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Eliana Stamm
Fundamentos e Metodologia
Curitiba
2011
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cleide Cavalcanti Albuquerque CRB 9/1424
FAEL
Diretor Executivo Luiz Carlos Borges da Silveira Filho
Diretor Acadêmico Osíris Manne Bastos
Coordenadora do Núcleo de Vívian de Camargo Bastos
Educação a Distância
Coordenadora do Curso de Ana Cristina Gipiela Pienta
Pedagogia EaD
Secretária Acadêmica Dirlei Werle Fávaro
EDITORA FAEL
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Edição Silvia Milena Bernsdorf
Revisão Jaqueline Nascimento
Projeto Gráfico e Capa Denise Pires Pierin
Ilustração da Capa Cristian Crescencio
Diagramação Ana Lúcia Ehler Rodrigues
apresentação
apresentação
Foi na metade dos anos 90 que conheci a Silvia, em um curso sobre
arte na Educação Infantil. Lembro-me muito bem de seu entusiasmo ao
falar sobre o imaginário infantil, da imensa bibliografia disponibilizada,
de sua generosidade em compartilhar experiências, de suas sugestões
e reflexões que nos proporcionou naquele breve período. Desde então,
acompanho o seu trabalho, sei de suas publicações, andanças em terras
lusitanas, pesquisas, cursos, engajamento institucional, entre tantos ou-
tros fazeres, e a cada notícia que tenho, penso: “que bom que a Silvia
existe!” Em Fundamentos e metodologia do ensino de artes, mais uma
vez, Silvia, em parceria com Eliana – jornalista, artista, pesquisadora e
professora – compartilha conosco reflexões sobre a importância dos pro-
cessos de criação e das linguagens da arte na infância.
Silvia e Eliana são como os theoros da Grécia Antiga, que tinham a
responsabilidade de observar e relatar, para sua comunidade, o que viam
em diferentes lugares, para que comparassem seus relatos com suas expe
riências, formando, assim, suas teorias. Nessa perspectiva, as autoras deste
livro nos trazem suas reflexões, que partem de observações e dos aconteci-
mentos vivenciados em seus cotidianos, como professoras e pesquisadoras
do ensino de arte, a fim de que possamos produzir nossos pontos de vista
e nossas teorias acerca do ensino de arte na contemporaneidade. Ou seja,
as experiências das autoras, acompanhadas de reflexões e de exemplos,
convocam-nos para relacionarmos nossas concepções e práticas pedagógi-
cas cotidianas com as temáticas abordadas ao longo desta obra.
Além da relevância da temática, a forma relacional com que as au-
toras estruturam os capítulos fará com que o leitor sinta-se dialogando
com os temas, que vão desde a história do ensino da arte no Brasil, pas-
sando por conceitos, e chegando, ao final, nas práticas educativas. Dessa
forma, a maneira como as autoras organizaram essa obra oportunizará
o entendimento amplo do ensino de arte, bem como as minúcias do coti-
diano nos modos de ensinar arte na Educação Infantil e nos anos iniciais
do Ensino Fundamental.
apresentação
apresentação
A intenção do livro é ser pedagógico, porém não dará uma receita
pronta de como planejar e desenvolver proposições de arte, no espaço
escolar ou fora dele, mas provocará a vontade de criar possibilidades
educativas em arte, aqui entendidas como uma ida a uma exposição de
arte, uma experiência estética ao olhar o céu, um projeto de trabalho,
entre outras modalidades educativas. A provocação das autoras à cria-
ção de processos educativos dos professores não se dá apenas pelas
discussões teórico-metodológicas do livro, mas, também, pela proposi-
ção de questões desafiadoras, por sugestões de produções e espaços
culturais, apresentação de livros e relatos de experiências. A mescla
de fundamentação teórica com propostas metodológicas “nutre” o lei-
tor de referências diversas, impulsionando-o a outras buscas, como de
filmes, livros, pesquisas e, principalmente, de um outro olhar sobre os
processos de criação das crianças e de nós mesmos.
Segundo a Fundação Iberê Camargo, o pintor gaúcho costumava
afirmar: “[...] No meu andarilhar de pintor, fixo a imagem que se apre-
senta no agora como retorno às coisas que adormeceram na memória.
Essas estão escondidas no pátio da infância.”
Ao longo de toda a obra, as autoras, assim como Iberê Camargo,
enfatizam a necessidade vital de as crianças terem espaços de criação,
experiências poéticas com as diferentes linguagens expressivas no “pá-
tio da infância”, para que, pelo menos nesse período da vida, tenham
o prazer de viver e expressar modos singulares de ser e de estar no
mundo. Assim, considero fundamental a leitura desta obra, e que ela seja
um convite aos leitores para criarem propostas educativas, sensíveis,
críticas, reflexivas, afetuosas, lúdicas e prazerosas. Acredito que, assim,
esses leitores contribuirão, de maneira diferenciada, com a formação de
nossas crianças.
apresentação
apresentação
Parabéns à Silvia e à Eliana por existirem e por produzirem este livro,
que terá um papel importantíssimo na formação docente e de estudantes
que acreditam na possibilidade da infância recuperar sua poesia.
Prefácio....................................................................................... 9
1 A arte como propulsora nos processos
de aprendizagem humana......................................................... 13
5 Práticas educativas................................................................... 73
Referências............................................................................... 97
Glossário.................................................................................. 103
prefácio
prefácio
O livro Fundamentos e metodologia do ensino de artes é refe-
rência para discussões reflexivas sobre as linguagens da arte na infân-
cia, com ênfase nos aspectos conceituais e metodológicos. As questões
discutidas neste livro contribuem para a ampliação do olhar sensível
de profissionais que atuam na área da Educação Infantil e dos anos
iniciais do Ensino Fundamental, bem como para estudantes das licen-
ciaturas dessa área e/ou de áreas afins. Entendemos que, para construir
uma relação de afeto e significações com as crianças, é fundamental 9
que todo professor tenha vivências artísticas, estéticas e culturais.
A obra é constituída por aspectos teórico-conceituais, históri
co‑culturais e processos metodológicos, sinalizando algumas ativida-
des, como leitura (visual, corporal e sonora), questionários reflexivos,
pesquisas complementares, apresentação de projetos, portfólio, ava-
liação e relato de experiências. Para os quatro primeiros capítulos foi
elaborada uma síntese contendo a essência das questões tratadas; já
no último, o destaque foi dado aos relatos de experiências.
O primeiro capítulo dá destaque às questões relacionadas aos pro-
cessos de formação do professor como agente mediador e provocador
de mudanças na ação pedagógica. Para que o docente se aproprie do
conceito de mediador/provocador, é necessário que conheça a trajetó-
ria da arte/educação no Brasil, refletindo sobre a importância dos con-
teúdos/conceitos da arte para o desenvolvimento cognitivo e sensível
da criança. Outra questão destacada neste capítulo são os processos de
aprendizagem em arte e suas interfaces entre o ser e o estar professor.
O segundo capítulo se propõe a dialogar sobre a importância
da arte na infância e sua relevância no currículo da educação básica,
prefácio
prefácio
especialmente no período que se refere à infância. Também neste ca-
pítulo serão apresentadas algumas possibilidades metodológicas para
a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Ele-
mentos como ludicidade, jogos e brincadeiras, articulação entre as
linguagens artísticas, processos de leitura, vivências com suportes e
materiais, construções poéticas e contextualização histórico-cultural
serão pilares para os processos metodológicos.
O terceiro capítulo aborda possíveis conexões interdisciplinares,
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deixando claro esse conceito e seus desdobramentos. Portanto, neste
capítulo, a arte é apresentada como linguagem/expressão, possibili-
tando experiências sensoriais e estéticas por meio da musicalização,
da corporeidade e das artes visuais. A arte como elemento integrador
das outras áreas pode construir conexões entre aspectos cognitivos e
sensíveis; entre os saberes e as práticas cotidianas; entre o desejo e a
realização de ser e conhecer; de transformar e transformar-se.
O quarto capítulo trata das linguagens da arte (artes visuais, ex-
pressão corporal e expressão sonora) como integrantes e integradoras
do currículo escolar. Nesse sentido, um dos caminhos são os projetos
pedagógicos, que possibilitam a interação entre as diversas lingua-
gens e áreas de conhecimento. O projeto, na concepção deste livro,
compreende a aprendizagem como desenvolvimento do pensamento
crítico, constituída a partir da produção de sentidos e significados.
Nesse processo, é possível identificar diferentes fatos, criando propo-
sições reais e imagéticas, tendo como referência o entorno da criança.
A avaliação, também abordada, é fundamental nesse contexto, para
que possamos entender as trajetórias de aprendizagem da criança.
Assim, optamos pelo registro e portfólio e a autoavaliação, uma vez
prefácio
prefácio
que esses instrumentos dão visibilidade tanto às produções quanto ao
processo vivenciado pela criança e pelo professor. Além disso, tam-
bém sinalizam para a reflexão da prática docente, apontando novos
rumos para as práticas pedagógicas.
O quinto capítulo aborda dois relatos de experiências, nos con-
textos da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamen-
tal, tendo como balizadoras as discussões conceituais e metodológicas
enfatizadas neste livro. Os relatos contribuem para que o leitor reflita 11
sobre as várias possibilidades das linguagens da arte como integradora
nos processos de ensinar e aprender.
São essas as questões que o livro apresenta, no intuito de provo-
car a reflexão/ação de professores, a fim de buscar caminhos possíveis
para a arte no currículo da Educação Infantil e dos anos iniciais do
Ensino Fundamental.
As autoras.*
* Silvia Sell Duarte Pillotto é Pós-doutora, pelo Instituto Estudos da Criança, na Uni-
versidade do Minho (Uminho), em Braga/Portugal, Doutora em Engenharia da Produção
(Gestão da Qualidade), pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Mestre em
Educação (Currículo em Arte-Educação), pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Eliana Stamm é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR),
com especialização em Prática Social da Arte, pela Escola de Comunicação e Artes da
Universidade Estadual de São Paulo (ECA/USP). É professora na Universidade da Região
de Joinville (Univille), no curso de licenciatura em Artes Visuais, coordenadora da escola
de artes Fritz Alt, na Casa da Cultura, e sócia fundadora do centro de Educação Infantil
Aldeia do Sol.
1
A arte como
propulsora nos
processos de
aprendizagem humana
FAEL
Capítulo 1
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Capítulo 1
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Capítulo 1
dos signos que interpretamos. É dessa forma que criamos ideias e, para
tê-las, devemos ser instigados a criar. “Ter ideias é, em certo sentido, es-
tar engajado num processo de formação de conceitos nos quais estes são
abstraídos ou criados, ou seja, transformados em realizações formais.”
(MEIRA, 2003, p. 20).
Assim, é possível aprender e conhecer os códigos subjetivos da
arte e relacioná-los às nossas experiências, dando formas e sentidos
diferenciados e únicos a partir da maneira como os vemos e como os
internalizamos. Nesse caso, perceber o mundo significa uma atitude
estética, isto é, por meio da arte podemos aprender a ver todas as
coisas de um modo especial, superando os limites da não compreensão
para uma compreensão, ainda que subjetiva, de nós mesmos.
Nesse aprendizado, existe sempre uma escolha: por onde olhamos,
o que queremos ver e o que fazemos com o que selecionamos, perce-
bemos e vemos – apropriação – transformação – ressignificação. Por
esse viés, podemos pensar na apreensão do conhecimento “nos níveis da
racionalidade (argumentação/reflexão) e do sensível (emoção, intuição,
20 percepção, etc.). Ambos devem ser considerados nos processos de apren-
dizagem, pois fazem parte do contexto cotidiano e, sobretudo, da expe-
riência humana” (PILLOTTO; SCHRAMM; CABRAL, 2004, p. 53).
Também para Vasconcelos (2001, p. 98), “a pessoa cria ao reco-
nhecer novas relações em antigas questões, ao construir respostas às
situações-problema, ao redimensionar os próprios aprendizados”. Sendo
assim, a construção do conhecimento só tem sentido quando ele é so-
cializado e compartilhado com as pessoas. Para tanto, é imprescindível
que as nossas práticas pedagógicas estejam fundamentadas em ações fle-
xíveis, democráticas e, principalmente, comprometidas, considerando
cada criança como um ser único em um universo de muitas diferenças.
O professor pode ser um provocador de afeto, forma sensível de cons-
truir relações de confiança e de amorosidade, o que constitui um mapa
sensível do que ocorre no contexto da escola, por meio do qual inicia sua
trajetória de aprendizagem contínua sobre como ser/estar professor.
Uma aprendizagem que, sem a relação afetiva com sua própria
obra pedagógica, sem a relação afetiva com suas cognições,
seus sentimentos, emoções e ações acabam lamentavelmente
em desencantamento. Desencantar-se também é parte do in-
FAEL
Capítulo 1
FAEL
Capítulo 1
FAEL
Capítulo 1
Síntese
Neste capítulo, a intenção foi provocar a reflexão do leitor para
questões que tratam a arte como propulsora nos processos de apren-
dizagem humana, especialmente nos contextos da Educação Infantil e
dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
O percurso das trajetórias da arte/educação no Brasil busca moti-
var os leitores no sentido de refletirem sobre suas próprias caminhadas
e em que medida a arte/educação, na Educação Infantil e anos iniciais,
afetou os seres sensíveis que, hoje, são. A partir dessa leitura, é possível
nos perguntarmos: a arte/educação hoje é compreendida da mesma for-
ma que anos atrás? O que mudou? Por que mudou? Qual a sua contri-
buição para o desenvolvimento cognitivo e sensível da criança?
Outro destaque, neste capítulo, foi dado aos processos de apren-
dizagem em arte e à condição de ser e estar professor/educador. O que
nos leva a tomar decisões sobre nossas posturas frente ao ensino e à
26 aprendizagem da criança? Qual o papel de um professor/mediador? As
questões tomam um rumo focado na experiência de ser/estar professor
e em como a arte e suas linguagens e expressões podem ser um diferen-
cial na atitude e nas práticas desse profissional.
FAEL
Uma educação
pela infância 2
E ste capítulo busca refletir sobre questões referentes à arte na
infância, bem como à arte no currículo da Educação Infantil e dos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Arte na infância
Esta seção tem o objetivo de propor uma reflexão sobre as questões
da infância e da arte na infância, no sentido de pensar sobre as rupturas 27
que ocorrem na transição da Educação Infantil para o 1º ano do En-
sino Fundamental. Segundo Kramer (2006, p. 208), a “[...] Educação
Infantil e Ensino Fundamental são instâncias indissociáveis; ambas en-
volvem conhecimentos e afetos; saberes e valores; cuidados e atenção;
seriedade e riso”.
Ainda segundo a autora, não são as crianças a fragmentar o conhe-
cimento, são os adultos e as instituições que constroem grandes lacunas
e conflitos entre Educação Infantil e Ensino Fundamental, deixando de
fora a experiência com a cultura e com a estética, elementos fundamen-
tais na articulação dos saberes e deveres.
Partindo dessas ideias, a arte, no currículo, deve priorizar os espa-
ços, o lúdico, os jogos e brincadeiras, a imaginação, a percepção, o
movimento e a criação nos processos de aprendizagem da criança.
Os professores devem considerar que a criança aprende brincando
e que, nessa fase infantil, a apropriação dos conhecimentos (cognitivos
e sensíveis) deve ser explorada de maneira lúdica, dando ênfase à fami-
liarização com as linguagens da arte e do mundo imagético.
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Artes
Ainda para a autora, esse caos pode ser aproveitado para a apren-
dizagem de cooperação entre as crianças e o professor durante a reor
ganização do ambiente com a limpeza dos materiais, atividade que
nem sempre é entendida como ação de aprendizagem e organização
de pensamento.
FAEL
Capítulo 2
FAEL
Capítulo 2
Têmpera
Material utilizado: uma caixa de ovo, vinagre, anilinas em cores variadas
e água.
Como fazer: separe a gema da clara, lembrando-se de retirar da gema a
película que a reveste. Misture bem as gemas, colocando-as em pequenos
recipientes, misturando a anilina, duas pequenas gotas de vinagre e um
pouco de água. Bata as claras em neve e deixe descansar. Retire o soro e
misture-o com anilina, duas gotas de vinagre e um pouco de água.
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Capítulo 2
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Capítulo 2
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Capítulo 2
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Capítulo 2
REPRODUÇÃO
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Síntese
Este capítulo propôs ao leitor a reflexão sobre alguns pontos re-
ferentes à inserção das linguagens da arte nos currículos da Educação
Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. É evidente que
pensar no currículo é pensar em ações implícitas e explícitas que fazem
parte desse cenário, em seus protagonistas (crianças e professores) e em
seus processos de aprendizagem.
Nessa perspectiva, apontamos algumas questões imprescindíveis
que devem ser levadas em conta no contexto da escola: os espaços, a
ludicidade, os jogos e brincadeiras e os processos de leitura. Os procedi-
mentos metodológicos também estão presentes no capítulo, sinalizan-
do possibilidades para a sala de aula.
Os temas selecionados para este capítulo visam alertar o professor
para algumas situações de aprendizagem que exigem um olhar sensível
e diferenciado, considerando não apenas os componentes cognitivos
40 do currículo, mas, também, aqueles que desenvolvam o pensamento
reflexivo, a capacidade criativa e a compreensão crítica.
FAEL
3
Sincronias interativas:
a arte como elemento
integrador das demais
áreas de conhecimento
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Capítulo 3
Arte e linguagem
As diferentes linguagens (visual, sonora e corporal), no contexto
da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, con-
tribuem para a ampliação das formas da criança “ver, reconhecer, sentir,
experienciar, imaginar e atuar sobre as diversas manifestações da arte”
(CORSINO, 2006, p. 60).
As artes visuais normalmente lidam com a visão como o seu meio prin-
cipal de apreciação. Consideram-se artes visuais pintura, desenho, gravura,
fotografia, cinema, escultura, instalação, arquitetura, novela, web design,
moda, decoração e paisagismo (adaptado de WIKIPÉDIA, 2010b).
As artes cênicas são todas as formas de arte que se desenvolvem em um
palco ou local de representação para um público. Muitas vezes, essas apre-
sentações podem ocorrer em praças e ruas. Assim, podemos dizer também
que o palco pode ser improvisado. Ou seja, o palco é qualquer local onde
ocorre uma apresentação cênica. Podemos destacar as seguintes classes:
teatro, ópera, dança e circo (adaptado de WIKIPÉDIA, 2010a).
A música é uma forma de arte que se constitui basicamente pela combina-
ção de sons e silêncio, seguindo ou não uma pré-organização ao longo do tem-
po. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana.
Atualmente, não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não
possua manifestações musicais próprias (adaptado de W IKIPÉDIA, 2010h).
44
FAEL
Capítulo 3
FAEL
Capítulo 3
FAEL
Capítulo 3
O professor pode ter, em sua sala, um baú ou caixa com várias coisas,
como indumentárias, objetos e roupas que possam motivar atividades cê-
nicas com as crianças. Propor que construam cenários, improvisações
e imitações com o que tem dentro do baú é um modo de oportunizar o
processo imagético de cada uma delas, além de estimular o trabalho in-
dividual e coletivo.
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Capítulo 3
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Capítulo 3
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Capítulo 3
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Capítulo 3
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
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FAEL
Capítulo 3
Síntese
Este capítulo enfatizou o trabalho pedagógico interdisciplinar, no
qual a arte e suas linguagens expressivas dão sustentação às conexões
interativas. Dessa forma, alguns itens tiveram um destaque maior, como
“Arte e linguagem”, que aponta para questões metodológicas referentes
às artes visuais, cênicas e musicais. Na seção “Arte e pensamento lógico”,
discutiu-se a importância da arte no desenvolvimento do pensamento
reflexivo, tendo a matemática como elemento de integração metodológi-
ca. Por fim, em “Arte e ciências sociais e ambientais”, foram apresentadas
possibilidades de um trabalho que prioriza a construção de identidades,
bem como a consciência ambiental e de pertença planetária.
60
FAEL
4
Trajetórias
expressivas nas
conexões das
linguagens artísticas
A prática pedagógica para a infância pressupõe a articulação
das linguagens visual, corporal e sonora, uma vez que o pensamento
das crianças se constitui por associação, interação e contextualização.
Um exemplo sobre essa questão se refere ao ato de desenhar. Quando
a criança desenha, sua imaginação é ativada por meio de experiências
(tátil, olfativa, gustativa, auditiva, visual, corporal) e ela vive o desenho
como se fosse real.
61
Articulações metodológicas das linguagens
da arte: visual, sonora e corporal
Nesta seção, é importante sinalizar algumas possibilidades de pro-
postas metodológicas que articulam as diferentes linguagens da arte.
Vale destacar que os processos de apropriação da arte/cultura, no con-
texto da infância, podem ser múltiplos: como conteúdo/conceito, como
recurso pedagógico, como mobilizador do aprendizado, como fruição,
entre outros.
A criança aprende conteúdos/conceitos de arte/cultura quando
o professor apresenta propostas desafiadoras e, ao mesmo tempo, sig-
nificativas e prazerosas. Ela pode aprender, no contexto da Educação
Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, sobre questões es-
téticas, sobre história da arte e procedimentos de leitura (visual, sonora
e corporal), desde que esteja motivada para essa aprendizagem.
Como recurso pedagógico, a arte/cultura pode trazer benefícios
no que diz respeito à emoção, à afetividade e à sensibilidade, por meio
de propostas que oportunizem as manifestações expressivas, artísticas e
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Artes
FAEL
Capítulo 4
Durante esse exercício corporal, a gravação dos sons deve estar em uma
altura audível, atuando como suporte sonoro.
Finalizando, o professor poderá apresentar às crianças as diversas
imagens (de revistas, jornais, literatura infantojuvenil, etc.) pesquisa-
das por ele anteriormente. Nesse processo, os alunos identificarão con-
vergências e divergências, tanto entre as imagens apresentadas quanto
entre elas e suas produções. Uma roda de conversa é fundamental para
que as crianças comentem suas experiências e para que seus processos
de aprendizagem possam ser identificados pelo professor.
64
Inicialmente, é importante identificar quais aprendizagens são
necessárias para as crianças no tempo/espaço em que se encontram e
quais possibilidades são pertinentes, respeitando as diversidades e as
falas dos alunos. O professor poderá provocar o interesse das crianças
em relação a situações-problema, sempre se preocupando em criar
momentos significativos nos quais os processos de aprendizagem es-
tejam presentes.
A partir da observação e de conversas com as crianças, é importan-
te listar aquilo que elas já conhecem, quais os seus interesses, desejos,
curiosidades e dificuldades, que poderão sinalizar ações para o projeto.
Essas ações devem apontar o que é necessário que as crianças aprendam
e como elas podem fazer isso. Quanto à organização das ações, é funda-
mental definir a distribuição de tarefas, onde e como serão realizadas,
qual o tempo a ser disponibilizado e como será avaliado o projeto.
O desenvolvimento de um projeto educativo deve mostrar as dife-
rentes formas de se buscar informações, seja por meio de visita de estu-
dos, pesquisa na internet, em biblioteca, com familiares ou convidados.
É relevante que as crianças aprendam como é o processo de obtenção de
informações e qual a contribuição delas no seu aprendizado.
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Capítulo 4
Avaliação e registro
O registro é um fundamental subsídio para os processos de apren-
dizagem, incluindo os de avaliação. Nessa concepção, avaliar é aprender,
ou seja, os processos avaliativos devem constar em todo o andamento 65
de um projeto e não apenas no seu final.
São várias as possibilidades de registro do professor, desde cadernos
de anotações até fotografias, filmagens, gravações de voz, desenhos, ca-
dernos de bordo e o portfólio, que pode agregar todos esses elementos.
É importante destacar a relevância de o professor construir seu próprio
portfólio e, também, de integrar-se ao das crianças.
Assim como no projeto, a maneira como a avaliação é abordada
está relacionada às concepções de educação, ensino e aprendizagem e à
postura do professor frente ao mundo. Todas as ideias, crenças, ideais
e desejos estão inseridos na avaliação e sinalizam o que somos e quem
pensamos ser.
A avaliação compartilhada pode ser um dos caminhos a serem tri-
lhados no contexto da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Ela acontece quando crianças e professor discutem acer-
ca dos aprendizados, seus avanços cognitivos e sensíveis, bem como
sobre suas dificuldades e alternativas para superá-las. O portfólio é uma
possibilidade eficaz, oportunizando a troca de experiências entre crian-
ças e professor, agregando outros personagens da comunidade.
FAEL
Capítulo 4
FAEL
Capítulo 4
FAEL
Capítulo 4
Síntese
Este capítulo tratou de questões referentes às conexões entre as
linguagens sonora, corporal e visual nos processos de aprendizagem em
arte. Também foi enfatizada a importância do projeto educativo, tendo
como eixo articulador uma temática condizente e atrativa para as crian-
ças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Um exemplo foi apresentado, no sentido de provocar a reflexão sobre
as possibilidades existentes em um projeto educativo. Além disso, ou-
tros aspectos destacados foram o registro e a avaliação, com foco no
portfólio e na autoavaliação.
71
FAEL
Capítulo 5
FAEL
Capítulo 5
vez que na escola eles estão ainda presentes com conotação valorativa.
Romper com os estereótipos é um processo que demanda ações criati-
vas e de desconstrução.
Essas atividades visaram desenvolver leituras visuais, processos de
criação, produções artísticas e conexões entre aspectos imagéticos e con-
textos vivenciais, a fim de oportunizar às crianças discussões reflexivas,
levando-as a compreender seu próprio processo inventivo. Além disso,
o projeto possibilitou discussões sobre as questões ambientais, como a
preservação e manutenção planetária, os cuidados necessários com a na-
tureza, em especial a água, e o sentimento de pertença, pois cuidamos da-
quilo que conhecemos e respeitamos. Essas problemáticas ficaram visíveis
nas produções e nas falas das crianças, revelando aspectos sobre as suas
aprendizagens, tanto no que se refere aos conhecimentos e saberes das
linguagens da arte, quanto às construções de identidades e autonomia.
Em outra etapa do projeto, distribuímos para cada um dos alunos
fotocópias em preto e branco (tamanho A2) do livro Natureza morta,
que não tem texto escrito, criado e ilustrado pelo artista plástico Gon-
zalo Carcomo. As fotocópias foram distribuídas completamente fora de 77
ordem da história. É importante destacar que as crianças não conheciam
o livro, a maioria pensou que fosse fotocópia de alguma obra de arte.
Ao receberem as cópias, o primeiro impacto foi com o tamanho
do papel, pois a maior parte dos pequenos tem acesso mais fácil a pa-
péis no tamanho A4, ou seja, metade do tamanho recebido. A segunda
indagação foi com o que fazer com a cópia. Uma das crianças questio-
nou: “é para inventar uma história para essa imagem?”; “O que é para
fazer?”. Respondemos: “faremos o que desejamos fazer. A primeira ideia
é olhar apenas. O que a imagem tem a nos dizer? O que ela pode nos
revelar? Lembranças, experiências, outras imagens, situações, filmes, li-
vros, objetos... o que vocês podem descobrir a partir da imagem? O que
vocês podem desvelar?”
Depois de um tempo, certa inquietude se revelou entre os pe-
quenos. Dissemos, então: “busquem apenas se concentrar na imagem.
Deixem a imaginação vagar, criem relações entre a imagem e tudo que
vocês são capazes de perceber.”
Após o exercício de leitura visual, oferecemos materiais, como
guache, giz de cera, lápis de cor, tesouras, barbantes, cola, pincéis e
FAEL
Capítulo 5
Vale ressaltar que esse projeto foi adaptado para um curso de forma-
ção de professores, relatado no livro A arte como propulsora da integração:
escola e comunidade, das mesmas autoras deste livro, Eliana Stamm e Sil-
via Sell Duarte Pillotto (2007), e, para nossa surpresa, muitas reações dos
professores foram semelhantes às das crianças. Isso nos leva a pensar que,
em algum momento das nossas vidas, deixamos de desenvolver nossa ca-
pacidade artística e estética e que precisamos, urgentemente, resgatá-las,
pois, em nosso trabalho e em nosso dia a dia, a arte/cultura está presente,
ensinando-nos a sermos cada vez mais humanos.
O projeto relatado anteriormente foi desenvolvido com crianças
da Educação Infantil, sofrendo algumas adaptações com relação aos
materiais pedagógicos e encaminhamentos metodológicos. Dessa for-
ma, preparamos o ambiente no sentido de sensibilizar as crianças, mo-
bilizando-as a interagir com as propostas.
Assim, algumas imagens de obras de arte foram fotocopiadas (co-
lorido), ampliadas e coladas pelas paredes da sala em altura compatível
com a das crianças, para que elas tivessem boa visibilidade. As imagens
Trigal com ceifador, de Vincent Van Gogh, Chuva repentina sobre a ponte
80 Ohashi, de Utagawa Hiroshige, e Forte vento em Yeigiri, de Katsushika
Hokusai, retratam questões climáticas, como chuva, vento e calor. Tam-
bém foram fotocopiadas, em preto e banco, imagens do livro Natureza
morta, do artista Gonzalo Carcamo, e coladas na parede, na mesma se-
quência do livro, e em altura adequada para o olhar das crianças.
REPRODUÇÃO
Fonte: VAN GOGH, V. Trigal com ceifador, 1889. 1 óleo sobre lona. 73 x
92 cm. Museu de Amsterdam.
FAEL
Capítulo 5
REPRODUÇÃO
81
.
REPRODUÇÃO
FAEL
Capítulo 5
Do tridimensional ao interdisciplinar
Este relato refere-se a um projeto desenvolvido com crianças do
1º e 2º anos do Ensino Fundamental, a partir da inauguração de um es-
paço de exposições em uma escola também de Joinville, Santa Catarina.
FAEL
Capítulo 5
A ideia para o nome do espaço partiu das crianças que haviam visi-
tado uma exposição de esculturas no Museu de Arte de Joinville (MAJ)
e ficaram encantadas com a experiência. Em especial, apreciaram, com
muito entusiasmo, os espaços interno e externo do MAJ e as obras em
escultura do artista Mário Avancini, escultor joinvilense, mais conheci-
do como o “poeta da pedra”.
As crianças voltaram para a escola com a expectativa de escolher
nesse ambiente um espaço específico para as exposições das suas produ-
ções e de outras pessoas também. O espaço foi definido em grupo, e o
nome escolhido para ele foi “Galeria Mário Avancini”, em homenagem
ao artista.
Na abertura da galeria, montou-se uma exposição com diferentes
obras do referido artista, fotos e reproduções de reportagens sobre ele.
Sem dúvida, a maior sensação daqueles que se encontravam no local foi
a apresentação de uma obra inacabada de Mário Avancini, exposta so-
bre a banqueta que ele usava para esculpir, que foi mantida pela família
da mesma forma que o artista a deixou antes de falecer. Também foram
resguardadas as suas ferramentas, além de pedaços do granito que iam
sendo tirados da pedra bruta enquanto o escultor trabalhava. 85
Acervo do Museu de Arte de Joinville
FAEL
Capítulo 5
obra pelas crianças, por meio dos sentidos. A professora de arte vendou
os olhos dos pequenos para que pudessem sentir a obra de forma mais
intensa, explorando o tato, o espaço e a imaginação, fazendo com que a
experiência fosse bastante significativa para as crianças, que identifica-
ram detalhes das formas e do material utilizado pelo artista. Além disso,
os alunos divertiram-se muito na tentativa de adivinhar as formas.
Na turma do 1º ano, o interesse ficou centrado na origem das
pedras. A professora de arte sugeriu, então, a realização de pesquisas, o
que envolveu as crianças e as famílias. Devido ao acontecimento dessa
atividade, Luísa, uma criança de outra escola, ao saber da pesquisa,
ofereceu sua coleção de pedras para integrar o projeto que estava sendo
desenvolvido. Com essa coleção, a professora trabalhou atividades de
matemática, possibilitando a apropriação de noções de peso, quanti-
dade, volume, proporção, classificação e divisão por grupos (cor, tama-
nho, textura, forma, etc.).
FAEL
Capítulo 5
Jorge Schroeder
Escultura de Jorge Schroeder, feita com bronze e acrílico. Sem título.
FAEL
Capítulo 5
FAEL
Capítulo 5
94
Da teoria para a prática
A partir da leitura reflexiva dos dois relatos de experiência apresen-
tados neste capítulo, é possível organizar com crianças um projeto que
tenha como foco a interdisciplinaridade.
●● Investigar junto às crianças questões que sejam do interesse de-
las, anotando-as e fazendo uma votação para eleger uma delas.
●● Solicitar a elas que coletem tudo o que puderem sobre o as-
sunto a ser investigado: revistas, internet, objetos, depoimen-
tos, fotografias, etc.
●● Organizar com as crianças um cantinho com os materiais cole-
tados e conversar sobre como foi a investigação: quais elemen-
tos foram selecionados? Por quê? Por quem? Quem ajudou?
●● Propor às crianças o seguinte desafio: fazer uma produção a partir
do que aprenderam com a pesquisa. É preciso definir com elas,
também, quais suportes e materiais podem ser utilizados.
●● Após a produção das crianças, verificar quais linguagens e
áreas de conhecimento estiveram presentes no processo.
FAEL
Capítulo 5
Síntese
Este capítulo teve como objetivo socializar com o leitor dois rela-
tos de experiências desenvolvidas com alunos da Educação Infantil e
dos anos iniciais do Ensino Fundamental, que abordam as linguagens
da arte de forma interdisciplinar.
Durante a trajetória deste livro, questões conceituais e metodo-
lógicas foram apresentadas e, em seu bojo, a escolha por caminhos 95
conceituais e didáticos. Dessa forma, a escolha dos dois relatos apre-
sentados teve como critério os conteúdos, os conceitos e os procedi-
mentos pedagógicos adotados por nós, autoras, durante o processo de
escrita do livro.
Esperamos que os dois relatos de experiências contribuam como
referência para que se possa ampliar as possibilidades didáticas, tendo as
linguagens da arte como propulsoras de um trabalho interdisciplinar.
FAEL
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FAEL
Glossário
FAEL
Fundamentos e
Metodologia
do Ensino de Artes
O livro Fundamentos e metodologia do ensino de artes apon-
ta possibilidades teórico-metodológicas para o ensino e
aprendizagem da arte e de suas linguagens, no contexto da
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
oportunizando a reflexão dos professores que atuam nessa
área. A ênfase desta obra está na pedagogia da sensibilidade,
pois entendemos que os vínculos afetivos são essenciais nos
processos de aprendizagem da criança. Nessa perspectiva,
as linguagens da arte dão sustentação às conexões entre as
demais áreas do conhecimento, pois sua natureza interdis-
ciplinar contribui para a apropriação dos saberes, especial-
mente no período da infância.
Além disso, esta obra prima por uma linguagem clara e
objetiva, sem deixar de lado a consistência teórica, no in-
tuito de provocar o professor para a construção de conhe-
cimentos, seja com relação a questões práticas ou concei-
tuais. Esse contexto está, também, inserido na Educação a
Distância (EaD), que trata das redes sociais, comunicando
ideias, conceitos e proposições. Para que possamos ter
uma EaD significativa e de qualidade, é necessário mediar
tais questões, de forma que o professor sinta-se motiva-
do e desafiado a pesquisar, questionar, estudar e propor
às crianças ações que também provoquem a curiosidade,
a autonomia e o senso de pertença.