Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
1 - Introdução
1
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
É uma técnica necessária para as instituições de ensino, tendo em vista que desenvolve
e mantem um ajuste estratégico entre as metas e capacidades da instituição e suas
oportunidades.
Diante disso, surgiu o interesse em responder à questão: Como o gestor da escola
reconhece a importância do planejamento estratégico? Portanto, o objetivo geral deste estudo
é salientar a importância dada ao planejamento estratégico financeiro dentro de uma
instituição de ensino na educação básica.
Para tanto, tem-se como objetivos específicos: apresentar a escola pesquisada;
conceituar gestão e gestão eficiente; explanar sobre a gestão em âmbito escolar; descrever o
planejamento estratégico; realizar planejamento estratégico como plano de ação para a
instituição pesquisada.
Qualquer estudo que viabilize e promova um ambiente educacional de qualidade é
importante para a evolução da sociedade, pois, quanto melhor o ensino, mais a sociedade
progride.
2 – Apresentação do Caso
O estudo aconteceu dentro da Escola Municipal Maria das Dores Felipe, situada no
Bairro Jardim Esperança na cidade Alexânia, GO. Há uma equipe formada por 12 pessoas
sendo: 1 diretora, 4 professores, 2 coordenadores, 1 secretário geral, 3 auxiliares de higiene e
1 funcionaria para a alimentação.
É uma escola ampla e arejada, com um jardim, uma área coberta, 2 salas de aula, além
de banheiros (inclusive para crianças especiais), cozinha, almoxarifado, sala de computadores,
biblioteca e sala do administrativo.
Até o fim do ano de 2015, a escola era comtemplada com uma verba especial do
Programa mais Educação e pôde adquirir muitos objetos úteis para a escola, além da
construção do banheiro para criança especial, vários objetos, jogos lúdicos, brinquedos e
equipamentos eletrônicos para enriquecer as aulas, bem como a área coberta, essencial aos
serviços pedagógicos.
Ao conhecer a região, percebeu-se que o perfil político dos gestores é um só: antigos
professores, que são eleitos a cada dois anos, com a participação de pais e professores. Os
diretores eleitos são amigos e simpáticos com o eleitorado, abrem as portas para que a
comunidade participe das decisões e opine. Também são feitos relatórios em que se mostram
as verbas recebidas e são acatadas as ideias das providências a serem tomadas. Os
professores, também, são bem recebidos quanto a ideias e planos.
No entanto, nota-se que há uma reclamação em âmbito municipal e enfatizada neste
estudo: a falta de dinheiro. Ou seja, as instituições reclamam que há pouca verba, que não há
dinheiro suficiente. No entanto, toda empresa para obter sucesso no mercado reconhece que o
planejamento se faz essencial, não se limitando, portanto, dentro de objetivos organizacionais.
Sabe-se, que planejamento é um processo contínuo que muda conforme as condições externas
(SANTOS, 2010).
A escola tem muitos problemas envolvendo a falta de verbas, além de ser um pouco
engessada. Realiza apenas o PPP (Plano Político Pedagógico), como exigência normativa
institucional brasileira e percebe-se que ficou estagnada no passado.
2
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
3 – Referencial Teórico
Sabe-se que a gestão se tornou, nos últimos anos, a palavra chave para o sucesso da
administração e tem sido utilizada de forma intensa. Gerir não se refere à hierarquia
organizacional de uma administração clássica, mas à capacidade de promover a inovação
sistemática do saber e retirar dela o maior rendimento da sua aplicação na produção. A gestão
é, portanto, um conjunto de tomada de decisões que visam a melhoria do ambiente em que
está introduzida (CARNEIRO, 2013).
A gestão pode ser resumida como aquela que assume o controle de uma situação com
estratégias junto ao capital humano dentro das organizações, ou seja, refere-se ao processo de
determinação e orientação do caminho a ser seguido para a efetivação dos objetivos,
compreendendo um conjunto de decisões, motivação, liderança, avaliação e análises. A
palavra gestão remete a gerir, dando a ideia de administrar, gerenciar, estando ligada à ideia
de produtividade de um grupo juntamente com um líder, que age e pensa de forma eficiente e
eficaz, procurando os melhores caminhos para o sucesso do empreendimento (RODRIGUES,
RODRIGUES, RUIVO, 2014).
Dentro da gestão, dois termos são muito utilizados: eficiência e eficácia. A eficiência
tem o papel de avaliadora de como se dá a gestão, sendo uma operação eficiente aquela que
consumiu o mínimo de recursos para que se chegue ao resultado desejado. Já a eficácia avalia
até que ponto se alcançou um determinado resultado, independente da forma como foi obtido
(JESUS, BINI, FERNANDES, 2011).
Uma gestão eficiente é a que otimiza todas as operações realizadas dentro da
organização. Através da padronização e especialização, as empresas buscam obter o máximo
rendimento com o mínimo de recursos, sejam eles humanos, financeiros, materiais ou de
tempo. Para que haja aumento na eficiência, as organizações analisam de maneira minuciosa
os processos calculando recursos e resultados, almejando obter ganhos cada vez melhores
(GOMES, 2009).
A eficiência da gestão se encontra na necessidade de diminuir os custos e aumentar a
qualidade dos serviços, sendo que, na gestão pública ou privada a eficiência é um dos objetos
fundamentais das novas prescrições reformistas, sendo parte essencial do escopo gerencial de
uma organização. Tal palavra tem origem no termo latim “efficientia” e reporta-se à
capacidade de dispor de algo ou alguém para conseguir um efeito determinado. Esse conceito
também costuma ser comparado ao conceito de ação, força ou produção. Percebe-se que a
eficiência é o uso racional dos meios dos quais se dispõe para se chegar a um objetivo
previamente determinado (CAMARGO, GUIMARÃES, 2013).
Na administração pública o princípio da eficiência é aquele que impõe à
Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por
meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente,
participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção
dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social
(CAMARGO, GUIMARÃES, 2013).
3
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
A eficiência presume a realização das atribuições com a maior diligência, com uma
qualidade impecável e de forma proficiente, sendo compreendida tanto de forma qualitativa
como de forma quantitativa, sempre buscando o melhor com o menor gasto.
Sabe-se que o conceito de eficiência se relaciona ao emprego de recursos de forma a
alcançar a melhor relação custo benefício entre os objetivos estabelecidos e os recursos
utilizados, sendo que para isso, os recursos devem ser empregados de forma racional. A
racionalidade é um critério presente na base das organizações administrativas e parte
integrante do paradigma dominante na teoria organizacional (JESUS, BINI, FERNANDES,
2011).
Os conceitos e entendimentos são vários, mas percebe-se que a visão é econômica e
orienta a atividade administrativa a alcançar os melhores resultados com o menor custo,
usando sempre os meios que estão dispostos. A gestão eficiente é aquela que se preocupa com
o modo que se irá fazer o planejado pela empresa, preocupando-se ainda com o caminho a ser
percorrido até o resultado (RODRIGUES, RODRIGUES, RUIVO, 2014).
A gestão eficiente, portanto, se distingue da gestão eficaz ou da efetividade. A gestão
eficiente se relaciona ao meio pelo qual se processa o desempenho da atividade
administrativa, o que diz respeito à conduta dos agentes. Por outro lado, a eficácia se
relaciona com os meios e instrumentos usados pelos agentes no exercício de suas funções
dentro da organização. A efetividade é voltada para os resultados obtidos com as ações
administrativas. Nota-se que cada definição se reporta à necessidade de caminhar em
conjunto, resultando em sucesso para a empresa (CAMARGO, GUIMARÃES, 2013).
5
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
Assim, ao lidar com os diversos aspectos do contexto da prática escolar (a influência
das políticas públicas, no entorno de onde a escola está inserida, os atores educativos
envolvidos bem como a comunidade escolar como um todo), o Diretor Escolar, no papel de
gestor, precisa refletir acerca da diversidade e da complexidade deste cenário, considerando
os diferentes percursos trilhados pelos diferentes sujeitos presentes no contexto escolar, uma
vez que pensar na coletividade não significa lidar com um todo consensual e homogêneo,
lembrando que a gestão deve estar embasada em mecanismos legais e na organização de
ações que desencadeiam a participação social (FERNANDES, PEREIRA, 2016).
Um ambiente escolar democrático é aquele que possibilita a participação de todos que
nele estão inseridos, o que é também uma característica da gestão, ou seja, fazer uma gestão
democrática significa contar com a participação dos representantes dos diferentes segmentos
da comunidade escolar, compartilhando reflexões e ações, ter acesso a informações, contar
com fóruns de diálogo, com descentralização do poder de decisão em relação ao projeto
político-pedagógico (ANTUNES e PADILHA, 2010 apud TAUCHEN, 2013).
A gestão escolar democrática se baseia nos conceitos de gestão de empresa, em que o
objetivo é contar com a colaboração de todos os envolvidos no meio, trabalhando de forma
conjunta, sendo de fato uma equipe que participa, buscando garantir a melhor educação básica
possível (TAUCHEN, 2013).
6
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
A ideia do desenvolvimento do aluno nestas etapas que formam um conjunto
sequencial e organizado é o reconhecimento da importância da educação escolar para os
diferentes momentos da vida. A educação básica é um direito do cidadão e um dever do
Estado, mediante uma oferta de qualidade, sendo indispensável para a participação ativa e
crítica do indivíduo, dos grupos que ele pertence em uma definição de sociedade justa e
democrática (CURY, 2010).
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação são finalidades do ensino
básico desenvolver o educando, lhe assegurar a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania responsável e fornecer meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.
A educação infantil se destina a crianças de zero a cinco anos de idade, que
compreende a creche para crianças de zero a três anos e a pré-escola para crianças de quatro e
cinco anos. O ensino fundamental possui nove anos de duração que são obrigatórios. O ensino
médio deve ter no mínimo três anos de duração, constituindo etapa obrigatória para a
consagração da educação básica, sendo para adolescentes até dezessete anos de idade. A
educação básica possui modalidades específicas e peculiares para aqueles que necessitam de
uma formação especializada ou complementar, sendo encontrada na formação especializada a
educação de jovens e adultos e a educação especial, e na formação complementar a educação
profissional (COSTA, AKKARR, SILVA, 2011).
A Emenda Constitucional nº 59/2009 determinou a obrigatoriedade escolar para a
faixa etária dos quatro aos dezessete anos de idade. Na sua nova redação, a CF/88 dispõe no
inciso I do artigo 208 que é dever do Estado garantir a educação básica obrigatória e gratuita
dos quatro aos dezessete anos, garantindo sua oferta gratuita para aqueles que não tiveram
acesso a ela na idade apropriada. Nos demais artigos que tratam sobre a educação também
estão dispostos que a distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento
das necessidades do ensino obrigatório, além da oferta de programas suplementares de
alimentação escolar, material didático e transporte escolar para toda a educação básica
(BRASIL, 2013).
7
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
interesse da gestão escolar em buscar um planejamento estratégico da instituição (JESUS,
2015).
Percebe-se que os gestores se concentram em atender um requisito e poucos percebem
que, a gestão focada em resultados, pode trazer contribuições muito relevantes para a escola.
O autor Jesus (2015, p. 8), destaca sobre o PPP que este "[...] prestou um enorme serviço à
gestão escolar até recentemente. Entretanto, por ser mais uma resposta normativa, ele se
tornou pouco influente nas mudanças efetivas da gestão da escola, em razão do surgimento de
novas formas de planejamento”.
Longe de ser apenas normativo, é uma das possibilidades para as instituições
mostrarem um diferencial em gestão, pois sua realização traria muitos avanços para a
instituição, mesmo porque, passaria por quatro fases diferenciadas: o planejamento, a
execução, o controle e a avaliação. Antes de demonstrar os benefícios, é necessário detalhar
um pouco mais do que seria um plano estratégico.
Planejamento são as decisões a serem tomadas, ou, que serão colocadas em prática no
futuro. É uma das primeiras funções administrativas, tendo que vir antes da organização, da
direção e do controle. Significa traçar objetivos, interpretar a missão da instituição, ou
empresa, e elaborar meios de se alcançar os objetivos estabelecidos (SANTOS, 2010).
O planejamento é o processo que envolve questionamentos e um modo de pensar:
como fazer, para quem, porque e onde fazer. Propõe-se a fazer e avaliar implicações futuras
de decisões que serão tomadas com mais coerência e eficiência. A sistematização do
planejamento reduz as incertezas envolvidas no processo e por consequência aumenta a
probabilidade de se alcançar as metas estabelecidas (SANTOS, 2010).
O planejamento financeiro, por exemplo, é indispensável para as organizações tendo
em vista que, é a partir dele que se tem visão de futuro da empresa e, claro, preveem-se
futuros problemas. Através desta ferramenta, estabelecem-se diretrizes de mudanças na
organização, além de forçar a mesma a fazer previsões, traçar metas, motivar o crescimento e
estabelecer um histórico de avaliação de desempenho, pois, as mudanças não devem ser um
fator surpresa (OLIVEIRA, 2010).
O futuro é incerto, porém, com um bom planejamento é possível minimizar as
consequências causadas por fatores externos e internos, dependendo do objetivo que a
organização quer atingir diante da sociedade.
Ao se determinar um planejamento financeiro de qualidade, garante-se que os
objetivos sejam alcançados. No caso das instituições de ensino, o foco está na obtenção de
recursos financeiros. Isso passa a estimular a gestão e oferece mecanismos de avaliação dos
resultados (LUCION, 2005).
Em todo caso, planejar é o mesmo que tomar a decisão antecipadamente. Não se trata
de prever o futuro, trata-se de tomar decisões antes da ocorrência da ação necessária. Existem
três tipos de filosofias de planejamento que dominam a maioria dos processos, a saber:
Filosofia da satisfação - indica esforços para atingir o grau de satisfação suficiente, não sendo
importante excedê-lo; Filosofia da otimização - inovadora, diz que o planejamento deve ser
projetado para alcançar o máximo de satisfação, caracterizando-se pelo uso frequente de
técnicas matemáticas e estatísticas e voltada para adaptabilidade e inovação dentro da
organização; Filosofia da adaptação - voltada para as contingências, ou seja, incertezas e o
8
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
futuro da organização, é pautada no processo de elaboração e não nos planos elaborados
(SANTOS, 2010).
O planejamento envolve três níveis, dentre os quais: Nível intermediário -
planejamento tático, tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa
como um todo, focando nos objetivos de médio prazo e nas estratégias e ações que afetam
parte da organização. Planejamento operacional - considerado como a formalização, ou seja,
pautado nos planos de ação ou planos operacionais que compreendem identificar e analisar os
objetivos, elaborar cronogramas, orçamentos e identificar e avaliar riscos.
E por fim, o último nível, de acordo com a autora Santos (2010), é o planejamento
estratégico que atua de forma inovadora e diferenciada, foca na formulação de objetivos e
ações para a devida execução. Leva em conta condições internas e externas da organização e
sua evolução esperada, bem como compreende os seguintes componentes: 1. Entendimento da
missão: Define o papel da organização na sociedade; 2: Análise do ambiente externo:
Determina-se, neste, as ameaças e oportunidades e, por ser complexo e instável, deve-se
analisá-lo continuamente; 3: Análise do ambiente interno: também é uma base do
planejamento estratégico e analisa pontos forte e fracos no sistema interno da organização.
Leva-se em consideração as competências, além de identificar e sanar focos de problemas nas
áreas funcionais como o financeiro, por exemplo; 4: Definição do plano estratégico: Os
objetivos são resultados específicos ou metas a atingir.
Percebe-se que o planejamento estratégico é o esforço disciplinado e
consistente, que produz decisões fundamentais e resultam em ações que guiem a organização
escolar, orientado para resultados, através de visão de futuro. Evidenciam-se os conceitos
fundamentais do planejamento estratégico voltado para as instituições de ensino como: a
disciplina e a consistência, ou seja, deixam-se achismos e trabalho reativo (que reage
passivamente), aleatório, baseado em impressões vagas e dispersas da realidade; orienta-se
para resultados, com forte visão de futuro, que pressupõe enfoque e transformação da
organização escolar, ou seja, não só acompanha a dinâmica social, mas, se antecipa a ela,
como condição para que se ofereça educação significativa; a tomada de decisão embasada em
um julgamento avaliativo de dados e informações, objetivos, completos e corretos sobre a
realidade interna e externa da escola (LUCK, 2000).
O planejamento estratégico, portanto, é uma ferramenta que serve para analisar os
grandes problemas que afetam a instituição como um todo, podendo ser uma resposta para os
gestores modernos.
5.1 - Diagnóstico
10
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
Na questão dez, perguntou-se: O diretor permite a participação de todos nas decisões,
inclusive a comunidade? Os respondentes disseram que sim, há a participação expressa da
comunidade, convidada regularmente a participar de projetos a serem realizados na escola.
Perguntou-se, ainda: Quais são os principais problemas enfrentados pela gestão da
escola? Dentre as repostas, os entrevistados afirmaram que os maiores problemas são de
ordem econômica, ou seja, há falta de verbas. Explicaram que se realizam bazares com a
participação dos pais e comunidade, no intuito de arrecadar fundos para prover coisas básicas
que faltam na escola como compra de materiais escolares ou pequenos reparos.
Na última pergunta, procurou-se entender se há um sistema de informação que auxilia
a gestão escolar e, os respondentes afirmaram que, sequer há internet com regularidade. De
vez em quando, liga-se de novo a internet para resolver o preenchimento de documentos
importantes para enviar para a secretaria de educação da cidade. Ou seja, é pedir muito de
sistema de gestão.
Percebe-se, pelas respostas, que a gestora da instituição é humana, tem iniciativa e
sabe coordenar a equipe, que se mostrou bem sincronizada e unida. A liderança da diretora é
nata. Ela consegue parceria com os pais, tem ampla participação do grupo escolar e até
mesmo dos alunos, pois consegue convencê-los quanto à participação em sala de aula. No
entanto, o perfil administrativo precisa ser lapidado. Para entender melhor esse ponto,
efetuou-se uma pesquisa com apenas 6 (seis) perguntas para a gestora, como se verá adiante.
Efetuou-se uma entrevista com a diretora da escola (os nomes serão preservados neste
documento, pois tem-se a intenção de demonstrar um perfil que é notório em âmbito federal,
ou seja, este estudo é apenas uma ilustração para servir de base), no intuito de conhecer seu
lado administrativo, conforme apresentado na revisão bibliográfica.
Na primeira pergunta: Que papel a escola representa na comunidade? A diretora
respondeu que a escola tem papel essencial para a comunidade, ou seja, o compromisso de
formar cidadãos de bom caráter, com princípios morais, capazes de fazer a diferença.
Perguntou-se na segunda: Quais são os desafios que o mundo moderno apresenta para
a educação?
A diretora respondeu que uma das preocupações com o modernismo é a tecnologia,
pois nossas velhas práticas, ferramentas e estratégias não estão sendo suficiente para suprir as
necessidades dos nossos alunos. Hoje já se percebe que os alunos estão conectados às novas
tecnologias.
Perguntou-se ainda: Você faz algum tipo de planejamento? Qual? A diretora explicou
que participa de todos os planejamentos escolares. Explicou, ainda, do PPP, que é muito
difícil executar, até os planos de aula dos professores, no quais acompanha com a
coordenação como está o desenvolvimento das aulas.
Na quarta pergunta, procurou-se: Você sabe o que é planejamento estratégico? Sabe a
importância dele? Quais etapas você faz (missão, visão, objetivos, avaliação)? E a resposta
foi: "Sim. Planejamento estratégico é de suma importância para se concluir um bom trabalho,
junto com a equipe que foi designada a trabalhar comigo que são as coordenadoras,
professores e secretária e todos os demais funcionários. Elaboramos ações para serem
trabalhadas durante o ano. E bimestralmente fazemos o monitoramento através de
diagnóstico, para verificarmos se está surtindo o efeito pedagógico esperado."
11
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
Na quinta questão, perguntou-se: Quais são os principais problemas enfrentados por
você como gestora dessa instituição? A resposta foi imediata: "A dificuldade maior é ter que
manter a escola com pouco recurso financeiro."
Para tentar entender a visão, finalizou-se com o seguinte questionamento: "Quais as
soluções possíveis na sua visão? E a resposta da diretora foi: "Na minha visão a solução a ser
tomada é programar eventos junto com a comunidade para arrecadar fundos para ajudar na
melhoria da escola."
Percebe-se, claramente, que não há entendimento algum sobre o que é planejamento
estratégico. Nas questões, sobretudo nas 4, 5 e 6, direcionadas especificamente para rastrear o
entendimento sobre planejamento estratégico e foco na administração, há respostas vagas,
embasadas em “achismos”. É preciso lapidar o gestor para perceber que há métodos mais
simples, em que se pode prever um estudo mais aprofundado dentro da comunidade e as
necessidades da escola, através de documentos para demostrar que é possível responder
alguns dos questionamentos, como por exemplo a falta de recurso. Não de forma aleatória,
mas sistêmica, com resultados previstos. Como plano de ação, elaborou-se um plano
estratégico para a instituição.
Conforme o autor Lück (2000) explicou com maestria, é preciso deixar de apagar
incêndios e começar a planejar para agregar valor, principalmente nas instituições públicas,
pois somente com metodologia adequada, através de um planejamento forte, é possível vencer
as barreiras e mostrar o diferencial.
Diante disso, primeiramente traçaram-se as principais etapas do planejamento para a
escola:
12
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
Dentre as fraquezas, levantou-se a falta de conhecimento (por parte do administrativo), de
conceitos básicos de administração; e falta de entendimento sobre plano estratégico e métodos
de avaliação.
Uma das formas de obtenção de recursos atuais são bazares realizados dentro da
escola. Outra forma de angariar dinheiro para ampliar as finanças seria realizar parcerias com
o comércio local, incentivando-o a oferecer ajuda de fato, com pequenas doações que
pudessem contribuir com a manutenção do espaço físico, seguindo o modelo de países
desenvolvidos onde se promove a escola local, que passa a ser querida e valorizada (como
times de futebol).
Realizar campanhas de doações, mostrando os objetivos que se quer cumprir dentro da
escola, também, são uma ótima forma de promover melhorias como, por exemplo: se quer
consertar janelas – promover campanhas para conseguir materiais de construção, janelas,
entre outros, até atingir a meta.
Nenhum plano estratégico pode dar certo se não houver formas de acompanhar
sistematicamente os resultados. Tanto em âmbito financeiro, quanto mesmo organizacional, é
preciso de controle e acompanhamento para prestação de contas à comunidade como um todo.
Como a escola não possui muitos recursos, nem mesmo tecnológico (internet frequente), no
entanto possui computadores, pode-se realizar o controle da gestão através de planilhas
gratuitas fornecidas na internet e que podem ser baixadas e preenchidas automaticamente.
Podem-se emitir, com frequência, resultados e expor em quadros de avisos externos,
em que a comunidade tenha acesso.
6– Conclusão
14
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
7 - Referências
BOSCHETTI, Vânia Regina; MOTA, Assislena Barros da. Gestão escolar democrática:
desafios e perspectivas. Regae: Rev. Gest. Aval. Educ. Santa Maria v. 5 n. 10 Jul./dez. 2016
p. 103-111.
CAMPOS, Marli; SILVA, Neide de Melo Aguiar. Gestão escolar e suas competências: um
estudo da construção social do conceito de gestão. XV Congresso Nacional de Educação -
EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, PUCPR, 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
COSTA, Ana Sheila Fernandes; AKKARR, Abdeljalil; SILVA, Rossana Valéria Souza.
Educação básica no Brasil no Brasil: políticas públicas e qualidade. Práxis Educacional
Vitória da Conquista v. 7, n. 11 p. 73-93 jul./dez. 2011.
CURY, C.R.J. Educação básica. In:OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L.M.F.
DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade
de Educação, 2010.
JESUS, Anny Carolyne Santos Rodrigues de; BINI, Gislene de Fátima; FERNANDERS,
Welley Henrique Vieira Lopes. Gestão eficiente em um escritório de contabilidade.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora da Etec Doutor Renato
Cordeiro de Birigui - SP, 2011.
LOPES, Ana Paula Padilha Custódio. Gestão Escolar. Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
Lins, 2013.
PASQUINI, Adriana Salvaterra; SOUZA, Marcia Maria Previato de. Gestão escolar e
organização do trabalho pedagógico na educação básica. Maringá - PR, 2012. 163 p.
RODRIGUES, Ellen Laura Aparecida; RODRIGUES, Gabriel José; RUIVO, Thais de Cássia
da Silva. Tipos de gestão e suas respectivas lideranças. Artigo apresentado à Associação
Cultural Educacional de Itapeva, 2014.
TAUCHEN, Gionara (org.). Gestão e organização escolar. Rio Grande: Editora da FURG,
2013.
16