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Representação Temática 2

2ª edição

Representação Temática 2

Dayo de Araújo Silva Côrbo

Leyde Klebia Rodrigues da Silva

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Representação Temática 2
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado
Texto: Dayo de Araújo Silva Côrbo e Leyde Klebia Rodrigues da Silva
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

C792re Côrbo, Dayo de Araújo Silva.


Representação temática 2 / Dayo de Araújo Silva Côrbo e Leyde Klebia
Rodrigues da Silva ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes; ilustração
de Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos. – 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO:
Departamento de Ensino a Distância, 2017.
139 p. : il.
Referências: p. 133-134.
Anexos.

1. Representação temática. 2. Classificação decimal de Dewey. 3.


Classificação decimal universal. 4. Tabela Cutter-Sanborn. 5. Cabeçalho de
assunto - Direito. 6. Classificação bibliográfica. 7. Ensino à distância. I. Silva,
Leyde Klebia Rodrigues da. II. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. III. Bordoni,
Eduardo. IV. Ramos, Fabrício. V. Título.
CDD 025.43
Bibliotecária responsável: Ana Marta Toledo Piza Viana – CRB 7/2224

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
Pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD!

Professora Marlene Salgado de Oliveira


Reitora

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Representação Temática 2

Sumário

Apresentação da disciplina ................................................................................................. 07

Plano da disciplina ................................................................................................................. 09

Unidade 1 – Teoria da Classificação Facetada .............................................................. 11

Unidade 2 – Classificação Decimal de Dewey .............................................................. 31

Unidade 3 – Classificação Decimal Universal ................................................................ 57

Unidade 4 – Tabela Cutter-Sanborn ................................................................................ 99

Unidade 5 – Classificação Decimal de Direito............................................................... 115

Considerações finais.............................................................................................................. 131

Conhecendo o autor ............................................................................................................. 132

Referências ............................................................................................................................... 133

Anexos ....................................................................................................................................... 135

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Apresentação da Disciplina

Prezado aluno,

Seja bem-vindo ao universo da representação temática, a presente disciplina,


Representação Temática II, tem como objetivo dar continuidade aos ensinamentos
da disciplina Representação Temática I. Essa matéria é uma das principais
especialidades técnicas do campo da Biblioteconomia. Essa disciplina é a segunda
disciplina de um conjunto de três, Representação Temática I, II e III.

Com isso, a publicação ora apresentada tem como objetivo dar subsídios
teóricos e práticos ao conjunto de matérias relacionadas à Representação
Temática, nesse sentido o livro se divide em cinco unidades.

A primeira unidade busca compreender um pouco da Teoria da Classificação


Facetada, que é um estudo da ciência da informação que possui aplicação em
soluções digitais, sendo uma importante ferramenta na construção de árvores de
conceitos e um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos.

Na segunda unidade, terá destaque à aplicação da Classificação Decimal de


Dewey, em um primeiro momento serão rememorados os princípios básicos
descritos na disciplina Representação Temática I. Contudo, o objetivo principal
dessa unidade é a ênfase na aplicação prática da CDD, o aluno no final dessa
unidade deve estar apto a aplicar a CDD em uma biblioteca ou centro de
documentação.

Na terceira unidade, respectivamente, a unidade tem como objetivo enfatizar


a aplicação da Classificação Decimal Universal, explicitando o uso das classes
principais e suas subdivisões, dos sinais gráficos, das subdivisões alfabéticas e
numéricas, das tabelas auxiliares comuns de linguagem, forma, de lugar,
ancestralidade humana, grupos étnicos e nacionalidade, tempo, de propriedades,
materiais, relações e processos, pessoas, das tabelas analíticas especiais. Na quarta
unidade enfatiza-se a aplicação dos cabeçalhos de assuntos.

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A quarta unidade está destinada à aplicação da Tabela de Cutter-Sanborn. Essa


tabela de códigos alfanuméricos tem como objetivo indicar a autoria de uma obra
bibliográfica elaborada por Charles Ammi Cutter e por Kate F. Sanborn é utilizada
em bibliotecas e centros de documentação.

Na quinta e última unidade, será apresentada a Classificação Decimal de


Direito da bibliotecária e bacharela em direito Doris de Queiroz Carvalho, essa
classificação fundamentada na Classificação Decimal de Dewey é utilizada
basicamente para o assunto direito (340) e é adotada pela Subchefia para Assuntos
Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República do Brasil e por vários escritórios
de advocacia. Essa unidade tem como objetivo principal apresentar o sistema de
classificação e as formas de aplicação desse sistema.

Contamos com você! Sucesso e bons estudos!

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Plano da Disciplina

A disciplina Representação Temática II, visa enfatizar a aplicação prática dos


sistemas de classificação mais utilizados em bibliotecas e centros de
documentação no Brasil, especialmente as Classificações Decimais de Dewey e do
Direito, a Classificação Decimal Universal, os Cabeçalhos de Assuntos e a Tabela de
Cutter-Sanborn.

Ao concluir a disciplina o aluno deverá ser capaz de:


a) Saber aplicar a Classificação Decimal de Dewey em unidades de
informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer
e utilizar os recursos da CDD, sua classe principal, suas subdivisões e
tabelas, na organização de documentos bibliográficos.
b) Reconhecer e aplicar a Classificação Decimal de Direito, que é adotada
pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da
República do Brasil e por vários escritórios de advocacia. Esse sistema de
classificação fundamentado na Classificação Decimal de Dewey expande
a classe de direito (340) e a adapta para a realidade brasileira.
c) Saber aplicar a Classificação Decimal Universal em unidades de
informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer
e utilizar os recursos da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos,
suas subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos.
d) Reconhecer e aplicar os Catálogos de Assuntos em unidades de
informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer
e utilizar os recursos dos catálogos.
e) Saber aplicar a Tabela de Cutter-Sanborn para a notação de autores.

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1 Teoria da Classificação
Facetada

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Representação Temática 2

Caro Aluno,

Começa nossa jornada para compreender um pouco da Teoria da Classificação


Facetada, que é um estudo da ciência da informação que possui aplicação em
soluções digitais, sendo uma importante ferramenta na construção de árvores de
conceitos e um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos.

Objetivos da unidade:

 Definir o conceito e histórico da Teoria Facetada;

 Conceituar unidades e características;

 Identificar o que são facetas e sua formação.

Plano da unidade:

 Conceito e Histórico

 Unidades e características

 Facetas

Bem-vindo à unidade 1!

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Conceito e Histórico

A teoria da classificação facetada é um tema de estudo na Ciência da


Informação. A busca pelo conhecimento teórico e conceitual acerca dos princípios
que alicerçam a origem e criação dos sistemas de classificação facetada é bastante
atual. Isso porque tem aplicação em soluções digitais que carecem de uma
estrutura de trabalho ou que possibilite a representação sistematizada de domínios
de conhecimento.

Em relação à sistemática entre conceitos, tem-se que a teoria e analise


facetada constitui uma importante ferramenta na construção de árvores de
conceitos, tudo isso através da decomposição de classes elementares e facetas, que
são formadoras de grupos homogêneos de indivíduos. Assim, a classificação
facetada é um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos.

Segundo Campos (2001, p 53),

A Teoria da Classificação Facetada foi desenvolvida por


Shiyali Ramamrita Ranganathan na década de 30, visando
evidenciar os princípios utilizados na elaboração da Colon
Classification (também denominada de Classificação de Dois
Pontos), tabela de classificação elaborada para a organização
do acervo da Biblioteca da Universidade de Madras, na Índia;

Até aquele momento, no âmbito da Documentação, as


tabelas existentes não apresentavam as bases teóricas para
sua elaboração. Ranganathan foi o primeiro a evidenciar os
princípios utilizados na elaboração de sua tabela,
proporcionando uma verdadeira revolução na área da
Classificação Bibliográfica. Na verdade, ele não elabora
somente um trabalho teórico para explicar a construção da
Tabela, mas apresenta uma teoria sólida e fundamentada
para dar à Classificação Bibliográfica um status que a eleva a
disciplina independente.

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Já Nonato (2009, p 49) ensina que


em relação ao desenvolvimento da teoria da classificação
facetada, Tristão (2004) cita duas fontes: o escritor
Ranganathan e o Classification Research Group - CRG. O
primeiro foi o escritor do Prolegomena to Library
Classification que, em 1967, expôs uma teoria complexa de
classificação com 46 cânones, 13 postulados e 22 princípios.
Já o segundo, CRG, foi criado em 1952, no Reino Unido, com
o objetivo de estudar a natureza da classificação facetada e
foi um grupo que muito contribuiu para a pesquisa em
classificação, no século XX.

Humar (apud CAMPOS, 2001, p. 53), professor indiano e estudioso de


classificação, diz que

a respeito do trabalho inovador de Ranganathan acrescenta


que ele se “beneficiou dos trabalhos de Richardson, Cutter,
Hulme, Brown, Sayers, Bliss e assim por diante. Ele teve a
oportunidade de melhorar sua teoria ao experimentá-la por
um período de 40 anos. E formulou a Classificação dos Dois
Pontos, na qual aplicou sua teoria. Testou sua teoria com a
ajuda de princípios normativos. Produziu uma terminologia
técnica própria e não hesitou em adotá-la de outros. Além
disso, sua base Bramânica e matemática deu-lhe uma mente
clara e lógica... Como resultado, foi capaz de sistematizar o
estudo e a prática da Classificação.”

Afinal de contas, o que é a teoria da classificação facetada?

A terminologia surge introdutoriamente na década de 1930, em discussões da


classificação bibliográfica capitaneada pelo indiano Ranganathan, que era
bibliotecário e matemático. A finalidade era indicar uma técnica de separação dos
vários elementos de assuntos complexos em relação a um conjunto de conceitos
fundamentais e abstratos.

Segundo Tristão (apud NONATO, 2009, p 48)

Ranganathan evidenciou a necessidade de elaboração de


esquemas de classificação que pudessem acompanhar as
mudanças e evoluções do conhecimento, classificando o
mesmo em grandes classes e conceitos básicos, ou
elementos, de acordo com certas características. Estes
aspectos ou partes constituintes - que são as facetas -
utilizam como "categorias fundamentais", noções abstratas,
denominadas: Personalidade, Matéria, Energia, Espaço,
Tempo, originando o conhecido acrônimo PMEST.

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Personalidade é a característica que distingue o assunto;
Matéria é o material físico do qual um assunto pode ser
composto; Energia é uma ação que ocorre com respeito ao
assunto; Espaço é o componente geográfico da localização
de um assunto; Tempo é o período associado a um assunto. A
ordem de citação do PMEST baseia-se na idéia de
concretividade.

Assim, tem-se que os esquemas de classificação bibliográfica possuem função


dupla. Uma seria a de permitir a organização dos documentos nas estantes e a
outra a de representar o conhecimento registrado numa dada área de assunto.

Conforme se vê na literatura, “Ranganathan foi aquele que conseguiu


estabelecer princípios para uma nova teoria da classificação bibliográfica, e o fez
tendo como base o próprio Conhecimento.” (Campos, 2001, p. 54)

Nos ensinamento de Campos (2001, p. 54) a autora afirma que

a Teoria da Classificação Facetada, como toda teoria, é um


corpus complexo e que para ser compreendida em toda a sua
extensão, procura-se organizar sua exposição de modo a
seguir um pretenso caminho do desenvolvimento das ideias
de Ranganathan

A literatura aponta que primeira medida a ser adotada na elaboração de uma


estrutura classificatória é, sem dúvida, a definição das unidades que constituem o
sistema. Tais unidades são os conceitos e suas relações.

Unidades e características

Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 55) diz que

O assunto básico é um “assunto sem nenhuma idéia isolada como


componente.” (RANGANATHAN, 1967, p. 83). Assunto é definido como
um corpo sistematizado de idéias inseridas em um campo
especializado (RANGANATHAN, 1967, p. 82). Pode-se dizer, então, que
assunto básico representa as áreas mais abrangentes do
conhecimento, como Matemática, Agricultura. Porém, não se pode
dizer que Cultivo de Milho represente um assunto básico, pois ele
possui a idéia isolada Milho. [...] A idéia isolada é “alguma idéia ou
complexo de idéias ajustadas para formar um componente de um
assunto mas, em si mesma, ela não é considerada um assunto.”
(RANGANATHAN, 1967, p. 83). Por exemplo, Milho denota uma idéia
isolada, mas se for combinada com o assunto básico Agricultura, em
seu aspecto específico, forma-se o assunto Cultivo de Milho. O isolado
(idéia isolada) pode ser considerado um conceito; algumas vezes,
porém, funciona como uma unidade combinatória que tem por

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função facilitar a formação da notação. Quando isto acontece ele é
chamado por alguns autores (HUMAR, 1981, p. 19) de especificador.
Por exemplo, na Colon Classification (RANGANATHAN, 1963), a
formação da notação Psicologia Infantil (S1) corresponde ao assunto
básico Psicologia (código S) e ao isolado Criança (código 1). Pode-se
dizer que o representante do conceito, neste tipo de Tabela, é a
notação. Neste caso, o isolado é um especificador, isto é, um
determinante do termo Psicologia. Com isto, Ranganathan consegue
representar conceitos que não estão nomeados na língua, como por
exemplo, Psicologia + Pré-adolescente, Psicologia + Menino.

Assim, pode-se dizer que na teoria da classificação facetada os assuntos


básicos e as ideias isoladas são as unidades classificatórias. Também não se pode
deixar de frisar que na integralidade da teoria de Ranganathan os elementos estão
interligados, e que definir assunto básico e ideia isolada é tarefa árdua porque um
conceito depende do outro, e, desse modo, não se consegue definir um sem definir
o outro.

Um importante ponto a ser destacado é a CARACTERÍSTICA, que tem sua


definição formulada por Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 55) como sendo
“um atributo ou algum complexo...” Para Humar (apud CAMPOS 2001, p. 55)
atributo “é uma propriedade ou uma qualidade ou uma medida quantitativa de
uma entidade”. Tem-se, então, que as características são utilizadas no sentido de
efetuar uma comparação entre os elementos classificatórios, com objetivo de
formar classes e, dentro destas classes, formar os renques e as cadeias.

A autora ensina que “Renques e cadeias são denominações dadas por


Ranganathan para diferenciar, na formação de classes, séries verticais e horizontais
de conceitos”. (Campos, 2001, p. 56)

E diz mais (Campos, 2001, p. 56)


Renques são classes formadas a partir de uma única
característica de divisão, formando séries horizontais. Por
exemplo: Macieira e Parreira são elementos da Classe Árvore
Frutífera, formada pela característica de divisão – tipo de
árvores frutíferas.

Renque

Árvore Frutífera
Macieira
Parreira

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Representação Temática 2
Cadeias são séries verticais de conceitos em que cada
conceito tem uma característica a mais ou a menos conforme
a cadeia seja descendente ou ascendente. Por exemplo:
Macieira é um tipo de Árvore Frutífera, que por sua vez é um
tipo de Árvore. Neste exemplo, observa-se uma cadeia
ascendente.

Cadeia

Árvore
Árvore Frutífera
Macieira

Desse modo, observa-se que os renques e as cadeias demonstram a


organização hierarquizada da estrutura classificatória, deixando em evidência as
relações hierárquicas de gênero-espécie e de todo-parte.

Nessa linha de pensamento, Ranganathan idealiza um conjunto de regras,


conhecidos como cânones, para definir um padrão uniforme na formação dos
renques e cadeias.

São eles os cânones da Exaustividade e da Exclusividade, que definem


princípios para pensar a formação de classes de conceitos. O primeiro, diz que “as
classes formadas por um renque devem ser exaustivas, de modo que, se algum
tópico novo surgir, ele deve ser acrescentado à estrutura, e esta tem que ter
hospitalidade para agrupá-lo numa classe existente ou numa classe recém-
formada.” (Campos, 2001, p. 56). E o segundo, “estabelece que os elementos
formadores dos renques devem ser mutuamente exclusivos, ou seja, nenhum
componente da estrutura (isolado ou assunto básico) pode pertencer a mais de
uma classe no renque. Ranganathan, deste modo, não aceita a polihierarquia”.
(Campos, 2001, p. 57).

Facetas

O termo Faceta, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 57) é “um


termo genérico usado para denotar algum componente - pode ser um assunto
básico ou um isolado - de um assunto composto, tendo, ainda, a função de formar
renques, termos e números.”

Em termos de classificação especializada, VICHERY (apud CAMPOS, 2001, p.


57), “é definida como uma manifestação das cinco categorias fundamentais”.

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Tem-se que o postulado das categorias é o princípio normativo utilizado para


organizar um Universo/Domínio, ou seja, um “corpo” de conhecimento
sistematizado. Tal atividade busca definir em que nível de extensão se feito o corte
da classificação de assuntos dentro de seu extenso universo.

Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 57) considera o mapeamento de um


Universo de Assuntos uma tarefa bastante complexa, como é o próprio ato de
classificar:
...a tarefa da classificação é mapear o universo
multidimensional dos assuntos ao longo de sua atividade...
Vimos quão tortuosa é a tarefa de terminar e priorizar uma
escala de relações preferidas entre todas as idéias isoladas e
entre todos os assuntos... Há muitas relações vizinhas
imediatas entre os assuntos. Tendo fixado um destes
assuntos na primeira posição da linha, devemos decidir qual
será seu vizinho imediato, qual será seu vizinho de
transferência dois, e assim sucessivamente. Podemos perder
noites de sono e ainda não estarmos perto de uma solução
firme. Se não formos estudantes sérios de classificação
podemos desistir dizendo “a classificação é impossível.” Para
uns poucos, a classificação é mesmo marcada por um
absurdo lógico. Esta é a medida da magnitude do
mapeamento do Universo de Assuntos multidimensional ao
longo da atividade que é a classificação. (RANGANATHAN,
1967, p. 395)

Assim, tem-se que o mapeamento serve para que num primeiro momento se
possa decidir qual área de assunto será adotada como base na organização das
unidades classificatórias bem como será classificada.

Segundo Campos (2001, p. 58)

Ranganathan conduz seu trabalho tentando definir uma


forma que possibilite a análise do Universo de Assuntos, pois
as classificações bibliográficas até aquele momento - apesar
de serem organizadas também por áreas do
conhecimento/disciplina - não deixavam evidentes os
princípios que empregavam para o estabelecimento das
classes e subclasses dentro de cada área. Isto provocava uma
certa imobilidade, não permitindo que elas acompanhassem
a dinâmica do conhecimento.

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Representação Temática 2

Afirma também, que Ranganathan resolve buscar princípios lógicos através do


uso de postulados.
Euclides postulou que duas linhas paralelas não se
encontram. Durante quase vinte séculos ninguém
questionou este postulado. Então vem Gauss, que diz: ‘Como
você sabe que elas não se encontram? Você já caminhou ao
longo delas para verificar seu fim? Eu digo que elas se
encontram - num lugar muito distante; você pode negar?’
Então ele fez seu próprio postulado, que as linhas paralelas se
encontram em ambas as pontas. Qual desses postulados
preferimos? Qualquer um que sirva para nosso propósito;
qualquer um que auxilie nosso trabalho. (Ranganathan, apud
CAMPOS, 2001, p. 58)

E prossegue, esclarecendo que Ranganathan formula postulado dizendo que


“em todo Universo de Assuntos cinco ideias fundamentais que são utilizadas para a
divisão do Universo” (Campos, 2001, p. 58)

Alguém pode perguntar: Por que as idéias fundamentais


postuladas são em número de cinco? Por que não três? Por
que não seis? Isto é possível. Há liberdade absoluta para
todos tentarem. Uma pessoa pode talvez gostar de seis. Ela
deve classificar nessa base alguns milhares de artigos
variados. Se elas produzirem resultados satisfatórios
arranjando os assuntos dos artigos ao longo de uma linha,
aquele postulado pode ser aceito. Isto não é uma matéria a
ser discutida ex cathedra sem um teste completo e
prolongado. Trabalhar com base em cinco idéias
fundamentais produziu resultados satisfatórios nos vinte
últimos anos. (Ranganathan, apud CAMPOS, 2001, p. 58)

Tais ideias são conhecidas como Categorias Fundamentais, onde a


terminologia Categoria Fundamental é utilizada por Ranganathan para representar
ideias fundamentais que permitem delimitar as categorias, que são um universo de
assunto em classes bastante abrangentes, sendo considerados como o primeiro
corte classificatório num universo de assuntos. Além disso, elas propiciam o
entendimento global da área na medida em que fornecem a visão de conjunto dos
agrupamentos que ocorrem na estrutura.

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Representação Temática 2

Segundo Campos (2001, p. 59), o postulado das Categorias Fundamentais é


apresentado por Ranganathan, da seguinte forma:

Há cinco e somente cinco Categorias Fundamentais; são elas:


Tempo, Espaço, Energia, Matéria e Personalidade. Estes
termos e as idéias denotadas são usadas estritamente no
contexto da disciplina de classificação. Não têm nada a ver
com seu emprego em Metafísica ou Física. Em nosso
contexto, seu significado pode ser visto somente nas
declarações sobre as facetas de um assunto - sua separação e
seqüência. Este conjunto de categorias fundamentais é, em
síntese, denotado pelas iniciais PMEST. (RANGANATHAN,
apudo CAMPOS, 2001, p. 59)

Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 59) define as categorias PMEST de


modo a explicá-las, isto é, pela enumeração de algumas de suas facetas que são
manifestações das próprias categorias dentro de uma área do conhecimento.

A categoria Tempo é definida com seu significado usual,


exemplificando-a com algumas idéias isoladas de tempo comum,
a saber: milênios, séculos, décadas, anos e assim por diante. Ele
prevê manifestações de isolados de tempo de outro tipo, tais
como: dia e noite, estações do ano, tempo com qualidade
meteorológica.
A categoria Espaço é também definida com seu significado usual,
apresentando como suas manifestações a superfície da Terra, seu
espaço interior e exterior, como por exemplo, continentes, países,
estados, idéias isoladas fisiográficas etc.
A categoria Energia é de entendimento um pouco mais difícil. Ela
pode ser entendida como uma ação de uma espécie ou outra,
ocorrendo entre toda espécie de entidades inanimadas,
animadas, conceituais e até intuitivas, como, por exemplo,
através das seguintes facetas: problema, método, processo,
operação, técnica.

Todavia, para Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 59) a categoria Matéria


apresenta um entendimento de complexidade ainda maior que a da categoria
Energia e é assim definida:

A identificação da categoria fundamental Matéria é mais


difícil do que Energia. Vê-se que suas manifestações são de
duas espécies: Material e Propriedade. Pode parecer estranho
que propriedade fique junto com o material. Mas, peguemos
uma mesa como exemplo: a mesa é feita de material de
madeira ou aço, conforme o caso. O material é intrínseco à
mesa, mas não é a própria mesa. Principalmente o mesmo

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Representação Temática 2
material também pode aparecer em muitas outras entidades.
Assim, a mesa tem a propriedade de ter dois pés e meio de
altura e a propriedade de ter um tampo meio duro. Esta
propriedade é intrínseca à mesa mas não é a própria mesa.
Além disso, a mesma propriedade pode aparecer em muitos
outros lugares. (RANGANATHAN, 1967, p. 400)

Desse modo, pode-se encarar a categoria Matéria como a manifestação de


materiais em geral, como sua propriedade, e também como o constituinte material
de todas as espécies.

Por fim, a categoria Personalidade, segundo Ranganathan, é considerada


como indefinível. Segundo o autor,
se uma certa manifestação for facilmente determinada como
não sendo espaço, energia ou matéria, ela é vista como uma
manifestação da categoria fundamental Personalidade.
Considera que este tipo de identificação da categoria
Personalidade é o que denomina de método de resíduos.
Acrescenta que este método pode não ser fácil em certos casos,
mas sua experiência mostrou que as idéias isoladas vão
manifestar-se em algumas das categorias acima mencionadas.
As dificuldades encontradas são raras na maioria das vezes
(RANGANATHAN, apud CAMPOS, 2001, p. 60)

Vichery (apud CAMPOS, 2001, p. 60) assegura que as seguintes facetas podem
ser consideradas como manifestação da categoria Personalidade: “bibliotecas,
números, equações, comprimentos de ondas de irradiação, obras de engenharia,
substâncias químicas, organismos e órgãos, adubos, religiões, estilos de arte,
línguas, grupos sociais, comunidades.”

1.4 Conhecimento e sua formação

Sem dúvida alguma, tem-se que a produção do conhecimento e a influência


que essa produção exerce sobre como será feito o planejamento das ideias e dos
esquemas de classificação bibliográfica é tema de suma importância nos textos
desenvolvidos por Ranganathan. Esse autor, dentro da Teoria da Classificação,
apresenta como um processo classificatório a forma de relacionar fatos e objetos,
trazendo à baila a discussão sobre o processo de formação de conceitos, sua
influência no trabalho de classificação e sua relação com o que chama de universo
do conhecimento ou universo das ideias.

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Representação Temática 2

Segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 60)

o homem deposita na memória perceptos puros, isto é,


impressões produzidas por qualquer entidade através de um
sentido primário simples. Por exemplo, a luz que vem das
estrelas é o percepto produzido por uma entidade do mundo
físico - as estrelas. As entidades correlatas de um percepto,
que estão fora da mente, são denominadas por Ranganathan
de percepção. Quando a impressão é depositada na
memória, como resultado da associação de dois ou mais
perceptos puros, formados simultaneamente ou numa
sucessão rápida, não temos mais somente um percepto puro,
mas um percepto composto.

O Autor exemplifica da seguinte forma:


Vamos assumir que o percepto puro do som ‘corvo’, emitido
simultaneamente pela mãe, também se torna impresso na
memória da criança o percepto composto de “corvo
crocitante”. Vamos além disso assumir que o percepto puro
da cor do corvo e o percepto puro do som emitido pela mãe
seja associado na memória da criança. Então o percepto
composto “corvo é preto e ele crocita” ou “corvo preto
crocita” é formado na memória da criança. Logo, um
percepto composto pode ser formado pela associação de
dois ou mais perceptos puros (RANGANATHAN, apud
CAMPOS, 2001, p. 61).

Desse modo, assim que os perceptos puros e compostos são depositados na


memória, cria-se uma associação e os conceitos se formam, sendo certo que a
partir da formação dos conceitos que vai se tornar possível a produção na mente
humana de um quadro de identidade tendo como base o mundo ao seu redor.
Depois da formação dos conceitos, pode ocorrer a assimilação de outras novas
experiências, levando ao processo denominado apercepção.

Desse modo, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 61)

O conjunto destas apercepções depositadas na memória se


dá, então, a partir dos conceitos já presentes na memória,
com o acréscimo da assimilação de perceptos recentemente
recebidos e conceitos recentemente formados.

22
Representação Temática 2

O Universo de Conhecimento, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p.


62) “é a soma total, num dado momento, do conhecimento acumulado”. O Autor
afirma que está sempre em desenvolvimento contínuo e que diferentes domínios
do Universo do Conhecimento são desenvolvidos por diferentes métodos.

Entender o pensamento e o conhecimento desenvolvido por Ranganathan,


torna-se mais fácil se, primeiramente, forem analisados os conceitos de ideia,
informação, conhecimento e assunto.

Campos (2001, p. 61) apresenta que

Idéia, para Ranganathan, (1967, p. 81) é um produto do


pensamento, da reflexão, da imaginação, que passou pelo
intelecto, integrando com a ajuda da Lógica uma seleção de
conjuntos de apercepção, e/ou diretamente apreendida pela
intuição e depositada na memória. A informação se daria no
momento em que uma idéia é comunicada por outros ou
obtida a partir do estudo pessoal e da investigação.
Conhecimento é definido como a totalidade de idéias
conservadas pela Humanidade; assim, neste sentido,
conhecimento pode ser sinônimo de Universo de Idéias.
Assunto é um corpo de idéias organizadas e sistematizadas,
por extensão e intenção, que incide de forma coerente no
campo de interesse, de competência intelectual e de
especialização inevitável de uma pessoa normal.

Afirma, também que (Campos, 2001, p. 61)

O Universo Original de Idéias, também chamado de Universo


do Conhecimento, não só é o local onde as idéias
conservadas estão agrupadas, mas também o local onde
existe um movimento que propicia um repensar constante
sobre a apreensão das observações feitas pelo ser humano, a
partir do mundo que o cerca. O Universo do Conhecimento “é
a soma total, num dado momento, do conhecimento
acumulado. Ele está sempre em desenvolvimento contínuo.
Diferentes domínios do Universo do Conhecimento são
desenvolvidos por diferentes métodos. O Método Científico é
um dos métodos reconhecidos de desenvolvimento. O
Método Científico é caracterizado pelo movimento sem fim
em espiral. (RANGANATHAN, 1963a, p. 359)

23
Representação Temática 2

A partir da definição desses conceitos que Ranganathan apresenta a Espiral do


Universo do Conhecimento, com vistas a explicar o movimento do próprio ato de
conhecer, perceber e sua influência sobre os esquemas de classificação.

Contudo, Campos (2001, p. 64) nos traz a informação de que

Além da Espiral do Conhecimento e para evidenciar ainda


mais a ligação entre a produção de conhecimento e os
esquemas de classificação, Ranganathan apresenta também a
Espiral do Desenvolvimento de Assuntos: se o movimento da
Espiral do Conhecimento propicia o ato de perceber os fatos
que ocorrem no mundo fenomenal, com a Espiral do
Desenvolvimento de Assuntos é possível verificar a relação
entre este perceber e a produção de conhecimento que, no
nosso caso, é conhecimento registrado.

A autora salienta que muito embora as questões tivessem cunho filosófico,


Ranganathan sempre deixou claro que sua preocupação era relacioná-las com o
universo de trabalho da documentação, apresentando como uma meta-espiral do
conhecimento a espiral do universo de assunto.

Ela afirma que


Estes assuntos se apresentam e são analisados na área da
documentação a partir dos documentos produzidos por um
grupo de falantes de determinado universo de discurso.
Desta forma, a garantia literária e a dinâmica do
conhecimento andam juntas, e são estes fatores que
determinam a relação do documento com o conhecimento e
influenciam a elaboração de esquemas classificatórios para a
área da documentação. (Campos, 2001, p. 64)

A Autora salienta em sua tese que a Espiral do Desenvolvimento de Assuntos


“é uma meta-espiral da Espiral do Universo do Conhecimento, pois é regida pelas
mesmas leis do movimento contínuo e do dinamismo que regem a Espiral do
Conhecimento.” (Campos, 2001, p. 65)

Afirma, também que

o movimento em espiral pode ser caracterizado a partir de


fatos que podemos observar no desenvolvimento de novos
assuntos, a saber: novos problemas; pesquisa fundamental;
pesquisa aplicada; projeto piloto; novas máquinas; novos
materiais; novos produtos; utilização destes produtos; novos
problemas.

24
Representação Temática 2
O Método Científico em Espiral propicia a integração
constante do conhecimento, do desenvolvimento de
assuntos e a relação com a atividade de trabalho da
classificação. Ranganathan, assim, é singular na medida em
que evidencia essa dinâmica, esse movimento constante e a
possibilidade também de constantes modificações no
Universo do Conhecimento e de Assuntos que influenciam o
Universo de Trabalho da Classificação. (Campos, 2001, p. 65)

Com tudo isso, Ranganathan propõe, com sua teoria que a organização do
Universo de Assuntos não seja mais feito de modo dicotômico ou binário, nem
mesmo de modo decatômico, mas sim de uma forma policotomica ilimitada.

Conforme salienta Campos (2001, p. 68)

na década de 20 percebia-se que no âmbito da classificação


de documentos, os assuntos deviam ser representados muito
mais como uma Árvore Baniana26 (ver Figura 7) do que como
uma Árvore de Porfírio. Os métodos de divisão, ou seja,
aqueles que auxiliam a organização do conhecimento em um
dado domínio foram durante muitos séculos dicotômicos. Na
dicotomia encontram-se duas divisões no primeiro estágio,
duas divisões de cada uma destas divisões são formadas no
segundo estágio e assim por diante, a representação
esquemática da dicotomia chama-se "Árvore de Porfírio". No
âmbito da representação de assuntos que ocorre nos
documentos esta forma de classificação falha logo na
concepção de esquemas de classificação para o Universo de
Assuntos, pois como vimos, os assuntos dos documentos não
fazem parte de um domínio de conhecimento somente,
muito pelo contrário, eles são complexos. A analogia com a
Árvore Baniana é muito mais apropriada. A árvore Baniana se
aproxima muito mais de uma árvore de classificação, do
tronco original formam-se muitos outros troncos secundários
de tempos em tempos.

Destaca, ainda, que

Na dicotomia encontram-se duas divisões no primeiro


estágio, duas divisões de cada uma destas divisões são
formadas no segundo estágio e assim por diante, a
representação esquemática da dicotomia chama-se "Árvore
de Porfírio". No âmbito da representação de assuntos que
ocorre nos documentos esta forma de classificação falha logo
na concepção de esquemas de classificação para o Universo
de Assuntos, pois como vimos, os assuntos dos documentos
não fazem parte de um domínio de conhecimento somente,
muito pelo contrário, eles são complexos. A analogia com a

25
Representação Temática 2
Árvore Baniana é muito mais apropriada. A árvore Baniana se
aproxima muito mais de uma árvore de classificação, do
tronco original formam-se muitos outros troncos secundários
de tempos em tempos. (Campos, 2001, p. 68)

Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 68) afirma que

Na verdadeira árvore de assuntos, um ramo é enxertado no


outro em muitos pontos. Raminhos também se enxertam
entre si de modo semelhante. Os ramos de um tronco se
enxertam em outros de outro tronco. Ë difícil dizer a que
tronco pertencem tais ramos. Os troncos se enxertam entre si.
Mesmo então, o quadro da árvore não está completo. É muito
mais complexa do que todos estes. (RANGANATHAN, apud
CAMPOS, 2001, p. 68)

Enfim, tem-se que a representação apresentada por Ranganathan possui


divergências fazendo com que seja necessário reavaliar as temáticas de abordagem
dos hiperdocumentos. A representação de um conteúdo temático de um
hiperdocumento pode ser considerado como um mapa e não simplesmente como
um decalque.

É hora de se avaliar!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

26
Representação Temática 2

Exercícios – Unidade 1

1. A teoria da classificação facetada pode ser compreendida e descrita de


diversas formas, exceto:
a) É um tema de estudo na Ciência da Informação.
b) Tem aplicação em soluções digitais que carecem de uma estrutura de
trabalho ou que impossibilite a representação sistematizada de domínios
de conhecimento.
c) é um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos.
d) Tem a finalidade de indicar uma técnica de separação dos vários elementos
de assuntos complexos em relação a um conjunto de conceitos
fundamentais e abstratos.
e) É um corpus complexo e que para ser compreendida em toda a sua
extensão, procura-se organizar sua exposição de modo a seguir um
pretenso caminho do desenvolvimento das ideias de Ranganathan.

2. Na teoria da classificação facetada, são consideradas unidades


classificatórias:
a) Assuntos básicos e isolamento de ideias.
b) Ideias isoladas e assuntos básicos.
c) Tabela e notação.
d) Tipo e assunto correspondente.
e) Ideias isoladas e tabulação.

27
Representação Temática 2

3. Segundo a definição de Ranganathan, característica:


a) É uma propriedade ou uma qualidade ou uma medida quantitativa de
uma entidade.
b) É um corpo sistematizado de ideias inseridas em um campo
especializado.
c) É um atributo ou algum complexo.
d) É a classe formada a partir de uma única divisão.
e) É elemento de individualização da informação isolada.

4. As características são utilizadas para efetuar uma comparação entre os


elementos classificatórios, com objetivo de formar classes. Assim, os elementos de
diferenciação na formação de classes, séries, verticais e horizontais de conceitos,
são:
a) Renques e classes.
b) Cadeias e ideias isoladas.
c) Atributo e propriedade.
d) Renques e cadeias.
e) Objetos e classes.

5. As classes formadas a partir de uma única característica de divisão,


formando séries horizontais, são chamadas de:
a) Atributos.
b) Cadeias.
c) Renques.
d) Premissas.
e) Elementos.

28
Representação Temática 2

6. As séries verticais de conceitos em que cada conceito tem uma característica


a mais ou a menos conforme a cadeia seja descendente ou ascendente, são:
a) Elementos interligados.
b) Ideia.
c) Unidades classificatórias.
d) Cadeias.
e) Componentes.

7. Ranganathan idealizou um conjunto de regras para definir um padrão


uniforme na formação dos renques e cadeias. Esse conjunto foi denominado de:
a) Hipóteses.
b) Premissas.
c) Teoremas.
d) Cânones.
e) Postulados.

8. Um termo genérico usado para denotar algum componente, que pode ser
um assunto básico ou um isolado, de um assunto composto, com a função de
formar renques, termos e números, é o conceito de:
a) Exclusividade.
b) Faceta.
c) Exaustividade.
d) Poli-hierarquia.
e) Perceptos.

29
Representação Temática 2

9. Segundo Ranganathan, em todo Universo de Assuntos, cinco ideias


fundamentais são utilizadas para a divisão do Universo. Tais ideias são conhecidas
como Categorias Fundamentais. Quais são as categorias fundamentais?

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10. Ranganathan afirma que o Universo do Conhecimento é a soma total, num


dado momento, do conhecimento acumulado e que está sempre em
desenvolvimento contínuo e que diferentes domínios desse Universo são
desenvolvidos por diferentes métodos. Explique e conceitue o que o Autor
entende por Ideia, informação, conhecimento e assunto:

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30
Representação Temática 2

2
Classificação Decimal de
Dewey

31
Representação Temática 2

A primeira unidade de nosso livro tem como objetivo enfatizar a prática da


classificação a partir do uso da Classificação Decimal de Dewey. Para esse fim,
iniciaremos relembrando os fundamentos teóricos da Classificação Decimal de
Dewey, após descreveremos as principais formas de uso dos recursos da CDD.
Destacando, os esquemas de classificação, os sumários e as tabelas auxiliares. O
conhecimento desse sistema de classificação é fundamental para as próximas
unidades, devido a Classificação Decimal de Dewey servir como base dos principais
sistemas de classificação decimal.

Objetivos da unidade:

Enfatizar a prática da classificação a partir do uso da Classificação Decimal de


Dewey. Relembrar os fundamentos teóricos da Classificação Decimal de Dewey e
descrever as principais formas de uso dos recursos da CDD. Destacar os esquemas
de classificação, os sumários e as tabelas auxiliares.

 
Plano da unidade:

 Classificação Decimal de Dewey (CDD): estrutura e organização

 Volume 1

 Tabelas Auxiliar 1

 Tabela Auxiliar 2

 Tabela Auxiliar 3

 Tabela Auxiliar 4

 Tabela Auxiliar 5

 Tabela Auxiliar 6

 Volumes 2 e 3

 Volume 4

Bons estudos!

32
Representação Temática 2

Classificação decimal de dewey (cdd): estrutura e


organização
A Classificação Decimal de Dewey que herdou o nome de seu criador Melvil
Dewey, foi publicada pela primeira vez em 1876. Atualmente está em sua vigésima
terceira edição. A organização da CDD é sistemática, de acordo com áreas do
conhecimento pré-determinadas, alguns itens documentais podem ser
representados por mais de uma área do conhecimento, com isso, a CDD possui
além de sua tabela principal, entre outros componentes auxiliares, o índice relativo
(Relative Index) e as tabelas auxiliares para indicar as principais relações entre
assuntos de uma mesma área e a relação entre assuntos de áreas diferentes.

Segundo Guarido (2012), conforme o desenvolvimento das edições surgiu


novos volumes relacionados a cada edição para melhorar a eficiência na
classificação. Sendo da primeira a décima quinta edição a CDD foi publicada em
um único volume. A décima sexta e décima sétima edição foram publicadas em
dois volumes, com o segundo volume destinado ao índice relativo. A décima oitava
e a décima nona edição foram publicadas em três volumes. A partir da vigésima
edição a CDD foi publicada em quatro volumes.

A edição mais atual da CDD, a vigésima terceira, está dividida em quatro


volumes da seguinte forma. No Volume 1: novos recursos da 23ª edição, com uma
breve explanação sobre recursos e mudanças da atual edição; Introdução, com
uma descrição da CDD e instrução de uso; Glossário, com curtas definições dos
termos utilizados na CDD; Índice para introdução e glossário; Manual com guia
para usar a CDD; as Tabelas auxiliares de 1 a 6, Realocação e Redução, Tabelas
Comparativas e Equivalentes, Números Reusados. No Volume 2: Esquemas: 000 –
599. No Volume 3: Esquemas: 600 – 999. No Volume 4: Índice Relativo.

As sugestões para atualização da CDD são feitas pelo Comitê de Política


Editorial para a Classificação Decimal, que se configura como um comitê
internacional, com dez membros, que sugere a Online Computer Library Center,
Inc.(OCLC), mudanças, inovações e medidas necessárias ao desenvolvimento da
classificação. O Comitê representa os usuários da CDD, seus membros são eleitos
por representantes de bibliotecas e das escolas de Biblioteconomia.

33
Representação Temática 2

A CDD é uma classificação enumerativa, a representação dos assuntos é


numérica e reúne todas as áreas do conhecimento em dez classes principais,
nenhum número na CDD possui menos de três dígitos, conforme tabela abaixo:
 

Primeiro Sumário

000 – Generalidades 500 – Ciências Puras

100 – Filosofia E Psicologia 600 – Tecnologia (Ciências Aplicadas)

200 – Religião 700 – Belas Artes

300 – Ciências Sociais 800 – Literatura E Retórica

400 – Língua 900 – Geografia E História


Fonte: Classificação Decimal de Dewey, 23. ed.

No volume 1 da CDD estão as seis tabelas auxiliares, instrumentos muito


importantes para a classificação de assuntos. Podemos afirmar que essas tabelas
proporcionam meios de apresentação de assuntos completos a serem
classificados, nunca são utilizadas isoladamente, mas são necessárias para
especificar aspectos de um assunto não expresso pelo número principal nos
esquemas. Estão relacionadas entre T1 e T6.

Nos volumes 2 e 3 estão os sumários e os esquemas que consistem em uma


tabela de todos os números da CDD, com rubricas indicando seus assuntos
principais e notas explicativas para uso. No volume 2 está o esquema de 000 a 599
e o volume 3 de 600 a 999.

No volume 4 encontra-se o índice relativo, o índice relativo relaciona assuntos


de uma disciplina representada no esquema numérico. Nos esquemas, os assuntos
são distribuídos entre disciplinas; no índice relativo esses assuntos são ordenados
alfabeticamente, acompanhados por conceitos identificados nas disciplinas onde
são tratados.

34
Representação Temática 2

Exemplo de ordenação do Índice Relativo:

Camarão
  Alimento 641.395
Processamento comercial 664.94
Arte Culinária 641.695
Pesca 338.3725388
 
Segundo Sumário
000 Computer science, knowledge & systems 500 Science
010 Bibliographies 510 Mathematics
020 Library & information sciences 520 Astronomy
030 Encyclopedias & books of facts 530 Physics
040 [Unassigned] 540 Chemistry
050 Magazines, journals & serials 550 Earth sciences & geology
060 Associations, organizations & museums 560 Fossils & prehistoric life
070 News media, journalism & publishing 570 Life sciences; biology
080 Quotations 580 Plants (Botany)
090 Manuscripts & rare books 590 Animals (Zoology)
100 Philosophy 600 Technology
110 Metaphysics 610 Medicine & health
120 Epistemology 620 Engineering
130 Parapsychology & occultism 630 Agriculture
140 Philosophical schools of thought 640 Home & family management
150 Psychology 650 Management & public relations
160 Logic 660 Chemical engineering
170 Ethics 670 Manufacturing
180 Ancient, medieval & eastern philosophy 680 Manufacture for specific uses
190 Modern western philosophy 690 Building & construction
200 Religion 700 Arts
210 Philosophy & theory of religion 710 Landscaping & area planning
220 The Bible 720 Architecture
230 Christianity & Christian theology 730 Sculpture, ceramics & metalwork
240 Christian practice & observance 740 Drawing & decorative arts
250 Christian pastoral practice & religious orders 750 Painting
260 Christian organization, social work & 760 Graphic arts
worship 770 Photography & computer art
270 History of Christianity
280 Christian denominations 780 Music
290 Other religions 790 Sports, games & entertainment
300 Social sciences, sociology & anthropology 800 Literature, rhetoric & criticism
310 Statistics 810 American literature in English
320 Political science 820 English & Old English literatures

35
Representação Temática 2

830 German & related literatures


840 French & related literatures
330 Economics 850 Italian, Romanian & related
340 Law literatures
350 Public administration & military science 860 Spanish & Portuguese literatures
360 Social problems & social services 870 Latin & Italic literatures
370 Education 880 Classical & modern Greek
380 Commerce, communications & literatures
transportation 890 Other literatures
390 Customs, etiquette & folklore 900 History
400 Language 910 Geography & travel
410 Linguistics 920 Biography & genealogy
420 English & Old English languages 930 History of ancient world (to ca.
430 German & related languages 499)
440 French & related languages 940 History of Europe
450 Italian, Romanian & related languages 950 History of Asia
460 Spanish & Portuguese languages 960 History of Africa
470 Latin & Italic languages 970 History of North America
480 Classical & modern Greek languages 980 History of South America
490 Other languages 990 History of other areas
Fonte: Classificação Decimal de Dewey, 23. ed.

Volume 1

A partir da rememoração do histórico e da introdução das partes da CDD,


daremos início às questões práticas de uso da Classificação. Nesse sentido, inicia-se
essa subunidade explicitando o primeiro volume da CDD. Dá-se ênfase
principalmente às tabelas auxiliares e formas de utilização dessas tabelas.

O primeiro volume da CDD edição 23ª, conforme visto anteriormente é


formado basicamente pela apresentação dos novos recursos da 23ª edição, na
qual, faz-se uma breve explanação sobre recursos e mudanças da atual edição.
Introdução, com uma descrição da CDD e instrução de uso. O Glossário, com curtas
definições dos termos utilizados na CDD. O Índice para introdução e glossário. O
Manual com guia para usar a CDD. E as Tabelas auxiliares de 1 a 6, que seguem
abaixo:

36
Representação Temática 2

T1 Standard Subdivisions

T2 Geographic Areas, Historical Periods, Biography

T3 Subdivisions for the Arts, for Individual Literatures, for Specific

Literary Forms

T3A Subdivisions for Works by or about Individual Authors

T3B Subdivisions for Works by or about More than One Author

T3C Notation to Be Added Where Instructed in Table 3B, 700.4, 791.4,

808–809

T4 Subdivisions of Individual Languages and Language Families

T5 Ethnic and National Groups

T6 Languages

Tabelas auxiliar 1
 

A Tabela 1 – Subdivisões Padrão

Existe um sumário padrão para a Tabela 1, que segue abaixo:

SUMMARY
—01 Philosophy and theory

—02 Miscellany

—03 Dictionaries, encyclopedias, concordances

—04 Special topics

—05 Serial publications

—06 Organizations and management

—07 Education, research, related topics

—08 Groups of people


—09 History, geographic treatment, biography

37
Representação Temática 2

A tabela 1 é utilizada da seguinte forma:

 Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.

 Deve ser usada junto com o número da classe principal. Desde que seja
permitida a união nessa classe, conforme as orientações da classe
principal.

 Quando adicionada a um número da tabela principal insira sempre um


ponto decimal entre o terceiro e o quarto dígito.

 Os números da tabela principal que terminarem com zero a direita, ao


serem unidos aos números da T1-SS, o zero deve ser retirado. Exs 4 e 5.

 Geralmente, os números da tabela 1-SS são precedidos de 0, porém em


alguns casos podem ser precedidos de 00 ou 000. Conforme indicação na
tabela principal. Ex.6
 
Ex.1: Enciclopédia da religião hindu – 294.503
294.5 número base para outras religiões.
03 número que representa enciclopédia na T1- SS
Resultado: 294.5 + 03 = 294.503
 
Ex.2: Periódico de Biblioteconomia – 025.05
025 – Número base para Biblioteconomia
05 – Número que representa periódico na T1-SS
Resultado: 025 + 05 = 025.05
 
Ex.3: Jornal de Climatologia - 551.605
551.6 – Número base para Clima e Tempo
05 – Número que representa periódico na T1-SS
Resultado: 551.6 + 05 = 551.605
 
Ex.4: Dicionário de Arquitetura 720.3
72 – Número para Arquitetura
03 - Número que representa periódico na T1-SS
Resultado: 72 + 03 = 720.3

38
Representação Temática 2

Ex.5: Filosofia da Linguagem 400.1


40 – Número para Linguagem
01 – Número que representa Filosofia na T1-SS
Resultado: 400 + 01 = 400.1

Ex. 6 – Uso de mais de um zero na T1-SS.


230.01 – 230.09 – Teologia Cristã
230.002 – 230.007 - Cristianismo
 

Tabela auxiliar 2

A Tabela 2 – Áreas Geográficas, Periódicos Históricos, Pessoas

Existe um sumário padrão para a Tabela 2, que segue abaixo:

SUMMARY

—001–009 Standard subdivisions

—1 Areas, regions, places in general; oceans and seas

—2 Biography

—3 Ancient world

—4 Europe

—5 Asia

—6 Africa

—7 North America

—8 South America

—9 Australasia, Pacific Ocean islands, Atlantic Ocean islands, Arctic islands,


Antarctica, extraterrestrial worlds.

39
Representação Temática 2
 

 A tabela 2 é utilizada da seguinte forma:

 Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.

 Deve ser usada junto com o número da classe principal. Desde que seja
permitida a união nessa classe, conforme as orientações da classe
principal.

 Geralmente, é utilizada também com o número 09 da Tabela 1-Standard


Subdivisions.

 Pode ser utilizada também com o número 025 da Tabela 1 - Standard


Subdivisions.

 Para acrescentar dois números de áreas da Tabela 2, utilize o zero para


separar as áreas. Ex.4

Ex1. Escola elementar no Brasil 372.981


372 Escola Elementar
372.9 Escola Elementar de algum lugar
81 Brasil (Tabela 2 - Área)
Resultado: 372.9 + 81 = 372.981

Ex2. As bibliotecas públicas no Japão 027.452


027.4 Bibliotecas Públicas
-52 Japão
Resultado: 027.4 + 52 = 027.452

Ex.3 Transporte ferroviário no Brasil 385.0981


385 Transporte ferroviário
-09 história, geografia - Tabela 1-SS
-81 Local - Tabela 2
Resultado: 385 + 09 + 81 = 385.0981

40
Representação Temática 2

Ex4. Relações internacionais entre Estados Unidos e Reino Unido 327.73041


327 Relações Internacionais
-73 Estados Unidos (Tabela 2)
0 Número de ligação
-41 Reino Unido (Tabela 2)
Resultado: 327 + 73 + 0 + 41 = 327.73041
 

Tabela auxiliar 3

A Tabela 3 – Subdivisões para literaturas individuais e para formas literárias


específicas.

Existe um sumário padrão para a Tabela 3, que segue abaixo:

T3 Subdivisions for the Arts, for Individual Literatures, for Specific

Literary Forms

T3A Subdivisions for Works by or about Individual Authors

—1 Poetry

—2 Drama

—3 Fiction

—4 Essays

—5 Speeches

—6 Letters

—8 Miscellaneous writings

T3B Subdivisions for Works by or about More than One Author

—01-07 Standard subdivisions

—08 Collections of literary text in more than one form

—09 History, description, critical appraisal of works in more than one form

41
Representação Temática 2

—1-8 Specific forms

—1 Poetry

—2 Drama

—3 Fiction

—4 Essays

—5 Speeches

—6 Letters

—7 Humor and satire

—8 Miscellaneous writings
T3C Notation to Be Added Where Instructed in Table 3B, 700.4, 791.4, 808–809

—001-009 Standard subdivisions

—01-09 Specific periods

—1 Arts and literature displaying specific qualities of style, mood, viewpoint

—2 Literature displaying specific elements

—3 Arts and literature dealing with specific themes and subjects

—4 Literature emphasizing subjects

—8 Literature for and by ethnic and national groups

—9 Literature for and by groups of people with specific attributes, residents of


specific areas

42
Representação Temática 2

A tabela 3 é utilizada da seguinte forma:

 Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.
 A tabela está subdividida em três subtabelas: Tabela 3A – Para descrição,
crítica, biografia, trabalhos simples ou em coleções de um autor em
particular. A ordem de formação da notação é geralmente, número base +
tipo de obra + período. Exs. 1, 2, 3; Tabela 3B - Para descrição, crítica,
biografia, trabalhos simples ou em coleções de dois ou mais autores. A ordem
de formação da notação é geralmente, número base + tipo de obra +
Coleções -08 ou história -09 + período. Exs.4 e 5; Tabela 3C – Para elementos
adicionais usados na construção de uma notação dentro da tabela 3B e como
instruído em 700.4, 791.4, 808 e 809. A ordem de formação da notação é
geralmente, número base + Coleções -08 ou história -09 +
Tema/Elemento/Qualidade/Pessoa + período. Exs 6 e 7.

 Devem ser utilizadas quando indicadas nas notações para literaturas


individuais identificadas por asteriscos sob os números 810-890.

Ex. 1 BROWN, Dan. O Código da Vinci - 813.54

81 Número base Literatura Americana

3 Tipo de obra (FICÇÃO) T3A

54 Período 1945-1999

Ex.2: ALLENDE, Isabel. Casa dos Espíritos - 863.64

86 Número base para Literatura Espanhola

3 Tipo de obra FICÇÃO (T3A)

64 Período 1945-1999 (Tabela 861-868)

43
Representação Temática 2
Ex.3: CATHER, Willa. Estórias, poemas e outros escritos. 813.52

81 Número base para Literatura norte-americana

3 Tipo de obra FICÇÃO (T3A)

52 Período de 1900-1945

Ex. 4: História da Literatura Portuguesa. 869.09

869 Número base para Literatura Portuguesa

09 História (T3B)

Ex.5 História da Literatura Russa no Século XX. 891.709004

891.7 Número base para Literatura Russa

09 História (T3B)

00 Número de ligação (T3B —09001-09009)

4 Período 1917-1991 (Tabela 891.71-891.78)

Ex.6. Literatura brasileira escrita por escritores amazonenses. 869.099811

869 Número base para literatura brasileira

09 História e descrição (T3B)

9 Literatura para grupos de pessoas residentes em determinada área (Table


3C)

811 Região Norte do Brasil (T2)

Ex.7 Temas políticos na Literatura Italiana do Século XX. 850.935810904

85 Número base para Literatura Italiana.

09 História, descrição (T3B)

3581 Temas políticos e militares (T3C)

0904 Período século XX, 1900-1999 (T1)

44
Representação Temática 2

Tabela Auxiliar 4

A Tabela 4 – Subdivisões de línguas individuais.

Existe um sumário padrão para a Tabela 4, que segue abaixo:

–01-09 Standard subdivisions

—01 Philosophy and theory

—02 Miscellany

—03 Encyclopedias and concordances

—04 Special topics of subdivisions of individual languages and language


families

--05—06 Standard subdivisions

—07 Education, research, related topics

—08 Groups of people

—09 History, geographic treatment, biography

--1—5 Description and analysis of the standard form of the language

–1 Sistemas de escrita e fonologia da língua formal

–2 Etimologia da língua formal

–3 Dicionários

–31 Dicionários linguísticos especializados. Exemplo: dicionários de


abreviaturas, de antônimos, de homônimos, de sinônimos, de palavras-cruzada, de
imagens, de clichês, de parônimos, de epônimos, dicionários reversos etc.

–32–39 Dicionários bilíngues

–5 Gramática e sintaxe da lingual formal

—7 Historical and geographic variations, modern nongeographic variations

45
Representação Temática 2

Exemplo: Arcaísmos, dialetos da língua, gírias, formas antigas, pidgins,

Crioulos. As notações destinadas a –7 (por exemplo: 427, 437, 447. 457, 467,
469.7

etc.) estão personalizadas para cada língua nos esquemas de 420-499.

—8 Standard usage of the language (Prescriptive linguistics)

A tabela 4 é utilizada da seguinte forma:

 Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.

 Deve ser usada com as notações referentes à classe 400, no intervalo de


420-490. Apresenta divisões relativas à Gramática Geral de Línguas
Específicas.

Ex.1 Gramática Norueguesa 439.825


439 Outras línguas alemães
82 Noruega
5 Gramática (T4)

Ex.2 Dicionário Alemão de Sinônimos 433.1


43 Número base Língua Alemã
31 Dicionários especializados (T4)

Ex. 3 American English: dialects and variation 427


42 Número base Língua Inglesa
7 Variações relativas a linguagem (T4)

46
Representação Temática 2

 
Tabela auxiliar 5

A Tabela 5 – Subdivisões de grupos étnicos e nacionais.

Existe um sumário padrão para a Tabela 5, que segue abaixo:

089 Standard Subdivision

--1—9 Specific ethnic and national groups


—1 North Americans
—2 British, English, Anglo-Saxons
—3 Germanic peoples
—4 Modern Latin peoples
—5 Italians, Romanians, related groups
—6 Peoples who speak, or whose ancestors spoke, Spanish, Portuguese,
Galician
—7 Other Italic peoples
—8 Greeks and related groups
—9 Other ethnic and national groups

A tabela 5 é utilizada da seguinte forma:

 Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.

 A ordem de citação para tabela 5, no caso de grupos nacionais de


estrangeiros originários e não cidadãos residentes, primeiro os grupos
étnicos e após a nacionalidade.

 A ordem de preferência para tabela 5, no caso de grupos nacionais de


estrangeiros originários e não cidadãos residentes, escolhe-se o melhor
número para representar os grupos nacionais.

47
Representação Temática 2

Ex. A literatura do século 20 por autores africanos. 809.8996

Número base para Literatura 809.8

-9 (T5)

-96 Africanos

Tabela auxiliar 6

A Tabela 6 – Subdivisões de Línguas.

Existe um sumário padrão para a Tabela 6, que segue abaixo:

—1 Indo-European languages
—2 English and Old English (Anglo-Saxon)

—3 Germanic languages

—4 Romance languages

—5 Italian, Dalmatian, Romanian, Rhaetian, Sardinian, Corsican

—6 Spanish, Portuguese, Galician

—7 Italic languages

—8 Hellenic language

A tabela 6 é utilizada da seguinte forma:

Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o


assunto principal.

Relação de línguas acompanhadas de símbolos para serem empregados,


estritamente, quando determinado pelo sistema nas tabelas principais e auxiliares.

 Os números desta tabela estão na base de construção de números nas


classes 490 – outras línguas, dialetos e 890 – Línguas, Dialetos e
Literaturas específicas.

48
Representação Temática 2

 Os números desta tabela não correspondem exatamente aos números


para línguas individuais 420-490 e em 810-890. Por exemplo, o número
base para Inglês em 420—490 é 42, o número para Inglês na Tabela 6 é 21
e não 2.

 Os números da Tabela 6 são usados para extensão de números da Tabela


2 – Área, 175 regiões onde são predominantes Línguas Específicas;
Extensão da notação da Tabela 5 – Etnia e Grupos Nacionais, para
representar línguas faladas de povos específicos; e em combinação com
vários números espalhados em todas as Tabelas e Esquemas.
 

Ex. Estudo crítico da mulher na comédia britânica 822.052309352042

822 Drama inglês

052309352042 Crítica interpretativa da comédia inglesa feita por mulheres

Ex.2 O novo testamento em língua chinesa 225.5951

225 Novo Testamento

5 número seguinte de 220 – 220.5 – versão e tradução moderna (com 220.53 –


59 para versão em outras Línguas.

951 Língua chinesa

49
Representação Temática 2

Volumes 2 e 3

Nos volumes 2 e 3 estão os sumários e os esquemas que consistem em uma


tabela de todos os números da CDD, com rubricas indicando seus assuntos
principais e notas explicativas para uso. No volume 2 está o esquema de 000 a 599
e o volume 3 de 600 a 999.

Após o assunto de a obra ser determinada e o ponto de vista sob o qual o


assunto é tratado estar definido, o classificador estará preparado para utilizar o
código de classificação. Existem duas formas de iniciar a classificação nos
esquemas de classificação da CDD: a forma direta nos esquemas, que é mais
recomendada; e a consulta do índice relativo.

Apesar da consulta ao índice ser a forma mais rápida de se achar um assunto


específico, não é aconselhável o uso do índice de forma isolada, devido ao
esquema de classificação fornecer meios mais adequados para uma correta
classificação. Por esse motivo, o classificador nunca deverá classificar somente por
meio do índice.

A utilização dos esquemas deve seguir, de forma geral, as seguintes ordens de


citação: assunto específico – aspecto geográfico – aspecto temporal – forma.
Contudo, devemos sempre seguir as instruções que acompanham o número de
classificação.

50
Representação Temática 2

Volume 4

No volume 4 encontra-se o índice relativo, o índice relativo contém uma


entrada para cada termo significativo existente nas tabelas Principais e Auxiliares.
Nos esquemas, os assuntos são distribuídos entre disciplinas; no índice relativo
esses assuntos são ordenados alfabeticamente, acompanhados por conceitos
identificados nas disciplinas onde são tratados.

Exemplos de ordenação do Índice Relativo:

Ex. 1 Camarão Cultura 639.68

Tecnologia 600

Agricultura 630

Crustáceos 639.6

Pesca 639

Ex. 2 Classificação Decimal de Dewey 025.431

Ciência da Informação, Informação e Generalidades 000

Biblioteca e Ciência da Informação 020

Operações em Biblioteca, Arquivos e Centros de Informação 025

Análise e Controle de Assuntos 025.4


Sistema geral de classificação 025.43

Ex.3 Livros raros 011.44

Ciência da Informação, Informação e Generalidades 000

Bibliografias 010

Bibliografias e Catálogos 011


Bibliografias e Catálogos em geral, características e forma 011.4

51
Representação Temática 2

A primeira unidade de nosso livro teve como objetivo dar subsídios para a
prática da classificação por meio da Classificação Decimal de Dewey. Com esse fim,
destacaram-se os principais recursos da CDD, a saber: o esquema de classificação,
os sumários, as tabelas auxiliares e o índice relativo.

O perfeito conhecimento do sistema de classificação exige mais do que


fundamentos teóricos, a prática cotidiana em Bibliotecas e Centros de
Documentação é de vital importância para os profissionais bibliotecários. Por esse
motivo, é de grande valia a realização dos exercícios da próxima subunidade, como
forma de fixação e reflexão.
 

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

 
Leitura Complementar

DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. Dublin,


OH: OCLC, 2011. 4v.

GUARIDO, Maura Duarte Moreira. Como usar e aplicar a CDD 22ª. Edição. São
Paulo: Fundepe, 2012.

52
Representação Temática 2

Exercícios - Unidade 2

1. Assinale a alternativa que corresponde à notação correta da Classificação


Decimal de Dewey (CDD) para classificar a Constituição Federal (341.24) do Brasil
(81).

a) 341.24081

b) 341.2481

c) 341.24(81)

d) 341.24:81

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. Classificar é dividir um universo de determinadas coisas ou ideias em classes,


segundo diferenças e/ou semelhanças. Com base nessas características foram
desenvolvidos vários Sistemas de Classificação Bibliográfica, como o Sistema de
Classificação Decimal de Dewey (CDD). Acerca da CDD, assinale a alternativa
correta.

a) Melville Louis Kossuth Dewey, criador da CDD, representou o conhecimento


humano em 09 (nove) grandes áreas ou classes. Também reuniu em outra classe,
nomeada como assuntos gerais, as enciclopédias gerais, revistas e jornais.

b) A notação da CDD é constituída de números decimais, incluindo o zero (0) e


a vírgula (,).

c) A CDD segue os predicados de Porfírio, permitindo que qualquer área do


conhecimento possa ter diferentes tipos de relacionamento, tais como
gênero/espécie e todo/parte.

d) A CDD não tem nenhuma tabela auxiliar aplicável a todas às classes.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

53
Representação Temática 2

3. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse um dicionário


de Biblioteconomia, teria como classificação:

a) 020.05

b) 025.03

c) 025.05

d) 025.5

e) 025.3

4. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse um periódico de


arquitetura, teria como classificação:

a) 720.05

b) 725.03

c) 720.5

d) 723.5

e) 720.3

5. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse Bibliotecas


Públicas Brasileiras, teria como classificação:

a) 027.481;

b) 025.03

c) 027.511

d) 027.5

e) 025.3

54
Representação Temática 2

6. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto


fosse história do transporte ferroviário, teria como classificação:

a) 385.0945
b) 385.05
c) 385.09
d) 385.81
e) 385.0981

7. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto


fosse história da literatura brasileira, teria como classificação:

a) 981.09
b) 869.89
c) 869.0981
d) 869.09
e) 869.81

8. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto


fosse escolas elementares no Brasil, teria como classificação:

a) 372.0981;
b) 372.81;
c) 372.82;
d )372.981
e) 372.4

55
Representação Temática 2

9. Em geral, os esquemas de classificação seguem que ordem de citação?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

10. As tabelas auxiliares da Classificação Decimal de Dewey podem ser


utilizadas isoladamente?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

56
Representação Temática 2

3 Classificação Decimal
Universal

57
Representação Temática 2

A segunda unidade do nosso livro tem como objetivo aplicar a Classificação


Decimal Universal em unidades de informação, bibliotecas, centros de
documentação e outros, assim como reconhecer e utilizar os recursos da CDU, sua
classe principal, seus sinais gráficos, suas subdivisões e tabelas, na organização de
documentos bibliográficos. Para esse fim, iniciaremos com um breve histórico da
CDU, seguindo apresentaremos a descrição e estrutura, com as tabelas principais, o
índice geral, as regras da classificação, notação, sinais e tabelas auxiliares,
considerações finais, exercícios e por fim uma leitura complementar indicativa.
 
Objetivos da unidade:

Saber aplicar a Classificação Decimal Universal em unidades de informação,


bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer e utilizar os recursos
da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos, suas subdivisões e tabelas, na
organização de documentos bibliográficos.
 
Plano da unidade:

 Classificação Decimal de Universal (CDD): estrutura e organização

 História da CDU

 Descrição e estrutura da CDU

 Tabelas principais

 Índice geral da CDU

 Regras da classificação

 Notação e número de chamada

 Sinais e tabelas auxiliares da CDU

 Tabelas auxiliares – seção 1: Sinais Gráficos e Subdivisões

 Auxiliares Comuns

 Tabelas auxiliares – seção 2: Subdivisões Auxiliares Especiais

Bons estudos!

58
Representação Temática 2
 
Classificação Decimal Universal (CDU): estrutura e
organização
 

A Classificação Decimal Universal (CDU) é um sistema internacional de


classificação de documentos, cuja base está no conceito de que o conhecimento
humano pode ser dividido em 10 classes principais de conhecimento, e estas, por
sua vez, podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal. É um sistema
de classificação consolidado e largamente usado pelas bibliotecas em todo o
mundo (IBICT, 2015).

Com a prerrogativa de ser o representante nacional na área de informação


científica e tecnológica e detentor da licença para edição em língua portuguesa,
concedida pelo UDC Consortium – proprietário intelectual da Classificação Decimal
Universal (CDU) –, o IBICT edita a versão portuguesa da CDU, desde 1997, por
intermédio do British Standards Institute, responsável pela geração do sistema.

A CDU é capaz de expressar não só os assuntos simples, mas também a relação


entre os diversos assuntos. É uma classificação por aspectos, ou seja, um assunto é
classificado segundo o seu contexto, o que evita ambiguidades. O Consórcio CDU é
o responsável pelas atualizações da CDU e todo ano lança o “Extensions and
Corrections to UDC”. Há quatro edições da CDU: Desenvolvida: com
aproximadamente 260 mil entradas; Média: que contêm de 72 a 78 mil entradas;
Abreviada: entre 22 e 26 mil entradas; Especial: especializadas para cada tipo de
biblioteca1.

1
Também há uma versão de bolso, que pode ser considerada abreviada.

59
Representação Temática 2

História da CDU
 

Os bibliógrafos belgas Paul Otlet (1868-1944) e Henri La Fontaine (1854-1943),


ao resolverem criar uma bibliografia universal, depois de fundarem, em 1895, o
Instituto Internacional de Bibliografia, decidiram traduzir a CDD para francês com o
objetivo de esta servir como forma de ordenar, por assunto, a bibliografia citada. O
resultado, publicado entre 1905-1907, excedeu a mera tradução pelas adaptações
e ampliações que efetuaram. O sistema belga, conhecido por Classificação Decimal
Universal (Universal Decimal Classification) ou CDU, é usado em toda a Europa e
conta com grande adesão em Portugal.

O caráter universal da CDU baseia-se na cobertura da totalidade do


conhecimento humano dentro de um sistema de classificação. É apropriado para
uma gama variada de objetivos, desde a organização e especificação detalhada de
grandes coleções de documentos ou realia, até a organização de listas que
documentam a existência destes itens e sua recuperação por assunto. Sua
flexibilidade de classificação possibilita agrupar todas as referências de um assunto
particular, auxiliando o especialista na busca de informações relacionadas a seus
interesses (geralmente restritos), colocando-as no contexto mais amplo de campos
afins (MCLLWAINE, 1998).

A CDU é frequentemente descrita como um esquema de classificação geral,


como a Classificação Decimal Dewey, a Classificação da Library of Congress e a
Classificação Bibliográfica de Bliss. O termo geral pode ser aplicado de duas
maneiras, significando que a classificação incorpora todos os campos do
conhecimento ou que pode ser aplicado em coleções que cobrem a totalidade do
conhecimento (MCLLWAINE, 1998).

O conceito de universalidade contido no nome da CDU inclui estes mesmos


objetivos, mas também sugere que sua utilização é apropriada em todo o mundo.
Sua tradicional dependência da cooperação internacional em relação à sua revisão
e administração a fortalece como um esquema bibliográfico geral universal.
Reforçando este fato, esta sua aplicação pratica em um grande número de países,
especialmente naqueles do mundo não anglófono (MCLLWAINE, 1998).

60
Representação Temática 2

A meta de uma abordagem equilibrada, que sua universalidade sugere, é


algumas vezes obscurecida superficialmente pela própria notação. Por causa da
estrutura original, a divisão da notação não é evidente. Alguns assuntos, como
Língua, História e Literatura, dependem muito da combinação de um número
comparativamente pequeno de conceitos, enquanto que muitas das ciências
puras, e mesmo um número ainda maior de suas aplicações, requerem uma grande
enumeração de detalhes dentro das tabelas, como pode ser observado numa
rápida comparação das classes 5 e 6 com as classes 8 e 9 do esquema (MCLLWAINE,
1998).

O esquema também tenta prover uma abordagem mais universal e mais


internacional do que qualquer um dos seus competidores. Presentemente, quando
a padronização e o interesse no controle bibliográfico universal são assuntos
importantes, a CDU apresenta grande potencial, especialmente quando se tem em
vista a cooperação na Europa. Afinal, foi primeiramente idealizada com este
propósito. Sua notação, baseada em algarismos arábicos, tem uma natureza tão
expressiva que a subordinação e a coordenação ficam frequentemente
evidenciadas, tomando-se, por isto, apropriada para a busca automatizada
(MCLLWAINE, 1998).

Descrição e estrutura da CDU


 

A CDU está composta por uma estrutura inovativa, possuindo a habilidade de


expressar, por símbolos numéricos, não apenas os assuntos simples como também
as relações entre os diversos assuntos. É hierárquica, dividida em 10 classes e pode
ser subdividida em partes lógicas, até o infinito. Inclui também alguns sinais e
tabelas auxiliares comuns e sinais auxiliares especiais2.

Assim sendo, ela estrutura-se da seguinte forma:

2
Sua subdivisão chega até o 3º nível de detalhamento e muitos assuntos não são encontrados no
índice.

61
Representação Temática 2

1º Volume - Tabelas auxiliares (Servem para completar as tabelas principais por


meio dos sinais e tabelas auxiliares comuns e dos sinais especiais) e Tabelas
principais ou sistemáticas (Contém todo o conhecimento humano, arranjado em
10 classes e subdividido hierarquicamente);

2º Volume - Índice alfabético de assunto

Tabelas principais
 

As tabelas principais contém todo o conhecimento humano. Está dividida em


10 classes, de 0 a 9, sendo que a classe 4 está vaga.

As tabelas principais são divididas hierarquicamente, com a hierarquia


numérica refletindo a hierarquia conceitual. A extensão do número de classificação
indica o seu grau de detalhe. Sendo que:

Os números simples como 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 indicam maior extensão e são


chamados de SUPERORDENADOS.

Os números que têm a mesma extensão (como 502.1, 574.1, 581.5, 591.5, por
exemplo) quando descrevem um número (no caso do exemplo, o nº 5) ou tema em
nível igual ao outro, na mesma hierarquia, sem nenhuma relação de dependência,
chamam-se COORDENADOS.

Os números mais longos, denotando maior especificidade, são chamados de


SUBORDINADOS, como 316.624.2.

A subordinação de um número é relativa, visto que todas as subdivisões que


existem nas tabelas principais podem ser consideradas classes subordinadas.

62
Representação Temática 2

As tabelas principais compreendem as seguintes classes3:


0 Generalidades
1 Filosofia. Psicologia
2 Religião. Teologia
3 Ciências sociais2
4 (Atualmente vaga)
5 Matemática e Ciências Naturais
6 Ciências aplicadas
7 Arte. Recreação. Divertimento. Esporte.
8 Língua. Linguística. Literatura.
9 Arqueologia. Geografia. Biografia. História
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Índice geral da CDU

Classe 0 – Generalidades. Ciência e conhecimento. Organização. Informação.


Documentação. Biblioteconomia. Instituições. Publicações.

00 Prolegómenos. Fundamentos da 030 Obras gerais de


ciência e da cultura. referência. Enciclopédias, Dicionários,
etc.
001 Ciência e conhecimento em geral.
Organização do trabalho intelectual. 04 Ensaios, panfletos e brochuras.
002 Documentação. Documentos em 05 Publicações periódicas. Periódicos.
geral.
06 Coletividades. Organizações e
004 Ciência e tecnologia dos outras formas de cooperação.
computadores. Informática. Associações, Congressos. Sociedades.
006 Normalização. Normas. 069 Museus
007 Atividade e organização. Informação. 070 Jornais. Jornalismo
Teoria da comunicação e do controlo em
08 Poligrafias. Obras coletivas
geral (Cibernética).
09 Manuscritos. Livros raros e
01 Bibliografias. Catálogos. Listas de
preciosos.
livros.
02 Biblioteconomia

Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

3
Todas as classes podem ser mudadas dependendo da necessidade.

63
Representação Temática 2

Classe 1 – Filosofia. Psicologia.

1(091)História da filosofia 159.9 Psicologia.


1(3) Filosofia da antiguidade 16 Lógica. Epistemologia. Teoria do
101 Natureza e papel da filosofia. conhecimento.
11 Metafísica. 17 Moral. Ética. Filosofia.
13 Filosofia da mente e do espírito.
14 Sistemas filosóficos.
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Classe 2 – Religião. Teologia.

21 Religiões históricas e primitivas 27 Cristianismo


22 Religiões do extremo oriente 271 Igreja Oriental
23 Hinduísmo. Jainismo. Sikhismo 272 Igreja Católica
24 Budismo 274/278 Igrejas protestantes
25 Religiões da antiguidade. Religiões e 28 Islã
seitas menores 282 Sunismo
252 Religiões da Mesopotâmia 284 Xiismo
254 Religiões do Irã 285 Fé Bahá'í
257 Religiões da Europa 29 Novos movimentos religiosos
26 Judaísmo
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Classe 3 – Ciências Sociais.

30 Ciências sociais em geral. Teorias, 346 Direito econômico. Direito da


metodologia e métodos em Ciências condução estatal da economia.
Sociais. Sociografia.
347 Direito civil
304 Questões sociais. Prática social.
348 Direito eclesiástico. Direito
308 Sociografia. Estudos descritivos da canônico.
sociedade.
349 Ramos especiais do direito
31 Estatística. Demografia. Sociologia.
35 Administração pública. Governo.
311 Estatística Assuntos militares.
314 Demografia 351 Atividades da Administração
Pública.
316 Sociologia
352 Administração local. Autoridades
32 Política. Ciência política.
locais.
321 Formas de organização
353 Administração regional.
política. Teoria do Estado
354 Administração central. Governo

64
Representação Temática 2

323 Assuntos internos. Política interna. nacional.


324 Eleições. Plebiscitos. Referendos 355/359 Assuntos militares.
327 Relações internacionais 36 Assistência social. Previdência Social.
Seguros.
328 Parlamentos. Congressos. Governos.
364 Bem-estar social
329 Partidos e movimentos políticos
366 Proteção ao consumidor
33 Economia. Ciência econômica.
368 Seguros
330 Economia em geral.
369 Segurança Social.
331 Trabalho. Emprego. Economia do
trabalho. Organização do trabalho. 37 Educação. Ensino. Pedagogia.
334 Formas de organização e de 371 Organização do ensino. Sistemas
cooperação na atividade econômica. educativos.
Sistemas cooperativos.
373 Ensino escolar em geral.
336 Finanças. Finanças públicas.
377 Ensino técnico-profissional.
Impostos. Sistema monetário e bancário.
Institutos politécnicos.
338 Situação econômica. Política
378 Ensino superior. Universidades.
econômica. Administração, gestão da
economia. Planejamento econômico. 379.8 Lazer
339 Comércio. Relações econômicas 389 Metrologia. Pesos e medidas.
internacionais. Economia mundial.
Economia global. 39 Etnologia. Etnografia.

34 Direito. Jurisprudência. Legislação. 391 Vestuário. Traje. Traje folclórico.


Moda e adorno.
340 Teoria geral do direito.
392 Usos e costumes na vida privada
341 Direito internacional
393 Morte. Cerimônias fúnebres. Ritos
342 Direito público. Direito mortuários
constitucional. Direito administrativo
394 Visa pública. Vida popular.
343 Direito penal
395 Cerimonial. Etiqueta. Protocolo.
343.9 Criminologia. Criminalística.
396 Feminismo. Situação e condição das
mulheres.
397 Povos primitivos. Nômades.
Ciganos.
398 Folclore. Tradição popular.
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

65
Representação Temática 2

Classe 5 – Matemática e Ciências Naturais.

510 Matemática 553 Geologia econômica


520 Astronomia 556 Hidrologia
528 Geodésia, Cartografia 560 Paleontologia
529 Cronologia 570 Ciências biológicas
530 Física 572 Antropologia
540 Química 573 Biologia geral
548 Categoria: Cristalografia 574 Ecologia
549 Mineralogia 575 Genética
550 Ciências da terra 576 Citologia
551.5 Meteorologia. Climatologia 577 Bioquímica. Biofísica
551.7 Estratigrafia 578 Virologia
552 Petrologia 579 Microbiologia
580 Botânica
590 Zoologia
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Classe 6 – Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.

60 Biotecnologia 635 Horticultura


61 Medicina 636/638 Criação de animais
619 Medicina veterinária 639 Caça e pesca.
62 Engenharia. Tecnologia em geral. 64 Economia do lar
621 Engenharia mecânica 641/642 Culinária
621.3 Engenharia elétrica 643/649 Administração e equipamentos
621.38 Eletrônica do lar
622 Mineração 651 Administração de escritório
623 Engenharia militar 654 Telecomunicações
624 Engenharia civil 655 Impressão. Publicação. Mercado
625.1/.5 Engenharia ferroviária editorial.
625.7/.8 Engenharia rodoviária 656 Transporte e serviços postais
626/627 Engenharia hidráulica 657 Contabilidade
628 Engenharia da saúde pública 659 Categoria:
629 Categoria: Engenharia de veículos Publicidade. Marketing. Relações
63 Ciências agrárias públicas.
630 Engenharia florestal 66 Tecnologia química.
631/634 Administração de fazendas. 669 Metalurgia
67/68 Indústria e artesanato
69 Construção
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

66
Representação Temática 2

Classe 7 – Arte. Belas-artes. Lazer. Música. Design. Jogos. Desporto.


71 Planejamento regional 77 Fotografia
72 Arquitetura 78 Música
73 Artes plásticas 79 Recreação. Entretenimento. Jogos.
74 Desenho Esportes.
75 Pintura 791 Cinema
76 Artes gráficas 792 Teatro
793 Dança
794 Jogos de mesa e tabuleiro
796/799 Esportes
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Classe 8 – Linguagem. Linguística. Literatura.

80 Filologia 82-1 Poesia


81 Linguística 82-2 Drama
811 Línguas individuais 82-3 Ficção
811.111 Inglês 82-4 Ensaios
811.112.2 Alemão 82-5 Oratória, Fala
811.134.2 Espanhol 82-6 Cartas
811.134.3 Português 82-7 Sátiras
82.02 Escolas literárias 82-8 Seleções, Combinações
82.09 Crítica literária 82-9 Outras formas literárias
82-94 Escritos históricos
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

Classe 9 – Geografia. Biografia. Historia.


900 História
910 Geografia e viagens
920 Biografia e genealogia
930 História do mundo antigo
940 História da Europa
950 História da Ásia
960 História da África
970 História da América do Norte
980 História da América do Sul
990 História de outras áreas
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

67
Representação Temática 2

Regras da classificação
 

1.Classificar o livro, primeiro pelo assunto e depois então pela forma ou local.

Ex.: A história do romance na literatura mundial 82-31(100)(091)

Guia sobre o meio ambiente no Brasil 502(81)

2.Classificar pelo assunto principal, segundo a finalidade do livro e a intenção


do autor.

Ex.: Raízes do Brasil 39 (81) – se o assunto principal for etnografia brasileira.

Raízes do Brasil 633.4(81) – se o assunto principal for raízes comestíveis do


Brasil.

3.Quando se tratar de vários assuntos ou das relações entre eles, dever-se-á


determinar em que consiste essa relação e classificar segundo as seguintes regras:

a) se um assunto exercer influência sobre o outro, classificar primeiro pelo


assunto que sobre a influência.

Ex.: A informática na biblioteconomia 02:004

A influência do aquecimento global no comportamento humano


159.9.019.4:504.7

b) se o livro tratar de dois ou mais assuntos que forem subdivisões de um


assunto maior, deverá ser classificado no assunto maior.

Ex.: O otimismo, o pessimismo, o meliorismo e o indiferentismo,


respectivamente: 141.21, 141.22, 141.23, 141.24, deverá ser classificado em
141.2, Juízo de valor sobre o mundo.

68
Representação Temática 2

Interação entre o meio ambiente e a sociedade, consciência ambiental e


medidas de conservação e administração da natureza, respectivamente: 502.11,
502.12, 502.13, ficará no 502.1 Meio ambiente e sociedade.

c) se o livro tratar de dois assuntos distintos ligados por conjunção, classificar


pelo assunto mencionado primeiro, a não ser que o outro assunto seja de maior
interesse para a biblioteca.

Ex.: Biosfera e desenvolvimento econômico e social 502.211:338.1 ou


338.1:502.211

d) se um livro tratar de dois assuntos, em que um seja a causa ou agente do


outro, deverá ser classificado pelo assunto resultante ou derivado.

Ex.: Patogenia dos microrganismos 579.61:616-092

4.Quando um livro tratar da história de um assunto, deverá ser classificado no


assunto.

Ex.: Breve história da química 54(091)

História da silvicultura da Amazônia brasileira 630.2 (811) (091) ou 630*2


(811)(091)

5.Quando um livro tratar de métodos de investigação de um assunto, deverá


ser classificado pelo assunto e não pelo método empregado.

Ex.: O método histórico o estudo da vida familiar piauiense 392.3(812.2)(091)

6.Se o livro tratar de assunto referente a um país, pessoa ou assunto, classificar


pelo assunto especificado e depois colocar os demais elementos.

Ex.: O existencialismo de Sartre 141.32 (44)Sartre

69
Representação Temática 2

7.Quando um livro puder ser classificado em várias classes, deverá ser


classificado onde for mais procurado ou de acordo com o seu contexto.

Ex.: Costumes de um povo será classificado em 308 (sociografia) ou 39


(etnografia) ou 398 (folclore) ou 316 (sociologia)

8.Se o livro tratar da origem dos costumes, instituições ou crenças, classificar


sob os costumes etc. e não sob as origens.

Ex.: Origem da religião cristã no Ceará 27(813.1)(091)

Lembre-se: A mais importante regra de classificação é seguir a lógica,


especialmente para cada tipo de instituição, pois uma biblioteca escolar ou infantil
é completamente diferente de uma biblioteca universitária ou especializada.
Assim, se nas duas últimas posso utilizar uma classificação mais elaborada, com a
biblioteca escolar e infantil ela pode ser mais simples, menos elaborada e mais
prática.

Notação

A Notação é o símbolo numérico utilizado para representar o assunto, ou seja,


é o código numérico representativo de um conceito. A notação pode ser

 Simples ou pura: quando consiste de uma só espécie de símbolo, ou seja,


ou só de números ou só de letras.

 Mista: quando constar de números e letras ou vice-versa

O Número de Chamada: além da classificação, o livro leva ainda a notação do


autor, como, por exemplo, o número de Cutter (veremos mais detalhadamente na
unidade 5); o conjunto desses dois símbolos chama-se número de chamada. Este é,
portanto, o endereço que localiza o livro na prateleira, individualiza o livro na
coleção e pelo qual ele é requisitado e novamente reposto nas estantes.

70
Representação Temática 2

Sinais e tabelas auxiliares da CDU

As tabelas auxiliares são compostas de 19 auxiliares que se dividem entre


comuns e especiais, conforme tabela a seguir. Os sinais e tabelas auxiliares não são
de uso obrigatório. Repare que não constam as tabelas 1i e 1j (cancelada
recentemente).

Tabelas auxiliares – seção 1: Sinais Gráficos e Subdivisões


Auxiliares Comuns
 

Tabela 1a: adição (coordenação) e extensão consecutiva

Seção 1 - Adição | + | – usado para ligar dois ou mais assuntos não


consecutivos na tabela.

Exemplo 1: Estatística e Economia = 31+33

Estatística – 31

Economia – 33

Classificação (Notação): 31+33

Seção 2 - Extensão Consecutiva | / | – usado para ligar números consecutivos


na tabela.

Exemplo 1: Estatística e Política

Estatística – 31

Política – 32

Classificação (Notação): 31/32

71
Representação Temática 2

Exemplo 2: Estatística, Política e Economia

Estatística – 31

Política – 32

Economia – 33

Classificação (Notação): 31/33

Exemplo 3: Aristocracia, Burguesia e Proletariado

Aristocracia – 323.31

Burguesia – 323.32

Proletariado – 323.33

Classificação (Notação): 323.31/33

Tabela 1b: relação, subagrupamento e ordenação

Seção 1 - Relação | : | – usado para indicar a relação entre dois ou mais


assuntos, podendo, inclusive, inverter a ordem de citação dos mesmos, oferecendo
mais entradas para os catálogos (sistemas).

Exemplo 1: A cana de açúcar e a fabricação de bebidas alcoólicas

A cana de açúcar – 633.61

A fabricação de bebidas alcoólicas – 663.5

Classificação (Notação): 633.61:663.5

Exemplo 2: A fabricação de bebidas alcoólicas e a cana de açúcar

A fabricação de bebidas alcoólicas – 663.5

A cana de açúcar – 633.61

Classificação (Notação): 663.5:633.61

72
Representação Temática 2

Seção 2 - Subagrupamento | [ ] | – usado para especificar a subordinação de


assuntos considerados secundários, evitando uma nova entrada invertida:

Exemplo 1: Análise de mercado do café

Mercado – 339.1

Análise de mercado – 339.13

Café – 633.73

Classificação (Notação): 339.13:633.73

Os colchetes podem ser empregados de três formas:

1.Sinal de intercalação: quando queremos alterar a ordem de citação dos


conceitos, substituindo os dois pontos | : |.

Caso 1: Se Café estiver subordinado a Análise de mercado, o resultado será,

Classificação (Notação): 339.13[633.73]

Caso 2: Se Café estiver subordinado a Mercado, o resultado será,

Classificação (Notação): 339.1[633.73]3

2.Símbolo agrupador: quando queremos tornar mais evidente o tipo de


relação existente entre vários conceitos ligados pelos símbolos “mais | + | ou dois
pontos | : |. 

Exemplo 2: Análise de mercado do café e mate

Mercado – 339.1

Análise de mercado – 339.13

Café – 633.73

73
Representação Temática 2

Mate – 633.77

Caso 1: Se Café e Mate estiverem subordinados a Análise de mercado, o


resultado será

Classificação (Notação): 339.13[633.73+633.77]

3.Em lugar dos dois pontos: quando se trata de tópico subordinado e não
houver necessidade de fazer uma entrada para o segundo conceito.

Caso 1: Mercado cafeeiro

Mercado – 339.1

Café – 633.73

Classificação (Notação): 339.13[633.73]

Seção 3 - Ordenação (: :) – usado para fixar a ordem de citação e evitar a


entrada invertida:

Exemplo 1: Café comercializado

Café – 633.73

Comércio – 339

Classificação (Notação): 633.73::339

Tabela 1c: auxiliares comuns de línguas

Igual | = | – usado para identificar a língua em que o documento está escrito.

Caso 1: usado como fonte nas seguintes perspectivas:

 Subdivisão da classe 811 (línguas, como objetos de estudo);

 Classe 821 (literatura de línguas específicas);

 Traduções ( =030 );

 (=) Tabela 1f (auxiliares comuns de raça, grupos étnicos e nacionalidades).

74
Representação Temática 2

Exemplo 1: Catálogos de assuntos da Literatura Helênica

Títulos: 025.343

Em inglês: 821.14 (corta 821)

Classificação (Notação): 025.343=14

Caso 2: usado para documentos publicados em mais de uma língua,


especificando-as.

Exemplo 1: Ensino Médio em alemão, português e espanhol

Títulos: 373.5

Em alemão: 811.11 (corta 811)

Em português: 811.134.3 (corta 811)

Em espanhol: 811.134.2 (corta 811)

Classificação (Notação): 373.5=11=134.3=134.2

 Tabela sistemática: Subdivisões auxiliares especiais

Igual, apóstrofe e zero | =número’0 | – usado para identificar a língua em


que o documento está escrito quanto as origens e períodos de línguas, e fases de
desenvolvimento.

Obs: 811’03, ’05, ’07 e ’09 não se aplicam geralmente. São reservadas a
determinadas aplicações. Por exemplo: latim, grego, hebraico, egípcio.

Caso 1: usado para documentos publicados em uma ou mais línguas, de


acordo com origens e períodos.

Exemplo 1: Manuscritos do Período Antigo

Manuscritos: 091

Período Antigo: 81’01

Classificação (Notação): 091=81’01

75
Representação Temática 2

Caso 2: usado para documentos publicados em uma ou mais línguas,


conforme sua fase de desenvolvimento, necessitando de uma subdivisão auxiliar
comum, como poliglotas, traduções etc.

Exemplo 1: Física Multilíngue

Física: 53

Multilíngue: 811 (subdivisão auxiliar comum), usa-se =00

Classificação (Notação): 53=00

Exemplo 2: Misticismo filosófico, traduzido do grego para o português

Misticismo filosófico: 141.33

Tradução: 030 (subdivisão auxiliar comum)

Grego: 811.14 (corta 811)

Português: 811.134.3 (corta 811)

Classificação (Notação): 141.33=030.14=134.3

Igual 1/igual 9 | =1/=9 |: usado para documentos publicados em uma ou mais


línguas (naturais ou artificiais).

Exemplo 1: Manuscritos do Latim Antigo

Manuscritos: 091

Latim Antigo: 811.124’ 01

Classificação (Notação): 091=124’01

 Tabela 1d: auxiliares comuns de forma

Parênteses, zero, parênteses | (0) | – usado para indicar o formato ou a


apresentação dos documentos.

76
Representação Temática 2

Obs: Não são usados para indicar o assunto de que tratam os documentos. As
formas literárias poesia, peças de teatro, ficção etc., são classificadas em 82-1/-9.

Exemplo 1: História da Medicina

Medicina: 61

História: (091)

Classificação (Notação): 61(091)

Exemplo 2: Discursos Políticos

Políticos: 32

Discursos: (042.5)

Classificação (Notação): 32(042.5)

Caso 1: a CDU possibilita compor um símbolo auxiliar de forma não prevista


na Tabela Auxiliar, empregando os símbolos (0:) seguido de números tirados da
tabela principal.

Exemplo 1: Manuscrito sobre Quiromancia (sob a forma)

Química: 133.6

Manuscrito: 091 (tabela principal)

Classificação (Notação): 133.6(0:091)

 Tabela 1e: auxiliares comuns de lugar

Parênteses | ( ) | – usado para precisar o âmbito geográfico do assunto


indicado pelo número principal.

Exemplo 1: Mineração no Brasil

Mineração: 622

Brasil: (81)

Classificação (Notação): 622(81)

77
Representação Temática 2

Caso 1: o auxiliar de lugar também pode ser intercalado num número da CDU
para obter a sequência desejada.

Exemplo 1: Ministério da justiça francesa

Ministério da justiça: 354.51

Francês: (44)

Classificação (Notação): 354(44)51

Caso 2: para localizações do mundo, usam-se símbolos iniciados pelo número


um (1).

Exemplo 1: Normas do tráfego hidroviário, em zona biológica, no Reino


Antártico.

Normas do tráfego hidroviário: 351.813.22

Zona biológica, no Reino Antártico: (1-021.15)

Classificação (Notação): 351.813.22(1-021.15)

Caso 3: para conceitos universais (internacionais), usam-se símbolos iniciados


pelo número cem (100).

Exemplo 1: Fiscalização de trânsito no Equador

Fiscalização de trânsito: 351.81

Equador: (160.20)

Classificação (Notação): 351.81(160.20)

78
Representação Temática 2

Caso 4: para lugares físicos (designação fisiográfica), usam-se símbolos


iniciados pelo número dois (2).

Exemplo 1: Leis fundiárias nos Hemisférios

Leis fundiárias: 349.4

Hemisférios: (215)

Classificação (Notação): 349.4(215)

Caso 5: para lugares do mundo antigo e medieval, usam-se símbolos iniciados


pelo número três (3).

Exemplo 1: Contos populares da Grécia Antiga

Contos populares: 398.2

Grécia Antiga: (38)

Classificação (Notação): 398.2(38)

Caso 6: para lugares do mundo moderno, usam-se símbolos iniciados pelos


números quatro até nove (4/9).

Exemplo 1: Condições de trabalho na Moldova

Condições de trabalho: 349.23

Moldova: (478)

Classificação (Notação): 349.23(478)

79
Representação Temática 2

Tabela 1f: auxiliares comuns de raça, grupos étnicos e nacionalidade

| (=...) | – usado para identificar a raça ou nacionalidade e são anexados ao


símbolo do assunto, tirado das tabelas principais.

Caso 1: os símbolos de raça são formados pelos símbolos da língua de


determinado povo, segundo as notações na tabela principal, eliminando 811.

Exemplo 1: Raça folclórica dos ameríndios

Folclore – 398

Norte-ameríndio – 811.8

Classificação (Notação): 398(=8)

Caso 2: a nacionalidade politica (cidadania de nações) é indicada pela união


do símbolo geográfico (tabela 1e) ao símbolo (=1:4/9).

Exemplo 1: Literatura da cidadania brasileira

Literatura – 82

Brasileira – (81)

Classificação (Notação): 82(=1:81)

Caso 3: nações que possuem naturais de diversas origens podem tê-los


especificados pelo acréscimo do símbolo da raça original ao símbolo da
nacionalidade (tabela 1e) ao símbolo (=1:4/9.=...).

Exemplo 1: Elite brasileira de origem italiana

Elite – 316.344.42

Brasileira – (81)

Origem italiana – 811.131.1

Classificação (Notação): 316.344.42(=1:81=131.1)

80
Representação Temática 2

 Tabela 1g: auxiliares comuns de tempo

| “...“ | – usado para indicar a data, o momento ou período de tempo de um


assunto representado por um número principal da CDU.

Exemplo 1: História do Brasil no século XVI DC

História – 94

Do Brasil – (81)

Século XVI DC – “15”

Classificação (Notação): 94(81)”15”

Caso 1: as datas são indicadas pela citação da notação do calendário comum,


na ordem ano-mês-dia, dentro de aspas (“ “).

Exemplo 1: Teoria geral da educação e ensino em 11 de dezembro de 1990

Teoria geral da educação e ensino – 37.012

11 de dezembro de 1990 – 1990.12.11

Classificação (Notação): 37.012”1990.12.11”

Caso 2: as datas a. C. e d. C. podem ser distinguidas por meio da fixação de um


sinal antes das datas. Subtração (-) antes de datas AC e adição (+) antes de datas DC.

Obs: Este método de distinção só deve ser usado quando parecer provável
ocorrerem ambos os tipos de datas.

Exemplo 1: 54 a. C.

Ano: 0054 a.C.

Classificação (Notação): “-0054”

81
Representação Temática 2

Exemplo 2: 43 d. C.

Ano: 0043 d. C.

Classificação (Notação): “+0043”

Caso 3: séculos e datas podem ser indicados por 2 ou 3 dígitos


respectivamente.

Exemplo 1: Os anos 300 (século IV)

Os anos 300 – 03

Classificação (Notação): “03”

Exemplo 2: A primeira década do século XXI, i.e. 2000-2009

2000 – 200

Classificação (Notação): “200”

Caso 4: períodos de vários séculos, décadas ou anos podem ser indicados


pelos algarismos inicial e final, usando a barra oblíqua.

Exemplo 1: Produção de lã de 1815 a 1830

Produção de lã – 636.035

De 1815 a 1830 – 1815/1830

Classificação (Notação): 636.035”1815/1830”

82
Representação Temática 2

Caso 5: quando uma das datas-limite é indeterminada, ela é representada por


reticências.

Exemplo 1: História mundial até o (final do) século XIX

História – 94

Mundial – (100)

Até o (final do) século XIX – .../18

Classificação (Notação): 94(100)”.../18”

Caso 6: para divisões menores de tempo, se necessário, pode-se especificar a


hora, minuto ou segundo exatos em que ocorreu um evento, empregando a
notação de dois dígitos separados por ponto.

Exemplo 1: 7 de setembro de 1898, às 15 horas, 46 minutos e 3 segundos

7 de dezembro de 1898 – 1898.12.07

15 horas, 46 minutos e 3 segundos – 15.46.03

Classificação (Notação): “1898.12.07.15.46.03”

Obs: Esta tabela auxiliar comum possui uma tabela sistemática.

Tabela 1h: especificação de assunto por notações que não pertencem à cdu

| *... | e | A/Z | Subdivisão alfabética – usados para aumentar a especificidade


de uma classificação, usando informações que não pertençam a CDU. O símbolo é
usado para separar a notação da CDU das novas informações, sendo indicado pela
própria tabela auxiliar.

Exemplo 1: Estrôncio 90

Estrôncio: 546.42

90: ?????

Classificação (Notação):546.42*90

83
Representação Temática 2

Caso 1: usado para facetas correspondentes a lugar.

Exemplo 1: Países Baixos Burgas (país baixo)

Países Baixos: 492

Burgas (Bulgária): (497.231)

Classificação (Notação): (492*497.231)

Caso 2: usado para facetas correspondentes a lugar, mas que introduzem uma
nova característica.

Exemplo 1: Rodovia em João Pessoa: KM 30 (identificador de característica da


rodovia)

Rodovia: 625.711.1

João Pessoa: (813.3)

KM 30:?????

Classificação (Notação): 625.711.1(813.3)*KM30

Obs: Ao usar um código que não existe na CDU, deve-se mencionar a fonte desse
código numa nota explicativa.

Caso 3: usado para especificar alfabeticamente nomes próprios, abreviaturas


e acrônimos.

Exemplo 1: Cidade de Utrecht (identificador do lugar)

Cidade de Utrecht: 492.83

Classificação (Notação): (492.83Ultrecht)

84
Representação Temática 2

Exemplo 2: Organizações comercias na Alemanha – AEG (nome da firma)

Organizações comercias: 005.71

Alemanha: (430)

AEG: ?????

Classificação (Notação): 005.71(430)AEG

Exemplo 3: Classificação Decimal Universal

Classificação Decimal Universal: 025.45

CDU: ?????

Classificação (Notação): 025.45CDU

Obs: Os nomes próprios podem aparecer abreviados ou por extenso; entre


parênteses ou fora deles; na língua original ou traduzidos; investidos ou na ordem
direta, em letra maiúscula ou minúscula. A Tabela nova fala que na especificação
alfabética dos auxiliares de lugar, estes devem vir dentro dos parênteses, junto
com o número ao qual se relaciona.

Tabela 1k: auxiliares comuns de características gerais

| -0... | – usado para indicar características gerais de um elemento, entidade,


classe etc. Ela é derivada da Tabela de Ponto de Vista e foi criada para substituí-la e
vem cobrir uma série de aspectos importantes para qualificar assuntos, ficando
mais completa do que a sua antecessora.

85
Representação Temática 2

Caso 1: | -02 | – auxiliares comuns de propriedade.

Exemplo 1: Ensino especializado potencial

Ensino especializado: 377

Potencial: -021.142.3

Classificação (Notação): 377-021.142.3

Caso 2: | -03 | – auxiliares comuns de materiais.

Exemplo 1: Acessórios de roupa em couro artificial

Acessórios de roupa: 391.4

Couro artificial: -035.53

Classificação (Notação): 391.4-035.53

Caso 3: | -04 | – auxiliares comuns de relações, processos e operações.

Exemplo 1: Mudança qualitativa na higiene em geral

Higiene em geral: 613

Mudança qualitativa: -044.325

Classificação (Notação): 613-044.325

Caso 4: | -05 | – auxiliares comuns de pessoas e características pessoais.

Exemplo 1: Idosos nas eleições

Eleições: 324

Idosos: -053.9

Classificação (Notação): 324-053.9

86
Representação Temática 2

Tabelas auxiliares – seção 2: Subdivisões Auxiliares Especiais

As subdivisões auxiliares especiais são limitadas em seu alcance, e cada série é


empregada para indicar conceitos que se repetem na parte das tabelas principais à
qual a mesma se destina, ou em certas outras seções onde for especificamente
indicado.

Caso 1: série de hífens | -1/-9 |. Usado para simbolizar elementos,


componentes, propriedades e outros detalhes; e já vem especificada na tabela
sistemática.

Exemplo 1: Comédia: uma forma literária

Literatura: 82

Forma literária: 82-1/-9

Teatro. Peças: 82-2

Comédias – 82-22

Classificação (Notação): 82-22

Caso 2: série ponto e zero | .01./.09 |. Usado de forma diversificada e


detalhada para simbolizar estudos, atividades, processos, operações, instalações e
equipamentos, sendo mais ampla do que a série -1/-9 e já vem especificada na
própria tabela sistemática.

Exemplo 1: Pessoal judiciário

Direito: 34

Funcionários: 34.08

Classificação (Notação): 34.08

87
Representação Temática 2

Caso 3: série de apóstrofe | ‘0/’9 |.

Exemplo de informações na tabela principal: Para os partidos e


movimentos com objetivos políticos diversos, o apóstrofe pode ser usado para
combinar subdivisões de 329 em ordem de importância.

Exemplo 1: Partidos nacionalistas republicanos liberais

Partidos nacionalistas – 329.17

Partidos Republicanos – 329.23

Partidos Liberais – 329.12

Classificação (Notação): 329.17’23’12

A ordem dos sinais auxiliares pode ser:

1- Ordem horizontal ou interna ou de citação – unir símbolos principais e


auxiliares

2- Ordem vertical ou de intercalação – apresenta primeiro os números mais


gerais e mais inclusivos e seguir na direção dos mais específicos.

Para a montagem da notação de classificação, a CDU sugere a sequência em


que os elementos (números) de classificação deverão ser citados – a ordem de
citação. Igualmente, no momento da guarda do material e de sua organização nas
estantes – a ordem de arquivamento.

A ordem de citação é a ordem em que os elementos são combinados para


formar um número composto. Esta ordem é o inverso da ordem de arquivamento,
uma não depende da outra, ou seja, a sequência procede do específico para o
genérico.

Dificilmente são usados, na classificação de documentos, todos os conceitos


presentes no exemplo acima. Caso haja necessidade de utilização de todos, pode-
se fazê-lo.

88
Representação Temática 2

Embora a CDU não prescreva uma ordem de citação, ela SUGERE uma ordem:

 Nº principal + auxiliares especiais + auxiliares gerais/comuns

Número principal

classe 0 à 9

Auxiliares especiais-

0 (ponto zero)

- hífen

’ apóstrofo

Auxiliares alfabético

A/Z

Auxiliares comuns - São usados em todas as classes do sistema, com o mesmo


significado.

.00 ponto de vista

(1/9)lugar

(=...) Raça

"..."Tempo

(0...)Forma

=...Língua

Ex.: Conferência sobre uma pesquisa da Constituição Brasileira de l969, em


português.

A ordem de arquivamento é utilizada para arquivar as fichas nos catálogos e


os documentos nas estantes. Esta sequência parte do geral para o particular.

A ordem de arquivamento, obrigatória, é a seguinte: Utilização de auxiliares


comuns – tabelas independentes: =... língua; (0...) forma; (1/9)lugar; (=...) raça e “...”
tempo.

89
Representação Temática 2

+ sinal de adição
/ sinal de barra
notação simples
: sinal de relação
:: dois pontos duplos
=... língua
(0...) forma
(1/9) lugar
(=) raça
"..." tempo
* asterisco
A/Z subdivisão alfabéticas
.00 ponto de vista
‐0 hífen zero
-1/-9 hífen de 1 a 9
.0 ponto zero (analítica)
, apóstrofo

Sinais Emprego Exemplo


Liga dois ou mais números
separados (não consecutivos)
Sinal do coordenação da CDU para indicar um
+ 622+669 Mineração e Metalurgia.
(adição) assunto composto para o qual
não exista um número
simples.
Liga o primeiro e o último de
uma série de números Alimentos. Preparação
Sinal de extensão
/ consecutivos da CDU para 641/642 de alimentos e
(Barra oblíqua)
indicar um assunto amplo ou Refeições.
uma série de conceitos.
Número
Principal Contém um único assunto. 004 Informática
simples
Sinal de relação (doisIndicam uma relação entre Ética em relação com a
: 17:7
pontos) dois ou mais assuntos. arte.
Podem ser empregados para
fixar a ordem dos números
:: Dois pontos duplos 575::576.3 Citogenética.
componentes em um número
composto.
Indica a língua ou a forma Manual de física em
= Igual 53(035)=111
linguística de um documento. inglês.
Indica o formato ou a
(0) Forma apresentação dos 54(038) Dicionários de química.
documentos.

90
Representação Temática 2

Indica o âmbito geográfico,


(1/9) Geográfico localização ou outro aspecto 331.2(44) Salários na França.
espacial de um assunto.
Indica os aspectos de
Grupos étnicos, raça, Folclore norte-
(=) nacionalidade e étnicos de um 398(=81/=82)
nacionalidade ameríndio.
assunto.
Indica a data, o momento ou
“...” Tempo período de tempo de um 342.2“1988” Constituição de 1988.
assunto.
Introduz uma notação que
622.341.1*Fe2O Mineração da hematita
* Asterisco não corresponde a um número
3 vermelha.
autorizado da CDU.
Especificação feita
diretamente em ordem
Minério de ferro
A/Z Especificação alfabética alfabética por nomes próprios 622.341.1GOE
nominado: goethita.
(ou suas abreviaturas) e
acrônimos.
Indica o ponto de vista mais
geral sob o qual um assunto Teoria evolucionista do
.00 Ponto de vista 575.8.000.297
pode ser considerado: ponto de vista islâmico.
conceito, teoria, função,
Indica o material ou elemento
-0... Hífen zero que constitui os objeto ou 616-03 Medicamentos.
produto.
Pessoas, características Indicam as pessoas e suas
-05 324-051 Eleitores, votantes.
pessoais características.
Têm função principalmente
analítica ou diferenciadora, Dispositivos e medidas
servindo para indicar de proteção na
-1/-9 Hífens -1/-9 622.341.1-78
elementos, componentes, mineração de minério de
propriedades e outros detalhes ferro.
do assunto.
Subdivisão auxiliar especial.
Indicam conceitos que se
Métodos e metodologia.
repetem, tais como aspectos
.01/.09 Ponto zero 65.01 Teoria e prática da
relativos a estudos, atividades,
organização.
processos, operações,
instalações e equipamento.
Tem função sintética ou
integradora, indicando
’ Apóstrofo 81’36 Gramática
assuntos compostos por meio
de notação composta.
Fonte: Classificação Decimal de Universal (2007).

91
Representação Temática 2

A segunda unidade de nosso livro teve como objetivo fornecer uma base para
aplicação do Sistema de Classificação Decimal Universal em unidades de
informação, bibliotecas, centros de documentação e outros, bem como identificar
e utilizar os recursos da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos, suas
subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos.

A CDU é extremamente versátil por natureza, o que a torna apropriada em


muitas situações. Tem uma estrutura clara e bem definida, permite considerável
flexibilidade no seu espectro de mecanismos sintéticos e é capaz de expressar
conceitos com grande especificidade. Seu ponto forte está baseado no potencial
de selecionar o nível de detalhamento que melhor se ajusta a um conjunto de
circunstâncias particulares. As seções anteriores desta unidade e os exemplos de
combinações de classes demonstram isto.

Leitura complementar
Classificação decimal universal. Brasília: ibict, 2007.

Classificação decimal universal online. Disponível em:


<http://www.udcc.org/udcsummary/php/index.php?lang=23>. Acesso em: 18 ago.
2015.

Ganin, Fátima et al. Índice alfabético da segunda edição média da cdu em língua
portuguesa. R. Bibliotecon. Brasília, v. 17, n. 1, p. 21-28, jan./jun. 1989.

Guarido, maura Duarte Moreira. Cdd e cdu: uso e aplicabilidade para cursos de
graduação em biblioteconomia. Marília: fundepe, 2010.

Langridge, derek. Classificação: abordagem para estudantes de biblioteconomia.


Rio de janeiro: interciência, 2006.

Silva, odilon pereira da. Classificação decimal universal. Brasília: ibict, 2000.

Souza, sebastião de. Cdu: como entender e utilizar a 2ª edição padrão internacional
em língua portuguesa. 3. Ed. Brasília: thesaurus, 2012.

92
Representação Temática 2

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

93
Representação Temática 2

Exercícios – Unidade 3
 

1.Em relação à Classificação Decimal Universal (CDU), é correto afirmar:

a) É um esquema de classificação de documentos usado nacionalmente,


obrigatoriamente.

b) A notação é mista, pois utiliza sinais, números, símbolos, letras ou


palavras, na sua composição.

c) Apresenta ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões


do documento.

d) Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento pode ser dividido


em 11 classes principais.

e) Foi criada por Ranganathan em 1728, na Inglaterra.

2.No âmbito de uma biblioteca, as linguagens documentárias são


ferramentas básicas para o tratamento documental. Nessa direção, o uso da CDU
para o registro do conteúdo do livro “Educação Superior no Brasil: análise do
histórico recente (1994-2003)” é representado por:

a) 378

b) 37(81)(091)

c) 378(81)

d) 37(81)

e) Nenhuma das alternativas anteriores

94
Representação Temática 2

3.No Brasil, a Classificação Universal Decimal é o sistema de classificação mais


utilizado, principalmente por bibliotecas que possuem documentos em áreas
específicas. Analise as afirmativas e assinale verdadeiro (V) ou falso (F) sobre a CDU:

( ) É o sistema que organiza os documentos obedecendo às diversas áreas


de assuntos existentes e qualificáveis por suas tabelas.

( )Possibilita a classificação em diversas áreas, com exceção às áreas


interdisciplinares do conhecimento.

( ) Classificação que se derivou da CDD.

( )Configura-se pela linguagem de indexação e recuperação da informação.

( ) É a notação nacional que enfatiza o alfabeto e a língua portuguesa.

( )Tem sua estrutura fundamentada na classificação enumerativa e


analítico-sintética.

A sequência correta é

a) V – F – V – V – F – V

b) V – V – F – V – F – V

c) V – F – F – V – V – V

d) V – V – F – F – V – F

e) V – F – V – V – V – F

95
Representação Temática 2

4.Os sinais e pontuações apresentados na Tabela Ia (Coordenação e Extensão)


e na Tabela Ib (Relação, Subagrupamento e Ordenação) são em número de cinco:
adição, barra obliqua, dois pontos, colchetes e dois pontos duplos. Assinale a
alternativa correspondente, respectivamente ao sinal de Subagrupamento e
Ordenação.
a) / :
b) { } +
c) // ;
d) [ ] ::
e) ( ) !
 

5.Destina-se a classificar os conteúdos de documentos concernentes à


Geografia, Biografias, História e Arqueologia, os vestígios de civilizações antigas
entre outros do gênero. A qual classe da CDU esse enunciado se refere?

a) Classe 9

b) Classe 8

c) Classe 7

d) Classe 3

e) Classe 1
 

6.O que significam as seguintes notações?

a) (044.056.87)

b) “388”(089.7)

c) 398(084.122.3)

d) 54(079.2)

e) 7.033.2(0.026.6)
 

96
Representação Temática 2

7.Uma biblioteca jurídica de acesso livre pretende ordenar o acervo de


maneira a reunir a sua coleção de leis. Nesse caso, empregando a Classificação
Decimal Universal, a notação para Código do Direito Civil Brasileiro deve ser:

a) 347(81)(094.4)

b) (81)(094.4)347

c) (094.4)347(81)

d) 347(094.4)(81)

e) (81)347(094.4)

8.Analisando o número composto 658.512:004 – Desenho industrial em


relação a computadores e processamento de dados montado com a CDU, assinale
a alternativa correta:

a) O sinal dois pontos ( : ) pertence à notação de autor.

b) O sinal dois pontos ( : ) no número composto 658.512:004 pertence à


tabela principal da CDU.

c) O sinal dois pontos ( : ) significa tipos de agregação.

d) Mudando a ordem dos elementos nesse número composto não se


modifica, em princípio, o seu significado.

e) O sinal dois pontos ( : ), no número composto 658.512:004, pertence à


notação de auxiliares especiais.

97
Representação Temática 2

9.Na Classificação Decimal Universal, as notações que indicam os aspectos de


língua, forma, lugar, raça e tempo como são chamadas e por quê?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

10. Qual instituição é responsável pela publicação e distribuição da CDU no


Brasil e desde quando?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

98
Representação Temática 2

4
Tabela Cutter-Sanborn

99
Representação Temática 2

O termo Cutter e Sanborn da Tabela Cutter-Sanborn, tem como origem o


nome do bibliotecário norte-americano Charles Ammi Cutter (1837-1903) e da
também bibliotecária Kate F. Sanborn. Cutter que idealizou um sistema de
classificação expansiva, Expansive Classification, desenvolveu inicialmente a tabela
com dois dígitos no final do século XIX e posteriormente a tabela foi expandida
para três dígitos por Sanborn em 1969. Essa tabela caracteriza-se por ser um
método prático e de fácil uso para o arranjo de livros em bibliotecas por meio da
individualização do autor sem a necessidade de um sistema de classificação. A
última edição impressa da Tabela foi realizada por Swanson-Swift em 1976 e
atualmente a Online Computer Library Center (OCLC) disponibiliza duas revisões por
meio do Dewey Cutter Program, as tabelas Cutter Four Figure Table e Cutter-Sanborn
Four Figure Table.

Objetivos da unidade:

A presente unidade tem como objetivo descrever a Tabela Cutter-Sanborn


como instrumento para a notação de autoria. Essa é a principal tabela utilizada
para descrever autoria nas bibliotecas brasileiras e em outros países.

Plano da unidade:
 A Tabela Cutter-Sanborn
 Uso da Tabela Cutter-Sanborn
 Casos especiais, o título iniciado com números ou outros símbolos.
 A inclusão de um novo decimal para marca.
 Dewey Cutter Program.

 
Bons estudos!

100
Representação Temática 2

A Tabela Cutter-Sanborn

A Tabela Cutter-Sanborn foi criada com a finalidade de adequar todas as obras


de um mesmo autor dentro do assunto correspondente ao livro. Considera-se
como o objetivo da tabela a ordenação das obras por meio da individualização do
autor e de sua obra. Nesse sentido, a classificação de autoria atua como uma
extensão da classificação de assuntos e não como uma substituição desse processo
inicial. Em sua obra, Cutter idealizava o uso da tabela de autoria como uma
extensão de sua Classificação Expansiva, entretanto, no Brasil e no mundo
frequentemente o uso dessa tabela está associado à utilização da Classificação
Decimal de Dewey (CDD) e da Classificação Decimal Universal (CDU). A descrição
de autoria adota a norma AACR2, com o sobrenome do autor na frente do
prenome. Abaixo, seguem exemplos de classificações utilizadas no dorso de livros.

Ex. 1 Classe e Autor – 025.48 C198

Ex. Campos, Maria Luiza de Almeida. Linguagem Documentária: teorias que


fundamentam sua elaboração.

CDD: 025.48

AUTOR: C198

Ex. 2 Classe, Autor e Título – 025.48 C198l

Ex. Campos, Maria Luiza de Almeida. Linguagem Documentária: teorias que


fundamentam sua elaboração.

CDD: 025.48

AUTOR: C198

Título: l

101
Representação Temática 2

Ex. 3 Classe, Autor, Título e Exemplar – 025.48 C198l ex.2

Ex. Campos, Maria Luiza de Almeida. Linguagem Documentária: teorias que


fundamentam sua elaboração.

CDD: 025.48

AUTOR: C198

Título: l

Exemplar: ex.2

Os exemplos estão em ordem crescente devido ao aumento de complexidade


da classificação estar relacionado com o desenvolvimento de coleção da biblioteca,
no primeiro exemplo, existe apenas uma obra X do autor X e não existe outro autor
com sobrenome idêntico ao autor X da obra X. No segundo exemplo, o autor X,
possui a obra X e a obra Y na biblioteca, nesse caso, para diferenciar a obra X da
obra Y, utiliza-se a primeira letra do título de cada obra, em caixa baixa, após o
código numérico. No terceiro exemplo, a biblioteca possui duas obras X do autor X,
por esse motivo, o exemplar deve estar sinalizado no número de chamada. Essa
explicação será mais especificada nos próximos tópicos.

Uso da Tabela Cutter-Sanborn

Para acharmos a marca do sobrenome de autores na tabela Cutter-Sanborn,


impressa, devemos procurar a primeira letra do sobrenome do autor, que estará
em negrito na tabela e seguida do seu número correspondente. Exs: A757 para
Arnold, Margaret; K49 para Kimball, John; L676 para Lewis, Sinclair; S689 para
Stoddard, Solomon.

Os exemplos que seguem indicam a ordenação de quatro livros sob o assunto


Segunda Guerra Mundial, dos autores com sobrenome (Arnold; Kimball; Lewis;
Stoddard). Sendo assim, pela Classificação Decimal de Dewey os livros estariam
classificados em 940.54; e as classificações de autores, respectivamente: A757; K49;
L676; S689. (CUTTER-SANBORN, p.1, 1976).

102
Representação Temática 2

940.54 940.54 940.54 940.54

A757 K49 L676 S689

Ocasionalmente, existirão sobrenomes de autores sem o número exato na


tabela, quando isso ocorrer utiliza-se o número antecessor ao sobrenome do autor,
ou seja, o número superior na tabela. Por exemplo, Andrews, Helen deve ser
utilizado A566 (Andrews, E.) que é o número antecessor e não A567 (Andrews, J.) o
número seguinte. Outro exemplo, para Stephens, Herbert. A classificação é H833.

 
Andrews 565 Stephens 832
  Andrews E 566 Stephens G 833
Andrews J 567 Stephens L 834
  Andrews M 568 Stephens R 835
Andrews R 569 Stephenson 836
 

Fonte: Tabela Cutter-Sanborn, 3. ed., 1976

Para diferenciar diferentes títulos do mesmo autor, a primeira letra do título da


obra deve ser utilizada, excluindo-se o artigo, a letra deve estar em caixa baixa logo
após o código numérico. Ex. Lispector, Clarice. A hora da estrela. L771h; Lispector,
Clarice. Felicidade Clandestina. L771f.

No caso de vários livros do mesmo autor na coleção é aconselhável a utilização


de mais de uma letra para diferenciar os títulos. Ex. ALENCAR, José. O gaúcho.
A368g; ALENCAR, José. O guarani. A368gu; ALENCAR, José. Iracema. A368i;
ALENCAR, José. Senhora. A368se; ALENCAR, José. O tronco do Ipê. A368tr.

103
Representação Temática 2

  B869.3 B869.3 B869.3 B869.3  B869.3


A368g A368g A368i A368s A368tr
 

Fonte: o autor

Para livros em série do mesmo autor, com a mesma classificação e a mesma


palavra inicial da série, é aconselhável utilizar a inicial da primeira palavra da série
junto com a inicial da primeira palavra que destaca a obra das demais obras da
mesma série. Exemplo de ordenação para as obras de Machado de Assis de uma
coleção, a saber: Assis, Machado. O Alienista. B869.3 A848a; ASSIS, Machado. Dom
Casmurro. B869.3 A848d; Assis, Machado. Contos Consagrados. B869.3 A848cc;
Assis, Machado. Contos Esquecidos. B869.3 A848ce; Assis, Machado. Contos
Recolhidos. B869.3 A848cr.

 
B869.3 B869.3 B869.3 B869.3 B869.3
A848 A848d A848cc A848c A848
  a e cr

Fonte: o autor

Para obras com mais de um autor, utiliza-se a regra do uso do sobrenome do


primeiro autor citado na folha de rosto.

104
Representação Temática 2

Cunha, Murilo Bastos da; Cavalcanti, Cordelia Robalinho de Oliveira.


020.3
C9726 Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia.

020 Malheiro, Armando; Ribeiro, Fernanda. Paradigmas, serviços e


M249 mediações em Ciência da Informação.

 
363.69 Dodebei, Vera; Abreu, Regina (Orgs.). E o patrimônio?
D643
 

Para obras sem autores explícitos ou com uma quantidade de autores maior
do que três, a saber: enciclopédias, dicionários, publicações do governo,
almanaques e outros. A classificação na tabela Cutter-Sanborn deve ser realizada
com a primeira palavra do título. Conforme exemplos abaixo.

570.03 Enciclopédia Visual.


E5617
 

036.903 Enciclopédia do século XX.


E5617
 
 
248.403
Dicionário de Espiritualidade.
D546
 
   
020
Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação.
T336

105
Representação Temática 2

Para obras biográficas, a classificação deve ser feita para a pessoa que a obra
for dirigida, o biografado. Exs. Clarice, uma biografia. 928.699 L771; Stalin biografia.
923.1 S7825; Sarney, a biografia. 923.181 S2465.

 
928.699
Clarice, uma biografia.
L771

923.1
S7825 Stalin, biografia.

923.181
S2465
Sarney, a biografia.

Casos especiais, o título iniciado com números ou outros símbolos.

Os livros com títulos iniciados em números ou símbolos, os números ou


símbolos devem ser transformados em palavras para compor a marca da tabela de
Cutter. Conforme os exemplos abaixo:

808.899282 2 patas e 1 tatu de Bartolomeu Campos Queirós.


Q385d

808.899282 1, 2, 3 e já! de Luciana Savaget.


S2648u

398.20981
(Re) fabulando: lendas, fábulas e contos brasileiros de Elias José
J831r

e-ARQ Brasil: Modelo de Requisitos para Sistemas


025.04
B8223e Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos.

106
Representação Temática 2

A inclusão de um novo decimal para marca

A marca de autor da tabela para três figuras, impressa, foi confeccionada para
ser indicada na lombada de livros de forma alfanumérica com uma letra e três
dígitos numéricos. Exs. L771, D546 e outros. Entretanto, a tabela indica
possibilidades de inclusão de mais um dígito em situações especiais, como quando
a marca indicada na tabela já foi utilizada para outro autor.

Se alguém desejar incluir, por exemplo, Herdman entre Herde, H541 e


Hereford, H542, pode ser utilizado um quarto algarismo, criando a marca Herman
H5414. Se existe também sobrenomes iguais, exemplo Harrison, Frederick H319 e
Harrison, James H319, esse último pode ficar com a classificação H3193. Nesse
sentido, sendo necessária a inclusão de novos autores no acervo, podemos seguir a
seguinte sequência: Harrison, James. H3193; Harrison, Jonson. H3194; Harrison,
Louis H3195 e assim por diante. Ao fazer as inclusões é importante atenção para
manter espaços vazios para novos autores, sendo assim, os números de
extremidade como o 1 e o 9 devem ser evitados.

O uso do zero é evitado na versão impressa, devido à semelhança com a letra


O, por esse motivo a tabela Cutter-Sanborn não utiliza zero.

Na ordenação das estantes, os números dentro de qualquer classe devem


estar alocados conforme um arranjo decimal. Ex: H2, H21, H211, H2112, H22, H23,
H233, H24, H3 e assim por diante. Nesse sentido, todos os números iniciados por 2,
devem ocorrer antes de um número iniciado por 3; todos os números iniciados por
21, antes de qualquer um que inicie com 22; todos os números iniciados por 221,
antes de qualquer um que inicie com 222 e assim por diante. Conforme a ordem de
um dicionário, onde todas as palavras que iniciam com ab, aparecem antes da
palavra ac e todas as que iniciam com aca aparecem antes daquelas que iniciam
com acb. (Cutter-Sanborn, p.2, 1976).

107
Representação Temática 2

Essas explicações devem ser utilizadas somente para a versão impressa da


tabela Cutter-Sanborn, três figuras. A revisão dessa tabela disponível no Web Site
da Online Computer Library Center (OCLC) na página Dewey Cutter Program, apenas
em formato eletrônico, disponibiliza as tabelas Cutter Four Figure Table e Cutter-
Sanborn Four Figure Table que permitem o uso de quatro algarismos numéricos. E
será mais bem descrita no próximo tópico.

Dewey Cutter Program

A Online Computer Library Center (OCLC) é a responsável por desenvolver um


programa para classificação automática da tabela Cutter, o Dewey Cutter Program.
Nesse programa, existem duas opções de tabela disponíveis. A primeira Cutter Four
Figure Table com uma ou duas letras e dígitos numéricos; e a segunda opção
Cutter-Sanborn Four Figure Table com uma letra e dígitos numéricos. Em geral, no
Brasil utiliza-se a segunda tabela, Cutter-Sanborn Four Figure Table. O download do
software deve ser realizado no web site da OCLC na página Dewey Cutter Program.
Para instalação e uso do programa, siga os seguintes passos:

1- Fazer o download do programa no web site da OCLC, página Dewey


Cutter Program.

2- Abrir o programa e selecionar a tabela a ser usada: Cutter Four Figure Table
ou Cutter-Sanborn Four Figure Table.

3- Inserir na caixa de texto sobrenome seguido de prenome, excluindo-se


acentuações e cedilhas. Ex. Assis, Machado; Queiroz, Eca de.

4- Não utilizar artigos, quando a autoria da obra for atribuída ao título.

Nessa unidade, tivemos como objetivo destacar a tabela de controle de


autoria mais utilizada nas bibliotecas brasileiras e do mundo que foi desenvolvida
pelo bibliotecário norte-americano Charles Ammi Cutter (1837-1903) e ampliada
pela bibliotecária Kate F. Sanborn, além desse objetivo foi também demostrada as
formas de utilização dessa tabela e sua última versão automática cujo controle é
exercido pela Online Computer Library Center (OCLC).

108
Representação Temática 2

É importante enfatizar que a administração da ordenação do acervo de uma


biblioteca deve ser padronizada e faz parte das políticas adotadas por cada
biblioteca de controle e organização do acervo. Nesse sentido, a escolha do
sistema de classificação bibliográfica, assim como, a escolha por uma classificação
de autoria pode variar de acordo com a política de organização de cada biblioteca,
por exemplo, muitas bibliotecas utilizam classificações próprias para autores na
seção de livros infanto-juvenis.

Na próxima unidade, daremos ênfase à Classificação Decimal de Direito


desenvolvida pela bibliotecária brasileira Dóris de Queiroz Carvalho, a classificação
fundamentada na Classificação Decimal de Dewey foi feita com o objetivo de
especificar e ampliar o arranjo de assuntos do campo do Direito sua maior
importância está em sua adaptação para o Direito Brasileiro.

Leitura Complementar:

CUTTER, C. A. SANBORN, K. E. Cutter-Sanborn three-figure author table:


(Swanson-Swift revision, 1969). 3. Ed. Colorado: Libraries Unlimited, 1976.
DEWEY CUTTER PROGRAM. Online Computer Library Center. 2016. Disponível em:
< https://www.oclc.org/support/services/dewey/program.en.html>. Acesso em: 07
jul. 2016.
PIEDADE, M. A. Requião. Introdução à Teoria da Classificação. 2. ed. rev. aum. Rio
de Janeiro: Interciência, 1983.
SANTOS, M. N. O número de chamada: endereço dos recursos bibliográficos.
Vitória-ES: UFES, 2011.

109
Representação Temática 2

É hora de se avaliar!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

110
Representação Temática 2

Exercícios – Unidade 4
 
1. Indique a resposta mais completa para a pergunta. A tabela de Cutter-
Sanborn foi criada com que objetivo?
a) Controlar e indexar assuntos.
b) Padronizar a ordenação de títulos nas estantes.
c) Controlar a ordenação das obras na estante por meio da individualização
do autor e de sua obra.
d) Padronizar a ordenação das obras na estante por meio dos assuntos.
e) Todas as respostas anteriores.
 
2. No caso da inclusão no acervo de duas obras diferentes do mesmo autor,
como podemos diferenciar cada publicação a partir da marca da tabela de Cutter-
Sanborn?
a) Utilizando a primeira letra do título da obra em caixa baixa.
b) Utilizando a primeira letra do título da obra em caixa alta.
c) Utilizando a primeira letra do prenome do autor em caixa baixa.
d) Utilizando a primeira letra do prenome do autor em caixa alta.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 
3. No caso da inclusão no acervo de várias obras de uma série com o mesmo
título e do mesmo autor podemos utilizar para diferenciar cada publicação.

a) A primeira letra do prenome do autor mais a primeira letra da série.

b) A primeira letra da série mais a primeira letra do título da publicação.

c) A primeira letra da série mais a primeira letra do sobrenome do autor.

d) A primeira letra da série mais a primeira letra do assunto da série.

e) Nenhuma das respostas anteriores.


 

111
Representação Temática 2

4. Se não houver na tabela Cutter-Sanborn iniciais idênticas ao sobrenome do


autor da obra, o que devemos fazer?
a) Utilizar as iniciais mais próximas do sobrenome do autor.
b) Utilizar as iniciais mais próximas que sucedem o sobrenome do autor.
c) Utilizar as iniciais mais próximas abaixo do sobrenome do autor.
d) Utilizar as iniciais mais próximas que antecedem o sobrenome do autor.
e) Não utilizar as iniciais mais próximas do sobrenome do autor.
 
5. Nas obras com mais de um autor, qual autor deve ser classificado pela tabela
de Cutter-Sanborn?
a) O segundo autor da obra.
b) O coordenador da obra.
c) O primeiro autor da obra.
d) O título da obra.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 
6. Nas obras biográficas quem deve ser classificado pela tabela de Cutter-
Sanborn?
a) O biógrafo.
b) O biografado.
c) O autor da obra.
d) O título da obra.
e) Nenhuma das respostas anteriores
 
7. Na impossibilidade de conhecimento do autor da obra, devemos classificar
pela tabela de Cutter-Sanborn?
a) O assunto da obra.
b) O título da obra.
c) O prenome do autor da obra.
d) O título e o assunto da obra.
e) Nenhuma das respostas anteriores.

112
Representação Temática 2

8. Como classificamos pela tabela de Cutter-Sanborn, na ausência do autor,


obras cujo título inicia com números ou símbolos.
a) Os números ou símbolos devem ser ignorados.
b) Os números ou símbolos devem ser transformados em assuntos.
c) Os números ou símbolos devem ser transformados em autores.
d) Os números ou símbolos devem ser transformados em palavras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.

9. Em que ocasião na tabela Cutter-Sanborn impressa de três figuras, pode se


acrescentar um quarto dígito numérico para a classificação de um novo autor em
uma biblioteca?

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Representação Temática 2

10. Quais tabelas estão disponíveis no Dewey Cutter Program e qual a diferença
entre elas?

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Representação Temática 2

5 Classificação Decimal de
Direito

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Representação Temática 2

A Classificação Decimal de Direito também conhecida como Classificação


Decimal de Doris ou Classificação de Doris foi criada pela bibliotecária e bacharel
em Direito Doris de Queiroz Carvalho devido à necessidade de melhor
detalhamento para a classe 340 da Classificação Decimal de Dewey, referente ao
Direito. A Classificação se caracteriza por ser específica para obras jurídicas
relacionadas com o direito brasileiro. A obra foi editada pela primeira vez pelo
Ministério da Fazenda em 1948, reeditada nos anos de 1953 e 1977. No intuito de
incorporar as novas áreas da Ciência do Direito que surgiram e se desenvolveram
durante os anos, foi atualizada e revisada no ano de 2002.
 
Objetivos da unidade:

A presente unidade tem como objetivo apresentar a Classificação Decimal de


Direito e suas especificidades como instrumento para a classificação das obras no
campo do Direito.

Plano da disciplina:
 Introdução
 Classes Principais e Subclasses da Classificação Decimal
 Números de Forma
 Índice Alfabético
 Particularidades da última edição

Bons estudos!

116
Representação Temática 2

Introdução

A Classificação Decimal de Melvil Dewey foi criada nos Estados Unidos na


segunda metade do século XIX e, hoje, é considerada um dos principais instrumentos
de trabalho utilizados, em quase toda parte no mundo pelos profissionais na área da
Biblioteconomia. O alcance do conhecimento e da obra de Melville Louis Kossuth
Dewey, bibliotecário norte-americano do Amherst College, Amherst, Massachusetts,
é amplo e variado. Sua obra apresentada sob a forma de folheto com 42 páginas, em
l876, utilizava números arábicos decimais simbolizando os assuntos, para a
arrumação de livros nas estantes das bibliotecas. O Sistema Decimal de Dewey teve
ampla divulgação através da Library Bureau, aplicado a documentos, pela primeira
vez, pela Estrada de Ferro Baltimore-Ohio em 1898.

Hoje, em sua 23ª edição, a obra apresenta-se como um trabalho revolucionário


na ciência das bibliotecas, disposta em quatro volumes, existindo toda uma
organização editorial para a sua revisão, ampliação e atualização.

A Classificação Decimal de Direito originou-se quando a bibliotecária Dóris


iniciou a ordenação das obras de Direito existentes na biblioteca do Ministério da
Fazenda, e constatou a deficiência da Classificação Decimal de Dewey para
utilização no cadastro das obras jurídicas da tradição Romano-Germânica.

Desta forma, recorreu a diferentes modelos de classificação elaborados por


outras instituições, como por exemplo, o da Federação Internacional de
Documentação, também conhecido como Classificação Decimal de Bruxelas.
Porém, essa Classificação e os outros sistemas de classificação não se adaptavam a
realidade do Direito Brasileiro, no qual, o Direito Processual Civil está no domínio
do Direito Civil e o Direito Processual Penal no âmbito do Direito Penal e ambos são
ramos autônomos do Direito Público.

No entanto, apesar das dificuldades na adaptação do campo do Direito da


Classificação de Dewey, Dóris, preservou o proposto por Melvil Dewey quanto à
composição do sistema de notação. Sendo assim, a Classificação Decimal de Direito
é dividida em quatro Classes Principais, a saber: Direito Público; Direito Privado;
Direito Canônico; e Direito Romano. Em Subclasses e Índice Alfabético.

117
Representação Temática 2

No sistema de Classificação Decimal de Dewey às áreas do conhecimento


humano estão divididas em nove grandes grupos, numeradas de 1 a 9, precedidas
de um grupo, sob o número 0, abrangendo materiais diversos ou muito gerais para
serem inseridos em qualquer dos demais grupos.

Classes principais da Classificação Decimal de Dewey:

 
Fonte: CARVALHO, 2002.

Cada classe é subdivida em grupos numerados de 1 a 9. A partir do terceiro


algarismo, o sistema passa a utilizar números decimais, continuando a ser
subdividido por nove subclasses, até onde a especialização do assunto mostrar
necessário.

118
Representação Temática 2

Subdivisões da classe das Ciências Sociais:

Classe 340 - Direito

Na Classificação Decimal de Direito da Dóris, a classe 340 foi adotada desde a


primeira edição para tratar das grandes divisões do campo do Direito. Entretanto, o
Direito Canônico e o Direito Romano ficaram fora dos grupos do Direito Público e
do Direito Privado. Nesse sentido, a Classificação ficou dividida em quatro Classes
Principais, a saber: Direito Público; Direito Privado; Direito Canônico; e Direito
Romano. Em Subclasses e Índice Alfabético.

 
Fonte: CARVALHO, 2002. 
 
 
 

119
Representação Temática 2

A divisão em duas classes iniciais, de alguma maneira, restringe a base do


sistema, limitando-o, com as exceções já apontadas, à utilização de apenas dois
algarismos na primeira subdivisão.

O campo 341 que trata do Direito Público contempla: Direito Internacional


Público, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Processual, Direito
Penal, Direito Previdenciário, Direito Militar e Direito Aéreo.

Já o campo do Direito Privado abrange o Direito Civil, Direito Comercial,


Direito Internacional Privado, Direito do Consumidor, Direito do Trabalho.

As principais classes e subclasses adotadas pela "Classificação Decimal de


Direito" que são depois subdivididas em vários níveis são as seguintes:
340 DIREITO
341 DIREITO PÚBLICO
341.1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
341.13 Direito de Guerra. Leis de Guerra
341.14 Direito Penal Internacional
341.17 Direito diplomático
341.18 Direito consular
341.2 DIREITO CONSTITUCIONAL
341.253 Direito parlamentar. Parlamentos e assembleias
341.27 Direitos Fundamentais. Direitos primordiais
341.28 Direito eleitoral. Sistemas eleitorais
341.3 DIREITO ADMINISTRATIVO
341.347 Direito Ambiental
341.3479 Direito ambiental internacional
341.378 Direito Econômico
341.38 Direito Financeiro
341.39 Direito tributário
341.4 DIREITO PROCESSUAL
341.43 Direito Processual Penal
341.46 Direito Processual Civil
341.5 DIREITO PENAL
341.58 Direito Penitenciário. Direito de Execuções Penais
341.6 DIREITO PREVIDENCIÁRIO. SEGURIDADE SOCIAL
341.7 DIREITO MILITAR
341.75 Direito penal militar

120
Representação Temática 2

341.8 DIREITO AÉREO. CÓDIGO DO AR


341.87 Direito aéreo militar
341.88 Direito aplicado à telecomunicação
341.89 Direito Espacial
342 DIREITO PRIVADO
342.1 DIREITO CIVIL
342.12 Direitos reais. Coisas e bens
342.1247 Direito Agrário. Direito Rural
342.16 Direito de família
342.165 Direito hereditário ou das Sucessões
342.17 Direito do Menor. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
342.2 DIREITO COMERCIAL
342.234 Direito bancário
342.27 Direitos Intelectuais. Propriedade industrial, comercial, científica
e de programas de computador
342.28 Direito autoral. Direito artístico e literário
342.29 Direito marítimo
342.299 Direito aeronáutico
342.3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
342.5 DIREITO DO CONSUMIDOR
342.51 Direitos básicos do consumidor
342.6 DIREITO DO TRABALHO
342.68 Direito Processual do Trabalho
343 DIREITO CANÔNICO E ECLESIÁSTICO
343.3 Direito das coisas. Direitos reais
343.33 Direito de patronato
343.35 Direito funerário
343.4 Direito Sacramental
343.5 Direito penal canônico
343.6 Direito processual canônico
343.8 Direito Eclesiástico das Igrejas Cristãs não católicas
343.9 Direito Eclesiástico de Igrejas não-cristãs
344 DIREITO ROMANO
344.2 Direito das coisas. Direitos reais
344.4 Direito das obrigações
344.6 Direito de família
344.7 Direito das sucessões
Fonte: CARVALHO, 2002.

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Representação Temática 2

Quadro comparativo entre a Classificação Decimal de Dewey e de Direito:

Classificação Decimal de Dewey Classificação Decimal de Direito

340 Direito Direito

341 Direito das Nações Direito Público

342 Direito Constitucional Direito Privado

343 Direito Industrial Direito Canônico

344 Direito Cultural Direito Romano

345 Direito Criminal

346 Direito Privado

347 Tribunais e Procedimentos

348 Leis, Regulamentos e Casos

349 Jurisdições Específicas

Fonte: o autor.

Números de Forma
 

Doris (2002), estabelece os números de forma, ou divisões de forma, para


agrupar, dentro de uma classe geral ou subdivisão, tipos bibliográficos que
apresentam alguma especificidade no modo em que o assunto for tratado. Por
exemplo, em forma de dicionário, em verbetes, em coletâneas de trabalhos
esparsos ou em outras formas.

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Representação Temática 2

Números de forma:

 
Fonte: CARVALHO, 2002.

123
Representação Temática 2

De acordo com Doris (2002), os números de forma só devem ser utilizados


quando seu emprego for estritamente indispensável. Para a autora, o material
bibliográfico é classificado pelo assunto de que trata e, na sequência, quando
necessário, pela sua forma ou ponto de vista segundo o qual a matéria é
apresentada, acrescentando-se o número de forma. Por exemplo: Emprego da
Divisão Geográfica.

Desta forma, o assunto pode ser dividido geograficamente por meio da divisão
de forma “História” seguida do número do país específico.

Por exemplo:

Sociedades comerciais na França - 342.220944

(Sociedades comerciais 342.22 + Número de forma - 09 + Número da França - 44)

Em determinados assuntos, porém, as tabelas já preveem a divisão geográfica,


mediante a indicação, dividir como 930-999. Desta forma, torna-se dispensável a
utilização do número de forma 09, acrescentando-se, diretamente, ao número de
assunto, o número do país.

Por exemplo:

Constituições do Brasil - 341.2481

(Constituições - 341.24 + Número do Brasil - 81)

124
Representação Temática 2

Particularidades da edição atual

Na edição anterior, Doris (2002) considerou inserir o Direito do Trabalho para a


categoria de Direito Privado, utilizando-se o número 342.6, substituindo-se, apenas
o algarismo 1 pelo 2, sendo conservadas as mesmas subdivisões.

O Direito Previdenciário recebeu o número 341.6 ao qual foi dado amplo


desenvolvimento.

Foram acrescentadas, ou receberam maior desenvolvimento, as classes de


Direito Ambiental, Direito Econômico, Direito Agrário e Direito do Consumidor.

Foi atualizada a parte de Direito Internacional Público, principalmente quanto


aos organismos internacionais. Também foi atualizado o Direito Canônico, no que
se refere aos órgãos da Cúria Romana, com a nomenclatura posterior ao Concílio
Vaticano II.

No intuito de facilitar a especificação geográfica, quando necessário, foi


acrescentado, o Apêndice "Divisão por Países de 930 a 999", atualizado de acordo
com a Classificação Decimal de Dewey, porém de forma simplificada.

Verificamos nesta unidade a Classificação Decimal de Direito, especialmente,


as classes e subclasses do campo 340 que trata do Direito, estabelecidas pela
bibliotecária e bacharel em direito, Doris de Queiroz Carvalho, obra que foi baseada
e adaptada da Classificação Decimal de Melvil Dewey.

Durante os anos, a Classificação Decimal de Direito teve grande aceitação, a


ponto de passar a ser conhecida apenas como "Classificação da Doris". Diante de
sua importância para área da ciência das bibliotecas, destaca-se por prestar valioso
auxílio para todos que se dedicam à organização de repositórios jurídicos.

A Classificação de Doris, publicada pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da


Casa Civil da Presidência da República, encontra-se hoje disponível ao acesso de
todos, sem custo, via internet.

125
Representação Temática 2

Leitura Complementar:

DEWEY, Melvil. Dewey Decimal Classification and Relative Index. 22 ed. Dublin,
Ohio: Online Computer Library Center, 2003. 4v.
CARVALHO, Dóris de Queirós. Classificação Decimal de Direito. 2002. Disponível
em: <www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/.../classificacao...de-direito/classif-
decimal.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2016.
PIEDADE, M. A. Requião. Introdução à Teoria da Classificação. 2. ed. rev. aum. Rio
de Janeiro: Interciência, 1983.

É hora de se avaliar!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.
 

126
Representação Temática 2
 

Exercícios – Unidade 5
 

1. A Classificação Decimal de Direito se caracteriza por adaptar a classe 340, de


Direito, de Dewey ao campo de:
a) Direito dos Estados Unidos.
b) Direito do Brasil.
c) Direito Romano.
d) Direito Canônico.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

2. Indique a opção que melhor descreva como a classe 340 da Classificação


Decimal de Direito está dividida?
a) Direito Público; Direito Privado; Direito Cultural; e Direito Canônico.
b) Direito Público; Direito Privado; Direito Canônico; e Direito Constitucional.
c) Direito Público; Direito Privado; Direito Romano; e Direito Criminal.
d) Direito Público; Direito Privado; Direito Canônico; e Direito Romano.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

3. A primeira subdivisão das classes principais possuem quantos algarismos?


a) É dividido em 4 algarismos.
b) É dividido em 6 algarismos.
c) É dividido em 10 algarismos.
d) É dividido em 3 algarismos.
e) É dividido em 2 algarismos.

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Representação Temática 2

4.Uma obra classificada como Direito Civil deve estar localizada em que classe
principal?
a) Direito Privado.
b) Direito Público.
c) Direito Criminal.
d) Direito Canônico.
e) Direito Romano.
 

5. Segundo a explicação de Dóris (2002) os números de forma devem ser


utilizados:
 
a) Somente quando houver uma indicação.
b) Em todas as classificações.
c) Somente quando for indispensável.
d) Em algumas classificações.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

6. Em que ocasião, devem ser utilizados dois zeros (00) para os números de
forma?
a) Quando o zero for utilizado como subdivisão de assunto.
b) Quando o zero estiver no início da notação.
c) Quando o zero estiver no final da notação.
d) Quando não houver zero na subdivisão de assunto.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

7. Na atual edição da Classificação Decimal de Direito, o Direito do Trabalho


está em que Classe Principal?
a) Direito Público.
b) Direito Privado.
c) Direito Canônico.
d) Direito Romano.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

128
Representação Temática 2

8. Na atual edição da Classificação Decimal de Direito, o Direito Previdenciário


está em que Classe Principal?
a) Direito Público.
b) Direito Privado.
c) Direito Canônico.
d) Direito Romano.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
 

9. A partir do quadro comparativo entre a classe 340 na Classificação Decimal


de Dewey e de Direito, onde se encaixaria o Direito das Nações na Classificação
Decimal de Direito da Dóris?

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Representação Temática 2

10. Utilizando a Classificação Decimal de Direito, qual seria a classificação para


um periódico de Direito Público?

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Representação Temática 2

Considerações Finais

Chegamos ao fim do nosso segundo livro do conjunto de disciplinas com o


tema Representação Temática, nessa apresentação inicial tivemos como objetivo
oferecer uma ênfase maior na aplicação prática dos sistemas de classificação
bibliográfica, especificamente, da Classificação Decimal de Dewey e Classificação
Decimal Universal, da tabela de autoria de Cutter e Sanborn e da Classificação
Decimal de Direito.

131
Representação Temática 2

Conhecendo o Autor

Dayo de Araújo Silva Côrbo

Mestre e doutorando em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de


Informação em Ciência e Tecnologia em convênio com a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (PPGCI-IBICT/UFRJ). Possui especialização em Gestão da Informação
e Inteligência Competitiva pela Universidade Estácio de Sá e graduação em
Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Leyde Klebia Rodrigues da Silva

Doutoranda em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em


Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia-IBICT. Bolsista Capes demanda
social (DS). Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba.
Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal da Paraíba.

 
 
 

132
Representação Temática 2

Referência

BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento I: de Gutemberg a Diderot.


Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
CAMPOS, Maria Luiza de Almeida. Linguagem documentária: teorias que
fundamentam sua elaboração. Niterói, RJ: EDUFF, 2001.
CARVALHO, Dóris de Queirós. Classificação Decimal de Direito. 2002. Disponível
em: <www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/.../classificacao...de-direito/classif-
decimal.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2016.
CUTTER, C. A. SANBORN, K. E. Cutter-Sanborn three-figure author table:
(Swanson-Swift revision, 1969). 3. Ed. Colorado: Libraries Unlimited, 1976.
DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do Conceito. Ciência da Informação, Rio de Janeiro,
v.7, n. 2, 1978, p.101-107.
DEWEY CUTTER PROGRAM. Online Computer Library Center. 2016. Disponível em:
< https://www.oclc.org/support/services/dewey/program.en.html>. Acesso em: 07
jul. 2016.
DEWEY, Melvil. Dewey Decimal Classification and Relative Index. 22 ed. Dublin,
Ohio: Online Computer Library Center, 2003. 4v.
DODEBEI, Vera Lúcia Doyle. Tesauro: linguagem de representação da memória
documentária. Niterói, RJ: Interciência, 2002.
FOSKETT, A. C.. A abordagem temática da informação. Tradução de Antonio A. B.
de Lemos. São Paulo: Polígono, 1973.
GUARIDO, Maura Duarte Moreira. Como usar e aplicar a CDD 22ª. Edição. Marília:
Fundepe, 2012.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. rev.
ampl. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática. 2. ed. Tradução de
Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2004.

133
Representação Temática 2
MIRANDA, Marcos Luiz Cavalcanti. Apostila de teoria da classificação. Rio de
Janeiro: UNIRIO, 2004.
MIRANDA, Marcos Luiz Cavalcanti. Curso preparatório para concursos de
biblioteconomia, classificação e indexação. Rio de Janeiro: DATACOOP, 2003.
OLIVEIRA, Marlene (Coord.). Ciência da Informação e Biblioteconomia: novos
conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
PIEDADE, M. A. Requião. Introdução à Teoria da Classificação. 2. ed. rev. aum. Rio
de Janeiro: Interciência, 1983.
ROBREDO, Jaime. Documentação de hoje e de amanhã: uma abordagem
revisitada e contemporânea da Ciência da Informação e de suas aplicações
biblioteconômicas, documentárias, arquivísticas e museológicas. 4. ed. rev. amp.
Brasília, DF: Interciência, 2005.
SANTOS, M. N. O número de chamada: endereço dos recursos bibliográficos.
Vitória-ES: UFES, 2011.
UDC CONSORTIUM. Classificação decimal universal: Índice – edição padrão
internacional em língua portuguesa. Organização e revisão de Odilon Pereira da
Silva. Brasília : IBICT, 1999.

134
Representação Temática 2

A nexos

135
Representação Temática 2

Gabaritos

Exercícios – Unidade 1

1. b

2. b

3. c

4. d

5. c

6. d

7. d

8. b

9. As cinco Categorias Fundamentais são: Tempo, Espaço, Energia, Matéria e


Personalidade.

10. Ideia é um produto do pensamento, da reflexão, da imaginação, que


passou pelo intelecto, integrando com a ajuda da Lógica uma seleção de conjuntos
de apercepção, e/ou diretamente apreendida pela intuição e depositada na
memória.

A informação seria o momento em que uma ideia é comunicada por outros ou


obtida a partir do estudo pessoal e da investigação.

Conhecimento é a totalidade de ideias conservadas pela Humanidade.

Assunto é um corpo de ideias organizadas e sistematizadas, por extensão e


intenção, que incide de forma coerente no campo de interesse, de competência
intelectual e de especialização inevitável de uma pessoa normal.

136
Representação Temática 2

Exercícios – Unidade 2
1. b
2. b
3. 020.3
4. c
5. a
6. c
7. c
8. d
9. Em geral, os esquemas de classificação seguem a seguinte ordem de
citação: assunto específico – aspecto geográfico – aspecto temporal – forma.
10. As tabelas auxiliares nunca são utilizadas isoladamente, antes de seu uso é
necessário escolher o assunto principal nos esquemas de classificação.

Exercícios – Unidade 3
1. b
2. b
3. a
4. d
5. a
6.
a) Cartas circulares para filantropos, ou benfeitores etc.
b) Mensagem de aniversário de casamento
c) Folclore em forme de filme mudo
d) Diploma ou certificado de química
e) Documentos da arte bizantina em folhas soltas.
7. c
8. d

137
Representação Temática 2

9. Auxiliares comuns independentes, porque os conceitos que representam


podem ocorrer independentemente das tabelas principais.

10. O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) que


edita a versão portuguesa da CDU, desde 1997, por intermédio do British Standards
Institute, responsável pela geração do sistema.

Exercícios – Unidade 4
1. c
2. a
3. b
4. d
5. c
6. b
7. b
8. d

9. Para diferenciar a marca da Tabela Cutter-Sanborn, impressa. Quando em


uma biblioteca, constata-se que a marca indicada na tabela para o sobrenome de
algum autor já foi utilizada para o sobrenome de outro autor que consta no acervo
dessa biblioteca.

10. A primeira Cutter Four Figure Table com uma ou duas letras e dígitos
numéricos; e a segunda Cutter-Sanborn Four Figure Table com uma letra e dígitos
numéricos. A diferença é o número de letras utilizado em cada tabela para a marca.

138
Representação Temática 2

Exercícios – Unidade 5
1. b
2. d
3. e
4. a
5. c
6. a
7. b
8. a
9. Seria classificado como subdivisão do Direito Público, na classe Direito
Internacional Público.
10. 341.05

139

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