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Criatividade e Inovação

2ª edição

Criatividade e Inovação

Raquel Santana Schiavon Sanchez

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Criatividade e Inovação

DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Raquel Santana Schiavon Sanchez
Revisão Ortográfica: Walter P. Valverde Júnior
Projeto Gráfico e Editoração: Ruan Carlos Vieira Fausto
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

S211c Sanchez, Raquel Santana Schiavon.

Criatividade e inovação / Raquel Santana Schiavon


Sanchez ; revisão de Walter P. Valverde junior. 1. ed. –
Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2011.

142 p. : il

1. Criatividade. 2. Criatividade nos negócios. 3.


Pensamento criativo. 4. Psicologia industrial. 5. Psicologia
educacional. 6. Inovações tecnológicas - Administração. I.
Valverde Júnior, Walter P. II. Título.

CDD 153.35

Bibliotecária: ANA MARTA TOLEDO PIZA VIANA – CRB 7/2224

© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Criatividade e Inovação

Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o
momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.
Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD!
Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora

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Criatividade e Inovação

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Criatividade e Inovação

Sumário

1. Apresentação da disciplina ....................................................................................... 07

2. Plano da disciplina ..................................................................................................... 09

3. Unidade 1 – O Papel Deciso da Criatividade Nas Organizações ......................... 13

4. Unidade 2 – Os Ingredientes a Criatividade ........................................................... 35

5. Unidade 3 – O Indivíduo Criativo ............................................................................. 53

6. Unidade 4 – Os Bloqueios ......................................................................................... 73

7. Unidade 5 – Técnicas de Produção de Ideias ......................................................... 93

8. Unidade 6 – A Organização Criativa ........................................................................ 113

9. Considerações finais .................................................................................................. 133

10. Conhecendo a autora ................................................................................................ 135

11. Referências .................................................................................................................. 137

12. Anexos ......................................................................................................................... 139

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Criatividade e Inovação

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Criatividade e Inovação

Apresentação da Disciplina

Prezado aluno,

Uma nova etapa se inicia e com ela vamos conquistar mais um semestre com
um novo aprendizado. Nesta disciplina você terá a oportunidade de conhecer um
pouco mais sobre criatividade e inovação e ver o quanto ela é importante na sua
vida pessoal e profissional.

A criatividade hoje é colocada como um dos requisitos mais importantes


dentro no mundo organizacional e possuí-la será o seu diferencial. Vamos aprender
como?

O sucesso do seu aprendizado dependerá da sua participação junto a sua


comunidade virtual e do compromisso com você mesmo. Se em cada unidade você
doar um pouco mais do seu tempo, com certeza terá um grau de excelência muito
maior no final e a oportunidade de ter absorvido muito mais conhecimento.

Essa disciplina foi elaborada com o objetivo de oferecer material suficiente


para que possa ter base e seguir o seu caminho agregando valor ao conhecimento
que você já adquiriu até aqui no seu curso e conduzi-lo neste processo maravilhoso
que é a criatividade e inovação.

Um mundo lá fora te espera e precisa do seu conhecimento!

Sucesso!

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Criatividade e Inovação

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Criatividade e Inovação

Plano da Disciplina

A disciplina de Criatividade e Inovação fundamenta-se no estudo dos assuntos


referentes à Criatividade, desde as suas origens até os dias atuais, e sua importância
no mundo das organizações, visando à promoção da consciência e necessidade da
utilização da mesma nas organizações modernas, dinamizando assim o potencial
criador dos alunos, através da vivência de diferentes técnicas de produção de
ideias e de resolução criativa de problemas tem como objetivos gerais
Reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente,
introduzir modificações no processo produtivo; Desenvolver raciocínio abstrato e
subjetivo expressando-se de modo criativo diante dos diferentes contextos
organizacionais e sociais; Ter iniciativa, criatividade, determinação e abertura às
mudanças; Desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da
experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação
profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional
adaptável.

O conteúdo desta disciplina está dividido, para efeito didático e estrutural, em


seis unidades de estudo que abordarão desde o papel deciso da criatividade nas
organizações é a Organização Criativa.

Seguiremos com a apresentação de cada unidade:

Unidade 1: O Papel Deciso da Criatividade nas Organizações

Nesta primeira unidade iremos conhecer a história da criatividade, desde os


primórdios até os dias atuais.

Objetivos: Conhecer os aspectos relativos à criatividade, desde sua origem até


os dias atuais, e saber diferenciar criatividade de inovação e estabelecer condições
que permitam a abertura individual para o contato com a criatividade pessoal e
organizacional.

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Criatividade e Inovação

Unidade 2: Os Ingredientes da Criatividade

Nesta segunda unidade você vai conhecer quais são as características


fundamentais que compõem a criatividade, veremos também como a abertura da
mente e dos sentidos contribui com o processo criativo.

Objetivos: Reconhecer a importância e necessidade da manifestação da


criatividade e capacidade de gerar inovação no âmbito pessoal e organizacional e
estabelecer os parâmetros que favorecem ou dificultam a criatividade.

Unidade 3: O Indivíduo Criativo


Nesta terceira unidade iremos estudar o quanto a presença de muitas ideias é
importante para o pensamento criativo.

Objetivos: Perceber as características pessoais relacionadas com a criatividade


e como o pensamento criativo é desenvolvido.

Unidade 4: Os Bloqueios

Nesta quarta unidade vamos tratar dos fatores que dificultam o processo
criativo.

Objetivos: Identificar e entrar em contato com os bloqueios mentais pessoais


que minam a manifestação da criatividade e também as barreiras que levam ao
bloqueio da criatividade nas organizações.

Unidade 5: Técnicas de Produção de Ideias

Nesta unidade iremos estudar a aplicação de técnicas criativas para produzir


ideias e solucionar problemas.

Objetivos: Conhecer a capacidade de usar técnicas de geração de ideias e


utilização das mesmas no mundo empresarial.

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Criatividade e Inovação

Unidade 6: A Organização Criativa

Nesta unidade abordaremos como uma organização pode ajudar cada


colaborador a maximizar o seu potencial criativo.

Objetivos: Compreender como a estrutura e o clima organizacional afetam a


criatividade dentro de uma empresa.

Criar um clima favorável à manifestação da criatividade no ambiente


organizacional.

Bons Estudos!

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O Papel Decisivo da
Criatividade nas
Organizações

A criatividade e suas origens.

A importância crescente da criatividade nas organizações.

Criatividade e inovação.

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Criatividade e Inovação

Nesta primeira unidade iremos conhecer a história da criatividade, desde os


primórdios até os dias atuais, vamos realizar uma viagem no tempo e vocês vão
descobrir os conceitos e a importância da criatividade para a humanidade, e
reconhecer a importância e necessidade da manifestação da criatividade e
capacidade de gerar inovação no âmbito pessoal e organizacional.

Objetivo da Unidade:

Conhecer os aspectos relativos à criatividade, desde sua origem até os dias


atuais, e saber diferenciar criatividade de inovação e estabelecer condições que
permitam a abertura individual para o contato com a criatividade pessoal e
organizacional.

Plano da Unidade:

 A criatividade e suas origens.

 A importância crescente da criatividade nas organizações.

 Criatividade e inovação.

Bons estudos!

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Criatividade e Inovação

A Criatividade e suas Origens

Desde os tempos da Grécia antiga, as pessoas percebiam a criatividade como


algo importante. Platão, Filósofo Grego (428–347 a.C. ), acreditava que a
criatividade era fonte de inspiração vinda dos Deuses, por ser algo muito especial
que as pessoas possuiam. E a partir desta inspiração as coisas eram criadas.

Podemos citar vários exemplos de personagens da história altamente criativos,


como músicos, poetas e escritores, que também creditavam seus dons à influência
de “espíritos” ou deuses.

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Criatividade e Inovação

E você o que pensa a respeito? Acredita ser a criatividade algo divino? Vamos
continuar a leitura que logo saberá.

Com o passar dos tempos surgiram outros teóricos, como Aristóteles, Filósofo
Grego (384 a.C. - 322 a.C.) e aluno de Platão, que admitia a hipótese de que a
criatividade tinha suas origens no interior do indivíduo, ela não vinha de fora em
forma de inspiração.

Posteriormente surgiram alguns autores, durante o século XVIII, que


creditavam à criatividade uma forma excepcional de genialidade, diferente de
talento, e determinada por fatores genéticos e condições ambientais (Lubart,
2007). Atualmente, várias teorias, segundo Lubart (2007), concordam que a
criatividade é o resultado de uma convergência de fatores e estilos cognitivos,
traços de personalidade, motivação (as razões pelas quais uma pessoa se empenha
no desenvolvimento de uma atividade) e ambiente, ou seja, estamos falando de
capacidade intelectual, traços de personalidade e o contexto ambiental, que pode
também ser chamado de abordagem múltipla da criatividade, como podemos ver
na figura seguinte:

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Criatividade e Inovação

Produções Criativas

Figura Representação da abordagem múltipla da criatividade. Fonte:


psicologia da criatividade – Todd Lubart – Artmed 2007.

E agora, como está vendo o processo criativo? Como inspiração divina,


genialidade ou como algo que pode ser construído?

Como pôde perceber, a criatividade é algo que pode ser construído por todos,
inclusive por você.

A seguir vamos falar um pouco sobre a importância da criatividade neste


contexto atual e dentro das organizações.

A Importância Crescente da Criatividade nas Organizações

Vamos começar com um estudo de caso:

Há cerca de um ano, um empresário, o Sr. Mário, contratou uma consultoria,


SRS, que indicou cinco consultores para trabalhar dentro das suas empresas, em
contato direto com o presidente e seus principais auxiliares. Num primeiro
momento, os consultores ajudaram no mapeamento do mercado, identificando
possíveis aquisições. Agora, estão à frente das mudanças que vêm, pouco a pouco,
alterando a dinâmica das empresas.

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Criatividade e Inovação

Logo no início do trabalho, a SRS descobriu que o grau de desinformação


sobre determinadas despesas e a ineficiência em algumas operações das empresas
eram assombrosas. Sr. Mário ficou particularmente chocado quando soube que as
suas empresas gastavam 70.000 reais por ano apenas em abonos de
estacionamento para visitantes. Alertado, mandou cancelar o agrado e pediu para
sua equipe pensar numa solução para o problema.

E você, que solução teria para o Sr. Mário a respeito do estacionamento?

Numa dessas investigações, os consultores descobriram que um dos trabalhos


realizados pela JTS, a maior empresa do grupo, chegou a ser refeito 154 vezes,
gerando taxa de retrabalho e desperdício de tempo inaceitáveis. O problema
estava basicamente na falta de sintonia entre o pessoal das vendas e a equipe de
produção. Parece estranho, mas cada departamento se comportava como se não
tivesse compromisso com o que era feito pelo outro. O cliente dava uma descrição
do produto, o atendimento passava as informações para a criação, muitas vezes
excluindo detalhes fundamentais, e a criação apresentava o resultado ao cliente,
que, por sua vez, não ficava satisfeito. Não raro, o processo recomeçava e se repetia
dezenas de vezes. Com metas em comum, as áreas hoje precisam trabalhar em
conjunto para baixar ao máximo os problemas de comunicação e,
consequentemente, a quantidade de retrabalho. "Éramos como aqueles
navegadores que se guiavam pelas estrelas. Agora, ganhamos aparelhos de GPS",
diz Márcio, vice-presidente executivo do grupo.
Mas nada, nem de longe, mudou tão dramaticamente dentro da empresa
quanto a perspectiva de carreira dos funcionários. Baseado num modelo agressivo,
os empregados do grupo passaram a receber remuneração variável, atrelada a
metas e desempenhos com ideias criativas. Em outra frente, foram criados
programas de treinamento para o desenvolvimento da criatividade dos
funcionários.

Por trás de todo esse esforço do grupo, está o desejo de acompanhar uma
tendência que vem ganhando força – principalmente no exterior – a do
desenvolvimento da criatividade nas organizações. “O que a empresa precisa
mesmo é de capacidade de criação com criatividade", diz o presidente do grupo.

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Criatividade e Inovação

Como você pode perceber a criatividade nas empresas tem sido algo que tem
se tornado cada vez mais importante na visão dos executivos, pois o mundo vem
passando por transformações cada vez mais rápidas, a tecnologia está presente em
todos os setores e tem acelerado este processo, exigindo das empresas que elas
utilizem ao máximo o seu potencial criativo e inovação em função da
adaptabilidade, melhoria contínua e eficiência, para que elas possam se manter no
mercado, que hoje se apresenta mais competitivo e possui consumidores bem
informados, exigindo sempre mais das organizações. A consequência desse
fenômeno é que as organizações precisam estar vigilantes para acompanharem as
transformações constantes.

Todos os caminhos levam à necessidade de soluções criativas, tanto os da


dificuldade que as empresas possam passar quanto os das oportunidades, como
veremos a seguir.

Como exemplo, podemos citar um estudo feito pelas consultorias Bein &
Company, de estratégia empresarial e euromonitor, de pesquisa e inteligência de
mercado, publicada na revista exame no mês de abril de 2008, que mostrou o
consumo no Brasil, que nunca foi tão forte. Até 2012, o mercado superará 1 trilhão
de dólares por ano.

Ao mesmo tempo, o Brasil passa por uma transformação sem precedentes no


perfil de seus consumidores devido a diversas mudanças demográficas, como o
envelhecimento da população, o aumento do número de solteiros, a diminuição da
média de filhos, mudando o panorama do consumo no país. Para algumas
empresas esta é uma excelente notícia, mas como trabalhar diante deste novo
cenário? O que a sua empresa já está fazendo para aproveitar estas oportunidades
ou solucionar problemas que possam vir com estas novas informações?

Com a globalização, oficialmente iniciada no final do Globalização: é um


século passado, embora Karl Marx, em 1848 já falava a seu processo que integra os
aspectos econômicos,
respeito:
sociais, culturais e
políticos.

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Criatividade e Inovação

"Por meio de sua exploração do mercado mundial, a burguesia


deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os
países... As velhas indústrias nacionais foram destruídas ou estão-se
destruindo-se dia a dia... Em lugar das antigas necessidades
satisfeitas pela produção nacional, encontramos novas
necessidades que querem para a sua satisfação os produtos das
regiões mais longínquas e dos climas os mais diversos. Em lugar do
antigo isolamento local...desenvolvem-se, em todas as direções, um
intercâmbio e uma interdependência universais.." - Karl Marx -
Manifesto Comunista, 1848.

Houve uma grande mudança nas organizações, a globalização foi criada pela
necessidade de unir pessoas e países permitindo maiores ganhos e consequente
diminuição de custos para as empresas, governos e mercados internos dos países
desenvolvidos, muitas vezes já saturados.

O que então é primordial aos profissionais: desenvolver as suas habilidades, o


seu potencial criativo?

Com a chegada da internet, a informação ofertada é proveniente de toda parte


do mundo e em abundância, inclusive com ferramentas que permitem a sua
tradução on-line, podendo ser obtida facilmente e num piscar de olhos, tornando o
conhecimento cada vez mais acessível e obsoleto num espaço muito curto de
tempo. A internet exige das pessoas o comprometimento na busca constante de
novas informações e soluções, pois o conhecimento é a principal fonte nas
resoluções dos problemas que o dia a dia nas organizações nos exige.

A competição entre as empresas está muito acirrada, Resolver problemas:


as organizações necessitam de pessoas capacitadas para conseguir enxergar cada

resolver problemas. situação por outros ângulos e


ter sempre a mente aberta
para encontrar novas soluções.

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Criatividade e Inovação

E você se considera bom pra resolver problemas? Vamos tentar resolver este?

Trace quatro linhas retas sobre os nove pontos sem tirar o lápis do papel.

Resultado:

Foi fácil ou você teve que tentar várias vezes?

Não se preocupe se tentou várias vezes; a resolução de problemas é assim


mesmo, várias tentativas até encontrarmos uma solução.

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Criatividade e Inovação

Figura: Empresa vista como sistema aberto.

As empresas são sistemas abertos em constante contato com o meio, como


podemos observar na figura anterior. E tudo que acontece no ambiente externo
reflete na empresa e o que ocorre nas organizações também vai repercutir no
ambiente externo.

As instituições que acreditam estar em uma posição


Homeostase: palavra utilizada
sólida e tem receio de sair de seu estado de homeostase na biologia e trazida para
com a introdução de inovações, tanto em seus produtos, administração que quer dizer
equilíbrio.
como nos seus processos de trabalho está fadada a ser
superada rapidamente.

Tudo isso reflete no gerenciamento das empresas, que passa a necessitar de


pessoas com novas competências, dentre elas a capacidade criativa para a solução
dos problemas organizacionais que são, na maioria das vezes, totalmente novos e
surgem constantemente.

Faz-se necessário não somente a capacidade criativa, como também saber


criar em equipes de trabalho, os problemas precisam que ser solucionados, de
preferência cooperativamente.

“Tal processo implica não apenas uma nova forma de pensar,


mas especificamente o cultivo de uma atitude diante da vida,
marcada pela coragem de correr riscos, experimentar, criar.”
(Alencar, 1996, p.2).

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Criatividade e Inovação

Devido às novas circunstâncias e suas complexidades, a criatividade, segundo


Alencar (1996, p.5) tem sido uma das habilidades mais importantes para o
indivíduo, tanto na vida pessoal como na vida profissional, que cada vez mais está
marcada pelas mudanças constantes. Com isso, pode-se observar que o interesse
das organizações com relação à criatividade têm sido crescente.

Agora vamos entender um pouco mais a respeito da criatividade e das


inovações. O que será que elas têm em comum?

Criatividade e Inovação

A criatividade, segundo vários autores (Amabile, 1996; Barron,1988;


Lubart,1994; Mackinnon,1962; Ochse,1990) citados em Lubart (2003), é “a
capacidade de realizar uma produção que seja ao mesmo tempo nova e adaptada
ao contexto no qual ela se manifesta”.

Você consegue realizar algo novo e que se adapte ao contexto? Tenho certeza
que sim... Então podemos dizer que você é criativo!

Vamos exemplificar com uma pequena estória:

Thomas Edison, mais conhecido como o inventor da lâmpada, embora tenha


registrado mais de 1000 patentes, nasceu nos EUA, em uma família de classe média
– era o mais novo de sete irmãos. Quando foi para escola teve problemas, o
professor dizia que ele perguntava demais e tinha dificuldades de concentração e
aprendizado, não parava quieto. Com isso, sua mãe resolveu tirá-lo da escola e ela
mesma o educou formalmente. Para ele nada melhor, pois começou a concentrar
seus estudos no que mais gostava: ciências. Montou um laboratório de química na
sua casa e posteriormente o transferiu para um vagão onde trabalhava de tempos
em tempos. O laboratório tremia com as suas experiências. Trabalhava de noite
para poder cuidar dos seus inventos durante o dia; teve um início de vida difícil.

Depois de criar vários produtos diferentes, em 1879, a sua empresa, a Edison


Eletric Light Company, já era uma potência econômica nos EUA, e em 1888 ele

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Criatividade e Inovação

fundou a Edison General Eletric, que é um dos maiores conglomerados industriais


do planeta. Pelo que sabemos, Thomas Edison trabalhou incansavelmente nas suas
criações e creditava o seu êxito aos seus esforços, é dele a celebre frase: “A
genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração”.

O ato de criar, como vocês puderam observar na estória contada acima, não é
um lampejo de genialidade que ocorre somente para algumas pessoas especiais, a
criatividade exige acima de tudo vontade, esforço e persistência.

A palavra criatividade, segundo os dicionários, significa qualidade ou


característica de quem ou do que é criativo; inventividade, inteligência e talento,
natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no
científico, esportivo. Para o indivíduo, ser criativo hoje significa se manter no
mercado de trabalho e obter sucesso.

Em algum momento você já tinha pensado a respeito da possibilidade de ter


um apartamento que flutuasse?

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Criatividade e Inovação

O americano Randall Jackson pensou . Este fabricante de navios criou um


projeto ambicioso, o transatlântico Megellan. Em vez de cabines, o Megellan tem
confortáveis apartamentos de dois, três ou quatro quartos. Este empresário não
venderá passagens de cruzeiro, ele venderá apartamentos inteiros, como num
edifício. O novo cruzeiro vem ganhando mercado nos EUA com o nome de cruzeiro
residencial, e cada unidade será vendida entre 2 e 8 milhões de dólares, com um
condomínio de 14.000 dólares. O proprietário dos apartamentos ficará a bordo
enquanto o navio roda pelos principais portos turísticos do mundo e terá a sua
disposição helicópteros para deixar sua residência quando quiser voltar para terra
firme.

Este é um caso típico de inovação real que está disponível no mercado. E tem
mercado para estas inovações. Neste caso, por exemplo, antes de iniciar as obras
do navio, já tinha sido vendido 50% dos apartamentos.

A criatividade é o principal componente das inovações. Através de atos


criativos ou de processos criativos é que as pessoas chegam às inovações. “A
inovação engloba a concretização e aplicação das novas ideias. Por essa razão, o
termo inovação tem sido mais utilizado no nível das organizações e o termo
criatividade no nível do indivíduo ou grupos de indivíduos”. (Alencar, 1996)

A importância das inovações nas organizações vem da necessidade das


empresas se manterem no mercado. Elas precisam ser competitivas, ter diferenciais
e também manter seus produtos em alta.

Segundo Alencar (1996), existe uma falta considerável de talentos criativos,


algumas escolas não se preocupam em formar pessoas que exercitem o raciocínio
e simplesmente, ainda nos dias atuais, há a predominância de práticas

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Criatividade e Inovação

educacionais que dão ênfase à reprodução e à memorização do que deve ser


aprendido.

As empresas perceberam esta importância e estão utilizando das ferramentas


da criatividade para treinar seus profissionais no desenvolvimento da mesma,
tentando assim suprir as lacunas deixadas pelo ensino tradicional. Algumas
universidades, tanto daqui como e de outros países, percebendo esta necessidade,
têm introduzido disciplinas e cursos de extensão que promovem a criatividade.

Um grande exemplo disto é o mercado de celulares. Quantas vezes você já


trocou o seu aparelho? Por quê? Se as empresas ainda mantivessem no mercado os
celulares originais, que tinham apenas a função de falar, receber e enviar
mensagem, será que elas tinham vendido tantos? Hoje temos celulares com
diversas funções e para diversos gostos e as inovações não param por aí, como
podemos verificar na imagem a seguir de um novo lançamento de um celular que
projeta imagens.

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Criatividade e Inovação

A feira Consumer Electronics Show, em Las Vegas, promete muitas


novidades. E a primeira delas aqui está: um celular que projeta imagens em
qualquer superfície de perfeita nitidez com dimensão de uma tela de laptop de 15
polegadas. A empresa por trás dessa novidade é a asiática Microvision, que já está
negociando com os grandes fabricantes de celular para incorporar esse novo item
aos próximos lançamentos.

Isto faz com que o consumidor compre sempre aqueles produtos por que ele
também quer estar atualizado e poder usufruir destas inovações.

No âmbito das empresas, não somente os produtos são inovados, também se


inovam os processos, os atendimentos, as produções, a maneira de gerenciar, a
área de custos, enfim todos os departamentos de uma organização com ou sem
fins lucrativos.

Uma análise foi feita por Alencar (1996), que assim se expressou:

“Busca-se não só conhecer as fontes interiores de criação que


habilitem o indivíduo a alcançar novas soluções para problemas
complexos, desenvolver novos produtos, serviços e processos,
detectar novas oportunidades para incrementar a própria
criatividade e dos seus pares, mas também as competências
necessárias, tanto no plano intelectual como no emocional, para
lidar efetivamente com todo o processo da inovação.”

Quando nos referimos à gestão das empresas, deve-se lembrar que se faz
necessário promover uma cultura organizacional que facilite o desenvolvimento de
ambientes criativos que produzam inovações, cuidando também do aspecto
emocional. (Abordaremos com mais detalhe este assunto nas unidades
posteriores.)

A inovação traz mudanças, e nem sempre é fácil conduzir ambientes que


envolvam mudanças, pois gera, normalmente, ansiedade e ameaça ao que já era
tido como certo e estável para muitos. Por isso, segundo Alencar (1996), as pessoas,
mesmo quando favoráveis às inovações, tendem muitas vezes a resistir, tornando
este processo um grande desafio para os gestores.

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Criatividade e Inovação

E se não bastasse tudo isto ainda temos nos últimos tempos que pensar em
soluções que possam ajudar a preservar o meio ambiente, o que chamamos hoje
de empresa verde. São produtos feitos para não degradar o meio ambiente, que
cada vez mais terão a adesão de clientes potenciais.

A criatividade nas organizações trabalha, por um lado, a solução de problemas,


e por outro, a descoberta de oportunidades.

“O homem, quando cria, encontra a si, encontra o mundo, encontra a Deus.”


(Erich Fromn)

De acordo com Predebom (2003), evidentemente ele se referia ao ato de criar


em todos os sentidos, inclusive o que vem motivado pela aventura do novo. Somos
criativos assim, primeiro porque exercemos essa nossa capacidade para sobreviver,
resolvendo problemas. Depois para ganhar mais lucros e/ou poder, aproveitando
oportunidades. E, finalmente, para nos sentirmos realizados, acrescentando algo de
nós ao mundo, que pode ser a obra artística, inédita, ou o novo conhecimento
científico/tecnológico, ou ainda, o novo produto de consumo. É isso que nos leva a
viver a aventura do novo.

Concluindo, aproveitar a aventura do novo seria exercer a nossa dualidade


(aventuras X rotinas) para vivermos mais criativamente, enfrentando e alargando as
fronteiras do não-saber, da forma que nos for possível. Parece ser atrativo, restando
perguntar: qual seria a forma inteligente de seguir esse impulso no dia a dia ou,
mais especificamente, frente àquela neurose do “não consigo me atualizar”? Cada

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Criatividade e Inovação

um de nós deve procurar sua fórmula, já que a complexidade eliminou as soluções


padronizadas. Nenhuma receita baseada no que deu certo hoje pode estar
garantida no amanhã, quando as variáveis terão mudado o mundo. (Predebom,
2003).

Nesta unidade você estudou a origem da criatividade e alguns conceitos


dados por estudiosos da mesma até os dias atuais; também teve a oportunidade de
conhecer a importância crescente da criatividade nas organizações e ainda saber
diferenciar criatividade de inovação. Na próxima, estudaremos os ingredientes da
criatividade. Até lá!

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprofunde seus conhecimentos lendo:

ALENCAR, Eunice M.L.S.. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante,


2003.

LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PREDEBON, José. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. São


Paulo: Atlas, 2003.

É HORA DE SE AVALIAR!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 1

1. Desde os tempos da Grécia antiga, as pessoas percebiam a criatividade como


algo importante. Platão, Filósofo Grego (428–347 a.C. ), acreditava que a
criatividade era:

a) permitida aos gênios.

b) uma predisposição genética.

c) inspiração vinda dos Deuses.

d) lampejo de inspiração.

e) nenhuma das anteriores.

2. Atualmente, várias teorias, segundo Lubart (2003), concordam que a


_____________________ é o resultado de uma convergência de fatores e estilos
cognitivos, traços de personalidade e motivação.

a) Criatividade.

b) Inspiração.

c) Inovação.

d) Capacidade.

e) Nenhuma das anteriores.

30
Criatividade e Inovação

3. É um processo que integra os aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos


de um país, houve a necessidade de uma maior preocupação com o
desenvolvimento da criatividade dentro das organizações.

a) Relação social que se firma.

b) Troca de experiência.

c) Globalização.

d) Sociedade.

e) Nenhuma das anteriores.

4. As empresas são sistemas ________________ em constante contato com o meio.


E tudo que acontece no ambiente externo reflete na empresa e o que ocorre nas
organizações também vai repercutir no ambiente externo.

a) Abertos.

b) Interativos.

c) Fechados.

d) Feedback.

e) Nenhuma das anteriores.

31
Criatividade e Inovação

5. Hoje se faz necessário não somente a capacidade criativa, como também saber
criar em _______________; os problemas têm que ser solucionados de preferência
cooperativamente.

a) Computadores

b) Momentos de calmaria

c) Equipes de Trabalho

d) Momentos de crise

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas

6. A ______________________________é a capacidade de realizar uma produção


que seja ao mesmo tempo nova e adaptada ao contexto no qual ela se manifesta.

a) Competência.

b) Habilidade.

c) Criatividade.

d) Nenhuma das anteriores.

e) e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

7. O ato de criar não é um lampejo de genialidade que ocorre somente para


algumas pessoas especiais, a criatividade exige acima de tudo_______________,
_____________ e ____________________.

a) Feedback/Comunicação/Pressão.

b) Vontade/Esforço/Persistência.

c) Exposição/Clareza/Esforço.

d) Clareza/Comunicação/Pressão.

e) Nenhuma das anteriores.

32
Criatividade e Inovação

8. A ________________ engloba a concretização e aplicação das novas ideias. Por


essa razão, o termo inovação tem sido mais utilizado no nível das organizações e o
termo _______________ no nível do indivíduo ou grupos de indivíduos.

a) Inovação/Criatividade.

b) Criatividade/Inovação.

c) Inovação/Inovação.

d) Criatividade/Criatividade.

e) Todas as alternativas anteriores estão erradas.

9. Nos últimos tempos, houve uma necessidade maior das empresas se


preocuparem com as inovações, por quê?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

10. Identifique uma situação prática em que você teve que utilizar da sua
criatividade para obter sucesso em alguma tarefa.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

33
Criatividade e Inovação

34
Criatividade e Inovação

2 Os Ingredientes da
Criatividade

Aspectos que favorecem ou dificultam a criatividade.

Fatores que contribuem para o comportamento criativo.

A Abertura da mente e dos sentidos.

35
Criatividade e Inovação

Nesta segunda unidade você vai conhecer quais são as características


fundamentais que compõem a criatividade, que facilitam ou mesmo dificultam o
desenvolvimento da mesma. Também abordaremos como a abertura da mente e
dos sentidos contribui com o processo criativo. Após o estudo dessa unidade você
terá possibilidade de desenvolver melhor a sua criatividade.

Objetivo da Unidade:

Identificar as características pessoais relacionadas com a criatividade,


possibilitar a auto-reflexão, imparcialidade e respeito pelas diferenças.

Plano da Unidade:

Aspectos que favorecem ou dificultam a criatividade.

Fatores que contribuem para o comportamento criativo.

A Abertura da mente e dos sentidos.

Bem-vindo à segunda Unidade de Estudo.

Sucesso!

36
Criatividade e Inovação

Aspectos que Favorecem ou Dificultam a Criatividade

“A prodigiosa evolução do homem dependeu, sobretudo da


sua própria criatividade, estimulada e enriquecida pela influência de
três tipos de fatores interativos: os ambientais, os genéticos e os
culturais” De Masi, 2003.

As pessoas expressam a sua criatividade de maneiras diferentes, influenciadas


por aspectos internos e externos, como traço de personalidade, estilo de
pensamento e influência das condições ambientais e sociais em que estão
inseridas. Dentre os fatores externos e que dizem respeito à organização podemos
destacar, segundo Alencar (1996), a cultura organizacional e o clima psicológico
predominante na empresa como fatores que vão influenciar no processo criativo.

Se o indivíduo acreditar no princípio universal colocado por Predebom (2006),


de que “todos somos criativos em algum grau” e fizer uma reflexão sobre o
assunto, ele perceberá que é capaz e isto vai estimulá-lo a tentar e assim novas
possibilidades de criação estarão abertas.

A empresa que entender este processo vai promover uma cultura propícia a
esta criação, pois de acordo como Alencar (1996), acredita-se que:

37
Criatividade e Inovação

“As características individuais e da organização interagem


entre si, podendo a empresa utilizar mais amplamente o potencial
criativo dos seus recursos humanos ou, pelo contrário, impedir a sua
expressão.”

A cultura organizacional, que são as normas, crenças e valores compartilhados


pelos membros de uma organização, irá determinar se a empresa terá ou não um
clima favorável para as pessoas expressarem a sua criatividade.

Pode-se traduzir melhor esta cultura em o que é permitido fazer dentro da


empresa (seriam as regras, normas), o que é importante, ou seja, os valores, e como
as coisas funcionam, que são as crenças (neste caso são conscientes e
inconscientes).

Muitas empresas defendem a criatividade e a inovação, mas a sua cultura, na


realidade, não promove e nem encoraja atos que possam trazer mudanças. Por
exemplo, as pessoas quando inovam, sabem que podem incorrer em erros, pois se
trata de algo novo ainda não realizado e algumas organizações não admitem erros,
expondo os seus colaboradores criativos ao ridículo ou mesmo demitindo-os,
quando as suas ideias diferem da maneira de pensar do restante da empresa.

Quem nesta empresa terá coragem de dar a próxima idéia “diferente”?

Você já trabalhou em alguma empresa assim?

Outras empresas até escutam a idéia, mas nunca a colocam em prática e


permanecem somente com as práticas de trabalho anteriores, nada muda, tudo é
estático.

38
Criatividade e Inovação

Você já passou por experiência parecida, em que as suas ideias eram expostas,
mas nunca acatadas? O que sentia?

Quanto tempo você acredita que uma empresa com esta cultura vai
permanecer no mercado?

As empresas devem não somente promover uma cultura propícia ao


desenvolvimento da criatividade nas organizações, mas também encorajar,
reconhecer e aproveitar o potencial criativo de cada colaborador.

De acordo com Alencar (1996), existem também os fatores sociais que estão
fora da empresa, mas que irão influenciar igualmente este processo dentro das
instituições. Como exemplo temos os valores compartilhados pelas pessoas de
uma determinada sociedade. Esses valores dependem da cultura, do local onde
vive cada pessoa, com as suas tradições, normas, valores, punições ou incentivos
que irão promover ou desestimular atos criativos.

Recordando:

Aspectos que favorecem ou dificultam a criatividade podem ser atribuídos a


três fatores distintos: ao indivíduo, ao ambiente de trabalho e ao ambiente social
em que está inserido.

Estimulando a sua criatividade:

39
Criatividade e Inovação

A partir da figura acima escreva uma estória inspirada na cena.

Pode-se dedicar ao desenvolvimento da imaginação pelo treino, com


exercícios estimuladores.

Você pode elaborar vários outros exercícios similares e exercitar o seu


potencial criativo.

Criar é tentar, tentar, tentar....

Agora vamos entender um pouco mais sobre o indivíduo e os aspectos que


são ingredientes do comportamento criativo e podem ajudá-lo no seu
desenvolvimento.

Fatores que Contribuem para o Comportamento Criativo

Existem alguns fatores que contribuem para o comportamento criativo.


Veremos, a seguir, alguns modelos propostos por diversos autores.

40
Criatividade e Inovação

Quadro 1: Receita de criatividade proposta por profissionais de diversas áreas.


Fonte: Alencar (1996-25).

 A curiosidade leva as pessoas ao questionamento, à observação


do novo;

 A perseverança faz com que o indivíduo nunca desista das suas


criações e continue tentando até conseguir atingir os seus objetivos;

 A paixão está ligada à emoção, fator de grande importância na


arte de criar, inovar;

 A abertura da mente, dos sentidos, faz você perceber o mundo a


sua volta com outros olhos com uma percepção diferente da habitual;

 A fantasia vai dar asas a sua imaginação;

 A prática vai te ajudar a concretizar as suas ideias. Já dizia Thomas


Edison, “A genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração.”;

 A observação é o primeiro passo para as ideias surgirem;

 A integração vai possibilitar que você veja o sistema como um


todo;

 A disposição faz parte da motivação para criar;

 A avaliação vai permitir que você saiba selecionar melhor as suas


ideias para colocá-las em prática de modo útil;

 A dedicação vai ajudá-lo a não desistir dos seus projetos, criar não
é uma tarefa fácil;

 A coragem vai motivá-lo a ousar, a expor suas novas ideias, sem


temer as avaliações.

41
Criatividade e Inovação

E com todos estes ingredientes você se tornará um exímio criador, capaz de


solucionar problemas, inovar e fazer a diferença onde quer que esteja.

Existem outros autores que creditam mais fatores que favorecem a expressão
da criatividade. Como Talbot (1993), professor da Business School, da Universidade
de Manchester na Inglaterra, que propõe três componentes necessários às
condições das expressões do potencial criador. São eles:

 o motivo;

 o meio;

 a oportunidade.

O motivo é relativo à motivação que as pessoas têm para criar; os meios se


referem às habilidades e conhecimentos que a pessoa possui que irão ajudar a
solucionar os problemas e a oportunidade diz respeito à capacidade de saber lidar
com as pressões e perceber as oportunidades.

O modelo para desenvolvimento da criatividade proposto por Alencar (1996)


inclui cinco componentes que são habilidades de pensamentos, motivação e
personalidade, além do clima psicológico percebido pelo indivíduo no seu
ambiente de trabalho, que estão representados abaixo:

42
Criatividade e Inovação

Figura: Modelo para desenvolvimento da criatividade proposto por Alencar


(1996, p.27).

Avaliando estas informações chega-se à conclusão de que a criatividade não


depende somente de fatores intrapessoais (fatores do próprio indivíduo), mas
também de fatores externos ao indivíduo, como o meio onde vive, a sociedade, a
organização em que trabalha... que podem auxiliar ou bloquear o processo criativo
das pessoas.

Vamos entender na prática:

O Sandro era uma criança muito criativa, tinha como característica a


curiosidade, a perseverança, a observação, a dedicação e a coragem de expor suas
ideias; sempre tinha soluções para os problemas, inventava novas brincadeiras,
criava excelentes estórias na escola.

Em casa, seus pais gostavam de ver o filho ter tantas ideias e o apoiava. Sandro
cresceu neste ambiente.

Seu primeiro trabalho foi em uma empresa multinacional, de origem oriental,


muita rígida nas regras e costumes. Lá eles não permitiam que nada fosse alterado
sem autorização da matriz, que normalmente era contra mudanças.

Sandro era sempre cerceado nas suas inovações, assim, necessitando do


emprego, ele foi deixando de lado as suas ideias criativas e cada vez menos dava
palpite nos processos de trabalho. Os anos se passaram e quando ele percebeu
estava nesta mesma empresa há mais de 10 anos.

Com o passar dos anos esta empresa encerrou as suas atividades e o Sandro
estava buscando um novo emprego, quando se deparou em uma entrevista de
emprego com a seguinte pergunta: hoje temos alguns problemas na linha de
produção da empresa, o senhor como gestor como a resolveria? Ele ficou parado e
percebeu que não sabia o que responder, e que há muito tempo já não exercitava
a sua capacidade criativa.

43
Criatividade e Inovação

IMPORTANTE
O meio em que se vive ou trabalha também pode moldar o
comportamento criativo das pessoas e fazer com que elas aumentem ou
diminuam a sua capacidade criativa.

Agora você vai saber o que é a abertura da mente e dos sentidos e como pode
colaborar com a criatividade.

A Abertura da Mente e dos Sentidos

A abertura das emoções, da mente e dos sentidos, sugerida por Predebom


(2006), propõe que mudar velhos hábitos arraigados ajuda a desenvolver a
criatividade.

As pessoas são criadas com uma escala de valores, normalmente muita rígida e
sair dela para aceitar o novo não é tarefa fácil.

Exemplificando, fomos educados dentro do que é certo ou errado em tudo


que fazemos e, muitas vezes, o que entendemos como errado é apenas o novo, o
que dificulta as possibilidades criativas de cada ser.

De acordo com Predebom (2006), as pessoas deveriam flexibilizar os


julgamentos e valores, aceitando a premissa de que “‘nossa verdade’ é apenas ‘uma
verdade’ entre muitas ou ‘parte de uma verdade’”.

Como exercício, pode-se praticar um interessante: pegue o jornal do dia e


escolha uma manchete a respeito de um crime ocorrido na sua cidade ou país.
Imagine que vai haver um julgamento e que você vai representar 3 papéis
distintos. Em um primeiro momento você será o promotor de acusação, então a
partir do que leu na matéria do jornal crie todos os subsídios que você usará para
acusar o suposto criminoso. Num segundo momento imagine-se no lugar do juiz,
como você julgaria o caso? E, por último, coloque-se no lugar de advogado de
defesa do réu, como você o defenderia?

44
Criatividade e Inovação

Após ter realizado este exercício, como se sentiu?

Percebeu como o ponto de vista pode ser flexibilizado dependendo da


posição em que estamos?

“A verdadeira viagem de descoberta consiste não em procurar novas


paragens, mas em ter novos olhos.” Marcel Proust.

Conseguir enxergar o novo significa perceber o que já existe à sua volta, mas
que nunca antes você tinha visto.

Vamos exercitar um pouquinho: hoje, quando voltar para sua casa, faça o
mesmo caminho de sempre, mas tente descobrir tudo o que você nunca tinha
percebido antes como, por exemplo, como são as árvores do seu caminho, o cheiro
das ruas, o que está escrito nos letreiros das lojas, se as pessoas que estão paradas
nas portas são sempre as mesmas... Tente visualizar coisas que você não havia
notado anteriormente, mas que sempre existiram lá. Tente de preferência trocar
idéia com alguém que percorra este caminho com você.

A partir deste momento vai perceber o quanto as pessoas passam


automaticamente pelas coisas e pela vida e não enchergam tudo o que poderiam.

Abrir os sentidos significa observar mais, ver além e este é um grande


ingrediente da criatividade.

É vendo, sentindo que abastecemos nosso cérebro com mais informações que
serão combinadas quando precisarmos de ideias novas.

Predebom (2006) afirma em seu livro que a interação com o ambiente, quando
otimizada automaticamente, facilitará a ação criativa e que as informações que
usamos no exercício da criatividade estão contidas em tudo o que a nossa
percepção consegue captar. Sugere ainda, como exercício, que devemos olhar
sempre a nossa volta com olhos de turistas, como se nunca antes tivéssemos visto.

Para manter a abertura dos sentidos é indicado por Predebom(2006) que


deve-se preservar o cultivo da curiosidade inata, que é uma característica da
infância que se perde com o passar do tempo e a manutenção de um permanente
programa de atualização, que inclui uma seleção de leituras enriquecedoras.

45
Criatividade e Inovação

Exercite-se:

Saia da sala e perceba e registre novos locais, novas informações, novos


funcionários e suas funções, novas paisagens, novos produtos vendidos nos
arredores, ou seja, o que nunca tinha sido percebido antes.
Abaixo vocês terão acesso a algumas imagens, observe-as e veja o que consegue
perceber, são quadros de Picasso.

Nesta unidade você estudou os ingredientes da criatividade e conheceu os


aspectos que favorecem ou dificultam a criatividade, os fatores que contribuem
para um comportamento mais criativo e a abertura da mente e dos sentidos que
irão ajudá-lo a ter uma melhor percepção do que está a sua volta, tornando-o mais
criativo. Na próxima, estudaremos o indivíduo criativo.

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprofunde seus conhecimentos, lendo:

ALENCAR, Eunice M.L.S. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante,


2003.

PREDEBON, José. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. São Paulo:
Atlas, 2003.

PREDEBON, José. Criatividade – abrindo o lado inovador da mente. São Paulo:


Atlas, 2006.

46
Criatividade e Inovação

É hora de se avaliar!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

47
Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 2

1. As pessoas expressam a sua criatividade de maneira diferente, influenciadas por


aspectos ________________________, como traço de personalidade, estilo de
pensamento e influência das condições ambientais e sociais nas quais estão
inseridas.

a) Psicológicos.

b) Da comunicação.

c) Internos e externos.

d) Realistas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. As características_______________ e da _________________interagem entre si,


podendo a empresa utilizar mais amplamente o potencial criativo dos seus
recursos humanos ou, pelo contrário, impedir a sua expressão.

a) Organização/comunicação.

b) Infantis/comunicação.

c) Individuais/organização.

d) Como honestidade/ética.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

48
Criatividade e Inovação

3. A cultura organizacional, que são as normas, crenças e valores compartilhados


pelos membros de uma organização, irá determinar se a empresa terá ou
não_______________ para as pessoas expressarem a sua criatividade.

a) Interesse.

b) Percepção.

c) Um clima favorável.

d) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

4. As empresas devem não somente promover uma ________________ propícia ao


desenvolvimento da criatividade nas organizações, mas também encorajar,
reconhecer e aproveitar o _____________ de cada ______________.

a) Cultura/potencial criativo/colaborador.

b) Atividade/poder /ambiente.

c) Ação planejada/potencial/ambiente.

d) Cultura/poder/ambiente.

e) Todas as respostas acima são corretas.

5. De acordo com Alencar (1996), existem também os fatores sociais que estão fora
da empresa, mas que irão influenciar igualmente este processo dentro das
instituições como, por exemplo, os _________________ pelas pessoas de uma
determinada sociedade.

49
Criatividade e Inovação

a) Ideais compartilhados.

b) Valores compartilhados.

c) Tempos vividos.

d) Momentos vividos.

e) Todas as respostas acima estão erradas.

6. Existem alguns fatores que contribuem para o comportamento criativo, que são:
____________, ______________ e _____________.

a) Curiosidade/perseverança/paixão.

b) Julgamento/comunicação/pressa.

c) Comunicação/paixão/pressa.

d) Timidez/pressa/pressão.

e) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

7. Talbot (1993), professor da Business School, da Universidade de Manchester na


Inglaterra, propõe três componentes necessários às condições das expressões do
potencial criador, que são:

a) a curiosidade, a paixão e a pressão.

b) a pressão, a perseverança e a oportunidade.

c) o motivo, o meio e a oportunidade.

d) a timidez, o meio e a paixão.

e) todas as respostas anteriores estão corretas.

50
Criatividade e Inovação

8. Avaliando estas informações chega-se à conclusão de que a criatividade não


depende somente de fatores intrapessoais, mas também de fatores
_______________ ao indivíduo.

a) Comportamentais.

b) Externos.

c) Perceptuais .

d) Internos.

e) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

9. Por que a abertura dos sentidos é tão importante para a criatividade?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

10. Por que os administradores devem valorizar a abertura dos sentidos e da


mente?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

51
Criatividade e Inovação

52
Criatividade e Inovação

3 O Indivíduo Criativo

O pensamento criativo.

Componentes do pensamento criativo.

Características e atributos da personalidade criativa.

53
Criatividade e Inovação

Nesta terceira unidade iremos estudar o quanto a presença de muitas ideias é


importante para o pensamento criativo, quais são os componentes do pensamento
criativo e a importância de desenvolvermos as características que nos faltam.

Objetivos da Unidade:

Refletir sobre o processo da criatividade através de uma auto-reflexão,


ajudando assim no seu desenvolvimento.

Plano da Unidade:

 O pensamento criativo.

 Componentes do pensamento criativo.

 Características e atributos da personalidade criativa.

Bem-vindo à terceira unidade de estudo!

54
Criatividade e Inovação

O Pensamento Criativo

Vamos começar esta unidade realizando o teste do pensamento criativo de


Torrance.
O prof. Torrance: um dos maiores
especialistas neste campo, mostra,
 A bateria de Teste de Pensamento metodicamente, como aplicar os
Criativo de Torrance famosos testes de pensamento
criativo de Minnesota por ele
desenvolvidos.

A bateria de Testes de Pensamento Criativo de


Torrance (Torrance Testes of Creative Thinking, TTCT) comporta uma série de
tarefas nas quais o sujeito deve indicar, em um tempo limitado, o máximo de ideias
originais possíveis.

Dentro das tarefas propostas, algumas fazem referência a situações fictícias,


outras a objetos existentes, outras a formas geométricas. Essas tarefas diferem na
forma de expressão das respostas que os sujeitos devem fornecer (verbais ou
figurativas).

Eis alguns exemplos de tarefas propostas aos sujeitos:

 fazer perguntas a propósito de uma cena;

 inventar um maior número de utilizações novas possíveis para um


objeto comum, como uma caixa de papelão;

 descrever, a partir de uma situação imaginária (como cordões


unidos a nuvens), qual mundo seria diferente do mundo atual;

 propor como melhorar um brinquedo, como um elefante de


pelúcia, a fim de torná-lo mais divertido;

 elaborar vários desenhos a partir de diferentes estímulos gráficos;

 criar o máximo de desenho a partir de um elemento simples,


como um círculo.

55
Criatividade e Inovação

Como você se saiu no teste?

Cada vez que você repetir o teste terá melhores respostas.

Lembre-se: criatividade exige treino!

O pensamento criativo caracteriza-se pela presença de muitas ideias,


especialmente novas e originais, que envolvem o pensamento divergente, lateral e
ampliativo, que serão explicados nesta unidade.

Ser criativo significa pensar diferente, ver o que outros não conseguem
perceber, sair do comum, não se deve trabalhar com um pensamento dirigido para
a descoberta de uma única resposta correta, e sim descobrir várias respostas
interessantes como solução de um problema e escolher a melhor.

Veja a figura a seguir:

56
Criatividade e Inovação

O que você visualizou no primeiro momento?

Provavelmente você visualizou uma caveira?

Isso pode ter-lhe provocado certo desconforto, mas o que temos na figura são
duas meninas levantando duas garrafas que estavam sobre a mesa e isso
emolduradas por um arco, realidade nada assustadora e sim singela.

É muito comum acreditar que a solução de um problema é sempre mais


complicada do que parece, e quando ela é encontrada de maneira rápida e
simples, nasce a desconfiança de que algo está errado. Isso ocorre porque você
está tendo uma alteração na percepção. Essa alteração perceptual provoca uma
distorção da realidade e uma das causas para que isso ocorra é a maneira de
encarar um problema.

De um modo geral, podemos definir o pensamento divergente como aquele


que produz muitas ideias ou alternativas e que desenvolve muitas possibilidades a
partir de um único ponto de partida (COON, 1989). Usualmente, o pensamento
divergente é associado à criatividade, pois para ele ocorrer, devemos nos livrar de
atitudes convencionais.

O pensamento lateral é aquele que nos leva a quebrar paradigmas, ou seja, ter
um pensamento diferente do padrão habitual. Não é pensar somente naquilo que
estamos vendo e que a lógica nos sugere ver, mas sim naquilo que não estamos
vendo e que esconde, quase sempre, o outro lado da verdade.

Abaixo teremos uma interessante estória retirada de um site na internet


(http://www.camarabrasileira.com/pl.htm), autor desconhecido, que exemplifica a
magia do pensamento lateral.

Antigamente, na Inglaterra, quando "dever dinheiro" era um crime passível de


prisão, um mercador teve a infelicidade de pegar dinheiro emprestado com um
agiota e não ter como saldar a dívida na data marcada. O agiota, que era velho e
feio, estava apaixonado pela filha do mercador, uma bela adolescente. E propôs ao
mercador um negócio: disse que cancelaria a sua dívida se, em troca, pudesse casar
a moça.

57
Criatividade e Inovação

Tanto o mercador quanto a filha ficaram horrorizados com essa proposta.


Então, o esperto agiota propôs que deixassem a Sorte decidir a questão. Disse-lhes
que colocaria duas pedrinhas, uma preta e outra branca, em uma bolsa vazia, e a
jovem teria de pegar uma das pedrinhas. Se pegasse a preta, tornar-se-ia sua
esposa e a dívida do pai seria cancelada; se pegasse a branca, permaneceria com o
pai e a dívida também seria cancelada. Mas se a jovem se recusasse a tirar uma das
pedrinhas, o pai seria posto na cadeia e ela morreria de fome.

Relutante, o mercador concordou, e o agiota curvou-se para pegar as duas


pedrinhas na rua. A moça, entretanto, percebeu que ele escolhera duas pedrinhas
pretas, enfiando-as disfarçadamente na bolsa. Depois, virou-se para a moça e pediu
a ela que pegasse a pedrinha que decidiria o seu destino e o de seu pai.

O que você teria feito se fosse a jovem infeliz? E se tivesse como aconselhá-la,
que conselho teria dado? Talvez você acredite que uma cuidadosa análise lógica
servisse para solucionar o problema, caso houvesse uma solução. Essa espécie de
pensamento é tipicamente vertical. A outra espécie - a que a moça exercitou - é o
pensamento lateral.

Quem pensa de forma vertical não poderia ser de grande ajuda a uma jovem
naquela situação já que enxergaria no máximo três possibilidades:

1 - A jovem deveria se recusar a tirar uma pedrinha;

2 - A jovem deveria denunciar o agiota, mostrando que havia duas pedrinhas


pretas na bolsa;

3 - A jovem deveria tirar uma pedrinha preta e sacrificar-se para evitar que o
pai fosse para a prisão.

Nenhuma dessas sugestões, entretanto, ajudaria muito, pois se a moça não


tirasse uma pedrinha, o pai iria para a prisão, e se tirasse, teria que se casar com o
agiota.

58
Criatividade e Inovação

Essa estória demonstra a diferença entre pensamento vertical e pensamento


lateral. Os que pensam na vertical preocupam-se com o fato de que a jovem tem
que tirar uma pedrinha. Os que usam o pensamento lateral preocupam-se com a
pedrinha que foi deixada para trás - a branca, porque a sorte da moça seria
decidida tanto pela pedra que ela tirasse como também pela pedra que ficaria na
bolsa.

Foi pensando na "pedra que ficou na bolsa" que a moça enfiou a mão na bolsa,
retirou uma pedra e, sem mostrar a pedra a ninguém, fingiu uma tonteira e deixou
a pedrinha cair na rua, em meio de todas as outras. “Oh, como sou desastrada!”,
disse, então. “Mas não tem importância. Se o senhor olhar na bolsa, poderá saber
qual foi a pedrinha que peguei, pela cor da que ficou aí. Certo?”

Uma vez que a pedrinha que ficara na bolsa era, evidentemente, a preta, deve-
se concluir (por lógica) que ela tirou a pedrinha branca. Além do mais, o agiota não
ousaria admitir que foi desonesto. Dessa forma, utilizando o pensamento lateral, a
moça transformou o que parecia uma situação impossível em uma situação
extremamente vantajosa.

Viu como é fácil sair de uma cilada utilizando a criatividade?

O pensamento ampliativo é menos racional e lógico e mais emocional, que


auxilia no desenvolvimento da criatividade.

Vamos desenvolver mais um exercício?

Dentro de um quarto muito escuro, sem condições de claridade, existe uma


gaveta com 25 meias roxas e 36 meias verdes. Quantas meias, no máximo, você
deverá pegar até que tenha a certeza de ter nas mãos um par de meias completo?

Resposta do exercício acima:

Você só precisa apanhar três meias. A 1ª meia, tanto faz ser verde ou roxa. Se
ela for verde, e a próxima roxa, com certeza na terceira vez que apanhar uma meia,
sendo verde ou roxa, você já terá um par perfeito nas mãos. Sendo então
necessário apanhar no máximo três meias.

59
Criatividade e Inovação

E ai você foi traído pela sua percepção ou conseguiu matar a charada?


Exercícios deste tipo são ótimos para você desenvolver a sua criatividade.

Vamos agora descobrir quais são os componentes do pensamento criativo,


quais você possui e quais devem ser desenvolvidos.

Componentes do Pensamento Criativo

Segundo Alencar (1996), a fluência, a flexibilidade, a originalidade, a


elaboração e a sensibilidade para problemas são aspectos que irão compor o
pensamento criativo.

 Fluência: se refere ao número de ideias ou repostas diferentes


sobre um assunto ou resolução de problemas. Tem pessoas que
possuem esta habilidade e outras terão mais dificuldade.

 Flexibilidade: diz respeito à capacidade de alterar o curso de


pensamento ou conceber diferentes categorias de respostas. É a
facilidade que as pessoas têm, por exemplo, em encontrar diferentes
utilidades para um mesmo objeto.

 Originalidade: quando o indivíduo tem respostas incomuns a


determinados questionamentos ou frente a um problema, quando ela é
original, inovadora.

 Elaboração: a quantidade de detalhes existentes em uma idéia ou


resposta.

 Sensibilidade para problemas: são as pessoas que costumam


questionar o óbvio, reconhecer deficiência e defeitos em tudo a sua
volta.

60
Criatividade e Inovação

Sabe-se que, no processo de criação, existem outras habilidades de


pensamento também como: análise, síntese, avaliação, além de fantasia,
capacidade de visualização e humor. De acordo com Alencar (1996), existem ainda
os fatores emocionais, “que permeiam todo processo do pensamento criativo e
que são possivelmente mais importantes do que os próprios fatores intelectuais”.

Agora vamos testar como está o seu comportamento criativo e/ou


organizador:

 Questionário de Auto-Avaliação do Comportamento Criativo e/ou


Organizador sugerido por Predebom (2006).

 Dê suas notas de zero a dez: 10 para a frase/afirmação que for


absolutamente adequada a você e zero se, para seu caso, ela for
totalmente falsa. Notas intermediárias (1 a 9) para verdades parciais.

Observação: esta avaliação não foi feita para atribuir “certo” ou “errado” a
comportamentos.

61
Criatividade e Inovação

Notas
1. Para mim, fazer a coisa certa é corresponder às expectativas.
2. Curiosidade é uma característica minha; quero saber tudo.
3. Tenho convicções firmes, não costumo fazer concessões.
4. Esqueço logo as minhas expectativas que não se confirmam.
5. Não sou de provar comidas”diferentes”.
6. Consigo mudar de opinião (de fato) durante uma discussão.
7. Prefiro filmes com lógica, começo, meio e fim.
8. Sinto prazer ao ir aonde eu nunca fui; novos locais de férias, restaurantes
desconhecidos, casa de novos amigos etc.
9. Raramente me interesso por assuntos fora do meu dia-a-dia.
10. Gosto de conhecer pessoas, dou-me bem com todos.
11. Sempre me vejo protelando as decisões mais difíceis.
12. Não faço restrições a tipos “diferentes” de pessoas.
13. Acho difícil desculpar procedimentos inadequados dos outros.
14. Escapo freqüentemente da rotina e localizo detalhes novos.
15. Sei que sou uma pessoa imperfeita e isso me incomoda.
16. Não acredito piamente em nada, acho que tudo “depende”.
17. Tenho vários tipos de medo: do erro, do ridículo etc.
18. Não tenho hobby exclusivo, gosto de muitas coisas.
19. Minhas soluções são sempre racionais e obedecem às normas.
20. Acho interessante a arte moderna e a música de vanguarda.
21. Conversar com quem pensa diferente de mim é perda de tempo.
22. Faço o que me dá na telha, sem ligar muito para os outros.
23. Prefiro responder depois, com calma, do que rápido, que traz risco de erro.
24. Eu adoraria ir a uma festival de dança típica no Uzbequistão.
25. Tenho facilidade para acreditar no que leio ou ouço.
26. Sempre conheço o nome e as ideias de quem ganhou a última eleição no
município, no Estado e no país.
27. Não tenho a menor idéia de quem foi Andy Wharol.
28. Costumo ter sempre entusiasmo pelo que é novo.
29. Interesso-me bastante por um esporte, e só por ele.
30. Tenho muitos palpites intuitivos e costumo segui-los.

62
Criatividade e Inovação

Após terminar de responder ao questionário, faça a soma das questões


ímpares e das questões pares, separadamente. Subtraia da soma maior o que deu
na soma menor e assim obterá o seu escore. Os escores resultantes da soma maior
obtida nas questões ímpares representam prevalência do hemisfério esquerdo, o
do raciocínio mais lógico, organizador. Escores resultantes de soma maior obtida
nas questões pares significam prevalência do hemisfério direito, do raciocínio
menos lógico, mais criativo.

Exemplo: se na soma das questões ímpares seu total for 100 e na soma das
questões pares for 90, você terá o escore de 10 pontos de prevalência do
hemisfério esquerdo. Se fosse o contrário, com a soma das questões pares maior,
seu escore seria de 10 pontos de prevalência do hemisfério direito.

IMPORTANTE

Esse escore é relativo e se constitui em uma simples pista para o


maior autoconhecimento da pessoa.

Agora vamos conhecer os atributos e as características da personalidade


criativa e a importância de mantê-las.

Características e Atributos da Personalidade Criativa

Os indivíduos, segundo Alencar (1996), são diferentes na maneira e na


profundidade que expressam a sua criatividade, isto devido a dois fatores, os
fatores internos e os fatores externos a ele.

Os aspectos internos envolvem traços de personalidade, como cada um


soluciona os seus problemas, e ambiente em que estão inseridos. Autores como
Mackinnon (1962), Gough (1961,1967), Roe (1952) in Lubart (2007) e outros
pesquisadores ligados ao Institute of Personality Research and Assessment,

63
Criatividade e Inovação

examinaram traços de personalidade e a natureza das motivações envolvidas na


criatividade. O exame indica que vários traços da personalidade do indivíduo
estariam conectados à criatividade, como a confiança em si, à independência de
julgamento, à coragem de assumir riscos.

Vários trabalhos realizados mostraram ligações importantes entre a


personalidade e a criatividade do indivíduo. Cattel e Drevdalh (1958) in Lubart
(2007) fizeram uma pesquisa que indicava que as pessoas mais criativas diferem
significativamente da população padrão por um amplo conjunto de traços de
personalidade. Elas são mais dominantes, mais aventureiras, mais radicais, mais
maduras emocionalmente, mais sofisticadas e menos desconfiadas do que as
demais.

Com o passar dos anos, mais e mais pesquisas foram realizadas e alguns traços
de personalidade, segundo Lubart (2007), foram identificados como tendo relações
significativas com a criatividade, que são:

 A perseverança – É necessário superar dificuldades para se chegar


a uma produção criativa, por isto a perseverança é fundamental para as
pessoas não desistirem no meio do caminho. Como já dizia Thomas
Edison, “a criatividade é 99% de transpiração e 1% de inspiração”. No
desenvolvimento de trabalhos que envolvam a criatividade,
normalmente as pessoas encontram obstáculos relativos à solução de
problemas; é preciso ser perseverante para atingir os seus objetivos.

 Tolerância à ambigüidade - São pessoas que aceitam ou até


mesmo desejam a ambigüidade, não ficam estressadas com este tipo de
situação. Estes indivíduos não se satisfazem rapidamente com soluções
que não sejam as mais adequadas possíveis.

 Abertura a novas experiências – As pessoas mais abertas ao novo


irão criar com mais facilidade e aceitar também as inovações sem medo
e estarão dispostas a entender melhor o mundo interior e exterior.

64
Criatividade e Inovação

 Individualismo – Sabemos que as pessoas diferem uma das outras,


mas algumas são mais questionadoras, menos conformistas, elas
normalmente discutem mais e as vezes rejeitam o que é colocado pelo
grupo como certo, definitivo.

 Tomada de risco – As pessoas que são mais criativas tendem a não


temer os riscos, pois sabem que estão expostas a eles. As ideias novas
podem trazer o sucesso, como também possibilitam o fracasso. “A
tendência de correr riscos está necessariamente implicada, de uma
maneira ou de outra, com a criatividade, visto que em geral as ideias
criativas destacam-se das ideias habituais do grupo a que se pertença”.
(Lubart, 2007)

 O Psicotismo – Refere-se às relações de um indivíduo com a


realidade. Embora este traço exista na população em geral, de acordo
com Eysenck citado em Lubart (2007), um nível elevado de psicotismo
pode conduzir a uma doença mental. Este traço seria importante para a
criatividade e explicaria o fato de a criatividade ser, às vezes, evidente
nas doenças mentais.

As escolhas de uma pessoa sobre como tratar as informações, como gerar as


ideias ou como realizar a mesma também irão influenciar, juntamente com os
traços de personalidade e a motivação, a quantidade ou a natureza das produções
criativas.

O que é importante ressaltar é que o processo criativo não é um procedimento


isolado, pois inúmeras variáveis irão contribuir para o desempenho das pessoas
com relação à criatividade.

Faz-se necessário que estas características sejam cultivadas para que as


pessoas possam fazer um melhor uso do seu potencial criativo, o que não é fácil,
pois parte destas características não será estimulada na escola e nem mesmo na
sociedade ocidental.

65
Criatividade e Inovação

Nesta unidade você estudou o indivíduo criativo, aprendeu sobre como


funciona o pensamento criativo, quais são os seus componentes e ainda as
características e os atributos da personalidade criativa. Na próxima estudaremos os
bloqueios que atrapalham a criatividade.

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprofunde seus conhecimentos lendo:

ALENCAR, Eunice M.L.S. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PREDEBON, José. Criatividade – abrindo o lado inovador da mente. São Paulo: Atlas,
2006.

É HORA DE SE AVALIAR!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

66
Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 3

1. O pensamento criativo caracteriza-se pela presença de muitas ideias,


especialmente novas e originais, que envolvem o pensamento _______________,
_____________ e ____________.

a) Da linguagem/o de relacionamentos/ampliativo.

b) Divergente/lateral/ampliativo.

c) Divergente/o de relacionamento/interdependência.

d) Lateral/o de padrões/ampliativo.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

2. Dentro de um quarto muito escuro, sem condições de claridade, existe uma


gaveta com 25 meias roxas e 36 meias verdes. Quantas meias, no máximo, você
deverá pegar até que tenha a certeza de ter nas mãos um par de meias completo?

a) 3.

b) 5.

c) 20.

d) 36.

e) 61.

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Criatividade e Inovação

3. Segundo Alencar (1996), a fluência, a flexibilidade, a originalidade, a elaboração e


a sensibilidade para problemas são aspectos que irão compor o
_____________________.

a) Pensamento colaborativo.

b) Pensamento circulante.

c) Pensamento criativo.

d) Pensamento indireto.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

4. Os indivíduos, segundo Alencar (1996), são diferentes na maneira e na


profundidade que expressam a sua criatividade, isto devido a ______________, os
fatores internos e os fatores externos a ele.

a) Comunicação.

b) Interação das pessoas.

c) Atitude.

d) Dois fatores.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

68
Criatividade e Inovação

5. Existem vários traços da personalidade do indivíduo que estariam conectados à


criatividade, como a __________________, à independência de julgamento, a
coragem de assumir riscos.

a) Habilidade intelectual.

b) Habilidade técnica.

c) Confiança em si.

d) Habilidades de concentração.

e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

6. É através da _____________________ que as pessoas não ficam estressadas com


qualquer situação. Estes indivíduos não se satisfazem rapidamente com soluções
que não sejam as mais adequadas possíveis.

a) Tolerância à ambigüidade.

b) Propagação.

c) Contextualização.

d) Flexibilização.

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

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Criatividade e Inovação

7. As pessoas mais abertas ao novo irão criar com mais facilidade e aceitar também
as inovações sem medo e estarão dispostas a entender melhor o mundo interior e
exterior. Este conceito acima está se referindo:

a) à abertura a novas experiências.

b) à flexibilidade.

c) ao individualismo.

d) à tolerância à ambigüidade.

e) a nenhuma das questões anteriores.

8. “A tendência de correr riscos está necessariamente implicada, de uma maneira


ou de outra, com a criatividade, visto que em geral as ideias criativas destacam-se
das ideias habituais do grupo a que se pertença”. Lubart está se referindo:

a) à tomada de Risco.

b) à psicologia.

c) à flexibilidade.

d) à comunicação.

e) a nenhuma das questões anteriores.

9. O processo criativo é um procedimento isolado?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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Criatividade e Inovação

10. Por que não é fácil cultivar as características e os atributos da personalidade


criativa?

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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________

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Criatividade e Inovação

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Criatividade e Inovação

4 Os Bloqueios

Os bloqueios mentais.

As barreiras perceptuais e emocionais.

As barreiras no ambiente de trabalho.

Como identificar barreiras no ambiente de trabalho.

73
Criatividade e Inovação

Nesta quarta unidade vamos tratar dos fatores que dificultam o processo
criativo, ou seja, os bloqueios. Também serão abordados os aspectos ligados às
barreiras no ambiente de trabalho e o que podemos fazer para eliminá-las.

Objetivos da unidade:

Identificar e entrar em contato com os bloqueios mentais pessoais que minam


a manifestação da criatividade, tanto na vida pessoal como na vida profissional das
pessoas.

Plano da Unidade:

Os bloqueios mentais.

As barreiras perceptuais e emocionais.

As barreiras no ambiente de trabalho.

Como identificar barreiras no ambiente de trabalho.

Seja bem-vindo a mais uma unidade de estudo!

74
Criatividade e Inovação

Os Bloqueios Mentais

Já sabemos que todos nascem com o potencial criativo, alguns mais, outros
menos desenvolvidos. Mas no decorrer da vida das pessoas, e influenciadas pelo
meio, esta mesma capacidade pode ser bloqueada.

O bloqueio mental é um dos fatores que inibem a capacidade criativa das


pessoas. Ele precisa ser identificado para ser desfeito.

De acordo com Alencar (1996-62) existem alguns pressupostos que inibem a


criatividade, como acreditar que:

 Tudo tem que ter utilidade.

 Tudo tem que dar certo.

 Tudo tem que ser perfeito.

 Todo mundo tem que gostar de você.

 Não se pode divergir das normas impostas pela cultura.

 Deve-se conter a expressão das emoções pessoais.

 Deve-se evitar a ambigüidade.

 Não se deve sonhar acordado.

75
Criatividade e Inovação

O primeiro a ser feito é questionar os elementos do quadro acima, por


exemplo, por que tudo tem que ter utilidade, tem que dar certo, tem que ser
perfeito?

Se você pensa assim está na hora de rever as suas crenças, pois talvez sejam
estes os motivos pelos quais você ainda não desenvolveu a sua criatividade com
todo o potencial que possui.

Outro fator relevante é o uso demasiado do pensamento analítico e lógico que


é encorajado, como vimos na unidade anterior, na sociedade ocidental.

Arieti (1976) e Schwartz (1992) dizem que a criatividade é influenciada por


fatores ambientais. Ela não ocorre por acaso, resulta de complexas circunstâncias
sociais. Em alguns momentos da história, as pessoas são mais propícias ou não ao
desenvolvimento da criatividade.

Faz-se importante lembrar que, de acordo com Alencar (1996), além do


patrimônio cultural, os meios físicos são igualmente indispensáveis, como acesso a
equipamentos científicos, revistas especializadas, ou seja, material necessário ao
desenvolvimento da criatividade.

Por exemplo, nasce uma criança que tem talento para pintura, mas ela nunca
teve acesso a lápis, papel ou tinta. Como ela vai desenvolver seu potencial? Se a
sociedade onde vive não permite que as pessoas tenham subsídios para criar, isto
dificultará o processo criativo.

Os bloqueios mentais, de acordo com Alencar (1996), é o resultado de uma


educação que leva as pessoas a controlar ou mesmo negar as emoções, a ocultar a
curiosidade, a evitar situações que podem gerar sentimentos de perda ou fracasso,
levando o indivíduo a achar que não pode errar, que erro é sinônimo de fracasso,
gerando sentimentos de culpa, vergonha e constrangimento.

E criar é estar exposto ao novo. O que não é conhecido pode ser julgado e as
pessoas temem desde novas este julgamento a fim de não passar por ridículas.

Vamos exemplificar melhor: desde criança o indivíduo é desencorajado nas


suas inovações ou mesmo na utilização da sua criatividade, escutando frases do
tipo: “Esta idéia não vai dar certo, você está louco!” “Que idéia absurda, vão achar

76
Criatividade e Inovação

que você é maluco, nunca ninguém fez isto antes.” “O seu desenho está errado,
onde já se viu cabelo pintado de verde!”. Dentre várias outras que você, meu caro
leitor, já deve também ter escutado.

O que acontece com o sujeito que cresce escutando estas frases nada
estimuladoras?

Ele vai aos poucos desistindo, até mesmo inconscientemente, de criar e o que
não é desenvolvido atrofia. Com a criatividade acontece o mesmo.

Como sugere Predebom (2003), há alguns tipos de bloqueio que são:

 os temores;

 as percepções;

 os preconceitos;

 experiências anteriores negativas;

 emoções vivenciadas;

 tradição;

 valores;

 regras impostas;

 falta de apoio;

 conformismo.

Estas barreiras são edificadas ao longo da vida das pessoas. Nascemos


dispostos a criar e com todo potencial disponível. Com o passar dos anos, estes
bloqueios vão acontecendo e se fortificando internamente, na maioria dos casos, e
a criatividade vai ficando mais distante, pois as pessoas se tornam resistente às
mudanças e ao novo.

Iremos, a seguir, conhecer melhor como a percepção e a emoção influenciam,


enquanto barreira, à criatividade.

77
Criatividade e Inovação

As Barreiras Perceptuais e Emocionais

Observe as figuras abaixo:

O que consegue ver?

Na figura acima podemos observar um coelho ou uma ave.

E na figura a seguir, o que você consegue observar?

78
Criatividade e Inovação

Um cálice ou dois rostos de frente?

Percepção, segundo Robbins(2002), é o processo pelo qual indivíduos


organizam e interpretam suas impressões sensoriais a fim de dar sentido ao seu
ambiente. O que uma pessoa percebe pode ser substancialmente diferente da
realidade objetiva, pois o comportamento das pessoas é baseado em suas
percepções do que a realidade é, e não na realidade em si.

79
Criatividade e Inovação

Quando uma pessoa observa algo e tenta interpretar o que está percebendo, é
fortemente influenciada por suas próprias características pessoais. Com isto, ela vai
interferir no processo real da percepção.

As barreiras perceptuais são empecilhos que dificultam esta percepção precisa


do problema ou da informação, necessária para resolvê-los. Elas provocam uma
falta de habilidade para ver o problema sob pontos de vista diferentes.

As pessoas, geralmente, estão habituadas a enxergar as coisas apenas por um


ângulo e isto dificulta o processo criativo, que exige uma visão mais ampla, por
exemplo, a utilização do pensamento lateral ou divergente.

De acordo com Robbins (2002), existem outros fatores que influenciam a


percepção também, que são o observador, o alvo e a situação:

 A observação acontece quando uma pessoa observa algo e tenta


interpretar o que está percebendo, e é fortemente influenciada por suas próprias
características pessoais, por exemplo: as atitudes (como o indivíduo está habituado
a responder às situações); as motivações (necessidades insatisfeitas desta pessoa);
os seus interesses (o foco de atenção é direcionado por seus interesses); as
experiências (direcionam a atenção e podem até anular o interesse, pois há a
tendência a habituar-se ao já conhecido); e as expectativas (podem induzir o
indivíduo a ver o que quer ver);

 O alvo são as características do que está sendo observado que também


podem afetar a percepção, tornando-o mais evidente que outros ou não, como por
exemplo, quando é novidade, quando existe movimento, som, o tamanho do
objeto; o cenário, que dependendo da relação pode destacar o objeto percebido e
a proximidade física ou temporal;

A situação envolve o contexto dentro do qual percebemos os objetos ou


eventos. Os elementos que fazem parte de um ambiente influenciam nossa
percepção através do momento em que o indivíduo está vivendo, o seu ambiente
de trabalho e o ambiente social.

80
Criatividade e Inovação

Um exemplo claro de situação com relação à percepção.

Preste atenção na figura abaixo:

Como você observou, os tubarões, ao assistirem ao filme Titanic, ficaram muito


felizes com o final, em que quase todos morrem afogados, porque para eles
significa comida farta. É uma questão da percepção de cada um.

Ainda dentro das barreiras perceptuais, conforme Predebom (2006), estão o


estereótipo, as fronteiras e a sobrecarga de informações:

 O estereótipo: que é ignorar que um objeto pode ter outras


aplicações além de sua função usual. Como exemplo ele cita o caso de Gutenberg
que adaptou a prensa de uvas para imprimir livros e o de Santos Dumont, que usou
a corda de piano para substituir as pesadas e grossas cordas usadas nos balões.

 As fronteiras imaginárias: onde projetamos fronteiras no problema


ou na solução que não existem na realidade.

 A sobrecarga de informação: que é o excesso de informações e de


detalhes que restringem a solução que pode ser considerada.

As barreiras emocionais, segundo Predebom (2006), são resultantes do


desconforto em explorar e manipular ideias. Elas nos impedem de comunicar
nossas ideias a outras pessoas. Como exemplo podemos citar:

81
Criatividade e Inovação

 medo de correr riscos – desde criança somos ensinados a ser


cautelosos e não falhar nunca;

 receio de parecer tolo ou ridículo;

 dificuldade em isolar o problema;

 desconforto com incertezas e ambigüidades;

 negativismo: visão antecipada de que vai fracassar sem ao menos


saber o que vai acontecer, acreditando que não vai dar certo;

 falta de habilidade para distinguir realidade e fantasia.

Vocês viram quantas barreiras perceptuais e emocionais existem para dificultar


a nossa criatividade, temos que prestar atenção e trabalhar para não permitir que
elas nos atrapalhem a criar.

Vamos exercitar?

Escolha alguns amigos e faça uma brincadeira com eles, elogiando-os através
de algo simbólico. Compare cada um com objetos ou algum elemento da natureza.
Estas declarações devem ser feitas pessoalmente e depois vocês podem escolher
as melhores.

E como exemplo você pode utilizar:

"Gosto de você, meu amigo Ipê, porque é tranqüilo e perfumado".

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Criatividade e Inovação

Este exercício também trabalha a timidez.

Agora que você já está craque neste conteúdo, vamos conhecer quais são as
barreiras, como podem atrapalhar as pessoas no ambiente organizacional e o que
fazer para que isto não aconteça.

As Barreiras no Ambiente de Trabalho

Hoje, se você abrir qualquer revista de administração o que mais vai ver são
artigos relacionados à importância de criar e inovar. Entretanto, provavelmente,
deve estar se perguntando se é tão importante, por que em grande parte das
empresas que eu trabalhei eles não davam o devido valor ou, por mais que os
gestores tentassem, havia aspectos que interferiam e um ambiente propício à
criatividade não era criado.

Segundo VanGundy (1987), existem barreiras no ambiente de trabalho que


dificultam o desenvolvimento da criatividade e, conseqüentemente, as inovações,
são elas:

 As barreiras estruturais referem-se à estrutura da organização e


influenciam o ambiente no que diz respeito ao desenvolvimento da criatividade
por parte dos seus colaboradores. Uma destas interferências acontece devido à
formalização; se uma empresa tem regras rígidas demais, ela vai prejudicar a
flexibilização e as inovações dentro desta organização, já que não poderá haver
mudanças com facilidade e a padronização também de comportamento irá
dificultar o processo. A centralização é mais um fator que contribui para dificultar
um ambiente propício à criatividade e à inovação, já que o excesso da mesma
concentra o processo decisório e o poder nas mãos de poucos, deixando os demais
sem influência, desmotivando-os a ter novas ideias, pois não poderão colocá-las
em prática.

83
Criatividade e Inovação

 As barreiras sociais e políticas são as normas e influências de poder


dentro das organizações, que muitas vezes não incentivam às mudanças e
solidificam o cultivo do medo à crítica, restringindo as expressões criativas dos seus
colaboradores.

 As barreiras processuais referem-se a procedimentos e


normalizações que freqüentemente inibem a inovação, como o desestímulo à
realização das tarefas de trabalho de forma diferente das maneiras usuais, ou seja,
“em time que está ganhando não se mexe”.

 As barreiras de recursos dizem respeito à carência de profissionais,


tempo disponível, recursos financeiros e informações que possam subsidiar tanto a
introdução da inovação quanto a sua implementação.

 As barreiras individuais e atitudinais são características dos membros


individuais da organização e também resultado do clima predominante no
ambiente de trabalho. Incluem o medo de correr riscos e de expressar ideias, a
intolerância à ambigüidade, a acomodação, a inflexibilidade e a resistência em
substituir um velho hábito por um novo.

 Atitudes excessivamente autoritárias, predominando na


organização, pouca ou nenhuma comunicação, rigidez da organização, com um
cronograma que não possibilita qualquer mudança, baixa receptividade a novas
ideias, centralização do poder são algumas das variáveis que contribuem também
de maneira significativa para estas barreiras.

 Na verdade o indivíduo acaba buscando uma excessiva certeza,


antes de agir, cultivando o medo de correr riscos, para que não haja hostilidade
para com ele, caso venha diferir dos demais membros do grupo.

Há uma falta de apoio para colocar as novas ideias em ação e ausência de


cooperação e confiança entre colegas, trazendo como conseqüência uma
insuficiência de autenticidade nas relações de trabalho e uma conseqüente falha
no processo criativo.

84
Criatividade e Inovação

É muito importante que estas barreiras sejam identificadas e posteriormente


extinguidas, embora saibamos que não é fácil. Nesta próxima etapa vocês vão
conhecer como identificar estas barreiras.

Como Identificar Barreiras no Ambiente de Trabalho

As barreiras devem ser identificadas através de estudos que podem utilizar de


questionários, entrevistas ou até mesmo observações para descobrir o que está
ocorrendo em cada ambiente organizacional.

Estes estudos vão ajudar a encontrar os motivos que levam as pessoas naquela
empresa a não ter comportamento que facilite o processo criativo.

Como exemplo você poderá utilizar as Escalas do ambiente criativo: inventário


do ambiente de trabalho, desenvolvido por Amabile e Gryskiewics (1989), nos
Estados Unidos, que identificam alguns fatores quanto aos obstáculos. São:

 Pressão de tempo – excesso de trabalho para ser realizado em um


espaço de tempo curto.

 Avaliação – procedimentos de avaliação que são ameaçadores,


como por exemplo, excesso de crítica negativa.

 Status quo – a manutenção das coisas como estão, para evitar


riscos, não se permite realizar tarefas de maneira inovadora.

 Problemas políticos – departamentos na empresa que são


verdadeiras barreiras ao trabalho dos seus membros.

Além de identificar as barreiras, é importante que seja trabalhada estas


questões relativas à cultura da empresa, para que se possa planejar e implantar
mudanças necessárias ao cultivo da criatividade e inovação dentro destas
organizações, para que elas possam continuar no mercado.

85
Criatividade e Inovação

Nesta unidade você descobriu que existem barreiras à criatividade, que elas
podem ser de âmbito pessoal ou estar presente também nas culturas
organizacionais e que existem ferramentas capazes de identificá-las. Na próxima,
estudaremos as técnicas de solução de ideias.

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprofunde seus conhecimentos lendo :

ALENCAR, Eunice M.L.S. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante,


2003.

LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

É hora de se avaliar!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem.

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Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 4

1. Todos nascem com o potencial criativo, alguns mais outros menos


desenvolvidos. Mas no decorrer da vida das pessoas, influenciadas pelo (a)
___________________, esta mesma capacidade pode ser bloqueada.

a) Meio.

b) Comunicação.

c) Aprendizado.

d) Nenhum dos tipos anteriores.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

2. É um dos fatores que inibem a capacidade criativa das pessoas. Ele precisa ser
identificado para ser desfeito.

a) Conflito.

b) Bloqueio Mental.

c) Aprendizado.

d) Nenhum dos tipos anteriores.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

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Criatividade e Inovação

3. De acordo com Alencar (1996), existem alguns pressupostos que inibem a


criatividade, exceto:

a) tudo tem que ter utilidade.

b) nem tudo tem que dar certo, as pessoas podem errar.

c) tudo tem que ser perfeito.

d) todas as respostas anteriores estão corretas.

e) todas as respostas anteriores estão incorretas.

4. Arieti (1976) e Schwartz (1992) dizem que a criatividade é influenciada por


_______________, ela não ocorre por acaso e resulta de complexas circunstâncias
sociais. Em alguns momentos da história as pessoas são mais propícias ou não ao
desenvolvimento da criatividade.

a) Parceiros comerciais.

b) Fatores Ambientais.

c) Funcionários.

d) Colaboradores.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

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Criatividade e Inovação

5. Os ________________, de acordo com Alencar (1996), é o resultado de uma


educação que leva as pessoas a controlar ou mesmo negar as emoções, a ocultar a
curiosidade, a evitar situações que podem gerar sentimentos de perda ou fracasso,
levando o indivíduo a achar que não pode errar; que erro é sinônimo de fracasso,
gerando sentimentos de culpa, vergonha e constrangimento.

a) Bloqueios Ambientais.

b) Bloqueios Culturais.

c) Bloqueios Mentais.

d) Bloqueios Parciais.

e) Todas as anteriores estão incorretas.

6. Existem, como sugere Predebom, alguns tipos de bloqueio que são, exceto:

a) os temores.

b) as percepções.

c) os preconceitos.

d) as razões.

e) nenhuma resposta anterior.

89
Criatividade e Inovação

7. Segundo Robbins (2003), é o processo pelo qual indivíduos organizam e


interpretam suas impressões sensoriais a fim de dar sentido ao seu ambiente. Este
é o conceito de:

a) atitude.

b) comunicação.

c) percepção.

d) alvo.

e) todas as respostas anteriores estão corretas.

8. De acordo com Robbins (2003) existem outros fatores que influenciam a


percepção também, que são o observador, _______________.

a) internalização do sentimento.

b) a situação.

c) o alvo e a situação.

d) externalização do sentimento.

e) todas as respostas anteriores estão corretas.

9. Quais são as barreiras que são as normas e influências de poder dentro das
organizações, que muitas vezes não incentivam às mudanças e solidificam o cultivo
do medo à crítica, restringindo as expressões criativas dos seus colaboradores?

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90
Criatividade e Inovação

10. Como podem ser identificadas as barreiras no ambiente de trabalho?

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Criatividade e Inovação

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Criatividade e Inovação

5 Técnicas de Produção de
Ideias

Resolução criativa de problemas.

A preparação para a utilização das ferramentas de produção de


ideias.

As ferramentas de produção de ideias.

93
Criatividade e Inovação

Nesta unidade iremos possibilitar a aplicação de técnicas criativas para


produzir ideias e solucionar problemas. Você descobrirá como poderá fazer uso das
várias técnicas de solução criativa de problemas e como as mesmas ajudam nas
organizações e podem também colaborar na vida pessoal de cada um.

Objetivos da Unidade:

Conhecer as técnicas de geração de ideias e solucionar problemas.

Plano da Unidade:

Resolução criativa de problemas.

A preparação para a utilização das ferramentas de produção de ideias.

As ferramentas de produção de ideias.

Seja bem-vindo a mais uma unidade de estudo!

94
Criatividade e Inovação

"Não importa em que negócio você esteja, seu futuro será


determinado pelas inovações que estão ocorrendo hoje" - Michael
Michalko

Estamos diante de algo extremamente desejado pelas organizações, as


inovações e pessoas que sabem resolver problemas de forma criativa. Hoje, devido
às constantes mudanças e aos desafios vividos pelas empresas se faz necessário
que os colaboradores pensem e ajam de um jeito novo, pois já dizia Albert Einstein
que "nenhum problema novo pode ser resolvido pelo mesmo raciocínio velho que
o criou".

95
Criatividade e Inovação

Para trabalharmos com resoluções criativas de problemas devemos antes


levantar algumas questões propostas por Nolan (1989), que são:

 De quem é o problema? Ou: quem está suficientemente


insatisfeito com a situação presente para considerá-la como um
problema que necessita ser resolvido? Quem está motivado para
resolver o problema?

 A pessoa está disposta a fazer alguma coisa para resolver o


problema? Pois ela pode estar mais interessada em obter simpatia e
compreensão do que ter ideias para a ação.

 A pessoa tem a expectativa de que quem deve agir é outra pessoa


e não ela? Se for este o caso a outra pessoa vê a situação como um
problema e está motivada a realizar alguma ação?

 Qual é o poder de ação da pessoa que tem o problema? Que tipo


de ação ela tem condições de realizar?

 Será que a pessoa já não teria uma solução! Ela estaria insatisfeita
com a solução de que já dispõe!

 Será que a pessoa deseja encontrar uma nova solução ou será que
ela simplesmente quer provar que não há solução?

Levantadas estas questões podemos partir para as etapas do processo de


resolução criativa de problemas que estão propostas por Alencar (1996), em seu
livro “A Gerência da Criatividade”:

 A primeira etapa seria a definição do problema, onde todos que


vão participar deverão estar cientes da questão a ser resolvida.

96
Criatividade e Inovação

 A segunda etapa diz respeito a gerar soluções potenciais de ideias,


que pode ser realizada através de alguma das várias ferramentas
disponíveis para geração de ideias.

 A terceira etapa está relacionada à seleção das ideias e à solução a


ser implementada, que deve ser detalhadamente escolhida para poder
posteriormente realizar a implementação da melhor ou das melhores
ideias.

 A quarta etapa é detalhar um plano para essa implementação, de


forma que se obtenha sucesso com o resultado definido.

 A quinta etapa é colocar as soluções em prática.

 E por último deve-se realizar uma avaliação da solução


implementada, verificando se o efeito deste trabalho obteve o resultado
esperado.

Agora você terá acesso a algumas ferramentas que servirão para produzir as
ideias necessárias à solução dos problemas, que devem ser úteis e passíveis de
serem praticadas.

A Preparação para Utilização das Ferramentas de


Produção de Ideias

Na perspectiva de King (1999), as ferramentas e técnicas podem ajudar as


pessoas a desenvolverem melhor a sua criatividade, mas somente colocar as
equipes em uma sala não basta. Faz-se necessário que elas sejam apoiadas por
fatores como a existência de um clima de liberdade e abertura, um trabalho de
equipe eficaz, o uso de uma abordagem padrão para a solução de problemas e
ainda a seleção de um conjunto adequado de ferramentas.

“Diante destes fatores a equipe vai estar mais bem preparada para solucionar
problemas, melhorar os processos, desenvolver novos produtos e serviços e

97
Criatividade e Inovação

planejar o futuro.” Estas ferramentas irão apoiar melhor a forma de pensar,


tornando o raciocínio mais criativo, pois segundo King (1999), elas permitem:

 Flexibilidade ao pensar sobre um problema e em trazer à tona


novos insights.

 Desafiar estruturas existentes e os pressupostos subjacentes.

 Apoiar o pensamento com analogias ou fazer associações com


outras áreas ou disciplinas.

 Decompor padrões complexos em elementos-chave isolados.

 Promover variações ou reorganizações dos elementos do


problema.

 Encorajar combinações de elementos antes não relacionados.

Ao se planejar uma sessão de ferramentas de criatividades, devemos primeiro


definir qual será o problema a ser abordado e, segundo King (1999), responder a
algumas questões a respeito, que são:

 Quem deve participar? Que habilidades, especialização e


perspectivas são exigidas para abordar de forma criativa o problema?

 Qual a personalidade dos participantes?

 Qual a natureza do problema? Que questões estão à volta?


Controvérsias em jogo?

 A sessão deve ser formal ou informal?

 Que ferramentas devem ser usadas?

98
Criatividade e Inovação

Para que se tenha sucesso na utilização das ferramentas de criatividade é


importante que se faça um planejamento muito organizado dos passos a seguir,
com isto o gestor da equipe terá mais chances de ajudar os membros da mesma a
encontrar a melhor solução criativa possível.

99
Criatividade e Inovação

As Ferramentas De Produção de Ideias

Existem diversas ferramentas para produção de ideias que servem para


solucionar problemas, auxiliar nas melhorias e normalização dos processos e no
planejamento e desenvolvimento de produtos ou serviços. Aqui você conhecerá
algumas delas que irão ajudar a estimular e a acelerar o pensamento criativo.

De acordo com King (1999), tanto as ferramentas de criatividade quanto as de


seleção de ideias aumentarão a probabilidade de se alcançar uma solução de alta
qualidade, pois:

 Elas podem oferecer as mais poderosas técnicas para incorporar as


operações de pensamento criativo.

 São versáteis e poderosas.

 Possuem um histórico de eficácia respaldado em pesquisa e


aplicações.

 Permitem a mais ampla geração de ideias criativas e a seleção das


melhores entre elas.

 Podem ser utilizadas em qualquer fase de qualquer processo de


solução de problemas.

 Ajudam as equipes a resolver uma grande variedade de problemas


e desafios com que se deparam no local de trabalho atual.

 Abordam os vários diferentes estilos de aprendizagem individual e


de solução de problemas entre os membros da equipe.

Na maioria dos casos em que se utilizam as ferramentas de produção de idéia


existem algumas funções e responsabilidades bem definidas de cada membro do
grupo. King (1999) considera que é importante que cada equipe contenha:

100
Criatividade e Inovação

 Líder de Equipe com a responsabilidade de organizar a sessão,


designar os papéis de facilitador e anotador e assegurar que haja
diversidade na equipe a fim de proporcionar diferentes perspectivas e
níveis apropriados de domínio do problema.

 Facilitador que deve dominar as ferramentas. Neste caso, às vezes,


pode fazer este papel também o líder da equipe. Ele deve saber guiar
uma dinâmica de grupo, ser capaz de manter o grupo progredindo, ter
habilidade para lidar com impaciência e frustrações, ajudar a equipe
prosseguir e estabelecer agenda e carga horária e cumpri-la.

 Anotador tem que ter habilidade de ser imparcial evitando


interpretação própria e estar sempre de acordo com a equipe de como
serão feitas as anotações.

 Membros da Equipe que devem concordar em participar do


processo de aprendizagem e aplicação, em compartilhar conhecimento
e perspectivas e em ser aberto a contribuições de outros membros da
equipe.

 Recursos físicos recomendáveis são flipcharts ou papel cartaz, fita


adesiva ou taxas, canetas e marcadores, cartões ou fichas, sala espaçosa,
quadro branco, quadro-mural, filmes para transparências, mesas e
cadeiras para os participantes, os formulários que se apliquem a função,
acesso às instalações de pesquisa, conforme exigido pela ferramenta em
questão e tempo.

Existem várias ferramentas de resolução criativa de problemas, mas a mais


conhecida é o Brainstorming ou tempestade de ideias, proposta por Osborn (1938)
in Alencar (1996), um expoente no campo da propaganda.

O Brainstorming consiste em duas etapas principais, a produção de ideias e


avaliação das ideias propostas. A sua eficácia depende de alguns fatores, como a
utilização do conhecimento de vários indivíduos para solucionar as questões

101
Criatividade e Inovação

propostas, de não existir bloqueios mentais, de não existir críticas e de bastante


disciplina pra seguir as regras da ferramenta proposta.

No Brainstormig clássico, segundo King (1999), deve-se:

 identificar as pessoas apropriadas para participar/conduzir a


sessão de brainstorming.

 reunir a equipe e deixar claro o tópico e as regras básicas.

 gerar ideias.

 deixar as ideias claras e concluir a sessão de brainstorming.

Regras do Brainstorming propostas por Alencar:

 não critique, nem julgue a qualidade;

 utilize ideias para criar novas ideias;

 libere a imaginação;

 Produza o máximo de ideias possível no tempo disponível.

102
Criatividade e Inovação

Vocês acabaram de aprender como utilizar as técnicas do brainstorming, agora


irão conhecer como se trabalha com um brainwrinting 6-3-5, que é uma técnica
semelhante ao brainstorming, mas utilizada em algumas situações especiais. É feita
por escrito e recomendada, segundo King (1999), se:

 no grupo houver discordância sobre o tópico a ser discutido;

 alguns indivíduos tenderem a dominar outras pessoas no grupo;

 as ideias demorarem a surgir porque os participantes estão


pensando na raiz do problema.

103
Criatividade e Inovação

Brainwriting Pool é utilizado, conforme Alencar (1996), em grupos de 6 a 12


participantes que precisam solucionar um tipo específico de problema que
necessite de muitas soluções e sua execução deve ser feita da seguinte maneira:

 cada participante recebe uma folha de papel;

 escreve o maior número de soluções possíveis para o problema


em um período de tempo limitado;

 colocam as folhas no centro da mesa e escolhem uma das folhas já


respondidas por outro colega;

 após a leitura, incluir novas respostas;

 repete-se esta etapa até 4 vezes;

 faz-se a leitura de todas as resposta e elimina-se as repetidas.

Modelo de Ficha para BRAINWRITING 6-3-5

Nº. Ficha:
Problema:
Data:

104
Criatividade e Inovação

Ainda segundo King (1999), temos outras ferramentas que são:

 Redefinição Heurística: um método de olhar para um sistema em que


existe um problema e escolher uma abordagem que promete o melhor efeito
com o menor esforço. As abordagens possíveis são identificadas e classificadas,
aplicando-se os critérios apropriados ao problema.

 Brainstorming Imaginário: uma ferramenta que proporciona à equipe a


oportunidade de sair do problema real, gerar ideias para um problema
imaginário radicalmente diferente do real, porém relacionado, e aplicar as novas
ideias geradas no problema real. Quanto mais ideias uma equipe puder gerar,
maior será o número de oportunidades que ela vislumbrará para resolver o
problema.

 Associações e Analogias Palavra-Figura: expandem a geração de ideias


através do uso de figuras, palavras e biotécnicas aleatórias e aparentemente não
relacionadas para estimular o pensamento sobre novas dimensões e soluções
para os problemas ou desafios da equipe. Identificando os funcionamentos
internos de objetos, situações, figuras ou animais e aplicando esses princípios ao
problema, a equipe pode descobrir um número quase limitado de fontes de
inspiração para promover o pensamento revolucionário e novas soluções.

 TILMAG: auxilia a equipe a definir as soluções, ideias para o problema


em questão, através de sua abordagem estruturada e sistematizada. Ela cria e
explora associações baseadas em pares de elementos da solução ideal e utiliza
estas associações para gerir ideias incomuns e inovadoras para solucionar os
problemas.

 Quadro Morfológico: ajuda as equipes a identificar todas as soluções


práticas para um problema. Esse processo é levado a cabo definindo
primeiramente as características ou parâmetros essências de possíveis soluções.
Para cada parâmetro, várias opções são então definidas. As combinações de
opções para cada parâmetro produzem uma enormidade de opções únicas, das
quais as equipes podem escolher as melhores, utilizando uma tabela que
relaciona todas as soluções possíveis para o sistema em sua totalidade.

105
Criatividade e Inovação

As ferramentas para seleção de ideias são muito importantes também, pois


não é necessário somente gerar as ideias, temos que escolher as melhores e,
segundo King (1999), podemos utilizar uma das ferramentas abaixo da seguinte
maneira:

Técnica Nominal de Grupo

 Gerar a lista de soluções a serem priorizadas.

 Anotar as ideias em um flipchart ou quadro.

 Eliminar repetições e/ou esclarecer o sentido das ideias.

 Anotar a lista final e designar uma letra para cada tópico.

 Posicionar as ideias em ordem.

 Combinar os graus atribuídos por todos os membros da equipe.

 Selecionar a ideias melhor posicionadas para uma investigação


mais aprofundada.

Matriz de Priorização Básica

 Determinar os critérios a serem utilizados para avaliar as ideias


(ex.: Probabilidade de alcançar a meta satisfatoriamente, Impacto sobre
a meta, Facilidade de Implementação, etc.).

 Construir uma matriz para avaliar as ideias de acordo com os


critérios estabelecidos.

 Avaliar as ideias em relação aos critérios: designar valor, atribuir


totais.

 Discutir e escolher as ideias com base na classificação geral.

106
Criatividade e Inovação

Método da Matriz Comparativa

 Entrar em consenso sobre a meta última a ser alcançada e descrevê-la


em uma frase clara e concisa.

 Estabelecer critérios para a escolha da solução.

 Criar a lista de opções de solução.

 Comparar as opções umas com as outras, atribuindo valores: 0, 1 ou 2.

 Somar os valores de cada opção.

 Escolher a melhor opção, levando em consideração os critérios


estabelecidos.

Recordando:

A importância do líder na condução do processo de utilização das ferramentas


criativas é fundamental. Ele é que tem que definir as regras e disponibilizar os
recursos necessários para o uso adequado da ferramenta escolhida.

Agora você já está pronto para conduzir uma equipe na resolução de


problemas!

Nesta unidade você estudou como resolver problemas de forma criativa, a


preparação para a utilização das ferramentas de produção de ideias e quais são
estas ferramentas. Na próxima, estudaremos como é uma organização criativa.

107
Criatividade e Inovação

LEITURA COMPLEMENTAR:

Aprofunde seus conhecimentos lendo:

ALENCAR, Eunice M.L.S.. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

KING, Bob. Criatividade uma vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1999.

NOLAN, V. The innovator´s handbook. The skills of innovative management.


Londres: Penguin,1989.

É HORA DE SE AVALIAR!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem.

108
Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 5

1. Existem algumas etapas do processo de resolução criativa de problemas que


estão propostas por Alencar (1996). M arque a alternativa correspondente.

a) A primeira etapa seria a definição do problema, onde todos que vão participar
deverão estar cientes a respeito da questão a ser resolvida.

b) A primeira etapa seria a Comunicação.

c) A primeira etapa seria lançar as ideias.

d) A primeira etapa seria escolher as ideias.

e) Nenhum dos tipos anteriores.

2. Na perspectiva de King (1999), as __________________ e técnicas podem ajudar


as pessoas a desenvolverem melhor a sua criatividade, mas somente colocar as
equipes em uma sala não basta. Faz-se necessário que elas sejam apoiadas por
fatores como a existência de um clima de liberdade e abertura, um trabalho de
equipe eficaz, o uso de uma abordagem padrão para a solução de problemas e
ainda a seleção de um conjunto adequado de ferramentas.

a) Equipes.

b) Resoluções de Problema.

c) Ferramentas.

d) Técnicas.

e) Nenhum dos tipos anteriores.

109
Criatividade e Inovação

3. Estas ferramentas irão apoiar melhor a forma de ______________ tornando o


raciocínio mais criativo.

a) Pensar.

b) Ter desejos.

c) Agir.

d) Demandas.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

4. Ao planejar uma sessão de ferramentas de criatividades, devemos primeiro


definir qual será ____________ a ser abordado.

a) A ferramenta.

b) O problema.

c) A comunicação.

d) A demanda.

e) Todas as anteriores estão incorretas.

5. Para que se tenha sucesso na utilização das ferramentas de criatividade, é


importante que se faça ____________ muito organizado dos passos a seguir. Com
isto, o gestor da equipe terá mais chances de ajudar os membros da mesma a
encontrar a melhor solução criativa possível.

a) Um planejamento.

b) Uma comunicação de massa.

c) Uma propaganda.

d) Uma promoção.

e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

110
Criatividade e Inovação

6. Existem diversas ferramentas para produção de ideias que servem para


solucionar problemas, auxiliar nas melhorias e normalização dos processos e no
planejamento e desenvolvimento de produtos ou serviços. Marque a alternativa
que representa a mais conhecida delas.

a) Redefinição Heurística.

b) Brainstorming.

c) TILMAG.

d) Quadro Morfológico.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

7. De acordo com as ferramentas de produção de ideias, ____________ é o


responsável por organizar a sessão, designar os papéis de facilitador e anotador e
assegurar que haja diversidade na equipe a fim de proporcionar diferentes
perspectivas e níveis apropriados de domínio do problema.

a) O líder de equipe.

b) O anotador.

c) O mediador.

d) A equipe.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

111
Criatividade e Inovação

8. Consiste em duas etapas principais, a produção de ideias e avaliação das ideias


propostas. A sua eficácia depende de alguns fatores, como a utilização do
conhecimento de vários indivíduos para solucionar as questões propostas, de não
existir bloqueios mentais, de não existir críticas e de bastante disciplina para seguir
as regras da ferramenta proposta.

a) O brainstorming.

b) TILMAG.

c) O jogo de palavras.

d) A heurística.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

9. Como o Brainwriting Pool deve ser utilizado?

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10-Defina o brainstorming imaginário?
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Criatividade e Inovação

6 A Organização Criativa

O perfil de uma organização criativa.

O clima que favorece o comportamento criativo.

113
Criatividade e Inovação

Nesta unidade abordaremos como uma organização pode ajudar cada


colaborador a maximizar o seu potencial criativo; o clima que favorece o
comportamento criativo. Ajudaremos o aluno a entender como se criar um clima
favorável à manifestação da criatividade no ambiente organizacional

Objetivos da unidade:

Identificar a criatividade como um componente do dia-a-dia que gera o


diferencial competitivo nas empresas

Perceber como a estrutura e o clima organizacional afetam a criatividade


dentro de uma empresa.

Plano da Unidade:

O perfil de uma organização criativa.

O clima que favorece o comportamento criativo.

Bem-vindo a última unidade de estudo!

114
Criatividade e Inovação

O Perfil de uma Organização Criativa

Uma organização criativa deve auxiliar todos os seus colaboradores a


desenvolver e melhorar o seu potencial criativo e ter uma cultura organizacional
que possa proporcionar um melhor desenvolvimento destas habilidades.

As inovações são imprescindíveis nas empresas para que elas possam


sobreviver no mercado e ter um diferencial competitivo. As empresas inovadoras
são aquelas que contam com a capacidade de gerar e implementar ideias e
mudanças constantemente.

115
Criatividade e Inovação

A introdução destas novidades e transformações nas organizações, para ter


resultado, tem que ter regularidade, continuidade e persistência no
desenvolvimento.

A organização com perfil criativo possui mais competência de adequação


neste atual cenário globalizado que exige uma veloz adaptação às mudanças que
vem ocorrendo.

Segundo Alencar (1996), “uma organização criativa é aquela que valoriza o


potencial para a competência, responsabilidade e ação, indo de encontro com
promover um constante desperdício de potencial criativo”, e tem como
características:

 Capacidade de adaptação em um mundo em rápida mudança marcado


pela incerteza, competição crescente e turbulências.

 Respeito, no ambiente de trabalho, à dignidade e ao valor dos indivíduos.

 Intensa atividade de treinamento e aperfeiçoamento de seus quadros.

 Administração orientada para o futuro.

 Tolerância e aceitação das diferenças e diversidade entre seus amigos.

 Incorporação criativa de novos procedimentos, políticas e experiências.

 Valorização das ideias inovadoras.

 Autonomia e flexibilidade presentes na estrutura organizacional.

Vamos exemplificar com um texto da revista exame, publicado em seu site em


29.11.2007, sob o título “Eis a receita da criatividade”, escrito por Maurício Lima,
que mostra como é um ambiente de uma empresa com perfil criativo.

Um passeio pela Pixar, empresa que inventou a animação digital, mostra a


dimensão do poder das ideias e do talento no século 21

116
Criatividade e Inovação

Logo na entrada da sede da Pixar, estúdio de animação digital mais poderoso


de Hollywood, o visitante recebe um crachá com a seguinte frase: "A stranger from
the outside!" (Um estranho lá de fora!). E um desavisado esperando uma empresa
como outra qualquer se sente, de fato, um forasteiro. Para começar, todo o
complexo, localizado na cidade de Emeryville, na Califórnia, parece um cenário dos
próprios filmes que a Pixar produz. Em vez de ocupar escritórios tradicionais, com
salas e divisórias de vidro, muitos funcionários trabalham em cabanas de madeira,
que lembram casinhas de boneca, só que maiores e freneticamente decoradas com
pequenas esculturas, cartazes de filmes e brinquedos. A maioria das pessoas usa
roupas engraçadas, muito coloridas, interrompe suas atividades para disputar
partidas de pingue-pongue e passa horas em aulas de ioga ou artes gráficas. Entre
um "compromisso" e outro, deslocam-se em patinetes motorizados por vielas de
asfalto circundadas por uma grama impecavelmente cortada. Em meio a esse
mundo de fantasia, com ares de universidade americana, floresce hoje uma das
culturas mais admiradas do mundo dos negócios. "A Pixar é a prova de que a força
das ideias, apoiada numa cultura de estímulo à criatividade, pode transformar o
destino de uma organização", diz o americano Peter Kreisky, consultor de mídia e
entretenimento, dono da Kreisky Media Consultancy.

117
Criatividade e Inovação

Máquina de fazer dinheiro

Os custos de produção e as bilheterias de cada um dos


filmes da Pixar (em milhões de dólares)

Custos de
Arrecadação
produção

Toy Story 100(1) 362

Vida de inseto 120 363

Toy Story 2 90 485

Monstros S.A. 115 525

Procurando
94 865
Nemo

Os incríveis 92 631

Carros 120 462

Ratatouille 150 553(2)

Total 881
(1)
Estimativa
(2)
Até novembro de 2007

Há 100 anos, as empresas não precisavam de dezenas de pessoas criativas.


Contar com um só supertalento, que tivesse imaginação e espírito empreendedor,
era suficiente para determinar o destino de um negócio. A Ford virou uma potência
graças ao gênio inventivo de seu fundador, Henry Ford. A General Electric seguiu
caminho semelhante com base nas invenções de Thomas Edison. Esse é um
cenário cada vez mais raro e difícil de reproduzir no século 21.

118
Criatividade e Inovação

Num mundo complexo como o atual, as empresas já não podem depender de


uma única pessoa. Elas precisam de toda uma rede de funcionários, nos mais
diversos escalões, com capacidade real de contribuir para o sucesso da companhia.
A Pixar é a síntese de um novo ambiente de trabalho, movido à inovação,
colaboração e competição na medida certa, empreendedorismo e tecnologia. Eis aí
a receita do sucesso.

Nos últimos dez anos, o estúdio faturou mais de 7 bilhões de dólares, entre
bilheteria, licenciamento de produtos e vendas de DVD. Mais que isso, seus oito
filmes são lembrados por crianças e adultos do mundo todo pela precisão técnica,
que faz com que uma corrida de automóveis em animação digital pareça real, e
pela beleza de suas histórias. Pergunte a uma criança quem é Buzz Lightyear, Nemo
ou Relâmpago McQueen – todos criados na fábrica de ideias da Pixar – e ela
provavelmente saberá mais sobre esses personagens do que sobre Pato Donald,
Mickey ou Pateta.

O segredo por trás dessa performance, porém é muito mais complexo do que
deixar funcionários com tempo livre para jogos e brincadeiras. "O que fazemos aqui
é investir em gente e pesquisa. Ah! E trabalhamos loucamente também", disse à
EXAME John Lasseter, vice-presidente executivo da Pixar, diretor de filmes como
Toy Story e Carros e responsável pela área de animação da empresa.

Ao infinito — E além

Em 1986, Steve Jobs comprou a Pixar por 10 milhões de dólares.

No ano passado, a Disney adquiriu a companhia por 7,4 bilhões de dólares.

Uma valorização de incríveis 71 900%(1).

(1)
Não contabilizada a inflação do período.

119
Criatividade e Inovação

John Alan Lasseter, de 50 anos, é o grande arquiteto da filosofia pró-


criatividade da Pixar. Sua trajetória é daquelas que poderiam se transformar em um
filme – e ajuda a explicar sua obsessão pela palavra "arte". Quando criança, Lasseter
vivia cercado por pincéis, tintas e massas, objetos de trabalho de sua mãe, que
ensinava artes numa escola primária. Na adolescência, decidido a tornar-se
animador, escreveu uma carta para os estúdios Disney perguntando como poderia
trabalhar lá. A resposta dizia apenas que ele precisava de uma "sólida formação em
artes". Mais tarde, Lasseter matriculou-se no curso de cinema e animação do
California Institute of the Arts, de onde saiu para trabalhar na Disney. O que parecia
ser a realização de um sonho de criança, o conto de fadas com final feliz,
transformou-se numa experiência terrível. O estúdio era dirigido por pessoas mais
interessadas em números do que em "arte". Três anos e muitas trombadas com a
chefia depois, o jovem animador foi demitido porque queria produzir um desenho
em computação gráfica, considerado caro e sem futuro por seus superiores.
Abalado, Lasseter foi trabalhar na divisão de computação gráfica da Industrial Light
& Magic, do diretor George Lucas. O tempo passou, essa unidade foi comprada por
Steve Jobs (ele mesmo, o genial criador do iPod), ganhou o nome de Pixar
(conjunção fonética das palavras "pixel" e "arte") e hoje pertence à Disney, que
desembolsou em janeiro do ano passado 7,4 bilhões de dólares pela companhia.
Ironia do destino, 24 anos depois de sair pela porta dos fundos, Lasseter agora é
também responsável pela área de animação digital da empresa que o tinha
dispensado.

O episódio da demissão e suas circunstâncias foram cruciais para a maneira


como Lasseter estruturaria a dinâmica de trabalho na Pixar. Marcado por essa
experiência, ele procurou criar um estúdio em que as necessidades do
departamento de arte viessem à frente das decisões comerciais. Na prática, isso
significa que os prazos para a realização de um filme, por exemplo, são mais
elásticos do que nos outros estúdios. A média de lançamentos da Pixar é de um
filme a cada 18 meses, enquanto seus concorrentes lançam um por ano. A forma de
produção também é menos hierarquizada do que em estruturas mais tradicionais.
Baseada no axioma "todos aqui dentro são artistas", a Pixar desenvolveu uma
cultura colaborativa, na qual os funcionários palpitam com liberdade e são

120
Criatividade e Inovação

publicamente avaliados por seus superiores. O dia na Pixar começa sempre com a
revisão do trabalho do dia anterior. Nessas sessões de catarse coletiva, cada passo
trilhado é intensamente criticado pelos diretores, na frente de toda a equipe. Os
próprios diretores dos filmes também se submetem a uma espécie de "conselho"
composto de seus pares. "Às vezes é doloroso", disse à EXAME Brad Bird, diretor de
Ratatouille e uma das estrelas da Pixar. "Mas funciona." Nem sempre sem algum
contratempo. Por causa dessa política, o estúdio teve um problema de última hora
com Ratatouille. Bird foi obrigado a assumir o projeto às pressas porque o trabalho
de seu antecessor, Jan Pinkava, não vinha agradando ao "conselho" – Pinkava não
está mais na empresa.

1986
Steve Jobs compra uma unidade de produção da Industrial Light & Magic, de
George Lucas, por 10 milhões de dólares. Batiza a empresa de Pixar (Pixel+arte)

1987
Um dos curtas produzidos pela Pixar, Luxo Jr., recebe uma indicação para o
Oscar.

1990
A Pixar inicia o uso do software RenderMan, que transformou a animação digital
no que ela é hoje.

1991
A Pixar fecha um acordo com a Disney para a produção e a distribuição de três
desenhos digitais.

1995
A Pixar abre o capital e levanta 140 milhões de dólares na bolsa de Nova York. No
mesmo ano, lança Toy Story, o primeiro desenho animado 100% digital.

1997
Novo acordo com a Disney. A Casa do Rato compra 5% da Pixar, e as duas
anunciam a produção de cinco filmes em parceria.

121
Criatividade e Inovação

1999
Toy Story 2, dirigido por John Lasseter, arrecada mais de 485 milhões de dólares,
tornando-se a primeira seqüência a faturar mais que a animação original.

2002
Pixar e Disney anunciam um novo acordo: a produção de mais três filmes até
2005.

2003
Por contrato, a Pixar já pode realizar parceria com outros estúdios. Começa o
período de estranhamento entre Steve Jobs e Michael Eisner, então presidente
da Disney.

2004
Os Incríveis, dirigido por Brad Bird, arrecada 620 milhões de dólares e ganha o
Oscar de melhor animação. Disney e Pixar estão praticamente rompidas.

2005
Robert Iger chega à presidência da Disney e inicia um processo de reaproximação
com a Pixar.

2006
A Disney paga 7,4 bilhões de dólares e compra a Pixar. Steve Jobs torna-se o
maior acionista individual da Disney e ganha uma cadeira no conselho da
companhia. A missão da Pixar agora é espalhar sua cultura por toda a Disney.

2007
A Pixar/Disney lança Ratatouille, a história de um rato que quer ser chef. Tinha
tudo para ser um fracasso, mas o filme arrecada mais de 550 milhões de dólares e
torna-se uma das maiores bilheterias do ano.

122
Criatividade e Inovação

Na gênese da Cultura Pixar, outra grande preocupação foi estabelecer


condições para que a equipe se sentisse responsável pelo resultado dos filmes e da
empresa. A solução foi criar uma política de remuneração diferente praticada pelos
demais estúdios. O salário fixo dos funcionários da Pixar é cerca de 10% menor que
o da indústria como um todo. O que faz com que eles ganhem mais que seus pares,
cerca de 300 000 dólares por ano no caso de um técnico em animação, é o
desempenho de cada um aliado à performance do desenho. Todos os integrantes
do time de técnicos ou de animadores têm metas individuais estipuladas pelos
diretores. Se cumprirem o que estava acertado e o filme se sair bem nas bilheterias,
ganham opções de ações e bônus atrelados a essas conquistas. Um diretor chega a
receber até 3 milhões de dólares por ano só com as bonificações. A conseqüência
dessa política de distribuição de lucros, em que cerca de 60% do salário vem do
variável, é que todos ficam comprometidos com o trabalho. Na Pixar, é comum a
jornada se encerrar de madrugada e o fim de semana tornar-se tão animado
quanto uma segunda-feira. "Eles podem ter aula de ioga ou sair para levar as
crianças à escola. Isso não importa. O que nós queremos é que eles se sintam
donos do filme e desta empresa", diz Lasseter. "É isso que provoca uma intensa
busca pela qualidade".

Os 1 000 funcionários que trabalham na Pixar levam essa busca ao extremo – e


a empresa não poupa recursos para que isso aconteça. Para fazer Ratatouille,
alguns integrantes da equipe passaram até quatro meses seguidos em Paris com o
objetivo de recriar o universo dos restaurantes franceses. Eles freqüentaram
dezenas de cafés e bistrôs, fizeram cursos de culinária, estudaram todos os
movimentos dentro de uma cozinha (do ritmo das colheres nas panelas à limpeza
do chão) e tiraram milhares de fotos. O resultado disso foi um grau de fidelidade
incomum, elogiado até por chefs consagrados. O filme custou 150 milhões de
dólares, mas já arrecadou mais de 550 milhões apenas nos cinemas. Em paralelo ao
investimento, faz-se também um seletivo processo de escolha dos funcionários
que serão admitidos nesse clube. Hoje, são quase 50 000 candidatos por ano para
cerca de 100 vagas. Para peneirar os talentos nessa multidão, presta-se menos
atenção nos currículos dos candidatos e mais naquilo que eles já produziram em
sua trajetória profissional. "Fazemos tudo o que as outras empresas fazem. Vamos

123
Criatividade e Inovação

às melhores escolas e temos um programa de estágio. Mas quer entrar na Pixar?


Mande um filme para a gente", diz Randy Nelson, executivo sênior do estúdio e
reitor da Universidade Pixar (aquela das aulas de ioga e artes gráficas).

Toda a obra de Lasseter não seria possível sem a ajuda dos dois outros
sustentáculos da empresa: Steve Jobs e Edwin Catmull, hoje presidente dos estúdios
Disney. Jobs foi um entusiasta das possibilidades da Pixar desde o primeiro
momento. Defenestrado da Apple em meados da década de 80, ele procurava um
novo negócio para investir sua energia e os milhões de dólares que havia acumulado
na empresa de computadores. Acabou encontrando a Pixar por acaso. Pressionado
pela ex-mulher para acertar um acordo de divórcio, George Lucas queria vender a
unidade de computação gráfica da Industrial Light & Magic. Selaram a negociação em
1986, por 10 milhões de dólares. Até vender a empresa, Jobs retirava apenas 1 dólar
por ano da Pixar e deu liberdade quase total para que Lasseter e Catmull
estruturassem o estúdio. Catmull, desenhista frustrado e físico de formação, foi o
criador do software RenderMan, que mudou a história da animação no planeta e deu
origem à computação gráfica do jeito como a conhecemos hoje. Com a visão
estratégica de Jobs (que investiu dez anos na empresa mesmo sem ver nenhum
resultado concreto), a invenção de Catmull e o gênio criativo de Lasseter, a Pixar
decolou em 1995, com o primeiro longa-metragem digital da história, o aclamado
Toy Story. O filme arrecadou mais de 360 milhões de dólares e iniciou a ininterrupta
seqüência de sucessos que se mantém até hoje.

Em Hollywood, repetir a receita da Pixar tornou-se uma angústia – e uma


necessidade. Tanto que a Disney, segundo maior conglomerado de mídia e
entretenimento do mundo, investiu uma fortuna para adquirir o estúdio. A história
em comum das duas empresas é antiga. Desde Toy Story, a Disney é parceira da
Pixar nos custos de produção e na distribuição das obras. De acordo com um
estudo do banco de investimento Merrill Lynch, desde 1999, metade dos lucros da
unidade de animação da Disney vinha da parceria com a Pixar. Partir para uma
aquisição era o passo natural, mas o negócio não acontecia por causa de um
choque de egos entre o então presidente da Disney, Michael Eisner, e Steve Jobs.

124
Criatividade e Inovação

Quando Robert Iger assumiu a presidência da Disney, em 2005, desfez os mal-


entendidos, cortejou Jobs, que agora é o maior acionista individual da empresa, e
fechou o acordo. Com a aquisição, a "Casa do Rato" pretende recuperar a dianteira
desse mercado, uma indústria que movimenta cerca de 50 bilhões de dólares por
ano, e restaurar a mágica da Disney. Para isso, os principais executivos da Pixar
assumiram o comando de várias unidades da Disney e têm a missão declarada de
exportar sua valiosa cultura, em que o departamento comercial segue o de arte (e
não o contrário), para a empresa-mãe.

Ainda é cedo para saber se a Disney fez um bom negócio ao comprar a Pixar. O
certo é que não havia muitas opções à disposição de Bob Iger. A concorrência no
setor de animação tem sido cada vez mais feroz e as empresas sem experiência na
criação digital, incluída aí a própria Disney, perdem terreno rapidamente. Além da
Pixar, outros dois grupos se destacam nesse novo cenário: a DreamWorks
Animation, que fez a trilogia Shrek e o recém-lançado Bee Movie, e a parceria de
Blue Sky Studios com Fox Animation, responsável por desenhos como A Era do
Gelo. Tecnicamente, a Pixar ainda tem alguma vantagem sobre as concorrentes.
Seus softwares são capazes de um efeito que faz com que qualquer objeto pareça
de verdade. Mas essa tecnologia é praticamente imperceptível aos olhos dos
espectadores comuns. O que faz a diferença entre essas empresas e a Pixar não
passa pelos programas de computador. A principal distinção está na capacidade
que a empresa adquiriu de lançar, sucesso após sucesso, filmes que arrebatam
multidões e geram bilhões de dólares em faturamento – uma condição perseguida
por qualquer companhia, de qualquer setor. Todas as atenções da indústria
cinematográfica se voltam agora para o próximo filme da Pixar, Wall-E. Será a
história de um robô apaixonado, que deve estrear em julho do ano que vem. "Pela
própria natureza da inovação, o lógico é falhar algum dia. Mas, impulsionados pela
criatividade de 1 000 pessoas, vamos fazer de tudo para que esse dia não chegue
nunca", diz Lasseter. As empresas que pretendem dominar este século têm muito,
muito mesmo, o que aprender com a Pixar.

Vocês viram que com este exemplo acima fica claro a importância da
criatividade nas organizações. Agora vamos aprender um pouco como deve ser o
clima da empresa que favorece o comportamento criativo.

125
Criatividade e Inovação

O Clima que Favorece o Comportamento Criativo

O clima que vai favorecer, dentro da organização, um comportamento criativo


está ligado à maneira como a empresa é conduzida. A sua cultura organizacional
tem que ser propícia ao desenvolvimento da criatividade, em um ambiente que
seja permitido aos seus colaboradores expor as suas ideias, poder errar, possuir
poder descentralizado, serem reconhecidos pelas suas ideias, abertos sempre às
mudanças e ainda possuir um ambiente físico também favorável à criatividade.

Conforme Alencar (1996), as características que propiciam a criatividade


dentro das empresas estão diretamente relacionadas a alguns dos direitos das
crianças, divulgados pela Unicef, e todos estes direitos refletem necessidades
fundamentais de ser aceito, apreciado, reconhecido e valorizado como pessoa, que
são:

 O direito à confiança.

 O direito à liberdade.

 O direito de mostrar o que sente.

 O direito de ter confiança.

VanGundy (1987) acredita que alguns fatores dentro da organização irão


compor o clima favorável à criatividade, são eles:

 Autonomia que diz respeito ao grau em que a organização


possibilita a seus funcionários liberdade para inovar.

 Sistema de premiação dependente do desempenho.

 Apoio à criatividade através da percepção, por parte dos


funcionários, de que a organização está aberta a novas ideias e disposta
a aceitar e apoiar possíveis mudanças que poderiam ser benéficas à
organização.

126
Criatividade e Inovação

 Aceitação das diferenças de pontos de vista e proposta e


diversidade de formação e experiência entre os membros da
organização.

 Envolvimento pessoal, quando uma pessoa está motivada


possuindo um alto grau de envolvimento, ela se dedica mais ao trabalho
e normalmente esta característica está mais presente nas empresas que
dão apoio aos seus colaboradores.

 Apoio da direção é de suma importância para que haja um clima


propício à criatividade, através da valorização e do suporte às novas
ideias.

DICA:

Acesse o site www.possibilidades.com.br

Ele contém artigos e assuntos relacionados à criatividade.

Nesta unidade você estudou como é a organização criativa e sua importância.


Agora você já descobriu o quanto a criatividade é importante nas
organizações e pode ser também na sua vida pessoal e profissional. Se você acha
que ainda não é criativo o suficiente, ou se já tem certeza de que é, continue
treinando, se desenvolvendo, pois somente através do uso é que poderá ser cada
vez melhor.

Existem muitas maneiras agradáveis de expandir o seu potencial criativo, pode


ser através da arte, da música, da leitura, da escrita, de exercícios de raciocínio ou
mesmo de algum hobby que queira desenvolver.

Bom trabalho, ou melhor, bom descanso, porque quando trabalhamos com


criatividade, estamos descansando a nossa mente dos problemas do dia-a-dia.
Sucesso!

127
Criatividade e Inovação

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprofunde seus conhecimentos lendo:

ALENCAR, Eunice M.L.S.. A Gerência da criatividade. São Paulo: Makron Books,


1996.

LIMA, M. Eis a receita da criatividade. Revista Exame. São Paulo: Abril, 2007.

É HORA DE SE AVALIAR!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

128
Criatividade e Inovação

Exercícios da Unidade 6

1. Deve auxiliar todos os seus colaboradores a desenvolver e melhorar o seu


potencial criativo e a ter uma cultura organizacional que possa proporcionar um
melhor desenvolvimento destas habilidades.

a) Comunicação integrada.

b) Organização criativa.

c) Marca.

d) Ação promocional.

e) Nenhuma resposta anterior está correta.

2. São imprescindíveis nas empresas para que elas possam sobreviver no mercado
e ter um diferencial competitivo.

a) As inovações.

b) As imagens.

c) As ações promocionais.

d) As integrações.

e) Nenhuma resposta anterior está correta.

129
Criatividade e Inovação

3. A introdução destas novidades e transformações nas organizações, para ter


resultado, precisa ter ______________, continuidade e ______________ no
desenvolvimento da mesma.

a) Regularidade – persistência.

b) Identidade – irregularidade.

c) Persistência – propaganda.

d) Regularidade – impaciência.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

4. A organização com perfil criativo possui mais _____________ de adequação


neste atual cenário globalizado que exige uma veloz adaptação às mudanças que
vem ocorrendo.

a) Competência.

b) Imagem.

c) Cultura.

d) Identidade.

e) Todas as anteriores estão incorretas.

130
Criatividade e Inovação

5. O clima que vai favorecer, dentro da organização, a um comportamento criativo,


está ligado à maneira como a empresa é _______________.

a) Conduzida.

b) Auditada.

c) Vendida.

d) Vista.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

6. Tem que ser propícia ao desenvolvimento da criatividade, em um ambiente que


seja permitido aos seus colaboradores expor as suas ideias, poder errar, possuir
poder descentralizado, serem reconhecidos pelas suas ideias, abertos sempre às
mudanças e ainda possuir um ambiente físico também favorável à criatividade.

a) Propaganda.

b) Imagem.

c) Cultura organizacional.

d) Mídia.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

7. Conforme Alencar (1996), as características que propiciam a criatividade dentro


das empresas estão diretamente relacionadas a alguns dos direitos das crianças,
divulgados pela Unicef, e todos estes direitos refletem necessidades fundamentais
de: ____________, ____________, _____________ e _________________.

131
Criatividade e Inovação

a) Ser aceito, apreciado, reconhecido e valorizado.

b) Ser aceito, repreendido, reconhecido e valorizado.

c) Ser aceito, apreciado, reconhecido e desvalorizado.

d) Ser aceito, repreendido, reconhecido e desvalorizado.

e) Todas as respostas anteriores estão corretas.

8. Diz respeito ao grau em que a organização possibilita, a seus funcionários,


liberdade para inovar.

a) Centralização.

b) Autonomia.

c) Poder.

d) Burocracia.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

9. Por que é importante a empresa ter um clima favorável à criatividade?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

10. Como deve proceder a organização criativa?

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

132
Criatividade e Inovação

Considerações Finais

Chegamos ao final dos estudos de Criatividade e Inovação.

Ao longo das Unidades de Estudo você encontrou um conteúdo reunido que


contemplou a visão de vários autores a respeito da Criatividade e Inovação, que
tanto busquei para os meus alunos e nunca encontrei em um único livro, por isso
coloquei a sua disposição teorias diversas a respeito da criatividade e uma série de
exercícios práticos também, que você enquanto aluno e gestor poderá usufruir e
colocá-los em uso.

Tenho a certeza de que os assuntos abordados em cada unidade não se


esgotam e por isso, espero sinceramente, que você adquira alguns dos livros
indicados, para aprofundar o seu conhecimento em cada unidade e em cada
tópico aqui apresentado.

A Universo Virtual o parabeniza por ter concluído seus estudos, aumentando


sua bagagem com conhecimentos e habilidades que irão beneficiá-lo por toda a
vida.

Mas a aprendizagem não para por aqui. Mantenha o hábito de ler, atualize-se
sempre e não esqueça de praticar o que foi aprendido.

Sucesso!

133
Criatividade e Inovação

134
Criatividade e Inovação

Conhecendo a autora

Raquel Santana Schiavon Sanchez

Administradora pela UCG – Universidade Católica de Goiás. Mestre em


Psicologia pela UCG, pós-graduada em Comércio Exterior pela UNIP – Universidade
Paulista e Pós-graduada em Docência Universitária pela UNIVERSO - Universidade
Salgado de Oliveira. Professora de Graduação e Pós-Graduação da Universo –
Universidade Salgado de Oliveira e SENAI. Possui ainda vasta experiência
profissional desenvolvida em empresas nacionais e multinacionais em São Paulo e
Goiânia.

135
Criatividade e Inovação

136
Criatividade e Inovação

Referências

ALENCAR, Eunice M L Soriano de. A Gerência da Criatividade. São Paulo: Makron


Books,1996.

LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PREDEBON, José. Criatividade – abrindo o lado inovador da mente. São Paulo:


Atlas, 2006.

Bibliografia Complementar:

AMABILE,T.M.& GRYSKIEWICZ, M.D. The creative environment scales: work


environment inventory. Creativity Research Journal, 2, 231-253, 1989.

ARIETI, S. Creativity, computers and cooperation. New York: Basic Books, 1976.

COON, D. Introduction to Psychology, exploration and application. St. Paul:


West Publishing Company, 1989. Chapter: Learning & Cognition. Disponível em:
<http://www.noteaccess.com/MODES/Divergent.htm>.

DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante,


2003.

KING, Bob. Criatividade uma vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1999.

LIMA, M. Eis a receita da criatividade. Revista Exame. São Paulo: Abril, 2007.

LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

NOLAN, V. The innovator´s handbook. The skills of innovative management.


Londres: Penguin, 1989.

PREDEBON, José. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. São


Paulo: Atlas, 2003.

137
Criatividade e Inovação

PREDEBON, José. Criatividade – abrindo o lado inovador da mente. São Paulo:


Atlas, 2006.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall,


2002.

SCHWARTZ, J. O momento criativo: Mito e alienação na ciência moderna. São


Paulo: Best Seller, 1992.

TORRANCE, Ellis Paul. Criatividade: medidas testes e avaliações. São Paulo: IBRASA,
1976.

VanGUNDY, A. B. Organization creative problem solving. Journal of Creative


Behavior, 27(3), 149-170, 1993.

138
Criatividade e Inovação

A
nexos

139
Criatividade e Inovação

Gabaritos

Exercício – Unidade 1

1-c

2-a

3-c

4-a

5-c

6-c

7-b

8-a

9- Dissertar sobre a globalização e suas conseqüências, tornando o mundo


mais competitivo.

10- Identificar uma situação em que ele, utilizando de sua criatividade, obteve
sucesso em alguma tarefa que teve que realizar.

Exercício – Unidade 2

1-c

2-c

3-c

4-a

5-b

6-a

7-c

8-b

140
Criatividade e Inovação

9- Pois, é vendo, sentindo, que abastecemos nosso cérebro com mais


informações que serão combinadas quando precisarmos de ideias novas.

10- Porque esta abertura vai propiciar aos indivíduos maior facilidade em
desenvolver a criatividade.

Exercício – Unidade 3

1-b

2-a

3-c

4-d

5-c

6-a

7-a

8-a

9- O que é importante ressaltar é que o processo criativo não é um


procedimento isolado, pois várias variáveis irão contribuir com o desempenho das
pessoas com relação à criatividade.

10- Faz-se necessário que estas características sejam cultivadas para que as
pessoas possam fazer um melhor uso do seu potencial criativo, o que não e fácil,
pois parte destas características não é estimulada na escola e nem mesmo na
sociedade ocidental.

141
Criatividade e Inovação

Exercício – Unidade 4

1-a

2-b

3-b

4-b

5-c

6-d

7-c

8-c

9- São as barreiras sociais e políticas.

10- As barreiras devem ser identificadas através de estudos que podem utilizar
de questionários, entrevistas ou até mesmo observações para descobrir o que está
ocorrendo em cada ambiente organizacional.

Exercício – Unidade 5

1-a

2-c

3-a

4-b

5- a

6- b

7- a

8-a

9- Brainwriting Pool é utilizado, conforme Alencar, em grupos de 6 a 12


participantes que precisam solucionar um tipo específico de problema que
necessite de muitas soluções.

142
Criatividade e Inovação

10- Brainstorming imaginário é uma ferramenta que proporciona a uma


equipe a oportunidade de sair do problema real, gerar ideias para um problema
imaginário radicalmente diferente do real, porém relacionado, e aplicar as novas
ideias geradas no problema real. Quanto mais ideias uma equipe puder gerar,
maior será o número de oportunidades que ela vislumbrará para resolver o
problema.

Exercício – Unidade 6

1-b

2-a

3-a

4-a

5-a

6-c

7-a

8-b

9- Para permitir que as pessoas possam criar e inovar dentro das organizações.

10- Uma organização criativa deve auxiliar todos os seus colaboradores a


desenvolver e melhorar o seu potencial criativo. É ter uma cultura organizacional
que possa proporcionar um melhor desenvolvimento destas habilidades.

143

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