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Ficha de Apoio – 01
Na presente Unidade Temática, vamos abordar aspectos gerais sobre a planificação, e outros
elementos relacionados.
Planificação
A planificação apresenta-se como sendo o exercício dum esforço organizado, consciente e
contínuo cujo objectivo principal é de escolher os melhores meios para atingir objectivos
cuidadosamente escolhidos. Este exercício procura influenciar, orientar e controlar a evolução
dum dado sector de actividade. A planificação é um processo contínuo que pode acelerar ou
facilitar o desenvolvimento. Trata-se dum processo que pode contribuir para mobilizar o esforço
nacional e concentrá-lo na realização de objectivos mais prementes tais como: a redução da
pobreza nos próximos cinco anos; a redução da taxa de analfabetismo em 10%, passando dos
actuais 54% para 44%, o que implicará alfabetizar 1.500.000 cidadãos até 2009, etc.
O processo de planificação é um exercício interactivo e participativo que pode ter dois sentidos:
da base ao topo e do topo à base.
Plano
Segundo Albertino Marques (1998: 33)1, “plano é um documento final, nunca acabado, que
contém objectivos, as estratégias e a indicação dos meios com vista a alcançar objectivos”.
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Concepção e Análise de Projectos de Investimento. Edições sílabo, Lda. Lisboa, Fevereiro de 1998.
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Tomando em consideração o sector da educação, podemos dizer que os planos educativos são
meios de aplicação da política educativa no contexto do desenvolvimento económico e social de
um país. Estruturam com coerência meios para satisfazer as necessidades da educação, através da
definição dos objectivos gerais, da determinação dos objectivos específicos, da elaboração de
estratégias, da programação das actividades, da atribuição de recursos para o futuro, numa óptica
prospectiva e num quadro temporal determinado.
Os planos são classificados em: Curto Prazo, Médio Prazo e Longo Prazos.
Os planos a curto prazo: podem ser também planos conjunturais quando trata-se de enfrentar
situações de emergência ou de tomar em consideração ocorrências imprevistas. Geralmente com
a duração de um ou dois anos correspondendo.
Os planos a médio prazo: que compreende entre três a seis anos, enquadram-se nas perspectivas
previstas, do plano a longo prazo, se ele existir. Os planos a médio prazo podem por sua vez ser
decompostos em planos a curto prazo ou planos operacionais.
Os planos a longo prazo: apresentam a estratégia de desenvolvimento global para atingir uma
determinada situação futura com um horizonte de sete anos ou mais.
Programas
Os programas constituem o primeiro nível de decomposição do plano. Os programas referem-se
a certos aspectos dos sistemas educativos geralmente considerados importantes para a realização
de um plano, com referência aos objectivos deste.
Alfabetização, etc…
Para execução destes programas devem ser satisfeitas as necessidades em espaços educativos,
pessoal docente, materiais e textos de ensino.
Programa de acção – o seu objectivo é satisfazer as necessidades que nascem do primeiro tipo
de programas. Assim podem aparecer os seguintes programas de acção:
Administração da educação;
Desenvolvimento dos programas;
Microplanificação da educação;
Aquisição de livros e materiais educativos;
Serviço para alunos (médicos, alimentares);
Infraestruturas (instalações ou equipamentos);
Pesquisa e experimentação educativas;
Sistemas de informação;
Formação em serviço ou reciclagem do pessoal docente, administrativo ou técnico.
Projecto
Os projectos são instrumentos que decorrem dos planos e programas. A sua importância provém
do facto de permitirem uma execução dos planos e programas duma maneira coerente e efectiva.
Um projecto é um empreendimento temporário que tem como objectivo alcançar um resultado
único, pré-definido e específico. Ele é caracterizado por ter um começo e um fim definidos,
recursos limitados, actividades inter-relacionadas e uma equipe dedicada. Os projectos são
executados para criar, modificar ou aprimorar um produto, serviço ou processo. Eles são geridos
por meio de metodologias específicas como o Prince2 (metodologia baseado no processo para
gerir de maneira eficaz um projecto). E envolvem a definição de escopo, cronograma, orçamento
e riscos.
O plano é revisto e actualizado conforme necessário ao longo do projecto para garantir que ele
permaneça alinhado com os objectivos e as circunstâncias em constante mudança.
A planificação é a base para o desenvolvimento do plano, e o plano serve como orientação para a
execução do projecto. Eles trabalham em conjunto para garantir que as actividades sejam
realizadas de forma organizada, eficiente e eficaz, visando alcançar os objectivos estabelecidos.
Tipos de Planificação
De acordo com Bologna (s/d), consideração qua os grandes níveis hierárquicos, podem-se
distinguir em três tipos de planificação, a saber:
Planificação Estratégico;
Planificação Táctico;
Planificação Operacional.
Planificação Estratégia
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a
melhor direcção a ser seguida pela empresa, visando ao optimizado grau de interação com o
ambiente e actuando de forma inovadora e diferenciada.
Planificação Táctica
Tem por objectivo optimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.
Portanto, trabalha com decomposição dos objectivos, estratégias e políticas estabelecidas no
planificação estratégico.
Planificação Operacional
Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das
metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação se tem,
basicamente, os planos de acção ou planos operacionais. As Planificações Operacionais
correspondem a um conjunto de partes homogêneas da planificação tática. Cada um das
planificações operacionais deve conter com detalhes:
Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;
Os procedimentos básicos a serem adotados;
Os resultados finais esperados;
Os prazos estabelecidos;
Os responsáveis por sua execução e implantação.
Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção especial ao plano global da
instituição: o PPP - Projecto Político-Pedagógico que é também um produto da planificação. A
sua construção deve envolver e articular todos os que participam da realidade escolar: corpo
docente, discente e comunidade. Segundo Vasconcellos (1995, p.143), “[...] é um instrumento
teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do quotidiano da escola, só que de
uma forma reflectida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É
uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a acção de todos os agentes da
instituição.”
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Planificação Educacional
A Planificação Educacional ou da Educação, de responsabilidade do estado, é o mais amplo,
geral e abrangente. Tem a duração de 10 anos e prevê a estruturação e o funcionamento da
totalidade do sistema educacional. Determina as diretrizes da política nacional de educação.
Segundo Sant'anna (1986), o Planificação Educacional “é um processo contínuo que se
preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda
tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto as do indivíduo.” É um processo
de abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição de
prioridades e levando em conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional.
Planificação Escolar
Mais um ano se inicia! Uma boa Planificação Escolar feito na primeira semana do ano lectivo,
certamente, evitará problemas futuros. Esse é o objectivo da Semana Pedagógica: reunir
gestores, orientadores, supervisores, coordenadores e corpo docente para planificarem os
próximos 3 Trimestres lectivos. É o momento de integrar os professores novos, colocando-os em
contacto com a forma de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os
docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.
Veja o que é importante planificar, discutir, elaborar e definir nessa primeira semana do ano:
As directrizes quanto à organização e à administração da escola,
Normas gerais de funcionamento da escola,
Actividades colectivas do corpo docente,
O calendário escolar,
O período de avaliações,
Reuniões e conselhos,
As actividades extracurriculares,
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De acordo com uma pesquisa feita por Vasconcellos (2000), há a descrença na utilidade da
planificação. Ele aponta que alguns professores consideram impossível dar conta da tarefa por
diferentes motivos: o trabalho em sala de aula é dinâmico e imprevisível; faltam condições
mínimas, como tempo; e existe o pensamento de que nada vai mudar e, portanto, basta repetir o
que já tem sido feito. Há também aqueles que acreditam na importância da planificação, mas não
concordam com a maneira como é feito.
Planificação Curricular
A Planificação Curricular tem por objectivo orientar o trabalho do professor na prática
pedagógica da sala de aula. Segundo Coll (2004), definir o currículo a ser desenvolvido em um
ano lectivo é uma das tarefas mais complexas da prática educativa e de todo o corpo pedagógico
das instituições.
De acordo com Sacristán (2000), “[...] planear o currículo para seu desenvolvimento em
práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus componentes para serem aprendidos
pelos alunos, mas também prever as próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora
dele. A função mais imediata que os professores devem realizar é a de planear ou prever a
prática do ensino.”
Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é determinado nos PCNs, mas sim,
interpretar e operacionalizar essas determinações, adaptando-as de acordo com os objectivos que
quer alcançar, coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida.
Portanto, a planificação curricular segundo Turra et al. (1995),
“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de conteúdo e
habilidades específicas, mas também fornecer condições favoráveis à aplicação e
integração desses conhecimentos. Isto é viável através da proposição de situações que
favoreçam o desenvolvimento das capacidades do aluno para solucionar problemas,
muitos dos quais comuns no seu dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda acção
a ser desencadeada pela escola, em consonância com os objectivos educacionais, tendo
por foco o aluno, constitui a planificação curricular. Portanto, este nível de planificação é
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relativo à escola. Através dele são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o
trabalho [...].
Planificação de Ensino
A Planificação de Ensino é a especificação da planificação curricular. É desenvolvido,
basicamente, a partir da acção do professor e compete a ele definir os objectivos a serem
alcançados, desde o seu programa de trabalho até eventuais e necessárias mudanças de rumo.
Cabe ao professor, também, definir os objectivos a serem alcançados, o conteúdo da matéria, as
estratégias de ensino e de avaliação e agir de forma a obter um retorno de seus alunos no sentido
de redirecionar sua matéria. A Planificação de Ensino não pode ser visto como uma actividade
estanque.
Projecto Político-Pedagógico
Esse documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais e
alunos pretendem construir na unidade e qual a formação quer para quem ali estuda. Elaborar um
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plano pode ajudar a equipa escolar e a comunidade a ver e avaliar como transformar sua
realidade quotidiana em algo melhor. Se for bem planificado, o documento pode gerar mudanças
no modo de agir de todos os actores envolvidos no processo educacional e na comunidade.
Quando todos verem de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição e participam do
processo de construção do PPP, o resultado é uma verdadeira parceria que contribuirá,
positivamente, em todo o processo ensino-aprendizagem.
Assim, é importante que o projecto prevê aspectos relativos aos valores que se deseja instituir na
escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-
lo na prática, sem esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de
avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual
reelaboração de metas e ideais. Indo além, o projecto tem como desafio transformar o papel da
escola na comunidade. Em vez de só atender às demandas da população, sejam elas atitudinais
ou conteudistas, e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a
sugerir aos alunos uma maneira de “ler” o mundo.
A elaboração do projecto pedagógico deve ser pautada em estratégias que deem voz a todos os
actores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é
tarefa, por excelência, do director. Mas não existe uma única forma de orientar esse processo.
Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes segmentos da comunidade
estão representados, e também pode ser conduzido de outras maneiras, como a participação
individual, grupal ou plenária. A finalização do documento também pode ocorrer de forma
democrática, mas é fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se
responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às propostas. É
importante garantir que o projecto tenha objectivos pontuais e estabeleça metas permanentes para
médio e longo prazos.
Considerando que a planificação não é uma técnica mas sim um processo, anotemos de seguida
algumas etapas que será necessário apreciar e considerar ao longo desse processo.
Formulação do plano: após a etapa do diagnóstico, o planificador deve empreender uma série
de actividades que, muitas vezes, são tidas como sendo próprias da sua profissão. Estas
actividades consistem em preparar um documento volumoso que, ostentando um selo oficial,
testemunho da sua aprovação, é conhecido como sendo o “plano nacional do desenvolvimento da
educação”. Importa chamar à atenção para o facto de que, nesta altura, todas as habilidades em
matéria de política e de comunicação social são importantes.
A elaboração do plano: o plano de desenvolvimento da educação dum país não se presta a uma
implementação directa. Ele deve ser operacionalizado para chegar a um conjunto de acções
específicas a empreender. Esta etapa situa-se ao nível de duas dimensões correlacionadas, a
saber: a regionalização e a microplanificação; e a programação e preparação de projectos. A
regionalização tem como base a subdivisão dos conjuntos das metas e dos recursos previstos no
plano nacional, a favor das unidades geográficas tais como região, províncias, distritos, etc.,
conforme a organização territorial do país. As técnicas de planificação utilizadas para esta
regionalização são designadas de “microplanificação”. Nesta etapa, convém identificar e
preparar os projectos com todos os detalhes necessários. A falta de execução dos planos em
muitos países ficou a dever-se à insuficiência da sua ligação com a regionalização e a
programação.
sobre a sua prática, o que pretende com ela, quais os objectivos a atingir, consciente que a sua
acção será determinante na aprendizagem dos seus alunos.
A planificação é um importante colaborador da prática pedagógica, contribuindo para o sucesso
do processo ensino-aprendizagem, uma vez que permite ao professor fazer uma previsão do que
poderá ser a sua aula, definindo o conjunto de objectivos, conteúdos, experiências de
aprendizagem, assim como a avaliação dessas experiências.
Tipos de Plano
Ao iniciar um ano lectivo, é importante que o professor tenha uma perspectiva abrangente sobre
o processo ensino-aprendizagem a desenvolver ao longo do ano, tanto no que diz respeito
especificamente à sua disciplina como, de uma forma geral, à acção das várias disciplinas
consideradas como um todo na acção educativa.
Para isso, antes do início do ano lectivo, a primeira preocupação do docente deve consistir em
delimitar globalmente a acção a ser empreendida ao longo de todo o ano, ou seja, dever-se-á
elaborar a planificação a longo prazo. De seguida, é imprescindível elaborar planos a médio
prazo correspondentes a cada unidade de aprendizagem consideradas no plano a longo
prazo. Evidenciando a acção que se desenrola no contexto de cada grupo de alunos, é necessário
elaborar planos a curto prazo, como os planos de aula, de pequena amplitude, que correspondem
às práticas quotidianas em que se vão concretizando os diferentes conteúdos dos planos a médio
prazo.
É de ressaltar que o facto de se produzir um plano é tão importante como estar-se apto de o
colocar de lado, pois uma aula deve suceder naturalmente, recorrendo-se se for preciso à
“pedagogia da situação”, sendo a aula de carácter dinâmico e mutável, onde as inter-relações
humanas, a diversidade de interesses e características dos alunos não anseia ser uma reprodução
estática do que está planificado.
Esta situação não invalida o fio condutor que presente numa planificação. Significa, sim, que não
pode ser rígido, mas sim flexível permitindo à prática do professor introduzir novos elementos,
alterar o caminho, se as necessidades e/ou interesses do momento assim o exigirem.
Organiza as suas actividades não lectivas de acordo com a função dos critérios de eficácia
pedagógica;
Participa activamente na gestão democrática da escola.
I. PRÉ-PLANIFICAÇÃO
.1. Org anizar a unidade de planificação.
2. Formar o pessoal técnico e criar linhas
de comunicação com outras instituições.
3. Criar um banco de dados estatísticos com
actualização permanente.
II. DIAGNÓSTICO
SISTEM A DE
INFORM AÇÃO COM O
RETORNO DE
INFORM AÇÃO
IV .ELABORAÇÃO DO PLANO
1. Traduzir o plano em g randes prog ramas
2. Preparar projectos específicos
3. Elaborar os sub-projectos reg ionais
4.. Microplanificação.
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