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GESTÃO NA EDUCAÇÃO

A DISTÂNCIA

Autoria: Ranieri Alves dos Santos

2ª Edição
Indaial - 2020

UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Reitor: Prof. Hermínio Kloch

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Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:


Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci

Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2020


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.

SA237g

Santos, Ranieri Alves dos

Gestão na educação a distância. / Ranieri Alves dos Santos. –


Indaial: UNIASSELVI, 2020.

132 p.; il.

ISBN 978-85-7141-438-9
ISBN Digital 978-85-7141-439-6

1. Ensino a distância. - Brasil. Centro Universitário Leonardo


Da Vinci.

CDD 378.03

Impresso por:
Sumário

APRESENTAÇÃO.............................................................................5

CAPÍTULO 1
GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.........................................7

CAPÍTULO 2
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD.........................................49

CAPÍTULO 3
PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS...............................91
APRESENTAÇÃO
Em diversas instituições de ensino, a educação a distância já é uma realidade
ao redor do mundo como um complemento educacional.

A maior parte das atividades compostas em um curso a distância é


desenvolvida por meio de ambientes virtuais, existindo a possibilidade de ações
presenciais, dependendo da instituição, como aulas e avaliações práticas.
No Brasil, o Decreto nº 9057, de 25 de maio de 2017, do MEC, regulamenta a
existência de instituições que ofertam apenas cursos a distância. Na prática, é
possível que existam instituições que trabalhem apenas no âmbito a distância,
sem ofertar cursos presenciais.

O crescimento da modalidade no Brasil e no mundo, traz grandes desafios


para as instituições. A oferta de cursos em novas áreas do conhecimento,
o ingresso de alunos cada vez mais jovens e conectados às novas mídias,
capacitação de docentes e a evolução vertiginosa das tecnologias da informação
e da comunicação, fazem com que a oferta de cursos EAD seja cada vez mais
desafiadora.

Nesse sentido, é importante que a instituição que oferta cursos na


modalidade a distância ou que possua ações e iniciativas voltadas ao uso de
tecnologias digitais e ambientes virtuais para a realização de atividades on-line,
deve desenvolver políticas de gestão para garantir a qualidade e a eficiência das
suas iniciativas a distância.

Uma gestão educacional com enfoque a distância, precisa de profissionais e


setores específicos para a regulação e o gerenciamento das iniciativas, pois são
oriundos de diferentes áreas do conhecimento e necessitam de uma formação
multidisciplinar.

Esta disciplina apresenta detalhes sobre profissionais e competências


necessárias para a gestão de programas na educação a distância. Durante a
leitura, você irá conhecer o conceito de gestão, diferenciando de um gestor, chefe
e líder, conhecerá também as características do gestor e quais são os papeis de
uma equipe de EAD.

Cada papel dentro da cadeia de valor da educação a distância, possui


competências e habilidades distintas, para tanto, vamos conhecer sobre cada
uma delas e sobre como se aplicam no dia a dia de uma instituição que utiliza
programas EAD. Conhecendo também aspectos comunicacionais envolvidos
nos programas EAD, a midiatização acelerada da sociedade e como o gestor de
programas EAD deve interagir com estas tecnologias.

Para que estes processos de ensino aconteçam na educação a distância,


é preciso que seja contemplado questões pedagógicas, administrativas e
tecnológicas. A partir dos estudos desta disciplina ficará claro a importância
do gestor nas instituições que ofertam cursos a distância e o quanto sua boa
execução contribuirá para a qualidade dos cursos.

Pela experiência que o Brasil tem com EAD ou sua carência quanto aos
estudos sobre este assunto, existem ainda muitos desafios, aprendizado e passos
a serem seguidos.

Bons estudos e vamos lá!


C APÍTULO 1
GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 Conhecer os aspectos elementares de gestão aplicados à educação a distância.

 Compreender os modelos e métodos de gestão para os processos de EAD.

 Identificar os aspectos gerenciais necessários para um programa EAD.

 Conhecer os passos necessários para a implantação de programas EAD.


GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Como qualquer programa educacional, nos programas voltados à educação
a distância, os desafios impostos sob o ponto de vista acadêmico e administrativo
são grandes. Sendo assim, é necessário o uso de métodos, técnicas e ferramentas
que possibilitem operar estes programas de formas coerentes, buscando a maior
eficiência e eficácia dos programas, independentemente do nível de ensino.

Para tanto, existem pressupostos administrativos, voltados à gestão


educacional que balizam a implantação de programas EAD. Eles são baseados
em processos de gestão, inspirados nos princípios da gestão empresarial e
educacional, porém, com um enfoque na administração de formações, cursos e
programas em EAD.

Neste capítulo conheceremos esta base administrativa da educação a


distância, para tanto, conheceremos os princípios da gestão administrativa,
empresarial, de pessoas e financeira, aplicados à EAD. Abordaremos os
fundamentos da gestão, seu surgimento, suas bases e aplicações à gestão
educacional.

Conheceremos também sobre a gestão estratégica, implantação e processos


de gestão voltados à gestão da EAD, poderemos observar a fundamentação
teórica dos casos de gestão de programas de EAD no mundo, identificando assim,
os processos mais indicados para os mais variados níveis de ensino.

2 FUNDAMENTOS DE GESTÃO
A gestão é um processo de coordenação de atividades dos membros de
um processo por meio de planejamento, organização, direção e controle dos
recursos, buscando agir de forma eficiente e eficaz de acordo com os objetivos
estabelecidos. Sendo assim, na gestão se busca atingir o máximo de resultados
com o mínimo de recursos, executando estas atividades visando alcançar os
objetivos pretendidos, focando o objetivo final (MAÇÃES, 2018).

Os processos de gestão em organizações, são, na verdade, baseados


nos fenômenos de produção de bens ou serviços, tangíveis ou intangíveis. Os
processos são abertos, valendo de recursos do ambiente externo, convertendo
em saldos ou resultados, retornando ao ambiente uma retroação necessária
capaz de como a organização deve organizar para adaptar-se ao ambiente. Essas
organizações, em geral, buscam uma multiplicidade com os objetivos e utilizam

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

recursos administrados por diversas áreas (CHIAVENATO, 2007).

O gestor, administrador dos processos, busca trabalhar utilizando pessoas


para realizar seus objetivos, buscando organizar estes membros. Quanto ao ato de
gerir, para Lacombe e Heilborn (2017), está ligado ao conceito de administração,
que é considerado como uma forma de abranger normas que buscam atuar nos
processos de planejamento, organização, direção, coordenação e controle de
esforços de grupos organizados para atingir resultados em comum. A busca pela
gestão, confunde com a necessidade de retirar o melhor dos recursos disponíveis
para que o processo sobreviva e progrida, maximizando as oportunidades
existentes e aproveitando da melhor forma as circunstâncias externas.

O artigo científico Gestão da Educação a Distância, publicado


na revista Vertentes traz um olhar acerca do papel da gestão
educacional voltada à EAD com um enfoque nos processos de
gerenciamento.

FONTE: MILL, D. et al. Gestão da educação a distância (EAD):


noções sobre planejamento, organização, direção e controle da EAD.
Vertentes, São João del-Rei, v. 35, n. 1, p. 9-23, 2010. Disponível em:
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/vertentes/Vertentes_35/
daniel_mill_e_outros.pdf. Acesso em: 13 set. 2019.

A gestão envolve aspectos técnicos e científicos, pois é uma área de


expertise que requer competência, como aspectos conceituais e intuitivos, além
disso, é científico, fazendo valer de ideias e conceitos. Visa alcançar resultados
com os meios disponíveis, buscando a excelência nos recursos e competências
utilizadas, transformando este uso em resultados tangíveis e de alto valor
(CHIAVENATO, 2016).

Das competências administrativas do gestor, existem os papéis realizados em


cada etapa do processo de gerenciamento, como: o planejamento, organização,
provimento de recursos humanos, liderança, coordenação e controle (LACOMBE;
HEILBORN, 2017).

• Planejamento: nesta etapa, busca-se pensar, de forma antecipada, o


que se deve atingir e quais os recursos necessários para concretizar

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

seus objetivos. Aqui as informações são coletadas e as situações


diagnosticas, ou seja, é o momento em que as metas são estabelecidas,
as políticas e procedimentos são criados de acordo com os objetivos.
Além da elaboração dos planos e programas que serão implantados,
buscando atingir as metas para construir os cronogramas que visam
acompanhar a sua construção.
• Organização: são identificados, divididos e alocados nos processos de
trabalho. Neste momento são definidas as responsabilidades individuais
e as autoridades da equipe, estabelecendo as relações entre os grupos,
buscando o trabalho eficaz da equipe no atendimento aos seus objetivos.
• Provimento de Recursos Humanos: é a etapa da formação em que a
equipe tem a função estratégica de atrair, motivar, recrutar, selecionar
e treinar pessoas que são capazes de assumir responsabilidades
necessárias para a realização dos negócios da empresa. Além disso, são
responsáveis na realização de avaliações, buscando mensurar esforços
de cada funcionário.
• Liderança: é a capacidade de prover as competências na influência de
comportamentos, buscando atingir metas e objetivos de interesse que a
equipe tenha em comum. O líder deve ser capacitado o suficiente para
atingir objetivos por meio dos indivíduos liderados, agindo de forma
diferente, como: ordenar, coordenar, comandar, motivar, persuadir,
compartilhar as dificuldades e ações, assim como delegar as atividades,
avaliando resultados e alterando a forma de agir conforme a necessidade,
buscando atingir os objetivos do processo.
• Coordenação: deve ser capaz de cooperar com as demais unidades
do processo, para que as atividades em que esteja envolvido, sejam
executadas de forma organizada, sincronizada, balanceada e integrada
aos objetivos elencados.
• Controle: deve assegurar que as atividades desenvolvidas pelas
equipes estejam indo na direção dos objetivos definidos, avaliando
o desempenho, comparando com o elencado e tomando medidas
corretivas quando necessário.

Nas tarefas geridas pelo gestor, há determinadas ênfases na teoria geral


da administração que podem ser aplicadas ao seu fazer profissional. Como o
pragmatismo, no qual a aplicação do trabalho organizacional deve ser empregada
visando atingir a organização racional do trabalho, utilizando a análise e a
racionalização do trabalho. Neste sentido, há o planejamento de cargos e tarefas
a serem exercidas, levando em conta a divisão do trabalho com a determinada
especialização do indivíduo que deverá executar estas tarefas.

É necessário ainda, a utilização de princípios de administração nas


tarefas dos indivíduos, tendo esta ação como uma espécie de receituário para

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

o administrador. Neste sentido, é necessário a padronização dos processos, a


abordagem do uso de normas e prescrição, bem como a promoção e premiação
dos indivíduos com base na sua produtividade (CHIAVENATO, 2007).

Para representar a revolução industrial e a departamentalização


das funções das organizações, o icônico filme Tempos Modernos
do cineasta Charles Chaplin (1936), trata de forma satírica as
peculiaridades do mundo industrializado. No filme conseguimos
identificar o papel do líder-chefe, o simples indivíduo que meramente
delega atividades.

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4>.
Acesso em: 13 set. 2019.

Em uma estrutura organizacional, um gestor pode atuar em uma cadeia


hierárquica em três níveis distintos: estratégicos, táticos e operacionais (MAÇÃES,
2018), como representados na figura a seguir:

FIGURA 1 – NÍVEIS HIERÁRQUICOS DE GESTÃO

FONTE: Maçães (2018, p.37)

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

• Nível Estratégico: este é um dos altos níveis de gestão em uma hierarquia


de organizações, composto pelos gestores no topo organizacional, pelos
profissionais responsáveis pelos planos e objetivos de longo prazo.
Possuindo a máxima responsabilidade pelos processos e denominados
como sendo gestores de topo.
• Nível Tático: nível intermediário de gestão, composto pelos profissionais
que atuam entre a primeira linha de gestores (operacional) e os gestores
de topo (estratégico). Responsável pela criação de metas e condições para
estabelecer ações a serem atingidas, sendo os coordenadores diretos dos
gestores de primeira linha (first-line managers).
• Nível Operacional: nível mais baixo da gestão, executando as ações que
são aplicadas em curto prazo, garantindo que todas as tarefas e operações
sejam executadas.

Um gestor deve possuir as competências conceituais, habilidades relacionadas


à capacidade de resolver situações complexas e desempenhar atividades de
coordenação dentro da organização. Geralmente, os gestores de topo costumam
possuir tais competências, permitindo observar a organização como um todo,
compreendendo as relações entre as diversas unidades. A forma como a organização
consegue se adequar ao ambiente, possibilita a tomada de decisão de forma assertiva
e inovadora.

Os processos de gestão ou administração institucional como


conhecemos hoje, são extremamente complexos e organizados:
conceber/planejar, sistematizar/organizar, coordenar/dirigir e
supervisionar/controlar e outros verbos da área foram objeto
de estudos de vários pensadores até hoje. Os sistemas de
gestão atualmente implementados possuem uma história rica e
antiga. Eles têm suas raízes em princípios científicos há tempos
consolidados — alguns deles anteriores à Revolução Industrial.
Contudo, não há consenso de que a administração científica
tenha bases sólidas anteriores à Revolução Industrial (1750) e,
ou, à organização militar (MILL et al., 2009, p. 3).

Um gestor está envolvido nas organizações sociais que reúnem recursos


variados, visando alcançar objetivos estabelecidos, organizações constituídas
por pessoas que lidam com recursos, sendo que, sem eles, não é possível atingir
os objetivos, possuem ferramentas, equipamentos, instalações e tecnologias, os
indivíduos não conseguem realizar suas tarefas, assim como alcançar seus objetivos.

Os recursos são ativos da organização, com competências, processos definidos,


habilidades ou conhecimentos conduzidos pela organização. Constituem força
competitiva, proporcionando vantagens para a organização, identificando o potencial
da organização frente dos concorrentes existentes ou potenciais (CHIAVENATO,
2007).

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 2 – TÍPICA INDÚSTRIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: <https://www.historiadetudo.com/revolucao-industrial>. Acesso em: 16 maio 2019.

Além das competências conceituais, um gestor deve ser capaz de


desenvolver capacidades humanas, possibilitando que este consiga trabalhar e
comunicar-se com outros indivíduos ou grupos, compreendendo, motivando e
liderando. Estas competências são imprescindíveis em todos os níveis de gestão,
visto que estes gerem pessoas.

Há ainda a competência que deve ser desenvolvida pelos gestores e


relacionada às capacidades técnicas, ligadas à capacidade do gestor em utilizar
métodos, técnicas, ferramentas e procedimentos baseados em conhecimentos
especializados (know how), relacionados a sua área de atuação e de
responsabilidade.

Embora, em todos os níveis de gestão estas competências sejam


necessárias, a capacidade é essencial nos gestores de primeira linha, visto que
eles atuam diretamente com as atividades técnicas dos trabalhadores (MAÇÃES,
2018).

Os princípios balizadores da gestão são representados pela Teoria Geral da


Administração, compreendida como uma série de conhecimentos relacionados
ao processo de gestão de organizações e seus processos (CHIAVENATO, 2007).

Um gestor no período industrial, era conhecido como um mero tomador de


condutas de uma repartição ou setor. Em que eram confiados as entregas e o

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

andamento dos negócios, não representando o papel atual do gestor.

Embora, em muitas organizações, este tipo de gestor ainda impere, em que


são aclamados apenas como supervisores do trabalho de terceiros, o gestor,
hoje, deve ser considerado mais como um condutor de negócios.

Este processo de condução deve ser tratado como o papel de um navegador


em um oceano de oportunidades e ameaças que envolvem o meio e o entorno
que um negócio possui (CHIAVENATO, 2007).

Além dos modelos clássicos de gestão, baseados na evolução


da sociedade industrial, novos modos de gerenciamento surgiram
visando fornecer soluções mais contextualizadas às organizações.

• Gestão por processos: neste modelo, a execução das tarefas não


é feita de “baixo para cima”, dentro dos departamentos. As tarefas
são processos “horizontais”, que transitam entre os vários setores da
organização.
• Gestão de projetos ágeis: na gestão ágil, os projetos não são
milimetricamente acompanhados, ou seguem tarefas sequenciais
rígidas. Neste modelo as equipes são auto gerenciáveis e executam as
tarefas de forma flexível e responsável.
• Gestão por competências: na gestão de recursos humanos, a gestão
por competências é uma forma de gerenciar os indivíduos buscando
utilizar o melhor de suas competências, baseando-se em áreas de
domínio e formas de melhoria.

Sob o ponto de vista administrativo, a gestão é baseada em 14 princípios


gerais da administração conforme figura a seguir: propostos por Fayol (1960):

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 3 – PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FONTE: Adaptado de Fayol (1960)

Na estrutura de poder das organizações, há uma divisão entre


os níveis de gestão. Dentre eles, há um nível que é responsável por
organizar da melhor forma a equipe de trabalho, possuindo a maior
responsabilidade para os objetivos de curto prazo da instituição.
Identifique este nível e justifique sua resposta:

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

3 MODELOS DE GESTÃO
Agora que já tratamos do conceito de gestão, sobre o papel do gestor e as
técnicas administrativas que envolvem as instituições, vamos entrar no conceito
de gestão aplicada à educação, mas, obviamente, de uma forma aplicada à EAD.

Para Lück (2012) a gestão no âmbito educacional, é uma área que determina
a qualidade do ensino, definindo a unidade, direcionamento, forma, consistência
e coerência da instituição de ensino. Busca potencializar as ações e processos
educativos relacionados ao aprimoramento da aprendizagem dos alunos e,
respectivamente, a sua formação.

Sem estes pontos, a gestão, por si só, perderia o seu valor, assim, a gestão
se aperfeiçoa e se qualifica, visando de forma efetiva, acrescentar melhorias aos
pontos de oportunidade de formação dos alunos. Uma boa gestão educacional
é pautada por estes resultados, influenciando as pessoas, buscando que todos
aprendam, construam competências e desenvolvam o conhecimento.

Para conhecer um pouco mais sobre as interações entre os


papeis de gestão na cadeia produtiva de um projeto de programa de
educação a distância, leia o artigo científico de BÚRIGO et al. (2016),
publicado na Revista Gestão Universitária na América Latina.

FONTE: BÚRIGO, C. C. et al. A gestão colaborativa no


processo formativo da EAD. Revista Gestão Universitária na
América Latina-GUAL, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 165-176, 2016.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0BwuEFmkpDz_
pZG03bVdXS0JqNzQ/view. Acesso em: 13 set. 2019.

Neste sentido, aplicando ao conceito de EAD, Moore e Kearsley (2011)


apontam que devido à diversidade de habilidades necessárias para a criação
de cursos a distância, os que obtém melhores padrões de qualidade, são
desenvolvidos por organizações que possuem diversos especialistas que
trabalham juntos, sempre tendo a coordenação de um gestor.

As diferenças entre a gestão na educação presencial e na


educação a distância decorrem de características da EaD, que
é, no mínimo, mais complexa e dinâmica do que a primeira. Por

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

exemplo, na EaD há maior fragmentação do trabalho, o que


exige atenção especial do gestor para que exista adequadas
articulações entre as partes envolvidas. Assim como a gestão
educacional pode ser considerada mais viva do que a gestão
em empresas com fim lucrativo, a gestão na EAD é ainda mais
viva (e complexa) do que a gestão na educação presencial
(MILL et al., 2009, p. 8).

Para a correta operação de uma instituição envolvida com educação a


distância, deve haver um alto nível de organização gerencial, assim como
em qualquer outro meio de educação. Os gestores educacionais de EAD
são responsáveis por todos os níveis que levam à criação, distribuição e
implementação de cursos.

Este gestor está envolvido desde o momento de levantar as necessidades


educacionais, visto que esta etapa é realizada muito antes da operação do curso
propriamente dita. Por este fato, o montante de recursos humanos, ferramentas,
recursos financeiros e demais ativos é gigantesco, mesmo antes da efetivação
da matrícula dos alunos. Desta forma, as competências do gestor de programas
educacionais a distância, transcendem as meramente escolares.

Para prover cursos competitivos e alinhados com a realidade do aluno, é


necessário investir em tecnologias, ferramentas e métodos modernos, artefatos de
mídia com qualidade e diversos outros pontos. Sendo assim, os gestores devem
garantir que os recursos econômicos, a equipe e o tempo sejam gerenciados para
que tudo seja desenvolvido em um tempo equânime, mantendo ainda assim a
qualidade.

Sobre a gestão da educação a distância, Oliveira e Nakayama (2014, p. 7)


afirmam:

[...] a modalidade possui especificidades em termos do formato


de conteúdo, amplitude ou alcance geográfico e, até mesmo,
de legislação, que precisam ser levadas em conta para a
implementação dos cursos. Assim, conforme verificado na
literatura, a gestão da EAD tem papel fundamental para o êxito
dos cursos na modalidade.

Há a necessidade da contratação e treinamento de professores e


colaboradores em geral. Dada a natureza destes programas a distância, é
provável ainda que a distância entre a instituição e os colaboradores seja grande,
sendo assim, é necessário que o gestor desenvolva abordagens remotas que
possibilitem o recrutamento e o acompanhamento de todos estes profissionais.

Nestes pontos, é importante ressaltar que a supervisão baseada na


avaliação é essencial para que não ocorram falhas no sistema, qualquer problema

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

organizacional, deve ser identificado o quanto antes para que não ocorram
falhas durante a execução do programa educacional EAD, ou seja, os gestores
precisam estar envolvidos com os processos desde o momento da elaboração
das diretrizes do programa, formulando as políticas e compreendendo o potencial
transformador que um programa EAD pode possuir.

O impacto do EAD no ensino formal no Brasil

O Ensino a Distância impactou positivamente a educação


brasileira, e está cada vez mais acessível encontrar conteúdo de
forma digital.

A busca pelo conhecimento por meio da Internet está afetando


o ensino tradicional nas universidades brasileiras, de modo que
exigiu uma grande mudança por parte das instituições. O Ensino a
Distância, EAD impactou positivamente a educação brasileira, e está
cada vez mais acessível encontrar conteúdo de forma digital, o que
fortaleceu também, o mercado de infoprodutos, como cursos on-line,
e-books, workshops entre outros, a fim de promover a distribuição de
informações de forma massiva e acessível a todos.

Em dezembro de 2018, o governo brasileiro aumentou de 20%


para 40% a carga horária que pode ser utilizada a distância em
cursos presenciais, contribuindo ainda mais para a difusão do EAD
nas universidades. Além do ensino formal desde graduações 100%
a distância a MBAs, encontramos, também, cursos de capacitação,
extensão e técnicos, além de uma vasta gama de conteúdo on-line
sobre inúmeros assuntos. Diversas pessoas estão optando por esses
cursos que fornecem uma certa flexibilidade, ao invés do ensino
formal nas escolas/universidades.

Assim como o Google, muitas empresas já descartam a


necessidade de um diploma universitário de um profissional, hoje
vale mais a pena o conhecimento prático e a experiência passada, do
que anos estudando um curso superior. Por esse motivo, o mercado
digital tem movimentado bilhões de reais por ano, somente no Brasil.
As pessoas apostam em cursos de capacitação on-line, que estão
mais alinhados com as necessidades e exigências do mercado de

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

trabalho e oferecem melhor preparação.

De fato, é um caminho sem volta, mas a evolução do


EAD contribuirá para a decadência de cursos presenciais nas
universidades brasileiras, fazendo com que as mesmas busquem
alternativas viáveis para adaptar o modelo tradicional ao modelo a
distância. Espera-se que esse trabalho cresça muito nos próximos
anos e, como apontam pesquisas, até 2023 haverá mais alunos
matriculados em cursos a distância do que os presenciais.

FONTE:<https://olhardigital.com.br/colunistas/flavio_oliveira/
post/o_impacto_do_ead_no_ensino_formal_no_brasil/85848>.
Acesso em: 18 maio 2019.

Os modelos de gestão nas instituições que operam cursos a distância,


devem contemplar alguns pontos chaves relacionados aos aspectos a serem
gerenciados na execução dos cursos, desde seu momento de planejamento
prévio, passando até mesmo por centros de apoio presencial e culminando na
avaliação do programa. Conheceremos agora quais são estes pontos levantados
na visão de Moore e Kearsley (2011).

3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


Nos processos de gestão num programa educacional EAD, alguns processos
devem ser levados em conta pelos gestores da instituição, visando o alcance
efetivo das suas metas e objetivos, sendo que o primeiro deles é justamente o
levantamento destes objetivos por meio da definição da sua missão e visão.

A missão de uma organização, está na meta de longo prazo, estipulada a


partir da busca que possui frente a sociedade. Ela missão procura se basear no
senso de consciência do seu papel histórico, buscando ser o ponto de referência
para decisões a serem tomadas quando se enfrenta alguma dúvida com relação
aos seus objetivos.

A missão não deve ser considerada um entrave político dentro da instituição


para que se torne complexa a flexibilização dos objetivos institucionais, visto a
necessidade de uma certa eficiência na resposta de mudanças, frente às novas
oportunidades de mercado em que a instituição pode atuar. Sendo assim, é
necessária a constante revisão dos seus valores e objetivos.

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

No quadro a seguir serão apresentados alguns dos exemplos de missão nas


instituições americanas de EAD, como: The Distance Education Clearinghouse,
The Catholic Distance University e The University of Little Rock.

QUADRO 1 – EXEMPLOS DE MISSÕES DE INSTITUIÇÕES EAD


The Distance Education Clearinghouse: nossa missão consiste em produzir um Website de qual-
idade, mantido em nível elevado e atualizado frequentemente, a fim de prover uma ampla gama de
informações sobre educação a distância e recursos relacionados.
The Catholic Distance University: a missão da CDU é transmitir de modo fiel e sistemático os en-
sinamentos das Escrituras Sagradas, a Tradição Viva da Igreja e o Magistério autêntico, bem como
a herança espiritual dos padres, doutores e santos da Igreja.
The University of Little Rock: a missão da educação a distância é prover o currículo necessário
aos alunos de todo o estado, a fim de atender as suas necessidades imediatas de educação pós-se-
cundária.
FONTE: Adaptado de Moore e Kearsley (2011)

Gestão Estratégica é um modo de administração voltado diretamente ao


alcance de objetivos e metas.

Mesmo existindo uma gama imensa de saberes que uma instituição EAD pode
contemplar, a gestão da organização deve explicitar ao máximo qual o público-alvo
da sua missão, sabendo como, quem e por que suas ações devem ser devidamente
realizadas no âmbito educacional que se pretende atuar.

Não havendo posicionamento, a organização pretendendo atender a qualquer


demanda, os recursos, ativos e forças serão diminuídos consideravelmente,
dificultando a perpetuação do sistema educacional em questão na sociedade, assim
o planejamento estratégico de uma instituição de ensino que busca atuar no ensino
a distância, deve, primeiramente, buscar sempre elencar visão, meta, objetivos e
missão que a instituição possui. Todos estes pontos devem estar ligados ao meio e
mercado em que a organização pretende atuar, buscando assim uma visão com foco
em um alvo, evitando a perda de recursos e dispensação de ativos em esforços que
possam não trazer resultados competitivos para o programa educacional em questão,
culminando com o insucesso da instituição como um todo.

Você já notou que toda empresa possui definida a sua Missão,


Visão e Valores?

Procure na empresa em que você trabalha, ou busque na internet


o site de uma empresa ou marca que você se identifica e veja que eles
sempre possuem uma Missão e Visão previamente definidas.

22
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Outro aspecto que deve ser levado em conta ao planejar de forma estratégica
um programa geral de ensino a distância, é a respeito da iniciativa, ou seja, é
necessário visualizar a médio e longo prazo se esta iniciativa é viável e apropriada
frente à missão e a visão elencada no início do planejamento.

Os gestores devem identificar se existe uma demanda coerente com os


programas educacionais que se pretende implantar, sendo assim, é necessária
uma exaustiva pesquisa de mercado, buscando identificar demandas e discentes
para tal formação.

[...] a Gestão Administrativa apresenta-se como integrante da


Gestão EaD, sendo responsável pela articulação das exigências
de cunho normativos e institucionais a fim de que seja possível
o bom funcionamento dos cursos ofertados na modalidade a
distância. Portanto, reitera-se a partir das análises realizadas o
cunho integrativo do modelo de Gestão da EAD proposto, uma
vez que para uma eficiente Gestão Administrativa é necessária
uma cultura organizacional propícia a multidisciplinariedade
e integração com a Gestão Estrutural e Gestão de Ensino/
Aprendizagem (MOMO; BEHR, 2016, p. 105).

É preciso verificar também as tendências para o programa sob o ponto de


vista demográfico, visualizando se os negócios constatam transformações que
possam afetar grades curriculares e, principalmente, a existência de tais cursos,
aspectos como o idioma devem ser fortemente analisados. Dependendo da
necessidade de formação, este programa deve ser desenvolvido em mais de
um idioma, por exemplo, pode ser necessária a criação de mídias com múltiplas
legendas.

Por outro lado, as instituições também podem ter o papel de gerar esta
demanda, sob o ponto de vista acadêmico, a universidade como formadora do
conhecimento, pode propor suas próprias abordagens em programas inovadores,
visando formar turmas em áreas mais específicas do conhecimento. Deste modo,
as próprias instituições podem ser capazes de desenvolver uma nova demanda,
sob uma nova perspectiva de formação.

Com a facilidade das novas tecnologias da informação e da comunicação, o


desenvolvimento de novos programas pode ser trivial sob o ponto de vista técnico,
bastando uma análise inicial do nicho de mercado em que se pretende atuar e se
este tema pode ser atendido de forma substancial pela instituição.

23
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Com tecnologia EAD, as prefeituras vão ter capacitação nas


próprias sedes para melhorar a gestão

Dos 5.560 municípios brasileiros, cerca de 1800 terminaram o


ano passado no vermelho, diante da situação econômica do país. As
administrações tiveram queda de arrecadação pelo desemprego, que
reduziu a renda da população. E enfrentaram sérios prejuízos por
falhas administrativas de suas próprias equipes, segundo os tribunais
de contas. O despreparo de gestores e técnicos administrativos é um
dos maiores problemas constatados pelas entidades de fiscalização dos
municípios no Brasil.

Foi diante deste quadro, divulgado pelas entidades municipalistas,


que a empresa de tecnologia Triton anunciou a ampliação de sua área
de capacitação administrativa. Assim, as prefeituras das cidades do
interior vão ter a opção de realizar cursos com temas fundamentais para
a administração. Com tecnologia avançada de EAD, qualquer cidade
poderá oferecer treinamentos para os servidores, diretores, secretários
e prefeitos, em suas próprias sedes municipais. Nestes cursos, as
equipes vão conhecer as oportunidades existentes para a obtenção
de recursos, novas ideias para aplicar nas cidades, e a atualização em
administração pública, para gerir melhor, evitando prejuízos e problemas
com os órgãos de fiscalização. E cursos de desenvolvimento pessoal,
melhorando as habilidades dos grupos em várias áreas.

Também serão oferecidos cursos de gestão, criatividade,


gerenciamento de cidades, oratória política, comunicação pública e
a correta utilização das redes sociais na divulgação. Desta forma,
qualquer equipe administrativa passa a ter a mesma possibilidade de
capacitação e atualização existente nos grandes centros. Cursos de alto
nível, com especialistas, vão chegar com qualidade de som e imagem
a qualquer ponto. Com isso, equipes de saúde, educação ou esportes,
por exemplo, também poderão ser treinadas para melhorar o seu
desempenho, em benefício da comunidade.

A novidade mais importante é a total interação. Os participantes


poderão ter contato direto, ao vivo com os professores, porque o sistema
de aulas é interativo, assim as aulas têm o mesmo resultado do sistema
presencial. E com baixos custos, pelo uso da tecnologia.

FONTE:<https://exame.abril.com.br/negocios/dino/com-tecnologia-
ead-as-prefeituras-vao-ter-capacitacao-nas-proprias-sedes-para-
melhorar-a-gestao>. Acesso em: 30 maio 2019.

24
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Os gestores também decidem quanto a oferta de programas EAD baseia-


se na capacidade tecnológica disponível, não apenas sob o ponto de vista de
infraestrutura, mas também quanto à capacidade da equipe de criar e ensinar o
curso a partir das tecnologias.

Infelizmente, é possível que determinados programas sejam iniciados após


a análise da infraestrutura, mas sem analisar a capacidade pessoal, ligada à
forma com que os indivíduos organizam seus horários, é comum que em algumas
instituições os membros da equipe sejam alocados em projetos EAD sem a devida
atenção à dedicação necessária para o seu fazer profissional.

Porém, não apenas no ponto de vista da gestão, mas também dos


profissionais, muitos indivíduos iniciam seus trabalhos em projetos EAD sem
darem a devida atenção à dedicação em termos de horas que um projeto de tal
magnitude necessita, isto acarreta possíveis frustações a médio prazo e resulta
em programas educacionais de baixa qualidade.

[...] a gestão educacional presencial (pública, em especial)


tem por base a administração científica (gestão empresarial),
mas guarda certas particularidades que merecem cuidados
especiais dos gestores. Por ser uma instituição/empresa de
natureza peculiar, as formas de planejar, organizar, dirigir e
controlar a escola/universidade precisa ser diferenciada das
decisões do gestor empresarial tradicional. Vimos também
que, pelo tipo de instituição, a gestão da educação superior
distingue-se da gestão da educação básica. Da mesma forma,
a gestão da EAD deve ser tratada distintamente. Assim como
na educação presencial, o gestor da EAD não deve perder
de vista o caráter pedagógico das suas decisões a ações,
mas ele deve ter clareza de que os processos de ensino e
aprendizagem são distintos (MILL et al., 2009, p. 7).

O retorno sobre o investimento realizado para a execução do programa deve


ser analisado, de alguma forma, os custos realizados no investimento para que os
cursos sejam operacionalizados devem ser equânimes quanto aos objetivos do
curso.

Grande parte dos custos estão ligados à aquisição de equipamentos, novos


membros da equipe, contratos de fornecedores e treinamentos, assim, todo este
investimento deve ser analisado no planejamento, visando identificar o que se
busca atingir, e qual o capital necessário para desenvolver tal programa.

É fundamental que se realizem projeções sobre este tema, buscando decidir


se o projeto será realmente desenvolvido, não esperando por uma futura estimativa
de receitas, seja por mensalidades, doações ou subvenções econômicas para
que estes custos sejam cobertos em um curto prazo. Buscar o retorno de forma

25
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

rápida, é uma receita fácil para a baixa qualidade do projeto e da decepção geral
de todos os envolvidos.

Você conhece o conceito de software livre e software


gratuito? No investimento em tecnologia para programas EAD há
espaço para softwares livres ou gratuitos? Pesquise sobre este tipo
de sistema aplicado em ambientes de ensino a distância e verifique
se há viabilidade deste conceito em programas EAD.

Os gerentes devem ter em mente todos os assuntos relacionados com os


professores em relação a sua carga de trabalho, direitos autorais do material do
curso, remuneração da equipe e ambiente de trabalho.

Em uma instituição de ensino presencial, que deseja implantar cursos a


distância, tende a ser desenvolvido como um correlato em um ambiente de sala
de aula formal e isto deve ser evitado.

Antes de iniciar o curso propriamente dito, a gestão deve analisar a


sustentabilidade do programa, é extremamente desafiador garantir a longevidade
de programas EAD, muito mais complexo do que iniciar, é manter em plano de
uso. Grande parte dos problemas e dificuldades encontradas na EAD, ocorreram
após o seu início, por isso, a extrema importância de um prévio planejamento
estratégico.

[...] a gestão da EaD, como na gestão presencial se refere a ação


de planejar, organizar, coordenar e controlar: espaço, tempo,
dinheiro, instalações, pessoas e informações não perdendo
de foco o pedagógico, já que em ambas essa é a finalidade.
Mas no caso da gestão da EaD, as especificidades devem
ser analisadas com cautela. A gestão educacional presencial
(pública, em especial) tem por base a administração científica
(gestão empresarial), mas guarda certas particularidades
que merecem cuidados especiais dos gestores (OLIVEIRA;
NAKAYAMA, 2014, p. 6)

Tratando-se de uma forma educacional naturalmente tecnológica, é


imprescindível que a gestão dos programas de educação a distância esteja
intimamente ligada com o avanço das tecnologias. A qualidade de um curso

26
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

on-line e toda a vivência experienciada pelo aluno depende fatalmente das


tecnologias de mídia adotadas, sendo que as decisões dos gestores acerca
das tecnologias exercem um efeito decisivo na compatibilidade do programa em
questão à realidade educacional dos alunos.

Os custos gerais de um programa EAD estão diretamente ligados às


tecnologias e ferramentas utilizadas, sendo assim, o planejamento de um projeto
EAD deve proporcionar ambientes que consigam atender as necessidades
didáticas dos cursos.

Desta forma, os custos de aquisição, instalação, treinamento e atualização


das ferramentas devem ser levados em conta na produção de um projeto de
educação a distância, assim o planejamento estratégico de um programa EAD
deve ter um rumo, uma visão definida, definindo aspectos técnicos, ferramentais,
financeiros e pessoal.

É necessária a avaliação contínua das tendências de mercado, da sociedade


e das demandas para formação dos alunos, é preciso acompanhar diligentemente
a evolução das ferramentas tecnológicas que podem potencializar a experiência
educacional de professores e alunos, projetando assim as necessidades futuras
para novas aquisições e modernizações do processo educacional como um todo.

3.2 GESTÃO DO PROGRAMA


Um programa de educação a distância, além do planejamento estratégico
precisa desenvolver atividades que garantam também a governança das suas
ações, baseando-se nos princípios e objetivos elencados no planejamento prévio.

Os programas devem gerir todas as suas atividades e eventos que envolvem


o processo de educação, faz parte deste processo a decisão dos cursos que serão
oferecidos, a gestão das ações de criação, a implementação de novas formações,
a nomeação, treinamento, supervisão do pessoal acadêmico e administrativo e a
comunicação interna e externa para alunos sobre novas formações disponíveis
no programa.

Faz parte da gestão do programa todo o processo de ingresso na instituição,


como a matrícula e os processos de admissão ao curso, a cobrança de taxas,
a concessão de bolsas de estudo e toda a gestão financeira destes processos.
Deve também ser levado em conta o estabelecimento de serviços de instrução e
aconselhamento discente, bem como um coerente procedimento de avaliação de
alunos, fornecendo as notas, conceitos, certificados e diplomas.

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Salas de Aula EAD da Universidade de Akron

FIGURA - SALA PARA ATIVIDADES PRESENCIAIS DA UNIVERSIDADE DE AKRON

FONTE: <https://www.uakron.edu/it/instructional_services/dl>. Acesso em: 18 maio 2019.

A rede de ensino a distância da Universidade de Akron, de Ohio,


nos Estados Unidos, inclui 29 salas de aula de ensino a distância
localizadas dentro ou fora do campus principal.

Desde 1999, a Universidade de Akron tem comprometido milhões


de dólares em suas instalações síncronas de ensino à distância e
infraestrutura necessária para a tecnologia de videoconferência. O
resultado tem sido uma das mais avançadas e sofisticadas redes
síncronas de ensino a distância no estado de Ohio.

Os serviços de aprendizado à distância conectam-se a centenas


de locais em todo o mundo, para aulas, reuniões e conferências.
Além de quase todos os estados dos Estados Unidos, há eventos
realizados nas seguintes cidades ao redor do mundo:

Berlim.
Buenos Aires.
Londres.
Madri.
Cidade do México.
Moscou.
Rio de Janeiro.
Tóquio.

FONTE: <https://www.uakron.edu/it/instructional_services/dl>.
Acesso em: 18 maio 2019.

28
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É de responsabilidade do corpo gestor da instituição, a instalação e


manutenção das bibliotecas, laboratórios, salas para atividades presenciais
e demais centros de estudo que o programa EAD possa demandar, bem como
a manutenção de todo o parque tecnológico que abriga as soluções digitais
utilizadas no programa.

A extensão e a complexidade das atividades administrativas


variarão de acordo com o tipo de sistema de educação a
distância. Desse modo, em muitos programas, os instrutores
cuidam de grande parte da administração de seus cursos,
ligada aos recursos do sistema administrativo do campus.
No outro extremo, em uma instituição com finalidade única,
todo um departamento será responsável por um grupo de
atividades administrativas diferentes – particularmente,
recrutamento, matrícula, finanças e avaliação. Quando as
instituições tradicionais se convertem para instituições com
finalidade dupla, podem decidir que as necessidades especiais
dos alunos a distância tornam mais eficiente criar unidades
administrativas especializadas, lado a lado com departamentos
tradicionais, como o setor de matrículas (MOORE; KEARSLEY,
2011, p. 205).

É papel da gestão do programa garantir continuamente a qualidade, a


eficiência e a eficácia de todas as formações envolvidas sob sua governança.

3.3 GESTÃO DE PESSOAS


Decidida toda a visão e governança do programa, bem como os campos
do conhecimento e nichos de mercado em que o programa irá atuar, chega o
momento de uma das ações mais importantes, identificar os membros da equipe.

A equipe de um programa de educação a distância, pode ser composta


por colaboradores que façam parte do quadro de funcionários da instituição ou
contratados por tempo determinado, indeterminado, período integral ou período
parcial.

29
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 4 – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE EAD DA CARDIFF UNIVERSITY

FONTE: <https://www.cardiff.ac.uk/news/view/1381339-1.9-million-e-learning-
facility-to-boost-innovative-teaching-and-learning>. Acesso em: 29 maio 2019.

Existe ainda a possibilidade de que seja desenvolvida uma nova instituição


e entidade para representar programas EAD, sendo assim, o recrutamento e
treinamento de novos colaboradores é algo constante na implantação destes
programas.

Independente da forma de contrato e do modo de operação das equipes,


diversas ocupações profissionais são necessárias para projetos EAD. Uma das
primeiras decisões que deve ser tomada no âmbito da gestão de pessoas é
quanto à carga de trabalho destes profissionais.

QUADRO 2 – LISTA DE COLABORADORES NECESSÁRIOS PARA PROGRAMAS EAD


• especialistas nas diversas disciplinas, geralmente os acadêmicos da instituição de ensino;
• profissionais para criar a instrução;
• instrutores para ensinar os cursos criados;
• especialistas em apoio aos alunos;
• especialistas em tecnologia e técnicos que instalam e fazem a manutenção dos sistemas
de comunicação;
• administradores, tais como diretores de programas, gerentes de cursos e coordenadores
de locais;
• auxiliares que processam matrículas, notas de avaliação ou materiais;
• dirigentes como reitores, presidentes e outros executivos.

FONTE: Adaptado de Moore e Kearsley (2011)

30
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É um tanto quanto desafiador para o corpo gestor do programa, definir a carga


horária da jornada de trabalho dos colaboradores. Se por um lado, a quantidade
de colaboradores em período parcial diminui o custo médio da operação, por
outro, colaboradores em período integral tendem a manter maior qualidade para
prover atendimento integral aos estudantes.

A existência de uma cultura multitarefas, aliada a exigências


relacionadas a resultados são características do atual cenário
organizacional que influenciam e suportam mudanças no
cenário educacional. Apoiado a esse contexto social, observa-
se que a EAD acresce de maneira explícita e crescente no
atual estilo de vida da sociedade (MOMO, BEHR, 2016, p. 13)

Os instrutores do programa, devem estar dispostos a interagir com os alunos,


provendo a noção de pertencimento e acompanhamento da turma. Sendo assim,
é comum que outros profissionais atuem na criação, produção, manutenção e
implantação dos materiais didáticos das formações.

É importante que haja uma quantidade determinada aceitável de estudantes


para que cada instrutor consiga acompanhar, porém, manter uma série de
docentes em tempo integral para permitir o acompanhamento de alguns alunos
para cada instrutor pode ser extremamente oneroso financeiramente para a
instituição.

O mesmo ocorre com especialistas, conteudistas, profissionais criativos


e demais colaboradores do meio tecnológico, artístico e de gestão. O grande
número de profissionais em tempo integral pode inviabilizar a operação do
programa, apesar de ser algo extremamente positivo faz parte do papel da gestão,
propor soluções eficientes do ponto de vista financeiro para garantir a longevidade
do programa.

Nas universidades com finalidade única, é uma prática normal


ter colaboradores em período integral que desenvolvem cursos,
geralmente suplementados por consultores em período parcial,
e depender em seguida de instrutores (orientadores), em período
parcial para lecionar o curso. Nas universidades norte-americanas
é mais comum os professores em período integral da faculdade
proporcionarem conteúdo e instrução, embora seja cada vez mais
comum que pessoas trabalhando em período parcial, incluindo
alunos de pós-graduação e professores-assistentes, atuem
como instrutores. Outras organizações, como um distrito escolar
ou departamento de treinamento de uma corporação, podem
contratar consultores, como redatores, editores, produtores da
web, artistas gráficos e programadores para criar e desenvolver
cursos e utilizar seus professores ou trainees em período integral
para lecionar. Os gerentes e a equipe administrativa geralmente
são posições permanentes e em período integral (MOORE;
KEARSLEY, 2011, p. 10, tradução nossa)

31
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

A educação a distância tende a ser mais flexível do que outros programas


educacionais, é perfeitamente possível manter colaboradores em tempo parcial
para trabalhar nos projetos da instituição. O número de colaboradores em tempo
integral pode ser maior, multiplicando assim a quantidade de especialistas de
áreas distintas, permitindo assim a criação de programas mais abrangentes, com
indivíduos em distintas habilidades.

Independente da carga horária, é importante garantir que todos os membros


da equipe compreendam a visão do programa em questão e o caráter singular da
educação a distância, inclusive acerca dos pontos positivos do aprendizado neste
ambiente de ensino.

A equipe deve estar ciente das dificuldades que os discentes podem


enfrentar, sabendo assim, como agir para diminuir o impacto destes obstáculos,
fazendo o possível para serem úteis nestes momentos.

A capacitação da equipe é importante e saber gerir uma eficiente política


de treinamentos é essencial para a equipe gestora do programa. Ao final de
um processo de capacitação, é importante que toda a equipe continue sendo
monitorada e que receba treinamentos específicos durante o exercício das suas
funções, visando que todos estejam sempre devidamente atualizados.

O treinamento da equipe, pode ser por meio de instituições terceiras que


venham oferecer tais formações ou por meio da própria equipe, que pode
multiplicar seus conhecimentos e domínios sistematicamente em treinamentos
internos.

Para conhecer mais sobre o conceito de educação corporativa


utilizando a educação a distância, leia o artigo de Silva et al. (2018)
Impactos do e-learning em um programa de educação corporativa.

FONTE: SILVA, S. W. et al. Impactos do e-learning em um


programa de educação corporativa. Revista Gestão & Conexões,
Vitória, v. 7, n. 2, p. 184-202, 2018. Disponível em: <http://www.
periodicos.ufes.br/ppgadm/article/view/20790/14532>. Acesso em 27
maio 2019.

32
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Com a equipe devidamente treinada, todos os membros devem ser


monitorados e avaliados para que seja garantida a qualidade e a eficácia do seu
trabalho individual e em grupo, visando atingir os objetivos elencados para o
programa.

Por mais que o conceito de controle sistemático de pessoas possa não ser
tão bem recebido no meio acadêmico, é importante que programas EAD sejam
tratados como investimentos que precisam ser sustentáveis, assim, o controle
e a avaliação da equipe deve ser encarado como um procedimento padrão, da
mesma forma que é encarado no meio empresarial, industrial, entre outros.

É essencial a visão sistematizada de um programa, que todos os membros


estejam alinhados e comprometidos com os seus resultados individuais e
coletivos. Deve ser desenvolvida uma forma de coleta de dados de desempenho
regulares, para que estes possam ser devidamente avaliados, visando com que
seja possível realizar intervenções de treinamento adicional quando se consiga
identificar pontos fracos em determinados segmentos da equipe.

3.4 GESTÃO FINANCEIRA


Uma gestão financeira eficiente é baseada em ações sistemáticas, que
analisam a saúde financeira da instituição, realizando o gerenciamento das
finanças e cuidando da rentabilidade, visando sempre a maximização dos
recursos (RASOTO et al., 2012).

O fluxo financeiro é uma das preocupações dos gestores, a obtenção


de dinheiro a um custo interessante e a sua otimização em atividades que
acrescentem valor, é o objetivo de todo o gestor financeiro, dada toda a incerteza
dos mercados (SILVA, 2013).

A gestão financeira é um dos pontos mais desafiadores de todos, a


alocação dos recursos e a gestão das prioridades nos investimentos, pode se
tornar extremamente complexa dado o quanto este programa pretende atingir na
sociedade. Os gestores devem constantemente garantir que a gestão dos custos
seja compatível com a receita dos programas (MOORE; KEARSLEY, 2011).

A Gestão Financeira é composta por métodos e técnicas de gestão baseadas


no planejamento, análise e controle das atividades relacionadas com as finanças
da organização (SILVA, 2013).

Como programas EAD demandam grandes investimentos, seja em tecnologia,

33
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

em treinamentos avançados ou em especialistas, faz parte do desenvolvimento


do programa o financiamento e a aquisição de bens utilizando fontes de recursos
terceiros, buscando de forma sustentável uma gestão financeira do programa,
utilizando um endividamento saudável, conforme apresentam Rasoto et al. (2012,
p. 29):

Como máxima da gestão financeira, pode-se dizer


que o endividamento é um “mal necessário”, que deve
ser administrado em seus níveis e prazos, visando à
sustentabilidade das condições creditícias da empresa ante as
fontes de financiamentos necessárias à sua operação.

A gestão do orçamento deve prever o desenvolvimento de novas formações,


aquisição, treinamento e manutenção de novas tecnologias, a contratação da
equipe educacional, o pagamento de serviços de apoio ao aluno, a operação de
centros de aprendizado, a administração da sua área e a comercialização destes
programas.

Roane State recebe US$ 496.888 para Melhorar o Ensino a


Distância

A Faculdade Comunitária do Estado de Roane, nos Estados


Unidos recebeu uma doação federal de US$ 496.888 para melhorar
as oportunidades de ensino à distância em três dos campi mais rurais
da faculdade comunitária.

Para os anos acadêmicos de 2018-2019, a Roane State


investiu na tecnologia de videoconferência Zoom para substituir os
sistemas de vídeos interativos herdados em cada um de seus campi.
A tecnologia Zoom permite que a faculdade transmita uma aula de
um campus para estudantes em outros locais. Em vez de viajar para
um campus para estudar, os alunos podem ficar perto de casa e
participar de vídeos interativos ao vivo.

A tecnologia Zoom, com suas câmeras de 360 graus, criou uma


experiência de sala de aula mais natural do que o sistema anterior
de ensino a distância da faculdade. As aulas ensinadas via Zoom
podem ser facilmente visualizadas ao vivo em qualquer dispositivo, e
o conteúdo pode ser enviado on-line sem problemas para os alunos
acessarem on demand.

34
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Através do Subsídio de Educação a Distância e Telemedicina,


administrado pelo Serviço de Utilidades Rurais do Departamento de
Agricultura dos EUA, o colégio será reembolsado pela tecnologia
Zoom instalada no verão de 2018. O subsídio também pagará por
um segundo quarto Zoom nos campi Fentress e Morgan.

FONTE: <https://oakridgetoday.com/2019/05/31/roane-state-
receives-496888-grant-to-enhance-distance-learning>. Acesso em: 8
maio 2019.

A gestão financeira em programas de educação a distância deve ser realizada


a partir de níveis distintos, havendo orçamentos específicos para os níveis
institucionais, departamentais, programáticos e na gestão de cursos individuais.

Cada nível possui uma prioridade diferente, os gestores de topo, devem se


ater aos fundos financeiros necessários para apoiar projetos de marca e mercado,
visando manter o número de ingressantes nos programas, fazendo assim, com
que a receita seja garantida. Já os docentes, podem se preocupar com a operação
dos serviços com os alunos, garantindo a qualidade do programa.

Estas decisões, geralmente são baseadas dentro da governança nas


instituições, nos quais os diferentes níveis trabalham para garantir seus
respectivos orçamentos, em detrimento de outros departamentos. Para dirimir
estas divergências, os gestores devem garantir sempre que as decisões
financeiras sejam sempre baseadas em dados e que todos podem apresentar
seus respectivos dados para justificar a necessidade de futuros investimentos nos
variados níveis do programa educacional.

Os orçamentos em nível institucional e de gestão, em geral são os mais


polêmicos na gestão financeira de um programa. Geralmente, os gestores
procuram garantir uma execução enxuta das suas atividades, buscando operações
com o mínimo possível de recursos, visando distribuir a receita restante com
outros níveis da operação do programa.

Porém, quando este ponto é levado ao extremo, é centralizada e tem poucos


recursos, sejam eles recursos humanos, administrativos ou operacionais, são
alocados no nível mais alto da organização, a produtividade do nível de topo pode
diminuir. A gestão pode não ser eficiente quando há poucos colaboradores ou
quando a gestão é muito enxuta e não produtiva.

35
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Como o ensino a distância tem auxiliado desempregados a


acharem trabalho de forma rápida no Brasil

A educação on-line não é novidade. No entanto, o conceito


tem mais de 170 anos e tem suas origens em um curso por
correspondência que foi oferecido na Grã-Bretanha, onde o instrutor
enviou lições e recebeu as tarefas concluídas dos alunos pelo
correio. O ensino a distância nasceu e os cursos on-line de hoje são
versões modernas de seus humildes predecessores.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), um terço das 3,3


milhões de matrículas do ensino superior realizadas entre os anos de
2003 e 2013, correspondia a cursos a distância, e esse número não
para de crescer. Em 2014, segundo dados da Associação Brasileira
de Educação a Distância (ABED), ao todo 3,8 milhões de alunos
estavam matriculados.

As aulas a distância que conhecemos hoje, representada pela


sílaba EAD, é muito diferente das primeiras tentativas dessa prática.

O aluno optante por essa categoria conta com muitas vantagens,


como a comodidade de estudar em casa sem correr riscos ao pegar
trânsito, a flexibilidade de estudar a hora que quiser, sem contar com
a especificidade dos cursos disponíveis, a qualidade dos cursos é
outro diferencial, e é claro, o preço acessível, além do investimento
ser de baixo custo em relação aos cursos presenciais, outras
despesas deixam de existir, como as de alimentação, transporte e
afins.

FONTE: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/como-
o-ensino-a-distancia-tem-auxiliado-desempregados-a-acharem-
trabalho-de-forma-rapida-no-brasil>. Acesso em: 11 mai. 2019.

Como exemplo, o investimento em nível de gestão para garantir um bom


setor no monitoramento de desempenho do programa, pode trazer grandes
diferenciais estratégicos para a instituição. Estando este setor devidamente
alinhado com um ambiente de pesquisas mercadológicas, equipado e gerido,
pode ser essencial para o desenvolvimento de novas formações e fontes de
receita para a organização.
36
Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Porém, deve haver um grande equilíbrio nesta balança, pois, algumas


organizações tendem a inflar demasiadamente em seu nível de gestão,
sobrecarregando de gestores e funcionários, consumindo grandes fatias do
orçamento, podendo não produzir ou trazer benefícios suficientes para o
programa.

O orçamento sistemático de um programa EAD, difere muito da forma


com que as instituições de educação presencial atuam enquanto nas outras
instituições, a maioria dos recursos são destinados à operacionalização das
atividades durante a vigência das aulas, como nos alugueis, salários e demais
despesas durante a execução dos cursos.

Nas instituições de ensino a distância, há uma substancial ênfase nos


investimentos prévios à realização do curso propriamente dita. Na gestão de
programas EAD, os responsáveis pelo setor financeiro, devem realizar orçamentos
prévios antes e durante a elaboração, e na execução do curso. Sendo assim, o
investimento não é realizado apenas de forma majoritária no momento em que os
alunos estão em sala de aula, mas sim, muito antes que isso ocorra.

Em virtude de os materiais do curso terem de ser preparados


anteriormente à sua utilização — e, alguns deles, como as
gravações em vídeo, podem precisar de muitos meses para
serem produzidos —, é essencial que seja desenvolvida e
mantida uma programação bem definida. Geralmente, isso
assume a forma de um plano de trabalho que relaciona todas
as tarefas que precisam ser concluídas, as datas-limite para
cada tarefa e quem é responsável por concluir a tarefa. É
responsabilidade do administrador encarregado do programa
de educação a distância assegurar que a programação do
desenvolvimento seja obedecida, de modo que os materiais
e programas sejam coordenados e estejam prontos quando
os alunos e os instrutores se apresentarem para iniciar a fase
interativa do programa. Nessa ocasião, haverá necessidade
de um programa amplamente distribuído para atividades
como matrícula no curso e pagamento de taxas escolares,
e uma programação de datas para o término das tarefas do
curso, os exames e os procedimentos de formatura. Outras
tarefas importantes de programação estão envolvidas caso
haja teleconferência, tais como reserva de salas nos locais
de teleconferência; e se a instituição estiver transmitindo
ou recebendo um programa, é preciso reservar tempo no
satélite por meio da empresa de telecomunicações (MOORE;
KEARSLEY, 2011, p. 213)

O planejamento financeiro é importante em relação ao ritmo do aluno e


quanto à forma de ingresso de alunos ao programa. Há programas que seguem
rígidas formas de ingresso, por meio de processos seletivos anuais ou semestrais,
como vestibulares. Nestes casos, há um período previamente definido para a
entrada de novos alunos no curso, em outros casos a entrada no curso é por meio
37
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

de matrículas livres, pelas quais os alunos livremente, podem solicitar a qualquer


momento sua entrada no programa. Porém, há alguns programas que possuem
um período fixo para o término da formação, um prazo predefinido para que o
aluno finalize suas atividades, ou seja, o aluno não terá mais acesso ao ambiente
de estudos após a finalização deste período. Nestes cursos, é possível que o
aluno solicite uma prorrogação de matrícula ou uma rematrícula, por exemplo.

Mercado de ensino a distância deve crescer em 90 bilhões de


dólares entre 2019 e 2023

Business Wire
31 de maio de 2019

De acordo com o Technavio Research Report, o mercado global


de ensino a distância (ensino a distância tradicional e ensino a
distância on-line) deve crescer US$ 90,37 bilhões.

A crescente popularidade do microlearning on-line para


impulsionar o crescimento do mercado

Com o aumento da alfabetização digital e o aumento da


penetração de smartphones, o microlearning on-line surgiu como
uma metodologia popular no mercado de ensino a distância. O
aumento do uso de módulos de aprendizagem de tamanho reduzido
e atividades de aprendizagem de curto prazo, com ênfase crescente
na personalização e no aprendizado adaptativo, impulsionará o
mercado a longo prazo. O Microlearning também oferece conteúdo
conciso e relevante, ao mesmo tempo em que ajuda a resolver as
lacunas de conhecimento entre os alunos. Além disso, as faculdades
e universidades estão visando um público-alvo mais amplo,
fornecendo programas de certificação de curto prazo em conjunto
com seus programas de graduação tradicionais. Portanto, com
o crescente número de instituições de ensino superior adotando o
microlearning com seu currículo existente, espera-se que o mercado
global de ensino a distância testemunhe um crescimento crescente
nos próximos anos.

O ensino a distância tradicional acumulará a maior parcela

Espera-se que o ensino a distância tradicional consiga a maior


parcela do mercado devido à crescente popularidade da educação
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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

executiva em economias emergentes e avançadas. Instituições de


ensino em economias avançadas e emergentes estão oferecendo
cada vez mais graus de ensino a distância, juntamente com os cursos
convencionais. A educação a distância também está ganhando
força entre os estudantes devido a vantagens como fácil acesso,
flexibilidade em termos de tempo, localização e acessibilidade. Além
disso, o ensino a distância tradicional também é econômico em
comparação com os cursos regulares convencionais que envolvem
custos de alojamento e hospedagem no campus.

“O mercado tradicional de ensino a distância deteve a maior


participação em 2018 devido ao aumento das matrículas de alunos
não convencionais, incluindo profissionais que trabalham. Além
disso, iniciativas de apoio do governo em economias emergentes
e avançadas acabarão por aumentar a credibilidade dos cursos de
ensino a distância nos próximos anos”, diz um analista sênior de
pesquisa da Technavio.

FONTE: Traduzido de <https://finance.yahoo.com/news/


distance-learning-market-worth-usd-113000526.html>. Acesso em:
31 maio 2019.

Outro ponto importante que a equipe financeira deve levar em conta, é em


relação à proporção de recursos para cada uma das opções de investimentos
necessários para o programa EAD. Como em “fatias de um bolo”, os gestores
financeiros devem estudar minuciosamente sobre como distribuir os recursos,
nas variadas necessidades de investimentos que a instituição deve realizar para
operacionalizar suas formações.

Microlearning é o uso da educação a distância para criar cursos


específicos, focados em uma área do conhecimento, com curta
duração e conteúdos relativamente menores.

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

É comum que perguntas como “devo direcionar uma maior parcela para
criar formações ou aprimorar as atuais?” e “devo contratar mais instrutores ou
melhorar a infraestrutura?”. A divisão dos recursos entre os diferentes aspectos da
instituição deve ser baseada em uma contínua pesquisa de mercado e análise de
necessidades do programa, baseando-se no seu planejamento estratégico.

Para conhecer um pouco mais sobre as potencialidades do


mercado de ensino a distância, leia a matéria Ensino a distância
(EAD) será maior que Ensino Presencial até 2023 publicada pela
Revista Exame: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/ensino-a-
distancia-ead-sera-maior-que-ensino-presencial-ate-2023.

Uma das formas de identificar estes pontos, é utilizar a avaliação dos alunos
para julgamento da alocação de recurso. Caso estas avaliações indiquem que os
discentes não estão com bons níveis de satisfação em relação à interatividade
das formações, é prudente alocar mais recursos na aquisição de novos ambientes
de formação, que forneçam maior interatividade entre os envolvidos.

Pode-se investir em seminários e formações de professores sobre técnicas


interativas, ou ainda, contratar mais instrutores para que a quantidade de alunos
por instrutor seja menor, facilitando a atenção para com seus alunos, aumentando
assim, a interatividade entre todos os membros envolvidos neste processo
educacional.

Entretanto, caso as análises de mercado apontem para que os alunos


tenham maior interesse por formações ainda não disponíveis na instituição,
é papel dos gestores financeiros proverem recursos para um orçamento de
desenvolvimento de novos cursos. “É preciso tomar decisões, e para que estas
sejam as melhores, é necessário possuir dados de avaliação confiáveis a respeito
de todos os aspectos das iniciativas de educação a distância da organização”
(MOORE; KEARLSEY, 2011, p. 211).

3.5 POLOS E CENTROS DE APOIO


As iniciativas de educação a distância mesmo sendo operadas on-line,
podem ser operadas em centros de apoio presenciais, em locais estratégicos
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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

sob o ponto de vista geográfico. Entretanto, boa parte das atividades podem ser
realizadas em ambientes virtuais, de forma assíncrona, por videoconferência
por exemplo, e algumas das atividades já tem a necessidade de encontros
presenciais.

Na educação a distância, a comunicação assíncrona é aquela


em que os alunos participam das atividades sem a necessidade de
uma sincronia temporal ou geográfica com a instituição, ou seja, eles
podem livremente realizar as atividades nos momentos e locais em
que acharem mais apropriados. Neste caso, os alunos acessam os
ambientes on-line para ler e ver os vídeos, leem os materiais on-line
ou em livros, sem a interação em tempo real com a instituição.

Já a comunicação síncrona é aquela em que há uma


interação, ao menos temporal, entre os indivíduos, onde é possível
conversar em tempo real, seja por vídeo, ou apenas por áudio. Neste
caso, de alguma forma os alunos se conectam com a instituição em
um determinado momento, a partir de horários marcados, onde é
possível tirar dúvidas, assistir aulas ao vivo, entre outras atividades
“face a face”.

Estas intersecções entre o ensino presencial e a distância, são classificadas


como Ensino Híbrido ou Ensino Semipresencial, operadas em centros de apoio,
comumente denominados como sendo Polos de Apoio Presencial ou apenas Polo
Presencial.

Um exemplo apresentado por Moore; Kearsley (2011) é da formação de


relações interpessoais para conselheiros ou para professores iniciantes, que
precisam de prática em sala de aula, por exemplo, no ensino de atividades
práticas de laboratório químico. Nestes exemplos, os programas necessitam de
algumas instalações físicas para receber presencialmente os alunos e que os
mesmos consigam realizar seus experimentos in loco, recebendo orientações da
equipe e construindo o seu conhecimento na ferramenta presencial.

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 5 – SALA DE AULA DE APOIO PRESENCIAL


DA LEIDEN UNIVERSITY (PAÍSES BAIXOS)

FONTE: <http://www.lde-studentsuccess.com/news/audiovisual-
director-online-learning-lab>. Acesso em: 15 maio 2019.

Os gestores devem prever polos planejando, onde esses centros de apoio


devem ser geograficamente localizados, havendo a real necessidade do uso
destas instalações, é questionado:

• Quais são os materiais e equipamentos necessários?


• Quais serão os membros da equipe do polo?
• Como será o relacionamento com a instituição ou com a unidade/campus
principal?
• E, principalmente, como que estes centros de apoio serão financiados?

Em se tratando do ensino superior, boa parte da formação dos estudantes


universitários é baseada no uso e pesquisas em livros. Sendo assim, uma coleção
de livros faz parte do material essencial e complementar de qualquer faculdade.

Portanto, na gestão de um programa de ensino superior a distância, é


importante garantir o acesso dos estudantes à bibliografia da sua área de
conhecimento. Desta forma, os gestores devem prever sempre uma biblioteca
nos polos de apoio, contendo as referências mínimas para a operação dos cursos
dos alunos que usufruem destes espaços.

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Bibliotecas nos centros de apoio em universidades americanas

Em 1967, a Association of College and Research Libraries


(ACRL) emitiu diretrizes formais para o atendimento das
necessidades dos alunos a distância. As diretrizes foram atualizadas
em 1982, 1990 e 1998 (Comitê de Diretrizes de Educação a Distância
da ACRL, 1998). Com a chegada da Internet, ficou mais fácil lidar
com o problema. As bibliotecas acadêmicas estão começando a
agregar a suas equipes bibliotecários especializados em educação
a distância.

A Central Michigan University, por exemplo, emprega sete


bibliotecários em período integral para este tipo de serviço (Kirk;
Bartelstein, 1999).

Na Flórida, os alunos a distância em qualquer ponto do Estado


têm acesso a bibliotecários especializados em educação a distância
na Florida Distance Learning Reference and Referral (Guernsey,
1998). A formação de parcerias representa outra maneira pela qual
as bibliotecas acadêmicas têm respondido às necessidades dos
alunos a distância.

A Walden University, uma escola de pós-graduação a distância


certificada, formou uma aliança com a Indiana University para
permitir que alunos da Walden façam pleno uso das bibliotecas
dessa universidade (Kirk; Bartelstein, 1999). Illinet, um consórcio de
40 bibliotecas acadêmicas em Illinois, possibilita empréstimos para
os alunos que são membros, além de manter on-line um catálogo
comum.

Na Califórnia, nove campi na University of California formaram a


Biblioteca Digital da Califórnia (CDL – California Digital Library), que
é acessível ao público e permite buscas on-line e um banco de dados
e periódicos contendo mais de 800 mil títulos disponíveis em todo o
Estado.

A Pennsylvania State University faz parte de diversas


cooperativas de bibliotecas, incluindo a Biblioteca Eletrônica Virtual
(VEL – The Virtual Electronic Library) e a Pennsylvania Academic
Library Connection Initiative (Palci). A VEL proporciona empréstimos
mútuos entre as dez grandes universidades e a University of Chicago.
Catálogos on-line, como LibrarySpot, ECO (Electronic Collections
On-line) e WorldCAT, dois dos quais são mantidos pelo Online
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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Computer Library Center (OCLC), oferecem aos usuários on-line


acesso a recursos da biblioteca, catálogos e sistemas de informação.

Uma pesquisa de 1996 relativa às bibliotecas acadêmicas


constatou que das 74 respondentes, somente três indicaram que não
estavam apoiando ativamente os programas de educação a distância
de suas respectivas instituições.

FONTE: MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Distance education:


a system view of online learning. Boston: Cengage Learning, 2011. p.
182, tradução nossa.

Alguns programas mantêm atividades síncronas com os alunos por meio de


tecnologias de teleconferência, algumas dessas iniciativas são baseadas unicamente
em ferramentas baseadas na internet, na qual o aluno pode, a partir da sua casa, ou
por um dispositivo, assistir a aula ao vivo. Porém, em determinados programas, há
a necessidade da vivência em grupo deste processo educacional, no qual, em uma
sala de aula, os alunos assistem a aula ao vivo em forma de teleconferência.

Para tanto, é preciso que o centro de apoio, esteja devidamente equipado com os
aparelhos para a realização da teleconferência e, que neste centro, esteja localizado
em uma zona que seja coerente com o público alvo. O tamanho das salas do polo de
apoio deve ser devidamente analisado, pois podem variar entre pequenas salas para
reuniões de grupos de poucas pessoas, podem ser salas de aula com a capacidade
comum, entre 30 e 40 participantes ou podem ainda, ser grandes auditórios, com
capacidade para mais de cem usuários.

Em qualquer uma das opções, o correto dimensionamento dos equipamentos


é essencial, principalmente no que se refere ao tamanho da tela de projeção, a sua
capacidade de iluminação, frente ao tamanho da sala (que pode ser pequena ou
grande) e também quanto ao sistema de som, que deve ser capaz de emitir a aula
de forma clara para os participantes em todos os cantos da sala no momento da
teleconferência.

3.6 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL


Dentre os pontos que devem ser avaliados, é necessário mensurar o quantitativo

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

de matrículas, os discentes, quanto à formação, satisfação dos docentes, programa,


a reputação da formação, do programa, da instituição e a qualidade dos materiais
didáticos utilizados na formação. Estes fatores estão diretamente ligados à qualidade
dos programas desenvolvidos pela instituição.

Caso o número de matrículas aumente continuamente ou caso estes ainda


permaneçam nos mesmos patamares, indica que a instituição está desenvolvendo
substancial trabalho, com coerência e eficiência.

Isto indica que estão sendo realizadas avaliações e pesquisas de mercado,


demográficas e socioambientais, visando adequar os programas desenvolvidos pela
instituição à realidade do entorno objetivo da instituição.

O sucesso obtido pelos discentes é um indicador de qualidade a ser avaliado


com grande dose de atenção, podendo avaliar a curto prazo ou com base no
desempenho atual e satisfação real do aluno, a longo prazo.

Não é tão simples identificar o aumento ou a queda do sucesso dos alunos em


determinadas carreiras, são necessárias aprovações além das necessárias pela
instituição de ensino, como as acreditações de classe necessárias para a carreira
do estudante, como registros de categoria profissional, testes de certificação, entre
outros.

Porém, ainda assim, esses resultados, quando devidamente identificados


e validados, podem também servir como fonte para a avaliação institucional do
programa.

No entanto, o tipo de dados sobre o sucesso dos alunos que


seria mais valioso, especificamente a avaliação do desempenho
no cargo ou da competência no trabalho, é quase impossível de
obter, em virtude da complexidade de se realizarem estudos no
local de trabalho. Geralmente, a maior parte dos programas se
contenta com relatos sobre o impacto de seus cursos, obtidos
por meio de entrevistas com os alunos formados (MOORE;
KEARSLEY, 2011, p. 215).

Sobre a satisfação geral dos alunos em relação ao programa, é trivial levantar


dados, pois é comum nas instituições de ensino, que seja realizada uma avaliação do
curso pelos próprios alunos, nas avaliações, é comum que seja validada a qualidade
do conteúdo, da organização da formação, dos professores, dos materiais e do
ambiente de ensino, por exemplo.

Esses dados podem ser analisados facilmente pelo gestor acadêmico do curso
ou do programa, fazendo com que seja realizada ao menos uma mínima avaliação
com relação à percepção de valor do aluno frente a sua formação.

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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

A gestão de um programa de educação a distância envolve


aspectos da gestão educacional e da gestão empresarial. Porém,
é correto afirmar que a gestão destes programas pode utilizar as
mesmas técnicas de gestão utilizadas nas demais organizações?
Justifique sua resposta, apontando as possíveis diferenças ou
semelhanças.

4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Como foi possível observar, não é nada trivial a implantação de um programa
EAD em uma instituição, os modelos de gestão, mesmo que baseados na
gestão empresarial e escolar, são distintos, pois há realidades diferentes entre a
educação presencial e a distância.

Enquanto no ensino presencial boa parte dos esforços gerenciais são


voltados no momento da operação do curso, com professores e alunos, já no
ensino a distância os esforços de gestão se iniciam desde os primeiros passos
do programa, com fortes aportes financeiros a partir do planejamento estratégico,
buscando as melhores formas de encontrar alternativas viáveis do ponto de vista
técnico e didático para a realização dos programas.

A gestão estratégica, ponto essencial da implantação dos programas EAD,


deve sempre ser voltada ao desenvolvimento de uma identidade do programa,
buscando elencar os objetivos, trazendo um norte para o restante da execução
das formações.

A gestão geral do programa, é voltada para o gerenciamento dos processos


quanto à sua implantação e operação, baseando-se no planejamento estratégico
prévio, tendo como norte a missão e visão do programa e, levando em conta os
próximos passos, como a gestão financeira, gestão de pessoas, gestão dos polos
e centros de apoio e avaliação institucional.

No próximo capítulo conheceremos sobre os fundamentos da comunicação


na gestão de projetos EAD, ferramentas e papeis envolvidos na gestão e
execução de programas de educação a distância.

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Capítulo 1 GESTÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
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Revista Gestão Universitária na América Latina-GUAL, Florianópolis,
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d/0BwuEFmkpDz_pZG03bVdXS0JqNzQ/view. Acesso em: 13 set. 2019.

CHIAVENATO, I. Administração geral e pública: provas e concursos. Barueri:


Manole, 2016.

CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2007.

FAYOL, H. Administração geral e industrial. São Paulo: Atlas, 1960.

FERREIRA, V. C. Modelos de gestão. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.

LACOMBE, F. J.; HEILBORN, G. L. Administração. São Paulo: Saraiva, 2017.

LÜCK, H. Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2012.

MAÇÃES, M. A. Manual de gestão moderna: teoria e prática. São Paulo: Leya,


2018.

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planejamento, organização, direção e controle da EAD. Vertentes, São João
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repositorio/File/vertentes/Vertentes_35/daniel_mill_e_outros.pdf. Acesso em: 13
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MOMO, F. S.; BEHR, A. Gestão da educação a distância (EAD): uma significação


a partir das práticas de gestão na Universidade Federal do Rio Grande Do
Sul (Ufrgs). Em Rede-Revista de Educação a Distância, Porto Alegre, v.
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INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA, 14., 2014, Florianópolis.
Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/

47
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

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RASOTO, A. et al. Gestão financeira: enfoque em inovação. Curitiba: Aymará


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view/20790/14532>. Acesso em 27 maio 2019.

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Novatec, 2017.

SILVA, E. S. Gestão financeira: análise de fluxos financeiros. Porto: Vida


Econômica Editorial, 2013.

48
C APÍTULO 2
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 Compreender sobre os elementos comunicacionais que compreendem a


gestão em EAD.

 Identificar os papéis envolvidos na cadeia de valor da educação a distância.

 Discernir quanto aos objetivos relacionados ao papel do gestor educacional.


GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

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Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior você conheceu os fundamentos de gestão aplicados
à educação a distância, abordando um pouco sobre os modelos de gestão,
conceitos gerais de administração, níveis de gestão e demais aspectos voltados
à teoria geral da administração, permitindo assim que fosse possível os diferentes
modos de gestão ligados à programas da EAD.

Desta forma, neste capítulo você aprenderá sobre os aspectos


comunicacionais envolvidos no âmbito da educação a distância e como os
diferentes papéis que se relacionam no que chamamos de cadeia de valor da
EAD, a junção mercadológica de atores, profissões e papéis que compõem o dia
a dia da operacionalização de cursos a distância.

Como em uma instituição de ensino presencial, os únicos atores não são os


professores e alunos, em uma instituição de ensino a distância, existem vários
outros profissionais, tutores, autores, entre outros, que abordaremos neste
capítulo.

2 FUNDAMENTOS COMUNICACIONAIS
A evolução da educação a distância, acompanha a tecnologia da informação
e da comunicação (TIC), exercendo um papel fundamental na forma de se
comunicar e aprender.

As gerações da EAD são baseadas nas tecnologias existentes em cada uma


das fases dos programas a distância. Desta forma, enquanto ensino anteriores
priorizavam a educação baseada na convivência física de alunos e professores
em um mesmo local, o uso de tecnologias no meio educacional era unicamente
baseado no interesse da instituição ou do professor em utilizar outras mídias para
ilustrar suas aulas.

Já na educação a distância, o uso de tecnologias é algo natural; e


imprescindível, visto que esta é intimamente ligada com o meio tecnológico
(SILVA; FIGUEIREDO, 2012). Por se tratar de um meio educacional voltado à
transposição de barreiras geográficas e temporais, os aspectos comunicacionais
são base de um contexto EAD. A simples existência de cursos a distância,
pressupõem uma forte ênfase no meio da comunicação utilizado, pois está
diretamente ligado à utilização tecnológica para facilitar interações didáticas entre
os alunos, professores e conteúdo, em locais e tempos diferentes.

51
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação, são


conjuntos de meios tecnológicos capazes de facilitar os processos de
compartilhamento e acesso às informações.

Ferramentas midiáticas de comunicação baseadas nas TIC são capazes


de promover a potencialização da comunicação entre os alunos e professores,
facilitando a interação dos alunos com as fontes de informação e aumentando a
velocidade dos feedbacks entre os membros da turma.

Antes de utilizar as ferramentas de forma massiva, é importante que toda


a equipe esteja devidamente capacitada nas tecnologias relacionadas, fazendo
com que o domínio seja pleno, permitindo assim um melhor aproveitamento das
suas capacidades e, mais do que isso, ele deve ser o agente que motiva o aluno
a participar ativamente das discussões da turma, utilizando estas ferramentas
para tornar mais atrativos os aspectos da aula, atendendo assim, de forma mais
efetiva, os interesses dos alunos (FARIAS, 2013).

Moore e Kearsley (2011) dividem as diferentes modalidades de


programas EAD em cinco gerações distintas, intimamente ligadas às
tecnologias utilizadas em cada época:

FIGURA - DIFERENTES MODALIDADES DE PROGRAMAS


EAD EM CINCO GERAÇÕES DISTINTAS

FONTE: Adaptado de Moore e Kearsley (2011)

• Primeira Geração – Educação por Correspondência: geração a partir


de 1850, baseada no envio de materiais por via postal.

52
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

• Segunda Geração – Educação por Rádio e TV: geração a partir de


1920 utilizando transmissões por áudio e audiovisuais.
• Terceira Geração – Universidades Abertas: geração a partir de 1970
utilizando instituições de ensino com aprendizagem flexível.
• Quarta Geração – Educação por Teleconferência: geração a
partir de 1980 utilizando as tecnologias síncronas e assíncronas para
transmissões de conferências em vídeo.
• Quinta Geração – Educação por Ambientes Interativos: geração
a partir de 1990 que utiliza os sistemas baseados nas redes de
comunicação digital e internet.

No meio educacional atual, seja no âmbito presencial ou a distância, o uso


das tecnologias deve acompanhar as transformações da sociedade.

Segundo Mercado (2006) e Trepulé, Teresevičienė e Volungevičienė (2013),


as alterações de cursos e métodos, exigem novas abordagens comunicacionais e
desafios envolvendo o uso das tecnologias interativas, atendendo às demandas
de novos discentes.

Os novos alunos, conhecido como “nativos digitais” são tidos por Prensky
(2010) como discentes que já nasceram fluentes no meio tecnológico e já
dominam, desde muito novos, as linguagens e tecnologias envolvidas na
comunicação mediada pela tecnologia.

Assim, os nativos digitais, por já possuírem o pleno domínio das tecnologias


digitais em dispositivos móveis, ambientes on-line, canais de streaming e
demais abordagens midiáticas, quando envolvidos em um ambiente baseado em
comunicação a distância, tendem a estar no seu “habitat natural”.

FIGURA 1 – CRIANÇAS DAS ESCOLAS ROCK HILL NOS


ESTADOS UNIDOS EM UM PROGRAMA DA EAD

FONTE: <https://www.wbtv.com/2019/07/18/rock-hill-schools-
participates-elearning-pilot-program>. Acesso em: 25 jul. 2019.
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GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Na literatura atual, é possível encontrar diversos trabalhos científicos que


discutem de forma teórica e prática as abordagens comunicacionais voltadas a
sua importância no âmbito da educação a distância, conforme visualizamos no
quadro a seguir:

QUADRO 1 – PESQUISAS SOBRE COMUNICAÇÃO EM EAD


AUTORES TRABALHO

Estudo de duas práticas pedagógicas em educação a distância, uma inovadora e


Medeiros e
outra tradicional, cujos resultados mostram que, no módulo em que houve maior
Martins (2013)
interatividade, houve melhores resultados na avaliação.

Comunicação e interação entre os atores responsáveis pela gestão EAD – ex-


Nobre et al.
periência do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de
(2008)
Sistemas em EAD.
Tibúrcio e Assis Análise da atividade fórum, na Universidade Federal de Viçosa, quanto aos tipos
(2012) de participantes, número de acessos, tipo de posts, entre outros.
Contribuição da interação social no ambiente virtual de ensino e aprendizagem
para o desempenho de alunos de um curso a distância, de formação continuada
Fernandez e para professores. Coletam informações referentes às interações nos fóruns da
Cruz (2015) plataforma AVA Moodle e equiparam com a quantidade de interações. Através de
entrevista questionam a relevância e função do fórum, a concepção da interação e
as características que ajudaram na aprendizagem. Concluem que a interação con-
tribui para o bom desempenho do aluno, mas não é conclusiva quanto à relação
quantidade de interação e desempenho positivo.
Qualidade do ensino a distância em instituições de ensino superior na percepção
de coordenadores e docentes: estudo de caso sobre o curso para gestores da rede
de ensino estadual do Estado de São Paulo. Através de pesquisa junto a reconhe-
Versuti (2007) cidas instituições de ensino, depurou 24 indicadores considerados essenciais para
garantir a qualidade em educação a distância baseada na Internet, dispostos em
sete categorias: 1-Indicadores de Suporte Institucional; 2- Indicadores para Desen-
volvimento de Cursos; 3-Indicadores de Ensino/Aprendizagem; 4-Indicadores de
Estrutura de Cursos; 5-Indicadores de Suporte ao Aluno; 6-Indicadores de Suporte
ao Corpo Acadêmico; 7-Indicadores de Avaliação.
Nunes e Perei- Educação mediada por tecnologias de informação e comunicação: pressupostos e
ra (2016) avaliação.
Comunicação nos ambientes virtuais de aprendizagem com uma abordagem
Sousa e Santos centrada no usuário. Nessa pesquisa, os autores abordam a utilização do Plano
(2015) de Usabilidade na construção de cursos a distância com o objetivo de produzir um
ambiente de aprendizado mais orientado ao usuário final.
Este estudo teve como objetivo geral de pesquisa investigar quais as possíveis
causas que influenciaram a evasão em um curso de Licenciatura em Pedagogia
Laham (2016)
da UAB – UFSCar em um Polo Presencial do Interior Paulista: percepção dos
alunos.
Haguenauer, Comunicação e interação em ambientes virtuais de aprendizagem. Os autores
Lima e Filho apresentam conceitos de ambientes virtuais de aprendizagem, significados dos
(2010) termos interatividade e interação e elementos relevantes para a aprendizagem.

FONTE: Ichihara (2018, p. 25-26)

54
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Como você já viu no capítulo anterior, a comunicação entre os atores


envolvidos na educação a distância, pode ser:

• Síncrona: quando os envolvidos estão disponíveis no mesmo momento


para a interação;
• Assíncrona: quando o momento didático é realizado em momentos
distintos entre professor e aluno.

Estes dois grandes paradigmas educacionais, exemplificam o quanto o EAD


pode potencializar o aprendizado de diferentes estilos de alunos. Um programa
que utiliza as novas tecnologias da informação e comunicação, pode ser capaz de
desenvolver tanto atividades síncronas, como assíncronas.

Uma instituição pode prover atividades que proporcionam aos envolvidos,


distintas formas de aproveitar os conteúdos, seja interagindo com os colegas e
professores no próprio momento da aula, esteja onde eles estiverem (síncrona),
para concluírem o objetivo da aula.

FIGURA 2 – ALUNOS DA AUSTRÁLIA E DA CHINA


DESENVOLVENDO ATIVIDADES SÍNCRONAS

FONTE: <http://rangikura-cb-room10.blogspot.com/2016/03/e-learning-
google-hangouts-chromebooks.html>. Acesso em 19 jul. 2019.

Outra ferramenta importante para garantia do sucesso da EAD é o feedback,


um ato de comunicação, onde o professor garante que o aluno não sinta a sua
ausência no ambiente virtual.

55
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

A partir do feedback, o professor é capaz de garantir que o aluno seja


devidamente acompanhado e amparado na sua jornada da educação a distância
e nos estudos a distância. Assim, este professor deve estar atento para dois
pontos essenciais no feedback: o tempo de resposta e a qualidade do feedback
(FLORES, 2009). Sob o ponto de vista do tempo de resposta, o professor deve,
dentro do possível, responder às ações dos alunos, sejam elas perguntas ou envio
de atividades, num prazo de 48 horas.

Em se tratando da educação a distância, nas ferramentas assíncronas, é


importante que o tutor esteja atento às interações dos alunos, enviados com a
urgência e brevidade que a situação possibilita.

Para Farias (2013), o feedback pode ser melhor aplicado nos modos
síncronos de comunicação na EAD, visto que uma comunicação recíproca mais
rápida entre professores e alunos, pode se dar de forma instantânea.

Com relação à qualidade do feedback, o tutor não pode ser tão imediatista
a ponto de não garantir um feedback coerente com a solicitação do aluno. Um
feedback coeso e bem embasado faz com que o aluno esteja devidamente
motivado no seu ambiente EAD (FLORES, 2009).

A comunicação baseada nas novas mídias é o ponto chave para a eficácia de


programas da EAD. No meio atual, seja ele educacional ou não, a interação dos
indivíduos utilizando meios digitais é cada vez mais presente.

Com a convergência digital dos dispositivos acelerada pelas necessidades


da indústria e alavancada pelos interesses comerciais, o uso de dispositivos
computacionais portáteis como aparelhos celulares, tablets, relógios inteligentes,
acesso à internet e à informação, se tornou presente no dia a dia de boa parte da
população.

Para tanto, o uso de tecnologias não deve se restringir apenas ao meio


educacional, nem tampouco ao meio a distância, conforme pontuam Silva;
Figueiredo (2012, p. 3):

Por seu turno, com a ampliação do acesso aos meios de


comunicação, em especial a internet, observamos que, mesmo
no ensino presencial, vem sendo fundamental ao professor
inovar as formas de transmitir o conhecimento, no intuito de
motivar e aproximar as aulas da realidade dos discentes. Em
se tratando da educação a distância, a utilização de Ambientes
Virtuais de Aprendizagem/AVA, também conhecidos como
salas virtuais, cumpre a função de estabelecer a comunicação
entre professores e alunos, bem como dinamizar as aulas
teóricas através de videoaulas, exercícios, chats e fóruns.

56
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Silva; Figueiredo (2012) ainda afirmam que boa parte dos


fatores que contribuem para a desistência de alunos a
distância, é a falta de motivação quanto às atividades e a
afetividade entre alunos e professores. Sendo assim, o uso
das ferramentas tecnológicas de comunicação dentro de um
ambiente EAD é fator para o sucesso de projetos da educação
a distância.

Madrasa e-learning: uma plataforma da educação a distância de


Dubai para aldeias e campos de refugiados

Milhões de árabes estão aprendendo ciência e matemática


gratuitamente através dos vídeos árabes da plataforma de e-learning
Madrasa. E à medida que o projeto expande seu alcance, mais
crianças em mil vilarejos distantes e campos de refugiados devem se
beneficiar da iniciativa.
Desde o lançamento de Madrasa, a maior plataforma do gênero
no mundo árabe, - em outubro de 2018, mais de 1,7 milhão de
usuários já se inscreveram e seus vídeos educacionais em árabe
acumularam 32 milhões de visualizações. Todos os dias, 6.500
estudantes inscrevem-se para as aulas.

Para alcançar os estudantes que vivem em aldeias remotas


sem acesso à Internet, a Iniciativa Global Mohammed Bin Rashid
Al Maktoum (MBRGI) firmou recentemente uma parceria com a
Emirates Red Crescent (ERC). Como parte do acordo, o ERC trará
soluções inovadoras para essas áreas, desde tablets Madrasa,
dispositivos WiFi hotspot, drives flash Madrasa e smart bags.
Quando o Sheikh Mohammed apresentou a solução de
aprendizado off-line para aldeias remotas no início deste ano, ele
disse: “Madrasa para 1.000 aldeias é uma mensagem de vida,
determinação e futuro melhor. Há apenas uma chave para o sucesso
de nossas sociedades, economias e futuro”.
Ele enfatizou que o e-learning preenche a lacuna de
conhecimento no mundo árabe. “Melhorar o sistema de educação no
mundo árabe é uma prioridade urgente. O e-learning é a maneira
mais eficaz de capacitar os estudantes árabes e a solução ideal para
fornecer-lhes educação de classe mundial onde quer que estejam.”

Hamoud Abdullah Mohammed Al Junaibi, vice-secretário geral


do setor de marketing e coleta de doações do ERC, disse que a
autoridade começará imediatamente a trabalhar para atender aos

57
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

requisitos de Madrasa e ajudar os jovens carentes a colher os


benefícios de uma solução educacional tão inovadora.

FONTE: <https://www.khaleejtimes.com/nation/dubai/madrasa-
e-learning-platform-in-villages-and-refugee-camps>. Acesso em 22
jul. 2019.

O discente é considerado como um espectador na sala de aula, sendo ela


virtual ou presencial, e o aluno precisa participar de forma interativa.

Esta interatividade é baseada na comunicação, e caso a mesma seja


unidirecional, o aluno será um mero espectador, ou seja, um assimilador de papel
passivo, quando envolvido em uma experiência interativa, o aluno passa a ser
entendido como o usuário que manipula a mensagem comunicada como um co-
criador da mesma (SILVA, 2001).

A interação entre os indivíduos na EAD deve primar pela avaliação do


andamento das atividades. Em um programa presencial, durante a execução do
curso, o professor consegue avaliar o andamento do curso, verificar os erros e
acertos, corrigir abordagens e readequar o curso com grande clareza e coesão,
visto que ele está envolvido com a turma no mesmo momento e no mesmo lugar.

Já em programas EAD, não há a proximidade física e temporal entre


professores e alunos, por isso, é necessário o desenvolvimento de ferramentas
e metodologias comunicacionais voltadas a garantir que os alunos se sintam
como parte da turma, possibilitando que consigam interagir uns com os outros,
facilitando que seja possível trocar informações, avaliar seus resultados e que
todos consigam expressar seus anseios.

Para tal, é necessário que os programas desenvolvam abordagens digitais


para avaliar e mensurar as relações entre os envolvidos dentro do curso, levando
em conta os aspectos emocionais e motivacionais do indivíduo, conforme expõem
Silva e Figueiredo (2012):

Tradicionalmente, o sistema educacional concentra-se na


preocupação em estimular a racionalidade, relegando como
aspecto secundário estímulos que envolvem a afetividade
e a sensibilidade. Antes dessa concepção, a aprendizagem
concentrou-se em explicações racionais, na compreensão
de contextos, períodos, formulas, hierarquias, sistemas,
organizações, enfim, interpretações que dissociam os
aspectos racionais do sensorial ou emocional. Entretanto, hoje
temos uma educação que ressalta a relevância das questões
58
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

afetivas no transcorrer da aprendizagem, independentemente


da idade ou do nível de escolaridade. Ou seja, a dinâmica
na comunicação entre indivíduos, o acolhimento, o apreço,
o sujeito afável e a procura pelo bem-estar do grupo e de si
mesmo. (SILVA; FIGUEIREDO, 2012, p. 5)

Uma das principais abordagens comunicacionais envolvidas nos ambientes


virtuais da educação a distância é a da interatividade. A capacidade de aprendizado
dos indivíduos, não é desenvolvida de forma dividida ou extrapolada das
relações afetivas interpessoais. Desta forma, alunos que vivenciam experiências
interativas e em grupo tendem a obter maior dinâmica no processo de ensino
e aprendizagem, dedicando maior atenção e diminuindo sua probabilidade de
abandono do curso (SILVA; FIGUEIREDO, 2012).

Você sabe a diferença entre interação e interatividade?


• Interação é o ato de indivíduos, quando envolvidos em um grupo,
estimularem uns aos outros.
• Interatividade é a abordagem tecnológica que permite a troca de
ações entre o homem e máquina.

Quando imerso em um ambiente de aprendizagem interativo, o aluno é o


protagonista do seu processo de aprendizagem com os demais envolvidos,
envolvendo discussões e troca de informações alcançando resultados mais
significativos do que quando estão estudando sozinhos.

Há um tempo disponível para as aulas no ensino tradicional, delineado


pelo professor, que coordena o caminho que os alunos, agrupados em turmas,
percorrem. Na aprendizagem colaborativa o protagonismo do aluno é valorizado
para a resolução de problemas em grupo, caso haja proficiência do mesmo, é
viável que ele busque a sua progressão no sistema educacional (SANTOS; SILVA,
2006).

As interações desenvolvidas dentro dos ambientes da educação a distância


podem envolver alunos, professores e conteúdo. Para tanto, vamos conhecer
cada uma das intersecções dos atores envolvidos nestas interações:

59
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 3 – INTERAÇÕES DOS AMBIENTES DO ENSINO À DISTÂNCIA

FONTE: Adaptada de Ichihara (2018)

A interatividade entre aluno e conteúdos pode possuir três níveis distintos,


segundo Reismann (2002):

• Na interatividade reativa, o aluno não possui controle sobre a execução


do conteúdo, ele é um sujeito passivo frente à veiculação do mesmo.
Um exemplo seria uma teleconferência ao vivo, ou gravada, exibida
em um polo presencial, onde não há a possibilidade de participação. A
interatividade reativa é, na verdade, o menor nível de interatividade, ou
ainda, a ausência dela.

• A interatividade coativa está relacionada com as ações do aluno que


permitem a sua participação e decisão frente ao conteúdo. Neste
nível, o aluno pode efetuar decisões e interagir de maior forma com o

60
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

ambiente. Seriam exemplos, os objetos de aprendizagem interativos,


as lições com páginas interligadas por hiperlinks e demais abordagens
contextuais, onde há a opção de o aluno realizar ações e decidir sobre o
seu andamento.

• No nível de interatividade proativa — o mais alto nível —, o aluno possui


controle praticamente total sobre o conteúdo, ele pode interagir de forma
livre e realizar ações mais práticas, tornando a experiência muito próxima,
ou até mesmo mais real, do que em uma aula presencial. Entram nesse
exemplo as conferências assíncronas globais, onde todos os alunos
podem interagir com todos os membros, o uso de laboratórios remotos
e demais abordagens em que o aluno faz parte ativa da execução do
conteúdo.

Você conhece o conceito de Laboratório Remoto?

Os laboratórios remotos são ambientes virtuais em que o aluno


pode controlar experimentos laboratoriais a distância. Em geral, os
laboratórios remotos não são simulações de laboratórios virtuais,
eles são, na verdade, laboratórios reais que podem ser controlados
remotamente, permitindo a interação proativa do aluno com os
equipamentos.

Existem vários laboratórios remotos espalhados pelo mundo,


onde o aluno pode livremente realizar seus experimentos.

A figura a seguir mostra o experimento aquático Arquimedes,


da Universidade de Deusto na Espanha, onde o aluno é capaz de
interagir com elementos e “jogá-los” a água, buscando, assim,
visualizar que quando submetidos ao contato com a água eles se
comportam de formas distintas.

61
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA – LABORATÓRIO REMOTO DA UNIVERSIDADE DE DEUSTO

FONTE: <https://weblab.deusto.es/weblab>. Acesso em: 25 jul. 2018.

A linguagem desenvolvida nas comunicações e materiais EAD deve ser


contextualizada de forma a diversificar abordagens mais informais e voltadas
à realidade do aluno, aproximando assim os participantes com os conteúdos
educacionais.

Assim, é preciso transformar os meios utilizados em ambientes vivos e


atrativos para professores e alunos, fazendo assim, que seja possível realizar
diagnósticos das necessidades pessoais e dos interesses dos alunos envolvidos,
adicionando ao ambiente novos materiais e abordagens para que os alunos
sejam capazes de identificar que o programa, a instituição e os professores estão
comprometidos com o seu sucesso dentro do curso.

Neste sentido, obviamente, dependendo das prioridades e objetivos do


programa, pode haver a necessidade de se mesclarem atividades presenciais ao
curso a distância, fornecendo, assim, um maior senso de pertencimento ao aluno,
permitindo que exista um espaço físico para encontros pontuais, onde se tornam
reais as interações virtuais (SANTOS; SILVA, 2006).

62
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Portal e-Learning da educação a distância na Nigéria

Com mais de 515.000 estudantes e cerca de 78 centros de


estudo em todo o país, a NOUN, Universidade Aberta Nacional da
Nigéria (National Open University of Nigeria), um ensino a distância
aberto, juntamente com um método de fornecer aulas aos alunos
através da tecnologia de portal e-Learning, uma gama diversificada
de estudantes de todas as esferas da vida está sendo atraída para
a instituição, assim como outras universidades convencionais na
Nigéria.

A implantação e implementação da tecnologia e-Learning para


aprimorar a experiência de aprendizado do aluno oferece uma
maneira de os alunos equilibrarem trabalho, estudos e outras áreas
da vida mais facilmente. No entanto, apesar dos imperativos da
tecnologia, os alunos lamentaram a ineficiência no acesso ao portal
nos últimos tempos.

Naturalmente, a tecnologia e-Learning foi criada para facilitar o


acesso à educação de excelente qualidade, proporcionando, entre
outras, discussões de classe on-line organizadas por facilitadores
NOUN e facilitando que os alunos obtenham respostas para
quaisquer questões ou áreas de dificuldade relacionadas ao seu
curso, networking e colaboração. Ferramentas para ajudar na
comunidade de interação entre alunos, facilitadores, funcionários
acadêmicos e membros do corpo docente ajudaram muitos alunos a
adquirir conhecimentos básicos de informática.

A partir da convergência digital das mídias, o conceito de midiatização,


oriundo das evoluções urbanas e das novas tecnologias da informação e
comunicação, vetorizadas pelo mercado se envolveu cada vez mais na cadeia
de valor da educação a distância. A midiatização é a realidade do cotidiano atual,
baseada no demasiado uso das mídias no cotidiano, onde os indivíduos abrem
mão da corporeidade para interagir com os dispositivos tecnológicos (SODRÉ et
al., 2006).

Neste sentido, a midiatização é algo essencial em ambientes de ensino a


distância. Ela, além de voltada à variedade de mídias disponíveis para consulta,

63
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

como vídeos, objetos de aprendizagem interativos, também deve ser voltada à


capacidade de acesso por outros dispositivos além do computador comum, como
por celulares, tablets, televisão e até por relógios, onde o aluno está imerso por
acessos ao conteúdo.

Utilizando os conceitos estudados nesta seção, a seguir,


diferencie as formas de comunicação exercidas a partir do feedback
utilizando abordagens comunicacionais a distância síncrona e
assíncrona:

R.: ____________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

3 PAPÉIS NA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
Para a concepção, desenvolvimento, operacionalização e evolução de um
curso a distância é necessária uma equipe multidisciplinar para que um programa
EAD seja eficaz. Esta equipe é composta por profissionais das áreas de educação,
tecnologia e apoio, assim, diversas competências distintas são necessárias para
a eficácia de um curso, por este motivo, determinados papéis são elencados
visando identificar e garantir que as diferentes atividades sejam desenvolvidas de
acordo com as habilidades dos indivíduos envolvidos com a formação.

64
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

FIGURA 5 – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DA EAD DA


METROPOLITAN STATE UNIVERSITY

FONTE: <https://www.metrostate.edu/faculty-staff/online-learning>. Acesso em 17 jul. 2019.

Embora exista na literatura uma grande diversidade de opções quanto aos


papéis envolvidos nos fazeres profissionais ligados aos programas da educação
a distância, não é unânime a visão dos autores com relação à nomenclatura
e à atuação destes papéis. Obviamente, estes aspectos são baseados nas
necessidades culturais ligadas à região em que o programa atua e levando em
conta também questões mercadológicas.

É comum encontrar instituições em que um mesmo profissional desempenhe


mais de um papel que será apresentado neste capítulo e, também, é muito
comum encontrar instituições que contemplam estes papéis, porém, utilizando
outros nomes, ou até mesmo invertendo os nomes aqui utilizados.

Desta forma, para exemplificar esta pluralidade de opções, vamos estudar


agora, de forma abrangente, quais são estes papéis.

3.1 AUTOR
Em geral, este profissional é um especialista da área de ensino, podendo ou
não ser um docente da área. Entretanto, é também denominado como conteudista,
sendo o responsável pela composição dos conteúdos didáticos do curso.

Para tanto, os autores são submetidos a um treinamento promovido pela


instituição visando capacitá-lo com relação aos aspectos específicos dos

65
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

programas voltados ao ambiente a distância, visto que este profissional pode não
ter experiência prévia com a educação a distância além de existir a possibilidade
de que nem tenha uma vivência anterior com qualquer modo de ensino.

Educação a distância chama a atenção pela versatilidade e


continua a crescer no país

Os números da Educação a Distância não param de crescer. A


modalidade que caiu nas graças do brasileiro, no começo da década,
continua sendo bastante procurada. De acordo com o último Censo
da Educação Superior pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), um em cada cinco estudantes
matriculados no ensino superior estuda a distância.

Além disso, enquanto o ensino presencial apresentou queda


nas matrículas, a educação a distância (EAD) registrou o maior salto
desde 2008. Segundo o Censo, as matrículas em EAD cresceram
17,6%, de 2016 para 2017. Os estudantes da educação a distância
(EAD) chegaram a quase 1,8 milhão em 2017, o que equivale a
21,2% do total de matrículas em todo o ensino superior.
Um dos campeões de procura são os cursos de formação de
professores. O Censo aponta que em 2017 46,8% das matrículas em
licenciaturas eram a distância.

FONTE: <https://www.enfoquems.com.br/noticias/educacao/
educacao-a-distância-chama-a-atencao-pela-versatilidade-e-
continua-a-crescer-no-pais>. Acesso em: 1 ago. 2019.

O autor deve ser um indivíduo envolvido com as tecnologias e abordagens


utilizadas pela instituição EAD, para que ele sempre desenvolva conteúdos utilizando
os recursos, imagens e demais abordagens disponíveis pelo ambiente da instituição.

Afinal, de que adianta a instituição investir em modernas tecnologias se estas


não forem utilizadas em seus cursos. Sendo assim, o autor deve estar capacitado em
todas as tecnologias utilizadas pela instituição, para que seja capaz de fomentar o
seu uso, implantando e aplicando estas ferramentas nos seus conteúdos (SANTOS,
2016).

66
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

A elaboração e o planejamento das atividades on-line,


geralmente, são realizados sob a orientação de uma equipe
multidisciplinar que visa diminuir a distância física e temporal
entre o aluno e o tutor, por meio de enunciados de atividades
bem definidos, textos de fácil leitura, glossários do conteúdo. Se
o aluno encontrar alguma dificuldade, isso tende a desencadear
diversos problemas, como a falta de motivação para continuar
a atividade, o acúmulo de dúvidas e a sobrecarga de e-mails
para o tutor. Enfim, dificuldades que seriam, no mais das
vezes, sanadas instantaneamente na sala de aula presencial,
contudo, no on-line requer a mobilização de diversos atores do
processo, podendo ser evitada por meio de bom planejamento
(SANTOS, 2016, p. 96).

Faz parte do papel do autor a elaboração dos materiais institucionais do curso


em questão. Sendo assim, o autor deve possuir competências ligadas à redação de
conteúdos didáticos sejam eles voltados à escrita de material impresso ou digital.

Porém, o professor autor deve também estar disposto, com as novas


tecnologias, a desenvolver conteúdos em outras mídias, sendo capaz assim de
elaborar, também, conteúdos para ambientes multimídia, envolvendo a elaboração
de roteiros e apresentação de conteúdos audiovisuais, como videoaulas, objetos de
aprendizagem, simuladores virtuais, entre outras tecnologias educacionais voltadas à
potencialização dos processos de ensino e aprendizagem.

O professor autor é o indivíduo capaz de se responsabilizar por todos os


processos que envolvem o desenvolvimento do curso como um todo. Ele deve
elaborar os conteúdos e a metodologia do curso, elaborando a pesquisa inicial de
conteúdos e estratégias de ensino e de aprendizagem no ambiente EAD. Este autor
deve estar devidamente alinhado com a linguagem utilizada no ensino a distância,
visto que os materiais textuais devem possuir uma abordagem distinta dos demais
livros técnicos e acadêmicos.

O estilo de redação do professor autor deve ser o menos técnico possível,


com uma linguagem simples e de fácil assimilação. O material que o aluno irá
receber é a forma com que o aluno receberá os conteúdos, assim, os tradicionais
livros acadêmicos e técnicos devem ser apenas recursos adicionais, como na aula
tradicional e presencial. O material EAD deve possuir os exemplos do dia a dia, a
contextualização com a realidade do aluno, do seu nível educacional (SANTOS,
2016).

3.2 DESIGNER INSTRUCIONAL


Comumente associado ao conceito artístico e gráfico, o termo design, na

67
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

verdade, é ligado ao conceito de desenho, porém, em um sentido mais amplo.


Podendo ser aplicado à uma infinidade de conceitos, visto que o desenho em si, não
é algo gráfico.

Um vendedor ao definir uma estratégia de vendas está na verdade desenhando


um processo de venda, um gestor ao definir como cada indivíduo irá desempenhar
seus papéis em uma empresa está desenhando um processo organizacional. Neste
sentido, quando um professor define as estratégias didáticas das suas aulas, está na
verdade desenhando os seus processos pedagógicos.

Um designer instrucional é um profissional que possui como habilidade essencial


o uso das mídias nas definições dos objetos tecnológicos que serão utilizados em
um curso, buscando sempre a maior contextualização dos conteúdos, estimulando
assim toda uma construção em conjunto dos materiais, envolvendo os alunos e toda
a equipe multidisciplinar do curso em questão (ARAÚJO; DUARTE, 2018).

As competências do designer instrucional abrangem diferentes áreas do


conhecimento, entre elas destacam a comunicação, mídias e tecnologia, design,
teorias da aprendizagem, criatividade, gerenciamento de projetos e a avaliação.
Podemos citar como competências do designer instrucional:

• Comunicação com todos os envolvidos do processo.


• Atualizar-se de novos recursos de tecnologia.
• Conhecimento dos fundamentos de design aliados à aprendizagem.
• Conhecimento das teorias de aprendizagem.
• Criatividade.
• Conhecimentos e habilidades na gestão de projetos.
• Aplicação da avaliação on-line.

Este indivíduo atua diretamente nos processos de planejamento,


desenvolvimento e implementação dos materiais e objetos pedagógicos de um curso
a distância.

68
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

FIGURA 6 – COMPETÊNCIAS DO DESIGNER INSTRUCIONAL

FONTE: <http://www.coachead.com.br/papel-designer-
instrucional>. Acesso em: 22 jul. 2019.

O papel do designer instrucional, é desenhar as estratégias formativas


dentro de um processo da EAD, primariamente ele é um professor, com sólida
experiência educacional, em especial, no meio à distância.

Eles são especialistas em tornar algo técnico e acadêmico em algo palatável


para o público alvo dos cursos a distância, pois atuam diretamente nas formas
de adequar a abordagem e a linguagem utilizada visando adaptar materiais
aos métodos pedagógicos padrão de educação a distância, ou da instituição
(MACEDO; BERGMANN, 2018).

Na sua opinião, é correto que o designer instrucional seja o


profissional que desenha os cursos da educação a distância?

69
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Para Araújo e Duarte (2018), o papel do designer instrucional resulta em uma


evolução histórica entre as ações intencionais e sistêmicas de ensino, buscando
levantar as necessidades pedagógicas dos cursos e desenhar, implementar
e avaliar alternativas para estas necessidades. Porém, mesmo que seja uma
construção histórica, baseada na junção das ciências humanas, da informação e
da administração, o seu papel ainda é visto com dificuldade.

Enquanto em um curso presencial a figura do professor seja algo muito claro,


em um curso EAD o papel do educador é dividido entre os diversos papéis, como:
tutor, autor e até mesmo como designer instrucional. Sendo assim, na prática,
o designer instrucional é o profissional que ao se deparar com um novo curso,
define as diretrizes e processos educacionais envolvidos nesta formação.

É ele que define a linguagem e a transposição didática dos conteúdos que


serão desenvolvidos, sendo responsável por desenhar as interações entre os
alunos, tutores e monitores, além de trabalhar lado a lado com os autores para
garantir uma visão integral acerca de todo o material.

Transposição didática é o processo de transformar um


conhecimento científico em um conhecimento educacional,
transpondo as barreiras de linguagem e abordagem, fazendo com
que o conhecimento esteja disposto de uma forma consumível pelo
nível educacional em questão (CHEVALLARD; ARIANA; GASCÓN,
2001).

3.3 TUTOR
O tutor é o instrutor do curso, ou seja, o especialista da disciplina que
acompanha a turma na realização das atividades propostas. O curso, uma vez
desenvolvido pelo autor e pelo restante da equipe, necessita de um profissional
capaz de compreender os processos envolvidos que auxilie os alunos no dia a dia
do seu curso.

Enquanto o monitor lida apenas com processos administrativos, o tutor


lida com processos didáticos, ele é o orquestrador da turma, capaz de motivar

70
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

e auxiliar a turma na realização das atividades, na realização das avaliações,


no acompanhamento do seu desenvolvimento e na busca pela qualidade do
programa.

Na raiz da palavra, tutor é o indivíduo que ampara, acompanha,


defende e é o guardião de outrem.

Diferindo do autor, o tutor é o indivíduo que irá desenvolver as ações que


promovem o relacionamento entre os alunos envolvidos no curso em questão,
assim, ele deve possuir competências sociais para gerenciar as equipes e os
grupos de forma individual e geral, além de competências tecnológicas para
dominar com agilidade as ferramentas técnicas envolvidas no ambiente (SANTOS,
2016).

Um tutor deve ser o mediador da turma, o indivíduo que procura diminuir a


distância entre os alunos e o conteúdo, sendo o responsável pela coerência do
programa quanto a sua execução, em geral produz os materiais audiovisuais ou
até mesmo a apresentação e desenvolvimento das videoaulas.

Por isso, um tutor deve possuir competências com relação ao uso das
tecnologias da informação e comunicação, sendo capaz de utilizar e propor
ferramentas voltadas às estratégias comunicacionais para garantir a motivação
dos alunos e a execução do curso.

Além do domínio elementar com relação aos equipamentos audiovisuais,


sendo capaz de operar câmeras e ambientes multimídia e dominar as técnicas
para a criação dos próprios slides, instalação de microfones, dentre outras
ferramentas.

O tutor é um profissional que deve ser capacitado quanto aos ambientes


digitais de ensino acerca das ferramentas de tecnologia educacional, garantindo
a excelência do curso e acompanhando a turma desde o seu ingresso até a
finalização da sua formação.

É o orientador do processo, fazendo o papel do professor no ensino formal,


sendo eficientes no ofício de “produzir pontes” entre os alunos do curso em
questão. Devem ser capazes de aprender a aprender, de forma coletiva, para que

71
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

assim consigam desenvolver relações sociais entre o grupo, mesmo ele estando
separado pelo tempo e pelo espaço.

A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação


pedagógica e é de grande importância na avaliação do
sistema de ensino a distância. Os tutores se comunicam com
seus alunos por meio de encontros programados durante o
planejamento do curso. O contato com o aluno começa pelo
conhecimento da estrutura do curso, e é preciso que seja
realizado com frequência, de forma rápida e eficaz. A eficiência
de suas orientações pode resolver o problema de evasão no
decorrer do processo (SANTOS, 2016, p. 99).

Mesmo existindo uma equipe técnica, o tutor deve possuir uma base quanto
ao uso destes equipamentos, visando dominar com maior ênfase todos estes
processos. Quanto à distância, estes orientadores devem prover meios para a
formação de grupos de trabalho com os integrantes, conhecendo a estrutura do
currículo, planejando a aprendizagem ativa dos alunos e provendo meios para
motivar os alunos no uso coletivo das ferramentas (MERCADO, 2006).

Para conhecer um pouco mais o papel do tutor, indicamos o livro


Tutores em EAD: teorias e práticas, do professor Eduardo Junqueira,
que reúne experiências e práticas de tutoria na educação a distância
a partir das teorias educacionais.

• JUNQUEIRA, E. S. Tutores em EAD: teorias e práticas. Fortaleza:


Dummar, 2018.a

Segundo Moore e Kearsley (2011), os alunos a distância precisam sentir parte


de uma turma, ou seja, como membros de uma instituição de ensino. Para isso é
necessário que estes alunos sejam capazes de se comunicarem e participarem dos
estudos e, não apenas receberem os materiais.

É necessária a real mediação dos tutores nos ambientes virtuais, em geral


os materiais são desenvolvidos para um grande público, atendendo uma parcela
genérica do público alvo, por isso a necessidade do acompanhamento efetivo de um
profissional na mediação da turma, realizando um atendimento mais relevante sob o
ponto de vista pessoal do aluno.

72
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Cada vez mais o tutor deve se portar como um facilitador dos processos de
aprendizagem, visando a construção conjunta do conhecimento a partir do contexto
do educando. Segundo Moore; Kearsley (2011, p. 161) “De modo análogo às
tecnologias em áudio e vídeo, é um desafio fazer que os alunos on-line participem de
discussões de valor pedagógico e relevância para o conteúdo do curso, exigindo que
os instrutores desenvolvam boas aptidões de mediação”.

O grau de interação entre alunos e profissionais de mediação varia entre cada


instituição, como na criação dos cursos, na filosofia da organização, na capacidade
dos alunos,n as tecnologias envolvidas, na área de conhecimento dos conteúdos e
qualidade do curso, são alguns dos pontos que definem como são os limites desta
mediação.

Os criadores do curso definem o grau de interação na concepção do curso e


são baseados nas atividades e conteúdos previamente definidos. A University of
Wisconsin-Madison, a partir do seu grupo de pesquisas de sistemas de comunicação
e instrução, criaram determinadas diretrizes com relação às atribuições de um tutor
em um programa da educação a distância.

• A primeira é garantir a humanização do ambiente educacional on-line, capaz


de garantir que o aluno se sinta como parte de uma turma, sendo assim,
o tutor deve ser o instrutor capaz de desenvolver abordagens voltadas ao
senso de pertencimento dos alunos com relação ao projeto educacional.
• A segunda competência é motivar a participação dos alunos dentro da
turma, garantindo que haja uma grande evolução do diálogo entre a
turma, desenvolvendo abordagens baseadas na formulação de perguntas,
resolução de problemas e atividades em grupo com a turma.

FIGURA 7 – CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES TUTORES DA


LEEDS BECKETT UNIVERSITY NO REINO UNIDO

FONTE: <https://www.leedsbeckett.ac.uk/blogs/expert-opinion/2017/07/how-do-
we-make-distance-learning-the-best-it-can-be>. Acesso em: 19 jul. 2010.
73
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Tanto informando quanto orientando, a natureza do tutor é expressa pelas


necessidades do dia a dia do aluno. O papel informativo do tutor é desenvolvido
no momento em que ele informa com base nas dúvidas realizadas pelos alunos.

Já o papel do orientador é desenvolvido a partir do momento em que ele auxilia


os alunos em suas dificuldades, promovendo a sua aprendizagem autônoma. Sua
atuação não é nada trivial, pois, enquanto em um primeiro momento seja possível
imaginar que o curso está pronto, visto que o seu material didático já havia sido
previamente desenvolvido, o papel de ensinar não está finalizado. O tutor, deve
também recomendar novos materiais, ou até mesmo elaborar novos, com base
nas dúvidas levantadas durante a execução do curso por parte dos alunos da
educação a distância (SANTOS, 2016).

FIGURA 8 – CENTRO DE EAD DA UNIVERSITY OF WISCONSIN-MADISON

FONTE: <http://www.waveguide.com/experience/university-of-wisconsin-
pyle-center-for-distance-education>. Acesso em 27 jul. 2019.

O tutor deve ser o supervisor e moderador das discussões sob o ponto de


vista de conteúdo, diferindo do monitor, sendo a âncora pedagógica da turma,
supervisionando os projetos em grupo e as atividades individuais também. Ele
é o responsável pela avaliação dos alunos, sob o ponto de vista qualitativo ou
quantitativo, devendo ser o agente capaz de auxiliar todos os alunos com relação
ao gerenciamento das suas atividades estudantis, os motivando ao longo da sua
caminhada.

74
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Um tutor deve também responder ou encaminhar aos setores responsáveis


as questões técnicas, administrativas e de aconselhamento. E mesmo não sendo
primariamente a sua função, deve ser proficiente o suficiente para adaptar o fluxo
de trabalho da turma visando criar estratégicas comunicacionais e pedagógicas,
visando o melhor aproveitamento da turma perante o conteúdo.

É importante ressaltar que o tutor, necessariamente, não realiza apenas


atividades on-line, em determinados programas de educação à distância, existem
os centros de apoio, ou polos de atendimento presencial. Nestas instituições, há
também os tutores que realizam as atividades presenciais, auxiliando os alunos
do programa EAD, porém de forma física, atuando presencialmente nas atividades
de tutoria.

Em determinados programas, não há a necessidade de que este profissional


seja especialista no conteúdo do curso, exigindo apenas o domínio administrativo
e operacional dos processos, para auxiliar os alunos no dia a dia do uso dos
sistemas de ensino, no apoio às atividades de secretaria, no acompanhamento
das avaliações presenciais, entre outras atividades. Nestes casos, não há a
necessidade que o profissional seja um instrutor, mas sim, estas atividades são
desempenhadas por um monitor.

3.4 MONITOR
Deve ser o moderador das mensagens, dos tópicos de fórum e das demais
atividades sob o ponto de vista de processos. Pode-se confundir com um tutor e
em muitos casos, um mesmo profissional pode desempenhar ambos os papéis,
em outras instituições, ainda, podem haver uma troca de papéis apesar da
nomenclatura.

Enquanto o tutor acompanha o aluno como um professor da disciplina nos


processos pedagógicos, sendo capaz de contribuir também sob o ponto de
vista dos conteúdos abordados no curso, o monitor acompanha o aluno como
um acesso da turma, sob o ponto de vista administrativo, sem a necessidade
de contribuir pedagogicamente, auxiliando no atendimento, na motivação, nos
registros acadêmicos e no suporte quanto ao uso das ferramentas.

Santos (2016), aponta que o principal papel do monitor é fornecer o suporte


tecnológico aos professores e alunos, para que eles tenham um aproveitamento
indispensável no curso. Segundo Voight e Leite (2004), o papel do monitor é
essencial em cursos de educação popular, pois ele é o indivíduo que irá orientar
e acompanhar os alunos, tendo um caráter muito mais social do que pedagógico.

75
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

O monitor possui acesso às ferramentas administrativas do curso, sendo o


profissional indicado para avaliar e mensurar o andamento técnico de um curso
sob o ponto de vista administrativo. Ele é o indivíduo capaz de auxiliar os alunos
com relação ao cadastro pessoal, à atualização das suas informações cadastrais
e financeiras.

Apesar deste indivíduo não estar envolvido com os conteúdos do curso, o


monitor deve conhecer todas as funcionalidades do ambiente, dos sistemas
envolvidos e com as ferramentas que integram a gestão acadêmica com a
administrativa da instituição (MOREIRA; ROCHA; AGUIAR, 2017).

3.5 COORDENADOR DE POLO


Existindo a necessidade de desenvolver atividades presenciais em polos
de apoio, é preciso que haja um profissional com papel voltado à gestão nesta
unidade operacional. Este profissional deve ser voltado aos processos técnicos,
pedagógicos e administrativos.

Portanto, deve ser capaz de administrar e ter noções de operação de todos os


equipamentos disponíveis para uso. Ele deve ser um profissional comprometido
com a qualidade geral do programa desenvolvido, sendo uma pessoa atenta às
necessidades dos alunos, seja sob o ponto de vista acadêmico, administrativo, ou
até mesmo pessoal, visto que ele é o responsável pelo desenrolar das atividades
presenciais.

É uma pessoa à frente do projeto, sendo fundamental na representação dos


ideais da organização, a sensibilidade para com as questões de bem-estar dos
indivíduos que frequentam a unidade.

Uma falha técnica inesperada e não corrigida pode resultar


em uma sessão interrompida, na perda de confiança dos
alunos e no fechamento de uma instituição em um local, uma
cidade ou um país. Isso tudo pode resultar de um problema
insignificante, talvez somente uma linha telefônica desligada,
que poderia ter sido facilmente remediado por um coordenador
com experiência. A competência de um coordenador também
se relaciona a procedimentos administrativos. Entre os mais
importantes destes, estão a recepção eficiente de materiais
e a distribuição aos alunos, a manutenção de registros,
informando-os ao instrutor e, talvez, para a instituição que
abriga o local (MOORE; KEARSLEY, 2011, p. 159, tradução
nossa).

Embora não haja uma necessidade crítica neste quesito, é importante

76
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

que o coordenador tenha conhecimentos suficientes para compreender, de


forma analítica, sobre os cursos desenvolvidos em sua unidade. Obviamente,
não é necessário que o coordenador seja um especialista pleno no conteúdo
desenvolvido, porém, quanto maior o domínio do coordenador acerca dos
conteúdos, melhor será o seu desempenho ao lidar com questões pedagógicas
no desenvolvimento das atividades presenciais.

FIGURA 9 – POLO EAD DA UNIVERSIDADE GARDEN CITY (USA)

FONTE: <https://www.matchcollege.com/community-colleges/
garden-city-community-college>. Acesso em: 26 jul. 2019.

É importante a familiaridade com a educação a distância, sendo ideal que ele


tenha ingressado em cursos a distâncias ou em programas desenvolvidos pela
instituição. É bem claro que essa função possa se tornar remota, dependendo do
tempo que a instituição desenvolve programas.

Porém, um ponto que não deve ser esquecido, o profissional deve possuir
experiência nos processos da EAD, sendo a principal característica deste, é
importante que ele tenha vastas experiências como tutor, monitor, autor e demais
papéis que envolvem a cadeia produtiva da EAD.

3.6 GESTOR DE PROGRAMA


Um curso da EAD, um conjunto de cursos, ou mesmo a implantação de
um programa geral da EAD em uma instituição, demanda grandes esforços.

77
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Fatalmente, estes esforços sistemáticos empenham grande quantidade de tempo


e trabalho, necessitando de indivíduos capazes de gerir todas as atividades
envolvidas neste projeto. Para tanto, é preciso que existam um ou mais indivíduos
que atuem como os gestores do programa da EAD.

O gestor do programa é apenas um dos papéis de gestão dentro


de uma iniciativa a distância. Que tal aproveitar agora e pesquisar um
pouco mais sobre quais as competências de um gestor da EAD?

Este papel é desempenhado por profissionais que possuam competências


tanto pedagógicas e acadêmicas quanto gerenciais. É importante que esteja
alinhado com os objetivos do programa e que possua intimidade com os processos
de educação a distância.

O ideal, é que o gestor seja oriundo de algum dos outros papéis da cadeia da
EAD, sendo este, capaz de interagir com o restante da equipe, delegando tarefas
e desenvolvendo talentos capazes de executar suas atividades dentro do projeto
da EAD.

Além das capacidades técnicas e gerenciais, este profissional deve ser


eficiente na comunicação com os alunos, a equipe e a instituição. No próximo
capítulo, conheceremos um pouco mais sobre estas características do gestor da
educação a distância, como o profissional capaz de orquestrar a mediação entre
todos os atores envolvidos nos processos da EAD.

3.7 EQUIPE DE APOIO


Existem outros papéis envolvidos em programas de educação a distância.
Desde a concepção, passando pela elaboração e pela operacionalização dos
cursos, diversos outros profissionais desempenham atividades para que um
programa EAD seja desenvolvido com completude.

Sob o ponto de vista da elaboração dos materiais didáticos, após o

78
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

desenvolvimento deles por parte do professor autor, é necessário que toda


a equipe desempenhe suas atividades para que ele seja desenvolvido. Há o
processo de revisão do material, que pode ser desempenhado por um profissional
da equipe da EAD, ou ainda por um outro autor especialista do conteúdo.

Visando finalizar um material textual, é necessária uma criteriosa revisão


ortográfica bem como a sua correta diagramação, para a elaboração do conteúdo
visual, também é importante envolver profissionais que dominem o design gráfico
para elaborar as imagens e interfaces utilizadas nos cursos.

Havendo um ambiente on-line, é preciso que profissionais de tecnologia


atuem no desenvolvimento e suporte das ferramentas digitais utilizadas no
ambiente, e também de outros profissionais nos polos de apoio presencial para o
atendimento dos alunos neste quesito.

Além dos papéis citados nas seções anteriores, é necessário ainda,


dependendo do projeto, que outros papéis sejam exercidos, como o do designer
gráfico, do programador de sistemas, do suporte de sistemas, do revisor
ortográfico, do revisor de conteúdos, do diagramador etc.

Com base em nossos estudos sobre os distintos papéis na


educação a distância, relacione nas colunas a seguir cada papel com
o seu exemplo respectivo.

1. Tutor.
2. Monitor.
3. Autor.
4. Gestor do Programa.
5. Designer Instrucional.

( ) Gerenciar os processos de como serão as interações entre os


atores e qual será a linha de linguagem utilizada no material
didático.
( ) Acompanhar os alunos com relação às suas dúvidas
administrativas a respeito do programa.
( ) Desenvolver o material didático envolvido nas mídias utilizadas
no curso EAD.
( ) Orquestrar a execução dos cursos EAD sob o ponto de vista
administrativo.
( ) Acompanhar os alunos os auxiliando em questões pedagógicas.

79
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Com base nas relações efetuadas, assinale a opção que


corresponde à sequência correta:

a) ( )4–2–3–5–1
b) ( )5–2–3–4–1
c) ( )5–1–4–2–3
d) ( )4–3–2–1–5
e) ( )4–1–2–5–3

4 O PAPEL DO GESTOR NA EAD


Na seção anterior, tratamos dos diversos papéis envolvidos na cadeia de valor
dos programas da educação a distância. Dentre eles, tratamos do coordenador de
polo e do gestor do programa. Conforme citado na mesma seção, não há uma
unanimidade na literatura com relação à nomenclatura dos programas, por este
motivo é comum que no âmbito da gestão, os profissionais acumulem diversos
papéis como gestores de polo, de programas, de cursos, ou de outros setores de
uma instituição EAD.

Para conhecer mais sobre a gestão de programas da EAD e


sobre o papel do gestor na EAD, aprofunde os seus conhecimentos
no livro Gestão da EAD: educação a distância na era digital.

• SILVA, R. S. da. Gestão da EAD: educação a distância na era digital.


São Paulo: Novatec, 2017.

Neste sentido, vamos aprofundar nesta seção sobre as competências


dos gestores da educação a distância, de uma forma geral, sem o foco em
determinados fazeres profissionais, ligados a setores específicos das instituições
que implementam programas EAD em suas formações.

Primeiramente, a gênese de um gestor da EAD está no seu setor

80
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

administrativo. Independentemente do tamanho do programa EAD, o gestor, em


geral, deve estar inserido em um setor com foco executivo e estratégico, conforme
aprendemos no Capítulo 1. Assim, as instituições devem estar preparadas para
organizar Centros Gestores da EAD.

Cada instituição implanta estes setores com suas próprias nomenclaturas,


mas, geralmente, estes setores são denominados como CEAD – Centro (Gestor)
da educação a distância, NEAD – Núcleo (Gestor) da educação a distância,
GEAD – Gerência da EAD”, entre outros. Para exemplo, vamos tratar este setor
unicamente como CEAD.

Para conhecer os aspectos da regulação de cursos EAD, ou


até mesmo de presenciais, acesse o site e-MEC do Ministério da
Educação. Lá é possível pesquisar sobre os cursos existentes e
reconhecidos no Brasil, bem como os seus conceitos nos critérios de
avaliação.

• http://emec.mec.gov.br

A necessidade destes setores, parte do princípio de que a legislação da


educação a distância solicite que sejam desenvolvidas estruturas organizacionais
voltadas à implantação de princípios administrativos no meio educacional a
distância. Sendo assim, as mais exitosas experiências de programas EAD são
justamente voltadas a instituições onde o CEAD é desenvolvido como o setor
autônomo capaz de gerir suas próprias atividades e projetos, de forma integrada
ao restante da instituição.

Mesmo que este setor seja autônomo em relação às atividades da EAD, ele
deve ser ainda parte da direção geral da instituição. Esta unidade estratégica de
negócios a distância deve estar em pleno acordo com as demais diretrizes da
instituição como um todo, sejam elas comerciais, de marca, de marketing, ou de
gestão (SILVA, 2017).

Sendo uma unidade estratégica e de gestão, o CEAD deve possuir também a


sua estrutura organizacional, como expressa a figura a seguir:

81
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 10 – ORGANOGRAMA DO CEAD

FONTE: Silva (2017, p. 49)

No mais alto nível hierárquico está a diretoria do CEAD, um setor com foco
na responsabilidade geral de todas as atividades e objetivos do setor, sejam elas
de gestão, finanças, legislação e interligação com os outros setores da instituição.
É o gestor do programa, quando for uma iniciativa isolada, ou o responsável pelo
acompanhamento das atividades de outros gestores de programas EAD.

Em geral, o gestor da diretoria do CEAD tem um papel ligado à apenas um


profissional, com competências pedagógicas e de gestão, capaz de transitar
pelos processos educacionais, de marketing, logística e de tecnologia. Este, seria
o gestor geral, podendo ser um diretor, um pró-reitor, um vice-presidente, entre
outras nomenclaturas que a instituição pode aplicar na EAD.

No segundo nível estão a secretaria executiva e a assessoria/consultoria


técnica. A secretaria executiva é o setor que auxilia diretamente o gestor da
EAD em seus processos internos e na comunicação com os setores restantes,
sejam eles do próprio CEAD, de outros setores da instituição, ou até mesmo, de
instituições parceiras. Este setor é composto por assessores capazes de atuar
nos processos gerais de escritório, de comunicação e de marketing.

Já a assessoria/consultoria técnica é composta por profissionais


especializados, que podem ser contratados de forma temporária ou não, para
atuar na consultoria de projetos e processos específicos, prestando serviços
especiais. Estes profissionais devem atender as demandas estratégicas do
CEAD e, dependendo da demanda, podem ser funcionários fixos do quadro de
colaboradores da instituição.

82
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Você se lembra dos três níveis de gestão estudados no Capítulo


1? Estes níveis se aplicam na organização de um CEAD. Os níveis
táticos e estratégicos (mais altos) são realizados pela Diretoria do
EAD e o nível operacional é realizado pela coordenação pedagógica,
administrativa e de mídias e tecnologias.

No terceiro nível, fica a gestão operacional dos processos da EAD, composta


pela coordenação pedagógica, administrativa e, de mídias e tecnologias. Este
setor é o que lida diretamente com os processos operacionais dos programas da
EAD, assim, os seus gestores são envolvidos no seu dia a dia com a execução
dos cursos e projetos, envolvendo alunos, tutores e demais profissionais.

A coordenação pedagógica é composta pelos profissionais que gerenciam


os processos educacionais da instituição, são os responsáveis pela operação
acadêmica dos programas, atuando na gestão e supervisão dos cursos.
Neste setor são administradas as atividades dos tutores, monitores e demais
profissionais que operacionalizam o curso. Os gestores desta área, em geral, são
coordenadores pedagógicos, coordenadores de curso e gestores de tutores e
monitores.

A coordenação administrativa é responsável pela operação sob o ponto de


vista de apoio aos cursos, sendo responsável pelos equipamentos, patrimônio,
logística, secretaria, processos administrativos, polos presenciais, serviços aos
alunos, entre outras atividades. Em geral, este setor é composto por um ou mais
gestores capazes de administrar os processos administrativos, presenciais e a
distância que envolvem a operacionalização dos cursos.

A coordenação de mídias e tecnologias é responsável pelas abordagens


midiáticas utilizadas no âmbito do CEAD. O gestor deste setor deve estar envolvido
com toda a cadeia de produção dos materiais didáticos, das tecnologias utilizadas
e do suporte para os alunos e professores envolvidos com estas ferramentas.
Este gestor é o responsável pelas atividades de autoria dos cursos, gerenciando
os processos dos designers instrucionais, autores e demais papéis que envolvem
a produção das mídias e materiais do CEAD (SILVA, 2017).

No capítulo anterior, nós conhecemos um pouco mais acerca das diferenças


dos gestores quanto a sua postura. Já sabemos que existe o gestor com foco na
chefia e o gestor com foco na liderança.

83
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

O gestor chefe é aquele que busca apenas exercer a sua chefia com base
na autoridade, delegando e gerenciando com base na autoridade, ordenando e
capitaneando os processos, tratando a sua equipe como indivíduos inferiores,
meramente seguidores de ordens.

FIGURA 11 – O GESTOR CHEFE

FONTE: <https://pixabay.com/pt/illustrations/press%C3%A3o-
supress%C3%A3o-superiores-3026568>. Acesso em: 1 ago. 2019.

Já o gestor líder é aquele que atua em parceria com a sua equipe, exercendo
a liderança baseada na confiança, buscando eliminar barreiras para a sua equipe,
fornecendo ambientes e ferramentas eficazes para que todos consigam exercer
as suas atividades com coesão

FIGURA 11 – O GESTOR LÍDER

FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/l%C3%ADder-lideran%C3%A7a-
gerente-equipe-2206099>. Acesso em: 1 ago. 2019.
84
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

Um gestor deve ser capaz de implementar a cultura da educação a distância,


a partir das competências ligadas ao embasamento com relação aos aspectos
regulatórios do governo local e com relação aos conteúdos e mercados envolvidos nas
formações EAD que irá gerenciar. Este profissional deve conhecer as capacidades
tecnológicas das ferramentas disponíveis na instituição e no mercado como um
todo para que seja possível analisar o seu uso para futuras implantações nos seus
programas.

O gestor deve ser capaz de exercer suas atividades a partir dos atributos
qualitativos e quantitativos de qualidade dos seus cursos. Ele deve ser um profissional
capaz de gerir pessoas com êxito, visando capacitar, gerenciar e acompanhar sua
equipe, sempre os motivando para futuras mudanças.

Este profissional, deve se envolver nos processos ligados à avaliação do que


é algo novo e do que é algo permanente na educação, ele deve estar ligado aos
processos de desenvolvimento dos materiais e ferramentas dos cursos, sendo
sempre capaz de identificar parcerias internas e externas para o êxito do seu
programa (TAVARES; GONÇALVES, 2012).

Além da atualização constante, os gestores da EAD devem ser profissionais


habilidosos na busca por novas abordagens, tecnologias e mercados. Por isso, é
importante que um gestor possua uma formação multidisciplinar, abrangendo diversas
áreas do conhecimento, como administração, gestão de pessoas, pedagogia, logística
e mercado, conforme apontam Tavares e Gonçalves (2012, p. 11):

Quanto a realidade dos gestores em EAD pode-se afirmar que


necessitam orientar e facilitar os processos, e como gestor de
pessoas, ter habilidade para trabalhar com o capital intelectual,
ser proativo, reconhecer as necessidades humanas e a
importância dos indivíduos no sucesso da gestão. No entanto, a
seleção destes profissionais depara-se com a seguinte realidade:
profissionais com excelente currículo acadêmico, mas carentes
de conhecimentos administrativos, ou vice-versa.

Muito mais do que chefes administrativos, os gestores devem ser completos


líderes dos setores da educação a distância na instituição, sendo indivíduos capazes
de explorar as diversas áreas do mercado e fornecer ambientes propícios para
a inovação nos seus setores, visando a qualidade dos seus produtos e serviços,
atendendo corretamente a comunidade que procura os seus programas e garantindo
a longevidade destes programas a partir de atualizações e inovações.

Desta forma, se apresenta como o autor capaz de promover a comunicação e a


mediação entre toda a cadeia de valor da educação a distância, fornecendo ao CEAD
e ao programa como um todo, ferramentas e eliminando barreiras comunicacionais
para que toda a equipe multidisciplinar consiga desenvolver abordagens e técnicas

85
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

capazes de tornar o meio EAD eficaz sob o ponto de vista de alunos, tutores, autores,
monitores e demais atores envolvidos nos processos educativos da instituição.

Com base nos estudos desta seção em relação ao papel do


gestor da educação a distância, informe quais devem ser as áreas de
formação deste profissional:

R.: ____________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Estudamos sobre os papéis envolvidos nos programas da educação
a distância. Nestes capítulos aprendemos sobre os papéis e como eles se
relacionam na cadeia de valor da EAD.

Neste capítulo, você pôde conhecer mais detalhes acerca da cadeia de


valor envolvida nos processos de educação a distância, bem como os papeis
envolvidos em todo este ambiente. É importante ter em mente que os exemplos
de mercado e as atuações dos profissionais podem variar em suas nomenclaturas
em cada instituição que trabalha com educação a distância. O objetivo deste
capítulo foi justamente embasá-lo com relação à pluralidade do mercado e sobre
as competências essenciais dos profissionais EAD, em especial, o gestor de EAD.

Espero que você tenha compreendido a importância da formação


multidisciplinar de cada um dos indivíduos que atuam nestes papéis a partir
deste material, que, por exemplo, foi desenvolvido justamente por uma equipe
que envolveu estes mesmos papéis estudados no capítulo: o material foi escrito
por um professor autor, foi revisado pela equipe de apoio e operacionalizado por
tutores.

A partir dos nossos estudos sobre comunicação e papéis realizados neste


capítulo, conseguiremos avançar no capítulo seguinte sobre os processos e
ferramentas envolvidas na midiatização da educação, a partir de uma perspectiva
prática voltada ao seu uso em programas da educação a distância.

86
Capítulo 2 COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE EAD

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90
C APÍTULO 3
PROCESSOS EDUCATIVOS
MIDIATIZADOS

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 Conhecer as diferentes ferramentas e abordagens midiatizadas para o uso na


educação a distância.

 Explorar as possibilidades tecnológicas com base nas mídias.

 Compreender o conceito de midiatização aplicado na educação a distância.

 Identificar os papeis do gestor frente aos desafios da midiatização.


GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

92
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As mídias estão cada vez mais presentes na sociedade, com os mais
diversos dispositivos computacionais. O acesso à internet não está mais limitado
ao computador que ficava no escritório ou compartilhado por toda a família. Cada
indivíduo possui o seu computador, notebook, tablet ou aparelho celular com
acesso à internet.

Essas mídias evoluíram a partir de materiais e meios analógicos,


transformando digitalmente para formar elementos dispostos de forma on-line e
reproduzível pelos mais variados dispositivos. Desta forma, é importante que a
educação como um todo e, em especial a educação a distância, utilize desses
métodos, técnicas e conceitos para potencializar a capacidade de seus programas
educacionais.

Nos capítulos anteriores, abordamos a gestão, a comunicação e qual o papel


do gestor na EAD. Neste capítulo, continuaremos nos aprofundando no papel do
gestor, porém, com um enfoque nos aspectos midiáticos da educação e como
deve-se implantar tais abordagens na instituição.

Para tanto, vamos iniciar com uma reflexão em relação às mídias e à


midiatização e como é seu funcionamento na educação baseada nestes
conceitos. A partir disso vamos nos dirigir para um estudo sobre o conceito de
convergência digital, adentrando assim na gestão de processos midiatizados.
Ao final, vamos discutir sobre as principais ferramentas midiáticas utilizadas no
âmbito educacional a distância.

2 MIDIATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
A midiatização pode ser caracterizada como uma forma de analisar e
compreender a sociedade atual, ela tem a ver com as mudanças fundamentais
de longo prazo relacionadas com as mídias e as demais instâncias da sociedade.
Buscando a implantação de novos padrões comunicacionais baseados em novas
relações sociais e interações entre os mais variados atores sociais.

As tecnologias não são apenas um meio de comunicação que as


organizações, partidos ou indivíduos optam por utilizar ou não, são convertidas
em um elemento inseparável e cultural dessas relações. No âmbito institucional,
a midiatização interfere nas questões sociais e culturais, evitando teorizar sobre a
influência da mídia, focando nos aspectos comunicacionais voltados à interação

93
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

entre os indivíduos, instituições e sociedade (GOMES, 2016; HJARVARD, 2014;


SGORLA, 2009).

Os frutos da midiatização, dependendo do momento histórico, do local e


da perspectiva institucional pode variar de forma considerável, já que a própria
midiatização é oriunda de uma interação recíproca entre a mídia e as demais
instâncias sociais. Conforme expõe Hjarvard (2014, p. 32):

Para falar de midiatização como uma condição cultural e


social, precisamos tanto de uma proliferação mais intensa
dos meios de comunicação quanto de uma diferenciação
moderna das esferas sociais através das quais a mídia surge
como uma força institucional semi-independente, ao mesmo
tempo em que se integra ao mundo cotidiano de outros
espaços da sociedade. A condição midiatizada implica que os
meios de comunicação tanto conectam as partes individuais
da sociedade mais ampla, ao constituírem espaços públicos
comuns para a reflexão sobre assuntos coletivos, quanto
estão situados dentro das unidades menores da sociedade,
por exemplo, o universo familiar.

Existe alguma diferença aparente entre os conceitos de


midiatização e mediação?
A mediação trata do uso da mídia para práticas comunicativas
baseadas na interação específica, enquanto a midiatização trata
da transformação das interações e relações entre todos os atores
sociais, como indivíduos e organizações (HJARVARD, 2014).

A midiatização, é um elemento chave para descrever de forma coesa


a sociedade atual. A história dos meios comunicacionais, as mudanças das
formas de interação social e as projeções para o futuro passam pelo conceito de
midiatização.

Por outro lado, nas possíveis meditações por redes de internet, a comunicação
produz uma passagem de mensagens, que pode danificar, desligar e desconectar
significados. Sendo assim, a construção cultural atual é completamente alterada
pelo âmbito da midiatização, visto que, descreve os processos de mudança dos
diversos métodos, considerando as relações e interações comunicacionais que
permeiam a sociedade atual.

94
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

As necessidades elencadas pelas iniciativas corporativas, derivadas


simultaneamente da globalização, abordam processos de amadurecimento e
convergência das tecnologias e mídias. Como consequência disso, é possível
observar a expansão das possibilidades de interação, relacionamento e
comunicação nos diferentes campos sociais.

Nesse cenário, as mídias antigas, tratadas aqui como sendo mídias


tradicionais ou ainda oriundas de componentes do campo da mídia de
comunicação, por sua vez, redimensionam seu desempenho e passam a fazer
uso intensivo dos mecanismos associados aos sistemas digitais, tornando-se o
que chamamos de mídias digitais (SGORLA, 2009).

A Escola de Enfermagem e Saúde da Universidade Aberta de Hong


Kong (OUHK) introduziu dois auxiliares de ensino de realidade virtual
(VR) em suas atividades presenciais. O primeiro deles, o Digital Virtual
Dissection System, exibe a estrutura do corpo humano na proporção de
1:1 com base em imagens autênticas de dissecção de cadáveres.

Permite que os alunos aprendam anatomia realizando dissecções


virtuais ilimitadas em várias camadas. Para ajudar os alunos a visualizar
os efeitos de doenças específicas no corpo, o sistema também
apresenta um banco de dados de casos e imagens patológicos.

FIGURA 1 – AMBIENTE DE APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA 3D

FONTE: <https://cdn.i-scmp.com/sites/default/files/styles/660w/public/d8/
images/2019/10/03/ou_day2_0734.jpg?itok=NL9rsxtx>. Acesso em: 16 jan. 2020.

95
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

O outro sistema de alta tecnologia implantado é o VR Cave


Learning System. Ele se distingue da tradicional tecnologia VR de
usuário único, permitindo que vários usuários entrem na mesma cena
ao mesmo tempo e interajam em um ambiente realista. Assim, ele
pode simular cenários difíceis de duplicar no ambiente convencional
de sala de aula, como emergências nas enfermarias de hospitais ou
acrofobia, como seria encontrado pelos enfermeiros de Saúde Geral
e Mental.

Como pioneira de longa data na adoção de tecnologia


educacional, a OUHK é mais uma vez a primeira instituição local
a usar essas instalações de ponta para o ensino, depois de liderar
a aplicação da tecnologia 3D e VR no ensino de enfermagem e
anatomia. “Ao longo dos anos, a Universidade investiu muitos
recursos para melhorar e atualizar suas instalações de ensino para
oferecer aos alunos a melhor experiência de aprendizado possível”,
disse o Presidente da OUHK, Prof. Yuk-Shan Wong.

“Desde 2003, introduzimos o aprendizado interativo. Com a


popularização da tecnologia móvel, desenvolvemos uma plataforma
de aprendizado para tablets, há alguns anos, para ajudar os alunos a
aprender de maneira mais flexível e eficiente. Acredito que as novas
tecnologias otimizarão a eficiência da entrega educacional”.

FONTE: <https://www.scmp.com/presented/news/hong-kong/
education/topics/ouhk-celebrates-30th-anniversary/article/3031370/
ouhk>. Acesso em: 16 jan. 2020.

A afirmação da midiatização na sociedade se deu como método elementar


para escolas comunicacionais como forma de representação da evolução das
tecnologias da informação e comunicação na sociedade, bem como as suas
mídias. Estas escolas costumam tratar suas abordagens acerca da midiatização,
alcançando assuntos voltados para as transformações sociais e culturais,
envolvendo dinâmicas distintas destas relações ao redor do mundo, diferindo nos
contextos sociais e culturais sob o ponto de vista geográfico.

A midiatização abrange dois movimentos simultâneos e


dialéticos. De um lado, ela é fruto e consequência das relações,
inter-relações, conexões e interconexões da utilização pela
sociedade dos meios e instrumentos comunicacionais,
potencializados pela tecnologia digital. De outro, ela

96
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

significa um novo ambiente social que incide profundamente


nessas mesmas relações, inter-relações, conexões e
interconexões que constroem a sociedade contemporânea. A
sociedade é em midiatização. O ser humano é em
midiatização. Isso, hoje, sublinhe-se, configura um novo modo
de ser no mundo (GOMES, 2016, p. 19).

Obviamente, as transformações ocasionadas pela midiatização em


diferentes locais do mundo se dão de formas distintas. Existem claras diferenças
e semelhanças entre as culturas dentro de um processo de midiatização, desta
forma, a comparação entre os meios deve ser baseada não apenas no momento
atual, mas também, sob o ponto de vista histórico. É importante ter em mente as
comparações transculturais e transnacionais envolvidas na separação entre os
vários aspectos envolvidos nos processos midiatizados.

A abordagem social sob um ponto de vista cívico e econômico de um âmbito


midiatizado é desenvolvida com base em processos que ditam a visibilidade
dos atores sociais. As várias incursões da mídia e da sociedade desenvolveram
grandes alterações na estrutura com que os atores sociais, individuais e coletivos
se relacionam, desenvolvem relações com o cotidiano e como se identificam.

Assim como a sociedade mudou de acordo com as mídias, as próprias mídias


alteram sua forma constantemente, bem como suas formas de edição, produção,
recepção são alteradas a todo momento. A cadência desta sociedade é gerida
pela velocidade com que as tecnologias são desenvolvidas, com novas formas
de comunicação ou novas abordagens de uso, é possível vislumbrar diversos
movimentos de reconstrução do espaço social, balizados por rotinas sociais que
reorganizam a cultura atual (SGORLA, 2009).

Desta forma, como Gomes (2016, p.18) apresenta, houveram grandes


modificações nas relações entre os indivíduos, graças às novas mídias:

Com o advento da tecnologia digital, essas inter-relações


se tornaram complexas e se ampliaram, criando uma
nova ambiência. O processo humano de comunicação
é potencializado, na sociedade contemporânea, pela
sofisticação de seus meios eletrônicos. Desse modo, os inter-
relacionamentos comunicacionais, bem como os processos
midiáticos, ocorrem no cadinho cultural da midiatização. A
realidade da sociedade em midiatização supera e engloba as
dinâmicas particulares que essa engendra para se comunicar.
O meio social é modificado. A tela de fundo, o marco dentro
dos quais interagem as dinâmicas sociais, é gerada pela
assunção da realidade digital. A virtualidade digital traz como
consequência a estruturação de um novo modo de ser no
mundo.

97
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

A sociedade atual costuma estar completamente envolta das mídias. Sejam


quais forem, não podem mais ser dissociadas das instituições culturais e sociais.
É necessário buscar compreender as formas com que as instituições e processos
alteram seus objetivos, funções e estruturas como resposta à evolução das
mídias.

Uma correta compreensão da importância das mídias na sociedade atual


não deve mais apenas utilizar embasamentos unicamente ligados aos seus
elementos, mas sim, no seu impacto na vida dos atores envolvidos nestas
interações (HJARVARD, 2014).

Para Onde Vai a Educação a Distância?


Leah Belsky
Harvard Business Review

Charles W. Eliot, que serviu como presidente da Universidade


de Harvard por um recorde de 40 anos, traçou um roteiro para a
educação em seu ensaio seminal, The New Education. Escrito em
1869, defendia a atualização contínua de como e o que os alunos
aprendem, para que a educação pudesse evoluir em sintonia com
a sociedade. Essa abordagem permanece tão relevante hoje, 150
anos depois.

Os educadores de hoje precisam repensar o ensino superior


para um mundo que está sendo derrubado pela tecnologia. Como
Farnam Jahanian, presidente da Universidade Carnegie Mellon,
observou recentemente: “O ritmo sem precedentes das mudanças
sociais torna a necessidade de reforma mais urgente. Há uma
grande pressão no ensino superior como motor do progresso em
uma economia baseada no conhecimento”.

A tecnologia está transformando empregos e habilidades mais


rapidamente do que as organizações ou pessoas podem se adaptar.
O Global Skills Index 2019 da Coursera descobriu que dois terços
da população mundial estão ficando para trás em habilidades
críticas. Pesquisas do Fórum Econômico Mundial sugerem que as
habilidades essenciais necessárias para desempenhar a maioria
das funções mudarão em média 42% até 2022. Nesse nível de
perturbação, as empresas estão se esforçando para identificar e

98
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

adquirir as habilidades necessárias para se manterem competitivas.


A disponibilidade das principais habilidades é agora uma das três
principais ameaças de negócios para CEOs em todo o mundo, de
acordo com uma pesquisa recente da PwC.

Sendo assim, abaixo estão listadas as tendências para o futuro


da educação a distância sob um ponto de vista tecnológico:

1 Ensino Superior para as Pessoas em Escala Global

Ao aproveitar as tecnologias emergentes, as universidades


podem ir além das paredes do campus para capacitar diversos
alunos em escala global. Começa com a adoção do aprendizado
on-line escalável que oferece flexibilidade e acessibilidade que
aumentam o acesso aos currículos da universidade e permite que
os alunos se envolvam em pequenos pedaços de aprendizado
antes de se comprometer com programas de graduação maiores.
Formatos baseados em tecnologia, como experiências compatíveis
com dispositivos móveis, encontram o aluno onde estão, permitindo
transições mais perfeitas para quem entra em um novo ambiente de
aprendizado ou retoma de onde parou. Em um nível mais avançado,
adotar a aprendizagem adaptativa baseada na inteligência artificial
permitirá que as universidades personalizem a educação para
milhões, para obter resultados mais eficazes.

2 Revolucionar o Ecossistema Universitário

A colaboração orientada pela tecnologia também ajudará a


aliviar a escassez de professores afetando instituições em todo o
mundo. No início deste ano, à Inside Higher Ed relatou uma escassez
nacional de professores de ciências da computação, descrevendo-a
como “uma história de oferta e demanda, mas com esteroides”. Na
Índia, a escassez de professores está impedindo o impacto das
principais instituições - The Indian Institute of Technology, uma
instituição líder em tecnologia, tem um déficit de 35% no corpo
docente. Os ecossistemas com tecnologia digital podem conectar
perfeitamente especialistas em conteúdo da academia ou da
indústria para oferecer programas de aprendizado personalizados
para estudantes de qualquer lugar do mundo. As universidades
seriam capazes de alavancar as melhores mentes do setor ou abrir
as portas para o intercâmbio de professores on-line entre instituições.

99
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

3 Tornar-se Pronta para o Mercado

A missão das instituições de ensino superior está mudando em


conjunto com o local de trabalho, sendo o alcance, o impacto e a
relevância mais importantes do que nunca. As universidades estão
sendo convocadas a atender alunos mais diversificados em grande
escala. Eles precisam criar credenciais que chame a atenção dos
empregadores, que estão cada vez mais focados nas habilidades em
graus tradicionais. Eles precisam criar caminhos mais curtos para
novas habilidades. E, juntamente com o conhecimento fundamental,
eles precisam oferecer a flexibilidade para que os alunos aprimorem
suas carreiras ao longo de suas carreiras, pois o aprendizado ao
longo da vida é o único caminho a seguir. A tecnologia será o elo
dessa mudança, revolucionando o que conhecemos como superior.

FONTE: <https://hbr.org/2019/10/where-online-learning-goes-
next>. Acesso em: 16 jan. 2020.

Os meios e mídias existentes são reconhecidos porque são competentes


interlocutores para a maioria da população, em especial para as crianças. Esse
reconhecimento significa que processos comunicacionais, como os escolares
por exemplo, não podem dar ênfase aos meios de comunicação unicamente
porque esse ícone é atraente e, portanto, muito eficaz. A maior parte da referência
mundial para crianças e jovens vem da televisão, e hoje, da internet (MORAN,
2007).

Para Sgorla (2009), sob o ponto de vista da comunicação em rede, os


atores sociais individuais e coletivos dos campos não são adeptos aos meios de
comunicação, e sim as tecnologias de mídia como mediadores de suas práticas.
Segundo a autora, os usuários tendem a utilizar estas tecnologias para fins diários
e de seus relacionamentos particulares, que são vinculados à lógica da mídia.

Sendo assim, as mídias digitais, como conhecemos, estão presentes no


cotidiano da sociedade atual, sendo complexa a sua dissociação do mundo
moderno, conectado, aberto e em rede e, quando atores desta sociedade ainda
não estão imersos por estas mídias, fatalmente em determinado momento
imergirão no seu uso no dia-a-dia.

100
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

1 Na sua atividade profissional atual, como você vê a


midiatização alterando a sua forma de trabalho? É possível
identificar como era o seu fazer profissional antes das
mídias digitais e como é ele após? Cite exemplos destas
modificações.

3 CONVERGÊNCIA DIGITAL
As mídias são trafegadas pelo meio digital, conhecidas também como
“mídias digitais”. Estas mídias digitais são fruto da convergência digital sofrida
pelos meios de comunicação nos últimos anos.

A digitalização é baseada nas necessidades tecnológicas impulsionadas


pelos avanços dos equipamentos eletrônicos do modo analógico para o digital. Ao
final de um processo de convergência digital numa determinada tecnologia, há o
“apagão analógico”, onde a tecnologia analógica é desativada em definitivo, para
dar lugar à nova tecnologia digital de forma efetiva. Um exemplo de convergência
digital de um aparelho é a recente alteração da televisão de analógica para digital
como apresentado na figura a seguir.

FIGURA 2 – TRANSIÇÃO DO ANALÓGIVO PARA O DIGITAL

FONTE: <http://radiomuriae.com.br/fotos/38cc69d095239bb1a9cd7732c41e785d.
tv-digital.jpg>. Acesso em: 20 jan. 2020.

101
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Neste exemplo, a TV digital, além da transmissão das emissoras analógicas,


que passaram a ser digitais, todos os aparelhos televisores tiveram que ser
substituídos. As televisões que eram capazes de realizar a recepção do sinal de
TV da emissora de forma analógica tiveram que ser substituídas por televisões
com a capacidade de receber conteúdo digital.

Que tal pesquisar mais um pouco sobre a realidade da


convergência digital da televisão na sua cidade? Na sua região, na
sua cidade, já existem quantos canais de TV digitais? A transmissão
digital de televisão já sofreu o “apagão analógico”?

Podemos conceituar, dessa forma, que a convergência digital é um fenômeno


socioeconômico, a exemplo da TV digital, novas técnicas, métodos, equipamentos
e abordagens são criados, resultando no desenvolvimento de novas mídias.
Esta convergência digital é desenvolvida a partir de processos de engenharia
e motivada pelas necessidades de aplicações por parte do mercado (FERRAZ,
2009).

No âmbito da convergência digital da televisão aplicada à EAD,


existe o conceito de t-learning, uma abordagem de educação a
distância baseada no uso da TV digital como mídia para a veiculação
de cursos on-line interativos. O nome t-learning aplica o conceito de
TV ao termo e-learning.

Parte da velocidade acelerada que conduz a convergência digital deve-se


à nossa sociedade atual, tida como uma “sociedade imediatista”, na capacidade
pela compreensão rápida de informações essenciais. Dessa forma, surgem
necessidades no mercado para que os meios de comunicação sejam cada vez
mais rápidos e eficazes, culminando assim na aceleração dos processos de
convergência das mídias eletrônicas.

102
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

A sociedade imediatista, baseia-se no conceito de sociedade da informação,


considerada como uma sociedade econômica e tecnológica, onde o foco não é
mais voltado à mão de obra, mas sim na informação e no conhecimento, tornando
o capital intelectual como o principal ativo da nova indústria (SILVA, 2000).

O conceito de analógico está ligado ao modo de variação constante, onde


suas ondas e variáveis não são devidamente definidas. Já o conceito de digital
está ligado justamente a esta definição, onde há a certeza de que o sinal e as
ondas serão binários, ou seja, baseadas em zero e um.

Esta convergência digital é orientada pelas necessidades que surgem a partir


da sociedade. Por mais que os processos sejam propiciados pela engenharia, é
na verdade a velocidade que a sociedade necessita que pautam a convergência
das mídias. As aplicabilidades da engenharia no mercado não passam de meros
artefatos tecnológicos quando não há uma real necessidade.

Com isso, os avanços de engenharia para com as mídias só são considerados


essenciais e só geram mídias amplamente utilizadas quando estão alinhadas com
uma necessidade real da sociedade sob o ponto de vista mercadológico.

A partir dos estudos de Jenkins (2015), o conceito de “cultura da


convergência” surge com uma abordagem teórica que representa as formas
com que a sociedade costuma gerir a informação sob o ponto de vista da cultura
vigente, abordando os fenômenos da convergência com uma ótica cultural e
não apenas tecnológica. Para Jenkins (2015), de alguma forma, todas as mídias
tendem a convergir com a internet, tornando esta, a base para todas as outras
novas formas de comunicação da sociedade.

O professor Henry Jenkins, Ph.D em Artes da Comunicação,


ex-professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e hoje
professor de Comunicação, Jornalismo e Artes Cinematográficas
na University of Southern California cunhou o termo “cultura da
convergência” e discute o tema no livro de mesmo nome. Para
aprofundar seus estudos sobre assunto, conheça o livro Cultura da
Convergência (2009) do professor Henry Jenkins, da Editora Aleph.

103
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

No contexto brasileiro, é possível vislumbrar as perspectivas de Jenkins


a partir do histórico de uso das tecnologias da informação e da comunicação
nos últimos anos. Tendo como exemplo o uso da televisão, da internet e do
computador, até 2017, o cenário aponta para padrões interessantes.

De acordo com a pesquisa TIC Domicílios (CETIC.BR, 2017) do Comitê


Gestor da Internet (CGI.br), a televisão se mantém em praticamente todos os
lares brasileiros. Estima-se que apenas onde não há energia elétrica não exista
televisão no território nacional. Porém, desde 2015, esta estatística começou a
diminuir timidamente.

Em contrapartida, o uso do computador e da internet no Brasil subiram


vertiginosamente, fazendo que em 2015, também houvesse uma ruptura neste
padrão, o qual o uso da internet continua aumentando, mas o uso de computadores
nos domicílios diminui (Figura 3):

FIGURA 3 – USO DAS TIC NO BRASIL

FONTE: <https://www.cetic.br/pesquisa/domicilios/>. Acesso em: 22 jan. 2020.

No Brasil, atualmente as casas possuem acesso à internet, mas não


necessariamente é realizado a partir de um computador. Dispositivos móveis
como celulares e tablets já são utilizados em larga escala, bem como os próprios
aparelhos televisores também já são utilizados para consumir conteúdo pela
internet. Desta forma, já é possível vislumbrar até mesmo na realidade brasileira
as ideias de Jenkins acerca da cultura da convergência aplicada.

104
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

FIGURA 4 – DIVERSOS APARELHOS CONECTADOS À INTERNET

FONTE: <https://miro.medium.com/max/9216/1*QnydvovqM-
KoYL5FbmPGmw.jpeg>. Acesso em: 22 jan. 2020.

Estima-se que a primeira mídia de grande alcance tenha sido a mídia


impressa, iniciada por Gutemberg no século XV. A Figura 5 apresenta a prensa de
Gutemberg, máquina capaz de copiar de forma mais eficiente a mídia escrita até
então.

FIGURA 5 – PRENSA MÓVEL DE GUTEMBERG

FONTE: <shttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/Prensa_
de_Gutenberg._R%C3%A9plica..png >. Acesso em: 20 jan. 2020.

105
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Desta forma, podemos afirmar que a comunicação era mais limitada


até o momento, visto que as mídias disponíveis, até então, eram meramente
verbalizadas, baseadas em sinais e pouca abrangência, limitando-se muito
com relação ao público. A partir do uso da prensa de Gutemberg, foi possível
desenvolver grandes tiragens de materiais em papel, revolucionando a forma com
que as informações eram repassadas.

A iniciativa de Gutemberg era copiar Bíblias em larga escala, mas a


próxima etapa a partir da sua criação foi o surgimento dos jornais impressos.
Paulatinamente, os jornais começaram a circular em maior escala, aumentando
sua abrangência e o público atingido. A partir de então, surgiram os livros e os
demais meios impressos.

Em paralelo às descobertas do Código Morse, da lâmpada elétrica, da


transmissão por radiofrequência e das ondas eletromagnéticas, surgiram os
estudos para a transmissão de informação que culminaram nas mídias baseadas
no rádio e na TV. Por sua vez, o rádio e a TV convergiram para a TV via satélite, o
rádio digital e a TV digital.

Para compreender a evolução das mídias, a convergência


e o poder da comunicação, assista ao filme Chatô, o Rei do Brasil
(2015), que conta a história de Assis Chateaubriand, o “Chatô”,
grande empresário de mídia brasileiro, que dentre diversos outros
feitos, trouxe para o país a televisão. O filme, dirigido e produzido
por Guilherme Fontes, levou mais de vinte anos para ser finalizado e
contou com a produção do cineasta Francis Ford Coppola.

A partir dos estudos de telecomunicações do pós-guerra, utilizando


os dispositivos computacionais disponíveis à época, surgiram as redes de
computadores. Estas redes, eram utilizadas apenas no âmbito militar e acadêmico
possibilitando o desenvolvimento do que nesta época conhecemos como sendo a
internet.

Com a internet, a convergência das mídias apontou para o surgimento de


diversos outros meios tecnológicos comunicacionais voltados ao grande público.
A partir da internet surgiu a Web (World Wide Web), que possibilita o acesso a
páginas de internet pelo navegador, com isso, surgiram os blogs, os aplicativos de

106
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

mensagens, as plataformas de vídeo e streaming, entre outras mídias.

Dessa forma, as novas mídias digitais são resultados híbridos da evolução,


dispostas agora em plataformas denominadas de “multimídia”. O conceito de
multimídia está ligado à forma de exibição das informações a partir dos meios.
Ou seja, o termo “multimídia” vem do termo “multi meios”, objeto capaz de possuir
mais de uma forma, voz, ou mensagem em uma mesma instância comunicativa.

A partir da multimídia, a midiatização pôde contar com objetos de


aprendizagem interativos, baseados em som, imagem, gestos, entre outros
elementos. As experiências imersivas proporcionadas pelas aplicações multimídia
tendem a tornar mais dinâmica a forma com que as informações são repassadas,
desta forma, a educação, em especial, as iniciativas baseadas em educação a
distância tendem a se beneficiar da midiatização baseada na multimídia, visto que
nos ambientes de aprendizagem podem ser inseridos tais elementos.

Mesmo com as disparidades regionais no acesso a meios digitais conectados


à Internet, o número de pessoas que se envolvem com tecnologias digitais está
aumentando. É importante envolver este ponto na atual sociedade, visto que, a
abordagem das práticas educacionais no contexto do progresso tecnológico entra
em um campo complexo de se desenvolver.

Por um lado, uma defesa incansável da inovação tecnológica na educação;


por outro lado, uma permanente falta de incentivos e investimento no acesso
à Internet, computadores e dispositivos móveis, nomeadamente em algumas
instituições. Por isso, a real necessidade de se investir em setores e abordagens
voltadas ao investimento e à capacitação de profissionais aptos a desenvolver
abordagens tecnológicas utilizando as novas mídias digitais (MARTINS; SOUZA,
2017).

1 Nesta seção de estudos, ao abordar o conceito de convergência


digital das mídias, foi utilizado o exemplo da televisão, visto que
passamos recentemente pela digitalização dela. Mas, obviamente,
a TV não foi a única mídia que passou por digitalização recente.

Desta forma, enumere a seguir no mínimo cinco outras mídias


que também sofreram o processo de digitalização, convergindo de
um modelo analógico.

107
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

4 GESTÃO EDUCACIONAL
MIDIATIZADA
Um dos grandes desafios da educação, em especial no âmbito a distância
é o de como gerir processos educacionais em uma cultura midiatizada ou
naturalmente midiatizados. O uso das mídias na educação é algo essencial.

Conforme estudamos nos capítulos anteriores, as gerações tidas como


“nativos digitais” possuem uma fluência natural com a tecnologia, desta forma,
os seus processos do dia a dia já são primariamente midiatizados, necessitando
assim que o meio escolar abranja estes pontos nos seus processos educativos.

Porém, por outro lado, a fluência dos novos alunos com as mídias digitais
pode ser em diversos casos superior à habilidade da escola com relação às
novas mídias. Os docentes, técnicos, tutores e gestores podem estar com as suas
habilidades defasadas, ou as capacitações que lhes foram oferecidas podem ser
ineficientes frente às necessidades da educação atual.

Kenski (2007) afirma que quando os docentes não são capacitados da devida
forma, a sala de aula se torna como um ambiente comum, antigo e centenário,
porém, agora, com computadores. Uma equipe educacional sem a devida
formação, costuma buscar transferir a sua experiência anterior, reproduzindo os
processos utilizando as novas mídias. Desta forma, tanto os alunos quanto os
docentes sentem-se frustrados com experiências educacionais midiatizadas que
não foram devidamente planejadas.

Professor da Carnegie Mellon University promoverá


a Tecnologia Educacional no Chile

Por Byron Spice


Carnegie Mellon

Bruce McLaren, professor da renomada Universidade Carnegie Mellon,


nos Estados Unidos acredita que é o momento certo para elevar o status das
tecnologias educacionais no Chile.

A nação sul-americana é um país avançado, com um sólido sistema


educacional. Seu Ministério da Educação concentrou-se em fornecer acesso à
Internet e dispositivos digitais. Mas ele ainda não adotou completamente a ciência
da aprendizagem e ainda não aproveitou o tipo de tecnologias educacionais

108
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

que McLaren e seus colegas do Instituto de Interação Humano-Computador e


da Simon Initiative da Universidade Carnegie Mellon foram pioneiros. "Acho que
o Chile está posicionado para dar o próximo passo", disse McLaren, professor
associado de pesquisa do HCII. Com o apoio do Programa Fulbright dos EUA,
ele passará os próximos três meses em Valparaíso, Chile. Lá, ele ministrará em
conjunto um curso de pós-graduação em tecnologia educacional na Universidade
Técnica Federico Santa María e iniciará colaborações de pesquisa com
acadêmicos chilenos.

O Programa Fulbright é o principal programa de intercâmbio educacional


internacional do governo dos EUA. A McLaren é um dos mais de 800 cidadãos
dos EUA que compartilharão seus conhecimentos neste ano acadêmico por meio
do programa.

O interesse da McLaren no Chile começou quando Rosta Farzan, professor


associado da Universidade de Pittsburgh, apresentou-o a Claudia Lopez, ex Ph.D.
assessor de Farzan em Pitt. McLaren e Farzan posteriormente visitaram o Chile,
onde Lopez agora faz parte do corpo docente da Federico Santa María Tech.
Lopez então providenciou que a McLaren e uma colega dela, Andrea Vásquez,
ministrassem um curso conjunto na universidade.

Durante sua estada, a McLaren apresentará sistemas de tutoria inteligentes,


originalmente desenvolvidos por John Anderson e Ken Koedinger, da CMU, além
de jogos educacionais e MOOCs. Ele também incentivará os pesquisadores
acadêmicos a iniciar suas próprias pesquisas sobre esses e outros tipos de
tecnologia educacional.

Eventualmente, essas tecnologias precisarão ser introduzidas para os


professores em sala de aula, mas envolver a comunidade acadêmica chilena
nessa disciplina é um primeiro passo necessário, disse ele. "Acho que é
importante lançar as bases", acrescentou.

FONTE: <https://www.cmu.edu/news/stories/archives/2019/october/mclaren-
educational-technology-chile.html>. Acesso em: 20 jan. 2020.

As novas capacidades sociais e de interatividade disponíveis na Web,


permitem cada vez mais que os alunos se tornem mais reflexivos, colaborativos,
criativos e autônomos. Sendo assim, é possível que estes obtenham maior
ênfase no desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e colaborativa,
envolvendo-se na prática colaborativa de ressignificação de diferentes conceitos
quando envoltos em um ambiente de aprendizagem digital (MARTINS; SOUZA,
2017).

109
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

A modernização de aspectos educacionais baseando-se em novas mídias,


demandam grande responsabilidade dos gestores, diretores e coordenadores.
Estes devem sempre estar abertos para a compreensão do fazer pedagógico e
na gestão financeira dos programas tecnológicos. Os gestores devem apoiar os
docentes para que seja feita uma gestão eficiente do orçamento institucional e
humano, facilitando o compartilhamento de experiências e informações entre toda
a equipe (MORAN, MASETTO; BEHRENS, 2000).

Sendo assim, faz parte de uma gestão educacional eficaz o papel de propor
políticas e estratégias de midiatização na instituição. Todas as abordagens
do órgão gestor devem ter como base o investimento em tecnologias atuais e
principalmente na correta capacitação da equipe envolvida nestas iniciativas
midiatizadas. O gestor é o maestro que irá mitigar os riscos e dificuldades na
implantação das mídias digitais nos programas educacionais.

A gestão de processos midiatizados deve ter como foco a retenção das


inovações tecnológicas e a análise acerca do que será implantado na instituição,
bem como quais serão as devidas e necessárias adaptações do material para
o correto uso dentro das necessidades específicas da instituição. Um gestor
na educação a distância deve buscar a superação dos desafios que envolvem
o gerenciamento de processos educacionais, tendo como foco a qualidade do
ensino e a aprendizagem dos alunos.

Projeto Skybridge: Aprendizado EAD no Havaí

O Skybridge é uma ótima maneira de os alunos que não podem assistir às


aulas no campus de Kahului no Havaí, ainda obter um dos melhores benefícios
de fazer parte de uma sala de aula - interação em tempo real com outros alunos
e o instrutor. Os cursos do outono de 2019, oferecidos via Skybridge, na ilha
Molokaʻi, incluem assuntos diversos como Contabilidade Financeira, Música na
Cultura Mundial e, Análise e Design de Sistemas.

110
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

FIGURA 6 – SISTEMA DE EAD VIA SATÉLITE ENTRE AS ILHAS DO HAVAÍ

FONTE: <http://maui.hawaii.edu/hooulu/2019/10/06/
learning-via-satellite>. Acesso em: 20 jan. 2020.

Em Molokaʻi, uma equipe de três estudantes trabalha na sala de controle


Skybridge, fazendo um check-in de som e visão na sala de aula Kaʻaʻli 107 em
Kahului antes do início das aulas. Isso os ajuda a estar prontos para corrigir
quaisquer problemas que possam surgir durante o horário das aulas. Ronnie
Poaha-Kaohi é o técnico durante minha aula de quarta-feira no HWST100B.
Depois de responder à verificação de som e visão, ela volta para a sala de
controle. Lá, ela trabalha em projetos designados por seu supervisor, pronta para
responder a qualquer situação que possa surgir, como um computador falhando
durante uma apresentação do aluno (Figura 4).

Ronnie explica que a mesa na frente da sala de aula, que normalmente é


onde um instrutor estaria na aula tradicional, é utilizada pelos alunos que fazem
apresentações para os exames. As três telas grandes na parede atrás daquela
mesa mostram o instrutor em Kahului, a saída do computador do instrutor e uma
imagem composta das salas de aula em Kahului, Lahaina, Hāna e Lānaʻi.

Gerenciando a sala de aula e supervisionando os trabalhadores estudantes


do Centro de Educação Molokaʻi, Theresa Tamanaha, especialista em educação
a distância da UHMC. Seu caminho como estudante é um com o qual muitos
estarão familiarizados: Começando na UH Mānoa, mas precisando voltar para
casa para cuidar de um membro da família, ela suspendeu sua educação por
vários anos. Mais tarde, Theresa terminou o bacharelado e concluiu o mestrado

111
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

por meio das oportunidades de ensino a distância que a UHMC oferece no


Molokaʻi, que também inclui aulas a cabo, on-line e híbridas.

FONTE: <http://maui.hawaii.edu/hooulu/2019/10/06/learning-via-satellite>.
Acesso em: 20 jan. 2020.

A equipe administrativa da instituição deve buscar sempre uma análise


voltada aos processos de avanços levantando os alvos que devem ser alcançados
com equilíbrio, buscando analisar criteriosamente o uso das tecnologias que
possam contribuir com o fazer pedagógico da equipe (FRANÇA, 2010).

Pelo viés docente, os eixos necessários devem ser profundos, porque


compreender que o aluno é o foco deve ser a tônica do processo. Os docentes
não podem perder de vista o seu papel principal na promoção da aprendizagem
na comunidade.

O processo de aprendizagem midiatizado deve possuir professores capazes


de se tornarem mentores e mediadores das tecnologias. Como não existem
fórmulas exatas que possam gerenciar os diferentes contextos socioculturais,
políticos e econômicos, o professor permanece como parte essencial do processo,
por isso a sua grande necessidade de formação e atualização tecnológica
(MARTINS; SOUZA, 2017).

Uma instituição que desenvolva programas EAD, conforme estudamos nos


capítulos anteriores, deve possuir uma mínima estrutura de gestão, composta
por profissionais multidisciplinares que desenvolvem as tarefas de administração
das iniciativas a distância da instituição. Dessa forma, a equipe de gestão
deve sempre buscar maximizar a eficiência de seus programas desenvolvendo
abordagens voltadas ao correto uso das mídias digitais.

Sendo assim, faz parte do papel da gestão o desenvolvimento de projetos


de implantação e capacitação de profissionais aptos ao uso das tecnologias no
meio educacional. Dentre os envolvidos, o público alvo, foco destas capacitações,
deve ser os docentes e autores de materiais instrucionais, bem como os demais
profissionais de suporte técnico, tutoria, monitoria e acompanhamento do aluno,
pois são os elementos chave para o sucesso no contato com o aluno nestas
instituições.

Uma abordagem educacional baseada no uso de mídias digitais deve


buscar a eficácia prática e, é inerente a todas as atividades nas relações entre
as pessoas em seus contextos de aprendizagem. Isso deve-se ao fato de que a
aprendizagem muda em contextos práticos, quando esta é baseada na construção
do conhecimento. Assim, estes ambientes são favoráveis à descoberta por parte

112
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

dos alunos, envolvendo também a possiblidade de oferecer envolvimento prático


e reflexões baseadas em visões teóricas sobre sua aprendizagem (MARTINS;
SOUZA, 2017).

Para se aprofundar um pouco mais sobre o uso das tecnologias


na expansão do ensino a distância na educação superior do Brasil,
conheça o artigo das professoras Thaís Zerbini e Lara Barros
Martins. O seu artigo, publicado na Revista Psicologia Organizações
e Trabalho, traz uma revisão sistemática de pesquisas realizadas
sobre os temas.

• MARTINS, L. B.; ZERBINI, T. Educação a distância em instituições


de ensino superior: uma revisão de pesquisas. Revista
Psicologia: Organizações e Trabalho, v. 14, n. 3, p. 271-282,
2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v14n3/
v14n3a03.pdf. Acesso em: 22 jan. 2020.

Dessa forma, os alunos quando envoltos em um ambiente educacional


orientado à prática por meio de recursos educacionais digitais, costumam
atingir níveis maiores de satisfação, diminuindo as possibilidades de evasão,
ou insucesso dos programas educacionais. Mas, para tanto, é importante que
existam meios essenciais para o uso destas mídias na instituição, tanto sob o
ponto de vista de ensino, quanto de aprendizagem, independentemente do nível
de escolarização do programa em questão.

Sendo assim, uma gestão educacional voltada à midiatização deve prover


ambientes de aprendizagem físicos ou on-line, capazes de serem multifuncionais,
possibilitando o desenvolvimento de atividades individuais e em grupo. Em
ambientes presenciais, por exemplo, é importante a implantação de tecnologias
de acesso à internet para o desenvolvimento de trabalhos coletivos e de estudo
individualizado.

Estes ambientes devem buscar se organizar para possibilitar a implantação


de processos que envolvam projetos, situações problema, estudos de caso, entre
outros. É importante que sob o ponto de vista da gestão, existam políticas para
não limitar os materiais didáticos apenas aos livros impressos, podendo os alunos
utilizar ambientes virtuais, blogs, plataformas na internet, conteúdos multimídia,
entre outras mídias (MARTINS; SOUZA, 2017).
113
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

No âmbito da educação a distância, dentro dos papeis


envolvidos na cadeia de valor dos programas educacionais, o gestor
educacional exerce o papel orquestrador dos processos tecnológicos
dentro da instituição. Para tanto, com relação aos corretos fazeres
profissionais de um gestor educacional, assinale a alternativa que
corresponde corretamente ao seu papel:

a) ( ) O gestor educacional deve ministrar as atividades


relacionadas com a capacitação, desenvolvimento e
implantação das tecnologias na instituição.
b) ( ) O gestor educacional deve promover as políticas necessárias
para implantar, desenvolver e capacitar as equipes para o uso
das tecnologias.
c) ( ) O gestor educacional deve implantar nas salas de aula
as tecnologias e ser o responsável pela sua manutenção
operacional.
d) ( ) O gestor educacional deve promover o uso das tecnologias
na sala de aula, ensinando os professores quanto à sua
utilização.
e) ( ) O gestor educacional não deve ministrar atividades, ou
implantar pessoalmente as tecnologias, ele não deve
unicamente ensinar os professores, nem tampouco ser o
responsável pela manutenção operacional das tecnologias.
f) ( ) O gestor deve promover as políticas necessárias para garantir
a implantação das tecnologias e a correta capacitação dos
envolvidos no seu uso.

5 FERRAMENTAS MIDIATIZADAS
Em uma visão acerca da implantação de tecnologias nos programas EAD,
é importante que a gestão desses programas tenha em mente qual o universo de
ferramentas disponíveis, em nível conceitual, para avaliar quais poderão ser utilizadas
de acordo com as necessidades individuais de cada curso, programa ou instituição.

Dessa forma, vamos abordar nesta seção, algumas ferramentas, ambientes,


plataformas e meios que podem compor a estrutura de tecnologia midiática da
instituição, visando desenvolver o aparato tecnológico que irá prover a distribuição
das mídias e prover as interações entre os participantes dos programas educacionais
envolvidos com atividades EAD da instituição.
114
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

5.1 LEARNING MANAGEMENT


SYSTEMS (LMS)
Os LMS, ou Sistemas de Gestão da Aprendizagem, são sistemas que abrangem
todos os processos de ensino do meio educacional on-line, permitindo o intercâmbio
de mídias e materiais didáticos, comunicação entre todos os atores envolvidos,
controle de acesso e permissões, entre outras funcionalidades.

Estas são as plataformas que compõem o ambiente virtual de aprendizagem


da instituição. Nele todas as demais ferramentas voltadas à distância são
disponibilizadas. Costumam ser completos e acopláveis a outros sistemas periféricos
para realizar a gestão completa de todos os processos pedagógicos e administrativos
voltados aos programas EAD.

Trazendo para o âmbito on-line e virtual os conceitos de uma escola tradicional,


são sistemas que organizam e gerenciam os processos do dia a dia de uma instituição
de ensino. De forma análoga, são capazes de criar as “salas de aula” e registrar o
acesso e a “presença” do estudante nas aulas.

FIGURA 7 – INTERFACE DA SALA DE AULA DO MOODLE

FONTE: O autor

115
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Destes LMS’s, alguns são serviços pagos e outros gratuitos. O Moodle (Figura
5), por exemplo, é um sistema gratuito. Em que é possível utilizá-lo como uma
“sala de aula virtual” instalando apenas em um servidor. Já o Google Classroom
e o Microsoft Teams são sistemas proprietários, necessitando de uma parceria da
instituição de ensino com o Google ou com a Microsoft, respectivamente.

5.2 FÓRUM
Os fóruns são na realidade ferramenta de discussão em que os alunos e
professores podem propor tópicos de assuntos distintos visando captar opiniões
dos participantes. Os fóruns podem ser separados por assuntos e algumas LMS’s
permitem a moderação prévia dos comentários dos alunos, solicitando ou não a
aprovação das opiniões dos participantes.

FIGURA 8 – FÓRUM DE DISCUSSÃO DO GOOGLE CLASSROOM

FONTE: O autor

Estas ferramentas podem ser utilizadas como instrumentos de avaliação,


visando mensurar a participação efetiva do aluno no ambiente virtual, solicitando
sua participação, interação ou opinião, por exemplo. É a partir de ferramentas
como o fórum que o aluno tende a se sentir parte de uma turma, pois, costuma
ser oficialmente por ele que ocorrem as principais discussões entre alunos e
professores.

116
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

5.3 BIBLIOTECA DE MÍDIA


Ambientes virtuais de aprendizagem são vocacionalmente ligados às mídias
digitais. Os ambientes permitem a postagem e compartilhamento de arquivos com
suas classes. Estes arquivos podem ser de áudio, como:

FIGURA 9 – ARQUIVOS DE ÁUDIO

FONTE: O autor

Podem ser também por vídeo, vinculando arquivos do:

FIGURA 10 – ARQUIVOS DE VÍDEO

FONTE: O autor

As mídias disponíveis permitem também postagens de livros, apostilas e


demais arquivos de texto em formato digital. As mídias criam as “bibliotecas” de
conteúdo dentro dos LMS’s (Figura 11).

117
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

FIGURA 11 – BIBLIOTECA DE MÍDIA DE UMA SALA DE AULA DO MICROSOFT TEAMS

FONTE: O autor

Os livros didáticos oficiais do curso e do programa, costumam sempre estar


disponibilizados na biblioteca de mídia no ambiente virtual de aprendizagem da
instituição, assim como a gravação das aulas presenciais, on-line, entre demais
materiais didáticos e de apoio ao aprendizado.

5.4 MENSAGENS
Como em uma sala de aula presencial, a comunicação entre os alunos e
professores é fator crucial, mesmo que de forma assíncrona. A interação é
algo essencial em um ambiente virtual de aprendizagem, em geral possuem
ferramentas de mensagens com as quais é possível enviar a comunicação para o
professor, para um aluno específico, para toda a turma ou para todo o curso.

A troca de mensagens facilita o processo de interação pois visa tornar o


ambiente de aprendizagem em algo mais próximo da sala de aula tradicional, onde
é possível que o aluno tire suas dúvidas, tanto acadêmicas quanto administrativa,
e que elas sejam respondidas por tutores ou monitores (Figura 12).

118
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

FIGURA 12 – MENSAGENS NO MOODLE

FONTE: <https://sfm.pt/wp-content/uploads/2016/05/enviar_
mensagem.png>. Acesso em: 22 jan. 2020.

5.5 CHAT
Mesmo com ferramentas de troca de mensagens nos ambientes virtuais
de aprendizagem, por vezes se faz necessária uma comunicação síncrona, ou
seja, onde os estudantes, entre si ou com os professores, possam se comunicar
no mesmo momento. Para tanto, existem as funcionalidades de Chat, onde é
possível a criação de “salas de bate-papo” para os participantes (Figura 13).

FIGURA 13 – FERRAMENTA DE CHAT DO MICROSOFT TEAMS

FONTE: O autor
119
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

É comum que as próprias turmas, hoje em dia, criem organicamente seus


próprios grupos de chat utilizando aplicativos e plataformas de chat como
WhatsApp, Telegram e Discord. Seja no âmbito presencial ou EAD, é latente
a necessidade dos alunos de interagirem de forma instantânea entre si, sendo
assim, as plataformas de LMS utilizam tais funcionalidades, visando prover uma
comunicação efetiva e síncrona entre os envolvidos no ambiente educacional.

5.6 WEBCONFERÊNCIA
Com a evolução das tecnologias da informação e comunicação e, com a
convergência das mídias, é trivial fazer uma reunião on-line, por áudio e vídeo.
Sendo assim, é cada vez mais comum encontrar AVAs que possuem ferramentas
de webconferência, com as quais os alunos e professores participam de aulas
“ao vivo”, utilizando o próprio AVA, ou então ferramentas como Google Hangouts,
Facebook Live etc. (Figura 14).

FIGURA 14 – WEBCONFERÊNCIA

FONTE: <https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2016/09/
web.png>. Acesso em 20 jan. 2020.

Ambientes como o Google Classroom, integram nativamente na plataforma o


uso das funcionalidades da plataforma Google, como o Hangouts, para a realização
de webconferências em tempo real, de forma síncrona.

120
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

5.7 AVALIAÇÕES E ATIVIDADES


Como parte do processo educacional, a avaliação é algo necessário, mesmo no
âmbito da EAD. Os LMS`s são capazes de fornecer subsídios para que os docentes
componham instrumentos de avaliação nas próprias plataformas on-line. Desta forma
o aluno é capaz de responder questões objetivas e discursivas, enviar arquivos e
realizar avaliações a partir do próprio ambiente on-line (Figura 15).

FIGURA 15 – FERRAMENTA DE AVALIAÇÕES E ATIVIDADES DO MICROSOFT TEAMS

FONTE: O autor

É comum que os ambientes possuam padrões para a construção de


instrumentos na avaliação de desempenho que possibilitem a correção automática
das questões objetivas ou a correção manual, a partir da interação dos docentes
ao avaliar as respostas dos alunos.

5.8 OBJETOS DE APRENDIZAGEM


Além das mídias e dos materiais disponibilizados, os ambientes permitem
também o compartilhamento de elementos multimídia interativos baseados nas
tecnologias web e de hiperlinks, amparados, por exemplo, no padrão SCORM, o
qual o aluno pode ter uma experiência mais imersiva sobre o tema apresentado.

Estes elementos interativos, denominados de objetos de aprendizagem,


podem ser simuladores de processos, fenômenos físicos, pequenos games sobre
o tema, laboratórios remotos, entre outros.
121
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Você sabe o que são Laboratórios Remotos?

Estes laboratórios são plataformas on-line que permite o acesso


a laboratórios reais a partir da internet. Não se trata de simuladores
ou animações, são laboratórios físicos, realmente controlados à
distância. Desta forma, estudantes e instituições que não conseguem
dispor do espaço físico do laboratório, poderão acessar remotamente
de qualquer lugar e de qualquer horário o laboratório e fazer suas
experiências.

Ao redor do mundo existem diversos laboratórios remotos,


que realizam as mais variadas experiências e que dispõem de
uma infinidade de equipamentos para os estudantes e instituições.
Na prática, as instituições que desenvolvem iniciativas na
experimentação remota criam grandes redes de cooperação, onde
os estudantes das referidas instituições conseguem desenvolver
atividades em laboratórios espalhados pelo mundo, utilizando a
tecnologia a partir das suas casas. Na figura a seguir, por exemplo,
está o laboratório remoto da UFSC, onde os alunos podem fazer os
seus experimentos em um quadro elétrico e testar as combinações
dos interruptores, visualizando o resultado no circuito da direita e no
painel real na esquerda.

FIGURA 16 – LABORATÓRIO REMOTO DE PAINEL ELÉTRICO

FONTE: <http://relle.ufsc.br/labs/1>. Acesso em: 20 jan. 2020.

122
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

5.9 AGENDA
Como em uma sala de aula normal, as salas de aula a distância possuem
também seus prazos, obrigações e cronogramas. Sendo assim, os ambientes
virtuais costumam apresentar ferramentas como agendas e calendários com os
compromissos do curso.

FIGURA 17 – AGENDA DO GOOGLE CLASSROOM


INTEGRADA COM O GOOGLE CALENDAR

FONTE: O autor

É importante que as agendas dos LMS’s sejam visuais e contextuais,


utilizando formas de visualização temporal de forma similar a calendários,
fornecendo exibição anual, mensal e semanal, por exemplo.

5.10 MURAL E NOTÍCIAS


Em geral, as salas de aula dos LMS`s, possuem algumas telas baseadas
no conceito de feed, de forma semelhante às redes sociais. Utilizando uma
ferramenta de exibição de notícias gerais, informes e demais informações em
forma de mural, utilizando uma organização baseada no conceito de feed, a sala
de aula on-line adquire um padrão mais pessoal e próximo do que o utilizado nas
salas de aula comuns, onde os professores e alunos costumam organizar seu
ambiente para possuir murais e informes nas paredes e quadros da sala.

123
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

Na internet, o conceito de Feed está ligado ao fluxo de informações contínuas


dispostas em um canal. São registros cronológicos comumente utilizados nas
redes sociais, onde todas as informações são linearmente exibidas para os
usuários.

Desta forma, todas as interações, materiais e avisos são dispostos de forma


cronológica descendente, dos mais recentes aos mais novos. Assim, é possível
visualizar, de forma temporal, os avisos e atividades da sala de aula virtual em
questão.

Nesta seção, conhecemos várias das ferramentas midiatizadas


utilizadas nos ambientes de ensino presencial e a distância que
utilizam abordagens on-line. Na sua opinião, o uso de tecnologias
avançadas é o principal fator crítico de sucesso em um projeto EAD?
Justifique a sua resposta.

6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, por meio da seção de ferramentas midiatizada, nós
conseguimos visualizar as diferentes ferramentas e abordagens baseadas
em mídias digitais que podem ser utilizadas na educação presencial e a
distância, quando esta utiliza atividades on-line. Assim, foi possível observar
as possibilidades tecnológicas baseadas nas mídias, bem como o conceito de
midiatização quando aplicado à EAD.

Abordamos também o papel do gestor e do setor de gestão quando envolto


em um universo de necessidades midiáticas. Assim, é possível observar que o
papel multidisciplinar do gestor também está diretamente ligado à capacitar e
motivar as equipes em relação ao uso das ferramentas midiáticas.

Mais do que o uso acelerado de ferramentas tecnológicas digitais e on-line,


a midiatização é fruto da convergência digital das mídias e dos equipamentos. A
forma com que nos relacionamos com as tecnologias e como nos relacionamos
uns com os outros foi totalmente alterada pela convergência digital e pela cultura
da convergência. Sendo assim, é papel do programa EAD elaborar estratégias

124
Capítulo 3 PROCESSOS EDUCATIVOS MIDIATIZADOS

voltadas para atender toda a sociedade conectada, os nativos digitais e demais


atores envolvidos nos processos midiáticos.

Você, como aluno deste curso EAD, deve ter observado que tudo que
estudamos nesta disciplina está aplicado ao seu dia a dia como aluno a distância.
Esta mesma disciplina que você lê no momento, faz parte da midiatização. A
versão digital deste livro está disponível na biblioteca de mídia da UNIASSELVI,
por exemplo.

As demais ferramentas exemplificadas no livro, também estão disponíveis


pelo programa EAD da UNIASSELVI. Afinal, você acessa o seu ambiente on-line
por um LMS. Dentro do LMS, você possui a biblioteca de mídia, os objetos de
aprendizagem, o mural com os informes e notícias, o calendário, as mensagens,
entre outras ferramentas específicas do programa EAD da Uniasselvi.

Sendo assim, de todas as competências do gestor de EAD que abordamos


nestes três capítulos do Livro Didático, uma deve ser a mais importante: a de que
o gestor deve ser um grande estudioso, pois deve sempre estar atualizado às
tecnologias midiáticas, nos processos de gestão e nos objetivos educacionais da
instituição.

125
GESTÃo NA EDuCAÇÃo A DiSTÂNCiA

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