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ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
Cezimar Gomes da Silva
Ministério da Educação - MEC
Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD
Administração
Financeira e
Orçamentária
COORDENADORES DE CURSOS
ADMINISTRAÇÃO Antonella Maria das Chagas Sousa
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fabiana Rodrigues de Almeida Castro
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Maria da Conceição Prado de Oliveira
FILOSOFIA Zoraida Maria Lopes Feitosa
FÍSICA Miguel Arcanjo Costa
LETRAS PORTUGUÊS José Vanderlei Carneiro
LETRAS INGLÊS Lívia Fernanda Nery da Silva
MATEMÁTICA José Ribamar Lopes Batista
PEDAGOGIA Vera Lúcia Costa Oliveira
QUÍMICA Davi da Silva
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Arlino Henrique Magalhães de Araújo
ISBN: 978-85-7463-366-4
C.D.D. - 658.15
A responsabilidade pelo texto e imagens desta obra é do autor. O conteúdo desta obra foi licenciado, temporária e
gratuitamente, para utilização no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, através da UFPI. O leitor se compromete
a utilizar o conteúdo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reprodução e distribuição ficarão limitadas ao âmbito
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sanções previstas no Código Penal.
É proibida a venda deste material.
A grande discussão no mundo de hoje passa, sem dúvida, pelas
questões de caráter financeiro nacional, internacional e ético, o que não
pode ficar separado do estudo da administração em geral e das finanças
em particular. E o que temos acompanhado, durante algumas décadas,
são momentos de elevações e baixas nos grandes mercados financeiros,
o que vem provocando não só a estes, mas a outros mercados, grandes
dificuldades de mantê-los em equilíbrio, dificultando, em regra geral, a gestão
das empresas.
Cabe aos gestores financeiros tratar as questões da administração
das finanças de forma planejada e segura, pois, desta forma, sua atuação é
essencial para qualquer administração, ganhando expressão maior quando
há exiguidade de recursos e custo de financiamento muito alto, cenário em
que nosso país está inserido há quase duas décadas.
Nesse contexto, devemos compreender a disciplina Administração
Financeira e Orçamentária como peça central de todos os cursos de
graduação e pós-graduação em Gestão Financeira e Orçamentária, como
componente essencial para avaliação da viabilidade de projetos e a forma de
operacionalização estratégica das atividades empresariais.
A Administração Financeira e Orçamentária é vista como um conjunto
de regras que dificultam a operacionalização de alguns setores econômicos
empresariais. Portanto, ao organizar cada unidade aqui proposta, procurou-
se adotar uma orientação para a tomada de decisões, relacionando essas
decisões ao objetivo geral da administração financeira e orçamentária de
maximização da riqueza empresarial.
Nesse sentido, o livro tem por finalidade descrever, de forma sucinta,
todo o processo orçamentário e financeiro atualmente executado nas atividades
empresariais brasileiras, além da análise teórica das categorias e problemas
de ordem financeira empresarial, estando dividido em cinco unidades com
conteúdos teóricos e práticos: na primeira unidade, são inseridas as questões
introdutórias como as noções básicas de finanças, seus objetivos e função
e as relações do valor do dinheiro; a segunda unidade trata da estrutura
e análise das demonstrações financeiras; a terceira unidade enfoca as
questões relativas aos critérios de avaliação econômica dos investimentos;
a quarta elenca toda a elaboração do processo orçamentário e a sua forma
de gerenciamento dos recursos de curto prazo; e a quinta unidade aborda as
técnicas e forma de controle dos recursos financeiros empresariais.
Este manual sobre Administração Financeira e Orçamentária pode ser
adotado nos cursos de graduação e pós-graduação do Ensino a Distância,
pelo seu caráter didático e pela importância que a disciplina tem na formação
de profissionais dedicados às áreas de Orçamento e Controle, aplicando as
atividades voltadas para a Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial.
UNIDADE 1
09 INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS E O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO
Finanças 11
Objetivo e Função da Administração Financeira 16
Cálculos Financeiros Básicos 22
UNIDADE 2
59 ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstrações Financeiras Básicas 61
Análise das Demonstrações Financeiras 77
UNIDADE 3
93 ORÇAMENTO DE CAPITAL E CONTROLE FINANCEIRO
Noções de Orçamento de Capital 95
UNIDADE 4
115 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Noções de Planejamento e Orçamento 117
Administração do Capital de Giro 131
UNIDADE 5
161 TÉCNICA E ANÁLISE DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Técnica e Análise de Planejamento Financeiro 163
Controle Financeiro e Orçamentário 166
UNIDADE 1
Introdução às finanças e o
papel da administração
RESUMINDO
FINANÇAS
Noções de finanças
12 UNIDADE 1
5) Moeda Plástica: cartões de crédito;
6) Moeda Virtual: moeda tecnologicamente criptografada.
14 UNIDADE 1
O sistema financeiro inclui os mercados de ações, as debêntures e
outros instrumentos financeiros, os intermediários financeiros (por exemplo:
bancos e instituições de crédito, financiamento e investimentos, companhias
de seguros), as empresas de serviços financeiros (por exemplo: consultores
financeiros), assim como entidades regulamentadoras que governam todas
essas instituições (por exemplo: BC – Banco Central do Brasil; CMN –
Conselho Monetário Nacional; CVM – Comissão de Valores Mobiliários).
O estudo de como o sistema financeiro evoluiu ao logo do tempo é
uma parte importante do assunto finanças.
A teoria financeira consiste em um conjunto de conceitos, que ajudam
a organizar o pensamento das pessoas sobre como alocar recursos ao longo
do tempo, e em um conjunto de modelos quantitativos, para ajudar as pessoas
a avaliarem alternativas, tomarem decisões e implementá-las.
Os mesmos conceitos básicos e modelos quantitativos aplicam-
se em todos os níveis de decisão, desde a decisão de fazer o leasing de
um veiculo ou abrir um negócio, ou a decisão do diretor financeiro de uma
grande empresa de entrar para a área das telecomunicações, ou mesmo uma
decisão do Banco Mundial sobre qual o projeto de desenvolvimento que deve
financiar.
Um princípio das finanças é que a função fundamental do sistema
é a de satisfazer as preferências de consumo das pessoas, inclusive todas
as necessidades básicas da vida, como alimentos, vestuário e moradia. As
organizações econômicas, como as empresas e o governo, existem a fim de
facilitar a conquista dessa derradeira função.
Para Bodie e Merton (2002, p.32), existem pelo menos cinco razões
para estudar finanças:
16 UNIDADE 1
OBJETIVOS E FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
a) Planejamento financeiro;
b) Controle financeiro;
c) Administração de ativos;
d) Administração de passivos.
18 UNIDADE 1
Figura 1 - Modelo do sistema financeiro empresarial
Fonte: o autor.
a) Planejamento financeiro;
b) Tesouraria;
c) Controle.
20 UNIDADE 1
1. Analista de crédito;
2. Consultor financeiro;
3. Corretores de títulos;
4. Corretores de imóveis;
5. Corretores de seguros.
1. Analista financeiro;
2. Analista de orçamento de capital (investimentos ativos fixos);
3. Gerente de projetos financeiros;
4. Gerente de caixa;
5. Gerente de crédito;
6. Administrador de fundo de pensão;
7. Administrador de finanças pessoais.
Exercícios propostos
Objetivos:
22 UNIDADE 1
O estudo da matemática, vista sob o aspecto econômico e financeiro,
possui características específicas, vistas sob os seguintes pontos:
Mas... Sabe que não inventaram isto como algo para dificultar a vida
das pessoas e nem é nada complicado?
Pelo contrário, saiu de agente simples do comércio de esquina.
Se você quiser argumentar que M = C (1+i)n não é coisa de gente da
esquina, pois eu lhe digo que é, sim.
Ali naquela “apavorante” fórmula, têm-se as quatro operações
fundamentais e mais uma potenciação, que é uma multiplicação disfarçada.
Então, para entendê-la, basta você saber ler na língua portuguesa (interpretar
o questionamento) e saber fazer as quatro operações. O resto é história.
24 UNIDADE 1
Primeiramente, na circulação simples, a única forma de acumulação
de riqueza é o entesouramento. Vender uma mercadoria sem adquirir
novas mercadorias para consumo e abster-se do consumo é a forma de
acumular riqueza para um indivíduo. A poupança é assim identificada como
a acumulação de riqueza para o indivíduo, e garantia de seu consumo futuro.
O capitalismo efetivo, no entanto, não se constitui em uma sociedade
de produtores individuais de mercadorias, na qual todos são proprietários
dos meios de produção. Deve-se considerar, mais detalhadamente, a venda
da força de trabalho. Do ponto de vista do trabalhador individual, trata-se da
circulação simples de mercadorias: venda da mercadoria, força de trabalho,
obtenção de dinheiro e compra de meios de subsistência. O trabalhador
individual pode poupar, abstendo-se do consumo e acumulando dinheiro.
Segundo Marx, existem dois regimes de capitalização, que podem
ser analisados quanto aos aspectos estudados, com base no principio da
capitalização, visto acima. São eles: regime de capitalização simples e o
regime de capitalização composto
Para aplicação dos procedimentos de cálculos do “juro” ou seja,
aquela “taxa” que remunera ou que se paga pelo aluguel do dinheiro, alguns
aspectos devem ser considerados na sua formulação.
Questões básicas
Juro simples
26 UNIDADE 1
Esse sistema de juro incide unicamente sobre o principal capital
(inicialmente aplicdo ou alocado) e gera, consequentemente, remunerações
(ou custos, depedendo do caso) diretamente proporcionais ao capital e prazo
envolvidos na operação.
Vejamos um caso esclarecedor, para melhor compreender a operação.
Quando se obtém um crédito de cinco milhões de unidades
monetárias, pelo prazo de cinco meses, à taxa de juro simples de dez por
cento ao mês, e se supõe a inexistência de quaisquer outros encargos como
o IOF, riscos inflacionários e inadimplência, a remuneração mensal do crédito
atingirá sempre algum resultado parcial, o qual totalizará, ao final do período
considerando, o valor proporcional.
M=C+J
M=C+Cxixn
M=C+Cxixn
M = C x ( 1+ i x n )
Taxa de juro
Algumas teorias tentam explicar por que os juros existem. Uma delas
é a teoria da escola austríaca, primeiramente desenvolvida por Eugen von
Boehm-Bawerk.
28 UNIDADE 1
Segundo Eugen: “Os juros existem por causa da manifestação
das preferências temporais dos consumidores, ja que as pessoa preferem
consumir no presente do que no futuro”
Juro, do ponto de vista do conceito econômico, pode ser definido
como a remuneração do banqueiro. Analogamente, existem ainda o lucro
(remuneração dos empresários e acionistas) e aluguéis (remuneração dos
proprietários de bens imóveis alugados).
Taxa de juro - é o valor do juro expresso como porcentagem de
determinado capital. A taxa de juro pode ser representada de duas formas:
=24%a.t.
J=Mxi
Juros compostos
30 UNIDADE 1
Nesse critério de capitalização, os juros incidem sempre sobre o saldo
acumulado, e ocorrem, dessa forma, juros sobre juros periodicamente, ou
seja, no regime de juros compostos, o juro gerado em determinada operação
é adicionado ao principal e serve de base para o cálculo de juros no periodo
posterior.
Suponhamos que uma pessoa tenha aplicado R$ 100.000,00 à uma
taxa composta de 10% a.m. Utilizando a mesma simbologia definida para o
sistema de juro simples, temos: M = C x (1+ i)n
= =
= 48.225.308,64
Taxas equivalentes
32 UNIDADE 1
Esta fórmula matemática expressa que:
Taxa efetiva
Solução do problema:
M = C x (1+i)n
M = 2.000.000,00 x (1+1,20)1 M = 4.400.000,00
34 UNIDADE 1
(n) - número de capitalização da taxa contratada em determinado
período de tempo.
→ →
variante da fórmula
iq = [ 2,5600 – 1 ] x 100
36 UNIDADE 1
1) Avaliar alternativas com vidas úteis e econômicas iguais;
2) Avaliar alternativas com vidas econômicas diferentes.
Saiba Mais
Fórmula aplicada - PV =
Taxa mínima de
atratividade:
É uma taxa de referência
Elementos componentes da fórmula:
que se encontra no
mercado. Como
(P) é o valor presente (present value) que desejamos encontrar; exemplo: SELIC, IGPM
(PMT) são parcelas correspondentes aos desembolsos de despesas etc.
anuais, que se repetem durante os 10 anos (devemos considerar os valores
como positivos para efeito da fórmula);
(n) é o período de tempo de vida do investimento;
(i) é a taxa média requerida (exigida) pelo mercado.
Dados do problema:
VPL = –61.439,57
38 UNIDADE 1
Figura 3 - Fluxos de desembolso de caixa.
Fonte: autor
Dados do problema:
Dados do problema:
40 UNIDADE 1
VPL do investimento é igual a VPL = –61.439,57.
42 UNIDADE 1
Na primeira proposta, somamos os custos para torná-la uma série
de fluxos de caixa anuais. A partir deste instante, podemos levar o valor do
investimento e transformá-lo numa série. A única diferença é que devemos
calcular o valor da série ou ainda, chamada de parcelas uniformes, presta-
ções ou pagamentos e desembolso de caixa.
A partir da fórmula do valor presente líquido, desenvolvemos a fórmula
para calcular o valor das parcelas denominadas também de (PMT).
Veja, a seguir, PV =
Dados do problema:
PMT = –1.173,9618
Dados do problema:
PMT = –1.761,1832
44 UNIDADE 1
Analisemos a situação das duas propostas:
VPL = VP – Io onde
Dados do problema:
(C) = 200.000,00;
(n) = 1 ano = 4 trimestres => n = 4;
(i) = 14% a.a. (taxa nominal), convertendo a taxa trimestral,
encontramos:
i = 3,5% a.t. (taxa proporcional).
46 UNIDADE 1
E o que fazer? Pense bem, você tem os fatores de acumulação de
capital para 3% e para 4% na tabela. Logo, para encontrar o fator de acu-
mulação de 3,5%, deve-se calcular a média aritmética simples desses dois
fatores.
Parece esquisito, mas você está efetuando uma INTERPOLAÇÃO
LINEAR.
Estamos supondo que, uma vez que a taxa de 3,5% é equidistante
dos valores 3% e 4%, o seu fator de acumulação deve ser também equidis-
tante dos fatores de acumulação de taxas de 3% e 4%, ou seja, deve ser a
média aritmética desses fatores.
Onde:
a3,5% = fator de acum. de capital para n = 4 e i = 3,5%;
a3% = fator de acum. de capital para n = 4 e i = 3%;
a4% = fator de acum. de capital para n = 4 e i = 4%.
Dados do problema:
(C) = 1.000,00;
(TIR) = 3,6% a.a. (taxa nominal) => i = 1,8% a.s. = 0,018 a.s. (taxa
proporcional semestral);
(n) = 4 anos = 8 semestres => n = 8.
Resolução: FV = VP x (1+i)n
Logo FV = 1.000,00 x (1+0,018)8 → FV = 1.153,4060
Veja que não encontramos na tabela financeira o índice 1,8% a.s. Daí
a razão de se trabalhar com a interpolação linear.
Vamos pegar da tabela as taxas que se encontram imediatamente a
seguir e imediatamente acima da taxa de 1,8% (1% e 2% respectivamente).
Com os fatores dessas taxas para n = 8, montamos o seguinte esque-
ma, baseado no teorema de Tales, que diz que um feixe de retas ao cortar
duas transversais produz segmentos proporcionais.
Decorre disso que, se dividirmos, em cada reta transversal, o seg-
mento superior pelo segmento todo, deveremos obter o mesmo resultado.
Podemos, então, escrever a seguinte igualdade:
Resolvendo, encontramos:
x – 1,082857 = 0,0710
x = 0,0710 + 1,082857 → x = 1,1538986
48 UNIDADE 1
Uma empresária está analisando uma proposta de compra de um
prédio com várias salas de escritórios, com a finalidade de obter receitas com
os aluguéis.
O valor do imóvel é de R$ 8.000.000,00. Estima-se que, durante
um período de 10 anos, a renda proveniente dos aluguéis das salas atingirá
um montante de R$ 1.280.000,00 por ano, e as despesas com impostos,
manutenção etc: atingirão R$ 410.000,00 por ano.
Estima-se que ao final dos 10 anos o prédio deverá ser vendido por
R$ 5.800.000,00.
Qual a taxa interna de retorno do negócio? Como resolver o problema,
se você não possui nenhuma taxa como referência?
O primeiro passo é reconhecer que há necessidade de arbitrar uma
taxa qualquer a fim de trazer os valores para o tempo presente.
Na verdade, não precisamos trazer os aluguéis e depois os custos
para o valor presente. Basta diminuirmos um do outro, pois ambos estão
calculados ao ano e no mesmo período de tempo. Observe o gráfico de fluxo
de caixa.
Demonstração gráfica do fluxo de caixa
VPL = 524.671,461
VPL = 1.216.921,197.
50 UNIDADE 1
No gráfico encontramos a seguinte igualdade:
1.741.592,65i = 16.031.427,04
==> i = 9,2049.%
Fonte: autor.
52 UNIDADE 1
Quadro 2 - Demonstrativo do VPL à taxa estimada de 15% ao ano.
Fonte: autor.
==> 0,0237
= 0,0237
= 0,0237
Resumindo
Exercícios Propostos
54 UNIDADE 1
3) Uma indústria de peças automotivas está avaliando um projeto para otimizar
seu processo de produção. Para que isso aconteça, o investimento em uma
nova máquina seria ideal. No entanto, o projeto apresenta duas alternativas,
sendo propostas pelo gerente de produção. Após análise, responda qual é a
melhor proposta.
PROPOSTAS DE ALTERNATIVAS:
4) A General Motors do Brasil S.A. está analisando dois tipos de motores para
uma nova linha de automóveis que vai ser lançada no final do ano de 2014.
O motor “A” requer um investimento inicial de R$ 20.000,00 e apresenta um
custo anual de R$ 6.000,00. O motor “B” requer um investimento inicial de R$
30.000,00 e apresenta um custo anual de R$ 4.000,00. Considerando que a
vida útil de ambos os motores é de 10 anos cada e que a TMA de mercado é
de 10% ao ano, qual é o melhor motor para que a GM do Brasil decida pelo
investimento?
Saiba Mais
A MATEMÁTICA FINANCEIRA
(Tahan, 1984)
56 UNIDADE 1
Assim tiveram início as operações creditícias. Aqueles que, por alguma
razão, encontravam-se sem dinheiro – comerciantes, senhores feudais, e não
raras vezes o próprio rei ou o erário nacional - recorriam ao cambista que lhes
emprestava grandes somas de dinheiro a juros “razoáveis”.
O juro era pago pelo usufruto do dinheiro recebido ou, mais
propriamente era a “compensação pelo temor” de quem dava dinheiro
emprestado e assim se expunha a um grande risco.
Entretanto, esses juros alcançaram, em alguns casos, quantias
incríveis: na antiga Roma os usurários exigiam de 50 a 100 por cento (50%
a 100%) e na Idade Média, de cem a duzentos por cento (100% a 200%),
às vezes mais, em relação direta com a necessidade do solicitante ou do
montante da soma.
Esses juros foram chamados – com toda justiça – de usura, e os
que faziam jus a estes juros eram considerados como usurário, o dinheiro
recebido emprestado era chamado de capital usurário e o credor, de usureiro.
O cambista exercia sua profissão sentado num banco de madeira em algum
lugar do mercado. Daí a origem da palavra “banqueiro” e “banco”. Os
primeiros bancos de verdade da História foram criados pelos sacerdotes.
No mundo antigo, entre os egípcios, babilônios e, mais tarde, entre
os gregos e romanos, estava amplamente difundido o costume segundo o
qual os cidadãos mais abastados deviam confiar a custódia de seu ouro aos
sacerdotes.
A Igreja cristã não só deu continuidade à tradição das operações
creditícias dos antigos sacerdotes, que se consideravam pagãos, mas
desenvolveu-se em grande escala.
A Igreja Católica criou o Banco do Espírito Santo, com um fabuloso
capital inicial. Seu verdadeiro propósito era tornar mais expedita a exação,
aos fiéis, dos chamados “denários de São Pedro” destinados a satisfazer
as frugalidades do Papa e para facilitar o pagamento de dízimos e
indulgências, assim como para a realização de transações relacionadas com
os empréstimos, em outras palavras, com a usura.
Ao mesmo tempo lançou um anátema e condenou às masmorras da
Inquisição os cidadãos que emprestavam dinheiro a juros, mesmo que este
juro fosse menor do que aquele que ela exigia por seu dinheiro.
A Igreja proibia seus fiéis que cobrassem juros por seu dinheiro,
invocando como autoridade a Sagrada Escritura, onde se lê “Amai, pois a
vossos inimigos e fazei o bem, e emprestai, nada esperando disso” (São
Dica de filme
58 UNIDADE 1
UNIDADE 2
Estrutura e análise
das demonstrações
financeiras
estrutura e análise das
demonstrações financeiras
62 UNIDADE 2
O perfil do analista
Fonte: autor.
64 UNIDADE 2
Técnicas de análise das demonstrações financeiras
66 UNIDADE 2
c) Bancos comerciais: Como os bancos comerciais concedem crédito
a curto prazo, devem, além de observar a situação atual do cliente, procurar
conhecer ou obter alguma informação sobre a situação futura dele;
d) Bancos de investimentos: Diferentemente dos bancos comerciais,
os de investimentos concedem financiamentos a um número menor de
empresas, porém a um prazo mais longo. Nesse caso, o financiamento
concedido depende da situação futura do cliente;
e) Sociedades de crédito imobiliário: Essas sociedades concedem
financiamento a construtoras por prazos superiores a um ano. A análise
delas, feita pela sociedade de crédito imobiliário, geralmente fica no meio
termo entre a análise de um banco comercial e de um de investimento;
f) Sociedades financeiras: Essas sociedades concedem crédito
diretamente aos consumidores. As lojas vendem para seus clientes e estes
recebem o crédito da sociedade financeira, sendo que a loja intervém como
avalista dos empréstimos;
g) Corretoras de valores e público investidor: As corretoras de
valores e o público investidor fazem análise para investimento em ações.
Além da análise financeira, levam em conta outros fatores relacionados
especificamente ao preço e à valorização de ações;
h) Concorrentes: A análise dos concorrentes de uma empresa é de
vital importância: o conhecimento profundo da situação de seus concorrentes
pode ser fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado;
i) Dirigentes: A análise de balanços, para os administradores da
empresa, é instrumento complementar para a tomada de decisões. Ela será
utilizada como auxiliar na formulação de estratégia da empresa e tanto pode
fornecer subsídios úteis como informações fundamentais sobre a rentabilidade
e a liquidez da empresa hoje, em comparação com as dos balanços orçados;
j) Governo: O governo utiliza intensamente a análise de balanços
em diversas situações. Por exemplo, numa concorrência aberta, em que
provavelmente escolherá, entre duas propostas semelhantes, apresentadas
por empresas em determinada concorrência, aquela que estiver em melhor
situação financeira.
68 UNIDADE 2
Segundo Iudicibus (1998, p. 21)
70 UNIDADE 2
Estrutura - Formada pelos grupos da:
Receita operacional bruta;
Deduções sobre as vendas;
Descontos e Abatimentos sobre as vendas;
Devoluções sobre as vendas ou Vendas canceladas
Impostos sobre vendas;
Receita operacional líquida;
Custos sobre vendas;
Lucro bruto;
Despesa operacional ou resultado bruto operacional;
Outras receitas / Despesas operacionais;
Lucro ou Prejuízo operacional;
Outras receitas / Despesas não operacionais;
Lucro / Prejuízo antes dos impostos e participações;
Imposto de renda e Contribuição social sobre o lucro;
Participações;
Lucro / Prejuízo do exercício.
72 UNIDADE 2
A demonstração de resultado é de fácil compreensão, mesmo para
os leigos. Montada sobre a forma dedutiva do lucro, parte do faturamento,
deduzindo os gastos incorridos para obter as receitas e apurar o lucro. Com
este relatório, o gestor e sua equipe poderão compreender seu negócio e
avaliar as variáveis que influenciam o resultado, tais como as políticas de
venda, de estoque, de preços, seus custos fixos, imposto de renda e o lucro
obtido.
1) Análise de planejamento;
2) Decisão de financiamento (obter a composição mais adequada entre os
capitais de terceiros e próprios, tanto a curto como a longo prazo);
3) Decisões de investimentos (buscar a melhor alternativa em relação aos
ativos, quais recursos devem ser aplicados, sendo que, estes ativos devem
gerar mais ativos).
74 UNIDADE 2
Estes fluxos têm como informação se as entradas são suficientes
para cobrir seus pagamentos diários:
a) Balanço patrimonial;
b) Demonstrativo do resultado do exercício;
c) Demonstrativo das mutações do patrimônio líquido ou
Demonstrativo dos lucros ou prejuízos acumulados;
d) Demonstrativo do fluxo de caixa;
e) Notas explicativas.
76 UNIDADE 2
Obrigatoriedade da divulgação e publicação dos demonstrativos
financeiros
Objetivos
Conceitos
78 UNIDADE 2
panorama do desempenho da empresa em determinado período, em termos
econômico-financeiros. O uso dessas técnicas objetiva extrair informações
das demonstrações financeiras de balanço para a tomada de decisão, o
que visa fornecer uma série de dados sobre a empresa, e de acordo com
as regras contábeis, transformar esses dados em informações úteis para a
tomada de decisão.
80 UNIDADE 2
Os principais indicadores para análise de liquidez são:
82 UNIDADE 2
Avaliação dos índices
Índice-padrão
Utilidade do índice-padrão
2º Passo - Tabela de
índices-padrões
Para avaliação de
cada índice é necessário
usar a tabela de índices-
padrões elaborada com
base em balanços de
empresas sediadas no
Figura 13 - Lista de índice para análise
Estado e do mesmo ramo
Fonte: Adaptado de Matarazzo, 2003.
da empresa analisada;
3º Passo - Tabelas de índices-padrões
Utilizando-se o sistema de decis, é indicado o decil mais próximo do
resultado da avaliação dos índices-padrões da empresa;
84 UNIDADE 2
Figura 14 - Notas atribuíveis aos índices.
Fonte: Adaptado de Matarazzo, 2003.
NGE = NE + NL + NR
86 UNIDADE 2
NGE = Nota global da empresa;
NE = Nota da estrutura;
NL = Nota da liquidez;
NR = Nota da rentabilidade.
NGE = NE + NL + NR
NL = LG + LC + LS
A análise de balanço
começa a partir das demonstrações
financeiras elaboradas pela
contabilidade, analisando-as e
interpretando-as, para apresentar
informações a respeito das
conclusões obtidas na respectiva
análise.
Além disso, o analista
coletará dados, escolherá os
indicadores apropriados para a
obtenção dos resultados pretendidos,
efetuará os cálculos de quocientes,
coeficientes e números-índices,
interpretará isolada e conjuntamente
esses dados, comparando-os com
padrões, para finalmente apresentar
suas conclusões através de
resultados.
A análise de balanço tem
por finalidade transformar os dados
extraídos das demonstrações
financeiras em informações úteis
para a tomada de decisões por
Figura 17 - Notas atribuíveis aos índices parte das pessoas interessadas.
Fonte: Adaptado de Matarazzo, 2003. Deve ser entendida dentro de suas
possibilidades e limitações. De um
lado, mais aponta problemas a serem investigados do que indica soluções;
de outro, desde que convenientemente utilizada, pode transformar-se em um
poderoso “painel de controle” da administração.
Existem diferentes maneiras de se avaliar o desempenho de
uma empresa: pela qualidade e certificação de seus produtos, pela
responsabilidade social, pela força de sua marca ou de forma financeira. As
88 UNIDADE 2
demonstrações financeiras oferecem uma série de dados sobre a empresa, de
acordo com regras contábeis. A análise de balanços transforma esses dados
em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações
produzir.
Em linhas gerais, podemos listar as seguintes informações produzidas
pela análise de balanços:
- Situação financeira;
- Situação econômica;
- Desempenho;
- Eficiência na utilização dos recursos;
- Pontos forte e fracos;
- Tendências e perspectivas;
- Quadro evolutivo;
- Adequação das fontes às aplicações de recursos;
- Causa das alterações na rentabilidade;
- Evidências de erros na administração;
- Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
90 UNIDADE 2
4) Uma empresa tem capital de giro líquido de $ 500,00, passivo circulante
no valor de $ 1.800,00 e estoque de $ 600,00. Qual é seu índice de liquidez
corrente? Qual é seu índice de liquidez seca?
5) As vendas da Empresa Hipotética são iguais a $ 5 milhões. Seu ativo total
Para Refletir!
é de $ 9 milhões, e o total do exigível é de $ 3 milhões. Sendo a margem
de lucro de 11%. Qual o seu lucro líquido? Qual o seu ROA? e o seu ROE? É importante frisar
que não é o cálculo
de grande número de
índices, mas o de um
conjunto de índices
que permite conhecer
Saiba Mais a situação da empresa,
segundo o grau de
profundidade desejado.
OS ÍNDICES FINANCEIROS E ALGUMAS INTERPRETAÇÕES
Conceito
a) Instalações;
b) Equipamentos.
1) Capital - intensiva;
2) Trabalho - intensiva.
96 UNIDADE 3
Objetivos do orçamento de capital
Geração de proposta
Implementação
Após sua aprovação vem uma das fases críticas de qualquer projeto. A
implementação exige gestão de projetos, que será mais ou menos complexa,
dependendo da natureza e do porte do projeto.
Acompanhamento
Investimentos permanentes
98 UNIDADE 3
Alguns investimentos, tais como os aplicados em máquinas e
equipamentos, edificações e gastos com pesquisas, transformam-se em
despesas no longo prazo, por meio de cotas de depreciação e amortização.
Por outro lado, os investimentos temporários, de natureza financeira,
são valores aplicados geralmente no mercado financeiro com intenção de
resgate dentro de um determinado prazo. Contabilmente, esses investimentos
podem ser classificados como aplicações de liquidez imediata, títulos e
valores mobiliários de curto ou longo prazo e não fazem parte do orçamento
de capital. Dizem respeito aos investimentos a longo prazo da empresa, mais
especificamente ao planejamento e gerência destes investimentos a longo
prazo.
Nesta função, o administrador financeiro procura identificar
oportunidades de investimentos que possuem valor superior a seu custo de
aquisição. Em termos gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa
gerados pelo ativo excede o custo de tal ativo.
Independentemente do investimento em consideração, o administrador
financeiro precisa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera
receber, quando irá recebê-lo e qual a probabilidade de recebê-lo. A avaliação
da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros
é a essência do orçamento de capital.
Qualquer empresa tem um grande número de possibilidade de
investimento, e cada possibilidade de investimento é uma opção disponível
para a empresa. Algumas opções têm valor e outras, não.
A essência da administração financeira bem sucedida, naturalmente,
é aprender a identificar quais têm valor e quais não têm. Para tanto, é preciso
utilizar algumas técnicas para analisar empreendimentos potenciais para
decidir quais valem a pena.
Vamos apresentar e comparar diversos procedimentos adotados na
prática. Nosso objetivo principal é familiarizar os gestores com as vantagens
e desvantagens dos vários enfoques.
O estudo econômico deve cobrir um intervalo de tempo compatível
com a duração da proposta de investimento considerada, frequentemente
denominada vida útil, vida econômica ou simplesmente vida da proposta de
investimento
Saiba Mais
100 UNIDADE 3
Se a aquisição do ativo apresentasse previsão de retorno em prazo
inferior a seis meses o administrador deveria efetuar a aquisição sem ter de
discutir tal projeto com ele;
Mais tarde, nossas regras de aprovação de projeto mudaram um
pouco, para a refletir meta global da empresa em termos de retorno sobre
ativos, de acordo com o Programa de Bônus da Visador Corporation. Se
algum projeto pudesse gerar uma taxa interna de retorno acima de 14%,
geralmente aprovávamos o projeto.”
102 UNIDADE 3
Podemos então afirmar que o objetivo do NPV é verificar se projetos
ou alternativas de investimento são interessantes a seus patrocinadores em
relação aos custos, ou seja, se possuem NPV positivo. Seu cálculo reflete
as preferências entre consumo presente e consumo futuro e a incerteza
associada aos fluxos de caixa futuros. O processo por meio do qual os fluxos
de caixa são ajustados a esses fatores chama-se desconto e a magnitude
desses fatores é refletida na taxa de desconto usada. O processo de desconto
converte os fluxos de caixa futuros em valores presentes, pois fluxos de
épocas diferentes não podem ser comparados nem agregados enquanto não
forem colocados em uma mesma época.
Critérios de aceitação:
A IRR (Internal Rate Return) pode ser definida como sendo a taxa
que faz com que a diferença entre as receitas provenientes de um projeto e o
investimento inicial seja nula. Matematicamente, é a taxa que proporciona o
NPV nulo de um projeto, ou seja,
NPV = 0
Critérios de aceitação:
Fonte: o Autor.
104 UNIDADE 3
Figura 18 - Fluxos do projeto "C".
Fonte: o Autor.
Conceito:
Ponto favorável:
1) Tem preferências por considerar dados contábeis.
Pontos desfavoráveis:
1) Trata o retorno baseado em lucros;
2) Não considera os fluxos de caixa;
3) É pouco preciso, por não considerar o valor do dinheiro no tempo.
106 UNIDADE 3
Para analisar o fator de decisão – aceita-rejeita, de um projeto de
investimento, é necessário tomar como parâmetro o seguinte resultado:
Conceito:
Pontos favoráveis:
1) É fácil de compreender;
2) Aborda análise de fluxos de caixa (leva em conta a incerteza de
fluxos de caixa mais distantes);
3) Favorece a liquidez .
Pontos Desfavoráveis:
108 UNIDADE 3
Conceito:
Conceito:
Procedimentos:
110 UNIDADE 3
Fluxos de caixa do período g CFj
Período correspondente n
Cálculo do VPL ............................ f NPV
Conceito:
Exercício proposto
112 UNIDADE 3
3) Uma máquina, que tem uma vida útil de quatro anos, proporciona saídas
líquidas de caixa apresentadas conforme os fluxos de caixa a seguir.
Seu custo de aquisição é $ 12.000,00 e o custo operacional anual é de $
6.000,00.
No final do quarto ano, a máquina será vendida por $ 2.000,00; assim, o fluxo
de caixa do final do 4º ano, apresenta um valor de $ 4.000,00.
O custo de capital envolvido no processo operacional da máquina é de 6%.
Com base nas informações, qual deverá ser o valor presente dos custos de
utilização de uma série perpétua desse tipo de máquina?
Saiba Mais
Orçamento empresarial
Conceito
118 UNIDADE 4
Welsch (1983) define orçamento como um plano da administração
para fases distintas do processo operacional para um futuro determinado.
Dessa forma, expressa objetivos, metas, planos de ação, programas, políticas
operacionais e estratégicas.
Processo orçamentário.
Tipos de orçamento
Orçamento estático
Orçamento flexível
120 UNIDADE 4
O enfoque do orçamento flexível é possível, então, com os eventos
que têm a possibilidade de uma mensuração unitária, que correspondem
aos dados variáveis, apresentados no quadro acima. Associando-se aos
volumes possíveis, podem-se fazer quantos orçamentos flexíveis forem
necessários ou desejados. E os gastos fixos continuam sendo apresentados
dentro do enfoque tradicional do orçamento, que é o orçamento estático,
correspondente à segunda parte da tabela.
Outro enfoque do orçamento flexível é não assumir nenhuma faixa de
quantidade ou nível de atividade esperado. Faz-se apenas o orçamento dos
dados unitários, e as quantidades a serem assumidas serão as realmente
acontecidas à medida que ocorrerem. Entendemos que, apesar de ser um
conceito com alguma aplicação, foge ao fundamento do orçamento, que é
prever o que vai acontecer. Esse conceito dificulta, em muito, a continuidade
do processo orçamentário, que são as projeções dos demonstrativos
contábeis
Orçamento ajustado
Orçamento corrigido
122 UNIDADE 4
É muito comum, nas empresas transnacionais, chamar também de
forecast à soma dos dados reais mensais já acontecidos no período, mais
os dados restantes do orçamento a cumprir. Não deixa de ser também um
conceito de projeção para os dados de todo o período. Nesse conceito,
as variações entre o orçamento e o real, dos meses já acontecidos, são
desprezadas, prevalecendo os dados reais, que são, então, somados aos
meses restantes para cumprir o período orçamentário, funcionando esses
dados como a melhor projeção para todo o período em questão.
Orçamento corrigido
124 UNIDADE 4
comparabilidade com concorrência externa, avaliação de investimento etc.
A estruturação do orçamento em moeda estrangeira está baseada
nos seguintes critérios:
Orçamento de caixa
a) Investimento inicial;
b) Entradas de caixa operacionais;
c) Fluxo de caixa residual.
126 UNIDADE 4
O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que
tem por objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em
determinado período de tempo à frente (SANTOS, 2001).
“Caixa”, que consiste em recursos livres para movimentação,
é vital para a sobrevivência das empresas. Entende-se por caixa, não
exclusivamente os recursos destinados a gastos de pequena monta, mas
sim todos os recursos financeiros livres para movimentação da sociedade
empresária.
Geralmente, orçamento de caixa diz respeito ao período de um
ano, mas esse período pode ser ampliado conforme as necessidades da
organização. A qualidade do orçamento de caixa, no que se refere a precisão,
depende dos outros orçamentos, anteriormente, elaborados.
O orçamento de caixa é geralmente o último módulo a ser
preparado porque sobre ele convergem todas as necessidades financeiras
e de viabilidade das operações e estratégias da organização. Isto porque,
durante a sua elaboração, aspectos relacionados aos outros orçamentos são
analisados novamente. Na verdade, o orçamento de caixa reflete os fatos
previstos nos orçamentos parciais anteriores.
Fonte: o autor.
128 UNIDADE 4
Elaboração do orçamento de caixa
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Exercício Proposto
2) Julgue os itens abaixo, colocando “V” para Verdadeiro” e “F” para Falso”.
a. ( ) O fluxo ou orçamento de caixa apresenta a dinâmica da situação
financeira da empresa.
b. ( ) Por meio da análise do orçamento de caixa, pode-se estudar
a melhor forma de suprimento de caixa e alternativas para financiar a
atividade em face da “visão-antecipada” que promove.
130 UNIDADE 4
c. ( ) O orçamento de caixa deve apresentar precisão para qualificar o
processo decisório;
d. ( ) O preparo do orçamento de caixa pressupõe a projeção do saldo
de caixa por um determinado período de tempo, denominado de período
de cobertura;
e. ( ) O prazo de cobertura de um orçamento de caixa é sempre de 12
meses.
Objetivos:
Conceito
Objetivo
132 UNIDADE 4
Finalizando, o planejamento financeiro deve conter com clareza e
objetividade os seguintes itens:
1) Investimento inicial;
2) Custos fixos e variáveis;
3) Projeção dos resultados;
4) Mão de obra direta e indireta;
5) Depreciação, conservação e seguros;
6) Capital de giro;
7) Receitas;
8) Impostos & contribuições;
9) Projeção do fluxo de caixa;
10) Projeção do balanço patrimonial;
11) Ponto de equilíbrio;
12) Análise de investimentos;
13) Payback;
14) Valor presente líquido;
15) Taxa interna de retorno,
134 UNIDADE 4
A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os
de outras empresas do mesmo ramo, e/ou analisando sua evolução ao longo
do tempo na própria empresa.
ILC =
Fonte: o autor.
136 UNIDADE 4
Ativo Circulante = R$ 4.100,00 Passivo Circulante = R$ 2.800,00
Então: ILC =
Resultado:
(– %) AC = x 100 → (– %) AC = 31,708 %
Fonte: o autor.
ILS =
ILS =
ILS =
IDispF =
138 UNIDADE 4
Analise os resultados nas duas estruturas observadas nos quadros:
12 e 13.
PartCtsRcb =
Índice de financiamento
IFianc =
140 UNIDADE 4
a. com base no ciclo financeiro ou
b. com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial).
142 UNIDADE 4
investimento, imobilizado e diferido.
Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas
operações da empresa que dependem das características de seu ciclo
operacional. É composto por duplicatas a receber, estoques e outros valores
a receber que possuem natureza permanente.
Ativo Flutuante (AF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo
do ativo circulante que possuem natureza transitória como caixa, bancos e
aplicações financeiras de curto prazo.
Passivo Permanente (PP) – é formado pelas contas de longo prazo
do passivo e representa a fonte permanente de recursos financeiros da
empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido.
Passivo Operacional (PO) – representa as contas do passivo
vinculadas ao ciclo operacional da empresa, tais como fornecedores, salários,
encargos, impostos, taxas e outras contas a pagar.
Passivo Flutuante ( PF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo
do passivo circulante que não têm vinculação direta com as operações
da empresa. São eles: empréstimos, financiamentos e outras obrigações
financeiras de curto prazo.
A fórmula de cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) é:
NCG = AO – PO
CGL = PP – AP
CGL = AC – PC
Efeito tesoura
144 UNIDADE 4
Logo temos:
Ou ainda,
Efeito Tesoura = AF – PF
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
146 UNIDADE 4
Quadro 17: Reclassificação: balanço patrimonial Empresa Hipotética Ltda
Valores em milhares de Reais
Fonte: o autor.
NCG = AO – PO
NCG = 7.000,00 – 5.000,00 ↔ NCG = 2.000,00
NCG = PP – AP
NCG = 13.000,00 – 10.000,00 ↔ NCG = 3.000,00
CCL = AC – PC
CCL = 10.000,00 – 7.000,00 ↔ CCL = 3.000,00
Um ciclo financeiro curto permite maior giro de caixa, que, por sua
vez, implica menor necessidade de capital de giro.
O ciclo financeiro de uma empresa depende de três fatores:
148 UNIDADE 4
Os prazos de pagamento de compras e de recebimento das
vendas são determinados pelas condições de mercado. Apenas alterações
provisórias desses prazos poderiam ser conseguidas a partir de negociações
com fornecedores e clientes. Por esse motivo, as medidas financeiras para
encurtamento do ciclo financeiro são pouco eficazes.
Somente o encurtamento do prazo de produção ou estocagem pode
fazer mudanças significativas e duradouras sobre o ciclo financeiro da
empresa. Essas medidas, entretanto, estão fora do escopo da área financeira,
exigindo o concurso das áreas técnicas como de produção, operação ou
logística para sua implementação.
Diversas técnicas podem proporcionar o encurtamento da etapa
de produção ou operação da empresa, dentre as quais se pode destacar
Just in Time (JIT), Administração Total da Qualidade (TQM), Supply Chain
Management, Lean Production etc.
Dos muitos problemas ocorridos com as empresas que as obrigam a
recorrer a bancos e a outras instituições financeiras em busca de recursos
para seu capital de giro, destacam-se:
Necessidades de financiamento
150 UNIDADE 4
ativo circulante permanente (3.340,00)
Fonte: o autor.
1) Estratégia agressiva
152 UNIDADE 4
Custo do financiamento
NCS = AT – ATNCP
- anual
CF/ a.a. = (13.900,00 – 8.840,00) x 18,5% → CF / a.a. = $ 936,10
a.a.
- anual
- mensal
% a.m. = % a.a. ÷ 12
% a.m. = 87,29% ÷ 36m → CF / a.m. = $ 214,3435 a.m.
2) Estratégia conservadora
NCS = AT – ATNCP
NCS = 13.900,00 – 8.840,00 → NCS = $ 5.060,00 a.a.
154 UNIDADE 4
Valor do financiamento a curto prazo
NCS = AT – ATNCP
NCS = 13.900,00 – 8.840,00 → NCS = $ 5.060,00 a.a.
- anual
- mensal
%a.m = %a.a. ÷ 12
%a.m =87,29% ÷ 12m → CF / a.a. = 2,4247% a.m.
- anual
- mensal
%a.m. = %a.a. ÷ 12
%a.m. = 87,29% ÷ 36m → CF / a.m. = 2,4247% a.m.
Risco do financiamento
156 UNIDADE 4
Referencias da WEB
Exercício Proposto
158 UNIDADE 4
Para Lemes Junior (2004), o gestor financeiro poderá atuar como
analista de investimentos, de crédito, de cobrança, gerente de projeto,
coordenador de planejamento, controller, dentre outras funções. Já Gitman
(2001) ressalta a variedade de possibilidades de carreira, atribuindo-a a
complexidade do mundo dos negócios.
Ao gestor financeiro cabe a administração do capital de giro. Na
verdade, a gestão financeira conecta as áreas na organização. Por exemplo,
o gestor financeiro deve estar atento à eventuais superexpansão das vendas.
Quando as vendas crescem sem o suporte de recursos disponíveis para
financiar necessidades adicionais do giro, diz-se que a empresa atingiu um
estágio de overtrading.
O conceito de overtrading refere-se a uma forte expansão no volume
de atividade de uma empresa sem o devido lastro de recursos disponíveis
para financiar as atividades adicionais de giro (ASSAF NETO e SILVA, 1985)
Cada ação nas outras áreas da organização deve estar orquestrada
pela área financeira.
A tarefa de administrar o capital de giro de uma organização
compreende desde a definição do montante de capital de giro no ciclo
ao desenho e controle da estrutura financeira. A estrutura de capital é
consequência de decisões financeiras. Sua maior ou menor liberdade
decisória depende da qualidade das ações, sempre norteadas pela análise
de risco e retorno, grau de aversão ao risco e mensuração dos componentes
da estrutura (capital próprio e de terceiros).
Note que as funções do gestor financeiro são bastante amplas, sendo
notória a sua contribuição para o sucesso empresarial, podendo atuar em
diferentes tipos de organização (indústria, comércio e serviços, independente
de suas finalidades).
Os administradores financeiros gerenciam ativamente as questões
financeiras de muitos tipos de negócios financeiros e não-financeiros, privados
ou públicos, grandes e pequenos, com ou sem fim lucrativo. (GITMAN, 2001)
Toda organização, independente da natureza, demanda a aplicação
de estratégias de gestão financeira.
Conceito
164 UNIDADE 5
A figura a seguir, estabelece uma analogia entre as modalidades de
planejamento. Dessa análise, podem-se verificar pontos que são relevantes.
Tipos de planejamento
a. Análise de contexto;
b. Análise financeira;
c. Análise econômica;
d. Pontos críticos e seu impacto sobre a rentabilidade do negócio;
e. Relação entre os pontos fracos sinalizados na análise do ciclo
operacional e a situação financeira;
f. Impacto da situação financeira atual sobre as expectativas de
geração de resultados e consecução estratégica;
g. Considerações finais e recomendações;
h. Pontos fracos e fortes / possíveis consequências.
Objetivos:
166 UNIDADE 5
Controle financeiro
Controle orçamentáio
168 UNIDADE 5
necessário identificar sua interação; e (3) num mundo incerto a empresa deve
esperar mudanças de condições, bem como surpresas.
Nesse contexto, planejamento financeiro é o processo formal que
conduz a administração da empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças
e a rever, quando necessário, as metas já estabelecidas. Assim, poderá a
administração visualizar com antecedência as possibilidades de investimento,
o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário
manter em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade.
170 UNIDADE 5
Sendo assim, o planejamento financeiro torna-se uma ferramenta
importante para quantificar em termos financeiros os anseios declarados
no planejamento estratégico, nos planos táticos e operacionais. E além de
indicar caminhos que levam a alcançar os objetivos da empresa, tanto a curto
como a longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as
suas atividades operacionais e não-operacionais.
O planejamento e o controle orçamentário, quando realizados
juntamente com o controle financeiro, possibilitam mudanças táticas rápidas
para tratar de eventos estranhos ao processo administrativo, os quais
colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. Aumentos inesperados
no índice de inadimplência no recebimento de créditos ou dificuldades na
obtenção de recursos de terceiros são rapidamente identificados.
Com um controle financeiro eficaz, a empresa poderá sempre adotar
uma postura pro-ativa em relação a tais eventos. Para Welsch (1996, p. 41),
controle “é simplesmente a ação necessária para verificar se os objetivos,
planos, políticas e padrões estão sendo atendidos”.
A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e
orientada por um planejamento de suas disponibilidades. Para isso, o gestor
precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a otimizar os rendimentos
dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de financiamentos
para que possa tomar decisões certas e oportunas.
A sobrevivência e o crescimento da empresa são consequências de
um planejamento que envolve volume de vendas com margens de lucros
que remunerem de forma satisfatória o capital investido, e um plano de
recebimentos e pagamentos intercalados com boa margem de segurança do
primeiro para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência da
empresa no mercado.
A gestão financeira necessariamente passa pela elaboração de
seu planejamento, que muitas vezes existe informalmente para um número
reduzido de administradores ou empreendedores de negócios.
172 UNIDADE 5
Figura 25 - Processo de planejamento controle orçamentário
Fonte: Adaptado de Welch (1992).
174 UNIDADE 5
ACKOFF, R.L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1992.
BARROS, Luiz Celso de. Ciências das Finanças. 5ª edição. São Paulo:
Edipro, 1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 7 ed. São Paulo, Atlas, 1998.
176 UNIDADE 5
CEZIMAR GOMES DA SILVA