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02/04/2020 Resenha do livro O CUIDADO NECESSÁRIO [BOFF, Leonardo.

] | ÉDER CARVALHO

Resenha do livro O CUIDADO NECESSÁRIO


[BOFF, Leonardo.]

[http://4.bp.blogspot.com/-c2MdRAWBI-
I/UvJp5zkJL_I/AAAAAAAAApg/cKW4JI3IIPU/s1600/o+cuidado.jpg]

Resenha[1]
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o%20BOFF.docx#_ftn1] de: BOFF, L.[2]
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0teologia%20do%20cuidado/resenha%20Cuidado%20Necess%C3%A1ri
o%20BOFF.docx#_ftn2] O cuidado necessário: na vida, na saúde, na
educação, na ética e na espiritualidade. Petrópolis, RJ: Vozes. 2012. p. 1-
287.
Por: Éder Billy Carvalho[3]
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0teologia%20do%20cuidado/resenha%20Cuidado%20Necess%C3%A1ri
o%20BOFF.docx#_ftn3]

Em “O cuidado necessário”, Leonardo Boff discorre sobre a natureza,


a importância, e as implicações do cuidado, nos relacionamentos humanos
(saúde, afetos, educação, etc.), na espiritualidade, e na relação com a Terra
como um todo (natureza, criação, universo).
Para quem conhece a militância do autor, era de se esperar que uma
das palavras mais importantes nesta obra fosse sustentabilidade. Boff
apresenta sustentabilidade em relação com cuidado.
Se a sustentabilidade representa o lado objetivo, ambiental,
econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua
distribuição, o cuidado denota seu lado subjetivo, as atitudes, os
valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo,

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sem os quais a própria sustentabilidade não se realiza


adequadamente (p. 21).

Sustentabilidade “significa o uso racional dos recursos escassos da


Terra, sem prejuízo do capital natural, mantido em condições de sua
reprodução e de sua coevolução, considerando ainda as gerações futuras que
também têm direito a um planeta habitável” (p. 20). Por que dar importância
ao cuidado e à sustentabilidade? Simples: “ou fazemos uma aliança global
para cuidar uns dos outros e da Terra, ou corremos o risco de nossa
autodestruição e da devastação da diversidade da vida” (Unesco, 2003). Com
efeito, “o cuidado se impõe para garantirmos a vida e sua continuidade” (p.
38). Boff elenca razões científicas para justificar o cuidado:
Já soou o alarme ecológico. O consumo ultrapassou 30% a
capacidade de reposição dos bens e serviços da Terra. Em outras
palavras, o planeta vivo, Terra, está perdendo sustentabilidade.
A biodiversidade diminui dia a dia. São mais de cinco mil
espécies de seres vivos que anualmente desaparecem
definitivamente da face da terra. A escassez de água potável (só
0,7% dela é acessível ao consumo humano) constitui uma
ameaça à vida de milhões e milhões de pessoas e a todos os
seres vivos que precisam dela para sobreviver (p. 259).

O autor começa a definir cuidado como “uma arte, um paradigma


novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os
seres humanos” (p. 21). Porém o sentido de cuidado será explanado ao longo
de toda a obra. “Cuidado é uma atitude de relação amorosa, suave, amigável,
harmoniosa e protetora para com a realidade pessoal, social e ambiental” (p.
35). Cuidado como
preocupação com aquilo ou com quem nos sentimos ligados
afetivamente; o cuidado como precaução e prevenção diante do
futuro que pode nos trazer surpresas desagradáveis e efeitos
danosos; e, por fim, o cuidado como holding, aquele conjunto de
medidas e suportes que garantem segurança e paz (p. 127-128).

E ainda:
Cuidar consiste em uma forma de viver, de ser, de se expressar;
é uma postura ética e estética frente ao mundo; é um
compromisso com o estar-no-mundo e contribuir com o bem-
estar geral, na preservação da natureza, na promoção das
potencialidades, da dignidade humana e da nossa
espiritualidade; é contribuir na construção da história, do
conhecimento da vida (p. 227).

Boff cita o pediatra e pensador Winnicott, com sua teoria de base, o


holding, que se traduz pelo
conjunto de dispositivos de apoio, sustentação e proteção, sem
os quais o ser humano não vive. É da essência humana [...] a
care (o cuidado), que se expressa nestes dois movimentos
indissociáveis: a vontade de cuidar e a necessidade de ser

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cuidado. Isso é patente na relação mãe/bebê. Este precisa de


cuidado sem o qual não vive e subsiste. E a mãe sente vontade e
tem a predisposição de cuidar” (p. 30).

O cuidado é necessário no nível individual (cuidar de si e do outro) e


no nível social e geral (cuidar da comunidade e da Terra), conforme a
exposição do capítulo seis. As atitudes do cuidado humano devem
contemplar o corpo e a alma, compreendendo o ser humano como uma
realidade integral (homem-corpo e homem-espírito – p. 159; p. 187).

Preocupado com a vida e o futuro da Terra, Boff desafia e incentiva


ações urgentes de precaução e prevenção. Na precaução se revê o que se está
fazendo e que ameaça a terra, e na prevenção se estuda antecipadamente
determinadas ações, afim de sequer iniciar algo que possa prejudicar as
condições de vida das próximas gerações.
A base da argumentação do autor em prol da Terra é construída
através do conceito de terra como Mãe Terra e Gaia, isto é, “um
superorganismo vivo, que se autorregula e auto-organiza, respeitando seus
ciclos” (p. 33), e da qual fazemos parte indissociavelmente. O homem é filho
da Mãe Terra. O autor luta pelo reconhecimento da dignidade intrínseca da
Terra, pois assim, “poderá ser iniciado um novo tempo, o da biocivilização,
na qual a Terra e a humanidade reconhecem a recíproca, a origem e o destino
comuns” (p. 88). Portanto, toda a violência que praticamos contra a Terra,
praticamos contra nós mesmos. Para solidificar tal argumentação, Boff faz a
seguinte leitura científica da vida:
Como Terra existimos já há 4,44 bilhões de anos, uma floração
feliz de um processo evolucionário que começou há 13,7 bilhões
de anos, quando surgiu o universo que conhecemos. Há 3,8
bilhões de anos irrompeu, de algum pântano ou mar primevo, a
vida. Há 125 milhões de anos emergiram os mamíferos, a cujo
gênero pertencemos, e com eles nos veio o afeto, o carinho e o
amor. Há uns 70 milhões de anos emergiu nosso ancestral, que
vivia na copa das árvores para escapar da voracidade dos
dinossauros. Há 17 milhões de anos já nos separávamos dos
primatas e nos fizemos antropoides, com traços que apontavam
para a futura humanidade. Há 7 milhões de anos já éramos
humanos, portadores de consciência e inteligência. E há 100 mil
anos somos plenamente humanos, com um cérebro
extremamente complexo, capaz de suportar um espírito cujo voo
não se limita a este mundo, mas alcança as estrelas e se abre ao
Infinito (p. 256).

Diante disso, sem se preocupar com a tradição da teologia bíblica,


Leonardo Boff mostra que o homem veio da Terra, do Universo, e portanto é
parte dele – responsável e cúmplice – é filho e hóspede, e não senhor e dono.
Tendo evoluído dos mamíferos, possui a razão cordial: o sentimento, o afeto
e o carinho. No decorrer da evolução adquiriu também a inteligência

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intelectual e racional. É portanto, o único ser vivo, filho da Mãe Terra, capaz
de cuidar da natureza, dos seres vivos e de si mesmo (p. 79), através da razão
cordial (coração) [pathos – anima] e da intelectual [logos – animus] (p. 83-
84). Suprimir uma em detrimento da outra é um erro. Exemplo disso é que a
humanidade iniciou a maior onda de violência contra o sistema-Terra quando
exaltou a Razão soberanamente sobre o coração. Nesta fase da história Boff
diz que imperou o paradigma da conquista, o qual precisa ser urgentemente
substituído pelo paradigma do cuidado, que por sua vez também oferece
oportunidades de avanço e crescimento – porém de uma forma nobre e
responsável.

O livro parte para a conceituação do cuidado na filosofia. Em


Heidegger, segundo Boff,
a verdadeira tarefa da filosofia deve se orientar pelo cuidado de
si. Para ele (Heidegger), a realidade somente ganha seu sentido
original quando interpretada como cuidado e como preocupação
inquieta de si mesmo. [...] Do estudo de Santo Agostinho tira o
conceito que vai aparecer em Ser e tempo acerca do “cuidado
autêntico”. É aquele que cuida de si e, na liberdade realiza as
possibilidades de se autoajudar (numa perspectiva de futuro).
Também deriva dele o “cuidado inautêntico”, que é cuidar de si
de maneira obsessionada, ocupando-se de tudo e menos de si
mesmo, ou cuidando do outro de modo a torná-lo dependente e
até submisso (p. 49).

Através do estudo das cartas de São Paulo, Heidegger dá vida à


expressão “o cuidado angustiante” e “a preocupação angustiada”. Jesus disse:
não vos preocupei [cuideis] dizendo: “o que haveremos de comer e vestir?
Não vos preocupeis [cuideis] com o dia de amanhã” (Mt 6:34-35). Com isso,
Heidegger não está dizendo que é totalmente ilícito preocupar-se. Ele está
pontuando que o ser humano por si mesmo (com suas próprias forças) não
consegue livrar-se da inquietação e preocupação diante do futuro. Sua única
chance é fazer do Reino de Deus sua preocupação primeira, então as demais
preocupações e cuidados quanto às incertezas do futuro (a ansiedade e o
cuidado angustiante) serão superadas. A fé do cristão lhe relembra que sua
vida está na palma da mão de Deus. Por que se angustiar?
Estudando Aristóteles, Heidegger vai adiante e diz que o cuidado é a
condição primeira do ser humano em relação ao mundo. O cuidado
é a fonte prévia de todos os comportamentos possíveis, sejam
práticos, teóricos, conscientes ou inconscientes. Pelo fato de o
ser humano ser portador de cuidado essencial, cria-se a condição
para ele sentir-se conscientemente como um ser-no-mundo. [...]
É, portanto, mais que uma mera inquietação; é a estrutura
originária do Dasein, da existência humana, no tempo e no
mundo. Ser homem/mulher é ser constituído de cuidado (p. 53).

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Boff cita as palavras do próprio Heidegger: “o cuidado significa um


fenômeno ontológico existencial básico”.

Saindo da filosofia e partindo para uma área mais prática, com base
no que já expôs, Boff pergunta: O que é preciso fazer para cuidar da Mãe
Terra? Sua resposta baseada na Carta da Terra é: respeitar, reduzir, reutilizar
e reciclar tudo o que é consumido. Rejeitar propagandas que incentivem o
consumo insano e reflorestar o máximo possível os muitos estragos já feitos
(p. 98). Além disso, trabalhar na produção de produtos orgânicos – excluindo
transgenia e agrotóxicos. Outra iniciativa é o extrativismo, isto é, extrair
solidariamente sem derrubar a floresta, aproveitando e preservando seus
frutos, substâncias, óleos e outros ingredientes para cosméticos. São medidas
práticas com vistas ao bem-viver, um ética de visão holística do ser humano
na grande comunidade terrenal, sustentada sobre a decência e a suficiência
para toda a comunidade, e não apenas e egoisticamente para o indivíduo ou
minorias privilegiadas. O bem-viver busca um caminho de equilíbrio e “uma
profunda comunhão com a Pacha Mama (Terra), com as energias do universo
e com Deus” (p. 105) – conceito extraído da sabedoria dos andinos.

O cuidado na ética social é abordado também em termos e conceitos


jurídicos e filosóficos. Leis que não contemplam certos desfavorecidos e
marginalizados da sociedade, beneficiam a violência moral e prejudicam a
prática do cuidado. Quando isso acontece, enquanto não se resolve o
problema jurídico, Boff diz, baseado em Tomás de Aquino, que “acima da
justiça está o amor à humanidade e a todos os seres. O amor ao próximo é a
regra de ouro, a suprema norma da conduta verdadeiramente humana” (p.
125). E qual a importância da justiça? No nível pessoal, justiça significa o
conjunto de virtudes que possibilita relações harmoniosas com toda a
realidade que nos cerca. No nível social, refere-se à promoção do bem
comum por parte das instituições. Sem justiça não se pode construir uma
sociedade realmente humana (p. 133). Novamente o animus e a anima estão
presentes. As leis foram criadas em um mundo (ocidental) já dominado pelo
animus, mais presente no masculino. Tais leis possuem também seu lado
bom e verdadeiramente humano, mas por não dialogarem, especialmente
com a perspectiva da anima, deixaram lacunas. O conceito mais profundo de
justiça deve ser procurado também no que tem a dizer a anima, mais presente
no feminino. E elas (neste ponto o autor cita várias filósofas e/ou feministas),
ao contrário do que alguém poderia imaginar, vão dizer que “o tema do
cuidado e respectivamente da justiça não são temas de gênero, mas da
totalidade do humano” (p. 127). E o que, mais especificamente elas tem a
dizer?
A dimensão da anima, da qual a mulher é especial portadora,
capta primeiramente o mundo como valor do que como fato. Ela
vê no fato mensagens e no visível capta o invisível. Ela possui

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um acesso ao real mais com o coração do que com a razão [...].


A tese que sustentamos em nossas reflexões é que o cuidado
constitui uma dimensão essencial do humano, mas que ganha
densidade e visibilidade maior na mulher. A condição dela é
singular, sentindo o mundo a partir do significado que este
carrega. Esta percepção é enriquecedora da ética porque leva em
consideração o lado não apenas conceitual e institucional da
realidade, mas também a sua densidade cotidiana e valorativa
(p. 127).

Ainda falando sobre a organização da vida em sociedade, segundo o


paradigma do cuidado, as observações do capítulo onze são necessárias. Boff
fala da importância da educação. Apressadamente, discerne quatro momentos
no processo educativo do mundo ocidental: a educação na idade da razão –
crítica; na idade técnica – criatividade; na idade das opressões – libertação;
na idade da Terra – cuidado. O processo pedagógico nos legou a necessária
coragem e capacidade de criticar, a arte de criar, a humildade de transpor a
barreira professor/aluno, maior/menor, superior/inferior, libertando assim os
oprimidos e fazendo-os participantes da construção do saber; mas,
finalmente, resta a pergunta: onde ficou o cuidado? Na era em que estamos
vivendo, a necessidade maior é a de inserir, ou melhor, discernir a presença e
a importância do cuidado na educação. É preciso aprender e ensinar a cuidar
(p. 254). É momento de quebrar as paredes das salas de aulas e ensinar ao ar
livre, deixando que os alunos contemplem a natureza, estreitando seus laços
com ela no campo das ideias (resgatando a razão sensível e cordial – p. 262).
E o próprio campo das ideias, por sua vez, revelará que já existe uma ligação
íntima entre humanidade a Mãe Terra. A sociedade que surgirá disso será
diferente. Será cuidadora. Promoverá e respeitará a dignidade integral de
cada elemento do Todo, e do Todo de cada elemento.

Cultivar e compreender a espiritualidade do homem é de suma


importância para o cuidado, pois é através dela, a espiritualidade, que o
homem conhece sua conexão com o Todo. “O extraordinário do homem-
espírito é poder entrar em comunhão com Deus” (p. 190), desenvolver a
capacidade de amar e perdoar (p.193), e de compadecer-se (p. 194) do outro
e da Casa comum – a Mãe terra. Espiritualidade é abrir-se ao mistério do
mundo e ao mistério maior, que é a Última Realidade, ou Deus (p. 199).

Discorrendo sobre o cuidado na medicina e na enfermagem, Boff


desenvolve um conceito de saúde que vai além da concepção biológica. Tal
conceito ele chama de equilíbrio de corpo-mente-espírito-natureza (p. 205).
Em suma, a saúde do homem só pode ser plena se ele estiver de bem com a
Terra e se ela estiver bem. Se a Terra está doente, o homem está doente, e
vice-versa. O cuidado na medicina e na enfermagem é indispensável porque
o ser humano, “o doente”, é um corpo-espírito e espírito-corpo. Tem

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dignidade. Precisa ser tratado, ou melhor, cuidado como tal. É o que o autor
chama de “visão de totalidade” – homem-corpo-espírito-Terra. Na visão da
totalidade, a doença é vista como “uma fratura dessa totalidade e a cura como
uma reintegração nela” (p. 218). Além disso, o ser humano é, por natureza,
frágil. Prova incontestável de sua fragilidade intrínseca é a impossibilidade
humana de livrar-se do luto. Cedo ou tarde, ele acontece (e no luto também é
necessário um cuidado especial – p. 212-215). Neste sentido, ser saudável
não consiste em estar livre de toda e qualquer fraqueza e sofrimento, “mas
em poder conviver com eles com autonomia, crescer com eles, e se tornar
mais plenamente humano” (p. 211).

Boff conclui a obra defendendo-se preventivamente das críticas,


dizendo: “Não são poucos os que, ao término da leitura deste livro, dirão: há
nele coisas belas e até profundas, mas se trata de uma utopia”. Porém, diz o
autor:
Seguramente há nele muito de utopia, mas de uma utopia
necessária. Desta vez, ou a utopia se transforma em topia,
concretizando-se de verdade, ou então nosso futuro comum, da
vida e da civilização, estará em grave risco. Temos que tentar
tudo para não chegarmos tarde demais ao verdadeiro caminho
que nos poderá salvar. E esse caminho passa pelo cuidado e pela
sustentabilidade (p. 269).

A última frase do livro é uma mensagem de esperança e alerta: “Não


abandone jamais a esperança, o sonho e a utopia. O futuro passa por aí” (p.
272).

[1]
[file:///C:/Users/%C3%89derBilly/Documents/%C3%89der%20Carvalho/CEEDUC/P%C3
%B3s/Espiritualidade%20em%20interface%20com%20a%20teologia%20do%20cuidado
/resenha%20Cuidado%20Necess%C3%A1rio%20BOFF.docx#_ftnref1] Resenha
preparada para o curso de Pós-graduação em Aconselhamento Cristão da
Faculdade Teológica REFIDIM, disciplina “Espiritualidade me interface com a
teologia do cuidado”, ministrada pelo professor Me. Claiton Ivan Pommerening.
[2]
[file:///C:/Users/%C3%89derBilly/Documents/%C3%89der%20Carvalho/CEEDUC/P%C3
%B3s/Espiritualidade%20em%20interface%20com%20a%20teologia%20do%20cuidado
/resenha%20Cuidado%20Necess%C3%A1rio%20BOFF.docx#_ftnref2] Leonardo Boff
(1938) doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique,
Alemanha, em 1970, sendo autor de mais de 80 livros nas várias áreas
humanísticas.
[3]
[file:///C:/Users/%C3%89derBilly/Documents/%C3%89der%20Carvalho/CEEDUC/P%C3
%B3s/Espiritualidade%20em%20interface%20com%20a%20teologia%20do%20cuidado
/resenha%20Cuidado%20Necess%C3%A1rio%20BOFF.docx#_ftnref3] Éder Carvalho
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02/04/2020 Resenha do livro O CUIDADO NECESSÁRIO [BOFF, Leonardo.] | ÉDER CARVALHO

é formado em Letras Vernáculas pela Unopar Virtual, bacharel livre em Teologia


EaD pela Faculdade Teológica Refidim, e pós-graduado em Aconselhamento
Cristão na mesma instituição.
Postado há 5th February 2014 por Éder Carvalho

4 Visualizar comentários

Carol sábado, 02 dezembro, 2017


Excelente texto...
Responder

Anonymous sábado, 13 janeiro, 2018


Parabéns pela resenha
Responder

Anderson Francisco da Cruz terça-feira, 16 janeiro, 2018


Parabéns, gostei muito da resenha.
Obrigado
Responder

Anonymous domingo, 20 maio, 2018


Parabéns pela sua contribuição. Ficou muito mais fácil de compreender as
escritas de Boff. Só tenho a agradecer muito.
Responder

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