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INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

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INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.


Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
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Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas


pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa
jornada!
Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção
de novos conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora Bruna Damiana Heinsfeld


O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
Esta unidade analisará a relação entre a educação do século XXI e a
incorporação das tecnologias digitais na prática pedagógica, estando
dividida em três capítulos, com os seguintes focos: educação na era
da informação; educação medida por tecnologias; e tecnologias edu-
cacionais digitais. Ao longo dos capítulos, são abordados temas como
os desafios para a educação na contemporaneidade, a importância do
alinhamento entre escolhas de recursos tecnológicos e objetivos didáti-
cos, além da definição de conceitos como letramento, multiletramentos,
interação e interatividade. Também estão detalhadas nesta unidade as
potencialidades das redes e mídias sociais na educação, os objetos de
aprendizagem e recursos educacionais abertos e, por fim, os ambientes
virtuais de aprendizagem.

Educação. Tecnologias digitais. Era Digital. Era da Informação.


Apresentação do módulo __________________________________ 10

CAPÍTULO 01
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO E
APRENDIZAGEM

Educação na Era da Informação______________________________ 12


Informação e Conhecimento em Sociedades Tecnológicas_______ 17
O papel educativo das tecnologias: Interação, Interatividade e Pro-
20
dução de Conhecimento____________________________________
Recapitulando_____________________________________________ 25
CAPÍTULO 02
EDUCAÇÃO MEDIADA POR TECNOLOGIAS

Tecnologias em educação: Passado, Presente e Futuro___________ 30


Letramento digital: O que é isso?____________________________ 34
Novos Cenários para a Educação______________________________ 39

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Recapitulando_____________________________________________ 44
CAPÍTULO 03
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS

Aprendizagem Colaborativa e Redes Sociais____________________ 49


Objetos de Aprendizagem e Recursos Educacionais Abertos______ 56
Ambientes Virtuais de Aprendizagem_________________________ 61
Recapitulando_____________________________________________ 66
Considerações Finais________________________________________ 71
Fechando a Unidade________________________________________ 72
Referências________________________________________________ 74

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Os avanços e desenvolvimentos tecnológicos fazem parte da
história da humanidade. Ao longo de toda a sua existência, seres huma-
nos desenvolveram as mais diversas tecnologias para os mais diversos
fins, com objetivos que vão desde facilitar o seu dia a dia, ampliar sua
expectativa de vida e proporcionar experiências mais satisfatórias, até
mesmo garantir sobrevivência.
Nas últimas décadas, as tecnologias digitais passaram a fa-
zer parte incondicional do cotidiano. A maior parte das sociedades con-
temporâneas passou por processos de transformação pautados pelas
tecnologias e viu seus hábitos, comportamentos e culturas modificados
por conta da disseminação das tecnologias digitais. Dentre essas mu-
danças está a forma de consumir, produzir, compartilhar e construir o
conhecimento.
Ou seja, o âmbito educacional não está alheio a essas trans-
formações, que também refletem no dia a dia escolar. Por conta disso,
faz-se necessário que docentes e demais atores envolvidos nos proces-
sos educacionais estejam não apenas atentos, mas também críticos e
reflexivos com relação a essas mudanças e à incorporação das tecno-
logias digitais na prática pedagógica.
Buscando trazer à luz algumas questões de relevância para a
discussão sobre o fenômeno tecnológico e sua relação com a educa-
ção contemporânea, esta unidade salienta tópicos que vão desde o pa-
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pel de estudantes e docentes na sociedade da informação, os desafios


para a educação frente a esse novo cenário, as possíveis aplicações
das tecnologias digitais em sala de aula e suas potenciais contribuições
para os processos de ensino e aprendizagem.
Para tanto, esta unidade está dividida em três capítulos, tendo
como foco a incorporação das tecnologias digitais nos processos de
ensino e aprendizagem, em especial na educação formal escolar. O
primeiro capítulo apresenta uma contextualização sobre as mudanças
ocorridas na sociedade nas últimas décadas e de que maneira essas
mudanças influenciam na educação. O segundo capítulo aprofunda a
relação entre tecnologias e educação, mostrando seu histórico e apre-
sentando conceitos importantes para o fazer educacional da atualidade.
Por fim, o terceiro capítulo foca mais especificamente na utilização das
tecnologias digitais em sala de aula, on-line ou off-line, e seus objetivos
didáticos.

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A TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO NOS

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PROCESSOS DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
O calendário gregoriano marca o início da segunda década dos
anos 2000. O par 2020 se inicia e, com ele, surgem novos desafios imi-
nentes em diversos campos da vida em sociedade. Parte desses desa-
fios emerge por conta dos avanços das tecnologias da informação e da
comunicação.
Muitos estudiosos afirmam que, hoje, os seres humanos não
apenas vivem na era da informática, mas na era da comunicação. Isso
porque as sociedades em todo o globo estão, em sua maior parte, inter-
ligadas e conectadas, e o produto mais consumido pelos seres huma-
nos é a informação. A todo momento ocorrem bombardeios de informa-
ção, de naturezas mais diversas, graças à internet. Na palma da mão
de cada um, ao alcance de um toque na tela, o acesso a tudo o que
acontece no mundo, em tempo real, se torna uma realidade.
Com isso, também há o acesso ao conhecimento sistemati-

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zado e organizado pela humanidade ao longo de sua existência: da
mecânica clássica à física quântica, da mitologia grega ao sincretismo
religioso do século XXI: tudo o que se desejar aprender, está disponível
on-line. Não há mais a necessidade de recorrer a um professor, detentor
do saber e do conhecimento, para tirar dúvidas em um horário predeter-
minado, em um dia da semana específico.
E o que acontece com a escola diante dessas novas carac-
terísticas da sociedade? Considerando essas mudanças, é importante
que todos os atores envolvidos no processo educacional estejam aten-
tos aos novos paradigmas que surgem e se potencializam por conta
das tecnologias digitais. De que maneira essas questões influenciam
a educação? Como deve ser a educação formal para essa sociedade,
hiperconectada, ubíqua e imediata? O primeiro capítulo deste módulo
trata sobre essas questões.

EDUCAÇÃO NA ERA DA INFORMAÇÃO


O número de estudos sobre a relação entre educação e tec-
nologias vem crescendo ao longo dos últimos anos no Brasil. Se, em
1990, era possível encontrar em determinada base de dados apenas 21
publicações relacionando “educação” e “tecnologias digitais”, em 2015,
esse número chega a 3.802 na mesma base (HEINSFELD, 2018).
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Gráfico 1 – Número de publicações acadêmicas anuais em língua portu-


guesa relacionando tecnologias digitais e educação entre 1990 e 2015
3.802

2.790

861

278
21 70

1990 1995 2000 2005 2010 2015


Número de publicações anuais
Fonte: Heinsfeld (2018, p. 14).

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Esse crescimento é reflexo de mudanças significativas ocorri-
das na sociedade, em especial, os avanços das tecnologias digitais e
a difusão da conexão com a internet para as mais diversas partes do
globo. Essas mudanças são constantes ao longo da história: a cada
novo desenvolvimento tecnológico, as sociedades passam por uma
reconstrução de representações, crenças, estilos de vida (CAMPOS;
HEINSFELD; SILVA, 2018). Isso significa que as tecnologias possuem,
também, uma função social, sobre a qual há a necessidade de reflexão
(BAZZO, SILVEIRA, 2009).

Um exemplo de mudança significativa em nossa sociedade


por conta dos avanços tecnológicos diz respeito à nossa forma de nos
relacionarmos com outros seres humanos. Aplicativos digitais e redes
sociais, como os famosos Tinder e Facebook, possibilitaram não ape-
nas que as pessoas conversassem e trocassem informações, mas que
iniciassem relacionamentos afetivos e sexuais digitalmente. Esse novo
formato de relacionamentos era impensável alguns poucos anos atrás.

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No entanto, cada sociedade, por conta de suas nuances e pe-
culiaridades, tem um ritmo específico para esses processos transfor-
mativos. De acordo com Castells (1999a, b, c), esse ritmo é ditado pela
capacidade de cada sociedade não apenas de incorporar uma nova
tecnologia, mas também de transformar a si própria. Assim, as transfor-
mações sociais advindas dos avanços tecnológicos não ocorrem nem
de forma simultânea, nem de forma igualitária entre as sociedades.
Três décadas atrás, em 1990, o estudioso Pierre Lévy (2016)
pontuava que, por conta dos desdobramentos e avanços tecnológicos,
novas formas de pensar, de interagir e de se relacionar – entre seus
pares e com os mais diversos saberes – surgiriam para os seres hu-
manos. O estudioso previa que, dentro de poucos anos, as tecnologias
digitais seriam o novo mediador dos saberes consolidados pelos seres
humanos. E ele estava certo.
Com a hiperconexão e a incorporação radical da internet no
cotidiano, vem o acesso massivo à informação, levando estudiosos a
afirmarem que hoje vivemos na Era da Informação. Essa alcunha apon-
ta para uma sociedade que está em busca constante de informação, de
conhecimento. A informação passa, portanto, a ser um bem valioso, um
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capital (CAMPOS; HEINSFELD; SILVA, 2018).
Com relação ao campo educacional, diversos questionamen-
tos emergem justamente da noção de que as tecnologias digitais,
suas linguagens e mídias são, hoje, uma das dimensões essenciais da
experiência cotidiana dos seres humanos (SILVERSTONE, 2014). Ao
refletir sobre essa questão, estudiosos afirmam que a educação formal
passa a ter como uma de suas obrigações a formação de cidadãos ca-
pazes não apenas de consumir e compartilhar, mas também de produ-
zir e gerir informação. Para isso, é necessário que sejam incorporadas
habilidades de análise crítica no dia a dia escolar, buscando a formação
cidadã plena de cada um daqueles que vivem e irão continuar vivendo
em sociedades altamente tecnológicas e informacionais.
No entanto, embora a sociedade, como um todo, se veja na
Era da Informação, os modelos educacionais ainda vigentes têm sua
origem na Revolução Industrial, que teve início no século XIII. Focada
na transmissão de conteúdos, na repetição, na rotina e na disciplina, a
pedagogia tradicional não busca exercitar nos estudantes habilidades
criativas, colaborativas, o pensamento crítico, a solução de problemas.
De acordo com Passarelli (2007), o modelo tradicional não se
mostra capaz de atender às necessidades da sociedade na Era da In-
formação, da hiperconexão, da ubiquidade, da mobilidade, da informa-
ção em tempo real, das fake news. Mais do que ensinar os conteúdos
sistematizados das disciplinas, disponíveis on-line, a escola necessita
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auxiliar seus estudantes a refletir sobre esse conteúdo disponível em


rede, e estabelecer relações críticas e significativas entre cada pedaço
de informação e a sociedade em que vive.
Ao olhar para trás, na história da educação, é possível per-
ceber que a geração de estudantes do início do século XXI é bastante
distinta das gerações anteriores, de seus pais, avós e bisavós. Antes,
estudantes enfileirados, disciplina, hierarquia, punições, professor de-
tentor do conhecimento, e conhecimento que, por sua vez, deveria ser
decorado (“de cor e salteado”) pelos estudantes.
As gerações mais recentes, nativas do século XXI, se distin-
guem das anteriores, em especial, por sua relação com a informação e
com o conhecimento. Habituados a interagir e a pesquisar, estudantes
mostram interesse não apenas nos conhecimentos restritos aos muros
da escola, ao ambiente escolar, mas a diversos outros temas e possi-
bilidades, acessados por meio dos dispositivos móveis que carregam
em seus bolsos e mochilas. São jovens que nasceram em sociedades
já altamente tecnológicas, que se mantém antenados às novidades da
internet – novos aplicativos, novas tendências, novos memes, novas
redes sociais – e que fazem seu uso constante no dia a dia.
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E o que isso significa? Significa que, dentro de uma perspecti-
va da educação na Era da Informação, o estudante participa ativamen-
te de seu processo de construção de conhecimento. Estudantes são,
agora, protagonistas dos processos de ensino e de aprendizagem, não
mais meros coadjuvantes.

Cercadas por tecnologias digitais que pautam toda a sua roti-


na, as gerações mais jovens são mais imediatistas e buscam pelo dina-
mismo. Isso inclui também o dinamismo nos processos de ensino e de
aprendizagem. Aulas meramente expositivas com dia e hora marcada
são esvaziadas de sentido para esses jovens.

Com os avanços tecnológicos, a comunicação em tempo real


se dá também com pessoas em diferentes lugares no tempo (ou seja,
em fusos horários diferentes) e no espaço (em cidades, estados e paí-
ses diferentes). O mundo se mostra cada vez mais e mais unificado e
acessível. Os jovens da atualidade debatem em tempo real com pes-
soas de todo o globo sobre jogos, músicas, seriados, filmes, literatura,

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beleza, dieta, esportes e até mesmo sobre política, formando verdadei-
ros nichos de interesse, ao mesmo tempo em que encontram os mais
diversos costumes e culturas on-line. Isso só reforça a importância de
a escola integrar as tecnologias digitais e promover a formação crítica
para o uso dessas mídias que, hoje, pautam a formação cidadã de cada
um.
Diante do exposto, é possível perceber que as perspectivas
que se apresentam para o campo educacional perpassam o trabalho
e o desenvolvimento da habilidade de cada um em se comunicar com
diferentes grupos de pessoas, de diferentes sociedades e culturas, em
tempos e locais distintos e de integrar e atribuir significados a informa-
ções e conteúdos aparentemente dispersos.
Isso é importante porque, ao ampliar virtualmente o acesso de
cada sujeito à informação em tempo real e ao conhecimento historica-
mente consolidado pela humanidade, torna-se possível também propa-
gar o seu próprio conhecimento, utilizando diversas técnicas, ferramen-
tas, mídias e formatos. Além de estudantes dinâmicos e engajados, os
jovens de hoje também se mostram professores on-line, disseminando
tutoriais, dicas, macetes, hacks em seus blogs e vlogs.
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Como visto, as constantes modificações na sociedade, dados
os avanços das tecnologias digitais, levantam questões e desafios para
a educação na Era da Informação, indicando a necessidade de mudan-
ça. As instituições de ensino se veem diante da necessidade de repen-
sarem e de adaptarem suas formas de lidar tanto com seus estudantes
quanto com o conhecimento, se integrando a essa nova sociedade – e
não se mantendo à margem dela.
Os novos estudantes tendem a ser cada vez mais participativos
e ativos em seu processo de ensino e aprendizagem, sejam como estu-
dantes ou professores. Contudo, isso é diferente de ser participativo em
sala de aula, um espaço ainda em processo de (re)significação por seus
atores. Isso significa que a figura docente passa a ser desnecessária?
Absolutamente não.
Assim como ocorre com o papel do estudante, o papel docente
também se modifica. Essa questão será aprofundada em um próximo
capítulo, mas pode-se adiantar que a figura do professor passa a ser a
de mediador. Mediador entre estudantes e mundo, entre estudantes e
conhecimento, orientador nessa jornada de construção do conhecimen-
to, o docente passa a ter papel estratégico na educação dos jovens para
a visão crítica daquilo que os cerca.
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Para que possamos ensinar aos jovens como adotar uma po-
sição crítica sobre o mundo que os cerca, precisamos, nós também,
adotarmos essa posição e nos mantermos atentos às novas configura-
ções da sociedade. Refletir sobre de que maneira essas novas confi-
gurações refletem na educação com relação às tecnologias digitais é o
primeiro passo.

Para finalizar este tópico e antes de avançar ao próximo, algu-


mas provocações aos atuais e futuros pedagogos, docentes e demais
profissionais da educação: Transmitir conhecimentos é o mesmo que
educar? O que significa educar no século XXI? Como dar conta desses
novos desafios?

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INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO EM SOCIEDADES TECNOLÓGI-
CAS
Como visto, a incorporação das tecnologias digitais no cotidia-
no do ser humano influenciou mudanças na sociedade e, um dos cam-
pos em que essas mudanças aconteceram – e continuam acontecendo
– é com relação às maneiras de ensinar, de aprender e de produzir
conhecimento. Mas, essas mudanças não se restringiram às salas de
aula. Ensinar, aprender e produzir conhecimento são atividades huma-
nas, que acontecem a todo o momento, em cada interação.
Um dos viabilizadores das mudanças da relação dos seres hu-
manos com a produção e a disseminação do conhecimento foram os
avanços das tecnologias digitais da informação e comunicação, em es-
pecial da internet, que se transformou no fio condutor das informações
entre as pessoas. Graças a esse avanço tecnológico, indivíduos dos
mais distantes pontos do planeta podem se comunicar e trocar informa-
ções em uma velocidade inimaginável décadas atrás.
E o que são essas tais tecnologias da informação e comunica-
ção? Qualquer avanço tecnológico no século XXI configura como uma
nova tecnologia da informação e comunicação?
De acordo com Wunsch e Junior (2018), há uma pequena di-
ferença entre três expressões de uso corriqueiro com relação a essas
tecnologias.

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Quadro 1 – Diferenças entre expressões de uso cotidiano sobre as tec-
nologias da informação
Tecnologias da In- Expressão empregada para descrever todos os
formação e Comuni- recursos eletrônicos utilizados como fonte de
cação (TIC) comunicação e obtenção de informação.
Expressão utilizada para descrever todos os
Tecnologias Digitais recursos digitais que podem, de alguma forma,
da Informação e Co- ser utilizados para comunicação e informação,
municação (TDIC) como computadores, internet, realidade virtual,
aumentada.
Expressão empregada para descrever todos os
Novas Tecnologias
recursos eletrônicos, digitais ou não, que sur-
da Informação e Co-
giram ao final do século XX e início do século
municação (NTIC)
XXI.
Fonte: Adaptado de Wunsch e Junior (2018, p. 60, grifo nosso).

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O principal é compreender que as tecnologias da informação e
comunicação são as tecnologias que, como a própria expressão indica,
favorecem a comunicação entre os seres humanos e a difusão da infor-
mação. A mudança-chave que ocorre nessas tecnologias é a inserção
das tecnologias digitais, incluindo a internet e seus desdobramentos.
Mas, antes do século XXI já havia diversas tecnologias com o propósito
de informar e comunicar. O rádio e a TV são bons exemplos e mesmo
a utilização do sistema de Correios para o envio de cartas com informa-
ções relevantes para familiares não deixa de ser um tipo de tecnologia.
Cabe dizer que o papel da internet na difusão de informações
vai muito além da transmissão – e do compartilhamento – de notícias
jornalísticas em tempo real, muito além dos canais no Youtube e lives
no Instagram, sendo, hoje, crucial para o campo científico. A divulga-
ção, o compartilhamento e a validação – ou refutação – de informações
científicas se veem facilitados e ampliados de forma significativa graças
às redes on-line, e isso impacta diretamente na sociedade.

Em 2010, Arif E. Jinha publicou um trabalho com resultado sur-


preendente. No artigo “Article 50 million: An estimate of the number of
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scholarly articles in existence”, Jinha mostra que em 2009, uma déca-


da atrás, o número de artigos científicos já publicados ultrapassava 50
milhões. Já a quarta edição de The STM Report, de 2015, afirma que
aproximadamente 2.5 milhões de novos artigos científicos passaram a
ser publicados a cada ano.

Boa parte desses números tem relação com os desdobramen-


tos que a internet trouxe para o cotidiano de cada um: a comunicação
quase instantânea, novas ferramentas, novos recursos, a potencialida-
de de colaboração e produção cooperativa com times e pesquisadores
de partes distantes do globo. Além disso, os avanços das tecnologias
digitais de comunicação permitiram que dados sejam manipulados –
extraídos, comparados, avaliados – rapidamente e que, deles, sejam
geradas informações de extrema importância para nossa sociedade
global.
Todo o potencial das redes no campo científico lança à luz
questões importantes para a reflexão sobre o fazer educacional. A com-
preensão e a apropriação das mudanças na produção e na difusão do
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conhecimento científico em rede e através da rede devem fazer parte
da educação formal e estar ao alcance de seus estudantes. Isso porque
um dos reflexos dessa descentralização é, justamente, o protagonismo
discente já mencionado, uma vez que a escola perde seu posto de local
quase que exclusivo a partir do qual o conhecimento era obtido pelo
estudante via transmissão do professor. Cada estudante, hoje, pode ser
considerado um potencial autor, produtor, gerador e disseminador de
conhecimento de forma autônoma, colaborativa ou não, em rede. Esse
protagonismo deve ser incentivado e desenvolvido dentro das salas de
aula.

Informação e dados não são a mesma coisa. Conforme Deitel


(2009), “dados” são elementos ainda em sua forma “bruta”. Ou seja,
elementos que, isoladamente, não traduzem a realidade. A combinação
e a organização lógica de um conjunto de dados, gerando sentido, é o
que chamamos de informação. Ao conjunto de informações sobre as
quais refletimos criticamente e consolidamos coletivamente, chamamos
de conhecimento.

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Indo além, podemos dizer que a promoção das inter-relações
dado o potencial colaborativo das redes atua na ampliação, por si só,
das possibilidades de construção de conhecimento. A cada colaboração
entre um grupo de indivíduos, ocorrem trocas não apenas científicas,
mas culturais e sociais, modificando os repertórios já existentes em
cada indivíduo, modificando, ainda, suas formas de interpretar o mundo
à sua volta, alterando conhecimentos já existentes.
Como já pontuado, na Era da Informação, o fluxo e o acesso
à informação, sua capacidade de geração e de transmissão são não
apenas fontes de produção de conhecimento, mas também fontes de
poder (CASTELLS, 1999a, b, c). No entanto, a expressão “sociedade
da informação” não é a única que parece retratar a sociedade na con-
temporaneidade.
Eboli et al. (2010), por exemplo, diferenciam as expressões
“sociedade da informação” e “sociedade do conhecimento”. A primeira
teria como foco a busca constante pelo consumo, pela transmissão e
pela difusão de informações. Já a segunda teria como característica
principal o desenvolvimento de competências com base, justamente, no
19
fluxo de informações.
Para além, e como decorrência das duas expressões ante-
riores, a contemporaneidade pode ser representada também por “so-
ciedade da aprendizagem”. Essa sociedade seria aquela na qual a
construção do conhecimento é um bem comum, que ocorre de forma
compartilhada, de forma contínua, individual ou coletivamente, nos mais
diversos domínios sociais.
Ao que tudo indica, a contemporaneidade se identifica com as
três expressões ao mesmo tempo, dependendo de cada sociedade, de
cada indivíduo, de cada coletividade, em maior ou menor grau. Embora
as três expressões apresentem características distintas, em especial
com relação à preocupação maior da sociedade, elas convergem no
que tange à interpretação da informação como matéria-prima para al-
cançar seus objetivos, tendo as tecnologias digitais como viabilizadoras
de todo o processo.

O PAPEL EDUCATIVO DAS TECNOLOGIAS: INTERAÇÃO, INTERA-


TIVIDADE E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
As mídias influenciam diretamente o cotidiano de cada indiví-
duo integrante de uma sociedade altamente tecnológica. Isso é um fato.
A internet, a televisão, os jornais audiovisuais e impressos, o rádio, o
cinema, possuem papel estratégico na formação cidadã de cada um.
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Isso porque, como dito, a construção do conhecimento ocorre a todo


momento, em diversos tipos de interação entre os seres humanos e os
meios em que vivem. A interação está presente em todas as relações
e atividades do ser humano, e a interação com as mídias é uma forma
constante de construção de conhecimento.
No entanto, hoje, o fazer educacional em sociedades altamen-
te tecnológicas se vê permeado por diversos elementos e conceitos so-
ciais e culturais referentes à contemporaneidade. O fazer educacional
tradicionalmente tem como um de seus carros-chefes a interação social
entre docentes e discentes. Isso não foi nem deve ser esquecido. Mas,
hoje, com a incorporação das tecnologias digitais e a inclusão de meto-
dologias de aprendizagem que promovem o protagonismo discente, ou-
tro conceito se faz relevante para a educação, que é o de interatividade.

Antes de avançar na leitura, reflita: você sabe o que significa

20
“educação”? Já parou para pensar na etimologia dessa palavra? Con-
forme Martins (2005), a palavra educação tem origem no latim “edu-
care”, que significa instruir, criar. Mas não é só isso. A palavra deriva
dos sintagmas “ex” e “ducere”, que significam, respectivamente, “fora”
e “guiar, conduzir”. Ou seja: educar significa conduzir para fora. Instruir
e guiar para o mundo.

Embora sejam léxicos bastante semelhantes em língua por-


tuguesa, interação e interatividade não são consideradas sinônimos
no campo educacional, ainda que frequentemente sejam utilizadas –
equivocadamente – dessa forma. Como visto, a palavra interação diz
respeito à relação entre os seres humanos e o mundo ao seu redor,
incluindo outros seres humanos. As interações sociais têm a ver com a
troca entre sujeitos, com os mais diversos fins. A interatividade, por sua
vez, diz respeito à relação que ocorre entre os seres humanos e as mais
diversas tecnologias que os cercam.

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


A diferença de significado entre essas duas expressões não é
um consenso dentro da comunidade acadêmica. Há quem defenda que
são, sim, sinônimos. Há, ainda, estudiosos que defendem que a palavra
“interatividade” deve ser desconsiderada e cair em desuso, sendo pre-
ferível o termo “interação” para todos os casos.

De acordo com Mattar (2009), para que ocorra a interação,


deve haver reciprocidade. Ou seja, é necessário que haja pelo menos
dois sujeitos agindo nessa troca comunicativa, participando de maneira
equivalente, em intercâmbio. Não há interação com apenas um sujeito.
Vale lembrar, ainda, que a interação pode ser mediada por máquinas,
desde que aconteça entre, pelo menos, dois seres humanos. Quando
há uma conversa em um fórum on-line, por exemplo, há uma interação
entre seres humanos mediada por uma tecnologia digital.
A interatividade, como mencionado, diz respeito a um processo
semelhante, mas, que ocorre entre seres humanos e tecnologias, que
podem ser digitais ou analógicas. No que diz respeito às tecnologias
digitais, quando o usuário clica em um botão, acessa um hiperlink, opta
21
por um caminho de navegação em um site, faz determinadas ações em
um jogo etc., e recebe uma resposta imediata da máquina, há interati-
vidade.

Você troca mensagens no WhatsApp ou no Telegram? Manda


direct no Instagram? Cria enquetes no Twitter? Cada resposta que você
recebe de outro ser humano representa um ato de interação mediado
por tecnologias digitais. Mas, para conseguir responder, o outro ser hu-
mano deve clicar em botões, digitar em um teclado virtual, ou mesmo
escolher o sticker mais engraçado do momento para enviar. Isso é inte-
ratividade.

Aplicativos, redes sociais, fóruns, jogos, comunidades de


aprendizagem on-line potencializam tanto as possibilidades de intera-
ção entre seres humanos quanto de interatividade. Isso significa que as
tecnologias digitais são, também, grandes mediadoras do processo de
interação entre os seres humanos em sociedades digitalmente tecnoló-
gicas.
Mas, como tudo isso está refletido, hoje, na sala de aula? Ao
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

buscar na literatura especializada, é possível perceber que tanto o pro-


cesso de interação quanto o de interatividade podem assumir os mais
variados formatos e configurações no cotidiano escolar.

Quadro 2 – Interação e interatividade no ambiente escolar


Interação Interatividade
Infraestrutura da escola
Lousa analógica ou digital
Docentes e docentes
Giz ou caneta para quadro digital
Docentes e discentes
ou analógico
Discentes e discentes
Projetor
Docentes e gestores
Computador
Discentes e gestores
Livro didático
Docentes e responsáveis
Tablet
Gestores e responsáveis
Smartphone
Ambiente virtual de aprendizagem
Redes sociais
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

22
A noção de interação não é nova no fazer educacional. Pelo
contrário: de Piaget a Vygotsky, de Freire a Montessori, o papel das
interações sociais é colocado como uma das pedras angulares dos pro-
cessos de ensino e aprendizagem. A literatura ampla sobre abordagens
e teorias de aprendizagem mostra que o conhecimento é construído a
partir de uma série de interações entre os seres humanos e o meio
em que vivem, incluindo interações entre si (CAMPOS, HEINSFELD,
SILVA, 2018; MATTAR, 2009).
Ou seja, o desafio que se coloca ao fazer educacional com os
avanços tecnológicos não é o da interação, mas, sim, o da interativida-
de. Isso porque não só a interatividade diz respeito, por si só, à incor-
poração das tecnologias digitais no espaço escolar, mas porque essa
incorporação prevê também novas maneiras de estudantes e docentes
se relacionarem com o mundo à sua volta e entre si. Como pontuado no
tópico anterior, hoje, a produção, o consumo e a interação com conteú-
dos on-line fazem parte do cotidiano de cada um e o ambiente escolar
não se deve alienar dessas ações.
A dobradinha interação e interatividade auxilia no desenvolvi-
mento do protagonismo discente, incentivando a promoção da autono-
mia do estudante. Com a mediação das tecnologias digitais, estudantes
podem não apenas participar ativamente de suas aulas – com a aplica-
ção de metodologias ativas, gamificação, jogos e dinâmicas diversas –
mas, ainda, produzir conteúdo e intervir em tempo real, com colocações

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


e construções diversas, na criação de uma comunidade de aprendiza-
gem ativa.

Com o crescimento da educação a distância (EaD), a questão


da interatividade ganha ainda mais foco. Na EaD, interação e interati-
vidade caminham juntas. O docente, professor-tutor, tem o importante
papel de mediador entre estudantes, conteúdos e as mais variadas tec-
nologias escolhidas para apoiar a construção do conhecimento a dis-
tância. Para saber mais sobre o papel da tutoria e sua relação com o
conceito de interação, leia o livro Tutoria e Interação em Educação a
Distância, de João Mattar.

Em resumo, pode-se dizer que incorporar tecnologias digitais


na sala de aula vai muito além de apenas utilizar dessas tecnologias
23
em um ambiente escolar. Envolve promover interação e interativida-
de por meio dessas tecnologias, a partir da escolha de metodologias
adequadas de ensino e recursos digitais que possam convergir, junto à
metodologia, para o encontro dos objetivos didáticos. E, para que isso
seja possível, de acordo com Bates (2019), é necessário que o docente
compreenda os contextos educacionais, sociais, culturais, que estão
envolvidos nessas práticas.
Cabe, no entanto, reforçar que o ato de incorporar as tecnolo-
gias digitais nas metodologias e estratégias didáticas não deve ser in-
discriminado, sem que haja uma reflexão crítica ou por “estar na moda”
e “ser inevitável” dadas as configurações sociais da época. Como pon-
tuam Campos, Heinsfeld e Silva (2018, p. 39).

A escolha da prática pedagógica mais adequada à aprendizagem que se de-


seja alcançar deve ser guiada pela propriedade desta ou daquela prática, e
não pela facilidade de oferta ou pelo modismo. É preciso pensar em práticas
pedagógicas que proporcionem ambientes que ensejem autoria e autonomia
em contextos de irrestrita interação.

Ainda que, na contemporaneidade, as sociedades, em sua


maioria, sejam altamente tecnológicas e hiperconectadas, a escolha de
cada método, cada estratégia, cada recurso ou artefato deve ter como
base os objetivos didáticos e a experiência de aprendizagem, de cons-
trução do conhecimento do estudante, que é a verdadeira raison d’être,
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

a razão de ser da educação.

24
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: SEE-MG Prova: Professor de
Educação Básica – Matemática Nível: Superior
Segundo Borba e Penteado (2001), é INCORRETO afirmar que:
a) quando se iniciaram as discussões sobre o uso de novas tecnologias
na escola, houve um medo de que os professores fossem substituídos
pelos computadores.
b) a prática docente não pode ficar imune à presença da tecnologia
informática.
c) aspectos como incerteza e imprevisibilidade, geradas num ambiente
informatizado, podem ser vistos como possibilidades para desenvolvi-
mento.
d) é impossível haver uma ressonância entre uma dada pedagogia, uma
mídia e uma visão de conhecimento.
e) o computador é visto como uma mídia que traz inúmeras possibilida-
des para o meio educacional.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: UECE – CEV Órgão: SEDUC-CE Prova: Professor
Língua Portuguesa Nível: Superior

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No que diz respeito às tecnologias da comunicação e de informa-
ção no ensino, assinale a opção verdadeira.
a) Os recursos tecnológicos são mutáveis e o seu valor não está em si
mesmos, mas no uso que o professor faz desses recursos.
b) As inovações tecnológicas, por si só, já garantem inovações pedagó-
gicas em sala de aula.
c) O atributo de velho ou novo está no produto, no artefato em si mes-
mo, na cronologia das invenções, independente do uso que se faz dele.
d) As tecnologias que favorecem o acesso à informação e aos canais de
comunicação são, por si mesmas, educativas, pois trazem inerente a si
uma proposta educativa.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CONSULPAM Órgão: Câmara Municipal de Juiz
de Fora - MG Prova: Assistente Técnico Legislativo – Analista na
Área de Educação e Cultura Nível: Superior.
Nos dias atuais, a quantidade de informação disponível para todos
é cada vez maior. Com o uso das novas tecnologias essas informa-
ções tendem a:
25
a) Crescer devido a todos os usuários possuírem o desejo e conheci-
mento de como divulgar informações pertinentes à web.
b) Crescer devido a novas possibilidades de divulgação ou armazena-
mento de diversos tipos de informação.
c) Diminuir com o surgimento de novos aplicativos que ajudarão a sele-
cionar quais informações devem ser divulgadas.
d) Aumentar de acordo com o interesse das classes ricas que são de-
tentoras deste tipo de conhecimento.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CONSCAM Órgão: Prefeitura de Vargem Grande
do Sul - SP Prova: Professor Educação Especial Nível: Superior.
No artigo denominado “Tecnologia assistiva para o ensino de alu-
nos com deficiência: um estudo com professores do ensino funda-
mental”, Cook e Polgar (2008) afirmam que um primeiro conceito a
observar é que a tecnologia pode servir a dois grandes objetivos.
Quais são esses dois objetivos?
a) De aceleração de aprendizagem e de assimilação.
b) De recursos para pesquisa e de aproveitamento.
c) De ajuda e de ensino.
d) De didática e de trabalhos.
e) De competência docente e discente.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Presidente Kennedy
- ES Prova: Professor MAMPP – Pedagogo Nível: Superior.
Refletindo sobre o que são metodologias ativas e o uso de tecno-
logias da comunicação e informação (TICs) no processo de apren-
dizagem, assinale a assertiva correta.
a) A utilização das mídias digitais é contraindicada nos processos de
aprendizagem ativa, pois desviam o foco do aluno quanto a resolução
de problemas.
b) O processo de aprendizagem baseado em metodologias ativas exige
a ação constante do aluno em sala e é dependente das mídias digitais
para ser aplicada.
c) As tecnologias da comunicação não estão relacionadas com a prática
de métodos de ensino ativos nos ambientes formais de aprendizagem.
d) Um repositório de material digital pode ser uma alternativa para que
haja tempo em classe para realizar projetos e resolver problemas, dan-
do protagonismo ao aluno.
e) As metodologias ativas referem-se ao protagonismo docente e este
deve utilizar todos os meios digitais disponíveis para trabalhar o conteú-
26
do planejado.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental, ho-


mologada no Brasil no final de 2017, lista 10 “competências gerais da
educação básica”. Com base no estudado sobre a relação entre tecno-
logias, educação, construção de conhecimento e sociedade, disserte
sobre como a incorporação de tecnologias digitais no cotidiano escolar
pode favorecer, ou não, o desenvolvimento dessas 10 competências.

TREINO INÉDITO
Alguns autores afirmam que interação e interatividade são dois concei-
tos distintos. Essa distinção se daria porque:
a) enquanto a interatividade diz respeito a pessoas, a interação diz res-
peito a máquinas.
b) enquanto a interação diz respeito a pessoas, a interatividade diz res-
peito a máquinas.
c) enquanto a interação diz respeito a seres humanos e máquinas, a
interatividade diz respeito apenas a seres humanos.
d) enquanto a interatividade diz respeito a seres humanos e máquinas,
a interação diz respeito a máquinas e seres humanos.
e) enquanto a interatividade diz respeito à relação entre seres humanos

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


e máquinas, a interação diz respeito à relação entre seres humanos.

NA MÍDIA

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO


ATUAL

Por muito tempo a escola foi um espaço que oferecia métodos defasa-
dos de ensino, fundamentados em quadros-negros, livros e aulas com-
pletamente expositivas. Essa didática estava descontextualizada da
vida dos jovens fora da instituição, e a partir daí surgiu a necessidade
de aplicar a tecnologia na educação. A diferença de realidades entre
o que o aluno tinha acesso na sala de aula e na rua fazia com que o
estudante fosse perdendo o interesse pelas aulas e pelas práticas es-
colares. Uma metodologia que inova e transforma tecnologias em ferra-
mentas pedagógicas pode prender muito mais a atenção do estudante
contemporâneo. Sendo assim, adaptar os sistemas educativos é cada
vez mais necessário.

27
Fonte: Catraca Livre
Data: 26 fev. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://catracalivre.com.br/educacao/enten-
da-a-importancia-da-tecnologia-na-educacao-atual/

NA PRÁTICA

Uma temática que é passível de reflexão durante o exercício diário da


profissão docente é a relação entre as práticas e estratégias didáticas
e o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Isso porque é possí-
vel utilizar tecnologias digitais mesmo em aulas expositivas, nas quais
o docente apenas palestra o conteúdo aos seus estudantes, sem que
haja interação ou interatividade. O uso do PowerPoint para apresentar
slides, por exemplo, embora simbolize uma incorporação tecnológica
na aula, não promove, por si só, interação ou interatividade. É essencial
que o profissional reflita sobre as abordagens didáticas e os objetivos
do uso de cada tecnologia. Metodologias como sala de aula invertida,
ensino híbrido, rotação por estações, entre outras, e estratégias como
as de gamificação podem auxiliar na promoção de uma aula mais dinâ-
mica.

PARA SABER MAIS


INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Pesquisa CETIC.br sobre o uso de tecnologias digitais na educa-


ção básica no Brasil: https://www.cetic.br/pesquisa/educacao/

Currículo de referência em tecnologia e computação: http://curricu-


lo.cieb.net.br/

Diretrizes para uma Política Nacional de Inovação e Tecnologia Edu-


cacional: http://www.consed.org.br/media/download/5adf3c4e10120.
pdf

Vídeo Cultura, Educação e Tecnologias em Debate – Políticas públicas


educacionais e culturais: https://www.youtube.com/watch?v=dbuzpU-
ZxpCo

28
EDUCAÇÃO MEDIADA POR
TECNOLOGIAS

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


Como um campo social e de pesquisa, a educação passou por
diversas transformações ao longo das décadas, mudanças essas que
surgiram como reflexos não só dos avanços tecnológicos, mas de mu-
danças sociopolíticas e econômicas nas sociedades. Por conta disso,
com o passar do tempo, tanto as características do que se considera
“educar” como o papel da escola foram sofrendo alterações.
Ao comparar as três ou quatro últimas décadas, é possível
perceber que a geração mais recente de estudantes se relaciona com
a educação, com o saber, com a troca de conhecimento de maneiras
muito distintas das de outrora. O estudante do século XXI vê o mundo
– e interage com ele –, em boa parte, por meio das telinhas de seus
dispositivos móveis. Essa mudança crucial faz com que emerjam novas
perspectivas para o campo educacional, que ainda carecem de maior
exploração.
Mas, antes de avançar nas novas perspectivas, é necessário
compreender quais foram essas transformações e de que maneira elas
ocorreram no que tange ao fazer educacional.

29
TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO: PASSADO, PRESENTE E FUTU-
RO
Como pontuado anteriormente, os avanços tecnológicos das
últimas décadas proporcionaram diversas transformações na organiza-
ção e no planejamento escolar. Além disso, modificações significativas
ocorreram nas sociedades, de forma que o perfil dos jovens estudantes
também passou por mudanças ao longo do tempo, levando novos de-
safios e novas nuances para a sala de aula.
Conforme Coelho (2012), naturalmente, a geração de estudan-
tes que cresceu imersa em uma sociedade altamente tecnológica, com
um ritmo acelerado de avanços e transformações, acaba por desenvol-
ver habilidades distintas daquelas das gerações anteriores, como as de
pesquisa, de colaboração em rede, a atenção visual aos recursos multi-
mídia e a familiaridade com as hipermídias. Nesse sentido, quanto mais
interatividade e funcionalidade tiverem os recursos multimídia utilizados
na educação, mais atrativos serão para os estudantes dessa geração
(PALFREY; GASSER, 2011).
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Em 2017, as pesquisadoras Bruna Damiana Heinsfeld e Magda


Pischetola publicaram um estudo qualitativo realizado com 67 professo-
res da rede municipal do Rio de Janeiro, sobre a questão do “nativismo
digital”. As autoras observavam que, em geral, as habilidades e compe-
tências pontuadas pelos docentes para qualificar os jovens como “na-
tivos digitais” são operacionais, e não informacionais. Para aprofundar
nesse assunto, leia o artigo “‘Eles já nascem sabendo!’: desmistificando
o conceito de nativos digitais no contexto educacional”, disponível on-
-line.

Como já mencionado, os sistemas educacionais passaram por


modificações, reflexos dessas alterações na sociedade. Sob a perspec-
tiva das tecnologias, é possível afirmar, conforme Lengel (2012), que
a educação passou (e ainda passa) por três momentos distintos – a
educação 1.0, a 2.0 e a 3.0 –, cada momento com suas características
específicas.

30
Educação 1.0
Sob essa perspectiva tecnológica, o que Lengel (2012) chama
de educação 1.0 é o modelo tradicional, que se manteve até a dissemi-
nação da chamada web 1.0, a web “estática”, que era apenas acessada
para o consumo de informações pontuais (LENGEL, 2012). Nesse mo-
mento, as tecnologias que dividam espaço no ambiente escolar eram
também estáticas e analógicas, como a lousa de giz, as mesas e ca-
deiras organizadas em fileiras, cadernos e lápis. Em instituições mais
engajadas com os avanços tecnológicos, era possível notar a presença
também de mimeógrafos e retroprojetores.
Como se sabe, o modelo educacional tradicional tem como ca-
racterística a figura do professor como centro do processo de ensino e
aprendizagem, detentor do conhecimento que deveria ser memorizado
e reproduzido fielmente por seus alunos (CAMPOS; HEINSFELD; SIL-
VA, 2018).

Você já conversou com alguma pessoa 30 ou 40 anos mais


velha que você sobre como era a experiência escolar naquela época?

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


Muito possivelmente seus pais, avós ou outros conhecidos que tenham
hoje mais de 50 anos passaram pela experiência da educação 1.0, que
incluía, além do professor como figura central, punições rígidas para
aqueles alunos que, de alguma forma, não atendiam às expectativas.

Nesse modelo, antes do formato de grupos de estudantes, era


comum que o aluno tivesse o seu tutor ou mestre, que lhe ensinava
individualmente. Os livros, as enciclopédias e outras obras para estudo
eram acessados nas bibliotecas.

Educação 2.0
Já a chamada educação 2.0 é contemporânea ao surgimento e
início da disseminação da web 1.0, como dito, ainda estática, cujo aces-
so se dava para consumo passivo de informações. Neste modelo, o
professor se mantém como o centro do processo de ensino e de apren-
dizagem, como a fonte primária de conhecimento (LENGEL, 2012).
Nesta época, o professor passa também a ensinar para grupos
maiores de estudantes e, em algumas localidades, a web passa a ser
31
fonte de pesquisa. Contudo, o engajamento dos estudantes com a rede
é ainda limitado. Isso porque, por ser ainda recente, o acesso à web ain-
da era restrito a poucos lugares, como universidades e escolas de elite
e tendo como foco o conhecimento acadêmico-científico. Os vídeos sur-
gem com mais força como tecnologias a serem incorporadas em sala de
aula, em “aulas especiais”, e os retroprojetores também se proliferam.

Educação 3.0
Já na contemporaneidade, após a disseminação em mas-
sa das tecnologias digitais e sua chegada nas escolas, já no início do
século XXI, emergem não só novas estratégias didáticas por conta do
crescente uso das tecnologias, mas, também, surge o desejo de uma
ruptura com os modelos educacionais até então experimentados em
sala de aula (CAMPOS; HEINSFELD; SILVA, 2018), desejo esse que
sustenta os alicerces da educação 3.0.
Na educação 3.0, os estudantes passam a interagir com uma
miríade de recursos multimídia, em dispositivos móveis como tablets e
smartphones, e tanto estudantes quanto docentes produzem e compar-
tilham conteúdos digitais em seu dia a dia. Vídeos, animações, simu-
lações e ambientes virtuais de aprendizagem passam a ganhar mais e
mais espaço no cotidiano escolar.
No entanto, como já reforçado, apenas o acesso às tecnolo-
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

gias digitais e à web não se mostra suficiente para dar conta dessa
ruptura, sendo um debate constante.
A seguir, um quadro comparativo com as principais característi-
cas de cada um desses três momentos da educação, sob a perspectiva
das tecnologias, conforme Lengel (2012).

Quadro 3 – Comparativo entre os três momentos da educação, sob a


perspectiva tecnológica
Educação 1.0 Educação 2.0 Educação 3.0
Professor como único Professor como único Docente no papel de
detentor do conheci- detentor do conheci- mentor, guia, orienta-
mento. mento. dor.

32
Aulas expositivas pe-
Aulas mais dinâmi-
las quais o professor
cas, favorecendo o
Aulas expositivas pe- transmite seu conhe-
protagonismo discen-
las quais o professor cimento, podendo
te e o estudante como
transmite seu conhe- eventualmente levar
centro do processo
cimento. em consideração al-
de ensino e aprendi-
guma contribuição do
zagem.
aluno.
Lousa de giz, livros,
anotações com lápis Lousa para cane-
Lousa de giz, livros,
e caderno, TV para tas, lousa interativa,
anotações com lápis
exibição de vídeos, computador, tablets,
e caderno, mimeógra-
retroprojetores, even- smartphones, projeto-
fos e retroprojetores.
tualmente computa- res digitais.
dor.

Fonte: Adaptado de Lengel (2012).

Apenas quando se chega à educação 3.0 é que os estudantes


conquistam a autonomia no processo de construção de conhecimento,
rompendo com a relação de dependência da figura docente para que
haja aprendizagem. No momento 3.0, docentes e discentes passam a

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


ter uma relação mais horizontal, contribuindo mutuamente em um pro-
cesso democrático de construção colaborativa de conhecimento.
O histórico desses três momentos da educação sob a pers-
pectiva tecnológica mostra uma passagem do professor detentor de
conhecimento a um docente mentor, orientador, guia; das aulas ex-
positivas tradicionais e conteúdos a serem decorados e repetidos por
alunos, passa-se a aulas dinâmicas, interativas, à construção coletiva
do conhecimento; da atuação passiva ao protagonismo discente. Esse
caminho, como se pode perceber, é traçado lado a lado com os avanços
tecnológicos e influenciado por eles. Conforme Campos, Heinsfeld e
Silva (2018, p. 31):

Um novo sujeito e um novo contexto pedem um novo olhar sobre os fazeres


pedagógicos. Isso significa que o fazer educacional está sempre em mo-
vimento, em transformação. Transformam-se os contextos e os cenários.
Transformam-se as teorias que embasam as práticas docentes e a maneira
de encarar não só essas mudanças socioculturais, mas o protagonismo dis-
cente, a cognição e o conhecimento. E, assim, transformam-se também os
fazeres pedagógicos.

33
No entanto, não é possível afirmar que a educação 3.0 se dis-
seminou e se consolidou amplamente no Brasil. Conforme Pischetola
(2016), pesquisas mais recentes no campo educacional concluem que,
embora seja identificado o uso constante das tecnologias digitais pelos
jovens, o que potencializa a ampliação de oportunidades de acesso e
de construção do conhecimento, esse uso parece ainda se restringir
ao uso operacional e instrumental, não chegando a ser desenvolvidas
práticas verdadeiramente autônomas e críticas dos estudantes. A partir
disso, pode-se inferir que os estudantes, por conta própria, possuem
poucas chances de desenvolver e aprimorar tais habilidades. É papel
da escola e dos docentes a atuação em prol da promoção dessa auto-
nomia, em busca de uma formação cidadã crítica com relação às tec-
nologias digitais.

LETRAMENTO DIGITAL: O QUE É ISSO?


Ao ler ou ouvir o termo “letramento”, é comum que haja uma
associação com a ideia de alfabetização, ou seja, aprender a ler e es-
crever. No entanto, o termo letramento vai muito além do aprendizado
dos códigos de uma língua. Na verdade, é possível falar não de apenas
um, mas de vários tipos de letramento.
O conceito de letramento tem a ver com a possibilidade de
enxergar e participar do mundo de forma cidadã, crítica e reflexiva, via-
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

bilizando que cada indivíduo seja capaz de interagir ativamente com


sua cultura e sua sociedade. Para que isso seja possível, cada sujeito
deve ser letrado de diversas formas. Uma dessas formas é o letramento
digital.

Para que uma pessoa seja considerada “letrada”, ela deve ser
apta a muito mais do que “apenas” ler e escrever. Um indivíduo letrado
deve ser capaz de interpretar e interagir com o mundo a sua volta, em
toda a sua complexidade de linguagens (verbais e não verbais), mídias
e gêneros textuais. Ou seja, podemos dizer que compreender as lingua-
gens e mídias digitais faz parte do conceito de letramento do século XXI
(HEINSFELD; PISCHETOLA, 2017).

O letramento digital ou letramento multimídia (ou, ainda, o mul-

34
tiletramento) está relacionado com os avanços tecnológicos e a pene-
tração das tecnologias nos cotidianos das mais diversas sociedades.
Esse conceito diz respeito às habilidades de compreensão não apenas
técnica, operacional e instrumental, mas informacional e comunicacio-
nal dos recursos multimídia. De acordo com Bauler (2011, p. 7):

É preciso notar que os letramentos devem ser entendidos como práticas so-
ciais em que os indivíduos se engajam cotidianamente por meio de comuni-
dades interpretativas, instituições e outros modos de agir discursivamente
através da linguagem. Devido à sua natureza social e variada, os letramentos
devem ser considerados em suas multimodalidades, incluindo aí não só o
texto escrito, mas todas as formas semióticas de construção de significado.

Para interpretar um meme ou uma fanfic, precisamos de co-


nhecimentos que extrapolam a decodificação de letras, sílabas e pa-
lavras. Precisamos conhecer todo um código semiótico pertencente
àquele contexto específico, como a relação entre a imagem escolhida
para o meme (que traduz uma mensagem, por si só) e o texto indicado
sobre a imagem.

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


É comum que o jovem ou adulto que possui uma rotina per-
meada pelo uso constante das tecnologias digitais sequer perceba es-
sas nuances do letramento digital no dia a dia. As novas linguagens,
gêneros e possibilidades interpretativas acabam por acontecer de forma
tão fluida e natural que deixam de causar estranhamento.
Mas esta não é uma verdade universal, tão pouco homogênea
entre as populações no Brasil. Nem todas as comunidades são altamen-
te tecnológicas e nem todos os jovens e adultos possuem esse contato
diário constante com as tecnologias digitais, reforçando a importância
do papel escolar no que tange ao letramento digital.

Você já percebeu que, quando vai salvar um arquivo no Word,


no Excel, no PowerPoint ou em outros programas, geralmente você
clica em um pequeno ícone quadradinho? Você já parou para pensar
sobre ele? Por que ele tem esse formato? O que ele representa? Pes-
35
quise on-line sobre isso e descubra qual o simbolismo ligado a esse
ícone. Depois de pesquisar, reflita sobre a adequação desse símbolo
atualmente.

Como é possível perceber, o próprio conceito de letramento


também é sujeito a mudanças conforme os avanços tecnológicos e as
modificações sociais e culturais. Isso acontece porque, conforme as
tecnologias se modificam, também se modificam as práticas sociais
relacionadas às tecnologias. Hoje, as práticas sociais são permeadas
pelas multimídias (ROJO; ALMEIDA, 2012).
Ao relacionar o conceito de letramento (ou multiletramentos) ao
cotidiano escolar, outro aspecto importante para ser levado em consi-
deração no debate é a valorização dos conhecimentos prévios de cada
um. Como pontuam Ferreiro e Teberoski (1999), estudantes não são
“tábulas rasas” e têm contato diário com uma série de tipos e gêneros
textuais e linguagens verbais e não verbais, seja na troca diária com co-
legas, em um passeio no shopping, ao jogar on-line, no supermercado,
nas propagandas na TV, na internet, nas ruas.
Mas, como trabalhar o conceito de letramento, ou multiletra-
mentos, em sala de aula? Ao contrário do que pode ser a primeira im-
pressão de alguns, o “letramento”, qualquer que seja, não é responsabi-
lidade exclusiva da equipe de língua portuguesa e redação. O trabalho
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

deve ser de competência de toda a equipe pedagógica, incluindo do-


centes das ciências exatas e da natureza, das ciências sociais, das ar-
tes e demais áreas do saber.
Nesse sentido, tanto o trabalho com o letramento de cada área
– como o letramento científico –, quanto o letramento digital, ou mesmo
o letramento na língua mãe do estudante, devem passar por toda a
equipe docente da instituição, sendo construídos nas diversas áreas do
conhecimento, de várias formas.

Você já teve aulas de cartografia na escola? O que você sabe


sobre ler mapas? E gráficos? Qual a diferença entre um gráfico pizza e
um gráfico em linha? A leitura de mapas e gráficos também faz parte do
conceito de letramento. Assim, é possível dizer que cada área do saber
também possui seus letramentos (SOARES, 2003).

36
Contudo, ao se analisar as mais diversas dificuldades que os
estudantes, jovens e adultos, apresentam tanto dentro da escola, na
educação formal, quanto em determinadas tarefas de seu dia a dia, é
possível perceber que ainda há uma lacuna no que tange ao pensa-
mento crítico, à interpretação dos mais diversos textos (como gráficos,
mapas, memes e mesmo informações jornalísticas), e ao uso das mais
diversas tecnologias, como os aplicativos de bancos totalmente digitais.
Ou seja, há uma lacuna nos letramentos.
Esse panorama salienta a importância do trabalho constante e
contínuo dentro de sala de aula e dos ambientes escolares com os mais
diversos letramentos, seja digital ou não, buscando a formação cidadã
plena de cada estudante, em cada contexto de aplicação. Todavia, nas
palavras de Pischetola et al. (2019, p. 9):

Pesquisas da última década confirmam a dificuldade dos professores em


introduzir as TICs em sua prática pedagógica, devido principalmente a falta
de formação, insegurança frente ao novo, e a necessidade de revisão das
linguagens que compõem os multiletramentos do mundo contemporâneo.

Uma dessas pesquisas é a de Naumann (2016), que analisou,


entre outros elementos, a compreensão de docentes da educação bá-
sica da rede municipal do Rio de Janeiro sobre o termo letramento. Os
resultados são alarmantes. Dos 64 entrevistados, 28 reconheciam ape-
nas parcialmente o termo e 25 não reconheciam em absoluto o termo,

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


como mostra o gráfico a seguir.

37
Gráfico 2 – Representação gráfica das respostas dos entrevistados com
respeito ao termo “letramento”.

Reconhecimento do termo "letramento"

2 9

25

28

Reconhece totalmente
Reconhece parcialmente
Não reconhece
Não foi possível depreender a informação
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Naumann (2016, p. 47).

Diante desse cenário, como sanar essa questão? Como levar


para os docentes e à gestão a compreensão e o domínio do novo, sem
que haja insegurança ou dificuldades?

A pesquisa de Naumann (2016) não se restringiu apenas à


compreensão do conceito, mas buscou, ainda, analisar as práticas do-
centes com relação aos multiletramentos. Você pode saber mais sobre
o resultado da pesquisa lendo a dissertação “Multiletramentos na sala
de aula: entre a intuição e a intencionalidade”, disponível on-line.

38
NOVOS CENÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO
Antes de tudo, o espaço da sala de aula é um espaço de inte-
ração entre docentes e discentes. E é a partir do processo de interação
que o ensino e a aprendizagem se materializam: em cada troca de ex-
periências entre estudantes e professores, ambos os grupos aprendem.
Mas, com as mudanças na sociedade, novos cenários emergem para a
educação.
Conforme Pischetola e Miranda (2019), são três as crises prin-
cipais pelas quais passam a escola e seus fundamentos: a da organiza-
ção escolar, a da didática e a do conhecimento. De acordo com as au-
toras, mais do que crises originadas dos avanços tecnológicos, trata-se
de fenômenos que têm relação íntima com a desvalorização da reflexão
e do pensamento crítico no ambiente escolar.
No contexto educacional do século XXI, muitos questionam se
as máquinas e tecnologias digitais irão substituir o papel do docente.
A resposta é negativa. O que ocorre é uma mudança de papeis, cada
ator se adaptando aos novos contextos, que contam com as mudanças
tecnológicas constantes no campo da comunicação e da informação.
Na mesma medida em que as tecnologias digitais podem auxi-
liar na superação dessas crises, elas também podem acabar auxiliando
na sua propagação e manutenção. Isso por conta de alguns mitos que
são criados em torno das potencialidades das tecnologias digitais e seu

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


papel na educação, como o mito do nativismo digital (em que os estu-
dantes já nascem sabendo e não precisam de auxílio quanto às novas
tecnologias) e o mito de que as tecnologias podem, por si só, motivar os
estudantes, sem o apoio docente.
Junto à Era Digital, cresce a Educação Digital. A relação entre
docentes, discentes e tecnologias digitais permeia o fazer educacional,
incluindo contatos fora de sala de aula, via redes sociais educacionais
ou não. Houve um apagamento das linhas que delimitavam os tempos
e os espaços em que o aprendizado poderia acontecer. Conforme Cam-
pos, Heinsfeld e Silva (2018, p. 41-42, grifos originais):

[...] ao trabalharmos em prol da metamorfose das salas de aula presenciais


tradicionais em comunidades de aprendizagem, percebemos que o papel
docente também se altera: daquele que professa àquele que medeia. Esse
papel se vê potencializado pelas tecnologias digitais, que, ao serem explora-
das, tornam-se também espaço de diálogo entre estudantes e professores.

Como reforçado, a tomada de consciência sobre os novos pa-


peis e atribuições de docentes e discentes é imprescindível, tanto por
parte desses grupos quanto da gestão das instituições.

39
Contudo, não podemos cair na armadilha de acreditar que o
estudante, uma vez no centro do processo, deve ser o único responsá-
vel pelo processo de construção do conhecimento. Deslocar o docente
do centro do processo não significa destinar a ele um “lugar menor”.

Neste momento da educação, os estudantes são cada vez mais


protagonistas em seu processo de aprendizagem. Já o docente tem seu
papel deslocado, do detentor de conhecimento para um guia, um maes-
tro, orientando os estudantes em suas jornadas de descobrimento e de
construção de conhecimento. Mas nem sempre essa adaptação é fácil.
Já em 2010, Prensky (2010) pontuava que professores com
mais de 20 anos de carreira (hoje mais de 30!) não haviam crescido em
meio as tecnologias digitais, pertencendo a gerações que precisaram se
adaptar às velozes mudanças que essas tecnologias trouxeram para o
cotidiano, inclusive o escolar.
Mais do que os simples hábitos rotineiros, é importante, ainda,
lembrar que os docentes com mais anos de experiência provavelmente
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

passaram por processo de ensino formal muito distintos dos que hoje
são solicitados a performar em sala. Ou seja, os modelos e aborda-
gens pedagógicas com os quais tiveram contato como estudantes e nos
quais basearam suas próprias práticas por tantos anos, perdeu espaço
dentro de sala de aula.

A incorporação das metodologias ativas e das tecnologias digi-


tais em sala de aula não significa a abolição de aulas expositivas, con-
sideradas mais tradicionais. Para tudo há o seu momento. Para saber
mais sobre o papel da aula expositiva, do quadro e do giz na sala de
aula, recomendamos a leitura do artigo “10 técnicas para melhorar ime-
diatamente sua aula com o uso adequado da lousa e giz”, de Rodrigo
Fulgêncio Mauro, disponível on-line.

40
O papel docente, embora modificado, ainda é (e, ao que tudo
indica, continuará sendo) essencial aos processos de construção cola-
borativa e coletiva de conhecimento, como orientador dos estudantes
no desenvolvimento de sua autonomia intelectual. Ou seja, a relação
entre grupos de docentes e discentes é uma condição sine qua non
para que os processos de ensino e de aprendizagem ocorram, em movi-
mentos constantes de ressignificações do conhecimento escolar formal.
Nesses novos cenários que emergem para a educação, cabe
aos docentes o papel também de instigar seus estudantes, de maneira
a estimular seu pensamento crítico e a trabalhar ações refletivas diante
da sociedade e dos grupos nos quais estão inseridos.

A valorização dos conhecimentos prévios dos estudantes por


parte do docente é fundamental no estímulo e no desenvolvimento da
autonomia intelectual do estudante. Como vimos, no novo cenário edu-
cacional, da educação 3.0, o estudante deve ser o protagonista do pro-
cesso de construção do conhecimento. Para isso, docentes devem estar
atentos aos conhecimentos tácitos e explícitos que cada estudante leva
para a sala de aula, utilizando suas contribuições para enriquecê-la.

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


Além de toda a questão da incorporação das tecnologias digi-
tais em sala de aula, pode-se dizer que um dos pontos-chaves dos no-
vos panoramas para a educação é a democracia. Todas as mudanças
ocorridas nas sociedades e nos contextos educacionais, que promovem
a autonomia intelectual dos estudantes, refletem também em ambientes
mais democráticos, uma vez que todos devem possuir voz e vez em
sala de aula.
Contudo, muitos profissionais da educação permanecem com
uma postura de transmissão de conhecimentos, no lugar de construção
coletiva e colaborativa. Este é um posicionamento que parece não caber
mais nas salas de aulas de sociedades digitalmente integradas, com
tecnologias móveis e ubíquas e o acesso às mais diversas informações
à distância de um toque.
Para isso, os novos cenários para a educação devem promo-
ver uma ruptura com a ideia de “ritual-aula”, do espaço de hierarquia e
disputas de poder, no qual as ações e decisões visam, apenas, a ma-
nutenção do status quo da sociedade, e não a busca pela emancipação
41
de seus jovens (HEINSFELD, 2019).

Você sabia que é possível estabelecer uma relação entre o


quão autoritária ou democrática uma sala de aula é e quais os usos
feitos das tecnologias digitais nesse contexto? As pesquisadoras Mag-
da Pischetola e Bruna Damiana Heinsfeld falam sobre esse assunto e
compartilham seus resultados no artigo “Technologies and Teacher’s
Motivational Style: A Research Study in Brazilian Public Schools”, publi-
cado em 2018 pelo Journal of Educational, Cultural and Psychological
Studies, disponível on-line.

Vale lembrar, ainda, que aulas expositivas, por exemplo, nas


quais o docente expõe conceitos e conteúdos, não são necessariamen-
te ruins ou antidemocráticas. A combinação de metodologias e abor-
dagens pedagógicas deve sempre ter como base a reflexão sobre as
experiências e as necessidades de aprendizagem dos estudantes. Tudo
deve iniciar e terminar no estudante e essa reflexão é basilar para a prá-
tica docente. A partir disso, é possível garantir que o ambiente escolar
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

seja democrático e que seus estudantes tenham papeis de destaque.


No entanto, embora as aulas expositivas também tenham seu
momento e seus objetivos didáticos, para que seja possível trabalhar
o desenvolvimento da autonomia intelectual dos estudantes, em um
ambiente democrático e que o valorize, é necessário que os momen-
tos de aula ultrapassem a ideia de apenas transmissão e exposição de
conteúdos. Isso porque, como visto, as tecnologias digitais propiciam e
potencializam que, cada vez mais, os conhecimentos se materializem
tanto dentro quanto fora de sala de aula.
Ainda falando dos novos cenários potencializados pela rela-
ção entre tecnologias e educação, as interações virtuais em aplicativos,
jogos e redes sociais levaram para o cotidiano discente a convivência
ainda mais ampla com pessoas diferentes, de culturas, opiniões e cos-
tumes distintos.
No que tange às relações entre docentes e tecnologias digitais,
nas palavras de Pischetola e Miranda (2019, p. 88-89):

[...] agora, mais do que nunca, o professor precisa desenvolver seu papel
de mediação pedagógica, frente a uma sociedade complexa, que precisa de

42
muitos letramentos e habilidades diversificadas. Sem mediação pedagógica,
desperdiçam-se as possibilidades que as TIC poderiam trazer para a sala de
aula, quando entendidas como elementos culturais.

Os novos cenários que se configuram no fazer educacional es-


tão permeados por novas potencialidades. O docente atual deve procu-
rar a mobilização conjunta dos saberes, da experiência docente e dis-
cente, da interação e da comunicação, encarando a sala de aula como
um ecossistema (PISCHETOLA, MIRANDA, 2019). Esses esforços de-
vem acontecer com o objetivo de desenvolver e promover a aprendi-
zagem significativa, oportunizando que os estudantes compreendam a
importância não só dos conhecimentos científico-escolares para o seu
dia a dia, mas ainda a importância do pensamento crítico, da reflexão,
da criatividade, seja em um mundo digital ou analógico.

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

43
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: Prefeitura de Cristalina - GO Pro-
va: Professor Nível: Superior.
Com relação às Tecnologias da Informação e da Comunicação
(TIC) na educação, assinale a alternativa correta.
a) A utilização das TIC nos processos educacionais não altera a relação
nem as formas de comunicação entre educadores e educandos.
b) A utilização das TIC como mediadoras do processo de ensino-apren-
dizagem independe das concepções que fundamentam a prática peda-
gógica do professor e da escola.
c) Um dos principais desafios ao emprego das TIC nos processos edu-
cacionais é garantir a formação dos professores para o uso crítico e
reflexivo dos dispositivos tecnológicos.
d) A rapidez na comunicação, propiciada pela Internet, não altera as
relações sociais quanto às formas de ser-estar-agir no mundo.
e) O uso de dispositivos tecnológicos, mediando os processos de ensi-
no-aprendizagem, só se aplica em aulas expositivas.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Presidente Kennedy
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

- ES Prova: Professor MAMPP – Pedagogo Nível: Superior.


O uso das tecnologias da comunicação e informação (TICs) na
educação propiciam uma abordagem pedagógica com base nos
conceitos de sala de aula invertida. Sobre a dinâmica da sala de
aula invertida é correto afirmar que:
a) tem como objetivo limitar o processo de aprendizagem do aluno no
uso das mídias.
b) os alunos passam a planejar suas próprias atividades com ajuda das
mídias.
c) o educador utiliza-se das mídias para disponibilizar conteúdos antes
das aulas.
d) toda a ação pedagógica passa a ser realizada através das mídias
digitais.
e) sua prática é voltada para a educação a distância e não para a edu-
cação presencial.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Santa Rosa - RS
Prova: Professor de Artes Nível: Superior.
44
Segundo Fava, assim como na lógica das redes sociais com aces-
so cada vez mais ubíquo, na Educação 3.0, a aprendizagem ocorre:
I. Em redes.
II. Somente na Escola, em laboratórios de informática.
III. Em qualquer lugar, espaço e tempo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Gramado - RS
Prova: Professor de Séries Iniciais Nível: Superior.
Segundo Libâneo (2011), “Ao contrário, pois, do que alguns pen-
sam, existe lugar para a escola na sociedade tecnológica e da in-
formação, porque ela tem um papel que nenhuma outra instância
cumpre”. Com essa visão, Libâneo afirma que a escola necessita:
a) Acreditar que esse é o local onde o aluno busca o maior contingente
de informação.
b) Priorizar ao aluno o domínio da linguagem, tendo como objetivo maior
a busca da informação.

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


c) Ter consciência de que o valor da aprendizagem escolar está, justa-
mente, no trabalho que privilegia o desenvolvimento cognitivo do aluno.
d) Continuar conduzindo o currículo por meio da exposição oral, ampa-
rado pelas diferentes formas de informações, em especial, as contidas
no livro didático.
e) Deixar de ser meramente uma transmissora de informação para ser
um lugar de análise crítica e produção de informação.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Órgão: Prefeitura de Santa Luzia - MG
Prova: Especialista em Educação Básica (EEB) – Supervisor peda-
gógico Nível: Superior.
Coll e Monereo (2010) analisam o impacto das tecnologias da infor-
mação e da comunicação (TIC) na sociedade atual e as modifica-
ções das práticas sociais e educacionais resultantes dele.
Acerca dos papéis do professor e do aluno com o uso das TIC na
educação, é correto afirmar:
a) A representação do professor com o uso das TIC é de protagonista
central das trocas de informações entre seus alunos e de guardião do
45
currículo.
b) O papel do professor como transmissor de informação é fortaleci-
do.
c) Com as TIC, cabe ao professor, entre outros papéis, o de seletor e
gestor dos recursos disponíveis.
d) Nas tarefas escolares, o uso das TIC em seu potencial tende a des-
considerar a colaboração entre os alunos.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Na contemporaneidade, o conceito de alfabetização parece ter sido


atualizado para o de letramento. Mais do que isso, pesquisadores e
autores do campo educacional afirmam que não há apenas um letra-
mento, mas distintos, cunhando o termo multiletramentos, dentre eles,
o letramento digital. Com base no exposto, disserte sobre as diferenças
entre o conceito de alfabetização tradicional e o de letramento, expan-
dindo a explicação aos multiletramentos e exemplificando-os.

TREINO INÉDITO

Considerando o acesso constante e facilitado à informação por meio


das mídias e tecnologias digitais e as perspectivas para o fazer educa-
cional, pode-se dizer que:
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

a) a escola não deve se envolver no tipo de informação que os estudan-


tes consomem fora de sala de aula.
b) as tecnologias digitais passaram a ser responsáveis pela informação,
não havendo necessidade de envolvimento docente.
c) o papel de formador cultural agora é atendido pelas tecnologias digi-
tais, não sendo mais obrigação da escola.
d) a atuação docente é necessária para a mediação entre estudantes,
informação e tecnologias.
e) a cultura escolar e a cultura das tecnologias não devem se misturar,
sendo o conhecimento escolar o único válido.

NA MÍDIA

ALUNOS SE TRANSFORMAM EM YOUTUBERS PARA ENSINAR


CONTEÚDOS DO 5° ANO
Como usar a tecnologia para rever em qualquer lugar o conteúdo apren-
dido na escola? A partir dessa ideia, iniciamos o projeto “Quinto ano
descomplica”, um canal no YouTube que leva o conhecimento além da
sala de aula, ajudando no aprendizado dos alunos e até de outras pes-
46
soas.
O projeto teve início na Escola Básica Municipal Professora Ruth Faria
dos Reis, em Biguaçu (SC), a partir do comentário de um aluno, que em
sala de aula disse que editava vídeos para a internet. Quando surgiu a
ideia, eles pensaram que eu gravaria vídeos, para que eles pudessem
estudar e rever o conteúdo em casa. Até que eu fiz a proposta de que
quem gravaria os conteúdos seriam eles próprios. No início, eles gra-
vavam e me enviavam. Era uma brincadeira, uma espécie de reforço
escolar, mas depois percebemos a necessidade de melhorar as grava-
ções e profissionalizar o conteúdo.

Fonte: Porvir
Data: 12 de novembro de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://porvir.org/alunos-se-transformam-em-
-youtubers-para-ensinar-conteudos-do-5-ano/

NA PRÁTICA
No seu dia a dia como profissional da educação, é importante não per-
der de vista de que maneira as tecnologias digitais são incorporadas
no cotidiano escolar e criar oportunidades para o debate crítico. Seus
estudantes costumam conversar sobre notícias ou canais que viram on-
-line? Levam essas discussões para a sala de aula? Uma boa maneira
de começar essa incorporação é levar para a sala de aula algum tema

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


de discussão entre os estudantes que tenha origem nos perfis e canais
on-line, dando vez e voz aos saberes dos estudantes, a seus costumes
e interesses que extrapolam a sala de aula, criando um link entre seus
conhecimentos e o conhecimento científico-escolar. Ao preparar sua
aula, uma ideia é buscar temas que tenham sido “trending topics” nas
redes sociais, memes, e até mesmo fake news, para trabalhar em sala
de aula.

PARA SABER MAIS


Letramento Digital para Idosos:
http://www.futura.org.br/trilhas/letramento-digital-para-idosos-a-impor-
tancia-desta-inclusao/

O papel das práticas pedagógicas mediadas por tecnologia:


http://cieb.net.br/o-papel-das-praticas-pedagogicas-inovadoras-media-
das-por-tecnologia/

A escola do futuro:
https://www.youtube.com/watch?v=v5nlwicLiQg
47
TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS DIGITAIS
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Já se inicia a segunda década dos anos 2000 e a socieda-


de vive um contexto de constantes mudanças. Como mencionado, os
avanços tecnológicos além de influenciarem o comportamento social,
questões socioeconômicas, políticas e culturais, fazem emergir também
novas possibilidades, caminhos e desafios para a educação.
Novas terminologias, novos recursos, novas aplicações. Nesse
cenário, a educação se vê em um importante momento de metamorfo-
ses, no qual é preciso não apenas reconhecer a importância das tec-
nologias no mundo atual, mas analisar criticamente seu potencial para
incorporação nos processos de ensino e aprendizagem.
Redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, am-
bientes virtuais de aprendizagem colaborativos, blogs, microblogs, jo-
gos on-line, objetos de aprendizagem, apresentações multimídia, livros
digitais, vídeos, podcasts etc. Esses e muitos outros recursos podem
ser analisados e utilizados com objetivos didáticos e estratégias claras.

48
APRENDIZAGEM COLABORATIVA E REDES SOCIAIS
É sabido que os seres humanos são seres sociais que vivem
em grupos organizados e que possuem necessidade de trocas diversas
entre membros de sua mesma espécie, pelos mais diversos motivos.
Com a consolidação das sociedades, os relacionamentos e a comuni-
cação entre seres humanos passaram a ocorrer de várias formas, in-
cluindo o próprio convívio social direto, a comunicação por cartas, por
telefonia e, hoje, por meio de diversos tipos de ferramentas e recursos
conectados à internet.
Um dos potenciais a serem explorados com relação ao uso
das tecnologias digitais no cotidiano escolar é o das redes sociais. Esse
tipo de recurso começou a se popularizar no Brasil no início dos anos
2000, com o estouro do Orkut, seguido pela difusão de seu concorrente,
o Facebook, que acabou levando a melhor e se fortalecendo no gosto
popular.

Você já parou para pensar sobre o que significa uma “rede so-
cial”? A ideia de redes sociais, ou seja, redes de compartilhamento entre

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


seres humanos, em interações sociais, é muito mais antiga do que os
recursos digitais. Há quem diga que o ato de se sentar ao redor de uma
fogueira para contar histórias, mitos ou mesmo socializar, é uma forma
analógica de criar uma “rede social”. Sob essa perspectiva, uma sala de
aula não deixa de ser, também, uma rede social.

A ampliação global dessas redes foi responsável por mudan-


ças significativas na forma dos seres humanos se comunicarem. Além
de fornecer uma página pessoal através das quais cada indivíduo pode
consolidar seus gostos, opiniões, divulgar notícias e contar histórias, es-
sas redes também permitiram que as pessoas reencontrassem (ainda
que digitalmente) contatos antigos, dos tempos de escola, de bairros ou
cidades em que moraram quando criança, ou mesmo fazer novos con-
tatos com base em afinidades, através dos grupos e das comunidades.

49
Muitas pessoas confundem os termos “mídias sociais” e “redes
sociais”. Embora pareçam semelhantes, significam coisas diferentes.
De acordo com Ciribeli e Paiva (2011), as mídias sociais são os meios
digitais sociais que não necessariamente configuram uma rede. Seu
foco são a criação e o compartilhamento de conteúdo, como no caso do
Youtube que, embora muitas vezes utilizado também com a finalidade
de interação entre as pessoas, tem como intenção principal o compar-
tilhamento de conteúdo. Já as redes sociais, para serem consideradas
como tais, necessitam que haja não apenas interação entre os seres
humanos, mas desejo de formar e manter relacionamentos entre eles,
como é o caso das plataformas Facebook e LinkedIn.
Podemos dizer que as mídias sociais funcionam como supor-
tes para que as redes sociais possam se estabelecer e expandir. Ou
seja, podemos dizer que toda rede social está em uma mídia social,
mas nem toda mídia social significa uma rede social.

A diferença entre os termos “mídias sociais” e “redes sociais”


INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

pode ser resumida da seguinte maneira:

Figura 1 – Diferença entre mídias e redes sociais

Fonte: Elaborado pela autora (2020)


50
Hoje, há uma infinidade de redes e mídias sociais dispo-
níveis on-line, cada uma com seus objetivos diferentes. Há espaços
para relacionamentos amorosos, trocas e vendas de objetos, grupos
específicos para troca de informações sobre determinado tema, contatos
profissionais, divulgação de notícias, compartilhamento de artigos de
opinião, entre outros.

Quadro 4 – Mídias sociais comumente utilizadas


Medium Reddit
Flickr Youtube
Slide Share Tumblr
Twitter Vimeo
Wikipedia Snapchat
Pinterest TikTok

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

As redes sociais se configuram a partir da conexão, interliga-


ção entre pessoas, que se agrupam ou não com base em suas afinida-
des, atitudes, gostos pessoais, objetivos comuns, ambições, hobbies,

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


entre outros.
As primeiras redes sociais começaram a fazer sucesso no iní-
cio dos anos 2000, como o Friendster, graças à ampliação dos serviços
de banda larga e dos avanços da chamada Web 2.0. Além disso, a
disseminação dos computadores pessoais, que ficaram cada vez mais
acessíveis, fortaleceram as redes sociais (GABRIEL, 2010). No Brasil,
essas redes se popularizaram já no final da década de 2000, com o
crescimento do Orkut.

Quadro 5 – Redes sociais que fizeram ou ainda fazem sucesso on-line


Orkut Facebook
LinkedIn MySpace
Google+ Habbo
Tinder Path
WeChat Nextdoor

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

51
Um dos motivos para essa popularização diz respeito ao rom-
pimento com as barreiras geográficas. As redes sociais digitais permi-
tiram que as pessoas ampliassem suas conexões, reencontrassem fa-
miliares e amigos distantes, mantendo esses relacionamentos a longo
prazo, ainda que virtualmente. Assim, essas redes passaram a fazer
mais e mais parte do cotidiano das pessoas, assumindo diferentes ní-
veis de importância e funções na vida de cada um.
Hoje, as redes sociais estão amplamente difundidas e são dia-
riamente utilizadas por bilhões de pessoas em todo o mundo, como
parte de sua rotina. Para que se possa ter noção desse crescimento,
basta comparar: em 2008, o Facebook possuía 100 milhões de usuários
ativos mensalmente; ao final de 2018, dez anos depois, somava um to-
tal de 2.26 bilhões de usuários ativos. Isso significa um crescimento de
20 vezes, ou 2000%, em apenas 10 anos. Os números falam por si só.

Gráfico 3 – Números de usuários ativos mensalmente nas redes e mí-


dias sociais mais utilizadas em 2008 (em milhões de usuários)

Reddit 2 milhões

[VALOR]
MySpace
milhões
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Facebook 100 milhões

Youtube 294 milhões

0 50 100 150 200 250 300 350


Youtube Facebook MySpace Reddit

Fonte: Adaptado de Our World in data (2020)

52
Gráfico 4 – Números de usuários ativos mensalmente nas redes e mí-
dias sociais mais utilizadas em 2018 (em bilhões de usuários)

WeChat [VALOR]bilhão
bilhão

Instagram [VALOR] bilhão

[VALOR]
Youtube
bilhões

[VALOR]
Facebook
bilhões

0 0,5 1 1,5 2 2,5


Facebook Youtube Instagram WeChat

Fonte: Adaptado de Our World in data (2020)

Certamente, não se pode ignorar essa penetração das redes


sociais no cotidiano dos jovens e adultos em processo formal de escola-

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


rização ou mesmo que atendem ao ensino superior e à pós-graduação.
Além disso, cabe ao docente a reflexão sobre a origem, a necessidade
e a função social de cada uma dessas tecnologias, uma vez que elas
passam também a representar o modo de vida das sociedades (BAZ-
ZO, SILVEIRA, 2009). E esses recursos podem – e devem – ser aplica-
dos no contexto educacional, dependendo dos objetivos didáticos e do
planejamento docente.
Vale lembrar que, os estudantes das gerações altamente tec-
nológicas, mesmo crescendo imersos às tecnologias e participativos
digitalmente em sua sociedade, precisam da figura do professor para
auxiliar no desenvolvimento das habilidades de selecionar, filtrar, de-
codificar, analisar, significar e ressignificar os conteúdos e informações
que consomem em seu dia a dia. Assim, há a necessidade de uma
reorientação dos processos educacionais e das práticas pedagógicas
(CAMPOS, HEINSFELD, SILVA, 2018).
Nos últimos anos, houve um crescimento na utilização de
plataformas como Facebook e WhatsApp para troca de informações,
discussões, debates e trocas de arquivos entre grupos de docentes
e discentes. Através dessas plataformas, é possível dar voz e vez à
53
aprendizagem colaborativa, permitindo que todos os estudantes do gru-
po se sintam participativos de seu próprio processo de construção do
conhecimento, além de acabarem por reconhecer-se como peças im-
portantes também na construção do conhecimento dos colegas.

Hoje, dada a quantidade de usuários e o volume de informação


sendo compartilhados em tempo real, as redes e mídias sociais pas-
saram também a ser lócus de disseminação de informações falsas e
sensacionalistas, as chamadas fake news. O potencial “desinformativo”
dessas redes reforça a importância do papel docente como mediador
entre estudante e informação, auxiliando-o a desenvolver seu pensa-
mento crítico e reflexivo e a filtrar o conteúdo que acessa.

Há inúmeros exemplos da utilização das redes sociais on-line


para fins didáticos. Dentre os exemplos famosos, pode-se destacar a
atividade realizada em 2015 pelo professor Pedro Henrique, docente do
ensino médio de uma escola no Rio de Janeiro, que utilizou o Facebook
para a criação de diálogos entre personalidades importantes. Cada es-
tudante deveria refletir sobre o Renascimento Artístico e Cultural e, em
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

grupos, criar um perfil de uma personalidade histórica e fazer as pos-


tagens como se fossem essa personalidade, sempre relacionando as
ideias comunicadas tanto ao que seria o contexto da personalidade his-
tória, quanto às formas atuais de comunicação.
A atividade não foi apenas estimulante e bem-sucedida para
os estudantes, como fez sucesso nas redes como um exemplo de boas
práticas na incorporação dessas tecnologias em sala de aula.

54
Figura 2 – Resultados da atividade de História utilizando Facebook

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Facebook (2015)


55
No entanto, as potencialidades de utilização das redes sociais
não se limitam à criatividade e ao bom-humor. A própria plataforma Fa-
cebook, por exemplo, traz algumas possibilidades e recursos úteis para
grupos formados com fins educacionais.

Quadro 6 – Potencialidade de utilização dos recursos do Facebook


Possibilidade de criação de grupos separando
estudantes por turmas, por grupos de trabalho,
Criação de grupos
por disciplina, ou mesmo para plantões de dú-
vidas, incentivando a troca entre os pares.
Compartilhamento de arquivos, documentos,
Compartilhamento
vídeos, áudios, imagens, links e materiais edu-
multimídia
cacionais diversos.
Criação de eventos e agenda de eventos den-
Calendário de even- tro da plataforma, que podem ser utilizadas
tos para datas de testes, provas, trabalhos de cam-
po, palestras e outros.
Estudantes e docentes podem rapidamente ex-
pressar suas reações com relação a um ou ou-
Reações tro conteúdo através de diversos emojis, além
de seguir e curtir outras páginas relevantes de
conteúdo educacional para popular seu feed.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

Há a possibilidade, ainda, de interação priva-


Mensagens instan- da em tempo real, entre duas pessoas ou em
tâneas grupos, através de chat, que também permite o
compartilhamento de arquivos multimídia.

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

A educação na Era Digital, Era da Informação, vê-se em face


a rumos novos e que se modificam rapidamente, assim como avançam
as tecnologias e se modificam as relações entre seres humanos e seus
artefatos tecnológicos, que refletem em sua forma de aprender, estudar,
se relacionar e se organizar. As instituições de ensino e os profissionais
da educação precisam estar atentos às mudanças constantes, buscan-
do atender a uma sociedade cada vez mais complexa.

OBJETOS DE APRENDIZAGEM E RECURSOS EDUCACIONAIS


ABERTOS
Os objetos de aprendizagem e recursos educacionais abertos
56
vêm ganhando cada vez mais espaço no cotidiano escolar, tanto na
educação presencial quanto na educação a distância. O uso de ima-
gens, quadrinhos, música e vídeos, já difundido na educação há algu-
mas décadas, passa por transformações, englobando podcasts, canais
de Youtube, animações, simulações e hipertexto.
Contudo, os conceitos de objeto de aprendizagem e recursos
educacionais abertos, embora relacionados à mesma coisa, são um
pouco distintos. A definição de objetos de aprendizagem é ampla, e tem
como fundamento os usos didáticos do recurso ou objeto. Sempre que
possível a utilização com fins didáticos, pode-se dizer que se trata de
um objeto de aprendizagem. Ou seja, podem ser considerados obje-
tos de aprendizagem memes que circulam pela internet, simulações,
vídeos, podcasts, mapas conceituais, infográficos, atividades interati-
vas, ou mesmo um jogo de dominó para trabalhar vocabulário em uma
língua estrangeira, por exemplo.

Objetos de aprendizagem não são, necessariamente, digitais


ou originalmente criados com objetivos educacionais. O que os caracte-
riza é o seu uso. Pense comigo: uma cadeira ou uma mesa, podem ser

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objetos de aprendizagem? E uma bola de futebol? Em que situações
esses elementos poderiam ser considerados objetos de aprendizagem?

Utilizar objetos de aprendizagem, não restringindo apenas a


aula à exposição oral ou à escrita na lousa, pode enriquecer o conteúdo
estudado e facilitar a construção de conhecimento pelo estudante. Por
exemplo, a um estudante de anatomia, a possibilidade de ver o corpo
humano internamente em uma projeção 3D, em vez de uma imagem
estática em um livro didático, é de grande valia.
Um objeto de aprendizagem pode ter diferentes dimensões e
estruturas. Pode ser um objeto analógico ou digital, tão pequeno quanto
apenas uma charge, por exemplo, ou tão longo quanto um curso inteiro.
Tudo varia conforme a intenção e as necessidades didáticas. Esse tipo
de recurso também tende a poder ser utilizado de diversas maneiras,
por mais de uma área do conhecimento.
De acordo com Rodrigues et al. (2014), todo objeto de aprendi-
zagem, para ser considerado como tal, deve tornar possível pelo docen-
te a definição clara de quatro elementos: objetivos didáticos, conteúdo,
57
prática e feedback.

Quadro 7 – Configurações para uso de um objeto de aprendizagem


A definição dos objetivos didáticos que podem ser al-
Objetivos di- cançados com o uso do recurso, buscando atender
dáticos a uma demanda específica de aprendizagem de um
grupo de estudantes.
Diz respeito aos conteúdos didáticos que podem ser
Conteúdo trabalhados com a utilização do recurso, tendo como
norte os objetivos didáticos.
De que maneira o objeto será utilizado na prática por
Prática docentes e discentes para trabalhar o conteúdo espe-
cífico, em busca do alcance dos objetivos definidos.
Como será a devolutiva ao estudante com relação aos
usos feitos do recurso e se foi possível cumprir com
Feedback todo o planejado de forma satisfatória. Em caso ne-
gativo, a possibilidade de traçar novas ações comple-
mentares.

Fonte: Elaborado pela autora (2020), com base em Rodrigues et al.


(2014)
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Além dos elementos citados, Aguiar e Flôres (2014) pontuam


outras características que devem estar presentes para que o recurso
seja considerado um objeto de aprendizagem.

Quadro 8 – Características essenciais de um objeto de aprendizagem


Deve poder ser aplicado em diferentes contex-
Reusabilidade tos de ensino e de aprendizagem, em diferentes
áreas do saber ou níveis de conhecimento.
Deve ser adaptável a qualquer ambiente e mo-
Adaptabilidade dalidade de ensino, como presencial, híbrida e a
distância.
Deve ser acessível para todos os estudantes,
Acessibilidade incluindo pessoas com diferentes tipos de defi-
ciência.
Deve poder se manter útil didaticamente inde-
Durabilidade pendentemente dos avanços tecnológicos. Não
pode ficar “ultrapassado”.

58
Para o caso dos objetos de aprendizagem digi-
Interoperabilidade tais, devem ser passíveis de utilização em dife-
rentes sistemas operacionais e dispositivos.

Fonte: Elaborado pela autora (2020), com base em Aguiar e Flôres


(2014).

Já os recursos educacionais abertos, também conhecidos


como REA, são recursos digitais ou analógicos semelhantes aos ob-
jetos de aprendizagem. A diferença principal entre eles é que os re-
cursos educacionais abertos devem ser livres de direitos autorais ou
licenciados sob alguma licença que permita a utilização e divulgação da
propriedade intelectual de forma aberta e gratuita, incluindo, em deter-
minados casos, o remix. Esse tipo de recurso visa promover o acesso à
educação e à cultura a todo cidadão brasileiro, um direito garantido pela
constituição (MATTOS; BRUNO, 2014).
A definição de REA, globalmente difundida e aceita, foi propos-
ta em 2012, por meio da Unesco e da Commonwealth of Learning. De
acordo com essa definição, REA são:

[...] materiais de ensino, aprendizado, e pesquisa em qualquer suporte ou


mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aber-
ta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de

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formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos
publicados digitalmente. Os REA podem incluir cursos completos, partes de
cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, sof-
tware, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o
acesso ao conhecimento. (UNESCO, 2012, p. 1).

Ou seja, pode-se dizer que os REA são materiais didáticos uti-


lizados também para processos de pesquisa, que podem ser disponibi-
lizados em qualquer suporte ou mídia, que estejam em domínio público
ou licenciados de forma aberta, com acesso e uso facilitados. Assim
como no caso dos objetos de aprendizagem, os REA podem ser de
diversas naturezas, como apostilas, livros digitais, cursos inteiros, vi-
deoaulas, imagens, jogos, animações, podcasts, entre outros.

Os REA são, geralmente, produzidos sob uma licença do tipo


Creative Commons, que são licenças que promovem a cultura de for-

59
ma ampla e livre, permitindo o compartilhamento, reprodução, remix e,
em alguns casos, até mesmo a comercialização do material licenciado.
Para saber mais sobre esse tipo de licença acesse o site: https://creati-
vecommons.org/

É importante destacar que, no Brasil, toda criação autoral é


protegida pela Lei de Direitos Autorais, Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro
de 1998, que garante determinados direitos ao autor do material. Um
desses direitos é a decisão sobre que tipo de licença deve ser atribuída
à sua criação. Cabe ao autor definir se sua obra deve estar sob uma
licença aberta ou protegida sob copyright.

Mas, então, qual a diferença entre objeto de aprendizagem


e recurso educacional aberto? A chave dessa resposta está no termo
“aberto”. Indicar que o recurso é aberto significa indicar que está licen-
ciado de forma a permitir a utilização, compartilhamento, redistribuição
e remix da obra. Ou seja, podemos dizer que todo REA é um objeto de
aprendizagem, mas nem todo objeto de aprendizagem é um REA.
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Com a popularização desse tipo de recurso, cresceu também


o número de repositórios digitais que os congregam e organizam, facili-
tando o trabalho de pesquisa do docente. Além dos repositórios particu-
lares ou próprios das universidades, a CAPES e o MEC possuem seus
próprios.

Quadro 9 – Repositórios de objetos de aprendizagem e recursos edu-


cacionais abertos em língua portuguesa
https://plataformaintegrada.mec.
Plataforma MEC RED
gov.br/home
Acervo de Recursos Educacionais
https://ares.unasus.gov.br/acervo/
em Saúde (ARES)
Repositório aberto da Universida-
https://repositorioaberto.uab.pt/
de Aberta de Portugal
Banco Internacional de Objetos http://objetoseducacionais.mec.
Educacionais gov.br/#/inicio

60
https://curriculomais.educacao.sp.
Currículo+
gov.br/
Escola Digital https://escoladigital.org.br/
http://portaldoprofessor.mec.gov.
Portal do Professor
br/index.html
Plataforma Anísio Teixeira http://pat.educacao.ba.gov.br/
REAMAT https://www.ufrgs.br/reamat/
RIVED http://rived.mec.gov.br/
eduCAPES https://educapes.capes.gov.br/
Canal Cecierj https://canal.cecierj.edu.br/

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Quanto mais tecnológicas as sociedades ficam, mais tecnoló-


gicos tornam-se os cotidianos e maior o reflexo desses usos na Edu-
cação. Cada dia se torna mais importante o debate sobre as práticas
pedagógicas com uso de tecnologias, digitais ou analógicas, objetos de
aprendizagem ou recursos educacionais abertos. Cabe aos profissio-
nais da Educação a busca constante por atualização e pelas melhores
experiência de aprendizagem a seus estudantes.

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AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são plataformas
on-line que congregam recursos educacionais e administrativos em um
mesmo local, possibilitando a troca entre estudantes e docentes e pro-
porcionando experiências de aprendizagem on-line.
Um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é um espaço vir-
tual em que ocorre a interação entre os sujeitos envolvidos nos proces-
sos de ensino e de aprendizagem. A concretização desse espaço se
dá por meio da comunicação em rede. Os AVAs auxiliam docentes e
discentes na organização de conteúdos e na realização de atividades
educacionais.
Tanto a educação a distância quanto a educação híbrida, que
mistura momentos presenciais e momentos a distância em redes on-
-line, se utilizam dessa tecnologia para a construção colaborativa do
conhecimento e interação entre os participantes.

61
Figura 3 – Exemplo do ambiente virtual de aprendizagem da UFMS

Fonte: Arquivo pessoal da autora (2020).

Percebe-se que a internet possui um papel de grande impor-


tância no contexto dos ambientes virtuais de aprendizagem, pois é por
meio dela que se torna possível o acesso e a disponibilização dos re-
cursos, como objetos de aprendizagem, cursos e documentos, nesses
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

ambientes.

Os AVAs são ambientes que facilitadores muito importantes


para a estruturação da educação a distância e híbrida, mas não são es-
senciais para que ela aconteça. Há muitos anos, a educação a distância
analógica era feita com a ajuda dos correios. Hoje, até mesmo as redes
sociais podem ser utilizadas para que haja a construção colaborativa do
conhecimento a distância.

Ribeiro, Mendonça e Mendonça (2007) destacam algumas


vantagens da utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem:

Interação e interatividade entre estudantes e computador;

62
Possibilidade de atenção personalizada para cada estudante;
Estudante pode controlar seu próprio ritmo e horários de aces-
so à plataforma;
Apresentação dos materiais de estudo de modo criativo, atrati-
vo e integrado, estimulando e motivando a aprendizagem;
Espaços para avaliações formativas e somativas, além de gru-
pos de discussão.
Os ambientes virtuais de aprendizagem podem ser utilizados
de várias formas. As duas maneiras mais difundidas são para a disponi-
bilização de cursos autoinstrucionais e para cursos colaborativos, com
tutoria.

Figura 4 – Diferença entre modelo autoinstrucional e modelo colabora-


tivo

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Fonte: Elaborada pela autora (2020) com base em Ribeiro, Mendonça
e Mendonça (2007)

Os ambientes virtuais de aprendizagem costumam possuir um


mesmo conjunto de funcionalidades. De acordo com Ribeiro, Mendon-
ça e Mendonça (2007), essas funcionalidades podem ser divididas em
quatro grupos principais.

63
Quadro 10 – Funcionalidades mais comuns nos ambientes virtuais de
aprendizagem
Coordenação Ferramentas que são suportes para a organiza-
ção das informações dos cursos e materiais a
serem disponibilizados aos estudantes.
Comunicação Funcionalidades que permitem a comunica-
ção entre docentes e estudantes, como chats,
fóruns, e-mails, notificações.
Criação ou Espaços em que estudantes podem publicar
Cooperação seus trabalhos ou colaborar em produção, como
portfólio, glossários, wikis, diário de bordo, entre
outros.
Administração Recursos de gerenciamento, como lista de estu-
dantes, livro de notas, calendário, cronograma e
demais ferramentas administrativas.

Fonte: Elaborado pela autora (2020) com base em Ribeiro, Mendonça


e Mendonça (2007)

No Brasil, o ambiente virtual de aprendizagem mais difundido


é o Moodle, desenvolvido originalmente na Austrália pela Curtin Uni-
versity of Technology. Mas ele não é o único existente. Há toda uma
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gama de AVAs comerciais e proprietários, desenvolvidos por empresas


ou universidades. No Brasil, a utilização do acrônimo LMS, do inglês
learning management system, também é comum para se referir a esse
tipo de tecnologia.

Quadro 11 – Alguns ambientes virtuais de aprendizagem disponíveis no


mercado
Moodle Blackboard Lean AulaNet
Blackboard
Canvas Teleduc
Open LMS
WebAula LMS Estúdio E-Proinfo
Sílabe Amadeus LMS Dokeos

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Pode-se dizer, em resumo, que, na atualidade, os ambientes


virtuais de aprendizagem representam uma peça importante no cenário

64
da educação, dado o crescimento das ofertas de educação a distância
e a adoção de metodologias ativas de aprendizagem, como a sala de
aula invertida.

Para aprofundar os conhecimentos sobre os AVAs e suas fun-


cionalidades, recomendamos a leitura do artigo “Comparação entre os
principais AVA’s quanto à interatividade”, de Esdras Barboza, Antonio
Filho e Marcia Silva, fruto do trabalho apresentado em 2016 no XIV
International Conference on Engineering and Technology Education.
Nesse trabalho, os autores abordam os recursos e ferramentas para
interatividade disponíveis nos AVAs.

Por fim, cabe reforçar que, independentemente do tipo de am-


biente virtual de aprendizagem, recursos multimídia ou metodologias
de ensino utilizados, todas essas nuances devem ser voltadas às ne-
cessidades de aprendizagem do estudante, buscando uma melhor e
mais completa experiência. Como pontuam Campos, Heinsfeld e Silva
(2018), embora seja notório que as tecnologias digitais em rede favo-

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


reçam a construção colaborativa do conhecimento e o protagonismo
discente, esse não é um resultado que se dá de maneira automática,
apenas pela inclusão de uma ou outra tecnologia. Isso significa que
disponibilizar tecnologias aos estudantes não é suficiente para que haja
melhorias na qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem. O
papel docente é fundamental em todas as etapas desse processo.

65
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: CON-
SULPLAN - 2018 - SEDUC-PA – Professor Classe I – Biologia
“Toda e qualquer formação de professores envolve um processo
de comunicação e esse, por sua vez, um processo de dissemina-
ção de informações. Nesse sentido, é fundamental ter em mente
que, hoje em dia, informação não é mais a mesma coisa que era há
pouco tempo.” (TIC Educação, 2013, p. 57.)
As informações atualmente estão disponíveis a um clique do ce-
lular. No contexto atual, observa-se o desafio de integrar as TICs
(Tecnologias da Informação e Comunicação) ao currículo, para tra-
zer de fato a cultura digital à escola e demais espaços de aprendi-
zagem. Qual informação, dentre as listadas a seguir, melhor expli-
ca a expressão “integrar as TICs ao currículo”?
a) Fazer o planejamento das aulas utilizando recursos da internet.
b) Realizar o máximo de aulas na sala de multimeios: sala de recursos
onde há computadores disponíveis aos alunos.
c) Dar aulas utilizando o computador e o projetor de tela, projetando
slides de conteúdos abordados no planejamento.
d) Desenvolver a temática para os alunos experenciarem sua tecnologia
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disponível (celular, computador etc.) nas diversas situações que envol-


vam o aprendizado.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: UFMG - 2018 - UFMG
– Pedagogo
De acordo com o texto “A contribuição das tecnologias para uma
educação inovadora”, de José Manuel Moran, classifique cada uma
das afirmativas a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F).
I. ( ) A chegada da Internet e dos programas que gerenciam grupos
e possibilitam a publicação de materiais estão trazendo possibili-
dades inimagináveis vinte anos atrás.
II. ( ) Com a Internet podemos reorganizar o tempo de sala de aula,
o tempo e pesquisa juntos (laboratório) e o tempo de atividades a
distância.
III. ( ) Com a evolução da comunicação multimídia on-line podemos
pensar em orientadores atendendo várias turmas/salas ao mesmo
tempo.
IV. ( ) Vale a pena introduzir na educação básica muitas das solu-
66
ções e tecnologias utilizadas na educação a distância ou no ensino
especial.
V. ( ) Reunir-nos em uma sala de aula e reunir-nos através de uma
rede são os caminhos da educação em todos os níveis, com dife-
rentes ênfases.
A sequência CORRETA é
a) V, V, V, F, V.
b) F, V, F, V, V.
c) F, F, V, F, V.
d) V, V, F, F, V.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: DETRAN-CE Prova: UECE-
-CEV - 2018 - DETRAN-CE - Analista de Trânsito e Transporte - As-
suntos Educacionais
A partir da segunda metade do século XX, o mundo vive o que al-
guns chamam de Terceira Revolução Industrial, baseada na tríade
de conhecimentos nos campos da engenharia genética, energia
nuclear e informática. No ambiente escolar, as tecnologias digitais
de informação e comunicação estão sendo consideradas recursos
didáticos com grande potencial para favorecer o processo de en-
sino e aprendizagem. Entre os inúmeros artefatos disponíveis, os
que se mostram mais relevantes e populares no ambiente escolar

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


são:
a) os softwares educativos e os aplicativos.
b) os aplicativos e wi-fi.
c) o computador e a internet.
d) o computador e as redes sociais.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: CESPE - 2018 - ABIN
- Oficial Técnico de Inteligência - Área 4
A questão não é mais discutir a inserção ou não de tecnologias da
informação e comunicação na educação, mas a sua apropriação
pelos sujeitos pedagógicos (alunos e professores), para contribuir
com a melhoria da qualidade dos processos educativos e, conse-
quentemente, da aprendizagem. Com relação a esse assunto, jul-
gue o item que se segue.
As vantagens da integração das tecnologias na educação incluem
o acesso e a produção de informação, a promoção da comunica-
ção a distância e das formas de interação social e a possibilidade
de serem utilizadas como ferramenta para o trabalho colaborativo.
67
a) Certo.
b) Errado.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: IBFC Órgão: SEE-MG Prova: IBFC - 2015 - SEE-
-MG - Professor de Educação Básica - Nível I - Grau A - Orientação
Educacional
Os recursos multimídias destinados a aplicações educacionais são
razoavelmente abundantes hoje em dia. A maioria das aplicações
da multimídia na educação inclui-se nas seguintes categorias:
I. Enciclopédias e Fontes de Referência.
II. Livros Interativos.
III. Jogos Educativos.
IV. Filmes e Documentários.
V. Tutoriais.
VI. E-mail.
Assinale a alternativa correta:
a) I, II, III, IV, VI apenas.
b) II, III, IV, V, VI apenas.
c) II, III, IV, VI apenas.
d) I, II, III, IV, V apenas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

As redes sociais e as mídias digitais cada dia mais ganham usuários em


todo o mundo. Reflita sobre as potencialidades das redes e mídias digi-
tais na educação para a aprendizagem colaborativa em rede e explique
pelo menos duas dessas potencialidades.

TREINO INÉDITO

Os ambientes virtuais de aprendizagem são utilizados em geral para


fornecer dois tipos principais de experiências de aprendizagens aos es-
tudantes. Marque a opção a seguir que melhor indica esses tipos.
a) autoinstrucional e colaborativa.
b) colaborativa e cooperativa.
c) digital e autoinstrucional.
d) a distância e digital.
e) cooperativa e a distância.

68
NA MÍDIA

EDUCAR COM TECNOLOGIA FUNCIONA?

Ao percorrer os estandes e ouvir idealizadores de soluções, consegue-


-se vislumbrar tendências em educação, especialmente para os países
que já resolveram seus problemas de acesso e qualidade. Mas não
há como olhar para essas múltiplas alternativas tecnológicas sem ser
tomado de ceticismo sobre sua utilidade para educar crianças que, no
nosso caso, não conseguem sequer se alfabetizar ao final do 3º ano.
Por outro lado, surge a dúvida se essas soluções vão, no futuro, tender
a substituir os professores.
Nem uma coisa nem outra. Sim, não estamos desenvolvendo, nos nos-
sos alunos, sequer as competências básicas como literácia e numerá-
cia, mas não temos como limitar o processo de ensino ao que já deve-
ríamos estar fazendo bem para, só então, preparar os alunos para o
século em que vivem. O mundo não irá esperar por nós.

Fonte: Folha de São Paulo


Data: 24/01/2020
Leia a notícia na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clau-
dia-costin/2020/01/educar-com-tecnologia-funciona.shtml

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


NA PRÁTICA

Ao trabalhar na educação básica, em especial no ensino médio, uma


boa ideia para incorporar as tecnologias digitais como parte do planeja-
mento didático é adotar a metodologia da sala de aula invertida. Nessa
metodologia, parte dos conteúdos são disponibilizados aos estudantes
previamente, através de alguma rede ou mídia social, junto das orienta-
ções sobre de que maneira os utilizar para seu estudo. Na aula seguinte
(ou aulas seguintes, conforme o planejamento), o docente pode iniciar
sua aula partindo do conteúdo já visto pelos estudantes, tirando suas
dúvidas, promovendo debates ou fazendo atividades de aprofundamen-
to, otimizando, assim, o tempo de aula.

PARA SABER MAIS

Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) como ferramentas de


apoio em Ambientes Complexos de Aprendizagem (ACAs)
http://seer.abed.net.br/edicoes/2016/08_Ambientes_virtuais_aprendi-
zagem.pdf
69
Objeto e ambiente virtual de aprendizagem: análise de conceito
http://www.scielo.br/pdf/reben/v70n3/pt_0034-7167-reben-70-03-0572.
pdf

A linguagem escrita no ambiente virtual de aprendizagem


https://www.youtube.com/watch?v=Me4u4yvwoCw
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

70
Como detalhado ao longo desta unidade, a escola não é mais a
única fonte de saber e lócus de aprendizagem do estudante, da mesma
forma que o docente não é mais o personagem detentor do conheci-
mento.
Com os avanços das tecnologias digitais, não apenas o aces-
so à informação foi facilitado, como o consumo, o compartilhamento, a
criação, o remix, entre muitas outras ações de construção individual e
coletiva de conhecimento passaram a fazer parte do dia a dia. Docen-
tes e gestão devem estar atentos às mudanças e às novas formas de
relação entre estudantes, informação e conhecimento que foram favo-
recidos, diante desses esses avanços tecnológicos.
Para que seja possível propiciar tanto formação quanto expe-
riências significativas aos estudantes da Era da Informação, não se pode
ignorar suas novas formas de aprender. A incorporação das tecnologias
no cotidiano docente e nas práticas pedagógicas faz com que também
o contexto escolar esteja em constante transformação, adequando-se à
sociedade de seu tempo.
A educação no contexto digital segue novos rumos, enfrenta
novos desafios e se altera em função das novas necessidades do cida-
dão contemporâneo. Cabe lembrar que a incorporação das tecnologias
digitais em sala de aula não deve ser feita de forma dissociada dos
objetivos didáticos e das necessidades de aprendizagem do estudan-

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


te. Toda a estratégia pedagógica deve estar alinhada e convergir para
uma experiência de aprendizagem rica e plena, buscando não apenas
a construção do conhecimento e o protagonismo discente, mas também
atender às demandas de uma sociedade cada vez mais complexa.

71
GABARITOS

CAPÍTULO 01

Questões de concursos

01 02 03 04 05
D A B C D

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O uso das tecnologias em educação pode auxiliar a promoção


da autonomia do estudante, seu protagonismo e participação ativa no
processo de construção do conhecimento. A Base Nacional Comum
Curricular para o Ensino Fundamental lista 10 competências gerais da
educação básica, que dizem respeito, entre outros, a exercitar a curio-
sidade intelectual, a utilizar diferentes linguagens, a valorizar saberes, a
analisar e argumentar sobre fatos. Especificamente, a BNCC traz uma
competência relacionada às tecnologias: “Compreender, utilizar e criar
tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, sig-
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS

nificativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as es-


colares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.”. Para que isso seja possível, o trabalho den-
tro de sala de aula com os recursos multimídia é imprescindível.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

CAPÍTULO 02

Questões de concursos

01 02 03 04 05
C C D E C

72
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO
DE RESPOSTA

Enquanto a alfabetização, em uma interpretação tradicional do conceito,


diz respeito à compreensão, codificação e decodificação de uma língua
(isto é, ao clássico “saber ler e escrever”), a ideia de letramento abrange
a compreensão de mundo, dos gêneros textuais e dos símbolos cultu-
rais que se fazem presentes nas áreas do saber e na sociedade, que
são dos mais variados e podem ser, ainda, separados por áreas, dando
origem ao termo “multiletramentos”. Os multiletramentos englobam, por
exemplo, além do letramento na língua materna, o letramento digital, o
letramento científico, o letramento matemático, entre outros.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

CAPÍTULO 03

Questões de concursos

01 02 03 04 05
D A A A D

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO - GRUPO PROMINAS


QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO
DE RESPOSTA

As redes e mídias sociais cada vez ganham mais espaço dentro


e fora da escola. São diversas as potencialidades de usos dessas redes
para fins didáticos, como a colaboração entre os estudantes em grupos
on-line em aplicativos de mensagens instantâneas, por exemplo, ou a
criação de fóruns de discussão em redes sociais. O uso dessas redes
para o armazenamento e compartilhamento de materiais, documentos,
resumos, para troca de ideias e dúvidas entre os estudantes permite,
ainda, que possam assumir o papel de protagonistas de seu processo
de aprendizagem. Hoje, com as redes sociais, enquanto se está, por
exemplo, estudando em casa, fazendo alguma tarefa, é possível tirar
dúvidas em tempo real via aplicativos de mensagens com outros estu-
dantes.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

73
AGUIAR, E.V.B; FLÔRES, M.L.P. Objetos de aprendizagem: Concei-
tos Básicos In: TAUROCO, L. M. R. et al. Objetos de Aprendizagem:
teoria e prática. Porto Alegre: Evangraf, 2014. CINTED/UFRGS, Porto
Alegre, 2014.

BARBOZA, E. J. S.; SALES FILHO, A. G.; SILVA, M. T. Comparação en-


tre os principais AVA´s quanto a interatividade. In: XIV INTERNATION-
AL CONFERENCE ON ENGINEERING AND TECHNOLOGY EDUCA-
TION. Copec. Salvador, 2016. Anais eletrônicos... Salvador: COPEC,
2016. Disponível em: <http://copec.eu/intertech2016/proc/works/21.
pdf>. Acesso em: 31 jan. 2020.

BATES, T. Teaching in a digital age. [S.l.] Tony Bates Associates Ltd,


2019. Disponível em: <https://opentextbc.ca/teachinginadigitalage/>.
Acesso em: 31 jan. 2020.

BAULER, C. Multiletramentos na era digital: uma reflexão crítica para


a educação. Revista Escrita. 2011.

BAZZO, W.; SILVEIRA, R., M.C.F. Ciência, tecnologia e suas relações


sociais: a percepção de geradores de tecnologia e suas implicações na
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