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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Ensino à Distância

Administração Escolar: conceptualização e modelos da administração escolar

Nome: Isac Alberto

Turma: X

Código: 708238672

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Praticas Pedagógicas I, curso
de Licenciatura em Ensino de Português,
turma X, a ser entregue ao Docente:

Nampula, Maio de 2023

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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 2
1.1.0 Noções básicas de administração ...................................................................................... 4
1.1.1 Problematização dos diferentes conceitos de administração escolar ........................... 4
1.1.3 Elementos da administração escolar: ................................................................................. 5
1.1.4 Distinção dos Tipos e conceito de administração escolar ............................................ 6
1.1.5 Tipos de Administração Escolar ........................................................................................ 6
1.1.6 Reflecção sobre vários modelos de administração escolar; ........................................ 9
2.1.0 Os modelos de administração Escolar. ............................................................................ 11
2.1.1Centralização e descentralização ...................................................................................... 12
2.1.2 Significado de Centralização ........................................................................................... 12
2.1.3 Reflecção sobre as vantagens e desvantagens dos modelos administrativos .................. 12
2.1.5 A desconcentração ..................................................................................................... 14
3.1.0 Modelo Administração escolar da EPC do 1º e 2º grau de 1de Junho- Nampula...... 15
Conclusão ................................................................................................................................. 16
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 17

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Introdução
A escola vem sendo influenciada pelo pensamento administrativo. Por isso, do ponto de vista
da organização e gestão educacional em Moçambique, é possível identificar tendências
históricas dessa influência.

O presente trabalho é um fruto de investigação com o tema (Administração Escolar:


conceptualização e modelos da administração escolar). E dentro do tema irá se abordar
os seguintes subtemas: Problematizar os diferentes conceitos de administração escolar;
Distinguir vários tipos de administração escolar; Reflectir sobre vários modelos de
administração escolar; Caracterizar o modelo de administração escolar numa escola a escolha.

E Para a elaboração do presente trabalho, foi usada a metodologia de consultas bibliográficas


de obras recentes, com vista a apresentar as informações de forma clara, fidedigna e concisa.

Quanto a sua organização, o trabalho está organizado da seguinte forma: capa, índice,
introdução, desenvolvimento, conclusão e as respectivas referências bibliográficas.

Palavra-chave: Administração Escolar

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1.1.0 Noções básicas de administração

Segundo Chiavenato (2007) "A Administração é o veículo pelo qual as organizações são
alinhadas e conduzidas para alcançar excelência em suas acções e operações para chegar ao
êxito no alcance de resultados."

Peter Drucker, acreditava que o trabalho do administrador é planejar, organizar, ajustar,


medir e formar pessoas. Em suma, para ele “administração é fazer as coisas direito”. Seja,
ele enxergava essa área como necessária para o bom funcionamento de qualquer empresa ou
organização.

1.1.1 Problematização dos diferentes conceitos de administração escolar

 Qual a importância da administração escolar na educação?


Qual a figura mais importante dentro de uma instituição de ensino? Muitas vezes,
provavelmente, a maioria pensa no professor ou mesmo nos alunos. Porém, as pessoas que
trabalham na área da administração escolar também são agentes essenciais dentro do cenário
educacional.

Nota-se por varias vezes o pessoal que trabalha na área de administração escolar, como sendo
profissionais que, muitas vezes, parece ter apenas uma função burocrática e distante do real
sentido pedagógico. Porém, isso está longe de ser verdade.

1.1.2 Administração escolar e qualidade de ensino

O objetivo principal da administração escolar é garantir que todos os setores da instituição de


ensino funcionem em harmonia. Sendo assim, é por meio dela que os objetivos das áreas
financeira, pedagógica, de marketing, entre outras, podem convergir para um ponto em
comum ao invés de apresentarem-se de forma dispersa.

Dessa maneira, Uma boa administração reflete em uma boa qualidade de ensino, já que todos
os agentes da instituição educacional trabalham alinhados.

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Assim apresentamos os seguintes conceitos de administração escolar:

A administração escolar é a organização e aplicação das condições essenciais de que uma


instituição de ensino precisa para progredir cada vez mais em busca da excelência
educacional. Através dela é possível mobilizar alunos, pais e toda a equipe para melhorar o
processo de ensino e aprendizagem.
De forma simples, o termo se refere à coordenação de tarefas e recursos para atingir metas
comuns. Sendo assim, é função da área administrativa:

 Ser a ponte de comunicação entre a sociedade acadêmica e a comunidade externa;


 Acompanhar o desenvolvimento do planejamento pedagógico anual;
 Garantir a boa manutenção das instalações físicas da instituição de ensino;
 Cuidar da capacitação do corpo docente;
 Fazer análises financeiras e definir orçamentos;
 Delegar tarefas etc.
Como é possível notar, esse setor é o ponto central dos colégios e das escolas e é a partir dele
que todas as demais atividades são desenvolvidas. Texeira (2003)

1.1.3 Elementos da administração escolar:

1º Plano – É o estudo que se faz sobre o problema a resolver. Primeiro deve-se ter em vista o
objectivo; conhecer o meio onde se vai trabalhar; fazer levantamento dos dados elucidativos,
estudá-los, separá-los, compará-los, examiná-los enfim, de todos os modos, para que fique
bem conhecido e possa ser indicada uma solução. De acordo com esses dados, elaboram-se os
primeiros planos ou anteprojectos, que serão discutidos, estudados em todos seus aspectos,
modificados se necessário, até se encontrar o plano definitivo.

2º Organização – É a parte de estruturação, como em qualquer empresa. Estruturação de


órgãos administrativos necessários ao serviço, localizando-os de acordo com o sector;
provimento dos cargos com pessoal competente; compra de material didáctico,

Material de consumo, mobiliário etc. regulamentação das atribuições da cada um, obedecendo
ao princípio de ordem (cada um em sua função) e estabelecendo as inter-relações, bem como
definição de responsabilidades; elaboração de um regimento interno. A Administração deve

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seleccionar o pessoal, segundo um critério de investidura, remoção, aposentação,
remuneração, concursos, etc.

3º Assistência à execução – É o Comando. Foi adoptada essa denominação porque o Director


não deve ser apenas um indivíduo que dá ordens. Ele deve dar toda a assistência a seus
auxiliares, para que possam executar bem suas tarefas. Para isso, deverá fazer a verificação
prévia das condições em que tudo se acha, antes do início dos trabalhos, evitando que
qualquer falha possa prejudicá-los.

4º Avaliação de resultados – A A.E. precisa conhecer se o plano está ou não dando resultado
e essa avaliação não se mede em dinheiro, como nas empresas comerciais, mas por medidas
quantitativas e qualitativas. As mediadas quantitativas referem-se aos dados de matrícula,
frequência, tempo gasto, aproveitamento escolar, despesas feitas. As qualitativas são
avaliadas pela apreciação do grau de maior ou menor prestígio de que goza a escola, pela
integração da mesma no meio social, se satisfaz ou não as suas necessidades, como é
geralmente aceite o seu objectivo, como se executam as suas tarefas. No aproveitamento
escolar, começa-se a adoptar a avaliação por “conceitos”, também medidas qualitativas.

5º Relatório – Será feito no fim de cada ano, com a apresentação de resultados, ao mesmo
tempo que fará uma análise crítica dos factos, indicando onde e por que falharam as previsões,
terminando com sugestões que possam ser as mais indicadas no saneamento das falhas
porventura existentes.

1.1.4 Distinção dos Tipos e conceito de administração escolar

1.1.5 Tipos de Administração Escolar


A partir da concepção de educação, temos o tipo de administração escolar:
a) Humanista tradicional;
b) Humanista moderna; ou
c) Humanista progressista.
a) Humanista tradicional,
A Escola de Relações Humanas percebia o homem como um ser mais complexo do que
supunham os pensadores da Administração Clássica, tendo como princípios básicos:
 Necessidade de uma visão mais elaborada a respeito da natureza da motivação
humana;
 O ambiente social externo da organização deve receber atenção;
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 A organização se caracteriza por ser um sistema social aberto; e
 Valores, sentimentos e atitudes possuem papel importante sobre o processo de
produção.

Entretanto, para alguns dos seus críticos, embora mudando a visão sobre o trabalhador dentro
da organização – em relação aos defensores da Teoria Clássica da Administração – os
humanistas procuravam ajustar os indivíduos aos contextos de trabalho e não o seu
crescimento individual. Decorrem dessa crítica mais geral, outras duas:

 Tentativa de eliminar os conflitos, ao invés de administrá-los;


 Idealização de uma visão ingênua e romântica do trabalhador, Como se este fosse
feliz, produtivo e completamente envolvido na organização.

Além das 3 teorias vistas aqui, nas abordagens prescritivas e normativas, há a Teoria
Neoclássica cujo princípio fundamental é o de que o homem é um ser racional e social
voltado para o alcance de objetivos individuais e organizacionais. Para tanto, defende que,
dentro das organizações, os homens precisam tanto de incentivos materiais (salário, por
exemplo), quanto sociais (valorização do seu trabalho).

Essa teoria entende também que, visando a uma melhor administração, a organização deve
procurar associar os seguintes elementos básicos:
 Satisfazer as necessidades dos seus funcionários;
 Possuir um processo participativo de tomada de decisões;
 Ser flexível;
 Buscar sempre se atualizar com novos conhecimentos.
Entre seus principais representantes, encontra-se Peter Drucker.

b) Humanista moderna

 Humanista progressista.

Recebeu esta denominação devido ao seu caráter altamente técnico. Enfatizando as tarefas
dentro da Organização, essa abordagem procurava, ao mesmo tempo, reduzir o desperdício e
elevar o índice de produtividade.

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Taylor, seu fundador, era um engenheiro norte-americano que influenciou um número muito
grande de seguidores, cuja principal preocupação, nas organizações, era determinar o modo
mais eficiente de realizar tarefas repetitivas.

De forma geral, esses pensadores defendiam que o salário do trabalhador deveria ser
proporcional à sua produção (TAYLOR, 1960).

Fatores como os mencionados acima mostravam que as necessidades básicas do trabalhador


não Surgiu frente à necessidade da definição de estratégias para administrar as organizações
complexas. Fato que contribuiu para sua adesão aos princípios administrativos definidos
numa visão de universalidade. Para ele, o gerenciamento poderia ser ensinado, com base no
pensamento administrativo mais geral (Fayol, 1989).

Ao longo do tempo, muitas críticas foram sendo amadurecidas também em relação à Teoria
Clássica da Administração. Uma delas refere- -se ao fato de essa teoria ter sido concebida em
um momento da História em que o ambiente no qual as organizações existiam mostrava-se
relativamente estável e previsível. Seus princípios revelam-se incompatíveis com as
organizações complexas de hoje em dia, quando os ambientes são muito mais dinâmicos, em
função das grandes transformações sociais, políticas e económicas das últimas décadas.

As teorias administrativas clássicas da primeira metade do século XX tendiam a não


considerar o ambiente externo, preocupando- se somente com o ambiente interno das
organizações. Nesse sentido, tratavam a organização como um sistema “fe-chado”, o que era
possível naquela época, visto que o ambiente externo era mais estável e previsível.

Como podemos notar, nos dois tipos que acabamos de analisar evidenciou uma preocupação
fundamental com a construção de um modelo de administração baseado na racionalização e
no controle das actividades humanas. Assim, deram pouca atenção às relações dos indivíduos
nas organizações, bem como à sua participação.

Eram consideradas e que o principal interesse dos patrões eram lucro e acumulação de
capital. Esse cenário desanimador despertou o interesse de Taylor e seus seguidores para o
estudo científico das práticas administrativas visando a orientar o trabalho das organizações.

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O taylorismo é uma doutrina econômica e tecnocrática sobre a organização do trabalho,
destinada a obter o máximo de rendimento com o mínimo de esforço e no menor espaço de
tempo. Criada por Taylor, essa doutrina defende a especialização de funções em detrimento
de fatores humanos, sociais ou psicológicos. Além disso, dá ênfase às tarefas que foram
simplificadas e padronizadas, com o objetivo de permitir a especialização do trabalhador e o
aumento dos índices de produtividade (TAYLOR, 1960).

O taylorismo utilizou o estudo de tempos e movimentos como o principal método para


padronizar as actividades dentro das organizações. De forma sintética, podemos dizer que
essa abordagem considerava o homem apenas como uma máquina que, se regulada
adequadamente, teria a capacidade de realizar actividades de maneira repetitiva e igual.
Taylor preocupava-se com a análise metodológica do trabalho, defendendo que cada pessoa
dentro da organização – chefe e subordinados – deve saber exactamente o que fazer e fazê-lo
muito bem.

Outro aspecto fortemente defendido por Taylor é a separação entre o planejamento e a


execução. Veja que esse aspecto compromete e dificulta a articulação entre teoria e prática
nas actividades desenvolvidas pelos membros de qualquer organização, como, por exemplo, a
escola. Essa rígida separação divide as pessoas em dois grupos dentro das organizações: umas
poucas que pensam o que será feito e determinam as tarefas, bem como a forma de realizá-las
e outras que constituem a maioria, que se limitam a obedecer às ordens que recebem.

O modelo de homem defendido pela administração científica é o do homo economicus, que


considera serem os indivíduos motivados exclusivamente por interesses materiais e salariais.

1.1.6 Reflecção sobre vários modelos de administração escolar;

“Uma empresa distingue-se de todas as demais organizações humanas pelo fato de levar ao
mercado um produto ou serviço. Nem a igreja, nem o exército, nem a escola o fazem.
Qualquer organização que se realize pelo marketing, isto é, pela colocação de um produto ou
um serviço no mercado será um negocio uma empresa. Qualquer organização em que inexista,
ou seja, incidental o marketing, não será um negocio e nunca poderá ser administrado como se
o fosse”. (LACERDA, 1977:2).

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Na escola, direcção, professores e especialistas da educação não podem ser comparados a
operários, chefes de seção, gerentes, etc. Nem alunos podem ser comparados à matéria- prima
moldada por máquinas e equipamentos manipulados por mão-de-obra qualificada. O
educando é uma pessoa com suas características psicossociais e o professor, a mão-de-obra,
também o é, diferenciado por sua formação pedagógica específica para desenvolver o
processo educacional.

Na escola, a avaliação do desempenho é muita complexa, pois no processo ensino-


aprendizagem há uma interacção de personalidade diferente em suas dimensões humanas e
político-sociais. Educador e educando difere quanto à motivação, interesse, expectativas,
necessidades, conteúdos, experiências variáveis, essas bem mais difíceis de ser controladas.
Sem dúvida, as inovações ocorridas nas organizações comerciais e industriais vão reflectir nas
organizações escolares que passam a necessitar de uma filosofia de administração e um novo
redireccionamento para maior especialização da mão-de-obra exigida, não só pelo mercado de
trabalho, mas também por toda a sociedade. A importância da escola aumenta,
repentinamente, ocupando lugar de destaque nas instituições sociais.

A escola tornou-se uma organização complexa, exigindo, inclusive, a existência de uma


estrutura mediadora para ajustar todas as suas actividades específicas (educação) e supletivas
(meios) às imposições resultantes da evolução cultural.

Neste contexto é que se apresenta a estrutura da organização escolar, com convívio e


dependências de todos os demais organismos complexos que, às vezes, de forma incoerente,
atuam sobre a educação.

Actualmente, a organização – escola demonstra necessitar de uma teorização compatível com


a prática, com sua especificidade e com seus fins na sociedade e com seus fins na sociedade.

A tarefa da administração consiste em interpretar os objectivos propostos pela escola e


estabelecer as maneiras adequadas para alcançá-los através da acção administrativa sobre os
recursos disponíveis.

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Assim, a acção administrativa pode ser desdobra nas seguintes funções administrativas, as
quais podem ser também chamadas de funções do administrador, pois se referem ao próprio
ato de administrar:
 Planejamento;
 Organização;
 Direcção;
 Controlo; e
 Trabalho.

a) Planejamento
Significa visualizar o futuro, definir os objectivos e metas, e traçar o plano de acção para
alcançá-los.

b) Organização
Significa estruturar os órgãos e cargos da escola para cuidar dos recursos disponíveis, definir
as relações de autoridade e responsabilidade, entre eles e estabelecer métodos e processos de
trabalho, bem como regras e regulamentos necessários para a actividade organizada.
c) Direcção
Significa conduzir e orientar o pessoal, proporcionar os meios de comunicação e liderança
para o alcance dos objectivos e resultados.
d) controlo
Significa avaliar as operações e seus resultados e verificar se o que foi planejado, organizado
e dirigido foi executado adequadamente e quais as acções correctivas necessárias.

2.1.0 Os modelos de administração Escolar.

Existem dois modelos essenciais na administração Escolar ( centralizado e descentralizado) .


tendo em conta as estruturas, os órgãos e os procedimentos deve-se prestar uma atenção
particular para a centralização ou descentralização administrativa dos sistemas educativos
como estratégias de controlo político e de poder, mas também como técnicas para a garantia
de um funcionamento desejado, ou seja, para a “garantia da qualidade, da eficiência, da
equidade (igualdade), da responsabilização e da inclusão social” (Le Grand, 2007: 64).

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2.1.1Centralização e descentralização
No campo educacional, centralização e descentralização são dois conceitos usados numa
grande variedade de situações para assinalar (i) uma “mudança de paradigma de acção
centrada no Estado para um paradigma de acção centrada no esforço das associações cívicas,
no sector privado e nas organizações não-governamentais”, ou seja a mudança das formas de
administração e gestão dos sistemas educativos assentes em “modelos mais estatizados …[ou
em]… modelos menos estatizados de administração” e/ou para (ii) caracterizar estratégias
mais adequadas para a garantia da eficiência dos serviços educacionais ( Grand, 2007).

2.1.2 Significado de Centralização

“ Globalmente, centralização significa que a responsabilidade e o poder de decidir se


encontram no Estado ou no topo da Administração Pública cabendo às restantes estruturas
administrativas, onde se incluem as escolas, apenas a função de executar as directivas e as
ordens emanadas desse poder central.” Fernandes (2005)

Falando da descentralização, o mesmo autor refere que “nesta


fórmula, o exercício de certas missões administrativas é
confiado a agentes que dependem não do governo [central], mas
de colégios que tiram a sua autoridade do facto de
representarem uma parte da população [de um certo território ou
de uma certa categoria particular]”

2.1.3 Reflecção sobre as vantagens e desvantagens dos modelos administrativos

De acordo com Formosinho (2005) a centralização apresenta múltiplas vantagens, ao nível da


“acção do Estado”, no plano da “racionalidade da actividade administrativa”, na “garantia da
inovação em momentos de mudança” e em casos de “escassez de recursos humanos”:

“A centralização tem vantagens evidentes na garantia da acção do Estado e na coordenação a


actividade administrativa. Também tem vantagens na racionalização da actividade
administrativa.

Por um lado, ao afastar a tomada de decisão do nível onde as decisões vão ter efeito, garante-
se a impessoalidade destas, isto é, a não influência nas decisões do conhecimento pessoal das

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pessoas a quem elas afectam. Por outro lado, ao situar este nível no topo (ou centro) da
organização, consegue-se que para os mesmos problemas sejam adoptadas soluções iguais,
isto é, consegue-se a uniformidade. […] a centralização permite, em momentos de ruptura
radical, espalhar mais rapidamente as novas ideias. [Para além destas vantagens, a
centralização permite] o melhor aproveitamento dos especialistas existentes em situações em
que os recursos humanos são escassos.”

A ineficiência e má gestão podem resultar da ausência de uma capacidade local para gerir os
seus próprios estabelecimentos de ensino. Assim o fraco apoio e supervisão do Estado podem
exacerbar tais situações e a descentralização não é uma solução rápida para um sistema de
ensino “doente”. Também digno de nota é que a descentralização pode levar a desigualdades
entre regiões onde os recursos financeiros e humanos não são semelhantes.” ( Al-Taneiji ,
2008).

Numa extensa apresentação dos argumentos da centralização, alerta para o facto de no campo
educacional o fenómeno ter lugar menos por “razões pedagógicas” que por “razões políticas”,
durante e após a instauração dos chamados Estados modernos, para mais tarde se justificar por
“razões de natureza económica e administrativa”

2.1.4 Vantagens técnicas e políticas da descentralização

Falando da descentralização do campo educacional em geral, Wheiler (1990), citado por


Karlsen (2000), aponta três modalidades, nomeadamente (i) a descentralização como
redistribuição da autoridade do centro para a periferia, (ii) a descentralização como estratégia
para a obtenção de maior eficiência do sistema educativo e (iii) a descentralização como
diversificação do currículo e da cultura de aprendizagem nas escolas.
Para aqueles autores existem três lógicas que enformam a descentralização educativa, (i) a
“lógica administrativa” (administrative rationale), (ii) a “lógica política” (political rationale)
e a (iii) a “lógica ideológica” (ideological rationale):
As modalidades de descentralização educativa apresentadas por
Wheiler (1990), bem como as lógicas de descentralização educativas
propostas por Lauglo e Mclean (1985), ambos citados por Karlsen
(2000), podem ser enquadradas num amplo processo de mudança dos
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sistemas educativos resultante, por um lado, da pressão de
determinadas “forças” internas ao contexto político-social e económico
onde o sistema está inserido rumo à sua adequação a novas exigências
de eficiência, diversificação e flexibilidade, mas, por outro lado, é fruto
de estratégias usadas por um determinado grupo minoritário na garantia
do exercício do poder, resultando tal poder do facto de estar ligado ao
aparelho do Estado ou do facto de com ele estabelecer relações
privilegiadas (Fernandes, 2005). Para além disso, pode resultar da
assumpção das estratégias que, muitas vezes, as organizações
internacionais (FMI, Banco Mundial) e os governos dos chamados
países centrais encomendam aos países receptores ou das ajudas
externas ou da assistência técnica.

2.1.5 A desconcentração
Desconcentração é uma forma particular que tal como a delegação e a devolução enformam a
descentralização, para outros é um processo diferente do da descentralização (Guimarães
2005).

Segundo eles, a desconcentração “pressupõe a delegação de autoridade [aos órgãos locais]


para tomarem decisões administrativas locais em nome da administração central”. Situados no
campo daquele conjunto de autores que consideram a desconcentração um processo diverso
do da descentralização, porque decorrente de diversas formas de desconcentração como:
“um descongestionamento da administração do Estado, isto é, a organização sectorial da
administração central mediante a delegação de decisão aos órgãos de administração regional
e consequente criação de estruturas administrativas.

Enfim, todas as estruturas de administração da administração pública no geral, e


particularmente da administração da educação, consistem em modelos centralizados ou
descentralizados ou ainda desconcentrados. Mas também podem aparecer como uma
combinação dos três processos, considerando os níveis de administração, as funções e as áreas
específicas.isão e de coordenação intersectorial”.

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3.1.0 Modelo Administração escolar da EPC do 1º e 2º grau de 1de Junho- Nampula

O modelo de funcionamento da EPC do 1º e 2º grau 1 de Junho ee centralizado, com as

principais responsabilidades funcionais e administrativas organizadas numa perspectiva de

gestão vertical. “Nessa Escola, combinam com a desconcentração de algumas funções e

competências para os níveis regionais e locais da administração, designadamente as

Províncias, Distritos e Escolas”

De forma geral ela esta estruturada seguimdo o seguinte Modelo de administracao escolar
( 1º Director da Escolaç Srctor Pedagogico, Conselho da escola, Administractivo, Chefe
da secretaria os professores e os alunos).

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Conclusão

Feito o trabalho de carácter avaliativo, concluiu-se de que, todas as estruturas de


administração pública no geral, e particularmente da administração da educação, consistem
em modelos centralizados ou descentralizados ou ainda desconcentrados. Mas também podem
aparecer como uma combinação dos três processos, considerando os níveis de administração,
as funções e as áreas específicas, pois podem ser de coordenação intersectorial”.

Na escola, direção, professores e especialistas da educação não podem ser comparados aos
operários, chefes de seção, gerentes, etc. Nem alunos podem ser comparados à matéria- prima
moldada por máquinas e equipamentos manipulados por mão-de-obra qualificada. O
educando é uma pessoa com suas características psicossociais e o professor, a mão-de-obra,
também o é, diferenciado por sua formação pedagógica específica para desenvolver o
processo educacional.

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Referências Bibliográficas

CarR, Wilfred. Una teoria para la educación: hacia una investigación educativa crítica.
Madrid: Morata, 1996.

Franco, Maria Amélia Santoro. Entre a lógica da formação e a lógica das práticas: a
mediação dos saberes pedagógicos. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 29., 2006,
Caxambu, Anais... Caxambu: Anped, 2006. Sessão especial. 1 CD Rom.

Golias, Manuel. Educação Básica: Temáticas e conceitos, Maputo, 1999.


INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, estrutura, Planos de Estudos
e Estratégias de Implementação. Maputo, 2008.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São Paulo:
Moraes, 1994.

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