Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Metodologia da
Educação Corporativa
Módulo
4 Planejamento do processo
de ensino-aprendizagem
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Conteudista/s
Eneides Batista Soares de Araújo (conteudista, 2019)
Enap, 2019
8. Encerramento.............................................................................. 43
Assim, identificar novos caminhos, que possibilitem esse desenvolvimento integral, na condução
da educação corporativa, tem sido uma das principais tarefas da área de gestão de pessoas
desses órgãos. Tal área vem atuando em parceria com as escolas de governo e com as equipes
internas de treinamento, desenvolvimento e educação (TD&E), planejando adequadamente os
programas de capacitação para a formação profissional dos servidores públicos.
“Planejamento significa ato ou efeito de planificar, criar um plano para otimizar resultados ou
alcance de um determinado objetivo.”
O planejar foi e é presença ativa na vida da humanidade. O homem sempre almejou, sonhou,
pensou e imaginou alguma situação em sua vida, até mesmo em razão da sua luta pela
sobrevivência repleta de obstáculos a serem vencidos. O homem primitivo já planejava situações,
estratégias, definia metas para alcançar seus objetivos, tais como: caçar, vencer a presa, agasalhar-
se, lutar para conquistar território etc.
De lá para cá, no cotidiano da humanidade, o planejamento é uma constante, pois, desde a mais
simples tarefa até a mais elaborada, o planejamento é fundamental. E hoje, com a urgência da
vida social e profissional, ele deve ser conduzido de forma criteriosa e ser bem definido.
Importante
Para que a sua aula alcance os objetivos propostos, não basta apenas que você
detenha o conhecimento e a experiência na temática a ser ministrada.
O educador que segue com esse tipo de pensamento desconhece a importância do planejar e
sua real função no processo de ensino-aprendizagem.
• 1ª fase
Realizar um amplo e profundo estudo da realidade e do cenário organizacional,
considerando as diretrizes do planejamento estratégico.
• 2ª fase
Conhecer a filosofia que norteia a formação profissional na organização, ou seja,
a cultura, o clima organizacional e os valores que balizam as relações pessoais e
profissionais.
• 3ª fase
Estudar os fatores socioculturais organizacionais, que influenciam no comportamento
das pessoas, e também os fatores psicológicos, que podem influenciar diretamente
no processo de formação profissional.
• 4ª fase
Analisar os documentos norteadores da formação profissional, no âmbito da
organização, que podem facilitar e dinamizar o processo de ensino e aprendizagem
- legislação, regimento interno, documentos gerados com o mapeamento das
competências e suas lacunas etc.
• 5ª fase
Apropriar-se das metodologias e dos modelos educacionais propostos para a
educação de adultos que orientam a formação profissional organizacional.
Seguidas essas fases, os responsáveis pela elaboração dos programas de capacitação, articulados
com a unidade de Gestão de Pessoas e a equipe de TD&E, devem ainda:
1. Planejamento do curso.
Refere-se, portanto, ao planejamento dos principais aspectos educativos, teóricos e práticos que
compõem o planejamento educacional – no nosso contexto, o planejamento da capacitação
– e descreve os aspectos teóricos e práticos das disciplinas ou temáticas que serão objeto de
uma formação profissional, durante um período relativo à extensão do curso, módulo ou evento,
obedecendo às diretrizes traçadas no programa de capacitação da organização.
Importante
É importante que você compreenda que um conjunto de disciplinas ou
temáticas ministradas em uma organização, seguindo uma programação,
constitui um curso e que um conjunto de cursos ou eventos de capacitação
constitui o programa de formação.
Agora, vejamos as etapas que os responsáveis pelo planejamento do curso devem seguir.
II. Justificativa
Procurar responder sempre à pergunta: por que realizar o curso ou módulo? Descrever
as razões determinantes, os fatores de motivação que levaram à abordagem dos
temas (disciplinas) tratados ou eventos indicados. Demonstrar a importância da sua
realização levando em consideração as competências que serão desenvolvidas.
IV. Estrutura
Relacionar as disciplinas ou os eventos de capacitação com suas ementas, suas
modalidades, seu período de realização, o número de participantes, o número de
turmas/eventos e as respectivas cargas horárias.
V. Critérios de avaliação
Definir de que forma avaliar o curso ou módulo durante e após a sua realização. Os
critérios estão diretamente ligados aos objetivos educacionais propostos, os quais,
por sua vez, estão ligados aos objetivos do programa de capacitação.
VI. Agenda
Contemplar o período de realização de cada disciplina ou das ações de capacitação.
VII. Bibliografia
Relacionar os livros que embasaram e fundamentaram o planejamento e a
elaboração do material do curso. Contempla, também, a indicação complementar
de leitura para os envolvidos no processo de formação.
Importante
Cuidado: em um texto acadêmico ou na elaboração do material instrucional,
devem-se evitar afirmativas que não tenham comprovação científica
fundamentada e que não possam, portanto, ser referenciadas no material.
As fontes bibliográficas podem ser livros, revistas, pesquisas na Internet,
documentos e artigos científicos.
É necessário que você acesse a Biblioteca do curso na plataforma Escola Virtual de Governo e
faça o download do arquivo Modelo_Plano de Curso ou Módulo.
Características Observações
Para que seja exequível, todo plano deve ser objetivo e realista.
Não se permite o impraticável, o sem validade e o sem aplicabilidade. A
clareza deve ser elemento essencial em todos os passos do planejamento:
Objetividade objetivos, conteúdos, modos operacionais, determinação das técnicas,
e realidade determinação objetiva dos recursos utilizados para condução do curso e
do processo de avaliação.
Importante: o educador corporativo deve elaborar o planejamento com
os "pés no chão".
Por ser um instrumento orientador das ações educativas, sua
funcionalidade é importante para os dois atores do processo de ensino-
aprendizagem.
Funcionalidade
Importante: o plano deve atender aos dois envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem - educador e aluno -, considerando o aluno como
o principal sujeito desse processo.
O planejamento tem de ser viável e não deve perder profundidade,
lógica, coerência, objetividade, validade e utilidade.
Simplicidade
Importante: se possível, trate de situações-problema contextualizadas
de forma objetiva e simples.
O planejamento não pode engessar o educador corporativo. Em caso de
insucesso no ensino-aprendizagem, ele deve ter coragem de provocar e
Flexibilidade realizar mudanças.
Importante: as mudanças são possíveis, uma vez que se deve observar a
dinâmica da turma e as suas necessidades latentes e manifestas.
O plano deve levar o educador corporativo a possibilitar o conhecimento
e a atingir os objetivos propostos; ser útil na sua condução, Caso
contrário, o plano deve ser reelaborado, pois o objetivo é atender às
Utilidade
reais necessidades de aprendizagem do aluno.
Importante: o que foi planejado só será válido se tiver significado para
o aluno.
Fonte: adaptado de Menegolla (2008).
I. Identificação
Descrever o nome do curso ou módulo do qual a disciplina ou evento é parte; o
nome da disciplina; o período de realização; a carga horária; informações sobre o
educador corporativo.
II. Ementa
Apresentar a síntese do conteúdo da disciplina ou do evento de capacitação. Deve
ser feita de forma clara e concisa, apresentada em poucas frases. Por meio dela é
que se tem conhecimento imediato do que será ministrado. É elaborada logo após
a seleção dos conteúdos.
III. Objetivos
Descrever os objetivos de aprendizagem, geral e específicos, que serão alcançados
ao final da ação de capacitação. É importante destacar que, na educação corporativa,
conforme já foi dito, esses objetivos são definidos de forma harmônica com os demais
objetivos da formação profissional, os quais são os estratégicos, o institucional e o
do módulo.
V. Metodologia pedagógica
Descrever a modalidade, as estratégias de ensino e os recursos que mediarão a
condução do processo de ensino-aprendizagem durante a realização da ação de
capacitação.
VI. Avaliação
Selecionar os instrumentos avaliativos das ações de aprendizagem, os quais devem
ser conduzidos durante a realização do evento de capacitação ou da disciplina.
VIII. Bibliografia
Relacionar a bibliografia que fundamenta e embasa o conteúdo ministrado e, ainda,
as indicações de leitura complementar para o contínuo aprendizado dos alunos.
Destaca-se em:
• Básica - representa as fontes bibliográficas que embasam a elaboração do
material didático, ou seja, o desenvolvimento do conteúdo programático da
disciplina, o qual será, de fato, utilizado em sala de aula ; e
É necessário que você acesse a Biblioteca do curso na plataforma Escola Virtual de Governo e
faça o download do arquivo Modelo Plano de Ensino - Disciplina.
Menegolla (2008, p. 60) afirma que "o plano de disciplina é bem mais específico, sendo relativo a
uma disciplina ou uma parte de conteúdos desta mesma disciplina". Esse autor defende e reforça
que o plano de disciplina não é um plano de curso, pois ambos são diferentes. Trata-se de um:
h,
Destaque,h
1. a previsão dos conhecimentos e conteúdos a serem desenvolvidos na sala
de aula;
• ajuda a definir os objetivos que atendam aos reais interesses dos alunos;
• possibilita seleção dos conteúdos mais significativos para os alunos em seu processo
formativo;
Trata-se de ter um planejamento detalhado que contemple os objetivos, o tema que será
trabalhado, o material utilizado, o que será feito e a que tempo, de forma harmonizada e
organizada, o que resultará no sucesso da aula.
É necessário que você acesse a Biblioteca do curso na plataforma Escola Virtual de Governo e
faça o download do arquivo Modelo de Aula.
Importante
Para que o educador corporativo projete bem seu curso ou sua disciplina, é
importante que ele siga as etapas a seguir, facilitando, assim, o planejamento
das suas aulas.
• Sondagem e diagnóstico.
São os objetivos que darão rumo ao seu planejamento de ensino e que refletirão os princípios
da abordagem pedagógica.
Os objetivos de aprendizagem representam o elemento central do plano, eles darão origem aos
demais componentes do planejamento educacional.
É importante que o educador corporativo defina objetivos claros e precisos, que possam
direcionar uma boa definição/seleção dos conteúdos a serem ministrados e uma escolha das
atividades de ensino-aprendizagem. Haidt (2006 p. 113) defende que "a formulação de objetivos
de ensino consiste na definição de todos os comportamentos que podem modificar-se como
resultado da aprendizagem", enquanto Menegolla (2008, p. 78) define o objetivo como "um
propósito ou alvo que se pretende atingir. O objetivo é tudo aquilo que se quer alcançar através
de uma ação clara e explícita".
Importante
Os objetivos constituem-se em orientação para o aluno e não para o que
o professor ensina. Devem indicar, portanto, o que o aluno será capaz
de fazer depois de participar da ação de capacitação, ou seja, a mudança
de comportamento pretendida que influenciará no desenvolvimento de
competências no aluno, as quais, por sua vez, farão a diferença na sua vida
profissional e pessoal. Assim, sugere-se que, ao formular os objetivos, o
educador inicie com a seguinte fórmula: "O aluno será capaz de...".
As características que levam a uma boa definição dos objetivos, as quais Menegolla (2008)
destaca, são clareza, simplicidade, validade, operacionalidade e algo observável, conforme
definidas a seguir.
Os objetivos devem descrever claramente o que se quer alcançar, caso contrário não estão
bem definidos. Quando bem elaborados, os objetivos apresentam clareza em relação às ideias,
intenções, expressões, comunicações, elaborações e construções. Dessa forma, não suscitarão
interpretações vagas no leitor.
A validade e utilidade dos objetivos são representadas no seu conteúdo, que deve ser portador
de profundos e reais valores. Elas dependem das necessidades e urgências, dos interesses e das
possibilidades dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
A operacionalidade do que se quer alcançar com um objetivo parte de um agir possível, concreto
e viável, ou seja, tudo que pode ser feito, trabalhado e agilizado.
Toda ação é observável, em qualquer que seja o nível ou a área, e deve apresentar resultados
concretos mensuráveis. No que diz respeito à ação de educação, ela resulta na mudança e na
aquisição de novos conhecimentos, habilidades e atitudes, observáveis ao final do processo de
ensino-aprendizagem.
III. Tornar-se sensível, ou seja, mudar atitudes negativas ou reforçar as positivas (querer
fazer).
Objetivos gerais: indicam diretrizes para a ação educativa; representam os resultados complexos
de aprendizagem, pretendidos em longo prazo; resumem os desempenhos ou as competências
que se espera observar nos alunos ao final da ação educacional.
Amplos
Objetivos Gerais
Abrangentes
Concretos
Objetivos Específicos
Delimitados
Assim, previram uma taxonomia com três grandes grupos não mutuamente excludentes ou
estanques, mas que interagem entre si para que a aprendizagem aconteça nos três domínios,
subdivididos, partindo do comportamento mais simples para o mais complexo, sendo:
O domínio psicomotor, ligado a ações físicas. Abrange as habilidades motoras, tais como
velocidade, distância, precisão ou formas de execução.
Agora, vejamos a taxonomia dos objetivos de Bloom, que reforça os entendimentos da mudança
de comportamento dos alunos a partir da aprendizagem.
Taxonomia (do grego taxis - ordenação - e nomos - sistema, norma) é todo sistema de classificação
que possua três características: cumulatividade, hierarquia e eixo comum.
• Eixo comum é a propriedade que uma taxonomia possui de ter um traço comum a todas
as categorias que a integram.
Cognitivo
Tem como princípio organizador a complexidade dos processos intelectuais: são seis os níveis
de domínio cognitivo, os quais demonstram as capacidades desenvolvidas no aluno e são
apresentados em ordem - da capacidade menos complexa para as capacidades mais complexas,
e uma dependendo da outra.
• Conhecimento: o aluno irá recordar ou externar definições, ideias e princípios na forma
(aproximada) em que foram aprendidos. Exemplo: ao término da aula, o aluno será
capaz de definir processos.
• Compreensão: transformar as informações recebidas, isto é, o aluno traduz, compreende
ou interpreta informação com base em conhecimento prévio. Exemplo: a partir da aula
expositiva, o aluno distinguirá entre caçar e cassar.
• Aplicação: o aluno seleciona, transfere e utiliza dados, ou seja, é capaz de aplicar a
informação dada em outra situação apresentada, nova, real, problemática. Exemplo:
após a aula, o aluno será capaz de escrever os princípios constitucionais na prática diária
do servidor público.
• Análise: o aluno será capaz de identificar elementos, princípios e relações subjacentes
a uma ou mais informações; refere-se a processos cognitivos. Exemplo: o aluno fará
uma visita técnica à central de atendimento do seu órgão e, em seguida, elaborará um
relatório, descrevendo a postura de atendimento observada, de acordo com o conteúdo
das aulas sobre o atendimento ao público.
• Síntese: utilizar os processos cognitivos prévios para produzir algo seu; produção
inovadora. Exemplo: após a aula expositiva, o aluno será capaz de elaborar um artigo, a
partir dos elementos fornecidos.
• Avaliação: emitir um juízo partindo de critérios, o que representa que o aluno será
capaz de avaliar ou criticar com base em padrões ou critérios específicos. Exemplo: ao
término da aula, o aluno estará apto, diante de uma dada situação fática e exemplificativa,
Psicomotor
Esse domínio parte do princípio da complexidade dos movimentos. A aprendizagem psicomotora
trabalha com movimentos amplos ou restritos; envolve arte, esportes e procedimentos ligados à
área profissional, entre outras. Esse domínio não foi detalhado por Bloom e seus colaboradoresas,
cabendo aos autores Dave, Simpson e Harrow (apud GIL, 2010, p. 122) categorizá-lo em: imitação,
manipulação, precisão, articulação e naturalização.
• Imitação: o aluno, após observar uma ação, será capaz de repeti-la; se obsevar uma
peça ou um produto pronto, será capaz de reproduzi-los.
• Manipulação: representa o desempenho e a habilidade do aluno, seguindo orientações,
de elaborar um produto de forma reconhecível.
• Precisão: o aluno apresenta um desempenho proficiente na elaboração de um produto,
com segurança e exatidão.
• Articulação: a capaciadade que o aluno demonstra em modificar procedimentos com a
intenção de adequá-los a novas situações.
• Naturalização: representa transceder as habilidades já desenvolvidas e é demonstrada
na manipulação de novas ações, de maneira natural.
Afetivo
O príncipio desse domínio é a internalização de valores ou ideias. São cinco as categorias que o
integram: recepção, resposta, valorização, organização e caracterização.
• Recepção ou aquiescência: situação em que o aluno tolera, recebe e aceita a informação
dada; sua atuação é passiva.
• Resposta: o aluno sai da passividade e age, responde às situações participando
ativamente da aprendizagem.
• Valorização: o aluno comprova condutas consistentes e duradouras. A partir daí,
defende valores internalizados, buscando convencer as outras pessoas a aderirem aos
seus valores.
• Organização: trata da capacidade de o aluno posicionar-se frente a valores antagônicos
ou correlatos.
• Caracterização: representa o nível mais profundo de internalização de um valor; conota
uma identificação pessoal entre o aluno e o valor almejado.
Um objetivo bem formulado é aquele que consegue comunicar seu propósito. O melhor
enunciado é aquele que exclui a possibilidade de que seu propósito venha a ser confundido
com outro qualquer.
O objetivo geral, portanto, será o direcionador das ações docentes para o alcance dos resultados
práticos e mensuráveis, ou seja, a mudança de comportamento do aluno. Esses resultados serão
destacados na definição dos objetivos específicos.
Na formulação do objetivo geral, devem-se utilizar verbos de ideia ampla e abrangente, de forma
que sejam explicitados o(s) domínio(s) e os níveis da aprendizagem desenvolvidos nos alunos
durante a ação de capacitação, conforme destacados anteriormente.
Resultado de
Domínio Níveis ou categorias Verbos indicados
aprendizagem
• Conhecimento. • Conhecer.
• Compreensão. • Compreender.
Atividades intelectuais
• Aplicação. • Aplicar.
Cognitivo envolvidas no processo
• Análise. • Analisar.
de aprendizagem.
• Síntese. • Sintetizar.
• Avaliação. • Avaliar.
Atitudes, valores,
• Receptividade.
interesses e
• Resposta. • Responder.
tendências emocionais
• Valorização. • Organizar.
Afetivo existentes nas
• Organização. • Caracterizar.
interações presentes
• Caracterização. • Defender.
no processo de ensino-
• Avaliação.
aprendizagem.
• Repetir.
• Manipular.
• Imitação.
Atividades motoras ou • Precisar.
• Manipulação.
musculares envolvidas • Perceber.
Psicomotor • Precisão.
no processo de • Posicionar-se.
• Articulação.
aprendizagem. • Executar.
• Naturalização.
• Acompanhar.
• Apropriar-se.
O número de objetivos selecionados varia em relação a cada tipo de plano. O ideal é que se
tenha bom senso, equilibrando a quantidade de objetivos específicos de acordo com o número
de competências que se quer desenvolver no processo formativo a partir da apropriação do
conhecimento.
Importante
É importante definir objetivos que possam ser observáveis durante e/ou após
a realização do evento de capacitação, considerando a característica de cada
plano.
Na formulação desses objetivos, devem-se utilizar verbos de fácil observação e que sejam
mensuráveis, considerando os domínios cognitivo, afetivo e psicomotor da taxonomia de Bloom.
Na definição dos objetivos específicos, deve-se ter cuidado com a seleção dos verbos, pois
existem aqueles que não possibilitam uma observação mensurável, por não serem observáveis
na prática ou porque são abrangentes demais, tais como: adquirir, aperfeiçoar, apreciar, conhecer,
compreender, desenvolver, entender, melhorar, saber, sociabilizar e valorizar.
Para verificar alguns exemplos de verbos para formulação dos objetivos, de acordo com a
taxonomia de Bloom, é necessário que você acesse o módulo 5, tópico 5.5, do curso na plataforma
Escola Virtual de Governo e faça o download do arquivo.
Importante
Uma vez entendido o processo de formulação dos objetivos, você já terá
condição de seguir neste estudo, passando para a seleção dos conteúdos, um
dos itens mais importantes no planejamento da disciplina ou do ensino.
Os conteúdos são temas que serão abordados no processo formativo. Devem ser organizados na
estrutura básica de uma disciplina, divididos em unidades, cada unidade subdividida em partes,
A partir dos nossos estudos, fica latente que os conteúdos devem possibilitar o alcance dos
objetivos propostos no planejamento da ação educativa, suscitando a aprendizagem e a mudança
de comportamento do aluno pela integração do conhecimento adquirido. Estão representados,
no tópico a seguir, os sete critérios para uma boa seleção dos conteúdos.
Utilidade:
Corresponde à possibilidade dos novos conhecimentos serem aplicados em situações novas. É
necessário harmonizá-los para que o estudo atenda às exigências e características dos alunos.
Significação:
Para que o interesse e a motivação sejam uma constante no processo de aprendizagem, os
conteúdos selecionados devem estar interligados às experiências vivenciadas pelo aluno, ou
seja, aos seus conhecimentos anteriores.
Possibilidade de relação:
Ordenação horizontal - refere-se ao relacionamento entre as diversas áreas do currículo, de forma
que possa garantir unicidade e visão global do conhecimento. Os conteúdos devem possibilitar
ao aluno recepcionar, assimilar e transformar as informações recebidas, o que culminará na
aprendizagem.
Flexibilidade:
Sempre deve haver a possibilidade de fazer alterações nos conteúdos selecionados, a fim de
ajustá-los às reais condições e necessidades dos alunos.
Interesse:
Os conteúdos devem corresponder ao interesse do aluno em atingir seus objetivos com a
aprendizagem.
Na organização dos conteúdos, o educador corporativo deve seguir uma sequência lógica que
se reforça mutuamente. Com esse propósito, dois planos devem ser conduzidos, os quais são:
I. Organização vertical: dispõe os conteúdos de forma harmônica e sequenciada (plano
temporal).
II. Organização horizontal: os conteúdos de uma área de conhecimento seguem
articulados com outras temáticas do curso (interdisciplinaridade).
O termo didática deriva do grego didaktiké, que significa "arte de ensinar". Representa um dos
ramos de estudo da pedagogia, o que estuda e orienta as atividades de ensinar com o objetivo
de torná-las mais eficientes, ou seja, orienta o exercício do magistério. Segundo Libâneo (2008),
a didática é uma disciplina pedagógica que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as
condições do processo de ensino nas atividades educacionais.
• Direcionamento da aprendizagem.
Todas essas definições caracterizam a didática como "mediação entre as bases teóricas do
processo educativo e a prática do educador"; atua interligando o "o quê" e o "como" do processo
pedagógico.
Após a definição dos objetivos e a seleção dos conteúdos, chega-se ao momento em que o
educador corporativo responde à seguinte pergunta: "Que condições oferecerei aos meus alunos
para que, de fato, ocorram as mudanças comportamentais pretendidas?". Entende-se, portanto,
que, para a consecução dos objetivos de aprendizagem, a definição da metodologia, com a
seleção das estratégias de ensino/dos procedimentos e recursos didáticos, deve ser conduzida
de forma criteriosa.
Entende-se por método de ensino aquele que possibilita organizar as situações de ensino-
aprendizagem. Refere-se aos meios para alcançar os objetivos gerais e específicos do ensino,
abarcando a atuação do professor e dos alunos para a consecução desses objetivos por meio dos
conteúdos ministrados.
• A aprendizagem transformadora
Incentiva o aluno a ser sujeito do seu aprender. A ser disciplinado. O aluno é
instigado a desafiar, defender e explicar as suas crenças; a avaliar suas evidências
e justificativas; a julgar argumentos para alcançar o máximo de crescimento e
desenvolvimento pessoal e profissional, além de independência e pensamento
crítico.
• A aprendizagem vivencial
Representa o aprender fazendo, instigando o aluno a se envolver integralmente
com um aprendizado pleno. O aluno é estimulado a desenvolver conhecimentos,
habilidades e atitudes por meio da experiência vivida na dinâmica formativa.
Essas são metodologias ativas que, quando bem utilizadas nas ações de TD&E e levadas em
consideração as características de cada turma/grupo, além da seleção de recursos instrucionais
e estratégias ativas de ensino, fazem a diferença na formação profissional das pessoas.
Entendendo um pouco mais a respeito da dinâmica das metodologias ativas a partir das
possibilidades metodologias estudadas, valorizando o aluno e suas características, inseridos em
uma sociedade do conhecimento, as experiências de aprendizagem tendem a ter um resultado
positivo se comparadas com experiências que não consideram os fatores mencionados.
• Sejam utilizados aliados a uma boa formação do educador corporativo em relação à sua
concepção pedagógica.
É importante saber que tudo aquilo que for utilizado na mediação da aprendizagem representa
um recurso.
Conforme Menegolla (2008, p. 91), para que todos os procedimentos, métodos e técnicas
selecionados pelo educador corporativo sejam eficientes na consecução dos objetivos, esses
devem ser planejados de maneira que se adequem aos conteúdos, ao nível dos alunos e, ainda,
às possibilidades de tudo e todos que contribuam para a realização do processo de ensino-
aprendizagem.
• Painel Integrado
Esta estratégia é utilizada para o estudo em grupo, valorizando a interação e
as trocas que acontecem em diferentes momentos, com foco na aprendizagem
colaborativa. De acordo com Masetto (2002, p. 95), os assuntos a serem estudados,
previamente escolhidos pelo professor, terão os seus estudos realizados, em um
primeiro momento, por um pequeno grupo. Em seguida, “todos os assuntos são
estudados por todos os alunos, fazendo-se um cruzamento entre os membros dos
diferentes grupos de tal forma que, em cada novo grupo, tenhamos representantes
de todos os primeiros grupos – e, portanto, de todos os assuntos discutidos”.
• Estudo de caso
Versa na apresentação de um caso ou uma situação real ou fictícia para subsidiar
a discussão entre os alunos, em uma atividade em grupo ou em plenário, com o
objetivo de se chegar a uma conclusão ou solução do problema. Exige reflexão,
análise, estabelecimento de relações, avaliação de alternativas e decisão dos alunos,
o que faz com que a aprendizagem seja efetiva e significativa, pois é pautada na
experimentação e vivência.
• Apresentação e discussão
Discussão informal que tem por objetivo esclarecer assuntos ministrados e facilitar
o processo de conversão de ideias em conhecimento, por meio de questionamentos
dirigidos, previamente elaborados pelo professor. Deve ser conduzida buscando
envolver todos os alunos. Possibilita a expressão oral dos alunos, encoraja a
participação, o desenvolvimento da comunicação e a exposição de ideias.
• Trabalhos em grupo
São criados pequenos grupos pelos alunos com, aproximadamente, cinco ou seis
pessoas. Cada grupo recebe um capítulo ou tema do conteúdo ministrado para
discussão, um problema para resolver ou algo concreto para produzir, observado
um espaço de tempo de, no máximo, 50 minutos. Um facilitador pode, quando
necessário, ser escolhido pelo grupo para representá-lo. Ao final do período de
tempo estipulado, cada líder/facilitador apresentará a conclusão do seu grupo em
plenário. Os demais alunos podem discutir, chegando a uma síntese, se for o caso.
• Debate
Técnica verbal que é empregada com, pelo menos, duas finalidades: interessar e
envolver um grupo em determinado tema que será, em seguida, explanado ou
debatido; e sensibilizar o grupo no sentido de saber ouvir, defender ideias, refletir
e sintetizar.
A técnica consiste em formar dois grupos de alunos - cada grupo deverá defender
determinada tese que se contraponha à do outro subgrupo. O facilitador instrui
os grupos separadamente. Após alguns minutos de embate, as teses podem ser
invertidas.
• Brainstorming
Sessões que podem ser conduzidas como exercícios intensivos para gerar ideias
ou procurar soluções que sejam tanto teóricas quanto práticas. Requerem que
um problema seja analisado e as ideias ou as soluções sejam desenvolvidas.
O brainstorming encoraja e requer um alto grau de participação e estimula os
envolvidos com o máximo de criatividade.
• Dramatização
Trata-se de uma representação que requer que os alunos executem uma ou algumas
tarefas em uma situação real ou fictícia que seja estimulante. Esses exercícios de
simulação podem ser usados para resgatar a habilidade da espontaneidade e
criatividade.
• Simulação
Estratégia que envolve abstração ou simplificação de situações, processos ou
atividades da vida real, com nível de risco devidamente limitado, por ser conduzida
no ambiente da sala de aula ou do laboratório. Possibilita aos alunos praticar e
vivenciar situações, aplicar conhecimentos para desenvolver habilidades e atitudes
geradoras de competências profissionais.
Assim sendo, a avaliação deve ser parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, por
isso deve ser conduzida antes, durante e após a oferta do curso. A figura abaixo representa as
fases/funções da avaliação.
O objetivo desse modelo é avaliar continuamente o curso ofertado. Para isso, os profissionais da
área de educação corporativa e o educador corporativo devem conduzir a avaliação conforme
visão e opinião do aluno do curso, adotando-a para regulação contínua da aprendizagem na
sequência apresentada:
Avaliação diagnóstica inicial: possibilita identificar os conhecimentos prévios trazidos pelo alunos
e, ainda, o não conhecido, de forma que ao professor realizar as adequações necessárias ao
ensino, com foco nos resultados propostos na ação educativa. Outra possibilidade desta avaliação
é permitir, tanto ao professor quanto ao aluno, identificar dificuldades de aprendizagem e suas
possíveis causas. No âmbito da Educação Corporativa é utilizada para identificar as necessidades
de capacitação, o público, as expectativas e as características - organizacional, individual ou
grupal.
A avaliação na educação corporativa como o modelo anterior também é conduzida nos conceitos
e níveis apresentados a seguir.
• Avaliação de aprendizado
Mensura o que os alunos aprenderam durante o curso, sendo conduzida por meio
de trabalhos, simulações, avaliação de grupos e outras ferramentas de avaliação.
Essa avaliação deve ser conduzida durante todo o processo de capacitação, pois
permite acompanhar a evolução dos alunos a respeito do tema tratado.
• Avaliação de efetividade
Pode ser conduzida em uma variedade de métodos de acompanhamento que
são usados para determinar se os alunos aplicaram o que aprenderam ao longo
do trabalho. A frequência e a utilização das habilidades adquiridas são medidas
importantes nesse nível. Essa avaliação é aplicada após a capacitação, ou seja,
quando do retorno do aluno às suas atividades laborais.
• Avaliação de impacto
Procura mensurar os resultados reais alcançados pelos alunos do curso na aplicação
das competências adquiridas nas atividades diárias, laborais e comportamentais no
seu órgão. Essa avaliação deve ser aplicada após a capacitação em um espaço de
tempo de até seis meses. O objetivo é avaliar o impacto do aprendizado do aluno na
sua atuação na equipe e na organização.
2ª) Deve ser contínua, ou seja, processual, pois, uma vez que se avalia o processo de aprendizagem,
deve-se buscar identificar os aspectos que precisam ser melhorados e, assim, poder intervir no
contínuo aprimoramento da prática docente ou nos fatores que estão interferindo na consecução
dos objetivos propostos.
3ª) Deve ser bem planejada e articulada com os objetivos propostos no processo de ensino-
aprendizagem. Porém, vários pontos devem ser considerados nessa avaliação - além dos
cognitivos, os afetivos e os psicomotores devem ser avaliados. Trata-se, portanto, de avaliar
integralmente o aluno e o processo formativo.
É importante destacar que a avaliação pode ser quantitativa e/ou qualitativa. Sendo quantitativa,
o seu resultado deve ser avaliado qualitativamente e deve estar diretamente ligada aos resultados
do processo de ensino e aprendizagem e ao desenvolvimento das competências do aluno em
relação ao conteúdo ministrado. Assim, será possível verificar o que o aluno não aprendeu
para aplicar, partindo do que ele não aprendeu, as intervenções adequadas para o aprendizado
contínuo. Com isso, ajudará a desenvolver as capacidades e habilidades do aluno.
Os critérios adotados para a verificação da aprendizagem devem ser bem descritos, de forma
que expliquem como serão realizadas as atividades de avaliação durante o processo de ensino-
aprendizagem.
8. Encerramento
Chegamos ao final do Módulo 4, e fica claro que compreender as fases do “Planejamento do
Processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Corporativa”, como vimos, é de fundamental
importância para que o desempenho didático do educador corporativo seja eficaz.
Você pode estudar e classificar as fases do planejamento educacional, que tem início a partir
de um diagnóstico adequado, que subsidia na formulação dos objetivos de aprendizagem, os
norteadores de todo o planejamento educacional, uma vez que direciona a seleção dos conteúdos,
dos métodos e procedimentos de ensino que possam estimular a atenção e o empenho dos
envolvidos no processo de construção do saber.
Desejamos a você que siga trilhando esse caminho do saber docente, de forma que possa aprimorar
esta prática e contribuir para o sucesso do seu planejamento educacional e continuamente
desenvolver as competências básicas ao exercício da atuação docente para corroborar com a
formação profissional dos servidores do seu órgão.
Reflexão: