Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
BRASIL VII
DOCENTE: ISABEL GUILLEN
DISCENTE: MANUEL SILVESTRE DA SILVA JÚNIOR

Resenha do documentário “Jango”, direção de Silvio Tendler. Brasil,


1984. Duração 115 min.

O documentário Jango (1984), do cineasta Silvio Tendler, faz uma


retrospectiva do governo do João Goulart e dos fatos ocorridos
anteriormente ao golpe de 1964. O filme também mostra um discurso sobre
a volta da democracia. O cineasta não fica preso a vida do então
personagem que dar título ao filme, mas conta também a repressão as
passeatas e o pior momento do regime, que foi marcado pelo governo do
General Médici.

O cineasta tem consegue fazer com aptidão a vinculação de Jango


ao golpe de 64, revelando um grande domínio da técnica de cinema e
linguagem cinematográfica. Com grande direção, projeta com grande
fidelidade os fatos históricos ocorridos. Apoia-se em fontes bibliográficas do
governo Jango e depoimentos de pessoas importantes que vivenciaram o
período do regime como também cientistas sociais.

O filme faz referencias a Getúlio Vargas e JK, que foram presidentes


antes de João Goulart. Estes dois personagens da nossa história, tiveram
um projeto de preocupação social como é visto no filme. A trilha sonora do
filme composta por Milton Nascimento e Wagner Tiso mostram a
preocupação do diretor criar o ambiente necessário para a obra
cinematográfica.
Belas cenas montadas são exemplo de puro talento do diretor. A
alternância das cenas da revolta do marujos do Encouraçado Potemkim e
fotos de Jango no comício central mostram a dramaticidade que se tem no
longa-metragem.

Jango é retratado como grande estadista. Sua viagem a União


Soviética em prol da nação mostra seu interesse em combater as potencias
imperialistas do ocidente, como cos Estados Unidos, querendo desenvolver
uma política externa independente para o país.

No filme, vemos um presidente sempre preocupado com a nação


que preside se preocupando com a justiça social, como também o bem
estar dos pobres. Interessante a colocação de Jango como homem em prol
dos pobres, mesmo quando este decreta o Estado de Sítio, sendo sempre
colocado em prol da nação.

Os depoimentos de pessoas importantes corrobora a importância


deste documentário. Críticas negativas ao governo de Jango como a do
General Muricy que era apoiador do golpe de 1964, como também críticas
progressistas, que acabam de reforçar a imagem boa que João Goulart tem
perante o povo brasileiro.

Homens como Francisco Julião e Aldo Arantes destacam de forma


positiva o governo Jango. O primeiro mostra a ideia do presidente de fazer
uma reforma agrária, urbana e tributária, e a organização popular.

A coragem de Jango é bastante destacada, como no Comício da


Central, onde o depoimento de Raul Riff, que foi o secretário de imprensa
do presidente, mostra a imagem positiva deste ultimo, afirmando que João
Goulart foi aconselhado a não realizar tal comício, mas decidiu faze-lo. Ele
se preocupava bastante com a democracia.

O documentário é bastante importante, mas acredito que seja de


difícil entendimento, sendo bastante complexo nos termos políticos e
econômicos. Mostra a vida particular de Jango, até sua morte. Mesmo
assim, é de suma importância para o entendimento da ditadura brasileira.

Você também pode gostar