Você está na página 1de 10

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Planificação do Sistema Educacional e Planificação do Currículo: Características,


princípios e relevância.

Nome do Estudante: Isaura Tomas Conforme. Código: 708211150

Curso: Licenciatura em ensino de língua Portuguesa.

Disciplina: Praticas Pedagógicas 1.

Ano de frequência: 1º ano.

Tutor: Imério Afonso Henriques.

Tete, Janeiro ,2022


Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 3

1.1.2. Objectivos Gerais ...................................................................................................... 3

1.1.3. Objectivos específicos ............................................................................................... 3

2. Plano curricular – estrutura e organização ............................................................................. 4

3. Planificação do sistema educacional ...................................................................................... 5

3.1. Planificação do sistema educacional ................................................................................ 5

3.2. A variável política ............................................................................................................ 7

3.3. Variável Filosófica ........................................................................................................... 8

Conclusão ................................................................................................................................... 9

Referencias Bibliografias ......................................................................................................... 10


1.Introdução
Nesse presente trabalho acadêmico tem como planificação do sistema educacional e
planificação do currículo. Tendo em conta que a planificação envolve a projeção do futuro e as
maneiras eficazes para concretizá-lo. No fundo é um projecto que antevém o futuro tomando
como ponto de partida o passado e o presente para tomar decisões adequadas mediante um
conjunto de alternativas

1.1. Objectivos
1.1.2. Objectivos Gerais
 Conhecer a planificação do sistema educacional e a planificação do currículo.

1.1.3. Objectivos específicos


 Identificar as características e explicar a planificação do sistema educacional e a
planificação do currículo;
 Descrever a planificação do sistema educacional e a planificação do currículo;
 Identificar as características e os elementos do currículo escolar;
2. Plano curricular – estrutura e organização
Martins (1999: 121) explica que “o currículo consiste no conjunto de experiências planejadas
pela escola destinadas a levar o educando a uma plena realização e integração social, além de
atingir os objectivos traçados para seu nível de escolaridade.”

Este autor prossegue com a sua explanação mencionando as características fundamentais


do currículo:

a) O currículo deve ser organizado para atender ao educando. Levando em conta suas
características e aspirações;

b) O currículo deve levar em consideração as peculiaridades do meio;

c) O currículo deve, na sua elaboração, obedecer à seguinte sequência:

 O que deve atingir?


 Como atingir (conteúdo e plano de acção);
 Que resultados foram conseguidos;
 Realimentação, replanejamento.

Lee e Traldi (1984) citados por Martins (1999,129) aborda o currículo como uma “estratégia
pela qual as escolas tentam satisfazer os fins de educação.”

Segundo Alarcão (1996: 96), "a crescente dinâmica de transformação das sociedades inquieta
a escola. Hoje a escola deve tentar sobreviver as transformações sociais procurando encarar o
conhecimento como dinâmico e mutável, construindo-o colaborativamente e relegando a
concepção tradicionalista de educação dentro da qual “o formando aprende imitando o mestre
as técnicas empregues pelo professor mais velho, mais experiente e perito na sua profissão,
seguindo as suas instruções e conselhos. A mestria no ofício é passada de geração em geração”
como se fosse válido para todos os contextos do ensino e/ou da formação".

É nesta dinâmica social em que o currículo se inscreve, para dentro do conjunto de disciplinas
“cada uma dela organizada numa sequência lógica em termos de conteúdo” (Martins, op.cit),
dar respostas concretas às circunstâncias contextuais onde o ensino ou a educação tem lugar.

Percebido desta forma, o currículo desempenha um papel político na educação pelo facto de na
sua concepção e realização comporta implicações sociais significativas ao tocar as necessidades
emergentes da sociedade.
Por isso, uma das componentes fundamentais do currículo é a planificação, planificação essa
que que “deve partir de uma pesquisa das necessidades socioculturais dos educandos e, a partir
daí, serão determinados os objectivos, os conteúdos, as actividades de aprendizagem e os meios
de avaliação.” (Ibidem).

Na sua planificação, o currículo deve ter em conta as seguintes etapas:

1 – Formulação dos objectivos;

2 – Selecção de conteúdo;

3 – Selecção de experiências ou actividades de aprendizagem;

4 – Avaliação.

Os objectivos da planificação curricular, para além de ser adequado à estrutura matéria e física
da escola, o funcionamento, os recursos humanos, o próprio currículo e as actividades docentes,
devem permitir:

 Seleccionar experiências que atendam simultaneamente aos interesses, às necessidades


e às aspirações do educando e da sociedade;
 Organizar as experiências numa sequência lógica e psicológica que favoreça o
desenvolvimento integral do educando;
 Facilitar o estabelecimento de objectivos pelos docentes da escola;
 Incentivar, mediante próprio criado entre os componentes da escola, o desenvolvimento
de actividades educativas.

No caso específico de Moçambique, o desenho curricular vigente tem como objectivo


fundamental “formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua
família, da comunidade e do país dando-se ênfase aos saberes locais das comunidades onde a
escola se situa”. O que de certa forma dita uma estrutura organizacional conducente à
consecução desse macro objectivo.

3. Planificação do sistema educacional

3.1. Planificação do sistema educacional


A planificação é a observação antecipada do futuro e toma em conta as experiências do passado
e do presente. O sistema educacional ao se fixar os seus objectivos fá-lo tendo em conta a
previsão do futuro, mais concretamente nos aspectos que eventualmente possam afectar a
organização.

A previsão requer um conhecimento profundo do que se pretende com a planificação e, esta


está intimamente inter-relacionada com a investigação de modo a se descobrir as necessidades
do sistema escolar e as respectivas perturbações para se encontrarem a alternativas e permitir
melhor organização. Porém, o plano não é algo que deve ser seguido literalmente, podendo ao
longo de sua execução sofrer algumas alterações mediante as necessidades circunstanciais.

A escola como uma organização complexa e gerida por seres humanos dotados de pensamentos
diversos precisa, de facto, de uma planificação que preveja todos os pormenores
organizacionais. Desta forma, há que observar alguns princípios básicos e fundamentais para
tal.

Princípios gerais de uma planificação, de que a educação não deve estar alheia são:

a) O princípio da contribuição aos objectivos, e neste aspecto o planejamento deve sempre visar
aos objectivos máximos da organização. No processo de planejamento devem-se hierarquizar
os objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a
interligação entre eles.

b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função administrativa


que vem antes das outras (organização, direcção e controle). Na realidade é difícil separar e
sequenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar que, de maneira geral, o
planejamento do que e como vai ser feito. Aparece na ponta do processo. Como consequência,
o planejamento assume uma situação de maior importância no processo administrativo.

c) O princípio de maior penetração e abrangência, pois o planejamento pode provocar uma série
de modificações nas características e actividades da organização.

d) O princípio de maior eficiência, eficácia e efectividade. O planejamento deve procurar


maximizar os resultados e minimizar as deficiências.

O levantamento das necessidades educacionais requer o conhecimento real do nosso sistema


educacional, o que equivale dizer que a realidade educacional moçambicana é que deve espelhar
todo o processo da educação e não o contrário. O desafio que se coloca consiste na concepção
de um plano educativo que seja operacional e integrado atendendo assim a vários escalões de
sua organização enquanto instituição educacional.
a planificação educacional obedece requisitos internacionalmente acordados pela Unesco que
se apresentam abaixo:

 Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social


e económica do país;
 Apreciação objectiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;
 Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de
assegurar a eficácia das soluções propostas;
 Previsão dos factores mais significativos que intervêm no desenvolvimento,
continuidade que assegure a acção sistemática para alcançar os fins propostos;
 Coordenação dos serviços da educação e destes com os demais serviços do Estado, em
todos os níveis da administração pública;
 Avaliação periódica dos planos e adaptação constante dos mesmos às novas
necessidades e circunstâncias;
 Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou
imprevisíveis;
 Trabalho de equipa que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados;
 Formulações e apresentação do plano como iniciativa e esforços nacionais, e não como
esforço de determinadas pessoas, grupos ou sectores.

Na planificação educacional intervêm variáveis de natureza diversa que também é preciso ter
em conta. Por exemplo, a própria educação tem uma forte influência sobre a vida das pessoas
nas comunidades, o que faz com que a variável social se afigure como importante.

Na variável social o sistema educativo deve estar atento as desigualdades sociais existentes, em
que uma classe social é tida como superior a outra, de tal modo que, ao querer manter o status
quo (detentora do poder) optará por uma educação conservadora em prejuízo de outra classe,
que é sempre submissa.

É a planificação educacional que deve antever até que ponto a previsão da acção educativa é
reflexiva e crítica às contradições sociais existentes na sociedade e facilitadoras de uma
educação libertadora e democrática.

3.2. A variável política


Martins (1999: 71) explica que “embora a educação pública seja uma acção política, é preciso
que os educadores sejam capazes de conquistar o espaço que lhes compete no planejamento da
mesma, fazendo-o a partir da realidade concreta, questionando as políticas educacionais e
reivindicando as condições necessárias para implementá-la.”.

A sociedade civil e a classe política compõem a sociedade. Há, dentro da sociedade civil,
pessoas detentoras do poder económico e muitas vezes aliena as massas populares do produto
do seu trabalho, o capital.

A classe política, em princípio zela pelos interesses dos cidadãos. Nota-se que o distanciamento
entre os interesses dos cidadãos e dos políticos tem sido, “normalmente” muito grande. A
planificação escolar deve velar pelos interesses justos dessas duas classes para uma ascensão
social conjunta e justa e imprimindo um ritmo de desenvolvimento que persegue uma qualidade
efectiva do sistema escolar.

3.3. Variável Filosófica


O centro do debate sobre esta variável reside na questão da qualidade do ensino: ao longo dos
tempos a qualidade foi sendo localizada ora no ensino centrado no professor, ora no centrado
no aluno sem, contudo, se descobrir o verdadeiro problema, ou seja, o que significa um ensino
de qualidade.

Vale, portanto, falar de um ensino em que o centrado no aluno e no professor se conjugam


(talvez falar de um ensino progressista), cabendo ao educador, Martins (1999: 73) “conhecendo
a educação progressista, disseminá-la nos meios educacionais, e, ao planejador, utilizá-la nos
planejamentos de ensino e avaliação.”.

A planificação educacional envolve princípios e pressupostos científicos de que os gestores se


servem para uma organização e estruturação integrada do sistema escolar. Também toma em
conta as variáveis sociais, culturais, política etc. para permitir um levantamento real, justo e
adequado das necessidades da educação atendendo todas as classe sociais. É inconcebível falar
da planificação educacional prescindindo a questão da investigação, recurso facilitador no
processo de levantamento das necessidades educacionais.
Conclusão
Concluímos a planificação envolve a projeção do futuro e as maneiras eficazes para concretizá-
lo. No fundo é um projecto que antevém o futuro tomando como ponto de partida o passado e
o presente para tomar decisões adequadas mediante um conjunto de alternativas. A previsão
requer um conhecimento profundo do que se pretende com a planificação e, esta está
intimamente inter-relacionada com a investigação de modo a se descobrir as necessidades do
sistema escolar e as respectivas perturbações para se encontrarem a alternativas e permitir
melhor organização.
Referencias Bibliografias
MARTINS, Josinei (1999). Currículo: teoria e prática. Indaial: Grupo UNIASSELVI.

TRALDI, L. L. (1984). Currículo: teoria e prática. São Paulo, Atlas Ribeirão. (1984)

Você também pode gostar