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Ficha de Apoio – 01

Introdução ao estudo da Planificação da Educação

Na presente Unidade Temática, vamos abordar aspectos gerais sobre a planificação, e outros
elementos relacionados.

Você já se deparou com os termos “planificação, plano, programa e projecto” e se perguntou


qual é a diferença entre eles? Embora frequentemente utilizados no contexto empresarial e de
gestão, esses conceitos podem gerar confusão e deixar muitos profissionais em busca de
respostas claras.

Planificação
A planificação apresenta-se como sendo o exercício dum esforço organizado, consciente e
contínuo cujo objectivo principal é de escolher os melhores meios para atingir objectivos
cuidadosamente escolhidos. Este exercício procura influenciar, orientar e controlar a evolução
dum dado sector de actividade. A planificação é um processo contínuo que pode acelerar ou
facilitar o desenvolvimento. Trata-se dum processo que pode contribuir para mobilizar o esforço
nacional e concentrá-lo na realização de objectivos mais prementes tais como: a redução da
pobreza nos próximos cinco anos; a redução da taxa de analfabetismo em 10%, passando dos
actuais 54% para 44%, o que implicará alfabetizar 1.500.000 cidadãos até 2009, etc.

A planificação é um processo estratégico que envolve a definição de metas, objectivos e acções


necessárias para alcançar um determinado resultado desejado. É uma actividade contínua que
abrange a análise da situação actual, a identificação de oportunidades e desafios, a formulação
de estratégias e a alocação de recursos. A planificação é mais abrangente e pode abranger
diferentes planos e projectos.

O processo de planificação é um exercício interactivo e participativo que pode ter dois sentidos:
da base ao topo e do topo à base.

Na planificação a partir do topo, estabelecem-se objectivos globais que, em seguida são


desdobrados e detalhados por sectores e em projectos. Este é o caso do Plano Estratégico da
Educação 2020 – 2029, que foi elaborado a nível central, no MINEDH.

Em contrapartida, na planificação a partir da base compilam-se vários projectos específicos e são


agrupados em conjuntos mais coerentes. Tanto numa abordagem como noutra, é muito
importante o processo de concertação, interacção e consulta aos vários intervenientes no
processo da sua implementação.

Plano
Segundo Albertino Marques (1998: 33)1, “plano é um documento final, nunca acabado, que
contém objectivos, as estratégias e a indicação dos meios com vista a alcançar objectivos”.

Um plano é um documento ou conjunto de informações estruturadas que detalha as acções


específicas e os passos necessários para alcançar um objectivo ou cumprir uma determinada

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Concepção e Análise de Projectos de Investimento. Edições sílabo, Lda. Lisboa, Fevereiro de 1998.
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tarefa. É um documento que especifica, em linguagem escrita, as decisões tomadas na


planificação.

Um plano é mais específico e detalhado, descrevendo os recursos necessários, as actividades a


serem realizadas, os prazos estabelecidos, as responsabilidades atribuídas e os indicadores de
progresso. Pode ser desenvolvido como parte de uma planificação organizacional mais ampla.

Tomando em consideração o sector da educação, podemos dizer que os planos educativos são
meios de aplicação da política educativa no contexto do desenvolvimento económico e social de
um país. Estruturam com coerência meios para satisfazer as necessidades da educação, através da
definição dos objectivos gerais, da determinação dos objectivos específicos, da elaboração de
estratégias, da programação das actividades, da atribuição de recursos para o futuro, numa óptica
prospectiva e num quadro temporal determinado.
Os planos são classificados em: Curto Prazo, Médio Prazo e Longo Prazos.

Os planos a curto prazo: podem ser também planos conjunturais quando trata-se de enfrentar
situações de emergência ou de tomar em consideração ocorrências imprevistas. Geralmente com
a duração de um ou dois anos correspondendo.

Os planos a médio prazo: que compreende entre três a seis anos, enquadram-se nas perspectivas
previstas, do plano a longo prazo, se ele existir. Os planos a médio prazo podem por sua vez ser
decompostos em planos a curto prazo ou planos operacionais.

Os planos a longo prazo: apresentam a estratégia de desenvolvimento global para atingir uma
determinada situação futura com um horizonte de sete anos ou mais.

Um plano de desenvolvimento de educação pode ser integral, se considerar a educação com um


todo e também integrado se faz parte do plano de desenvolvimento económico e social do país.

Quanto à delimitação geográfica, os planos podem ser nacionais, regionais, locais ou


institucionais. Em princípio, há uma coerência entre as áreas geográficas dos planos. Existem
também planos supra-nacionais que incluem vários países, quando se inscrevem num contexto de
integração de acções conjuntas. (P.e. SADC, o programa de combate à Malária na regiào dos
Libombos que inclui África do Sul, Moçambique e Swazilândia, etc.)

Programas
Os programas constituem o primeiro nível de decomposição do plano. Os programas referem-se
a certos aspectos dos sistemas educativos geralmente considerados importantes para a realização
de um plano, com referência aos objectivos deste.

Os programas estão divididos em dois grupos: programa de necessidades e programa de acção.

Programa de necessidades – refere-se, geralmente, aos níveis e modalidades de um sistema


educativo, conforme alguns exemplos a seguir:
 Desenvolvimento do ensino primário ou secundário;
 Extensão da educação de adultos;
 Aperfeiçoamento da formação de professores;
 Educação nas zonas rurais ou urbanas periféricas;
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 Alfabetização, etc…

Para execução destes programas devem ser satisfeitas as necessidades em espaços educativos,
pessoal docente, materiais e textos de ensino.

Programa de acção – o seu objectivo é satisfazer as necessidades que nascem do primeiro tipo
de programas. Assim podem aparecer os seguintes programas de acção:
Administração da educação;
 Desenvolvimento dos programas;
 Microplanificação da educação;
 Aquisição de livros e materiais educativos;
 Serviço para alunos (médicos, alimentares);
 Infraestruturas (instalações ou equipamentos);
 Pesquisa e experimentação educativas;
 Sistemas de informação;
 Formação em serviço ou reciclagem do pessoal docente, administrativo ou técnico.

Projecto
Os projectos são instrumentos que decorrem dos planos e programas. A sua importância provém
do facto de permitirem uma execução dos planos e programas duma maneira coerente e efectiva.
Um projecto é um empreendimento temporário que tem como objectivo alcançar um resultado
único, pré-definido e específico. Ele é caracterizado por ter um começo e um fim definidos,
recursos limitados, actividades inter-relacionadas e uma equipe dedicada. Os projectos são
executados para criar, modificar ou aprimorar um produto, serviço ou processo. Eles são geridos
por meio de metodologias específicas como o Prince2 (metodologia baseado no processo para
gerir de maneira eficaz um projecto). E envolvem a definição de escopo, cronograma, orçamento
e riscos.

Diferença entre Planificação, Plano e Projecto


A planificação é um processo estratégico que envolve a definição de metas e acções, o plano é
um documento que detalha as acções específicas necessárias para alcançar um objectivo, e o
projecto é um empreendimento temporário que busca alcançar um resultado específico. A
planificação é mais abrangente, o plano é mais detalhado e o projecto é a execução específica
dentro de um contexto planeado.

Relação entre Planificação, Plano e Projecto


A planificação, o plano e o projecto estão interconectados e relacionados entre si. Eles fazem
parte de um processo contínuo de gestão e execução de actividades organizacionais.

 Relação entre planificação e plano


A planificação é o processo estratégico de definir objectivos e acções para alcançar um resultado
desejado. É uma actividade mais ampla e abrange a análise da situação actual, a identificação de
oportunidades, a formulação de estratégias e a alocação de recursos.

Durante o processo de planificação, um plano é desenvolvido para detalhar as acções específicas,


os recursos necessários, os prazos estabelecidos, as responsabilidades atribuídas e os indicadores
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de progresso. O plano é um documento que resulta do processo da planificação e serve como um


guia prático para orientar a implementação das estratégias definidas.

 Relação entre planificação e projecto


A planificação também está intimamente relacionada aos projectos. A planificação ocorre antes
do início do projecto e envolve a definição das metas, objectivos e estratégias gerais. É durante o
processo da planificação que os projectos são identificados e selecionados com base nas
prioridades e nas necessidades da organização.

A planificação fornece a estrutura e a direcção para a execução dos projectos, estabelecendo os


parâmetros e as restrições dentro das quais os projectos serão desenvolvidos.

 Relação entre plano e projecto


O plano, por sua vez, está directamente relacionado à execução do projecto. O plano detalha as
actividades específicas, os recursos necessários, os prazos, as responsabilidades e os indicadores
de progresso. Ele serve como um guia para a equipa do projecto, orientando o fluxo de trabalho,
a sequência das tarefas e as entregas esperadas.

O plano é revisto e actualizado conforme necessário ao longo do projecto para garantir que ele
permaneça alinhado com os objectivos e as circunstâncias em constante mudança.

Em suma, a planificação é o processo estratégico de definição de metas e acções, o plano é o


documento que detalha as actividades e recursos necessários, e o projecto é a execução
específica dentro do contexto planificado.

A planificação é a base para o desenvolvimento do plano, e o plano serve como orientação para a
execução do projecto. Eles trabalham em conjunto para garantir que as actividades sejam
realizadas de forma organizada, eficiente e eficaz, visando alcançar os objectivos estabelecidos.

Tipos de Planificação
De acordo com Bologna (s/d), consideração qua os grandes níveis hierárquicos, podem-se
distinguir em três tipos de planificação, a saber:
 Planificação Estratégico;
 Planificação Táctico;
 Planificação Operacional.

Podem-se relacionar os tipos de planificação aos níveis de decisão numa Pirâmide


organizacional:
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Planificação Estratégia
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a
melhor direcção a ser seguida pela empresa, visando ao optimizado grau de interação com o
ambiente e actuando de forma inovadora e diferenciada.

A planificação estratégica é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa


e diz respeito tanto à formulação de objectivos quanto à selecção dos cursos de acção a serem
seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas à empresa e sua evolução
esperada.

Planificação Táctica
Tem por objectivo optimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.
Portanto, trabalha com decomposição dos objectivos, estratégias e políticas estabelecidas no
planificação estratégico.

A Planificação Tática é desenvolvida em níveis organizacionais inferiores tendo como principal


finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objectivos
previamente fixados.

Planificação Operacional
Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das
metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação se tem,
basicamente, os planos de acção ou planos operacionais. As Planificações Operacionais
correspondem a um conjunto de partes homogêneas da planificação tática. Cada um das
planificações operacionais deve conter com detalhes:
 Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;
 Os procedimentos básicos a serem adotados;
 Os resultados finais esperados;
 Os prazos estabelecidos;
 Os responsáveis por sua execução e implantação.

Diferenças entre os tipos de Planificação


Diferenças entre Planificação Estratégica e Planificação Tática
Discriminação Planificação Estratégica Planificação Táctica
Quanto ao prazo Mais Longo Mais Curto
Quanto à amplitude Mais Amplo Mais Restrito
Quanto aos riscos Maiores Maiores
Quanto às actividades Fins e Meios Meios
Quanto à flexibilidade Menor Maior
Diferenças entre Planificação Tática e Planificação Operacional
Discriminação Planificação Táctica Planificação Operacional
Quanto ao prazo Mais Longo Mais Curto
Quanto à amplitude Mais Amplo Mais Restrito
Quanto aos riscos Maiores Menores
Quanto às actividades Meios Meios
Quanto à flexibilidade Menor Maior
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Tipos e níveis de planificação da educação


Não se pretende, aqui, explorar e esgotar todos os tipos e níveis de planificação, mesmo porque,
como aponta Gandin (2001, p. 83), é impossível enumerar todos tipos e níveis de planificação
necessários à actividade humana. Vamos nos deter, então, nos que são essenciais para a
educação:
 Planificação Educacional – também denominado Planificação do Sistema de Educação,
“[...] é o de maior abrangência, correspondendo a planificação que é feito em nível
nacional. Incorpora e reflecte as grandes políticas educacionais.” (Vasconcellos, 2000,
p.95).
 Planificação Escolar ou Planificação da Escola – actividade que envolve o processo de
reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da
instituição. “É um processo de racionalização, organização e coordenação da acção
docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social.” (Libâneo,
1992, p. 221).
 Planificação Curricular – é o “[...] processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da
acção escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno.
Portanto, essa modalidade de planear constitui um instrumento que orienta a acção
educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de
aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes
curriculares.” (Vasconcellos, 1995, p. 56).
 Planificação de Ensino – é o “[...] processo de decisão sobre a actuação concreta dos
professores no quotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as acções e situações
em constante interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos.” (Padilha,
2001, p. 33).

É importante esclarecer que da Planificação resultará o Plano. Ficou confuso? Vamos


esclarecer!
Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como
fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Para existir plano é necessária a discussão
(planificação) sobre fins e objectivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente
desse modo é que se pode responder as questões indicadas acima. Segundo Padilha (2001), o
plano é a “apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à acção a
realizar.” Plano tem a conotação de produto da planificação. Ele é na verdade um guia com a
função de orientar a prática, é a formalização do processo de planear.

Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção especial ao plano global da
instituição: o PPP - Projecto Político-Pedagógico que é também um produto da planificação. A
sua construção deve envolver e articular todos os que participam da realidade escolar: corpo
docente, discente e comunidade. Segundo Vasconcellos (1995, p.143), “[...] é um instrumento
teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do quotidiano da escola, só que de
uma forma reflectida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É
uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a acção de todos os agentes da
instituição.”
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Planificação Educacional
A Planificação Educacional ou da Educação, de responsabilidade do estado, é o mais amplo,
geral e abrangente. Tem a duração de 10 anos e prevê a estruturação e o funcionamento da
totalidade do sistema educacional. Determina as diretrizes da política nacional de educação.
Segundo Sant'anna (1986), o Planificação Educacional “é um processo contínuo que se
preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda
tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto as do indivíduo.” É um processo
de abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição de
prioridades e levando em conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional.

Segundo Coaracy (1972), os objetivos da Planificação Educacional são:


 Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento
económico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em
particular;
 Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos factores que influem
directamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração,
financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
 Alcançar maior coerência interna na determinação dos objectivos e nos meios mais
adequados para atingi-los;
 Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema.

É condição primordial do processo de planificação integral da educação que, em nenhum caso,


interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para
a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e económico do país.
O PEE - Plano Estratégico da Educação é o resultado da Planificação Educacional da União.
O novo Plano Estratégico da Educação para a próxima década (2020-2029) foi aprovada pelo
Conselho de Ministros de Moçambique no dia 21 de Abril de 2020, e publicado em Maio do
mesmo ano.

Planificação Escolar
Mais um ano se inicia! Uma boa Planificação Escolar feito na primeira semana do ano lectivo,
certamente, evitará problemas futuros. Esse é o objectivo da Semana Pedagógica: reunir
gestores, orientadores, supervisores, coordenadores e corpo docente para planificarem os
próximos 3 Trimestres lectivos. É o momento de integrar os professores novos, colocando-os em
contacto com a forma de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os
docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.

Veja o que é importante planificar, discutir, elaborar e definir nessa primeira semana do ano:
 As directrizes quanto à organização e à administração da escola,
 Normas gerais de funcionamento da escola,
 Actividades colectivas do corpo docente,
 O calendário escolar,
 O período de avaliações,
 Reuniões e conselhos,
 As actividades extracurriculares,
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 O sistema de acompanhamento e aconselhamento dos alunos e o trabalho com os pais,


 As metas da escola e os passos que precisam ser dados, durante o ano, para atingi-las,
 Os projectos realizados no ano anterior,
 Os novos projectos que serão desenvolvidos durante o ano,
 Os temas transversais que serão trabalhados e distribuí-los nos meses,
 Revisar o PPP.

De acordo com uma pesquisa feita por Vasconcellos (2000), há a descrença na utilidade da
planificação. Ele aponta que alguns professores consideram impossível dar conta da tarefa por
diferentes motivos: o trabalho em sala de aula é dinâmico e imprevisível; faltam condições
mínimas, como tempo; e existe o pensamento de que nada vai mudar e, portanto, basta repetir o
que já tem sido feito. Há também aqueles que acreditam na importância da planificação, mas não
concordam com a maneira como é feito.

Planificação Curricular
A Planificação Curricular tem por objectivo orientar o trabalho do professor na prática
pedagógica da sala de aula. Segundo Coll (2004), definir o currículo a ser desenvolvido em um
ano lectivo é uma das tarefas mais complexas da prática educativa e de todo o corpo pedagógico
das instituições.

De acordo com Sacristán (2000), “[...] planear o currículo para seu desenvolvimento em
práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus componentes para serem aprendidos
pelos alunos, mas também prever as próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora
dele. A função mais imediata que os professores devem realizar é a de planear ou prever a
prática do ensino.”

Os Planos Curriculares Nacionais (PCNs), elaborados por equipas de especialistas ligadas ao


Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), têm por objectivo estabelecer
uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular locais ou
das escolas integrantes dos sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma proposta do
MINEDH para a eficiência da educação escolar Moçambicana. São referências a todas as escolas
do país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. Seu objectivo é
garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos necessários para a integração na
sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes.

Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é determinado nos PCNs, mas sim,
interpretar e operacionalizar essas determinações, adaptando-as de acordo com os objectivos que
quer alcançar, coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida.
Portanto, a planificação curricular segundo Turra et al. (1995),
“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de conteúdo e
habilidades específicas, mas também fornecer condições favoráveis à aplicação e
integração desses conhecimentos. Isto é viável através da proposição de situações que
favoreçam o desenvolvimento das capacidades do aluno para solucionar problemas,
muitos dos quais comuns no seu dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda acção
a ser desencadeada pela escola, em consonância com os objectivos educacionais, tendo
por foco o aluno, constitui a planificação curricular. Portanto, este nível de planificação é
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relativo à escola. Através dele são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o
trabalho [...].

Planificação de Ensino
A Planificação de Ensino é a especificação da planificação curricular. É desenvolvido,
basicamente, a partir da acção do professor e compete a ele definir os objectivos a serem
alcançados, desde o seu programa de trabalho até eventuais e necessárias mudanças de rumo.
Cabe ao professor, também, definir os objectivos a serem alcançados, o conteúdo da matéria, as
estratégias de ensino e de avaliação e agir de forma a obter um retorno de seus alunos no sentido
de redirecionar sua matéria. A Planificação de Ensino não pode ser visto como uma actividade
estanque.

Segundo Turra et al. (1995),


[...] o professor que deseja realizar uma boa actuação docente sabe que deve participar,
elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em
turmas, seus alunos. Pelo envolvimento no processo de ensino-aprendizagem, ele deve
estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efectuar uma
aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. A
planificação, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como
também os meios necessários para alcançá-los. A responsabilidade do mestre é imensa.
Grande parte da eficácia de seu ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade
da sua planificação.

A Planificação de Ensino deve prever:


 Objectivos específicos estabelecidos a partir dos objectivos educacionais;
 Conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido determinado pelos
objectivos;
 Procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as actividades
de aprendizagem;
 Procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a qualificação e a apreciação
qualitativa dos objectivos propostos, cumprindo pelo menos a função pedagógico-
didáctica, de diagnóstico e de controlo no processo educacional.

O resultado dessa planificação é o plano de ensino, um roteiro organizado das unidades


didácticas para um ano, um semestre ou um bimestre. Esse plano deve conter: contextualização
da disciplina, justificativa da disciplina em relação aos objectivos gerais da escola e do curso,
objectivos gerais, objectivos específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade),
tempo provável (número de aulas do período de abrangência do plano), desenvolvimento
metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da disciplina), recursos tecnológicos,
formas de avaliação e referencial teórico (livros, documentos, sites etc). Do plano de ensino
resultará, ainda, o plano de aula, onde o professor vai especificar as realizações diárias para a
concretização dos planos anteriores.

Projecto Político-Pedagógico
Esse documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais e
alunos pretendem construir na unidade e qual a formação quer para quem ali estuda. Elaborar um
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plano pode ajudar a equipa escolar e a comunidade a ver e avaliar como transformar sua
realidade quotidiana em algo melhor. Se for bem planificado, o documento pode gerar mudanças
no modo de agir de todos os actores envolvidos no processo educacional e na comunidade.
Quando todos verem de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição e participam do
processo de construção do PPP, o resultado é uma verdadeira parceria que contribuirá,
positivamente, em todo o processo ensino-aprendizagem.

O processo de elaboração e implantação do projeto político-pedagógico é complexo e alguns


aspectos básicos devem estar presentes na elaboração do mesmo. Antes de mais nada, é preciso
que todos conheçam bem a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida,
estabelecer o plano de intenções, um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na
prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão: por quê e para quê
existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja claro para todos, é preciso olhar para os
outros três braços do projecto, a saber:
 A proposta curricular: Estabelecer o que e como se ensina, as formas de avaliação da
aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola, entre outros pontos.
 A formação dos professores: A maneira como a equipe vai se organizar para cumprir as
necessidades originadas pelas intenções educativas.
 A gestão administrativa: Que tem como função principal viabilizar o que for necessário
para que os demais pontos funcionem dentro da construção da “escola que se quer”.

Assim, é importante que o projecto prevê aspectos relativos aos valores que se deseja instituir na
escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-
lo na prática, sem esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de
avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual
reelaboração de metas e ideais. Indo além, o projecto tem como desafio transformar o papel da
escola na comunidade. Em vez de só atender às demandas da população, sejam elas atitudinais
ou conteudistas, e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a
sugerir aos alunos uma maneira de “ler” o mundo.

A elaboração do projecto pedagógico deve ser pautada em estratégias que deem voz a todos os
actores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é
tarefa, por excelência, do director. Mas não existe uma única forma de orientar esse processo.
Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes segmentos da comunidade
estão representados, e também pode ser conduzido de outras maneiras, como a participação
individual, grupal ou plenária. A finalização do documento também pode ocorrer de forma
democrática, mas é fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se
responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às propostas. É
importante garantir que o projecto tenha objectivos pontuais e estabeleça metas permanentes para
médio e longo prazos.

Relação da planificação e outros conceitos


Ao abordarmos as actividades de planificação será conveniente esclarecer a terminologia
utilizada nesta área de conhecimento e os conceitos a ela associados, para se compreender
melhor o papel do planificação na actualidade, será conveniente aclarar os seguintes conceitos:
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a) Uma projecção é o prolongamento no futuro de uma evolução passada de acordo com


certas hipóteses de extrapolação e inflexão de tendências;
b) Uma previsão é a apreciação da evolução de uma grandeza indexada a um certo grau de
confiança (probabilidade);
c) Uma prospectiva é um panorama de futuros possíveis, isto é, de cenários prováveis, tendo
em atenção o determinismo do passado e a confrontação dos projectos dos actores;

Considerando que a planificação não é uma técnica mas sim um processo, anotemos de seguida
algumas etapas que será necessário apreciar e considerar ao longo desse processo.

Ciclos ou Etapas do processo de planificação da Educação


Não podemos abordar o processo de planificação sem nos referirmos às diferentes etapas que
compõem seu ciclo.

Como ilustra o diagrama em anexo, existem etapas fundamentais a observar no processo de


planificação que são as seguintes:
 Pré-planificação;
 Diagnóstico;
 Formulação do plano;
 Elaboração do plano;
 Execução do plano;
 Avaliação, revisão e replanificação.

Pré-planificação: neste caso, muitos países já institucionalizaram a função de planificação da


educação. Uma unidade de planificação da educação é, na maior parte dos casos, criada no seio
do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano e são definidas as suas formas de
articulação com outras divisões do Ministério e com outros organismos externos. A única
condição essencial para o seu funcionamento é a criação dum banco de dados estatísticos, em
conformidade com as necessidades da planificação.

É preciso zelar pela existência de informações apropriadas e em tempo útil.

Diagnóstico: uma vez operacional, a unidade de planificação procede a um balanço e a uma


avaliação do sistema educativo, dum modo geral, tal como se apresenta no começo do novo
plano. Face a um conjunto complexo das diferentes instituições educativas do país, os
planificadores devem-se felicitar por ver o seu mandato limitado ao ensino formal público.
Mesmo assim, precisam de saber que elementos incluir ou não incluir no seu diagnóstico. Eles
sabem que esta escolha é difícil e que só pode ser feita tomando em conta os objectivos, as
expectativas e desejos dos responsáveis da política educativa, dos alunos e professores, enquanto
indivíduos directamente interessados, bem como doutros grupos populacionais que também
necessitam de educação. Os planificadores devem saber que um bom diagnóstico toma em
consideração, para além dos aspectos de hoje, algumas tendências futuras que são de uma
importância crítica. Alguns aspectos de conflitos e de impasses de amanhã já estão em gestação
dentro do sistema educativo tal como ele existe hoje. Estes conflitos podem ser trazidos à luz,
através de extrapolações apropriadas.
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Formulação do plano: após a etapa do diagnóstico, o planificador deve empreender uma série
de actividades que, muitas vezes, são tidas como sendo próprias da sua profissão. Estas
actividades consistem em preparar um documento volumoso que, ostentando um selo oficial,
testemunho da sua aprovação, é conhecido como sendo o “plano nacional do desenvolvimento da
educação”. Importa chamar à atenção para o facto de que, nesta altura, todas as habilidades em
matéria de política e de comunicação social são importantes.

A elaboração do plano: o plano de desenvolvimento da educação dum país não se presta a uma
implementação directa. Ele deve ser operacionalizado para chegar a um conjunto de acções
específicas a empreender. Esta etapa situa-se ao nível de duas dimensões correlacionadas, a
saber: a regionalização e a microplanificação; e a programação e preparação de projectos. A
regionalização tem como base a subdivisão dos conjuntos das metas e dos recursos previstos no
plano nacional, a favor das unidades geográficas tais como região, províncias, distritos, etc.,
conforme a organização territorial do país. As técnicas de planificação utilizadas para esta
regionalização são designadas de “microplanificação”. Nesta etapa, convém identificar e
preparar os projectos com todos os detalhes necessários. A falta de execução dos planos em
muitos países ficou a dever-se à insuficiência da sua ligação com a regionalização e a
programação.

A execução do plano: começa com a execução de projectos individuais nalgumas ou em todas


as regiões geográficas do país. Nesta etapa, o processo de planificação funde-se com o da gestão.
Isto quer dizer que os projectos devem ser aceites e executados pelo aparelho administrativo.
Porém, a tarefa do planificador não termina aqui. Ele deve assumir responsabilidades
fundamentais tais como a avaliação e amelhoria do potencial da acção do sistema administrativo,
assim como o estabelecimento de mecanismos apropriados de acompanhamento da execução do
plano.

A avaliação, revisão e replanificação: a avaliação é uma operação contínua que acompanha a


execução do plano. Mas, no fim do período do plano, toma a forma duma avaliação “à
posteriori” do plano que dá lugar à revisão dalgumas estratégias de execução que se revelaram
ineficazes ou ao questionamento dalguns objectivos do plano que se revelaram irrealistas ou
muito ambiciosos ou ainda pouco pertinentes. Como se pode observar, praticamente, não há
diferença entre a avaliação no fim do período do plano, que compara os objectivos previamente
fixados e os resultados obtidos, e a etapa do diagnóstico. Na realidade, na etapa prática da
planificação, estas duas operações coincidem em grande medida. A etapa final do processo de
planificação da educação é, ao mesmo tempo, o ponto de partida do diagnóstico e da planificação
para o período seguinte do plano.

A Importância da Planificação das Actividades Lectivas


Planificar é um processo pré-activo que está orientado para a acção, em que se reflecte a prática
antes de se passar à concretização, onde, com base num programa curricular emanado pela tutela,
nomeadamente pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, para cada disciplina,
se traçam as estratégias, recursos e actividades, de acordo com as características do nível de
ensino, da realidade de cada escola e das especificidades dos alunos. Ao longo de um ano
lectivo, este documento (a planificação) está sujeito a reajustes, de acordo com o
desenvolvimento das aprendizagens. Este é um processo que exige do professor uma reflexão
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sobre a sua prática, o que pretende com ela, quais os objectivos a atingir, consciente que a sua
acção será determinante na aprendizagem dos seus alunos.
A planificação é um importante colaborador da prática pedagógica, contribuindo para o sucesso
do processo ensino-aprendizagem, uma vez que permite ao professor fazer uma previsão do que
poderá ser a sua aula, definindo o conjunto de objectivos, conteúdos, experiências de
aprendizagem, assim como a avaliação dessas experiências.

Tipos de Plano
Ao iniciar um ano lectivo, é importante que o professor tenha uma perspectiva abrangente sobre
o processo ensino-aprendizagem a desenvolver ao longo do ano, tanto no que diz respeito
especificamente à sua disciplina como, de uma forma geral, à acção das várias disciplinas
consideradas como um todo na acção educativa.
Para isso, antes do início do ano lectivo, a primeira preocupação do docente deve consistir em
delimitar globalmente a acção a ser empreendida ao longo de todo o ano, ou seja, dever-se-á
elaborar a planificação a longo prazo. De seguida, é imprescindível elaborar planos a médio
prazo correspondentes a cada unidade de aprendizagem consideradas no plano a longo
prazo. Evidenciando a acção que se desenrola no contexto de cada grupo de alunos, é necessário
elaborar planos a curto prazo, como os planos de aula, de pequena amplitude, que correspondem
às práticas quotidianas em que se vão concretizando os diferentes conteúdos dos planos a médio
prazo.
É de ressaltar que o facto de se produzir um plano é tão importante como estar-se apto de o
colocar de lado, pois uma aula deve suceder naturalmente, recorrendo-se se for preciso à
“pedagogia da situação”, sendo a aula de carácter dinâmico e mutável, onde as inter-relações
humanas, a diversidade de interesses e características dos alunos não anseia ser uma reprodução
estática do que está planificado.
Esta situação não invalida o fio condutor que presente numa planificação. Significa, sim, que não
pode ser rígido, mas sim flexível permitindo à prática do professor introduzir novos elementos,
alterar o caminho, se as necessidades e/ou interesses do momento assim o exigirem.

Porquê planificar e para Quem?


a) Para o aluno pois, assim:
 Sabe o que está a fazer, porquê e para quê;
 Adquire hábitos de organização (apercebe-se da organização do trabalho do professor);
 Intervém activamente na realização do trabalho, reflecte, debate, apresenta soluções,
reformula, com o professor ou individualmente, o trabalho planeado;
 Tem consciência do seu próprio progresso;
 Autoavalia-se comparando o que realiza e o que estava programado realizar.

b) Para o Professor porque:


 Organiza o trabalho verdadeiramente em função do papel educativo e formativo da
disciplina;
 Reflecte sobre os conteúdos e métodos de trabalho e materiais mais adequados à
aprendizagem;
 Controla e faz os ajustes de acordo com as necessidades e interesses dos alunos;
 Divide o tempo lectivo de acordo com as metas de aprendizagem que pretende atingir;
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 Organiza as suas actividades não lectivas de acordo com a função dos critérios de eficácia
pedagógica;
 Participa activamente na gestão democrática da escola.

c) Para a Escola porque:


 Torna possível um trabalho consciente de todos os professores;
 Permite uma distribuição mais eficaz do tempo, do espaço e das tarefas;
 Permite a coordenação interdisciplinar;
 Torna as reuniões em momentos de coordenação útil de trabalho e não com perda de
tempo;
 Possibilita uma gestão democrática, pois todos participam, porque conhecem os
problemas existentes e empenham-se na sua resolução.

d) Para os Pais porque:


 Dá-lhes a possibilidade de saber o que os seus filhos aprendem, porquê e para quê;
 Podem acompanhar o trabalho dos filhos;
 Apercebem-se do empenho dos professores em realizar um trabalho de qualidade;
 Participam com mais consciência nas actividades que a escola organiza para os
encarregados de educação;
 Empenham-se em contribuir para melhorar a relação família escola.

e) Para a toda a Comunidade Educativa e para a Sociedade, em geral, porque:


A escola, com os meios de que dispõe, responde o mais eficazmente possível às necessidades
educativas da comunidade e contribui para:
 A aquisição de saber e instrumentos de aprendizagem que sirvam de apetrechamento de
base para a inserção na vida prática e para estudos subsequentes;
 Desenvolvimento da autonomia e sociabilidade;
 Sensibilização a valores subjacentes a uma melhoria de qualidade de vida.

Princípios e Características gerais da planificação da educação


A planificação da Educação obedece os seguintes princípios:
 Optimização: A planificação é um esforço para racionalizar o processo de
desenvolvimento da educação. Apoiando-se em métodos e técnicas apropriadas ela visa
determinar a melhor utilização dos recursos.
 Coerência: Neste princípio deve-se manifestar tanto, no interior do próprio sistema
educativo como nas relações com os outros sectores da actividade nacional. A admissão
em cada nível depende dos efectivos do nível precedente.

As características fundamentais da planificação da educação são:


 Visão retrospetiva: para orientar e gerir um sistema complexo como a educação é
necessário adoptar uma estratégia específica de planeamento e deverá preocupar-se
menos com a descrição de um horizonte.
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 Flexibilidade: a preocupação deve centrar-se na organização de um sistema reactivo


capaz de se adaptar a mudanças.
 Descentralização e desconcentração do comando e execução: consta-se a necessidade
de uma maior concentração entre os numerosos parceiros da educação.
No essencial, a planificação deve:
 Auxiliar e dinamizar a concentração que deve permitir uma melhor antecipação do futuro
e uma melhor eficiência dos ajustamentos;
 Controlar a coerência entre as grandes orientações, decisões descentralizadas e
realizações.

Vantagens e limites da planificação da educação


A educação deve ser tomada no seu sentido mais amplo, pois a escola é apenas um desses
aspectos. A planificação da educação não pode ser apenas tarefa tecnocrata. Ela requer a
colaboração convergente de educadores, sociológicos, economistas. Que o plano seja
democrático, isto é, que seja destinado a responder as necessidades económicas, sociais e
culturais.

Limitações da planificação da educação


 A planificação não pode resolver todos problemas, tais como a flutuação dos preços das
matérias-primas a política multinacional das empresas monopolistas a globalização.
 Um outro limite situa-se ao nível das liberdades individuais. O plano é apenas um
instrumento. O homem não é apenas um meio de produção, mas também o fim da
produção. A educação eleva o seu nível cultural e permite-lhe usufruir plenamente dos
prazeres artísticos e espirituais que tanto são necessários para a sua vida.
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I. PRÉ-PLANIFICAÇÃO
.1. Org anizar a unidade de planificação.
2. Formar o pessoal técnico e criar linhas
de comunicação com outras instituições.
3. Criar um banco de dados estatísticos com
actualização permanente.

II. DIAGNÓSTICO

VI: Avaliação, Revisão e Replanificação 1. Decidir sobre a estrutura e principais


1. Efectuar a avaliação final do diag nóstico do sistema educatiavo
2.Procurar a explicação dos desvios e eprocurar 2. Efectuar o diag nóstico e assinalar os vios e
explicação das causas identificar as causas principais resultados positivos e
3. Rever a os objectivos do plano ou as estratég ias neg ativos
de acção 3. Extrapolar as tendências de importância ou as
estratég ias de crítica e precisar suas conseq uências

SISTEM A DE
INFORM AÇÃO COM O
RETORNO DE
INFORM AÇÃO

III. FORM ULAÇÃO DO PLANO


1. Lançar um larg o debate sobre as conclusões do
V. EXECUÇÃO
diag nóstico
1. Assumir a aceitação do plano pelo aparelho
2. Identificar os objectivos, as prioridades e as
administrativo
estratég ias de acção.
2. Reforçar o potencial administrativo.
3. Propor um projecto do plano da educação.
3.Estabelecer mecanismos de acompa- nhamento e
4. Verificar as conseq uências em termos de custos
execução do plano.
aceitabilidade do ponto de vista político, e proceder a
revisão se necessário
5. Obter aprovação política do plano e do orçamento

IV .ELABORAÇÃO DO PLANO
1. Traduzir o plano em g randes prog ramas
2. Preparar projectos específicos
3. Elaborar os sub-projectos reg ionais
4.. Microplanificação.
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