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PLANIFICAÇÃO E GESTÃO EM EDUCAÇÃO

CONCEITO DE PLANIFICAÇÃO

A planificação (ou o planeamento) refere-se à ação e ao efeito de planificar (ou


planear), isto é, organizar-se ou organizar algo de acordo com um plano. Implica ter
um ou vários objetivos a cumprir, juntamente com as ações requeridas para que
esses objetivos possam ser alcançados.

Enquanto processo de tomada de decisões, a planificação é composta por várias


etapas. Em primeiro lugar, convém identificar o problema. Uma vez este
identificado, deve-se continuar com o desenvolvimento de alternativas, de modo a
selecionar aquela que for mais conveniente. A partir daí, já se pode dar início à
execução efetiva do plano.

Cabe destacar que, no seu sentido mais lato, a planificação tem lugar em quase
todas as alturas da vida quotidiana. Por exemplo, sempre que uma pessoa decida
apanhar um táxi para chegar a um determinado lugar, é sinal que terá planeado
uma forma de viajar com rapidez e eficácia. No entanto, a planificação pode ocorrer
a longo prazo e com decisões que envolvam milhares de pessoas, como poderá
ser o caso da planificação levada a cabo no seio de uma grande corporação
multinacional.

Quanto ao âmbito temporal, a planificação pode ser a curto, médio ou longo prazo;
de acordo com a sua especificidade e a frequência de aplicação, pode-se falar de
planificação específica, técnica ou permanente; por fim, se tivermos em conta a sua
amplitude, a planificação pode dividir-se em estratégica, tática, operativa ou
normativa.

Por outro lado, a atitude tomada dentro do processo de planificação pode


classificar-se em reativa (quando as ações se focalizam no seguimento do estado
atual da organização), ativa (são propostas alterações para manter a organização
vigente) ou interativa (orientada para ter controlo sobre o futuro).

A planificação é uma ferramenta que pode ser utilizada em diferentes áreas, por
exemplo: um professor precisa realizar a planificação de aula ou de um seminário.
E quanto maior o grau da planificação, então mais fácil será obter os resultados
desejados, e com menor esforço.

Numa organização, planificação trata-se da definição dos objetivos e, junto com


eles, definir também as ações necessárias para que esses objetivos tenham maior
probabilidade de serem alcançados, facilitando a coordenação das atividades.

GESTÃO, CONCEITO

Um dos pontos mais importantes na área de administração para uma empresa ter
sucesso no mercado e poder crescer, além de um bom produto ou serviço, é a
gestão.

Sua importância é tanta que o cargo de gestor dentro de uma empresa é um dos
mais bem remunerados e cobiçados no setor corporativo. No entanto, cada vez
menos pessoas sabem o que envolve, de fato, a gestão.

É preciso conhecer esse conceito em sua profundidade devida, mesmo que você
não pretenda atuar no meio empresarial. Afinal, ele pode ser aplicado na gestão de
seus estudos, organização financeira ou gestão doméstica, por exemplo.

Gestão vem do termo em latim gestione, e configura o ato de administrar ou de


gerir recursos, pessoas ou qualquer objeto que possa ser administrado com
alguma finalidade: seja em benefício próprio ou de uma entidade.

O termo é amplamente utilizado no campo empresarial, e nesse sentido, a gestão


define o ato de administrar recursos de modo eficaz para que determinadas metas
possam ser alcançadas.

AS PRINCIPAIS ÁREAS DA GESTÃO

A gestão engloba várias áreas e pode ser distribuída em setores específicos. Mas
para os fins deste conteúdo, vamos dar mais atenção à gestão empresarial.

De acordo com o engenheiro de minas, do século XX, Jules Henri Fayol, a gestão
de uma empresa pode ser divida em seis setores:
 Gestão Administrativa: Responsável por coordenar a administração da empresa
como um todo, inclusive, encabeçando todas as outras áreas de gestão da
companhia;
 Gestão Financeira: Responsável pela administração exclusiva dos recursos
financeiros da empresa, e sua diluição em gastos de investimentos, aquisição de
materiais, etc;
 Gestão de Contabilidade: A gestão que se desenvolve no âmbito contábil de uma
empresa e que trata dos tributos, folhas de pagamentos… Enfim, de todas as
competências que cabem ao setor contábil;
 Gestão de produção: São os procedimentos administrativos para coordenar e
sistematizar a produção da empresa e seu desempenho ao maior nível de
eficiência possível;
 Gestão de segurança: É o setor que cuida das ações e políticas para garantir a
segurança do trabalho, produção e pessoal dentro e fora da empresa (envolve
também atividades externas, ida/vinda à empresa, viagens, transporte de
produtos/pessoal;
 Gestão comercial: É a gestão voltada ao proceder de vendas no varejo, atacado,
relacionamento com cliente para a empresa.

PLANEJAMENTO E GESTÃO EDUCACIONAL

É todo acto intencional, político e técnico para direcionar as atividades do campo


educacional, buscando racionalizar os fins e os meios para conseguir os objetivos
propostos. É intencional, na medida em que não pode ser efetivado aleatoriamente.
Ele implica conhecimentos da realidade, pressupõe escolhas e estabelecimento de
meios para se atingir um determinado fim. É político, visto que está comprometido
com as finalidades sociais e políticas da sociedade. É técnico, pois exige a
utilização de meios eficientes para se obter os resultados. Tem como pressupostos
básicos: o delineamento da filosofia da Educação do País, evidenciando o valor
das pessoas e da escola na sociedade. Operacionaliza-se em planos e projetos e
tem um caráter processual, constituindo-se, pois, em uma atividade permanente de
reflexão e ação, na busca de alternativas para a solução de problemas e de
tomada de decisão. Ele ocorre em três dimensões que estão inter-relacionadas:
1. Planejamento do sistema educacional: acontece em nível macro, refere-se ao
planejamento de todo o sistema educacional do país e diz respeito aos
direcionamentos da política educacional e a melhor forma de alcançá-las. Reflete a
visão que se tem de mundo, de homem, exigindo, portanto, um compromisso com
a construção da sociedade e deve atender tanto às necessidades de
desenvolvimento do país quanto às do indivíduo (corresponde ao planejamento que
é feito em nível nacional, estadual ou municipal). É uma intervenção do estado
visando à implantação de uma determinada política educacional, estabelecida com
a finalidade de possibilitar que o sistema educacional cumpra as funções que lhe
são próprias em determinado momento histórico.

2. Planejamento Escolar: realizado no âmbito da unidade escolar, caracteriza-se


como o ato de organizar as atividades de ensino e de aprendizagem, determinada
por uma intencionalidade educativa, envolvendo objetivos, valores, atitudes,
conteúdos e o modo de agir dos educadores. É um modo de dimensionar política,
científica e tecnicamente a atividade escolar, portanto, deve ser resultado das
discussões e contribuições do coletivo da escola, além de constituir uma atividade
permanente de reflexão e ação. Na atualidade e de acordo com a Lei de Diretrizes
e Bases nº 9.394/96, o planejamento da escola deve se concretizar pela
elaboração do Projeto Político Pedagógico e constar de diferentes momentos do
planejamento: a definição de um marco referencial, a elaboração de um diagnóstico
e a proposição de uma programação com vistas à implementação das ações
necessárias à realização de uma prática pedagógica crítica, reflexiva e participativa
(PASSOS, 2003). É o planejamento integral da instituição. Deve, portanto,
expressar a cultura da escola, porque está assentado nas crenças, valores,
significados, modos de pensar e agir das pessoas que o elaboraram, além de
conter a proposta geral das experiências de aprendizagem que serão oferecidas
pela escola, incorporada nos diversos componentes curriculares. No contexto da
implementação da gestão gerencial, os órgãos oficiais têm disseminado, junto às
unidades escolares, uma outra forma de planejamento das ações da escola, o
Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) – um planejamento estratégico
que tem, como pressuposto, a ótica da racionalidade e da produtividade em uma
visão empresarial da escola. Integra o programa de ações do Fundo de
Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA), é oriundo de um acordo de
financiamento entre o Banco Mundial e o Ministério de Educação e Cultura (MEC),
desenvolvido em parceria com as secretarias estaduais e municipais de educação
dos estados envolvidos. A sua concepção se baseia nos princípios de equidade,
efetividade e complementaridade (FONSECA; OLIVEIRA; TOSCHI, 2004).

3. Planejamento do Ensino: ocorre em nível micro, voltado mais especificamente


às atividades a serem desenvolvidas pelos professores e alunos no cotidiano
escolar, tendo em vista a aquisição do conhecimento. Deve partir da realidade
concreta, tanto dos sujeitos quanto do objeto do conhecimento e do contexto em
que se dá a ação pedagógica. O planejamento de ensino precisa estar em sintonia
com o planejamento global do ensino, explicitado em seu Projeto Político
Pedagógico (LIBÂNEO, 2003). Como se trata da organização do trabalho
pedagógico propriamente dito, implica definir os objetivos considerando a
elaboração e a produção do conhecimento; prever conteúdos que devem estar
intimamente relacionados à experiência de vida dos alunos, não como mera
aplicabilidade dos conteúdos no cotidiano, mas como possibilidade de conduzir a
uma apropriação significativa desse conteúdo; selecionar procedimentos
metodológicos identificando qual a melhor forma de desenvolver as atividades
tendo em vista a aprendizagem dos alunos; por último, estabelecer critérios e
procedimentos de avaliação. Pode ser subdividido em plano de curso, plano de
unidade e plano de aula (VASCONCELOS, 2000). O primeiro refere-se à
sistematização da proposta geral de trabalho do professor em uma determinada
disciplina ou área de estudo; pode ser anual ou semestral, dependendo da
modalidade em que for oferecida a disciplina. Plano de Unidade refere-se aos
assuntos da disciplina que formam um todo completo, mas que podem ser divididos
e desenvolvidos no espaço correspondente a um conjunto de aulas. Para definir as
unidades da disciplina, o professor cuidará para que estas sejam compreensivas e
articuladas e, principalmente, constituídas de assuntos afins e significativos. O
terceiro nível do planejamento de ensino refere-se ao planejamento de uma aula ou
de várias aulas que devem ser trabalhadas pelos professores. Corresponde ao
nível de maior detalhamento e objetividade do processo de planejamento didático.
O planejamento de ensino precisa ser compreendido de forma estreitamente
vinculada às relações produzidas entre a escola e o contexto histórico-cultural em
que a educação se realiza.
Bibliografia

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Institui as diretrizes e bases da


educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
FONSECA M.; TOSCHI, M. S.; OLIVEIRA, J. F. Escolas gerenciadas: planos de
desenvolvimento e projetos político-pedagógicos em debates. Goiânia: Ed. UCG,
2004.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática.


Goiânia: Alternativa, 2003.

PASSOS, I. P. A. Inovação e projeto político-pedagógico: uma relação regulatória


ou emancipatória? In: Cadernos CEDES, UNICAMP, v.23, nº 61, pg 267 a a 281.
1ª ed. dez/2003.

VASCONCELOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto


político-pedagógico. São Paulo: Liberdat, 2000 (Cadernos Pedagógicos do
Libertad, v.1).

VEIGA, I. P. A.; FONSECA M. As dimensões do projeto político-


pedagógico. Campinas: Papirus,

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