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Introdução à História da Arte

1ª edição

Introdução à História da Arte

Eleine Freire Bourdette Ferreira

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Introdução à História da Arte

DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Eleine Freire Bourdette Ferreira
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se
responsabilizando a ASOEC
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de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de
Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Introdução à História da Arte

Pa l av ra da Rei tora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o
momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e


compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu
alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância
proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD!

Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora.

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Introdução à História da Arte

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Introdução à História da Arte

Sum ário

Apresentação da disciplina............................................................................................ ....... 07


Plano da disciplina .......................................................................................................... ........ 11
Unidade 1 – A origem da arte: pré-história e Egito................................................. .........14
Unidade 2 – Arte clássica: Grécia e Roma.................................................................. .........57
Unidade 3 - Arte Cristã: Paleocristã, Bizantina, Medieval, Românica e Gótica........ 107
Unidade 4 - Arte Pré-moderna: Renascentista, Maneirista, Barroca e Rococó.........146
Unidade 5 – Arte contemporânea: Neoclássico, Romantismo, Modernismo e Pós-
Modernismo ...........................................................................................................................188
Considerações finais ............................................................................................................. 234
Conhecendo a autora........................................................................................................... 235
Referências.............................................................................................................................. 236
Anexos ..................................................................................................................................... 237

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Introdução à História da Arte

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Introdução à História da Arte

A pr esentação da Di sciplina

Quando cursava a graduação e, posteriormente, o mestrado e o doutorado,


pois meu objetivo era adquirir conhecimentos para poder transmiti-los,
apaixonadamente, aos alunos, fez-se necessário o estudo profundo e a pesquisa
meticulosa sobre temas variados das artes visuais.

Para tal, passei a frequentar as principais bibliotecas da cidade do Rio de


Janeiro e, especificamente, a do Museu Nacional de Belas Artes. No quesito arte,
essa é a biblioteca que contém o maior acervo de toda América Latina.

Foi nessa importante instituição cultural, em que conheci uma bibliotecária


fascinada não só por livros, mas, inclusive, pelo conhecimento sobre todas as Artes.
O auxílio competente dessa funcionária, durante os anos da minha formação
acadêmica, me fez compreender a importância do trabalho de biblioteconomia
especializado.

Assim, no momento em que fui designada para elaborar o Livro da


disciplina Introdução à História da Arte, pertencente aos conteúdos programáticos
desse curso, fiquei muito feliz em poder contribuir com esse curso de graduação.

Você já parou para refletir sobre a sua condição de estudante universitário?


Em geral, o que um estudante universitário busca é um curso que o transforme
num profissional qualificado. Por isso, esse se dispõe a dedicar alguns anos de
estudo, tencionando obter o diploma que lhe dará competências e habilidades
para atuar no mercado profissional.

Nesse sentido, a universidade é só um meio para alcançar esse objetivo: ser


um profissional creditado para entrar no mercado de trabalho e ter prosperidade
na vida. Trata-se, portanto, de uma perspectiva individualista que segue uma lógica
bastante evidente: eu passei para a universidade, devo passar em cada uma das
disciplinas do curso, passar em cada um dos semestres e obter o meu título
profissional de graduação.

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Introdução à História da Arte

Pensando, somente dessa forma, o terceiro grau é um vago episódio na


nossa vida. Ela é somente um ente que nos confere um título. Usando a experiência
universitária nesse sentido incompleta, abrimos mão da grande chance que a
universidade nos dá: pertencer a uma longínqua tradição de pensamento,
conhecimento, busca, sentimento e de realização. Perdemos assim, a oportunidade
de vivenciar a experiência de participar de uma rede de saber, que tem raízes
muito profundas na história humana, pois o conhecimento, em qualquer das áreas
disciplinares, não é outra coisa senão o resultado do esforço da humanidade que,
ao longo dos milênios, acumulou saber e o transmitiu de geração em geração até o
presente, e o certificarão no futuro.

Destarte, a disciplina Introdução à História da Arte será apresentada com


essa intenção: eu chego à faculdade onde serei iniciado numa tradição de
conhecimento que está, por sua vez, conectada intimamente com a história do
pensamento e do conhecimento da humanidade. Ao final disso, serei um iniciado
capaz de perpetuar essa tradição, transmitindo e ampliando seus conteúdos para
outras pessoas.

Desse modo, tornar-me-ei um membro legítimo de um grupo de seres


humanos que durante milênios perseguiram o seu desejo de conhecer o mundo da
arte que, juntamente com outras disciplinas, expressam e informam sobre o
mundo, a sociedade e a si mesmos.

Como a Arte é um fazer, que tem uma tradição e uma história de mais de
quinhentos séculos, já que iniciou na pré-história humana, nada mais coerente com
o nosso propósito de estudar os seus produtos é travar um debate com a sua
própria e longínqua história.

Assim sendo, a melhor maneira de se estudar Artes Visuais é refazermos a


sua trajetória percorrida pela história da Arte, desde a sua origem até os dias atuais.
Sem vivenciar o passado artístico, sem examinar a sua problemática através de
uma prévia visão retrospectiva da sua evolução histórica, é quase impossível
compreendê-la. O conhecimento sobre a produção artística, então, é
comprometido com o seu passado histórico.

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Introdução à História da Arte

Levando em conta tudo o que foi dito acima, a nossa disciplina tem por
finalidade principal:

Capacitar o estudante no conhecimento da sua importância na


formação de uma determinada cultura;

Capacitar o discente no desenvolvimento de uma consciência crítica


sobre as obras de arte, na formação da realidade social, histórica e
cultural.

Estimular a aquisição de competências e habilidades imprescindíveis


ao exercício profissional compromissado com o “aprender a
aprender”, possibilitando o crescimento pessoal e o
amadurecimento intelectual do estudante;

Compreender a importância de questões acerca do sentido e da


significação da própria existência e das produções culturais;

Capacitar o estudante a conhecer, interpretar, discutir e relacionar


logicamente os conceitos e dados da disciplina, especificamente.

Aceite esse convite e “mergulhe de cabeça” na aventura de conhecer e


analisar a produção de obras de arte, ao longo de sua história, e deixe o resto por
conta do seu esforço nos estudos, nas competências e habilidades na construção
do saber.

Bom estudo!

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Introdução à História da Arte

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Introdução à História da Arte

Pl a n o da Di sciplina

A disciplina da Historia da Arte busca trazer conceitos e conhecimento da evolução da


arte desde os primórdios até os dias atuais. Tal estudo tem o objetivo de contextualizar o
conhecimento e sua forma evolutiva através dos tempos. Buscar, apresentar as diversas
etapas da criação humana e de suas técnicas artísticas ao logo da evolução das sociedades e
materiais.

Tais informações são de suma importância para que o entendimento de como se deu a
evolução da humanidade e como se retratavam os costumes, hierarquias e valores à época.
Assim, torna-se de importante saber para o aluno de biblioteconomia conhecer, nem que
superficialmente, a evolução da humanidade e seus pensamentos.

Os objetivos gerais são: Identificar os elementos da arte na origem na pré-história e no


Egito; verificar os elementos artísticos da era clássica na Grécia e Roma; Analisar as
características dos elementos artísticos da era cristã, incluindo os períodos Paleocristão,
Bizantino, Romântico e Gótico; Continuando tem-se a necessidade de estudo da arte pós-
moderno, incluído o período do Renascimento, Maneirismo, Barroco e Rococó, finalizando
com a importância dos estudos da arte contemporânea que se deu com o período
Neoclássico, Romântico, Moderno e Pós-moderno.

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Introdução à História da Arte

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Introdução à História da Arte

1 A Origem da Arte:
Pré-História e Egito

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Introdução à História da Arte

Caro Aluno,

Começa nossa jornada para entender o contexto da arte no período pré-


histórico e egípcio. Abordaremos sobre a arte dentro destes períodos visando
compreender melhor a representação da arte, para que possa identificar quando
precisar tratar alguma obra.

Objetivos da unidade:

Compreender o processo histórico da arte pré-histórica

Compreender o processo histórico da arte egípcia

Plano da unidade:

Quais as características da arte pré-histórica?

Quais as características da arte egípcia?

Bem-vindo à unidade 1!

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Introdução à História da Arte

Arte Pré-Histórica

Por volta de 4.000.000,00 – quatro milhões de anos a.C., o homem pré-


histórico começou a desenhar, pintar e esculpir. Certamente, essas produções
podem ser consideradas como a origem da arte. No decorrer desse período,
ocorreram, lentamente, importantes transformações nessa produção.

Essa era constitui-se de duas fases: Paleolítica e Neolítica. Para um maior


entendimento do significado de ambos os termos em grego, recorremos ao
significado dos seus prefixos, em português: “paleo” = antigo e “neo” = novo; e dos
seus sufixos “lítico” = pedra. Então, paleolítico é o período mais antigo da pré-
história, também denominado Idade da Pedra Lascada, e o neolítico, o mais novo,
de Idade da Pedra Polida.

Figura. 1: Utensílios de silex, rocha cortante, usados no Período paleolítico


também como arma

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MANOT_CAVE_FLINT_POINTS.jpg>. Acesso em:


23 jul. 2015..

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Introdução à História da Arte

De modo geral, considera-se que o MENIR seja o monumento mais antigo


da pré-histórica.

O menir é um monólito inserido, verticalmente, no solo. Novamente,


recorro ao vocabulário grego para a compreensão da palavra monólito: o prefixo
mono = um, e o sufixo lito = pedra. Desse modo, o menir é um pedaço de pedra,
alto, cravado no chão, verticalmente.

Figura 2: Menir de Almendres – Évora/Portugal.

Fonte: Wikimedia. Adaptado de imagem disponível em:


<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Almendres.jpg#/media/File:Almendres.jpg>.
Acesso em: 06 jul. 2015.

Conforme se observa, atrás do menir, há uma árvore na paisagem. A árvore


pode ser considerada um menir natural, cujo caráter vegetal foi transcendido e
impregnado de novo simbolismo, tornando-se um monumento arquitetônico de
adoração. O menir passa a ser objeto de culto.

Quando posto em série, o menir transforma-se num monumento


megalítico (mega = grande/lítico = pedra) em linha, ou em círculo, tal como o
monumento de Stonehenge, que apresenta o sistema trilítico (três monólitos): dois
menires verticais e um monólito na horizontal.

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Introdução à História da Arte

Figura 3: Alinhamento de Menires em Carnac, na França

Fonte: <http://www.rai.tv/dl/img/2015/03/07/0x768_1425751707454_04 - Cosa centra Stonehenge.jpg>.


Acesso em 24/07/2015 às 17h58.
 
Figura 4: Sistema trilítico e circular de Stonehenge, na Inglaterra.

Fonte:<http://www.rai.tv/dl/img/2015/03/07/0x768_1425751707454_04%20-
%20Cosa%20centra%20Stonehenge.jpg>. Acesso em: 23 jul. 2015.
 

A caverna natural é o primeiro abrigo do paleolítico, nas quais estão


localizadas inúmeras representações. Poiem, outra palavra grega, significa
“nascimento da ideia de criação”, referindo-se ao contorno das mãos encontradas
em várias cavernas.

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Introdução à História da Arte

Figura 5: Caverna paleolítica Sul-Africana. Caverna Paleolítica situada na Suíça

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kastelh%C3%B6hle_Himmelried_02.jpg>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

O homem primitivo aplicava a tinta sobre as mãos, usando a técnica de


pistolar, ou seja, encher a boca de tinta e soprar por um canudo de osso ou
madeira. As tintas eram produzidas com os materiais minerais, argilas coloridas,
gordura animal e vegetal, sangue de animal e excrementos de aves. A cor negra era
obtida da queima de madeira e ossos.

Figura 6: Formas de mãos feitas pela técnica pistolar, na parede da Caverna em El


Castillo, na Espanha, em torno de 48.000

Fonte:<http://hughmarwood.blogspot.com.br/2013/06/belgrave-gate-project-4-paintings-in.html>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

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Introdução à História da Arte

Os desenhos eram naturalistas, feitos com pinceis rudimentares (madeira e


crinas de animais), e possuíam um caráter mágico, pois ao representarem cenas de
caça de animais, que eram a principal fonte de alimentação, o ser primitivo
acreditava estar caçando na realidade. Magia significa “imitar, artificialmente, uma
coisa desejada na realidade”. Nesse caso, o desenhista paleolítico, considerava que
ao representar o animal na rocha, em posição de abate, estava dominando o
animal real.

A fidelidade linear aos traços circundantes das representações promove


uma impressão visual de forma direta e sem adornos, manifestante da capacidade
dos desenhistas de memorizar a forma dos animais reais, e o poder de síntese
dessas linhas, constitutivas das representações em perfil absoluto, típicas do
período paleolítico.

Figura 7: Desenho de um rinoceronte - caverna de Chauvet, na França.

 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rhinoc%C3%A9ros_grotte_Chauvet.jpg>.
Acesso em: 24 jul. 2015.
 
Como essas representações tinham um sentido mágico, a sobreposição de
várias representações indica que aquele local “funcionava”, ou seja, quando os
desenhos eram produzidos, os homens paleolíticos acreditavam que a caça se
realizava. As dimensões das figuras correspondem aos tamanhos reais do animal.
Essa característica resultava da acuidade e memória visual dos desenhistas,

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Introdução à História da Arte

garantindo o traço linear e fidedigno da forma. É impressionante a precisão da


imagem, já que essas representações eram produzidas no escuro, à luz de archotes,
em locais das cavernas, de difícil acesso.

A escala das representações comparada à escala humana, dos especialistas


de um grupo de arqueólogos em trabalho na restauração dos desenhos elaborados
no teto da caverna de Lascaux, é um bom exemplo das dificuldades e perícia do
“artista” pré-histórico.

Figura 8: Vista geral da Gruta de Lascaux - França.

 
Fonte: <https://www.flickr.com/photos/47357563@N06/8087949259>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

Ao longo da passagem dos milênios, esses desenhos foram sendo


transformados em pinturas. Se o principal elemento de um desenho é a linha, na
pintura é a cor, somada ao volume e à textura, como podem ser visualizados nas
representações pictóricas, existentes da gruta de Altamira, na Espanha.

Na figura abaixo, observa-se o aprimoramento das representações


rupestres, pois, além da linha desenhada, há o colorido em vermelho e negro da
figura, com sobreposições, criadoras de tons mais claros e outros mais escuros,
produzindo o volume do corpo do Bisão.

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Introdução à História da Arte

Figura 9: Pintura de um bisão na gruta de Altamira/Espanha.

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AltamiraBison.jpg>.
Acesso em: 27 jul. 2015.

Não é incomum se verificar a mudança dos padrões de representação em


um mesmo sítio arqueológico. Em Altamira, na Espanha, há paredes em que
podem ser visualizados diferentes padrões formais nas pinturas. Do Bisão
desenhado em perfil, a forma passou a ser pintada, apresentando torções do dorso
do animal, conforme a posição do seu abate final. O primor dessas pinturas revela a
maestria do seu autor.

Figura 10: Parede com pinturas de bisões em diversas posições –


Altamira/Espanha

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Altamira_bisons.jpg>.
Acesso em: 27 jul. 2015.

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Introdução à História da Arte

Figura 11: Detalhe de um bisão com o dorso torcido, em posição de abate

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Altamira_bisons.jpg>.
Acesso em: 27 jul. 2015.

Em paralelo a essa fase, surgiram, além dos desenhos, das pinturas


paleolíticas, também, outras manifestações artísticas, como a escultura e o alto-
relevo, que podem ser agrupadas em duas categorias: a arte rupestre e a móvel.

A rupestre relaciona-se a todas as imagens produzidas sobre as paredes das


cavernas. Os altos relevos eram elaborados, cavando-se na pedra as linhas do
desenho e retirando-se o excesso de pedra, resultando em imagens ressaltadas.

Dentre os altos relevos esculpidos na rocha mais importantes, destacam-se


as Vênus de Laussel e de Willendorf, pequenas esculturas, denominadas Vênus,
elaboradas por volta de 30.000 a.C.

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Figura 12: Vênus de Laussel- França.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Venus-de-Laussel-vue-generale-noir.jpg>. Acesso em: 24 jul.


2015.

Há duas categorias da arte pré-histórica: a rupestre e a móvel. A categoria


da arte móvel engloba todo tipo de objetos transportáveis, isto é, objetos que,
devido às suas dimensões reduzidas, podiam ser deslocados ou manuseados, como
as esculturas, cerâmicas e os amuletos.

As pinturas, os desenhos e os altos relevos pertencem à categoria de arte


rupestre. As Vênus são exemplares da arte móvel, pois os seres paleolíticos eram
nômades, ou seja, quando a coleta de frutos e a caça escasseavam em uma
localidade, eles partiam em hordas para outros lugares, para garantir as suas
sobrevivências.

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Introdução à História da Arte

Figura 13: Vênus de Willendorf - Áustria.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Venus_of_Willendorf_frontview_retouched_2.jpg>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

No período Neolítico, iniciado em torno de 10.000 anos a.C, deu-se a


primeira transformação estilística de toda história da arte. A estética naturalista, do
paleolítico, resultante da experiência concreta e cotidiana do homem paleolítico,
coletor de alimentos e caçador de animais, para a sua sobrevivência, cedeu o passo
a uma estilização geométrica das figuras rupestres, tanto as humanas, quanto as
dos animais.

Em um primeiro momento, o desenhista e o pintor neolítico representavam


os animais, juntamente com a figura humana, em movimento, em uma forma
sintética e geométrica. A novidade desse tipo de imagem refere-se à inclusão da
imagem estilizada, abstrata e sintética do homem em ação, seja no plantio, na
pecuária, ou na guerra.

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Introdução à História da Arte

Figura 14: Síntese e geometrização da forma.

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Algerien_Desert.jpg>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

O homem neolítico deixou de depender da caça e da coleta de alimentos,


ao passar a sobreviver dos seus próprios plantios – agricultura - e da domesticação
e criação de animais – pecuária -, tornando-se o protagonista do seu mundo. Como
não mais precisava deslocar-se constantemente para garantir o sustento, o homem
neolítico reformulou totalmente o seu modo de vida coletivo, tornando-se
sedentário.

A produção de alimentos, a partir da produção agrícola e da pecuária,


instaurou uma nova organização social. Pouco a pouco, constituíram-se tribos
unidas por laços familiares, aldeias e, mais tarde, povoados e cidades, situadas,
geralmente, em áreas férteis e às margens de grandes rios.

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Introdução à História da Arte

Figura 15: Cena de pecuária.

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fondazione_Passar%C3%A9_V1_079.jpg>. Acesso em:


24 jul. 2015.

Figura 16: Cena de guerra, entre tribos.

 
Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCLPXrLCT7MYCFYwUkAod7FcEyQ&url=http%3A%2F%2Fnossalinguanossomundo.blog
spot.com%2F2011%2F08%2Fpaleoliticoeneoliticoquakdiferenca.html&ei=MDGuVbP_AYypwATsr5HIDA&p
sig=AFQjCNHP49zD85UeLBVMWvoazy1UBPSXA&ust=1437565232406782>. Acesso em: 21 jul. 2015.

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Introdução à História da Arte

O homem neolítico abandonou as cavernas e passou a habitar em cabanas


de madeira ou de barro, cobertas de vegetação, ou em tendas de couro,
construídas próximas umas das outras.

O trabalho foi dividido entre os sócios tribais, e a produção era repartida


por todos os seus membros. Devido ao crescimento daquela população, era
frequente a guerra entre tribos, em busca de novos territórios.

Figura 17: Povoado tribal neolítico, La Algaba – Sevilha/Espanha

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:First_Irish_farmers_hut,_Irish_National_Heritage_Park_-
_geograph.org.uk_-_1252729.jpg>. Acesso em: 24 jul. 2015.

A Idade dos Metais, ocorrida no final do Período Neolítico, foi marcada por
intensa utilização de peças de metal, graças à descoberta e ao desenvolvimento de
técnicas de fundição. Paulatinamente, os instrumentos de pedra lascada e polida,
foram substituídos por instrumentos de cobre, de bronze e, mais tarde, de ferro.

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Introdução à História da Arte

Figura 18: Instrumentos de metal

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Arrowheads._Israel_Museum,_Jerusalem.JPG>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

De acordo com a progressão da produção agrícola, possibilitando o


crescimento populacional e o desenvolvimento da técnica, no decorrer desse
período, os grupos mais adiantados tecnicamente passaram a exercer domínio
sobre os outros, originando sociedades mais complexas.

Contra as ameaças externas, houve a necessidade de se protegerem e


produzirem em grandes áreas, ocupadas por várias aldeias ou grandes grupos
familiares, instaurando-se, assim, a organização de Estados, já no final do Neolítico.
O surgimento de sistemas simples de escrita, na região da Mesopotâmia e do Egito,
por volta de 4000 a.C., marcou o fim da Pré-História.

Diversas manifestações de arte rupestre são encontradas no Brasil. Os locais


mais conhecidos situam-se em Naspolini, no estado de Santa Catarina, na região
Sul do país; em Minas Gerais, na região de Prata, onde existem sítios arqueológicos
próximos a Serra da Boa Vista, além de Lagoa Santa, Varzelândia e Diamantina.

No nordeste, encontram-se pinturas nas seguintes cavernas: Toca da


Esperança, na Bahia e na Serra da Capivara, no Piauí. No estado do Rio Grande do
Norte, diversos sítios também são encontrados, principalmente nas regiões do
Seridó, assim como no município de Itapetim, em Pernambuco e na Pedra do Ingá,
no estado da Paraíba.

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Introdução à História da Arte

Figura 19: Pinturas da Serra da Capivara, no Piauí.

 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Serra_da_Capivara_Several_Paintings_2b.jpg>.
Acesso em: 24 jul. 2015.

Figura 20: Pedra do Ingá, na Paraíba.

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cabaceiras_apn_abril2006_a_002.jpg>. Acesso em: 24


jul. 2015.

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Introdução à História da Arte

Arte Egípcia

A arte e arquitetura do Egito desenvolveram-se a partir do término do


período neolítico até a conquista romana no ano 30 a.C. A história do Egito foi a
mais longa de todas as civilizações antigas que floresceram em torno do
Mediterrâneo, estendendo-se, quase sem interrupção, durante 3000 anos.

A partir das primeiras manifestações de escrita no Egito, com os hieróglifos,


instaurou-se a história. A civilização egípcia surgiu ao longo do rio Nilo, no norte do
continente africano, e é inevitável tratar da sua cultura, sem condicioná-la a esse
rio.

O transbordamento do seu leito, em determinados períodos, e a decorrente


inundação do seu vale e a volta das águas ao leito, possibilitou o desenvolvimento
agrícola e a criação da concepção cosmológica egípcia.

Por essa razão, o Nilo foi adorado como divindade agrária, e um dos deuses
mais antigos, Osíris, representa a dualidade morte-ressurreição, que norteia a
grandiosidade da cultura egípcia.

Como acreditavam na vida após a morte, fundamentada nas cheias e nas


vazantes do Nilo, mumificavam os cadáveres dos faraós, colocando-as em câmaras
sob as pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo, e garantir a passagem do
espírito faraônico – KA, para a eternidade. Em torno de 3000 a.C., a indústria e o
comércio tornam-se independentes, nas nascentes cidades, e nos mercados, onde
a população se aglomerava.

O Egito foi uma civilização desenvolvida em três épocas de esplendor


faraônico nos períodos denominados: Antigo Império (2800-2200 a.C.); Médio
Império (2050-1780 a.C.); e Novo Império (1580-1100 aC).

A estrutura política do vale do Nilo vinculava-se à autoridade de um


monarca único – o faraó -, a quem era atribuído poderes terrenos e divinos. Abaixo
dele seguia uma hierarquia constituída de escribas - casta muito importante, pois
registrava, através dos hieróglifos, todos os acontecimentos da vida do faraó, da
contabilidade da produção agrícola -, de administradores, de artistas, citando
alguns.

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Introdução à História da Arte

Uma tradição de escribas possibilitou o registro de uma surpreendente


produção histórica. Entre essa produção, contavam-se textos de ordens científica,
histórica, filosófica e religiosa. Nessa última modalidade, pode ser verificado o
sistema religioso egípcio, que justificava o poder dos faraós, que subsidiavam a
construção de templos dedicados aos variados deuses, pois os egípcios eram
politeístas (poli = vários e teísta = divindade).

A representação, hierarquização e difusão dessas divindades, eram


realizadas pela classe sacerdotal; daí o seu prestígio e poder político. Os artistas
criadores de pintura, escultura e arquitetura, também possuíam prestígio social.

As realizações artísticas, tanto na arquitetura como na escultura e na


pintura, atingiram o auge no antigo império, dando origem aos padrões e formas
estéticas que perduraram ao longo dos três mil anos da civilização egípcia.

Na cosmogonia egípcia, o faraó era o representante das divindades na


terra, sendo, também, considerado o herdeiro direto das divindades. Por exemplo,
Horus, o deus com feições de falcão, era uma das representações do faraó.

Figura 21: Faraó na imagem de Horus e a rainha

Fonte: <https://jarconsian.files.wordpress.com/2013/09/horusfalcon2.jpg>.
Acesso em: 13 jul. 2015.

31
Introdução à História da Arte

Os avanços tecnológicos alcançados por essa civilização podem ser


conferidos em suas obras arquitetônicas monumentais, realizadas no antigo
império, quais sejam: as pirâmides, gigantescas tumbas destinadas ao sepulcro dos
faraós, cujas construções devem ter iniciado por volta do ano de 2.700 a. C.

Após as suas mortes, os corpos faraônicos eram embalsamados e


sepultados no interior das pirâmides. Os egípcios possuíam a crença da vida após a
morte, fato que explica o grande cuidado na conservação dos corpos de seus reis.
As pirâmides eram a consequência lógica da importância do culto aos mortos,
tendo sido obras arquitetônicas complexas, destinadas à preservação da múmia do
faraó. Eram constituídas por câmaras funerárias, ou tumbas, destinadas a albergar
os tesouros, objetos, a múmia e o busto escultórico do faraó.

No campo da arquitetura, além das pirâmides, destaca-se, também, a


construção de templos e palácios. Essas construções eram financiadas e
administradas pelo tesouro dos faraós. A maior parte delas foi edificada com
grandes blocos de pedra, utilizando-se a mão-de-obra escrava. As pirâmides e a
esfinge de Gizé são as construções mais representativas do Egito Antigo.

As principais características da arquitetura egípcia são: a solidez e


durabilidade, devido ao uso da pedra calcária na construção; o sentimento de
eternidade, pois, tanto as pirâmides, quanto os templos, tratavam de garantir a
passagem do espírito do faraó – KA; e o seu aspecto misterioso e impenetrável.

Os sepulcros faraônicos foram de vários tipos: a mastaba, um monte de


argila com acessos externos a uma câmara subterrânea; a pirâmide escalonada,
construída em degraus de argila; e a pirâmide, com tumbas compostas por uma ou
várias câmaras funerárias; e os hipogeus, tumbas subterrâneas escavadas num
grande morro, formadas por várias câmaras.

As mastabas tinham a forma de “caixas de terra”. Posteriormente, a ideia de


superpor as mastabas, criando a forma de pirâmide escalonada foi do arquiteto
Imnotep; essa magnífica obra lhe valeu a divinização. As pirâmides foram
projetadas e edificadas com base trapeizodal e faces triangulares.

32
Introdução à História da Arte

Figura 22: Mastaba – Monte de argila

Fonte:<http://www.google.com/imgres?imgurl=http://egyptphoto.ncf.ca/meidum%252520mastaba%252
520no17%252520detail_640.jpg&imgrefurl=http://nieblayluz.blogspot.com/2011/12/mastaba17demeidu
m.html&h=522&w=658&tbnid=g40mm079xQMv6M:&zoom=1&docid=fuzLHFsnLmTBsM&ei=5iCgVZnPOc
WbwgSs0IWgCA&tbm=isch&ved=0CBwQMygBMAE>. Acesso em: 23 jul. 2015.

Figura 23: Pirâmide escalonada do Faraó Djoser, construída por Imnotep.

 
Fonte:<http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thu
mb/6/60/Saqqara_BW_5.jpg/250pxSaqqara_BW_5.jpg&imgrefurl=https://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%25C3
%25A2mide_de_Djoser&h=167&w=250&tbnid=z9VUEBwBfrD4dM:&docid=Xyf_Lv7Sd6kocM&ei=sX6uVar0
AoGIwgSe2IHYAQ&tbm=isch&ved=0CCAQMygAMABqFQoTCOqQpKXd7MYCFQGEkAodHmwAGw.>
Acesso em: 20 jul. 2015.

33
Introdução à História da Arte

O conjunto de Gizé é composto por três pirâmides, construídas para


abrigarem as múmias, os pertences e tesouros dos faraós Kéops, ladeada pelas de
Kéfren e Mikerinos. Historiadores e arqueólogos denominam esses conjuntos
tumulares de necrópole – “cidade dos mortos”.

Figura 24: Localização das Pirâmides de Gizé

 
Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fbi.gave.minedu.pt%2Fbi%2Fes%2F942%2F3563&ei=HSOgVa25Osqjw
gSG9r6gBg&bvm=bv.96952980,bs.1,d.Y2I&psig=AFQjCNHv8xJanG8hNJlvXqur6Qe5IBiAZA&ust=14366423
52378270>. Acesso em: 13 jul 2015.

Figura 25: a Necrópole de Gizé

Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.infoescola.com%2Fcivilizacao-egipcia%2Fpiramidedequeops %2
F&ei=YBmgVZfqJYmnwgSbjpagDA&bvm=bv.96952980,d.Y2I&psig=AFQjCNE1wYBpHCxABxv2cvLQr8CFZT
UhCA&ust=1436641954011031>. Acesso em: 13 jul. 2015.

34
Introdução à História da Arte

Figura 26: Pirâmide de Kéop

 
Fonte:<shttps://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&v
ed=0CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.infoescola.com%2Fcivilizacaoegipcia%2Fpiramidedequeops%2
F&ei=YBmgVZfqJYmnwgSbjpagDA&bvm=bv.96952980,d.Y2I&psig=AFQjCNE1wYBpHCxABxv2cvLQr8CFZT
UhCA&ust=1436641954011031>. Acesso em: 13 jul. 2015.

Figura 27: Pirâmide de Miquerinos

 
Fonte:<http://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0
CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.infoescola.com%2Fcivilizacaoegipcia%2Fpiramidedemiquerinos%2F
&ei=WhygVcaQEMuXwAT_x4d4&bvm=bv.97653015,bs.1,d.Y2I&psig=AFQjCNFzhDmcaIDZs1MDP7mjF8Oo
SbRznQ&ust=1436642721429710>. Acesso em: 06 jul. 2015.

35
Introdução à História da Arte

Os hipogeus dividiam-se em duas ou três câmaras: a primeira para os


profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A
entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e
esfinges.

Quanto à arquitetura civil, popular e palaciana, as ruínas existentes não


permitem recolher muita informação a esse respeito. Possivelmente, foram
construídas com materiais perenes, como tijolos de argila.

Figura 28: Hipogeu no Vale Dos Reis

Fonte: Disponível em:


<www.google.com.br/search?q=IMAGENS+DO+TEMPLO+DE+LUXOR&rlz=1C1VASU_enBR629BR639&espv
=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=hOKeVdmuK4WyevevjdAF&ved=0CBw
QsAQ#imgrc=b01p_Ry_daduqM%3A>. Acesso em: 20 jul. 2015.

No Antigo Egito, a esfinge com a face do faraó e o corpo de leão era


sinônimo de força e vitória. Por isso, sua imagem se associa ao retrato
propagandístico dos faraós, caso, por exemplo, da esfinge de Gizé, cuja cabeça é o
rosto de Kéfren. Ao mesmo tempo é imagem de realeza e símbolo funerário, pois
representa também a vida após a morte.

36
Introdução à História da Arte

Figura 29: Pirâmide de Kéfren e sua esfinge.

 
Fonte:<http://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0
CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.profissaoviajante.com%2F2010%2F09%2F16%2Fcairopiramidesdura
nteodia%2F&ei=fhugVYbSDcqmwASpooWQDA&bvm=bv.97653015,d.Y2I&psig=AFQjCNGFag_eyxYuL_1R
3ktUorhtXVqNug&ust=1436642459104537>. Acesso em: 20 jul 2015.
 

No campo da arquitetura, além das pirâmides, destaca-se, também, a


construção de templos e palácios. Essas construções eram financiadas e
administradas pelo tesouro dos faraós. A maior parte delas foi edificada com
grandes blocos de pedra, utilizando-se a mão de obra escrava. As pirâmides e a
esfinge de Gizé são as construções mais representativas do Egito Antigo.

Os arquitetos egípcios erigiram templos, recintos de grandes dimensões,


dedicados a um ou vários deuses, compostos de um grande número de colunas
(papiriformes, lotiformes e palmiformes) cobertas por platibandas – grandes placas
de pedra.

Ali trabalham sacerdotes, escribas e servidores, mas o acesso da população


em seu interior era proibido. Como as cerimônias aconteciam fora do templo, o
seu exterior era espetacular, compostos por obeliscos, baseados nos grandes
menires pré-históricos, e longas avenidas de esfinges. Alguns dos templos mais
importantes foram os de Luxor e Karnak.

37
Introdução à História da Arte

Figura 30: Templo de Luxor

Fonte:<www.google.com.br/search?q=IMAGENS+DO+TEMPLO+DE+LUXOR&rlz=1C1VASU_enBR629BR63
9&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=hOKeVdmuK4WyevevjdAF&ved
=0CBwQsAQ#imgrc=b01p_Ry_daduqM%3A.>. Acesso em: 06 jul. 2015.
 
 
Figura 31: Interior do Templo de Luxor

 
Fonte:<www.google.com.br/search?q=IMAGENS+DO+TEMPLO+DE+LUXOR&rlz=1C1VASU_enBR629BR63
9&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=hOKeVdmuK4WyevevjdAF&ved
=0CBwQsAQ#imgrc=b01p_Ry_daduqM%3A>. Acesso em: 20 jul. 2015.

38
Introdução à História da Arte

Os tipos de colunas egípcias são nomeados conforme seu capitel:


palmiforme – inspirado na palmeira branca; papiriforme - flores de papiro; e
lotiforme – capitel representa um ramo de lótus com corolas fechadas.

Figura 32: Colunas com capitéis lotiformes fechados – Templo de Luxor

 
Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCJrp5Ibg7MYCFQGEkAodHmwAGw&url=http%3A%2F%2Fwww.maisturismo.net%2Fsa
ntuariodeamonkarnakegito%2Fsantuario16%2F&ei=loGuVZrGGIGIwgSe2IHYAQ&psig=AFQjCNELORGCdk
HfmTx8Kj6IqPmGr_-RpA&ust=1437586174814265>. Acesso em: 21 jul. 2015.

Figura 33: Coluna com capitel lotiforme aberto

Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCMn47Jvj7MYCFQMfkAodgYIC1g&url=http%3A%2F%2Fapuntes.santanderlasalle.es%2
Farte%2Fegipto%2Farquitectura%2F&ei=54SuVYnpNYOwASBhYqwDQ&psig=AFQjCNEP7ESkMMaSZHNxj1
yM5dK9oyksg&ust=1437586761897206>. Acesso em: 21 jul. 2015.

39
Introdução à História da Arte

 
Figura 34: Colunas com capitéis palmiformes

Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCP6Mw_3g7MYCFQSOkAode70Amg&url=http%3A%2F%2Fwww.ceemo.org.ar%2Fima
genes.html&ei=foGuVce4IIanwgTIvbzQCA&psig=AFQjCNELORGCdkHfmTx8Kj6IqPmGr_-
RpA&ust=1437586174814265>. Acesso em: 21 jul. 2015.

Figura 35: Coluna com capitel papiriforme

 
Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCOqxLDi7MYCFYoPkAodAQsJUA&url=http%3A%2F%2Fapuntes.santanderlasalle.es%2
Farte%2Fegipto%2Farquitectura%2F&ei=B4SuVaqSKYqfwASBlqSABQ&psig=AFQjCNEP7ESkMMaSZHNxj1y
M5dK9oyksg&ust=1437586761897206>. Acesso em: 21 jul. 2015.
 

40
Introdução à História da Arte

Os egípcios não representaram, nos desenhos e nas pinturas, as partes do


corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a
posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o rosto
aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços
e tronco são mostrados de frente.

Figura 36: Quadrícula para o desenho das figuras.

 
Fonte:<http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://sites.google.com/site/janainapromatematica/_/
rsrc/1243038239794/escalacuisenairei/cuisenaire_2_quadricula.jpg&imgrefurl=https://sites.google.com/sit
e/janainapromatematica/escalacuisenairei&h=351&w=668&tbnid=WCpKGH4YEqB_iM:&zoom=1&docid=U
Bq8nx9dQZyzRM&ei=6OmeVcjhOYTWef_AkbgF&tbm=isch&ved=0CCUQMygKMAo>. Acesso em: 12 jul.
2015.

As características fundamentais da pintura egípcia são: figuras planares,


sem profundidade e volume, com colorido em tinta lisa, sem claro-escuro e sem
indicação de volume. Esses elementos atendem à Lei da Frontalidade, que
determinava as seguintes posições do corpo: o tronco e os olhos de frente, a
cabeça, pernas e pés de perfil.

No interior das pirâmides, algumas pinturas representavam o trabalho de


escravos produzindo coisas variadas, cujo objetivo era garantir o suprimento das
necessidades e o conforto na passagem de KA – alma do faraó. Essas
representações eram elaboradas, através da técnica da quadrícula, sobre a qual se
desenhavam diversas cenas, pintadas de cores brilhantes, com detalhes
minuciosos.

41
Introdução à História da Arte

 
Em ocasiões, junto aos afrescos localizam-se textos em hieróglifos, o
complexo sistema de escritura egípcio.

Figura 37: Pintura de sarcófago com cenas da vida do faraó.

Fonte:<http://www.pinturasemtela.com.br/wp-content/uploads/2011/05/esculturas-e-pinturas-
egipcias.jpg>. Acesso em: 10 jul. 2015.

Figura 38: O conjunto de hieróglifos possui 600 caracteres.

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Papyrus_Ani_curs_hiero.jpg>.
Acesso em: 28 jul. 2015.

42
Introdução à História da Arte

Figura 39: Tradução do alfabeto egípcio

Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCMyekJb82MYCFYGODQodV5UAbA&url=http%3A%2F%2Fbruxadocemagia.blogspot.c
om%2F2011%2F05%2Fegitoalfabeto.html&ei=tyKkVYznPIGdNteqguAG&psig=AFQjCNHPlCOim2tPQ3a6w
wIMfBeVBdYhBw&ust=1436906373868682>. Acesso em: 12 jul. 2015.

Quanto à hierarquia das figuras na pintura, as pessoas mais importantes


no reino eram representadas com dimensões maiores, seguindo a seguinte ordem
de grandeza: o rei, a rainha, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras
femininas eram pintadas em ocre, e as masculinas em marrom avermelhado.
Além dessas, os pintores usavam, também, o azul e o verde em baixas tonalidades,
além do branco e do preto.

43
Introdução à História da Arte

Figura 40: Pintura parietal com personagens de dimensões Diferentes – o faraó é o


mais alto.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tomb_of_Nakht_(8).jpg>.
Acesso em: 28 jul. 2015.

A escultura egípcia caracterizava-se pelo estilo hierático, a simetria, as


formas cúbicas e a frontalidade. Primeiro, talhava-se um bloco de pedra de forma
retangular; depois, desenhava-se na frente e nas laterais da pedra a figura ou
objeto a ser representado. Havia três tipos de escultura: a em pé, a sentada e o
busto.

As esculturas de pé eram produzidas a partir de um bloco de pedra calcária,


apresentando as personagens hieráticas, com os braços dobrados ou estendidos
ao longo do corpo, representado de modo normativo, com as cabeças realistas e o
pé esquerdo, ligeiramente, à frente dos corpos, na tentativa de imprimir
movimento. Assim, os corpos não retratavam os corpos reais, mas as faces sim.

44
Introdução à História da Arte

Figura 41: Mikerinos e esposa - escultura de pé

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:King_Menkaura_(Mycerinus)_and_queen.jpg>.
Acesso em 28 jul. 2015.

O mesmo procedimento é constatável nas esculturas sentadas. A única


diferença do tipo escultórico anterior relaciona-se à postura dos braços dobrados
sobre os troncos e os corpos.

45
Introdução à História da Arte

Figura 42: Faraó Rahotep e a rainha Snefru– escultura sentada

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CairoMuseumRahotepNofret.jpg>.
Acesso em: 28 jul. 2015.

Figura 43: Kéfren – escultura sentada

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Khafra_-_Quefr%C3%A9n.jpg>.
Acesso em: 28 jul. 2015.

46
Introdução à História da Arte

Os egípcios acreditavam que não bastava conservar o corpo do rei, mas era
preciso produzir uma escultura com a sua face e cabeça, pois desse modo, ele
viveria para sempre. Os escultores passaram a esculpir os primeiros bustos da
história da arte, considerados os verdadeiros retratos do faraó e família, em granito.
Essas esculturas eram colocadas na tumba, afim de que a sua magia mantivesse
viva a alma do faraó – KA, que residia na cabeça.

Por essa razão, o escultor era conhecido como “aquele que mantém vivo”. A
princípio, somente os faraós e descendentes possuíam bustos, mas,
posteriormente, os nobres, que também passaram a ter as suas tumbas edificadas
próximas aos sepulcros faraônicos, tiveram também as suas cabeças esculpidas de
modo realista. Essa estética perdurou toda a existência da civilização egípcia.
Inclusive no médio império, em que houve uma rápida mudança de padrão na
escultura faraônica, com aspectos cúbicos e formas estilizadas, que não
influenciaram as dinastias do novo império.

Figura 44: Escultura faraônica do médio império

 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Block_statue_of_Senenmut_%C3%84gyptisches_Museu
m_Berlin.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

47
Introdução à História da Arte

Figura 45: Busto de Amenófis IV

Fonte:<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve
d=0CAcQjRxqFQoTCMmw9Kbt7MYCFcGAkAodrXEK6A&url=http%3A%2F%2Fmestrewilsoncorreia.blogspo
t.com%2F&ei=e4uVYmHGsGBwgSt46nADg&psig=AFQjCNFRWtv5hzzr1PSp5ueywgQjZ7nkUg&ust=143758
9716668574>. Acesso em: 21 jul. 2015.

Durante o reinado do faraó Amenofis IV, no novo império, que mudou seu
nome para Akenathon, “o adorador do sol”, tornou-se o primeiro rei monoteísta do
Egito, abandonando a adoração por vários deuses, conforme fizeram os faraós
anteriores a ele, realizando uma série de reformas políticas e artísticas.

A arte dessa época, que até então havia seguido as tradições do passado,
foi muito transformada. Tornou-se menos pesada e mais descritiva. As
representações do faraó e família agora eram realizadas de uma maneira menos
formal e solene, em poses mais relaxadas.

É famoso o retrato de Amenófis IV, esculpido em alto relevo em uma placa


calcária, que o mostra como um homem com ênfase no queixo e lábios, em uma
representação pouco idealizada, e certamente bem próxima à face e ao corpo real
do Imperador. As mesmas características são verificáveis na escultura de pé de
Aknathon.

48
Introdução à História da Arte

Figura 46: Alto relevo de Aknathon, Nefertiti e As filhas, adorando o Deus Sol

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aten_disk.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

Figura 47: Akenaton - Escultura de pé com braços dobrados, em postura faraônica


do seu império.

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_salle_dAkhenaton_(1356-
1340_av_J.C.)_(Mus%C3%A9e_du_Caire)_(2076962048).jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

49
Introdução à História da Arte

Cenas com o faraó passeando com a esposa pelos jardins, com a perna
quebrada, ou pondo a filha no colo eram encomendadas por Aknathon aos seus
artistas, chocando os austeros padrões egípcios tradicionais. Foi o primeiro faraó
representado na mesma altura da rainha, em pose de intimidade familiar.

Figura 48: Afresco com Aknathon E Nefertiti passeando no jardim palaciano

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Couple_royal_dans_un_jardin_(Neues_Museum,_Berlin)
_(11545827426).jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

Figura 49: Alto relevo de Aknathon e Nefertiti com as filhas no colo, iluminados
pelos raios do Sol.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Akhenaten,_Nefertiti_and_their_children.jpg>. Acesso
em: 28 jul. 2015.

50
Introdução à História da Arte

Figura 50: Afresco com as filhas de Aknaton.

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Painting_of_Akhenaten%27s_daughters.jpg>. Acesso


em: 28 jul. 2015.

Figura 51: Busto da rainha Nefertiti

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nefertiti_berlin.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

51
Introdução à História da Arte

As pinturas e os altos relevos, no império de Amenófis IV, revelam que as


personagens não são mais hieráticas, mas agora apresentam movimento,
imprimindo mais vida nas cenas representadas. A postura hierática permaneceu
apenas nas esculturas de pé.

Figura 52: Afresco com cena de música e dança

 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nebamun_tomb_fresco_dancers_and_musicians.png>.
Acesso em: 28 jul. 2015.

Figura 53: As musicistas – Afresco

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Maler_der_Grabkammer_des_Nacht_004.jpg>. Acesso


em: 28 jul. 2015.

52
Introdução à História da Arte

Longe dos sacerdotes, das principais templos e do politeísmo tradicional, o


governo de Amenophis IV possibilitou que cenas do seu cotidiano familiar e
palaciano fossem representadas como um sopro de vida, na eternidade prometida
pela cosmogonia egípcia. Inclusive, afastou-se das principais cidades e templos,
indo construir a sua morada em El- Amarna, no deserto. Após a sua morte, houve
um retrocesso na arte, na religião e na política, ressaltando a existência singular do
“adorador do sol” em três mil anos de civilização egípcia.

Figura 54: Reconstituição da cidade e do Palácio de Aknathon, em El – Amarna

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Amarna_1.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2015.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas


irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo
de ensino-aprendizagem.

53
Introdução à História da Arte

Exercícios - Unidade 1

1.A origem da arte pode ser considerada quando o homem pré-histórico


começou a desenhar, pintar e esculpir. Isso ocorreu aproximadamente há quantos
anos atrás?

a) 1.000.000,00 de anos a. C.

b) 2.000.000,00 de anos a. C.

c) 3.000.000,00 de anos a. C.

d) 4.000.000,00 de anos a. C.

e) 5.000.000,00 de anos a. C.

2.O período Paleolítico corresponde:

a) Ao período mais intermediário da pré-história

b) Ao período Idade da pedra lascada

c) Ao período de transformação geodésico central

d) Ao período dos Big Bang

e) Ao período da pedra polida

3.O termo Neolítico significa

a) O período mais novo da pré-história

b) O período da idade da pedra e ser polida

c) O monumento mais antigo da pré-história

d) Uma expressão de inovação do período pré-histórico

e) O momento de formação do mundo político

54
Introdução à História da Arte

4. O termo Monólito significa:

a) O período da monogamia pré-histórica

b) O monumento de madeira

c) O sinônimo de monografia literária

d) Um pedaço de pedra preso ao solo

e) Uma conversa onde só uma pessoa fala

5.Quais são as duas categorias da arte pré-histórica?

a) A móvel e a inanimada

b) A entalhada e a rupestre

c) A rupestre e a móvel

d) A pintura e a escultura

e) A escultura e o desenho

6.A categoria da arte móvel engloba:

a) Todo tipo de objetos transportáveis

b) Objetos que devido às suas dimensões estendidas, não podem ser


deslocados

c) Objetos que não podem ser manuseados, como as esculturas e totens

d) Objetos do tipo menir

e) As cavernas e abrigos da pré-história

7.São objetos que pertencem à categoria de arte rupestre

a) As pinturas e os desenhos

b) Os altos relevos e as esculturas

c) Os quadros e as pinturas

d) As caças e as pinturas

e) Os altos relevos e as esculturas

55
Introdução à História da Arte

8.O período Neolítico tem início próximo de:

a) 10.000 anos a.C.

b) 10.000 anos d.C.

c) 20.000 anos a.C.

d) 20.000 anos d.C.

e) 100.000 anos a.C.

9.Como era a arquitetura dos templos egípcios e para que serviam?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

10.Quais são as características fundamentais da pintura egípcia?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

56
Introdução à História da Arte

2 Arte Clássica
Grécia e Roma

57
Introdução à História da Arte

Caro Aluno,

Continuando nossa jornada vamos entender o contexto da arte no período


grega e romana. Abordaremos sobre a arte dentro destes períodos visando
compreender melhor a representação da arte, para que possa identificar quando
precisar tratar alguma obra.

Objetivos da unidade:

Compreender o processo histórico da arte grega

Compreender o processo histórico da arte romana

Plano da unidade:

Quais as características da arte grega?

Quais as características da arte romana?

Bem-vindo à unidade 2!

58
Introdução à História da Arte

Arte Grega

Diversamente da civilização egípcia, que considerava o faraó a


personificação do humano e do divino, e os homens comuns apenas como uma
peça da maquinação gigante do cosmo, os helenos – gregos - constituíram-se à sua
própria imagem, o homem ocupou o lugar central do seu mundo. Essa atitude
civilizatória produziu uma das mais importantes revoluções da humanidade,
tornando-se, posteriormente, a base da cultura ocidental.

Por volta do século XI a.C., a Grécia iniciou seu processo de consolidação, a


partir de dois grupos tribais: os dórios que se estabeleceram no continente e os
jônios que se espalharam pelas costas da Ásia no mar Egeu, Sicília e Itália
meridional.

A data da instituição dos jogos olímpicos, no século VIII a.C., é o ponto de


partida da cronologia grega. A mitologia, a religião grega, se originou da síntese da
poesia e da razão. Todos os deuses do Olímpo mesclavam-se com os
acontecimentos mundanos, participando da vida cotidiana e das experiências dos
homens comuns.

Ao invés da recorrência aos atributos das forças de alguns animais,


garantindo a capacidade divina do homem, tal como as esfinges faraônicas, na
mitologia grega é o animal que se antropomorfiza (antropo = homem e morfiza =
forma), ou seja, uma forma humana é atribuída ao animal; daí a promoção de
sereias, centauros e faunos ao reino humano da inteligência.

De certo, a arte grega nos seus primórdios encontrava-se um pouco


misturada com os legados artísticos egípcios, conforme se verifica, principalmente,
nas pinturas dos vasos cerâmicos, e nas primeiras esculturas, criados a partir do
século VII a.C.

Na pintura do vaso cerâmico do período mais antigo da produção artística


grega, é possível observar na cena apresentada o uso da “Lei da Frontalidade” nas
representações dos caçadores, tal como o desenho do tronco, dos braços de frente,
e das pernas e faces de perfil. Inclusive, o desenho do animal, ressaltam-se
características das pinturas do último período paleolítico, devido à volumetria e ao
movimento do seu corpo selvagem.

59
Introdução à História da Arte

 
Figura 55: Vaso de Cerâmica de Múltiplos Usos

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCIeA-NzwkccCFQsbkAodhRoJAQ&url=http%3A%2F%2Feduardobaraegan.blogspot.com
%2F2011%2F11%2Fceramica-classica-grega-vasos-corintios.html&ei=IPnBVYfwFYu2wASFtaQI&bvm
=bv.99261572,d.Y2I&psig=AFQjCNEx17YeV7rWApivQkmRd-nSlGj8Sw&ust=1438861783806934.
Acesso em: 01.08. 2015.

Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio da forma, mas


também pela harmonia entre os desenhos, as cores e o espaço utilizado para
ornamentação. Além de servirem para rituais religiosos, esses vasos eram usados,
na vida cotidiana, para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e
mantimentos.

Os recipientes cerâmicos mais utilizados eram: a ânfora – vaso com duas


asas, utilizado para armazenar vinho, água e azeite; a hidria – vaso semelhante à
ânfora e de mesmo uso, porém possui três asas; e o lécito – recipiente com uma asa
e com gargalo estreito para regular o fluxo do líquido.

60
Introdução à História da Arte

Figura 56: Ânfora

Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCMau2MDjkscCFQYdkAoduKgJ5g&url=http%3A%2F%2Fgiscreatio.blogspot.com%2F2012%2F
02%2Fexequias-e-anfora-da-atica-com-figuras.html&ei=e3HCVYaFDIa6wAS40aawDg
&bvm=bv.99261572,d.Y2I&psig=AFQjCNGdmQndCAcnsWZpF3_7BJfDr1xmfA&ust=1438892629487775.
Acesso em: 03/08/2015.

Figura 57: Lécito

Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCMau2MDjkscCFQYdkAoduKgJ5g&url=http%3A%2F%2Fgiscreatio.blogspot.com%2F2012%2F
02%2Fexequias-e-anfora-da-atica-com-figuras.html&ei=e3HCVYaFDIa6wAS40aawDg&bvm= bv.99261572
,d.Y2I&psig=AFQjCNGdmQndCAcnsWZpF3_7BJfDr1xmfA&ust=1438892629487775.
Acesso em: 03/08/2015.

61
Introdução à História da Arte

Figura 58: Hidria

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjR
xqFQoTCIGBgeWXpMcCFUsXkAod4JgC8Q&url=http%3A%2F%2Fwww.tocadacotia.com%2Fcultura%2Farte%
2Fvasos-gregos&ei=AZLLVcH8IcuuwATgsYqIDw&psig=AFQjCNEvLVEPVVCTVZQPDi3v_gcPRSltcQ
&ust=1439490558525466. Acesso em: 12/08/2015.

A produção artística grega desenvolveu-se em três períodos: o Arcaico, do


século XI ao V a.C; o Clássico, do V ao III a.C; e o Helenístico, do século III a.C. até a
era cristã. Inclusive, os vasos cerâmicos acompanharam essa cronologia (cronos =
tempo/ logia = narrativa).

62
Introdução à História da Arte

Período Arcaico

 
Na escultura, a postura dos braços ao longo do corpo e uma das pernas
posicionadas à sua frente, evidencia a influência da estética egípcia.

Figura 59: Escultura grega, à esquerda; à direita, a escultura egípcia.

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqF
QoTCI7S3bPecYCFYFNkAodqeMKMA&url=http%3A%2F%2Festepaforever.wikispaces.com%2F8%25201%25C2%25
BA%2520ESO&ei=sFC1VY66F4GbwQSpx6uAAw&psig=AFQjCNF3ExW6YvqIOjcPPRdvYwFACyu5gw&ust=14380318
18531141>. Acesso em: 24 jul. 2015.

As esculturas gregas do período arcaico, no singular são chamadas: Kouros,


escultura masculina no singular, e Kouroi, no plural; e Koré, escultura feminina no
singular, e Korai, no plural. Essas esculturas foram esculpidas de pé. O material é
tanto pedra, quanto mármore.

Os Kouroi, figuras masculinas arcaicas, estão sempre em posição frontal e


são muito rígidas, e de frente são totalmente simétricas. São figuras hieráticas,
nuas, alteradas apenas por uma perna situada à frente do corpo, com os braços
afastados e com os punhos cerrados. As ondas dos cabelos caem para trás e a
anatomia ainda é pouco aprofundada.

63
Introdução à História da Arte

Por outro lado, apesar da semelhança entre as Korai, figuras femininas


arcaicas, e os Kuroi, figuras masculinas arcaicas, as Korai eram esculpidas vestidas.
Os Kuroi representam grandes atletas vencedores dos jogos olímpicos, e as Korai
representam sacerdotisas. Ambos os tipos são representações convencionais,
imagens impessoais e não retratos. São seres intermediários, nem homens, nem
deuses.

A única expressão facial é o sorriso, que traduz a alegria advinda da


consciência do homem da sua força, e da sua autonomia criadora frente às forças
do cosmos.

Figura 60: Koré e Kouros

 
Fonte:
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensfundamental/artes/greek1
.jpg&imgrefurl=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/arte-na-grecia-antiga-2-o-periodo-arcaico-
700-ac-a-490-ac.htm&h=204&w=287&tbnid=VOWwInNIJgiwhM:&docid=nT_P3_cL1k1ypM&ei=5fSzV
f_zEMSHwQTsqJngAQ&tbm=isch&ved=0CGwQMyhGMEZqFQoTCL_6vdyS98YCFcRDkAodbFQGHA.
Acesso em: 23/07/2015.

64
Introdução à História da Arte

Ao longo do século VI a.C., os rostos ganham uma expressão de vida, como


os lábios entreabertos, acentuando o sorriso. As primeiras Korai apresentam trajes
geométricos, retangulares, mas as produzidas posteriormente manifestam trajes
“segunda pele”, de linhas fluidas, e os cabelos caídos sobre os ombros.

Figura 61: Kouros e Koré

Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCNXOtuvV-cYCFUmQkAodqKsLBQ&url=https%3A%2F%2Falexmb92.wordpress.com
%2F2010%2F07%2F08%2Fkuroi-i-korai%2F&ei=U0W1VbyvFsSzwATlmZ2wBA
&psig=AFQjCNHN_d_MZBllSMQ3C_GWUY-5OiRXYA&ust=1438029523860668. Acesso em: 23/07/2015.

Toda escultura grega é antropomórfica (antropo = homem/ mórfica =


forma), pois representa os ideais de beleza humana e não divinas, como fora a
escultura egípcia.

No campo da arquitetura, as realizações gregas foram identificadas com a


criação das três Ordens Arquitetônicas: Dórica, Jônica e Coríntia.

65
Introdução à História da Arte

Figura 62: Ordens Arquitetônicas

 
Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCPDm_oOp_sYCFUIKkAodI8LVQ&url=https%3A%2F%2Fgl.wikipedia.org%2Fwiki%2FOrde_ar
quitect%25C3%25B3nica&ei=z7e3VbDDNcKUwASj3qoBQ&psig=AFQjCNGGIKKzGpzSYQNAR3UzcyB-
MXiMww&ust=1438189855425032>. Acesso em: 27/07/2015.

A Ordem Dórica foi criada no período arcaico, em meados do século VI a.C.,


cuja coluna se constitui de fuste com caneluras e capitel talhado como uma
almofada quadrada, conforme é verificável nos templos de Hefesto e Partenon,
construídos com mármore pintado com cores vibrantes, que foram se apagando
com o decorrer do tempo.

Todos os edifícios foram construídos com blocos de pedra, sobrepostos


sem argamassa, talhados com precisão. O telhado possui duas águas, coberto de
telhas de barro, formando um frontão triangular.
Figura 63: Coluna Dórica – Fuste com caneluras e Capitel geométrico

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCKW5sZOh_sYCFQGTkAodReEOJg&url=http%3A%2F%2Fwww.filosofia.seed.pr.gov.br%2Fmod
ules%2Fgaleria%2Fdetalhe.php%3Ffoto%3D47%26evento%3D4&ei=jK-3VaXDKYGmwgTFwruwAg
&bvm=bv.98717601,d.Y2I&psig=AFQjCNENx1u1eprzzpYz57LxoRK3PJbNAQ&ust=1438186379496504.
Acesso em: 27/07/2015.

66
Introdução à História da Arte

Figura 64: Templo Dórico de Hefesto – Atenas

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCPjUjbSzpMcCFUqQkAodbmIPjQ&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FTemplo_
de_Hefesto&ei=967LVbj9C8qgwgTuxL3oCA&psig=AFQjCNFqmyJ6EcHOxlGEBDP7ogn4PekhqQ&ust=1439
498230405756. Acesso em: 27/07/2015.

Figura 65: Partenon – Atenas

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved
=0CAcQjRxqFQoTCPjUjbSzpMcCFUqQkAodbmIPjQ&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FTe
mplo_de_Hefesto&ei=967LVbj9C8qgwgTuxL3oCA&psig=AFQjCNFqmyJ6EcHOxlGEBDP7ogn4PekhqQ&ust
=1439498230405756. Acesso em: 27/07/2015.

67
Introdução à História da Arte

Período Clássico

No século V a.C., instaurou-se o Estado Democrático na Grécia, em que a


ciência, a filosofia e o teatro, tal como entendemos atualmente, foram criados

A arte da dramaturgia clássica foi a Tragédia grega considerada a obra de


arte integral, pois unia dança, poesia e música. A importância das representações
das peças trágicas para o cidadão grego requereu a projetação arquitetônica de
um espaço próprio, construído em declive, com bancadas sobrepostas seguindo a
topografia do terreno, inaugurando a arquibancada, tal como no teatro de
Epidauro.

Figura 66: Teatro de Epidauro

 
Fonte: Disponível em: <http://cdn.atenas.net/guias/atenas/fotos/epidauro-antiguo-teatro.jpg>.
Acesso em: 12 ago. 2015.

As populações das cidades gregas – pólis – começaram a questionar a


mitologia e a investigar a natureza das coisas. Em decorrência, os gregos
descobriram as formas naturais e criaram o escorço: reunião dos traços primários e
provisórios, que dão início ao desenho de uma obra de arte, inaugurando-se o

68
Introdução à História da Arte

Período Clássico. Nesse momento, os artistas começaram a confiar no que os seus


olhos viam, passando a desenhar as coisas de vários ângulos, e não somente de
frente. O estudo científico da anatomia do corpo humano possibilitou que o
escultor conhecesse, mais profundamente, a articulação dos ossos e músculos,
representando-os nas esculturas de atletas vencedores, dedicadas aos deuses.
Essas esculturas eram idealizações concebidas como a representação da beleza
ideal do corpo humano. Assim, não eram cópias de ninguém, mas representações
produzidas a partir de certas normas.

O principal cânone foi elaborado pelo escultor Policleto. Ao esculpir o


Doríforo, atleta atirador de lança, em bronze, Policleto demonstrou seus ideais de
beleza do corpo humano, baseados na longitude da cabeça a partir da qual a altura
total do corpo humano correspondia sete vezes à altura da cabeça. Essa ruptura
com os procedimentos anteriores estabeleceu uma forma escultórica aberta e
externa, cujo volume rompeu com a rigidez das esculturas arcaicas.

O equilíbrio perfeito resultou da análise da figura humana, buscando a


simetria no movimento e em cada uma de suas partes. Conforme o cânone de
Policleto, cada parte do corpo tem independência, mas todas se unem em
um conjunto harmônico e equilibrado, ao final.

Essa técnica de contrair uma parte do corpo e flexionar ligeiramente a


outra, chama-se “contraponto”, associada à inclinação da cabeça ligeiramente para
a direita, como descrevendo uma forma de ¨S¨, foi aplicada pela primeira vez no
Doríforo, permitindo infundir o sentido de vitalidade e harmonia na
escultura, rompendo, definitivamente, com a rigidez do kouros e da koré. Policleto
idealizou a concepção clássica de que o "homem é a medida de todas as coisas’.

69
Introdução à História da Arte

Figura 67: Cânone de Policleto

Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=
&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCIXLlvDLpMcCFUIbkAodHIgDtw&url=http%3A%2F%2Fblogartece
dvf.blogspot.com%2F2011%2F09%2Fo-canone-das-8-cabecas.html&ei=rb3LVYrLEcSXwQSZ9qDYBg
&bvm=bv.99804247,d.Y2I &psig=AFQjCNGjdM2YX817KeXtUIN35-lHfF5WyA&ust=1439504926143871.
Acesso em: 12/08/2015.

Figura 68: Doríforo – Policleto

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCIj7vLHMpMcCFYJNkAodp0MDDQ&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FPoliclet
o&ei=KMnLVYjHIoKbwQSnh41o&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNGjdM2YX817KeXtUIN35-
lHfF5WyA&ust=1439504926143871. Acesso em: 12/08/2015.

70
Introdução à História da Arte

Todos os escultores trabalhavam o escorço a partir de um modelo vivo.


Entretanto, eliminava as imperfeições e o desequilíbrio da simetria do corpo real,
idealizando-os e utilizando o cânone de Policleto. Um deles foi Praxíteles, o
importante escultor do Período Clássico.

Praxíteles esculpiu numerosas estátuas masculinas, femininas e de


divindades. Trabalhou principalmente com mármore, e usava eventualmente o
bronze. Uma das suas principais obras é “Hermes com o Infante Dionísio”, em que
se observa o movimento em “S” do corpo de um dos deuses do Olimpo, e a leveza
do tecido drapeado que protege o deus Dionísio ainda criança.

O escultor demonstra nessa forma escultórica, não só o domínio da matéria


esculpida, mas o conhecimento do movimento dos músculos e das articulações do
corpo masculino.
Figura 69: Hermes e Dionísio, de Praxíteles

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCKP6yeHTcYCFUV9kAodfyMDDg&url=https%3A%2F%2Fwww.utexas.edu%2Fcourses%2Fintrot
ogreece%2Flect21%2Fimg2.html&ei=U0W1VbyvFsSzwATlmZ2wBA&psig=AFQjCNHN_d_MZBllSMQ3C_G
WUY-5OiRXYA&ust=1438029523860668. Acesso em: 24/07/2015.

71
Introdução à História da Arte

O conjunto decorativo do Partenon mostra uma apreciável unidade dos altos


relevos e das esculturas, que representam. Todo programa temático dos conjuntos
concordava com os ideais de exaltar Atena, a deusa protetora de Atenas, e
glorificar a excelência de seu povo, seus deuses e suas vitórias contra a barbárie
persa. O escultor cavou o mármore em alto relevo, o único grupo que mostra cenas
de batalhas.

Figura 70: Alto relevo do Partenon – Fídias

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCNLXlZHcpscCFUMjkAodmBMApQ&url=http%3A%2F%2Fwww.artedesigncultura.com.br%2Ffi
dias%2F&ei=G-bMVZLeD8PGwASYp4CoCg&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNHoRg7PIfogDKUdS_U
UnQbMR9B_Fw&ust=1439577839412121. Acesso em: 12/08/2015.

O Apolo Belvedere é uma escultura de mármore representando Apolo. Sua


datação e autoria são controversas e sua procedência é desconhecida. Durante
muito tempo foi considerada a representação ideal da perfeição física masculina e
uma das mais importantes obras do classicismo grego.

O equilíbrio e a harmonia entre todos os elementos, o movimento suave do


corpo e do planejamento drapeado, conferem à obra a perfeição idealizada, tão
desejada pelos artistas do Período Clássico.

72
Introdução à História da Arte

Figura 71: O Apolo de Belvedere

 
Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCNCa2pfacYCFQV9kAodLzoKng&url=http%3A%2F%2Fpt.dreamstime.com%2Ffotodestockbel
vederedeapolloimage22633110&ei=Q0y1VZDtNIX6wQSv9KjwCQ&psig=AFQjCNF3YKZTAp75x3d7M3xIUo
Mpa3BTSQ&ust=1438031165724113>. Acesso em: 24 jul. 2015.

Essas características estéticas também são encontradas na obra de arte do


mesmo período, do escultor Myron – o Discóbolo, atleta olímpico atirador de disco.
Myron atingiu o ápice da movimentação anatômica do corpo de um atleta em
ação, de tal modo que o espectador visualiza a realidade em uma escultura de
mármore.

73
Introdução à História da Arte

Figura 72: Discóbolo de Myron

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCOP8_sTc-cYCFUWJkAod1oEDIw&url=http%3A%2F%2Fmundo-e-arte.blogspot.com
%2F2014%2F06%2Fescultura-miron-de-eleuteras.html&ei= u061VaOzK8WSwgTWg46YAg
&psig=AFQjCNF3ExW6YvqIOjcPPRdvYwFACyu5gw&ust=1438031818531141. Acesso em: 24/07/2015.

A Ordem Arquitetônica Jônica foi criada no Período Clássico. Como visto


anteriormente, sua principal característica é a coluna com frisos e base redonda e o
capitel com volutas laterais. A colunata dos templos jônicos era mais esbelta do
que o conjunto estrutural dórico.

74
Introdução à História da Arte

Figura 73: Coluna e capitel jônico

Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCMyGgt7rpscCFUYXkAodpHkIvA&url=http%3A%2F%2Farquiteture-se-ufop.blogspot.com
%2F2014%2F11%2Fum-pouco-sobre-as-ordens-classicas.html&ei=dvbMVczzOcauwASk86HgCw
&psig=AFQjCNFyWs3tXg5V6lM-ao8GJa2eomgI3Q&ust=1439582047517911. Acesso em: 13/08/2015.

Figura 74: Templo Jônico de Atena Nike – Atenas

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCJ_YoPvspscCFQKQkAodZWQPGQ&url=http%3A%2F%2Fnovasexperienciaslowcost.blogspot.c
om%2F2014_05_01_archive.html&ei=3_XMVdGBDMWJwgT07o-gCw&psig=AFQjCNFyWs3tXg5V6lM-
ao8GJa2eomgI3Q&ust=1439582047517911. Acesso em: 13/08/2015.

75
Introdução à História da Arte

Período Helenístico

O helenismo marcou a transição da civilização grega para a romana, em


que imprimiu a potência da sua cultura, consubstanciada ao longo de oito séculos.
As influências artísticas da cultura grega espalharam-se por todo Império de
Alexandre, o rei da Macedônia, influenciando artistas gregos pela estética do
oriente e inspirando esses com as suas criações.

De fato, não se encontra, no período helenístico, o esplendor literário e


filosófico do período áureo do classicismo grego, mas é notável o grande surto da
ciência e da erudição, durante o seu desenvolvimento civilizatório.

A estética helenística caracterizou-se por conceber uma arte mais realista,


cuja temática era voltada para o dramático, ao expressar nas obras escultóricas e
nos relevos, violência, dor, pessimismo, negativismo, derrota e decadência,
componentes constantes dos novos tempos de guerra.

A cultura helenística substituiu a concepção clássica de que o "homem é a


medida de todas as coisas" pelo caráter monumental das obras de arte. As
mudanças nas concepções artísticas do período são evidentes, tanto na forma
escultórica da figura feminina nua, inimaginável no período clássico, em que as
deusas eram cobertas por trajes transparentes e drapeados, quanto na composição
de grupos escultóricos.

Outro princípio escultórico criado relaciona-se a possibilidades das figuras


poderem ser observadas de todos os pontos de vista, estimulando o olhar do
observador e atraindo-o a circular em torno delas para apreciar a grandeza da obra.

A ”Vênus de Milo” desempenhou um papel importante na transição dos


postulados da escultura clássica, e por essa razão ainda revela o corpo em “S”
tipicamente classicista, e os novos rumos da estética helenística. A dimensão
monumental da deusa Afrodite não segue mais o critério policletano e o corpo
seminu anuncia a retirada do traje das esculturas femininas clássicas.

76
Introdução à História da Arte

Figura 75: Vênus de Milo - Autoria atribuída à Praxíteles

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCJTm7vXicYCFYp9kAodgU4E0Q&url=http%3A%2F%2Felescaramujo.blogspot.com%2F2006%
2F05%2Flavenusdemilopasasusdasenel.html&ei=rVS1VYiINcmRwgTo7ZgDA&psig=AFQjCNEeeIwbDmQ41
HDWDIjtSwRD9Cv7Gw&ust=1438033454156262>. Acesso em: 24/07/2015.

De autoria atribuída ao escultor Doidalsas, a escultura de Afrodite,


representa a deusa da beleza em posição humana, agachada, banhando-se,
situação e movimentação descabida para uma divindade, pois os deuses e deusas
do olimpo grego ocupavam um lugar mitológico superior ao dos humanos.
Entretanto, no helenismo, todas as divindades foram “rebaixadas” ao mundo
humano, apontando para a mudança dos padrões civilizatórios do período.

77
Introdução à História da Arte

Figura 76: Afrodite Agachada - Autoria atribuída a Doidalsas

 
Fonte:
<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCPaKpcWCp8cCFQkbkAodY5QPlQ&url=http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Afrodite&ei=YQ7NVb
bWBom2wATjqL6oCQ&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNF-GJxCWvT7RAVKwhLxbUSxzte7Pg
&ust=1439588294684495>. Acesso em: 13/08/2015.

A habilidade técnica e os novos ideais estéticos foram aplicados na


representação das figuras que sugerem movimento, por vezes, bruscos, dramáticos
e teatrais.

Em "Lacoonte e seus filhos", conjunto colossal de esculturas que


representam uma lenda da época da Guerra de Troia, podem-se observar os
esforços de representar o corpo de maneira realista e a movimentação dramática
na ação dos elementos, esmagados pela temível serpente.

Ressalta-se o domínio do escultor na ênfase dada na representação dos


músculos do Laccoonte, e a ausência de escala nas dimensões dos filhos.

78
Introdução à História da Arte

Figura 77: Vitória de Samotrácia

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCJDRn8Hl-cYCFUOAkAodzbYKlg &url=http://umolharsobreaart.blogspot.com /2013/08/52-arte-
da-antiguidade-classica-arte.html&ei=I1i1VdCzL8OAwgTN7aqwCQ&psig=AFQjCNHbCjwAde7A
1HjjQQVNzLGPmvnelg&ust=1438034337433225. Acesso em: 24/07/2015.

Uma das mais importantes tendências do desenvolvimento da arquitetura


helenística, também se manifestou no desenvolvimento do teatro, conforme o
Teatro de Priene, edificado no século III a. C.

Nas criações dramáticas, tal como na vida, a ênfase passou a recair mais
sobre o indivíduo do que sobre o grupo; no teatro, isso significava mais atenção ao
ator do que ao coro, como fora no teatro clássico.

79
Introdução à História da Arte

Figura 78: Teatro de Priene

 
Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCOTrktTHqccCFcMekAod9NIJjA&url=http%3A%2F%2Fumolharsobreaarte.blogs.sapo.pt%2Ftag
%2Fest%25C3%25A1dio%2Bgrego&ei=SWPOVaSjMMO9wAT0pafgCA&psig=AFQjCNF4jycabz9GCiCTwTXa
1eoCEWBrXQ&ust=1439675299537917. Acesso em: 13/08/2015.

A habilidade técnica e os novos ideais estéticos foram aplicados na


representação das figuras que sugerem movimento, por vezes dramáticos e
teatrais. Em "Lacoonte e seus filhos", conjunto de esculturas que representam uma
lenda da época da Guerra de Tróia, pode-se observar os esforços de representar o
corpo de maneira realista e a dramaticidade na ação.

A tensão muscular observada por todo o corpo de Laocoonte dá conta de


seu estado de dor e sofrimento. A expressão no seu rosto, entretanto, mostra que
esta dor é suportada sem levá-lo ao desespero absoluto ou à raiva.

80
Introdução à História da Arte

 
Figura 79: A morte de Lacoonte e de seus Filhos

Fonte:<http://1.bp.blogspot.com/_7ImBbm_Y2fk/TJIdXPFkqiI/AAAAAAAABGQ/d916wymmn4A/s1600/Lao
conte+I.jpg>. Acesso em: 13/08/2015.

O Helenismo desenvolveu uma arquitetura onde predominavam o luxo e a


grandiosidade, pela imponência do Império Macedônico. Alexandria, cidade
fundada pelo imperador Alexandre, no Egito, possuía numerosas construções
públicas e particulares, palácios de mármore e templos.

A Ordem Coríntia resultou da adequação dos elementos gregos clássicos


com o luxo ornamental das províncias orientais. O capitel coríntio apresenta um
caráter ornamental, inspirado na vegetação oriental.

A arquitetura helenística ganhou dimensões monumentais, diferentemente


do equilíbrio fundamentado nas dimensões dos elementos constitutivos da
arquitetura produzida no período clássico.

81
Introdução à História da Arte

Figura 80: Capitel Coríntio

 
Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCP7S_dmDp8cCFQMRkAod7zEJfQ&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FOrdem
_cor%25C3%25ADntia&ei=mA_NVf6mOYOiwATv46ToBw&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNHpeJQ4
SO_1MSNOVtlXm0x7Qogf6A&ust=1439588556094543>. Acesso em: 13/08/2015.

Figura 81: Templo Coríntio de Diana – Portugal

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCOGw_qDp8cCFUMTkAoduqQIdw&url=https%3A%2F%2Fwww.flickr.com%2Fphotos%2F948
0263%40N02%2F5150687874&ei=3Q_NVaHcC8OmwAS6yaK4Bw&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCN
HpeJQ4SO_1MSNOVtlXm0x7Qogf6A&ust=1439588556094543>. Acesso em: 13/08/2015.

82
Introdução à História da Arte

A divisão do Império Macedônico que se seguiu à morte de Alexandre e as


sucessivas lutas internas, resultaram no enfraquecimento político da Grécia, o que
possibilitou a conquista romana, consubstanciada durante os séculos II e I a.C.
Porém, mesmo conquistando a Grécia, Roma reverenciou e curvou-se ao esplendor
da sua magistral obra cultural.

Arte Rom ana

Uma das afirmações mais assertivas em favor dos romanos, é que eles eram
entusiastas das artes e admiradores profundos da arte grega, em especial da
escultura. No entanto, por uma questão de puro temperamento cultural, eram
totalmente diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas
eram representações fiéis das pessoas e não a de um ideal de beleza humana,
como sempre fizeram os artistas da Grécia.

Esse fundamento pode ficar mais claro, ao se observar a escultura de busto,


herdada da arte egípcia, do Imperador Adriano, cuja base da representação da face
é fidedigna aos traços reais do modelo, de acordo com a estética realista.

Figura 82: Imperador Adriano

Fonte:
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQ
jRxqFQoTCMWs1qyexccCFUMLkAodjyoEGw&url=http%3A%2F%2Fwww.historiadigital.org%2Fcuriosidade
s%2Ftop-5-imperadores-mais-loucos-de-roma%2F&ei=EebcVYXgMsOWwASP1ZDYAQ
&psig=AFQjCNGgwwmDiZwzXnKyXoNCGXn8aP5nhg&ust=1440626486215491>. Acesso em: 25/08/2015.

83
Introdução à História da Arte

O mesmo ocorreu na escultura de corpo inteiro do Imperador Augusto, em


que o artista procurou captar as suas feições reais e vestir o modelo com uma
couraça e uma capa romana. Também prevaleceram os movimentos dos braços do
imperador de tal forma, que ele parece dirigir-se firmemente aos seus súditos,
conforme os ditames da arte grega do período helenístico.

Figura 83: Imperador Augusto

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCIrL54njnMcCFQQUkAodj1oBrw&url=http%3A%2F%2Fpropagativodigital.blogspot.com%2F2
012%2F06%2Fescultura-romana.html&ei=Na_HVcrcHYSowASPtYX4Cg &bvm=bv.99804247,d.Y2I
&psig=AFQjCNFueE27x3okJhpEtnKRvPtxqBKOiw&ust=1439235752301717>. Acesso em 07/08/2015.

84
Introdução à História da Arte

A impressionante veracidade dos retratos, também é constatável no busto do


Imperador Constantino, em que se verifica a grande dimensão dos seus olhos, do
nariz adunco e dos ossos da face bem marcados.

Figura 84: Imperador Constantino

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCIvQ5rTznMcCFQuDkAod7iwPIA&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FConstan
tino&ei=VsDHVYvNJYuGwgTu2byAAg&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNGDDqxCCxDPqI0gNzTA9bs
1xqBAyg&ust=1439240644813369>. Acesso em: 09/08/2015.

Em termos gerais, considera-se que o busto teve em Roma uma função


primordial, já que permitia a difusão imagética de personagens notáveis. Os
avanços técnicos e teóricos sobre a arte de esculpir permitiram a representação fiel
desses protagonistas da vida política de Roma.

Um bom exemplo desse processo é o busto de Agripa, revelador do poder


dessa matriarca romana, devido à expressão geral de superioridade e liderança do
retrato, ao existir, em Roma, uma relação estreita entre o poder e a representação
artística.

85
Introdução à História da Arte

Figura 85: Busto de Agripa

Fonte:<http://4.bp.blogspot.com/GThp2_DRLJk/VQC87APhOKI/AAAAAAAANqw/1T3vnFKYCic/s1600/Rom
e_Agrippina_Minor.jpg>. Acesso em: 25/08/ 2015.

Além dos bustos de Imperadores e de outros personagens importantes, era


comum encomendar aos escultores, bustos de pessoas comuns, principalmente,
de patriarcas das famílias romanas.

Figura 86: Romano idoso

Fonte::
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCI_d1KrknMcCFQOJkAodCiAJuA&url=http%3A%2F%2Fhistoria7cavanca.blogs.sapo.pt%2F536
51.html&ei=hrDHVY-CMoOSwgSKwKTACw&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNFueE27x3okJhp
EtnKRvPtxqBKOiw&ust=1439235752301717>. Acesso em: 07/08/2015.

86
Introdução à História da Arte

As esculturas equestres, invenção romana, eram dedicadas aos


imperadores tinham objetivos comemorativos e políticos. Caracterizavam-se pelo
realismo, enfatizando a descrição da personalidade dos mesmos, na postura de
comando e, sobretudo, na expressão do olhar.

Figura 87: Escultura equestre do Imperador Marco Aurélio

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCL6f49HvnMcCFYeBkAodS7kEmg&url=http%3A%2F%2Fumolharsobreaart.blogspot.com%2F
2014%2F02%2F72-arte-da-antiguidade-classica-
arte.html&ei=YbzHVf7qJoeDwgTL8pLQCQ&psig=AFQjCNGfxlJ37Sry4a3onG2HutsaPHKWdA&ust=1439239
025636372>. Acesso em: 09/08/2015.

A preocupação dos romanos em representar elementos bem determinados


pode ser observada não somente nas estátuas, mas também nos relevos
esculpidos, tão tradicionais nas artes romanas. São vários os exemplos que podem
ser constatados nos monumentos erguidos para celebrar algum feito alcançado
por um imperador romano.

87
Introdução à História da Arte

É verdade que os gregos também gostavam de ornamentar a arquitetura


de suas cidades, mas estas representavam os mitos, e os fatos atemporais. Em
contrapartida, os romanos procuraram criar relevos que fossem representações de
acontecimentos específicos, como o domínio de uma província, bem como dos
seus participantes.

Há alguns monumentos que podem ser destacados, como a Coluna de


Trajano e a Coluna de Marco Aurélio, onde foram representadas cenas de batalhas,
em alto relevo, registrando as suas conquistas e vitórias. Subordinados à
arquitetura, esses altos relevos tinham fins ornamentais, comemorativos e
narrativos sobre a história de Roma.

Figura 88: Detalhe da Coluna de Marco Aurélio – Roma

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCJ25utGenccCFUuKkAodwaYKlg&url=http%3A%2F%2Fumpouquinhodecadalugar.com%2F20
14%2F10%2F25%2Fpanteao-o-templo-de-todos-os-deuses%2F&ei=qe3HVd3AGsuUwgTBzaqwCQ
&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig=AFQjCNEFxB5bHlBWEmtVu1JyAdqh3ZiiMA&ust=1439252260691136>.
Acesso em: 08/08/2015.

88
Introdução à História da Arte

A arte dos romanos revela-se como a arte de uma detentora de um grande


espírito prático. Por toda parte em que os romanos estiveram, estabeleceram
colônias e construíram casas, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios
governamentais cada vez mais característicos de seus impérios.

Com a construção do Fórum, no centro de Roma, no império de Júlio César,


o padrão arquitetônico romano foi estabelecido, tendo sido disseminado,
posteriormente, pelos territórios conquistados através das legiões romanas.

O Fórum funcionava como centro administrativo, religioso e comercial, de


uma cidade romana; uma grande praça e cerne da vida pública. Sua forma
arquitetônica era retangular, com uma área destinada a reuniões ao ar livre,
rodeada de uma série de colunas, formando uma colunata de várias ordens
arquitetônicas, de templos e edifícios administrativos.

Figura 89: Fórum Romano – Roma

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCKO8xc2InccCFUKIkAodexwHLQ&url=http%3A%2F%2Fwww.essenceturismo.com.br%2F2016
-07-roma-semana-missionaria-e-cracovia-jmj-2016%2F&ei=j9bHVeO4J8KQwgT7uJzoAg
&psig=AFQjCNF5u_5axeS09qr6c9lIwRKU2eRQ5Q&ust=143924634951868>. Acesso em: 08/08/2015.

89
Introdução à História da Arte

O templo principal, em Geral, localizava-se numa das extremidades do Fórum.


A tipologia desses templos resultou da junção de elementos gregos e etruscos
(habitantes da península itálica antes dos romanos). Dos gregos adotaram a planta
retangular, o telhado de duas águas e escadas de acesso. Dos etruscos, herdaram o
fechamento parcial com as paredes, formando a cela, onde situavam as esculturas
dos deuses, somada à colunata situada no espaço restante, e o pódio (plataforma)
sobre o qual o templo era construído.

Figura 90: Templo Romano – Barcelona – Espanha

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCKys1aOMnccCFUEKkAod0hMA6g&url=http%3A%2F%2Fwww.escuelapedia.com%2Fetiqueta
%2Farte-romano%2F&ei=adrHVezTIsGUwATSp4DQDg&psig=AFQjCNFP32G1nJ435sa7Tl5IlmhAq77dMQ
&ust=1439247335563077>. Acesso em: 08/082015.

Preservaram as ordens arquitetônicas gregas: dórica, jônica e coríntia. No


entanto, inventaram outras: a toscana, uma espécie de ordem dórica com colunas
sem estrias, e a compósita formada por um capitel desenvolvido a partir da junção
de elementos jônicos e coríntios.

90
Introdução à História da Arte

Figura 91: Colunas Gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) e Romanas (Toscana e


Compósita)

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCK_XlIeOnccCFUQYkAodWMwLnA&url=http%3A%2F%2Fumolharsobreaart.blogspot.com%2F
2014%2F02%2F71-arte-da-antiguidade-classica-arte.html&ei=RtzHVa-cKMSwwATYmK_gCQ
&psig=AFQjCNHVeKbM75RdfTrU7Isf_V6ufjf8rw &ust=1439247813061084>. Acesso em: 08/082015.

Além das colunas comemorativas, outra edificação erigida em homenagem


às vitórias dos imperadores foi o Arco de Triunfo. Cenas de batalhas também eram
esculpidas em relevo, representando as cenas de batalhas. Um dos mais
importantes exemplos é o Arco Triunfal do imperador Trajano.

Nesse tipo de monumento, surgiu um novo elemento arquitetônico: o arco


redondo assimilado dos etruscos. Os arquitetos romanos aprimoraram a esse
elemento arquitetônico etrusco, transformando-o em um elemento construtivo,
que se tornou a marca da arquitetura romana.

Figura 92: Arco de Triunfo de Trajano – Itália

Fonte:<http://web.educastur.princast.es/proyectos/jimena/pj_leontinaai/arte/webimarte2/WEBIMAG/RO
MA/imagenes/arcotrjbenv.jpg>. Acesso em: 25/08/2015.

91
Introdução à História da Arte

Figura 93: Arco de Triunfo de Constantino – Itália

Fonte:<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved
=0CAcQjRxqFQoTCNTM6MzMx8cCFUaGkAod5fIImg&url=http%3A%2F%2Fcmapspublic.ihmc.us%2Frid%3
D1LGJRX35V-239PWB3-1WRV%2FRecursos%2520para%2520LA%2520CIVILIZACI %25C3%2593N%2520
ROMANA&ei=ACPeVdTMLcaMwgTl5aPQCQ&psig=AFQjCNH2x9VyO-QHRSZx9smDq898ifdkpA&ust
=1440706713830644>. Acesso em: 25 /08/2015.

O verdadeiro espírito romano se caracterizou pela criação de grandes


espaços interno e externos, destinados não só para fins religiosos e administrativos,
mas também na pompa dos palácios, balneários e anfiteatros.

Os construtores romanos foram pioneiros no uso do concreto. Seu material


constitutivo era geralmente uma massa obtida da mistura de cinza vulcânica, água
e cal, cujo resultado é semelhante e resistente como o atual concreto. Essas
inovações provaram ser revolucionárias, pois permitiram, pela primeira vez,
edificarem coberturas em grandes espaços fechados sem a necessidade de
suportes internos, como a coluna. Como exemplo dessa arquitetura romana,
podemos citar o Coliseu.

Espaço construído para abrigar grandes multidões, o Coliseu apresentava


algumas inovações arquitetônicas: a arcada, constituída por uma série de arcos
redondos e a circularidade da forma de um anfiteatro construído sobre o solo, de
modo diverso dos anfiteatros gregos. Edificaram, também, anfiteatros
semicirculares em algumas províncias romanas.

92
Introdução à História da Arte

Figura 94: Coliseu

Fonte:
<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAc
QjRxqFQoTCJXPrrSFp8cCFYeSkAodH38CEA&url=http%3A%2F%2Fsaboresdaitalia.com%2F%3Fattachment
_id%3D374&ei=YhHNVZWWOIelwgSf_omAAQ&psig=AFQjCNGfEAzwmv_Ts9BQSEEyOy-
DEnQyQw&ust=1439588829337425>. 13/08/2015.

Figura 95: Teatro de Mérida – Espanha

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCJ7Sku2SnccCFQZLkAodN-QNeA&url=https%3A%2F%2Fwww.flickr.com%2Fphotos%
2F8449304%40N04%2F8270031043&ei=TuHHVZ7zEIaWwQS3yLfABw&bvm=bv.99804247,d.Y2I&psig
=AFQjCNH3TISu3skN4tMi2D2ZgqYte2aRoA&ust=1439248217613425>. Acesso em: 08/08/2015.

93
Introdução à História da Arte

Outras construções em que a estrutura foi constituída por arcos em série,


formando grandes arcadas, foram as pontes e os aquedutos. Em todas as
províncias, onde havia obstáculos geográficos, como rios e terrenos acidentados,
edificaram pontes, vias de transporte que ligavam todo o império.

Os aquedutos levavam água para abastecer as províncias, por vezes eram


também vias transitáveis. Quando as alturas a serem vencidas eram elevadas, para
a implantação de uma dessas construções, os arquitetos sobrepunham arcadas,
nivelando, assim, as diferenças topográficas. A sobreposição de arcadas foi
também utilizada no Coliseu, como já mencionado.

Criaram estradas de importância tanto comercial, quanto estratégica. Essas


estradas apresentavam diferentes formas, de acordo com os materiais construtivos
disponíveis e dos problemas específicos impostos pelo terreno. Eram construídas
acima do solo, passando a fazer parte da paisagem local.

Figura 96: Ponte de Trajano – Chaves/Portugal

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCMywuuSKnccCFcwdkAodh64Jgg&url=http%3A%2F%2Fcommons.wikimedia.org%2Fwiki%2
FFile%3APonte_romana_Chaves.jpg&ei=idjHVfKdAoa9wASc-agI&psig=AFQjCNGUx0ydFhfb5v-
4ahJLlE2IXIh8yA&ust=1439246857204335>. Acesso em: 08/08/2015.

94
Introdução à História da Arte

A técnica construtiva mais utilizada nas pontes e aquedutos era a de pedra


aparelhada, com ou sem argamassa. De um modo geral, esse material construtivo
não recebia reboco ou acabamento, permanecendo visível, manifestando um dos
tipos de plástica da arquitetura romana.
Figura 97: Aqueduto de Segóvia – Espanha

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCJeO1uz4nMcCFUMLkAod_IgMtQ&url=http%3A%2F%2Fimperioroma.blogspot.com%2F2009
%2F11%2Farquitetura-romana.html&ei=CcbHVdflOsOWwAT8kbKoCw&psig=AFQjCNEY9FyQSR2Ctjhuu
Yxvp8K2O_ZYJQ&ust=1439242111008651>. Acesso em: 09/08/2015.

Como Portugal foi uma província romana, é comum verificar um grande


número de edificações com suas tipologias arquitetônicas, espalhadas por seu
território. Sabemos que o Brasil foi descoberto e colonizado por Portugal, tendo
sido a cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, sede do Reino de Brasil Portugal e
Algarve.

Em decorrência desse fato, as antigas Cidades Reais, como Rio de Janeiro,


Salvador, dentre outras, possuem um patrimônio arquitetônico, cujas
características basearam-se nas referidas tipologias. Um exemplo importante é o
aqueduto da Lapa, antigo condutor das águas das vertentes de Santa Tereza, que
abasteciam o não mais existente Chafariz da Carioca, no Rio de Janeiro; atualmente
conhecido como Arcos da Lapa.

95
Introdução à História da Arte

Figura 98: Arcos da Lapa

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCMvC2eSBnccCFQqUkAodKf8AhA&url=http%3A%2F%2Fcomatitude.com.br%2Ftag%2Fsanta
nder%2F&ei=ac_HVYvqCYqowgSp_oOgCA&psig=AFQjCNECKC7lIXmxCOtyMaA_ZXnn36t-
jw&ust=1439244513171112>.Acesso em: 08/08/2015.

Durante séculos, os romanos criaram uma profusão de edifícios de grande


importância e revolucionaram as técnicas de construção. A repetição frequente do
arco, da abóbada e cúpula em algumas construções revelam concepções estéticas
de rara beleza, com esquemas espaciais grandiosos e imaginativos. O Panteão,
templo de todos os deuses romanos, foi composto por uma entrada com colunata
coríntia, um pequeno frontão triangular e telhado de duas águas, elementos
arquitetônicos tipicamente gregos, e um espaço circular coberto com uma cúpula.
Essa foi uma inovação romana ousada, assim como a abóbada, que prescindiram
do uso de colunas para sustentar os telhados conforme a arquitetura grega,
possibilitando cobrir grandes espaços.

96
Introdução à História da Arte

Figura 99: Panteão Romano

Fonte:<www.bbc.com/portuguese/especial/images/1427_adriano/414430_galeria_adriano_panteon.jpg>
Acesso em: 08/08/2015.

Figura 100: O interior e a cúpula do Panteão Romano

Fonte: http://gladio.blogspot.com.br/2010/05/sobre-historia-secreta-da-intolerancia.html>.
Acesso em: 08/08/2015.

97
Introdução à História da Arte

Indubitavelmente, a grande criação romana foi a arquitetura. No entanto, a


pintura foi uma das formas artísticas que melhor documentou o modo de vida e de
ser dos romanos.

A arte pictórica sofreu grande influência dos etruscos, que decoravam as


paredes dos seus templos, túmulos e casas. Deles herdaram a técnica de pintura
em afresco, utilizada nas pinturas em paredes ou tetos, composta com cal, ou
gesso. Enquanto essa massa está úmida, ou fresca (daí o nome), o pintor aplicava as
tintas ou pigmentos granulados, reduzidos ao pó, e depois misturados com água.

Os artistas romanos desenvolveram duas tipologias diferentes de pintura:


a mural, feita em afresco, que revestia as paredes interiores dos edifícios; e a móvel,
produzida com encáustica - técnica aplicada sobre suportes de madeira, marfim,
pedra ou metal, em que o aglutinante dos pigmentos de cor é a cera quente,
diluída -, geralmente sobre painéis de madeira. Essa produção abordou
uma temática variada: histórica, arquitetônica, mitológica, paisagística e
retratísticas.
Figura 101: Pintura de tema arquitetônico no interior de uma residência

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCOPSzuDr6scCFch_kAodGZYLPg&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FPintura_
da_Roma_Antiga&psig=AFQjCNH6Twl9lSbbfIPTwUd0khfCUj0fcw&ust=1441918014900256>.
Acesso em: 09/09/2015.

98
Introdução à História da Arte

Figura 102: Pintura de paisagem – afresco em três dimensões

Fonte: <http://fotos.sapo.pt/BZRmRW9uoZaO4DnAGdzq>. Acesso em: 09/09/2015.

Figura 103: Retrato de uma romana

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=&url
=http%3A%2F%2Fumolharsobreaarte.blogs.sapo.pt%2Ftag%2Fmosaico&psig=AFQjCNEzZWKSvEx0JqzQC
K1p5whavVrnSw&ust=1441915658997818>. Acesso em: 09/09/2015.

99
Introdução à História da Arte

Figura 104: Retrato de um menino

Fonte:<http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thu
mb/2/26/PortraitOfAYoungBoy_MetropolitanMuseumOfArt.png/305px-PortraitOfAYoungBoy_
MetropolitanMuseumOfArt.png&imgrefurl=http://alvor-silves.blogspot.com/2012/04/era-do-
cobre.html&h=599&w=305&tbnid=NTcYK2S-vX713M:&docid=U2K67kYaAiGstM&ei=bZ
PwVcmbAsGrwgSyzIWIAQ&tbm=isch&ved=0CBwQMygBMAFqFQoTCImGqqzi6scCFcGVkAodMmYBEQ>.
Acesso em: 09/09/2015.

Intimamente ligado à pintura, o mosaico foi buscar nessa arte o estilo e o


colorido. Era produzido com pequenas peças cúbicas – tesselas -, de materiais
coloridos como mármores, pedras variadas, cerâmica e vidro, aplicados sobre a
argamassa fresca que cobria diferentes locais de suporte. Inicialmente, utilizaram
apenas no chão, depois também nas paredes exteriores e interiores e, por fim, nos
tetos de pequenas cúpulas.

Os temas dos mosaicos foram os mesmos da pintura. A decoração mais


comum, composta por mosaico era formada por uma espécie de "tapete" que
cobria parcial ou integralmente o chão, com composições de motivos geométricos
que, por vezes, serviam de moldura para pequenos motivos figurativos como
pessoas, animais e deuses.

100
Introdução à História da Arte

Figura 105: Piso em mosaico

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCI2ll4zm6scCFYgUkAodu08G6g&url=https%3A%2F%2Fcommons.wikimedia.org%2Fwiki%2FF
ile%3A0415_-_Museo_archeologico_di_Milano_-_Mosaico_romano%2C_secc._II-III_d.C._-
_Foto_Giovanni_Dall%27Orto%2C_13_Mar_2012.jpg&psig=AFQjCNFWiz5_qth7KBtxNvVAOxiYksZVgQ&us
t=1441916280499787>. Acesso em: 09/09/2015.

Figura 106: Mosaico – retrato feminino

Fonte:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCIKFrIbo6scCFUQLkAod1vwASg&url=http%3A%2F%2Fpt.dreamstime.com%2Ffoto-de-stock-
mosaico-romano-antigo-do-consumidor-rico-image6490040&psig=AFQjCNFWiz5_
qth7KBtxNvVAOxiYksZVgQ&ust=1441916280499787>. Acesso em: 09/09/2015.

101
Introdução à História da Arte

Roma difundiu o poder do Império através da sua arquitetura. O Panteão,


dentre outros monumentos romanos, é um testemunho imponente do potencial
das soluções curvilíneas, demonstrando a potencialidade da arquitetura em toda a
sua plenitude, que influenciou as arquiteturas seguintes, como a do Renascimento,
no século XVI, Barroco, no século XVII, e Neoclassicismo, no século XVIII. Esse
legado arquitetônico atesta a grandiosidade e a influência do gênio romano. Além
disso, a pintura e o mosaico foram empregados na arte cristã primitiva e bizantina.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas


irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo
de ensino-aprendizagem.

102
Introdução à História da Arte

Exercícios - Unidade 2

1. Os vasos gregos são conhecidos pelo equilíbrio da forma e pela harmonia entre
os desenhos, as cores e o espaço utilizado para ornamentação. Serviam para rituais
religiosos e também eram usados na vida cotidiana para armazenar, água, vinho,
azeite e mantimentos. Os recipientes cerâmicos mais utilizados eram:
a) a ânfora – vaso com duas asas, utilizado para armazenar vinho, água e azeite;
b) a hidria – recipiente com uma asa e com gargalo estreito para regular o fluxo
do líquido;
c) o lécito – vaso semelhante à ânfora e de mesmo uso, porém possui três asas;
d) a moringa – feita de barro que é um material poroso e permeável;
e) o tacho - alguidás cerâmico cujo diâmetro é maior do que a altura;

2. A produção artística grega desenvolveu-se em três períodos. Assinale a


alternativa correta:
a) Arcaico, do século XI ao V d.C;
b) Clássico, do V ao III d.C;
c) Helenístico, do século III a.C. até a era cristã;
d) Pré-socrático, do século I a.C até o século I d.C;
e) Moderno, após a era cristã;

3. Houve um período em que a ciência, a filosofia e o teatro, tal como


entendemos atualmente, foram criados. Nessa época foi instaurado o Estado
Democrático na Grécia. Esse período se deu em:
a) Século II a.C;
b) Século III a.C;
c) Século IV a.C;
d) Século V a.C;
e) Seculo VI a.C;

4. Policleto foi um escultor Greco e seu principal Cânone foi chamado de:
a) Doríforo;
b) Morfício;
c) Poliminoge;
d) Misoneisto;
e) Decanomen;

103
Introdução à História da Arte

5. Um importante escultor do Período Clássico esculpiu numerosas estátuas


masculinas, femininas e de divindades, trabalhando principalmente com mármore,
e usava eventualmente o bronze. Seu nome era:
a) Praxíteles;
b) Aristóteles;
c) Sófocles;
d) Dionísio;
e) Hermes;

6. Afrodite representa a deusa da beleza em posição humana e sua autoria foi


atribuída a:
a) Doidalsas;
b) Estoides;
c) Miniogenes;
d) Heleno;
e) Percicles;

7. Os objetos que permitiam a difusão imagética de personagens notáveis em


Roma era:
a) Bustos;
b) Esculturas equestres;
c) Totens,
d) Coliseus;
e) Aquadutos;

8. São exemplos de ordens arquitetônicas romanas, exceto:


a) Dórica;
b) Jônica;
c) Cortina;
d) toscana;
e) compósita;

104
Introdução à História da Arte

9. Sabemos que o Brasil foi descoberto e colonizado por Portugal, tendo sido a
cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, sede do Reino de Brasil Portugal e Algarve.
Em decorrência desse fato, as antigas Cidades Reais, como Rio de Janeiro, Salvador,
dentre outras, possuem um patrimônio arquitetônico, cujas características
basearam-se nas referidas tipologias. Dê um exemplo dessa arquitetura e explique.

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10. Quais inovações arquitetônicas apresentava o Coliseu?

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105
Introdução à História da Arte

106
Introdução à História da Arte

3 Arte Cristã
Paleo Cristã, Bizantina,
Medieval, Românica e Gótica

107
Introdução à História da Arte

Caro Aluno,

Continuamos nossa jornada para entender o contexto da arte Cristã,


Paleocristã, Romântica e Gótica. Abordaremos sobre a arte dentro destes períodos
visando compreender melhor a representação da arte, para que possa identificar
quando precisar tratar alguma obra.

Objetivos da unidade:

Compreender o processo histórico da arte Paleoristã;

Compreender o processo histórico da arte Bizantina;

Compreender o processo histórico da arte Medieval;

Compreender o processo histórico da arte Romântica;

Compreender o processo histórico da arte Gótica;

Plano da unidade:

Quais as características da arte Paleocristã?

Quais as características da arte Bizantina;

Quais as características da arte Medieval;

Quais as características da arte Romântica;

Quais as características da arte Gótica;

Bem-vindo à unidade 3!

108
Introdução à História da Arte

Arte Paleocristã

Com o nascimento de Cristo, uma nova era se iniciou e ameaçou o império


romano, desencadeando a perseguição aos cristãos e seu "Rei Espiritual" e
"Profeta".

Para os imperadores romanos, a propagação do cristianismo era uma séria


ameaça aos valores e interesses do império. A crença monoteísta cristã era
contrária ao panteão de divindades romanas, entre as quais se destacava o próprio
culto ao imperador de Roma. Ao mesmo tempo, a promessa de uma vida, após a
morte, no paraíso celestial fez com que vários escravos romanos passassem a não
se submeter à norma vigente, que legitimava a posição subalterna dos mesmos.

Em Roma, no tempo da perseguição, os cristãos tiveram que viver


praticamente sob a terra. As chamadas catacumbas eram originariamente túmulos
escavados sob uma colina, que com o tempo, converteram-se numa rede de
galerias com vários andares, em cujas paredes enterravam-se os mortos em filas de
nichos. Possivelmente, as catacumbas também foram usadas como lugar de culto,
catequese e refúgio às perseguições. As catacumbas não podem ser consideradas,
estritamente, estruturas arquitetônicas. Em linhas gerais, eram compostas por uma
série de galerias e corredores subterrâneos.

Arte paleocristã ou cristã primitiva, não se refere propriamente a um estilo,


mas a todas as formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante o Império
Romano do Ocidente, com sede em Roma. Essa arte, se desenvolveu entre os
séculos I e IV d.C.

109
Introdução à História da Arte

Figura 107: Catacumba Cristã – Século IV d.C.

Fonte:<http://www.paradoxplace.com/Perspectives/Rome%20&%20Central%20Italy/Rome/Rome_Churc
hes/SantAgnese_&_Constanzia/SantAgnese.htm>. Acesso em 25/04/2016 às 16h54.
 
Figura 108: Catacumba paleocristã

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rom,_Domitilla-Katakomben_2.jpg>. Acesso em


25/04/2016 às 17h02

110
Introdução à História da Arte

As primeiras formas da arte paleocristã foram criadas nessas necrópoles. As


pinturas, de temática exclusivamente religiosa, eram produzidas em afresco, nos
tetos e paredes das catacumbas.

As figuras apresentavam a falta de rigor anatômico. Suas cenas simples,


compostas de figuras humanas e de animais, símbolos cristãos e passagens dos
Evangelhos, além de cenas típicas da vida religiosa da época, apresentavam
ausência de cuidado na sua execução.

Figura 109– Pinturas Parietais da Catacumba de Marcelino e Pedro.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wilpert_060.jpg>. Acesso em 25/04/2016 às 17h10.

As imagens pictóricas das catacumbas exprimiam uma perspectiva


ultraterrena, embora as formas continuassem as mesmas da pintura parietal
romana. As figuras e os fundos paisagísticos representavam, pictoricamente, um
novo conteúdo simbólico.

111
Introdução à História da Arte

Figura 110: Pintura a virgem com o filho e um profeta - catacumba de Santa


Priscila

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Adam_%26_Eve_01b.jpg>. Acesso em 25/04/2016


às 17h16.

É possível perceber na forma do relevo abaixo, uma estética herdeira da


arte greco-romana, como as colunas que emolduram a cena e a forma física dos
personagens. No entanto, trata-se de uma cena referente à história cristã: Pilatos
lavando as mãos.

Esse tipo de trabalho em catacumbas servia para difundir o cristianismo,


pois, a partir das imagens, os cristãos poderiam transmitir suas histórias e dogmas,
uma vez que não existia a Bíblia como conhecemos hoje, e a grande maioria da
população era analfabeta.

112
Introdução à História da Arte

Figura 111: Detalhe de um sarcófago, provavelmente proveniente da


catacumba de Domitília, mostrando o julgamento de Pilatos.
 

 
Fonte:<http://quod.lib.umich.edu/cgi/i/image/image-idx?id=S-AICT-X-EC031%5DEC000_IMG0031>.
Acesso em 25/04/2016 às 17h25.

A escultura, por sua vez, se destacava mais por seu significado simbólico do
que pelas formas. Baixos relevos de pouca qualidade, encontrados em algumas
catacumbas, transmitiam a espiritualidade da mensagem cristã. Suas figuras dão
ênfase às cabeças, que significavam o centro da espiritualidade. Existem poucas
estátuas e quase sempre representavam o Bom Pastor.

113
Introdução à História da Arte

 
Figura 112: O bom pastor – Século III d.C.

Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rom,_DomitillaKatakomben,_Der_gute_Hirte.jpg>
. Acesso em 25/04/2016 às 17h36.

A perseguição aos cristãos levou três séculos, até que o Imperador


Constantino, no século IV, reconheceu o Cristianismo, dando início à segunda fase
da arte paleocristã, denominada basilical ou constantiniana.

O Império tornou-se cristão na pessoa do imperador. No momento em que


Constantino decidiu conceber liberdade de culto aos cristãos, e de propagação da
sua fé, houve uma profunda mudança na própria arte cristã. No século IV, o
Imperador abraçou, oficialmente, a nova religião e as conversões ocorreram em
massa.

114
Introdução à História da Arte

Por essa razão, os cristãos deixaram de viver no mundo subterrâneo das


catacumbas, e distante dos olhares dos incrédulos, assim, como da noite para o dia
os fiéis, que até à altura não tinham podido se reunir abertamente para celebrar o
culto em público, já que as cerimônias religiosas eram celebradas às escondidas,
nas casas dos fiéis mais abastados, além das catacumbas.

Assim essa fé, até então perseguida, transformou-se em religião lícita e


institucional, saindo da clandestinidade para fazer a sua entrada pública em todos
os diversos terrenos da vida pública e intelectual.

O triunfo oficial do Cristianismo marcou a paisagem urbana do império com


a construção de igrejas monumentais, ao ter buscado referências na tipologia das
basílicas romanas. Para tal, foi preciso criar um novo sistema arquitetônico para
celebrar a fé cristã, de modo que a própria Igreja se tornasse pública e visível.
Constantino, o Grande, dedicou todos os recursos do seu cargo a essa tarefa, e
dentro de poucos anos foi erguido um número considerável de igrejas.

A basílica era uma edificação com uma grande sala de assembleia, em que
os romanos negociavam, faziam comércio e, também, destinado aos assuntos
judiciais. Basílica (Basileu = Juiz), cujo espaço arquitetônico atendia à necessidade
de reunir um grande número de pessoas.

Figura 113: Vista interna da Basílica Romana

115
Introdução à História da Arte

Com o fim da perseguição, no século IV d.C., os romanos cederam algumas


basílicas para que os cristãos pudessem usá-las como local para suas celebrações.
Projetada em plano retangular, com três naves separadas por colunas, encimadas
por clerestório (janelas altas da nave central), com teto em madeira, ábside com
cúpula, e uma única porta na fachada principal, a nova tipologia marca a paisagem
urbana, onde foram erguidas, marcando o triunfo oficial do Cristianismo.

Figura 114: Basílica Santa Sabina

 
Externamente, os frontispícios das igrejas paleocristãs revelam a ausência
de ornamentos, imprimindo na plástica geral a alvenaria construtiva sem
revestimento, contrariamente ao tratamento decorativo interno.

 
Figura 115: Fachada da Basílica de Santo Apolinário – Ravena – Itália
 

116
Introdução à História da Arte

Figura 116: Interior da Basílica de Santo Apolinário, em Ravena – Itália


 

As extensas superfícies murais das basílicas foram cobertas com imagens


representativas criadas com a técnica do mosaico, que alastravam sobre as paredes
da nave e a ábside. Dessa necessidade, surgiu uma nova modalidade de
representação: o mosaico parietal.

Esse novo tipo de mosaico era composto por pequenas partículas de


materiais coloridos justapostas e assentadas em gesso, que não encontrou
precedentes em Roma, pois o novo material empregado pelos cristãos eram
tesselas de pasta de vidro colorido.

O mosaico de vidro foi o complemento da arquitetônica basilical, em que as


faces resplandecentes das tesselas atuavam como minúsculos refletores, de tal
modo que o efeito do conjunto era o de uma cintilante tela imaterial, mais que o
de uma superfície sólida e contínua.

117
Introdução à História da Arte

Figura 117: Mosaico da Basílica de Santo Apolinário – Ravena - Itália

 
Figura 118: Mosaico da Basílica de Santa Maria – Roma - Itália
 

118
Introdução à História da Arte

Arte Bizantina
 
Ao ter reconhecido a importância estratégica e econômica das províncias
romanas orientais, Constantino decidiu transferir a capital do Império Romano para
Bizâncio. Essa antiga cidade grega, situava-se entre o ocidente e oriente, passando
a denominar-se Constantinopla, onde hoje se localiza Istambul, a capital da
Turquia.

Do encontro das culturas ocidental e oriental surgiu uma nova tipologia


arquitetônica de igrejas cristãs, conhecida como estilo bizantino, ou romano-
oriental, ou ainda cristão-oriental.

As províncias do Ocidente, cuja capital permaneceu sendo Roma, a tarefa


da construção cristã foi entregue aos seus imperadores. Outra tipologia,
desenvolvida ainda na época de Constantino, baseou-se na arquitetura dos
balneários romanos, com planta redonda, ou poligonal, ou centrada, muito
recorrentes, a partir do século V.

 
Figura 119: Igreja de São Vital – Ravena – Itália

119
Introdução à História da Arte

 
Em menos de um século, após a transferência da capital para Bizâncio, o
Império do Ocidente foi invadido por tribos bárbaras germânicas, que arrasaram
suas províncias, tendo desaparecido, completamente, no século VI.

Ao Imperador Justiniano coube a tarefa da construção das igrejas


bizantinas orientais, dentre as quais, a mais importante é a Igreja de Santa Sofia
(Santa = Sagrada; Sofia = Sabedoria), edificada no século VI.
 
Figura 120: Igreja de Santa Sofia - Istambul – Turquia
 

 
Nesse grande templo bizantino, a planta longitudinal da nave, remete-se à
espacialidade da basílica cristã primitiva, mas, diferentemente dessa, no centro há
um quadrilátero coroado por uma imensa cúpula, apoiada nos quatro cantos por
semicúpulas.

120
Introdução à História da Arte

Figura 121: Nave da Igreja De Santa Sofia – Istambul – Turquia


 

O interior da Santa Sofia foi revestido por murais de grande extensão, com
mosaicos parietais, narrando os textos bíblicos, apresentando, inclusive, a figura de
Justiniano e de sua esposa em alguns dos painéis.
 

Figura 122: Mosaico do Imperador Justiniano – Istambul – Turquia

121
Introdução à História da Arte

Figura 123: Mosaico da Imperatriz Teodora (Esposa De Justiniano) – Santa Sofia –


Istambul – Turquia
 
 

122
Introdução à História da Arte

Figura 124: Mosaico de Santa Sofia – Istambul – Turquia

 
 
Apesar dos esforços de Justiniano, que esteve bem próximo da reunificação
das províncias ocidentais, no século VII, o Império Romano oriental foi dominado e
invadido pelos mouros.

Considera-se, então, que a arte paleocristã foi criada nos primeiros cinco
séculos da Era Cristã, e a arte bizantina, por sua vez, designa toda produção
desenvolvida no período decorrido ao longo do século VI e VII. Ambas as estéticas
foram de grande importância para a continuidade da propagação da fé e a
consolidação da arte cristã, ao longo do grande período iniciado no século XI até o
século XVIII.

123
Introdução à História da Arte

Arte Medieval

As artes as artes plásticas: arquitetura, pintura e escultura foram as que mais


se destacaram na Idade Média Suas principais realizações foram igrejas, podendo-
se distinguir, nelas, dois estilos: o românico e o gótico.

A arte românica surgiu e se desenvolveu entre os séculos XI e XII,


transformando-se num estilo maduro e estruturalmente flexível, que se espalhou
por toda a Europa, tornando-se o primeiro estilo internacional da Idade Média.
Nessa época, toda a civilização europeia se moveu em nome de uma renovação
arquitetônica que foi a expressão mais pura da Fé.

No cristianismo, o temor religioso e o medo do Juízo Final, movimentaram


os fiéis nas peregrinações aos principais lugares santos. Os mosteiros e as igrejas
eram centros difusores da religiosidade da época, e quando possuíam relíquias de
santos, tornavam-se locais de peregrinação.

 
Arte Rom ânica

A arte românica surgiu e se desenvolveu entre os séculos XI e XII,


transformando-se num estilo maduro e estruturalmente flexível, que se espalhou
por toda a Europa, tornando-se o primeiro estilo internacional da Idade Média.
Nessa época, toda a civilização europeia se moveu em nome de uma renovação
arquitetônica que foi a expressão mais pura da Fé.

A arquitetura românica pode ser considerada uma evolução da basílica


romana. Seu tipo de edificação foi referência arquitetônica, não só para a tipologia
da basílica constantiniana cristã primitiva, como também da igreja românica.

Na arquitetura religiosa românica, a impressão de solidez das construções


das igrejas, firmemente plantadas no solo, é uma das principais características da
sua tipologia. A massa construtiva robusta transmitia confiança e solidez para
consubstanciar o dogma da Igreja Católica, num mundo agitado e inseguro, devido
às lutas das cruzadas por territórios.

124
Introdução à História da Arte

Figura 125: Igreja São Pedro de Rates – Portugal

Enquanto o teto da igreja cristã primitiva era construído em madeira, o


templo românico passou a ser edificado com abóbada de berço ou de canhão, em
função do plano longitudinal das naves. Entretanto, na arte as transformações não
ocorrem da noite para o dia, é necessário um tempo para que uma dada estética
seja substituída por outra. Nesse caso, ou seja, na transição da basílica
constantiniana para a românica, houve uma modificação gradual entre a
permanência do uso da madeira na construção dos tetos. Outro novo elemento
que surgiu com a arquitetura românica foi a rosácea, um vitral circular em forma de
rosa desabrochada, com a função de iluminar a nave e ornamentar o frontispício da
igreja românica.

A função do vitral é tanto decorativa quanto de iluminação. Confeccionado


com pedaços de vidros coloridos e transparentes, unidos entre si por meio de
nervuras metálicas, o vitral era empregado em larga escala, na arquitetu-ra
medieval.

125
Introdução à História da Arte

Figura 126: Basílica de Santa Sabina, Roma – Teto de Madeira, Ábside e Clerestório

Posteriormente, o teto passou a ser abobadado com arcos plenos, apoiados


sobre grossas colunas. A sequência de arcos constituiu a abóbada de berço ou
canhão, tornando-se outro elemento construtivo, característico das igrejas
românicas. Com o propósito de suportar o peso dessas abóbadas de pedra,
paredes maciças eram erguidas; por vezes, chegavam a medir até 1,50 m de
largura. Para não enfraquecer estruturalmente as paredes, e proteger a edificação
de invasões, a quantidade das janelas estreitas era bem reduzida e, por essa razão,
ofereciam pouca iluminação às naves.

Figura 127: Notre-Dame-La-Grande – Poitiers – França

126
Introdução à História da Arte

As esculturas eram produzidas como complementos da arquitetura. Como


eram engastadas nos elementos estruturais arquitetônicos eram destituídas de
autonomia espacial, ao contrário das gregas e romanas, que eram dotadas de
autonomia espacial. Os temas tratados eram escolhidos, de modo a formarem um
“catecismo visual”, que ensinavam ao povo analfabeto os fundamentos da religião.
As figuras não têm naturalidade e, muitas vezes, são desproporcionadas.

Figura 128: Esculturas engastadas nas colunas – Igreja De Santiago De Compostela


– Espanha

Entre os elementos decorativos, os portais se destacavam, pois eram


compostas por uma sequência de arcos – arquivoltas- que venciam a grande
largura das paredes. Acima dessa portada, em geral, uma rosácea iluminava as
naves da igreja. Por vezes, havia uma coluna central na portada e tímpanos
esculpidos.

127
Introdução à História da Arte

Figura 129: Portada Da Capela Do Sacramento – Coluna Antropomórfica E


Abóbada de Berço – Santiago de Compostela - Espanha

A torre de sino ou campanário, surgiu no século XII, possuía muitas funções:


além do mero uso como instrumento sonoro para chamar os fiéis para a missa,
avisá-los sobre um nascimento, batizado e morte, era, principalmente, um símbolo
da união entre Deus e os homens e o poder da Igreja. Também tinha a função de
defesa do território, onde a igreja e/ou mosteiro se situavam na frente dos
inimigos.

128
Introdução à História da Arte

Figura 130: Igreja em Semancelle

Nas áreas afastadas dos principais centros da cristandade, era comum se


edificar igrejas mais simplificadas, sem torre e naves laterais. Contudo, as demais
características da tipologia românica permaneceram nessas construções.

Figura 131: Igreja de Cabeça Santa – Portugal

129
Introdução à História da Arte

Também foi frequente, a construção de pares de torres no frontispício de


algumas igrejas, edificadas posteriormente ao século XII. Essa arquitetônica será a
referência tipológica das igrejas edificadas no extenso período decorrido entre o
século XIII até o XVIII.

Figura 131: Igreja do Mosteiro De Santa Maria – Pombeiro - Portugal

Outra edificação românica foi o mosteiro, ou convento, onde viveram


monges e templários (monges cavaleiros), que, inicialmente, guardaram o saber da
cultura greco-romana. Aos mosteiros coube a difusão do estilo românico, visto que
eram os mais importantes núcleos culturais e artísticos do período. Esses mosteiros
eram quase todos instalados em zonas isoladas, no alto das montanhas; embora
alguns existissem no centro de algumas cidades. Voltados para o seu interior e
fechados no exterior por muralhas e portas, esses edifícios de grande
complexidade correspondiam a uma tipologia arquitetônica ditada pelas ordens
religiosas. Eram constituídos por várias dependências, necessárias à vida
comunitária e à oração, tais como: igreja, sacristia, sala capitular, biblioteca,
refeitório, celas (dormitórios dos monges), farmácia, dentre outras. Todas
distribuídas em três alas, dispostas ao redor de um espaço quadrangular aberto - o
claustro -, rodeado por galerias com arcos apoiados em colunas. O claustro era o
centro organizador do mosteiro.

130
Introdução à História da Arte

Figura 132: Convento da Imaculada Conceição – Portugal

A Igreja foi a principal colaboradora de Portugal na empreitada e na


consolidação do império nas suas colônias. No Brasil, as Ordens Religiosas
construíram, entre o século XVI e o XVIII, inúmeras edificações conventuais, cujas
tipologias reviveram o estilo românico, quatro séculos após a finalização da obra
europeia (séc. XII), devido ao conhecimento profundo das técnicas construtivas
utilizadas pelos mestres construtores portugueses. Entretanto, os materiais locais
imprimiram nos conjuntos monásticos brasileiros uma singularidade arquitetônica,
que não se confunde com àquela verificada nos exemplares portugueses. As
Ordens Franciscana, Beneditina e Carmelita legaram belos exemplares luso-
brasileiros em todo o país. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Mosteiro de São Bento
e o Convento de Santo Antônio, localizados, respectivamente, na Ladeira de São
Bento e no Largo da Carioca, estão sempre abertos à visitação pública.

131
Introdução à História da Arte

Figura 133: Convento de Santo Antônio – Largo da Carioca – RJ

Figura 134: Claustro do Convento de São Francisco – Olinda – Pernambuco

132
Introdução à História da Arte

Arte Gótica

O centro do saber, que anteriormente residia nos mosteiros românicos,


passou a se consubstanciar nas primeiras universidades europeias (Paris/França e
Oxford/Inglaterra). Além dos estudos teológicos e filosóficos, os da matemática
contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento da arte de construir.

O estilo Gótico surgiu na França, no século XII. O termo gótico vem de


godo, em referência aos bárbaros que invadiram Roma, foi imputado a essa arte,
pelos renascentistas, os quais só valorizavam a arte grega e romana. Por essa razão,
o gótico não se desenvolveu significativamente na Itália.

Durante os séculos XIII, XIV e XV, o gótico floresceu em diversos países


europeus, onde inúmeras catedrais foram erguidas, que nos suscitam, até hoje,
admiração pela beleza, elegância, delicadeza da sua arte e arquitetura.

Opostamente à igreja românica, solidamente plantada na terra, a catedral


gótica é um movimento em direção ao céu. Tanto no exterior como no interior da
sua arquitetura, todas as linhas construtivas apontam para o alto. Esse
direcionamento para o alto resulta do uso de arcos pontiagudos - arcos ogivais -,
substitutos dos arcos plenos (redondos) do estilo românico. A intenção dos
arquitetos góticos, na criação da abóboda ogival, era suscitar nos fiéis, a elevação
dos seus espíritos a Deus. Para tal, as abóbadas tornaram-se mais leves e,
consideravelmente, mais altas, pois quanto mais alta a igreja, maior a possibilidade
espiritual do fiel ascender ao céu.

Figura 135: Abóboda Ogival

133
Introdução à História da Arte

No exterior, os frontispícios das igrejas apresentam torres laterais, muito


altas. A tendência para o alto é intensificada por numerosas torrezinhas – pináculos
-, que terminam em flechas.
Figura 136: Igreja de Notre Dame, Paris - França

Figura 137: Nave Principal da Igreja de Notre Dame de Paris

134
Introdução à História da Arte

Essa construção de pedra monumental só foi possível através da criação de


uma estrutura, em que parte do peso do material construtivo (pedra) era
distribuído externamente, por meio de arcobotantes, apoiados em contrafortes.

Figura 138: Arcobotantes da Igreja de Notre Dame – Paris - França

Com essa solução estrutural, na parte externa da edificação, foi possível


reduzir a espessura das paredes e colunas e abrir numerosas janelas, elevando o
teto a alturas impressionantes! As paredes são rasgadas por imensos painéis de
vidro – vitrais -, que inundam a nave de luz, potencializando a sensação de
ampliação do espaço e iluminação do espírito. As alturas vertiginosas ressaltam a
ideia da pequenez do homem, diante da grandeza de Deus.

135
Introdução à História da Arte

Figura 139: Nave da Igreja de Sainte-Chapelle – Paris – França

Figura 140: Igreja de Sainte-Chapelle, Paris – França

136
Introdução à História da Arte

No período gótico, a pintura não foi uma arte muito desenvolvida, apesar
de afrescos serem encontrados em algumas igrejas, tendo sido utilizada,
entretanto, notavelmente, nas ilustrações dos manuscritos, denominadas
iluminuras.

Figura 141: Iluminuras

Figura 142: Iluminuras

137
Introdução à História da Arte

Por outro lado, as histórias bíblicas passaram a ser representadas nos vitrais,
em que as figuras adquiriram mais naturalidade, e o colorido é mais vivo.
Entretanto, as representações são bidimensionais, ou seja, planares, pois só
possuem duas dimensões: altura e largura, que impõem um caráter “chapado” às
figuras destituídas de volume.

Figura 143: Vitral

Figura 144: Profetas do Antigo Testamento - Catedral de Notre Dame, Paris

138
Introdução à História da Arte

Figura 145: Cristo na Última Ceia – Chartres – França

Figura 146: Lava-pés em vitral na Igreja de Saint-Aignan, Em Chartres – França

139
Introdução à História da Arte

As esculturas góticas recobraram a independência espacial, tridimensional,


ou seja, contando com a altura, largura e profundidade, conforme as esculturas
gregas e romanas. A temática da escultura medieval baseava-se no conteúdo o
dogma cristão, assim como as demais representações produzidas com outras
técnicas. Os movimentos corporais e das vestes são discretos, não havendo
transparências, tal como nas esculturas gregas clássicas, pois eram representações
de personagens bíblicos e da história da própria igreja, em que a dimensão
espiritual sobrepunha a material (corpo).

Figura 147: Esculturas Góticas

A grande obra portuguesa medieval relaciona-se ao estilo românico, tendo


desenvolvido um gótico tardio, muito particular, denominado Manuelino, em
homenagem ao rei D. Manuel. No campo decorativo, observa-se a representação
da natureza, em que a demonstração vegetalista aparece frequentemente de
forma exuberante, conforme ilustra o Mosteiro dos Jerônimos, localizado em
Lisboa.

140
Introdução à História da Arte

Figura 148: Claustro do Mosteiro dos Jerônimos – Lisboa – Portugal

Além dos conventos das Ordens Religiosas, os fortes espalhados por quase
todo o território brasileiro atestam o legado lusitano medieval. Há uma
concentração dessas construções fortificadas, principalmente, nas Baías de Todos
os Santos, em Salvador, na Bahia, e na de Guanabara, no Rio de Janeiro, locais de
disputas acirradas pelo domínio da colônia. As linhas arquitetônicas gerais
remetem às fortificações marítimas portuguesas.

Figura 149: Forte de São João Batista das Berlengas – Leiria - Portugal

141
Introdução à História da Arte

Figura 150: Forte de Santa Cruz – Baía de Guanabara

Entre o apogeu da cultura romana e o seu declínio civilizatório, o dogma


cristão se consubstanciou enquanto religião, concretizado, materialmente, nos
vários estabelecimentos que foram construídos para salvaguardar e motivar a Fé.
Igrejas e mosteiros se espalharam por todo território conquistado pelos romanos e
devastado pelos bárbaros nórdicos, com a missão de gerar uma nova civilização
forjada ao longo do período decorrido dentre os séculos IV e XV, na Europa e nas
colônias ibéricas, além-mar. O Brasil é exemplar ao possuir edificações, reveladoras
do legado português da arte medieval.

Ficamos por aqui. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma
dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de
aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas


irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo
de ensino-aprendizagem.

142
Introdução à História da Arte

Exercícios - Unidade 3

1. Complete a sentença abaixo:


Os cristãos foram perseguidos por três séculos até que em 330 d.C. o cristianismo
foi oficializado, dando início à segunda fase da arte paleocristã ________________
a) basilical.
b) catacumbária.
c) românica.
d) gótica.
e) templária.

2. Complete a sentença abaixo:


A basílica romana, onde se desenvolviam atividades._________ foi o modelo para a
construção das igrejas românicas.
a) civis destinados às festas populares;
b) jurídicas e teatrais;
c) religiosas e divinas;
d) comerciais e assuntos judiciais;
e) relacionadas a celebrações imperiais.

3. Qual técnica foi utilizada para cobrir as superfícies murais das basílicas?
a) remontagem;
b) mosaico;
c) pintura em relevo;
d) raspagem;
e) Entalhamento;

143
Introdução à História da Arte

4. Quando se considera que a arte paleocristã foi criada?


a) nos primeiros dois séculos da Era Cristã;
b) nos primeiros três séculos da Era Cristã;
c) nos primeiros quatro séculos da Era Cristã;
d) nos primeiros cinco séculos da Era Cristã;
e) nos primeiros seis séculos da Era Cristã;

5. A arte bizantina teve sua produção desenvolvida no período decorrido ao


longo do:
a) século IV e V;
b) século V e VI;
c) século VI e VII;
d) século VII e VIII;
e) século III e IV;

6. Na arquitetura religiosa românica, a impressão de solidez das construções das


igrejas, firmemente plantadas no solo, é uma das principais características da sua
tipologia. Constitui um paradigma de confiança e solidez no dogma da Igreja
Católica, num mundo agitado e inseguro, devido às lutas das cruzadas por
territórios:
a) A massa construtiva robusta;
b) Os mosaicos coloridos;
c) A pouca dimensão e amplitude do espaço;
d) As figuras religiosas bíblicas retratadas;
e) As vestimentas dos sacerdotes;

144
Introdução à História da Arte

7. Um outro tipo de edificação românica foi o mosteiro, ou convento, onde


viveram monges e templários (monges cavaleiros). Era função dos mosteiros:
a) guardar segredos e objetos da cultura romana;
b) difundir o estilo românico;
c) servir de local de repouso;
d) ser utilizado para evangelização;
e) acautelar obras de arte;

8. Quem foi o principal colaborador de Portugal na empreitada e na consolidação


do império em suas colônias?
a) A França;
b) A Inglaterra;
c) A Espanha;
d) A Igreja;
e) A Itália;

9. Quando surgiu o estilo Gótico e o que significa o termo gótico?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

10. O que é rosácea?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

145
Introdução à História da Arte

4 Arte Pré-Moderna
Renascentista, Maneirista,
Barroco e Rococó

146
Introdução à História da Arte

Caro Aluno,

Continuamos nossa jornada para entender o contexto da arte Pré-Moderna,


englobando o Renascimento, Maneirismo, Barroco e Rococó. Abordaremos sobre a
arte dentro destes períodos visando compreender melhor a representação da arte,
para que possa identificar quando precisar tratar alguma obra.

Objetivos da unidade:

Compreender o processo histórico da arte Renascentista;

Compreender o processo histórico da arte Maneirista;

Compreender o processo histórico da arte Barroca;

Compreender o processo histórico da arte Rococó;

Plano da unidade:

Quais as características da arte Renascentista?

Quais as características da arte Maneirista;

Quais as características da arte Barroca;

Quais as características da arte Rococó;

Bem-vindo à unidade 4!

147
Introdução à História da Arte

Arte renascentista
 
O termo Renascimento se relaciona à civilização europeia que se
desenvolveu entre 1300 (século XIV) e 1650 (século XVII). Além de reviver a antiga
cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e realizações no
campo cultural e das ciências, que superaram a essa herança clássica.

O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se


o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de um retorno que propunha o
renascimento do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo
de civilização.

Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do
homem (Humanismo) e da natureza (Natureza), em oposição ao divino e ao
sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.

Giotto foi reconhecido, já durante a sua vida, como o grande renovador da


pintura italiana e, para muitos teóricos e historiadores desde então, como o pai da
pintura moderna ocidental. Após Giotto, a pintura passou a ter o lugar de destaque
entre as artes, chegando a ser considerada, durante os anos posteriores no
Renascimento e no Barroco, a maior arte de todas.

Suas pinturas causavam grande assombro entre seus contemporâneos,


dada a sua grande semelhança com o mundo visível. O primeiro aspecto realista a
salientar na arte de Giotto é a tridimensionalidade com que constrói suas figuras,
diferenciando-as das representações cristãs primitivas, bizantinas, românicas e
góticas, que eram planares.

Acentuando a modulação dos tons, Giotto obtém uma destacável


sensação de volume e solidez nos corpos. Entretanto, o espaço que ele utiliza
ainda não é o espaço da perspectiva. Esta técnica só vai receber uma formulação
completa cem anos mais tarde, com Brunelleschi.

148
Introdução à História da Arte

Figura 151: A lavagem dos pés – Afresco de Giotto

Fonte: Disponível em: <http://bibleartists.files.wordpress.com/2011/02/4a-washing-of-feet-


giotto.jpg?w=604>. Acesso em: 09 out. 2015.
 
Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da
perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras,
espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de
volume, e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com
uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às
obras.

Criador dos princípios e da técnica da perspectiva linear, Brunelleschi


baseou-se no conceito de eixo central, linha do horizonte, ponto de fuga, que
determinam a relação entre a distância e a redução no tamanho dos objetos.
Seguindo esses, os artistas renascentistas puderam representar objetos
tridimensionais no plano da tela, com surpreendente verossimilhança.

149
Introdução à História da Arte

A partir da marcação da metade de uma linha horizontal (linha do


horizonte) e do seu encontro com uma linha vertical (eixo central), marca-se o
ponto de fuga central, que divide o plano da tela em duas laterais iguais. As linhas
que convergem para o ponto de fuga determinam a distância entre os objetos
desenhados, de tal modo que vemos aqueles que estão mais à frente e mais atrás,
criando um espaço ilusionista de três dimensões: largura, profundidade e altura.

Figura 152: Esquema da perspectiva linear

A perspectiva linear, além de ter sido criada e utilizada por arquitetos (até
hoje), encontrou nos pintores renascentistas, seus mais frequentes usuários.

Num período de ascensão da burguesia e de valorização do homem


surgiram os retratos ou mesmo cenas de família; fato que não eliminou a produção
pictórica de caráter religioso, particularmente na Itália. Na Holanda, a temática
predominante, além dos retratos, foram as paisagens, a fauna e flora, com uma
exatidão impressionante, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome
de “Janela para a Realidade”.

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o


surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o
período foi marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pela
individualidade de cada um.

Na “Última Ceia”, obra de Leonardo da Vinci, que além de pintor, foi


escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, cenógrafo, dentre outras atividades.
Nela, observa-se com clareza, a técnica da perspectiva linear. A linha do horizonte
da composição é a linha horizontal que determinou a mesa, onde se encontram
Cristo e os seus apóstolos.

150
Introdução à História da Arte

No eixo central da composição (linha vertical), encontra-se a representação


do Cristo, que determina as laterais esquerda e direita, em que os apóstolos foram
representados. A convergência das linhas determina a sequência de todos os
elementos da pintura, que vão construir o espaço tridimensional e ilusionista,
sobre o plano da parede, pois essa obra é uma pintura em afresco.

 
Figura 153: A última ceia – Afresco – Leonardo Da Vinci

Fonte: Disponível em:


<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4b/%C3%9Altima_Cena_-
_Da_Vinci_5.jpg/800px-%C3%9Altima_Cena_-_Da_Vinci_5.jpg>. Acesso em: 09 out. 2015.
 
 

151
Introdução à História da Arte

A pintura mais famosa de da Vinci é a “Monalisa”, em que se verifica, no


primeiro plano, a representação da misteriosa mulher e, nos últimos, uma
paisagem.

Figura 154: Monalisa – Leonardo da Vinci

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwj1xrXC58_JAhXGGJAKHZHzDlcQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fbrasilescola.uol.c
om.br%2Fartes%2Fmona-lisa.htm&psig=AFQjCNG5Fq1nihYqJ91zt-
iHxHIxdVbHrQ&ust=1449785904588664>. Acesso em: 09 dez. 2015.
 
Rafael pintou várias Madonas, representações da Virgem Maria com o
menino Jesus, cuja perfeição e beleza herdadas resultam do conhecimento do
artista das teorias da antiguidade greco-romana. Na pintura abaixo é constatável o
distanciamento das figuras, localizadas no primeiro plano e nos médios e no último
plano da pintura, encontram-se os elementos da paisagem.

152
Introdução à História da Arte

Figura 155: Madona do Prado - Rafael

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwjalf3C5s_JAhWFDJAKHVFYAxUQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwarburg.chaa-
unicamp.com.br%2Fartistas%2Fview%2F272&psig=AFQjCNH_9du7iUCh3NkOkznoAd9Jhr7ZAg&ust=1449
784959095212>. Acesso em: 09 dez. 2015.
 

O pintor Botticelli, também italiano, representou temas mitológicos e


religiosos. Sua obra prima “O nascimento de Vênus e Primavera” apresenta a
estrutura renascentista da composição em perspectiva linear ou cônica, pois é
constatável que a representação da Vênus se localiza no centro da tela, onde está o
ponto de fuga central, e nas laterais foram pintados os demais elementos da
composição.

153
Introdução à História da Arte

Figura 156: O nascimento da Vênus – Botticelli

Fonte: Disponível em:


<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahU
KEwi3sqOl7s_JAhXBjJAKHQTzD00QjRwIBw&url=http%3A%2F%2Frede.novaescolacl ube.org.br%2Fplanos-
de-aula%2Festetica&psig=AFQjCNHfqkpr-mLbHwwl1pYUqYt5j77x4A&ust=1449787665397581>. Acesso
em: 09 dez. 2015.
 
Embora pintasse magistralmente e projetasse arquitetura, a técnica
preferida de Michelângelo era a escultura em mármore. Juntamente com Leonardo
da Vinci, Miguelângelo foi um gênio, tamanha a variedade de seus estudos,
incluindo a anatomia do corpo humano. Atribui-se a ele o domínio e a
originalidade da representação do corpo humano, devido aos movimentos e
expressões que imputou às suas obras pictóricas e escultóricos.

Produziu, ao longo dos séculos XVI e meados do XVII, e, por essa razão,
legou-nos uma obra renascentista, e uma outra obra relativa à crise da Reforma
Protestante, que ameaçou a posição da Igreja Cristã Católica Apostólica Romana.

Unindo-se à temática cristã, a escultura renascentista apresenta cenas


mitológicas e o nu. Miguelângelo estudou em profundidade a arte grega,
principalmente, aquela produzida no período helenístico.

154
Introdução à História da Arte

Figura 157: A sagrada família – Miguelângelo

Fonte: Disponível em: <http://virusdaarte.net/michelangelo-tondo-doni/>. Acesso em: 10 dez. 2015.


 
Sua obra prima é o conjunto de pinturas em afresco da Capela Sistina, no
Vaticano. No teto, Miguelângelo representou o “Nascimento do Homem” e na
parede da nave central, representou o “Juízo Final”, de acordo com as cenas
narradas pela Bíblia, seguindo as normas renascentistas.

Figura 158: Nave da Capela Sistina – Miguelângelo - Roma

Fonte: Disponível em: <https://medium.com/@vsartist/what-art-has-taught-me-about-life-71cf63043e9>.


Acesso em: 09 dez. 2015.

155
Introdução à História da Arte

Figura 159: Detalhe Central da Pintura do teto da Capela Sistina – Miguelangelo

Fonte: Disponível em: <http://www.resa.org.br/formacao/22-imagem-e-semelhanca.html>. Acesso em: 09


dez. 2015.

Figura 160: O juízo final – Capela Sistina – Miguelângelo

Fonte: Disponível em:


<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/24/Rome_Sistine_Chapel_01.jpg>. Acesso em: 13
dez. 2015.

156
Introdução à História da Arte

Figura 161: Detalhe do Cristo do Juízo Final – Capela Sistina


 

Fonte: Disponível em: <http://acnm.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2011/07/final-


judgement.jpg>. Acesso em: 13 dez. 2015.
 
Pode-se considerar que a escultura foi a forma de expressão que melhor
representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e
da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então
estavam relegadas ao segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis das
arquiteturas. No renascimento a escultura ganhou independência e a obra,
colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.

O corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de


músculos torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras,
refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral crista da época, o nu
voltou a ser utilizado refletindo o naturalismo da escultura grega.

157
Introdução à História da Arte

Figura 162: La Pieta- Michelangelo

Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-


3bebcm6689k/TsKqtykHKRI/AAAAAAAAAxs/Ez9NPTglbZs/s1600/Michelangelo%2527s Pieta 5450
cropncleaned.jpg>. Acesso em: 09 dez. 2015.

Figura 163: Davi – Miguelângelo

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwiehqLpu9TJAhWCQZAKHUP9DsMQjRwIBw&url=https%3A%2F%2Fprofstellerde
paula.wordpress.com%2F2010%2F03%2F29%2Fpintura-e-arquitetura-no-renascimento-
classicista%2F&psig=AFQjCNEkunutkxZNRlSNODhBGYT62C6yig&ust=1449945877368315>. Acesso em: 10
dez. 2015.

158
Introdução à História da Arte

Figura 164: Moiséis – Miguelângelo

Fonte: Disponível em: <http://milhasapercorrer.blogspot.com/2012/06/igrejas.html>. Acesso em: 09 dez.


2015.

Na medida em que o Renascimento resgatou a cultura clássica, greco-


romana, as construções foram influenciadas por características antigas, adaptadas
à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas adotando-se os padrões
clássicos.

Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem da construção


clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o
quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção
harmônica. Desta forma, os arquitetos renascentistas tiveram à sua disposição todo
o potencial criativo oferecido pela antiguidade cópia dos clássicos, mas de sua
superação.

Alberti foi um dos grandes arquitetos renascentistas que projetou


inovações, tanto na arquitetura religiosa quanto civil, em que são reconhecíveis os
elementos greco-romanos, como: arcos, frontões, colunas, dentre outros, mas
tratados por ele de modo diferenciado. Por exemplo: observa-se no frontispício de
suas igrejas o uso de pilastras (colunas embutidas nas paredes).

159
Introdução à História da Arte

Figura 165: Igreja de Santo André – Mântua - Alberti


 

Fonte: Disponível em: <https://s-media-cache-


ak0.pinimg.com/236x/8f/d6/65/8fd665a87a8931c010381c5e69e8c7fb.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2015.
 
Figura 166: Igreja de Santa Maria – Novella - Alberti

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8
&ved=&url=https%3A%2F%2Fwww.flickr.com%2Fphotos%2F8449304%40N04%2F2460019344&psig=AFQ
jCNHEy9dUfcYUsOkiVL0iyVcEby2uMw&ust=1449947762359737>. Acesso em: 10 dez. 2015.

160
Introdução à História da Arte

Figura 167: Igreja San Giorgio Maggiore – Veneza - Arquiteto Andrea Palladio

Fonte: Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.123/3514>. Acesso


em:12 dez. 2015.
 
Figura 168: Palácio Rucellai – Alberti

Fonte: Disponível em:


https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahU
KEwiak9nd_tvJAhWFhZAKHUWoAPYQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.brynma
wr.edu%2FAcads%2FCities%2Fwld%2F04130%2F04130m.html&psig=AFQjCNEWpHgGqTNd5U
amCgJLLKXmBucu5g&ust=1450204115347665. Acesso em: 13 dez. 2015.

161
Introdução à História da Arte

 
Arte Maneirista
 
 
O Maneirismo, ou arte maneirista, surgiu no final do século XVI, no mesmo
período que o catolicismo cristão renascentista entrou em crise de valores
religiosos, sofrendo críticas severas do novo cristianismo protentante. Nessa
época, como já referido anteriormente, a produção artística apresenta mudanças
na estética e na forma de representação.

Na pintura de Tintoretto, um dos mestres da época, é possível se verificar


algumas dessas mudanças, tais como: o deslocamnto do eixo central para uma das
laterais da pintura, o uso de linhas em diagonal, imprimindo movimentação na
cena e um contraste maior entre luz e sombra. Essas características pictóricas foram
intensificadas nas pinturas barrocas, criadas posteriormente.
 
Figura 169: Última Ceia – Tintoretto
 

Fonte: Disponível em: <http://arte.ceseccaieiras.com.br/historia-da-arte-ocidental/o-renascimento-da-arte-


renascenca-e-barroco/A_LTIM~1.JPG?attredirects=0>. Acesso em: 13 nov. 2015.

162
Introdução à História da Arte

Como dissemos, anteriormente, Miguelângelo também criou obras


escultóricas maneiristas. Nelas, é constatável formas inacabadas, sem equilíbrio e
simetria, diferentes da perfeição das formas escultóricas do período renascentista.
Trata-se de um grande artista, pois como a arte contribui com as suas obras para a
constituição de uma determinada época, evidentemente, sua produção construiu
uma nova estética, a ponto de considerarmos como sendo esculturas de um “outro
artista”.

Observe que na escultura “Pietá”, criada por Miguelângelo no período


maneirista, difere na sua totalidade daquela por ele produzida em pleno
renascimento. Nela, não há mais proporção entre os elementos escultóricos: a
figura de Maria é menor do que a do Cristo, como se o artista tivesse
potencializado o tamanho da dor de uma mãe vivenciar a morte de seu filho, que
doou a vida pela humanidade; as linhas diagonais no corpo do Cristo, amparado
também pela figura de um profeta, imprimem uma movimentação impressionante
à cena escultórica; a aparência de peça inacabada, dentre outras.

Figura 170: Pietá - Florença – Miguelângelo

Fonte: Disponível em:


<https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=l6%2fN6qA7&pccid=5FGJdVsr&id=7A249BF
D336F8EDF62E1404ABF08954ACBBB835C&pmid=506BCF816B06F5CD66C5FE7C7F12>. Acesso em: 14 dez.
2015.

163
Introdução à História da Arte

O mesmo ocorreu na arquitetura da época, tanto na religiosa quanto na civil. A


Igreja de Jesus de Roma, revela, nas suas linhas arquitetônicas, a estética
maneirista. É certo que Alberti, já havia introduzido no frontispício das suas igrejas
um par de volutas que ladeavam o frontão triangular, também utilizado nessa obra.
Além de pilastras, tal como no renascimento, retornou-se ao uso de colunas
redondas, à soma de frontões triangulares com frações de arcos, assim como as
volutas laterais, que passaram a fazer a transição das plantas baixas das igrejas de
uma nave, para três naves, de acordo com o projeto de Vignola.
Figura 171: Volutas laterais do frontispício da Igreja de Gesú - Roma
 

Figura 172: Igreja de Gesù – Roma

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwjy1IuF8dvJAhVFFZAKHQffCLwQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Ffr.academic.ru%2Fdic.nsf%2Ffrwiki%2
F568741&psig=AFQjCNGXqge- xMeJArI2LFCCjNzTX3EvPQ&ust=1450200101139083>. Acesso em: 14
dez.2015.

164
Introdução à História da Arte

 
Arte Barroca
 
Em oposição à investida da Reforma Protestante, a Igreja Católica propôs-se
também um retorno às origens. Enquanto para os Reformadores esse retorno
remeteria aos Evangelhos, para os contra reformadores isso representou uma
retomada dos ideais dos primeiros cristãos, sobretudo à vivência dos ensinamentos
dos grandes Padres da Igreja. Esse retorno do catolicismo se evidenciou naquele
que foi um dos temas mais instigantes da Reforma: a autoridade da tradição
enquanto fundamento da fé, juntamente com os textos Sagrados.

Desta forma, o Barroco, além de representar uma oposição ao modo de


representação do racionalismo renascentista, estava também envolvido com o
contexto vivido, criando a arte da Contra Reforma e das monarquias absolutistas
dos séculos XVII e XVIII. Nas igrejas, o Barroco estabeleceu características estéticas,
para afirmar o triunfo da Igreja contra a heresia e sua expansão com o objetivo de
difundir a doutrina para adesão de fiéis, a partir da intensidade das expressões e do
emprego de elementos em movimento. Nesse contexto, a relação humana versus
divino, sagrado versus profano passou por transformações consideráveis. Do
mundo mágico e sacralizado da Idade Média, parte-se para um mundo natural e
humanístico, da ciência e da técnica, iniciado no Renascimento. Apesar dessas
inovações, a religião não saiu do cenário social.

O movimento barroco, então, iniciou na Itália, no final do século XVI e se


estendeu até o início do século XVIII. A partir daí, se difundiu pelos países da
Europa e chegou até as suas colônias, como, por exemplo, o Brasil, através da arte
portuguesa. A palavra 'barroco' era usada para designar pérolas de forma irregular
e assimétrica, características verificáveis nas obras de arte produzidas nesse
período.

Os artistas renascentistas enfatizavam a o equilíbrio entre sentimento e a


razão ou entre a arte e a ciências; as obras barrocas romperam com esse
equilíbrio. Na arte barroca predominam emoções e não o racionalismo da arte
renascentista. No final do renascimento, a arte maneirista, que antecedeu ao
barroco, serviu de grande influência para o novo movimento. Havia estourado
uma crise geral, devido às profundas mudanças no mundo da época, modificando
os seus valores religiosos, políticos e culturais. O conflito maior se dava entre a fé e
a ciência, uma vez que a segunda ganhava mais espaço.

165
Introdução à História da Arte

Na estética barroca, então, há uma valorização do contraste entre as coisas


opostas. Nela, os extremos são colocados nas obras de arte, como forma de
aproximação dos extremos, como a junção do sagrado e do profano, da juventude
e velhice, do céu e da terra, do pecado e perdão, dentre outros. A tensão desses
opostos é o fundamento do paradoxo barroco.

Na arte barroca, a emoção sobrepunha-se à razão cujo propósito era


impressionar os sentidos do observador; a fé deveria ser atingida através dos
sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. Visualmente expressados
através de curvas e contracurvas dos elementos arquitetônicos e escultóricos.
Extremo contraste de luz e sombra, claro e escuro. Na pintura barroca, efeitos
ilusionistas são observáveis, assim como o uso na composição assimétrica, em que
uma lateral da tela é mais extensa do que a outra, com linhas em diagonal.
Grande contraste de claro-escuro (luz e sombra), recurso utilizado para intensificar
a sensação de profundidade e a dramaticidade da cena.

O claro-escuro é uma invenção estética do pintor Caravaggio. Não que


antes não se utilizasse na pintura os contrastes de luz, mas foi esse pintor italiano
quem mostrou as possibilidades expressivas e dramáticas, resultantes pelo uso
dessa técnica.

Caravaggio pintou temas religiosos. No entanto, em vez de adotar nas suas


pinturas belas figuras idealizadas, para representar acontecimentos e
personagens da Bíblia, preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais
como prostitutas e mendigos etc, que posavam como personagens para as suas
obras. Não tinha receio de representar a feiura, a deformidade humana em cenas
provocadoras, características que distinguem as suas pinturas, em que os tons
terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.

166
Introdução à História da Arte

Figura 173: A ceia de Emaús, 1602 - Caravaggio

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCO3Kp7uVickCFUYVkAodsZAHJw&url=http%3A%2F%2Ffmanha.com.br%2Fblogs%2Fimagina
r%2F2011%2F06%2F26%2Fcaravaggio-um-pintor-ou-fotografo-
rsrsrsr%2F&psig=AFQjCNHOAqbnAsidPL95VCxGxuqPL5IFcw&ust=1447358285069238>. Acesso em: 12
nov.2015.
 
Rubens foi o maior expoente do barroco da parte norte da Europa, em que
o país denominado Bélgica permaneceu católico depois da Reforma Protestante,
acontecimento que possibilitou aos artistas grandes incentivos para as pinturas
religiosas. Além de um colorista vibrante, Rubens pintou cenas que sugerem, a
partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso
movimento em seus quadros. Em uma de suas obras, “O Jardim do Amor”, é
verificável a concentração de elementos, na lateral direita da tela e, em oposição à
lateral esquerda, em que se observa poucos elementos, de acordo com a assimetria
barroca, que se estabelece no desequilíbrio, objetivando acentuar a teatralidade da
cena.

167
Introdução à História da Arte

Figura 174: O jardim do amor – Rubens

Fonte: Disponível em:


<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahU
KEwiE8Keq9sLJAhUJipAKHRreCuMQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fvirusdaarte.net%2Frubens-o-jardim-do-
amor%2F&bvm=bv.108538919,d.Y2I&psig=AFQjCNHIW1FzUonihgdN0iqcEN-
e318ESw&ust=1449343206778357>. Acesso em: 04 dez. 2015.
 
A pintura de Rembrandt, artista holandês, era dominada pelos tons
luminosos em contrastes dramáticos. Entretanto, devido ao fato do seu país ter
adotado a religião protestante calvinista, seus temas são bíblicos, mitológicos e
retratos.

Por essa razão, os retratos de grupos eram muito requisitados na Holanda,


no século XVII. Muitas corporações de militares, comerciantes, médicos, dentre
outras, contratavam pintores para imortalizá-las, através de um retrato coletivo.
Rembrandt, um dos artistas holandeses mais importantes dessa época, pintou
vários destes retratos, sendo que um dos mais famosos é a “Ronda Noturna”. Nessa
obra, o artista produziu a cena pictórica com uma variedade de gestos teatrais, que
dão movimento aos personagens, a partir do jogo de luz e sombra e dos elementos
em diagonais, como as lanças dos militares, bem típicos do barroco. Rembrandt
utilizava luz em suas obras para focalizar a atenção do observador para os detalhes
que achava fundamental em suas pinturas.

168
Introdução à História da Arte

 
Figura 175: A ronda noturna, 1642 – Rembrandt
 

Fonte: Disponível em: <http://galeriadefotos.universia.com.br/uploads/2012_03_30_23_02_381.jpg>.


Acesso em: 04 dez. 2015.
 
O padre jesuíta italiano, Andrea Pozzo, pintou o teto da nave da Igreja de
Santo Inácio, em Roma, de modo inovador, de acordo com os princípios técnicos
por ele criados. Com essa técnica, chamada “Quadratura Arquitetônica”,
sistematizou um tipo de pintura ilusionística, própria para os tetos das naves de
igrejas. Essa técnica, além de alongar as linhas dos elementos arquitetônicos
reais, ampliando a altura da nave, promovia também a “abertura do céu”,
resultando na ascensão dos elementos pictóricos, motivando o fruidor a observar a
cena, “elevando” com o seu olhar, o seu próprio espírito.

169
Introdução à História da Arte

 
Figura 177: A Glória De Santo Inácio – Igreja De Gesù – Roma

Fonte: Diponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwj4_52pmLnJAhXPnJAKHZvyBVQQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fitalianarte.wee
bly.com%2Fblog%2Fandrea-pozzo-santo-inacio-e-a-ilusao-do-
barroco&psig=AFQjCNFzLM0xiHQ3kiHufoNmiKEf3gPGuA&ust=1449008701774915>. Acesso em:
30 nov. 2015.
 
As principais características da escultura no Barroco residem no uso das
linhas curvas, na representação inconfundível dos drapeados e das vestes, no uso
do dourado e no gestual das personagens, que expressam emoções intensas e
dramáticas bem diferentes do Renascimento.

O artista expoente da escultura barroca foi o italiano Bernini, também


arquiteto. Sua obra prima na escultura é “O Êxtase de Santa Teresa de Jesus” (ou
Santa Teresa D’Ávila), canonizada pela Igreja e por ela considerada muito
importante, pelos seus escritos e exemplos de devoção. Como monja, foi
notável por sua vida austera, de intensa espiritualidade, oração e devoção a Deus.
Essa obra de Bernini, do mesmo modo que outras esculturas, representa a
propagação dos Santos da Contra-Reforma.

170
Introdução à História da Arte

Figura 178: O êxtase de Santa Teresa – Bernini

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCLiF-
Y6RickCFQYMkAodVw0NvQ&url=https%3A%2F%2Fwww.pinterest.com%2Fpin%2F480196378990973067
%2F&psig=AFQjCNGZVHi0w3K-7jSQopMA4W6MF4th7A&ust=1447357233909009>. Acesso em: 12 nov.
2015.
 
Bernini produziu para o Vaticano, dentre outras obras, a colunata (conjunto
de colunas) que rodeia a Praça da Basílica de São Pedro, em Roma. A
monumentalidade da igreja, juntamente com o grande espaço circular da Praça
por ele projetada, criou um verdadeiro conjunto arquitetônico, pois a série de
colunas redondas acentuou o jogo de curvas, típico do barroco.

171
Introdução à História da Arte

Figura 179: Praça de São Pedro - Vaticano - Roma

Fonte: Disponível em:


<http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahU
KEwi- lNuoh83JAhXMHJAKHSMUADcQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.acidigital.com%2Fnoticia
s_tags.php%3Ftag_id%3D2758&psig=AFQjCNEEtcNKoXGGDBI0k4a120FOf3jtSQ&ust=1449691245422624
>. Acesso em: 08 dez. 2015.
 

A expressão típica da arquitetura barroca são as igrejas, amplamente


construídas durante o movimento de Contra Reforma. A simetria do renascimento
ficou para trás, substituída pelo dinamismo, a imponência e monumentalidade, os
elementos contorcidos e espirais, que passaram a produzir diferentes efeitos
visuais nas fachadas e nas talhas douradas dos seus interiores.

Borromini foi outro grande arquiteto barroco que projetou espaços e


frontispícios de igrejas, tendo criado um estilo singular e inconfundível na sua
arquitetura. Eliminou dos seus projetos as superfícies planas do exterior das
igrejas, conforme as do Renascimento, ao idealizar fachadas ondulantes e criar
novas formas arquitetônicas com deliberada alteração das proporções.

No projeto para a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane, o arquiteto criou
uma planta elíptica (oval), rompendo com a linearidade ortogonal renascentista,
que cedeu lugar a uma revolução de linhas côncavas e convexas, fazendo da sua
arquitetura uma ousada escultura.

172
Introdução à História da Arte

Figura 180: Igreja San Carlo Alle Quattro Fontane – Borromini, Roma

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CA
cQjRxqFQoTCPL2rYmWickCFUgikAod9poNhQ&url=https%3A%2F%2Fobeissancemor
te.wordpress.com%2F2014%2F06%2F02%2Farte-loucura-e-morte-breve-comentario-sobre- morte-di-
borromini-de-salvatore-sciarrino-e-tambem-um-breve-comentario-sobre-
borromini%2F&psig=AFQjCNEP78bRPRXxmPpcA6YxU9Sgh2EntA&ust=1447358771269786>. Acesso em:
12 nov. 2015.
 

173
Introdução à História da Arte

Arte Rococó

Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-


se de Roma para Paris. Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como
desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente
em decoração de interiores. Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da
arquitetura disseminou-se para todas as artes. Entre 1700 e 1780, o rococó foi a
principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Difundiu-se,
principalmente, na parte católica da Alemanha, na Áustria e em Portugal.

Os temas utilizados nas pinturas eram cenas mundanas, mitológicos,


motivos religiosos e a estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e
molduras. Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os
interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies
barrocas, deu lugar a texturas suaves O uso abundante de formas curvas e a
profusão de elementos decorativos, tais como: conchas, laços e flores são formas
ressaltam a leveza, elegância e alegria, comuns ao estilo decorativo. O termo
rococó deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de
incrustação de conchas e fragmentos de vidro, utilizada, originariamente, na
decoração de grutas artificiais.

174
Introdução à História da Arte

Figura 181: Interior da Igreja De Wies - Baviera, Alemanha

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqF
QoTCIrq2J6WjskCFYI1PgodvVMK2Q&url=http%3A%2F%2Fwww.arquitetura
classica.com.br%2Ftag%2Fornamentacao-classica%2F&psig=AFQjCNET87iK0hwmb-
PP2HfTtd94CYvOqw&ust=1447530603319977>. Acesso em: 13 nov. 2015.
 
Os estilos supracitados foram adotados por Portugal, de acordo com o seu
temperamento cultural. Por isso, é verificável que enquanto na Itália o movimento
barroco estava no auge, em Portugal o “renascimento tardio” ou “maneirismo”
iniciava a sua obra, em pleno século XVII; ou ainda, no momento em que no norte
de Portugal, obras rococós de grande qualidade e beleza foram produzidas no
século seguinte, o centro da arte europeia passou da Itália para a França,
modificando os rumos da arte.

Evidentemente, os artistas portugueses introduziram essas estéticas no


Brasil, no final do século XVI e ao longo dos séculos XVII e XVIII. De modo direto, o
primeiro estilo a chegar no Brasil foi o renascimento tardio ou maneirismo,
seguidos pelo barroco e rococó. De certa maneira, as obras luso-brasileiras são a
união de um ou mais dos referidas estética, evidência constatável, principalmente
nas produções artísticas do Nordeste, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em Niterói, por exemplo, nas igrejas jesuíticas de São Lourenço dos Índios e
de São Francisco, a arquitetura apresenta elementos do maneirsimo
(“renascimento tardio”), construídas por indígenas nos aldeamentos, com os
materiais locais.

175
Introdução à História da Arte

Figura 182: Igreja de São Lourenço Dos Índios – Niterói

Fonte: Disponível em:


<https://www.bing.com/images/search?q=imagens+da+igreja+de+sao+louren%c3%a7o+dos+in
dios+ni&view=detailv2&id=511B429AC19ECE9259CEEE13398B4A7F0AE6C449&ccid=Qw1FMN
3N&simid=608026327510682674&thid=OIP.M430d4530ddcd760c7fad11bbff4cb780o0&mode
=overlay&first=1>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 
Figura 183: Igreja de São Francisco, Niterói

Fonte: Disponível em:


<https://www.bing.com/images/search?q=imagens+da+igreja+de+s%c3%a3o+francisco+em+Ni
teroi+rj&view=detailv2&&id=98754532D4D8DADF598B687BC4828C18161131B8&selectedInd
ex=13&ccid=GhPxau%2fg&simid=608031421337438929&thid=OIP.M1a13f16aefe05197cc16c4e59c2e79b
9o0&ajaxhist=0>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 

176
Introdução à História da Arte

No Rio de Janeiro, há vários exemplares que revelam a uso simultâneo de


vários estilos na arquitetura religiosa. Na Igreja do Mosteiro de São Bento,
enquanto o estilo arquitetônico é maneirista (renascentista tardio), no interior a
talha de madeira dourada em ouro, com volutas e folhas de acanto, seguiu o estilo
barroco, devido não só ao esplendor e à teatralidade dos seus efeitos visuais, mas
também da sua união com as pinturas do teto e esculturas de anjos, citando
algumas.

Figura 184: Mosteiro e Igreja de São Bento – Séc. XVI - Rio de Janeiro

Fonte: Disponível em:


<http://1.bp.blogspot.com/_eK7TUXZp08o/SzbzFSszMKI/AAAAAAAADrQ/i4sFLkt1Qsc/s1600-
h/SUC40280.JPG>. Acesso em: 1 dez. 2015.

177
Introdução à História da Arte

 
Figura 185: Nave da Igreja do Mosteiro de São Bento – Rio de Janeiro

Fonte: Disponível em:


<https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSlLd3Kh8IWWuZ7wZNdALgYnvlxPrZ
O84qHSXHo2zWY11WM3vr6Wg>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 
 

178
Introdução à História da Arte

Ainda no Rio de Janeiro, a Igreja da Ordem do Carmo, situada na Rua


Primeiro de Março, se constitui de arquitetura barroca classicizante (aos moldes
português) e do estilo rococó aplicado na talha que recobre as paredes da nave.

Figura 186: Igreja de Nossa Sra do Carmo (Antiga Sé do RJ) – RJ. No Seu Lado

Direito, Localiza- Se a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. 

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&v
ed=0ahUKEwiGu9G6hN7JAhWCG5AKHW6RDD8QjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.skyscrap
ercity.com%2Fshowthread.php%3Fp%3D122107244%26langid%3D5&psig=AFQjCNGijCDXfQ41
x7zaHRGr66UFc_5UHg&ust=1450274198206621>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 

179
Introdução à História da Arte

 
Figura 187: Nave da Igreja de Nossa Sra do Carmo – Rio de Janeiro

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&v
ed=&url=http%3A%2F%2Fwww.fotolog.com%2Fninhabruna%2F51033859%2F&psig=AFQjCNGijCDXfQ41
x7zaHRGr66UFc_5UHg&ust=1450274198206621>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 
Em Minas Gerais, a Igreja de São Francisco, em Ouro Preto, obra prima de
Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, é um exemplar da arquitetura
“borromínica” luso-brasileira, pois o seu frontispício foi projetado com curvas
côncavas e convexas, que imprimem um movimento, típico do estilo barroco
criado por Borromini, conforme já visto anteriormente.

À essa arquitetônica uniu-se a pintura composta em quadratura


arquitetônica com o colorido rococó, criada por outro mestre mulato brasileiro,
Manuel da Costa Athayde, a talha e outros ornatos, também produzidos nesse
estilo pelo Aleijadinho. A mistura de vários estilos faz da arquitetura religiosa
colonial uma obra singular e inconfundível, especificamente produzida no Brasil.

180
Introdução à História da Arte

Figura 188: Igreja de São Francisco – Ouro Preto/MG – Aleijadinho

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&v
ed=0ahUKEwjZvMzJid7JAhWCk5AKHWxgA4YQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fcafehistoria.ning.c
om%2Fphoto%2F1980410%3APhoto%3A62866%3Fcontext%3Dpopular&psig=AFQjCNFzOoITw
VuiDSiaevFlJVraTcgJzQ&ust=1450275966151836>. Acesso em: 15 dez. 2015.
 
Figura 189: Nave da Igreja de São Francisco – Ouro Preto/MG – Aleijadinho

Fonte: <https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&v
ed=0ahUKEwixxcSeit7JAhWKIpAKHbXBChwQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fblog.humanarte.net%2F2015
%2F03%2Fa-palavra-em-pedra-
sabao.html%3Fview%3Dtimeslide&psig=AFQjCNExTJKDFwiKLQu_wBaizVrMXmn6Qw&ust=145027621945
0495>. Acesso em: 15 dez. 2015.

181
Introdução à História da Arte

 
Nesta Unidade analisamos as mudanças de padrões culturais, iniciados no
Renascimento com a introdução de uma nova ordem cultural, moderna devido
ao desenvolvimento da ciência, da arte, do humanismo, ocorrida nos séculos XV e
XVI. Em seguida, apresentamos as singularidades do estilo da crise da Igreja
Católica Apostólica Romana, o maneirismo, e o barroco, criado para reaver os fiéis
perdidos na reforma protestante, através da teatralidade e exuberância dos seus
elementos, assim como o décor rococó, produzido para o embelezamento das
igrejas católicas europeias, e os seus desdobramentos no Brasil.
Figura 190: Pintura do Teto da Nave da Igreja de São Francisco de Ouro Preto –

Manuel da Costa Athaíde

 
Fonte: Disponível em:
<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=&url
=https%3A%2F%2Fcommons.wikimedia.org%2Fwiki%2FFile%3AMestre_Ata%25C3%25ADde_-
_Glorifica%25C3%25A7%25C3%25A3o_de_Nossa_Senhora_-
_Igreja_de_S%25C3%25A3o_Francisco_2.jpg&psig=AFQjCNEI0v_6p3PETXBBMN0_M3xUjbR4h
w&ust=1450206567951358>. Acesso em: 14 dez. 2015.

182
Introdução à História da Arte

 
Figura 191: Talha Rococó em Madeira - Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Rio
de Janeiro

 
Fonte: Disponível em: http://vivointensamenteascoisasmaissimples.blogspot.com.br/2014/03/n-s-do-
carmo.html Acesso em: 14 dez. 2015.
 
Figura 192: Talha Rococó da Igreja de São Francisco de São João Del Rey – MG

Fonte: Disponível em: http://suzie-blog.tumblr.com/post/80997001255/altar-da-igreja-s%C3%A3o-


francisco-de-assis-s%C3%A3o-jo%C3%A3o Acesso em: 14 dez. 2015.

183
Introdução à História da Arte

Finalizamos mais uma unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em
contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

184
Introdução à História da Arte

Exercícios - Unidade 4

1. Qual artista foi reconhecido como o grande renovador da pintura italiana e,


para muitos teóricos e historiadores foi consideradoo pai da pintura moderna
ocidental?
a) Giotto;
b) Brunelleschi;
c) Leonardo da Vinci;
d) Botticelli;
e) Michelângelo.

2. Quais foram as duas grandes novidades que marcam a pintura renascentista?

a) utilização da perspectiva e a utilização da tinta à óleo;


b) pintura sobre tela com uma qualidade e uso de tinta colorida;
c) reprodução de espaços reais e utilização de superfície plana;
d) utilização de noção de profundidade e de volume;
e) ênfase à realidade e maior durabilidade das obras.

3. Qual artista representou temas mitológicos e religiosos e teve com sua obra
prima “O nascimento de Vênus e Primavera”?

a) Giotto;
b) Brunelleschi;
c) Leonardo da Vinci;
d) Botticelli;
e) Michelângelo.

185
Introdução à História da Arte

4. Qual artista teve atribuído a si o domínio e a originalidade da representação


do corpo humano em razão dos movimentos e expressões que imputou às
suas obras pictóricas e escultóricas?
a) Leonardo da Vinci;
b) Brunelleschi;
c) Botticelli;
d) Giotto;
e) Michelângelo

5. Marque a alternativa que não representa obra do pintor Michelângelo.


a) A sagrada família;
b) Madona do Prado
c) Nave da Capela Sistina;
d) O juízo final;
e) La Pieta;

6. Um dos grandes arquitetos renascentistas que projetou inovações, tanto na


arquitetura religiosa quanto civil, em que são reconhecíveis os elementos
greco-romanos, como: arcos, frontões, colunas, dentre outros, foi:
a) Tintoretto;
b) Leonardo da Vinci;
c) Michelângelo
d) Alberti
e) Andrea Palladio

7. Quando surgiu a arte Maneirista?


a) século XIV
b) século XV
c) século XVI;
d) século XVII;
e) século XVIII

186
Introdução à História da Arte

8. Na arte barroca, a emoção sobrepunha-se à razão cujo propósito era


impressionar os sentidos do observador; a fé deveria ser atingida através dos
sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. O artista que não tinha
receio de representar a feiura e a deformidade humana em cenas
provocadoras era:
a) Borromini
b) Caravaggio;
c) Rubens
d) Rembrandt
e) Bernini

9. Assim como Tintoretto, Miguelângelo também criou obras escultóricas


maneiristas. Quais características são identificadas nas obras desse artista
nesse período?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

10. Quais as características (semelhanças e diferenças) entre a arte barroca e a


renascentista?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

187
Introdução à História da Arte

5 Arte Moderna
Neoclássico, Romantismo,
Modernismo e Contemporâneo

188
Introdução à História da Arte

Caro Aluno,

Continuamos nossa jornada para entender o contexto da arte Moderna,


englobando o Neoclássico, o Romantismo, o Modernismo e o Contemporâneo.
Abordaremos sobre a arte dentro destes períodos visando compreender melhor a
representação da arte, para que possa identificar quando precisar tratar alguma
obra.

Objetivos da unidade:

Compreender o processo histórico da arte Moderna;

Compreender o processo histórico da arte Neoclássica;

Compreender o processo histórico da arte Romantista;

Compreender o processo histórico da arte Moderna;

Compreender o processo histórico da arte Contemporânea;

Plano da unidade:

Quais as características da arte Moderna?

Quais as características da arte Neoclássica;

Quais as características da arte Romantista;

Quais as características da arte Moderna;

Quais as características da arte Contemporânea;

Bem-vindo à unidade 5!

189
Introdução à História da Arte

ARTE MODERNA
 
O século XIX foi agitado por mudanças social, políticas e culturais
provocadas, dentre outras ocorrências históricas, pela Revolução Industrial, na
Inglaterra, e pela Revolução Francesa, de 1848.

Tal como as demais atividades humanas, que passaram por mudanças


simultaneamente às transformações gerais, a arte contribuiu, através da produção
das suas obras, para a constituição desse novo mundo, o moderno.

Evidentemente, essas transformações se deram paulatinamente, e na arte,


antes da mudança mais precisa, dois movimentos artísticos anunciaram suas
inovações. Foram eles: o romantismo e o realismo

Nas artes visuais uma das características do estilo romântico é a sua


oposição estética da arte neoclássica. Os artistas românticos desejavam se libertar
das regras, e valorizar o seu próprio estilo no desenvolvimento da sua obra. Ao
contrário da arte neoclássica, a romântica se destacava por aderir aos sentimentos
e à imaginação do artista, ao nacionalismo histórico e à natureza da qual a vida faz
parte.

A produção artística romântica reforçou a subjetividade, na medida em que


se baseou em valores emocionais individuais, e muitas vezes imaginários do
artista, tomando como temas os dramas amorosos e acontecimentos históricos,
a partir dos quais foram revalorizados os conceitos de pátria e república.

Pintor romântico, o espanhol Goya, representou na sua obra, o povo, as


personalidades da época, a guerra e cenas históricas. Como a pintura de certos
temas vinham a se consolidar dentro do estilo, ele buscou um modo de representar
a história de modo pessoal.

190
Introdução à História da Arte

Figura 193: O Fuzilamento – Goya

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ah
UKEwiVzuXH_OXKAhUIUJAKHcZgAT4QjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fnavegandonahi
storiadaarte.blogspot.com%2F2010_09_01_archive.html&psig=AFQjCNGmyYMaZZOQVMntEy
bPRTJofienYA&ust=1454945353518507. Acesso em: 06 fev. 2016.
 
Delacroix foi o expoente da pintura romântica e as suas obras eram
baseadas em temas exóticos e históricos, de composições bem mais caóticas e de
uma dramaticidade e simbolismo, por vezes, “incompreensíveis”.

A obra “Liberdade guiando o povo”, inspirada na Revolução Francesa de


1830, é uma pintura de entusiasmo com o acontecimento da deposição do
“último rei da França”. Ligado às pesquisas coloristas, Delacroix concedeu à
pintura uma visualidade dinâmica. Sua composição se pautou no uso das cores
quentes e vivas, repleta de detalhes e elementos que imprimem um caráter de
justiça na imagem caótica.

191
Introdução à História da Arte

Figura 194: A Liberdade Guiando o Povo - Delacroix

Fonte: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/84/Delacroix_-


_La_liberte.jpg>. Acesso em: 08 fev. 2016.
 

Nas composições da série “Caça aos leões ”, em que Delacroix se inspirou


nas cenas vistas durante sua viagem ao Marrocos, verifica-se o domínio do pintor
no uso das cores, que unificam os elementos turbulentos na tela. As obras são vivas
com toda a sua movimentação e elementos dispostos esquematicamente. É uma
pintura de entusiasmo, em que Delacroix desenvolveu sua concepção
expressividade através da cor, que irá servir de referência à pintura expressionista.

192
Introdução à História da Arte

Figura 195: Caça ao Leão - Delacroix

Fonte: Disponível em: <http://warburg.chaa-unicamp.com.br/img/obras/display_image-(3).jpg>.


Acesso em: 06 fev. 2016.
 
A idealização do romântico, da história, da sociedade e, sobretudo, da
natureza, deixou espaço para uma nova corrente estética que se interessou pela
realidade, surgindo, assim o movimento realista. O pintor desse período passou a
representar a objetividade das coisas da realidade, do mesmo modo como os
cientistas explicavam os seus fenômenos, abandonando os temas antigos,
históricos, pintados a partir de sua imaginação. Sendo a realidade, parte da criação,
dedicaram-se, apenas, a pintar aquilo que era real. É nesse período que surge a
"pintura social" que retratava os problemas dos trabalhadores da sociedade da
época.

193
Introdução à História da Arte

Na pintura realista, o homem é representado nas suas tarefas normais, e o


tema da fadiga, da miséria e da exploração do trabalho, transformou-se em
inspiração artística para os pintores da época, que se empenharam em representar
a realidade, tal como era vista diante dos seus olhos. A esses artistas se deve o
início da pintura ao ar livre, pois desenhavam as cenas diretamente na natureza,
para terminar os trabalhos no atelier. Após a invenção dos tubos de tinta, os
trabalhos passaram a ser totalmente pintados ao ar livre.

Dentre os inúmeros pintores realistas, destacaram-se Courbet, Millet e


Goya. Suas obras apresentam em imagens pictóricas, a realidade do seu tempo: o
avanço da industrialização e da técnica e o trabalho humano.

Figura 196: As respigadeiras - Millet

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0a
hKEwjL7sS h1-
XKAhWEx5AKHTfhC5gQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.chinitarte.net%2Farte%2Fhisto13.html&psig
=AFQjCNEWyjw5BWMThZc19FLjlYLoxUn4bw&ust=1454935021926106. Acesso em: 06 fev. 2016.

194
Introdução à História da Arte

 
Figura 197: Mulheres peneirando trigo - Courbet

Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-


dY47jffkDyA/Ut73KkmXZCI/AAAAAAAABiQ/mVtYdv_tCH4/s1600/764px- Gustave_Courbet_014.jpgET>. Acesso
em: 06 fev. 2010.
 
 
 
Nesse período, os principais escultores foram Rodin e Camille Claudel.
Observa-se nas suas obras a mudança de temática, em comparação com os
assuntos esculpidos por artistas de tempos anteriores. Evidentemente, tanto a
pintura, quanto a escultura do século XIX, causaram estranhamento no público
fruidor de arte, devida a essas transformações.

195
Introdução à História da Arte

Figura 198: O Beijo – Rodin

Fonte: Disponível em: <https://s-media-cache-


ak0.pinimg.com/736x/8f/e5/58/8fe558380e80f5f0e7f35102a7a08a2f.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016

 
Figura 199: A Valsa - Camille Claudel

Fonte: Disponível em: <http://www.esquinamusical.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Camille-


Claudel.jpg.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.

196
Introdução à História da Arte

 
Na arquitetura era o Ecletismo, o qual era constituído de elementos dos
estilos vistos anteriormente (grego, romano, gótico, renascentista, barroco,
neoclássico), juntamente com elementos arquitetônicos exóticos (chinesa,
japonesa, mourisca e indiana).
 
Figura 200: Ópera de Paris – Charles Garnier

Fonte: Disponível em: <http://www.guiadeparis.net/images/opera%20buena.JPG>. Acesso em: 10 fev.


2016.
 
No Brasil, esses estilos também são verificáveis nas pinturas produzidas
pelos alunos da Academia de Belas Artes (atualmente é o Museu Nacional de Belas
Arte, no Rio de janeiro), pois aqueles que eram honrados com as maiores
premiações, ao final do curso, eram enviados para a França, com a finalidade de
aprimorarem a sua arte. Evidentemente, faziam os seus estudos na Academia de
Belas Artes Francesa, com os mais renomados professores da época, e retornavam
ao Brasil cientes dos novos estilos. O mesmo ocorreu com os arquitetos e
escultores brasileiros desse período.

Os principais pintores do romantismo e do realismo foram Pedro Américo e


Vitor Meirelles, cujas obras tratam de diversos temas comuns a esse estilo.

197
Introdução à História da Arte

Figura 201: O Grito do Ipiranga – Pedro Américo

Fonte: Disponível em: http://i0.statig.com.br/fw/3t/3g/us/3t3gus0dqzkrr00wuml1xpq4f.jpg.


Acesso em: 10 fev. 2016.
 
Figura 203: A Primeira Missa no Brasil – Vitor Meirelles

Fonte: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/img/historia/primeira-missa-brasil-g.jpg>.


Acesso em: 10 jun. 2016.

198
Introdução à História da Arte

 
Figura 204: Teatro Municipal do Rio de Janeiro – Francisco Oliveira Passos

Fonte: Disponível em:


<http://www.backstage.com.br/newsite/ed_ant/materias/177/Fotos/FotoTheatroMunicipal.jpg>. Acesso
em: 10 fev. 2016.

A consolidação da invenção da fotografia, em meados de 1850, motivou os


artistas visuais a criarem uma nova arte. A pintura foi a mais afetada pelo invento,
pois, a fotografia retirou do pintor o seu fazer: representar cenas da realidade da
vida cotidiana das pessoas.

Mas a força da arte surge através da criação do artista. Foi assim, que Monet
deu um passo à frente, ao consubstanciar a pintura impressionista, desenvolvendo
uma técnica pictórica de pinceladas curtas e rápidas, para, segundo o próprio,
captar a luminosidade de uma cena, apreendendo a sua fugacidade, pois a cada
momento do dia a luz vai se modificando.

199
Introdução à História da Arte

Nesse sentido pode-se considerar que são descendentes do Realismo. As


cores eram de fundamental importância para o grupo, elemento extremamente
expressivo em sua arte. Cada vez mais, aprofundavam as pesquisas colorísticas,
quanto ao uso de cores frias (azul, violeta e verde) e quentes (amarelo, laranja e
vermelho), utilizando o branco e o preto como cores puras, e não mais pigmentos
para produzir tons.

Monet trabalhou intensamente na pesquisa da representação de um objeto


em diferentes horas do dia e sob diferentes luzes.
 
Figura 205: Impressão - Nascer do Sol - Monet

Fonte: Disponível em: <http://g02.a.alicdn.com/kf/HTB1s.f6JFXXXXaQXVXXq6xXFXXXb/Adult-high-grade-


1000-1500-Wooden-jigsaw-font-b- puzzle-b-font-toys-world-famous-paintings.jpg>.
Acesso em: 10 fev. 2016.

200
Introdução à História da Arte

Figura 206: Jardim de Girveny – Monet

Fonte: Disponível em: <http://imagecache2.allposters.com/IMAGES/EUR/2300-2032.jpg>.


Acesso em: 10 fev. 2016.
 
Renoir pintou cenas do dia-a-dia das pessoas, como passeios de barco,
bailes, o ruas de Paris.
Figura 207: A casa do remador - Renoir

Fonte: Disponível em: <http://idata.over-blog.com/3/01/59/76/d-cembre/renoir1.jpg>.


Acesso em: 10 fev. 2016.

201
Introdução à História da Arte

 
Figura 208: A Estrela – Degas

Fonte: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-jXyGDah0idg/TjJiTfFYvdI/AAAAAAAAK7I/MXU-


_s5K_DM/s1600/1%2BDancers%2Bc%2B1878.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.

Toulouse Lautrec foi um dos grandes artistas impressionistas. A liberdade


na experimentação de vários materiais, suportes e técnicas é constatável na sua
obra plástica moderna, inaugurando, inclusive, o design de publicidade, pois
produziu cartazes, folders, desenhos, anunciando acontecimentos culturais em
Paris.

202
Introdução à História da Arte

Figura 209: Cartaz – Toulouse Lautrec

Fonte: Disponível em: <https://livesandliberties.files.wordpress.com/2013/08/art-poster-advertisement-


entertainment- toulouse-lautrec-1892.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.
 
Figura 210: Cartaz – Toulouse Lautrec

Fonte: Disponível em: <http://ecx.images-amazon.com/images/I/51U3JeEAq-L.jpg>. Acesso em: 10 fev.


2016.

203
Introdução à História da Arte

À geração seguinte coube a continuação da pintura, com base no


aprofundamento da pesquisa impressionista. Suas obras, no entanto, trazem uma
nova imagem pictórica, e, por essa razão são considerados pós-impressionistas. Os
expoentes foram Van Gogh, Cèzanne e Gauguin. A questão técnica comum a esses
pintores relaciona-se ao abandono definitivo das regras de composição em
perspectiva clássica, produzindo imagens pictóricas planares, em que a
profundidade resulta do uso das cores frias e quentes, na superfície da tela,
procedimento já iniciado pelos impressionistas. Suas obras inauguraram a primeira
fase da arte moderna.

Van Gogh intensificou a marca do pincel como recurso expressivo.


Aplicadas em cores puras, as pinceladas são justapostas lado a lado, em trama que
ganham ritmo, através do gesto pictórico do artista. Como jorros de tinta
espatulada, as pinceladas eletrizam as superfícies das telas.

Mestre no uso das cores, já que estas eram o principal elemento pictórico,
Van Gogh foi o grande colorista da arte moderna. Em “Corvos no Trigal”, o pintor
alcançou o ápice dos contrastes das cores, invertendo, através das tensões
resultantes das suas oposições cromáticas, a perspectiva clássica, mantendo a
imagem pictórica na superfície bidimensional da tela.

Figura 211: Noite estrelada – Van Gogh

Fonte: Disponível em:


<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/94/Starry_Night_Over_the_Rhone.jpg/800p
x-Starry_Night_Over_the_Rhone.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016
 

204
Introdução à História da Arte

Figura 212: Corvos no trigal – Van Gogh

Fonte: Disponível em: <http://mlb-s2-p.mlstatic.com/campos-trigo-com-corvos-pintura-van-gogh-na-


tela-repro-repro-9330- MLB20015047936_122013-F.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.
 

Cèzanne desenvolveu um estilo de pintura incomum, aplicando as cores


em camadas grossas na superfície da tela com uma espátula, técnica conhecida
como empasto. Esse recurso criava um efeito de grande força e energia, causando
enorme estranhamento à época em que começou a ser aplicada. Sua opção recaiu
sempre sobre a análise estrutural da natureza, por meio de uma pintura que
recorre, preferencialmente, à mente e à consciência, e não à visão. Cézanne não se
preocupou em registrar o aspecto passageiro de um momento provocado pela
constante mudança da luz solar, o que ele buscava era o permanente, a estrutura
íntima da natureza.
 

Figura 213: (Título não encontrado) - Cèzanne

Fonte: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_kB1pDXsEaE0/TPv2wG34QpI/AAAAAAAAFys/Jq8_dNA4OxY/s1600/cezanne
15.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.

205
Introdução à História da Arte

 
Figura 214: Montanha Santa Vitória – Cèzanne

Fonte: Disponível em:


<http://2.bp.blogspot.com/_kB1pDXsEaE0/TPv3VWJLa2I/AAAAAAAAFy8/UBm_WbFvkcw/s1600/C%25C3
%25A9zanne-.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.
 
 
 
Ao final da série de pinturas “Montanha de Santa Vitória”, Cèzannne deu
ênfase às pinceladas, destituídas de linhas, chegando à abstração do objeto
pintado: a montanha. Essa ideia pictórica será desenvolvida por alguns artistas do
século XX; daí a genialidade de Cèzanne.

206
Introdução à História da Arte

 
Figura 215: Montanha Santa Vitória Vista de Lauves – Cézanne.

Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-D_8wcd-gQD4/UpMzYV1ra0I/AAAAAAAAP-U/a54- >.


Acesso em: 18 ago. 2015.
 
Gauguin propôs na sua arte, a síntese das formas exteriores da natureza,
das emoções do artista, privilegiando a linha, a cor e a forma. Foi influenciado pelas
artes populares e seus apelos místicos e pelas manifestações folclóricas, tendo
desenvolvido uma técnica chamada ” cloisonnism “, que consiste na expansão
das áreas coloridas à maneira da técnica medieval de esmaltar, e o abandono da
perspectiva clássica, criando um estilo único e moderno.

207
Introdução à História da Arte

Figura 216: O Cristo Amarelo – Gauguin

Fonte: Disponível em:


<http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/fotos/SemanaSanta2009Foto01.jpg>.
Acesso em: 10 jun. 2016.
 
Figura 217: Dia de Deus - Gauguin

Fonte: Disponível em: <http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/wp-content/uploads/Paul-Gauguin-


mahana-no-atua-day-of- the-gods-1894.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2016.

208
Introdução à História da Arte

A segunda fase da arte moderna foi inaugurada, no início do século XX, por
uma nova geração de artistas, que, a partir da pesquisa e desdobramento dos pós-
impressionistas, criaram outros estilos pictóricos. Dentre alguns, o cubismo, o
expressionismo e o surrealismo, citando alguns, renderam frutos estéticos,
presentes na arte até os dias atuais.

Da união de objetivos e princípios artísticos, Picasso e Braque criaram o


cubismo, a partir das profundas reflexões sobre a obra de Cèzanne. Com a criação
da pintura “Les Demoiselles D’Avignon”, Picasso causou um grande
estranhamento, ao representar com formas geométricas recortadas, imagens
pictóricas não mais correspondentes às do mundo real. Doravante, o artista
pretendeu produzir imagens concebidas pela sua imaginação, somente existentes
a partir do seu fazer, e não mais “fotografar” a realidade.

O cubismo possui duas fases: a analítica e a sintética. A analítica refere-se ao


tratamento cúbico dos objetos, tal como visto nas primeiras pinturas de Braque,
procedimento esse acompanhado por Picasso. Na segunda fase, ambos os pintores
retificam os volumes num único plano sobre a superfície da tela. No analítico, não
há pesquisa de cor, trabalham com tons de cores neutras. Já no sintético, utilizaram
cores e colagens.
Figura 218: Les Demoiselles D’avignon – Picasso

Fonte: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-k47grB9ivjg/U4Ov-


d1iSUI/AAAAAAAABBc/2WELezwrdyI/s1600/Picasso+-+Les,Demoiselles+d'Avignon,+1907.jpg>. Acesso
em: 09 fev. 2016.

209
Introdução à História da Arte

 
Figura 219: A Bandolinista – Braque – (Cubismo Analítico)

Fonte: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-NvkntOTy6F4/Tl0FOhZfGDI/AAAAAAAAC-M/uMGq-


SzFS2c/s1600/Mulher+tocando+Bandolim.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.
 
Figura 220: Os Três Músicos – Picasso (Cubismo Sintético)

Fonte: Disponível em: <http://files.starandart.webnode.com/200000361-6db2c6eacd/luana2.j>g.


Acesso em: 09 fev. 2016.

210
Introdução à História da Arte

 
Figura 221: Baluster And Skur – Braque (Cubismo Sintético)

Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-


mngJ3fT51ag/UP2YRJerJmI/AAAAAAAAQtw/ulPZsqTq-zo/s1600/Braque-
Baluster_and_Skull_PRINT9.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.
 
Simultaneamente ao início do cubismo, a Alemanha e a França
desenvolveram uma arte pictórica expressionista, visivelmente referenciada, em
termos estilísticos e técnicos, no que diz respeito, principalmente à liberdade do
uso da cor, na obra de Van Gogh. Entretanto, o expressionismo alemão não
apresenta a cor vitalista de Van Gogh, constatável na pintura francesa, mas cores
construtoras de uma atmosfera sombria, como aquela que pairava sobre as suas
vidas cotidianas, provocadas por inúmeros problemas sociais e históricos da época.
Os artistas alemães constituíram um grupo, que se tornou um movimento
importante, nomeado Die Brücke (A ponte), enquanto os franceses foram
nomeados fauves (feras), dado o uso das cores estridentes de Van Gogh.

Os pintores Kirchner, Nolde e Ensor foram os expoentes do expressionismo


alemão, que apresentavam nas suas obras os dramas humanos, cujas questões
foram acirradas pela Primeira Guerra Mundial.

211
Introdução à História da Arte

 
Figura 222: O Grito – Munch

Fonte: Disponível em:


<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c2fec24f7d3ad1642478429e6193fd0
e.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.
 
Figura 223: Intriga – Ensor
 

Fonte: Disponível em: <http://www.pinturayartistas.com/wordpress/wp-


content/uploads/2008/12/ensor/ensor01a.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.

212
Introdução à História da Arte

Figura 224: Marcella – Kirchner


 

Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-


SZ_J_VZ7Tiw/U8UwOnLB7UI/AAAAAAAADwU/MJUwMiTdK50/s1600/kirchner+marcella+1910+minneap
olis.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.
 
O fauvismo, expressionismo francês, tinha como uma de suas
características, a despreocupação com o realismo, em que as coisas representadas
eram menos importantes do que a forma de representá-las, pois se observa nas
suas pinturas, que o importante é o uso das cores puras e estendidas em grandes
campos, essenciais para a organização da imagem pictórica. Essa técnica foi
amplamente utilizada por Derain e Matisse, seguindo os passos de Gauguin. Por
outro lado, as pinceladas rítmicas de Vlaminck são legadas da técnica pictórica de
Van Gog.

213
Introdução à História da Arte

Figura 225: Mulher de Combinação - Derain


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fauvismo/imagens/Fauvis29.jpg>.
Acesso em: 09 fev. 2016.

Figura 226: Vista de Clolioure – Matisse

Fonte: Disponível em: <http://www.allpaintings.org/d/139309-2/Henri+Matisse+-


+Vista+de+Collioure.jpg>. Acesso em: 09 fev. 2016.

214
Introdução à História da Arte

Figura 227: (Título não encontrado) – Vlaminck

Fonte: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-


BAlbB_tpnuo/UHZsWhuTrsI/AAAAAAAAJ5c/JpSNJddxtKQ/s640/Imagen+927.png>. Acesso em: 09 fev.
2016.
 
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário de origem francesa,
surgido por volta de 1924, caracterizado pela expressão do pensamento de
maneira espontânea e automática, orientada apenas pelos impulsos do
inconsciente, desprezando a lógica e renegando os padrões estabelecidos de
ordem social. Na verdade, o surrealismo esteve em processo de gestação até 1924,
quando surgiu o “Manifesto do Surrealista”. Em substituição do sistema de valores
que pretendiam abolir, os primeiros surrealistas recorreram às teorias
psicanalíticas, de recente difusão do pensamento de Freud, para formular um novo
pensamento estético.

O expoente da pintura surrealista foi Miró, devido à espontaneidade das


formas pictóricas criadas sem passarem, previamente, pelo pensamento lógico e
racional.

215
Introdução à História da Arte

Figura 228: O poeta – Miró

Fonte: Disponível em: <http://madamepickwickartblog.com/wp-content/uploads/2011/01/miro25.jpg>.


Acesso em: 09 out. 2016.

Em meados dos anos de 1940, eclodiu a segunda Guerra Mundial que


provocou transformações mundiais, tendo sido alguns países europeus, como a
França, atingidos brutalmente. Desde o final do século XVIII, Paris havia sido o
centro cultural e das artes do mundo ocidental.

Frente à situação europeia, o centro cultural internacional passou a ser a


cidade de Nova York, do outro lado do Atlântico. Inúmeros intelectuais europeus
encontraram abrigo nos E.U.A, levando a sua cultura e arte moderna. Desse modo,
a terceira e última fase do modernismo, se desenvolveu graças a esses eventos,
deixando ao cargo de uma nova geração de americanos, os seus novos rumos.

216
Introdução à História da Arte

Numa espécie de síntese inovadora da arte moderna europeia surgiram as


pinturas do expressionismo abstrato, nas obras de artistas como: Pollock, criador
da "pintura de ação" - action painting, em que retira a tela do cavalete, colocando-a
sobre o chão, invertendo a lógica da pintura clássica, pré-moderna. Sobre a tela, a
tinta é gotejada (dripping) ou atirada ao ritmo do gesto manual do artista, que
rodeia a tela ou se posta sobre ela. A nova atitude, física inclusive, do artista diante
da obra subverte a imagem do pintor contemplativo, pronto para representar, e
mesmo a do desenhista industrial que realiza o trabalho de acordo com um projeto
prévio. A obra de arte, produto de uma relação corporal do artista com a pintura,
nasce da liberdade de improvisação, do gesto espontâneo, da expressão de uma
personalidade individual. As influências do automatismo surrealista parecem
evidentes. Aí estão a mesma ênfase na intuição e no inconsciente como fonte de
criação artística, embora permeada por uma forte presença do corpo e dos gestos.

Figura 229: (Título não encontrado) - Pollock

Fonte: Disponível em: <https://enfaseemhistoriadaarte.files.wordpress.com/2013/06/pollock.jpg>. Acesso


em: 09 fev. 2016.

217
Introdução à História da Arte

 
Figura 230: (Título não encontrado) – Pollock

Disponível em: <https://s-media-cache-


ak0.pinimg.com/564x/31/37/61/313761530d3ae3ed589d65c761d8adcf.jpg>. Acesso em: 09 out. 2016.
 
Figura 231: Number 1 - Pollock

218
Introdução à História da Arte

Um desconforto passado pelo pintor francês, Marcel Duchamp, na frente


de artistas e amigos cubistas, quando o seu quadro cubista, “Nu descendo a
escada”, foi rejeitado na participação de uma exposição de arte moderna, em 1911,
porque os cubistas consideraram a obra meio futurista, terminou mudando os
rumos da arte moderna.

Duchamp, diante desse acontecimento, ficou perplexo e pronto para


investir em algo novo e fazer experiências artísticas, com materiais absolutamente
incompatíveis com as regras estéticas da arte, criando um novo caminho para a
arte através dos seus famosos: ready-mades.

O rompimento total se deu com “A Fonte”, em 1913, quando Duchamp


expôs essa obra, um ready-made, que nada mais era que um mictório exposto
como uma verdadeira escultura, o artista transformou em arte aquilo que ele diz
que é a arte e não só por isto, porque ao tirar do contexto do lugar usual do objeto
e colocá-lo em um espaço de arte, o objeto passou a ser arte.

Assim, a arte, em um estado ambíguo, aponta por sua vez, a negação da


sublimação da arte da pintura e tudo o que até então era sacralizado como Arte.
Até os dias atuais, os princípios estéticos dadaístas são reconhecíveis nas
produções artísticas contemporâneas.

Figura 232 - A Fonte – Duchamp

Disponível em: <http://www.julianaburlamaqui.com.br/juliana_burlamaqui/wp-


content/uploads/2014/09/241.png>. Acesso em: 13 fev. 2016.

219
Introdução à História da Arte

Figura 233 – a roda de bicicleta - Duchamp

Disponível em: <http://www.julianaburlamaqui.com.br/juliana_burlamaqui/wp-


content/uploads/2014/09/116.png>. Acesso em: 13 fev. 2016.

Para Duchamp, o ready-made é uma apropriação do que já está feito. São


objetos de ordem industrial, elevados à categoria de obras de arte, pelo artista. São
objetos anônimos em que o gesto gratuito do artista, pelo fato de escolhê-
lo, converte-o em obra de arte. Ao mesmo tempo, esse gesto estético dissolve a
noção de obra de arte; o ready-made é a antiarte, e a antiarte é “non sense”, ou seja,
sem sentido, pois sem sentido é o mundo tecnológico avançado, mas em que
guerras matam e destroem.

220
Introdução à História da Arte

Figura 234 – O escorredor de garrafas – Duchamp

Disponível em: <http://www.artzone461.com/1001-duchamp/beldner-ray-04_files/beldner-


MDBottleRack2-filtered.jpg>. Acesso em: 13 fev. 2016.

Pós-moderno é o título aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas


artes e nas sociedades capitalistas avançadas, a partir de 1950, quando, por
convenção, se encerrou o modernismo (1900/1950). Pós-modernismo é igual à
Contemporaneidade. Então, as designações: arte pós-moderna ou contemporânea
significam toda arte produzida a partir dos anos 50/60. O gosto pelas imagens é
peculiar à contemporaneidade.

Considerada neodadaísta, a Pop Art foi um movimento artístico inspirado


na cultura de massa, ou seja, popular, que transformava temas do cotidiano em
obras, refletindo de maneira criativa e crítica os traços e contornos da sociedade de
consumo.

Surgiu no final dos anos 50, na Inglaterra, mas foi nos Estados Unidos que
ela alcançou destaque, nos anos 60. Suas origens residem no dadaísmo de
Duchamp, pela utilização non sense de imagens midiáticas de produtos de
consumo, sejam de alimentação, da indústria cultural ou cultura de massa, etc,
transformando-as em ready-mades

221
Introdução à História da Arte

Uma das principais características da pop arte era o tratamento irônico do


comportamento da sociedade de massa, baseada no consumo de objetos
industrializados e vendidos através de imagens publicitárias. Por isso, temas da
publicidade, quadrinhos, ilustrações entre outros, eram constantemente utilizados
como inspiração para compor suas obras e trajetória no mundo das artes.

O mais notável expoente da Pop Art, Andy Warhol, a partir de uma visão
irônica do mundo de consumo, produziu serigrafias e pinturas sobre telas, com
imagens seriadas de mitos como Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Jacqueline
Kennedy e Elvis Presley, citando alguns, pois entendia, que essas celebridades eram
produtos da indústria cinematográfica, consumidas massivamente, pela sociedade
pós-moderna.

Figura 235 - Marylins – Andy Warhol

Disponível em: <http://www.amorosart.com/image-work-


warhol_after_marilyn_sunday_b_morning_portfolio-13067-450-450.jpg>. Acesso em: 13 fev. 2016.

222
Introdução à História da Arte

Figura 236 – Coca-cola – Andy Warhol

Disponível em: <http://www.arts-


reproductions.com/uploads/painting/image/14450/original_aw12_warhol_-_green_coca-
cola_bottles.jpg>. Acesso em: 13 fev. 2016.

Claen Olderburg criou obras referenciadas no fast food americano,


expondo-as não só em galerias de arte, mas, também, em espaços públicos,
motivando o público através delas, a refletir sobre o consumo acrítico acerca da
qualidade dos alimentos industrializados, assim como de outros produtos.

Da maneira dadá, seus ready-mades provocam um questionamento sobre


aquilo que está sendo visto. Com suas “esculturas”, Oldenburg acentuou o non
sense do consumo desmedido e acrítico da sociedade de massa. A imagem
publicitária vende o produto e as pessoas consomem, sem refletir se aquele
produto que está sendo ingerido, vestido ou usado, é mesmo necessário e/ou de
qualidade.

223
Introdução à História da Arte

Figura 237 – Guimbas – Oldenburg

Disponível em: <https://culturatanamoda.files.wordpress.com/2011/07/1-giant-fagends-


1967.jpg?w=590>. Acesso em: 14 fev. 2016.

Figura 238 – Oldenburg e a escultura “Torta” na Galeria

Disponível em: <http://www.elcorreo.com/vizcaya/noticias/201210/29/Media/oldenburg--647x400.jpg>.


Acesso em: 14 fev. 2016.

224
Introdução à História da Arte

Figura 239 – Hamburger – Oldenburg

Disponível em: <http://br.blouinartinfo.com/sites/default/files/oldenburg_floorburger_promo1.jpg>.


Acesso em: 14 fev 2016.

No final dos anos 60 surgiu a Arte Conceitual, sendo um tipo de arte, em


que o material da obra passou a ser todo tipo de linguagem visual, auditiva,
olfativa e tátil. Foi importante pois lançou debates acalorados, por parte dos
artistas, da crítica e do público, abrindo caminhos para as instalações e a arte
performática. O termo conceitual foi empregado para designar uma multiplicidade
de atividades com base nas linguagens de qualquer natureza. Portanto, a ideia e o
conceito da obra se tornou mais importante que o produto acabado (a obra). Essa
noção remonta a Duchamp, mas só se estabeleceu no mundo artístico a partir de
1970, quando se tornou um fenômeno internacional de grande importância. Em
suas obras, os artistas conceituais, através de trocadilhos e brincadeiras, levantaram
sérias questões sobre as fronteiras da arte.

A característica comum de toda a obra chamada e vista como conceitual


não é ver o objeto, sua plástica, mas sim seu recado, sua mensagem subliminar, a
discussão de um assunto, a comunicação, ou seja, o artista passa uma ideia,
suscitando discussões e reflexões por parte do espectador.

A obra vem para apresentar no tempo e no espaço, certas situações ou


acontecimentos, mantendo uma comunicação. Os artistas sentiram-se livres da
representação pictórica, e declararam o processo mental como obra de arte. Arte é
o conceito de Arte. Um exemplo conhecido é a obra “Uma e Três Cadeiras”, de
Joseph Kosuth (Museu de Arte Moderna em Nova Iorque / 1965) que combina uma
cadeira real, a fotografia da cadeira e uma definição de cadeira – dada pelo
dicionário.

225
Introdução à História da Arte

Figura 240 – Uma ou três cadeiras – Kosuth

Disponível em:
<https://classconnection.s3.amazonaws.com/426/flashcards/751426/png/chairs1322769994494.png>.
Acesso em: 16 fev. 2016.

Figura 241 – Instalação - Kosuth

https://contractura.files.wordpress.com/2008/10/kosuth0.jpg?w=300&h=225. Em 15/02/2016.

226
Introdução à História da Arte

Figura 242 - A impossibilidade física da morte para alguém vivo - Damien


Hirst

Disponível em: <http://blog.algorhythm.de/wp-content/uploads/2010/04/100412_damien_hirst_3.jpg>.


Acesso em: 15 fev. 2016.

Figura 243 - A menina - Ron Mueck

Disponível em:
<http://lh4.ggpht.com/_HsY5tgHnaKY/TQQ8P2XM46I/AAAAAAAAAWc/B2th3XJHBgA/me%202-20-
2010%20278.jpg>. Acesso em: 15 fev. 2016.

227
Introdução à História da Arte

Como último exemplo, de arte contemporânea, observe abaixo a instalação


do artista chinês, Wei Wei, produzida nas colunas jônicas do edifício neoclássico da
sala de espetáculos Konzerthaus Berlin, onde haverá uma sessão de gala para
caridade, na segunda-feira, 15/02/2016, com coletes salva-vidas coletados na ilha
grega de Lesbos e usados por refugiados sírios. Wei Wei, com esse trabalho, busca
suscitar no público, através dos coletes, do edifício que apresenta elementos
greco-romanos na sua arquitetura, a reflexão sobre como a civilização ocidental
poderá salvar as vidas de milhares de sobreviventes de uma guerra sangrenta,
deixando “os filhos do oriente”, sem escolha, tendo de se refugiar nos países
europeus.

Figura 244 – Instalação – Wei Wei

Disponível em: <http://og.infg.com.br/in/18670017-492-af6/FT1086A/420/2016-888178515-


201602131132247990_AP.jpg_20160213.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2016.

228
Introdução à História da Arte

Figura 245 – Instalação – Wei Wei

Disponível em: <http://s2.glbimg.com/qpCrlAwGjsKSbvNvB2YoO-


7QHV4=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/02/14/festivalberlim.jpg>. Acesso em: 14 fev 2016.

Dos anos 60 até a contemporaneidade, a arte vem desenvolvendo a sua


produção em torno das premissas lançadas por Duchamp, no início do século XX,
sendo ampliadas até os dias atuais, pelo tratamento computadorizado do
conhecimento e da informação, inaugurado pela Era da Informática. A antiarte pós-
moderna não quer representar (arte pré-moderna), nem interpretar (arte moderna),
mas apresentar a vida/ou a morte (arte pós-moderna), diretamente em suas
produções, para o público, construindo junto às demais atividades humanas, o
sentido do seu mundo.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

229
Introdução à História da Arte

Exercícios – Unidade 5

1. Não é uma característica do estilo romântico:


a) possui a oposição estética da arte neoclássica;
b) os artistas desejavam se libertar das regras;
c) os artistas não buscam valorizar seus estilos no desenvolvimento de suas
obras;
d) busca aderir aos sentimentos e à imaginação do artista;
e) busca exaltar ao nacionalismo histórico e à natureza da qual a vida faz parte.

2. Assinale a opção que corresponde ao artista que foi o expoente da pintura


romântica e as suas obras eram baseadas em temas exóticos e históricos, de
composições bem mais caóticas e de uma dramaticidade e simbolismo, por vezes,
“incompreensíveis”:
a) Delacroix;
b) Goya;
c) Leonardo da Vinci;
d) Botticelli;
e) La Pieta;

3. “A idealização do romântico, da história, da sociedade e, sobretudo, da


natureza, deixou espaço para uma nova corrente estética que se interessou pela
realidade, surgindo, assim o movimento realista”. Assinale a opção que não
corresponde ao artista relacionado ao movimento realista:
a) Courbet;
b) Millet;
c) Goya;
d) Camille Claudel;
e) Botticelli

230
Introdução à História da Arte

4. A consolidação da invenção da fotografia, em meados de 1850, motivou os


artistas visuais a criarem uma nova arte. Dessa forma, a pintura foi a mais afetada
pelo invento, pois, a fotografia retirou do pintor a possibilidade de representar as
cenas da realidade da vida cotidiana das pessoas. Contudo, a força da arte ressurge
através da criação de um artista impressionista, que desenvolveu uma técnica
pictórica de pinceladas curtas e rápidas para captar a luminosidade de uma cena,
apreendendo a sua fugacidade, pois a cada momento do dia a luz vai se
modificando. Esse artista era:
(a) Courbet;
(b) Renoir;
(c) Goya;
(d) Monet;
(e) Camille Claudel;

5. Qual artista pintou cenas do dia-a-dia das pessoas, como passeios de barco,
bailes, o ruas de Paris?
a) Courbet;
b) Renoir;
c) Goya;
d) Monet;
e) Toulouse Lautrec;

6. Qual foi o artista impressionista que produziu cartazes, folders, desenhos,


anunciando acontecimentos culturais em Paris?
a) Courbet;
b) Renoir;
c) Goya;
d) Monet;
e) Toulouse Lautrec;

231
Introdução à História da Arte

7. Os pós-impressionistas fizeram o aprofundamento da pesquisa


impressionista trazendo uma nova imagem pictórica.. São expoentes do pós-
impressionismo:
a) Van Gogh e Monet
b) Cèzanne e Renoir
c) Gauguin e Goya;
d) Cèzanne e Gauguin;
e) Camille Claudel e Toulouse Lautrec

8. Qual artista desenvolveu um estilo de pintura incomum, aplicando as cores


em camadas grossas na superfície da tela com uma espátula, técnica conhecida
como empasto?
a) Van Gogh
b) Renoir
c) Cèzanne;
d) Gauguin;
e) Camille Claudel

9. Na pintura realista, o homem é representado nas suas tarefas normais, e o


tema da fadiga, da miséria e da exploração do trabalho, transformou-se em
inspiração artística para os pintores da época, que se empenharam em representar
a realidade, tal como era vista diante dos seus olhos. A esses artistas se deve o
início da pintura ao ar livre. Qual inovação surgida nessa época possibilitou a
pintura totalmente ao ar livre?

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232
Introdução à História da Arte

10. “A segunda fase da arte moderna foi inaugurada, no início do século XX, por
uma nova geração de artistas, que, a partir da pesquisa e desdobramento dos pós-
impressionistas, criaram outros estilos pictóricos. Dentre alguns, o cubismo, o
expressionismo e o surrealismo, citando alguns, renderam frutos estéticos,
presentes na arte até os dias atuais”. Cite e explique quais as fases do cubismo.

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233
Introdução à História da Arte

Considerações finais

Durante este estudo na primeira unidade pode se ter conhecimento de como


surgiu e como se desenvolveu a arte e sua história desde os primórdios, ou seja, da
pré-história ao Egito.

Nesta unidade também foi abordado os recursos utilizados pelos artistas em


todas as áreas, tais como: pintura, escultura e arquitetura, nas mais diversas
escaldas de tamanha e dificuldades tendo em vista a tecnologia e materiais
utilizados à época.

Na unidade dois foi abordado o estudo sobre a arte clássica, englobando a arte
Grega, nos períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, bem como a arte Romana.

Na unidade três foi apresentada a historia da arte Cristã. Tais estudos se deu
através da abordagem da arte paleocristã, da arte Bizantina, da arte Medieval, da
arte Romântica e da arte Gótica.

Na unidade 4 foi tratado o estudo da arte Pré-moderna, incluindo seus


períodos e os principais artistas da época. Foram feitas as abordagens do período
Renascentista, do Maneirismo, do estilo Barroco e do Rococó.

Finalmente, na unidade cinco foi abordado o estudo da arte Moderna. Foram


vistos os trabalhos e artistas do período Neoclássico, do Romantismo e do
Modernismo.

Diante de tudo que foi abordado pode-se concluir que o estudo da história da
arte se torna essencial ao aprendizado e absorção do conhecimento ao curso de
biblioteconomia.

Entretanto devo informar que neste estudo não teve a pretensão de esgotar
todo o conhecimento desta área da história da arte, mas teve a preocupação de
abordar de forma simplificada os principais períodos, conceitos e artistas para
facilitar o aprofundamento posterior desta informação.

Aconselho a ler os artigos e os livros que se encontram nas referências


bibliográficas e espero que tenham conseguido ver a importância de entender o
estudo da história da arte para que possa prestar um excelente serviço de
referência no exercício de sua profissão.

234
Introdução à História da Arte

Conhecendo a autora

A professora Eleine Freire Bourdette Ferreira é arquiteta e urbanista de


formação, Especialista em Filosofia Contemporânea, Mestre em Artes Visuais e
Doutora em Letras (Literatura Comparada). É docente da UNIVERSO há 20 anos,
durante os quais, além de ministrar aulas, participou de congressos nacionais e
internacionais, da qual foi representante, tanto na produção, quanto na
apresentação de artigos científicos, resultantes de suas pesquisas acadêmicas. Atua
como avaliadora ad hoc do MEC, de cursos de graduação das áreas citadas, como,
também, pertence ao corpo de avaliadores do MERCOSUL de cursos de arquitetura
e urbanismo.

235
Introdução à História da Arte

Referências

ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FERREIRA GULLAR. Etapas da arte contemporânea. São Paulo: Nobel, 1995.

GOMBRICH, H. A história da arte. SP: LCT, 2000.

HAUSER, A. História social da literatura e da arte. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1992.

HEARTNEY, E. Pós-modernismo. São Paulo: Ed. Cosac & Naif, 2002.

JANSON, H.W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1922.

STANGOS, Nikos. Conceitos da arte moderna. RJ: Ed. Zahar, 1994.

236
Introdução à História da Arte

A
nexos

237
Introdução à História da Arte

Gabaritos

Exercícios – Unidade 1

1. D

2. B

3. A

4. D

5. C

6. A

7. A

8. A

9. Os arquitetos egípcios erigiram templos, recintos de grandes dimensões,


dedicados a um ou vários deuses, compostos de um grande número de colunas
(papiriformes, lotiformes e palmiformes) cobertas por platibandas – grandes placas
de pedra. Ali trabalham sacerdotes, escribas e servidores, mas o acesso da
população em seu interior era proibido. Como as cerimônias aconteciam fora do
templo, o seu exterior era espetacular, compostos por obeliscos, baseados nos
grandes menires pré-históricos, e longas avenidas de esfinges. Alguns dos templos
mais importantes foram os de Luxor e Karnak.

10. As características fundamentais da pintura egípcia são: figuras planares, sem


profundidade e volume, com colorido em tinta lisa, sem claro-escuro e sem
indicação de volume. Esses elementos atendem à Lei da Frontalidade, que
determinava as seguintes posições do corpo: o tronco e os olhos de frente, a
cabeça, pernas e pés de perfil.

238
Introdução à História da Arte

Exercícios – Unidade 2

1. A

2. C

3. D

4. A

5. A

6. A

7. A

8. C

9. R. Um exemplo importante é o aqueduto da Lapa, antigo condutor das águas das


vertentes de Santa Tereza, que abasteciam o não mais existente Chafariz da
Carioca, no Rio de Janeiro; atualmente conhecido como Arcos da Lapa.

10. R. o Coliseu apresentava algumas inovações arquitetônicas: a arcada,


constituída por uma série de arcos redondos e a circularidade da forma de um
anfiteatro construído sobre o solo, de modo diverso dos anfiteatros gregos.

Exercícios – Unidade 3

1. A

2. D

3. B

4. D

5. C

6. A

7. B

8. D

239
Introdução à História da Arte

9. O estilo Gótico surgiu na França, no século XII. O termo gótico vem de godo, em
referência aos bárbaros que invadiram Roma, foi imputado a essa arte, pelos
renascentistas, os quais só valorizavam a arte grega e romana. Por essa razão, o
gótico não se desenvolveu significativamente na Itália.

10. É um vitral circular em forma de rosa desabrochada, com a função de iluminar a


nave e ornamentar o frontispício da igreja românica

Exercícios – Unidade 4

1. A

2. A

3. D

4. E

5. B

6. D

7. C

8. B

9. Nelas, é constatável formas inacabadas, sem equilíbrio e simetria, diferentes da


perfeição das formas escultóricas do período renascentista. Trata-se de um grande
artista, pois como a arte contribui com as suas obras para a constituição de uma
determinada época, evidentemente, sua produção construiu uma nova estética, a
ponto de considerarmos como sendo esculturas de um “outro artista”.

10. Os artistas renascentistas enfatizavam a o equilíbrio entre sentimento e a razão


ou entre a arte e a ciências; as obras barrocas romperam com esse equilíbrio.
Na arte barroca predominam emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
No final do renascimento, a arte maneirista, que antecedeu ao barroco, serviu
de grande influência para o novo movimento. Havia estourado uma crise geral,
devido às profundas mudanças no mundo da época, modificando os seus valores

240
Introdução à História da Arte

religiosos, políticos e culturais. O conflito maior se dava entre a fé e a ciência, uma


vez que a segunda ganhava mais espaço.

Exercícios – Unidade 5

1. C

2. A

3. E

4. D

5. B

6. E

7. D

8. C

9. Os artistas desenhavam as cenas diretamente na natureza, para terminar os


trabalhos no atelier. Após a invenção dos tubos de tinta, os trabalhos passaram a
ser totalmente pintados ao ar livre.

10. O cubismo possui duas fases: a analítica e a sintética. A analítica refere-se ao


tratamento cúbico dos objetos, tal como visto nas primeiras pinturas de Braque,
procedimento esse acompanhado por Picasso. Na segunda fase, ambos os pintores
retificam os volumes num único plano sobre a superfície da tela. No analítico, não
há pesquisa de cor, trabalham com tons de cores neutras. Já no sintético, utilizaram
cores e colagens.

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