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Arminda Silvestre Massinguile 

Esperança das Dores José Natalicio

Genevásio António Naiene

Hélder Bata Bambo

  

Planificação

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Save

Maxixe

2021

 
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Arminda Silvestre Massinguile 

Esperança das Dores José Natalicio

Genevasio António Naiene

Hélder Bata Bambo

Planificação

Trabalho
  de investigação científica a ser
apresentado na cadeira de Prática Pedagógica
 
do Ensino Básico I para efeitos avaliativos
 

Docente: Me. Elidio Joaquim Guilundo

Universidade Save

Maxixe

2021

 
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Índice
1. Introdução.....................................................................................................................................3
1.1. Objetivos do trabalho................................................................................................................3
2. Fundamentação Teórica................................................................................................................4
2.1. Conceito de Planificação...........................................................................................................4
2.2. Tipos de Planejamento..............................................................................................................5
2.2.1. Plano de curso.........................................................................................................................5
2.2.1.1. Vantagens do plano de curso...............................................................................................6
2.2.1.2. Normas para a elaboração de um plano de curso................................................................6
2.2.2. Planejamento de unidade........................................................................................................6
2.2.2.1. Etapas de plano de unidade.................................................................................................6
2.2.2.1.1. Apresentação....................................................................................................................7
2.2.2.1.2. Desenvolvimento..............................................................................................................7
2.2.2.1.3. Integração.........................................................................................................................7
2.2.3. O planejamento da aula..........................................................................................................7
2.2.3.1. Cacteristicas de plano de aula............................................................................................10
2.2.3.2. Etapas de plano de aula.....................................................................................................13
2.3. Importância da Planificação para Atividade Docente.............................................................14
3. Conclusão...................................................................................................................................16
4. Referencias Bibliográficas..........................................................................................................17
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1. Introdução

O presente trabalho aborda a temática da “Planificação”. Onde de forma detalhada será


apresentada neste trabalho o conceito da planificação, os tipos de planificação e por fim a
importância da panificação para atividade docente.

Compreendendo que o planejamento é um instrumento que subsidia a prática pedagógica do


professor e que possibilita a ele uma organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido
em sala de aula, entendemos que o planejamento é uma necessidade para o desenvolvimento dos
alunos, viabilizando meios para o sucesso do processo de ensino e de aprendizagem. Nesse
sentido, consideramos necessário promover uma reflexão a partir de estudos teóricos
evidenciados que levam uma melhor compreensão da importância deste para compreender as
mudanças ocorridas em cada período histórico.

Realizar uma análise sobre o planejamento, hoje, seria essencial para compreendermos melhor a
relação existente entre a teoria e a prática desenvolvidas nas escolas. Considerando ainda que
planejar é um aspecto complexo no trabalho docente que precisa de muito conhecimento,
sentimos a necessidade de um estudo fundamentado, para que possamos ter um maior
embasamento teórico/metodológico no desenvolvimento da prática educativa.

1.1. Objetivos do trabalho

 Falar sobre a planificação;


 Descrever os tipos de planificação;
 Apresentar a importância da planificação para atividade docente.
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2. Fundamentação Teórica

2.1. Conceito de Planificação

Na história da humanidade, o ato de planejar sempre esteve presente, tendo em vista a


organização de suas atividades diárias. O homem começou a gerenciar seu tempo em funções
destas atividades, realizando um plano, mesmo que mental, das suas ações cotidianas. É nessa
perspectiva de organização do tempo em função das atividades que o planejamento se caracteriza
até hoje. Contudo, se deflagram outros sentidos, nos mais diversos campos em que se aplica essa
condição adjetiva.

Para Vasconcellos (2000), o planejamento deve ser compreendido como um instrumento capaz de
intervir em uma situação real para transformá-la. É uma mediação teórico-metodológica para a
ação consciente e intencional que tem por finalidade fazer algo vir à tona, fazer acontecer, para
isto é necessário estabelecer as condições materiais, bem como a disposição interior, prevendo o
desenvolvimento da ação no tempo e no espaço, caso contrário, vai se improvisando, agindo sob
pressão, administrando por crise.

Tem-se reservado ao planejamento a função de direcionar o trabalho para que ele aconteça
conscientemente, organizando e proporcionando mudanças. No campo da educação o
planejamento tem um caráter condicionado a essa transformação, pois ao final da execução deste
espera-se que o objetivo seja alcançado e promova uma mudança de comportamento do aluno
frente ao conhecimento.

Podemos ver que Menegolla e Sant’Anna (2002) também corroboram com essa ideia de
transformação do planejamento, contudo lhe dá uma conotação mais efetiva. Para eles o ato de
planejar não é uma ação milagrosa para os eventuais problemas de ensino e aprendizagem, mas
que sem ele a atividade educativa deixa de ser democrática e transformadora.

Ainda segundo Vasconcellos (2000), do ponto de vista educacional, o planejamento é um ato


político-pedagógico porque revela intenções. Segundo ele

planejar é elaborar o plano de intervenção na realidade, aliando às exigências de intencionalidade


de colocação em ação, é um processo mental, de reflexão, de decisão, por sua vez, não uma
reflexão qualquer, mas grávida de intenções na realidade (VASCONCELLOS, 2000, p.43)
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O autor dá ao planejamento o significado de intervenção na ação e de reflexão sobre essa ação, de


modo a intervir na realidade. É nesse aspecto que o ato de planejar assume uma importância
conscientizadora de transformação, sem a qual não se poderia promover mudanças.

Em contraponto a isso vemos “professores que são negligentes na sua prática educativa utilizando
de improvisações para a realização de suas atividades em sala de aula” (RODRIGUES 2012, p.2).
Essa falta de comprometimento com o planejamento leva o professor a uma aula improvisada,
com atividades escolhidas sem intencionalidades pedagógicas concisas, que não constituem
significado para a aprendizagem dos alunos (SANTOS, 2013).

Sabemos que atividade de planejar deve permear todo o trabalho docente de ensino tendo em
vista a aprendizagem dos alunos em tempos e espaços organizados, assim como diz Luckesi
(1992, p.121) “planejar é um conjunto de ações coordenadas visando atingir os resultados
previstos de forma mais eficiente e econômica”. Tais ações devem ser descritas
metodologicamente e apontar intencionalidades educativas, bem como mecanismos de
verificação que revelem se elas foram alcançadas ou não. Nesse molde temos como produto
inicial de uma atividade docente o plano de aula.

2.2. Tipos de Planejamento

O planejamento de ensino é desdobrável em três tipos de acordo com Piletti (2004), diferenciados
por seu grau crescente de especificidade:

 Planejamento de curso;
 Planejamento de unidade;
 Planejamento de aula.

Vejamos em que consiste e como se elabora cada um desses três tipos de planejamento de enino.

2.2.1. Plano de curso

É a previsão de um determinado conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades a ser


alcançado por uma turma, num certo período de tempo (PILETTI, 2004).
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2.2.1.1. Vantagens do plano de curso

O plano de curso traz muitas vantagens. Vejamos algumas:

 Da oportunidade ao professor para adequar o programa à realidade de sua classe;


 Permite a distribuição da matéria pelo numero de aulas disponíveis;
 Permite melhor orientação da aprendizagem;
 Permite que o professor avalie previamente a profundidade com que vai tratar cada
assunto;
 Serve de base para as conclusões quanto à eficiência dos métodos utilizados.

2.2.1.2. Normas para a elaboração de um plano de curso

Piletti (2004), apresenta algumas normas para elaboração de um plano de curso que são:

 Fazer uma sondagem inicial para conh6ecer o nível e as características dos alunos;
 Estabelecer, apos a sondagem, os objetivos da disciplina e os objetivos gerais de cada
um dos capítulos ou unidades;
 Adequar as atividades a serem desenvolvidas com os objetivos estabelecidos e com o
tempo disponível;
 Prever as formas gerais de avaliação, bem como alguns critérios para o desenvolvimento
das atividades dos alunos.

2.2.2. Planejamento de unidade

O planejamento de unidade é uma especificação maior do plano de curso. Uma unidade de ensino
é formada de assuntos inter-relacionados. O planejamento de unidade também inclui objectivos,
conteúdo, etc. Em principio, cada unidade deve ser planejada ao final da que a antecede, pois esta
lhe servirá de base ou apoio. Isto sig5nifica que as unidades serão planejadas ou replanejadas ao
longo do curso (PILETTI, 2004).

2.2.2.1. Etapas de plano de unidade

De acordo com Piletti (2004), podemos distinguir três etapas no plano de unidade.
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2.2.2.1.1. Apresentação

Nesta etapa o professor procurará identificar e estimular os interesses dos alunos, relacionando-os
com o tema da unidade. Para tanto, poderá desenvolver as seguintes atividades:

 Pré-teste oral ou escrito, para sondagem das experiencias anteriores dos alunos, contendo
os conceitos que eles deverão aprender na unidade.
 Dialogo com a classe a propósito do tema.
 Comunicação aos alunos dos objectivos da unidade.
 Utilização de material ilustrativo, tais como jornais, revistas, cartazes, objetos históricos,
etc., que permitam introduzir o tema.
 Aula expositiva com a mesma finalidade.

2.2.2.1.2. Desenvolvimento

Nesta etapa, os alunos deverão cheg5ar à compreensão do tema. Aqui o professor poderá lançar
mão das seguintes atividades:

 Estudo de textos;
 Estudo dirigido;
 Solução de problemas;
 Projetos;
 Trabalh6o em grupo.

2.2.2.1.3. Integração

Nesta etapa, os alunos deverão chegar a uma síntese dos temas abordados na unidade. Isso poderá
ser alcançado através das seguintes atividades:

 Organização de resumos.
 Relatório oral que sintetize os aspetos mais importantes da unidade.

2.2.3. O planejamento da aula

“A aula, lugar privilegiado da vida pedagógica, refere-se às dimensões do processo didático –


ensinar, aprender, pesquisar e avaliar – preparado e organizado pelo professor e seus alunos”
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(VEIGA, 2008, p. 267). Nas palavras da autora se define o que é uma aula: lugar do fazer
pedagógico, do acontecer da aprendizagem, da pesquisa e da avaliação, que precisar ser bem
planejada.

“O ato de planejar, organizar as ações docentes e discentes, exige o domínio de conhecimentos


sobre os níveis que compõem o processo de planejamento” (ZANON e ALTHAUS, 2010, p.29),
desse modo se faz necessário recorrermos aos ensinamentos da didática que é “a parte da
pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-
la mais eficiente” (HOUAISS, 2001. p. 22).

A didática geral nos ensina que para planejarmos uma aula é necessário pensarmos o que
queremos que nosso aluno aprenda, ou seja, pensar em nossos objetivos, nos conteúdos que
pretendemos ensinar, nos meios pelos quais desenvolveremos tais conteúdos e na avaliação de
nossa aula.

No entanto, Bassedas (1999, apud ZANON e ALTHAUS, 2010) aponta uma fragilidade da ação
docente, segundo ele, parece mais fácil para alguns professores planejar e apresentar atividades
que julgam ser interessante para os alunos, do que refletir a respeito das finalidades e dos
objetivos que estão por trás dessas atividades.

Se não planejamos nossa ação docente conscientemente não teremos condições de gerenciar a
aprendizagem, por isso cada item do planejamento da aula tem suas especificidades que
precisamos considerar, vamos ver cada um em particular.

Os objetivos são caracterizados por verbos no infinitivo e designam o produto final da nossa aula,
aquilo que queremos que seja aprendido; precisam expressar a habilidade que será desenvolvida
naquela aula e a razão pela qual ela deve ser desenvolvida.

Libâneo (2013) os classificam em três níveis de abrangência: do sistema de ensino, da escola e


do professor. O primeiro nível determina as finalidades educativas em consonância com a
sociedade em que está inserido; o segundo estabelece as diretrizes e princípios do trabalho na
escola; o terceiro nível é o que concretiza tudo em ações práticas na sala de aula. Neste trabalho
focamos o terceiro nível, o do professor, pois é neste que se orienta a prática do planejamento de
aula.
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“Os objetivos educacionais são uma exigência indispensável para o trabalho docente, requerendo
um posicionamento ativo do professor em sua explicitação, seja no planejamento escolar, seja no
desenvolvimento das aulas” (LIBÂNEO, 2013, p. 134). Nessa citação, o autor traz os objetivos
como foco da atividade pedagógica, que irá nortear toda prática docente e que sem ele essa
prática não existe.

Zabala (1998) também traz essa característica, segundo ele os objetivos são o ponto de partida da
pratica educativa, por meio deles o professor pode encaminhar o ensino tendo em vista a
aprendizagem dos alunos.

Outro item essencial ao planejamento da aula é o conteúdo a ser ensinado. Segundo Libâneo
(2013), os conteúdos são um conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos
e atitudinais de atuação histórico-social, organizados pedagogicamente e didaticamente em
matérias de ensino, tendo em vista o processo de construção do conhecimento pelos alunos e suas
relações com o contexto vivido. O autor caracteriza os conteúdos como saberes que emergem da
prática social e histórica da humanidade, traduzidos em matérias de ensino se transformam em
conhecimentos sistematizados, que convergem em capacidade cognoscitivas colaborando no
desenvolvimento de habilidades.

Entendemos conteúdo como “tudo quanto se tem que aprender para alcançar determinados
objetivos que não apenas abrangem as capacidades cognitivas, como também incluem as demais
capacidades” (ZABALA, 1998, p.30).

Para que essa aprendizagem ocorra o ensino precisa encontrar alguns caminhos, ou seja, os
modos pelos quais os conteúdos serão desenvolvidos, os métodos de ensino.

Araújo (2008) diz que

Ela [a aula] é feita de prévias e planejadas escolhas de caminhos, que são diversos do
ponto de vista dos métodos e técnicas de ensino; [...] também se constrói, em sua
operacionalização, por percalços, que implicam correções de rota na ordem didática, bem
como mudanças de rumo; [...] está sujeita a improvisos, porque não foram previstos, mas
não pode constituir-se por improvisações. (ARAUJO, 2008, p.60-62)

Para o autor os métodos e as técnicas dão ao planejamento uma característica ativa, direcionando
o ensino em busca da aprendizagem, por isso precisam ser planejados, atendendo às necessidades
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dos alunos. Desse modo o professor precisa conhecer “o maior número de meios e estratégias
para atender as diferentes demandas que aparecerão no transcurso do processo de
ensino/aprendizagem” (ZABALA, 1998, p.93).

E para finalizar as características do bom planejamento, temos a avaliação da aula. Segundo


Libâneo (2013) a avaliação está diretamente ligada aos objetivos de aprendizagem, é por meio
dela que se tem maior clareza do que se quer atingir, permitindo inclusive um replanejamento das
ações. Concordamos com o autor que a avaliação está diretamente relacionada aos objetivos da
aula, sem ela não podemos verificar se o que pretendíamos fazer, realmente se efetivou.

Gandin (1994) ressalta uma articulação da avaliação e do planejamento, segundo ele “o processo
de planejamento inclui o processo de avaliação, sem exagero pode-se afirmar que o planejamento
é um processo de avaliação que se junta a ação para mudar o que não esteja de acordo com o
ideal” (p.115). Olhando pelo prisma do autor, vemos a avaliação responsável pela reorganização
da prática pedagógica afim de direciona-la a seu objetivo.

O plano de aula precisa atender a todas as especificidades dos itens que o compõem. Trazer o
objetivo da aula bem especificado, uma avaliação que revele se a intencionalidade foi atingida e
as atividades relacionadas aos conteúdos que desenvolverão as habilidades necessárias para que
ocorra a aprendizagem. Para tanto, ele precisa apontar uma avaliação que esteja alinhada aos
objetivos de aprendizagem e que retrate se estes foram ou não alcançados.

Assim sendo precisamos entender um pouco mais sobre como alinhar avaliação e objetivos de
modo que um revele o que o outro expõe, apresentando resultados de aprendizagem.

2.2.3.1. Cacteristicas de plano de aula

Independentemente do modelo seguido, há características que são comuns a qualquer plano.


Segundo Cortesão (1989:94), um “bom plano” deverá ir ao encontro das seguintes características:
coerência, adequação, flexibilidade, continuidade, precisão, clareza e riqueza.

 Coerência: a concretização do plano deverá contribuir para a consecução das metas


propostas. Deverá apresentar uma adequada relação entre objectivos, competências,
conteúdos e estratégias.
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 Adequação: o plano deverá ir ao encontro do conhecimento que se tem da realidade


cognitiva, afectiva e social dos alunos. Deverá ter em conta os recursos e limitações
existentes na comunidade e as características do próprio professor, enquanto executante
do plano em questão.
 Flexibilidade: o plano deverá permitir, de acordo com os interesses e questões do
momento, o reajuste e mesmo algumas alterações nos elementos previamente
planificados.
 Continuidade: o plano deverá estabelecer uma sequência que ligue os vários momentos
da aula, não permitindo lacunas.
 Precisão e clareza: o plano não deverá permitir várias interpretações, por este motivo
deverá incidir em indicações objectivas.
 Riqueza: o plano deverá oferecer um leque variado de propostas (objectivos,
competências, estratégias, actividades, recursos…).

Para além dos aspectos anteriormente focados, deverá haver preocupação na selecção das
competências a desenvolver, na selecção e articulação dos conteúdos, nos recursos, na avaliação
das aprendizagens e no tempo. São estas variáveis que intervêm no processo de ensino-
aprendizagem e permitirão ao professor actuar junto dos alunos de um modo mais efectivo. Como
estratégia de análise de um plano, sugere-se uma grelha que foi elaborada com base no exposto
por Cortesão (1989:140).

No entender de Bloomfield, (s/data), citado por Cortesão (1989:47), no seu artigo “Pedagogia
para a Maestria” é possível que quase todos os alunos (95%) atinjam as metas previstas. Esta
situação acontecerá se o professor, na sua prática pedagógica, desenvolver estratégias que tenham
em conta aquilo que Bloomfield designa como as cinco variáveis a considerar na pedagogia para
a maestria: aptidão para realizar uma dada aprendizagem, qualidade de ensino, capacidade para
entender o que é ensinado, perseverança e o tempo consagrado à aprendizagem.

Baseado nas teorias de Carroll (1963), Bloomfield, (s/data), citado por Cortesão (1989:59), define
aptidão como a quantidade de tempo requerida pelo aluno para atingir a maestria de uma
aprendizagem. Caberá ao professor respeitar o ritmo de aprendizagem dos seus alunos,
concedendo mais tempo aos que dele necessitem.
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Relativamente à qualidade de ensino, a mesma prende-se com a adequação das actividades à


realidade da sala de aula, visando o óptimo de aprendizagem de cada aluno. Quanto à capacidade
para entender o que é ensinado, Bloomfield defende que a mesma se prende com a capacidade
que o aluno tem para decifrar uma mensagem, pois na maioria das vezes, a dificuldade em
realizar uma aprendizagem prende-se com o facto de o aluno ter dificuldade em entender as
instruções dadas pelo professor. Desta forma, se a mensagem chegar ao aluno por uma via que
lhe seja mais acessível, talvez o mesmo realize a dita aprendizagem. Cabe ao professor variar o
mais possível as estratégias de ensino e os materiais a utilizar, de modo a oferecer aos alunos,
com diferentes dificuldades, um leque mais variado de acesso à realização de aprendizagens.

A perseverança diz respeito ao tempo que o aluno está disponível para dedicar ao trabalho. A
perseverança também pode estar relacionada com a adequação do ensino a um determinado
aluno, ou seja, a tarefa apresentada, se estimulada, poderá desencadear no aluno maior interesse
na sua realização. Assim a perseverança não é só uma característica particular do aluno, pois
pode ser modificada pela actuação do professor e pela qualidade da instrução.

Por último, é importante fazer referência ao tempo que é concedido para a realização de uma
dada aprendizagem, que por vezes é suficiente para uns alunos e insuficiente para outros. Carroll
(1963), citado por Cortesão (1989:60), considera que o tempo concedido à aprendizagem é a
chave para a maestria, desta forma todos os alunos deveriam dispor de todo o tempo necessário a
cada um, trabalhando no seu ritmo próprio, paralelamente ao recurso de estratégias que
promovam uma mais eficiente aprendizagem.

Deste modo, cabe ao professor gerir a quantidade específica de tempo gasta numa matéria em
combinação com o uso eficaz desse tempo de forma a maximizar a aprendizagem do aluno.

O plano de aula resulta do saber e da criatividade do professor, que planeou o seu trabalho de
uma forma coerente, adequada, flexível e diversificada. Por tudo isto não deverá virar as costas
ao trabalho realizado visto que cada professor deverá ser, simultaneamente, um investigador que
quer sempre saber mais, saber se valeu a pena e se há situações a melhorar futuramente.
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2.2.3.2. Etapas de plano de aula

Segue-se portanto a etapa da avaliação do plano, que segundo Cortesão (1989) deverá incidir em
três aspectos: eficácia, rendimento e optimização e maximização.

 Eficácia: aprendizagens que tenham sido adquiridas pelos alunos. Verificar o que os
alunos possuíam antes e possuem após a leccionação de determinados conteúdos.
Bloomfield, (1981), citado por Cortesão (1989:129), defende que um pouco
arbitrariamente, pode considerar-se 80 a 85% de êxito num dado item, uma percentagem
indicadora de que assunto está adquirido pela turma.
 Rendimento e optimização: estes aspectos traduzem-se pelo dispêndio do mínimo para a
obtenção do mais elevado resultado. Os mesmos só podem ser verificados através de uma
análise comparativa com outras acções planeadas de modo diferente em que se possa ver
se os resultados justificam o esforço empreendido.
 Maximização: a análise comparativa é essencial neste parâmetro. É necessário comparar
as metas estabelecidas com os resultados alcançados. É também necessário comparar
vários planos de aula para se concluir se as potencialidades da acção empreendida foram
ou não plenamente exploradas. Pretende-se que o plano permita explorar ao máximo as
potencialidades da estratégia e dos materiais seleccionados.

Como estratégia de análise de um plano, sugere-se a grelha que foi elaborada com base no
exposto por Cortesão (1989:129). A mesma autora (1989:95) refere-se à análise de um plano,
encarando-o como algo com vida própria que por este motivo passa pelas três fases cruciais de
nascimento, desenvolvimento e terminus.

À semelhança do que acontece com um ser vivo ao longo do seu ciclo de existência, também um
plano que se pretende “vivo” e “actuante” nasce, na medida em que é concebido e desenvolvido
por um ou mais professores, reproduz-se, pois irá acontecer no concreto e vai ter grande
importância nas aprendizagens dos alunos, e finalmente acaba, cumpridas que foram todas as
actividades que ele propõe. É então necessário determinar, em que medida foi válido e
interessante o que ele veiculou, isto é, avalia-se. Mas não se repete, melhora-se, com o concurso
dos dados que sobre ele se colheram.
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2.3. Importância da Planificação para Atividade Docente

A partir da pesquisa, percebemos que para o professor desenvolver bem suas aulas, para que a
aprendizagem aconteça e que o processo de avaliação seja eficaz é necessário que haja um
planejamento condizente com aquilo que ele deseja trabalhar.

Podemos afirmar que o planejamento é de extrema importância para que o professor possa pensar
na avaliação, promover o desenvolvimento do aluno, haja vista que, esse processo significa que
todo trabalho deve ser planejado, com qualidade, de forma que o planejamento e a avaliação
estejam diretamente direcionados para a construção do conhecimento do educando.

Entretanto, sabemos que é necessário o professor ter conhecimento daquilo que vai ensinar, como
vai ensinar, para quem vai ensinar e buscar ações para que as metas sejam desenvolvidas, no
intuito de atingir os objetivos estabelecidos “[...]sempre que se buscam determinados fins,
relacionam-se alguns meios necessários para atingi-los. Isto de certa forma é planejamento”
(DALMÁS, 1994, P. 23).

Dessa forma, planejar é o ato de organizar ações a fim de que estas sejam bem elaboradas e
aplicadas com eficiência, se possível, nos momentos relacionados da ação ou com quem se age.
Por isso, para planejar bem é necessário conhecer para quem se está planejando, no caso, o
professor deve conhecer a turma com que trabalha e mais, o aluno com quem trabalha. Quanto
mais se conhece, melhor se planeja e se obtêm melhores resultados. Para Luckesi, (2011, p. 125),
“Planejar significa traçar objetivos, e buscar meios para atingi-los”.

Logo, entendemos que, para que haja planejamento são necessárias ações organizadas entre si, às
quais correspondem ao desejo de alcançar resultados satisfatórios em relação aos objetivos
traçados. Em relação a isso, HOLANDA apud Luckesi (2011, p.19) afirma que:

Podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do conhecimento humano para


prever e avaliar cursos de ação alternativos, com vista a tomada de decisões adequadas e
racionais, que sirvam de base para a ação futura. Planejar é decidir antecipadamente o que deve
ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré -estabelecida.

Nesse caso, podemos afirmar que uma aprendizagem significativa resulta de uma educação de
qualidade que vem de acordo com as necessidades do aluno e afirmamos também que a educação
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de qualidade só se faz com a construção do conhecimento, a partir de ações voltadas para o


desenvolvimento cultural do aluno.

De acordo com a autora SANT’ANA, (1986. p 26) o planejamento é dividido em três etapas: A
primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. Esta etapa é onde o
professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante certo período. O professor
relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como serão trabalhados, ou seja, busca uma
metodologia adequada, recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para melhor
desenvolvimento dos conteúdos. Na sequência é determinado os objetivos a serem alcançados,
viabilizando estratégias para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos,

A segunda etapa é o desenvolvimento do plano de trabalho, neste momento as ações que foram
organizadas durante a elaboração do planejamento são colocadas em prática, para que o processo
ensino aprendizagem sejam efetivados.

O trabalho é direcionado e constante por parte do professor, para que o aluno construa seu
conhecimento ou transforme o conhecimento existente passando do senso comum, em um
conhecimento organizado e sistematizado.

A terceira etapa é a do aperfeiçoamento. Esta etapa envolve a verificação para perceber até que
ponto os objetivos traçados foram alcançados. Neste momento de avaliação é que se fazem os
ajustes na aprendizagem de acordo com os acertos dos alunos e as necessidades dos mesmos.
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3. Conclusão

Em poucas palavras tem-se reservado ao planejamento a função de direcionar o trabalho para que
ele aconteça conscientemente, organizando e proporcionando mudanças. No campo da educação
o planejamento tem um caráter condicionado a essa transformação, pois ao final da execução
deste espera-se que o objetivo seja alcançado e promova uma mudança de comportamento do
aluno frente ao conhecimento. Podemos afirmar que o planejamento é de extrema importância
para que o professor possa pensar na avaliação, promover o desenvolvimento do aluno, haja vista
que, esse processo significa que todo trabalho deve ser planejado, com qualidade, de forma que o
planejamento e a avaliação estejam diretamente direcionados para a construção do conhecimento
do educando. O plano de aula resulta do saber e da criatividade do professor, que planeou o seu
trabalho de uma forma coerente, adequada, flexível e diversificada. Por tudo isto não deverá virar
as costas ao trabalho realizado visto que cada professor deverá ser, simultaneamente, um
investigador que quer sempre saber mais, saber se valeu a pena e se há situações a melhorar
futuramente.
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4. Referencias Bibliográficas

ARAUJO, J.C.S. Disposição da aula: os sujeitos entre a tecnia e a polis. In: VEIGA, I. P.A.
(Org.) Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008. p. 45-72.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis: Vozes, 1994.

HOUAISS, António, VILAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.

LIBÂNEO, J.C. Didática. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2013.

LUCKESI, C.C.O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? In.: Revista Pátio. Porto
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MENEGOLLA, M.; SANT’ANNA, I.M. Por que planejar, como planejar? currículo-área-aula.
11º ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

PILETTI, Claudino. Didáctica Geral, 23ª ed., Ática, São Paulo, 2004.

RODRIGUES, M. A importância do planejamento pedagógico. 2012.

SANTOS. A. Planejamento de ensino: suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem


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VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-


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ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ARTMED, 1998.

ZANON, D.P.; ATHAUS, M.T.M. Didática II. Ponta Grossa: UEPG/NUEAD, 2010.

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