Você está na página 1de 50

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4

1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ............................................................................. 5

2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ................................................................... 7

3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS ............. 9

3.1 Definições e Características do PPP ............................................................. 10

4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA..... 12

5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP....................................................................... 15

6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA .......................................................................... 18

7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A


CONSTRUÇÃO DO PPP ............................................................................................. 19

7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP ................................. 20

8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA


ESCOLA ....................................................................................................................... 23

8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar. 25

8.2 Elaboração de um plano de ação .................................................................. 27

8.3 Plano de ação ................................................................................................. 28

9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL .................... 29

10 PPP X ESCOLAS .............................................................................................. 32

11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA


ESCOLA ....................................................................................................................... 33

11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola................................................ 34

11.2 Fundamentação teórica e bases legais ......................................................... 34

12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO


INFANTIL ..................................................................................................................... 36

13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 41


14 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 43

15 BIBLIOGRAFIA: ................................................................................................ 45
INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que
serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

O Projeto Político Pedagógico – PPP, é um documento que trata de identificar


as diretrizes que serão implementadas na escola objetivando melhorar também a
aprendizagem.
O Projeto Político Pedagógico tem como fulcro orientar a instituição escolar em
todas as suas atividades de acordo com a realidade de cada escola, além dos
objetivos dispostos pela BNCC – Base Nacional Comum Curricular.
Assim, a Base Nacional Comum Curricular tem como finalidade as
aprendizagens relativas a todos os alunos desde a Educação Infantil até o Ensino
Médio, servindo de orientação para as diretrizes especificadas no Projeto Político
Pedagógico.
Para tanto é necessário que se identifique quais são as competências do
Projeto Político Pedagógico para que estas diretrizes sejam incorporadas as
propostas da BNCC, sendo necessário que haja um diagnóstico de tais práticas, bem
como do aprendizado dos alunos.
Entende-se ainda a necessidade de se conhecer a comunidade bem como os
desafios da aprendizagem dela que é essencial, com a finalidade de traçar diretrizes
condizentes com cada instituição.
De forma que para que se inicie a revisão da aprendizagem deve, o gestor
escolar estar observando os acontecimentos no seu município bem como do Estado.
Além do mais o gestor escolar é o responsável por compartilhar tanto
informações que estejam no contexto da instituição quanto aos documentos para a
implementação das diretrizes da base.
As escolas devem ter o cuidado ao elaborar o conteúdo para que essa
elaboração seja um momento democrático e colaborativo, de forma a dar aos
professores uma BNCC, implementada de acordo com cada disciplina, buscando o
respeito, à igualdade e a diversidade cultural.
Deve ainda ser revisto o currículo em relação a diversidade cultural, uma vez
que esse tema se trata de uma das diretrizes da BNCC.

5
Uma das missões da PPP é formar alunos críticos bem como conscientes, a
partir de aulas que não sejam apenas expositivas.
A BNCC ainda estabelece a necessidade do professor está sempre atualizado,
buscando o aperfeiçoamento, além de orientado pelo coordenador escolar, o que leva
a necessidade de o que o gestor escolar, estar envolvido em reuniões pedagógicas
com os professores, alunos e responsáveis buscando envolver assim a comunidade
escolar nas mudanças.
Interessante para o gestor por exemplo é mapear o perfil da comunidade,
buscando assim fazer um levantamento dos problemas, buscando soluções,
acolhendo assim a comunidade escolar, através de dinâmicas, onde cada gestor
escolar, buscará sugestões da comunidade escolar com o fim de solucionar os
problemas encontrados ou apontados.
O gestor deverá divulgar os resultados, bem como as alterações realizadas,
buscando assim apresentar os documentos por meio de comunicados à imprensa ou
reuniões.
Para que haja o envolvimento e a participação dos alunos, nas mudanças,
poderá ser realizada através da formação de diretórios estudantis, por meio de
incentivo a autogestão, autonomia e cooperação, que se tratam de competências
previstas pela BNCC.
Ainda assim, outra forma de incluir os estudantes é o uso da ferramenta Google
Docs, que se trata de uma versão gratuita online do Word, essa ferramenta possibilita
à comunidade compartilhar suas sugestões em tempo real além de poder ser utilizada
por todos ao mesmo tempo.
Tal ferramenta também pode servir com o fim de otimizar o tempo dos
professores bem como de toda equipe, onde poderão reservar as reuniões para
consolidação do que já foi lido e revisto.
Diante das competências descritas pela BNCC, que podem ser desenvolvidas
de diversas maneiras pelo PPP, não aparecendo apenas no currículo disciplinar,
torna-se importante integrar disciplinas, bem como rever as avaliações com base na
escuta de estudantes e professores, além da incorporação dos aspectos culturais
regionais nas práticas pedagógicas, todas essas podem ser formas de atender às
demandas da BNCC.

6
O Projeto de Política Educacional também deve promover uma cultura de
participação, estimulando a resistência de professores e alunos à mudança, para que
a identidade da escola também seja respeitada neste processo, ainda podem realizar
o mapeamento de características locais e comunitárias específicas para estabelecer
novas parcerias público-privadas.
Isto inclui pensar na mobilidade estudantil, bem como na arquitetura
envolvente, e também na possibilidade de visitar museus, institutos, teatros ou outros
circuitos culturais que enriquecem o tesouro do aluno da história além da
transformação da área em que estudam.
Desta forma, é concebível que o objetivo do BNCC seja f ormar cidadãos
íntegros, autossuficientes e criativos, capazes de sucesso pessoal e profissional.

2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O Projeto de Política Educacional é antes de tudo uma expressão da autonomia


da escola no sentido de formular e implementar suas propostas de trabalho. Trata-se
ainda de um documento legalmente reconhecido que orienta e veicula as atividades
desenvolvidas nas escolas e tem como objetivo principal identificar e solucionar
problemas que interferem no processo de ensino-aprendizagem.
Este projeto foca diretamente no que a escola tem como aluno mais importante
e no que os alunos e toda a comunidade esperam da escola: ir bem.
O Projeto Político Pedagógico é um caminho geralmente percorrido para atingir
um determinado objetivo.
Nesse sentido, deve existir antes de tudo porque se define como uma ação pré-
pensada, idealizada, assim é tudo o que se almeja do ponto de vista pedagógico:
melhorar a qualidade do ensino através da reestruturação da proposta do programa
escolar, por meio de ações efetivas a favor da qualificação do educador, empenhado
em proporcionar aos alunos uma educação voltada para o exercício da cidadania, etc.
Assim, com a sua existência, a escola registra sua história, conhecida como um
conjunto de diretrizes e estratégias que corporificam e norteiam a prática político-
pedagógica de uma escola.

7
Trata-se de um processo inacabado e, portanto, contínuo que se constrói ao longo da
trajetória de cada instituição.
O projeto é coletivo e todos os personagens, pais, professores, alunos, funcionários e
direção técnica são responsáveis pelo sucesso do projeto, direta ou indiretamente.
Portanto, sua eficiência depende em parte do comprometimento das pessoas
envolvidas em fazê-lo.
O projeto político educacional é definido da seguinte forma: Originalmente o
termo projeto significa antecipar e lançar o futuro.
Assim, falar de um projeto significa pensar a utopia não como um lugar para o
impossível, mas como a possibilidade de sua realização e não apenas uma fantasia
incomensurável como apresentada no início. O desejo de mudança, a verdadeira
possibilidade de ser, a partir de:

É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que
maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma
filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da
escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a
clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à
responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta
ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve
ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado
participativa e democraticamente. (NEVES 1995, apud GONÇALVES, 2014,
p.6142)

O projeto é político porque está inserido em um espaço de sucessivas


discussões e decisões, por isso nossa execução de ações é sempre permeada por
relações que incluem polêmicas, opiniões, sugestões, sejam contra ou a favor.
Assim, a inclusão de todos os envolvidos no Projeto de Educação Política da
Escola, protestos, conflitos, divergências são atos extremamente políticos.
No entanto, concordamos com Aristóteles quando afirma que todas as ações
humanas são atos políticos.
O projeto é pedagógico por implicar em situações específicas do campo
educacional, por tratar de questões referentes à prática docente, do ensino
aprendizagem, da atuação e participação dos pais nesse contexto educativo, enfim,
de todas as ações que expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do
ensino.

8
A dimensão política, a forma social, é a forma coletiva em que alunos,
professores, superintendentes, conselheiros, funcionários e líderes estudantis
discutem o Projeto de Política Educacional. Todos nós planejamos nosso dia a dia, de
forma sistemática ou não.
Foi por meio de discussões e necessidades individuais e coletivas que o Projeto
de Política Educacional foi concebido na cabeça das pessoas, de modo que, em
relação a esses aspectos político-educacionais do Projeto, encontramos em
MARQUES um respaldo, ao expressar: O projeto político-educacional tem um caráter
dinâmico e não se faz porque os gestores querem, mas porque nos preocupamos com
a situação das crianças, escolas e sociedade e queremos mudança. (MARQUES.
apud. SILVA. 2000)

3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS

O Projeto Político Pedagógico – PPP menciona, que a identidade da escola tem


como objetivo dar o encaminhamento político e pedagógico da instituição escolar
durante o decorrer do ano letivo.
Sendo seu foco a sistematização de toda a ação educativa, por esse motivo
trata-se de um processo contínuo, que irá se aperfeiçoando e consolidando durante a
caminhada pedagógica e política.
O PPP não se trata de uma solução mágica para o encaminhamento das
questões da organização escolar, mas um instrumento de auxílio na resolução dos
problemas que surgem ao decorrer do ano letivo.
Por esses aspectos, salienta-se a importância desse instrumento enquanto um
norte para a instituição escolar, pois considera os resultados que acontecem na
dinâmica de compromissos partilhados por todos os sujeitos escolares, ou seja, diante
daquilo que foi proposto coletivamente na construção do documento.
Nesse estudo recortaram-se os aspectos que identificam o Projeto Político
Pedagógico no âmbito da instituição pública.

9
3.1 Definições e Características do PPP

O Projeto Político Pedagógico pode ser assim, nomeado:

 Proposta pedagógica.
 Projeto educacional.
 Projeto de estabelecimento.
 Plano diretor.
 Projeto de escola.

Os aspectos políticos e educacionais do PPP, ainda que de particular


importância, não podem ser separados. Na concepção mais estrita do PPP, deve-se
entender que o ato educativo tem um significado político proeminente, assim como há
uma força educativa fundamental na ação política.

[...] todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por


estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses
reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de
compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. [...] na
dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de
definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de
cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA 1995, apud
CORRÊA, 2014, p.12)

Organizam-se assim dois aspectos principais do trabalho educacional:

 Primeiro: um significado abrangente que caracteriza todas as atividades


institucionais.

 Segundo: um significado mais específico e focado no desenvolvimento


da prática pedagógica em sala de aula, no corredor, na sala de jantar e
no quintal, por exemplo.

Nesse sentido, o Esquema de Política Educacional nas Instituições Públicas


enfatiza a autonomia da escola, além de refletir a identidade da unidade de ensino e
a valorização como um espaço coletivo de corresponsabilidade.

10
Enquanto a sociedade como um todo está em constante mudança, uma das
características importantes do PPP é o seu dinamismo, então o PPP está vivo.
Desta forma, deve ser reembolsado de forma contínua, à medida que as
escolas vão mudando e, conforme assinalado, o PPP procura valorizar a identidade
da instituição.
Conforme mencionado acima, a construção de projetos políticos educacionais
deve ser, de produção coletiva e participativa, assim, todos os sujeitos participantes
do processo serão solidariamente responsáveis pela execução dos conteúdos nele
propostos.
Onde o sujeito deve ver-se no PPP, pois a ferramenta norteará todas as ações
escolares que forem determinadas e estabelecidas a partir dos pressupostos da
disciplina escolar, assim, gestores internos e externos, professores, funcionários, pais
e comunidade.
Portanto, acreditamos que a própria escola e os indivíduos que a compõem
podem perceber e refletir sua realidade, corroborando a ideia enfatizada por Freitas
(1991):

As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de


correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis. Terão
que nascer no próprio chão da escola, com apoio dos professores e
pesquisadores. Não poderão ser inventadas por alguém, longe da escola e
da luta da escola (FREITAS, 1991. apud. VEIGA, 2004).

A necessidade dessa ferramenta possibilita a corresponsabilização, pois uma


das funções do PPP é se comprometer com a prática escolar, denunciar possíveis
abusos e autoritarismo, bem como as consequências políticas e regulatórias das
contradições decorrentes do capitalismo hegemônico.
O desenvolvimento do Projeto de Política Educacional, além de nec essitar de
corresponsabilidade no sentido orgânico, requer um desenvolvimento constante em
todos os momentos.
Assim, este caráter orgânico e corresponsável exigirá os princípios que
sustentam a educação escolar.

11
4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA

O desenvolvimento do Projeto de Política de Educação surgiu da necessidade


de organizar e planejar a vida escolar, quando ações espontâneas e improvis adas
acabavam perdendo tempo e recursos inerentes.
O Projeto de Política de Educação é a marca original da escola, é capaz de
fazer uma oferta sobre a qualidade do ensino, definindo ou melhorando o seu modelo
de avaliação tendo em conta as principais questões que o atrapalham.

 Bom aproveitamento dos alunos.

 Estabelecer e aprimorar o currículo de acordo com o contexto


sociocultural dos alunos.

 Indicar objetivos de trabalho relacionados com a situação pedagógica,


especialmente em termos de experiência com métodos criativos e
alternativos.

Portanto, é importante estruturar os princípios que norteiam a prática


educacional.
Desse modo o projeto deve ser construído a partir de tarefas simples, que
podem ser realizadas no dia a dia da escola. Mas isso não ac ontece sem um
planejamento cuidadoso, imaginação criativa e trabalho em equipe.

O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de


gestão e de compromisso político pedagógico coletivo. Não é feito para ser
mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como
referência para as lutas da escola. É um resumo das condições e
funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de
compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma. (FREITAS,
2004, apud SACRAMENTO, 2016, p. 13)

Porém, o mais importante para a escola não é apenas o desenvolvimento do


Projeto de Política Educacional, mas o trabalho educativo e sua aplicabilidade, esse
processo exige: continuidade, sequência, interconexão, antes, durante e depois, pois
se trata de uma jornada contínua.

12
Trata-se de mudanças que geralmente não são aceitas pela comunidade
escolar, pois criam a ideia de mais trabalho, mais tempo, mais custos, que por sua
vez serão contestados por alguns. Referindo-se a essa opinião, Gadotti e Demo
(1998) observam que o Projeto Político Pedagógico é um sinal de mudança, pois
identifica pontos importantes para a educação básica como: A ferramenta instrumental
mais eficaz para o exercício da cidadania e da mudança qualitativa na sociedade e na
economia. (GADOTTI e DEMO, 1998)
Para os autores supracitados, esses aspectos são essenciais no sentido de
criar oportunidades de formação de stakeholders e possibilitar que a educação tenha
como foco a construção de qualidade, enquanto a escola é um nicho onde a gestão
do conhecimento e a capacidade de produção se transformam, porque é suposto
retirar conhecimento dele, em vez de simplesmente reproduzir.
Os projetos de políticas educacionais são uma forma eficaz de superar a
fragmentação da ação tanto na educação como nas escolas, dinamizando e
revitalizando o espírito de toda a comunidade escolar, onde todos têm um sentimento
de familiaridade, sentindo-se corresponsáveis pelo desenvolvimento e melhoria do
ensino.
O comprometimento dos professores é ótimo e pode ajudar a fazer da escola
um lugar de crescimento e humanidade, sendo, importante que se atualizem
constantemente, busquem referências e auxiliares de ensino que servirão para inovar
seu método de ensino.
Necessário ainda que o trabalho em equipe, privilegie um espaço onde você
possa experimentar e trocar experiências, sempre considerando a sua formação.
Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar:

 Finalidade e objetivos da educação, buscando garantir a igualdade de


tratamento, o respeito às diferenças, a qualidade do serviço prestado e
a liberdade de expressão.

 A concepção de criança, jovens e adultos, seu desenvolvimento e


aprendizagem.

13
 As características da população a ser atendida e da comunidade na qual
se insere.

 O regime de funcionamento.

 A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos.

 A relação de profissionais, especificando cargos, funções, habilitação e


níveis de formação.

 Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno.

 A organização do trabalho diário com crianças, adolescentes e adultos.

 A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade.

 O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e


registros.

 O processo de planejamento geral.

 Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e Projetos Especiais a


serem desenvolvidos.

O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares deverão estar:

 Consonantes com as leis vigentes (Lei 9394/96; 11.274/06; Estatuto da


Criança e do Adolescente, Resoluções do CME 002/98; 03/99 e 06/99;
Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino
Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos - EJA,
Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro Brasileira
e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei 10639/03 e
as Diretrizes Municipais do Meio Ambiente.
14
 Disponíveis para a comunidade escolar, as autoridades competentes e
para os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos.

5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP

Classicamente, utilizam-se os estudos de VASCONCELLOS (2008) para


fundamentar os elementos responsáveis para a orientação dos estágios de
composição de um PPP, a saber: Marco Referencial, sendo esse composto por outros
três: Marco Situacional, Filosófico e o Operativo, o Marco Diagnóstico e a
Programação.
Neste estudo, no entanto, será denominado corpo enquanto estratégia de
articulação do PPP e, objetivamente, para a compreensão do que seja eixo
fundamental.
É chamado de corpo porque entende sua ideia de que um todo formará em si
uma outra realidade total, ou seja, são integrais em si mesmos e, portanto, não são
considerados uma soma.
Sendo assim, o movimento deste processo de construção do PPP se constituirá
em um corpo situacional, um corpo conceitual e um corpo operacional, assim o papel
da entidade situacional é captar as tendências internas da escola, compreender os
seus conflitos e contradições, diagnosticá-la e determinar o lugar da ação prioritária,
a análise situacional real.

[...] uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da


realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou
interesse. Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra,
desinteressada: ela pode ser objetiva, mas estará sempre relacionada a uma
determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos. (SOUZA,1987,
apud, CORRÊA, 2014, p.16).

A Análise de Conjuntura se utiliza de algumas ferramentas para sua efetiva


execução e aborda em sua prática os acontecimentos, os cenários, os atores, as
relações de força e a articulação entre estrutura e conjuntura.
Ressalta-se a importância da Análise Econômica na formulação de PPPs,
conforme, destacou SOUZA (1987), é uma análise preocupada em criar uma espécie

15
de intervenção na política, além de um elemento fundamental na organização política,
além da determinação das estratégias e táticas de luta das diferentes forças sociais.
Por se tratar de um elemento impulsionador de lutas sociais, com a capacidade
de amenizar as imposições de uma sociedade capitalista, acredita-se ser necessário
entender melhor a constituição de uma análise econômica, compreendendo seus
elementos, para encontrar uma construção real na forma de PPP rumo a uma
sociedade justa e menos desigual, a educação é um dos fatores primordiais na busca
dessa transformação.

Acontecimentos:
Antes de entender o que eventos incluem em uma análise de conjunção, é
necessário entender o que eles significam, SOUZA (1987) define eventos como
eventos de particular significado para uma nação, uma classe social, um grupo
social ou uma pessoa.
Esse fator torna-se importante na análise, pois as investigações de eventos revelam
situações da sociedade, de um grupo ou de uma classe. Alguns exemplos podem
ser considerados: greve geral, eleição presidencial, guerra, desastre natural.
Cenários:
Os espaços onde ocorrem os acontecimentos sociais, políticos e econômicos,
podem ser considerados cenários. Cada cenário tem sua especificidade, exemplo
disso é descrito por SOUZA (1987). Quando seu poder é maior. Portanto, é
necessário estudar e refletir sobre os cenários de luta e as diferentes características
de cada um.
Atores:
SOUZA (1987) define ator como uma pessoa que desempenha um papel, alguém
que desempenha um papel em uma trama, uma teia de relações. O indivíduo é
agente social quando apresenta algo para a sociedade, concretiza uma ideia, uma
necessidade, um projeto.
Porém, um ator nesse contexto não é visto apenas como indivíduo, mas também
grupos sociais, instituições, sindicatos, partidos políticos, igrejas, meios de
comunicação, entre outros.
Relação de forças:

16
Os atores sociais mencionados acima (indivíduos, classe social, mídia, partidos
políticos) sempre se relacionam e essa relação pode ser de conflito, convivência ou
cooperação. A análise de tais forças revela relações de poder, paridade ou
submissão.
Frequentemente, as relações de poder não são medidas apenas por quantidades,
pode haver casos em que a verificação será mais abstrata, por exemplo, ao analisar
a força de um movimento social.
Outro fator importante relacionado ao equilíbrio de poder é que os dados verificados
mudam constantemente e, portanto, não são imutáveis.
Articulação entre estrutura e conjuntura:
Todos os elementos de uma associação elencada acima não surgem por acaso,
pelo contrário, estão associados à história, no momento em que a sociedade está
passando, influenciados por aspectos sociais, econômicos e políticos.
Portanto, é necessário considerar tudo com cuidado, porque por trás de cada
evento, movimento e contradição sempre haverá um pano de fundo, que muitas
vezes não é claro.

Acredita-se que a construção de um PPP real deve fazer mudanças, romper


com as imposições arbitrárias, compreender o verdadeiro significado dos
acontecimentos para fazer o trabalho de educação para criar transformação, onde
todos os objetos escolares terão essa corresponsabilidade.
No corpo conceitual constituindo dois dos objetos deste estudo, as escolas
discutem suas concepções de sociedade, de pessoas, de educação e da função social
da escola, esforço teleológico que definirá as prioridades em que deve ser constituída
a práxis escolar.
Assim, segundo VEIGA (1998) o ato conceitual:

Diz respeito à concepção ou visão de sociedade, homem, educação, escola,


currículo, ensino e aprendizagem. Diante da realidade situada, retratada,
constatada e documentada. […] neste momento conceitual, devem também
ser considerados os eixos norteadores do projeto. (VEIGA 1998. apud.
CORRÊA, 2014)

A agência operacional refere-se à maneira como as ações serão realizadas


para mudar a realidade da escola, de modo a envolver a tomada de decisões para

17
atingir metas e objetivos definidos em conjunto, assim, à medida que os conceitos que
compõem as PPPs foram explorados, os dois eixos que sustentam o Projeto de
Política Educacional serão destacados no corpo conceitual, abrangendo-o com
objetividade e utopia:

 Visão Humana.

 Função Social da Escola.

Os dois eixos filosóficos, Visão Humana e Função Social Escolar, foram


separados dos quatro eixos básicos de uma parceria público-privada, sendo as
referidas duas visões destinadas a compreender a especificidade do ser humano.
Aqui definida por categorias, são atribuídas às funções acadêmicas, laborais e
sociais da escola, cuja função específica é transmitir e absorver conhecimentos
sistematizados pela humanidade.
Os eixos filosóficos serão conceituados de acordo com a linha de pesquisa da
diretora e os estudos por ela realizados, com base na análise histórico-crítica.

6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

A instituição escolar desde sua origem passou por diversas transformações,


principalmente em relação a sua função social. Durkheim (1995) aborda alguns
exemplos da função social da escola em sua obra: Educação e Sociologia, abordando
o modo como esse aspecto se alterou ao longo dos tempos. Durkheim descreve a
escola enquanto instituição que existe objetivamente para atender as demandas da
sociedade em que está inserida.

A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Nas cidades


gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente
à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje, esforça-se em fazer
dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos
delicados, prudentes, sutis, embebidos de graça e harmonia, capazes de
gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se
especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados
pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade
Média, a educação era cristã, antes de tudo; na Renascença, toma caráter
mais leigo, mais literário; nos dias de hoje, a ciência tende a ocupar o lugar
que a arte outrora preenchia (DURKHEIM, 1995. apud, CORRÊA, 2014).

18
Porém, a pesquisa aqui desenvolvida se orienta diferentemente da visão
conservadora de Durkheim, para a concepção histórica crítica de Saviani, que aborda
a escola como instituição social, ou seja, produto das necessidades sociais, como
instituição cujo objetivo é: transmitir e assimilar conhecimentos científicos, além de
permitir a transformação das pessoas e da sociedade por meio de conhecimentos
elaborados.

[...] a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber


sistematizado. [...] eu disse saber sistematizado; não se trata, pois, de
qualquer tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento
elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não
ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular (SAVIANI,
2003, apud, CORRÊA, 2014, p.24).

Dado esse direcionamento, salienta-se a função social de uma instituição


escolar: transmissão, ou seja, ensino e assimilação e/ou aprendizagem dos
conhecimentos sistematizados, entendendo que o homem se transforma em ser
humano a partir do momento em que se apropria da cultura humana produzida pelas
gerações passadas, através de um ato educativo, que ocorre principalmente em um
espaço institucionalizado, que tem por função primordial selecionar os conhecimentos
eruditos/ clássicos sistematizados e cientificamente comprovados que compõem as
atividades curriculares indispensáveis ao ensino.

7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A


CONSTRUÇÃO DO PPP

Para mobilizar a comunidade escolar para a participação no desenvolvimento


dos PPPs coletivos, é necessário o uso de um conjunto de ações que os articulem, ou
seja, deve haver um vínculo estreito entre os objetivos da mobilização e os meios
adotados este propósito.

A participação influi na democratização da gestão e na melhoria na qualidade


de ensino, onde todos os seguimentos da comunidade podem compreender
melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que
nela estudam e trabalham melhor a educação ali oferecida (GADOTTI, 1997,
apud TOMAZONI 2013, p.32)
19
O coletivo de organização da mobilização para a construção do PPP na escola deve
procurar planejar sua ação com base em algumas referências:
Qual a melhor maneira de mobilizarmos as famílias? Os estudantes? E os pequenos
estudantes? Os funcionários? E os professores?
Qual a melhor forma de comunicação a ser utilizada?
Qual o conteúdo dessa comunicação?
Poderemos usar a mesma estratégia para todos os segmentos da comunidade
escolar?
Que recursos iremos utilizar? A escola dispõe desses recursos?
A campanha de mobilização durará quanto tempo?
Envolverá outros segmentos organizados da comunidade do entorno da escola?

A mobilização, como mostramos, envolve o agrupamento de multiplicações em


torno de um objetivo comum, além de envolver a difícil tarefa de negociar, encontrar
acordos.
Nesse sentido, o trabalho de advocacia pode ser facilitado se houver
coordenação entre um grupo de pessoas, representantes de professores, alunos
associação ou colegas designados, representantes da família.
Em alternativa, nas escolas em que uma direção escolar ativa pode ser
responsável ou coordenar esta tarefa de forma colaborativa, a presença de diferentes
segmentos da comunidade escolar pode facilitar a seleção de estratégias, a melhor
estratégia para chegar a todos.

7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP

Definir o quadro de referência significa identificar todos os referenciais teóricos,


políticos e filosóficos que nortearão o trabalho da escola. Trata-se de explicar as
ideias, conceitos e teorias que nortearão a prática educacional da escola. Para isso,
é necessário compreender as relações que existem entre a escola e a realidade a que
se enquadra, uma realidade que não é apenas local, mas nacional e global.

20
Significa compreender o significado histórico da educação e da escola pública
e compreender sua transformação atual de acordo com o processo histórico que a
determinou.
Assim, a partir dessa relação entre o global, o nacional e o local, a realidade da
escola pode ser entendida como uma só, porém, é entendida como resultado dessas
relações mais amplas.
Essa análise pode nos levar à definição e interpretação das finalidades sociais
da educação e da escola, nos levando a questionar sobre o tipo de sociedade para a
qual a escola atrai ou deseja participar, o tipo de disciplina que a escola pretende
formar, isto é, qual a intenção entendida em termos de suas dimensões política,
cultural e educacional.
De acordo com VEIGA (2000), a escola persegue finalidades, por isso é preciso
ter clareza das mesmas.

Ao ressaltar a importância da reflexão sobre as finalidades e os objetivos da


escola, a autora afirma o caráter dialético desse movimento, ao destacar que
as questões levantadas geram respostas que, por sua vez, levam a novas
interrogações; esse esforço possibilita a identificação das finalidades da
escola, de que precisam ser reforçadas, quais estão sendo relegadas ao
segundo plano. (VEIGA, 2000)

Este trabalho de problematização visa fazer com que a escola passe para uma
de suas principais atribuições, que é a de refletir sobre suas intenções educacionais.
A clareza sobre a finalidade social da escola permite à comunidade escolar definir,
também de forma mais adequada, os seus critérios e plano de ação de acordo com o
que almeja para os aspectos educacionais, de gestão e de democracia.
Ao discutir os quadros de referência, existem três eixos de discussão: quadros
de caso; estruturas doutrinárias e operacionais, cujo referencial de caso refere-se a
uma reflexão sobre as relações da educação, da escola em seu processo histórico e
suas relações com contextos sociais mais amplos.
Trata-se de quimizar a educação, relacionando-a com outros aspectos da
realidade, não só a nível local, mas também a nível nacional e global, procura ainda
compreender as conexões e relações das questões locais, visualizando-as dentro da
estrutura deste contexto mais amplo.
O ponto de partida é a realidade local da comunidade em que a escola está
inserida, os estilos de vida dos sujeitos que compõem a forma coletiva, a organização
21
e a comunidade, a cultura local, a profissão e a organização do espaço comunitário,
etc.
Discutir esses elementos nos possibilita compreender as mudanças de seu
caráter histórico, trocar valores, conhecer a representação do grupo para a sociedade
brasileira, sobre sua comunidade. Determinar satisfação e insatisfação, expectativas.
A discussão do marco situacional desencadeia processos de reflexão
relacionados aos valores sociais e políticos relacionados à sociedade e à educação
que levam ao debate e ao estabelecimento do marco doutrinal do Projeto Político-
Pedagógico, ou seja, da explicitação dos fundamentos teóricos, políticos e sociais que
o fundamentam.
Nesse caso, doutrina não se refere ao dogmatismo, mas sim à discussão dos
fundamentos teóricos que irão embasar o PPP da escola, que norteará suas ações,
procura discutir, neste eixo, o tipo de sociedade que queremos construir, a formação
social e cultural que queremos para as nossas crianças e jovens.
Que valores queremos desenvolver, qual o papel social da escola nos
processos de formação do sujeito humano, e assim por diante? Nesse eixo, discute-
se o reverso da educação, emerge um horizonte necessário para um futuro melhor.
Ligado internamente a estes dois eixos, o terceiro eixo, enquadramento
operacional, articula-se com as relações da escola com a sociedade; é uma discussão
relevante para o contexto local, para o que é específico da escola como instituição
social e, em particular, da escola em que trabalhamos, estudamos.
A estrutura então aborda as realidades locais, refletindo as necessidades,
expectativas e desejos mutáveis do grupo. Esta é a palestra escolar que queremos.
Conforme GANDIN (1994), o marco operativo é:

[...] também uma proposta de utopia, no sentido que apresenta algo que se
projeta para o futuro [...]; todavia, como alerta o autor, para que o marco
operativo não se torne um palavreado vazio, é preciso que este tenha um
forte aporte teórico. O marco operativo não é o plano ou programação de
ação; ele dá base e sustenta este plano de ação; refere-se à realidade
desejada. Por isso, nos alerta Gadotti (2000), o PPP, em suas várias
dimensões de elaboração, toma sempre como ponto de partida o já instituído,
aquilo que já foi historicamente construído, não para perpetuar ou para
afirmar fatalismos (“foi sempre assim, nada mudará”), mas para criar uma
nova utopia, um novo instituinte. (GANDIN, 1994)

22
8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA
ESCOLA

O diagnóstico é um dos pontos mais importantes no desenvolvimento do PPP,


pois é neste ponto que fazemos uma análise aprofundada do estado atual da escola,
observando todos os aspectos da mesma infraestrutura física, equipamentos, ensino,
equipe, pedagogia, gestão, comunidade, qualidade da educação, processo de
formação de alunos, etc.
GALDIN (1994) inicia esta discussão dizendo que um diagnóstico não é nada:
a) não é uma descrição da realidade da escola
b) não é um estudo de problemas.
Então, qual é o diagnóstico? Como esse diagnóstico é feito? O termo
diagnóstico, muitas vezes associado à prática médica, deriva da palavra grega
Diagósis, que significa distinção, conhecer através.
O diagnóstico em si não é o fim, mas um processo que permite a aquisição de
conhecimentos sobre um determinado fato, que, por permitir a compreensão das
realidades de um determinado contexto, torna-se uma importante ferramenta no
planejamento da mudança, pois pode nos ajuda a identificar os pontos fortes e fracos
de um determinado contexto de cada realidade institucional e a enxergar alternativas
e possibilidades de mudança ação, ideais e objetivos.
Assim, um diagnóstico não é apenas uma lista de o que há de errado com os
problemas da escola; pressupõe avaliação, comparação, julgamento de valor, tudo a
partir do que foi previamente definido na Referência.
Desenvolvido de forma participativa, o diagnóstico da realidade da escola
constitui um espaço eficaz de aprendizagem, pois desencadeia a reflexão sobre o que
a escola é, para onde quer ir. Identificando os problemas, impactos e consequências
destes, mas também ajudam a identificar o que a escola faz bem, os pontos fortes da
escola; e o ponto de partida para o desenvolvimento, conforme e de acordo com as
necessidades da escola, do Plano de Ação ou Programa.
O PPP é constituído por três elementos:
a) é um julgamento, logo implica um julgamento, uma avaliação;

23
b) Esse julgamento é feito com base em uma prática particular sobre a realidade
da escola sobre a qual está planejada a mudança e
c) Esse julgamento é feito considerando os preceitos estabelecidos no sistema.
Embora se concentrem mais no aspecto operacional, os critérios analíticos
também são referenciados no quadro teórico e situacional.
Tendo o diagnóstico como um dos pontos do desenvolvimento do PPP, a sua
função é promover um processo de avaliação aprofundada da forma como a escola
se organiza e cumpre a sua missão educativa, os desafios das dificuldades que a
escola enfrenta para cumpri-lo, as habilidades que encontra para direcionar suas
ações na direção de uma escola pública democrática.
As análises realizadas em campo não são neutras, consideram-no como uma
referência para uma certa compreensão da função social da escola, a sua
organização, incluindo o trabalho pedagógico, a gestão, as relações com os alunos,
com a comunidade, etc.
O diagnóstico não é simplesmente uma imagem da realidade ou uma mera
dificuldade, acima de tudo é o confronto entre a situação em que vivemos e a situação
em que queremos viver. (VASCONSELLOS, 1995)
Portanto, o diagnóstico não é uma ferramenta técnica, neutra e adaptativa a ser
utilizada por outras organizações ou instituições sociais, está funcionando e é
intencional, é baseado em valores, está apontando em uma direção.
Portanto, o diagnóstico escolar também deve ser feito de forma participativa.
Isso implica na coleta de dados quantitativos e qualitativos, organizados,
sistematizados e interpretados, formando importantes indicadores para o
planejamento de futuras ações de mudança de escola.
Para diagnosticar realidades educacionais e obter informações que auxiliem no
desenvolvimento de planos de ação, é imprescindível estratégias de coleta de
informações analíticas que auxiliem na compreensão dos diversos fatores que
impulsionam ou dificultam o trabalho educacional.
Então, como abordamos a realidade escolar, procurando identificar não só as
questões óbvias, mas também as dimensões não escritas, decisões que à primeira
vista nem sempre nos parecem.

24
O primeiro passo é formar uma equipe, ou grupo de trabalho, com
representantes de partes da comunidade escolar para coordenar esta etapa, assim, o
grupo de trabalho poderia então desenvolver uma ferramenta para orientar as
discussões e facilitar o registro de informações, avaliações e expectativas da
comunidade escolar.
Este grupo também pode identificar estratégias que serão utilizadas para
coletar esses materiais com a comunidade escolar, assim esses dados devem então
ser analisados e agregados em um documento final, representando a formalização
das discussões feitas ao longo do processo.
O ponto de partida para o desenvolvimento de uma ferramenta para orientar as
discussões e reunir informações ou coletar dados deve ser um arquivo a partir do qual
aspectos da organização e prática escolar podem ser estabelecidos, para serem
analisados.
É importante que cada aspecto seja discutido e definido com clareza, para que
sejam identificados os eixos de análise e suas questões, norteando a discussão com
a comunidade escolar.
Definir as dimensões para analisar simplesmente funciona, visando facilitar a
compreensão dos diferentes níveis de atividades escolares, para facilitar a
compreensão de fenômenos específicos. Porém, não devemos esquecer que a escola
é um todo e que essas dimensões se sobrepõem e se harmonizam.

8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar

Dimensões Eixos de análise Questões orientadoras


Infra-estrutura  As salas de aula são
 Suficiência, qualidade e
física e suficientes para
aproveitamento (salas de
equipamentos atender as
aula, laboratórios,
necessidades dos
ateliers, salas para
estudantes?
multimídia, quadras

25
esportivas, cantina,  São bem
biblioteca, salas para iluminadas,
professores. ventiladas?

Organização e
 Currículo escolar
gestão da prática
 Avaliação
pedagógica
 Inclusão (combate ao
preconceito, atenção aos
estudantes
trabalhadores,
estudantes com
necessidades educativas
especiais)
 Experiências culturais
diversificadas
 Planejamento coletivo
(professores)

Gestão
 PPP – construção,
democrática da
efetivação e avaliação.
escola
 Instâncias de participação
coletiva e sua atuação
(CE, grêmios etc.)
 Respeito aos direitos das
crianças e dos
adolescentes (divulgação
desses direitos)
 Acessibilidade e
compreensão das
informações e
indicadores usados pela

26
escola (democratização
das informações)

O diagnóstico envolve o desafio analítico de compreender tudo o que constitui


o cotidiano escolar, para fazer isso, devemos evitar o simples deslocamento de
conceitos ou ferramentas analíticas.
A análise realista das escolas causa muito estresse para quem a faz, eles
impõem a necessidade, repetidamente, de renunciar a visões cristalizadas, de
renunciar aos interesses pessoais em favor daqueles que representam o coletivo.
É julgar, avaliar, fazer julgamentos, valorizar, priorizar, escolher, saber que a
autonomia que têm muitas vezes é limitada.
Assim, é preciso entender para que serve o campo, não tentar colocá-lo em
categorias predeterminadas que nos obrigam a ajustar informações, falsificar
consensos.
Analisar a escola nas suas múltiplas dimensões permite-nos compreender as
suas decisões fora da realidade local, o que conduz à concretização da intenção
política proposta no seu quadro de referência.

8.2 Elaboração de um plano de ação

GANDIN (1994) sugere que as necessidades da escola sejam analisadas com


base em dois critérios: a) o que é necessário; e b) o que é possível. Segundo o autor,
a necessidade é que nem todas as escolas possam prescrever as condições e a
duração do plano de ação. Portanto, o autor sugere que as escolas priorizem e
considerem o que é mais necessário, oportuno e urgente.
Sempre na categoria do que é possível e do que é necessário, o autor
supracitado se propõe a organizar um plano de ação ou programa de acordo com
quatro aspectos: ação concreta, ação orientada, decisão geral e ação rotineira.
Em outras palavras, uma vez que as prioridades são determinadas, o tipo de
ação necessária para atender a essa necessidade começa a ser determinado,
também no plano de ação temos a dimensão do tempo que implica na alocação da
necessidade de ação de acordo com a alocação de curto, médio e longo prazo.
27
8.3 Plano de ação

 Ações específicas: ações que visam um objetivo preciso, com uma


finalidade claramente definida, a partir de recursos próprios. Pelas suas
características, são claramente delineados. Isso inclui ações de curto
prazo. Por exemplo, promover treinamento sobre um tópico específico,
em resposta a uma necessidade específica.

 Guias de ação: não constituem recomendações específicas, mas


referem-se a valores e atitudes; busca modificar o comportamento,
resultando no compartilhamento de referências comuns. Exemplo:
Desenvolvendo o pensamento crítico nos alunos.

 Atividades permanentes: dizem respeito a atividades de caráter


permanente, podendo estar vinculadas ou não à esfera administrativa;
são também denominadas rotinas.

 Decisões compartilhadas: são diretrizes ou ações que atingem todas as


partes da comunidade escolar; eles também são traçados com base no
diagnóstico da escola. Por exemplo, requisitos para atividades
complementares, como apresentar planos de aula dos professores aos
alunos.

O plano de ação deve refletir suas prioridades, as formas de referência e as


decisões coletivas da comunidade escolar. Este último tem que dizer qual é a
prioridade e qual o melhor meio de atingir os objetivos traçados.
As prioridades devem ser selecionadas com base no que foi estabelecido na
condição de referência, isso estabelece os planos futuros da escola. Portanto, não é
possível tomar decisões arbitrárias ou pessoais.
O plano de ação também pode incluir um detalhamento das ações o que é a
ação, o que a justifica, o procedimento/método que usaremos para realizá-la, quais
pessoas ou agências são responsáveis por ela.

28
Responsabilidade por implementá-la, quais recursos serão exigidos:
documentação de recursos, como será monitorado: procedimento de avaliação. Este
detalhe facilita a implementação de PPP e procedimento de avaliação de preço.
Do ponto de vista aqui apresentado, o plano de ação, parte integrante do PPP,
rejeita orientações técnicas, pois está vinculado às necessidades da escola, e, deve
ser flexível, porque as operações escolares muito dinâmicas podem exigir
reorientação, ajuste ou reparo. Assim, o planejamento é uma prática, ele demonstra o
ajuste estreito entre teoria e prática, entre o que é planejado e o que é feito.

9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL

O Projeto de Política Educacional da Escola – PPP, expressa sua identidade,


projeta ações e reflete o processo de ensino e aprendizagem. É importante que a
documentação em vigor em sua instituição seja consistente com os hábitos da escola
e as necessidades dos alunos e da comunidade.
Quem participa do PPP:

 Alunos: crianças, adolescentes, jovens e adultos, principal objeto do


processo educativo da escola.

 Professores: Profissionais da educação, indispensáveis e responsáveis


pelo ensino e aprendizagem dos alunos.

 A equipe gestora: profissionais que regem toda essa orquestra,


empoderados para gerir, orientar, conduzir, moderar e mobilizar todos
os envolvidos com o intuito de entrelaçar os caminhos de cada um e de
todos, em um alinhavo potencializador.

 Outros quadros: profissionais dedicados ao bem-estar de toda a


comunidade escolar, muitas vezes esquecidos no ensino e
aprendizagem, mas potenciais parceiros no processo educativo da
escola.

29
 Pais ou responsáveis: pessoas que entregam seus filhos à escola para
participarem de sua formação, oculta ou não, mas parceiros na
educação de crianças, adolescentes e jovens.

 A comunidade externa: a comunidade do entorno da escola, pessoas e


entidades que podem estar envolvidas direta ou indiretamente no
processo educativo da instituição.

O PPP, quando autodesenvolvido, não compartilhado com outros membros da


escola, não tem chance de sobrevivência, sua existência não faz sentido, pois não
reflete as diferentes vozes da comunidade escolar. O desafio é converter este
documento em um mecanismo de participação. Tornar isso possível é a forma mais
consistente de obter o comprometimento de todos com a Educação ministrada.
É também uma forma eficaz de alinhar as metas estabelecidas no documento
formal com o dia a dia da escola. Para promover o pensamento correto, Freire acredita
que todo processo educativo deve ser autêntico e, portanto, estar em uma relação
organizacional com o contexto social ao qual se relaciona. Ele defende:

Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que


responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que é que
pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora
como fator de mudança. Às vezes preservando determinadas formas de
cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente
(FREIRE, 2003. apud. SILVA 2015).

Não há dúvida de que o PPP existe para garantir o direito dos alunos de
aprender e assim desenvolver conhecimentos e habilidades de autocuidado,
pensamento crítico, criatividade, espírito inovador, abertura.
Aberto às diferenças, valorizar a diversidade, sociabilidade, responsabilidade e
determinação. No entanto, é também uma ferramenta importante para dar sentido ao
trabalho dos educadores e isso inclui todos os profissionais que atuam nas escolas.
E por que a equipe escolar tem que trabalhar de maneira significativa? Desta
forma, o esforço pessoal e profissional será recompensado e reconhecido pela
sociedade.

30
Para isso, seus integrantes devem atuar com respeito, consistência,
comprometimento, responsabilidade e intenção, no trato com a aprendizagem dos
alunos.
Portanto, PPP é mais do que apenas papel, que ficará amarelo e se deteriorará
se armazenado, a palavra escrita tem uma função social. Escrevemos PPPs para
documentar o que queremos, sentimos e observamos.
Este documento tem uma das funções sociais mais importantes e não pode ser
reduzido a uma obrigação legal. Se for copiado e colocado de lado, não alcançará seu
propósito; existirá apenas para cumprir uma tarefa exigida pelo Ministério da
Educação.
O administrador, como mediador e interlocutor, ao convocar a comunidade
escolar para dar um novo sentido ao PPP, recomenda que todas as partes reflitam e
participem de seu desenvolvimento. A base de um bom documento são as perguntas
compartilhadas.
As PPPs escolares precisam revelar a realidade e ser debatidas
democraticamente para serem dinâmicas e oferecerem ações e soluções que
atendam aos anseios da maioria. Por isso, não é possível focar o desenvolvimento
em um único número de conselheiros.
Quando nos referimos a construir coletivamente o PPP, estamos falando de
educar na e para a democracia. Etimologicamente, o termo educar tem origem no
latim educare, que é composto pela união do prefixo ex, fora, e ducere, conduzir ou
levar. Assim, educar significa conduzir para fora, direcionar para fora.
A realidade do dia a dia, necessidades práticas, atividades gerais, como:
horário das atividades, como servir o almoço, horário coletivo de trabalho do professor,
como tratar os alunos, qualidade das aulas, espaço de organização, acesso a
materiais e suprimentos, autonomia do aluno, entre outros aspectos, são os processos
que revelam a parceria público-privada da escola, formalizada em texto ou não.
Devemos supor que o PPP é sim o que já existe na escola. Isso é o que
realmente acontece na vida cotidiana. O PPP oficial pode revelar a vida cotidiana na
escola, portanto, antes de começar a pensar sobre design ou modificação, é
importante analisar o PPP real.

31
Para empreender essa missão, sugerimos iniciar pela observação do
funcionamento cotidiano de sua escola, com abertura para se permitir a aprender
muito com isso. Nossa primeira reação ao realizar essa análise é justificar o que
acontece. Por isso, é preciso um esforço grande para observar friamente os fatos e
depois refletir e verificar o que é necessário e o que é possível melhorar para que o
sentido máximo da Educação seja alcançado: a aprendizagem dos alunos.

10 PPP X ESCOLAS

A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, e a LDB nº 9.394/1996, no artigo


14, estabelecem os princípios da gestão democrática na Educação pública e a
participação de seus profissionais e da comunidade na elaboração do Projeto
Pedagógico.
A gestão democrática favorece o exercício da cidadania, e a escola o que
possibilita ao abrir espaços de participação e diálogo. Assim, a LDB normatiza o PPP
como uma ação coletiva para a conquista da Educação de qualidade.
Ela concretiza as normas que regulamentam os meios necessários para a
garantia ao direito de aprendizagem de todos e cada um dos alunos, como o
cumprimento dos dias letivos e das horas-aula, a recuperação para aqueles de menor
rendimento e a participação nos horários de planejamento para desenvolver planos
de trabalho segundo a proposta pedagógica da escola.
Não existem leis federais que definam a obrigatoriedade de elaboração de
PPPs, mas indicam a autonomia das escolas no planejamento e no estabelecimento
de mecanismos de envolvimento dos profissionais e da comunidade no processo de
desenvolvimento.
De qualquer forma, nenhum diretor deve se sentir bem sem um plano para sua
escola, os pais e familiares têm o direito de saber o PPP da escola em que vão
matricular seus filhos.
Se o planejamento é sinônimo de liderança consciente, não há alternativa ao
planejamento, ou fazemos planos ou somos escravos das circunstâncias, assim,
recusar-se a planejar é negar a possibilidade de escolher o futuro, aceitá-lo, seja ele
qual for.

32
11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA
ESCOLA

O PPP deve servir ao desenvolvimento de resultados de aprendizagem.


Portanto, é imprescindível aquele dos elementos que devem ser apresentados aos
indicadores escolares, pois eles nortearão as decisões para melhorar o desempenho
dos alunos e a qualidade do ensino e da aprendizagem, elementos essenciais
previstos no PPP.
A análise dos indicadores e da relação entre eles ajuda a avaliar o desempenho
da organização e o que precisa ser melhorado.

Indicadores de acesso:
É importante obter dados sobre direitos de acesso, ou seja, registro e evasão de
acesso. Se os registros aumentam ou diminuem ao longo de um período de tempo,
pode indicar a necessidade de buscar mais informações para descobrir o porquê.
Por exemplo, o aumento no número de registros é devido ao aumento da população
do distrito, um novo estabelecimento comercial é estabelecido no distrito. Ao
compreender o ocorrido, é possível repensar o projeto escolar.
Indicadores de fluxo:
Outra análise relevante envolve o fluxo de dados, ou seja, o número de alunos
progredindo ou não em um determinado sistema de ensino. São eles: evasão,
desaprovação, aprovação e distorção de ageano.
Quantos alunos são aprovados e reprovados na escola? Quantos no ano são
adequados para a idade? Em que ano a escola teve mais sucesso ou mais
reprovação e em que áreas? O feedback pode fornecer pistas para ações que
devem ser listadas e priorizadas no PPP para melhorar essas métricas.
Indicadores de aprendizagem:
É fundamental estudar a sequência histórica dos resultados de avaliações externas,
como a Avaliação Nacional de Literatura - ANA, a Prova Brasil e o Exame Nacional
do Ensino Médio - ENEM. No caso da ANA, é necessário determinar onde se
encontra a maior parte dos alunos do 3º ano e planear o que fazer; para o resto,

33
discernir qual é o melhor resultado: ano da prova, campo e pontuação e entender o
porquê.
A coleta desses dados ajudará a comunidade escolar a identificar pontos fortes e
áreas de melhoria na escola. Por sua vez, fornecem pistas para definir a missão,
visão, princípios e valores da entidade, bem como o seu plano de ação e/ou
atividades.

11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola

O PPP deve divulgar as intenções da instituição, por exemplo o que a


comunidade escolar deseja alcançar com uma educação de qualidade e o que
pretende desenvolver e entregar aos alunos e à comunidade externa.
Em suma, isso significa: por que existe esclarecendo seu propósito principal,
missão, o que ele quer ser definindo sua visão e propósito principal e o que o
impulsiona para suas decisões, com base em seus princípios e valores, ou seja, sua
Educação Política.
Enfatizar apenas a aprendizagem racional e o aspecto cognitivo do
desenvolvimento intelectual significam avaliar os alunos apenas por meio de testes
cujos métodos e práticas enfatizam a repetição e a memorização não padronizada
para futuros alunos.

Há muitas escolas que só se preocupam em preparar os alunos para entrar


nas melhores faculdades. Elas erram por se focarem apenas neste objetivo.
Mesmo que entrem nas melhores escolas, quando saírem, esses alunos
poderão ter enormes dificuldades para dar soluções a seus desafios
profissionais e pessoais. (CURRY, 2003. apud. BARBOSA, 2018)

Considerando essas informações, é possível decidir qual é a missão, visão,


princípios e valores da escola.

11.2 Fundamentação teórica e bases legais

É importante incluir no PPP um elemento que descreva os conceitos teóricos e


os fundamentos jurídicos sob os quais a instituição opera, tal raciocínio deve embasar
34
as concepções de educação, escola, ensino, aprendizagem e avaliação que embasam
o funcionamento dessa entidade.
Também devem ser especificados os requisitos legais e regulamentares que
embasam e definem a educação escolar, como a Constituição Federal, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação LDB - Diretrizes Nacionais, etc.
Além de reproduzir trechos significativos, é preciso relacioná-los com as
expectativas, os pressupostos e as concepções da escola e do que se projeta para
ela.
Algumas escolas adicionam outros materiais ao PPP, como a proposta do
programa de estabelecimento de metodologia, conteúdo e expectativas de
aprendizagem ao longo da vida escolar e formas de avaliação e apoio aos alunos.
Aluno e Regimento escolar definição de padrões e procedimentos da instituição, que,
com base em fatores prévios, pode ser demonstrado e justificado de acordo com os
objetivos educacionais da escola, que deve ser único e está presente em todos esses
documentos.
É interessante notar que o PPP é produzido em formato de arquivo digital ou
impresso para facilitar a referência de longo prazo. Se for impresso, o ideal não é
encadernar, mas organizar em uma pasta.
Cada entrada deve ser um documento separado, para facilitar a manipulação e
revisão, e isso pode acontecer em diferentes intervalos de tempo. O formato de
portfólio permite adicionar facilmente novos documentos, preservando o histórico. A
ideia de um registro permanente mostra como existe o PPP.

Artigo 20 – As escolas deverão formular o Projeto Político- Pedagógico e


elaborar o regimento escolar de acordo com a proposta do Ensino
Fundamental de 9 anos por meio de processos participativos relacionados à
gestão democrática. (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA. BRASIL/MEC, 2013. apud. ROCHA, 2017)

A escola, ao exercer autonomia e governança democrática, deve desenvolver


um Projeto de Política Educacional - PPP que alinhe seus objetivos educacionais às
necessidades e expectativas da comunidade onde está inserida. Um PPP bem
formulado serve de parâmetro para as ações de diretores, professores, funcionários,
alunos e familiares.

35
O arcabouço legal das PPPs é a Lei de Diretrizes e Instalações Educacionais,
que regula o desenvolvimento de projetos distintos dentro de cada instituição de
ensino. Porém, as unidades produzem ou reproduzem PPP de forma burocrática,
apenas para atender às normas legais.

12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

O tema das propostas educacionais pode ser derivado de diferentes pontos.


Na história das ideias pedagógicas no Brasil, ela tem um novo campo magnético e
está associada à discussão dos mecanismos internos da escola.
A tradicional dicotomia esteve presente e possui várias versões, que procuram
pensar o tempo, o espaço, o agente e a atividade como garantia de acesso ao
conhecimento: conteúdo ou método; transmissão ou construção; processo ou produto;
ambiente ou sala de aula devido a problemas, entre outras formas de organização do
dia a dia escolar, foco no aluno ou no professor cuja polaridade parece mais estranha,
já que o trabalho pedagógico não pode ser feito sem relacionamentos, interações.
Recentemente, o debate curricular adquiriu proporções teóricas importantes,
desencadeando um debate no campo do universalismo ou da relatividade?
FORQUIN (1997), embora arcaico, tornou-se mais denso à luz do debate da
epistemologia contemporânea e da sociologia crítica do conhecimento.
Esse debate se ampliou e se tornou mais difícil no cenário acadêmico, bastando
olhar para o debate sobre multiculturalismo e globalização e tem implicações para as
políticas públicas: muitas administrações têm buscado superar as armadilhas e
conflitos teóricos e práticos.
Da mesma forma, a produção acadêmica sobre as diversas perspectivas
teóricas, metodológicas e político-ideológicas do currículo tem sido expressiva.
Lembremos como é difícil ir além do mundo acadêmico e influenciar os
processos de tomada de decisão no campo das políticas públicas, onde, a lacuna
entre o que é teoricamente criado nas escolas brasileiras e o que sabemos de outros

36
contextos, além de nossa rede escolar real continua sendo um problema sério. Em
termos de pesquisa, confrontou-se a dicotomia presente no ato da investigação.
O estudo da história do professor revela a disjunção entre sujeito e objeto,
resultado da diluição do sujeito na sociedade contemporânea, com consequências
terríveis que são amplamente discutidas, mas nem sempre solucionáveis nas
humanidades e nas ciências sociais.
Muitos pesquisadores têm enfatizado a importância de considerar os sujeitos
professores, crianças e jovens, famílias nas recomendações e nos estudos do
processo educacional, uma área que parece produtiva refere-se à necessidade de
conhecer não só as histórias pessoais e trajetórias dos professores, mas também as
histórias de propostas e grupos organizacionais, seus caminhos, erros e acertos, seus
méritos.
As origens das discussões curriculares no Brasil têm a ver com a pesquisa
escolar, em particular o novo movimento escolar, a crença no poder das escolas e a
busca por soluções alternativas.
Por exemplo: lugar criativo com área de jogos para crianças, parque-escola etc.
A ênfase do chefe da educação do Estado Novo nas elites de formação interrompeu
esse processo.
Com a redemocratização da sociedade, a partir de 1945, foi retomada a
proteção da escola pública como direito de todos, principalmente na década de 1950.
Porém, na década de 1960, a alternativas da escola, nos movimentos populares da
academia.
Aí vem a importância de Paulo Freire, um filósofo da educação que aposta na
ação livre e cultural, mas, se a essa altura existiam secretários de educação como o
de Natal que acreditavam em uma escola pública popular e buscavam meios de fazê-
lo, é isso, a partir de 1985, com a conquista do direito de voto, perdida para a ditadura
militar.
A contribuição de Freire para seu trabalho oferece subsídios substanciais no
setor de educação de jovens e adultos para o treinamento e a educação de
professores em serviço que promovem a transcendência consciente e o pensamento-
ponte.

37
Entre nós, a educação tem que ser, acima de tudo, uma tentativa constante
de mudança de atitude. De criação de disposições mentais democráticas,
através de que se substituam no brasileiro antigos e culturológicos hábitos de
passividade, por novos hábitos, de participação e ingerência. (FREIRE, 2003.
apud. SILVA, 2015).

Planejamento curricular é entendida como uma macro-intervenção que é o


legado da ditadura militar ele é o resultado dos acordos MEC/USAID.
É sobre a preparação de equipes para a modernização administrativa, a
hegemonia ideológica diante da tensão política e fraqueza institucional. Instituições
federais ou programas poderosos que operam em todo o território nacional: Mobral,
Minerva, Rondon, tentando ocupar o espaço dos movimentos sociais que, pela força,
haviam sido eliminados.
Durante a ditadura, os planos para implementar novas metodologias foram o
esteio de muitas agências estaduais de educação, o MEC tem recursos e investe em
treinamento: o plano é treinar funcionários, e, ao contrário das intenções do governo
federal, alguns secretários de estado absorveram as ideias de FREINET e FREIRE
sem interpretá-las.
Ainda na década de 1970, PIAGET parecia oferecer uma oportunidade para
uma educação onde o assunto fosse ativado, refletido e construído. Ninguém
esperava que, anos depois, Piaget, Emília Ferreiro e o construtivismo fossem
acusados de prejudicar a qualidade da escola.
Essa foi uma das mais amargas controvérsias acadêmicas da década de 1980:
de um lado, Saviani, do Líbano, e outros pesquisadores se uniram em torno da
proposta de uma chamada pedagogia social crítica do conteúdo. Dung e Gadotti,
Freire, Nosella e outros identificado com apelos para uma pedagogia crítica liberal.
Depois da ditadura e com o retorno das eleições cantonais e comuns, a
presunção do debate das proporções tem sido cada vez mais enfatizada de cunho
político, embora muitas vezes enganosa do ponto de vista teórico, pois a realidade é
muito mais rica do que as reduzidas classificações propostas por muitos
pesquisadores. Um dos maiores problemas é a disseminação errônea do
construtivismo pelas universidades, políticas educacionais e reforma curricular.
Enquanto defendemos a diversidade de alternativas curriculares, resistimos à
ideia ou prática de buscar um desenho curricular supostamente melhor, estudando os
autores de Piaget, Vygotsky, Walloon e o brasileiro, que estudaram seriamente suas
38
teorias, acreditamos que para ser construtivistas, os professores devem
necessariamente ser adequados, aprofundados, com conhecimentos de linguagem,
matemática, ciências naturais e sociais, combinando esse conhecimento com uma
sólida formação cultural.
Portanto, é uma formação científica e cultural, por não haver um projeto sério,
contínuo e consistente desse tipo, os professores se confundem, descartando o pouco
que têm e tentando substituir conjuntos de informações gerais muito diferentes e
distorcidos, consistência teórica da epistemologia genética ou sociológica perspectiva
histórica do conhecimento, problema ainda encontrado nas propostas educacionais
atuais.
Ao analisar as políticas do governo federal e as iniciativas locais, os dilemas
das secretarias de educação e desenvolvimento social nas cidades de recursos ficam
claros, tornando a mudança uma prioridade e investindo na educação infantil e nos
primeiros anos do ensino fundamental.
Com base nessas experiências e estudando a produção acadêmica na área,
ousamos afirmar que, na realidade brasileira, o debate em torno do currículo se
aprofundou nos aspectos mais importantes. Da matéria, mas não no nó: seja ele
refere-se à escola; ou ligada à dimensão macro, aborda modelos, desenhos e políticas
de um ângulo amplo, pressupondo que a realidade pode ser modificada pela força,
por decretos, projetos, referências de documentos ou parâmetros sem alterar as
condições.
É importante ter referências, mas quais livros são frequentemente chamados
de referências, e como fazer um projeto de educação infantil sem recursos materiais
ou humanos? Tais problemas surgem da maneira como se dá a autogovernança sem
proporcionar as condições físicas e humanas para que a autonomia das cidades se
torne realmente possível: a falta de pessoal é simplesmente um problema: Como
administrar o ensino quando não há equipe, não há sistema de conhecimento?
Por outro lado, se não existe uma proposta educacional escrita, como você
sabe que ela realmente existe? Como entrar no curso atual? Às vezes, as propostas
são escritas, mas não surtem efeito. Se uma secretaria não tem uma proposta escrita,
é porque a pergunta não foi pública, codificada? Não podemos parar de tentar
descobrir o que está acontecendo nas escolas, creches e pré-escolas. E como fazer?

39
Proposta educacional; programa de estudo proposto; projeto político-educacional;
projeto político.
Voltando ao contexto em que esse debate ocorreu pela primeira vez no Brasil,
cabe lembrar que em 1995, por iniciativa do MEC / SEF / COEDI, pesquisadores
brasileiros produziram textos sobre esses temas ou conceitos.
Liderado por Ângela Barreto, na época coordenadora do COEDI, o processo
seguiu uma longa discussão sobre a formação de profissionais da educação infantil
culminando em uma oficina realizada em Belo Horizonte em 1995 e sobre os critérios
de qualidade de creches e jardins de infância.
O trabalho tem como objetivo identificar as propostas existentes e desenvolver
uma metodologia de análise de propostas que ajudará os estados e municípios a
realizar suas próprias análises sobre o desenho e implementação das propostas. São
várias etapas: inicialmente, há uma produção teórica sobre o tema proposta
pedagógica ou currículo, projeto.
Em seguida, foram determinados os critérios para a análise das propostas e
sua implementação: o MEC questionou os Ministros da Educação e os Ministros da
Educação dos municípios das capitais de todos os Estados sobre as propostas
proposta educacional ou programa de educação infantil, e esta é a literatura analisada.
Terceiro: grupos formados com participantes e consultores do MEC estiveram
no local implementando as propostas analisadas, visitando creches e jardins de
infância e entrevistando especialistas.
Vários relatórios foram escritos, o produto final foi editado pelo MEC para
auxiliar grupos de secretários municipais e estaduais na análise e elaboração de
propostas de educação infantil.
Mais uma vez, a questão da formação de profissionais surge como uma
questão importante e urgente, pois da análise dessas propostas e formulação da
metodologia, cabem comentários políticos e teórico-metodológicos.
Em primeiro lugar, cabe destacar que a orientação teórico-metodológica do
currículo ou proposta curricular, a visão das políticas públicas e o papel do
departamento contam com integrantes da equipe do COEDI e especialistas.
O consultor está na contramão do MEC, empenhado em definir os parâmetros
curriculares para todos os níveis de estudos do ensino básico.

40
Essa discrepância, entre outras coisas, resultou na suspensão do material, a
mais importante contribuição do MEC para a educação infantil, esse documento oficial
que se tornou Referência do Programa Nacional de Educação Infantil, alvo de intensa
polêmica acadêmica, tanto sobre sua forma de elaboração e conteúdo, quanto sobre
suas formas práticas atualmente.
Por outro lado, a discussão da proposta pedagógica ou curricular, feita pelos
consultores, apresentou um esboço geral das formas possíveis de abordar a questão,
pois ler diferentes perspectivas pode ajudar a reposicionar o debate que se
desenvolve na academia e no campo das políticas públicas.

Para responder à questão colocada, retoma a etimologia da palavra currículo,


derivada do terno latino "currus" - carro, carruagem, significando um lugar no
qual se corre. Seu uso metafórico em educação seria a busca de um caminho,
uma direção, que orientaria o percurso para atingir certas finalidades.
(KISHIMOTO, 1994. apud. KRAMER, 1994)

A autora busca mostrar a evolução do significado de currículo na literatura


americana, refletindo diferentes concepções de ensino: a ideia de um grupo
sistemático de cursos ou uma série de disciplinas de estudo, corresponderia à ideia
dominante na expansão da educação nos Estados Unidos (1876 a 1929), com foco
na memorização.
A partir de 1929, valoriza-se as experiências sociais da criança o que se reflete
na concepção de currículo como conjunto de experiências que o aprendiz adquire sob
a responsabilidade da escola, o aluno é priorizado e não apenas o conteúdo curricular.

13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Até há algum tempo, quando ouvimos falar do Projeto de Educação Política ou


PPP, como é popularmente chamado, surgiu imediatamente em nós a ideia de um
documento composto por várias folhas impressas.
Na verdade, essa imagem, que também faz parte do imaginário comum de
muitas pessoas, é construída socialmente, pois na verdade, o significado de PPP é
mais complicado.
Certamente, o registro do PPP no papel é fundamental para garantir a memória
do trabalho pedagógico das instituições pré-escolares e das instituições de ensino em
41
geral, pois, ao olhar para a história, pode-se ter um olhar crítico sobre as atividades
atuais e futuras, assim, um dos desafios que o tema PPP enfrenta é justamente torná-
lo mais do que apenas o registro de uma história que se lê e muitas vezes é imaginada.
Além disso, não pode ser uma simples história do presente onde a imaginação
e a criatividade não são usadas, a grande expectativa gerada em geral sobre o PPP
é que seja uma ferramenta educacional dinâmica e viva que oriente o trabalho
educativo para proporcionar aos alunos e a todos os envolvidos na educação escolar
uma grande vivência cidadã.
O PPP, além de servir de base estrutural para a governança democrática, é
também a espinha dorsal da integração curricular para a educação infantil, porque não
existe uma fórmula pré-fabricada para a construção de um PPP, mas é preciso
reconhecer que a etapa da educação básica tem uma especificidade, que é valorizar
a infância vivida de bebês, crianças pequenas e outras disciplinas no cuidado e na
educação.
Também é importante considerar que as instituições de educação infantil,
especialmente aquelas voltadas para crianças pobres, têm um marco histórico pela
falta de investimento, que vem sendo sanado desde o reconhecimento constitucional,
esta política é a dos direitos da criança.
No entanto, ainda existem muitos desafios para a qualidade do serviço, a
qualidade da educação infantil não se baseia nas práticas escolares, mas na
valorização e reconhecimento das necessidades dos pré-escolares, em outras
palavras: pedagogia da educação infantil.
De acordo com as Diretrizes do Programa Nacional de Educação Infantil
(DCNEIs), o PPP é considerado o termo mais apropriado para usar na educação
infantil para substituir a palavra currículo, porque currículo para a educação infantil
intensa que geralmente é combinado com aprendizagem experiencial no ensino
fundamental e médio. (BRASIL, 2013).
É importante perceber que o currículo é indissociável do que somos e do que
nos tornamos, ou seja, está na nossa identidade e na nossa subjetividade.
Um currículo que atenda às necessidades de educação e cuidado da primeira
infância deve incluir percepções críticas e pós-críticas, nas quais se entende que o

42
desenvolvimento do currículo requer relações, sistemas de poder, textos, documentos
e discursos, mas também há imaginação, criatividade e sonhos (SILVA, 2015).
As DCNEIs definem, no art. 3, o currículo na etapa da educação básica como:

Um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes


das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. (BRASIL, 2013.
apud. SILVA, 2015).

O Projeto de Política Educacional define o currículo da instituição pré-escolar e


é apresentado como o documento de identidade da instituição, assim, os pré-
requisitos para PPPs estão estabelecidos tanto nas diretrizes nacionais quanto nas
discussões recentes sobre a base comum do currículo nacional, que não é um
currículo, mas fará parte do currículo das propostas curriculares em todo o território
brasileiro.
Portanto, é importante que no desenvolvimento das PPPs seja garantida a
participação do coletivo, incluindo profissionais, famílias, crianças por direito próprio e
a comunidade em geral.

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola como instituição social voltada para a educação do cidadão tem como
objetivos principais a sua instrução e sua formação. Entretanto, esses objetivos
podem ser alcançados com melhor qualidade quando integrados e articulados aos
objetivos administrados a uma gestão democrática.
A gestão caberá promover não apenas uma ação institucional e comunitária
para que as pessoas se sintam responsáveis pela escola e realizar seus obj etivos
essenciais, mas também uma articulação harmônica entre os recursos humanos e
materiais, elementos essenciais que a escola necessita para alcançar sucesso no
processo ensino-aprendizagem, e formar cidadãos autônomos, criativos, construtores
e transformadores da sociedade.

43
Reconhecemos que essa é a principal função da escola, quando a escola é
administrada de modo eficiente e eficaz, oferece condições para a melhoria da
qualidade de ensino e da aprendizagem.
As relações que ocorrem no cotidiano escolar são um processo constante de
construção e regeneração, pois a dinâmica do processo histórico faz com que as
construções e a sua reconstrução tenham sempre carácter temporário.
Portanto, a escola constrói seu projeto político educacional buscando a
democratização e sua vinculação à sociedade.
Assim, um projeto bem construído, que permite que seus membros saibam
onde e como estão caminhando, também pode interferir em seus limites. Haverá,
então, um processo de avaliação contínuo, realizado após cada atividade
desenvolvida nos projetos, com a participação de alunos, professores e corpo
docente.
Portanto, essa avaliação ocorrerá de forma contínua nos aspectos qualitativo e
quantitativo, visto que professores e alunos são sujeitos do processo de
aprendizagem.
Portanto buscar uma nova organização escolar significa uma ousadia para os
educadores, pais, alunos e funcionários. Para que a construção do projeto seja
possível, não é necessário fazer com que os professores, equipe pedagógica e os
funcionários trabalhem mais, basta propiciar situações que lhes permitam aprender,
pensar e realizar o fazer pedagógico de maneira diferente.

44
15 BIBLIOGRAFIA:

BARBOSA, V.T.B. PONTES, M.A.G. Projeto Político-Pedagógico PPP (2018)


Escola Classe Chapadinha. Brazlânda, DF, 2018.

BARRETO, A. M. R. F. Por que e para que uma Política de Formação do


profissional da Educação Infantil? In: MEC/SEF/COEDI, por uma política de
formação do profissional de Educação Infantil. Brasília-DF, 1994.

BRASIL, MEC/SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:


introdução. Brasília, 1998, v.1.

BRASIL, MEC/SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:


formação pessoal e social. Brasília, 1998, v.2.

BRASIL, MEC/SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:


conhecimento de mundo. Brasília, 1998, vol. 3.

BRASLAVSKY, C. La Gestión curricular en las transformaciones y reformas


educativas latino-americanas. In: WARDE, M. J. (org.), Novas políticas
educacionais: perspectivas e críticas. II Seminário Internacional. São Paulo:
PUC-SP, 1998, p.27-48.

CAMPOS, M. M. & ROSEMBERG, F. Critérios para um atendimento em creches


que respeite os direitos fundamentais das crianças. In: MEC/SEF/DPE/COEDI.
Brasília-DF, 1995.

CAMPOS, M. M. Propostas pedagógicas e currículo em educação infantil. In:


MEC/SEF/COEDI. Brasília, 1996.

CAMPOS, M. M. Educação Infantil: o debate e a pesquisa. In: Cadernos de


Pesquisa, FCC. São Paulo, nº 101, julho 1997, p.113-127.

45
CANDAL, R. E. A pesquisa em educação infantil no Brasil: trajetória recente e
perspectivas de consolidação de uma pedagogia. UFSC/CED/NUP, Florianópolis,
1999.

CARTAXO, S. R. M. Pressupostos da Educação Infantil. Curitiba, PR: Intersaberes.


2013.

CORRÊA, D.G. Análise de conteúdo dos eixos filosóficos do projeto político


pedagógico: visão de ser humano e visão da função social da escola. Londrina,
2014.

DOURADO, J., BELIZÁRIO, F. PAULINO, A. Escolas sustentáveis. São Paulo.


Oficina de textos. 2015.

DURKHEIM, É. Educação e Sociologia. 4ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1955.

FARIA, A. L.G. e PALHARES, M.S. (Orgs). Educação Infantil pós-LDB: rumos e


desafios. Campinas, SP: Ed. Associados, 1999.

FERREIRA, M.C.R. Promoção da qualidade e avaliação na educação infantil: uma


experiência. In: Cadernos de Pesquisa, FCC. São Paulo: nº 105, nov. / 1998, p.52-
77.

FORQUIN, J.C. O currículo entre o relativismo e o universalismo. Conferência


realizada no Seminário Internacional: A construção da educação Brasileira,
comemorativo aos 25 anos da Pós-graduação em Educação, na UFRJ. Tradução
de Virgínia Castro Buarque, RJ, 1997.

FORQUIN, J.C. Escola e Cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


ISBN-10: 8577531635. Ed. Paz & Terra; Edição: 43ª, São Paulo, 1997.

46
GADOTTI, M. Educação e poder. Introdução à pedagogia do conflito. São Paulo:
Cortez/Autores Associados, 1980.

GADOTTI, M. Educação e compromisso. São Paulo: Papirus, 1985.

GANDIN, D. Planejamento na sala de aula. 6ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

GONÇALVES, A.N. Tópicos Avançados de Gestão Educacional, Fundamentos da


gestão escolar: História, bases e princípios. Guarapuava: Paraná, Unicentro, 2014.
(Coleção Gestão Escolar e Contemporaneidade, v. 4).

KISHIMOTO, T.M. Currículo de educação infantil: creches e pré-escolas.


Significado do termo currículo, Currículo de educação infantil: critérios de
qualidade e instrumentos de implementação. Texto encomendado pela
Coordenação-Geral de Educação Infantil do MEC. Dez, 1994.

KRAMER, S. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. São Paulo, Ática, 1993.

KRAMER, S. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos Profissionais de


Creche e Pré-escola: questões teóricas e polêmicas. In: MEC/SEF/COEDI. Por
uma política de formação do profissional de Educação Infantil. Brasília-DF, 1994.

KRAMER, S. Propostas Pedagógicas e Curriculares: subsídios para uma leitura


crítica. In: Educação e Sociedade, Ano XVIII, n°60. Campinas, SP, dezembro, 1997.

LIBANEO, J.C. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. ISBN-10:


85249089447. Cortez Editora, 10° Ed., São Paulo, 2010.

LIBÂNEO, J. C. Tendências pedagógicas da prática escolar. Revista ANDE, São


Paulo, 1982, p. 40-44.

47
LIBÂNEO, J.C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos. São Paulo, Loyola, 1986.

MAIA, B.P., COSTA, M.T.de A. Os Desafios e as Superações na Construção


Coletiva do Projeto Político-Pedagógico. Curitiba, PR, Intersaberes, 2013.
MACHADO, M. L. A Proposta de critérios de análise e avaliação de projetos
educacionais-pedagógicos para educação infantil no Brasil. Versão preliminar.
São Paulo, dez. / 1994.

MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: abril Cultural. 1978.

MEC. Coordenação de Educação Pré-Escolar. Diagnóstico Preliminar da Educação


Pré-Escolar no Brasil. Brasília, MEC/DDD,1975.

MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação do profissional de educação


infantil. DF, 1994.

MEC/SEF/DPE/COEDI. Educação infantil no Brasil: situação atual. Brasília, 1994.

MEC/SEF/DPE/COEDI. Educação infantil: bibliografia anotada. Brasília, 1995.

MEC/SEF/DPE/COEDI. Critérios para um atendimento em creches que respeite


os direitos fundamentais das crianças. Brasília, 1995.

MEC/SEF/DPE/COEDI. Propostas pedagógicas e currículo em educação infantil.


Brasília, 1996.

MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas Transversais: Pluralidade


Cultural. Brasília, DF, 1997.

48
PADILHA, P.R. Planejamento Dialógico: Como construir o projeto político-
pedagógico na escola. ISBN-10: 8524925213. Cortez Editora, 10° Ed., São Paulo,
2017.

RICO, E. M. (org.) Avaliação de políticas sociais. São Paulo: Cortez -IEE/PUC-SP,


1998.

ROCHA, L.de.A., RIBEIRO L.M. de S.A. Ensino fundamental de nove anos: um


foco na alfabetização. Vitória da Conquista, Bahia, 2017.

SAVIANI, D. As teorias da educação e o problema da marginalidade na América


Latina. Caderno de Pesquisa, FCC. São Paulo, n°42, 1982, p. 8-18.

SAVIANI, D. Competência política e compromisso técnico: ou o pomo da


discórdia e o fruto proibido. Revista Educação & Sociedade, São Paulo, p. 111-43,
1983.

SETUBAL, M.A. Escola como local de encontro entre políticas nacionais e locais.
In: Cadernos de Pesquisa, FCC. São Paulo, nº 102, nov. 1997, p.121-136.

SILVA, L. H. AZEVEDO, J. C. e SANTOS, E. (org.) Novos Mapas Culturais, Novas


Perspectivas educacionais. Porto Alegre, Ed. Sulina, 1996.

SILVA, O.H.F. SOARES, A. de S. Contextos do projeto político-pedagógico na


educação infantil. Betim, MG, 2016.

SILVA, T.T. A "nova" direita as transformações na pedagogia política e na


política da pedagogia. In: GENTILI, P. e SILVA, T. (org.), Neoliberalismo,
Qualidade Total e Educação. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 10-29.

49
SILVA, T.T. Currículo, universalismo e relativismo: Uma discussão com Jean-
Claude Forquin, UFRJ, Rio de Janeiro, Rev. Educação & Sociedade, ano XXI, n°
73. 2000.

TOMAZONI, J.L.G. A importância da participação da comunidade na gestão


escolar para um ensino de qualidade. Três Passos MG, 2013.

VEIGA, I. P. de A. (org.) Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção


possível. 29ª edição. Ed. Papirus, Campinas, SP, 1995.

VEIGA, I. P. de A. Escola: espaço do projeto político-pedagógico. 4° edição, Ed.


Papirus, Campinas, SP, 2001.

VEIGA, I. P. de A. Projeto Político-Pedagógico da escola. 15°edição, Ed. Papirus,


Campinas, SP, 2002.

50

Você também pode gostar