.214,00 19.184,40 20.199,20 14.017,50
4 19.812,25 19.184,40 19.498,33 14.017,50
5 18.410,50 19.184,40 18.797,45 14.017,50
6 17.008,75 19.184,40 18.096,58 14.017,50
7 15.607,00 19.184,40 17.395,70 14.017,50
8 14.205,25 19.184,40 16.694,83 14.017,50
9 12.803,50 19.184,40 15.993,95 14.017,50
10 11.401,75 19.184,40 15.293,08 114.017,50
Total 177.096,25 191.844,00 184.470,13 240.175,00

Para Filho (2003), em relação aos índices financeiros estes tem a seguinte
definição. Na Figura 12 detalhado:

Figura 12 – Conceitos dos Indicadores.

Fonte: Adaptado pelo próprio autor de FILHO (2003).

Abaixo, segue os principais indicadores financeiros com seu entendimento:

163
Administração Financeira

Figura 13 – Conceitos dos Indicadores


Entendi-
Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve
mento
Mede o grau de depen-
Participação do CT PC + PELP
dência da empresa em
em relação ao PL PL relação a terceiros
Mede o quanto dos
Participação do CT PC + PELP
investimentos são
em relação ao AT AT
Estrutura de Capitais e Endividamento

garantidos por terceiros


Composição da Mede a dívida da
PC
forma de endivi- empresa que vence a

Quanto menor melhor


damento C / P PC + PELP curto prazo
PATRINONIAL

Composição da Mede a dívida da


PELP
forma de endivi- empresa que vence a
damento L / P PC + PELP longo prazo
Dependência crédito Financ. Inst. Financeiras Mede o quanto do PL
por instituições está comprometido com
financeiras PL as instituições financeiras
Mede a quantidade de
A IMOB recursos próprios
Imobilização do PL
PL investidos no Ativo
Imobilizado
Imobilização de Mede a quantidade de
A IMOB
recursos não recursos totais investidos
correntes PL + PELP no Ativo Imobilizado
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010,
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014).

164
Administração Financeira

Figura 14 – Conceitos dos Indicadores.


Entendi-
Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve
mento
Capacidade de a empresa pagar
Liquidez Disponibilidades
suas obrigações de curto prazo
imediata PC

Quanto maior melhor


utilizando a Conta Caixa e Bancos
Liquidez AC Capacidade de a empresa pagar
corrente PC suas obrigações de curto prazo
AC + ARLP Capacidade de a empresa
Liquidez e Prazos Médios

Liquidez geral
PC + PELP pagar todas as suas obrigações
FINANCEIRA

Capacidade de a empresa pagar


AC - Estoq
Liquidez seca suas obrigações de curto prazo
PC sem comprometer o estoque
Prazo médio de Estoq Méd Prazo em que o estoque gira, ou
× 360
estoque CPV seja, se renova. Ciclo do estoque Quanto
Prazo médio do Prazo em que a empresa menor
Duplic. Receber Méd melhor
recebimento de × 360 recebe seu contas a receber
Rec Líquida
vendas (vendas)

Prazo médio de Fornec. Méd Prazo em que a empresa paga Quanto


pagamento de ×360 seus compromissos com os maior
Compras
compras fornecedores (compras) melhor
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010,
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014).

Figura 15 – Conceitos dos Indicadores.

Fluxo líquido total (Tabela anterior) (A) R$ 325.500,00 *

Número de períodos (anos) (B) 5 anos

Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) (C) R$ 65.100,00

Investimento exigido (D) R$160.000,00

Investimento médio exigido


R$160.000,00 / 2 = 80.000
(E)

Taxa média de retorno (F) = (C) / (E) (F) 81,375 % aa


Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010,
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014).

165
Administração Financeira

Leitura Complementar:

CARVALHO, Juracy Vieira de. Análise econômica de investimentos: EVA:


valor econômico agregado. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

166
Administração Financeira

Exercícios - Unidade 6

1. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu


negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo
considerando a tabela SAF / PRICE

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação

Total

167
Administração Financeira

2. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu


negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo
considerando a tabela SAC

A = SD/n de J = PV/n x (n - t)
SD P= A+J
Parcelas xi

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0
1
2
3
4
5
Total

3. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu


negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo
considerando a tabela SAM

J = SAC + PMT = SAC


SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2
SAF / 2 + SAF / 2

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0
1
2
3
4
5
Total

168
Administração Financeira

4. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu


negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo
considerando a tabela SAA.
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
Total

5. Seu Inácio recebeu a seguinte proposta de investimento: aplicar 1.000.000


tendo como retorno, nos próximos três anos, respectivamente: 400.000, 500.000 e
300.000. o custo de oportunidades (TMA) é de 12% aa. O investimento deve ser
realizado?

6. Dona Flor decidiu comprar um apartamento e, ao chegar à imobiliária,


fizeram-lhe a seguinte proposta:

a) 3.000.000 a vista

b) Ou cinco parcelas anuais, respectivamente, de 800.000; 500.000; 500.000;


500.000; 950.000.

169
Administração Financeira

Por possuir um perfil conservador, dona Flor conseguiu, no banco uma taxa de
juros de 10%aa.

Defina de que forma dona Flor deve comprar o apartamento e calcule a TIR

7. Considere as premissas abaixo e atribua (V) para Verdadeiro e (F) para Falso:

( )O cálculo do payback é utilizado para determinar o tempo necessário


para a recuperação do investimento original.

( )Na utilização do regime de competência para apurar o resultado


econômico e avaliar a rentabilidade de suas operações, as organizações
consideram as receitas no momento do recebimento do recurso financeiro
resultante de um negócio.

( )Na administração financeira, o critério de tomada de decisão de


maximização do lucro desconsidera os riscos e as incertezas do mercado.

( ) A ênfase do administrador financeiro reside no fluxo de caixa, que se


refere ao reconhecimento das receitas, no momento da venda, e das despesas,
quando incorridas.

170
Administração Financeira

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

c) V,F,V,F

d) F,V,F,V

e) V,V,F,F

f) F,F,V,V

g) V,V,VF

8. Considere os seguintes ativos cuja rentabilidade em 2017 é dada conforme


abaixo:

Poupança = 7,42%

CDB = 11,22%

Dólar = - 23,34%

Bolsa de Valores = 74,55%

171
Administração Financeira

Desta forma seu Juvenal aplicou seus recursos da seguinte maneira: 18% na
poupança, 23% no CDB, 13% no dólar e o restante na bolsa de valores. Pede-se:

a) Qual o retorno médio desse investidor?

b) Qual o risco a que esteve exposto?

9. Admita uma taxa de juros livre de risco em 9% ao ano. O retorno esperado da


carteira de mercado em 34%. Pede-se:

a) Se determinada ação possui um beta de 0,90, qual o seu retorno esperado


com base no CAPM?

b) Se outra ação tem um retorno esperado de 39%, qual deve ser o seu beta?

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das


respostas aos quesitos (a) e (b) respectivamente nesta ordem:

a) 31,5% e 1,20

b) 30,3% e 2,1

c) 1,20 e 31,5%

d) 2,1 e 30,3%

e) 30,3% e 1,2

172
Administração Financeira

10. Considere os seguintes dados financeiros de uma empresa hipotética em


determinado ano:

 Valor de mercado das dívidas: $ 70 milhões

 Ativos Totais (Valor de Mercado): $ 115 milhões

 EVA apurado no período: $ 4 milhões

 WACC = 13,5%

 Número de Ações emitidas: 1.250.000

 Preço de mercado da Ação: $ 33,00/ação

Com base nestas informações, pede-se:

a) O valor de mercado da empresa.

b) O MVA com base no modelo da Stern Stewart.

173
Administração Financeira

Considerações finais

Caro aluno,

Concluímos os nossos estudos de Administração financeira.

Ao longo das unidades de estudo você teve a oportunidade de aprender sobre


as principais funções de um administrador financeiro e como a Economia e a
Contabilidade podem contribuir para o processo de gestão empresarial. Você pôde
também vislumbrar a importância da administração do capital de giro de uma
empresa, ocasião em que aprendeu as questões que influenciam o grau de liquidez
e as melhores alternativas para administração dos ativos circulantes. Também é
relevante registrar a capacidade desenvolvida para a definição das melhores fontes
de financiamento disponíveis, bem como a definição da estrutura de capital e seus
custos.

Já na fase final dos estudos, você teve a oportunidade de tomar conhecimento


das principais ferramentas para a avaliação de projetos de investimento bem como
verificação das condições possíveis para agregação de valor em uma empresa.

A Universo EAD o parabeniza pela trajetória e conquista decorrentes de seus


estudos, ampliando sua bagagem de conhecimento e habilidades que contribuirão
enormemente por toda seu caminho profissional.

Entretanto, não se contente com a conquista, pois conhecimento é algo que


faz parte de um processo continuado. Portanto, mantenha o hábito dos estudos.

174
Administração Financeira

Conhecendo os autores

Wagner de Barros Filho

Graduou-se em Administração pela Universidade Católica de Goiás-UCG, com


especializações em Administração empresarial, também pela UCG, em Docência
Universitária pela UNIVERSO e curso de Análise de transações financeiras, pela
FINANCE/SP. É Mestre em Administração pelo Centro Universitário do Triângulo-
UNITRI.

É autor de várias obras e artigos sobre Administração financeira, consultor de


empresas, ex-executivo de empresas industriais e comerciais, capital aberto (S/A) e
limitadas, e também com larga experiência em Holdings e Cooperativas. Foi diretor
acadêmico da UNIVERSO Campus de Goiânia no período de 1999 à 2003 e diretor
geral do mesmo campus entre 2005 e 2008.

Leonardo Soares Francisco De Almeida

Bacharel em Contabilidade pela Universidade Federal Fluminense (2007), Pós-


graduado em Controladoria e Finanças (2011), Mestre em Engenharia Civil pela
Universidade Federal Fluminense.

175
Administração Financeira

Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2009.

BRIGHAN, E. F. & WESTON, J. F. Fundamentos da Administração Financeira. São


Paulo: Makron Books, 10ª Edição, 2000.

FILHO, Armando Megalli. Curso Básico de Finanças. São Paulo: Atlas, 2003.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2002.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo:


Addison Wesley, 2010.

GROPPELLI, A. A. & NIKBAKHT, E. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 2ª


Edição, 2002.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. Matemática


Financeira Aplicada, Estratégias Financeiras e Orçamento Empresarial. 11ª ed. São
Paulo: Atlas, 2014.

MOREIRA, Claudio Filgueiras Pacheco. Contabilidade das Instituições


Financeiras. Resumo da Teoria para o Concurso do BNDES. Rio de janeiro, 2009.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, D. J. Princípios de Administração


Financeira. São Paulo: Atlas, 1997.

SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. Rio de Janeiro: Atlas, 3ª Edição,


1995.

SIEGEL, JOEL; SHIM, JAE. Pensando Financeiramente. São Paulo: Business Books,
2000.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade


Empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

FILHO, Nelson Casarotto. et. al. Análise de Investimentos: Matemática Financeira,


Engenharia Econômica, Tomada de Decisão e Estratégia Empresarial. 11. ed. São
Paulo: Atlas 2010.

176
Administração Financeira

A nexos

177
Administração Financeira

Gabaritos

Exercícios – Unidade 1

1. a

2. c

3. c

4. d

5. b

6. d

7. a

8. c

9. Primeiramente faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada


composição de financiamento a curto e longo prazos. Esta é uma decisão
imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa. Em
seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de
financiamento a curto ou longo prazos num determinado momento e que poderão
contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa.

10. Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a


melhor composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos
de ativos devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa. Depois de
decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro precisa resolver
quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para mantê-los, ou seja,
o valor monetário e sua participação percentual em relação ao ativo total.
Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos fixos a
serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão
obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos.

178
Administração Financeira

Exercícios – Unidade 2

1. c

2. c

3. a

4. b

5. a

6. c

7. a

8. c

9. A empresa investe em títulos negociáveis considerando o fato de que o


vencimento da aplicação deve coincidir com a exata data de vencimento de suas
obrigações, de modo tal que o resgate seja feito e simultaneamente o recurso
possa ser utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela
determinada data.

10. Quando há ocorrência de custos diretos e de oportunidade pela


manutenção dos estoques

Exercícios – Unidade 3

1. c

2. c

3. d

4. d

5. d

6. c

7. a

8. b

179
Administração Financeira

9. O valor investido pelos detentores de capital próprio não tem data de


vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo indeterminado
e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade, os proprietários
da empresa.

10. Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos


posteriores, que haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo
original, ou seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que
todos os direitos e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados.

Exercícios – Unidade 4

1. d

2. b

3. d

4. c

5. a

6. a

7. a

8. a

9.A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as


providências que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros
gerados. Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida
pela política de dividendos.

10.É o tipo de dividendo mais comum, podendo ocorrer em torno de quatro


vezes ao ano, com pagamentos feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do
curso regular das operações da empresa.

180
Administração Financeira

Exercícios – Unidade 5

1. a

2. a

3. c

4. d

5. c

6. c

7. c

8. b

9- Fluxo Líquido de Caixa Fluxo Acumulado de Caixa

Ano 0 R$ (110.000,00) R$ (110.000,00)

Ano 1 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (79.000,00)

Ano 2 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (48.000,00)

Ano 3 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (17.000,00)

Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 30.000,00

Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 77.000,00

Payback =R$ (17.000,00 x 12 ) / 47.000,00 = 4,3

Payback = 3 anos e 4 meses

Obs.: Ao final do 3º ano, o fluxo acumulado de caixa ainda é negativo em R$


17.000,00 e ao final do 4º ano já é positivo em R$ 30.000,00. Então, sabemos que a
recuperação do valor de R$ 110.000,00 investidos ocorrerá em um momento entre o
final do 3º ano e final do 4º ano. Assim, o resultado de 4,3 indica o número de meses
que a recuperação ocorre após o final do 3º ano. Temos, então, 3 anos + 4 meses.

181
Administração Financeira

10. Soma do fluxo líquido de caixa de todos os períodos R$ 31.000,00 +


31.000,00 + 31.000,00 + 47.000,00 + 47.000,00 = 187.000,00

 Divide R$187.000,00 pelo número de períodos avaliados: 187.000,00 / 5 =


37.400,00

 Divide o resultado R$ 37.400,00 pelo valor do investimento 37. 400,00 /


110.000,00 = 34,0% aa, que é a taxa média de retorno.

Exercícios – Unidade 6

1.

PMT = PV X [(1+i)n x i / (1+i)n - 1

PMT = PV
J = SD x i(de cada X [(1+i)n x
SD A = P-J
período) i / (1+i)n -
1
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 10.000,00
1 8.295,44 1.704,56 800,00 2.504,56
2 6.454,51 1.840,93 663,63 2.504,56
3 4.466,30 1.988,20 516,36 2.504,56
4 2.319,04 2.147,26 357,30 2.504,56
5 0,00 2.319,04 185,52 2.504,56
Total 10.000,00 2.522,82 12.522,82

182
Administração Financeira

2.

A = SD/n de J = PV/n x (n -
SD P= A+J
Parcelas t) x i

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 10.000,00 - - -
1 8.000,00 2.000,00 800,00 2.800,00
2 6.000,00 2.000,00 720,00 2.720,00
3 4.000,00 2.000,00 640,00 2.640,00
4 2.000,00 2.000,00 560,00 2.560,00
5 - 2.000,00 480,00 2.480,00
Total 10.000,00 3.200,00 13.200,00

3.

PMT =
SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2 J = SAC + SAF / 2 SAC +
SAF / 2
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 8.147,72 1.852,28 800,00 2.652,28
2 6.227,25 1.920,46 691,82 2.612,28
3 4.233,15 1.994,10 578,18 2.572,28
4 2.159,52 2.073,63 458,65 2.532,28
5 0,00 2.159,52 332,76 2.492,28
Total 10.000,00 2.861,41 12.861,41

183
Administração Financeira

4.
Saldo
Período Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00
1 10.000,00 - 800,00 800,00
2 10.000,00 - 800,00 800,00
3 10.000,00 - 800,00 800,00
4 10.000,00 - 800,00 800,00
5 10.000,00 10.000,00 800,00 10.800,00
Total 10.000,00 4.000,00 14.000,00

5.

1.000.000 – (400.000/(1,12)1 + 500.000/(1,12)2 +


300.000/(1,12)3 = 1.000.000 –
969.273,87 = 30.726,13. Não se recomenda realizar o investimento pois o VPL é
negativo (menor que o investimento inicial)

6.

3.000.000 - (800.000/(1,10)1 + 500.000/(1,10)2 + 500.000/(1,10)3 + 500.000/(1,10)4 +


950.000/(1,10)5 = (727.272,73 + 413.223,14 + 375.657,40 + 341.506,73 + 589.875,26)
= 3.000.000 – 2.447.535,25 = 552.464,75

Presionar HP Visor
F REG 0,00
3.000 g CFo 3.000,00
800 CHS g CFJ - 800,00
500 CHS g CFJ - 500,00
3 g Nj 3,00
950 CHS g CFj -950,00
10 i 10,00
f NPV 552,46
f IRR 2,6501

184
Administração Financeira

Isto significa que o custo de oportunidade fosse 2,6501 não haveria diferença
na compra a vista ou a prazo. Desta forma qualquer valor menor que a TIR a melhor
opção é a compra a vista (taxa de 10%), isto faz com que os valores trazidos a valor
presente considerando uma taxa menor que a TIR produzissem um valor presente
maior que o preço a vista.

Como exemplo,considerando uma taxa de 2% (menor que a TIR), ficaria assim:


Invest Inic 3.000.000,00 Taxa

Parcelas 800.000,00 1,02 1,02 784.313,73


Parcelas 500.000,00 1,02 1,0404 480.584,39
Parcelas 500.000,00 1,02 1,061208 471.161,17
Parcelas 500.000,00 1,02 1,082432 461.922,71
Parcelas 950.000,00 1,02 1,104081 860.444,27
VPL 3.058.426,27 - 58.426,27

7. a

8.

a) Retorno médio = (0,18 × 7,42%) + (0,23 ×

11,22%) + (0,13 × (- 23,34%)) + (1 – 0,18 – 0,23 – 0,13)

× 74,55% = 31,45%

b) Risco = √(0,742 – 0,3145)2 0,18 + (0,1122 – 0,3145)2 0,23 + (– 0,2334 –


0,3145)2 0,13 + (0,7455 – 0,3145)2 0,41 Risco = 37,77%

9.

a) CAPM = Rf t+ β (RM – Rf)

Retorno esperado = 9% + 0,90(34% – 9%) =

31,5%

185
Administração Financeira

b) Retorno esperado = 39% = 9% + β (34% – 9%)

39% – 9% = β 25%

β = 30%/25% = 1,20

10.

a)

A – Valor de Mercado do PL = $ 33,00 × 1.250.000 = $ 41.250.000,00

B – Valor de Mercado das Dívidas = $ 70.000.000,00

Valor da Empresa = A+B = $ 111.250.000,00

(–) Ativos: ($ 115.000.000,00)

(=) MVA = $ 3.750.000.000,00

b)

Segundo o modelo Stern & Stewart:

MVA = EVA/WACC = $ 4.000.000,00/0,135 =

$ 29.629.629,63

186

Você também pode gostar