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FERRAZ, Maria Heloisa C. de T.; FUSARI, Maria Felisminda de R. e.

Arte na
Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 1992.
Resumo.
O ensino e a aprendizagem da arte fazem parte da produção artística em todos os
tempos.
A mudança da educação tradicional para o processo de aprendizagem do aluno
também ocorreu no âmbito do ensino de Arte.
As pesquisas de vários campos das ciências humanas sobre o desenvolvimento da
criança e sobre o processo criado, sobre a arte e outras culturas. Na confluência da
antropologia, filosofia, psicologia, psicanálise, critica da arte, da psicopedagogia e das
tendências estéticas surgiram princípios inovadores para o ensino de artes plásticas, musica,
teatro e dança que valorizam a livre expressão e a sensibilização para a experimentação
artística visando o potencial criador.
A necessidade e a capacidade da expressão artística enquadrada em palavras de
ordem, em aplicação mecânicas das atividades das crianças, geram deformações na idéia
original e banalização do deixa fazer, deixar a criança fazer arte, sem nenhuma intervenção.
Esse objetivo de facilitar o desenvolvimento criador da criança, no entanto desencadeou
uma indiscriminada idéia vaga e imprecisa sobre a função da educação artística.
Na década de 60, arte-educadores, questionava, a idéia do desenvolvimento
espontâneo, inaugurando uma nova tendência, com o objetivo era precisar o fenômeno
artístico como conteúdo escolar, articulando-se em dois movimentos: a revisão critica da
livre expressão e a investigação, na pedagogia, na psicologia cognitivista, na própria
produção artística, entre outras.
No inicio dos anos 70, os Estados Unidos afirmavam que o desenvolvimento artístico
é resultado de formas complexas de aprendizagem. A tarefa do professor era propiciar essa
aprendizagem por meio da instrução, buscando meios para transforma idéias, sentimentos
e imagens num objeto material, estabelecimento de conceitos solidificam e fundamentam
dentro do currículo escolar, definindo contornos com base em características ao fenômeno
artístico. A partir daí, pesquisas ressaltara as que investigam o modo de aprender dos
artistas.
O ensino da arte é identificado pela visão humanista e filosófica que demarcou as
tendências tradicionais e escolanovistas. Que apesar de contrapor as proposições, métodos
e entendimento dos papeis do professor e do aluno, influenciaram ações escolares de Artes.
Na primeira metade do século XX, disciplina de Desenho, Trabalhos Manuais, Música
e Canto Orfeônico, faziam parte dos programas escolares. O ensino de arte era voltado ao
ensino técnico, o professor transmitia aos alunos códigos, conceitos e categorias.
A disciplina de Desenho apresentada sob a forma de Desenho Geométrico, Desenho
Natural e Desenho Pedagógico era considerado aplicação imediata e a qualificação para o
trabalho.
Teatros e danças eram reconhecidas como parte de festividades e celebração de
datas. A musica, o Canto Orfeônico preparado pelo compositor Heitor Villa-Lobos, na década
de 30 difundia idéias de coletividade e civismo. Esbarrando na atividade pratica dos
professores e transformou-se em aulas de musicas baseada em aspectos matemáticos e
visuais com a memorização de peças orfeônicas de caráter folclórico, cívico e exaltação.
Isso por 30 anos, quando o Canto Orfeônico é substituído pela Educação Musical, pela LDB
de 1961.
Entre os anos 20 e 70 o ensino da Arte volta-se para o desenvolvimento natural da
criança valorizando suas formas de expressão e de compreensão do mundo, enfatizando
repetições de modelos, e deslocando a ênfase para os processos de desenvolvimento do
aluno e sua criação.
Desenho e Artes Plásticas BUSCAM A ESPONTANEIDADE, AUTONOMIA E
DESCOBERTA, BASEANDO-SE NA AUT-EXPRESSÃO DOS ALUNOS.
Com a Educação Musical a musica pode ser sentida, tocada dançada, cantada.
Utiliza-se jogos, instrumentos de percussão, todas e brincadeiras buscava-se um
desenvolvimento auditivo, rítmico, expressão corporal e a socialização das crianças que são
estimuladas a experimentar, improvisar e cria.
A semana Da Arte Moderna, em 1922, tenta-se trabalhar-se a arte fora das escolas,
cresce os movimentos culturais. As artes plásticas ganham novas expressões, surgem
museus em todo o país. Obras deixam de ser só eruditas, mas se popularizam, aproximando
e influenciando a Arte escolar. Até 1960, havia poucos cursos de formação de professores
nesse campo, e professores de quaisquer matérias ou pessoas com alguma habilidade na
área poderiam assumir as disciplinas de Desenho, Desenho Geométrico, Artes Plásticas e
Musica.
Em 1971, a LDB, a arte é incluída no currículo escolar com o titulo de Educação
ARTÍSTICA, mas é considerada atividade educativa e não disciplina.. foi um avanço, mas os
professores não estavam habilitados essa contradição demonstrou o enfrentamento de
dificuldades da base na relação entre teoria e pratica.
Faculdades de Educação ARTÍSTICA foram criadas para cobrir o mercado, mas não
estavam preparadas, os professores tentavam equacionar objetivos inatingíveis, com
atividades múltiplas, envolvendo exercícios musicais, plásticos, corporais, sem conhece-los
bem e justificados e divididos apenas por faixas etárias.
Entre 70 e 80, antigos professores e os recém formados viram-se responsáveis em
educar alunos em todas as linguagens artísticas tornando-se polivalentes em Artes, o que
diminuiu a qualidade de cada forma de arte.
A partir de 80 constituiu-se o movimento Arte-educação com finalidade de
conscientizar e organizar profissionais ampliando as discussões sobre a valorização e o
aprimoramento do professor. Novos andamentos a ação educativa foram propostas por
universidades, associações de arte-educadores, entidades publicas e particulares.
Em 1988, a Constituição Federal retira a obrigatoriedade da área, porem, e a LDB de
1996 revoga e considera a Arte obrigatória na educação básica. O inicio do movimento arte
educação evolui-0se pra discussões que geraram concepções e novas metodologias para o
ensino e a aprendizagem da arte nas escolas. Identificado por Arte e não mais Educação
Artística, é estruturada no currículo escolar como área com conteúdos próprios ligados a
cultura artística a não mais atividade. Trata-se de estudos sobre a educação estética do
cotidiano, encaminhando o pedagógico-artístico a integração de fazer- artístico, a apreciação
da obra de arte e a contextualização histórica ( produção, fruição e reflexão).
Sem uma consciência clara de sua função e da arte como área de conhecimento com
conteúdos específicos, professores não conseguem formular um quadro de referencias
conceituais e metodológicas para alicerçar sua ação pedagógica.

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